Egito suspende liga de futebol após tumulto que deixou vários mortos

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Egito suspende liga de futebol após tumulto que deixou vários mortos
Egito suspende liga de futebol após tumulto que deixou vários mortos
Seg, 09 de Fevereiro de 2015 11:31 - Última atualização Seg, 09 de Fevereiro de 2015 11:53
O gabinete do governo do Egito suspendeu indefinidamente a liga nacional de futebol depois
de pelos menos 22 torcedores terem sido mortos durante confrontos com a polícia do lado de
fora de um estádio no Cairo. O episódio aconteceu três anos depois de o país testemunhar um
dos piores tumultos da história do futebol.
Gabinete anunciou a suspensão na noite de domingo, depois de a polícia antidistúrbio ter
entrado em confronto com centenas de torcedores e lançado gás lacrimogêneo para abrir
caminho por um estreito corredor que dá acesso ao Estádio da Defesa Aérea, o que deu início
a um corre-corre.
Em 2012, o Egito havia suspendido a liga depois de 74 torcedores terem morrido durante um
tumulto ocorrido na cidade de Port Said, no Canal de Suez. A violência provocou indignação
contra a polícia e com o então conselho transitório militar, por não fazer o suficiente para conter
as mortes.
Apenas recentemente os torcedores tiveram permissão para voltar aos estádios, mas
autoridades continuam a limitar o número de pessoas que podem entrar nesses locais.
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A promotoria pública do Egito ordenou a abertura de uma investigação. A força policial,
fortemente militarizada, já é alvo de atenção após o assassinato, a tiros, de uma manifestante
desarmada no centro do Cairo, em janeiro.
Nesta segunda-feira, os meios de comunicação pró-governo e o Ministério do Interior,
responsável pela polícia, procuraram desviar a responsabilidade das forças de segurança.
Mortada Mansour, presidente do Zamalek, time que disputou o jogo contra o ENPPI no
domingo, disse a uma emissora privada de televisão que a polícia não abriu fogo contra os
torcedores, como foi amplamente relatado nas redes sociais, e que a violência de domingo foi
"orquestrada" para frustrar as eleições parlamentares, que acontecerão em breve.
Mansour é um fiel partidário do presidente Abdel-Fattah el-Sissi, ex-chefe do Exército que
liderou o golpe de Estado em 2013 que derrubou Mohammed Morsi, o primeiro presidente
livremente eleito pelos egípcios.
Autoridades dizem que a violência teve início quando centenas de integrantes de uma torcida
organizada do Zamalek, os Cavaleiros Brancos, tentaram entrar no estádio para ver a partida,
sem ter ingressos.
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Em sua página no Facebook, os Cavaleiros Brancos disseram que a violência teve início por
que as autoridades abriram apenas uma porta estreita, com arame farpado, por onde deveriam
passar. Segundo eles, o fato deu início a um empurra-empurra e posteriormente a polícia
começou a lançar gás lacrimogêneo e a disparar balas de chumbinho.
Um torcedor, que falou à Associated Press em condição de anonimato, por temer a polícia,
disse que o tumulto foi causado pela polícia, que lançou gás lacrimogêneo contra uma multidão
num espaço apertado. "Os que caíam não conseguiam se levantar", afirmou ele.
A partida de domingo começou com mais de uma hora de atraso. O Zamalek é líder do
Campeonato Egípcio, seguido pelo ENPPI, que está três pontos atrás. O jogo terminou
empatado em 1 a 1.
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