furos no - Sinduscon-SP

Transcrição

furos no - Sinduscon-SP
Nº 152
ano 13
mar 2016
As 960 moradias
do Jardim Atlântico,
em Araçatuba-SP:
construídas com
recursos do MCMV
FUROS NO
MCMV3
Governo lança terceira fase do Minha Casa, Minha Vida e deixa empresários
em dúvida quanto ao futuro do programa de habitação popular
ENTREVISTA DO MÊS
João Whitaker,
secretário da Sehab-SP
DESTAQUE
Estudo sobre Produtividade na
construção civil rende debates
w w w. s i n d u s c o n s p . c o m . b r
AMANCO
QUICKSTREAM.
É PRECISO MUITA
TECNOLOGIA PARA
DAR VAZÃO A TANTAS
VANTAGENS.
O mais moderno sistema de captação de água pluvial
para grandes coberturas, com know-how europeu.
• Elimina a entrada de ar e aumenta a velocidade de escoamento;
• Fluxo de passagem plena: redução nas dimensões do tubo;
• Menor custo de instalação e de materiais;
• Montagem simples, com menos perfurações e captadores;
• Condução horizontal: liberdade arquitetônica.
EDITORIAL
RESGATAR O PAÍS NA MAIS
ABSOLUTA LEGALIDADE
JOSÉ ROMEU FERRAZ NETO
Presidente do SindusCon-SP
A
devastadora crise política que paralisou os investimentos, pauperizou
a economia e atingiu em
cheio a indústria da construção,
chegou a uma etapa decisiva. No
final de março, quando fechávamos esta edição, o Executivo não
havia logrado recuperar a confiança dos agentes econômicos.
A governabilidade tinha sido indiscutivelmente abalada. O processo de impeachment acabava
de ser aberto na Câmara dos Deputados. A Operação Lava Jato
apertava o cerco em torno dos políticos. Acentuavam-se manifestações de confronto irracional e intolerância política. A articulação
pela formação de um novo governo se intensificava.
Nesta crise aguda, está nas
mãos das lideranças responsáveis
da nação assegurar que as instituições desempenhem seu trabalho
sem sabotagens aos alicerces do
Estado Democrático de Direito. Isto
significa respeito à Constituição, às
leis, à isenção da Justiça. Respeito
ao direito de manifestação dentro
da ordem. Respeito à observância
dos processos legais. É inaceitável
que o clamor pelo fim da corrupção
e as manifestações pró e contra o
governo sejam instrumentalizadas
para desestabilizar o funcionamen-
to das instituições, contaminando
os Poderes da República.
No âmbito político, torcemos
pelo resgate do País na mais absoluta legalidade. O Brasil não tem
por que pagar indefinidamente os
elevados custos econômicos, morais e sociais da crise. Se o Legislativo aprovar o impeachment
mediante comprovado crime de
responsabilidade por parte do Executivo, cumpre às lideranças res-
O BRASIL NÃO TEM
POR QUE PAGAR
INDEFINIDAMENTE OS
ELEVADOS CUSTOS
ECONÔMICOS, MORAIS E
SOCIAIS DA CRISE
ponsáveis do país pressionar o novo governo pela construção de um
novo horizonte de previsibilidade,
que possibilite o necessário clima
favorável à volta dos investimentos.
Mais adiante, a mesma responsabilidade precisará ser assumida na hipótese de a Justiça Eleitoral impugnar a chapa eleita para a
Presidência da República. As lideranças responsáveis possivelmente precisarão enfrentar com matu-
ridade mais uma mudança, caso
novas eleições presidenciais se
realizem ainda neste ano.
Na esfera jurídica, confiamos
em que o Poder Judiciário não será leniente com condutas criminosas, estejam ou não seus autores
no governo, e ao mesmo tempo não
se deixe instrumentalizar por pressões político-partidárias. No âmbito
econômico, medidas pontuais são
mais do que necessárias, principalmente com estímulo a investimentos em habitação e infraestrutura.
A construção continuará trabalhando por uma agenda de implementação urgente de novas
concessões e parcerias público
-privadas federais, estaduais e municipais, com segurança jurídica e
que sejam realmente atrativas aos
investidores nacionais e estrangeiros; desburocratização na aprovação de projetos e financiamentos;
melhoria da gestão e elevação da
produtividade nas construtoras.
Mas a urgência do presente
não pode nos fazer postergar as
reformas estruturais necessárias
ao reequilíbrio das contas públicas, como a previdenciária e a tributária. Sem medidas duras que
revertam o crescimento incessante do déficit fiscal, nenhum programa de reativação econômica ficará em pé muito tempo.
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3
ENZO BERTOLINI
SUMÁRIO // MARÇO 2016
20
03
22
EDITORIAL
FOTO DO MÊS
DESTAQUE
PALAVRA DO PRESIDENTE
SINDUSCON-SP APRESENTA
06
ESTUDO SOBRE PRODUTIVIDADE
ENTREVISTA DO MÊS
24
VILA OLÍMPICA RIO 2016
Integrantes do SindusCon-SP
visitam as obras da Vila Olímpica
dos Jogos Rio 2016
JOÃO WITHAKER,
SECRETÁRIO DA SEHAB-SP
CAPA: DIVULGAÇÃO / PM ARAÇATUBA
notícias da construção // mar 2016
INOVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO
12
RFM MONTA OPERAÇÃO DE
CAPA
A HABITAÇÃO POPULAR
CHEGA A UMA
ENCRUZILHADA
FUNDAÇÕES DE EDIFÍCIO
CONFIRA A NOVIDADE NA PÁGINA 41
4
NO CONSTRUBR 2016
GUERRA PARA EXECUTAR
LOCALIZADO EM ÁREA
DE GRANDE TRÁFEGO DE
VEÍCULOS E PESSOAS
PRESIDENTE
José Romeu Ferraz Neto
VICE-PRESIDENTES
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SINDUSCON EM AÇÃO
32
ARTIGO JURÍDICO
FABIO TEIXEIRA OZI
DISCORRE SOBRE O PAPEL
DA PROVA PERICIAL NO NOVO
CÓDIGO CIVIL
33
REGIONAL
Eduardo Carlos Rodrigues Nogueira, Eduardo May Zaidan,
Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Haruo Ishikawa,
Jorge Batlouni, Luiz Antônio Messias, Luiz Claudio Minnitti Amoroso,
Maristela Alves Lima Honda, Maurício Linn Bianchi,
Odair Garcia Senra, Paulo Rogério Luongo Sanchez,
Roberto José Falcão Bauer, Ronaldo Cury de Capua
DIRETORES DAS REGIONAIS
Elias Stefan Junior (Sorocaba), Fernando Paoliello Junqueira
(Ribeirão Preto), Germano Hernandes Filho (São José do Rio Preto),
Márcio Benvenutti (Campinas), Mario Cézar de Barros (São José
dos Campos), Mauro Rossi (Mogi das Cruzes), Paulo Edmundo
Perego (Presidente Prudente), Ricardo Aragão Rocha Faria (Bauru),
Ricardo Beschizza (Santos), Sergio Ferreira dos Santos (Santo André)
REPRESENTANTES JUNTO À FIESP
Eduardo Ribeiro Capobianco, Sérgio Porto, Cristiano Goldstein,
João Cláudio Robusti
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Enzo Bertolini (11) 3334.5659, Andrea Ramos Bueno (11) 3334.5701
e Aline Hovarth (11) 3334.5688
CONSELHO EDITORIAL
Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan,
José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Biachi, Francisco Antunes
de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides,
Sergio Porto, Ana Eliza Gaido e Rafael Marko.
DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDO
Néctar Comunicação Corporativa (11) 5053.5110
EDITOR RESPONSÁVEL
46
NOVIDADES DO MERCADO
PRODUTOS COM FOCO
EM SUSTENTABILIDADE
E DESEMPENHO TÊM
DESTAQUE NA 14ª EXPO
REVESTIR
48
CONCRETO
BATE-PAPO COM FLÁVIO
AMARY, NOVO PRESIDENTE
DO SECOVI-SP
Paulo Silveira Lima (MTb 2.365-DF) [email protected]
REDAÇÃO
Renata Justi (editora assistente), Bruno Loturco, Glauco Figueiredo,
Andrea Ramos Bueno, Aline Hovarth, Enzo Bertolini e Rafael Marko,
com colaboração das Regionais: Bruna Dias (Bauru);
Ester Mendonça (São José do Rio Preto); Giselda Braz (Santos);
Geraldo Gomes e Maycon Morano (Presidente Prudente);
Camila Garcêz (São José dos Campos e Mogi das Cruzes);
Marcio Javaroni (Ribeirão Preto); Lívia Lopes e Simone Marquetto
(Sorocaba); Sueli Osório (Santo André) e Vilma Gasques (Campinas).
ARTE E DIAGRAMAÇÃO
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REVISÃO
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“O papel desta
revista foi feito com madeira de florestas
certificadas FSC e de outras fontes controladas.”
5
ENTREVISTA // JOÃO WHITAKER
TERRENOS E
ELEVADORES
NO MINHA CASA,
MINHA VIDA
Professor e doutor em Arquitetura e Urbanismo
pela Universidade de São Paulo e graduado em
Economia pela PUC-SP, João Sette Whitaker
Ferreira assumiu, no final do ano passado, a
Secretaria Municipal de Habitação (Sehab).
Passados três meses, o Minha Casa, Minha Vida
entra no início de sua terceira fase e, segundo
Whitaker, a atuação da secretaria continuará
relacionada ao desenvolvimento do programa
federal. Ele informa que a prefeitura tenta convencer
o Ministério das Cidades a aceitar a inclusão de
elevadores nos projetos do MCMV em São Paulo,
porque este é um item fundamental para tornar
possível o adensamento populacional em regiões
afastadas, uma das prioridades da atual gestão.
O programa Casa Paulistana terá continuidade,
mas, tendo em vista a escassez de recursos
municipais para investimento habitacional, a
participação do município irá se concentrar na
cessão de terrenos para as edificações.
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notícias da construção // mar 2016
Notícias da Construção // O senhor chegou
há quase quatro meses na atual administração. A sua gestão se define por continuidade ou inovação, em relação ao trabalho que a secretaria vinha realizando?
João Whitaker // É uma mistura das duas coisas. É continuidade porque o que vinha sendo feito
antes de eu assumir a secretaria
era feito com competência. Não
tem nenhuma mudança de rumo
radical. A prefeitura estava muito
empenhada em produzir habitação
dentro do contexto do Minha Casa,
Minha Vida. Este era o grande eixo
de atuação da secretaria. Fazer
com que esse programa federal se
tornasse possível, efetivo. O município entra com terra e com o processo de aprovação, de licencia-
JORGE ROSENBERG
mento e toda a indicação da demanda. Isso continua sendo feito.
Teve uma interrupção, com a crise.
Estávamos esperando o lançamento da terceira fase há mais de um
ano, o que aconteceu nesta última
semana [de março]. Mas o trabalho vinha sendo bem feito. O Floriano [José Floriano de Azevedo
Marques, a quem Whitaker sucedeu] fez R$ 740 milhões em desapropriações. É uma marca importante. E digo isso com satisfação,
porque eu como acadêmico cheguei a escrever artigos dizendo que
era impossível encontrar terra em
São Paulo. O prefeito insistiu que
isso não era um problema e que
era importante ter vontade política e pôr dinheiro. Ele tinha razão.
Eu estava errado, eles de fato, surpreendentemente, desapropriaram
muita terra em São Paulo.
Associando isso às ZEIS, o Fernando de Melo Franco [secretário municipal de Desenvolvimento
Urbano] fez um cálculo que temos
espaço para produzir 1,5 milhão
de unidades de habitação social
no município. Foi construída uma
lógica, uma base para sustentar
a produção de habitação baseada
no MCMV. Hoje temos 23 mil unidades em obra, mais 15 mil licenciadas, com terreno resolvido. Esta
parte está muito bem estruturada.
NC // E as novidades?
JW // A prefeitura havia entrado
numa lógica, como todas as outras
prefeituras do País, até mesmo o
governo do Estado. Quando você
tem o governo federal soltando R$
70 bilhões em subsídios e mais
outras dezenas de bilhões em recursos facilitados para financiamento, qual não vai ser o prefeito e governador que não vai aderir?
Então todos os municípios brasileiros se voltaram demais ao modelo
do MCMV. O que é bom enquanto tem dinheiro. Na hora que surge
algum problema e passa a não ter
dinheiro você fica na mão.
O que estamos fazendo agora
é recuperar e ampliar a outra
parte da política habitacional, que
não está tão vinculada ao MCMV.
Passa pela estruturação de uma
política municipal de habitação,
www.sindusconsp.com.br
7
JORGE ROSENBERG
ENTREVISTA // JOÃO WHITAKER
que é o Plano Municipal de Habitação, que a gente tem de realizar porque é uma indicação do
Plano Diretor Estratégico, passa
por fazer não somente a produção
de casas via financiamentos federais, mas também por começar a
abrir um leque para ter uma certa
autonomia na produção própria.
Tem as políticas tradicionais
de urbanização de favelas, de trabalhar na intervenção integrada
em áreas precárias. Precisa ter
uma política autônoma para ter
uma ação proativa em áreas muito
precárias. Estamos estruturando
uma lógica de intervenção nessas
áreas, obedecendo os quatro pilares que são regularização fundiária, melhoria da infraestrutura e
dos equipamentos urbanos, provisão de habitação, quando for o
caso, e melhoria habitacional do
parque existente.
A gente está construindo uma
política de locação social. Isso é
importante, constituir um parque
de moradias próprio da prefeitura que possa ser destinado a famí-
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notícias da construção // mar 2016
“O MUNICÍPIO NÃO
TEM RECURSOS
PARA INVESTIR
DIRETAMENTE NA
PRODUÇÃO DE
HABITAÇÃO POPULAR”
lias de baixa renda, e com isso segurar um pouco a valorização imobiliária de aluguéis. Sobretudo não
repassar esse investimento público
– a prefeitura compra terra, constrói, e, pelos meios convencionais,
acaba repassando a médio prazo
essas habitações, porque é natural que em áreas centrais, muito
valorizadas, quem recebe o apartamento acabe revendendo. É uma
lógica normal, só que para o poder
público isso significa acabar repassando indefinidamente tudo o que
é produzido para o mercado, o que
por si não tem problema. O problema é que fica mais difícil atender
as pessoas de muito baixa renda, e
essa é uma obrigação da prefeitura. A locação social permite que a
prefeitura mantenha um parque de
habitação para atender famílias em
situação de vulnerabilidade.
NC // O município tem recursos para investir diretamente na produção de habitação popular?
JW // Atualmente não tem. Na verdade, tem um pouco, que vêm
do Fundo de Desenvolvimento
Urbano (Fundurb) e do Fundo Municipal de Saneamento, que são as
duas fontes mais significativas da
Sehab, hoje. Mas a parte destinada
à produção de habitação é pequena porque esses fundos têm carimbo – a maior parte deles é destinado ou à desapropriação de terrenos ou a obras mais relacionadas à
questão do saneamento.
Como havia um financiamento
muito grande via governo federal,
no âmbito do Minha Casa, Minha
Vida, passou a não ter recursos
do chamado Orçamento 00 para
investimento em habitação. Mas
isso é uma questão conjuntural.
Nada impede que a gente altere
essa relação. Além do mais, isso
vai se juntar ao feito talvez mais
importante do prefeito, que foi a
renegociação da dívida. Isso fez
com que a prefeitura tenha, a
partir do ano que vem, uma folga
significativa. A cidade economizou, se eu não me engano, R$
28 bilhões em serviços da dívida.
Além dessa economia, a redução
abre a perspectiva de a cidade
captar empréstimos específicos
para a realização de determinadas políticas.
A nossa perspectiva para o ano
que vem é muito melhor.
NC // Na fase anterior do MCMV, a prefeitura tinha o Casa Paulistana, que complementava o programa federal com recursos do município. O Casa Paulistana
vai continuar com o MCMV3?
JW // Vai, o Casa Paulistana é um
programa feito também em parceria com o governo do Estado,
que faz um aporte pelo Casa Paulista. Esse aporte de recurso era
feito sobretudo pelo fato de que,
em São Paulo, o custo da terra é
muito elevado. Então, para fechar
a equação do custo precisa dessa
complementação.
Vai continuar, mas temos que
ver que agora tem algumas mudanças que permitem que a prefeitura dinamize esse aporte de maneira mais qualificada. Porque muitos
dos terrenos já foram comprados,
e estamos entrando com eles nos
chamamentos da Cohab, o aporte
é o próprio terreno.
A gente está discutindo uma
outra questão, e há uma resistência natural no ministério [das Cidades], que é a do elevador, porque
eles trabalham uma lógica para o
Brasil inteiro. Aqui, nós precisa-
mos adensar. Estamos apresentando uma proposta, para adequar ao zoneamento, ao coeficiente de aproveitamento, e incluir um
aporte para cobrir o custo de manutenção dos elevadores, por 10
anos, o que vai garantir que a manutenção seja realizada. O Ministério das Cidades faz a observação,
empírica e correta, de que quando
se faz elevador para população de
muito baixa renda existe uma dificuldade muito grande de realizar
a manutenção. Estamos equacionando um modelo que possa permitir que entremos com elevador,
garantindo a manutenção.
Fizemos um acerto com o governo do Estado para criar parâ-
“O CASA PAULISTANA
CONTINUA, MAS
COM MUDANÇAS
PARA A DINAMIZAÇÃO
DO APORTE DE
RECURSOS”
metros para o aporte dos recursos.
Não é porque o programa reajustou
o valor do imóvel em R$ 20 mil que
o custo vai automaticamente subir
na mesma medida. Está certo que
a área aumentou dois metros quadrados, mas isso só não justifica o
aumento do custo.
NC // Mas o MCMV3 também exige o
cumprimento da Norma de Desempenho,
para maior conforto térmico e acústico,
além de itens de sustentabilidade, visando economia de água e energia. Isso
representa custos adicionais...
JW // Temos que ter um diálogo
mais transparente sobre custos. A
questão dos custos chega para nós
de forma muito hermética.
NC // O Casa Paulistana vai abranger a nova
faixa do MCMV, chamada de Faixa 1,5?
JW // Claro, com certeza. O programa estabelece que a demanda da Faixa 1,5 é definida pela
prefeitura. Para nós, é importante porque atende a nossa demanda. Eu acho que a Faixa 1,5 vai
desafogar a Faixa 1, atendendo as
famílias que estão numa situação
de maior vulnerabilidade.
NC // Como o senhor avalia o atual estágio de São Paulo sob o ponto de vista
urbanístico e o que a prefeitura pode
fazer para tornar a cidade melhor para
as pessoas que aqui vivem?
JW // Eu avalio como muito positivo e eu acho que a prefeitura deve
continuar a fazer o que tem sido
feito. Uns cinco ou seis anos atrás
eu escrevi um artigo dizendo: “São
Paulo vai morrer”. Tinha a máfia do
ISS, havia um descontrole na aprovação do que era feito na cidade,
tinha um plano diretor que havia
sido literalmente engavetado, que
não dava regulação nenhuma. Vigorava uma, digamos, soberania do
automóvel nos modelos de mobilidade e uma desvalorização muito
grande da pessoa na cidade.
Ocorreu, nesses últimos quatro
anos, uma reviravolta muito grande.
Foi aprovado um novo plano diretor
que tem condições de ser o condutor do processo de urbanização
da cidade. E já se aprovou, na sequência, até de maneira bastante
rápida, a Lei de Zoneamento, que
é muito interessante porque permite o adensamento de regiões da
cidade que precisam ser adensadas e isso vinculado ao transporte público de massa e aos corredores – isso é uma novidade incríwww.sindusconsp.com.br
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ENTREVISTA // JOÃO WHITAKER
NC // O senhor vem de uma longa trajetória acadêmica, e pela primeira
vez assume um cargo público. Como o
senhor está sentindo essa transformação em sua vida profissional?
JW // Eu venho de uma longa trajetória acadêmica, mas com a peculiaridade de a minha área de atuação acadêmica, que é o urbanismo, ser, por natureza, muito próxima do real. Se você quer ser
um bom urbanista, tem de saber
o que acontece na gestão pública,
porque senão você está muito fora
da discussão. Eu estava na academia, mas participava do Conselho
da Cidade, sendo atuante, tendo
uma proximidade grande com o
Fernando de Mello Franco, contribuíndo sempre que possível com a
secretaria. E eu venho de uma tradição na área de habitação que já
10
notícias da construção // mar 2016
JORGE ROSENBERG
vel, pois vai ser na zona leste, na
zona norte, na zona sul, em áreas
remotas em que antes não havia
essa perspectiva.
O plano diretor preserva o
número de ZEIS. Temos em São
Paulo uma inovação muito significativa do ponto de vista da legislação urbanística. Temos uma
política enfática de prioridade do
transporte público, construímos
corredores de ônibus como nenhuma outra gestão. Felizmente, o governo do Estado retomou,
ainda que de maneira mais lenta
do que eu acho que deveria ser,
a expansão do metrô. Tudo isso
vai criando uma significativa recuperação da cidade para os moradores, gerando consciência de
ocupação do espaço público. Eu
acho que essas são transformações que a cidade já ganhou. A
gente tem de continuar fazendo
isso e espero que possamos continuar na próxima gestão.
“AS PESSOAS NÃO
PERCEBERAM QUE
SEM HABITAÇÃO NÃO
TEM EDUCAÇÃO, NEM
SAÚDE, NEM NADA –
SEQUER TRABALHO”
teve muita atuação no poder público – minha orientadora, a quem
substituí na coordenação do Laboratório de Habitação da FAU-USP,
a Ermínia Maricato, é até hoje referência em urbanismo no Brasil.
Então, eu tive esse distanciamento, mas ele não era tão grande
assim. Na verdade, nada me surpreendeu tanto, porque eu já tinha
um certo conhecimento sobre
como as coisas funcionavam. A
dificuldade maior está no fato, e
era coisa que eu já sabia, de que
a gente tem muito pouco espaço
para formulação, para pensar políticas – embora a gente esteja fazendo isso – em função da exigência de soluções de problemas de
varejo do dia a dia, que hoje compõem o cotidiano de uma secretaria municipal em São Paulo. Temos
que lidar com todos os desequilíbrios históricos que se acumulam numa secretaria como esta.
Existe uma gestão muito complexa, numa cidade imensa, inserida
num país que não resolveu a questão habitacional, que ainda não
foi assimilada com a importância
que deveria ter, diferentemente do
que aconteceu com a educação
e a saúde. As pessoas ainda não
percebem que sem habitação não
tem nem educação, nem saúde,
nem nada – sequer trabalho.
CAPA
HABITACÃO
POPULAR NA
ENCRUZILHADA
Governo federal promove lançamento político da terceira fase
do Minha Casa, Minha Vida, deixando para os empresários
dúvidas quanto à capacidade de funding e à própria
sustentação do programa habitacional em médio e longo
prazos. PPPs do governo paulista dão alento ao segmento
N
uma época em que o
País vive incertezas de
toda ordem, o setor da
construção civil viveu,
no final de março, mais uma frustração de expectativas. Aguardado pelos empresários desde
2014, o anúncio oficial da terceira fase do programa Minha Casa,
Minha Vida (MCMV3), em vez de
alento, trouxe ainda mais dúvidas
quanto ao futuro do mercado de
habitação popular no Brasil.
O atual modelo federal de fomento à habitação popular dá
sinais de esgotamento. Há incer-
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notícias da construção // mar 2016
tezas quanto ao funding para o
desenvolvimento dos empreendimentos da Faixa 1, voltados às famílias mais carentes e incentivados com subsídios do Tesouro, dúvidas quanto à viabilidade da recém-criada Faixa 1,5, que conta
com recursos do FGTS, e preocupação em relação à continuidade
do programa nas Faixas 2 e 3.
Na reunião do Grupo de Trabalho de Habitação do SindusCon-SP,
realizada no dia seguinte ao anúncio governamental, os empresários
presentes lançaram dúvidas a respeito da disponibilidade de recur-
sos para os subsídios. Além disso, a
operacionalidade da Faixa 1,5 não
pareceu factível. Outro ponto levantado: tendo em vista a meta de unidades anunciadas para as Faixas 2
e 3, é provável que faltem recursos.
“Sem dúvida, o funding do
programa precisa ser repensado”,
resume Ronaldo Cury, vice-presidente de Habitação Popular do
SindusCon-SP. Na reunião do GT,
os empresários tiveram a oportunidade de assistir a uma palestra do
secretário estadual de Habitação,
Rodrigo Garcia, que trouxe mais
uma notícia desagradável: o gover-
DIVULGAÇÃO/CURY CONSTRUTORA
Empreendimentos mais
recentes do MCMV, nas
faixas 2 e 3, incluem itens
que elevam a qualidade
de vida, como área de
lazer com piscina
www.sindusconsp.com.br
13
JORGE ROSENBERG
CAPA
no de Geraldo Alckimin cogita interromper o programa Casa Paulista, que complementa o MCMV
com recursos estaduais, “caso não
possamos interferir nas regras”.
A reclamação geral é de que o
governo não forneceu informações
operacionais sobre a terceira fase
do programa. Os empresários analisam que o anúncio foi um evento
muito político e pouco técnico.
A situação, que já é muito
complicada, pode ficar ainda pior.
Ao jornal O Estado de S. Paulo,
dias antes, o presidente do Instituto Ulysses Guimarães, Moreira Franco, havia afirmado que em
um eventual governo o PMDB deveria extinguir todos os atuais programas sociais em andamento –
incluído aí o MCMV. Isso é algo
que causa temor nos construtores.
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notícias da construção // mar 2016
O FUNDING DO
MINHA CASA,
MINHA VIDA
PRECISA SER
REPENSADO
RONALDO CURY
Vice-presidente de Habitação
Popular do SindusCon-SP
LUZ NO FIM DO TÚNEL
Nesse contexto, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) que o governo paulista tem desenvolvido
para viabilizar a produção de habitações de interesse social (HIS)
e habitações de mercado popular (HMP) parecem uma miragem
no deserto. Garcia apresentou aos
empresários detalhes sobre os
projetos já lançados, informando
que dois novos editais de chamamento para PPPs serão lançados
nos próximos meses.
Um novo lote – denominado
Lote 2 do Centro Expandido – ao
longo do eixo Radial Leste, no entorno das estações Brás, Bresser
e Belém do Metrô, já teve a primeira audiência pública realizada,
em fevereiro. O projeto irá prover
7 mil novas unidades, sendo
A2IMG/CIETE SILVÉRIO
Projeto da PPP de Habitação na Praça Júlio Prestes trará mais 3.683 unidades à região central de São Paulo
4.900 HIS e 2.100 HMP. O governo vai conceder áreas bastante valorizadas – o parceiro privado
poderá construir os edifícios sobre
as estações do Metrô e implantar
comércio no térreo dos edifícios.
A outra novidade é a PPP que
será licitada na região do bairro
da Penha onde será construída a futura estação Tiquatira,
na extensão da Linha Verde do
Metrô rumo a Guarulhos. A CDHU
possui na região terrenos que totalizam 60.305 metros quadrados. O plano é implantar 1.424
HIS e 608 HMP, além de um mall
com 10.927 metros quadrados de
área construída em dois pavimentos, e quatro torres comerciais.
O governo do Estado já está
construindo, em PPP, no Lote 1
do Centro Expandido, na região
das ruas São Caetano e Helvécia e no terreno da antiga rodoviária de São Paulo, em frente à
estação Júlio Prestes, somando
2.260 unidades de HIS e 1.423
de HMP. As obras de 126 unidades na rua São Caetano já se encontram em execução pela Canopus Holding, vencedora da concorrência internacional.
Na avaliação de Ronaldo Cury,
“a PPP não é nenhum bicho de
sete cabeças. A conta fecha”.
Para ele, “isso é o futuro”. “Temos
a preocupação de viabilizar a participação das pequenas e médias
empresas nas PPPs”, promete o
subsecretário de PPP, João Octaviano Machado Neto.
DEBATES NO CONSTRUBR
Preocupado com o futuro do seg-
mento de habitação popular, o
SindusCon-SP reservou dois painéis para debates de temas relacionados no ConstruBR, na programação do dia 15 de abril. Destaque para a participação de três
conferencistas internacionais: Rogello Gonzalez, presidente da Comissão de Habitação da Câmara
Chilena da Construção, Humberto Iglesias Gómez, diretor do Instituto Social de Vivienda y Habitat
de Medelin (Isvimed), Colômbia, e
Rafael Licea Alvarez, diretor técnico da Câmara Mexicana da Indústria da Construção (CMIC).
“Estamos estudando experiências de fora para elaborar propostas
para o aperfeiçoamento do modelo
brasileiro”, explica Cury, que coordenará a mesa de debates com os
especialistas sulamericanos.
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15
CAPA
BRUNO PERES
Presidente Dilma Roussef reúne
ministros e movimentos sociais.
José Carlos Martins, da CBIC
[segundo da dir. para esq.],
representa os empresários
COM MENOS RECURSOS,
GOVERNO REBAIXA
METAS DO MCMV
Em 2014, Dilma havia prometido que a terceira fase do programa
entregaria 3 milhões de residências. Agora, face à escassez de recursos
federais, presidente reduz meta em 1 milhão de unidades. Mercado tem
dúvidas se dinheiro disponível garante a execução total do programa
16
notícias da construção // mar 2016
E
m meio à grave crise política que instabiliza o País, o
governo federal finalmente
realizou, no último dia 30,
em uma cerimônia no Palácio do
Planalto, o lançamento oficial da
terceira fase do programa Minha
Casa, Minha Vida (MCMV3). Com
essa nova etapa, que já deveria
ter sido lançada em 2014, o governo recalcula a sua meta de investimento e habitação – agora, a
promessa é entregar 2 milhões de
moradias populares até 2018.
Segundo o Ministério das Cidades, a previsão é investir cerca
de R$ 210,6 bilhões. Desse total,
apenas R$ 41,2 bilhões sairão do
Orçamento Geral da União. A maior
parte dos recursos será obtida por
meio do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS), informou o ministro Gilberto Kassab. A
dúvida do mercado é se esses recursos serão suficientes para garantir a execução total do programa.
Lançado em 2009, no segundo mandato do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, o Minha Casa,
Minha Vida se tornou uma das
principais bandeiras políticas de
Dilma e, talvez, o único programa
bem-sucedido de seu governo. Em
2014, ano em que disputou a reeleição, a presidente havia prometido que a terceira fase do programa
habitacional entregaria 3 milhões
de residências. Ou seja, a estimativa inicial do MCMV3 foi reduzida
em 1 milhão de moradias.
Durante a cerimônia, Kassab
anunciou a criação do Sistema
Nacional de Cadastro Habitacional, por meio do qual os cidadãos
poderão consultar o status de sua
inscrição no programa e o andamento do processo de seleção
dos beneficiários. Como já havia
sido anunciado, o MCMV3 introduz uma faixa intermediária de financiamento para atender famílias com renda de até R$ 2.350,
com juros de 5% ao ano, denominada Faixa 1,5 ou Faixa 1 FGTS.
CAPA
DESEMPENHO E
SUSTENTABILIDADE
O governo também determinou
que as unidades habitacionais da
Faixa 1 tenham acréscimo de dois
metros quadrados, passando para
41 metros quadrados. As novas
construções terão que obedecer os
parâmetros da Norma de Desempenho, contando, a partir de agora,
com melhor isolamento térmico e
acústico, de forma a oferecer maior
conforto aos moradores e garantir
maior durabilidade dos imóveis.
Também serão incorporados
itens de sustentabilidade, como
aeradores de torneira, válvulas
de descarga com acionamento
duplo, sensores de presença para
a iluminação de áreas comuns,
bombas de água com certificação
Procel e sistemas alternativos ao
de aquecimento solar.
A arborização será obrigatória: deverão ser plantadas árvores (preferencialmente nativas)
na proporção de uma árvore para
cada cinco unidades habitacionais nos conjuntos de apartamentos, e uma árvore para cada duas
unidades habitacionais nos conjuntos de casas.
Os novos parcelamentos deverão ser realizados na forma de loteamentos, ou seja, todas as ruas
deverão ser públicas e conectadas com o restante do bairro ou
da cidade. Segundo o ministério, isso proporcionará integração
ainda maior de serviços, aumentando conforto e segurança.
As quadras deverão ter tamanho máximo que permita o deslocamento seguro dos pedestres
e as calçadas e ruas deverão ter
larguras mínimas que comportem diferentes modos de transporte e arborização.
O MCMV3 vai priorizar os me-
18
notícias da construção // mar 2016
AS MUDANÇAS NO PROGRAMA
FAIXA DE RENDA*
FAIXA
MCMV2
MCMV3
Faixa 1
1.600
1.800
Faixa 1,5
-
2.350
Faixa 2
3.275
3.600
Faixa 3
5.000
6.500
VALOR MÁXIMO DO IMÓVEL*
FAIXA
MCMV2
MCMV3
Faixa 1
76 mil
96 mil
Faixa 1,5
-
135 mil
Faixa 2
190 mil
225 mil
Faixa 3
190 mil
225 mil
FAIXA DE RENDA*
FAIXA
MCMV2
MCMV3
Faixa 1
73 mil
86,4 mil
Faixa 1,5
-
45 mil
Faixa 2
25 mil
27,5 mil
* VALORES EM REAIS
lhores projetos. Nesta fase, as
propostas apresentadas pelas
construtoras passarão por processo de qualificação prévia: será
aberto um ciclo para apresentação de propostas. Ao fim deste
ciclo será atribuída pontuação
para as melhores propostas, segundo critérios como atendimento ao déficit, unidades maiores,
melhor inserção urbana etc.
BALANÇO
De acordo com o governo, as duas
primeiras etapas do programa já
entregaram cerca de 2,6 milhões
de residências. Há ainda mais 1
milhão de casas em construção
para entregar aos beneficiários do
MCMV. Nas duas primeiras fases
do programa habitacional, informou
o governo, foram investidos aproximadamente R$ 240 bilhões.
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Connect: EGM –
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amostra 1387). (*)amostra abaixo de 30 casos. (2) IVC – outubro/2015 – total circulação paga impressa + digital – Folha de S.Paulo: 320.254.
(3) Adobe Analytics/Omniture – novembro/2015.
FOTO DO MÊS // MARÇO 2016
20
notícias da construção // mar 2016
DIVULGAÇÃO / ILHA PURA
VILA OLÍMPICA RIO 2016
Com capacidade para 17.950 atletas e equipes técnicas, a Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos Rio 2016
tem sete condomínios, 31 prédios, 3.604 unidades, distribuídas em 476 apartamentos, num total
de 73.359 metros quadrados de área privativa. Com
total de 200.000 metros quadrados, conta ainda
com um parque e 1,1 quilômetro de ciclovia. A obra
ficou a cargo do Consórcio Ilha Pura, composto pelas construtoras Odebrecht Realizações Imobiliárias
e Carvalho Hosken. Depois dos jogos, o local passará
por reformas para que os apartamentos sejam entregues aos compradores. As vendas dos apartamentos,
de dois, três ou quatro quartos, estão em andamento,
mas as unidades serão entregues apenas em 2017.
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21
DESTAQUE
PRODUTIVIDADE E
COMPETITIVIDADE
NA INDÚSTRIA
DA CONSTRUÇÃO
Debates sobre as questões culturais que
determinam os índices de produtividade
nos canteiros de obras do País estão no
centro do ConstruBR 2016
C
om base no tema “Produtividade e Competitividade na Indústria da
Construção”, em 2016 o
ConstruBR promove debates sobre as principais necessidades
de crescimento do setor, com discussões para elaboração de novas diretrizes capazes de superar
os desafios impostos pelo cenário
econômico atual.
Estudo sobre o desafio de elevar a produtividade do setor ganha
destaque no dia 14, apresentado
pelo vice-presidente de Economia
do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan,
e debatido por Antonio Zorzi (Cyrela) e André Glogowsky (Hochtief),
com mediação do jornalista Guto
Abranches. Entre os dados desse estudo, Zaidan destaca o chamado duplo gap observado entre a
produtividade da construção civil e
22
notícias da construção // mar 2016
a da economia em geral e, mais
do que isso, da discrepância entre
os dados brasileiros e os de países
desenvolvidos. “Temos duas escadas para subir. Uma interna e outra externa”, pontua.
O desafio é intensificado pela
estagnação econômica atual, afirma. Afinal, os trabalhadores contratados entre 2007 e 2013 – período em que o contingente de
mão de obra praticamente dobrou
no País – vinham sendo qualificados por meio de iniciativas setoriais e, agora, estão sendo demitidos. “Estamos numa situação
econômica em que jogamos fora esse esforço de qualificação,
pois estamos demitindo. Esse é
o grande drama e a grande conta
a pagar que fica com essa recessão”, lamenta Zaidan.
Para Antonio Carlos Zorzi, dire-
tor de Operações da Cyrela, esse
é, justamente, um dos principais
gargalos para a produtividade da
construção civil brasileira. Segundo afirma, são problemas crônicos
o alto índice de artesanato no processo construtivo, o significativo
emprego de mão de obra com baixo nível de qualificação, o sistema
de remuneração dos operários, a
falta de estrutura das empresas
prestadoras de serviço, a baixa
utilização e disponibilidade de sistemas industrializados, com baixo
investimento em equipamentos.
Para escapar desse ciclo, a
Cyrela investe “muito na gestão do backoffice e na gestão da
produção, reduzindo re-serviços,
desperdícios”, diz. “Esse processo não pode parar, é questão de
sobrevivência. Se não melhorarmos, não teremos custos de construção competitivos e, assim, teremos dificuldades para fazer
negócios”, analisa.
André Glogowsky, membro do
Conselho de Administração da Hochtief do Brasil e do Comitê de
Tecnologia e Qualidade (CTQ) do
Zaidan: “Temos duas escadas para subir”
Glogowsky: “Interligação da cadeia deixa a desejar”
DUPLO GAP DE PRODUTIVIDADE
DUPLO GAP
16,3
Produtividade da
construção no
Brasil
23,9
Produtividade
média no Brasil
71,0
Produtividade
da construção
em países mais
desenvolvidos
100
Produtividade
média em
países mais
desenvolvidos
FONTE: FONTE: WIOD, CONFERENCE BOARD. ELABORAÇÃO FGV
EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE*
Evolução da produtividade do trabalho nas empresas, total e por segmento, 2007
a 2013 (em %)
1,59
0
-20,14
-3,23
Edificações
Infraestrutura
(*) VALORES CORRIGIDOS. FONTE: PAIC
Serviços
especializados
-6,73
Total
SindusCon-SP, afirma que a produtividade da construção civil brasileira enfrenta problemas relacionados a aspectos culturais e não
necessariamente tecnológicos. De
acordo com ele, as principais construtoras do País têm capacidade de
absorver inovações pontuais relacionadas a processos construtivos.
Entretanto, ainda há dificuldades
para integrar a cadeia produtiva
como um todo, especialmente no
que diz respeito ao projeto.
“Na indústria da construção,
se pensa o projeto por pouco tempo e se demora muito tempo na
obra, ao contrário do que acontece na indústria automobilística”,
exemplifica. Por esse motivo, ele
acredita que é preciso investir em
formas mais colaborativas de desenvolvimento de projetos, com
integração entre projetistas, clientes, construtoras e fornecedoras
muito antes do início da execução. “Quando olhamos sob o viés
da produtividade, a interligação da
cadeia como um todo deixa a desejar. Sabemos o que tem que ser
feito, mas entre saber e fazer há
uma longa distância”, alerta.
BRUNO LOTURCO
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23
INOVAÇÃO
Execução de
fundações exige
operação especial
A
execução das fundações
de um prédio localizado
em um dos pontos mais
movimentados da cidade
de São Paulo –a esquina da rua
da Consolação com a avenida
Paulista – impôs um gigantesco
desafio à Construtora RFM: concretar um bloco de mil metros
cúbicos a uma profundidade de
15 metros, para sustentar a edificação que será formada por 11
andares e quatro subsolos, erigida sobre um túnel destinado à alimentação elétrica do metrô.
“O desafio foi maior do ponto
de vista logístico, pois a obra está
inserida numa área de tráfico intenso e densamente povoada. A
concretagem não podia ter mais
que uma parada, fizemos tudo em
dois dias”, relata Dener Brito, diretor de Engenharia da RFM. “Foi
uma luta contra o tempo.”
Para tudo ocorrer conforme o
planejado, a construtora desenvolveu uma matriz de riscos e
implantou programa de gerenciamento para lidar com eles. A variável chave a ser controlada foi a
temperatura do concreto lançado,
que não poderia atingir a marca
de 65°C nas 48 horas seguintes à
24
notícias da construção // mar 2016
concretagem, sob risco de fissuração – etringita tardia – e consequente perda da peça.
A matriz indicou que deveriam
ser controlados a temperatura de
lançamento, a velocidade da descarga, o completo preenchimento
dos espaços entre a armadura, bem
como a probabilidade de chuva que
adulteraria o traço o concreto.
Foi desenvolvido um projeto específico para a dosagem do concreto de Fck 40 Mpa, autoadensável,
tendo resultado num fator água-cimento baixo, adição de sílica
ativa para reduzir a quantidade
de cimento, adição de gelo, brita
zero e demais aditivos retardadores de pega para controlar o calor.
A reação do cimento com a água
libera calor. Quanto maior o volume,
maior o calor liberado. Depois do
concreto lançado, devido às dimensões da peça, nada é possível fazer
para baixar a temperatura gerada
pela reação. A temperatura foi controlada com termopares instalados
no interior do bloco.
Para resolver a questão da velocidade da descarga, optou-se pela
locação de um terreno vizinho como
pulmão para as betoneiras, onde
foram realizados os testes amos-
FOTOS: JORGE ROSENBERG
Cuidados em relação à temperatura do
concreto provocam luta contra o tempo
1
Tenda de 400 metros quadrados
cobrindo todo o bloco mitigou risco
de chuva na concretagem
2
Concreto preencheu
cinco camadas de aço de
32 mm de diâmetro e 23 metros
de comprimento
3
Foram adicionados 140 kg
de gelo a 6 graus negativos, com
aditivos, em cada betoneira
1
2
4
3
trais, a verificação e a correção com
gelo da temperatura e a adição dos
aditivos para o concreto autoadensável. Foram 80 viagens de betoneiras em cada um dos dias.
Para mitigar o risco da chuva
durante a concretagem, foi montada uma tenda de 400 metros
quadrados cobrindo todo o bloco.
Uma terceira bomba de concreto foi mantida como reserva,
elaborado um plano de contingência que incluía desde a remoção de um profissional em caso
4
A temperatura do concreto
é medida dentro da betoneira
de acidente, o rodízio de refeições
e descanso, controle rigoroso do
tráfego dos caminhões.
O concreto foi lançado a uma
temperatura entre 16 graus e 20
graus. Para isso, o cimento foi estocado no silo da concreteira dois
dias antes, pois sai do forno a 60
ou 70 graus, o agregado foi previamente resfriado e foram adicionados 140 quilos de gelo a 6
graus negativos em cada betoneira, com os aditivos para retardar o
início da reação.
Foi adotada a solução do concreto autoadensável para permitir
o perfeito preenchimento dos vãos
e recobrimentos das cinco camadas de aço de 32 mm de diâmetro e 23 metros de comprimento,
emendados com luvas, além da
maior rapidez da descarga de
cada caminhão. As dimensões do
bloco são 380 metros quadrados
de área por 3 metros de altura.
Para a execução desse trabalho
inovador em áreas urbanas – esse
tipo de operação é comum em grandes obras, como barragens – foram
empregadas mais de 50 profissionais. Felizmente, tudo saiu como o
planejado, e o edifício agora já tem
suas fundações finalizadas.
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25
SINDUSCON-SP EM AÇÃO
BOM SENSO
EM EVIDÊNCIA
Para solucionar conflitos por meio do diálogo, Centro de
Mediação do SindusCon-SP propõe conciliar partes envolvidas
sem apelar para a Justiça, reduzindo custos e prazos
I
magine resolver um problema sério com um cliente
ou fornecedor sem que seja necessário apelar para
a Justiça Comum e reduzindo ao mínimo possível
o desgaste entre as partes, inclusive preservando
a relação comercial. Mais do que isso, de uma forma
que a solução para o conflito seja consensual e que,
ao fim do processo, todos saiam satisfeitos quanto às
suas obrigações e deveres no caso em questão.
Essa é a proposta do novo Centro de Mediação do
SindusCon-SP (CMS-SP), que coloca frente a frente,
com a presença de um profissional de mediação devidamente capacitado e qualificado, empresas e profissionais envolvidos em conflitos.
A iniciativa é extrajudicial e tem base na nova
Lei de Mediação – 13.140, de 2015 –, que regulamentou o formato para solucionar conflitos de forma
rápida e simplificada. A ideia surgiu no Conselho Jurídico da entidade, que identificou a demanda junto
ao mercado. O CMS será regido por um regulamento,
um regimento e um código de ética próprios.
De acordo com Rodrigo Chade, do Conselho Jurídico do SindusCon-SP, o intuito é apresentar ao mercado uma alternativa à via judicial para a resolução
de conflitos entre construtoras, fornecedores e clientes. “O importante é que são as partes envolvidas
que resolvem os problemas, sem deixar a decisão para um juiz”, pontua, lembrando que o mediador tem
26
notícias da construção // mar 2016
como única função promover a conversa com vistas
à obtenção de um consenso.
Chade lembra, reforçando a tendência de crescimento da mediação, que o novo Código de Processo
Civil prevê a convocação, por parte do juiz de primeira instância, de uma reunião de mediação judicial prévia à audiência. “Ninguém melhor do que as
partes para saber qual é a solução mais adequada
para cada caso”, acredita. Até mesmo porque, comenta, nem sempre um juiz tem tempo suficiente
para aprofundar-se num caso ou mesmo ouvir as partes. Assim, o CMS apresenta-se como um canal de
comunicação. “Até em casos em que as pessoas não
estavam nem conseguindo se falar, só de ter um ambiente novo, com um mediador imparcial, faz as posturas mudarem”, afirma Chade.
Com lançamento previsto para abril, o CMS apresenta-se como uma alternativa mais rápida e mais
barata do que o sistema judiciário, com custos geralmente divididos igualmente entre os envolvidos. No
site do SindusCon-SP será possível ter acesso à tabela de preços e aos procedimentos necessários para
dar entrada num procedimento de mediação. A estrutura prevê, ainda, orientação por parte do sindicato sobre quais casos podem ser beneficiados e quais
não se enquadram nas regras de mediação.
Para que o procedimento de mediação resulte na
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS
criação de um Termo de Acordo com valor judicial, é
imprescindível que as partes estejam de pleno acordo.
Apesar disso, Chade revela que, por meio do site do
sindicato, é possível que apenas uma das partes cadastre o caso e solicite ao CMS convocar a outra parte
para uma reunião de mediação. Totalmente voluntária, a mediação pode ser convocada ou interrompida a
qualquer momento, inclusive pelo mediador, caso observe que o formato não é adequado para resolver o
conflito. “Queremos criar um sistema que seja muito
prático e desburocratizado para que as empresas tenham rápido acesso à ferramenta”, afirma.
Embora, conforme conta Chade, as empresas estejam sendo orientadas a incluir cláusulas nos novos
contratos prevendo a mediação como primeira forma
de solucionar conflitos, a metodologia pode ser adotada mesmo em contratos antigos, sem referência ao
procedimento. “A mediação é voluntária e pode acontecer independentemente de haver cláusula contratual
preexistente. A qualquer momento pode ser sugerido
à outra parte que seja interrompido um eventual processo e seja iniciada a mediação”, orienta.
O QUE É MEDIAÇÃO?
Forma consensual de resolução de conflitos entre parceiros
comerciais. Com a mediação as partes evitam os processos
judiciais, que geralmente são mais caros e demorados.
QUAIS AS VANTAGENS DA MEDIAÇÃO?
Os principais ganhos estão relacionados à desjudicialização
da causa. Assim, além de ganhos de custo e prazo, a mediação
desenvolve soluções totalmente consensuais entre as partes,
possibilitando inclusive a continuidade da relação comercial.
QUAIS CASOS PODEM SER RESOLVIDOS?
Não há limitação. Quem decide quando iniciar ou interromper
um procedimento de mediação são as partes. Caso conclua que
um caso não está sendo bem sucedido por meio da mediação, o
mediador pode sugerir às partes procurar a Justiça Comum.
QUEM PODE SER MEDIADOR DE CONFLITOS?
Desde que as partes concordem, qualquer pessoa. Porém, há
profissionais qualificados a atuar nesse tipo de situação. O mediador
não tem autorização para aconselhar, propor soluções ou indicar
sentenças. Sua função é a de ser um facilitador da comunicação.
A MEDIAÇÃO TEM VALIDADE LEGAL?
A partir do momento em que as partes chegam a consenso é
gerado um Termo de Acordo que, assinado pelas partes e pelas
respectivas testemunhas, passa a ter validade legal.
SINDUSCON-SP EM AÇÃO
ConstruSer foca no combate ao
Aedes e na preservação da água
Evento este ano ocorrerá no dia 30
de abril em Osasco e nove regionais
O
combate à proliferação do Aedes aegypti,
mosquito transmissor dos vírus da dengue,
da febre chikungunya e da zika, e o uso racional da água serão os temas centrais da
9ª edição do Encontro Estadual da Construção Civil
em Família (ConstruSer), que ocorrerá no dia 30 de
abril, em Osasco (para os trabalhadores da capital) e
nas nove regionais do SindusCon-SP (Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São José do Rio Preto, São José dos
Campos e Sorocaba).
Durante o evento, que reunirá os trabalhadores
da construção civil e seus familiares, serão promovidas ações de conscientização sobre os cuidados necessários que devem ser tomados para eliminar os
potenciais focos de proliferação do mosquito. Além
disso, os participantes também receberão dicas de
como preservar e promover uso consciente dos recursos hídricos. O evento é realizado anualmente em
parceria com Fiesp, Sesi-SP, Senai-SP, Seconci-SP e
outras instituições apoiadoras.
O vice-presidente de Capital-Trabalho e Responsabilidade Social do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa,
destacou a importância dos temas “Água, cuida que
tem” e “Todos contra o mosquito Aedes Aegypti”, como iniciativas importantes que ressaltam o papel cidadão da entidade em estimular ações de prevenção
contra a proliferação de doenças e que ressaltam a
sustentabilidade. “Os dois temas são fundamentais
e muito importantes. O ConstruSer é uma iniciativa que movimenta todas as pessoas que atuam no
segmento da construção civil e seus respectivos familiares em todo o Estado de São Paulo. Ele colabora com elevação da autoestima e estimula o convívio
familiar”, disse.
A expectativa do SindusCon-SP é de que 9ª edição
do evento movimente cerca de 26 mil pessoas, entre
participantes e voluntários que atuarão em cada localidade. O ConstruSer contará ainda com diversas atrações culturais, atividades de lazer e educacionais.
28
notícias da construção // mar 2016
PROGRAMAÇÃO DO
CONSTRUSER 2016
SESI
• Casa Sustentável: exposição monitorada nos ambientes do
imóvel: sala, área de serviço, banheiro e quintal. O espaço
destinado à orientação sobre o consumo consciente do uso
da água. A casa será decorada com peças reaproveitadas
com foco na sustentabilidade, meio ambiente e combate ao
mosquito Aedes Aegypti para a saúde da sua família, dos
vizinhos e da sua cidade;
• Casa Sustentável - Programa Meu Novo Mundo: a exposição
dialogada pretende promover com o público a experiência de ter
uma deficiência temporária (visual, auditiva e física-cadeirante).
SENAI
• Demonstração da técnica na colocação do redutor de
vazão em torneiras para a diminuição do consumo de água;
• Demonstração de dois tipos de caixas acoplada
no uso de descargas sanitárias;
• Workshop de construção de minitelas mosquiteiras com velcro;
• Distribuição de folders com a programação de cursos
do SENAI na área da Construção Civil.
ALIMENTAÇÃO
• Minioficinas culinárias de preparação de receitas:
cupcake, muffin salgado e frozen de frutas;
• Distribuição de folder com dicas de economia de
água, receitas e comercialização ou não dos produtos
alimentícios e gerar renda.
EDUCAÇÃO
• Jogo Sesi – Memória Gigante: temas referente à “Preservação
da Água” e “Combate ao mosquito Aedes Aegypti”;
• Game Sesi - temas referentes à “Preservação da Água”
e “Combate ao mosquito Aedes Aegypti”.
QUALIDADE DE VIDA, ESPORTE E LAZER
• Caça ao Mosquito - Caça ao Tesouro. A equipe vencedora
(participante e família) ganhará um dia no fim de semana
(sábado ou domingo) de livre utilização no Centro de
Lazer e Esporte do SESI-SP (unidade do evento);
• Caos da Água - A equipe vencedora (participante
e família) ganhará um dia no fim de semana
(sábado ou domingo) de livre utilização no Centro
de Lazer e Esporte do SESI-SP (unidade do evento).
SECONCI-SP
• Exames médicos em todo o Estado;
• Orientações odontológicas em Osasco e Ribeirão Preto.
CAMPANHA INDICA
OS PRINCIPAIS
FOCOS DO AEDES
NOS CANTEIROS
C
om o objetivo em combater os focos do mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya, o SindunCon-SP preparou um checklist
com os principais pontos que devem ser observados pelos trabalhadores nos canteiros de obra. A lista
menciona os potenciais focos de proliferação do Aedes
Aegypti, como bandejas de proteção, caçambas, tonéis,
tambores e latões para depósitos de água, entre outros,
como locais que devem receber uma atenção especial.
O material tem sido entregue pelos os técnicos de
segurança que atuam no Programa SindusCon-SP de
Segurança durante as palestras realizadas nos canteiros de obras. A iniciativa faz parte da campanha
A Construção Civil contra a Dengue, lançada em janeiro, que já foi realizada em mais de 120 canteiros de obras no Estado de São Paulo, tendo atingido
mais de 6 mil trabalhadores até o início de abril. A
campanha pretende estimular os colaboradores para
que eles se tornem multiplicadores das orientações
em seus respectivos locais de trabalho e em casa.
CHECKLIST DOS POTENCIAIS FOCOS DE PROLIFERAÇÃO DO MOSQUITO
Marque com “X” os locais de risco para as providências necessárias
VASOS DE PLANTAS
Os pratinhos de vasos e plantas devem
ser escorridos ou preenchidos com areia
até a borda.
LIXEIRAS E ENTULHOS
Dentro ou fora do ambiente, sempre feche
bem o saco plástico e mantenha a lixeira
tampada. Recolha o lixo diariamente.
Evite acumular entulho, pois são focos do
mosquito Aedes.
PEQUENOS RECIPIENTES
Entre os pequenos recipientes incluem-se
tampinhas de garrafas, cascas de ovo,
latinhas, saquinhos plásticos de cigarros,
embalagens plásticas e de vidro, copos
descartáveis, embalagens de marmitex,
capacete ou qualquer outro objeto que
possa acumular água. Acondicione em
saco plástico, feche bem e coloque para
recolhimento da limpeza urbana.
VASILHAMES PARA ÁGUA DE
ANIMAIS DOMÉSTICOS
Lave-os com bucha e sabão em água
corrente pelo menos uma vez por semana.
VASOS SANITÁRIOS
Deixe-os sempre fechado. Em caso de
pouco uso, dê descarga pelo menos
uma vez por semana.
RALOS E CAIXAS DE PASSAGEM
Mantenha-os fechados ou telados e limpos.
BANDEJAS EXTERNAS
DE GELADEIRAS
Retire sempre a água e lave bem a bandeja.
TONÉIS, TAMBORES E LATÕES
PARA DEPÓSITOS DE ÁGUA
Se utilizados para armazenar a água,
mantê-los tampados sem deixar frestas. Lave
as paredes internas com bucha e sabão.
CAIXAS DE ÁGUA, CISTERNAS,
TUBULÕES E POÇOS
Mantenha-os bem fechados. Tampe com
telas aqueles que não possuem tampa
própria. Vede totalmente as caixas de
água existentes nos pavimentos.
CALHAS DE ÁGUA DE CHUVA
Remova folhas e outros materiais que
não permitam o escoamento da água.
GARRAFAS DE VIDRO
OU PET E BALDES
Guarde-os vazios e virados para baixo.
O mesmo se aplica para pratos de plantas
em desuso.
LONAS
Verificar diariamente se estão
acumulando água.
CAÇAMBAS
Evite deixá-las por muito tempo na
construção, faça o recolhimento
semanalmente.
SAPATAS, FURO DE ESTACAS
E FORMAS DE PILAR
Drene ou vede.
TESTE DE IMPERMEABILIZAÇÃO
(PISCINAS, TERRAÇOS,
ÁREAS DESCOBERTAS)
Após o teste de estanqueidade, retirar
toda a água e lavar as paredes internas
com bucha e sabão.
BEBEDOUROS
Mantê-los sempre limpos e nivelados.
ENTULHOS E LIXO
Evite acumular entulho e lixo, pois são
focos do mosquito.
PISO DE ANDAIMES E
PLATAFORMAS DE TRABALHO
Verifique o piso e, caso necessário, seque.
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
EM USO QUE POSSAM
ACUMULAR ÁGUA
Seque tudo e guarde em local coberto.
BANDEJAS DE PROTEÇÃO
Verifique se há água acumulada.
POÇO DE ELEVADOR, LAJES,
PAVIMENTOS E SUBSOLOS
Retire a água acumulada no mínimo uma
vez por semana.
PISCINAS EM CONSTRUÇÃO
Não deixe água acumulada. Drenar.
FERRAMENTAS MANUAIS DE
PEQUENO PORTE (BETONEIRA,
CARRINHOS, MASSEIRAS)
Após a limpeza, drenar a água acumulada.
O MATERIAL DA CAMPANHA ESTÁ
DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD EM
WWW.SINDUSCONSP.COM.BR.
www.sindusconsp.com.br
29
SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Trabalho do Consitra gerará dados
para o aumento da produtividade
U
m trabalho desenvolvido pelo Consórcio Setorial para Inovação em Tecnologia de Revestimentos de Argamassa (Consitra), do qual o
SindusCon-SP é integrante, está promovendo a avaliação comparativa da eficiência de misturadores utilizados para processamento de argamassas em
obra. O estudo mostra que há equipamentos eficientes
e de baixa eficiência, assim como argamassas robustas e sensíveis no mercado.
“O setor nunca havia feito uma avaliação dos misturadores, para conhecer a eficiência deles – ter informações sobre o tempo de mistura e homogeneização do
material, por exemplo”, afirma o coordenador do Comitê
de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do Sinduscon-SP,
Yorki Stefan. “Isso é uma questão de produtividade.”
No estudo foram analisados cinco misturadores
(Mtec-D30, Betoneira, Betomac–M80, Anvi–120, Anvi–
300), duas argamassas industrializadas e uma do tipo
virada em obra. “Utilizamos métodos próprios de ensaio
[flowtable, ar incorporado, reometria rotacional, squeezeflow e moldagens]. Trouxemos para o laboratório, os misturadores, seus operadores e as argamassas. Realizamos
15 ensaios e diversas análises simultâneas”, explica o
coordenador de pesquisas do Consitra e professor do Departamento de Engenharia Civil da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, Rafael Pileggi.
O resultado técnico mostrou que algumas argamassas são robustas frente a diferentes misturadores, outras
são extremamente sensíveis e que há misturadores eficientes e de eficiência muito baixa. “Isso mostra, por
exemplo, que quando uma argamassa é especificada
para um tipo de misturador, esse equipamento não pode
ser trocado aleatoriamente nas obras”, explica Pileggi.
“Nossa intenção, com esse estudo, é provocar a
indústria de maquinários a oferecer produtos mais
eficientes e gerar informações confiáveis para o mercado”, aponta Stefan. “O setor da construção precisa
se apropriar desse conhecimento para poder especificar corretamente as etapas de trabalho”, afirma.
Segundo Pileggi, o mercado precisa promover
30
notícias da construção // mar 2016
Yorki Stefan:
setor precisa se
apropriar desse
conhecimento
PROGRAMA DE PESQUISA
O Consitra é um programa de pesquisa multiinstitucional
e multidisciplinar estruturado para desenvolver novas
tecnologias de revestimentos de argamassa. Ele foi instituído
em 2005 e encerrou sua primeira fase de pesquisa em 2008,
dando continuidade aos trabalhos no período de 2012 a 2015.
Na primeira etapa, os estudos foram focados nas argamassas.
Já na segunda, as pesquisas abordaram todas as etapas
da produção e aplicação do revestimento. Participam do
consórcio entidades representantes das diferentes etapas
envolvidas na concepção, formulação, produção, aplicação e
controle tecnológico das argamassas e dos revestimentos.
uma padronização. “O ideal é que no futuro os misturadores tenham indicação da sua eficiência, assim
como as argamassas apresentem o nível de sensibilidade”. Atualmente, a etapa de mistura não tem recebido o cuidado necessário e isso pode gerar problemas futuros de patologias no revestimento.
Os resultados dos ensaios estão sendo compartilhados pelas empresas fornecedoras de equipamentos e
materiais para que elas realizem as alterações necessárias para adequação dos produtos. Além de Pileggi, são
autores desse trabalho os pesquisadores Roberto Cesar
de Oliveira Romano e Fábio Alonso Cardoso. O estudo
está sendo finalizado e o trabalho será publicado ainda
neste semestre nos sites do Consitra (www.consitra.org.
br) e do SindusCon-SP (www.sindusconsp.com.br).
JORGE ROSENBERG
Estudo analisa eficiência de
misturadores de argamassa
SINDICATO DEFENDE A AMPLIAÇÃO DA
EFICIÊNCIA DOS CONDICIONADORES DE AR
O SindusCon-SP apoia as propostas de elevação dos padrões
de eficiência energética dos aparelhos de ar condicionado
H
á alguns anos, o Brasil
vem registrando o aumento do consumo de
energia elétrica, impulsionado, segundo a Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), pelo
uso de aparelhos de ar condicionado, que desde 2008 apresentam
uma curva crescente nas vendas.
A solução defendida pelo coordenador do Laboratório de Eficiência
Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roberto Lamberts, é
a implementação urgente de patamares mais elevados de eficiência
energética para esses equipamentos. A proposta conta com o apoio
do SindusCon-SP.
No início do ano, Lamberts e
Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon-SP, estiveram
reunidos com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia
(MME), Luiz Eduardo Barata. Durante o encontro, foram apresentadas propostas que constam da Nota
técnica referente aos níveis mínimos
de eficiência energética de condicionadores de ar no Brasil, elaborado por Lamberts em conjunto com
outros pesquisadores da UFSC.
O estudo aponta que os padrões estabelecidos para os aparelhos de janela e do tipo split
pelo Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética (CGIEE) - órgão vinculado
ao MME – são baixos. Os patama-
res foram elevados em 2011, mas
permanecem aquém dos registrados outros países desenvolvidos.
Segundo a nota técnica, no Brasil, os níveis mínimos do coeficiente de eficiência energética ficaram
fixados em 2,60 W/W para condicionadores split, e em 2,30 W/W a
2,78 W/W para aparelhos de janela.
Nos Estados Unidos, esse indicador
já era de 3,8 W/W desde 2006. A
China e o Japão contam com equipamentos com valores superiores
a 6,0 W/W e 6,5 W/W, respectivamente. O coeficiente de eficiência
energética mede a razão entre a capacidade de refrigeração e o consumo de energia, medido em plena
carga – quantos watts de calor são
gerados por watt de energia.
“COMPRANDO SUCATA”
“A ponta do setor elétrico sempre demandou mais carga no final
do dia. Antes, isso occorria muito por conta do uso dos chuveiros
elétricos. Hoje, os picos de consumo passaram a ser registrados
entre 14h e 16h, e estão relacionados ao uso do ar”, informa Lamberts, apontando que um aumento
da eficiência em 30% resultaria
uma melhora sensível para o setor
elétrico. “É difícil a gente entender
porque isso não acontece, uma
vez que os aparelhos são commodities compradas da China. Estamos comprando sucata”, afirma.
Outro ponto também apoiado
diz respeito à adoção de métodos
sustentáveis no processo de construção que levem em consideração
a eficiência energética das construções. Segundo Vasconcellos, o
SindusCon-SP defende avanços
na concessão de linhas de crédito que viabilizem o investimento
em novas construções e que viabilizem os financiamentos para os
condomínios já construídos.
“O que o professor defende e
nós também é que, primeiro, haja
metas para os aparelhos iguais ou
até mesmo superiores aos dos países desenvolvidos. Segundo, que
os edifícios contem com uma etiquetagem de eficiência energética para que se possa, de um lado,
utilizar equipamentos de alta eficiência, e de outro, ter um projeto que também otimize o uso da
engenharia”, afirma o empresário.
Lamberts lembra que atualmente o Programa Brasileiro de
Etiquetagem (PEB), que aponta a
conformidade em relação a requisitos de desempenho, precisa ser
ampliado. “O sindicato participou
ativamente disso. Trata-se de uma
iniciativa que já está disponível
no mercado, mas poucos estão se
preocupando em obter”, informa
Lamberts. “Mas, atualmente, só
os prédios públicos federais contam com essa exigência, que está prevista na instrução normativa
no 2/2014. É preciso ampliar esse alcance”, defende.
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31
OPINIÃO
A prova pericial no novo
Código de Processo Civil
FABIO TEIXEIRA OZI
por sua natureza, não exigem profunda atuação de um perito.
Pela sistemática do novo código, a prova técnica simplificada
será adotada em substituição à perícia, por requerimento das partes
ou por determinação do juiz. Para
tanto, será nomeado um especialista na área técnica que será objeto de análise e esse, em audiência, será inquirido pelo juiz e pelas
partes. Realizada a oitiva do técnico, o juiz deverá formar seu convencimento e, em sequência, deci-
“O CÓDIGO INTRODUZ
MUDANÇAS POSITIVAS,
QUE TRARÃO MAIOR
SEGURANÇA JURÍDICA
ÀS PARTES”
dir a lide com base na exposição
realizada em audiência. Portanto, tal medida acaba também por
privilegiar o princípio da oralidade,
que foi, de certa forma, deixado de
lado durante a vigência do Código
de Processo Civil de 1973.
Por sua vez, a criação de requisitos formais para a elaboração do
laudo pericial traz ao processo uma
preocupação que há muito já se verifica no direito consuetudinário: a
necessidade de combate ao que
se convencionou chamar de junk
Advogado especialista em Direito Tributário pela USP e em Direito Empresarial pela FGV,
sócio da Matos Filho Advogados e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP
32
notícias da construção // mar 2016
science. Isso porque, por muitas vezes o laudo elaborado, valendo-se
de uma série de jargões técnicos
vazios, acaba por resolver a questão
com base em sua exclusiva convicção pessoal, sem revestir-se de um
verdadeiro método científico. Os juízes, por outro lado, acabam por homologar tais laudos sem quaisquer
verificações adicionais.
Com a criação de requisitos objetivos, tal situação será provavelmente alterada, fortalecendo o controle do juiz sobre a prova. Isso
porque, no novo código, o laudo pericial deverá expor, de maneira clara, o objeto da perícia, a análise técnico-científica adotada, o método
utilizado e a comprovação de que
este é aceito pelos especialistas da
área, bem como a resposta conclusiva a todos os questionamentos
formulados pelo juiz e pelas partes.
Ademais, o novo processo exige, ainda, que o perito exponha
sua fundamentação de maneira
clara e mediante a adoção de linguagem simples, sendo vedado a
este que emita quaisquer opiniões
pessoais que extrapolem o exame
técnico da matéria afetada à análise pericial. Logicamente, tratamse de mudanças positivas e que,
certamente, trarão maior segurança jurídica às partes, assegurando
a eficácia e validade dos exames
periciais realizados na vigência do
novo ordenamento processual.
ÉDI PEREIRA
N
o dia 16 de março entrou em vigor a Lei nº
13.105/15, que institui o
novo Código de Processo
Civil brasileiro. Dentre as alterações
introduzidas, cabe destacar as mudanças na disciplina da prova pericial. Há uma série de dispositivos
dignos de elogio, dentre os quais:
um rito melhor definido para a nomeação do perito e dos assistentes técnicos, com a previsão de um
prazo para a impugnação à nomeação do expert; a necessária intimação dos assistentes técnicos acerca
das diligências a serem realizadas
pelo perito; a obrigatória restituição
dos honorários periciais adiantados
pelas partes em caso de não cumprimento do encargo; a possibilidade de nomeação do expert por consenso das partes; e a criação de um
dever específico do juiz em fundamentar de maneira clara as razões
que o conduziram à homologação
ou rejeição do laudo pericial.
Além disso, duas inovações merecem especial destaque: a instituição da prova pericial simplificada
em causas de pequena complexidade e a criação de requisitos formais
que deverão ser seguidos pelo perito
quando da elaboração do seu laudo.
A primeira prestigia os princípios da celeridade e da economia
processual, dispensando a realização de trabalhos longos e custosos
para a solução de demandas que,
INFRAESTRUTURA
PARA O PORTO
DINAMIZA REGIÃO
DE SANTOS
O
Porto de Santos chega ao seu 124º aniversário vivendo um momento de evolução. O hub
precisa de melhor infraestrutura e os investimentos que estão sendo realizados pelas três
esferas de governo, além de dinamizar as atividades
portuárias, são um alento ao turismo regional e ao desenvolvimento de projetos imobiliários.
O porto é o principal pilar econômico da cidade e da região da Baixada Santista e também se constitui no principal
gerador de emprego e renda. “Os investimentos públicos
e privados previstos para os próximos anos são extremamente relevantes, o que se traduz em importante diferencial no atual momento que o País vive”, exalta Ângelo José
da Costa Filho, titular da Secretaria de Infraestrutura e
Edificações (Siedi). As atividades portuárias, segundo informações da Siedi, respondem por cerca de dois terços
do ISS recolhido anualmente pelo município.
O diretor da Regional Santos do SindusCon-SP,
Ricardo Beschizza, vê o porto como “mola mestra da
região” e entende que a luta por infraestrutura de acesso deva continuar. As obras de readequação viária na
região do porto englobam a implantação da Avenida
Perimetral da Margem Direita, que engloba a adequação da Avenida Mário Covas Júnior e da Avenida Ismael
Coelho de Souza, entre o canal 4 (Macuco) e a Ponta
da Praia. A avenida terá três quilômetros de extensão,
dois viadutos e substituirá a atual via, por onde passam,
ao mesmo tempo, trens e caminhões. O projeto ainda
contempla a transferência de linhas férreas de acesso
ao corredor de exportação, que hoje passam no meio de
terminais. A obra tem a meta de eliminar o gargalo no
transporte de contêineres e granéis vegetais.
Outro conjunto de obras em execução pela Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp) visa à melhoria
da infraestrutura urbana na região do porto, com impacto
sobre duas cidades: Santos, na margem direita, e Guarujá,
Obras no Porto de
Santos: principal pilar
da economia regional
na esquerda. Do lado de Santos, sobretudo em seus trechos mais antigos, não há qualquer segregação, física,
viária ou de outra natureza entre a comunidade e o porto.
Na outra margem, núcleos habitacionais desorganizados implantados em terras baixas, sem infraestrutura
de saneamento básico, encontram-se muito próximos.
O sistema de esgoto sanitário e de coleta e disposição
final de resíduos exige obras que resultem na melhoria significativa do nível atual de saneamento básico.
Investimentos estes que fazem parte do pacote que está
sendo realizado pela Codesp.
A recuperação da região, tanto no que se refere ao
saneamento quanto em relação à melhoria da infraestrutura de mobilidade, abre perspectivas para o desenvolvimento imobiliário. Num primeiro momento, é natural
que surjam projetos para novas unidades de habitação
de interesse social. Em seguida, com a melhoria da infraestrutura urbana, essas áreas estarão aptas a receber
outros empreendimentos.
O leilão de três terminais no final do ano passado
é visto como ponto positivo. A expectativa é de que os
novos arrendamentos propiciem a modernização das
instalações, tornando-as mais eficientes. Enquanto os
investimentos em infraestrutura caminham para evitar
congestionamentos durante escoamento de safras, espera-se que a modernização desses terminais eleve os
índices de produtividade, atraindo mais cargas nos segmentos de celulose e granéis sólidos vegetais.
Por sua vez, as melhorias realizadas nas áreas destinadas ao embarque e desembarque de passageiros
impulsionam o turismo. Foi feito o alinhamento de cais
para execução de um novo trecho de 1,32 mil metros de
extensão, o aprofundamento do berço para 15 metros,
o que propicia a atracação simultânea de cinco a seis
navios. Isso melhora significativamente a logística para
cruzeiros marítimos.
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33
DIVULGAÇÃO / PAC
REGIONAL
REGIONAL DE
SOROCABA
COMPLETA
DIVULGAÇÃO
REGIONAL
Sede da Delegacia Regional do SindusCon-SP em Sorocaba
30 ANOS DE SUCESSO
A
postando no potencial
de desenvolvimento da
cidade de Sorocaba, a
Regional do SindusCon
-SP foi fundada em 1986, num
contexto em que o sindicato estimulava a instalação de várias delegacias regionais no Estado de
São Paulo. A convite do então
presidente do SindusCon-SP, Júlio
Capobianco, o empresário Fernando Stecca Filho foi o primeiro diretor da regional. “No início, a regional dividia uma sala no centro
da cidade com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
(Ciesp), depois passamos a ter
uma sala exclusiva na Rua Souza
Pereira”, relembra Stecca.
“A cidade tinha cerca de 200
mil habitantes e a realidade era
bem diferente do que é hoje. O
mercado buscava por informações
técnicas e por isso um dos focos
da minha gestão foi promover encontros e palestras. Entre outras
ações, trouxemos para a cidade
uma apresentação do Centro Tecnológico de Controle de Qualidade Falcão Bauer, além de um engenheiro de Campinas para falar
sobre cálculos estruturais”, afirma.
34
notícias da construção // mar 2016
O empresário se diz realizado
pessoal e profissionalmente por
trabalhar no segmento que, segundo ele, é muito especial. “A
indústria da construção civil traz
vários benefícios para a comunidade. Ela é responsável pela edificação de escolas, de hospitais e residências, além de ter a capacidade de absorver um grande número
de trabalhadores. Sou muito grato
por atuar nesta área”, comemora.
PIONEIRISMO: SOROCABA
ELEGE A PRIMEIRA DIRETORA
Da década de 1980 até os dias de
hoje muita coisa mudou. A cidade
de Sorocaba quase quadriplicou
sua população, tornando-se cidade-polo e sede de uma região metropolitana. A participação das diversas lideranças que passaram
pela Delegacia Regional do SindusCon-SP foi de fundamental importância para que a cidade pudesse atingir esse novo patamar.
Uma das gestões de destaque
foi a da advogada e administradora
Maristela Alves Lima Honda, a primeira mulher eleita para dirigir uma
regional na história do SindusCon-SP. Maristela administrou a regio-
nal na gestão 2000/2002, tendo
como meta de trabalho a revitalização do papel institucional do SindusCon-SP junto ao Poder Público,
aos associados e aos construtores.
A empresária viabilizou importantes projetos para a região,
como o Programa de Qualidade
Habitacional (PBQP-H) – uma espécie de ISO 9000 das empresas
de construção civil; a realização da
Megasipat junto aos trabalhadores da construção civil; instituição
de cursos profissionalizantes gratuitos em canteiros de obras, por
meio de um convênio com o Senai
e a Faculdade de Engenharia de
Sorocaba; curso de Gestão de Negócios Municipais, em parceria
com a Associação Brasileira de
Produtores de Cimento Portland e
FAAP (Fundação Armando Álvares
Penteado); além de ter participado
ativamente na elaboração do Plano
Diretor de Sorocaba.
“Como primeira mulher a assumir uma Diretoria Regional do
SindusCon-SP tive muitos desafios. Não foi fácil e não é fácil até
hoje, mas quando temos objetivos
e acreditamos em nossos projetos
é possível seguir em frente”, afirma
Maristela. “Tive muito apoio do
então presidente Artur Quaresma
Filho e do vice-presidente financeiro Sergio Watanabe, que participaram de vários eventos da nossa regional, como, por exemplo, a Feijoada da Solidariedade”, destaca.
Atuando há 16 anos no SindusCon-SP, Maristela assumiu a
vice-presidência de Interior em
2002, tendo ocupado também o
cargo de vice-presidente de Responsabilidade Social. “Atualmente, estou como vice-presidente de
Obras Públicas, um grande desafio considerando o atual momento político e econômico do nosso
país”, observa a empresária.
PERSPECTIVAS DA
ATUAL GESTÃO
À frente da Regional Sorocaba
desde 2013 está o administrador
de empresas Elias Stefan Júnior,
que assumiu o cargo no lugar
de Antonio Carlos Ribeiro Abibe.
Elias, que atua no setor há mais
de 40 anos, afirma que, apesar
do momento turbulento pelo qual
o País está passando, as empresas da construção civil têm uma
grande capacidade de resistir às
crises. “As crises vêm e vão e nós
continuamos em pé. Somos um
dos principais alicerces do crescimento do Brasil”, afirma Stefan.
“A construção civil é o primeiro setor que reage à crise e emprega grande parte da população. Não
podemos deixar de considerar toda
cadeia produtiva que está atrelada
à construção civil, que lamentavelmente tem previsão de perder dois
milhões de postos de trabalho nos
próximos anos”, avalia. “Porém, nós
não podemos concordar com isso,
as empresas têm que se reinven-
INAUGURADA EM
1986, DELEGACIA
DO SINDICATO
TEM HISTÓRIA
MARCADA PELO
PIONEIRISMO
tar e se preparar para um momento melhor. Temos que buscar novas
oportunidades, pois somos maiores
que qualquer crise”, destaca.
O empresário também lembra
que todo o lucro da construção
civil é reinvestido no próprio País.
“O resultado das empresas é injetado na própria economia interna, a construção civil não exporta
lucro”, pontua. Na visão de Stefan,
para ajudar o Brasil a sair da crise
é necessário que os governos invistam em financiamento e na redução da burocracia. “A construção civil não pode esperar, ela tem
uma dinâmica muito grande e infelizmente em nosso país as coisas
demoram demais. Nos últimos 15
anos o setor privado tem investido fortemente em equipamentos,
qualificação da mão de obra, segurança do trabalho e na melhora
da produtividade. Nós estamos fazendo a nossa lição de casa investindo também em infraestrutura
urbana por meio de TACs (Termos
de Ajuste de Conduta). Deste
modo, o setor privado consegue
suprir algumas necessidades da
população, mas não em sua totalidade. É necessário que o governo também faça a sua parte, principalmente tendo em vista a alta
carga tributária do País”, enfatiza.
Tendo participado ativamente
das discussões do País pertinentes ao setor, o SindusCon-SP tem
contribuído com ideias e soluções,
levando propostas aos governantes das esferas federal, estadual e
municipal. “É necessário que seja
aberto um diálogo franco e direto
com as empresas do setor para
que o governo possa entender as
demandas de toda cadeia da construção civil”, conclui Stefan.
REGIONAL
SANTO ANDRÉ FORMA
MAIS MULHERES
MESTRES DE OBRAS
A
Regional Santo André iniciou em fevereiro mais
uma turma do curso de
Mestre de Obras, resultado de uma parceria com o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Como normalmente
ocorre, o curso teve ótima procura na região: 124 candidatos disputaram as 35 vagas existentes.
A Regional identificou que, nos
últimos anos, tem aumentado a procura por parte de mulheres. Quatro
delas já receberam certificados na
região, e neste ano, mais uma conseguiu passar na prova classificatória para realizar o curso, a aluna
Márcia da Silva. Ela conta que, após
fazer outros cursos de qualificação
da parceria entre SindusCon-SP e
Senai-SP, foi se interessando cada
vez mais pela construção civil, passando a trabalhar na área.
“Nesse período, surgiu a oportunidade de me inscrever no curso de Mestre de Obras. Foi quando enxerguei a oportunidade de
me aprofundar no universo da
construção civil”, comenta. No
curso, Márcia espera aprender
técnicas que lhe permitam exercer sua nova função com segurança, além de adquirir conhecimentos para gerenciar equipes e atividades inerentes ao cargo.
36
notícias da construção // mar 2016
Na última solenidade de entrega de certificados, referente
ao curso realizado em 2015, 29
mestres de obras, entre eles duas
mulheres, receberam o documento atestando a conclusão do curso. O índice de desistência dessa
turma foi bem baixo, já que o curso iniciou com 35 alunos.
Entre os formandos estava Na-
DUAS MULHERES
RECEBERAM O
CERTIFICADO DE
CONCLUSÃO DO
CURSO REALIZADO
EM 2015
ra Bárbara. Funcionária de um escritório de engenharia, ela disse
que o curso acrescentou mais conhecimento à sua experiência após
ter feito um curso técnico em edificações, destacando principalmente o aprimoramento na gestão. “Fiz
o curso por amar essa área, então
não foi ao acaso, quero demais trabalhar ativamente no ramo da construção civil”, afirmou. “Não penso
em parar. Este é um segmento em
que quanto mais se aprende, ainda mais temos para aprender, nunca será o suficiente, não quero ficar na zona de conforto. Quero alçar voos maiores”, ressaltou.
Outro formando foi Manoel
Messias da Silva, funcionário da
Ponto Forte Construções e Empreendimentos. “O curso foi ótimo para mim, adquiri novos conhecimentos e direcionei melhor
minha vida, pois fui promovido
na empresa para Encarregado de
Obras”, comemorou.
Vera Lúcia Correia Brito, formada em 2014, trabalhava, à
época do curso, no almoxarifado
de uma construtora e disse que
o curso lhe proporcionou um leque de conhecimento e a promoção para o cargo de encarregada
de obras na mesma empresa.
“Qualificar cada vez mais profissionais é a melhor forma que
temos de aprimorar os trabalhos
realizados em nosso setor, além
do lado pessoal, uma vez que cada pessoa formada consegue evolução profissional, aumentando
sua autoestima, sua condição de
vida, e servindo de estímulo para que outras pessoas sigam este
caminho”, avalia Sergio Ferreira
dos Santos, diretor da Regional.
Audiência pública
contou com debate
entre empresários e
autoridades municipais
A
noite do último dia 15 de março foi um marco
importante para a reformulação da Lei de Zoneamento de Bauru, que já completou um
ano de ajustes e estudos. Foi um momento de
apresentação da minuta do projeto de lei que altera o
texto original, inclusive a divisão da cidade.
O evento, que teve formato de debate, foi promovido por meio do projeto Agenda Bauru, encabeçado
pelo Jornal da Cidade de Bauru e a Associação dos
Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru (Assenag), com o objetivo de discutir e fomentar o desenvolvimento do município.
A Regional do SindusCon-SP em Bauru, que já
sediou dois outros encontros para ajustes do projeto de lei junto à prefeitura, esteve representada pelo
diretor Ricardo Aragão. “A Lei de Zoneamento é um
texto muito amplo e cheio de detalhes, por isso é importante essa abertura para a sociedade discutir e
opinar junto”, disse Aragão.
Dezenas de pessoas, entre eles vereadores, representantes de associação de moradores, empresários do ramo imobiliário e da construção civil,
também participaram do debate, tiraram dúvidas e
fizeram observações.
GRUPO DE ESTUDOS
A minuta do projeto foi estudada e reformulada por um
grupo especial escolhido pelo prefeito Rodrigo Agostinho em março do ano passado, com divulgação no
O QUE
MUDA
DIVULGAÇÃO
Bauru põe em
discussão minuta
de projeto de Lei
de Zoneamento
Diário Oficial de Bauru. As coordenadoras do estudo
são as arquitetas Natasha Lamônica, da Secretaria
Municipal de Planejamento (Seplan), e Ellen Fonseca,
da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma).
Ellen apresentou, para os presentes, o projeto e
suas principais mudanças. Ao final do encontro, ela
definiu o evento como algo democrático em prol do
desenvolvimento de Bauru. “As opiniões técnicas colhidas aqui são muito importantes. Trata-se de um
texto muito longo, cheio de detalhes”, disse.
O prefeito Rodrigo Agostinho elogiou o momento e
o desempenho de toda a equipe que se debruçou no
texto, bem como o secretário de Planejamento, Antônio Grillo Neto. Em entrevista recente ao SindusCon-SP,
Natasha Lamônica explicou que a mudança da cidade
para zonas dinâmicas possibilita um misto de residências com estabelecimentos comerciais e diminuirá a informalidade na cidade. “A cidade de Bauru está
quase sem infraestrutura e cheia de estabelecimentos
ilegais, por isso mudamos a lei para que as zonas do
município agora sejam dinâmicas, com misto de residências e estabelecimentos comerciais. O nosso microclima está ruim, a permeabilidade do solo é muito
baixa, queremos uma cidade mais sustentável e com
uma arquitetura agradável e segura”, afirmou.
• Zonas Preferencialmente Residenciais
agora mudam para Zonas Dinâmicas;
• Fica proibida a implantação de loteamentos
residenciais nas Zonas de Indústria,
Comércio e Serviços (ZICS);
• Área de permeabilidade será de 10%
para todos os lotes;
• O coeficiente de aproveitamento
passa a ser 1 em toda a cidade;
• A outorga onerosa e a transferência do direito
de construir são instituídas e regulamentadas;
• Condomínios fechados poderão não
ter mais muros em divisões com ruas.
A sugestão é de que sejam grades,
aumentando a visibilidade e segurança;
• Todas as novas edificações com coberturas
maiores do que 300 metros quadrados
devem ter cisterna para aproveitamento
de águas pluviais de, no mínimo, 500 litros;
• Foi retirada do texto a regulamentação
das contrapartidas relativas aos novos
empreendimentos.
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37
PRUDENTE
REALIZA AÇÕES
DE COMBATE
À DENGUE
NA REGIÃO
C
apital regional, a cidade de Presidente Prudente já registrava mais de
4 mil casos de dengue e 11 mortes
causadas pela doença até o dia 16 de
março. Os dados são da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM). Além disso, outros cinco
casos de óbitos estão sob investigação.
Dessa forma, para cooperar com a comunidade na qual está inserida no combate ao
transmissor da dengue, zika e chikungunya,
a Regional do SindusCon-SP está realizando
palestras como parte da campanha de conscientização nos canteiros de obras contra a
proliferação do mosquito, lançada pela entidade em todas as regionais.
Na primeira semana de ações, foram três
locais: no dia 11 de março no canteiro de obras
da MRV em Presidente Prudente, com parceria da VEM; no dia 15 para os alunos do curso
gratuito de Mestre de Obras do Senai; e no dia
16 para trabalhadores da associada Construtec
nas obras do Santuário de Santo Expedito, na
cidade que leva o nome de seu padroeiro.
A primeira ação teve o acompanhamento da
Vigilância Epidemiológica Municipal, por meio
da agente de endemias Cristiane Ragne. Representando a Regional do SindusCon-SP, participou o técnico em Segurança do Trabalho
Francisley Ferreira Sanches.
“Esta ação no canteiro da MRV teve a participação da Vigilância, pois é uma obra muito
grande, com grande concentração de trabalhadores”, afirma Sanchez. “Fizemos uma palestra com temas como a prevenção e eliminação de focos. Também foram distribuídos
saquinhos plásticos biodegradáveis com areia
lavada para os trabalhadores. Depois, realizamos um checklist [veja na pág. 29] na obra
38
notícias da construção // mar 2016
DIVULGAÇÃO
REGIONAL
com os trabalhadores. O bate papo foi de
forma expositiva com ilustração em slides, entrega de panfletos a respeito do assunto, além
de colocarmos os banners no local”, destaca.
O SindusCon-SP está levando as ações
também aos futuros mestre de obras, com a
ideia de transformar esses profissionais em
multiplicadores. “Eles serão os agentes multiplicadores destas informações dentro de suas
obras. E como superiores hierárquicos dos trabalhadores, podem fazer isto de maneira mais
eficaz”, destacou.
Aluno do curso de Mestre de Obras e atualmente atuando como pedreiro , João Luiz Martins Segantini, 25 anos, ressalta a importância da limpeza no canteiro de obras e a consequente eliminação de focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. “É um
problema que está no Brasil e no mundo inteiro. É importante ajudar as pessoas a se conscientizarem dos riscos desse mosquito. O canteiro de obras é um local no qual podem ter
muitos focos, então observar todos os locais
que podem ser criadouros e tomar todo o cuidado para que isso não venha a ocorrer”, afirma.
No conjunto de ações do SindusCon-SP em
Presidente Prudente, foi realizada palestra para
os trabalhadores na obra do Santuário da Igreja
Católica em Santo Expedito, que contou com
a participação de seu reitor, o padre Umberto
Laércio. “Paramos a obra e colocamos todos os
trabalhadores da nossa associada para acompanharem a palestra. Explicamos como se elimina os focos do mosquito, como eliminar seu
criadouro para que assim não se prolifere”,
pontuou Sanches, que recebeu treinamento na
sede do SindusCon-SP, em São Paulo, para a
aplicação da palestra.
Operários
recebem
orientações de
combate ao
Aedes Aegypti
Ribeirão Preto
recebe Rodada
de Inovação
O
SindusCon-SP promoveu,
na segunda quinzena de
fevereiro, sua primeira
Rodada de Inovação da
Construção em Ribeirão Preto. O
evento reuniu cerca de 100 pessoas, entre representantes de
construtoras e fornecedores.
“A rodada tem como objetivo
o que buscamos sempre na construção civil: inovação, tecnologia e
produção. Tudo o que foi proposto
durante o evento teve o propósito
de ganhar produtividade nos canteiros de obras”, afirma o diretor
da Regional do SindusCon-SP no
município, Fernando Paoliello Junqueira. Para o vice-presidente de
Interior do SindusCon-SP, Eduardo Nogueira, reunir construtores e
fornecedores em um mesmo ambiente de negócios favorece os
dois lados. “Ganhamos tempo. No
dia a dia é muito difícil que as empresas consigam realizar diversas
reuniões, com agilidade e bons resultados, como a Rodada de Inovação propicia”, diz.
Participaram da Rodada de Inovação 16 construtoras oriundas de
cidades da região: Bild/Vitta, Brio
Incorporadora, Caleidos, Copema,
CP Construplan, Construtora CV
Lopes, Diretriz Consulting, Enoch
Construtora e Incorporadora, Felicio de Vita Construtora, FJ Projetos
e Construções, Habiarte, Pedreschi Monteiro Engenharia e Construção, Pereira Alvim, R Pagano, Stéfani Nogueira e Tecnoart Engenharia. Durante o evento, as empresas
realizaram mais de 230 reuniões
com 18 fornecedores inscritos.
“É uma oportunidade para as
empresas fazerem networking, conhecendo novos fornecedores e
divulgando seu trabalho”, analisa
Fábio Godoy, da Brio Incorporadora. “O mercado é muito dinâmico,
sempre tem mudanças, não podemos ficar estagnados, principalmente no atual momento. Tenho
certeza de que todos que participaram conseguiram fazer bons
contatos e fechar bons negócios”,
afirma Godoy.
“Parabenizo o SindusCon-SP
pelo evento, que é uma grande
oportunidade de negócios por
centralizar e otimizar as reuniões
em um mesmo espaço, com um
grau de eficiência muito grande”,
afirma Glédson Cavalcanti, da
DDC Churrasqueiras. “O evento
traz benefícios para ambas partes,
fornecedor e cliente”, elogia.
DIVULGAÇÃO
Rodada aproximou
construtoras e
fornecedores
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39
REGIONAL
SIGOR COMEÇA A FUNCIONAR
EM RIO PRETO E CATANDUVA
O
FERDINANDO RAMOS
módulo da construção civil
do Sigor, sistema que faz
o gerenciamento online de
resíduos sólidos, começou
a funcionar nos municípios de São
José do Rio Preto e Catanduva. O
trabalho realizado nos dois municípios servirá como base para a expansão do programa que está em
fase de implantação também em
Assis, Limeira, Nova Odessa, Santo
André, Santos, São Vicente, Sorocaba, Presidente Prudente e Ribeirão Preto e, futuramente, vai envolver todos os municípios paulistas.
A criação do Sigor foi proposta a partir de um convênio firmado
em 2013 entre o SindusCon-SP, a
Secretaria Estadual do Meio Ambiente e a Cetesb com o objetivo de
desenvolver ações compartilhadas
para rastreamento e controle dos
resíduos sólidos desde sua geração
até sua destinação final, incluindo
o transporte e destinações intermediárias. “Queremos ser vistos como
uma entidade que ajuda a resolver
os problemas dos resíduos da cons-
40
notícias da construção // mar 2016
trução civil nas cidades”, afirma
Francisco Vasconcelos Neto, vice-presidente do SindusCon-SP.
Em Catanduva, onde são geradas cerca de 270 toneladas de
resíduos por dia, o lançamento do
Sigor, em 11 de março, contou
com a presença de Vasconcellos,
Germano Hernandes Filho, Diretor da Regional do Sinduscon-SP
em São José do Rio Preto, Patrícia Iglecias, Secretária de Estado
do Meio Ambiente, Otavio Okano,
Presidente da Cetesb e Geraldo Vinholi, Prefeito de Catanduva.
O diretor da Cetesb, Otávio Okano,
destacou que o sistema é um avanço,
mas só funciona com trabalho conjunto. Okano elogiou o envolvimento das duas cidades que já implantaram o sistema. “É um exemplo o
que está sendo feito aqui. Queremos,
no futuro, ter controle sobre origem e
destino desses resíduos”, disse.
Em São José do Rio Preto, primeira cidade do Estado de São
Paulo a ter o Sigor implantado, no
final do ano passado, o proces-
so está mais adiantado. No dia
10 de março, foi realizado o treinamento dos envolvidos. O município gera 1.200 toneladas de resíduos ao dia. “Temos 16 pontos
de apoio para coleta dos resíduos
da construção, sistema de coleta
com catadores de uma cooperativa
e ainda uma usina de reciclagem
dos resíduos da construção civil”,
explica Clinger Guagliardi, secretário municipal do meio ambiente.
O engenheiro químico João
Adriano Alves, da Cetesb em Rio
Preto e um dos profissionais mais
envolvidos com o Sigor, acredita que
a adesão ao programa será mais intensa. “A região já tem cinco usinas
de reciclagem de resíduo de iniciativa pública ou privada e o interesse
por novos licenciamentos está aumentando. Agora depende do interesse dos municípios”, afirma.
Germano Hernandes Filho, Diretor da Regional do SindusCon-SP,
destaca a mudança gerada pelo
Sigor na questão ambiental. “O
sistema institui a responsabilidade
compartilhada por todos os setores
envolvidos no processo de geração
de resíduos da construção civil. É
uma forma adequada, transparente
e eficiente de contribuir com a preservação do planeta”.
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NOVIDADES DO MERCADO
Sustentabilidade e desempenho
Produtos com foco na sustentabilidade e no desempenho tiveram destaque
na 14ª edição da Expo Revestir, realizada na primeira semana de março.
Confira aqui algumas das novidades apresentadas
1
JANELAS E PORTAS TERMOACÚSTICAS
As janelas e portas antirruído da Atenua Som promovem o isolamento acústico atenuando a entrada de ruído indesejados (como o barulho de tráfego intenso, buzinas,
alarmes, música alta, aeronaves etc) para dentro do ambiente, e também diminuem
a passagem de ruído produzido no interior para fora. O modelo e tipologia dos vidros são especificados de acordo com o tipo de ruído a ser isolado, considerando
a frequência e intensidade dos sons e o ambiente em que a janela será instalada.
1
2
ABSORÇÃO DE IMPACTO E RUÍDO
O piso Impact Roll, da Aubicon, é indicado para aplicação em ambientes corporativos. Por suas características emborrachadas, oferece absorção de impacto
com conforto acústico, além de ser antiderrapante e não deformar quando
submetido a cargas elevadas. O piso é produzido a partir de grânulos de pneus
reciclados. A Aubicon também promoveu as mantas acústicas Sound Soft, que
prometem atenuação acústica e desempenho a longo prazo.
2
3
PASTILHA E CERÂMICA DE LÂMPADAS RECICLADAS
A Ecopastilha, da Lepri, é feita de lâmpadas fluorescentes recicladas. É indicada para pisos e paredes de áreas internas e externas, piscinas, banheiros,
saunas e fachadas. A empresa também expôs a cerâmica ecológica esmaltada
para pisos e paredes da linha Ecoslim, é igualmente composta de lâmpadas
fluorescentes e apresenta espessura menor do que produtos convencionais
sem perder resistência.
3
4
DRENAGEM TOTAL
Os pisos drenantes da empresa Nina Martinelli oferecem 100% de permeabilidade. Testados e aprovados pela Associação de Cimentos Portland do Brasil, proporcionam a rápida absorção da água pluvial e a sustentabilidade do ambiente onde é
instalado. As peças possuem um único formato (45x45), porém com duas espessuras: 5 cm para tráfego de pessoas e 8 cm para tráfego de veículos e pessoas.
4
5
ISOLAMENTO TÉRMICO E ACÚSTICO
EM PAREDES E PISOS
A linha de produtos Isosoft, da empresa Trisoft, é ecologicamente correta, reciclada e totalmente reciclável. Isola os ruídos entre os ambientes internos e proporciona melhor conforto térmico entre unidades residenciais e comerciais. A lã de pet
Isosoft Wall foi desenvolvida especialmente para isolamento térmico e isolamento
acústico em sistemas drywall de paredes com placas de gesso ou cimentícia e
construções a seco em steel frame e wood frame. A lã de pet Isosoft Piso é uma
solução para evitar a passagem de ruídos de impacto entre apartamentos e deve
ser instalada entre a laje e o contrapiso durante a construção do edifício. Atende
à NBR:15.575 com nível de desempenho superior.
46
notícias da construção // mar 2016
5
AGENDA
EVENTOS
ABRIL
Dia 26, em São Paulo
CAPACITAÇÃO NOS REQUISITOS DA NORMA
DE DESEMPENHO PARA EDIFICAÇÕES
HABITACIONAIS NBR 15.575
SEMINÁRIO PCD
Dias 3 e 4, na Regional Ribeirão Preto
Dia 6, na Regional Campinas
SEMINÁRIO DE PPPS E CONCESSÕES
Dia 27, em São Paulo
FÓRUM DE LICENCIAMENTO
Dia 28, em São Paulo
CONSTRUSER
Dia 30, em Osasco, Bauru, Campinas, Mogi
das Cruzes, Presidente Prudente, Ribeirão
Preto, Santo André, Santos, São José do Rio
Preto, São José dos Campos e Sorocaba
MAIO
SEMINÁRIO DE ATUALIDADES JURÍDICAS
Dia 10, em São Paulo
SEMINÁRIO CENTRO DE MEDIAÇÃO
Dia 24, em São Paulo
PROGRAMA DE FORMAÇÃO
MULTIPLICADORES LEAN CONSTRUCTION
Dias 6 e 7, na sede do SindusCon-SP, em
São Paulo
MÓDULO II - CURSO COORDENAÇÃO DE
PROJETOS EM BIM 3D
Dias 6 e 7, na sede do SindusCon-SP, em
São Paulo
SPED ECF (ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL
- NOVA DIPJ DIGITAL) E SPED CONTÁBIL
(ECD) PARA O SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Dia 13, na Regional São José do Rio Preto
Dia 24, na Regional Sorocaba
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Dia 17, na sede do SindusCon-SP, em São Paulo
PLANEJAMENTO FINANCEIRO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSOS
Dia 19, em Araraquara
ABRIL
Curso presencial e online
CURSO PRINCE2® NÍVEL FOUNDATION GERENCIAMENTO DE PROJETOS - NÍVEL BÁSICO
(MÉTODO USADO NAS OLIMPÍADAS DE LONDRES)
INTRODUÇÃO AO BIM COM AULAS PRÁTICAS
Dias 21 e 28, na sede do SindusCon-SP, em
São Paulo
GESTÃO EM SUSTENTABILIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Dias 18, 19 e 20, na sede do SindusCon-SP,
em São Paulo
ENTENDENDO A CONSTRUÇÃO CIVIL NO
ÂMBITO PREVIDENCIÁRIO
MAIO
Dia 23, na Regional Bauru
GESTÃO EM SUSTENTABILIDADE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
E-SOCIAL - COMO GERENCIAR A SAÚDE E
SEGURANÇA DO TRABALHO
Curso presencial e online
Dia 25, na Regional Mogi das Cruzes
Informações: www.sindusconsp.com.br
Inscrições: [email protected] ou (11) 3334-5600
www.sindusconsp.com.br
47
CONCRETO
// CONVERSA COM FLAVIO AMARY
JORGE ROSENBERG
“Temos que
fortalecer o País”
Recém-empossado na presidência do Secovi-SP, o Sindicato da
Habitação, o empresário Flavio Amary coloca a intensificação
das ações no campo político no topo das prioridades
Notícias da Construção // Qual é o tamanho do desafio de assumir
o comando de uma instituição da relevância do Secovi-SP num
momento como este, de forte crise econômica?
Flavio Amary // Dentre vários pontos, tenho um propósito
específico: seguir construindo uma instituição forte na
defesa do setor imobiliário, da livre iniciativa, do direito à propriedade e da democracia. Quero fazer parte da
história do sindicato, adicionando novos tijolos na edificação de uma entidade decisiva para a política habitacional e a economia do País. A atual desaceleração
da economia nacional é particularmente complexa. E
os instrumentos até então empregados para combatê-la
se mostram (como já se mostraram antes) comprovadamente inadequados: aumento da taxa de juros, tentativa de criação de mais impostos e taxas, enfim, uma receita que asfixia as atividades produtivas e amplia o desemprego. Um modelo que tem como base o sofrimento da população para conter a inflação está longe de ser
o tão necessário ajuste fiscal. O pior de tudo é saber
que esse cenário tem origem numa crise política sem
precedentes. Enquanto não houver solução para essa
crise, enquanto não identificarmos quais são os rumos
da nação, dificilmente será possível retomar o desenvolvimento nacional.
NC // Qual será a sua linha de trabalho na presidência?
FA // Primeiro, temos de consertar a política para consertar o mercado imobiliário, para consertar o País. Já
foi provado que a indústria imobiliária, por seu poder
multiplicador, tem condições de acelerar a recuperação da economia. Categoricamente, podemos afirmar que fortalecer o setor imobiliário é fortalecer o
País. Esta é a grande meta da diretoria para o biênio
2016/2018, intensificando o trabalho de nossos antecessores, em especial no campo político. Por natureza, somos uma instituição essencialmente política,
mas apartidária. Nosso partido é um só: o Brasil. É
48
notícias da construção // mar 2016
por ele que vamos trabalhar, com otimismo, perseverança e confiança.
NC // Quais são as suas expectativas de curto prazo para o setor?
FA // Infelizmente, há tantas dúvidas com o rumo do País,
que não temos como prever, com segurança, um cenário para o setor imobiliário em curto prazo. A longo
prazo, se repetirmos os números de 2015, já teremos
motivos para comemorar.
NC // O que, na sua opinião, precisa ser feito para que a economia volte a andar?
FA // Acreditamos que para reverter o cenário de estagnação e de falta de confiança dos empresários do setor
imobiliário é necessário que o governo federal tome medidas radicais de controle dos gastos públicos, que leve
ao encolhimento do Estado. O cenário pede ajustes fiscais, seriedade para promover as reformas tributária,
previdenciária, administrativa, política. Também é urgente o controle da inflação, porque ela é veneno para o
nosso setor, aqui ou em qualquer parte do mundo. Nós
dependemos, como o restante do País, da solução da
crise política, que só agrava. O Brasil parou e não podemos permanecer por mais tempo nessa inércia. O principal desafio, atualmente, é encontrar formas de manter
as empresas imobiliárias em funcionamento.
NC // Que mensagem o senhor gostaria de deixar para o empresário do setor imobiliário?
FA // Temos de buscar alternativas de empreender em
novos nichos de mercado e, assim, preservar o nosso
setor para a recuperação futura, que não sei se virá
ainda este ano ou nos próximos anos, mas virá. Já encolhemos por falta de confiança, e esse encolhimento vai
ser percebido lá na frente, porque a queda nos lançamentos aliada à redução da oferta levará à diminuição
de imóveis novos disponíveis no mercado para a venda,
com consequente pressão para o aumento dos preços.
De qualquer maneira, não podemos desistir.

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