A transmidiação nas Rádios FM`s do Maranhão
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A transmidiação nas Rádios FM`s do Maranhão
A transmidiação nas Rádios FM’s do Maranhão1 Rosinete de Jesus Silva Ferreira2 Arlan Azevedo3 Resumo: Este artigo é resultado parcial de uma das pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa e Estratégias Audiovisuais em Comunicação – GPEAC através do projeto Rádiowebhibrida que procurou compreender o ambiente comunicacional do rádio FM no Maranhão, em específico na cidade de São Luís. O estudo se refere às mudanças do fluxo e produção de conteúdo do modo tradicional (hertziano) para o digital e as estratégias de convergência utilidas no rádio. O monitoramento foi realizado entre setembro de 2014 e setembro de 2015, por meio do acompanhamento da programação e da geração de conteúdo nas plataformas digitais de 08 (oito) rádios FM’s. Através da pesquisa foi possível perceber uma produção crescente de conteúdos para plataformas digitais, porém, ainda não correspondendo ao fenômeno intitulado transmídia4. Palavras-chave: Transmidiação; Convergência; RádioS FM’s ; Internet. Abstract: This article is a parcial result of the research conducted by the Grupo de Pesquisa e Estratégias Audiovisuais em Comunicação – GPEAC through Rádiowebhibrida Artigo enviado na modalidade Poster para o Simpósio Internacional de Tecnologia e Narrativas Digitais. Professora do Curso de Comunicação Social – Rádio e Televisão da Universidade Federal do Maranhão - Coordenadora do Núcleo de pesquisa e Estratégias em Comunicação - NEEC , do Grupo de Pesquisa e Estratégias Audiovisuais - G-PEAC e do Projeto RádioWeb Hibrida financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Maranhão – Fapema: e-mail : [email protected] 3 Estudante do curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão e membro do Grupo de Pesquisa em Estratégias Audiovisuais na Comunicação. e-mail: [email protected]. 4 Consideramos, aqui, transmidiação como “Um modelo de produção orientado pela distribuição em distintas mídias e plataformas tecnológicas de conteúdos associados entre si e cuja articulação está ancorada em estratégias e práticas interacionais” (Fechine, Gouveia, Almeida, Costa, Estevão, 2013, p.26). 2 Project, which sought to understand the communicational and convergence strategies used in radio. The monitoring study was conducted between September 2014 and September 2015, through programming and content in the digital plataforms of 08(eight) FM radio. Through this research it was possible to realize and perceive a growing production of content for digital platforms, however, we observed that the phenomenon entitled transmedia does not occour yet. Keywords: Transmidiação; convergence; Radio; Internet. Resumen: Este artículo es el resultado de una de las investigaciones realizadas por el Grupo de Pesquisa e Estratégias Audiovisuais em Comunicação - . GPEAC a través del proyecto Rádiowebhibrida que buscaba entender el ambiente comunicacional de la radio FM en Maranhão, en particular, en la ciudad de São Luís. El estudio se refiere a los cambios en el flujo y en la producción del contenido de forma tradicional (Hertz) a la digital; y las estrategias de convergencia utilizadas en la radio. El monitoreo fue realizado entre septiembre de 2014 y septiembre de 2015, mediante el seguimiento de la programación y creación de contenido en las plataformas digitales de ocho (8) radios FMs . A través de la investigación se reveló una producción cresciente de contenidos para plataformas digitales; sin embargo, aún no corresponde al fenómeno denominado transmedia. Palabras clave: Transmidiação; Convergencia; Radio; Internet. 1. INTRODUÇÃO A internet proporcionou aos consumidores de mídia uma revolução em relação ao conteúdo produzido. A oferta de diversas mídias (imagens, textos e sons, por exemplo) concentradas em um só ambiente, gerou a necessidade de adaptação das mídias tradicionais para atender as novas demandas comunicacionais existentes. Vale ressaltar que a internet também incorporou muitos artifícios e os principais modos de transmissão de conteúdo disseminados antes da sua popularização, como os da televisão (imagem + som), do jornal impresso (textos e imagens) e do rádio (som). Dessa maneira, com a popularização do ambiente digital, as mídias tradicionais se viram com um desafio para enfrentar. A necessidade de adaptar os conteúdos produzidos, criar estratégias e se fazer presente nas novas mídias se tornou importante tanto para manter o público 2 atrelado às rádios tradicionais, quanto para acompanhar as mudanças advindas de novas plataformas midiáticas. Neste contexto, o rádio como todo veículo sofreu modificações profundas que envolvem reconfiguração física do espaço, surgimento de novos profissionais e reorganização da produção de conteúdo. As webrádios5, por exemplo, já são uma realidade da internet. A criação e existência de muitas delas permite a utilização dos artifícios do rádio no ambiente virtual. Por outro lado, o rádio tradicional ( hertiziano), ainda se encontra em busca de um espaço na rede, visto que muitas emissoras ainda não potencializaram o uso do espaço virtual, visto que o observamos frequentemente a criação de sites sem alimentação contínua. A busca de uma linguagem adequada ao meio e a criação de estratégias que possam atrair cada vez mais o público - usuário de rádio para interagir com as modificações que o veículo pode proporcionar tem sido um dos desafios desse novo rádio. Para compreender esse cenário nos localizamos no nordeste do Brasil, na cidade de São Luís – Maranhão onde existem as seguintes rádios FM’s: 92 FM, frequência 92,3 Mhz; Difusora FM, frequência 94,3 Mhz; Mirante FM. frequência 96,1Mhz; Cidade FM6, frequência 99,1Mhz; Mais FM, frequência 99,9Mhz; FM Esperança, frequência 100,9Mhz; Bacanga FM, frequência 106,3Mhz; e a Universidade FM, frequência 106,9Mhz. Nossos objetivos foram compreender as mudanças do fluxo e produção de conteúdo do modo tradicional (hertziano) para o digital e as estratégias de convergência utilizadas no rádio. 2 A PESQUISA Os primeiros meses da pesquisa, de setembro a dezembro de 2014 foram acompanhados do estudo teórico mais focado na área de convergência e transmídia. Portanto, foi necessário uma leitura com autores como Henry Jenkins (2009), Nair Prata (2008), Eduardo Meditsch (2007), Luciana Mielniczuk (2003), Luís Ferrareto (2012), Yvana Fechine (2013), Alex Primo 5 No final da década de 98 algumas rádios com formatos diferentes começaram a surgir fora do cenário tradicional, ou seja, a transmissão analógica por ondas de rádio e com alcance limitado de sinal. Essas novas rádios ou webradios poderiam ser acessadas por meio de uma URL (Uniform Resource Locator), um endereço na internet. 6 Esta rádio parou a transmissão de conteúdos próprios em março de 2015, passando a reproduzir conteúdos nacionais da Igreja Pentecostal Deus é Amor, podendo ser este o motivo para a inexistência de conteúdos digitais produzidos durante a primeira fase da pesquisa, ocorrida entre os meses de setembro a dezembro de 2014. 3 (2007) e Lúcia Santaella (2004), o que nos permitiu entender o cenário estudado, e os conceitos referentes à transmidiação, a convergência, o rádio e as webrádios. Em paralelo ao estudo teórico, fizemos a observação e monitoramento das plataformas digitais de cada emissora de rádio, o que nos possibilitou entender este cenário em São Luís do Maranhão. A produção de conteúdos foi analisada, tanto de forma qualitativa – para perceber o nível de desenvolvimento de conteúdos das rádios para a plataforma digital, quanto de forma quantitativa – para analisar se a produção se encontra de forma contínua ou esporádica e pontual. A escolha de apenas uma rádio para o estudo durante a segunda fase da pesquisa, iniciada em janeiro e finalizada em junho de 2015, se deu devido ao fato de que a rádio Universidade FM, foi a única apontada pela pesquisa como a que se aproxima mais do conceito de transmidiação. Apesar de não atingir os limites deste conceito, a rádio se apresenta na internet com um grande interesse de criação de conteúdos ligados a programação da rádio, sem, no entanto, ser apenas uma reprodução em outra plataforma do conteúdo original. Esta segunda fase da pesquisa, já com o estudo dos sites preparado anteriormente, partiu para a análise dos outros recursos da Rádio Universidade FM. Além dos perfis nas redes sociais Facebook7 e Twitter8, a rádio possui um perfil no Youtube9, porém, a última atualização até a data de finalização desta pesquisa, a última atualização ocorreu em dezembro de 2014, não entrando, dessa forma, na segunda fase da pesquisa, que considerou as produções nas redes digitais durante os meses de janeiro a junho de 2015. As redes sociais foram analisadas semanalmente para contabilizar o fluxo de postagens e o conteúdo abordado nelas. Após seis meses de monitoração dos perfis, os resultados foram reunidos com os da primeira fase, gerando mais uma parte da pesquisa. Nome na rede social: ‘Rádio Universidade FM 106,9 Oficial’. A página do Facebook da Universidade FM se propõe a fazer chamadas para a programação da emissora – eventualmente, postagens relacionadas a assuntos tratados dentro dos programas são publicadas. 8 Nome na rede social: ‘@universidadefm’. No Twitter, a Rádio Universidade FM também faz chamadas para a programação, semelhantes às realizadas no Facebook. 9 Nome na rede social: ‘Universidade FM’. Utilizado apenas pelo núcleo de Jornalismo para disponibilização dos programas produzidos. 7 4 Durante o desenvolvimento das atividades, foram feitos, em paralelo, dois artigos científicos. O primeiro, intitulado ‘O rádio e a internet: um estudo das estratégias de incorporação do meio digital’, foi apresentado e publicado pelo XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste. O segundo, com o título ‘A Convergência na Rádio Universidade FM (106,9)’, aceito para a apresentação no XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Ambos tratam sobre o decorrer da pesquisa e demonstram métodos, reflexões teóricas e resultados parciais desta pesquisa e neste momento nos propomos a refletir sobre o fluxo de produção e estratégias de convergências; 3. OS SITES DAS RÁDIOS Em primeiro lugar, uma análise sobre o conteúdo produzido para os sites pode ser feita a partir das características listadas na Tabela I, apresentada a seguir. Além dos recursos listados na tabela, há também a produção de textos, fotos e vídeos sobre a programação das rádios, quando o locutor convida os ouvintes para visitarem os sites – essa funcionalidade ocorre nas rádios Difusora FM, Mirante FM10, Mais FM, FM Esperança, Bacanga FM e Universidade FM. Tabela I Rádios FM – Dezembro/2014 Rádio Estação Observações Difusora FM 94 Há a possibilidade de ouvir a rádio online. No site, há um espaço para o navegador/ouvinte enviar pedidos de músicas. Há um ranking listando as músicas mais pedidas, com os clipes correspondentes no Youtube.com. Há espaço no site para as promoções da rádio. Há a seção “Anuncie Aqui”. As notícias veiculadas na rádio estão disponíveis na página inicial do site (nelas, há a inclusão de outras mídias, como imagens e vídeos). 10 O site desta emissora se encontra bem alimentado com diversos materiais. No entanto, é um conteúdo compartilhado e aproveitado de outros veículos do Sistema Mirante de Comunicação, que contém emissora de televisão, de rádio AM e FM, jornal impresso e portal de notícias digital. 5 Também há no site um plugin para os ouvintes terem acesso às músicas tocadas na rádio diretamente no programa Spotify. *No site, a maioria dos links leva para o mesmo lugar: a página inicial. 92 FM 92,3 Mirante FM 96,1 Cidade FM 99,1 Há a possibilidade de ouvir a rádio online. As notícias veiculadas na rádio estão disponíveis na página inicial do site (nelas, há a inclusão de outras mídias, como imagens e vídeos) – nessa rádio, cada quadro apresentado possui uma seção no site para a inclusão das notícias apresentadas. Há no site um plugin para os ouvintes terem acesso às músicas tocadas na rádio. A programação é disponibilizada ao navegador/ouvinte. A descrição dos quadros também é disponibilizada. Há uma seção para as promoções da rádio. A interação com os navegadores/ouvintes também é contemplada com uma enquete e uma discussão voltada para eles. Há espaço para o navegador/ouvinte enviar notícias, denúncias e opiniões. Há a possibilidade de ouvir a rádio online. No site, há um espaço para o navegador enviar pedidos de músicas. Há um ranking listando as músicas mais pedidas, com os clipes correspondentes no Youtube.com. Há espaço no site para as promoções da rádio. Há a seção “Anuncie Aqui” (o perfil dos ouvintes está disponibilizado nessa seção). As notícias veiculadas na rádio estão disponíveis na página inicial do site (nelas, há a inclusão de outras mídias, como imagens e vídeos). Há um espaço destinado (Quem é quem) para a apresentação dos membros da rádio. Há muito conteúdo compartilhado com o Sistema Mirante de Comunicação (entrevistas, notícias e também blogs de pessoas vinculadas a outros veículos do complexo). Há a possibilidade de ouvir a rádio online. 6 Mais FM 99,9 Há a possibilidade de ouvir a rádio online. Há a possibilidade de ouvir a rádio online. É disponibilizada a programação da rádio. As músicas que tocam na rádio estão disponíveis no site. Há enquete para a interação com o navegador/usuário. As notícias veiculadas na rádio estão disponíveis na página inicial do site (nelas, há a inclusão de outras mídias, como imagens e vídeos). Há um espaço voltado para o histórico da rádio. Comentários feitos no Facebook são exibidos na página inicial do site. Há espaço para entrar em contato com a rádio (no caso, contato para negócios). Há a possibilidade de ouvir a rádio online. É disponibilizada a programação da rádio. Há uma agenda possibilitando a visualização dos eventos que a rádio fará cobertura completa. Há uma seção para falar sobre a rádio. Há um espaço para a interação dos navegadores/ouvintes, no site. Há espaço para enviar notícias/comentários. As notícias veiculadas na rádio estão disponíveis na página inicial do site (nelas, há a inclusão de outras mídias, como imagens e vídeos). Há espaço no site para as promoções da rádio. Há a disponibilização do conteúdo da rádio no youtube. Há a possibilidade de ouvir a rádio online. As notícias veiculadas na rádio estão disponíveis na página inicial do site (nelas, há a inclusão de outras mídias, como imagens e vídeos). Há uma enquete no site para a interação. No site, há uma seção intitulada Em Pauta, na qual o conteúdo produzido pela rádio é colocado, com fotos dos entrevistados na rádio. É disponibilizada a programação da rádio. Os tweets da Rádio Universidade são exibidos no site. Os vídeos no Youtube.com, com os áudios dos conteúdos, são exibidos no site. Há espaço para envio de pedidos de músicas no site. FM Esperança 100,9 Bacanga FM 106,3 Universidade FM 106,9 7 Há espaço para envio de playlists no site. Há a possibilidade para assinatura de Newsletter. A análise destas particularidades permitiu chegar às seguintes conclusões: 1) A maioria das emissoras estudadas possui uma base de conteúdos digitais estruturada, com possibilidades para o desenvolvimento no sentido de ofertar novas produções associadas a partir dela; 2) Há o enquadramento dos sites na conceituação de convergência de Henry Jenkins (2009), conceituada como o fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam (JENKINS, 2009, p.29). 3) Não existe a produção de conteúdo transmídia. O conteúdo produzido para as redes digitais apenas são, em sua maioria, reprodução da transmissão via rádio, com inclusões de outras mídias, como fotografias, textos e vídeos. Nas redes sociais, é possível perceber o mesmo resultado. A rádio Universidade FM, cuja análise se deu de forma mais ampla, não foge a esse padrão. A única aproximação da rádio com o conceito de transmidiação pode ser observada em seu site, é a postagem de fotos dos entrevistados dos programas veiculados. Essa característica também é observada na rede social Instagram de outras emissoras, não entrando em detalhamento na pesquisa por não terem sido contempladas como objeto.. No entanto, a produção de conteúdo transmídia se apresenta como muito mais ampla do que esta aproximação, pois segundo Fechine (2013), É frequente que o termo seja empregado para designar meramente a possibilidade de acessarmos um mesmo conteúdo em múltiplas telas (TV, tablets, smartphones, computador). Tratando como “transmídia” essa disponibilização de dados em distintos dispositivos, acabamos, no entanto, usando o termo para descrever a ideia mais geral de convergência midiática ou o tráfego dos conteúdos, agora digitalizados, entre os distintos meios (FECHINE, GOUVEIA, ALMEIDA, COSTA, ESTEVÃO, 2013, p.22). 8 A produção de conteúdos transmídia e também as estratégias transmídia adotadas pelas empresas dão destaque para a criação de uma variedade de possibilidades do público entrar em contato com o conteúdo principal. Sobre os estudos de Kinder (1991), Yvana Fechine (2013) explica que ela usou a expressão Franquia de Entretenimento – apresentada uma década depois por Henry Jenkins (2003) como Transmedia Storytelling e traduzida para o português como Transmidiação, para explicar fenômenos como “Tartarugas Ninja” e “Pokémon”, que exploravam um personagem ou um grupo de personagens em um conjunto de produtos correlacionados, tais como filmes, seriados de TV, quadrinhos, brinquedos, entre outros. Nesse sentido, não há produções deste tipo nas rádios FM em São Luís, caracterizando a ausência de conteúdo transmídia, fator que não impede a convergência de atuar entre as plataformas utilizadas por estas rádios. 3.2 AS REDES SOCIAIS DA RÁDIO UNIVERSIDADE FM A análise da Rádio Universidade FM (106,9) nas redes sociais ratificou a conclusão parcial obtida durante a fase 1 da pesquisa. A produção de conteúdo alternativo sem elaboração, ou, em outras palavras, a publicação de chamadas para os programas nas redes sociais, não garantem o engajamento do público com o conteúdo produzido pela rádio. No perfil do Facebook, a Rádio Universidade possui, até o período de conclusão desta pesquisa, 6.546 pessoas que curtiram a página. No entanto, o monitoramento realizado sobre a rede social demonstra a relação entre número de pessoas que curtiram a página e o número de pessoas que interagem com a página, pequeno. 9 Tabela II Análise quantitativa das postagens do perfil no Facebook da Rádio Universidade FM 106,9 referentes ao primeiro semestre do ano de 2015 Total de Total de Total de Total de Postagens Curtidas Comentários Compartilhamentos Janeiro 15 175 6 12 Fevereiro 8 32 6 2 Março 24 113 7 1 Abril 9 48 9 12 Maio 12 54 1 0 Junho 9 33 0 1 Mês Dessa mesma maneira, o perfil na rede social Twitter se apresenta. O conteúdo produzido para o Twitter também não é feito considerando as particularidades da rede, não gerando, também, números altos em relação às métricas da rede. Tabela III Análise quantitativa das postagens do perfil no Twitter da Rádio Universidade FM 106,9 referentes ao primeiro semestre do ano de 2015 Mês Total de tuites Total de retuites Total de curtidas Janeiro 21 19 22 Fevereiro 41 8 24 10 Março 50 9 30 Abril 18 8 12 Maio 49 3 28 Junho 28 4 8 Esta fase da pesquisa apontou a necessidade de melhoria e em relação ao conteúdo produzido para as redes sociais. É certo que a convergência contribui para impulsionar o alcance das emissoras, no entanto, é necessário o uso adequado de cada plataforma com os seus devidos cuidados, atendendo às características próprias de cada uma para, assim, atrair o público para a emissora. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa ‘Rádios FM no Maranhão: Um Estudo das Estratégias Transmidiáticas’, desenvolvida durante o período de setembro de 2014 a setembro de 2015, observou o cenário das rádios em relação às possibilidades de outras plataformas. Com a produção de conteúdo alternativo ainda muito atrelada a uma reprodução do conteúdo original. Observou-se também que a potencialidade do fenômeno transmídia não é explorado, apesar de haver diversos conteúdos que atendem à convergência. Na pesquisa, após a observação de diferentes características de cada rádio para interagir com o ouvinte/usuário, foi observado a produção de conteúdos ainda muito atrelada ao início da migração das plataformas para a internet. Para Luciana Mielniczuk (2003), existem três fases que o jornalismo já passou em relação ao uso da internet para se perpetuar nesta mídia. A primeira ocorreu no início da década de 1990 e é caracterizada como a transposição do conteúdo do jornal impresso, na íntegra, para a plataforma digital, sem explorar as potencialidades da rede. Na segunda, já no final desta década, a busca pela melhoria da produção de conteúdo para a internet começa a receber investimentos, por ter começado a se popularizar. Então, a utilização de recursos próprios da internet (como hiperlinks e e-mails), iniciou a terceira fase, que é marcada pelo uso de um modelo de negócios voltado para o meio digital, permitindo a exploração de inúmeros recursos dessa rede digital. 11 Nessa perspectiva, observando as considerações sobre estas fases de uso da internet como mídia importante de apoio para chegar ao público, as rádios FM de São Luís estariam, ainda, na transição da segunda para a terceira fase apontada por Luciana Mielniczuk (2003), em relação ao jornalismo e a internet. As rádios FM de São Luís, apesar de apresentarem interesse pelo meio digital, ainda não atuam em um nível satisfatório de criação, levando em consideração os conceitos de transmídia e as possibilidades existentes para a internet. A rádio Universidade FM se desenvolve da melhor forma na internet, com diferentes possibilidades, mas ainda não consegue criar um engajamento do público. O estudo para a criação de estratégias de fomento a essa área na internet se mostra evidente ao perceber que estar nas redes digitais, não necessariamente garante o aumento da audiência em números satisfatórios. A criação de conteúdos transmídias, acompanhados do melhor desenvolvimento de diferentes conteúdos para a internet, pode ser uma alternativa satisfatória para garantir melhores resultados a partir da plataforma digital. REFERÊNCIAS FECHINE, Y. et al. Como pensar os conteúdos transmídias na teledramaturgia brasileira? Uma proposta de abordagem a partir das telenovelas da Globo. In: Lopes, M.(org.). Estratégias de transmidiação na ficção televisiva brasileira. Porto alegre: Sulina, 2013. FERRARETO, Luís. Uma proposta de periodização para a história do rádio no Brasil. In: Revista Eletrônica Internacional de Economia Política da Informação da Comunicação e da Cultura. São Carlos: Eptic, 2012. Disponível em: <http://www.seer.ufs.br/index.php/eptic> Acesso em: 14.08.2015. 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