Brasil PRESBITERIANO

Transcrição

Brasil PRESBITERIANO
Brasil
PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
O Jornal da Família Presbiteriana
Ano 45 / Nº 592 - R$ 1,80
Wilson Camargo
A Voz dos Mártires
Capelã presbiteriana
sofre perseguição
Página 7
Como evangelizar
muçulmanos
Página 14
Divulgação
Presbítero lança livro sobre
relacionamento matrimonial
Página 8
A Voz dos Mártires
Vietnamitas se escondem para
estudar a Bíblia
Eleny Vassão
Página 9
2
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
Palavra da Redação
Ouvimos dizer com freqüência que o cristianismo na Europa está
sofrendo um recrudescimento. Para saber como isso está se dando,
nada melhor do que ouvir alguém que está lá, trabalhando exatamente com a divulgação do cristianismo. Nas páginas centrais
deste mês, trazemos uma matéria sobre os missionários rev. Dirceu
e Tirza de Mendonça, que trabalham na Espanha, na cidade de
Dom Benito. Eles contam como as igrejas evangélicas estão se
deteriorando naquele país e sobre o que têm desenvolvido para
mudar essa realidade.
Segundo o escritor Julio Severo, autor do livro O Movimento
Homossexual (publicado pela Editora Betânia), no dia 25 de abril,
a Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações
Unidas concluiu sua sessão anual sem conseguir votar a controvertida resolução do Brasil defendendo a orientação homossexual. Por
causa da oposição de vários países, a votação foi adiada para o ano
que vem. O objetivo da resolução é estabelecer leis internacionais
antidiscriminação que favoreçam indivíduos que praticam atos
homossexuais. A resolução chama o termo orientação sexual de
"um direito humano inalienável". Logo, quem se pronunciar de
qualquer maneira contra o homossexualismo poderá sofrer sérias
repressões. Um pouco disso vem experimentando a capelã presbiteriana Eleny Vassão, que enfrenta críticas de vários grupos no
Brasil e no mundo por apresentar, em aconselhamentos, a verdade
bíblica quanto ao homossexualismo. Ela deu uma entrevista ao BP,
em matéria na página 7, e conta como está sendo apoiada pela IPB
e vários irmãos de outras denominações.
Evangelizar muçulmanos, todos já ouvimos falar, é extremamente difícil. Primeiramente, deve-se conquistar a amizade e a confiança, com amor, para depois falar de Cristo. Sobre como evangelizar
muçulmanos fala o missionário e reverendo Osni Ferreira, que trabalha no Oriente Médio. Seu valioso artigo encontra-se na página
14.
Outro valioso artigo é o que publicamos nas páginas 18 e 19,
escrito pelo rev. Ludgero Bonilha Moraes, secretário-executivo do
Supremo Concílio da IPB, sobre Samuel Doctorian e a heresia
montanista.
Em 2003, a Comissão Nacional de Evangelização (CNE) da IPB
realizou cinco simpósios estaduais. O último foi no Maranhão, em
novembro, e sobre isso e evangelização fala o rev. Cícero Ferreira
da Silva, secretário-executivo da CNE, na matéria da página 12.
Você lembra da novela global Mulheres Apaixonadas, que terminou em outubro? Lembra-se dos valores deturpados e anti-bíblicos
que a novela divulgava? Para contrapor esses valores, a IP do Lago
Sul, em Brasília, realizou o encontro Mulheres Abençoadas, no
qual os valores da Palavra de Deus para a mulher presbiteriana
moderna foram enfatizados. O resultado disso tudo, você encontra
na página 13.
Confira estes e outros acontecimentos no mundo presbiteriano no
BP de janeiro, aproveite!
EXPEDIENTE
Brasil PRESBITERIANO / Ano 45, nº 592 – Janeiro de 2004
Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, sucessor de O Puritano e Norte Evangélico
Uma publicação da Rede Presbiteriana de Comunicação - RPC
RPC – Rede Presbiteriana de Comunicação
Pb. Gunnar Bedicks Jr. – Presidente
Pb. Gilson Alberto Novaes - Secretário
Rev. Alcides Martins Jr. – Titular
Pb. José Augusto Pereira Brito – Titular
Rev. Carlos Veiga Feitosa – Titular
Rev. André Mello – Titular
Pb. Sílvio Ferreira Jr. – Titular
Pb. Alberto Jones – Diretor Administrativo-financeiro
Pb. Euclides de Oliveira – Diretor de Produção e Programação
Conselho Editorial:
Rev. Alderi Souza de Matos
Rev. Celsino Gama
Rev. Cláudio Marra
Pb. Gilson Novaes
Rev. Silas de Campos
www.ipb.org.br
Edição: Letícia Ferreira
DRT/PR: 4225/17/65
E-maill: [email protected]
Reportagem: Letícia Ferreira (SP),
e Lucilene Nascimento (SP)
Ilustração: Aldair Soares Gomes
Diagramação: Aristides Neto
Revisão: Douglas Moura Ferreira
Secretaria de Atendimento ao Assinante:
(61) 242 9719
Seu recado
Informamos que os amados podem contar conosco
como apoiadores, defensores e divulgadores do precioso jornal Brasil Presbiteriano. Mudar é bom e, em muitos casos necessário. Entretanto confesso minha estranheza pelas várias mudanças em tão pouco tempo.
Mudanças freqüentes podem afetar a fidelidade do consumidor ao produto. Além do mais, houve uma perda da
identidade visual da IPB, cadê o verde e a sarça? O
excesso de azul, vermelho e branco nos faz pensar que
se trata de um jornal da Embaixada Americana.
No amor de Jesus, God bless you!
Rev. Valdinei Moraes da Silva,
pastor da IP de Cristina (MG)
Agrademos o apoio oferecido, pois precisamos muito
dele e pedimos que o irmão compreenda que, quando
mudanças são necessárias não podemos ignorar essa
necessidade. A RPC está buscando uma identidade
própria para si e para o BP. As cores azul, vermelho e
branco nos foram dadas por Deus para que usufruamos
delas, como de qualquer outra cor. Elas não são exclusividade norte- americana, pelo contrário, são universalmente utilizadas. Pedimos que o irmão continue divulgando o BP e entre em contato conosco sempre que
desejar.
Queria agradecer pela matéria de novembro, sobre a
Missão Plantar, gostei muito. E quero parabenizar a
equipe pelo ótimo trabalho com o Jornal.
Fui assinante do Jornal no final do ano passado e
começo deste ano, e não continuei porque não me senti
atraído pelo conteúdo e pelo formato. Tenho que admitir
que ficou muito melhor esta nova etapa do Jornal.
Espero que, no mínimo, continue assim, de boa qualidade. Mas acredito que irá melhorar ainda mais, não é
mesmo?
Fábio Megiati Bitencourt,
secretário de Informática e Internet da
Confederação Nacional de Mocidades
Fábio, ficamos muito contentes que tenha gostado das
mudanças no BP e, como você, também acreditamos
que irá melhorar ainda mais, com a ajuda de Deus e o
apoio dos irmãos.
Parabenizo o nosso jornal, em especial o artigo do rev.
Carlos Alberto
Henrique (BP novembro), que esclarece tudo sobre
Reforma, e desejo que este jornal continue e não se
transforme em revista.
Itamar Queiroz de Moraes, presbítero emérito da
IP de Ibitirama, Espírito Santo
Obrigada, irmão, com certeza levamos em conta sua
opinião.
Sou assinante do jornal, sempre leio com atenção as
matérias publicadas e reconheço o bom trabalho que os
irmãos estão fazendo. Aproveito para parabenizá-los
sobre a "nova" cara do jornal.
A respeito da matéria sobre a exposição Caminhos da
Reforma, publicada no BP de novembro: participei das
palestras e a minha indignação é que na matéria publicada houve uma atenção extremamente particular ao
tema proferido pelo rev. Alderi Souza de Matos. Sequer
colocaram o título dos outros palestrantes (dia 18 –
Juventude a Serviço da Reforma, pelo rev. Wilson
Santana Silva; dia 25 – Caminhos da Reforma: da
Europa ao Brasil, pelo rev. Hermisten M.P. da Costa),
sendo que, não só para mim, mas para varias outras
pessoas, as palestras tanto do rev. Wilson, quanto do
rev. Hermisten, foram tão boas quanto a do rev. Alderi.
Márcio Cantalício, diácono da IPB
Prezado irmão,
Não houve intenção alguma por parte do BP de desprezar os palestrantes ou os temas por eles proferidos
nas outras palestras, foi apenas uma questão de tempo
para a apuração e espaço para a publicação. Mas compreendemos a indignação do irmão e nos comprometemos a sempre fazer cada vez melhor pelo nosso jornal.
Divulgação
Imagem do mês
Esta é a Letícia Santos Bueno, 2 aninhos.
Quem enviou a foto foi o papai, pb. Sandro
Ricardo Bueno, membro da Primeira IP de
Santos, São Paulo. "A Letícia é um enorme
presente de Deus para as nossas vidas. Sou
coruja mesmo. E extremamente grato a Deus
por permitir esta maravilha na minha vida".
ATENDIMENTO NO BP
É fácil falar com o BP.
Entre em contato dentro do horário comercial:
E-mail: [email protected]
Assinaturas: (61) 244 2637
E-mail: [email protected]
Administração: (61) 242 9719
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
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Opinião
Ano Novo, Nova Esperança
stamos no começo de um
novo ano. "Ano novo,
vida nova!", a gente
sempre repete. Mas
quando olhamos os acontecimentos que marcaram os últimos
meses, parece não haver nada
novo.
O que se pode esperar para este
novo ano, se continuamos a viver
num mundo onde as palavras
violência, corrupção, crise, continuam a dominar o noticiário e
tocam bem de perto nossas
vidas?
O índice de desemprego cresceu no primeiro ano de um
governo que prometeu 10
milhões de novos empregos; a
renda média do trabalhador diminuiu; a Operação Anaconda
encontra corrupção entre delega-
E
dos, agentes da Polícia Federal,
advogados e juizes federais.
Esperar o que desse mundo, se
as nações desenvolvidas vão gastar milhões na construção de
armas que causam destruição e
morte; os ataques terroristas não
cessam na Palestina, Iraque,
Afeganistão, Turquia; a aids dizima populações na África; a cada
4 minutos uma pessoa morre de
fome no mundo e 40% da população brasileira vivem em condições de miséria.
Em uma época semelhante à
nossa, tempo de corrupção
moral, degradação, violência, o
profeta Isaías levantou a sua voz
e profetizou contra o seu próprio
povo. Suas palavras duras parecem refletir nosso mundo hoje:
"Ai desta nação pecaminosa,
povo carregado de iniqüidade,
raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram e blasfemaram o nome de Deus" (Is 1.4).
Deus puniu a nação de Israel
por causa de todos esses pecados,
permitindo que a Babilônia destruísse Jerusalém e o templo
sagrado, e levasse o povo para as
suas fronteiras onde seria escravizado por 70 anos. A guerra,
destruição, calamidade, atingiram a todos. E ainda por fim,
viver como escravos num país
estrangeiro.
É assim em qualquer época. O
ser humano planta ódio, violência, corrupção e maldade, e a
colheita não pode mesmo ser
muito boa.
Sofremos hoje a conseqüência
do nosso próprio pecado, do
nosso afastamento de Deus. É aí
que as coisas se tornam difíceis
de serem compreendidas. Há
uma tendência natural de nos
revoltarmos contra a situação reinante, ou até de pensarmos que
Deus se esqueceu de nós.
O profeta Isaías levanta a sua
voz para condenar o erro do seu
povo; para avisar do castigo de
Deus, mas não é só isto. Ele
deixa claro que para qualquer
época pode haver esperança. E a
garantia disso não são os tratados
de paz nem a tecnologia do
homem, mas a certeza de que
Deus mantém, de maneira providencial e provisional, a Sua criação. Ele sustenta tudo aquilo que
criou, inclusive a vida e o destino
do ser humano.
Não podemos perder a esperan-
ça. O profeta Isaías diz ainda:
"Os que esperam no Senhor,
renovam as suas forças, sobem
com asas como águias, correm e
não se cansam, caminham e não
se fatigam" (Is 40.31).
Esperar no Senhor é confiar
plenamente nEle, no Seu poder,
na Sua graça, na Sua providência
diária. Isto não é alguma coisa
ilusória. Deus intervém na nossa
história e nos nossos problemas.
Jesus Cristo é Deus histórico,
pessoal, que assumiu nossa
humanidade e nossa culpa. A
vida, morte e ressurreição de
Jesus Cristo não é algo ficcional,
mas o começo e a base da nossa
esperança.
Jesus Cristo é nossa esperança
para 2004 e para os outros anos
que virão.
Consultório Bíblico
Não há Deus maior
Rev. Odayr Olivetti
ergunta: À luz de 2 Rs
5.15b, 1 Tm 2.5 a e Sl
89.6, é aceitável a letra
do cântico que diz ""Não
há deus maior... melhor... tão
grande como o nosso Deus?
Resposta: Eu sinto o problema
que o meu irmão consulente
sente, mas as expressões assinaladas do cântico "Não Há Deus
Maior" têm apoio na Bíblia, em
passagens como Ex 18.11 – "...sei
que o Senhor é maior que todos
os deuses", se bem que a frase foi
pronunciada pelo midianita Jetro;
Ex 20.3 (NVI) – "Não terás
outros deuses além de mim..."; Jz
5.8 – "Escolheram-se deuses
novos..."; Sl 82.1 – "Deus... no
meio dos deuses...".
Considere-se, porém: Na Bíblia,
todas as referências a outros deu-
P
ses são com o entendimento
explícito de que são falsos. Esta
consideração desaconselha citações ou declarações como a do
citado cântico, porque está fora
do referido contexto bíblico.
Quanto às passagens citadas
pelo irmão consulente, 2 Rs 15
fala do Deus verdadeiro; 1 Tm
2.5 declara que Deus é único; Sl
89.1 afirma que Deus é incomparável. Tudo certo e claro.
Contudo, note-se que o contexto
de 2 Rs 15 fala em outros deuses:
2 Rs 15 – o Deus verdadeiro; 17
– outros deuses (falsos); 18 – um
caso concreto de deus falso:
Rimom.
O contraste bíblico entre Deus e
deuses pode ser sumariado assim:
Deus é único: Dt 6.4; Mc 12.29
– os deuses falsos são muitos;
Deus é vivo: Js 3.10; At 14.15 –
os falsos são mortos, não têm
vida;
Deus é verdadeiro: 2 Cr 15.3 –
os outros deuses são falsos;
Deus é vivo e verdadeiro: 1 Ts
1.9 – os outros são falsos e mortos;
Deus é único e verdadeiro: Jo
17.3 – os outros são muitos e falsos;
Deus é incomparável: Sl 89.6 –
os outros são comparáveis: Is
36.18-20(note-se o poder vitorioso do Deus incomparável: 37.3638);
Deus é eterno: Dt 33.27 – os
outros deuses nem existem realmente;
Deus é vivo e eterno: Jr 10.10 –
idem;
Deus é eterno, imortal, invisí-
vel, único: 1 Tm 1.17 – os outros
só tem algum valor para os idólatras enquanto for visível em suas
representações;
Deus é único e soberano: 1 Tm
6.15 – os deuses falsos nem para
os seus seguidores são soberanos;
em geral, os idólatras são politeístas;
Deus é Soberano, Senhor, santo
e verdadeiro: Ap 6.10 – a santidade está muito longe dos cultos
idolátricos.
Juntando as expressões, declaramos: O bendito "Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo", o
"Pai nosso" que está "nos céus"
(Ef 1.3; Mt 6.9) é o Deus único,
vivo, verdadeiro, eterno, Senhor,
Soberano, incomparável e santo.
Duas grandiosas passagens
fazem dramático contraste (não
comparação) entre o único Deus
vivo e verdadeiro e os deuses falsos: Sl 115 e Is 44.1-20.
Conclusão: Na pregação, nas
conversas, nos cânticos – ou fazemos um contraste claro entre o
Deus verdadeiro e os deuses falsos, ou é melhor não usar aparentes comparações com o
Incomparável. É isso.
O rev. Odayr Olivetti é
ministro jubilado da IPB, foi
pastor de várias igrejas e
professor de Teologia
Sistemática no Seminário
Presbiteriano de Campinas,
São Paulo. É autor e tradutor
de inúmeras obras cristãs.
Envie-nos perguntas para o Consultório
Bíblico: [email protected]
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Janeiro de 2004
Reflexão
Brasil PRESBITERIANO
Presbítero e diretor do Mackenzie reflete sobre a comunicação eclesial
Secretário da RPC desenvolve dissertação
sobre comunicação presbiteriana
ara o pb. Gilson
Novaes, secretário
da Rede Presbiteriana de Comunicação (RPC) e
diretor administrativo do
Instituto
Presbiteriano
Mackenzie (IPM), desde que
o missionário Ashbel Green
Simonton chegou ao Brasil,
há 143 anos, a IPB tem buscado na comunicação um
instrumento de expansão,
unidade e identidade.
Em Políticas de Comunicação da Igreja Presbiteriana do Brasil – Análise do
Período
Contemporâneo
1994-2002, dissertação de
mestrado da Universidade
Metodista de São Paulo, o
pb. Gilson Novaes realizou
uma extensa pesquisa para
analisar como, nos dias de
hoje, a IPB se comunica com
seu público interno e externo
e como essa comunicação
pode alavancar seu crescimento e fortalecimento. "A
IPB tem buscado, com os
avanços tecnológicos disponíveis, um maior espaço nos
meios de comunicação",
afirma, no resumo da obra.
"O crescimento numérico da
Igreja é visível, mas não
mensurável com fidelidade
por falta de informações
estatísticas". A dissertação
ganhará uma versão para ser
publicada em breve.
Uma das afirmações do pb.
P
Novaes em sua obra é que, Brasileiro era candidato à necessária em um país como
do
SC: o nosso e a Igreja carece de
no período analisado, quan- presidência
do a presidência da IPB este- "Atualmente, na área da um projeto a curto, médio e
ve a cargo do rev. comunicação, a IPB vive um longo prazo, para a utilizaGuilhermino Cunha, houve projeto bom, mas não sus- ção do rádio".
Origens
grande avanço nos métodos tentável dentro de nossa reaA dissertação do pb.
sócio-econômica.
de comunicação e marketing lidade
Wilson Camargo
Novaes pesquisa as
da Igreja. Na introorigens da imprensa
dução da dissertaevangélica
no
ção, ele afirma:
Brasil, principal"Nesse período, a
mente no Estado de
IPB passou a contar
São Paulo. Vai além
com o Conselho de
da IPB, mostrando
Comunicação
e
como algumas igreMarketing e com a
jas evangélicas se
Rede Presbiteriana
co-municam através
de
Comunicação
da imprensa escrita,
(RPC), quando ocoranalisando a proreram transformaposta de democratições administrativas,
zação na América
estruturais e operaLatina visando ao
cionais na área de
estabelecimento de
comunicação".
uma nova ordem no
Esses avanços, na
mundo da informaopinião do secretáção e comunicação.
rio, tiveram resultaAborda a relação
dos nos campos mis- Pb. Gilson Novaes: análise da
entre a Igreja Catósionários, de ação comunicação eclesial da IPB
lica e as tecnologias
social, evangelístico
e educacional. Nessa época, Cabe-nos, no momento, ser- da comunicação, mostrando
a Igreja passou a contar tam- mos coerentes e almejarmos a evolução dos seus conceibém com o Programa de a adoção de um programa tos de comunicação apresenem canal aberto, visando a tados pelas sucessivas lideIdentidade Visual.
Digna de destaque é a alcançar um maior número ranças no Vaticano.
No capítulo A Igreja
declaração do rev. Roberto de pessoas. Precisamos, tamBrasileiro Silva, presidente bém, dar maior ênfase ao Presbiteriana do Brasil Hoje,
do Supremo Concílio da nosso Jornal e Portal, tornan- se esclarece a origem e o sigIPB, que o pb. Novaes do-os mais aceitáveis à nificado do termo "presbitecolheu da edição 572 do jor- Igreja como um todo. Ou- riano", que, segundo a pesnal Brasil Presbiteriano, de trossim, a comunicação quisa do secretário da RPC,
maio de 2002, quando o rev. radiofônica é altamente baseada, por sua vez, nas
pesquisas do rev. Alderi
Souza de Matos, historiador
da IPB, decorre do fato de
que, nas igrejas desse nome,
o governo é exercido por
presbíteros. Além disso,
menciona a estrutura da IPB,
seu histórico desde a implantação, passando pelas diferentes fases e a história dos
seus concílios eclesiásticos.
Foi analisada A Comunicação ao longo da História da
Igreja Presbiteriana do Brasil
no terceiro capítulo, desde o
missionário Simonton, em
1859. A partir daí demonstrase como evoluiu a imprensa
presbiteriana no Brasil desde
o primeiro jornal, Imprensa
Evangélica, até o atual,
Brasil Presbiteriano.
O período objeto da pesquisa, 1994 a 2002, é analisado
no quarto capítulo da dissertação: A Comunicação da
Igreja Presbiteriana do Brasil
no Período Contemporâneo.
Nele, com acurada pesquisa
nos jornais da época e em
atas das reuniões oficiais da
Igreja, demonstram-se todas
as fases em que a comunicação da IPB foi alvo de preocupação dos seus dirigentes.
Concluindo, o pb. Gilson
Novaes aborda a comunicação da IPB como instrumento de expansão da mesma e
demonstra as dificuldades
estatísticas da Igreja.
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
5
Liderança
Pastores Segundo o Coração de Deus
Rev. Valdeci dos Santos
ebuscar o acervo de
contribuições da teologia reformada ao
ministério pastoral pode ser
altamente compensador. Em
uma dessas atividades depareime com uma pérola de grande
valor. Trata-se de um sermão
pregado pelo puritano John
Shaw (1708-1791) sobre o
texto de Jeremias 3.15, que diz:
"Dar-vos-ei pastores segundo o
meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com
inteligência". Essa mensagem
foi pregada durante uma cerimônia de ordenação ministerial
no dia 26 de agosto de 1725.
Os princípios expostos por
aquele pregador são relevantes
não apenas para aqueles que
R
estão ingressando no ministério
sagrado, mas também para
todos os interessados em uma
revitalização do ministério pastoral.
Em sua exposição sobre o
assunto, John Shaw indicou
dez princípios pelos quais se
poderia reconhecer o caráter de
um pastor segundo o coração
de Deus. Devido à objetividade
e concisão do presente artigo,
resumiremos aqueles princípios em quatro pontos básicos.
Em primeiro lugar, esses pastores são novas criaturas em
Cristo, pois, a não ser que
tenham sido regenerados, serão
sempre impróprios para o
ministério da Palavra. Nesse
sentido, Shaw enfatiza que
"raposas e lobos não são instrumentos naturais para se gerar
ovelhas". Após terem sido convertidos, eles foram vocacionados para o sagrado ministério,
pois "ninguém toma esta honra
para si mesmo" (Hb 5.4).
Em segundo lugar, esses
ministros são comprometidos
com uma vida de santidade.
Eles evitam o envolvimento
desnecessário nos negócios
dessa vida, pois o objetivo do
bom soldado de Cristo é satisfazer aquele que o arregimentou (2Tm 2.4). Em sua exortação, Shaw salientava que "a
vida de um ministro é a vida do
seu ministério e os pecados dos
mestres são mestres de pecados".
Em terceiro lugar, pastores
segundo o coração de Deus são
homens que zelam pelo sábio
proceder. O texto de Jeremias
ensina que esses pastores apascentam com entendimento e
com inteligência. E, como
parte do ministério pastoral
envolve a instrução e o ensino,
não só através de palavras, mas
também de exemplo de vida, o
sábio proceder é uma exigência
para um ministério divinamente aprovado.
Finalmente, esses ministros
são homens zelosos pela vida
de oração. O modelo para um
ministério segundo o coração
de Deus foi estabelecido pelo
próprio Jesus, que deixou
exemplo para que os seus discí-
pulos sigam os seus passos (Jo
13.15 e 1Pe 2.21). Sendo que o
próprio Filho de Deus não
negligenciou a vida de oração
em seu ministério terreno, a
sabedoria e a prudência apontam para essa prática como
uma necessidade vital no
ministério sagrado.
A relevância dos argumentos
acima reside no fato de que eles
foram alicerçados na Palavra
viva de Deus. Ninguém que
almeja vivificação em seu
ministério deveria desprezá-los.
O rev. Valdeci da Silva
Santos é coordenador do
Doutorado em Ministério no
Centro Presbiteriano de Pósgraduação Andrew Jumper
Resenha
ALEGREM-SE OS POVOS:
A Supremacia de Deus em Missões
Prof. Antônio José
J
á no início da obra
Alegrem-se os Povos:
a Supremacia da
Graça de Deus em Missões
(São Paulo: Editora Cultura
Cristã, 2001. 254 pp), o autor,
John Piper, evoca um importante enunciado da missiologia
reformada, afirmando que o
alvo das missões é a alegria dos
povos na grandiosidade de
Deus. Deus é o alvo supremo
da atividade missionária da
igreja. As missões começam e
terminam com adoração.
Portanto, "a paixão por Deus na
adoração precede a apresentação de Deus por meio da prega-
ção. Assim sendo, antes que
um missionário esteja hábil
para proclamar Cristo às
nações, ele precisa, antes de
tudo, ser um verdadeiro adorador". Naturalmente, há que se
entender que a verdadeira adoração transcende o momento
circunstancial litúrgico. O cristão possui o inarredável compromisso de adorar a Deus e
fazer da sua vida um ato de
adoração e louvor a Deus.
Esse livro enfatiza os pressupostos de uma outra obra do
autor, A Teologia da Alegria, os
quais podem ser resumidos na
frase: "Deus é mais glorificado
em nós quanto mais nos satisfazemos nEle". Segundo Piper,
se não tivermos zelo algum
para com a glória de Deus, nos
tornamos superficiais e egoístas. Mais adiante, Piper reflete
sobre o papel da oração na obra
missionária. Para ele, a oração
é um aparelho comunicador do
campo de batalha para ser utilizado à medida que a igreja
avança contra os poderes das
trevas. Concluindo a primeira
parte do livro, o autor enfatiza a
supremacia de Deus nas missões mediante o sofrimento. De
acordo com Piper, a perda e o
sofrimento,
jubilosamente
aceitos pelos cidadãos do
Reino, evidenciam a supremacia do valor de Deus no mundo
de forma mais clara do que
toda a adoração e oração.
A segunda parte do livro aborda a necessidade de reconhecer
que Deus é supremo nas missões. Ali são focalizadas: a
supremacia de Cristo como
aspecto consciente de toda a fé
salvadora e a supremacia de
Deus sobre todas as nações. O
autor ainda faz uma pertinente
análise dos termos gregos ethnos, panta ta ethne, pasai hai
phulai e pasai hai patriai.
Novamente, a conclusão dessa
parte é que "o grande objetivo
de Deus em toda a História é
manter e manifestar a Sua glória para o contentamento dos
redimidos de toda tribo, língua,
povo e nação".
Certamente essa é uma obra
recomendável para todos os
cristãos que desejam participar
do cumprimento da Grande
Comissão.
O professor Antônio José é
coordenador da área de
Teologia Pastoral do Centro
Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper
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Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
História
A Difusão do Movimento Reformado na Suíça
Rev. Alderi Souza de Matos
Augsburg Historical Atlas
reformador Ulrico Zuínglio foi
impelido por dois tipos de
motivações: humanismo bíblico e fervor patriótico. Quanto
ao primeiro elemento, Zuínglio se tornou
um grande estudioso das Escrituras nas
línguas originais, um notável pregador e
expositor bíblico, e um firme defensor da
autoridade da Palavra de Deus. Ele entendia que a essência da vida cristã é a conformidade com a vontade de Deus conforme expressa em sua Palavra e que esta
deve ser o único fundamento para a fé
cristã e o culto cristão. Somente o que a
Bíblia ordena ou indica claramente é
obrigatório ou permissível ("princípio
regulador"). Suas idéias estão contidas
nos Sessenta e Sete Artigos que redigiu
para o primeiro debate de Zurique (1523),
no seu Comentário Sobre a Verdadeira e a
Falsa Religião (1525) e em outras obras.
Além de pregador e teólogo, Zuínglio
O
era um patriota e foi, no aspecto político,
o mais talentoso dos reformadores. Ele
desejava que o evangelho bíblico fosse
pregado livremente em todos os treze
cantões da confederação suíça e nas
regiões adjacentes da Alemanha.
Inicialmente, apenas Zurique abraçou a fé
reformada. Em seguida, a partir de 1522,
houve a adesão gradual de Basiléia, especialmente mediante os esforços do reformador João Ecolampádio (1482-1531).
Berna, o maior dos cantões, foi ganha
para a reforma em 1528, através de um
debate público em que Zuínglio teve
papel destacado. O cantão natal de
Zuínglio, St. Gallen, também foi ganho,
bem como Schaffhausen e Glarus, e as
cidades de Constança e Mülhausen, na
Alsácia. Outra conquista importante para
a fé reformada foi a cidade alemã de
Estrasburgo, onde atuaram os reformadores Wolfgang Köpfel ou Capito (1478-
Ulrico Zuínglio,
personagem chave na
Reforma Protestante
1541) e o notável Martin Bucer (1491-
1551).
Lamentavelmente, como foi visto no
artigo anterior, Lutero e Zuínglio não chegaram a um consenso no que diz respeito
à Ceia do Senhor. O primeiro acreditava
na presença real ou física de Cristo na
Ceia e o segundo interpretava o sacramento de maneira simbólica, comemorativa. Tal divergência enfraqueceu o movimento evangélico mais amplo. Além
disso, os velhos cantões rurais de Uri,
Schwyz, Unterwalden e Zug, bem como a
cidade de Lucerna, rejeitaram a reforma e
criaram um forte partido católico.
Quando os dois grupos se enfrentaram na
segunda batalha de Kappel (11 de outubro
de 1531), o próprio Zuínglio foi uma das
vítimas fatais. Outra vítima foi a reforma
na Suíça alemã, cujo progresso foi permanentemente detido. Zuínglio foi sucedido
na liderança da igreja de Zurique por
Johann Heinrich Bullinger (1504-1575),
líder hábil e conciliador, que, entre outras
contribuições, teve participação destacada na redação do Acordo de Zurique
(Consensus Tigurinus, 1549) e nas chamadas Confissões Helvéticas.
A filiação da cidade de Berna ao protestantismo reformado foi da mais alta relevância. Esse fato salvou o zuinglianismo
do isolamento na confederação suíça e –
o que é mais importante – contribuiu para
a adesão de Genebra à causa reformada,
livrando-a do domínio dos duques católicos de Savóia. Com isso, tornou-se possível a obra do expoente mais ilustre da
causa reformada – João Calvino.
O rev. Alderi Souza de Matos
é professor de História da
Igreja no Centro Presbiteriano
de Pós-Graduação Andrew
Jumper e historiador da IPB.
Homenagem
Rev. Samuel Martins Barbosa
Rev. Alderi Souza de Matos
o dia 26 de novembro de 2003,
às 15 horas, foi sepultado no
Cemitério do Redentor, em São
Paulo, o corpo do rev. Samuel
Martins Barbosa. Embora estivesse filiado
à Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, o
rev. Samuel foi um ministro da Igreja
Presbiteriana do Brasil por quase trinta
anos, tendo prestado valiosa contribuição à
igreja, principalmente na cidade de São
Paulo.
Samuel Martins Barbosa nasceu em 25
de junho de 1918 na localidade de Santo
Antônio da Figueira, atual Guarapuã, um
subdistrito de Dois Córregos, no Estado de
São Paulo. Era filho de Isaías Gomes
Martins e Maria Carolina Barbosa, de
quem recebeu as primeiras instruções na fé
cristã. Seus pais foram fruto do trabalho de
missionários da Igreja Metodista, igreja
essa pela qual ele sempre demonstrou
grande apreço. Fez o curso primário e parte
do ginásio em Dois Córregos. Ainda adolescente, começou a trabalhar no cartório
daquela cidade. Tinha oito irmãos: Jaime,
Edgar, Ermelinda, Tarcílio, Natanael,
Lucinda, Enoque e Daniel.
Aos catorze anos pregou o seu primeiro
sermão. Em 1936, aos dezoito, foi para São
N
Paulo em busca de oportunidades de trabalho e para completar os estudos.
Trabalhando em uma casa comercial, pôde,
com muito esforço, concluir o curso ginasial no Colégio Osvaldo Cruz. A família
passou a freqüentar a Igreja Presbiteriana
Unida, na rua Helvetia, onde o jovem
Samuel, já consciente da vocação ministerial, participou ativamente, tornando-se
superintendente da Escola Dominical.
Apreciava profundamente os sermões do
rev. Miguel Rizzo Júnior, acompanhando-o
a outras igrejas a fim de ouvi-lo.
Em 1942, ingressou no Seminário
Presbiteriano de Campinas por indicação
da sua igreja, seguindo-se um período de
grande satisfação pessoal, pois pôde dedicar-se plenamente aos estudos. Durante as
férias, trabalhou em campos missionários
como a Missão Evangélica Caiuá, em
Dourados, Mato Grosso, viajando a cavalo
e dormindo em choupanas. Foi ordenado
em 1947. O texto que escolheu para a formatura foi Isaías 6.7: "A quem enviarei e
quem há de ir por nós? Então disse eu: Eisme aqui, envia-me a mim". Nessa época,
casou-se com Olga Ruiz, de Campinas, que
foi sua companheira por dezesseis anos e
com quem teve seis filhos: Samuel Jr.,
Beatriz, Gérson, Lísias, Raquel e Míriam.
Olga era irmã de Mercedes Ruiz, esposa do
rev. Oswaldo Soeiro Emrich, pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Curitiba.
Samuel foi pastor auxiliar do rev. Miguel
Rizzo na Igreja Unida, ficando responsável
por 46 grupos de oração que reuniam de
seis a quarenta pessoas cada um. Pastoreou
as igrejas de Casa Verde, Vila Espanhola (I.
P. Aliança), Parque das Nações, Santo
André e Jandira, tendo sido o fundador de
algumas delas. Em 1954, quando pastoreava a Igreja de Jandira, fundou a
Congregação Presbiteriana de Osasco.
Tendo grande apreciação pelos estudos,
formou-se em filosofia pela Universidade
de São Paulo em 1955. Nesse período,
aprofundou os seus conhecimentos de
grego e hebraico, tendo aulas com o professor rev. Michael Bitchmaya (18691962), profundo conhecedor de línguas
antigas.
Eleito pelo Supremo Concílio de 1958
para ser professor no Seminário
Presbiteriano de Campinas, lecionou
grego, hebraico e exegese do Antigo
Testamento. Em 1961, graduou-se mestre
em teologia no Seminário Teológico
Union, em Richmond, Virgínia. Em 1966,
durante grave crise vivida pela igreja, foi
dispensado do seminário junto com outros
professores. Foram tempos difíceis, porque
a esposa havia falecido dois anos antes e o
filho mais velho estava com catorze anos.
Lecionando em diversas faculdades, conseguiu criar todos os filhos sozinho, encaminhando-os na vida cristã.
Foi pastor da Igreja de Vila Maria. Ao
mesmo tempo e posteriormente, da Igreja
da Bela Vista, por treze anos. Sempre teve
muito carinho por essas igrejas. Mesmo
depois de tê-las deixado, compareceu
diversas vezes a bodas de prata e bodas de
ouro de irmãos cujos casamentos havia oficiado. Também pastoreou a Igreja de Vila
Carolina (hoje Igreja Moriah). Em 1968,
novamente convidado para ser pastor da
Igreja do Jardim das Oliveiras, depois de
ter recusado duas vezes devido às obrigações familiares, aceitou o encargo e ali trabalhou por vinte e três anos, até 1992.
Pastoreou também a Igreja de Vila
Yolanda, em Osasco. Participou do
Manifesto de Atibaia, em 1978, que criou a
Federação
Nacional
de
Igrejas
Presbiterianas (FENIP), e foi um dos fundadores da Igreja Presbiteriana Unida do
Brasil (1983).
Graduou-se doutor em filosofia pela
Universidade de São Paulo, com a defesa
de tese sobre educação permanente.
Participou da tradução da versão brasileira
da Bíblia de Jerusalém, da Editora Paulus,
ao lado de eruditos católicos e protestantes.
Fez parte da Academia Paulista Evangélica
de Letras (APEL), na qual exerceu o cargo
de bibliotecário. Foi filiado à maçonaria,
tendo sido Venerável em sua loja maçônica. Nos últimos tempos, junto com o colega Rev. Humberto Xavier Lenz César, dirigiu os cultos dominicais de uma igreja
local autônoma ("Igreja que Está em Tua
Casa").
Até recentemente, o rev. Samuel gozava
de boa saúde. Sofreu um trauma com a
perda da filha Beatriz, em abril de 2003.
Em setembro, foi diagnosticado um câncer
que, após uma cirurgia e muitos padecimentos, veio a causar o seu falecimento no
dia 25 de novembro. Além de cinco filhos,
deixou dez netos e uma bisneta. Para os
que o conheceram, ficou a lembrança de
um pai exemplar, um pastor amoroso e um
mestre devotado aos seus alunos, "que
ouviram em muitas oportunidades palavras temperadas com o evangelho de
Cristo".
Brasil PRESBITERIANO
Perseguição
Janeiro de 2004
7
Eleny Vassão, com 20 anos de experiência em capelania hospitalar,
enfrenta críticas de vários grupos pelo Brasil e pelo mundo
Capelã presbiteriana sofre perseguição por
se pronunciar contra o homossexualismo
Wilson Camargo
izendo-se desesperado para
deixar o homossexualismo
e sua prática promíscua,
um homem procurou pelo
telefone a missionária Eleny Vassão
de Paula Aitken, que, além de atender na Capelania do Hospital das
Clínicas, do Instituto Emílio Ribas e
no Hospital do Servidor Público do
Estado, em São Paulo, trabalha com
aconselhamento bíblico em crises.
Entre muitas áreas, atua também no
atendimento a homossexuais que
estão buscando ajuda para mudar de
vida. Ela o faz também cooperando
com o Movimento pela Sexualidade
Sadia (Moses), cujo objetivo é levar
o evangelho do Senhor Jesus Cristo
a pessoas com problemas de homossexualismo e em outras áreas da
sexualidade.
Durante a conversa, o rapaz insistia em focalizar seu problema no
homossexualismo, mas Eleny enfatizava que este não era o problema,
e sim o sintoma de um problema
maior. Disse-lhe que este problema
maior, o pecado, está enraizado no
coração humano e afeta a todos,
fazendo-os desenvolver práticas
contrárias à vontade de Deus. E
ainda que a Bíblia diz que nem os
bêbados, nem os roubadores, ou os
sodomitas, como também os
maldizentes não herdarão o reino de
Deus. Contou-lhe que o pecado
afeta toda a humanidade, mas deulhe a boa notícia que, para qualquer
pecado, existe esperança e solução.
A esperança está na pessoa de
Cristo, o Filho de Deus, que morreu
na cruz para que todo aquele que
Nele crê tenha Vida plena e eterna,
perdão de todos os pecados, paz
com Deus e alegria interior, que
situação alguma poderia tirar.
Após ouvir o plano da salvação e a
verdade bíblica em resposta também às suas questões sobre o
homossexualismo, o homem que, na
verdade, era o jornalista Facundo
Guerra, do portal América Online,
publicou uma matéria em que caracteriza o trabalho realizado pela mis-
D
sionária na capelania como uma
estratégia para aumentar o número
de fiéis evangélicos.
No texto publicado, ele diz que a
conclusão a que chegou foi de que
"a pretensa ‘correção de orientação
sexual’ promovida pela capelania de
um dos maiores hospitais públicos
de São Paulo acoberta, atrás de seu
palavrório, a estratégia de aumentar
o rebanho de uma das facções religiosas que mais crescem no Brasil, a
evangélica. Motivados por um
desespero que decerto não tem
nome, aqueles que buscam solução
para suas dores sairão, após meia
hora de ‘sessão’, entoando algum
Salmo. E do Salmo para o dízimo,
basta um amém".
Uma segunda jornalista disfarçada, dessa vez dizendo trabalhar por
um projeto de lei que proporia ao
Ministério da Saúde o custeio de
tratamento para quem quisesse
deixar o homossexualismo, entrevistou Eleny pelo telefone. A jornalista, Sandra Soares, também
escreveu uma matéria para a
América Online, que foi ao ar no dia
3 de novembro. Ela disse que,
segundo as assessorias de imprensa
do HC e do Emílio Ribas, as respectivas diretorias desconhecem que
esse tipo de trabalho aconteça lá
dentro. "Mas os números de telefone que a capelã Eleny divulga na
Internet para marcação de consultas
- ela só atende se as entrevistas
forem agendadas por telefone - pertencem aos hospitais", diz a jornalista.
A principal acusação contra Eleny
e contra os hospitais onde ela trabalha como capelã, é utilizar a capelania como meio de divulgar idéias
contra o homossexualismo. Eleny
explica que o trabalho que ela e sua
equipe fazem nos hospitais é o de
levar consolo e esperança para
aqueles que sofrem, respondendo às
questões levantadas pelos próprios
pacientes e profissionais da saúde,
tendo como base a Palavra de Deus.
Os atendimentos nos casos de
Eleny Vassão: 20 anos de capelania hospitalar
homossexualismo não são feitos
usualmente nos hospitais, durante o
tempo que dedica à capelania, mas
em casa ou em igrejas, em entrevistas marcadas após primeiros contatos pela internet, pelo e-mail publicado no site do Moses, e não pelo
telefone, a não ser em caso de
encaminhamento por pastores amigos. A divulgação dos telefones dos
hospitais para esse fim foi um
engano, Eleny não tinha conhecimento que os números estavam
publicados no site do Moses.
Quanto ao jornalista Guerra, Eleny
só o atendeu no HC porque ele se
disse muito desesperado e precisando de atendimento urgente.
Perseguição
Segundo Eleny, que é formada em
Teologia e fez curso de mestrado em
Aconselhamento pelo Seminário
Bíblico Palavra da Vida, além da
publicação no AOL, os textos foram
espalhados por comunidades
homossexuais e GLS por todo o
Brasil e também em várias partes do
mundo. "Alguns desses grupos
enviaram carta à Superintendência
do HC e do Emílio Ribas, exigindo
uma tomada de posição dos hospitais quanto à capelania e a minha
pessoa. O assunto está fervilhando
nas comissões de Direitos Humanos,
de Ética Médica, de Bioética, no
Conselho Federal de Psicologia e de
Medicina, etc.", conta.
Ela afirma que não está aconselhando especificamente contra o
homossexualismo, mas a todos que a
procuram apresenta a verdade bíblica de que todo o ser humano é
pecador e todos precisam da graça
de Deus. Por outro lado, sempre
deixa claro que o aconselhamento
que pratica é bíblico e que ela não é
psicóloga. O fato de a capelania dos
locais em que trabalha pregar ideais
evangélicos é verdadeiro, evidente e
não traz nenhuma novidade. "Os
hospitais têm nossa declaração de fé
desde que começamos, há 20 anos, e
todos os anos suas diretorias
recebem nossos relatórios de atividades, onde mostramos claramente
nossos princípios e os resultados de
nosso trabalho diário. Temos tido,
por parte dos superintendentes, diretores e de muitos profissionais da
saúde, um forte apoio e estímulo
para continuar, pois estes reconhecem os benefícios da fé à saúde
física e mental de seus pacientes",
afirma.
Por causa desse caso e sua repercussão, Eleny está encaminhando à
direção do HC e do Instituto de
Infectologia Emílio Ribas, as instituições mais afetadas, um relatório
completo e detalhado de tudo em
que a capelania crê, divulga, desenvolve, bem como de suas atividades
como capelã evangélica.
A poio
Eleny Vassão tem recebido apoio
de evangélicos de muitas denominações em vários países. " Em meio
à tribulação, invoquei o Senhor, e o
Senhor me ouviu e me deu folga. O
Senhor está comigo, não temerei.
Que me poderá fazer o homem?" (Sl
118.5-6), ela cita.
"Como tem sido precioso o apoio
de toda a família evangélica em
meio à tempestade pela qual estamos
passando. Temos recebido mensagens de muitos irmãos e igrejas
não só de muitas denominações de
todo o Brasil, mas também de nossos irmãos da Polônia, Argentina,
Bolívia, Inglaterra, EUA, Rússia,
Irlanda, Canadá, Angola e Kenya,
que conhecem e apreciam nosso trabalho de capelania.", compartilha.
"Acabamos de receber também
mensagem de apoio dos colegas e
amigos capelães evangélicos do
Exército, Marinha, Força Aérea,
Polícia e Bombeiros Militares do
Brasil", comemora.
8
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
Acontece
Presbiteriano ganha prêmio por destacar-se entre os evangélicos
de Governador Valadares, Minas Gerais
Escultor, pintor, poeta e escritor presbiteriano
inspira-se na Palavra de Deus
scritor, poeta, escultor,
pintor, engenheiro da
Companhia Energética de
Minas Gerais (Cemig),
administrador de imóveis, agente
do BP, presbítero, conselheiro e
diretor da UPJ, secretário de
Planejamento da Igreja, professor
de escola dominical, membro da
Comissão de Orçamento da igreja,
tesoureiro da UPH, trabalho com
os adolescentes... Onde o pb.
Ovídio Gomes Spínola consegue
tempo e energia para tantas atividades? "Deus é quem nos inspira e
conduz. É Ele, na sua infinita bondade, que nos dá o nosso cônjuge,
filhos, amigos, irmãos e família
para que possamos abençoá-los
(pois somos abençados para abençoar) e, desta forma, a nossa vida
torna-se cheia de atividades e alegria, ficamos felizes e contagiamos
todas as pessoas à nossa volta, pois
passamos a desejar estar cada dia
mais juntos e nos ajudando uns aos
outros, compartilhando a nossas
vidas e nos amando verdadeiramente, sem amarras e preconceitos", essa é a resposta do presbítero, que é membro da IP Filadélfia
de Governador Valadares, Minas
Gerais.
As experiências em seu próprio
casamento levaram o pb. Ovídio a
fazer palestras sobre o amor conjugal e a escrever o livro Casamento
e Amor – o melhor da vida é conviver com alguém que sabe fazer de
um pequeno instante, um grande
momento. "O livro é a minha cara,
eu pratico 100% do que está escrito nele. E amo a Silvinha, muito
mais de quando eu casei. É como
se fosse crescendo dia-a-dia o
nosso amor". Silvinha é Sílvia
Nalon Spínola, esposa do pb.
Ovídio há 22 anos.
Não é o primeiro livro que ele
escreve. Nos dois outros livros que
escreveu, ele teve o apoio cultural
E
da Cemig, mas todos foram lançados com recursos próprios. No primeiro, Momentos : Escritos e
Esculturas, conta o pb. Ovídio, ele
quis levar ao público uma experiência familiar, passando adiante
as boas lições e o que acredita ser
importante para a vida. Fez uma
coletânea das poesias que escreve,
de teor cristão, e anexou fotos de
algumas de suas esculturas em
argila e gesso.
Em Coletânea de Ilustrações e
Mensagens para Reflexão, a intenção foi passar reflexões a serem
utilizadas como ilustrações e
exemplos para diversas situações
da vida do cristão. "Muitos pregadores têem utilizado esse livro para
tirar ilustrações/estórias para
exemplos em textos e sermões",
compartilha.
No terceiro livro, o foco é o casamento, o amor e a família. "Falo
aos casais mostrando que a vida
conjugal é um projeto divino através do qual Deus nos torna mais
felizes. É no casamento que aprendemos a amar ao próximo como a
nós mesmos", afirma o escritor.
Um CD-ROM com o primeiro
livro e fotos de esculturas, inclusive de areia, nas praias, também foi
lançado, além de um vídeo com o
poeta declamando seus versos.
Prêmio Ágape
Em novembro, o pb. Ovídio recebeu o prêmio Ágape, na primeira
edição do prêmio, concedido pelo
Núcleo Evangélico de Governador
Valadares e Região a cristãos que
se destacam na cidade, considerada
a capital evangélica do Brasil.
Presbiteriano desde a infância, o
pb. Ovídio, sua esposa Sílvia e seus
três filhos, Guilherme, de 20,
Pedro, 16, e Ana Carolina, com 15
anos, são membros atuantes da IP
Filadélfia, que comemora Jubileu
de Ouro no dia 4 de abril de 2004.
Há 16 anos, o presbítero promove e
organiza, na igreja, o Festival de
Poetas e Cantores, uma oportunidade de confraternização e integração entre as sociedades internas.
"Os avós e pais se emocionam
vendo seus filhos e/ou netos recitando as poesias que fizeram dentro de um tema pré-determinado.
Distribuímos pipoca, canjicão,
cafezinho, queimadinha e biscoito
de polvilho nos intervalos. É entregue um troféu para a sociedade
ganhadora e medalhas para os
melhores cantores, poetas, intérpretes de poesia e a melhor criança,
destaque e simpatia".
Foi ainda na infância que o pb.
Ovídio descobriu, graças a uma
professora da Escola Dominical,
que tinha aptidões artísticas. "A
professora Agazinha ou Agá, (ela
ainda leciona na Nona IP de
Governador Valadares), que era
muito criativa, nos fazia declamar
poesias, participar de pequenos
teatrinhos, trabalhar com as mãos e
fazer artesanato, e eu fui me destacando e gostando", conta.
Aos 13 anos, quando viu o mar
pela primeira vez, com medo da
água ficou se distraindo fazendo
esculturas na areia que foram
muito admiradas. Em 1996, um
gerente do trabalho, vendo as fotos
das esculturas, o presenteou com
argila e gesso e pediu-lhe que
experimentasse fazer as esculturas
naqueles materiais." Fui fazendo, e
hoje tenho só em casa mais de 100
esculturas. Quanto aos quadros, foi
um desafio: eu coloquei na cabeça
que poderia fazer quadros e fui
criando uma técnica nova, onde eu
fazia arte na tela, utilizando massa
corrida, arames, panos etc.", diz.
O pb. Ovídio é engenheiro eletricista, com pós-graduação em TeleInformática, e concluiu recentemente o MBA em Gestão
Empresarial da Fundação Getúlio
Dilvulgação
Esculturas do pb. Ovídio em exposição
Vargas -FGV.
Para adquirir os seus livros, que
custam R$10, ou obter mais informações, o telefone residencial do
escritor é 0XX33 3221 7560 e o e-
mail é oví[email protected]. Ele
avisa: se alguma sociedade interna
ou igreja se interessar em adquirir
os livros em grande quantidade,
dará 30% de desconto.
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
9
Janelas para o Mundo
Vietnamitas estudam a Bíblia ilegalmente
Sra. Nguyen
Fonte: A Voz dos Mártires
emos em casa uma escola bíblica que funciona
todos os dias. Nós, os
cristãos, temos que ficar
três meses fechados dentro dela.
Somos obrigados a isto, já que o
governo proíbe o ensino bíblico.
São três períodos de estudos por
dia, num total de 10 horas.
Para o caso de a polícia aparecer (o que não é raro), temos
uma sala secreta, de mais ou
menos um metro de altura. Os
irmãos e as irmãs têm que permanecer sentados para se esconder. Há uma pequena janela para
poderem respirar. Não dá para
deixar os sapatos na porta da
casa porque certamente os policiais vão estranhar a quantidade.
Então colocamos os sapatos
dentro de uma caixa e escondemos (em nossa terra, é costume
tirar os sapatos antes de entrar
em casa).
Em função do espaço apertado,
os estudantes são obrigados a
assistir às aulas deitados em
linha reta no chão, em colchões
ou colchonetes. Os 30 a 75 estudantes têm se levantar às três ou
quatro horas da manhã para a
sua higiene matinal no único
banheiro da casa. Os colchões
ficam escondidos durante o dia.
Nossos irmãos da aldeia cozinham para nós, para que os alunos, que vêm de todas as partes
do Vietnã, tenham tempo de
estudar. Eles nunca reclamam e
são ótimos obreiros. Não podemos cantar alto porque um dos
nossos vizinhos é membro do
Partido Comunista e já nos delatou uma vez.
Há 20 anos ministramos estudos bíblicos em diversas partes
do Vietnã. Em I Reis 18, o fiel
Obadias trabalhou respeitosamente para o cruel Rei Acabe,
mas alimentou secretamente 100
profetas durante três anos (55
toneladas de comida, no mínimo!). Qual a desculpa que ele
T
dava para pegar tanto pão? E
como ele conseguia esconder
tudo aquilo? Quem eram os
crentes "clandestinos" que o ajudavam com a comida? Ele estava cumprindo a maior lei de
Deus: amar ao próximo, amar a
Deus. Existem cristãos teologicamente corretos hoje em dia,
que agem sempre dentro da lei e
Vietnã. No Vietnã, os comunistas criaram leis para benefício
próprio, não baseadas nas leis da
Bíblia, como é nos países livres.
Aqui no Vietnã, nós pagamos os
nossos impostos e respeitamos
as leis do nosso país, mas se
essas leis nos obrigam a negar a
nossa fé, não podemos obedecêlas.
para ensinar doutrinas políticas e
evolução. Assim, quatro dos
treze professores estão lá para
misturar o seu veneno ao remédio do Evangelho. Isto não é
progresso. É retrocesso. Não é
obediência a Deus. Se tivermos
que esperar até o governo nos
dar licença para termos a nossa
própria escola bíblica, você pode
A Voz dos Mártires
Escola Bíblica ilegal no Vietnã
que obedecem as Jezebels dos
governos cruéis, ajudando-as a
"caçar" os profetas "fora-da-lei"
que são obrigados a viver escondidos nas cavernas. Esses cristãos colocam o legalismo acima
do amor.
Quando escondeu os espiões
israelitas, Raab cometeu um
crime de traição contra o próprio
governo. Ela traiu e mentiu, mas
ganhou um lugar de honra na
galeria dos heróis da fé em
Hebreus 11, por obedecer à lei
maior de Deus.
Não é errado nem "ilegal" se
esconder. Muitos dos servos de
Deus já tiveram que se esconder
das autoridades – Moisés, Davi,
Elias, Jeremias, Paulo e até Jesus
(João 12.36).
As leis nos países livres do ocidente são diferentes das leis no
Quando a polícia me faz perguntas sobre os nossos evangelistas ou sobre detalhes da nossa
igreja, eu digo que "não posso
responder às suas perguntas". O
que não significa que não obedecemos às nossas leis. Quando
nossa fé é atacada, não temos
que obedecer. Temos a liberdade
de seguir a nossa fé.
A Igreja Tin Lanh (Boas
Novas) obteve uma licença do
governo do Vietnã, mas essa
licença não ajuda em nada. A
igreja pediu ao governo permissão para abrir uma escola bíblica
para 100 estudantes (a primeira
em cerca de 30 anos de regime
comunista). O governo verificou
a biografia dos alunos e só permitiu a entrada de 50. E, além
disso, obrigou a Escola Bíblica a
aceitar quatro professores ateus
crer que Jesus voltará antes. Não
podemos esperar.
Obadias era um funcionário do
governo que trabalhava para a
família real. Obadias amava seu
país. Mas de onde ele tirou a
comida que deu aos 100 profetas? Eu penso que ele a roubou.
Com Deus, Obadias estava
legal. Para o Rei Acabe, ele estava fora da lei. É possível que a
cada dia ele tirasse um pouco da
comida do governo. E fez isso
por três anos! A fome durou três
anos. Não foi fácil. Se ele tivesse obedecido ao governo, embora devesse por ser um oficial, os
profetas teriam morrido de
fome. O que você faria, obedeceria ao governo?
Se Obadias não tivesse visão,
não teria feito o que fez. Ele
seguiu a lei maior. Amou a
Deus, amou o seu povo. Ele agiu
como a Rainha Ester. Isto é fé.
Desde que se enquadraram à
lei, a única permissão que os
nossos amigos da Igreja Tin
Lahn, em Saigon (8 milhões de
pessoas), tiveram dos comunistas foi abrir uma única igreja
num único bairro daquela única
cidade, e isto depois de muita
briga. O número de membros
das igrejas subterrâneas ultrapassa em muito o das igrejas oficiais. Não haveria nas tais igrejas oficiais espaço suficiente
para todos eles. Há dezenas de
milhares de novos convertidos
nos planaltos vietnamitas, que
não dispõem de uma igreja
sequer para freqüentar. Há
somente duas igrejas oficiais em
Hanói, uma cidade com milhões
de habitantes.
Não posso comparar as igrejas
do ocidente com as do Vietnã. A
liberdade vem do Espírito Santo,
não do governo. Na América,
por exemplo, você não é obrigado a registrar a sua igreja, a não
ser que queira redução de
impostos. Em muitos países do
Ocidente, como a América, você
pode louvar a Deus até na calçada, se quiser.
No Vietnã, a polícia tenta nos
impedir, mas não nos importamos. Na América, você pode
escolher. O louvor depende do
seu coração, não das leis do
governo.
Faz 15 anos que realizamos
reuniões em nossa casa. Meu
marido esteve preso por dois
anos. A polícia entrou em casa
12 vezes, sem permissão ou
mandato. Se tivéssemos uma
igreja oficial, poderíamos freqüentá-la, mas ainda assim usaríamos as nossas casas para grupos familiares.
No futuro, mesmo que o governo venha a nos autorizar a construir uma igreja, ainda assim nos
reuniremos em grupos caseiros.
E assim, os nossos vizinhos vão
poder ouvir o evangelho. Ore
pelos cristãos do Vietnã.
10
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2003
Janeiro de 2003
11
Missionários da APMT lutam para difundir o cristianismo na Europa
Igrejas evangélicas estão se deteriorando na Espanha
partir da proposta do rev.
Emílio Bellido, da Escuela
Reformada de Sevilla, a IP
em Don Benito, Espanha, liderada
pelos missionários presbiterianos
rev. Dirceu e Tirza de Mendonça,
realizou um dia de conferências
sobre a Reforma Protestante em 31
de outubro.
O rev. Bellido pregou sobre a liberdade advinda da Reforma. Destacou
que a sociedade européia medieval,
na época em que aconteceu a
Reforma, estava integralmente
voltada para a perspectiva da salvação da alma através da igreja
católica. As regras que esta havia
estipulado para se chegar a tal objetivo escravizavam o continente a
um poder eclesiástico opressivo,
tornando a sociedade e os poderes
civis subservientes. Ele afirmou
insistentemente que os institutos e
escolas, na Europa, somente se
tornaram centros de livre pensamento e investigação cultural
graças aos reformadores.
"Para um contexto que desconhece
quase que completamente a
Reforma Protestante e as igrejas
evangélicas, eventos como esse são
extremamente significativos e de
uma importância ímpar para o
crescimento do cristianismo", afirma o rev. Dirceu.
A
Deterioração das igrejas na
Europa
O rev. Dirceu de Mendonça afirma
que as igrejas estão fechando na
Europa. Na Espanha, o que tem produzido isso é a falta de pastores e
líderes. Ainda assim, afirma que o
país não é um cemitério de missionários, como imaginam muitos
no Brasil. Ele explica que a razão
desse apelido é o fato de que muitos
União Soviética), e todos os que
vierem sem o devido preparo,
voltarão desesperados, pois os frutos visíveis são escassos e a pressão
é muito grande".
Faltam pastores, diz o missionário,
porque a maioria é transferida por
falta de recursos. Alguns são mis-
esporádica, de um líder mais
preparado.
"A situação espanhola apresenta
pastores cuidando, sozinhos, de
várias igrejas em cidades diferentes,
na maioria das vezes, as únicas igrejas evangélicas nessas regiões",
compartilha o rev. Dirceu.
Rejeição à palavra
Famíla Ovidio
pensam que, pela Espanha ser um
país europeu e de tradição católica,
evangelizar naquele país seria
muito fácil. Assim, alguns missionários vão sem o devido preparo
e acabam retornando ao Brasil
desestruturados.
"O que se diz entre os missionários
mais experientes (de várias missões
e denominações), alguns com quase
20 anos neste país, é que, atualmente, a Espanha é tão difícil para o
evangelismo quanto um país
muçulmano mais aberto, ou países
que foram comunistas (antiga
sionários que voltam a seus países
de origem, outros são pastores
espanhóis que ¨fazem tendas¨, isto
é, trabalham ¨secularmente¨ para
garantir o seu sustento. Muitas
vezes, precisam transferir-se para
uma região distante para trabalhar.
Assim, as igrejas das quais cuidavam acabam fechando.
Algumas igrejas permanecem abertas, porque alguém, mesmo sem
preparo, mas com coragem, como
foi o caso em Don Benito, mantém
as portas da igreja abertas, lutando
sempre pela presença, ainda que
O rev. Dirceu de Mendonça afirma
que a rejeição à Palavra é grande na
Espanha, o que acontece por três
motivos fundamentais: desconhecimento, tradição católica e um sentimento anti-religioso.
A igreja evangélica é praticamente
desconhecida, já que foi perseguida
durante quase 40 anos pela ditadura
Franquista. Na época, propagar a fé
evangélica era crime, pois significava um confronto à fé católica,
entendida como a única religião
correta, sendo a igreja protestante
considerada seita. "Isso permanece
no inconsciente coletivo da população", explica o missionário.
Segundo a nova constituição espanhola, o catolicismo não é mais a
religião oficial do Estado, pois há
liberdade religiosa e uma consciência muito forte de que a unidade
nacional depende do respeito a essa
constituição. Entretanto, ainda se
conserva a visão de que o catolicismo representa a unidade nacional,
mesmo que simbólica e folclórica.
As outras religiões representam um
perigo para tal unidade e para a
manutenção da cultura espanhola.
Já o sentimento hostil quanto à
religião vem ainda da ditadura,
quando a confissão religiosa católica era obrigatória, inclusive com
prisões e mortes a quem não obedecia. Por causa disso, as novas gerações manifestam uma vigorosa
rejeição a tudo que apresenta conotação religiosa, inclusive nas escolas, onde a freqüência às classes de
ensino religioso é inferior a 20%.
Pelo descrédito à religiosidade, o
espanhol necessita primeiro conhecer o cristão como pessoa e vê-lo
amistosamente, para depois dar
crédito à sua pregação.
"Por esses fatores, a igreja evangélica espanhola perdeu seu afã evangelístico, restringindo-se a serviços
sociais, em que é muito atuante. Há
um temor, muitas vezes chamado de
respeito às liberdades, em se
praticar o evangelismo, principalmente pessoal", diz o rev. Dirceu.
"A igreja evangélica precisa ser
muito divulgada na Espanha para
vencer o desconhecimento e, assim,
crescer, pois muitos são simpáticos
aos evangélicos mas não se aproximam da igreja pela pressão social
dos que ainda a desconhecem."
Ministério
Os missionários Dirceu e Tirza de
Mendonça trabalharam durante dez
anos no Brasil, socorrendo drogaditos, depressivos e famílias em crise.
Na Espanha, sua "pequenina igre-
fonte principal da cidade, que representa a abundância de água do Rio Guadiana,
que banha a cidade
ja", como a chamam, iniciada pelo
rev. Hugo Vivas (hoje residente em
Fronteira, Minas Gerais), se tornou
conhecida como um centro de apoio
a pessoas nessas situações.
O casal trabalha também com um
ministério voltado para a formação
musical e instrumental de pessoas
dispostas a usá-las na adoração.
Eles acreditam que a interação com
outros músicos é um bom canal de
evangelismo e destacam que o ensino musical, na Europa, tem uma
importância muito grande.
Outro ministério em que atuam é o
de ventriloquia, que teve início há
nove anos. O missionário conta que
começou como uma brincadeira
com os filhos, Mateus e Maíra, e,
depois, com as crianças de uma congregação. "Após tantos anos, contabilizamos trabalhos em dezenas de
escolas e igrejas, além de acampamentos", compartilha. Ele crê que as
oportunidades neste ministério surgirão, pois há uma tradição européia
muito forte nessa arte. O alvo é conseguir um boneco profissional para
poderem participar de eventos artísticos e técnicos, já que Gibizinho, o
boneco atual, feito de pano, é muito
infantil e não permite o uso de técnicas mais avançadas.
Rev. Dirceu, Tirza, Mateus e Maíra
são missionários da Agência
Presbiteriana
de
Missões
Transculturais e também estão associados a várias IPBs pelo Brasil.
"Nossa vida é muito simples e temos
lutado, junto com a APMT, pela
divulgação do nosso trabalho para
continuar recebendo os recursos
básicos para desempenhar nosso
ministério", afirmam.
Há ainda mais quatro famílias missionárias da APMT na Espanha, nas
cidades de Huelva, La Línea, Puerto
Real e Sevilla.
e-mail: [email protected]
http://www.projetoespanha.hpg.ig.com.br
12
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
Evangelismo
Comissão Nacional de Evangelização realiza simpósios pelo Brasil
CNE promove aproximação com lideranças da IPB
Comissão Nacional de
Evangelização (CNE)
da IPB realizou cinco
simpósios em 2003, nos estados do Paraná, Pará, Piauí e
Maranhão. Segundo o rev.
Cícero Ferreira da Silva, secretário-executivo da CNE, os
simpósios fazem parte da etapa
de contatos que a comissão está
fazendo com lideranças, concílios e igrejas locais da IPB. Os
eventos foram organizados sob
o tema Eleitos para Proclamar,
baseado em I Pe 2.9, com os
subtemas Motivação Bíblica e
Teológica da Evangelização,
Restaurando a Paixão na
Evangelização e Estratégias de
Evangelização
Pessoal,
Coletiva e Institucional.
No último encontro estadual,
que foi realizado em São Luiz
do Maranhão, de 20 a 23 de
A
novembro, participaram aproximadamente 350 pessoas.
"Tivemos uma excelente receptibilidade e o simpósio teve
grande impacto para aqueles
amados irmãos. A ênfase foi na
Palavra, no encorajamento, nos
desafios, nos projetos de trabalho práticos", compartilha o
rev. Cícero. Qualquer sínodo
ou presbitério que tenha interesse em realizar um Simpósio
Relâmpago (a custo quase
zero) em sua região, pode
entrar em contato com a
Central de Atendimento da
CNE e conversar com o rev.
Cícero.
Evangelização não é opcional
Segundo o rev. Cícero, o tema
Eleitos para Proclamar foi
desenvolvido para a conscientização do papel de cada crente
no Corpo de Cristo. "Pedro diz
que fomos eleitos para proclamarmos as virtudes de Cristo,
exatamente o que nosso mundo
necessita ouvir. O Senhor Jesus
disse: ‘não fostes vós que escolhestes a mim... antes eu vos
escolhi, vos nomeei, para que
vades e deis fruto e vosso fruto
permaneça...’ Jo 15.16", afirma
o secretário.
O rev. Cícero explica que
evangelização não é opcional.
Assim como as leis físicas
governam o universo e precisam ser conhecidas e respeitadas, as leis de Deus governam o
relacionamento do homem com
seu Criador, Redentor e
Preservador. "Ignorar o evangelho é pior que desrespeitar a lei
da gravidade. Os imperativos
de Deus são eternos. A palavra
de Deus é viva e eficaz. Em
contraste com a palavra do
homem, que é tão passageira, a
palavra de Deus é como espada
de dois gumes, como martelo
que esmiúça a penha. Não volta
vazia. Cumpre seu propósito.
Traz fé salvadora. Vivifica mortos. Transforma: vidas, famílias, sociedades. O evangelho
traz nova ordem espiritual,
social, econômica, financeira.
Restaura valores eternos, instaura o reino de Deus aqui e
agora... Veja quão culpados
somos por deixar esta humanidade tão perdida, com esse
silêncio sepulcral, quando não
falamos de Jesus".
Ele aponta três principais pontos que não devem ser esquecidos sobre evangelização: Deus
é soberano, mas o homem é responsável; o crente jamais deve
ser passivo na evangelização e
ou o cristão cumpre o manda-
mento - I Pe 2.9, Jo 15.16 - ou
será culpado diante de Deus e
da geração à qual pertence.
Antes de o mundo existir,
Deus elegeu os cristãos, os
nomeou e designou para proclamar as virtudes de Cristo, que
constituem a perfeita e eterna
salvação. Virtudes que perdoam, que encorajam, que consolam. Ele diz: "Se alguém quer
vir após mim, a si mesmo se
negue, dia a dia tome a sua cruz
e siga-me" Lc 9.23; "Toda a
autoridade me foi dada no céu e
na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos os
dias até à consumação do século" Lc 9.23; Mt 28.18-20.
Um Toque Especial
Adriana Ferreira
sses dias, li uma história do grande pastor e
escritor Max Lucado, intitulada Um Toque
Especial!. Era a história do Leproso, descrita no Evangelho de Mateus, mas contada da perspectiva do próprio homem. Uma história dolorosa e cheia
de emoção.
Fui tomada por um desejo enorme de chorar e
não tive como resistir, pois era como se estivesse lá presenciando a cena. Ele conta como
havia sido esquecido pelas pessoas, marginalizado e excluído do sistema social pois naquela
cultura a lepra era algo horrendo, e o leproso,
considerado como impuro e ninguém podia
toca-lo, nem falar com ele e como, ao vê-lo,
davam passos em outra direção. Que história!
Ao final, que maravilhoso! Ele tinha ouvido falar
do Filho de Deus. Que curava as pessoas de
suas feridas do corpo e da alma, que perdoava
os pecados. Resolveu, então, se arriscar: ou Ele
E
ouviria a sua queixa e o mataria ou ouviria sua
súplica e o curaria - estes eram os seus pensamentos. Afinal, ele nada tinha a perder. E assim,
só de olhar para Ele, foi transformado não por
fora, mas por dentro.
Nos seus olhos estava claro que Ele se importava com aquele homem, que, ao invés de se
afastar como todos faziam, deu um passo em
sua direção e, não satisfeito em apenas dizer
"quero", "sê limpo", Jesus o tocou, o que o deixou surpreso, pois havia mais de cinco anos que
ninguém o tocava, e foi curado. Imagine você,
este homem foi considerado digno do toque de
Deus, um Toque especial!
Bom, parei para pensar em quantos lugares
Jesus, o Filho de Deus, tem chegado através de
nossos missionários. E nesses lugares também
há pessoas com histórias semelhantes ou tão
dolorosas como a deste homem, marginaliza-
das, impuras e que estão há anos sem ser tocadas: hindus, africanos, árabes e tantos outros
que só poderão ser tocados pela palavra de
Deus.
Sabe? Há neste momento tantas outras que
foram consideradas dignas do "toque de Deus" .
E isto só foi possível porque você é uma destas
pessoas que têm nos ajudado a manter e a
enviar nossos missionários até esses lugares.
Todas as vezes que você contribui ou ora por
nossos missionários, você abre a porta para que
outras pessoas possam ser dignas deste ato
curador de Jesus.
Adriana Ferreira, formada em Teologia, é missionária da base da Agência Presbiteriana de
Missões Transculturais há três anos, e está
concluindo pós-graduação em Terapia Familiar.
Brasil PRESBITERIANO
Trabalho Feminino
Janeiro de 2004
13
Evento resgata valores bíblicos para os dias modernos
Acampamento Mulheres Abençoadas reúne
mulheres presbiterianas em Brasília
Dilvulgação
Lucilene Nascimento
ulheres Abençoadas,
esse nome lembra algo?
Qualquer semelhança
com o nome da novela
global Mulheres Apaixonadas,
que terminou em outubro, não é
mera coincidência.
Ao perceber a proposta da novela, o rev. Luciano Roberto Nunes,
pastor efetivo da IP do Lago Sul,
em Brasília (DF), resolveu mostrar a verdadeira proposta de vida
e comportamento apresentada por
Deus, diferente do falso padrão de
família e relacionamento que a
novela apresentava. Foi o que
aconteceu no acampamento
Mulheres Abençoadas que, de 14
a 16 de novembro, reuniu 43
mulheres da IP do Lago Sul.
Segundo o pastor, diversas
mulheres puderam conhecer os
planos de Deus para ser uma benção nas mais diversas áreas de
suas vidas. Temas como a benção
do perdão, da correção e da obediência, foram ministrados e
"cada mulher firmou um compro-
M
Mulheres Abençoadas fazendo diferença na IPB e no mundo
misso individual com o Senhor, e
certamente, muitas transformações estão ocorrendo", comenta
Denise Falcão, líder há um ano do
ministério feminino da igreja.
O trabalho existe há três anos na
igreja e, mensalmente, as mulheres se reúnem em palestras e reu-
niões buscando desenvolver uma
vida conforme a vontade do Pai.
"Nosso foco é o Senhor e é para
Ele que trabalhamos", afirma
Denise.
Para ela, o ministério feminino
da IPB vem mostrado sua força e
importância dentro de inúmeras
igreja. "Temos que trabalhar e as
mulheres têm se disposto a isso",
diz, a líder do ministério, destacando a importância desse trabalho.
O primeiro acampamento desse
ano teve como tema Sê tu uma
benção na igreja, no lar e no traba-
lho, e, seguindo esse mandamento, frutos já podem ser colhidos.
"O acampamento feminino une
muito as irmãs, e conseqüentemente nos tornamos mais sensíveis ao próximo" diz Denise.
Segundo ela, esse trabalho também tem ajudado mulheres a
manter, de forma sábia, os relacionamentos no lar. "Percebemos
que nossos filhos ficam mais
motivados com os trabalhos da
igreja, pois vêem que estamos
diferentes, mais serenas, fervorosas", conclui.
Para Denise, as mulheres presbiterianas entendem a importância
de serem benção em uma sociedade onde valores, modismos e
vidas estereotipadas servem como
um padrão social e, muitas vezes,
invadem a igreja e os lares cristãos. Elas reconhecem que, para
serem verdadeiramente mulheres
abençoadas, têm que permanecer
firmes no principal alvo do ministério, que é estar na presença do
Senhor e ajudar, uma as outras, a
escutar a voz dEle e andar nos
Seus caminhos.
Dilvulgação
Ronaldo Lidório participa do CBE2
missionário rev. Ronaldo
Lidório foi um dos pregadores durante o Segundo
Congresso Brasileiro de
Evangelização, o CBE2, de 27 a 31
de outubro, em Belo Horizonte,
Minas Gerais.
Aproximadamente mil líderes
evangélicos, de todo país, estiveram presentes, entre eles dr. Russel
Shedd e a ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva.
A ênfase no primeiro dia foi a
apresentação de um resumo histó-
O
rico da Missão Integral, movimento que teve início com o Pacto de
Lausanne, em 1974, e desembocou
no Brasil através do primeiro CBE,
também realizado em Belo
Horizonte, em 1983.
O segundo dia teve como tema a
espiritualidade em missão, propondo uma volta ao íntimo e a redescoberta de um profundo relacionamento com o Senhor da obra, para
a realização da vontade dele.
Vários outros temas foram discutidos, entre eles, o desafio da mis-
são ética e consagração.
No dia 28, o rev. Lidório pregou
sobre o chamado à Missão Integral em uma mensagem que denominou de A Tríplice Missão, baseada em Apocalipse 5. "Falei sobre a
Missão de Deus, que é Reinar; a
Missão de Cristo, que é Pagar o
Preço e e a Missão da Igreja, que é
Servir ao Cordeiro", sintetiza o
missionário.
Ronaldo e sua esposa, Rossana,
passaram quase toda a década de
90 entre povos africanos, como os
konkombas e os chakalis, ambos
de Gana. Hoje, ainda trabalhando
pela Agência Presbiteriana de
Missões Transculturais (APMT)
no Amazonas, desenvolvem o projeto Anamajé (mensageiro, em
tupi-guarani), numa parceria da
APMT com a Missão de
Evangelização Mundial. Eles
fazem, em Manaus, pesquisa e
mapeamento étnico, plantação de
igrejas, tradução da Palavra, educação na língua materna e apoio de
saúde.
Miss. Ronaldo Lidório,
levando Jesus a populações indígenas
14
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
Missões
O Deus que o islamismo não conhece
Rev. Osni Ferreira
A Voz dos Mártires
Q
uando lemos o Alcorão
(livro sagrado dos
muçulmanos) e observamos a prática da religião islâmica, encontramos um deus
diferente do Deus das
Escrituras Sagradas. Na língua
árabe, tanto o deus do islamismo como o Deus do cristianismo são chamados pelo mesmo
nome Allah, mas eles diferem
um do outro na concepção que
os muçulmanos e cristãos têm
de Deus. Do ponto de vista islâmico, deus é distante, impessoal, severo juiz e que está a
todo o tempo observando os
erros dos homens. Um deus
incompreensível,
exigente,
duro e que se apraz apenas com
os rituais e práticas que estão
relatadas no Alcorão. Para os
muçulmanos, cada detalhe do
Alcorão deve ser observado de
forma muito específica, senão
deus não aceita. Eles cumprem
os rituais de forma precisa e
gostam de mostrar às pessoas
que estão procedendo de forma
correta porque disso resulta um
certo status. A fé islâmica é algo
pesado, difícil e que exige
muito sacrifício e tempo para
conseguir praticar as centenas
de rituais e exigências descritas
no Alcorão. Assim, o resultado
são pessoas frustradas, desanimadas e desiludidas. Pessoas
que estão o tempo todo tentando agradar a deus, mas que não
conseguem e, como conseqüência, ele está sempre zangado
com elas.
Por outro lado, quando lemos
a Bíblia, encontramos o Deus
que o islamismo não conhece.
O Deus que encontramos nas
páginas das Escrituras é o Deus
pessoal, próximo, amigo, companheiro. O Deus que possui o
amor incondicional, que O
levou a entregar seu único filho
Jesus para morrer pelos nossos
pecados. O Deus que anda ao
nosso lado e que se preocupa
com os mínimos detalhes da
nossa vida, até mesmo com
aquilo que comemos ou vestimos. Esse é o Deus verdadeiro.
O Deus com quem podemos
conversar, a quem podemos
apresentar nossos problemas,
compartilhar as nossas ansiedades. O Deus que não está preocupado com sacrifícios ou
rituais vazios e sem sentido.
Contudo, O Deus que está à
procura de corações quebrantados e totalmente rendidos diante dEle. Esse é o nosso Deus,
esse é o Deus que o cristianismo prega e vive e esse é o Deus
que o islamismo precisa conhecer.
Como podemos apresentar
esse Deus verdadeiro aos
muçulmanos, de forma eficaz?
Esta, com certeza, é uma pergunta complexa e difícil de ser
respondida, porém, eu quero
ousar colocar algumas coisas
que, do meu ponto de vista, nos
ajudariam a apresentar as boas
novas de salvação aos muçulmanos.
Primeiro, creio que devemos
mostrar a eles que Deus os ama.
O islamismo não tem a mínima
concepção de Deus como um
Deus de amor. Para eles, juízo e
amor são incompatíveis, duas
coisas muito longe uma da
outra. Na visão deles, é impossível Deus ser juiz e, ao mesmo
tempo, amor. A tarefa daqueles
que estão perto dos muçulmanos é mostrar que Deus os ama.
Como podemos fazer isso?
Essa é à parte difícil. Devemos
amá-los como eles são, para
podermos mostrar um pouco do
amor de Deus e, assim, dar con-
Povos muçulmanos são alcançados somente
pelo amor
dições a eles de entender esse
amor. Nestes últimos dias, os
muçulmanos têm sido odiados
como nunca, porém, dessa
forma jamais vamos conseguir
alcançá-los, uma vez que eles
estão carentes e sedentos da
água viva que a religião deles
não pode conceder.
Segundo, devemos apresentar
nas Escrituras que Deus é um
Deus pessoal e amoroso.
Como? A religião islâmica não
aceita toda a Bíblia como
Palavra de Deus, porém, eles
crêem no Pentateuco, nos
Profetas, nos Salmos e, por
incrível que pareça, nos
Evangelhos. Eles acreditam que
Jesus veio a este mundo como
profeta, mas não aceitam Jesus
como Filho de Deus, sem pecado. Jesus, para eles, é um profeta anterior a Maomé, mas não
com tanta autoridade como
este.
Vejamos alguns textos das
Escrituras que são plenamente
aceitos pela religião islâmica e
que podemos apresentar a eles:
Deuteronômio 7.9, Lucas 1.50
(Deus misericordioso), Salmo
5.12 (Deus abençoador), Salmo
67.19, 20 (Deus que nos ouve),
entre outros. Contudo, isso
deve ser apresentado de maneira branda e amorosa porque
devemos a todo o tempo mostrar Jesus em nós, o que é muito
mais importante do que entrarmos em discussões que não
levam a lugar algum.
Se você é cristão, então você
conhece o Deus verdadeiro. O
maior problema dos cristãos
que querem alcançar os muçulmanos é o desejo de querer provar para eles que o cristianismo
é a religião correta, sem um
espírito de mansidão, humildade e amor. Se você deseja ver
muitos muçulmanos aos pés de
Jesus, comece a orar para Deus
nos dar um amor profundo por
eles. Ore por aqueles que estão
perto dos muçulmanos pregando a Palavra, para que tenham
paciência e muito amor para
compartilhar as boas novas.
Ore para que as igrejas sejam
despertadas não somente para
orar por vidas não alcançadas
mas, principalmente, para amálos como pessoas que carecem
da Graça de Deus.
Os muçulmanos não são animais, não são criminosos. Eles
são seres humanos, com sentimentos, com emoções, e foi
também por eles que Jesus morreu na cruz do Calvário. Eles
necessitam de pessoas que
falem menos sobre Jesus, mas
que mostrem mais em suas
vidas a vida de Jesus. Eles estão
carentes de algo novo que
venha libertá-los dos rituais
vazios do islamismo. Nós
temos a mensagem de vida;
vamos, então, apresentar aos
muçulmanos o Deus verdadeiro, esse Deus que eles não
conhecem assim como os atenienses não conheciam. Que
Deus nos ajude a sermos testemunhas vivas dEle neste
mundo.
Osni Ferreira é missionário
da Agência Presbiteriana de
Missões Transculturais e trabalha com povos não alcançados no Oriente Médio
Brasil PRESBITERIANO
Testemunho
Janeiro de 2004
15
Filha de pais católicos, Ilga Maria Mueller se converteu e hoje é
membro da IP Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul
Mais uma gaúcha no Reino de Deus
Divulgação
iúva há oito anos e mãe
de três filhos, Ilga
Maria Mueller já passou por muitos problemas de
depressão e dificuldades de
relacionamento. Chegou a ser
internada em uma clínica psiquiátrica. Hoje, conta que procura viver segundo a Palavra
de Deus e em breve será batizada na IP de Santa Cruz do
Sul, no Rio Grande do Sul.
V
"Como católica, eu era praticante de todas as tradições,
mas não conhecia Jesus. Tinha
muitos problemas, depressão,
problemas de relacionamento
com os filhos. Saía de casa e
não tinha vontade de voltar era a pior hora. Cheguei a ser
internada em uma clínica psiquiátrica. Nesse estado, busquei em muitos lugares por
solução, mas quanto mais buscava, mais parecia que as coisas pioravam e eu não encontrava paz.
Então, em julho de 2002,
encontrei um grupo de jovens
de origem coreana, que me
deram um folheto e perguntaram se eu gostaria de receber
uma visita do pastor missionário e da esposa. Eu disse que
sim, só que teria que ser naquela semana. Eles estiveram
várias vezes em minha casa,
mas eu nunca estava. Até que
um dia, meu neto, que estava
em casa, deu o número do meu
telefone. O pastor entrou em
contato comigo, e eu disse que
não me interessava mais. Ele
insistiu, disse que ele e a esposa gostariam de me conhecer e
eu falei que ia pensar, pois não
estava muito bem de saúde, e
voltaria a entrar em contato
marcando um encontro em
minha casa. Mas o pastor insistiu e disse: pois agora é que a
senhora mais precisa de Jesus.
Eu falei: será? Ele disse que
tinha certeza que sim. Era um
sábado. Então eu concordei, e
marcamos nosso encontro para
terça-feira, dia 20 de agosto de
2002, o primeiro encontro.
Graças a Deus pela insistência dele! Ele me falou de forma
tão clara sobre Jesus que eu
não tive dúvida, era esse Jesus
que eu sempre buscava, mas
não encontrava. Depois de
ouvir Sua palavra e orarem
comigo, e eu aceitar Jesus
como meu único Salvador, as
coisas mudaram.
Sinto muita paz. O relacionamento com meus filhos é
melhor do que antes. Minha
saúde está boa. Além do fato de
ter certeza da minha salvação,
que agora entendo ser o mais
importante para a vida de uma
pessoa.
Hoje, procuro viver a Palavra
de Deus, levando essa boa
nova a outras pessoas. Que só
Jesus Cristo salva. Já disse a
meus filhos, que me verão cantando e pregando na igreja.
Não sou batizada ainda, mas
penso em fazê-lo em breve,
pois o rev. Alfredo Terras está
me preparando para esse fim".
Ilga Maria Mueller da depressão profunda à paz
com Jesus
Louvor
Música Sacra pode ser utilizada em educação
C
om o objetivo de capacitar as igrejas presbiterianas nas áreas missionária, musical e educacional, utilizando a música como
instrumento de evangelismo,
foi realizado, de 20 a 23 de
novembro, no Seminário
Presbiteriano do Norte, em
Recife (PE), o Primeiro
Congresso Musivoz: A música
Sacra Numa Visão Missionária,
Ministerial e Emocional.
Para o rev. Charles Martins,
pastor presbiteriano, missionário e músico, diretor do congresso, a música sacra deve ser
vista como um grande instrumento de evangelismo no trabalho missionário da Igreja.
"Cabe a nós, como IPB, nos
unirmos em prol deste grande
desafio que é capacitar as nossas igrejas quanto à função da
música sacra. Para isso o nosso
Musivoz foi criado, para nos
mover quanto à nossa responsabilidade como dispenseiros
do nosso senhor Jesus Cristo".
Segundo ele, ao analisar a história da música sacra, pode-se
deparar com vários exemplos
de como esse estilo musical
auxiliou o trabalho dos missionários. "Podemos citar os avivamentos ocorridos na igreja e
a contribuição dos missionários
americanos e ingleses. Em
nosso Hinário Novo Cântico
podemos ver a contribuição de
missionários como o casal
Kalley, o médico missionário
dr. Kalley e sua esposa Sarah,
que escreveram vários hinos,
entre eles os de número 3, 12,
19, 22, 24, 46, 50, 54, 73 e 212,
entre outros".
O rev. Charles explica que a
música sacra pode, também, ser
utilizada como instrumento
educacional dentro e fora das
igrejas pois, através da música,
uma pessoa pode ser educada
nas áreas sócio-cognitiva e
emocional. Ele cita que especialistas afirmam que a música
pode ser utilizada como um
agente transformador de personalidade e ajustamento social.
"Como IPB, temos que educar
nossos jovens e formalizar uma
identidade musical, em grupos,
os mais diversos, que não
sejam reconhecidos como referência litúrgica".
16
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
Acontece
Palestras discutem identidade das sociedades internas da IPB
Congresso reúne federações de Campo Grande
esgatando nossa Identidade
foi o tema do Congresso
Unificado das Federações
de Campo Grande, Mato
Grosso do Sul, que reuniu 140 pessoas nos dias 15 e 16 de novembro.
Quase todos os pastores do presbitério estiveram presentes.
Segundo o rev. Divino Gomes da
Silva, secretário presbiterial, a idéia
de unificar os congressos das federações das sociedades de Campo
Grande surgiu no Congresso das
Federações de SAFs da região, no
ano passado. No mesmo dia, esta-
R
vam acontecendo os congressos das
federações de UPAs e UMPs, em
locais diferentes. "O pai em um
lugar, a esposa em outro e os filhos
em outro, dessa maneira os gastos
ficavam altos. Com o Congresso
Unificado economizamos. A idéia foi
aprovada pelo Presbitério", conta o
ver. Divino. Ele compartilha que o
objetivo era integrar as federações, o
que foi alcançado: "A realidade foi
melhor do que o Sonho. Devido ao
grande sucesso do primeiro congresso unificado, não haverá mais lugar
para congressos isolados. Com a
bênção de Deus, queremos que, em
2004, nossas Federações estejam trabalhando em conjunto".
Foi desenvolvida uma Agenda
Unificada das Federações e a primeira Reunião Unificada, quando serão
discutindo projetos, será no dia para
o dia 31 de janeiro, em Dourados
(MS).
Identidade da IPB
Para o rev. Divino Gomes da Silva,
a identidade da IPB não está perdida,
mas há necessidade de se resgatar a
estrutura das sociedades internas que,
infelizmente, estão desacreditadas.
"Muitos pastores acreditam que os
ministérios têm mais valor que as
Sociedades Internas", alerta. O ver.
Divino acredita que não há necessidade disso, pois, dentro das sociedades, há espaço para todos os ministérios. "Pessoalmente, eu nem me
preocupo com a nomenclatura ministério. Sou presbiteriano e uso a
nomenclatura presbiteriana", afirma.
Segundo ele, a estrutura presbiteriana
precisa ser compreendida pelas
sociedades internas para que todos
sejam verdadeiramente presbiterianos. "Tenho absoluta certeza que ser-
vimos ao Senhor através da submissão às nossas lideranças, que foram
sabiamente
distribuídas
no
Organograma:
Confederação
Nacional, Confederações Sinodais,
Federa-ções, Departamentos das
Igrejas locais. Precisamos ensinar a
hierarquia da IPB a seus membros,
porque ela não é contrária a vontade
de Deus.
Além do rev. Divino, foram preletores do encontro os reverendos
Fernando Glória Caminada Sabra,
Hernandes Dias Lopes, Gentil
Fernandes Marques.
Nasce mais uma UPH no Espírito Santo
mais nova UPH do Sínodo
Espírito Santo/Rio de
Janeiro nasceu na cidade de
Apiacá, extremo sul do
Estado do Espírito Santo, no dia 19
de outubro. A Segunda IP de Bom
Jesus do Itabapoana organizou, na
Congregação Presbiteriana de
Apiacá, a União Presbiteriana de
Homens, contando com oito membros fundadores, entre eles dois presbíteros e dois diáconos. O presbítero
Rágem Gomes de Menezes,
Secretário Sinodal do Trabalho
Masculino da região, foi eleito presidente da nascente sociedade.
O presidente da nova UPH declarou
que o trabalho masculino no
Presbitério de Bom Jesus do
A
Itabapoana vem crescendo de forma
visível, com cores vivas, e que, de
fato, trata-se de uma sociedade de
homens responsáveis. "Esta pequena
UPH tem gênesis em planos ousados", diz.
Torneio da Reforma
A UPH de Apiacá, Espírito Santo,
promoveu, no dia 25 de outubro, o
Primeiro Torneio de Futebol Society
pelo dia da Reforma Religiosa do
Século XVI. O torneio aconteceu no
sítio da Família Almeida, em Apiacá,
extremo sul do Estado. Participaram
do evento 10 equipes, entre as quais,
todas as oito igrejas do Presbitério de
Bom Jesus do Itabapoana (SER).
Na abertura deu-se uma palavra
alusiva à data comemorada, contando
com a presença do rev. Gilberto
Dutra Leite do Amaral, presidente do
Presbitério.
A Igreja Presbiteriana de São José
do Calçado foi a campeã do torneio;
em segundo lugar, ficou a IP de Santa
Maria de Campos e, em terceiro
lugar, a IP de Rosal, que receberam
troféus. Foram ainda premiados o
melhor artilheiro, com troféu, e o
melhor goleiro, com medalha.
O presidente da UPH, pb. Rágem
Gomes de Menezes, anuncia que no
ano próximo acontecerá o Segundo
Torneio da Reforma Protestante, pois
esta bandeira está hasteada de forma
definitiva.
Divulgação
Diretoria da nova UPH (da esquerda para a
direita): pb. Osair, Honoracy, pb. Rágem, dc.
Jardel e rev. Luiz Lopes
Tesoureiro da IPB fala em congresso de UPAs
bordando o tema Cristologia, o pb. Renato
Piragibe, tesoureiro do
Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil, foi um
dos preletores no Congresso da
Federação de UPAs do
Presbitério de Bom Jesus do
Itabapoana, nos dias 1 e 2 de
novembro de 2003. O evento
foi realizado no Colégio
Estadual de Santa Isabel, em
A
Bom Jesus do Itabapoana, Rio
de Janeiro. A irmã Eliane
Menezes, secretária sinodal e
presbiterial de UPAs, também
proferiu palestra na área de
comportamento e testemunho
cris-tão. Participaram aproximadamente 70 adolescentes.
Na mesma data foi também
realizado o Festival de Música
Sacra Conhecida e os vencedores ganharam troféus. "O
trabalho com adolescentes,
nesta região, tem sido gratificante. As programações são
bastante objetivas, participativas e realizadas com intensa
alegria, e sempre podemos
contar com a secretária presbiterial, irmã Eliane Menezes,
companheira de todos os
momentos", declara a presidente da Federação, Fabiana
Mulinari.
Pb. Renato Piragibe dando posse à diretoria eleita
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
17
Acontece
Presidente do SC visita Presbitério de Botucatu
Divulgação
Presbitério de Botucatu
(PBTU), São Paulo, recebeu a visita do rev.
Roberto Brasileiro Silva, presidente do Supremo Concílio da
Igreja Presbiteriana do Brasil
(SC-IPB), no dia 17 de agosto.
Segundo o presidente do
Presbitério, pb. Clodoaldo
Waldemar Furlan, foi uma tarde
muito agradável em que os pastores do PBTU e membros das
Igrejas do Concílio puderam
ouvir uma mensagem pastoral,
amiga e abençoadora por parte do
rev. Brasileiro. "O Encontro foi
marcado pela humildade e amizade do presidente do SC da IPB",
compartilha o pb. Furlan.
À noite, o rev. Brasileiro pregou
na comemoração do aniversário
da IP de Botucatu, logo após confraternizando com todos os
irmãos presentes naquele culto.
"O PBTU agradece ao Presidente
O
do Supremo Concílio da IPB, rev.
Roberto Brasileiro, por seu empenho e grata presença em nosso
meio", diz o presidente do
Presbitério.
No mês de agosto, o PBTU realizou também o Encontro de
Pastores e Esposas. As esposas
dos ministros tiveram como preletora a profa. Nilza Coine e o rev.
Alberto Almeida de Paula foi o
preletor dos pastores. A direção do
encontro ficou com o rev. Antonio
Coine, secretário presbiterial de
Apoio Pastoral do PBTU.
Encontro de casais e pescaria
De 17 a 19 de outubro, o PBTU
realizou o Quinto Encontro de
Casais, em Paranapanema (SP).
Participaram 70 casais que puderam ouvir mensagens proferidas
pelo rev. Antonio José do
Nascimento. O coordenador do
Quinto Encontro de Casais em Paranapanema
evento foi o pb. Furlan, presidente
do PBTU.
Um ônibus do Presbitério esteve,
de 11 a 13 de setembro, com 33
pescadores em Cardoso (SP). Eles
ficaram hospedados na Colônia de
Férias da Sabesp, onde praticaram
a pesca do tucunaré. "Essa pescaria
serviu de grande comunhão entre
os presbiterianos pescadores de
tucunaré. Agradecemos ao Nosso
Deus pela abençoada viagem que
fizemos.A próxima será em
Presidente Epitácio, em 2004, se
Deus quiser", afirma o pb. Furlan.
IP Unida de São Paulo promove Refinaria
L
evar os crentes a ser refinados por Deus como
ouro e prata é o objetivo
da programação Refina-
ria promovida pela UPA da IP
Unida de São Paulo. A princípio,
foram três reuniões organizadas
por Éber Coelho, responsável
pelo trabalho com adolescente da
Igreja, baseadas em Malaquias
3.3: "Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata;
eles trarão ao Senhor justas ofertas". As atividades são cânticos,
estudo bíblico, oração e testemunho para os membros da igreja e
visitantes.
A idéia da programação, conta
Éber, nasceu da intenção de
separar um tempo em que, de
maneira especial, Deus "refinasse" as pessoas, começando pelo
adolescentes, além de provocar
um despertamento pela busca de
Deus no dia-a-dia.
As Refinarias, nas três reuniões
que foram realizadas até agora,
uma em setembro, outra em
outubro e outra em novembro,
começaram com um tempo de
oração mais longo do que os
crentes estão acostumados, de
modo geral, na igreja.
Todas as reuniões tiveram também um testemunho ligado a
missões. Na primeira Refinaria, a
Igreja teve a presença de representantes do ministério Jesus
Ama o Menor (Jeame) de
Assistência Integral à Criança e
ao Adolescente Carentes e de
Conduta Infracionária, que atua,
principalmente, nas unidades da
Fundação Estadual do BemEstar do Menor (Febem).
Na segunda edição do evento
foi a vez da missão Asas do
Socorro, que atua levando socorro médico a regiões inacessíveis
e, na terceira, falou-se sobre a
Missão Portas Abertas, que trabalha com a Igreja Perseguida
em muitos países. "Infelizmente,
não conseguimos levar ninguém
desses dois últimos", lamenta
Éber. Ele explica que as três mis-
sões foram escolhidas com o propósito de refletir e divulgar a
necessidade de envolvimento
missionário com diversas alternativas.
Os estudos bíblicos das três
reuniões foram dirigidos por
Éber que, no dia 30 de novembro, foi ordenado pastor, e versaram sobre o tema Busque a Deus.
A IP Unida, aos 103 anos, tem
aproximadamente 700 membros
e mantém dois missionários, um
no Paraguai e outro no Norte do
Brasil, além do rev. Amilcar
Borba,
que
atua
com
Evangelismo Nacional.
Segundo Éber, na área social a
Igreja atua bastante por meio da
SAF, mas a UPH e a Junta
Diaconal estão à frente de uma
parceria com a Associação
Evangélica Beneficente, na Casa
Porto Seguro, projeto de assistência a moradores de rua.
18
Brasil PRESBITERIANO
Janeiro de 2004
Cumprindo a determinação do Supremo Concílio da IPB contida na resolução SC-IPB-2002
Doc. XV, o Brasil Presbiteriano publica o documento a seguir, explicitando a posição da IPB
com relação aos ensinos do Dr. Samuel Doctorian.
Samuel Doctorian e a heresia montanista
“
E não vos
conformeis
com este
século...
”
(Rm 12.2).
s palavras do apóstolo Paulo, mais que
nunca, nos alertam para o cuidado que
devemos ter quanto à influência deste
mundo sobre a Igreja do Senhor. Essa
influência, em nossos dias, tem se evidenciado
de maneira muito clara na destruição dos nossos
fundamentos.
Todos os princípios absolutos de nosso
mundo têm sido ameaçados. O que sempre foi
tido como verdade, hoje é questionado. Gene
Edward Veith Jr., em seu livro Tempos PósModernos, publicado por nossa Casa Editora
Presbiteriana, explica bem essa ameaça de
nosso século:
"Os grandes sistemas intelectuais do passado
(tais como o platonismo, o Cristianismo, o marxismo, as ciências) sempre tiveram fundamentos específicos (ideais racionais; Deus; a economia; a observação empírica). O pós-modernismo, por outro lado, é antifundamentos. Busca
destruir todos esses fundamentos objetivos, sem
i
nada colocar no lugar deles".
Essa ameaça contemporânea tem afetado fortemente a Igreja do Senhor no que diz respeito
às suas bases doutrinárias. Nunca a Palavra de
Deus e nossos símbolos de fé foram tão questionados dentro da Igreja. Nunca as bases da nossa
fé foram tão atacadas como em nossos dias.
Sábias são as palavras do salmista inspirado
quando questiona: "Destruídos os fundamentos,
que poderá fazer o justo?" (Sl 11.3). De fato, o
que será de nossa histórica Igreja Presbiteriana
do Brasil se destruídos forem os seus fundamentos? Se a Palavra de Deus for rejeitada e
colocada de lado?
Com estas perguntas em nossas mentes, analisemos um dos movimentos que ameaçou a
Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo nos seus
primeiros séculos, a sua condenação e a defesa
da mesma heresia por parte de Samuel
Doctorian.
A
Rev. Ludgero Bonilha Moraes
to por volta do ano 150 d.C.. Recentemente, a
Comissão Permanente de Doutrina da IPB definiu este movimento da seguinte forma:
"O Montanismo foi um movimento apocalíptico cristão que surgiu no século II, liderado por
Montano, um cristão da Frigia, que alegava ter
recebido uma revelação direta do Espírito Santo
de que ele, como representante do Espírito, lideraria a Igreja durante o último período dela aqui
na terra."ii
Montano cria na inspiração contínua e colocou-se como alguém por meio do qual o
Espírito Santo falava, no mesmo nível que falara através de Paulo e dos outros apóstolos.
Na sua visão, o "mais elevado estágio da revelação"iii havia sido atingido nele. O fim do
mundo estava próximo e o Espírito o havia
escolhido, juntamente com duas profetisas,
Maximila e Prisca, para falar à humanidade
sobre os últimos julgamentos de Deus sobre o
mundo. Montano cria que era o último profeta
escolhido por Deus para revelar seus eternos
planos.
Tertuliano, o mais famoso adepto do
Montanismo, em sua obra De Anima (Sobre a
Alma), deu o seu relato sobre o movimento.
Falando sobre uma das profetisas, ele disse o
que segue:
"Nós temos entre nós uma irmã que tem sido
agraciada com muitos dons de revelação, os
quais ela vivencia no Espírito, por meio de
visões extáticas, na Igreja, no meio dos ritos
sagrados do Dia do Senhor. Ela conversa com
anjos e, às vezes, até com o Senhor. Ela vê e
ouve comunicações misteriosas. Ela consegue
discernir o coração de alguns homens e recebe
instruções para a cura sempre que precisa. Seja
lendo as Escrituras, cantando salmos, pregando
ou oferecendo orações - em todos estes serviços
religiosos, oportunidades são oferecidas a ela
para que tenha visões".iv
Além das visões e conversas com anjos, uma
das profecias do movimento era a de que, após
a morte de uma de suas profetisas, Maximila,
viria o fim, com tumultos e guerras por toda
parte. A história provou a falsidade desta profecia.
II. A POSIÇÃO DA IGREJA
I. O MONTANISMO
O Montanismo foi um dos movimentos heréticos da história da Igreja Cristã, com surgimen-
A Igreja Cristã reagiu fortemente contra o
Montanismo. O fanatismo e as reivindicações
de possuir revelações superiores às do Novo
Testamento fizeram do Montanismo uma ameaça à Palavra de Deus.
Na medida em que os profetas do movimento
consideravam suas revelações como sendo últimas, a revelação bíblica, dada por Deus através
dos profetas e apóstolos, ficava rejeitada a um
segundo plano.
Diante dessa ameaça à Palavra de Deus, a
posição da Igreja foi condenatória. Em 381, o
Concílio de Constantinopla condenou o movimento como herético.
III. SAMUEL DOCTORIAN
Samuel Doctorian é um pastor de origem
armênia, nascido em Beirute. Obteve sua graduação em Teologia no Hurlet Nazarene
College, na Escócia, e foi ordenado em 1951.
Desde 1952, Samuel Doctorian tem rodado o
mundo pregando avivamento em igrejas evangélicas, católicas e ortodoxas. Seguindo a
mesma linha milenarista e apocalíptica de
Montano, ele declara conversar com anjos e ter
revelações quanto ao grande julgamento que
Deus exercerá sobre o mundo nos últimos dias.
Montano e Doctorian se igualam na percepção de que foram escolhidos por Deus para, por
meio de novas revelações, superiores às das
Escrituras, anunciar ao mundo o grande julgamento do Senhor.
IV. O CONFRONTO DAS REVELAÇÕES DE SAMUEL DOCTORIAN COM
A DOUTRINA DA IPB
Abaixo transcrevemos alguns trechos dos
ensinos de Samuel Doctorian e, em seguida, a
posição da IPB a respeito de tais idéias:
1. MEIO PELO QUAL DEUS REVELA
SUA VONTADE
Samuel Doctorian
"PRIMEIRA CARTA DE SAMUEL DE
PATMOS. PATMOS, Grécia - João o Apóstolo
do Senhor, o Apóstolo do Amor. Dois mil anos
atrás, ele estava no exílio, nesta ilha de Patmos.
Pela graça de Deus e pela condução do Santo
Espírito, aqui estou eu, em Patmos, após dois
mil anos, tendo uma maravilhosa experiência
com o Senhor. Eu estou só e capacitado pelo
Espírito a escrever esta carta de Patmos a todos
os meus preciosos irmãos e irmãs em Cristo, a
todos aqueles na comunhão da Bible Land
Mission, a todos que estão orando por nós e
pelo ministério que o Senhor nos deu".V
Igreja Presbiteriana do Brasil
"Ainda que a luz da natureza e as obras da
criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus,
que os homens ficam inescusáveis, contudo,
não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para
a salvação; por isso foi o Senhor servido, em
diversos tempos e diferentes modos, revelar-se
e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e
depois, para melhor preservação e propagação
da verdade, para o mais seguro estabelecimento
e conforto da Igreja contra a corrupção da carne
e a malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-Ia escrever toda. Isto torna
indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua
vontade ao seu povo.
Referências: Sl 19.1-4; Rm 1.32, e 2.1, e 1.1920, e 2.14-15; I Co 1.21, e 2.13-14; Hb 1.1-2;
Lc 1.3-4; Rm. 15.4; Mt 4.4, 7, 10; Is 8.20; I Tm
3.15; II Pedro 1.19."vi
Observe que Samuel Doctorian vai para
Patmos, a mesma ilha onde João recebeu a
revelação sobre as últimas coisas, o Apocalipse,
e, da mesma forma que João, tem "revelações"
e as escreve aos crentes de nossos dias. Como
se tantas semelhanças fosse pouco, ele denomina suas cartas da mesma forma que as cartas
inspiradas "PRIMEIRA CARTA DE SAMUEL
DE PATMOS". Assim como Montano,
Doctorian crê que sua revelação é um substituto à revelação registrada na Bíblia.
2. APEGO AOS ANJOS, DESPREZO À
PALAVRA
Samuel Doctorian
"Enquanto meditava durante o período de um
mês naquele lugar solitário, pensei: Gostaria de
saber se o Senhor algum dia enviará o décimo
anjo. Eu já vira anjos nove vezes anteriormente."vii
"O anjo respondeu: ‘Esta é a sua mensagem.
Você é o instrumento, o canal. Que privilégio
Deus ter escolhido você para entregar esta mensagem às nações’".viii
"TERCEIRA CARTA DE SAMUEL DE
PATMOS. Nos últimos vinte e cinco anos de
meu ministério por Cristo, eu tive o mais maravilhoso privilégio e bênção de experimentar
nove visitas de anjos. Eu vejo anjos. Eu falo
Brasil PRESBITERIANO
com eles. Eles falam comigo. Tem sido algo tremendo em minha vida pensar que Deus ordenaria a mim ver seres angelicais, estes maravilhosos espíritos ministradores. A Deus seja a glória.
Eu sempre quis descobrir se anjos têm asas.
Tanta gente me pergunta "Quando você viu
anjos, você viu asas?" Minha resposta era "Eu
estava tão chocado, trêmulo e com medo quando vi anjos, que não tive coragem e ousadia
para perguntar se eles tinham asas". Mas eu
estou decidido a, na próxima vez, na minha
décima experiência, se Deus quiser que isso
aconteça e que eu veja o anjo, a perguntar a ele
"Você tem asas? Eu adoraria vê-las. Muitos têm
perguntado por elas!"ix
Igreja Presbiteriana do Brasil
"Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo
do céu vos pregue evangelho que vá além do
que vos temos pregado, seja anátema. Assim,
como já dissemos, e agora repito, se alguém vos
prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema." (Gl 1.8,9)
"E não é de admirar, porque o próprio Satanás
se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois,
que os seus próprios ministros se transformem
em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras." (2 Co 11.14,15)
Ao revelar sua busca por mensagens de anjos
e incentivar o povo de Deus ao mesmo,
Doctorian mostra o pouco valor que dá a mensagem contida nas Escrituras Sagradas.
3. CESSAÇÃO
BÍBLICO
DO
REGISTRO
Samuel Doctorian
"Em maio de 1998, eu fui conduzido pelo
Santo Espírito a ir à Ilha de Patmos. Esta foi
uma oportunidade para oração, jejum, estudo
bíblico e um tempo para examinar meu coração.
Eu tive 125 maravilhosos dias lá, sozinho. Em
20 de junho, daquele ano, eu tive uma grande
visita de cinco anjos... Eles me deram mensagens que agora estão em todo o mundo, na
internet, em revistas, panfletos e livros, propagando a importante mensagem daqueles cinco
anjos poderosos".x
Igreja Presbiteriana do Brasil
"A Escritura ensina e a Igreja crê que, como
instrumento para predizer as várias etapas do
plano divino de redenção, a profecia cumpriu
sua finalidade através dos antigos profetas e dos
apóstolos, os quais registraram de forma inspirada e infalível as etapas ainda futuras da
História da Redenção, como a Segunda Vinda
de Cristo, a ressurreição dos mortos e o juízo
final. Assim, como veículo de revelação divina,
ela cessou com os apóstolos e profetas, os quais
lançaram os fundamentos da Igreja de Cristo".xi
Para Samuel Doctorian, o cânon sagrado
ainda está aberto, isto é, Deus continua mandando escrever a sua mensagem.
4. MENOSPREZO QUANTO AO TERCEIRO MANDAMENTO
Samuel Doctorian
Em suas diversas "revelações", S. Doctorian
utiliza o nome de Deus (Senhor, Espírito Santo
e outros) nas descrições que faz, intentando
criar autoridade. Exemplos: "Em maio de 1998,
eu fui conduzido pelo Santo Espírito"; "Esta é a
sua mensagem. Você é o instrumento, o canal.
Que privilégio Deus ter escolhido você para
entregar esta mensagem às nações"; "de algum
modo, o Senhor me mostrou que, nos dias que
estão por vir, em muitas partes do mundo, Deus
irá revelar-se através de anjos ministradores".
Igreja Presbiteriana do Brasil
P. 111. Qual é o terceiro mandamento?
R. O terceiro mandamento é: "Não tomarás o
nome do Senhor teu Deus em vão, porque o
Senhor não terá por inocente aquele que tomar
em vão o nome do Senhor seu Deus". Ref. Ex.
20:7.
P. 112. Que exige o terceiro mandamento?
R. O terceiro mandamento exige que o nome
de Deus, os seus títulos, atributos, ordenanças, a
Palavra, os sacramentos, a oração, os juramentos, os votos, as sortes, suas obras e tudo quanto pelo que Deus se faz conhecer, sejam santa e
reverentemente usados em nossos pensamentos, meditações, palavras e escritos, por uma
profissão santa e um comportamento conveniente para a glória de Deus e para o nosso bem
e o do nosso próximo. Ref: Mt 6.9; Dt 28.58; Sl
68.4; Ec 5.1; Lc 1.6; Sl 138.2; I Co 11.28-29; I
Tm 2.8; Jr 4.2; Ec 5.2, 4; At 1.24, 26; Jo 36.24;
Ml 3.16; Sl 8.1, 3-4 e 105.2, 5, e 102.18; I Pe
3.15, e 3.12; Mq 4.5; Fl 1.27; I Co 10.31; Jr
32.39.
P. 113. Quais são os pecados proibidos no
terceiro mandamento?
R. Os pecados proibidos no terceiro mandamento são: o não usar o nome de Deus como
nos é exigido, e o abuso dele por uma ignorante, vã, irreverente, profana, supersticiosa ou
ímpia menção ou outro modo de usar os títulos,
atributos, ordenanças, ou obras de Deus; a blasfêmia; o perjúrio; todas as imprecações pecaminosas, juramentos, votos e sortes ímpias; a violação dos nossos juramentos e votos, quando
lícitos, e o cumprimento deles, se por coisa ilícita; a murmuração e as queixas contra os
decretos e providências de Deus, a pesquisa
curiosa e má aplicação dos mesmos; a má interpretação, a má aplicação ou qualquer perversão
da Palavra, ou de qualquer parte dela; as zombarias profanas, questões curiosas e sem proveito, vãs contendas de palavras ou a defesa de
doutrinas falsas; o abuso da Palavra, das criaturas, ou de qualquer coisa compreendida sob o
nome de Deus, para encantamentos ou concupiscências, e práticas pecaminosas; a maledicência, desprezo, vituperação, ou qualquer oposição à verdade, graça e caminhos de Deus; a
profissão da religião por hipocrisia ou para fins
sinistros; o ter vergonha da religião ou o ser
uma vergonha para ela, por uma conduta inconveniente, imprudente, infrutífera e ofensiva, ou
por apostasia. Ref: Ml 2.2; At 17.23; Pv 30.9;
Ml 1.6-7, 12; Jr 7.4; I Sm 4.3,5; Ex 5.2; Sl
139.20 e 50.16-17; I Co 11.21-23; Is 5.12; II Rs
19.22; Zc 5.4; Rm 12.14; Jr 5.7 e 33.10; Mt
5.34; Dt 23.18; At 23.12, 14; Et 9.24; Sl 24.4;
Janeiro de 2004
Ez 17.16, 18-19; Mc 6.26; Rm 9.14, 19-20; Dt
29.29; Rm 3.5, 7-8; Ec 8.11; Mt 5.38; Ez 13.22;
II Pe 3.16; Mt 22.29; Jr 23-34, 36-38; I Tm 6.45. 20; II Tm 2.14; Tt 3.9; Dt 18.10-11; II Tm
4.3-4; At 13.45; I Jo 3.12; II Pe 3.3; Sl 1.1; I Pe
4.4; At 13.45, 50 e 4.18; Mt 23.14; II Tm 3-5;
Mr 8.38; Sl 73-14-15; Ez 1. 5.15-17; Is 5.4; Rm
2.23-24; Gl 3.1, 3.
P. 114. Quais são as razões anexas ao terceiro mandamento?
R. As razões anexas ao terceiro mandamento,
contidas nestas palavras: "O Senhor teu Deus" e
"porque o Senhor não terá por inocente aquele
que tomar em vão o seu nome" são - porque Ele
é o Senhor e nosso Deus, portanto, o seu nome
não deve ser profanado nem por forma alguma
abusado por nós; especialmente porque Ele
estará tão longe de absolver e poupar os transgressores deste mandamento, que não deixará
escapar do seu justo juízo, embora que escapem
das censuras e punições dos homens. Ref: Ex
20.7; Lv 19.12; Dt 28.58-59; I Sm 3.13."xii
5. MENTIRA
Samuel Doctorian
"Foi em 20 de junho, no ano passado, que o
Senhor me deu a visão, profecia, e revelou-a
para mim por meio dos anjos. Em agosto,
irmãos da Ásia vieram a mim noticiando que
coisas já estavam acontecendo na Ásia. O que
os anjos haviam dito a mim já havia começado
a acontecer na Ásia. O rio na China nunca havia
inundado tanto antes. Agora, existem 20
milhões de pessoas desabrigadas. Em Papua
Nova Guiné muitas cidades e aldeias foram
para baixo do oceano. Dois terços de
Bangladesh estão embaixo d’água. O mundo
está caminhando para uma condição terrível.
Meu filho Paul contou-me que nós recebemos
um fax do Brasil, Amazonas, dizendo que tudo
o que eles haviam lido acerca do que os anjos
tinham dito estava se tornando realidade.
Começou; notícias na televisão têm sido divulgadas. O Brasil está em tumulto, eles não sabem
o que está acontecendo com o Rio Amazonas.
Os anjos de Deus já revelaram que o Rio
Amazonas virará um grande mar. Eu vi o terremoto na Colômbia."xiii
Igreja Presbiteriana do Brasil
"Por isso, deixando a mentira, fale cada um a
verdade com o seu próximo, porque somos
membros uns dos outros" (Ef 4.25).
"O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade" (Sl 15.2).
"Não mintais uns aos outros, uma vez que vos
i
ii
iii
iv
v
vi
vii
viii
ix
x
xi
xii
xiii
xiv
19
despistes do velho homem com os seus feitos"
(Cl 3.9).
Este alegado "tumulto" no Brasil por causa do
Rio Amazonas nunca aconteceu.
CONCLUSÃO
"Eu, a todo aquele que ouve as palavras da
profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes
fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará
os flagelos escritos neste livro; e, se alguém
tirar qualquer coisa das palavras do livro desta
profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da
vida, da cidade santa e das coisas que se acham
escritas neste livro" (Ap 22.18,19).
No decorrer de toda a história da Igreja, muitos foram os movimentos heréticos que tentaram corromper a Igreja de nosso Senhor Jesus
Cristo. O Montanismo, movimento apocalíptico contrário e prejudicial à suficiência das
Escrituras, foi julgado e condenado pela Igreja
Cristã como herético.
Na história de nossa IPB temos exemplos de
movimentos similares que apareceram, mas que
foram disciplinados com firmeza. Em 6 de
fevereiro de 1879, por exemplo, a Igreja
Presbiteriana do Rio de Janeiro suspendeu do
presbiterato e, em 29 de setembro de 1879, suspendeu da comunhão, o pb. dr. Miguel Vieira
Ferreira, presbítero da igreja que, na ausência
do rev. Hazlett, o substituía no púlpito fundamentando suas mensagens em sonhos, visões e
revelações. Conta-nos Vicente Themudo Lessa
que muitos crentes se escandalizaram com estas
pregações e a Sessão (Conselho) da Igreja
Presbiteriana do Rio de Janeiro interveio, suspendendo o referido presbítero e vedando-lhe o
púlpito, ato este confirmado depois pelo
Presbitério .xiv
Quanto a Samuel Doctorian, pela graça de
Deus, na última reunião do Supremo Concílio,
nossos presbíteros regentes e docentes, fiéis à
Palavra de Deus e aos seus símbolos de fé, responsáveis diante de Deus por manter a pureza da
Igreja, declararam seus ensinos como heresia.
Que Deus continue mantendo a IPB fiel à sua
Palavra e que estejamos sempre prontos a zelar
por sua pureza doutrinária, sabendo que, nos últimos dias "surgirão falsos cristos e falsos profetas
operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24.24).
Vigiemos!
O rev. Ludgero Bonilha Moraes é
secretário-executivo do Supremo
Concílio da IPB e pastor da Primeira
IP de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Gene Edward Veith, Jr. Tempos Pós-Modernos (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999) p. 42.
Comissão Permanente de Doutrina da IPB. Cartas Pastorais (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1995) p.16, n.58.
Louis Berkhof. A História das Doutrinas Cristãs (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1992) p.51.
Heresy in the Early Church: Christian History, Issue 51, (Carol Stream, IL: Christianity Today, Inc.) 1997.
http://www.biblelandmission.org/htm/messages_patmos.htm
Confissão de Fé e Catecismo Maior da Igreja Presbiteriana (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana 1965) cap.I, Da Escritura Sagrada, parág. 1.
http://www.catedral.org.br/doctorian/biografia3.htm
Idem
http://www.biblelandmission.org/htm/messages_patmos.htm
www.biblelandmission.org/htm/the_evangelist_volume41_34.htm
Comissão Permanente de Doutrina da IPB. Cartas Pastorais (São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1995) p.19
Confissão de Fé e Catecismo Maior da Igreja Presbiteriana (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana 1965)- Catecismo Maior.
http://www.biblelandmission.org/htm/the_evangelist_volume40.htm
Vicente Themudo Lessa. Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de S. Paulo (1863-1903) (São Paulo: Edição da 1ª EPISP, 1938) p. 162.
20
Janeiro de 2004
Infantil
Brasil PRESBITERIANO
Ano Novo — uma oportunidade para esperar em Deus
Passagem de ano... muitos foguetes e fogos de artifício. A Florisbela, suspirando e balançando as anteninhas:
"Afinal, ficou para trás o ano velho com tantas coisas que não conseguimos realizar".
"Quantos projetos, planos, promessas deixaram de ser feitos!" — comentou a Cininha, ao lado da Jô, que confirmou
e lamentou o fato.
A Florisbela, levada pela emoção: "Neste ano que está começando, vai ser tudo diferente!" A Miloca, que estava ao
lado, não perdeu a oportunidade: "Aí está um bom sinal que deve permanecer! Deixemos as coisas ruins, lamentações.
Agora é a ocasião para tomar bons propósitos, fazer promessas a Deus, a si mesmo e aos outros. Nada de considerar
as coisas velhas", afirmou.
Ainda em meio àquele papo, a Miloca lembrou que é comum, no fim do ano, se realizarem as chamadas trocas e
transferências do ano, práticas que ocorrem com os jogadores e times. Isso acontece não apenas no esporte, com
trocas e transferências por valores altos, como também em outros segmentos da sociedade.
"Sabia que o preço mais alto da história da humanidade foi Deus quem pagou?", perguntou a Miloca.
A Cininha, surpresa com a pergunta: "Como assim?"
A Miloca, então, explicou que Deus dá "homens por ti e povos pela tua vida". E tem mais: "Você é importante para
Ele. O preço especial foi pago por Deus para todos nós. Você não pode ficar insensível diante daquele que foi capaz
de dar tudo por você. O diálogo prosseguiu. A Cininha estava apreensiva e sentia-se frutrada por não haver conseguido atingir seus intentos e planos do ano anterior.
A Miloca percebeu o estado emocional da Cininha, sugeriu que ela retirasse de seu coração toda ansiedade,
esperando em Deus com muita confiança.
"Como fazer, então?", perguntou a Cininha.
"Bem...aqui estamos, iniciando um novo ano. Mesmo sendo uma etapa difícil, poderá ser marcada com vitórias. Procure traçar seus planos e submetê-los a Deus".
"Mas eu sempre traço meus planos diante de Deus", disse ela.
A Miloca passou a explicar com mais detalhes. "A confiança e espera em Deus não apenas trazem o resultado, mas anima, fortalecem e dão esperanças ao coração, com muitas bênçãos e alegrias, afastando as dificuldades".
"Legaaaaaal!", gritaram a uma só voz a Florisbela, a Jô e a Cininha, concordando com a explicação, tendo por base o texto bíblico "Espera no Senhor, anima-te e Ele fortalecerá o teu
coração..." Sl 27.14.
Aldair Soares Gomes (Alsogo)
Vamos ligar com um traço
os elementos
Os justos ficarão mais verdes como as folhagens. Pv 11.28
Vamos ajudar a Florisbela a
desembaralhar as palavras!
promessa; confiança; plano;
ideal; meta; sonho; ano novo

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