PsittaScene Vol. 21 N. 4 Novembro 09

Transcrição

PsittaScene Vol. 21 N. 4 Novembro 09
PsittaScene Vol. 21 N. 4 Novembro 09
Traduzido por André Becker Saidenberg
Sumário
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Mensagem do Diretor
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A Recuperação das Jandaias Sol
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Milhares de Presentes para os Deuses - A rede de Distribuição de Penas
10 Nascido para ser Selvagem – O Centro de Resgate de Aves de Belize
14 Descobrindo os Barreiros
18 PsittaNews & Eventos
19 Campanha Voe Livre do WPT
19 Contatos do WPT
20 Psitacídeos na Natureza: Espetáculo nos Barrancos
Mensagem do Diretor
Conforme o final do ano se aproxima, eu sempre fico ansioso por causa de um feriado Americano
em particular: O Dia de Ação de Graças. Isso se deve em parte porque foi inspirado por um breve
período de paz entre nossos primeiros imigrantes e os Índios Nativo Americanos, e em parte
porque o tema do feriado é nos encorajar a relembrar e celebrar todas as coisas pelas quais temos
de estar gratos. Nós no WPT estamos profundamente agradecidos por todo o apoio que recebemos
dos sócios, doadores e voluntários em todos os lugares.
Graças a você, 2009 foi um ano muito animador para todos nós.
Ao final do ano passado, lançamos uma campanha para igualar as doações recebidas para a luta
contra o comércio ilegal. Ficamos emocionados ao conseguir nosso objetivo em apenas 42 dias, e
inspirados quando algo ainda mais importante surgiu. Conforme o ano se passou, descobrimos e
nos conectamos a uma série de novos e energéticos associados trabalhando nas linhas de frente
contra o tráfico, desde locais como Índia e Nepal, até o Brasil e Guatemala.
Com esse capital tão necessário disponível, pudemos ser capazes de agir imediatamente assisitindo
seus requerimentos técnicos e financeiros para auxiliar os trabalhos de ação policial/legal,
reabilitação e soltura de psitacídeos confiscados do tráfico. Nessa edição da PsittaScene você irá ler
sobre um de nossos parceiros – o Centro de Resgate de Aves de Belize. Eles direcionaram seus
objetivos para agir sobre as características específicas do comércio de aves naquele pequeno país
da América Central e estamos felizes em apoiar seu trabalho.
Construindo sobre os sucessos do ultimo ano e sobre essa crescente rede de projetos efetivos,
estamos lançando uma campanha anual “Voe Livre” para garantir que esse trabalho essencial seja
feito. Por favor, leia os detalhes sobre o lançamento na página 19 e considere se unir a nós nesses
esforços emocionantes para terminar com a captura e comércio de psitacídeos selvagens.
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E fique ligado enquanto divulgamos mais sobre esses projetos pelo resto do ano no site
www.parrots.org na FlockTalk e nas páginas da PsittaScene.
Do World Parrot Trust, agradecemos pelo seu apoio contínuo e desejamos a você e seus familiares
– de penas, de pêlos e de todos os outros tipos, magníficas festas.
Jamie Gilardi
Diretor
Capas
FRENTE A Jandaia Sol (Aratinga solstitialis) é um clássico exemplo de um psitacídeo bem
conhecido que na verdade é bastante raro na natureza. Duas expedições recentes do World Parrot
Trust na Guiana revelaram novas informações sobre seu status na natureza. Décadas de captura
reduziram seus números de maneira significativa e uma divisão taxônomica recente na espécie
tornou a Jandaia Sol ainda mais rara na Guiana. © Chuck Bergman
VERSO O esconderijo no barranco de argila da Posada Amazonas no Perú está voltado para o leste
e as áreas preferidas ficam normalmente na sombra. Aqui um Papagaio campeiro (Amazona
ochrocephala) é momentâneamente destacado contra as sombras. As Curicas-de-bochecha-laranja
(Pyrilia barrabandi) e Maitacas-de-cabeça-azul (Pionus menstruus) continuam a se alimentar do solo
rico em minerais e argila. (Leia na página 14) © Alan Lee
A Recuperação das Jandaias Sol
Escrito por Toa Kyle
Um por um cada membro do grande bando de Jandaias Sol (Aratinga solstititalis) voa baixo e entra
no oco da árvore. Está quase anoitecendo, mas seus corpos de amarelo brilhante ainda se destacam
na luz que se esvai. Finalmente, somente um indivíduo permanece empoleirado nos galhos mais
altos da árvore dormitório, observando vigilante as colinas circundantes.
Depois de alguns minutos essa ave também entra na cavidade para se juntar ao resto do bando
para passar a noite. Eu rio comigo mesmo enquanto percebo que sou o primeiro biólogo a
testemunhar esse comportamento de passar a noite em cavidades para essa espécie na natureza.
Como muitas espécies de psitacídeos que são populares como aves de estimação, pouco se conhece
da história natural das Jandaias Sol.
Os conservacionistas ficaram mais preocupados com as Jandaias Sol selvagens devido à recente
divisão da espécie com o Cacaué (Aratinga pintoi). Anteriormente a área de distribuição da Jandaia
Sol se extendia do Sul da Guiana à margem norte do Rio Amazonas, uma distância de mais de 400
kms. A divisão em duas espécies diferentes, no entanto, reduziu drásticamente a área conhecida
desta espécie.
Juntamente com a captura intesiva nos anos 70 e 80, as Jandaias Sol selvagens agora contam
somente centenas de indivíduos. Enquanto que a “descoberta” de uma nova espécie é
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freqüentemente uma causa para celebrar, nesse caso também significa a precariedade de outra e
proporciona forte motivação para estudar e proteger essas aves que ainda sobrevivem na natureza.
Com esse senso de urgência, eu cheguei à vila de Karasabai no Sul da Guiana continuando o
trabalho iniciado pelo diretor do WPT, Jamie Gilardi, em Maio de 2008 (Leia PsittaScene 21.1, Fev.
2009). A aposta mais segura para observar Jandaias Sol selvagens é Karasabai.
Os anciões da vila explicaram como os habitantes locais nos anos 80 capturavam grandes números
de Jandaias Sol e as vendiam para comerciantes que iam periódicamente até a capital, Georgetown.
Numa dessas transações no final dos anos 80, um comerciante apontou uma arma para os
habitantes de Karasabai para evitar ter que pagar por uma remessa de aves.
Apesar de que ninguém se feriu no incidente, uma decisão coletiva foi tomada na comunidade
para imediatamente parar de capturar e vender aves na área. Apesar de que os habitantes tiveram
essa decisão para proteger a si mesmos, essa ação protegeu o que era possivelmente os últimos
bandos de Jandaias Sol na Guiana. Pelos próximos 20 anos, as populações de aves em outras partes
do país foram varridas completamente do mapa.
O fato de que esses bandos de Jandaias Sol passam a noite nas cavidades das árvores por todo o
ano, foi a descoberta mais importante da minha viajem até a Guiana. Na verdade, esse
comportamento de dormitórios pode explicar como foram capturados quase até a extinção antes
que qualquer um percebesse. Ao colocar redes sobre a entrada das cavidades de noite, o traficantes
podiam capturar um bando inteiro de aves de uma só vez.
Duas das três árvores dormitórios que localizei estavam em área aberta. Dado que as aves de
amarelo fosforescente bastante visível passavam a noite em cavidades de fácil acesso, pode-se
começar a entender como o declínio da espécie foi fácil e repentino. Apesar de que as Jandaias Sol
desenvolveram o comportamento de dormitar com o passar dos milênios (presumivelmente como
defesa contra predadores noturnos), em vista das técnicas modernas de captura esse
comportamento quase causou seu completo desaparecimento da natureza em menos de 30 anos.
As características de comportamentos exclusivos também significaram o desastre para outros
psitacídeos. Tanto a Arara-de-testa-vermelha (Ara rubrogenys) e Arara-azul (Anodorhynchus
hyacinthinus) prontamente descem ao solo para forragear ou beber de riachos. Os traficantes
convenientemente perceberam isso e se puseram a capturar grandes bandos de aves ao colocar
iscas sobre redes ao nível do solo.
A remoção de vastos numeros de aves de uma só vez óbviamente tem conseqüências trágicas para
uma espécie a medida que a experiência e conhecimento dos adultos (assim como das tentativas
reprodutivas futuras) se perdem para sempre. No caso da Jandaia Sol, precisamos encontrar e
proteger as árvores dormitório antes que o traficantes o façam.
Durante minha estada observando as Jandaias Sol, eu não pude deixar de pensar que estava
observando versões em miniatura de Ararajubas (Guaruba guarouba). Passei mais de cinco anos
estudando essas aves espetaculares na Amazônia Brasileira (leia Psittascene 17.2, Maio de 2005).
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Ambas as aves são predominantemente de um amarelo vívido, se mantém em bandos de até 30
indivíduos e fazem dormitórios em cavidades de árvores por todo o ano.
A última característica é a mais desconcertante, pois não se conhece nenhuma outra espécie de
psitacídeo neotropical que tenha esse hábito para dormir (apesar de que deve-se admitir que para
a maior parte das espécies a história natural básica seja pouco conhecida). Poderia-se presumir que
as duas espécies são aparentadas, porém estudos genéticos demonstraram que as Ararajubas estão
mais relacionadas às Araras-nobre (Diopsittaca nobilis) do que qualquer outra do gênero Aratinga.
Talvez seja algo relacionado a ser um psitacídeo de amarelo brilhante que criou esse hábito
peculiar de dormitórios com o passar do tempo?
A tendência mais encorajadora que observei na minha visita a Karasabai é o crescimento aparente e
expansão das populações de Jandaias Sol daquele local. Após a proibição das capturas no final dos
anos 80, as aves eram somente observadas no Rio Ureng, próximo de uma hora de viagem,
noroeste de Karasabai.
No meu último dia em campo visitei a plantação de mandioca de meu guia, Francino. A plantação
estava localizada em uma área florestal a meia hora de caminhada ao norte da cidade. Francino,
um gentil índio Makushi de uns 50 anos, me contou que costumava observar as Jandaias Sol nessa
área até o meio dos anos 80, após o que nunca mais as viu novamente.
Em 2006, Francino começou a ver frequentemente duas aves na vizinhança de sua fazenda e em
2008, até três pequenos bandos separados. Não somente nós observamos as Jandaias Sol durante
minha breve visita a sua plantação, mas também localizamos o dormitório para um bando de
quatro aves composto de dois adultos e dois jovens. Seria prudente, portanto presumir que essas
aves eram descendentes da população sobrevivente do Rio Ureng e que agora estão re-colonizando
as áreas em que outras Jandaias Sol haviam sido extirpadas nas décadas passadas.
São ótimas notícias para o future desses espetaculares psitacídeos, apesar de que é importante que
um trabalho educacional seja feito nas comunidades vizinhas pois não podemos presumir que
outros serão tão receptivos em proteger as Jandaias Sol selvagens como fazem o povo de
Karasabai.
Muito trabalho ainda necessita ser feito para preserver as últimas Jandaias Sol selvagens para a
posteridade. Contudo, um acontecimento desse ano pode trazer trazer boas notícias para seu
futuro. A reserva índigena Raposa do Sol está localizada no canto nordeste de Roraima, o único
estado brasileiro onde a Jandaia Sol é encontrada.
Esse local pode abrigar o maior número de Jandaias Sol na natureza, porém é também uma área
onde conflitos violentos entre nativos e invasores como garimpeiros e fazendeiros de arroz. Eu fui
na verdade impedido de passar por essa área pela polícia militar, que mantém um posto
permanente no meio da reserva.
Aparentemente até mesmo biólogos Brasileiros encontram extrema dificuldade em obter permissão
para pesquisar nessa área. Num marco legal histórico em Março desse ano, o governo brasileiro
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votou a favor dos direitos sobre a terra em favor dos povos nativos e ordenou a remoção de todos
os invasores da reserva (infelizmente um acontecimento raro no Brasil).
Enquanto ainda resta saber se pesquisadores serão capazes de trabalhar nessa área no futuro
próximo, nós esperamos que a remoção dos garimpeiros e fazendeiros proteja o habitat da Jandaia
Sol dentro da reserva e que as aves estejam livres das pressões do tráfico. Considerando de uma
perspectiva de conservação, esperamos que as Jandaias Sol não seja o caso de que sejam muito
poucas e muito tarde.
Toa Kyle liderou o projeto da Arara-de-garganta-azul por muitos anos em adição ao seu trabalho
com as Ararajubas e Jandaias Sol. Ele recentemente se mudou para a Austrália onde espera
continuar trabalhando pela conservação de psitacídeos.
Foto:
Um filhote de Jandaia Sol pedindo comida para seus pais é uma visão bem-vinda na Guiana, o
último bastião para essa espécie em declínio (acima à esquerda). Dando uma olhada para fora do
oco de árvore, um membro do grupo (acima à direita) vigia a paisagem intocada (meio). As
Jandaias estãos e recuperando na Guiana graças aos habitantes locais que as amam e as protegem,
dão boas vindas aos turistas e espantam os traficantes (abaixo à esquerda).
Barra lateral:
Jandaia Sol – Aratinga solstitialis
Acreditava-se que as Jandaias Sol tinham uma área de distribuição bastante ampla através do
Norte da América do Sul. No entanto, pesquisas recentes determinaram que existem na realidade
duas espécies. A. solstitialis (acima) agora está restrita a Guiana e o extremo Nordeste do Brasil. A.
pintoi (cacaué) é encontrado no Nordeste do Brasil, no Norte do Pará e Nordeste dos estados da
região Amazônica.
Um declínio populacional muito rápido ocorreu nas últimas três décadas devido ao tráfico para
suprir o comércio de aves de estimação. A coleta insustentável eliminou essa espécie de grande
parte da sua área de distribuição anterior, colocando-a em urgente necessidade de proteção.
Os números de A. solstitialis podem ser de apenas centenas na natureza e agora são classificadas
como ameaçadas na Guiana. O WPT está trabalhando para encorajar a proteção e recuperação
dessa espécie. Duas expedições recentes revelaram novas e extraordinárias informações sobre a
biologia e comportamento dessa espécie, incluindo a primeira evidência de dormitórios de uso
comum em cavidades de árvores.
Milhares de Presentes para os Deuses
Escrito por Jonathan E. Reyman, Ph.D., Illinois State Museum
14 de Júlio, 1970, Cochití, Novo México:
Enquanto me preparo para sair ao final das danças da Festa Anual do Pueblo Cochíti, sou
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abordado por um conhecido, Fred Cordero – um homem baixo, magro, de meia idade. Nós
rapidamente conversamos sobre as danças e então ele pergunta, “Você pode conseguir para nós
penas de araras?”
“Não, Eu não sei onde obtê-las. Desculpe.”
“Tudo bem. Você provavelmente irá pensar em algo.”
2 de Fevereiro de 1982, Ottawa, Illinois:
Comprando ossos de couro na pet shop Hillside para Justin, meu Bittany Sapaniel, eu vejo uma
placa no canto da loja. Estava escrito, “Canto do Corby” e embaixo dele estava empoleirado uma
Arara-piranga. O chão está lotado de penas. A pergunta de Fred Cordero feita em 1970
inexplicavelmente me vêm à mente. Eu pago pelos ossos de couro, me apresento e pergunto, “O
que você faz com as penas de Corby?”
“Porque?”
Eu explico que os índios Pueblo no Novo México e Arizona utilizam penas de araras, papagaios,
perus selvagens, e outras penas para cerimônias religiosas, como têm feito por mais de 1000 anos.
Bob Steffel, o dono daloja diz que joga as penas fora.
“Você as guardaria para que eu pudesse dá-las aos Pueblos?” Perguntei.
“Sim”, ele respondeu simplesmente.
24 de Junho de 1982, Cochíti, Novo México:
Durante uma viajem de pesquisa eu visito Fred Cordero. Após os cumprimentos mútuos,
conversas e almoço, eu lhe entrego um pacote comprido. Ele o abre e seus olhos se esbugalham
enquanto vê muitas centenas de penas de papagaios e araras.
“Aieeee!” ele grita alto. Então aspira as penas para absorver seus poderes espirituais, me agradece,
e diz como se nossa conversa anterior tivesse ocorrido somente alguns dias atrás, “Você pensou em
algo”.
O Projeto de Distribuição de Penas começou
Desde de que o Projeto foi fundado em 1982, por volta de oito milhões e meio de penas de perus
selvagens, araras e papagaios foram distribuidos para as 31 vilas dos Pueblos no Arizona e Novo
México (mapa à direita).
É interessante notar que no início do Projeto, os Pueblos geralmente não faziam distinção entre
araras e papagaios. A maior parte dos idiomas só tem um termo para ambos. Isso causou alguns
problemas quando tentamos proporcionar as penas específicas requeridas, ex. cauda de arara X
cauda de papagaio Amazona. As penas de arara geralmente são muito mais importantes do que as
de papagaios e a distinção proporciona clareza para tanto os doadores como os receptores.
Os povos nativos no Sudoeste, especialmente os povos ancestrais Pueblo de quem os atuais
Pueblos do Novo México e Arizona descendem, têm utilizado penas de araras, papagaios, perus
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selvagens e outras para rituais religiosos por mais de 1000 anos. As penas de perus selvagens são
as mais importantes utilizadas no dia a dia e constituem dois terços a três quartos das penas
doadas pelo Projeto de Distribuição de Penas.
Já que nenhuma arara ou papagaio, exceto o Papagaio-de-bico-grosso (Rhynchopsitta pachyrhyncha),
é nativa do Sudoeste dos EUA, os comerciantes do passado levavam as aves e suas penas para o
Sudoeste do que agora é o Norte do México. Os Pueblos domesticaram perus selvagens talvez há
1500 anos atrás e os criaram nas suas cidades e vilas por séculos.
Alguns poucos Pueblo ainda criam perus, mas a perda de habitat adequado significa que não há
mais perus selvagens suficientes para suas práticas religiosas. E a fronteira internacional entre os
EUA e México significa que as pessoas não podem mais trazer araras, papagaios, ou penas do
México para o Sudeste dos Estados Unidos. De qualquer maneira, graças em parte a esse projeto,
os visitantes podem ver as penas de araras, papagaios e perus sendo utilizados nas cerimônias
ancestrais dos Pueblo.
Até o momento, os índios Pueblo e Membros da Igreja Nativa Americana por todo os EUA
receberam quase três milhões de penas de araras e papagaios sem custos, do projeto de
Distribuição de Penas para manter as atividades culturais tradicionais.
O projeto não compra nem vende penas; todas as penas que recebemos são doadas. Zoológicos,
clubes de entusiastas de aves, criadores, donos de aves de estimação, e centros de resgate doam
penas de papagaios e araras. Muitos dos zoológicos e outras organizações doadoras são mostrados
no site do projeto.
O Projeto de Distribuição de Penas tem três objetivos, todos relacionados à conservação. O
primeiro é conseguir que penas de araras, papagaios e de perus selvagens sejam dados aos índios
Pueblo, para os membros da Igreja Nativa Americana, e outros Indígenas Americanos para uso em
cerimônias religiosas.
Isso os ajuda a manter e preserver suas atividades culturais tradicionais e garante seu direto a
Liberdade Religiosa contido na primeira emenda da Constituição Americana. O projeto não provê
penas de espécies protegidas tais como águias, falcões, e outras aves de rapina, ou de aves
migratórias e passeriformes protegidos à nivel federal.
Nós temos a permissão do Serviço de proteção de Vida Selvagem dos EUA para distribuir penas
de papagaios e araras nascidos e criados em cativeiro. A coleção e distribuição de penas de perus
selvagens legalmente caçados recicla um recurso que iria de outra maneira ser jogado fora.
Ao coletar distribuir penas de araras e papagaios sem custos nós diminuímos a dependência dos
Nativo Americanos do mercado comercial para essas penas e consequentemente reduzimos o
mercado para penas vindas de fontes ilegais.
Isso leva ao Segundo objetivo do projeto: Reduzir e eventualmente eliminar o tráfico de araras e
papagaios, pelo menos nos EUA, e por sua vez diminuir a destruição das populações selvagens e
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seus habitats na América Latina. Novamente, a ênfase está na conservação dos recursos; ao doar as
penas, esperamos que o mercado para aves e penas diminua ao ponto de que a captura e morte das
aves e destruição do habitat não sejam lucrativos.
O terceiro e último objetivo é eliminar a técnica de arrancar penas pelos Pueblo que possuem
araras e papagaios, ao proporcionar as penas que necessitam de modo que irão utilizar somente
penas caídas na muda de suas próprias aves. Arrancar penas é tanto doloroso como perigoso para
as aves. O projeto pode prover duas vezes mais penas conforme as aves irão fazer a muda durante
o passar de um ano, se os donos de aves do povo Pueblo prometerem não arrancar as penas e
concordarem em nos deixar checar as aves durante nossas visitas periódicas ao Sudoeste.
O que acontece com todas essas penas?
A maior parte – 99% - são utilizadas em cerimônias tradicionais para as máscaras rituais dos
Pueblo, vestuário, altares e outros objetos. As mais valiosas e cobiçadas são as penas centrais da
cauda da Arara-piranga (Ara macao) e as penas com ponta em branco do Peru Merriam (Meleagris
gallopavo merriami), mas todas as penas são preciosas.
Até mesmo as penas cortadas e querbadas ou danificadas de outra forma, que de outra maneira
seriam descartadas, são guardadas e utilizadas para importantes objetos rituais. A maior parte das
penas de araras e papagaios são utilizadas para fazer objetos que duram anos a fio. No entanto, as
penas de perus selvagens nos bastões e penas de oração são colocadas em altares com pedidos de
que chova, se tenha saúde, sucesso na colheita, e outras bençãos sendo utilizadas uma única vez.
Essa é uma razão para a grande e contínua necessidade de penas de peru.
Algumas poucas penas tem usos bem diferentes. Anos atrás recebemos milhares de penas tingidas
de galinhas domésticas em todas as cores já inventadas, incluindo amarelo, laranja e verde
fosforescente. Os Pueblo e membros da Igreja Nativa Americana não iriam utilizá-las: elas não
eram “naturais”. Então nós a oferecemos ao Teatro de Dança dos Indios Americanos, que as
aceitaram para adicionar um “brilho” – pedaços de cores bem vivas – a enfeites de cintura, enfeites
de cabeça, e outras partes de fantasias. Nenhuma pena foi desperdiçada, mesmo penas de galinhas
tingidas!
Os Hopi e alguns outros Pueblos utilizam penas de espécies da Austrália e do Sul do pacífico tais
como Cacatuas e Calopsitas e penas danificadas, que não podem ser utilizadas para uso
cerimonial, para instruir as crianças no fabrico das roupas e obejtos rituais como parte da
transmissão da cultura como membros da tribo. Os membros da Igreja Nativa Americana utilizam
penas de Cacatuas e Caplopsitas e aquelas de outras espécies exóticas para leques e outros objetos
rituais. Todas as penas são preciosas e todas são utilizadas de uma maneira ou de outra.
As aves e penas tem um grande significado simbólico. Por exemplo, as penas de Arara-piranga,
especificamente as cores nas coberteiras das asas, representam o arco-íris, um fenômeno
importante numa área com escassez de água. As penas da Arara canindé (Ara ararauna) carregam
muitos significados duplos: macho (azul) X fêmea (amarelo), noite (azul) X dia (amarelo), leste
(amarelo) X oeste (azul) e muitos outos. Os perus vivem no solo, mas passam a noite em árvores e
portanto conectam a Mãe Terra com o Pai Céu e com o Mundo Superior.
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De uma perspectiva cerimonial e do dia a dia, as aves e penas fazem a vida dos Pueblo e da Igreja
Nativa Americana possível. A liberdade dos Nativos Americanos em viver de acordo com os
preceitos de suas crenças é um direito fundamental a ser protegido assim como nós protegemos
nossos direitos constitucionais para todos os Americanos.
Jonathan E. Reyman, Ph.D. é Curador de Antropologia do Museu Estadual de Illinois, Springfield,
IL. Ele e sua esposa, Laura, resgataram uma arara híbrida, Chip, cujas penas são utilizadas pelos
membros do Pueblo Acoma e membros da Igreja Nativa Americana.
Fotos:
Jasmine Gonzales do Pueblo de San Ildefonso no Novo México está vestindo penas de Arara
canindé do Projeto de Distribuição de Penas e penas de águia que vêm de outras fontes. O enfeite
de vestido branco é ornado com os desenhos bordados e trançado na cor sagrada em vermelho.
Um leque da Igreja Nativa Americana feito de penas da cauda de papagaios Amazona.
Essa pena de oração Hopi incorpora uma única e pequena pena de contorno do corpo de Arara
canindé. As penas de oração acompanham os pedidos de saúde chuva e outras bençãos.
As trinta e uma vilas dos Pueblo no Sudoeste Americano recebem penas desse projeto.
A Dança Anual de Colheita Zuni usa centenas de penas da cauda de araras (à direita). Enquanto
que essas penas são cobiçadas, os enfeites de cabeça dos homens do Pueblo Sandia (extrema
direita), feito de penas quebradas, cortadas e danificadas, demonstram que todas as penas são
preciosas.
Necessita-se de Penas de doadores nos EUA
As doações fora dos EUA necessitam de permissão para que possam ser enviadas para a Rede de
Distribuição de Penas. Nossa permissão do Departamento de Vida Selvagem estabelece
especificamente que podemos receber penas somente de aves nascidas e criadas em cativeiro nos
EUA.
Quais espécies?
Penas de todas as species de papagaios e araras, e de patos e perus (caçados legalmente) são bemvindas, apreciadas e bem utilizadas. Por favor, não mandem penas de aves de rapina (águias,
falcões, corujas), blue jays, cardeais, pica-pau, ou outras espécies migratórias protegidas a nível
federal e de passeriformes.
Quais penas?
Todas as penas da cauda e asas de papagaios e araras, até mesmo penas de contorno e penas
quebradas ou cortadas com até 2’’ de tamanho serão aceitas com prazer (veja acima).
As penas da cobertura das asas de Arara-piranga são especialmente procuradas. Penas de cauda
de: Papagaios-do-Congo, Maritacas, Ringnecks e Alexandres (porém não de periquitos), Ecletus,
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Cacatuas (especialmente as espécies da cacatuas negras com cauda vermelha e de cauda amarela),
penas de perus de raça tais como o bourbon Red e todas as penas de perus selvagens. Penas das
asas de Pato-real (Mallard). Novamente, aves de caça devem ser obtidas de maneira legal.
Pacote:
Deve ser acondicionada cuidadosamente em uma caixa reforçada, envelope revestido ou tubo de
transporte. Lavar não é necesário, mas ajuda organizar por tipos de pena.
Envio:
Envie pelo Correio nacional (classe econômica). Se for mais barato mandar pela UPS ou FedEx, por
favor, indique as despesas de envio já que o preço não é indicado no pacote. Nós reembolsamos o
envio a não ser que não seja necessário.
Envie para:
Dr. Jonathan E. Reyman
The Feather Distribution Project
Illinois State Museum
Research & Collections Center
1011 East Ash Street
Springfield, IL 62703-3500
[email protected]
Para mais informações:
www. www.wingwise.com/feather.htm
Nascido para ser Selvagem
Escrito por Nikki Buxton
Fotos por Nikki Buxton & Jerry Larder
A cacofonia de 24 papagaios Amazona fazendo a sua rotina matinal abaixo de nossa janela nos
remete rapidamente ao começo de um novo dia; prontos ou não. Nós somos forçados a sair da
cama e obrigados a tomar café na varanda enquanto dois periquitos saltitantes e um majestoso
Papagaio-moleiro (Amazona farinosa) circulam ao redor da casa, e um Papagaio-diadema (Amazona
autumnalis) bica gentilmente minha orelha.
Então começa o dia: alimentando, limpando, observando, escrevendo, verificando, alimentando de
novo...Eu tive a promessa de um sonho ao me aposentar em nosso pequeno canto do paraíso de
Belize – cultivando vegetais e envelhecendo. Ao invés disso, nós nos tornamos exatamente o que
todo mundo que fica ao pegar o “vício de papagaios” jura que nunca se tornarão, e ainda assim
sempre são: obcecados, esgotados e totalmente escravizados.
Abril de 2004. Jerry e eu estamos em Belize há apenas poucos meses quando nos oferecem filhotes
de papagaios. O choque de ver dentro de um balde dois filhotes sem pena de Papagaio-diadema
foi um momento crucial para mim: a idéia de que alguém poderia retirar um ave de sua mãe nunca
havia passado pela minha cabeça; Claro que os compramos – qualquer coisa para os tirar daquele
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balde. Nos custaram 50$ de Belize, por volta de 6 libras ou 12 $ cada um: a renda de dois dias para
os traficantes.
Nós nunca havíamos engaiolado alguma coisa em nossas vidas e não pretendíamos começar agora.
Bonnie e Clyde, e nossa adição subsequente de FatBelly Jones, o Periquito-da-Jamaica (Aratinga
nana) rapidamente tomaram conta de nossas vidas, nossa casa e qualquer coisa que fosse
mastigável. Os dias da apresentação ao Grande Mundo lá fora foram inesquecíveis.
Aprendemos habilidades valiosas tais como subir em árvores e escadas, tropeçando através da
floresta gritando e grasnando como loucos e correndo enquanto olhávamos para o céu (não é fácil,
tente). As aves logo aprenderam a voar e pousar direito e se acostumaram a uma rotina fácil de
brincar lá fora e voltar para casa para dormir no box do chuveiro.
Bonnie e Clyde começaram a voar mais longe, e por vezes ficando fora por três ou quatro noites,
até que eventualmente por volta do meio de Dezembro eles simplesmente pararam de voltar.
Tivémos sentimentos variados: Sentíamos desesperadamente falta deles, mas esperando que
tínhamos conseguido o que nos propusémos a fazer e eles se tornaram selvagens novamente. Jones
ficou conosco por três anos. Ele nunca esqueceu seu amor pelos Papagaios-diadema e
periodicamente pulava, gritando como louco e saia voando atrás de um ou outro de nossas
solturas mais recentes: uma maneira maravilhosa de saber onde estavam indo.
Num dia muito triste de 2007 ela não voltou para casa. Gostamos de pensar que na sua curta vida
como uma ave livre, ela foi mais feliz do que se tivesse sido protegida dos perigos naturais dentro
de uma gaiola.
Alguns meses depois da partida de Bonnie e Clyde, um habitante da vila nos deu suas aves de
estimação que não queria mais. Não tínhamos idéia no momento de que aves de cativeiro com 2
anos de idade eram classificadas pelo mundo científico como “inviáveis para soltura”. Em nossas
mentes eles estavam em seu ambiente natural, tinham provavelmente nascido em uma árvore na
região, não eram mais do que animais selvagens engaiolados, e não tínhamos razão para pensar
que não poderiam voltar a seu estado selvagem dando-se tempo e condições adequadas. Dentre de
alguns poucos conturbados meses, nós tínhamos outras 5 aves de volta à natureza.
Com o passar dos anos nossa reputação como loucos por aves se espalhou e conseguimos implorar,
pedir emprestado e roubar muitos outros papagaios. Desde a compra daqueles primeiros dois
filhotes, percebemos que éramos parte do problema e decidimos nunca mais pagar por qualquer
papagaio. É uma estrada difícil a trilhar, especialmente quando uns poucos dólares iriam garantir a
liberdade de uma ave. Mas o comércio de vida selvagem cria uma demanda e é ilegal, mesmo que
a ação policial seja esporádica e impraticável em grande parte.
Uma de nossas estórias de sucesso predileta é a de Stevie, um Papagaio-diadema de 2 anos de
idade que ficou maluco graças aos seus companheiros de gaiola que eram filhotes. Stevie foi
nomeado em homenagem a Stevie Wonder, já que ele ficava balançando um lado para outro a
cabeça num movimento em forma de 8 no seu poleiro. Stevie demonstrando a sua mais nova
performance em uma árvore próxima, se tornou uma fonte de muita diversão para nossos
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trabalhadores. Oito meses mais tarde ele estava a caminho de se tornar uma ave selvagem,
retornando como um relógio após cada estação reprodutiva por outros 4 anos. Em uma incrível
visita ele estava acompanhado de sua bastante nervosa família: foi então que percebemos que
estávamos fazendo algo que valia a pena.
Nós perdemos nossa primeira ave em 2008 e ficamos devastados. Eu julguei mal a habilidade de
vôo de um Papagaio-de-fronte-branca (A. albifrons) e ela foi morta por uma ave de rapina. Nós
sempre vamos nos sentir mal pelo o que ocorreu com Connie, mas isso nos fez pensar
cuidadosamente sobre o que estávamos fazendo. O método de rehabilitação e soltura que
utilizávamos funcionava, só precisávamos das instalações certas.
Desse começo accidental surgiu o Centro de Resgate de Aves de Belize com um grande aviário,
dois aviários intermediários e sete gaiolas dentro de casa de maneira que podemos conhecer
nossos pequenos antes que os jogássemos nas árvores. Nós iremos sem dúvida alguma continuar a
crescer conforme mais aves chegam em nossa porta.
Apesar de que nosso objetivo primário é a liberação de aves maltratadas mantidas em cativeiro,
temos de aceitar que os Belizenses sempre irão querer papagaios como animais de estimação e
falando de uma maneira geral não sabem como cuidar deles da maneira correta. Uma resposta
comum a “Quanto tempo o papagaio irá viver?” seria entre 100 dias a 5 anos. Aqui, os papagaios
são um bem descartável; eles literalmente crescem em árvores. A captura e manutenção de
psitacídeos selvagens é ilegal, mas assim como a maior aprte das práticas enraizadas na cultura, a
lei é geralmente ignorada.
Em media o filhote capturado na natureza enfrenta uma existência miserável, ficando engaiolado e
alimentado através das grades com uma dieta esporádica de tortilha e milho branco. Nós vimos
gaiolas em que a porta tinha sido fechada por tanto tempo que não mais abria adequadamente.
Literalmente somando os maus tratos à injúria, quase todos os belizenses cortam as asas das suas
aves pois crêem que isso os torna mais dócies. Os únicos que vimos com toda a plumagem intacta
são os das gaiolas tão enferrujadas que não abrem mais, tendo crescido novamente dentro de sua
prisão.
O corte das penas das asas é nossa maior dor-de-cabeça e que dói no coração. Nunca vimos um que
tenha sido feito direito e ficamos desesperados em fazer os donos entenderem as consequências do
exagero no corte. Trabalhar com uma ave com asa cortada é difícil: ferimentos no peito e bico são
um risco real, mas com tempo suficiente e cuidado, mesmo as aves com asa cortada quando
filhotes irão se tornar bastante aptas para o vôo. Os Belizenses também tendem a ter medo de suas
aves e não querem ser bicados, então os papagaios são raramente manuseados.
O único trabalho da ave é aparecer e fazer sons agradáveis. Apesar disso, infelizmente essas aves
sabem exatamente o que são. Todos os dias elas ouvem os papagaios selvagens que passam
voando, a cada estação reprodutiva eles desenvolvem o instinto ainda mais forte para se
reproduzir e quase sem exceção, são confinados em condições apertadas e miseráveis, isolados e
negligenciados até que morram prematuramente de desnutrição, doença ou simples tristeza.
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Olhando pelo lado bom, Belize não é de maneira nenhuma uma causa perdida. Do contrário, é um
local único e maravilhoso – um pequeno país com um governo estável e uma política ambiental
que coloca 44% do território em áreas protegidas. Metade dos 300.000 da população ativa ainda
estão nas escolas, o que representa uma oportunidade de ouro para educação ambiental, mas
necessitamos agir rapidamente para influenciar positivamente a próxima geração.
No estilo tradicional dos “gringos metidos”, nós deixamos de lado as atitudes e conceitos errados
que os Belizenses têm em relação às suas aves, tanto com aves de estimação e como um recurso
natural essencial para a indústria crescente do turismo. Se através da aeducação, pudermos
melhorar a qualidade de vida dos psitacídeos em cativeiro, então poderemos extender sua média
de vida e consequentemente reduzir a demanda por “substitutos” capturados na natureza.
Todas as nove espécies residentes de psitacídeos são vítimas do comércio local de aves de
estimação e temos observado os preços subirem a cada ano conforme a disponibilidade diminui, o
que só pode encorajar ainda mais tráfico. Um filhote de Papagaio-diadema agora é vendido por
volta de 100$ de Belize, um Papagaio moleiro (A. farinosa) até 400$ e os ameaçados Papagaioscampeiros (A. oratrix) foram tão raros esse ano que soubemos que nenhum estava para ser vendido
no norte do país.
No nosso mundo de sonhos utópico, a implementação rigorosa da legislação existente acabaria
com o comércio de aves de um dia para o outro, mas para isso precisa-se de dinheiro e recursos
que o governo simplesmente não tem. Esse ano, num avanço monumental, o Departamento de
Vida Selvagem de Belize redobrou seus esforços ao recrutar um segundo guarda de vida selvagem.
Os dois agora lançaram uma campanha contra a manutenção de vida selvagem em cativeiro e irão
constantemente nos trazer aves confiscadas para reabilitarmos.
Até o momento nós fizemos a soltura com sucesso de 27 psitacídeos e temos outros 28 em diversos
estágios dos 12 a 24 meses do processo de reabilitação. Cinco anos após as primeiras solturas ainda
estamos aprendendo – a obstinada inteligência dos Amazona com certeza nos mantém ocupados.
Quando se trata de solturas, temos nossos críticos, especialmente entre os donos de aves de
estimação. Mas temos muito mais evidências gratificantes de sucessos do que de derrotas: sem
dúvida um encorajamento conforme o tempo se esgota para os psitacídeos de Belize, onde uma ave
na natureza vale muito mais do que cem em uma gaiola.
Fotos:
(1 e 2) O Papagaio-diadema “Clyde” aproveitando um dos seus primeiros banhos de chuva como
ave selvagem. Adquirido por pena quando filhote, ele e sua irmã foram criados e eventualmente
soltos. Tornaram-se o início acidental do Centro de Resgate de Aves de Belize. (3) Papagaio
moleiro, “Blue” voa ao redor da casa, suas asas ainda não completamente crescidas. (4 e 5)
Papagaios de fronte branca “Mick” e ‘Titch’ quando primeiro se encontraram (amor à primeira
vista) e finalmente na soltura – um dia incrível! Muitas aves acabam pareando durante a
reabilitação. (6) O Aviário Principal no Centro de Resgate de Aves de Belize.
(7) Três Papagaios diadema experimentam suas primeiras árvores de verdade no aviário. (8)
‘Chac” e ‘Chell’ pertenciam à uma família que os deixou voar até que foram capturados, tiveram as
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asas cortadas e engaiolados por um vizinho. (9) O corte extremo de penas de ‘Chac’ é típico – a
maior parte dos Belizenses cortas as asas das aves dessa maneira. (10) ‘Spike’ sofreu por 2 anos em
uma gaiola que ficava debaixo de duas outras aves. Um caso grave de maus tratos, ele acabava
mastigando as plumas de todas as penas. Ainda assim, apesar de ter as asas cortadas quando
filhote e nunca tendo voado, ele conseguiu dominar o vôo muito bem. (11) Treinamento de vôo
antes da soltura.
Sobre o Centro de Resgate de Aves de Belize
O Centro de Resgate de Aves de Belize é uma organização sem fins lucrativos operando dentro de
uma reserva particular no bairro de Cayo em Belize. Deste seu começo acidental em Abril de 2004,
a organização pertence, é operada, e financiada pelos ex-cidadãos do Reino Unido, Jerry Larder e
Nikki Buxton. Eles começaram “resgatando” aves em Abril de 2004 com a chegada de dois filhotes
de Papagaios-diadema e agora no meio de 2009 já cuidaram de 72 aves e fizeram 40 solturas bemsucedidas, das quais 27 são de psitacídeos.
Os psitacídeos são uma preocupação especial para o Centro de Resgate de Aves de Belize, à
medida que o comércio de aves de estimação e o sempre crescente avanço humano nas áreas de
nidificação reduzem os números populacionais de diversas espécies de psitacídeos de Belize, até
níveis potencialmente insustentáveis: por exemplo, Belize é um dos últimos refúgios do ameaçado
Papagaio-campeiro (Amazona oratrix): a ave de escolha como um animal de estimação da família e
ainda visto pelos fazendeiros como uma praga agrícola.
Para mais informaçãos ou para doar visite www.belizebirdrescue.com
Descobrindo os Barrancos de Argila
Texto e Fotos por Alan Lee
Quando eu vim pela primeira vez à América do Sul sete anos atrás, não tinha ouvido sobre os
barrancos de argila. Eu não tinha idéia de que a floresta Amazônica escondia esse fenômeno
admirável – psitacídeos descendo em áreas da beira dos rios diariamente para comer argila. Apesar
de que muitas espécies de psitacídeos foram descritas se alimentando de terra em várias partes do
mundo, em nenhum lugar é tão comum e espetacular como nas ‘colpas’ do Peru. O solo, que é rico
em sódio, se liga às toxinas naturais presentes nas suas dietas.
Não estava há muito tempo no sudeste do Peru como Naturalista Residente na primeira estância
ecológica do Rio Tambopata – Explorer’s Inn – quando tive a minha primeira chance de visitar um
desse locais. Minha primeira experiência, no que é um barranco bastante pequeno pelos padrões da
região, me deixou extasiado. A ‘colpita’ é um barranco de argila de aproximadamente 6m de altura
e 15m de largura.
Nessa consideravelmente pequena área de barranco, centenas de Periquitos-de-cabeça-suja
(Aratinga weddellii) disputavam o espaço com Maitacas-de-cabeça-azul (Pionus menstruus). Essas
duas espécies menores foram facilmente enxotadas pelas aves maiores: Papagaios moleiros
(Amazona farinosa), Papagaios campeiros (A. ochrocephala) e Ararinha-de-fronte-castanha (Ara
severa).
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Em algum lugar entre o zumbir de asas e o grasnado zangado de um papagaio expulso de seu
lugar, eu podia ver um vislumbre de vermelho brilhante. Era como tentar ter a visão fugaz das
borboletas Morpho de azul deslumbrante da região. E acabou sendo que eu estava vendo a parte
de baixo das asas da Curica-de-bochecha-laranja (Pyrilia barrabandi), muito mais tímida e menos
comum em barrancos de argila.
Quando finalmente fixei meu binóculo em uma empoleirada precariamente próxima a um
Papagaio moleiro mais do que o dobro do seu tamanho, meu coração foi roubado. Os maravilhosos
olhos circundados de branco, a cabeça negra, com as bochechas coradas contrastando com o verde
esmeralda do corpo, fez esse psitacídeo a minha espécie favorita entre as 20 encontradas na região,
e continua a ser do mesmo modo desde então.
Infelizmente eu não pude aproveitar a vista eternamente; um dos muitos fluxos de aves logo fez
com que todas voassem subindo o rio em uma mancha multicoloridade de asas e uma grande
cacofonia de sons.
Algumas vezes esses fluxos se devem a distúrbios que podemos identificar do esconderijo – um
barco passando, um abutre voando baixo ou uma irara que se aproximava, mas frequentemente
parece não haver nenhuma causa real; somente uma paranóia em massa. Algumas vezes o medo
de vir ao solo para se alimentar é tão grande que mantinha as aves completamente longe. Sempre
havia o suspense entre nós observadores: Iríamos receber o presente de um espetáculo visual sem
igual ou acordar as 4 da manhã e a espera de uma hora em um banco de madeira sem almofada
seria totalmente em vão?
Com as notícias de maiores e melhores barrancos, eu estava louco para ir rio acima. Minha
oportunidade finalmente veio para ir como assistente de guia em uma viajem especial para
acampar numa grande colpa chamada ‘Chuncho’. E realmente era grande! Localizada meia hora
rio acima por barco saindo do último posto de controle do parque e habitações humanas, tem um
quilômetro de extensão, e dez metros de altura. E a quantidade de aves que visitaram na manhã
seguinte e ensolarada estava além da minha capacidade de contar.
Juntamente com as espécies que me acostumei a ver somaram-se de dúzias de Periquitõesmaracanã (Aratinga leucophthalmus) e as primeiras Araras-vermelhas (Ara chloroptera) apareceram
nas árvores. Levou várias horas antes que começaram a pousar em uma grande copa de palmeira
Attalea em frente do barranco. Eu estava me concentrando tanto nesse agrupamento de aves que
perdi a chegada de algumas Arara-pirangas (Ara macao), e Araras canindés (Ara ararauna). Quando
elas finalmente desceram, o espetáculo visual do redemoinho de cores primárias era viciante. Eu
queria mais.
Durante meu tempo como guia no Explorer’s Inn, soube sobre o Projeto das Araras de Tambopata,
que aceitava voluntários para ajudar a monitorar diversos aspectos da ecologia das araras no
Centro de Pesquisa de Tambopata (TRC). Eu me inscrevi e consegui passar, mas fiquei inicialmente
desapontado ao saber que seria colocado na Posada Amazonas, uma pousada que pertence à
comunidade rio abaixo do Explorer’s Inn. O barranco de argila dali, ‘Hermosa’ (linda) tem
tamanho intermediário.
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Contudo, minha decepção durou pouco conforme a Posada revelou ser especial por diversas
razões. O esconderijo para observação estava localizado a apenas 30m em frente do barranco
permitindo ótimas experiências bem de perto com as Araras-vermelhas. Aqui também me
mostraram um barranco escondido no interior da floresta. O esconderijo ali também era muito
próximo, permitindo observações muito especiais das Maitacas-de-cabeça-azul e dos Papagaios
moleiros.
Depois de um mês na Posada eu finalmente pude viajar para o TRC e para ‘Colpa Colorada
(Barranco vermelho). Foi um sonho tornado realidade – era Janeiro e estávamos contando acima de
400 Papagaios-moleiros, 400 Periquitões-maracanã e 400 outros da maior mistura de psitacídeos
que jamais havia visto em um barranco de argila. Das vinte espécies descritas nas florestas da
região, todas menos a Tiriba-rupestre (Pyrrhura rupicola) foram observadas no barranco em alguma
ocasião durante o tempo de monitoramento pelo Projeto das Araras de Tambopata.
Quinze species visitam o local regularmente. Uma dessas é a ameaçada Maracanã-de-cabeça-azul
(Primolius couloni), uma ave quase endêmica do Peru. Ela somente aparece nos barreiros em
pequenos números e tem que se vasculhar entre os números massivos de Maracanã-do-buriti
(Orthopsittaca manilata) e Ararinha-de-fronte-castanha cuidadosamente ou escutar buscando sua
vocalização anasalada. O quase ameaçado Periquito-da-Amazônia (Nannopsittaca dachilleae) pode
algumas vezes ser visto, juntamente com os Tuins-de-bico-escuro (Forpus modestus), numa seção
um pouco mais para cima do barreiro principal. Mas fora a grande diversidade de psitacídeos,
uma das experiências mais inesquecíveis é ver os grandes bandos mistos de Araras canindés,
Araras-pirangas e Araras-vermelhas.
Até 200 indivíduos se reúnem do meio da manhã para frente, um espetáculo que é um privilégio
observar. Eu já visitei muitos outros barreiros. Cada um é único e diferente na mistura de aves que
atrai. Conforme se viaja para leste a diversidade diminui. Os barreiros mais para leste que
conhecemos em Alta Floresta, no Brasil central, são somente visitados pela Tiriba-de-barrigavermelha (Pyrrhura perlata).
Alguns anos atrás a Biosphere Expeditions, uma companhia que integra pessoas comuns em
trabalhos de pesquia científica, me contratou para ir até o Rio Las Piedras para ajudar a monitorar
os impactos do tráfego de barcos nas colpas. O tráfego de barcos se iniciou com o grande sucesso
do comércio de mogno. Os madeireiros fazem as toras boiarem e descerem correnteza rio abaixo
em balsas, e para se sustentar durantes as semanas da longa viajem eles frequentemente caçam a
vida selvagem na beira dos rios, incluindo araras nos barreiros. Apesar da caça, fiquei
impresionado que esse rio ainda tem uma grande densidade de barreiros de psitacídeos.
Ainda assim, estórias de suceso na conservação como essa são muito poucas. Há uma grande
preocupação em relação ao crescente desmatamento que segue o asfaltamento da rodovia através
da área de Tambopata, dividindo as áreas protegidas de Manu e da Reserva Nacional de
Tambopata. O desmatamento associado irá isolar as áreas utilizadas pelas Araras canindés, com
consequências desconhecidas para as populações locais.
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E o Mercado para uso de madeiras de lei utilizadas pelas Araras como árvores para nidificar
continua a aumentar. Por quanto tempo iremos continuar a testemunhar esses incríveis espetáculos
naturais é uma preocupação crítica para os conservacionistas e indústria de ecoturismo. Uma visita
aos barreiros é muito recomendada para qualquer um que tenha interesse em psitacídeos ou em
incríveis espetáculos da vida selvagem.
Só tome cuidado – também podem se tornar um vício!
Alan Lee está terminando sua tese entitulada “Efeitos dos Níveis de Altitude da Paisagem sobre os
Barreiros na Abundância e Ecologia de Psitacídeos” na Manchester Metropolitan University (Reino
Unido).
Fotos:
Araras canindés observam um fluxo de Papagaios-moleiros e uma formidável Curica-de-bochechalaranja que vai embora que saem voando (à direita). Um grande fluxo de aves do barreiro é uma
experiência sensacional – uma vocalização de alarme, um milissegundo de silêncio e todo o
barranco explode com cores e sons.
As araras são as embaixadoras dos Barreiros Peruanos. Eles criam suspense ao se reunirem nas
árvores adjacentes para brincar, freqüentemente por horas, antes de descerem até o barranco para
comer argila.
Centenas de Marianinhas, Araras-nobre, Maracanãs-do-buriti, e Araras canindés se reúnem para
comer palmeiras mortas próximo ao Lago Sandoval. Como o solo dos barreiros, essa palmeira
também tem grande concentração de sódio.
Graças ao estabelecimento das Estações de Biodiversidade de Las Piedras e o apoio da Biosphere
Expeditions, o barreiro de Las Piedras agora contém o maior número de Araras-vermelhas do que
qualquer outro barreiro que já tenha visto.
Apesar de sua coexistência pacífica, as Araras-pirangas não podem resisitir a perturbar um Abutre
de cabeça amarela distraído.
Ficha lateral:
Porque ingerir terra?
Psitacídeos ingerem terra em muitas partes do mundo, e estamos sempre aprendendo sobre novas
descobertas de geofagia em todo mundo a cada ano que se passa. Até agora, não está muito claro
sobre porque ingerem terra, apesar de que parece provê-los de importantes minerais biológicos e
argilas que podem ter o potencial de neutralizar algumas das toxinas presentes nas dietas. Já que
as aves de cativeiro recebem níveis adequados de minerais e nenhuma toxina, se desconhece se
elas se beneficiariam ao ingerir argila. Muitas aves realmente parecem gostar se for oferecido.
Os barreiros do Peru são os mais conhecidos e mais frequentemente visitados já que são tanto bem
protegidos como atraem um número enorme de psitacídeos espetaculares.
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Outros locais de geofagia também foram descobertos no Brasil, Equador, e México. Fora do Novo
Mundo os barreiros foram descobertos na África Central e na Papua Nova Guiné.
Visite o canal do YouTube do WPT para assistir vídeos de psitacídeos ingerindo argila na natureza!
www.parrots.org/claylick
Acesse www.macawmonitoring.com para ver mais fotos tiradas por Alan.
Psitta News
Eventos de Psitacídeos
Conferência Anual IAATE
3-6 de Março de 2010. Albuquerque, Novo México, EUA
A Conferência de 2010 da Associação internacional de Adestradores e Educadores de Aves
(IAATE) irá proporcionar uma maravilhosa oportunidade para aprender mais sobre adestramento
de aves, temas de apresentações, mensagem educacional, idéias para enriquecimento ambiental,
saúde e bem-estar de aves das principais autoridades nessa área. Prepare-se para viajens de
conferência, workshops, visita ao Zoológico e Aquário Rio Grande e estamos trazendo de volta o
Painel de Treinamento.
Os palestrantes incluem Stephen Bodio, autor de Eagle Dreams que trata sobre os cavaleiros
Kazaks da Mongólia e Susan Friedman, uma expert na análise de comportamento aplicada e seu
uso para melhorar a qualidade de vida dos animais.
www.IAATE.org
901-685-9122
[email protected]
Obrigado
Escolhas de presentes de aniversário
Austin tem oito anos, está na segunda série em Toronto, Ontario, Canadá. Ele sempre mostoru ter
uma verdadeira conexão com as avs, especialmente com psitacídeos. Como o segundo filho a
nascer, ele recebeu as coisas do seu irmão mais velho o que incluiu um pequeno filhote de
papagaio. No primeiro dia de vida ele agarrou seu dedo, no segundo agarrou a cauda do papagaio
e de certa forma até hoje não a largou.
Nesse ano, ao invés de presentes para seu aniversário, Austin preferiu pedir aos seus amigos e
família por doações de modo que pudesse apoiar uma das suas causas favoritas. Depois de estudar
o site do World Parrot Trust ele escolheu apoiar o Projeto da Arara-de-garganta-azul. De acordo
com sua mãe, ele procurou ver quais projetos descreviam a menor quantidade de aves
remanescentes.
Obrigado Austin!
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Facebook
Quer fazer algo por uma grande causa? Especialmente no seu aniversário? Neste ano, ao invés de
pedir presentes para a família e amigos, peça para doarem ao World Parrot Trust através da rede
de relacionamento – Facebook. É fácil e você estará dando o melhor presente para milhares de
psitacídeos ao redor o mundo.
Recentemente um membro do Facebook chamada Jade L. utilizou o aplicativo Birthday Wishes
para pedir a seus amigos para apoiar o WPT. Até agora esse pedido ajuntou aproximadamente
663$ em novas doações para o Trust.
Para enviar seus pedidos de aniversário, simplesmente se inscreva ou faça o Log In na sua conta do
Facebook
e
então
acesse
esse
link:
http://apps.facebook.com/causes/birthdays/new?cause_id=10094 . Preencha as informações
necessárias e envie para seus amigos no facebook.
Parabéns
Parabéns aos Drs. Martin e Williams!
Sam Williams e Rowan Martin terminaram suas teses de Doutorado pela Universidade de
Sheffield na Inglaterra.
O World Parrot Trust parabeniza os Drs. Martin e Williams nessa admirável conquista. Estamos
satisfeitos em apoiar seus trabalhos de campo sobre o Papagaio-das-ilhas-Marguerita (Amazona
barbadensis) na Ilha de Bonaire no Caribe.
Rowan (à esquerda) estudou os fortes laços do pareamento monogâmico da espécie e já está
fazendo seu Pós-doutorado na África do Sul. Sam (à direita) se concentrou em estudar os fatores
chave limitantes que influenciam a sobrevivência do papagaio. Ele está voltando à Bonaire para
continuar seu trabalho de conservação e pesquisa.
A Campanha Voe Livre do WPT Alça Vôo
Construindo sobre nosso comprometimento de longo prazo para terminar com o comércio de
psitacídeos selvagens, o World Parrot Trust está feliz em anunciar o lançamento da Campanha Voe
Livre.
A Voe Livre irá destacar as práticas destrutivas de captura de aves selvagens para o comércio de
animais de estimação, e conseguir apoio mundial para terminar isso. O foco será em três tipos de
ações diretas: executando as leis sobre vida selvagem, confiscar psitacídeos de traficantes, e soltar
essas aves de volta na natureza.
O comércio de aves capturadas na natureza pôs em perigo de extinção dúzias de espécies ao redor
do mundo e causou sofrimento incalculável e a perda de milhares de aves. Graças ao trabalho
encabeçado pelo WPT na União Européia, muito do comércio internacional foi agora fechado, mas
países da Ásia e do Oriente Médio ainda estão importando ativamente aves capturadas na
natureza. Em locais onde os psitacídeos ocorrem naturalmente, a captura continua a suprir essa
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demanda assim como o comércio a nível doméstico. Portanto, acabando com as exportações dos
poucos países remanescentes na África, Ásia, e América Central e do Sul, é o obstáculo final para
terminar permanentemente com o comércio de psitacídeos selvagens.
O Trust continua a expandir nossa rede internacional de grupos comprometidos em acabar com o
comércio de aves selvagens. Trabalhando com parceiros locais na Índia, Indonésia, Camarões,
Quênia, Brasil, Guatemala e Belize, nós iremos encorajar a adoção e execução de uma legislação
forte para proteger as aves, e apoiar a repressão a aqueles que infringem as leis.
A campanha Voe Livre irá proporcionar apoio logístico e operacional para esses grupos e irá
trabalhar para resgatar, reabilitar e soltar essas aves confiscadas. Através de suas estórias
individuais, essas aves irão agir como embaixadoras para suas espécies, mandando uma
mensagem poderosa para futuros traficantes, para os legisladores e para o público em geral.
Finalmente, confiscar e libertar aves ajuda a parar o comércio por si só, e destaca o valor inerente
dessas aves na natureza.
O Trust lançou um novo site para chamar atenção para a campanha. Ele vai mostrar vídeos e blogs
para divulgar as novidades direto dos locais e fornecer aos doadores a oportunidade de ajudar
diretamente a retornar psitacídeos à natureza.
O WPT dá as boas vindas a todos que possam ajudar – por favor, nos ajude a fazer disso um
enorme sucesso e acabar com o tráfico de aves para sempre.
Saiba mais: www.parrots.org/flyfree
Foto:
Trabalhando com parcerias nos países exportadores de psitacídeos, a Campanha Voe Livre irá se
concentrar em apoiar as leis sobre vida selvagem e confiscar e eventualmente libertar as aves
capturadas do tráfico.
Compras fáceis de final de ano
Pare de procurar!
Ótimos presentes que apóiam os Projetos do World Parrot Trust!
Artesanato
Livros
Cartões
Vestuário
DVDs
Brinquedos para aves
Brinquedos de pelúcia
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Muito mais!
www.parrots.org
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