A EXPERIêNCIA DA SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE
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A EXPERIêNCIA DA SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE
A experiência da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo na utilização de indicadores econômicos para o acompanhamento da arrecadação de ICMS A ntônio F ilipe de S iqueira L inhares J osé A ntônio C arlos L uis F ernando N ovais Resumo: O artigo sintetiza as alterações ocorridas na forma de acompanhar a arrecadação de ICMS dentro da estrutura operacional e decisória da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Destacam-se as mudanças no ambiente externo – econômicas e aquelas inerentes à sociedade do conhecimento –, que condicionaram o Programa de Modernização da Coordenadoria de Arrecadação Tributária (Promocat). Palavras-chave: ICMS. Indicadores econômicos. Inteligência fiscal. The experience of Secretary of Finance and Treasury of Sao Paulo in the use of economic indicators for monitoring ICMS´s collection Abstract: The article summarizes the changes that have occurred in order to monitor the collection of ICMS within the operational structure and decisions of the Secretary of Finance and Treasury of Sao Paulo. The paper highlights the changes in the external environment – economic and those inherent in the knowledge society – that have limited the modernization program of the coordination of tax collection (Promocat). Key words: ICMS. Economic indicators. Tax Intelligence. A Secretaria da Fazenda de São Paulo implementou, ao longo dos últimos dez anos, um programa de modernização de grande alcance. Iniciado em 1998, o Programa de Modernização da Coordenadoria de Arrecadação Tributária – Promocat alinhavou projetos que intervieram tanto no aspecto operacional dos processos de fiscalização quanto no campo da infraestrutura tecnológica disponível aos gestores tributários. O objetivo deste trabalho é sintetizar as mudanças que ocorreram no âmbito do acompanhamento estratégico da arrecadação de ICMS. Nesse sentido, destacam-se as alterações no ambiente externo, especialmente aquelas de caráter econômico, que impuseram desafios à estrutura operacional e decisória da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, apontando a reação da máquina pública a esse novo contexto socioeconômico. Até meados da década de 1990 ainda se impunha um ambiente de baixa utilização de indicadores econômicos na avaliação do desempenho da arrecadação de ICMS. Sobressaíam até então rotinas que não incorporavam São Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 A experiência da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo na utilização... tecnologias inovadoras na gestão de pessoas e de processos. A próxima seção aborda brevemente o novo contexto da sociedade do conhecimento, que transformou completamente a forma de “olhar” e interagir do Estado e da sociedade. A partir do processo de globalização das relações econômicas, que se aprofundou no Brasil no final da década passada, o ambiente econômico passou a ter novas características, superando o modelo anterior baseado em paradigmas menos flexíveis e mais centrados na grande indústria tradicional. Na sequência do trabalho, descrevem-se a modernização da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, a estruturação do grupo de conjuntura econômico-tributária e o Relatório CAT. O modelo de gestão por resultados e a utilização de indicadores econômicos no acompanhamento da arrecadação de ICMS são abordados na seção final. NOVO CONTEXTO: AS MUDANÇAS NO AMBIENTE ECONÔMICO, A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E O IMPACTO NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS Dos Microchips à Web 2.0 Na metade dos anos 1970, enquanto a crise do petróleo e o consequente crescimento dos níveis de endividamento das nações provocavam a desaceleração generalizada das taxas globais de crescimento econômico, uma revolução tecnológica silenciosa, centrada na microeletrônica, começou a se irradiar a partir do Vale do Silício.1 Pequenas empresas localizadas nessa região, hoje líderes em seus segmentos, tais como Intel, Oracle e Apple, colocaram no mercado um inédito conjunto de produtos e serviços a preços muito competitivos, consolidando a indústria de microcomputadores profissionais, softwares de escritório e mais um sem-número de dispositivos complementares para tratamento e comunicação de dados e imagens. Desde então, novas empresas de ponta e uma série inesgotável de startups2 continuam se instalando no local, reforçando a vocação da região para a inovação tecnológica. Ainda no final do século XX, este ambiente de mudanças é ampliado pela globalização, série de eventos articulados envolvendo a internacionalização das economias, a queda de barreiras alfandegárias, o surgimento de megablocos econômicos, a abertura financeira dos países emergentes e a desregulamentação dos mercados. Se, por um lado, esse fenômeno apoia-se na popularização das novidades tecnológicas, que estreitam a “distância” entre as nações, por outro, as novas tecnologias são também estimuladas pela globalização, dado que o rápido alargamento do mercado consumidor conduz a ganhos de escala, que aceleram a diminuição nos custos de armazenamento, processamento e comunicação de dados. Este círculo virtuoso composto por uma sociedade cada vez mais mundializada e com tecnologias baratas forma, então, o ambiente econômico, social e cultural ideal para a massificação da Internet, rede antes apenas utilizada por um seleto número de pesquisadores e cientistas. Aberta ao mercado no início da década de 1990, a grande rede conecta, hoje, cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo (TECHNORATI, 2009). A Internet, emblema maior da mudança de nossos dias, vem sofrendo profundas alterações, desde sua abertura ao mercado. Inicialmente um meio de acesso a informações disponibilizadas por organizações (pessoas jurídicas), ela não ficou imune às rápidas transformações. Em 2004, surgiu a web 2.0, e os especialistas deixaram de ser os únicos produtores de conteúdo, tarefa que passou também para os usuários comuns. Esta fase é marcada pelo surgimento de blogs, microblogs, wikis, vídeos e redes sociais como Orkut, Facebook, Myspace, entre outras. Mais de 50% das páginas consultadas na rede, na atualidade, têm sua produção de conteúdo baseada no padrão da web 2.0 (TECHNORATI, 2008). Economia do Conhecimento A mudança propiciada pelas modernas tecnologias de informação e comunicação vai muito além do setor de informática. Seu poder modernizador abrange, sem exceção, todos os setores econômicos, fazendo com que uma nova geração de bens e serviços altamente sofisticados alcance os mercados. A chegada desses produtos molda uma nova era, na qual “a criaSão Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 41 42 Antônio Filipe de Siqueira Linhares/José Antônio Carlos/Luis Fernando Novais ção e o uso do conhecimento são os aspectos centrais das decisões e do crescimento econômico” (OECD, 1998 apud CAVALCANTI; GOMES, 2001). Nesse novo cenário, denominado sociedade ou economia do conhecimento, os produtos e serviços passam a ser valorados, cada vez mais, por um componente intangível a eles incorporado denominado conhecimento. Fazem parte desse universo bens totalmente imateriais, como softwares, royalties, patentes, licenças, direitos autorais, consultorias, marcas, bens culturais e marketing, bem como produtos cuja valoração seja, fundamentalmente, definida pelo conhecimento embarcado, como automóveis, televisores, telefones, máquinas fotográficas, filmadoras, computadores, robôs, aviões, satélites, etc. Este recurso intangível, o “conhecimento”, antes marginal na formação da riqueza, responde, hoje, por mais de 50% do Produto Interno Bruto – PIB dos países desenvolvidos (OECD, 1998 apud CAVALCANTI; GOMES, 2001). O espraiamento da inovação que origina esta nova era, para fora da informática, está associado a uma ampla e complexa cadeia de fatores, que aqui podem ser sintetizados conforme segue. • O barateamento dos computadores e bens conexos transportou para a mesa de cada usuário o poder de processamento anteriormente apenas disponível em poucos e sofisticados Centros de Processamento de Dados – CPDs. Habilidades e interesses individuais, antes inibidos por limitações financeiras, passaram a contar com o desempenho de máquinas que, embora portáteis, possuem poder de processamento equivalente ao de computadores de grande porte da década de 1970. • Além da redução de preços, a proliferação de softwares amigáveis e destinados a usuários finais foi outro fator decisivo para trazer para o mundo da computação eletrônica um contingente de profissionais das mais distintas formações e especialidades, que antes, por ausência de ferramentas ou conhecimentos de programação, remetiam suas demandas para os CPDs. • Os avanços da microeletrônica, mais recentemente, transformaram os microcomputadores em máquiSão Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 nas multimídia, agregando sons, imagens e vídeos e, consequentemente, um conjunto de saberes anteriormente incompatível com a tecnologia. • Todos esses fatores foram potencializados pela possibilidade de estabelecer uma rede entre os usuários, muitos deles de altíssima qualificação. Os menores custos de comunicação e o aumento das áreas cobertas por redes de alta velocidade alavancaram novas formas de produção baseadas no trabalho à distância e na colaboração. Avanços no campo da nanotecnologia, biotecnologia, produção de novos materiais, etc. são tributários dessa nova forma de articulação pós-industrial. • A percepção desse novo quadro pelos governos dos mais distintos níveis e localizações cria clusters de inovação, visando o aproveitamento de nichos setoriais ou locacionais (agronegócio, gastronomia, esporte, turismo, etc.), antes inviável. Esse novo ambiente econômico, social e cultural gerará uma nova sociedade de ciclos de vida abreviados e cada vez mais dependente da capacitação continuada, da criatividade e das técnicas e ferramentas gerenciais que permitam transformar ideias em efetiva inovação. Impacto no Setor Público O impacto da economia do conhecimento no setor público pode ser observado sob várias óticas. No plano estratégico, com a consolidação dessa nova era, as nações têm mostrado crescente preocupação, ainda que com distintos graus de percepção e prioridade, em reorientar suas atividades, de modo a incentivar a produção de bens e serviços intensivos em conhecimento, dado serem estes os maiores responsáveis pela geração de riqueza atualmente. Esses esforços envolvem medidas como a recalibragem da estrutura de financiamento, a melhoria na infraestrutura digital, a reorganização dos currículos escolares, etc. Sob o prisma gerencial, os países mais preocupados com os novos rumos da economia e com o acirramento na batalha pela atração do conhecimento têm procurado melhorar a qualidade da máquina pública. Adotam, assim, métodos, técnicas e ferramentas que aumentem a eficiência e empreendem esforços de re- A experiência da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo na utilização... qualificação de funcionários para a complexidade dos problemas a serem tratados (internacionalização do narcotráfico, novas doenças, recrudescimento de endemias, sustentabilidade, aquecimento global, etc.). Finalmente, sob o ponto de vista operacional, há forte tendência de utilizar mais largamente as novas tecnologias da informação e comunicação para abreviar e melhorar a entrega de serviços governamentais (os diversos programas de governo eletrônico implantados nos últimos dez anos inserem-se neste esforço), modernizar a arrecadação de tributos, rever processos, integrar os funcionários em redes virtuais com vistas a ampliar a troca de experiências, permitir a circulação de boas práticas de governo, etc. Na sequência do artigo, descreve-se como a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo está trabalhando em cada uma dessas três vertentes. ATUAÇÃO DA SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO Programa de Modernização No maior Estado da Federação, há dificuldade de enxergar como as empresas estão se remodelando estrategicamente ao redor do mundo do ponto de vista físico e em termos virtuais. Assim, colocou-se a questão sobre como acompanhar a evolução do ICMS, principal imposto estadual, e sobre como definir prioridades, pensando não no amanhã, mas nas tendências que se alteram constantemente. Como pano de fundo, há necessidade de responder aos anseios de uma sociedade cada vez mais demandante de transparência. A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, para responder a essas questões, realizou alterações nos seus planos estratégico, gerencial e operacional. A administração tributária paulista elevou esforços de modernização para consolidar uma nova “tecnologia fiscal”, iniciada em 1998, com a implantação do Programa de Modernização da Coordenadoria de Arrecadação Tributária – Promocat. Nesse programa destacam-se projetos de intervenção no aspecto operacional dos processos de fiscalização, no campo da infraestrutura tecnológica e no âmbito da gestão da Coordenadoria de Arrecadação Tributária – CAT. Naquele momento, foram lançadas as sementes para a realidade em que hoje se encontra a Coordenadoria, tendo sido abordados temas que mantêm a sua atualidade há quase uma década e que permaneceram em pauta nos programas de modernização que se seguiram. Do ponto de vista estratégico, a opção foi criar nova abordagem no acompanhamento da arrecadação de ICMS do Estado de São Paulo com foco setorial. Ou seja, entender a dinâmica dos principais setores de atividade econômica e seus reflexos sobre a arrecadação de ICMS. A adoção desse modelo setorial e especialista de fiscalização incentivou a produção de conhecimento sobre o próprio ICMS e permitiu que as decisões de política fiscal pudessem ser tomadas com embasamento mais abrangente. Outra medida estratégica da Secretaria da Fazenda foi a criação da gerência de Gestão do Conhecimento, cujo objetivo é estimular novas práticas gerenciais e o surgimento de alternativas de arrecadação em uma economia cada vez mais voltada para o conhecimento, entre outras recomendações. Consolidou-se, nesse contexto, o entendimento de que era contraproducente fiscalizar um estabelecimento isoladamente, sem levar em consideração o comportamento tributário da empresa a que pertence. Da mesma forma, hoje é inquestionável que a atuação fiscal passa pelo conhecimento específico de cada setor de atividade econômica e pela investigação aprofundada de práticas sonegatórias difundidas em cada segmento. Voltou-se a ênfase ao trabalho em equipe, ao planejamento das ações com base em informações econômico-fiscais e ao direcionamento dos trabalhos visando à melhor relação custo-benefício. Como consequência, a atuação fiscal contemporânea não se faz presente apenas em sua vertente repressiva, centrada na lavratura de autos de infração, mas sobretudo no monitoramento constante do comportamento tributário dos contribuintes e no estímulo ao cumprimento voluntário das obrigações tributárias. Esses desafios impuseram à Secretaria da Fazenda mudanças nos âmbitos gerencial e operacional. A primeira área, mais voltada para dentro da organização, diz respeito a moldar a máquina pública para o doSão Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 43 44 Antônio Filipe de Siqueira Linhares/José Antônio Carlos/Luis Fernando Novais mínio de todo o ciclo do conhecimento, envolvendo sua criação, disseminação e governança. Este esforço envolveu a modernização de cadastros, a transformação de dados em informações e a ampliação da capacidade analítica do servidor. O uso de ferramentas de planejamento estratégico compôs o quadro de alterações da CAT, que incorporou a diretriz de atuação focada em resultados e de trabalho orientado para atingir metas de arrecadação. Nesse contexto, foi importante a metodologia de Balanced Scorecard – BSC, implantada na Secretaria da Fazenda. As mudanças operacionais, por sua vez, associamse à utilização das tecnologias de informação geradas conforme o paradigma da sociedade do conhecimento. No campo da infraestrutura tecnológica, com a montagem do Sistema Integrado da Administração Tributária – Siat, adotaram-se ferramentas de business intelligence, que permitiram a retaguarda para um trabalho caracterizado pelo uso intensivo da informação. Como resultado, criou-se o Data Warehouse – DW. O avanço tecnológico conferiu maior consistência e confiabilidade às bases de dados econômico-tributárias, criando as condições necessárias para o uso gerencial das informações disponíveis. Outros exemplos das transformações do lado operacional são a implantação da Nota Fiscal eletrônica, a automação dos postos fiscais e o desenvolvimento da Bolsa Eletrônica de Compras – BEC. Grupo de Conjuntura Econômico-Tributária e Relatório da CAT A evolução da análise das informações econômicotributárias na Secretaria da Fazenda acompanhou o processo de redefinição do objeto da política tributária e da arrecadação fiscal, determinado pelas mudanças profundas ocorridas na economia mundial ao longo dos anos 1980 e 1990. No final do século XX, conforme mencionado, a globalização e a revolução impulsionada pelas novas tecnologias de informação se fizeram acompanhar de novas configurações e estruturas empresariais, exigindo do fisco uma mudança de postura e de formas de atuação. Paralelamente, ocorreram importantes transformações nas relações São Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 entre o Estado e o mercado, materializadas em políticas liberais de ajustamento macroeconômico e de reforma do Estado. Nesse contexto, o foco da gestão pública passou para os resultados e a transparência. Foi nesse ambiente fértil que avançou a utilização das análises de conjuntura econômica na administração tributária paulista. Por um lado, passou-se a dispor das ferramentas tecnológicas que ofereciam as informações necessárias ao trabalho; por outro lado, o modelo de fiscalização setorial adotado passou a exigir tais análises. Como pano de fundo, a gestão estratégica da CAT impôs a busca de melhor desempenho. Para realizar adequadamente o seu trabalho, a CAT precisava compreender melhor o comportamento da arrecadação tributária, vista não de modo isolado, como anteriormente se fazia, mas à luz de seus condicionantes econômicos, incorporando indicadores provenientes de fontes externas. Em relação a esse aspecto, destaca-se a parceria estabelecida com a Fundação para o Desenvolvimento Administrativo – Fundap, órgão que esteve presente desde o início da montagem do Grupo de Conjuntura Tributária na Secretaria da Fazenda, sempre trazendo subsídios imprescindíveis para a análise do contexto econômico.3 O Grupo de Conjuntura Tributária, criado em 2001, é constituído por funcionários das diversas diretorias que compõem a Coordenadoria da Administração Tributária – CAT e a Assessoria de Política Tributária do Gabinete do Secretário – APT. Tem como propósito discutir o comportamento da arrecadação de ICMS e os seus condicionantes econômicos e tributários. Pelo fato de contar com uma equipe multidepartamental proveniente das diversas frentes de atuação da CAT, o Grupo de Conjuntura Tributária é um espaço privilegiado para compartilhar e disseminar informações na Coordenadoria, favorecendo a integração entre suas áreas. Em decorrência desse diálogo, já foram adotadas iniciativas de política tributária relevantes, tais como a elaboração do Convênio ICMS 89/2005, que proporcionou ao Estado de São Paulo uma economia anual de milhões de reais em créditos do imposto.4 Exemplos como o mencionado sugerem o potencial do Grupo de Conjuntura Tributária como prática de gestão do conhecimento. A experiência da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo na utilização... O relatório produzido pela CAT é o produto mais visível do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Conjuntura Tributária. O Relatório CAT já ultrapassou a centésima edição.5 Naturalmente, há também necessidade de atualização e aperfeiçoamento na elaboração do Relatório CAT. Desde sua versão inicial, além das revisões da programação visual, houve um processo de depuração de tabelas e quadros, que permitiu concentrar o foco na análise das informações. As atividades, originalmente agrupadas por setores econômicos, passaram a ser enquadradas de acordo com a divisão da CNAE entre as Setoriais e Subsetoriais que reproduzem a estrutura da Diretoria Executiva da Administração Tributária – Deat, conferindo maior aderência à análise como subsídio para a atividade de fiscalização. Tais mudanças demonstram a importância de aproveitar as sugestões e críticas de colaboradores e do quadro de gestores tributários da Secretaria da Fazenda. A consolidação desse trabalho, desenvolvido continuamente desde 2001, indica, por sua vez, que a análise de conjuntura está enraizada como atividade institucional. O alcance do Relatório CAT foi ampliado quando parte de seu conteúdo passou a ser divulgado no site da Secretaria da Fazenda, a partir de 2003, sob a forma do Relatório da Receita Tributária, contribuindo para reforçar a transparência na administração pública paulista. No estágio atual, com rotinas estruturadas e assumidas por uma equipe que quase não conta mais com os colaboradores que participaram da elaboração do primeiro relatório, pode-se dizer que o Grupo de Conjuntura Tributária, acima de quaisquer méritos pessoais, representa uma conquista da CAT. No entanto, o momento atual não é desprovido de desafios para a continuidade desse projeto, que segue em construção. O cenário para os próximos anos sinaliza para um aumento significativo da massa de informações disponíveis para análise, com a implantação de iniciativas como a Nota Fiscal Eletrônica e o Sistema Público de Escrituração Digital – Sped. A ampliação dos produtos enquadrados no regime de substituição tributária, por sua vez, sinaliza para a perspectiva de trabalhar com informações econômico-tributárias que digam respeito não a um setor, e sim a um produto específico ao longo da cadeia produtiva. Em suma: se, por um lado, haverá mais informações disponíveis, por outro lado, exige-se que a análise seja, cada vez mais, profunda e detalhada. MODELO DE GESTÃO POR RESULTADOS: UTILIZAÇÃO DE INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS NO ACOMPANHAMENTO DA ARRECADAÇÃO DE ICMS O novo modelo de gestão da Secretaria da Fazenda foi construído ao longo dos últimos dez anos. A estruturação do Grupo de Conjuntura Tributária é um elo importante no que diz respeito ao acompanhamento da arrecadação de ICMS. O esquema a seguir resume o planejamento estratégico da Secretaria nesta área. Destaca-se, neste esquema, o papel central do gerenciamento por metas. A partir das alterações nas rotinas da CAT, com a introdução de tecnologias da informação e a capacitação dos gestores tributários direcionada às novas funções, foi possível realizar cruzamentos entre as informações tributárias essenciais, que abarcam especificidades setoriais, a substituição tributária, o crédito acumulado e os grandes devedores, com indicadores econômicos externos à Secretaria da Fazenda. A operacionalização desta forma de “ver” a arrecadação de ICMS dentro do conceito de “inteligência fiscal” se deu através da montagem do grupo de conjuntura da CAT. Do início do seu funcionamento (2001) aos dias de hoje nota-se aprimoramento nas bases de informações internas e externas à Secretaria da Fazenda e maior autonomia na elaboração de análises sobre os determinantes tributários e econômicos do ICMS. Vale destacar que uma característica importante do grupo é o seu caráter voluntário. As diferentes áreas envolvidas são convidadas a participar das reuniões mensais e percebem que há espaço para socializar conhecimento e obter informações adicionais sobre a conjuntura nacional e sobre o grau de aderência entre o recolhimento de ICMS e o nível de atividade econômica geral e setorial. As metas de arrecadação são definidas anualmente no plano global, ou seja, em relação à variação do PIB, e em termos setoriais e regionais. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 45 Antônio Filipe de Siqueira Linhares/José Antônio Carlos/Luis Fernando Novais Figura 1 Ambiente de Gestão da Secretaria da Fazenda Estado de São Paulo Ambiente de gestão da Sefaz/SP Substituição tributária Gerenciamento de metas Gestão do conhecimento e legislação Crédito acumulado Planejamento das atividades Como se dá a gestão do conhecimento no acompanhamento da arrecadação de ICMS? A partir da montagem de relatórios gerenciais com informações tributárias essenciais é articulada a interface com sistemas externos à Secretaria da Fazenda. A articulação se dá com a comparação das variações mensais da arrecadação de ICMS por setores com o painel de indicadores externos. Esse painel é produzido dentro da CAT e agrega informações de diferentes instituições de pesquisa – IBGE, FGV, CNI, MDIC, Fecomércio, Fiesp, etc. – com o objetivo de produzir mensalmente um indicador proxy setorial do valor da produção. Utiliza-se também a Pesquisa Industrial Mensal – PIM-PF do IBGE para São Paulo, que dá a variação mensal das quantidades produzidas na indústria paulista, e os índices de preços ao consumidor e no atacado da FGV (a Tabela 1 traz o painel de indicadores – variações por períodos – da produção física, dos preços e da estimativa do valor da produção na abertura setorial da Secretaria da Fazenda). A dinâmica de trabalho envolve essas bases operacionais, internas e externas à Secretaria da Fazenda, São Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 Bases operacionais Interface sistemas externos (IBGE, FGV, Indicadores econômicos) Grandes devedores Painel de indicadores (índices de produção; preços; PIB) Interface sistemas internos Ambiente de informações tributárias essenciais Ambiente de arrecadação e cobrança 46 e tem na reunião mensal de conjuntura econômicotributária o espaço para debates. São confrontados os principais determinantes tributários e econômicos da arrecadação de ICMS. Este acompanhamento é realizado pelas equipes de especialistas setoriais em conjunto com os gestores da Coordenadoria de Arrecadação Tributária. Outras áreas da Secretaria da Fazenda como, por exemplo, a assessoria do gabinete do Secretário, costumam participar das reuniões de conjuntura. Seria impossível cotejar as informações econômico-tributárias internamente disponíveis com indicadores de fontes externas se não houvesse padronização das atividades desenvolvidas pelos agentes econômicos. Na Secretaria da Fazenda, desde junho de 2000, há essa referência por meio da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, padrão adotado para integrar as ações desenvolvidas pelas três esferas da administração pública brasileira. Ressalte-se que a CNAE, desde então, já sofreu revisões e aperfeiçoamentos, sempre incorporados pela Secretaria. A experiência da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo na utilização... Tabela 1 Indicadores de Preços e Produção Estado de São Paulo – Dezembro 2009 Em porcentagem Taxas de Variação Setores (1) Agropecuária Agric., pecuária e outros produtos animais Indústria Indústria extrativa Minerais não-metálicos Metalúrgica Metalurgia básica – ferrosos Produção Física Dez09/ Nov09 0,0 Dez09/ Dez08 -9,0 Preços Jan-Dez09/ Jan-Dez08 Produção Nominal (2) Dez09/ Nov09 Dez09/ Dez08 Jan-Dez09/ Jan-Dez08 -6,1 -1,1 -6,2 -4,6 Dez09/ Nov09 Dez09/ Dez08 Jan-Dez09/ Jan-Dez08 -1,1 -14,7 -10,1 0,0 -9,0 -6,1 -1,1 -6,2 -4,6 -1,1 -14,7 -10,1 -5,2 35,1 -1,7 0,0 -2,8 2,9 -5,1 31,1 0,8 4,0 19,1 -8,8 0,4 -24,7 8,3 4,4 -10,3 -1,6 -1,9 21,7 -5,8 0,7 3,0 13,3 -1,1 25,2 6,8 6,1 44,6 -19,3 -0,1 -14,2 -0,6 6,0 24,4 -19,5 -4,4 30,3 -24,4 0,1 -20,8 -6,5 -4,3 3,2 -29,6 Metalurgia básica – não-ferrosos -4,4 30,3 -24,4 -0,9 -18,5 -2,3 -5,2 6,2 -25,7 Produtos de metal 16,4 53,8 -14,2 -0,0 -6,5 3,0 16,3 43,7 -11,5 -2,5 23,8 -23,6 0,3 -1,1 1,7 -2,3 22,4 -22,3 -0,1 27,5 -26,1 0,2 -0,8 2,2 0,0 26,4 -24,5 Equip. inst. méd.-hosp., de autom. e precisão -14,9 -0,3 -12,0 0,8 -3,1 -1,2 -14,2 -3,5 -13,2 -10,8 27,4 -13,3 0,3 -5,9 -3,4 -10,5 19,5 -16,5 Eletrodomésticos e máq. para escritório 2,5 41,0 0,4 -0,8 -10,4 -4,6 1,6 26,2 -4,3 Eletrodomésticos -2,8 30,0 -8,1 -0,3 -6,2 -3,3 -3,1 21,9 -11,3 Máquinas, equipamentos e instalações Máquinas e equipamentos Material elétrico e de comunicações Máq. p/ esc. e equip. p/ informática 9,1 40,3 -11,9 -1,5 -12,5 -3,0 7,6 22,8 -14,8 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos -2,8 30,0 -8,1 1,5 -2,3 -2,4 -1,3 27,0 -10,4 Material eletrônico, apar. e equip. de com. -42,2 -24,8 -51,7 -0,5 -8,0 -6,0 -42,5 -30,9 -54,8 Mat. de transporte e outros equip. de transp. -10,4 111,4 -7,9 -0,1 -2,6 -1,1 -10,4 105,8 -8,9 Madeira -7,5 1,1 -17,6 -0,3 0,5 4,5 -7,7 1,6 -13,7 Móveis Celulose, papel e produtos de papel -6,7 35,0 -2,9 -1,2 -1,4 3,1 -7,8 33,1 0,2 -1,1 7,2 -1,7 -0,2 -2,3 1,7 -1,3 4,7 -0,1 Artigos de borracha -4,5 55,8 -10,7 0,0 -1,1 13,4 -4,5 54,1 1,8 Couros, artefatos de couro e calçados -17,2 26,8 -7,0 0,3 -3,5 -9,7 -17,0 21,4 -16,4 Produtos químicos -4,3 16,9 -2,4 -0,2 -5,8 4,3 -4,5 10,1 1,5 (continua) São Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 47 48 Antônio Filipe de Siqueira Linhares/José Antônio Carlos/Luis Fernando Novais Tabela 1 Indicadores de Preços e Produção Estado de São Paulo – Dezembro 2009 Em porcentagem Taxas de Variação Setores (1) Produtos farmacêuticos Produção Física Dez09/ Nov09 -6,7 Dez09/ Dez08 10,6 Preços Produção Nominal (2) Jan-Dez09/ Jan-Dez08 Dez09/ Nov09 Dez09/ Dez08 Jan-Dez09/ Jan-Dez08 Dez09/ Nov09 8,4 0,0 4,8 5,2 -6,7 Produtos de perfumaria e cosméticos -8,2 17,4 3,8 0,3 1,1 7,5 Produtos de plástico -4,5 50,9 -6,4 -0,5 -3,6 1,7 Dez09/ Dez08 Jan-Dez09/ Jan-Dez08 15,9 14,1 -7,9 18,6 11,7 -5,0 45,7 -4,7 Produtos têxteis -29,7 24,0 -4,6 -0,2 0,1 2,5 -29,9 24,2 -2,2 Artigos de vestuário e acessórios -26,4 7,9 -6,3 0,1 1,5 3,0 -26,3 9,5 -3,5 Produtos alimentícios -25,1 -1,9 0,6 -0,2 1,5 2,8 -25,2 -0,4 3,1 Bebidas 13,5 8,3 5,8 1,0 10,8 9,4 14,7 20,0 15,8 Produtos do fumo -7,3 -8,8 -2,4 0,0 16,3 14,7 -7,3 6,0 12,7 Edição, impressão e produto de gravações -14,3 2,4 -5,5 -0,9 -5,5 0,0 -15,1 -3,2 -5,7 -8,0 20,8 -8,4 0,2 -1,1 4,6 -7,8 19,4 -4,2 -16,8 8,6 -7,9 -0,3 -4,1 -0,2 -17,1 4,1 -8,4 Preços administrados 2,8 7,2 2,5 0,4 2,9 2,7 3,2 10,3 5,2 Combustíveis 6,4 5,8 -1,4 0,8 1,5 0,1 7,2 7,3 -1,3 6,5 5,8 -1,3 0,8 1,4 0,1 7,3 7,3 -1,2 6,3 6,0 -1,7 0,8 1,5 0,1 7,1 7,6 -1,6 -0,2 6,3 -0,7 0,0 11,1 9,9 -0,2 18,2 9,3 Reciclagem Diversas Produção de combustíveis Distribuição de combustíveis Produção e distribuição de energia elétrica Serviços de comunicação 0,0 2,1 2,0 0,1 1,1 2,7 0,1 3,3 4,7 Comércio e serviços 2,8 17,3 4,6 0,1 2,1 4,9 2,9 20,0 9,8 Comércio atacadista -5,3 24,5 5,8 0,1 4,0 6,7 -5,2 30,1 13,3 Serviço de transporte 0,0 -2,9 -4,4 -0,1 -1,4 1,8 -0,1 -4,3 -2,7 Produção e distribuição de gás -6,8 -2,8 -17,9 0,0 -5,3 6,1 -6,8 -7,9 -12,9 Revendedora de veículos 3,0 31,3 11,9 -1,1 -11,7 -10,8 1,9 15,9 -0,5 Loja de departamentos 30,7 16,1 1,7 0,3 7,3 8,5 31,1 24,6 10,4 Supermercados 21,7 8,6 11,0 0,6 4,0 7,0 22,5 13,0 18,7 Comércio varejista – outros 10,2 21,7 11,6 5,1 0,1 3,2 4,9 21,7 15,1 Serviços – outros 0,0 -1,2 -1,5 1,3 8,9 11,6 1,3 7,6 9,8 Não classificados -8,0 20,8 -8,4 -0,1 -1,4 1,8 -8,1 19,0 -6,9 Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo; Secretaria de Energia do Estado de São Paulo; IBGE; FCES; FGVDADOS. (1) Setores classificados de acordo com o CNAE-Fiscal. Os dados de produção e preços estão ponderados pela composição setorial do ICMS. (2) Produção nominal = índice de produção x índice de preços (os valores estão expressos em taxas de variação e devem ser convertidos em índices para se efetuar o cálculo). São Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009 A experiência da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo na utilização... Os resultados esperados e alcançados com a implantação desse modelo de gestão no acompanhamento da arrecadação de ICMS englobam os seguintes aspectos: • gerar ferramentas analíticas (gerenciais) para melhorar o conhecimento sobre a evolução da receita tributária, em recortes setoriais e regionais; • referenciar o acompanhamento e avaliação do esforço realizado pelos agentes fiscais, de modo a apoiá-los melhor no trabalho de fiscalização; • criar parâmetros mais qualitativos para cenários no sentido de aprimorar os sistemas de projeção da receita tributária e, com isso, aperfeiçoar a elaboração de orçamentos e o planejamento das despesas. A experiência de modernização da Secretaria da Fazenda de São Paulo mostrou que as respostas não são fáceis nem se encontram em manuais, prontas para serem adotadas. O processo não se limitou a promover choques de tecnologia, mas caminhou na direção da capacitação dos servidores dos diversos escalões. Gestores fiscais capacitados e que pudessem ter noção desse ambiente de incertezas, pautados por mudanças comportamentais, culturais, éticas, ambientais, econômicas e sociais, são importantes no avanço para o novo modelo de gestão do conhecimento. Mais do que isso, as inovações, ao tornarem-se “rotineiras”, impõem inexoravelmente às organizações esforços igualmente “rotineiros” de aprendizagem. Notas 4. Aprovado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária – Confaz em agosto de 2005, o Convênio ICMS 89/2005 permitiu a redução da base de cálculo das entradas interestaduais de carne e derivados, com efeitos a partir de janeiro de 2006. O mesmo Convênio autorizou, ainda, a isenção das operações internas com esses produtos, benefício concedido recentemente pelo Estado de São Paulo, por meio do Decreto n. 54.643/2009. 1. Área situada entre São Francisco e San José, na Califórnia, EUA, considerada a de maior concentração mundial de empresas de alta tecnologia. 2. Empresas recém-criadas voltadas para a exploração de tecnologia de ponta. 3. Além da Fundap, outra instituição participante foi a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade, particularmente no que diz respeito às discussões acerca do PIB Tributável Paulista. Cabe, também, destacar o apoio recebido do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, que fornece à Secretaria da Fazenda dados com tabulação especial, apresentando nível de detalhamento que não está usualmente disponível para o público em geral. Em 2010, foi renovado convênio entre a Fundap, a Fundação Seade e a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo que trata da troca de informações estratégicas entre os órgãos, especificamente para o cálculo do PIB trimestral do Estado de São Paulo em valores correntes. 5. A atual configuração do relatório, publicação mensal destinada aos gestores tributários da Secretaria da Fazenda, vem sendo editada desde maio de 2001. Anteriormente, o Relatório CAT apresentava informações consolidadas da arrecadação tributária paulista. No entanto, esse material não trazia análises do comportamento da receita tributária ou da conjuntura econômica. Era elaborado de forma centralizada pela antiga Diretoria de Planejamento da Administração Tributária – Diplat, sem a participação de outros setores da CAT. Pode-se ter acesso a parte do atual Relatório CAT no site <www.fazenda.sp.gov.br/relatorio/>. Referências Bibliográficas ______. Organizational Survival in the New World – The Intelligent Complex Adaptative System. USA: Elsevier, 2004 A SUBSTITUIÇÃO tributária veio para ficar. Informativo CAT, São Paulo, n. 90, p. 8, set. 2008. BERNARDES, R. (Org.). Inovação em serviços intensivos em conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2007. AFFONSO, R. de B.Á. A economia em transformação e a urgência de uma nova ‘tecnologia fiscal’. Informativo CAT, São Paulo, n. 5, p. 4-5, jul. 2001. CARVALHO, H.C.; NOVAIS, L.F. 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Acesso em: São Paulo Perspec., São Paulo, v. 23, n. 2, p. 40-50, jul./dez. 2009