Edição n.º 68 do JA. - Associação Académica da UMa
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Edição n.º 68 do JA. - Associação Académica da UMa
REVISTA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DA MADEIRA EDIÇÃO N.º 68 03 NESTA EDIÇÃO AS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA ASSOCIADAS À PRODUÇÃO DA REVISTA JA SÃO NEUTRALIZADAS PELA GRÁFICA PELO QUE ESTA REVISTA É CARBONFREE®. A ABRIR COM JOÃO ANDRADE 04 EMPREGABILIDADE DE GESTÃO NA UMa 06 PLÁGIO: O QUE É E COMO EVITÁ-LO 08 INCÊNDIOS, OPORTUNIDADE DEPOIS DA CATÁSTROFE 12 ENTREI NA UNIVERSIDADE E AGORA? 14 AVE DUX MORITURI TE SALUT 16 DE MOCHILA ÀS COSTAS 18 DESPORTO ACADÉMICO 22 NA UMa ERA BOM… 22 OS NOSSOS DIREITOS TÊM DE SER LEI 26 LEGALIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO 28 VOLUNTARIADO AMBIENTAL NUM CONTEXTO FLORESTAL 30 450 ANOS ATRASADOS 33 EM PORTUGUÊS ESCORREITO 35 DROGAS LEGAIS 36 REDESCOBRIR A MADEIRA 38 A TROIKA E A LEI LABORAL 4O E O RESTO SÃO CANTIGAS 42 É HORA… PARA HIDRATAR 44 MESTRE-ESCOLA, DIGA LÁ SE FÔR CAPAZ 46 DAR SANGUE É DAR VIDA 49 FOI DITO 5O PALAVRAS E NÚMEROS 52 BOAS NOTÍCIAS 54 A OET NA FIC 2012 56 PAUTA FINAL 58 FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE: Associação Académica da UMa · DIRECTORA: Andreia Nascimento · EDITOR: Rúben Castro · REVISÃO: Carlos Diogo Pereira · DESIGN GRÁFICO: Pedro Pessoa · FOTOGRAFIA E EDIÇÃO: Pedro Pessoa EDIÇÃO E PUBLICIDADE: Departamento de Comunicação da AAUMa [email protected] · DISTRIBUIÇÃO: Gratuita · VERSÃO ON-LINE: www.aauma.pt · TIRAGEM: 1000 exemplares · EXECUÇÃO GRÁFICA: Nova Gráfica, Lda. · DEPÓSITO LEGAL: 321302/10 · ISSN: 1647-8975 O conteúdo desta publicação não pode ser reproduzido no todo ou em parte sem autorização escrita da AAUMa. As opiniões expressas na revista são as dos autores e não necessariamente as da AAUMa. A Revista JA é escrita com a antiga ortografia, salvo algumas excepções assinaladas. 04 A ABRIR _ Visto ser este o primeiro texto da JA do ano lectivo 2012/2013, não poderia deixar de desejar a todos os nossos leitores, um óptimo ano académico com muita diversão, muita loucura, muita cerveja e claro está muito estudo. Após estas férias que deixámos para trás, onde com elas ficam os míticos arraiais, as festas de Verão e as habituais idas à costa para dar uns bem merecidos mergulhos nas nossas águas amenas, começam as aulas. E é necessário termos em conta que este nosso privilégio de estudar nesta instituição faz parte da construção do nosso futuro e, sem um pouco de sacrifício da nossa parte para o concluirmos, teremos mais dificuldades do que facilidades durante a nossa vida académica. Digo-o pensando naqueles que pensam em abandonar a universidade por não acreditarem que lhes dará algum futuro, ou porque os pais não podem continuar a pagar os seus estudos. É certo que os tempos são complicados para todos, a falta de apoios dificulta a continuação da nossa formação. Sem dinheiro infelizmente pouco se consegue. Lembrem-se no entanto de que se realmente quiserem, tudo é possível. Quantos trabalhadores estudantes partilham as nossas salas e anfiteatros connosco? Tenham-nos como exemplo, pois muitos trabalham 8 horas por dia e ainda conseguem ir às aulas, estudar e tirar muito boas notas. Tudo o que precisamos é dedicação e esforço e, claro, um objectivo fixo sempre em mente. Bom início de aulas a todos , e que consigam alcançar os melhores resultados este ano. _ JOÃO ANDRADE 06 LICENCIATURA EM GESTÃO DA UMa, É O 14.ª COM A MAIOR TAXA DE EMPREGABILIDADE. 07 Antes do início do ano académico, mesmo antes do período das candidaturas ao Ensino Superior, são muitos os jovens que se questionam se realmente compensa ingressar no Ensino Superior. Naturalmente, por aquilo que se ouve nos media e até tendo em conta as realidades mais próximas sentimos, cada vez mais, que aquele que entrar no Ensino Superior deverá ponderar, não só aquilo que sempre quis fazer, mas principalmente se as probabilidades de ter emprego aquando a finalização do seu curso são altas. O critério empregabilidade tem-se tornado um factor preponderante no que diz respeito à escolha do curso, até porque com taxas de desemprego jovem tão elevadas, a decisão do estudante aquando da sua escolha é mais minuciosa e muito mais pensada. Felizmente, num panorama que parece pouco auspicioso, algumas boas notícias vão aparecendo e dignificando a Academia onde estudamos. Segundo o semanário Expresso, a licenciatura em Gestão da Universidade da Madeira, é o 14.º curso com a maior empregabilidade a nível nacional, surgindo em 1.º na sua área específica. Os dados asseguram que a taxa de desempregados no curso de Gestão da UMa, é quase residual, ficando-se pelos 0,338%. Os primeiros três lugares do ranking da empregabilidade, são ocupados pelos cursos de Medicina da Universidade de Coimbra (0,075), da Universidade do Porto (0,094) e da Universidade Nova de Lisboa (0,104), respectivamente, primeiro, segundo e terceiro lugar. Neste estudo, figuram ainda cursos de áreas tão diversas como Engenharia (Informática, Electrónica e de Computadores, Biomédica), Contabilidade e Administração, Saúde e Educação com relevo para os Educadores de Infância. Os cursos destas áreas têm garantido colocação rápida aos seus licenciados. Dos vinte cursos com maior empregabilidade, a Universidade da Madeira é representada exclusivamente pela Licenciatura em Gestão. Indubitavelmente, os alunos que ingressaram neste ano no Ensino Superior, parecem conhecer esta realidade, visto que o curso de Gestão viu as suas cinquenta vagas preenchidas na primeira fase do concurso nacional de acesso, sendo que o último aluno admitido, possuía uma média de 13,52 valores. Este estudo não só é um motivo de orgulho para os alunos e os professores desta área, mas principalmente é uma razão para acreditar que a nossa Academia está a ganhar cada vez maior notoriedade, dando provas suficientes para afirmar que não só de problemas é feita a Universidade da Madeira. _ Sérgio Rodrigues 08 09 PLÁGIO: O QUE É E COMO EVITÁ-LO O QUE É O PLÁGIO? Vejamos o que nos diz o dicionário Michaelis; este define o acto de plagiar como “cometer furto literário, apresentando como sua, uma ideia ou obra, literária ou científica, de outrem”. Plágio não se refere apenas a texto mas também a imagens, gráficos, quadros, tabelas, dados estatísticos ou ideias. Por sua vez, o Regulamento de Avaliação de Aprendizagem dos Alunos da Universidade da Madeira também apresenta uma definição de plágio no seu artigo n.º 17 (Fraudes): O plágio consiste na utilização de ideias e/ou trabalho produzido por outros, omitindo a fonte de informação. Considera-se que ocorre plágio, quando uma parte ou a totalidade de um trabalho contém materiais não referenciados, isto é, que não são da autoria do(s) aluno(s), mas que são apresentados como tal, sendo omissa a fonte de onde foram retirados. A utilização, palavra por palavra, do texto elaborado por alguém sem identificar o autor, assim como parafrasear as suas ideias sem o indicar, é considerada plágio. A tradução directa, sem mencionar as fontes, também é considerada plágio (ponto 4). RAZÕES POR QUE SE DEVE EVITAR O PLÁGIO: Há inúmeras razões pelas quais se deve evitar plágio. Na verdade, aquele é o acto de ter crédito pelo trabalho de outros. Na Universidade, normalmente, envolve a parte escrita mas outros tipos de trabalho podem ser plagiarizados tais como música, ideias, arte, etc.. Apoderar-se do trabalho dos outros é roubar e uma violação da lei da propriedade intelectual (Lei nº 45/85 de 17 de Setembro). Assim, plágio é mais que uma violação do Regulamento de Avaliação e Aprendizagem e da confiança do professor. É ilegal, tal como é ilegal roubar um telemóvel ou um computador a outra pessoa. PLÁGIO E A WEB A WEB tornou-se, nos últimos anos, o recurso de informação mais popular para os trabalhos dos alunos; assim, muitas questões surgiram acerca de como evitar plágio usando este recurso. Na maior parte dos casos, aplicam-se as mesmas regras das fontes escritas. Quando você refere ideias ou citações a partir dum sítio da WEB você tem que citar essa origem. Do mesmo modo, a informação visual e gráfica devem ser citadas. Plagiar é o acto de se apropriar do trabalho de outrem ou não lhe dar o devido crédito. Para o/a ajudar a evitar plágio, aqui fica uma descrição de diferentes formas de plágio. QUE AÇÕES SÃO CONSIDERADAS PLÁGIO? Neste contexto, sempre que alguém use as palavras ou as ideias de um outro autor sem lhe dar correctamente o devido crédito é plágio. Seguem-se alguns exemplos: Aproveitar o trabalho de alguém. Este é o exemplo mais óbvio. Quer descarregue um trabalho da Internet, quer o peça a um colega e o entregue como sendo seu é plágio. Colocar o seu nome nas frases de alguém. Não é preciso roubar o trabalho completo. Por vezes os alunos colocam algumas frases ou paráfrases dum livro ou dum sítio da Internet; se o autor original não for referenciado (creditado pela escrita), é plágio. Colocar o nome em alguma coisa que foi parafraseada. Uma paráfrase é a reordenação das palavras de uma frase, expressão ou parágrafo que, essencialmente, diz a mesma coisa. Paráfrase do trabalho de outra pessoa necessita de ser citado, tal como uma citação textual o seria. É a ideia de outra pessoa, mesmo que se mudem as palavras. Usar trabalhos antigos. Usar o trabalho de uma disciplina para outra é plágio. Há circunstâncias em que o aluno possa querer aprofundar ou am- pliar uma temática desenvolvida num outro trabalho feito para outra disciplina; isso pode ser apropriado desde que fale com o/a professor/a e obtenha permissão e desde que seja um trabalho original. Não colocar aspas nas transcrições ou dar informação incorrecta acerca da origem da citação. Estes são erros que provavelmente não são maliciosos mas, tecnicamente, são plágio. Aprender a citar fontes correctamente é uma técnica muito importante. Se não souber fazer isto correctamente fale com um dos seus professores. Sempre que use palavras ou ideias que não são suas, você deve dizer ao leitor de onde e de quem essas palavras vieram. Se o não fizer, está a cometer plágio. Isto inclui ideias que você colocou em suas próprias palavras assim como palavras retiradas textualmente da fonte. Mesmo que o aluno ponha a informação com suas palavras, é considerado plágio se ele não citar a fonte. Naturalmente, plágio acidental pode ocorrer quando o aluno se esquece de citar a fonte da citação textual ou parafraseada, ou, então, se o aluno não sabe que a informação precisa de ser citada. 10 11 SABER COMUM Alguma informação não precisa de ser citada. Isto é conhecido como o “saber comum” ou “conhecimento geral”. “Saber comum” inclui factos históricos, literatura popular e informação conhecida pela maioria das pessoas. Mas, em caso de dúvida, é melhor citar a fonte. COMO EVITAR PLÁGIO O método mais fácil de evitar o plágio nos seus trabalhos é registar notas rigorosas durante o processo de investigação. Talvez ajude diferenciar a cores diferentes as citações das paráfrases. Certifique-se de que escreve claramente toda a informação da fonte à medida que toma notas de modo a que não tenha que voltar a procurar as fontes de novo. Quando fizer paráfrases, verifique o documento original de modo a ter a certeza que mudou as palavras e a estrutura da frase. Parafrasear, substituindo apenas algumas palavras por sinónimos, é plágio. Cite qualquer informação que não venha de sua própria cabeça. Se a ideia pertence a alguém, isso precisa de ser creditado. lhos, mesmo quando estiver a escrever acerca de ideias dos outros. Quando parafrasear (colocar as ideias dos outros em suas próprias palavras) evite usar qualquer palavra do original a não ser que sejam termos técnicos. Se usar algumas das palavras duma fonte você deve creditar esse facto colocando-as entre aspas. É considerado plágio se, sem aspas, usar algumas palavras do original e mudar outras. Ainda, é considerado plágio se mantiver a estrutura do parágrafo original e trocar todas as palavras por sinónimos. Dê crédito a todas as ideias retiradas de outros autores. Isto aplica-se a ideias e a teorias que especialistas na área possam reconhecer que possam pertencer a uma determinada pessoa. _ ANTÓNIO V. BENTO Centro de Investigação em Educação Referências bibliográficas Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (Lei nº 45/85 de 17 de Setembro). Consultado em 2 de Junho de 2012 em https://ciist.ist.utl.pt/docs_da/codigo_direito_autor_republicado.pdf ORIENTAÇÕES (PARA QUE NUNCA SEJA ACUSADO/A DE PLÁGIO): Regulamento de Avaliação de Aprendizagem Use as suas próprias palavras e estrutura de frases quando estiver a fazer os seus traba- NOTA: Texto escrito na nova grafia ao dos Alu- nos da Universidade da Madeira. Consultado em 2 de Junho de 2012 em http:// uaa.uma.pt/índex.php?option=com_ content&view=article&id=372 abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 12 INCÊNDIOS, OPORTUNIDADE DEPOIS DA CATÁSTROFE 13 Este ano o povo madeirense conheceu um Verão pautado de sofrimento e de luta. Os fogos que se acenderam por toda a ilha não deixaram nenhum concelho em esquecimento, não distinguiram o rico do pobre nem a cidade do campo. Durante dias a ilha transformou-se um caldeirão a ferver. A vista magnífica sobre a montanha deu lugar a um monte de carvão a fumegar, as ruas agitadas de vida deram lugar aos rostos sofridos daqueles que tinham em risco as suas casas e famílias. Mas no meio do sofrimento e entre as nuvens negras surgiu uma equipa de bombeiros e voluntários pronto a lutar contra as chamas, aliando a escassez de meios à força de vontade e dedicação para com o seu povo e a sua terra. E assim, após as chamas a ilha renasce, realidade que já caracteriza um povo calejado pelas tragédias naturais. Foram vários os grupos de voluntários que se juntaram na entrega de bens necessários aos desalojados, com acção imediata após a catástrofe. Hoje é importante dar voz a um desses grupos, que pôs mãos à obra não só no fervilhar mediático do acontecimento, mas que ainda hoje não desiste. “Madeira Voluntária”, projecto da Escola de Yoga do Funchal (EYF), tem acolhido com gratidão a colaboração do grupo “Madeira em transição” e junta o grupo de alunos voluntários desta Escola a outros colaboradores abertos a contribuir neste processo solidário. “É um incentivo à acção comunitária, um “sim” à solidariedade activa e um “não” à indiferença. O lema é “mãos na obra”!”, assim é descrito este projecto pela entidade promotora – a Escola de Yoga do Funchal, através da professora Ana Isabel Freitas. O objectivo é “organizar pessoas e meios para reconstruir as casas ardidas, recheá-las, recuperar hortas e jardins e prestar apoio psicológico e social”. De entre as tarefas desempenhadas por este grupo está a remoção de entulho das casas ardidas, a recuperação de terrenos de cultivo, realização de espirais de ervas aromáticas, caixas de compostagem para fertilizantes naturais, o corte de cana vieira e recolha de lixo. Esta iniciativa já colocou sorrisos em rostos carregados de sofrimento, com a entrega de bens como um computador, uma máquina de lavar roupa, equipamento de escritório e cozinha, roupas pessoais e de cama, árvores e plantas, actuando em vários pontos da ilha. Este programa é divulgado através da EYF e respectiva página do facebook e do blog “Madeira em transição”, tendo sido alvo de um artigo por parte da Agência Lusa, no qual Tina Nunes, aluna da Escola de Yoga do Funchal afirma: “O nosso objectivo é insistir até que as pessoas tenham de volta os seus haveres”, “não podemos reconstruir casas, mas podemos dar alguns dos haveres que foram perdidos”. Fica aqui o apelo para os interessados na colaboração ou entrega de mantimentos, para que esta realidade não caia no esquecimento porque, apesar de já um pouco distante dos holofotes e câmaras, ela continua viva. Ponto de encontro para voluntários: facebook Escola Yoga Funchal ou e-mail: [email protected] _ CAROLINA MARTINS 14 “Entrei na Universidade,mas ainda não aterrei de cabeça...”1 ESTE É UM DOS DESABAFOS DO GERVÁSIO, QUE AO INGRESSAR NO ENSINO SUPERIOR VÊ CONCRETIZADO UM SONHO, QUE AO MESMO TEMPO LHE SUSCITA GRANDES DÚVIDAS. “ENTREI NA UNIVERSIDADE E AGORA?” A esta última pergunta do Gervásio, arriscamonos a responder “SIM”. A entrada na universidade constitui um desafio gigantesco a nível académico, pessoal e social, que exige um reajuste de rotinas, e impele a lidar com o aumento de liberdade e responsabilidades, com a pressão para obter bons resultados e a incerteza face ao futuro. “Conjugar tudo o que tenho para fazer é um grande desafio. Perco-me por entre o dever, o meu caprichoso querer e as importantíssimas e inadiáveis urgências do dia-a-dia.” ·“Conseguirei integrar-me bem? · Conseguirei fazer amigos? · Poderei mostrar-me tal como sou? · Serão todos melhores alunos do que eu? · Conseguirei chegar ao fim? · Os outros alunos também pensam nisto, ou sou o único cliente destas ideias claustrofóbicas?” A gestão de tempo coloca-se de sobremaneira aos estudantes que têm de conciliar a universidade com trabalho e família, e de se confrontar diariamente com as dúvidas relativas à capacidade de dar resposta a todas as incumbências. “Gostava de acreditar que vai correr tudo bem nesta minha experiência universitária, mas não estou completamente convencido e a dúvida semeia insegurança e algum nervosismo.” O ritmo cardíaco acelerado, a sensação de falta de ar e/ou perda de controlo, alterações de apetite, dificuldade em dormir e/ou se concentrar, sentimentos de tristeza, falta de motivação, entre outros, são alguns dos sintomas que podem surgir nesta fase. Estes sintomas vão e vêm, mas por vezes podem tornar-se intensos e persistentes, interferindo nas diferentes áreas da vida. De nada adianta camuflar aquilo que sente, seja para não preocupar os demais ou para 15 se mostrar forte. Tal atitude apenas contribuirá para adiar e intensificar o problema. É necessário sim aprender a gerir o que está a sentir. Já diz a frase “O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas” (William Ward). Adaptar-se a um novo contexto é um processo gradual. Dê, por isso, tempo a si próprio e “ajuste as velas” de modo a reduzir a ansiedade e sentimentos de tristeza, comuns neste período de adaptação. Encare a entrada na universidade como uma oportunidade única de aprendizagens várias. Procure apoio em amigos e família; pratique exercício físico; envolva-se em atividades sociais/académicas; aprenda a relaxar; alimente-se e durma bem. Estabeleça objetivos realistas para o seu percurso e desenvolva, continuamente, as suas competências. Caso estas dicas não sejam suficientes procure ajuda especializada. Estamos aqui para o ajudar! (Endnotes) 1 Ao longo do texto foram citados os desabafos do Gervásio, personagem de Rosário, P., Nuñez, C. & González-Pienda, P. (2006). Cartas do Gervásio ao seu umbigo. Almedina Editores. Serviço de Consulta Psicológica [email protected] http://scp.uma.pt NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 16 17 AVE DUX MORITURI TE SALUT Solidariedade, cidadania, integração, educação e companheirismo são algumas das palavras de ordem da praxe académica da UMa. Contudo, a herança recebida pelo que vai acontecendo no território continental acaba por ser mal entendida por estudantes e pelos seus familiares que vêm às aulas, fazem a matrícula e tratam dos afazeres diários daqueles que, sendo caloiros, apenas tomam as rédeas da sua vida para tornar-se anti-praxe. No início de cada ano lectivo o rodopio é muito intenso, os cânticos entoam e os corredores estão agitados. Os palestrantes querem que a sessão de abertura do novo ano académico seja um sucesso e chamam a si as actividades praxistas até porque sem elas o espaço estaria quase vazio. Algumas entidades e instituições querem participar e dar o seu contributo até porque de outra forma o caminho para chegar aos no- vos estudantes seria bem mais longo e tortuoso. Alguns professores não interferem. Outros publicam nas redes sociais que o barulho vai começar e que nada há de melhor do que carregar nas frequências e trabalhos para sossegar aqueles que agora começam a perceber como funciona o mundo universitário e os relacionamentos - complicados e conflituosos - entre os diferentes membros da Academia. Para alguns, o traje não passa de um fato, uma farda que serve quase única e exclusivamente para gritar e mandar encher. Para outros, ele é uma forma de vida que ultrapassa barreiras e faz imperar bons momentos e relacionamentos que ficam para toda a vida. Sou anti-praxe e agora? E agora, ‘pode tomar juízo’ seria a resposta que provavelmente muitos dariam. Mas não. Nem todos os estudantes estão receptivos à praxe e nem devem estar. Se se sentem incapazes de prestar figuras tidas por muitos como ridículas e por outros como criativas devem, de facto, optar por não integrar estas actividades. Se não acham piada aos jogos e às corridas de sacos, às estafetas, aos disfarces temáticos, às paradas militares, aos gritos e cânticos onde o piiiii é uma constante, o melhor é não participar. Felizmente, somos todos diferentes e a piada está nessa realidade. Há lugar para todos e apesar da maioria das pessoas verem e compreenderem que há lugar para um anti-praxe ao contrário tal não se verifica. Estes acabam por ser os que, intolerantes à escolha dos que querem participar, mais reagem e mais difamam uma actividade secular. _ ANDREIA NASCIMENTO DE MOCHILA ÀS COSTAS EM BARCELONA Desde o Poble Espanyol até à Sagrada Família, passando pelo Castelo de Montjuic até Camp Nou, a cidade de Barcelona está repleta de locais espectaculares e será necessário um pouco mais do que cinco dias para que seja possível conhecer toda esta grande cidade. Logo no primeiro dia percebe-se que o centro desta cidade, que é muito movimentada, parece nunca ter descanso. Exemplo disso, a Rambla de Barcelona trata-se de uma grande rua com uma enorme movimentação de centenas de pessoas a consumir, não só das inúmeras lojas que existem mas, também, dos vendedores de rua. Os vários museus que se podem visitar, alguns deles de forma gratuita, são uma excelente oportunidade de enriquecer o conhecimento de cada um. Museus como o Museu Nacional de Arte Contemporânea de Catalunha, o Centro Cultural de La Caixa ou ainda o Museu Olímpico, são pontos de passagem obrigatórios. A nível histórico, podemos visitar a obra-prima de Gaudi, a Sagrada Família, que atrai milhares de turistas diariamente, o Poble Espanyol que caracteriza diferentes arquitecturas de diferentes regiões espanholas ou então também o Castelo de Montjuic, que se trata de uma fortaleza militar que teve um importantíssimo papel na história de Barcelona. A todos aqueles que têm o espírito de viajante, esta cidade catalã não deixará ninguém desiludido e, por isso, se tiverem a oportunidade de conhecer Barcelona, não é necessário pensar duas vezes. _ JOÃO BAPTISTA 22 23 DESPORTO ACADÉMICO Com o arranque do novo ano lectivo, regressam as inúmeras actividades que a académica madeirense oferece aos seus associados e a toda a comunidade académica. Assim, o desporto universitário volta a proporcionar actividades lúdicas, de lazer e recreação através da organização de passeios a pé e torneios académicos mas também volta a apostar no desporto federado com as participações em vários Campeonatos Nacionais Universitários. O Troféu do Reitor é indiscutivelmente a competição rainha do momento. O torneio académico de Futsal já vai na 9.ª edição e procura oferecer principalmente ao pólo universitário uma actividade de lazer aliada à competição saudável com muito espírito académico. Caloiros, Professores, Funcionários, Veteranos, Doutores, Mestres… todos são esperados no campo polidesportivo descoberto da Quinta de São Roque. Os passeios a pé têm levado inúmeros universitários à descoberta da nossa ilha. Estudantes do programa Erasmus e do continente são os principais interessados e têm procurado com mais afinco estas actividades que proporcionam momentos únicos e desvendam a beleza ímpar que a Madeira nos oferece. Este ano, procuraremos brindar os nossos associados e a comunidade em geral com passeios inovadores partindo à descoberta da floresta Laurissilva, património mundial da UNESCO. As competições universitárias federadas também ocupam um lugar de destaque no calendário desportivo da académica madeirense. Os Campeonatos Nacionais Universitários (CNU’s) envolvem milhares de estudantes que competem em dezenas de modalidades em diferentes locais do país. A AAUMa tem alcançado resultados que lhe permite figurar entre as 10 melhores academias do país. Atletismo, Natação, Karaté, Ténis-de-Mesa, Futsal, Voleibol e Badminton têm sido algumas das modalidades com representatividade nos últimos anos. Porém, o historial da AAUMa contempla outros títulos como no Judo, no Andebol, Basquetebol e no Futebol, o que enriquece e eleva o nome não só da nossa academia mas da nossa universidade e da própria Região Autónoma da Madeira. As actividades da AAUMa pretendem não só envolver toda a comunidade académica mas também a sociedade em geral. O desporto na academia madeirense também procura superar as expectativas de todos incutindo em cada actividade um espírito académico ímpar bem característico dos estudantes universitários. Desejo a todos um grande ano lectivo e que a académica da UMa possa ser aquilo que procuras! Vemo-nos por aí… — ARLINDO SILVA 24 NA UMa ERA BOM … “…que tivesse um complexo desportivo com boas condições.” Francisco Jardim, Engenharia Electrónica “…que houvessem mais bancos no pátio.” Carla Pereira, C.C.O. “…que tivesse um bilhar. “ Pedro Rodrigues, Engenharia Electrónica “…que houvessem mais lugares de estacionamento. “ Cátia Gonçalves, Enfermagem “…que houvesse mais bebidas. “ João Nóbrega, Economia “…que os professores congelassem as notas. “ Verónica Rodrigues, Engenharia Informática “…que fosse grátis.” David Viveiros, Engenharia Electrónica 26 OS NOSSOS DIREITOS TÊM DE SER LEI Quer o leitor seja homem ou mulher, imagine a seguinte situação. Uma rapariga, de seis anos, prepara-se orgulhosamente para entrar na primeira classe. A família, a viver em situação de pobreza, não pode suportar o custo de ter mais do que um filho a estudar e, por isso, as meninas são preteridas em relação aos rapazes. O seu futuro está assim traçado desde nascença: vai ser dona de casa e depender do marido. Pense agora no rapaz, que aos seis anos conseguiu ir para a escola. Com os livros que os pais pediram emprestados, segue, muitas vezes sem o pequeno-almoço, para a sala de aula. À tarde regressa a casa, com os trabalhos para fazer. Poderá fazê-los enquanto o dia lhe der luz, porque não há eletricidade no bairro onde mora. Muitas crianças optam por estudar junto aos candeeiros públicos, ficando vulneráveis a todo o tipo de abusos. É assim a vida em muitos bairros degradados existentes no mundo e é por pormenores como estes que, mesmo na Europa, nem sempre “querer é poder”, ou melhor, as nossas vidas são muitas ve- 27 1. 2. 3. zes condicionadas pelo que nos rodeia. Foi a saber isso mesmo – e para evitar que tal aconteça – que já em 1948 as Nações Unidas criaram uma Declaração com os Direitos Humanos mais básicos, aos quais todos deveríamos ter acesso de forma igual. Para lhe dar maior força legal, em 1966 foram criados dois documentos: os Pactos Internacionais sobre os Direitos Civis e Políticos, por um lado, e sobre os Económicos, Sociais e Culturais, por outro. Ambos trouxeram Comités para monitorizar se os Estados permitem aos seus cidadãos terem acesso aos Direitos Humanos fundamentais. O próximo passo é ter formas de apontar o dedo aos que não cumprem este seu dever. É nesta fase que nos encontramos em termos de Direitos Económicos, Sociais e Culturais. Faltam dois países ratificarem o Protocolo Facultativo ao Pacto sobre estes direitos para que entre em vigor. E quando tal acontecer, todos os países que o ratificarem vão permitir a qualquer um dos seus cidadãos apresentar queixa às Nações Unidas sempre que estiverem em causa os seus direitos ao trabalho, à segurança social, a alimentação adequada, à saúde, à educação, a água potável, ao saneamento, à habitação, à vivência num ambiente saudável e à cultura*. Os governos não podem tomar medidas que ponham em causa estes nossos direitos. E qualquer um de nós vai poder reclamá-los a nível internacional. Só assim tomaremos, de uma vez por todas, o nosso futuro nas nossas mãos. Quando a 17 de outubro se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, reforçamos que é esta a forma de combate da Amnistia Internacional. Não damos o pão, mas procuramos acabar com as decisões erradas tomadas por governos e empresas que, ao longo de décadas, têm levado e mantido milhares de pessoas em situação de pobreza. Lutamos para que os nossos direitos humanos sejam lei, para que todos possamos reclamar o que é nosso… por direito! _ AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL * Para saber mais solicite pelo e-mail [email protected] – a revista da Amnistia Internacional Portugal, cuja edição é dedicada à Pobreza, ou leia, em outubro, em www.amnistia-internacional.pt (Documentação/Revista). _ LEGENDAS 1. © UNHCR / Lana Slezic /GlobalAware Em muitos países do mundo, as famílias mais pobres preferem que sejam os rapazes a estudar. 2. © Amnistia Internacional Um casal e a sua filha, no Camboja, desenham onde podem: no chão. 3. © : Amnistia Internacional O futuro só está nas nossas mãos se os Direitos Humanos forem lei. NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 28 O Ã Ç A Z I L A LEG O Ã Ç I U T I T S O R P DA — EREIR A DIOGO P S O L R A C Vista como a profissão mais velha do Mundo, natural em muitas culturas e ostracizada por outras, a profissão de prostituta esteve num lugar diferente em relação ao resto da Sociedade. No Ocidente as prostitutas sempre foram importantes, e muitas foram amantes de homens poderosos tornando-se mulheres poderosas. Na Grécia, em Roma, no Egipto e noutras culturas as prostitutas eram muitas vezes vistas como servidoras de divindades do amor e da fertilidade, pelo que o coito era o centro de rituais de natureza sagrada com importância comparável ao sacramento cristão da comunhão. Esses povos, na pior das hipóteses, encaravam-nas como prestadoras de serviços, como nos mostram alguns frescos de prostíbulos de Pompeia, que pagavam impostos como outro comerciante. O Cristianismo alterou a posição social da prostituta. Os prostíbulos que continuam a servir de palco a assuntos públicos, passam a casas de má fama. Se a mais bela das cortesãs podia controlar o mais poderoso ministro, jamais poderia integrar à luz do dia a sociedade respeitável. A marginalização da prostituição, especialmente da feminina, é a principal causa da falta de protecção que é dada a milhares de mulheres, homens e mesmo crianças caídos nas garras do crime organizado em todo o Mundo. Embora não consensual, a legalização da prostituição é um assunto que deve ser discutido hoje que enfrentamos um período de desânimo social, levando à ocorrência de situações insustentáveis para muitas mulheres. Várias organizações activistas, especialmente feministas, defendem como um caminho possível a legalização da prostituição, assegurando 29 protecção mulheres e jovens vítimas do destino e da ganância de muita gente. É contudo preciso ter cuidado na forma como é feita essa legalização tendo em conta que a prostituta, seja qual for a sua história ou disposição, é uma vítima de preconceito e, como tal, devem ser deixados de lado argumentos baseados na crendice, centrando-os na resolução de um problema e analisando-se factos. A legalização, conforme é defendida por muitos, deve regulamentar o perfil da prostituta (evitando abuso de menores e de portadores de deficiências mentais, por exemplo), assegurar o direito à escolha (como profissional deve poder escolher quando e como presta o serviço), aos cuidados de saúde, de higiene e de segurança. Deve integrar os limites da profissão e dar-lhe uma dignidade igualável à de qualquer prestador de serviços, porque na prática, é um serviço prestado a alguém. Para muitos a prostituta gosta da sua vida por ser fácil, embora se admita que começou por necessidade. Nessa disposição é fácil ver-se culpa na prostituta, no proxeneta e até no cliente. Mas em última instância é o Estado que, ao proibir o fruto, o faz mais apetecível e ao não regulamentá-lo, o faz mais putrificável. 30 CAMPANHA DE VOLUNTARIADO AMBIENTAL NUM CONTEXTO FLORESTAL urze-das-vassouras · Erica platycodon 31 “ Recolher Sementes … para Recuperar a Floresta da Madeira” O Voluntariado Ambiental/Florestal permite a aproximação da Sociedade à Floresta, tendo importância na envolvência da população ao nível do conhecimento, proteção, preservação da Floresta da Macaronésia, assim como na conservação da flora e fauna dos ecossistemas naturais/ florestais da Macaronésia, no conhecimento da ecologia florestal, tornando mais eficazes as medidas de gestão das áreas naturais/florestais e permitindo também uma maior eficácia nas medidas de Preservação da área florestal Macaronésica. O voluntariado ambiental é uma ferramenta para tornar mais eficaz um programa de educação ambiental/florestal. Neste âmbito, desde agosto de 2010 que a Direção Regional de Florestas e Conservação da Natureza lançou uma campanha de voluntariado designada “Recolher Sementes… para Recuperar a Floresta da Madeira” que decorreu em 2011 e 2012, intensificando-se as ações novamente logo após o incêndio de julho de 2012. As ações desta campanha são predominantemente os trabalhos de recolha de sementes, os trabalhos nos viveiros florestais, a plantação, os trabalhos de manutenção tais como a rega, agrupando-se assim diversas atividades que decorrem ao longo do ano em épocas apropriadas para cada tipo de ação. São destinadas à comunidade em geral, cidadãos locais e turistas nacionais ou estrangeiros, na sequência e desde o início da campanha foram muitos os que se tornaram voluntários da floresta… cerca de 2100. Esta campanha terá continuidade nos próximos meses e em 2013 e é de realçar que logo após os últimos grandes incêndios de 2012 cerca de 50 voluntários já participaram em duas ações de recolha de sementes, na área do Fanal e Poiso, em que foram recolhidas sementes de urze-molar (Erica arborea) e urze-das-vassouras (Erica platycodon subsp. maderincola). Ainda em setembro e outubro estão previstas outras ações com o objetivo de recolher baga de loureiro (Laurus novocanariensis), baga de uveira da serra (Vaccinium padifolium) e faia-das-ilhas (Myrica faya). Estas sementes serão utilizadas em sementeiras tanto nos viveiros florestais como na natureza provavelmente através da técnica de lanço. A partir das primeiras chuvas terão inicio as primeiras plantações que se prolongaram até final de março ou início de abril de 2013. Neste período também estão previstas ações de preparação de sementes, sementeira e repicagem de plantas. A partir de abril até agosto estão previstas ações de manutenção como a rega, as mondas e outras atividades, contribuindo assim para a recuperação da Nossa Floresta. _ DIREÇÃO REGIONAL DE FLORESTAS E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 32 33 450 ANOS ATRASADOS Na azáfama da comunicação do Primeiro-Ministro, a anunciar mais sacrifícios aos cidadãos, e da avaliação trimestral da troika, resta pouca esperança e alento ao país. Tentando contrariar as pessimistas previsões para o próximo ano, a Associação Académica da Universidade da Madeira apresenta um novo e desafiador projecto que pretende pôr fim a um atraso de quase 450 anos. Fundado por alvará régio de D. Sebastião, em 1569, o Colégio dos Jesuítas do Funchal irá marcar, ao longo dos séculos vindouros, a vida de toda a Ilha da Madeira. Ao longo dos seus mais de 400 anos de história, a edificação da Companhia de Jesus abrigou diferentes inquilinos, desde os invasores ingleses, até à Universidade da Madeira, passando por funcionar como instalação militar e várias escolas. Contudo, é transversal a relação que este espaço sempre teve com o ensino. Apesar da relação indissociável entre o Colégio e a educação, o espaço nunca foi um pólo de atracção de visitantes como são outros pontos de interesse do Funchal. É, contudo, inegável a curiosidade que desperta nos poucos visitantes que possui e o mistério que cerca o seu percurso. Retratado como uma “das construções mais notáveis existentes na Ilha” pelo historiador e docente da Universidade da Madeira, Rui Carita, o Colégio dos Jesuítas do Funchal recebeu, no dia 21 de Setembro, a inauguração de um dos vários projectos de dinamização cultural e científica que a Associação Académica pretende oferecer a todos os residentes da ilha e a todos os que nos visitam. A inauguração da segunda Gaudeamus — Loja Académica da AAUMa, representa a âncora da plataforma que pretende-se colocar em funcionamento nesse espaço detentor de uma forte carga histórica, única na região, alvo de um trabalho meticuloso de recuperação e conservação nos últimos anos. O primeiro passo deste projecto foi dado com o forte e fundamental apoio da Universidade da Madeira que, certamente, irá incentivar toda a vasta programação que irá ser revelada ao longo dos próximos meses, com o lançamento de outros projectos satélites que irão, de forma decisiva, marcar a história do complexo histórico. Estes são, acima de tudo, projectos que mostram o dinamismo desta Instituição Associativa que beneficia de um bem preciso, mesmo que escasso e pouco valorizado pelo país: o trabalho voluntário e dedicado de toda uma equipa. Será fundamental o contributo de todos, através de uma simples visita ao nosso espaço, para que possamos continuar a financiar todos os projectos que, gratuitamente, oferecemos aos nossos associados e a toda população. _ LUÍS EDUARDO NICOLAU 34 35 Verosìmil 100 % _ HELENA REBELO Docente da UMa NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 25% Faxesimil 36% Verossimile EM PORTUGUÊS ESCORREITO CERTO VERSUS ERRADO Fac-sìmile 0% Verussimile 0% Verusimil Fassimile Fax-simil 23% 16% 0% As relações que estabelecemos entre as palavras podem ajudar-nos a escrevê-las, mas também originam muitos equívocos e erros. É o caso de termos como “verosímil” ou “fac-símile”. A quem não tiver o hábito de as empregar, estas palavras soam como estranhas porque conservam a sua forma latina. Vão aparecendo, com frequência, mal escritas. Em ambas, surge a noção de “semelhante”, ou seja, nelas, ocorrem os adjectivos “símil” (uso formal) e “símile”. Diferenciam-se, graficamente, pela vogal final e, se se relacionarem, a questão ortográfica colocar-se-á. Estabelecer relações de semelhança entre palavras nem sempre auxilia na escrita, mas pode dar uma orientação. Essa história parece mesmo real; é.………………… Preencher o espaço com a forma certa: verosímil / verossimile / verussimile / verusimil. SOLUÇÃO Essa história parece mesmo real; é verosímil. EXPLICAÇÃO O adjetivo “verosímil”, sinónimo de “verdadeiro”, escreve-se, no Brasil, com dois “ss”. No Português Europeu, mantém um único “s” devido à pronúncia. Foneticamente, este “s” corresponde a [z] porque está numa posição intervocálica. A palavra formou-se pela combinação das formas latinas “vero“ (real, verdadeiro) e “símil” (semelhante). A segunda vogal já foi um “i” (verisimilis,e), no Latim. Porém, esta forma erudita não prevaleceu face a “verosímil”. Aquela edição é um ……………….... porque reproduz a versão original. Preencher o espaço com a forma certa: faxesimil / fax-simil / fassimile / fac-símile. SOLUÇÃO Aquela edição é um fac-símile porque reproduz a versão original. EXPLICAÇÃO O substantivo masculino “fac-símile” possui uma grafia e uma pronúncia muito características. É um composto de dois elementos latinos, isto é, “ fac” (do verbo “facere” – “fazer”) e “símile” (semelhante, real), grafado com vogal final. Poderá haver quem relacione “fac” com “fax”, devido à pronúncia. Esta aproximação é válida porque estes vocábulos estão directamente relacionados. O termo inglês “fax” provém de “telefac-símile”, um sistema de transmissão e de reprodução, formado por “fac-símile”. 36 37 DROGAS LEGAIS De entre as drogas consideradas legais, a que tem merecido maior atenção ultimamente é o “Bloom”, a chamada “Droga da Festa”. Esta substância, legal apenas por ser considerada adubo para plantas, tornou-se apetecível devido ao efeito que provoca de aumento da pressão sanguínea, que dá a sensação de aceleração, maior sensação de liberdade, despreocupação, confiança e alegria. Estes sintomas podem durar entre 4 a 5 horas e demoram cerca de 45 minutos a surgir. As alterações fisiológicas provocadas pelo consumo de “Bloom” levam ao aumento do consumo de energia por parte do organismo e também aumento da sudorese, sendo por isso fundamental uma hidratação adequada. Sendo mais utilizado em festas, muitas vezes os jovens caem no erro de tentar compensar a desidratação com o consumo de bebidas alcoólicas, as quais não hidratam o organismo. Uma potencial causa de overdose para quem está a consumir esta substância pela primeira vez é o desconhecimento do intervalo de tempo para que os sintomas de prazer surjam, o que leva ao consumo excessivo e à necessidade de cuidados médicos urgentes. Juntamente com a legalidade desta substância, a facilidade em comprar, o baixo preço em comparação com outras drogas (porém ilegais) e a ausência de limite para a quantidade a adquirir podem aliciar os mais jovens a obter a mesma, com o objectivo de passar a “noite das suas vidas”, ou as noites… Por isso mesmo é importante alertar as pessoas (nestes casos a população mais jovem acaba por ter mais atenção) e frisar que, apesar de ser uma droga legal, o consumo de “Bloom” é perigoso. A sociedade actual, apesar das notícias sobre os internamentos e sobre o abuso de outras drogas legais, tende a negligenciar outros proble- mas mais antigos, sendo exemplo disso o álcool. Em termos de saúde pública todos os problemas associados ao consumo de drogas legais devem ter igual atenção, ao invés de negligenciar um em detrimento de outro, até porque como qualquer cidadão informado poderá ter reparado, o ‘Bloom’ é uma droga de moda e a sua presença poderá ser passageira, bastando que seja substituída por outra substância legal que cause algum tipo de efeito alucinante – como certas colas foram em tempos. O álcool, porém, é um tipo de droga que continua a destruir centenas de vidas e famílias, sendo maioritariamente ignorado pelos media enquanto não se resolve o problema do ‘Bloom’. O mesmo álcool que é flagelo há décadas neste país, que é legal, que já passou por várias revisões legislativas e contra o qual se gastam milhares de euros de fundos públicos é passado ignorado, como o acabará por ser o ‘Bloom’. As drogas legais têm como vantagens o facto de evitarem as organizações criminosas por detrás da sua produção e comércio, o facto de permitirem uma assistência médica aos seus consumidores sem que tal seja motivador do medo de ser apanhado pelas autoridades, o facto de permitir um certo controlo das autoridades conquanto seja regulamentada legislação própria. Mas, droga é droga e o consumo de qualquer substância que se enquadre nessa designação é perigoso. E, sim, é importante salientar as consequências do consumo impróprio das drogas legais! Mas não deixar nenhuma cair no esquecimento. _ JOANA FRANÇA 38 REDESCOBRIR A MADEIRA _ AS ESQUADRAS DE NAVEGAÇÃO TERRESTRE 39 Das estórias madeirenses que mais ilustram o período do Romantismo, deverá ser a das Esquadras de Navegação Terrestre, envolvendo dezenas, senão centenas, de participantes, fardados, medalhados e armados, a que mais se destaca. Recreando o sonho de uma farda, das medalhas, dos galões e de ser marinheiro de alto mar, mas em terra, criaram um dos fenómenos sociais mais curiosos da nossa História. Tudo teria começado com alguns proprietários do Funchal, que nos meados do século XIX começaram a equipar as suas quintas com mastros de navios desmantelados. Daí se passou à utilização de sinais, como se fazia nos navios, combinando encontros e, depois assaltos às quintas vizinhas e às suas adegas. Mais ou menos em segredo, “navegavam” silenciosos e escondidos por debaixo dos bananais, que cobriam grande parte do que hoje é o Funchal e arredores, aparecendo em casa da vítima, quase sempre já avisada, seguindo-se uma almoçarada sempre bem regada. Com o tempo, auto denominaram-se de Esquadras de Navegação Terrestre, já que navegavam pelos bananais, assim como Esquadras Submarinas, dado passarem por debaixo das bananeiras. Usaram uniformes, seguindo à risca os protocolos e cerimoniais da ordenança naval, como se de verdadeiros militares se tratassem. Os oficiais eram normalmente os proprietários mais abastados; os sargentos, os mais novos; e as praças, os trabalhadores do campo, fardados a preceito para servirem de pano de fundo à loucura dos proprietários e senhorios. Conta-se que alguns anos antes, a 22 de junho de 1901, no Largo do Monte, uma destas esquadras recebeu, com honras militares, o rei D. Carlos, que não identificou aquela estranha marinhagem na freguesia do Monte. Informado do que se tratava, não teria achado graça à brincadeira, virando ostensivamente as costas àquela tropa fandanga. O rei D. Carlos foi assassinado em Lisboa em 1908 e, em 1910, era implantada a República, deixando de fazer sentido as Esquadras de Navegação Terrestre, de que quase se não volta a falar. Em 1914 rebentou a Primeira Grande Guerra e os submarinos alemães infestaram os mares. Nessa altura foi alvitrada a reativação das antigas Esquadras, para postos de observação, mas os assaltos ao porto do Funchal por submarinos alemães, em 1916 e em 1917, que afundaram navios e fizeram dezenas de mortos, sem serem molestados, demonstrou que o tempo daquelas brincadeiras já tinha passado. Mas a memória dos homens é muito curta … _ RUI CARITA Professor Catedrático da UMa e Historiador NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 2. 40 41 As principais alterações ao Código Laboral são: · Criação de um banco de horas individual e/ ou grupal; · Corte para metade no valor pago pelas horas extraordinárias; · Redução de quatro feriados; · Extinção do direito ao descanso compensatório; · Possibilidade de encerrar as empresas nos casos de “pontes”, por decisão do empregador (com desconto nas férias); 1· · Afixação dos 22 dias úteis de férias anuais; · Maior penalização em caso de falta; · Facilitação dos despedimentos; · Possibilidade de despedimento devido a extinção do posto de trabalho ou por inadaptação; A TROIKA E A LEI LABORAL A 1 de Agosto último, entrou em vigor a terceira alteração ao Código do Trabalho proposta pelo actual Executivo. Resultante do pacto entre Portugal e a Troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI) e do compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego (celebrado entre o Governo e alguns dos seus parceiros sociais), esta mudança traduz-se em cortes em vários parâmetros. Para o Governo, a esperança é, entre outros objectivos, reduzir em termos de custo, 5% em cada hora no período laboral. Para estes senhores, no economizar (com os trabalhadores) está o ganho. Do lado dos trabalhadores, as reclamações repercutem-se, sendo que estes alegam que são o grupo que sofre as consequências da (des) governação. · Lay-off: recurso à redução do período normal de trabalho ou suspensão do contrato de trabalho por motivo de crise empresarial (com o auxílio de um conjunto de alterações que agilizam este processo); Novas regras inerentes ao estatuto trabalhador – estudante e às informações para a Autoridade para as Condições de Trabalho; 22 dias, perdendo-se a compensação de três dias que era dada aos trabalhadores sem registo de faltas. As empresas economizam, igualmente, na informação enviada à Autoridade para as Condições de Trabalho. Estas mesmas empresas podem economizar as suas ideias, pois se pretenderem encerrar as portas em dias de “ponte”, impõem-lhe um dia de férias, subtraindo-o ao seu mapa de descanso. Os contratos de curta duração (usados na agricultura ou no turismo) não necessitam de ser redigidos. Caro Trabalhador, embora os tempos peçam poupança, peço-lhe que não economize na informação e no reconhecimento dos seus direitos. Um trabalhador informador pode valer por dois! _ VERA DUARTE Referências Bibliográficas: Vejamos: os despedimentos são mais fáceis, mais económicos e um trabalhador pode laborar até mais duas horas por dia. Aliás, economizar parece ser a palavra de ordem nesta alteração! O valor pago pelas horas extraordinárias cai para metade. Pode-se despedir economicamente por inadaptação ou por extinção do posto de trabalho, sem se ter de proteger os trabalhadores mais antigos. O trabalho extraordinário deixa de conceder direito ao descanso como compensação. Economiza-se nos feriados, pois reduz-se o Corpo de Deus (feriado móvel), o 5 de Outubro (Implantação da República), o 1 de Novembro (Dia de Todos os Santos) e o 1 de Dezembro (Restauração da Independência). As férias passam a ter somente Lusa (2012). Principais alterações ao Código do Trabalho que entram em vigor a 1 de agosto. Economia – SIC Notícias. De http:// sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/07/31/principais-alteracoes-ao-codigo-do-trabalho-que-entram-em-vigor-a-1-de-agosto Pereira, C. A. (2012). Saiba o que muda no Código do Trabalho. Negócios Online. De http://www.jornaldenegocios.pt/home. php?template=SHOWNEWS_V2&id=571075 Tiago, L. (2012). 10 Alterações ao Código do Trabalho que o afetam já a partir de hoje. Dinheiro Vivo. De http://www.dinheirovivo. pt/Guru/Artigo/CIECO054643.html?page=0 Legendas: 1. - 2. “MODERN TIMES”, 1936 · Filme de comédia Charlie Chaplin 42 43 E O RESTO SÃO CANTIGAS O País está em crise. A própria cultura em Portugal parece ter visto tempos melhores. Falta dinheiro para agentes culturais, para cantores, os festivais decaem, seria de prever que os públicos de concertos pagos desaparecessem. Mas embora se tenha registado um relativo decréscimo quando comparado com anos anteriores, essa situação não se verifica. Pelo menos, não na realidade da Região. Existem diversos obstáculos à participação, alguns de teor pessoal tal como o tempo, a influência do grupo de amigos, o dinheiro e outros ainda relacionados com o evento em si como a localização, a acessibilidade e o preço dos bilhetes. Questionamo-nos então como é que em tempos de crise global, continuam a haver pessoas dispostas a pagar para assegurar a sua presença em concertos, festi- vais e eventos culturais. Perguntamos o que têm os festivais e eventos culturais para oferecer em tempos tão difíceis. O que parece ter mais peso na tomada de decisão do público é certamente a relação qualidade/preço. E nesse sentido, a Região tem-se esforçado por oferecer uma agenda cultural diversificada, que prime pela qualidade e tanto quanto possível acessível a todos os públicos, mesmo os que dispõem de pouca flexibilidade financeira. Sobretudo os políticos reconhecem o enorme potencial dos festivais e eventos culturais para atrair visitantes, despertar a atenção dos meios de comunicação e expandir a economia. Partindo da premissa de que a música aproxima as pessoas, esforçam-se por organizar eventos e festividades que agradem e animem as populações, aumentando o seu optimismo e confiança no futuro, conferindo-lhes um sentimento de união, permitindo-lhes esquecer, ainda que temporariamente as suas preocupações diárias. Assim sendo, podemos concluir que a música é quase um estilo de vida para a maioria das pessoas a nível mundial. Partindo do facto em que a música é o meio que muita gente opta para se distrair, esquecer os problemas da vida, ficarem animada e até para algumas pessoas, deprimirem nos casos mais radicais. Apesar de alguns eventos culturais os quais estão sempre associados com a música, há pessoas que apesar de passarem muitas dificuldades financeiras, são capazes de poupar para conseguirem angariar dinheiro para verem alguns concertos. É de referir ainda que existem espalhados por todo o mundo os fãs de músicos e cantores, que fazem os possíveis e os impossíveis para seguilos para todos os lados onde hajam actuações. Para estas pessoas, faltar a um concerto é como se fosse algo da sua vida que ficasse para trás. Atendendo a todos os factos anteriormente descritos, na minha opinião, apesar da crise global, os concertos não deixarão de ser pagos. O máximo que pode acontecer, e que realmente já se começa a verificar, é o decréscimo do preço e o aumento da qualidade, que atendendo às necessidades das pessoas é o mais importante. _ RUI SANTOS 44 45 OUT.2012 É HORA... PARA HIDRATAR A água trata-se de um elemento crucial no nosso organismo, que desempenha uma série de funções, que fazem com que se tenha de ter um especial cuidado com o nosso estado de hidratação. E se estiver muito calor... este cuidado deve ser redobrado! A desidratação pode trazer consequências de saúde graves, pelo que mais vale prevenir. Por isso, vamos hidratar! transpirar; temperatura ambiental elevada; situações de doença acompanhadas de febre, vómitos ou diarreia; em caso de gravidez, aumentar a ingestão em cerca de 0,2L/dia e durante o aleitamento cerca de 0,5L/dia; Hidratar através da ingestão da água e de outras bebidas (leite, sumos de fruta, chá, infusões, entre outros) e de alimentos ricos em água (saladas, sopas e fruta). Ingestão recomendada de água proveniente de bebidas (litros/dia)* Vai um copo com água? E muitos mais... Sexo masculino Sexo feminino 1,01 1,21 1,60 1,91 1,00 1,21 1,40 1,50 Crianças 2-3 anos 4-8 anos 9-13 anos Adolescentes e adultos Outras recomendações para uma correta hidratação: Beber em pequenas quantidades de cada vez e frequentemente ao longo do dia; Estar atento aos sinais de desidratação (sede, urina de cor intensa e com cheiro, cansaço, dor de cabeça, perda de capacidade de concentração e atenção); Aumentar a ingestão de líquidos em determinadas situações como atividade física que faça _ BRUNO SOUSA Nutricionista * Quantidade aproximada para indivíduos saudáveis. A quantidade mais adequada para cada pessoa depende de diversos fatores (atividade física, temperatura ambiente, situações de doença, entre outros) NOTA: Texto escrito na nova grafia ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 46 MESTRE-ESCOLA DIGA LÁ SE FÔR CAPAZ! 47 Já há vários anos que o povo português observa impotente as suas escolas perderem as condições que outrora tinham. Instalações são fechadas, o número de auxiliares diminui a cada ano que passa, tal como o número de professores. Esta profissão tem sofrido imenso com a crise que atravessamos, existindo um número enorme de profissionais do ensino a preencher as cadeiras dos centros de emprego de Portugal. No passado dia 31 de Agosto, o Ministério da Educação anunciou que foram contratados 7600 professores para o ano lectivo de 2012/2013, isto significa que face ao ano passado foram colocados menos 5147 docentes nas nossas escolas públicas. Com um número tão avassalador é necessário perguntarmo-nos por que existem tantas vagas para cursos de ensino nas universidades portuguesas. Embora as vagas a estes cursos tenham sido reduzidas este ano, mesmo assim nota-se ainda um nível considerável de alunos a entrar nas universidades para cursos de educação. Há que reflectir: como será que o país receberá os estudantes finalistas desta área nos próximos anos? O cenário é mais do que óbvio, terão de seguir o caminho de muitos, emigrando, ou adaptar-se as dificuldades e arranjar emprego fora da sua área de formação, algo que poucos formados aceitam devido ao investimento e esforço colocado nos seus anos de estudo. A oferta das universidades continua a aumentar de ano para ano e os postos de trabalho para professores diminuem. A medida tomada este ano pelo Governo seria óptima caso fosse implementada há uns anos atrás. Nesta altura, no entanto, um corte mais extremo teria resultados mais positivos, como diminuir ainda mais as vagas ou até mesmo a não abertura de matrículas para licenciaturas ou mestrados na área da educação em certas universidades ou politécnicos. Daria ao estado português um pequeno corte nas despesas na educação e daria aos professores já formados, nos próximos anos, uma maior oportunidade de serem colocados nas instituições do nosso país. A procura dos alunos académicos pela área da educação é grande, pois muitos são os casos de quem decide enveredar no segundo ciclo em mestrados focados neste sector. Mesmo para aqueles que querem enveredar pela docência universitária, terão tanta dificuldade em arranjar emprego como os restantes colegas da pré-escola, do ensino básico e do secundário, pois as nossas universidades estão igualmente passando por graves dificuldades. Há que estar ciente desta realidade, de que a vida de professor é cada vez mais complicada no nosso país. Podemos apenas esperar por dias melhores para a nossa educação e para aqueles que mantêm-na a funcionar, pois se algo não mudar, sofrerá um colapso devastador. _ JOÃO ANDRADE DAR SAN GUE 49 É DAR VIDA Tal como nos humanos, as transfusões de sangue nos nossos animais são um valioso apoio ao tratamento das mais variadas situações, sejam elas doenças, traumatismos, envenenamentos por raticidas ou até casos de doenças hereditárias, como a hemofilia. Com uma transfusão de sangue podemos estabilizar os animais para proceder a uma cirurgia ou intervenção mais exigente. No cão existem mais de uma dúzia de grupos sanguíneos mas os mais relevantes são os DEA 1.1, 1.2 e 7. Os cães que são negativos a estes grupos são considerados “dadores universais”. Nos gatos, os grupos sanguíneos relevantes são o A, B e AB mas não existem “dadores universais” pois os gatos apresentam anticorpos (defesas) naturais contra outros grupos sanguíneos. Se for necessário realizar uma transfusão de sangue a um gato é obrigatório conhecer o grupo sanguíneo do dador e este terá que ser igual ao do receptor. No caso dos cães, a primeira transfusão pode ser realizada com sangue de qualquer dador, independentemente do grupo sanguíneo mas este receptor irá criar anticorpos contra o sangue do dador e todas as subsequentes transfusões terão que ser feitas conhecendo os grupos sanguíneos do dador e do receptor e terão que ser equivalentes. As condições para uma animal ser dador de sangue são: ser saudável; idade entre 1 e 8 anos; desparasitado; peso superior a 15 kg no caso do cão e 3,5 kg no caso dos gatos. Após um exame de estado geral, colheita de sangue para despiste de doenças infecciosas, tipificação do grupo sanguíneo e análise dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas, se o animal for aceite como dador, é realizada uma colheita de sangue. Em cada colheita de sangue nos cães, obtém-se 250 a 450ml de sangue. Nos gatos são recolhidos apenas 60ml de sangue. _ JOÃO OLIVEIRA Médico-Veterinário SPAD 50 51 EMA DE FREITAS Não sei. CARLA DE CAIRES Não tenho planos ainda. IDALINA AFONSECA Vou aproveitar ao máximo visto que é o último feriado e já que é seguido de um fim-de-semana. JOÃO ALVES Não sei o que vou fazer amanhã quanto mais no 5 de Outubro. COMO VAIS PASSAR O TEU ÚLTIMO FERIADO DE 5 DE OUTUBRO? ROSA PITA Vou para a casa da minha sogra que faz anos. ALDÓNIO FIGUEIRA Trabalhar na tese. CATARINA SILVA É um dia normal para mim. JOÃO GONÇALVES O mesmo de sempre que faço nos feriados: sair, dar uma volta, estudar. MIGUEL SERRÃO Nada. DÉBORA FERREIRA JORGE LOPES A estudar. ANA FREITAS A descansar, como é feriado. MARGARIDA OLIVEIRA Não faço ideia. ANABELA SOUSA Não faço ideia. Se nos juntarmos todos para a borga, vamos beber leite como ainda não acabou a praxe. _ RUI SANTOS GONÇALO MARTINS 52 PALAVRAS E NÚMEROS 1,5 euros 60% 40.415 As refeições dos espaços da Universidade de Coimbra não se limitam às cantinas da instituição. A universidade criou um serviço de catering, alargando assim a oferta e «adequando-a às necessidades dos membros da comunidade universitária. Os menus são variados e adaptados às ocasiões: coffee-breaks (desde 1,50 euros por pessoa), porto de honra (4,40 euros/pessoa) , cocktails (até 4 euros/pessoa), almoços e jantares (9 euros/pessoa). _ In Canal Superior de 13/09/2012. Foram colocados 40415 dos 45078 alunos candidatos às faculdades neste ano lectivo, no que foi o número mais baixo dos últimos anos. Cerca de 90% dos candidatos ao ensino superior entraram na Universidade, o número mais baixo dos últimos seis anos, indicam os dados do Ministério da Educação e Ciência. Neste ano letivo, o número de candidatos foi também o mais baixo dos últimos seis anos, ficando por colocar 4.663 alunos, segundo os números divulgados. _ In Diário Económico de 09/09/2012. Cerca de 60% dos alunos cujos pais têm baixos níveis de instrução não conseguem concluir o ensino secundário em Portugal. E só menos de 20% chegam à universidade. Segundo o relatório da OCDE, ‘Education at Glance’, apenas a Turquia está pior, com quase 70%. Somos também, juntamente com os turcos, o país onde os filhos de pais com estudos superiores têm mais probabilidade de obter também nível de instrução elevado. _ In Correio da Manhã de 12/09/2012. 54 55 BOAS NOTÍCIAS _ RÚBEN CASTRO «PORTUGAL, THE BEAUTY OF SIMPLICITY» TURISMO EM PORTUGAL Um fragmento de proteína poderá ser uma importante arma contra o cancro, concluiu uma investigação desenvolvida na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo pelo biomédico Antônio Carlos Borges. O estudo em questão, levado a cabo pelo aluno de doutoramento daquela instituição de ensino superior brasileira, demonstrou que uma parte de uma proteína motora responsável pelo transporte de alguns organelos (uma espécie de departamentos no interior das células) a miosina Va - é capaz, quando expressa individalmente, de inibir o crescimento de tumores. Os resultados foram obtidos através de uma experiência com ratinhos, que induziu nos modelos animais tumores de melanoma, procurando testar o efeito antitumoral de uma sequência da dita proteína. Para o conseguir foram produzidas células tumorais capazes de expressar o fragmento e, em seguida, estas foram usadas para induzir tumores nos ratinhos. O resultado do estudo feito com os animais foi satisfatório: após 28 dias, quase 90% dos ratinhos cujos tumores possuíam o fragmento de miosina continuaram vivos, ao passo que só pouco mais de 60% dos que tinham tumores «normais» sobreviveram. O número de visitantes norte-americanos no nosso país foi o grupo de turistas que registou o maior crescimento nos primeiros seis meses do ano divulgou, esta quinta-feira, o Turismo de Portugal. Só no primeiro semestre, o número de turistas norte-americanos que se hospedaram em estabelecimentos portugueses cresceu 7.5% em comparação com o período homólogo, perfazendo um total de 135 mil turistas. Quanto aos gastos dos turistas registou-se um aumento de 17,5% num total de 180 milhões de euros gastos. Em declarações à Lusa, o delegado do Turismo de Portugal para a América do Norte, Nuno Miguel Alves explica que este aumento traduz-se no sucesso da campanha feita nos EUA e na competitividade dos preços. «Atribuímos o crescimento a uma campanha sustentada nos Estados Unidos para mostrar o Portugal real como um lugar autêntico, único, e ao valor: os hotéis portugueses têm preços10 a 40% inferiores a similares noutros países da zona euro”. «PORTUGAL, THE BEAUTY OF SIMPLICITY» O vídeo «Portugal, the beauty of simplicity» está entre os três vencedores finais da categoria Promoção Turística do Festival Cannes Corporate Media & TV Awards. A cerimónia de entrega dos prémios vai decorrer no próximo dia 18 de Outubro, em Cannes (França), altura em que será revelado o prémio que cabe a Portugal que poderá ser o Golfinho de Ouro, Prata ou o Golfinho Preto. O júri internacional do prestigiado concurso reconhece, assim, o valor do vídeo do Turismo de Portugal que, sob a assinatura «A beleza da simplicidade», ilustra as principais regiões do país e respectivas atrações culturais, históricas e gastronómicas. Produzido para o Turismo de Portugal, o filme de quatro minutos tem sido utilizado nas várias acções promocionais de Portugal, como feiras, eventos ou sessões oficiais de divulgação, além dos portais promocionais na internet e redes sociais, tendo sido apresentado em Janeiro na feira de turismo Fitur (Madrid). 56 57 FÉRIAS A OET NA FIC 2012 Na continuação do seu esforço de promoção da classe dos engenheiros técnicos, a Secção Regional da Madeira da Ordem dos Engenheiros Técnicos volta a marcar presença na Feira da Indústria e Construção (FIC), organizada pela Associação de Indústria e de Construção da Madeira (ASSICOM). Assim sendo, em 2012 a FIC regressa à cidade do Funchal, mais precisamente à Avenida Arriaga, onde, entre 25 e 29 de Setembro, todos os visitantes poderão encontrar aquilo que de melhor se faz na área da construção, indústria, entre outras. Na edição de 2011, a OET esteve representada com o seu próprio stand, desenhado pela Ar- quitecta Isabel Ramos, onde os visitantes podiam encontrar um conjunto de informações relevantes sobre a Ordem, mais especificamente sobre os seus 158 anos de história – da APET à OET -, bem como sobre os vários ramos de especialidade que integram esta ordem profissional. Para mais, teve lugar no auditório da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais uma conferência onde se reflectiu sobre os temas “Reabilitação Urbana” e “Exercício da Profissão”. Por fim, fica o convite para uma visita à FIC 2012, com passagem obrigatória pelo stand da Ordem dos Engenheiros Técnicos. 58 PAUTA FINAL GAUDEAMUS Mais do que um ponto de venda que financia os projectos gratuitos da AAUMa, a Gaudeamus, é um ponto de atendimento a todos os associados. A abertura de um segundo espaço, com a qualidade demonstrada, indica o dinamismo e profissionalismo da equipa envolvida. EXCELENTE EXCELENTE CONVÍVIO A Praxe Académica, com todos os aspectos que são inerentes, continua a ser um meio eficaz de convívio saudável entre os estudantes. BAR DOS ALUNOS Com o arranque do calendário lectivo o Bar dos Alunos continuou a funcionar em horário reduzido e a encerrar, por completo, no último dia de matrículas. MAU PRAXE A Universidade critica a Praxe Académica mas faz uso dela para beneficiar da adesão e participação experimentadas por essa prática. PÉSSIMO MECENAS: APOIOS: