Doença Pneumocócica
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Doença Pneumocócica
Doença Pneumocócica: Da Clínica à Prevenção Filipe Froes Hospital de Pulido Valente – CHLN Consultor DGS (CTV) 26 de Novembro de 2015 Pneumococcus: o Rei dos Gram-positivo 1881 George Miller Sternberg Louis Pasteur >1974: Streptococcus pneumoniae (Diplococcus pneumoniae) 2ª bactéria mais mortal: 3.000.000 óbitos/ano Cápsula (camada extracelular de polissacáridos): - evasão imunológica, ê opsonização-fagocitose - factor de virulência - 96 serotipos (infeção invasiva: 1, 3, 19A) Pneumococcus no Homem Onde está o Pneumococcus? • acompanha o Homem desde o nascimento à morte (adultos: coloniza nasofaringe em 10 a 40-50%) • o Homem é o reservatório natural • a sobrevivência do pneumococcus depende da transmissão eficaz entre humanos The Pneumococcus. ASM 2004. Doença Pneumocócica no Adulto Bogaert. Lancet Infect Dis 2004;4:144-54. Doença Pneumocócica no Adulto (infecções mucosas) Transmissão “horizontal” Disseminação comunidade Só há doença após colonização Colonização (5-290 dias) varia: • com idade (↓ > 10 anos) • geografia, genética • nível sócio-económico • ↑ nos fumadores e agrupamentos Trauma CE Doença Pneumocócica no Adulto (hematogénea) Bacteriémia ? 4% Meningite por bacteriémias persistentes. Mortalidade 20-30%. Meningite Doença Pneumocócica no Adulto (hematogénea) Bacteriémia O pneumococcus pode provocar infecções em quase todos os órgãos, mas actualmente com o advento da antibioterapia são raras. Metastização séptica em <1% (anos 60: ±25%). Meningite Doença invasiva pneumocócica no adulto *Retrospective study of IPD surveillance data in the Dutch population (1275 hospitalised cases), June 2004 to June 2006 prior to the implementation of PCV-7. Adapted from: Jansen AG, et al. Vaccine. 2009;27:2394-2401. O impacto da doença invasiva pneumocócica Doença pneumocócica em adultos 50+ anos Estimated No. of Pneumococcal Cases per Year Estimated No. of Deaths Due to Pneumococcal Disease per Year 6% 3,8% 21% 91,5 milhões de adultos 50+ nos EUA não-bacteriémica Weycker D. Vaccine, 2010, 28, 4955-60. Factores de risco para doença invasiva pneumocócica Cancro Pulmão 22,4 aumento do risco de desenvolver DIP 4,33 aumento do risco de falecer por DIP Backhaus E et al. ISPPD poster 2012. Impacto da idade e comorbilidades na DIP Age-Specific Incidence of IPD in Healthy Adults (Aged ≥18 years) vs Adults With Chronic Illnesses, United States, 1999–2000 Kyaw M et al. J Infect Dis. 2005;192(3):377-386. Vacinas Pneumocócicas Vacina pneumocócica polissacárida 23-valente: - sem indução de resposta linfócitos T-helper - Cochrane 2008: eficácia na DIP (OR 0,26) eficácia inconclusiva na pneumonia por todas as causas sem redução na mortalidade por todas as causas - recomendada na prevenção da DIP nos 65+ e nos 18+ com factores de risco para DIP Vacina pneumocócica conjugada 13-valente: - indução de resposta T-dependente (“memória”) - resposta imunológica significativamente superior - 2000: usada na pediatria com sucesso (DIP, pneumonia e OMA) - 2012: aprovada na prevenção da DIP nos 50+ - 2013: aprovada na prevenção da DIP nos 18+ - adultos: eficácia 45% pneumonia e 75% DIP STV (estudo CAPiTA) . h y , t , Y d The n e w e ng l a n d j o u r na l of m e dic i n e CAPiTA Original ArticleImmunization Trial in Adults Community-Acquired Pneumonia Polysaccharide Conjugate Vaccine against Pneumococcal Pneumonia in Adults M.J.M. Bonten, S.M. Huijts, M. Bolkenbaas, C. Webber, S. Patterson, S. Gault, C.H. van Werkhoven, A.M.M. van Deursen, E.A.M. Sanders, T.J.M. Verheij, M. Patton, A. McDonough, A. Moradoghli-Haftvani, H. Smith, T. Mellelieu, M.W. Pride, G. Crowther, B. Schmoele-Thoma, D.A. Scott, K.U. Jansen, R. Lobatto, B. Oosterman, N. Visser, E. Caspers, A. Smorenburg, E.A. Emini, W.C. Gruber, and D.E. Grobbee A BS T R AC T - Estudo aleatorizado, duplamente cego, BACKGROUND Pneumococcal polysaccharide conjugate vaccinesplacebo, prevent pneumococcal in controlado versus nadisease Holanda infants, but their efficacy against pneumococcal community-acquired pneumonia in adults 65 years of age or older is unknown. - 84.469 adultos ≥ 65 anos METHODS In a randomized, double-blind, placebo-controlled trial involving 84,496 adults 65 years of age or older, we evaluated the efficacy of 13-valent polysaccharide conjugate vaccine (PCV13) in preventing first episodes of vaccine-type strains of pneumococcal community-acquired pneumonia, nonbacteremic and noninvasive pneumococcal community-acquired pneumonia, and invasive pneumococcal disease. Standard laboratory methods and a serotype-specific urinary antigen detection assay were used to identify community-acquired pneumonia and invasive pneumococcal disease. - Eficácia: 45,6% pneumonia STV 75,0% DIP por STV eficácia persistente durante todo o RESULTS In theestudo per-protocol analysis of first episodes of infections due to vaccine-type (4 anos) strains, community-acquired pneumonia occurred in 49 persons in the PCV13 group and 90 persons in the placebo group (vaccine efficacy, 45.6%; 95.2% confidence interval [CI], 21.8 to 62.5), nonbacteremic and noninvasive community-acquired pneumonia occurred in 33 persons in the PCV13 group and 60 persons in the placebo group (vaccine efficacy, 45.0%; 95.2% CI, 14.2 to 65.3), and invasive pneumococcal disease occurred in 7 persons in the PCV13 group and 28 persons in the placebo group (vaccine efficacy, 75.0%; 95% CI, 41.4 to 90.8). Efficacy persisted throughout the trial (mean follow-up, 3.97 years). In the modified intention-to- - Segurança sobreponível ao placebo (mais reações locais com PCV13) The authors’ full names, ac grees, and affiliations are liste pendix. Address reprint requ Bonten at the Julius Center Sciences and Primary Care Medical Center Utrecht, P.O. Utrecht 3508 GA, the Nether [email protected], or ber at Pfizer Vaccine Clinica 401 N. Middletown Rd., Pea 10965, or at bill.gruber@pfiz Drs. Huijts and Bolkenbaas equally to this article. N Engl J Med 2015;372:1114-25. DOI: 10.1056/NEJMoa1408544 Vacinação antipneumocócica (Soc Port Pneumologia) ACIP DGS DGS ACIP Rev Port Pneumol 2014; 20 (2):111-114 PALAVRAS-CHAVE: Vacinação, infeção pneumocócica, doença invasiva pneumocócica, DIP, grupos de risco, Streptococcus pneumoniae PARA: Profissionais de saúde do Sistema de Saúde CONTACTOS: Direção de Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde Nos termos da alínea a) do nº 2 do artigo 2º do Decreto Regulamentar nº 14/2012, de 26 de janeiro, por proposta da Direção de Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde, emite-se a Norma seguinte: Os grupos de risco que constam da Norma nº 009/2015 de 01/06/2015, são agora atualizados (Quadro I), ficando a Norma n.º 009/2015 revogada. NORMA 1. População alvo No Quadro I constam os grupos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica (DIP), em idade adulta (≥18 anos), para os quais a vacinação contra infeções por Streptococcus pneumoniae é, à data, recomendada. De entre os adultos a quem se recomendam as vacinas pneumocócicas, a partir de 1 de julho de 2015, a vacinação com a vacina Pn13 é gratuita para os grupos cuja condição e situação clínica estão identificadas no Quadro II. Os adultos que têm direito à vacinação gratuita serão vacinados mediante apresentação de declaração médica referindo a sua inclusão num grupo de risco, de acordo com as recomendações constantes nesta Norma. A declaração deve ter assinatura legível e vinheta do médico ou o seu código de barras. Por decisão clínica, equacionada caso-a-caso, e devidamente justificada pelo médico assistente, os doentes com profunda imunossupressão iatrogénica podem também beneficiar da vacinação gratuita, se for considerado que existe benefício terapêutico (imunização). Nestas situações os doentes serão também vacinados mediante apresentação de declaração médica referindo a sua inclusão num grupo de risco. As vacinas pneumocócicas (Pn13 e/ou Pn23) devem ser administradas na altura de maior capacidade de resposta do sistema imunitário de acordo com as orientações do Quadro III. Optimização da administração das vacinas Quadro III – Grupos com risco acrescido para DIP. Adultos (≥18 anos de idade). Orientações para otimizar a vacinação contra infeções por S. pneumoniae Condição Recomendação de Vacinação Infeção VIH - Precocemente, preferencialmente, com linfócitos T CD4+≥200 células/mm3 - Se linfócitos T CD4+<200 células/mm3, vacinar sem necessidade de aguardar reconstituição imunitária e considerar a administração de uma dose de vacina após linfócitos T CD4+≥200 células/mm3 Esplenectomia cirúrgica - Na cirurgia eletiva, pelo menos 2 semanas antes da cirurgia - Na cirurgia não-programada, vacinar 2 semanas após a cirurgia Doenças autoimunes - Precocemente e antes do início da terapêutica imunossupressora, idealmente 4 semanas antes Em espera para transplante Transplante de órgão sólido ou de células hematopoiéticas Doenças neoplásicas em quimioterapia e/ou radioterapia - Precocemente, no mínimo 2 a 4 semanas antes do transplante Iniciar vacinação 3 a 6 meses após o transplante dependendo do grau de imunossupressão. Devem ser administradas 3 doses de Pn13, com intervalo de 8 semanas entre as doses e 1 dose de Pn23 com intervalo mínimo de 12 meses após a última dose de Pn13, exceto nos doentes com doença crónica de enxerto contra hospedeiro que devem fazer uma 4ª dose de Pn13, em vez da Pn23. - 10 a 14 dias antes do tratamento ou - 3 meses após conclusão da quimioterapia ou radioterapia, exceto nos doentes medicados com anticorpos anti-células B ou anti TNF-α em que este intervalo deve ser superior a 6 meses - Se a vacina for administrada no decurso da quimioterapia, considerar a administração de uma dose de vacina, 3 meses após conclusão do tratamento. Implantes cocleares (candidatos) - Antes da implantação, preferencialmente, pelo menos 2 semanas antes Conclusão The greatest opportunity to improve outcomes for patients over the next quarter century will probably come not from discovering new treatments but from learning how to deliver existing effective therapies. Pronovost. Lancet 2004;363:1061-7 [email protected]