Algumas perguntas freqüentes sobre moedas antigas por Leandro

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Algumas perguntas freqüentes sobre moedas antigas por Leandro
Algumas perguntas freqüentes sobre moedas antigas
por Leandro Tavares ( [email protected] )
Como colecionador e negociante de moedas antigas, sempre recebo
algumas perguntas a respeito do tema. Sintetizo neste artigo as dúvidas
mais freqüentes e algumas curiosidades a respeito desta apaixonante
atividade.
Onde surgiram as primeiras moedas?
Não há um consenso sobre onde exatamente surgiram as primeiras moedas. A teoria mais
aceita é a de que as moedas surgiram independentemente na Índia, na China e na Lídia (região
da atual Turquia) por volta de 650 a.C. Como as moedas indianas e chinesas não tinham o
formato de moedas (as indianas eram barras de prata “carimbadas” por uma autoridade e as
chinesas tinham o formato de ferramentas como pás, enxadas, facas, chaves) convencionou-se
dizer que as primeiras moedas foram os staters (denominação) de eléctro (liga de ouro e prata)
da Lídia. Essas moedas apresentavam um leão no anverso e um quadrado incuso no reverso
para mostrar que o metal era puro, não era apenas “banhado”.
Como eram feitas as moedas na Antigüidade?
Os antigos mestres da casas de cunhagem procediam do seguinte modo: Primeiramente, dois
cunhos com os desenhos das moedas em baixo relevo (intaglio) eram preparados. Depois, um
disco de metal previamente fundido era aquecido e colocado sobre um cunho fixado em uma
bigorna. Com o auxílio de um martelo o outro cunho era batido com força sobre o disco e os
desenhos dos cunhos eram transferidos para as moedas. Por se tratar de um processo
completamente artesanal, há diferenças nas moedas causadas pelos diferentes cunhos
utilizados, desgaste dos cunhos, cansaço dos trabalhadores, etc.
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É possível encontrar moedas da Antigüidade hoje em dia?
Sim. Na Grécia Antiga (a partir de 600 a.C. aproximadamente) e no Império Romano (desde a
República até a queda), todas as transações eram feitas através de trocas ou com moedas. Não
havia papel-moeda, cartões de crédito/débito, cheques, vales, apólices, letras de câmbio,
transações eletrônicas, nada disso. Ou seja, o volume de moedas cunhadas por estes grandes
impérios chegou a milhões ou bilhões de peças. Semanalmente, são encontradas moedas
antigas em escavações pela Itália, Grécia, França, Inglaterra, Espanha, Bulgária, Turquia,
Síria, Israel, Irã, Iraque, Afeganistão, Índia, China, Tunísia, Egito, etc. Na primeira semana de
novembro/2006 encontraram um pote com 200 moedas de prata romanas em uma cidadezinha
a 130 km de Amsterdã. E essas descobertas vêm ocorrendo desde os anos 60, quando foi
inventado o detector de metais.
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Tudo bem, havia muitas moedas. Mas como essas moedas chegaram até nossos dias?
Na Antigüidade não havia bancos (bons tempos!). As economias eram feitas simplesmente
colocando as moedas dentro de jarros de barro (ou bolsas de couro) e enterrando no quintal da
própria casa ou outro lugar seguro. Quando os homens iam para o campo de batalha e
morriam em combate, a localização exata de seus bens morria com eles. E as moedas
fabricadas com metais nobres (ouro e prata) permaneceram praticamente inalteradas até serem
encontradas. As moedas de bronze sofreram mais com o passar dos anos e dependendo da
qualidade do solo. Uma moeda encontrada em Israel (clima seco) tende a ser melhor
conservada do que uma que esteve em contato com o solo da Inglaterra (bem mais úmido).
Resumindo, o caminho é mais ou menos este:
- um cidadão grego ou romano enterra suas moedas e por um motivo qualquer, nunca as
desenterra;
- alguém encontra as moedas sujas (com séculos de sujeira aderidos à moeda) e as revende
para um pequeno comerciante local, que por sua vez faz uma triagem entre os melhores
exemplares e os vende para um grande comerciante internacional;
- o comerciante internacional compra as moedas por preços diferentes dependendo da
qualidade das moedas, depois de examiná-las (alguns utilizam aparelhos de raios-X para
separar as de prata e ouro, coisa sofisticada mesmo) ele decide quais moedas serão limpas e
quais moedas serão vendidas como moedas sujas;
- comerciantes menores compram as moedas limpas ou sujas para distribuir no mercado local
europeu e americano;
- comerciantes brasileiros adquirem as moedas dos comerciantes estrangeiros e distribuem no
mercado local brasileiro.
Este não é um caminho obrigatório, há outros meios. Mas geralmente é assim.
Quanto custa uma moeda desse tipo?
O preço varia muito, como em qualquer tipo de coleção de moedas. Pode-se adquirir moedas
romanas com um estado de conservação ruim por R$ 5,00 ou US$ 1,50. Moedas bem
interessantes de imperadores “não tão interessantes” (séculos III e IV d.C.) custam por volta
de R$ 25,00. Boas moedas de imperadores do século I custam por volta de R$ 80,00 a R$
160,00. Moedas ótimas destes mesmos imperadores custam por volta de R$ 400,00 a R$
1.500,00. Não há um preço típico, dependendo da qualidade e do valor histórico a moeda
pode custar entre R$ 5,00 e R$ 50.000,00. Evidentemente, há casos que esse valor supera os
milhões de dólares.
Onde posso comprar uma moeda antiga?
Há algumas lojas e vendedores aqui no Brasil e milhares no mundo todo. É um comércio mais
comum do que a maioria das pessoas imagina. O lugar mais barato para se comprar este tipo
de moeda é no site www.mercadolivre.com.br > Coleções e comics > Cédulas e Moedas >
Moedas Universais e Antigas > Império Romano
(ou http://colecoes.mercadolivre.com.br/moedas--antigas-imperio-romano/ ). Porém, deve-se
estar atento à pontuação do vendedor (% de clientes satisfeitos) para não ser vítima de um
golpe ou falsificação. Como em todo tipo de coleção deve-se estudar bastante para não ser
trapaceado e saber escolher as melhores moedas. E isso não se aplica só às moedas antigas,
lembrem-se dos soldos da “Botija do Recife”. Conhecimento é tudo.
Além do mundo virtual, recomendo comerciantes estabelecidos e reconhecidos como o
Cláudio Angelini (SP) e o Alcides Rensi (interior/SP), por exemplo. E, modestamente, podem
confiar neste que vos escreve, acesse http://leotavares.wordpress.com/ e veja algumas boas
ofertas!
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Que moedas devo colecionar?
Esta é uma questão difícil porque depende muito do gosto pessoal. Moedas gregas e romanas
são belíssimas, há verdadeiras obras de arte. As moedas judaicas estão impregnadas de
História e simbolismo, assim como as moedas orientais: persas, indianas, chinesas... Dentro
das moedas gregas pode-se colecionar por cidade, por região, por divindade, por animal, etc.
As moedas romanas podem ser colecionadas por imperador (ou 1 de cada imperador), por
grupo de imperadores (“os 12 césares”, por exemplo), por denominação, tipo de metal, etc.
Uma coleção belíssima é a de moedas bíblicas, muito difundida devido ao seu valor histórico
e religioso. A coleção de moedas bíblicas engloba moedas judaicas, gregas, persas e romanas.
Minha coleção é de personalidades históricas, o que me permite ter moedas de Alexandre,
Napoleão, Augusto, Marco Antônio, Cleópatra, Suleimã, Pedro (o Grande), Ivã (o Terrível),
Reis da Pérsia, Pilatos, Herodes, Wu Ti, Marco Aurélio, etc. Cabe de tudo um pouco.
Meu conselho é: navegue pela Internet (um ótimo site é www.wildwinds.com ) e veja vários
tipos de moedas até que você perceba quais as que mais te agradam. Depois, defina quanto
você pode investir e vá em frente. O resultado é sempre recompensador.
Fiquem à vontade para entrar em contato com dúvidas, sugestões, informações, críticas, etc.
Boa coleção a todos!
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