clipping 29.08.11
Transcrição
clipping 29.08.11
CLIPPING DE NOTÍCIAS Ministério Público do Trabalho – PRT – 22ª Região Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 PORTAL DO STJ NOTÍCIA Há repercussão sobre possibilidade de promoção por tempo de serviço com nomeação retroativa Foi reconhecida a repercussão geral do tema discutido no Recurso Extraordinário (RE) 629392, em que o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) definirá se, uma vez reconhecida a eficácia retroativa do direito à nomeação em cargo público, são cabíveis as promoções por tempo de serviço, independentemente da apuração própria ao estágio probatório. O caso De acordo com o RE, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento de um recurso em mandado de segurança, assinalou a existência de direito líquido e certo à nomeação de candidatos aprovados em concurso para o cargo de defensor público do Estado de Mato Grosso e classificados, inicialmente, além do número de vagas versado no edital de abertura do concurso. Aquele Tribunal consignou que, conforme sua jurisprudência, ―havendo, durante o prazo de validade do concurso, o lançamento de um novo ou a contratação de outro servidor, a título precário, para exercer as mesmas funções do cargo para o qual foram aprovados candidatos, transmuda-se a expectativa de direito em direito subjetivo à nomeação‖. Isto é, com esse fundamento, o STJ assentou que o ato da Administração Pública que evidencie a necessidade de preenchimento de vagas previstas no edital do certame, não ocupadas por aprovados dentro do número estabelecido, gera direito subjetivo à nomeação dos candidatos classificados inicialmente além daquele número. Afirmou corroborar o citado entendimento o fato de o Estado de Mato Grosso ter realizado novo concurso para defensor público em vez de nomear os candidatos aprovados no certame anterior. Contudo, o Estado do Mato Grosso opôs embargos de declaração em face do acórdão do STJ e, naquela Corte, foi dado provimento parcial ao recurso para admitir a inexistência de direito aos candidatos à promoção funcional, sob o argumento de que "os requisitos [da promoção] dependem não apenas do reconhecimento de tempo de serviço pretérito, mas do cumprimento de exigências legais e constitucionais, como, por exemplo, a aprovação, após três anos de efetivo exercício, em estágio probatório, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia constitucional", conforme consta nos autos. No RE, os autores alegam transgressão ao artigo 37, caput, inciso IV e parágrafo 6º, da Constituição Federal. Sustentam que devem ser reconhecidos "além dos direitos inerentes ao cargo, isto é, os financeiros e funcionais retroativos à data final do prazo de validade do concurso, às promoções decorrentes do tempo de serviço‖. Acrescentam que, se não fosse o cometimento de ato ilícito pela Administração Pública, estariam lotados em ―entrância especial e não em localidades longínquas da Comarca de Cuiabá‖. Apontam serem diversos os institutos da promoção na carreira e do estágio probatório, sendo o primeiro, forma de provimento no cargo público, conforme o artigo 39, parágrafo 2º, da CF. O estágio probatório, segundo argumentam, ―configura instrumento apto a mesurar a vocação do servidor para o cargo público‖. Acrescentam não ser o estágio probatório requisito absoluto para promoção, de acordo com o artigo 59, da Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. Sob o ângulo da repercussão geral, os autores anotam tratar-se de questão relevante do ponto de vista jurídico e político, transcendendo o interesse subjetivo das partes. Defendem que todos os entes da federação devem saber quais as medidas práticas cabíveis por ocasião da nomeação e posse de candidatos que, após recorrerem ao Poder Judiciário, têm os direitos reconhecidos. Manifestação do relator ―Está-se diante de situação jurídico-constitucional capaz de repercutir em inúmeros concursos públicos realizados pela Administração Pública‖, disse o ministro Marco Aurélio, relator do recurso extraordinário. Segundo ele, a matéria em questão ―não só é de envergadura maior constitucional, como também pode repertir-se em inúmeros processos‖, motivo pelo qual se pronunciou pela existência da repercussão geral. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 PORTAL DO TST NOTÍCIA Empregado consegue equiparação salarial com colega estrangeiro Um oficial de náutica, que trabalhou para a Noble do Brasil S/C Ltda., conseguiu equiparação salarial com um colega estrangeiro que exercia função idêntica, na mesma área de trabalho (navio e plataforma), embora pertencesse a empresa distinta que fazia mesmo grupo empresarial. A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) rejeitou recurso da Noble e manteve decisões anteriores da Justiça do Trabalho que deferiram a equiparação. Com isso, a título de equiparação, o oficial receberá R$ 500 mil. A Noble do Brasil S/C Ltda. pertence ao mesmo grupo econômico da Noble International Limited. São empresas que prestam serviços à Petrobras. Inicialmente, o oficial foi contratado para exercer a função de supervisor de segurança /trainee/, na plataforma do litoral de Sergipe. Em abril de 2006, quando foi promovido à função de operador de posicionamento dinâmico com salário de R$ 11 mil e 500, descobriu que executava as mesmas tarefas de colegas de outra nacionalidade, contratados pela Noble International, que recebiam R$ 16 mil. Por essa razão, postulou na Justiça do Trabalho o pagamento da diferença salarial em relação aos colegas e diferenças reflexas. O Primeiro Grau deferiu a diferença salarial e reflexos postulados sobre as verbas trabalhistas, tomando-se como base de cálculo o salário do colega de maior valor, num total de R$ 500 mil. Fundamentou sua decisão por constatar a identidade de funções e ainda com base no artigo 461 da CLT (sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade). Contra a condenação, a Noble recorreu ao TRT de Sergipe (20ª Região). Alegou não serem seus os empregados que serviram de modelo ao pedido de equiparação, mas da Noble International e que inexistindo coincidência entre os empregadores, não se poderia reconhecer a equiparação. Insistiu, também, que o Primeiro Grau julgou com ‗erro de fato‘, ao concluir pela existência de grupo econômico entre as empresas. Todavia, o Regional manteve a sentença, entre outros fundamentos, porque, embora a jurisprudência do TST não seja uniforme no sentido de caber ou não a equiparação salarial entre empregados pertencentes a empresas distintas que integrem um grupo econômico. O que ocorreu no caso, sendo o oficial empregado de empresa integrante de grupo econômico, assim como os colegas que serviram de modelo, que exerciam a mesma função, trabalhando ‗ombro a ombro‘. Também porque os serviços prestados pelo oficial e os colegas aproveitam ambas as empresas do grupo; em face do princípio da isonomia; pela subsunção do artigo 461 da CLT. Por fim, porque as empresas componentes de grupo econômico, para os efeitos das obrigações trabalhistas, constituem empregador único, nos termos do artigo 2º, parágrafo 2º, da CLT. A Noble dirigiu-se ao TST para reformar a decisão. Insistiu não haver provas de que o oficial e os colegas exercessem a mesma função na mesma empresa ou para o mesmo empregador, bem como na inexistência de grupo econômico, por ela e a Noble International serem pessoas jurídicas distintas. Ao julgar seu recurso, o ministro Pedro Paulo Manus, relator na Turma, observou que o fato de as empresas serem pessoas jurídicas distintas e com quadro de pessoal próprio não exclui a existência de grupo econômico, como bem configurou o Regional. Segundo ele, embora não seja entendimento unânime no TST de que tratando-se de grupo econômico, única e simplesmente, não há falar em equiparação salarial entre empregados de empresas distintas, uma particularidade chamou sua atenção: ―não é o caso de haver grupo econômico, apenas, mas identidade de atividades, de local da prestação dos serviços (mesma plataforma)‖, tendo concluído correta a decisão do Regional. Em seu voto, o ministro citou julgado recente da Sexta Turma, no mesmo sentido ao seu, da relatoria do ministro Augusto César Leite. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 PORTAL DO TST NOTÍCIA Empresa é responsabilizada por tiros disparados por empregado A fúria de um empregado que, descontrolado, descarregou um revólver calibre 38 dentro do trabalho, ferindo três pessoas e matando outra, custará à empresa Industrial Metalúrgica Rotamil Ltda. o pagamento de R$ 50 mil por danos morais, R$ 8,5 mil por danos materiais e pensão mensal vitalícia a uma das vítimas. A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve a condenação imposta na instância anterior, que entendeu ter ocorrido negligência da empresa ao permitir a entrada do agressor no local dos fatos. O operador de máquinas da metalúrgica, Charles Soares, de 30 anos de idade, foi suspenso do trabalho no dia 2 de outubro de 2002, após ameaçar seu superior hierárquico com uma chave de fenda. Revoltado com a penalidade e considerando-se injustiçado, ele voltou ao trabalho no dia seguinte, com uma arma escondida em um envelope, e disparou contra diversos colegas de trabalho, dentre eles o diretor superintendente da empresa, que morreu no local. Uma das vítimas foi atingida com um tiro na face. A bala atravessou seu globo ocular direito e o maxilar, levando à perda da visão do olho direito, perda parcial da visão do olho esquerdo e dilaceramento de parte do rosto, incapacitando-o para o trabalho. O trabalhador baleado ajuizou reclamação trabalhista contra a metalúrgica com pedido de indenização por danos morais, materiais e estéticos. A Vara do Trabalho de Caxias do Sul (RS) julgou os pedidos improcedentes. Para o juiz, a empresa não agiu com culpa no incidente, pois não tinha como prever e evitar a ação do atirador, absolvido na ação penal por ser considerado inimputável ante o estado de loucura atestado por laudo psiquiátrico. O magistrado trabalhista, ao absolver a empresa, entendeu tratar-se de caso típico de exclusão do nexo de causalidade por fato de terceiro (quando a conduta de terceiro - que não a vítima, o empregador ou seus prepostos - intervém para gerar o dano). A premeditação do crime, o comportamento tranquilo do empregado nos anos anteriores, a ocultação da arma e o elemento surpresa convenceram o julgador de que a empresa não tinha como evitar a tragédia. ―Foge à razoabilidade, nesse contexto, exigir que a demandada tivesse adotado qualquer medida de segurança com relação a esse caso, em que o autor dos danos, totalmente transtornado, veio a comportarse de forma absolutamente imprevisível‖, disse o juiz. O empregado recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), com sucesso. Para o Regional, este é um caso típico de responsabilidade subjetiva da empresa, com a presença de todos os seus requisitos, quais sejam: existência do dano, do nexo de causalidade e de culpa. ―Impunha, por parte da empregadora, a tomada de ações preventivas, inclusive no sentido de barrar a entrada do agressor na empresa, até porque estava ele cumprindo suspensão. Por outro lado, é incontroverso que a empresa não possuía, na ocasião, nenhum sistema de vigilância nas entradas e saídas da empresa, circunstância que dá margem a acontecimentos como o ora em apreço‖, destacou o acórdão regional. A decisão do TRT baseou-se, ainda, no texto do artigo 21 da Lei nº 8.213/91, que equipara a acidente do trabalho aquele sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; e ato de pessoa privada do uso da razão. A empresa foi condenada a pagar indenização ao trabalhador no valor de R$ 50 mil por danos morais, R$ 8,5 mil pelo dano estético, mais pensão mensal vitalícia. Insatisfeita, a metalúrgica recorreu ao TST, alegando a falta de nexo causal ante a incidência de ―fato de terceiro‖, ―força maior‖ e ―caso fortuito‖. O relator do acórdão no TST, ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, quanto à presença dos requisitos para o deferimento de indenização, assinalou em seu voto a impossibilidade de rever fatos e provas na atual instância recursal (Súmula 126). O ministro registrou, ainda, a perspicácia da decisão do TRT, ao examinar a necessidade de medidas de segurança no ambiente de trabalho, a cargo do empregador. ―Em tempos de violência generalizada, não é razoável que empresa de porte da reclamada permaneça de porteiras abertas e desguarnecidas, permitindo o livre ingresso de qualquer delinquente. Já os antecedentes do empregado agressor, na manhã do mesmo dia da tragédia após relatada, e suas suspensões, denotavam a imperiosa necessidade de se inviabilizar seu reingresso na área da empresa. Houve negligência, patente culpa strictu sensu do empregador‖, disse ele. A Terceira Turma manteve a condenação quanto aos danos morais e estéticos e quanto à pensão mensal vitalícia. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 PORTAL DO TST NOTÍCIA Casas Bahia indenizará trabalhadora que sofreu assédio sexual A empresa Casas Bahia Comercial Ltda., condenada a indenizar uma empregada vítima de assédio sexual ocorrido numa das filiais, recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), via agravo de instrumento, com a pretensão de modificar a decisão regional. A Terceira Turma, contudo, não atendeu ao pedido da empresa observando, no caso, a incidência da Súmula 126/TST que não permite o reexame de fatos em instância extraordinária. Por cerca de dois meses, a empregada sofreu assédio sexual por parte do gerente da filial em que trabalhava e, ao denunciar os fatos, foi dispensada logo em seguida. Somente com o surgimento de outras denúncias, no mesmo sentido, a empresa demitiu o funcionário, mas sem justa causa. Em face do constrangimento a que foi submetida, a trabalhadora buscou a devida indenização por dano moral. Todavia, a sentença inicial não lhe foi favorável: julgou improcedente o pedido por entender que não houve culpa da empregadora. O Tribunal Regional do Trabalho da 17.ª região (Espírito Santo), por sua vez, adotou entendimento diverso ao analisar a situação da trabalhadora. Ciente dos fatos ocorridos, o Regional afirmou estar caracterizada a lesão à honra e boa fama da empregada, cuja proteção é assegurada constitucionalmente. A responsabilidade do empregador, no caso de assédio de um empregado sobre outro a ele subordinado, decorre de omissão do dever de fiscalizar com eficiência o ambiente de trabalho, prevenindo a ocorrência de fatos ou atos que possam causar danos materiais ou morais àqueles que lhe prestam serviços, enfatizou o TRT. Dos depoimentos registrados nos autos, consta que sendo o gerente detentor de mando inerente ao próprio cargo, utilizava-o de forma a subjugar e coagir suas funcionárias à prática de favores sexuais, com recompensas pelas tolerâncias e punições às resistências. Ele importunava costumeiramente suas subordinadas, chamando-as para sair, elogiando-as com adjetivos como ―bonitas‖, ―gostosas‖, declarando que não se importava com o fato de serem casadas, e lhes fazia promessas de melhoria dentro da empresa. Por fim, o TRT17 reformou a sentença para condenar a empresa ao pagamento de indenização em face dos danos morais sofridos pela trabalhadora. E, observando a gravidade da lesão e o caráter pedagógico que deve ter a condenação, fixou o valor da indenização em R$ 35 mil. Na Terceira Turma o relator, ministro Horácio de Senna Pires, destacou em seu voto o aspecto elucidativo do acórdão regional, cujas informações, a seu ver, dirimiram toda a controvérsia referente ao assédio sexual e ao dano moral. Desse modo, o reexame pretendido pela empresa é inadmissível em sede extraordinária, em face do óbice da Súmula 126/TST, concluiu. Em conformidade com a análise do Relator, a Terceira Turma, unanimemente, negou provimento ao pedido da empregadora. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 CONSULTOR JURÍDICO NOTÍCIA STF vai definir sobre promoção de defensor em MT O Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral do Recurso Extraordinário, que definirá se, uma vez reconhecida a eficácia retroativa do direito à nomeação em cargo público, são cabíveis as promoções por tempo de serviço, independentemente da apuração própria ao estágio probatório. ―Está-se diante de situação jurídico-constitucional capaz de repercutir em inúmeros concursos públicos realizados pela administração pública‖, disse o ministro Marco Aurélio, relator do recurso extraordinário. Segundo ele, a matéria em questão ―não só é de envergadura maior constitucional, como também pode repertir-se em inúmeros processos‖, motivo pelo qual se pronunciou pela existência da repercussão geral. De acordo com o RE, o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de um recurso em mandado de segurança, assinalou a existência de direito líquido e certo à nomeação de candidatos aprovados em concurso para o cargo de defensor público do Estado de Mato Grosso e classificados, inicialmente, além do número de vagas versado no edital de abertura do concurso. ―Havendo, durante o prazo de validade do concurso, o lançamento de um novo ou a contratação de outro servidor, a título precário, para exercer as mesmas funções do cargo para o qual foram aprovados candidatos, transmuda-se a expectativa de direito em direito subjetivo à nomeação‖, entendeu o STJ. Com esse fundamento, o STJ decidiu que o ato da administração pública que evidencie a necessidade de preenchimento de vagas previstas no edital do certame, não ocupadas por aprovados dentro do número estabelecido, gera direito subjetivo à nomeação dos candidatos classificados inicialmente além daquele número. Afirmou corroborar o citado entendimento o fato de o Estado de Mato Grosso ter realizado novo concurso para defensor público em vez de nomear os candidatos aprovados no certame anterior. Promoção posterior Contudo, o Estado do Mato Grosso opôs embargos de declaração em face do acórdão do STJ e, naquela Corte, foi dado provimento parcial ao recurso para admitir a inexistência de direito aos candidatos à promoção funcional, sob o argumento de que "os requisitos [da promoção] dependem não apenas do reconhecimento de tempo de serviço pretérito, mas do cumprimento de exigências legais e constitucionais, como, por exemplo, a aprovação, após três anos de efetivo exercício, em estágio probatório, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia constitucional", conforme consta nos autos. No RE, os autores alegam transgressão ao artigo 37, caput, inciso IV e parágrafo 6º, da Constituição Federal. Sustentam que devem ser reconhecidos "além dos direitos inerentes ao cargo, isto é, os financeiros e funcionais retroativos à data final do prazo de validade do concurso, às promoções decorrentes do tempo de serviço‖. Acrescentam que, se não fosse o cometimento de ato ilícito pela administração pública, estariam lotados em ―entrância especial e não em localidades longínquas da Comarca de Cuiabá‖. Apontam serem diversos os institutos da promoção na carreira e do estágio probatório, sendo o primeiro, forma de provimento no cargo público, conforme o artigo 39, parágrafo 2º, da CF. O estágio probatório, segundo argumentam, ―configura instrumento apto a mesurar a vocação do servidor para o cargo público‖. Acrescentam não ser o estágio probatório requisito absoluto para promoção, de acordo com o artigo 59, da Lei Orgânica da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. Sob o ângulo da repercussão geral, os autores anotam tratar-se de questão relevante do ponto de vista jurídico e político, transcendendo o interesse subjetivo das partes. Defendem que todos os entes da federação devem saber quais as medidas práticas cabíveis por ocasião da nomeação e posse de candidatos que, após recorrerem ao Poder Judiciário, têm os direitos reconhecidos. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE EDITORIAL Conflito de tráfego O prefeito Elmano Férrer já assinou as ordens de serviço para a obra de dois viadutos sobre a linha férrea, nas ruas Arêa Leão e Quintino Bocaiúva, no Mafuá, zona norte. Mas três viadutos devem ser construídos sobre o leito rebaixado da ferrovia que cruza a cidade, um deles na rua Francisco Mendes, no bairro Porenquanto, zona norte da capital, para criar um binário de tráfego com a rua Jacob Almendra, facilitando o acesso ao Centro Cívico - conjunto de repartições do Legislativo e Judiciário, incluindo o novo Fórum Central de Teresina. Os cinco viadutos, assim como o asfaltamento ou recuperação do piso asfáltico de vias secundárias e terciárias, fazem parte de um esforço da administração municipal com o fito de criar alternativas para desafogar o tráfego, embora isso tenha esbarrado na preferência do teresinense de andar pela avenida Frei Serafim, saturada com o fluxo diário de 80 mil veículos. O trabalho da prefeitura em criar passagens entre as zonas norte e sul por sobre a via férrea, assim, é digno de aplauso. Porém, não vai solucionar todos os problemas de tráfego, tampouco é uma medida que possa pôr fim a uma situação cada vez mais incômoda: o conflito entre carros e trem em diversos pontos de Teresina. A respeito disso, portanto, é preciso chamar atenção para o fato de que a linha férrea que cruza boa parte da zona urbana de Teresina não é uma via pública. Trata-se de concessão do estado brasileiro à companhia CFN Transnordestina, que está fazendo uma ferrovia gigantesca no Sul do Piauí e não tem se preocupado em olhar para o problema das passagens de nível na capital do estado. A conclusão da Transnordestina, bem como a expansão do uso do trem entre Teresina, São Luís e Fortaleza, certamente tende a agravar o problema criado pelas passagens de nível em diversos pontos de Teresina. O rebaixamento da linha férrea, assim como a construção de viadutos, é uma necessidade cada vez mais urgente e inadiável. É dever do prefeito Elmano Férrer, que faz os viadutos agora, cobrar da CFN Transnordestina a responsabilidade de livrar a cidade de mais um problema de tráfego, cujo agravamento é apenas uma questão de tempo. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE NOTÍCIA Tabagismo: controlar é preciso Luiz Antônio Santini Diretor geral do INCA Tânia Cavalcante Secretária executiva da Conicq Nesta segunda-feira, 29 de agosto, será celebrado em todo o Brasil o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Embora muitos avanços tenham sido conquistados na luta contra o tabaco, ainda não é o momento para comemorar. Atualmente, o mundo assiste a um alarmante crescimento da carga de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas (bronquite, asma e enfisema), tendo o tabagismo como um dos grandes causadores. Esses males, se somados ao diabetes, representam mais de 60% das mortes anuais no mundo, porém consomem menos de 3% dos recursos públicos e privados aplicados na saúde. O fumo e outros fatores, como o consumo de alimentos com alto teor de gorduras saturadas e trans, sal e açúcar, o sedentarismo e o consumo nocivo de bebidas alcoólicas, causam mais de dois terços de todos os novos casos de DCNT no mundo e aumentam o risco de complicações nas pessoas que já sofrem dessas doenças. Das 35 milhões de mortes anuais no mundo por DCNT, cerca de 80% ocorrem em países em desenvolvimento. Nesse contexto, o controle do tabaco é considerado uma das intervenções mais prioritárias e viáveis em custo para enfrentar esse problema. O tabagismo ainda é uma epidemia em franca expansão, principalmente em países em desenvolvimento. Uma situação que levou 192 países (inclusive o Brasil) a negociarem o primeiro tratado internacional de saúde pública sob os auspícios da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT) e a reconhecerem a indústria do tabaco como vetor da epidemia de tabagismo. Hoje a prevalência de fumantes no Brasil é uma das menores do mundo, o que já se traduz em redução da mortalidade por doenças cardiovasculares (homens e mulheres) e por câncer de pulmão (homens). No entanto, ainda temos muitos desafios. Um deles é que os 24 milhões de fumantes atuais estão concentrados mais nas populações de menor renda e escolaridade, as mais vulneráveis às estratégias de mercado. Quase 24% da população ainda se expõem involuntariamente à fumaça ambiental de tabaco em seus locais de trabalho, índice também maior nas populações de menor renda e escolaridade. Isso evidencia que a Lei Federal nº 9294, que desde 1996 proíbe o ato de fumar em recintos coletivos, não tem sido eficiente para proteger de forma adequada a população dos riscos do tabagismo passivo, pois ainda permite áreas reservadas para fumar (os populares fumódromos). Alguns países e cidades que adotaram leis proibindo o ato de fumar em recintos coletivos já registram redução do número de internações por doenças cardiovasculares. Mas nesse quesito o Brasil ainda é devedor. E está nas mãos do Congresso Nacional a decisão de mudar isso. Desde 2008 tramita no Senado o Projeto de Lei 315, com o objetivo de ajustar a Lei 9294/96 às diretrizes da Convenção-Quadro. Por outro lado, Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, que se anteciparam e já ajustaram suas leis para esse fim, são alvos de ações de inconstitucionalidade movidas por incentivadores do tabagismo e correm risco de retrocesso. Enquanto isso, a OMS contabiliza 603 mil mortes por ano em todo o mundo devido ao tabagismo passivo, das quais 7,5 mil são de brasileiros. É necessário que o Congresso Nacional dê especial atenção à aprovação do Projeto de Lei 315. Com isso será possível proteger ainda mais a saúde dos brasileiros, evitando doenças e salvando mais vidas. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE POLÍTICA Prefeito vendia remédios roubados do SUS no Piauí O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o prefeito de Milton Brandão, Francisco Evangelista Resende, por ter recebido, guardado e comercializado medicamentos roubados do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a denúncia, em junho de 2005, foram apreendidos nas prateleiras da Farmácia Resende, de propriedade do prefeito Francisco Evangelista Resende, diversos medicamentos que traziam nas embalagens o aviso de ―Venda proibida ao comerciante varejista‖. Durante investigação, a Polícia Federal descobriu, junto aos laboratórios fabricantes, que este aviso é colocado nas embalagens dos medicamentos destinados a atender hospitais e unidades públicas de saúde que fazem parte do SUS. O laboratório Uci-Farma informou os lotes dos medicamentos, alguns adquiridos pela Fundação Municipal de Saúde de Teresina. O laboratório Hipolabor forneceu, ainda, o mapa de distribuição dos remédios, que haviam sido distribuídos somente à Remac Odontomédica Hospitalar. A Remac disponibilizou a listagem dos produtos que comercializou, sendo a maioria destinados a órgãos públicos ou entidades de Administração Pública. Em nenhum momento os laboratórios fabricantes mencionaram o nome da Distribuidora Nova União, de quem o prefeito alega ter comprado os medicamentos. ―Francisco Evangelista preferiu ignorar a evidente origem criminosa dos medicamentos subtraídos do SUS para vendê-los em sua farmácia. Com isso, é possível enquadrá-lo nas sanções previstas pelo art. 180 do Código Penal, que trata de receptação qualificada, ou seja, receber, guardar ou comercializar produto que sabe ser produto de crime‖, explicou a procuradora regional da República Valquíria Quixadá. A denúncia aguarda agora o recebimento pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Se condenado, o prefeito poderá cumprir pena de reclusão de até quatro anos, além de pagar multa. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE POLÍTICA TRE julga mais quatro prefeitos esta semana O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI) julga esta semana quatro prefeitos piauienses acusados de terem praticado compra de votos, abuso de poder econômico e conduta vedada ao agente público durante as eleições de 2008. Poderão perder os mandatos os gestores dos municípios de Cabeceiras do Piauí, Landri Sales, Prata do Piauí e Palmeira do Piauí. Na terça-feira será julgada uma representação do município de Cabeceiras do Piauí, onde o prefeito da cidade, José Arimatea Veloso Machado, é acusado do crime eleitoral de conduta ofensiva à legislação. O candidato que perdeu o pleito municipal, José Joaquim de Sousa Carvalho, é o autor da ação. O juiz José Acélio Correia é o relator do caso. Outra representação na pauta do TRE-PI desta terça-feira é a que acusa o prefeito e vice-prefeito do município de Landri Sales, Abderval Pereira de Sá, e Delismon Soares Pereira, respectivamente, e o vereador Josué Soares Pereira de captação ilícita de sufrágio e prática de conduta vedada ao agente público. A coligação "A vitória que o povo quer", formada pelo PTB, PT, PMDB e PR, é a autora da ação, que tem como relator o juiz Jorge da Costa Veloso. A Corte julga ainda uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo originada da cidade de Prata do Piauí relativa às eleições de 2008. O prefeito, Ludmar Pereira da Silva e o vice-prefeito Luís Rodrigues do Nascimento são acusado de captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico . É solicitada a perda do mandato e a inelegibilidade dos gestores. Ana Maria de Macêdo Pereira, candidata ao cargo de prefeito de Prata do Piauí, nas eleições 2008, e a coligação "Unidos para vencer", formada por PSB, PT, PMDB, PC do B e PR são os autores da ação, que tem como relator o juiz Manoel de Sousa Dourado. Na segunda-feira será julgada a representação de Palmeira do Piauí relativa às eleições de 2008. O prefeito da cidade, João da Cruz Rosal da Luz, é acusado de captação ilícita de sufrágio. A coligação "Unidos por uma Palmeira melhor", formada pelo PSB, PRB, PP, PMDB, PPS e PL, foi a autora da ação. O juiz Luiz Gonzaga Soares Viana Filho é o relator do processo. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE COLUNA OPINIÃO PRIORIDADE No encontro do diretório estadual petista no final de semana foram definidos municípios prioritários para o lançamento de candidatos a prefeito nas eleições municipais de 2012. Campo Maior, Picos, Parnaíba, Esperantina, União e Teresina – que continuam nos planos, pelo menos da cúpula estadual do PT. PREOCUPAÇÃO Os petistas reconhecem que ficaram ―deslocados‖ na eleição estadual do ano passado devido a demora no lançamento de nomes para a disputa pelo Governo e o Senado. Para não repetir o mesmo erro, o debate está sendo intensificado na capital e interior do Estado. No final de semana, o deputado Assis Carvalho se reuniu com lideranças de cinco municípios do norte para mandar o receado: o PT precisa começar a se organizar agora e não esperar as convenções partidárias no ano que vem. COMBATE O veto às alterações na Lei Antifumo foi aprovado na semana passada, mas será bastante comemorado hoje dentro das ações do Dia Nacional de Combate ao Fumo. Para comemorar a data, a Prefeitura de Teresina implantou um serviço de tratamento aos que desejam parar de fumar, já que o número de fumantes que desejam largar esse vício chega a 80%. PROTESTO Mais uma mobilização oriunda da internet vai preocupar o prefeito Elmano Férrer. Os internautas organizaram um protesto contra o aumento da passagem de ônibus para essa segunda, dia 29. Um comunicado foi postado nas redes sociais Facebook e Twitter convocando a todos para um ato público na Avenida Frei Serafim. AVANÇO O acordo que renovou a concessão para que a Agespisa continue a explorar o serviço de abastecimento d‘água em Teresina prevê que a cobertura do sistema de esgotamento sanitário na capital salte de 17% para 53%. A média nacional de recolhimento e tratamento de esgoto é de 40%. AFASTADO O vice-prefeito de Cocal de Telha, Francisco Edilson Brito Silva, assumiu, na noite do último sábado, dia 27, o comando do município por 90 dias. O prefeito José Erasmo da Silva, o José Salu, foi afastado por 90 dias para investigações de supostos atos de corrupção pela Câmara. As investigações serão comandadas pelos vereadores Rodrigão, Manoel Candeia e Nonato Careca. NOMES A eleição suplementar no município de Fronteiras, a 420 km de Teresina, no próximo dia 9 de outubro, já tem candidatos definidos: O PPS e o PTB lançaram o candidato a prefeito Eudes Ribeiro e a vice Jussara Lima – esposa do deputado federal Júlio César Lima. Já PT e o PDT lançaram – pela situação - o médico Laércio Luz, tendo como vice o professor Aquiles Filho. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE COLUNA PAINEL Jiujiteiro De terno, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, destoava da audiência que lotou a arena do Rio para assistir à luta de Anderson 'Spider' Silva no sábado. Faixa preta de jiu-jitsu e praticante de muay thai, o magistrado já ganhou um par de luvas do campeão. Prospecção 1 A cúpula de PT e do PMDB selou pacto na semana passada para colocar em votação até o dia 14 de setembro o substitutivo a ser elaborado por Vital de Rêgo (PMDB-PB) e Wellington Dias (PT-PI) sobre a parti-lha dos royalties do pré-sal. Prospecção 2 Segundo relatos, a governadora Roseana Sarney (MA) disse, na conversa, que a divisão dos royalties tem de avançar nem que seja preciso 'tratorar' o Rio. O governador Sérgio Cabral se reúne hoje com a bancada do Estado. Convencimento O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, irá amanhã conversar com senadores aliados. O governo quer liquidar na quarta a votação, na Casa, da MP que amplia o escopo de atuação da estatal. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE CLÁUDIO HUMBERTO Rodovias recebem só 42,6% dos R$ 68 bi da Cide A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), cobrada desde 2002 sobre o litro dos combustíveis, até julho rendeu R$ 68 bilhões em 2011, segundo a Confederação Nacional dos Transportes. Mas do total só R$ 29 bilhões (ou 42,6%) foram investidos em rodovias, por meio do Fundo Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Fnit). O resto foi parar no superávit primário para bancar o cabidão oficial. Freio de mão A CNT levantou dados dos Brics: a China investe anualmente 10% do seu PIB em rodovias. A Rússia, 7%, a Índia, 8%. O Brasil? Só 0,42%. Caixa dois A Cide, o FNIT e o FUST - Fundo para Universalização do Sistema de Telecomunicações engrossam a lista das arrecadações para superávit. Censura sindical As centrais sindicais provocaram o Ministério Público do Trabalho para tirar do ar a campanha Greve Custa Caro, nas emissoras de TV, promovida pelo Fórum das Entidades Empresariais de São Paulo. Devolve, deputado A diretoria-geral do Senado publicou edital notificando o ex-deputado Elizeu Morais de Aguiar (PTB-PI), em "local incerto e não sabido", a devolver R$ 3.275,73 que ele embolsou a mais, na verba de gabinete. Coincidência gaúcha Cotadíssimas à vaga de Ellen Gracie no Supremo Tribunal Federal, as ministras Cristina Peduzzi (TST) e Nancy Andrighi (STJ), além da competência e de serem gaúchas e brasileiras natas, têm em comum o ano de nascimento: 1952. Uma é de Bagé e a outra de Soledade. Guerra da fumaça Pressionada pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a ONG Aliança de Controle do Tabaco (ACTbr) revelou que é financiada pelos laboratórios de remédios antitabagistas Pfizer (Champix) e Johnson & Johnson (Nicorette), e o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Tentáculos A direção da Embratur está impressionada com um "esquema Garreta", no Ministério do Turismo. Envolve agências de publicidade, relações públicas, internet etc. Garreta, para quem não sabe, é Valdemir Garreta, opera-dor do petismo paulista ligado a senadora Marta Suplicy. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE AMATRA Decisão exemplar O juiz titular da Vara do Trabalho de Piripiri, Tibério Villar, condenou o prefeito de Pedro II, Alvimar Martins, a pagar indenização de R$ 50 mil, a título de dano moral coletivo, por expor trabalhadores a condições precárias e degradantes. A multa vai ser revertida ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A condenação se deu com base em uma ação proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MTP). A Justiça do Trabalho constatou que os profissionais de saúde contratados pela Prefeitura de Pedro II eram submetidos a precárias condições de saúde e de meio ambiente de trabalho, em total desrespeito às normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. Os servidores não usavam, por exemplo, os equipamentos de proteção individual exigidos por lei, durante a jornada de trabalho. O juiz Tibério Villar diz que espera que a condenação sirva de exemplo para outras administrações que insistem em desrespeitar as normas trabalhistas. Certidão negativa O Tribunal Superior do Trabalho aprovou a regulamentação da Certidão Negativa de Débito Trabalhista (CNDT). O documento prevê a criação do Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT). O banco manterá os dados necessários à identificação das pessoas naturais e jurídicas, de direito público e privado, que estão inadimplentes perante a Justiça do Trabalho, desde que a inadimplência diga respeito às seguintes obrigações: aquelas estabelecidas em sentença condenatória transitada em julgado ou em acordos judiciais trabalhistas; ou decorrentes de execução de acordos firmados perante o Ministério Público do Trabalho ou Comissão de Conciliação Prévia. Valorização da magistratura O ministro do Tribunal Superior do Trabalho Carlos Alberto Reis de Paula, durante a posse dos novos membros do Conselho Nacional de Justiça, enfatizou que a composição que se inicia trabalhará para a valorização dos magistrados. Ele frisou que "uma magistratura sem juízes valorizados é inexistente". Destacou que o aperfeiçoamento da magistratura tem impacto direto na qualidade dos serviços prestados ao cidadão. - Delegação de magistrados do trabalho do Piauí participarão do Dia de Mobilização pela Valorização da Magistratura e do Ministério Público, que ocorrerá no dia 21 de setembro, em Brasília. - A correição realizada na Vara do Trabalho de Picos, dos dias 25 e 26, elogiou a prática inovadora do juiz Francílio Trindade de proferir sentenças líquidas, com quantificação dos valores das condenações. - O TRT fará sessão amanhã (30) para deliberar sobre o preenchimento da vaga de juiz titular da Vara de Bom Jesus, a ser brevemente instalada. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE JUSTIÇA FEDERAL EM PAUTA Sarau da Cidadania no Cenajus Na terça-feira (31/08) o Cenajus será palco do Sarau da Cidadania organizado pela Presidente da Fundação Monsenhor Chaves, Laurenice França Noronha Pessoa e por Vitorino Rodrigues. O evento terá a participação do Desembargador Federal Olindo Herculano de Menezes, Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região; do Prefeito de Teresina Elmano Férrer e de vários juízes e desembargadores federais da Primeira Região. O Cenajus fica na Praça Marechal Deodoro da Fonseca conhecida também, como Praça da Bandeira. Juiz Federal defere indenização por dano material O Juiz Federal da 5ª Vara Carlos Augusto Pires Brandão julgou parcialmente procedente pedido de indenização por danos materiais e morais em razão de prejuízo advindo de roubo efetuado em veículo da ECT, no qual restou subtraída a remessa postal da autora da ação. A Empresa de Correios e Telégrafos foi condenada em primeira instância a pagamento, a título de dano material. Entendeu o magistrado estar caracterizada apenas a responsabilidade por dano material por parte da ECT. No que diz respeito aos danos morais, não vislumbrou haver necessidade de condenação, vez que não havia nos autos nenhuma prova de forte transtorno ou de prejuízo para além da esfera patrimonial. I Jornada de Ciências Sociais No período de 31/08/2011 a 02/09/2011 a cidade de Teresina sediará a I Jornada de Ciências Sociais da Escola de Magistratura Federal da 1º Região - ESMAF. O evento contará com a participação do Desembargador Federal Olindo Herculano de Menezes, Presidente do Tribunal; do Desembargador Federal Carlos Moreira Alves, Diretor da ESMAF. O objetivo do evento é auxiliar na formação multidisciplinar dos magistrados, com foco no aperfeiçoamento profissional, visando sempre ao aumento da produtividade e da qualidade dos serviços oferecidos à população. Conciliação do SFH - Casa Própria Entre os dias 22 e 26/08/2011, no prédio do Cenajus, aconteceu mutirão de conciliação do Sistema Financeiro da Habitação - SFH. O evento foi coordenado pela Juíza Federal Marina Rocha Cavalcanti Barros Mendes e contou com o apoio do Juiz Federal Diretor do Foro Carlos Augusto Pires Brandão. Participaram os Juízes Federais Gustavo André Oliveira dos Santos, Rafael Leite Paulo e Lucas Mariano Cunha Aragão de Albuquerque. A Juíza Federal Gilda Maria Sigmaringa Seixas, Titular da 16ª Vara/DF e Coordenadora do Núcleo de Conciliação da SJDF, também auxiliou no esforço concentrado. Núcleo de Conciliação Na quarta-feira próxima (31/08), será inaugurado o Núcleo de Conciliação da Justiça Federal no Cenajus, com a participação do Presidente do Tribunal Regional Fe-deral, Desembargador Federal Olindo Herculano de Menezes; do Desembargador Federal Reynaldo Soares da Fonseca, Coordenador Nacional da Conciliação da 1ª Região; do Diretor do Foro Carlos Augusto Pires Brandão e da Juíza Fede-ral Marina Rocha Cavalcanti Barros Mendes, Coordenadora do Núcleo de Conciliação da Seção Judiciária do Piauí. E-CONCILIADOR Já está disponível o sistema e-Conciliador, o qual permite ao pretendente à vaga de conciliador candidatar-se pela internet e ser avaliado posteriormente pelo juiz federal da vara escolhida. Devido à implantação do sistema, foram modificados os itens 3.2, 4.1 e 4.2.1 do edital relativo ao pro-cesso seletivo para conciliado-res. Agora, poderão inscrever-se acadêmicos de direito, que es-tejam cursando a partir do 5º período, além de não haver mais prazo para o término das inscri-ções. O e-Conciliador ficará constantemente ativo, possibilitando o registro de candidatos através do sítio do TRF da 1ª Região. 7ª Vara realizará mutirão A 7ª Vara da Seção Judiciária do Piauí realizará, nos períodos de 17 a 21/10/11 e 24 a 27/10/11, mutirão de audiências com o intuito de promover a celeridade no trâ-mite processual. O evento será coordenado pelo Juiz Federal José Gutemberg de Barros Filho. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE COLUNA ÓRBITA #ficadica O assassinato de Fernanda Lages Veras, ocorrido no canteiro de obras da futura sede do Ministério Público Federal, levanta uma questão importante. Sobre a falta de segurança de construções, sobretudo as que utilizam recursos públicos. Feitas após rigorosos processos de licitação de órgãos que deveriam exigir das construtoras um esquema de vigilância para preservar o que já é patrimônio público. Reconhecimento Há de se reconhecer o trabalho da Delegacia de Entorpecentes no combate ao tráfico de drogas em Teresina. O delegado Samuel Silveira já merecia uma medalha do mérito Renascença, agora em outubro, pela eficiência e dedicação com que estão ajudando a mudar a imagem da Polícia Civil! Que tal? Ops! As redes sociais também servem para mostrar que as celebridades enfrentam os mesmos problemas que nós, pobres mortais. Indignado com a mudança de portões no voo da Tam, saído do Rio de Janeiro, o cantor Nando Reis mandou ver no twitter.. Com direito a palavrões e foto da aeronave que, depois de todo o atraso, ainda perdeu uma placa interna, caída na cabeça de um passageiro durante o pouso. Protesto As redes sociais foram a vitrine do protesto contra o aumento da passagem de ônibus. A nova tarifa ( R$ 2,10) entrou em vigor no último sábado e movitou a convocação de um protesto pelo facebook. A manifestação acontecerá às 9h, na Avenida Frei Serafim. Até o início da tarde de ontem, 1.627 pessoas já haviam confirmado presença no ato. Impunidade 1 O atropelamento seguido de morte de uma mulher que praticava cooper na Avenida Raul Lopes foi uma tragédia anunciada. Os que caminham têm alguma história pra contar de desrespeito à sinalização e excesso de velocidade. Os carros são uma arma usada pela irresponsabilidade e imprudência dos motoristas. Impunidade 2 Na Avenida Raul Lopes existem fotossensor de controle de velocidade em 60km, sinal sonoro, faixa de pedestre. Ou seja: falta de sinalização é que não é! Tô nessa! Restaurantes de Teresina estão reforçando a segurança dos clientes, aumentando o contingente, até para evitar os arrombamentos de veículos que acontecem rotineiramente, sobretudo nos finais de semana. Do jeito que as coisas estão, melhor escolher o restô pelo número de guardas na porta do que pelo cardápio! Posse É de quatro anos o mandato dos novos dirigentes da Federação das Indústrias do Piauí, Fiepi, que começa no próximo dia 1º. A Federação será presidida pelo vice-governador Moraes Souza. E tem cinco vice-presidentes. Dentre eles, o empresário João Claudino Júnior. A solenidade acontece às 18h, na sede da Fiepi. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE COLUNA GPS Construtora é multada por não registrar notas fiscais A Construtora Petra, comandada pelo empresário Lourival Parente, foi multada pelo Fisco Estadual por não registrar suas notas fiscais no livro de registro de entradas. O empresário recorreu ao Conselho de Contribuintes do Estado do Piauí, que decidiu por unanimidade manter a multa aplicada à Construtora Petra. No acórdão 105/2011 o relator do recurso, conselheiro Jânio Cury Queiroz, destaca ―Ora, não há como admitir que um contribuinte seja beneficiário de Regime Especial de recolhimento do imposto e ao mesmo tempo dispensado de qualquer obrigação acessória, mormente do registro no livro das notas fiscais de entrada das mercadorias‖. Lourival Parente ainda pode recorrer da decisão ao Plenário do Conselho. Secretário faz acordos e paga diferenças salariais O secretário estadual de Administração, Paulo Ivan Santos, está negociando e firmando acordos extrajudiciais para o pagamento de diferenças salariais de servidores do Estado. Somente esta semana, no Diário Oficial do Estado, foram publicados dois destes acordos que somam cerca de R$ 146 mil. Os servidores beneficiados com os acordos extrajudiciais são: João Benjamin do Rêgo Monteiro Neto (representado pelo seu curador Marcos David Carvalho do Rêgo Monteiro), que vai receber R$ 119 mil em parcelas de R$ 3,9 mil, e João Batista Roque, que vai receber R$ 26 mil, em 10 parcelas de R$ 2,6 mil. (Veja a matéria completa, inclusive com as cópias dos acordos no www.meionorte.com/joaocarvalho). Dilma não quer Marcelo Castro como líder A presidente Dilma já avisou aos líderes do PMDB que não vai indicar o deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI) para o cargo de Líder do Governo no Congresso. Motivo: A citação contínua do deputado em escândalos nacionais, regionais e locais. Dilma espera a poeira dos escândalos com seus ministros baixar para nomear um deputado com um currículo mais ―leve‖ que Castro. O deputado, nos bastidores, ameaça rachar o apoio do PMDB ao Governo na Câmara Federal. No próprio PMDB a ameaça virou motivo de piada. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE NOTÍCIA Trabalho que resgata vidas A Fazenda da Paz utiliza a laboterapia como uma metodologia de tratamento utilizada para a desintoxicação das substâncias químicas através do suor O dia começa cedo na Fazenda da Paz. Para o grupo responsável pela cozinha, o horário de acordar é às 4h. Já os outros têm duas horas a mais de sono e já recebem o café da manhã pronto. Toda semana as equipes se revezam entre a cozinha e os demais trabalhos. Durante todo o dia, os dependentes em tratamento na comunidade terapêutica desenvolvem atividades importantes e produtivas. Assim funciona a laboterapia, uma das metodologias de tratamento utilizadas na Fazenda da Paz e que tem o poder de fazer a desintoxicação das substâncias químicas através do suor. Segundo o coordenador Belizário Pena, o trabalho é importante para que o dependente químico se reabilite fisicamente e resgate a sua dignidade. "Dessa forma também evita-se a substituição de uma droga por outra, desintoxicando o dependente químico com medicamentos", afirma o coordenador. Entre os afazeres da laboterapia estão a jardinagem, a agricultura e as atividades profissionalizantes, como a horta, a marcenaria, a serralheria, a oficina mecânica, a funilaria e a pintura de autos. Atividades como essas, aliadas à metodologia de oração, disciplina e atendimento terapêutico, ajudam no programa de recuperação de dependentes químicos utilizado pela Fazenda da Paz. "Antes essas pessoas não faziam nada, se sentiam incapazes e inúteis. Agora eles aprendem que são importantes para o funcionamento da comunidade e levam essa idéia após conclusão do tratamento", completa. Por causa dessa metodologia de tratamento, que há 17 anos dá resultados no Piauí, a Fazenda da Paz será considerada pelo governo federal como modelo de comunidade terapêutica que deve ser levado ao restante do Brasil. O índice de recuperação comprova a eficácia do tratamento. Após dois anos de saída da Fazenda da Paz, 42% dos dependentes permanecem limpos e totalmente reinseridos na sociedade. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE NOTÍCIA Dependentes aprendem como cultivar hortaliças A Fazenda da Paz, através de uma parceria com o Emater, está cultivando 6 mil m² de diversas espécies de hortaliças na unidade de tratamento Luz e Vida. O objetivo é estimular o consumo dos dependentes químicos e comercializar o excedente. Segundo o engenheiro agrônomo Jaime Ferreira dos Santos, todo o processo está sendo feito pelos dependentes químicos e a colheita de algumas verduras já deve iniciar no final deste mês. "Ao mesmo tempo em que desenvolvem uma atividade produtiva, fazem terapia e aprendem técnicas de produção de hortaliças", declara Jaime. Ao final do curso, os dependentes químicos sairão capacitados para o mercado externo e com certificado de participação, emitido pelo Emater. "Eles vão conhecer as técnicas de preparo do solo, formação de canteiros, plantio, adubação orgânica, irrigação e colheita", afirma o engenheiro agrônomo. O plantio será escalonado para que haja produto o ano inteiro. As espécies de hortaliças cultivadas na unidade de tratamento Luz e Vida são cheiro verde, couve, macaxeira, quiabo, pepino, cenoura, beterraba, tomate, pimentão, batata doce, pimenta de cheiro e berinjela. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE NOTÍCIA Fazenda da Paz produz 9 mil kg de peixes por ano O projeto de piscicultura da Fazenda da Paz começou desde o ano passado, após a inauguração da mais nova unidade de tratamento da Fazenda da Paz - a comunidade Luz e Vida. A iniciativa foi possível através de uma parceria com o governo do Estado e o Emater. A cada seis meses, o projeto de piscicultura rende cerca de 4.500 kg de peixes. Segundo o coordenador geral da Fazenda da Paz, Célio Luiz Barbosa, 1/5 dessa produção serve para consumo dos próprios dependentes e o restante é vendido para custear parte do tratamento na comunidade terapêutica. Em pouco tempo, os peixes estarão em tamanho ideal para venda, com peso médio de um quilo. A Fazenda da Paz agora busca compradores diretos para facilitar o processo de comercialização, que deve render R$ 27 mil. Todas as atividades ligadas à criação dos peixes são desenvolvidas pelos próprios dependentes químicos, o que contribui para a recuperação e reinserção no mercado de trabalho após o tratamento. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 MEIO NORTE NOTÍCIA Campanha quer aumentar áreas livres do fumo na capital Para celebrar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e a Prefeitura de Teresina farão campanha hoje para aumentar as áreas livres de consumo de fumo. A partir das 9h, a Secretaria Estadual de Saúde fará uma sensibilização para manter os ambientes livres de fumo no Hospital do Mocambinho, na zona Norte de Teresina. A secretária estadual de Saúde disse que o objetivo é que, além de ficar livre do fumo, o ambiente também proporcione tratamento para o tabagismo, assim como ofereça tratamento para dependentes de álcool e drogas, atividade que torna aquele Hospital referência no Estado do Piauí. "O tratamento para tabagismo é viabilizado através do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no qual um dos requisitos para implantação é justamente o ambiente totalmente livre de fumo", falou. A atividade que a Sesapi irá desenvolver através da Coordenação de Atenção à Saúde do Adulto conta com discussão do tema entre funcionários, pacientes e a comunidade em geral, além de distribuição de material informativo. "Vamos começar da atenção básica, trocar experiências, oferecer recomendações para que a partir desse primeiro contato seja iniciado o processo de implantação do tratamento", explica Célia Oliveira, da Supervisão Estadual de Controle ao Tabagismo. Viver bem é viver com saúde. Fique longe do Cigarro é o tema do material disponibilizado pelo INCA em alusão aos novos tipos de cigarro comercializados que oferecem um novo tipo de aroma e sabores atraentes. Esses novos aditivos, junto à nicotina, causam dependência química e as demais substâncias provocam doenças crônicas. Estudos apontam que os adolescentes estão mais vulneráveis a esses fitos e têm maior probabilidade de ficarem dependentes. Por isso é recomendável que independente do tipo de cigarro, a melhor forma é ficar longe e, assim, manter uma vida saudável. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 200 mil brasileiros morrem anualmente por doenças decorrentes do tabagismo. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 PORTAL AZ ARIMATÉIA AZEVEDO Elmano, olha o pescoço! O prefeito Elmano Ferrer, desde logo candidato ao mesmo cargo, precisa adotar medidas compensatórias ao reajuste da passagem de ônibus. Para hoje se planeja uma manifestação contra a medida que é,de longe, um obstáculo de bom tamanho para a popularidade do prefeito. Mas o que pode fazer o prefeito? Quanto ao reajuste, nada, posto que esse já foi concebido. Poderá fazer algo que a cidade espera há tempos: a integração das linhas, que certamente vai diluir o custo da tarifa. Simples: com R$ 2,10 um cidadão poderá se deslocar da Santa Maria da Codipi ao conjunto Porto Alegre (40 quilômetros de percurso) usando dois ou mais ônibus em um período de duas horas. Além disso, Elmano precisa enfrentar o oligopólio existente para fazer a concorrência das linhas de ônibus. Teresina não pode mais seguir sendo refém de falsos capitalistas que temem a competição. É preciso que se abra a cidade para a exploração do serviço de tranporte urbano, que sem licitação e sem concorrência é caro, ruim e ainda pode custar o pescoço e o mandato de quem não se move contra esse estado de coisa. Viadutos Ontem, Elmano informou que até janeiro saem dois viadutos nas ruas Area Leão e Quintino Boicaúna, no Mafuá. Ele quer fazer no próximo ano o viaduto da rua Francisco Mendes, no Porenquanto, que servirá de contrafluxo à avenida Jacob Almendra. Absurdo A morte por atropelamento de uma mulher na avenida Raul Lopes é mais uma boa razão para que seja fechada uma das pistas daquela via aos domingos. Não se pode admitir que uma pessoa que sai de casa em busca de saúde volte dentro de um esquife. Mais Vida Dias atrás,a coluna postou sugestão da ONG Mais Vida para que o prefeito isolasse uma área da Raul Lopes a fim de facilitar a vida das pessoas que freqüentam o espaço. A strans, rapidamente, respondeu que o pedido era impossível. Agora, já se viu o que ocorreu. De volta Na revista Cidade Verde que chega às bancas esta semana, o jornalista Amadeu Campos é a imagem da capa. Ele avisa que vai voltar a fazer o Jornal do Piauí, agora sob o comando de Tony Trindade, mas que sempre teve mesmo foi a cara do jornalista acidentado. Bem melhor O líder do PTB no Senado, Gim Argelo, será substituído por João Vicente Claudino no encontro da presidente com líderes partidários no Congresso. Melhor assim. Entre Argelo e JVC existe uma diferença básica de que o segundo não tem uma folha corrida. Bem dito Diante de dois atropelamentos com morte, ontem, em Teresina, uma sábia observação do ex-secretário municipal de Educação, Washington Bonfim: "Nosso trânsito cobra em vidas, a mentalidade de que toda regra é tentativa de cercear liberdade e outras baboseiras mais ridículas". E isso vem de administração em administração. Competição Depois da telefonia, onde há uma competição renhida para saber qual é a operadora que trata pior seus clientes, outra concorrência difícil de achar um campeão é a da ruindade nos serviços de internet. Embratel e Oi parece que lideram no ranking das piores, mas Vivo, Time e Claro se esforçam para piorar seus serviços. Testemunhas O senador Ciro Nogueira apresentou um projeto de lei para dar à autoridade policial, mediante testemunhas,o poder de atestar a embriaguez de motoristas. Para ele, é preciso fazer com que a punição pelo uso de álcool ao volante seja facilitada e não dificultada, como atualmente, quando o uso do bafômetro é facultativo. Explicação Roseana Sarney tirou o Maranhão da Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável, que reunia ainda Piauí e Ceará em torno de um projeto comum de turismo para o litoral dos três estados. Bem se vê porque o Maranhão lidera o ranking da pobreza no Nordeste. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 DIÁRIO DO POVO POLÍTICA Folha cresceu R$ 12 milhões e investimentos encolheram A folha de pagamento do funcionalismo público municipal cresceu R$ 12 milhões em pouco mais de um ano. Saiu de R$ 33 milhões em março de 2010 para R$ 45 milhões agora. O aumento reduziu a capacidade de investimentos do município. As obras que a Prefeitura executa agora são realizadas com recursos externos. Os projetos que foram apresentados ao Ministério do Turismo estão prejudicados. A folha de pagamento em março de 2010 era de R$ 33 milhões. Agora, é de R$ 45 milhões, e isso reduziu a capacidade de investimentos em obras e serviços da Prefeitura. Por isso, o prefeito busca fazer uma gestão compartilhada e acentuando as parcerias e convênios. A Prefeitura de Teresi-na está encaminhando à Câmara Municipal uma mensagem para criar a Coordenadoria de Defesa e Proteção da Mulher e a Secretaria Municipal de Regularização Fundiária. O prefeito Elmano Ferrer determinou cortes em custeio. Por outro lado, estão sendo criadas duas novas pastas que acomodarão aliados políticos. Para compensar, Elmano trabalha com emendas parlamentares e parcerias administrativas com o Governo do Estado para realizar obras na capital, de forma a potencializar os recursos próprios do município. "Os problemas financeiros limitam a nossa capacidade, mas estamos fazendo o que é preciso para administrar bem a cidade. Estamos negociando valores e usando recursos externos", adiantou Elmano Ferrer. Foram apresentados projetos aos ministérios das Cidades, da Educação, Saúde e do Turismo. Agora, a administração municipal corre atrás para liberar os recursos para executar os projetos. Elmano Férrer confirmou a liberação de recursos por parte do Ministério da Saúde para construção de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), para atender casos de urgência que não exigem internação e nem tenham traumas de alta complexidade. A Prefeitura também tem projetos de construção de UBA (Unidade Básica de Atendimento). Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 DIÁRIO DO POVO ZÓZIMO TAVARES A 'viúva' paga A inquietação da Câmara Municipal de Teresina e seu interesse em pagar uma multa de R$ 1 milhão à Justiça do Trabalho, como punição por ter feito contratações de servidores sem concurso, em gestões passadas, faz lembrar muitos outros episódios da administração pública piauiense relacionados à questão. Um dos mais badalados foi, sem dúvida, a famigerada distribuição de GRs, numa das grandes farras com dinheiro público, ocorrida no segundo governo Alberto Silva (1987-1991). Tratava-se de um artifício maquiavélico criado para "prestigiar" deputados da base governista que, em pouco tempo, ficou banalizado. Só não recebeu GR quem não quis. O governo subsequente - Freitas Neto - naquilo que foi chamado de "ação moralizadora", providenciou um expurgo - foi dito na época - de 40 mil contracheques da folha de pessoal do Estado. Isso resultou em milhares de ações trabalhistas contra o governo, que ainda hoje paga precatórios milionários a gente que naquele período recebeu dinheiro para não trabalhar. Não houve e nem há até hoje qualquer notícia de nenhuma punição aplicada contra os autores daquele desperdício de recursos públicos. A maioria deles se beneficiou da traquinagem recebendo votos nas eleições de 1990. Muitos ainda hoje estão aí na política, lépidos e fagueiros, mandando e desmandando. Ou seja, tal como em 1990, o poder público está sendo penalizado duas vezes, por conta de atos ilegais e imorais praticados por gestores irresponsáveis. A primeira foi quando pagou pela contratação irregular e desnecessária de servidores. A segunda, quando fez desembolsos para o pagamento de precatórios - no caso do Estado - e de multa - no caso da Câmara Municipal de Teresina. É possível até que, como no episódio dos expurgados, o prazo para solicitação de punição contra os responsáveis pelas contratações na Câmara também já tenha expirado. Uma lástima, pois o mínimo que poderiam fazer era devolver aos cofres públicos o dinheiro que desviaram para contratação ilegal de cabos eleitorais e de eleitores. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 O GLOBO POLÍTICA Compra feita por órgão do Meio Ambiente sob suspeita Braço do Ministério do Meio Ambiente responsável pela gestão de parques e reservas nacionais, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é considerado um órgão pequeno na estrutura da administração federal, com orçamento anual de R$ 558 milhões. Por isso, a licitação milionária realizada este ano para a contratação de serviços gráficos chamou a atenção do Ministério Público Federal. O órgão fez um pregão de R$ 20,3 milhões, embora, no ano anterior, gastos com a mesma rubrica tenham sido de R$ 775 mil. A manobra esconde uma prática que se alastra na Esplanada dos Ministérios, com risco crescente de fraudes com recurso público: compras governamentais feitas por meio de adesão a atas de registro de preços. O esquema funciona assim: um órgão do governo realiza uma licitação na modalidade de pregão eletrônico usando como instrumento a chamada ata de registro de preços — ou seja, lista um conjunto de itens que pretende comprar e realiza o pregão, vencido pela empresa que oferecer o menor preço médio. Só que a soma desses itens é sempre muito maior do que as necessidades daquele órgão, porque o objetivo é que esse pregão sirva de guarda-chuva para compras de outros órgãos federais, sem licitação. — Em tese, um órgão minúsculo como o Instituto Chico Mendes, que tem necessidades específicas de serviços gráficos, pode servir de guarda-chuva para fornecer esses serviços para toda a administração — explica o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico. Na semana passada, Marsico recebeu um dossiê com denúncias de fraudes e suspeitas de direcionamento nas licitações de dois órgãos do governo: o Instituto Chico Mendes e a Valec, estatal de ferrovias ligada ao Ministério dos Transportes. — Essa prática se alastra. Está disseminada e tem que ser coibida imediatamente. Na área de eventos, já identificamos superfaturamento de mais de 500%. Vamos atuar junto ao TCU e requisitar investigação nesses casos (das novas denúncias) — afirma o procurador. A Valec, que gastou R$ 4,8 mil em 2008 com a contratação de serviços gráficos, fez um pregão em 2009 no valor de R$ 23,3 milhões, que resultou na contratação da Gráfica Brasil. Segundo a denúncia encaminhada ao procurador, o edital foi feito sob medida para beneficiar a Gráfica Brasil, do empresário Benedito de Oliveira, o Bené, que é ligado ao PT e ficou conhecido nacionalmente na campanha eleitoral de 2010 pelo envolvimento em mais um escândalo de dossiê. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 O GLOBO POLÍTICA Uma semana longe de Brasília Depois de uma semana despachando no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff vai percorrer sete cidades em quatro diferentes estados até o fim da semana. O roteiro começa amanhã, em Pernambuco, onde a presidente visitará as cidades de Cupira, Garanhuns e Recife para lançar obras de barragens e participar da aula inaugural do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco, campus de Garanhuns. Depois, segue para Minas, Rio e Rio Grande do Sul. Hoje, a presidente ficará em Brasília, onde receberá as centrais sindicais para debater os investimentos sociais e, em seguida, discutirá a pauta da semana com o conselho político, integrado por presidentes e líderes dos partidos aliados. No encontro, a presidente vai alertar os aliados sobre os riscos da aprovação da emenda 29, que estabelece o percentual de recursos para a Saúde, e da PEC 300, sobre o piso salarial dos policiais militares, civis e bombeiros. Ambas representam mais gastos. Na véspera de fechar oito meses de governo, a presidente gastou 33 dias percorrendo 12 dos estados brasileiros. Também visitou seis países, permanecendo 25 dias no exterior. No mesmo período, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia ficado dois meses e meio fora de Brasília. De janeiro a agosto de 2003, Lula percorreu 18 estados brasileiros em 75 dias. E gastou 32 dias visitando 12 países. Ministros que serviram aos dois governos petistas costumam apontar uma diferença marcante entre eles: enquanto Lula procurava soluções para os problemas no contato com o povo, Dilma prefere se isolar antes de tomar decisões importantes. Lula passou mais dias no exterior, mas recebeu um maior número de autoridades estrangeiras. Foram 21 nos primeiros oito meses de governo, contra 11 de Dilma. Ao assumir o governo, a intenção da presidente era fazer uma viagem por semana. Ela não conseguiu cumprir essa proposta em maio, pois contraiu uma forte pneumonia. Só saiu de Brasília para participar da cerimônia de beatificação de Irmã Dulce, em Salvador. Recuperada, voltou a cumprir agenda fora do Planalto Central. Desde que assumiu o o governo, Dilma fez apenas uma reunião ministerial, na segunda semana de trabalho, mas já substituiu quatro ministros: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa) e Wagner Rossi (Agricultura). No mesmo período, Lula havia reunido a equipe cinco vezes, mas esperou até janeiro de 2004 para fazer as primeiras mudanças no ministério, incorporando o PMDB ao seu governo. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 O GLOBO ECONOMIA Apesar do PAC, investimento público no país é dos mais baixos no mundo A ampliação dos investimentos públicos federais na vigência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não foi suficiente para retirar o país da posição de lanterna em comparação com o resto do mundo, nem para que recuperassem o espaço perdido ao longo de décadas na economia. Na tese de doutorado que acaba de transformar no e-book "Crise, Estado e economia brasileira", o economista José Roberto Afonso analisou a evolução do investimento no Brasil a partir de uma longa série histórica, entre 1901 a 2010. E uma das conclusões é o encolhimento do investimento público na última década. A taxa, que ficou em 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e inclui as três esferas de governo, é a mais baixa desde a década de 40. Na tese, Afonso também comparou os investimentos feitos pelos governos no Brasil durante a crise de 2009 e 2010 com outros 128 países, a partir de uma base de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Com investimentos governamentais de apenas 2,2% do PIB em 2009, o país ficou em 123 lugar no ranking, superando apenas cinco países: Croácia, República Dominicana, Uzbequistão, Líbano e Ucrânia. A mesma posição brasileira foi projetada para 2010, quando houve um ligeiro recuo na taxa de investimentos, que ficou em 2,03% do PIB, o que deve permitir ao Brasil ultrapassar apenas os mesmos países, já considerando alterações na performance de outras nações. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 O ESTADO DE SÃO PAULO ECONOMIA Crescimento chinês dá sinais de esgotamento SÃO PAULO - A China pode conseguir um "pouso suave" no curto prazo, mas é cada vez maior o número de economistas e instituições que veem um cenário turbulento para o país em um futuro não muito distante, fruto do esgotamento do modelo de crescimento baseado no excesso de investimentos, que alimenta a inflação e empurra o endividamento a patamares insustentáveis. O desequilíbrio crônico da economia chinesa se acentuou em 2009 e 2010, quando os bancos financiaram um boom de investimentos com empréstimos recordes de US$ 2,7 trilhões, valor que supera o PIB brasileiro. Muitos desses recursos foram destinados a projetos sem viabilidade econômica, que não vão gerar caixa para o pagamento do crédito. Segundo a agência de classificação de risco Fitch, a explosão de financiamento dos últimos dois anos superou a registrada no Japão antes do colapso das bolhas de imóveis e ações no anos 90 e pode elevar o porcentual de créditos podres do sistema financeiro a 30% hoje, ele ronda os 7%. "Esse não é um modelo de crescimento sustentável, porque é movido a esteroides", afirma o americano Patrick Chovanec, professor da Universidade Tsinghua, em Pequim. "É inevitável uma correção e quanto mais tempo ela demorar, pior." O grupo The Conference Board previu que a China vai desacelerar de forma "significativa" dentro de dois a três anos, em razão de medidas "drásticas" que Pequim terá de adotar para mudar seu modelo de crescimento. Michael Pettis, professor da Universidade de Pequim, prevê redução "dramática" do ritmo de expansão da segunda maior economia do mundo, para um patamar de 3%, mas acredita que os ventos só mudarão depois que a nova geração de líderes chineses assumir o comando do país, em 2013. Desequilíbrio Com queda da demanda global, inflação superior a 6% e aumento do endividamento, os dois economistas acreditam que Pequim não conseguirá mais adiar o reequilíbrio de seu modelo de desenvolvimento, o que significa redução na velocidade de expansão dos investimentos e aumento do consumo. Para o Brasil, a eventual mudança se refletirá na queda das vendas de minério de ferro, principal item da pauta de exportação do país, cujo maior comprador é a China. Em tese, o impacto sobre a balança comercial brasileira poderia ser neutralizado caso houvesse elevação significativa do consumo, que levaria ao aumento da demanda por alimentos, dizem Chovanec e Pettis. Nesse caso, a pauta mudaria, mas as exportações poderiam se manter em patamares elevados. Mas o professor da Tsinghua acredita que o cenário mais provável é a desaceleração dos investimentos sem elevação correspondente do consumo. Para ele, a inflação é a principal restrição à continuidade do atual modelo, já que a expansão do crédito aumenta a quantidade de dinheiro em circulação e pressiona os preços. No mês passado, a inflação atingiu 6,5%, o maior patamar em três anos, apesar das medidas de aperto monetário adotadas pelo Banco do Povo da China - desde outubro, houve cinco altas da taxa de juros e nove elevações do depósito compulsório dos bancos. Chovanec não está seguro de que os dirigentes chineses conseguirão esperar até a transição de poder em 2013 para enfrentar o ajuste. Crucial para o desempenho futuro da economia chinesa, o setor imobiliário pode sofrer uma correção no fim de 2011 ou início de 2012, na avaliação de Stephen Joske, diretor da Economist Intelligence Unit na China. Segundo ele, os investimentos na construção de imóveis aumentaram em patamar muito superior às vendas nos últimos meses, o que pode provocar excesso de oferta. A resposta dos empreendedores será o adiamento ou suspensão de projetos, o que afetará o nível de investimentos e, por tabela, a demanda pelo minério de ferro brasileiro. O cenário de curto prazo do Morgan Stanley e do Deutsche Bank piorou, apesar de ambos continuarem a apostar em um pouso suave. Na semana passada, as duas instituições reduziram suas projeções de crescimento. A estimativa para 2012 do Morgan Stanley passou de 9,0% para 8,7%, enquanto a do Deutsche caiu de 8,6% para 8,3%. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 O ESTADO DE S. PAULO POLÍTICA Brasil é o país que atrai mais montadoras SÃO PAULO - O Brasil é hoje o país que mais atrai as montadoras. Nove fábricas já estão em construção ou em projetos, mesmo número de unidades em obras na China. Esse novo ciclo de investimentos dos fabricantes de veículos vai despejar US$ 5 bilhões no País até 2014. Entre os interessados em desembarcar no País há marcas de carros populares, como os chineses, até luxuosas como os da alemã BMW. As empresas que já definiram projetos vão adicionar capacidade produtiva extra de 820 mil veículos ao ano e, segundo anúncios feitos pelas companhias, cerca de 14 mil empregos diretos. Hoje, a capacidade total é de quase 5 milhões de veículos. O Brasil é o quinto país com maior número de montadoras já instaladas. São 26 fábricas de 19 marcas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. A Effa, do uruguaio Eduardo Effa, a última a anunciar investimento, pretende construir duas fábricas, uma para a produção de carros da chinesa Lifan, com quem tem parceria, e outra com a própria marca Effa, que importará componentes da chinesa Hafei. Cada projeto terá investimento de US$ 100 milhões, valor modesto diante de outros já anunciados. A Effa negocia as instalações com os governos de Santa Catarina e Goiás. As duas unidades estão previstas para 2013. "Quando as importações se aproximam de 20 mil veículos ao ano, o melhor é ter fábrica local por causa da complexa logística de importação", justifica ele, que tem uma linha de montagem no Uruguai, que traz conjuntos da China. As outras novas instalações anunciadas, algumas já em construção, são da Fiat (investimento de US$ 2,3 bilhões), Toyota (US$ 600 milhões), Hyundai (US$ 600 milhões), JAC (US$ 600 milhões), Chery (US$ 400 milhões), Suzuki (US$ 60 milhões) e Nissan, que ainda não divulgou valor. "Se o mercado é grande, com consumo acima de 3 milhões de veículos, a empresa tem de estar presente para reagir rapidamente às necessidades momentâneas e evitar a volatilidade das moedas internacionais", diz Toshiyuki Shiga, presidente mundial da Nissan. Empregos Shiga ressalta a importância de contribuir com a economia local e a geração de empregos. A Nissan já atua em parceria com a Renault no Paraná. A segunda unidade será independente do grupo francês, mas pode ter outro parceiro. Um dos grupos com quem Shiga negocia é o do empresário Eike Batista. "É uma opção, mas temos outras", diz. Quase todas as montadoras já instaladas no País também estão ampliando capacidade. A Fiat, além da nova fábrica em Pernambuco, vai aumentar a linha de Betim (MG) de 800 mil para 950 mil carros/ano, o equivalente a uma fábrica da Hyundai, com capacidade de 150 mil unidades. Volkswagen, GM, Ford, Renault, Peugeot/Citroën, Mitsubishi, Iveco e Mercedes-Benz também ampliarão a produção. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 O ESTADO DE S. PAULO POLÍTICA No pós-mensalão, PT estuda inchar quadro de filiados e aumentar dízimo Seis anos depois do escândalo do mensalão, período de campanhas milionárias e suntuosos encontros partidários, o PT ainda tenta encontrar um modelo de sustentação financeira. Discussões sobre inchaço do número de filiados e aumento do tradicional "dízimo", hoje cobrado com rigor apenas dos militantes com cargos na máquina pública, estão na lista das principais polêmicas do 4.º Congresso do PT, que começa na sexta-feira e vai até domingo, em Brasília. Até agora, propostas que pregam o endurecimento das normas estabelecidas para filiação e regras mais rígidas para disputa em prévias racharam o PT. As maiores divergências estão na corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, majoritária na legenda. Convocado para reformar o estatuto do partido, o encontro vai discutir de tudo um pouco: desde propostas que representam uma guinada à esquerda e remetem aos anos 80 - quando o interessado em ingressar na legenda passava por um "batismo" - até aquelas que abrem as portas do petismo para adesões em massa. A presidente Dilma Rousseff e Lula estarão juntos na abertura do congresso, na sexta-feira à noite. A direção do PT espera fazer do encontro um "happening" e rasgará elogios ao governo Dilma na resolução política a ser aprovada no sábado. Nos bastidores, porém, há uma disputa pela concepção que deve nortear o partido quase nove anos após chegar ao Planalto. Sob a coordenação do deputado Ricardo Berzoini (SP), ex-presidente do PT, o anteprojeto de reforma do estatuto propõe uma taxa semestral de contribuição para filiados que não ocupam cargo eletivo nem cadeiras no Executivo. Hoje, esses filiados devem pagar o dízimo anualmente, mas, na prática, os desembolsos só são feitos às vésperas de prévias ou eleições diretas para a escolha do presidente do partido, os chamados PEDs. Desde 2002, quando Lula chegou ao Planalto, até hoje, o número de filiados do PT saltou de 828 mil para 1,45 milhão, um aumento de 75%. Mesmo assim, o partido continua no vermelho. Apesar de ter renegociado sua dívida após o mensalão (2005), o rombo chega aos R$ 35 milhões. O secretário de Organização do PT, Paulo Frateschi, defende uma "contribuição simbólica" para os filiados. Na sua opinião, apenas ocupantes de cargos eletivos e de confiança no Legislativo ou Executivo, além dos dirigentes partidários, devem pagar mensalidade. O dízimo para o alto escalão, hoje, varia de 2% a 20% do salário líquido. Abertura. "Se o Brasil mudou, o PT tem que mudar. Por que tantas restrições para a filiação? Queremos abrir o partido, e não burocratizálo", disse Frateschi. Integrante da CNB, a mesma corrente de Frateschi, Berzoini discorda da avaliação. Para o deputado, o atual modelo só incentiva o preenchimento de fichas, sem qualquer compromisso ideológico, e mantém o PT refém do poder econômico. "Nós também queremos um partido de massa, mas não de massa de manobra", afirmou Berzoini. "Precisamos cultivar uma política de independência financeira, até porque pregamos o financiamento público de campanhas, e não o sustentado por contribuição de empresas." Em conversas reservadas, até mesmo dirigentes admitem que muitas filiações, desde que o partido chegou ao poder, foram obtidas na última hora, nos embates entre as correntes do petismo. Nos últimos anos, a cúpula do PT recebeu inúmeras denúncias de que, para conseguir apoio à sua chapa ou mesmo ao seu candidato nas prévias, tendências transportavam filiados aos locais de votação e pagavam contribuições atrasadas com o valor mínimo, de R$ 15. Na tentativa de evitar a prática comum em currais eleitorais, a comissão coordenada por Berzoini, e também integrada por Frateschi, quer que filiados sejam obrigados a quitar o dízimo três meses antes das eleições internas. O ex-presidente do PT propõe, ainda, que os calouros conheçam o programa do partido em uma "plenária de formação" e só possam votar e ser votados após dois anos na legenda. Maçonaria e Prévia. "Desse jeito, é mais fácil entrar na maçonaria do que se filiar ao PT", ironizou o deputado Jilmar Tatto (SP), um dos précandidatos à Prefeitura de São Paulo. Outra proposta que divide o PT dificulta a realização de prévias para a escolha dos concorrentes a prefeito, governador e presidente, como antecipou o Estado. Uma das emendas apresentadas diz, por exemplo, que 2/3 dos integrantes do diretório podem decidir não convocar prévias, empurrando a tarefa para o encontro de delegados. No momento em que Lula abençoa a candidatura de Fernando Haddad em São Paulo, outros pré-candidatos definiram a tentativa de mudança como casuísmo. "Não necessariamente as novas regras devem valer para 2012", avisou Berzoini. "Só queremos evitar disputas artificiais, nas quais interesses individuais se sobrepõem aos coletivos." Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 FOLHA DE S. PAULO POLÍTICA Procuradoria-Geral da República diz que Lei da Ficha limpa é constitucional A Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável à Lei da Ficha Limpa. A Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC n° 30) do Conselho Federal da OAB divulgado nesta sexta-feira, 26, defendendo a proclamação da validade da íntegra da Lei da Ficha Limpa, foi julgada procedente por parecer de autoria do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. A ação foi ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, no dia 3 de maio deste ano. Enquanto o STF fez ressalvas de que o artigo 16 da Constituição não autorizaria a aplicação imediata das alterações previstas naquela lei, o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi de que a lei já se aplicaria integralmente às eleições de 2010. O parecer da ProcuradoriaGeral da República foi solicitado pelo ministro relator da ação no Supremo, Luiz Fux. O parecer da PGR concluiu ―pelo conhecimento da ação da OAB e, no mérito, pela procedência do pedido para declaração da constitucionalidade na íntegra da Lei Complementar nº 135/2010″. A LC 135 é mais conhecida como Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis candidatos já condenados por órgãos colegiados da Justiça. Sua aprovação pelo Congresso Nacional só foi possível com a decisiva participação da OAB, e outras entidades da sociedade civil, que se mobilizaram em todo o País para coleta de mais de 1,5 milhão de assinaturas para apresentação do projeto de lei popular que resultou na sua instituição, exercendo ainda intensa e legítima pressão por sua aprovação no Parlamento. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 ESTADO DE SÃO PAULO EDITORIAL A regulamentação do lobby O novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, que ocupou o lugar de Wagner Rossi, que pediu demissão depois de escândalos cujo estopim foram as atividades de um lobista, não recua da posição que assumiu ao apresentar projeto de resolução (n.º 14/2011) regulamentando a atuação de lobbies ou grupos de pressão na Câmara dos Deputados. Como disse Mendes Ribeiro, "lobista é uma coisa, ladrão é outra". De fato, há no Brasil uma grande confusão entre o que é tráfico de influência e a defesa no Legislativo ou no Executivo, de forma transparente, de interesses legítimos de entidades privadas ou grupos representativos da sociedade, como é comum nos regimes democráticos. Não há melhor exemplo do que o dos EUA, onde o lobby é legalmente reconhecido desde 1946. Pela lei americana, os lobbies devem ser registrados no Congresso e/ou nos órgãos do Executivo, especificando quem os contratou, onde vão atuar e com a obrigação de prestar contas, a cada três meses, dos valores recebidos. O descumprimento dessas normas pode resultar em multa ou em até cinco anos de cadeia, nos casos mais graves. É de US$ 250 o valor máximo de um presente ou mimo que os lobistas americanos podem oferecer a congressistas ou altos funcionários. O projeto de resolução de Mendes Ribeiro não chega a tanto. Ele prevê que seja feita uma alteração no regimento da Câmara, prevendo que pessoas jurídicas de direito privado possam requerer à mesa diretora da Casa credenciamento para acompanhamento de matérias legislativas e prestação de esclarecimentos e informações técnicas às comissões, às lideranças, aos deputados e aos órgãos de assessoramento. O projeto de resolução estipula também que cada agente privado indique um representante, que será responsável por todas as informações que prestar ou opiniões que emitir. Não são previstas, porém, sanções para aqueles lobistas que não pedirem credenciamento e forem muito além de prestar à Câmara "subsídios de caráter técnico, documental, informativo ou instrutivo". Mendes Ribeiro preferiu, em seu projeto, que a regulamentação tivesse caráter regimental e ficasse limitada à Câmara dos Deputados. Seu objetivo foi evitar o que ocorreu com o projeto de lei do mesmo teor, de autoria do ex-senador Marco Maciel, que foi aprovado pelo Senado, mas rejeitado pela Câmara, que entendeu que cada Casa do Congresso deveria estabelecer suas normas a respeito do lobby. Bem mais abrangente é o projeto de lei (PL 1202/07, apresentado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que regulamenta a atividade de lobby não só no Legislativo, mas também no Executivo. A medida não se estenderia ao Judiciário, uma vez que as causas que examina e julga são defendidas por advogados. Por esse entendimento, os lobistas no Congresso e nos órgãos do governo advogariam, com transparência, em nome das entidades e grupos que os contrataram. Desde a promulgação da Constituição diversos projetos foram apresentados para que o lobby seja reconhecido como uma atividade legítima e legal. Nenhum prosperou. Aparentemente, a maioria dos congressistas prefere que essa atividade seja exercida à socapa, o que facilita enormemente a ação de indivíduos inescrupulosos. Pode ser que a situação mude. O Conselho de Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU) também elaborou uma proposta de regulamentação do lobby, agora em exame pela Casa Civil. Pode ser que a proposta da CGU, que segue a linha do projeto de Zarattini, tenha chances de se converter em norma jurídica. Não se espera que as regras sejam rígidas como as americanas, mas é essencial que não deixe de especificar em que local, seja no Legislativo, seja em órgãos do governo, será exercida a atividade de lobby. De certo a regulamentação do lobby não dará perfeita transparência às relações entre representantes de interesses privados e o Congresso e o governo. Mesmo nos EUA, estima-se que grande número dos lobistas em ação não é registrado. Mas o reconhecimento de uma atividade que pode ser legítima e que tem hoje uma péssima imagem no Brasil pode contribuir para o aperfeiçoamento de nossos costumes políticos. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 FOLHA DE SÃO PAULO POLÍTICA Por agenda positiva, Dilma privilegia rádios regionais Em meio à sucessão de escândalos em Brasília, a presidente Dilma Rousseff mudou sua política de comunicação para tentar impor uma agenda positiva ao governo. Desde o início de julho, ela reservou duas horas e 52 minutos a entrevistas para rádios regionais, nas quais driblou a crise para fazer propaganda e prometer obras e benefícios sociais aos ouvintes. Isso equivale a dez vezes o tempo que dedicou no mesmo período para atender à imprensa diante de gravadores: apenas 17 minutos, fatiados em cinco ocasiões. O tom chapa-branca das falas no rádio segue orientação do Planalto, que escolhe as emissoras, empresta equipamentos e pede aos entrevistadores que só perguntem sobre temas da região. "Passaram para nós que seria melhor usar as questões positivas. Dizer o que pode ser feito, e não o que nunca foi feito no Estado", contou o radialista Sérgio Gomes, que entrevistou Dilma pela Caiari AM de Porto Velho (RO). Ele passou 21 minutos com a presidente na véspera da queda do ministro Alfredo Nascimento (Transportes), mas disse não ter tratado das suspeitas de corrupção na pasta por "falta de tempo". Naquele dia, Dilma participou de dois atos públicos e não quis falar com os jornalistas de veículos nacionais. Para Gomes, a Caiari foi premiada por transmitir programas oficiais como o "Café com a Presidenta", às segundas-feiras. "A gente se aproximou do governo na época do Lula. Eles sabiam que podiam confiar na gente." A experiência agradou e já foi repetida cinco vezes, em Alagoas, Ceará, Pernambuco, Paraná e no interior paulista. As rádios pequenas haviam sido ignoradas nos primeiros seis meses do governo Dilma. ESTRATÉGIA Quando a crise nos Transportes estourou, o ex-presidente Lula e outros aliados orientaram Dilma a mudar a política de comunicação e a lançar uma agenda positiva, com mais viagens pelo país. No entanto, a Secom (Secretaria de Comunicação Social) nega que a estratégia vise driblar as denúncias e poupar a presidente de perguntas incômodas. A transcrição das entrevistas evidencia o conforto da presidente nas rádios. "É um prazer estar aqui com a senhora, e é bom a gente deixar claro que não é uma entrevista aqui. É uma conversa, é um bate-papo, não é? Tanto é que tem água aqui, tem café à vontade", disse Luiz Carlos Martins, da Banda B AM de Curitiba (PR). "É muito bom que seja uma conversa entre nós porque a gente esclarece melhor, né?", respondeu Dilma. Pouco depois, o radialista anunciou uma pergunta "que muita gente gostaria de fazer": "A sra. está feliz?" "Quando eu lancei, por exemplo, o programa Brasil Sem Miséria, eu fiquei muito feliz", respondeu ela. O "bate-papo" ocorreu em 12 de julho, seis dias depois da demissão de Nascimento, cuja pasta foi alvo de acusações de corrupção. Dilma não havia falado sobre o caso e assim permaneceu. Martins disse à Folha não ter recebido ordem da Presidência para evitar a crise. "Meu jornalismo é popular. Não estou preocupado com esse tipo de assunto." Duas semanas depois, em Maceió, um radialista da Gazeta -que pertence ao senador aliado Fernando Collor (PTB-AL)- pediu uma mensagem à "mulher alagoana". "Eu acho que a mulher alagoana tem uma característica que é da mulher brasileira: é uma guerreira", devolveu Dilma. A entrevista ignorou as suspeitas de corrupção no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), tema dos jornais daquele dia. Há dez dias, em São José do Rio Preto (SP), ela respondeu a perguntas da Metrópole AM sobre futebol. A queda do ministro Wagner Rossi (Agricultura), dois dias antes, não foi comentada. Em julho, a presidente recebeu repórteres de quatro jornais, incluindo a Folha. Porém, eles não puderam tirar fotos ou gravar as declarações da presidente. Ainda deu entrevista à revista "CartaCapital", mas a Secom não divulgou sua íntegra, como costuma fazer. Em oito meses de governo, Dilma não deu nenhuma entrevista coletiva tradicional, aberta a toda a imprensa. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 FOLHA DE SÃO PAULO POLÍTICA Busca por mídia local é "natural", diz Planalto A Secom (Secretaria de Comunicação Social) afirma que a agenda de entrevistas de Dilma Rousseff a rádios regionais é "natural" e não obedece a uma estratégia para gerar uma agenda positiva em tempos de crise. De acordo com o órgão, as visitas foram programadas para o segundo semestre porque, nos primeiros seis meses, ela ainda estaria concluindo obras e programas da administração do ex-presidente Lula. Agora, Dilma se sentiria à vontade para expor os planos de sua gestão. A assessoria da presidente informou que as entrevistas se concentram em problemas locais porque eles seriam os que "realmente interessam" à população. Isso explicaria por que as conversas evitam temas incômodos, como as suspeitas de corrupção na Esplanada e as crises com siglas aliadas. Os radialistas convidados para entrevistar Dilma seriam livres para abordar os temas de seu interesse, sem restrições. O Planalto afirmou ainda que considera as rádios regionais o melhor veículo para alcançar a população de áreas rurais que ela visitou recentemente. As emissoras seriam escolhidas por critérios de audiência e prestígio local. Nesta semana, Dilma fará viagens oficiais a Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e deve voltar a falar a rádios regionais. Segundo a Secom, ela não faz restrições ao trabalho da imprensa nacional e atende jornalistas desses veículos na medida do possível. Sobre o fato de ter proibido a gravação de áudio e vídeo de uma conversa em julho com representantes de quatro jornais, incluindo a Folha, a Secom afirmou que existem várias modalidades de entrevista, e que cabe ao órgão decidir o mais conveniente a cada momento. A Presidência informou que não há uma data prevista para Dilma dar sua primeira entrevista coletiva tradicional, com tema livre e repórteres de vários veículos. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 FOLHA DE SÃO PAULO POLÍTICA Como Obama, Dilma tenta evitar confronto com grande imprensa Barack Obama, então em esforço para aprovar a reforma da saúde nos Estados Unidos, lançou-se em uma maratona de mídia em 2009. Em um único domingo, deu entrevistas exclusivas para cinco redes nacionais (CBS, NBC, ABC, CNN e Univision). Cedeu de uma vez só aos pedidos, também de imprensa e internet, que vinham desde a eleição. Passado um mês, Obama recuou, dizendo que a mídia só se interessava em estimular o conflito. E passou a priorizar "junkets", entrevistas em série, com emissoras locais. Mas nem aí encontrou ambiente seguro. Quatro meses atrás, perdeu a paciência com as perguntas de um jornalista da WFAA, de Dallas, que o questionava sobre a falta de atenção ao Texas e sua popularidade baixa no Estado. Talvez Dilma Rousseff acabe encontrando um jornalista que a desagrade, em sua recente adoção de estratégia semelhante, com emissoras locais de rádio. Mas a situação é diferente, por aqui. Quando foi lançada a coluna "O Presidente Responde", em 2009, hoje "Conversa com a Presidenta" e publicada em 190 jornais e revistas locais, a repercussão foi mundial. O jornal francês "Le Figaro" ouviu do então ministro Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social ) que, se Lula pouco falou à imprensa durante o primeiro mandato, "isso mudou no segundo, ele fala, mas passou a dar ênfase à imprensa popular e regional". DÚVIDAS O problema, comentou o site Editors Weblog, do Fórum Mundial de Editores, era que a estratégia "levanta dúvidas sobre o futuro da neutralidade e da independência da imprensa". Ao fundo, o governo Lula foi marcado também pela diversificação da publicidade federal, realizada pela mesma Secretaria de Comunicação Social, hoje comandada pela ministra Helena Chagas. Em 2003, quando Lula assumiu, 499 veículos de comunicação de 182 cidades recebiam verbas de publicidade. No final do segundo mandato, eram 8.094 veículos de 2.733 cidades. Na estrutura de comunicação herdada e agora usada pela presidente Dilma, há espaço ainda para o programa de rádio "Café com a Presidenta", o Blog do Planalto, Twitter, Flickr, canal de YouTube, etc. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 FOLHA DE SÃO PAULO POLÍTICA Orçamento de obras estoura e motiva "faxina" em Furnas Estudos de viabilidade malfeitos estão resultando em obras públicas que já custam mais que o dobro do preço previsto e que poderão gerar prejuízo de cerca de R$ 200 milhões. O enredo é semelhante ao da crise nos Transportes. Mas o órgão é outro: Furnas Centrais Elétricas. Índicios de irregularidades em obras da estatal motivaram semana passada a troca de três diretores. As mudanças, feitas com a anuência da presidente Dilma Rousseff, desalojaram dois dos três partidos aliados que comandavam diretorias em Furnas: PMDB e PR. A estatal está construindo com recursos próprios duas hidrelétricas: Batalha e Simplício. Em ambas, o TCU (Tribunal de Contas da União) já apontou indícios de superfaturamento. O estudo de viabilidade de Batalha (na divisa entre MG e GO) orçava a obra em R$ 460 milhões. O valor pulou para R$ 868 milhões e, segundo dados da própria empresa, está em quase R$ 1 bilhão. A obra tem atraso de quase dois anos, que deve se estender por mais dois. Além disso, segundo o TCU, a usina vai dar um prejuízo a Furnas de, no mínimo, R$ 177 milhões. O cálculo considera o custo da obra e o retorno que ela pode dar. Batalha fica na cabeceira do rio São Marcos. Abaixo desta usina foi construída uma outra, Serra do Facão, e há projeto para uma terceira. O reservatório de Batalha vai ajudar a dar mais água para essas usinas, que são 51% privadas e poderão, assim, gerar mais energia e lucrar m0ais. "[Batalha] inunda muito, é pequena e absurdamente cara. Por si só, ela não se justifica. Furnas entra com o prejuízo para beneficiar uma empresa em que ela é minoritária", diz Luiz Pinguele Rosa, diretor da Coppe/UFRJ e ex-presidente da Eletrobras. Para o TCU, o estudo de viabilidade de Batalha foi "falho", "inadequado" e trouxe "distorções à percepção econômico-financeira do empreendimento". Em Simplício (divisa entre MG e RJ), a história não é diferente. O projeto, em valores atualizados, não passaria de R$ 1,2 bilhão. Os valores já estão em R$ 2,2 bilhões. A usina está atrasada e, segundo o TCU, há sobrepreço de pelo menos R$ 53 milhões. Nesse caso, o órgão determinou que Furnas cobre de volta valores pagos a mais. Neste ano, a presidente Dilma Rousseff trocou o presidente da estatal, instalando Flávio Decat no lugar de Carlos Nadalutti, indicado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A realização de Batalha e Simplício com participação de Furnas em 100% foi aprovada no conselho da empresa em dezembro de 2005. Os estudos foram chancelados pelo diretor de Engenharia, Mário Marcio Rogar (indicado pelo PR), que perdeu o cargo em agosto. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 FOLHA DE SÃO PAULO POLÍTICA Estatal defende construção da hidrelétrica de Batalha A estatal Furnas Centrais Elétricas defende a construção da Usina de Batalha. Diz que ela "é uma usina de grande importância para o Sistema Interligado Nacional, por apresentar um grande reservatório e estar situada na cabeceira do rio, proporcionando, assim, a regularização de toda a cascata". Furnas diz que, além de Serra do Facão, outras oito usinas se beneficiariam da regularização em Batalha. Segundo a estatal, esse benefício foi calculado e incorporado no valor que Batalha recebeu quando foi a leilão. Diz que o estudo de viabilidade foi feito por empresa reconhecida no mercado e leva em conta o benefício a todo o sistema, e não só a quantidade de energia gerada. Além disso, aponta que os estudos foram aprovados pelo Ministério de Minas e Energia e pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Sobre os custos, informa que nas obras houve troca de alguns itens por outros e que não há prejuízo, mas queda na rentabilidade do projeto. Em relação à usina de Simplício, disse que "irá cumprir, dentro do prazo, as determinações do TCU", repactuando o contrato. Sobre o uso da água e a licença ambiental, informa que tudo foi aprovado pela ANA (Agência Nacional de Água) e pelo Ibama. O ministério disse que a responsabilidade pela aprovação do estudo é da Aneel e que eventuais aumentos de custos "deverão ser absorvidos pelo empreendedor [Furnas] e não repassados aos consumidores". A Aneel informou que as condições para a Usina de Batalha são as estabelecidas no contrato de concessão. "Para o consumidor não há qualquer impacto caso se verifique um desvio no custo." A PCE afirmou que não faz parte da gestão do empreendimento e que os acréscimos aconteceram devido a questões imprevisíveis. Segunda-feira, 29.08.11 de 2011 FOLHA DE SÃO PAULO LUIZ CARLOS BRESSER O mal-estar dos nossos dias VIVEMOS UM tempo de crise, um tempo de mal-estar. A selvagem revolta no Reino Unido mostrou com clareza; foi uma reedição agravada das revoltas da França de 2005. Essas, como as manifestações mais moderadas e mais objetivas na Grécia, na Espanha, e na própria Inglaterra contra as políticas de austeridade impostas pelos credores ou então autoimpostas pelo próprio governo conservador, demonstram que não vivemos dias felizes. A miséria material continua a identificar países pobres e explorados da periferia, mas a miséria humana, a sensação de insegurança e falta de perspectivas e a frustração generalizada estão em toda parte. Especialmente no mundo rico. Os EUA, que no pós-guerra eram uma sociedade coesa e vigorosa, hoje são uma sociedade dividida e desorientada. Na Europa a crise provocada pelo euro sugere para todos a estagnação senão a decadência econômica. Como explicar o que está acontecendo? É o capitalismo que fracassou, é o Estado social que foi destruído, como afirma um crítico tão radical como brilhante como é Slavoj Zizek? Não aceito esse tipo de diagnóstico. Os 30 anos neoliberais do capitalismo foram um tempo de retrocesso social e político, de aumento brutal das desigualdades e da instabilidade financeira e de diminuição das taxas de crescimento econômico. Mas o Estado social europeu sobreviveu porque foi defendido em eleições democráticas. Foi então porque o mundo moderno perdeu seus parâmetros morais, como pretendem os conservadores? Não vale a pena perder tempo com esse tipo de não-explicação. As revoltas nem sempre são racionais, e muitas vezes não são sequer razoáveis, mas são sempre morais. Mostram sempre indignação moral contra a injustiça, o privilégio e a corrupção dos ricos. Os revoltosos de Londres agiram em alguns momentos como criminosos, mas não subestimemos sua indignação. Houve, sim, decadência moral no nosso tempo. Mas a perda de parâmetros morais decorreu da aliança contraditória e malsã do conservadorismo com o neoliberalismo - com uma ideologia ferozmente individualista, que nega de forma militante solidariedade e interesse público. Os progressistas não têm o monopólio da moral, já que os conservadores foram sempre guardiões da moralidade, embora a confundindo com a ordem estabelecida. O conservador apenas não estava disposto, como estão o progressista e o revolucionário, a arriscar a ordem em nome da justiça social. Quando, entretanto, nos 30 anos neoliberais, o conservadorismo foi capturado pelo neoliberalismo, tornou-se uma fonte de desorganização social e de retrocesso moral. O mal-estar do nosso tempo só será superado quando o mundo rico redescobrir o futuro. Mas essa redescoberta só pode ser feita quando fizer a crítica ao neoliberalismo. Os anos neoliberais do capitalismo terminaram com a crise financeira de 2008, que os desmoralizou, como desmoralizou a teoria econômica neoclássica que os justificava. Mas nem as elites conservadoras nem os intelectuais progressistas foram capazes de fazer a crítica necessária do que aconteceu. Nem de reafirmar sua confiança na ideia do progresso ou do desenvolvimento.