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G E S TÃ O T E C N O L O G I A M A R K E T I N G F I N A N C I A M E N T O N E G Ó C I O S LIDERANÇA COOPERAÇÃO DESAFIOS R E C R U TA M E N T O Empreendedores e empresários são o futuro de um país. Formação, conhecimento, inovação e talento são elementos chave para alcançar o sucesso #14 SETEMBRO 2014 | TRIMESTRAL | 3€ BONSNEGOCIOS.COM.PT AGORA Aceda aos conteúdos online da bn™, disponíveis agora em qualquer dispositivo www.bonsnegocios.com.pt SUMÁRIO & EDITORIAL 4 BREVES 14 EVENTOS 2 9 N OVO S N E G Ó C I O S CURIOSIDADE S, SUGESTÕES, VÍDEOS . . . C O M O FA Z E R OS CLIENTES BRILHAR J O B B OX Ideias e suges tões para tratar do seu negócio e ser um melhor líder O p róximo eve n to GR E NK E / B on s N e góc ios va i e n s in a r c omo s e p ode o fe re c e r um bom s e r v iç o a o c l ie n te E mp re e n de dore s c r ia m p la ta for m a que ve m fa c il ita r o re c r uta me n to n a á re a te c n ológic a a travé s de re c ome n da ç õe s de a migos 7 O P I N I ÃO 16 BASTIDORES 30 OLHARES ALE X ANDRE C ALDA S J A S O N A S S O C I AT E S YDREAMS A relação das universidades com as empresas está mais centrada no capital humano, na opinião d o c o n s u lt o r A l e x a n d r e C a l d a s Conh e ç a a his tór ia e a mis s ã o d a Jas on A s s oc ia te s , c on s ul tora d e ge s tã o de ta le n to s e dia da e m Lis boa A Y Dre a ms é uma da s e mp re s a s te c n ológic a s p or tugue s a s ma is c on he c ida s lá fora . Con he ç a a s u a his tór ia e os s on hos do s e u CE O 8 MEET THE LEADER 1 8 T E M A D E C A PA 3 2 F I LT R O ACITEL AS FACES DO SUCESSO GADGETS Con h eça Jorge Vale ntim, di retor com ercial d a Acite l que j á foi ele ito um d os me l ho re s gestores de p e ssoas e m Po rtugal E mp re e n de dore s e e mp re s á r ios são a s fa c e s do s uc e s s o de um p aís . A mbos tê m a a mbiç ã o n a v ida d e d e s e nvolve re m n ova s ide ia s , p rodutos e s e r v iç os . E as un ive r s ida de s e s tã o c á p a ra ajud á - los , s e ja a travé s d a inve s tiga ç ã o, in c uba dora s ou fo rm a ç ã o. Ve ja n a n os s a re p or ta ge m exe m p los de c oop e ra ç ã o e n tre unive r s ida de s e e mp re s a s , c a s os d e suc e s s o de s ta r tup s , for ma ç õe s d ife re n te s p a ra exe c utivos n a s insti tuiç õe s de e n s in o e for ma s criativa s de re c r uta r ta le n to A te c n ologia we a ra ble é uma da s te n dê n c ia s do a n o. Ve ja a l gu ns s ma r twa tc he s que p ode m s e r mu i to úte is n a s ua v ida de e mp re s á r io 10 EXPERIÊNCIA VODAFONE PORTUGAL A Vo d a f o n e l a n ç o u u m a i n c u b a d o r a com o objetivo de promover a inovação e o empreendedorismo na indústria das telecomunicações Diretor Victor Ferreira Subdiretor Marco Souta Editora Mar ta de Sousa Fotografia Ricardo Sequeira Design Deadinbeirute, Lda Publicidade [email protected] Impressão MX 3 - Ar tes Gráficas,Lda Parque Industrial Alto da Bela Vista Pavilhão 50, Sulim Park 2735-340 Cacém Propriedade e Sede GRENKE Renting, S. A . Av. D. João II, Lote 1.17.03 - 4ºA 1998-026 Lisboa Tel. (+351) 21 893 41 40 Fax (+351) 21 893 41 60 ser [email protected] w w w.grenke.pt Sede de Redação Deadinbeirute, Lda Rua Conde Ferreira, Nr. 03, Sala 10 2804-521 Almada Tel. (+351) 21 603 06 72 [email protected] w w w.bonsnegocios.com.pt Tiragem 6000 E xemplares Periodicidade Trimestral Distribuição Por correio personalizada Preço 3 Euros Depósito Legal 330983/11 Nº Registo na ERC 126112 Edição Nº 14 3 4 F I LT R O LIVROS L e r um l iv ro p ode s e r ma is imp or t a nte que ima gin a . Sa bia que os le itores a tivos tê m ma is p roba bil ida de de obte r bon s re s ul ta dos ? O mercado de trabalho exige hoje profissionais cada vez mais qualificados. Neste sentido, é perfeitamente natural que a oferta de formação especializada colocada pelas universidades, institutos politécnicos e outros organismos a operar nesta área, seja cada vez maior e mais diversa. O desafio coloca-se agora na hora de decidir qual a melhor opção a tomar de forma a garantir o maior retorno para progredir na arena dos negócios e na carreira. E é aqui que, o envolvimento do ensino com as empresas toma cada vez maior preponderância garantindo uma melhor simbiose entre visões outrora distantes. Vemos hoje empresas a recrutar dentro de universidades, a procurar os melhores recursos. Profissionais que não chegam a abandonar os estabelecimentos de ensino e acompanham a sua carreira profissional com investimento permanente na sua vertente académica. Empresas que se apoiam em serviços prestados por universidades porque acreditam que maior qualificação assegura melhores resultados. Neste número da Bons Negócios vamos abordar esta realidade, porque acreditamos que os maiores ativos das empresas continuam a ser as pessoas e o conhecimento. Bons Negócios a todos e boas leituras. MARCO SOUTA SUBDIRETOR SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 3 BREVES CURIOSIDADES, SUGESTÕES, VÍDEOS... F O R M AÇ ÃO G R AT U I TA À D I S TÂ N C I A D E U M C L I C K Sem tempo para se deslocar às instituições de ensino para uma formação? A solução está à distância de um click. Os websites Udacity e Coursera disponibilizam a qualquer pessoa cursos online de diferentes matérias, orientados por universidades de renome, como a Universidade de Stanford, a Universidade de Tokyo e a Universidade de Yale. E são gratuitos! Através da Udacity, por exemplo, poderá aprender a criar um negócio com o empresário Steve Blank, que já lançou oito startups em Silicon Valley. Para quem já é empresário, com a plataforma Coursera, poderá melhorar as suas competências em gestão, economia e finanças. Um curso interessante: Liderança através da inteligência emocional, orientado pela Case Western Reserve University, nos EUA. ZAPPOS CRIA REDE S O C I A L PA R A R E C RU TA R CO L A B O R A D O R E S Escolher o colaborador certo não é fácil. Como saber, através de um Curriculum Vitae e de uma entrevista, que a pessoa tem as competências, valores e experiência pessoal necessária para trabalhar na sua empresa? A Zappos, empresa de comércio eletrónico conhecida pelas suas estratégias inovadoras, encontrou uma forma diferente de recrutar novos colaboradores: criou uma rede social própria. Batizada de Inside Zappos, a plataforma convida os interessados a inscreverem-se e a interagirem com os atuais colaboradores da empresa, explicando o porquê de quererem entrar no mundo Zappos. Os funcionários dão a conhecer o espírito da empresa, conversam com os candidatos para saberem mais sobre a sua experiência e interesses e fazem perguntas típicas de uma entrevista de emprego. O objetivo desta rede social é tornar o processo de recrutamento mais rápido e fácil. A retalhista espera contratar 450 novos colaboradores este ano, de acordo com o jornal Wall Street Journal. SABIA QUE... U M A C L Í N I C A Q U E T R ATA Da S AÚ D E D O S S E U S N E G Ó C I O S Agora já pode tratar da saúde dos seus negócios numa clínica. A TecMinho, interface da Universidade do Minho, acaba de lançar a Clínica de Negócios, um serviço de consultas especializadas que tem como missão apoiar a resolução de problemas e a tomada de decisões. Segundo os responsáveis do novo projeto, o serviço apresenta algumas semelhanças ao de uma clínica de saúde, uma vez que os empresários interessados podem marcar uma ou mais consultas com diferentes especialistas, que os vão apoiar no diagnóstico do problema e no respetivo plano de ação. A equipa “médica” é composta por 16 especialistas, com formação e experiência profissional, em 12 áreas diferentes. Por exemplo: contabilidade, vendas, estratégia, gestão de recursos humanos, inovação, marketing, etc. As consultas, de aproximadamente 1 hora, têm lugar nas instalações da TecMinho. Mas o utente poderá, se preferir, ter uma consulta ao domicílio. O serviço está disponível a qualquer pessoa ou organização e funciona todos os dias úteis. 4 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 BREVES CURIOSIDADES, SUGESTÕES, VÍDEOS... C R É D I T O T H AT S M Y M O P / S H U T T E R S T O C K . C O M T E D TA L K S : VÍDEOS INSPIRADORES PA R A E M P R E S Á R I O S www.ted.com S imon S inek , “ H ow great leaders inspire action ” O consultor acredita que os grandes líderes têm a capacidade de inspirar as pessoas. Dá exemplos de empresas como a Apple e líderes como Martin Luther King. O vídeo já foi visualizado por mais de 17 milhões de pessoas. L arry S mith , “ W h y you will fail to hav e a great career” “LIDERANÇA E APRENDIZAGEM SÃO INDISPENSÁVEIS UMA À OUTRA”. J O H N F I T Z G E R A L D K E N N E DY O orador defende que só tem uma grande carreira quem faz o que realmente gosta. O discurso foi visto mais de 2 milhões de vezes. RO B I N S H A R M A E M P O R T U G A L PA R A FA L A R S O B R E L I D E R A N Ç A Robin Sharma está de volta a Portugal. O especialista em liderança vai dar uma conferência no Centro de Congressos do Estoril subordinada ao tema “Lead Without a Tittle”. O evento pretende dar a conhecer as melhores práticas de alguns líderes; as melhores táticas para desenvolver um trabalho de qualidade; e ainda lições de liderança pessoal para se tornar mais forte em diferentes ambientes. O evento realiza-se no dia 23 de setembro. Mais informações em www.teamleaders.pt. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 5 PROGRAMA DE GESTÃO EM MARKETING DIGITAL 4ª EDIÇÃO O PASSO DECISIVO PARA ACOMPANHAR A MUDANÇA NO PARADIGMA DE MARKETING Início: 16 OUTUBRO 2014 Duração total do programa: 62 horas “É um programa bem estruturado, com a preocupação de tocar nas principais áreas do Marketing Digital com uma atualidade e profundidade muito relevantes.” Apoio: Frederico Contreiras Mercuri Urval – Management Consultant “A pertinência dos módulos apresentados, excelência do corpo docente e a constante interação e partilha entre participantes e docentes enriquecem esta experiência e tornam-na uma aposta ganha.” Alexandra Quintas T_Insight for Brand Movements – Account & Strategy Manager INFORMAÇÕES E CANDIDATURAS: www.clsbe.lisboa.ucp.pt/executivos/digital Tel.: 217 227 801 ou 217 214 220 E-mail: [email protected] Católica Lisbon School of Business & Economics is ranked among Europe’s Top 25 Business Schools. Consistently ranked the Best Business School in Portugal. Triple Crown Accredited. O P I N I ÃO ALEXANDRE CALDAS A S P E S S OA S N O CE N T RO DA E S T R AT ÉG I A TEXTO POR ALE X ANDRE C ALDA S A relação das Universidades (centros de saber) com as Empresas (centros de fazer) está a entrar numa nova geração. Mais centrada nas pessoas e no capital humano. O capital humano começa a ter um peso extraordinariamente superior em relação a todos os outros recursos na criação de riqueza no setor da educação, ciência e inovação e, consequentemente, nas sociedades do conhecimento, da economia e das sociedades do futuro próximo. Assim sendo, não faz sentido adotar uma estratégia que não reforce significativamente as competências das pessoas, sejam estas professores e alunos, docentes e investigadores, empresários e inovadores. A estratégia passa, portanto, por apostar em toda a riqueza de capital humano associada às escolas, universidades, centros de investigação, centros tecnológicos, associações empresariais. Valorizar as pessoas significa criar-lhes um quadro de futuro, uma motivação para investirem na qualidade, na inovação, no ensino e na aprendizagem ao longo da sua vida. Só quando verdadeiramente se assumir que as pessoas estão no centro da estratégia, só nessa altura poderemos esperar motivação, empenho, dedicação e trabalho… Esse valor máximo de todos os homens em sociedade, o trabalho competente e dedicado. Mas se a necessidade de investimento nas pessoas e capital humano é prioritária, qualquer investimento na inovação também o é. E a inovação pode assumir diferentes “faces” nas empresas. Inovação de produto, inovação empresarial, inovação organizacional, por exemplo. Inovar é um processo muito diverso. ALEXANDRE C A L DA S Professor na Universidade Lusófona, Alexandre Caldas é atualmente international relations advisor na Fundação para a Ciência e a Tecnologia, onde trabalhou como diretor de recursos humanos em 2013. É ainda research associate na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Já publicou quatro livros e coordenou vários projetos em ciência, tecnologia e inovação. O investimento passa ainda por – e esta deve ser reconhecida como uma das únicas trajetórias possíveis – aumentar o peso das empresas na própria definição da política tecnológica e de inovação em Portugal. Porque quem inova, essencialmente, são as empresas. E as empresas são as pessoas. Sem pessoas, não há esperança de desenvolvermos um sistema de ensino moderno e de futuro. Não há esperança de desenvolvermos mais ciência, tecnologia e inovação… Sem as pessoas, a sociedade do conhecimento em Portugal não passará de uma miragem a mais de século e meio de distância. Não podemos perder mais oportunidades. ADVISOR NA FUNDAÇÃO PARA A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA [email protected] SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 7 MEET THE LEADER ACITEL Líder viajante O diretor comercial da Acitel já foi eleito um dos melhores gestores de pessoas em Portugal. É isso que mais gosta de fazer, no trabalho pelo menos. Fora de horas, Jorge Valentim gosta de estar com a família e viajar. Juntar esses dois prazeres num só é o seu maior passatempo 8 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 MEET THE LEADER ACITEL J orge Valentim adora viajar. Se pudesse viajava mais. Mais tempo, mais dias. Mais do que as duas semanas seguidas de férias, que tira sempre sem fugir à regra. Nos seus últimos dias de lazer, foi a Budapeste, onde a sua filha mais velha viveu até há bem pouco tempo. Os seus momentos de pausa e lazer são dedicados à família, às filhas de 19 e 14 anos. Ambas bailarinas. “As minhas duas filhas andam no ballet. A mais velha estudou no conservatório de dança em Lisboa e já participou em espetáculos em vários locais no estrangeiro. Nas minhas férias, tento, por vezes, juntar estes dois prazeres: estar com a família e viajar”, revela o diretor comercial da empresa de telecomunicações Acitel. Admite mesmo: “é como se fosse o meu passatempo”. Viajar também faz parte do seu dia-a-dia na Acitel. Enquanto líder comercial da empresa portuguesa, Jorge tem muitas vezes de fazer deslocações pelo país, principalmente para Lisboa. “Por vezes, tenho reuniões de trabalho na delegação da Acitel em São Domingos de Rana. E aí o meu dia começa bem cedo, pelas 6 horas da manhã”. Mas, o diretor comercial de 47 anos gosta de trabalhar. Gosta, principalmente de liderar, gerir pessoas. “Trabalho há quase dez anos como diretor comercial. Gostaria de estar mais tempo a vender, mas não me arrependo de ter assumido esta função. O melhor que sei fazer é gerir pessoas”. E não é a toa, que Jorge Valentim o afirma. Em 2012, a Tema R E S P O S TA R Á P I DA CO M J O R G E VA L E N T I M QUAL A QUALIDADE QUE UM LÍDER DE UMA EQUIPA DEVE TER? Ser credível é o ponto mais forte de todos, mas ter também a capacidade de gerar a motivação e a confiança necessárias para as equipas acreditarem ser possível atingir as metas. O QUE É MAIS IMPORTANTE PARA SI, NA HORA DE CONTRATAR UMA PESSOA: EXPERIÊNCIA OU FORMAÇÃO? “ S OU U M L Í DER PELO E X E M PLO E N ÃO PEL A I M P O S IÇ ÃO” Central e a Qmetrics elaboraram o primeiro ranking português dos melhores gestores de pessoas, e o diretor comercial da Acitel ficou nos 20 primeiros lugares. Se o seu ponto forte é gerir pessoas, o responsável admite que o seu ponto fraco é “falar demais e ouvir pouco”. “Quando quero motivar os meus colaboradores, falo com tanta garra que às vezes esqueço de ouvir. Mas depois dou volta à situação, colocando-me ao lado deles, sendo um líder pelo exemplo e não pela imposição”. Um líder que admira: Belmiro de Azevedo, dono da Sonae. “Apesar da idade avançada, é um exemplo a seguir pelo que conquistou, pelo seu trabalho e pela criatividade no negócio”, confessa. Jorge Valentim nasceu em Angola e veio para Portugal aos oito anos. Mas apesar de a Acitel ter delegações no país do continente africano, o diretor comercial não pensa em voltar. “Trabalhar em Angola está fora de questão. Só tenho curiosidade em voltar para visitar o local onde nasci”, admite. Prefere continuar por terras lusas, a gerir as 18 pessoas que tem a seu cargo. É o que o motiva neste momento. Isso, e as viagens em família. bn A formação traz à partida mais conhecimento, no entanto, a experiência adquire-se pelo trabalho, pelas relações interpessoais e por uma aprendizagem contínua. Assim, no momento da decisão, talvez a experiência tenha mais peso. O MAIOR MITO NOS NEGÓCIOS? Um excelente passado não é garantia de futuro e de sucesso. QUAL A MELHOR FORMA DE MOTIVAR UM COLABORADOR? Saber escutá-lo, desenhando estratégias e desafios contínuos que também façam parte dos seus “sonhos” e projeto de vida. O QUE OS SEUS COLABORADORES NÃO SABEM SOBRE SI E QUE OS PODERIA DEIXAR SURPREENDIDOS? No início, do meu mundo do trabalho, nunca tive muito interesse por áreas tecnológicas. COM QUE EMPRESÁRIO GOSTARIA DE TROCAR DE LUGAR POR UM DIA? Talvez com Richard Branson, presidente da Virgin Galactic, pois tem tido a capacidade de inovar e de “concretizar sonhos” em especial na área das viagens e aventura. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 9 EXPERIÊNCIA VODAFONE PORTUGAL EMPREENDEDORISMO E M L A B O R ATÓ R I O Se vivêssemos na era dos descobrimentos, a Vodafone Portugal seria um dos exploradores. A empresa está empenhada em descobrir novos talentos entre os jovens portugueses e para isso lançou no início do ano a sua incubadora Vodafone Labs Lisboa. O objetivo é promover a inovação e o empreendedorismo na indústria de telecomunicações em Portugal. E, em pouco tempo, já conta com mais de 20 empresas incubadas 10 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 EXPERIÊNCIA VODAFONE PORTUGAL P ortugal tem um espírito empreendedor. Cada vez mais, nos deparamos com jovens a lançar os seus próprios negócios (até na sua fase de estudantes). Não admira por isso que surjam no país um número crescente de startups. Que aumenta de ano para ano. Segundo um estudo da Informa D&B, entre 2007 e 2011, 98% do tecido empresarial português era constituído por pequenas empresas. Além disso, são responsáveis pela maior fatia da criação de novo emprego em Portugal, 61% para sermos mais exatos. Outro dado interessante: quase 30% das startups em Lisboa são de base tecnológica. A contribuir para este cenário estão as incubadoras, espalhadas por todo o país. De há uns anos para cá, o número de iniciativas públicas e privadas de apoio à inovação e ao empreendedorismo aumentou. A mais recente incubadora: a Vodafone Labs Lisboa. “Queríamos dar às comunidades de developers e startups portuguesas a oportunidade de desenvolverem negócios inovadores, local e globalmente, fora do tecido empresarial já estabelecido”, adiantou a Vodafone Portugal, após o lançamento do espaço. As startups incubadas neste laboratório têm a oportunidade de trabalhar num “ecossistema colaborativo, onde poderão ter acesso a uma rede de networking no seio da indústria móvel e contar com um acompanhamento desde o início até ao go-to-market”. O espaço tem cerca de 1000m2 e conta já com mais de 20 projetos incubados. De diferentes áreas, desde negócios relacionados com serviços, eventos, tecnologia e vídeo. Todas as empresas têm à sua disposição salas de incubação, entre os 30 P ROCU R A D E TA L E N T O N A S U N IV E R S I DA D E S A Vodafone tem apostado cada vez mais numa relação próxima às universidades. Prova disso, é a competição tecnológica destinada a jovens talentos no seio da comunidade universitária: o Vodafone Mobile Data Challenge. No passado mês de maio, realizou-se mais uma edição e o projeto vencedor foi uma “bracelete de monitorização para ser utilizada na deteção de sinais vitais durante as urgências”, adiantou a operadora. Com esta competição, a Vodafone Portugal pretende aproximar a comunidade académica do meio empresarial. A iniciativa tem como objetivo identificar novos talentos em tecnologia e estimular o espírito criativo de jovens universitários, através da apresentação de inovações tecnológicas que façam a diferença. Para a operadora, as vantagens de uma relação entre empresas e universidades são para ambas as partes. “A cooperação é vista como uma fonte de transferência de tecnologia e geradora de inovações. Os alunos entram em contacto com a realidade, tomando conhecimento do setor, áreas e funções onde podem iniciar o seu trajeto profissional. A Vodafone, por sua vez, vê a ligação com as universidades como um motor de disseminação, da inovação, do conhecimento e das tecnologias”. Quanto ao prémio da competição, os vencedores, para além de receberem um equipamento Vodafone, têm a oportunidade de desenvolver o seu projeto na Vodafone Labs Lisboa. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 11 EXPERIÊNCIA VODAFONE PORTUGAL OU T R A S I N I CIAT IVA S VODAFONE TECHNOLOGY WATCH QUA SE 30 % DA S S TA RT U P S E M L I SB OA SÃO DE BA SE T ECN O LÓG IC A Evento organizado pela Vodafone que promove o debate sobre tecnologia e inovação, entre o tecido empresarial e o meio académico. Durante um dia, vários professores universitários da área de tecnologia discutem com alguns parceiros e especialistas da Vodafone os principais temas que refletem as tendências no setor. GESTOR DE PRODUTO POR UM DIA e 80m2, por um custo a partir de 5 euros/m2. Segundo a Vodafone Portugal, o preço inclui outros serviços, como internet e acesso a espaços comuns (sala de reuniões, de formação e de convívio). No seguimento desta iniciativa, a operadora lançou o programa Vodafone Power Lab, que funciona dentro das mesmas instalações da incubadora e que tem como objetivo oferecer “benefícios exclusivos para a criação de projetos empreendedores com cariz tecnológico ligado à indústria de telecomunicações”. Para aceder ao programa, é preciso cumprir alguns requisitos estabelecidos pela Vodafone Portugal. “Privilegiamos projetos que tirem partido das capacidades das redes móveis de alto débito (4G e UMTS 900), apresentem conceitos dirigidos ao consumidor final e ainda que apresentem formatos que inovem na utilização de equipamentos móveis”. Os primeiros projetos a integrar o Power Lab são: a wiRide, uma aplicação de partilha de boleias; a bioM, que desenvolveu um gadget wearable que permite ao utilizador comandar equipamentos através dos seus próprios gestos; a Cyclethecity, uma aplicação que disponibiliza percursos de bicicleta para turistas; e a Bubble, serviço de monitorização de crianças para prevenir desaparecimentos, usando um smartphone e um dispositivo Bluetooth. A Vodafone Labs Lisboa resulta de uma parceria da operadora em Portugal com o ISCTE (através do seu Centro de Empreendedorismo - Audax), a Câmara Municipal de Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian e a EPUL. bn www.vodafonelabslisboa.pt A Vodafone dá a oportunidade a estudantes do ensino secundário de contactar com o mundo empresarial. Durante um dia, os jovens têm a oportunidade de conhecer o dia-a-dia de um gestor de produto nesta operadora de telecomunicações. DISCOVER VODAFONE GRADUATES Programa de desenvolvimento da Vodafone para jovens talentos, com mestrado em Gestão, Economia ou Engenharia. Os jovens têm a possibilidade de participar em projetos inovadores e trabalhar em três áreas distintas de negócio. O programa tem como objetivo captar e reter jovens para os quadros da Vodafone. OPEN DAY Todos os anos a Vodafone permite a estudantes universitários conhecerem de perto o mundo das telecomunicações e trabalharem em estudos de casos reais, desenvolvidos pelas áreas de estratégia, marketing e financeira da operadora. A iniciativa conta ainda com uma visita guiada à sede da Vodafone. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 13 EVENTOS C O M O FA Z E R O S C L I E N T E S B R I L H A R A poste na sua formação e faça os seus clientes brilhar 14 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 EVENTOS C O M O FA Z E R O S C L I E N T E S B R I L H A R S ó quando os nossos clientes brilham, é que podemos brilhar. O nosso sucesso só é alcançado quando estes são também bem sucedidos. Correto? A GRENKE e a Bons Negócios decidiram ajudar os seus parceiros nesse desafio de vencer no negócio, ensinando-os que com pequenos gestos também se pode oferecer um bom serviço ao cliente. Para isso, a Bons Negócios vai contar com a ajuda de três especialistas no próximo evento subordinado a este mesmo tema, que se intitula – “Pequenos gestos, grandes sinais. Como fazer os clientes brilhar”. Os oradores são: Carla Dias, formadora na Top Service Academy, e o consultor Paulo Ferreira mais a atriz Joana Estrela, que farão uma apresentação-espetáculo sobre relações comerciais. A formação realiza-se nos dias 22 e 24 de setembro, no Hotel Tiara Park Atlantic Lisboa e no Hotel Tiara Park Atlantic Porto, respetivamente. PERFIS C ARL A DI A S JOANA ESTRELA Tem como clientes Portugal Telecom, EDP, Cofidis, Sonae, Fox Deu aulas de “Expressão Corporal e Verbal” na Universidade Católica Portuguesa e dá formação através da Ahptus PAULO FERREIRA Estudou Engenharia Mecânica em Coimbra, mas apesar de ser apaixonada por esta área, decidiu seguir uma carreira de public speaker há cerca de 10 anos. E não se vê a fazer outra coisa. “Quero contribuir para a melhoria da cultura de serviço no país”, pode ler-se no seu website. Atualmente é sócia fundadora da empresa Visão Integrada, onde se especializou em reestruturação e reorganização empresarial. Em 2011 lançou a Top Service Academy, uma academia que dá palestras, workshops e programas integrados para organizações. Carla Dias já falou para mais de 20 mil pessoas, entre palestras e workshops, para empresas e universidades. Tem como clientes Portugal Telecom, EDP, Cofidis, Sonae, Fox. No seu currículo conta já com 10 mil horas de intervenção ao nível da formação e consultoria Licenciado em Gestão de Empresas, Paulo Ferreira tem uma experiência profissional de 10 anos enquanto consultor. Desde 2011 que é sales projet manager na empresa de consultoria Impact Sales, onde dá formações a várias equipas comerciais. É ainda docente do IPAM - The Marketing School, na pós-graduação de Direção Comercial e Vendas. No seu currículo conta já com 10 mil horas de intervenção ao nível da formação e consultoria, tendo colaborado com as empresas L’Oréal, ERA Imobiliária, FedEx, Tranquilidade, Telepizza, ANA Aeroportos de Portugal, Levi´s, entre outras. Apesar de ser formada em estudos teatrais, Joana Estrela é uma atriz multifacetada. Já trabalhou como professora de teatro e dança, foi apresentadora de televisão e cantou numa banda. Uma das suas atividades mais recentes: formadora. No ano passado, deu aulas de “Expressão Corporal e Verbal” na Universidade Católica Portuguesa e deu uma formação, “Comunicar com Arte”, através da Ahptus (empresa que criou a Impact Sales). SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 15 BASTIDORES J A S O N A S S O C I AT E S WHY JASON? Jason Associates é uma consultora de gestão de talento, mas o seu nome pode induzir em erro quem não conhece a empresa. “Pensam que somos uma empresa estrangeira e que somos uma sociedade de advogados”, revela Sónia Nunes. No entanto, o nome Jason tem outro significado. Jason foi um herói-líder da mitologia grega, que reuniu um grupo de 50 homens para embarcarem numa nau, a Argo, com a missão de recuperarem um talismã. Porém, o seu grande feito, e segundo a partner da consultora, foi inspirar os Argonautas (nome que deram aos tripulantes) a encontrarem os seus poderes individuais. Só assim, Jason conseguiu triunfar na sua missão. “Na Jason Associates também temos um líder: Pedro Brito, managing partner da empresa. E temos uma equipa de 70 pessoas com talentos individuais, à semelhança dos argonautas. São de áreas bem diferentes, como a engenharia, economia, sociologia... Cada um tem o seu talento e a sua individualidade”, conta. E, juntos, também têm uma missão: a de descobrir, manter e reter talento. O nome Jason foi sugerido por Rui Correia Nunes, advisor da consultora desde 2004, ano em que foi criada a empresa, sediada em Lisboa. USE YOUR HED TO BE HAPPY A Jason Associates assume-se como uma consultora que “apoia o sucesso dos seus clientes através da atração, desenvolvimento e retenção de talentos”. E para isso usa todos os meios para o fazer. Um deles: o lançamento do livro HED (Human Experience Design), “uma espécie de manual de gestão de talento, que pretende inspirar os profissionais a trazer para as suas organizações práticas de excelência de liderança e de desenvolvimento de pessoas”. O livro reúne uma série de dicas, práticas, frases inspiradoras e testemunhos que podem ajudar os líderes de uma empresa a criar valor para a sua organização. No final, o grande objetivo da Jason é ajudar as empresas num grande desafio: o de desenvolver o talento, promovendo a felicidade corporativa. “As pessoas nem imaginam o impacto que a felicidade pode ter no resultado financeiro de uma empresa. No dia em que o perceberem, todos ganham. As pessoas felizes fazem mais, melhor e durante mais tempo”, defende Sónia Nunes. O manual HED pode ser adquirido no website da Jason Associates (www.jasonassociates.com). 16 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 BASTIDORES J A S O N A S S O C I AT E S THERE IS TALENT IN THE CITY Procurar um emprego não é fácil para os jovens. Para as empresas, encontrar o colaborador certo, também não o é. De todos os currículos que recebem como descobrir o tal? Consciente desse problema, dos seus clientes, a Jason Associates criou uma plataforma que ajuda as empresas a relacionarem-se com os jovens que estão à procura trabalho. Chama-se Talent City. “Criámos uma cidade virtual que coloca as empresas e a nova geração em contacto, mas tudo numa lógica de jogo”, adianta Sónia Nunes, partner da consultora. Assim, nesta cidade, os jovens têm o seu próprio quarto, que funciona como uma espécie de CV, onde o cubo Rubik representa as competências e uma mala a experiência profissional, por exemplo. Já as empresas, têm o seu próprio edifício onde pode ler-se uma apresentação geral do seu negócio. Existe ainda o Hangar das Oportunidades, espaço onde podem divulgar as suas ofertas de trabalho. A ideia da cidade virtual é os jovens e as empresas darem-se a conhecer num ambiente muito mais divertido. “A plataforma ainda funciona como uma ferramenta de recursos humanos mas também de marketing”, acrescenta Sónia Nunes. Atualmente, a Talent City conta com a presença da Unicer, EDP, Nestlé, Fnac, L’Oréal, Microsoft, Portugal Telecom, entre outras. Além das empresas, existe ainda um campus onde diferentes universidades apresentam as suas ofertas formativas (mestrados, pós-graduações, MBA). A cidade tem 54 mil habitantes. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 17 T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O 18 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O O sucesso de um país tem duas caras: a dos jovens empreendedores e a dos empresários. Ambos têm a ambição na vida de desenvolverem novas ideias, produtos e serviços. E para isso, podem contar com a preciosa ajuda das universidades, seja através da investigação, das incubadoras e da formação. O objetivo principal? Desenvolver o talento que há em Portugal A universidade pode ser encarada como um motor da sociedade e da economia. Se considerarmos que é de lá que sai o “futuro” de um país. É nestas instituições que se formam os novos empreendedores. É nestas instituições que surgem ideias de negócios e que se desenvolvem novas tecnologias. E as grandes empresas portuguesas sabem disso. Tanto que uma parte do seu orçamento destina-se à investigação académica. De acordo com o último ranking da Times Higher Education, Portugal surge na 29ª posição na lista dos países do mundo em que as universidades mais recebem das empresas para investigação. Em média, as grandes empresas portuguesas investem cerca de 6.400 euros por investigador. A título de curiosidade: as empresas sul-coreanas estão em primeiro lugar, investindo em média de 73 mil euros por investigador. Portugal - Associação Empresarial para a Inovação. Segundo informações disponíveis no website da COTEC, a ligação entre a UA e a PT Inovação começou em 1973 com o CET - Centro de Estudos de Telecomunicações (antiga PT Inovação), abrangendo diferentes áreas: académica (orientação conjunta de 50 dissertações de mestrado e 20 dissertações de doutoramento), científica (mais de 100 publicações conjuntas) e de transferência de tecnologia (140 milhões de euros de investimento em projetos de investigação e desenvolvimento tecnológico conjuntos, com financiamento externo). Há mais: cerca de 50% dos atuais quadros da PT Inovação são formados pela UA (202 diplomados). EM MÉDIA, AS GRANDES EMPRESAS PORTUGUESAS INVESTEM CERCA DE 6.400 EUROS POR INVESTIGADOR Esta relação entre as empresas e as universidades tem vindo a crescer, de ano para ano. Porque ambas têm a noção que saem a ganhar. Os empresários sabem que trabalhar em conjunto com estas instituições ficam mais perto de uma fonte de conhecimento e inovação, as universidades sabem que têm aqui um apoio ao trabalho dos seus investigadores. Um bom exemplo de cooperação: a Universidade de Aveiro (UA) e a PT Inovação. Em novembro do ano passado, a colaboração entre estas duas instituições foi distinguida na 1ª edição do concurso “Casos Exemplares de Cooperação Universidade-Empresa”, organizado pela COTEC A relação entre as empresas e as universidades é ainda visível com o lançamento, em parceria, de incubadoras, onde os jovens criam novos negócios e produtos. Afinal, o empreendedorismo português está em voga e não faltam estudantes universitários com vontade de ter a sua própria empresa. Segundo um estudo da rede de universidades Universia, 82% dos estudantes portugueses veem o empreendedorismo como uma solução para o seu futuro profissional. Por diferentes razões. Por exemplo, 34% dos inquiridos acreditam que trabalhar por conta própria é o método mais apropriado para ter liberdade de ação profissional. Outro dado mais interessante: 28% admite que gostaria de ser empreendedor simplesmente para fazer o que gosta. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 19 T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O silicon valley em bom português Em Portugal respira-se empreendedorismo e nas incubadoras nascem cada vez mais projetos de sucesso. O nosso país podia ser a versão portuguesa de Silicon Valley, na Califórnia N tário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves. A vantagem dos jovens-estudantes-empreendedores-portugueses é que hoje têm mais ajudas para lançar a sua própria empresa. A todos os níveis. Por exemplo, um empreendedor poderá alugar um espaço físico numa incubadora, ter acesso a soluções de financiamento e receber apoio através de formações sobre empreendedorismo. Em Lisboa existem algumas incubadoras dentro de portas das universi- CRÉDITO HBO / JAIMIE TRUEBLOOD ão faltam por aí histórias de empreendedores que lançaram os seus negócios ainda na fase de estudantes universitários. Sabia que o Google e o Yahoo! foram criados por alunos da Universidade de Stanford, instituição que originou o Silicon Valley, na Califórnia? E apesar de as condições serem diferentes das atuais, onde os estudantes-empreendedores não tinham tantos apoios, estas duas grandes empresas são casos de sucesso. Hoje, também em Portugal, temos assistido a um número crescente de negócios que surgem nas universidades. Mesmo vivendo numa situação de crise. Os portugueses são dos mais empreendedores quando estão à “rasca”, disse recentemente o secre- SILICON VALLEY EM SÉRIE O canal de televisão HBO começou a transmitir em abril deste ano uma nova série que retrata o ambiente de um dos maiores locais que promovem a inovação e o empreendedorismo: Silicon Valley, na Califórnia. Com muito humor à mistura, a série tenta contar como é o início de muitas startups tecnológicas, através de um grupo de jovens que querem avançar com uma grande ideia de negócio. A segunda temporada da série deve começar em abril do próximo ano. 20 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 dades e que contam com o total apoio de grandes empresas. A Vodafone Labs Lisboa, por exemplo, é uma incubadora da Vodafone Portugal que está instalada no ISCTE (ver página 10). Depois, existem tantas outras incubadoras além-fronteiras das universidades, lançadas por grandes empresas. Como é o caso da EDP Starter, que também tem como parceiro uma universidade, a Nova School of Business and Economics. Segundo Dinis Caetano, autor do livro “Empreendedorismo e Incubação de Empresas – uma aplicação ao caso português”, em 2009 estavam em atividade cerca de 50 incubadoras em Portugal. Hoje não há estudos sobre este número, mas com certeza é bem maior. Principalmente na capital, onde o empreendedorismo se recomenda. Recentemente, Lisboa foi eleita como a Cidade Empreendedora Europeia 2015. No website da Câmara Municipal de Lisboa, pode ler-se as razões desta distinção: “Lisboa reforçou o seu estatuto de startup city através de uma impressionante série de iniciativas como a ‘Empresa na Hora’, que permite criar uma nova empresa em tempo recorde; a Startup Lisboa, incubadora de empresas fundada em 2012 e integrada num projeto de reabilitação urbana da Baixa lisboeta; o Programa de Empreendedorismo Jovem de Lisboa, que proporciona aos jovens educação e formação em áreas como a cidadania T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O ideia de sucesso além-incubadora e a ética, a progressão na carreira, o empreendedorismo e a literacia financeira; e o Lisbon Challenge, que seleciona um conjunto de startups e lhes fornece apoio e orientação de primeira ordem, incluindo sessões em Boston, Londres e São Paulo”. Mas não é só a capital que respira empreendedorismo. A Universidade de Aveiro (UA), além de um bom exemplo de cooperação com empresas, é também um exemplo no que diz respeito ao apoio aos jovens para criarem os seus negócios. A Incubadora de Empresas da UA (IEUA) surgiu há 18 anos e desde então já foram criadas 50 empresas, 18 das quais estão em atividade na incubadora. O portal Sapo teve origem na IEUA. A startup Beeverycreative, sobre a qual a Bons Negócios escreveu na última edição, também. “A incubadora surgiu para ajudar os alunos e os investigadores da universidade a lançarem os seus próprios projetos, com valor económico. Estes precisavam de um local para os desenvolver e a universidade tinha um edifício desativado que o aproveitou para esse efeito”, revelou Celso Carvalho, diretor-geral da IEUA. O sucesso desta incubadora mede-se pelos números. O responsável adiantou que, até final do ano passado, “as empresas incubadas na IEUA representaram cerca de quatro milhões de euros em volume de negócios e criaram 100 postos de trabalho”. Nem todos os casos de startups, que somam e seguem, tiveram origem nas incubadoras das universidades. Acontece também, empresários terem boas ideias de negócio quando estão a tirar uma formação, por exemplo. Foi o que aconteceu a Carlos Silva. Em 2009, o empresário português estava a tirar um MBA na Universidade de Oxford, no Reino Unido, quando teve a ideia de criar a Seedrs, uma plataforma de investimento em startups, inspirada no conceito de crowdfunding. A ideia surgiu ao empresário de 35 anos depois de ele próprio viver o problema “clássico” de todos os empreendedores: falta de dinheiro. “Tinha algumas ideias de negócio que queria lançar, mas não tinha capital para o fazer. Na altura já havia algumas plataformas de financiamento colectivo de projetos, mas eram a meu ver ineficientes”, conta Carlos Dias. Assim, em julho de 2012 a Seedrs foi lançada oficialmente, sendo a primeira plataforma do género a conseguir a total aprovação de um regulador financeiro no mundo. Qual a diferença para outros websites de crowdfunding? “A maior parte dessas plataformas funciona com recompensas em troca de donativos. Na Seedrs, a diferença é que os investidores tornam-se acionistas da nova startup”, explica. A Seedrs já ajudou 113 empresas a obterem capital e tem atualmente 46 mil utilizadores registados. Os projetos submetidos na plataforma são na sua maioria tecnológicos, mas Carlos Dias revela que já tiveram outros tantos ligados a outras áreas, como “produção de peças musicais, produção de vinho e até de queijo”! Para investir num projeto e tornar-se acionista bastam 10 libras. O maior investimento alcançado por um projeto? O da própria Seedrs. A startup pediu um investimento de 750 mil libras e no final conseguiu alcançar 2,6 milhões de libras. Um investidor único, português, investiu cerca de 170 mil libras. A Seedrs cobra uma comissão de 7,5% aos empreendedores que alcancem o seu objetivo de financiamento e recebe ainda 7,5% sobre os lucros dos investidores com o negócio (a Seedrs atua como representante legal dos investidores, defendendo todos os seus interesses perante os empreendedores). Conclusão: vale a pena apostar na formação? Carlos Dias acredita que sim. Se não tivesse ido ao Reino Unido para tirar um MBA não teria conhecido o seu sócio Jeff Lynn e criado a empresa que tem hoje. A Seedrs tem escritórios em Londres e Lisboa e emprega 25 pessoas. No ano passado, venceu o prémio de melhor startup na London Web Summit. Carlos Silva e Jeff Lynn (à esquerda), fundadores da plataforma Seedrs, que já ajudou 113 empresas a obter capital SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 21 T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O a formação de executivos é importante? “ Hoje existe uma for te motivação para a formação dos executivos, que cada vez mais é interpretada como fundamental à sua carreira, pois no longo prazo a situação profissional de cada um vai dependendo da cotação que, face às suas competências, tenha no mercado de trabalho. As principais motivações dos executivos prendem-se com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências, assim como a aquisição e a partilha de experiências com os outros participantes, constituindo assim o networking uma das formas de potenciarem e alargarem a sua rede de contactos”. CRÉDITO JORGE SIMÃO PROFESSOR LUÍS CARDOSO, DIRETOR DA CATÓLICA-LISBON EXECUTIVE EDUCATION “ A maioria das organizações portuguesas está a passar por transformações profundas. Procuram ser mais ágeis, mais internacionais e mais eficazes na utilização dos seus recursos. Temos feito investimentos significativos no desenho de soluções formativas que permitem dar resposta a estas necessidades, apoiando ao máximo estas transições, de uma forma eficiente, minimizando ansiedades, e evidenciando as oportunidades que estas mudanças trazem”. NADIM HABIB, CEO DA FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS DA NOVA SBE “ A proposição de valor das melhores escolas de negócios é transformar quadros empresariais em líderes capazes de compreender e lidar com os desafios globais e de elevada complexidade. Para isso, é necessário oferecer programas de formação com abordagens plurais, multi e interdisciplinares e metodologias de aprendizagem que atuem nas várias dimensões (cognitiva, experiencial e emotivo-afetiva)”. NUNO DE SOUSA PEREIRA, DEAN DA PORTO BUSINESS SCHOOL 22 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 executivos de volta à escola! Liderar uma empresa, seja uma startup ou não, não é fácil. Em qualquer parte do mundo. Mas, como ser um bom líder também se pode aprender nas universidades “P ara duplicar as suas receitas, triplique o seu ritmo de aprendizagem”. A afirmação é de Robin Sharma, um dos maiores especialistas do mundo em liderança. Durante a sua carreira de 15 anos como consultor – a empresas como Microsoft, IBM, Panasonic ou organizações como IMD Business School e Universidade de Yale – deu sempre esse conselho aos seus clientes: o de aprender mais. “Ser um génio é muito menos sobre talento natural e muito mais sobre estudar, preparar, praticar e aprender mais do que aqueles que o rodeiam”, pode ler-se no seu website www.robinsharma.com. O guru defende que existem diferentes formas de um líder adquirir mais conhecimento. Pode ser através de livros, coaching, conferências, workshops e até cursos em universidades. Aliás, esta última opção é uma das escolhas preferenciais dos executivos que pretendem desenvolver as suas competências. E Portugal pode ser um bom local para os gestores de empresas o fazerem. O último ranking do Financial Times, revelado este ano, inclui três escolas portuguesas entre as melhores do mundo em formação de executivos. Em programas abertos, a Católica Lisbon School of Business & Economics é a que se encontra em melhor posição, ocupando o 40º lugar na lista. A Nova School of Business and Economics está na 60º posição e, por último, a Porto Business School encontra-se no 64º lugar. Que tipo de formações oferecem? Cursos, mestrados e pós-graduações de gestão, de liderança, de marketing e vendas, entre muitos outros (veja o suplemento da Bons Negócios para saber mais sobre a oferta de formação para executivos). T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O onde estudaram os ceo das empresas do ranking fortune global 500? 25 CEO UNIVERSIDADE DE harvard 13 CEO UNIVERSIDADE DE tokyo 11 CEO UNIVERSIDADE DE stanford FONTE W W W.T I M E S H I G H E R E D U C AT I O N . C O . U K (DADOS DE 2013) formações out of the box Para quem procura formações diferentes ou de curta duração, também existem alternativas em Portugal. É o caso dos cursos da escola de formação de executivos do IDEFE-ISEG. Lançada no ano passado, a Lisbon Executive Academy aposta em formações curtas (de um dia a uma semana) que chamam a atenção também pela suas temáticas. Contabilidade Forense, Finanças para Gestores não Financeiros e Brain and Business são alguns exemplos. Abordar os temas clássicos de formações de forma diferente é “uma tendência lá fora, principalmente nos EUA e alguns países da Europa”, segundo o diretor executivo do IDEFE, João Cantiga Esteves, que acredita ser este o caminho certo a adotar pelas universidades. “A sociedade em geral está a viver uma fase complexa e a crise apela a um conjunto de mudanças. Daí a nossa aposta neste tipo de cursos. Temos que repensar na oferta de formação para executivos, de forma a estreitar a relação com as empresas. Oferecer cursos que dão respostas concretas a problemas concretos”, afirma o responsável. A oferta da escola do IDEFE-ISEG passa por cursos de curta duração relacionados com áreas importantes para os negócios, como gestão, finanças e marketing. Um exemplo: o Fast-Track MBA, “um MBA com a duração de uma semana destinado a pessoas que estão a subir a posições de liderança em que podem aprender um pouco sobre finanças, marketing, etc”, adianta. “Este curso destina-se àqueles que querem tirar um MBA, mas que não têm um ano académico disponível para o fazer”. A instituição aposta ainda em cursos direcionados para setores específicos, como o Music Festivals Management e o Luxury Brand Management (este último já vai na 3ª edição). Desde que a Lisbon Executive Academy foi lançada já tiveram 300 participantes nos cursos de curta duração, adianta João Cantiga Esteves. E formações alternativas para startups? Também as há. A Beta-i, associação sem fins lucrativos que promove o empreendedorismo e a inovação, lançou no ano passado um curso de liderança que leva os jovens empreendedores - literalmente - até a uma escola da Marinha para um treino militar. “A ideia do Bootcamp é os jovens desenvolverem todas as suas capacidades de liderança num ambiente de tensão psicológica. Aprenderem a terem mais disciplina, a serem mais transparentes na forma de comunicar, a conseguirem perceber qual a problemática de um determinado assunto, a aprenderem a trabalhar em equipa, a conhecerem quais são os seus receios. Enfim, perceberem qual é o seu perfil de líder”, adianta André Marquet, cofundador da Beta-i. O Bootcamp realiza-se durante um fim de semana e todos os participantes fazem um conjunto de exercícios no terreno (em que todos passam pela posição de líder), supervisionados por formadores experientes. “Num ambiente militar e em 48 horas, os participantes ficam exaustos. Devem dormir cerca de três a quatro horas. É natural que ao fim de um tempo, a organização inicial de um grupo desaparece. E é aqui que eles vão aprender e perceber o que têm de mudar na forma de se relacionarem uns com os outros”. André Marquet adianta que este tipo de curso para startups ainda não é uma tendência, mas acredita que o seja em breve. Pelo menos, a julgar pela satisfação dos últimos alunos. “É interessante ver o antes e o depois. Os participantes, que têm entre os 20 e 35 anos, apresentam no início alguma resistência, mas depois admitem que foi uma experiência fantástica”. A primeira edição do Bootcamp contou com 30 pessoas e em maio deste ano teve 80 participantes. São provenientes de vários países, desde a Polónia, França, Itália, Sérvia, Brasil e EUA. O curso de liderança está inserido no programa de aceleração de três meses para startups da Beta-i. O próximo Bootcamp realiza-se no final de setembro, em Lisboa. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 23 T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O criatividade no recrutamento de talentos O sucesso de uma empresa mede-se também pelos talentos que possuem. Mas como atrair pessoas exemplares para trabalhar no seu negócio? Com alguma criatividade q.b. O recrutamento de colaboradores já não é o que era. Na edição anterior da Bons Negócios falámos da utilização da gamificação na procura de talentos. No entanto, esta não é a única ferramenta que existe. Várias empresas utilizam redes sociais para procurar novos trabalhadores. Por exemplo, a Agência de Segurança norte-americana publicou no Twitter uma mensagem encriptada para encontrar um colaborador que conseguisse “quebrar” o código. Fora do mundo online, as estratégias não deixam de ser diferentes: a Renault Brasil criou uma espécie de “Rally de Talentos”, onde os candidatos tinham que passar por diferentes provas, incluindo a condução de um carro, a venda de um automóvel a um cliente, entre outras atividades. Quais as vantagens destas estratégias fora da caixa? Além de chamarem a atenção de talentos, podem ajudar as empresas a poupar nos custos nesta procura pelo profissional ideal. E aí, nesse caso, a criatividade é a “arma” certa. A agência de publicidade FP7, no Dubai, conseguiu economizar no processo de recrutamento ao adotar uma estratégia diferente e arrojada. Para contratarem novos criativos, a empresa decidiu enviar a potenciais colaboradores um livro personalizado com um telemóvel incorporado, e com um único contacto, o do Executive Creative Director da agência. O resultado: quatro talentos, ditos de peso pela FP7, acabaram por ser contratados. A empresa defende que conseguiu poupar no processo de recrutamento cerca de 80 mil dólares. O custo total da iniciativa? Pouco mais de 1.600 dólares (os telemóveis utilizados foram “doados” pela Sony, cliente da agência)! 24 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 C M Y CM MY CY CMY K 78% dos recrutadores já usaram redes sociais para efetuar uma contratação FONTE JOBVITE 2013 SOCIAL RECRUITING SURVE Y PequEnos gesTos, graNdes sInAis COMO FAZER OS CLIENTES BRILHAR Com PaulO feRreiRa, joaNa eStreLa e cArla dIas 22 SetEmbrO lisBoA 24 SetEmbrO PorTo HotéIs tIara parK atLantIc faÇA a Sua InscrIÇÃO em boNsnegociOs.cOm.pT/evEntoS OrgaNizaÇÃO e ApoiO: GratUito parA emPresAs. InscrIÇÕEs lImItAdas. T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O Agência de publicidade FP7 enviou a potenciais colaboradores um livro personalizado com um telemóvel incorporado, com um único contacto. A ideia chamou a atenção e conseguiram contratar quatro pessoas de talento Anúncio da Fundação Mais para recrutar um novo diretor executivo. Um dos requisitos da associação: a pessoa tinha que ser uma espécie de super-herói 26 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 Não são precisos muitos recursos para termos uma estratégia criativa. Às vezes bastam as palavras certas, através de um simples anúncio, para chamar a atenção. Veja o caso da Fundação Mais, que colocou no jornal Expresso diferentes anúncios que procuravam um diretor executivo que tivesse algumas “características” que muitos super-heróis têm. Um dos anúncios dizia: “Justiceiro incógnito precisa-se. Inteligente, filantropo, boa forma física, gosto por viajar, vontade de vencer, amante de todas as criaturas e alto sentido de justiça e igualdade. Lealdade e devoção são fatores determinantes para esta posição. Cave e carro supersónico não incluídos.” Na imagem estava impresso um morcego que, em conjunto com a mensagem, passava a ideia que o colaborador teria de ser uma espécie de Batman. Como surgiu a ideia deste anúncio? “O nosso cliente, a Fundação Mais, deu-nos uma referência para este desafio. Foi um vídeo que a Apple lançou em 1997, que apelava ao espírito de ‘pensar diferente’ e que se dirigia aos que ‘acreditam que podem mudar o mundo’. Este foi o mote para percebermos que teríamos que pensar de forma diferente, de forma a conseguir captar o candidato esperado, aquele que para além da curiosidade, pudesse de facto acreditar que poderia mudar o mundo. Queríamos encontrar um ‘super-candidato’”, revela Marko Rosalline, diretor criativo e project manager da Deadinbeirute, agência que concebeu toda a campanha. “A relação desta ideia ao resultado final foi quase óbvia. Queríamos pessoas que tivessem as características humanas de alguns super-heróis facilmente reconhecíveis”, acrescenta o diretor criativo. Os resultados da campanha, lançada em Fevereiro de 2013, foram surpreendentes nas palavras de Marko Rosalline, principalmente porque a Fundação Mais era até à data pouco conhecida. Foram obtidas cerca de 700 candidaturas. E a vaga de super-herói foi preenchida. T E M A D E C A PA A S FA C E S D O S U C E S S O À falta de imaginação, as empresas podem sempre recorrer a empresas de recursos humanos, headhunters, executive search. Em Portugal existem várias empresas do género. A Jason Associates (ver páginas 16 e 17) é uma delas. Como a agência procura talento? Segundo Susana Leitão, Business Unit Manager da Jason Associates, o processo começa “por marcar uma reunião com as pessoas chave da empresa-cliente que estão envolvidas no processo de contratação. Desta forma, conseguimos compreender de forma mais clara qual é a expectativa concreta que existe relativamente ao impacto que esta contratação deverá ter na organização. Além disso, permite-nos compreender a cultura, a personalidade da pessoa ou das pessoas com quem este profissional irá trabalhar”. A segunda fase é identificar os potenciais candidatos. E aí, a Jason Associates faz uma procura exaustiva, procurando na sua própria base de dados, consultando key opinion leaders no setor onde a empresa atua, e fazendo uma pesquisa direta. De seguida, e segundo a responsável, faz-se um “screening telefónico”, onde através de uma conversa por telefone se avaliam os requisitos base para a função (experiência, idade, idiomas, por exemplo) e a motivação para entrar no projeto. Caso o candidato corresponda ao perfil pretendido, é marcada uma entrevista com os consultores da Jason. A entrevista presencial é feita com base numa fórmula de avaliação concebida pela Jason em 2004, que permite perceber como é o candidato para além das “dimensões experiência ou competências”. Permite, por exemplo, perceber quais os “valores pessoais e a forma como pode impactar o sucesso do projeto; o alinhamento cultural com a empresa, área e equipa; alinhamento da experiência e competências com o diretório de competências da empresa que está a contratar; expectativas, desejos ou necessidades não reflectidas (remuneração, forma de reconhecimento, localização e mobilidade); entre outros”. Daqui resulta uma short-list (três a quatro candidatos) que é apresentada num relatório à empresa. O cliente entrevista estes potenciais colaboradores e se um deles corresponder ao perfil que procuram, a Jason assessoria a empresa-cliente no desenho da proposta e gestão da expectativa do candidato. bn 4 dicas para procurar um talento por Susana Leitão da Jason AssociateS AS PESSOAS TÊM UM LADO PESSOAL E UM LADO PROFISSIONAL. É BOM QUE PROCURE CONHECER OS DOIS LADOS! AS PESSOAS TÊM EXPECTATIVAS E MOTIVAÇÕES QUE NEM SEMPRE SÃO CLARIFICADAS. É BOM QUE AS CONHEÇA PARA NÃO TER SURPRESAS DESNECESSÁRIAS! NÃO DEIXE AS CONVERSAS DURAS PARA O FINAL. MOBILIDADE, EXPECTATIVAS DE REMUNERAÇÃO SÃO CONVERSAS QUE VÃO TER DE ACONTECER! NÃO DEIXE DE OUVIR. PEÇA PARA QUE O CANDIDATO FAÇA PERGUNTAS SOBRE A FUNÇÃO, A EMPRESA. SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 27 NOVOS NEGÓCIOS JOBBOX Recrutamento por recomendações Procura os melhores techies para trabalharem na sua empresa? Liste a oferta na Jobbox, uma plataforma que vem facilitar o recrutamento na área tecnológica através de recomendações de amigos. O registo é gratuito G anhar dinheiro por recomendar um amigo para um posto de trabalho pode ser um bom negócio. E pode ser um bom negócio em todos os sentidos: para a empresa que ganha um novo colaborador, para o trabalhador que ganha um novo emprego e para a pessoa que recomenda, uma vez que ganha uma recompensa monetária. A ideia deste negócio é de Pedro Oliveira e de José Vicente Paiva e o novo serviço chama-se Jobbox. O objetivo da plataforma digital é facilitar o recrutamento de colaboradores na área tecnológica, mas através de recomendações de amigos. “Queremos revolucionar a facilidade e a rapidez com que as empresas encontram engenheiros, programadores, web designers e outros profissionais de marketing digital”, revela Pedro Oliveira. “C E RC A D E 2 5 % A 4 0 % D O S C A N D I DAT O S S ÃO R E C RU TA D O S CO M B A S E E M R E CO M E N DAÇÕ E S . E L A S T R A Z E M U M VA L O R AC R E S C E N TA D O Q U E N ÃO E X I S T E N O S P RO C E S S O S F O R M A I S , Q U E É A CO N F I A N Ç A” O serviço é gratuito e funciona de forma muito simples. As empresas publicam a oferta na plataforma, descrevendo os skills que o colaborador deve ter e o valor da recompensa que estão dispostos a pagar. Depois, os referenciadores registados no website podem indicar alguém para essa mesma oferta. A pessoa recomendada é notificada através da Jobbox e caso esteja interessada pode ligar-se à plataforma para importar os dados do seu perfil no LinkedIn e candidatar-se ao emprego. A Jobbox analisa a candidatura e, se adequada, a pessoa é contactada pela empresa que colocou a oferta. Se o candidato for contratado, o referenciador recebe a sua recompensa através da Jobbox. A média das recompensas das empresas é de cerca de 300 euros. No entanto, a recompensa por uma única recomendação pode chegar até aos 4.200 euros, por exemplo. Quem define o valor é a empresa. A Jobbox recebe uma comissão que varia entre 30 a 50% sobre o valor da recompensa. O website foi lançado em fevereiro e já conquistou uma série de clientes. Entre eles: a Spotify, a OutSystems, a Zaask, a Muzzley, entre outras. A Jobbox tem atualmente 30 ofertas de trabalho disponíveis, de cidades como São Paulo, Praga, Estocolmo, Berlim, entre outras. No total estão 42 empresas registadas e 130 “recomendadores”. O objetivo até final do ano? Alcançar os 10 mil registos e 100 colocações bem-sucedidas. bn SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 29 OLHARES YDREAMS O SONHO CO N T I N UA Robôs criados pela YDreams, para o Grupo Santander em Espanha, que ser viam de guias paras os visitantes da cidade financeira do banco 30 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 A YDreams é uma das empresas tecnológicas portuguesas mais conhecidas globalmente. Os mais de 700 projetos que fez, em 25 países, e em 14 anos de existência, elevam-na a esse patamar. Mas António Câmara quer mais. O CEO da empresa acredita que ainda não fez tudo o que sonhou para a YDreams OLHARES YDREAMS M uitas empresas começam na garagem de casa ou nas universidades. Nos EUA é assim e Portugal não foge à regra. Exemplos? Jeff Bezos criou a Amazon, em 1994, na garagem de casa. Bill Hewlett e Dave Packard idem, criaram a HP numa garagem em 1939. Já nas universidades, temos o caso do Facebook, cuja ideia surgiu a Mark Zuckerberg nos dormitórios da faculdade de Harvard. Estávamos em 2004. Por cá, quatro anos antes, também António Câmara criou a YDreams numa universidade. O CEO da tecnológica portuguesa trabalhava no laboratório de investigação GASA, da Faculdade de Ciência e Tecnologia na Universidade Nova de Lisboa, quando em conjunto com os seus colegas professores fundou a Ideias Interactivas – atual YDreams – em Junho de 2000. António Câmara tinha 46 anos. Porquê só nesta altura? A experiência e o know-how do grupo de empresários (António Câmara deu aulas no conhecido Instituto de Tecnologia de Massachusetts) empurrou-os para este caminho. E o empreendedorismo não escolhe idades. Tanto que quando começaram, confessa António Câmara, os professores-empresários julgavam que iam ficar milionários em dois anos. Inocência idêntica à dos jovens empreendedores e da qual António Câmara sente saudades. “Éramos incrivelmente entusiasmados”, diz-nos. O facto de terem ganho em concurso um projeto para a Telecel, agora Vodafone, ajudou no entusiasmo inicial. Desde então a empresa teve outras tantas conquistas. “Em Portugal também se criam bons produtos para qualquer mercado. Prova disso é termos cerca de 50 clientes no ranking da Fortune 500”, aponta o empresário. A YDreams já trabalhou com a Disney, Samsung, Nokia, Microsoft, Volkswagen, Opel, Adidas, Grupo Santander, L’Oréal, entre outros. Até à data já idealizou mais de 700 projetos, em 25 países. A maior parte para o setor de retalho, educação e cultura. E sempre com a ideia de interatividade em cima da mesa, ou não fosse essa a sua área de negócio. Alguns exemplos? A YDreams criou para o Grupo Santander, em Espanha, robôs que serviam de guias para os visitantes da cidade financeira do banco. “A sua função era orientarem as pessoas no espaço, mas também divertir. Eram guias que tocavam música e dançavam”, revela António Câmara. No campo do entretenimento, a tecnológica portuguesa criou jogos interativos para a marca Dove. “Nos cinemas, após o anúncio da marca de cosmética, as pessoas podiam arrebentar bolas de sabão virtuais. São chamados os adgames”, adianta o responsável. Para a L’Oréal, a YDreams criou um ponto de venda interativo que ajuda o cliente a escolher o perfume certo, ao responder a uma série de questões. Este projeto teve presente nas lojas de marca em Portugal, Suécia, Dinamarca, Suíça, Israel e República Checa. “ E M P O R T U G A L TA M B É M S E C R I A M B O N S P RO D U T O S PA R A Q UA L Q U E R M E RC A D O ” António Câmara tem ainda em mangas outros projetos. Para além de todos os trabalhos que a sua empresa tem, a YDreams quer ainda criar uma “incubadora de produtos e não de empresas”. O primeiro produto já foi lançado: chama-se NearUs e trata-se de um sistema de mensagens, para o qual não é necessário um registo. “É um moderno walkie-talkie. Através desta aplicação para telemóvel, uma pessoa pode trocar mensagens de forma anónima num raio de 5 mil metros, por exemplo. É uma aplicação que pode ser utilizada em eventos, como conferências. Um orador pode partilhar com a audiência a apresentação que fez através da NearUs. A ideia é as pessoas trocarem informações de forma fácil, rápida e anónima. No final do evento, tudo desaparece. A privacidade é garantida. A NearUs foi criada por um grupo de estudantes do Instituto Politécnico de Viana de Castelo que pediram o nosso apoio para lançar o produto”, adianta o CEO da YDreams. Para realizar este apoio e todos os projetos futuros, a empresa conta com a ajuda de 100 colaboradores. E também com o apoio dos seus investidores, alguns através da plataforma de crowdfunding Kickstarter (plataforma esta, que o empresário defende ser o “local” ideal para testar se uma empresa poderá ter sucesso ou não). O projeto que gostaria de ter criado? O carro sem condutor da Google. O futuro da YDreams? António Câmara é um empresário de sonhos e acredita que a empresa tecnológica ainda agora começou. Quer mais, quer fazer mais. E o sonho continua... bn SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 31 F I LT R O GADGETS WEAR IT! A tecnologia wearable está aí. E promete. Pelo menos a julgar pelos últimos números. Este ano serão vendidos mais de 19 milhões dispositivos do género, segundo a IDC. Em 2020, de acordo com a consultora Forrester, estes gadgets serão comuns em muitas organizações e, em 2024, será um instrumento de trabalho para muitos colaboradores! A tendência parece conquistar tudo e todos. Mas vamos a exemplos: quais é que gostaria de usar? A Bons Negócios selecionou alguns smartwatches que podem ser muito úteis até na sua vida de empresário. Um exemplo simples: pode consultar discretamente o seu email durante uma reunião, sem ter que mexer no telemóvel. GLANCE Para quem não vive sem o seu relógio habitual, já existe uma solução wearable. Chama-se Glance e é um acessório que transforma qualquer relógio normal de pulso num smartwatch. O dispositivo é curvado e pode ser “encaixado” debaixo da bracelete. Este acessório permite à semelhança de outros relógios inteligentes saber quem está a ligar, ler mensagens ou enviar mensagens de texto predefinidas e filtrar chamadas. Mais: o Glance funciona como um “rato” para o computador e permite controlar a televisão (pause ou play). Além disso, o dispositivo encoraja o utilizador a ter um estilo de vida mais saudável ao monitorizar a sua atividade física. O Glance é compatível com todos os relógios e estará disponível em três tamanhos. PREÇO: 60€ | www.kiwiwearables.com 32 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 F I LT R O GADGETS CO G I T O C L A S S I C Os empresários mais desportistas não foram esquecidos no mercado wearable. A marca Cogito lançou este ano um relógio inteligente para aqueles que preferem ter uma imagem empresarial mais descontraída. No entanto, o gadget não deixa de ter as mesmas funcionalidades que as outras soluções mais clássicas. O Cogito permite receber notificações do seu smartphone ou tablet para que não precise de estar constantemente a verificar os aparelhos. Assim, poderá receber alertas de chamadas, de emails e de redes sociais (Facebook, Skype, WhatsApp, etc). Além disso, este smartwatch funciona como uma espécie de comando, permitindo ligar e desligar a música que toca no seu smartphone e ainda tirar fotografias. Para os mais distraídos, o Cogito ajuda-o a localizar o seu smartphone, caso não saiba onde este esteja. PREÇO: 132€ | www.cogitowatch.com PEBBLE STEEL K A I RO S Se o design de um relógio inteligente é importante para si (como o é para 42% dos inquiridos no estudo do NPD Group), então a marca Kairos poderá ser a escolha certa. O gadget apresenta-se como um relógio híbrido, que conjuga o design e o estilo clássico de um relógio normal com todas as funcionalidades de um smartwatch. Como? O aparelho tem um painel OLED transparente que só é ativado quando existem notificações a receber pelo utilizador. Por exemplo: atualizações das redes sociais, mensagens de texto, chamadas. Quando o painel não está em uso, o Kairos é um relógio normal. Infelizmente, este smartwatch ainda é um conceito. No entanto, já pode ser reservado através do website da marca. Segundo a imprensa, o Kairos estará disponível em dezembro. PREÇO: DESDE 400€ | www.kairoswatches.com O primeiro relógio da marca Pebble foi lançado no ano passado. O sucesso foi tal - as receitas chegaram aos 60 milhões de dólares - que este ano na feira Consumer Electronics Show, em Las Vegas, apresentaram uma nova versão: o Pebble Steel. Trata-se de um modelo premium, com um design mais refinado, mas que mantém algumas características do relógio anterior. Por exemplo: é à prova de água e a bateria dura cerca de uma semana. A diferença? Tem o dobro de memória disponível, são atualmente 8MB. Outra novidade da Pebble é a loja própria de aplicações da marca, lançada no início do ano. De entre todas as opções, existem aplicações que permitem receber notificações das redes sociais, consultar o email ou ver mensagens de texto, saber como está o trânsito e o tempo, receber informações sobre finanças, entre outras. O Pebble Steel existe em duas opções: em aço inoxidável e em preto fosco (ambos trazem como opção uma bracelete de couro). PREÇO: 185€ | www.getpebble.com SETEMBRO 2014 BONS NEGÓCIOS | 33 F I LT R O LIVROS LER PAR A SER LÍDER Ler um livro pode ser mais impor tante que imagina. E os grandes líderes sabem disso. Jeff Bezos, fundador da Amazon, disse à revista Fast Company que lia três livros por mês. Bill Gates é um fã de livros confesso. Todos os anos publica no seu blog uma wishlist. Mais uma razão para começar a ler: os leitores ativos têm mais probabilidade de obter resultados anuais cinco vezes superiores aos daqueles que leem pouco, segundo a consultora N2grow th. Preparado para se tornar um líder? A A rte do E mpreendedor , P ensar como S te v e J obs , A A rte da G uerra , G u y K awasaki EDITOR A VOGAIS D aniel S mith EDITOR A VOGAIS S un T zu EDITOR A VOGAIS Se está a pensar criar o seu próprio negócio, este livro de Guy Kawasaki poderá ser uma leitura obrigatória. “A Arte do Empreendedor” é um guia detalhado para quem está interessado em começar uma empresa ou desenvolver um produto inovador, com um espírito vencedor e uma estratégia infalível. O livro ensina a arte de elaborar um bom plano de negócios, de recrutar colaboradores de qualidade, de afirmar a sua marca, de fazer chover negócios, através de exercícios, dicas, tarefas e sugestões de outros livros. Guy Kawasaki é um dos maiores especialistas em gestão e tecnologia. Foi conselheiro da Apple nos anos 90. Steve Jobs dispensa apresentações. Foi um dos maiores inovadores dos tempos modernos: inventou o iMac, o iPod, o iPhone e o iPad, conseguindo transformar por completo as indústrias da informática, da música e dos telemóveis. Mas como foi que o fez? O que o levou a tomar as decisões que fizeram da Apple uma empresa de êxito global? O livro de Daniel Smith apresenta as mais importantes técnicas de gestão e liderança do fundador da Apple, para que consiga inovar, decidir e acertar como Steve Jobs. São 27 lições, comentadas por Pedro Aniceto, evangelizador da marca Apple em Portugal. Apesar de ter sido escrito há 2500 anos, o livro de Sun Tzu é hoje visto como um dos principais manuais a ter em conta se quisermos alcançar a liderança e sermos bem-sucedidos no mundo dos negócios. A “Arte da Guerra” foi escrito como um tratado sobre estratégia militar e, segundo muitos gestores, para vencermos no trabalho também devemos pensar como um líder militar. Com os ensinamentos deste general, estratega e filósofo chinês, vai descobrir como vencer os conflitos no mundo empresarial mesmo antes de estes acontecerem. Vai saber estar um passo à frente no caminho que conduz o seu negócio ao sucesso. PREÇO: 16,99€ PREÇO: 14,99€ PREÇO: 14,99€ 34 | BONS NEGÓCIOS SETEMBRO 2014 Dinamize os seus negócios de forma simples e eficaz. A GRENKE é um grupo financeiro alemão, especialista no financiamento de soluções tecnológicas, que oferece às empresas produtos de características únicas como o Master Lease Agreement. O Master Lease Agreement é uma linha de financiamento flexível em Renting, adaptada a todas as necessidades de investimento em tecnologia, com condições fixas durante 12 meses e com isenção de comissões. Simplifique os seus negócios e usufrua das nossas condições de excelência! Para mais informações, contacte a GRENKE através do telefone +351 21 893 41 40 ou [email protected]. GRENKE RENTING S.A. · Edifício Central Office, Avenida D. João II, Lote 1.17.03 - 4ºA · 1998-026 Lisboa Tel.: +351 21 893 41 40 · Fax.: +351 21 893 41 60 · E-mail: [email protected] · Internet: www.grenke.pt