valéria de andrade campos

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valéria de andrade campos
VOLUME 03 - NÚMERO 02 - 2008 - MAGAZINE
É com grande satisfação que, no vigésimo segundo ano de realização do Encontro
Nacional de Atividade Física/ENAF, em sua quadragésima quinta edição, publicamos a
Revista ENAF SCIENCE Nº 06. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de
agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram
para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da
atividade física e da saúde.
No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de
acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição,
enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso
Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que
unem formação e produção.
É a partir desse contexto que a Revista ENAF SCIENCE é novamente lançada.
Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão
presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de
artigo completo ou como resumo na forma de pôster.
Esperamos que este seja o primeiro passo que pretendemos empreender na
busca por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho
mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física.
Prof. Dennis William Abdala
Prof. Rodney Alfredo Pinto Lisboa
Prof. Arthur Paiva Neto
Prof. Sebastião José Paulino
Revista ENAF Science
Volume 3, número 2, outubro de 2008
Órgão de divulgação científica do 45° ENAF
ISSN: 1809-2926
CONSELHO EDITORIAL:
Antônio Carlos Gomes, PhD
Diretor Técnico do Clube Atlético Paranaense
Luis Henrique Salles de Oliveira, Dr.
UNIVÁS/MG – UNIVERSITAS/MG
Alessandro de Oliveira, Ms
Univ. Federal de São João Del Rei/MG
Marcelo Gomes da Costa, Ms
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
André Luis Leta da Costa, Dr.
UGF - Univ. Gama Filho/RJ
Márcia Albergaria, Drª.
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
Arthur Paiva Neto, Ms
UNIFEG/MG – UNIFENAS/MG (Poços de Caldas)
Patrícia Angélica Pezan
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Dennis William Abdala, Ms
UNIFEG/MG – UNIFENAS/MG (Poços de Caldas)
Rodney Alfredo Pinto Lisboa, Ms
UNIFEG/MG – UNIVÁS/MG
Fábio Saba, Ms
Consultor de Negócios em Esporte, Clubes,
Academias no Brasil e no exterior
Rolando Bacis Ceddia, PhD
Univ. de Toronto/Canadá
Geni Fraia
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Fernanda Pereira Ribeiro
UNIFENAS/MG (Poços de Caldas)
Leonardo Cabral, Ms
UNESA - Univ. Estácio de Sá/RJ
Thatia Regina Bonfim, Drª.
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Terêsa Cristina Alvisi, Ms
PUC-MINAS (Poços de Caldas)
Turíbio Leite de Barros Neto, Dr.
Diretor do CEMAFE-UNIFESP/SP
Vagner Raso, Ms
USP - Univ. de São Paulo/SP
POLÍTICA EDITORIAL:
Como revista de pesquisa, o ENAF Science é destinado à publicação de relatórios de pesquisas originais,
realizadas na área biomédica ou de ciência da saúde. Incluirá pesquisa em ciências básicas, casos clínicos,
efetivamente do diagnóstico e de técnicas terapêuticas e estudos relacionados aos aspectos
comportamentais, epidemiológicos ou educacionais da medicina e do movimento humano. Todos os originais
sofrerão análise, que será realizado em sistema de duplo-cego (peer review) antes de aceitos para
publicação.
Enviar cartas para:
ENAF – Caixa Postal 111
CEP 37002-970 – Varginha/MG
www.enaf.com.br
Os artigos publicados são de inteira responsabilidade
dos respectivos autores, não sendo atribuível ao ENAF
nenhuma forma de competência legal sobre os
mesmos.
ARTIGO
AUTOR
COMPARAÇÃO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO CONHECIMENTO E APLICAÇÃO
DOS JOGOS COOPERATIVOS ENTRE ESCOLAS ESTADUAIS E PARTICULARES DE
POUSO ALEGRE-MG
PÁGINA
VALÉRIA DE ANDRADE CAMPOS
06
INVESTIGAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT EM UNIVERSITÁRIOS DO CURSO DE
ENFERMAGEM DA UNIVÁS NO ANO DE 2005
RENATO GIORGETI VEIGA
12
DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO PORTADOR DE SÍNDROME DE DOWN COM A
INCLUSÃO
ARTHUR PAIVA NETO
17
PSICOMOTRICIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM
ARTHUR PAIVA NETO
21
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NA SOCIALIZAÇÃO DE CRIANÇAS DE 3ª E
BEATRIZ PEREIRA BARBOSA
4ª SÉRIE DA E. M. PROFESSORA MARIA BARBOSA
24
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM ESCOLARES DE 9 A 11 ANOS DO
MUNICÍPIO
DE POUSO ALEGRE – MG
DANIELA MENDES DOS REIS RICCARDI
29
TOPOGRAFIA E INTENSIDADE DA DOR EM ATLETAS DE HANDEBOL DA CIDADE DE
POUSO ALEGRE/MG
FERNANDES M DE ANDRADE JÚNIOR
33
PERCEPÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL ENTRE TRABALHADORES DE
ALFREDO MARCOS DE OLIVEIRA TOLEDO
UMA EMPRESA ELÉTRICA DA CIDADE DE POUSO ALEGRE/MG
37
A MOTIVAÇÃO DOS ATLETAS DE UMA ESCOLA INICIAÇÃO AO FUTEBOL DA CIDADE DE
THIAGO PALMEIRA DE SENNA LIMA
BORDA DA MATA/MG
41
INCIDÊNCIA DE ESTRESSE E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM PROFESSORES
UNIVERSITÁRIOS
ANA CAROLINA ANTUNES
43
ANÁLISE DO CONSUMO DE ANABOLIZANTES EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO
ROGEVELT DE MELO PEREIRA JÚNIOR
48
PEDAGOGIA DO MOVIMENTO: COMO POTENCIALIZAR O PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO SUPERIOR COM O ADVENTO DA CIBERCULTURA
LEANDRO JORGE DUCLOS
52
ESTUDO SOBRE OS BENEFÍCIOS DE ATIVIDADE FÍSICA ASSOCIADA A ORIENTAÇÃO
NUTRICIONAL EM GRUPO DE ADULTOS MAIORES DE 40 ANOS DE IDADE NO
MUNICÍPIO DE TAMBOARA-PR
DIVALDO DE STEFANI
56
RELAÇÃO ENTRE AUTO-ESTIMA E INDICE DE MASSA CORPORAL EM MULHERES
ATIVAS NO MERCADO DE TRABALHO
MARIA INÊS BUSTAMANTE DE CARVALHO
59
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) DE
ADOLESCENTES NO MUNICÌPIO DE SÃO GONÇALO DO SAPUCAÌ-MG
KARINA BRAGA MENDES
63
OBESIDADE E SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL ENTRE MULHERES
FREQUENTADORAS DE ACADEMIAS
LAILA DOS SANTOS PEREIRA
66
CRENÇAS NORMATIVAS SOBRE A AGRESSÃO DE ADOLESCENTES PRATICANTES DE
ARTES MARCIAIS NA CIDADE DE POUSO ALEGRE/MG
MARCOS JOSÉ DE CASTRO
69
A AUTO-ESTIMA DE MULHERES QUE PRATICAM BODY COMBAT E BODY PUMP
LUCIANA MARIA DA SILVA
73
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS NA CONCENTRAÇÃO DA CRIANÇA HIPERATIVA
MARIA IGNEZ ARANTES DE OLIVEIRA
77
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL
E RELAÇÕES COM O DESEMPENHO ESCOLAR
SANDRA MARIA DA SILVA SALES
OLIVEIRA
81
ANÁLISE DA INSERÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO MERCADO DE
TRABALHO
DANIELLE DE ALCÂNTARA OLIVEIRA
86
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM PESSOAS
PORTADORAS DE HIPERTENSÃO
EUNICE MAIRA DE REZENDE
89
COMPORTAMENTO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA (FC) PARA VERIFICAÇÃO DA
INTENSIDADE DE CARGA EM SITUAÇÃO DE JOGO NUMA PARTIDA DE VOLEIBOL
PABLO DOS SANTOS ALVES
93
INCLUSÃO ESCOLAR E FORMAÇÃO CONTINUADA: UM ESTUDO COM PROFESSORES
DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA CIDADE DE ARARAQUARA
NEUSA APARECIDA MENDES BONATO
97
NÍVEL DE ACEITAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL EM EMPRESA AUTOMOBILÍSTICA
VERA SÍLVIA DE OLIVEIRA
101
INDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) DE JOVENS DE DIFERENTES BAIRROS DE
PERIFERIA DO MUNICÍPIO DE SOBRAL, CE
JOÃO NELSON MELO VASCONCELOS
105
PRÁTICA DE ESPORTES POR JOVENS DE DIFERENTES BAIRROS DE PERIFERIA DO
MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE
DIAS, ALEXANDRE DOS SANTOS PESSOA
108
AVALIAÇÃO POSTURAL NO PACIENTE AMPUTADO TRANSFEMORAL: RELATO DE CASO ANA CLAUDIA SOUSA FARIA
110
IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL NO TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO APÓS ALTA HOSPITALAR – RELATO DE UM CASO
GISLAINE PARREIRA BRIANEZI
113
ÍNDICE DE OBESIDADE INFANTIL E ALTERAÇÕES POSTURAIS ENCONTRADAS EM
CRIANÇAS DE
8 A 14 ANOS
JÚLIO CEZAR DELFINO DA ROSA
116
USO DA BALNEOCINESIOTERAPIA EM ÁGUAS MINEROMEDICINAIS E A UTILIZAÇÃO DA
KAROLINE FRANCIS P M DE MELO
BALNEOCINESIOTERAPIA ASSOCIADO À BOLA SUÍÇA NO TRATAMENTO DA
FRANCO
LOMBALGIA CRÔNICA: ESTUDO COMPARATIVO
121
ERITROPOETINA NO TRATAMENTO DA ANEMIA NA INSUFICIÊNCIA RENAL
CRÔNICA
126
TIAGO DE PAULA BATISTA
PÔSTER
AUTOR
PÁGINA
AÇÃO DA MUSCULAÇÃO NA MELHORA DA AGILIDADE PARA IDOSOS
VANESSA JUNS
130
COORDENAÇÃO MOTORA FINA E VISOMOTORA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM
MARIA AP. NAVAS
130
EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE RECUPERAÇÃO SOBRE A POTÊNCIA
ANAERÓBIA
JOSIANE MARTINS GONÇALVES DOS
SANTOS
131
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE A CAPACIDADE
CARDIORRESPIRATÓRIA E POTÊNCIA DE CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL
SAMUEL NAOKI TSUNO BRAGA SANCHES
132
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE A CAPACIDADE
CARDIORRESPIRATÓRIA E POTÊNCIA DE CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL
SAMUEL NAOKI TSUNO BRAGA SANCHES
132
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL FRENTE A UMA ÚNICA
SESSÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO
BRUNO BONIN
133
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE HABILIDADES
ESPECÍFICAS COM CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL
JOÃO RAFAEL SIMON
133
BENEFÍCIOS DO PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR, HIDROGINÁSTICA E
PSICOTERAPIA NOS ALUNOS DA APAE DE SANTA FÉ DO SUL-SP
FABRÍCIO DE MATOS CUNHA
134
PERFIL CINEANTROPOMÉTRICO DE PRATICANTES DE FUTEBOL RECREATIVO DO
CHAVES, ROGÉRIO SOUTO
MAX MIN CLUBE COM IDADE ENTRE 40 E 60 ANOS
134
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE HABILIDADES
ESPECÍFICAS COM CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL
JOÃO RAFAEL SIMON
135
“RECUPERANDO SONHOS” - ATIVIDADE FÍSICA E LÚDICA AUXILIANDO A
RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES QUIMICOS
RAFAEL ROBINSON CARDOSO VEIGA
GABRIELA SENISE GUSSI
135
AS CARARACTERÍSTICAS DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL DA
POPULAÇÃO DA CIDADE DE JURAMENTO – MG
SAMUEL TADEU DA COSTA RAMALHO
136
LUDICIDADE NO APRENDIZADO DO KARATE: UMA PROPOSTA DE TRABALHO COM
ANGEL JOMAR DA SILVA
FITAS
136
RELAÇÃO ENTRE A POSTURA SENTADA E DOR EM ESTUDANTES DE
FISIOTERAPIA
CARDOSO, CRISTIANE ISABEL
137
ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM ATUANDO JUNTO AO PLANEJAMENTO
FAMILIAR:UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
CHRISTIANNE ALVES PEREIRA CALHEIROS
137
REABILITAÇÃO APÓS PERÍODO DE IMOBILIZAÇÃO DE FRATURA DE CABEÇA DE
RÁDIO
ANA CLAUDIA DE SOUZA FARIA
138
UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE BANDAGEM FUNCIONAL DE PROTEÇÃO NA LUXAÇÃO
ANA CLAUDIA DE SOUZA FARIA
ACROMIOCLAVICULAR
138
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE, EQUILÍBRIO, MARCHA E FORÇA DOS PORTADORES
DA DOENÇA DE PARKINSON APÓS A APLICAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE
EXERCÍCIOS CINESIOTERAPÊUTICOS
ALESSANDRA SILVA CARVALHO
139
CORINA APARECIDA FERNANDES
139
PERFIL DOS CUIDADORES INFORMAIS DE PACIENTES FRAGILIZADOS DO
PROJETO SOL - UNIMED
POÇOS DE CALDAS
C.C. MIRANDA
140
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
DANIELLE CAVINI CORRÊA MACHADO
140
MÉTODO BABY BOBATH APLICADO NO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM
CRIANÇAS NASCIDAS PRÉ-TERMO “ESTUDO DE CASO”
MARINA CONCEIÇÃO PERES CARVALHO
141
ANÁLISE COMPARATIVA DE CUIDADORES DE PACIENTES IDOSOS DO SETOR
PRIVADO (UNIMED) E SETOR PÚBLICO (PSF MARIA IMACULADA) DA CIDADE DE
POÇOS DE CALDAS -MG
EDNA KARINE OLIVEIRA VELOSO
141
A REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM PACIENTES PÓS-AVE PARA TREINAMENTO DE
EQUILÍBRIO E CONTROLE POSTURAL: UMA ABORDAGEM NEUROFUNCIONAL
FORÇA MUSCULAR E QUALIDADE DE VIDA APÓS UM PROGRAMA DE 18 SEMANAS
LUCAS E. P. P. TEIXEIRA
DE EXERCÍCIOS EM MULHERES COM OSTEOPOROSE PÓS-MENOPAUSA
142
TREINAMENTO SENSÓRIO-MOTOR EM ATLETAS DE HANDEBOL
MARÍLIA DA COSTA TEIXEIRA
142
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TERMAIS DE POÇOS DE CALDAS COMO
PRESTAÇÃO SÓCIO-SANITÁRIA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
CAMILA VIEIRA LOPES
143
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PREVENÇÃO DAS DTS/AIDS DOS
ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO EM ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE
GUAXUPÉ, MG
JOSIANE ALVES DA SILVA
143
AUTO-EXAME DAS MAMAS: PRÁTICA ENTRE AS FUNCIONÁRIAS VINCULADAS À
EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇOS À UNIFAL- MG
ELIANA PERES ROCHA CARVALHO LEITE
144
AVALIAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO ACIMA DE 60 ANOS DE
DIVALDO DE STEFANI
IDADE EM RELAÇÃO A FATORES RELACIONADOS A SAUDE E LONGEVIDADE
144
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA: INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA NO CENTRO DE
TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL GERAL
CEZAR BRUNO PEDROSO
145
ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO HUMANO: PERCEPÇÃO DO
PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM DE NÍVEL MÉDIO
CEZAR BRUNO PEDROSO
145
ENAF Science, v.3, n.2
ARTIGOS
COMPARAÇÃO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO CONHECIMENTO E APLICAÇÃO DOS JOGOS
COOPERATIVOS ENTRE ESCOLAS ESTADUAIS E PARTICULARES DE POUSO ALEGRE-MG
1
Valéria de Andrade Campos
²
Arthur Paiva Neto
³
Alessandro de Oliveira
1
²
³
UNIVÁS – Pouso Alegre/MG UNIFEG – Guaxupé/MG UFSJ – São João Del‟Rey/MG
RESUMO
A Educação Física é vista com otimismo, pois é a única área do conhecimento que consegue trabalhar de forma
articulada, questões do pensamento, movimento e sentimento. Levando em consideração o mundo competitivo a que
pertencemos este estudo se propôs a comparar em aulas de Educação Física o conhecimento e a aplicação dos
jogos cooperativos nas escolas estaduais e particulares de Pouso Alegre. A amostra utilizada constitui-se de 116
alunos de ambos os sexos, freqüentes de quintas séries distribuídos entre as redes de ensinos estaduais e
particulares. As coletas foram realizadas em seis etapas, sendo estas: aprovação do projeto perante o Comitê de
Ética; apresentação da pesquisa e autorização da instituição; entrega dos termos de consentimento; aplicação do
primeiro questionário; aplicação das atividades prática e aplicação do segundo questionário. Os materiais utilizados
para a aplicação dos jogos cooperativos foram, arcos plásticos, bolas macias, bolas de ping-pong e cartelas de ovos.
Tais atividades foram aplicadas nos locais e horários próprios das aulas de Educação Física das devidas escolas. Os
resultados mostraram na opinião dos alunos as condições em que os jogos cooperativos se apresentam em suas
aulas de Educação Física, sendo comum nas escolas particulares e pouco conhecidos nas estaduais. De acordo
com as bibliografias pertinentes, os jogos cooperativos são eficientes e necessários na formação do aluno.
Palavras chave: Escolas; Jogos cooperativos; Quintas séries.
INTRODUÇÃO
A Educação Física, enquanto área do conhecimento, tem como objeto de estudo o corpo em movimento,
como saber construído no interior das relações entre as classes.
A literatura tem atribuído ao esporte a capacidade de educar no sentido da honestidade, respeito às regras
e cooperação. Há, no entanto, posicionamentos que concordam quanto à função socializante do esporte e discordam
na valorização deste resultado. Há um reconhecimento de que respeitar as regras do jogo educa para um sentimento
de responsabilidade, companheirismo e sinceridade para trabalhar com o próximo, (MATTOS e NEIRA, 2000).
Sendo o corpo o modelo ação sobre o mundo e as coisas circundantes, a atuação crítica do aluno na
sociedade, como sujeito da história deverá ser o resultado da ação pedagógica da Educação Física na escola,
(TOLKIMITT, 1993).
Segundo Maturana, (2002), a tarefa de formação humana é o fundamento de todo o processo educativo,
já que só se esta se completar é que a criança poderá viver como um ser socialmente responsável e livre, capaz de
refletir sobre sua atividade, capaz de ver e corrigir erros, capaz de cooperar e de possuir um comportamento ético,
porque não desaparece em suas relações com os outros, e capaz de não ser arrastado pelas drogas e o mundo do
crime, porque não dependerá da opinião dos outros não buscando a sua identidade nas coisas fora de si.
Muitos educadores justificam a inclusão da Educação Física nos currículos escolares através da
contribuição da atividade esportiva na socialização dos alunos através do jogo, aprendem que entre ele e o mundo
existem os outros, aprendem a conviver com vitórias e derrotas, aprendem a vencer através do esforço pessoal,
desenvolvem a independência e a confiança em si mesmos, o sentido de responsabilidade, (MATTOS e NEIRA,
2000).
Os jogos cooperativos surgiram da preocupação com a excessiva valorização dada ao individualismo e à
competição exacerbada, na sociedade moderna, mais especificamente, na cultura ocidental. Considerada como um
valor natural e normal da sociedade humana, a competição tem sido adotada como uma regra em praticamente
todos os setores da vida social. Temos competido em lugares, com pessoas e em momentos que não precisaríamos,
e muito menos, deveríamos. Temos agido assim como se essa fosse a única opção.
Os Jogos Cooperativos se ancoram em princípios de inclusão, cooperação e não seletividade.Por suas
características estruturais dão oportunidade a todos para desenvolverem potencialidades, facilitam situações de
sucesso e promovem relações de respeito, amizade e solidariedade, (PCN, 1997).
Os jogos cooperativos aparecem como um recurso didático que favorece por meio da brincadeira a
construção do ensino e da aprendizagem. A forma da aprendizagem nesta idade é estimulada por jogos e
brincadeiras, que são materiais auxiliares para a organização do pensamento. Também é importante observar os
valores que esses jogos e brincadeiras estão transmitindo para as crianças já que nessa fase ela encontra-se em
formação de sua personalidade futura. Sendo assim os jogos cooperativos revelam uma dupla vantagem, trazem
tanto o lúdico como valores positivos e a socialização de forma construtiva, (KÜPPE, 2003).
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ENAF Science, v.3, n.2
Segundo Barata (2000), a valorização dos jogos cooperativos nas aulas de Educação Física não significa
a exclusão de outras manifestações da cultura corporal apropriadas às aulas, mais que não se jogue por jogar, que
não dance por dançar, não se lute por lutar. Que as vivências sejam significativas e críticas e que a Educação Física
seja coerente e verdadeira. Mais importantes que os instrumentos são os propósitos, mais importantes que os jogos
são as pessoas.
Para Brotto, (2003), a agressão excessiva, a competição e o comportamento destrutivo, são aspectos
predominantes apenas dentro da espécie humana; eles têm que ser tratados em termos de valores culturais, em vez
de procurar explicá-los pseudocientificamente como fenômenos intrinsecamente naturais.
Segundo Brotto, (2001) o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e
determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias,
dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de
ser diferente da vida cotidiana.
O mesmo autor, diz que através do jogo são estabelecidas possibilidades muito variadas para incentivar o
desenvolvimento humano em suas diferentes dimensões, tais como: desenvolvimento da linguagem, cognitivo,
afetivo, físico-motor e moral. O jogo funciona como um mecanismo de mobilidade social, oferece a oportunidade de
aprendizagem de diversos papéis sociais. Jogar e viver são oportunidades criativas para encontrar com a gente
mesmo, com os outros e com o todo. Dependendo do jogo podemos aumentar, ou diminuir a distância entre cada
jogador, entre eu e ele.
É importante a adaptação de jogos e brincadeiras partindo de situações conhecidas da cultura como
músicas, danças, lendas, contos, adivinhas e outras e também a criação de regras e normas em que se privilegiem
atitudes de cooperação, autonomia e o trabalho em equipe mais que o desempenho individual e o caráter competitivo
(GALHARDO, OLIVEIRA E ARAVENA, 1998)
O professor tem que ser capaz de passar por cima das barreiras competitivas da vida cotidiana e trazer aos
alunos um espaço que valorize a atividade de maneira cooperativa tem que deixar de lado a afirmação feita por
Freire (1999) que diz que a aprendizagem em Educação Física deve ser significativa, isto é relacionada à realidade
concreta vivida pela criança.
A dinâmica da cooperação predispõe as pessoas a gostarem e confiarem umas nas outras. Elas se
sentem aceitas o suficiente para explorar problemas mais livremente, arriscar-se, jogar com possibilidades e se
beneficiar dos erros sem ter que escondê-los para se esquivar do ridículo. Sua estrutura leva a uma assistência e
suporte mútuos. É uma forma de se interagir positivamente, uma vez que meu colega não é o meu adversário, mas
sim meu parceiro, (BARATA, 2000).
Segundo Barata (2003), os jogos cooperativos facilitam o desenvolvimento da autonomia, da cooperação
e da participação social mais para isso deve haver um canal sempre aberto para construções coletivas, mudanças de
regras, exposição de sentimentos, consensos e conflitos, horizontalizando relações e deixando para trás posturas
hierárquicas.
Os Jogos Cooperativos se ancoram em princípios de inclusão, cooperação e não seletividade. Por suas
características estruturais dão oportunidade a todos para desenvolverem potencialidades, facilitam situações de
sucesso e promovem relações de respeito, amizade e solidariedade, (PCN, 1997).
O jogo é um importante instrumento de transformação de comportamento, pois quando jogamos, estamos
inseridos na situação por inteiro e desarmados das armaduras sociais, compondo uma minisociedade, podendo nos
formar em direções variadas, (MATTOS, 2005).
Segundo Mattos, (2005), a criança aprende o funcionamento do mundo através de suas brincadeiras e
jogos, que preparam-nas para exercerem os seus papéis sociais quando adultos. Quando vivemos a ética dos jogos
cooperativos, recuperamos nossa criatividade e ousadia, o senso de participação com liberdade e responsabilidade,
nos tornando conscientes de ser parte-e-todo, colaboramos para a transformação de atitudes e de adversários em
solidários; compartilhando o desejo de continuar jogando e convivendo.
O objetivo deste trabalho foi comparar as escolas estaduais e particulares em aulas de educação Física
quanto ao conhecimento e aplicação dos jogos cooperativos, além de avaliar o interesse dos alunos pelos jogos
cooperativos e diagnosticar se os jogos cooperativos fazem parte do cotidiano dos alunos
MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) sob o
protocolo 405/05. Ao apresentarem-se como voluntários, os alunos participaram de um encontro com o pesquisador
onde foram informados quanto aos objetivos e aos procedimentos metodológicos do estudo. Foram também
informados quanto aos possíveis riscos e desconfortos assim como compensações por danos decorrentes.
O consentimento para participação no estudo (anexo I) por escrito foi assinado por cada responsável de
cada voluntário, após os esclarecimentos necessários, estando todos cientes de que a qualquer momento poderiam,
sem constrangimento, deixar de participar do mesmo.
Para esta pesquisa foram selecionadas quatro escolas da cidade de Pouso Alegre, o critério utilizado para
tal foi escolher duas de cada tipo de ensino, ou seja, duas estaduais e duas particulares.
Os alunos pesquisados foram de quintas séries do ensino fundamental, ambos os sexos faixa etária entre
12 e 13 anos e o número de alunos variaram conforme representado na tabela 01.
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ENAF Science, v.3, n.2
Estes não apresentavam nenhum problema de saúde ou físico, tiveram participação voluntária desde que
tivessem presença assídua nas aulas de Educação Física podendo assim realizar as etapas da pesquisa em seus
horários de aulas.
Tabela 01: Relação do número de alunos pesquisados nas escolas estaduais e particulares.
Escolas
Colégio São José
Escola Estadual Dr. José Marques De Oliveira
Escola Estadual Monsenhor José Paulino
Instituto De Ensino De Pouso Alegre (Objetivo)
TOTAL
Número de alunos
25
21
38
32
116
Após a apresentação e explicação da pesquisa em cada escola, foram marcadas as datas para aplicação
dos questionários e dos jogos cooperativos. As atividades práticas foram agendadas em horários semelhantes e dias
próximos em todas as escolas para que não houvesse qualquer tipo de influência positiva ou negativa.
O questionário (anexo II) foi aplicado assim que todos entregaram o termo de consentimento assinado
pelos pais. Este questionário levou em consideração o conhecimento da prática de jogos cooperativos, bem como, a
sua relação e comparação com jogos competitivos.
Após a realização do questionário foram aplicadas quatro atividades de jogos cooperativos extraídas da
obra de Deacove (2002) para a melhor vivência dos alunos com jogos cooperativos. Os voluntários foram observados
enquanto executavam as atividades.Tais exercícios foram: (a) Passando entre os arcos, em círculo de mãos dadas,
foram colocados arcos em volta do braço de alguns alunos distantes, estes teriam que passar para o braço do colega
do lado e este teria que passar pelo seu corpo entregando no braço do colega ao lado. Não sendo permitido soltar as
mãos em nenhum momento. O objetivo era passar o arco para o colega da melhor maneira e no menor tempo
possível, não deixando que os arcos se alcançassem; (b) O segundo jogo, o espaguete humano, em círculo cada
aluno estendendo os braços dando as mãos para colegas distantes não podendo dar as duas mãos para a mesma
pessoa. Os jogadores formando um espaguete humano com os braços todos entrelaçados. O grupo tinha que se
desenrolar sem soltar as mãos, até formar um círculo novamente. O objetivo era que os alunos cooperassem uns
com os outros para desatarem-se no menor tempo possível; (c) O terceiro jogo, o acerta-pé, os alunos colocados em
dois círculos, um no centro de costas e girando. O outro maior não estando de mãos dadas, ao redor do primeiro de
frente para o mesmo. O círculo de fora com posse de uma bola para chutarem tentando acertar os pés dos alunos
internos, estes deveriam desviar pulando, correndo, abrindo as pernas, mas não podendo soltar as mãos. Os alunos
que eram tocados pela bola passavam para o círculo de fora. O objetivo era acertar os pés dos colegas e então
formar um grande e único círculo; (d) O quarto jogo: saltos, os alunos colocados em filas de posse de bolas de pingpong, a mais ou menos dois metros deles eram colocadas apoiadas em uma parede cartela de ovos, os alunos
tinham que fazer a bola quicar uma vez no chão e a segunda parando na cartela. O objetivo comum era fazer com
que o maior número de bolas parassem nas cartelas.
No dia seguinte a aplicação das atividades os alunos responderam novamente o questionário, este foi
comparado ao primeiro, e através dos resultados foi desenvolvido o trabalho.
Os questionários foram respondidos em sala de aulas e toda as aplicações foram acompanhadas pela
aluna pesquisadora, não sendo passadas aos alunos qualquer informação que influenciasse as respostas ou
interferisse no resultado da pesquisa.
Os resultados serão utilizados para comparação entre os tipos de ensino envolvidos e também para uma
comparação geral.
A analise foi descritiva levando em consideração o percentual das respostas obtidas nos dois
questionários.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A questão 1 tem como objetivo avaliar se os alunos acham importante ter aulas de Educação Física sendo
que na totalidade temos que dos 59 alunos das escolas da rede estadual, no primeiro questionário 100%
responderam sim a esta questão enquanto que no segundo questionário 96,61%.
Nas escolas de rede particular dos 57 alunos no primeiro questionário 98,25% responderam sim e no
segundo manteve-se estável.
Em ambos sistemas de ensino, os alunos demonstraram achar as aulas de Educação Física tão
importante quanto outras disciplinas
Percebe-se que os alunos das escolas estaduais gostam mais das aulas de Educação Física, isso talvez
esteja relacionado à oportunidade que os alunos de escolas particulares têm de ficarem em casa jogando no
computador ou videogames, isso afeta diretamente os horários de aulas.
Esta variação que ocorreu nas escolas estaduais pode estar relacionada ao fato dos alunos apresentarem
menor conhecimento dos jogos cooperativos ou não terem gostado das atividades práticas.
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Segundo Galhardo; Oliveira e Aravena, (1998) a Educação Física escolar tem valor inestimável
oferecendo à criança a oportunidade de vivenciar diferentes formas de organização, a criação de normas para a
realização de tarefas ou atividades e a descoberta de formas cooperativas e participativas de ação, possibilitando a
transformação da criança e de seu meio.
A questão 2 tem como objetivo avaliar quanto os alunos gostam de suas aulas de Educação Física, sendo
que dos 59 alunos pesquisados nas escolas estaduais, no primeiro questionário 81,36% responderam sim a esta
questão, no segundo questionário subiu para 98,31%.
Nas escolas da rede particular dos 57 alunos no primeiro questionário 94,74% responderam sim enquanto
que no segundo 96,49%.
O resultado positivo desta questão agradou, pois houve aumento nos dois métodos de ensino após as
atividades práticas.
O grande número de alunos que gostam das aulas de Educação Física é uma vantagem na hora de
trabalhar com os que não gostam, pois uns acabam motivando os outros.
Para Campos (1983), a falta de motivação conduzirá ao aumento de tensão emocional, problemas
disciplinares, aborrecimentos, fadiga e aprendizagem pouco eficiente da classe.
Segundo Machado, (1997), é função do professor de Educação Física quando deseja motivar seus alunos
para a prática permanente dos esportes, observar os seus objetivos, fazer o possível para criar valores de estímulos
positivos e atraentes ao maior número de praticantes ou até para todos os alunos.
Se refletirmos sobre as diferenças individuais que existem de aluno para aluno pode-se concluir que o
esporte, embora seu amplo aspecto em disciplinas isoladas, não pode ter o mesmo valor para todos, Frankfurter
(1982 apud KUNZ, 2001).
A questão 3 tem como objetivo avaliar os alunos sentem falta de algum tipo de atividade, podendo esta ser
os jogos cooperativos, sendo que dos 59 alunos da rede estadual no primeiro questionário 49,15%responderam que
acham falta, no segundo 50,85% alunos, e nas escolas da rede particular, dos 57 alunos no primeiro questionário
70,18% responderam que acham falta e no segundo apenas 19,30%.
Nos dois métodos de ensino grande parte dos alunos respondeu que acha falta de algum tipo de atividade
em suas aulas, esta é uma questão que deve ser analisada pelos professores, pois esta contrariando a literatura
referente às aulas de Educação Física que enfoca que as aulas devem ser diferenciadas e as atividades devem ser
diversificadas.
Segundo Kunz (2001), a escolha das disciplinas não é rigidamente determinada, fica a critério dos
professores e da escola, de acordo com as condições locais e materiais da mesma, e ou da comunidade. Por outro
lado, ainda as diretrizes sugerem que desde que haja condições e materiais adequados, se desenvolva o máximo de
disciplinas esportivas e recreativas pois há um amplo leque de possibilidades em relação a conteúdos.
Segundo Callado (2002), ensinar a cooperar não é menos importante que ensinar a calcular ou a escrever
textos. Ensinar a cooperar pode, por exemplo nos levar a pensar coletivamente. Ao contrário do caso das atividades
competitivas não temos encontrado nenhum documento onde se encontre algum inconveniente ao fato de introduzir
atividades cooperativas em programas educativos. Faz-se necessário uma profunda reflexão da prática de aula
orientada a identificar que fatores provocam respostas inadequadas por parte dos participantes em relação à
estrutura da atividade. Podemos por exemplo, analisar se existem relações entre a resposta competitiva entre os
grupos, os espaços e materiais utilizados no desenvolvimento de uma determinada atividade, determinando o tipo de
problemas que podem surgir na prática e sugerindo algumas possíveis respostas para saná-los.
A questão 4 tem como objetivo avaliar se os alunos têm jogos cooperativos nas aulas de Educação
Física sendo que nesta questão houve um interveniente, alguns alunos das escolas estaduais, perguntaram se as
brincadeiras que eles tinham nas aulas poderiam ser consideradas como jogos cooperativos. Foi respondido que
não. Isto mostra que tais escolas não oferecem aulas específicas de jogos cooperativos.
Nas escolas estaduais dos 59 alunos no primeiro questionário 28,81% responderam sim a esta questão,
no segundo 25,42% e, nas escolas particulares dos 57 alunos no primeiro questionário 84,21% responderam sim, no
segundo 71,93%.
O ensino que apresentou maior conhecimento dos jogos cooperativos foi o particular, isso pode estar
relacionado com a diversidade de horários e opções de modalidades que este apresenta.
Os jogos cooperativos como uma ferramenta para o professor na sua prática educacional esta de acordo
com diversas teorias construtivistas modernas, são interdisciplinares por excelência e, principalmente, mostram uma
forma alternativa de encarar o mundo, que é a forma da cooperação, onde o coletivo se sobrepõe ao individualismo e
a possibilidade da vitória somente existe se o outro também vence, e não se ele é derrotado. E o melhor, tudo isso é
feito sem prejuízo do conteúdo programático, (BROTTO, 2001).
Num primeiro momento quando analisado os jogos cooperativos são vistos como apenas divertidos e
interessante e como não tem um único vencedor entendidos como brincadeiras sem grande profundidade, mas isto é
falso. Quando jogamos cooperativamente podemos internalizar valores essenciais ao ser humano e ao trabalho em
equipe, aprender a viver melhor em sociedade agregando qualidades ao processo de convivência e tantos outros.
A questão 5 tem como objetivo avaliar se os alunos gostam de jogos cooperativos, sendo que nas escolas
estaduais dos 59 alunos no primeiro questionário 91,53% responderam que gostam, no segundo 89,83% e, nas
escolas particulares dos 57 alunos no primeiro questionário 87,72% responderam que gostam e no segundo 78,95%.
Analisando as alterações ocorridas nos gráficos podemos observar que houve por parte dos alunos um
decréscimo do número de respostas positivas após as atividades práticas. Os alunos das escolas estaduais
demonstraram gostar mais dos jogos cooperativo que os das escolas particulares, talvez para eles seja novidade
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ENAF Science, v.3, n.2
este tipo de atividade. É uma oportunidade através da escola de realizá-los. Como os alunos de escolas estaduais
têm menos acesso a estes tipos de jogos o interesse é maior.
Segundo Brotto, (2001), cabe ao educador incrementar o espírito de cooperação atuando na parte afetiva
dos alunos, impulsionando-os para a construção de um mundo mais humano e fraterno, através de ações e ajudas
positivas e não a simples busca de vitória sobre os outros. É difícil educar através de competição em uma sociedade
materialista.
A questão 6 tem como objetivo avaliar se os alunos haviam entendido o que eram jogos cooperativos sendo
que nas escolas estaduais dos 59 alunos pesquisados no primeiro questionário 59,32% responderam que acham
ruim não ter um vencedor no segundo questionário 64,41% e, nas escolas particulares dos 57 alunos pesquisados no
primeiro questionário 54,39% responderam que acham ruim não ter um vencedor, no segundo questionário 49,12%.
Prigogine e Strengers (1997 apud BROTTO 2001), afirmam que quando jogamos cooperativamente,
podemos nos expressar autêntica e espontaneamente, como alguém que é importante e tem valor, essencialmente,
por ser quem é, e não pelos pontos que marca ou resultados que alcança.
A questão 7 tem como objetivo avaliar se os alunos têm preferência por jogos cooperativos, competitivos ou
ambos e nas escolas da rede estadual dos 59 alunos no primeiro questionário 18,64% preferem cooperativos,
20,34% competitivos e 61,02% ambos. No segundo questionário 16,95% preferem cooperativos, 33,90%
competitivos e 49,15% ambos e, nas escolas particulares dos 57 alunos no primeiro questionário 17,54% preferem
cooperativos, 47,37% competitivos e 35,09% ambos. No segundo questionário 26,32% preferem cooperativos,
31,58% competitivos e 42,11% ambos.
Nas escolas estaduais os alunos não têm preferência por um ou outro, a maioria optou por ambos. Já nas
escolas particulares os alunos preferem competitivos.
Segundo Paes (2001), existe uma resistência aos jogos cooperativos, isto é absolutamente normal e
notoriamente menor. A melhor compreensão dos jogos cooperativos ocorre através de um processo, que
acreditamos ser permanente.Assim sendo, mudanças de rumo ocorrem de forma lenta, entretanto segura e acima de
tudo por convicção.
Freedmam (1973 apud BROTTO 2001), diz que as pessoas são propensas a interpretar virtualmente toda e
qualquer situação social como competitiva.
Segundo Mattos e Neira (2000), a nova geração é educada em e para uma sociedade competitiva na qual
o princípio do rendimento se impôs.
A questão 8 tem como objetivo avaliar o empenho dos alunos durante a execução dos jogos cooperativos
sendo que nas escolas estaduais dos 59 alunos no primeiro questionário 86,44% responderam sim a esta questão,
no segundo questionário 91,53% e nas escolas particulares dos 57 alunos no primeiro questionário 89,47%
responderam sim a esta questão, no segundo questionário 91,23%.
O nível de respostas positivas para estas questões foi bem próximo nos dois tipos de ensinos, isso
demonstra que o empenho dos alunos é o mesmo para qualquer tipo de atividade.
A questão 9 tem como objetivo avaliar os alunos quanto à busca por um mundo melhor sendo que nas
escolas estaduais dos 59 alunos no primeiro questionário 88,14% responderam sim a esta questão, no segundo
questionário 84,75%, e nas escolas particulares dos 57 alunos no primeiro questionário 87,72% responderam sim a
esta questão, no segundo questionário 85,96%.
A cooperação dentro de um grupo leva a maior coordenação dos esforços, maior diversidade na
quantidade de contribuições dos membros, maior atenção aos companheiros, maior produtividade por unidade de
tempo, melhor qualidade dos resultados e avaliação mais favorável do grupo e de seus resultados ao sentimento
mais intenso de apreciação pelos companheiros.
Pensamos que a tarefa de educação é formar seres humanos para o presente, seres nos quais qualquer
outro ser possa confiar e respeitar, seres capazes de pensar tudo e de fazer tudo o que é preciso como um ato
responsável a partir de sua consciência social.
Segundo Brown (2001), muito se tem escrito e comentado sobre os jogos cooperativos para transmitir e
viver valores como: a comunicação, a solidariedade, a tolerância e a empatia. Muitos sabem que o ambiente
resultante da implementação dos os jogos cooperativos é algo muito positivo e também muito especial. Em si, o jogo
cooperativo reflete os valores que queremos transmitir em uma educação para solução de conflitos.
Segundo Barreto (2002), os jogos cooperativos se constituem em instrumentos lúdicos capazes de
provocar uma ruptura em nossa subjetividade individualista e competitiva e, com isso, promover uma revisão de
valores e condutas na direção de um mundo mais cooperativo e solidário. Nosso desafio é transbordar a cooperação
onde seja possível, mesmo aonde não o seja. Se falamos em construir um mundo melhor, estamos falando em
mudar nossas práticas cotidianas. Até porque, jogar é fácil o difícil é viver.
A questão 10 tem como objetivo avaliar o espírito cooperativo dos alunos, sendo que nas escolas estaduais
dos 59 alunos no primeiro questionário 98,31% responderam sim a esta questão, no segundo questionário não houve
variação.
Nas escolas particulares dos 57 alunos no primeiro questionário 92,98% responderam sim a esta questão,
no segundo questionário 85,96%.
Os alunos acreditam que levando a cooperação também para fora da escola, poderão favorecer o dia-a –
dia, (BROTTO, 2001).
Na questão 11 onde o objetivo era avaliar se os alunos fariam uma aula somente com jogos cooperativos,
Nas escolas estaduais dos 59 alunos no primeiro questionário 72,88% disseram que fariam uma aula só com jogos
cooperativos, no segundo questionário 59,32%.
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Nas escolas particulares dos 57 alunos no primeiro questionário 61,40% alunos disseram que fariam uma
aula só com jogos cooperativos, no segundo questionário 68,42%.
Nos dois tipos de ensino, mesmo com uma grande parte dos alunos gostando de jogos cooperativos, esses
não fariam aulas somente com esse tipo de jogos.
Partindo dos objetivos inicialmente propostos que eram, comparar as escolas estaduais e particulares em
aulas de Educação Física quanto ao conhecimento e aplicação dos jogos cooperativos; avaliar o interesse dos
alunos e diagnosticar se os jogos cooperativos fazem parte do cotidiano dos alunos pesquisados, podem-se fazer
algumas considerações.
Como resultados, teve-se que a maioria dos alunos apresentou mudanças significativas após a aplicação
dos jogos cooperativos. Logo no início da aplicação dos jogos houve uma certa resistência em aceitá-los, porém,
com o decorrer de sua aplicação os alunos foram se sensibilizando e aceitando-os de forma natural.
Por fim, resume-se que o êxito ou fracasso da introdução de atividades físicas cooperativas nos
programas de educação formal dependerá por uma parte, do grau de coerência e serenidade desses programas e,
por outra, da capacidade das atividades cooperativas para alcançar os objetivos perseguidos, bem como para dar
resposta aos distintos problemas que atualmente surgem em aulas de Educação Física. Entender a estrutura das
atividades cooperativas aplicá-las na prática cotidiana e analisar desde uma concepção crítica, o porque de
determinadas situações é o que nos permitiu alcançar o objetivo.
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[email protected]
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INVESTIGAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT EM UNIVERSITÁRIOS DO CURSO DE ENFERMAGEM DA
UNIVÁS NO ANO DE 2005
3
RENATO GIORGETI VEIGA
1
ALESSANDRO DE OLIVEIRA
2
ARTHUR PAIVA NETO
3
SANDRA MARIA DA SILVA SALES DE OLIVEIRA
1
2
Universidade Federal de São João Del‟Rey (UFSJ) Centro Universitário da Fundação Educacional
3
Guaxupé(UNIFEG); Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS)
RESUMO
Existe hoje uma grande preocupação com a qualidade de vida. Busca-se sempre oferecer as pessoas as melhores
condições, propiciando-a como ser humano uma qualidade de vida digna que não prejudique sua saúde e muito
menos comprometa sua velhice. Dentre os vários males que envolvem o ser humano podemos destacar o stress
físico e psicológico. Tal doença somatizada leva a Síndrome de Burnout, sendo que esta pode ser mais evidenciada
em profissionais da área da saúde. Sendo assim o objetivo desta pesquisa foi comparar e analisar os estudantes do
curso de enfermagem da UNIVÁS e suas predisposições para a síndrome de Burnout. Para isso foram utilizados 170
alunos do referido o qual responderam a um questionário de 29 questões. Após a análise qualitativa e quantitativa
dos resultados podemos concluir que a síndrome de Burnout pode se instalar com mais facilidade em estudantes de
enfermagem do 3º e 4º anos podendo ser devido ao maior estresse ocasionado por tarefas como estágios em
hospital e a proximidade do início da carreira.
Palavras-chave: Síndrome de Burnout; Enfermagem, Atividades Físicas.
INTRODUÇÃO
A chamada Síndrome de Burnout pode ser definida como uma das conseqüências mais marcantes do
estresse, e se caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com
relação à quase tudo e todos (até como defesa)
Samulski (2002) afirma que há autores que defendem a Síndrome de Burnout como sendo diferente do
estresse, alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes e
organizações, enquanto o estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência na vida do
sujeito e não necessariamente na sua relação somente com o seu trabalho.
De acordo com Pereira (2002) os primeiros estudos sobre a síndrome de burnout surgiram no cenário
internacional no final da década de 60, passando a se consolidar na década seguinte, em nosso país, mesmo sendo
prevista como doença do trabalho, ainda é desconhecida entre boa parte de nossos profissionais.
Este autor coloca que este síndrome é um processo que se dá em resposta a cronificação do estresse
ocupacional, trazendo consigo conseqüências negativas tanto em nível individual, como profissional, familiar e social.
Na esfera institucional, os efeitos do burnout se fazem sentir tanto na diminuição da produção como na qualidade do
trabalho executado, no aumento do absenteísmo, na alta rotatividade, no incremento de acidentes ocupacionais,
denegrindo a imagem desta e trazendo prejuízos financeiros.
Conforme Samulski (2002), esta síndrome tem recebido mais atenção que a síndrome do super treinamento
em estudos como os de Dale & Weinberg, 1990; e seu conceito é complexo e multidisciplinar: “Burnout” é uma
resposta psicofisiológica exaustiva que se manifesta como um resultado de uma freqüência, muitas vezes
excessivas, e geralmente com esforços ineficazes na tentativa de conciliar um excesso de treinamento com as
exigências da competição.
Diferentemente de outras, se a pessoa que vivencia o burnout, o afastamento do ambiente de estresse é
geralmente inevitável. Esta síndrome é de natureza física e psicológica. Alguns incluem a perda do interesse,
nenhum desejo, esgotamento físico e mental, falta de preocupação, depressão e ansiedade aumentada (SMITH,
1986).
Em geral, o curso da Síndrome é indisioso. A evolução do quadro é paulatina e pouco a pouco os sintomas
vão surgindo, oscilando com a intensidade variável. Há uma tendência em negá-la. O próprio paciente se nega a
aceitar diferenças que os outros observam nele, portanto, a síndrome é notada primeira pelos companheiros. Existe
uma fase irreversível. Entre 5% e 10% dos pacientes com essa síndrome adquire gravidade tal que resulta
irreversível se não deixar a atividade atual. Esse grau mais grave predomina em profissionais médicos (GILL, 1986).
Pesquisas de caráter qualitativas desenvolvidas por Nunes e Teixeira (2000), explicitam algumas causas
apontadas pelos docentes entrevistados como desencadeadores do mal-estar docente como a falta de tempo para
realizar bem o trabalho (cada vez mais alunos, mais aulas, mais conteúdos fora da área de formação);
Burocratização do trabalho, planilhas, dados a preencher, controle avaliativo; Conflito de papéis: ora professor, ora
pesquisador, ora administrador; Exigências acadêmicas: novos curriculum, avaliações MEC, novas tecnologias;
Invasão do espaço privado: trabalho em casa, à noite, finais de semana Trabalho que exija concentração, escrever
artigos, preparar aula, somente fora do ambiente de trabalho;
Preocupação da escola com desempenho acadêmico e tecnologia, sem valorizar a qualidade de vida do professor,
os valores humanos prescritos da Instituição.
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Essas e outras fontes de estresse no contexto educativo constituem aspectos diante dos quais podemos ser
vulneráveis ao Burnout.
Conforme definição de Berger & McInman (1993), a qualidade de vida reflete a satisfação harmoniosa dos
objetivos e desejos de alguém; isso enfatiza a experiência subjetiva mais que as condições objetivas de vida. A
qualidade de vida ou “felicidade” é a abundância de aspectos positivos somada a uma ausência de aspectos
negativos. Ela reflete também o grau no qual as pessoas percebem que são capazes de satisfazer suas
necessidades psicofisiológicas.
Ainda baseado no autor acima, baseando-se em resultados de pesquisas aprsentadas (1993), pode-se
afirmar que o exercício físico reduz os níveis de ansiedade, depressão e raiva, os quais são considerados como
possíveis sintomas de Estresse, assim como reduz a influência de estrossores psicossociais sobre o indivíduo
(BLUMENTHAL et al., 1988; CREWS & LANDERS, 1987; SINYOR et al., 1983.)
, “[...] que o exercício físico é imprescindível para a saúde do ser humano em todas as idades. É papel dos
profissionais da área de saúde, e neles se inclui o professor de educação física por ser aquele que conhece o corpo
do exercício físico a ser praticado cotidianamente, levar ao conhecimento da população geral a importância da
prática de atividades físicas para a manutenção e obtenção da saúde na totalidade de seu significado, ou seja: físico,
psicológico e social. [...]. (SAMULSKI; 2002)
, “[...] pode-se afirmar que para se obter os benefícios esperados do exercício físico sobre o bem-estar
psicológico, é preciso que a atividade realizada com esse fim deva ser cautelosamente escolhida, tendo em
consideração as recomendações existentes e as características individuais da pessoa para a qual o exercício está
sendo recomendado. (BERGER & MCINMAN, 1993).
De acordo com Berguer & MacInman (1993), a qualidade de vida reflete a satisfação harmoniosa dos
objetivos e desejos de alguém; isso enfatiza a experiência subjetiva mais que as condições objetivas da vida. A
qualidade de vida ou “felicidade” é a abundância de aspectos positivos somada a uma ausência de aspectos
negativos. Ela reflete também o grau no qual as pessoas percebem que são capazes de satisfazer suas
necessidades psicofisiológicas.
Com base nos resultados de pesquisas apresentadas pelo autor acima mencionado, pode afirmar que o
exercício físico reduz os níveis de ansiedade, depressão e raiva, os quais são considerados como sintomas de
Estresse, assim como reduz a influência de estressores psicossociais sobre o indivíduo (BLUMENTHAL et al. 1988,
CREWS & LANDERS, 1987; SINYOR, et al.,1983).
O objetivo geral deste trabalho é avaliar o índice da Síndrome de Burnout em universitários que cursam o
curso de Enfermagem da UNIVÁS do ano de 2005, e verificar o nível de comprometimento desta síndrome no
desempenho acadêmico e os benefícios da atividade física para estes alunos na redução dos sintomas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi aprovado pelo comitê de Ética da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) sob o
protocolo 353/04. Ao apresentarem-se como voluntários, os alunos participaram de um encontro com o pesquisador
onde foram informados quanto aos objetivos e aos procedimentos metodológicos do estudo. Foram também
informados quanto aos possíveis riscos e desconfortos assim como compensações por danos decorrentes, sendo
que logo após desta palestras os mesmos assinaram o termo de consentimento pós-informado.
Para esta pesquisa foi selecionada a Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) e dentre todos os cursos o
escolhido foi o da Enfermagem. O critério para escolha foi o que, de acordo com literaturas, esta profissão seria uma
um candidato em potencial para o aparecimento do objeto de estudo devido ao tipo, as condições de trabalhos por
eles enfrentados.
Os alunos pesquisados foram todos os alunos matriculados e freqüentes do curso de enfermagem do ano
de 2005 e os números variam de períodos sendo 51 alunos no 1º ano, 47 alunos no 2º ano, 40 alunos no 3º ano e 32
alunos no 4º ano, totalizando 170 questionários.
A pesquisa foi realizada em seus horários de aulas e contaram somente com os alunos presentes.
O questionário continha 29 (vinte e nove) questões fechadas contendo no mínimo duas opções em algumas
e no máximo quatro para outras. Entre essas vinte e nove questões, algumas ainda continham um campo para
preenchimento no intuito de obter um maior entendimento do cotidiano dos voluntários e com isso aumentar ainda
mais a verificação do objetivo da monografia. Este possuía ainda uma questão aberta para que os voluntários
pudessem expressar suas idéias, seus sentimentos em relação à profissão de acordo com a sua visão.
Durante a aplicação do questionário, observou-se o acompanhamento do aluno pesquisador dento das
salas de aula, não sendo passado aos alunos quaisquer informações que pudessem vir a influenciar suas respostas
ou que pudessem interferir no resultado, tanto por parte do aluno pesquisador , quanto dos voluntários.
Os resultados foram utilizados para a comparação entre os voluntários envolvidos bem como uma
comparação geral entre estes. A análise do questionário foi realizada em etapas seguindo o seguinte cronograma:
Fase 1 : Questões de 01 a 05; Fase 2: Questões de 06 a 08; Fase 3: Questões de 09 a 12; Fase 4: Questões de 13 a
16; Fase 5: Questão 17; Fase 6: Questões de 18 a 29; Fase 7: Questão Final aberta.
O 1º grupo de perguntas (questões de 01 a 05), além de servir como uma preliminar para conhecimento dos
voluntários, serve também como fatores agravantes no que diz respeito a síndrome, já que pessoas que estão
distantes de familiares, morando sozinhas ou que tenham que se deslocarem para estudar tendem a ter uma maior
possibilidade de adquirir a Síndrome de Bournout devido a estes fatores contribuírem para isto.
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O 2º grupo de perguntas (questões de 06 a 08) está diretamente ligado à profissão por eles escolhida bem
como o nível de comprometimento em relação a esta profissão.
O 3º grupo de perguntas (questões de 09 a 12) está relacionado a algum tipo de ocupação extra faculdade,
fator este que se positivo diminuiria a possibilidade de tempo livre, resultando numa maior possibilidade de desgaste
ocupacional.
O 4º grupo de perguntas (questões de 13 a 16) é o inverso do grupo anterior e tende a nos informar a
disponibilidade de tempo livre / ócio, o que resultaria em uma menor probabilidade de aquisição da síndrome aqui
estudada.
O 5º grupo, este composto apenas pela pergunta N.º 17, tende a nos informar sobre o grau de
conhecimento fisiológico sobre o corpo humano, tendo em vista que a profissão escolhidas pelos voluntários
trabalhará diretamente com isso.
O 6º grupo de perguntas (questões 18 a 29) entra diretamente nos sintomas da Síndrome aqui estudada e
tende a nos fornecer um breve diagnóstico daqueles que possuem uma tendência maior a adquirir esta em virtude
dos sintomas manifestados.
O 7º grupo é um breve relato sobre o conhecimento da profissão e o conhecimento presente ou ausente das
dificuldades que esta irá oferecer dificuldades físicas, mentais e psicológicas.
O maior índice que poderá ser adquirido neste questionário é de 39 pontos, sendo este, caso consiga tal
pontuação, considerado um candidato em potencial para a aquisição da Síndrome de Bournout.
Foi realizada duas análise sendo a primeira quantitativa e comparativa, levando em consideração a
somatória da pontuação obtida em relação às respostas obtidas nos questionários aplicados, sendo que após a
verificação de não parametria dos dados por meio do teste de Shapiro-Wilk, foi utilizado o teste de Kruskall-Walls,
com test t post-hoc (p<0,05).
A segunda foi qualitativa levando em consideração as respostas subjetivas descritas pelos voluntários.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme pode ser observado no gráfico, os dados observados demonstraram uma diferencia significativa
entre o grupo do 1º ano e os demais grupos (p<0,05). As demais comparações não demonstraram diferenças
(p>0,05).
Somatória das questões
25
20
*
15
10
5
0
1
2
3
4
Períodos
Gráfico: Médias das somatórias das questões de acordo com o questionário aplicado a respeito da Síndrome de
Burnout. * diferença significativa com os períodos 2, 3 e 4 (p<0,05)
O objetivo deste trabalho foi comparar através de um questionário criado a partir de características e
conceitos já relatado pela literatura sobre a Síndrome de Burnout, conforme mencionado acima, o nível de stress em
alunos do 1º ao 4º ano de enfermagem da Universidade do Vale do Sapucaí em Pouso Alegre.
Através da somatória obtida com as respostas dos voluntários pode-se observar uma menor tendência a
síndrome de Burnout em estudantes do 1º ano. De acordo com Hudson Hübner, França (1987) tal resultado pode ser
explicado devido a menor pressão emocional nestes indivíduos. Além disso, estudantes do 3º e 4º anos estão
envolvidos em práticas de estágio dentro de hospitais, sendo os mesmos mais susceptíveis a síndrome.
Não foi encontrada diferença quanto ao 2º ano em relação aos nos posteriores. Isso pode ter ocorrido
devido a uma pequena amostragem deste trabalho. No entanto, cabe destacar que o 2º ano também não passa pelo
processo de estágio, mas pode-se obter uma hipótese de que a influência de uma carga horária maior neste período,
além do aumento da ansiedade, nestes voluntários durante este período pode ter aumento os valores dos níveis de
possibilidade da Síndrome.
Ao analisar as respostas subjetivas encontradas nos questionários na turma de primeiro ano pode-se
constatar que boa parte dos voluntários possui uma noção bem geral do que estará preste a enfrentar no decorrer da
profissão escolhida, porém isso ainda não se encontra claro para uma boa maioria.
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ENAF Science, v.3, n.2
Por não haver ainda uma conscientização sobre a profissão, não existe uma cobrança, não existe uma
responsabilidade maior. Por ainda não estar lidando com pessoas, passa a ser um curso comum, como se fosse uma
extensão do cursinho para alguns e isto de forma geral não gera um nível elevado de estresse, muito pelo contrário,
tudo é novidade, diferente e agradável, principalmente para os mais jovens, aqueles que acabaram de sair do 3º
colegial ou do cursinho e entraram direto na faculdade.
Não se pode considerar isso uma regra, pois existem aqueles que já conhecem a profissão de forma direta
ou indireta e que já começam a sofrer as possíveis pressões.
Já ao analisar os relatos do segundo ano, a exemplo do que ocorreram no primeiro ano, ocorrem diversas
variações no que diz respeito à profissão e a problemas a serem enfrentados. Neste caso já se podem destacar
comportamentos de riscos de alguns voluntários tendo em vista a somatização de sintomas encontrados no grupo de
1º ano e que possivelmente levados adiante na formação deste profissional poderá a formação da síndrome,
Relatos de Smith (1986), mencionam que se a pessoa que vivencia o burnout, o afastamento do ambiente
de estresse é geralmente inevitável, sendo que tal síndrome é de natureza física e psicológica. Alguns autores
colocam que a perda do interesse, nenhum desejo, esgotamento físico e mental, falta de preocupação, depressão e
ansiedade aumentada e que tais sintomas, conforme citados acima, tornam-se mais evidentes com o passar dos
anos de curso e aumentam significativamente a partir do terceiro e quarto ano (AMORIM, 1998).
Um dos fatores que contribui para a possibilidade de aquisição da Síndrome de Burnout é o aumento da
carga horária de estudo, já que a partir do terceiro ano os alunos necessitam iniciar na prática de estágios nos mais
diversos setores, além de continuar a ter aula em sala de aula, conseqüentemente o tempo de dedicação à futura
profissão escolhida torna-se maior e em conseqüência do mesmo, o tempo para atividade relaxante ou anti-estress
diminui.
Outro fator que contribui para a possibilidade da aquisição da síndrome é que tendo contato com a parte de
estágios, conseqüentemente com pacientes em diferentes graus, nas mais diversas enfermidades e em alguns casos
uma visão próxima do convívio entre a vida e a morte. Esse limite próximo entre estas duas coisas tão opostas, em
conjunto com os damais fatores expostos poderá contribuir em muito para o surgimento de conflitos internos e
desgastes pessoais, conforme relatos de Berger & McInman, (1993), onde a qualidade de vida reflete a satisfação
harmoniosa dos objetivos e desejos de alguém; isso enfatiza a experiência subjetiva mais que as condições objetivas
de vida.
Os mesmos autores destacam que a qualidade de vida ou “felicidade” é a abundância de aspectos positivos
somada a uma ausência de aspectos negativos. Ela reflete também o grau no qual as pessoas percebem que são
capazes de satisfazer suas necessidades psicofisiológicas.
Entretanto, seguindo a mesma linha de raciocínio que dos anos anteriores, não são todos os alunos que
conseguem “relaxar”, mesmo sendo o final do curso, ao contrário, para alguns começa uma nova fase de
preocupação agora que deixará de ser um estudante de enfermagem para ser um verdadeiro enfermeiro, empregado
ou desempregado e com isso gera uma nova carga de futuras preocupações.
Tais dificuldades foram relatadas por Gill; 1986 [...], trata-se de um conjunto de condutas negativas, como
por exemplo, a deterioração do rendimento, a perda de responsabilidade, atitudes passivo-agressivas com os outros
e perda da motivação, onde se relacionariam tanto fatores internos, na forma de valores individuais e traços de
personalidade como fatores externos, na forma das estruturas organizacionais, ocupacionais e grupais. Traz
conseqüências não só do ponto de vista institucional, como é o caso do absenteísmo, da diminuição do nível de
satisfação profissional, aumento das condutas de risco, inconstância de empregos e repercussões na esfera familiar.
A hipótese de um outro indicativo, porém ainda não comprovado do estresse relacionado a esta profissão é
a variação do número de pessoas que deram início ao curso e o número de pessoas que terminam o curso,
ocorrendo uma queda bastante significativa nestes. Geralmente uma nova turma inicia com uma média de 60 alunos
e ao final de quatro anos termina com uma média de 30 a 35 pessoas.
Os motivos pelos quais ocorrem essas desistências não são comprovados, porém é relatados de Smith,
(1986) apontam para possibilidade; Esta síndrome começou a ser observada originalmente, em profissões
predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente, tais como médicos, psicanalistas,
carcereiros, assistentes sociais, comerciários, professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de
departamento de pessoal, tele marketing e bombeiros. Diversos estudos apontam dificuldades peculiares de alguns
profissionais, principalmente da área de saúde, levando-os a problemas psicossomáticos, stress, distúrbios
emocionais, abuso na ingestão de álcool e drogas, bem como mais especificamente na área médica, até mesmo,
maior índice de suicídio em relação à população geral.
Outro fator importante para o desencadeamento da síndrome é produção de tensões que podem e devem
ser eliminadas através da atividade física, que podem ser entendidas como paliativas e situacionais, considerando-se
que existem outros meios de conter e de se adaptar as atividades rotineiras desta profissão, como por exemplo o
estresse.
O estresse é o estado de tensão de um organismo vivo. Uma situação de estresse poderá ser vivenciada
por qualquer indivíduo submetido a estímulo externo ou a alguma situação que provoque necessidade de mudança
ou adaptação, mudança esta que acabe significando uma ameaça. Em termos práticos, é um conjunto de reações
orgânicas e psíquicas no organismo em relação a estímulos externos, como medo, apreensão, preocupação,
excitação, irritabilidade excessiva, tristeza e felicidade. (Samulski; 2002).
Após análise e discussão dos dados podemos concluir que por meio do questionário que diagnostica a
Síndrome de Burnout foi possível evidenciar uma maior tendência de prevalência desta síndrome nos últimos anos
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ENAF Science, v.3, n.2
(3º e 4º anos) do curso de enfermagem da Universidade do Vale do Sapucaí explicada pelo maior stress ocasionado
pelo advento de estágios e da preocupação com o mercado de trabalho.
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[email protected]
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DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO PORTADOR DE
SÍNDROME DE DOWN COM A INCLUSÃO
2
PAIVA NETO A.
1
SILVA F.C.
1
RODRIGUES L.I.
3
OLIVEIRA A. de
1
2
Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG
3
Universidade Federal de São João del-Rei– UFSJ
RESUMO
Este trabalho se propôs a comparar o desenvolvimento social de portadores de Síndrome de Down antes
e após um semestre letivo em que os alunos se submeteram a uma metodologia de ensino por inclusão. Participaram
deste estudo sete professores da APAE de Santa Rita do Sapucaí que responderam questionários de avaliação
sobre nove portadores de síndrome de Down, de ambos os sexos, residentes e domiciliados na cidade de Santa Rita
do Sapucaí, com idade entre 7 a 28 anos, que atualmente trabalham com a inclusão na APAE de Santa Rita do
Sapucaí – MG, mas que antes do surgimento da inclusão os mesmos conviviam somente entre portadores. Foram
aplicados aos professores um questionário com 10 perguntas sobre o desenvolvimento social dos portadores de SD,
no início do segundo semestre do ano de 2005, referente aos anos em que não havia inclusão, sendo este a primeira
coleta de dados. Ao se compararem, estatisticamente, as respostas dos testes antes e depois da aplicação do
modelo inclusivo nas crianças avaliadas pelos participantes do estudo, nenhuma diferença foi encontrada. Estudos
com um maior número de participantes pode, decididamente dirimir as dúvidas levantadas neste estudo. Também
seria importante se verificar outras experiências para que se possa inferir alguma proposição neste sentido.
Palavras-chave: Desenvolvimento social; Sindrome de Down; inclusão.
INTRODUÇÃO
Este trabalho se propôs a comparar o desenvolvimento social de portadores de Síndrome de Down antes
e após um semestre letivo em que os alunos se submeteram a uma metodologia de ensino por inclusão.
De acordo com Cotes (2004), mais de 24 milhões de pessoas tem alguma deficiência, física ou mental, no
Brasil. Elas representam 14,5% de toda a população, segundo o IBGE. Apesar dessa presença maciça, quando o
assunto é educação, nos números do Ministério da Educação (MEC) mostram uma realidade excludente. Dos mais
de 57 milhões de alunos matriculados nas redes pública e particular, apenas 500 mil são deficientes. Isso significa
que nesse mar de estudantes os deficientes não chegam a 1% dos brasileiros que ocupam as salas de aula. Apesar
dos deficientes não chegarem a 1% nas escolas regulares, o governo já vem tomando medidas de adaptações nas
mesmas e nos professores para que aos poucos os portadores comecem a freqüentar uma escola pública que irá
atender suas necessidades.
A partir da conferência de Salamanca em 1994, a comunidade acadêmica e educacional defrontou-se com
um problema no atendimento social aos portadores de necessidades especiais. As discussões fundamentaram a
promulgação da lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional de 20 de Dezembro de 1996 (LDB 9394/96). Essa
regulamentação propôs uma nova leitura sobre a educação especial, em particular no artigo 58, o qual afirma ser
esta a “modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais, assegurando o direito de matricula para pessoas deficientes nas escolas
regulares”. Sendo o desenvolvimento social um quesito de grande importância para a vida dos portadores, pois ao
integrar-se com seus colegas (não portadores) através de brincadeiras e outras atividades em grupos eles irão
desenvolver suas relações interpessoais.
Eckerman, Whatley & Kutz, (1975), afirmam que as interações das crianças aumentam e se tornam mais
positivas e muitas crianças podem iniciar uma brincadeira, cooperar e aguardar a sua vez. Através da brincadeira as
crianças se reúnem em um ambiente propício para a formação e manutenção de relações sociais, incluindo
amizades. Muitos fatores influenciam o status social das pessoas. Entre os atributos cognitivos associados à
popularidade estão as habilidades bem –desenvolvidas de assumir papéis e ser simpático e solidário com os outros.
As pessoas com maior status social também tem maior conhecimento e compreensão social das formas eficazes de
interação.
Para Eisenberg & Mussen (1989), as pessoas mais empáticas ou orientadas para o outro tendem a
compartilhar ou ajudar os outros em situações reais.Os vínculos de amizade levam as pessoas a compartilhar e
apresentar seu comportamento nas relações de interações concretas. O nosso auto controle aumenta à medida que
crescemos, com isso nos tornamos mais maduros e responsáveis.
Em recente revisão, Stainback & Stainback (1999) afirmam que mesmo que uma criança não consiga
aprender quaisquer das meterias na fase escolar e muito importante que ela seja incluida em escolas regulares para
que todos possam adquirir o respeito, interesse e apoio mutuo, em uma socidade inclusiva.
Então vemos que o convívio entre portadores e não portadores possui uma variedade de técnicas que
visam a socialização das crianças em geral, desenvolvendo suas relações sociais incluindo: a modelação,
observação e a indução (raciocinar) e suas atribuições de responsabilidade.Os primeiros trabalhos científicos sobre a
SD datam do século XIX, porém, possivelmente ele sempre esteve presente na espécie humana. A SD decorre de
- 17 -
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um erro genético presente já no momento da concepção ou imediatamente após, e que este erro ocorre de modo
bastante regular na espécie humana afetando um em cada cerca 700/900 nascidos vivos (STEELE e STRAFFORD,
1995). Estas cifras são mais ou m menos constantes em todas as partes do mundo e não são afetadas pela classe
social, raça, credo ou clima.
METODOLOGIA
Para a realização deste foi necessário a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do
Vale do Sapucaí.
Aos voluntários foi esclarecido o objetivo e procedimento metodológico deste estudo.
O consentimento por escrito para participação do estudo foi obtido dos próprios colaboradores, após os
esclarecimentos necessários, estando todos cientes de que a qualquer momento poderiam deixar de participar do
mesmo, foram tomadas todas as precauções no intuito de preservar a privacidade dos voluntários.
Participaram deste estudo sete professores da APAE de Santa Rita do Sapucaí que responderam
questionários de avaliação sobre nove portadores de síndrome de Down, de ambos os sexos, residentes e
domiciliados na cidade de Santa Rita do Sapucaí, com idade entre 7 a 28 anos, que atualmente trabalham com a
inclusão na APAE de Santa Rita do Sapucaí – MG, mas que antes do surgimento da inclusão os mesmos conviviam
somente entre portadores.
Inicialmente foi feito um contato com a diretora da Instituição para explicação do projeto e através de uma
cópia do mesmo, que foi entregue no ato da reunião ficando a diretora ciente do objetivo e procedimento para
realização do trabalho.
Após autorização da diretora foi feita uma reunião com os professores e pais dos portadores com a
finalidade de apresentar a pesquisa, seu objetivo, procedimento e também entrega do termo de consentimento aos
mesmos.
Foram aplicados aos professores um questionário com 10 perguntas sobre o desenvolvimento social dos
portadores de SD, no início do segundo semestre do ano de 2005, referente aos anos em que não havia inclusão,
sendo este a primeira coleta de dados.
A socialização visa constituir em cada um, um ser social tornando-se responsável pelos nossos padrões
culturais e sociais.
Na APAE de Santa Rita do Sapucaí e desenvolvido o trabalho para a socialização, de modo que todos os
direitos fundamentais das pessoas com deficiências sejam respeitados e mesmo sem terem consciência tantos os
portadores quantos as pessoas com deficiências estão colaborando para formarem indivíduos adultos, tolerantes,
solidários e responsáveis.
Trabalham de forma igual, fazendo com que se sintam capazes, mesmo com algumas limitações,
acontecendo de uma forma natural em atividades diárias.
Uma das maneiras usadas para socialização das pessoas com deficiências e através de brincadeiras,
jogos, atividades em grupo e extraclasse, onde desenvolvem suas relações interpessoais e sociais.
Antes da inclusão o desenvolvimento das pessoas portadoras de SD era “deficiente”, onde havia pouco
ganho intelectual, pois os mesmo convivendo somente com outras crianças portadoras de deficiências não tinham
em quem se espelhar, ficando muitas vezes aquém do desenvolvimento esperado.
Hoje com este trabalho de inclusão obtiveram um ganho intelectual considerável, pois convivem com
crianças sem deficiências eles aprenderam a se portar, pedir ao sair da sala, pedir desculpas, por favor, e agradecer,
na área cognitiva aprenderam a usar o caderno, trabalhar e colaborar com os outros.
Eles têm o objetivo de desenvolver nas pessoas com deficiências a autonomia e independência para que
sejam motivados para que sejam incluídos na sociedade e assim alcançarem o topo da inclusão social, onde não
haja diferenças vivendo em democracia.
Não podemos nos esquecer que também os alunos sem deficiências são de grande importância para a
inclusão, sendo eles colaboradores, onde os mesmos incentivam o aluno com deficiência, através de elogios,
respeito e solidariedade, incentivam também na parte moral e social a traves de seu convívio da praticado respeito
às diferenças.
As pessoas com deficiências se sentem motivados com a presença das pessoas sem deficiências,
buscando aprender em sempre mais com estes.
Em seguida todos os alunos se submeteram a um semestre letivo, sendo que ao final do semestre o
questionário foi reaplicado aos professores.
O delineamento estatístico foi pareado comparativo entre os grupos (antes e depois). Após verificação da
normalidade, as médias das variáveis controladas foram comparadas por meio da análise de variância (ANOVA ONE
WAY), seguido do teste t Student para a identificação das diferenças.
O nível de significância para todas as variáveis será de 5%.
Esta pesquisa foi realizada na cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG, no Centro Educacional Edgard Sodré
Azevedo da APAE, localizada a Av. Francisco Bilac Pinto, nº 229, bairro Monte Belo.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Ao se compararem, estatisticamente, as respostas dos testes antes e depois da aplicação do modelo
inclusivo nas crianças avaliadas pelos participantes do estudo, nenhuma diferença foi encontrada, conforme pode ser
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visto na figura 1. Nem quando analisadas as respostas individualmente, ou seja, cada pergunta comparada
isoladamente, nem quando foi realizada a comparação do somatório das respostas, fato este que pode ser notado
observando-se a figura 2.
25
20
15
10
5
0
Antes
Depois
Média da soma das respostas
Figura 1 – Média da soma das respostas do questionário aplicados antes e depois da aplicação do
projeto. P ≤ 0,05.
Algumas propostas podem ser elaboradas para justificar a não alteração da percepção dos professores
sobre os efeitos da inclusão no desenvolvimento social dos portadores de necessidades especiais.
Primeiramente pode ser creditado ao baixo número de alunos observados neste estudo. Provavelmente
esta quantidade interferiu na possibilidade de observação dos professores. Um grupo maior poderia apresentar os
resultados de forma mais clara.
A segunda possibilidade se refere a uma possível falta de sensibilidade dos professores participantes do
estudo em perceber as alterações no desenvolvimento social dos portadores de necessidades especiais. Não cabe a
este estudo questionar a capacidade destes, porem, não se pode descartar a possibilidade destes não estarem aptos
a identificar tais diferenças, seja por falta de treinamento adequado, por não estarem adaptados a responderem tais
perguntas, ou até mesmo, por falta de formação específica para o trabalho com os portadores de necessidades
especiais. Porem não é possível classificá-los a partir destes dados, apenas sugerir que tal possibilidade pode existir.
120
100
80
60
40
20
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Antes
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Depois
Figura 2 – Participação percentual de cada respostas do questionário antes (preto) e depois (branco) da
aplicação do porjeto.
Também é possível propor que a inclusão, ainda, não esteja sendo realizada com plena eficiência, pois
requer uma ótima relação entre a escola e os portadores de necessidades especiais. Este processo pode levar vários
anos até que seja totalmente completado, tornando o método realmente aplicável na sua plenitude.
Finalmente pode ser proposto que o método não seja capaz de se alterar o desenvolvimento social dos
portadores de necessidades especiais, na forma em que foi realizado. Neste caso seria preciso uma revisão nos
procedimentos de aplicação do método.
No entanto é preciso que se ressalte que estas proposições realizadas acima serviriam apenas para
explicar os resultados encontrados neste estudo. Tais resultados, como foi citado anteriormente, pode ter sido
encontrado pelo pequeno número de questionários aplicados. Pequeno este pela amostra disponível em Santa Rita
do Sapucaí. Estudos com um maior número de participantes pode, decididamente dirimir as dúvidas levantadas
neste estudo. Também seria importante se verificar outras experiências para que se possa inferir alguma proposição
neste sentido.
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ENAF Science, v.3, n.2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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STEELE, J.; STRAFFORD, B. The United K.population with Down syndrome: presente and furure projections, 1995.
[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
PSICOMOTRICIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM
2
PAIVA NETO A.
1
SILVA G.P.
1
RODRIGUES L.I.
1
MOREIRA, M.C.F.
3
OLIVEIRA, A.
1
2
3
Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG
Universidade Federal de São João del-Rei– UFSJ
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa teve como propósito analisar a importância da psicomotricidade no desenvolvimento da
criança na fase pré-escolar.
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Duprè em 1920, significando o entrelaçamento
entre o movimento e o pensamento. Desde 1909, ele já chamava atenção de seus alunos sobre o desequilíbrio
motor, denominando o quadro de “debilidade motriz”. Ele verificou que existia uma estreita relação entre as
anomalias psicológicas e as anomalias motrizes, o que o levou a reformular o termo psicomotricidade.
Harrow (1972) apud (Oliveira 2002: p.30), faz uma análise sobre o homem primitivo ressaltando como o
desafio de sua sobrevivência estava ligado ao desenvolvimento psicomotor. As atividades básicas de subsistências
consistiam em caça, pesca e colheita de alimentos, e para isto, os objetivos psicomotores eram essenciais para a
continuação da existência do grupo. Necessitavam de agilidade, força, velocidade, coordenação.
Alguns professores se limitam às atividades com movimentos mecânicos e repetitivos de coordenação
motora como único instrumento de preparação para o desenvolvimento da leitura e escrita das crianças.
Desconhecem que a psicomotricidade é a posição global do sujeito, e que ela pode ser entendida como a função de
ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o propósito de permitir ao individuo adaptar de maneira
flexível e harmoniosa ao meio que o cerca (BOULCH 2001).
Na pré-escola, a prioridade do trabalho e a atividade psicomotora global, forma lúdica, utilizada como
educação preventiva a fim de evitar que mais tarde a criança depare com dificuldades na execução de tarefas
escolares. Boulch (2001) considera a educação psicomotora como sendo educação básica, visto que ela condiciona
todos os aprendizados pré-escolares e escolares, levando a criança a ter consciência e domínio de seu corpo,
lateralidade, espaço e tempo adquirindo coordenação de seus movimentos.
A Educação Física na pré-escola é considerada como sendo uma forma de ajudar a criança a atingir os
movimentos psicomotores corretos, preparando-a para uma aprendizagem de forma que assegure a realização de
suas atividades cotidianas e de seu relacionamento no meio em que vivem, desenvolvendo suas capacidades físicas,
mentais, e sociais nesta fase inicial de tantas descobertas. Quaisquer que sejam suas funções correspondem a uma
atividade muscular controlada, princípios e métodos bem definidos onde sua aplicação serve de maneira decisiva na
educação do indivíduo PCNS.
O trabalho também visa informar o professor sobre a importância do desenvolvimento psicomotor na
aquisição do domínio da escrita, leitura e do raciocínio lógico, conceituando o que vem a ser psicomotricidade e
explicando seus processos evolutivos.
Buscando subsídios em grandes estudiosos para melhor compreensão do tema, BOULCH (2001) foi tomado
como referencia ao afirmar que a imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio entre as funções
psicomotoras e a sua maturidade, vem deixar seu alerta, para o professor, de que as práticas de atividades
psicomotores, sejam quais forem os objetivos propostos por eles, aperfeiçoa as capacidades sócio-afetivas e
motoras da criança.
Como pode se constatar que a educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade, para o
desenvolvimento das competências e prevenções das inadaptações instaladas após a estruturação dos movimentos,
motivo pelo quais todos os professores devem tomar conhecimento e aprender a lidar com a educação pelo
movimento, aperfeiçoando esquemas e enriquecendo acervo de atividades motoras.
MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do vale do Sapucaí. Da
pesquisa participaram 05 professores que atuam na Pré-Escola da Escola Municipal Monsenhor Afonso Ligório Rosa
que foram convidadas a responder dois questionários sobre as atividades da educação psicomotora e sua influência
no desempenho escolar.
O primeiro questionário tinha como finalidade descobrir os reais conhecimentos dos professores sobre a
educação o que vem a ser educação psicomotora, qual a sua importância no desenvolvimento dos alunos, se as
mesmas observavam o procedimento dos alunos no início do ano letivo.
O segundo questionário visava descobrir a contribuição das atividades de educação psicomotora no
desenvolvimento intelectual e cognitivo no último semestre letivo, se as mesmas influenciaram ou não no
desempenho do aluno.
Participaram também da pesquisa, 05 alunos matriculados no Pré-Escolar II, com idade correspondente a
cinco anos e 05 alunos matriculados no Pré-Escolar III com a idade correspondente a seis anos, com consentimento
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ENAF Science, v.3, n.2
dos pais obtido por escrito.
Foram realizadas análises estatísticas, descritivas das respostas obtidas e demonstradas sob a forma de
gráficos e percentuais.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os seguintes resultados foram encontrados neste estudo, quando os avaliados foram os professores: as
questões 1, 7, 8 e 9 não foram submetidas a estatísticas pois os resultados antes e depois eram idênticos. As demais
questões não apresentaram diferenças estatísticas quando comparadas antes e depois, a soma dos resultados
quando comparadas antes e depois, também não apresentaram diferenças. Os escores da soma de cada professor
podem ser notados na figura 1.
18,5
18
17,5
17
16,5
16
15,5
15
14,5
14
13,5
1
2
3
Antes
4
5
Depois
Figura 1 – Soma das respostas dos questionários, antes (escuro) e depois (claro), dos cinco professores
participantes do estudo.
Seguindo o mesmo caminho, ao serem analisados os resultados dos alunos, não foram encontradas
diferenças estatísticas, quando observadas as médias das respostas individualmente, ou a soma das respostas. Os
escores de cada teste podem ser vistos na figura 2.
Após a coleta e análise dos dados obtidos, foi observado que quando o professor foi questionado se as
atividades psicomotoras poderiam ser preventivas na aprendizagem escolar, a resposta foi 100% afirmativa, pode-se
então observar que todos eles têm plena consciência da importância da educação psicomotoras, embora muitos não
a coloquem em prática.
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
Antes
7
8
9
10
Depois
Figura 2 – Soma das respostas dos questionários, antes (escuro) e depois (claro), dos dez alunos
participantes do estudo.
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ENAF Science, v.3, n.2
Quando foram questionados se era importante que a criança tivesse um certo nível de inteligência para que
a psicomotricidade pudesse ser trabalhada, responderam que sim, revelando a falta de entendimento no que se
refere à significação e a função da educação psicomotoras, pois é ela que contribui para o desenvolvimento das
funções intelectuais nas crianças normais e também é utilizada para reeducação de crianças especiais, cujas
funções cognitivas foram prejudicadas, ou não foram estimuladas ou nem desenvolvidas.
Segundo Taes (1984), o intelecto se constrói a partir da atividade física. A educação psicomotora é a
educação da criança através de seu próprio corpo e de seu movimento, já que a criança é vista em sua totalidade e
nas possibilidades que apresentam em relação ao seu meio ambiente.
Os professores precisam compreender que através da educação psicomotora a criança explora o ambiente,
passa por experiências concretas indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual.
As outras perguntas do questionário visavam avaliar os resultados obtidos após a aplicação do 2º
questionário aos professores com a finalidade de saber sobre os conhecimentos que eles obtiveram no decorrer do
trabalho com as atividades realizadas com seus alunos, onde utilizavam a educação psicomotora.
Houve uma grande melhora na prática de alguns professores que utilizaram os conhecimentos adquiridos e
aplicaram nas suas atividades diárias conforme comprovam os gráficos acima. O alto valor atribuído por eles às
atividades físicas facilitou o emprego de atividades diversas que contribuíram não só para o desenvolvimento físico,
como também para a aquisição de outras habilidades e conhecimentos em suas crianças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física. Brasília: Ministério da Educação, 2.000.
Carta Brasileira de Educação Física. Conselho Federal de Educação Física – CONFEF. Belo Horizonte: Agosto/2000.
COSTE, J. C. 5 Palavras chaves sobre a psicomotricidade. 1979.
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FONSECA, Vitor da. Manual de observação psicomotora. Significação psiconeurológica dos fatores psicomotores.
Porto Alegre: Ed Artes Médicas, 1995.
FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: Teoria e prática da educação física. 3ª edição. São Paulo:
Scipione, 1992.
HURTADO, JOANN G. G. MELCHERTS. O ensino da educação física: uma abordagem didático-metodológica. 3ª ed.
Porto Alegre: Prodil, 1988.
LE BOULCH, J. A educação psicomotora: psicocinética na idade escolar. WOLF,
_______ O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 06 anos (psicocinética na idade pré-escolar) 7ª edição P.
Alegre, Editora Artes Médicas, 1995.
OLIVEIRA, Gislene de campos. Psicomotricidade educação e reeducação num enfoque pedagógico. 6ª edição,
Editora Vozes, 2002.
______ Psicomotricidade educação e reeducação num enfoque.
OLIVEIRA, Vitor Marinho de. Consenso e conflito da educação física brasileira. Campinas: Papirus, 1994.
PIAGET, Jean. Formação do símbolo na imitação, jogo, imagem e representação. RJ Ed. Zahar, 1971.
PINTO, M. J. C. Doutoranda e Mestre pela FFCLRP-USP, Especialista em Psicologia da Saúde e Sexualidade
humana.
Dr. Sidirley de Jesus Barreto Professor da Disciplina Psicomotricidade do curso de Fisioterapia da FIJRB. Autor dos
Livros Psicomotricidade - Educação Universidade.
REZENDE, A.L.G. (1997) Esporte e integração social. In: Brasília: MEC, Anais do 2º Congresso Brasileiro, e 1º
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WALLON, Henri, (1975). Psicologia e Educação da Infância. Lisboa: Estampa.
VAYER, Pierre. A criança diante do mundo: na idade da aprendizagem escolar. 2º ed. Porto Alegre, Artes Médica,
1984.
[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NA SOCIALIZAÇÃO DE CRIANÇAS DE 3ª E 4ª SÉRIE
DA E. M. PROFESSORA MARIA BARBOSA
1
Beatriz Pereira Barbosa
3
Arthur Paiva Neto
2
Alessandro de Oliveira
1
Daniel Simões Rabello
1
3
3
UNIVÁS – Pouso Alegre/MG UFSJ – São João Del‟Rey/MG UNIFEG – Guaxupé/MG
INTRODUÇÃO
Cooperação e competição
Para Lenhard (1976), cooperação e competição são elementos de sociedades e grupos complexos,
embora a ênfase colocada em um ou outro varie bastante.
A educação é uma preocupação em nível mundial. As Universidades não cessam suas longas buscas por
caminhos que apontem para modelos de ensino mais efetivos, para construção do cidadão melhor, preparado para
enfrentar esta revolução em todos os processos da nossa vida.
Sabemos que o conhecimento, a criatividade e a iniciativa constituem-se em elementos fundamentais no
desenvolvimento do indivíduo e partimos do pressuposto que o ser humano está em um processo contínuo de
crescimento em permanente evolução( AMARAL, 2004).
Preocupados com o bem estar das crianças deve-se dar oportunidade a elas de crescer, pois a autoestima e a auto-imagem positiva são importantes para o desenvolvimento saudável.
Brotto (2002), acredita que a cooperação e a competição são aspectos que não se opõe, mas se compõe.
Essa composição dos contrários depende de muitos fatores que acondiciona a um estado de permanente atenção e
cuidado.
Costuma-se associar a competição com o jogo, como se estes não pudessem existir isolados.
Competição e cooperação são processos sociais e valores presentes no jogo, no esporte e na vida. Porém
não definem, nem substituem a natureza do jogo, do esporte e da vida (BROTTO, 2002).
Para Darido (2005), tanto o jogo cooperativo quanto no competitivo, existe a proximidade dos jogadores,
pois cada um de uma maneira. Sendo que no competitivo pode gerar conflitos, que devem ser resolvidos através de
dialogo, do respeito mútuo.
A competição e a cooperação fazem parte da nossa vida. Desde que nascemos, parece que só nos
oferecem uma opção, competir, vencer alguém ou ganhar algo, pois vivemos no mundo do primeiro lugar onde quem
se beneficia é apenas uma pessoa.
Orlick (1999), diz que a estrutura social é que determina se os membros de uma sociedade vão competir
ou cooperar entre si.
No entanto, existe uma imensa diferença entre o espírito de competição e o de participação. Competir
valoriza a vitória; enquanto participar dá ênfase ao encontro e à solidariedade (PY, 2003).
É fundamental sustentar a consciência para poder reconhecer a realidade dos jogos que jogamos
diariamente, para poder discernir com sabedoria quando devemos cooperar ou competir (BROTTO, 2002).
Deste modo, as atividades cooperativas podem converter-se em um importante recurso na hora de
promover uma Educação Física baseada em valores (CALLADO, 2004).
Ele ainda afirma que o incentivo a prática de atividades e metodologias cooperativas é um excelente meio
de relação grupal em forma de desafio onde o objetivo é impossível de ser alcançado individualmente.
Interação Social
Socializar-se quer dizer, por um lado adquirir personalidade social e, por outro tornar-se membro da
sociedade e colaborando para sua perpetuação (LENHARD, 1976).
Piaget (1994), afirma que a criança passa pelo processo de egocentrismo para o processo de
socialização, e nesse caminho adquire uma consciência social capaz de relações de reciprocidade.
E para Maturana (2004), só se é indivíduo quando se é um ser social. A existência social só acontece com
uma convivência de mútua aceitação entre os indivíduos que, surge da convivência social.
Pois para Callado (2004), tão importante como se sentir aceito dentro do grupo é aceitar os demais. A
eliminação de qualquer discriminação deve ser o objetivo prioritário da aula.
Além disso a socialização envolve a aprendizagem de técnicas, a aquisição de conhecimentos,
comportamento social e a interiorização de valores.
Lenhard (1976), ainda nos diz que a socialização se faz por participação e comunicação, participando de
atividades sociais.
Brown (1994), registra que a interação social com outros é necessária para o desenvolvimento da autoestima, da confiança e da identidade pessoal que são elementos importantes para o bem estar.
No entanto, o maior valor da sobrevivência está na inteligência, no senso moral e na cooperação social.
Para Brotto (1997), comportamento cooperativo é um aspecto fundamental do interesse social.
A Socialização da criança tem influência da família, da escola e companheiros da mesma idade.
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Pois para Shigunov (1993), os valores representam os vários bens que a criança considera importante na
sua vida, e são referências para suas idéias do que é bom, bonito, efetivo ou justo, servindo também como
orientação para o que fazer e pelo que lutar para o obter.
A Socialização envolve a aquisição de habilidades físicas e sociais, valores e atitudes. Ela acontece em
um contexto de valores específicos, normas e valores dominantes (NEIRA, 2000).
Competição
A competição é um processo onde os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são individualistas e
somente alguns se beneficiam dos resultados (BROTTO, 2002).
Existe uma grande divergência de opinião entre pedagogos, quanto à competição na escola, pois a
polêmica se refere à função da competição no processo de socialização.
Os jogos de uma forma ou de outra sempre estiveram presentes na escola, com presença marcante do
jogo desportivo. Para Darido (2005), esta presença esteve ligada ao saber fazer, ou seja, os alunos eram (ainda
são), estimulados a praticar os jogos, e não a compreender os seus significados e os valores que estão por trás
deles.
De acordo com Orlik (1989, citado por Brotto,2002), nós não ensinamos nossas crianças a gostar de
esporte, nós a ensinamos a vencer jogos.
A competição não deve ser compreendida apenas como algo negativo. Se os alunos entenderem que um
jogo pode ter competição sem, no entanto, ser necessário desrespeitar as regras ou utilizar a violência para a
resolução de conflitos, ele pode ser muito aproveitado (DARIDO, 2005).
A competição quando utilizada de forma adequada, sem o excesso de valorização, pode proporcionar
alegria e o prazer de uma prática que nunca se repete, pois a incerteza é uma de suas características que pode atuar
como motivação despertando na criança o interesse (PAES, 1998).
No entanto, a competição pode desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento corporal e social
da criança, desde que se relacionem com os fatores gerais da educação, numa exploração organizada e lúdica, com
objetivos característicos do processo ensino-aprendizagem visando o desenvolvimento das potencialidades, bem
como a interação na vida em sociedade (SHIGUNOV, 1993).
A competição para Neira (2000), é importante pois respeitar as regras do jogo educa para um sentimento
de responsabilidade, companheirismo e sinceridade.
Cooperação
É um processo onde os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os resultados são benéficos
para todos (BROTTO, 2002).
Para Lenhard (1976), a cooperação é a forma sob a qual atividades individuais se organizam para
construção de grupos, e sem ela a vida social seria um universo de movimentos ajustados, na melhor das hipóteses,
mas incapaz de se unirem em ação conjunta e nem por isso a competição é menos importante.
Esses jogos são atividades que utilizam um trabalho em equipe com o objetivo de alcançar metas, mas
não é necessário que os jogadores que cooperam tenham objetivos iguais, mas deve proporcionar satisfação para
todos os integrantes.
Amaral (2004), diz que o jogo cooperativo busca aproveitar as condições, capacidades, qualidades e
habilidades de cada indivíduo. O mais importante é a colaboração de cada um, é o que cada um tem para oferecer
naquele momento.
Segundo Shigunov (1993), a prática em grupo desenvolvida por métodos ativos estimula a obtenção de
iniciativas de conjunto, a imaginação e a adaptação. Pois o jogo em conjunto favorece a melhoria da atuação
individual quanto à cooperação e a colaboração.
Assim, o processo de participação pode resultar em um enriquecimento e crescimento, tanto pessoais
como do grupo.
Pois para Deacove (2002), os jogos cooperativos são jogos com estrutura alternativa onde os participantes
jogam uns com os outros, ao invés de uns contra os outros.
No entanto, vale a pena sustentar a importância dos pensamentos, sentimentos, ações na cooperação, no
jogo, no esporte e na vida, com simplicidade demonstrada por aqueles que as vezes menos valorizamos.
O jogo cooperativo tem o objetivo de aprender com o perder e o ganhar, ao invés de aprender a perder e
ganhar. Até porque, aprender a perder implicaria a ser um expert em derrotas. Pois não é o que pretendemos
(BROTTO, 2002).
Quando se consegue descontrair e ficar mais flexível nas interações com os outros ocorre a liberação do
potencial criativo existente em cada um. Através dos jogos cooperativos a criança se sente confortável e confiante
para desfazer os bloqueios, expressando livremente o poder que existe dentro de cada um, compartilhando
qualidades, habilidades humanas essenciais (BROTTO, 1997).
A cooperatividade propõe a busca de novas formas de jogar, com o intuito de diminuir as manifestações
de agressividade, promovendo atitudes de sensibilidade, cooperação, comunicação, alegria e solidariedade. E a joga
pelo prazer de jogar. Não por uma vitória, e sim pelo divertimento, sem a ameaça de não atingir o objetivo. Nos jogos
cooperativos, os companheiros se vêem como companheiros de jogos com relações de igualdade, onde todos são
protagonistas.
Neste sentido, este trabalho tem o intuito de verificar se a utilização de Jogos Cooperativos nas aulas de
Educação Física influenciam na Socialização de crianças, com o objetivo de torná-las mais cooperativas, criando
oportunidades para promover relação de respeito, amizade e solidariedade.
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METODOLOGIA
Para a realização deste estudo este projeto passou pela análise do Comitê de Ética da Universidade do
Vale do Sapucaí.
Aos voluntários foi esclarecido o objetivo e o procedimento metodológico deste estudo.
O consentimento por escrito para participação do estudo foi obtido dos próprios colaboradores, após os
esclarecimentos necessários, estando todos cientes de que a qualquer momento poderiam deixar de participar do
mesmo, foram tomadas todas as precauções no intuito de preservar a privacidade dos voluntários.
Para isso as condições experimentais e todas as informações individuais obtidas durante o estudo, foram
sigilosas entre a equipe de pesquisadores e voluntários.
A saúde e o bem estar do voluntário sempre estiveram acima de qualquer outro interesse.
Participaram desta pesquisa quarenta alunos de ambos os sexos, da E M “Professora Maria Barbosa”, que
responderam questionários de avaliação sobre cooperatividade, residentes e domiciliados na cidade de Pouso Alegre
– MG, com idade entre nove a onze anos.
Primeiramente foi feito um contato com a diretora da instituição para explicação do projeto, e através de
uma cópia do mesmo que foi entregue no ato da reunião ficando a diretora ciente do objetivo e procedimento para a
realização.
Após a autorização da diretora foi realizada uma reunião com os professores e pais dos alunos, com a
finalidade de apresentar a pesquisa, objetivo, procedimento e também entrega do termo de consentimento aos
mesmos.
Primeiramente foi aplicados aos alunos um questionário, com dez perguntas sobre cooperatividade, no
início do segundo semestre de 2005, sendo esta a primeira coleta de dados.
Em seguida uma turma de 3ª e 4ª séries foi submetida a atividades relacionadas a competições e a outra
turma de 3ª e 4ª séries foi submetida à atividades relacionadas a cooperação. As aulas, foram ministradas durante os
meses de agosto e setembro de 2005, uma vez por semana e no final deste período foi reaplicado o mesmo
questionário.
O delineamento estatístico foi pareado comparativo entre os grupos (antes e depois). Após a verificação
da normalidade, as médias das variáveis controladas serão comparadas por meio da análise de variância (ANOVA
ONE WAY), seguida do teste tukey para a identificação das diferenças. O nível de significância para todas as
variáveis será de 5%.
Esta pesquisa foi realizada na E. M. “Professora Maria Barbosa”, situada na Rodovia Fernão Dias Km 807,
no bairro Algodão, Pouso Alegre – MG.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a coleta de dados, foi testada a normalidade dos dados, sendo todos considerados não paramétricos
encontrando os seguintes resultados:
Primeiramente foram comparados os dados dos alunos que participaram de aulas competitivas antes e
depois das aulas. E não foi encontrada nenhuma diferença bem como na soma dos resultados.
Na comparação dos dados dos alunos que participaram das aulas cooperativas antes e depois das aulas
foram encontradas diferenças nas questões, bem como na soma dos resultados exceto as questões 01 e 04 que não
obteve diferença.
Em seguida foram comparados os dados obtidos antes das aulas em jogos competitivos e cooperativos
não sendo encontrada nenhuma diferença bem como na soma dos resultados.
Ao comparar jogos cooperativos e competitivos após as aulas, foram encontradas diferenças bem como
na soma dos resultados exceto a questão 04 que não houve diferença.
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
Comp Antes
Comp Depois
FIGURA 1 – Média e desvio padrão das respostas dos testes competitivos antes e depois das aulas (p≤ 0,05).
O primeiro gráfico mostra a comparação dos grupos que trabalharam com competição antes e depois da
aplicação dos questionários, sendo que não foi encontrada nenhuma diferença. Pois não houve socialização dos
alunos.
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20,0
18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
Coop Antes
Coop Depois
FIGURA 2 – Média e desvio padrão das respostas dos testes cooperativos antes e depois das aulas (p≤ 0,05).
Este gráfico mostra a comparação dos grupos que participaram de atividades cooperativas antes e depois
da aplicação dos questionários, sendo que deste houve diferença, isto é, a cooperatividade interferiu e aumentando
assim o nível de socialização das crianças.
16,0
14,0
12,0
10,0
Comp Antes
8,0
Coop Antes
6,0
4,0
2,0
0,0
1
FIGURA 3 – Média e desvio padrão das respostas dos testes competitivos (vermelho) e cooperativos (azul), antes
das aulas (p≤ 0,05).
Na comparação das respostas dos grupos competitivos e cooperativos antes da aplicação das atividades,
não houve diferenças, pois eles ainda não tinham sido submetidos às atividades.
20,0
18,0
16,0
14,0
12,0
Comp Depois
10,0
Coop Depois
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
1
FIGURA 4 – Média e desvio padrão das respostas dos testes competitivos (vermelho) e cooperativos (azul), depois
das aulas (p≤ 0,05).
Na comparação das respostas dos grupos competitivos e cooperativos depois da aplicação das atividades
houve diferença nos resultados, onde o grupo cooperativo apresentou um nível maior de socialização.
Os jogos interferem na socialização de crianças, pois eles tem uma estrutura que cria alternativas para a
solução de problemas, sendo que o aluno não consegue alcançar seu objetivo sozinho, então ele tem que se unir a
outros para essa obtenção.
Para Brotto (2002), o jogo e esporte, nas perspectivas dos jogos cooperativos são contextos importantes
para o desenvolvimento pessoal e a convivência social.
O verdadeiro valor do jogo não é vencer ou perder e sim a oportunidade de jogar juntos, de socializar-se
para a experiência de viver em comunidade.
Quando se joga cooperativamente podemos nos expressar autêntica e espontaneamente, Omo alguém é
importante e tem valor, essencialmente por ser quem é (BROTTO, 2002).
Brotto (2002), acredita que a socialização contribui para a solução de problemas, encontrando soluções
positivas, desenvolve e valoriza virtudes, diálogo, e a descoberta de potenciais.
Somente através da aproximação e da empatia é possível recriar problemas e descobrir soluções de
maneira pacífica, criativa e saudável para todos.
Exercitando no jogo e no esporte a reflexão criativa, a comunicação sincera, a tomada de decisão por
consenso, todos podem descobrir que são capazes de intervir positivamente na construção, transformação de si
mesmos, do grupo e da comunidade onde convivem.
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Conviver é facilitar um processo que busca o desenvolvimento pessoal e social durantetoda a vida com
finalidade de melhorar sua qualidade de vida e da coletividade (AMARAL, 2004).
Amaral (2004), ainda nos diz que os jogos cooperativos possibilitam uma maior aceitação entre as
pessoas, resgatando a socialização e interação das mesmas. As pessoas passam a dar mais valor aos diferentes
tipos de relacionamentos, conscientizando-se mais pelos seus comportamentos, sentimentos, interesses, escolhas e
compromissos, para que juntos possam superar desafios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BARATA, Kátia Maria Alves. Jogos Cooperativos e Educação Física.
BORUCHOVITCH, E.; BZUNECK, J. A. Aprendizagem processos psicológicos e o contexto social na escola.
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Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
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LENHARD, Rudolf. Sociologia Educacional. 3ª edição. São Paulo: Pioneira,1976.
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escola. 3ª edição. São Paulo: Phorte Editora, 2004.
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PIAGET
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SHIGUNOV, Viktor; PEREIRA, Vanildo R. Pedagogia da Educação Física: O desporto coletivo na escola – os
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WALKER, Zlmarian J. Educando para a Paz. Brasília: Escola das Nações, 1987.
[email protected]
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AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM ESCOLARES DE 9 A 11 ANOS DO MUNICÍPIO
DE POUSO ALEGRE – MG
DANIELA MENDES DOS REIS RICCARDI¹
LUIZ AUGUSTO PEREIRA VASQUES¹
SANDRA MARIA ALMEIDA FERRACIOLI ABRAHÂO²
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA²
SÔNIA LÚCIA ANDERE TEIXEIRA²
¹Acadêmico do curso de Graduação em Educação Física da UNIVÀS ²Professora da UNIVÀS
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar a coordenação motora de escolares. Participaram como sujeitos 52 crianças de ambos
os gêneros com idades compreendidas entre 9 e 11 anos e que freqüentam as séries: terceira, quarta e quinta de
escola publica. Como instrumento utilizou-se o protocolo de Lefèvre (1976) que avalia o equilíbrio estático, equilíbrio
dinâmico e a coordenação motora. Os resultados demonstraram que dos 52 alunos avaliados o que representa 100%
da população estudada apenas um encontra-se abaixo do percentual estipulado pelo autor. Não foram encontrados
dados significativos no que se referiu ao gênero e idade.
Palavras-chave: Avaliação, coordenação motora e crianças.
INTRODUÇÃO
A infância é a etapa mais importante a caminho da maturidade para a vida adulta, por isso há necessidade
de garantir que esse período traga condições propícias e pertinentes a sua evolução e desenvolvimento motor. A
coordenação motora é uma estrutura psicomotora básica, concretizada pela maturação motora e neurológica da
criança e desenvolvida através da sua estimulação psicomotora.
Segundo Kiphard (1996) coordenação é a interação harmoniosa e econômica do sistema músculoesquelético, do sistema nervoso e do sistema sensorial com o fim de produzir ações motoras precisas e equilibradas,
e reações rápidas adaptadas a situações que exigem: 1) uma adequada medida de força que determina a amplitude
e velocidade do movimento; 2) uma adequada seleção dos músculos que influenciam a condução e orientação do
movimento;3) capacidade de alterar rapidamente entre tensão e relaxamento muscular.
Segundo Turvey (1990), a coordenação envolve necessariamente relações próprias, múltiplas entre
diferentes componentes, definidas em uma escala espaço-temporal. Um padrão “ótimo” de coordenação é
estabelecido pelo controle da interação das restrições da tarefa, do organismo e do ambiente. Quanto maior a
interação das restrições impostas ao executante, maior será o nível de coordenação necessário para um
desempenho eficiente.
O desenvolvimento motor consiste em uma série de mudanças que ocorrem ao longo do ciclo vital em
termos do deslocamento de partes do corpo ou de todo o corpo no espaço. O movimento é o elemento central na
comunicação e interação com as outras pessoas e com o meio ambiente à nossa volta; é central também na
aquisição do conhecimento de si e da natureza. Apesar dos movimentos estarem presentes em todas as nossas
ações, eles não se repetem, variando em função da nossa disposição física e mental daquele momento. A aquisição
de habilidades motoras que ocorre ao longo dos anos é fruto não só das disposições do indivíduo para a ação, mas
principalmente do contexto físico e sócio-cultural onde o individuo está inserido (MAGALHÃES e REZENDE, 2001).
A motricidade da criança, que justifica sua própria existência no mundo, encontra-se influenciada por uma
série de limitações de diversas naturezas, gerando desequilíbrio entre os corpos: físico, mental, emocional e
espiritual ou cósmico. Para buscar este equilíbrio, a motricidade surge de um contexto fenomenológico, no qual a
criança deve ser percebida de maneira ôntica, ontológica, axiológica, antropossociológica e fenomenológica como
um ser que possui um significado no mundo, buscando, incessantemente, suprir suas próprias carências (GÁRCIA,
1998).
Os movimentos aprendidos durante os primeiros seis anos da infância caracterizam a base para as
aprendizagens numa fase posterior. As habilidades motoras que a criança adquire numa fase inicial são
aperfeiçoadas na idade adulta. Desta forma, se uma criança for pouco estimulada e/ou apresentar deficiência no
desenvolvimento motor durante os primeiros seis anos, esta será refletida em sua vida adulta, na qual os movimentos
não serão novos, mas sim, o continuar da aprendizagem anterior (GÁRCIA, 1998).
Com relação às habilidades motoras fundamentais, para Gallahue e Ozmuz (2001), a maioria das crianças
possui um potencial de desenvolvimento que as conduz ao estágio maduro por volta da idade de 6 anos. No entanto,
há evidências de estudos realizadosem nosso laboratório (FORTI et al, 1992; FANTUCCI et al, 1992; PELLEGRINI &
DOIMO, 1989; CAVALLARO et al, 1985; PELLEGRINI, 1985) de que isto não ocorre em nosso meio. A conquista real
dependerá da interação dos fatores tarefa, indivíduo e ambiente, durante o período de prática.
Para a execução da habilidade motora do pular corda, a criança deve apresentar controle das partes do
corpo em movimento e da relação entre os movimentos das diversas
partes do corpo. Os fatores de controle motor do equilíbrio (tanto estático como dinâmico) e da coordenação (tanto a
motora rudimentar quanto a viso-manual), em conjunto com os “fatores de produção de força” de agilidade,
velocidade e energia, são considerados determinantes do desempenho motor. Os fatores de controle motor
- 29 -
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(equilíbrio e coordenação) são de particular importância no início da infância, quando a criança está obtendo controle
de suas habilidades motoras fundamentais. Os fatores de produção de força tornam-se mais importantes depois que
a criança obtém controle de seus movimentos fundamentais e passa para a fase motora especializada da infância
posterior (GALLAHUE & OZMUZ, 2001).
Para Gallahue e Ozmuz (2001) de modo geral, podemos afirmar que o grau de complexidade de uma tarefa
motora está no número de elementos que precisam ser coordenados e na rede de relações que se estabelece entre
estes elementos. Como habilidades motoras grossas identificamos aquelas que envolvem o corpo como um todo,
principalmente, mas não exclusivamente grandes grupos musculares. Entre elas podemos citar o pular, andar,
arremessar uma bola ao cesto. Como habilidades motoras finas identificamos aquelas que requerem muita precisão,
envolvem principalmente os membros superiores, em específico as mãos. Um grande número de músculos,
relativamente pequenos, são ativados na execução destas habilidades. Encontramos no rol de habilidades motoras
finas, o escrever, o digitar, o fazer crochê, ou consertar um relógio e, mais precisamente no processo de
alfabetização, o discernimento entre escrever as letras que são parecidas graficamente: m/n, g/q, l/b, dentre outras.
A aquisição de um grande número de habilidades motoras ocorre no lar, no ambiente familiar, mas um bom
número delas é adquirido na escola, nos primeiros anos de
escolarização da criança. O contexto de aprendizagem é muito importante para que a aquisição destas habilidades
ocorra. O processo ensino-aprendizagem é interativo e específico ao contexto. Isto significa que o contexto deve ser
organizado de tal forma a oferecer as condições para que uma determinada habilidade (e não outra) seja adquirida
Portanto, para a aquisição de cada habilidade motora deverá haver um momento específico (ou uma seqüência de
oportunidades) em que as condições são propícias para o aprendizado de tal habilidade (RINK, 1998).
As aulas de Educação Física podem contribuir para o desenvolvimento de habilidades motoras tem como
objetivo de estudo “o homem em movimento” e pode ser entendida como uma área que interage com o ser humano
em sua totalidade, englobando aspectos biológicos, psicológicos, sociológicos, culturais e a relação entre eles.
Estuda o homem em movimento” e pode ser entendida como uma área que interage com o ser humano em sua
totalidade, englobando aspectos biológicos, psicológicos, sociológicos, culturais e a relação entre eles.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliadas 52 crianças de ambos os gêneros com idades compreendidas entre 9 e 11 anos e que freqüentam
as séries: terceira, quarta e quinta de escola publica, conforme a tabela a seguir. O instrumento utilizado foi o
protocolo de Lefèvre (1976) para avaliar o equilíbrio estático, equilíbrio dinâmico e a coordenação motora. A
aplicação foi individual e ocorreu na própria escola. Os resultados
Tabela 1. Caracterização da amostra
Nº de alunos Idade
Série
Gênero
17
11
5ª
07 M e 10 F
25
10
3ª e 4ª
14 M e 09 F
10
09
3ª e 4ª
05 M e 05 F
Pela tabela acima pode-se perceber que 17 alunos tem 11 anos e se encontram na quinta série sendo que
10 pertencem ao gênero feminino e 7 ao masculino. O número de alunos que possui 10 anos é igual a 25. Dos vinte
e cinco 9 pertencem do gênero feminino e 14 ao masculino; nesta faixa etária há alunos na terceira e na quarta
séries. Tem-se ainda 10 alunos com 9 anos que também freqüentam as duas séries sendo que 9 encontram-se na
terceira e apenas 1 na quarta.
Gráfico 1. Pontuação Gênero Masculino
Pontuação Gênero Masculino
Pontos
30
20
10
0
1
2
3
4
Alunos
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5
6
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O resultado da pontuação dos alunos do gênero masculino encontra-se no gráfico acima. Por ele pode-se
perceber que dos 28 alunos avaliados a pontuação variou de 28 a 23. Partindo-se do fato de que o total de pontos
obtidos no exame motor é 28 pontos, tem-se que 6 alunos obtiveram 28 pontos o que corresponde a 100% de
acertos; 7 alunos obtiveram 27 pontos o que corresponde a 96,4% de acertos; 4 alunos obtiveram 26 pontos o que
corresponde a 92,9% de acertos; 6 alunos obtiveram 25 pontos o que corresponde a 89% de acertos; 4 alunos
obtiveram 24 pontos o que corresponde a 85,7% de acertos e um aluno obteve 23 pontos o que corresponde a 82%
de acertos.
Gráfico 2. Pontuação Gênero Feminino
Pontuação Gênero Feminino
Pontos
30
20
10
0
1
2
3
4
5
6
Alunos
O resultado da pontuação dos alunos do gênero feminino encontra-se no gráfico acima. Por ele pode-se
perceber que dos 24 alunos avaliados a pontuação variou de 28 a 28. Partindo-se do fato de que o total de pontos
obtidos no exame motor é 28 pontos, tem-se que 4 alunos obtiveram 28 pontos o que corresponde a 100% de
acertos; 11 alunos obtiveram 27 pontos o que corresponde a 96,4% de acertos; 3 alunos obtiveram 26 pontos o que
corresponde a 92,9% de acertos; 3 alunos obtiveram 25 pontos o que corresponde a 89% de acertos; 2 alunos
obtiveram 24 pontos o que corresponde a 85,7% de acertos e um aluno obteve 18 pontos o que corresponde a 64%
de acertos.
Lefevre (1976) esclarece que os testes somente serão considerados satisfatórios e significativos,
esboçando, entretanto, resultados positivos quando atingirem um percentual de acertos igual ou superior a 75%.
Sendo assim, pode-se inferir que dos 52 alunos avaliados o que representa 100% da população estudada apenas 1
encontra-se abaixo do percentual estipulado pelo autor.
Os estudos de Costallat (1974) corroboram com esses resultados quando a autora explica que a
coordenação motora de crianças que não apresentem nenhum déficit motor, por volta de 9 anos já estão integradas.
Ela já consegue realizar todos os movimentos com clareza e precisão, elasticidade e capacidade de mecanização. A
este respeito também para Gallahue e Ozmuz (2001), às habilidades motoras fundamentais, a maioria das crianças
possui um potencial de desenvolvimento que as conduz ao estágio maduro por volta da idade de 8 anos. No entanto,
há evidências de estudos realizados por (Forti et al, 1992; Fantucci et al, 1992; Pellegrini e Doimo, 1989; Cavallaro et
al, 1985; Pellegrini, 1985) de que isto não ocorre em nosso meio. A conquista real dependerá da interação dos
fatores tarefa, indivíduo e ambiente, durante o período de prática.
Outros estudos como os de Andrade (1984); Alves, 2003; Bee (1984); Brandão (1984) Choshi (2000);
Heettner e Wallace (1997) que enfocam a importância do movimento. Sem movimento não há desenvolvimento, nem
pensamento. Motricidade sem cognitividade é possível, mas cognitividade sem motricidade não o é. Os distúrbios no
desenvolvimento motor comprometem sempre o desenvolvimento da linguagem, da emoção e da cognitividade.
Assim, tem-se que compreender a motricidade como uma ação e como uma conduta, relativa a um sujeito histórico.
A motricidade ao materialisar a idéia, continua-a e prolonga-a. A ação física é necessária para que a criança
harmonize de maneira integradora, as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas.
Por outro lado, os resultados encontrados neste estudo contrariam os encontrados por Oliveira (2006)
quando destaca que as crianças de hoje apresentam um analfabetismo motor por falta de oportunidades, e
acrescenta que exige-se muito mais das crianças no processo educacional do que tempos anteriores. As obrigações
com a escola e os seus afazeres cresceram muito e não sobra muito tempo para brincar. Esse tempo livre acaba
sendo reduzido a um pequeno final de tarde, onde poucas ações motoras livres podem ser executadas, treinadas
naturalmente e vivenciadas em sua plenitude lúdica.
O autor explica também que uma criança que não tem a chance de vivências positivas e enriquecedoras no
mundo motor terá suas chances futuras, dentro desse domínio, substancialmente limitadas. Esse processo somente
pode ser revertido na escola, mais especificamente nas aulas de Educação Física. A Educação Física Escolar ainda
é uma das atrações da escola uma vez que por suas aulas é possível resgatar o domínio motor e a condição física
dos alunos.
Quanto a idade não foi encontrada nenhuma significância a não ser que a única aluna que obteve a menor
pontuação pertence a categoria dos 11 anos. A coordenação pouco desenvolvida não se correlacionou com a idade
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ENAF Science, v.3, n.2
uma vez espera-se que alunos com mais idade tenham melhor coordenação e nas faixas etárias em estudo
observou-se que os menores apresentaram ótima coordenação motora.
Em função dos bons resultados obtidos na avaliação da coordenação motora, estas crianças encontra-se
apta para continuar se desenvolvendo nos aspectos motores, cognitivos e sociais, uma vez que parte-se do princípio
que coordenação motora, cognição e sociabilidade fazem parte da uma integração psiquismo-motricidade e uma
relação entre pensamento e a ação. Wallon (1976) lança-nos um desafio quando afirma: "Um dos grandes passos a
ser realizado pela sociedade é aquele que deve unir o orgânico ao psíquico, o corpo à alma, o indivíduo ao seu grupo
sociocultural".
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento motor consiste em uma série de mudanças que ocorrem ao longo do ciclo vital em
termos do deslocamento de partes do corpo ou de todo o corpo no espaço. O movimento é o elemento central na
comunicação e interação com as outras pessoas e com o meio ambiente à nossa volta; é central também na
aquisição do conhecimento de si e da natureza. Apesar dos movimentos estarem presentes em todas as nossas
ações, eles não se repetem, variando em função da nossa disposição física e mental daquele momento. A
aquisição de habilidades motoras que ocorre ao longo dos anos é fruto não só das disposições do indivíduo para a
ação, mas principalmente do contexto físico e sócio-cultural onde o individuo está inserido.
No curso do desenvolvimento, a emergência do andar marca o início da interação do ser humano com o
meio, dando independência a ele na exploração dos objetos, pessoas, com os quais interage. Para que possa
explorar esses objetos a sua volta ele adquire uma série de habilidades manipulativas que vão ser adicionadas ao
repertório motor, permitindo o uso dos objetos para determinados fins, como dos talheres, da tesoura, do lápis, da
bola etc.
Por fim, conclui-se que cabe aos pais, professores alertarem-se sobre a necessidade de garantir à criança o
direito a um desenvolvimento integral e harmônico, dando-lhe espaço para que se desenvolva, primeiramente na
área motora e consequentemente na cognitiva, social e emocional. Somente assim estarão garantindo o
desenvolvimento de um ser humano na sua totalidade. Registra-se aqui a contribuição que o Professor de Educação
Física pode dar no desenvolvimento da coordenação motora de seus alunos nos dias de hoje: interpretar, refletir e
agir, na tentativa de ascender a níveis quanti e qualitativamente superiores na existência humana. Nesse sentido,
entender o "homem em movimento", as múltiplas dimensões e implicações de tal fato torna-se imperioso, necessário
e premente.
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ENAF Science, v.3, n.2
TOPOGRAFIA E INTENSIDADE DA DOR EM ATLETAS DE HANDEBOL DA CIDADE DE POUSO ALEGRE/MG
Fernandes Mariano de Andrade Júnior¹
Rodney Alfredo Pinto Lisboa²
Luiz Henrique Sales Oliveira³
Acadêmico do Curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS ² Docente do Curso de Graduação em
Educação Física da UNIVÁS ³Docente dos Cursos de Graduação em Educação Física e Fisioterapia da UNIVÁS
RESUMO
Para um melhor desempenho na prática do handebol, a força, a velocidade e a potência de arremesso são
componentes que auxiliam o atleta em seus objetivos durante um jogo. Entretanto, quando trabalhadas de forma
incorreta, essas valências físicas podem acarretar lesões que comprometerão o desempenho futuro. O objetivo desta
proposta é identificar os pontos anatômicos de ocorrência de dor em atletas de handebol, e descrever a topografia e
a intensidade na articulação do ombro. Participaram do estudo 16 atletas praticantes de handebol da cidade de
Pouso Alegre, sendo 10 (dez) do sexo masculino e 6 (seis) do sexo feminino, com idade entre 18 a 38 anos de idade,
e com mais de cinco anos de treinamento na modalidade esportiva. Os dados foram anotados em fichas próprias
para análise e posteriormente tratados para os cálculos necessários. Os dados avaliados por meio de comparações
e médias são apresentados através de análise descritiva mediante a configuração de gráficos que abordam a
porcentagem obtida, os resultados e variância com p-valor do teste <0,05.
Palavras-chave: Handebol; lesão; dor.
INTRODUÇÃO
Segundo Greco (2000) o handebol é um desporto jogado com os membros superiores, que apresenta
características de esforços físicos de alta intensidade e de curta duração, com ênfase nas capacidades motoras de
velocidade e de força, especialmente a força explosiva e a força rápida voltadas para o objetivo do jogo, o gol.
Portanto, um arremesso tem que ser preciso, forte, rápido e certeiro, podendo ser dividido em três partes: a corrida, o
salto e o arremesso (SIMÕES, 2002).
Para Ehret, Späte, Schubert & Roth (2002), o arremesso é realizado com a base fixa ao solo – estando a
perna contraria ao lado dominante à frente – ou mesmo com base flutuante (caracterizando a fase aérea), onde o
atleta executa um salto que possibilita maior amplitude para execução do arremesso. Para os autores, o arremesso
ocorre, na maioria das vezes, a partir do lado dominante do atleta, com o braço em posição de abdução e o
antebraço semi-flexionado sobre o braço. Por sua vez, o tronco realiza uma rotação para o lado dominante, a fim de
alcançar maior amplitude e potência ao final da realização do movimento.
A força explosiva, nas suas definições como “a capacidade de realizar uma força maior
possível em devido intervalo de tempo” ou “a capacidade de realizar altas velocidades e
acelerações”, pode ser quantificada pela “taxa máxima de produção de força” (inclinação
máxima da curva de força-tempo). (MENZEL apud GRECO, 2000, p. 63)
Conforme podemos perceber nas considerações do autor supra-mencionado, a força de arremesso é
considerada como um dos fatores capazes de comprometer o desempenho de um atleta de handebol. Por definição,
Tenroler (2004) conceitualiza o arremesso como sendo a ação de impulsionar a bola em direção ao gol. Portanto, se
considerarmos que o objetivo máximo do handebol é a marcação de um gol, cabe aos atletas trabalharem de modo a
desenvolver 2 aspectos fundamentais para a execução do arremesso serão: a força e a precisão.
Considera-se que a envergadura de um atleta de handebol, tem uma forte influência na potência do seu
arremesso, pois quanto maior for a sua envergadura, maior será seu raio de ação e, também, é maior a aceleração
que pode se dar à bola (GLANER, 1999).
Um atleta de handebol que possui um alto nível de flexibilidade irá possuir uma maior alavanca para
arremesso, aumentando assim o seu percurso de aceleração da bola, resultando em maior utilização da força para
execução do gesto (EHRET et al., 2002; GRECO, 2000).
Portanto, considerando as características particulares do arremesso no handebol, um trabalho mal
desenvolvido e estruturado pode acarretar maior incidência de lesões que poderão comprometer não só o
desempenho, como também a carreira de um atleta.
Sullivan & Anderson (2004, p. 10) consideram que “a lesão esportiva é uma condição médica, resultante
da prática esportiva, que causou uma limitação ou restrição a pratica da modalidade em questão ou para a qual foi
recebido tratamento médico”.
As lesões podem ser classificadas de acordo com a gravidade, sendo lesões com risco de vida, lesões
séricas e lesões sem risco de vida. A lesão esportiva é caracterizada por rupturas e/ou estiramentos dos ligamentos,
distensões e contusões musculares, subluxações, escoriações, bolhas e laceração. Outra classificação relacionada
às lesões trata da sua natureza: podendo ser aguda ou crônica. A lesão aguda é o resultado de um incidente
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ENAF Science, v.3, n.2
traumático súbito e a lesão crônica é toda a lesão que se agrava ao longo do tempo e/ou tende a durar um longo
período (HAFEN et al., 2002; SILVA JUNIOR, 1999; SULLIVAN; ANDERSON, 2004).
Dentro dos mecanismos das lesões, a compressão, tensão e cisalhamento são forças que agem sobre as
estruturas corporais de modo natural as suas capacidades de absorverem, porém quando determinada força maior
do que a força/capacidade da estrutura corporal, provavelmente ocorrerá à lesão por conta da sobre carga aplicada à
estrutura (SILVA JUNIOR, 1999).
Todo esporte de arremesso que requer atividades repetitivas ou atividades realizadas com os braços
acima da cabeça, é comum encontrar lesões crônicas. Assim, um trabalho específico aplicado aos praticantes das
modalidades como forma de prevenção às lesões ocorridas em arremessadores, deve-se incluir exercícios de
fortalecimento e alongamento para o ombro, principalmente para o sexo feminino, pois a frouxidão aumentada ao
sexo e a falta de força aos membros superiores, quando comparado ao sexo masculino, pode ter uma grande
influência em subluxações e luxações da articulação do ombro por overuse (SULLIVAN; ANDERSON, 2004).
Para Andrews et al. (2000), a lesão crônica com origens micro-traumáticas são muito freqüentes em
atletas de handebol pelo uso excessivo em alta intensidade dentro da cintura escapular.
O esforço repetitivo causa micro-traumas cumulativos, por causa da força repetida e aplicada
externamente, resultando em enfraquecimento das estruturas. O micro-trauma crônico esta ligado à lesão sub-clínica
com natureza degenerativa. Uma lesão provoca alterações na sensibilidade das fibras nervosas, devido ao aumento
na atividade espontânea neural, diminuição do limiar necessário para ativação dos nociceptores e aumento da
resposta a estímulos (SAKATA; ISSY, 2004).
Como resultado de uma atividade repetitiva realizada acima da cabeça com ação violenta, o arremesso é
caracterizado como um movimento de altos estresses para o ombro e o cotovelo, possibilitando assim lesão micro
traumática ou um mecanismo de uso excessivo (ANDREWS et al., 2000).
Assim, podemos perceber que não há dúvidas de que o complexo do ombro é a parte mais importante
para o jogador de handebol, pois é com ele que será realizado todo o jogo. O ombro é a articulação proximal do
membro superior sendo considerada a que oferece maior amplitude e potência de todas do corpo humano
(KAPANDJI, 1990 apud FAGGIONI et al., 2005).
Dentre todos os complexos osteo-mio-articulares da cintura escapular, o ombro é sem duvida o que mais
sofre com a pratica esportiva envolvendo movimentos de abdução acima de 90º graus com rotações, pois sua
instabilidade e seu complexo anatômico influenciam para possíveis causas de lesões.
O surgimento de uma lesão é identificado, entre outras características, pela presença da dor. Barbanti
(2003) define dor como uma sensação desagradável ou penosa, causada por lesão ou por estado anômalo dos
órgãos. Conforme o autor, ela tem origem a partir da irritação do tronco raiz ou terminação dos nervos sensoriais que
conduzem a informação para o cérebro. A dor é considerada como um mecanismo de proteção, por alertar acerca de
eventuais distúrbios físico-orgânicos. Portanto, considera-se que a intensidade da dor é uma característica muito
importante no papel preventivo de uma lesão.
MATERIAIS E MÉTODOS
Participaram do estudo 16 atletas praticantes de handebol da cidade de Pouso Alegre, sendo 10 (dez) do
sexo masculino e 6 (seis) do sexo feminino, com idade entre 18 a 38 anos de idade, e com mais de cinco anos de
treinamento na modalidade em questão.
Os atletas responderão juntamente com o autor do projeto e o técnico responsável a um questionário de
topografia e intensidade da dor elaborado por Leite (1987) e citado por Mendes (2004) conforme anexo. As
perguntas formuladas tratam basicamente de duas questões, sendo que a primeira será respondida considerando
duas opções: SIM ou NÃO.
Ao responder afirmativamente à primeira pergunta, o atleta responderá à segunda, sendo que para tal o
participante irá marcar a intensidade de dor sentida pelo mesmo em uma régua, escalonada de 0 (zero) a 10 (dez).
Nessa régua, o zero corresponde a nenhuma dor, cinco corresponde à dor moderada e dez corresponde à dor
máxima. Ainda nesta questão, depois de ter pontuado na régua a intensidade da dor sentida, caso haja, o
participante terá que marcar com um X em dois desenhos anatômicos de frente e versus o ponto correspondente a
que sente dor, podendo ser mais que um ponto anatômico. A escolha deste instrumento se deu por ser validado de
fácil aplicação e interpretação. O questionário a ser utilizado se encontra anexado no final do projeto.
Os dados foram anotados em fichas próprias para análise e posteriormente tratados para os cálculos
necessários. Avaliados por meio de comparações e médias, os dados são apresentados através de análise descritiva
mediante a configuração de gráficos que abordam a porcentagem obtida, os resultados e variância com p-valor do
teste <0,05.
RESULTADOS
Gráfico 1: Representação da porcentagem de atletas que sentem dor.
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ENAF Science, v.3, n.2
25%
75%
SENTE DOR
NÃO SENTE DOR
Gráfico 2: Representação da porcentagem de atletas que sentem dor na articulação do ombro.
42%
58%
Articulação Ombro
Outras Articulações
12
10
8
6
4
Braço
Punho
Coxa
Pé
Lombar
Cotovelo
Joelho
0
Tornozelo
2
Ombro
Número de Ocorências
Gráfico 3: representativo dos pontos anatômicos de ocorrência de dor.
Pontos Anatômicos
DISCUSSÃO
Considerando as referências bibliográficas consultadas para esta proposta, ao tratar das lesões, observase uma maior incidência de natureza micro traumática. Conforme Ingham et al. (2004), o maior índice de lesões
traumáticas ocorre na região dos joelhos, seguidos pelos tornozelos e ombro. O American Medical Association,
classifica o handebol como um esporte de contato, onde as possibilidades de lesões de natureza traumáticas são
maiores.
O estudo apresentado por Ejnisman et al. (2001), aborda que as lesões traumáticas tiveram maior
incidência nos esportes de contato com 56,1% dos casos, porém quando foram apresentados os resultados das
lesões atraumáticas (que não são causado em função de contato ou impacto), constata-se que os esportes de
arremesso apresentam 66,2% dos casos.
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ENAF Science, v.3, n.2
Através dos dados obtidos com esta proposta, considera-se que 75% dos atletas avaliados sentem dor, e
25% não apresentam incidência relacionada à dor. Considerando os atletas que apresentam dor, 58% sentem dor na
região do ombro e 42% sentem dor em outras regiões, tais como: joelho, cotovelo, tornozelo, lombar, pé, coxa,
punho e braço.
Podemos constatar, conforme mostram o gráfico 4, que a incidência de dor na região do ombro obteve
maior média (média 6) se considerar outras regiões onde se acusou a presença de dor.
A idéia que o handebol é um esporte com inúmeros riscos de lesões surge a partir da constatação de que
a modalidade considera o contato físico entre os atletas, ocasionando riscos de impactos e lesões de natureza
traumática.
Assim é considerada a idéia de prevenir às lesões atraumáticas com natureza micro traumática, devido às
características especificas da modalidade com altos estresses na articulação do ombro. Vários são os trabalhos de
prevenção às lesões de natureza micro traumático, como a musculação com objetivo de fortalecimento as estruturas
citado por Simão (2007), trabalho bilateral realizado as categorias de base como é apresentado por Ingham et al.
(2004) onde apenas 5% dos entrevistados eram ambidestros, e também uma escala de dor sentida para avaliar os
possíveis danos ocasionados pelo esforço repetitivo e continuo a uma única estrutura osteo-mio-articular.
CONCLUSÃO
Ao final deste estudo, conclui-se que o ombro foi o ponto anatômico de maior ocorrência de dor, sendo
que 58% dos casos analisados acusaram desconforto nessa região. Por fim, a soma dos índices de dor nos atletas
que participaram dessa proposta atingiu grau moderado, considerando que a intensidade de dor atingiu média seis,
numa escala que vai de zero a dez.
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TENROLER, C. Handebol: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.
[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
PERCEPÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL ENTRE TRABALHADORES DE UMA EMPRESA
ELÉTRICA DA CIDADE DE POUSO ALEGRE/MG.
Alfredo Marcos de Oliveira Toledo¹
Rodney Alfredo Pinto Lisboa²
¹Acadêmico do Curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS ²Docente do Curso de Graduação em
Educação Física da UNIVÁS
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar o nível de conhecimento dos funcionários em relação aos benefícios da ginástica
laboral (GL). Entretanto, quando a ginástica laboral não for bem desenvolvida, podem acarretar certas insuficiências
nos benefícios e comprometendo num resultado prazeroso entre os funcionários e a empresa. Decorre de uma
pesquisa descritiva de valores absolutos e percentuais para verificação da percepção dos entrevistados sobre os
benefícios da ginástica laboral para sua vida. Aplicou-se questionário elaboradas e validades por SOARES et al
(2006). Participaram do estudo 100 funcionários, sendo 50 no 1º turno e 50 no 2º turno da fábrica de fiações elétricas
da cidade de Pouso Alegre, sendo 44% do sexo feminino e 56% do sexo masculino, com idade entre 17 a 50 anos
de idade. Esse estudo foi aplicado dentro da fábrica no intervalo de refeição. Os dados avaliados por meio de
comparações e médias são apresentados através de análise descritiva mediante a configuração de gráficos que
abordam a porcentagem obtida, os resultados e variância com p-valor do teste <0,05.
Palavras-chave: Ginástica Laboral; benefícios; trabalhadores.
INTRODUÇÃO
O homem dono de si, livre para vender sua força física para a execução de trabalhos, cuja única fonte de
energia para tal restringia-se ao próprio corpo, tornou-se impotente diante de máquinas que surgiram na Revolução
Industrial, para que a produção se tornasse mais rápida e eficaz, para que houvesse um acumulo favorável de
capital, aproveitando ao máximo os equipamentos antes de se tornarem substituíveis (MINAYO-GOMEZ; THEDIMCOSTA, 1997).
A NR-32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE (BRASIL, 2008, p. 496)
retrata que:
32.1 DO OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO
32.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes
básicas para a implantação de medidas de proteção à segurança e a saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de
promoção e assistência à saúde em geral.
32.1.2 Para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer
edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações
de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível
de complexidade.
O trabalhador em si, seja homem ou mulher, jovem ou maduro, arca com o fardo sociocultural de um
passado ainda presente na herança da escravidão e do sistema de relações entre chefe e subordinados, que retrata
um fator que conspira contra o projeto moderno do indivíduo responsável, autônomo e pró-ativo em busca de se
tornar independente, ou seja, a vivência da cidadania pelo reconhecimento universal da dignidade do trabalho
(DAMATTA, et al., 2003).
Para Lima (2005) a ginástica laboral (GL) é um programa que proporciona uma união entre o trabalhador e a
empresa, valorizando o significado do seu trabalho, uma vez que os exercícios aplicados são baseados na função
exercida pelo trabalhador. A GL é considerada um fator importante na motivação e tem como desafio atrair
diariamente a atenção dos trabalhadores para suas programações, sendo que, as atividades têm que ser
desempenhadas com qualidade e corresponder a necessidade do trabalhador que participa, mostrando, através da
sua criatividade e do seu potencial produtivo, uma nova visão sobre o valor de cada profissão e seu resultado na
sociedade.
Segundo Mendes & Leite (2004), os trabalhadores devem ter como objetivo uma melhora na sua postura e
nos movimentos executados durante o trabalho, o aumento da resistência à fadiga central e periférica, a promoção
do bem-estar geral, a melhora de sua qualidade de vida, o combate ao sedentarismo (devido à era da tecnologia,
transformando o esforço muscular num simples apertar de botões, tanto em casa, como no trabalho e em todas as
atividades da vida diária), e a diminuição do estresse ocupacional, entre outros. Para a empresa o grande objetivo é
a diminuição dos acidentes de trabalho, a redução do absenteísmo e da rotatividade, o aumento da produtividade, a
melhora da qualidade total, a prevenção e a reabilitação das doenças ocupacionais, tais como tendinites e LER,
DORT ou AMERT (Lesões por Esforços Repetitivos, Distúrbios Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho ou
Alterações Musculoesqueléticas Relacionadas ao Trabalho).
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ENAF Science, v.3, n.2
Costa & Costa (2004) argumentam que a empresa que possui trabalhadores motivados tende, a possuir
baixos índices de acidentes.
Para esse convívio social, o programa de GL deverá oferecer uma farta lista de atividades que possam ser
incorporadas como motivacionais, com ações que procedem com cautela, aproveitando recursos do meio,
procurando ao mesmo tempo, sistematizar e organizar atividades que irão aperfeiçoar, ou seja, melhorar a condição
física do trabalhador, não descaracterizando os objetivos do programa (LIMA, 2005).
MATERIAIS E MÉTODOS
Participaram do estudo 100 funcionários de ambos os sexos, sendo 44 mulheres e 56 homens, com idade
entre 17 a 50 anos de idade. Esse estudo foi aplicado dentro da fábrica no intervalo de refeição.
Foi utilizado um questionário com seis perguntas fechadas que foram lidas pelo autor do estudo nos
momento de pausa no trabalho dos funcionários da linha de produção. As respostas mencionadas pelos funcionários
foram marcadas na folha de repostas (questionário) pelo próprio autor do estudo.
As perguntas foram elaboradas e validadas por SOARES et al. (2006). As questões de 1 a 6, são
pessoais, sócio-demográficas, a fim de identificar o perfil da população estudada; a sétima, sobre a prática de
atividade física regular fora da empresa; a oitava, sobre a sua participação no programa de ginástica laboral da
empresa; a nona, sobre a percepção deste programa, se é necessário ou desnecessário; a décima, enfatiza a
percepção de benefícios da ginástica laboral; a décima primeira, pede um significado da ginástica laboral (lazer,
relaxamento, prazer, tarefa, união com colegas, obrigação, estímulo ou prevenção); e, a décima segunda, pede o
benefício proporcionado pela ginástica laboral (maior integração, mais disposição, mais relaxado, redução de dores,
conscientização sobre o corpo, motivação a fazer exercício fora da empresa e uma citação caso haja outros).
Os dados foram anotados em fichas próprias para análise e, posteriormente, tratados para os cálculos
necessários. Avaliados por meio de comparações e médias, os dados são apresentados através de análise
descritiva, mediante a configuração de gráficos que abordam a porcentagem obtida, os resultados e variância com pvalor do teste <0,05.
RESULTADOS
Gráfico 1: Representação da porcentagem da saúde de funcionários da empresa.
Estado de Saúde na Empresa
0%
2%
21%
43%
34%
Excelente
Muito Boa
Boa
Regular
Ruim
Gráfico 2: Representação da porcentagem na participação do programa de ginástica laboral.
Fazem Atividades GL
3%
97%
Sim
Não
Gráfico 3: Representação da porcentagem da importância da ginástica laboral.
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ENAF Science, v.3, n.2
Acham Necessária X Desnecessária
GL
5%
95%
Necessaria
Desnecessaria
Gráfico 4: Representação da porcentagem dos significado da ginástica laboral.
A GL Significa? (questão multiplas marcações)
80
77
Qt de Funcionários
70
60
50
45
36
40
41
27
30
18
20
10
5
1
0
Lazer
Relaxamento
6
6
4 1 3
4
Prazer
10
9
7
Tarefa
10
9
5 5
2
0
1 0 1
1
União
Obrigação
Estímulo
Prevenção
Sugestão
Significado da ginástica laboral
Empresa
1º Período
2º Período
Gráfico 5: Representativo da porcentagem dos benefícios da ginástica laboral.
Qual o Benefício proporcionado pela GL?
45
42
Qt de Funcionários
40
35
30
25
20 22
24
22
20
10
9
10
5
14
13
15
7
5
2
0
0
3
0
0
3
2
1
1
0
Integração
Disposição
Relaxado
Redução Dores Conscientização
Motivado
Outros
Benefícios
Empresa
1º Período
2º Período
DISCUSSÃO
Considerando as referências bibliográficas consultadas para esta proposta, ao tratar dos benefícios,
observa-se que, SOARES et al. (2006) disseram que mesmo os funcionários tendo percepção dos benefícios da
ginástica laboral, a adesão ao programa entre operadores de telemarketing era muito baixa.
Conforme Mendes & Leite (2004), a divulgação é a “alma do negócio”, pois toda vez que o profissional de
educação física ou outro profissional de Ginástica Laboral for implantar o programa, deverá se preocupar em seguir
todos os passos das fases de implantação da GL, devendo seguir uma metodologia científica para que todos os
resultados alcançados sejam divulgados, principalmente em educação física, em revistas científicas da área de
qualidade de vida no trabalho, da saúde ocupacional, da segurança do trabalho e em outras divulgações da mídia,
tanto escrita ou falada. Lima (2003) ressalta que o profissional da Ginástica Laboral deve agregar valores e
resultados, porém, não atrapalhar os funcionários no seu desempenho, pois o mesmo dará as atividades precisa,
obter consciência e conhecimento do programa aplicado.
- 39 -
ENAF Science, v.3, n.2
O estudo apresentado por Militão (2001), aborda os benefícios da ginástica laboral segundo a percepção
dos trabalhadores. O autor mostrou que quase 100% de todos os trabalhadores investigados perceberam benefícios
da ginástica laboral, no entanto, quando questionados sobre o que gostariam que mudasse na ginástica laboral,
77,7% dos funcionários orientados por facilitadores, sugeriram mudanças relacionadas com a forma de orientar a
aula, tais como: mais motivação, mais organização quanto à freqüência e horário, não contar durante os exercícios,
mudar os exercícios para que estes não se tornem monótonos e repetitivos, e que as aulas sejam orientadas
diretamente por professor de educação física. Já as mudanças sugeridas pelos funcionários orientados por professor
de educação física foram todas relacionadas com maior duração ou mais vezes ao dia. Estes resultados mostram o
quanto é importante à participação direta do professor de educação física para que a ginástica laboral atinja todos os
seus objetivos.
Através dos dados obtidos com esta proposta, considera-se que no gráfico 4, através de uma questão de
múltipla escolha, no total de 100 funcionários avaliados, 77 acham que a GL significa relaxamento, 45 acham que é
prevenção, 10 estímulo, 10 obrigação, 9 união, 6 tarefa, 5 lazer e 4 prazer. Considera que os funcionários entendem
que a GL se destaca mais como relaxamento, tornando os outros fatores irrelevantes.
Podemos constatar, conforme mostra o gráfico 5, que entre os 100 funcionários, 42 acham que a ginástica
traz como benefício a disposição, 24 a redução de dores, 22 o relaxamento, 7 a conscientização, 3 a motivação, 2
*
outros e 0 a integração.
A ginástica laboral traz uma gama de benefícios e busca uma transformação na área social das pessoas,
pois cria um processo de conhecimentos e inovações, tendo como ponto de partida um trabalho em equipe, uma
união de pessoas, independente de raças, gêneros, crenças e classe social. O princípio é levar o bem star entre as
relações sociais dentro e fora da empresa.
Assim, é considerada a idéia de prevenir as doenças ocupacionais, unificando um trabalho multidisciplinar
entre profissionais especializados na área de saúde e segurança do trabalho, obtendo uma melhoria nas relações
entre os funcionários e a empresa.
CONCLUSÃO
Ao final deste estudo, conclui-se que os funcionários devem obter mais informações sobre o significado de
GL, pois ela não implica somente relaxamento e prevenção. Os resultados apresentados mostraram que outros
significados (lazer, prazer, tarefa, união, obrigação, estímulo e sugestão) foram irrelevantes.
Os benefícios não estão ligados somente à maior disposição. Os benefícios da ginástica laboral são muito
mais amplos e podemos melhorar essa percepção com novos métodos de conscientização, para atingir uma visão
mais segura, confortável e sustentável entre os trabalhadores, melhorando o bem estar de todos. Existe uma grande
preocupação neste resultado, pois o que chama muita atenção é a porcentagem da integração que se destaca como
0%.
Verifica-se no programa da GL um convívio social diário entre os envolvidos, no qual prevalece uma maior
integração entre as pessoas, a interação com a saúde, a comunicação e as atividades físicas elaboradas pelos
profissionais. O importante é despertar a atividade em equipe, possibilitando um resultado mais eficiente e um
crescimento pessoal. A rotina nunca será a mesma e os resultados serão ainda melhores tanto para empresa quanto
para o funcionário.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Manuais de Legislação Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. 62 ed. São
Paulo: Atlas, 2008.
COSTA, M. A. F.; COSTA, M. F. B. Segurança e Saúde no Trabalho: Cidadania, Competitividade e Produtividade. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2004.
DAMATTA, R.; ET AL. Profissões industriais na vida brasileira: Ontem, hoje e amanhã. Brasília: Universidade de Brasília, 2003.
FIGUEREDO, F.; MONTÀLVÂO, C. Ginástica Laboral e Ergonomia. Rio de Janeiro: Sprint, 2005.
GUERRA, A. K. A ginástica laboral como uma ferramenta de combate ao estresse ocupacional. Informe Phorte, ano 8, n.19, p.5,
2006.
LIMA, D. G. Ginástica Laboral: Metodologia de Implantação de Programas com Abordagem Ergonômica. Jundiaí, SP: Fontoura,
2004.
LIMA, V. Ginástica Laboral: Atividade Física no Ambiente de Trabalho. 2 ed. São Paulo: Phorte, 2005.
MACIEL, R. H. et al. Quem se Beneficia dos Programas de Ginástica Laboral? Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 8,
p. 71-86, 2005.
MENDES, R.; LEITE, N. Ginástica Laboral: Princípios e Aplicações Práticas. Barueri, SP: Manole, 2004.
MILITÃO, A. G. A influência da ginástica laboral para a saúde dos trabalhadores e sua relação com os profissionais que a
orientam. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.
MINAYO-GOMES, C.; THEDIM-COSTA, S. M. F. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Cad. Saúde
Públ., Rio de Janeiro, v.13, supl.2, p. 21-32, 1997.
SOARES, R. G. et al. A baixa adesão ao programa de ginástica laboral: buscando elementos do trabalho para entender o problema.
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 31, n. 114, p. 149-160, 2006.
[email protected]
*
Tanto para o 1º turno, quanto ao 2º turno, diz que não percebe nenhum benefício proporcionado pela ginástica
laboral.
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ENAF Science, v.3, n.2
A MOTIVAÇÃO DOS ATLETAS DE UMA ESCOLA INICIAÇÃO AO FUTEBOL DA CIDADE DE BORDA DA
MATA/MG
Thiago Palmeira de Senna Lima¹
Cristiano Lélis Silva Gomes¹
Rafael José de Lima¹
Ronaldo Júlio Baganha²
Luís Henrique Sales Oliveira²
¹Aluno de Graduação em Educação Física UNIVÁS/MG ²Docente do Curso de Graduação em Educação Física
UNIVÁS/MG
INTRODUÇÃO
Motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da
interação de fatores pessoais e ambientais (SAMULSKI, 2002).
A motivação para rendimento junto ao atleta, refere-se ao esforço de uma pessoa com o fim de solucionar
uma tarefa exigente, adquirir excelência esportiva, superar obstáculos, procurar e demonstrar uma melhor
performance do que outras pessoas e sentir-se orgulhoso mostrando seu talento (WEINBERG E GOULD, 1999).
O ensaio da motivação é um dos que mais ganha espaço na Psicologia do Esporte, não apenas nos
âmbitos rendimento e universitário, mas também junto às crianças, jovens, adultos, idosos e até mesmo pacientes
internados em enfermaria ortopédica (MELO; LÓPEZ, 2003).
A motivação influi, com muita prioridade, em todos os tipos de comportamento permitindo um maior
envolvimento ou uma simples participação em atividades que se relacionem com: aprendizagem, desempenho e
atenção (HERNANDEZ; VOSE; LIKAWKA, 2004).
Devemos notar que a motivação não é apenas um fator importante para aprendizagem, mas também é
diferencial para alcançar os objetivos e fornecer incentivos, atividades e ambientes que conduzam a uma
aprendizagem do mais alto grau (FREITAS, 2007).
Esse diferencial não só pode afetar significativamente a interpretação de um desejo, mas também o
entendimento da maneira particular como as pessoas agem e atuam na busca dos seus objetivos. A motivação,
portanto, pode ser considerada, primordialmente, um processo intrínseco (BERGAMINI, 1997).
A idéia de Maslow na qual entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força
sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que aconteça a ação ou reação é preciso que um estímulo seja
implementado, seja decorrente de algo externo ou proveniente do próprio organismo (SERRANO, 2003).
Na Psicologia moderna, o termo motivação é utilizado para designar a intensidade do esforço e a direção
do comportamento humano. É uma dimensão direcional que indica a finalidade do comportamento ou porque as
pessoas se orientam a um ou outro objetivo. No âmbito da atividade física e do esporte, a motivação é produto de um
conjunto de variáveis sociais, ambientes e individuais que determina a eleição de uma modalidade física ou esportiva
e a intensidade da prática dessa modalidade, que determinará o rendimento (ESCARTÍ; CERVELLÓ, 1994)
A motivação no esporte vem desenvolvendo programas de treinamento psicológico envolvendo técnicos,
treinadores e atletas na busca de melhor desempenho em competições, em atividades que visam, entre outras
coisas, modos de manejo e enfrentamento do stress competitivo, controle da atenção e concentração, incremento
das habilidades de comunicação, desenvolvimento de liderança e coesão de equipe (WOODWORTH; MARQUES,
1973).
É importante ressaltar que a motivação do professor de educação física está relacionada também com a
satisfação do mesmo. Compreendendo por satisfação o atendimento (ou eliminação) de uma necessidade ou motivo,
de maneira geral que “um motivador é um fator de satisfação em um lugar de ser a mesma coisa, são antítese um do
outro (SORIANO; WINTERSTEIN, 1998).
Existem muitos fatores de ordem emocional e motivacional que estão diretamente relacionados com as
condições impostas ao jogador no treinamento, na competição e no ambiente que o cerca, tais como: a torcida, a
arbitragem, o local da competição, adversários, entre outros (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999).
OBJETIVO
Verificar o nível de motivação dos atletas de uma escola de iniciação ao futebol da cidade de Borda da
Mata/MG antes dos jogos nos finais de semana.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste estudo foram selecionados 20 atletas do gênero masculino entre 12 e 16 anos, que
participam da Escola de Iniciação ao Futebol de Borda da Mata/MG, esses atletas treinam 2 vezes por semana e
jogam aos finais de semana atividades
A coleta de dados foi feita no Estádio Waldir de Mello em Borda da Mata antes das partidas nos finais de
semana pelo próprio autor do projeto.
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ENAF Science, v.3, n.2
Para a coleta inicial dos dados, foi aplicado um instrumento sobre avaliação da motivação que contém 15
questões que foi elaborado e padronizado pelo próprio autor. Neste instrumento sobre avaliação de motivação há
para cada uma das 15 questões 3 alternativas: sim, não e não sei, onde o atleta somente poderá uma das respostas.
Os dados adquiridos foram analisados e posteriormente, foram dispostos em gráficos e tabelas que
demonstram os resultados obtidos em relação à motivação dos atletas que participaram do projeto.
RESULTADOS
Como método de análise para obtenção de resultados e informações a respeito do nível de motivação dos
atletas da Escola de Iniciação ao Futebol da cidade de Borda da Mata/MG, foi utilizado um instrumento sobre
avaliação que contem 15 perguntas, com 3 alternativas cada.
Para que se obtivesse um resultado mais significativo e organizado para os objetivos propostos nesta
pesquisa os resultados obtidos nos questionários foram discutidos para uma melhor visualização e entendimento,
observe na tabela 1.
Tabela 1
Perguntas
Não
Antes
Sim
Não Sei
Não (%)
Sim (%)
Não Sei (%)
0
20
0
0%
100%
0%
1
1
19
0
5%
95%
0%
2
3
17
0
15%
85%
0%
3
4
16
0
20%
80%
0%
4
5
15
0
25%
75%
0%
5
17
3
0
85%
15%
0%
6
15
3
2
75%
15%
10%
7
15
4
1
75%
20%
5%
8
4
16
0
20%
80%
0%
9
3
16
1
15%
80%
5%
10
9
9
2
45%
45%
10%
11
1
19
0
5%
95%
0%
12
1
17
2
5%
85%
10%
13
17
0
3
85%
0%
15%
14
15
12
20
7
0
1
0
60%
100%
35%
0%
5%
0%
Primeiramente, questionou se o atleta estava motivado para jogar antes da partida, e segundo os resultados
dos 20 atletas, todos estavam motivados para jogar, isso, portanto, significa 100% de motivação.
Na primeira pergunta, foi questionado se quando você chega para jogar o seu técnico o motiva para o jogo,
e 19 atletas disseram que sim, no caso 95%, apenas 1 disse que não 5%.
Na segunda pergunta, foi questionado se seu técnico influencia os jogadores a ganhar um jogo, e 17 atletas
disseram que sim 85%, e apenas 3 disseram que não 15%.
Na terceira pergunta, foi questionado se o atleta conversa com outros sobre o jogo, e 16 atletas
responderam que sim 80%, e 4 disseram não 20%.
Na quarta pergunta, foi questionado se uma conversa motivadora no vestiário antes das partidas ajuda no
rendimento da equipe, e 15 atletas responderam sim 75%, e 5 responderam não 25%.
Na quinta pergunta, foi questionado se todas as partidas têm o mesmo significado, e 3 atletas responderam
que sim 15%, já 17 atletas responderam que não 85%.
Na sexta pergunta, foi questionado se o atleta joga menos quando seu técnico não consegue transmitir a
importância daquela partida, e 3 atletas responderam que sim 15%, 15 atletas responderam que não 75% e 2 atletas
responderam não sei 10%.
Na sétima pergunta, foi questionado se quando o seu time perde o atleta culpa seus outros companheiros
por estarem pouco motivados, e 4 atletas responderam que sim 20%, 15 responderam que não 75% e apenas 1
respondeu que não sabia 5%.
Na oitava pergunta, foi questionado se o atleta joga melhor quando seu técnico o elogia perante os demais
atletas, e 16 atletas responderam que sim 80% e 4 atletas responderam que não 20%.
Na nona pergunta, foi questionado se o atleta concorda que qualquer equipe joga melhor quando todos
estão motivados, e 16 atletas responderam sim 80%, 3 responderam não 15% e 1 respondeu não sei 5%.
Na décima pergunta, foi questionado se o capitão do time chama os jogadores para uma conversa sobre o
jogo, e 9 atletas responderam que sim 45%, 9 atletas responderam que não 45% e 2 responderam não sei 10%.
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ENAF Science, v.3, n.2
Na décima primeira pergunta, foi questionado se a motivação ajuda o atleta a jogar melhor, 19 atletas
responderam que sim 95% e apenas 1 atleta respondeu que não 5%.
Na décima segunda pergunta, foi questionado se o atleta chega sempre motivado para as partidas, e 17
atletas responderam que sim 85%, 1 respondeu que não 5%, e 2 atletas respondeu que não sabiam 10%.
Na décima terceira pergunta, foi questionado se todas as partidas têm o mesmo significado e se não precisa
de motivação para jogar, 17 atletas responderam que não 85%, 3 atletas não sabiam 15%.
Na décima quarta pergunta, foi questionado se para o atleta tanto faz estar ou não motivado e o que importa
para disputar as partidas, e 7 atletas responderam que sim 35%, 12 responderam que não 60% e apenas 1
respondeu não sei 5%.
Na décima quinta e ultima pergunta, foi questionado se para o atleta jogar bem é ter somente habilidade
com a bola, e todos os 20 atletas responderam não 100%.
De uma forma geral, os dados obtidos demonstraram um bom nível de motivação dos atletas da Escola de
Iniciação ao Futebol da Cidade de Borda da Mata/MG, 11 atletas demonstraram estarem muito motivado antes das
partidas então 55%, já 9 atletas demonstraram motivação normal 45%, e nenhum atleta pesquisado estava pouco
motivado antes das partidas. Podemos ressaltar que houve diferença significativa entre os atletas já que a realização
do teste t pareado entre as respostas sim e não foi de p =0,095.
DISCUSSÃO
A motivação é um fator muito importante na busca de qualquer objetivo pelo ser humano. Os treinadores
reconhecem esse fato como sendo o principal, tanto nos treinamentos como nas competições. Assim sendo, a
motivação é um elemento básico para o atleta seguir as orientações do treinador e praticar diariamente as sessões
de treinamento (RUBIO, 2003).
Um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma pessoa é, indiscutivelmente a
motivação, influindo com muita propriedade, em todos os tipos de comportamento, permitindo um maior envolvimento
em simples participação em atividades relacionadas à aprendizagem, desempenho e atenção (MACHADO, 1997).
No âmbito da atividade física e do esporte, a motivação é o produto de um conjunto de variáveis sociais,
ambientais e individuais, que determinam a escolha de uma modalidade física ou esportiva, e a intensidade da
prática desta modalidade é que determinará o rendimento (HERNANDEZ; VOSER E LYKAWKA, 2004).
A autoconfiança de seus atletas desenvolve primeiro, a partir da confiança que você deposita neles”
(ROMBALDI, 2002).
Para que o professor passe a sua motivação para o aluno é importante estude alguns componentes que
parecem explicar a motivação, desejo de explorar o lado desconhecido das experiências e das coisas, desejo de
manipular o ambiente para modificá-lo, desejo de agir física e mentalmente. Desejo de obter conhecimento a partir
dos fazeres já mencionados, desejo de melhorar a auto-imagem, sendo conhecido e aprovado por outros
(ASSMANN, 1998).
CONCLUSÃO
Diante da análise dos resultados obtidos, concluiu-se que, os atletas da Escola de iniciação ao futebol da
cidade de Borda da Mata/MG estão com um bom nível de motivação antes dos jogos nos finais de semana, pois 55%
dos atletas estão muito motivados e 45% considerados com uma motivação normal.
REFERÊNCIAS
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BERGAMINI, C.W. Motivação. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1997.
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FREITAS, C. M.S.M. Aspectos motivacionais que influenciam a adesão e manutenção de idosos a programas de
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MACHADO, A. Psicologia do Esporte. São Paulo: Ápice, 1997. p. 168.
MELO, A.C.R.; LÓPEZ, R.F.A. Motivação para participação nas atividades de educação física em enfermaria
ortopédica. Revista Alvorada de Atividade Física, v.1, n.1, 2003.
ROMBALDI, J. Psicologia do Esporte. São Paulo: Vozes, 2002. p. 100.
RUBIO, K. Psicologia do Esporte Aplicada. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p.145.
SAMULSKI, Dietmar. Psicologia do Esporte. Barueri: Manole, 2002. p. 3, 125.
SERRANO, D.P. Teoria de Maslow. A Hierarquia das Necessidades. São Paulo: v.2, n.6, 2003.
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Educação Física. São Paulo, p. 59, 1998.
WEINBERG, R.S.; GOULD, D. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. São Paulo: Artmed, 1999.
WOODWORTH, Robert S. E MARQUES, Donald, G. Psicologia. 5º edição, Editora Nacional, São Paulo, 1973.
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ENAF Science, v.3, n.2
INCIDÊNCIA DE ESTRESSE E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
Ana Carolina Antunes¹
Reginaldo Marcos Oliveira Silva²
Diva Aparecida Moutinho Cardoso³
¹Acadêmica do curso de Educação Física da UNIVÁS ²Docente da UNIVÁS ³Docente do UNIVERSITAS
RESUMO
O estresse é uma Síndrome que acomete grande parte da população, desencadeando reações adversas e passa por
3 fases: alarme, adaptação e exaustão. A atividade física proporciona diversos benefícios, destacando-se na como
prevenção e combate do sedentarismo e na redução do estresse. O objetivo deste estudo foi o de verificar os níveis
de estresse e de atividade física entre os professores universitários da Universidade do vale do Sapucaí – UNIVÁS.
Participaram da amostra 34 professores, de ambos os sexos, com idades entre 29 e 73 anos. Dentre os quais 67%
classificaram-se como ativos e 3% sedentários. Quanto à saúde 56% apresentaram índices de saúde muito boa e
79% destes professores convivem com níveis de estresse elevados, enquanto 21% com níveis de estresse
toleráveis.
Palavras-chave: Professores, Estresse, Atividade Física
INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia ocorrem mudanças tanto materiais como intelectuais e os professores
universitários deve ajustar-se a tais modificações (SOUZA et al, 2001). A docência segundo Esteve; Codo (1999,
citado por LEMOS, 2005), é uma das profissões de maior risco em relação ao estresse, sendo os docentes os
profissionais que mais recorrem à “ajuda psiquiátrica e psicologia” (VENÃNCIO et al, 2000).
O estresse é uma reação do organismo para enfrentar desafios ou fuga podendo ser favorável ou não à vida
(MORAES, 2004). È denominado de Síndrome de Adaptação Geral de Selye e ocorre quando se defronta com uma
exigência física: choque (fase de alarrme), adaptação e cansaço (MORAES, 2004). A glândula supra-renal produz
alguns dos hormônios relacionados com metabolismo cerebral: a adrenalina (epinefrina), hormônios sexuais, entre
outros. Com o estresse esses hormônios ficam muito ativos, são liberados em grande quantidade e diminuem a
imunidade do organismo (FLECK;SIMÃO, 2007).
Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) a atividade física é definida como movimento
corporal através da contração dos músculos esqueléticos, eleva o despêndio de energia e vem como prevenção no
combate, ao sedentarismo, minimizando várias doenças (PORTO,1999) e exerce efeitos psicológicos como a
diminuição da tensão emocional, resultando em melhora da resposta ao estresse, aumentando a neurotransmissão
de catecolaminas e reduzindo a tensão muscular (MATSUDO, 1999). A inatividade física (sedentarismo) pode ser
uma das causas de estresse agravando os quadros de ansiedade, depressão e reduzindo a auto-estima (ANTUNES
et al, 2006).
Este estudo visa analisar a incidência de estresse e o nível de atividade física entre todos os professores
universitários da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Eugênio Pacelli – Campus Fátima – da Universidade do
Vale do Sapucaí – UNIVAS – situada na cidade de Pouso Alegre/MG.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de estudo quantitativo e descritivo das características de um grupo de 34 professores da UNIVÁS,
com relação ao nível de estresse e à prática de atividade física, desenvolvido de acordo com as Normas Éticas para
pesquisa envolvendo seres humanos, Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde com aprovação sob o
número 110/08.Para identificar o nível de estresse nos professores universitários do Campus Fátima da UNIVÁS foi
utilizado o questionário “Escala de estresse percebido” que consta de 14 questões e validado por SOUZA et al
(2001). Para a classificação do nível de atividade física foi aplicado o ”questionário internacional de atividade física –
versão longa”, validado por MATSUDO et al (2001) , dividido em 5 seções: atividade física como trabalho, meio de
transporte, esporte, em casa, esporte, recreação, exercício, lazer e tempo sentado), constando de 14questões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O grupo de professores pesquisado apresentou idade média de 42 anos, com tempo de docência média de
12 anos, trabalham cerca de 9 horas por dia, estudaram em média 22 anos e lecionam na Universidade do Vale do
Sapucaí (UNIVÁS) na cidade de Pouso Alegre/ MG.
O estudo mostrou que 50% dos professores são do sexo feminino e conseqüentemente 50% são do sexo
masculino.
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Os professores participantes avaliam seu estado de saúde conforme gráfico 1
9%
24%
12%
55%
excelente
muito boa
boa
regular
Gráfico 1 - Saúde dos professores universitários UNIVÁS
Com relação a distribuição de professores por curso, observa-se no gráfico 2 que a
professores estão no Curso de Educação Física.
40
35
maioria dos
35
30
25
15
9
3
3
3
3
6
3
3
in
fo
rm
s is
te
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a
TE
C-
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o
fís
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3
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3
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so
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log
ia
6
5
0
le
tra
s
20
15
10
Educação física
matemática
publicidade
turismo
letras
TEC-RH
sistema informação
jornalismo
Ciências bilógicas
administração
normal superior
pedagogia
sociologia
Gráfico2- participação dos professores nos diferentes cursos UNIVÁS 2008
O nível de atividade física dos professores entrevistados de ambos os sexos pode ser visto no gráfico 3
12%
3%
15%
3%
67%
muito ativo
ativo
insuf.A
insuf.B
sedentário
Gráfico 3 – Classificação do Nível de Atividade Física IPAQ
Em relação aos níveis de atividade física 32% dos professores do sexo feminino praticam atividades
físicas de forma ativa , 11% classificaram –se como insuficientemente ativos B, pois não atingiram as
recomendações quanto à freqüência ou à duração, apenas 4% são praticantes muito ativos e 3% são
insuficientemente ativos A, isto é, atingiram as recomendações de freqüência ou duração da atividade. Entre os
professores universitários do sexo masculino 32% classificaram-se como praticantes ativos, atingindo as
recomendações (freqüência e duração), dentre eles 10% praticam atividades físicas de maneira muito ativa, 4% são
sedentários (não praticam pelo menos 10 minutos contínuos de atividade física durante a semana).e 4%
insuficientemente ativos B (não atingiram nenhuma das recomendações quanto à freqüência e duração da atividade)
e/ou não praticam pelo menos 10 minutos contínuos de atividade física durante a semana.
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ENAF Science, v.3, n.2
A classificação dos níveis de atividade física para todos os professores pesquisados, estão apresentados
na tabela 1.
Tabela 1- Níveis de atividade física para professores de ambos os sexos, em %
AF
Sedentários
Insuf.At.A
Insuf.At.B
Ativo
Muito Ativo
masculino
4
0
4
32
10
feminino
0
3
11
32
4
Sexo
AF – atividade física - Insuf.At.A – insuficientemente ativo A
Insuf.At.B- insuficientemente ativo B
Quanto à incidência de estresse entre os professores universitários da instituição,79% convivem com níveis
de estresse elevados enquanto 21% apresentam níveis de estresse toleráveis, conforme mostra o gráfico4
21%
79%
nível tolerável
nível elevado
Gráfico 4 – Classificação do Nível de Estresse – Escala de Estresse percebido
A relação entre os sexos e níveis de estresse mostrou para o sexo masculino que 82% convivem com níveis
de estresse elevados enquanto 18% apresentam níveis de estresse toleráveis.
Tabela 2 - Níveis de estresse entre os professores universitários do sexo masculino. Valores em porcentagem (%)
Sexo
%
Níveis de estresse
masculino
18
Toleráveis
82
Elevados
Os professores universitários do sexo feminino demonstraram menores níveis de estresse em relação aos
do sexo masculino, 70% convivem com níveis de estresse elevados e 30% demonstraram níveis de estresse
toleráveis.
Tabela 3 - Níveis de estresse entre os professores universitários do sexo feminino
Sexo
%
Níveis de estresse
feminino
30
toleráveis
70
elevados
Este estudo apresentou que em relação ao nível de atividade física dos professores universitários da
UNIVÁS, segundo o questionário versão longa IPAQ, validado por Matsudo et al.,2001 classificaram-se como: 67%
ativos, 15% muito ativo, 12% insuficientemente ativo B, 3% insuficientemente ativo A e 3% sedentários. Em relação
aos docentes do sexo masculino quanto à classificação do nível de atividade física, 32% são ativos, 11%
insuficientemente ativo B, 4% muito ativo, 3% insuficientemente A e os docentes classificaram-se como: 32% ativos,
10% muito ativo, 4% insuficientemente ativo B e 4% sedentários.
Os professores estão cientes da importância da atividade física e de seus benefícios , o que confirma que
os docentes da instituição não deixam de praticá-la. Segundo Oliveira et al, 2001, em estudos com professores
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ENAF Science, v.3, n.2
universitários de Brasília (UNB) verificou que 57,7% praticam atividade física, demonstrando que estes estão cientes
da prática regular da mesma e de seus inúmeros efeitos benéficos.
Quanto ao sedentarismo, somente 4% do sexo masculino classificaram –se como sedentários e não houve
sedentarismo entre os do sexo feminino. Este estudo apontou que mesmo não havendo índices de inatividade física
(sedentarismo), o volume total de prática regular dos professores do sexo masculino foi superior quando comparados
aos do sexo feminino. O estudo realizado por Rudney ( 2006) com professores do curso superior público de
Educação Física apontou que os profissionais caracterizaram-se como “ativos” e “muito ativos” em atividades no
trabalho e tarefas domésticas e quanto a qualidade de vida destes, classificaram-se como “boa” e “muito boa”. Neste
estudo 23% dos professores avaliaram seu estado de saúde como excelente, 56% dos professores como muito boa,
12% como boa e 9% como regular.
Com relação á incidência de estresse entre os docentes da UNIVÁS, 79% convivem com níveis de
estresse elevados, enquanto 21% com níveis de estresse toleráveis. 82% dos professores do sexo masculino da
UNIVÀS apresentaram níveis de estresse elevados, ocorrendo este mesmo nível de estresse para 70% dos
professores do sexo feminino. 30% dos professores do sexo feminino apresentaram nível de estresse tolerável,
tendo 18% dos professores do sexo masculino apresentado também este mesmo nível de estresse. PAIVA et al.
(2003), constataram níveis médios de propensão ao estresse (45% instituição privada, 76% instituição pública), 89%
dos professores da instituição privada apresentaram níveis de estresse elevado, ocorrendo a mesma situação para
76% dos professores da instituição pública.
CONCLUSÃO
A grande maioria dos professores universitários da UNIVÀS (79%) convivem com níveis de estresse
elevados. Em 82% dos professores do sexo masculino o nível do estresse é elevado e este percentual é de 70% no
sexo feminino, e respectivamente 18% e 30% convivem com níveis de estresse toleráveis. Quanto á classificação de
atividade física 67% dos professores, classificaram-se como ativos e 15% muito ativos, enquanto somente 4% dos
professores do sexo masculino são sedentários, não se constatou sedentarismo entre os professores do sexo
feminino.
Entre os 35% dos professores de Educação Física, quanto à saúde 17% apresentaram saúde excelente,
58% saúde muito boa, 17% boa e 8% regular , quanto ao nível de atividade física: 25% classificaram-se como muito
ativos, 50% como ativos, 8% sedentários e 17% insuficientemente ativos.
REFERÊNCIAS
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FLECK, Steven; SIMÃO, Roberto. Força- Princípios metodológicos para o treinamento. Informe Phorte, ano 9, n.21,
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GARCIA, Lenice Pereira; PEREIRA, Ana Maria T. Benevides. Investigando o Bournout em professores universitários.
Revista Eletrônica Inter Ação Psy, n.1, p.76-89, 2003.
LEMOS, Jadir Camargo. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
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vida de professores universitários do Distrito Federal. Unimontes Científica, v.2, p.2, 2001.
PAIVA, Kely César Martins; DEUSDEDIT JÚNIOR, Manoel; SILVA, Milena Aparecida Lopes; VALENÇA, Myriam
Constantino Almeida. Situação de trabalho, qualidade de vida e estresse no ambiente acadêmico,2003.
PORTO, Fausto Arantes.Benefícios da Atividade Física. Artigo publicado com informações do programa de
Condicionamento Físico da American College of Sports Medicine(ACMS), ed. Manole.São Paulo, 1999.
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SOUZA, Sandra Dias. Qualidade de vida de professores universitários em fase de mestrado. Programa de Pós
graduação em Engenharia de Produção (mestrado em ergonomia), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
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ULRICK, Elizabeth. Percepções de professores universitários sobre as relações interprofissionais que levam ao
estresse. Programa de Pós Graduação em Psicologia. Universidade Federal de Santa Catarina- Centro de Filosofia e
ciências Humanas, 2005.
VENÂNCIO, C.; CARMO, R.; MENDES, S.; LIBERATO, R.; CÉSAR, M. Estresse: Professores “a beira de um ataque
de nervos”! Universidade da Madeira: Associação de Professores de Matemática, p.205 – 214, 2000.
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ENAF Science, v.3, n.2
ANÁLISE DO CONSUMO DE ANABOLIZANTES EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO
ROGEVELT DE MELO PEREIRA JÚNIOR¹
VERA SILVIA DE OLIVEIRA¹
PEDRO GORGULHO BRITO¹
RONALDO JÚLIO BAGANHA²
¹Acadêmico do curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS ²Docente do Curso de Educação Física da
UNIVÁS
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo analisar o consumo de esteroides androgênios anabólicos (EAA) em
praticantes de Musculação especificamente quanto ao tipo de esteróides consumidos, tempo e finalidade do uso,
efeitos colaterais e obtenção. Como método foi aplicado um questionário já validado a 100 praticantes de
musculação, e em seguida foi realizada análise dos dados obtidos. Nesse trabalho teve como resultado o uso dessas
substâncias por 12% dos pesquisados. Os esteróides mais utilizados foram adquiridos através de amigos (58%). Os
compostos mais ocorrentes foram a Deca Durabolim (75%), Durateston (75%) e a Winstrol (58%). O principal motivo
do uso foi à estética com 75% e para o ganho de força com 25%. O presente trabalho mostra a necessidade de
investigação mais abrangente e aprofundada, bem como uma orientação preventiva e educativa do uso desses EAA
junto a essa população.
Palavras-chave: Anabolizantes; academia; musculação.
INTRODUÇÃO
O Culto ao corpo musculoso e a valorização na sociedade, que estimula a competição entre
freqüentadores de academias, pela escolha do mais forte, do que tem os músculos mais definidos ou do quem tem o
corpo que atrai mais a atenção nas ruas, estimula cada vez mais os jovens que freqüentam as salas de musculação
(IRIAT; ANDRADE, 2002).
Um estudo populacional realizado nos Estados Unidos em 1993 estimou que mais um milhão de pessoas
fossem usuárias de anabolizantes e o National Institute on Drug Abuse (NIDA) em 2001 informou que quase 3% dos
estudantes do curso secundário (high school) utilizam estas substâncias. Com estas informações, o governo norteamericano lançou uma campanha nacional para alertar-los dos perigos associados à sua utilização (IRIAT;
ANDRADE, 2002).
No Brasil, os estudos científicos sobre a utilização de esteroides anabolizantes ainda são poucos, mas
este problema tem sido agravado, conforme especulações de imprensa leiga. O que sabe, por informações do
Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, é que o consumidor preferencial está na faixa etária de
18 a 34 anos e, na sua maioria, é do sexo masculino. Estas informações sugerem que esta prática pode se tornar um
problema de saúde pública (IRIAT; ANDRADE, 2002).
Percebe-se atualmente uma grande procura por academias de ginástica para a pratica de exercícios físicos,
uma das modalidades que vem se destacando é a musculação que em sua maioria é procurada por homens. Com a
musculação podem-se alcançar vários objetivos que se diferem de acordo para cada individuo, um dos principais
objetivos é a hipertrofia muscular que visa aumentar a massa muscular e assim diminuir o percentual de gordura. E
para melhorar os resultados deste treinamento varias pessoas tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino
buscam outros recursos, sendo ele ilícito ou não. (ARAUJO; PORTO, 2002).
O aumento dos músculos e a sua manutenção tornam-se uma obsessão para os fisiculturistas, que
competem entre si, comparando suas medidas de braços e pernas e passando a não poupar esforços para atingir
um corpo ideal. O culto ao corpo se traduz em um investimento narcísico que aparece bem evidenciado no discurso
dos informantes, onde se enfatiza o prazer na admiração do próprio corpo em frente ao espelho (IRIART; ANDRADE,
2002).
Um dos problemas da sociedade moderna é que todos ou uma grande maioria estão sempre procurando
respostas rápidas e fáceis. As grandes empresas têm que mostrar lucro muito rápido ou suas ações cai, assim
também são os atletas que passam por cima de qualquer coisa, mesmo sabendo que não é legal este método. Em
um mundo sem paciência para esperar resultados, não é surpreendente que os atletas sejam encorajados a tentar
atalhos em vez de dedicar-se a esquemas longos de disciplina e trabalhos árduos (SCHWARZENEGGER, 2001).
Assim a impaciência com o tempo necessário para o desenvolvimento da massa muscular com o exercício físico
isoladamente, não se restringe, no entanto, aos iniciantes. Os veteranos também referem não se contentar com a
lentidão do crescimento muscular, e com os minguados resultados obtidos por meio de uma suada musculação
destituída de ajuda química. O anabolizante é visto então, como uma droga poderosa que permite ao organismo
trabalhar mais rapidamente, proporcionando resultados quase mágicos, e recompensando imediatamente o suor
despendido na malhação (IRIART; ANDRADE, 2002).
Esteróides anabolizantes são substâncias relacionadas ao hormônio sexual masculino, testosterona. Este
tipo de hormônio exerce diversos efeitos no homem, inclusive o aumento da massa muscular e peso corpóreo. O
uso ilícito começou na década de 50, entre levantadores de peso e fisiculturistas, tendo-se alastrado para todas as
outras modalidades esportivas. Devido ao grande efeito colateral, essas substâncias tiveram o uso proibido pelo
comitê olímpico internacional (COI) a partir de 1976, nas olimpíadas de Montreal (MARQUES et al, 2003).
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ENAF Science, v.3, n.2
Esteróides são classes de componentes que todos os animais possuem. Classificamos os esteróides em
androgênicos e corticóides; os usados indevidamente são, na maioria, esteróides androgênicos (esteróides que
agem como testosterona). Os esteróides usados para tratamento de problemas inflamatórios são esteróides
corticóides (prednisolona, cortisona, beclometasona, budesonide, dexametasona e vários outros) e não têm efeitos
anabólicos. Os esteróides androgênicos, secretados pelos testículos, são hormônios sexuais masculinos que incluem
a testosterona, a diidrotestosterona e a androstenediona. A testosterona, no homem, é produzida principalmente nos
testículos e uma pequena quantidade nas glândulas adrenais. É um hormônio proveniente do colesterol. A
testosterona e seus metabólitos, como diidrotestosterona, agem em muitas partes do corpo, produzindo as
características secundárias sexuais masculinas: calvície, pêlos no rosto e corpo, voz grossa, maior massa muscular,
pele mais grossa e maturidade dos genitais. Na puberdade, a testosterona produz acne, crescimento (comprimento e
diâmetro) peniano e testicular, fusão da epífise óssea, cessando o crescimento em altura. É efetivo na manutenção
dos órgãos sexuais no adulto, exigindo uma pequena concentração para isso. A produção normal no homem adulto é
de cerca de 4 a 9 mg por dia, que pode ser aumentada pelo estímulo do exercício pesado. As mulheres produzem
somente 0,5 mg de testosterona/ dia, então há uma grande dificuldade em adquirir massa muscular.
Também apresentam efeitos anabolizantes, estimulando o crescimento corporal e o aumento da massa
muscular. Estruturalmente, fazem parte da família dos hormônios esteróides, que são derivados do colesterol e se
compõe por um esqueleto básico de quatro anéis de carbono. Alem dos andrógenos, fazem parte desse grupo a
progesterona, o estradiol, o cortisou, a aldosterona, entre outros (RUBINOW; SCHMIDT, 1996).
Os chamados anabolizantes são derivados sintéticos da testosterona e foram desenvolvidos com o objetivo
de minimizar seus efeitos musculinizantes, maximizando assim os efeitos sobre a síntese protéica e o crescimento
muscular (HAUPT; ROVERE, 1984).
São compostos por dois grupos: derivados esterificados e derivados alcalinizados. Os primeiros são
produtos de administração intramuscular e permanecem ativos por dias a semanas, enquanto os componentes do
segundo grupo devem ser tomados, por via oral, diariamente (WILSON, 1974).
O Comitê Olímpico Internacional define doping como sendo “o uso de substancias fisiológicas em
quantidades anormais, ou por métodos anormais, com intuito de obter ganho de artificial e injusto de rendimento na
competição” (AMERICAM COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1987).
Os anabolizantes apresentam efeitos de aumento de massa corpórea (anabolizantes) e masculinizantes
(androgênicos) e, são também chamados, apropriadamente, de esteróides anabólico-androgênicos (BROWER,
1993).
Os EAA incluem o hormônio sexual masculino, testosterona e seus derivados sintéticos esterificados ou
alcalinizados. Esses derivados são de administração intramuscular, cujos efeitos duram vários dias e produtos que
podem ser consumidos por via oral, porem devem ser tomados diariamente, porque seus efeitos têm menor duração
(WILSON, 1974).
Os hormônios podem alterar os níveis de hormônios sexuais pela diminuição dos hormônios folicular (FSH)
e luteinizantes (LH) e também através de seus vários efeitos sobre a testosterona e estrógeno. Os homens estão
sujeitos ao desenvolvimento de ginecomastia em decorrência dos níveis do estrógeno acima do normal. Já para as
mulheres pode ocorrem atrofia mamaria em reposta aos altos níveis de hormônios masculinizantes, bem como os
ciclos menstruais irregulares, esterilidade, crescimento de pelos com distribuição masculina, alterações da voz para
tons mais graves e hipertrofia do clitóris. Por ultimo, aumento e diminuição da libido, tanto em homens quanto em
mulheres, são relatados (BROWER, 1993).
Assim, a hipótese do presente estudo é que mesmo sentindo alguns dos efeitos colaterais, grande parte
dos jovens que freqüentam as academias usa algum similar da testosterona com objetivos diversos, porém se
destacando a estética e o ganho de massa. Esse estudo pode vir a contribuir no sentido de estimular à outros
estudos do gênero e a criação de campanhas educativas.
MATERIAIS E MÉTODOS
A amostra desse estudo foi composta por 100 voluntários praticantes de musculação de ambos os sexos,
com idade entre 18 e 50 anos na Action Academia Ltda, situada na cidade de Santa Rita do Sapucaí - MG. Num
primeiro contato esses voluntários assinaram o termo de consentimento e posteriormente responderam a um
questionário padronizado e validado por Frizon; Macedo; Yonamine (2005). A análise dos dados deste estudo, foi
através de uma estatística descritiva e gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A idéia de um corpo físico, remetendo uma vontade de crescer e fortalecer subjetivamente através do
trabalho sobre o corpo, é uma forma de se destacar na comunidade. O corpo se torna então, um instrumento
privilegiado, por meio do qual a pessoa busca reconstruir o EU, fortalecendo uma identidade fragilizada. A
repercussão externa da imagem corporal projetada passa a ser extremamente valorizada pelos fisiculturistas, que se
percebem como possuidores de um corpo modelo, símbolo de masculinidade, admirado e invejado pelos homens e
desejado pelas mulheres (IRIART; ANDRADE, 2002).
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ENAF Science, v.3, n.2
O gráfico abaixo mostra o motivo de uso dos EAA. Tendo maior motivo de uso a estética, o que vem
crescendo com o passar dos tempos. As pessoas vivem em busca de um corpo perfeito, utilizando-se de vários
meios, não importando o que pode vir a acontecer com o uso de esteróides e anabolizantes.
25%
50%
25%
Estética
Força
Estética e Força
No Brasil, o uso de EAA, substâncias estimulantes e narcóticos é considerado dope no meio esportivo,
segundo os critérios da Resolução n.2 de 05 de maio de 2004, do ministério do esporte (BRASIL, 2004). A
comercialização de tais substâncias é regulamentada pela portaria 344 de 12 de maio de 1998 (BRASIL, 1999).
Assim, a obtenção de andrógenos anabólicos em estabelecimentos farmacêuticos somente poderia ser realizado por
meio de receituário branco em duas vias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) editou a lei 9965, de
27 de abril de 2000 que visa restringir, ainda mais, a venda de andrógenos e peptídeos anabólicos no território
nacional (BRASIL, 2000). O uso ilícito de EAA está associado com episódios de depressão, mania, quadros
esquizofrênicos, delírio, agressividade marcante, suicídios e homicídios (BANRKE, 1990). Apesar disto, a presente
pesquisa revelou que 25% dos usuários compravam sem prescrição médica, o que nos mostra a falta de fiscalização
sanitária, e ética de alguns profissionais, como mostra o gráfico abaixo:
17%
25%
58%
Outros
Amigos
Sem receita
A porcentagem de pessoas que disseram fazer uso de EAA no presente estudo ficou em 12% como pode
observa-se no gráfico abaixo, mostrando-se maior do que o índice obtido em um estudo realizado em Erechim e
Passo Fundo/ RS (6,5%) (FRIZON; YONAMINE, 2005) e menor do que os índices obtidos em estudos realizados nas
academias de São Paulo (19%) (SILVA; MOREAU, 2003) e Goiânia (21%) (ARAUJO et al), e apresentou em sua
maioria pessoas do sexo masculino e que utilizam Deca Durabolim (75%) e Durateston (75%), pelo motivo talvez de
ser mais fácil de achar e mais barato. Mesmo com o anonimato e confidencialidade assegurados, pode-se inferir que
o valor encontrado de 12% do total de usuários de EAA seja subestimado, pela tendência destes indivíduos se
sentirem mais inibidos para responderem o questionário do que aqueles que não são usuários.
12%
88%
Sim
Não
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O Gráfico abaixo mostra os vários tipos de EAA, pode-se observar que os mais usados são o Deca
Durabolin e o Durateston (75%) e o Winstrol com 58%.
Essas substâncias são usadas para várias finalidades como pode ser observado nesse trabalho. A
estética é um dos motivos em que mais se procura por esses esteróides. O aumento de força também é visado pela
maioria dos indivíduos principalmente do sexo masculino fazendo-se também do uso dessas substâncias .Os
anabolizantes são uma família de drogas que incluem o hormônio masculino, testosterona, é uma serie de drogas
sintéticas análogas a ele. (HAUPT E ROVERE,1984)
100%
75%
80%
60%
75%
58%
40%
25%
17%
20%
8%
oxandrolona
Equipoise
Deposteron
Durateston
Deca
Durabolin
Winstrol
0%
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que o uso indiscriminado de fármacos é pratica comum na sociedade, mesmo nas faixas
mais intelectualizadas e nas pequenas cidades deste país. O risco de efeitos adversos graves em decorrência do uso
não médico de EAA esta presente e mostra a necessidade de trabalhos mais abrangentes e ações preventivas e
principalmente educativas junto à população.
REFERÊNCIAS
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- 51 -
ENAF Science, v.3, n.2
PEDAGOGIA DO MOVIMENTO: COMO POTENCIALIZAR O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA
1
EDUCAÇÃO SUPERIOR COM O ADVENTO DA CIBERCULTURA .
DUCLOS, Leandro Jorge
Mestre em Educação e Cultura Contemporânea pela Universidade Estácio de Sá/RJ
RESUMO
É possível ministrar a disciplina Corpo e Movimento (CM), tradicionalmente vinculada à interação presencial dos
corpos na modalidade online? Esta questão mobilizou a realização deste estudo, que tem como objetivo investigar a
transposição de conteúdos e a mediação da aprendizagem em CM no online. O referencial teórico contempla: a)
Conceitos de cibercultura e seus princípios (interatividade, inteligência coletiva, simulação e redes); b) Contribuições
de Teixeira: experimentalismo, articulação teoria-prática e escola-laboratório; e de Freire: ação da transformação,
2
apreensão dos signos e ato pedagógico; e c) os PCN . O locus é a disciplina CM em uma IES que contou com a
abordagem qualitativa com foco na observação participante. O instrumento foi um questionário aberto trabalhado
3
segundo a análise de conteúdo . Constatou-se que é possível a transposição de CM forjado no ensino presencial
para o ambiente online, desde que norteada pelos princípios da cibercultura e pelas contribuições de Teixeira e
Freire para educação.
Palavras-chave: Corpo e Movimento. Cibercultura. Educação democrática.
INTRODUÇÃO
Há pelo menos três gerações de EAD. Na primeira, a escrita à mão e a impressão tipográfica circularam via
correio. Na segunda geração, o rádio e a televisão possibilitaram que a voz e a imagem chegassem em localidades
remotas. A terceira é a atual geração, definida pela presença do computador conectado à internet, que tornou
possível agregar textos, imagens, sons, vídeos e gráficos, acessados de qualquer ponto conectado, comunicando-se
4
de forma síncrona e assíncrona . A atual geração de EAD tem o plus comunicacional das tecnologias digitais online,
valioso em educação porque permite diálogo e colaboração entre professor e alunos.
As duas gerações anteriores estão baseadas na transmissão de informações que separa tecnicamente o
docente do discente. Comparadas à geração atual, verifica-se uma mudança no conceito de comunicação: da
prevalência da transmissão para a disposição da dialógica. O computador online pode permitir bidirecionalidade,
compartilhamento, trabalho em grupo e co-criação através dos chats, das conferências em áudio e vídeo, dos fóruns,
dos e-mails, das listas de discussão e dos portfolios. A garantia do diálogo e da colaboração faz da educação online
uma modalidade de ensino e aprendizagem diferenciada porque é capaz de contemplar colaboração, a educação
democrática e participação como referências em docência e aprendizagem.
Este texto é fruto de pesquisa realizada no Mestrado em Educação do PPGE da UNESA. A pesquisa
5
investigou como é feita a “transposição didática” de conteúdos e situações de aprendizagem da disciplina Corpo e
1
Lemos (2002, p. 11) define a cibercultura como “forma sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a
sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base microeletrônica que surgiram com a convergência das
telecomunicações com a informática na década de 70”. Esses novos arranjos culturais e comunicacionais são
provenientes de uma relação que se estabelece através de novas formas sociais representadas pela cultura
contemporânea sendo conseqüência direta da evolução da era digital. Segundo Lemos, a cibercultura rompe com o
monopólio da informação unidirecional e instaura uma dinâmica de redes de compartilhamentos e de colaboração,
onde encontra-se liberado o pólo da emissão.
2
Adotamos os PCN da Educação Física para as séries iniciais do ensino fundamental, mas não estamos ingênuos
em relação as suas fragilidades na construção, na aprovação e na execução dos parâmetros curriculares. O próprio
portal do MEC (http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/PCB0397.pdf) aponta as “fragilidades” dos PCN, assim
como o Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE) também é crítico em relação a seu “discurso ingênuo” nos
seguintes termos: “A solução para educação nacional não pode ser atribuída tão simples e simploriamente à
existência de PCN. Sem que a qualidade educacional desejada traga também melhorias materiais e profissionais a
esse sistema, sem que haja reformas sociais mais amplas que beneficiem os freqüentadores de escola pública (os
filhos dos trabalhadores das classes populares, bem como os excluídos do trabalho), é ingênuo o “discurso” que
aponta a repetência, a evasão, o “represamento”, a escassez de vagas, o desempenho insuficientes de professores
e professoras e o alto custo por aluno como os problemas a serem resolvidos para a melhoria da qualidade da
educação” (1997, p.94).
3
Técnica proposta por Bardin (2001;2004).
4
Comunicação síncrona é quando o diálogo acontece em tempo real, como, por exemplo, em um chat. Já
comunicação assíncrona é o oposto, ou seja, é o tipo de comunicação em que os interlocutores não estão presentes
no mesmo tempo e espaço, como por exemplo, o e-mail.
5
“Um conteúdo de saber que tenha sido definido como saber a ensinar, sofre, a partir de então, um conjunto de
transformações adaptativas que irão torná-lo apto a ocupar um lugar entre os objetos de ensino. O „trabalho‟ que faz
- 52 -
ENAF Science, v.3, n.2
Movimento, oferecida na modalidade presencial para a modalidade online, em um curso de Pedagogia a distância de
uma instituição de ensino superior do Estado do Rio de Janeiro.
A disciplina CM tem oficialmente como ementa abordar os
aspectos históricos antropológicos e culturais do corpo e movimento nos processos de
crescimento, desenvolvimento e aprendizagem; conhecimento das bases psicomotoras;
o movimento no tempo e espaço; o direito de movimentar-se; manifestações e
expressões corporais; o movimento como recurso de prazer, competição, educação e
saúde; corpo, movimento e a interdisciplinaridade no projeto pedagógico da escola.
Como contemplar esta ementa na modalidade online? Esta pergunta norteou a pesquisa, que buscou a
responder tal indagação tendo em vista que o avanço da EAD na era do computador online é promissor e que o
estudo da modalidade online merece maior investimento dos pesquisadores em educação.
Embora a educação a distância já tenha uma longa estrada, é com o advento da internet que ela se expande
no Ensino Superior e ganha maior popularidade junto a professores e alunos, ainda que com muitas resistências,
pois faltam muitos esclarecimentos no campo conceitual e no campo operativo.
Nunes (1993) afirma que para muitos a EAD está restrita a textos isolados, estudantes passivos, informação
de mão única, emissão restrita ao docente, enfim uma educação tradicional de massa que subutiliza os suportes
tecnológicos digitais. Nesta mesma linha de raciocínio, Araújo e Hora (1998) consideram que a EAD carrega, mesmo
na atualidade, o peso de políticas mal geridas oriundas do tecnicismo na educação que mantém o ensino não
presencial marginalizado em relação ao ensino presencial.
Não podemos ignorar tais advertências, entretanto é preciso distinguir EAD de educação online. Trata-se de
duas modalidades de ensino não presencial. A primeira, classicamente conhecida, tem sido veiculada através da
chamada mídia de massa (impresso, rádio e tv). A segunda emerge no contexto da rede mundial de computadores
(web) e diferencia-se da primeira por não estar mais submetida aos meios de massa, cuja característica principal é o
modelo tradicional (“um-todos”), baseado na separação emissão e recepção (professor-aluno). A educação online
pode romper com este modelo, uma vez que a web define-se a partir da dinâmica “todos-todos”, isto é, a emissão e a
recepção encontram-se no mesmo ambiente “virtual” e não mais separados pelo suporte técnico.
A partir desta distinção podemos vislumbrar na modalidade online possibilidades pedagógicas como dialógica,
interação e participação colaborativa entre professores e alunos e entre alunos e alunos. A EAD, mesmo que
realizada com rigor acadêmico, não contempla tais possibilidades pedagógicas uma vez que os meios de massa são
unidirecionais.
Assim sendo, as advertências supracitadas procedem na modalidade online. Mesmo adotando computador e
internet, uma IES pode permanecer atrelada a metodologias unidirecionais, em que prevalecem o impresso, o vídeo
e o texto desprovido de conectividade. O discente recebe um cronograma de atividades a serem cumpridas e não lhe
é favorecida a interlocução com o professor e com seus colegas de turma. Este modelo de educação pode gerar
evasões e desmotivações provocadas pela sensação de isolamento. Alvo fácil para os críticos, esta realidade
amplamente disseminada faz perder de vista o diferencial trazido pelas potencialidades pedagógicas possíveis na
modalidade online.
A referida pesquisa, ao enfocar a disciplina CM na modalidade online, se propôs a investigar os procedimentos
empregados e desenvolvidos pela docência na perspectiva das interfaces oferecidas pelo ambiente virtual de
aprendizagem da IES pesquisada. Atenta ao método pedagógico específico e sensível à formação do professor para
docência via internet, esta pesquisa procurou observar as práticas, as atuações e as articulações de saberes que
compõem o processo de docência e aprendizagem online.
Como contemplar vivências corporais na dinâmica das interfaces? Falar em Corpo e Movimento nas séries
6
iniciais significa situar como eixo central a cultura corporal do movimento. É certo que as interfaces online
proporcionam participação e colaboração, mas podemos dizer que elas contemplam a cultura corporal do
movimento? A pesquisa focou esta indagação primordial.
A oferta online da disciplina CM carece de estudos das possibilidades qualitativas para sua docência. Podese vislumbrar tais possibilidades a partir de princípios da cibercultura como interatividade, inteligência
coletiva/comunidade virtual, simulação e rede. No próximo segmento descreveremos o campo da pesquisa e por
último, passaremos aos resultados e conclusões da investigação.
METODOLOGIA E DESCRIÇÃO DO CAMPO
de um objeto de saber a ensinar, um objeto de ensino, é chamado de transposição didática.” (Chevallard, 1991,
p.39).
6
Por cultura corporal entendemos a construção de diferentes possibilidades motoras relacionadas com o
autoconhecimento e o conhecimento do outro. Costa e Oliveira (2002) afirmam que o movimento é o principal
referencial do desenvolvimento da cultura humana, uma vez que é através dele que o indivíduo pode expressar seus
sentimentos, emoções e pensamentos sobre o conhecimento do corpo, sobre suas estruturas corporais, seus
movimentos e sua base cultural e social.
- 53 -
ENAF Science, v.3, n.2
Nesta sessão descrevemos a estrutura da pesquisa, abordando a opção metodológica utilizada, a descrição do
campo, os instrumentos utilizados para a coleta de dados e os integrantes do campo da pesquisa.
Para tornar possível a realização da pesquisa, tomou-se como metodologia a abordagem qualitativa
(DENZIN e LINCOLN, 1994) orientada pela observação participante (FREITAS, 2003). De acordo com Denzin e
Lincoln (1994, p. 2) a abordagem qualitativa se define como:
multimetodológica em seu foco, envolvendo uma aproximação interpretativa e natural
ao assunto da pesquisa. Isso significa que os pesquisadores qualitativos estudam as
coisas em seus ambientes naturais, tentando entender ou interpretar os fenômenos em
termos dos significados que as pessoas dão aos mesmos. A pesquisa qualitativa
envolve a coleta e estudo de uma variedade de materiais empíricos – estudo de caso,
experiência pessoal, introspecção, história de vida, entrevista, textos visuais,
interacionais, históricos e observacionais – que descrevem rotina e momentos
problemáticos e significados na vida dos indivíduos.
A partir da variedade de materiais que envolvem a pesquisa qualitativa, julgamos ser mais adequada ao
nosso estudo a observação participante, que segundo Freitas (2003) requer mais do pesquisador do que a simples
descrição dos fatos. Ela supõe disposição para o diálogo reflexivo e formativos para pesquisadores e sujeitos
pesquisados que interagem no mesmo campo. A pesquisa envolveu a tutoria e vinte (20) discentes da disciplina a fim
de construir colaborativamente encaminhamentos específicos da observação participante.
As contribuições permitidas na dinâmica online possibilitaram observar como foi feito o tratamento de
conteúdos como vivências corporais (danças, lutas, esportes) e valores (cooperação, respeito às diferenças,
socialização) no ambiente online através do tira-dúvidas via e-mail, da construção de relatórios sobre as aulas, do
registro da freqüência dos alunos no Diário de Classe online, da construção das avaliações, da correção das provas
pontuais. Foram aplicados questionários abertos junto à tutoria e junto aos discentes.
O período de coleta de dados envolveu visitas à instituição, pesquisa bibliográfica, acessos ao ambiente
virtual de aprendizagem, diário de campo e questionários abertos aplicados à tutoria e aos discentes. Os temas
abordados nos questionários dirigidos aos discentes foram: 1) participação na disciplina, 2) mediação online da
tutoria, 3) utilização do ambiente virtual de aprendizagem, 4) possibilidades estratégicas para a docência qualitativa
na disciplina, 5) a validade da aprendizagem online de CM para sua posterior docência no ensino presencial.
O questionário dirigido à tutoria da disciplina abordou os seguintes aspectos: 1) os limites e possibilidades
para a docência da disciplina CM na modalidade online, 2) como estimular a participação dos discentes, 3) como
avalia a autoria dos discentes no processo de aprendizagem, 4) como lida com eventuais resistências dos discentes
à modalidade online, 5) a utilização das interfaces como possibilidades de enriquecer e construir o aprendizado, 6)
como lida com as sugestões e/ou contribuições dos discentes, 7) e como implementa a qualidade na disciplina CM
na modalidade online.
Os dados coletados no campo e a sua relação com os objetivos da pesquisa, evidenciaram as
possibilidades e os limites para docência e aprendizagem da disciplina CM na modalidade online, conforme podemos
ver em seguida.
RESULTADOS
Ao observarmos a dinâmica da disciplina CM, compreendemos a forma como os conteúdos, as atividades e
as interações ocorriam no ambiente online. Verificamos também os procedimentos de mediação da tutoria e a
atuação dos discentes. Como resultados dessas observações, constatamos que é possível a transposição da
disciplina Corpo e Movimento para o ambiente online, desde de que se respeite a presença dos princípios da
cibercultura, do pensamento pedagógico de Teixeira e Freire e dos parâmetros definidos pelos PCN com olhar crítico
em relação aos seus conteúdos. Na forma que está disponível na IES pesquisada a transposição apresenta
fragilidades no processo, tais como: a) os conteúdos de aprendizagem da disciplina CM são disponibilizados no
ambiente virtual em linguagem fechada e sem conectividade; b) a mediação online a cargo da tutoria limitou-se a
administrar o feedback dos alunos nas avaliações pontuais e tirar dúvidas no processo de aprendizagem; c) o
ambiente virtual de aprendizagem dispõe de interfaces fórum e chat, mas não foram utilizados pela mediação.
A pesquisa constatou fragilidades no material didático e na mediação uma vez que não contemplaram a
interatividade, a inteligência coletiva e as redes hipertextuais. Os conteúdos de aprendizagem não se apresentam
como obra aberta à intervenção e à navegação hipertextual dos discentes. A tutoria desconsiderou as
potencialidades das interfaces colaborativas do ambiente virtual de aprendizagem (fórum e chat), restringindo-se
apenas a disponibilizar os conteúdos, a tirar dúvidas e a corrigir as avaliações, comprometendo assim a participação,
a socialização, a colaboração e o compartilhamento. Como tal não contemplou fundamentos da cibercultura,
tampouco os aspectos centrais do pensamento pedagógico de Teixeira e Freire, bem como os referenciais propostos
pelos PCN.
O princípio cibercultural da simulação não foi abordado no semestre. Com potencial de aproximar ou
reproduzir ações da realidade no virtual, este princípio é de vital importância para qualidade da disciplina CM no que
se refere à motricidade humana.
- 54 -
ENAF Science, v.3, n.2
CONCLUSÃO
Essas fragilidades comprometem a transposição da disciplina CM para o ambiente online, o que revela a
necessidade de reestruturação da mediação e dos conteúdos de aprendizagem a fim de garantir a qualidade
necessária em educação.
Nesse sentido, é preciso enfatizar a necessidade da formação específica e continuada dos docentes, tutores
e gestores em sintonia com os princípios da cibercultura, com o pensamento pedagógico de Teixeira e Freire e
outros teóricos importantes e ainda com os parâmetros propostos pelos PCN para a disciplina CM.
Enfatizamos, diante do quadro, a necessidade de investimento em qualidade na modalidade online, não
somente para enfrentar as resistências enormes a ela, mas também para garantir a viabilidade da docência e
aprendizagem de uma disciplina tão visceralmente vinculada à modalidade presencial.
REFERÊNCIAS
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25, n. 62, p. 3-16, abr./jun. 1956.
[email protected]
- 55 -
ENAF Science, v.3, n.2
ESTUDO SOBRE OS BENEFÍCIOS DE ATIVIDADE FÍSICA ASSOCIADA A ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL EM
GRUPO DE ADULTOS MAIORES DE 40 ANOS DE IDADE NO MUNICÍPIO DE TAMBOARA-PR
Divaldo de Stefani
Graduação: Enfermagem e Obstetrícia
Especialista: Nutrição; Formação Pedagógica para profissionais de saúde
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Tamboara-Pr
Coordenador do Programa de Saúde Familiar-Tamboara-Pr
e-mail: [email protected]
Edinê Teresinha Schuelter Stefani
Graduação: Bacharelado e Licenciatura Plena em Educação Física
Especialista: Personal Training
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Tamboara-Pr
Marcos Danilo Leão
Graduação: Bacharelado e Licenciatura Plena em Educação Física
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Tamboara-Pr
Kelly Gonçalves
Graduação: Enfermagem
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Tamboara-Pr
Camila Schuelter Cargnin
Graduação: Ciências 1º Grau e Matemática
Discente do Curso de Enfermagem-FAFIPA
RESUMO
O presente estudo demonstra a importância da associação da Atividade Física e orientação nutricional voltadas a
melhoria da qualidade de vida e longevidade de indivíduos adultos. O objetivo principal do trabalho é a comprovação
experimental da melhora cardiovascular, física, mental e social. Os participantes do estudo passam no início e a cada
dois meses por uma avaliação física e nutricional e são direcionados para as atividades físicas dentro de suas
limitações físicas. As atividades desenvolvidas são voltadas a atividade física moderada: caminhadas, ginástica e
atividade de musculação em Academia da Terceira Idade (ATI), associados a alongamento e técnicas de
relaxamento. Os indivíduos objeto deste estudo foram avaliados através de protocolo de investigação e através de
pesquisa realizada no início e término do período de avaliação. Concluiu-se que a associação de atividade física e
orientação nutricional melhoraram a qualidade de vida da população, principalmente nos aspectos fisiológicos, autoestima e sociais.
Palavras-chave: Atividade Física, Nutrição; Benefícios.
INTRODUÇÃO
A atividade física periódica está associada a benefícios cardiovasculares e físicos aos indivíduos adultos e
é coadjuvante a melhoria da qualidade de vida. Tem-se conhecimento que a atividade física regular reduz o risco de
várias condições crônicas entre adultos, incluindo a doença coronária, a hipertensão, diabetes, desordens
metabólicas bem como de diferentes estados emocionais nocivos como à depressão 1
O presente trabalho está voltado ao incentivo à prática de atividades físicas direcionada a população adulta
com acompanhamento e avaliação das melhorias adquiridas com a prática periódica de atividades físicas moderadas
associadas a orientação nutricional.
As necessidades preventivas tornam-se necessárias mediante o crescente número de pessoas acometidas
pelas patologias cardiovasculares e sua relação com morbidade e mortalidade da população adulta e a atuação
precoce é uma alternativa de controle dos hábitos prejudiciais à saúde e promoção a medidas saudáveis de vida,
alimentação, combate ao sedentarismo, obesidade e ao stress. Observando-se os benefícios da atividade física,
pode-se constatar que a promoção do “estilo de vida ativo” é de interesse geral compreendendo interesses
governamentais (saúde pública) e individuais (bem-estar pessoal). Compete ao profissional da saúde, incluindo o da
Educação Física, desenvolver métodos que oportunizem e incentivem a inclusão da prática de atividades físicas na
rotina dos indivíduos, independentemente de sexo, idade ou necessidades pessoais 2
As atividades propostas dentro de projeto governamentais direcionados a hábitos saudáveis de prática de
atividade física associados a mudanças alimentares são uma medida preventiva de promoção a qualidade de vida.
Para usufruir os benefícios da atividade física para a saúde, é importante que se adote um estilo de vida mais ativo
como participar de programas específicos que atendam aos componentes necessários para o desenvolvimento
orgânico e funcional de nosso corpo e também hábitos alimentares mais saudáveis. Desta forma, melhoras na
qualidade de vida tendem a serem conquistadas 3
MATERIAIS E MÉTODOS
- 56 -
ENAF Science, v.3, n.2
O presente estudo se caracteriza como sendo de campo e utiliza-se do método descritivo4 . O mesmo foi
realizado em indivíduos adultos pertencentes ao projeto “Viver em Movimento” no município de Tamboara-Pr, onde
foram avaliados por profissionais de Educação Física, Enfermeiro e Nutricionista, em um período de 8 meses,
através de protocolos de investigação/análise e direcionados dentro dos aspectos de melhoria da qualidade de vida,
cardiovascular e físico/psicológica dos indivíduos.
Os indivíduos objeto deste estudo, passaram por avaliação física e nutricional e posteriormente receberam
orientações de mudanças dos hábitos alimentares e foram encaminhados para a prática de atividade física, sendo
oferecidas caminhadas (5 dias semanais), ATI (Academia da Terceira Idade), Ginástica e Alongamento (3 dias da
semana).
Os protocolos de avaliação física utilizados foram: índice de massa corpórea (IMC), índice relação
abdômen/quadril (IRAQ) e dobras cutâneas, anamnese de fatores de risco e avaliação física/antropométrica,
realizada com avaliação inicial e reavaliados de dois em dois meses.
A partir dos dados coletados através dos protocolos de avaliação física, os indivíduos foram submetidos a
acompanhamento e orientação nutricional pelo profissional de nutrição com acompanhamento mensal.
O estudo foi realizado em uma população de indivíduos adulto maiores de 40 anos de idade, do sexo
masculino e feminino. A amostra conteve 30 indivíduos do sexo feminino e 5 indivíduos do sexo masculino,
totalizando 35 indivíduos avaliados.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Tabela 1. Relação de indivíduos que relataram apresentar dificuldades ou sintomas relacionados a saúde individual
Relataram
Dificuldades/Sintomas
Relataram
não possuir
Dificuldades/Sintomas
Dificuldades para caminhar
32
3
Dificuldades Subir escadas
32
3
Esforço físico
30
5
Dores musculares
Dores de cabeça
(cefaléia) crônica
24
11
19
16
Dores articulação
25
10
Irritabilidade sem razão
23
12
Dificuldades para dormir
20
15
Sonolência diurna
17
18
Ansiedade
25
10
Problemas Circulatórios
21
14
Apresentavam Cansaço
26
9
Dificuldades/Sintomas
Investigados
Observa-se que dos indivíduos investigados antes das atividades propostas no projeto: 91,4 % relataram
dificuldades nas atividades comuns do dia a dia em relação a caminhar e subir escada, e em relação a itens
relacionados a atividades musculares, 85,7 % apresentaram limitações no esforço físico e 68,6% dores musculares;
ainda 54,3 % relataram dores de cabeça crônicas, 71,4 dores articulares, 65,7% irritabilidade sem razão, 57,1%
dificuldades para dormir, e 48,6% relataram sonolência diurna, os fatores de ansiedade representaram 71,4%,
60% relataram problemas circulatórios e 74,3% relataram cansaço.
Tabela 2. Porcentagem de Melhorias Apresentadas pelos Indivíduos Analisados no Projeto.
Relataram
Dificuldades ou
Sintomas
Melhoraram
Após Atividades
do Projeto
Dificuldades para caminhar
32
25
78,1 %
Dificuldades Subir escadas
32
25
78,1 %
Esforço físico
30
25
83,3 %
Dores musculares
24
23
95,8 %
Dores de cabeça
19
13
68,4 %
Dificuldades
Sintomas Investigados
- 57 -
Porcentagem
de Melhoria
ENAF Science, v.3, n.2
(cefaléia) crônica
Dores articulação
25
22
88,0 %
Irritabilidade sem razão
23
11
47,8 %
Dificuldades para dormir
20
13
65,0 %
Sonolência diurna
17
13
76,5 %
Ansiedade
25
15
60,0 %
Problemas Circulatórios
21
21
100,0 %
Apresentavam Cansaço
26
25
96,2 %
Analisando o percentual dos indivíduos avaliados observou-se uma melhoria significativa em relação aos itens
avaliados, sendo registrados 78,1% de melhoria em relação a dificuldades de caminhada e subir escadas, 83,3%
em relação a esforços físico, 95,8% relacionados a diminuição de dores musculares, 68,4% com relação a cefaléias
crônicas, 88% de melhora nas dores articulares, 47% diminuíram a irritabilidade sem razão aparente, 65%
melhoraram a dificuldade para dormir, seguidos de 76,5% de diminuição de sonolência diurna, a ansiedade foi
diminuída em 60% dos indivíduos avaliados, 100% relataram melhoras nos problemas circulatórios e 96,2% não
apresentam mais cansaço.
Avaliação Global dos Indivíduos Investigados que Relataram Melhorias nas Condições de Saúde
35
30
25
20
15
10
Acha
importante a
relação social
sente-se
melhor
Melhorou a
auto-estima
SIM
NÃO
Melhorou as
condições
física
0
Perdeu peso
5
Em relação a avaliação global observamos que 77% perderam peso, 100% dos avaliados melhoraram as condições
físicas, 91,4% sentem-se melhores e melhoraram a auto-estima e 85,7% acham importante a relação social
estimulada pela práticas em grupo.
CONCLUSÃO
Concluímos que existe uma relação benéfica quando associados a atividade física e a mudança de hábitos
alimentares na promoção da saúde dos indivíduos adultos investigados e como este binômio atividade física/nutrição
são importantes na qualidade de vida e melhoria das condições cardiovasculares da população adulta.
Fatores ligados a problemas de saúde relatados pelos investigados demonstraram melhoras na força
muscular e atividades comuns do nosso cotidiano como caminhar e subir escadas. A diminuição significativa de
problemas crônicos como cefaléia, dificuldades para dormir, sonolência e cansaço diurno, demonstram como a
atividade física e a nutrição são benéficas e propiciam um aumento na qualidade de vida dos indivíduos.
A auto-estima e o bem estar geral são conseqüências das melhorias globais alcançadas com o aumento da
prática de atividade física periódica e benefícios nutricionais conseguidos com a mudança nutricional.
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- 58 -
ENAF Science, v.3, n.2
RELAÇÃO ENTRE AUTO-ESTIMA E INDICE DE MASSA CORPORAL EM MULHERES ATIVAS NO MERCADO
DE TRABALHO
MARIA INÊS BUSTAMANTE DE CARVALHO¹
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA²
LUÍS HENRIQUE SALES OLIVEIRA³
¹Ms em Ciências da Saúde, Psicóloga e Professora da UNIVAS ²Ms em Avaliação Psicológica, Psicóloga e
Professora da UNIVAS ³Ms em Ciências Biológicas, Fisioterapeuta e Professor da UNIVAS
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar a auto-estima relacionado-a ao índice de massa corporal referido e faixa etária de
mulheres ativas no mercado de trabalho. Trata-se de um estudo descritivo transversal com 200 mulheres ativas no
mercado de trabalho. Foi utilizada a Escala de auto-estima de Rosenberg UNIFESP/EPM e o IMC foi calculado a
partir do peso e altura auto-referidos. O teste do qui quadrado foi utilizado na análise estatística dos dados obtidos.
Quando se relacionou os valores do IMC às faixas etárias, observou-se valores de IMC maiores na faixa etária acima
de 50 anos (p= 0,01). Não se observou diferença quanto aos escores de auto-estima quando comparou-se mulheres
com e sem sobrepeso.
Palavras-chave: Auto-estima, IMC, Mulheres.
INTRODUÇÃO
Hoje se vive em um ambiente de comunicação, havendo conexão de mensagens, umas enviadas
diretamente e outras informalmente. Tais conexões formam a impressão que se tem sobre determinado grupo e
sobre cada pessoa (ROSENBERG, 1977).
O auto-conceito e a auto-estima, bases da representação que o indivíduo tem de si, se colocam no campo
da Saúde Pública, uma vez que envolvem o bem-estar individual e social (Assis et al., 2003). A saúde da sociedade
depende em grande parte do estado psicológico com que as pessoas se colocam frente a um desafio (MECCA,
SMELSER, VASCONCELOS, 1989).
A auto-estima pode ser definida como o sentimento, o apreço e a consideração que uma pessoa tem por si
própria, ou seja, o quanto ela gosta de si, como ela se vê e o que pensa sobre ela mesma (Dini, 2004). A análise e a
quantificação do auto-retrato que a pessoa faz de si própria são medidas objetivas baseadas em suas experiências
sociais (ROSENBERG,1965).
O conceito de auto-estima tem sido estudado e considerado um importante indicador de saúde mental
(Andrade & Angerami, 2001). Em geral, uma pessoa sentindo-se incompatível, inferior, ou fazendo parte de um grupo
minoritário, apresenta baixa auto-estima (ROSENBERG, 1977).
Sentimentos conscientes e inconscientes sobre o corpo possuem importante força psicológica. A autoimagem é definida como a representação psicológica do corpo, exerce uma ação potente e essencial sobre a vida
das pessoas, determinando seus pensamentos e comportamentos, tendo um impacto direto na composição da autoestima das pessoas (SARWER, WADDEN, FOSTER, 1998).
Alguns fatores podem predispor uma pessoa obesa a desenvolver um transtorno da imagem corporal. Slade
(1994) considerou que a imagem corporal pode ser influenciada por uma série de fatores, como a idade de início da
obesidade, presença de transtorno emocional, influência social através da avaliação negativa ou depreciativa do
outro, história de mudanças e flutuações do peso, entre outros. Aqui também não se pode deixar de levar em conta
os aspectos socioculturais, que podem influir no desenvolvimento da auto-imagem corporal e dos transtornos a ela
associados.
A obesidade, diferente de muitas doenças, é visível para o observador casual, sendo difícil evitar o
preconceito social e a discriminação (Wadden & Stunkard,1993). Os índices de obesidade encontrados atualmente
são preocupantes, considerando-se que estudos identificaram um aumento importante da mortalidade e morbidade
associado ao quadro, principalmente entre mulheres (MARTORELI e KHAN, 1998).
Em estudo com um grupo de mulheres afro-americanas e um grupo de americanas brancas de alto padrão
sócio-econômico não foi encontrada diferença significativa entre os dois grupos com relação à auto-estima e
descontentamento com o corpo (CALDWELL, BROWNELL, WILFLEY,1997).
2
Mulheres obesas com IMC maior que 40 Kg/m apresentaram insatisfação com o peso, e baixa auto-estima
2
significante em estudo comparando-as com obesas de IMC menor que 40 Kg/m (HILL e WILLIANS 1998).
O corpo representa uma importante parte do auto-conceito e a insatisfação com este pode estar associada
com a baixa auto-estima e insegurança (Goldenberg, Mc Coy, Solomon, Greenberg, 2000). Além disso, comprovouse haver alta correlação entre sentimentos de autovalor, autoconfiança na aparência física e depressão (SIMIS,
VERHULST, HAMS, 2001). Em estudo sobre a auto-estima de pacientes candidatas a cirurgia plástica concluiu-se
que a imagem corporal é o principal fator constituinte da auto-estima das mesmas(NAPOLEON e LEVIS, 1989).
A versão brasileira da Escala de Rosenberg foi usada por vários autores para avaliar auto-estima em
pacientes submetidos a tratamentos cirúrgicos (ABLA, 2002; ALVES, 2004; DAVANÇO, 2004; DINI, 2004;
NICODEMO, 2005; SOARES, 2004).
Analisando as diferenças na saúde física entre mulheres e homens relacionadas à situação profissional,
concluiu-se que a saúde física das mulheres, mais que a dos homens, está relacionada com saúde psicológica,
- 59 -
ENAF Science, v.3, n.2
especialmente com altos níveis de ansiedade, e que o fato de trabalhar fora de casa parece ser uma fonte de
satisfação tanto para homens como para mulheres (LÓPES et al., 2005).
Para Jonathan (2005) o exercício da multiplicidade de papéis mostra ser uma questão cercada de certa
ambivalência, uma vez que ora está associada a um sentimento de vitória e realização, ora a um sentimento de
frustração ou de angústia.
Esta multiplicidade de papéis comenta Rocha Coutinho (2003) tende a ser considerada uma característica
do universo feminino, no entanto, o acúmulo de tarefas é freqüentemente considerado causa ou origem de conflitos e
desgastes.
À medida que um número crescente de mulheres é incorporado à população ativa e ascende a postos de
trabalho tradicionalmente ocupados pelos homens, aumentam as possibilidades e a necessidade de analisar a
influência do gênero na relação entre doença e estresse no trabalho (Areias e Guimarães, 2004), porém não se
encontrou na literatura brasileira estudo enfocando o auto-conceito e a auto-estima, relacionados ao IMC de uma
população feminina ativa no mercado de trabalho.
O objetivo deste estudo foi avaliar a auto-estima relacionado-a ao índice de massa corporal referido e faixa
etária de mulheres ativas no mercado de trabalho.
MÉTODO
Trata-se de pesquisa do tipo descritiva e transversal. A população estudada compôs-se de 200 mulheres,
selecionadas de forma aleatória entre as funcionárias de uma Fundação de Ensino Superior na cidade de Pouso
Alegre MG, sendo todas maiores de 18 anos de idade e registradas na instituição. Excluiu-se as funcionárias em
licença ou afastamento na data da pesquisa. O tamanho da amostra foi obtido de forma não probabilística.
O instrumento usado foi a Escala de Auto-estima de Rosenberg UNIFESP-EPM, traduzido, adaptado e
validado para o Brasil (Dini,2000), composta por dez questões de múltipla escolha com quatro alternativas: concordo
plenamente, concordo, discordo e discordo plenamente. A pontuação do questionário varia de zero a trinta, em que
zero corresponde ao melhor estado de auto-estima. Para melhor entendimento dos resultados, os escores de autoestima foram agrupados em três níveis, sendo: de 0 a 10 = alta auto-estima, de 11 a 20 = moderada auto-estima e de
21 a 30 = baixa auto-estima. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado à partir do peso e altura referidos pelas
participantes do estudo, sendo que IMC menor do que 25 indica ausência de sobrepeso e IMC maior ou igual a 25
indica presença de sobrepeso.
Foi feito um estudo piloto para treinamento e para que os pesquisadores se familiarizassem com a aplicação
da escala. Trata-se de instrumento auto-aplicável, e sua administração ocorreu no local de trabalho. Foram colhidas
também informações a respeito de idade, peso a altura auto-referidos.
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Sapucaí, e
os sujeitos da pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.
Foram utilizadas as seguintes estatísticas descritivas: média, mediana, moda e desvio padrão para variáveis
contínuas e proporções para as variáveis categóricas. Para análise dos resultados utilizou-se o teste do qui quadrado
para tabelas de contingência.(Fleiss, 1981).
Os resultados deste estudo foram considerados estatisticamente significantes quando o valor obtido de p foi
menor ou igual a 0,05.
RESULTADOS
O estudo foi efetuado numa amostra de 200 mulheres, e sua distribuição por faixa etária revelou que de
18 a 29 anos se encontrava 22,5% das participantes, entre 30 e 49 anos 63,0% e acima de 50 anos 14,5% delas (
média: 37, mediana:35, desvio padrão: 9,6).
2
2
A média do IMC foi de 24,0 Kg/m (desvio padrão: + 3,9 Kg/m ). O menor IMC encontrado foi de 17,6
2
2
2
Kg/m e o maior de 39,3 Kg/m . A mediana ficou em 23,1 e a moda em 23,4 Kg/m . Não ocorreram escores de autoestima superiores a 20. Dos escores obtidos 84,5% foram menores que 10, indicando alta auto-estima e 15,5% entre
11 e 20 (moderada auto-estima).
Na tabela 1 cruzam-se as variáveis IMC e faixa etária. A média do IMC foi significantemente maior quanto
2
2
2
mais alta foi a faixa etária: 22,4Kg/m na faixa etária de 18 a 29 anos (desvio padrão: + 2,4 Kg/m ), 24,2 Kg/m na
2
2
faixa de 30 a 49 anos (desvio padrão + 4,1 Kg/m ), e de 25,7 Kg/m na faixa acima de 50 anos (desvio padrão + 4,0
2
Kg/m ).
Tabela 1 – Índice de Massa Corporal em mulheres trabalhadoras em uma Fundação de Ensino Superior de
Pouso Alegre, MG, em 2006, por faixa etária.
Faixa etária
2
IMC (Kg/m )
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(anos)
< 25
18-29
30-49
50 e +
Totais
2
χ =13,25 p= 0,01
25 e +
n
38
89
13
%
84,4
70,6
44,8
n
7
37
16
%
15,6
29,4
55,2
n
45
126
29
%
100,0
100,0
100,0
140
70,0
60
30,0
200
100,0
Ao se cruzar os valores agregados do IMC com os escores médios da Escala de Rosenberg UNIFESP/EPM,
2
encontrou-se 121 mulheres com o IMC menor que 25 Kg/m (60,5%) apresentando alta auto-estima e 19 (9,5%) com
2
moderada auto-estima. Já entre aquelas que tinham IMC maior que 25 Kg/m encontrou-se 12 (6,0%) com moderada
auto-estima e 48 (24,0 %) com alta. Estes resultados (tabela 2) não apresentaram diferenças significantes (p=0,35).
Tabela 2 - Relação do índice de massa corporal (IMC) com a auto-estima de mulheres funcionárias de uma
Fundação de Ensino Superior em Pouso Alegre, 2006.
IMC
0-10
n
< 25
26 e +
121
48
%
60, 5
24,0
ROSENBERG
11-20
n
%
19
9,5
12
6,0
TOTAL
n
140
60
%
70,0
30,0
TOTAL
169
84,5
31
15,5
200
100,0
2
χ = 1,32 p = 0,35
Nas mulheres sem sobrepeso o escore médio de auto-estima foi 5,1 e entre as que apresentavam
sobrepeso, a média foi de 5,9. Esta diferença não foi estatisticamente significante ( p = 0,40).
DISCUSSÃO
Quando o corpo não funciona como uma fonte de auto-estima pode-se desenvolver depressão, ansiedade e
distúrbios alimentares, sendo que, o sexo feminino é culturalmente mais forçado a preencher os padrões impostos de
aparência e comportamento (GOLDENBERG et al., 2000).
Ações preventivas focadas na auto-estima podem evitar a insatisfação com o corpo e conseqüentemente
um possível distúrbio alimentar (BEATO-FERNANDEZ et al., 2004).
O objetivo principal do presente trabalho foi averiguar as possíveis correlações existentes entre autoestima, índice de massa corporal e faixa etária, em uma amostra de mulheres ativas no mercado de trabalho.
Os resultados encontrados indicaram inexistência de baixa auto-estima nestas mulheres, sendo que 84,5%
apresentaram escores relacionados a alta auto-estima. Quanto ao índice de massa corporal, 70% das mulheres
2
tinham IMC menor que 25 Kg/m , não tendo sido encontradas diferenças significantes quando relacionados os
escores do IMC e os de auto-estima. A média do IMC foi mais alta quanto mais alta foi a faixa etária, ou seja, as
mulheres acima de cinqüenta anos apresentaram IMC significantemente superior às outras.
Com o envelhecimento, ocorre aumento na gordura corporal total e redução do tecido muscular. Essas
modificações no tecido muscular ocorrem, principalmente, em virtude da diminuição da atividade física e da taxa
metabólica basal (Perissinotto et al. 2002; Steen, 1988).
Poderíamos supor que o tamanho da amostra tenha
sido insuficiente para a obtenção de resultados significantes quanto à auto-estima, porém, na literatura, encontramse controvérsias como no estudo de Caldwell, Brownell, Wilfley (1997), onde obteve-se resultados compatíveis com
os dados do presente estudo, enquanto que, em estudos como os de Hill e Willians (1998) e Goldenberg et al.
(2000), foi encontrada relação inversa entre auto-estima e IMC.
Considerando que grande número de mulheres vive numa cultura competitiva, ambiente que pode favorecer
o aparecimento de sentimentos de inadequação e baixa auto-estima (Areias e Guimarães, 2004), torna-se de grande
relevância o incentivo a novos estudos enfocando auto-estima em mulheres, que possam servir como referência aos
pesquisadores na comparação de seus resultados, assim como, fornecer subsídios ao sistema de Saúde Pública no
estabelecimento de novas intervenções na promoção de qualidade de vida da população.
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ENAF Science, v.3, n.2
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[email protected]
- 62 -
ENAF Science, v.3, n.2
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) DE ADOLESCENTES NO MUNICÌPIO
DE SÃO GONÇALO DO SAPUCAÌ-MG
Karina Braga Mendes¹
Ronaldo Júlio Baganha²
¹Acadêmica do curso de Educação Física – UNIVÁS ²Professor do curso de Educação Física – UNIVÁS
RESUMO
A obesidade tem aumentado de maneira expressiva em todo o mundo, sendo atualmente classificada qualificada
como uma epidemia mundial. O objetivo do presente estudo foi avaliar as alterações no Índice de Massa Corporal
2
(kg/m ) com a evolução da idade em crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, estudantes de uma escola estadual
no município de São Gonçalo do Sapucaí/MG. Participaram do estudo 124 adolescentes de ambos os sexos. Em dia
e hora marcados previamente com os voluntários e com seus respectivos responsáveis, foi realizado avaliação do
peso corporal (Kg) e altura (metros) e posteriormente foi calculado o IMC. Os dados foram agrupados em intervalos
de 2 anos e posteriormente analisados através da Análise de Variância (ANOVA), seguido pelo Test T de Student
com p≤5%. Os resultados sugerem que com o avançar da idade os adolescentes tendem a ter um aumento
significativo no seu IMC o que de certa forma poderia levar esses indivíduos a uma classificação de sobrepeso ainda
no período da adolescência. Conclui-se com o presente estudo que com a evolução da idade ocorre também uma
evolução do IMC.
Palavras-chave: Peso Corporal, IMC, Adolescentes.
INTRODUÇÃO
Segundo Campos et al (2007), a obesidade vem aumentando de maneira expressiva em todo o mundo,
sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde como epidemia. Esse aumento tem ocorrido em países
desenvolvidos e também em países subdesenvolvidos e em todas as faixas etárias .
Quanto maior se torna a prevalência da obesidade, maior é o estímulo para se estudar essa população.
Dados sugerem que adolescentes obesos tendem a se tornar adultos obesos (FONSECA et al, 1998).
Para Albano & Souza (2001), a adolescência corresponde ao período de 10 a 19 anos e pode ser dividido
em duas fases: Primeira fase de 10 a 14 anos; Segunda fase de 15 a 19 anos, sendo que na fase de 10 a 14 anos
existe o início das mudanças puberais. O fim da fase de desenvolvimento e crescimento morfológicos ocorre no
período de 15 a 19 anos, mas é difícil afirmar com precisão o período exato do final da adolescência, que nada mais
é que a consolidação da identidade, amadurecimento da sexualidade e da afetividade, independência da família,
autodeterminação e responsabilidade.
A adolescência inicia-se com as mudanças físicas relacionadas à puberdade. De forma geral o que
caracteriza a puberdade é o amadurecimento do sistema reprodutor tanto masculino quanto feminino. Nos meninos,
a aceleração do crescimento dos testículos, do escroto e dos pêlos pubianos, é o primeiro sinal de puberdade. E
para as meninas o aparecimento dos botões das mamas, embora o aparecimento de pêlo pubiano possa surgir
antes, é o primeiro sinal da puberdade (ECKERT, 1993).
O estudo de Gallahue & Ozmun (2001) aponta que a adolescência é marcada por um período de aumentos
rápidos no peso e na altura. Esse aumento varia de acordo com a genética, nutrição, entre outros fatores. Na
adolescência, o ganho de peso dos meninos é causado pelo aumento na altura e na massa muscular e nas meninas
o ganho de peso é causado pelo aumento da massa adiposa e na altura, em menor escala aumento na massa
muscular. Aproximadamente aos 10 anos os meninos vão atingir mais ou menos 55% do seu peso final e as meninas
em 59% .
Com relação às mudanças nutricionais que afetam os adolescentes, pode-se destacar o aumento no
sobrepeso e na obesidade. Nos Estados Unidos a prevalência de sobrepeso é muito grande e têm aumentado por
um curto período de tempo. Em subgrupos de crianças e adolescentes, cerca de 11 a 25% são considerados com
sobrepeso ou risco de sobrepeso (ALBANO; SOUZA, 2001).
O sobrepeso é definido como peso corporal que excede o peso normal de uma pessoa, baseado na altura
e constituição física, e a obesidade refere-se à condição em que o indivíduo apresenta excesso de gordura corporal.
Homens com mais de 25% e mulheres com mais de 35% de gordura corporal devem ser considerados obesos
(WILMORE; COSTILL, 2001)
A obesidade em adolescentes resulta de uma diminuição nos níveis de atividade física e aumento na
ingestão calórica. Segundo Gutin et al (1993, apud Albano et al., 2001), as mudanças nos hábitos de trabalho, uso da
televisão e jogos eletrônicos por longos períodos de tempo, entre outros fatores culturais ligados ao ambiente,
diminuem as práticas das atividades físicas.
2
O Índice de Massa Corporal (kg/m ) tem sido utilizado para indicar o sobrepeso e a obesidade em
adolescentes. É um método de avaliação de baixo custo e de fácil execução mesmo tendo a limitação da não
distinção dos diferentes componentes da massa corporal (ANDRADE et al., 2003).
No Brasil não existem estudos longitudinais com adolescentes e não há dados sobre inquéritos nacionais
com o uso do IMC em adolescentes, mas existem estudos locais /regionais, como a Pesquisa Nacional de Saúde e
Nutrição (PNSN), executada pelo Instituto Nacional sobre Saúde e Nutrição (INAN, 1990 apud ALBANO; SOUZA,
2001). Esses aspectos evidenciam a importância de se conhecer melhor a prevalência de obesidade e sobrepeso em
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adolescentes, visando a prevenção. O objetivo do presente estudo foi avaliar a evolução do IMC com o avançar da
idade de adolescentes.
MATERIAS E MÉTODOS
Participaram do estudo 124 adolescentes com idade entre 10 e 17 anos, estudantes do ensino fundamental
e médio da Escola Estadual Bárbara Heliodora, localizada no município de São Gonçalo do Sapucaí/MG
Em dia e hora marcados previamente com os adolescentes e com seus respectivos responsáveis, os
adolescentes compareceram as dependências da Escola Estadual a qual disponibilizou uma sala para avaliação dos
adolescentes. A avaliação foi feita pela autora do estudo na companhia do responsável pelo adolescente. Foi
®
realizada aferição do peso corporal em balança digital da marca Filizola , com precisão de 100 gramas e medida a
®
altura em estadiômetro da marca Sanny . Os avaliados do sexo masculino estavam trajando sunga e os do sexo
feminino top e short. Os adolescentes estavam descalços. Posteriormente foi calculado o Índice de Massa Corporal
2
(IMC Kg/m ) dividindo o peso corporal em (kg) pela Altura (metros) ao quadrado. Os dados foram agrupados em
intervalos de 2 anos e analisados através da Análise de Variância (ANOVA) seguido pelo Test T de Student com
p≤5%.
RESULTADOS
Os resultados sugerem que com o avançar da idade ocorre um aumento significativo do IMC de
adolescentes com idade entre 10 e 17 anos.
2
GRÁFICO 1. O gráfico abaixo apresenta a evolução do IMC (kg/m ) com o avançar da idade. Valores
expressos em média e desvio padrão.
30
*
27
IMC (Kg/m2)
24
21
18
15
12
10 - 11 anos
12 - 13 anos
14 - 15 anos
16 - 17 anos
Idade (anos)
* Diferença significativa em relação ao intervalo de idade 10 – 11 anos, após Análise de Variância (ANOVA),
seguido pelo Test T de Student com p ≤ 5%.
DISCUSSÃO
O aumento do problema da obesidade em crianças e adolescentes, explica o aumento no interesse da
vigilância sobre esse grupo, necessitando de iniciativas ainda incipientes no país, objetivando o controle do
sobrepeso e da obesidade (CAMPOS et al, 2007).
Neste estudo foi verificado aumento significativo do IMC dos adolescentes de 16 e 17 anos em comparação
com os adolescentes de 10 e 11 anos, demonstrando uma possível evolução gradual do peso corporal no período da
adolescência.
O excesso de peso na adolescência pode resultar em alterações metabólicas importantes, dependendo da
duração e da gravidade, essas conseqüências ocorrem mais nos adultos. O adolescente obeso tem grande risco de
adquirir algumas doenças e distúrbios psicossociais nessa fase tão importante para a estruturação de personalidade
(CAMPOS et al, 2007).
Segundo Monteiro (1998), apud Albano et al (2001), a tendência secular da obesidade em crianças e
adolescentes americanos pode ser observada através de inquéritos realizados entre os anos de 60 e 70. Nesses
anos, observaram–se discretos aumentos na obesidade em ambos os sexos. Portanto, entre 1980 e 1994, foram
observados aumentos na prevalência da obesidade em crianças e adolescentes de todas as faixas etárias de ambos
os sexos.
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ENAF Science, v.3, n.2
A prevalência do sobrepeso e da obesidade na população jovem brasileira começa a chamar atenção.
Evidências demonstram que a condição nutricional da criança brasileira tem sofrido modificações nos últimos 15
anos, reduzindo a taxa de desnutrição e aumentando a de obesidade.
CONCLUSÃO
A presente proposta identificou que os adolescentes da instituição de ensino em questão que foram
devidamente avaliados neste estudo, demonstraram uma evolução gradual no que se refere ao peso corporal com o
avançar da idade.
REFERENCIAS
ALBANO, R.S.; SOUZA, S.B. Estado nutricional de adolescentes: “risco de sobrepeso” e “sobrepeso” em uma escola
publica do Município de São Paulo. Cad. Saúde Pública, v. 17, n 4, p. 941-947, 2001.
ANDRADE, R.G.; PEREIRA, R.A.; SICHIERI, R. Consumo alimentar de adolescentes com e sem sobrepeso do
Município do Rio de Janeiro. Cad. Saúde Pública, v. 19, n 2, p. 85-86, 2003.
CAMPOS, L. A.; LEITE, A. J.M.; ALMEIDA, P. C. Prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes escolares
do município de Fortaleza, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 7, n 2, p. 183-190, 2007.
ECKERT, H.M. Desenvolvimento Motor. 3 ed, Manole: São Paulo, p. 281,1993.
FONSECA, V.M.; SICHIERI, R.; VEIGA, G.V. Fatores associados à obesidade em adolescentes. Cad. Saúde
Pública, v. 32, n 6, p. 541- 542, 1998.
GALLAHUE, D.L.; OZMUN, J.C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e
adultos. Phorte: São Paulo, p. 409-416, 2001.
WILMORE, J.H.; COSTILL, D.L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. Manole, 2° ed, p. 664-666, 2001.
[email protected]
- 65 -
ENAF Science, v.3, n.2
OBESIDADE E SATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL ENTRE MULHERES FREQUENTADORAS DE
ACADEMIAS
LAILA DOS SANTOS PEREIRA¹
RODNEY ALFREDO PINTO LISBOA²
¹Acadêmica do Curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS ²Docente do Curso de Graduação em
Educação Física da UNIVÁS
RESUMO
O aumento da obesidade tem sido cada vez mais freqüente no mundo ocidental, atingindo cerca de 30% das
mulheres adultas. A construção do autoconceito é influenciada pela cultura que impõe padrões de comportamento e
estética. O objetivo do presente estudo foi verificar o índice de obesidade e o nível de satisfação da imagem corporal
entre mulheres freqüentadoras de academias da cidade de Pouso Alegre-MG. Para tanto, foram avaliadas 16
mulheres que freqüentam academias, nas quais foi realizada mensurações da estatura corporal, peso, IMC e dobras
cutâneas (triciptal, suprailíaca e coxa medial). Através do questionário proposto por Stunkard et al. (1983) analisouse o nível de aceitação e satisfação com a imagem corporal. Para o estudo de associação entre as silhuetas e os
valores de percentual de gordura e índice de massa corporal foi feita a correlação de Pearson.
Palavras-chave: Obesidade; Imagem Corporal; Satisfação Pessoal
INTRODUÇÃO
Mendonça e Anjos (2004) definem, a obesidade como uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo
de gordura corporal, sendo conseqüência de balanço energético positivo e que implica à saúde, não só na qualidade
como na quantidade de vida.
Alguns estudos demonstram que a prevalência de obesidade tem aumentado entre as mulheres. No
Brasil, 35% da população apresenta índice de massa corpórea (IMC) maior que 25 (kg/m2) e 12,5% são mulheres
com IMC maior de 30 (kg/m2) (FERNANDES et al., 2005).
A imagem corporal é uma construção multidimensional que descreve amplamente as representações
internas da estrutura corporal e da aparência física, em relação a nós mesmos e aos outros. O processo de formação
da imagem corporal pode ser influenciado pelo sexo, idade, meios de comunicação, bem como pela relação do corpo
com os processos cognitivos como crença, valores e atitudes inseridos em uma cultura (DAMASCENO et al., 2005).
Se a imagem dominante, valorizada socialmente for de uma pessoa magra, emagrecer será o ideal de
todos. Aqueles que não conseguem chegar a este padrão desejado sofrem muito. Esse processo tem um impacto
negativo sobre a auto-imagem, principalmente das mulheres que se sentem obrigadas a terem um corpo magro,
atrativo, em forma e jovem. Segundo Becker (1999) citado por Russo (2005), esta imagem corporal negativa pode
determinar o aparecimento de baixa auto-estima e depressão, ou seja, sofrimento (RUSSO, 2005).
METODOLOGIA
Para realização do presente estudo, foram selecionadas 16 mulheres adultas (entre 18 e 60 anos) que
freqüentam academias de musculação situadas na cidade de Pouso Alegre/MG.
Para verificação da satisfação com a imagem corporal foi utilizada a escala proposta por Stunkard et al.
(1983) apud Coelho; Fagundes (2007). O conjunto de silhuetas foi mostrado às mulheres e foram realizadas as
seguintes perguntas: Qual é a silhueta que melhor representa a sua aparência física atualmente (SA)? Qual é a
silhueta que você gostaria de ter (SI)? Para verificar a insatisfação corporal, foi utilizada a diferença entre a silhueta
atual (SA) e silhueta ideal (SI), apontadas pelas avaliadas. A avaliadora isentou-se de opinião na escolha das
silhuetas.
Figura 1 - Conjunto de silhuetas propostas por Stunkard et al. (1983) citado por Coelho; Fagundes (2007).
A análise da composição corporal foi realizada conforme padronização a seguir:
A) Índice de Massa Corporal: as mulheres foram classificadas de acordo com proposta da Organização
Mundial de Saúde, conforme quadro abaixo. Este índice foi calculado a partir da massa corporal em quilogramas e
da altura, em metros, elevada à segunda potência, conforme classificação pelo índice de IMC, segundo a
Organização Mundial de Saúde (1998) apud Costa (2005)
B) Percentual de Gordura: para o cálculo do percentual de gordura, foram utilizados os valores das dobras
cutâneas tricipital, supra-ilíaca e coxa medial, conforme o protocolo de Jackson, Pollock & Ward (JACKSON;
- 66 -
ENAF Science, v.3, n.2
POLLOCK; WARD, 1980 apud COSTA, 2005). Neste caso, a fórmula proposta para mulheres de 18 a 55 anos de
idade é:
D= 1,0994921-0,0009929 (tríceps + supra-ilíaca + coxa medial) + 0,0000023 (tríceps + supra-ilíaca + coxa
2
medial) – 0,0001392 (idade em anos).
%G = [(4.95/D) - 4.50] X 100 (Fómula de Siri)
Onde: D = densidade corporal e %G= porcentagem de gordura corporal
Para aferição de dobras cutâneas tricipital e supra-ilíaca e coxa medial foi utilizado um adipômetro da
marca SANNY. A classificação quanto ao percentual de gordura foi feita de acordo com a tabela de Pollock e
Wilmore, 1993.
Para o estudo de associação entre as silhuetas e os valores de percentual de gordura e índice de massa
corporal foi feita a correlação de Pearson.
RESULTADOS
TABELA 1. Características antropométricas das voluntárias participantes no estudo. Valores expressos em média e
desvio padrão.
2
Idade (anos)
Peso (Kg)
Altura (m)
IMC (Kg/m )
% de Gordura
Méd.33,63
55,21
1,58
22,02
24,59
Desv. Pad 9,42
5,48
0,04
1,91
4,51
TABELA 2. Silhueta atual (SA) e silhueta ideal (SI) da amostra.
Silhueta Atual
Silhueta Ideal
Média
3,625
2,75
GRÁFICO 1. Correlação entre o índice de massa corporal e satisfação com a imagem corporal.
r = 0,179
y = 0,4225x + 21,651
R2 = 0,0319
IMC (Kg/m2)
28
26
24
22
20
18
0
1
2
3
4
Satisfação
GRÁFICO 2. Correlação entre o percentual de gordura e a satisfação com a imagem corporal.
r = 0,021
y = 0,1149x + 24,486
R2 = 0,0004
% Gordura
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
0
1
2
3
4
Satisfação
GRÁFICO 3. Correlação entre o percentual de gordura e o índice de massa corporal.
% de Gordura
35,00
30,00
r = 0,730
y = 1,7254x - 13,408
R2 = 0,5329
25,00
20,00
15,00
18
20
22
24
26
IMC (Kg/m2)
DISCUSSÃO
- 67 -
28
30
ENAF Science, v.3, n.2
Na tabela 1 estão dispostas as características antropométricas das dezesseis mulheres avaliadas neste
2
estudo, apresentando em média idade de 33 anos, 55 Kg, 1,58 metros, IMC de 22,02 Kg/m e o percentual de
gordura 24,59%. De maneira geral, as mulheres pesquisadas apontaram como média de silhueta atual 3,62 e
silhueta ideal 2,75, como mostra a tabela 2.
Embora a forte relação entre as figuras do conjunto de silhuetas e o índice de massa corporal tenha sido
afirmada em outros estudos, destacando-se entre eles o trabalho de Gardner et al. (1998) apud Coelho; Fagundes
(2007), nesta proposta a satisfação com a imagem corporal não se correlacionou com o índice de massa corporal
como mostra o gráfico 1, provavelmente porque das dezesseis mulheres avaliadas, apenas uma foi classificada
como sobrepeso, sendo todo o restante classificas como eutróficas.
Em relação a satisfação com a imagem corporal, o estudo mostrou que das dezesseis mulheres avaliadas,
quatro mulheres estavam satisfeitas com a imagem corporal (AS – SI = 0), sete mulheres com insatisfação (SI – SA =
1), e duas mulheres com nível de insatisfação 2 e 3. Assim não houve significância entre a satisfação com a imagem
corporal e o índice de massa corporal.
Em relação a percentual de gordura e satisfação com a imagem corporal representados no gráfico 2, as
mulheres que se apresentavam satisfeitas com a imagem corporal obtiveram valores de percentual de gordura entre
17% e 28%. As mulheres que estava com 1 de insatisfação (SI – SA = 1), apresentaram valores de percentual de
gordura entre 16% e 33%, as duas mulheres que obtiveram maiores níveis de insatisfação com a imagem corporal,
apresentaram valores de percentual de gordura entre 20% e 25%. Assim, a satisfação com a imagem corporal não
estava relacionada ao percentual de gordura nas mulheres avaliadas, diferente do resultado encontrado por
Damasceno et al. (2005).
O gráfico 3 mostra que quanto maiores os índices de massa corporal, maior também será os valores de
percentual de gordura corporal, o estudo mostrou haver uma grande significância (r = 0,73) entre índice de massa
corporal e percentual de gordura. Nas mulheres avaliadas, as que tiveram os menores índices de massa corporal
também obtiveram os menores valores em relação ao percentual de gordura, sendo esta escala crescente.
A escolha da silhueta atual 4 neste estudo foi predominante, 56,25% e a silhueta ideal 3 foi escolhida por
68,75% das avaliadas, resultando numa satisfação de 1, confirmando esses achados os estudos de Damasceno et
al. (2005) e Coelho; Fagundes (2007). Pesquisadores da área da saúde deveriam incluir em seus estudos a
preocupação com os possíveis efeitos que a insatisfação com a imagem corporal gera em relação à prática de
exercícios físicos.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que as mulheres querem ter um corpo mais magro e menos volumoso, visto pela
escolha da silhueta atual 4 e silhueta ideal 3, ou seja, satisfação 1, o que quer dizer que querem perder medidas.
Apesar das mulheres terem apresentado 1 de satisfação, o percentual de gordura e o índice de massa
corporal não esteve relacionado com a insatisfação, provavelmente porque a maioria das mulheres avaliadas foram
classificadas como eutróficas no IMC.
REFERÊNCIAS
COELHO, E. J. N.; FAGUNDES, T. F. Imagem corporal de mulheres de diferentes classes econômicas. Revista
Motriz, v.13, n.2, p.S37-S43, 2007.COSTA, R. F. Manual prático de avaliação física em academias, São Paulo:
American Medical do Brasil, 2005.
DAMASCENO, V. O. et al. Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada.
Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.11, n.3, p.181-186, 2005.
FERNANDES, A. M. S. et al. Avaliação do índice de massa corpórea em mulheres atendidas em ambulatório geral de
ginecologia. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.27, n.2, p.69-74, 2005.
MENDONÇA, C. P.; ANJOS, L.A. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do
crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil. Caderno de Saúde Pública, v.3, n.20, p. 698-709, 2004.
POLLOCK, M. L.; WILMORE, J. H. Exercícios na saúde e na doença, 2 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1993.
RUSSO, R. Imagem corporal: construção através da cultura do belo. Revista Movimento & Percepção, v.5, n.6,
p.80-90, 2005.
[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
CRENÇAS NORMATIVAS SOBRE A AGRESSÃO DE ADOLESCENTES PRATICANTES DE ARTES MARCIAIS
NA CIDADE DE POUSO ALEGRE/MG
MARCOS JOSÉ DE CASTRO¹
RODNEY ALFREDO PINTO LISBOA²
¹Acadêmico do curso de Graduação em Educação Física da UNIVÁS ²Docente do Curso de Graduação em
Educação Física da UNIVÁS
RESUMO
O objetivo desse estudo foi verificar as crenças normativas sobre agressão de adolescentes praticantes de artes
marciais na cidade de Pouso Alegre/MG. Foram voluntários sessenta adolescentes, 30 do gênero masculino e 30 do
gênero feminino, entre 11 e 16 anos, praticantes de artes marciais na cidade de Pouso Alegre/MG. Os alunos foram
submetidos ao instrumento Normative Belliefs About Agreession Scale (NOBAGS), construída e validada nos
Estados Unidos por Huesmann e Guerra (1997), adaptada e validada no contexto brasileiro como: Escala de
Crenças Normativas Sobre a Agressão (NOBAGS) por Souza Filho et al., (2005). Os resultados foram analisados,
pelo test t de studant, médias e DP, mas não foram encontrados significância p>0,05. Os questionários foram
respondidos sem interferência de adultos, com autorização dos pais e o projeto desse estudo foi aprovado pelo
comitê de ética da Faculdade de Educação Física (UNIVÁS).
Palavras-chave: Artes Marciais; Agressividade; Adolescência.
INTRODUÇÃO
A adolescência é um período onde as pessoas passam por diversas transformações de ordem física e
psicológica, havendo mudanças no modo de pensar, sentir e se vestir (ZANITTI, 2006; MARTY, 1997 apud
SAVIETTO; CARDOSO, 2006). Muitos cientistas acreditam que a adolescência é um fenômeno puramente
fisiológico, facilmente demarcável onde a criança sofre uma transformação puramente física, mas estudos têm
provado que existem transformações maiores ocorrendo neste período (SCHOWALTER, 1995 apud CALAIS et al.,
2003). Para Vitiello (1998), citado por FERRIANI et al., (1994) é muito difícil fixar parâmetros para conceituar
adolescência, pois estes sofrerão alterações e limites cronológicos, estarão sujeitos a fatores sócio-culturais,
familiares e pessoais (CALAIS et al., 2003). O abandono constitui a base das tendências anti-sociais, a criança passa
a buscar na rua aquilo que lhe foi privado, perde de vista o objeto de admiração, ficando sem rumo e triste. A criança
se difere do menor pelo abandono que sofre quando é totalmente dependente e frágil (WINNICOTT, 1961, p. 241
apud MAIA et al., 2007). Agressão: Comportamento direcionado a outro indivíduo com intenção de causar dano
imediato, físico ou psicológico. (ANDERSON; BUSHMAN, 2002 citado por SOUZA FILHO et al., 2005). A literatura
sugere que adolescentes tendem a demonstrarem-se mais ansiosos que adultos, apresentando decréscimos nos
níveis de ansiedade com o passar dos anos, isso seria creditado à inexperiência de jovens quando lidam com
desafios da vida cotidiana. Para atletas esta tendência também é verdadeira, sendo que os jovens se apresentam
mais ansiosos que os demais (SANTOS; PEREIRA, 1997 apud TOMÉ; VALENTINI, 2006). Uma forma de combate
ao estresse é o exercício físico orientado. Quem pratica atividade física regularmente apresenta níveis de estresse e
ansiedade menos significativos tendo uma saúde física e mental melhor (BECERRO, 1989; BERGER; OWEN, 1988;
MCNMAN, 1993 apud TOMÉ; VALENTINI, 2006).
Uma das formas de exercício físico orientado mais popular no Brasil são as artes marciais, que têm grande
apelo moral e raízes religiosas profundas.
O Tai Chi trás consigo um principio básico taoísta: tudo na natureza é composto por elementos
antagônicos, assim para o bem existe o mal, para o alto existe o baixo, para o claro existe o escuro tudo coexistindo
em uma harmonia universal e com uma dependência mutua. O yin e o yang representam o feminino e o masculino
respectivamente sendo que um não pode existir sem o outro. Assim são os movimentos do Tai Chi, ora descem, ora
sobem, ora avançam, ora recuam. Portanto uma luta constante em busca da harmonia da natureza (PEREIRA,
2005).
O karatê sofre influencias do confucionismo, xintoísmo, zen budismo e do bushidô (caminho do guerreiro)
e por isso ajuda a moldar a personalidade do praticante, portanto é um conjunto que enxerga o mundo também com
uma visão psicológica. Os praticantes de karatê procuram um equilíbrio entre a matéria e o espírito, o equilíbrio deve
ser buscado para garantir que o homem esteja sempre preparado para qualquer imprevisto (BARREIRA; MASSIMI,
2002).
Esporte milenar que atua nos dias de hoje, ajudando a educar e a proporcionar o bem estar dos
indivíduos. O judô dita uma forma de comportamento onde o homem aprende a lutar pelos seus desejos
estabelecendo metas pessoais para o futuro (OLIVEIRA et al., 2006).
MATERIAIS E MÉTODOS
Em virtude das necessidades desta pesquisa, foram população alvo do estudo 60 alunos praticantes de
artes marciais na cidade de Pouso Alegre/MG e região em várias modalidades e estilos, sendo que 30 foram do
gênero feminino e 30 do gênero masculino entre 11 e 16 anos de idade. Foram excluídos os alunos que não estavam
- 69 -
ENAF Science, v.3, n.2
dentro da faixa etária especificada, não entregaram a autorização em tempo, não colheram assinatura dos pais, não
tiveram interesse em participar ou por qualquer motivo foram impedidos de participar.
Tabela 1. Número de adolescentes participantes do estudo classificados pela idade e gênero.
Idade (anos)
Meninos
Meninas
11 anos
06
12 anos
07
13 anos
10
14 anos
04
15 anos
03
16 anos
0
_______________________________________________________________
Total
30
30
06
09
06
03
04
02
Verificamos as crenças normativas sobre a agressão de adolescentes entre 11 e 16 anos das academias
de Artes Marciais da cidade de Pouso Alegre/MG, aplicando um questionário (ANEXO II), que foi respondido pelos
adolescentes com a autorização dos pais ou responsáveis, de acordo com a ética para pesquisa envolvendo seres
humanos (Resolução 196/96 do conselho Nacional de saúde/MS), protocolo 107/2008.
Vale mencionar que no momento da entrega deste questionário, o autor do estudo esteve presente e fez a
leitura das questões juntamente com o adolescente pesquisado para esclarecimento de possíveis dúvidas. O
instrumento aplicado foi a Normative Belliefs About Agreession Scale (NOBAGS) construída e validada nos Estados
Unidos por Huesmann e Guerra (1997), tendo sido adaptada e validada para uso no contexto brasileiro como Escala
de Crenças Normativas Sobre a Agressão (NOBAGS) por Souza Filho et al. (2005). Trata-se de instrumento
desenvolvido para mensurar a percepção de crianças, adolescentes e jovens adultos sobre o quanto
comportamentos agressivos são aceitáveis em variadas condições de provocação e mesmo se não existem
condições específicas de provocação. Este instrumento é composto por 20 itens, que variam entre severidade da
provocação, severidade de resposta, gênero do provocador e o gênero do respondente. Os primeiros oito itens são
breves enredos, onde um indivíduo é verbalmente agressivo com outro indivíduo. Na seqüência, quatro itens
envolvem enredos em que, dessa vez, um indivíduo agride fisicamente (batendo) em outro indivíduo. Os últimos oito
itens não envolvem enredos, nem especificam o gênero, mas tratam de questões sobre agressão física e/ou verbal,
nas quais o respondente tem que dizer se acha certo ou errado o conteúdo da frase.
Para respondê-lo a pessoa deve indicar o quanto considera o comportamento descrito como certo ou
errado. Cada um dos itens é respondido numa escala de quatro pontos, com os seguintes itens: 1 = é Muito Errado, 2
= se é Errado, 3 = se é Certo e 4 = se é Muito Certo. Quanto maior a pontuação, maior será também a disposição a
aceitar a agressão.
A estatística utilizada para análise dos dados foi descritiva, seguida do teste T de Student com índice de
significância de 5%.
RESULTADOS
Tabela II – Resultados da Normative Belliefs About Agreession Scale (NOBAGS) aplicada em 60 adolescentes
praticantes de artes marciais
Variáveis
Idade (anos)
NOBAGS (soma)
NOBAGS (soma) – 11 anos
NOBAGS (soma) – 12 anos
NOBAGS (soma) – 13 anos
NOBAGS (soma) > 14 anos
Total
12,78 1,39
28,50 6,82
29,17 6,00
27,44 6,56
30,25 8,90
27,31 5,29
Meninos
12,7 1,24
30,03 6,53
26,67  3,72
30,71  4,89
32,30  9,02
29,00 5,16
Meninas
12,87 1,55
26,976,87
31,67  7,09
24,89 6,79
26,83  8,31
26,00 5,29
* Diferença significativa no nível de agressividade entre meninos e meninas após aplicação do Test T de
Student, com índice de significância de 5%.
Gráfico I Gráfico comparativo do nível de agressividade entre meninos e meninas, (gênero).
- 70 -
ENAF Science, v.3, n.2
Índice de Agressividade
80
70
60
50
40
30
29
30
27
20
Comparação entre os sexos
Soma das médias
Meninos
Meninas
Gráfico II, Comparação do nível de agressividade entre meninos e meninas (idades)
Índices de Agressividade
80
70
60
50
40
30
29
32
27
27
30 32
31
25
27
27 29 26
20
11 anos
12 anos
≥ 14 anos
13 anos
Soma das idades
Meninos
Meninas
DISCUSSÃO
O presente estudo não apresentou resultados significativos com relação à agressividade de meninos e
meninas, numa escala que varia de 20 a 80 pontos, os níveis de agressividade ficaram em média muito próximos de
20 pontos, que é o nível mais baixo possível para o questionário aplicado.
Para Meneghel et al., (1998) a punição física esta intimamente relacionada com os níveis de
agressividades apresentados pela juventude, jovens que sofrem maus tratos tendem a ser mais agressivos. Neste
estudo os jovens em sua maioria são de classe media e média baixa, mas por se tratarem de jovens aplicados e
estudiosos parece que não sofrem punições físicas no ambiente familiar.
Lisboa et al., (2002) afirmam que os meninos são mais adeptos da violência física para solucionar seus
problemas de relacionamentos, enquanto as meninas usam mais as agressões verbais em tais situações. Os níveis
de agressividade dos meninos foram maiores que os das meninas mesmo que esta diferença não fosse significativa.
Uma pesquisa americana acompanhou o desenvolvimento ao longo do ciclo vital de crianças agredidas ou
negligenciadas, revelando que a probabilidade de envolvimento na vida criminal é extremamente significativa.
Segundo esses mesmos dados, as crianças negligenciadas apresentam uma probabilidade maior de se tornarem
adultos violentos (WIDOW, 2000, 2001 apud ALDRIGHI, 2004). Como podemos notar muitos pais acompanham seus
filhos nas aulas de artes marciais, ficando sentados esperando o termino das aulas, por isso não parece haver casos
de negligência dos pais com seus filhos.
Aldrighi, (2004) encontrou índices de violência parecidos entre homens e mulheres na convivência
conjugal. Parece que a violência não tem gênero definido, homens e mulheres são capazes de apresentar índices
parecidos de violência. Embora as mulheres também sejam violentas, a maioria das agressões que resultam em
lesões físicas é feita por homens contra mulheres e também temos a violência sexual, que em sua maioria absoluta é
exercida contra o gênero feminino (HEISE, 1994 apud GIFFIN, 1994).
As mulheres exercem um tipo de violência verbal e psicológica, preferindo insultos, proferir palavras de
desabono a partir para uma agressão física, talvez isso se deva a complexão física da mulher que não é apropriada a
um confronto.
Sisto, (2005) em sues estudos, onde comparou os níveis de agressividade em escolas de diferentes
classes sociais, não encontrou diferenças significativas entre as classes, sendo que os níveis de agressividade
ficaram muito próximos de zero em uma escala que varia de 0 a 8 pontos. O que vem de encontro com esse trabalho
onde os níveis de agressividade também ficaram muito baixos, pois em uma escala de 20 a 80 pontos os resultados
ficaram muito próximos de vinte pontos.
CONCLUSÃO
Podemos concluir neste estudo, que os jovens praticantes de artes marciais na cidade de Pouso Alegre,
possuem crenças normativas que desestimulam a violência, conforme estabelece a filosofia marcial, que busca
promover a prática de atividades objetivando o aprimoramento pessoal, parece que as artes marciais não contribuem
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para um aumento dessa violência, já que em uma escala que varia de 20 a 80 pontos, os maiores níveis de
agressividade foram 31,67 7,09 para as meninas de 11 anos e 32,30  9,02 para os meninos de 13 anos em média,
ficando muito próximos do valor mínimo que é de vinte pontos. Também ficou evidente que não há diferenças no
índice de agressividade de meninos e meninas, pois ambos tiveram pontuações bastante parecidas.
Sugiro um acompanhamento mais rígido dos respondentes em estudos futuros, para evitar a contaminação
dos dados, pois os jovens tendem a conversar com seus colegas enquanto respondem a questionários.
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[email protected]
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A AUTO-ESTIMA DE MULHERES QUE PRATICAM BODY COMBAT E BODY PUMP
LUCIANA MARIA DA SILVA¹
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA²
¹Graduanda em Educação Física pela UNIVÁS ²Professora da UNIVÁS
RESUMO
Este estudo objetivou verificar a auto-estima de mulheres qube praticam body combat e body pump em uma
academia no interior de Minas Gerais. Foram sujeitos 20 mulheres, 10 de cada categoria. Aplicou-se a escala de
auto-estima de Rosenberg (RSES). Os resultados demonstraram que a população encontra-se com auto-estima alta
uma vez que no Body Combat ela variou de 1 a 9 pontos e no Body Pump de 0 (zero) a 8 pontos. O treino das duas
modalidades abrange todo o corpo, e resulta numa tonificação muscular extremamente equilibrada e distribuída.
Quanto ao nível mental, além de combater o stress, transmite ao praticante uma sensação de confiança, melhorando
desta forma a auto-estima da pessoa.
Palavras-chave: auto-estima, body combat, body pump.
INTRODUÇÃO
Vários motivos levam uma pessoa a praticar exercícios, como sentir prazer pela atividade, melhora da saúde
e qualidade de vida, melhora do humor, diminuição do estresse e depressão, entre outros, no entanto, nos dias
atuais as mulheres têm se preocupado com a valorização da beleza como o corpo belo, jovem e em forma. Segundo
Fernandes (2005), o embelezamento feminino no Brasil está ligado à feminilidade e a busca da beleza pelo fato de
quererem estar sempre fotogênicas da cabeça aos pés, onde o corpo deve estar preparado para ser exposto. Sendo
assim, as mulheres praticam exercícios para o aumento da auto-estima como melhora da saúde, humor e bem estar.
A maioria delas realizam os exercícios com prazer, onde a atividade física poderá proporcionar benefícios quando é
escolhido o exercício correto e quando queremos realizá-lo.
Sentimentos de bem estar, percepção da imagem corporal, posição de controle e estados de depressão são
melhorados após os exercícios, e estes sentimentos de bem estar representam reações positivas no comportamento
das pessoas. Quanto a isto, a imagem corporal é a imagem subjetiva de nós mesmos, criadas pelas nossas
observações e pelas nossas reações com as outras pessoas que convivemos. A imagem corporal interfere na autoestima, quando não temos uma boa imagem do nosso corpo podemos modificá-la positivamente, com a prática dos
exercícios físicos, sendo assim a auto-estima depende de nós e do que sentimos da nossa pessoa. Para que isto
ocorra, deve-se ter em mente que somos capazes de realizar tudo o que queremos. Dependemos do próprio corpo, e
com a chegada do envelhecimento a auto-estima diminui (BENEDETTI et al., 2003; GALLAHUE, 2001).
A prática de atividades físicas reduz e/ou atrasa alguns efeitos “da idade”, tais como lentidão, diminuição
das capacidades físicas, fragilidade etc. Quando as pessoas chegam aos 40-50 anos, sem a prática regular de
exercícios físicos, começam a notar uma decaída na resistência, força, flexibilidade, e um aumento de flacidez
muscular e gordura corporal. Essas alterações, facilmente notáveis, provocam uma mudança no auto-conceito
fazendo com que o indivíduo se sinta mais velho (BERGER e HECHT,1989; CODINA,1994).
Segundo Maia (2006) a definição de auto-estima é mais adequada se apresentada como a opinião acerca
de si (autoconceito), somada ao valor ou sentimento que se tem de si mesmo (amor próprio, autovalorização),
adicionado a todos os demais comportamentos e pensamentos que demonstrem a confiança, segurança e valor que
o indivíduo dá a si (autoconfiança), nas relações e interações com outras pessoas e com o mundo. Então, não se
fala apenas de um sentimento que as pessoas têm por elas mesmas. Mais que isso, se fala de pensamentos e
comportamentos que temos e que estão relacionados a nós mesmos. A auto-estima, ou o "auto-respeito positivo",
como prefere Rogers (1997), refere-se ao valor que atribuímos a nós mesmos, ao conceito que temos sobre nossas
limitações e potencialidades.
Durante anos a auto-estima vem sendo o tópico de muitos debates entre pesquisadores. Discute-se desde
como se desenvolve, até os efeitos sobre a personalidade (Dewitt e Kollanda, 2000). É um dos construtos mais
importantes da psicologia e pode influenciar todos os outros (Durbin, 1982). “É simplesmente a mais importante
variável na vida de um indivíduo“ (Keat, 1974, p.47).
Dos inúmeros estudos referentes a auto-estima pode-se destacar os que a relacionam com a aprendizagem
Wells et al (2002), Singg e Farqhar (2001), Stanley, Daí e Nolan (1997); os que se referem ao comportamento como
os de Walters e Martin (2000), Martin e Coley (1984); os que ligam auto-estima a sociabilidade Smith et al (1973),
Guastello e Guastello (2002), Romano et al (2007) e Seixas; Duarte (2008). Outros estudos com design correlacional
foram realizados com a auto-estima, tendo apresentado correlação negativa com a depressão (Beer (1987), com a
alta ansiedade (Many e Many (1975); Francis (1993) e com a característica de introversão (Eysenck e Eysenck,
1963).
Percebe-se que embora muitos estudos tenham sido realizados, poucos deles tentaram estabelecer alguma
correlação da auto-estima com questões ligadas ao esporte. No início da década de noventa, foi realizada uma
pesquisa com estudantes de segundo grau, onde a auto-estima apresentou uma alta correlação com a motivação
para a participação em esportes Kincey et al (1993), correlacionou positivamente a auto-estima com jogadoras de
voley Okazaki et al (2004) e Carvalho et al (2008).
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MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste estudo foram selecionadas 20 mulheres, com idade entre 18 e 40 anos, que
praticam body combat e body pump. Todas são freqüentadoras de Academia .
Foi escolhida a Academia por oferecer diversas atividades físicas, e por não estar restrita a uma faixa etária
específica. Após o contato com a academia, foi feito o pedido formal do termo de consentimento para a realização do
estudo. As freqüentadoras foram abordadas durante as aulas e receberam o termo de consentimento para que
autorizem formalmente a sua participação no estudo. Após aprovação do Comitê de ética em pesquisa da UNIVÁS e
o consentimento informado assinado pelas participantes as freqüentadoras receberam o questionário da Escala de
Auto-Estima de Rosenberg referente do presente estudo.
Para a coleta inicial dos dados foi aplicado o questionário de avaliação da auto-estima de
Rosenberg que contém 10 questões. No questionário de auto-estima há para cada uma das 10 questões
4 alternativas, mas para cada uma há uma escala de valores diferente, que atribui de “A” a “D” valores de
0 a 3, nas questões número 1, 3, 4, 7, e 10 ou valores de 3 a 0 nas questões número 2, 5, 6, 8 e 9. Estas
notas são somadas e o valor final varia de 0 a 30 onde 0 é a maior auto-estima mensurável por este
questionário e 30 é a menor auto-estima mensurável (DINI, 2000). os resultados foram analisados com a
estatística descritiva, que teve como objetivo observar uma característica das mulheres, neste caso a
auto-estima.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados foram analisados usando-se a estratégia de pesquisa quantitativa - descritiva que tem como
objetivo verificar a auto-estima em mulheres praticantes de atividade física (Body Combat e Body Pump)
freqüentadoras da Academia de Ginástica.
A avaliação da auto-estima das mulheres que praticam Body Combat e Body Pump encontram-se nos
gráfico 1e 2.
Gráfico 1. Pontuação obtida nos resultados das mulheres que praticam Body Combat
Pontos
Pontuação Body Combat
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
Pessoas
6
7
Os resultados da avaliação da auto-estima de mulheres que praticam Body Combat encontram-se no
Gráfico 1. Por ele pode-se perceber que as pontuações variaram de 1 a 9 e que das 10 mulheres avaliadas, duas
obtiveram 1 pontos; duas obtiveram 2 pontos; uma obteve 3 pontos; uma obteve 4 pontos; uma obteve 5 pontos;
duas obtiveram 7 pontos e uma obteve 9 pontos.
Gráfico 2. Pontuação obtida nos resultados das mulheres que praticam Body Pump
pontos
Pontuação Body Pump
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
Pessoas
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7
8
9
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Os resultados da avaliação da auto-estima de mulheres que praticam Body Pump encontram-se no Gráfico
2. Por ele pode-se perceber que as pontuações variaram de 1 a 8 e que das 10 mulheres avaliadas, duas obtiveram
0 pontos; uma obteve 1 ponto; uma obteve 2 pontos; uma obteve 3 pontos; uma obteve 4 pontos; uma obteve 5
pontos; uma obteve 6 pontos; uma obteve 7 pontos e uma obteve 8 pontos. Os valores do instrumento variam de 0 a
30 sendo que 0 (zero) pontos refere-se a melhor auto estima e 30 pontos refere-se a auto-estima mais baixa. Sendo
assim pode-se inferir que a população encontra-se com auto-estima alta uma vez que no Body Combat ela variou de
1 a 9 pontos e no Body Pump de 0 (zero) a 8 pontos.
Esses resultados corroboram com os encontrados na literatura quando Safons (2007); Mazo, Cardoso e
Aguiar (2006); Steglich (1978) explicam que em seus estudos foi verificado um aumento de respostas positivas no
final de um programa de atividade física, concluindo que a participação em programa regular de atividades físicas,
contribui de forma significativa, para a melhoria da auto-estima das pessoas. O esporte aumenta a auto-estima, a
qualidade de vida, é promotor de saúde, além disso, aumenta a produtividade de quem o pratica.
Por se tratar de uma população feminina, não se pode deixar de levar em consideração que o culto ao corpo
nos dias atuais é uma grande preocupação. Os significados atribuídos à saúde parecem estar entrelaçados ao bemestar e à estética corporal, considerados em alguns casos como sinônimos.
Segundo Carvalho (2008), a nossa sociedade construiu a imagem do corpo belo como sinônimo de corpo
saudável associado à realização de práticas corporais, consumo de determinados alimentos, produtos ou
medicamentos. Assim, a simples adoção desses procedimentos no cotidiano de vida das pessoas, poderia prevenir
ou remediar doenças, prolongar a vida, independentemente de outros fatores a serem considerados. Para a autora,
essa valorização seria uma forma de desvincular do panorama nacional fatores determinantes dos setores da saúde
no país, pois, o que se processa é uma transferência de atribuições da estrutura governamental para o indivíduo, que
fica sendo o responsável direto pela “manutenção de sua saúde”.
Essa busca, como afirma Sant´Anna (2001), é sempre guiada pelo padrão universal, considerando o corpo
apenas como um detalhe, “matéria-prima” disponível a ser moldada. Para a autora, a boa forma assume o lugar do
corpo e o torna uma “bagagem” a ser carregada, de forma até mais tirana do que a alma foi em outros tempos, pois a
boa forma sabe que não durará para sempre. “Durante séculos o corpo foi considerado o espelho da alma. Agora ele
é chamado a ocupar o seu lugar, mas sob a condição de se converter totalmente em boa forma” (p.108).
O Body Combat e o Body Pump são modalidades estimulantes e de muito sucesso, o conceito "guerreiro", a
sua inspiração nas variadas disciplinas de auto-defesa e mesmo artes marciais tornam-na muito chamativa,
representando um desafio para quem procura uma atividade intensa, funcional e extremamente divertida.
O treino das duas modalidades abrange todo o corpo, e resulta numa tonificação muscular extremamente
equilibrada e distribuída. Quanto ao nível mental, além de combater o stress, transmite ao praticante uma sensação
de confiança, melhorando desta forma a auto-estima da pessoa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estudo, pode-se considerar que a atividade física poderá proporcionar benefícios quando é escolhido
o exercício correto e quando se quer realizá-lo. Foi visível a relação da atividade com o desenvolvimento da autoestima. A mudança de estilo de vida das pessoas de um viver mais sedentário para um mais ativo se torna
importante para seu desenvolvimento.
O simples fato de praticar uma atividade física com regularidade, independentemente dos seus resultados
objetivos sobre o funcionamento e a estética do corpo, pode provocar na pessoa o sentimento, ou a impressão, de
que essas exigências normativas da cultura tenham sido, ou estão sendo, atingidas. Desta forma, além dos
benefícios como melhora da coordenação motora, da força, da agilidade e da flexibilidade estritamente corporais, a
atividade física provocaria uma percepção do corpo mais positiva do ponto de vista estético e da saúde.
O exercício físico estimula a secreção de endorfinas hipotalâmicas, substâncias estas envolvidas na
termorregulação hipotalâmica, reduzindo os sintomas vasomotores. Promove o fortalecimento muscular, a
manutenção da mobilidade articular e da capacidade respiratória, além de menor acúmulo de gordura. A atividade
física contribui ainda para a melhora da imagem corporal, aumentando a auto-estima feminina (RODRIGUES e
BARACAT, 1995).
Em suma, os resultados encontrados sugerem que as atividades físicas praticadas no tempo destinado ao
lazer, representam um domínio da vida cotidiana organizado segundo determinadas convenções, entre elas as
concepções acerca do ideal de corpo segundo o gênero, onde homens e mulheres apresentam comportamentos
distintos no que se refere à prática de exercícios físicos. Desta forma, destacamos o papel fundamental da literatura
sobre gênero, abordando a construção social do corpo para avaliar as atitudes de homens e mulheres diante da
prática de atividades físicas, uma vez que estas são também concebidas como fenômeno social. Sugere-se novos
estudos sobre o tema, com diferentes populações e diferentes variáveis.
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ENAF Science, v.3, n.2
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS NA CONCENTRAÇÃO DA CRIANÇA HIPERATIVA
MARIA IGNEZ ARANTES DE OLIVEIRA¹
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA¹
ADRIANA NADUR ARMECY²
LÍDIA GLÓRIA VIANA²
¹Aluna do Curso de Pedagogia da UNIVÁS ²Professora da UNIVÁS
RESUMO
Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica, que teve por objetivo averiguar se os jogos contribuem para a concentração da
criança hiperativa em sala de aula. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um distúrbio neurobiológico de
causas genéticas, que altera o comportamento da criança. Um dos sintomas mais evidentes em crianças com TDAH, é a
falta de concentração. Visando minimizar esse problema de desatenção, os jogos podem ser uma ferramenta didáticopedagógica, que auxiliem o trabalho do professor, em sala de aula. Os jogos educativos são atividades lúdicas que
promovem o prazer e diversão nas crianças, ao mesmo tempo em que aprendem. Os jogos computadorizados são um dos
recursos multimídia que podem ser utilizados pelo professor em sala de aula, para contribuir com o desenvolvimento da
concentração nas crianças.
Palavras-chave: TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, concentração, jogos.
INTRODUÇÃO
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico, de causas
genéticas, que vai além da simples questão comportamental, da falta de limites e disciplina. Este distúrbio aparece
na infância e acompanha o indivíduo por toda sua vida, entretanto, é na sala de aula que as características deste
transtorno se tornam mais evidentes, uma vez que crianças hiperativas apresentam dificuldade em seguir regras;
socializar; (devido a um comportamento muitas vezes agressivo); se concentrar nas atividades propostas pelo
professor.
Encontramos diferentes nomenclaturas para definir crianças que apresentam “Déficit de Atenção”. Para
SILVA (2003), a sigla mais usada recentemente, seria DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). PHELAN (2005),
esclarece que o nome Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), teria surgido em 1980, no assim chamado DSM – III
(sigla em inglês para o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais, Terceira Edição). Essa nova
definição deixava claro que o ponto central do problema era a dificuldade de se concentrar e manter a atenção.
Segundo este autor o termo tecnicamente correto para se definir crianças hiperativas é TDAH (Transtorno de Déficit
de Atenção/ Hiperatividade.
Ao contrário do que se pensava, as causas da hiperatividade não estão relacionadas ao „defeito de controle
moral‟ por parte dos pais dessas crianças. A origem de tal transtorno é genética, portanto, tais crianças apresentam
uma dificuldade de autocontrole, que reflete muitas vezes em um comportamento agressivo e impulsivo.
De acordo com Silva (2003), o termo hiperatividade infantil foi usado por Laufer em 1957 e por Stella Chess
em 1960. Laufer acreditava que a síndrome seria uma patologia exclusiva de crianças do sexo masculino. Já Chess,
isolou o sintoma da hiperatividade de qualquer noção de lesão cerebral, atribuindo os sintomas de hiperatividade, a
um problema na genética individual. Daí o termo “Síndrome da Criança Hiperativa”.
Na década de 1970, Virginia Douglas contribuiu significativamente com seus estudos, apresentando uma
teoria que enfatizava que o déficit de atenção poderia surgir sob condições em que não houvesse hiperatividade.
Surge uma nova percepção em 1976, onde Gabriel Weiss, através de estudos realizados a longo prazo,
mostrou que quando as crianças atingem a adolescência, a hiperatividade pode diminuir, persistindo porém, os
problemas de atenção e impulsividade. Essa contribuição favoreceu o reconhecimento na população adulta, desse
tipo de funcionamento cerebral.
A forma adulta foi oficialmente reconhecida em 1980, onde a Associação Americana de Psiquiatria,
renomeou a síndrome de Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA), enfatizando mais os aspectos clínicos (sintomas), do
que os aspectos etiológicos (fatores causais).
Em 1994, a Associação Americana de Psiquiatria, formulou uma nova classificação do DDA, que era
dividida em dois subtipos básicos e em uma combinação de ambos: Déficit de Atenção: DA, predominantemente
desatento; déficit de Atenção: DA/HI, predominantemente hiperativo-impulsivo; déficit de Atenção: DA/C, em que
sintomas desatentivos e de hiperatividade/impulsividade estão presentes no mesmo grau de intensidade.
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade tem diagnóstico e tratamento. Porém, apesar de toda
contribuição que a ciência trouxe para o universo das crianças hiperativas, ainda há muitos educadores, pais, e
outros profissionais, que por não conhecerem sobre o assunto acabam rotulando essas crianças de “mal-criadas”,
“pestinhas”, “sonhadoras”, “sem limites”.
Devido à incapacidade de controlar sua conduta em situações sociais, a criança hiperativa é muitas vezes
rejeitada por seus colegas, acarretando assim, baixa auto-estima, baixa tolerância à frustração, sintomas de
depressão e ansiedade, e outros transtornos emocionais.
A literatura especializada Silva (2003) e Phelan (2005), indica que a hiperatividade é menos comum em
meninas do que em meninos. O TDAH não afeta a inteligência da criança, mas sim a sua aprendizagem. Assim, os
professores e pais, que têm uma criança com TDAH não têm um problema, mas uma situação para administrar, que
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ENAF Science, v.3, n.2
se não for tratada com seriedade pode afetar significativamente o desenvolvimento integral dessas crianças. Não se
trata de um estado temporário que será superado. Não é um problema relacionado à falta de capacidade de uma
criança em realizar suas tarefas, mas sim, à dificuldade em focalizar essa capacidade nas atividades. Sabe-se que a
hiperatividade tende a persistir na fase adulta, porém, os sintomas são menos intensos do que na infância. Se a
criança hiperativa for diagnosticada e tratada precocemente, terá maiores chances de se tornar um adulto equilibrado
e bem sucedido.
Professores e pais que têm uma criança portadora do TDAH, possuem grande responsabilidade e devem
estar atentos ao comportamento dela, de forma a contribuir com o diagnóstico, para que assim haja uma parceria
eficaz entre pais, professores e especialistas, trabalhando em conjunto, com o objetivo principal de contribuir para
que a criança seja bem sucedida na sua vida escolar, profissional, familiar, social e afetiva. Para que esta parceria
ocorra é importante que pais e profissionais das áreas envolvidas se informem a respeito deste transtorno, a fim de
proporcionar um desenvolvimento integral às crianças portadoras do TDAH, para que elas se sintam respeitadas, e
vivam dignamente enquanto ser humano.
Os pais devem estar atentos ao comportamento da criança em casa, pois crianças com TDA apresentarão
características evidentes no seu modo de agir diante das situações as quais estará exposta. As crianças portadoras
de TDA “são notoriamente insensíveis a insinuações sociais. Elas não percebem a expressão de desprazer no rosto
das outras pessoas, não percebem o tom negativo da voz, nem mesmo ouvem o que está sendo dito.”(PHELAN,
2005. p.25). A insensibilidade às insinuações sociais é uma característica que se refere à Superexcitação Emocional
da criança com TDA. Esse sintoma (Superexcitação Emocional) não faz parte da lista do DSM-IV, mas de acordo
com o autor deveria fazer, uma vez que é uma característica evidente em crianças com TDA
Para PEREIRA (2003), os sintomas do TDAH não desaparecem com a idade, apenas se modificam. Por
exemplo, a hiperatividade, tão latente na criança, aparece no adulto como forma de inquietação interior, um desejo
constante de mudanças.
É importante lembrar que o diagnóstico é clínico, mas os sintomas podem ser percebidos por professores,
pais, e pessoas que convivem diretamente com a criança portadora do TDAH. Portanto, os educadores têm um papel
fundamental de atentar para o comportamento de seu aluno, que muitas vezes irá manifestar tais sintomas em
atividades escolares, principalmente naquelas que exigirem maior concentração e atenção por parte da criança.
Um dos principais sintomas presentes na criança portadora do TDAH, é a desatenção ou tendência à
distração. A criança hiperativa não apresenta problemas para prestar atenção, e sim para mantê-la focalizada em
períodos mais longos, principalmente em tarefas que não lhe sejam interessantes (SILVA, 2003).
Neste sentido, podemos inferir a importância dos jogos eletrônicos como ferramenta didática, que auxilie o
professor em sua prática pedagógica, uma vez que tais jogos têm a capacidade de despertar o interesse em crianças
hiperativas, fazendo com que elas se mantenham hiperconcentradas em tais atividades, minimizando assim seus
problemas de concentração e atenção.
As atividades desenvolvidas pelo professor em sala de aula devem despertar o interesse no aluno
hiperativo, estimulando-o a se concentrar nas tarefas, possibilitando-o de concluí-las, sem que ele se perca ao longo
do seu exercício. A incapacidade que a criança hiperativa tem de se concentrar, é resultado de um funcionamento
alterado do cérebro. Portanto, não se pode pensar que a criança com TDAH não queira se concentrar nas atividades
propostas pelo professor, na verdade ela não consegue fazê-lo, a não ser que seja estimulada, e se interesse por
tais tarefas.
A criança DDA tem a atenção tão dispersa que qualquer estímulo, um barulho, um movimento, a impede de
concentrar-se em alguma tarefa por muito tempo. Principalmente se a tarefa for obrigatória e não despertar nenhum
interesse especial. É muito difícil para ela fixar a atenção no que o professor diz se pela janela vê pessoas passando
ou mesmo ouve sons produzidos por seus coleguinhas. Sua mente é um radar girando o tempo todo em busca de
novidades. (SILVA, 2003, p. 54).
Quando a criança hiperativa consegue focalizar sua atenção, é capaz de aprender tão bem quanto às outras
crianças. Mesmo quando não dedica muito tempo às tarefas, ela pode apresentar um resultado satisfatório.
(FABRÍCIO, s/d)
A criança portadora do TDAH apresenta dificuldades em reter muitas informações, mas não é porque ela
não seja capaz, e sim porque é atraída por outros estímulos, não conseguindo filtrá-los corretamente, priorizando
aqueles mais relevantes. Por isso, constantemente tais crianças não conseguem concluir suas tarefas, e se distraem
com muita facilidade. É comum que crianças hiperativas tenham dificuldades em aprender ou memorizar, porque não
conseguem sustentar a atenção e se manter concentradas por tempo suficiente. Assim, se esta criança for
corretamente estimulada em sala de aula, com elogios e incentivos, terá maiores chances de desenvolver suas
capacidades cognitivas
O JOGO E A APRENDIZAGEM ESCOLAR
Os sintomas do TDAH se tornam mais evidentes no ambiente escolar, uma vez que crianças hiperativas
apresentarão uma dificuldade em se concentrar nas atividades propostas pelo professor, principalmente se tais
atividades forem prolongadas e exigirem um grau de atenção maior por parte de tais crianças.
Por apresentarem um problema comportamental, as crianças hiperativas, são muitas vezes agressivas,
atrapalham o rendimento da sala com sua inquietação, e se frustram com muita freqüência, por não conseguirem
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ENAF Science, v.3, n.2
atingir um resultado final satisfatório. Para ajudar a criança a administrar melhor seu comportamento, é necessário
que os professores reforcem as atitudes positivas da criança hiperativa, com elogios e incentivos.
É importante lembrar que não é tarefa do professor diagnosticar uma criança com TDAH, mas ele deve estar
atento ao comportamento de seu aluno, de forma que possa contribuir no tratamento e diagnóstico de tais crianças.
O professor deve conversar com a criança hiperativa, sobre a melhor forma de fazer com que ela aprenda, porque
isso ajudará no relacionamento professor/aluno.
Crianças com TDAH precisam de organização, limites, disciplina e diretrizes. É o professor que deve ajudar a criança
a estruturar o ambiente externo, uma vez que elas não conseguem se estruturar internamente, sem a ajuda de um
adulto que direcione o seu comportamento.
De acordo com GOLDSTEIN e GOLDSTEIN (2007), o comportamento da criança hiperativa não é previsível.
Na sala de aula, tais crianças podem em um dia realizar determinada tarefa, que não conseguirão realizar em outro.
Isso faz com que muitas vezes sejam taxadas de desobedientes. Os autores chamam a atenção para o fato de que
não são todas as crianças hiperativas que devem estar em classes especiais, pois com uma intervenção médica
adequada, e com recursos pedagógicos adaptados ao nível de aprendizagem de tais alunos, estes podem e devem
ser educados em salas regulares.
Muitas vezes, as crianças hiperativas vêem a escola como um ambiente chato e desestimulante. Quando
perguntadas por especialistas em saúde mental, por quê consideram a escola “chata”, tais crianças fazem referência
às tarefas que são propostas pelo professor. A criança hiperativa pode se entediar com muita facilidade, se as
tarefas forem prolongadas ou apresentarem um caráter obrigatório. Porém, se a criança for estimulada e se
interessar pela atividade proposta, ela apresentará um bom rendimento escolar, desenvolvendo sua capacidade de
se concentrar. Nesse sentido, um recurso pedagógico que pode ser usado pelo professor em suas aulas, são os
jogos.
Os jogos, além de proporcionarem um desenvolvimento cognitivo, permitem que a criança hiperativa se
concentre em tais atividades, devido ao caráter prazeroso e estimulante do jogo. Além disso, os jogos permitem
trabalhar aspectos sociais, ajudam as crianças com TDAH a aceitar regras, e também as auxiliam a lidar melhor com
as frustrações. Neste sentido, o jogo no computador é um excelente aliado ao professor.
Um exemplo desse tipo de atividade atrativa é o videogame. Tais jogos unem estímulos de diversos tipos. São
imagens vivas, coloridas e dinâmicas, acompanhadas por sons vibrantes que correspondem às ações empreendidas
pela criança no jogo (SILVA, 2003)
Diante da globalização, a escola não pode estar indiferente às novas tecnologias, mas deve inseri-las no
contexto educacional, de forma a proporcionar uma aprendizagem mais eficiente, atrativa, interativa e significativa,
por meio dos jogos de computador. Os recursos multimídia permitem que a escola se renove, tornando possível aos
alunos criar, aprender e desenvolver o raciocínio por meio de atividades dinâmicas que prendam a atenção dos
mesmos. Segundo MONTEIRO (2007, p.135), “o uso da informática na educação se torna eficiente porque associa a
riqueza dos jogos educativos com o poder de atração dos computadores”. Dessa forma, os jogos de computador
podem ser uma ferramenta utilizada pelo professor em sala de aula, para desenvolver a concentração nas crianças e
auxiliar o processo de construção de conhecimento, uma vez que tais jogos oferecem a vantagem de proporcionar ao
aluno diversão, ao mesmo tempo em que aprende.
Os jogos de computador estimulam a motivação dos alunos, prendem a atenção destes, diante dos atrativos
visuais que apresentam, e permitem trabalhar com as mais variadas disciplinas, fazendo com que a criança se
aproprie do conhecimento de forma prazerosa.
GIARETTA et al.(1998), destaca algumas outras vantagens dos jogos educativos computadorizados. Esses
jogos são importantes porque: atraem e mantém o interesse e o entusiasmo do aluno; o ambiente escolar pode variar
em função do jogo e dos níveis de dificuldade; exploram efeitos auditivos e visuais; exploram a fantasia; o
computador é para o aluno, um adversário “inteligente”, portanto, tem característica desafiadora, que o estimula a se
concentrar em tais jogos.
Uma vantagem dos games no ambiente escolar, é que eles proporcionam um envolvimento pessoal dos
estudantes em suas tarefas, além de possibilitar um aprendizado divertido. Além disso, tais jogos são mais
vantajosos que os tradicionais pela facilidade e rapidez com que são organizados no ambiente escolar (MONTEIRO,
2007).
Os jogos de computador são importantes no contexto educacional, pois rompem com o paradigma da
Escola Tradicional, permitem ao aluno experimentar e construir o seu próprio conhecimento, de forma interativa. O
professor enriquece sua prática pedagógica quando utiliza recursos multimídia em suas aulas. Nesse sentido, o
computador é uma ferramenta que pode ser utilizada pelo educador com propósitos educacionais. Os jogos
computadorizados permitem ao aluno aprender de forma prazerosa, cativante, divertida e motivadora. Além disso,
desenvolvem áreas do cérebro, que são responsáveis em manter a concentração nas crianças. Assim, o professor
pode utilizar esse recurso para desenvolver a atenção nos alunos, principalmente em crianças hiperativas. Diante de
atividades atrativas como esses jogos, tais crianças têm a oportunidade de se desenvolver cognitivamente, e
apresentar um bom rendimento acadêmico (TAROUCO et al., 2004).
De acordo com RUSSI e LIRA (2004), as atividades lúdicas além de facilitarem a aprendizagem em crianças
com TDAH, também auxiliam o professor a trabalhar com a socialização e a cooperação entre os alunos
Assim, quando o professor utiliza os jogos como estratégia pedagógica, deve levar em consideração as
características particulares da criança com TDAH, uma vez que no que se refere ao lúdico, sabe-se que o
comportamento de tais crianças se diferencia das crianças normais, devido a grande dificuldade que as crianças
hiperativas apresentam em manter a atenção, e se concentrar por um tempo prolongado, portanto, mesmo com jogos
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computadorizados que desenvolvam a concentração, a criança hiperativa pode se entediar se tais atividades forem
prolongadas. É importante que o professor atue como mediador entre a criança portadora do TDAH, e o computador,
de forma a intercalar as atividades, para que a criança não seja desestimulada, e consiga chegar ao final do seu
trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), é um distúrbio neurobiológico, e de causas genéticas,
que vai além da simples questão comportamental, da falta de limites e disciplina. As características deste transtorno se
tornam mais evidentes no período escolar, quando é preciso que a criança aumente seu nível de concentração para
aprender.
O diagnóstico de tal transtorno deve ser realizado pelos especialistas em saúde mental. E quanto mais cedo se
realiza o diagnóstico, maiores chances essa criança terá de se desenvolver integralmente, se tornado um adulto equilibrado
e bem sucedido.
O tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar e contínuo. Pais, especialistas e professores, devem trabalhar em
conjunto, possibilitando que criança hiperativa se desenvolva integralmente. Os sintomas de hiperatividade não
desaparecem com a idade, apenas se modificam. Crianças hiperativas se tornarão adultos inquietos.
Uma das maiores dificuldades das crianças hiperativas em sala de aula é se concentrar nas atividades propostas
pelo professor, mas isto não significa que elas sejam incapazes de aprender. Portanto, as atividades desenvolvidas em sala
de aula pelo professor, devem ser estimulantes e atrativas, de forma que a criança hiperativa se interesse por tais tarefas, e
consiga se desenvolver cognitivamente.
Um exemplo de atividade que estimula a concentração das crianças hiperativas, são os jogos. Eles são
importantes porque permitem trabalhar vários aspectos: socialização; ensinam as crianças a aceitar regras; desenvolvem o
aspecto cognitivo; permitem a experimentação entre a criança e o objeto, de forma que o aluno construa o conhecimento;
unem sentimentos de prazer e diversão, ao mesmo tempo em que a criança aprende; e desenvolvem a concentração.
Um dos jogos que contribuem para a concentração de crianças hiperativas são os jogos computadorizados. Eles
unem estímulos de diversos tipos. São imagens vivas, coloridas e dinâmicas, acompanhadas por sons vibrantes que
correspondem às ações empreendidas pela criança no jogo. Além disso, tais jogos conseguem ativar o cérebro de uma
criança hiperativa, de tal forma que atividades rotineiras e encadeadas não podem, pois não possuem as características
dinâmicas necessárias.
Desta forma, os jogos de computador podem ser um recurso didático utilizado pelo professor em sala de aula, para
se trabalhar com a concentração da criança hiperativa, uma vez que desenvolvem áreas do cérebro que são responsáveis
em manter a concentração nas crianças. Além disso, tais jogos permitem que as crianças portadoras do TDAH se
desenvolvam socialmente, cognitivamente e afetivamente. Porém, ao trabalhar atividades lúdicas com crianças hiperativas,
deve-se levar em consideração as particularidades que elas apresentam, de forma que o educador respeite seus limites e
individualidades.
Fica evidente a importância do professor como mediador entre a criança e o mundo externo. Criar possibilidades
educativas, para que a criança portadora do TDAH, seja inserida no ambiente escolar, é hoje um desafio que os educadores
enfrentam. A realidade escolar exige, por força de lei, que alunos com necessidades especiais sejam incluídos nas escolas
regulares, e esta deve mobilizar os professores a melhor conhecer sobre esse transtorno, para melhorar sua prática
educativa, visando o aprendizado de tais crianças, inserindo-as no contexto social mais amplo, para que possam ser
respeitadas e tratadas como seres humanos.
Tendo em vista que o TDAH, é hoje um transtorno que ainda causa muita polêmica pelos educadores e
especialistas, e considerando que os jogos de computador são apenas um dos recursos pedagógicos que podem ser
utilizados pelo professor em sala de aula, para se trabalhar com crianças hiperativas, desejamos que esse estudo não se
encerre aqui, pois certamente não tardarão novos conhecimentos a respeito de tal transtorno, e novas formas didáticopedagógicas surgirão para contribuir para o desenvolvimento integral dessas crianças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FABRICIO, Nívea Maria C. de. TDAH – transtorno
<http://www.psicopedagogia.com.br> Acesso em 23 mar. 2008.
de
déficit
de
atenção
e
hiperatividade.
S/d.
Disponível
em:
GIARETTA, Letícia da Luz et al. Camaleão: ferramenta de apoio a confecção de jogos educativos computadorizados. In: IV CONGRESSO RIBIE.
Brasilia, 1998. Disponível em: <http://www.niee.ufrgs.br/ribie98/TRABALHOS/218.PDF>. Acesso em: 12 maio 2008.
GOLDSTEIN, Sam; GOLDSTEIN, Michael. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de atenção na criança. Tradução: Maria Celeste
Marcondes. 12 ed. Campinas, SP: Papirus, 2007, p.105-163.
MONTEIRO, Juliana Lima. Jogo, interatividade e tecnologia: uma análise pedagógica. Cadernos da Pedagogia. S/l, ano I, vol.1, jan.-jul. 2007, p.128149. Disponível em: <http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/view/11/11>. Acesso em: 12 maio 2008.
PEREIRA, Cláudia Barbosa. Crianças Hiperativas: Falta de atenção sintoma de hiperatividade. 2003. Disponível em: <http://www.sentidos.com.br.>
Acesso em: 23 mar.2008.
PHELAN, Thomas W. TDA/TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda. 2005. 246p.
RUSSI, Carla Adriana dos Santos; LIRA, Miriam Cristina Frey de. O papel do jogo no desenvolvimento da criança hiperativa. Revista de divulgação
técnico-científica do ICPG. S/l, vol.2, n 5, abr.-jun. 2004, p. 95-99. Disponível em: <http://www.icpg.com.br/hp/revista>. Acesso em: 23 abr. 2008.
SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas .3 ed .Rio de Janeiro:
Napades, 2003. 224p.
TAROUCO, Liane Margarida Rockenbach et al. Jogos educacionais. CINTED – UFRGS, Novas tecnologias na educação. Rio Grande do Sul, vol.2,
n.1, mar. 2004, p. 1-7. Disponível em:<http://www.ueb-df.org.br/Adultos/Reflexoes/Jogos%20Educacioanis.pdf>. Acesso em: 12 maio 2008.
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ENAF Science, v.3, n.2
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL E RELAÇÕES COM
O DESEMPENHO ESCOLAR
SANDRA MARIA DA SILVA SALES OLIVEIRA¹
SÔNIA LÚCIA ANDERE TEIXEIRA¹
SANDRA MARIA FERRACIOLI ABRAHÃO¹
MARIA IGNÊS ARANTES DE OLIVEIRA¹
NATHÁLIA KARINA BARROS CAIXETA²
¹Professora da UNIVÁS ²Aluna do Curso de Educação Física da UNIVAS
RESUMO
Este estudo objetivou avaliar a coordenação motora de alunos de terceiras, quartas e quintas séries do Ensino
Fundamental e relaciona-la com o desempenho escolar. Foram avaliados com o protocolo de Lefevre (1976), 52
crianças de terceira, quarta e quinta séries do ensino fundamental e com idades compreendidas entre 9 e 11 anos.
Os professores cederam os conceitos relativos ao desempenho destes alunos no primeiro semestre do ano letivo e
estes foram relacionados com as pontuações obtidas pelos mesmos na avaliação motora. Os resultados não
permitiram a inferência de que o baixo desempenho de alguns alunos se deve a dificuldades motoras, porém, devido
a escassez de estudos referentes a esse tema, novos estudos devem ser realizados.
Palavras-chave: Coordenação Motora, Desempenho Escolar e Ensino Fundamental
INTRODUÇÃO
Para os educadores, o baixo rendimento escolar é a manifestação mais evidente das dificuldades de
aprendizagem, e pode servir como indicativo de que a criança apresenta ou pode vir a apresentar este tipo de
dificuldade. Não se pretende com isto dizer que a psicomotricidade é a solução para todos os problemas de
aprendizagem, e nem tão pouco afirmar que um desenvolvimento psicomotor inadequado pode ser a causa de todas
as dificuldades escolares. O que se busca é analisar dentre as inúmeras dificuldades de aprendizagem observáveis
em sala de aula, aquelas que se relacionam com um fraco desenvolvimento psicomotor.
Se como educadores, pensarmos no desenvolvimento da criança de forma integrada, ou seja, buscando
atender aos aspectos físicos, afetivos, sociais e cognitivos, faz-se necessária desde cedo a utilização ampla do
movimento. O movimento consciente pode ser realizado através da prática de atividades psicomotoras, como forma
de auxiliar a criança na comunicação com o mundo através da ação, por meio do movimento e dos gestos,
favorecendo o desenvolvimento integral e as aprendizagens.
Pode-se perceber que há o paralelismo entre o corpo, que expressa o movimento e a mente, expressada
pelo desenvolvimento intelectual e emocional do individuo. Para o aprendizado formal das atividades escolares é
preciso certo nível de desenvolvimento mental e físico, pois algumas delas não conseguem realizar tarefas
acadêmicas porque não dominam o movimento que elas exigem. Fonseca (1988) acredita que é pela motricidade
que a inteligência se materializa, através do motriz, é que se firma as percepções, se elaboram as imagens e se
constroem as representações.
Picq e Vayer (1988) ressaltam que os aprendizados escolares básicos são exercícios psicomotores, pois
para fixar sua atenção, a criança deve controlar-se tendo domínio sobre o próprio corpo e para que possam utilizar
meios de expressão gráfica ela precisa ver, lembrar-se e descrever num sentido bem definido. A estas correlações,
que se processam durante o período educativo, torna-se impossível separar por meio da educação, as funções
motoras, neuromotoras e perceptivos motoras das funções puramente intelectuais.
O ser humano está em constante aprendizado, no qual as experiências da vida são atos reeducativos.
Essas experiências são de grande importância nos primeiros anos de vida, pois o aprender e o desenvolver ocorrem
em um ritmo mais acelerado, uma vez que quase tudo que acontece é novidade (Freire, 1991). Para Araújo (1992), a
fase do corpo representado é caracterizada dos sete aos doze anos, já que nesta fase a criança poderá representar
mentalmente seu corpo diante de uma seqüência e movimento. Piaget relata no seu estudo sobre a evolução da
inteligência que é nesta fase que a criança está no período das operações concretas, podendo ela desempenhar-se
progressivamente mais consciente de sua própria motricidade.
Meur e Staes (1991) afirmam que para a maioria das crianças que possuem dificuldades de escolaridade, o
problema se encontra nos níveis básicos ou pré-requisitos, onde as condições mínimas para uma boa aprendizagem
constituem a estrutura da educação psicomotora.
As aprendizagens escolares são apenas um aspecto de ação educativa geral. É evidente que se a criança
melhora o seu comportamento em geral, recria suas condições de atenção, educa suas capacidades perceptivas,
proporcionando hábitos motores corretos e isso só pode facilitar a integração dos elementos da educação escolar
propriamente dita. Não sendo apenas uma melhora da inteligência em si, mas uma melhora nas possibilidades,
devido a um conhecimento melhor e um controle maior de si mesmo (PICQ e VAYER, 1988).
Dentre os estudiosos que ressaltam a importância de um bom desenvolvimento motor para o
desenvolvimento humano, salienta-se: Lapierre (1982); Le Boulch (1985); Picq e Vayer (1988); Meur e Staes
(1991);Freire (1991); Levin (1995); Gallahue (2001) e Rodrigues e Camargo (2004). No entanto, são poucos os
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autores que relacionam desenvolvimento motor com desempenho escolar e pode-se citar: Colello (1993); Furtado
(1998); Troncoso Guerrero (2002).
Apesar de vários autores (LE BOULCH, 1992; LAPIERRE,1982) demonstrarem a importância da
psicomotricidade no desenvolvimento cognitivo, na aprendizagem da leitura e da escrita e na formação da
inteligência, tradicionalmente, a escola tem dado pouca importância à atividade motora das crianças. O espaço da
atividade infantil fica reduzido à visão de que o movimento é algo essencialmente motor, destacado de qualquer
outra esfera do desenvolvimento, seja afetiva, cognitiva ou social (COLELLO, 1993). Frente a este contexto, o
presente estudo teve por objetivo avaliar a coordenação motora de alunos de terceiras, quartas e quintas séries do
Ensino Fundamental com queixas, por parte das professoras, de baixo desempenho escolar.
MÉTODO
Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa de campo, do tipo descritiva. A amostra foi escolhida com
base na queixa das professoras feita para as alunas do Curso de Educação Física que realizam um trabalho de
extensão na escola, de que alguns alunos apresentavam baixo desempenho escolar. Pensou-se em avaliar a
coordenação motora de todos os alunos e relaciona-la com o desempenho escolar.
Assim, fizeram parte da amostra 52 alunos com idade entre 9 e 11 anos, sendo 28 do gênero masculino e
24 do gênero feminino, estudantes de terceira, quarta e quinta séries de Escola Municipal do Ensino Fundamental do
interior de Minas Gerais.
A pesquisa foi realizada no início do segundo semestre de 2008, com o propósito de avaliar a coordenação
motora e relaciona-la com o desempenho acadêmico que se baseou nos conceitos fornecidos pelas professoras com
base nos rendimentos do primeiro semestre.
Após o consentimento da diretoria e dos pais ou responsáveis, as crianças foram avaliadas em uma sala da
própria escola, que continha os materiais adequados para o tipo de avaliação utilizada. As tarefas foram previamente
explicadas para que as crianças se sentissem tranqüilas e seguras, conseguindo realizá-las dentro dos parâmetros
requeridos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A tabela 1 apresenta a idade das crianças avaliadas, as séries, o gênero, o total de pontos obtidos no
exame motor e o conceito do rendimento escolar que os alunos obtiveram no primeiro semestre deste ano (2008).
Foram avaliadas crianças de terceira, quarta e quinta séries e as idades compreendidas entre 9 e 11 anos.
Tabela 1. Visão geral das crianças avaliadas
Alunos
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Idade
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
11
10
10
10
10
10
Série
5ª
4ª
3º
3º
3º
3º
5º
5º
5º
5º
5º
5º
5º
5º
5º
4º
3º
4º
4º
4º
4º
4º
Gênero
M
M
M
M
M
M
M
F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
M
M
M
M
M
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Pontos
27
24
25
27
28
26
28
27
18
28
27
26
25
26
27
28
25
25
27
24
27
24
Media de notas
B
B
B
B
C
B
B
B
C
C
C
C
B
B
B
A
B
C
B
A
B
B
ENAF Science, v.3, n.2
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
10
9
9
9
9
9
9
9
9
9
9
4º
4º
4º
4º
4º
4º
3º
3º
3º
3º
3º
3º
3º
3º
3º
4º
4º
4º
4º
4º
3º
3º
3º
3º
3º
3º
4º
3º
3º
3º
M
M
M
M
M
M
M
M
M
M
M
F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
F
M
M
M
M
M
28
23
25
25
28
24
28
27
28
25
25
27
24
27
24
28
28
27
26
27
25
27
27
27
27
26
27
26
27
26
A
B
C
B
B
B
A
C
B
A
A
C
B
B
C
C
B
C
C
A
A
A
B
B
A
C
B
A
A
A
Pode-se perceber que 17 alunos têm 11 anos e se encontram na quinta série sendo que 10 pertencem ao
gênero feminino e 07 ao masculino. O número de alunos que possui 10 anos é igual a 25. Dos vinte e cinco 09
pertencem do gênero feminino e 14 ao masculino; nesta faixa etária há alunos na terceira e na quarta séries. Temse ainda 10 alunos com 9 anos que também freqüentam as duas séries sendo que 09 encontram-se na terceira e
apenas 1 na quarta. No que se refere ao baixo rendimento, foi considerado apenas os alunos com conceito C.
Quanto à pontuação, observa-se que variou de 28 a 18 pontos.
Lefevre (1976) esclarece que os testes somente serão considerados satisfatórios e significativos,
esboçando, entretanto, resultados positivos quando atingirem um percentual de acertos igual ou superior a 75%.
Sendo assim, pode-se inferir que dos 52 alunos avaliados o que representa 100% da população estudada apenas 01
aluno encontra-se abaixo do percentual estipulado pelo autor.
Tabela 2. Alunos com baixo rendimento escolar (conceito C) e resultados no exame motor.
Alunos
Gênero
Idade
Pontos
1
2
3
4
5
6
7
8
9
M
F
F
F
F
M
M
F
F
11
11
11
11
11
10
10
10
10
28
18
28
27
26
25
25
27
27
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10
11
12
13
14
F
F
F
F
M
10
10
10
10
9
24
28
27
26
26
A tabela 2 apresenta os alunos classificados pela professora com baixo rendimento escolar, por ela pode-se
perceber que a pontuação da avaliação motora também variou de 28 a 18 sendo que 03 alunos com 28 pontos, 04
alunos com 27 pontos, 03 alunos com 26 pontos, 02 alunos com 25 pontos, 01 com 24 pontos e 01 aluno com 18
pontos.
Quanto ao gênero 04 alunos são do gênero masculino e 10 alunos do gênero feminino. No que se refere a
idade tem-se 05 alunos com 11 anos, 09 alunos com 10 anos e 01 aluno com 9 anos.
Não foi possível atribuir ao baixo rendimento destes alunos dificuldades motoras o que contraria os dados
encontrados na literatura por Cunha (1990), Oliveira (2004), Araújo (1992), Fonseca (1995), Cabral (2001), Ferreira
(2001) entre outros, que afirmam haver um paralelismo entre desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento motor.
Portanto, há o paralelismo entre o corpo, que expressa o movimento e a mente, expressada pelo desenvolvimento
intelectual e emocional do individuo. Para o aprendizado formal das atividades escolares é preciso certo nível de
desenvolvimento mental e físico, pois algumas delas não conseguem realizar tarefas acadêmicas porque não
dominam o movimento que elas exigem. Fonseca (1995) acredita que é pela motricidade que a inteligência se
materializa, através do moovimento, é que se firma as percepções, se elaboram as imagens e se constroem as
representações.
Picq e Vayer (1988) ressaltam que os aprendizados escolares básicos são exercícios psicomotores, pois para
fixar sua atenção, a criança deve controlar-se tendo domínio sobre o próprio corpo e para que possam utilizar meios
de expressão gráfica ela precisa ver, lembrar-se e descrever num sentido bem definido. A estas correlações, que se
processam durante o período educativo, torna-se impossível separar por meio da educação, as funções motoras,
neuromotoras e perceptivos motoras das funções puramente intelectuais.
O ser humano está em constante aprendizado, no qual as experiências da vida são atos reeducativos. Essas
experiências são de grande importância nos primeiros anos de vida, pois o aprender e o desenvolver ocorrem em um
ritmo mais acelerado, uma vez que quase tudo que acontece é novidade (Freire, 1991). Para Araújo (1992), a fase
do corpo representado é caracterizada dos sete aos doze anos, já que nesta fase a criança poderá representar
mentalmente seu corpo diante de uma seqüência e movimento. Piaget relata no seu estudo sobre a evolução da
inteligência que é nesta fase que a criança está no período das operações concretas, podendo ela desempenhar-se
progressivamente mais consciente de sua própria motricidade.
No que se refere identificação das dificuldades dos alunos por suas professoras observou-se que há
possibilidade dessas dificuldades estarem relacionadas a outros aspectos que não o motor. Diante disso, faz sentido
dizer que o nível sócio econômico e as difíceis relações familiares podem influenciar no desempenho escolar de
crianças. De acordo com Díaz et all. (1983) e Aguilera et all. (1981) citados por Córdova e Orellana (1996), o baixo
nível sócio econômico, gera um ambiente adverso para o desenvolvimento psicossocial das crianças, a pouca
variedade de estímulos que este meio oferece nem sempre é compatível com as necessidades que as crianças
apresentam para desenvolver suas capacidades intelectuais, motoras, emocionais e sociais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados encontrados no presente estudo, pode-se perceber que a maioria das crianças
apresentou bom rendimento escolar conforme as informações coletadas por meio das observações feitas pelas
professoras. Contudo, algumas crianças apresentaram notas mais baixas durante o ano letivo, dessa forma, as
crianças que apresentaram conceito de média geral "C" foram consideradas crianças com maiores dificuldades na
aprendizagem escolar.
O estudo demonstrou que nem sempre as dificuldades da aprendizagem estão relacionadas ao
desenvolvimento psicomotor das crianças, todavia, este pode influenciar na aprendizagem escolar.
Contudo, espera-se que este estudo seja uma diretriz de futuras pesquisas, para que profissionais da área
da saúde e educação realizem análises em crianças portadoras de maiores graus de dificuldade escolar ou utilize
métodos diferentes de avaliação.
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ENAF Science, v.3, n.2
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de alfabetização escolar. Tese de Doutorado. UNICAMP, Campinas. São Paulo – Faculdade de Educação, 2002.
[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
ANÁLISE DA INSERÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO MERCADO DE TRABALHO
DANIELLE DE ALCÂNTARA OLIVEIRA¹
EUNICE MAIRA DE REZENDE¹
VERA SILVIA DE OLIVEIRA¹
ROSIMEIRE APARECIDA SOARES BORGES²
¹Graduanda em Educação Física – UNIVÁS/MG ²Professora da UNIVÁS/ FAFIEP /MG
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi analisar a inserção dos profissionais de Educação Física formados pela
Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) no período de 2003 a 2007, no mercado de trabalho da região de Pouso
Alegre/MG. Fundamentando nos estudos realizados por Piccoli e Menezes (2006), Bara Filho et al (2004), entre
outros, foi aplicado um questionário já validado, a 41 egressos desse curso. Os aspectos da análise realizada a partir
dos dados obtidos permitiram observar que os participantes do presente estudo não encontraram dificuldades na
inserção no mercado de trabalho, mas evidencia-se a insatisfação, da maioria desses profissionais em relação ao
reconhecimento profissional, diretamente ligada à baixa remuneração pelo trabalho realizado.
Palavras – chave: Inserção profissional; profissional; mercado de trabalho.
INTRODUÇÃO
A sociedade é dinâmica e os avanços tecnológicos fazem aumentar as exigências em relação à formação
dos profissionais que a servem. Assim sendo, torna-se necessário que as áreas responsáveis pelo preparo destes
profissionais se desenvolvam de acordo com as exigências da sociedade, apresentando novos e eficientes
resultados. Nesse sentido, as Instituições de Ensino Superior responsáveis pela formação de grande parte desses
profissionais recebem a liberdade para organizar os próprios projetos pedagógicos com currículos compatíveis a
essa demanda.
Os cursos de Bacharelado em Educação Física estão subsidiados pela legislação que estabeleceu as
Diretrizes Curriculares Nacionais para esses cursos por meio da Resolução n°. 7 de 31 de março de 2004. Esses
cursos formam profissionais para cinco grandes áreas da sociedade: educação, saúde, lazer, esporte e empresas,
disponibilizando prestação de serviços para todas as faixas etárias, e em diversos tipos de localidades como em
creches, escolas, hospitais, clínicas de recuperação, clínica de reeducação motora, centros de tratamentos de
distúrbios motores/mentais, clubes, hotéis, SESC, SESI, locais de treinamento amador/ profissional, indústrias,
academias, entre outros (OLIVEIRA, 2000).
A Educação Física Nacional vem passando por uma condição extremamente favorável, no que diz respeito
à sua situação enquanto área de atuação e de preparação da sociedade em relação a uma cultura de atividade
física, propiciando ao indivíduo melhor conhecimento sobre a qualidade de vida (MANOEL, 1999 apud OLIVEIRA,
2000). Dessa forma, o Curso de Educação Física deve compartilhar com o acadêmico, assuntos diversos da
profissão, permitindo-lhe adquirir conhecimentos que o possibilite ficar preparado para o mercado de trabalho. Para
tanto, deve-se estabelecer elos entre os conhecimentos e a prática que dependem não só de disciplinas que
propiciem subsídios para essa aproximação, como também da orientação dada pelo corpo docente. E ainda, aos
gestores dessas IES cabe refletir sobre a grade curricular desses cursos buscando integração e unidade na ciência,
pois o conhecimento sobre o campo de atuação destas subáreas pode ser o caminho de qualificação e ingresso no
mercado de trabalho, hoje tão seletivo (LUGUETTI et al, 2005). Para esse autor, a preparação profissional deve
atender às demandas atuais e necessidades imediatas do mercado de trabalho ou deve vislumbrar e antecipar as
demandas futuras e necessidades imediatas.
O fato de a Educação Física possuir objetivos nas diferentes áreas de atuação profissional não pode ser
considerado um fator enfraquecido da profissão. Toda discussão sobre o campo de conhecimento e a área de
atuação da Educação Física deve servir para enriquecer e fortalecer a profissão, a partir da diversificação,
atualização, preparação, discussão para atender as exigências do mercado. Segundo estudos investigativos, vários
acadêmicos pretendem após a graduação, especificações em áreas distintas mesmo não estando ainda inseridos no
mercado de trabalho (BARA FILHO et al, 2004). Assim sendo, a inserção dos profissionais no mercado de trabalho é
um dos fatores mais preocupantes e desafiadores para as universidades que oferecem o curso.
O desafio principal para o profissional da Educação Física é estabelecer um elo com a sociedade na qual se
empregam os profissionais. Dessa forma, deve haver uma articulação com práticas para a difusão, através do
esporte, do jogo, da ginástica, da brincadeira, das manifestações rítmicas, da música e das atividades de lazer.
Assim sendo, todos os profissionais dessa área devem ter como propósito a qualidade de vida social e estabelecer
objetivos, criando espaços no mercado de trabalho (SADI, 2003).
MATERIAIS E MÉTODOS
Para realização deste estudo, obtemos parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa situado na
UNIVÁS/FAFIEP, sob o protocolo numero nº 114/ 08. Como sujeitos foram investigados 41 profissionais de ambos os
sexos, formados em Educação Física, pela Universidade Vale do Sapucaí/MG no período compreendido entre 2003
e 2007 que residem nas microrregiões de Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Itajubá, no estado de Minas Gerais.
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Esses profissionais foram contatados via comunidade virtual em rede social na Internet, ocasião na qual receberam o
convite e o termo de consentimento de participação neste estudo para conhecimento dos objetivos, como também
um questionário já validado ser respondido e devolvido ao pesquisador (PICOLLI; MENEZES, 2006). Esse
questionário é constituído por 21 questões. Utilizou – se da estatística descritiva para a tabulação e análise dos
dados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os participantes do presente estudo são na maioria do sexo masculino (54%) e numa faixa etária entre 23
a 46 anos, predominando as idades de 23 e 29 anos.No que tange a dificuldade em ingressar no mercado de
trabalho apresentaram não ter enfrentado esse problema. Através do gráfico abaixo relacionado a dificuldade de
encontrar emprego, observa – se que 66% dos pesquisados não encontraram dificuldades em ingressar nas áreas
de trabalho que atuam hoje.
Dificuldades de Emprego
34%
66%
Não
Sim
Mas, com referência às áreas de atuação e características, o presente estudo mostra que a maioria dos
pesquisados não atua no contexto escolar (59 %), nem na área de Educação Física (12%), evidenciando apenas
29% dos pesquisados que atua no contexto escolar, o que pode ser observado no gráfico a seguir:
Segundo Carraro et al, (2001) em estudo realizado em Maringá, as especialidades para as quais o
mercado de trabalho de Educação Física está sendo direcionado são as áreas fora do contexto escolar, ou seja,
academia, personal trainner e treinamento esportivo. De modo análogo este estudo mostra que 20% atuam como
Personal Trainner, 10% em atividades aquáticas e apenas 24% na área da Educação, como apresentado no gráfico
a seguir:
Com o mercado de trabalho cada vez mais exigente, todas as áreas exigem qualificação profissional em
nível de especialização e até mesmo em nível de mestrado. Na Educação Física não é diferente, pois boa parte dos
participantes deste estudo (27%) já realizou um curso em nível de especialização e 5% em nível de mestrado e ainda
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mostrou estar consciente dessa necessidade e pretender realizar um curso desse nível (44%). O gráfico a seguir
explicita esses resultados:
Pós - graduação
27%
44%
0%
Especializacao
24%
5%
Não pretende
Mestrado
Doutorado
Pretende
Outro aspecto observado é que 68% dos participantes não se sentem reconhecidos profissionalmente e
apresentaram justificativas como “É uma área muito gratificante para trabalhar, pois na maioria das vezes lidamos
com pessoas, porém os salários não são muito bons” e ainda “Sempre sonhei com a Educação Física, mas não
posso trabalhar sem carteira assinada e ganhar menos, a nossa profissão hoje é muito desvalorizada”, entre outras,
o que vem a ilustrar essa opinião apresentada pelos pesquisados. Comparando esses resultados ao estudo de
Piccoli e Menezes (2006), eles também constataram que há uma incompatibilidade entre a situação profissional e o
salário recebido. Mas as opiniões se dividem. Cordeiro (2002) comenta que muitos profissionais de Educação Física
já inseridos no mercado de trabalho abandonaram a carreira à procura de melhores remunerações. Em contra
partida, Antunes (2007) ressalta que o mercado de trabalho em Educação Física está cada vez mais rico de se
trabalhar, e que antigamente muitos trabalhavam com exercícios físicos de forma voluntária e hoje é uma das
profissões que mais se expande.
CONCLUSÃO
A realização deste estudo permite afirmar que os egressos do Curso de Educação Física da Univás/ MG
formados no período 2003-2007 não encontraram dificuldades na inserção no mercado de trabalho da região de
Pouso Alegre/MG, porém evidencia-se a insatisfação da maioria desses profissionais em relação ao reconhecimento
profissional diretamente ligado à baixa remuneração pelo trabalho realizado.
Outro aspecto que pode ser abordado é que esses profissionais foram preparados por essa IES para a
formação continuada, visto que boa parte, já fez especialização ou mestrado nessa área.
A sociedade exige e cabe aos profissionais de Educação Física estarem se adaptando à essas exigências
com determinação e persistência para que possam desempenhar suas funções com qualidade, ética e integridade.
Está a cargo do próprio profissional dessa área fazer a diferença, considerando que apenas portar um diploma do
ensino superior não é sinônimo de sucesso, necessitando sempre adaptação às tendências que vão surgindo no
mundo.
Nesse sentido, entende-se como necessária a realização de futuros trabalhos que contemplem outros
aspectos da inserção dos profissionais da Educação Física no mercado de trabalho, contribuindo assim, para
discussões e reflexões que poderão influenciar em tomadas de decisões.
REFERÊNCIAS
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Educação Anhanquera, p. 141 – 149 2007.
BARA FILHO, M.G. et al. A formação do profissional de educação física: um estudo com acadêmicos da faculdade
educação física e desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora. Revista de Educação Física/UFJF, v.1, n.1,
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CARRARO, D. et al.O ensino no curso noturno de graduação em educação física da UEM e as perspectivas para o
atual mercado de trabalho. Revista da Educação Física / UEM, v.12, n.2, p.51-59, 2001.
CORDEIRO, J.P. Modalidades de inserção profissional dos quadros superiores nas empresas. In Sociologia,
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LUGUETTI, C. et al. Perspectivas dos futuros profissionais da faculdade de educação física de Santo – SP: Novas
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MANOEL, E.J. Preparação profissional em educação física e esporte: passado, presente e desafios para o futuro.
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PICOLLI, J.C.J. et al. O perfil do egresso do curso de Educação Física do centro universitário Feevale. Revista
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SADI, R.S. O código de ética da educação física: caminhos da nova profissão no século XXI. Revista Brasileira de
Ciência do Esporte, v.21, n.2/3, 2003.
[email protected]
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ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM PESSOAS PORTADORAS DE
HIPERTENSÃO
EUNICE MAIRA DE REZENDE¹
DANIELLE DE ALCÂNTARA OLIVEIRA¹
VERA SÍLVIA DE OLIVEIRA¹
RONALDO JÚLIO BAGANHA²
¹Docente do Curso de Educação Física - UNIVÁS ²Professor do Curso de Educação Física – UNIVÁS
RESUMO
Entende-se por qualidade de vida (QV), a percepção do indivíduo com relação a sua posição na vida, no contexto
cultural e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O objetivo do presente estudo foi
avaliar o nível de atividade física e a qualidade de vida de hipertensos cadastrados na Unidade Básica de Saúde da
cidade de Cachoeira de Minas/MG. Como método foram aplicados dois questionários validados (IPAQ e MINICHAL).
Os resultados encontrados sugerem que os hipertensos participantes do presente estudo realizam um nível mínimo
de atividade física. Essa pratica de atividades físicas os classifica como pelo menos insuficientemente ativos. Com
relação a QV, pode-se dizer que somente um pequeno grupo encontra-se com classificação razoável e todo o
restante está classificado com QV boa ou com classificação superior, o que de certa forma os beneficia.
Palavras-chave: Qualidade de Vida; Atividade Física; Hipertensão.
INTRODUÇÃO
Entende-se por qualidade de vida (QV), a percepção do indivíduo com relação a sua posição na vida, no
contexto cultural e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um amplo conceito de
classificação, tanto pela saúde física, quanto pelo seu estado psicológico, relações sociais, nível de independência e
suas relações com o seu meio ambiente (MATSUDO et al., 2001).
Ter QV é ter um mínimo de condições para que os indivíduos possam desenvolver ao máximo suas
potencialidades. Para garantir uma boa QV, deve-se ter hábitos saudáveis, cuidar bem da saúde, ter tempo para
lazer e vários outros hábitos que façam o indivíduo se sentir bem e com controle sobre sua própria vida (MATSUDO
et al., 2001).
O termo QV relacionado à saúde é muito freqüente na literatura e tem sido usado com objetivos
semelhantes à conceituação mais geral. No entanto, parece implicar os aspectos mais diretamente associados às
enfermidades ou intervenções em saúde abrangendo cinco conceitos gerais: saúde física, mental, funções sociais,
desempenho de papeis e percepção geral da saúde. Deve-se considerar não só a possibilidade de desempenho das
suas atividades diárias, mas também, a avaliação pessoal sobre a noção de seu bem estar (SEIDI; ZANNON, 2004;
FAVORATO; ROMANO, 1994; MINAYO et al, 2000).
As doenças cardiovasculares constituem uma importante causa de morte nos países desenvolvidos e
também naqueles em desenvolvimento, onde o seu crescimento significativo alerta para o profundo impacto nas
classes menos favorecidas e para a necessidade de intervenções eficazes, de baixo custo e caráter preventivo
(LAURENTI, BUCHALLA, CARATINl, 2000). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada um dos principais
fatores de risco para a doença cardiovascular (RONDON, BRUM, 2003).
O tratamento dos hipertensos deve enfatizar o controle da Pressão arterial sistêmica (PAS) e adoção de
hábitos de vida saudáveis. Dentre os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento da HAS, podemos
citar: ingestão excessiva de sal, etilismo, inatividade física, estresse, tabagismo, obesidade, entre outros.
Considerando a QV, como um parâmetro fundamental na compreensão do impacto causado pela HAS, o paciente
hipertenso poderá relatar os principais fatores ligados à hipertensão que podem influenciar a sensação do seu
próprio bem-estar. A melhoria da QV doS hipertensos passa a ser uma das preocupações das práticas assistências e
das políticas públicas para o setor de promoção da saúde e prevenção de doenças (SEIDE; ZANNON, 2004).
A prática de atividade física é considerada como benéfica para a boa QV dos hipertensos. No entanto, o
número de praticantes regulares de atividade física é bem inferior àquele desejado pelos profissionais de saúde
pública, fato esse que contribui para o aumento acelerado do número de doenças hipocinéticas (doenças
decorrentes da falta de movimento, do sedentarismo e do estresse) e, dentre elas podemos citar a obesidade,
hipertensão, problemas cardíacos e a diabetes (HAROLD, 2001).
Cientistas do esporte e autoridades em saúde sugerem que todos deveriam se envolver em atividades
físicas no seu dia-a-dia, em casa, no trabalho ou na comunidade. Assim, têm-se dado ênfase ao importante papel
que a atividade física, modificações no estilo de vida e mudanças nos hábitos alimentares exercem no sentido de
minimizar, ou até mesmo eliminar o risco de desenvolvimento prematuro de diversas doenças, sendo também
recomendada como forma de prevenção e/ou tratamento da HAS (HOWLEY et al., 2000).
Ainda permanece desconhecida a etiologia da hipertensão, no entanto, se tem conhecimento que são vários
os fatores responsáveis. A HAS é o resultado final de uma série de fatores genéticos e ambientais que podem ser
quantitativamente e qualitativamente diferentes em indivíduos distintos. A pressão arterial considerada dentro dos
padrões normais, corresponde a pressão arterial sistólica <120 e a pressão arterial diastólica <80 mmHg (SÀ et al.,
2003).
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ENAF Science, v.3, n.2
A HAS representa um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. É uma doença
multifatorial, caracterizada por níveis tencionais elevados associados a alterações metabólicas e hormonais e a
fenômenos tróficos (AMADO; ARRUDA, 2004; SALGADO; CARVALHES, 2003).
Existem fatores considerados de risco que associados entre si favorecem o aparecimento da HAS, dentre
eles podemos citar: idade; sexo; antecedentes familiares; raça; obesidade; estresse; vida sedentária; etilismo,
tabaco; uso de anticoncepcionais; alimentação rica em sódio e gorduras (PESSUTO; CARVALHO,1998).
Os benefícios da redução da PAS através de modificações no estilo de vida e/ou através de medicamentos,
demonstram-se eficazes na redução do risco cardiovascular. Níveis pressóricos cada vez menores têm sido
valorizados pelo seu potencial preventivo. A meta do tratamento da HAS é atingir uma pressão arterial (PA) <140/90
mmHg, metas menores são recomendadas para diabéticos em presença de doença renal. Entretanto, as taxas de
controle da PA são baixas, retratando o desconhecimento da HAS, e a não-adesão ao tratamento. Este cenário
compromete a esperada redução de risco cardiovascular com o tratamento da HAS e sugere que esforços conjuntos
entre os profissionais de saúde e a sociedade devam ser mais efetivos para melhorar as taxas de controle da HAS
(RONDON ; BRUM, 2003).
A prática regular de atividade física é uma estratégia adotada para a redução da PA. Estudos têm
comprovado efeito benéfico do treinamento físico aeróbio de baixa a moderada intensidade sobre os níveis de PA de
repouso. Os benefícios do treinamento sobre a PA podem ocorrer devido à adaptação ao treinamento ou como uma
resposta aguda ao mesmo, denominado como hipotensão pós-exercício (HOWLEY et al., 2000).
Se, por um lado, não existem dúvidas sobre o efeito hipotensor do exercício, por outro, os mecanismos que
norteiam essa queda pressórica ainda são controversos. De acordo com alguns investigadores, a redução da
pressão arterial é conseqüência de uma diminuição na resistência vascular periférica, enquanto que para outros ela
se deva a uma diminuição no débito cardíaco, associada a uma menor freqüência cardíaca como conseqüência de
uma menos ativação simpática e uma maior ativação vagal que se instala após um período de treinamento físico
(NEGRÃO; FORJAZ, 2000).
As medidas educacionais devem ser contínuas já que várias são as causas da não adesão ao tratamento,
sendo uma delas a falta de motivação que pode estar associada a fatores ambientais (PESSUTO;
CARVALHO,1998).
Para que os hipertensos sintam-se motivados a participarem ativamente do tratamento, acredita-se que o
caminho seja a educação e a estimulação para a mudança de atitudes diante da patologia. Deve haver também, um
maior envolvimento dos profissionais que participam dos programas de atendimento, oferecendo suporte social
adequado através de uma relação social mais próxima, na qual tenha afetividade, comunicação e visão do hipertenso
como único, levando-se em consideração seus problemas e sua história de vida (PESSUTO; CARVALHO,1998).
O objetivo do presente estudo foi avaliar o nível de atividade física e a qualidade de vida dos hipertensos
através da aplicação dos questionários: Questionário Internacional de Atividade Física - IPAQ versão curta e Mini
Questionário de qualidade de vida em hipertensão arterial – MINICHAL.
MATERIAIS E MÉTODOS
Participaram do estudo 20 voluntários de ambos os sexos, hipertensos, idade entre 50 e 60, cadastrados na
Unidade Básica de Saúde da Cidade de Cachoeira de Minas.
Em dia e hora marcados previamente, os voluntários foram orientados a comparecer as dependências da
Unidade Básica de Saúde e responderam aos questionários IPAQ e MINICHAL. Depois de respondidos, os dados
foram analisados através de análise estatística descritiva sendo os resultados apresentados em média e em
porcentagem. Esse estudo seguiu as normas para realização de pesquisa envolvendo seres humanos sendo seu
projeto enviado ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS e aprovado sob
protocolo número 116/08.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados encontrados sugerem que a prática da atividade física está incluída no dia-a-dia dos
hipertensos e ainda que eles se encontram com uma ótima qualidade de vida. Divididos pelas classificações
propostas pelo questionário (IPAQ), pose-se dizer que todos os hipertensos envolvidos no estudo praticam algum
tipo de atividade física e, desta forma não são enquadrados como sedentários. A QV dos hipertensos está em ótimas
condições, já que 84% estão classificados com a qualidade de vida em excelente ou ótima.
GRÁFICO 1. O gráfico abaixo apresenta a classificação dos hipertensos quanto ao nível de Atividades Físicas
segundo a classificação do IPAQ - versão curta. Valores apresentados em porcentagem.
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5%
0%
20%
35%
40%
Sedentário
Ativo
Insuficiente ativo A
Insuficiente ativo B
Muito Ativo
Segundo Oliveira et al, (2002), o estilo de vida sedentário é um fator que contribui para o desenvolvimento
da hipertensão.
Treinamentos de baixa intensidade exercem efeito hipotensor maior se comparado com o treinamento de
alta intensidade (OLIVEIRA et al, 2002).
No estudo de Negrão; Forjaz (2000), foi apresentado que exercícios físicos realizados durante 45 minutos
provocam queda na PA de repouso. Segundo a IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2003), o trabalho
envolvendo equipes multiprofissionais ajuda pacientes hipertensos a vencer o desafio de adotar atitudes que tornem
as ações anti-hipertensivas efetivas e permanentes. Neste contexto o profissional de Educação Física tem como
função programar e supervisionar os exercícios físicos realizados pelos hipertensos e ainda programar e executar
projetos de exercícios físicos para prevenção da hipertensão arterial na sociedade.
GRÁFICO 2. o gráfico abaixo apresenta a classificação da qualidade de vida dos hipertensos segundo a
classificação do MINICHAL. Valores apresentados em porcentagem.
6%
10%
57%
27%
Excelente
Muito Boa
Boa
Razoável
O presente estudo encontrou que os hipertensos envolvidos no presente estudo estão com um nível de
atividade física e QV boas. Não foram encontrados hipertensos com classificação de sedentários e ainda com
relação à QV, somente 6% foram classificados com QV razoável.
Segundo Amado; Arruda (2004), os programas de intervenção no controle da hipertensão priorizam
mudanças no estilo de vida com adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática de atividade física.
Segundo Pessuto; Carvalho (1998), os portadores de HAS precisam adotar hábitos saudáveis e, para que
isso aconteça é necessário que os mesmos estejam motivados para tais mudanças. Sá et al (2003), comentam que a
combinação de estilo vida sedentário; abuso do uso de álcool; fumo; alimentação inadequada e estresse aumentam
os fatores de risco já existentes da hipertensão para doença cardiovascular.
CONCLUSÃO
Conclui-se com o presente estudo que os hipertensos participantes do presente estudo realizam um nível
mínimo de atividade física. Essa pratica de atividades físicas os classifica como pelo menos insuficientemente ativos.
Com relação a QV, pode-se dizer que somente um pequeno grupo encontra-se com classificação razoável e todo o
restante está classificado com QV boa ou com classificação superior, o que de certa forma os beneficia.
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ENAF Science, v.3, n.2
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ENAF Science, v.3, n.2
COMPORTAMENTO DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA (FC) PARA VERIFICAÇÃO DA INTENSIDADE DE CARGA
EM SITUAÇÃO DE JOGO NUMA PARTIDA DE VOLEIBOL
PABLO DOS SANTOS ALVES¹
JANDER CLAYTON FERREIRA DE SOUZA¹
LUIZ AUGUSTO PEREIRA VASQUES¹
ELAINE SANTOS PEREIRA¹
JANINE ENÉAS DO PRADO¹
FERNANDES MARIANO DE ANDRADE JÚNIOR¹
DANIELLE NATHALIE DE SOUZA ARAÚJO¹
EVERTON RODRIGUES DE PAULA²
MAURÍCIO BORGES DE OLIVEIRA³
¹Alunos do curso de Educação Física da UNIVÁS ²Especialista em Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício
pela UNIFOA ³Docente da UNIVÁS
RESUMO
O objetivo foi analisar a intensidade do jogo de voleibol, relacionado aos sistemas de energia através da FC em
jogadoras da categoria infantil (14±0,69 anos) da seleção de Pouso Alegre/MG. A FC foi coletada através da artéria
carótida em seis das sete jogadoras, uma usava freqüêncímetro Polar modelo M51. Sete voluntários foram treinados
para padronizar as coletas num jogo treino antes do oficial. As coletas ocorreram nas paradas conforme o formulário
aplicado, inclusive para a jogadora reserva. As tomadas foram em dez segundos para todas as avaliadas no mesmo
instante. Não houve diferença estatisticamente significativa na intensidade (141±32 bpm) entre os indivíduos
(incluindo substitutas) considerando p<0,05, mas entre os indivíduos sem as substitutas houve diferença
estatisticamente significativa (150±28 bpm). Neste estudo o sistema aeróbio foi mais solicitado que os outros
sistemas de fornecimento de energia, não significando que esses não são solicitados, mas o aeróbio se sobrepôs ao
anaeróbio.
Palavras-chave: Voleibol, intensidade, freqüência cardíaca.
INTRODUÇÃO
A máxima quantidade de oxigênio que um individuo consegue inalar, transportar até aos músculos ou
tecidos pelo sistema cardiovascular e utilizar dentro de uma unidade de tempo, é denominada como consumo
máximo de oxigênio (VO2max) mencionado por Duarte e Duarte (1982) e Greco e Denadai (1999). Esse índice
fisiológico já é utilizado há muitos anos como um bom índice para avaliar a potência aeróbia de pessoas esportistas e
não esportistas (TAYLOR et al, 1955; MITCHEL et al, 1958; DENADAI, 1995 apud Greco; Denadai, 1999).
Na literatura ainda existe uma certa confusão com relação ao que vem a ser capacidade e potência aeróbia,
ou seja, capacidade aeróbia definida por Denadai (2000) está relacionada à indicação teórica da quantidade total de
energia que pode ser fornecida pelo sistema aeróbio, a qual está relacionada à concentração de lactato sangüíneo
(mmol/litros) e potência aeróbia também definida por Denadai (2000) que seria a quantidade máxima de energia que
pode ser produzida pelo metabolismo aeróbio por uma determinada unidade de tempo estando assim relacionada ao
VO2max que pode ser expresso em valores absolutos (litros/minuto) ou em valores relativos à massa corporal
(ml/kg/min).
De acordo com Stanganelli et al (1998), os pesquisadores têm utilizado a análise dos movimentos
específicos através de filmagem adequada, análise da concentração de lactato e da freqüência cardíaca durante as
partidas para avaliar as demandas fisiológicas. A relação entre freqüência cardíaca e a intensidade está baseada em
princípios fisiológicos pelos mecanismos de regulação, do sistema neurovegetativo e hormonal devido a esforços da
inibição parassimpática e elevação do tônus simpático. Também os valores da freqüência cardíaca têm relação com
o gasto energético.
O Voleibol é um dos esportes coletivos mais complexos, quando um melhor desempenho da equipe, a
habilidade de seus fundamentos e as características físicas de cada atleta são de fundamental importância para o
objetivo desse jogo (MASSA et al, 2003). Tal objetivo baseia-se em atirar a bola de um lado para o outro da quadra
fazendo tocá-la ao solo, caracterizando assim a modalidade na maneira de jogar e na forma de treinamento realizado
pela equipe, sendo assim, o jogo implica na distribuição dos jogadores pela quadra alternando posições fazendo com
que todos eles sejam excelentes defensores (FERREIRA et al, 2007).
Segundo Bompa (2005), qualquer maneira de se jogar depende de uma ótima resposta da capacidade física
do atleta, pois os jogos de alta intensidade ou de alternância constantes entre surpresa e alta intensidade e de
penetração em profundidades são impossíveis de acontecer sem principalmente, jogadores que tenham alto nível de
resistência à fadiga, devido a esses esportes terem mais de 60% dos estoques de energia gasto na primeira metade
do jogo. Tal energia que os jogadores necessitam é derivada da quebra do adenosina trifosfato (ATP) que convertida
à energia mecânica gera os movimentos obtidos. O ATP pode ser produzido de forma anaeróbia (ausência do
oxigênio) subdividindo em alático que fornece energia para esforços de até dez segundos ou sistema lático
fornecendo energia em esforços de até três minutos e o aeróbio, como sendo o principal fornecedor de energia para
atividades acima de três minutos (presença de oxigênio). Contudo, em alguns esportes coletivos a intensidade do
jogo é bastante alta, como é o caso do voleibol, mas isso não significa que a resistência aeróbia é menos importante,
- 93 -
ENAF Science, v.3, n.2
uma vez que o sistema anaeróbio é utilizado em ações de bloqueios, ataques, corrida para defender uma bola
perdida e o aeróbio é de fundamental importância nas fases seguintes para que o atleta consiga terminar a partida
uma vez que a energia produzida para o voleibol é advinda de 40% do sistema anaeróbio alático, 10% do sistema
anaeróbio lático e 50% do sistema aeróbio.
O importante é compreender que os três sistemas energéticos funcionam integradamente e não sozinhos
em vários tipos de atividade física, a ação desses sistemas ocorre sempre simultaneamente (OLIVEIRA, 2007)
sabendo que um deles vai sobressair sobre os outros, dependendo de fatores como “a intensidade e a duração do
esforço, a quantidade de reservas disponíveis em cada sistema, as proporções entre os vários tipos de fibras e a
presença de enzimas específicas” (SANTOS, 2006).
O voleibol é considerado como um esporte que não possui movimentos repetidos seqüencialmente, que não
é o caso da corrida, natação e o ciclismo, e mais, é um esporte de longa duração com execução dos movimentos de
períodos muito curtos e intensos com parada para recuperação, com isso deve levar em consideração a condição
aeróbia dos jogadores sendo importante para a recuperação das fases anaeróbias exigidas no jogo, entre os treinos
e depois da partida, para isso, avaliar o VO2max dos atletas seria interessante (OLIVEIRA, 2007). Contudo o objetivo
deste estudo foi analisar a intensidade do jogo de voleibol com relação aos sistemas de fornecimento de energia,
através da freqüência cardíaca em jogadoras da categoria infantil da seleção feminina de Pouso Alegre – MG com
idade de 13 à 15 anos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para realização deste estudo foram selecionadas sete atletas do sexo feminino da seleção infantil de vôlei
de Pouso Alegre – MG com idade média de 14±0,69 anos, que treinam na Praça de Esportes Municipal Prefeito
Alvarim Vieira Rios. De acordo com a FMV – Federação Mineira de Voleibol (2007) a categoria infantil é formada por
atletas com idade de 15 anos para o sexo feminino. Neste estudo foram incluídas sete atletas do sexo feminino com
idade entre 13 e 15 anos, que jogam na seleção de vôlei, categoria infantil, de Pouso Alegre - MG. A opção da idade
está de acordo com a pré-convocação do técnico para a disputa de campeonatos subseqüentes pela categoria
infantil.
Os dados Foram coletados em um jogo no mesmo local de treino. As tomadas de freqüência cardíaca pela
palpação da artéria carótida foram realizadas em cinco das seis jogadoras titulares sendo que uma delas utilizou um
freqüêncímetro da marca polar modelo M51 de fabricação finlandesa e uma reserva do time avaliado. As tomadas de
freqüência cardíaca foram para avaliar seus comportamentos e indiretamente verificar o percentual de utilização do
VO2max durante uma partida, através da intensidade do jogo, uma vez que a freqüência cardíaca máxima tem
relação com o VO2max (McARDLE et al, 2003; DENADAI, 2000). Nesse sentido foram necessários sete voluntários
com o autor na função de cronometrar os tempos das tomadas. Com tudo, antes dos jogos oficial, foi realizado um
treinamento com os voluntários para padronizar as coletas.
As coletas foram feitas utilizando-se de um formulário próprio, sendo da seguinte forma: antes do
aquecimento; após o aquecimento (sem bola e com bola); antes do início do primeiro set; durante os tempos técnicos
(8° e 16° pontos) de cada sets; nos tempos de descanso (tempos pedidos pelos técnicos) em cada set; no final dos
sets; nos intervalos entre os sets após três minutos; nas substituições (apenas a jogadora que será substituída); no
final do ultimo set; após a ultima tomada (final do ultimo set) respeitando os tempos de três, seis, nove e doze
minutos. A jogadora reserva também foi avaliada nestes critérios. A duração de cada mensuração foi de dez
segundos para todas as avaliadas sempre ao mesmo instante.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As atletas selecionadas treinam quatro vezes por semana sendo que a média de experiência entre elas é de três
anos treinando juntas.
O estudo aconteceu na véspera do campeonato interestadual (jojuninho) nessa temporada as atletas passavam por
treinos de potência com cargas mais elevadas e mais especificas, treinos para aumentar a resistência aeróbia e
jogos contra futuros adversários no campeonato. No entanto o jogo que foi realizado para mensurar a FC teve
duração de 1:59:47h com mais três, seis, nove e doze minutos de tomadas para monitorar os tempos de
recuperação, sendo assim, os indivíduos 2, 3, 4, 5 e 6 apresentaram na maioria das tomadas uma FC baixa, em
média de 136±25 bpm, 146±21 bpm, 104±25 bpm, 143±29 bpm e 146±27 bpm, ou seja, abaixo do limiar aeróbio que
é a transição do sistema aeróbio para o anaeróbio, de acordo com Zakharov e Gomes (1992) e Platonov (1993) a
zona de limiar aeróbio está entre 140 e 160 bpm, ao termino do primeiro set, o individuo 4 foi substituído e advertido
severamente pelo técnico permanecendo sentado o restante do jogo e o individuo 2, o substituto, antes estava em
aquecimento com bola. Com tudo os percentuais dos fornecimentos de energia que apresentaram estar na maioria
das tomadas na zona aeróbia foi de 87,5% na zona aeróbia e o 12,5% na zona anaeróbia para o individuo – 02; 75%
na zona aeróbio e 25% na zona anaeróbia para o individuo – 03; o individuo 4 teve 100% das tomadas na zona
aeróbia; o indivíduo 5 teve 70,83% das tomadas na zona aeróbia e 29,17% na zona anaeróbia e o 6 com 66,67% na
zona aeróbia e 33,33% na zona anaeróbia. O individuo 1 que na maioria das tomadas revela estar acima do limiar
aeróbio em média sua FC foi de 158±34 bpm, portanto o sistema de fornecimento de energia mais solicitado foi o
anaeróbio, essa alta na FC se deve pelo fato do esquema tático da equipe ser o 4x2 portanto o individuo 1 divide a
posição de levantadora com uma segunda levantadora, pelo fato dessa posição exigir esforços maiores que as
outras jogadoras, e as tomadas de FC do individuo 7, apresentou 50% dos sistemas de fornecimento de energia para
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ENAF Science, v.3, n.2
ambos os sistemas com uma média da FC de 159±27 bpm, esses dados se devem também pelo mesmo fato
ocorrido com o individuo 1, por ser o esquema tático jogado 4x2 o individuo 7 é a segunda levantadora mas com uma
capacidade aeróbia maior que as outras.
A figura 1 apresenta a prevalência absoluta do sistema aeróbio com uma média da FC de 141±32 bpm, esse
resultado se deve as substituições dos indivíduos 4 e 2, nesse sentido a figura 2 revela os resultados dos indivíduos
mas sem os substituídos, a decisão foi pelo fato de que os dois indivíduos estavam com as tomadas de FC muito
baixas, nela o gráfico aponta a prevalência do sistema aeróbio com uma média de FC de 150±28 bpm não tão
absoluta como a oitava figura, chegando a anotar uma diferença de 8,34%
DINÂMICA DA FREQÜÊNCIA CARDIACA
DINÂMICA DA FREQÜÊNCIA CARDIACA
média geral - JOGO 01 - 31/05/08
128
118 121 116
09
10
11
12
13
TeqA
14
15
16
17
18
19
FINAL APÓS 8o.
TeqA 16o. TeqA
2o. 3 MIN. PONTO
PONTO
2:11:47
08
2:08:47
07
2:05:47
06
2:02:47
05
1:59:47
04
1:53:47
03
1:49:15
02
1:42:29
01
ANTES APÓS ANTES 8o.
16o. TeqB FINAL APÓS 8o.
TeqB 16o. TeqB
AQUECAQUEC. 1o. PONTO PONTO
1o. 3 MIN. PONTO
PONTO
1:37:39
24
1:30:18
23
145
136 139
1:27:18
22
1:17:52
21
1:16:06
20
FINAL APÓS APÓS APÓS APÓS
3o.
3 MIN. 6 MIN 9 MIN 12 MIN
172
168
132
1:11:37
19
ZONA MIXTA (bpm)
183
147
139
1:07:14
18
174
89
1:04:30
17
2:11:47
16
2:08:47
15
2:05:47
14
FINAL APÓS
8o.
TeqA
16o. TeqA
2o.
3 MIN. PONTO
PONTO
2:02:47
13
TeqA
1:59:47
12
1:53:47
11
2o. SET
1:49:15
10
1:42:29
09
1:37:39
08
1:30:18
1:07:14
07
1:27:18
1:04:30
06
1o. SET
1:17:52
0:56:34
05
1:16:06
0:53:34
04
1:11:37
0:51:25
03
0:46:00
0:31:57
02
0:38:42
0:29:13
01
ANTES APÓS ANTES 8o.
16o. TeqB FINAL APÓS
8o.
TeqB 16o. TeqB
AQUECAQUEC. 1o. PONTO PONTO
1o.
3 MIN. PONTO
PONTO
162 164 160
0:56:34
110 115 109
ZONA DE LIMIAR AERÓBIO (bpm)
178
161 161
0:53:34
121
ZONA AERÓBIA (bpm)
183
156
0:51:25
132 133 138
85
FC MÁXIMA (bpm)
169
0:46:00
158
157
130
FC DE JOGO (bpm)
210
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0:38:42
139
134
159
152 154 150
ZONA MIXTA (bpm)
0:31:57
164
168
0:29:13
156 151 155
151
ZONA DE LIMIAR AERÓBIO (bpm)
Freqüência Cardíaca (bpm)
ZONA AERÓBIA (bpm)
0:00:00
FC MÁXIMA (bpm)
174
0:00:00
Freqüência Cardíaca (bpm)
FC DE JOGO (bpm)
210
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
20
21
22
23
24
FINAL APÓS APÓS APÓS APÓS
3o. 3 MIN. 6 MIN 9 MIN 12 MIN
3o. SET
média geral - JOGO 01 - 31/05/08
1o. SET
2o. SET
3o. SET
média geral sem reservas - JOGO 01 - 31/05/08
média geral sem reservas - JOGO 01 - 31/05/08
média geral - JOGO 01 - 31/05/08
Coletas
média geral sem reservas - JOGO 01 - 31/05/08
Coletas
Figura 1 – Resultados da média da FC de jogo
geral.
Figura 2 – Resultados da média da FC de jogo
geral
sem
os
indivíduos
substituídos.
Os valores encontrados são muito próximos aos apresentados por Stanganelli et al (1998), que
mostraram a análise da média da FC, independente da posição de jogo que eram de 155,59±0,92 bpm para o
levantador, de 144,87±0,71 bpm para o meio de rede e de 135,25±1,43 bpm para o ponteiro e outra que
mostrou a FC de acordo com a função e posição dos jogadores não havendo diferença significativa entre as
ações na rede ou na defesa, mas que o jogador de meio teve sua média da FC maior que os outros, sendo
assim revelando que o voleibol possui uma significativa diferença na intensidade através da freqüência
cardíaca por posições de jogo e que o metabolismo aeróbio e anaeróbio alático predominam durante uma
partida, devido à relação esforço e pausa. Em outro estudo Viitasalo e Rusko (1987) mostraram que a média
da FC de uma equipe adulto masculino de voleibol chegou a 127±15 bpm sem considerar a função de jogo
em quadra.
Harbour (1991) apresentou um estudo que analisou a FC de atletas femininas universitárias de
voleibol nas posições de levantador, meio de rede e ponta, durante uma partida a FC média foi de
157,78±18,01; 146,17±17,09 e 148,66±18,09 bpm respectivamente. Em um estudo mais recente, Oliveira et al
(2008) mostra a analise da freqüência cardíaca (FC), concentração de lactato (CL), distancia percorrida (DP) e
percepção subjetiva do esforço (PSE) em duas jogadoras da seleção de vôlei de Cambuquira – MG, verificouse que a FC e a CL são baixas, considerando que a maioria das tomadas permaneceu abaixo da zona de
limiar aeróbio, constatando assim a grande participação do sistema aeróbio durante toda a partida.
Bompa (2005) ressalva que no voleibol o sistema de energia mais utilizado é o aeróbio com 50%
devido ao longo período das partidas seguido pelo sistema anaeróbio alático com 40% e do anaeróbio lático
10%.
Ainda em discussão os resultados encontrados por todos esses autores podem ser observados que
todos estão dentro da zona aeróbia, ou seja, abaixo dos 160 bpm não chegando a atingir por muito tempo a
FC máxima estipulada pela equação de Tanaka et al (2001).
CONCLUSÃO
Com base nos resultados encontrados concluiu-se que o voleibol por ser um esporte de longa
duração com alguns períodos de alta intensidade e paradas para recuperação, exige mais da potência aeróbia
dos praticantes do que outros sistemas de fornecimento de energia, não significando que esses não são
exigidos, mas com um esforço menor em relação ao aeróbio.
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[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
INCLUSÃO ESCOLAR E FORMAÇÃO CONTINUADA: UM ESTUDO COM PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DA CIDADE DE ARARAQUARA
Neusa Aparecida Mendes Bonato¹
Luci Pastor Manzoli²
¹Professora de Educação Física e aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar – UNESP – Campus de
Araraquara
²Departamento de Didática e Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar – UNESP –
Campus de Araraquara)
RESUMO
Este estudo teve por objetivo realizar um levantamento das escolas estaduais da cidade de Araraquara, verificando o
número de professores de Educação Física por escola, níveis de escolaridade que atuam e a ocorrência de cursos de
formação continuada na área de Educação Física com a temática inclusão escolar e quantos deles participaram.
Utilizou-se a abordagem qualitativa, sendo participantes da pesquisa, 27 escolas, seus diretores e 57 professores de
Educação Física. Os dados foram coletados através de questionários com perguntas abertas e fechadas. Os dados
mostraram que dos 57 professores de Educação Física participantes da pesquisa, 19 deles participaram de curso de
formação continuada relacionado à temática Inclusão Escolar, 1 participou de curso não relacionado e 37 não
participaram. As respostas dos professores sobre as necessidades que possuem para promover a inclusão de alunos
com deficiência em suas aulas, 38 responderam que a formação continuada é necessária para atendê-los com
qualidade.
Palavras-chave: Educação Física. Inclusão Escolar. Formação Continuada.
INTRODUÇÃO
As inquietações e questionamentos apresentados sobre a atuação profissional do professor de Educação
Física junto aos alunos com deficiência incluídos no ensino regular e a respectiva formação continuada para um
atendimento de qualidade nas aulas de Educação Física, culminaram no desenvolvimento desse estudo que
fundamentou-se na avaliação desses professores a respeito dos cursos de formação continuada oferecidos aos
professores de Educação Física pela Diretoria de Ensino da Região de Araraquara para lidar com a inclusão de alunos
que apresentam deficiências.
Estudos bibliográficos mostram que, através dos tempos as pessoas com deficiência sempre foram alvo de
preconceitos, abandonos, discriminação e segregação social. A idéia de incapacidade e dependência era regida nas
relações sociais de época para época.
As políticas relacionadas aos direitos das pessoas com deficiência tornaram-se mais intensas a partir da última
década do século XX e tomaram formas mais decisivas no século XXI, transformando realidades educacionais,
reconhecendo as diferenças e com fortes recomendações de uma escola inclusivista sem deixar nenhum aluno,
independente de seus atributos físicos, psíquicos, intelectuais, dentre outros, fora do sistema regular de ensino.
A Constituição de 1988, a Conferência Mundial de Educação Para Todos (1990) e a LDB 9394/96, trouxeram grandes
transformações para o cenário educacional brasileiro, ao garantir escola para todos. A partir daí, é importante ressaltar
que:
As intenções da proposta de inclusão, da educação de qualidade para todos, estão claramente explicitadas em
vários documentos oficiais, inclusive em dispositivos legais no país. Muitas experiências em busca de atendimento a
essas demandas estão em curso. É hora, portanto, de procedermos a uma rigorosa avaliação para que se dimensione
com precisão a travessia que precisa ser feita entre a intenção e a realidade da inclusão escolar. (OMOTE, 2004, p.8).
Nesse sentido, espera-se que os professores de Educação Física realizem o seu trabalho voltado para a
inclusão de todos os alunos, levando em consideração as suas especificidades e incorporando conhecimentos da
Educação Física, valorizando a cultura corporal do movimento no contexto das diversidades.
Portanto, este estudo teve por objetivo realizar um levantamento das escolas estaduais pertencentes à
Diretoria de Ensino da Região de Araraquara, verificando o número de professores de Educação Física por escola,
níveis de escolaridade que atuam e a ocorrência de cursos de formação continuada na área de Educação Física com a
temática inclusão escolar e quantos deles participaram; caracterizar essa Diretoria situando-a desde o início de sua
implantação, bem como os tipos de recursos que dispõe para implementar as ações das políticas públicas de inclusão e
formação continuada, quais cursos foram oferecidos na área de Educação Física voltados para a inclusão de alunos
com deficiência, o que pensam esses professores a respeito desses, e qual foi o tipo de repercussão em sua prática
escolar.
MATERIAIS E MÉTODOS
A construção teórica para embasamento desse estudo deu-se através de livros, dissertações, teses, artigos,
periódicos, publicações do MEC/SEESP, documentos (leis, decretos e resoluções no âmbito federal e estadual)
relacionados à área da Educação, Inclusão Escolar, Educação Física e Educação Física Adaptada, bem como a busca
via internet.
Utilizou-se a abordagem qualitativa – estudo de caso, tendo como participantes da pesquisa, 27 escolas
estaduais da cidade de Araraquara-SP, seus respectivos diretores e/ou coordenadores pedagógicos, 57 professores de
educação física e um ex-dirigente de ensino dessa Diretoria. A coleta de dados foi realizada através de questionários
com perguntas abertas e fechadas para os diretores e/ou coordenadores pedagógicos e professores de educação física
e entrevista semi-estruturada para o ex-dirigente de ensino.
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ENAF Science, v.3, n.2
A pesquisa foi desenvolvida em várias fases, iniciando pela Carta à Dirigente de Ensino da Região de
Araraquara solicitando autorização para a pesquisa, e a partir daí o mapeamento das escolas estaduais pertencentes a
essa Diretoria para delimitação do estudo.
Tendo em vista que a cidade de Araraquara possui um maior número de escolas e de professores de
Educação Física, a pesquisadora optou por desenvolver a pesquisa somente nas escolas dessa cidade, acreditando
dispor de um número representativo para desenvolver a pesquisa.
RESULTADO
Os dados desses questionários foram analisados e verificou-se que a cidade de Araraquara possuía no ano de
2007(data-base: Junho), um total de 22.762 alunos matriculados distribuídos entre os ciclos I e II do Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos, sendo 2 escolas possuem o projeto de Escola de Tempo
Integral – Ciclo I (1ª a 4ª série) e Ciclo II (5ª a 8ª série). Possui também 150 alunos com deficiência matriculados, sendo
19 com deficiência física, 43 com deficiência mental, 28 com deficiência auditiva, 18 com deficiência visual, 06 com
deficiência múltipla e 36 especificados na categoria outros, conforme apresentados no quadro a seguir:
ível de Ensino
Nº de
Nº Prof.
Nº de
Escolas
Ed. Física
Alunos
Nº Alunos c/ deficiência
DF
DM
DA
DV
Dmu
O
Ciclo I
9
22
5362
10
36
7
2
2
34
Ciclo I (ETI)
2
10
587
1
5
5
2
-
-
Ciclo I e II
1
2
788
-
-
-
1
-
-
Ciclo II e E. Médio
3
6
2289
-
1
6
3
-
-
Ciclo II (ETI) E.M.
1
4
534
-
-
-
-
-
-
Ciclo II, E.M. EJA
11
35
13202
8
1
10
10
4
2
TOTAL
27
59
22762
19
43
28
18
6
36
Quadro 1. Caracterização da Unidade Escolar
Na fase seguinte, a pesquisadora estabeleceu contato com os Professores de Educação Física, com o intuito
de explicar os objetivos da pesquisa e solicitar a sua participação através do questionário denominado “Questionário
para Professores de Educação Física”. O período da coleta de dados teve aproximadamente a duração de 4 meses
(04/06/2007 a 28/09/2007).
Os aspectos mais gerais como ano de formação, sexo e tipo de Instituição de ensino em que cursaram a
graduação e a disciplina Educação Física Adaptada - EFA ou alguma disciplina que se referia ao atendimento as
pessoas com deficiência, foram colocadas juntas, cujo ano de formação ter sido variado, foi denominado por década
para facilitar a apresentação dos dados.
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ENAF Science, v.3, n.2
TABELA 1 - Ano da Formação, Sexo, Instituição de Ensino e Disciplina E.F.A na graduação
Período
Formação
de
Número
de
Professores
Sexo
Instituição de Ensino
Disciplina EFA na
graduação
Masc.
Fem.
Fed.
Est.
Part.
Sim
Não
1970
09
7
2
5
-
4
-
9
1980
25
14
11
5
1
19
4
21
1990
14
8
6
6
1
7
6
8
2000-2005
09
4
5
4
3
2
9
-
TOTAL
57
33
24
20
5
32
19
38
Os dados mostram que na década de 1970, foram formados 9 professores, 7 do sexo masculino e 2 do
feminino, sendo 5 em universidade federal e 4 na rede particular e 9 professores informaram não ter a disciplina
Educação Física Adaptada na graduação; na década de 1980, foram 25 professores, 14 do sexo masculino e 11 do
feminino, sendo 5 na universidade federal, 1 na universidade estadual e 19 na rede particular, onde 4 professores
responderam sim e 21 não sobre o oferecimento da disciplina Educação Física Adaptada na graduação; nos anos 1990,
formaram-se 14 professores, 8 do sexo masculino e 6 do feminino, sendo 6 na universidade federal, 1 na universidade
estadual e 7 na rede particular, onde 6 professores responderam sim e 8 não sobre a disciplina Educação Física
Adaptada na graduação e a partir do ano 2000 até o ano 2005, foram 9 professores, 4 do sexo masculino e 5 do
feminino, sendo 4 na universidade federal, 3 na universidade estadual e 2 na rede particular, onde os 9 professores
responderam que tiveram conhecimentos relacionados a Educação Física Adaptada no curso de graduação.
No tocante a atuação profissional dos professores de Educação Física em relação a inclusão de alunos com
deficiência em suas aulas, as questões a seguir, denominadas de perguntas abertas, foram assim elaboradas para
permitir ao professor expressar-se livremente, fazendo uso de linguagem própria, apresentando assim o seu
pensamento a respeito do assunto, e conforme Lakatos e Marconi (1990) assinalam, possibilita ao pesquisador uma
investigação mais profunda e precisa.
Em relação ao projeto pedagógico da escola contemplar a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de
Educação Física, 28 professores responderam que a escola contempla essa questão em seu projeto pedagógico; 20
responderam que não estão contempladas; 2 apontaram que o projeto pedagógico contempla parcialmente a questão e
7 professores não responderam objetivamente a pergunta.
No tocante a formação do professor, a questão seguinte referia-se a outros cursos de formação relacionados à
temática Educação Física Adaptada após a formação na graduação, tais como: cursos de curta duração, oficinas,
extensão universitária, especialização, mestrado, doutorado, solicitando caso afirmativo, a especificação desses cursos,
onde 16 professores afirmaram ter outros cursos relacionados à temática Educação Física Adaptada, dos quais foram
citados Atividade Física Adaptada, Educação Física Escolar, Atividade Motora Adaptada, Educação Física Especial,
Educação Especial e Ginástica para Asmáticos, e 41 professores responderam que não possuíam nenhuma outra
formação.
Em relação a questão que averiguava sobre a participação do professor de Educação Física em cursos de formação
continuada relacionados à temática Educação Física Adaptada e Inclusão Escolar, 57 professores de Educação Física
participantes da pesquisa, 19 deles participaram de curso de formação continuada relacionada á temática Educação
Física Adaptada e Inclusão Escolar, 37 afirmaram não participar de nenhum curso e 1 professor mencionou que
participou de um curso, mas que não estava relacionado aos temas apresentados no questionário.
Complementamos a questão, pedindo um parecer dos professores no que diz respeito ao curso de formação
continuada oferecido pela Oficina Pedagógica, onde 5 deles consideraram excelente; 6 professores apontaram em suas
respostas que o curso foi bom; 1 professor elencou o curso como regular; 6 professores tiveram suas respostas
7
indefinidas e 1 professor não respondeu à questão.
Finalizando os dados relativos ao questionário do professor, ao responder a questão “O que você considera
necessário para promover a inclusão dos alunos com deficiência nas aulas de Educação Física?” pediu-se para que os
7
Entende-se aqui por resposta indefinida aquela que não responde direta e objetivamente o assunto em questão.
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ENAF Science, v.3, n.2
professores descrevessem o que consideravam fundamental para um atendimento de qualidade para os alunos com
deficiência. Analisando as respostas dos professores, elencamos as principais considerações, as quais organizamos
novamente em categorias para facilitar a análise dos dados, as quais denominamos de Formação de professores para
elencar as respostas dos professores em relação as demandas pedagógicas e a formação continuada em serviço,
Adequação do espaço físico que visam eliminar as barreiras arquitetônicas existentes nas unidades escolares,
Recursos materiais necessários ao bom desenvolvimento das atividades pedagógicas, Conscientização da Comunidade
Escolar com vistas a eliminação de barreiras atitudinais de pais, alunos, professores e demais funcionários da escola,
Respeito a diversidade exercendo de fato e de direito a cidadania numa escola que atenda a todos os alunos,
Profissionalismo entendido aqui como a ação/postura ética do professor em relação a aprendizagem dos alunos,
Atendimento segregado que de acordo com a visão de alguns professores seria adequado, Adaptação das atividades
para que esses alunos tenham efetiva participação, Suporte pedagógico aqui entendido como as ações da equipe de
gestores da escola (direção e coordenação), bem como de professores especializados que oferecem suporte aos
professores na escola onde atuam, Afetividade embasada na relação professor/aluno, Número de alunos reduzidos para
um melhor atendimento, Conhecimento prévio a respeito do trabalho a ser desenvolvido, Colaboração dos colegas de
classe para auxiliar o desenvolvimento das atividades propostas, Equipe Multidisciplinar composta por médicos e
psicólogos para auxiliar na inclusão do aluno, Planejamento da aula visando a elaboração de atividades que permitam a
participação de todos os alunos, Envolvimento dos pais no acompanhamento da vida escolar dos filhos e Professor
Auxiliar para as aulas de Educação Física.
Os dados relativos as categorias acima indicam que, 38 professores apontam a Formação Continuada de
Professores como essencial para promover a inclusão dos alunos com deficiência nas aulas de Educação Física; 33
citam a adequação do espaço físico; 26 referem-se aos recursos materiais; 20 elencam a conscientização da
comunidade escolar; 12 apontam o respeito à diversidade; 6 referem-se ao profissionalismo; 5 acreditam que o
atendimento segregado é a melhor opção para os alunos com deficiência; 5 mencionam a adaptação das atividades; 4
relataram a necessidade de suporte pedagógico; 4 citam a afetividade; 3 professores fazem menção a redução de
alunos por turma; 3 relatam o conhecimento prévio; 3 citam a colaboração dos colegas; 3 mencionam a necessidade de
uma equipe multidisciplinar; 2 ressaltam o planejamento das aulas; 1 professor cita o envolvimento dos pais; 1 cita a
necessidade de professor auxiliar e 1 professor não respondeu à questão.
CONCLUSÃO
De acordo com as respostas do questionário, os dados mostraram que, dos 59 professores de educação física que
atuam nas escolas, 57 deles foram participantes da presente pesquisa, e deste total, 19 participaram de curso de
formação continuada relacionado à temática Educação Física Adaptada e Inclusão Escolar oferecido pela Oficina
Pedagógica, 1 participou de curso não relacionado à área da Educação Física e 37 não participaram de nenhum curso.
As respostas dos professores sobre as necessidades que possuem para promover a inclusão de alunos com deficiência
nas aulas de Educação Física, 38 responderam que a formação continuada é necessária para um atendimento de
qualidade a esses alunos.
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[email protected]
- 100 -
ENAF Science, v.3, n.2
NÍVEL DE ACEITAÇÃO DA GINÁSTICA LABORAL EM EMPRESA AUTOMOBILÍSTICA
VERA SÍLVIA DE OLIVEIRA¹
EUNICE MAIRA DE REZENDE¹
DANIELLE ALCÂNTARA DE OLIVEIRA¹
ROSIMEIRE APARECIDA SOARES BORGES²
¹Aluna do curso de Educação Física da UNIVÁS ²Professora do curso de Educação Física da UNIVÁS
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo analisar o nível de aceitação da Ginástica Laboral dentro de uma empresa, com a
pretensão de promover uma reflexão dos funcionários participantes, sobre os benefícios da GL, que proporciona melhor
disposição e maior integração no ambiente de trabalho, prevenindo lesões e doenças ocupacionais. Como aportes
teóricos Timossi et al (2006), Soares et al (2006) e Pereira (2003). Como método, foi aplicado um questionário já
validado, aos participantes do programa de GL e realizada uma análise dos dados obtidos. Certifica-se que há boa
aceitação desses sujeitos com adesão de 74%, porém necessitam serem melhorados alguns fatores: a motivação; a
conscientização da importância da GL; melhor planejamento, organização, e execução desses programas. Evidencia-se
também a necessidade desses programas serem orientados por profissionais da Educação Física, capacitados e aptos
a selecionar uma metodologia adequada e flexível, em acordo com as necessidades de cada posto de trabalho.
Palavras-chave: Ginástica Laboral; empresa; funcionário.
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento tecnológico a mão de obra humana passou a ser substituída por máquinas,
favorecendo para que o ser humano adotasse, cada vez mais, um estilo de vida sedentária, pois passa a maior parte da
sua vida, sentado no trabalho, no transporte e em casa, desprezando a prática de atividade física que contribui para a
sua saúde (REIS et al, 2002). Como conseqüência, inúmeras empresas estão sendo fortemente pressionadas pelo
mercado, que exige qualidade e competitividade e são convidadas, pouco a pouco, a encarar os altos índices de
acidentes de trabalho e doenças profissionais que lhes corroem significativamente a produtividade e os lucros
(SANTOS, 2003).
Esse novo estilo de vida acarreta doenças do trabalho como, por exemplo, a LER (Lesões por esforços
repetitivos) que está entre as mais freqüentes no mundo industrializado. O número de adoecidos com a LER tem
aumentado a cada ano, inclusive no Brasil, chegando a meio milhão de comunicações de acidentes de trabalho (CAT),
entre os anos de 1996 e 2000, ao Instituto Nacional de Seguro Social – INSS. A complexidade da questão reside no fato
de a LER não ser uma doença aguda, mas que se desenvolve durante o exercício profissional e o seu quadro
sintomatológico progride, às vezes, irregularmente, quando as condições de trabalho não são alteradas. Desta forma, os
sintomas freqüentemente são multiplicados em novos sintomas e sinais, devido à extensão dos agravos a outros grupos
musculares.
Em função do aumento crescente dessas doenças, a Ginástica Laboral (GL) passou a ser uma prática
adotada para auxiliar o trabalhador no sentido de permanecer bem de saúde por mais tempo exercendo suas funções
profissionais (MUROFUSE; MARZIALE, 2001). Mas, somente na década de 1980 a GL firmou a sua aceitação em
empresas e indústrias brasileiras (PEREIRA, 2003).
Considerando que é no trabalho que os funcionários de uma empresa passam a maior parte de sua vida,
usar os benefícios da GL como parte do tempo destinado ao trabalho (ou local de trabalho) pode melhorar o bem-estar,
grau de satisfação profissional, reduzir diretamente o risco das doenças crônico-degenerativas, além de servir como
elemento promotor de mudanças com relação a fatores de risco para inúmeras outras doenças como, por exemplo, os
efeitos nocivos do estresse e o melhor gerenciamento das tensões próprias do viver (Silva ,1999, apud Santos , 2003).
Geralmente a GL é realizada através de sessões que variam de 10 a 15 minutos, antes, durante ou depois da
jornada de trabalho, com a prática de movimentos simples, que priorizam os alongamentos de pescoço, braços e
musculatura das costas, isto é, as partes do corpo do indivíduo, que estão comprometidas na ação exercida em
atividades realizadas no trabalho (PEREIRA, 2003). Dessa forma, através de exercícios sistematizados, a GL oferece
ao trabalhador diversos benefícios: colabora para a diminuição de fatores negativos, despertando o trabalhador, a partir
da quebra da rotina, para um preparo da musculatura para as ações habituais do trabalho; ativa a circulação sanguínea,
aumentando a oxigenação do cérebro e ainda favorece na diminuição do absenteísmo e a estimula o sentido de
liderança (BERTÉ JUNIOR, 2006; MOTA, 2002).
Mas, para que tudo funcione dentro da normalidade diversos são os papéis dos sujeitos envolvidos. Aos
dirigentes da empresa, cabe dar ao trabalhador plena liberdade de escolha para participar ou não dos programas de GL,
não devendo ser nada realizado por imposição, pois com o passar do tempo, a adesão vai aumentando em decorrência
da propaganda que os primeiros participantes fazem aos demais sobre os benefícios usufruídos (PEREIRA, 2003). Ao
professor de GL cabe diversificar as sessões de exercícios ao máximo, para que os trabalhadores não vivenciem, nos
minutos destinados somente a eles, a mesma rotina experimentada no trabalho (MARTINS; DUARTE, 2000). Aos
funcionários cabe reconhecer os benefícios e a necessidade da pratica da GL, aprofundando o conhecimento que já
possui e melhorando sua saúde (física e psicológica), além de se sentir mais seguro, para a realização dos exercícios e
até mesmo difundir o saber adquirido. Após as sessões de GL é interessante que uma parcela do tempo seja destinada
ao atendimento do funcionário, no qual ele poderá tirar dúvidas sobre atividade física e saúde, com o professor de GL.
Esse contato direto, além de certamente estabelecer um vínculo mais forte entre professor e aluno, permitirá ao
professor adaptar novas soluções ao programa de GL, reelaborando as sessões, realizando palestras sobre o tema e/
ou divulgando dicas sobre o assunto (MARTINS; DUARTE, 2000). Além disso, podem-se realizar testes com os
participantes por meio de questionários que permitem “moldar” o programa, adaptando-o as necessidades apresentadas
por cada posto de trabalho no interior das empresas.
- 101 -
ENAF Science, v.3, n.2
MATERIAIS E MÉTODOS
A amostra desse estudo foi composta por 50 funcionários de ambos os sexos, de idade entre 20 e 55 anos,
pertencentes à empresa do ramo automobilístico Delphi Automotive Systems, situada na cidade de Paraisópolis – MG.
Num primeiro contato esses funcionários assinaram o termo de consentimento e em posteriormente responderam a um
questionário avaliativo do programa de GL, validado por Pereira (2003). Os dados foram organizados, tabulados,
apresentados em gráficos. Em seguida procedeu uma análise descritiva dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente estudo pode-se verificar que dos funcionários participantes do programa de GL, 34% atingiram
entre 10 e 20 anos exercendo a mesma função, 32% estão entre 5 e 10 anos de trabalho, enquanto os outros
funcionários têm tempo de serviço que oscila abaixo de cinco anos,como mostra o gráfico a seguir:
34%
32%
35%
% Pesquisados
30%
25%
20%
16%
14%
15%
10%
4%
5%
0%
Me nos de
1ano
1 a 2 anos
2 a 5 anos
5 a 10 anos
10 a 20 anos
Tempo de Serviço
Esse resultado transparece que a empresa mantém um quadro estável de funcionários contribuindo para uma
satisfatória aplicação da GL, o que levará a obtenção de resultados satisfatórios que só aparecem em longo prazo.
Existem nas empresas fatores internos responsáveis pela desmotivação em relação à realização de atividades como a
GL, que tardam revelar os resultados. Segundo Soares et al (2006), esses fatores são: a instabilidade dentro da
empresa, insegurança por parte de remanejamentos entre áreas, promoções ocorridas pela empresa ou até mesmo
afastamentos e demissões.
A adesão ao programa de GL é um fator que interfere na implantação desse tipo de programa, pois outros
estudos mostram que há baixa participação na prática da GL devido a diversos fatores. Dentre eles, evidencia-se a
resistência proveniente da falta de organização no local de trabalho que provoca constrangimentos. Segundo Soares et
al (2006), o grupo de tele atendentes que participou do estudo que realizou não conseguiu interromper o atendimento
para realizar a GL, provocando alguns atrasos ou até mesmo a desistência da participação do programa.
Os participantes da presente pesquisa, já vêm realizando a GL há algum tempo, bem antes da realização
dessa pesquisa, o que parece ter influenciado na adesão de 74% dos participantes, como mostra o gráfico a seguir:
74%
80%
% Pesquisados
70%
60%
50%
40%
30%
18%
8%
20%
10%
0%
Me n os de 6 m e se s
6 m e se s a 1 an o
m ai s de 1 an o
Tempo de participação no programa
A maioria dos participantes desta investigação realizada na Delphi aderiu à prática da GL por iniciativa
própria e a convite da empresa, mostrando que a aceitação foi de livre escolha com pouca imposição dos dirigentes
(8%) conforme o gráfico a seguir:
- 102 -
ENAF Science, v.3, n.2
% Forma de ingresso nas
aulas
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
38%
28%
16%
8%
Ini ci ati va
própri a
Saúde
6%
Insi stê nci a
dos
di ri ge nte s
C onvi te da
e mpre sa
4%
Infl uê nci a
dos col e gas
O utro
Classificação
Timossi et al (2006) afirmam que muitas vezes ocorre a rejeição no processo inicial de um programa de Ginástica
Laboral, pela forma em que a mudança é apresentada pela empresa, ou seja, implementa um programa aos servidores
na forma de imposição. Assim sendo, a aceitação de mudanças dentro de uma organização, como é o caso da
implementação do programa de GL, deve ser de forma a provar para os servidores a necessidade e os benefícios
conseguidos, principalmente refletidos na saúde (SELDIN et al, 2003 apud TIMOSSI et al, 2006).
Segundo Soares et al(2006), muitos dos pesquisados demonstram reconhecer que a GL é uma atividade
necessária para a melhoria na qualidade de vida, mas em seu estudo a adesão teve um resultado insatisfatório, pois os
participantes justificaram acreditar que pelo fato de realizarem outro exercício físico fora da empresa, a GL se torna
dispensável. Comparando esse estudo com a presente investigação realizada na Delphi, nota-se que os resultados são
diferentes, pois os funcionários participantes mostraram-se confiantes no programa de GL, explicitando diversos
benefícios dessa prática como a melhoria na preservação da saúde (88%), no estado de humor (86%), na flexibilidade
(76%), na saúde (72%) e motivação (64%), como mostra o gráfico a seguir:
60%
54 %
50 %
50 %
44%
42%
38%
% Pesquisados
40%
36%
34%
34%
34%
32%
32%
30%
28%
30%
28%
26%
24%
20%
20%
20%
18 %
20%
10 %
16 %
12 %
12 %
12 %
10 %
12 %
6 %6 %
6 %6 %
4%
4%
2%
4 %4 %
4%
0%
Humo r
0%
0%
C o nc e nt ra ção
P re s e rv a ção d a
s a úd e
R e la c io na me nt o
0%
F le x ib ilid a d e
2%
2%
2%
0%
0%
12 %
10 %
8%
0%
M o t iv a ção
M e lho ria na
s a úd e
M e lho ria na
a lime nt a ção
Benefícios da GL
Certamente não
Provavelmente não
Talvez sim, Talvez não
Provavelmente sim
Certamente sim
Sem opinião
Estes resultados indicam que a GL parece ter sido uma atividade reconhecida e aceita pela maioria dos participantes
pesquisados na empresa Delphi.
CONCLUSÃO
Na presente investigação o programa de GL teve uma aceitação satisfatória dos funcionários da empresa
Delphi (74%), embora ainda seja uma atividade que necessita ser trabalhada, implicando em novos estudos que
possam contribuir com vários benefícios, tanto para a empresa, quanto para os seus funcionários. As pesquisas já
realizadas mostram que o processo de adesão à prática da GL ainda é lento e exige mecanismos que possam driblar as
resistências.
Este estudo permitiu tomar conhecimento de que em determinadas empresas o programa de GL é dirigido
por um funcionário da empresa que não é habilitado em Educação Física e foi previamente treinado para exercer tal
função, não obtendo os resultados esperados. Dessa forma, evidencia-se a importância da contratação de profissionais
habilitados em Educação Física como dirigentes de programas de GL em setores administrativos ou de produção dentro
das empresas, o que permitirá a seleção de metodologia adequada e flexível para a realização das atividades físicas do
programa, em acordo com as necessidades de cada posto de trabalho.
Quando um programa de GL é realizado com responsabilidade por profissionais habilitados, competentes e
preparados para tal função pode promover a qualidade de vida e o bem estar dos funcionários, prevenindo possíveis
- 103 -
ENAF Science, v.3, n.2
doenças como a LER , a DORT e o estado de estresse, contribuindo assim para uma melhor disposição e maior
integração no ambiente de trabalho. Isto posto, estará diretamente contribuindo para uma maior produção e
lucratividade das empresas e conseqüentemente para o progresso do país.
REFERÊNCIAS
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50 f. Monografia (Especialização e Educação Física Geral e Escolar para Qualidade de Vida) – Instituto Superior de
Ensino, Pesquisa e Extensão, Francisco Beltrão, 2006.
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MUROFUSE, N. T; MARZIALE, M. H. P. Mudanças no Trabalho e na vida de Bancários Portadores de Lesões por
Esforços Repetitivos: LER. Latino – Am Enfermagem, v.9, n.4, p.19-25, 2001.
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Empresa Distribuidora de Energia Elétrica. Dissertação (Mestrado Engenharia de Produção), Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, 2003.
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lombalgia em trabalhadores que executam suas atividades sentados. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE
EDUCAÇÃO FÍSICA, XVIII, 2002, Foz do Iguaçu, PR. Educação Física no Mercosul. Anais... Foz do Iguaçu, PR:
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informática. Dissertação de Mestrado (Pós-Graduação em Engenharia de Produção Ergonomia), Universidade Federal
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SOARES, R. G. et al. A baixa adesão ao programa de ginástica laboral: buscando elementos do trabalho para entender
o problema. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 31, n. 114, 2006.
TIMOSSI, S. L. et al. As dificuldades e os fatores culturais no processo de implementação de um programa
ergonômico e ginástica laboral em um órgão público federal: um estudo e caso.XXVI ENEGEP, Fortaleza, CE,
Outubro de 2006.
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ENAF Science, v.3, n.2
INDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) DE JOVENS DE DIFERENTES BAIRROS DE PERIFERIA DO MUNICÍPIO DE
SOBRAL, CE.
1
VASCONCELOS, João Nelson Melo
2
DIAS, Alexandre dos Santos Pessoa
3
HARDY NETO, Gerardo Carlos
1–
2–
Graduado em Tecnologia de Alimentos
Acadêmico de Pedagogia Educação Social – Universidade Estadual Vale
3–
do Acaraú – UVA. Graduado em Tecnologia de Alimentos
RESUMO
A adolescência é uma das mais ricas e plenas de variantes e condicionantes etapas da vida pelas quais passa
o ser humano antes de atingir a fase adulta. Do ponto de vista nutricional, a adolescência representa um período crítico,
pois uma boa nutrição é essencial para a saúde do adolescente. Esta pesquisa objetiva analisar os IMC´s de jovens da
periferia de Sobral – em diferentes bairros – confrontando a diferença destes índices em cada bairro. Para isso foram
entrevistados 311 jovens de ambos os sexos, analisando seu peso e altura. Os resultados mostram que o bairro Cohab
I e II foi quem mostrou índices mais preocupantes quanto a jovens abaixo do peso e, que o bairro da Santa Casa obteve
os melhores índices dentro da faixa de normalidade.
Palavras-chave: IMC; Periferia; Jovens.
INTRODUÇÃO
A adolescência é uma das mais ricas e plenas de variantes e condicionantes etapas da vida pelas quais passa
o ser humano antes de atingir a fase adulta. Durante a adolescência ocorrem alterações dinâmicas, envolvendo tanto o
crescimento biológico como o emocional; e também é o ponto final das transformações físicas, sexuais, intelectuais,
emocionais e sociais que preparam a criança para a vida adulta (SOUZA-KANESHIMA et al, 2004).
Do ponto de vista nutricional, a adolescência representa um período crítico, pois uma boa nutrição é essencial
para a saúde do adolescente. Uma nutrição adequada e hábitos alimentares saudáveis desempenham importante papel
no processo de crescimento, pois contribuem para o desenvolvimento de todo o seu potencial. Durante a adolescência
podem-se estabelecer os precursores de doenças nutricionais, daí a necessidade de uma boa nutrição para a
prevenção de doenças na vida adulta (NÓBREGA, 1998).
Durante a adolescência, a alimentação balanceada é tão importante quanto na primeira infância, pois além de
satisfazer as elevadas necessidades de nutrientes durante esta fase, ela serve também para criar e manter bons hábitos
alimentares para o resto da vida. Neste período podem aparecer novos hábitos de consumo explicáveis por motivos
psicológicos, sociais e socio-econômicos, pela influência de amigos, rebeldia contra os controles exercidos pela família,
busca de autonomia e identidade, aumento do poder de compra, hábito de preparar rotineiramente seu próprio alimento,
a urbanização e o costume de comer fora de casa. Estes novos padrões alimentares podem repercutir, a longo prazo,
na saúde futura do indivíduo maduro e na escolha posterior dos alimentos (IPAS, 2008).
Uma alimentação nutricionalmente adequada é importante, com energia e nutrientes suficientes para sustentar
o crescimento acelerado, as modificações na composição corporal que ocorrem neste período e a atividade física.
Existem diferenças marcantes entre os sexos, que afetam as necessidades de nutrientes e energia: as meninas iniciam
o processo de maturação aproximadamente dois anos mais cedo que os meninos. Os meninos experimentam maior
crescimento corporal que as meninas e possuem maior proporção de massa magra em relação ao tecido adiposo, o que
leva a uma maior necessidade energética que as mulheres (FISBERG, 2008).
A prevalência de obesidade também está crescendo intensamente, na infância e na adolescência, e tende a
persistir na vida adulta: cerca de 50% de crianças obesas aos seis meses de idade, e 80% das crianças obesas aos
cinco anos de idade, permanecerão obesas (TROIANO, 1991). Além disso, evidências científicas têm revelado que a
aterosclerose e a hipertensão arterial são processos patológicos iniciados na infância, e nesta faixa etária são formados
os hábitos alimentares e de atividade física (MC NAMARA, 1971). Por isso, a preocupação sobre prevenção,
diagnóstico e tratamento da obesidade tem-se voltado para a infância. Para Texeira (2008), adolescentes com excesso
de peso serão jovens adultos com problemas cardíacos.
Uma das formas de se analisar se o peso está dentro da normalidade, abaixo ou com excesso de peso é pelo
cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC).
O índice de Massa Corporal (IMC) é uma fórmula que indica se um adulto está acima do peso, se está obeso
ou abaixo do peso ideal considerado saudável. A fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é: IMC = peso /
2
(altura) . Há alguns problemas em usar o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso. Por exemplo,
pessoas musculosas podem tem um Índice de Massa Corporal alto e não serem gordas. O IMC. também não é aplicável
para crianças. Outro problema é a influência, ainda não suficientemente estudada, que as diferenças raciais e étnicas
têm sobre o Índice de Massa Corporal. Por exemplo, um grupo de assessoramento à Organização Mundial de Saúde
concluiu que pessoas de origem asiática poderiam ser consideradas acima do peso com um IMC de apenas 23
(COPACABANNA RUNNERS, 2008).
A presente pesquisa teve como objetivo analisar os Índices de Massa Corpórea jovens da periferia de Sobral –
em diferentes bairros (Cohab I e II, Pedrinhas, Sumaré, Santa Casa, Parque Silvana I e II) – sendo analisado percentual
de jovens abaixo do peso ideal, dentro da taxa de normalidade, com excesso de peso e, confrontar a diferença destes
índices em cada bairro.
MATERIAIS E MÉTODOS
- 105 -
ENAF Science, v.3, n.2
Foram selecionados de forma aleatória 311 jovens, com faixa etária compreendida entre 11 e 17 anos, de
ambos os sexos moradores de diferentes bairros de periferia da cidade de Sobral (Cohab I e II, Parque Silvana I e II,
Pedrinhas, Santa Casa e Sumaré) entrevistando-os para saber seus respectivos peso e altura.
Utilizou-se termos de livre esclarecimento da pesquisa para que fosse possível melhor entendimento dos
objetivos da pesquisa e concedida autorização de exposição de resultados em eventos científicos. As entrevistas foram
realizadas durante o 2° semestre de 2007.
Após coleta de dados foram realizados cálculos estatísticos com o auxílio do programa operacional Microsoft
®
Excel 2000 .
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os critérios para avaliar os IMC´s encontrados estavam baseados na tabela 1 da OMS (2007).
Tabela 1: Critérios para avaliação de IMC.
Condição
IMC em adultos
Abaixo do peso
abaixo de 18,5
Peso normal
entre 18,5 e 25
Acima do peso
entre 25 e 30
Obeso
acima de 30
Os resultados encontrados por bairro foram (fig. 1):
Ao calcular os IMC´s referentes à Cohab I e II observou-se que 11,1% dos entrevistados não sabiam informar
seu peso ou altura, 47,8% dos entrevistados estavam abaixo do peso ideal. Apenas 36,7% apresentou um IMC dentro
da taxa de normalidade. Sendo encontrados também 3,3% e 1,1% referentes a entrevistados acima do peso e obesos,
respectivamente. O que mostra um fator preocupante, pois o número de jovens com IMC abaixo do peso é maior que os
que se encontram dentro da taxa de normalidade.
Fig 1. Índices de Massa Corpóreas Encontrados.
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Não pode determinar
Abaixo do peso
Normal
Acima do peso
ha
s
Pe
dr
in
Ca
sa
ar
é
Sa
nt
a
Su
m
Ie
an
a
Si
lv
Pa
rq
ue
Co
ha
b
Ie
II
II
Obeso
Para o Parque Silvana I e II o percentual de jovens com IMC dentro da normalidade foi maior (48%) que o de
abaixo do peso (44%), sendo ainda o percentual de jovens abaixo do peso um pouco preocupante. Apenas 4% não
souberam informar ou tinham IMC acima do peso. Não houveram casos obesidade neste bairro.
No Sumaré um grande percentual de entrevistados não sabia informar seu peso ou altura (30,3%), no entanto
também apresentou um maior percentual de jovens com IMC dentro da faixa de normalidade (36,4%), apresentando
apenas 27,3% abaixo do peso. Apenas 6% dos jovens estava acima do peso. Não houveram entrevistados obesos para
este bairro.
No bairro da Santa Casa 54,7% dos entrevistados mostrou ter IMC dentro da faixa de normalidade, o maior
percentual dentre os bairros pesquisados. E, 14,3% com IMC abaixo do peso, mais uma vez mostrando os melhores
resultados entre os bairros pesquisados. 19% dos entrevistados não sabiam informar seu peso ou altura, 9,5% estavam
acima da faixa da normalidade no IMC e, 2,5% dos entrevistados apresentaram IMC com grau de obesidade.
No bairro Pedrinhas 43,2% dos entrevistados encontrava-se dentro da faixa de normalidade, entretanto estes
resultados não devem ser vistos como excelentes pelo fato de 38,6% dos jovens entrevistados não sabia informar seu
peso ou altura o que pode gerar grandes diferenças no resultado final. 9% apresentou IMC abaixo do peso e, 4,6%
apresentaram IMC acima do peso e grau de obesidade.
Ao confrontar os IMC´s bairros dos bairros pesquisados, pode-se observar uma grande oscilação, o que pode
se dar que, mesmo sendo bairros de periferia, já uma diferenciação econômica dentro destes bairros. Sendo o Bairro da
Santa Casa o que apresentou melhores índices.
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ENAF Science, v.3, n.2
CONCLUSÃO
Conclui-se que: i) um grande percentual de jovens não sabia sequer seu peso ou altura (20,6%); ii) a Cohab I e
II foi o bairro que apresentou uma situação mais preocupante quanto ao percentual de jovens com IMC abaixo do peso;
iii) o bairro da Santa Casa foi o que apresentou melhores resultados; iv) os índices de obesidade encontrados foram
baixos, em média, 1,64%; v) é necessário um estudo mais minucioso sobre os hábitos alimentares e perfil econômico
destes jovens para se desenvolver mecanismos para melhoramento dos resultados obtidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COPACABANNA
RUNNERS.
Índice
de
Massa
Corpórea
–
IMC.
Disponível
em:
<
http://www.copacabanarunners.net/imc.html> Acesso em 13 abr 2008.
FISBERG, M. Hábitos Alimentares na Adolescência. Monografias.com: 2008.
IPAS. Nutrição e Segurança Alimentar. Disponível em: < http://www.ipas.org.br/teen/alimentacao.html> Acesso em 13
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Estudantes na Rede Pública de Ensino da Cidade de Maringá-PR. Iniciação Científica CESUMAR - Jul./Dez. 2006, v.
08, n.02, p. 175-183.
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SOUZA-KANESHIMA, A. M; et al. Hábitos Alimentares e Estilo de Vida de Adolescentes Estudantes na Rede Pública de
Ensino da Cidade de Maringá-PR. Iniciação Científica CESUMAR - Jul./Dez. 2006, v. 08, n.02, p. 175-183.
TEXEIRA,
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Adolescentes
com
excesso
de
peso.
Disponível
em:
<
http://falandodenutricao.blogspot.com/2007/12/adolescentes-com-excesso-de-peso-sero.html> Acesso 13 abr 2008.
TROIANO, R. P.; et al. Overweight prevalence and trends for children and adolescents - The National and Nutrition
Examination Surveys, 1963 to 1991. Arch Pediatr Adolesc Med 1995;149:1085-91.
[email protected]
- 107 -
ENAF Science, v.3, n.2
PRÁTICA DE ESPORTES POR JOVENS DE DIFERENTES BAIRROS DE PERIFERIA DO
MUNICÍPIO DE SOBRAL-CE
1
DIAS, Alexandre dos Santos Pessoa
2
VASCONCELOS, João Nelson Melo
1–
2–
Acadêmico de Pedagogia Educação Social – Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA Graduado em
Tecnologia de Alimentos
RESUMO
Atividade física regular pode melhorar sua saúde e qualidade de vida, além de contribuir no controle da
ansiedade, depressão, asma, bem como proporcionar melhor auto-estima e socialização do cidadão. A presente
pesquisa teve como objetivo avaliar o percentual de jovens da periferia de Sobral – em diferentes bairros – que
rotineiramente praticam esporte, bem como avaliar os esportes mais praticados por estes jovens. Para isso foi realizada
entrevista com 311 jovens de ambos os sexos no segundo semestre de 2007 questionando se os jovens praticavam
esportes e o tipo de esporte praticado. A pesquisa mostrou um grande percentual de jovens praticando esportes.
Conclui-se que: um grande percentual de jovens pratica esportes; o auxílio de movimentos sociais que incentivem a
prática de esportes é essencial; o futebol (“paixão nacional”) é o mais praticado; são necessárias novas pesquisas
quanto à qualidade de vida dos jovens da periferia de Sobral afim de gerar adultos sadios.
Palavras-chave: Esportes; Periferia; Jovens.
INTRODUÇÃO
Apesar de todas essas evidências científicas, a maioria da humanidade leva vida sedentária. Estudos
americanos mostram que 54% dos adultos não desenvolvem atividade física regular; mais da metade dos adolescentes
levam vida sedentária, sendo em número maior ainda as do sexo feminino (NIH..., 1996). No Brasil, quase a metade dos
escolares não tem aulas regulares de educação física; o percentual, que era de 42% em 1991, caiu para 25% em 1995
(NÉRI et al, 2003).
Estudo realizado em escolas públicas no Rio de Janeiro apontou índice de sedentarismo de 85% entre
adolescentes do sexo masculino e de 94% nos do sexo feminino (SILVA & MALINA, 2000). A participação em atividades
físicas declina consideravelmente com o crescimento, especialmente da adolescência para o adulto jovem. Alguns
estudos identificam alguns fatores de risco para o sedentarismo: pais inativos fisicamente, escolas sem atividades
esportivas, sexo feminino, residir em área urbana, TV no quarto da criança (MALINA, 2001).
Atividade física regular pode melhorar sua saúde e reduzir o risco de morte prematura das seguintes formas:
reduz o risco de desenvolver doença cardíaca coronária; reduz o risco de infarto; reduz o risco de ter um segundo
ataque cardíaco em pessoas que já tiveram um ataque; diminui tanto o colesterol total quanto os triglicerídeos, e eleva o
bom colesterol HDL; diminui o risco de desenvolver hipertensão; contribui para a redução da pressão arterial em
pessoas que já têm hipertensão; diminui o risco de desenvolver diabetes tipo 2 (não dependente de insulina); reduz o
risco de câncer de cólon; auxilia na manutenção do peso; reduz os sentimentos de depressão e ansiedade; promove o
bem-estar psicológico e reduz sentimentos de estresse; ajuda a construir e manter articulações, músculos e ossos
saudáveis; ajuda pessoas mais velhas a ficarem mais fortes e serem mais capazes de moverem-se sem cair o ficar
excessivamente cansadas (FONTES, 2005).
Contribui ainda no controle da ansiedade, da depressão, da doença pulmonar obstrutiva crônica, da asma,
além de proporcionar melhor auto-estima e ajuda no bem-estar e socialização do cidadão (ALVES et al, 2005).
Segundo o Site Médico (2008) deve-se lembrar que aliada aos exercícios físicos há a necessidade de uma
alimentação equilibrada e saudável, evitando-se o consumo de sal, gorduras e frituras, tal fator auxiliará no alcance de
equilíbrio para uma vida saudável.
A presente pesquisa teve como objetivo avaliar o percentual de jovens da periferia de Sobral – em diferentes
bairros (Cohab I e II, Pedrinhas, Sumaré, Santa Casa, Parque Silvana I e II) – que rotineiramente praticam esporte, bem
como avaliar os esportes mais praticados por estes jovens.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram selecionados de forma aleatória 311 jovens, com faixa etária compreendida entre 11 e 17 anos, de
ambos os sexos moradores de diferentes bairros de periferia da cidade de Sobral (Cohab I e II, Parque Silvana I e II,
Pedrinhas, Santa Casa e Sumaré) entrevistando-os quanto a praticava de esportes e tipo de esporte praticado por estes
jovens.
Utilizou-se termos de livre esclarecimento da pesquisa para que fosse possível melhor entendimento dos
objetivos da pesquisa e concedida autorização de exposição de resultados em eventos científicos. As entrevistas foram
realizadas durante o 2° semestre de 2007.
Após coleta de dados foram realizados cálculos estatísticos com o auxílio do programa operacional Microsoft
®
Excel 2000 .
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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ENAF Science, v.3, n.2
Ao analisar os dados obtidos constata-se que 65,27% (203) dos jovens entrevistados praticavam algum tipo de
esporte sendo estes os esportes citados: basquete (2,57%); bicicross (0,64%); caminhada (0,32%); capoeira (0,96%);
educação física – na escola (5,47%); futebol (27,7%); futsal (9,33%); hand ball (4,2%); musculação (0,96%); natação
(0,64%); vôlei (6,10%); não especificou (6,44%) – Figura 1. Dentre os jovens que não praticavam esportes foi
determinado um percentual de 34,73% (108).
O grande percentual de jovens que pratica algum tipo de atividade física opõe-se aos resultados obtidos por
Silva & Malina (2000) que mostrou altos índices de sedentarismo por jovens no estado do Rio de Janeiro. Tal resultado
é reflexo de projetos sociais desenvolvidos em escolas de rede pública (como o projeto segundo tempo) que visam
retirar os jovens das ruas, ocupando-os com esporte, cultura e educação (PARENTE, 2007).
Fig 1. Relação de Esportes Praticados Pelos
Entrevistados
Basquete
2,57%
Bicicross
0,64%
Caminhada
Capoeira
0,32%
0,96%
5,47%
Educação Física - Escolar
34,71%
27,68%
Futebol
Futsal
Hand Ball
Musculação
6,44%
9,32%
6,10%
0,64%
Natação
Vôlei
Não Especificou
4,20%
0,96%
Não Pratica
O futebol, juntamente com o futsal terem sido os esportes mais praticados, somando 37,03%, apenas confirma
o título adquirido pelo Brasil de ser o país do futebol (cultura local e nacional).
É importante salientar que 5,47% dos jovens entrevistados têm a disciplina de educação física (ministrada na
escola) como única prática de esporte o que ressaltar a importância de tal disciplina como fator redutor do
sedentarismo, embora haja necessidade de incentivo para que se pratique exercícios extra-colegiais para que, com o
término de sua vida estudantil tais alunos continuem a praticar atividades físicas.
Embora o percentual de jovens que pratica alguma atividade física seja alto, há ainda a necessidade de
atenção para o fato de que 34,73% dos jovens entrevistados não pratica qualquer atividade física, nem mesmo a
educação física escolar. Fator este preocupante, pois tal ausência pode gerar um grande percentual de adultos
propensos a doenças cardíacas, obesas e com algum tipo de doença social (como a depressão).
CONCLUSÃO
Conclui-se que: i) um grande percentual de jovens pratica esportes, fator positivo para seu bem-estar físico e
mental; ii) o auxílio de movimentos sociais que incentivem a prática de esportes é essencial; iii) o futebol mais uma vez
é visto como a “paixão nacional”, sendo este o mais praticado por tais jovens; iv) são necessárias novas pesquisas com
relação à qualidade de vida dos jovens da periferia de Sobral afim de poder gerar os adultos sadios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NÉRI, M; et al. Retratos da deficiência no Brasil. Rio de Janeiro: FGV/IBRE/CRS, 2003;188 p.
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é
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Sobral.
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da
Atividade
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Disponível
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[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
AVALIAÇÃO POSTURAL NO PACIENTE AMPUTADO TRANSFEMORAL: RELATO DE CASO
ANA CLAUDIA SOUSA FARIA¹
LUIZ HENRIQUE GOMES SANTOS²
¹Graduanda do curso de fisioterapia do UNIFEG ²Docente do curso de fisioterapia do UNIFEG
RESUMO
O termo amputação significa “a remoção, geralmente cirúrgica, total ou parcial de uma extremidade do corpo”. Durante
o procedimento cirúrgico de amputação, quando o cirurgião opta pela amputação transfemoral, há a perda da
articulação do joelho, logo deve ser mais proximal possível o nível com o objetivo de proporcionar melhor braço de
alavanca para o controle da prótese. Nos tipos convencionais ocorre a perda da inserção dos músculos adutores
levando a diminuição do braço de alavanca e causando encurtamento em abdução do membro gerando desequilíbrio
lateral, esta pode proporcionar diversas condições de anormalidades posturais. O presente trabalho visa proporcionar o
processo de reabilitação do paciente voluntário, porém principalmente mostrar as características. Através da análise
postural utilizando um simetógrafo, observou-se que o paciente apresentou anormalidades posturais como escoliose
lombar, rotação de tronco para o lado amputado além de assimetria de cristas ilíacas. Com base no presente trabalho
podemos considerar que deve haver maior interesse científico na relação entre anormalidade postural e amputações de
membros inferiores, além de programas preventivos com ênfases nas análises posturais.
Palavras-chave: Análise Postural, Amputação transfemoral, Escoliose.
INTRODUÇÃO
CARVALHO (2003) relata que a amputação é tão antiga quanto à própria humanidade e o mais antigo de todos
os procedimentos cirúrgicos. O termo amputação significa “a remoção, geralmente cirúrgica, total ou parcial de uma
extremidade do corpo”. Segundo Spichler et al, (2001) estima-se que a incidência de amputações no Brasil seja de 13,9
por 100.000 habitantes/ano. Já na literatura mundial há controvérsias quanto ao número de amputações, sendo mais
significantes em pacientes patológicos vasculares e variando de 2,8 a 43,9 por 100.000 habitantes/ano (GROUP, 2000).
Na medicina, esta é realizada para controlar a dor ou a doença no membro afetado, como no câncer, na gangrena, e
sua incidência é elevada principalmente pelo aumento da expectativa de vida e aos acidentes de trabalho e de trânsito
(CARVALHO, 2003). Outras causas como insuficiências arteriais periféricas, complicações decorrentes de diabetes
mellitus, infecções severas, traumas, neoplasias, deformidades congênitas e tabagismo também podem ser associadas
(VIDAL et al., 2004). As amputações de membro inferior correspondem a 85% de todas as amputações, apesar de não
existirem informações epidemiológicas precisas (CARVALHO, 2003).
Suas causas mais freqüentes são por doença vascular periférica, influenciada geralmente pela idade avançada,
tabagismo, hipertensão, lipoproteinemia (combinada ou não com diabetes), isquemia ou infecção com gangrena (pé
diabético) e trauma (este, com maior incidência em adultos com menos de 50 anos de idade) (BOULTON et al., 2002).
A idade média dos brasileiros amputados é de 63,3 anos e a maior incidência predomina no sexo masculino (60%),
sendo a incidência das amputações transfemorais (nível da coxa) em torno de 65,76% e as transtibiais (nível da perna),
34,26%.
Ainda nos tempos atuais segue a questão: qual o melhor nível de amputação? Inicialmente eram considerados
1/3 proximais, 1/3 médios de ossos longos e desarticulações sendo excluídas as amputações parciais de pé e mão.
Atualmente sabe-se que o sucesso da reabilitação após a cirurgia de amputação está relacionado ao seu nível. Pelo
menos 90% dos pacientes com amputações abaixo do joelho e apenas 25% dos com amputações acima do joelho farão
uso adequado da prótese. Durante o procedimento cirúrgico de amputação, quando o cirurgião opta pela amputação
transfemoral, há a perda da articulação do joelho, logo deve ser mais proximal possível o nível com o objetivo de
proporcionar melhor braço de alavanca para o controle da prótese. Nos tipos convencionais ocorre a perda da inserção
dos músculos adutores levando a diminuição do braço de alavanca e causando encurtamento em abdução do membro
gerando desequilíbrio lateral. Porém existem procedimentos preventivos, como as mioplastias para a inserção do adutor
magno e manutenção da adução, após a sutura do adutor magno o quadril é colocado em extensão e o quadríceps é
suturado pelo orifício posterior evitando assim, a contratura em flexão do quadril (CARVALHO, 2003).
Algumas alterações anatômicas proporcionadas por erros médicos e outras por complicações cirúrgicas, principalmente
proporcionadas por traumas, podem gerar alterações biomecânicas severas comumente observadas nas avaliações
estáticas e dinâmicas como, por exemplo, escolioses.
Escoliose (do grego: inclinado) é o desvio lateral da coluna e provoca uma modificação muscular, ligamentar,
do tecido conjuntivo, dos discos e dos ossos, podendo até comprometer a medula, pulmões, coração, diafragma, e a
pelve. Sendo diferenciada em total, da dorsal, lombar, ou em forma de S, e a curva tríplice. A contra curva ou curva
secundária é a compensação da curva primeira para manter o equilíbrio estático e dinâmico. Através de testes
específicos, exame sabe-se hoje, seguramente, que um paciente portador de escoliose apresenta sempre movimentos
assimétricos, como devia agir simetricamente, como na marcha, corrida, natação etc. De acordo com John R. Cobb a
escoliose é classificada em funcional e estrutural, porém o professor Lange classifica a escoliose de acordo com as
fases e os territórios de acometimento, sendo elas: congênita, do bebê, idiopática, paralítica, estática, de cicatrizes, póstraumática, antálgica, de doenças dos sistemas e histéricas. A escoliose estática é desenvolvida através de alterações
estruturais, sendo que determinada pelo encurtamento de membros inferiores com a curva primária lombar mantém a
sua mobilidade bastante tempo, mas não tratada vai se fixando, como pode se observar em amputações com prótese
mal equilibrada. Outra forma deste tipo de escoliose se desenvolver é através de contraturas da articulação coxofemoral em adução ou abdução, sendo comuns as contraturas em abdução dos membros inferiores nos pacientes, após
a amputação transfemoral a escoliose aparece no mesmo lado do encurtamento (FISCHINGER, 1982).
O fisioterapeuta atua com grande importância no estágio de pré-amputação e pós amputação realizando
posicionamentos no leito com o objetivo de prevenir contraturas e deformidades, dessensibilização do coto para diminuir
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as sensações de membro fantasma e os quadros de dor, empregando exercícios ativos e isométricos com o intuito de
fortalecimento muscular, além de utilizar técnicas de enfaixamento, exercícios de propriocepção, trabalho do membro
contralateral e membros superiores para facilitar a descarga de peso durante as fases precoces de deambulação, tendo
como objetivo a manutenção da amplitude de movimento, aumento de força muscular, equilíbrio e adaptações da
marcha de acordo com a possibilidade do paciente. Esta característica pode prevenir a incidência de deformidades e
alterações estruturais como, por exemplo, escoliose nos pacientes pós-cirúrgicos principalmente nos níveis de
amputação transfemoral.
A proposta do presente trabalho foi de desenvolver um protocolo de avaliação postural e conscientização
corporal. Além de demonstrar a aplicabilidade de um programa preventivo de análises posturais visando proporcionar
menor probabilidade de anormalidades posturais em pacientes amputados.
RELATO DE CASO
Realizou-se um estudo de caso com um paciente do sexo masculino, 21 anos, que, no dia 29/10/2007, foi vítima de um
acidente motociclístico, apresentando ferimentos graves em seu membro inferior esquerdo, sendo necessária a
realização de uma amputação. Optou-se pela cirurgia do tipo transfemoral, realizada em outubro de 2007. O paciente
ficou praticamente 5 meses sem qualquer tratamento fisioterapeutico. No dia 01.04.2008 o paciente procurou
atendimento fisioterapeutico no laboratório de Fisioterapia I do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé
– UNIFEG. Para realização deste estudo, o paciente foi informado sobre a pesquisa por meio do Consentimento
Informado e do preenchimento de carta de aceite para participação da pesquisa (ANEXO I). Os atendimentos constaram
até o presente momento de 23 sessões durante aproximadamente 3 meses, realizadas 3 vezes por semana, com
duração de aproximadamente 1 hora cada sessão.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização desta avaliação o paciente ficou na posição de pé simétrica, atrás do simetógrafo, de vista
lateral, frontal e posterior voltado para o avaliador, procurando ficar com o pé afastado na largura do quadril, o olhar na
horizontal e membros superiores soltos ao longo do corpo. Foram obtidas imagens fotográficas por meio de uma
câmera fotográfica OLIMPUS®, resolução de 7.1 megapixes, ZOOM de 3X.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da metodologia de avaliação citada anteriormente, pode-se observar que o paciente apresenta algumas
assimetrias na coluna vertebral, além de desalinhamento das cinturas pélvica e escapular. Durante a análise da imagem
na qual o paciente foi posicionado em plano anterior (Figura 1), observou-se que o mesmo apresenta ligeira rotação da
coluna vertebral para o lado esquerdo, ou seja, contrário ao lado amputado conforme dado relatado por Fischinger
(1982).
Figura 1 – Análise postural (vista anterior) do
paciente
com
amputação
transfemoral.
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ENAF Science, v.3, n.2
Na análise em plano posterior (Figura 2) a observação seguiu parâmetros estruturais ainda mais criteriosos,
como citado por Carneiro et al, (2005), foram observados os alinhamentos de cristas ilíacas superiores, desvios na
coluna vertebral e simetria da musculatura dos membros inferiores. Com relação à análise da simetria da cintura
escapular (ombros) observou-se uma ligeira inclinação do MSD (Membro superior Direito) e um declínio do MSE
(Membro superior esquerdo), além de confirmar a rotação do tronco para o lado esquerdo conforme foi observado na
análise do plano anterior. Quando na observação do alinhamento das cristas ilíacas foi nítido o declínio da crista ilíaca
supero – posterior do MIE (Membro inferior esquerdo) e uma ligeira abdução do MIE e aparentemente, escoliose toracolombar de convexidade à esquerda tendo estes dados obtidos, correlação com as características apontadas por
Fischinger (1982).
Figura 2 – Análise postural (vista posterior) do paciente
com amputação transfemoral.
No plano perfil foi observada a disposição das curvaturas fisiológicas observadas normalmente na coluna vertebral
(lordose cervical, cifose torácica e lordose lombar) conforme observação da coluna vertebral notou-se normalidade
com relação às regiões cervical e torácica, porém aumento da curvatura lordótica na região lombar. O paciente
apresenta também um deslocamento anterior do tronco em relação ao membro inferior não amputado, este pode se
dever a ausência do equilíbrio proveniente da falta de um membro, gerando a diminuição da base de apoio. Esta
característica correlaciona-se com a pesquisa realizada por Baraúna et al (2006), em que puderam verificar que a
postura dos indivíduos amputados de membros inferiores oscila mais significantemente em direção anterior e para o
lado contra-lateral à prótese (nos casos dos pacientes já protetizados). Com o avanço da idade, notou-se uma menor
tendência à oscilação posterior.
Figura 3 - Análise postural (vista perfil) do paciente com
amputação transfemoral.
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A literatura pesquisada apresenta poucos dados avaliando a relação de anormalidades posturais ao processo
de amputação de membros inferiores. Segundo Fischinger (1982) a principal relação que a amputação possui com
anormalidades posturais se deve aos encurtamentos musculares principalmente adutores e abdutores, que podem gerar
alterações significantes em relação às curvaturas escolióticas. Talvez este mesmo desequilíbrio muscular, é o principal
responsável pela postura anterior adotada pelos pacientes amputados de membros inferiores como foi demonstrado por
Baraúna et AL (2006).
Apesar das características apontadas pelos autores citados anteriormente, a alteração postural também pode
surgir por outras causas como exemplo, a falta de informações durante a utilização de dispositivos auxiliares no período
pré-protetização em alguns pacientes menos favorecidos em relação à aquisição de sua prótese, fica por períodos
(cerca de meses) utilizando muletas.
A falta de treino eficaz para a utilização dos dispositivos auxiliares facilita que o paciente adote posturas inadequadas
que favorecendo o aparecimento de contraturas, encurtamentos e até deformidades.
CONCLUSÃO
Com a realização do presente trabalho, pode-se concluir que, o fisioterapeuta necessita adotar a análise postural
durante o processo de avaliação física do paciente desde o período de pré amputação até o período de pós
protetização. Esta característica favorece tanto melhor qualidade de vida ao paciente, com relação à diminuição das
dificuldades encontradas durante o período de protetização, quanto à diminuição do gasto energético durante a
deambulação destes pacientes. Vale ressaltar que o trabalho tem sua continuidade com relação ao processo de
reabilitação visando proporcionar ao paciente condições físicas para a protetização.
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VIDAL, A. L. A.; SANTOS, C. C.; NISHIMARU. S.; CHAMLIAN, T. R.; MASIERO, D. Avaliação da qualidade de vida em
pacientes amputados de membros inferiores. Med Reabil. v. 23, n. 1, p. 12-7, 2004.
[email protected]
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IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL NO TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO APÓS ALTA
HOSPITALAR – RELATO DE UM CASO
Gislaine Parreira Brianezi¹
Denise Fortes Chibeni Ramos Rios¹
Lídia Carolina Nogueira Oriolo¹
Luís Henrique Sales Oliveira²
Sidney Benedito Silva²
¹Aluno da Pós-Graduação em Fisioterapia Neurofuncional – UNIVERSITAS/MG ²Docente da Pós-Graduação em
Fisioterapia Neurofuncional- UNIVERSITAS/ MG
INTRODUÇÃO
O traumatismo cranioencefálico (TCE) é a agressão ao cérebro, envolvendo estruturas ósseas cranianas e tecidos
encefálicos, não de natureza degenerativa ou congênita, mas causada por uma força física externa, que pode produzir
um estado diminuído ou alterado de consciência que resulta em comprometimento das habilidades cognitivas ou de
funcionamento físico, distúrbio comportamental ou emocional. Este pode ser temporário ou permanente, e provocar
comprometimento funcional parcial ou total ou mau ajuste psicológico (JAKAITIS E GUAZZELLI, 2005; MIZUMOTO,
TANGO E PAGNOCCA, 2005; NITRINI E BACHESCHI, 2003; PORTO, LEITE E SANTOS, 2007).
Os pacientes vítimas de TCE são a quarta principal causa de mortalidade nos Estados Unidos nos últimos 40 anos,
enquanto que entre as pessoas de 1 a 45 anos se encontram em primeiro lugar. A mortandade dos pacientes vítimas
de TCE está em torno de 40% e não está limitada somente aos países desenvolvidos, sendo bastante presente em todo
o mundo. Infelizmente, mais da metade das mortes por TCE ocorre no local do trauma, sem tempo hábil para
reanimação (NEMER, 2008; PECLAT, 2008).
Alguns estudos têm mostrado que o TCE, dentre os vários tipos de trauma, é uma das maiores causas de
morbidade e mortalidade em todo o mundo, sendo que a faixa etária com maior prevalência é a de adultos jovens e do
sexo masculino (PORTO, LEITE E SANTOS, 2007).
Entre as principais causas de TCE podemos citar os acidentes automobilísticos, atropelamentos, os acidentes ciclísticos
e motociclísticos, as agressões físicas, as quedas, as lesões por arma de fogo, entre outras menos frequentes. Nos
últimos 10 anos, mais de um milhão de pessoas ficaram inválidas devido a traumas mecânicos no Brasil, sendo os
acidentes de trânsito os principais responsáveis por essas taxas (MELO, SILVA E MOREIRA, 2004).
O TCE pode ocorrer como resultado de um golpe direto na cabeça, ou esta pode ser atingida indiretamente por um
impacto em outras partes do corpo. A lesão direta pode ser por impacto ou penetrante. Lesões por impacto (aceleraçãodesaceleração) geralmente resultam em múltiplas lesões do corpo, assim como em dano cerebral difuso. O impacto da
cabeça pode causar lesões no couro cabeludo, deformação do crânio com ou sem fratura ou fraturas profundas que
podem lacerar ou perfurar a dura-máter e o cérebro (CARR E SHEPHERD, 2008).
Pacientes com lesões encefálicas graves apresentam alterações sensório-motoras, negligências motoras e
sensoriais, cognitivas, psicológicas, entre outras. O período prolongado no leito e a falta de estímulos sensoriais inibem
e retardam o processo de evolução neuropsicomotora (JAKAITIS E GUAZZELLI, 2005)
A habilidade do traumatizado em realizar atividades da vida diária, viver independentemente, reassumir
responsabilidades anteriores e retornar ao trabalho ou a ocupação principal têm sido informações usadas para avaliar o
padrão de recuperação pós- trauma. O primeiro interesse em alcançar a recuperação conseqüente a uma doença ou
trauma é retornar o indivíduo a sua maior atividade social esperada, isto é retornar ao emprego, à escola ou manter
atividades domésticas ou outra relevante (SOUSA E KOIZUMI, 1996).
OBJETIVO
Relatar os benefícios da fisioterapia na reabilitação neurofuncional do paciente com Traumatismo
Cranioencefálico grave após alta hospitalar.
RELATO DO CASO
O estudo consiste em um relato de caso, realizado no ambulatório de fisioterapia do Hospital das Clínicas
Samuel Libânio, de um paciente do gênero masculino, 31 anos, diagnóstico de TCE grave, vítima de acidente
automobilístico em janeiro de 2007, que permaneceu hospitalizado durante 22 dias, sendo 8 dias na UTI,
traqueostomizado em ventilação mecânica, e mais 15 dias no leito em ventilação espontânea.
Na avaliação fisioterapêutica o paciente apresentava bastante sonolento, com diminuição cognitiva, fala enrolada e
lenta. Comprometimento motor de hemicorpo esquerdo, com leve espasticidade, diminuição da força muscular e
coordenação do membro superior e inferior deste lado. Pé esquerdo com edema, com leve deformidade em flexão
plantar. Relata dor, dormência e formigamento em membro inferior esquerdo. Incapacidade de realizar os movimentos
de transferências como rolar, sentar e ficar em pé sozinho. Diminuição do controle de cabeça e tronco. Necessitando de
apoio para ficar sentado tanto nas costas como dos lados. Não conseguia permanecer sozinho na posição ortostática
nem mesmo com uso de algum apoio.
O paciente realizou quatro meses de fisioterapia, três sessões semanais com duração de uma hora por dia. Os
objetivos da fisioterapia foram trabalhar ganho de amplitude de movimento e força muscular, melhorar coordenação,
equilíbrio e propriocepção, marcha independente e retorno as suas atividades de vida diária e profissional.
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Nas duas primeiras semanas iniciou a fisioterapia com mobilizações, alongamentos, cinesioterapia ativa-assistida de
membros superiores e inferiores na posição deitada, controle de cabeça e tronco na posição sentada.
Na terceira e quarta semanas além do que já estava sendo realizado, começou o treino de transferências como rolar no
colchão, sentar com ajuda, passar da posição sentado para em pé com auxílio, descarga de peso em membros superiores e inferiores,
dissociação de cintura, treino de equilíbrio na posição sentada com deslocamentos para frente, para trás e para os lados, ortostatismo,
tudo com auxílio do terapeuta.
No segundo mês de fisioterapia, o paciente já estava apresentando uma melhora cognitiva com isso o grau de dificuldade
dos exercícios aumentavam. O paciente já estava conseguindo rolar e sentar sozinho, porém ainda necessitava de ajuda para ficar de
pé. Apresentou ganho de controle de tronco e cabeça, já não necessitando mais de apoio para ficar sentado. Os exercícios já estavam
sendo realizados de forma ativa e deixou de ser realizados na posição deitado e sentado passando a ser realizados em pé, com apoio.
Começou o treino com andador, pois já tinha força nos braços, porém o equilíbrio em pé ainda estava alterado, necessitando da ajuda
do terapeuta. Aumentamos os exercícios de coordenação para membro superior esquerdo, treino de preensão e pinça, além de iniciar
atividades de vida diária como amarrar sapato, trocar de roupa, abotoar blusa, pentear o cabelo, escovar os dentes. Os exercícios
eram sempre seguidos de várias repetições para que o paciente aprendesse e assimilasse a atividade que estava sendo realizada.
No terceiro mês, paciente já apresentava maior equilíbrio de tronco na posição em pé, conseguindo ficar de pé e andar
sozinho com andador, boa coordenação motora dos membros superiores e inferiores. Começou então o fortalecimento muscular com
exercícios para membros superiores e inferiores com pesos progressivos. Início do treino de marcha sem apoio, além de treino para
andar em terrenos irregulares, subir e descer degraus.
No final do quarto mês paciente apresentou uma grande evolução de seu quadro clínico, com ganho de força muscular em
membros superiores e inferiores, ganho de equilíbrio e coordenação, marcha independente, além de retorno a capacidade de realizar
suas atividades independentemente.
DISCUSSÃO
O controle motor deficiente após uma lesão cerebral, associado com paralisia, fraqueza muscular, espasticidade ou uma
combinação destes ao longo do coma, efetivamente imobilizam o indivíduo após TCE, que então fica vulnerável às adaptações
cardiovasculares e musculoesqueléticas, associadas ao repouso no leito, redução de atividade física e ao desuso. Alterações nos
tecidos moles e redução do condicionamento cardiovascular comumente impedem a reabilitação pela interferência com o treinamento
ativo e intensivo necessário à melhora do desempenho motor (CARR E SHEPHERD, 2008).
A cinesioterapia é eficaz em todas as fases da reabilitação, prevenindo deformidades, proporcionando maior independência
funcional e melhora da qualidade de vida. Os exercícios de resistência e força muscular por sua vez garantem mudanças do sistema
cardiovascular, previnem as complicações circulatórias e melhora as capacidades funcionais (CAVENAGHI et al, 2005).
Além dos benefícios que os exercícios trazem para o paciente após o período de imobilização, é importante o fisioterapeuta
focar nos comprometimentos sensoriomotores primários e adaptações ou compensações necessárias para que o paciente possa
retornar as suas atividades diárias.
Quando um adulto tem uma lesão cerebral que afeta o seu sistema de controle motor, como resultado da fraqueza muscular
e da inabilidade para controlar os padrões de ativações musculares, a habilidade da ação é perdida ou seriamente comprometida. A
pessoa não pode mais realizar ações que eram realizadas sem dificuldades previamente, quando interagia com o mundo à sua volta.
Após o término dos efeitos imediatos da lesão, qualquer mudança no desempenho motor provavelmente ocorre através de um
processo de aprendizado (adaptação) (CARR E SHEPHERD, 2008).
Pesquisas científicas atuais e a subseqüente reavaliação do efeito funcional dos problemas que aparecem após uma lesão
neurológica estão levando à mudança de foco das intervenções clínicas, com ênfase a otimização motora através de exercícios de
tarefas orientadas, de ganho de força e de treino de desempenho físico. Achados em modelos animais e humanos sugerem que, para
que a reabilitação seja eficiente em otimizar a reorganização neural e a recuperação funcional, uma ênfase maior deve ser colocada
em tarefas úteis que sejam desafios interessantes com um treino que promove o aprendizado (CARR E SHEPHERD, 2006).
Para alguns indivíduos, o aprendizado motor requer exercícios para aumentar a força e o controle motor, exigindo muitas
vezes além do treinamento repetitivo para aprendizagem da ação uma modificação da tarefa para que sua execução se torne mais fácil
(CARR E SHEPHERD, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos considerar que a fisioterapia é muito importante para reabilitação motora após a alta hospitalar do paciente vítima de TCE,
sendo necessário seu início logo após a lesão, prevenindo dessa forma deformidades musculoesqueléticas que poderão gerar
incapacidades motoras interferindo no desempenho efetivo de suas atividades.
REFERÊNCIAS
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ENAF Science, v.3, n.2
ÍNDICE DE OBESIDADE INFANTIL E ALTERAÇÕES POSTURAIS ENCONTRADAS EM CRIANÇAS DE
8 A 14 ANOS
Júlio Cezar Delfino da Rosa¹
Juscelino Sérgio Amâncio¹
Adílio Gonçalves de Souza¹
Luís Henrique Sales Oliveira²
Denise Fortes Chibeni Ramos Rios²
Lídia Carolina Nogueira Oriolo²
¹Aluno de Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS/MG ²Docente da Graduação em Fisioterapia da UNIVÁS/MG
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo diagnosticar quais crianças estão acima do peso, avaliar as possíveis alterações
encontradas e assim orientar os mesmos e os pais sobre os riscos e providências a serem tomadas para uma
intervenção precoce evitando futuros danos à saúde de seus filhos. Ao final do estudo conclui-se que das 100 crianças
de 8 a 14 anos analisadas, 81 apresentam o peso dentro da normalidade, 11 apresentam sobre peso e 8 obesos. Na
avaliação postural encontramos algumas alterações sendo, 7 crianças com ângulo inferior da escápula desalinhados, 11
com ângulo de tales desalinhados, 7 com acrômios desalinhados, 5 com as cristas ilíacas desalinhadas, 13 com a
glabela desalinhada, 8 com as cinturas escapulares e pélvicas desalinhadas, 9 com alteração de posicionamento da
cabeça, 7 com alterações nos ombros, 9 com alterações no joelho e lordose lombar com uma média de 4,36 cm do fio
posterior, 26,13cm de média da crista ilíaca relacionada com o fio posterior, 5 crianças com assimetria de curvatura do
dorso.
Palavras-chave: Obesidade; Hábitos alimentares; IMC; Sobre-peso.
INTRODUÇÃO
Para Fisberg (1997), a obesidade é provavelmente uma das enfermidades mais antigas do homem, e entre
todas as alterações do nosso corpo, provavelmente, é a situação mais complexa e de difícil entendimento, tanto no meio
científico como entre os leigos. Caracteriza-se como uma das patologias nutricionais que mais vem se destacando, não
apenas nos paises ricos, mas também nos paises em desenvolvimento, pelo estilo de vida inadequado, sedentarismo,
hábitos familiares inadequados, alimentação insatisfatória, excesso de carboidratos na dieta, a velocidade da refeição,
os lanches desequilibrados e o consumo de doces e guloseimas.
Conceitualmente a obesidade pode ser considerada como um acúmulo de tecido gorduroso, regionalizado ou
em todo corpo, causado por doenças genéticas ou endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais. É um distúrbio
do estado nutricional traduzido por um aumento de tecido adiposo, reflexo do excesso de gordura resultante do balanço
positivo de energia na relação ingestão gasto calórico. (MARCONDES, 1999)
A influência genética na determinação do peso corpóreo já está bem estabelecida e pode ser evidenciada na
agregação familiar da obesidade, como a presença de pais obesos, pelos determinantes ambientais, especialmente os
hábitos alimentares e o estilo de vida da família. Alterações da dinâmica familiar e do vínculo mãe-filho também
contribuem de forma significativa para a instalação e manutenção da obesidade na infância e na adolescência (SCHOR,
2005).
A obesidade por se constituir em um problema multifatorial e plurissistêmico, influi também no aparelho
locomotor, ocasionando algumas alterações ortopédicas já na infância e adolescência. A maioria delas não é exclusiva
dos portadores de obesidade, mas surgem nestes com maior freqüência em virtude da ação mecânica desempenhada
pelo exagero da massa corporal e o aumento das necessidades mecânicas regionais (FISBERG, 1997).
Define-se como postura ideal àquela em que há um equilíbrio entre as estruturas de suporte envolvendo uma
quantidade mínima de esforço e sobrecarga com uma máxima eficiência do corpo. A postura de cada indivíduo será
determinada por cadeias musculares, fáscias, ligamentos e estruturas ósseas, que possuem solução de continuidade,
são interdependentes entre si e abrangem todo o organismo. Um método de avaliação postural foi descrito por Kendall
para se determinar possíveis alterações da postura corporal. Os pacientes são posicionados em ortostatismo à frente de
um espaço quadriculado e, com o auxilio de um fio de prumo, a postura é avaliada.(AMANTÉA, 2004)
As alterações posturais provenientes do ganho ponderal de peso promovem alteração no centro de gravidade,
exagero da lordose lombar o que caracteriza sua etiopatogenia, o aumento da inclinação anterior da pelve, o
deslocamento anterior da cabeça, tornando o que era funcional e compensatório em alterações fixas em virtude do
encurtamento das estruturas músculo-ligamentares. A partir desse ponto, torna-se patológico e pode originar quadros
dolorosos como a síndrome das facetas e o pinçamento das apófises espinhosas (síndrome de Baastrup). Nas crianças
obesas, essas alterações desencadeiam conseqüente exagero da rotação interna de quadril e fêmur e acentuação do
valgismo dos joelhos, tornozelos e pés. (LIMA, 1998).
OBJETIVO
Identificar o índice de obesidade infantil em crianças de 8 a 14 anos, analisar correlações com as alterações
posturais observadas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo quantitativo para identificar crianças com sobrepeso e/ou obesas e sua relação com
possíveis alterações posturais por meio de uma avaliação postural. Participaram deste estudo 100 (cem) crianças de
ambos os gêneros da Escola Municipal Anita Faria do Amaral - CIEM, localizada na travessa Lisboa, número 120 no
- 116 -
ENAF Science, v.3, n.2
Bairro Santa Luzia em Pouso Alegre (MG); com idade entre 8 e 14 anos, da 1a a 8a séries do primeiro grau dos
períodos matutino e vespertino, regularmente matriculados na escola. A avaliação na qual as crianças foram submetidas
baseia-se na identificação do índice de obesidade, que foi feito através do IMC (índice de massa corporal) usando uma
tabela específica para crianças e adolescentes, e quando diagnosticado o sobrepeso ou obesidade, foram submetidos a
uma avaliação postural usando um programa específico para avaliação e analise de alterações encontradas. Foram
usados na pesquisa os seguintes materiais; Balança de precisão com estadiômetro da marca FILIZOLA, Máquina
fotográfica digital da marca Mirage e o programa de avaliação postural (Posturograma – Fisiometer). Ao final da
pesquisa, os pais foram orientados individualmente quanto às alterações identificadas. Os resultados encontrados serão
apresentados a seguir.
RESULTADOS
Das 100 crianças avaliadas foi constatado que 81 crianças apresentaram-se dentro do padrão de peso normal,
11 apresentaram-se com sobrepeso e 8 obesas (Gráfico 1). As crianças que se apresentaram com sobrepeso e obesas
foram submetidas a uma avaliação postural, onde foram encontradas algumas alterações (Gráfico 2). As alterações
encontradas na avaliação da face ventral demonstrando o alinhamento do acrômio, espinha ilíaca, glabela, cintura
escapular e pélvica (Gráfico 3). Na avaliação do perfil esquerdo, demonstra as alterações em cabeça, ombro e joelho
(Gráfico 4). Na avaliação do perfil direito, demonstra as alterações em cabeça, ombro e joelho (Gráfico 5). As alterações
encontradas na avaliação do perfil (D) e (E), sinaliza a média representada em centímetros, da distância entre o fio
traçado posteriormente ao corpo da criança à região lombar e região de crista ilíaca póstero superior (Gráfico 6). Na
avaliação na posição de flexão anterior, demonstra alterações na curvatura do dorso (Gráfico 7).
Gráfico1- Representa o número de crianças normais, sobre
peso e obesas. Foi realizada a mensuração do peso e da
altura das crianças e obtido o valor do IMC, onde ao final,
as mesmas foram enquadradas em uma tabela de IMC
para crianças de 0 a 18 anos e o r
100
81
80
8 a 14 Anos
60
40
11
20
8
0
Normal
Sobre peso
Obeso
GRÁFICO 2
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
11
6
7
2
Ângulo
inf.
Eacapula
Ângulo
de Tales
- 117 -
Alinhados
Desalinhados
ENAF Science, v.3, n.2
GRÁFICO 3
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
13
6
8
7
8
5
5
Alinhados
Desalinhados
0
Acrômio C. Ilíaca Glabela Cinturas
Esc.
Pelv.
GRÁFICO 4
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
9
7
6 6
4
2
Cabeça
4
Anteriorizada
Posteriorizada
Alinhada
1
0
Ombro (E) Joelho (E)
Gráfico 5
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
11
10
10
Anteriorizada
Posteriorizada
Alinhada
2
1
Cabeça
1 1
Ombro (D)
1
2
Joelho (D)
- 118 -
ENAF Science, v.3, n.2
GRÁFICO 6
50
40
30
20
10
0
26,13
Média
4,36
Lordose
Lombar
Crista
ilíaca
GRÁFICO 7
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
8
Simétrico
5
Assimétrico
DISCUSSÃO
A escassez de estudos de prevalência para sobrepeso e obesidade na adolescência, associada à falta de
unanimidade nos critérios de diagnósticos dessas condições, têm dificultado muito nos critérios de diagnósticos dessas
condições (MONDINI et. al., 2007).
Em contra partida é grande a literatura destinada a doenças cardiovasculares, alterações metabólicas e
doenças respiratórias advindas da obesidade.
Diversos métodos têm sido desenvolvidos para mensurar a gordura corporal, incluindo a densitometria,
ultrassonografia, a medida da água e do potássio corpóreos, entre outros. Em geral, esses são métodos caros,
demorados e que não estão largamente disponíveis. As medidas antropométricas são uma alternativa barata e simples,
não invasiva, rápida, que vem sendo amplamente empregadas na clínica e em estudos epidemiológicos (MARTELLI,
TRAEBERT, 2006)
Vários autores têm demonstrado que o IMC consiste numa medida de adiposidade válida em crianças e
adolescentes, utilizados como padrão ouro na utilização de medidas em rotinas de clínicas e na saúde pública
(BRUNETTO et. al., 2005).
Neste estudo, a prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes escolares foi elevada (20%),
comparando com outras referências encontradas que é de 15,5% em média.
Os dados obtidos referentes a alterações posturais, mostram que a escoliose é a alteração que mais aparece
como provável causa de escápulas desalinhadas (53,84%), juntamente com o desalinhamento dos acrômios (53,84%),
contrariando estudo realizado por CAMPOS, LEITE e ALMEIDA (2007), que dizem ser a hiperlordose lombar a maior
alteração encontrada em crianças e adolescentes com sobrepeso e obesos.
CONCLUSÃO
Este estudo apresentou dados relacionados ao índice de obesidade infantil, identificando as alterações
posturais que seriam mais comuns em crianças e adolescentes obesos.
Com isso podemos concluir que quando se fala em crianças e adolescentes, temos que nos preocupar com um
trabalho de prevenção, identificando de maneira precoce as alterações na massa corpórea e postura, no intuito de
prevenir futuras alterações irreversíveis que podem se instalar, se a questão da obesidade não for resolvida
- 119 -
ENAF Science, v.3, n.2
precocemente. Concluímos também, que devemos associar a prevenção destas alterações, concomitante com o
tratamento nutricional, por se tratar de um processo de modificação do esquema corporal, exigindo harmonização e
aceitação da nova condição física.
REFERÊNCIAS
AMANTÉA, Daniela Vieira et al. A importância da avaliação postural no paciente com disfunção da articulação
temporomandibular. Acta ortop. bras., Set 2004, vol.12, no.3, p.155-159. ISSN 1413-7852.
BRUNETTO, Antônio Fernando; ROSEGUINI, Bruno Tesini; SILVA, Bruno Moreira et al. Respostas autonômicas
cardíacas à manobra de tilt em adolescentes obesos. Rev. Assoc. Med. Bras., set./out. 2005, vol.51, no.5, p.256260. ISSN 0104-4230.
CAMPOS, Lício de Albuquerque; LEITE, Álvaro Jorge Madeiro; ALMEIDA, Paulo Cesar de. Prevalência de sobrepeso
e obesidade em adolescentes escolares do município de Fortaleza, Brasil. Rev. Bras. Saude Mater. Infant., abr./jun.
2007, vol.7, no.2, p.183-190. ISSN 1519-3829.
FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência. 2 ed. São Paulo: Fundo editorial BYK, 1995.
LIMA, A.J. Pediatria essencial. 5 ed. São Paulo: Atheneu, 1998.
MARCONDES, E. Pediatria básica. 8 ed. São Paulo: Savier, 1999.
MARTELLI, Raquel Cristina; TRAEBERT, Jefferson. Estudo descritivo das alterações posturais de coluna vertebral
em escolares de 10 a 16 anos de idade. Tangará-SC, 2004. Rev. bras. epidemiol., Mar 2006, vol.9, no.1, p.87-93.
ISSN 1415-790X
MONDINI, Lenise, LEVY, Renata Bertazzi, SALDIVA, Silvia Regina Dias Médici et al. Prevalência de sobrepeso e
fatores associados em crianças ingressantes no ensino fundamental em um município da região metropolitana
de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, ago. 2007, vol.23, no.8, p.1825-1834. ISSN 0102-311X.
SCHOR, N. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar. Barueri: Manole, 2005.
- 120 -
ENAF Science, v.3, n.2
USO DA BALNEOCINESIOTERAPIA EM ÁGUAS MINEROMEDICINAIS E A UTILIZAÇÃO DA
BALNEOCINESIOTERAPIA ASSOCIADO À BOLA SUÍÇA NO TRATAMENTO DA LOMBALGIA CRÔNICA: ESTUDO
COMPARATIVO
Karoline Francis Pereira Marques de Melo Franco¹
Renata Souza Camargo¹
Geny Frayha Delany²
¹Aluna do curso de fisioterapia pela PUC de Minas Gerais – Poços de Caldas-MG ²Professora da PUC de Minas Gerais
- Poços de Caldas-MG
RESUMO
A lombalgia é um dos maiores problemas de saúde pública. Assim, o presente trabalho visa um estudo comparativo
entre o uso da balneocinesioterapia em águas mineromedicinais e a balneocinesioterapia associado à bola suíça no
tratamento da lombalgia crônica, avaliando seu efeito no alívio da dor, flexibilidade e melhora da QV. 15 pacientes de
20-30 anos, com diagnóstico de lombalgia crônica foram divididos em G1 balneocinesioterapia, G2 balneocinesioterapia
e bola suíça, e G3 grupo controle. Sendo 14 sessões, 20 minutos para banhos e 40 minutos para exercícios na bola
suíça. Para a avaliação foram utilizados a EVA, QVSF-36, goniometria e teste de Finger-Floor. Houve melhora da dor e
QV para o G1/G2. No Teste de Finger-Floor o G2 foi melhor, enquanto que na goniometria houve melhora maior no G1.
Conclui-se que a bola suíça mostrou ser coadjuvante no tratamento da lombalgia crônica, sendo a balneocinesioterapia
um tratamento completo da algia em questão.
Palavras-chave: lombalgia, bola suíça, balneocinesioterapia
INTRODUÇÃO
As afecções nas costas afligem a humanidade há milhares de anos (SNOOK apud BRACCIALI & VIRATA,
2000); estudos mostram que 90% dos humanos sofreram ou vão sofrer de dores na coluna, e que atualmente este
fenômeno começa a cada vez mais jovem (REDONDO, 2001).
As doenças da coluna vertebral são responsáveis por alterações em sua estrutura e função comumente
associadas com dor presente predominantemente na coluna lombar (ELFVING et al. 2003). Entre as dores crônicas, a
da coluna vertebral é a de maior freqüência, com destaque para a lombalgia (MACEDO; SASSAKI; CERANTO, 2005).
Sucintamente, podemos definir a lombalgia como sendo um sintoma referido na altura da cintura pélvica, podendo
ocasionar proporções grandiosas. O seu diagnóstico pode ser considerado simples, pois geralmente o quadro clínico da
lombalgia é constituído por dor, incapacidade de se movimentar e trabalhar (TOSCANO & GYPTO, 2001).
A obtenção de equilíbrio nas estruturas que compõem a pilastra de sustentação humana (coluna vertebral),
evitando quadros dolorosos a ela relacionados, não se constitui em tarefa fácil, devido principalmente às constantes
mudanças de posturas realizadas diariamente pelo homem, expondo sua estrutura morfofuncional a uma série de
agravos. Um desequilíbrio mecânico das estruturas da coluna vertebral atua como fator nocivo sobre elas mesmas
(TOSCANO & GYPTO, 2001).
Vários métodos terapêuticos podem ser utilizados no tratamento da lombalgia, tais como eletrotermoterapia,
massoterapia, tração lombar, alongamentos, por facilitação neuromuscular proprioceptiva, acupuntura, tai-chi-chuan e
hidroterapia. Partindo do princípio que as dores na coluna vertebral podem ser tratadas através do relaxamento
muscular e através de exercícios cinesioterapêuticos, o termalismo que tem como agente terapêutico as águas
mineromedicinais sulfurosas e em conjunto com a balneocinesioterapia que são exercícios dentro da água, fazem uso
de suas propriedades físicas, biológicas e químicas no intuito de proporcionar relaxamento muscular e
conseqüentemente o alívio da dor e melhora da qualidade de vida (MOURÃO, 1982/1992). A bola suíça pode ser usada
com pacientes ortopédicos com dores na coluna objetivando estabilizar segmentos hipermóveis da coluna, mobilizar
segmentos hipomóveis da coluna, fortalecer os músculos extensores da coluna, intrínsecos profundos e abdominais,
obter alinhamento postural e melhor equilíbrio, diminuir a dor e melhorar a função e diminuir tensão mecânica adversa
sobre estruturas neurais (CARRIÉRE, 1999). A bola suíça é uma ferramenta original e funcional para os terapeutas,
uma vez que todos os povos do mundo, e de todas as idades culturais associam a bola com o jogo e a recreação
(POSNER-MAYER, 1995).
Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar os métodos fisioterapêuticos para a evolução de pacientes
com dor lombar crônica, submetidos a um estudo comparativo entre a balneocinesioterapia nas águas mineromedicinais
e a utilização da balneocinesioterapia associada à bola Suíça no tratamento da lombalgia crônica com o intuito de
avaliar as variáveis dor, flexibilidade de tronco e qualidade de vida.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada nas Thermas Antônio Carlos, na cidade de Poços de Caldas em Minas Gerais, no
período de março de 2008 a maio de 2008, onde os exercícios em água foram realizados em uma banheira cuja
temperatura da água era de 37ºC e 38ºC, os exercícios na bola suíça foram realizados com colchonetes abaixo da bola
dando uma maior segurança ao paciente
Participaram do estudo 15 pacientes de ambos os sexos com idade entre 20 a 30 anos, com dor lombar
crônica (DLC), os quais foram recrutados aleatoriamente na cidade de Poços de Caldas. Após seleção, passaram por
uma entrevista individual onde responderam um questionário com 10 perguntas feitas pelos terapeutas responsáveis
pelo estudo, a fim de selecionar e identificar a amostra e verificar, a ocorrência de DLC de origem músculo-esquelético,
sua freqüência e intensidade. Foram incluídos pacientes com DLC (maior que 3 meses) e de origem músculoesquelética, pacientes com ausência de lesão que inviabilizasse sua participação e pacientes que não estejam
realizando outros tipos de tratamentos para lombalgia, exceto a medicação. Foram excluídos pacientes com DLC que
- 121 -
ENAF Science, v.3, n.2
não seja de origem musculoesquelética; que tenham doença reumática inflamatória; pacientes hipertensos, cardiopatas
e pneumopatas e pacientes que tenham passado por cirurgia lombar nos últimos 6 meses. Após, foram divididos em
três grupos experimentais de cinco pacientes, grupo 1 (G1) que utilizaram a balneocinesioterapia em águas
mineromedicinais; grupo 2 (G2) que utilizaram a balneocinesioterapia em águas mineromedicinais associada a
exercícios na bola suíça em solo após o banho e grupo 3 (G3) que constituiu o grupo controle.
Para avaliar os efeitos das terapias, foram realizadas duas avaliações, uma pré-tratamento, e outra póstratamento. Para avaliar a dor foi utilizada a EVA (Escala Visual Analógica de Dor) onde o paciente assinalava a nota da
dor no dia da avaliação e reavaliação (MACEDO et al. 2003). Para avaliar a flexibilidade do tronco, foram utilizados a
goniometria da região pélvica e lombar, medindo as amplitudes de movimentos das articulações através da utilização de
um Goniômetro da marca CARCI, foi também realizado o teste específico para a flexibilidade, o “Finger-floor”. O
paciente tentou alcançar o solo por flexão da coluna, mantendo os joelhos em extensão, o examinador anotou a
distância entre a ponta do terceiro dedo ao solo em centímetros. Para avaliar a qualidade de vida (QV) foi utilizado o
questionário de Qualidade de Vida SF-36 (QVSF-36: Medical Outcmomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey),
que é um questionário multidimensional formado por 36 itens, englobados em 8 escalas (gráficos 10, 11 e 12), que
apresenta um escore final de 0 a 100 no qual 0 corresponde ao pior estado geral de saúde e 100 melhor estado de
saúde (CICONELLI R.M. et al. 1999).
Foram realizadas 14 sessões, onde os participantes foram submetidos a 3 sessões por semana por 1 mês e
meio, com duração de 20 minutos (G1) e 60 minutos (G2) com 20 minutos para o banho com exercícios na água e 40
minutos de exercícios na bola suíça. O G1 realizou exercícios, os quais foram desenvolvidos em seqüências de
alongamento e fortalecimento muscular de intensidade leve, de dificuldade progressiva adequados para lombalgia como
alongamentos de toda musculatura de MMII, paravertebrais e musculatura lateral de tronco (SANTOS 1996 &
PRENTICE, 2002); exercícios da Série de Williams (controle pélvico, relaxamento paravertebral, abdominais, ponte e
bicicleta) (DELIBERATO, 2007) e posturas adaptadas do M. Isostretching (REDONDO, 2001) com o paciente sentado
na banheira.
O G2 realizou os banhos nas águas termais com os mesmos exercícios citados anteriormente e após o banho
foram associados exercícios na bola suíça (marca CARCI), estes evoluídos de forma progressiva que consistiram de
atividades como alongamentos na bola, fortalecimento muscular, estabilização do tronco, mobilização de membros
superiores e membros inferiores, todos baseados no livro de CARRIÈRE, 1999.
O G3, não recebeu tratamento, e sim, somente a avaliação no início e fim do projeto.
RESULTADOS
Os dados obtidos de cada grupo a partir dos resultados dos testes da EVA, Goniometria, teste de Finger-Floor
e do QVSF-36 foram plotados em gráficos.
Ao analisar os dados sobre a dor, avaliados através da EVA, observou-se que no G1 (gráfico 1) e G2 (gráfio 2)
houve uma analgesia significativa ao final do tratamento. Já no G3 (gráfico 3), as médias obtidas foram maiores após o
tratamento.
ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR: GRUPO TRATADO
COM ÁGUAS MINEROMEDICINAIS
ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR
35
35
30
30
25
25
20
20
INICIO
INÍCIO
FIM
15
FIM
15
10
10
5
5
0
0
P1
P2
P3
P4
P5
SOMA
MÉDIA
P1
Gráfico 1: EVA demonstrando os dados ao início e
fim do protocolo de tratamento juntamente com sua
média.
Fonte: Dados da Pesquisa
P2
P3
P4
P5
SOMA
MÉDIA
Gráfico 2: EVA demonstrando os dados ao inicio e
fim do protocolo de tratamento juntamente com sua
média.
Fonte: Dados da Pesquisa
ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR
40
35
30
25
INÍCIO
20
FIM
15
10
5
0
P1
P2
P3
P4
P5
SOMA
MÉDIA
Gráfico 3: EVA demonstrando os dados ao inicio e fim do protocolo de tratamento juntamente com sua média.
Fonte: Dados da Pesquisa
No teste de Finger-Floor, que mensura a flexibilidade, o G2 obteve uma melhora significativa (gráfico 5),
enquanto que o G1 (gráfico 4) e G3 (gráfico 6) não obteve melhora significativa.
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ENAF Science, v.3, n.2
Avaliação de Flexibilidade Teste de Finger floor
grupo tratado com água
Avaliação de Flexibilidade Teste de Finger floor
grupo tratado com água e bola
25
25
20
20
15
15
10
10
ANTES
DEPOIS
5
0
-5
ANTES
DEPOIS
5
0
P1
P2
P3
P4
P5
-5
-10
P1
P2
P3
P4
P5
-10
Gráfico 4: Teste de Finger-Floor demonstrando os
dados na avaliação e reavaliação do paciente.
Fonte: Dados da Pesquisa
Gráfico 5: Teste de Finger-Floor demonstrando os
dados na avaliação e reavaliação do paciente.
Fonte: Dados da Pesquisa
Avaliação de Flexibilidade Teste de Finger floor
grupo controle
20
15
10
5
ANTES
0
-5
P1
P2
P3
P4
DEPOIS
P5
-10
-15
-20
Gráfico 6: Teste de Finger-Floor demonstrando os dados na avaliação e reavaliação dos pacientes.
Fonte: Dados da Pesquisa
Quanto à goniometria, houve melhora significativa no G1 (gráfico 7), enquanto que o G2 (gráfico 8) e G3
(gráfico 9) não obtiveram melhora significativa nos resultados após a pesquisa realizada.
GONIOMETRIA DE COLUNA VERTEBRAL
GONIOMETRIA DE COLUNA VERTEBRAL LOMBAR
110
100
100
90
90
80
80
70
70
60
60
MÉDIA INICIAL
50
MÉDIA FINAL
40
MÉDIA INICIAL
50
MÉDIA FINAL
40
30
30
20
20
10
10
0
0
Flexão (°)
Flexão (°)
Extensão (°)
F.L.D (°)
F.L.E (°)
R.L.D (°)
R.L.E (°)
Gráfico 7: Goniometria demonstrando a média, em
graus, dos movimentos mensurados. FLD: Flexão
Lateral Direita, FLE: Flexão Lateral Esquerda, RLD:
Rotação Lateral Direita e RLE: Rotação Lateral
Esquerda.
Fonte: Dados da Pesquisa
Extensão
(°)
F.L.D (°)
F.L.E (°)
R.L.D (°)
R.L.E (°)
Gráfico 8: Goniometria demonstrando a média, em
graus, dos movimentos mensurados. FLD: Flexão
Lateral Direita, FLE: Flexão Lateral Esquerda, RLD:
Rotação Lateral Direita e RLE: Rotação Lateral
Esquerda.
Fonte: Dados da Pesquisa
GONIOMETRIA DE COLUNA VERTEBRAL LOMBAR
100
90
80
70
60
MÉDIA INICIAL
50
MÉDIA FINAL
40
30
20
10
0
Flexão (°)
Extensão
(°)
F.L.D (°)
F.L.E (°)
R.L.D (°)
R.L.E (°)
Gráfico 9: Goniometria de coluna vertebral demonstrando a média, em graus, dos movimentos mensurados.
FLD: Flexão Lateral Direita, FLE: Flexão Lateral Esquerda, RLD: Rotação Lateral Direita e RLE: Rotação Lateral
Esquerda.
Fonte: Dados da Pesquisa
Para o teste de QVSF-36 o G1 (gráfico 10) e G2 (gráfico 11) obtiveram melhora significativa, porém o
G2 obteve melhores resultados de acordo com o número de variáveis em relação ao G1, o G3 (gráfico 12) não
foi observado melhora.
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ENAF Science, v.3, n.2
Questionário SF-36
Grupo tratado com água
160
140
120
100
Antes
80
Depois
60
40
20
Saúde
Mental
Limitações
e Aspectos
emocionais
Aspectos
Sociais
Vitalidade
Estado
Geral de
Saúde
Dor
Limitação e
aspectos
físicos
Capacidade
Funcional
Fase 01
0
Gráfico 10: Médias (iniciais e finais) do score do QVSF-36.
Fonte: Dados da Pesquisa
Questionário SF-36
Grupo tratado com água e bola
120
100
80
Antes
60
Depois
40
20
Saúde
Mental
Limitações
e Aspectos
emocionais
Aspectos
Sociais
Vitalidade
Estado
Geral de
Saúde
Dor
Limitação e
aspectos
físicos
Capacidade
Funcional
Fase 01
0
Gráfico 11: Médias (iniciais e finais) do score QVSF-36.
Fonte: Dados da Pesquisa
Grupo Controle
140
120
100
80
Antes
60
Depois
40
20
Saúde
Mental
Limitações
e Aspectos
emocionais
Aspectos
Sociais
Vitalidade
Estado
Geral de
Saúde
Dor
Limitação e
aspectos
físicos
Capacidade
Funcional
Fase 01
0
Gráfico 12: Médias (iniciais e finais) do score QVSF-36.
Fonte: Dados da Pesquisa
DISCUSSÃO
O presente estudo utilizou-se da balneocinesioterapia, uma vez que facilita a movimentação, especialmente das
articulações que suportam cargas, de grande importância em cadeias dolorosas na coluna lombar e a aplicação simultânea
do calor colabora na ação analgésica favorável (BACAICOA, 2006). Assim sendo, a bola suíça se tornou um adicional no
tratamento proposto, uma vez que é funcional, pois permite ao paciente realizar algo prazeroso quando se exercita
(CARRIÉRE, 1999), sendo assim o incremento da bola suíça associada às águas mineromedicinais sulfurosas, se tornou
presente para a verificação da potencialização dos seus efeitos.
Tivemos como preocupação principal nesse estudo, avaliar o tratamento da DLC nos aspectos dor, através da EVA
onde o G1 obteve uma analgesia significativa. De acordo com estudo realizado por Galán citado por Horno (2006), em 20
pacientes com diagnóstico de lombalgia mecânicas crônicas sem patologias associadas e tratados com águas sulfurosas
bicarbonatadas sódicas hipertermais, os resultados obtidos foram similares entre os dois grupos, com independência da
modalidade de banho empregado, comprovando-se a eficácia destas técnicas tanto no tratamento da dor crônica como da
contratura paravertebral.
No aspecto dor em relação ao G2, onde a água mineromedicinal já havia demonstrado ser eficaz no alívio da dor
conforme citado acima, o resultado mostrou-se semelhante em ambos os grupos. Em estudo de caso realizado por Gesser
et al. (2007) utilizando a bola suíça no tratamento da escoliose em um paciente de 24 anos com dor lombrossacra avaliado
através da EVA, verificaram uma redução significativa da dor. Fundamentado no trabalho de Lopes et al. (2006), estes
autores em estudo com 26 pacientes entre 18 e 34 anos, concluíram que um programa de 6 semanas de exercícios na bola
suíça diminuiu significativamente a dor lombar durante a realização de exercícios abdominais e outros exercícios. As médias
obtidas pela EVA para o G3 foram maiores após o tratamento. Neste estudo atribuímos à melhora no quadro álgico
observado no G1 à termalidade, às propriedades físico-químicas e biológicas das águas mineromedicinais sulfurosas e à
cinesioterapia, onde mostra resultados também semelhantes ao G2.
Neste trabalho os resultados atestaram para melhora de flexibilidade no G2 em relação ao teste de Finger floor,
porém não houve diferença significativa entre o G1 e G3. Este resultado pode ser explicado com base nos efeitos
fisiológicos das águas mineromedicinais sulfurosas e pelo tempo de alongamento. As águas mineromedicinais sulfurosas
contêm íons que se ligam ao músculo propiciando o relaxamento de suas fibras, o que dificulta a obtenção de resultados em
exercícios de alongamento. O tempo de alongamento foi maior no G2, sendo 20 minutos de exercício na água e 40 minutos
fora dela.
Quanto à goniometria, houve melhora em 4 tipos de movimentos no G1, enquanto que o G2, houve melhora em
apenas 1 tipo de movimento. Esse resultado atesta pela funcionalidade das águas mineromedicinais como um recurso
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ENAF Science, v.3, n.2
completo para o tratamento da lombalgia, e que exercícios com bola suíça têm papel coadjuvante, podendo ou não ser
benéficos para o paciente.
Para o teste de QVSF-36 o G2 obteve melhores resultados de acordo com o número de variáveis em relação ao
G1 e G3. Assim acreditamos que, os resultados obtidos pelo teste de QVSF-36 se devem fisiologicamente a hipófise que
controla a motivação através de interação neuroendócrina. Assim estímulos externos são captados por receptores e levados
até o hipotálamo, o qual os interpreta e envia mensagens através de neurônios para a hipófise. A hipófise responde ao
comando pela secreção de hormônios que atuam em diversos sistemas e órgãos, como por exemplo, o sistema límbico,
responsável pelo controle de emoções e tireóide, que secreta T3 e T4 cujas ações gerais variam de órgão para órgão.
Dependendo dos estímulos recebidos o hipotálamo envia respostas benéficas ou maléficas (LENT, 2005). Com isso o
termalismo foi capaz de gerar através de suas águas mineromedicinais estímulos de relaxamento e prazer o que faz com
que a síntese de hormônios pela hipófise estimule os sistemas a reagirem de maneira funcional, aumentando o estado
motivacional dos pacientes.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos neste estudo, é possível concluir que a bola suíça mostrou ser coadjuvante no
tratamento da DLC, sendo a balneocinesioterapia um tratamento completo da algia em questão.
Existem muitos mecanismos fisiológicos que atuam juntamente às águas e que ainda não foram explorados. Por
este motivo torna-se necessário a produção de novos trabalhos que analisem estes aspectos, pois constituem importante
ferramenta para o fisioterapeuta no tratamento de diversas patologias que integram o cotidiano clínico deste profissional.
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[email protected]
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ENAF Science, v.3, n.2
ERITROPOETINA NO TRATAMENTO DA ANEMIA NA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Tiago de Paula Batista¹
Lilian Aparecida Ribeiro²
¹Discente do curso de enfermagem do UNIFEG ²Enfermeira Especialista em Nefrologia. Docente do curso de Enfermagem
do UNIFEG
RESUMO
Desenvolve-se um estudo com abordagem quantitativa e exploratória para avaliar o tratamento da anemia na insuficiência
renal crônica (IRC), usando a eritropoetina (EPO). Para esta avaliação analisou-se níveis de hemoglobina de um
determinado grupo de pacientes que realizam 3 sessões de hemodiálise por semana em um serviço de hemodiálise com 65
pacientes localizado no sul de Minas Gerais, foi também avaliada a eficácia da EPO administrada via intravenosa (IV) e
subcutânea (SC).Coletou-se dados dos portadores de IRC para avaliar o conhecimento em relação à EPO no tratamento da
anemia e orientar o mesmo da importância da medicação. Os resultados apontaram que é imprescindível o uso da EPO no
tratamento da anemia no portador de IRC, sendo que sua eficácia é melhor na administração SC. Com os questionários
constatamos que um grande número de renais crônicos não tem conhecimento da EPO na prevenção da anemia e na
melhor qualidade de vida.
Palavras – chave: Eritropoetina; Anemia; Insuficiência Renal Crônica.
INTRODUÇÃO
O principal objetivo do tratamento do paciente portador de IRC consiste na promoção do seu restabelecimento
social. Para alcançar esse objetivo, o nefrologista deve procurar corrigir todas as alterações que acompanham a perda de
função renal (ALVES, 2000).
A anemia é a anormalidade mais freqüente encontrada no paciente renal crônico sendo responsável por grande
parte das alterações presentes no paciente urêmico (ABENSUR, 2000). O rim é o principal responsável pela produção de
um hormônio que auxilia na fabricação de hemoglobina no sangue. Na IRC o rim diminui a produção desse hormônio
ocasionando a anemia.
A anemia é uma grave conseqüência da IRC, sendo causada principalmente pela produção renal insuficiente de
EPO. Provoca incapacidade física e mental, sendo responsável pela redução da sobrevida e da qualidade de vida desses
pacientes. A anemia estigmatiza o paciente portador de insuficiência renal, pois acarreta palidez cutânea, conferindo-lhe um
aspecto de doente, prejudicando de maneira importante sua recuperação social (ALVES,2000).
A anemia na IRC é tipicamente normocítica e normocrômica, aparecendo quando a filtração glomerular cai abaixo
de 20 – 30 ml/min, porém algumas particularidades existem na dependência da doença renal primária. A anemia pode ser
precoce nas doenças renais interticiais crônicas, tardia ou ausente na doença renal policística no adulto (LUGON, 2000).
Richard Bright em 1836 relatou a associação entre insuficiência renal e anemia, presente na maior parte dos
pacientes com IRC terminal. Embora a etiologia dessa anemia seja multifatorial, sabe-se desde 1906 com os trabalhos de
Camot De Flande, que o soro humano possuiria substância inicialmente denominada da hemapoetina, que regularia a
produção de hemácias.
A anemia não tratada é associada a diversas anormalidades fisiológicas observadas nessa população, incluindo
insuficiência cardíaca, hipertrofia ventricular, angina, redução das atividades cognitivas, alterações menstruais, disfunção
sexual e queda da resposta imunidade de vida e dificultando a reabilitação dos pacientes, além disso, a presença de anemia
consiste, por si só, um fator de risco de mortalidade em pacientes hemodialisados (ROMÃO et al.,1999).
A EPO endógena é uma glicoproteína de 30.400 Dalton, produzida pelas células intersticiais Peri tubulares renais
do tipo I, semelhante ao fibroblasto, presentes no interstício do córtex e da medular externa. Sua forma recombinante
humana foi indicada para o tratamento da anemia da IRC terminal desde 1989, nos Estados Unidos. Quando usada em
associação com ferro, sua dose eficaz pode ser reduzida (CRUZ et al., 2002).
Um protocolo clínico e terapêutico publicado pela (PORTARIA SAS/MS, n°437, 2001) diz: A EPO é uma
glicoproteína que estimula, na medula óssea, a divisão e a diferenciação dos progenitores das células vermelhas do sangue.
A EPO alfa, produzida por tecnologia de DNA recombinante, é idêntica e tem os mesmos efeitos biológicos da EPO
endógena.
Para pacientes com IRC a dose de EPO varia de 50 a 300 U/kg via subcutânea dividida em 2 a 3 aplicações semanais.
Não existem evidências de que doses maiores sejam mais eficazes. Iniciar com 80 a 100 U/kg divididas em 2 a 3 doses/semana.
A dose de manutenção deve ser individualizada. Nos pacientes que realizam diálise peritoneal ou que estão ainda em tratamento
conservador da IRC, pode-se usar a auto-administração subcutânea uma a três vezes por semana(ABENSUR, 2000).
A dose total semanal pode ser reduzida de 23 a 52% quando se utiliza a via SC ao invés da via IV. A lenta absorção SC
parece ser responsável por este efeito. As doses SC requeridas para manter a hemoglobina entre 9.4 a 10.7 gramas/decilitro
variaram de 2800 a 6720 unidades por semana comparadas com 8350 a 20300 unidades por semana quando os mesmos
pacientes recebiam a administração IV (AMAR et al.,1991).
Benefícios esperados com o tratamento: redução do número de transfusões sangüíneas, melhora sintomática da
qualidade de vida, redução da morbi-mortalidade, melhora nas funções neurológicas, endócrinas, cardíaca, imunológica
prevenção e melhora da hipertrofia ventricular esquerda. Diminuição do número de hospitalizações, melhora nas funções
cognitivas e na capacidade funcional (ABENSUR., 2000).
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ENAF Science, v.3, n.2
Sabe-se que hoje em nosso país existem milhares de pessoas que são portadoras IRC, que nas maiorias das vezes
realizam três sessões de hemodiálise semanalmente. O trabalho foi desenvolvido para analisar a forma mais correta da
administração da EPO para o tratamento da anemia na IRC, e também com o intuito de proporcionar uma melhor qualidade de
vida aos renais crônicos.
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa teve-se caráter quantitativo e exploratório. Método quantitativo é utilizado quando se deseja objetividade dos
achados, necessidade de comparar eventos ou for desejável replicar o estudo (LEOPARDI, 2001).
Método exploratório tem caráter exploratório e descritivo, pela necessidade de explorar a situação, reportando-se, com
fidelidade, aos fatos ou fenômenos da realidade (POLIT et al.,1995).
Selecionou-se 10 pacientes portadores de IRC, mantidos em programas de hemodiálise 03 vezes semanais, sendo 54% do
sexo masculino e 46% do sexo feminino, com idade entre 32 a 64 anos, em um serviço de hemodiálise com 65 pacientes, localizado
no sul de Minas Gerais.
Os pacientes avaliados desenvolveram a IRC: 03 por Nefropatia Diabética; 03 por Glumeronefrite Crônica (GNC); 02
por Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS); 01 por doença renal policística; e 01 por Trombose Renal.
Com o intuito de avaliar o nível de hemoglobina desses pacientes e comparar a eficácia da EPO administrada via IV
e SC no tratamento da anemia na IRC foi observado: durante 05 meses administração da EPO de 4000 U.I. 02 vezes semanais
em 05 pacientes de forma SC, nos outros 05 pacientes foi observada administração da EPO de 4000 U.I. 03 vezes semanais de
forma IV.
Todas as EPO utilizadas na pesquisa eram próprias dos pacientes, as agulhas e seringas usadas eram da clínica de
hemodiálise, sendo que para administração IV não foi utilizadas agulhas para a aplicação pelo fato do paciente já estar com
acesso de venoso, na administração SC a agulha utilizada foi 13x4,5, e os locais de aplicação foram região posterior dos
braços e peri umbilical.
Foram distribuídos 10 questionários para renais crônicos nos quais foram avaliados o nível de conhecimento dos pacientes
em questão da anemia da IRC e o tratamento da mesma com a EPO, dentro das perguntas procuramos investigar se dentre eles
alguns não tinham passado por transfusão sangüínea.
Aplicou-se o questionário também a 02 enfermeiros e 06 técnicos de enfermagem que trabalham no serviço para avaliar
seus conhecimentos sobre a administração ideal da EPO.
RESULTADOS
Ao comparar as formas de administração, constatou-se a eficácia da EPO administrada SC, pois a absorção da medicação é
de forma mais lenta, possibilitando o organismo possuir este hormônio por mais tempo. Os níveis de hemoglobina deste grupo de
pacientes oscilaram de 10.9 a 14.6 mg/dl, que é considerado um nível ideal ver (gráfico 1.1).
No segundo grupo de paciente, deparou-se com níveis de hemoglobina um pouco mais baixos, porém são pacientes que
fazem uso de EPO de forma IV, por motivo de se recusarem a submeter a outro processo de dor, já que para que ocorra a sessão
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ENAF Science, v.3, n.2
de hemodiálise é necessário a punção de um acesso venoso através de duas agulhas calibrosas. A média ficou entre 9.0 a 11.4
mg/dl, (ver gráfico 1.2).
G ráfic o 1.2
P ac ientes que faz em us o da E P O via E V
Hemog lobina (mg /dl)
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
J an
F ev
Mar
Abr
Mai
P aciente A
9,5
9,1
9,0
9,8
10,4
P aciente B
9,8
9,2
9,0
9,7
9,9
P aciente C
9,6
10,2
9,4
10,5
10,3
P aciente d
9,0
9,4
9,8
10,3
9,9
P acienteE
9,2
9,3
9,6
10,1
10,0
O gráfico 1.3 é um comparativo das médias de hemoglobina dos pacientes de administração EV com pacientes de
administração SC.
Com os questionários distribuídos para os pacientes constatou-se que 60% dos entrevistados não sabiam para que
tratamento é utilizada a EPO e qual a forma de administração que possui melhor eficácia. Foi constatado também que 95% dos
pacientes renais crônicos entrevistados já foram transfundidos, com essa porcentagem afirmamos que são poucos os pacientes
que não têm a anemia na IRC como conseqüência. Com esses questionários orientamos também os entrevistados da importância
da EPO no tratamento da anemia na IRC.
Dos profissionais da saúde entrevistados percebemos que o nível de informação deles é adequado para estar atuando
em serviços de hemodiálise, porém encontram dificuldades por partes dos pacientes para estar administrando a EPO de forma
correta.
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ENAF Science, v.3, n.2
DISCUSSÕES
Os resultados adquiridos com a pesquisa foi dentro do esperado, porém verificou que tem um melhor resultado do
tratamento associado com outras medicações como: o sulfato ferroso, ácido fólico, etc.; dentro da comparação com outras
pesquisas desenvolvidas neste sentido deparamos com alguma contradições: De acordo com (CARVALHO et al 1999), a EPO em
doses baixas mostrou eficácia nos pacientes avaliados,sendo que o potássio e a albumina apresentaram um aumento significativo.
Existe controvérsia envolvendo a melhor via de administração da EPO recombinante: IV ou SC. A maioria dos estudos
publicadas sobre o assunto sofrem problemas metodológicos, incluindo aleatorização ausente ou inadequada, número pequeno
de pacientes, não inclusão de pacientes virgens de tratamento e ausência de comparação concomitante, O estudo com maior
número de pacientes observou uma redução de 32% na dose média de EPO (140 para 95 unidades/kg/semana) em seguida à
conversão da EPO IV para SC, mas quase a quarta parte dos pacientes precisou de maiores doses após a conversão para uso
subcutâneo (HORMOGENESES, 2002).
É interessante notar que a eventual vantagem da EPO se em termos de menor necessidade de droga tem se tornado
menos evidente em estudos recentes, talvez pela maior atenção à repleção de ferro para otimização da resposta. A vantagem da
via se parece menos pronunciada em estudos recentes, possivelmente por uma maior atenção à suplementação de ferro. Além
disso, um estudo recente observou que o uso de EPO EV permitiu menor instabilidade do hematócrito na comparação com sua
utilização por via SC. (HORMOGENESES, 2002).
Ao comparar nossos resultados notamos que os resultados devem ser analisados com cuidados para que não tenha
erros. Tende a avaliar toda a história clínica do paciente, os métodos usados e todo um contesto em geral para que os resultados
não sejam contraditórios.
CONCLUSÃO
A anemia é uma grave conseqüência da IRC, sendo responsável por um alto índice de mortalidade dentro dos pacientes
portadores de IRC. Portanto com este trabalho verificamos a importância da EPO administrada de forma correta, conseguindo-se
manter os níveis de hemoglobina e eritrócitos adequados para que o paciente renal crônico possa ter uma melhor qualidade de
vida. Portanto a partir da conclusão deste estudo orienta-se a administração da EPO por via SC.
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ENAF Science, v.3, n.2
RESUMOS
AÇÃO DA MUSCULAÇÃO NA MELHORA DA AGILIDADE PARA IDOSOS
Vanessa Juns
José Bechara Neto
RESUMO
Nos últimos 10 anos tem aumentado a participação dos idosos em programas de treinamento de força e estudos
demonstram que existem benefícios aos indivíduos que praticam esse tipo de exercício durante o processo de
envelhecimento. O objetivo deste estudo foi verificar se com um treinamento adequado de musculação pode melhorar a
agilidade de uma pessoa idosa. Para tanto, inicialmente foi padronizado um teste de agilidade para que pudéssemos avaliar
os resultados de antes e depois do treinamento. Participaram deste estudo alunos freqüentadores da academia de
musculação da Faculdades Integradas de Stella Maris de Andradina, sendo doze voluntários de ambos os sexos na faixa
etária acima dos 50 anos. Para a realização do teste de agilidade (GOBBI et al., 2007), o indivíduo, partindo da posição
sentado,ao comando de “pronto” e “já”, deve, o mais rápido possível, levantar-se e circundar um cone localizado á direita e
atrás da cadeira, retornando á posição inicial (sentada). No treinamento foi realizado alongamento, logo após deu-se o início
do treinamento com puxada com polia alta, supino reto, rosca Scott, extensora, legpress, abdominais e alongamento.
Através deste estudo pode-se comprovar que com o treinamento de musculação melhora á agilidade de uma pessoa idosa,
proporcionando incrementos no desempenho das atividades de vida diária em pessoas idosas, por conseguinte, poderá
aumentar independência e autonomia.
Palavras-chave: musculação, idoso, teste de agilidade.
COORDENAÇÃO MOTORA FINA E VISOMOTORA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM.
NAVAS, Maria Ap.¹
RODRIGUES, Lidiane de Lima²
MARQUES, Adelci Hilda Mendes³
¹Graduada em Educação Física - UNIFAE, Cursando Pedagogia – Unifeob ²Cursando Pedagogia Unifeob ³Mestranda
RESUMO
Introdução: A fase pré-escolar é importante no desenvolvimento da criança, sendo que, algumas dificuldades em relação à
coordenação psicomotora estão relacionadas à troca de letras, escrita, leitura, fala e resolução de cálculos. Assim torna-se
muito importante à atividade lúdica, realizada através da psicomotricidade. Objetivo: Mostrar aos docentes a importância
da relação coordenação fina/visomotora no desenvolvimento integral da criança. Material e Método: Pesquisa bibliográfica,
comparado à prática pedagógica. Resultado e Discussão: No estímulo da coordenação fina, a criança obterá tonicidade
nos músculos dos braços e mãos, não terá tanta dificuldade para colorir diferentes texturas e superfícies, apanhar objetos
mais delicados sem estragá-los. Com a coordenação fina corretamente trabalhada, a criança obtém bom traçado das letras.
“Esta coordenação diz respeito aos trabalhos mais finos, aqueles que podem ser executados com auxilio das mãos e dos
dedos...” (ALMEIDA, 2006: 49). “Coordenação visomotora é a habilidade de coordenar a visão com movimentos do corpo”.
(ALVES, 2007: 58). Para se obter boa coordenação visomotora é indispensável ter uma coordenação ampla bem
desenvolvida. Com a coordenação visomotora estimulada a criança será capaz de movimentar os olhos da esquerda para
direita, ter domínio de movimentos delicados, acompanhar as linhas da página, conseguir segurar o lápis e papel
adequadamente. Conclusão: Conclui-se que o professor deva trabalhar a coordenação fina e visomotora depois da
coordenação ampla bem desenvolvida. Estimulando a criança de forma lúdica, respeitando as etapas do desenvolvimento
motor e sua maturação. Isso auxilia para que não ocorra dificuldades em sua aprendizagem e seu plano motor. Com esses
estímulos a criança não terá dificuldades na grafia e ações do processo da escrita. Sabe-se que todo estímulo está
vinculado com o ambiente externo, o qual esta relacionada com seu próprio corpo. “Parte do que ele precisa para viver não
está nele, mas no mundo fora dele” (FREIRE, 1997: 23).
Palavras – chave: Coordenação Fina, Visomotora e Aprendizagem.
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ENAF Science, v.3, n.2
EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE RECUPERAÇÃO SOBRE A POTÊNCIA ANAERÓBIA
Josiane Martins Gonçalves dos Santos¹
Leonardo Tristão Dutra, Daiene Cristina Ribeiro¹
José Bernardo Figueiredo¹
Thiago Augusto Dias da Silva¹
Autran José da Silva Júnior²
¹Acadêmicos da Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas – Poços de Caldas ²Docente da Universidade José do
Rosário Vellano – Unifenas – Poços de Caldas
RESUMO
INTRODUÇÃO E OBJETIVO:O Brasil é um país que apresenta o segundo maior número de academias e a grande maioria
dos freqüentadores são homens, cujo objetivo principal é aumentar a massa corporal em treinamentos denominados de
hipertrofia muscular.Existem diferentes tipos de treinamento para tal objetivo, mas em todos eles há um princípio comum
que consiste em um intervalo sugerido entre os dias de treinamento de, no mínimo, 48 horas. Mas quanto um intervalo
menor de recuperação prejudicaria um atleta treinado em exercícios resistidos? Assim sendo, o objetivo dessa pesquisa foi
comparar o efeito de diferentes períodos de recuperação sobre a potência anaeróbia em quatro sessões de treinamento
resistido, com prévia mensuração isotônica da força.MATERIAIS E MÉTODOS: Foram selecionados cinco voluntários, com
idade entre 18 e 35 anos, saudáveis, praticantes de musculação há no mínimo seis meses.Foram registrados os seguintes
dados:peso corporal, IMC, 1RM, freqüência cardíaca, pressão arterial e escala de Borg, em quatro sessões de treinamento
de hipertrofia para peitoral maior, a 85% de 1RM, separados por intervalo de 24 horas na primeira semana e 48 horas na
segunda semana.RESULTADOS:
Mensuração de dados iniciais:
85% DA CARGA
PESO
IMC
1RM
MÁX.
MÉDIA
75,2
20,6
64,4
55,5
DESVIO PADRÃO
TREINO DE HIPERTROFIA:
±6,4
±3,5
PRIMEIRA SEMANA – INTERVALO DE 24 HS
1º DIA
2º DIA
PÓS
PÓSINICIAL
INICIAL
TREINO
TREINO
FC
PA
FC
PA
FC
PA
FC
PA
MÉDIA
84
13/07 100,4 14/08 86,4 12/08 108,2 13/08
DESVIO
±0,7
±2,3
±1,7
±5,9
PADRÃO
Escala de Borg:
PRIMEIRA SEMANA (24hs)
SESSÕES DO 1º DIA
SESSÕES DO 2º DIA
1
2
3
4
1
2
3
4
MÉDIA
11,4
12
12,8
13,2
11,6
13,6
15,4
17,2
DESVIO
±0,5
±1
±0,8
±0,8
±0,5
±0,5
±0,9
±0,4
PADRÃO
±10
±7,6
SEGUNDA SEMANA – INTERVALO DE 48 HS
1º DIA
2º DIA
PÓSPÓSINICIAL
INICIAL
TREINO
TREINO
FC
PA
FC
PA
FC
PA
FC
PA
84,2 12/08 97,8 14/08 86,2 13/07 97,4 14/08
±1,8
±2
±6,6
±8,3
SEGUNDA SEMANA (48 hs)
SESSÕES DO 1º DIA
SESSÕES DO 2º DIA
1
2
3
4
1
2
3
11
12
13
13,8
11,2
12,2
13,2
4
14,6
0
±1,8
0
±1
±0,4
±0,4
±0,4
±1,3
CONCLUSÃO: Diante dos resultados obtidos na pesquisa, observamos que o intervalo de repouso entre os dias de
treinamento promove influência na intensidade e desenvolvimento dos exercícios, onde o pouco tempo de intervalo causa
uma redução na qualidade de repetições máximas, em todas as séries analisadas. Chegamos à conclusão que o intervalo
de 48 horas mostrou-se ser necessário para a recuperação energética muscular, visto que em todos os dados coletados,
tanto a FC quanto a PA apresentaram notável elevação no treino intervalado por 24 horas, considerando também que o
registro da escala de Borg estabeleceu queda no desenvolvimento do treino sugerido, do 1º para o 2º dia. Já os resultados
com intervalo de 48 horas demonstraram-se satisfatórios, já que a falha concêntrica aconteceu no limiar esperado de
repetições em cada série, nos levando a crer que o intervalo de repouso é necessário para a recuperação energética
muscular,sendo satisfatório para busca de Hipertrofia por haver pouca perda de força muscular.
- 131 -
ENAF Science, v.3, n.2
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE A CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA E
POTÊNCIA DE CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL
Samuel Naoki Tsuno Braga Sanches¹
João Rafael Simon¹
Marcelo Porto¹
¹Curso de graduação em Educação Física das Faculdades Integradas Padre Albino de Catanduva – SP
RESUMO
Introdução: A avaliação das capacidades físicas tem se destacado como importante procedimento para elaboração e
prescrição do treinamento em todas as suas dimensões, destacando–se como importante ferramenta para o aprimoramento
do desempenho esportivo. Objetivo: Avaliar aptidão física e potência de membros inferiores em crianças praticantes de
futsal com testes específicos de campo. Metodologia: Participaram do estudo 16 atletas com faixa etária de 12,34 ± 1,14
anos praticantes de futsal, submetidos a avaliação Cardiorrespiratória (VO 2Máx) por meio de teste de corrida de 2.400metros
(Cooper, 1968) (Fernandes Filho José, 2003). Salto Vertical (Sargent Jump Test) (Laboratory Manual, 1994)(Fernandes
Filho José, 2003).Salto Horizontal(Celafiscs,1987)(Fernandes Filho José, 2003) Resultados: Segue abaixo a descrição
valores médios e desvios-padrão das avaliações da capacidade Cardiorrespiratória, Salto Vertical e Salto Horizontal pré e
pós treinamento do grupo estudado.
Variável
PréPósClassificação
Classificação
Treinamento
Treinamento
PréPós-Treinamento
Média - SD
Média - SD
Treinamento
Capacidade
Cardiorrespiratória
-1
-1
(VO2Máx)ml.kg .min
48,10 ± 2.14
48,90 ± 3,09
Boa
Boa
Salto Vertical (cm)
32,36 ± 9,81
41,42 ± 6,83
Abaixo
da média
Média
Salto Horizontal
149,66±20,58
155,73±17,25
Boa
Excelente
Conclusão: Com base nos resultados das crianças avaliadas, observou-se que o programa de treinamento foi efetivo na
promoção da melhora no salto horizontal e vertical, não havendo melhora na capacidade Cardiorrespiratória.
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE A CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA E
POTÊNCIA DE CRIANÇAS PRATICANTES DE FUTSAL
Samuel Naoki Tsuno Braga Sanches¹
João Rafael Simon¹
Marcelo Porto¹
¹Curso de graduação em Educação Física das Faculdades Integradas Padre Albino de Catanduva – SP
RESUMO
Introdução: A avaliação das capacidades físicas tem se destacado como importante procedimento para elaboração e
prescrição do treinamento em todas as suas dimensões, destacando–se como importante ferramenta para o aprimoramento
do desempenho esportivo. Objetivo: Avaliar aptidão física e potência de membros inferiores em crianças praticantes de
futsal com testes específicos de campo. Metodologia: Participaram do estudo 16 atletas com faixa etária de 12,34 ± 1,14
anos praticantes de futsal, submetidos a avaliação Cardiorrespiratória (VO2Máx) por meio de teste de corrida de 2.400metros
(Cooper, 1968) (Fernandes Filho José, 2003). Salto Vertical (Sargent Jump Test) (Laboratory Manual, 1994)(Fernandes
Filho José, 2003).Salto Horizontal(Celafiscs,1987)(Fernandes Filho José, 2003) Resultados: Segue abaixo a descrição
valores médios e desvios-padrão das avaliações da capacidade Cardiorrespiratória, Salto Vertical e Salto Horizontal pré e
pós treinamento do grupo estudado.
Variável
PréTreinamento
Média - SD
PósTreinamento
Média - SD
- 132 -
Classificação
PréTreinamento
Classificação
Pós-Treinamento
ENAF Science, v.3, n.2
Capacidade
Cardiorrespiratória
-1
-1
(VO2Máx)ml.kg .min
48,10 ± 2.14
48,90 ± 3,09
Boa
Boa
Salto Vertical (cm)
32,36 ± 9,81
41,42 ± 6,83
Abaixo
da média
Média
Salto Horizontal
149,66 ± 20,58
155,73 ± 17,25
Boa
Excelente
Conclusão: Com base nos resultados das crianças avaliadas, observou-se que o programa de treinamento foi efetivo na
promoção da melhora no salto horizontal e vertical, não havendo melhora na capacidade Cardiorrespiratória.
ESTUDO DO COMPORTAMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL FRENTE A UMA ÚNICA SESSÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO
Bruno Bonin¹
Antonio Rafael O. Paiva¹
¹Graduando em Educação Física pela FUNEC
RESUMO
É fato que a prática de exercício físico é de extrema importância em nossas vidas, contudo, se ela for realizada de forma
desorientada, pode ser muito prejudicial à saúde. Assim sendo, fica indispensável o acompanhamento de um profissional da
área durante a realização das atividades. Este estudo teve por objetivo analisar o comportamento da pressão arterial
durante a prática de exercício físico aeróbio em pessoas adultas, sedentárias e saudáveis. A amostra foi composta por um
indivíduo adulto, sedentário, sexo masculino e com idade de 43 anos. Para ser incluído como sedentário, o voluntário não
deveria praticar nenhum tipo de atividade física em mais de um dia por semana. Como critérios de exclusão foram adotados
os seguintes aspectos: qualquer problema clínico ou locomotor que viesse a influenciar na realização do teste, bem como
interferir na obtenção das variáveis pressóricas e não estar em uso de medicamentos. Para a realização do presente estudo
foram utilizados os seguintes instrumentos: a) monitor de freqüência cardíaca da marca Polar modelo F5; b)
esfigmomanômetro da marca Tykos; c) estetoscópio da marca Littmam; d) sessão de exercício físico, tendo sida estruturada
com base nas principais referências relacionadas aos parâmetros do condicionamento cardiorrespiratório e do treinamento
físico aeróbio. Durante a realização da sessão de exercício, observou-se que a freqüência cardíaca do participante
apresentou-se dentro dos parâmetros esperados, registrando aumento gradativo e linear com o passar do tempo, já a
pressão arterial sofreu uma elevação em parâmetros inferiores ao esperado. Contudo, após pequeno aumento, sofreu
redução nos períodos de desaquecimento e repouso, encontrando-se assim dentro dos parâmetros fisiológicos.
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE HABILIDADES ESPECÍFICAS COM CRIANÇAS
PRATICANTES DE FUTSAL
João Rafael Simon¹
Samuel Naoki Tsuno Braga Sanches¹
Marcelo Porto¹
¹Curso de graduação em Educação Física das Faculdades Integradas Padre Albino de Catanduva–SP
RESUMO
Introdução: A avaliação das habilidades específicas nas modalidades esportivas tem se destacado como importante
ferramenta para seleção e classificação do nível de desenvolvimento capacidades-habilidades físicas, bem como na
elaboração e aplicação de programas de treinamento.Objetivo: Avaliar a influência de treinamentos a curto e longo prazo
da modalidade futsal sobre o desempenho em testes específicos da modalidade.Metodologia: Participaram do estudo 16
atletas de futsal com faixa etária média de 12,34 ± 1,14 anos, submetidos a uma bateria de testes (condução de bola em
percursos variados, chutes e pênaltis, condução entre obstáculos e chutes a gol e passes curtos e longos)(VIANA &
BIGONHA, 2003), avaliados e reavaliados ao inicio e término de 6 meses de treinamento. A análise estatística foi realizada
por aplicação do teste ‘t’ de student para comparação da variação entre momentos, Inicio e Término do trabalho, o grau de
significância adotado foi p≤0,05.Resultados: Segue abaixo a descrição valores médios e desvios-padrão das avaliações
entre momentos pré e pós treinamento.
Testes
Pré
treinamento
- 133 -
Pós
Treinamento
Variação (%)
ENAF Science, v.3, n.2
1. Condução de Bola em
Percursos Variados
(min)
8,25 ± 3,22
12,32± 2,60
+ 8,28
2. Chutes e Pênaltis
(nº de acertos)
1,95 ± 0,89
4,60± 1,80
+ 6,66
3. Condução entre Obstáculos
e Chutes a Gol
(min)
9,70 ± 3,68
12,55± 3,22
+ 4,06
4. Passes Curtos e Longos
(nº de acertos)
2,54 ± 0,97
7,88± 3,10
+ 14,25
Conclusão: Com base nos resultados apresentados foi possível concluir que o programa de treinamento foi efetivo na
promoção da melhora em todos os parâmetros avaliados.
BENEFÍCIOS DO PROGRAMA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR, HIDROGINÁSTICA E PSICOTERAPIA NOS ALUNOS
DA APAE DE SANTA FÉ DO SUL-SP
CUNHA, Fabrício de Matos¹
SILVA, Maura Cristina Rodrigues²
FARIA, Vanessa Andréa Martins³
¹Graduando em Educação Física – FUNEC ²Psicóloga da APAE e Especialista ³Docente da FUNEC
RESUMO
Indivíduos com deficiência mental são mais propensos a desenvolverem obesidade em relação aqueles sem a deficiência. O
estilo de vida sedentário e a obesidade compõem os fatores de risco para um conjunto de doenças crônico – degenerativas,
como: diabetes, hipertensão arterial, e doenças coronarianas, sendo que o aparecimento em indivíduos com deficiência
mental poderá agravar a situação em relação a sua qualidade de vida. Este trabalho objetivou promover benefícios a saúde
nos alunos da APAE de Santa Fé do Sul através da reeducação alimentar, hidroginástica e psicoterapia. Selecionamos 36
alunos com idade entre 12 e 50 anos de ambos os sexos e apresentando diagnóstico clínico de deficiência mental leve,
moderada e severa. Preconizou-se que os indivíduos deveriam apresentar IMC acima de 30%, pois se enquadrariam no
biotipo desejado de sobrepeso e obesidade. O período do programa foi estabelecido entre março a setembro de 2008,
havendo acompanhamento de um nutricionista (semanal), de um educador físico (hidroginástica, 3 vezes por semana com
duração de 50 minutos) e de uma psicóloga (semanalmente). Mediante os resultados obtidos pelo estudo observou-se que:
48% dos alunos diminuíram o peso em média 3.8 kg, 19% mantiveram o peso, 22% aumentaram o peso em média 1.2kg e
11% não finalizaram o programa. Concluiu-se que o programa proporcionou aos indivíduos, controle dos fatores de risco,
melhora na auto-estima e na qualidade de vida.
PERFIL CINEANTROPOMÉTRICO DE PRATICANTES DE FUTEBOL RECREATIVO DO MAX MIN CLUBE COM IDADE
ENTRE 40 E 60 ANOS
¹
CHAVES, Rogério Souto¹
2
RAMALHO, Samuel Tadeu da Costa
3
SOUZA, Andrey George Silva
¹Graduado em Educação Física, pela FUNORTE
²Graduado em Educação Física, pela FUNORTE
³Professor Mestrando das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE e da Universidade Estadual de Montes Claros
- UNIMONTES
RESUMO
Pensando na contribuição do futebol recreativo como atividade física, integrador social e na redução dos fatores de riscos
aos seus praticantes, importâncias estas diretamente relacionadas às características próprias predominantes da atividade e
da aptidão física dos praticantes tais como resistência aeróbica, resistência muscular localizada, flexibilidade e potencia de
membros inferiores e a relevante contribuição da avaliação e mensuração de variáveis cineantropometria dos praticantes
desta atividade física, realizamos esta pesquisa, cujo objetivo é identificar o perfil cineantrométrico dos praticantes de futebol
recreativo com idade entre 40 e 60 anos do Max Min Clube de Montes Claros. Realizou-se um estudo de corte transversal
de natureza descritiva numa amostra de composta de 53 indivíduos onde se verificou uma idade média de 48 ± 4,9 anos,
- 134 -
ENAF Science, v.3, n.2
buscando identificar o perfil cineatropométrico através das seguintes variáveis: IMC, RCQ, IC, CA, PAS, PAD, Flexibilidade,
Potência de membros inferiores e resistência muscular localizada (abdominal), utilizando de protocolos específicos para
cada uma destas variáveis. Entre os 53 indivíduos avaliados, os resultados em média encontrados foram: IMC = 26,6 ± 3,4;
RCQ = 0,91 ± 0,05; IC = 1,22 ± 0,05; CA = 93,4 ± 8,6; PAS = 131,8 ± 14,9; PAD = 82,9 ± 8,1; Flexibilidade = 19,80 ± 6,9;
força explosiva de membros inferiores = 1,6 ± 0,21 e resistência muscular localizada (abdominal) = 39,2 ± 13,3. Concluímos
que a partir dos resultados encontrados verificamos que os indivíduos da amostra investigada apresentaram resultados
satisfatórios na maioria das variáveis antropométricas, com exceção do IMC, já nas variáveis da aptidão física os resultados
foram classificados como fracos, com exceção da resistência abdominal que apresentou resultados satisfatórios para essa
faixa etária e na variável metabólica pressão arterial os resultados encontrados demonstram que na PAS os valores estão
acima do recomendado, já a PAD se encontra dentro da faixa de normalidade.
Palavras-chave: Cineantropometria; Futebol de Campo Recreativo.
INFLUENCIA DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO SOBRE HABILIDADES ESPECÍFICAS COM CRIANÇAS
PRATICANTES DE FUTSAL
João Rafael Simon¹
Samuel Naoki Tsuno Braga Sanches¹
Marcelo Porto¹
¹Curso de graduação em Educação Física das Faculdades Integradas Padre Albino de Catanduva–SP
RESUMO
Introdução: A avaliação das habilidades específicas nas modalidades esportivas tem se destacado como importante
ferramenta para seleção e classificação do nível de desenvolvimento capacidades-habilidades físicas, bem como na
elaboração e aplicação de programas de treinamento.Objetivo: Avaliar a influência de treinamentos a curto e longo prazo
da modalidade futsal sobre o desempenho em testes específicos da modalidade.Metodologia: Participaram do estudo 16
atletas de futsal com faixa etária média de 12,34 ± 1,14 anos, submetidos a uma bateria de testes (condução de bola em
percursos variados, chutes e pênaltis, condução entre obstáculos e chutes a gol e passes curtos e longos)(VIANA &
BIGONHA, 2003), avaliados e reavaliados ao inicio e término de 6 meses de treinamento. A análise estatística foi realizada
por aplicação do teste ‘t’ de student para comparação da variação entre momentos, Inicio e Término do trabalho, o grau de
significância adotado foi p≤0,05.Resultados: Segue abaixo a descrição valores médios e desvios-padrão das avaliações
entre momentos pré e pós treinamento.
Testes
Pré
treinamento
8,25 ± 3,22
Pós
Treinamento
12,32± 2,60
Variação (%)
2. Chutes e Pênaltis
(nº de acertos)
1,95 ± 0,89
4,60± 1,80
+ 6,66
3. Condução entre Obstáculos
e Chutes a Gol
(min)
9,70 ± 3,68
12,55± 3,22
+ 4,06
4. Passes Curtos e Longos
(nº de acertos)
2,54 ± 0,97
7,88± 3,10
+ 14,25
1. Condução de Bola em
Percursos Variados
(min)
+ 8,28
Conclusão: Com base nos resultados apresentados foi possível concluir que o programa de treinamento foi efetivo na
promoção da melhora em todos os parâmetros avaliados.
“RECUPERANDO SONHOS” - ATIVIDADE FÍSICA E LÚDICA AUXILIANDO A RECUPERAÇÃO DE DEPENDENTES
QUIMICOS
Rafael Cardoso Veiga¹
Gabriela Senise Gussi¹
Silvana Frey Dias¹
Maicon Cardoso¹
¹Faculdades Integradas Padre Albino
RESUMO
- 135 -
ENAF Science, v.3, n.2
INTRODUÇÃO - Pretendemos mostrar o quanto à atividade física e lazer, pode auxiliar a recuperação de dependentes
químicos, devolvendo auto-estima, capacidade de relacionar-se e principalmente reestruturar-se internamente resgatando
sua dignidade e construindo novos sonhos.
Este projeto iniciado em Abril de 2008 vem sendo desenvolvido na clínica terapêutica masculina “Lar Bom Samaritano”
mantido pela comunidade católica de Catanduva/ SP, com 100% das vagas preenchidas por homens entre 18 e 72 anos.
METODOLOGIA - Fizemos um levantamento das atividades desenvolvidas na clínica conversando com o diretor PE
Osvaldo, este, motivado levou-nos para conhecê-la. Em seguida, realizamos pesquisas literárias sobre consumo de drogas
e marcamos uma palestra de sensibilização e jogos cooperativos, onde passamos um questionário fechado, avaliando o
perfil do grupo. A partir daí iniciamos atividades como ginástica, jogos cooperativos e esportivos, etc.
RESULTADOS: Iniciamos com 14 internos, após 2 semanas contávamos com 17 e hoje temos a participação de 21, pois
conseguimos atender as necessidades e prazeres pela prática da atividade física, ouvindo o grupo e diversificando as
dinâmicas.
Nestes 4 meses houve redução da ansiedade e melhoria do sono, respeito às regras bem como aumento da disposição
para as tarefas diárias, além das mudanças comportamentais positivas nos relacionamentos inter-pessoais. Pretendemos
até Outubro termos resultados sobre a não reincidência ao uso das drogas por aqueles que terminaram o programa.
CONCLUSÃO: Esta experiência vem mostrando que a pratica da atividade física orientada com, dedicação, respeito e amor
podem desenvolver situações favoráveis no combate a violência urbana e criminalidade como um todo, agindo na
prevenção e na recuperação de seres humanos marginalizados e excluídos pela sociedade, resgatando-lhes o direito de
recuperarem seus sonhos.
AS CARARACTERÍSTICAS DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE
JURAMENTO – MG
1
RAMALHO, Samuel Tadeu da Costa
CHAVES, Rogério Souto¹
²
LESSA Jr, Amário
¹Graduado em Educação Física, pela FUNORTE ²Professor Mestre das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
e da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
RESUMO
A Atividade Física e Saúde, é hoje em dia, uma tendência dominate no campo da EF e que devido ao número muito elevado
de sedentarismo da população tem estabelecido uma relação íntima entre a prática de atividade física e a conduta saudável.
A AFH é caracterizada como a soma total de atividades físicas e exercícios físicos, que uma pessoa realiza diariamente e
que podem variar como leves, moderados e pesados, nesse contexto este trabalho objetivou identificar as características da
AFH relacionada com a prática esportiva, com o trabalho (estudo) e também com o tempo livre da população da cidade de
Juramento- MG. Trata-se de uma pesquisa descritiva e inferêncial com analise quali-quantitativa de coorte transversal, a
amostra foi composta por 64 pessoas que foram escolhidas de forma aleatória, estratificada e proporcional à população de
Juramento, seguindo os dados do censo (IBGE 2002). Para avaliar a AFH foi utilizado o questionário de Baecke (1982). Os
dados coletados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS versão 13.0 Windows. Foi realizado o teste de
Normalidade de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk onde verificou que os dados são não paramétricos, assim a correlação
entre nenhuma das variáveis demonstradas em se tratando da população em geral, no entanto, na avaliação de gêneros, o
trabalho apresentou uma correlação com nível de significância de ainda baixo no gênero masculino entre as variáveis IMC
(p≤0,024 e CC= -0,345) e idade (p≤0,023 e CC= -0,343) com IAFTL, ambas negativas o que mostra que quanto maior a
idade e o IMC, menor o IAFTL, com relação às mulheres, uma correlação também com baixa significância, entre IMC
(p≤0,002) e idade, nesse caso uma correlação positiva, o que mostra que quanto maior a idade, maior o IMC. Onde
podemos concluir que o índice de AFH da população esta abaixo da média Nacional e mundial.
Palavras-chave: Atividade Física, Saúde e Atividade Física Habitual.
LUDICIDADE NO APRENDIZADO DO KARATE: UMA PROPOSTA DE TRABALHO COM FITAS
Angel Jomar da Silva¹
Gabriel Netto Marciano¹
Alexandre Gonsalves²
¹Aluno do 3º Ano do Curso de Educação Física– UNORP ²Professor – UNORP , Rua. Catanduva – SP
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo verificar a importância do uso de fitas presas ao kimono para a iniciação no trabalho
de luta no karate aplicado a crianças de seis a onze anos, proporcionando um maior aproveitamento do treinamento de
forma lúdica. Como forma de se defender dos golpes os alunos flexionam os braços a frente do corpo resultando em
- 136 -
ENAF Science, v.3, n.2
receber o golpe, e com isto uma perda de postura e exposição maior aos golpes. Objetivamos através do jogo com as fitas
presas ao kimono estimular de forma lúdica a defesa e o contra-ataque, que são movimentos da mão de forma leve e fácil
que dependera mais do tempo de reação do que da força defendendo-se desviando o ataque, protegendo a fita e contra
atacando a fita do seu oponente. Para o desenvolvimento desta pesquisa observamos vinte alunos da Academia
Ginshin/Olímpia-SP em treinos de luta por um período de oito semanas com a utilização de fitas, onde cinco fitas são presas
ao kimono nas áreas pontuáveis na região do tórax, pois não pode haver contato na área do rosto nas categorias de
crianças. Observamos que através do uso das fitas podemos incentivar e estimular o aluno a descobrir o espaço e noção de
distancia de golpe e defesa, e que se sinta satisfeito por estar lutando de forma lúdica sem o contato dos golpes. Sendo
estimulado a projetar a guarda à frente facilitando a defesa e um ataque mais eficiente. Levando o aluno a conhecer o
próprio corpo e os movimentos básicos do karate. Concluímos que: ao criarmos atividades lúdicas que facilitem a criança a
tomar consciência do seu corpo e de suas ações, as propostas técnicas poderão ser realizadas com maior facilidade,
aproveitando o caráter lúdico e técnico do aprendizado do karate, e desenvolver uma educação física de base.
Palavras-chave: Karate. Lúdico. Treinamento.
RELAÇÃO ENTRE A POSTURA SENTADA E DOR EM ESTUDANTES DE FISIOTERAPIA.
CARDOSO, Cristiane Isabel¹
MORSOLETTO, S.M. Maria José²
¹Graduanda em fisioterapia, Uniararas ²Doutora em fisioterapia,Uniararas
RESUMO
INTRODUÇÃO: Devido à preocupação com os alunos da UNIARARAS, o presente trabalho verificou a postura
sentada destes, relacionando-a com a dor, visto que as carteiras são padronizadas e apresentam uma desarmonia
entre os diversos biótipos anatômicos dos alunos. OBJETIVOS: Verificar os locais mais comuns de dor, e sua
relação com a posição sentada dos alunos da fisioterapia. METODOLOGIA: A análise do trabalho foi realizada com
103 estudantes através de um questionário de Dor contendo a Escala Visual Analógica, e o inventario para dor
adaptado de Wisconsin.Os dados coletados em relação às medidas do mobiliário foram comparados com as
medidas recomendadas pelas normas da ABNT, NBR 14 006:1997(7). RESULTADOS: Foi observado que a postura
sentada é prejudicial à coluna por aumentar a pressão intradiscal, principalmente por se tratar de uma situação
onde as pessoas realizam tarefas específicas, diárias e por tempo prolongado, alterando a nutrição dos discos
intervertebrais lombares. Cerca de 43,68% (45 alunos) relataram sentirem dores na coluna dorsal, bem como a
maioria dos mesmos não praticam atividades físicas, o que aumenta a incidência de dores na coluna,
proporcionando também a alteração de humor e na qualidade de vida. CONCLUSAO: A inadequação das cadeiras
escolares associada à manutenção de uma postura inadequada, mantida por um longo período de tempo, são
fatores determinantes para o aparecimento das queixas músculo-esqueléticas apresentadas pelos alunos, sendo
estas localizadas principalmente na coluna lombar e cervical.
ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM ATUANDO JUNTO AO PLANEJAMENTO FAMILIAR:UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Christianne Alves Pereira Calheiros. Mestre.docente UNIFAL-MG
Cristina Almeida Rodrigues. Acadêmica de Enfermagem. UNIFENAS-MG
Daniele Mendes.Acadêmica de Enfermagem. UNIFAL-MG
Eliana Peres Rocha Carvalho Leite. Doutoranda. Docente UNIFAL-MG
Luciano Chaves Dutra da Rocha. Acadêmico Enfermagem. Unifal-MG
Marina Conceição Peres Carvalho. Especialista. Docente UNIFENAS
Patrícia Alves Pereira Carneiro.Mestranda. Docente UNIS
RESUMO
A Constituição Federal fundada nos princípios da dignidade da pessoa humana e paternidade responsável, coloca que
Planejamento Familiar é decisão do casal. Cabe ao Estado propiciar acesso aos recursos educacionais, científicos e
técnicos incluindo-se o método anticoncepcional mais adequado (BRASIL, 1988). Com o objetivo de unir Universidade
UNIFAL-MG à Comunidade criou-se o Projeto Planejando Nossa Família, para que os acadêmicos do curso de enfermagem
pudessem levar à população de Alfenas, informações e orientações sobre planejamento familiar, sexualidade,
paternidade/maternidade responsável. Oferecer alternativas de métodos anticoncepcionais, suas indicações, contraindicações e implicações de uso. Garantir à mulher, homem ou ao casal informações para a opção livre e consciente do
método que a eles melhor se adapte. Incentivar os jovens a busca de seus sonhos, colocando seus ideais em primeiro plano
antes de formar uma família. O público assistido é composto de: Noivos do curso oferecido pela Paróquia Nossa Senhora
Aparecida de Alfenas; jovens e adultos do ensino fundamental e médio e alunos especiais. Como metodologia utiliza-se
atividades educativas como palestras discussões, exposição dos métodos contraceptivos existentes e dinâmicas de grupos.
Com os alunos especiais realiza-se dinâmicas, teatros, formas lúdicas para transmitir o conteúdo. Há reuniões regulares,
discussões e atualização de conteúdo entre os membros do projeto. Com esta atuação verifica-se o despertar do interesse,
quebra de mitos e pudores oportunizando maior proximidade com os membros do grupo, permitindo ampliar a liberdade
- 137 -
ENAF Science, v.3, n.2
para questionamentos durante os encontros, conscientização e apreensão do conhecimento sobre planejamento familiar X
sexualidade. Acreditamos que embora a educação sexual seja matéria obrigatória no currículo escolar da rede pública, resta
efetivá-la, pois, somente conscientizando homens e mulheres dos seus deveres e responsabilidades em relação à própria
sexualidade, teremos um país formado por verdadeiros cidadãos que buscam seus direitos e cumprem seus deveres quanto
a uma paternidade/maternidade responsável.
REABILITAÇÃO APÓS PERÍODO DE IMOBILIZAÇÃO DE FRATURA DE CABEÇA DE RÁDIO
Ana Claudia de Souza Faria¹
Luiz Henrique Gomes Santos²
¹Acadêmica do curso de fisioterapia Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG ²Docente do
curso de fisioterapia Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG
RESUMO
Para explicar o mecanismo de lesão nos casos de luxação ou fraturas no cotovelo sugerem-se duas teorias. A primeira, da
hiperextensão, sugere que a lesão ocorre após a aplicação de uma carga sobre a mão com o cotovelo estendido, fazendo
com que o olécrano colida com sua fossa, promovendo um mecanismo de alavanca da ulna e rádio contra suas restrições
capsulares. A segunda, afirma que as forças em valgo podem levar a fratura da cabeça do rádio. Uma terceira teoria, ainda,
sugere que o deslocamento ocorra de modo que a carga seja direcionada para o antebraço com o cotovelo em uma posição
fletida O presente trabalho apresenta um relato de caso de uma fratura de cabeça de rádio no membro superior direito de
uma paciente do sexo feminino 26 anos, por queda por sobre o cotovelo. Optou-se pelo tratamento conservador através de
redução fechada sem anestesia. O cotovelo foi imobilizado com gesso axilo-palmar e mantidos em flexão de 90º por três
semanas, quando se iniciou a reabilitação. O protocolo de reabilitação baseou-se em cinesioterapia de fortalecimento e
propriocepção, sendo que após duas semanas de tratamento restabeleceram-se os arcos de movimento, forças musculares
e estabilidade articular. Pode-se observar através da goniometria e prova e função muscular manual, que a reabilitação
precoce preveniu a perda da amplitude de movimento e força muscular por conta do período de imobilização. Baseado nos
dados obtidos com a conduta fisioterapêutica pode-se sugerir que para fraturas de cabeça do rádio é possível iniciar o
tratamento após 15 dias de imobilização ao contrário que alguns autores preconizam que é a imobilização por 20 dias. Com
isso, a fisioterapia precoce proporciona eficácia na reabilitação e volta à funcionalidade com maior rapidez não apenas na
medicina esportiva, mas para qualquer tipo de paciente.
Palavras-chave: Fraturas da cabeça do rádio, Fisioterapia, cinesioterapia
UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE BANDAGEM FUNCIONAL DE PROTEÇÃO NA LUXAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
Ana Claudia de Souza Faria¹
Luiz Henrique Gomes Santos²
¹Acadêmica do curso de fisioterapia Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG ²Docente do
curso de fisioterapia Centro Universitário da Fundação Educacional de Guaxupé – UNIFEG
RESUMO
A luxação acromioclavicular (LAC) é velho problema conhecido do cirurgião, haja vista os antigos relatos da literatura
médica. Em1861 foi realizada a primeira operação para LAC, na era pré-anti-séptica, havendo maior tendência para o
tratamento cirúrgico, embora até hoje as opiniões sejam conflitantes sobre o assunto. Numerosos métodos de tratamento
têm sido sugeridos para essa lesão, os quais variam desde o uso de uma simples tipóia, movimento precoce e reabilitação,
passando pelas férulas e gessos, que se esforçam em manter a redução, até inúmeras técnicas cirúrgicas de redução e
imobilização da articulação acromioclavicular. Existe pouca controvérsia no que se refere ao tratamento das lesões graus I e
II, mas é ainda muito polêmico o tratamento das lesões grau III. Existem diversas técnicas utilizadas no tratamento
conservador, sendo uma delas a bandagem funcional. O presente trabalho visa demonstrar a eficácia da bandagem
funcional de proteção na estabilização do foco de luxação acromioclavicular. Foi utilizada a bandagem do tipo esparadrapo
(CREMER®) sendo aplicada à técnica de proteção, visto que o foco de luxação apresentava sinal de tecla positivo. Após a
aplicação notou-se redução e estabilização do foco de luxação, possibilitando o trabalho de fortalecimento muscular ativo do
complexo do ombro. Com estes, pode-se sugerir a técnica de bandagem funcional como ferramenta a ser utilizada durante a
realização das atividades funcionais para reabilitação do paciente com LAC. Pode-se concluir que a bandagem funcional é
uma ferramenta eficaz na redução e estabilização da LAC diminuindo o atrito ósseo possibilitando maior qualidade na
realização das atividades funcionais e diminuindo assim o risco de recidivas que podem proporcionar o aparecimento de
quadros álgicos e limitações funcionais ao paciente.
Palavras-chave: Luxação acromioclavicular, Bandagem Funcional, Fisioterapia.
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ENAF Science, v.3, n.2
AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE, EQUILÍBRIO, MARCHA E FORÇA DOS PORTADORES DA DOENÇA DE PARKINSON
APÓS A APLICAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE EXERCÍCIOS CINESIOTERAPÊUTICOS.
Alessandra Silva Carvalho¹
Denise Fonseca de Sousa¹
Karina Oliveira Prado Mariano²
Rafael Diniz Mascarenhas Dalle²
¹Fisioterapeuta, graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Campus Poços de Caldas ²Docente do
Curso de Fisioterapia - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Campus Poços de Caldas
RESUMO
Muito se tem descrito na literatura sobre os efeitos de um programa de exercícios cinesioterapêuticos como um dos
recursos utilizados para o tratamento da doença de Parkinson, visto que é uma enfermidade crônica e progressiva de início
insidioso e que afeta o sistema nervoso central com depleção de dopamina na substância negra, decorrente de uma
degeneração da via nigro-estriatal, o que leva a alterações no controle motor, marcha, equilíbrio, postura, mobilidade e força
muscular. Este estudo tem por objetivo investigar os benefícios de um programa de exercícios cinesioterapêuticos sobre a
mobilidade, equilíbrio, marcha e força muscular dos membros superiores e inferiores, através de uma ficha de avaliação
neurológica, utilizada na clínica de fisioterapia da PUC Minas, campus Poços de Caldas, ao final da aplicação de um
programa de exercícios e após 4 semanas deste. Participaram deste estudo dois indivíduos portadores da doença de
Parkinson, um do sexo masculino e uma do sexo feminino com idade de 74 e 76 anos, respectivamente. Os dois voluntários
foram submetidos a um programa de exercícios cinesioterapêuticos, como exercícios de relaxamento, de flexibilidade, de
mobilidade, atividades de equilíbrio e marcha, estratégias de aprendizado motor, utilizando-se de bolas. O mesmo consistiu
de 15 sessões (3 vezes/ semana) com duração de uma hora. Após a realização dos exercícios, foram observados melhora
em ambos pacientes nos aspectos de marcha, equilíbrio estático e dinâmico e mobilidade, não alterando o aspecto força.
Ambos os pacientes mantiveram os resultados após 4 semanas, porém não em todos os itens avaliados e em alguns itens
não houve melhora. Concluímos que a cinesioterapia tem papel importante na manutenção física e psíquica dos pacientes
com doença de Parkinson. Juntamente com o tratamento medicamentoso pode-se proporcionar a estabilidade da
progressão da doença em muitos casos.
Palavras-chave: Doença de Parkinson; controle motor; cinesioterapia.
A REABILITAÇÃO VESTIBULAR EM PACIENTES PÓS-AVE PARA TREINAMENTO DE EQUILÍBRIO E CONTROLE
POSTURAL: UMA ABORDAGEM NEUROFUNCIONAL
Corina Aparecida Fernandes
Luciana Auxiliadora de Paula Vasconcelos
¹Aluna de Graduação – Curso de Fisioterapia da PUC Minas campus Poços de Caldas ²Profa. do Curso de Fisioterapia/
Psicologia da PUC Minas campus Poços de Caldas
RESUMO
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a terceira causa de morte em vários países, e a principal causa de incapacitação
física e mental. A deficiência motora característica do AVE é a hemiparesia, representada pela perda do controle motor e
postural em um hemicorpo, com conseqüente comprometimento do equilíbrio e redução da estabilidade postural. O presente
estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da Reabilitação Vestibular (RV) em pacientes hemiparéticos com prejuízo de
equilíbrio e controle postural. A amostra do estudo foi constituída de 5 indivíduos com hemiparesia à direita ou à esquerda,
idade entre 30 e 70 anos, de ambos os sexos, que se encontravam cadastrados na lista de espera do setor de neurologia da
Clínica de Fisioterapia da PUC Minas campus Poços de Caldas. Os pacientes selecionados passaram por duas avaliações,
inicial e final, e o protocolo de avaliação constou do preenchimento da Ficha de Neurologia deste setor e Avaliações
Específicas, tais como: Modified Rankin Scale (MRS), Quociente de Sensibilidade Motora (QSM), Escala de Equilíbrio de
Berg, Escala de Equilíbrio e Mobilidade de Tinetti, Stroke Specific Quality of Life Scale (SS-QOL) e Dizziness Handicap
Inventory - brazilian version (DHI). O protocolo de tratamento foi baseado nos exercícios de Cawthorne e Cooksey. A análise
estatística dos dados foi feita através do teste t, paramétrico e pareado (*p<0,05). Comparando-se os resultados obtidos nos
dois momentos da avaliação podemos observar que houve um incremento em todos os parâmetros avaliados, havendo
melhora estatisticamente significativa do equilíbrio e controle postural, da mobilidade e na realização das atividades de vida
diárias, com exceção do índice de tontura, que obteve redução, porém não estatisticamente significativa. Conclui-se que a
RV baseada no protocolo de Cawthorne e Cooksey demonstrou ser eficaz na recuperação do equilíbrio em pacientes com
seqüelas de AVE.
Palavras-chave: Acidente Vascular Encefálico, Equilíbrio, Reabilitação Vestibular
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ENAF Science, v.3, n.2
PERFIL DOS CUIDADORES INFORMAIS DE PACIENTES FRAGILIZADOS DO PROJETO SOL - UNIMED
POÇOS DE CALDAS
MIRANDA, C.C
ALVISI, T.C.
JUNQUEIRA, A.P.G.
PROJETO SOL – SERVIÇOS DE ORIENTAÇÕES DOMICILIARES – UNIMED POÇOS DE CALDAS – MG
RESUMO
O crescente envelhecimento populacional inspira atenções específicas principalmente ao idoso dependente. O suporte
primário é na maioria das vezes realizado pelos cuidadores informais. O Projeto Sol da Unimed de Poços de Caldas iniciouse em 1999, seguindo prestações de serviços a pacientes que necessitam de cuidados domiciliares. Observando o grande
despreparo físico e emocional dos cuidadores para acolher um idoso dependente e o esforço da equipe em atender uma
demanda crescente, despertou a imensa necessidade de olhar para estes cuidadores. Este estudo objetivou identificar o
cuidador informal e o principal, suas necessidades e dificuldades. Avaliar a sobrecarga física que tais atividades exercem no
corpo e na saúde destes indivíduos. Colaborar para a análise, investigação e reflexão da relação cuidador-paciente. Utilizouse o Questionário: “Características dos Cuidadores de idosos no contexto da Saúde da Família” aplicados em 20
cuidadores. Setenta e cinco porcento dos cuidadores entrevistados foram mulheres, idade média de 52a; 58% filhas de
pacientes com idade média de 79a (45% portadores de Síndrome de Alzheimer). O cuidar foi aprendido, normalmente
sozinho, e muitos deixaram de trabalhar para dedicar-se ao cuidado. As alterações na saúde do cuidador variaram entre
físicas (dores no corpo) a alterações psicológicas (stress e depressão).
Este novo modelo de estruturação familiar
necessita de apoio da Saúde Primária e traz novos paradigmas a serem refletidos por toda a sociedade: O cuidar é um fardo
pesado que necessita urgentemente de preparo, sob pena da negligência gerar futuros pacientes fragilizados. Conclui-se
pela necessidade de uma intervenção clínica na vida destes cuidadores. Muito além de um suporte, propõe-se uma
preparação para o encargo de cuidar.
Palavras-chave: cuidador, idoso, fragilidade
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO EM INDIVÍDUOS PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Danielle Cavini Corrêa Machado¹
Marcelo Branco²
Maria Imaculada Ferreira Moreira Silva²
1Aluna de graduação – Curso de fisioterapia da PUC Minas Campus de Poços de Caldas ²Professor – Curso de Fisioterapia
da PUC Minas Campus de Poços de Caldas
RESUMO
A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica freqüente, que se caracteriza pela incapacidade do coração de prover
adequada oferta de oxigênio aos tecidos. Resulta de disfunção ventricular sistólica, compreendendo 70 a 80% dos casos, os
demais 20 a 30% de disfunção ventricular diastólica. Este trabalho tem o objetivo de avaliar e tratar pacientes que
apresentem IC, com o intuito de aliviar os sintomas, aumentar a auto-estima, qualidade de vida e bem como comprovar os
beneficio do exercício físico nesses pacientes. Foram avaliados 2 pacientes levando em conta os seguintes critérios:
classificação do grau de comprometimento funcional, etiologia da IC, fatores precipitantes e agravantes, manifestações
clínicas, exames laboratoriais, alterações no eletrocardiograma e sua análise, medicação em uso, avaliação da qualidade de
vida através dos questionários “Vivendo com a Insuficiência Cardíaca” da Universidade de Minnesota e Short Form 36,
aplicação do teste de caminhada de seis minutos (TC6‟), teste ergométrico sub-máximo, escala de Borg, teste com
manovacuômetro, treinamento muscular respiratório, alongamentos e exercícios aeróbios. Os resultados demonstraram que
os pacientes submetidos ao treinamento físico apresentaram queda de freqüência cardíaca, pressão arterial e
conseqüentemente uma queda do duplo produto e Borg, aumento da distância percorrida e da velocidade de pico, aumento
da saturação periférica de oxigênio, ganho de força muscular respiratória, melhora da mobilidade toraco-abdominal e
permeabilidade de vias aéreas e um aumento da qualidade de vida. Conclui-se que um treinamento simples e de fácil
aplicabilidade nos pacientes portadores de insuficiência cardíaca grau II, apresentaram alívio dos sintomas (fadiga,
dispnéia), melhora da tolerância aos esforços físicos e da qualidade de vida.
Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca, Treinamento Físico, Teste de Caminhada 6 minutos.
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ENAF Science, v.3, n.2
MÉTODO BABY BOBATH APLICADO NO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS NASCIDAS PRÉ-TERMO
“ESTUDO DE CASO”
Marina Conceição Peres Carvalho. Fisioterapeuta. Docente UNIFENAS
Juliana Corcini Meneguci. Fisioterapeuta
Eliana Peres Rocha Carvalho Leite. Doutoranda. Docente UNIFAL-MG
Christianne Alves Pereira Calheiros. Mestre.docente UNIFAL-MG
RESUMO
Quando se compara o desenvolvimento motor de neonatos termo e pré-termo ficam evidentes atrasos ligados à
prematuridade. A maioria dos órgãos e sistemas apresenta desenvolvimento estrutural e funcional constante durante os
últimos três meses de vida uterina. O parto prematuro exige a adaptação à vida extra-uterina antes que esses sistemas e
órgãos apresentam desenvolvimento adequado. O neonato pré–termo tem possibilidades de ter mais dificuldades no
aprendizado, desvantagens na interação de linguagem e problemas de coordenação motora do que o bebê de termo total.A
prematuridade é de grande preocupação porque está intimamente associada ao retardo mental e físico, à hiperatividade e à
morte do bebê. A prevenção é geralmente considerada o fator mais importante no melhoramento dos índices de saúde
infantil e de sobrevivência. O método Baby Bobath é uma técnica de reabilitação neuromuscular que utiliza os reflexos e os
estímulos sensitivos para inibir ou provocar uma resposta motora, baseia-se em manipulações no neonato que irão
estimular o desenvolvimento motor normal de cabeça, tronco, braços, mãos, pernas e pés; ajudar na prevenção de
deformidades e ajudar no relaxamento da criança. Este estudo teve como objetivo constatar o atraso no desenvolvimento
neuropsico-motor em recém-nascidos pré-termo e a eficácia da aplicação deste método, na tentativa de minimizar esses
atrasos. Foi realizado um estudo de caso onde um recém-nascido pré-termo foi submetido à aplicação do método duas
vezes por semana, por treze meses consecutivos. Neste caso, foram observados avanços no desenvolvimento quanto às
habilidades motoras, capacidades reflexas, reações posturais, equilíbrio e deambulação. A estimulação através do método
Baby Bobath proporcionou à criança acompanhar a escala neuroevolutiva, provando a eficácia de sua aplicação.
ANÁLISE COMPARATIVA DE CUIDADORES DE PACIENTES IDOSOS DO SETOR PRIVADO (UNIMED) E SETOR
PÚBLICO (PSF MARIA IMACULADA) DA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS -MG
Edna Karine Oliveira Veloso¹
Jhonny Pena Alves¹
Terêsa Cristina Alvisi¹
¹Curso de Fisioterapia – PUC Minas / campus Poços de Caldas
RESUMO
A longevidade mundial traz a preocupação com a manutenção e ou a recuperação da capacidade funcional dos idosos.
Surge uma nova frente de estudos: a garantia de condições favoráveis ao cuidado domiciliário e ao cuidador do idoso.
Comparar e analisar o perfil dos cuidadores que prestam serviços a idosos em programas de setores privado e público. O
presente estudo avaliou de forma descritiva, de caráter exploratório, o perfil de cuidadores de idosos atendidos pelo
PROJETO SOL DA UNIMED (Serviço de Orientação ao Lar) e cuidadores de idosos acolhidos pelo Programa de Saúde da
Família PSF do Bairro Maria Imaculada, ambos da cidade de Poços de Caldas MG. Foram avaliados doze cuidadores de
cada grupo; e aplicados os instrumentos de avaliação: questionário de Nakatani, Inventário do Fardo do Cuidador e Medida
de Independência Funcional (MIF) do idoso assistido e o SF-36. Observou-se que os idosos assistidos pelo PROJETO SOL
da UNIMED apresentam maior faixa etária, são mais dependentes e sua participação financeira é apenas para seu cuidado,
os idosos assistidos pelo PSF do Bairro Maria Imaculada continuam participando no orçamento da família. Em ambos os
programas a patologia de base foi neurológica. Os cuidadores foram a sua maioria do gênero feminino, casadas, filhas e
estão exercendo suas funções a mais de 5 anos. Os cuidadores de pacientes da UNIMED são mais velhos, e se sentem
divididos entre o trabalho doméstico e o cuidado, tempo insuficiente para vida social. E evidencio melhores escores de
qualidade de vida os cuidadores do PSF Maria Imaculada, exceto em saúde mental. O envelhecimento é um fenômeno novo
na historia da humanidade: muitos são os desafios: cuidar e ser cuidado merece estudos específicos e abrangentes.
Palavras-chave: Cuidador, idoso, qualidade de vida
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ENAF Science, v.3, n.2
FORÇA MUSCULAR E QUALIDADE DE VIDA APÓS UM PROGRAMA DE 18 SEMANAS DE EXERCÍCIOS EM
MULHERES COM OSTEOPOROSE PÓS-MENOPAUSA
Lucas E.P.P. Teixeira, Fisiologista do Exercício
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/EPM
Kelson N.G. Silva, Especialista em Fisioterapia Ortopédica
Rebeca D.P. Teixeira, Especialista em Fisioterapia Ortopédica
Aline M. Imoto, Mestre
Tiago J.P. Teixeira, Médico Reumatologista
Maria S. Peccin, Profª Dra da UNIFESP/EPM
Virginia F.M. Trevisani, Profª Dra da UNIFESP/EPM
RESUMO
Uma redução de 30% na força é encontrada entre pessoas de 50 a 70 anos, e esta redução está intimamente ligada a má
qualidade de vida. Avaliar o efeito de um programa de treinamento de força muscular progressiva e propriocepção, na força
do quadríceps e qualidade de vida em mulheres com osteoporose. Foram selecionadas 100 mulheres sedentárias com
idade entre 55 e 75 anos, randomizadas em dois grupos: grupo intervenção composto por 50 pacientes submetidas a 18
semanas de treinamento de força muscular progressiva do quadríceps (a 50%, 60%, 70% até 80% de 1-RM – Uma
Repetição Máxima), e de propriocepção, associados ao tratamento clínico medicamentoso para osteoporose; e grupo
controle também composto por 50 pacientes que receberam apenas o tratamento clínico medicamentoso. Como as
voluntárias eram sedentárias um período de adaptação e baixa carga de trabalho por duas semanas foi aplicado para
posterior implementação de protocolo de progressão de carga. Força muscular e qualidade de vida eram avaliadas no início
e ao final da pesquisa através do Teste de 1-RM e Short Form-36 (SF-36). Oitenta e cinco pacientes concluíram a pesquisa.
Após as 18 semanas de treinamento observou-se um aumento médio de 87,5% (p< 0,001) na força muscular dinâmica
máxima de quadríceps (1-RM) das voluntárias do grupo intervenção. Verificamos ainda que os scores para SF-36 no grupo
intervenção melhoraram em todas as oito sube-scalas depois do período de treinamento tanto na comparação com
admissão como na comparação com o controle. Estas mudanças eram estatisticamente significativas (p ≤ 0,007) e
clinicamente (pelo menos 13,5 mudança de pontos em cada sub escala do SF-36) significante para todas as sub-escalas. A
associação do treinamento de força progressiva para quadríceps com o de propriocepção é eficaz no aumento da força
muscular do quadríceps e na melhora da qualidade de vida.
Palavras-chave: osteoporose; exercícios; qualidade de vida.
TREINAMENTO SENSÓRIO-MOTOR EM ATLETAS DE HANDEBOL
Marília da Costa Teixeira¹
Leila Aparecida Carvalho¹
Thatia Regina Bonfim²
¹Graduada em Fisioterapia pela PUC Minas campus Poços de Caldas ²Doutora em Ciências da Motricidade pela UNESP –
Rio Claro Profa. do Curso de Fisioterapia - PUC Minas campus Poços de Caldas
RESUMO
O handebol é um esporte rápido, explosivo e de contato, classificado como um esporte de alto risco para a ocorrência de
lesões, sendo a entorse de tornozelo uma das lesões mais freqüentes. A fisioterapia atua tanto na reabilitação quanto na
prevenção deste tipo de lesão, principalmente fazendo uso do treinamento sensório-motor, visando diminuir o número de
lesões e melhorar o controle neuromuscular e o desempenho dos atletas. Em função disto, este estudo teve como objetivo
propor e verificar o efeito de um protocolo de treinamento sensório-motor, em atletas de handebol, visando a prevenção das
entorses de tornozelo. Participaram deste estudo sete atletas da equipe masculina de handebol infanto-juvenil da cidade de
Poços de Caldas, com idade entre 15 e 18 anos. Os participantes foram submetidos uma avaliação, a qual mensurou a
atividade eletromiográfica dos músculos tibial anterior e fibular longo em contração voluntária concêntrica e na manutenção
do equilíbrio; o tempo de manutenção do equilíbrio; a impulsão no salto vertical. O treinamento sensório-motor foi composto
basicamente por exercícios de alongamento, equilíbrio e propriocepção, agilidade e pliometria, realizados em dez sessões,
com trinta minutos de duração cada, duas a três vezes por semana, durante seis semanas. Os resultados revelaram
diferença significante para atividade eletromiográfica dos músculos tibial anterior e fibular longo em contração voluntária
concêntrica (p<0,05) e um aumento na impulsão do salto vertical (p<0,05). Porém não indicaram diferença significante para
a atividade eletromiográfica dos músculos tibial anterior e fibular longo na posição de equilíbrio em apoio unipodal (p>0,05) e
no tempo de manutenção do equilíbrio em apoio unipodal (p>0,05), após o período de treinamento. Com base nos
resultados obtidos neste estudo, sugere-se que o treinamento sensório-motor proposto pode ser utilizado na prevenção de
entorses de tornozelo, além de auxiliar na melhora do desempenho de habilidades motoras em atletas de handebol.
Palavras-chave: Entorse de tornozelo, treinamento sensório-motor, fisioterapia.
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ENAF Science, v.3, n.2
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TERMAIS DE POÇOS DE CALDAS COMO PRESTAÇÃO SÓCIO-SANITÁRIA PARA A
PROMOÇÃO DA SAÚDE
Camila Vieira Lopes¹
Raphael José Silveira Humberto¹
Teresa Cristina Alvisi¹
¹Curso de Fisioterapia – PUC Minas Campus Poços de Caldas
RESUMO
A balneoterapia no Brasil apesar de estar reconhecida pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria 971, a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 22/06/2006, ainda passa por trâmites burocráticos para
sua real utilização. Entretanto os Serviços Termais Municipais de Poços de Caldas vêm oferecendo tais benefícios aos
pacientes encaminhados pelo Serviço Público Municipal recuperando desta forma a sua raiz histórica de Promoção da
Saúde como atenção primária. Levantar e analisar o perfil dos pacientes que utilizaram os Serviços Termais Municipais nos
últimos 20 meses (janeiro 2007 a agosto de 2008), através do SUS. Classificação dos atestados médicos encaminhados
aos Serviços Termais durante o período em estudo. Os dados obtidos foram agrupados em tabelas e tratados por meio de
análise estatística descritiva, sendo calculada especificamente a freqüência em porcentagem dos itens: idade, gênero,
número de atendimentos, tipo de serviço utilizado e patologia de base para o encaminhamento termal. Após análise dos
dados obtidos verificou-se que: 1934 pacientes utilizaram a balneoterpia, sendo 64% pacientes com idade entre 60 a 79
anos, perfazendo um total de 26.110 atendimentos; 69% dos usuários pertencem ao sexo feminino, sendo que 64% do total
com idade entre 60 a 79 anos; 45,35% apresentando queixas osteo-articulares e 46% procuram o recurso termal como
prevenção e/ou recuperação de queixas somato -emocionais. O termalismo apresenta-se como um recurso terapêutico
disponível, natural, atendendo principalmente a queixas de patologias crônicas e despontando como um coadjuvante eficaz
no combate das doenças advindas do stress e na promoção de manutenção da saúde.
Palavras-chave: termalismo, balneoterapia, promoção da saúde.
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PREVENÇÃO DAS DTS/AIDS DOS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO
ENSINO MÉDIO EM ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE GUAXUPÉ, MG
Josiane Alves da Silva¹
Nathalia Ciarallo Mauer¹
Patrícia Cabral Carneiro Barreiro,²
¹Discente do 6° período do Curso de Enfermagem do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG –
Guaxupé – MG ²Docente do Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG – Guaxupé - MG
RESUMO
Na antiga Grécia as DSTs eram conhecidas por “doenças venéreas”, referente às sacerdotisas dos templos de Vênus, onde
era realizada prostituição em forma de culto à Deusa do Amor; na Bíblia, podem-se observar citações em relação à
gonorréia (identificada somente em 1879); sífilis foi registrada em tumbas no Egito. Após a Segunda Guerra Mundial, devido
ao descobrimento de alguns antibióticos, como a ampicilina, foram consideradas como vencidas. A partir dos anos 60, com
a liberação sexual e a descoberta da pílula anticoncepcional, as DSTS foram consideradas como epidêmicas, nessa época
houve aumento na precocidade do inicio da vida sexual, variação de parceiros e na freqüência da atividade sexual, o tabu
da virgindade substituído pelo oposto, motivos que influenciaram na progressão dessas doenças. As DSTS são motivo de
grande preocupação em saúde publica, não apenas por sua incidência elevada, mas também pela suas complicações
associadas. Segundo a OMS, no Brasil ocorrem em média de 10 a 12 milhões de novos casos por ano, e no mundo, cerca
de 340 milhões de novos casos – quase 1 milhão de novos casos por dia. Apesar da liberação sexual dentro da própria
família, da facilidade de acesso dos jovens à informação e aos métodos de prevenção, vem crescendo a incidência de
DST/AIDS entre os grupos adolescentes, associada ao aumento da atividade sexual. Assim, torna-se necessário avaliar o
nível de conhecimento sobre a prevenção das DST/AIDS em adolescentes, a fim de promover campanhas de
conscientização, melhorar o acesso destes jovens à informação de prevenção. O trabalho consiste em analisar nível de
conhecimento sobre a prevenção de DSTs e AIDS em estudantes do primeiro ano do ensino médio de escolas de Guaxupé,
MG, através da aplicação de questionário, sob a supervisão dos autores. Sendo feita analise das respostas comparando-se
os dados das diversas escolas avaliadas.
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ENAF Science, v.3, n.2
AUTO-EXAME DAS MAMAS: PRÁTICA ENTRE AS FUNCIONÁRIAS VINCULADAS À EMPRESA QUE PRESTA
SERVIÇOS À UNIFAL- MG.
Eliana Peres Rocha Carvalho Leite. Doutoranda. Docente UNIFAL-MG
Christianne Alves Pereira Calheiros. Mestre.docente UNIFAL-MG
Bruna Lemos Di Spirito Acadêmica Enfermagem. UNIFAL-MG
Marina Conceição Peres Carvalho. Fisioterapeuta. Docente UNIFENAS
Patrícia Alves Pereira Carneiro.Mestranda. Docente UNIS
Tatiana Bárcia Tolentino. Acadêmica Enfermagem. UNIFAL-MG
RESUMO
O auto-exame das mamas é um importante método auxiliar na detecção do câncer. Após a vivência de situações de grande
desgaste físico e emocional com portadoras de câncer de mama, realizou-se esta pesquisa que tem por objetivos verificar a
prática do auto-exame das mamas entre as funcionárias de empresa que presta serviços à Universidade Federal de Alfenas,
Minas Gerais e avaliar a necessidade de ações educativas entre as mesmas. A população em estudo foi constituída por
todas as funcionárias sendo os dados coletados a partir de um questionário previamente validado. Os dados quantitativos
foram submetidos à análise descritiva. Os resultados evidenciam que das 42 mulheres entrevistadas, 40 relatam ter
recebido informações sobre o auto-exame das mamas e destas, 26 o realizam. Dentre as 16 que não realizam o autoexame das mamas, 14 foram informadas sobre o mesmo, sendo que 10 destas foram informadas por profissionais de
saúde. Em relação a idade, 20 mulheres encontram-se na faixa etária de 35 a 49 anos a qual é considerada de maior
incidência para o câncer de mama e que destas, 13 realizam o auto-exame das mamas. Das 05 mulheres que informaram
casos de câncer de mama na família, 03 realizam o auto-exame. Dentre as razões para a não realização do auto-exame das
mamas, foram citadas: esquecimento, desconhecimento da técnica, receio de encontrar algo de risco, falta de tempo e falta
de curiosidade. Embora o auto-exame das mamas seja realizado pela maioria das entrevistadas, verificou-se que a técnica
de execução não é feita corretamente de acordo com a maneira e freqüência preconizadas. Mediante tal situação, após a
exposição dos resultados da pesquisa à população alvo, foram ministradas palestras para esclarecimento acerca da prática
do auto-exame das mamas.
AVALIAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO ACIMA DE 60 ANOS DE IDADE EM RELAÇÃO A
FATORES RELACIONADOS A SAUDE E LONGEVIDADE
Divaldo de Stefani
Graduação: Enfermagem e Obstetrícia
Especialista: Nutrição ; Formação Pedagógica para profissionais de saúde;
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Tamboara-Pr
Coordenador do Programa de Saúde Familiar-Tamboara-Pr
Marcos Danilo Leão
Graduação: Bacharelado e Licenciatura Plena em Educação Física
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Tamboara-Pr
Ana Paula Carrion
Graduação: Enfermagem
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Tamboara-Pr
RESUMO
Esta avaliação refere-se a pesquisa realizadas com idosos do município de Tamboara-Pr, com 4.564 habitantes, e serviu
de referencia para definição do perfil epidemiológico da população idosa. O objetivo deste trabalho é a investigação de
fatores ligados a saúde desta população e a partir destes dados criar mecanismo de intervenção na saúde da população
idosa. A metodologia utilizada foi formulário de pesquisa, onde foram analisado fatores de risco a saúde e condições de
moradia, atividade física, uso de medicamentos, auto-percepção da saúde e relação de independência física, para esta
avaliação utilizou-se formulário padronizado sendo avaliados 277 do sexo masculino e 319 do sexo feminino, totalizando
596 indivíduos representando 13% da população do município. Concluímos com este trabalho que a população idosa do
município apresenta em relação ao grau de escolaridade, 35% de analfabetismo dentro desta faixa etária o que compromete
o entendimento de tratamentos médicos e campanhas de saúde que necessitem de compreensão através da leitura, em
relação aos fatores de risco a saúde apresenta 18,9% de fumantes, 65,6% de portadores de Hipertensão Arterial e 16,1%
de portadores de Diabetes mellitus, em relação a pratica de atividade física somente 15% participam de alguma atividade
física e 85% não realizam, o que torna preocupante em relação aos fatores prejudiciais dos hábitos sedentários, que estão
ligados ao comprometimento das patologias cardiovasculares e doenças crônicas não-transmissíveis, os indivíduos
investigados consideraram em relação a auto-percepção de saúde 4,02% sua saúde muito boa, 38% boa, 40,2% regular,
4,6 ruim e 0,5 muito ruim, observamos um número elevado de quedas no último ano, com 104 indivíduos que sofreram
quedas, representando 17% da população idosa, sendo 36 do sexo masculino e 68 do sexo feminino, consideramos a
necessidade emergente de ações amplas para a melhoria da qualidade de vida e longevidade saudável da população idosa.
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ENAF Science, v.3, n.2
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA: INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA NO CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA DE UM
HOSPITAL GERAL
Cezar Bruno Pedroso¹
Camila Oliveira Santos¹
Denise Maria Osugui²
¹Acadêmico de enfermagem do Centro Universitário do Sul de Minas-UNIS/MG ²Enfermeira e Professora Especialista
RESUMO
A presente pesquisa visa investigar a incidência e prevalência de parada cardiorrespiratória (PCR) nos pacientes internados
no centro de terapia intensiva (CTI) de um hospital geral do sul de Minas Gerais e a ocorrência de óbitos e reabilitações,
frente à reanimação cardiopulmonar (RCP) aplicada, levando em consideração os parâmetros clínicos fisiológicos e
laboratoriais de cada paciente. Segundo Bueno et al (2005), a PCR é definida como súbito cessar da atividade miocárdica
ventricular útil, associada à ausência de respirações, sendo considerado um evento comum em medicina intensiva,
principalmente se for causada por disfunção de múltiplos órgãos. O CTI é um conjunto de elementos funcionalmente
agrupados, que se destina ao atendimento de pacientes graves ou de riscos que necessitam de assistência médica e de
enfermagem continuamente, além de equipamentos e recursos humanos especializados (VARGAS; BRAGA, 2006). Assim
faz - se necessário a realização de uma pesquisa com análise quantitativa da incidência e prevalência de PCR e óbitos
conseqüentes a essa condição em um CTI de um hospital geral do sul de Minas Gerais, com técnica de pesquisa descritiva,
e processo de amostragem não – probabilístico. A coleta de dados é realizada diariamente em impresso específico para
acompanhar a condição clínica do paciente, incluindo a busca da ocorrência de PCR, analisando se houve aplicação das
manobras de reanimação cardiopulmonar, e avaliando os resultados das manobras aplicadas, a coleta de dados é realizada
por um período de três meses. Através dos resultados, é possível delimitar a incidência e prevalência de PCR, identificar os
pacientes de risco, sendo que os resultados fornecem subsídios para uma monitorização mais efetiva do paciente, e definir
medidas específicas para a condição clínica dos pacientes, melhorando a assistência àqueles pacientes identificados como
de risco.
ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO HUMANO: PERCEPÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
DE NÍVEL MÉDIO
Cezar Bruno Pedroso¹
Erasmo Rodrigo Soares Santos¹
Patrícia Alves Pereira Carneiro²
¹Acadêmico de enfermagem do Centro Universitário do Sul de Minas-UNIS/MG ²Enfermeira e Professora Especialista
RESUMO
Este estudo visa desvendar o conhecimento do profissional de enfermagem de nível médio, frente às alterações fisiológicas
do envelhecimento humano e de forma mais específica investigar se esses profissionais estão cientes do aumento da
expectativa de vida da população mundial, bem como preparados para atender as peculariedades da classe idosa. Diante
disto, Smeltzer e Bare (2006) relata que a maioria dos cuidados prestados a idosos, são realizados por profissionais de
enfermagem de nível médio, que representam muito maior número que os profissionais de enfermagem de nível superior
nas instituições de saúde. Importante ressaltar, ainda, que atualmente sabe - se que a população que mais cresce é a de
idosos, onde as estimativas mostram que em 2025, o Brasil terá a 6º maior população de idosos do mundo, com cerca de 32
milhões de idosos, que apresentam como principal déficit orgânico durante a velhice, as perdas funcionais (FREITAS et al,
2002). Assim, faz – se necessário a realização de uma pesquisa com análise qualitativa, do conhecimento do profissional de
enfermagem de nível médio frente às alterações da senescência, utilizando - se de entrevista específica e adequada, ao
grau de formação dos sujeitos, considerando as características envelhecimento fisiológico e enfatizando os principais
aspectos do cuidado de enfermagem. Ainda se caracterizando como transversal, com técnica de pesquisa descritiva, com
processo de amostragem não probabilístico a ser realizada em um hospital geral do sul de Minas Gerais com todos os
profissionais de enfermagem de nível médio que atuam em clinica médica/ cirúrgica e de cuidados intensivos. Os resultados
alcançados serão úteis para identificar aspectos profissionais, sejam qualidades ou deficiências, que forneçam subsídios
para reformular e qualificar a formação desses profissionais de enfermagem, aumentando o seu nível de qualificação,
melhorando a assistência aos pacientes gerontológicos.
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ENAF Science, v.3, n.2
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