plano de manejo parque estadual da ilha grande
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plano de manejo parque estadual da ilha grande
PLANO DE MANEJO (FASE 2) PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE – PEIG Agosto / 2010 Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado do Ambiente - SEA Instituto Estadual do Ambiente - INEA Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas - DIBAP Gerência de Unidades de Proteção Integral - GEPRO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Sérgio Cabral Filho Governador Luiz Fernando Pezão Vice-Governador SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE - SEA Marilene de Oliveira Ramos Secretária de Estado do Ambiente INSTITUTO ESTADUAL DO AMBIENTE - INEA Luiz Firmino Martins Pereira Presidente Paulo Schiavo Junior Vice-Presidente André Ilha Diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas - DIBAP Daniela Pires e Albuquerque Coordenadora de Projetos Especiais - COPE Patrícia Figueiredo de Castro Gerente de Unidades de Proteção Integral - GEPRO Eduardo Ildefonso Lardosa Chefe do Serviço de Planejamento e Pesquisa - SEPES APRESENTAÇÃO Muitas vezes chamada de “joia do tesouro” ambiental do Rio de Janeiro, a Ilha Grande, de fato, reúne uma série de atrativos naturais e culturais que, no seu conjunto, são mesmo difíceis de serem batidos: uma cadeia de montanhas que se eleva abruptamente a cerca de 1.000 m de altitude acima do nível do mar, recoberta de densa floresta atlântica; inúmeros riachos de água cristalina que escorrem destas encostas em direção ao litoral; um dos maiores índices de biodiversidade de todo o estado, onde se destaca o bugio, cuja vocalização inconfundível é conhecida como o “som da Ilha Grande”; sítios arqueológicos que nos dão notícia da antiguidade de sua ocupação pelas populações de caçadores-coletores que habitavam o litoral fluminense; restos do famoso presídio que lá funcionou por muitos anos, assim como de outras edificações de importância histórica, tais como as ruínas de um velho aqueduto e do lazareto; e, sobretudo, um espetacular cordão de praias arenosas deslumbrantes, separadas entre si por costões rochosos, que atraem um número crescente de visitantes a cada ano e que a tornam um dos destinos turísticos mais importantes de todo o Rio de Janeiro. Para preservar este inestimável patrimônio natural e cultural, o governo do estado instituiu na Ilha Grande uma série de unidades de conservação com papéis complementares entre si: a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, que protege de forma estrita o último trecho do litoral fluminense onde há um contínuo vegetacional nativo ininterrupto, do topo das montanhas até a orla marítima; o Parque Marinho do Aventureiro, que resguarda da pesca predatória a bela enseada em frente à praia do Aventureiro; o Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), principal unidade de conservação local e que abrange cerca de 62% da ilha; e, envolvendo tudo isto, a Área de Proteção Ambiental de Tamoios, que disciplina o uso da terra onde a lei faculta alguma espécie de ocupação humana. Isso equivale a dizer que qualquer pessoa que se desloque até a Ilha Grande estará visitando uma unidade de conservação pública estadual, especialmente o PEIG, o que significa que o ordenamento da visitação no Parque, até certo ponto, se confunde com o ordenamento da visitação na própria ilha, o que impõe um sério desafio ao poder público e dá margem a recorrentes conflitos de interpretação sobre o seu real papel. Em muito boa hora, portanto, é aprovado pelo Conselho Diretor do INEA, e publicado, o Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande, fruto de um imenso esforço de técnicos do próprio órgão e consultores contratados, de pesquisadores dos mais variados campos do conhecimento – especialmente da UERJ, que mantém um ativo centro de pesquisas na ilha – e, ainda, com valiosas contribuições da sociedade civil, através das instituições que integram o seu atento conselho consultivo. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Esperamos, agora, que o Plano de Manejo, com os seus diversos planos setoriais, cumpram com eficiência o propósito de sua elaboração, que é o de orientar a administração do parque na sua progressiva implantação e consolidação, conciliando uso público e preservação ambiental em prol de um patrimônio natural verdadeiramente especial, que merece o respeito e a atenção de todos nós. André Ilha Diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do INEA Instituto Estadual do Ambiente – INEA Equipe Técnica de Elaboração e Apoio do Plano de Manejo Elaboração Paulo Bidegain – Consultor do PPMA/RJ Jolnnye Rodrigues Abrahão – Consultor do PPMA/RJ Equipe de Apoio André Ilha – Diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas - DIBAP Camila Linhares de Rezende – Bióloga - GEPRO - DIBAP Eduardo Ildefonso Lardosa – Chefe do SEPES - GEPRO - DIBAP Gerência de Geoprocessamento e Estudos Ambientais – GEOPEA - DIMAN Izar Araújo Aximoff – Chefe do PEIG Marcelo Rodrigues Felippe – Coordenador Adm. Financeiro – PPMA/RJ - DIBAP Marco Aurélio Brancato – Consultor Principal Nacional do PPMA-RJ - GITEC Patrícia Figueiredo de Castro – Gerente de Unidades de Proteção Integral - GEPRO - DIBAP Thomas Wittur – Consultor Principal Internacional - PPMA/RJ-GITEC Colaboradores Conselho de Defesa da Ilha Grande – CODIG Conselho Consultivo do PEIG UERJ – CEADS Instituto BioAtlântica Instituto Estadual do Ambiente – INEA Agradecimentos Aos demais técnicos e funcionários da administração do Parque Estadual da Ilha Grande, da Gerência de Unidades de Proteção Integral da DIBAP, que de uma forma ou de outra contribuíram para a elaboração deste documento. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Este Plano de Manejo foi elaborado com recursos da Cooperação Financeira Brasil-Alemanha, por meio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, e o Banco KfW no âmbito do Projeto de Proteção à Mata Atlântica – PPMA-RJ, apoiado pela GITEC Consult GmbH. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande i ÍNDICE GERAL MÓDULO 1 - Informações Gerais da Unidade de Conservação................ 1-1 1.1 - Ficha Técnica da Unidade de Conservação ................................. 1-2 1.2 - Acesso à Unidade........................................................................... 1-5 1.3 - Histórico e Antecedentes Legais .................................................. 1-9 1.4 - Origem do Nome ............................................................................ 1-12 1.5 - Consolidação Territorial ................................................................ 1-12 MÓDULO 2 - Contextualização .................................................................... 2-1 2.1 - Contexto Internacional................................................................... 2-1 2.1.1 - Análise da UC quando inserida na Reserva da Biosfera ou outras titulações internacionais ................................................ 2-1 2.1.2 - Oportunidades de compromissos com organismos internacionais ................................................................................... 2-4 2.1.3 - Acordos internacionais ........................................................ 2-5 2.2 - Contexto Federal ............................................................................ 2-6 2.2.1 - A Unidade de Conservação e o cenário Federal ................ 2-6 2.2.2 - A Unidade de Conservação e o SNUC ................................ 2-6 2.3 - Contexto Estadual .......................................................................... 2-12 2.3.1 - Implicações ambientais ........................................................ 2-12 2.3.2 - Implicações institucionais ................................................... 2-13 2.3.3 - Potencialidades de cooperação........................................... 2-14 MÓDULO 3 - Análise Regional ..................................................................... 3-1 3.1 - Descrição Geocartográfica ............................................................ 3-1 3.2 - Características Culturais ............................................................... 3-1 3.3 - Uso e ocupação da terra e problemas ambientais decorrentes ............................................................................................. 3-5 3.4 - Características da população ........................................................ 3-10 3.5 - Ações Ambientais Exercidas por outras Instituições ................. 3-13 Instituto Estadual do Ambiente – INEA ii Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3.6 - Legislações Federal, Estadual e Municipal Pertinentes ............. 3-16 3.7 - Serviços Disponíveis para o Apoio à Unidade de Conservação ........................................................................................... 3-17 3.8 - Apoio Institucional ......................................................................... 3-20 MÓDULO 4 - Análise da UC e Entorno ........................................................ 4-1 4.1 - Caracterização da Paisagem - Fatores Físicos............................ 4-1 4.1.1 - Origem e formação ............................................................... 4-1 4.1.2 - Clima ...................................................................................... 4-1 4.1.3 - Relevo, embasamento rochoso e solos .............................. 4-6 4.1.4 - Cavidades naturais subterrâneas (aspectos espeleológicos) ................................................................................ 4-18 4.1.5 - Hidrografia, hidrologia e limnologia .................................... 4-19 4.1.6 - Litoral e habitats marinhos do entorno (oceanografia) ..... 4-26 4.2 - Caracterização da Paisagem - Fatores Bióticos .......................... 4-34 4.2.1 - Vegetação e flora .................................................................. 4-34 4.2.2 - Fauna ..................................................................................... 4-52 4.3 - Caracterização dos Fatores Históricos ........................................ 4-63 4.3.1 - Aspectos culturais e históricos ........................................... 4-63 4.3.2 - Ocorrência de fogo e fenômenos naturais excepcionais .. 4-73 4.3.3 - Atividades da Unidade de Conservação e entorno ............ 4-74 4.4 - Situação Fundiária ......................................................................... 4-85 4.5 - Usos e Ocupação do Solo ............................................................. 4-92 4.6 - Caracterização dos Fatores Socioeconômicos ........................... 4-109 4.6.1 - Caracterização da população .............................................. 4-109 4.6.2 - Relação da comunidade com a Unidade de Conservação..................................................................................... 4-113 4.7 - Aspectos Institucionais da UC ...................................................... 4-114 4.7.1 - Pessoal .................................................................................. 4-114 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande iii 4.7.2 - Infraestrutura, equipamentos e serviços ............................ 4-117 4.7.3 - Estrutura organizacional ...................................................... 5-120 4.7.4 - Recursos financeiros ............................................................ 4-122 4.7.5 - Cooperação institucional ..................................................... 4-126 4.8 - Declaração de Significância .......................................................... 4-126 4.9 - Problemática ................................................................................... 4-127 4.10 - Potencialidades ............................................................................ 4-129 MÓDULO 5 – Planejamento .......................................................................... 5-1 5.1 - Antecendentes do Planejamento .................................................. 5-1 5.2 - Avaliação Estratégica da Unidade de Conservação ................... 5-1 5.3 - Objetivos Específicos do Manejo da Unidade de Conservação ........................................................................................... 5-6 5.3.1 - Fundamentos Legais ............................................................ 5-6 5.3.2 - Objetivos específicos do PEIG ............................................ 5-7 5.4 - Zoneamento .................................................................................... 5-8 5.4.1 - Zona Intangível (ZI) ............................................................... 5-10 5.4.2 - Zona Primitiva (ZP) ............................................................... 5-13 5.4.3 - Zona de Uso Extensivo (ZUEx) ............................................ 5-16 5.4.4 - Área de Visitação (AV) .......................................................... 5-19 5.4.5 - Zona de Uso Conflitante (ZUC) ............................................ 5-22 5.4.6 - Área de Uso Conflitante (AUC) ............................................ 5-24 5.4.7 - Zona Histórico-Cultural (ZHC).............................................. 5-26 5.4.8 - Zona de Amortecimento (ZA) ............................................... 5-30 5.4.9 - Normas Gerais da Unidade de Conservação ...................... 5-39 5.4.10 - Espaço aéreo ....................................................................... 5-41 5.4.11 - Subsolo ................................................................................ 5-41 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande iv 5.5 - Planos Setoriais ............................................................................. 5-41 5.5.1 - Plano Setorial de Conhecimento ......................................... 5-42 5.5.2 - Plano Setorial de Uso Público ............................................. 5-50 5.5.3 - Plano Setorial de Integração Regional ................................ 5-57 5.5.4 - Plano Setorial de Manejo de Recursos Naturais ................ 5-64 5.5.5 - Plano Setorial de Proteção Ambiental ................................ 5-69 5.5.6 - Plano Setorial de Operacionalização .................................. 5-72 5.6 - Cronogramas Físico e Financeiro ................................................. 5-101 MÓDULO 6 – Projetos Específicos .............................................................. 6-1 6.1 - Projeto Específico 1: Ampliação e Adequação de Limites (Proposta) ............................................................................................... 6-1 6.2 - Projeto Específico 2: Ordenamento do Uso da Faixa de Areia da Praia do Abraão na Porção Inserida no PEIG ................................. 6-4 6.3 - Projeto Específico 3: Sistema do Ordenamento Turístico da Ilha Grande - Prodetur-RJ ...................................................................... 6-5 7 - Monitoria e Avaliação .............................................................................. 7-1 7.1 - Monitoramento da Implementação do Plano ............................... 7-1 7.2 - Avaliação da Efetividade do Planejamento .................................. 7-2 7.3 - Avaliação da Efetividade do Zoneamento .................................... 7-3 8 - Referências Bibliográficas ...................................................................... 8-1 Lista de figuras Figura 1-1 - Localização da Ilha Grande, em Angra dos Reis. ............................................ 1-5 Figura 1-2 - Rotas aquáticas de acesso à Ilha Grande. ...................................................... 1-6 Figura 2-1 - Reserva da Biosfera no Brasil. ......................................................................... 2-1 Figura 2-2 - Mapa do Planeta destacando 25 hotspots. ...................................................... 2-2 Figura 2-3 - Biomas do Brasil. .............................................................................................. 2-6 Figura 2-4 - Mapa do Mosaico de Unidades de Conservação da região da Serra da Bocaina. ............................................................................................................ 2-9 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande v Figura 3-1 - Campos petrolíferos da bacia de Santos. ......................................................... 3-10 Figura 3-2 - Distribuição da população de Angra dos Reis por distrito. .............................. 3-11 Figura 3-3 - Escolaridade da população de Angra dos Reis. ............................................... 3-12 Figura 4-1 - Posicionamento do ASAS sobre o Brasil. ......................................................... 4-2 Figura 4-2 - Precipitação média mensal e precipitação máxima em 24h no período de 1961-1990 (Estação Angra dos Reis). .............................................................. Figura 4-3 - 4-3 Variação dos valores das normais climatológicas de temperatura ao longo do ano................................................................................................................ 4-5 Figura 4-4 - Tipos de solos da Ilha Grande. ......................................................................... 4-17 Figura 4-5 - Distribuição das profundidades ao redor da Ilha Grande. ................................ 4-30 Figura 4-6 - Correntes no entorno da Ilha Grande. .............................................................. 4-32 Figura 4-7 - Granulometria dos sedimentos no entorno da Ilha Grande. ............................. 4-33 Figura 4-8 - Navio de transporte de imigrantes. .................................................................. 4-67 Figura 4-9 - Quadro “Casa de Quarentena da Ilha Grande”, pintado por Nicola Facchinet em 1887. ........................................................................................... 4-67 Figura 4-10 - Pavilhões do lazareto em 1909. ........................................................................ 4-68 Figura 4-11 - Penal Cândido Mendes. ................................................................................... 4-69 Figura 4-12 - Presídio de Dois Rios na década de 1970. ....................................................... 4-72 Figura 4-13 - Futuro Centro de Informações Turísticas da Ilha Grande................................ 4-76 Figura 4-14 - Terrenos da União transferidos para o Estado em 1966. ................................. 4-88 Figura 4-15 - Localização da entrada do cabo de energia na Ilha Grande. ........................... 4-98 Figura 4-16 - Traçado da rede elétrica na Ilha Grande. ......................................................... 4-98 Figura 4-17 - Localização dos cercos fixos na Ilha Grande.................................................... 4-107 Figura 4-18 - Fazendas marinhas no entorno da Ilha Grande................................................ 4-108 Figura 4-19 - Estrutura organizacional do PEIG. .................................................................... 4-120 Figura 4-20 - Setores do Parque Estadual da Ilha Grande. ................................................... 4-122 Figura 5-1 - Zona Intangível (ZI) do Parque Estadual da Ilha Grande. ................................ 5-11 Figura 5-2 - Zona Primitiva (ZP) do Parque Estadual da Ilha Grande (em verde claro). ..... 5-14 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande vi Figura 5-3 - Zona de Uso Extensivo (ZUEx) do Parque Estadual da Ilha Grande. ............. 5-17 Figura 5-4 - Detalhe da Zona de Uso Extensivo (ZUEx) Lopes Mendes............................. 5-17 Figura 5-5 - Zona de Uso Conflitante Abraão/Bairro dos Funcionários (ZUC) do Parque Estadual da Ilha Grande. .................................................................................. 5-23 Figura 5-6 - Área de Uso Conflitante (AUC) do Parque Estadual da Ilha Grande. ............. 5-25 Figura 5-7 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Dois Rios do Parque Estadual da Ilha Grande. ............................................................................................................. 5-27 Figura 5-8 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Abraão do Parque Estadual da Ilha Grande. .. 5-28 Figura 5-9 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Parnaioca do Parque Estadual da Ilha Grande. ............................................................................................................. 5-28 Figura 5-10 - Delimitação da zona de amortecimento da Estação Ecológica de Tamoios. .. 5-31 Figura 5-11 - Campo de correntes em superfície obtidas por simulação numérica em condição de maré enchente (A) e em condição de maré vazante (B). (Fragoso, 1999). ............................................................................................... 5-32 Figura 5-12 - Mapas de rastreamento das embarcações cadastradas no PREPS com a devida modalidade de pesca e recursos pesqueiros capturados na baía da Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ. .................................................................... 5-33 Figura 5-13 - Riqueza total dos sete grupos de organismos estudados na baía da Ilha Grande, RJ (macroalgas marinhas, Echinodermata, Cnidaria, Mollusca, Polychaeta e Crustacea de substrato não consolidado e peixes recifais). ...... 5-34 Figura 5-14 - Fácies sedimentológicas (Larsonneur) (A) e fácies sedimentológicas (B) (Tenças)............................................................................................................ 5-34 Figura 5-15 - Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande. ........................ 5-37 Figura 5-16 - Proposta de organograma da estrutura administrativa do PEIG. .................... 5-75 Figura 6-1 - Áreas propostas para ampliação do PEIG. ...................................................... 6-2 Figura 6-2 - Áreas marinhas propostas a serem incorporadas inicialmente ao PEIG. ........ 6-3 Lista de quadros Quadro 1-1 - Formas de acesso às cidades de Angra dos Reis e Mangaratiba. .................. 1-6 Quadro 1-2 - Distâncias rodoviárias para Angra dos Reis e Mangaratiba. ........................... 1-7 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Quadro 1-3 - Distâncias por via aquática do cais da Vila do Abraão vii para os atracadouros principais. .................................................................................... 1-7 Quadro 2-1 - Unidades de Conservação do estado do Rio de Janeiro.................................. 2-12 Quadro 2-2 - Planos, programas e ações regionais. .............................................................. 2-13 Quadro 3-1 - Eventos culturais da região. .............................................................................. 3-2 Quadro 3-2 - Vegetação Remanescente de Angra dos Reis. ................................................ 3-6 Quadro 3-3 - Unidades de Conservação e reservas indígenas. ............................................ 3-7 Quadro 3-4 - Agentes causadores de impactos na baía de Ilha Grande. .............................. 3-8 Quadro 3-5 - Faixas etárias da população de Angra dos Reis............................................... 3-11 Quadro 3-6 - População residente do município de Angra dos Reis por gênero. .................. 3-11 Quadro 3-7 - Situação do saneamento básico no Município de Angra dos Reis. .................. 3-12 Quadro 3-8 - Número de domicílios urbanos em Angra dos Reis por classe econômica. .... 3-13 Quadro 3-9 - Principais entidades atuantes na região ou de Interesse para o PEIG. ........... 3-14 Quadro 3-10 - Entidades paulistas atuantes na região litorânea próxima. .............................. 3-15 Quadro 3-11 - Infraestrutura regional. ...................................................................................... 3-18 Quadro 3-12 - Infraestrutura escolar dos municípios de Angra dos Reis e Paraty. ................. 3-18 Quadro 3-13 - Serviços de apoio ao turista. ............................................................................. 3-19 Quadro 3-14 - Parcerias do PEIG (Dez/2008). ......................................................................... 3-21 Quadro 4-1 - Precipitação mensal e anual e máximas absolutas ocorridas em 24 horas. .... 4-3 Quadro 4-2 - Temperaturas médias mensais, das máximas e mínimas. ............................... 4-5 Quadro 4-3 - Demais características meteorológicas regionais. ............................................ 4-6 Quadro 4-4 - Principais pontos culminantes e formações notáveis da Ilha Grande e PEIG (Patrimônio geomorfológico). ............................................................................ 4-10 Quadro 4-5 - Tipos de rochas da Ilha Grande. ....................................................................... 4-15 Quadro 4-6 - Síntese das Unidades Hidrográficas e Sistemas Hidrográficos da Ilha Grande............................................................................................................... 4-20 Quadro 4-7 - Principais cursos d’água da Ilha Grande. ......................................................... 4-23 Quadro 4-8 - Usos das águas doces na Ilha Grande. ............................................................ 4-25 Instituto Estadual do Ambiente – INEA viii Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Quadro 4-9 - Praias da Ilha Grande....................................................................................... 4-27 Quadro 4-10 - Praias localizadas no Parque Estadual da Ilha Grande. .................................. 4-28 Quadro 4-11 - Embaiamentos da Ilha Grande. ........................................................................ 4-29 Quadro 4-12 - Alterações da vegetação nativa. ...................................................................... 4-35 Quadro 4-13 - Fatos e números sobre a flora insular. ............................................................. 4-37 Quadro 4-14 - Fitofisionomias encontradas no Parque Estadual da Ilha Grande. .................. 4-38 Quadro 4-15 - Atributos da Floresta Ombrófila Densa Submontana. ...................................... 4-42 Quadro 4-16 - Manguezais da Ilha Grande. ............................................................................ 4-49 Quadro 4-17 - Espécies ameaçadas da Ilha Grande. ............................................................. 4-50 Quadro 4-18 - Principais espécies invasoras. ......................................................................... 4-51 Quadro 4-19 - Avaliação da fauna do PEIG. ........................................................................... 4-53 Quadro 4-20 - Comparativo da biodiversidade nativa da Ilha Grande. ................................... 4-55 Quadro 4-21 - Espécies que despertam preocupações conservacionistas. ........................... 4-56 Quadro 4-22 - Espécies animais exóticas da Ilha Grande. ..................................................... 4-57 Quadro 4-23 - Espécies de cetáceos com possibilidade de ocorrência nas águas do entorno da llha Grande. .................................................................................... 4-62 Quadro 4-24 - Espécies exóticas marinhas. ............................................................................ 4-62 Quadro 4-25 - Patrimônio histórico-cultural da Ilha Grande. ................................................... 4-64 Quadro 4-26 - Patrimônio Histórico-Cultural do PEIG. ............................................................ 4-65 Quadro 4-27 - Eventos de fogo em vegetação ocorridos na Ilha Grande entre 1992 e 2008. ................................................................................................................. 4-73 Quadro 4-28 - Informações sobre o turismo na Ilha Grande. .................................................. 4-75 Quadro 4-29 - Principais atrativos e atividades turísticas no PEIG e entorno......................... 4-77 Quadro 4-30 - Principais atrativos naturais do PEIG. .............................................................. 4-78 Quadro 4-31 - Pesquisas científicas realizadas no PEIG a partir de 2004. ............................ 4-80 Quadro 4-32 - Desempenho da fiscalização em 2007-2009. .................................................. 4-83 Quadro 4-33 - Síntese das atividades conflitantes. ................................................................. 4-84 Quadro 4-34 - Não-conformidades existentes e potenciais do PEIG. ..................................... 4-86 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ix Quadro 4-35 - Informações do Termo de Transferência de 1966. ........................................... 4-87 Quadro 4-36 - Principais núcleos populacionais da Ilha Grande. ............................................ 4-95 Quadro 4-37 - Sistemas de abastecimento de água da Ilha Grande. ...................................... 4-100 Quadro 4-38 - Obras de coleta e tratamento de esgoto financiadas pelo FECAM. ................. 4-100 Quadro 4-39 - Meios de hospedagem da Ilha Grande. ............................................................ 4-102 Quadro 4-40 - Escolas municipais na Ilha Grande. .................................................................. 4-103 Quadro 4-41 - Calendário de ocorrência dos principais peixes mencionados pelos pescadores da Ilha Grande. .............................................................................. 4-106 Quadro 4-42 - Estimativa populacional histórica da Ilha Grande. ............................................ 4-109 Quadro 4-43 - Projeção da população da Ilha Grande. ............................................................ 4-110 Quadro 4-44 - Informações sobre a faixa etária e gênero da população do município de Angra dos Reis. ................................................................................................. 4-112 Quadro 4-45 - Número de domicílios urbanos e classes econômicas do município de Angra dos Reis. ................................................................................................. 4-113 Quadro 4-46 - Recursos humanos do PEIG. ............................................................................ 4-115 Quadro 4-47 - Edificações, estradas, caminhos, pontes, trilhas e sistema de sinalização. ..... 4-117 Quadro 4-48 - Veículos e embarcações do PEIG. ................................................................... 4-119 Quadro 4-49 - Atribuições da equipe do PEIG. ........................................................................ 4-121 Quadro 4-50 - Descrição dos setores do PEIG. ....................................................................... 4-122 Quadro 4-51 - Composição do orçamento do PEIG. ................................................................ 4-123 Quadro 4-52 - Estimativa prevista de alocação de recursos para o Programa de Fortalecimento do PEIG (2009-2013). .............................................................. 4-125 Quadro 4-53 - Principais parcerias do PEIG. ........................................................................... 4-126 Quadro 4-54 - Principais problemas levantados e discutidos na Oficina de Planejamento do PEIG. ............................................................................................................ 4-127 Quadro 5-1 - Ações priorizadas para o Parque Estadual da Ilha Grande. ............................. 5-2 Quadro 5-2 - Zonas e áreas adotadas no Plano de Manejo. ................................................. 5-9 Quadro 5-3 - Zonas e áreas do PEIG. .................................................................................... 5-10 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande x Quadro 5-4 - Síntese dos critérios utilizados para a determinação da Zona de Amortecimento do PEIG. .................................................................................. 5-38 Quadro 5-5 - Pontos de referência dos limites da Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande em UTM (DATUM – SID 69). ................................... 5-38 Quadro 5-6 - Síntese dos critérios utilizados para a determinação das zonas e áreas do PEIG. ................................................................................................................ 5-40 Quadro 5-7 - Planos Setoriais do Parque Estadual da Ilha Grande. ..................................... 5-42 Quadro 5-8 - Demandas de pesquisa para o PEIG. .............................................................. 5-43 Quadro 5-9 - Atrativos naturais, oficiais, históricos e culturais nas áreas de concentração de uso público do PEIG. ............................................................ 5-53 Quadro 5-10 - Atividades potenciais nas áreas de uso público (a serem liberadas para uso gradativamente). ........................................................................................ 5-54 Quadro 5-11 - Sugestões de linha de produtos para a loja do PEIG. ..................................... 5-59 Quadro 5-12 - Diretrizes relacionadas à situação fundiária do PEIG. ..................................... 5-74 Quadro 5-13 - Área de atuação dos núcleos do PEIG, incluindo a Zona de Amortecimento. ................................................................................................ 5-76 Quadro 5-14 - Proposta de funções e atividades do quadro funcional do PEIG. .................... 5-79 Quadro 5-15 - Proposta de quadro funcional por Unidade Administrativa – Qualitativo e Quantitativo....................................................................................................... 5-81 Quadro 5-16 - Estimativa do número de guardiões por núcleo do PEIG. ............................... 5-83 Quadro 5-17 - Demanda de voluntários para os Núcleos do PEIG. ........................................ 5-83 Quadro 5-18 - Parcerias potenciais para o PEIG. ................................................................... 5-95 Quadro 5-19 - Parcerias potenciais com empresas públicas e privadas. ............................... 5-96 Quadro 5-20 - Parcerias potenciais com ONGs. ..................................................................... 5-97 Quadro 5-21 - Cronograma físico do Parque Estadual da Ilha Grande. ................................. 5-102 Quadro 6-1 - Proposta de ilhas a serem incluídas no PEIG. ................................................. 6-2 Quadro 7-1 - Formulário de Monitoramento das atividades do Plano de Manejo. ................ 7-2 Quadro 7-2 - Avaliação da efetividade do planejamento. ...................................................... 7-3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande xi Lista de Anexos Anexo I Estudos e levantamentos realizados para subsidiar a elaboração do Plano de Manejo Anexo II Histórico da Ilha Grande Anexo III Memorial descritivo dos limites do PEIG Anexo IV Domínio das ilhas Anexo V Parques insulares de destaque na América Latina e no Caribe Anexo VI Unidades de Conservação no estado do rio de janeiro Anexo VII Legislação específica do Parque Estadual da Ilha Grande e unidades de conservação vizinhas Anexo VIII Legislação aplicada à gestão Anexo IX Partes interessadas Anexo X Síntese informativa do ecossistema marinho da baía da Ilha Grande Anexo XI Parâmetros físico-químicos da água do mar no entorno da Ilha Grande Anexo XII Ilhas e ilhotas do entorno da Ilha Grande Anexo XIII Lajes no entorno da Ilha Grande Anexo XIV Relação das espécies de árvores da Ilha Grande Anexo XV Principais plantas vasculares exóticas encontradas na Ilha Grande, com enfoque para espécies arbóreas Anexo XVI Listas de espécies da fauna Anexo XVII Mapas do zoneamento do PEIG Anexo XVIII Memorial descritivo do zoneamento do PEIG Anexo XIX Estruturas existentes e previstas para o PEIG Anexo XX Áreas das edificações existentes e previstas para o PEIG Anexo XXI Cronograma financeiro Anexo XXII Termo de referência: Sistema do ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande - PRODETUR-RJ Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande xii SIGLAS ABAV Associação Brasileira das Agências de Viagem AMHIG Associação dos Meios de Hospedagem da Ilha Grande AMPLA Ampla Serviços de Eletricidade S.A. ANA Agência Nacional de Águas ANAC Agência Nacional da Aviação Civil ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários BARCAS Concessionária Barcas S.A. BME Brigada Mirim Ecológica BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BPFMA Batalhão de Polícia Florestal e do Meio Ambiente CBMERJ Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro CEADS Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável CECA Comissão Estadual de Controle Ambiental CODIG Comitê de Defesa da Ilha Grande CONSIG Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande CONEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente CORREIOS Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos S.A. CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CREA Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura CSA Companhia Siderúgica do Atlântico CSN Companhia Siderúrgica Nacional DER Fundação Departamento Estadual de Estadas de Rodagem DRM Departamento de Recursos Minerais DGRNR Departamento Geral de Recursos Naturais Renováveis DER Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro ELETRONUCLEAR Eletrobrás Termonuclear SA EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural FAPERJ Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro FECAM Fundo Estadual de Conservação Ambiental FEEMA Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente FIPERJ Fundação Instituto Estadual da Pesca GEVIG Grupo Ecológico de Voo Livre da Ilha Grande IAV Instituto Ambiental da Vale IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBIO Instituto BioAtlântica ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IEF Fundação Instituto Estadual de Florestas IJB Instituto Jardim Botânico IME Instituto Militar de Engenharia Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande xiii INEA Instituto Estadual do Ambiente INEPAC Instituto Estadual do Patrimônio Cultural INPH Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ITERJ Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro ISABI Instituto Socioambiental da Baía da Ilha Grande kfW Banco Alemão de Desenvolvimento (Kreditanstalt Für Wiederaufbau) PEIG Parque Estadual da Ilha Grande PEMA Parque Estadual Marinho do Aventureiro PESAGRO Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro PETROBRAS Petróleo Brasileiro S.A. PF Polícia Federal PMAR Prefeitura Municipal de Angra dos Reis PMI Prefeitura Municipal de Itaguaí PMM Prefeitura Municipal de Mangaratiba PMP Prefeitura Municipal de Paraty RBPS Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul SAPE Sociedade Angrense de Proteção Ecológica SAAE Serviço Autônomo de Águas e Esgotos de Angra dos Reis. SAMPESUB Sociedade Angrense de Pesquisas Subaquáticas. SEA Secretaria de Estado do Ambiente SEBRAE Serviço de Apoio a Pequena e Média Empresa SEMADUR Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano SEPLAG Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão SERLA Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas SOS Mata Atlântica Fundação SOS Mata Atlântica SPU Secretaria do Patrimônio da União SUBPA Subsecretaria de Estado de Patrimônio TEBIG Terminal da baía de Ilha Grande TermoRio Termorio S.A – Usina Termoelétrica Leonel Brizola TRANSPETRO Petrobras Transporte SA TurisAngra Fundação de Turismo de Angra dos Reis TurisRio Empresa de Turismo do Estado do Rio de Janeiro. UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro UC Unidade de Conservação UFF Universidade Federal Fluminense UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1 INTRODUÇÃO Criado pela Lei nº 5.101, de 04 de outubro de 2007, regulamentada pelo Decreto nº 41.628, de 12 de janeiro de 2009, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) é o órgão público responsável pela gestão das unidades de conservação do estado do Rio de Janeiro. Desde o início de 2007, o Governo do Estado tem dedicado especial atenção ao Parque, tendo estabelecido o Programa de Fortalecimento do Parque Estadual da Ilha Grande, cuja primeira iniciativa foi ampliar sua superfície em 6.458 ha, saltando de 5.594 ha (Dec 2.061/78) para 12.072 ha em fevereiro daquele ano. Desde então, o programa vem propiciando diversas melhorias na infraestrutura e na capacidade operacional do Parque. Segundo o SNUC, Plano de Manejo é um documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão do Parque Estadual da Ilha Grande. A Lei Federal nº 9.985/2000 determina que os Parques devam dispor de Plano de Manejo abrangendo a superficie estabelecida em ato legal, a zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas para promover a integração do Parque à vida econômica e social das comunidades vizinhas (Art. 27, § 1º e 2º). Junto com leis, regulamentos, normas e procedimentos roteirizados, o plano estabelece como o Parque deve ser demarcado, implantado, operado, monitorado e financiado. Este Plano define os procedimentos sobre como o PEIG será gerenciado pelo INEA nos próximos dez anos. O presente Plano é resultado de uma combinação de experiências de especialistas do INEA, da SEA, das comunidades da Ilha Grande, de ONGs, de cientistas da UERJ e UFRRJ e de técnicos de diversos órgãos públicos federais, estaduais e do município de Angra dos Reis, tendo sido preparado de acordo com o Roteiro Metodológico para Elaboração de Planos de Manejo, aprovado em 2008. Este Plano de Manejo: • fornece informações gerais sobre o Parque; • contextualiza o papel e a importância do Parque; • avalia a região de influência; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2 • analisa os aspectos naturais, culturais e socioeconômicos do Parque e da Zona de Amortecimento; • estabelece e descreve, por meio do zoneamento e programas, as ações para implantação, operação e monitoramento. O Anexo I apresenta, resumidamente, os diversos estudos e levantamentos realizados para subsidiar a elaboração do Plano de Manejo. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-i ÍNDICE MÓDULO 1 - Informações Gerais da Unidade de Conservação................ 1-1 1.1 - Ficha Técnica da Unidade de Conservação ................................. 1-2 1.2 - Acesso à Unidade........................................................................... 1-5 1.3 - Histórico e Antecedentes Legais .................................................. 1-9 1.4 - Origem do Nome ............................................................................ 1-12 1.5 - Consolidação Territorial ................................................................ 1-12 Lista de figuras Figura 1-1 - Localização da Ilha Grande, em Angra dos Reis. ............................................. 1-5 Figura 1-2 - Rotas aquáticas de acesso à Ilha Grande. ....................................................... 1-6 Lista de quadros Quadro 1-1 - Formas de acesso às cidades de Angra dos Reis e Mangaratiba.................... 1-6 Quadro 1-2 - Distâncias rodoviárias para Angra dos Reis e Mangaratiba. ............................ 1-7 Quadro 1-3 - Distâncias por via aquática do cais da Vila do Abraão para os atracadouros principais. .................................................................................... Instituto Estadual do Ambiente – INEA 1-7 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-1 MÓDULO 1 - INFORMAÇÕES GERAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO O Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) constitui-se em uma área geográfica insular, dotada de atributos naturais excepcionais, inserida no bioma Mata Atlântica e possuindo em seus limites, ecossistemas naturais diversificados e bastante significativos. Destinam-se a essas áreas fins científicos, culturais, educativos, espirituais, recreativos e, criados e administrados pelo Governo Estadual, constituem-se bens de uso comum do povo, auxiliando no desenvolvimento regional, cabendo às autoridades, motivadas pelas razões de sua criação, preservá-los e mantê-los protegidos. Seu objetivo principal é o da preservação dos ecossistemas naturais contra quaisquer alterações que os desvirtuem. O PEIG constitui uma Unidade de Conservação Ambiental de Proteção Integral, da Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro, estando subordinado à Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP, diretoria esta pertencente ao Instituto Estadual do Ambiente – INEA, órgão vinculado à Secretaria de Estado do Ambiente – SEA. Criado pelo Decreto Estadual nº 15.273, de 26 de junho de 1971, o PEIG é considerado um bem público destinado ao uso comum do povo, de acordo com o artigo 99, inciso I da Lei Federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). Entre as principais áreas brasileiras apontadas como centro de diversidade biológica e endemismo, destacamos o estado do Rio de Janeiro que, paradoxalmente à riqueza biológica, constitui uma região sob forte pressão antrópica. Nesse cenário, a bacia hidrográfica da baía da Ilha Grande destaca-se por sua importância como corredor biológico da Serra do Mar, Refúgio Pleistocênico, Núcleo Histórico e Patrimônio Cultural da Humanidade. Considerada um santuário ecológico, a Ilha Grande está incluída na Reserva da Biosfera da Floresta Atlântica pela UNESCO desde 1992 (Guedes-Bruni & Lima, 1997). A flora da Ilha Grande apresenta um diversificado conjunto de formações vegetais associadas inseridas na Floresta Pluvial Tropical Atlântica, segundo classificação de Veloso et al. (1991). Predomina a Floresta Ombrófila Densa (Montana e Submontana) e em menor proporção, as áreas de formação pioneira de influência marinha (restinga), fluviomarinha (mata alagadiça e manguezal) (Oliveira & Coelho Netto, 2001) e afloramentos rochosos. Esta multiplicidade de ambientes confere grande importância biológica à ilha, configurando diversos espaços territoriais que demandam a proteção formal por atos legais específicos, com restrições de uso e segundo categorias estabelecidas. A diversidade florística foi um dos principais fatores que levaram à criação das Unidades de Conservação: Parque Estadual da Ilha Grande (Decreto Estadual nº 15.273, de 26/06/1971); Reserva Biológica da Praia do Sul (Decreto Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-2 Estadual nº 4.972, de 02/12/1981); Área de Proteção Ambiental de Tamoios (Decreto Estadual nº 9.452, de 05/12/1986); Reserva Biológica da Ilha Grande (Decreto Estadual nº 9.728, de 06/03/1987); e Parque Marinho do Aventureiro (Decreto Estadual nº 15.983, de 27/11/90). Considerando que o território do Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) atualmente abrange 62,5% da área terrestre da Ilha Grande com interface física com o entorno marinho, a inclusão dos ecossistemas marinhos como entorno se justifica pela conectividade entre os sistemas terrestres e marinhos e tendo em vista que a pesca e o turismo são as principais atividades econômicas da ilha, que tem forte vinculação ao mar. 1.1 - FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Ficha Técnica – Parque Estadual da Ilha Grande ADMINISTRAÇÃO Nome da Unidade: Parque Estadual da Ilha Grande Endereço da Sede: Avenida Nacib Monteiro de Queiroz, s/nº Bairro: Vila do Abraão Cidade: Angra dos Reis CEP: 23.968-000 Telefone: (0XX) 24-3361-5540 E-mail: [email protected] Fax: (0XX) 24-3361-5540 Rádio Frequência: sistema em implantação. Recursos Humanos: 01 Chefe de Unidade, 01 Subchefe, 01 Coordenador de Pesquisa e Manejo, 01 Coordenadora de Administração e Manutenção, 01 Coordenadora de Uso Público e Educação Ambiental, 01 Coordenador de Proteção, 01 Adjunto de Operação e Logística, 01 Adjunto de Operação, 01 Técnico de Pesquisa e Manejo (Serviços Ambientais), 01 MAC, 01 Secretária, 11 Auxiliares de Proteção do Parque, 04 Auxiliares de Serviços Gerais, 02 Auxiliares de Manejo, 02 Jardineiros. Total de Funcionários: 30 (07 do Estado e 23 terceirizados) – em fevereiro de 2011. Infraestrutura: 1 (uma) sede administrativa com Centro de Visitantes (300 m2), com espaço de recepção de visitantes/sala de interpretação, 3 salas de administração, auditório, copa e dois banheiros. Alojamento de Pesquisadores (193 m²) com sala de estar, 5 quartos, 2 banheiros, cozinha com despensa, varanda, laboratório rústico e garagem. Casa do Chefe (117 m²), com sala, 3 quartos, dois banheiros, cozinha e pátio com churrasqueira e área coberta. Galpão (62 m²), com banheiro. Guarita no Circuito Abraão (7,51 m²). Pórtico na entrada do Circuito Abraão. Viveiro (640,8 m²), com área de canteiro e pequena edificação de beneficiamento de sementes e escritório (39,1 m²). 03 utilitários (1 pick-up Toyota e 2 jeeps Toyota), 02 quadriciclos, 01 motocicleta (Yamaha Dt-180), 01 bote de alumínio 5,50 m com motor Yamaha 25HP e carreta, 01 bote inflável com motor 25 HP, 01 lancha Cimitarra 27 pés a gasolina, com carreta e carrinho para motor, 01 lancha Futura 28 pés com 2 motores a diesel de 120 HP, com carreta. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-3 A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Decreto de Criação: Decreto Estadual nº 15.273, de 26/05/1971. Objetivos da UC: (não há no decreto de criação) I. Preservar os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica; II. Possibilitar a realização de pesquisas científicas; III. Proporcionar o desenvolvimento de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Município Abrangido: Angra dos Reis Situação Fundiária: a ilha é um bem da União, todavia a situação fundiária não está regularizada. Superfície: 12.072 ha (em processo de ampliação). Perímetro: 156,2 km. Altitude: De 0 a 1.031 metros (IBGE), na Pedra D’água, ponto culminante. Destacamse ainda o Pico do Papagaio (959 m) e o Morro do Ferreira (735 m). Coordenadas Geográficas: UTM (Datum SAD 69) (Extremos da UC) Norte: 578650 / 7447698 S Sul: 566776 / 7432635 S Leste: 592909 / 7437669 S Oeste: 563894 / 7437234 S Geologia: Maioria das rochas formadas há 630-480 milhões de anos (idade proterozóica). Constituído basicamente por rochas ígneas onde dois tipos se destacam: granito e charnockito. Além destes, em menor proporção aparecem ortognaisses e diques de diabásio. Depósitos terciário-quaternários fluviomarinhos (sedimentos argilos-arenosos) completam o quadro geológico. Solo: Os seguintes solos estão representados na área do PEIG, cada um com algumas subdivisões: 1) Latossolo vermelho-amarelo alítico; 2) Cambissolo; 3) Afloramentos rochosos. Clima: Tropical úmido Af de Köppen. Pluviosidade superior a 2.242 mm nas baixadas próximas ao nível do mar, sendo janeiro o mês mais chuvoso e julho o mais seco. Com temperatura média anual de 21,0 ºC, média das mínimas de 19,9 ºC e média das máximas de 27 ºC. Vegetação: Floresta Ombrófila Densa, restinga e manguezal. Fauna: Composta por uma diversidade de invertebrados terrestres e marinhos, com a presença da espécie de coral invasora Tubastrea spp. na baía da Ilha Grande. Com cerca de 20 espécies de peixes de água doce e 150 espécies marinhas. Várias espécies de sapos, rãs, lagartos e cobras, destacando-se a jibóia, o grande teiú e o jacaré-de-papo-amarelo. Aves como urubu-rei, gavião-mico, macuco e uru. Mamíferos como gambás, pacas, cutias, ouriços-caixeiros, capivaras, preguiça comum e tatu-galinha. Poucas espécies de carnívoros, como o jaguarundi, jaguatirica, lontra e furão. Cabe destacar a presença de duas espécies de primatas nativos, o bugio e o macaco-prego, além de uma espécie introduzida, o sagui-comum (Callithrix jacchus). Relevância: Preservação da biodiversidade da Mata Atlântica e seus recursos naturais. Bioma: Mata Atlântica Ecossistema: Mosaico de florestas secundárias (aluvial, planície, submontana e montana) de diferentes idades, além de restingas, manguezais, lagoas, rios, praias e costões rochosos. Plano de Manejo: Anterior elaborado em 1992, mas não aprovado pelo IEF. Principais Problemas: Invasão de espécies exóticas; lixo trazido pelo mar ou lançado dentro do Parque por visitantes; rede elétrica; moradias em alguns locais; extração ilegal de palmito e de plantas ornamentais (bromélias e orquídeas); caça de animais silvestres; visitação por acessos não autorizados e comportamento predatório de visitantes em áreas remotas; vandalismo. AÇÕES DESENVOLVIDAS Educação Ambiental: Centro de Visitantes com banners interpretativos, maquete e carta–imagem. Ocasionalmente são oferecidas caminhadas guiadas pela equipe do Parque. Informal com visitas orientadas a UC, e formal por meio de atendimento à rede escolar com de visitas e palestras nas escolas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-4 Uso Público: Numerosas atividades de trilhas, banhos em cachoeiras, em praias, mergulhos, visitas contemplativas e montanhismo. Fiscalização: Patrulhamento por intermédio do apoio da equipe de fiscalização do próprio INEA, orientada pela administração e periodicamente ações de fiscalização conjunta com o IBAMA e o Batalhão de Polícia Florestal do Meio Ambiente. Um (01) agente de proteção atuando em toda a Ilha Grande com apoio eventual do Batalhão de Polícia Florestal e do Meio Ambiente (BPFMA) e da Polícia Federal. Patrulhamento diuturno executado por 08 (oito) guardiões de empresas terceirizadas. Cooperação Técnica e/ou Parcerias: 1. CODIG 2. SAPE 3. Associação de Moradores do Aventureiro 4. AMHIG 5. Associação Curupira 6. Instituto BioAtlântica 7. TermoRio 8. Companhia VALE 9. FIPERJ 10. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Conselho Consultivo: Homologado em 05 de dezembro de 2005 pela Portaria nº 165 e retificado pela Portaria nº 268, de 17 de dezembro de 2008. INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA O VISITANTE Acesso à Unidade: O acesso ao PEIG se faz por meio de embarcações tomadas em Mangaratiba, Conceição de Jacareí ou Angra dos Reis, sendo realizada a travessia marítima para a Vila do Abraão. O que ver e fazer (atrações especiais) época de visitação: Banho de mar e rio, surfe, mergulho, caminhadas, contemplação, observação da natureza, piquenique, escalada, rapel, passeio de bicicleta e voo-livre. Gastos anuais estimados na UC (nd = não disponível) Estado Projetos Compensação Total 2007 2008 Nd 77.415,07 130.174,76 207.589,83 nd 118.922,25 939.210,32 1.058.12,57 2009 309.650,00 460,000,00 400.000,00 769.650,00 2011 (Estimado) nd 1.000.000,00 672.00,00 1.672.00,00 2009 17 1 2010 10 0 2010 nd 223.000,00 382.765,94 382.765,94 Pesquisas científicas na Unidade/entorno (quantidade) Em andamento Concluídas 2006 0 02 2007 02 04 2008 05 07 Chefia da Unidade Nome: Izar Araújo Aximoff Formação: Biólogo, Mestre em Botânica Tempo no Cargo: > 1 ano Data de nomeação: 17/08/2009 Vínculo com o INEA: Cargo em comissão (DAS-6) Contato: (0XX) 21-8596-5187 E-mail: [email protected] Observações Gerais: Segundo maior parque insular do Brasil. Integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica declarada pela UNESCO em 1992. Tombado como Patrimônio Estadual em 1987. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-5 1.2 - ACESSO À UNIDADE O Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) situa-se na Ilha Grande (23º5’ e 23º14’), na costa sudoeste do estado do Rio de Janeiro, na baía de mesmo nome, município de Angra dos Reis (Figura 1-1). Figura 1-1 - Localização da Ilha Grande, em Angra dos Reis. Para chegar ao PEIG é preciso tomar uma embarcação em Mangaratiba, Conceição de Jacareí ou Angra dos Reis e fazer a travessia marítima para a Vila do Abraão, pequeno núcleo urbano situado na costa nordeste da Ilha Grande, que é a principal porta de entrada do Parque (Figura 1-2). Na Vila encontra-se o Centro de Visitantes do PEIG, situado a 70 m do cais principal, onde são fornecidas informações sobre atrativos, atividades e passeios no Parque e entorno. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-6 Fonte: www.turisangra.com.br Figura 1-2 - Rotas aquáticas de acesso à Ilha Grande. O Quadro 1-1, a seguir, informa sobre os acessos para as cidades de Angra dos Reis e Mangaratiba e as distâncias rodoviárias. Quadro 1-1 - Formas de acesso às cidades de Angra dos Reis e Mangaratiba. Rio de Janeiro: Do centro pela Avenida Brasil até a entrada para Itaguaí, BR 101 (acesso para Mangaratiba) e acesso para Angra dos Reis (Km 478). Automóvel São Paulo (aproximadamente 04h50min): pela SP-170, tomando-se em seguida a BR-116 na altura de Taubaté, seguindo por esta até o entroncamento da SP-171 em Guaratinguetá, seguindo-se por esta até a RJ-165 até Paraty, daí pela BR 101 até Angra dos Reis. Belo Horizonte (aproximadamente 07h13min): pela BR 040 até Três Rios (RJ), no entroncamento com a BR 392, seguindo por esta rumo oeste até Volta Redonda (RJ), onde toma-se a RJ-155 até Angra dos Reis. Para Mangaratiba basta seguir a BR-101. Vitória (aproximadamente 08h30min): pela BR-101 até o Rio de Janeiro, prosseguindo conforme anteriormente explicado. Ônibus Opções partindo do Rio de Janeiro, Niterói, São Paulo e Belo Horizonte com destino a Angra dos Reis e Mangaratiba. Avião Angra dos Reis possui aeroporto no bairro da Japuíba, situado a 10 km do centro da cidade. É considerado aeroporto de pequeno porte, atendendo principalmente pequenas aeronaves particulares e empresas de táxi aéreo, que podem ser contratados no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ou no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, ou mesmo no Campo de Marte. A pista possui 950 metros de extensão. Fontes: Guia Quatro Rodas, 2009; DER-RJ. O Quadro 1-2 informa as principais distâncias rodoviárias. A distância entre duas cidades é medida de centro a centro, os caminhos são os mais curtos pelas rodovias asfaltadas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-7 Quadro 1-2 - Distâncias rodoviárias para Angra dos Reis e Mangaratiba. Ponto de Partida Mangaratiba Angra dos Reis Rio de Janeiro (centro) 100 km* 150 km* São Paulo (centro) 389 km 371 km Belo Horizonte (centro) 508 km 531 km Vitória (centro) 608 km 659 km 89 km 107 km Ubatuba (centro) 216 km 166 km Santos (centro) 455 km 406 km Volta Redonda (centro) Fonte: Guia Quatro Rodas, 2009. * Fonte: DER-RJ. A Vila do Abraão, principal porta de entrada da Ilha Grande e onde está o Centro de Visitantes do PEIG, apresenta as distâncias mostradas no Quadro 1-3, a seguir. Quadro 1-3 - Distâncias por via aquática do cais da Vila do Abraão para os atracadouros principais. Da Vila do Abraão ao: km Milhas Náuticas Atracadouro de Angra dos Reis 21 13,05 Atracadouro de Mangaratiba 23 14,29 Atracadouro de Conceição de Jacareí 12 7,61 Atracadouro da Ilha de Marambaia 21 13,05 Atracadouro de Paraty 64 27,96 Atracadouro de Itacuruçá 36 22,37 Barra da Baía de Guanabara 118 73,32 Atracadouro de Ilhabela (SP) 170 105,63 Angra dos Reis: O embarque para a Ilha Grande é feito no cais da Lapa, que fica no centro da cidade. Chegando a Angra dos Reis de ônibus, o percurso entre a rodoviária municipal e o cais dura cerca de 20 minutos. Chegando a Angra dos Reis de carro, a primeira providência é procurar um estacionamento para deixar o veículo em segurança durante a estadia na Ilha Grande. Os locais de estacionamento ficam próximos do cais de embarque. Mangaratiba: O cais de embarque para Ilha Grande fica bem no centro da praia. A empresa concessionária Barcas S/A oferece diariamente transporte regular de barcas entre a ilha e as localidades de Angra dos Reis (duração de 1h15min a 01h30min) e Mangaratiba (duração de 1h15min a 1h40min). Horários e preços são fornecidos no website da empresa (http://www.barcas-sa.com.br/), conforme o Quadro 1-4. Além da empresa Barcas S/A, há Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-8 saveiros que partem de Angra dos Reis, Mangaratiba e Conceição de Jacareí em horários variados. Quadro 1-4 - Horários e valores do transporte para a Ilha Grande. Período Angra dos Reis-Abraão Abraão-Angra dos Reis MangaratibaAbraão AbraãoMangaratiba 08:00h Segunda-feira a sexta-feira Sábados, domingos e feriados 15h30min 10:00h 22:00h (somente às sextas-feiras) 17h30min 13h30min 10:00h 08:00h 17h30min Preço da Passagem Segunda-feira a sexta-feira R$ 6,50 R$ 6,35 Sábados, domingos e feriados R$ 14,00 e R$ 25,00 (duplo) R$ 14,00 e R$ 25,00 (duplo) Os horários e preços estão sujeitos a alterações sem aviso prévio. Os valores acima e os horários são referentes a setembro de 2009. Para mais informações e confirmação dos horários: (0XX21) 2533-7524 / 2532-6274, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, ou pelo website da empresa. As condições de travessia são em geral boas, pois as embarcações viajam pelas águas tranquilas da baía de Ilha Grande. Raras vezes o mar encontra-se agitado. No total, saindo do Rio de Janeiro, gasta-se, no mínimo, de 4h30min a 5h para chegar à Vila do Abraão. O acesso a Angra dos Reis pode ser feito por meio de transporte aéreo ou terrestre. Angra dos Reis possui um pequeno aeroporto que está localizado no bairro da Japuíba (cerca de 10 km do centro da cidade). Sua pista possui 950 metros de extensão, porém encontra-se parada uma obra para ampliá-la para 1.300 m, o que proporcionará o pouso de aviões de até 50 passageiros. Aeroporto de Angra dos Reis: (0XX24) 3365-5334 ou 3365-4073. A empresa aérea TEAM realiza o transporte até a cidade de Angra dos Reis a partir de São Paulo, no Campo de Marte (01h05min), e a partir do Rio de Janeiro, no Aeroporto Santos Dumont (SDU) (00h30min). Para reservas e horários dos voos consultar o sítio da empresa: www.voeteam.com.br. O terminal rodoviário de Angra dos Reis está localizado na entrada da cidade, próximo à BR-101 (Rio-Santos). Para chegar até o centro da cidade, onde está o cais de embarque para a Ilha Grande, pode ser utilizado um ônibus circular que parte a cada 5 minutos ou táxi. Em Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-9 Mangaratiba, o ponto final do ônibus fica em frente ao cais de embarque. As empresas que fazem o transporte rodoviário a partir do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte são: • Rio de Janeiro-Angra ou Rio de Janeiro-Mangaratiba (tempo médio de viagem de 02 horas): Empresa Costa Verde. (0XX21) 2573-1484. Sítio da empresa na Internet – www.costaverdetransportes.com.br/. • São Paulo-Angra ou São Paulo-Mangaratiba (tempo médio de viagem de 07 horas): Empresa Reunidas Paulista. Tel.: 0300 210-3000 / 0800 709-9020. Sítio da empresa na Internet – www.reunidaspaulista.com.br/. • Belo Horizonte-Angra (tempo médio de viagem de 09 horas): Empresa Útil. Tel.: (0XX21) 3907-9000. Sítio da empresa na Internet - www.util.com.br/. 1.3 - HISTÓRICO E ANTECEDENTES LEGAIS Poucas ilhas têm uma história tão rica quanto à Ilha Grande. Foi inicialmente habitada pelos paleoíndios (povo do Sambaqui e da pedra polida), há cerca de 3.000 anos, e depois pelos índios Tupinambás, que eram apaixonados pela música e pela dança. Tornou-se refúgio de piratas, abrigou armação de baleia, possuiu fazendas de cana e de café, uma estação de quarentena para imigrantes (o lazareto), dois presídios, sendo um deles um dos mais temidos e famosos do Brasil, além de fábricas de processamento de sardinha iniciadas por japoneses e gregos e a cultura caiçara. O histórico mais detalhado da Ilha Grande e do PEIG se encontra no Anexo II. O Parque Estadual da Ilha Grande foi o segundo parque criado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, logo após o Parque do Desengano. A carência de documentos da FLUMITUR e do Departamento de Recursos Naturais Renováveis produzidos entre 1971 e 1985 impede uma melhor compreensão da história do PEIG. Entretanto, tudo indica que sua criação está relacionada à abertura da Estrada Rio-Santos, dada a coincidência de ter sido criado no mesmo ano do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Fase inicial O PEIG foi criado em 26 de junho de 1971 pelo Decreto Estadual 15.273, baixado por Raymundo Padilha, então Governador do antigo Estado do Rio de Janeiro, que nessa época não era eleito, mas sim nomeado pelo Governo Federal. Art. 1º - Fica criado o Parque Estadual da Ilha Grande, com aproximadamente 15.000 ha (quinze mil hectares), abrangendo terras situadas na Ilha Grande, Município de Angra dos Reis, visando a implantação de Zona de Apoio Turístico e a preservação de Reserva Florestal (Decreto Estadual 15.273/71). Instituto Estadual do Ambiente – INEA 1-10 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande O referido decreto determinou à Companhia de Turismo do Estado do Rio S.A. – FLUMITUR (atual TurisRio), o prazo de 120 dias para apresentar o projeto de decreto demarcando o Parque. Todavia, somente em 04 de junho de 1973, quase dois anos depois, é baixado o Decreto n° 16.067 demarcando o PEIG e mantendo-se a área de 15.000 ha, excluindo-se os terrenos da Colônia Penal Cândido Mendes (ex-lazareto) no Abraão e da Colônia Agrícola do Estado da Guanabara em Dois Rios. O Decreto 16.067 estabeleceu ainda “como Pólos Prioritários visando a implantação da Zona de apoio turístico a sede do distrito de Abraão e as praias de Lopes Mendes e Freguesia de Santana e como Pólos Secundários o Saco das Palmas e Praias do Sul e do Leste”. Estranhamente, o decreto não contém um memorial descritivo dos limites do Parque. Em complemento, o decreto determinou à FLUMITUR as providências para a implantação do Parque, estabelecendo que os projetos de edificações observassem as normas do Conselho Estadual de Turismo e da legislação pertinente. Aparentemente nada foi implementado. Em 25 de agosto de 1978, o então Governador Faria Lima baixa o Decreto n° 2.061 diminuindo em 2/3 a área do Parque, que cai de 15.000 ha para 5.600 ha, além de transferir a administração do Parque para o Departamento de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento. Pelo decreto, o PEIG passou a incluir apenas os terrenos e benfeitorias de propriedade do Estado, daí a razão de ter sido diminuído. Novamente o decreto não apresenta memorial descritivo dos limites. O decreto determinou um conjunto de ações para implantação do Parque, que não foram levadas a efeito, podendo-se destacar as seguintes: • elaboração de programa de implantação do Parque Estadual, dos equipamentos turísticos, bem como dos serviços e da infraestrutura básica; • proposta de zoneamento das áreas do Parque e projetos para a implantação de equipamentos turísticos a serem instalados em sua primeira fase; • implantar a Companhia de Polícia Florestal a se constituir, inicialmente, de um Pelotão, localizado na Ilha Grande, município de Angra dos Reis; • obter doações e efetivar desapropriações, que possibilitem a incorporação de novas áreas ao Parque Estadual. Nota-se que o Decreto determinou a ampliação da área do Parque através de doações de terras ou desapropriações, porém a ordem não foi implementada. Transferência do PEIG para o IEF e a chegada da UERJ Em 1986, o PEIG é transferido para o Instituto Estadual de Florestas – IEF, que havia sido recentemente criado pela Lei n° 1071, passando a subordinar-se à Diretoria de Conservação Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-11 da Natureza - DCN. Entre 1986 e 1994, alguns fatos relevantes aconteceram com a Ilha Grande. Em 1986 ela passa a integrar a Área de Proteção Ambiental de Tamoios; em 1987 é tombada pela Secretaria de Estado de Cultura (Resolução 29, de 14/10/87); em 1988 passa a ser considerada patrimônio nacional pela Constituição Federal, pois possui uma vegetação de Mata Atlântica e está localizada na Zona Costeira; em 1989 é declarada como Área de Relevante Interesse Ecológico pela Constituição Estadual; e em 1991 recebe status internacional ao ser reconhecida pela UNESCO como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Entre 1990 e 1994 o PEIG teve uma injeção de recursos financeiros e humanos através da empresa Esso, canalizados e administrados pela Fundação Pró-Natura, uma organização ambientalista privada. Com o projeto, o Parque passou a dispor de um jeep, uma lancha, adquiriu mobiliário para a sede, e pôde contar com um Plano Diretor elaborado pela UFRRJ. O referido Plano jamais foi implementado. Em 1994, O Governador Leonel Brizola desativou o Instituto Penal Cândido Mendes, incluindo suas benfeitorias, que foi transferido para a UERJ. Com o fim da penitenciária, cresceram substancialmente as preocupações em relação a uma explosão do turismo na ilha. Neste ano, a direção do parque desenvolveu uma campanha visando obter objetos de valor histórico e/ou cultural para compor uma exposição permanente no centro de recepção de visitantes do PEIG, o “Casarão da Ilha“. A ampliação do PEIG Por iniciativa do IEF, a CECA baixou, em 2002, a Deliberação 4.181 instituindo Grupo de Trabalho para Estudo da Ampliação do Parque Estadual da Ilha Grande (Processo E-7/300.300/2002). Em 05 de novembro de 2002, já de posse do estudo de ampliação, o IEF promoveu uma Audiência Publica em Angra dos Reis que culminou na aprovação da proposta do IEF por diversos segmentos sociais e políticos. A idéia da ampliação foi retomada cinco anos depois. Em 02 de fevereiro de 2007, realizou-se um ato público na Vila do Abraão, onde o Governador Sérgio Cabral assinou o Decreto n° 40.602, publicado posteriormente no DO de 12 fevereiro de 2007, ampliando o PEIG de 5.600 ha para 12.052 ha. Com o Decreto, o Parque passou a abranger 62,5% da área da ilha. Somando-se à área da Reserva Biológica da Praia do Sul, que tem 3.600 ha, atinge-se 15.652 ha, ou cerca de 81% da Ilha Grande, que tem 19.300 ha. Além do decreto de ampliação do Parque, foram firmadas naquele dia outras parcerias, como um protocolo de intenções entre a prefeitura e o governo do estado para a elaboração, até junho, de revisão do Plano Diretor Municipal da Ilha Grande, disciplinando seu crescimento. Foi criado também um grupo de trabalho para a elaboração, em seis meses, de um plano de gestão sustentável da Ilha Grande, com a participação da prefeitura de Angra dos Reis, de entidades ambientalistas, do IEF, da UERJ e do Conselho para o Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande, formado por grandes empresas, entre outros parceiros. O Instituto Estadual do Ambiente – INEA 1-12 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande estudo definirá, por exemplo, medidas necessárias de saneamento e de contenção do número de visitantes da ilha, principalmente em feriadões. Com 7.200 moradores, a Ilha Grande chega a receber 25 mil visitantes em datas como o carnaval, o que contribui para a degradação da região. Desde janeiro de 2006, o IEF vem planejando a implantação do PEIG com apoio do Projeto de Proteção à Mata Atlântica – PPMA, fruto de acordo Brasil-Alemanha, financiado pelo Banco Publico Alemão KfW. O PEIG passou 04 anos sob administração da FLUMITUR (1971-1974), 11 anos sob administração do Departamento de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria de Agricultura (1975-1985) e 22 anos sob administração do IEF (1986-2007). Decorridos 36 anos desde sua criação, o Parque permanece sendo um Projeto, com muito pouco avanço em termos de infraestrutura. Todavia, em que pese o fato de jamais ter sido implantado, o Parque Estadual da Ilha Grande coibiu com relativo sucesso a implantação de grandes empreendimentos na porção leste da Ilha Grande, garantindo a preservação da praia de Lopes Mendes e de outros recantos para as gerações futuras 1.4 - ORIGEM DO NOME A origem da denominação do PEIG está relacionada à ilha onde ele foi estabelecido. Fontes citam que o nome dado por Martin Afonso foi originalmente “Ilha Grande dos Magos”1. 1.5 - CONSOLIDAÇÃO TERRITORIAL Limites e superfície Os limites oficiais do PEIG encontram-se descritos no Decreto Estadual n° 40.602, de 2 de fevereiro de 2007, publicado no DO de 12 de fevereiro. Além de ampliar o Parque, o Decreto n° 40.602/07 ratificou a área de Lopes Mendes como parte integrante do mesmo. O memorial descritivo dos limites do PEIG é apresentado no Anexo III. Situação fundiária A regularização fundiária destina-se a concretizar o domínio e a posse do Estado sobre as terras inseridas nos limites do PEIG, objetivando livrá-lo de quaisquer ônus, a fim de cumprirem os objetivos de conservação e uso público a que se destinam. 1 Em Kidder, Daniel P. e Fletcher, J. 1857. Brazil and Brazilians. Historical and Descriptives Sketches. Philadelphia, Child & Peterson Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1-13 O PEIG, ao que tudo indica, é formado integralmente por áreas públicas da União, assim se manifestando a Secretaria do Patrimônio da União. Releva mencionar que o art. 44 da Lei Federal nº 9.985 de 18/07/00 determina que: As ilhas oceânicas e costeiras destinam-se prioritariamente à proteção da natureza e sua destinação para fins diversos deve ser precedida de autorização do órgão ambiental competente. Parágrafo único - Estão dispensados da autorização citada no caput os órgãos que se utilizam das citadas ilhas por força de dispositivos legais ou quando decorrente de compromissos legais assumidos. O Anexo IV analisa o domínio das ilhas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-i ÍNDICE MÓDULO 2 - Contextualização .................................................................... 2-1 2.1 - Contexto Internacional................................................................... 2-1 2.1.1 - Análise da UC quando inserida na Reserva da Biosfera ou outras titulações internacionais ................................................ 2-1 2.1.2 - Oportunidades de compromissos com organismos internacionais ................................................................................... 2-4 2.1.3 - Acordos internacionais ........................................................ 2-5 2.2 - Contexto Federal ............................................................................ 2-6 2.2.1 - A Unidade de Conservação e o cenário Federal ................ 2-6 2.2.2 - A Unidade de Conservação e o SNUC ................................ 2-6 2.3 - Contexto Estadual .......................................................................... 2-12 2.3.1 - Implicações ambientais ........................................................ 2-12 2.3.2 - Implicações institucionais ................................................... 2-13 2.3.3 - Potencialidades de cooperação........................................... 2-14 Lista de figuras Figura 2-1 - Reserva da Biosfera no Brasil. .......................................................................... 2-1 Figura 2-2 - Mapa do Planeta destacando 25 hotspots. ....................................................... 2-2 Figura 2-3 - Biomas do Brasil. .............................................................................................. 2-6 Figura 2-4 - Mapa do Mosaico de Unidades de Conservação da região da Serra da Bocaina.............................................................................................................. 2-9 Lista de quadros Quadro 2-1 - Unidades de Conservação do estado do Rio de Janeiro.................................. 2-12 Quadro 2-2 - Planos, programas e ações regionais. .............................................................. 2-13 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-1 MÓDULO 2 - CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 - CONTEXTO INTERNACIONAL 2.1.1 - Análise da UC quando inserida na Reserva da Biosfera ou outras titulações internacionais O Parque Estadual da Ilha Grande ganhou status internacional ao ser incluído na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), homologada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 10 de outubro de 1992 As Reservas da Biosfera são áreas terrestres ou marinhas internacionalmente distinguidas pela UNESCO para introduzir os experimentar, objetivos de aperfeiçoar conservação e da biodiversidade, desenvolvimento sustentável e manutenção dos valores culturais, associando desenvolvimento científico a ecossistemas protegidos. A RBMA inclui parte dos territórios de Figura 2-1 - Reserva da Biosfera no Brasil. 14 estados, estendendo-se por aproximadamente 1.000 municípios e abrangendo cerca de 290 mil quilômetros quadrados do território brasileiro, uma área habitada por 80 milhões de pessoas (Figura 2-1). A RBMA tem três objetivos principais: a conservação da biodiversidade dos ecossistemas; a implantação do desenvolvimento sustentado e geração de conhecimento científico, educação e monitoramento permanente. No estado do Rio de Janeiro, a RBMA abrange cerca de 18.500 km2, correspondendo a aproximadamente 42% da área estadual. Em 2000, o Governo do Estado criou o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, através do Decreto nº 26.057, de 14 de março de 2000. A inclusão na Rede Mundial de Reservas da Biosfera pode facilitar a obtenção de financiamentos internacionais e a atração de turistas. Informações adicionais são providas nos websites do Comitê da Reserva da Biosfera (http://www.rbma.org.br/default_02.asp) e da UNESCO (http://www.unesco.org/mab/wnbrs.shtml). Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2-2 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Pontos quentes de biodiversidade (“biodiversity hotspots”) são áreas do planeta com significativa biodiversidade, elevada taxa de endemismo e com graves ameaças de degradação. O critério mais importante na determinação dos hotspots é a existência de espécies endêmicas. Outro critério importante é o grau de ameaça ao ecossistema, sendo consideradas como hotspots, as biorregiões onde 75% ou mais da vegetação original tenham sido destruídas. O conceito foi desenvolvido pelo biólogo Norman Myers em dois artigos na revista “The Environmentalist” (1988 & 1990). Em 1996, estudo da Conservation International (CI) aperfeiçoou a teoria inicial de Myers, identificando inicialmente 17, depois 25 e posteriormente 34 hotspots. (Fonte: Conservation International: http://www.biodiversityhotspots.org) Em artigo publicado na revista Nature no ano 2000 (“Biodiversity hotspots for conservation priorities” - Figura 2-2), a estratégia dos hotspots foi justificada pelo fato de os programas conservacionistas não conseguirem proteger todas as espécies ameaçadas do mundo. A escolha desses pontos críticos leva em consideração que a biodiversidade não está igualmente distribuída ao redor do planeta Juntos, os 25 hotspots cobrem apenas 1,4% da superfície terrestre e abrigam mais de 60% de toda a diversidade animal e vegetal do planeta. Fonte: Revista Nature, 2000. Figura 2-2 - Mapa do Planeta destacando 25 hotspots. Em 2005, a CI atualizou a análise dos hotspots e identificou 34 regiões, habitat de 75% dos mamíferos, aves e anfíbios mais ameaçados do planeta. Nove regiões foram incorporadas à versão de 1999. Mesmo assim, somando a área de todos os Hotspots, são apenas 2,3% da superfície terrestre, onde se encontram 50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos. A Mata Atlântica foi identificada desde o primeiro momento como uma das cinco áreas mais ameaçadas do planeta, pois restam cerca de 7% de sua área original. O alto grau de Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-3 endemismo do bioma Mata Atlântica reforça a necessidade de conservação de remanescentes e recuperação de áreas degradadas a fim de evitar a extinção de inúmeras espécies. Por abrigar florestas do bioma da Mata Atlântica, o PEIG se insere em uma das 34 prioridades internacionais para conservação. A descrição do hotspot da Mata atlântica encontra-se no website da Conservation International, cujo endereço é apresentado abaixo. http://www.biodiversityhotspots.org/xp/hotspots/atlantic_forest/Pages/default.aspx. A proteção de ilhas tem chamado a atenção dos governos e da comunidade científica mundial. Recentemente, a Convenção da Biodiversidade estabeleceu o Programa de Trabalho de Biodiversidade Insular, adotado na Decisão VIII/1 da oitava reunião da Conferência das Partes, realizada em Curitiba em março de 2006 (http://www.cbd.int/decisions/?dec=VIII/1). O Programa estabelece um conjunto de prioridades e ações para assegurar a conservação da biodiversidade insular, reconhecendo o fato de que ilhas têm vulnerabilidades particulares, áreas terrestres limitadas, alto grau de endemismo e significativa biodiversidade costeira e marinha. De fato, espécies insulares são extremamente vulneráveis. Dos animais extintos com registro nos últimos 400 anos, aproximadamente metade eram espécies insulares. Nos últimos séculos, a biodiversidade insular tem estado sujeita à intensa pressão causada pelas espécies invasoras, alteração do habitat ou superexploração. Esta pressão tem refletido nas economias insulares. Informações sobre o programa constam em http://www.cbd.int/island/. Figurando entre as mais belas e atraentes ilhas tropicais do planeta junto com as ilhas do Caribe e do Pacífico, a Ilha Grande tem se firmado como um destino turístico internacionalmente conhecido, impondo-se no cenário mundial mesmo sem qualquer campanha oficial de divulgação e marketing, impulsionado mais recentemente pela inclusão no Guia Lonely Planet e pela divulgação espontânea via Internet. Em 2007, a prestigiada revista internacional de turismo e viagem National Geographic Traveler convidou 522 especialistas em turismo sustentável para avaliar ilhas com as quais já estavam familiarizados, usando critérios como qualidade ambiental, integridade social e cultural, condição de prédios históricos e sítios arqueológicos, apelo estético, políticas de turismo e expectativas para o futuro. A Ilha Grande figurou em 30º lugar em uma lista que avaliou o grau de preservação de 111 ilhas pré-selecionadas. O PEIG pertence ao grupo onde se inscrevem parques nacionais famosos das Américas como Fernando de Noronha (11.270 ha) e Abrolhos (88.246 ha) no Brasil, Galápagos (Equador), Rapa Nui (Ilha de Páscoa, Chile), Ilhas Virgens (EUA), del Este – Isla Saona (República Dominicana) e Ilha do Príncipe Eduardo (Canadá), dentre outros. No Brasil, reúne ainda os Parques Estaduais paulistas de Ilhabela (27.025 ha), Cardoso (13.600 ha) e Anchieta Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2-4 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande (828 ha) e o paranaense Ilha do Mel (338 ha). Outros Parques insulares de destaque nas Américas do Norte e do Sul e do Caribe são listados no Anexo V. 2.1.2 - Oportunidades de compromissos com organismos internacionais Com o apoio do Consulado do Canadá em São Paulo, desde meados de 2007 o INEA vem negociando com a agência pública Ontario Parks o estabelecimento de parceria do tipo parque-irmão do PEIG com o Parque Provincial de Algonquin. A parceria está planejada para operar por meio do intercâmbio de pessoal, informação, dados, tecnologias, treinamento e de melhores práticas visando promover o aprimoramento dos recursos humanos do Parque com o intuito de melhorar a gestão da unidade. O administrador do Parque esteve em visita técnica em outubro de 2007 e um coronel do Corpo de Bombeiros recebeu treinamento em junho de 2008 para contribuir com a organização do Corpo de Guarda-Parque do Estado do Rio de Janeiro. Recentemente, o INEA foi convidado para participar de um curso em liderança na gestão de Parques. O Governador (premier) de Ontario e o Diretor Geral do Ontario Parks enviaram carta à Secretaria do Ambiente apoiando a parceria. Em princípios de 2008, a Administração do Parque foi procurada por representante da Universidade da Columbia Britânica interessado em estabelecer uma parceria para estudar a história da Ilha Grande e eventualmente enviar estudantes para trabalhar como voluntário no Parque. A parceria ainda não foi firmada. A Administração do Parque vem estreitando contatos com o Departamento de Meio Ambiente e Manejo de Recursos do Estado de Queensland, Austrália, tendo recebido cartas favoráveis do gabinete da Governadora e da Ministra Estadual de Mudança Climática e Sustentabilidade. Existe uma parceria informal com o Parque Nacional das Ilhas Virgens (NPS) que se resume à cessão de publicações técnicas ao PEIG e DIBAP/INEA. Além dos citados acima, o Plano de Gestão Integrada do Ecossistema da Baía de Ilha Grande (Ilha Grande Bay Integrated Ecosystem Management Plan) faz parte de uma parceria entre SEA, INEA, e FAO para promover um processo de gestão participativa no litoral sul fluminense. O objetivo deste projeto é garantir a conservação em longo prazo da BIG e fomentar o uso sustentável dos ecossistemas e da biodiversidade tanto terrestre quanto marinha da região. A baía de Ilha Grande é um ecossistema estratégico para o desenvolvimento socioeconômico não somente dos municípios do entorno, mas também do estado do Rio de Janeiro, devido às diversas atividades econômicas e sociais nela desenvolvidas, tais como o turismo, a Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-5 recreação, o lazer, a pesca, a maricultura e a navegação. Contudo, detecta-se um uso conflitivo dos recursos naturais do ecossistema, o que vem acarretando uma progressiva degradação de grande parte de suas potencialidades de geração de riquezas e emprego. O método “Gestão por Ecossistema” (Ecosystem Approach) tem por base estabelecer um cenário futuro integrando fatores ecológicos, econômicos, sociais e legais, a partir da construção de uma visão coletiva. Numa região marcada por inúmeros conflitos de usos múltiplos, como é o caso da baía da Ilha Grande, espera-se que a adoção deste novo conceito proposto pela ONU proporcione ganhos no gerenciamento do espaço costeiro e marinho da BIG. A atividade será desenvolvida em três fases. A primeira, aprovada pela FAO em março de 2007, conta com o apoio do Programa de Cooperação Técnica (Technical Cooperation Programme Facility - TCPF) e tem por finalidade realizar um estudo de base de curta duração. A segunda será a elaboração detalhada do Plano e a execução de ações prioritárias, no qual, além de recursos de contrapartidas, serão buscados recursos do Global Environmental Fund GEF. Esta segunda fase do Plano foi concluída em junho de 2010. A terceira fase consistirá na execução do Plano propriamente dito. 2.1.3 - Acordos internacionais O Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Federal da Alemanha firmaram um Acordo2 que visa o intercâmbio técnico científico e financeiro com abrangência nacional que permite autonomias estaduais para estabelecimento de convênios de interesses dos Estados com as instituições alemãs, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW). O Projeto de Proteção à Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro (PPMA-RJ) tem como objetivos principais as atividades nas áreas de: (1) Implantação de unidades de conservação e seus entornos; (2) Prevenção e controle de incêndios florestais no Estado; (3) Monitoramento e controle e fiscalização florestal do Estado; e (4) Estudos adicionais, planejamento e capacitação; e desenvolve suas atividades em catorze Unidades de Proteção Integral sob gestão da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAP) do INEA/RJ. 2 Decreto Federal nº 2.579, de 6 de maio de 1998. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-6 2.2 - CONTEXTO FEDERAL 2.2.1 - A Unidade de Conservação e o cenário Federal O Parque Estadual da Ilha Grande destaca-se no país por ser o segundo maior parque insular3 brasileiro, protegendo amostras de mata atlântica, restingas e manguezais, além de córregos, costões rochosos e praias, sendo a de Lopes Mendes reputada por revistas internacionais4 como uma das dez mais belas do Mundo. A Ilha Grande figura entre as três mais bonitas ilhas do Brasil. 2.2.2 - A Unidade de Conservação e o SNUC O papel do PEIG no SNUC é significativo porque ele contribui na prioridade nacional de proteção do bioma da Mata Atlântica. O Parque protege em torno de 12 mil ha de florestas e ecossistemas associados da Mata Atlântica de um tipo peculiar, que são as matas insulares, além de espécies raras, endêmicas e ameaçadas, e belezas cênicas de uma das mais espetaculares ilhas brasileiras. O bioma da Mata Atlântica (Figura 2-3) compreende uma grande superfície da América Latina, outrora coberta predominantemente por florestas, abrangendo terras dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de se estender ao Paraguai (região oriental) e a Argentina (extremo noroeste). Há 500 anos, o bioma da Mata Atlântica cobria pouco mais de 100 milhões de hectares (1 milhão de km²), Figura 2-3 - Biomas do Brasil. abrangendo 12% do território brasileiro. No Paraguai e na Argentina, as superfícies originais do “Bosque Atlântico”, como lá são chamadas, eram de 8.805.000 e 1.200.000 ha, respectivamente (FMB/WWF, 1994). No Brasil, 3 O maior é o Parque Estadual de Ilhabela (SP), com 27.025 ha. 4 Mary Claire/ UK: http://www.marieclaire.co.uk/news/travel/159176/world-s-most-beautiful-beaches.html The Travel Magazine / UK: http://www.thetravelmagazine.net/i-941--most-beautiful-beach-in-britain.html Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-7 o bioma era então o terceiro maior do Brasil, suplantando apenas pela Floresta Amazônica e pelo Cerrado. Estendia-se por uma faixa de 3.500 km ao longo do litoral brasileiro, desde a costa leste do estado do Rio Grande do Norte, até o norte do estado do Rio Grande do Sul. Na metade setentrional dessa extensão, a Mata Atlântica apresentava-se numa faixa costeira relativamente estreita, mas do sul da Bahia para o sul e para oeste, ela alargava-se progressivamente, atingindo o sul de Mato Grosso do Sul e Goiás, o leste do Paraguai e o extremo nordeste da Argentina. Podem-se destacar ainda os seguintes fatos: i) estima-se a presença de 2.500 espécies de árvores, sendo que 54% deste total são endêmicas e, dentre as bromélias, palmeiras e outras epífitas o índice alcança 70%; (ii) o total de mamíferos, aves, répteis e anfíbios que ali ocorrem alcança 1.361 espécies, sendo que 567 são endêmicas, representando 2% de todas as espécies do planeta e iii) é um dos biomas com maior biodiversidade da Terra. Como um todo, a Mata Atlântica é bastante antiga, acreditando-se que já estava configurada no início do Terciário (Joly et al., 1991). Contudo, as flutuações climáticas mais recentes, ao longo do Quaternário, ocasionaram processos de expansão e de retração espacial da Mata Atlântica, a partir de regiões mais restritas que funcionaram como refúgios da fauna e flora. Esta hipótese admite que existam algumas regiões da Mata Atlântica que são zonas de alta diversidade, a partir das quais ocorreu a irradiação de muitas espécies, conforme a mata se expandia. As zonas, que constituem os antigos refúgios pleistocênicos são as seguintes: sul da Bahia; região dos tabuleiros do estado do Espírito Santo e região do litoral do Rio de Janeiro e norte de São Paulo. Nestas zonas é encontrado um considerável número de espécies endêmicas, associadas a uma elevada diversidade específica. De acordo com o inciso I do art. 5o da Lei 9.985, de 18/07/00, o SNUC será regido por diretrizes que “assegurem que no conjunto das unidades de conservação estejam representadas amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, salvaguardando o patrimônio biológico existente”. Alinhando-se a esta diretriz o IBAMA, junto com a WWF, The Nature Conservancy (TNC), IBGE e as Universidades de Brasília e de Uberlândia criaram a "estratégia de conservação ecorregional". As ecorregiões foram definidas como unidades de paisagem, fauna e flora com o intuito de melhor subsidiar o planejamento da preservação da biodiversidade. Segundo essa forma de trabalho, os ecossistemas no Brasil foram recortados inicialmente em 49 áreas diferenciadas em seus aspectos ecológicos, as chamadas ecorregiões, além de 03 (três) áreas de transição entre os 07 (sete) biomas tradicionais (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica, Campos Sulinos e Zona Costeira). Posteriormente, o IBAMA desenvolveu um aprofundamento do trabalho, divulgando em 2003 uma divisão que incluía o total de 78 ecorregiões assim distribuídas: Amazônia (23); Cerrado (22); Mata Atlântica (09); Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2-8 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Costeiro (09), Caatinga (08); Pantanal (02); e Campos Sulinos (01). O estudo também definiu com precisão as áreas de transição, tecnicamente chamadas de ecótonos, que costumam abrigar grande riqueza de espécies. Os três maiores ecótonos brasileiros chegam a ter áreas superiores a muitos países. São eles o Cerrado-Amazônia, que abrange 4,85% do território nacional; o Caatinga-Amazônia (1,7% do país) e o Cerrado-Caatinga (1,3%). A ecorregião protegida pelo Parque Estadual da Ilha Grande é denominada de Florestas Costeiras da Serra do Mar, que se estende pelos estados do Rio de Janeiro São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo a ecorregião onde estão os maiores e mais contínuos remanescentes de Mata Atlântica e os mais extensos parques e reservas nacionais do bioma, como o PN Bocaina, RB Tinguá, PN Serra dos Órgãos e estaduais como o PE da Serra do Mar (SP), PE Três Picos (RJ), PE Cunhambebe (RJ), PE Desengano (RJ) e o futuro PE de Paraty (atual Reserva da Juatinga). O PEIG está inserido no Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Bocaina (Figura 2-4). De acordo com o art. 27 do SNUC, as unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo, e em seu § 1º considera que o Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas. Desse modo, os mosaicos poderão fortalecer os corredores ecológicos, na medida em que as regiões nas quais estão inseridas as áreas biologicamente prioritárias passem a ser geridas de forma integrada. Com isso, ampliará a escala de planejamento territorial e despertará uma conscientização para a importância da preservação da biodiversidade local, incentivando práticas de manejo mais apropriadas, minimizando os impactos negativos das atividades antrópicas sobre os corredores ecológicos, podendo assim diminuir os efeitos de borda e ampliar seus limites. Desta maneira, aumentam as chances de reconectar as áreas naturais interrompidas entre as unidades de conservação e também entre os mosaicos. O mosaico é um instrumento de gestão que abrange os três tipos de zonas territoriais das Reservas da Biosfera: Zonas Núcleo (Unidades de Conservação e Áreas Protegidas); Zonas de Amortecimento (entorno das zonas núcleo, ou entre elas, comunidades tradicionais); e Zonas de Transição (envolvem as zonas de amortecimento e núcleo, áreas urbanas, agrícolas e industriais). Compartilha, com as Reservas da Biosfera, os objetivos de conservação da biodiversidade e promoção do desenvolvimento sustentável, entre outros. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-9 Fonte: Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (2007). Figura 2-4 - Mapa do Mosaico de Unidades de Conservação da região da Serra da Bocaina. O objetivo básico do Mosaico Bocaina é a atuação como instância de gestão integrada das unidades de conservação, contribuindo para a preservação e conservação dos recursos naturais e pesqueiros, bem como para o desenvolvimento sustentável deste território situado na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. O Mosaico da Bocaina é composto por 11 unidades de conservação, localizadas na região da Serra do Mar, Serra da Bocaina, litoral norte de São Paulo, Alto Vale do Paraíba e baía da Ilha Grande, no litoral sul fluminense. A sua criação tem como objetivo estimular a gestão integrada entre as diversas unidades de conservação, contribuindo para a preservação e conservação dos recursos naturais e pesqueiros, bem como para o desenvolvimento sustentado deste território situado na divisa entre estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Um fator decisivo no fortalecimento das UCs integrantes de um mosaico é a possibilidade das atividades de fiscalização serem compartilhadas entre as unidades, aumentando a efetividade de implementação das mesmas. A área compreendida pelo mosaico proposto representa um importante fragmento do Domínio da Mata Atlântica, agrupando ampla diversidade de tipos vegetacionais, grandes extensões contínuas de áreas florestadas, sob diversos domínios geomorfológicos. Inclui desde áreas costeiras até vertentes íngremes no alto do planalto dissecado da Bocaina, do nível do mar a 2.088 metros de altitude. É considerado um dos principais redutos de Floresta Atlântica, coberto pela Floresta Ombrófila Densa (Submontana, Montana e Altomontana), Floresta Ombrófila Mista Altomontana, apresentando porções de ecossistemas marinhos, costeiros, Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2-10 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande insulares e Campos de Altitude, ainda em bom estado de conservação, apesar dos inúmeros pontos de interferência humana. Devem-se destacar a alta diversidade e complexidade natural da área, resultantes das inúmeras combinações entre tipos de relevo, altitudes, características topográficas, rede de drenagem, substrato rochoso, solos e cobertura vegetal natural. É um território repleto de endemismos, refúgios ecológicos e espécies ameaçadas de extinção. O mosaico da Serra da Bocaina foi criado pela Portaria nº 349, de 11 de dezembro de 2006 e abrange as seguintes unidades de conservação federais, estaduais e municipais nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo: Parque Nacional da Serra da Bocaina (Federal/RJ), Estação Ecológica de Tamoios (Federal/RJ), Área de Proteção Ambiental Cairuçu (Federal/RJ), Parque Estadual da Ilha Grande (Estadual/RJ), Parque Estadual de Cunhambebe (Estadual/RJ), Parque Estadual Marinho do Aventureiro (Estadual/RJ), Reserva Biológica da Praia do Sul (Estadual/RJ), Área de Proteção Ambiental de Tamoios (Estadual/RJ), Área de Proteção Ambiental Baía de Paraty-Mirim (Municipal/RJ), Parque Estadual Ilha Anchieta (Estadual/SP), Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba (Estadual/SP), Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Cunha (Estadual/SP), Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia (Estadual/SP), Estação Ecológica do Bananal (Estadual/SP). Releva mencionar ainda que o PEIG contribua para o gerenciamento costeiro nacional, pois preserva amostras do bioma do mar brasileiro, protegendo costões rochosos, manguezais e praias do ecossistema marinho da baía de Ilha Grande, cuja prioridade de proteção é considerada Extrema Alta pelo Ministério do Meio Ambiente. Criado pelo Ministério do Meio Ambiente, o Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO) possibilitou a identificação de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade no Brasil, posteriormente oficializadas no Decreto Federal nº 5.092, de 21 de maio de 2004. O Decreto estabelece, em seu art. 1º, que a Portaria do Ministério do Meio Ambiente instituirá as áreas. Neste sentido, a Portaria Ministerial nº 126, de 27 de maio de 2004, em seu art. 2º determina que as ações de conservação in situ da biodiversidade serão classificadas segundo três prioridades: Extremamente Alta, Muito Alta e Alta. Tais indicativos foram consolidados nos termos da referida Portaria pelo Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade. Em todo país, foram definidas 506 áreas prioritárias para a Zona Costeira (sendo cada uma delas com interface em um dos biomas continentais) e 102 na Zona Marinha, sendo a baía de Ilha Grande classificada como MC-813, cuja prioridade de conservação é Extremamente Alta. Os critérios para inclusão da baía de Ilha Grande no topo das prioridades foram alinhavados pelo Subprojeto de Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade das Zonas Costeira e Marinha. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-11 São eles: • “A Plataforma Continental adjacente à Ilha Grande é de extrema importância biológica, visto a sua alta diversidade biológica, é criadouro de diversas espécies de peixes, cetáceos e organismos bentônicos, é ameaçada pela pesca de arrasto e outras artes, necessitando de manejo, inventário biológico e recuperação; • As ilhas ao redor da Ilha Grande, RJ (ilhas de Itacuruça, Jaguanum e Jorge Grego) são de extrema importância biológica e prioritárias para a conservação de aves costeiras e marinhas, devido serem áreas de nidificação para várias espécies; • A Baía de Ilha Grande, RJ, é de muito alta importância biológica e é área prioritária para a conservação dos mamíferos marinhos, devido à diversidade de suas espécies; • A Baía de Ilha Grande, RJ, é de muito alta importância biológica e é área prioritária para a conservação de peixes demersais e peixes pelágicos,devido aos seus fundos lamosos e arenosos, costões rochosos e manguezais sujeitos à intensa atividade pesqueira; • A plataforma continental adjacente à Ilha Grande (Cabo Frio – Laguna) é de alta importância biológica e é prioritária para a conservação de elasmobrânquios, devida a presença de espécies migratórias; • A Baía de Ilha Grande e Paraty, RJ, é de muito alta importância biológica e é área prioritária para a conservação de plantas marinhas, devido aos seus costões rochosos, manguezais e praias; bancos de Sargassum e fanerógamas; diversidade de ecossistemas dominados por macroalgas, incluindo banco de nódulos calcáreos; • Picinguaba e Baía de Ilha Grande, RJ, é de extrema importância biológica e é área prioritária para a conservação de bentos, devido sua feição única na costa brasileira; caracterizada pela proximidade da Serra do Mar com a linha de costa. Há necessidade de manejo e criação de UC’s de uso direto; • A Baía de Ilha Grande, RJ, é de extrema importância biológica e é área prioritária para a conservação da biodiversidade dos estuários, manguezais e lagoas costeiras, devido à sua área de grande exuberância e riqueza biológica; • Ilhas da baía da Ilha Grande, RJ são insuficientemente conhecidas e são áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade dos costões rochosos, devido aos seus promontórios rochosos; • Ilha Grande, RJ, é de muita alta importância biológica e é área prioritária para a conservação da biodiversidade das restingas, devida à presença de restingas que marcam o limite sul de distribuição de diversas espécies”. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-12 2.3 - CONTEXTO ESTADUAL 2.3.1 - Implicações ambientais Estimativas dão conta que o estado do Rio de Janeiro possuía, por volta de 1500, uma cobertura florestal em 97% de seu território. Em 1958 eram 25%, passando para 15% em 1979 e 13% em 1982 (MAGNANINI, 1983). Dados recentes revelam que o Estado apresenta 20,33% de remanescentes florestais de sua área originalmente coberta por Mata Atlântica e vegetação de restinga e manguezal (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2002). Os remanescentes vegetais no estado do Rio de Janeiro estão distribuídos em 10.636 fragmentos, com tamanhos que variam entre 10 e 93.443 ha (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2002), onde o conjunto de fragmentos com extensão de até 100 ha constitui 20% da área total da vegetação do Estado (FIDALGO et al., 2009). A Constituição do Estado do Rio de Janeiro determina ao Poder Público Estadual "implantar sistema de unidades de conservação representativo dos ecossistemas originais do espaço territorial do Estado" (inciso III do artigo 261). O PEIG contribui com a determinação constitucional mencionada ao proteger diversos ecossistemas originais em seu interior, tais como floresta atlântica, restingas, manguezais e vegetação de afloramento rochoso, além de córregos, costões rochosos, praias e enseadas. O estado do Rio de Janeiro apresenta 272.744,67 ha de Unidades de Conservação de Proteção Integral e 459.640,09 ha de Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Fidalgo et. al., 2009), distribuídas em diferentes categorias, contando com 49 unidades de conservação federais e estaduais, sendo 29 estaduais e 20 federais, conforme o Quadro 2-1 e o Anexo VI. O conjunto de UCs federais e estaduais no Estado apresenta 54% da sua área vegetada. Quadro 2-1 - Unidades de Conservação do estado do Rio de Janeiro. Tipo Parques Reservas Biológicas Estações Ecológicas Reservas Ecológicas Monumento Natural Refúgio da Vida Selvagem Floresta ARIE APA Reserva Extrativista TOTAL Estadual 8 3 2 3 0 0 0 0 13 0 29 Federal 5 3 2 1 0 0 1 2 5 1 20 Total 13 6 4 4 0 0 1 2 18 1 49 Fonte: INEA, 2009. Os maiores Parques são os da Serra da Bocaina (104.000 ha, sendo 61.000 ha no Estado do Rio de Janeiro), Três Picos (46.350 ha), Cunhambebe (38.000 ha), Itatiaia (30.000 ha, sendo 13.000 ha no estado do Rio de Janeiro) e Desengano (22.400 ha). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-13 2.3.2 - Implicações institucionais Relaciona-se no Quadro 2-2 os empreendimentos, planos, programas, projetos e atividades na região que influenciam ou podem influenciar a implantação e operação do PEIG. Quadro 2-2 - Planos, programas e ações regionais. Ação Projeto de Reforço Operacional do PEIG (Companhia Vale - INEA). Programa de Fortalecimento do PEIG (INEA – TermoRio) PRODETUR (INEA) Projeto Turismo Social na Ilha Grande (CEF/MTur) Projeto Mobilidade Náutica (INEA/FECAM) Plano de Gestão Integrada do Ecossistema Marinho da Baía de Ilha Grande (Ilha Grande Bay Integrated Ecosystem Management Plan) - INEA PRODETUR Litoral Acordo de Pesca Construção da Usina Nuclear III pela ELETRONUCLEAR (R$ 4 bilhões) Plano Diretor Municipal da Ilha Grande, em elaboração pela Prefeitura de Angra dos Reis Plano de Manejo da APA de Tamoios, em elaboração pelo INEA Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande – CONSIG Projeto Mares da Ilha Grande Plano da Bacia Hidrográfica da baía de Ilha Grande, planejado pelo INEA para ser iniciado em 2009 Adaptação do Porto de Angra para as futuras atividades petrolíferas, anunciado pela Companhia Docas do Estado do Rio de Janeiro Ampliação da infraestrutura portuária e de construção naval na baía de Sepetiba Construção da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) em Itaguaí Funcionamento do TEBIG Ampliação da pista de pouso do Aeroporto de Angra dos Reis com novo pátio de aeronaves e novas instalações para taxistas e passageiros Arco Rodoviário e Duplicação da BR-101 Rio–Santos, em andamento pelo DNIT Superintendência da Baía da Ilha Grande/INEA Base Operacional do GAM/PMERJ Implantação do Parque Estadual Cunhambebe Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Influência Adoção do PEIG pela Companhia Vale, com financiamento dos custos operacionais. Reforma e Implantação da infraestrutura e aquisição de equipamentos e materiais para o PEIG. Reforma da estrada Vila do Abraão-Dois Rios e implantação da infraestrutura do PEIG e RBPS. Reforma e Implantação da infraestrutura do PEIG. Aquisição de embarcação econômica para o PEIG. Melhoria no uso sustentável dos ecossistemas e da biodiversidade tanto terrestre quanto marinha da região. Investimentos em Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba, aprimorando o setor turístico regional Maior proteção da fauna da baía de Ilha Grande Ampliação do número de visitantes à Ilha Grande, com incremento da poluição da baía de Ilha Grande. Ordenamento do uso do solo e dos recursos naturais do entorno do PEIG. Reforço na proteção do PEIG e entorno. Melhoria do meio ambiente do entorno e fortalecimento do PEIG e das comunidades da Ilha Grande. Fortalecimento, valorização e proteção da pesca artesanal e dos recursos pesqueiros da baía da Ilha Grande. Cadastro de usuários e regularização do uso das águas superficiais e subterrâneas na Ilha Grande Incremento do tráfego de navios de grande porte pelo canal de navegação a leste da Ilha Grande. Depreciação da paisagem – dezenas de navios ancorados a espera de desembarque. Incremento da poluição das águas da baía de Ilha Grande – lixo náutico e óleo. Degradação dos costões rochosos e praias (lixo náutico). Aumento do número de animais marinhos atingidos por óleo. Aumento de espécies invasoras que chegam com as águas de lastro. Risco de acidente de óleo. Aumento da chegada de turistas. A ANAC autoriza a liberação de R$ 6,6 milhões para a ampliação da pista de pouso. Ampliação do número de visitantes Incremento da poluição da baía de Ilha Grande. Apoio na melhoria da gestão e da fiscalização das áreas do entorno do PEIG na Ilha Grande. Mais opções para turistas e visitantes. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2-14 Cabe mencionar que em 2004 o CODIG desenvolveu parceria com a COPPE/UFRJ e, juntos, obtiveram o compromisso do BNDES para liberar recursos, a custo zero para o estado e município solucionarem os principais problemas da Ilha Grande, a saber: i) Ordenamento legal/institucional das Unidades de Conservação; ii) Captação, tratamento e distribuição de água; iii) Captação, tratamento e destinação do esgoto; iv) Coleta e deposição/tratamento do lixo; v) Infraestrutura e logística para a atividade turística; vi) Capacidade de suporte para a atividade turística; e vii) Participação dos nativos na promoção do turismo inclusivo. 2.3.3 - Potencialidades de cooperação O Parque Estadual da Ilha Grande tem diversas parcerias em andamento, onde podem ser exploradas as listadas abaixo. • Universidades, Instituições de Pesquisa Pesquisas nas áreas físicas, biológicas e e Prestadores de Serviços Ambientais socioeconômicas da Ilha Grande e ilhas do entorno. • Organizações da Sociedade Civil Parcerias diversas. • Programas e Fundos de Financiamento Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA. Projeto de Sustentável Conservação da e Utilização Diversidade Biológica Brasileira (PROBIO). Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (Critical Ecosystem Partnership Fund – CEPF). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-i ÍNDICE MÓDULO 3 - Análise Regional ..................................................................... 3-1 3.1 - Descrição Geocartográfica ............................................................ 3-1 3.2 - Características Culturais ............................................................... 3-1 3.3 - Uso e ocupação da terra e problemas ambientais decorrentes ............................................................................................. 3-5 3.4 - Características da população ........................................................ 3-10 3.5 - Ações Ambientais Exercidas por outras Instituições ................. 3-13 3.6 - Legislações Federal, Estadual e Municipal Pertinentes ............. 3-16 3.7 - Serviços Disponíveis para o Apoio à Unidade de Conservação ........................................................................................... 3-17 3.8 - Apoio Institucional ......................................................................... 3-20 Lista de figuras Figura 3-1 - Campos petrolíferos da bacia de Santos. ......................................................... 3-10 Figura 3-2 - Distribuição da população de Angra dos Reis por distrito. .............................. 3-11 Figura 3-3 - Escolaridade da população de Angra dos Reis. ............................................... 3-12 Lista de quadros Quadro 3-1 - Eventos culturais da região. .............................................................................. 3-2 Quadro 3-2 - Vegetação Remanescente de Angra dos Reis. ................................................ 3-6 Quadro 3-3 - Unidades de Conservação e reservas indígenas. ............................................ 3-7 Quadro 3-4 - Agentes causadores de impactos na baía de Ilha Grande. .............................. 3-8 Quadro 3-5 - Faixas etárias da população de Angra dos Reis............................................... 3-11 Quadro 3-6 - População residente do município de Angra dos Reis por gênero. .................. 3-11 Quadro 3-7 - Situação do saneamento básico no Município de Angra dos Reis. .................. 3-12 Quadro 3-8 - Número de domicílios urbanos em Angra dos Reis por classe econômica. .... 3-13 Quadro 3-9 - Principais entidades atuantes na região ou de Interesse para o PEIG. ........... 3-14 Quadro 3-10 - Entidades paulistas atuantes na região litorânea próxima. .............................. 3-15 Instituto Estadual do Ambiente – INEA 3-ii Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Quadro 3-11 - Infraestrutura regional. ..................................................................................... 3-18 Quadro 3-12 - Infraestrutura escolar dos municípios de Angra dos Reis e Paraty. ................ 3-18 Quadro 3-13 - Serviços de apoio ao turista. ............................................................................ 3-19 Quadro 3-14 - Parcerias do PEIG (Dez/2008). ........................................................................ 3-21 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-1 MÓDULO 3 - ANÁLISE REGIONAL 3.1 - DESCRIÇÃO GEOCARTOGRÁFICA O PEIG está inserido no município de Angra dos Reis que possui uma extensão territorial de 815,7 km², correspondente a 34,0% da área da Região da Costa Verde, e está a uma distância de cerca de 114 km da capital do Estado. O PEIG compõe 14% da área do município de Angra dos Reis (Mapa 1). O município conta com a BR-101 (Rio-Santos) que atravessa todo o litoral do território continental do município, com a localização dos municípios de Paraty a sudeste, e Mangaratiba a nordeste. A rodovia estadual RJ-155 estabelece a ligação com povoados do interior com Angra dos Reis, em direção a Rio Claro, a noroeste, cortando a serra do Capivari. 3.2 - CARACTERÍSTICAS CULTURAIS As principais características culturais1 são o legado arquitetônico e folclórico do passado, e a presença marcante da cultura caiçara2. A influência da cultura indígena se faz presente na culinária, no artesanato, na arte da caça e da pesca e nos topônimos. O artesanato é rico e variado. A cultura caiçara se manifesta na arquitetura das casas (pau-a-pique), músicas, danças, festas populares, receitas culinárias, tratamentos com ervas medicinais, a arte da pesca, as canoas de um pau só, o cultivo de roças, cestaria, gamelas de madeira, balaios, samburás, peneiras de taquara e abanos de palha, dentre outros. A arquitetura do período colonial teve seu apogeu no ciclo cafeeiro, mas nesta região destacam-se algumas igrejas e casarões em Angra dos Reis e Mambucaba. Outra característica da arquitetura é a presença de ruínas de engenhos de cana-de-açúcar, moinhos e antigos fortes. Na culinária a peculiaridade é dada pelos pratos a base de frutos do mar, entre eles o famoso peixe com banana, assim como o café de caldo de cana. Da pequena indústria de transformação destacam-se os doces de banana, goiaba e abóbora, a farinha de mandioca, o peixe seco, o melado e a aguardente. 1 Texto com base no Plano de Manejo do Parque Nacional da Serra da Bocaina, que analisa a cultura de Angra dos Reis e Paraty. 2 Termo utilizado para designar os pescadores artesanais nativos da zona costeira, desde o norte do Paraná até o estado do Rio de Janeiro. Sua formação étnica vem da miscigenação entre o índio, o negro e o europeu colonizador, e seu modo de vida tradicional reflete uma profunda ligação com a mata e o mar. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-2 A dança de maior destaque é a "xiba-cateretê", onde se usam tamancos especiais e o violeiro faz a moda de repente. A ciranda é qualquer baile de viola na cidade ou na roça. A "canaverde-de-mão" é de origem portuguesa, mas já adquiriu características brasileiras, havendo dois tipos: a valsada e a de mão. O "caranguejo" como a "marrafa" são danças de roda com cantigas próprias. A dança de fita é um dos mais belos espetáculos, dançada por meninos e meninas que seguram fitas atadas a um mastro. Há também a dança dos velhos, tira chapéu e o "marrá-paiá". A "congada" e o "moçambique" também estão presentes no litoral. Os eventos culturais mais importantes são apresentados no Quadro 3-1, a seguir. Quadro 3-1 - Eventos culturais da região. Procissão Marítima de Ano Novo Em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, no dia 1º de janeiro. Festival do Mexilhão Promovida pela PMAR na Ilha Grande, na praia de Araçatiba. Festa do Divino Espírito Santo Folia de Reis Pastorinhas Jongo Festa religiosa no mês de setembro introduzida em Portugal no século XVI pela rainha D. Izabel. Foi trazida a Angra dos Reis pelos imigrantes portugueses vindos da ilha dos Açores. Reproduz a viagem dos três reis magos à cidade de Belém, em busca do Menino Jesus. Estende-se da noite de 24 de dezembro até 6 de janeiro, quando cantam em louvor aos reis magos. Folguedo natalino originário, possivelmente, das festas e cantos de pastores ibéricos durante a Idade Média. São conjuntos formados por crianças, as quais, depois da missa do galo, cantam belas canções nas ruas ou em uma casa de família junto ao presépio de Deus Infante, onde são oferecidos doces e bebidas. As Pastorinhas são acompanhadas por uma pequena banda de música e a festa vai da meia-noite de 24 de dezembro até o dia 06 de janeiro. Dança de roda africana trazida pelos escravos para o Brasil. No município de Angra, o jongo é mantido e representado por moradores de Mambucaba, Bracuí e do morro do Carmo. Fonte: SEA/FAO/IBIO, 2008. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 1 - Localização do PEIG na região. (em A3) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 3-3 3-4 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-5 3.3 - USO E OCUPAÇÃO DA TERRA E PROBLEMAS AMBIENTAIS DECORRENTES Atividades econômicas Segundo dados do SEBRAE3, os seguintes fatos podem ser destacados sobre a economia municipal: • em 2005, o PIB de Angra dos Reis foi de R$ 1,4 bilhões; • há uma grande oferta de serviços turísticos, como hospedagem, restaurantes, agências de turismo, condomínios de veraneio e outros, que constituem importante fonte de postos de trabalho; • o setor de serviços é o que mais absorve mão de obra formal, seguido pelo setor de administração pública e pelo comércio (19,2%). O setor secundário emprega mais nas indústrias de transformação e no desenvolvimento de produtos para construção civil. Destacam-se neste setor as seguintes indústrias de grande porte: Usina Termonuclear de Angra dos Reis, indústria petrolífera representada pelo Terminal da Baía da Ilha Grande (TEBIG) e indústria naval representa pelo Estaleiro BrasFELS; • o setor primário, compreendendo as atividades de agropecuária, extrativismo e pesca, ocupa menos de 2,0% do número de pessoas. Existe uma tradição de fruticultura, especialmente banana, que representa cerca de 80% da produção agrícola de Angra dos Reis, seguida de mandioca, cana-de-açúcar, milho e feijão. Embora a atividade agrícola tenha pouca produtividade, representa uma espécie de “seguro-desemprego” para muitas famílias na zona rural. Outra atividade de grande tradição é a pesca. Apesar do baixo percentual de emprego formal no setor, este, com o turismo, é uma das mais importantes fontes de oferta de postos de trabalho. Boa parte das pessoas que trabalham neste setor não é registrada oficialmente. A atividade mobiliza muitos empregos indiretos relacionados à construção e reparo de embarcações, confecção de redes e petrechos, fabricação de gelo, entrepostos e suprimentos dentre outros. Uso das terras A construção da Rodovia Rio-Santos (BR-101) no início da década de 70, concomitante com o Projeto Turis da EMBRATUR, que estabeleceu critérios de ocupação e aproveitamento turístico da região cortada pela rodovia e financiou e incentivou a implantação de grandes 3 SEBRAE/RJ. Informações Socioeconômicas sobre os Municípios, 2008. http://www.sebraerj.com.br/main.asp?View={AA3A3A1D-3100-403E-9F9E-BFAA227D63F4} Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-6 hotéis, provocou uma ocupação acelerada na região litorânea da baía de Ilha Grande e um acréscimo significativo de turistas e veranistas. Como consequência, ocorreu uma valorização substancial das terras litorâneas, a expulsão da população local e a privatização de várias praias, gerando conflitos fundiários existentes até hoje. Além disso, muitas ocupações foram feitas à custa da destruição de florestas, manguezais, costões rochosos e ilhas, deixando passivos ambientais sem solução até o momento. O Quadro 3-2 retrata a situação em 2008. Quadro 3-2 - Vegetação Remanescente de Angra dos Reis. Área do Município município (km²) A. dos Reis 80.075 Decremento Área original Mangue Mata de mata da Mata remanesremanes(2005-2008) Atlântica cente (km²) cente (km²) (km²) (km²) 80.075 61.799 23 444 Decremento de mangue (2005-2008) (km²) Restinga remanescente (km²) 0 2.298 Decremento Somatória da Percentual vegetação de restinga da vegetação nativa atual (2005-2008) atual/original (km²) (km²) 0 64.541 81% Fonte: SOS Mata Atlântica, 2009. A manutenção destes índices elevados de cobertura florestal deve-se a basicamente a dois fatores: inclinação do relevo e existência de unidades de conservação. Os principais empreendimentos públicos e privados e obras de infraestrutura na bacia e na baía são as instalações da Petrobras (Terminal da Baía de Ilha Grande – TEBIG – e oleodutos), o Porto de Angra dos Reis; o Estaleiro Brasfel, as linhas de Transmissão de Furnas, as estradas BR-101 (Rio Santos), RJ-155 (Angra - Rio Claro) e RJ-165 (ParatyCunha), a ferrovia, marinas, condomínios e complexos hoteleiros, Colégio Naval, atracadouros da Barcas S/A e a Central Nuclear de Angra dos Reis, cujo nome oficial é Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), constituída pelas Usinas Termonucleares de Angra I e II, em operação, e III, projetada. As usinas de Angra I e II tem 626 MW e 1.245 MW de potência, respectivamente. As obras civis de Angra I iniciaram-se em 1972, mas a operação comercial deu-se apenas em janeiro de 1985. O Quadro 3-3 fornece informações não somente sobre as Unidades de Conservação e áreas indígenas de Angra dos Reis, mas também de Paraty, possibilitando um melhor panorama regional. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-7 Quadro 3-3 - Unidades de Conservação e reservas indígenas. Unidades de Conservação Área (km2) Município Instituição responsável Plano de Manejo Federais Parque Nacional Serra Bocaina 1.040 Paraty / Angra dos Reis ICMBio Sim Estação Ecológica de Tamoios 88 Paraty / Angra dos Reis ICMBio Sim APA do Cairuçu 298 Angra dos Reis / Paraty ICMBio Sim APA de Tamoios 206 Angra dos Reis / Paraty INEA Sim PE da Ilha Grande 120 Angra dos Reis INEA Não PE Marinho Aventureiro 17,8 Angra dos Reis INEA Não PE Cunhambebe 380 Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí. INEA Não RB Estadual Praia do Sul 34 Angra dos Reis INEA Não Reserva Ecológica Juatinga 80 Paraty INEA Não 87,13 Paraty Sec. Meio Amb. Paraty Não APA de São Gonçalo e São Gonçalinho Si Paraty Sec. Meio Amb. Paraty Não Parque Municipal Marinho das Ilhas Botinas Si Angra dos Reis Sec. Meio Amb. Angra dos Reis Não ARIE das Ilhas Cataguás Si Angra dos Reis Sec. Meio Amb. Angra dos Reis Não Área (km2) Município Instituição Responsável 21 Angra dos Reis FUNAI RI Paraty-Mirim 0,79 Paraty FUNAI Nr RI Guarani-Araponga 2,13 Paraty FUNAI Nr Estaduais Municipais APA da Baía Paraty e Saco do Mamanguá Reservas Indigenas RI Guarani do Bracuí Nr Fonte: Levantamento INEA, 2009 (Si – sem informação, Nr – não requerido). Impactos ambientais e tendências Os principais impactos na parte terrestre continental têm como causas o crescimento da cidade de Angra dos Reis e das vilas e povoados, os plantios de banana e a criação de gado nas encostas, os empreendimentos lineares, como o duto e a linha de transmissão, e os cortes nos taludes da BR-101, provocando a fragmentação florestal. O Quadro 3-4 resume os agentes causadores de impacto no mar. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-8 Quadro 3-4 - Agentes causadores de impactos na baía de Ilha Grande. Agente Caraterísticas Volumes elevados de esgotos Produzidas nas cidades, vilas e povoados da bacia, devido à insuficiência de redes domésticos coletoras e estações de tratamento. A baía é o receptor final de todos os esgotos. Contém, em geral, todos os poluentes que se depositam na superfície do solo. Escoamento superficial de Quando da ocorrência de chuvas, são arrastados para as galerias de água pluvial áreas urbanas e os cursos d’água terminando na baia. Constitui uma fonte de poluição tanto maior quanto mais deficiente for a limpeza pública. Lançados pelas indústrias e estaleiros que não dispõem de sistemas de Efluentes industriais tratamento. Podem conter, além de matéria orgânica, diversos tipos de substâncias tóxicas. Chegam à baía através dos rios, valas e galerias de águas pluviais. Provenientes de marinas e clubes náuticos, postos de gasolina, oficinas Efluentes oleosos mecânicas, garagens, lava-jatos e estaleiros. Alcançam a baía através de rios, canais e galerias de águas pluviais ou são descartados diretamente na baía pelos proprietários de embarcações. Composto de material sólido pouco ou não-biodegradável. Chega à baía pelos rios Lixo flutuante e canais afluentes ou é lançado diretamente nas praias pelos frequentadores ou na água por pessoas embarcadas ou residentes em casas e condomínios na orla. Degradação dos solos por ravinas e voçorocas da bacia hidrográfica, causada pela perda de florestas em encostas e margens de rios acarretados pela ocupação Erosão dos solos da bacia urbana, casas de veraneio, taludes da BR-101, pedreiras, saibreiras, estradas hidrográfica e das ilhas vicinais e pastagens. Com as chuvas, lama e areia são arrastadas para os rios que levam para a baía ou caem diretamente na baía, onde turvam a água e assentam, soterrando costões rochosos. Exploração de areia em leitos e margens de rios e canais, para suprimento do Extração de areia mercado de construção civil. Os finos são lançados de volta aos rios, acarretando o turvamento da água da baía. Ocupação e aterros dos Alterações na morfologia da orla pelos aterros de condomínios, loteamentos, costões rochosos e margens residências, hotéis, estaleiros, portos e outros empreendimentos Enrocamento de foz de rios Construção de obras na foz de rios para propiciar a entrada de embarcações. Implantação de obras de Implantação de cais de marinas e clubes náuticos, píeres, rampas para barcos de acostagem inadequadas concreto e madeira Aterros de manguezais Eliminação de manguezais através de aterro Dragagens de canais de Dragagens para aprofundamento de canais de acessos aos portos e ao estaleiro acesso Provenientes das águas utilizadas pelas embarcações de grande porte para Águas de lastro controlar o calado do navio e que pode introduzir espécies invasoras de outras regiões na fauna nativa. Modalidade pesqueira não seletiva com grande impacto sobre as comunidades de Pesca de arrasto peixes e bentos. Pesca artesanal, realizada em estuários, com relativamente baixa produção. Pesca de cerco Embora seja desenvolvida pelos caiçaras há muitas gerações, não apresenta nenhuma norma ou padrão estabelecido em portaria. É aquela que atinge indiscriminadamente, todos os peixes, nas diversas fases de Pesca criminosa seu ciclo, sendo praticada com material proibido pela legislação, em lugar não permitido ou no período de defeso Sobrepesca Consiste na captura de determinadas espécies em quantidades superiores à capacidade de renovação dos estoques populacionais. Maricultura com espécies exóticas Privatização das praias Excesso de embarcações Grande contingente de visitantes Ineficiência na gestão das Unidades de Conservação Introdução de espécies exóticas ao ecossistema, geração da “chuva orgânica” devido à matéria orgânica excretada pelos organismos cultivados e que podem favorecer o desenvolvimento de espécies oportunistas. Decorrente dos grandes interesses imobiliários na BIG. Grande número de barcos de turismo e pesca que causam poluição por óleos combustíveis, tintas incrustantes e lixo náutico, impactos físicos de encoragem e ressuspensão de sedimento. Nos períodos de verão, a baía recebe uma grande quantidade de visitantes, que se espalham pelas praias sem infraestrutura em busca de recreação. Poucas unidades de conservação encontram-se efetivamente implantadas na região. Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-9 A seguir é apresentado o cenário tendencial para a região. Cenário tendencial para a parte continental: • Elevados investimentos na infraestrutura dos parques e reservas federais e estaduais devido aos recursos de compensação ambiental da exploração de petróleo da bacia de Santos melhoram a gestão das unidades de conservação. • Aprimoramento do Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Bocaina deve fortalecer os corredores ecológicos e rede de áreas protegidas na região, otimizando assim a proteção dos ecossistemas e biodiversidade associada. • Graves perdas de florestas situadas nas partes externas do Parque Nacional da Bocaina e do Parque Estadual Cunhambebe devido ao avanço das áreas urbanas estimulado pela população atraída pelos grandes empreendimentos locais e a incapacidade da Prefeitura de contê-las. • Escorregamentos de solo e rocha acarretando mortes e severas perdas econômicas, devido à supressão de cobertura florestal e aos cortes de estrada, ocasionando ainda sérios problemas de erosão e assoreamento, tal como ocorreu em 2002. • Acirramento da degradação de rios e córregos devido ao lançamento de esgoto e lixo, ocupação das margens e recepção de volumes elevados de sedimentos, em especial naqueles que cruzam áreas urbanizadas. • Aumento gradativo e em longo prazo da eficiência dos serviços públicos de conservação ambiental devido à unificação dos órgãos estaduais de meio ambiente pelo INEA. Cenário tendencial para o ecossistema marinho da baía de Ilha Grande e das ilhas: • Melhoria substancial da qualidade ambiental da Ilha Grande graças aos investimentos do Estado na implantação das Unidades de Conservação, no tratamento de esgotos e na melhoria da infraestrutura turística, desde que solucionados os problemas relativos aos resíduos sólidos e ao controle da ocupação e da visitação. • Melhoria das águas das praias e enseadas de Provetá, Abraão, Saco do Céu e Grande de Araçatiba devido às obras de saneamento, refletindo diretamente no incremento da qualidade de vida das comunidades locais e no potencial turístico. • Progressiva degradação ambiental das demais ilhas, a exceção daquelas que integram a Estação Ecológica de Tamoios. • Excesso de turistas na Ilha Grande devido à falta de opções de parques com praias em outras ilhas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-10 • Degradação progressiva do ecossistema da baía devido à ocupação excessiva dos costões rochosos por marinas e edificações residenciais e comerciais, redução de manguezais, excesso de barcos, recepção de cargas elevadas de óleo, esgoto e lixo, e pesca predatória. • Desemprego progressivo na indústria turística devido à perda de atratividade dos ambientes naturais causada pela degradação ambiental e especulação imobiliária do litoral. • Esgotamento dos estoques pesqueiros devido à sobrepesca, poluição por óleo e a perda de manguezais. • Existência de conflitos de zoneamentos territoriais da BIG como a sobreposição de diversos limites e zonas de amortecimento de Unidades de Conservação enfraquece a gestão das UCs e dificulta o estabelecimento da Rede de Unidades de Conservação da BIG. Em relação aos recursos de compensação ambiental para investimentos em Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, a tendência é que ocorra um incremento significativo em razão da exploração de petróleo na bacia de Santos (Pré-Sal) e dos investimentos em siderurgia e infraestrutura portuária em curso em Itaguaí e na zona oeste do Rio de Janeiro. A Figura 3-1 mostra os depósitos de petróleo na bacia de Santos descobertos pela Petrobras e associados até o momento, destacando-se, no estado do Rio de Janeiro, os campos de Júpiter e Tupi. Figura 3-1 – Campos petrolíferos da bacia de Santos. 3.4 - CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO Distribuição rural/urbana Em 2000, a população de Angra dos Reis era de 119.247 habitantes, apresentando uma alta taxa de crescimento nos últimos anos (1960-2000). A taxa média geométrica de crescimento, entre 1991 a 2000 foi de 3,76%, contra 1,30% no Estado. A distribuição da população por distrito é apresentada na Figura 3-2. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-11 O crescimento populacional deve-se aos grandes empreendimentos nos anos de 1970: BR-101, TEBIG e a Usina Termonuclear. Estas atividades provocaram um intenso processo de atração de mão de obra e expansão urbana. E, com facilidade de acesso, a atividade turística e de segunda residência começou a se intensificar na década de 80. Em Angra dos Reis há uma alta Fonte: Tribunal de Contas, 2008. taxa de urbanização, com 96% da população vivendo em áreas urbanas e apenas 4% em Figura 3-2 - Distribuição da população de zonas rurais. Angra dos Reis por distrito. Angra dos Reis tem um contingente de 100.323 eleitores, correspondente a 70% do total da população. O município tem um número total de 50.604 domicílios, com uma taxa de ocupação de 65%. Dos 17.588 domicílios não-ocupados, 60% têm uso ocasional, demonstrando o forte perfil turístico e de segunda residência local. Faixa etária/gênero Com relação à composição por idade (Quadro 3-5) e sexo (Quadro 3-6) da população, observa-se uma expressiva população infantil (menos de 14 anos), que representa 29,2% da população total, e uma participação de 4% da população com mais de 65 anos de idade. Os jovens entre 15 e 24 anos, representam cerca de 20% da população total, enquanto os adultos, na faixa de 25 a 49 anos, representam aproximadamente 36% e, na faixa de 50 a 64 anos, 9,3%. Quadro 3-5 - Faixas etárias da população de Angra dos Reis. Estado e Município Estado do Rio de Janeiro Angra dos Reis Total Grupos de Idade (2000) 0 a 14 15 a 24 25 a 49 50 a 64 65 ou mais 14.391.282 3.619.639 2.616.399 5.347.350 1.738.285 1.069.609 119.247 34.806 24.027 44.546 11.142 4.726 Fonte: IBGE, 2000. Quadro 3-6 - População residente do município de Angra dos Reis por gênero. Município Angra dos Reis Fonte: IBGE, 2000. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Feminino Masculino Total 59.158 60.089 119.247 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-12 Grau de escolaridade A escolaridade da população de Angra dos Reis em comparação com o Estado é apresentada na Figura 3-3. Fonte: Tribunal de Contas, 2008. Figura 3-3 - Escolaridade da população de Angra dos Reis. O número total de matrículas nos ensinos infantil, fundamental e médio de Angra dos Reis, em 2005, foi de 41.324 alunos, tendo evoluído para 40.371 em 2006, apresentando redução (2,3%) no número de estudantes. As taxas de analfabetismo da população do município de Angra dos Reis não são muito elevadas, mas a situação ainda não é a ideal. De acordo com o Censo Demográfico de 2000, para a população de 15 anos ou mais, essa taxa era de 8,6%. A taxa relativa às crianças entre 7 e 14 anos de idade alcançava 9,6%. Pela legislação em vigor, as crianças nessa faixa etária já deveriam ter completado, no mínimo, 3 a 4 anos de estudo e, portanto, deveriam estar aptas a ler, escrever e fazer as quatro operações. Saneamento básico O Quadro 3-7 sumariza a situação do saneamento em 2000. Quadro 3-7 - Situação do saneamento básico no Município de Angra dos Reis. Angra dos Reis Abastecimento de água 98% dos domicílios de Angra dos Reis abastecidos com água canalizada, advinda de rede geral, poço ou nascente Coleta e tratamento de esgotos 22% dos domicílios sem esgoto adequado (fossa rudimentar, vala e outros escoadouros) e 49% atendidos pela rede geral de esgotos Uma quantidade significativa (29%) de domicílios utilizava fossas sépticas como forma de esgotamento sanitário. Resíduos sólidos Coleta de lixo domiciliar atinge 97%, e apenas 3% do lixo é queimado na propriedade. Fonte: IBGE, 2000. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-13 Estratificação social Angra dos Reis apresenta o universo de 50.910 domicílios, sendo que 26,93% deles são de famílias pertencentes à classe econômica “C2”, que possuem renda familiar mensal em torno de R$ 950,00 (Quadro 3-8). Quadro 3-8 - Número de domicílios urbanos em Angra dos Reis por classe econômica. Número de domicílios urbanos / Classes econômicas do município de Angra Dos Reis Classes econômicas Número de domicílios urbanos A1 267 A2 1.875 B1 4.707 B2 9.183 C1 10.208 C2 13.714 D 10.245 E Total 711 50.910 Fonte: Fundação CIDE. Anuário Estatístico 2008 (Censo 2000). Classes econômicas (Renda Média Familiar Mensal – em R$1) (*) classe A1 = 14.400,00 (*) classe A2 = 8.1000,00 (*) classe B1 = 4.600,00 (*) classe B2 = 2.300,00 (*) classe C1 = 1.400,00 (*) classe C2 = 950,00 (*) classe D = 600,00 (*) classe E = 400,00 1– Registra-se o valor do salário mínimo em R$ 465,00 para os dados acima. 3.5 - AÇÕES AMBIENTAIS EXERCIDAS POR OUTRAS INSTITUIÇÕES As principais ações ambientais em curso são desenvolvidas pela SEA, INEA, IBAMA, ICMBio, BPFMA, Prefeituras Municipais de Angra dos Reis e Paraty, Ministério Público, ONGs, Corpo de Bombeiros e Capitania dos Portos, conforme mostra o Quadro 3-9 a seguir. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-14 Quadro 3-9 - Principais entidades atuantes na região ou de Interesse para o PEIG. SEA INEA CBMERJ BPFMA DPMA GAM/PMERJ FIPERJ UERJ Procuradoria Geral do Estado Subsecretaria do Patrimônio ITERJ DRM INEPAC FAPERJ DER/RJ EMATER CEDAE IBAMA ICMBio Polícia Federal Ministério do Turismo SPU DNPM TEBIG ELETRONUCLEAR ANP ANTAQ ANA DNIT UFRJ, UFRRJ e UFF BNDES Órgãos e empresas públicas estaduais Formulação da Política Ambiental do Estado do Rio de Janeiro. Gestão do Fundo Estadual de Conservação Ambiental - FECAM. Coordenação da Câmara de Compensação Ambiental. Coordenação do GT do Aventureiro. Gestão do PEIG, RBPS, PEMA, APA de Tamoios, Reserva Ecológica da Juatinga (REJ) e Parque Estadual Cunhambebe; execução do Projeto de Proteção da Mata Atlântica – PPMA; licenciamento, outorga de recursos hídricos e fiscalização ambiental; recuperação de ecossistemas e áreas degradadas; educação ambiental, planejamento e monitoramento ambiental. Prevenção e combate a incêndios florestais; remoção de produtos perigosos; remoção de feridos, busca e salvamento. Policiamento ambiental. Desenvolvimento de atividades de Polícia Judiciária, investigação de crimes ambientais e contra o patrimônio histórico. Apoio de helicóptero e lancha para ações de patrulhamento e inventário ambiental. Apoio as atividades de pesca e maricultura. Pesquisas ambientais em diversas áreas de conhecimento. Pesquisas pelo CEADS e apoio as atividades de maricultura. Projeto Maqua (cetáceos). Supervisão dos serviços jurídicos da administração direta e indireta no controle interno da legalidade dos atos da administração pública e de exercício de defesa dos interesses legítimos do Estado. Executar desapropriações visando à regularização fundiária de Parques. Zelar pela gestão e registro das terras públicas e pelo patrimônio imobiliário do Estado. Promover o inventário e a arrecadação das terras públicas e promover reassentamentos. Gerenciar, fomentar e orientar o uso adequado dos recursos minerais. Zelar pelas áreas tombadas e pelo patrimônio histórico-cultural. Financiamento de pesquisas aplicadas à conservação ambiental. Conservação de estradas estaduais de terra, evitando erosão para os cursos de água. Extensão rural junto ao pequeno agricultor, incentivando principalmente o cultivo do palmito jussara (Euterpe edulis) e da pupunha como alternativa para a bananicultura. Coleta e tratamento de esgotos; fornecimento de água potável. Órgãos e empresas públicas federais Ordenamento da pesca e fiscalização ambiental. Gestão do Parque Nacional da Bocaina, da Estação Ecológica de Tamoios e da APA Cairuçu. Patrulhamento, repressão e investigação. Financia projetos de turismo na região a partir do PRODETUR. Órgãos e empresas públicas federais Demarcar e registrar os terrenos de marinha e os terrenos reservados de rios federais. Disciplina da extração dos recursos minerais. Ações de prevenção a acidentes de óleo nas instalações do terminal. Monitoramento ambiental da área de influência das usinas. Regulação da prevenção a acidentes de óleo na indústria petrolífera. Qualidade ambiental dos portos. Gerencia os rios federais da região (Mambucaba, Paca Grande e Ariró). Administração da BR-101 e seus taludes, de modo a evitar erosão. Estudos e pesquisas ambientais terrestres e marinhas. Projeto de Turismo Inclusivo na Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-15 Quadro 3-10 – conclusão. Ministérios Públicos Federais e Estaduais Prefeitura de Angra dos Reis CODIG SAPÊ Brigada Mirim Ecológica IEDBIG IBIO CONSIG SAMPESUB Fundação SOS Mata Atlântica Ministério Público Ações dos promotores das comarcas locais, cujos escritórios são em Angra dos Reis. A ação do Ministério Público é fundamental para garantir a paralisação de atividades ilegais, bem como a recuperação de áreas degradadas. Se a competência do INEA e do IBAMA é detectar, embargar e penalizar atividades que causam dano ao meio ambiente, cabe ao Ministério Público acionar judicialmente os infratores, para responsabilizá-los civil e criminalmente por seus atos. Prefeitura Ordenamento e disciplinamento do uso e ocupação do solo. Gerenciamento e fiscalização ambiental em geral (ambiental, postura e de obras). Administração de Unidades de Conservação municipais. Coleta e destino final adequado de resíduos sólidos. Concessão de serviços de água e esgoto. Drenagem urbana. Zoonoses e Controle de vetores. Organizações Não-Governamentais Desenvolvimento de projetos e atividades ambientais na Ilha Grande. Desenvolvimento de projetos e atividades ambientais em toda região. Reúne jovens da Ilha Grande em atividades de conservação ambiental. Possui laboratório para produção de sementes de moluscos bivalvos, pós-larvas de camarões e alevinos de peixes e produz sementes de coquilles Saint Jacques. Projetos e estudos para conservação ambiental da baía de Ilha Grande. Estudos e projetos na baía de Ilha Grande e na Ilha Grande. Pesquisa sobre naufrágios. Contribui com o planejamento e desenvolvimentos do Parque Nacional da Bocaina, da APA Cairuçu e da Reserva Ecológica da Juatinga. Releva mencionar que a região costeira paulista, da ponta de Trindade para o sul (Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião), guarda muitas semelhanças ambientais com a região da baía de Ilha Grande. Por este motivo, apresentam-se no Quadro 3-11 algumas ações que podem interessar a gestão do PEIG. Quadro 3-11 - Entidades paulistas atuantes na região litorânea próxima. Entidade Atividades Fundação Florestal (SP) Administra os Parques Estaduais da Ilhabela (27.025 ha), da Ilha Anchieta (828 ha) e da Ilha do Cardoso (13.600 ha), além do Parque Estadual da Serra do Mar (315.390 ha), este dividido em 8 Núcleos (Caraguatatuba, Cunha, Curucutu, Itutinga-Pilões, Pedro de Toledo, Picinguaba, Santa Virgínia e São Sebastião). O Parque da Ilha Anchieta também abrigou prisão. Associação Guapuruvu (Ubatuba) Atua no apoio ao Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar onde desenvolve projetos para formação e capacitação de jovens em área do Parque e do entorno. Desenvolve atividades de pesquisa e educação ambiental, objetivando a proteção das Fundação Pró-Tamar - Base tartarugas marinhas. É responsável pelo programa de educação ambiental e ação social junto às comunidades de pescadores artesanais. Ubatuba Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 3-16 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3.6 - LEGISLAÇÕES FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL PERTINENTES Dos 193 km2 da Ilha Grande, nada menos que 155 km² são constituídas por unidades de conservação de proteção integral do Estado (PEIG e RBPS) onde não se aplicam leis municipais, a não ser aquelas relacionadas ao recolhimento de tributos e à higiene em atividades comerciais licenciadas pelo Parque. No restante da ilha, ou seja, na área externa do PEIG e REBIO, compreendendo 38 km², aplicam-se as normas da APA de Tamoios e as regras municipais ditadas pelo Plano Diretor de Angra dos Reis, muitas vezes de forma conflitante. Além disso, a parte oeste da ilha é considerada Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Tamoios. As principais leis e regulamentos que guiam o planejamento, a implantação e a operação do PEIG são apresentados nos Anexos VII e VIII. Por força de diversos atos legais, a Ilha Grande: • faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica declarada pela UNESCO (1991); • é considerada patrimônio nacional pela Constituição Federal, pois possui uma vegetação de Mata Atlântica e está localizada na Zona Costeira (1989); • é declarada como Área de Relevante Interesse Ecológico pela Constituição Estadual; • é tombada como Monumento Natural pela Secretaria de Estado de Cultura; • integra a Área de Proteção Ambiental de Tamoios; • tem três áreas sob regime especial de administração (Parque Estadual da Ilha Grande, Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e Parque Estadual Marinho do Aventureiro). Na Ilha Grande incide um conjunto de leis e regulamentos ambientais com erros de origem, inaplicáveis e outros conflituosos, merecendo destacar os seguintes pontos: • Incompatibilidades entre o Decreto Estadual nº 20.172, de 01/07/94 (Plano Diretor da Área de Proteção Ambiental de Tamoios) e a Lei Municipal nº 162/91 (Plano Diretor de Angra dos Reis, parte relativa à Ilha Grande) sobre o uso do solo nas áreas exteriores ao Parque Estadual da Ilha Grande, gerando atritos entre órgãos públicos, desorientação na fiscalização e apreensão entre os moradores. • Em 1998 a Prefeitura de Angra dos Reis decretou a aprovação de projetos para edificações em Áreas de Interesse Ecológico (AIEs) nas Ilhas Grande e da Gipóia (Decreto nº 1.543/LO de 25/11/1998), afrontando a hierarquia legal (estadual e federal). As edificações seriam aprovadas, mesmo com restrições, em locais considerados não Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-17 edificantes pelo art. 99, § único da Lei nº 162/LO, de 12/12/1991, que aprovou o Plano Diretor Municipal. • Decreto Estadual inaplicável (Decreto nº 9.728/87), que transforma a ilha inteira em uma Reserva Biológica, bem como uma Portaria SUDEPE (N-35, de 22/12/88) que proíbe a pesca até a distância de 1.000 m (um mil metros) ao redor ou ao largo da Ilha Grande e outros locais, excluindo da proibição os pescadores artesanais ou amadores que utilizem para o exercício da pesca linha de mão ou vara, linha e anzol, com ou sem molinete, e as atividades de maricultura. • Decreto de criação do Parque Estadual Marinho do Aventureiro permite a pesca em seu interior, colidindo com a legislação em vigor na época e atual, que não admite este tipo de atividade em Parques. Na época, além da definição dada no Código Florestal, vigorava a estabelecida pela Deliberação CECA nº 17 de 10/02/78, que assim determinava Parque Estadual: “Área de domínio público estadual, delimitada por abranger atributos excepcionais da natureza, a serem preservados, que está submetida a regime jurídico de inalienabilidade e indisponibilidade em seus limites, inalteráveis a não ser por ação de autoridade do Governo Estadual, de modo a conciliar harmoniosamente os usos científico, educativo, e recreativo, com a preservação integral e perene do patrimônio natural”. • Reserva Biológica da Praia do Sul, criada em 1981, com o Povoado do Aventureiro dentro de seus limites; com o advento da Lei do SNUC a reserva biológica passa a ser incompatível com a presença de ocupação humana; • Parque Estadual da Ilha Grande, criado em 1971, com uma parte da Vila do Abraão dentro de seus limites, colidindo com a legislação em vigor na época e atual, que não permite este tipo de ocupação. Em resumo, aplica-se à Ilha Grande um excesso de leis estaduais e municipais. A luz da constituição do Estado e da legislação, a Ilha Grande é, ao mesmo tempo, uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), uma Reserva Biológica, uma Reserva Ecológica, um bem tombado e faz parte de uma APA. Além disso, contém em seu interior dois Parques Estaduais e uma Reserva Biológica. E, ainda, aplicam-se as normas do Plano Diretor do Município de Angra dos Reis. 3.7 - SERVIÇOS DISPONÍVEIS PARA O APOIO À UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Infraestrutura municipal e escolar O Quadro 3-12 e o Quadro 3-13, apresentados a seguir, resumem as informações sobre as infraestruturas regional e escolar. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-18 Quadro 3-12 - Infraestrutura regional. Modalidade Características Serviços de saúde 33 centros de saúde / unidades básicas de saúde; 13 clínicas / ambulatório especializados; 119 consultórios isolados; 2 hospitais especializados; 2 hospitais gerais. 4 policlínicas; 3 postos de Saúde; 11 unidades de apoio à diagnose e terapia e outras unidades. 33º Batalhão de Polícia Militar. Serviços de segurança pública 166ª DP (Delegacia de Polícia Civil). Unidade do Batalhão de Polícia Florestal e do Meio Ambiente. Guarda Civil Municipal. Defesa civil 10º Grupamento de Bombeiro Militar, com 2 Destacamentos (2/10 - Ilha Grande e 3/10 – Frade). Defesa Civil Municipal. Energia elétrica Ampla: atendimento industrial, comercial e residencial. Serviços Comércio Bem estruturado, voltado para o turismo e a pesca. Banco Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itau-Unibanco, Real (Santander) e HSBC. Postos de abastecimento e oficinas mecânicas Boa estrutura de oficinas mecânicas para veículos e lancha. Postos de abastecimento. Construção civil Transporte 65 empresas. Linhas interestaduais, intermunicipais, municipais e circulares; frota de táxi, diversas marinas, transporte marítimo público regular para a Ilha Grande, oferta variada de transporte marítimo para a baía da Ilha Grande a partir do cais do porto e aeroporto para pequenas aeronaves. Fonte: FIRJAN, PMAR e BrasFELS, 2009. Quadro 3-13 - Infraestrutura escolar dos municípios de Angra dos Reis e Paraty. Dependência administrativa Estado e municípios Total Federal Estadual Estado do Rio de Janeiro 10.416 30 1.908 4.470 4.008 Angra dos Reis 96 1 15 57 24 Paraty 45 0 6 30 9 Municipal Privada Fonte: SEE – Censo Escolar, 2002. Dos 96 estabelecimentos de ensino, 51 oferecem ensino infantil (creche e pré-escola) e classe de alfabetização e 88 o ensino fundamental. Somente 38 oferecem aulas do 6º ao 9º ano e 21 o ensino médio. O Colégio Naval é a única unidade escolar sob responsabilidade federal. A maioria dos estabelecimentos de ensino situa-se nas áreas urbanas (71,1%) e são públicos (76,0%), estando em sua maior parte sob responsabilidade municipal (59,4%), enquanto que a rede particular representa 25%. Serviços de apoio ao turista O Quadro 3-14, apresentado a seguir, sumariza as informações sobre o assunto. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-19 Quadro 3-14 - Serviços de apoio ao turista. Hospedagem Alimentação e bebidas No continente a nas ilhas contabilizam-se mais de uma centena de meios de hospedagem como resorts, hotéis, pousadas, pensões, flats, albergues e campings, destacando-se pelo porte o Blue Tree Park Angra dos Reis, Hotel do Frade Golf & Resort, Pestana Angra Beach Resort, Hotel do Bosque Eco Resort e Portogalo Suíte Hotel. A maioria dos estabelecimentos é composta por pousadas. Aproximadamente 408 restaurantes, bares, lanchonetes, quiosques e trailers. Angra dos Reis dispõe de postos de informações operado pelo órgão municipal de Posto de Informações turismo. Na Ilha Grande, o principal ponto de informação é o Centro de Visitantes do Parque Estadual da Ilha Grande. Sinalização turística Câmbio Divulgação e marketing Rudimentar. Casas de câmbio no centro de Angra dos Reis. A divulgação e marketing da região são realizados através de websites, produção de mapas turísticos, pôsteres, cartazes, jornais e revistas e calendários de eventos. A região está inserida em roteiro turístico comercializado em diversos países. A inserção privada na promoção e marketing da região ainda é fraca, cabendo a maior parte à TurisAngra. Diversas agências de viagem, operadoras e guias de turismo atuam em Angra dos Reis. Nos programas comercializados antecipadamente ou localmente predominam as atividades náuticas (passeios de escunas e barcos, mergulho), existindo também roteiros para trilhas, cachoeiras e praias mais isoladas. Destinos populares são as ilhas com praias e águas claras e calmas, excelentes para banho e mergulho de observação. Os passeios de barco fazem paradas nas praias para nadar e almoçar, além de paradas no Excursões e Vendas entorno de algumas ilhas para mergulho de observação, com os operadores dos barcos cedendo os equipamentos. A prática do mergulho autônomo é bastante frequente, recebendo a baía da Ilha Grande anualmente uma grande quantidade de mergulhadores amadores e profissionais. O mar, lajes e ilhas se destacam como ótimos locais de mergulho. Além disso, há diversos naufrágios. O município dispõe de 7 agências de turismo receptivas, 25 agências náuticas, 6 operadoras de mergulho, 6 locadoras de veículos e 1 agência de câmbio. Artesanato e Compras As principais atividades artesanais desenvolvidas no município de Angra dos Reis são bordados, fios e fibras e madeira. Angra dispõe de pequenos shopping-centers. Fonte: INEA, 2009. Instituições turísticas e qualificação da mão de obra As principais entidades públicas ligadas ao turismo são a TurisAngra (Angra dos Reis), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a TurisRio e o SEBRAE, bem como o INEA e o ICMBio, através de seus Parques, e a UFRRJ. O Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Polícia Civil prestam serviços relevantes aos turistas. Dentre as associações civis mencionam-se a Associação de Moradores e a Associação Comercial e Industrial de Angra dos Reis, a Associação dos Meios de Hospedagem da Ilha Grande – AMIGH, a Associação de Moradores e Amigos do Aventureiro – AMAV, e ainda as ONGs CODIG, Sapê e IEDBIG (Angra dos Reis). Incluem-se ainda associações de barqueiros de Angra dos Reis e da Ilha Grande, que reúnem os proprietários das escunas, saveiros ou traineiras de passeio. Atividades de treinamento então ainda muito aquém da necessidade, sendo esporádicas. Os dados estatísticos são ainda extremamente precários e sem a periodicidade necessária, impedindo um melhor planejamento e tomada de decisão. Em 2003, a Prefeitura de Paraty contratou empresa para desenvolver o Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico em Paraty. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-20 Após a elaboração de um inventário, um diagnóstico e um prognóstico, o Plano propôs 40 projetos para o planejamento estratégico da atividade no município. Angra dos Reis recém contratou empresa para o mesmo fim. 3.8 - APOIO INSTITUCIONAL Parte interessada ou interveniente (stakeholder) refere-se a todos os envolvidos em um processo, que pode ser a implantação e operação de um Parque, como Prefeituras, ONGs, associação de moradores, prestadores de serviço, moradores, concessionários, empresas e comunidade, etc. O processo em questão pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o negócio de uma empresa ou gestão do PEIG pelo INEA). O sucesso de qualquer empreendimento depende da participação de suas partes interessadas e por isso é necessário assegurar que suas expectativas e necessidades sejam conhecidas e consideradas pelos gestores. Cada interveniente ou grupo de intervenientes apresenta/representa um determinado tipo de interesse no processo. O envolvimento de todos os intervenientes não maximiza obrigatoriamente o processo, mas permite achar um equilíbrio de forças e minimizar riscos e impactos negativos na execução do mesmo. Uma organização que pretende ter uma existência estável e duradoura deve atender simultaneamente as necessidades de todas as suas partes interessadas. Para fazer isso ela precisa gerar valor, isto é, a aplicação dos recursos usados deve gerar um benefício maior do que seu custo total. O termo “stakeholders” foi criado para designar todas as pessoas, instituições ou empresas que, de alguma maneira, são influenciadas pelas ações de uma organização, no caso a implantação e operação do PEIG. Os “stakeholders” do PEIG são apresentados no Anexo IX. A lista enseja as principais instituições com potencialidade de cooperação. A importância, o carisma e a visibilidade do PEIG no estado do Rio de Janeiro e no Brasil têm atraído diversas instituições locais e estaduais para parcerias, sem contar com aquelas firmadas a partir de iniciativas da Administração do PEIG, do INEA e da SEA. O Quadro 3-15 mostra as parcerias mais relevantes até o momento, porém muitas precisam ser intensificadas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3-21 Quadro 3-15 - Parcerias do PEIG (Dez/2008). Instituição/Entidade Natureza das parcerias Procuradoria Geral do Estado Regularização fundiária de Lopes Mendes e equacionamento da situação do Aventureiro. TermoRio Companhia Vale Aplicação dos recursos de compensação ambiental desde janeiro de 2007. Cessão de Imagem Ikonos da Ilha Grande, execução do Projeto de Restauração Ecossistêmica e Adoção do PEIG. Corpo de Bombeiros Militares Organização do Destacamento de Guarda-parque da Ilha Grande. do RJ Posto do BPFMA da Ilha Grande Prefeitura de Angra dos Reis CONSIG IBAMA Instituto Chico Mendes Organização de operações de fiscalização conjunta. Elaboração do Plano Diretor Municipal da Ilha Grande, do Plano de Manejo da APA de Tamoios e de melhorias no Aventureiro. Elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande. Colaboração em ações de fiscalização. Planejamento pesqueiro e fiscalização integrada da baía de Ilha Grande e do mosaico terrestre de UCs. Instituto BioAtlântica e CODIG Preparação de mapa detalhado da Ilha Grande e do Parque Estadual. Grupamento Aéreo - Marítimo Realização de sobrevoos de helicóptero. da Polícia Militar Portogallo UERJ Cessão de espaço gratuito para docagem da lancha do PEIG. Realização do estudo ambiental da Ilha Grande. UFRRJ Execução do Projeto de Turismo de Base Comunitária no Aventureiro. CODIG Realização de estudos para o Plano de Manejo e apoio para criação da RDS do Aventureiro na Reserva Biológica da Ilha Grande. SAPE Apoio para criação da RDS do Aventureiro na Reserva Biológica da Ilha Grande. DRM Apoio para material de divulgação da área de geologia do PEIG. AMHIG Jornal “O Eco” Associação Curupira FIPERJ Orquida-Rio Apoio para produção de material de divulgação do PEIG. Divulgação de informações sobre o PEIG. Apoio na capacitação de funcionários para a Divisão de Uso Público. Colaboração na construção do acordo de Pesca. Colaboração no Projeto OrquidaIlha, de inventário da flora de orquídeas. Laboratório de Leaving Design Treinamento e colaboração na construção e aplicação de estruturas de bambus e – PUC-RJ cabos ao uso público do PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-i ÍNDICE MÓDULO 4 - Análise da UC e Entorno ........................................................ 4-1 4.1 - Caracterização da Paisagem - Fatores Físicos ............................ 4-1 4.1.1 - Origem e formação ............................................................... 4-1 4.1.2 - Clima ...................................................................................... 4-1 4.1.3 - Relevo, embasamento rochoso e solos .............................. 4-6 4.1.4 - Cavidades naturais subterrâneas (aspectos espeleológicos) ................................................................................ 4-18 4.1.5 - Hidrografia, hidrologia e limnologia .................................... 4-19 4.1.6 - Litoral e habitats marinhos do entorno (oceanografia) ..... 4-26 4.2 - Caracterização da Paisagem - Fatores Bióticos .......................... 4-34 4.2.1 - Vegetação e flora .................................................................. 4-34 4.2.2 - Fauna ..................................................................................... 4-52 4.3 - Caracterização dos Fatores Históricos ........................................ 4-63 4.3.1 - Aspectos culturais e históricos ........................................... 4-63 4.3.2 - Ocorrência de fogo e fenômenos naturais excepcionais .. 4-73 4.3.3 - Atividades da Unidade de Conservação e entorno ............ 4-74 4.4 - Situação Fundiária ......................................................................... 4-85 4.5 - Usos e Ocupação do Solo ............................................................. 4-92 4.6 - Caracterização dos Fatores Socioeconômicos ........................... 4-109 4.6.1 - Caracterização da população............................................... 4-109 4.6.2 - Relação da comunidade com a Unidade de Conservação ..................................................................................... 4-113 4.7 - Aspectos Institucionais da UC ...................................................... 4-114 4.7.1 - Pessoal .................................................................................. 4-114 4.7.2 - Infraestrutura, equipamentos e serviços ............................ 4-117 4.7.3 - Estrutura organizacional ...................................................... 5-120 4.7.4 - Recursos financeiros ............................................................ 4-122 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-ii 4.7.5 - Cooperação institucional ..................................................... 4-126 4.8 - Declaração de Significância .......................................................... 4-126 4.9 - Problemática ................................................................................... 4-127 4.10 - Potencialidades ............................................................................ 4-129 Lista de figuras Figura 4-1 - Posicionamento do ASAS sobre o Brasil. ........................................................ Figura 4-2 - Precipitação média mensal e precipitação máxima em 24h no período de 1961-1990 (Estação Angra dos Reis). ............................................................. Figura 4-3 - 4-2 4-3 Variação dos valores das normais climatológicas de temperatura ao longo do ano. .............................................................................................................. 4-5 Figura 4-4 - Tipos de solos da Ilha Grande.......................................................................... 4-17 Figura 4-5 - Distribuição das profundidades ao redor da Ilha Grande................................. 4-30 Figura 4-6 - Correntes no entorno da Ilha Grande............................................................... 4-32 Figura 4-7 - Granulometria dos sedimentos no entorno da Ilha Grande. ............................ 4-33 Figura 4-8 - Navio de transporte de imigrantes. ................................................................. 4-67 Figura 4-9 - Quadro “Casa de Quarentena da Ilha Grande”, pintado por Nicola Facchinet em 1887. .......................................................................................... 4-67 Figura 4-10 - Pavilhões do lazareto em 1909. ....................................................................... 4-68 Figura 4-11 - Penal Cândido Mendes. .................................................................................. 4-69 Figura 4-12 - Presídio de Dois Rios na década de 1970. ...................................................... 4-72 Figura 4-13 - Futuro Centro de Informações Turísticas da Ilha Grande. .............................. 4-76 Figura 4-14 - Terrenos da União transferidos para o Estado em 1966. ................................ 4-88 Figura 4-15 - Localização da entrada do cabo de energia na Ilha Grande. .......................... 4-98 Figura 4-16 - Traçado da rede elétrica na Ilha Grande. ......................................................... 4-98 Figura 4-17 - Localização dos cercos fixos na Ilha Grande. .................................................. 4-107 Figura 4-18 - Fazendas marinhas no entorno da Ilha Grande. .............................................. 4-108 Figura 4-19 - Estrutura organizacional do PEIG. ................................................................... 4-120 Figura 4-20 - Setores do Parque Estadual da Ilha Grande.................................................... 4-122 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-iii Lista de quadros Quadro 4-1 - Precipitação mensal e anual e máximas absolutas ocorridas em 24 horas. .... 4-3 Quadro 4-2 - Temperaturas médias mensais, das máximas e mínimas. ............................... 4-5 Quadro 4-3 - Demais características meteorológicas regionais. ............................................ 4-6 Quadro 4-4 - Principais pontos culminantes e formações notáveis da Ilha Grande e PEIG (Patrimônio geomorfológico). ............................................................................ 4-10 Quadro 4-5 - Tipos de rochas da Ilha Grande. ....................................................................... 4-15 Quadro 4-6 - Síntese das Unidades Hidrográficas e Sistemas Hidrográficos da Ilha Grande............................................................................................................... 4-20 Quadro 4-7 - Principais cursos d’água da Ilha Grande. ......................................................... 4-23 Quadro 4-8 - Usos das águas doces na Ilha Grande. ............................................................ 4-25 Quadro 4-9 - Praias da Ilha Grande. ...................................................................................... 4-27 Quadro 4-10 - Praias localizadas no Parque Estadual da Ilha Grande. ................................... 4-28 Quadro 4-11 - Embaiamentos da Ilha Grande.......................................................................... 4-29 Quadro 4-12 - Alterações da vegetação nativa. ....................................................................... 4-35 Quadro 4-13 - Fatos e números sobre a flora insular. .............................................................. 4-37 Quadro 4-14 - Fitofisionomias encontradas no Parque Estadual da Ilha Grande. ................... 4-38 Quadro 4-15 - Atributos da Floresta Ombrófila Densa Submontana. ...................................... 4-42 Quadro 4-16 - Manguezais da Ilha Grande. ............................................................................. 4-49 Quadro 4-17 - Espécies ameaçadas da Ilha Grande. .............................................................. 4-50 Quadro 4-18 - Principais espécies invasoras. .......................................................................... 4-51 Quadro 4-19 - Avaliação da fauna do PEIG. ............................................................................ 4-53 Quadro 4-20 - Comparativo da biodiversidade nativa da Ilha Grande. .................................... 4-55 Quadro 4-21 - Espécies que despertam preocupações conservacionistas. ............................ 4-56 Quadro 4-22 - Espécies animais exóticas da Ilha Grande. ...................................................... 4-57 Quadro 4-23 - Espécies de cetáceos com possibilidade de ocorrência nas águas do entorno da llha Grande...................................................................................... 4-62 Quadro 4-24 - Espécies exóticas marinhas. ............................................................................. 4-62 Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-iv Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Quadro 4-25 - Patrimônio histórico-cultural da Ilha Grande. ................................................... 4-64 Quadro 4-26 - Patrimônio Histórico-Cultural do PEIG. ............................................................ 4-65 Quadro 4-27 - Eventos de fogo em vegetação ocorridos na Ilha Grande entre 1992 e 2008. ................................................................................................................. 4-73 Quadro 4-28 - Informações sobre o turismo na Ilha Grande. .................................................. 4-75 Quadro 4-29 - Principais atrativos e atividades turísticas no PEIG e entorno......................... 4-77 Quadro 4-30 - Principais atrativos naturais do PEIG. .............................................................. 4-78 Quadro 4-31 - Pesquisas científicas realizadas no PEIG a partir de 2004. ............................ 4-80 Quadro 4-32 - Desempenho da fiscalização em 2007-2009. .................................................. 4-83 Quadro 4-33 - Síntese das atividades conflitantes. ................................................................. 4-84 Quadro 4-34 - Não-conformidades existentes e potenciais do PEIG. ..................................... 4-86 Quadro 4-35 - Informações do Termo de Transferência de 1966. .......................................... 4-87 Quadro 4-36 - Principais núcleos populacionais da Ilha Grande............................................. 4-95 Quadro 4-37 - Sistemas de abastecimento de água da Ilha Grande. ..................................... 4-100 Quadro 4-38 - Obras de coleta e tratamento de esgoto financiadas pelo FECAM. ................ 4-100 Quadro 4-39 - Meios de hospedagem da Ilha Grande. ........................................................... 4-102 Quadro 4-40 - Escolas municipais na Ilha Grande. ................................................................. 4-103 Quadro 4-41 - Calendário de ocorrência dos principais peixes mencionados pelos pescadores da Ilha Grande. ............................................................................. 4-106 Quadro 4-42 - Estimativa populacional histórica da Ilha Grande. ........................................... 4-109 Quadro 4-43 - Projeção da população da Ilha Grande. ........................................................... 4-110 Quadro 4-44 - Informações sobre a faixa etária e gênero da população do município de Angra dos Reis. ................................................................................................ 4-112 Quadro 4-45 - Número de domicílios urbanos e classes econômicas do município de Angra dos Reis. ................................................................................................ 4-113 Quadro 4-46 - Recursos humanos do PEIG. ........................................................................... 4-115 Quadro 4-47 - Edificações, estradas, caminhos, pontes, trilhas e sistema de sinalização. .... 4-117 Quadro 4-48 - Veículos e embarcações do PEIG. .................................................................. 4-119 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-v Quadro 4 49 - Atribuições da equipe do PEIG. ........................................................................ 4-121 Quadro 4 50 - Descrição dos setores do PEIG. ....................................................................... 4-122 Quadro 4 51 - Composição do orçamento do PEIG. ................................................................ 4-123 Quadro 4-52 - Estimativa prevista de alocação de recursos para o Programa de Fortalecimento do PEIG (2009-2013). .............................................................. 4-125 Quadro 4-53 - Principais parcerias do PEIG. ........................................................................... 4-126 Quadro 4-54 - Principais problemas levantados e discutidos na Oficina de Planejamento do PEIG. ............................................................................................................ Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-127 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-1 MÓDULO 4 - ANÁLISE DA UC E ENTORNO 4.1 - CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM - FATORES FÍSICOS 4.1.1 - Origem e formação Na baía da Ilha Grande as escarpas da Serra do Mar encontram-se muito próximas da costa. Na área submersa da baía, a superfície rochosa pertencente a Serra do Mar encontra-se coberta por uma camada sedimentar pouco espessa, da ordem de 10 a 15 m. A Ilha Grande e as demais ilhas, bem como a “Ilha” da Marambaia constituem afloramentos de partes mais proeminentes do embasamento rochoso relacionado à Serra do Mar. O fundo marinho da baía de Ilha Grande já permaneceu emerso várias vezes durante as épocas glaciais, incluindo seu canal mais profundo (-52m), entre a Ilha dos Macacos e o continente. A última inundação (transgressão marinha) iniciou-se há 18.000 anos, após a última glaciação, afogando progressivamente a plataforma continental. O último isolamento da Ilha Grande do continente iniciou-se a cerca de 7.000 anos. 4.1.2 - Clima Fatores dinâmicos e estáticos Na Ilha Grande, a altitude, o posicionamento do relevo em relação ao continente a ao oceano, a proximidade do mar e a direção das massas de ar combinam-se para produzir microclimas e variações de regime pluvial (chuva orográfica), de temperatura e de circulação dos ventos a curtas distâncias. O clima da Ilha Grande é tropical, quente e úmido, sem estação seca, sendo resultado de uma combinação de fatores estáticos (localização geográfica e topografia) e dinâmicos (massas de ar). Quanto ao primeiro, tanto a Serra do Mar no continente quanto as serras da Ilha Grande opõem-se frontalmente ao trajeto das frentes frias e das linhas de instabilidade tropicais, exercendo uma sensível influência nas precipitações, que crescem na proporção direta da altitude e do posicionamento das vertentes. As encostas meridionais, voltadas para o mar, na maioria das vezes a barlavento, são bem mais chuvosas que as encostas a sotavento. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-2 Com relação aos fatores dinâmicos, a região permanece grande parte do ano sob o domínio do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), uma massa de ar que apresenta variações em sua posição central e abrangência espacial ao longo do ano. Sua posição mais a leste ocorre em outubro e abril e a posição mais a oeste em julho/agosto e janeiro a março, quando chega mais perto da costa do Brasil (Figura 4-1). O ASAS possui elevada temperatura, fornecida pela intensa Fonte: Imagem do satélite Goes radiação solar das latitudes tropicais, e forte umidade específica, dada pela intensa evaporação marítima. Atua na região com ventos Figura 4-1 - Posicionamento do ASAS sobre o Brasil. geralmente de NE. Devido à forte estabilidade, o ASAS é responsável pelo tempo bom na Ilha Grande (dias ensolarados). A estabilidade é frequentemente quebrada ao longo do ano com a chegada das correntes perturbadas do Sul (frentes-frias) e de Oeste (frentes tropicais), que causam bruscas alterações no tempo, quase sempre acompanhadas de chuvas e mudança na direção e intensidade dos ventos. Ventos Os ventos têm direção variável durante o ano, estando associados à ação do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), brisas terrestres e marítimas e as passagens de frentes frias, podendo-se destacar os seguintes fatos: • direções N/NE são associadas à atuação do ASAS e brisas terrestres; enquanto SW/S estão ligadas às brisas marítimas e as passagens de frentes frias; • há um ligeiro predomínio de ventos nos quadrantes leste e sudeste, em geral fracos, ocorrendo inclusive períodos de calmaria. De abril a junho, as direções predominantes são S/SE, S e N/NE, respectivamente. A configuração mais frequente, N/NE e S/SW, mantémse no inverno, primavera e outono, enquanto a componente S fica mais evidente no outono; • a frequência de calmarias a 10 m varia de 9,48 a 18,28% ao longo do ano, sendo janeiro e junho os meses de maior frequência de calmaria e março o de menor ocorrência. As freqüências das calmarias aumentaram em relação à altura. A 60 m a porcentagem de ocorrência varia de 32 a 52%, enquanto a 100 m de 35 a 47%; • em média, os ventos são mais intensos à medida que se distanciam da superfície. Os valores médios para todos os períodos ficam em torno de 3m/s em 10 m de altura, de 3 a 8m/s a 60m e 5 a 8 m/s em 100 m. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 4-3 a brisa marítima se inicia ao redor das 8h da manhã, com ventos relativamente fracos, atingindo gradualmente sua máxima velocidade entre 12h e 14h. A redução da velocidade é gradual, até as 21h. A partir deste horário a circulação se inverte devido ao esfriamento do continente, que se dá mais rapidamente que o mar, gerando a chamada brisa terrestre; • dados registrados na Estação Meteorológica da Ilha Grande (SIMERJ), em Dois Rios, mostram que os ventos máximos diários podem chegar a 12 m/s. Em 2006, houve um predomínio de ventos máximos diários entre 8 e 10 m/s em janeiro, enquanto no mês de julho de 2006 predominaram ventos entre 2 e 8 m/s. Precipitação A Ilha Grande está sujeita a chuvas durante o ano todo, com maior concentração no verão e menor no inverno. O Quadro 4-1 e a Figura 4-2 informam sobre a precipitação na estação Angra dos Reis. Quadro 4-1 - Precipitação mensal e anual e máximas absolutas ocorridas em 24 horas. Estação Período Precipitação média mensal e anual (mm) Jan 276,4 Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual 240,2 237,1 189,5 109,0 78,3 76,2 78,2 116,0 144,1 166,2 265,0 1986,7 MÁXIMA ABSOLUTAS OCORRIDAS EM 24 horas (mm) COM DIA E ANO DE OCORRÊNCIA Angra dos Reis 19611989 285,6 203,8 164,5 191,2 105,0 76,1 141,0 138,9 73,4 89,0 103,2 191,4 -- 23/67 26/71 17/68 19/85 28/71 07/87 03/86 28/71 25/77 16/61 03/72 22/65 -- 44,3 46,2 49,4 56,6 595,4 120,2 121,1 128,2 128,8 1781,7 EVAPORAÇÃO TOTAL (mm) 59,8 57,1 54,8 46,8 45,2 42,2 46,2 46,7 INSOLAÇÃO (horas) 173,5 176,1 171,6 146,5 159,5 147,3 159,9 149,0 Fonte: INMET, Normais Climatológicas (Período de 1961-1990). mm 300 250 200 150 100 50 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Precipitação Mensal Jul Ago Set Out Nov Dez Precipitação Máxima em 24h Figura 4-2 - Precipitação média mensal e precipitação máxima em 24h no período de 1961-1990 (Estação Angra dos Reis). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-4 A variação da chuva ao longo do ano decorre, principalmente, das perturbações de frentes frias e das frentes tropicais, podendo-se destacar os seguintes fatos: • a precipitação média mensal varia de 276,4 mm em janeiro a 76,2 mm em julho; • o período mais chuvoso é o verão, estendendo-se de dezembro a março, com valores médios mensais sempre acima de 230 mm. Nesses quatro meses precipita pouco mais da metade do volume anual; • dezembro, janeiro e fevereiro são os meses com chuvas intensas. O recorde de chuva ocorreu em 23 de janeiro de 1967, quando 285,6 mm caíram em apenas 24 horas, valor acima da média anual para janeiro; • o trimestre mais seco vai de junho a agosto, quando precipita apenas 10% do valor anual; • mesmo nos meses mais secos podem ocorrer pancadas de chuvas intensas, como aconteceu nos dias 3 de julho de 1986 (141 mm em 24h) e 28 de agosto de 1971 (138 mm em 24h). Os valores registrados nestes dias correspondem a quase o dobro da pluviosidade média que caracteriza os meses de julho e agosto; • o balanço hídrico não registra déficit hídrico. Na Ilha Grande, as enxurradas causadas pelas chuvas carregam muitos sedimentos para os canais de drenagem e saturam o solo, podendo desencadear movimentos de massa (deslizamentos, corrida de lama, rastejo), mesmo em áreas florestadas. A precipitação na Ilha Grande e no Parque varia certamente conforme a altitude e a posição das montanhas. As vertentes posicionadas para o continente devem receber uma quantidade menor de chuvas que aquelas direcionadas para o alto mar, como em Provetá, na Reserva Biológica da Praia do Sul, Parnaioca, Dois Rios e Lopes Mendes, e as vertentes de ambos os lados apresentam precipitações superiores às baixadas. Estudo realizado em 1997/19981 para avaliar a influência do relevo no clima da Ilha Grande, detectou marcantes diferenças nas vertentes da enseada do Abraão. Na altitude de 300 m foram registrados 4.532 mm de pluviosidade anual, enquanto que a 20 m choveu 2.209 mm. Tendo as montanhas da Ilha Grande tamanho e altura bem menor que a Serra do Mar no continente, não se sabe até que ponto elas barram o avanço das frentes frias. Com base em estudo recente2 empregando tecnologia computacional para avaliar a precipitação da região, presume-se que a fachada sul da Ilha Grande deva receber em torno de 2.000 - 2.400 mm/ano de chuvas, enquanto na fachada oposta o volume seria de até 2200 mm, ambos ao nível do mar. 1 OLIVEIRA, R.R. e HACK, L.P. 2004. Influência do relevo na distribuição da pluviosidade na Ilha Grande, RJ. Eugeniana, XXVII: 29-37. 2 SOARES, F.S.; FRANCISCO, C.S. e CARVALHO, C. N. 2005. Análise dos fatores que influenciam a distribuição espacial da precipitação no litoral sul-fluminense, RJ. In: Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril, INPE, p. 3365-3370 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-5 Temperatura do ar A temperatura média anual varia entre 20 e 26 oC, conforme mostram o Quadro 4-2 e a Figura 4-3 a seguir. Quadro 4-2 - Temperaturas médias mensais, das máximas e mínimas. Temperatura (ºC) Média Média das máximas Média das mínimas Máxima absoluta Mínima absoluta Jan 26,0 29,8 22,6 38,5 15,3 Fev 26,4 30,4 23,1 39,3 17,1 Mar 25,8 29,5 22,5 37,4 16,3 Abr 24,0 27,6 20,8 35,3 12,8 Mai 22,2 26,2 18,9 35,1 12,8 Jun 20,6 25,0 17,1 32,8 9,8 Jul 20,2 24,6 16,5 33,8 10,1 Ago 20,7 25,0 17,2 36,0 9,4 Set 21,3 24,9 18,2 36,4 11,0 Out 22,3 25,6 19,3 35,8 13,4 Nov 23,5 27,0 20,4 37,2 13,7 Dez Média Anual 24,9 23,2 28,6 27,0 21,7 19,8 38,8 -14,4 -- Fonte: INMET. Estação Angra dos Reis - Normais climatológicas de 1961-1990. oC 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Tmédia Tmáx Tmín Ago Set Out Nov Dez Tmáx abs Tmín abs Fonte: INMET. Figura 4-3 - Variação dos valores das normais climatológicas de temperatura ao longo do ano. A temperatura média apresenta pequena variação ao longo do ano, sendo julho o mês mais frio (20,2 oC) e fevereiro o mais quente (26,4 oC). No verão as temperaturas médias estão sempre acima de 24 oC. A amplitude térmica atinge 30 oC, oscilando entre a máxima absoluta de 39,3 oC registrada em fevereiro, e a mínima absoluta de 9,4 oC anotada em agosto. As médias de temperatura máxima podem ser superiores a 30 oC, principalmente em fevereiro. Comparando-se com a temperatura mínima, há um contraste marcante especialmente nos meses de inverno, quando a temperatura pode cair até aproximadamente 10 oC, como é o caso do mês de julho. Outros elementos climáticos O Quadro 4-3 sintetiza as informações referentes a neblinas, evaporação total, umidade relativa, pressão atmosférica, nebulosidade, insolação e radiação solar. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-6 Quadro 4-3 - Demais características meteorológicas regionais. Neblinas A combinação de noites frias, ausência de nuvens e de ventos leva à formação de neblina pela manhã, podendo esta se dissipar em poucas horas e ser sucedida por céu aberto e aumento contínuo de temperatura. Evaporação total A evaporação total (595,4 mm) não apresenta grandes variações ao longo do ano, sendo menor que outras regiões do estado do Rio de Janeiro. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, a taxa anual de evaporação é de 1.198 mm. Nos meses de verão, a taxa de evaporação total fica em torno de 55 mm, enquanto no inverno os valores situam-se entre 42 e 46 mm. Umidade relativa Mantém-se sempre alta, variando de 80 a 95% devido à maritimidade e à presença da floresta. A umidade relativa média anual esta na faixa de 83,7% (82,9% no outono; 81% no inverno; 85,1% na primavera e 87,5% no verão), com valores mínimos de 31% registrados no inverno e máximas de 100% no verão. Oscilações dos valores diários também são observadas, possivelmente decorrentes de precipitações e/ou circulações frontais. Pressão atmosférica Nebulosidade Insolação Radiação solar Pressões mais altas durante junho, julho e agosto, e pressão baixa nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. A amplitude de variação é de cerca de 8,53 mb, sendo a média anual de 1015,21 mb, a máxima pressão média é de 1019,88 mb em julho e a mínima de 1011,35 mb em janeiro (valores tomados ao nível do mar). Os maiores valores de pressão no inverno são devidos às incursões de massas polares mais intensas nesta época do que nas demais do ano. O período de menor nebulosidade compreende os meses de junho e julho, de maior estabilidade e menor precipitação. De outubro a dezembro os valores são máximos, chegando a 8/10, o que reflete a maior evaporação continental e também o forçamento dos sistemas transientes na formação e manutenção de nuvens na região. A média anual se situa em 6,8. A insolação total, compreendendo o número de horas de exposição ao sol, apresenta variações no decorrer do ano. Os meses de janeiro, fevereiro e março registram os maiores valores de insolação total, situando-se em torno de 173 horas. A menor insolação é registrada entre setembro e dezembro, com média de 125 horas. De forma geral, tais valores são pequenos se comparados a outras regiões do estado do Rio de Janeiro. Em Cabo Frio, por exemplo, a insolação total anual chega a 2464 horas, enquanto em Angra dos Reis fica em torno de 1.781 horas. Tal fato é devido à nebulosidade. Nos meses de verão, a intensidade de energia radiante (acumulada na última hora) atinge valores médios de 729,5 KJ/m² (com máx. de 3.504,1); na primavera, os valores reduziram para 581 W/m² (com máx. de 3.766,2); no inverno para 482 KJ/m² (com máx. de 2.873,5) e 478,1 KJ/m² (com max. de 3032,4) no outono. Fonte: Eletronuclear, 2006. 4.1.3 - Relevo, embasamento rochoso e solos Relevo A Ilha Grande constitui o topo de uma montanha submersa, apresentando basicamente dois tipos de relevo, montanhas e planícies costeiras, sendo o primeiro amplamente dominante. A serra principal estende-se sinuosamente desde a ponta do Acaiá, no extremo oeste, até a ponta dos Castelhanos, no extremo leste, recebendo os nomes de morro do Acaiá, serras de Sangavira, Araçatiba, Retiro, Papagaio, Abraão e Lopes Mendes, e por fim, morro dos Castelhanos, com ramos secundários que derivam para norte e para o sul (Mapa 2). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 2 - Relevo da Ilha Grande. (em A3) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-7 4-8 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-9 As montanhas, formadas pela erosão das rochas ígneas (granitos e charnockitos), têm alinhamentos NE-SW, claramente observados pela orientação dos vales fluviais e das pontas e promontórios costeiros, revelando o condicionamento as falhas e fraturas. São fortemente escarpadas com alguns topos aguçados. A amplitude altimétrica alcança pouco mais de 1.000 m em menos de 4 km. As encostas mais íngremes situam-se nas vertentes NE e SW. As montanhas exibem vários afloramentos rochosos na forma de picos, paredões e costões no litoral; grande volume de depósitos tipo tálus e colúvios, provenientes da erosão das encostas; e canais fluviais retilíneos em vales bem encaixados. Na porção centro sul da ilha há uma pequena área aplainada, acima da cota de 800 m, denominada pelos estudos da UERJ como “Planalto Dissecado da Serra do Papagaio”, abrangendo as cabeceiras de tributários do córrego das Andorinhas (ou Barra Grande). Tratase de um testemunho de um planalto mais extenso, dissecado pelos canais fluviais e recuo das escarpas. As montanhas estão sujeitas aos processos erosivos denominados de movimentos de massa (ou deslizamentos), gerados pela combinação da ação das chuvas com a gravidade, constituídos por porções de rochas e solos que descem das encostas e formam depósitos sedimentares tipo tálus e colúvios, que são transportados para a base (sopés) das elevações e fundos de vales. Quando acumulados nos fundos de vales, esses depósitos são movimentados pelos rios. Fenômenos de movimentos de massa mais intensos podem remover completamente a cobertura dos solos das encostas expondo o substrato rochoso, gerando cicatrizes erosivas e clareiras na floresta. Outro processo erosivo observado nas vertentes da Ilha Grande, mas em número reduzido são as voçorocas. A maior parte das terras da Ilha Grande situa-se abaixo dos 500 metros de altitude. As elevações superiores a 500 m concentram-se na porção centro-leste e estão integralmente no interior do PEIG e da RBPS (Quadro 4-4). Os relevos mais suaves, com forma de morros e colinas acham-se nos sopés das vertentes próximos as baixadas (planícies flúviomarinhas) ou nos pontões costeiros, como por exemplo, no morro dos Castelhanos, nas pontas da Enseada e do Bananal e no morro do Acaiá (Mapa 3). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-10 Quadro 4-4 - Principais pontos culminantes e formações notáveis da Ilha Grande e PEIG (Patrimônio geomorfológico). Nome Altitude (m) Notas Pedra d’ Água 1.031 Ponto culminante da Ilha Grande, conhecida também como Serra do Retiro. Tem topo arredondado. Afloramento rochoso granítico, que de longe lembra um bico de papagaio, provavelmente seu nome original. De perto se assemelha a um cão sentado. É um dos símbolos da Ilha Grande e foi inserido na logomarca do Parque. Pico do Papagaio 959 Pico do Abraão 772 Próximo e a leste do Pico do Papagaio. É facilmente visto da Vila do Abraão. Morro da Rezingueira 768 Na vertente de Dois Rios, pouco ao sul da Pedra d’Água. Pico do Perequê 765 Situado pouco ao norte da Pedra d’Água. Morro do Ferreira 735 Localizado na Serra do Abraão, a leste do Pico do Papagaio. Morro do Bananal 645 Pico do Bananal 430 Imponentes elevações que se destacam na paisagem da enseada do Bananal. Morro Alegre 482 Uma montanha que atravessa a Ilha Grande de leste a oeste, desde o Bananal até as proximidades da praia de Guaxuma. Atrás da praia do Bananal Pequeno está uma cadeia de destaque, despontando um grande afloramento rochoso. Morro do Funil 391 Bela formação rochosa com formato de funil invertido. Pão de Açúcar de Dois Rios 280 Localizado a oeste da praia de Dois Rios. Destaca-se na paisagem, sendo avistado da praia de Lopes Mendes. Promontório da Ponta Grossa 0-464 Avança por 3,3 km no rumo nordeste, separando as enseadas do Abraão e Palmas. Costões - Quatro trechos se destacam pela belíssima paisagem: costão do Acaiá, situado entre as pontas do Acaiá e da Verga, costão entre as praias de Parnaioca e Dois Rios, costão entre as praias de Dois Rios e Lopes Mendes e o costão entre a ponta de Lopes Mendes e a praia da Aroeira. Ilhote do Leste 0-39 Formação rochosa isolada, antiga ilha, divide as praias do Sul e do Leste. Fonte: Altitudes oficiais segundo cartas planialtimétricas do IBGE na escala 1:50.000 (Folhas Angra dos Reis, SF-23-Z-C-II-1 e Ilha Grande, SF-23-Z-C-II-2). Nas baixadas costeiras que ocorrem em trechos reduzidos ao longo do litoral são reconhecidos três tipos de ambientes com deposição de sedimentos: praias arenosas, planícies costeiras (depósitos flúvio-lagunar-marinhos) e rampas ou leques alúviocoluvionares. Os arcos praias mais extensos situam-se na costa oceânica, no interior do PEIG e da RBPS (praias do Leste, do Sul, Lopes Mendes, Parnaioca e Dois Rios). A costa sul, por ser exposta ao mar aberto, está sob maior influência das ondas e correntes oceânicas. Já as praias do interior da baía, como elas estão mais protegidas da ação das ondas, recebem maior contribuição sedimentar de origem fluvial. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-11 INSERIR MAPA 3 - Hipsometria da Ilha Grande. (em A3) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-12 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-13 Nos terrenos das planícies, fora das praias, observam-se dois locais distintos de deposição. Uma porção mais distante da linha de costa, situada junto dos sopés das montanhas e morros, onde predomina a dinâmica fluvial, e uma porção mais próxima ao mar, onde a atuação da dinâmica marinha é mais relevante. Na primeira predominam os depósitos fluviais arenosos e de seixos, com intercalações de níveis de argila. Neste segmento ocorre uma maior interação com materiais provenientes da erosão das encostas (depósitos de tálus e colúvios), sendo comum a presença de blocos e matacões rochosos sobre as planícies. Já na segunda porção, a dinâmica marinha assume um papel preponderante na construção do terreno, seja pelo retrabalhamento dos depósitos fluviais, seja pela sedimentação relacionada ao regime hidrodinâmico. Os depósitos desta porção são normalmente arenosos, porém, quando o transporte de sedimentos em direção à costa é baixo e a velocidade de espraiamento das ondas na face da praia é baixa para efetuar um depósito sedimentar considerável, os sedimentos são mais finos. Este fato é observado, principalmente, na costa norte da ilha, onde ocorrem manguezais. Blocos e matacões ocorrem também nesta porção, decorrente da erosão (queda de rochas) dos costões vizinhos. Com respeito aos ambientes lagunares, observam-se áreas paludosas com sedimentos saturados em água ao redor das lagunas do Sul e do Leste, indicando que elas foram maiores no passando, sendo colmatadas gradualmente3. O limite externo da planície das praias do Sul e do Leste é feito por cordão arenoso suspenso (restinga). Por fim, as rampas ou leques alúvio-coluvionares consistem, basicamente, de depósitos de colúvios e tálus que se acumulam nos sopés das encostas e fundos de vales devido ao transporte por vários tipos de movimentos de massa, como por exemplo, fluxo de detritos, fluxo de lama, avalanches, queda de rocha, e rastejo (“creep”), entre outros. Os colúvios compreendem uma gama de depósitos de matriz areno-argilosa com grânulos, podendo conter seixos e blocos de rochas. Uma variação dessas coberturas são os tálus, que consistem por blocos e matacões envoltos numa matriz, cuja granulometria varia de areia até argila. A proporção entre fragmentos líticos e matriz também varia bastante. Estas características indicam a alta energia de transporte e o baixo grau de seleção destes sedimentos. Portanto, os depósitos de tálus são típicos de fluxos gravitacionais das vertentes de clima tropical úmido, onde o alto gradiente das encostas e a intensa precipitação são fatores essenciais para a sua formação. Quando os depósitos de encosta preenchem os fundos de vales, os sedimentos são posteriormente movimentados pelos rios, que transportam o material mais fino da matriz, deixando os fragmentos maiores, ou seja, blocos, matacões. 3 Entulhamento ou preenchimento das lagoas pela ação da dinâmica fluvial e marinha. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-14 Embasamento rochoso a) Formação das rochas As rochas que constituem as montanhas da Ilha Grande (gnaisses, granitos e charnockitos) datam de 630-480 milhões de anos atrás, entre o final da era Pré-Cambriana (Neoproterozóico) e o período Ordoviciano da era Paleozóica, quando ocorreram sucessivas colisões de placas tectônicas. Depois de longo período de relativa calma tectônica, há aproximadamente 140 milhões de anos, na era Mesozóica, ocorreu a fragmentação do Gondwana, separando-se em vários continentes (América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida). A quebra do Gondwana gerou o oceano Atlântico Sul, cujo estágio inicial de abertura, conhecido como fase rifte4, é marcado por falhamentos da crosta, que soergueram as margens continentais, além de intenso magmatismo basáltico com rochas vulcânicas e plutônicas. Alguns destes corpos magmáticos são os diques de diabásios, que afloram em alguns locais da Ilha Grande. Ao fim da era Mesozóica e no início da era Cenozóica (entre 80 e 40 milhões de anos atrás), vários fenômenos geológicos ocorreram na região onde se localiza a Ilha Grande, causando magmatismo, falhamento e fraturamento da crosta, que levaram à formação de novos riftes5 continentais preenchidos por sedimentos. Nessa época, os movimentos verticais da crosta, atuantes desde a abertura do Atlântico Sul criaram a Serra do Mar e, por conseguinte, as montanhas que um dia comporiam a Ilha Grande. As antigas rochas ficaram progressivamente expostas às forças naturais erosivas. Desde então, a ação lenta e constante do clima vem decompondo as rochas, cujo material resultante é arrastado ladeira abaixo e depois transportado pelas chuvas, rios, ondas e gravidade, indo preencher os vales, enseadas e baías e formando as atuais planícies costeiras e praias da Ilha Grande. b) Distribuição espacial das rochas Litologicamente, as montanhas da Ilha Grande são compostas por rochas ígneas, onde dois tipos se destacam: granito e charnockito. Além destes, em menor proporção aparecem ortognaisses e diques de diabásio. As planícies costeiras são constituídas por coberturas sedimentares inconsolidadas com idades entre o Pleistoceno Superior e o Holoceno. O mapa, 4 Bacia sedimentar profunda e alongada limitada por extensas falhas que soergueram as bordas continentais adjacentes. O rifteamento ou ruptura de continentes é geralmente acompanhado de intenso magmatismo, e corresponde a fase inicial de desenvolvimento dos oceanos. 5 Rifte (do inglês rift) é a designação dada em geologia às zonas onde a crosta terrestre e a litosfera associada, sofrem uma fratura acompanhada por um afastamento em direções opostas de porções vizinhas da superfície terrestre. Formam-se então zonas de abatimento com tendência linear, separadas por escarpas de falha, ou seja, zonas de graben. Estas estruturas podem ter maior ou menor complexidade, mas, em geral, prolongam-se por muitas centenas ou mesmo por muitos milhares de quilômetros. O alargamento da crosta cria condições propícias para a subida de magma, pelo que o eixo das zonas de rift está em geral associado a linhas de vulcanismo ativo, onde as erupções geram nova crosta para compensar o afastamento. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-15 a seguir, apresenta a distribuição espacial das unidades geológicas da Ilha Grande, além das características estruturais. O Quadro 4-5 abaixo descreve as características das rochas da Ilha Grande. Quadro 4-5 - Tipos de rochas da Ilha Grande. Tipos de Rocha Características e Ocorrência Charnokitos 6 Rochas plutônicas maciças e cristalinas, semelhantes ao granito, apresentando uma orientação mineral incipiente, relacionada, em grande parte, ao fluxo magmático7. São rochas homogêneas, com granulometria de média a grossa e coloração, quando frescas (rocha sã), esverdeada a acastanhada, e principalmente composta de felsdpatos, quartzo, biotita, hornblenda e piroxênio. Dentro dos charnockitos ocorrem, localmente, xenólitos de gnaisses do Complexo Rio Negro. A idade dos charnockitos está estimada em cerca de 540 milhões de anos. Ocorrem nos seguintes locais: ponta do Bananal, saco da Freguesia, nos costões do Saco do Céu, das enseadas das Estrelas e do Abraão, na ponta dos Castelhanos, nos costões da praia do Cachadaço e da enseada dos Dois Rios (parte leste). Já na porção ocidental, os charnockitos afloram nas seguintes áreas: costões da Praia do Leste, no ilhote da Praia do Sul, no Aventureiro, pontas do Drago, dos Meros e do Acaiá, em Provetá, nos costões das praias Vermelha, Longa, da enseada de Araçatiba e na ponta de Ubatuba. Granito Vila Dois Rios Rochas plutônicas constituídas principalmente de quartzo, feldspatos e micas. É formado por uma massa mineral de granulação fina que contém grandes cristais (pórfiros) de feldspato de forma retangular. Trata-se de rocha homogênea onde os cristais de feldspatos brancos ou rosa estão imersos numa matriz mineral fina, composta de biotita, quartzo e plagioclásio. Não apresenta foliação, mas seus pórfiros de feldspato mostram, muitas vezes, uma orientação de fluxo magmático. São observadas também inúmeras intrusões de pequenos veios de granitos finos. O Granito VDR corta a massa de Charnokítos e os ortognaisses do Complexo Rio Negro, correspondendo, portanto, a rochas intrusivas mais novas. Aflora principalmente na porção central da Ilha Grande, constituindo tanto as áreas costeiras, como as mais elevadas, destacando-se os Picos do Papagaio e da Pedra D’água e também na extremidade oriental da Ilha Grande, especialmente, na ponta Grossa, costões da enseada das Palmas, bem como na ponta e costões da enseada de Lopes Mendes. Ortognaisses do Complexo Rio Negro São as rochas mais velhas da Ilha Grande, com cerca de 630-600 milhões de anos. Trata-se de uma rocha metamórfica orientada que apresenta bandas escuras ricas em biotita, alternadas por bandas claras ricas em feldspato e quartzo. Por vezes, esses ortognaisses ocorrem também como xenólitos8 dentro das rochas charnockíticas. Aflora no costão do Demo, na parte oeste da enseada de Araçatiba, na ponta do Bananal e na Ilha dos Macacos. Diques de Diabásio O diabásio é uma rocha basaltica, de granulação fina e cor escura. São corpos ígneos intrusivos de forma tabular e com composição semelhante ao assoalho oceânico. Deste modo, essas rochas possuem uma importância tectônica, já que registram a época da abertura do oceano Atlântico durante o Cretáceo Inferior (cerca de 140-125 Ma). Os diques da Ilha Grande possuem comprimentos de poucos metros até dezenas de metros (o caso do dique da praia das Palmas), espessuras que variam de centimétrica a métrica, e encontram-se orientados, preferencialmente, nas direções N00-30E e N40-60E. Os principais diques ocorrem próximo às praias de Palmas (o maior corpo), Dois Rios, Aventureiro, a oeste da praia de Araçatiba e na ponta do Saco da Freguesia. Localmente, nos arredores do Aventureiro, ocorrem corpos de orientação NW. As principais coberturas sedimentares da Ilha Grande são os depósitos arenosos que formam as baixadas (planícies costeiras fluviomarinhas), estando os maiores na vertente sul. Em relação à Coberturas dinâmica deposicional, as coberturas sedimentares estão associadas, principalmente, ao Sedimentares transporte por fluxo fluvial, gravitacional de encostas, energia das ondas e correntes de marés. Nas praias ocorre também o transporte eólico (ventos), formando dunas. Fonte: INEA, 2009. 6 Tecnicamente conhecida como Suíte Charnockítica Ilha Grande. 7 Movimento do magma durante a intrusão do corpo ígneo. 8 Xenólitos são enclaves de rochas encaixantes situadas no interior de corpos ígneos plutônicos, que capturaram pedaços das encaixantes mais antigas durante a intrusão. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-16 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande c) Falhas e fraturas As falhas da Ilha Grande possuem mergulhos subverticais e, por vezes, são preenchidas por brechas9 silificadas e percoladas por óxidos de Fe ou Mn. Quatro planos de falhas principais foram identificados na Ilha Grande, que apresentam duas orientações preferenciais, N50-60E e N20-30E. São elas: • Falha do córrego Perequê, na porção nordeste da ilha, de direção N60E; • Falha Vila Dois Rios-Abraão, na porção sudeste da ilha, de direção N30E; • Falha de Lopes Mendes, no extremo sudeste, de direção N50E; • Falha Araçatiba-Provetá, a oeste da Ilha Grande, de direção N25E. Em relação à resistência litológica, observa-se que o Granito Vila Dois Rios sustenta as áreas mais elevadas situadas na porção central da Ilha Grande, constituindo inclusive seus cumes mais altos, os picos da Pedra D’água e do Papagaio. Deste modo, comparado aos charnockitos, o granito parece ser mais resistente ao intemperismo e erosão, condicionando o relevo montanhoso da ilha. As falhas e fraturas determinam a orientação da linha de costa, da rede de drenagem, bem como na forma das bacias de drenagem. O mapa geológico demonstra que as orientações das enseadas e da linha de costa da ilha são condicionadas pelos planos de falhas NE e fraturas NE e NW. Entende-se que as enseadas são como extensão dos vales fluviais, pois quando o nível do mar era mais baixo (p.ex. no Pleistoceno Superior), o fundo marinho das atuais enseadas eram áreas emersas drenadas pelos rios, cujas orientações também eram controladas pelas estruturas. Exemplos de enseadas de direção NE controladas pelas falhas e fraturas são: • Enseada do Abraão, orientada segundo a falha Vila Dois Rios-Abraão, de direção N30E. • Enseada de Provetá, orientada pela falha Araçatiba-Provetá, de direção N25E. • Enseada de Lopes Mendes, controlada pela falha homônima de direção N50E. • Ensadas da Parnaioca e das Palmas, condicionadas pelas fraturas. Quanto às enseadas de orientação NW controladas pelas fraturas, os principais exemplos são as enseadas dos Dois Rios e da Longa. Associados às orientações das enseadas, os 9 Brechas de falhas são formadas pela fragmentação de rochas deformadas em ambiente frio e rígido; são compostas de fragmentos de rochas angulosos e de vários tamanhos que, por vezes, estão imersos numa matriz fina formada pela rocha moída. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-17 principais pontões costeiros da ilha também possuem orientações NE, controladas pelas mesmas estruturas, como por exemplo, as pontas de Abraão, da Estrela, das Palmas, dos Castelhanos, de Lopes Mendes, da Parnaioca, dos Meros, do Acaiá, entre outros. Portanto, diversas feições geomorfológicas da Ilha Grande são condicionadas pelas rochas e estruturas tectônicas, mostrando que seu relevo é, em grande parte, a expressão do embasamento rochoso (substrato geológico). Solos Os solos da Ilha Grande formam um conjunto de “manchas” diferentes entre si, com as características variando gradativamente de uma mancha para outra, na maioria dos casos. A variação é devida à rocha, ao relevo e ao clima, que são os fatores preponderantes nos processos de formação dos solos. O mapa de solos10 (Figura 4-4) mostra que predominam na Ilha Grande os solos do tipo “Cambissolos” e “Espodossolos, com predominância do primeiro. Figura 4-4 - Tipos de solos da Ilha Grande. As características dos principais tipos de solos são apresentadas a seguir. • Cambissolos (ex-Cambissolo álico, Ca2) – Fazem parte de um grupamento de solos pouco desenvolvidos com horizonte B incipiente. São solos em processo de 10 O mapa de solos produzido pela UERJ foi editado para a escala 1:75:000 e nele mantidas as cores do mapa de geologia para facilitar as possíveis correlações com a litologia. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-18 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande desenvolvimento, pouco profundos (de 0,5 a 1,5 m) e estão sempre mudando (cambio=mudar), por isso ocupam as partes “mais jovens” do relevo, seja ele suave ondulado ou montanhoso. Na ilha, são divididos em Cambissolo háplico – CXbd4 e Cxbd6. De caráter eutrófico ou distrófico, são constituídos por elevadas quantidades de argila e silte. Os Cambissolos háplicos Tb distróficos são solos com argila de baixa atividade e baixa saturação por bases (V<50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). Tem grande presença de minerais facilmente intemperizados, sendo que os solos que possuem horizonte B incipiente costumam ocupar partes mais “jovens” da paisagem. Na Ilha Grande, ocorrem no relevo montanhoso sustentando a floresta. • Espodossolos (ex-Podzol hidromórfico distrófico, Hpd2) – São solos hidromórficos (Podzois), que permanecem saturados com água em um ou mais horizontes dentro de 100 cm de superfície do solo, encontrados em cordões litorâneos sob vegetação de restinga e com lençol freático próximo à superfície (sazonalmente). Os solos tipo Espodossolos, Ekg1 (espodossolos humilúvicos hidromórficos), apresentam características pouco variáveis, sendo solos minerais hidromórficos, rasos e saturados. De textura arenosa e caráter distrófico ou hálico, apresentam horizonte A moderado ou proeminente (podzóis) e horizonte A moderado ou horizonte A fraco (areias quartzosas marinhas). Na Ilha Grande, ocorrem nos terrenos planos com vegetação de campo e restinga arbóreo-arbustiva, principalmente na baixadas da Reserva Biológica da Praia do Sul, Lopes Mendes, Dois Rios, Provetá e Abraão. Os Espodossolos correspondem aos níveis altimétricos de 0-20 m, aos sedimentos fluviomarinhos e de encostas, principalmente nas enseadas de Lopes Mendes, Dois Rios e da praia do Sul. O Cambissolo CXbd4 corresponde aos níveis altimétricos de 20-400 m, aos Charnockiticos Ilha Grande com a presença de diques intrusivos, presentes nas porções leste e oeste da ilha. O Cambissolo CXbd6 corresponde aos níveis altimétricos de 400-1.000 m, aos Granitos Vila Dois Rios, presentes na porção central da ilha. 4.1.4 - Cavidades naturais subterrâneas (aspectos espeleológicos) A Ilha Grande dispõe de diversas cavidades naturais pequenas, terrestres e litorâneas, formadas em Charnokitos e nos Granitos Vila Dois Rios. As terrestres são constituídas por espaços entre blocos rochosos amontoados, enquanto entre as litorâneas encontram-se aquelas geradas pela erosão das ondas. As mais conhecidas são a do Acaiá, localizada fora do PEIG, e a Toca da Cinza, no caminho entre Dois Rios e Parnaioca. Certamente existem muitas outras escondidas na floresta ou conhecidas por poucas pessoas. Grutas de grande beleza podem ser observadas no costão rochoso entre a Parnaioca e Dois Rios, todas de acesso difícil devido às ondas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-19 4.1.5 - Hidrografia, hidrologia e limnologia Enquadramento na classificação oficial Na classificação oficial aprovada pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, a Ilha Grande integra a Região Hidrográfica da Baía de Ilha Grande (RH-1), que reúne todas as bacias e microbacias hidrográficas continentais e insulares que fluem para a baía de Ilha Grande, nos municípios de Angra dos Reis e Paraty. A Região Hidrográfica ainda não dispõe de Comitê de Bacia nem de Plano de Bacia Hidrográfica, conforme prevê a Lei Estadual de Recursos Hídricos. O sistema de outorga e cobrança está se iniciando e na Ilha Grande ele é inexistente. Hidrografia insular A Ilha Grande apresenta dezenas de rios com pequena extensão, regime torrencial e declividade elevada em grande parte do percurso. Os rios que fluem para o sul estão integralmente no PEIG ou na RBPS. Todos os demais nascem no PEIG e nele desenvolvem grande parte de seus trajetos. Embora alguns sejam localmente chamados de rios, observase que na Ilha Grande existem apenas córregos, riachos e regatos. Comumente, os moradores nativos da ilha chamam os córregos de “cachoeira”. Nas cartas topográficas oficiais do IBGE não consta o nome de dezenas de cursos d’água. Ademais, alguns nomes indicados não eram reconhecidos pela população. Tendo em vista este fato, o INEA realizou trabalho de campo para resgatar, junto à população, os nomes dos córregos e seus afluentes. Na impossibilidade de obter o nome local, os cursos receberam o nome da praia onde deságuam, do local onde nasciam, de planta, de animal nativo ou de alguma outra característica notável do Parque e da Ilha Grande. Na Ilha Grande, a elevada precipitação forjou uma densa rede de cursos d’água de variados tamanhos, para coletar a água não infiltrada e escoá-la de volta para o mar. Estudo da UERJ (2008) identificou 79 pequenas bacias hidrográficas, dos quais 27 entre 17 e 1 km², e 52 com área inferior a 1 km2. Para fins de gerenciamento das águas do PEIG e entorno, a Ilha Grande foi dividida em 3 Unidades Hidrográficas (UH), levando-se em conta a orientação das vertentes e, como consequência, a exposição às precipitações resultantes das entradas das frentes frias e tropicais. Cada Unidade Hidrográfica foi subdividida em Sistemas Hidrográficos (SH), que por sua vez são compostos por bacias hidrográficas, conforme o Quadro 4-6. A delimitação dos Sistemas Hidrográficos reflete a configuração natural das drenagens por enseada ou saco, facilitando a aplicação para o planejamento e gestão. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-20 Quadro 4-6 - Síntese das Unidades Hidrográficas e Sistemas Hidrográficos da Ilha Grande. UH Oriental Ocidental Sistemas hidrográficos Principais cursos de água SHFR SH Freguesia – Japariz Riacho de Japariz SHSC SH Saco do Céu Córregos da Caravela e do Céu SHES SH Estrela Rio Perequê e córregos Camiranga e da Feiticeira SHAB SH Abraão Córregos do Bicão e Abraão SHPL SH Palmas Córregos dos Mangues e Palmas SHCJ SH Castelhanos – Jurubá Riacho dos Castelhanos SHFF SH Freguesia de Fora SHBA SH Bananal Córrego do Bananal Grande SHSF SH Sítio Forte Córrego de Sítio Forte, riachos de Passa Terra e Tapera do Leste SHLF SH Longa – Funil Córrego da Longa SHAR SH Araçatiba Riacho de Araçatiba - SHVA SH Vermelha – Acaiá Riacho da Praia Vermelha SHLM SH Lopes Mendes Riacho de Lopes Mendes SHGR SH Guriri Córrego do Guriri SHCX SH Caxadaço Riacho da Ruína SHDR SH Dois Rios Córregos da Barra Grande (ou Andorinhas) e da Barra Pequena SHBO SH Bocaina SHPA SH Parnaioca Córrego da Parnaioca SHPS SH Praia do Sul Córrego Capivari, Rio Cachoeira Grande e Riacho da Canoada ou Beija Flor Meridional - SHMR SH Meros Riacho dos Meros SHPR SH Provetá Córregos da Parnaioca e da Fazenda Fonte: INEA, 2009. As bacias de drenagem da Ilha Grande possuem, em geral, uma rede de canais pouco desenvolvida, de pequena ordem hierárquica, onde predominam bacias de 1a e 2a ordens de Strahler. As maiores bacias de drenagem (3° a 4° ordem) são aquelas cujas cabeceiras situam-se na porção central e mais elevada da ilha, destacando as bacias que drenam as vertentes oceânicas (Mapa 4). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-21 INSERIR MAPA 4 - Malha de drenagem da Ilha Grande e do PEIG. (em A3) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-22 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-23 As características gerais dos cursos d’água são listadas abaixo e suas extensões e nascentes apresentadas no Quadro 4-7. • Pequena extensão. • Alta declividade do talvegue, ou seja, grandes desníveis entre as nascentes e seus níveis de base em trechos muito curtos. • Leito constituído por grande quantidade de rochas, desde pequenos seixos até matacões, e areia entre elas, alternado pequenas corredeiras (“riffles”) e poços (“pools”) de diferentes tamanhos, com algumas cachoeiras. • Canais fluviais retilíneos em vales bem encaixados. • Forte condicionamento estrutural na organização dos canais fluviais, como por exemplo, os córregos do Abraão, da enseada das Estrelas, Capivari, da Parnaioca e Rezingueira, Itapecerica, todos com orientação nordeste. • Águas límpidas, frias e velozes nos trechos de montanha. • Calha sombreada pela floresta em grande parte do trajeto. • Presença considerável de folhas e pedaços de galhos na calha. • Somente os rios Andorinhas, Parnaioca, Barra Pequena e Palmas têm trechos de baixo curso com alguma significância espacial. • Manguezais na foz de alguns. Quadro 4-7 - Principais cursos d’água da Ilha Grande. Curso d’Água Nascente Comprimento (km) Foz Rio Capivari ou do Sul Vertente sul da Pedra d’Água (Serra do Retiro) 8,5 Lagoa do Leste Córrego Andorinhas ou Barra Grande Nascentes na Pedra d’Água e no Pico do Papagaio 7,1 Saco de Dois Rios Rio Perequê Vertente norte da Pedra d’Água (Serra do Retiro 5,4 Enseada das Estrelas Córrego da Parnaioca Vertente sul da Pedra d’Água (Serra do Retiro) 4,7 Enseada da Parnaioca Córrego do Abraão Pico do Papagaio 3,9 Enseada do Abraão Córrego Barra Pequena Serra do Papagaio, próximo a estrada Vila do Abraão-Dois Rios 3,3 Saco de Dois Rios Córrego da Camiranga Serra do Papagaio, a oeste do Pico do Papagaio 3 Enseada das Estrelas Córrego da Feiticeira Serra do Papagaio 2,7 Enseada das Estrelas Córrego de Provetá Serra de Araçatiba 2,6 Enseada de Provetá Córrego Matariz de Leste Serra de Araçatiba 2,6 Enseada do Bananal Córrego Matariz de Oeste Serra de Araçatiba 2,5 Enseada do Bananal Córrego de Palmas Pico do Ferreira, Serra do Abraão 2,4 Enseada de Palmas Córrego da Longa Serra de Araçatiba 2,3 Saco da Longa Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-24 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Regime, escoamento e transporte de sedimentos Não há postos fluviométricos na Ilha Grande e, por conseguinte, séries históricas de vazão dos principais córregos. Examinando-se os dados de precipitação e levando em conta o regime torrencial dos córregos e riachos, é possível sugerir que o período de águas mais altas vai de dezembro a março, sendo que as maiores vazões devem ocorrer com maior frequência em dezembro e janeiro. O período de águas baixas vai de junho a agosto. Em geral, apresentam vazões elevadas em períodos curtos como resposta às chuvas, em qualquer época do ano. Nos cursos diminutos em montanha, a água cessa totalmente nos períodos entre chuvas, restando pequenas poças ao longo do leito. Limnologia e qualidade da água Não existem estudos sobre os parâmetros físico-químicos e biológicos, bem como da balneabilidade dos principais rios, abarcando ao menos um ciclo hidrológico. Contudo, estimase que as características limnológicas dos córregos sejam semelhantes às de qualquer riacho da Serra do Mar em área florestada, como por exemplo, pH próximo do neutro, concentração elevada de oxigênio dissolvido, transparência acentuada e pobreza de nutrientes (oligotróficos). Estudos realizados pela UERJ (2008) sobre o funcionamento dos pequenos ecossistemas fluviais da Ilha Grande, com base em estudos comparativos nos córregos das Andorinhas, Barra Pequena e do Bicão, apontam os seguintes fatos: • Decomposição de folhas no meio aquático: a taxa de decomposição é mais afetada por impactos do que a diversidade local de espécies de um riacho. Uma lição prática é que muitas vezes indicadores baseados apenas em listas de espécies podem não ser totalmente efetivos para se detectar impactos. • Relações tróficas e espécies-chave: dentro de um ecossistema os organismos estão agrupados em níveis tróficos. Estes organismos interagem afetando a dinâmica de nutrientes, carbono e energia do ecossistema. Os estudos mostram a importância dos organismos para o funcionamento de um ecossistema de riacho. Por exemplo, os pitus nativos Potimirim glabra e Macrobrachium olfersii, interagem direta e indiretamente com outros organismos provocando alterações nos estoques de produtores primários e de outros consumidores. Do ponto de vista da conservação da biodiversidade estes resultados reforçam a importância de manter a conectividade dos sistemas de água doce com o estuário, pois M. olfersi e P. glabra necessitam do estuário para completar seu ciclo reprodutivo. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 4-25 Fluxo de carbono: este processo integra as relações entre os componentes da biota e destes com o ambiente que os cerca. Os resultados mostraram que algas perifíticas unicelulares foram a principal fonte de energia para a cadeia trófica local. Nesta cadeia trófica foram definidos três níveis tróficos, produtores primários (algas perifíticas unicelulares), consumidores primários (Gripopteryx, Cloeodes, Smicridea) e consumidores secundários (camarões P. glabra, M. olfersi e peixes como o Characidium sp., Rhamdioglanis sp. e Bryconamericus). Inspeções visuais não detectam sinais de poluição na maioria dos cursos d’água no interior do PEIG, a exceção de detritos deixados por visitantes nos pontos de concentração de lazer. Os que geram maior preocupação são os córregos do Abraão e da Feiticeira, devido à grande quantidade de banhistas com protetores solares e bronzeadores e que deixam lixo no canal e nas margens. Tal fato se repete na UH Ocidental, devido ao uso recreativo dos córregos e riachos, mas não há nada documentado. Não há informações se há influência do esgoto e dos efluentes de laboratório da Vila Dois Rios sobre os córregos Barra Grande e Pequena. Fora do PEIG, diversos cursos de água apresentam sinais de degradação por esgoto e lixo, destacando-se os que drenam as Vilas de Abraão e Provetá e os povoados de Japariz, Bananal, Matariz, Araçatiba, Palmas, Praia Vermelha, Longa e as localidades litorâneas do Saco do Céu. Usos das águas O PEIG é o produtor de água que abastece todas as vilas e povoados. O Quadro 4-8 resume a situação dos usos das águas interiores na Ilha Grande. Algumas captações situam-se dentro do PEIG. Quadro 4-8 - Usos das águas doces na Ilha Grande. Usos consuntivos Usos não-consuntivos • abastecimento doméstico de residências em vilas • recreação e povoados ou isoladas • manutenção de biodiversidade fluvial • consumo comercial (estabelecimentos comerciais) • controle de cheias • diluição de despejos Fonte: INEA, 2009. Há registros de conflitos em córregos e riachos na UH Ocidental, com pessoas banhando-se acima de pontos de captação. Releva mencionar que existiu geração de energia hidrelétrica na Ilha Grande para abastecer o presídio de Dois Rios. A barragem, com seu reservatório completamente assoreado, encontra-se ainda hoje no rio Barra Grande. A casa de força está infelizmente em ruínas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-26 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4.1.6 - Litoral e habitats marinhos do entorno (oceanografia) A Ilha Grande faz parte do arquipélago da baía de Ilha Grande, ecossistema marinho de águas abrigadas com 1.728 km² de superfície, contendo profundidades de 0 a 40 m, um litoral continental de 400 km onde se alternam costões rochosos, praias e manguezais, 187 ilhas e ilhotas e um fundo onde predominam bancos de areia fina, seguido de areias grossas, lama e substratos rochosos. As maiores ilhas do arquipélago são a Grande (193 km2), Jipóia (5,8 km2), Algodão (3,2 km2), Araújo (1,3 km2) e Sandri (1,2 km2), seguido de Cunhambebe, Araraquara, Cedro, Meros, Jorge Grego, Paquetá, dos Porcos Grandes, Mantimento, Cairucú das Pedras e Macacos. Por mais de três décadas, publicações e websites indicavam que a baía da Ilha Grande possuía 365 ilhas. Levantamento intensivo em mapas e cartas náuticas realizados pela SEA/IBIO indicou a presença de 187 ilhas e ilhotas com várias formas e tamanhos. Destas, 63 estão na APA do Cairuçu, 53 na APA de Tamoios e 29 na Estação Ecológica de Tamoios. Algumas ilhas da EE de Tamoios também pertencem à APA de Cairuçu e a APA de Tamoios. O quadro do Anexo X resume as características ambientais da baía. Litoral, enseadas e sacos Com 161 km o litoral da Ilha Grande é extremante recortado e sinuoso, com dezenas de pontas separando enseadas, sacos e pequenas reentrâncias, onde predominam costões rochosos e arcos de praias, com poucos e pequenos manguezais remanescentes, além de diminutas barras de córregos e riachos. O PEIG preserva 42 km do litoral da Ilha Grande Estão protegidos pelo PEIG as praias, manguezais e os costões rochosos até a linha de maré baixa, situados no litoral desde a ponta da Escada até a ponta dos Castelhanos, não incluindo os habitats submersos, que fazem parte da Zona de Amortecimento. O PEIG reúne ainda um trecho litorâneo da enseada do Abraão, contendo 800 m, onde está a praia Preta, além de costões rochosos. Do riacho do Lazareto, onde se situa a entrada do PEIG, até o cais são 520 m da praia do Abraão, que também pertence ao Parque. Em resumo, o PEIG e a RBPS preservam integralmente a costa sul da ilha e apenas 800 m dos 104 km do litoral restante. a) Pontas Existem cerca de 96 pontas de vários tamanhos e formatos, sendo algumas notáveis pelo tamanho e pelo avanço mar adentro, pela beleza natural ou pela referência cultural ou simbólica. Podem-se destacar as seguintes: do Furado, que marca a extremidade norte da Ilha Grande, em frente à Ilha dos Macacos, ponta Grossa e ponta Grossa do Sítio Forte; as pontas da Escada, dos Meros e Dragos; a ponta da Tucunduba com o Furado da Parnaioca; a ponta de Lopes Mendes; a ponta do Acaiá; e as pontas do Bananal e da Enseada, que marcam os limites da parte norte da Ilha Grande. As pontas dos Meros e dos Castelhanos assinalam a passagem da baía de Ilha Grande para mar aberto. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-27 b) Costões rochosos Os costões rochosos da Ilha Grande são constituídos ora por rampas ora por amontoados de seixos, pedras, pedregulhos e matacões assentados sobre uma rampa rochosa relativamente lisa. O segundo tipo é amplamente predominante. Os costões mergulham no mar até encontrarem os sedimentos que formam o leito submarino, podendo atingir 30 m de profundidade, como ocorre na face sul. Os da face noroeste e ilhas do canal central chegam a 10-20 m e os da face nordeste de Ilha Grande entre 5 e 10 m. Os costões com maior beleza cênica são os da costa sul. Batidos pelas fortes ondas, estes trechos exibem pelo menos quatro grutas e algumas rochas em posição curiosa, como a “pedra que fala”. c) Praias A Ilha Grande e as pequenas ilhas vizinhas possuem 122 praias. A Ilha Grande somente, contém 113 de variados comprimentos, dos quais 61 são mais conhecidas (Quadro 4-9). O PEIG apresenta em sua área 10 praias, com extensões variadas (Quadro 4-10). Quadro 4-9 - Praias da Ilha Grande. Costa Quantidade Praias principais Norte 18 Freguesia de Santana, Freguesia de Fora ou de Sul (ou de Baixo), Japariz, Grumixama, Baleia, Guaxuma ou do “U” e Barreto (ou Jacinto). Nordeste 35 Conrado, Raposinha, Saco, Negra, Fora, Fazenda ou Perequê, Camiranga, Iguaçu, Cachoeira, Feiticeira, Miradeiro, Galego, Preta, Abraão, Júlia ou Brava, Bica ou Cais, Comprida, Crena, Guaxuma, Abraão Pequeno ou Sobrado, Abraãozinho e Morcego Leste 11 Brava, Grande de Palmas, Mangues, Pouso, Itaóca, Aroeira, Recifes, Jurubá e Castelhanos. Sudoeste 1 Provetá. Oeste 9 Vermelha, Itaguaçú, Araçatiba ou Araçatibinha, Grande de Araçatiba, Cachoeira ou Cachoeirinha e Longa. Noroeste 25 Ubatuba ou Ubatubinha, Tapera, Sitio Forte, Marinheiro, Maguariquissaba, Porto, Passa Terra, Aripeba, Jaconema, Matariz, Bananal Grande e Bananal Pequeno. Sul 14 Lopes Mendes, Santo Antônio, Caxadaço, Dois Rios, Parnaioca, Conchas, Leste, Sul, Demo, Aventureiro e Meros. Total 113 Fonte: INEA/CODIG. Inventário das Praias da Ilha Grande e das ilhas adjacentes, 2008. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-28 Quadro 4-10 - Praias localizadas no Parque Estadual da Ilha Grande. Praias do Parque Comprimento Notas (m) Preta 300 Dista 800 m a oeste da sede do PEIG na Vila do Abraão. Pedra Rachada ou Corisco 20 Ao lado da Pedra Rachada, no Circuito Abraão. Pescaria 225 Leste de Lopes Mendes, separada desta por um agrupamento de blocos rochosos. Casas de veraneio no canto leste. 2.600 Contém uma igreja, que é tudo que sobrou de um antigo povoado de pescadores. Lopes Mendes Baleia ou Prainha 50 Minúscula praia a oeste de Lopes Mendes, cercada por pedras. Santo Antonio 130 Desabitada. Caxadaço 22 Desabitada. Dois Rios 1.000 Parnaioca 700 Conchas 5 Baixada atrás ocupada pela Vila de Dois Rios e pelo CEADS/UERJ. Baixada com 10 residências e algumas construções de apoio. Diminuta praia de conchas na ponta da Tucunduba. Fonte: CODIG, 2008. d) Manguezais Presentes em pequenas áreas nos seguinte locais: baixada das praias do Sul e do Leste, baixada de Dois Rios, orla do Saco do Céu, orla da enseada das Estrelas, baixada de Matariz, orla da praia de Sítio Forte, praia Vermelha, baixada da praia de Palmas, baixada da praia dos Mangues e baixada de Provetá. e) Barras de córregos, riachos e lagoas Todas de pequeno tamanho, aparecendo em todo o litoral, sendo mais notadas no verão. f) Enseadas e sacos O litoral da Ilha Grande, de sinuosidade acentuada, é constituído por dezenas de embaiamentos de variados tamanhos como enseadas, angras e sacos até diminutas reentrâncias, sendo os principais apontados no Quadro 4-11. Os maiores embaiamentos são as enseadas da praia do Sul, Palmas, Abraão, das Estrelas, Bananal e Sítio Forte. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-29 Quadro 4-11 - Embaiamentos da Ilha Grande. Costa Embaiamentos Saco da Lagoa Azul Saco da Freguesia Norte Saco da Guaxuma Saco do Barbosa Saco do Céu Nordeste Leste Enseada das Estrelas Enseada do Abraão Enseada de Palmas Enseada de Lopes Mendes Saco de Dois Rios Enseada da Parnaioca Sul Enseada da Praia do Sul Saco dos Meros Sudoeste Enseada de Provetá Saco Grande Saco da Praia Vermelha Oeste Enseada de Araçatiba Saco da Lagoa Verde Saco da Longa Noroeste Enseada de Sítio Forte Enseada do Bananal Fonte: INEA, 2009. g) Principais trechos com paisagens depreciadas Destacam-se os seguintes: • trecho da costa norte entre a praia de Freguesia de Fora e a ponta do Bananal, com tendência ao excesso de casas ocupando o costão; • litoral ao sul da praia de Bananal, também com excesso de casas sobre o costão; • estrutura abandonada da fábrica de processamento de pescado na praia de Matariz, erguida sobre pedaço da praia; • estrutura em cais de concreto na praia de Jaconema; • estrutura sobre costão rochoso ao norte da praia dos Marinheiros; • ocupações litorâneas ao norte da praia de Passa Terra; • diversos trechos do litoral rochoso do Morro do Funil, entre as praias de Ubatuba e Longa, com tendência de excesso de casas e atracadouros; • seguimento das praias Grande de Araçatiba, Castelo, Viana e do costão rochoso até as proximidades da praia da Cachoeira, com ocupação caótica; • litoral do Saco do Céu, com corte de manguezais; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-30 • estruturas exageradas em concreto e pedra ao sul da praia do Galego, ao sul da praia da Júlia e no costão na ponta Grossa a sudoeste da Ilha de Amolá; • grande edificação sobre encosta ao sul da praia de Palmas. A exceção da fábrica desativada na praia de Matariz, sabidamente antiga, não há informações se as edificações foram licenciadas após a criação da APA de Tamoios ou da promulgação da Constituição Estadual em 1989, que declarou os costões rochosos e as praias como áreas de preservação permanente ou mesmo posteriormente ao Decreto nº 20.172, de 01/07/94, que institui o Plano Diretor da Área de Proteção Ambiental de Tamoios. Profundidades, relevo submarino e canais de navegação Mais de 95% da baía da IIha Grande tem profundidades inferiores a 35 metros. Ao redor da Ilha Grande predominam as profundidades entre 0 e 20 metros, com poucas áreas entre 20 e 30, notadamente junto à ponta Grossa, e na costa sul próximo às pontas dos Meros, Dragos, Tucunduba, Grossa da Parnaioca e Lopes Mendes (Figura 4-5). Fonte: Miceli & Scott, 2005. Figura 4-5 - Distribuição das profundidades ao redor da Ilha Grande. A morfologia do leito submarino da baía apresenta algumas feições notáveis, como os canais oriundos de períodos de nível de mar mais baixo, escavados por rios. Há um canal dragado a leste da Ilha Grande, de orientação N-S, que posteriormente se bifurca para oeste para dar acesso ao TEBIG e para leste para o tráfego dos navios aos portos da bacia de Sepetiba. Hidrodinâmica e sedimentos As águas da baía da Ilha Grande são influenciadas pelo aporte de água doce das chuvas sazonais, entrando na baía através dos rios, pelos fluxos oriundos da baía da Sepetiba e pela Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-31 penetração da Água Central do Atlântico Sul (ACAS). Ao largo da Ilha Grande, em mar aberto, predominam correntes de superfície de sul para norte. a) Regime de Marés São do tipo semidiurno, com desigualdade diurna, apresentando-se com duas preamares e duas baixamares de diferentes alturas, com amplitudes médias de maré de sizígia variando em torno de 100,8 a 107 cm. b) Temperatura e salinidade A temperatura das águas da baía de Ilha Grande nos primeiros metros varia entre 18 ºC e 25 ºC. No verão a temperatura na camada superior de 25 metros oscila aproximadamente entre 14 ºC e 30 °C. Abaixo de 25 metros registra-se entre 14 ºC e 18 ºC. No outono, nos primeiros 10 metros há variação entre 17 ºC e 27 ºC. Abaixo desta profundidade os valores oscilam entre 15 ºC e 26 ºC. No inverno são registradas entre 19 ºC e 24,2 ºC nas camadas superficiais. Abaixo de 10 metros de profundidade, varia de 16 ºC a 22 ºC. Na primavera, assim como no inverno, são notados menores valores de temperatura nas camadas subsuperficiais, variando de 14 ºC a 24 ºC. Ao longo do ano, a salinidade em superfície e no fundo varia entre 33,4 e 36,1. O quadro do Anexo XI fornece informações sobre temperatura, salinidade, nutrientes (nitrato, nitrito e fosfato), oxigênio dissolvido, clorofila a, profundidade e distância de Secchi, coeficiente de atenuação direta (kd) da água do mar no entorno da Ilha Grande. c) Coloração e visibilidade A visibilidade da água varia entre 4 a 20 metros nos melhores dias, tendo uma média anual de 12 metros. Os ventos influenciam a claridade da água: os ventos sul e sudoeste escurecem a água, enquanto os de leste e norte ajudam a aumentar a transparência. Ao redor da Ilha Grande estão os locais com maior transparência da baía, chegando a 20 m nas redondezas da Ilha dos Meros. d) Circulação A oeste e a leste da Ilha Grande estão os canais por onde se processa as trocas de água entre a baía e o oceano. O primeiro, entre a ponta dos Meros (Ilha Grande) e a ponta da Juatinga (Paraty), possui largura aproximada de 17 km, profundidade média de 35 metros e máxima de 40 m. O segundo situa-se entre a ponta dos Castelhanos (Ilha Grande) e da Marambaia (Ponta Grossa da Marambaia), com largura de 12 km e profundidade média de 25 m. Os fatores determinantes na circulação são a maré, a morfologia costeira e de fundo, o vento e a configuração de canais. As correntes de maré são mais fortes no canal leste. Os Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-32 ventos sudoeste associados à penetração das massas de ar frio são os fatores que exercem maior influência sobre a circulação. O fluxo das correntes ocorre no sentido horário, quase estático em torno da Ilha Grande, com velocidades em torno de 19-22 cm/s. A baía tem uma fraca circulação devido à maré sobreposta por um fluxo quase-estacionário, induzido pelos diferentes gradientes de densidade d’água (Figura 4-6). Campo de correntes em superfície obtidas por simulação numérica em condição de maré vazante. Campo de correntes em superfície obtidas por simulação numérica em condição de maré enchente. Fonte: Fragoso, 1999. Figura 4-6 - Correntes no entorno da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-33 e) Regime e penetração de ondas oceânicas A Ilha Grande está exposta às ondulações de sul (SW-S-SE), geradas por ciclones extratropicais formados no extremo sul do oceano Atlântico, cujos ventos apresentam velocidades acima de 18 m/s, sendo capazes de gerar ondas com altura significativa de 5 a 6 m em mar aberto. É atingida ainda por ondas que chegam geralmente de leste e nordeste, formadas pelos ventos do flanco esquerdo do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). A costa sul sofre ação direta das ondulações do quadrante sul, enquanto que o litoral interno da ilha apresenta águas calmas e abrigadas. f) Sedimentos A variação espacial do sedimento na BIG foi descrita por Mahiques & Furtado (1989), que observaram uma predominância de areias muito finas na Porção Oeste e na plataforma continental, de areias médias e grossas na Porção Leste e de pelitos (silte-argila) no Canal Central e nas áreas abrigadas (revisado por Muehe & Valentini, 1998) (Figura 4-7). Além disso, esses autores também encontraram um baixo grau de seleção dos sedimentos na área de estudo. Com base em sísmica de alta resolução e amostras de sedimento, Belo (2002) observou efeitos combinados de ondas e correntes formando estruturas (predominantemente “mega ripples”) localizadas em profundidades em torno de 16 m, próximo à enseada de Conceição de Jacareí, onde ocorre uma transição textural de fundo de leste para oeste e de um padrão de fundo grosso para um padrão fino. O fundo marinho indicou que ondas e correntes interagindo com a geometria da baía podem provocar oscilações no nível de energia do meio, atuando no grau de seleção dos sedimentos e caracterizando diferentes tipos de fundo. Adaptado de Mahiques,1987. Figura 4-7 - Granulometria dos sedimentos no entorno da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-34 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Ilhas e lajes do entorno Vinte e três ilhas e ilhotas situam-se próximas à Ilha Grande, todas elas integrantes da APA de Tamoios. Ao largo da costa sul estão as ilhas de Jorge Grego, Guriri, Amarração Leste e Amarração Oeste. Próximas das costas sudoeste, oeste e noroeste encontram-se as ilhas dos Meros, da Longa ou Boqueirão e Matariz. Na costa norte, avista-se a Ilha de Itacuatiba, um pouco afastada, e logo a seguir a Ilha dos Macacos, separada da Ilha Grande por um canal minúsculo. Ao redor da Ilha dos Macacos aparecem as ilhas Redonda, Comprida, Aroeira, Arpoador e das Pombas. A Ilha de Japariz, quase em frente à praia de mesmo nome, completa o conjunto. Na costa nordeste, alinhada à ponta dos Lobos, aparecem as Ilhas do Abraão, do Meio e Pau a Pino. Na enseada do Abraão alojam-se as Ilhas do Macedo e Morcegos e, um pouco afastada, a ilha do Amolá. Ao largo da costa leste se localizam a Ilha das Palmeiras e a minúscula Recifes, esta na verdade um aglomerado de rochas. O quadro do Anexo XII fornece informações adicionais sobre as ilhas. Com respeito às lajes, releva mencionar que elas diferem de costões rochosos pelo fato que não ultrapassam a superfície da água e são isolados da orla costeira. O quadro do Anexo XIII relaciona as principais lajes. 4.2 - CARACTERIZAÇÃO DA PAISAGEM - FATORES BIÓTICOS 4.2.1 - Vegetação e flora O PEIG junto com a RBPS protege integralmente a porção mais preservada das florestas e restingas da Ilha Grande, ao lado da vegetação de afloramentos rochosos, brejos e manguezais. A análise da flora e da vegetação11 é baseada no estudo realizado pela UERJ para o INEA12, nos trabalhos dos cientistas Rogério Ribeiro de Oliveira (PUC/RJ) e Sven Wunder, e nas observações da equipe do PEIG13. Os nomes populares das plantas aqui utilizados são os empregados pela população da Ilha Grande e foram registrados pela Administração do Parque ao longo de 2008. Salienta-se que nem todas as plantas têm nome popular e que muitos nomes ainda não foram registrados. Influências do passado 11 Flora é o conjunto de espécies vegetais de um ou mais tipos de vegetação, região ou local. Já a vegetação é uma forma de cobertura vegetal, cuja aparência é dada pelo conjunto de plantas predominantes que revestem uma região ou local (floresta, campo, savana, etc.). Por sua vez, as plantas são seres vivos do reino vegetal, e compreendem as árvores, arbustos, cipós, ervas, cactos, gramas, trepadeiras e samambaías, dentre outras. 12 Referido no Anexo I deste Plano de Manejo. 13 Em janeiro de 2008, a Divisão de Manejo de Ecossistemas da Administração do Parque Estadual da Ilha Grande deu início ao Programa de Coleta e Registro da Vegetação da Ilha Grande, com foco na área do PEIG e da REBIO. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-35 A situação atual da vegetação e da flora da Ilha Grande reflete mais de 250 anos de sucessivos desmatamentos para implantação de lavouras comerciais, roças e criação animal e para a instalação de núcleos habitacionais, bem como a retirada intensiva de madeira, lenha, plantas medicinais e outros recursos vegetais. Soma-se a isso introdução de espécies exóticas oriundas de outras partes do Brasil e do exterior pelas gerações que têm habitado a ilha, principalmente a partir da chegada dos portugueses, combinado com uma alta capacidade ecológica de regeneração florestal (resiliência) impulsionada por chuva copiosa. O Quadro 4-12 apresenta um resumo histórico das alterações da vegetação nativa. Quadro 4-12 - Alterações da vegetação nativa. Atividade/Agente Período Impacto Caçadores e coletores 3.000 AC - (?) DC Extração seletiva de árvores para canoas e vários outros usos. Coivara Tupinambá AC – XVI DC Queimadas para lavoura. Extração seletiva de árvores para canoas, cozimento e vários outros usos. Modificação extensiva de florestas e restingas. Extração de pau-brasil Período Colonial Extração seletiva de árvores, com criação de pequenas clareiras (queda de árvores em volta) e rastros do arraste do toco. Armação de baleia Período Colonial Extração de árvores para cozimento da carne visando extração do óleo. Fazendas de cana-deaçúcar e café Séc. XVIII – XIX Forte desmatamento com uso do fogo e extração seletiva e intensiva de recursos vegetais para construção, energia e outros usos. Roças caiçaras Séc. XIX - XX (parte) Desmatamento moderado com uso do fogo e extração seletiva de recursos vegetais para construção, energia, etc. Lazareto Séc. XIX (final) - XX (início) Extração de madeira e lenha para preparo de alimentos e outras finalidades Presídios Séculos XX (até 1994) Extração de madeira e lenha para preparo de alimentos (posteriormente substituído por gás) e outras finalidades Crescimento dos povoados e residências Séculos XX – XXI isoladas Desmatamento em áreas litorâneas para criar acessos e espaços para edificações e arruamentos. Turismo Neutro para floresta Séculos XX – XXI 14 Fonte: Modificado de Sven Wunder (2000) . Registros históricos mostram que uma parte considerável das terras da Ilha Grande, situadas nas baixadas e encostas, excetuando-se talvez as áreas acima de 600-700 metros, foram intensivamente desmatadas a partir da primeira metade do século XVIII para dar lugar a plantios, à criação animal e aos povoados e vilas com suas edificações. As florestas situadas nas partes superiores, ao que tudo indica, foram mantidas, embora desfalcadas de árvores e arbustos retirados continuamente para atender à demanda doméstica, das fazendas e dos presídios. Antigos funcionários do presídio entrevistados pela 14 WUNDER, S. 2000. Big Island, Green Forests and Backpackers: Land-use and development options on Ilha Grande, Rio de Janeiro State, Brazil and Copenhagen, Centre for Development Research. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-36 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande UERJ afirmam que para atender à demanda de madeira, provavelmente nos anos de 1940-50, eram cortadas árvores com diâmetro equivalente a dois homens e comprimento do tronco de quatro ou cinco homens, e que o corte era feito em sistema de rodízio, empregando de 40 a 45 pessoas para arrastar as toras. Foram citados canelas (várias espécies de Lauraceae), guaretás, pequiá-marfim (ambas as espécies do gênero Aspidosperma) e mocitaíba (Zollernia glabra). Das 358 espécies arbóreas registradas para a Ilha Grande até o momento, mais de 60 possuem madeiras com alguma utilização econômica, como o cedro, açoita-cavalo, canjerana, olho-de-cabra, capororoca, camboatá, sapucaia, canelas, bacurubu, guaretá, pequiá-marfim, mocitaíba e várias outras. Na fabricação das canoas eram utilizadas três espécies. O bacurubu e o ingá eram preferidos para uso nas águas protegidas da baía da Ilha Grande e o cedro para a face oceânica, pois a madeira desta espécie é mais dura e resistente. O cobi, além das cascas utilizadas para tingimento de redes pelos caiçaras, fornecia madeira para lenha em grande quantidade. Registros históricos citam ainda que na Ilha Grande houvesse a retirada de pau-brasil, porém nenhuma árvore desta espécie foi encontrada, até o momento, nas florestas. As que lá existem foram plantadas. Em suma, por mais de dois séculos e meio, a paisagem da Ilha Grande era formada por uma parte superior florestada e por uma faixa ao redor de quase toda a Ilha, abarcando as planícies e as encostas até provavelmente 600-700m, expondo um mosaico de centenas de fragmentos florestais e clareiras de diversos tamanhos ocupadas por roças, plantios de cana de açúcar e café e pastos para criação animal. No tocante à vegetação de restinga, esta foi suprimida em quase todas as baixadas arenosas situadas à retaguarda das praias, restando apenas em Lopes Mendes (PEIG) e na RBPS. 4.2.1.1 - Flora Por se tratar de uma “ilha continental”15, a flora da Ilha Grande é muito similar àquela do continente próximo, ou seja, de Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba. A flora insular (terrestre e aquática) é composta, em sua maioria, por milhares de espécies nativas da Floresta Atlântica, dos ecossistemas associados e do mar local, acrescida de dezenas de espécies exóticas vivendo no interior da vegetação nativa e nas ruas, quintais e terrenos das vilas e povoados. Como é normal em qualquer ilha, estima-se que ao longo dos últimos nove mil anos tenha havido alguma perda de espécies vegetais. Deste modo, embora diversificada, a flora tende a ser menos rica que no continente, mas no estágio de conhecimento científico 15 Assim são chamadas as ilhas situadas na plataforma continental, cuja origem é resultado da ascensão pós-glacial do nível do mar (Whittaker, R.J. e Fernández-Palacios, J.M, 2007. Island biogeography: ecology, evolution, and conservation. Oxford University Press). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-37 atual é impossível afirmar quais espécies deixaram de existir na Ilha Grande, seja por processos naturais seja por excessiva exploração humana. Pode-se afirmar que o conhecimento da flora da Ilha Grande encontra-se em estágio inicial, resumindo-se à Reserva Biológica da Praia do Sul e às imediações da Vila Dois Rios e Praia Preta. Apenas um local tem sido intensivamente estudado: as restingas e florestas da Reserva Biológica da Praia do Sul. O INEA16, a UERJ (CEADS), a PUC e a UFRRJ são as principais instituições que realizam estudos dessa natureza na Ilha Grande. Releva mencionar a ausência completa de inventários florísticos e/ou fitossociológicos em áreas acima de 400 m de altitude, que são justamente as melhores florestas, bem como estudos comparativos entre as florestas da face norte e sul. Seguem as principais conclusões do estudo da UERJ realizado como subsídio para o Plano de Manejo, complementados com informações coletadas pela Administração do PEIG (Quadro 4-13). Quadro 4-13 - Fatos e números sobre a flora insular. Composição geral A sistematização de informações em publicações técnicas e 3.650 registros em herbários revelam até o momento 1.153 espécies de plantas. O maior número de táxons pertence às angiospermas (685 spp.), seguida das briófitas (182 spp.), algas (171 spp.) e pteridófitas (115 spp.). Releva mencionar que os dados do herbário da UFRRJ não estão incluídos, o que elevará a quantidade de espécies. Melhor conhecida A flora de árvores (358 spp), bromélias (58 spp.) orquídeas (120 spp.), briófitas (182 spp), pteridófitas (115 sp.) e algas marinhas (171 spp.) é a melhor conhecida até o momento. Angiospermas Angiospermas apresentam 106 famílias, 352 gêneros e 684 espécies. As famílias com maior número de espécies são Orchidaceae, Bromeliaceae, Myrtaceae, Rubiaceae, Leguminosae, Euphobiaceae, Asteraceae, Melastomataceae, Piperaceae e Sapindaceae. Cerca de 61% das famílias estão representadas por até três espécies, indicando alta diversidade da flora insular. Pteridófitas A flora de samambaias e afins é constituída por 115 espécies distribuídas em 51 gêneros e 18 famílias, denotando uma alta diversidade em relação a outras áreas inventariadas no estado do Rio de Janeiro. As famílias com maior riqueza de espécies são Polypodiaceae, Pteridaceae, Dryopteridaceae, Thelypteridaceae e Hymenophyllaceae. Briófitas Com 182 espécies distribuídas em 43 famílias e 99 gêneros, a flora de briófitas é a melhor conhecida entre todos os grupos de plantas da Ilha Grande, sendo o número de espécies inventariadas superior ao encontrado em outras ilhas da costa brasileira. Algas marinhas Perfaz 171 táxons, distribuídos em 100 algas vermelhas (Rhodophyta), 35 Ochrophyta e 36 bentônicas Chlorophyta. Fonte: PEIG/INEA, 2009. O Anexo XIV apresenta a relação das espécies de árvores nativas. 16 Então FEEMA e posteriormente pela própria Administração do PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-38 4.2.1.2 - Tipos de Vegetação Segundo a classificação oficial da vegetação brasileira estabelecida pelo IBGE, as florestas da Ilha Grande inserem-se no domínio da Floresta Ombrófila Densa, também conhecida como Floresta Pluvial Tropical, apresentando as seguintes fisionomias: Floresta Ombrófila Densa Montana (acima de 500 m), Floresta Ombrófila Densa Submontana (de 50 a 500 m) e Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas (de 0 a 50 m). Na área do PEIG, há diferentes fisionomias do complexo Bioma Mata Atlântica, com a dominância da Floresta Ombrófila Densa Submontana (Velloso et. al., 1991) ou Floresta Pluvial Atlântica Montana (RIZZINI, 1997) (Mapa 5). São verificadas também outras fisionomias vegetais, tais como comunidade aluvial e restinga (Quadro 4-14). De maneira geral, as fisionomias encontradas estão em bom estado de conservação, com algumas exceções importantes. Quadro 4-14 - Fitofisionomias encontradas no Parque Estadual da Ilha Grande. Fitofisonomias Área ocupada ha % Floresta Ombrófila Densa Submontana 8840,384 75,50 Floresta Ombrófila Densa Montana 2503,161 21,37 299,535 2,56 1,056 0,01 65,861 0,56 11709,997 100 Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas Comunidade Aluvial Restinga Total Fonte: INEA, 2009. As florestas densas e secundárias em estágio médio e avançado ocupam cerca de 80% da Ilha Grande, vindo a seguir as florestas em estágio inicial de sucessão, restingas, vegetação de afloramento rochoso e manguezais. Clareiras formadas por espécies rasteiras e concentrações de espécies exóticas como banana, bambu e jaqueiras misturadas com florestas completam o quadro. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-39 MAPA 5 – Fitofisionomias da Ilha Grande. (em A3) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-40 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-41 4.2.1.3 - Diagnose dos tipos de vegetação 4.2.1.3.1 - Florestas Florestas cobrem mais de 90% da Ilha Grande e um pouco menos do PEIG, apresentando árvores com distintas alturas, diâmetros de caule e distâncias entre si, ao lado de arbustos, lianas, cipós, epífitas e outras plantas. Este mosaico é reflexo principalmente do tipo e intensidade do uso do solo e idade da mata, ou seja, do tempo decorrido desde o último desmatamento ou outro tipo de perturbação no passado, bem como de um conjunto de fatores naturais, tais como altitude, espessura e fertilidade do solo, proximidade do mar, orientação e declividade da encosta e exposição à insolação, ventos e precipitação. Sendo assim, a cobertura florestal da Ilha Grande, apesar de praticamente contínua e aparentemente homogênea em todo o território, é na verdade um conjunto bastante heterogêneo de florestas em diferentes fases de desenvolvimento (ou estágios sucessionais). a) Mata primária Fragmentos de floresta primária provavelmente não mais existem. Estes representariam a máxima expressão em termos de evolução da floresta. Suas prováveis características seriam: área basal média superior a 40m2/ha, DAP médio acima de 40 cm e altura total média maior que 30 metros, com árvores emergentes superando 35 metros, diversidade elevada e densidade baixa, com poucas árvores de uma mesma espécie por hectare. Observações gerais sobre sucessão e principais espécies vegetais indicadoras A sucessão ocorre de forma mais vigorosa nas vertentes voltadas para o oceano, fato explicado pela maior precipitação pluviométrica e exposição aos ventos carregados de umidade. Em algumas áreas que nitidamente eram florestas, principalmente em clareiras nas encostas da vertente interior, a sucessão secundária avança de forma muito lenta. Este fato decorre devido à tomada do espaço por ervas exóticas invasoras, às restrições impostas pelo solo (baixa fertilidade, excessiva acidez e/ou grave perda, tornando-o excessivamente delgado) ou mesmo à ocorrência frequente de fogo em passado recente. As árvores e arbustos pioneiros mais comuns, especialmente na Floresta Ombrófila Densa Submontana e de Terras Baixas, são: cobi (Anadenanthera colubrina), canela-de-velho (Miconia albicans), cupiúba (Tapirira guianensis), capororoca (Rapanea ferruginea e R. umbellata), embaúba (Cecropia spp.), leiteira (Peschiera sp.), Pera glabrata, pixirica (principalmente Miconia mirabilis e M. holosericea), alecrim (Bacharis dracunculifolia), quaresmeira (Tibouchina spp.), jacatirão (Miconia cinnamomifolia), bacurubú (Schyzolobim parahyba) e araçá (Psidium cattleianum). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-42 Floresta Ombrófila Densa Montana Ocupa o topo e as porções superiores das montanhas acima de 500 m de altitude, em especial nas Serras do Retiro e do Papagaio. Abriga os melhores fragmentos florestais em termos de diversidade e biomassa, as nenhum estudo florístico ou fitossociológico foi realizado nessas áreas, permanecendo desconhecida cientificamente em relação a estes aspectos. Floresta Ombrófila Densa Submontana Trata-se da floresta dominante na Ilha Grande, revestindo as montanhas entre 50 e 500 m de altitude. O Quadro 4-15 resume as características desta floresta em distintas situações, a partir de informações técnicas obtidas nas matas da Reserva Biológica da Praia do Sul (RBPS) e do PEIG (Serra do Papagaio). Quadro 4-15 - Atributos da Floresta Ombrófila Densa Submontana. Idade da floresta Floresta climáxica 5 anos 25 anos 50 anos (4) (1) (2) (3) Número de Famílias 17 29 29 41 Número de Espécies 26 70 63 134 Espécies Exclusivas 11 (42%) 32 (46%) 35 (55%) 110 (82%) Espécies Raras 1 (3,8%) 23 (32,8%) 27(41,3%) 57 (42,5%) Densidade (ind/ha) 1915 2784 2273 1996 Numero de indivíduos/espécie 19,1 10,3 9,38 3,8 Área basal (m²/ha) 5,6 26,3 32,4 57,9 Coef. de variação dos diâmetros dos caules 51,0% 84,2% 93,3% 121,0% Indivíduos amostrados 489 724 591 519 Áreas amostradas (m²) 2600 2600 2600 2600 Diâmetro máximo (cm) 16 53 52 117 Diâmetro médio (cm) 4,7 7,5 9,6 12,2 Altura máxima (m) 12 27 30 45 Altura média (m) 3,7 7,0 8,8 11 Coef. de variação das alturas individuais 42,0 60,7 78,6 89,0 Troncos múltiplos 18,3% 8,8% 7,6% 0,9% Indivíduos mortos em pé 15,1% 7,8% 6,3% 1,5% Índice de Shannon (nats/ind) 2,51 3,33 3,10 4,28 Índice de equabilidade de Pielou 0,77 0,78 0,75 0,87 Informações complementares sobre as florestas estudadas Declividade Orientação da Floresta Localidade Altitude (m) (graus) encosta (1) Vila do Aventureiro 80 23 SE (2) Simão Dias- RBPS 140 22 S (3) Sertão das Águas Lindas – RBPS 260 20 SW (4) Serra do Papagaio 280 25 SE Característica Fonte: Oliveira, 2002. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-43 As florestas mais antigas (climáxicas) têm árvores com altura máxima de 30 m e média de 11 m, contando com mais de 134 espécies de árvores por hectare, com um reduzido número de indivíduos por espécies. Lianas, cipós e epífitas são abundantes. As espécies de árvores de maior valor de importância são Rustia formosa, Mabea brasiliensis, Calyptranthes lucida, Vochysia bifalcata (guaricica), Pradosia kulmannii, Faramea pachyantha var. mandiocana, Ecclinusa ramiflora, Heisteria silvianii, Virola gardneri (bicuíba) e Psychotria nuda. As de maior porte são Cryptocarya moschata (canela), Cariniana estrellensis (jequitibá), Vochysia bifalcata e Pradosia kulmanni. Nas florestas em estado secundário tardio, as seguintes espécies apresentam maior valor de importância: Lamanonia ternata (cupiúba-cedro), Hieronyma alchorneoides, Miconia cinnamomifolia (jacatirão), Allophylus petiolulatus, Piper rivinoides, Nectandra membranacea (canela), Myrcia rostrata, Mollinedia acutissima, Inga marginata (ingá) e Cyathea delgadii. Nas florestas com cinco anos de sucessão predominam Aegiphila sellowiana e Anadenanthera colubrina (cobi), seguidas por Cecropia lyratiloba (embaúba), Rapanea schwackeana (capororoca), Vernonia polyanthes (assa-peixe), Trema micrantha (grandiúva), Tibouchina estrellensis (pixirica), Cybistax antisyphilitica (ipê verde), Miconia cinnamomifolia (jacatirão) e Solanum argenteum (fumo-bravo). Nas áreas em estado secundário inicial de sucessão natural, destacam-se as espécies Miconia cinnamomifolia, Miconia prasina (pixirica), Cordia magnoliifolia, Brosimum guianense, Psychotria carthagenensis, Anadenanthera colubrina, Cabralea canjerana (canjerana), Casearia decandra, Amaioua intermedia e Ocotea glaziovii (canela). Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas Trata-se da floresta historicamente mais impactada, pois se desenvolve nas bases de montanhas até a elevação de 50 m. Na costa sul no interior do Parque (Parnaioca, Dois Rios), RBPS e nas imediações do farol dos Castelhanos, há trechos desta floresta em melhor estado. A floresta de terras baixas chega muito próximo ao nível do mar. Nestes locais a vegetação se desenvolve em solos extremamente rasos sobre costões rochosos. Além de árvores e arbustos, nestes locais ocorrem muitas plantas herbáceas rupícolas, principalmente das famílias Araceae, Bromeliaceae, Cactaceae e Orchidaceae. Algumas árvores e arbustos ancoram suas raízes em estreitas frestas nas rochas, comportando-se praticamente como plantas rupícolas. Nesta floresta, a flora predominante é de árvores de espécies pioneiras e secundárias iniciais, como Anadenanthera colubrina (cobi), Miconia cinnamomifolia (jacatirão), Cupania spp. (camboatá), Rapanea spp. (capororoca), Senna macranthera (fedegoso), Senna multijuga (aleluia), Tibouchina spp. (quaresmeira), Sparatorperma leucanthum (cinco-chagas) e Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-44 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Cybistax antisyphilitica (ipê verde). Nos arredores dos povoados, árvores nativas se mesclam com coqueiros, bananeiras, mangueiras, amendoeiras jaqueiras e grandes touceiras de bambu. Diversas plantas ruderais ocorrem nesta mata, com destaque para o capim sapê (Imperata brasiliensis), seguido pelas samambaias Lygodium volubile e Blechnum serrulatum, além de Panicum racemosum, Begonia curtii (begônia), Cecropia glaziovii (embaúba), Cecropia lyratiloba (embaúba), Psidium guineense (araçá), Andira anthelmia, Andropogon bicornis, Asplenium serratum, Blechnum occidentale, Blechnum polypodioides, Nephrolepis cordifolia, Nephrolepis multiflora, Nephrolepis pectinata, Dicranopteris flexuosa, Gleichenella pectinata (canudo-de-pito), Lycopodiella cernua, Pteridium arachnoideum, Sticherus bifidus e Sticherus penniger. Concentrações de espécies exóticas Olhando de longe, a paisagem florestal da Ilha Grande parece estar extremamente saudável devido ao cenário verdejante. Contudo, ao adentrar a mata, observam-se em vários locais, especialmente nas altitudes mais baixas, muitas plantas que não pertencem à flora insular vivendo no meio das árvores nativas. Estes vegetais são testemunhos de antigas ocupações e não têm potencial invasor, como pés de limão e laranja da terra (Citrus spp.), cafés (Coffea arabica), mangueiras (Mangifera indica) e abacateiros (Persea americana) ou, ao contrário, proliferam excessivamente chegando a formar concentrações quase exclusivas, e ocupando grandes áreas. Jaqueiras (Artocarpus heterophyllus) têm invadido a floresta de forma impressionante, desenvolvendo bosques exclusivos dentro da mata, sendo impossível perceber do barco ou em sobrevôo. As clareiras na floresta mais perceptíveis são formadas por capinzais e bambuzais. O segundo grupo é constituído pelo bambu-mirim (Phyllostachys aurea), bambucomum (Bambusa tuldoides e B. vulgaris), ambos da China, pelo bambu-gigante (Dendrocalamus sp.), da Índia, e pelo bambu erroneamente chamado de brasileiro (Bambusa vulgaris var. vitata), que na verdade é uma espécie asiática. As concentrações decorrem de plantios tradicionais, já que a população os utilizava para diversos fins: cerca-viva, quebravento, caniços, etc. Antigamente, os bambus eram empregados também para construção de casas caiçaras. Por isso, e pelo fato dos bambus possuírem restrita capacidade de dispersão, a sua presença em cotas elevadas da Ilha Grande assinala locais de antigas residências. O mesmo vale para coqueiros. A presença do bambu, especialmente P. aurea, impede o crescimento de espécies nativas em estágios mais avançados de sucessão, torna as áreas mais suscetíveis a deslizamentos e pode ser combustível para incêndio. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-45 Clareiras com samambaias nativas Algumas áreas queimadas ou antigas áreas de empréstimos da estrada Vila do Abraão – Dois Rios são colonizadas por samabaias-de-barranco (G. pectinata, Sticherus bifdus e Dicranopteris flexuosa). A primeira espécie, também conhecida como canudo-de-pito, é a mais abundante, e confere uma aparência peculiar aos locais onde assume dominância. Espécies indicadoras de qualidade ambiental Dentre as espécies indicativas do bom estado de conservação da vegetação podem ser citadas Huperzia linifolia, Huperzia linifolia, que são espécies epífitas que ocorrem sobre árvores de grande porte, a Pecluma spp. e as samambaias arborescentes Alsophila stembergii, Cyathea spp. e Hemidictyum marginatum, indicadoras de áreas de córregos preservados. Trepadeiras Em diversos locais na Ilha Grande verifica-se a proliferação de plantas trepadeiras. Embora não sejam, necessariamente, a causa primária da degradação, elas podem estar, atualmente, agravando tal situação. Nas áreas apontadas, as trepadeiras são, principalmente, semilenhosas ou herbáceas, de pequeno diâmetro em geral. Nas áreas de influência antrópica aparecem espécies com características ruderais, dentro de um padrão esperado. Nas matas onde a vegetação tem sofrido menor impacto, na face oceânica da ilha, destaca-se a presença de trepadeiras lenhosas de diâmetros elevados, o que atesta o melhor estado de preservação dessas áreas. Trepadeiras exercem importante papel na manutenção das florestas tropicais. O fato de essas plantas permitirem a interconexão entre copas de árvores vizinhas aumenta a estabilidade de árvores individuais e sua resistência a ventos. Entretanto, em muitos casos as trepadeiras lenhosas se comportam como parasitas estruturais, comprometendo o desenvolvimento de árvores e arbustos. Além disso, a queda de uma árvore tomada por estas plantas pode derrubar outras árvores a ela conectadas. Essa situação é verificada principalmente nas margens da estrada Abraão-Dois Rios. Fenologia foliar Em todas as formações vegetais da Ilha Grande, a queda e produção de novas folhas da maioria das espécies arbóreas e arbustivas ocorrem simultaneamente, e nenhuma relação aparente é verificada entre esta fenofase e o regime pluviométrico, como é comum nas formações estacionais da Mata Atlântica. A emissão de folhas provavelmente é influenciada pelo aumento de temperatura e da duração dos dias. Poucas espécies perdem as folhas no período de menor precipitação, como, por exemplo, o bacurubú. Em locais de solo muito raso, como encostas íngremes e nas proximidades dos costões rochosos, nos períodos de estiagem, a pouca espessura do solo induz à perda de folhas em árvores e arbustos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-46 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Floração, frutificação e dispersão de sementes O aspecto da floresta da Ilha Grande causa, à primeira vista, uma impressão de monotonia. Como não há mudanças sensíveis de estações, o aspecto é quase sempre o mesmo em qualquer fase do ano. Estima-se que não exista qualquer correlação entre a quantidade de chuva e a floração, que deve ser influenciada pelo aumento de duração do dia. A floração deve apresentar um leve pico na primavera e verão. Das espécies cuja floração é mais perceptível destaca-se o cobi (Anadenanthera colubrina), jacatirão (Miconia cinnamomifolia) e cinco-chagas (Sparatorperma leucanthum), com flores brancas, o bacurubú (Schizolobim parahyba), a guaricica (Vochysia sp.), aleluia (Cassia multijuga) e o fedegoso (Cassia macranthera) com floração amarela; a quaresmeira (Tibouchina sp.), com floração lilás róseo, e os ipês roxo e amarelo (Tabebuia spp.). Em alguns locais a Erythrina sp. se destaca na paisagem com suas flores vermelhas. Entre as espécies que não têm floração vistosa, mas que se destacam e dão contrastes na floresta citam-se: a embaúba (Cecropia hololeuca), por apresentar folhas de grandes dimensões e de cor prateada, e a sapucaia vermelha (Lecythis pisonis), espécie caducifolia, que cobre totalmente a sua copa com o lançamento de novas folhas de cor avermelhada, assemelhando-se a um evento de floração maciça. As plantas da Ilha Grande apresentam 03 (três) tipos de dispersão de sementes: (1) anemocóricas (possui o vento como vetor) - quando os diásporos apresentam-se alados, plumosos ou em forma de balão ou poeira; (2) zoocóricas (dispersas por animais) - quando apresentam atrativos e/ou fontes alimentares em seus diásporos, e também aqueles com estruturas adesivas (ganchos, cerdas, espinhos, etc.); (3) autocóricas - quando não se encaixam nas duas categorias anteriores, ficando nessa categoria as espécies barocóricas (dispersão por gravidade) e aquelas com dispersão explosiva. Entre as espécies nativas, a zoocoria é o tipo mais comum, ultrapassando 50%, seguido das anemocóricas e autocóricas, condizendo com o padrão observado para as florestas tropicais úmidas. A maioria das espécies tardias, especialmente em estratos intermediários, é dispersa por animais, principalmente aves, enquanto as iniciais são comumente dispersas pelo vento. As espécies de dossel, assim como muitas trepadeiras, também estão geralmente associadas à dispersão pelo vento. A maioria das espécies anemocóricas são aquelas de clareiras naturais nas matas ou de áreas antrópicas e as espécies zoocóricas aquelas com maior ocorrência no interior de matas mais preservadas. A representatividade das espécies zoocóricas indica uma boa disponibilidade de recursos (frutos e sementes) para a fauna. Contudo, outros recursos também são importantes, a exemplo de alguns exsudatos resinosos e brotos foliares de certas espécies de Cedrela, Guarea e Trichilla que fazem parte da dieta alimentar de alguns primatas, tornando-se importante para os planos de manejo. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-47 Efeitos da rede elétrica A manutenção das linhas de transmissão elétrica e telefônica para as vilas e povoados requer podas periódicas que favorecem o recrutamento de espécies oportunistas, impedindo o crescimento de espécies de estádios sucessionais mais avançados. O efeito de borda provoca a desestabilização das árvores, causando quedas e aumento progressivo desse efeito sob a vegetação limítrofe. Além disso, plantas como trepadeiras de áreas abertas, devido à facilidade de suporte oferecida pelos postes de iluminação e da rede de fios e cabos transmissores, facilmente atingem as copas das árvores mais internas, competindo por luz e recobrindo-as completamente. O resultado geral desse efeito está bem exemplificado nas margens da estrada Abraão-Dois Rios, onde algumas árvores de grande porte estão morrendo e suas áreas ocupadas por espécies oportunistas. Muitas dessas espécies formam adensamentos ao longo da encosta e, no período mais seco do ano, tornam-se excelentes combustíveis. b) Restingas e brejos Na Ilha Grande, os melhores remanescentes de vegetação de restinga17 encontram-se dentro do PEIG e da RBPS, ocupando as baixadas arenosas à retaguarda das praias do Sul e do Leste e de Lopes Mendes, e ambas são frutos de regeneração. Por crescer em solos inapropriados para lavouras, certamente algumas moitas foram poupadas, permitindo a retomada das planícies arenosas. Ocorrem ainda nas baixadas de Dois Rios e Parnaioca, embora muito alteradas, em particular na primeira. Floristicamente, as restingas da Ilha Grande devem ser muito semelhantes às da Marambaia. A restinga de Lopes Mendes, cuja pista de pouso foi dinamitada em 2008, vem sendo recuperada pela Administração do Parque, porém não há estudos sobre ela. As únicas informações são registros em herbário das seguintes espécies: Eugenia uniflora, Merremia macrocalyx, Stigmaphyllon tomentosum, Cereus fernambucensis, Cratylia hypargyraea, Piper mollicomum e Vernonia densiflora. Trata-se de uma restinga em franco processo de regeneração, estando já bem diversificada, com comunidades arbustivas e de árvores pequenas que praticamente mesclam-se com a floresta que ocupa os terrenos ondulados. Sofre séria invasão de abricós (Mimosops commersonii) e amendoeiras (Terminalia catappa) a partir da praia, e do capim-gordura (Melinis minutiflora). 17 Entende-se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, fisionomicamente distintas, sob influência fluviomarinha. O termo restinga, em botânica e fitogeografia, abrange diversas comunidades vegetais cujas plantas vão desde ervas até árvores, chegando nas regiões mais densas a existir uma floresta esclerófila com árvores altas, de copas largas e irregulares. Pode ser compreendida ainda como sendo o conjunto de espécies que se desenvolve nas planícies litorâneas, sobre sedimentos quaternários, constituído por areia quartzosas marinhas ou de origem fluviomarinha. A vegetação se caracteriza por folhas rijas e resistentes, caules duros e retorcidos e raízes com forte poder de fixação no solo arenoso. Nas proximidades da praia aparecem arbustos de pequeno porte, de 1,5 a 2 m de altura. Para o interior podem aparecer árvores pequenas e, nos terraços marinhos, árvores que chegam a atingir 15 m. A maior quantidade de nutrientes na planície costeira provém de precipitações atmosféricas, estando principalmente fixada na biomassa vegetal. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-48 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande A segunda é a mata que cobre o cordão externo da restinga. É uma floresta baixa (10 m), cujas copas das árvores são contínuas. O estrato inferior é constituído por gravatás (Aechmea pectinata, Billbergia amoena e Nidularium microps forma acuminatum), além de samambaias. As árvores mais comumente encontradas são: Garcinia brasiliensis, Tapirira guianensis, Ilex integerrima e Melanopsidium nigrum No estrato subarbustivo, encontra-se Psychotria carthagenensis, Psychotria barbiflora, Coccoloba glaziovii e Psidium cattleianum. As aráceas terrestres e escandentes são muito frequentes nesta mata. Abricós, amendoeiras e coqueiros começam a invadir esta restinga. A mata alagadiça ocorre sobre solos encharcados na época das chuvas, com árvores que atingem 20 m de altura e a presença de muitas palmeiras e epífitas. As espécies mais frequentes são: Posoqueria latifolia, Tapirira guianensis, Guarea macrophylla ssp. tuberculata, Psychotria brachyceras, Psychotria hoffmannseggiana, Marlierea tomentosa, Aechmea distichantha e Geophila repens. Em Dois Rios resta apena uma faixa reduzida junto à praia, onde ocorrem Ipomoea pescaprae e Panicum racemosum, além de algumas moitas de Sophora tomentosa, assim como um pequeno trecho de Schinus terebinthifolius, Eugenia uniflora, Stigmaphyllon tomentosum, Pereskia aculeata e Dalbergia ecastophyllum. Na Parnaioca, restam também ervas nativas junto à praia e uma grande quantidade de pitangueiras. Os brejos18 ou alagadiços mais importantes encontram-se na baixadas de Lopes Mendes e da Reserva Biológica da Praia do Sul. A vegetação é formada por uma variedade de ervas fixas no fundo, flutuantes livres ou flutuantes presas no fundo, podendo apresentar algumas árvores e arbustos. Planta comum é a taboa (Typha dominguensis). Em Lopes Mendes existe um canal construido há muito tempo para drenar as águas do brejo. c) Vegetação de afloramento rochoso Os afloramentos rochosos estão presentes em toda Ilha Grande e, por consequência, no interior do PEIG, desde próximo ao nível do mar, onde são chamados de costões rochosos ou costeiras, até as altitudes mais altas, ocupando em torno de 300 ha. O próprio Pico do Papagaio é um exemplo de afloramento rochoso. As plantas não cobrem toda a superfície dos afloramentos. Via de regra, a maior parte é formada por rocha nua, em especial nas escarpas com inclinação extrema. As comunidades vegetais dos paredões rochosos são dominadas por plantas herbáceas predominantemente xerófitas, uma vez que a forte declividade aliada à pouca espessura do 18 Ecossistema de águas rasas e semiparadas coberto com ervas de diversos tipos e tamanhos. Para que o brejo exista, são necessárias algumas condições físicas. A primeira é a pouca inclinação do terreno, que retarda ou impede o escoamento das águas. A segunda é a existência de solos impermeáveis, impedindo ou dificultando a infiltração, e a terceira é a proximidade da rocha-mãe logo abaixo de uma fina camada de solos, ou a combinação destes fatores Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-49 solo não permite o desenvolvimento de raízes mais profundas. Destacam-se bromélias, orquídeas, epidendros, veloziáceas, cactos, diminutas samambaias, algumas gramíneas e ciperácias e a grande piteira (Forcroya gigantea). Em algumas cavidades onde o solo se desenvolve, formam-se oásis com a palmeira baba-de-boi. A flora é pobremente conhecida, havendo registros de Pereskia aculeata, Opuntia brasiliensis, Neoregelia johannis, Schinus terebinthifolius, Philodendron crassinervium, Clusia criuva, Codonanthe gracilis, Norantea brasiliensis, Psidium cattleyanum, Epidendrum fulgens e Attalea dubia. d) Manguezais Os manguezais19 aparecem em diversas partes da Ilha Grande, tendo quase todos sofrido redução. No PEIG, os manguezais aparecem unicamente em Dois Rios, na foz do rio Barra Grande. Plantas esparsas de mangue ocorrem na margem dos rios da Parnaioca e do Abraão. A flora é constituída pelo mangues vermelho (Rhizophora mangle), siriúba (Avicenia shaueriana) e branco (Laguncularia racemosa) e pelo algodão-da-praia (Hibiscus pernambucensis), além da samambaia-do-brejo (Acrostichum aureum) e da cebola da praia (Dalbergia ecastophylla). A gramínea Spartina brasiliensis aparece onde há clareiras ou entre o manguezal e o mar ou no estuário. O Quadro 4-16 abaixo relaciona os principais manguezais da Ilha Grande. Quadro 4-16 - Manguezais da Ilha Grande. Localidades Características Praias do Sul e do Leste Ocorre sobre as margens dos canais que ligam as lagoas do Sul e do Leste ao oceano e também das lagoas. Dois Rios Pequeno manguezal na foz do rio Barra Grande, dominado pelo algodão-da-praia devido a baixa salinidade. Saco do Céu Várias manchas ocupando as margens do Saco do Céu. No início da década de 90 foi impacto por empreendimento turístico que o MP/RJ paralisou. Enseada das Estrelas Pequena mancha formando um manguezal de franja. Matariz Ao longo do trecho final do córrego, de pequeno tamanho. Sítio Forte Importante remanescente na barra de córrego junto a praia Praia Vermelha Pequeno manguezal na foz de córrego, dominada pelo algodão-da-praia. Praia de Palmas Ocupa as margens do riacho cuja barra esta na parte norte da praia. Praia dos Mangues Provetá Desenvolve-se as margens do córrego que desemboca na parte norte da praia Pequeno manguezal junto a barra do riacho Fonte: INEA/PEIG, 2009. 19 Comunidades vegetais que se estendem por toda a região litorânea tropical lsobre costas planas nas desembocaduras dos rios, submetidas aos efeitos de marés, ou nas margens de lagunas. O solo do manguezal é pobre em oxigênio e rico em matéria orgânica, incompletamente decomposta. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-50 e) Vegetação das Vilas e Povoados A vegetação no interior das vilas e povoados é bastante variada. Predominam espécies exóticas, sendo raríssimo o emprego de árvores nativas nas ruas, quintais ou espaços abertos entre residências. Na arborização sobressaem jaqueiras (Artocarpus heterophyllus), sombreiros (Clitoria fairchildiana), mangueiras (Mangifera indica), abacateiros (Persea americana), mungubas (Pachira aquática) e flamboyants (Delonix regia). Ao longo das praias próximas às vilas ocorrem de maneira expressiva as amendoeiras (Terminalia catappa) e coqueiros (Cocos nucifera L.). No interior do PEIG, a ornamentação da Vila Dois Rios é quase toda de espécies exóticas. 4.2.1.4 - Espécies ameaçadas e endêmicas O Quadro 4-17, a seguir, apresenta as espécies vegetais ameaçadas segundo os critérios do IBAMA, IUCN e Biodiversitas. Quadro 4-17 - Espécies ameaçadas da Ilha Grande. Família Arecaceae Bromeliaceae Chrysobalanaceae Frullaniaceae Gesneriaceae Heliconiaceae Leguminosae Melastomataceae Meliaceae Menispermaceae Monimiaceae Moraceae Myrtaceae Pteridaceae Rubiaceae Sapotaceae Urticaceae Espécie Euterpe edulis Mart. Aechmea gracilis Lindman Neoregelia cruenta (Graham) L.B. Smith Neoregelia hoeheneana L.B. Smith Vriesea bituminosa Wawra Vriesea rubyae E. Pereira Couepia schottii Fritsch Frullania gymnotis Nees & Mont. Sinningia pusilla (Mart.) Benth. Heliconia farinosa Raddi Inga lanceifolia Benth. Tibouchina angrensis Brade Cedrela fissilis Vell. Trichilia casaretti DC Trichilia silvatica C.DC. Odontocarya vitis Miers Mollinedia glabra (Spreng.) Perkins Ficus pulchella Schott Calycorectes sellowianus Berg. Eugenia prasina O. Berg Cheilantes incisa Mett. Melanopsidium nigrum Cels. Rudgea francavillana Müll. Arg. Pradosia kulmannii Toledo Pilea microphylla Liebm. Status EM VU VU VU VU VU VU EN NT VU VU CR EN VU VU VU VU/EN VU EN VU CR VU VU NT VU (*) Status: EX: Extinta localmente; EW: Extinta na natureza; CR: Criticamente ameaçada; EM: Em perigo; VU: Vulnerável; NT: Quase ameaçada; LR: Baixo risco; DD: Deficientes em dados; LC: Não ameaçada. Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-51 Releva mencionar que espécies consideradas como extintas em outras regiões do estado do Rio de Janeiro, como Polygala cyparissiasm e P. leptocaulis, estão presentes na Ilha Grande. Até o momento não foram encontradas plantas endêmicas da Ilha Grande, mas ela abriga plantas endêmicas da região Sudeste, tais como Piper permucronatum, Tabernaemontana laeta, Vriesea longiscapa, Psychotria barbiflora, Neoregelia johannis e Canistropsis microps. Entre as espécies endêmicas do Rio de Janeiro, as seguintes são encontradas na Ilha Grande: Anthurium harrisii, Eugenia excelsa, Inga lanceifolia, Neoregelia cruenta, Ocotea schottii e Solanum stipulatum. Como exemplos de endemismo pontual, podem ser citados: Tibouchina angrensis e Rhipsalis oblonga var. crespa. 4.2.1.5 - Espécies exóticas e invasoras Historicamente, muitas plantas têm sido trazidas para a Ilha Grande, seja de outras partes do Brasil seja do exterior, por diversos motivos, tais como, alimentação, ornamentação, material de construção, cerca, dentre outros. Durante o processo de colonização foram introduzidos abacateiros, mangueiras e jaqueiras. Atualmente, plantas exóticas são trazidas do continente principalmente para formar gramados e projetos paisagísticos de residência e pousadas. O quadro do Anexo XV relaciona as espécies exóticas mais comuns. Foram considerados exóticas aquelas espécies, ou táxons infraespecíficos, que não ocorrem naturalmente na Ilha Grande, sendo as mesmas agrupadas em três categorias: sob controle; invasoras em potencial; e invasoras efetivas. O Quadro 4-18 apresenta informações sobre espécies exóticas invasoras que causam maior preocupação. Quadro 4-18 - Principais espécies invasoras. Jaqueira (Artocarpus heterophyllus) É certamente a espécie exótica mais difundida na Ilha Grande. Bambu-mirim (Phyllostachys cf aurea) Ocupa extensas áreas na Ilha Grande, infiltrando-se na floresta. Palmeira imperial (Roystonea oleracea) Apresenta população em franca expansão no PEIG, mais especificamente no Circuito Abraão, próximo às ruínas do lazareto e do aqueduto. Nestes locais há regeneração natural desta espécie pela presença de palmeiras nos diversos estágios de crescimento, desde plântulas com 5 cm de altura até indivíduos juvenis com 10 m ou mais. É comum também na Vila de Dois Rios. Abricó-da-praia (Mimosops commersonii) O abricó-da-praia destaca-se na paisagem da praia de Lopes Mendes, onde centenas de árvores ocupam a fímbria da restinga, na face voltada para o oceano, mas também pode ser encontrada em outros locais da Ilha Grande - embora com populações mais reduzidas. Capim-gordura Esta gramínea é bastante comum em áreas abertas da Ilha Grande, especialmente na restinga de Lopes Mendes. A gramínea está se expandindo em áreas sem cobertura florestal, comprometendo a integridade ecológica destas comunidades. (Melinis minutiflora) Fonte: Administração do PEIG. Serviço de Manejo de Ecossistemas, 2008. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-52 Releva destacar ainda as trepadeiras Thunbergia alata, com belas flores amarelas, frequentes nas regiões litorâneas, e T. grandiflora, de flores azuis, encontradas nas copas das árvores; a comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia maculata), comum ao lado de várias trilhas e a mariasem-vergonha (Impatiens walleriana). Os bambuzais formados por bambu-gigante (Dendrocalamus giganteus), originário de Burma, bambu (Bambusa sp.) da China, e pelo bambu brasileiro (Bambusa vulgaris var. vitata), que na verdade é uma espécie asiática, são também motivos de preocupação. 4.2.1.6 - Fatores adversos Estes são os fatores que mais ameaçam a integridade ecológica da vegetação nativa da Ilha Grande: • proliferação de espécies exóticas; • avanço das construções nas encostas e costões rochosos; • rede elétrica; • roubo de plantas ornamentais; • pobreza do solo em determinadas área, retardando ou impedindo a sucessão; • queima de lixo e folhas secas, podendo causar incêndio florestal; • fogo acidental causado por turistas; • doenças, como a que vitimou recentemente os bacurubús. 4.2.2 - Fauna Composição e fatos destacáveis Nove mil anos atrás, ao se iniciar o processo de insularização, o estoque inicial da fauna da Ilha Grande era semelhante ao do continente próximo (Serra do Mar), do qual seu território fazia parte. Embora o conhecimento da fauna original da Ilha Grande seja impossível, é quase certo que várias espécies foram extintas por causas naturais, competição com espécies exóticas, doenças, caça ou perda de habitat. Por exemplo, a caça deve ter exterminado animais como jacutinga, caititu, veados-do-mato, anta e jaguatirica. Estão ausentes da Ilha Grande animais comuns nas florestas continentais vizinhas, como cachorro-do-mato, tamanduá de colete, quati, irara e furão. Ossos de caititu foram encontrados nos sambaquis do Ilhote do Leste. No final do século XVI, o pirata Anthony Knivet relatou a caça do caititu no seu livro de memórias20. 20 Knivet, Anthony, 2007. As incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet: memórias de um aventureiro inglês que em 1591 saiu de seu país com o pirata Thomas Cavendish e foi abandonado no Brasil, entre índios canibais e colonos selvagens. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2007 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-53 À luz da teoria de biogeografia insular, ilhas maiores têm mais habitats e recursos alimentares e, portanto, tem uma taxa de imigração maior e uma taxa de extinção baixa, o que parece ser o caso da Ilha Grande. Arquipélagos cujas ilhas são próximas sustentam mais espécies que ilhas isoladas. Animais necessitam atravessar, no mínimo, entre 3 e 17 km para atingir a Ilha Grande, dependendo do ponto de partida. Já foram observadas capivaras, lontras e jacarés nadando no mar. O conhecimento da composição da fauna encontra-se em estágio inicial, pois muitas das informações provêem de pesquisas em áreas localizadas do PEIG e da RBPS, em especial na bacia dos córregos das Andorinhas e Barra Pequena. Contudo, a base de dados não impede que se inicie o manejo. A fauna das pequenas ilhas do entorno é virtualmente desconhecida. O Quadro 4-19 mostra uma avaliação preliminar geral da fauna do PEIG, RBPS e entorno, enquanto o Anexo XVI relaciona as espécies da fauna. Quadro 4-19 - Avaliação da fauna do PEIG. Grupo Avaliação e Comentários Invertebrados Milhares de espécies incluindo briozoários, insetos, vermes, minhocas, aranhas, escorpiões, Invertebrados opiliões, lacraias, centopéias, tatuzinhos, pitus, caranguejos, caramujos e lesmas. A maior terrestres e de biomassa, como em qualquer ecossistema tropical, é de formigas. Há registro de 100 água doce morfoespécies de moluscos, das quais nove são aquáticos, além de mais de 100 espécies de borboletas apenas para os arredores da Vila Dois Rios e de 32 espécies de abelhas nativas. Invertebrados marinhos Milhares de espécies, com destaque para esponjas, corais, águas vivas, caravelas, cracas, caranguejos, siris, camarões, lagostas, mexilhões, ostras, caramujos, lulas, polvos, poliquetas, estrelas-do-mar, pepinos-do-mar e ouriços, vivendo em costões rochosos, lajes, praias, manguezais e fundos moles. Peixes Peixes marinhos A baía de Ilha Grande abriga cerca de 156 das 622 espécies de peixes encontradas na costa do estado do Rio de Janeiro. Grande parte desta fauna habita as águas do entorno da Ilha Grande. Peixes de águas interiores 21 espécies vivendo em córregos e nas águas salobras da foz, dos quais 08 (oito) são exclusivos de água doce (divisão primária). Destas oito, 02 (duas) constituem espécies novas em processo de descrição. Todas são de pequeno tamanho (<10 cm) e ocorrem com populações reduzidas. Rhamdioglanis transfasciatus é a maior espécie (20 cm). As espécies de água doce parecem viver isoladas nos diferentes riachos, havendo pouco compartilhamento de habitat. Como as pesquisas cobrem poucos córregos, espera-se que o número de espécies seja maior. Trata-se de um grupo isolado e frágil que merece atenção redobrada da gestão do Parque. Anuros 25 espécies de sapos, rãs e pererecas vivendo às margens de córregos e riachos, poças, brejos, em bromélias, no chão de matas e restingas e na copa das árvores das florestas. Recentemente foi descoberta uma espécie endêmica da Ilha Grande (Hylodes fredi). Há 03 (três) espécies endêmicas do estado do Rio de Janeiro e 13 da Mata Atlântica. Espera-se um aumento deste número com a ampliação da área de estudo. A maioria é de pequeno porte (< 10 cm). O sapopulga (Brachycephalus didactylus), com no máximo 1 cm, é reconhecido como o menor vertebrado tetrápodo conhecido no mundo. Outros anfíbios diminutos são Dendrophryniscus brevipollicatus (1 cm) e Leptodactylus marmoratus (1,5 cm). Os maiores são os sapos-curucu (Rhinella ornata) e Proceratophrys appendiculata, com 10 cm em média. Anfíbios Répteis Geral Quelônios 39 espécies, sendo 38 nativas e 01 (uma) exótica. Nenhuma espécie de cágado de água doce foi avistada até o momento. Três espécies de tartarugas marinhas (verde, de pente e de couro) ocorrem no mar do entorno, parecendo a Ilha Grande ser uma área de alimentação. A tartaruga-verde é a mais abundante, seguida da tartaruga-de-pente. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-54 Quadro 4-19 - conclusão. Grupo Avaliação e Comentários Répteis Anfisbênios Apenas uma espécie registrada de cobra-de-duas-cabeças. Este número deve aumentar com a intensificação de pesquisas. Lagartos 10 (dez) espécies, sendo o lagarto teiú o de maior tamanho. Novas espécies serão encontradas com a intensificação das pesquisas. Habitam o subsolo o folhiço da floresta, os galhos e as copas das árvores, as restingas e campos e os ambientes aquáticos. Cobras A UERJ compilou 17 espécies. Dissertação recente da UFRRJ (2007) ampliou o número para 25 espécies após exame das coleções do Museu Nacional. Destaca-se pelo porte a caninana e a mussurana. Surpreende a não existência de jibóias, fato que ocorre também na Ilha de Itacuruçá. Estima-se que o número de espécies cresça com as pesquisas podendo atingir 30 ou pouco mais. Jacarés Presença do jacaré-do-papo-amarelo nos brejos de Lopes Mendes e nas praias de Mangues e Pouso. Avistado nadando no mar. Não há confirmação se existe nas lagos do Sul e do Leste, mas é um habitat típico da espécie. Há controvérsias sobre a origem do jacaré. Alguns moradores afirmam que ele foi trazido há tempos por estrangeiro que se dizia dono de Lopes Mendes. 21 Aves Aves A UERJ compilou o registro de 213 espécies de aves terrestres e marinhas pertencentes a 47 famílias e 18 ordens. Deste total, 46 são endêmicas da Mata Atlântica, oito estão ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção e 03 (três) são exóticas. Adicionando-se às 35 espécies elencadas pelo Plano Diretor do Parque de 1992, o número atinge 248 espécies. Descontando-se as exóticas, chega-se a 245 espécies nativas. As maiores espécies são: macuco, urubu, gavião pega-macaco, garça-branca-grande, urubu, urubu-de-cabeça-vermelha, águia-pescadora, gaivotão e suindara. Anualmente, centenas de pinguins aparecem nas costas da Ilha Grande Alguns moradores nativos citam a presença do urubu-rei. Mamíferos Geral 62 espécies de mamíferos nativos e 07 (sete) de exóticos, pertencentes a 06 (seis) ordens e 23 famílias. Estão ausentes representantes das ordens Perissodactyla (antas), Artiodactyla (veados e porcos do mato) e Lagomorpha (coelho tapiti). Os mamíferos terrestres têm porte médio a pequeno, sendo o segundo grupo amplamente dominante, dada a quantidade de marsupiais, morcegos e roedores. Os maiores são a capivara (média 50 kg), a paca (8,3 kg), a lontra (5,8 kg), o bugio (5,6 kg), o guaxinim (5,4 kg) e a preguiça (3,9 kg). As outras espécies nativas pesam abaixo de 3 kg e concentram-se na faixa de 10 a 30 g. As estimativas de densidade populacional para a paca, o esquilo, o gambá e o sagui foram, respectivamente, 0,81 ind/ha, 0,46 ind/ha, 0,56 ind/ha e 0,23 ind/ha. Marsupiais 4 espécies, englobando gambás, cuícas e catitas. Morcegos Com 36 espécies, é o grupo de mamífero mais abundante. Apenas uma espécie é hematófaga. Inclui o morcego pescador. Roedores 19 espécies de roedores, sendo 3 exóticas. Destaque para as capivaras, (50 kg) pacas (8,3 kg), ouriço-caixeiro, cutias e esquilos. Capivaras são encontradas em Dois Rios, Lopes Mendes e nas Lagoas do Sul e Leste. A jaca tornou-se um dos alimentos preferidos das pacas. Capivaras já foram observadas se alimentando de grama marinha Ruppia maritima. Carnívoros Desdentados 05 (cinco) espécies, sendo 03 (três) nativas: gato-do-mato-pequeno, lontra e guaxinim ou mãopelada. Lontras aparecem em Dois Rios e nas lagoas do Sul e do Leste. Gatos-do-mato são ariscos e muito difíceis de ver. A administração do PEIG tratou de um, que veio a perecer provavelmente por doença. Há relato de ocorrência de gato-mourisco (Herpailurus yaguaroundi), mas ainda sem confirmação. Cachorros e gatos domésticos são as espécies exóticas. Preguiça comum e tatu-galinha. Primatas Duas espécies de primatas nativos (bugio e macaco-prego) e duas introduzidas. O bugio, animal símbolo do Parque é a voz da paisagem. Vive em grupo de 4 até 15 indivíduos, podendo chegar a 80 a 100 animais por quilômetro quadrado. As espécies exóticas de sagüi ocorrem em grande número. Não se espera novas espécies. Cetáceos Cerca de 12 espécies de baleias e golfinhos vivem permanentemente nas águas oceânicas da baía de Ilha Grande, enquanto outras passam temporadas. Fonte: INEA, 2009. 21 LAMONICA, R.C. 2007. Comunidades insulares de serpentes. UFRRJ, Instituto de Biologia, Dissertação de Mestrado. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-55 Fatos relevantes sobre a fauna: • Diversidade: o Quadro 4-20 abaixo compara a diversidade da fauna do PEIG e entorno com o Parque Estadual da Ilhabela, com o estado do Rio de Janeiro e com o Brasil. Quadro 4-20 - Comparativo da biodiversidade nativa da Ilha Grande. Grupo Ilha Grande Ilhabela (1) Estado do Rio de Janeiro Brasil Anfíbios 25 24 168 (2) 600 Répteis 39 29 127 (2) 468 Aves 245 248 653 (3) 1677 Mamíferos 62 52 185 (2) 524 Fontes: 1) Plano de Gestão do Parque Estadual da Ilhabela; 2) Rocha et. al., 2004; 3) Alves et. al., 2000. • Porte e biomassa: o porte da maioria dos animais silvestres da ilha é pequeno. Os maiores são as capivaras, pacas, macacos-pregos, quatis e preguiças. Coletivamente, a maior biomassa é a de formiga. • Predadores no topo da cadeia alimentar: os maiores predadores são o jacaré-do-papoamarelo, o gato-do-mato-pequeno, a lontra, o guaxinim, os gaviões pega-macaco, pombogrande e pombo-pequeno e a cobra caninana. A eles se somam os cachorros e gatos domésticos; • Maiores herbívoros: capivara e paca. • Ninhais: a Ilha de Jorge Grego é um importante ninhal de atobás. Outras Ilhas aparentam também ter esta função, dada a quantidade de guano; • Migrações: não há estudos sobre migrações de pequena, média e longa distâncias, reunindo, no primeiro caso, deslocamentos altitudinais dentro da ilha, assim como entre a Ilha Grande e o continente e as pequenas ilhas no entorno, mas é inquestionável que a Ilha Grande seja utilizada por aves migratórias, ou mesmo por morcegos. A Ilha Grande deve receber migrantes do hemisfério Boreal e/ou Austral (longa distância), como por exemplo, batuíras e maçaricos do hemisfério norte (Alasca, Canadá, Estados Unidos). No caso dos mamíferos, arrola-se as espécies de baleias (Eubalaena sp., Balenoptera spp. e Megaptera sp.) provenientes de regiões subantárticas. No caso dos répteis, a rota migratória das três espécies de tartarugas marinhas deve incluir as águas do entorno. Migrações de médias e curtas distâncias ainda não estão elucidadas. • Espécies indicadoras de qualidade do habitat: os anfíbios Hylodes fredi e Crossodactylus gaudichaudii são indicadoras de riachos de água limpa de substrato rochoso. O sapinho (Brachycephalus didactylus) e as aves frugíveras florestais, tropeiroda-serra (Lipaugus lanioides), araponga (Procnias nudicollis), pavó (Pyroderus scutatus) e araçari-poca (Selenidera maculirostris) são indicadoras de florestas em bom estado. Idem para a choquinha-cinzenta (Myrmotherula unicolor), o gavião-pombo-pequeno (Leucopternis Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-56 lacernulata), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), o rato-do-arroz (Euryroyzomys russatus), as abelhas solitárias e sociais e os caramujos Megaspira sp. • Animais de interesse médico: abelha africanizada, escorpiões, aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer) e os ofídios coral (Micrurus corallinus), jararaca (Bothrops jararaca), a jararacussu (Bothrops jararacussu), além do morcego-vampiro (Desmodus rotundus). • Caça e captura de aves para canto e estimação: A caça é praticada principalmente no fim de semana, às vezes por pessoas de fora da Ilha Grande agenciadas por moradores, com foco principalmente na paca, vindo a seguir preás, cutias, tatus, gambás, teiús, macucos e urus. Os pássaros mais visados são: trinca-ferro, canário-da-terra, curió, pichanchão, cigarra, sanhaço-do-coqueiro, gaturamo, sabiá-laranjeira, bonito-rosinha, bigodinho, coleirinho, sabiás, sabiá-una, sanhaços, periquitos e papagaios. • Crendices populares: uso do aruá-do-mato (Megalobulimus sp.) para fazer remédios contra “doenças do peito”. 4.2.2.1 - Espécies que Despertam Preocupações Conservacionistas O Quadro 4-21 relaciona as espécies, segundo critérios do MMA/IBAMA, IUCN e da Lista de Espécies Ameaçadas da fauna do Estado do Rio de Janeiro. Quadro 4-21 - Espécies que despertam preocupações conservacionistas. Grupo Mamíferos Ameaçadas, Quase Ameaçadas, Vulneráveis Raras e Endêmicas Morcego-beija-flor (Lonchophylla bokermanni) e gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) Aves Macuco (Tinamus solitarius), gavião-pombo-grande (Leucopternis polionata), gavião-pombopequeno (Leucopternis lacenulatus), gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha), choquinha-cinzenta (Myrmotherula unicolor), tropeiro-da-serra (Lipaugus lanioides), pavó (Pyroderus scutatus), araponga (Procnias nudicolis), sanhaço-de-encontro-azul (Thraupis cyanoptera), saíra-sapucaia (Tangara peruviana) e pichochó (Sporophila frontalis) Répteis Tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e tartaruga-decouro (Dermochelys coriacea) Anfíbios Hylodes fredi, Scinax trapicheiroi e Aplastodiscus eugenioi Peixes Acentrochthys leptos Moluscos Caramujo (Megalobulimus oblongus) Libélulas Mecitogaster asticta Fonte: INEA, 2009. Espécies exóticas e invasoras A Ilha Grande tem servido de habitat para várias espécies animais exóticas, conforme mostra o Quadro 4-22 a seguir. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-57 Quadro 4-22 - Espécies animais exóticas da Ilha Grande. Grupo Espécies exóticas Insetos Abelhas (Apis mellifera) e moscas (Musca domestica). Moluscos Peixes de águas interiores Répteis Achatina fulica, Biomphalaria tenagophila, Melanoides tuberculatus, Limax flavus, Bulimulus tenuissimus, Cecilioides gundlachi, Subulina octona, Leptinaria unilamellata, Opeas beckianum, Opeas goodalli e Bradybaena similaris. Lebiste (Poecilia reticulata) nos riachos que drenam para o Saco do Céu. Lagartixa (Hemidactylus mabouia). Aves Pardal (Passer domesticus), bico-de-lacre (Estrilda astrild) e pombo-doméstico (Columba livia). Mamíferos Saguis (Callithrix jacchus e C. penicillata), gato-doméstico (Felis catus) cachorro, (Canis familiares) rato (Rattus rattus), camundongo (Mus musculus) e ratazana (Rattus norvegicus). Fonte: INEA, 2009. Fatos destacáveis: • Os impactos das espécies exóticas começaram a ser estudados na Ilha Grande recentemente. • Os cachorros, cuja população tem crescido sem controle, transitam por toda a ilha, acompanhados ou não por seres humanos, e já foram vistos caçando animais nativos, como tatus. Vários são atacados por sarna. A presença de cachorros nas praias pode causar o aumento de incidência de “larva migrans tegumentar”22, ou bicho geográfico, em turistas e moradores. Outra enfermidade que merece atenção da saúde pública é a leishmaniose tegumentar, presente na lha Grande desde 1976. • O gato doméstico invade as matas para caçar. • Os saguis são observados tanto nos povoados quanto na mata e devem estar causando pesadas perdas na população de aves, por predarem ovos e filhotes. • O caramujo africano (Achatina fulica) provoca a diminuição nas populações do caramujo nativo Megalobulimus sp., como comprovado na APA de Guaraqueçaba, Paraná. Além disso, este animal atua como hospedeiro potencial dos nematódeos Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilose abdominal e do Angiostrongylus cantonensis, causador da angiostrongilose meningoencefálica, ambas verminoses com casos descritos no Brasil 23. 22 23 A larva migrans corresponde a larvas de vermes do gênero Ancylostoma, parasitos intestinais comuns em cães e gatos, que penetram na pele, após contato com areia ou terra contaminada com fezes de cães e gatos. Esses nematódeos são generalistas, ou seja, não exigem especificidade de hospedeiro intermediário. A presença de hospedeiros intermediários potenciais, a presença de hospedeiros definitivos potenciais (micos, lagartos, cães, gatos, homem), associados ao elevado fluxo turístico, criam as condições ideais para a introdução das angiostrongilíases na Ilha Grande, exigindo atenção redobrada das autoridades de saúde pública Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-58 • Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Os moluscos exóticos foram introduzidos em consequência dos diversos ciclos agronômicos, assim como trazidos junto com plantas ornamentais, fato que ainda ocorre. • O rato, a ratazana e o camundongo parecem estar mais restritos aos povoados e vilas. Fatores adversos Estes são os fatores que mais ameaçam a integridade da fauna nativa do PEIG e da Ilha Grande: • proliferação de espécies exóticas animais e vegetais; • degradação de habitats pelo avanço das construções nas encostas e costões rochosos; • caça e captura; • rede elétrica, que tem eletrocutado diversos animais; Comunidades marinhas Esta seção analisa brevemente as comunidades de plantas e animais que vivem nos habitats marinhos da Ilha Grande e entorno, com ênfase nos invertebrados e algas. Comunidades de costões e lajes rochosas As comunidades de plantas e animais marinhos estão dispostas em faixas bastante distintas sobre o costão, desde o fundo até as superfícies acima do nível do mar, variando a composição de espécies segundo fatores como exposição ao ar, à luz e ao batimento das ondas, rugosidade da superfície, profundidade, nutrientes, temperatura e outros. A parte superior, o supralitoral, permanece exposta ao ar e nele chegam apenas borrifos de água do mar. Típicos da parte inferior do supralitoral são pequenas cracas (Chthamalus sp.), sendo esta parte o limite superior de sua distribuição e, na cota mais elevada de maré, diminutos caramujos (Echinolittorina ziczac), acompanhados por líquens e pela barata-d’água (Ligia exotica). Abaixo do supralitoral encontra-se a faixa chamada de mesolitoral, que está sujeita às flutuações das marés, ficando submersa na maré alta e exposta na maré baixa. O limite superior é marcado, em geral, pela presença das cracas supracitadas e o inferior pela alga parda Sargassum spp. Nesta faixa, a superfície do costão é habitada por cianobactérias, diversas algas (Bostrychia tenella, Sargassum furcatum, Caulerpa racemosa, Galaxaura marginata e Acanthophora spicifera), por animais fixos, como cracas (Chthamalus spp., Tetraclita sp., Megabalanus spp.), mariscos e mexilhões (Brachidontes spp., Perna perna e Isognomon bicolor) e ostras (Ostrea equestris); e por animais que se locomovem, incluindo moluscos herbívoros (Echinolittoraria ziczac, Littoraria flava, Colisella subrogosa, Fissurella Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-59 sp.) e predadores, como o caramujo Stramonita haemastoma. É comum encontrar estruturas de areia construídas pelas minhocas poliquetas (Phragmatopoma lapidosa). Abaixo do mesolitoral segue a faixa do infralitoral, que jamais fica exposta ao ar, sendo a mais rica em vida marinha, diversidade esta que aumenta quando o costão tem superfície irregular com rampas, paredes verticais, frestas, blocos, orifícios, tocas e cavernas, formando diversos micro-habitats. Esta faixa é morada de algas (Dictyota, Dictyopteris, Lobophora, Padina, Amphiroa, Jania, Sargassum, Caulerpa, Pterocladiella, Gelidiella, Galaxaura, Tricleocarpa, Asparagopsis, Gracilaria, Champia, Gelidiopsis, Acanthophora, Laurencia, Ralfsia e Peyssonnelia); invertebrados fixos como zoantídeos (Palythoa caribaeorum, Zoanthus sociatus e Parazoanthus sp.), corais (Madracis decactis, Astrangia rathbuni, Mussismilia hispida), octocoprais (Carijoa riisei, Leptogorgia spp.) e anêmonas (Aiptasia pallida, Bunodosoma spp. e Phyllactis praetexta). São comuns ainda ouriços (Lytechinus variegatus e Echinometra lucunter), pepino-do-mar (Isostichopus badionotu), estrelas-do-mar (Echinaster brasiliensis e Oreaster reticulatus), lírio-do-mar (Tropiometra carinata), esponjas (Amphimedon viridis, Dragmacidon reticulatus e Chondrilla aff. Nucula, ascídias (Phallusia nigra) e briozoários (Schizoporella sp.). Comunidades de praias arenosas A macrofauna de praias arenosas possui adaptações específicas para habitar diferentes tipos de praias e a maioria das adaptações morfológicas, fisiológicas e comportamentais da macrofauna é determinada por fatores como morfologia da praia, regime de ventos, ondas, correntes e marés. Nas praias arenosas verifica-se que os parâmetros físicos apresentam variações marcantes e as interações entre os fatores ambientais e as características intrínsecas de cada espécie determinam a zonação biológica em praias arenosas. A praia é geralmente dividida em três regiões: uma zona superior (supralitoral), localizada acima da média da maré alta, sendo comum a presença da planta de restinga Ipomoea per-capre, e ocupada por anfípodes talitídeos (Pseudorchestoidea brasiliensis) e pelo caranguejo mariafarinha (Ocypode quadrata), podendo também serem encontradas outras espécies de origem terrestre, como insetos coleópteros e aves, como os urubus (Coragyps atratus) e gaivotões (Larus dominicanus), constantes nas praias da Ilha Grande; o mediolitoral, que compreende a zona alcançada por todas as marés e a zona de espraiamento, onde pode ser encontrada uma variedade de organismos, destacando-se os crustáceos Excirolana braziliensis e Emerita brasiliensis e ainda moluscos como Donax hanleyanus, Hastula cinerea e Olivencellaria brasiliensis; e o infralitoral, área constantemente imersa, que apresenta a maior riqueza de espécies, onde além dos grupos mais abundantes, como crustáceos, moluscos e poliquetas, ocorrem também equinodemas, como a bolacha-da-praia (Encope emarginata e Melitta sp.). Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-60 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Comunidades dos pequenos estuários e manguezais Sabe-se muito pouco sobre os pequenos estuários e manguezais da costa da Ilha Grande. Na foz do rio Barra Grande, em Dois Rios, os principais invertebrados dos costões são ostras (Ostrea sp.) e cracas, e nas areias o caramujo Neritina virginea. O manguezal é uma estreita faixa de floresta na zona intermarés, sendo composto por poucas espécies de árvores, descritas no item 4.2.1 - Vegetação e flora. Algumas algas marinhas penetram no manguezal ou são exclusivas deste, como Bostrychia, Catenella e Caloglossa, que vivem nos troncos e raízes respiratórias, onde formam densos emaranhados que escondem pequenos invertebrados. Nas copas das árvores há insetos e vertebrados terrestres, como aves e pequenos mamíferos, além do caranguejo aratú (Aratus pisoni). Porém, a riqueza do manguezal é devida à constante chuva de folhas que caem no substrato, onde são decompostas por bactérias e fungos, iniciando-se a cadeia de detritos. Comunidades de fundos moles A composição da biota que vive na superfície ou dentro dos sedimentos depende da composição do sedimento e sua granulometria, estabilidade, nutrientes e profundidade, entre outras variáveis. Em termos de riqueza e densidade, os principais filos da macrofauna no entorno do Parque Estadual da Ilha Grande são Mollusca, Annelida – Polychaeta e Crustacea. Santos et. al. (2007) levantou um total de 378 táxons (Gastropoda 271, Pelecypoda 97, Scaphopoda 9 e Polyplacophora 1) compreendidos em 88 famílias para a baía da Ilha Grande. Os gastrópodes foram representados por 53 famílias, sendo as mais representativas: Pyramidellidae (58 táxons), Vitrinellidae (17 táxons), Columbellidae (16 táxons) e Turridae (16 táxons). Entre os pelecípodes, destacaram-se os Veneridae (14 táxons). As espécies mais frequentes e abundantes foram: Alvania auberiana; Bittiolum varium; Finella dubia; Rissoina catesbyana e Acteocina candei. Dentre os pelecípodes, Codakia orbicularis foi a espécie mais frequente. Macromphalina apexplanum, Macromphalina palmalitoris, Melanella amblytera, Calliostoma hassler, Photinula blakei, Teinostoma goniogyrus e Turbonilla maestratii tiveram suas distribuições geográficas ampliadas. Tornus e Eatoniella foram gêneros reportados pela primeira vez para o Atlântico Sudoeste. Estes autores concluiram que houve fortes indícios de existirem espécies desconhecidas para a ciência dentre os gastrópodes Chrysallida, Peristichia, Miralda, Turbonilla, Eulimastoma e Cyclodostomia e o pelecípode Ennucula. Brasil et al. (2007) realizou um levantamento da diversidade de poliquetas em 42 pontos de coleta na baía da Ilha Grande. Foram encontradas 39 famílias, 69 gêneros e 113 espécies, dentre estas cinco espécies novas, sendo duas do gênero Magelona e uma espécie de cada um dos gêneros Poecilochaetus, Psione e Notocirrus. Do total de espécies, 38 foram Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-61 ocorrências novas para a área de estudo, 16 para o estado do Rio de Janeiro e seis para o Brasil. Maiores valores de riqueza de espécies foram verificados em pontos de coleta próximos aos costões, enquanto os valores menores ocorreram em pontos afastados destes. A ocorrência de espécies novas na região, assim como espécies identificadas apenas em nível de gênero, indicou que estudos taxonômicos devem ser intensificados no local. Até recentemente o conhecimento de Crustacea na Baía de Ilha Grande (BIG) é escasso e está espalhado em revisões de cada grupo específico. A partir de amostras do substrato não consolidado de 42 estações do entorno da Baía da Ilha Grande, Serejo et al. (2007) identificaram 60 táxons de Crustacea distribuídos em 39 famílias, totalizando 560 indivíduos. Os três grupos mais abundantes foram Amphipoda (48%), seguidos de Isopoda (42%) e Decapoda (10%). Amphipoda foi representado por 22 espécies distribuídas em 13 famílias e duas subordens. Dentre os anfípodes, Plathyschnopidae foi a família mais abundante e o platiscnopídeo Tiburonella viscana foi a espécie mais frequente, ocorrendo em 33% das amostras. Isopoda foi representado por 14 táxons (em 11 famílias e 5 subordens) e Decapoda por 29 espécies (15 famílias). Dos 24 táxons identificados no nível específico (40%), sete foram ocorrências novas para a BIG e o estado do Rio de Janeiro. Duas espécies novas de Pulche (Plathyschnopidae) foram encontradas, além de Hutchinsoniella macracantha, espécie rara de Cephalocarida. Considerando-se a alta riqueza dos Crustacea encontrada na BIG, ainda se fazem necessários outros levantamentos, utilizando-se diferentes equipamentos de coleta para que se possa ter uma visão mais ampla do grupo na região. Embora mais raros, há ocorrências de bancos de macroalgas e fanerógamas marinhas crescendo em substratos não consolidados na área de entorno do Parque Estadual da Ilha Grande. No Saco do Céu e Praia do Abraãozinho há habitats formados pela grama marinha Halodule wrightii (observação pessoal) e nas praias de Biscaia e Longa foram registradas áreas da macroalga Caulerpa scalpelliformis (FIGUEIREDO & TAMEGA, 2007). Cetáceos O Quadro 4-23 relaciona as espécies de cetáceos da baía de Ilha Grande, que possivelmente frequentam as águas próximas à Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-62 Quadro 4-23 - Espécies de cetáceos com possibilidade de ocorrência nas águas do entorno da llha Grande. Nome Vulgar Status de conservação Nome Científico Tipo de Registro Avistagem Encalhe Baleia-franca-do-Sul Eubalaena australis Vulnerável X X Baleia-de-Bryde Balaenoptera edeni Dados insuficientes X X Baleia-minke Balaenoptera acutorostrata Dados insuficientes X X Baleia-jubarte Megaptera novaeangliae Vulnerável X X Cachalote Physeter catodon Vulnerável Orca Orcinus orca Dados insuficientes Falsa-orca Pseudorca crassidens Dados insuficientes Baleia-piloto-de-peitorais-curtas Globicephala macrorhynchus Dados insuficientes X Golfinho-nariz-de-garrafa Tursiops truncates Dados insuficientes X X Golfinho-de-dentes-rugosos Steno bredanensis Dados insuficientes X X Golfinho-pintado-do-Atlântico Stenella frontalis Dados insuficientes X X Golfinho-comum Delphinus sp. Dados insuficientes X X Boto-cinza (forma marinha) Sotalia fluviatilis Dados insuficientes X X Franciscana ou toninha Pontoporia blainvillei Vulnerável X X X X X Nota: Status de Conservação segundo o Plano de Ação para os Mamíferos Aquáticos do Brasil (IBAMA, 2001). Fonte: Eletronuclear, 2006. Espécies Exóticas Marinhas O Quadro 4-24 relaciona as espécies exóticas marinhas da baía de Ilha Grande, quase todas já presentes no entorno da Ilha Grande. O maior risco de invasão decorre da água de lastro dos navios que chegam à busca dos portos de Angra, TEBIG e daqueles da baía de Sepetiba. Quadro 4-24 - Espécies exóticas marinhas. Grupo Espécies Algas Caulerpa scalpelliformis, Wrangelia penicillata Corais Corais sol Tubastraea coccinea e T. tagusensis Briozoários Scrupocellaria diadema Mariscos (moluscos bivalves) Isognomon bicolor e Myoforceps aristatus Cracas Amphibalanus reticulatus e Megabalanus coccopoma Siri Charybdis hellerii Camarão-tigre-gigante Penaeus monodon Ascidia Styela plicata Poliqueta Demonax microphthalmus Laurencia caduciramulosa e Fonte: INEA, 2009. Fatores adversos Os fatores que mais ameaçam a integridade das comunidades bióticas marinhas são apresentados a seguir. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-63 • Presença constante de óleo no mar pelo descarte de barcos e marinas. • Pesca de arrasto e de cerco. • Proliferação de espécies exóticas. • Captura ilegal de organismos para o mercado de aquariofilia ou exportação (pepinos-do-mar). • Construções sobre costão rochoso. • Redução de manguezais. • Excesso de sedimentos carreados por córregos. 4.3 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES HISTÓRICOS 4.3.1 - Aspectos culturais e históricos Patrimônio cultural da Ilha Grande Pode-se afirmar que a própria história da Ilha Grande constitui patrimônio cultural de grande valor. Determinadas culturas são marcantes na Ilha Grande, merecendo por este motivo atenção especial nas futuras atividades de interpretação e educação ambiental do PEIG e mesmo no planejamento e promoção de eventos turísticos e culturais. Em primeiro lugar, destacam-se as culturas Tupinambá e do povo do Sambaqui, que devem ser resgatadas, interpretadas, divulgadas e celebradas. Poucos sambaquis foram estudados e nenhum sítio Tupinambá encontrado até o momento. Cabe mencionar que restam aldeias Tupinambás na Bahia, onde poderiam ser adquiridos objetos e informações, além da literatura técnica. A cultura portuguesa tem sua importância óbvia na Ilha Grande. Alguns textos históricos indicam que foram os açorianos os primeiros colonizadores, mas ainda não há estudos identificando manifestações remanescentes desta cultura na Ilha Grande. A cultura africana é de fundamental importância histórica, pois foram os escravos que movimentaram toda a economia colonial e certamente influenciaram os hábitos dos nativos atuais, passadas de geração para geração. A cultura grega e japonesa tem fortes raízes locais, vinculadas à pesca e ao processamento industrial de pescado, intensa entre 1930 e os anos de 1970. Muitos descendentes ainda vivem na Ilha Grande. Só recentemente a cultura japonesa passou a ser celebrada, através do Festival de Cultura Japonesa, evento anual que ocorre no povoado do Bananal reunindo dança, música, artes marciais e gastronomia. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-64 A cultura mais marcante da Ilha Grande é a caiçara, que se manifesta através do conhecimento aprofundado da natureza e dos recursos naturais terrestres e marinhos, herdado dos índios; da habilidade impressionante de interpretar o céu para predizer o clima e as condições do mar; do patrimônio material que reúne habitação típica (casas de estuque), fogões de tacunduba, casas de farinha e das canoas de cedro, guapuruvu e ingá com seus remos e artefatos de pesca. Saberes e práticas culturais incluem ainda a roça, a fé católica, as festas de Santa Cruz e da Bandeira do Divino, histórias e lendas, culinária e artesanato. Caiçaras vivem em toda a Ilha Grande, mas é no Povoado do Aventureiro que se concentra a comunidade mais típica. Estimulado pela administração do PEIG, uma moradora do Aventureiro está escrevendo um livro sobre o povoado e a cultura caiçara. Na Ilhabela em São Paulo, celebra-se a Semana da Cultura Caiçara. O Quadro 4-25 resume as informações sobre o patrimônio histórico-cultural. Quadro 4-25 - Patrimônio histórico-cultural da Ilha Grande. Localização Patrimônio Fora do PEIG e RBPS Igreja de Santana; casa do pirata (praia do Morcego); ruínas do hospital da Bica (lazareto); casas de farinha; povoado do Aventureiro e embarcação Tenente Loretti. Tanto fora quanto dentro do PEIG e RBPS Trilhas centenárias abertas pelos índios; marcas de polimento e afiação em rochas; sambaquis e sítios Tupinambás (a descobrir); ruínas de instalações de fazendas coloniais e naufrágios. No PEIG e RBPS Centro de Visitantes do PEIG; ruínas das instalações do lazareto e da Colônia Penal Cândido Mendes; aqueduto; banco do Imperador; estrada da Colônia e ruínas do britador; Vila de Dois Rios; ruínas do presídio de Dois Rios; Museu do Cárcere; barragem e Usina Hidrelétrica de Dois Rios; caminho com calçamento de Pedra (estrada da Colônia-Dois Rios) e farol dos Castelhanos. Fonte: INEA, 2009. Patrimônio histórico-cultural do PEIG O PEIG abriga um rico patrimônio histórico-cultural, relacionado no Quadro 4-26. Os mais íntegros e atraentes são: o aqueduto; a sede do PEIG; o farol dos Castelhanos; as rochas com marcas de polimento e afiação; as ruínas do lazareto e dos presídios de Abraão e de Dois Rios; e a barragem do córrego da Barra Grande. Nenhuma edificação ou ruína é tombada a nível federal, estadual ou municipal. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-65 Quadro 4-26 - Patrimônio Histórico-Cultural do PEIG. Patrimônio Descrição Centro de Visitantes (Casarão) Erguido entre 1884 e 1886 como parte do lazareto, o casarão funcionou como depósito de cargas e bagagens, além de acolher a estufa de desinfecção. A partir de 1942, funcionou como instalação da Colônia Penal Cândido Mendes pelo Ministério da Justiça. Incorporado ao Parque em 1993. Marcas de polimento e afiação em rochas, sambaquis e sepultamentos A Ilha Grande vem sendo habitada há pelo menos 3 mil anos. Como testemunho mais antigo, restaram sambaquis e uma grande quantidade de rochas à beira-mar, com marcas onde eram afiadas as armas de caça ou de corte e ferramentas de pedra. Chamadas tecnicamente de “amoladores-polidores fixos” ou “oficinas líticas”, as marcas podem ser encontradas com mais facilidade nas praias Preta, Dois Rios e Lopes Mendes, com predominância da primeira. Caminhos As trilhas principais que circundam a Ilha Grande são caminhos centenários, abertos pelos índios Tupinambás ou mesmo antes, pelos seus antecessores, sendo utilizadas por gerações até os dias atuais. Por ela trafegaram índios, fazendeiros e donos de armação de baleias e seus trabalhadores escravos e não-escravos, comerciantes, pescadores, funcionários dos presídios e presidiários. Ruínas de povoados e de Instalações de fazendas, igrejas e cemitérios Nas baixadas da Parnaioca e Dois Rios encontram-se ruínas de antigas fazendas, a maioria supostamente dos séculos XVIII e XIX, época do café, assim como de pequenos povoados e residências isoladas. Na Parnaioca encontra-se a Igreja do Sagrado Coração de Jesus (padroeiro do local) e o cemitério, que são patrimônios ainda cuidados pela população local. Podem-se registrar ainda como marco histórico as construções do cruzeiro e de algumas ruínas das antigas fazendas como heranças deixadas por povoados que se foram. Em Lopes Mandes também existe a Igreja de Nossa Senhora de Santana e cemitério que requer cadastro. Caminhos com calçamento de pedra Nas trilhas que ligam a estrada da Colônia com a praia de Caxadaço e Dois Rios com a praia de Parnaioca, há trechos revestidos por pedras colocadas pelos escravos, seguramente há mais de 200 anos Ruínas do lazareto e da Colônia Penal Cândido Mendes Na baixada da praia Preta e nas encostas vizinhas, próximo à Vila do Abraão, encontram-se ruínas de instalações que pertenceram à fazenda do Holandês e posteriormente ao lazareto e à Colônia Penal Cândido Mendes. Patrimônio Descrição Aqueduto e Barragem Construído em granito, tijolo maciço no topo e argamassa e concluído em 1893 para abastecer o lazareto, o aqueduto tem 140 metros de comprimento e 11 metros na maior altura, começando sua crista na altitude aproximada de 50 metros acima do nível do mar. Ao final do aqueduto a água seguia em tubulação de ferro fundida enterrada até o lazareto. A montante do aqueduto localiza-se uma pequena represa. Ainda em funcionamento, ela provê água para parte da Vila do Abraão. Próximo à represa está um banco de pedra, chamado de “banco do Imperador”, assim denominado, segundo a lenda, por ter servido para o descanso de D. Pedro II em sua visita à Ilha Grande em 1886. Construída pelos presidiários em 1940, no Governo Getúlio Vargas, para facilitar o transporte entre a Vila do Abraão e o presídio de Dois Rios, que antes era feito por trilha através da mata. Com cerca de 11 km, percorre sinuosa a Serra do Abraão, Estrada da Colônia e Ruínas que separa as duas localidades, cortando a floresta e vencendo um desnível de 300 do Britador metros. Apresenta pequenas obras de arte como pontes, muros de contenção, bueiros e outras estruturas em pedra muito bem cortadas e trabalhadas. Logo após seu ponto mais alto estão as Ruínas do britador. Dois Rios Ruínas do presídio, Vila de Dois Rios, Museu do Cárcere, barragem e casa de força da Usina Hidrelétrica (ver descrição mais detalhada adiante.) Farol dos Castelhanos Uma relíquia situada no interior do Parque que pertence à Marinha do Brasil. Construído no fim do século XIX, na ponta dos Castelhanos, a 100 m de altitude, tem 14 metros de altura e paredes de 1 metro de espessura, sendo um dos mais antigos faróis da costa brasileira ainda em funcionamento. Patrimônio Potencial Observando-se as ruínas e a história do PEIG, é muito provável a existência de sambaquis, ruínas e material arqueológico dos períodos pré e pós-colonial, em especial nos arredores da praia Preta e nas baixadas de Lopes Mendes, Parnaioca e Dois Rios. Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-66 a) Ruínas do lazareto e da Colônia Penal Cândido Mendes O Parque Estadual da Ilha Grande guarda as ruínas do que um dia foi o mais importante lazareto do Brasil, posteriormente transformado em presídio. Destas instalações restaram: Na Vila do Abraão: • o cais onde atracam as barcas para Mangaratiba e Angra dos Reis e o galpão em frente; • o Centro de Visitantes do PEIG e a edificação ao lado; • a edificação do destacamento da polícia militar e o galpão ao lado deste; • a Vila de funcionários do presídio, com as casas de alvenaria e madeira bastante descaracterizadas em relação ao original; • a casa de visita do presídio, hoje o alojamento do PEIG; • o galpão do gerador, hoje almoxarifado do PEIG; • a casa do médico do presídio, hoje residência do administrador do PEIG. Na área de uso diário • aqueduto e barragem; do Circuito Abraão, • atrás da praia Preta: duas pontes, uma sobre o riacho do Lazareto, junto ao pórtico do Parque, e uma sobre o córrego do Abraão; • a estrada interna com ala de palmeiras imperiais; • a parte inferior do Pavilhão 3 do lazareto, nas margens do córrego do Abraão; • as fundações e bases de colunas dos Pavilhões 1 e 2, escondidos na floresta; • ruínas da enfermaria e de guarita; • pilares do cais. Próximo ao litoral da • fundações do hospital da bica. ponta Grossa, após a praia dos Morcegos: Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-67 O lazareto A Ilha Grande desempenhou papel de grande importância na história da imigração, que se intensificou dramaticamente a partir de meados de 1880 (Figura 4-8). Dados indicam que em torno de 4,5 milhões de pessoas imigraram para o país entre 1882 e 1934. Em 1884, o governo de D. Pedro II comprou a Fazenda do Holandês, que Figura 4-8 - Navio de transporte ia da Praia Preta até o Abraão, para nela construir de imigrantes. um lazareto. O lazareto destinava-se a isolar e manter em observação, os imigrantes provenientes de países onde grassavam doenças contagiosas, principalmente cólera, febre amarela e peste, assim como para aplicar fumigações, pulverizações e aeração em cargas e objetos contaminados. Após receberem as ordens das autoridades sanitárias federais, os navios fundeavam ao largo da Ilha Grande, sendo os imigrantes trazidos de barcos até o lazareto. A Figura 4-9 fornece uma vista geral excelente do lazareto em 1887, um ano após ser construído. Fonte: Imagem digital cedida ao INEA pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP) em 2007. Figura 4-9 - Quadro “Casa de Quarentena da Ilha Grande”, pintado por Nicola Facchinet em 1887. Construído entre 1884 e 1886, o lazareto era formando por dois conjuntos de instalações. O primeiro compreendia seis depósitos junto ao cais da Vila do Abraão para receber e armazenar cargas e bagagens, abrigando um deles a estufa de desinfecção. Além dos Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-68 armazéns, havia um galpão para materiais, outro para fiscalização de carga, uma casa para o destacamento da polícia e guardas da alfândega e casas para os vigias. O segundo conjunto, localizado à retaguarda da praia Preta, atendia os passageiros. Era composto por três pavilhões, sede administrativa e alojamento para empregados (antiga sede da fazenda) e policiais, refeitório, laboratório bacteriológico, enfermaria, farmácia e jardins (Figura 4-10). Os três pavilhões alojavam separadamente os passageiros embarcados nas primeira, segunda e terceira classes nos navios. Pavilhão de terceira classe. Pavilhões de primeira e segunda classes. Fonte: Barbosa, J. Plácido; Rezende, Cássio Barbosa. (Org.) 1909. Os serviços de saúde pública no Brasil, especialmente na cidade do Rio de Janeiro de 1808 a 1907: esboço histórico e legislação. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. Figura 4-10 - Pavilhões do lazareto em 1909. O lazareto funcionou a plena carga por 27 anos (1886-1913), atendendo 4.232 navios de imigrantes. Posteriormente, continuou operando, mas sem a intensidade dos primeiros anos. Em 1919 recebeu diversas embarcações, e eventualmente funcionou como cárcere, mas jamais como hospital para leprosos. Em 1894 abrigou os combatentes da Revolta da Armada, entre 1925 e 1927, pessoas acusadas de crimes políticos e, em 1932, militantes da Revolta Constitucionalista. Até o momento existe um único e ótimo estudo sobre o lazareto, realizado por Myrian Sepúlveda24 da UERJ, mas que não retrata o drama e a vida dos imigrantes. Certamente centenas morreram ou viram seus filhos e parentes perecerem vitimados por doenças, como acorreu em todos os lazaretos espalhados pelo mundo25, enterrando os sonhos de uma nova vida. Muitos devem estar enterrados no antigo cemitério, hoje coberto por casas, ao lado do campo de futebol na Vila do Abraão. 24 SANTOS, M. S. dos. 2007. Lazareto da Ilha Grande: isolamento, aprisionamento e vigilância nas áreas de saúde e política (1884-1942). História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, 14 (4): 1173-1196. 25 TRACEY, L. 1999. A scattering of Seeds. The Creation of Canada. They Came on Dreams, the Immigrants, to Build a Nation. Toronto, McArthur & Company. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-69 Colônia Penal Cândido Mendes (Presídio da Vila do Abraão) A decisão de construir a Colônia Penal Candido Mendes, tomada no Governo de Getúlio Vargas, deveu-se à necessidade de desativar o presídio da ilha de Fernando de Noronha, que existia desde 1737, e entregar as instalações às forças armadas dos EUA, para serem utilizadas na Segunda Guerra Mundial. Entre 1940 e 1942, o governo federal converteu oficialmente o então semiabandonado lazareto em prisão, após pesados investimentos em reforma, que recebeu o nome de Colônia Penal Cândido Mendes, além de construir uma vila residencial (Figura 4-11). A medida possibilitou transferir os apenados comuns que estavam em Dois Rios para a nova Colônia Penal. Com isso, Dois Rios encarcerou os presos políticos que estavam no presídio de Fernando de Noronha. Fonte: Quadro “Colônia Penal Cândido Mendes”. Imagem cedida ao INEA pelo pintor J. Peregrini, morador da Ilha Grande. Figura 4-11 - Colônia Penal Cândido Mendes. Sob administração federal do Ministério da Justiça, o presídio funcionou até 1959, tendo entre 600 a 1.000 presos e entre 140 a 150 guardas. Em 1960 passou para o Estado da Guanabara, que o demoliu em 1961, por ordem do Governador Carlos Lacerda. A demolição foi progressiva e realizada pelos próprios presos. Muitos registros e documentos foram lançados no mar pelos próprios presos, festejando o fim do presídio. Com o ato infeliz da demolição, prédios históricos foram transformados em escombros. Inexistem livros ou artigos ilustrados sobre a história, arquitetura e operação deste presídio, cujas informações devem estar divididas nos arquivos do Ministério da Justiça, Arquivo Nacional e Estadual e das Secretarias de Estado de Justiça e Segurança. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-70 b) Dois Rios Sob esta denominação agrupa-se: • ala de palmeiras imperiais na entrada, que deve datar ainda da época da fazenda; • igreja, centro social, grupo escolar, casa de visita, casa do diretor, garagem, posto de gasolina, barbearia e frigorífico; • escombros do presídio, com muros e guaritas; • ruínas do presídio feminino; • cinema; • Quartel da Polícia Militar, atual CEADS; • Residências. Presídio Conhecido como “Caldeirão do Diabo” ou simplesmente “Ilha Grande”, o penitenciária de Dois Rios (Figura 4-12) foi uma das mais temidas prisões do Brasil, tendo durado quase 100 anos. Tudo começou em 1894, quando o governo imperial comprou a Fazenda Dois Rios para produzir víveres para o lazareto, com as características descritas a seguir. Fazenda Dois Rios Terras “As terras da Fazenda tem 6.195 braças ou 13.629 metros de frente, partindo pela costa do mar desde a praia do Lopes Mendes, até a da Parnaioca, as quais tem marcos divisórios com terras com quem de direito for, e fundos até as vertentes mais altas, contendo muitas matas virgens e capoeirões, cerca de três mil pés de cafés entre novos e vel hos, etc”. Benfeitorias • “Casa de vivenda é de sobrado com frente de pedra e cal, assoalhada e forrada, coberta de telha, com 13 janelas envidraçadas na frente, e dividida em vários cômodos, tanto no sobrado – como nas lojas, inclusive a capela completamente ornamentada; • Outra casa assobradada com 4 janelas e 2 portas na frente, construída de pedra e cal, coberta de telha, contendo 7 dornas e 3 depósitos para aguardente; • Casa de alambique com 2 janelas no lado direito e uma dicta e porta nos fundos, contendo diversos accessórios; casa de telhas, com 6 janelas e 1 porta na frente, formada de pedra e cal, coberta de telhas, assoalhada e dividida em 4 compartimentos; • Casa de engenho com 7 portas na frente, com 3 divisões, sendo uma assoalhada, formada de pedra e cal e coberta de telhas com diversos accessórios; • Senzalas; • Casa de enfermaria com 5 janelas e 2 portas de frente, de pedra e cal, assoalhada, forrada e coberta de telhas, terreiro, de pedra e cal”. Fonte: Escritura de 15/12/1884, do Tabelião Francisco Pereira Ramos, transcrita no Registro de Imóveis, no livro 4-x-3, fls.82 e 83 verso, sob o nº 78, em 30/7/1885. Em 15 de novembro de 1889 ocorre a Proclamação da República, e em 1893, o Marechal Floriano Peixoto, então presidente, baixa o Decreto nº 145, de 11 de julho, ordenando a instalação de uma colônia correcional (...) para a correção, pelo trabalho, de vadios, capoeiras e vagabundos encontrados e processados no Rio de Janeiro (...). Inseriam-se nestes grupos Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-71 os negros, os mendigos, os sem trabalho fixo, os menores abandonados, as prostitutas e os bêbados. Ou seja, a população pobre do Rio de Janeiro, então capital do país. Assim, no ano de 1893, iniciava-se a história das instituições carcerárias da Ilha Grande. O presídio foi inaugurado em 1894 aproveitando as instalações da Fazenda Dois Rios, fechado em 1896 e reaberto em 1903. Entre 1894 a 1960 esteve sob a jurisdição federal, passando para o âmbito estadual após a mudança da capital para Brasília. Sofreu seguidas reformas e ampliações desde seu começo, até ser implodido em 1994 no Governo de Leonel Brizola. Iniciou com o nome de “Colônia Correccional de Dous Rios” (1894), passando à Penitenciária Agrícola do Distrito Federal (1938), Colônia Penal Cândido Mendes (1941), Colônia Agrícola do Distrito Federal (1942), novamente Colônia Penal Cândido Mendes (1954) e, finalmente, Instituto Penal Cândido Mendes (1963), quando foi convertido em presídio de segurança máxima destinado a presos de alta periculosidade, tendo abrigado presos políticos na ditadura de 1964. Após as reformas da década de 1950, apresentava as seguintes instalações: • Presídio: corpo da guarda, administração, pavilhão celular (ampliado em 1941), cozinha e refeitório, padaria, casa de força, serviço médico dentário, ambulatório e oficinas; • Setor agropecuário: composto de Quartel da Polícia Militar, escritório e depósito do setor aviário; • Setor de prédios diversos: casa de visitas dos internos, prédios da antiga Colônia ''Dois Rios'', Centro Social ''Nelson Veríssimo'', Grupo Escolar, igreja, casa de visita oficial, usina hidroelétrica "Nova'', usina hidroelétrica ''Velha'', garagem, posto de gasolina, barbearia e frigorífico; • Setor de residências: residência oficial do Diretor e mais 71 casas, sendo 48 geminadas; • Setor de prédios gerais: cinema, estação de rádio e residência. Dentre os mais famosos intelectuais e perseguidos políticos que passaram períodos de suas vidas em Dois Rios incluem-se Flores da Cunha, Graciliano Ramos, Agildo Barata, Carlos Marighella, Gregório Bezerra, Barão de Itararé, Fernando Gabeira e Nelson Rodrigues Filho, além de cientistas como o ornitólogo Helmut Sick e o geógrafo Reinhard Maack. Incluem-se ainda João Francisco dos Santos, conhecido como Madame Satã, o ex-policial Mariel Mariscot e os bandidos Lúcio Flávio e José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, além de bicheiros como Natal da Portela e Castor de Andrade. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-72 Fonte: Desconhecida. Fonte: Desconhecida. Figura 4-12 - Presídio de Dois Rios na década de 1970. Foi inaugurada recentemente, a primeira parte do Museu do Cárcere, com painéis ilustrados contando a história do presídio e dispondo de alguns objetos. Vila de Dois Rios Pequena vila que abrigava as residências de policiais e servidores do presídio e seus familiares, contendo diversas instalações de apoio. Atualmente, a vila tem pouco habitantes, representados por funcionários aposentados e suas famílias e por servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro que trabalham no CEADS. Barragem e Usina Hidrelétrica de Dois Rios Reúne pequena represa com barragem de pedra no rio Barra Grande, tubulações em ferro fundido (conduto forçado) e casa de força da usina hidrelétrica que abastecia o presídio e a Vila do Abraão. A história da barragem e da usina permanece desconhecida. Informações sobre a mesma somente podem ser obtidas nos arquivos do Ministério da Justiça. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-73 4.3.2 - Ocorrência de fogo e fenômenos naturais excepcionais O uso do fogo para lavoura já estava muito reduzido quando o Parque foi criado em 1971 e pouco a pouco ele foi sendo abandonado junto com a prática das roças. Atualmente, incêndios florestais são raros, sendo provocados por turistas e moradores imprudentes (Quadro 4-27). Os principais fatores de risco são as queimadas de lixo e folhas, restos de fogueiras e pontas de cigarro, especialmente no meio do ano e em áreas de macegas e bambuzais. O elevado índice pluviométrico atua como inibidor do avanço das chamas. Quadro 4-27 - Eventos de fogo em vegetação ocorridos na Ilha Grande entre 1992 e 2008. DATA: 1992 Local: Coordenada UTM: Tipo de vegetação: Área atingida estimada: Materiais utilizados: Pico do Papagaio 23 K 582280 / 7439129 Arbustiva e herbácea. 12.000 m² Pá, enxada, facão, foice, bombas costais, abafadores e helicóptero Nº Bombeiros: 30 Local: Coordenada UTM: Tipo de vegetação: Área atingida estimada: Materiais utilizados: Morro da Praia Preta 23 K 584917 / 7441599 Herbácea 500 m² Abafadores, enxadas e pá Nº Bombeiros: 06 Local: Coordenada UTM: Tipo de vegetação: Área atingida estimada: Materiais utilizados: Praia do Aventureiro 23 K 572015 / 7437561 Arbustiva, herbácea 5.000 m² Pá, enxada, facão, foice, bombas costais e abafadores Nº Bombeiros: 12 Local: Coordenada UTM: Tipo de vegetação: Área atingida estimada: Materiais utilizados: Enseada das Estrelas 23 K 583256 / 7442331 Arbustiva e herbácea 1.000 m² Abafadores, enxadas, facão e pá Nº Bombeiros: 06 Local: Coordenada UTM: Tipo de vegetação: Área atingida estimada: Materiais utilizados: Caminho das Palmas 23 K 587061 / 7440837 Herbácea 500 m² Abafadores, enxadas e pá Nº Bombeiros: 05 Local: Coordenada UTM: Tipo de vegetação: Área atingida estimada: Materiais utilizados: Nº Bombeiros: Ubatubinha 23 K 581978 / 7441549 Arbustiva 600 m² Abafadores, enxadas e pá DATA: 04/08/1997 DATA: 1997 DATA: 14/08/2001 DATA 23/08/2003 DATA: 31/08/2005 não registrado Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-74 DATA 31/08/2005 Local: Morro da Praia Preta Coordenada UTM: 23 K 584917 / 7441599 Tipo de vegetação: Herbácea Área atingida estimada: 400 m² Materiais utilizados: Abafadores, enxadas e pá Nº Bombeiros: não registrado DATA: 16/01/2006 Local: Estrada da Colônia (curva da morte) Coordenada UTM: 23 K 584404 / 7438988 Tipo de vegetação: Herbácea Área atingida estimada: 1.000 m² Materiais utilizados: Abafadores, enxadas e pá Nº Bombeiros: 05 DATA: 21/04/2007 Local: Rua das Flores (morro do sape) Coordenada UTM: 23 K 585079 / 7440027 Tipo de vegetação: Herbácea Área atingida estimada: 800 m² Materiais utilizados: Abafadores, enxadas, facão e pá Nº Bombeiros: 04 Fonte: INEA, 2009. Os dados revelam uma concentração de focos em locais provavelmente em vegetação de macega. As áreas queimadas do Pico do Papagaio, do Morro da Praia Preta e da margem da estrada da Colônia até hoje não se recuperaram plenamente. O incêndio no Pico do Papagaio foi causado por descarga elétrica. 4.3.3 - Atividades da Unidade de Conservação e entorno 4.3.3.1 - Atividades apropriadas a) Visitação Apesar de constituir um dos mais importantes destinos turístico do Brasil, a gestão pública da visitação da Ilha Grande e do PEIG sempre foi rudimentar, com baixa integração institucional, muito longe de atender as demandas que cresceram exponencialmente a partir de 1994, com o fim do presídio. Até o início de 2008, não havia sequer um centro de recepção minimamente estruturado, demanda em parte atendida com a entrada em operação do Centro de Visitantes do PEIG. Do ponto de vista empresarial, ressente-se de uma entidade que reúna os diversos setores como transporte, hospedagem, alimentação, promoção, excursões e passeios e que seja mais atuante em atividades de divulgação, capacitação e produção de estatísticas e informações, fato comum em lugares onde o turismo é uma atividade forte. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-75 Nenhum plano público foi concebido e executado para enfrentar as mudanças que iriam acontecer com o fim do presídio. A única iniciativa tomada foi a criação da Área de Proteção Ambiental de Tamoios, estrategicamente importante, mas aquém da necessidade. Inexistem também estudos analíticos atualizados e abrangentes sobre o turismo da Ilha Grande necessários para compreender a rede de negócios, organizações e agências governamentais que provêem produtos, serviços e programas para atender as necessidades do turista, e especialmente as diversas facetas que o compõem, aí incluídos os segmentos de atrações, aventura e recreação ao ar livre, transporte, hospedagem, alimentação, eventos e conferências, excursões e vendas e serviços turísticos. A maioria dos estudos é focada em uma vila ou povoado ou analisa apenas um ou pouco mais de um segmento, tampouco existem estatísticas atualizadas. O Quadro 4-28 resume as informações sobre o assunto. Quadro 4-28 - Informações sobre o turismo na Ilha Grande. Fluxo de Turistas 360 mil visitantes, dos quais 114 mil são turistas (pernoitam), segundo dados da TurisAngra/PMAR. Principal Naturais Parque Estadual da Ilha Grande 113 praias mais 9 nas ilhas ao redor, 21 enseadas e sacos, 94 pontas, costões rochosos imersos e submersos, lajes e parcéis; marcas de ouriço atestando nível do mar acima do atual, 10 manguezais, 24 ilhas pequenas ao redor, grutas, rochas com milhões de anos, mirantes, picos e montanhas, centenas de córregos e riachos com águas límpidas, piscinas naturais e cachoeiras, florestas, restingas, brejos e vegetação de afloramento rochoso, fauna. Imaterial: História da Ilha Grande, culturas locais. Atrativos Cultural Material: Igreja de Santana; Casa do pirata (praia do Morcego); Trilhas centenárias abertas pelos índios; marcas de polimento e afiação em rochas, sambaquis e sítios Tupinambás (potencial); ruínas de instalações de fazendas coloniais; caminho com calçamento de pedra; Centro de Visitantes do PEIG; ruínas das instalações do lazareto e da Colônia Penal Cândido Mendes; ruínas do hospital da Bica (lazareto); aqueduto; barragem e banco do Imperador; estrada da Colônia e ruínas do britador; Vila Dois Rios; ruínas do presídio de Dois Rios; barragem e Usina Hidrelétrica de Dois Rios; farol dos Castelhanos; naufrágios; embarcação Tenente Loretti; casas de farinha e canoas caiçaras; povoado Caiçara (Aventureiro); antigas fábricas de processamento de pescado. Vilas e Povoados: Abraão, Camiranga, Saco do Céu, Japariz, Freguesia de Santana, Bananal, Matariz, Longa, Passa Terra, Maguariquessaba, Araçatiba, Praia Vermelha e Provetá. Porta de Entrada A Vila do Abraão é a porta de entrada da maioria dos turistas, vindo a seguir Araçatiba. Alta Temporada De outubro a abril, com pico em dezembro, janeiro e fevereiro. Gastos Os gastos dos visitantes atingiram R$ 15 milhões no ano de 2006, segundo estimativas da TurisAngra/PMAR. Benefícios Econômicos O turismo é o maior provedor de empregos locais, em especial nos segmentos de hospedagem, alimentação e transporte. Os benefícios do turismo são desproporcionalmente repartidos, com a Vila do Abraão retendo grande parte. Transporte A ligação entre o continente e a ilha pela Barcas S/A é desconfortável e demorada. O transporte alternativo é desorganizado quanto a horários e informação sobre os pontos de partida. Não há controle de qualidade. Hospedagem Boa estrutura baseada em pousadas, mas excessivamente concentrada na Vila do Abraão, cuja capacidade hoteleira está aparentemente esgotada, sem possibilidade de expansão. Várias pousadas atuam na ilegalidade. Há vários campings. Promoção e Vendas Muito aquém do potencial. O marketing da Ilha Grande ainda é incipiente, sendo realizado principalmente pelo INEA, Ilha Grande Convention Bureau e TurisAngra. Existem ainda três websites privados dedicados exclusivamente à Ilha Grande, com informações de boa qualidade. Não há sequer guias bilíngues. Mochileiro Há um mito entre aqueles que operam atividades ligadas ao turismo na Ilha Grande que o visitante de mochila não traz benefício local. Os dados mostram o contrário. O Aventureiro é um caso exemplar de como o turismo de mochileiros, gerenciado por uma comunidade, pode trazer grandes benefícios, desde que bem organizado. Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-76 Em maio de 2009, a pedido da Secretaria de Estado do Ambiente, o Governador determinou que a edificação situada em frente ao cais da Barcas S/A fosse incorporada ao patrimônio do PEIG, para nela o INEA instalar o Centro de Informações Turísticas da Ilha Grande em parceria com a TurisRio, a TurisAngra e a Secretaria de Administração Penitenciária (Figura 4-13). De posse do imóvel, o INEA vai transferir o Centro de Visitantes e a sede do Parque, enquanto durarem as obras no Fonte: Acervo PEIG. Casarão, atual Sede/Centro de Visitantes. Com o Centro de Visitantes definitivo pronto, o INEA converterá o galpão no Centro de Informações Turísticas, rateando custos operacionais e de Legenda: 1) Cais; 2) Instalação coberta do cais; 3) Lanchonete e sorveteria; 4) Loja de souvenirs; 5) Sorveteria; 6) Futuro Centro de Informações Turísticas da Ilha Grande; 7) Rampa para barco. Figura 4-13 - Futuro Centro de Informações obras com os futuros parceiros. Turísticas da Ilha Grande. b) Atrações do PEIG e da Ilha Grande Desde fevereiro de 2007, com a ampliação do PEIG, a principal atração da ilha passou a ser o próprio Parque, já que ele abarca uma coleção dos mais importantes atrativos naturais e culturais insulares. Além das praias do Parque, os principais atrativos da Ilha Grande são as praias da enseada do Abraão (Preta, Júlia, Biquinha, Comprida, Crena e Abraãozinho), as enseadas chamadas de Lagoa Azul e Verde; a gruta do Acaiá, a enseada do Saco do Céu, a localidade de Freguesia de Sant’Ana, a cachoeira da Feiticeira, o pico do Papagaio, as ruínas do lazareto, o farol dos Castelhanos e os escombros do presídio de Dois Rios. As principais atividades dos turistas na Ilha Grande são: banho de mar; rio e cachoeira; caminhadas e apreciação de vistas panorâmicas; passeio de barco e mergulho; piquenique; visitas a sítios e construções históricas; e filmagem e fotografia. O Quadro 4-29 relaciona as principais atrações do PEIG e seu entorno, aqui considerando a parte da Ilha Grande não abrangida pelo PEIG e entorno. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-77 Quadro 4-29 - Principais atrativos e atividades turísticas no PEIG e entorno. ATRATIVOS Praias Enseadas e sacos Costões rochosos imersos e submersos Lajes e parcéis Ilhas pequenas ao redor Marcas de ouriço nas rochas Naturais Rochas com milhões de anos Minerais negro-metálicos nas areias das praias Montanhas, picos, mirantes e pontas Córregos e riachos com águas límpidas, piscinas naturais e cachoeiras Florestas, vegetação de afloramento rochoso e manguezais Restingas e brejos Fauna Igreja de Santana e Casa do Pirata (praia do Morcego) Trilhas centenárias abertas pelos índios Marcas de polimento e afiação em rochas Sambaquis e sítios Tupinambás (potencial) Ruínas de instalações de fazendas coloniais Caminho com calçamento de pedra Centro de Visitantes do PEIG Ruínas das instalações do lazareto e da Colônia Penal Cândido Mendes Ruínas do Hospital da Bica (lazareto) Aqueduto, barragem e Banco do Imperador Culturais Estrada da Colônia e ruínas do britador Vila de Dois Rios Ruínas do presídio de Dois Rios Barragem e Usina Hidrelétrica de Dois Rios Farol dos Castelhanos Naufrágios Embarcação Tenente Loretti Casas de farinha e canoas caiçaras Povoado caiçara (Aventureiro) e cultura caiçara Antigas fábricas de processamento de pescado História da Ilha Grande ATIVIDADES Travessia de barca continente – ilha Banho de mar e bronzeamento Banho de rio e cachoeira Surfe, bodyboard e surfe de peito / aula de surfe Mergulho para apreciação de cenários submersos e vida marinha Pescaria Caiaque oceânico, iatismo, windsurfe Passeio na estrada da Colônia Caminhadas de curta, média e longa duração Contemplação e relaxamento Apreciação da vistas panorâmicas Recreação, Escalada aventura e atividades ao Rapel em cachoeira ar livre Apreciação de costões rochosos Apreciação de floresta e manguezais Apreciação de restingas e banhados Observação da fauna, em especial aves, golfinhos e tartarugas Filmagem e fotografia Passeio de bicicleta Parapente e voo livre Observação de estrelas Piquenique Acampamento Passeio de escuna Apreciação / visita a sítios e construções históricas Excursões e passeios (passeios de escuna, caminhadas com guias, mergulhos) Festivais e eventos Degustação gastronômica local Compras diversas Instituto Estadual do Ambiente – INEA PEIG X X X X X X X X X X X -X X X X X X X -X X X X X X -----X PEIG -X X X X --X X X X X X X X X X X X X X X -X X X ---- ENTORNO X X X X X X X X X X X -X X X X X X ---X ------X X X X X X ENTORNO X X X -X X X -X X ---X X -X X --X X X X X X X X X Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-78 Com base nas estimativas de visitação da Ilha Grande, o INEA avalia que o PEIG seja visitado por um mínimo de 280 mil pessoas/ano, grande parte concentrada nos períodos de verão (dezembro, janeiro e fevereiro) e em julho-agosto. Os principais locais de visitação são a Área de Uso Diário do Circuito Abraão, onde está a praia Preta, as ruínas no lazareto, o aqueduto e uma piscina natural; a praia de Lopes Mendes; e, em sequência, a estrada para Dois Rios, as praias de Dois Rios e Parnaioca, a cachoeira da Feiticeira e as praias de Caxadaço e Santo Antônio. A maioria dos visitantes ainda desconhece o PEIG. O destino mais divulgado e tradicional é a Ilha Grande. São descritos resumidamente no Quadro 4-30 os principais atrativos naturais do PEIG. Quadro 4-30 - Principais atrativos naturais do PEIG. Atrativo Praias Descrição Das 113 praias da Ilha Grande, as maiores e mais paradisíacas encontram-se no interior do PEIG, que totaliza 10 praias. As mais conhecidas são as praias de Lopes Mendes, Dois Rios, Parnaioca, Santo Antônio, Cachadaço e Preta. A elas se somam a pequena praia da Pescaria, na extremidade leste da praia de Lopes Mendes, as diminutas praia da Pedra Rachada e Prainha, esta a oeste de Lopes Mendes, e a curiosa Praia das Pedras, formada exclusivamente por seixos rolados. A praia Preta é a mais acessível e ideal para as crianças, distando 800 m a leste da Vila de Abraão. Enseadas e sacos As enseadas de Dois Rios, Parnaioca e Lopes Mendes apresentam belíssimos cenários combinando mar, montanhas e céu azul, ótimas para a prática de surfe e apreciação da natureza. Costões rochosos imersos e submersos Os trechos de costão rochosos de maior beleza cênica da Ilha Grande estão dentro do PEIG, compreendendo o segmento entre as pontas dos Castelhanos e a praia da Pescaria, ao lado de Lopes Mendes (7,1 km); entre as praias de Lopes Mendes e Dois Rios (7,0 km); entre Dois Rios e Parnaioca (13,3 km), e entre as pontas do Aventureiro e dos Meros (6,5 km). Exibem pelo menos quatro grutas. Marcas de ouriço deixadas no costão atestam que o mar já esteve mais alto. As partes submersas dos costões rochosos, situadas entre a superfície do mar e os sedimentos do fundo da baía de Ilha Grande, alcançam no PEIG entre 10 e 30 m de profundidade, formando paisagens subaquáticas de rara beleza. As rampas, matacões, fendas e saliências servem de habitat para uma rica e multicolorida fauna e flora marinha que pode ser apreciada através de mergulho. Rochas com milhões de anos, montanhas, picos, mirantes e pontas O PEIG dispõe de um rico patrimônio geológico composto por montanhas, pães-de-açúcar e picos esculpidos ao longo de mais de 600 milhões de anos. Em apenas 193 km², a altitude oscila de 0 para pouco mais de 1.000 metros. Nos picos é possível apreciar paisagens espetaculares da Ilha Grande, do mar do entorno e do relevo continental. Dentre os picos destacam-se o do Papagaio, um dos símbolos da Ilha Grande, e o da Pedra d'Água, este o ponto culminante da Ilha Grande. Além destes, há vários outros picos acima de 250 metros. Ao longo das trilhas, dezenas de mirantes podem ser atingidos, todos eles com cenários magníficos. As pontas rochosas que separam as praias e mergulham no mar formam cenários belíssimos para serem apreciados. Destaque para as pontas da Tacunduba, Alta da Parnaioca, Andorinha, Exótico, Palmeiras e de Lopes Mendes. Formações de rara beleza são o furado da Parnaioca, na ponta da Tucunduba, o pão-de-açúcar de Dois Rios, com 250 m, e os costões rochosos entre as praias da Parnaioca e Dois Rios e entre esta e Lopes Mendes. Minerais negros nas areias das praias Na praia Preta, minerais negros de brilho metálico trazidos pelo córrego do Abraão dão tom especial à areia. Tratam-se magnetita, ilmenita, monazita, zircão e rutilo, chamados de metal pesado, provenientes da degradação das rochas. O INEA, com apoio do DRM, instalou placa que ajuda o visitante a interpretar a mancha preta. Dezenas de rios e córregos com leitos de pedra e águas límpidas descem as montanhas formando cachoeiras e poços excelentes para banho e relaxamento. Os locais mais populares são: i) piscina natural (poço) do córrego do Abraão; (ii) cachoeira da Feiticeira; (iii) poço do Soldado, localizado às Córregos e riachos com margens da estrada da Colônia, próximo à Dois Rios; (iv) cachoeira da Mãe D’Água, em Dois Rios; (v) águas límpidas piscina natural do rio Barra Grande, próximo à praia de Dois Rios; (vi) piscina natural do rio Parnaioca, próximo à praia de mesmo nome; e (vii) cachoeira da Parnaioca, no rio da Parnaioca. Várias outras cachoeiras e poços existem no Parque, sendo pouco frequentados. Florestas, restingas e manguezais constituem um dos principais atrativos do PEIG. Diferentes tipos de Florestas, restingas florestas revestem as montanhas, formando um manto verde de grande beleza com plantas de vegetação de diversos tamanhos e formatos. Na planície de Lopes Mendes aparece a vegetação de restinga. afloramentos rochosos Manguezal ocorre na praia de Dois Rios. Completam o quadro a vegetação de afloramento rochoso, e manguezais com seus cactos e orquídeas típicas, e o brejo de Lopes Mendes. Fauna A fauna pode ser considerada um atrativo do Parque, embora não seja facilmente visualizada, a exceção das aves. Destacam-se bugios, macacos-pregos, capivaras e jacarés, além das aves. O ronco do bugio é a voz da paisagem da Ilha Grande. Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-79 c) Acomodação e serviços de alimentação no PEIG Dois campings com tamanho limitado na praia da Parnaioca, operados por morador local. Não há lanchonetes e restaurantes no PEIG. Ambulantes servem biscoitos e refrigerantes nas praias Preta e de Lopes Mendes. A Vila dos Dois Rios tem bares que servem refeição simples. d) Interpretação e Educação Ambiental As atividades de interpretação e educação ambiental do Parque são realizadas através de: i) exposição autointerpretativa no Centro de Visitantes, podendo incluir explicações utilizando a maquete e a carta-imagem da Ilha Grande; ii) placas interpretativas no Circuito Abraão com informações sobre os metais pesados na praia Preta, o lazareto, o presídio e o aqueduto; iii) palestras promovidas pela administração do PEIG no auditório do Centro de Visitantes e em escolas; e iv) jornal do Parque, distribuído aos visitantes. São realizadas visitas guiadas ocasionais ao viveiro e ao Circuito Abraão. e) Relações públicas/divulgação A divulgação das atividades do Parque é realizada através do website do INEA, e do jornal o Eco da Ilha Grande, a partir de releases elaborados pela administração do PEIG. f) Pesquisa Em 2003 foi elaborada a primeira portaria de pesquisa – Portaria Nº 154 - para regulamentar as atividades de pesquisa científica em unidade de conservação, sendo esta publicada em dezembro de 2004. Com o intuito de melhorar a gestão e a comunicação com os pesquisadores e agilizar alguns procedimentos, em dezembro de 2007 foi publicada a Portaria Nº 227 que ainda continua em vigência. Em 04 de outubro de 2008, o Governo do Estado do Rio de Janeiro unificou o IEF/RJ e outras duas instituições ligadas à Secretaria do Ambiente (SEA) – SERLA e FEEMA – para criar o Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Desta forma, os assuntos referentes à pesquisa científica em unidade de conservação passaram a ser função do Setor de Planejamento e Pesquisa, ligado tanto à Gerência de Unidade de Conservação de Proteção Integral quanto à Gerência de Unidade de Uso Sustentável, ambas subordinadas à Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – DIBAP. Um elenco variado de pesquisas nas áreas sociais e ambientais vem sendo realizadas, com forte ênfase, por enquanto, na bacia dos córregos das Andorinhas e Barra Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-80 O Quadro 4-31 fornece uma síntese das pesquisas que foram realizadas e as que estão em andamento no PEIG. Quadro 4-31 - Pesquisas científicas realizadas no PEIG a partir de 2004. (Cc, concluída; Ea, em andamento). Instituição Projeto de Pesquisa Ano Situação UERJ Anéis de crescimento e periodicidade do crescimento radial em espécies arbóreas da Floresta Atlântica no estado do Rio de Janeiro. 2004 Cc UFRRJ Análise da situação da população de Schizolobium parahyba no Parque Estadual da Ilha Grande. 2004 Cc UFRRJ A comunidade de abelhas eussociais (Hymenoptera, Apidae) do Parque Estadual da Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil. 2004 Cc UFRRJ A criação de abelhas sem ferrão no entorno do Parque Estadual da Ilha Grande - Projeto para desenvolvimento sustentado. 2005 Cc UFRRJ Estudo comparativo dos métodos de capacidade de carga turística LAC e VIM: aplicação e análise na Vila do Abraão, Ilha Grande – Angra dos Reis-RJ. 2005 Cc UFRRJ Figueiras centenárias, história ambiental e estrutura da Mata Atlântica no município de Angra dos Reis. 2006 Cc UFRRJ A conservação de abelhas do Estado do Rio de Janeiro – Impactos sócio-econômico e ambiental da introdução e produção artesanal de abelhas com e sem ferrão em núcleos de agricultura familiar, através de novos métodos, adequados às suas potencialidades. 2006 Cc UFRRJ Aplicação da Melissopalinologia nas colônias de Tetragonisca augustula Latreille (Apidae: Meliponina) na Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil. 2007 Ea UERJ Ecologia de populações, diversidade e conservação de aves em Mata Atlântica. 2007 Ea Herbarium Bradeanum Flórula do Parque Estadual da Ilha Grande - Angra dos Reis - Rio de Janeiro - Brasil. 2007 Ea UFRRJ A conservação de abelhas do Estado do Rio de Janeiro – A criação de abelhas sem ferrão no entorno do Parque Estadual da Ilha Grande. 2007 Ea UERJ Ecologia comportamental de ectoparasitas infestando morcegos, marsupiais e roedores na floresta atlântica da Ilha Grande, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. 2007 Cc UERJ Fauna malacológica aquática e terrestre da Ilha Grande, Rio de Janeiro (morfologia, sistemática e bioecologia). 2007 Ea UERJ Biodiversidade e análise faunística de Coleoptera (Insecta) em área de Mata Atlântica (Vila Dois Rios, Ilha Grande, RJ). 2008 UERJ Ecologia de anfíbios e répteis da Mata Atlântica da Ilha Grande, Rio de Janeiro: riqueza e composição das comunidades em diferentes ambientes. 2008 Ea UERJ Efeito de três espécies exóticas invasoras (Callithrix jacchus, Felis catus e Artocarpus heterophyllus) na fauna e flora nativa da Ilha Grande. 2008 Ea Revisão taxonômica (Bromeliaceae). 2008 Ea MNRJ do grupo Vriesea platynema Gaudich. UFF Os "espaços de incerteza" e a "desterritorialização subjetiva": o "pacto da conservação" na perspectiva de uma geografia socioambiental das áreas naturais protegidas. 2008 Ea UFRRJ Priorização de critérios para atualização do plano de manejo do Parque Estadual da Ilha Grande, RJ. 2008 Ea UFF Uma análise situacional do debates relativos à recategorização da Vila do Aventureiro no processo de alteração da Reserva biológica da Praia do Sul, na Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ). 2008 Ea UFRRJ Ocorrência de Apidae (Hymenoptera) em reservas e fragmentos de Mata Atlântica da Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro e seu uso como bioindicadoras de degradação vegetal. 2008 Ea Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-81 Quadro 4.31 - continuação (Cc, concluída; Ea, em andamento). Instituição Projeto de Pesquisa Ano Situação UERJ Mapeamento e avaliação do status de invasão das espécies exóticas invasoras no Parque Estadual da Ilha Grande. 2008 Ea UFRJ Levantamento da malacofauna e determinação da estrutura populacional de Isognomon bicolor e Myoforceps aristatus nos recifes de Vermetidae da Baía da Ilha Grande (RJ - Brasil). 2008 Ea UFRJ Observatório de áreas protegidas II: gestão participativa para a construção de governança democrática em áreas protegidas no Rio de Janeiro. 2008 Cc UERJ Comunidade de lagartos dos remanescentes de restinga do Estado do Rio de Janeiro. 2008 Ea JBRJ Anatomia do lenho e periodicidade de Anadenanthera colubrina. 2009 Ea UERJ Funcionamento e impacto em ecossistemas costeiros: biodiversidade, ecologia e conectividade. 2009 Ea USP Estrutura genética de populações insulares e continentais de abelhas da Mata Atlântica. 2009 Ea UERJ Ocorrência de onça-parda na Ilha Grande, RJ: fato ou boato? 2009 Cc UERJ Ocorrência e estimativa do tamanho populacional de Mimus gilvus (Aves: Mimidae) em remanescentes de restinga do Estado do Rio de Janeiro. 2009 Ea UEFS Delimitação específica Bambuseae). 2009 Ea UEFS Filogenia e revisão taxonômica do clado Pchystachys-Thyrsacanthus (Acanthaceae). 2009 Ea UERJ Entre saber científico e visões locais: representações e interpretações das legislações ambientais do Parque Estadual da Ilha Grande (Abraão). 2009 Ea UERJ Avaliação de métodos de controle da espécie exótica invasora Artocarpus heterophyllus L. (Moraceae) e suas interações ecológicas no Parque Estadual da Ilha Grande - Angra dos Reis, RJ. 2009 Ea UERJ Ecossistemas engenheirados no tratamento de esgotos domiciliares: Ilha Grande, RJ. 2009 Ea UERJ Otimização e adequação às condições brasileiras de um biorreator para compostagem descentralizada de lixo orgânico domiciliar de pequenas comunidades. 2009 Ea UERJ Indicadores geo-ambientais de desenvolvimento ecoturismo no Estado do Rio de Janeiro. 2009 Ea UERJ Comportamento social de bugios (Alouatta guariba clamitans, Primates, Atelidae) na Ilha Grande, RJ. 2009 Ea UERJ Florística, estrutura e chave para idenficação dos arbustivo-arbóreos de duas fitofisionomias na Ilha Grande. 2009 Ea UFRJ Dioscoreaceae (R.Br.) Lindley do Estado do Rio de Janeiro. 2009 Ea UERJ Avaliação das atividades de Educação Ambiental em Parques Estaduais do Rio de Janeiro. 2009 Ea UERJ Uso, manejo e conservação de espécies arbóreas dentro de uma perspectiva etnobotânica: o caso da Ilha Grande, RJ. 2009 Ea UFRRJ Diversidade de anfíbios e répteis das ilhas costeiras do Estado do Rio de Janeiro. 2009 Ea Mapeamento dos conflitos sócio-ambientais no Rio de Janeiro. 2009 Ea Aves Marinhas na Baía da Ilha Grande - RJ. 2010 Ea Abundância, riqueza e diversidade de anfíbios e répteis em diferentes localidades do Estado do Rio de Janeiro: grau de conservação da floresta, taxa de mudança altitudinal e uso de recursos hídricos. 2010 Ea UFF UNICAMP UERJ Instituto Estadual do Ambiente – INEA em Chusquea subgênero (Poaceae: sustentável do Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-82 Quadro 4.31 - conclusão (Cc, concluída; Ea, em andamento). Instituição Projeto de Pesquisa Ano Situação OrquidaRio Orquidófilos Associados Levantamento das orquídeas da Ilha Grande, município de Angra dos Reis, RJ. 2010 Ea UERJ Ocorrência e distribuição espacial e temporal das larvas de anuros (Amphibia) em diferentes sistemas aquáticos da Ilha Grande (Rio de Janeiro). 2010 Ea UFMG Biodiversidade de herbívoros mediada por fungos endofíticos em Baccharis dracunculifolia. 2010 Ea Museu Nacional/UFRJ Etnobotânica na Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro: uso de recursos vegetais na vila do Abraão e praia da Longa. 2010 Ea UERJ Modelagem de sistemas aquáticos em escalas de bacia hidrográfica, ecossistema, comunidade e população. 2010 Ea Estudos de taxonomia, filogenia e evolução do cromossomo Y de dípteros drosofilídeos associados a flores e fungos da Mata Atlântica. 2010 Ea Contribuição ao conhecimento da fauna flebotomínica (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae), em especial sobre os vetores das leishmanioses na Ilha Grande, Rio de Janeiro, RJ. 2010 Ea Ecologia de comunidades e história de vida de peixes de riachos costeiros da Mata Atlântica. 2010 Ea UFRJ FIOCRUZ UERJ Fonte: INEA, 2010. g) Fiscalização A Ilha Grande conta com vários órgãos públicos responsáveis pela fiscalização: PEIG/INEA, Batalhão Florestal, Grupamento de Guarda Parque e Subprefeitura da Ilha Grande (PMAR) e, no continente, o escritório da APA de Tamoios, a Superintendência do INEA (Angra dos Reis) e, para algumas atividades, a Capitania dos Portos, o ICMBIO e o IBAMA. Contudo, na Ilha Grande apenas a administração do PEIG tem alguma estrutura para empreender a atividade. A fiscalização vem sendo efetuada não somente no território do Parque, mas em toda a Ilha Grande e nas áreas marinhas do entorno, tentando suprir a carência do aparato de fiscalização da Superintendência local do INEA, da APA de Tamoios, do Batalhão Florestal, e por vezes até da Prefeitura de Angra dos Reis. A área cobre uma superfície estimada em 300 km2 ou 30.000 ha, mais de duas vezes a área do PEIG. O serviço de proteção do PEIG foi organizado com os recursos disponíveis, sendo composto por um fiscal, com apoio de lancha pilotada por funcionário do Parque e, desde janeiro de 2008, por vários guardiões que patrulham diuturnamente as trilhas, orientando a população e avisando a sede sobre eventuais problemas. A fiscalização do PEIG sempre foi reativa, sendo acionada por denúncias ou por solicitações da sede, além de cronicamente deficiente devido à falta de pessoas e meios logísticos. No final de 2006, o IEF adquiriu uma lancha, mas não orçou nem previu recursos de custeio para operá-la. A partir de 2007, após dimensionar os custos para manutenção da lancha e Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-83 assegurar recursos para operá-la, planejou-se o serviço, com previsão de mais a frente realizar patrulhamento, de modo a cumprir inicialmente duas voltas na Ilha Grande a cada mês, com parada em todos os povoados para inspeção, para tornar visível a presença da autoridade, inibindo delitos, e realizar incursões noturnas para coibir a pesca em locais proibidos algumas vezes por mês. Um plano de patrulhamento e fiscalização começou a ser esboçado, aguardando o início da operação da Unidade Local dos Guardas Parques, com o intuito de otimizar o uso da lancha e dos recursos humanos. O serviço foi lentamente se consolidando, tornou-se o segundo mais eficiente do antigo IEF, resgatou o respeito e a confiança do público da Ilha Grande, que respondeu com aumento de denúncias e cobranças. O desempenho nos anos de 2007, 2008 e 2009 foi superior à soma dos anos 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006 no Parque Estadual da Ilha Grande (Quadro 4-32). Quadro 4-32 - Desempenho da fiscalização em 2007-2009. Item 2007 2008 2009 Total Infratores autuados 33 53 23 109 Construções ilegais embargadas 25 29 7 61 Artefatos e armas de pesca ilegal apreendidos 9 20 45 74 Animais silvestres apreendidos 0 21 4 25 2.000 20.000 15.350 37.350 3 2 3 8 Desmatamentos deflagrados (m²) Armas de caça ilegal Fonte: INEA, 2010. Mas não foi possível manter a atividade por muito tempo. A demora no processamento das autorizações e para execução dos serviços de revisões periódicas e conserto na embarcação impede o planejamento e a execução de qualquer tipo de rotina operacional. O serviço então foi adaptado à realidade. Permanece com o patrulhamento empreendido pelos guardiões, responde às denúncias e realiza as inspeções marítimas quando a lancha está disponível. A presença de apenas um fiscal expõe demasiadamente o profissional. Em 2008, ameaças de morte forçaram a retirada do agente de fiscalização da Ilha Grande por um tempo, deixando-a desguarnecida. Algumas operações são realizadas em conjunto com o IBAMA, ICMBIO, Polícia Federal e o Batalhão de Polícia Federal. As construções irregulares despontam como o principal delito. A maioria, mesmo embargada, conclui a obra, afrontando acintosamente a lei, ancorada na impunidade dada pelo lento mecanismo de cobrança de multa, o que desmoraliza a fiscalização. Ciente que só a demolição poderia estancar o processo, a Administração do PEI concluiu em maio de 2008 o inventário dos imóveis passíveis de demolição. Desde 2007, a Administração do PEIG tem como meta atrair o destacamento da PM de Angra dos Reis localizado em Provetá, o Batalhão Florestal e a Capitania dos Portos para produzir Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-84 um Plano Operativo de Patrulhamento e Fiscalização da Ilha Grande, mas depende de um fluxo estável de recursos capaz de assegurar a operação da lancha. Ressente-se ainda de procedimentos mais detalhados sobre condutas de fiscalização, em especial para os delitos relacionados à pesca. 4.3.3.2 - Atividades conflitantes As atividades conflitantes são resumidas no Quadro 4-33, a seguir. Quadro 4-33 - Síntese das atividades conflitantes. Atividade Comentário Nos Ecossistemas Terrestres Proliferação de animais e plantas exóticas Competição com possibilidade de eliminação de espécies animais e plantas nativas, falsificação da paisagem, atraso nos processos de autorrecuperação. Presença de cachorros e gatos caçando e defecando no parque e nas praias. Risco de doenças para visitantes e moradores. Caça Eliminação de espécies da fauna. Roubo de plantas ornamentais Prejuízos à fauna e flora. Cortes em barrancos e rochas Desestabilização de encostas, assoreamento de regatos e soterramento de animais e plantas em costão. Pichação de rochas e ruínas Depreciação de bem ambiental e histórico. Vila do Abraão Parte da Vila do Abraão situa-se dentro do Parque, confrontando a legislação e produzindo conflitos desnecessários a gestão. Ocupações em Lopes Mendes, Parnaioca, Chapada dos Micos Uso não permitido pela legislação. e praia dos Meros Construções em costão rochoso Uso não permitido pela legislação, com danos à fauna e flora e depreciação da paisagem. Captações sem outorga Desde agosto de 1999, com a aprovação da Lei Estadual nº 3.239, todas as captações devem ser outorgadas. Recreação a montante de pontos de captação Em vários córregos tem acorrido concentração de pessoas recreando-se em trechos de córregos a montante dos pontos de captação do SAEE, prejudicando a qualidade da água distribuída às vilas e povoados. Rede elétrica Cerca de 13 km de rede e 349 postes dentro do Parque Estadual da Ilha Grande fragmentando a floresta e por vezes eletrocutado animais, além de depreciar a paisagem em determinados trechos. Antena de telefonia celular Depreciação da paisagem. Nos Ecossistemas Marinhos Crônico lançamento de óleo no Intoxicação de animais, redução da biodiversidade de costão. mar Pesca ilegal de arrasto e de cerco Grande mortandade bentônicos. da fauna acompanhante. Degradação de habitats Captura ilegal de organismos Captura ilegal para o mercado de aquariofilia ou exportação (pepinos-do-mar), causando declínio populacional. Proliferação de animais e plantas exóticas Competição com possibilidade de eliminação de espécies animais e plantas nativas, falsificação da paisagem submersa. Redução de manguezais Declínio populacional de animais marinhos importantes para a pesca. Fundeamento de saveiros e lanchas na enseada da praia de Caxadaço Parada muito próxima a praia, causando poluição da enseada e riscos aos banhistas. Lavagem de convés Lavagem de convés de lanchas e saveiros com lançamento de água com produtos químicos no mar. Muito comum no cais do Abraão. Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-85 4.4 - SITUAÇÃO FUNDIÁRIA Apreciação geral da situação fundiária A regularização fundiária destina-se a concretizar o domínio e a posse do Estado sobre as terras inseridas nos limites do PEIG, objetivando livrá-lo de quaisquer ônus, a fim de cumprirem os objetivos de conservação e uso público a que se destinam. Os artigos 10, §1o e 11, §1o da Lei Federal 9.985/00, ambos com a mesma redação, estabelecem claramente que Parque e Reserva biológica são...... “de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei”. No caso de populações tradicionais, no caso os caiçaras da Ilha Grande, assim determina o artigo 42, da referida Lei: Art. 42. As populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Poder Público, em local e condições acordados entre as partes. § 1° - O Poder Público, por meio do órgão competente, priorizará o reassentamento das populações tradicionais a serem realocadas. § 2º - Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, serão estabelecidas normas e ações específicas destinadas a compatibilizar a presença das populações tradicionais residentes com os objetivos da unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações, assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e ações. § 3º - Na hipótese prevista no § 2º, as normas regulando o prazo de permanência e suas condições serão estabelecidas em regulamento. Releva mencionar que o art. 44 da Lei Federal nº 9.985, de 18/07/00 determina que: “As ilhas oceânicas e costeiras destinam-se prioritariamente à proteção da natureza e sua destinação para fins diversos deve ser precedida de autorização do órgão ambiental competente. Parágrafo único - Estão dispensados da autorização citada no caput os órgãos que se utilizam das citadas ilhas por força de dispositivos legais ou quando decorrente de compromissos legais assumidos” . O Anexo IV analisa o domínio das ilhas. A Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, especifica em seu artigo 11, § 1o, que um Parque “é de posse e domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei”. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-86 O Quadro 4-34 resume as não-conformidades legais existentes e potenciais relacionados à situação fundiária do PEIG. Quadro 4-34 – Não-conformidades existentes e potenciais do PEIG. Parque Estadual da Ilha Grande Não-conformidades (Existentes e potenciais) Vila do Abraão Observação 138 casas e outras edificações públicas, utilizadas como residências privadas, cuja presença no Parque é incompatível com a legislação. As casas encontram-se sob a guarda da Subsecretaria de Estado de Patrimônio (SUBPA) da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG). Vila de Dois Rios 56 casas e outras edificações públicas de propriedade da UERJ, sendo parte utilizada como residências pelos moradores. Como existe acordo judicial para que ao longo dos anos todas as casas sejam entregues sem ônus à CEADS/UERJ e avaliando que as instalações de uso científico são compatíveis com a legislação, o INEA considera que a conformidade legal será gradativamente atingida. Casas na Chapada do Mico Próxima à Praia Vermelha, ocorrência de cinco casas de moradores nativos em local denominado “Chapada dos Micos” dentro da área do PEIG (cota 150 – 200 m). Ocupação legalmente incompatível. Casas na Parnaioca Residências atuais incompatíveis com a legislação. Necessidade de atualização de informações para a área em questão. No canto leste à retaguarda da praia e no morro, assim como ao longo da estrada da Ocupação em Lopes Aroreira, há residências incompatíveis com a legislação. Além disso, a área é reconhecida Mendes pelo INEA como imóvel público. Rede elétrica A empresa Ampla Energia e Serviços S.A. possui uma rede elétrica (linha de transmissão) com 13,47 km na Ilha Grande, com largura da faixa de servidão de 3 m. O INEA reconhece o caráter de utilidade pública do serviço e a necessidade inquestionável da energia elétrica para os moradores da ilha. Todavia, a tecnologia empregada na transmissão e certos trechos do traçado da rede afrontam a legislação devido aos impactos ambientais e depreciação da paisagem. Trilhas como servidões públicas O Decreto Municipal nº 2003, de 10 de maio de 2000 declarou as principais trilhas como servidão pública. Pelo fato do Parque ser um próprio estadual, o Decreto não tem efeito em seu interior. O livre trânsito é incompatível em certas trilhas situadas integralmente no interior do Parque. Estruturas de captação do SAAE O Serviço Autônomo de Águas e Esgotos (SAAE), da Prefeitura de Angra dos Reis, possui pequenas estruturas de captação e condução (barragens de nível e tubulações) das águas produzidas pelo Parque, para atendimento da demanda fixa e sazonal na Ilha Grande. O INEA reconhece o caráter de utilidade pública do serviço e a necessidade inquestionável de abastecimento de água para os moradores da ilha. Todavia, alguns sistemas mostram grandes desperdícios nas estruturas de armazenamento, e isto precisa ser corrigido. Captações isoladas Diversos veranistas e moradores possuem sistemas individuais de captação e abastecimento de água, a maioria dentro do Parque sem qualquer regularização junto ao INEA, sendo este fato incompatível com a legislação. Administrado pelo Centro de Sinalização Náutica e Reparos Almirante Moraes Rego (CAMR) da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) do Comando da Marinha. O INEA Terreno do Farol dos reconhece a importância da manutenção do Farol no interior do Parque para que este Castelhanos permaneça prestando serviços imprescindíveis de apoio à navegação. O Farol é importante para o Parque e para a comunidade da Ilha Grande, pois se trata de um símbolo e um marco histórico. Compatível com a legislação pela sua importância histórica. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-87 Situações especiais São analisadas a seguir situações especiais relativas a terrenos e edificações dos presídios, terrenos de Marinha, Lopes Mendes e CEADS. Terrenos e edificações dos presídios a) Terrenos A Ilha Grande teve duas penitenciárias. A primeira começou em 1893 nas instalações da Fazenda Dois Rios, desapropriada em 1884, enquanto a segunda foi erguida em 1942 aproveitando-se da infraestrutura do lazareto, situado na Vila do Abraão. Este presídio foi desativado em 1954 e demolido em 1961. Já o de Dois Rios perdurou até 1994, quando foi implodido. Até 1960 os imóveis eram administrados pelo Distrito Federal. Com a transferência da capital federal para Brasília, a gestão foi repassada ao Estado da Guanabara. Em 7 de fevereiro de 1966, através de Termo de Transferência lavrado pela Delegacia da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) do Rio de Janeiro, a União transferiu para o Estado da Guanabara os terrenos federais, em parte alodiais e em parte de Marinha, e as benfeitorias da Colônia Penal Cândido Mendes e da Colônia Agrícola do Distrito Federal na Ilha Grande, constando nas Folhas 1/4v do Livro de Termos Diversos nº 2 em poder do SPU (Processos protocolados no Ministério da Fazenda – MF 88.389/63 e RJ 379/63). O contrato de transferência foi levado ao Registro de Imóveis, recebendo a Matrícula nº 1602, Livro 2-F, fls. 045, Registro 02/1692. Com a fusão em 1975, os terrenos passaram ao novo Estado do Rio de Janeiro. O Quadro 4-35 resume as informações do Termo de Transferência de 1966. Os dois imóveis encontram-se registrados no Cartório do 2º Oficio de Angra dos Reis. Quadro 4-35 - Informações do Termo de Transferência de 1966. Imóvel Informações Cartoriais Descrição Colônia Penal Cândido Mendes (Abraão) Domínio proveniente de desapropriação de terras pertencentes a Manoel Antônio de Souza e sua mulher: João da Silva Ribeiro e sua mulher; Francisco Carlos Couto e sua mulher; Cap. Antonio José de Carvalho e sua mulher; José Joaquim de Souza e sua mulher Clorintino José Covecha e sua mulher; Luiz Antônio Alves Cardoso e sua mulher; Arthur Cesar Guimarães e sua mulher; Francisco M. de Queiroz e sua mulher, por escrituras passadas em 1/3/1886, 12/11/1885, 12/4/1886, 20/11/1885, 30/7/1886. O imóvel denominado Colônia Penal Cândido Mendes é constituído por um polígono irregular que abrange diversas praias da enseada de Abraão, numa extensão aproximada de 1.400,00 m, de frente, internando até a linha de cumeeiras da serra, na parte central da ilha e 2 totalizando a área de 5.940.311,00 m (594 ha) segundo cálculo de Reinhard Maak, em 1942. Domínio proveniente de aquisição feita pela União Federal ao Banco Predial por escritura de Colônia Agrícola 15/12/1884, do Tabelião Francisco Pereira do Distrito Federal Ramos, transcrita no Registro de Imóveis, no livro 4-x-3, fls. 82 e 83 verso, sob o nº 78, em (Dois Rios) 30/7/1885. É constituído pela Antiga Fazenda ''Dois Rios'', polígono irregular que abrange as praias da Enseada de Lopes Mendes prolongando-se até a da Parnaioca, numa extensão aproximada de 13.630,00 m de frente internando até a linha de cumeeiras da serra na parte central da ilha, totalizando uma área de 50 km² (5.000 ha) Fonte: Termo de Transferência de 1966. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-88 A Figura 4-14 mostra os terrenos transferidos. Figura 4-14 - Terrenos da União transferidos para o Estado em 1966. De acordo com informações dos anos de 1940 e 1960, a soma das áreas dos imóveis é de 5.594,03 hectares. Contudo, empregando-se ferramentas computadorizadas para medição, a área foi recalculada pelo INEA para 4.330 ha, sendo 600 ha para o imóvel Colônia Penal Cândido Mendes e 3.730 ha para o imóvel Colônia Penal do Distrito Federal. Portanto, em torno de 4.330 ha de terras da União do Parque já estão sob o domínio do Governo do Estado, sendo referentes aos imóveis anteriormente mencionados, mas é necessário resolver pendências e demarcar. b) Edificações da Vila de Dois Rios Signatária do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC Ilha Grande) assinado em 20/01/2002, a UERJ, através do CEADS, realizou o levantamento das 56 casas existentes na Vila de Dois Rios, identificou as ocupações em situação irregular e vem realizando, juntamente com o Poder Judiciário, as respectivas reintegrações de posse. c) Edificações da Vila do Abraão Com respeito às edificações do imóvel Colônia Penal Cândido Mendes, a Prefeitura de Angra dos Reis realizou, em 2001, um detalhado levantamento das condições de uso de cada imóvel. Em 2003 o levantamento foi atualizado para cumprimento de uma das cláusulas do mencionado TAC Ilha Grande. A administração municipal cadastrou 138 imóveis, a grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-89 maioria construída no início dos anos de 1940-50 pelo Governo Federal para abrigar os servidores dos presídios, em especial da Colônia Penal Cândido Mendes, fechada e demolida em 1961, ou seja, quase 50 anos atrás. A presença de tantas residências dentro do Parque é resultado de um erro histórico de limites. O INEA não vê sentido no Parque abrigar uma vila. Por outro lado, a exceção das instalações que fazem parte do Parque, o INEA não é o prioritário das residências. Elas estão dentro do Parque, mas não pertencem a ele, mas sim ao órgão de patrimônio do Estado. Além de residências, encontram-se dentro do Parque: Cais, quiosques de venda de passagem da Barcas S/A e de Atendimento ao Turista, Colégio Estadual, Igreja Evangélica, instalações do SAEE, Posto Policial, Delegacia de Polícia, Correio, sede de Associação de Moradores e da Brigada Mirim, campo de futebol e quadra de esportes. Terrenos de Marinha São bens da União de acordo com a CF "os terrenos de marinha e seus acrescidos" (art. 20, VII). Os terrenos de marinha foram especificados pela primeira vez no Aviso Imperial de 12/07/1833, e constam em diversas normas, destacando-se os Decretos-Leis 2.490 de 16/08/40; 3.483 de 17/07/41; 5.666 de 15/07/43, e, o mais importante, o Decreto-lei 9.760 de 5/09/46. O referido Decreto-lei 9760/46 dispõe: São terrenos de marinha, em sua profundidade de 33 metros, medidos horizontalmente para a parte da terra, da posição da linha do preamar médio de 1831: a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde faça sentir a influência das marés; h) os que contornam as ilhas situadas em zonas onde se faça sentir a influência das marés. Parágrafo Único. Para os efeitos deste artigo, a influência das marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 centímetros pelo menos do nível das águas, que ocorra em qualquer época do ano. Art. 3° - São terrenos acrescidos de marinha os que tiverem se formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha. O Parque dispõe de terrenos de marinha nas praias Preta, Dois Rios, Lopes Mendes, Caxadaço, Santo Antônio e Parnaioca. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-90 Lopes Mendes O INEA alinha-se à Procuradoria Geral do Estado no entendimento de que toda a praia de Lopes Mendes, a baixada e os morros à retaguarda, até os divisores de água, sempre foram parte da Fazenda Dois Rios, adquirida pelo império em 1884, sendo, portanto terrenos públicos. No entanto, o Termo de Rerratificação (1996) do Termo de Transferência de imóveis da União para o Estado, celebrado em 1966 com Secretaria do Patrimônio da União, contém equívoco grave na descrição dos limites, não aparecendo a praia de Lopes Mendes. A rerratificação foi firmada em 20 de novembro de 1996 entre o Estado e a SPU através de um Termo de Rerratificação de Termo de Transferência (Fls. 80v/88 do livro nº 16-1 Especial, da Delegacia do SPU), conforme processo protocolado no Ministério da Fazenda sob o nº 7178.128.929-84 (00768.006.604/80). De acordo com Ofício do Ministério Publico Federal de 13/10/2000, dirigido à Procuradoria do Estado, o Termo de Rerratificação comete um sério equívoco de limites, pois subtrai praticamente toda a praia de Lopes Mendes, que constava como patrimônio público no Termo de Transferência de 1966 (Oficio PRR /2ª Reg/RJ/LCPL nº 79/00). O domínio da praia de Lopes Mendes tem sido discutido em pelo menos cinco ações judiciais em curso em Varas Estaduais e na Vara Federal de Angra dos Reis.26 Luis Cláudio P. Leivas, Procurador Regional da República, realizou ampla pesquisa sobre as ocupações pretéritas da praia de Lopes Mendes e terrenos à retaguarda, citando que a área nunca abrigou uma fazenda, mas sim um pequeno povoado, e que o nome antigo da localidade era Lopo Mendes. Para tanto fornece as provas explicitadas a seguir. a) Relato de Edward Wilberforce (1856) Wilberforce fazia parte da tripulação da belonave britânica HMS Geyser, empenhada em março de 1851 na repressão ao tráfico negreiro, muito especialmente patrulhando as enseadas de Dois Rios, Palmas e Lopo Mendes, notórios locais de desembarque clandestino de escravos. A mais oriental e extensa baía da Ilha Grande é Palmas, da qual tenho algumas recordações agradáveis. A terra que cerca a baía é alta, e abrigada de todos os ventos. Existem três vilarejos no litoral desta baía. O maior, Praia Grande (praia significa vilarejo), situa-se à direita quando se entra na baía, porém é parcialmente escondido do ancoradouro por um promontório. Praia 26 Mascarenhas, R. T. A de. Relatório das Ações Judiciais envolvendo a Praia de Lopes Mendes. Processo E-14/030-790/00 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-91 de Palmas, o segundo em tamanho, situa-se atrás da praia que adorna o fundo da baía e o terceiro vilarejo se encontra no litoral fronteiro à praia Grande, e existe quase apenas no nome. (Brazil Viewed Through a Naval Glass. London, Longman, Brown, Green and Longmans. Ed. 1856, p. 131-132) O terceiro vilarejo é certamente o de Aroeiras, que embora reduzido em relação aos demais, constituía um povoado e não uma fazenda. b) Alfredo Moreira Pinto - Apontamentos para o Diccionario Geographico do Brazil. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1898 Aroeiras: Lugarejo do Estado do Rio de Janeiro, na Ilha Grande e Município de Angra dos Reis” (p. 158). ............................................................................................................................. “Nelas ficam os lugares de Aroeiras, Pouso e Lopo Mendes” ............................................................................................................................. “Lopo Mendes: Lugarejo do Estado do Rio de Janeiro, na Ilha Grande e Município de Angra dos Reis. Aí fica a serra de mesmo nome. (pp. 169 e 381) c) Conrado Heck – Costas do Brasil. Roteiro. Divisão de Hydrographia. Directoria de Navegação. Ministério da Marinha. Rio de Janeiro, Imprensa Naval, 3ª parte. 1933. p. 11. Para ir dos Dois Rios a Angra dos Reis, costeará, desde a sua partida a angra da Colônia, na Ilha Grande, dando bom resguardo a lage da Ponta das Palmeiras, passando de 0,5 a 1 milha dessa ponta. A mesma distância passará de todas as demais pontas do litoral. Neste trecho de navegação verá a pitoresca baía de Locumen, com sua alva praia onde há várias habitações de pescadores. Contornando a ponta das Palmeiras, e sua lage, irá passar a 0,5 a 1 milha dessa da Ponta das Velhas que fica a meia distância entre a Ponta das Palmeiras e a Ilha do Guriri, e é de costão escuro do qual deitam pedregões que se mantêm agarrados a costa. Contornando a ponta das Velhas, irá navegando como ia, mas, quando marcar o Farol dos Catelhanos a W., (270º) e a 1 milha, rumará aos 24º N.W. (336º) para ir passar a 0,5 milha da Ponta E da Ilha das Palmas, da qual não se aproximará para evitar lages e rochas que descobrem e ficam a pequena distância da ilha. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-92 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande d) Evidências cartográficas • Carta Geográfica nº SF-23-Z-C-II-2 do IBGE, na escala 1:50.000, editada em 1974, mostra claramente a estrada pública e os remanescentes do povoado; • Carta Militar nº MI-2772/2-SO e SE, na escala 1:25.000, editada em 1985, também assinala aqueles remanescentes. Conclui Leivas afirmando que ninguém construiria igreja e cemitério em costa batida pelo mar aberto se não existisse um núcleo de povoamento antigo. Em 1989, ação civil pública movida pela Procuradoria Geral do Estado sustou leilão promovido pelo Bradesco para a venda de Lopes Mendes. A liminar, expedida em 27 de abril de 1989, foi concedida pelo juiz da 9a Vara de Fazenda Pública, por considerar que o imóvel é propriedade do Estado. CEADS (UERJ) Em 1994, por meio de Termo de Cessão de Uso nº 21, de 18/10, o Governo do Estado concedeu à UERJ as áreas da ilha anteriormente ocupadas pelo Instituto Penal Cândido Mendes na Vila Dois Rios. De acordo com esse Termo, a UERJ passou a ser cessionária não somente das antigas instalações e das benfeitorias remanescentes do presídio, mas também de todo o imóvel Colônia Agrícola do Distrito Federal, que todavia permaneceu sendo Parque por força do Decreto n° 2.061 de 25 de agosto de 1978. O INEA reconhece que a existência do CEADS no interior do Parque traz grandes benefícios para o Parque e para a comunidade da Ilha Grande, em especial na área de pesquisa e extensão. Tendo em vista que a área desde 1978 faz parte do Parque, fato reiterado pelo Decreto n° 40.602/07, o INEA proporá a redução dos limites da cessão da UERJ para esta fique circunscrita à Vila Dois Rios e seu entorno imediato. Isto não acarreta qualquer prejuízo à pesquisa. 4.5 - USOS E OCUPAÇÃO DO SOLO Dos 193 km² da Ilha Grande, cerca de 156 km² (81% da superfície insular) têm o uso do solo legalmente estabelecido como unidades de conservação de proteção integral (PEIG e RBPS). Os restantes 37 km² (3.700 ha) compreendem uma faixa de terra entre a altitude de 100 m e o litoral, desde a ponta da Escada, ao sul da Vila de Provetá, seguindo no sentido horário até a ponta dos Castelhanos, pouco depois da localidade de Aroeira. Esta faixa é interrompida somente no trecho próximo à Vila do Abraão, onde os limites do Parque descem da cota 100 e encontram o mar na Praia Preta (Mapa 6). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-93 INSERIR MAPA 6 – Uso e Ocupação do Solo. (em A3) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-94 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-95 A ocupação desta faixa de terras é ordenada há vinte anos por regras da APA de Tamoios e por normas municipais não harmonizadas entre si, e pela legislação federal, onde se sobressaem o Código Florestal e a Constituição do Estado. A faixa apresenta diversos núcleos populacionais, florestas, afloramentos e costões rochosos, dezenas de praias, alguns manguezais e barras de rios. A população vive majoritariamente em pequenas aglomerações litorâneos que podem ser classificadas como vilas, povoados ou lugarejos, cujos nomes seguem o das praias em frente. Poucas famílias habitam residências afastadas destes núcleos populacionais. Os principais núcleos são apresentados no Quadro 4-36. Quadro 4-36 - Principais núcleos populacionais da Ilha Grande. Costa Norte Nordeste Principais Localidades Japariz e Freguesia de Santana Vila do Abraão, Enseada das Estrelas (Fora e Camiranga) e Saco do Céu Leste Palmas Sudoeste Provetá Oeste Noroeste Sul Grande de Araçatiba, Vermelha e Longa Bananal, Tapera, Sitio Forte, Maguariquissaba, Passa Terra e Matariz Aventureiro e Dois Rios Uma tendência preocupante no uso do solo é o fim dos lugarejos tradicionais e sua substituição por casas de veraneio de pessoas de alta renda, que se apossam inteiramente das pequenas baixadas à retaguarda das praias, instalam cercas e eliminam qualquer minicomércio ou pequena instalação de atendimento ao turista. Isto ocorre de forma mais evidente na praia de Ubatuba. O problema se agrava nas praias diminutas, onde alguns criam situações que constrangem eventuais banhistas, configurando na prática a privatização ilegal da praia. Outro tipo de ocupação que deteriora seriamente a paisagem, ameaçando o turismo, a economia da Ilha Grande e os ecossistemas é a construção de casas enfileiradas sobre costões rochosos. Basta examinar o litoral oeste da baía de Jacuecanga para ter uma idéia do estrago que este tipo de ocupação pode acarretar na imagem da Ilha Grande. A maior parte da faixa é revestida por florestas em estágios iniciais, com grande presença de árvores e arbustos não-nativos, em especial ao redor das vilas e povoados. As roças caminham para a extinção na Ilha Grande, dadas às restrições impostas pelo Código Florestal e o desinteresse da maioria dos jovens, ou mesmo a falta de tempo dos adultos. Mas avistase aqui e acolá roças bem pequenas para suplementação alimentar, sem fins comerciais. Bambuzais são comuns, sendo testemunhos de ocupações bem antigas, assim como bananais. Coqueiros abundam das povoações. Outro fator depreciativo da paisagem é a rede elétrica. As maiores concentrações de áreas degradadas estão nas encostas da i) costa sudoeste, nos arredores de Provetá; ii) costa leste, no morro ao sul da praia de Palmas, iii) costa sul, no Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-96 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande morro da ponta de Lopes Mendes e algumas mancha no vale do rio da Parnaioca e na serra de Araçatiba dentro da RBPS; iv) costa norte, na face norte da Ilha dos Macacos e duas grandes áreas tomadas por ervas invasoras na encosta a leste da Igreja, em altitudes elevadas; v) costa nordeste, atrás das praias de Camiranga, Cachoeira e Feiticeira e junto ao Circuito Abraão. Há também varias áreas degradadas ao longo da estrada Abraão – Dois Rios. Nota-se que é necessário ordenar também o espaço das enseadas antes que conflitos comecem a surgir entre mergulhadores, pescadores, barcos de passeio e maricultores. É preciso definir onde e como instalar as instalações de maricultura. Principais empreendimentos e obras de infraestrutura Os principais empreendimentos e obras de infraestrutura existentes na Ilha Grande são: • terminal das embarcações da Barcas S/A e o cais de turismo; • instalações de captação e distribuição de águas da Prefeitura; • ETE do Abraão; • antena de celular no Abraão. Transporte marítimo Os visitantes chegam à Ilha Grande através de: i) barcas da Concessionária Barcas S/A, que detém uma concessão pública para explorar os trechos entre a Vila do Abraão e Angra dos Reis e Mangaratiba; ii) escunas que partem dos atracadouros de Mangaratiba, Conceição de Jacareí e Angra dos Reis em horários que mudam ao longo do ano; iii) embarcações de diversos tamanhos, que saem de vários atracadouros dos municípios de Mangaratiba e Angra dos Reis sem regularidade de horário e com preço a combinar; iv) lanchas particulares de lazer e barcos à vela e v) transatlânticos. Estima-se que apenas entre 15 a 20% dos visitantes cheguem à ilha por meio de transporte operado através de concessão. O transporte coletivo regular para a Ilha Grande é feito pela Companhia Barcas S/A (concessionária do Governo do Estado) e atende somente à Vila do Abraão, com saídas diárias para Angra dos Reis e Mangaratiba. Nos demais pontos da Ilha Grande o transporte é feito pelas embarcações privadas dos moradores, dos estabelecimentos comerciais e dos barqueiros profissionais. Não existe projeto de transporte público para a ilha. Com respeito às estruturas de embarque e desembarque, os principais atracadouros estão nas Vilas de Abraão e Provetá e nos povoados de Palmas, Pouso, Camiranga, Cachoeira, Saco do Céu, Japariz, Freguesia de Santana, Bananal, Matariz, Passa Terra, Maguariquissaba, Ubatuba, Longa, Araçatiba, Araçatibinha, praias Vermelha e do Aventureiro. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-97 Transatlânticos A Ilha Grande tem recebido um número crescente de transatlânticos. Segundo previsão da TurisAngra, na temporada 2009-2010 foram 98 transatlânticos ao largo da enseada do Abraão. Só desses navios, cerca de 196 mil turistas desembarcaram no cais. Helipontos Existe o heliponto do Farol dos Castelhanos e, frequentemente, o campo de futebol da Vila do Abraão é utilizado para pousos e decolagens. Helipontos privados são encontrados nas praias do Morcego, Iguaçu e Sítio do Lobo. Não existem helipontos do PEIG homologados junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Estradas Existem duas estradas: com cerca de 11 km, a estrada da Colônia liga Abraão à Vila de Dois Rios; a outra estrada conecta as praias da Aroeira a Lopes Mendes, possuindo 3 km de extensão. É pouco utilizada pelos visitantes. Parte desta estrada situa-se dentro dos limites do Parque. A primeira estrada era mantida pelos presidiários, com apoio de britador. Barrancos das encostas vizinhas à estrada são constantemente cortados para a retirada de saibro e blocos de pedras usados nos serviços de reparo da via. Trilhas A Ilha Grande possui uma rede de trilhas aberta pelos índios ou antepassados destes há mais de mil anos, bastante consolidada, que a circunda quase integralmente, sendo interrompida apenas no trecho da RBPS. A rede é a via principal e única de locomoção terrestre na Ilha Grande, conectando as diversas vilas e povoados. O circuito completo tem cerca de 91 km, dos quais 79,5 km (87%) estão dentro do PEIG. A PMAR codificou as trilhas, classificando cada uma com um T seguido de um número. Inspeção realizada pela Administração do PEIG no circuito completo identificou muito trechos em mau estado, com erosão frequente e grande necessidade de recuperação. Energia O serviço de fornecimento de energia na Ilha Grande é prestado pela empresa Ampla Energia e Serviços S.A., tendo se iniciado em 1979. Um cabo de energia partindo do continente percorre o leito submarino e emerge na ponta do Funil, costa norte da Ilha Grande, prosseguindo através de rede elétrica até a Vila do Abraão, abastecendo no caminho Japariz e Enseada das Estrelas (Figura 4-16). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-98 Figura 4-15 - Localização da entrada do cabo de energia na Ilha Grande. A rede, chamada de Linha de Transmissão, tem 13,47 km, 13,8 kV, baixa tensão (127/220V) e largura da faixa de servidão de 3 metros para podas. Em 2001 a linha foi estendida para Bananal, Matariz, Enseada do Sítio Forte, Longa, Araçatiba, Praia Vermelha e Provetá (Figura 4-16). As localidades de Palmas, Pouso, Mangues e Aventureiro permanecem sendo supridas por motogeradores individuais. Figura 4-16 - Traçado da rede elétrica na Ilha Grande (linha vermelha). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-99 Comunicações O serviço de telefonia fixa é provido pela Oi (ex-Telemar) e estÁ concentradO nas Vilas do Abraão e Provetá e nos povoados de Dois Rios e Araçatiba. O código DDD do município é 24. Instada pela SEA, a Oi se recusou a instalar aparelho coletivo no Aventureiro. A deficiência do sistema de comunicação dificulta não somente a gestão do PEIG, mas de todos os serviços públicos na Ilha Grande. O sinal de telefonia celular é captado em grande parte da Ilha Grande, a exceção da costa sul. A Vila do Abraão dispõe de uma antena. Existe uma agência dos Correios e também lojas de acesso à Internet na Vila do Abraão. Também nesta localidade está a única banca de jornal da ilha e a sede do Eco, o único jornal dedicado exclusivamente à Ilha Grande. Serviços de saúde e saneamento básico Serviços de saúde Os serviços de assistência médica são providos pela Secretaria Municipal da Saúde, que mantém quatro unidades básicas: Serviço de Pronto Atendimento (SPA) na Vila do Abraão e três módulos do Programa de Saúde Familiar (PSA) em Araçatiba, Enseada das Estrelas e Provetá. A unidade básica de saúde do Abraão presta atendimento diariamente. Os pacientes, na ausência dos médicos, são atendidos por um profissional de nível médio. Fora do horário normal, o Grupamento do Corpo de Bombeiro presta auxílio para remover pacientes para Angra dos Reis. Há um serviço móvel de emergência com uma lancha equipada para primeiros socorros. Não há estudo correlacionando doenças infectocontagiosas com as condições sanitárias. Enfermeiros da unidade de Saúde de Provetá relataram aos pesquisadores da UERJ que os principais problemas de saúde da comunidade estão relacionados à problemas com a água e com fossas a céu aberto, como verminoses e micoses. Dada à situaçao sanitária muito parecida em todos os povoados da Ilha Grande, é provavel que esta realidade seja comum a muito deles. Nenhum córrego com carga de esgoto cruza o PEIG, conforme descrito no item 4.1.5 - Hidrografia, hidrologia e limnologia. Serviço de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto Está a cargo da autarquia municipal Serviço Autônomo de Águas e Esgotos – SAAE/AR. A água encanada serve Abraão, Saco do Céu, Bananal, Japariz, Provetá, Matariz, Araçatiba e praia Vermelha. Em Dois Rios o sistema é operado pela própria UERJ. Nos demais locais, capta-se individualmente ou em grupo a água dos córregos, que é canalizada, ou utiliza-se a água de poços (Quadro 4-37). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-100 Quadro 4-37 - Sistemas de abastecimento de água da Ilha Grande. Comunidade Domicílios atendidos (Número) Vila do Abraão 1597 População (hab) Unidade de abastecimento 126 Araçatiba 289 Matariz 127 Latitude Reservatórios Longitude Cota 1049 461 Longitude Cota Estado 7441200 584444 57 7441294 584899 23 40 7439541 584933 168 7439970 585197 65 50 7440334 584981 52 10 7440337 584975 21 7438023 566529 100 5797 457 Latitude Volume 3 m Encrenca Cemitério Praia Vermelha Captações 7439825 584810 81 P Vermelha 7437943 566478 120 Araçatiba I 7438963 569136 51 7439095 569092 32 Araçatiba II 7438848 569136 64 7438957 569052 59 Araçatiba III 7439302 569621 105 7439420 569558 80 Matariz 7442643 575999 100 7442987 576095 40 1 15 10 7 22 10 10 10 10 3 5 Bananal 119 432 Bananal 7444381 577599 98 7444375 Provetá I 7437043 567465 60 si Provetá II si si si 7436169 577498 86 5 5 5 si Si si 566769 60 10 10 Provetá 531 1928 Japariz 34 123 Japariz 7446061 579274 110 7446224 580388 28 820 Enseada das Estrelas 7444750 579512 110 7444892 579928 80 5 Enseada das Estrelas 226 Longa 123 446 Praia da longa 7440796 570891 48 7440951 570733 36 10 Aventureiro 65 236 Aventureiro 7435302 569371 72 7435356 569514 55 10 5 Fonte: SAAE, 2008. O sistema de coleta e tratamento de esgotos na Ilha Grande existia até recentemente apenas na Vila do Abraão, e não conseguia mais atender a demanda devido ao crescimento populacional e a sazonalidade. Conta com pequeno emissário submarino. Financiadas pelo FECAM e pela PMAR, estão em andamento obras de implantação de redes e estações em Provetá, Saco do Céu e Araçatiba, e de melhoria da infraestrutura no Abraão (Quadro 4-38). Quadro 4-38 - Obras de coleta e tratamento de esgoto financiadas pelo FECAM. População beneficiada (residentes + flutuantes) Intervenção Valor da Obra Vila do Abraão Saco do Céu Araçatiba Provetá 7.500 792 1.712 3.032 Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) – em 2 estágios com 1 RAFA no 1º estágio e 1 LAB no 2º. Rede coletora de esgoto – 1.900 m de extensão. Rede coletora de esgoto – 1.092 m de extensão. Rede coletora de esgoto - 852 m. de extensão. Estação Elevatória. Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Estação Elevatória. Estação Elevatória R$ 1.126.110,69 R$ 1.134.994,00 R$ 2.149.560,49 Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). R$ 928.808,58 Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-101 Em todas as demais localidades predomina o sistema de fossas e sumidouros. Em períodos de grande concentração de turistas há transbordamentos, com o esgoto passando a escoar em valas a céu aberto. Este aumento do fluxo de pessoal vem ocasionando uma demanda constante pela utilização da água para abastecimento. Como conseqüência, há aumento da geração de esgotos. Alguns locais lançam seus dejetos diretamente nos córregos. Em 2006, o SAEE concluiu o “Plano de Saneamento dos Sistemas de Água e Esgoto da Ilha Grande”, contendo diretrizes para obras de saneamento. Mas há necessidade de um planejamento mais detalhado. Serviços de gerenciamento de resíduos sólidos Até 1990 não havia serviço de limpeza, coleta, transporte e destino final de lixo, devendo existir na Ilha Grande centenas de pequenas áreas coletivas e individuais com acúmulo de lixo enterrado. Na Vila do Abraão, o local de disposição de lixo era junto ao início do trecho de subida da estrada da Colônia. Tempos depois, o vazadouro foi deslocado absurdamente para dentro do PEIG, no Circuito Abraão, onde funcionou entre 1985 a 1997. O passivo permanece no local, pois o solo foi inexoravelmente contaminado. O TAC da Ilha Grande determina que a Prefeitura deve recuperar a área. Apenas na Vila do Abraão, retira-se diariamente 10 toneladas, incluindo eletrodomésticos usados. Os restos de poda têm sido lançados dentro do PEIG, em vale ao lado da curva do Jacatirão, por vários anos. Apesar dos insistentes pedidos da Administração do PEIG, das autuações e da ilegalidade da ação, a PMAR não tem conseguido achar uma solução para o problema. Na atualidade, os serviços são efetuados por empresa contratada pela Prefeitura e incluem coleta domiciliar e comercial e as atividades de varrição, pintura de meio-fio, capina e rastelagem. As localidades atendidas são as seguintes: Vila do Abraão, Aventureiro, Provetá, Praia Vermelha, Araçatiba, Longa, Ubatuba, Tapera, Sítio Forte, Maguariquessaba, Passa Terra, Jaconema, Matariz, Bananal, Freguesia do Santana, Japariz, Saco do Céu e Praia de Fora, Mangues, Palmas, Aroeiras, Lopes Mendes, Castelhanos e Dois Rios. O lixo é então recolhido por barco e levado para o continente, com sacos caindo no mar pelo caminho. Fora do Abraão o lixo é recolhido de uma a duas vezes por semana ou, em alguns casos, apenas uma vez por mês. A ONG Brigada Mirim Ecológica também presta serviço voluntário de limpeza das praias e trilhas em diversas localidades da ilha. A Administração do PEIG tem feito a limpeza em praias não atingidas pelo serviço público, como Preta, do Sul e Leste. Claramente, a solução clássica para o lixo municipal não funciona na Ilha Grande. Os benefícios e resultados são baixos frente aos custos elevados, a ponto da Companhia Vale ajudar a PMAR durante um tempo financiando o barco de coleta. Reaproveitamento e Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-102 reciclagem são impositivos, não há escolha. E é necessária ajuda externa para planejar soluções não clássicas. Hospedagem As pousadas se concentram na Vila do Abraão, com algumas em Araçatiba, Bananal, Enseada das Estrelas, Saco do Céu, Sítio Forte, Palmas, Pouso, Vermelha, Itaguaçu e Provetá. Os campings estão em Abraão, Palmas, Brava, de Fora, Araçatiba, Matariz, Parnaioca e Aventureiro. Muitos estabelecimentos funcionam de forma ilegal, sem registro na Prefeitura, acarretando evasão de impostos e vários outros problemas. As taxas médias de ocupação dos meios de hospedagem na ilha são baixas, por volta de 20% para pousadas, de acordo com estudo do MPE/Funbio de 2005. O Quadro 4-39 mostra a situação dos meios de hospedagem legalmente registrados em 2007. Quadro 4-39 - Meios de hospedagem da Ilha Grande. Meio de hospedagem Quantidade UHs Leitos Hotéis 1 35 110 Pousadas 87 903 2.948 Albergues 02 16 54 Geral 90 954 3.112 Fonte: TurisAngra, 2007. Há 18 campings legalizados com capacidade para 683 barracas. No Aventureiro estão mais 18 campings caiçaras com capacidade para 565 turistas. Os critérios predeterminados para abertura de pousadas são: que ela esteja dentro dos limites da cota 20 (até 20 metros de altura, não podendo subir mais as encostas) e que seus quartos tenham no mínimo 2,80 metros de qualquer ponta a ponta. Estabelecimentos de alimentação Segundo dados da TurisAngra, em 2007 foram identificados aproximadamente 50 estabelecimentos gastronômicos em toda a Ilha Grande, com grande concentração na Vila do Abraão. Eles servem desde comida simples (refeição e prato-feito) até cozinha internacional, com vários restaurantes especializados em frutos do mar. As informações sobre o setor são extremamente pobres, sendo desconhecidos os tipos de restaurantes e bares, categorias, localização e capacidade (número de refeições/dia). Peixe com banana pode ser considerado um dos pratos típicos da Ilha Grande. Policiamento As Vilas do Abraão e Provetá são as únicas localidades que têm um Destacamento Policial Ostensivo vinculado ao 33º Batalhão de Polícia Militar. Na primeira, o posto dispõe de viaturas Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-103 e seu patrulhamento é feito em toda a vila, nas ruas e na praia. Os principais casos de violência registrados no DPO de Abraão são ocasionados por porte de drogas e agressão entre comerciantes. A Polícia Civil possui uma unidade vinculada subordinada a 166ª DP (Delegacia de Polícia Civil). Corpo de Bombeiros O Corpo de Bombeiros está representado por Destacamento do 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente (GSFMA). Científica e educacional O Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS), criado em 1995, é o órgão da UERJ responsável por estudos e projetos ambientais na região da baía da Ilha Grande, litoral sul do estado do Rio de Janeiro. Por estar situado em local de peculiar beleza natural e riqueza de ecossistemas marinhos e terrestres, o CEADS oferece campo de ensino e pesquisa em amplas áreas de saber. Seu campus, localizado na Vila Dois Rios, dentro do PEIG, patrocina atividades que também se estendem pela baía de Sepetiba e pelo próprio continente. Para isso conta com modernos laboratórios multiuso, dotados de equipamentos apropriados a várias áreas de pesquisa. A missão do CEADS é realizar investigação científica e tecnológica nos mais diversos âmbitos do conhecimento científico e promover uma articulação entre a pesquisa, o ensino e a extensão. Existem 11 escolas de ensino fundamental na Ilha Grande, sendo que duas (Provetá e Abraão) oferecem também o ensino médio. Os povoados e localidades servidos por escolas são: Abraão, Provetá, Enseada das Estrelas, Longa, Praia Vermelha, Araçatiba, Sitio Forte, Matariz, Bananal, Aventureiro e Freguesia Sant’Ana, conforme mostra o Quadro 4-40. Há ainda na ilha a Escola Estadual Julio Maria, em Dois Rios e uma escola próxima à Aroeira, ambas desativadas. Quadro 4-40 - Escolas municipais na Ilha Grande. Unidade Escolar E.M. Julio Honorato E.M. Brigadeiro Nóbrega E.M. Monsenhor Pinto Carvalho E.M. Joaquim Alves de Brito E.M. Brasil dos Reis E.M. Thomaz H. Mac-cormick E.M. Sitio Forte E.M. Gal. Silvestre Travassos E.M. Ayrton Senna da Silva E.M. Pedro Soares E.M. Osório Manoel Correa Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Localização Freguesia de Santana Vila de Abraão Enseada das Estrelas Praia do Bananal Praia de Matariz Praia da Longa Praia de Sítio Forte Praia Grande de Araçatiba Praia Vermelha Praia de Proveta Praia do Aventureiro Telefone 3361-5514 3367-1600 3361-9822 4-104 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Administração municipal local O braço local do Poder Executivo Municipal é a Subprefeitura da Ilha Grande, inaugurada em 2004, que funciona em espaço cedido pelo Estado na Vila do Abraão. Dispõe de representações em Araçatiba e Provetá. A Subprefeitura da Ilha Grande, ao lado do INEA, são os órgãos mais estratégicos para a proteção e o desenvolvimento econômico da Ilha Grande. Contudo, a Subprefeitura tem autonomia extremamente limitada de tomar decisões e agir, orçamento baixo e não conta com qualquer meio logístico. A falta de embarcação limita a atuação dos servidores, praticamente confinando-os à Vila do Abraão. A fiscalização é precária, sobrecarregando a Administração do PEIG, frequentemente acionado para resolver problemas nitidamente de ordem urbana. O Plano Diretor Municipal e os Códigos de Obras, Posturas e Ambiental são os principais instrumentos utilizados pela Prefeitura na administração do espaço insular situado fora do PEIG e da RBPS. Bancos, caixas eletrônicos e câmbio Não existem bancos, caixas eletrônicas ou casas de câmbio na Ilha Grande, o que, para um destino turístico, causa grandes transtornos. Atividades econômicas O presente ciclo econômico insular iniciou-se com o fechamento do Instituto Penal Cândido Mendes, em Dois Rios, que abriu as portas para a visitação da Ilha Grande. O turismo é o carro-chefe, vindo a seguir a pesca, a maricultura, a construção civil e a administração pública. A Ilha Grande carece de estudo que analise a economia como um todo e seus diversos segmentos, a partir da coleta de dados primários, entendendo a Ilha a partir da soma das microeconomias de cada enseada. De grande utilidade é o recente estudo realizado pelo CONSIG/VALE em 2008. Ele pode ser a base para uma investigação mais aprofundada que contribua para fortalecer a economia e elevar a renda local. Turismo É o setor econômico mais dinâmico e o que mais emprega na ilha Grande, em especial nos segmentos de hospedagem, alimentação, operadores, agências e compras. O CONSIG/VALE estima que existam aproximadamente 500 empreendimentos no setor, gerando 1.500 empregos, além de centenas de outros temporários durante o verão. A Vila do Abraão concentra cerca de 80% dos estabelecimentos ligados ao turismo. O setor foi analisado com mais detalhes nos itens 4.3.3.1 - Atividades apropriadas e 4.7.2 - Infraestrutura, equipamentos e serviços. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-105 Comércio e serviço Destro deste setor, os que mais crescem são aqueles relacionados ao turismo, como transporte aquaviário, alojamento e alimentação. Na Vila do Abraão tem crescido o comércio de roupas, com abertura de várias lojas. Reparo de embarcações, correio e atividades de informática completam o quadro. Pesca Ainda que em menor escala em relação ao passado recente, a pesca ainda é uma importante atividade econômica na Ilha Grande, mas apenas em Provetá a pesca comercial se mantém expressiva. Os principais núcleos de pescadores são Provetá, Araçatiba, Praia Vermelha, Matariz, Longa e Aventureiro. Muitos nativos, que tradicionalmente viviam apenas da pesca, abriram pequenos empreendimentos (bares, pequenos comércios e campings), buscaram postos de trabalho ligados ao turismo ou migraram para Angra dos Reis. Recentemente, o IBIO27, com o apoio da SEA, do INEA e do CODIG, concluiu estudo detalhado revelando os seguintes fatos sobre a pesca artesanal nas águas ao redor da Ilha Grande (Quadro 4-41): • pelo menos 23 tipos de peixes (etnoespécies) foram citados como relevantes por no mínimo uma das 15 comunidades. A listagem apresentada no Quadro 4-41 inclui 24 nomes, mas um deles refere-se genericamente ao camarão, o qual tanto pode ser branco quanto rosa, já que nenhum pescador mencionou capturar camarão-sete-barbas; • o conjunto de espécies exploradas é semelhante ao de outras áreas da Ilha Grande, constituindo-se basicamente dos mesmos três grupos de peixes, pelágicos, demersais, de pedra, além da exploração de lula e camarão; • o período em que os peixes são ditos como mais abundantes é o verão, mas mesmo estes, muitas vezes não têm o pico de verão claramente definido; • entre as espécies claramente de verão destacam-se a cavala, a espada, o goete, a lula, o olhudo, a pescada, o olho de cão, o xaréu e o xerelete, enquanto o camarão rosa, o cação e a enchova são pescados de época mais fria, de parte do outono até o inverno; • dentre as técnicas de pesca predominam anzol e linha, rede de espera, cerco flutuante ou somente a rede, sem especificação. O arrasto destaca-se, já que na ilha há algumas comunidades bastante voltadas para a captura do camarão, ainda que seja primordialmente para abastecimento do comércio e turismo local. O uso da rede associado 27 IBIO. Síntese do Diagnóstico Socioambiental das Comunidades de Pescadores Artesanais da Baía da Ilha Grande (RJ). Rio de Janeiro, Projeto Mares do Sul, 2009 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-106 ao bate-poita é mencionado para a captura de vermelho (provavelmente olho de cão) e corvina; • corvina é o peixe mais capturado, seguida pela cavala, espada e outros em quantidades similares, como olhudo, xerelete e olho de cão. • dentre as artes de pesca artesanal, se destaca a modalidade de pesca denominada cercos fixos, que tem a sua maior expressão na comunidade de Provetá (Figura 4-17). Quadro 4-41 - Calendário de ocorrência dos principais peixes mencionados pelos pescadores da Ilha Grande. Nota: Os valores exibidos correspondem à porcentagem de citação para cada mês. Foram agrupados todos os pescados relevantes em cada comunidade pesqueira da Ilha Grande. São destacados os três meses de maior abundância ou os meses que tenham o mesmo valor de importância que os três meses de maior abundância. Fonte: IBIO, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-107 Figura 4-17 - Localização dos cercos fixos na Ilha Grande. Maricultura A maricultura vem se firmando e atualmente são 38 produtores que se distribuem em 25 fazendas marinhas (Figura 4-18). A produção mais que dobrou entre 2004 e 2006, passando de 4 para 10 toneladas de mexilhão. Destacam-se as criações de Sítio Forte, Bananal, Araçatiba e Praia Vermelha. O desenvolvimento recente da maricultura (que ainda inclui o cultivo de ostras Crassostrea gigas, vieira Nodipecten nodosus e algas marinhas) a torna uma alternativa de grande potencial para geração de renda. Alguns entraves que têm cerceado a obtenção de melhores rendimentos são a infraestrutura de produção instalada, capacitação de pessoal e a precariedade dos sistemas de extensão. O escritório mais próximo da FIPERJ fica no Rio de Janeiro. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-108 Figura 4-18 - Fazendas marinhas no entorno da Ilha Grande. Construção civil Não há dados sobre a atividade de construção civil na Ilha Grande, mas ela não é desprezível, haja vista o comércio de material de construção e o volume de entulho gerado apenas na Vila do Abrão. Administração pública Os principais empregadores da Ilha Grande neste setor são a PMAR (Subprefeitura, Educação e Saúde) e o Governo do Estado, este através da UERJ, INEA, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria Estadual de Educação e Polícia Civil. O único órgão federal na Ilha Grande é o Comando da Marinha, que administra o Farol dos Castelhanos. Extrativa mineral Embora não exista mina em atividade na Ilha Grande, constata-se que em qualquer comunidade ocorrem sinais de extração, mas geralmente, a escala de produção é muito pequena. Dentre os recursos estão pedras para calçamento, muros e diques de contenção, ou para fabricação de brita para composição do concreto, assim como areia de praia e rios e saibro28. Depósitos de solos argilosos também são lavrados para compor as argamassas 28 Saibro é uma rocha muito alterada (saprolito), rica em quartzo, micas e feldspatos (argila). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-109 usadas na construção de casas e fabricação de tijolos artesanais. A extração de recursos minerais é proibida na Ilha Grande. 4.6 - CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS 4.6.1 - Caracterização da população Contingente e distribuição O Quadro 4-42 apresenta uma estimativa da evolução da população da Ilha Grande desde o Século XVI até 2000. Quadro 4-42 - Estimativa populacional histórica da Ilha Grande. Estimativa Período/Ano Fonte 6 famílias Século XVI Walter Nesi Zero Século XVII até 1725 C. E. Vieira Cerca de 4.000 Século XVIII Mons. Pizarro Cerca de 3.000 1811 Ayres Casal Cerca de 7.800 Final do século XIX Honório Lima 8.000 - 10.000 1911 DI. J. Sardinha 6.791 1920 5.869 1940 6.760 1950 8.249 1960 7.518 1970 Cerca de 7.600 1978 Sudepe 6.187 1980 Censo do IBGE 4.370 1991 4.696 2000 IBGE 7.500 2005 PMAR Censo do IBGE Fonte: Sven Wunder, atualizado para 2000 e 2005. O quadro mostra um forte declínio populacional da Ilha Grande entre as décadas de 1960 e 1990, provocado pelo colapso dos estoques de peixes devido à sobrepesca, que levou à falência todas as fábricas de processamento de pescado e certamente causou forte desemprego na atividade de pesca embarcada. Aliado a isso, muitas famílias abandonaram a Ilha Grande para trabalhar nas obras da BR-101, TEBIG e usinas hidrelétricas, e no boom de construções hoteleiras e de segunda residência pós Rio-Santos, ou mesmo venderam suas posses ou foram expulsas a força. A partir dos anos 90 a população começa a apresentar uma tendência de crescimento, certamente associado ao fechamento do presídio em 1994 e o incremento da visitação na Ilha Grande. O Censo de 2000 apurou 4.696 habitantes. O total de domicílios é de 1.235. No ano 2000, a população insular representava apenas 5,34% da Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-110 população total de Angra dos Reis. Em 2008, estudo realizado pelo CONSIG/VALE29 com base em dados da PMAR e de projeções para as Vilas do Abraão e Provetá, estimou uma população de 9.233 habitantes, conforme apresentado no Quadro 4-43. Quadro 4-43 - Projeção da população da Ilha Grande. Costa Norte Nordeste Leste Sudoeste Oeste Noroeste Sul Número de Habitantes Localidade Freguesia de Santana 44 Japariz 102 Total 146 Vila do Abraão 3200 Enseada das Estrelas/Saco do Céu 521 Total 3721 Palmas, Mangues, Pouso, Itaóca, Aroeira, Recifes e Castelhanos. 66 Provetá 3000 Vermelha e Itaguaçú, 134 Araçatiba ou Araçatibinha, Grande de Araçatiba, Cachoeira 356 Longa 432 Total 922 Ubatuba ou Ubatubinha, Tapera, Sitio Forte, Marinheiro, Maguariquissaba, Porto, Passa Terra, 487 Matariz, Aripeba e Jaconema 268 Bananal Grande e Bananal Pequeno 359 Total 1114 Aventureiro 117 Dois Rios 141 Parnaioca 6 Total 264 TOTAL GERAL 9.233 Fonte: CONSIG/VALE, 2008. Somente o censo realizado em 2010, poderá confirmar a estimativa, que indica que a população dobrou em quase dez anos. Salienta-se que município de Angra dos Reis teve uma redefinição dos seus distritos pelo Decreto n° 1.760 de 03 de setembro de 1999. Os seis distritos que compunham Angra dos Reis foram transformados em quatro, a partir desta data. Os antigos distritos de Angra dos Reis e Jacuecanga tornaram-se, juntos, o distrito de Angra dos Reis, e os antigos distritos de Abraão e Praia de Araçatuba compõem atualmente o distrito de Ilha Grande, porém os dados do IBGE de 2000 e 2001 ainda utilizam a antiga divisão distrital. Fatos a destacar: A maior parte da população encontra-se na parte da ilha situada no interior da baía de Ilha Grande, sendo as costas nordeste, oeste e noroeste as mais habitadas: 29 CONSIG/VALE. Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande. Rio de Janeiro, Agência 21, 2008. 86 p. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 4-111 As Vilas de Abraão e Provetá são as maiores povoações, seguido da Longa, Bananal, Araçatiba e Matariz. Os povoados de Passa Terra, Maguariquissaba, Tapera, Sitio Forte, e Marinheiro somam 487. Na costa norte destaque para Japariz, com 102; • A população apresenta grau mediano de heterogeneidade social, econômica, cultural e étnica. Inexistem estudos socioeconômicos cobrindo toda a Ilha Grande, analisando individualmente cada comunidade. Apenas algumas como as Vilas do Abraão e Provetá, e os povoados da Longa e do Aventureiro tem recebido atenção. Grau de escolaridade A taxa de alfabetização da população apurada pelo IBGE em 2000 foi em torno de 83%. Características: • Em Abraão existem escolas de ensino fundamental e ensino médio completos, onde os alunos da Enseada das Estrelas e de Japariz cursam do 6º ao 9º ano e o ensino médio. • Em Provetá também existe escola de ensino fundamental e ensino médio completos, onde os alunos de Bananal e da Enseada do Sítio Forte completam do 6º ao 9º ano e o ensino médio. Lá os alunos da Praia da Longa, Praia Vermelha e Araçatiba também cursam o ensino médio. • Em Praia Grande de Araçatiba é oferecido até o 9º ano. Estudam nela alunos de praia Vermelha, Sítio Forte, praia da Longa e Bananal. • Na enseada das Estrelas, Bananal, Matariz, enseada do Sitio Forte, praia da Longa e praia Vermelha há escolas até o 1º segmento do ensino fundamental. Na Freguesia de Santana também existe escola até o 1º segmento do ensino fundamental, onde estudam os alunos de Japariz. • O barco-escola sai diariamente de Angra dos Reis às 05:00h levando os professores para as diversas escolas das localidades e transportando alunos entre as praias. O barcoescola passa por Saco do Bananal, Matariz, Enseada do Sítio Forte (Passa-Terra, Maguariquessaba, Sítio Forte, Tapera e Ubatubinha), Praia da Longa, Praia Grande de Araçatiba e Araçatibinha, Praia Vermelha e Provetá. Não há cursos de educação ambiental. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-112 Saneamento Ver item 4.5 - Usos e Ocupação do Solo, tópico Serviço de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto. Faixa etária/gênero A população de Angra dos Reis é predominantemente urbana e apresenta uma participação masculina equivalente à feminina em uma proporção de 101,5 homens para cada 100 mulheres. A maioria da população encontra-se na faixa etária entre 30 e 49 anos, seguida pela faixa de 20 a 29 anos (Quadro 4-44). Quadro 4-44 - Informações sobre a faixa etária e gênero da população do município de Angra dos Reis. População do município de Angra dos Reis Total 119.247 Urbana 114.300 Rural 4.947 Homens 60.089 Mulheres 59.158 0 – 4 anos 12.165 5 – 9 anos 11.390 10 – 14 anos 11.251 15 – 19 anos 12.313 20 – 29 anos 21.736 30 – 49 anos 4.524 50 + anos 15.868 Fonte: Fundação CIDE. Anuário Estatístico 2008 (Censo 2000). Estratificação social Angra dos Reis apresenta o universo de 50.910 domicílios, sendo que 26,93 % deles são de famílias pertencentes à classe econômica “C2” que possuem renda familiar mensal em torno de R$ 950,00 (Quadro 4-45). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-113 Quadro 4-45 - Número de domicílios urbanos e classes econômicas do município de Angra dos Reis. Classes Econômicas Número de Domicílios Urbanos A1 267 A2 1.875 B1 4.707 B2 9.183 C1 10.208 C2 13.714 D 10.245 E 711 Total 50.910 Fonte: Fundação CIDE. Anuário Estatístico 2008 (Censo 2000). Classes econômicas (Renda Média Familiar Mensal – em R$1) (*) classe A1 = 14.400,00 (*) classe A2 = 8.1000,00 (*) classe B1 = 4.600,00 (*) classe B2 = 2.300,00 (*) classe C1 = 1.400,00 (*) classe C2 = 950,00 (*) classe D = 600,00 (*) classe E = 400,00 1– Registra-se o valor do salário mínimo em R$ 465,00 para os dados acima. 4.6.2 - Relação da comunidade com a Unidade de Conservação Não se tem ainda uma noção clara da visão que a comunidade tem do PEIG, pois para isso seria necessário aplicar questionários em todos os núcleos populacionais da Ilha Grande empregando metodologia científica. Contudo, algumas considerações gerais podem ser perfeitamente formuladas com base no convívio com a comunidade e a participação em reuniões. Uma constatação que não surpreende é que a maioria não sabe o que vem a ser um Parque, Reserva ou APA, e muito menos uma Unidade de Conservação, não diferindo, neste aspecto, de grande parte das localidades no Estado. Evidentemente, o desconhecimento é menor na Vila do Abraão, Dois Rios, Pouso, Mangues e no povoado do Aventureiro. É preciso frisar que a expansão do Parque é muito recente, de modo que ele ainda não faz parte da vida de várias comunidades da costa norte, noroeste, oeste e sudoeste. Nestes locais, a população entra e sai do Parque sem o menor controle, a maior parte sequer sabe que aquele local é um Parque. O significado de Reserva é mais conhecido graças à RBPS. A APA de Tamoios é bastante desconhecida, e é comum chamar partes da APA de Reserva. A maioria desconhece que mora em uma APA. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-114 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Ao que tudo indica, firmou-se no imaginário coletivo a idéia que uma unidade de conservação é meramente uma equipe de fiscalização protegendo um território, exatamente como foi constatado na Ilhabela (SP), devido à criação do Parque Estadual. A explicação para isso é simples, a RBPS era a única que tinha estrutura, uma equipe estável e mostrava algum funcionamento, sendo a fiscalização o carro-chefe. A APA de Tamoios sempre existiu no papel, mas nunca teve escritório ou servidor lotado no local. Já o PEIG, em grande parte de sua vida foi meramente um posto avançado de fiscalização. Como o Parque não foi efetivamente implantado, cresceram os conflitos. As campanhas de divulgação e educação ambiental não têm atingido a ilha como um todo ou a mensagem vem sendo passada de maneira errada, ou ambas. Para piorar, poucos foram os esforços para estabelecer qualquer tipo de alianças com a comunidade para viabilizar o Parque. O Conselho Consultivo do Parque foi estabelecido somente agora, em 2008. Alguns alegam que o Parque e a Reserva foram criados de cima para baixo, de forma impositiva, sem levar em conta a opinião da sociedade local. O Presídio, criado da mesma forma, não é criticado, nem tampouco as fábricas de sardinha, pois estes geraram empregos, além de não limitarem o uso dos recursos naturais. Por outro lado, um número crescente de pequenos empresários locais enxerga na conservação do Parque uma condição básica para sua atividade. Há também daqueles que, embora em minoria, começam a reconhecer os aspectos positivos do PEIG. 4.7 - ASPECTOS INSTITUCIONAIS DA UC O PEIG, desde o início de 2009, integra a estrutura do INEA. A memória institucional e a documentação gerencial do Parque são extremamente pobres para um parque com 38 anos, prejudicando a análise de dados pretéritos sobre a instituição. Nada foi encontrado além de processos administrativos e de uma proposta de plano de manejo datada de 1993 (UFFRJ1993). 4.7.1 - Pessoal Trata-se do componente mais crítico na gestão de qualquer Parque. Por nunca ter realizado concurso público, o IEF continha um número irrisório de funcionários de carreira na atividade fim. Se isto prejudicava o trabalho na sede, na ponta a situação era dramática. O PEIG passou 36 anos (1971-2007) com um quadro de pessoal diminuto, incapaz de realizar algo além da rotina de fiscalização, aprovar pedido de poda e atender pessoas, mesmo assim precariamente. Os primeiros sete anos do PEIG foram sem equipe. Nos anos restantes, teve na maior parte do tempo entre um a quatro funcionários, excepcionalmente sete por apenas Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-115 um ano (2005). Atravessou 2007 com um administrador chefiando uma equipe de apenas 8 funcionários, sendo cinco lotados no PEIG e três em gestão conjunta com a RBPS, apesar do Parque ter sido ampliado, e ter um grande passivo para solucionar. O quadro mudou apenas no final de 2007. Dado que a administração do PEIG possuía um contingente de funcionários muito aquém da necessidade mínima, foi necessário planejar uma nova equipe. Esta foi dimensionada e os perfis ocupacionais30 descritos pela primeira vez. A ampliação da equipe se deu somente em dezembro de 2007, através de contratação de terceirizados por empresa contratada pela compensação ambiental via TermoRio, bem como por meio de convênio entre a FIRJAN e SEA (Quadro 4-46). O processo de seleção foi realizado na Vila do Abraão, com base nos perfis mencionados. Uma das maiores dificuldades iniciais foi estabelecer os valores dos salários do pessoal terceirizado, que tiveram que ser mantidos baixos para evitar distorções salariais com os salários pagos pelo IEF, que eram irrisórios. Os benefícios, tais como serviços médico-dentário e auxílio alimentação compensaram em parte, mas não se evitou que houvesse um indesejável rodízio de mão de obra além do normal. Decorridos quase dois anos da experiência com profissionais terceirizados, pôde-se afirmar que os que permaneceram são excelentes profissionais. Quadro 4-46 - Recursos humanos do PEIG. Nome Data de Nascimento Cargo/Função Formação/ Escolaridade Izar Araújo Aximoff 12.07.1978 Chefe de Unidade Biólogo Sandro Muniz do Nascimento 30.06.1981 Subchefe Biólogo Maria da Purificação Teixeira 02.03.1957 Coordenador de Administração e Manutenção Ensino médio Roberto Cardoso dos Santos 07.12.1951 Auxiliar de Manejo Antonio Cardoso de Souza 22.04.1950 Auxiliar de Manejo Andrei Veiga dos Santos 12.12.1971 Coordenador de Proteção Publicitário e Biólogo Ururai da Silva Campos 27.11.1972 Adjunto de Operação e Logística Ensino fundamental Luciane Cristina Zanol Vieira 29.11.1980 Luciana Loss Sodré 15.12.1978 Leandro Travassos 01.08.1978 Rodrigo Jordão Castro 14.08.1973 Adjunto de Operação Ensino médio Suely Oliveira Milagres 04.03.1964 Secretária Ensino médio 30 Coordenadora de Uso Público e Educação Ambiental Serviços Ambientais Coordenador de Pesquisa e Manejo Ensino fundamental (incompleto) Ensino fundamental (incompleto) Vínculo/Lotação INEA/PEIG (Extraquadro) INEA – PEIG/Sede (Quadro) INEA – PEIG/Sede (Quadro) INEA - PEIG/Sede (Quadro) INEA - PEIG/Aventureiro (Quadro) INEA - PEIG/Sede (Extraquadro) INEA - PEIG/Sede (Extraquadro, Corpo de Bombeiros) Turismóloga HOPE – PEIG/Sede Eng. Florestal HOPE – PEIG/Sede Biólogo/Zoologia HOPE – PEIG/Sede HOPE – RBPS/PEIG/Aventureiro HOPE – PEIG/Sede Foram descritos os perfis de Administrador, Assistente de Operação, Chefe do Setor de Administração, Auxiliar de Administração, Auxiliar de Manutenção, Cozinheira/Faxineira, Chefe do Setor de Uso Público e Interpretação, Interpretador Cultural, Chefe do Setor de Manejo de Ecossistemas, Proteção e Pesquisa, Zoologista, Auxiliar de Manejo da Flora, Auxiliar de manejo da Fauna e Guardiões. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-116 Quadro 4-47 - conclusão. Nome Data de Nascimento Reginaldo Santos Pires 13.05.1984 João Corrêa Guimarães 24.06.1953 Dalban Rodrigues 16.09.1956 Maria de Nazaré P. Santana Rodrigues Adriano Barbosa dos Santos Antonio Marcos Nascimento 18.04.1957 15.08.1984 12.02.1974 Criste da Cruz 14.10.1979 Ednaldo da Cruz Nascimento 08.04.1977 Eliezer de Oliveira Adriano 02/02/1988 Eliseu Andrade Pimenta 26.02.1982 Fernanda Almeida de Pinho 01.01.1981 Johnny de Oliveira Garcia 15/04/1991 Jorge Donato Brandão Neves Leonardo de Andrade Bacelar 05/04/1997 22.12.1979 Cargo/Função Marinheiro de Convés (MAC) Auxiliar de Serviços Gerais Auxiliar de Serviços Gerais Auxiliar de Serviços Gerais Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Proteção ao Parque Auxiliar de Serviços Gerais Rodrigo Almeida da Silva 13.12.1982 Elzenir Vicente de Barros 06.12.1966 Maycon Rosa Fonseca 15/11/1991 Jardineiro Audizio Silvino da Silva 30/09/1967 Jardineiro Formação/ Escolaridade Vínculo/Lotação Ensino médio HOPE – PEIG/Sede Ensino médio (incompleto) HOPE – PEIG/Sede Ensino médio HOPE – PEIG/Sede Ensino médio (incompleto) HOPE – PEIG/Sede Superior (incompleto) HOPE – PEIG/Sede Ensino fundamental (incompleto) Ensino fundamental (incompleto) Ensino fundamental (incompleto) Ensino médio Ensino fundamental (incompleto) Ensino médio (incompleto) Ensino médio (incompleto) HOPE – PEIG/Sede HOPE – PEIG/Aventureiro HOPE – PEIG/Aventureiro HOPE – PEIG/Sede HOPE – PEIG/Sede HOPE – PEIG/Sede HOPE – PEIG/Sede Ensino médio HOPE – PEIG/Sede Ensino médio (incompleto) HOPE – PEIG/Sede Superior (incompleto) HOPE – PEIG/Sede Ensino médio (incompleto) Ensino fundamental (incompleto) Ensino fundamental (incompleto) FACILITY – PEIG/Sede DNA Mão de Obra/Sede DNA Mão de Obra/Sede Voluntários e estagiários Planejou-se utilizar voluntários em larga escala, prática comum em parques em todo mundo. Pelo fato de ser na Ilha Grande, estima-se que seja possível recrutar e treinar com facilidade em torno de 40 voluntários no período de verão e distribuí-los pelo Parque, fornecendo-lhes abrigo, alimentação e uniformes simples, uma força de trabalho considerável. Contudo, o atraso na implantação das subsedes previstas para Lopes Mendes, Aventureiro e Dois Rios e a falta de normas corporativas sobre o assunto impediram avançar. Foi recrutado um número bem pequeno de voluntários para trabalhar na própria sede, inclusive dois alemães. Os voluntários no PEIG podem realizar serviços ao ar livre e em escritório. No primeiro caso, os mais relevantes são patrulhamento, limpeza e recuperação de trilhas e praias, atendimento ao público, guia de interpretação natural e cultural, aplicação de questionários e, no segundo caso, atendimento ao público no Centro de Visitantes, apoio na limpeza das instalações, apoio nos serviços administrativos e na manutenção e limpeza de viaturas e da lancha. Quanto aos estagiários, a maior demanda é nos serviços relacionados manejo da fauna e flora. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-117 4.7.2 - Infraestrutura, equipamentos e serviços O PEIG ganhou suas primeiras edificações e equipamentos em 1978, entre elas a residência do administrador, o galpão e a casa de visita, que foram reformadas. Entre 1990 e 1994, parceria do IEF, Feema, Instituto Pró-Natura e Esso possibilitaram desenvolver o Projeto Ilha Grande, que fez a reforma do Centro de Visitantes, do alojamento e da sede do Batalhão Florestal, adquiriu veículos e equipamentos e fez a sinalização de algumas trilhas. Em 2005 e 2006 foram adquiridos lancha, quadriciclo e equipamentos e, desde 2007, diversas aquisições e obras vêm sendo realizadas. O Quadro 4-48 e o Quadro 4-50 relacionam as edificações, estradas, caminhos, pontes, trilhas e sistema de sinalização e os veículos e embarcações. A lista completa de bens achase no relatório “Balanço dos Bens Patrimoniais do PEIG em Dezembro de 2008”, concluído pela Administração do PEIG em janeiro de 2009. Quadro 4-48 - Edificações, estradas, caminhos, pontes, trilhas e sistema de sinalização. Item Especificação Observação Estado de conservação Centro de Visitantes / Sede Administrativa (300 m²) com espaço de recepção de visitantes/sala de interpretação, 3 salas de administração, auditório, copa e dois banheiros. Incorporado ao PEIG em 1993. Reformado em 1993 (Convênio IEF– Bom. PRONATURA – ESSO) e 2005 Telhado com problemas. (TermoRio). A outra metade do Necessita de reparo Casarão, também com 300 m², foi urgente. cedida a Prefeitura de Angra dos Reis em 1993. Alojamento de funcionários e pesquisadores (193 m²) com sala de estar, 5 quartos, 2 banheiros, cozinha com despensa, varanda, laboratório rústico e garagem. Incorporado ao PEIG em 1978. Reformado em 1978, 1990 (Convênio IEF – PRONATURA – ESSO) e 2005 (TermoRio). Reformada e reestruturada internamente em 2008 (TermoRio). Regular. Aguardando reparos e equip/utensílios. Casa do administrador (117 m²), Incorporado ao PEIG em 1978. com sala, 3 quartos, dois Reformada em 2005 e reestruturado banheiros, cozinha e pátio com em 2008 (TermoRio). churrasqueira e áreas coberta. Regular. Aguardando reparos e equip./utensílios. Edificações Galpão (62 m²), com banheiro. Guarita no (7,51 m²) Circuito Incorporado ao PEIG em 1978. Reformado em 2005 e 2008 (TermoRio). Abraão Construída em 2008 (TermoRio). Bom. Faltam prateleiras Muito Bom. Pórtico na entrada do Circuito Construído em 2008 (TermoRio). Abraão. Bom. Viveiro (64,8 m²), com área para canteiros e pequena edificação de beneficiamento de sementes e escritório (39 m²). Bom. Construído em 2007 pelo Instituto Ambiental da Vale em parceria com o IEF e incorporado ao Parque no mesmo ano. 138 casas funcionais e outras Incluídos na área do Parque em Não estão patrimoniadas Somente 4 das 138 edificações da ex-Colônia Penal 1971. no INEA. edificações pertencem ao INEA. Cândido Mendes (CPCM). Cais do Abraão. Incorporado em 1971, pertencia a CPCM. Bom estado de conservação. Galpão próximo ao cais. Em processo de incorporação ao INEA. Necessita de melhorias. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-118 Quadro 4-49 – conclusão. Item Especificação Observação Regular. Necessita de revitalização. Aqueduto. Patrimônio histórico. Ruim. Necessita de revitalização. Ruínas do lazareto. Necessitam de inventário e estúdio histórico. Ruínas de fazendas. Edificações Sede da REBIO (77,64 m²) com sala de estar, 2 banheiros, depósito, laboratório, sala de jantar, copa, cozinha, área Construídos em 1990 com apoio da WWF, ESSO e Cia Docas do Rio de interna, 1 quarto e 1 suíte. Janeiro. Alojamento de pesquisadores da REBIO (83,15 m²), sala, 2 quartos, 2 banheiros, área de serviço, cozinha e varanda. Caminho (1,8 km). do Circuito Abraão Incorporado ao PEIG em 1971 Estrada Vila do Abraão - Dois Incorporada ao PEIG em 1971. Rios (11 km), em leito natural. Estrada da Aroeira (3 km), em Incorporada ao PEIG em 1971. Estrada, leito natural. Parcialmente situada no Parque. Caminhos e 9 pontes, sendo: 2 no Caminho do Pontes Circuito Abraão e 4 na estrada da Colônia, além de várias obras de arte de drenagem e contenção. Incorporadas ao PEIG em 1971 Três na trilha (ex-estrada) Dois Rios para Parnaioca. Trilhas Cerca de 79,5 km de trilhas, correspondendo a 87% do circuito Incorporadas ao PEIG em 1971 e completo (91,1km) de trilhas da 2007. Ilha Grande. Sistema de Conjunto de Sinalização sinalização. placas de Estado de conservação Implantado em 2008. A Brigada Mirim implantou várias placas em 1994. Ruim. Péssimo. Inabitável. Aguardando obras de reformas. Em recuperação. Em manutenção pela UERJ. Sem manutenção. Necessita reformas. Algumas ruíram entre Dois Rios e Parnaioca. Muito ruim. Necessita de manutenção. Manutenção eventual. Fonte: Administração do PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-119 Quadro 4-50 - Veículos e embarcações do PEIG. Código Nota Situação atual LIO-9902 Transferido do Parque Estadual da Serra da Tiririca em 2007 e reformada em 2008 Necessita Reforma 1 LIR 9904 Transferido do Parque Estadual da Pedra Branca em 2006 e reformado parcialmente em 2008 Jeep Toyota Chassi 9BROJ0010L1007696, Placa 9663, Ano 1990. BP nº 0037 (*) 1 0037 Cedido em comodato em 1990 (Convênio IEF– PRONATURA – ESSO) Quadriciclo Yamaha cor azul 2006, Gasolina - BP nº 4150 1 4150 Adquirido em 2006 /TermoRio (E-07/000027/04) Operante Quadriciclo Honda cor Verde 2006, Gasolina - Chassi 9C2TE25006R000126 BP nº 3748 1 3748 Adquirido em 2006 /TermoRio (E-07/000027/04) Operante Motocicleta Yamaha DT 180 (Ano 1991) Placa: LLO0267 – Chassi nº 9C62TW000M0038571 - BP nº 2153 1 LLO 0267 Cedido em comodato em 1990 (Convênio IEF– PRONATURA – ESSO) Operante 4160 Adquirida com recursos de compensação da UTE Norte Fluminense em 2006. Anteriormente na Reserva Ecológica da Juatinga. Transferida para o PEIG em 2007 Item Marca/Especificação Utilitário Pick-up Toyota com Caçamba, Placa LIO-9902, Ano 93/93. BP nº 2134 Utilitário Jeep Toyota Bandeirantes, Diesel, Chassi 9BR0J0020N1021489, Placa LIR-9904, Ano 92/93. BP nº 2146 Utilitário Quantidade 1 Patrimonial Lancha Futura 28” Bimotor a Diesel Embarcação Cor: Branca ANO: 2004 BP nº 4160 1 2 motores – Mercruiser Mod.1.7 – 120 HP Carreta: S/BP (Portogalo) Embarcação Bote Alumínio 5,50 m c/Motor Yamaha 25HP LEVEFORTE BP nº 4165 Adquirido através de Pregão nº 08/06 1 4165 Carreta: S/BP (Porto Galo) Embarcação Bote inflável com motor 25 HP Operante Operante Necessita Reforma Inservível. Operante Operante Processo E-07/300.537/06 Recursos PPMA Adquirido através de Pregão nº 08/06 1 Operante Processo E-07/300.537/06 Recursos PPMA Lancha Cor Branca, Ano 2006, gasolina CIMITARRA IEF-RJ Inoperante Necessita revisão. N. Identificação: 381051617-1 Embarcação N Série: CIMI 2700952006 Carreta: S/BP Carrinho para motor: S/BP Telefone p/motor: S/BP Rádio solara DSC: S/BP Fonte: Administração do PEIG, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 1 3808 Adquirida com recursos do PPMA (Processo E07/300.384/06) Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-120 Nas instalações da Vila do Abraão os esgotos são ligados à rede do SAEE e os resíduos sólidos recolhidos pelo serviço da PMAR. O serviço de energia elétrica está a cargo da AMPLA, não sendo de boa qualidade devido às constantes oscilações. O sistema de sinalização cobre apenas uma pequena área do Parque, necessitando ser ampliado. O sistema de comunicação com a sede do INEA é satisfatório, através de linha telefônica e internet. 4.7.3 - Estrutura organizacional O PEIG reporta-se à Gerência de Unidades de Conservação de Proteção Integral (GEPRO) da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAP) do INEA. A primeira versão da estrutura organizacional do PEIG foi esboçada no início de 2007, a partir da análise das diretrizes constantes em publicação do Banco Mundial31, do exame de estruturas adotadas em parques americanos32 e canadenses, da divisão em setores definida para o PEIG para fins de controle territorial e alocação de subsedes, da necessidade de agregar a Reserva Biológica da praia do Sul à gestão do PEIG, pela disponibilidade de pessoal, pela demanda de serviços, o tamanho e geografia da ilha. O maior desafio foi montar a cadeia hierárquica devido à exiguidade de servidores públicos do quadro permanente, tendo em vista que um servidor público não pode receber ordens de um funcionário terceirizado. O organograma adotado (Figura 4-19) não é a melhor opção, mais é o mais adequado no momento em que se dispõe de poucos servidores de nível superior e médio do quadro permanente. Figura 4-19 - Estrutura organizacional do PEIG. 31 LEDEC, G.& GOODLAND, R. Wildlands: Their Protection and Management in Economic Development. Washington, World Bank,1988. 278 p. 32 www.nps.gov/index.htm Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-121 O Chefe é a autoridade máxima do PEIG, tendo como substituto um Subchefe. É assistido por quatro coordenações, por um assessor de operações e por adjuntos de operações (Quadro 4-51). As representações externas do Parque junto a Prefeitura, órgãos públicos federais e estaduais é atribuição exclusiva do administrador. Quadro 4-51 - Atribuições da equipe do PEIG. Função Atribuições Coordenação de Uso Público e Educação Ambiental Operação do Centro de Visitantes e atividades de uso público, turismo, recreação interpretação e educação ambiental, uso do patrimônio histórico-cultural, relações públicas, divulgação e marketing e Conselho de Gestão. Coordenação de Pesquisa e Manejo Gestão de conhecimento, monitoramento e pesquisa, recursos hídricos, operação do viveiro, flora, fauna, recuperação de áreas degradadas, prevenção e combate a incêndios florestais e conselho científico. Coordenação de Administração e Manutenção Recursos humanos, finanças, comunicação corporativa, acompanhamento de processos e convênios, acompanhamento de despesas com utilidades (água, esgoto, energia, internet), limpeza das instalações, manutenção de computadores, viaturas e equipamentos, manutenção predial e controle de suprimentos e de combustível. Coordenação de Proteção Patrulhamento e fiscalização. Assessor de Operações Comanda o trabalho dos guardiões no campo (auxiliares de proteção ambiental), sendo responsável pela manutenção de ruínas históricas, de sinalização e de trilhas e ainda por primeiros socorros, busca e salvamento. Adjuntos de Operações Supervisionam e executam tarefas nos setores que são responsáveis, em especial, em atendimento ao público, manutenção, aplicação do regulamento do PEIG e das regras de zoneamento. Serviço de Guarda Parque Unidade independente do INEA ainda não implantada na Ilha Grande. O Serviço executará atividades de interpretação natural, cultural e histórica, manutenção de trilhas, combate a incêndios florestais, busca e salvamento, fiscalização e patrulhamento. Fonte: Administração do PEIG/INEA, 2009. Para efeito de melhor administração territorial, o Parque Estadual da Ilha Grande encontra-se dividido em 5 setores, que serão supervisionados por núcleos, a exceção do Núcleo Abraão, que é gerenciado pela própria sede. A Figura 4- 20 e o Quadro 4-52 apresentam os setores. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-122 Figura 4- 20 - Setores do Parque Estadual da Ilha Grande. Quadro 4-52 - Descrição dos setores do PEIG. Setor I II III Área (ha) Comunidades do Entorno e no Interior 4.298 Abraão (1), Abraãozinho e Morcegos, Feiticeira, Iguaçu, Camiranga, Fazenda, Galo, Conrado, Caravela, Enseada das Estrelas, Saco do Céu, Japariz, e Freguesia de Santana. 1.953 Palmas, Mangues, Aroeira (1) e Castelhanos. 4.040 Dois Rios (2) e Parnaioca (2). Abraão – Estrela Lopes Mendes – Palmas Dois Rios – Parnaioca IV Araçatiba – Provetá 2.542 Longa, Araçatiba, Praia da Cachoeira, Araçatibinha, Itaguaçu, praias Vermelha e Acaiá, e Provetá. V Bananal – Passa Terra 1.775 Bananal, Matariz, Jaconema, Sítio Forte, Passaterra, Praia do Porto, Maguariquessaba, Marinheiro, Sítio Forte, Tapera e Ubatubinha. Notas: (1) Parcialmente no interior do Parque. (2) Integralmente no Interior do Parque. As demais comunidades encontram-se fora dos limites. 4.7.4 - Recursos financeiros No início de 2007, a estratégia financeira traçada para o PEIG foi preparar um orçamento preliminar e calcular o custo de funcionamento em condições operacionais mínimas; prever formas de financiamento do custeio através de orçamento público ou de parcerias; avaliar condições e formas de gerar receitas, e assegurar fontes de recursos para investimentos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-123 O PEIG nunca foi um centro de custo na contabilidade oficial de custeio do Estado. Assim, é impossível obter a série histórica da execução orçamentária. Tendo em vista este fato, no início de 2007 foi elaborada a primeira versão de orçamento-padrão para o PEIG, com base na análise da composição de orçamentos de parques americanos, do orçamento do Estado, nas indicações do Manual do Chefe do IBAMA, no orçamento desenvolvido pela Fundação CSN para a Reserva da Cicuta e no manual de orçamento-padrão da Eletrobrás para projetos ambientais em empreendimentos hidrelétricos. O plano de contas concebido para o PEIG, aperfeiçoado deste estão, divide-se em orçamento operacional (pessoal e custeio), orçamento de receitas e orçamento de investimentos (despesas de capital), conforme mostra o Quadro 4-53 . Quadro 4-53 - Composição do orçamento do PEIG. Item Pessoal Centros de Custo Salários e encargos, recursos humanos terceirizados, treinamento, uniforme e EPI, voluntários, estagiários. Manutenção Manutenção de veículos e quadriciclos; manutenção de lancha e bote; manutenção civil, elétrica e hidráulica de edificações; manutenção da Estrada Vila do Abraão – Dois Rios; manutenção de trilhas e acessos as praias; manutenção do sistema de sinalização; Manutenção de equipamentos e implementos; manutenção de eletrodomésticos, utensílios domésticos e móveis; manutenção de sistemas de informática. Fornecimento de Suprimentos e Materiais Combustíveis e lubrificante, materiais de áudio e vídeo, materiais de expediente e impressos, materiais de higiene e limpeza, utensílios, peças e acessórios, insumos agropecuários, ferramentas e implementos manuais, suprimentos alimentares. Custeio Utilidades Serviços Públicos: água e esgoto, energia, telefone, rádio, internet e correio. Outras Atividades Operacionais Reuniões do Conselho Consultivo e Encontros; Livros, Publicações, Jornais, Boletins e Revistas; Reprografia e Impressão de Mapas; Software e Periféricos; Viagens e Estadias; Fretes e Transporte em Geral; Aluguel de Máquinas e Equipamentos e Seguros. Comunicação e Marketing Cooperação Institucional (despesas de viagem e alimentação relacionadas à cooperação institucional). Fonte: INEA, 2009. Com base no plano de contas, foi então estimado o custo operacional mínimo, cujo valor variou entre R$ 800 mil a R$ 1,2 milhão de acordo com a estrutura projetada. Tendo em vista a impossibilidade do INEA de arcar sozinho com a despesa, aliado à inviabilidade do PEIG de gerar receita em curto prazo através de arrecadação, foi utilizada inicialmente uma parte dos recursos de compensação ambiental da empresa TermoRio, em valor bem abaixo daquele especificado acima. Em paralelo, a partir de meados de 2009, articulou-se uma parceria com a Companhia Vale, onde a empresa se comprometeu a adotar o PEIG e colaborar com R$ 1 milhão/ano exclusivamente para custeio para os próximos 5 anos. Esta parceria permite ao INEA investir na infraestrutura e na aquisição de veículos e equipamentos sem risco que os mesmos sejam abandonados ou fiquem sem condição de manutenção, garantia que nenhum parque estadual Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4-124 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande tem. Com isso, os recursos da compensação foram direcionados exclusivamente para investimentos. O PEIG recebeu investimentos em 1978, no início dos anos de 1990, em 2005-2006 e desde 2007 até o presente. Não foram encontrados documentos atestando os valores investidos pelos projetos de 1978 e 1990. Em janeiro de 2004, o IEF assinou com a empresa TermoRio, convênio33 para investimentos de recursos de compensação ambiental no Parque Estadual da Ilha Grande no valor de R$ R$ 307.454,94. Os recursos foram aplicados no PEIG em 2005 e 2006 através do Programa de Implantação de Melhorias de Infraestrutura e para a elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande, com orçamento de R$ 307.454,94. Aditamentos foram assinados em 16/01/2005 e 16/01/2006. Em janeiro de 2007, o recurso disponível para investimento no PEIG era de R$ 36.000,00, referente ao saldo do Programa supracitado. Aproveitando a necessidade de aditamento do convênio com a TermoRio, foi elaborado pelo IEF o Programa de Fortalecimento do PEIG, substituindo o anterior, cuja assinatura deu-se em maio de 2007. Os valores da compensação ambiental da TermoRio foram redistribuídos de forma mais balanceada entre as unidades de conservação. Os recursos para investimento no PEIG saltaram então de R$ 36.000,00 para R$ 2.462.700,00. Além disso, o PPMA/KfW vem desde 2005 investindo no PEIG, além de ter financiado duas oficinas de planejamento e a elaboração do Plano de Manejo Ao longo de 2008 e com a ausência de Plano de Manejo, opções de alternativas para custeio e novos investimentos foram se agregando, levando a necessidade de se estabelecer um novo Programa de Fortalecimento do PEIG. O Quadro 4-54 apresenta a estimativa de investimentos previstos para o PEIG para os próximos 5 (cinco) anos, em função da adoção pela Cia. Vale e outros recursos previstos. 33 Processo E-07/000.028/04 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-125 Quadro 4-54 - Estimativa prevista de alocação de recursos para o Programa de Fortalecimento do PEIG (2009-2013). Item OPERAÇÃO Projetos e ações Atividades ANOS 20092013 R$ (1,00) Projeto de Reforço Operacional (Adoção Vale) Pessoal e custeio 5000000 INEA - Recursos próprios e transferência do Tesouro do Estado Salário e encargos, despesas de serviços públicos (luz, água, telefone) 1250000 Projeto Guarda Parque Recursos humanos, serviços públicos e despesas operacionais 7000000 (Tesouro do Estado) SUBTOTAL OPERAÇÃO 13250000 TermoRio (Compensação Ambiental) Infraestrutura, treinamento 1500000 Emenda Parlamentar – MTur / CEF Infraestrutura e mobiliário 28000000 Centro de Visitantes (projeto e obra) 965000 INVESTIMENTO PPMA/KfW Calçamento da estrada Dois Rios-Abraão PRODETUR (informação não consolidada) 44200 Plano de marketing e produção de eventos/workshop, impressos e vídeo (geral) 1170470 INEA (Fonte 00) Embarcação Resíduos Sólidos (SEA) Educação Ambiental – FECAM TOTAL GERAL Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 12000000 Estudos e planos de turismo/Educação Ambiental. 309000 10000 7049866900 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-126 4.7.5 - Cooperação institucional O Quadro 4-55 informa sobre as principais parcerias do PEIG. Quadro 4-55 - Principais parcerias do PEIG. Entidade TermoRio Companhia Vale Portogallo PMAR Ministério do Turismo Ministério da Pesca Escopo da parceria Desde 2005, a empresa tem investido recursos de compensação ambiental. Em 2007, firmou com o IEF Termo de Cooperação Técnica que gerou capacitação de pessoal, implantação de viveiro, coleta de sementes e produção de mudas e recuperação de 15 ha de matas e restingas. Em 2009, adotou o PEIG comprometendo-se a destinar R$ 1 milhão/ano para prover o custeio. Guarda da lancha Desde o início de 2007, a Administração do PEIG e a PMAR tem promovido intensa troca de informações na forma de relatórios, mapas e imagens de satélite. Recursos para reforma e implantação da infraestrutura do PEIG. Acordo de Pesca da baía de Ilha Grande. Batalhão Florestal, IBAMA, Apoio nas atividades de fiscalização. ICMBio e Polícia Florestal Instituto BioAtlântica e CODIG Grupamento Aéreo Marítimo da Polícia Militar UERJ Preparação de mapa detalhado da Ilha Grande e do Parque Estadual em conjunto com a SEA. Realização de sobrevoos de helicóptero. Realização do estudo ambiental da Ilha Grande. UFRRJ Execução do Projeto de Turismo de Base Comunitária no Aventureiro. CODIG Realização de estudos para o Plano de Manejo. DRM AMHIG Jornal o ECO Associação Curupira FIPERJ Orquidário Apoio para material de divulgação da área de geologia do PEIG.. Apoio para produção de material de divulgação do PEIG. Divulgação de informações sobre o PEIG. Apoio na capacitação de funcionários da Coordenação de Uso Público. Colaboração na construção do Acordo de Pesca. Colaboração no projeto OrquidaIlha, de inventário das espécies de orquídea. Fonte: INEA, 2009. 4.8 - DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA O Parque Estadual da Ilha Grande tem grande significância, pois é considerado o segundo maior parque insular do Brasil, protegendo uma importante área da Mata Atlântica, um dos cinco hotspots de biodiversidade mais ameaçados do planeta e de importância reconhecida internacionalmente através da Reserva da Biosfera. O PEIG sintetiza, junto com a RBPS, a natureza do estado do Rio de Janeiro, preservando amostras de ecossistemas de Mata Atlântica e ecossistemas associados, como restingas, manguezais e vegetação de afloramentos rochosos, além de córregos, lagunas, costões rochosos, praias e enseadas. Preserva, junto com a RBPS, cerca de 80 % da Ilha Grande. O PEIG, assim como a Ilha Grande, guarda marcas de vários ciclos da história do Brasil, dispondo de rico patrimônio histórico – cultural representado por rochas com marcas de polir e afiar facas e ferramentas de pedra, datadas de três mil anos, sambaquis, sepultamentos, Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-127 trilhas centenárias, um belíssimo farol e um aqueduto, barragem e usina hidrelétrica, além de diversas ruínas de fazendas e povoados, do lazareto e de dois presídios, sem contar o caminho com calçamento feito por escravos. Abriga o Centro de Desenvolvimento Sustentável (CEADS), que pertence à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É o produtor de água que abastece todas as comunidades da Ilha Grande. 4.9 - PROBLEMÁTICA O Quadro 4-56 apresenta os principais problemas que foram levantados e discutidos na Oficina de Planejamento, retratando a realidade em meados de 2007. Todos decorrem basicamente de seis causas combinadas: i) excessiva demora em dotar o Parque Estadual da Ilha Grande de condições mínimas para operar (pessoal, equipamentos, infraestrutura, dentre outros), ii) falta de autonomia da equipe do Parque para movimentar recursos orçamentários de custeio, impossibilitando qualquer agilidade administrativa; iii) deficiência de canais de diálogo com a população; v) falta de plano de manejo ou projeto de implantação, v) necessidade de trabalhar de forma articulada com a PMAR e; vi) ausência de iniciativas para promover a regularização da situação fundiária. A falta de condições operacionais impede, por exemplo, a realização de campanhas de esclarecimentos e debates em todas as povoações da ilha, sendo a causa principal do baixo desempenho. Quadro 4-56 - Principais problemas levantados e discutidos na Oficina de Planejamento do PEIG. Gestão Infraestrutura Lixo Demarcação Regulamentação Fiscalização Pesquisa Ausência de um plano de manejo atualizado. Não ter conselho. Não está integrado à APA de Tamoios. Descontinuidade programática. Administração centralizadora. Pouca estrutura. Número insuficiente de funcionários para “cuidar” do Parque. Interação fraca entre atores. Poucos recursos. Precariedade da infraestrutura. Deficiente sinalização. Precariedade do Centro de Visitantes. Poucas placas de identificação ao longo do Parque. Precária sinalização das trilhas. Lixo: o que fazer e para onde ele vai... Inexistência de demarcação dos limites do Parque. Regras de uso pouco claras. Fiscalização precária. Tentativa frequente de aliciamento de fiscais. Fiscais sem flexibilidade nas ações em relação aos nativos. Os recursos são insuficientes para organização, fiscalização e proteção. Pouco controle das pesquisas realizadas dentro do Parque (a natureza/caráter). Precisamos começar. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-128 Quadro 4-57 - conclusão. Educação ambiental Informações Acesso Uso público Comércio Economia local Roteiro histórico Conflitos de interesses Uso e ocupação do solo Comunidade Cumprimento da Legislação A não existência de um programa de educação ambiental para a população da ilha. Faltou e hoje não existe didática para proibir o que a comunidade sempre fez ou faz. Ações e projetos de educação ambiental pontuais e isolados. Deficiente educação e orientação para a comunidade que vive no Parque, que não é assistida pelos órgãos responsáveis. Ausência de ações informativas e educacionais. Sem informações das espécies existentes e sua preservação. Pouca informação à comunidade sobre os trabalhos desenvolvidos no Parque. Difícil controle dos acessos ao Parque. Visitantes passam despercebidos: entrada sem controle. Controle de visitantes inexistente. Sem controle de entrada. Visitação desordenada. Visitação sem orientação específica. Muitos visitantes circulam sem a orientação de guias. Área do Parque sem infraestrutura, com visitação e permanência de turistas. Quantidade excessiva de turistas desembarcando na Ilha Grande. Visitantes sem informação sobre o Parque: não conhece, não preserva. Existência de comércio ilegal dentro do Parque. Comunidade sem permissão para atender área onde o acesso de turistas é intenso. Exploração irregular do comércio no entorno. Não é/ser uma fonte de dinamização da economia local. Inadequada exploração do potencial histórico do Parque. Interesses conflitantes. Muito “olho grande” na Ilha Grande. Desinteresse do poder público. Diálogo entre as instituições ainda incipiente. Conflitos entre os órgãos de fiscalização. Desinteresse político. Crescimento urbano/populacional no entorno do Parque. Falta de regularização fundiária. Ocupação irregular no entorno. Ocupação irregular no PEIG. Presença de moradores dentro do Parque. Os moradores não são protegidos pelo Parque visto que, quando o Parque chegou nós já estávamos aqui. Pouca participação da comunidade local nas tomadas de decisões. Distanciamento com a comunidade. Desconhecimento do que é um Parque. O Parque deve ser preservado, mas também deve ser olhado o lado humano. Baixa integração social e econômica entre o Parque, empreendedores e comunidade. Não está/foi apropriado pela população local. Ausência de informações para as comunidades sobre as UCs e legislação ambiental. Pouca comunicação sobre a existência do Parque. Muitos moradores enxergam o PEIG de forma negativa por restringir atividades que desde sempre fizeram parte de sua cultura – a caça e, pesca. O Parque não desce do seu pódio de ouro, ou seja, está muito longe da comunidade. Divulgação incipiente dos benefícios do Parque. Pouca informação por parte dos moradores sobre a missão do PEIG. Desconhecimento da população do entorno do Parque. A irresponsabilidade nos licenciamentos ambientais. Impunidade para crimes ambientais – corrupção. Ilegalidades mal resolvidas. Desrespeito às leis, a exemplo do Estado. Desconhecimento da legislação ambiental. Resistência da comunidade ao cumprimento das leis. Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4-129 4.10 - POTENCIALIDADES Em primeiro lugar e mais importante, o PEIG e a RBPS garantem que mais de 80% da Ilha Grande permaneçam preservados para as presentes e futuras gerações, protegendo o patrimônio paisagístico, natural e histórico-cultural, fato vital para o futuro da sociedade e da economia insular. Em segundo lugar, os investimentos e o funcionamento do PEIG atraem turistas e impactam positivamente todos os segmentos do turismo na Ilha Grande, gerando emprego, renda e impostos. Acrescentam-se os postos de trabalho gerados diretamente pelo PEIG, hoje um dos maiores empregadores da Ilha Grande junto com a PMAR e a UERJ, através de empresas terceirizadas contratadas pelo INEA e parceiros, pelas obras (reformas, construções, reparos, manutenção de trilha, etc.) e pelas aquisições no comércio da Ilha Grande e de Angra dos Reis. O volume de recursos que o INEA estima gastar nos próximos 5-7 anos é em torno de R$ 13,2 milhões (2009-2013) para custeio e R$ 15 milhões (2009-2013) para investimento. A simples existência do PEIG representa o ingresso de mais de R$ 3 milhões no tesouro do município, em 2009 e nos próximos dois anos, graças ao ICMS Ecológico. O custo-benefício do Parque é, portanto altamente positivo. Embora o custo de implantação e operação seja alto, as oportunidades de obter receitas locais para fazer frente ao custeio e de conseguir recursos para investimentos são elevadas. Existe uma boa perspectiva de gerar receita através de ingressos; concessões, permissões e autorizações para operadores e cobrança de passivo ambiental continuado. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-i ÍNDICE MÓDULO 5 – Planejamento .......................................................................... 5-1 5.1 - Antecedentes do Planejamento .................................................... 5-1 5.2 - Avaliação Estratégica da Unidade de Conservação ................... 5-1 5.3 - Objetivos Específicos do Manejo da Unidade de Conservação ........................................................................................... 5-6 5.3.1 - Fundamentos Legais ............................................................ 5-6 5.3.2 - Objetivos específicos do PEIG ............................................ 5-7 5.4 - Zoneamento .................................................................................... 5-8 5.4.1 - Zona Intangível (ZI) ............................................................... 5-10 5.4.2 - Zona Primitiva (ZP) ............................................................... 5-13 5.4.3 - Zona de Uso Extensivo (ZUEx) ............................................ 5-16 5.4.4 - Área de Visitação (AV) .......................................................... 5-19 5.4.5 - Zona de Uso Conflitante (ZUC) ............................................ 5-22 5.4.6 - Área de Uso Conflitante (AUC) ............................................ 5-24 5.4.7 - Zona Histórico-Cultural (ZHC).............................................. 5-26 5.4.8 - Zona de Amortecimento (ZA) ............................................... 5-30 5.4.9 - Normas Gerais da Unidade de Conservação ...................... 5-39 5.4.10 - Espaço aéreo ....................................................................... 5-41 5.4.11 - Subsolo ................................................................................ 5-41 5.5 - Planos Setoriais ............................................................................. 5-41 5.5.1 - Plano Setorial de Conhecimento ......................................... 5-42 5.5.2 - Plano Setorial de Uso Público ............................................. 5-50 5.5.3 - Plano Setorial de Integração Regional ................................ 5-57 5.5.4 - Plano Setorial de Manejo de Recursos Naturais ................ 5-64 5.5.5 - Plano Setorial de Proteção Ambiental ................................ 5-69 5.5.6 - Plano Setorial de Operacionalização .................................. 5-72 Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-ii Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5.6 - Cronogramas Físico e Financeiro ................................................. 5-101 Lista de figuras Figura 5-1 - Zona Intangível (ZI) do Parque Estadual da Ilha Grande. ............................... 5-11 Figura 5-2 - Zona Primitiva (ZP) do Parque Estadual da Ilha Grande (em verde claro). .... 5-14 Figura 5-3 - Zona de Uso Extensivo (ZUEx) do Parque Estadual da Ilha Grande. ............. 5-17 Figura 5-4 - Detalhe da Zona de Uso Extensivo (ZUEx) Lopes Mendes............................. 5-17 Figura 5-5 - Zona de Uso Conflitante Abraão/Bairro dos Funcionários (ZUC) do Parque Estadual da Ilha Grande. .................................................................................. 5-23 Figura 5-6 - Área de Uso Conflitante (AUC) do Parque Estadual da Ilha Grande. ............. 5-25 Figura 5-7 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Dois Rios do Parque Estadual da Ilha Grande. ............................................................................................................. 5-27 Figura 5-8 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Abraão do Parque Estadual da Ilha Grande. .. 5-28 Figura 5 9 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Parnaioca do Parque Estadual da Ilha Grande. ............................................................................................................. 5-28 Figura 5-10 - Delimitação da zona de amortecimento da Estação Ecológica de Tamoios. .. 5-31 Figura 5 11 - Campo de correntes em superfície obtidas por simulação numérica em condição de maré enchente (A) e em condição de maré vazante (B). (Fragoso, 1999). ............................................................................................... 5-32 Figura 5-12 - Mapas de rastreamento das embarcações cadastradas no PREPS com a devida modalidade de pesca e recursos pesqueiros capturados na baía da Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ. .................................................................... 5-33 Figura 5 13 - Riqueza total dos sete grupos de organismos estudados na baía da Ilha Grande, RJ (macroalgas marinhas, Echinodermata, Cnidaria, Mollusca, Polychaeta e Crustacea de substrato não consolidado e peixes recifais). ...... 5-34 Figura 5-14 - Fácies sedimentológicas (Larsonneur) (A) e fácies sedimentológicas (B) (Tenças)............................................................................................................ 5-34 Figura 5-15 - Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande. ........................ 5-37 Figura 5-16 - Proposta de organograma da estrutura administrativa do PEIG. .................... 5-75 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-iii Lista de quadros Quadro 5-1 - Ações priorizadas para o Parque Estadual da Ilha Grande. ............................. 5-2 Quadro 5-2 - Zonas e áreas adotadas no Plano de Manejo. ................................................. 5-9 Quadro 5-3 - Zonas e áreas do PEIG. .................................................................................... 5-10 Quadro 5-4 - Síntese dos critérios utilizados para a determinação da Zona de Amortecimento do PEIG.................................................................................... 5-38 Quadro 5-5 - Pontos de referência dos limites da Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande em UTM (DATUM – SID 69). .................................... 5-38 Quadro 5-6 - Síntese dos critérios utilizados para a determinação das zonas e áreas do PEIG. ................................................................................................................. 5-40 Quadro 5-7 - Planos Setoriais do Parque Estadual da Ilha Grande. ...................................... 5-42 Quadro 5-8 - Demandas de pesquisa para o PEIG. ............................................................... 5-43 Quadro 5-9 - Atrativos naturais, oficiais, históricos e culturais nas áreas de concentração de uso público do PEIG. ............................................................. 5-53 Quadro 5-10 - Atividades potenciais nas áreas de uso público (a serem liberadas para uso gradativamente).......................................................................................... 5-54 Quadro 5-11 - Sugestões de linha de produtos para a loja do PEIG. ...................................... 5-59 Quadro 5-12 - Diretrizes relacionadas à situação fundiária do PEIG. ...................................... 5-74 Quadro 5 13 - Área de atuação dos núcleos do PEIG, incluindo a Zona de Amortecimento. ................................................................................................. 5-76 Quadro 5 14 - Proposta de funções e atividades do quadro funcional do PEIG...................... 5-79 Quadro 5 15 - Proposta de quadro funcional por Unidade Administrativa – Qualitativo e Quantitativo. ...................................................................................................... 5-81 Quadro 5-16 - Estimativa do número de guardiões por núcleo do PEIG. ................................ 5-83 Quadro 5-17 - Demanda de voluntários para os Núcleos do PEIG. ........................................ 5-83 Quadro 5-18 - Parcerias potenciais para o PEIG. .................................................................... 5-95 Quadro 5-19 - Parcerias potenciais com empresas públicas e privadas. ................................ 5-96 Quadro 5-20 - Parcerias potenciais com ONGs. ...................................................................... 5-97 Quadro 5 21 - Cronograma físico do Parque Estadual da Ilha Grande. .................................. 5-102 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-1 MÓDULO 5 - PLANEJAMENTO 5.1 - ANTECEDENTES DO PLANEJAMENTO Entre 1971 e 1978, vários planos de ordenamento e projetos para a Ilha Grande foram concebidos pelo Governo do Estado, incluindo a área do PEIG, porém nenhum foi executado. Deste modo, de 1971 até 1992 o Parque funcionou sem planejamento operacional. Em 1993 foi concluído pela UFRRJ para o IEF o primeiro documento de planejamento focado no PEIG, o Plano Diretor, termo equivalente ao Plano de Manejo. Todavia, por discordâncias técnicas entre o IEF e a equipe de elaboração, o documento não foi oficialmente aprovado. O Plano Diretor, concluído em 1985, embora aprovado pelo Conselho da FEEMA, jamais foi publicado em Diário Oficial. Entre 1993 e 2006, o Parque continuou funcionando sem planejamento operacional. O Projeto de Proteção a Mata Atlântica PPMA/KfW, concebido em 2000 e iniciado em 2005, planejou investimentos na elaboração do Plano de Manejo e melhoria da infraestrutura e equipamentos, mas pouco pode fazer, pois as contrapartidas do Estado não foram cumpridas. No final de 2006, o IEF contratou a revisão do Plano feito pela UFRRJ em 1993, mas não foi aprovado. No início de 2007, considerando que houve uma significativa ampliação da área do PEIG e a má qualidade do serviço de atualização, o IEF cancelou o contrato e reprogramou o planejamento. A partir de 2007, o IEF iniciou o Programa de Fortalecimento do PEIG, que desde então vem resultando em reforço de pessoal e melhoria da infraestrutura e aquisição de equipamentos. O PPMA voltou então a fazer investimentos maiores, em especial em estudos para subsidiar o Plano de Manejo. Em resumo, pelo menos até 2006 o PEIG operou sem documento balizador da gestão e sem metas a cumprir, seguindo basicamente as orientações da sede nos serviços de rotinas, que se resumiam quase que integralmente à fiscalização, atendimento ao público em busca de autorizações para poda e assistência à Ampla nos serviços de poda ao longo da linha de transmissão. Não há, portanto, Plano de Manejo para ser analisado quanto ao estágio de implementação. 5.2 - AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO Este item contempla uma análise da situação geral do PEIG, abarcando os fatores internos e externos que impulsionam ou dificultam a consecução de sua gestão. A matriz estratégica dimensiona os resultados obtidos na Oficina de Planejamento Participativo com o Conselho Consultivo realizada na Vila do Abraão em julho de 2007, com o apoio do Projeto de Proteção Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-2 à Mata Atlântica – PPMA, desenvolvida em um ambiente livre, democrático e espontâneo de diálogo e intercâmbio de ideias, segundo um roteiro metodológico de abordagem que possibilitou, em etapas lógicas, sucessivas e interligadas, a análise e delineamento de estratégias de manejo do Parque. A etapa de diagnóstico foi iniciada com a identificação e análise dos aspectos que, considerados como forças restritivas, impedem ou dificultam a UC de cumprir seus objetivos de criação: conservação da biodiversidade; pesquisa; educação; e uso público (específico para a categoria Parque). Os aspectos identificados como forças restritivas – pontos fracos e ameaças – foram analisados destacando-se, segundo a visão individual dos participantes, aqueles considerados de maior gravidade. Na continuidade, os participantes identificaram os principais aspectos ou fatores inerentes à UC, contexto local, estadual e nacional que, considerados como forças impulsoras - pontos fortes e oportunidades -, contribuem para o cumprimento dos objetivos de criação da UC. Obtidos esses elementos, foram definidas as forças impulsoras (pontos fortes versus oportunidades) e forças restritivas (pontos fracos versus ameaças), e estabelecidas, pelos participantes, as propostas de ações (premissas). A identificação de ações consideradas prioritárias para o manejo do Parque é mostrada conforme o Quadro 5-1, seguindo a numeração (1 a 10) em ordem de importância das ações. Quadro 5-1 - Ações priorizadas para o Parque Estadual da Ilha Grande. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Gestão Conselho Consultivo em funcionamento e atuante Formação de um conselho representativo e efetivo Incorporar novos atores no processo como representantes de órgãos de saúde, segurança e grupos religiosos Gestão participativa Integração comunidade permanente com a Realização de concurso público para dotar o Parque de maior número de funcionários Contratação de pessoal conservação da natureza local para Planejamento Realização do Plano de Manejo com a participação das comunidades Definir as prioridades de investimentos (recursos de compensação, outros) junto com o conselho do PEIG Manejo do Parque contemplando a Vila Dois Rios e Parnaioca Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-3 Continuação – Ações Priorizadas 1 Planejamento Ordenar todos os projetos relativos à Ilha Grande, para que não haja um congestionamento de ações iguais, de mesma natureza Planejamento/ordenamento das demandas: saneamento básico, coleta seletiva, formação de monitores ambientais, etc. – feito em conjunto entre Parque, PMAR e comunidade Mosaico Trabalhar junto com a APA de Tamoios Fortalecer a APA, que faz o entorno e amortecimento do PEIG Revisão da APA, com o ordenamento urbanístico do entorno Parcerias Envolvimento de associações esportivas lançando campanhas de ecoesporte no Parque Comunidade Envolver os jovens com o PEIG (formação de monitores ambientais) Elaboração de regras mais justas para os que trabalham com o turismo ecológico Capacitação da comunidade local para orientações turísticas e fiscalização Demarcação Delimitar o PEIG Implantar marcos físicos, definir e tornar claro os limites do PEIG Regularização fundiária Dar uso institucional às casas funcionais que são usadas como veraneio e comércio Coibir toda e qualquer construção irregular unificar fiscalização (município, estado e união) Identificar, qualificar e quantificar as invasões em áreas do PEIG Retomada dos espaços públicos atualmente ocupados por particulares Regularização fundiária do PEIG Reconhecimento dos moradores tradicionais proporcionando melhor meio de subsistência Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-4 Conclusão – Ações Priorizadas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ordenamento Impedir grandes empreendimentos Instituir já, marco ético-legal Respeito às legislações das UCs (Parque, APA, Mosaico) por parte da PMAR Planejamento conjunto com a secretaria municipal de obras públicas da PMAR sobre intervenções na Ilha Grande Revisão urbanística do Abraão com aplicação de sanções proporcionais aos danos Infraestrutura Criação do Centro de Visitantes bem estruturado Arquitetura e paisagismo de acordo com a cultura caiçara e da Ilha Grande (Ilha Grande não é cidade) Manutenção e recuperação de trilhas e melhor sinalização dos atrativos Patrimônio Histórico Revitalização das ruínas do lazareto Reativar a Loretti Projeto de pólo cultural em Matariz antiga fábrica de sardinha Inventariar o patrimônio histórico do PEIG Obras públicas Melhoramento da estrada Abraão – Dois Rios - autorização para utilizar material existente no local Atentar para intervenções da Ampla na Ilha Grande (postes, fiação) Manutenção preventiva de bens públicos. Ex: cais, passarelas, caminhos Fiscalização Cumprimento da legislação ambiental Fiscalização em conjunto com outros órgãos ambientais Mapeamento das irregularidades ambientais no Parque e promover ações nessas áreas Pesquisas Catalogar e divulgar a fauna e flora nativa Realizar pesquisa sobre capacidade de carga da Ilha Grande/PEIG Fazer um centro de divulgação das pesquisas realizadas no Parque Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-5 Continuação – Ações Priorizadas 1 Educação ambiental Investimento em educação ambiental, com o envolvimento das escolas e jovens Melhoria da campanha educacional aos moradores e visitantes Desenvolver um programa de educação ambiental com as comunidades do entorno Divulgação Programa de promoção e divulgação do Parque nas comunidades Divulgação: desenvolver uma cartilha do Parque, falando de suas atrações Visitação Organizar o sistema turístico local para atender às diretrizes de um turismo sustentável Criar um visitação sistema de controle da Coibir o comércio irregular no PEIG Implantar atividades de ecoturismo (tirolesa, arborismo, mountain bike, voo livre, etc.) Resolver o problema do comércio dentro do PEIG Implantar capacitação em ecoturismo Incentivo ao turismo ecológico proporcionando sustentabilidade para as comunidades Orientação aos visitantes e nativos Geração de renda Capacitação da comunidade para trabalhar com o turismo/visitação no Parque Apoiar as comunidades caiçaras para o desenvolvimento de projetos de geração de emprego e renda Criação de um espaço para cursos e palestras dentro do PEIG Garantir empregabilidade local Capacitar mão de obra para evitar imigração e emigração Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2 3 4 5 6 7 8 9 10 5-6 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande A análise da matriz mostra que os principais problemas enfrentados pela gestão do PEIG são em decorrência da falta de investimentos, fundos para custeio, recursos humanos, aprimoramento gerencial e regularização fundiária, merecendo destaque, além da questão gerencial, a presença excessiva de espécies exóticas, depósitos de lixo e a linha de transmissão. Entre os pontos fortes do PEIG destacam-se o enorme potencial de uso público, o excepcional valor paisagístico, a localização próxima a cidades bem estruturadas, com vocação turística (Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba) e instituições de pesquisa. No cenário externo, destacam-se entre as ameaças a degradação do entorno causada pela debilidade do aparato de ordenamento de uso do solo e de fiscalização da Prefeitura, a falta de estrutura da APA de Tamoios na Ilha Grande e do Batalhão Florestal, e a inação da Capitania dos Portos. Entre as oportunidades identificadas estão parcerias existentes e potenciais e as fontes de recursos. De maneira geral, a matriz estratégica apresenta um cenário positivo, com grande potencial de avanço, desde que sejam resolvidos três problemas: recursos humanos do PEIG, autonomia para execução local do orçamento de custeio e parte do investimento e reformulação da equipe de gerenciamento. 5.3 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO MANEJO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 5.3.1 - Fundamentos Legais Os objetivos legais são derivados do conhecimento do PEIG e dos seguintes documentos: a) Atos Legais de Criação Os atos legais em vigor relacionados ao PEIG, tanto o de criação (Decreto Estadual nº 15.273/1971) como o de ampliação (Decreto 40.602/2007) não mencionam os objetivos do Parque. Vagamente, o primeiro decreto afirma no art. 1º que “fica criado o Parque Estadual da Ilha Grande (...) visando a implantação de Zona de Apoio Turístico e a preservação de Reserva Florestal”. Em 1978, o Decreto n° 2.061, que redefiniu os limites do PEIG, estabeleceu que “a implantação do Parque Estadual terá como objetivo assegurar a preservação de recursos naturais e o incentivo a atividades turísticas” (Art. 2º). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-7 b) Lei Federal N° 9.985 (18/07/2000) - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) O SNUC define as diretrizes e normas de gestão das unidades de conservação federais, estaduais e municipais (§ 3°) incidindo, portanto, sobre o PEIG. Os objetivos das unidades de conservação estabelecidos pelo SNUC estão definidos em seu § 4°, dentre os quais se destacam: • contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; • proteger as espécies ameaçadas de extinção em âmbito regional e nacional; • contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; • promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; • promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; • proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; • Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; • recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; • proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; • proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; • valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; • favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; • proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações • tradicionais, respeitando e valorizando o seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. 5.3.2 - Objetivos específicos do PEIG Os objetivos específicos do PEIG foram definidos com base na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9985/2000) e nos objetivos estabelecidos para a categoria de manejo Parque e nos objetivos estabelecidos nos decretos anteriormente citados. Foram estabelecidos os objetivos para o PEIG descritos a seguir. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-8 (1) proteger e recuperar a integridade ecológica dos ecossistemas de florestas, restingas, de vegetação de afloramentos rochosos, manguezais, córregos e brejos, assim como costões rochosos, enseadas e praias; (2) preservar amostras representativas da Mata Atlântica e da biodiversidade fluminense e manter recursos genéticos em estado dinâmico e evolutivo; (3) proteger e revitalizar construções históricas, ruínas e sítios arqueológicos; (4) oferecer espaços naturais nos quais o visitante possa aproveitar melhor as atividades ao ar livre em ambiente seguro, saudável, limpo e organizado, enfatizando os objetivos de assegurar a integridade dos ecossistemas; (5) oferecer oportunidades para o visitante explorar, aprender e apreciar o patrimônio natural e histórico do Parque, por meio de programas interpretativos, exposição no Centro de Visitantes, trilhas interpretativas, palestras, visitas guiadas e publicações; (6) promover a educação ambiental, constituindo-se como espaço pedagógico difusor de conceitos e práticas; (7) proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento de pesquisas com o propósito de conhecer a biodiversidade, os processos ecológicos e a dinâmica socioeconômica do entorno; (8) oferecer vagas para voluntários e estagiários serem treinados em diversas áreas envolvidas na gestão; (9) contribuir com a dinamização da economia da Ilha Grande e a geração de empregos, beneficiando em especial as atividades e estabelecimentos relacionadas à cadeia de turismo, como transporte, hospedagem, alimentação, agências e outros serviços; (10) gerar receitas para o município de Angra dos Reis, através do ICMS Ecológico. 5.4 - ZONEAMENTO A Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) conceitua Zoneamento como a “definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz” (Lei no 9.985, de 18/07/00, art. 1o, XVI). As zonas e áreas foram definidas, sempre que possível, em função de suas características naturais e culturais, de suas potencialidades, fragilidades e necessidades específicas de proteção, de acertos e de conflitos de uso atual. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-9 Foram adotadas as zonas e áreas recomendadas no Roteiro Metodológico, apresentadas no Quadro 5-2. Quadro 5-2 - Zonas e áreas adotadas no Plano de Manejo. Zona Definição Zona Intangível É aquela onde a primitividade da natureza permanece a mais preservada possível, não se tolerando quaisquer alterações humanas, representando o mais alto grau de preservação. Funciona como matriz de repovoamento de outras zonas, onde já são permitidas atividades humanas regulamentadas. Esta zona é dedicada à proteção integral de ecossistemas, dos recursos genéticos e ao monitoramento ambiental. O objetivo básico do manejo é a preservação, garantindo a evolução natural. Zona Primitiva É aquela onde tenha ocorrido pequena ou mínima intervenção humana, contendo espécies da flora e da fauna ou fenômenos naturais de grande valor científico. Deve possuir características de transição entre a Zona Intangível e a Zona de Uso Extensivo. O objetivo geral do manejo é a preservação do ambiente natural e ao mesmo tempo facilitar as atividades de pesquisa científica e educação ambiental, permitindo-se apenas caminhadas sem uso de equipamentos e estruturas físicas. Zona de Uso Extensivo Zona de Uso Conflitante Zona HistóricoCultural Área de Visitação Área de Uso Conflitante É aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar algumas alterações humanas. Caracteriza-se como uma transição entre a Zona Primitiva e a Zona de Uso Intensivo. O objetivo do manejo é a manutenção de um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso ao público com facilidade, para fins educativos e recreativos. Constituem-se em espaços localizados dentro de uma Unidade de Conservação, cujos usos e finalidades, estabelecidos antes da criação da Unidade, conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. São áreas ocupadas por empreendimentos de utilidade pública, como gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão, antenas, captação de água, barragens, estradas, cabos óticos e outros. Seu objetivo de manejo é contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem os impactos sobre as Unidades de Conservação. Serão inseridas também nesta zona as áreas dentro das Unidades de Conservação onde ocorrem concentrações de populações humanas residentes e as respectivas áreas de uso. É aquela onde são encontradas amostras do patrimônio histórico, cultural, religioso, arqueológico e paleontológico, que serão preservadas, estudadas, restauradas e interpretadas para o público, servindo à pesquisa, educação e uso científico. O objetivo geral do manejo é o de proteger sítios históricos ou arqueológicos, em harmonia com o meio ambiente. É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é mantido o mais próximo possível do natural, podendo conter infraestruturas de suporte à visitação com equipamentos compatíveis à implementação da UC. O objetivo geral do manejo é o de facilitar a recreação e educação ambiental em harmonia com o ambiente. É aquela constituída em espaços localizados dentro da UC, cujos usos e finalidades, estabelecidos antes de sua criação, conflitam com os objetivos de conservação da área protegida. São áreas ocupadas por empreendimentos de utilidade pública, como gasodutos, oleodutos, linhas de transmissão, antenas, captação de água, barragens, estradas, cabos óticos, populações humanas residentes e suas respectivas áreas de uso e outros. Seu objetivo de manejo é contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem os impactos sobre as UCs. Uma vez eliminado o conflito, a área será incorporada na zona em que se encontra originalmente. Fonte: Roteiro Metodológico INEA, 2010. Foram definidas 5 zonas e 2 áreas para o Parque Estadual da Ilha Grande apresentadas no Quadro 5-3 e no Mapa 1 do Anexo XVII. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-10 Quadro 5-3 - Zonas e áreas do PEIG. PEIG Zona Zona Intangível - ZI Área (ha) % da Área do Parque 3392,757 27,829 Zona Primitiva - ZP 7485,255 61,397 Zona de Uso Extensivo - ZUEx 1103,253 9,049 Área de Visitação - AV 64,265* - Zona de Uso Conflitante - ZUC 16,736 0,137 Área de Uso Conflitante - AUC 3,210 0,026 Zona Histórico-Cultural - ZHC 190,294 1,561 12191,506 100 TOTAL (*) extensão em km. As definições, descrições e normas das zonas e das áreas do Parque são apresentadas a seguir. 5.4.1 - Zona Intangível (ZI) a) Objetivo geral Objetivo básico de manejo é a preservação, garantindo a evolução natural. b) Objetivos Específicos • Proteção integral e conhecimento dos ecossistemas e dos processos ecológicos, que são responsáveis pela manutenção da biodiversidade no PEIG. • Preservar áreas presumivelmente de elevada diversidade biológica. • Proteger cabeceiras de diversos córregos e integralmente as florestas em melhor estado da Ilha Grande, situadas no PEIG. • Preservar ecossistemas ou habitats pouco representados espacialmente, como por exemplo, vegetação de restinga. • Preservar regiões com biodiversidade pouco conhecidos para a ciência e espécies da flora e fauna raras, ameaçadas de extinção ou endêmicas. • Preservar habitats pouco alterados por ações antrópicas. • Proteger as nascentes, mantendo e assegurando a qualidade da água gerada pela unidade de conservação. • Proteger áreas de alta fragilidade do meio físico, recobertas por ecossistemas íntegros. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-11 c) Descrição dos limites Abarca as partes superiores das montanhas, a partir da cota 400 m, excetuando-se uma faixa ao longo da trilha para o pico do Papagaio e a estrada da Colônia (Figura 5-1; Mapa 2 do Anexo XVII. Figura 5-1 - Zona Intangível (ZI) do Parque Estadual da Ilha Grande. d) Normas Gerais • Não será permitida a visitação a qualquer título. • As atividades humanas serão limitadas à pesquisa, ao monitoramento e à fiscalização, exercidas somente em casos especiais. • A pesquisa ocorrerá exclusivamente com fins científicos, desde que não possa ser realizada em outras zonas ou áreas. • A fiscalização será eventual, em casos de necessidade de proteção da zona, contra caçadores, fogo e outras formas de degradação ambiental. • As atividades permitidas não poderão comprometer a integridade dos recursos naturais. • Não serão permitidas quaisquer instalações de infraestrutura. • Não serão permitidos deslocamentos em veículos motorizados. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-12 e) Normas específicas Uso Permitido • Remoção de espécies exóticas, reintrodução de espécies nativas, pesquisa científica, monitoramento e documentação, patrulhamento e fiscalização e combate a incêndios florestais. • Fechamento de trilhas e transformação dos traçados em florestas. • As permissões para pesquisa científica nesta zona terão um número limitado e exclusivamente para atender a demanda de conhecimento identificada pela Administração do PEIG. • Coleta de espécimes da flora e fauna de modo muito restrito. • Coleta de sementes exclusivamente para pesquisa dos processos de regeneração dos ecossistemas ou para produção de mudas visando recuperar áreas degradadas no PEIG. • Instalação de sinalização indicativa. • Filmagem, fotografias: somente em casos especiais, quando não possam ser realizados em outras zonas. Uso Proibido • A entrada de pessoas que não sejam da administração da UC ou que não estejam a serviço da Administração do PEIG. • Visitação pública e circulação de indivíduos não-autorizados. • Movimentação de terra, quebra ou retirada de rochas. • Instalação de qualquer tipo de nova infraestrutura permanente. • Qualquer tipo de alteração da biota, da vegetação nativa e dos cursos d’água. • Abertura ou alargamento de trilhas e acessos existentes. • Qualquer tipo de acampamento não-autorizado ou não-destinado ao manejo do Parque. • A disposição de quaisquer resíduos gerados durante a estadia nesta zona. • A circulação de quaisquer tipos de animais domésticos, salvo em situações especiais de fiscalização e pesquisa, desde que o animal tenha atestado sanitário expedido por órgão oficial de vigilância sanitária. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-13 5.4.2 - Zona Primitiva (ZP) a) Objetivo geral O objetivo geral do manejo é a preservação do ambiente natural e ao mesmo tempo facilitar as atividades de pesquisa científica e educação ambiental, permitindo-se apenas caminhadas sem uso de equipamentos e estruturas físicas. b) Objetivos específicos • Favorecer a evolução natural das espécies e ecossistemas, conformando-se em refúgio de vida silvestre e banco genético. • Constituir-se como zona-tampão para fortalecer a preservação da Zona Intangível. • Preservar áreas presumivelmente de elevada diversidade biológica. • Proteger áreas com fragilidades do meio físico. • Preservar habitats diversificados. • Proteger encostas, nascentes e segmentos do alto curso de córregos e riachos, assegurando águas em quantidade e qualidade apropriadas para as comunidades humanas que vivem no entorno do Parque e para a biota. • Favorecer pesquisa cientifica em ambientes mais protegidos. • Proteger valores estéticos que levam à contemplação, observação e exploração dos sentidos. c) Descrição dos limites Faixa entre os limites inferiores da Zona Intangível e a cota 150 m nas faces das montanhas do Parque ao longo das costas sudoeste, oeste, noroeste, norte, nordeste e leste, até a praia do Pouso. Entre a praia do Pouso e a ponta dos Castelhanos, desce até o limite da UC (cota 100 m). Na parte sul do PEIG, entre as pontas da Tacunduba (limite com a Reserva Biológica da Praia do Sul) e Lopes Mendes, o limite desce até a linha da costa, sendo interrompida em alguns locais pelas Zonas de Uso Extensivo e Histórico-Cultural (Figura 5-2; Mapa 3 do Anexo XVII). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-14 Figura 5-2 - Zona Primitiva (ZP) do Parque Estadual da Ilha Grande (em verde claro). d) Normas Gerais • As atividades permitidas serão a pesquisa, o monitoramento ambiental, a visitação e a fiscalização. • Nesta zona a visitação será restrita e somente será permitida em parques. • A interpretação dos atributos desta zona se dará somente através de folhetos e/ou recursos indiretos, inclusive aqueles oferecidos no Centro de Visitantes (ou de Vivência). • As atividades permitidas não poderão comprometer a integridade dos recursos naturais. • Não serão permitidas quaisquer instalações de infraestrutura. • É proibido o tráfego de veículos nesta zona, exceto em ocasiões especiais, em casos de necessidade de proteção da Unidade. • A fiscalização será constante nesta zona. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-15 e) Normas Específicas Uso Permitido • Remoção de espécies exóticas, reintrodução de espécies nativas, pesquisa científica, monitoramento e documentação, patrulhamento e fiscalização e combate a incêndios florestais. • Fechamento de trilhas e transformação dos traçados em florestas. • Abertura de trilhas para correção de traçados inadequados. • Coleta de espécimes da flora e fauna de modo muito restrito. • As marcas e sinais usados pelos pesquisadores devem se limitar ao balizamento dos caminhos e sítios usados, de maneira a não poluir o ambiente natural. • Após a finalização dos projetos, os pesquisadores deverão retirar todas as marcas, de comum acordo com a administração da unidade. • Coleta de sementes exclusivamente para pesquisa dos processos de regeneração dos ecossistemas ou para produção de mudas visando recuperar áreas degradadas no PEIG. • Instalação de sinalização indicativa e de pequenas bases permanentes ou provisórias de apoio à fiscalização e pesquisa cientifica. • Filmagem e fotografias. • Atividades de uso público de baixo impacto, em especial de interpretação. Uso Proibido • Qualquer tipo de alteração da biota, da vegetação nativa e dos cursos d’água. • Quebra ou retirada de rochas. • Movimentação de terra, com exceção das necessárias para manutenção de trilhas. • Alargamento de trilhas e acessos existentes. • Qualquer tipo de acampamento não autorizado ou não destinado ao manejo do Parque. • A disposição de quaisquer resíduos gerados durante a estadia nesta zona. • A circulação de quaisquer tipos de animais domésticos, salvo em situações especiais de fiscalização e pesquisa, desde que o animal tenha atestado sanitário expedido por órgão oficial de vigilância sanitária. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-16 • Presença de pessoas que não sejam da administração da UC ou que não estejam a serviço da Administração do PEIG, ou realizando pesquisa, fora das trilhas e áreas autorizadas para uso público. • Passagem de visitantes por trilhas não autorizadas pela administração do PEIG conforme mapa oficial. 5.4.3 - Zona de Uso Extensivo (ZUEx) a) Objetivo geral O objetivo do manejo é a manutenção de um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso ao público com facilidade, para fins educativos e recreativos. b) Objetivos específicos • Favorecer a evolução natural das espécies e ecossistemas. • Proteger áreas com certa fragilidade do meio físico. • Proteger córregos e riachos. • Favorecer pesquisa científica. • Proporcionar o uso público por intermédio de atividades de recreação, interpretação e conscientização ambiental com baixa intensidade de impacto, restringindo-se o número de pessoas e disponibilizando infraestrutura e outras facilidades com base em projetos executivos detalhados. • Proteger valores estéticos que levam à contemplação, observação e exploração dos sentidos. c) Descrição dos limites Faixa entre os limites do Parque (cota 100 m) e a cota 150 m ao longo das costas sudoeste, oeste, noroeste, norte, nordeste e leste, iniciando-se nos limites com a RBPS, contornando o Parque inteiro e parando na praia do Pouso (Figura 5-3; Mapa 4 do Anexo XVII). E ainda a ZUEx Lopes Mendes (Figura 5-4; Mapa 4 do Anexo XVII). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Figura 5-3 - Zona de Uso Extensivo (ZUEx) do Parque Estadual da Ilha Grande. Figura 5-4 - Detalhe da Zona de Uso Extensivo (ZUEx) Lopes Mendes. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-17 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-18 d) Normas gerais • As atividades permitidas serão a pesquisa, o monitoramento ambiental, a visitação e a fiscalização. • Poderão ser instalados equipamentos simples para a interpretação dos recursos naturais e a recreação, sempre em harmonia com a paisagem. • Poderão ser instalados sanitários nas áreas vocacionais mais distantes do Centro de Visitantes. • As atividades de interpretação e recreação terão em conta facilitar a compreensão e a apreciação dos recursos naturais das áreas pelos visitantes. • Esta zona será constantemente fiscalizada. • O trânsito de veículos só poderá ser feito a baixas velocidades (máximo de 40 km/h). • No caso do uso de veículos e embarcações, não serão permitidos motores abertos e mal regulados. • É expressamente proibido o uso de buzinas nesta zona. e) Normas específicas O INEA realizará a regulamentação complementar para cada trilha e local especifico. Geral • Todas as trilhas e atrativos presentes nesta zona devem fazer parte de um programa de monitoramento dos impactos causados pela visitação, que não se restrinja somente ao estudo da capacidade de carga. • Esta zona deve ser sistematicamente patrulhada em função da segurança do usuário e dos recursos protegidos. • Deverão ser observadas as normas gerais de uso público baixadas pelo INEA com validade para todos os parques. Específico Zona Significado ZUEx – FCS Faixa entre os limites do Parque (cota 100 m) e a cota 150 m ao longo das costas sudoeste, oeste, noroeste, norte, nordeste e leste, iniciando-se nos limites com a RBPS, contornando o Parque inteiro e parando na praia do Pouso. ZUEx – LM ZUEx Lopes Mendes Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-19 Onde é Aplicado ZUEx FCS ZUEx LM Comum Sinalização indicando limites do PEIG. X X Controle de uso e acesso com apoio de guarita. - X X X Manejo com vistas à recuperação da fauna, da flora e da paisagem. X X Escavações e outras atividades relacionadas a pesquisas do meio biótico, meio físico, históricas e arqueológicas deverão utilizar metodologia de mínimo impacto. X X Atividades de uso público de baixo impacto aos meios físico e biótico e que respeitem a segurança do visitante. X X Instalação de benfeitorias, facilidades e pequenas estruturas de apoio às atividades operacionais, de pesquisa e de uso público. X X Melhoria de acessos e/ou abertura de novos traçados. X X Captações de água de sistemas públicos, desde que outorgadas pelo INEA. X - Uso de bicicleta. X X Substituição gradativa das espécies exóticas por espécies nativas. Permitido Não Permitido Qualquer alteração de cursos de água. X X Qualquer tipo de acampamento não autorizado ou não-destinado ao manejo do Parque. X X Disposição de quaisquer resíduos gerados durante a estadia nesta zona. X X Enterramento de resíduos sólidos, devendo aqueles não-recicláveis ser encaminhados ao serviço municipal de coleta. - X Circulação de quaisquer tipos de animais domésticos, salvo em situações especiais de fiscalização e pesquisa, desde que o animal tenha atestado sanitário expedido por órgão oficial de vigilância sanitária. X X Passagem de visitantes por trilhas não-autorizadas pela administração do PEIG/INEA conforme mapa oficial. X X 5.4.4 - Área de Visitação (AV) a) Objetivo geral O objetivo geral do manejo é o de facilitar a recreação e a educação ambiental em harmonia com o ambiente. b) Objetivos específicos • Favorecer a evolução natural das espécies e ecossistemas. • Proteger áreas com certa fragilidade do meio físico. • Proteger córregos e riachos. • Favorecer pesquisa científica. • Proporcionar aos visitantes o contato com a natureza por meio de atividades de recreação, interpretação e conscientização ambiental, com baixa intensidade de impacto, restringindo-se o número de pessoas e disponibilizando infraestrutura e outras facilidades com base em projetos executivos detalhados. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-20 c) Descrição dos limites Estas áreas são constituídas em sua maior parte por trilhas com uso público tradicional (Mapa 5 do Anexo XVII). Compreende as seguintes trilhas: • Área de Visitação – Circuito Abraão (Abraão/Praia Preta); • Área de Visitação – Área de Visitação – Trilha Abraão/Cachoeira da Feiticeira; • Área de Visitação – Estrada da Colônia – Abraão/Dois Rios (faixa ao longo da Estrada); • Área de Visitação – Trilha Estrada da Colônia/Pico do Papagaio; • Área de Visitação – Trilha Estrada da Colônia/Caxadaço/Lopes Mendes; • Área de Visitação – Trilha Dois Rios/Parnaioca; • Área de Visitação – Trilha Abraão/Palmas/Pouso; • Área de Visitação – Trilha Pouso/Aroeira/Lopes Mendes; • Área de Visitação – Trilha Pouso/Lopes Mendes. E ainda, faixa ao longo de todas as trilhas principais, a exceção do Circuito Abraão. d) Normas gerais • Poderão ser instalados sanitários nas áreas vocacionais mais distantes do Centro de Visitantes. • As atividades de interpretação e recreação deverão facilitar a compreensão e a apreciação dos recursos naturais e histórico-culturais pelos visitantes. • Poderão ser instaladas churrasqueiras, mesas para piquenique, abrigos, lixeiras e trilhas nos locais apropriados. • A utilização das infraestruturas desta área será subordinada à capacidade de suporte estabelecida para as mesmas. • As atividades previstas devem levar o visitante a entender a filosofia e as práticas de conservação da natureza. • Todas as construções e reformas deverão estar harmonicamente integradas com o ambiente. • Os materiais para a construção ou a reforma de quaisquer infraestruturas não poderão ser retirados dos recursos naturais da UC. • A fiscalização será intensiva nesta área. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-21 • Esta área poderá comportar sinalização educativa, interpretativa ou indicativa. • O trânsito de veículos, quando permitido, será feito a baixas velocidades (máximo de 40 km/h). • Os esgotos deverão receber tratamento adequado para não contaminar corpos hídricos, nascentes e drenagens, prevendo-se tratamento com tecnologias alternativas de baixo impacto. • Os resíduos sólidos gerados nas infraestruturas previstas deverão ser acondicionados separadamente, recolhidos periodicamente e depositados em local destinado para tal. a) Normas específicas O INEA realizará a regulamentação complementar para cada trilha. Geral Todas as trilhas e atrativos presentes nestas áreas devem fazer parte de um programa de monitoramento dos impactos causados pela visitação, que não se restrinja somente ao estudo da capacidade de carga. • Estas áreas devem ser sistematicamente patrulhadas em função da segurança do usuário e dos recursos protegidos. • Deverão ser observadas as normas gerais de uso público baixadas pelo INEA com validade para todos os Parques. Específico AV – Trilha do Pico do Papagaio • O acesso à trilha do Pico do Papagaio e a escalada dar-se-á somente após registro no Centro de Visitantes, observando-se as normas específicas baixadas pela Administração do PEIG para esta atividade; • Após autorização da escalada deverá ser preenchido o termo de responsabilidade com a declaração do responsável de possuir condições técnicas de realizar a via; • É proibido o acampamento ao longo da trilha. Área Significado AV - ESC Faixa ao longo da estrada da Colônia (Vila do Abraão – Dois Rios). AV - ARO Faixa ao longo da trilha da Aroeira. AV - CFE Faixa ao longo da trilha para a Cachoeira da Feiticeira. AV - TRL Faixa ao longo de todas as trilhas principais, a exceção da Zona Histórico-Cultural Abraão. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-22 Onde é Aplicado AV – ESC AV – ARO AV – CFE AV – TRL Comum Sinalização indicando limites do PEIG X X X X Controle de acesso com apoio de Guarita X X - - - - X - Substituição gradativa das espécies exóticas por espécies nativas. Uso Permitido Manejo com vistas à recuperação da fauna, da flora e da paisagem. - X X X Escavações e outras atividades relacionadas a pesquisas do meio biótico, meio físico, históricas e arqueológicas deverão utilizar metodologia de mínimo impacto. X X X X Atividades de uso público de baixo impacto aos meios físico e biótico e que respeitem a segurança do visitante. X X X X Instalação de benfeitorias, facilidades e pequenas estruturas de apoio às atividades operacionais, de pesquisa e de uso público. X X X X Melhoria de acessos e/ou abertura de novos traçados. X X X X Uso de bicicleta. X X X X Qualquer alteração de cursos de água. X X X X Circulação de indivíduos ou grupos não autorizados portando qualquer tipo de instrumento de corte, armas de fogo, exemplares (ou parte) de fauna, flora ou rocha e latas de tintas “spray”. X X X X Qualquer tipo de acampamento não autorizado ou não destinado ao manejo do Parque. X X X X Disposição de quaisquer resíduos gerados durante a estadia nesta área. - X X X O enterramento de resíduos sólidos, devendo aqueles não recicláveis serem encaminhados ao serviço municipal de coleta. X - - - Circulação de quaisquer tipos de animais domésticos, salvo em situações especiais de fiscalização e pesquisa, desde que o animal tenha atestado sanitário expedido por órgão oficial de vigilância sanitária. X X X X Passagem de visitantes por trilhas não autorizadas pela Administração do PEIG/INEA conforme mapa oficial. X X X X Não-Permitido 5.4.5 - Zona de Uso Conflitante (ZUC) a) Objetivo geral Seu objetivo de manejo é contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem os impactos sobre a Unidade de Conservação. b) Objetivos específicos • Controlar as atividades associadas à operação e manutenção das captações de água e da rede elétrica. • Mitigar os danos causados pela rede elétrica. • Colaborar com o órgão de patrimônio do Estado na manutenção do registro dos ocupantes dos imóveis públicos no bairro dos Funcionários. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-23 c) Descrição dos limites A Zona de Uso Conflitante é composta por: ZUC Abraão/Bairro dos Funcionários - compreende um trecho da Vila do Abraão contido no Parque onde se encontram: i) os imóveis de propriedade do Governo do Estado; ii) a área de deposição de resíduos de poda que a PMAR vem lançando desde 2003; e iii) todas as ocupações ao longo do início da estrada Abraão x Dois Rios (ou da Colônia), todas essas incompatíveis com o Parque (Figura 5-5; Mapa 6 do Anexo XVII). Figura 5-5 - Zona de Uso Conflitante Abraão/Bairro dos Funcionários (ZUC) do Parque Estadual da Ilha Grande. d) Normas gerais • A fiscalização será intensiva no entorno e/ou dentro da área de uso conflitante, conforme o caso. • No caso de áreas com concentração de populações, buscar-se-á a colaboração de serviços entre a chefia da Unidade de Conservação e a área de uso conflitante. • Os serviços de manutenção do empreendimento deverão ser sempre acompanhados por funcionários da UC. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-24 • Em caso de acidentes ambientais, a chefia da UC deverá buscar orientação para procedimentos na legislação vigente; • Os riscos representados por estes empreendimentos deverão ser definidos caso a caso e deverão subsidiar a adoção de ações preventivas e, quando for o caso, mitigadoras. e) Normas específicas ZUC Abraão/Bairro dos Funcionários • É proibido o uso comercial das residências funcionais e edificações públicas. • Todos os ocupantes dos imóveis deverão estar cadastrados na Administração do PEIG, que repassará as informações ao órgão de patrimônio imobiliário do Estado. • Qualquer obra nos imóveis deverá ser autorizada pelo órgão de patrimônio imobiliário do Estado e pela Prefeitura Municipal de Angra dos Reis (PMAR), ouvida a administração do PEIG. 5.4.6 - Área de Uso Conflitante (AUC) a) Objetivo geral Seu objetivo de manejo é contemporizar a situação existente, estabelecendo procedimentos que minimizem os impactos sobre a unidade de conservação, porém essas, em função de suas reduzidas dimensões, não foram classificadas como ZUCs. b) Objetivos específicos • Evitar maior degradação das áreas ocupadas. • Disciplinar as práticas de moradores e ocupantes das casas localizadas nessas áreas. c) Descrição dos limites A Área de Uso Conflitante é composta por: • AUC Farol dos Castelhanos, formada pelo farol, heliponto e área de entorno de propriedade da Marinha do Brasil (Figura 5-6; Mapa 7 do Anexo XVII). • AUC Aroeira - compreende as casas dentro do Parque que juntas não configuram uma zona em si, pois são pontuais. Estão próximas à praia da Pescaria e no início da estrada da Aroeira (Figura 5-6; Mapa 7 do Anexo XVII). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 5-25 AUC Captações de Água do SAAE – compreendem as diversas captações de água existentes na Ilha Grande situadas dentro dos limites do PEIG, e por conta de suas reduzidas dimensões, mas por demandarem manutenção periódica e algumas intervenções durante essas, foram classificadas como de Uso Conflitante. • AUC Rede Elétrica - Faixa ao longo da rede elétrica da AMPLA. AUC Farol do Castelhanos AUC Aroeira ZP ZP Figura 5-6 - Área de Uso Conflitante (AUC) do Parque Estadual da Ilha Grande. d) Normas gerais • A fiscalização será intensiva no entorno e/ou dentro da área de uso conflitante, conforme o caso; • Os riscos representados por estes empreendimentos deverão ser definidos caso a caso e deverão subsidiar a adoção de ações preventivas e, quando for o caso, mitigadoras; • No caso de áreas com concentração de populações, buscar-se-á a colaboração de serviços entre a chefia da UC e a área de uso conflitante; • Para a AUC Aroeira será estabelecido um Termo de Compromisso com a população residente, onde serão definidas normas específicas até a regularização definitiva da situação; • As propriedades não poderão realizar obras ou construções de expansão ou reformas, aumentando a área construída da propriedade, salvo em situação de precariedade e devidamente autorizadas; • As áreas de uso dessas propriedades não poderão sofrer acréscimo (aumento de área de pastagem ou culturas agrícolas permanentes/temporárias). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-26 e) Normas específicas AUC Farol dos Castelhanos • Gerenciada com base em normas definidas pelo Comando da Marinha; • É proibido o enterramento de resíduos sólidos no local; • A administração do PEIG verificará viabilidade de visitação guiada ao farol junto à Capitania dos Portos; • Todas as obras a serem implementadas devem dispor de projetos previamente aprovados pela direção do INEA e demais órgãos com competência legal. AUC Aroeira • A fiscalização será intensiva no entorno e/ou dentro da área de uso conflitante, conforme o caso. • Não são permitidas novas construções ou ampliação das infraestruturas existentes a qualquer título. • As águas e efluentes domésticos deverão receber tratamento antes do despejo em corpos d’água. AUC Rede Elétrica e Captações de Água • Qualquer intervenção para manutenção das instalações da rede elétrica e das captações deverá ser previamente autorizada pela Administração do PEIG. • A continuidade da operação dos empreendimentos acima está condicionada à execução de ações que reduzam os danos à biota do PEIG e o desperdício de água aduzida. 5.4.7 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) a) Objetivo geral Preservar sítios históricos ou arqueológicos, contribuindo, assim, para a memória histórica da Ilha Grande, em harmonia com o meio ambiente. b) Objetivos específicos • Preservar e revitalizar construções históricas, como o aqueduto e as ruínas do lazareto e da colônia penal, auxiliando na construção e manutenção da memória histórica da Ilha Grande, e consequentemente, do País. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 5-27 Estimular a realização de pesquisas históricas e arqueológicas sobre as construções históricas existentes na área da UC. • Promover atividades de interpretação, levando o visitante a entender a importância de um patrimônio histórico para um país. c) Descrição dos limites A Zona Histórico-Cultural é composta por: ZHC Dois Rios – compreende a área da Vila Dois Rios, incluindo ruas, edificações, casas, ruínas do Presídio, baixo curso dos dois córregos, cemitério, CEADS e a praia de Dois Rios (Figura 5-7; Mapa 8 do Anexo XVII). Figura 5-7 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Dois Rios do Parque Estadual da Ilha Grande. ZHC Abraão – compreende o Circuito Abraão, incluindo o Aqueduto, represa e as ruínas do lazareto (Figura 5-8; Mapa 8 do Anexo XVII). Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-28 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Figura 5-8 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Abraão do Parque Estadual da Ilha Grande. ZHC Parnaioca – compreende uma área pequena na praia da Parnaioca onde estão localizadas as casas dos moradores relacionados ao período carcerário da Ilha Grande, cemitério e igreja (Figura 5-9; Mapa 8 do Anexo XVII). Figura 5-9 - Zona Histórico-Cultural (ZHC) Parnaioca do Parque Estadual da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-29 d) Normas gerais • Durante a visitação, será proibida a retirada ou a alteração de quaisquer atributos que se constituam no objeto desta zona. • Não será permitida a alteração das características originais dos sítios históricoculturais. • Quaisquer infraestruturas instaladas nesta zona dependerão de autorização prévia da UC, não podendo comprometer os atributos da mesma durante sua instalação e operação. • Se a visitação não for permitida, os atributos desta zona serão interpretados para os usuários no Centro de Visitantes ou no Centro de Vivência. • As pesquisas a serem efetuadas nesta zona deverão ser compatíveis com os objetivos da Unidade e não poderão alterar o ambiente, especialmente em casos de escavações, ressalvadas as pesquisas arqueológicas devidamente autorizadas pelo órgão competente e pelo INEA. • Deverá haver fiscalização permanente em toda esta zona, tendo em vista a visitação constante. e) Normas específicas • Durante a visitação, será proibida a retirada ou a alteração de quaisquer atributos que se constituam no objeto desta zona. • Não será permitida a alteração das características originais dos sítios históricoculturais. • Quaisquer infraestruturas instaladas, quando permitidas, não poderão comprometer os atributos da mesma. • As pesquisas a serem efetuadas deverão ser compatíveis com os objetivos da UC e não poderão alterar o ambiente, especialmente em casos de escavações, ressalvadas as pesquisas arqueológicas devidamente autorizadas pelo órgão competente (INEPAC, IPHAN, etc.) e pelo INEA. • As águas e efluentes domésticos deverão receber tratamento antes do despejo em corpos d’água. • Deverá haver fiscalização periódica em toda esta zona. ZHC Vila Dois Rios • Gerenciada com base em normas definidas pela UERJ e INEA. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-30 • Todas as obras a serem implementadas devem dispor de projetos previamente aprovados pela direção do INEA e demais órgãos com competência legal. • Permitida a circulação de veículos oficiais, ônibus da comunidade e veículos motorizados para transporte coletivo com finalidade de visitação (estes devidamente autorizados pelo INEA), respeitada a capacidade de suporte e limitada aos locais definidos. 5.4.8 - Zona de Amortecimento (ZA) A Zona de Amortecimento é “o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos sobre a unidade”, de acordo com a Lei nº 9.985/2000, artigo 2º inciso XVIII. A Estação Ecológica de Tamoios (constituída por 96,64% de área marinha) possui toda a sua área física situada na parte marinha da baía da Ilha Grande e sua área de influência abriga extensas e importantes unidades de conservação federais, estaduais e municipais, destacando-se: o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica da Praia do Sul, a APA de Tamoios, a APA de Cairuçu e a Reserva Ecológica da Juatinga. Com base nessas informações e na necessidade de proteção à unidade de conservação, definiram-se os seguintes limites para a Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Tamoios: parte marinha: toda a porção da baía da Ilha Grande, delimitada em sua maior parte pela linha do litoral; ao sul da ponta mais extrema de uma das vertentes do saco de Mamanguá (onde está situada logo à frente à Ilha Deserta) parte-se em linha reta até o ponto situado mais a oeste da ilha Grande e a leste, partindo do canal central em linha reta ligando o final do cais do Terminal Estuarino Baía de Ilha Grande (TEBIG) ao ponto mais a leste da Ilha do Arpoador, projetando-se a continuação dessa linha até atingir a linha do litoral norte da Ilha Grande, conforme a Figura 5-10. Considerando que a Zona de Amortecimento da ESEC de Tamoios abrange grande parte da porção interior da baía, a Zona de Amortecimento do PEIG deve ser complementar e proporcionar a proteção dos ecossistemas marinhos situados ao sul e leste da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-31 Figura 5-10 - Delimitação da zona de amortecimento da Estação Ecológica de Tamoios. A comunicação da baía da Ilha Grande com o oceano é realizada por meio de duas barras: a barra leste (próxima à baía de Sepetiba) e a barra oeste (entre a ponta da Juatinga e a ponta dos Meros) (Ikeda et al., 1989), e que o litoral sul da Ilha Grande e as áreas expostas pelas barras sofrem ação direta das ondulações do quadrante sul, enquanto o litoral interno forma um ambiente de baixa energia. O fluxo das correntes marítimas da baía é bem conhecido, fluindo em direção leste (águas oriundas da plataforma continental, mais frias e salinas) e na direção contrária, para fora da baía de Sepetiba (águas quentes e menos salinas) (Signorini, 1980a, b; Ikeda et al., 1989). Considerando ainda que a BIG tenha uma fraca circulação devido à maré sobreposta por um fluxo quase-estacionário, induzido pelos diferentes gradientes de densidade d’água (Figura 5-11) que determinam a presença de um fluxo unidirecional no sentido oeste-leste no canal entre o continente e a Ilha Grande, cuja existência foi observada por vários autores. Ikeda & Stevenson (1980) analisaram os dados de corrente medidos durante menos que 24 horas em três locais ao redor da Ilha Grande e verificaram a existência de um fluxo ao redor da Ilha Grande em profundidades maiores do que 10 m sugerindo que a corrente no canal fizesse parte deste giro ciclônico ao redor da Ilha Grande. Desta forma, entende-se que os fluxos de correntes ao redor da Ilha Grande, bem como a influência do ambiente oceânico no lado sul da Ilha Grande, justificam a delimitação de uma zona de amortecimento incorporando a plataforma rasa até a isóbata de 55-60 metros. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-32 A B Figura 5-11 - Campo de correntes em superfície obtidas por simulação numérica em condição de maré enchente (A) e em condição de maré vazante (B). (Fragoso, 1999). As principais áreas de reprodução de espécies marinhas de importância comercial acontecem também no lado oceânico da Ilha Grande. As condições ambientais dos ambientes sob maior influência do mar aberto são favoráveis à ocorrência de garoupa, sargo, badejo, enchova, xarelete, cavala, sororoca, carapau, lagosta, e polvo. O rápido crescimento do esforço de pesca direcionado para um reduzido número de espécies e o superdimensionamento do parque industrial pesqueiro brasileiro, sem o respaldo do conhecimento técnico-científico sobre os recursos pesqueiros, levaram ao comprometimento dos principais estoques. A Figura 5-12 ilustra as diferentes áreas de ocorrência das modalidades de pesca ao largo da Ilha Grande: arrasto camarão-rosa, arrasto parelha peixes, cerco sardinha, emalhe de fundo corvina, vara e isca viva e potes polvo. Evidencia-se o intenso uso do setor sul ao largo da Ilha Grande, principalmente nas pescarias de arrasto camarão-rosa, arrasto parelha peixes e potes polvo. Entende-se que estas modalidades de pesca pouco seletivas e com potencial impacto ao fundo no entorno da Ilha Grande carecem de manejo adequado embasado em subsídios técnico-científicos para garantir a sustentabilidade dos estoques dos recursos pesqueiros, além de garantir a integridade ecossistêmica dos ambientes marinhos. Desta forma, a zona de amortecimento do PEIG deve constitutir-se como mais uma ferramenta de manejo dos recursos marinhos na BIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-33 Figura 5-12 - – Mapas de rastreamento das embarcações cadastradas no PREPS com a devida modalidade de pesca e recursos pesqueiros capturados na baía da Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ. (Ministério de Aquicultura e Pesca, 2010). A zona costeira oeste da BIG abriga algumas das áreas mais preservadas no litoral sul fluminense, com elevada biodiversidade (pontos com maior riqueza de espécies e com ocorrência de espécies ameaçadas de extinção, endêmicas e raras – Figura 5-13). Além disso, a presença de um extenso banco de areia fina homogênea e um canal profundo confinado (Canal Oeste), adjacente ao banco, entre a ponta da Juatinga e a ponta do Drago, caracteriza-se como feições geomorfológicas peculiares da baía da Ilha Grande (Figura 5-14). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-34 Figura 5-13 - Riqueza total dos sete grupos de organismos estudados na baía da Ilha Grande, RJ (macroalgas marinhas, Echinodermata, Cnidaria, Mollusca, Polychaeta e Crustacea de substrato não consolidado e peixes recifais). O tamanho do círculo representa a dimensão da unidade medida (número de espécies). (RAP/Creed, 2007). A B Figura 5-14 - Fácies sedimentológicas (Larsonneur) (A) e fácies sedimentológicas (B) (Tenças). (Medeiros, 2006). a) Critérios de inclusão Os critérios de inclusão de áreas na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande foram os seguintes: a.1) A linha de costa e empreendimentos com potencial poluidor, como emissários submarinos, atracadouros e outros, e áreas do litoral da Ilha Grande que possam afetar a UC; a.2) Áreas que apresentem pressão sobre os recursos naturais devido à atividade de turismo náutico desordenado; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-35 a.3) Áreas de maricultura (aquicultura) desenvolvidas de forma inadequada; a.4) Localização de estruturas portuárias e correlatos – marinas, atracadouros, pontos de fundeio que afetam a dinâmica natural das áreas em que ocorrem, consequentemente, alterando a biodiversidade marinha; a.5) Unidades de Conservação em áreas não contíguas onde a Zona de Amortecimento possibilita a conexão – limites da REJ e ESEC de Tamoios; a.6) Ilhas que tenham similaridade com os ambientes identificados na Ilha Grande/PEIG; a.7) Ilhas ao redor da Ilha Grande que constituem locais de nidificação mista de aves marinhas ou de pouso/dormitório de aves migratórias ou não; a.8) Sítios de importância ecológica para espécies marinhas da fauna e da flora como áreas de fundo lamoso, arenoso e areno-lamoso, parcéis e lajes, importantes para a conservação de comunidades bentônicas e pelágicas, levando à manutenção da integridade ecológica do ecossistema marinho e da biodiversidade; a.9) Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade na Zona Costeira e Marinha (MMA, 2007) ou sem informações suficientes, como o lado sul da Ilha Grande (parte oceânica e ilha de Jorge Grego); a.10) Sentido de circulação das correntes marinhas e direção dos ventos que afetem a UC; a.11) Áreas litorâneas e marinhas que possam ter influência sobre a UC; a.12) Aspectos paisagísticos naturais notáveis junto aos limites da UC; b) Critérios de ajuste Como critérios de ajuste foram utilizados: b.1) Linhas de costa referenciadas nas Cartas Náuticas da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), nº 1631(1980), nº 1632 (1982) e nº 1633 (1981); b.2) Pontas na linha de costa que possam servir de referência, como pontas de baías e avanços de linha, e ainda faróis, bóias sinalizadoras, ilhas costeiras e outras estruturas naturais ou artificiais de fácil visualização. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-36 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande c) Descrição dos limites A Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande compreende uma área total de 84146,4 hectares, sendo 6,90% de área terrestre e 93,10% de área marinha (Mapa 9 do Anexo XVII). O objetivo do estabelecimento da Zona de Amortecimento com a abrangência do mar e linha de costa foi manter a integridade ecológica dos ecossistemas litorâneos do PEIG, já estes dependem da qualidade ambiental do mar adjacente e que estão em constante risco de serem atingidos por derramamentos de óleo ou por navios em trânsito pelos canais ao redor da Ilha Grande. Os fatores socioeconômicos e ambientais descritos abaixo foram determinantes para a configuração da Zona de Amortecimento do Parque: c.1) O crescente desenvolvimento turístico na área costeira próxima, com destaque ao turismo náutico; c.2) A tendência de expansão das atividades relacionadas à infraestrutura naval associadas às operações petrolíferas. c.3) A Ilha Grande faz parte do arquipélago do ecossistema marinho da baía de Ilha Grande; c.4) A linha comercial de barca inclui trajetos da Vila do Abraão para Angra dos Reis (baía de Ilha Grande) e Mangaratiba (baía de Sepetiba); c.5) A passagem constante de navios de bandeira nacional e internacional pelo canal de navegação entre a costa leste da Ilha Grande e a Ilha da Marambaia, em direção aos portos de Itaguaí (ex-Sepetiba), da Mineração Brasil Reunidas na Ilha Guaíba, da NUCLEN e da CSA (em construção), depreciando a paisagem e trazendo um aumento do risco de acidente com derrame de óleo, ou de ingresso de espécies exóticas via água de lastro; c.6) Localização do Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (TEBIG) a menos de 3 km da Ilha Grande/PEIG. c.7) O desenvolvimento da atividade pesqueira de forma irregular e sem sustentabilidade, acarretando a sobre-explotação dos estoques pesqueiros e aumento da captura da fauna acompanhante, prejudicando, sobremaneira, o gerenciamento dos recursos costeiros. O Quadro 5-4 ilustra os critérios utilizados na delimitação da Zona de Amortecimento nos pontos de demarcação. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-37 Nesse contexto encontra-se a Zona de Amortecimento do Parque (Figura 5-15), cujos pontos e coordenadas demarcatórias encontram-se no Quadro 5-5. É delimitada por coordenadas, iniciando-se na ponta do Arpoador da Ilha da Marambaia, no P01 (601712; 7445470), de onde segue na direção N até o P02 (601829; 7448228) na ponta do Furado. Deste, segue no sentido NO até a bóia de sinalização náutica no P03 (590665; 7453596), de onde segue acompanhando a linha de costa no sentido O até encontrar o P04 (576791; 7450718) na ponta de Leste. Deste, segue no sentido SO até o P05 (552703; 7437690), de onde segue no sentido SE até o P06 (560883; 7424311). Deste, segue no sentido SE na direção L até o P07 (599326; 7429634), se onde segue no sentido N até encontrar novamente o P01 (601712; 7445470), fechando assim o polígono referente à Zona de Amortecimento com área total aproximada de 84.165,06 ha, dentre os quais 78.345,56 ha correspondem às áreas marinhas e 5.819,51 ha às áreas terrestres. Figura 5-15 - Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-38 Quadro 5-4 - Síntese dos critérios utilizados para a determinação da Zona de Amortecimento do PEIG. Pontos Critérios de inclusão a.1 a.2 a.3 Critérios de ajuste b.1 b.2 a.1 a.2 a.3 b.1 b.2 b.1 b.2 P3-P4 a.1 a.2 a.3 b.2 P4-P5 a.1 a.2 a.3 P1-P2 P2-P3 a.1 a.2 a.3 P5-P6 P6-P7 - - a.1 a.2 a.1 b.1 b.2 P7-P1 Descrição dos limites c.1 c.3 c.5 c.7 c.1 c.3 c.5 c.7 c.1 c.2 c.3 c.4 c.6 c.1 c.2 c.3 c.4 c.7 c.1 c.3 c.7 c.1 c.3 c.7 c.1 c.3 c.5 c.7 Quadro 5-5 - Pontos de referência dos limites da Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Ilha Grande em UTM (DATUM – SID 69). Pontos P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 Longitude 601712 601829 590665 576791 552703 560883 599326 Latitude 7445470 7448228 7453596 7450718 7437690 7424311 7429634 d) Atividades e subatividades 1) Avaliar a necessidade de elaboração de norma estadual para regular a pesca no entorno imediato da Ilha Grande de acordo com a Portaria SUDEPE N-35, de 22 de dezembro de 1988. 2) Elaborar normas e procedimentos específicos para a área marinha da zona de amortecimento em conjunto com as instituições que atuam na região, visando a proteção e monitoramento da biodiversidade e dos ecossistemas da baía da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-39 3) Elaborar em conjunto com a Capitania dos Portos de Angra dos Reis regras de precaução e controle de riscos para o transporte marítimo de petróleo e gás e outras cargas tóxicas na Zona de Amortecimento. 4) Apoiar projetos de pesquisas e de monitoramento das atividades ambientais e socioeconômicas da área compreendida pela zona de amortecimento. 5) Promover a divulgação dos limites e normas da Zona de Amortecimento junto às administrações municipais e autarquias estaduais e federais que atuam na região, bem como a sociedade e os setores pesqueiros e de turismo. e) Normas e restrições específicas Nas áreas terrestres que compõem a Zona de Amortecimento onde ocorra sobreposição com outras unidades de conservação contíguas, as normas estabelecidas para a zona de amortecimento do PEIG seguirão aquelas determinadas por estas unidades até que haja a elaboração de normas específicas para tais áreas. 5.4.9 - Normas Gerais da Unidade de Conservação São apresentadas abaixo, as normas gerais de manejo do PEIG e no Quadro 5-6 a síntese dos critérios para a determinação das zonas e áreas do PEIG. • São proibidos o ingresso e a permanência na Unidade, de pessoas portando armas, bebidas alcoólicas, materiais e instrumentos destinados ao corte, caça, pesca ou a quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna ou à flora. • A infraestrutura a ser instalada na Unidade limitar-se-á àquela necessária para o seu manejo. • É vedada a construção de quaisquer obras de engenharia que não sejam de interesse da Unidade. • A fiscalização da Unidade deverá ser permanente e sistemática. • O uso do fogo será regulamentado pelas recomendações do manejo, em cada plano de manejo, sendo estritamente proibido quando possa colocar em risco a integridade dos recursos da Unidade. • As pesquisas científicas a serem realizadas na Unidade deverão ser autorizadas pelo INEA, segundo as determinações da legislação vigente. • São proibidas a caça, a pesca, a coleta e a apanha de espécimes da fauna e da flora, em todas as zonas de manejo, ressalvadas aquelas com finalidades científicas, desde que autorizadas pelo setor responsável. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-40 • A introdução ou a reintrodução de espécies da flora ou da fauna somente serão permitidas quando autorizadas pelo setor responsável, orientadas por projeto específico, segundo as indicações do Plano de Manejo. • O uso de imagens do Parque deverá observar o Decreto Estadual nº 36.930/2005, que regulamenta essa matéria • Não será permitida a criação de animais domésticos; • Hortas pequenas para subsistência poderão ser implantadas se previstas no Plano de Manejo. Quadro 5-6 - Síntese dos critérios utilizados para a determinação das zonas e áreas do PEIG. Critérios 1 2 3 4 5 6 7 8 ZUC AUC ZHC ZA ZI ZP ZUEx AV Grau de conservação da vegetação X X X X Variabilidade ambiental X X X X Habitats em melhor estado X X Riqueza e/ou diversidade de espécies X X X X Áreas com maiores índices de espécies X X Suscetibilidade ambiental X X Presença de sítios arqueológicos e/ou paleontológicos X X X X X X Potencial de visitação X X Presença de infraestrutura X X X X X Uso conflitante X X Presença de população X X Velocidade, sentido e sazonalidade das correntes marinhas e os ventos que afetem as Unidades de Conservação marinhas X X X Locais de nidificação ou de pouso/dormitório de aves migratórias ou não X Áreas litorâneas que tenham significativa relação química, física ou biológica com a UC X Áreas naturais preservadas com potencial de conectividade com a UC X Remanescentes de ambientes naturais próximos à UC que possam funcionar ou não como corredores ecológicos Sítios de alimentação, descanso/pouso e reprodução de espécies que ocorrem na UC Áreas sujeitas a processos de erosão, de escorregamento de massa que possam vir a afetar a integridade da UC X X X Áreas com risco de expansão urbana ou presença de construção que afetem a UC X Aspectos paisagísticos notáveis junto aos limites da UC X Sítios de importância ecológica para espécies marinhas X Áreas de litoral que possam afetar a UC X Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-41 5.4.10 - Espaço aéreo O Decreto Federal nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, que regulamenta artigos da Lei nº 9.985/2000 (SNUC), estabelece a necessidade do Plano de Manejo definir os limites da Unidade de Conservação em relação ao espaço aéreo (Art. 7º). O Parque Estadual da Ilha Grande é intensamente sobrevoado por helicópteros e aviões, em geral alugados para transporte de pessoas com casas na região, vindas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Sendo o Parque Estadual da Ilha Grande uma Unidade de Proteção Integral, observa-se a necessidade de se proteger a fauna e a flora dos impactos relativos a sobrevoos. Não haverá homologação de helipontos no PEIG, sendo que os pousos de emergência e aqueles relacionados às atividades de fiscalização poderão ocorrer em qualquer área do Parque. Atendendo aos fatores acima mencionados, estudos futuros deverão ser realizados com o objetivo de definir a altitude mínima para sobrevoo do Parque, que posteriormente será homologada junto a ANAC. 5.4.11 - Subsolo Atendendo a determinação da Lei 9.985 (SNUC), na criação ou no planejamento das Unidades de Conservação, deve-se definir o subsolo para que se possa garantir a estabilização do solo e a proteção dos mananciais dessa UC. Como não se tem estudos específicos sobre o tema, fica determinado que até a profundidade da rocha matriz, o subsolo é considerado como patrimônio de proteção integral da UC, garantindo também a integridade do lençol freático e, consequentemente, das nascentes e cursos d’água que estão nos limites do PEIG. 5.5 - PLANOS SETORIAIS A Administração do PEIG tem duas grandes responsabilidades na Ilha Grande. A primeira é gerenciar o Parque e a Reserva Biológica da Praia do Sul, que juntos abarcam uma superfície de 156 km2 (15.600 ha), área superior a de 22 municípios do estado do Rio de Janeiro. A segunda é atuar no restante da Ilha Grande e no mar do entorno, nas atividades de inserção regional, patrulhamento e fiscalização. No total, a Administração atua sobre um território terrestre e marítimo em torno de 30.000 ha (300 km2), superior à área de 33 municípios do estado do Rio de Janeiro. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-42 Cabe ressaltar que o Conselho Consultivo do PEIG deverá participar da elaboração do planejamento executivo dos planos setoriais e respectivos programas, resguardada a autonomia e responsabilidades administrativas e legais do INEA. São apresentados a seguir os planos setoriais (Quadro 5-7) e os respectivos programas de implantação e operação do PEIG. Quadro 5-7 -Planos Setoriais do Parque Estadual da Ilha Grande. 1. Plano Setorial de Conhecimento 2. Plano Setorial de Uso Público Programa de Pesquisa Programa de Monitoramento Ambiental Programa de Recreação Programa de Interpretação e Educação Ambiental Programa de Relações Públicas 3. Plano Setorial de Integração com a Região da UC Programa de Educação Ambiental Programa de Incentivo das Alternativas de Desenvolvimento Programa de Manejo da Flora Programa de Manejo da Fauna 4. Plano Setorial de Manejo dos Recursos Naturais Programa de Recuperação de Áreas Degradadas Programa de Manejo de Ecossistemas Aquáticos Dulcícolas e de Recursos Hídricos Programa de Patrulhamento e Fiscalização 5. Plano Setorial de Proteção Ambiental Programa de Prevenção e Combate a Incêndio Programa de Vigilância Patrimonial Programa de Regularização Fundiária Programa de Administração e Manutenção 6. Plano Setorial de Operacionalização Programa de Infraestrutura e Equipamentos Programa de Valorização do Patrimônio Histórico Programa de Cooperação Institucional Programa de Sustentabilidade Fonte: Roteiro Metodológico INEA, 2010. Dada a magnitude das ações, recomenda-se que na sede do INEA seja estabelecida uma estrutura com gerente de programa exclusivo para execução do Plano. 5.5.1 - Plano Setorial de Conhecimento 5.5.1.1 - Programa de Pesquisa Objetivos Gerar informações para subsidiar a gestão do PEIG e induzir pesquisas de interesse do PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-43 Atividades 1. Fundos para Pesquisa Elaborar em conjunto com a equipe do SEPES/GEPRO banco de projetos para fomento e execução de pesquisas prioritárias para o PEIG. 2. Plano de Ação de Pesquisa do PEIG Elaborar um plano de pesquisa para o PEIG em conjunto com a equipe do SEPES/GEPRO, universidades e centros de pesquisas. As demandas apontadas no Quadro 5-8 são fruto das necessidades observadas pela equipe do PEIG durante os últimos anos. Quadro 5-8 - Demandas de pesquisa para o PEIG. Temas Demandas Clima da Ilha Grande • Conhecer melhor o clima da Ilha Grande, com ênfase em estudos de chuva orográfica e nas diferenças entre as vertentes. Relevo, Geologia e Solos Hidrogeologia Palinologia das Lagoas Rios e Lagunas Peixes e Invertebrados de Água Doce • Aprofundar o conhecimento destes componentes, produzindo mapas de maior detalhe; • Identificar a suscetibilidades para deslizamento e erosão. • Conhecer as águas subterrâneas das principais baixadas. • Conhecer os paleoambientes da Ilha Grande. • Conhecer as características hidrológicas e limnológicas dos rios e lagoas, por sistema hidrográfico. • Inventariar a fauna ictiológica e de invertebrados aquáticos, por sistema hidrográfico. • Desenvolvimento de métodos e procedimentos para erradicação de espécies exóticas; • Plano de inventário florístico por sistema hidrográfico, planejar expedições por setor. Ex: Expedição ao Vale do rio Pereque; • Identificar e georreferenciar árvores e vegetação de destaque; • Desenvolvimento de métodos e procedimentos para erradicação de espécies exóticas; • Estudos de análise da variação altitudinal relativa à flora; • Estudos de sucessão vegetal e ecologia (densidade total e relativa, além da dominância dos táxons, área basal, diâmetros dos troncos e espécies raras); Vegetação e Flora • Parcelas permanentes com marcação de indivíduos e acompanhamento à sucessão vegetal nas diferentes fitofisionomias da Ilha; • Determinação de padrões fitogeográficos (endemismos); • Estudos fenológicos, floração e frutificação, e de produção de sementes, com a indicação de indivíduos matrizes; • Variabilidade genética das populações de plantas e contribuir para o banco genético in situ da Mata Atlântica; • Selecionar espécies ameaçadas e/ou de potencial medicinal e econômico estabelecimento de métodos de propagação e conservação in vivo e in vitro. Invertebrados Terrestres o • Focalizar estudos de grupos chaves como insetos sociais (abelhas, formigas, cupins), borboletas, libélulas, aranhas e moluscos gastrópodes. • Inventário geral e distribuição geográfica de anfíbios, répteis, aves e mamíferos; Vertebrados Tetrápodes Terrestres e de Águas Interiores para • Dinâmica populacional dos bugios e gatos do mato; • Desenvolvimento de métodos e procedimentos para erradicação de espécies exóticas; • Dinâmica populacional de aves ameaçadas de extinção. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-44 Quadro 5-9 - conclusão. Temas Demandas • Conhecer as características das águas, sedimentos e da biota das principais enseadas e sacos no entorno da Ilha Grande; Ecossistemas Marinhos do Entorno • Estudar a conectividade dos ecossistemas costeiros e marinho; • Caracterização da macrofauna e meiofauna de praias arenosas; • Estudos de modelagens e correntes oceânicas; • Caracterizar o funcionamento ecossistêmico do ambiente marinho da baía da Ilha Grande. Invertebrados e Vertebrados • Levantamento das espécies de potencial recurso pesqueiro e estudo da dinâmica populacional. Marinhos • Identificação e avaliação geral dos bens e sítios com base em dados secundários; Projeto de Inventário e Avaliação do Patrimônio Histórico Cultural do PEIG História da Ilha Grande • Inventário de campo para identificar, avaliar e mapear ruínas de fazendas e povoados e caminhos com calçamento. • Prospecção arqueológica em sítios históricos e pré-históricos, incluindo escavações em busca de materiais e peças de importância arqueológica do período do ciclo do café, tais como utensílios de cerâmica e ferraria, bem como sambaquis (estes na baixadas de Lopes Mendes e Parnaioca). • Tópicos para pesquisa: Cartografia Histórica da Ilha Grande; O Povo do Sambaqui na Ilha Grande; Os Índios Tupinambás na Ilha Grande e Região; História Colonial da Ilha Grande nos Séculos XVI e XVII (incluindo mapas); A Armação de Baleia na Ilha Grande; A Pirataria na Ilha Grande; As Fazendas de Cana e Café e a Escravidão; A Pesca e as Fábricas de Processamentos de Sardinha da Ilha Grande; A Cultura Caiçara; História do Lazareto; História dos Presídios na Ilha Grande; História Pictórica da Ilha Grande; e A Ilha Grande através dos Mapas. • Locais para busca de informações: DHN; Instituto Oswaldo Cruz; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Biblioteca Publica de Niterói; Arquivos da Câmara de Vereadores e Arquivos da Marinha Britânica. 3. Série técnica publicações do PEIG Viabilizar a criação de série técnica postando-a em pdf no website do PEIG. A seguir são sugeridos temas para as coleções das séries técnicas. ECOSSISTEMAS E BIODIVERSIDADE Bibliografia da Ilha Grande – 1ª Versão (ano) Ecologia e a História da Ilha Grande O Clima da Ilha Grande Geologia, Relevo e Solos da Ilha Grande As Montanhas e Planícies da Ilha Grande Hidrografia da Ilha Grande Escoamentos e Demandas de Água na Ilha Grande Flora e Vegetação da Ilha Grande Fauna da Ilha Grande Lista das Espécies de Mamíferos, Aves, Répteis e Anfíbios da Ilha Grande – 1a Aproximação, com base na literatura técnica – Estado do Conhecimento (ano) Avaliação Tentativa das Populações das Espécies da Fauna Ameaçadas que Vivem na Ilha Grande Notas sobre as Árvores Nativas da Ilha Grande Mamíferos da Ilha Grande Aves Residentes, Visitantes Ocasionais e Migratórias da Ilha Grande Anfibios e Répteis da Ilha Grande Peixes de Águas Interiores da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-45 Moluscos e Crustáceos de Águas Interiores da Ilha Grande Guia de Identificação das Plantas Endêmicas, Raras e Ameaçadas da Ilha Grande Espécies Invasoras Diretrizes para Reflorestamento de Encostas e Planicies Diretrizes para Revegetação de Restinga Guia Ilustrado da Flora de Restinga Guia de Identificação dos Peixes de Águas Interiores Fauna Invasora e Exótica da Ilha Grande Notas sobre Processos Erosivos e Encostas em Situação de Risco Notas sobre a Sucessão das Florestas Notas sobre os Incêndios Florestais e Suas Causas na Ilha Grande Notas sobre as Atividades Ilegais de Caça e a Captura de Aves na Ilha Grande Notas sobre os Bambus da Ilha Grande Notas sobre as Lagoas do Leste e do Sul Notas sobre o Ecossistema do Rio Perequê HISTÓRIA REGIONAL História dos Povos do Sambaqui História dos Índios Tupinambás A Expedição de Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio: Fatos, Mitos e Controvérsias A Exploração Florestal da Ilha Grande Historia do Lazareto e dos Presídio de Abraão e Dois Rios História da Agropecuária na Ilha Grande História da Eletrificação da Ilha Grande História da Caça da Baleia História da Pesca Historia dos Naufrágios História do Farol dos Castelhanos História dos Caiçaras da Ilha Grande História Pictórica da Ilha Grande Historia do Parque Estadual da Ilha Grande e da Reserva Biológica História dos Povoados da Ilha Grande 4. Publicações para adquirir Adquirir os seguintes guias básicos para identificação de animais e plantas no campo, além de obras de referência: • MARQUES, ETEROVIC & SAZIMA. Serpentes da Mata Atlântica. Guia Ilustrado para a Serra do Mar. Holos: Ribeirão Preto, 2001. • DUNNING, J.S. South American Birds: A Photographic Guide to Identification, Harrowwood, Newtown Square, PA, 1987. • EMMONS, L.H. Neotropical Rainforest Mammals: A Field Guide, Univ. Of Chicago Press, IL, 1990. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-46 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • FREIBERG, M. Snakes of South America, T.F.H. Publications, Inc. Ltd., 1982. • SICK, HELMUT. Ornitologia Brasileira. 1997. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. • SOUZA, DEODATO. 1998. Todas as aves do Brasil - guia de campo para identificação. Bahia: Dall. • GRANTSAU, R. 1991. As cobras venenosas do Brasil. Editora Bandeirante, São Paulo, 101pp. • NOBEL 1999. Cobras: guia prático. Editora Nobel, São Paulo, 64 p. • SIEGEL, R. A. & Collins, J. T. 1993. Snakes - ecology and behavior. McGraw - Hill, 414 p. • LORENZI, HARRI, 2008. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, Vol. 1, 5ª Edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP. • LORENZI, HARRI, 2009. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, Vol. 2, 3ª Edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP. • LORENZI, HARRI, 2008. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, Vol. 3, 1ª Edição. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP. • Botânica: Introdução a taxonomia vegetal 13ª Edição - Ailton Brandão Joly. Editora Nacional, 778 páginas. • Árvores brasileiras Vol. 01 - 5ª Edição. Harri Lorenzi - Editora Plantarum. Tamanho 31 x 21 cm, páginas: 384. • Árvores brasileiras Vol. 02 - 3ª Edição Harri Lorenzi - Editora Plantarum. Tamanho 31 x 21 cm, páginas: 384. • Árvores brasileiras Vol. 03 - 1ª Edição Harri Lorenzi - Editora Plantarum. Tamanho 31 x 21 cm, páginas: 384. • Flora Brasileira Arecaceae (Palmeiras) Harri Lorenzi - Editora Plantarum. Tamanho 31 x 21 cm; páginas: 384; peso aproximado: 2 kg. • Plantas ornamentais no Brasil 4a edição - Harri Lorenzi - Editora Plantarum Formato fechado: 15,5 cm x 22,5 cm, páginas: 1.120. • Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas - Plantio Direto e Convencional Harri Lorenzi. Editora Plantarum. Tamanho 10,5 x 22,3, páginas: 384 cm. • Espécies Abóreas Brasileiras. Embrapa - Volume 1 - Paulo Ernani Ramalho Carvalho. Formato 21 x 29,7cm, 1040 páginas. • Espécies Abóreas Brasileiras. Embrapa - Volume 2 - Paulo Ernani Ramalho Carvalho. Formato 21,7 x 30,5 cm, 627 páginas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 5-47 Espécies Abóreas Brasileiras. Embrapa - Volume 3 - Paulo Ernani Ramalho Carvalho. Formato 21,7 x 30,5 cm, 604 páginas. • Espécies Abóreas Brasileiras. Embrapa - Volume 4 - Paulo Ernani Ramalho Carvalho. Formato 21,7 x 30,5 cm, 644 páginas. • Amphibian Ecology and Conservation: A Handbook of Techniques (Techniques in Ecology and Conservation) by C. Kenneth Dodd Jr. (Hardcover - Dec 20, 2009) • Measuring and Monitoring Biological Diversity. Standard Methods for Amphibians (Biological Diversity Handbook) by W. Ronald Heyer (Paperback - Feb 17, 1994) • Measuring and Monitoring Biological Diversity: Standard Methods for Mammals (Biodiversity Handbook) Don E. Wilson, F. Russell Cole, James D. Nichils, and Rasanayagam Rudran. • Priorities for the Conservation of Mammalian Diversity: Has the Panda had its Day? (Conservation Biology) by Abigail Entwistle and Nigel Dunstone. • Amphibian Monitoring in Latin America: A Protocol Manual - Paperback (Mar. 1, 2001) by Karen Lips; Jamie K. Reaser; Bruce E. Young; Roberto Ibañez. • Biological Diversity: Frontiers in Measurement and Assessment - Hardcover (Jan. 7, 2011) by Anne E. Magurran and Brian J. McGill. • The Ecology and Behavior of Amphibians - Hardcover (Nov. 15, 2007) by Kentwood D. Wells. • Vertebrate Conservation and Biodiversity (Topics in Biodiversity and Conservation) Paperback (Nov. 23, 2010) by David L. Hawksworth and Alan T. Bull. • Mammalogy Techniques Manual By James Ryan. • Guia de Campo - Aves do Brasil Oriental. Tomas Sigrist - Ilustrações: Tomas Sigrist e Eduardo Parentoni Brettas. • Mammals of the world Vol. 1 – Walker’s - The Johns Hopkins University Press; 5th edition. • Mammals of the world Vol. 2– Walker’s - The Johns Hopkins University Press; 5th edition. 5. Encontro científico Organizar encontro bianual em conjunto com o SEPES/GEPRO, reunindo pesquisadores, representantes do INEA, de outros órgãos ambientais e da sociedade civil para discutir a pesquisa científica no PEIG/Ilha Grande e suas aplicações na gestão do Parque e no manejo de ecossistemas da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-48 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Resultados esperados • Conhecimento da biodiversidade do PEIG divulgado, assim como o funcionamento dos ecossistemas terrestres, aquático interiores, marinhos e terrestres; • Conhecimento aprofundado da história do patrimônio cultural do Parque; • Encontro científico do PEIG realizado; • Material bibliográfico disponível para consulta dos técnicos lotados na UC e para futuras atualizações do planejamento. Indicadores • Número de pesquisas, estudos e projetos em andamento/finalizados; • Proporção da área do PEIG contemplada com pesquisas; • Ampliação das pesquisas para áreas com pouca ou sem amostragem; • Maior número de trabalhos publicados sobre o Parque; • Aumento das linhas de pesquisa em consonância com a gestão do PEIG. 5.5.1.2 - Programa de Monitoramento Ambiental Objetivos Realizar monitoramento dos recursos naturais do PEIG: a) Impacto da visitação nas áreas naturais de maior concentração de uso público; b) Efeito da rede elétrica sobre a fauna e flora; c) Efeito dos resíduos sólidos na UC; d) Efeito dos fatores climáticos para fins de acompanhamento de fenômenos naturais, principalmente em áreas de risco; e) Evolução da cobertura florestal. Atividades 1. SIG Implantar e operar o Sistema Geográfico de Informações do PEIG com base em banco de dados georreferenciados sobre a Ilha Grande, em sintonia com o banco de dados central do INEA, mantendo as informações atualizadas e disponibilizadas para a equipe do PEIG. Deverão ser produzidas normas de operação do SIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-49 2. Banco de imagens Organizar banco de imagens do PEIG, incluindo fotos tomadas em terra e por via aérea, fotos antigas escaneadas, imagens de satélite e fotografias aéreas escaneadas, inclusive pretéritas. 3. Monitoramento do impacto da visitação nas áreas naturais de maior concentração de uso público Treinar os servidores da Administração do PEIG encarregados de executar o serviço de inspeção e manutenção das áreas de visitação, incluindo as trilhas. 4. Monitoramento do efeito da rede elétrica sobre a fauna e flora Treinar os servidores da Administração do PEIG encarregados de executar o serviço de inspeção dos impactos da rede elétrica sobre a vegetação e fauna. 5. Monitoramento de resíduos Buscar parcerias com instituições de pesquisa e/ou universidades para avaliar os efeitos dos tipos de resíduos e monitorar esses efeitos sobre o solo, cursos d’água e praias, por meio de análises qualitativas e quantitativas, físico-químicas e biológicas. 6. Monitoramento de fatores climáticos Implantar posto climatológico automático a partir das especificações do INEA, buscando apoio no Centro de Controle Operacional do INEA. 7. Monitoramento do uso e cobertura vegetal Contratar serviço para elaborar mapas da cobertura vegetal e uso do solo da Ilha Grande, com base em fotografias aéreas antigas ou imagens de satélite, retratando as décadas de 60, 70, 80, 90. O mapa para os anos 2000 será produzido a partir do aprimoramento do mapa feito pelo Instituto Vale, em poder do PEIG. Este mapa servirá como marco para futuras comparações. Os próximos mapas deverão ser produzidos de cinco em cinco anos, iniciandose em 2012. As áreas em restauração deverão ser monitoradas por meio da inspeção de campo, preenchimento de formulários e tomada de fotografias. Resultados esperados • SIG implantado. • Qualificação e quantificação dos efeitos negativos da visitação minorados. • Qualificação e quantificação dos efeitos negativos da rede elétrica minorados. • Programar ações visando mitigar os impactos de resíduos sólidos na UC. • Estação de monitoramento climático em funcionamento. • Conhecimento da dinâmica da paisagem. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-50 Indicadores • Disponibilidade e atualização da base de dados geográficos; • Atrativos em bom estado de conservação e disponíveis ao visitante; • Adequação da vegetação na faixa de servidão da rede elétrica e manutenção da conectividade para deslocamento da fauna; • Diminuição da presença de resíduos no solo e águas do PEIG; • Clima da Ilha Grande melhor conhecido, com formação de série histórica; • Interferências externas diminuídas e áreas degradadas recuperadas. 5.5.2 - Plano Setorial de Uso Público Objetivo Estabelecer mecanismos de administração das atividades de uso público, incluindo controle, sustentabilidade e atendimento ao público, contemplando a recreação, ecoturismo e interpretação ambiental na Unidade. Atividade Elaborar plano de ação para as atividades referentes ao uso público, com objetivos, metas, equipamentos, previsão de custos e pessoal necessários. 5.5.2.1 - Programa de Recreação Objetivos Os objetivos são apresentados a seguir. a) Consolidar o PEIG como destino turístico do Estado do Rio de Janeiro. b) Garantir o atendimento das premissas de capacidade de carga do Parque, concomitantemente com o da Ilha Grande. c) Assegurar a satisfação e segurança para um mínimo (ou máximo) de visitantes/ano. d) Proporcionar ao visitante uma gama de atividades recreativas/esportivas de acordo com as aptidões e potencialidades do PEIG e de acordo com o zoneamento estabelecido neste Plano de Manejo. e) Proporcionar a sustentabilidade do Parque por meio de concessões para serviços, cobrança de atividades, venda de produtos e taxa de hospedagem. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande f) 5-51 “Harmonizar” serviços e produtos disponíveis no Parque com as motivações dos turistas que viajam para a Ilha Grande. g) Realizar pesquisa com os visitantes sobre as expectativas de atividades de recreação e esportes, serviços e cursos ou palestras e procurar oferecer minimamente os itens esperados. h) Estimular a valorização histórico-cultural e ambiental local. 1. Atividades 1.1. Elaborar estudo de capacidade de carga para o PEIG em concomitância com o da Ilha Grande, com recursos oriundos de fontes externas (ex.: Prodetur). 1.2. Contratar um Plano de Negócios para o Parque visando à utilização adequada dos seus atrativos e potencialidades de forma a gerar recursos financeiros sem comprometer os objetivos da conservação da diversidade biológica presente. 1.3. Estabelecer Câmara Técnica de Turismo e Recreação no âmbito do Conselho Consultivo. 1.4. Capacitar a equipe do PEIG nos fundamentos sobre turismo e recreação em parques. 1.5. Treinar guardiões para atendimento ao visitante no Centro de Visitantes, guarita e em serviço de patrulhamento. 1.6. Providenciar impressos com autorizações para as atividades de risco, voluntariado e de coleta de informações. 1.7. Inventariar e avaliar, com o apoio do Corpo de Bombeiros, os locais com maior risco de acidentes (passagem pelo poção do córrego do Abraão, trilha para o pico do Papagaio, travessias de cursos de água ao longo da trilha Dois Rios – Parnaioca, e outros) e criar registro de acidentes para monitorar a segurança do visitante. 1.8. Providenciar vistorias periódicas de acessos às praias, corrimões, pontes, escadas e outros para garantir segurança ao visitante. 1.9. Produzir mapa bilíngue com atrativos e trilhas do Parque para divulgação. 1.10. Preparar folhetos bilíngues específicos para cada área do PEIG (Circuito Abraão, Estrada da Colônia, Lopes Mendes, Dois Rios e Caxadaço, Parnaioca) e para cada trecho de trilhas informando sobre distâncias, tempo de caminhada, graus de risco e dificuldades, locais de acomodação no caminho, roupas e calçados adequados e procedimentos em caso de emergência. 1.11. Produzir folheto com lista de espécie de aves com nomes populares bilíngües contendo fotos ou ilustrações para estimular observadores de pássaros. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-52 1.12. Iniciar com a Capitania dos Portos, PMAR e Associação de Barqueiros, o processo de ordenamento experimental de desembarque de turistas nas praias de Lopes Mendes, Santo Antônio, Caxadaço, Dois Rios e Parnaioca, incluindo credenciamento e contrapartidas. 1.13. Estabelecer parcerias com agências de turismo que comercializam pacotes para a Ilha Grande, assim como operadoras locais. 1.14. Estabelecer parcerias com instituições membros do conselho, como a AMHIG e o CONSIG, para a produção de material de divulgação do PEIG. 1.15. Conceber sistema de controle e registro de acesso de visitantes ao Parque, a ser implantado experimentalmente na guarita do Circuito Abraão. 1.16. Estabelecer roteiros de visitação específicos para atender a públicos diferenciados de acordo com o tempo de estadia. 1.17. Planejar processo de concessão de serviços para terceiros, no sentido da exploração de atividades esportivas como arborismo e rapel, ou aluguel de material esportivo para a prática de atividades como surfe, canoagem, mergulho e outros. 1.18. Elaborar Programa de Guias e Condutores do Parque Estadual da Ilha Grande, incluindo cadastro, credenciamento, curso de condutores, etc., considerando prioritárias ações em Abraão e Araçatiba. 1.19. Registrar pista de voo livre na ANAC e dar seguimento na proposta de Termo de Cooperação Técnica com o GEVIG. 2. Centro de Visitantes Implementar o Centro de Visitantes tendo como funções: a) Servir de ponto central do Parque. b) Recepcionar os visitantes, informar sobre as atrações, serviços e instalações existentes. c) Exibir painéis interpretativos (aspectos naturais, culturais e históricos do PEIG). produzir e instalar exposição permanente com temas relacionados ao Parque d) Promover exposições itinerantes. e) Exibir documentários audiovisuais sobre a temática ambiental, com foco no Parque. f) Vender publicações e souvenirs. g) Ofertar espaço (auditório) para palestras, debates e cursos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3. 5-53 Atrações e Atividades O Quadro 5-10 e o Quadro 5-11 apresentam as atrações naturais e culturais e as atividades permitidas que um visitante poderá encontrar e praticar no PEIG. As atividades serão colocadas à disposição do público de forma gradativa, conforme a disponibilidade de recursos para alocação de pessoal e implantação de infraestrutura de apoio. O quadro utiliza a seguinte convenção: 1 AV – Trilhas 5 ZHC – Parnaioca 2 AV – Estrada da Colônia 6 AV – Trilha da Cachoeira da Feiticeira 3 AV – Trilha da Aroeira 7 ZHC – Abraão 4 ZHC – Vila Dois Rios Quadro 5-10 - Atrativos naturais, oficiais, históricos e culturais nas áreas de concentração de uso público do PEIG. Atrativos naturais Enseadas e sacos Praia Montanhas Picos Cavernas Pontas e penínsulas Cachoeira Floresta Restinga Fauna terrestre e marinha (observação à distância) Atrativos oficiais, históricos e culturais Trilhas e caminhos Pedras com marcas de polimento e afiação Centro de Visitantes Ruínas do lazareto Aqueduto Estrada da Colônia Vila Dois Rios Ruínas do presídio Barragem e casa de força da usina hidrelétrica Museu do cárcere Ruínas de fazendas e povoados Estrada da Aroeira Igreja Cemitério Instituto Estadual do Ambiente – INEA 1 2 3 4 5 X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1 2 3 4 X X 6 7 X X X X X X 5 X X X X X X X X X X X X X 6 X 7 X X X X X Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-54 Quadro 5-11 - Atividades potenciais nas áreas de uso público (a serem liberadas para uso gradativamente). Atividades 1 2 3 4 5 6 7 Recreação, aventura e atividades ao ar livre Em praia, mar, rio, lagoa e brejo Caminhada pela praia X X X Banho de mar X X X Banho de rio e cachoeira X X X X Rapel em cachoeira X Vôo livre X Em Terra 1 Caminhadas / montanhismo 2 3 Passeio na estrada da Colônia 5 6 7 X X X Apreciação de vistas panorâmicas X X X X Piquenique X X X X X X X X Acampamento Exploração de cavernas 4. 4 X X X X Alimentação Por meio de concessões poderão ser implantados: i) Restaurante/lanchonete no Circuito Abraão; ii) Cantina na Parnaioca e; iii) Restaurante/lanchonete na Vila Dois Rios. 5. Hospedagem Por meio de concessões poderão ser implantados campings em: Vila Dois Rios, Parnaioca e Abraão. Prevê-se também a concessão de licenças para pousadas simples (cama e café) na Vila de Dois Rios, entretanto esses imóveis estão sob a responsabilidade legal da UERJ, a qual deverá participar dessa proposta, independente de ser membro do Conselho Consultivo do PEIG. 6. Loja de souvenirs e cafeteria Haverá uma pequena loja de souvenirs e de produtos típicos, bem como uma cafeteria no Centro de Visitantes, operadas sob concessão. Resultados esperados • Visitantes satisfeitos com o Parque. • Concessões, permissões e outras formas de contrato cumpridas. • Atendimento adequado aos visitantes. • Entendimento do Parque como uma unidade de conservação da natureza. • Objetivos do PEIG (preservação e visitação consciente dentre eles) atendidos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-55 Indicadores • Número de visitants. • Número de reclamações e sugestões dos visitantes. • Número de concessões, permissões e outras formas de contrato implementados/ renovados. • Redução dos impactos ambientais da visitação. • O Parque recebendo recursos das atividades desenvolvidas. 5.5.2.2 - Programa de Interpretação e Educação Ambiental Objetivos a) Estimular o visitante a conhecer e refletir sobre a dinâmica dos ecossistemas, as relações existentes entre seus componentes, enfatizando as relações entre o homem e a natureza. b) Ajudar o visitante a entender a inserção do Parque na história da Ilha Grande e apreciar o patrimônio natural e cultural, de modo que a sua experiência seja positiva e agradável. c) Ensinar ao visitante os procedimentos corretos a serem adotados na visitação de uma UC. d) Estimular o programa de voluntariado na UC. e) Repassar os conhecimentos originários dos estudos e pesquisas realizadas no PEIG utilizando-se de uma linguagem acessível por intermédio de trilhas interpretativas, exposições, palestras e outros meios. Atividades 1. Centro de Visitantes 1.1. Contratar empresa para elaboração de projeto museológico e museográfico do centro de visitantes do PEIG. 1.2. Contratar empresa para execução dos projetos museológico e museográfico elaborados. 2. Manual de interpretação Elaborar manual de interpretação do patrimônio natural e histórico cultural do PEIG contendo, no mínimo: Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-56 a) a sequência de atividades, para recepcionar o visitante; b) delineamento de atividades destinadas a grupos, entidades ou instituições específicas, com interesse voltado para áreas mais especializadas ou com características diferenciadas; c) definição das formas de articulação das ações entre si e com os outros programas; d) procedimentos para implantação de trilhas interpretativas; e) formas de monitoramento e avaliação. (Como fonte a ser utilizada citar o Manual de Interpretação da agência California State Park - Basic Interpretation Handbook — http://ohv.parks.ca.gov/?page_id=24034). 3. Calendário de eventos 3.1. Elaborar calendário anual de eventos e atividades do Programa de Interpretação e Educação Ambiental (baseado em datas comemorativas e relacionadas com o meio ambiente). 3.2. Produzir e divulgar os eventos elencados. 3.3. Elaborar conteúdos a serem trabalhados. 4. Treinamento Realizar treinamento anual para funcionários, terceirizados e voluntários para atuação no Programa de Interpretação e Educação Ambiental. Resultados esperados • Visitantes informados e sensibilizados quanto ao patrimônio histórico e natural e reconhecimento da importância do PEIG. • Funcionários, terceirizados e voluntários devidamente capacitados para a realização das atividades de interpretação e educação ambiental. • Calendário anual de eventos e atividades elaborado e implementado. • Manual elaborado e implementado. Indicadores • Números de pessoas participando das atividades interpretativas e educativas. • Aumento da colaboração do público no sentido de proteger e conservar os recursos naturais e culturais do Parque. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 5-57 Funcionários, terceirizados e voluntários utilizando-se do Manual para suas atividades de interpretação e educação ambiental. 5.5.3 - Plano Setorial de Integração Regional 5.5.3.1 - Programa de Relações Públicas Objetivos a) Utilizar ferramentas de comunicação e marketing para atingir os objetivos de informação, conscientização e sensibilização, divulgação, educação e utilização sustentável, como o turismo ecológico e de aventura. b) Utilizar ferramentas de comunicação interna e externa visando proporcionar maior integração entre o PEIG e o INEA, diretorias, gerências, superintendências e outras UCs. c) Proporcionar uma ferramenta de divulgação e entrosamento entre os Programas de Educação Ambiental e Sustentabilidade do Parque e as comunidades do seu entorno. d) Criar um padrão conceitual entre os diversos programas desenvolvidos no Parque a fim de facilitar a compreensão, divulgação e identificação para todo o tipo de público, e ainda fortalecer a marca da UC e do INEA, garantindo assim os objetivos de preservação, conscientização ambiental e sustentabilidade. e) Estabelecer relações constantes com os meios de comunicação de forma a tornar transparente a gestão do PEIG. f) Divulgar eficientemente o PEIG como Unidade de Conservação da Natureza, por meio do conhecimento científico, atividades e projetos. g) Informar e esclarecer a população do entorno sobre as medidas tomadas pela administração do PEIG. h) Gerar no público uma imagem satisfatória do PEIG, bem como do INEA; i) Trazer para a administração do PEIG as expectativas, dúvidas ou queixas das comunidades locais e viabilizar as soluções necessárias, ou seja, criar um relacionamento positivo entre o Parque e a população. Atividades 1. Contratar profissionais da área de comunicação social e marketing para a elaboração e desenvolvimento do Planejamento Estratégico para o Programa de Relações Públicas. Considerar ações de assessoria de imprensa, divulgação, relações públicas, propaganda e marketing. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-58 2. Elaborar um plano de contingência na área de comunicação (principalmente relacionada à imprensa) para respostas rápidas diante de possíveis acontecimentos (catástrofes, acidentes, desmatamentos) que possam prejudicar a imagem do PEIG, bem como da DIBAP e do INEA. 3. Identificar pessoas ou instituições para divulgar a unidade ou firmar futuras parcerias. 4. Manter atualizado tabulação, categorização e retorno dos formulários das urnas do Centro de Visitantes e guarita Circuito Abraão, além de inserir urnas nas futuras subsedes e demais centros de visitantes do PEIG. 5. Mídia eletrônica 5.1. Produzir Boletim Eletrônico Mensal simples em PDF e enviar por e-mail para a intranet do Inea/SEA e instituições parceiras (após aprovação da GEPRO). 5.2. Criar Blog e mantê-lo diariamente atualizado. 5.3. Produzir e operar website bilíngue do PEIG. 6. Mídia Impressa 6.1. Escrever artigos regularmente para a mídia regional (O Eco, Maré, Diário do Vale). 6.2. Viabilizar mapa do PEIG em formato A3 para distribuição local. 6.3. Elaborar o clipping diário das notícias veiculadas na imprensa. 6.4. Fazer portfólio sobre o PEIG e disponibilizá-lo nas Secretarias de Turismo municipais da região e Secretarias Estaduais de Turismo. 6.5. Produzir folders com versões em inglês, espanhol e português e disponibilizá-los em pontos de embarque e desembarque de turistas, como aeroportos, rodoviárias e portos. produzir peças publicitárias e de divulgação. 6.6. Produzir folder específico sobre camping e conduta consciente. 6.7. Editar jornal anual sobre a gestão do PEIG. 6.8. Organizar publicação reunindo acervo de mapas antigos, quadros, desenhos, fotografias aéreas e fotos da Ilha Grande: cais de Mangaratiba e de Angra dos Reis, Vila do Abraão e outros povoados; lazareto; presídios; farol; fábricas de sardinha; pesca; casas de farinha; cenas do cotidiano; estrada da Colônia; barcas. Apoio privado para impressão. 7. Audiovisual 7.1. Promover contatos com redes de televisão para matérias ou entrevistas sobre o PEIG. 7.2. Fazer roteiro, filmar e postar vídeos amadores sobre PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-59 7.3. Contratar produtora para elaborar vídeos sobre o PEIG, para distribuição para universidades, escolas, prefeituras, secretarias estaduais e municipais, parceiros, agências de turismo, meios de hospedagem. 7.4. Exibir vídeo do PEIG no Centro de Visitantes. 8. Produtos do PEIG para venda Contratar ou terceirizar por meio de concessão a elaboração de uma linha de produtos associada ao PEIG, a ser vendida na pequena loja do Centro de Visitante. As sugestões de produtos a serem concebidos são apresentadas no Quadro 5-12. Quadro 5-12 - Sugestões de linha de produtos para a loja do PEIG. Artigos de papelaria: Pôsteres, agenda, indice telefônico e calendários bilíngües (com imagem das praias, centro de visitantes, montanhas, pico do Papagaio, ruínas do presídio e aqueduto), além de estojo escolar, eaneta, lápis e borracha; cilindro de plástico transparente com borracha apontador e 3 lápis), postais. Livros História pictórica da Ilha Grande (com imagens de pinturas antigas, mapas antigos e fotografias antigas). Jogos Memória, quebra-cabeça, baralho, etc. Mapa plastificado Mapa plastificado dobrável em A0. Pôsteres Pôster com reprodução de quadros sobre a Ilha Grande e de fotos atuais de praias. Folhetos plastificados Lista de espécies de aves (nomes populares em português e inglês que serão fornecidos pela equipe do Parque); lista pictórica de cetáceos e tartarugas da baía de Ilha Grande; jogo americano com imagens do PEIG. Roupas e acessórios Camisetas e camisas polo em algodão (estampas de peixes do PEIG, pico do Papagaio, silhueta da ilha, bugio, fauna da Ilha Grande, cetáceos da baía de Ilha Grande), casaco leve (verde e logo do PEIG), calça cargo, bermudas cargo, mochila emborrachada (com logo do PEIG), cantil (logo), bonés (tipo comum e australiano com logo do PEIG e INEA), capas de chuva, guarda-chuva, saco plástico impermeável com fechadura hermética para guarda de carteira, celular e chaves; sacola durável para compra. Artigos de praia Toalha (logo do PEIG e mapa da ilha), guarda-sol (logo do PEIG) e pequena bolsa térmica (logo do PEIG). Animais de pelúcia Miniaturas de animais matéria plástica Bugio, tartaruga, baleia, golfinho. de Bugio, tartaruga marinha (tartaruga verde), 2 baleias (jubarte e franca) e 3 golfinhos (boto-cinza, golfinho-pintado-do-atlântico e de dentes rugosos). 9. Participação em feiras e eventos 9.1. Articular a participação do Parque em eventos culturais e turísticos, fortalecendo a imagem institucional. 9.2. Promover a integração do Parque com entidades e comunidades, por meio de patrocínios (na forma de cessão de espaços), stands com mostras de serviços, produtos e material de divulgação. 9.3. Desenvolver concursos diversos, como pintura, fotografias ou algum assunto relevante para as comunidades. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-60 10. Comunicação para o público interno 10.1. Realizar programa de treinamento continuado da equipe, objetivando a valorização dos profissionais. 10.2. Produzir boletins regulares com notícias do Parque, seus núcleos e da GEPRO de forma a uniformizar as informações. 10.3. Produzir eventos internos em datas comemorativas buscando a participação e o entrosamento da equipe. Resultados esperados • Material de divulgação eletrônica disponível e atualizado regularmente pela equipe do PEIG. • Grupo de e-mails ativo. • Banco de imagens implementado e disponível para divulgação nos websites dentro dos aspectos legais. • Material de divulgação impressa do PEIG distribuído e disponível no Centro de Visitantes. • Série de publicações sobre o PEIG distribuída para prefeituras, escolas, universidades e outros. • Vídeo produzido e exibido no Centro de Visitantes e distribuído para prefeituras, escolas, universidades e outros. • Loja funcionando e gerando recursos com a linha de produtos associada ao PEIG. • Convites para participação do PEIG em eventos culturais e turísticos. • Eventos de divulgação científica realizados. • Maior entendimento do PEIG como Unidade de Conservação da Natureza, prestador de serviços ambientais e gerador de renda. Indicadores • Número de acessos no blog, website e perfil do PEIG. • Número de emails trocados no grupo. • Número de imagens disponíveis nos websites. • Quantidade de material de divulgação impressa disponível no Centro de Visitantes e nos demais pontos de distribuição. • Número de sessões de exibição do vídeo no Centro de Visitantes. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-61 • Demanda por produtos na loja do PEIG. • Número de participações em eventos culturais e turísticos. • Quantidade de participantes e de palestras nos eventos de divulgação científica. • Alcance eficaz – percentual de público-alvo que sofreu alguma mudança comportamental após receber ações de comunicação. 5.5.3.2 - Programa de Educação Ambiental Objetivos Contribuir para a educação ambiental formal desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino público e privado, tendo como premissas: a) Proporcionar a estudantes e professores a realização de observações e estudos práticos de forma integrada, contínua e permanente. b) Integrar o PEIG aos programas educacionais das escolas da região. c) Contribuir para a conscientização ambiental dos estudantes. Desenvolver ações e práticas educativas não-formais voltadas à sensibilização da comunidade do entorno sobre as questões ambientais, para melhorar a compreensão das relações entre sociedade e natureza e a sua organização na defesa da qualidade do meio ambiente, conforme dispõe a Política Nacional de Educação Ambiental, tendo como premissas: a) Ampliar o diálogo entre o PEIG e a comunidade. b) Proporcionar uma melhor compreensão da inserção da Unidade de Conservação na vida da população, enfatizando a importância dos serviços ambientais gerados pela UC para a geração de renda e melhoria da qualidade de vida. c) Aumentar a identificação e o comprometimento das populações locais com o PEIG. Promover a integração de ações de educação ambiental, atividades esportivas e socioculturais. Atividades 1. Celebrar parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Angra dos Reis para ouvir e envolver as escolas na preparação do Plano de Trabalho que deverá: 1.1. Cadastrar as escolas da Ilha Grande e Angra dos Reis. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-62 1.2. Selecionar os temas a serem trabalhados. 1.3. Divulgar os recursos existentes no PEIG para aulas práticas, observações e outras atividades de ensino. 1.4. Preparar trilhas especiais para colégios, de acordo com os diversos níveis de aprendizado. 1.5. Elaborar material de divulgação adaptado aos três níveis educacionais (1º, 2º e 3º graus), ressaltando os temas ambientais. 2. Articular e consolidar a política de Educação Ambiental na Unidade em consonância com as diretrizes reconhecidas pela Superintendência de Educação Ambiental conforme orientação estabelecida pela Secretaria Estadual do Ambiente, considerando, ainda, os objetivos de criação do Parque. 3. O Parque vai à Escola Sistematizar o projeto “O Parque vai à Escola” pela equipe do PEIG, determinando objetivos, metodologia, atividades propostas, resultados esperados, recursos materiais e físicos necessários. 4. Promover ações educativas nas comunidades do entorno da UC objetivando a conscientização ambiental, fazendo com que essas populações vejam o Parque como um bem que lhes pertence e ensinando-as como agir de forma a não degradá-lo, instruindo quanto à utilização sustentável dos recursos presentes. 5. Implementar um programa de avaliação continuada dos projetos de educação ambiental desenvolvidos para o Parque. Resultados esperados • Todas as escolas da Ilha Grande e de Angra dos Reis cadastradas. • PEIG reconhecido como recurso educacional valioso para as escolas e comunidades locais. • Intensa visitação de escolas. • Professores capacitados para inserir e trabalhar a temática ambiental nos currículos. • Melhoria da relação do Parque com as comunidades localizadas no entorno. • Formação do sujeito ecológico e político. Indicadores • Número de professores e alunos que visitaram o Parque. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • Número de professores e alunos que participaram das atividades educacionais. • Número de eventos de educação ambiental. • Todas as escolas da Ilha Grande visitam o PEIG pelo menos duas vezes ao ano. 5-63 5.5.3.3 - Programa de Incentivo das Alternativas de Desenvolvimento Objetivos Promover e ampliar a relação socioambiental do Parque com a população do entorno, implementando práticas de desenvolvimento econômico sustentáveis. Atividades Incremento de atividades ligadas ao turismo Articular a criação de uma associação comercial e turística da Ilha Grande, reunindo todos os segmentos com foco na comunicação, marketing, capacitação e desenvolvimento dos diversos segmentos, defesa do setor e do patrimônio natural e cultural para as seguintes atribuições: a) Aferir o potencial de empregabilidade com foco em serviços do terceiro setor. b) Focar no mercado exterior para atrair turistas (baixa temporada no Brasil versus alta temporada no hemisfério Norte). c) Oferecer pacotes integrados reunindo transporte marítimo, hospedagem, ingresso no Parque e passeios. d) Organizar seminário de turismo na Ilha Grande, reunindo os diversos segmentos de transporte, hospedagem, alimentação, operadores, agências, órgãos públicos (SEBRAE, INEA, TurisRio, TurisAngra dentre outros) para intercâmbio de informações, expectativas e avaliações. e) Promover o incentivo ao turismo de base comunitária e formas de turismo inclusivo nas comunidades da Ilha Grande. f) Promover curso de capacitação e reciclagem de conhecimentos e serviços para prestadores de serviços/autônomos/cooperados e interessados das comunidades do entorno do Parque. g) Estimular e capacitar as comunidades do entorno no sentido de desenvolver atividades turístico-econômicas, como recepcionar, guiar e oferecer hospedagem e alimentação. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-64 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Incremento de outras atividades 1. Buscar parcerias para estimular a produção e venda de artesanato (ex.: madeira de jaca e artefatos de bambu). 2. Estimular práticas como técnicas de permacultura, produção orgânica, agrofloresta e horta comunitária. 3. Organizar seminário de agroecologia, reunindo diversos segmentos interessados (universidades, comunidades locais, grupos produtores) para intercâmbio de informações e fomento dessas atividades, especialmente nas comunidades pouco turísticas (Matariz, Provetá, Longa). Resultados esperados • Atividades econômicas desenvolvidas sem comprometer a qualidade ambiental dos ecossistemas do PEIG. • Fortalecimento do turismo convencional e do ecoturismo. • Maior atuação do Parque na relação socioambiental com a população do entorno. Indicadores • Redução dos impactos ambientais oriundos das atividades econômicas. • Número de pessoas do entorno cadastradas em serviços ou atividades turísticas relacionadas com o Parque e a ilha. • Demanda de vagas em cursos de qualificação profissional e de pessoas capacitadas disponíveis na região. 5.5.4 - Plano Setorial de Manejo de Recursos Naturais Objetivo Manter a integridade ecológica dos ecossistemas do PEIG e do entorno por meio de ações de manejo para conservação e/ou recuperação dos recursos naturais. Atividades Elaborar plano de ação para as atividades referentes ao manejo de recursos naturais, com objetivos, metas, previsão de custos, equipamentos e pessoal necessários. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-65 5.5.4.1 - Programa de Manejo da Flora Objetivo Propor e efetivar ações para a conservação da flora nos diferentes ambientes naturais do Parque. Atividades 1. Fomentar estudos para subsidiarem ações de controle de espécies exóticas, com a finalidade de remoção de plantas exóticas invasoras das florestas e restingas e de material inerte. 2. Incluir a remoção de espécies adultas como jaqueiras, amendoeiras, abricós, etc., e incentivar o uso de espécies frutíferas nativas e atrativas de fauna nos projetos de recuperação, priorizando o estabelecimento de estudos e pesquisas que levem em consideração a interação animal-planta. 3. Incentivar principalmente projetos que abordem o levantamento detalhado da flora, indicando as espécies endêmicas e ameaçadas, e um estudo fitossociológico da comunidade, contribuindo com o enriquecimento do banco de dados para o Programa de Pesquisas. 4. Realizar coleta rotineira de material botânico através de excursões periódicas para obtenção de material ainda não existente no banco de dados, mediante autorização do INEA, de forma integrada com o Programa de Pesquisa. 5. Viabilizar cursos de manejo de espécies exóticas agressivas à UC para os técnicos do Parque. 6. Monitorar a vegetação por meio da instalação de parcelas permanentes para acompanhar a sucessão vegetal em diferentes unidades pedológicas e geomorfológicas, que também servirão para o monitoramento da cobertura florestal. 7. Implantar sistema de demarcação de matrizes para pesquisas com sementes nativas, com posterior coleta de sementes e produção de mudas nativas, que apresentem nicho ecológico similar, com o objetivo de substituir as espécies exóticas invasoras. 8. Promover atividades de educação ambiental como uma ferramenta para o controle e erradicação de espécies exóticas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-66 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Resultados esperados • Extinção de 50% das espécies vegetais exóticas invasoras, no Circuito Abraão, e concomitante enriquecimento florestal com mudas nativas, que apresentem nicho ecológico similar. • Conhecimento da flora do Parque nas suas diversas fisionomias, desde a faixa de maior altitude até as restingas, a fim de propiciar ações de manutenção dessas espécies na UC e na Ilha Grande. Indicadores • Redução da taxa de crescimento populacional de plântulas exóticas na UC. • Redução do impacto de visitação e fundiário sobre a UC, por meio da implantação de medidas atenuadoras de forma mais rápida e eficiente na recuperação das áreas degradadas. 5.5.4.2 - Programa de Manejo da Fauna Objetivo Propor e efetivar ações de conservação e controle de fauna do PEIG. Atividades 1. Incentivar levantamentos faunísticos em áreas com pouco conhecimento do PEIG. 2. Elaborar relatório sobre a caça, captura e tráfico de animais silvestres na Ilha Grande, com apoio do Batalhão Florestal e demais instituições interessadas e em parceria com a Rede Contra o Tráfico de Animais Silvestres. 3. Desenvolver estudos e protocolos que possam subsidiar programas de soltura e monitoramento de espécimes de origem comprovada na Unidade de Conservação, de acordo com normas e procedimentos criados. 4. Incentivar estudos para subsidiarem ações de erradicação e controle de espécies animais exóticas, principalmente aquelas de origem doméstica (mico-estrela, ratazanas, gatos domésticos, cachorros, caramujo africano, etc.). 5. Implantar projetos pilotos para inicialmente controlar espécies de cães, gatos e micosestrela no PEIG. 6. Viabilizar cursos de manejo de espécies exóticas da fauna agressivas à UC para os técnicos do Parque. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-67 7. Estabelecer parâmetros populacionais e comunitários para monitorar a fauna. 8. Promover atividades de educação ambiental como uma ferramenta para o controle e erradicação de espécies exóticas. Resultados esperados • Maior conhecimento da fauna do PEIG e da Ilha Grande. Aumento da preservação da fauna do Parque e, consequentemente, da Ilha Grande, levando a manutenção de seu patrimônio genético. • Implantar o controle de animais exóticos invasores para pelo menos três espécies nos próximos 5 (cinco) anos. • Técnicos preparados e equipados para situações em que se depare com animais exóticos, atuando de forma correta, minimizando o estresse de captura desses. Indicadores • Aumento da abundância de algumas espécies da avifauna. • Manutenção e/ou aumento das populações e de interações ecológicas (complexidade do ecossistema). 5.5.4.3 - Programa de Recuperação de Áreas Degradadas Objetivo Propor e implementar ações efetivas de recuperação das áreas degradadas no PEIG. Atividades 1. Elaborar projeto para restauração ecossistêmica para os próximos dez anos em conjunto com o Instituto Ambiental Vale (previsão de continuidade de parceria) e a Prefeitura de Angra dos Reis, especificando uma primeira etapa de cinco anos, contemplando metas, atividades, custos e demanda de recursos humanos. 2. Contratar empresa para realizar o levantamento e identificação de deslizamentos e escorregamentos e demais fenômenos naturais ou não em áreas de risco (costões e encostas declivosas, sobretudo aquelas com presença humana, seja de visitantes ou moradores) e propor ações para minimizar os impactos. 3. Buscar apoio da PMAR para que a mesma proceda à elaboração e execução de projeto para cessar e recuperar o local do depósito de lixo na curva do Jacatirão. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-68 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Resultados esperados • Áreas degradadas recuperadas em todo o PEIG ao final de 10 anos. • Controle sobre áreas de risco. • Minimização e controle dos impactos causados por visitantes e moradores às trilhas do PEIG. • Neutralização dos efeitos causados pelo lixo na curva do Jacatirão. Indicadores • Diminuição do solo exposto no PEIG. • Aumento anual da porcentagem de áreas recuperadas. • Ausência de qualquer tipo de lixo na curva do Jacatirão. 5.5.4.4 - Programa de Manejo de Ecossistemas Aquáticos Dulcícolas / Recursos Hídricos Objetivo Propor e implementar ações efetivas de recuperação dos ecossistemas aquáticos dulcícolas e dos recursos hídricos no PEIG. Atividades 1. Dotar a unidade de conservação com técnicos especializados em valoração e manejo de recursos hídricos ou contratar empresa especializada. 2. Avaliar a qualidade e a quantidade da água que é captada pelo SAAE e proceder a sua valoração. 3. Elaborar junto ao SAAE e DIGAT/INEA a outorga de uso das águas para captações ambientalmente e legalmente compatíveis. 4. Elaborar projeto para recuperação do brejo de Lopes Mendes por meio da eliminação dos drenos. 5. Incentivar estudos de monitoramento e recuperação dos corpos hídricos do PEIG. 6. Compatibilizar os usos dos recursos hídricos pelos visitantes de forma a manter os mesmos em níveis aceitáveis com relação aos parâmetros de qualidade. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-69 Resultados esperados • Águas limpas e em quantidade para atender às demandas de abastecimento da população. • Melhorar a qualidade ambiental dos corpos hídricos do PEIG a fim de garantir a sobrevivência e manutenção da vida aquática dulcícola. Indicadores • Concentrações de Coliformes Fecais e de Nitrogênio e Fósforo abaixo dos limites do CONAMA. • Aumento e produção de água potável compatível com a demanda da Ilha Grande. • Retomada da vida aquática dulcícola em parâmetros de sustentabilidade. 5.5.5 - Plano Setorial de Proteção Ambiental 5.5.5.1 - Programa de Patrulhamento e Fiscalização Objetivos Dar manutenção à integridade ecológica dos ecossistemas do PEIG e auxiliar no entorno, evitando a degradação causada por atividades humanas em desrespeito a legislação ambiental. Atividades 1. Preparar Plano Operativo de Patrulhamento e Fiscalização do PEIG. 2. Buscar o planejamento e atuação da fiscalização em conjunto com a Superintendência da Baía de Ilha Grande, a Administração da APA de Tamoios, Batalhão Florestal e PMAR. 3. Realizar, em parceria com a PMAR, o inventário dos domicílios da Ilha Grande, para lançar as informações do SIG/IG, subsidiando o NUREF/DIBAP. 4. Atualizar informações referentes aos imóveis a serem desapropriados e/ou demolidos, para fins de cadastro do NUREF. 5. Inserir informações sobre todos os licenciamentos, embargos e obras irregulares (em costão rochoso, etc.), na Ilha Grande, no banco de dados do SIG/IG, incluindo dados dos 50 imóveis investigados pela Procuradoria após a Operação Carta Marcada, realizada em novembro de 2007 e outras ações posteriores. 6. Aprimorar quadro de condutas de emergências já elaborado. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-70 7. Em face das dúvidas que surgem na aplicação de proteção do mar e de controle da pesca, contratar a elaboração de manual prático de aplicação da legislação aos ecossistemas marinhos. 8. Avaliar a necessidade de elaboração de norma estadual para regular a pesca no entorno imediato da Ilha Grande de acordo com a Portaria SUDEPE N-35, de 22 de dezembro de 1988. 9. Promover a divulgação das ações de fiscalização do PEIG nas mídias locais. 10. Elaborar quadro estatístico com os resultados das ações, visando melhorar a memória da fiscalização ambiental do INEA. 11. Capacitar agentes de fiscalização ambiental, visando o nivelamento das ações, conforme prerrogativas do INEA. Resultados esperados • Sistema de fiscalização operando adequadamente, com aumento de autuações e notificações em curto prazo (dois anos). • Redução ampla em médio prazo dos impactos de origem antrópica. • População informada e conscientizada sobre as leis ambientais. • Paisagens sem nenhuma depreciação/pouco depreciadas. • Pontos de invasão/construções identificados e controlados. • Pontos críticos e susceptíveis a ações antrópicas georreferenciados. • Fiscais mais bem preparados para dar seguimento ao trabalho. Indicadores • Número de edificações demolidas. • Número de notificações, autos de infração e número de pareceres técnicos sobre empreendimentos emitidos por ano. • Número de Termos de Ajustamento de Conduta. • Número de infrações diminuídas em função do aparelhamento/formação/atuação da fiscalização e parcerias. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-71 5.5.5.2 - Programa de Prevenção e Combate a Incêndio Objetivos Colaborar na manutenção da integridade ecológica dos ecossistemas do PEIG e da Ilha Grande, evitando a destruição de florestas e restingas pelo fogo. Atividades 1. Informar, notificar preventivamente e coibir a queima de lixo e folhagens e queimadas no PEIG. 2. Elaborar Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais em conjunto com a Superintendência, o Corpo de Guardas-parques e o Corpo de Bombeiros. 3. Aparelhar adequadamente a equipe de combate a incêndios. 4. Elaborar em conjunto com o Programa de Educação Ambiental, campanhas de prevenção a incêndios e queimadas na Ilha Grande. Resultados esperados • Diminuição de áreas queimadas. • Maior agilidade na chegada ao local do incêndio. • Maior capacidade de conter/deter o fogo por meio de dispositivos químicos biodegradáveis. • Moradores e comunidades do entorno conscientes dos riscos. Indicadores • Tempo de chegada ao local do incêndio. • Superfície das áreas queimadas. • Alcance das campanhas de prevenção. 5.5.5.3 - Programa de Vigilância Patrimonial Objetivos Prover vigilância ao patrimônio 24 horas por dia, por meio de contratação terceirizada. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-72 Atividades 1. Proteger instalações e equipamentos, bem como manter a ordem de entrada de visitantes ao PEIG. 2. Contratar empresa para implementação de vigilância noturna, especialmente, nos seguintes locais: guarita da estrada da Colônia, Centro de Visitantes e sede administrativa, bem como nas demais infraestruturas do PEIG. Resultados esperados • Inexistência de roubos e danos ao patrimônio público do PEIG. Indicadores • Capacidade de vigilância contratada compatível com a necessidade dos serviços, considerando sazonalidade do turismo no PEIG. • Registro de roubos e danos ao patrimônio público minimizado ou inexistente. 5.5.6 - Plano Setorial de Operacionalização 5.5.6.1 - Programa de Regularização Fundiária Objetivos Incorporar as terras do PEIG ao Patrimônio Público do Estado, de forma gradativa, priorizando o cumprindo a Lei Federal 9.985 de 18 de julho de 2000. Atividades 1. Realizar o levantamento fundiário das terras da Ilha Grande localizadas no PEIG e nas áreas e ilhas previstas para sua ampliação, seguindo as especificações técnicas da Procuradoria do Estado e da Secretaria de Patrimônio da União. Os dados referentes a áreas regularizadas e não-regularizadas existentes serão incorporados ao Sistema de Informações Geográficas da Ilha Grande – SIG/IG. 2. Elaborar em conjunto com o NUREF/DIBAP, e com a participação do Conselho Consultivo, um Plano de Regularização Fundiária para o PEIG. 3. Rever o memorial descritivo dos limites do PEIG (o INEA deverá preparar o memorial descritivo dos limites do imóvel Colônia Agrícola do Distrito Federal, reincorporando integralmente a praia de Lopes Mendes e as terras a sua retaguarda. Esta descrição será incluída no novo Termo de Rerratificação (assinado em 1996) do Termo de Transferência Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-73 de imóveis da União para o Estado, celebrado em 1966, e demais documentos de cessão avaliando caso a caso). 4. Firmar convênio do Governo do Estado com a Secretaria do Patrimônio da União, com interveniência do INEA (NUREF) e da Procuradoria, tendo como finalidade conceber e executar o Projeto de Regularização Fundiária do PEIG. 5. Requerer a cessão de imóveis de propriedade do Governo do Estado na Vila do Abraão para atender a demanda operacional do PEIG, conforme indicado no Programa de Infraestrutura e Equipamentos. 6. Regularizar a cessão do Centro de Visitantes, Casa de Apoio, Casa do Chefe, galpão (excasa do gerador e galpão em frente ao cais), conforme indicado no Programa de Infraestrutura e torná-la como cessão definitiva. 7. Requerer a cessão imediata do prédio em frente ao cais para ser utilizado como Centro de Visitantes avançado. 8. Obter junto à UERJ cessão de casas na Vila de Dois Rios. 9. Renovar a cessão da metade do Casarão do INEA à Prefeitura de Angra dos Reis, conforme indicado no Programa de Infraestrutura. 10. Demarcar os limites do PEIG (priorizar as seguintes áreas: Vilas do Abraão, Provetá, Palmas, praia Vermelha, Araçatiba, Bananal, Saco do Céu, Sítio Forte, Longa, Matariz). 11. Instalar marcos nos limite do PEIG. 12. Fazer, após completa demarcação, uma ampla campanha de divulgação sobre os limites, com croquis de localização adequados ao entendimento das comunidades, difundidos na mídia, objetivando não serem mais desconhecidos ou ignorados pela população. 13. Realizar levantamento da documentação da Parnaioca relativa às ocupações da área, para que a regularização da mesma seja bem embasada (cadastro das ocupações de moradores e sua respectiva documentação). O Quadro 5-13 consolida as diretrizes sobre diversas pendências relacionadas à situação fundiária do Parque. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-74 Quadro 5-13 - Diretrizes relacionadas à situação fundiária do PEIG. Parque Estadual da Ilha Grande Área da Vila do Abraão no interior do PEIG CEADS – Vila de Dois Rios Redelimitação do Parque, de modo a excluir a área da Vila do Abraão hoje em seu interior, conforme previsto no zoneamento e no Programa de Ampliação e Adequação dos Limites. Firmar ajustes ao contrato de cessão com a UERJ para compatibilizar os objetivos da Instituição, às instalações e atividades científicas, educativas e de visitação com as regras e objetivos do PEIG. Avaliar a posição precisa das casas. Se estiverem no interior do PEIG firmar Termo de Casas na Chapada Compromisso com as famílias e posteriormente desenvolver projeto de realocação na do Mico própria vizinhança da praia Vermelha. Casas na Parnaioca Firmar assinatura de Termo de Compromisso com os atuais moradores das áreas, contendo e em Lopes Mendes regras de uso. Rede elétrica O INEA reconhece a importância inquestionável da energia elétrica para os moradores da ilha, assim como os direitos legais da empresa AMPLA e a necessidade de compatibilizar as instalações com o Parque. Deste modo, o INEA assegurará a permanência da rede elétrica nas condições indicadas no Programa de Manejo de Ecossistemas. O INEA reconhece o direito de livre trânsito dos moradores, mas a legislação assegura ao INEA o direito de controle especial sobre os trechos das trilhas que atravessam o PEIG, em Trilhas como especial as trilhas para Lopes Mendes, Vila Abraão-Dois Rios, Dois Rios-Parnaiocaservidões públicas Aventureiro-Provetá. Será efetuada a troca de traçado sempre que seja constatado benefício para o Parque. Terreno do Farol dos Castelhanos O INEA reconhece a importância da manutenção do Farol no interior do Parque para que este permaneça prestando serviços imprescindíveis de apoio à navegação. O Farol é importante para o parque e para a comunidade da Ilha Grande, pois trata-se de um símbolo e um marco histórico. Compatível com o PEIG pela sua importância histórica. Terrenos de Marinha Todos os terrenos de marinha situados no interior do Parque serão incorporados ao mesmo. Resultados esperados • Levantamento fundiário realizado. • Terras gradualmente regularizadas. • Termo de Rerratificação refeito com correção de limites. • PEIG com limites físicos identificados e demarcados; Indicadores • Número de liberação das desapropriações necessárias à manutenção da Lei e objetivos do PEIG. • Número de demolições efetivamente realizadas; • População da Ilha Grande e visitantes conhecedores dos limites físicos do Parque, seja por meio dos marcos de identificação ou por leitura de mapas temáticos do PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-75 5.5.6.2 - Programa de Administração e Manutenção Objetivos Dotar a administração do PEIG de recursos humanos e meios materiais necessários para a gestão da unidade de conservação, de forma a assegurar o atendimento aos seus objetivos. Atividades 1. Construir a estrutura organizacional para a gestão do PEIG A estrutura organizacional prevista deverá ser atingida gradualmente nos próximos cinco anos, com base em novo concurso público, na criação de novos cargos em conformidade com a estrutura proposta no PM, e na alocação de recursos para contratação de terceiros. A estrutura organizacional do PEIG e as atribuições das unidades administrativas devem ser formalizadas no futuro a partir de regimento interno. A estrutura administrativa do PEIG será dividida em ADMINISTRAÇÃO GERAL (sede) e ADMINISTRAÇÃO DE APOIO (núcleos) (Figura 5-16). A ADMINISTRAÇÃO GERAL estará localizada na sede da Unidade, na Vila do Abraão. Esta será responsável pela gestão da Unidade e sua ZA, e terá interface direta com os demais setores do INEA e instituições externas. A ADMINISTRAÇÃO DE APOIO será representada por 06 (seis) núcleos distribuídos pelo Parque, cujas áreas de atuação são mostradas no Quadro 5-14 e no Mapa 7. Figura 5-16 - Proposta de organograma da estrutura administrativa do PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-76 Quadro 5-14 - Área de atuação dos núcleos do PEIG, incluindo a Zona de Amortecimento. Núcleo Setor Comunidades do entorno e no interior Abraão I Abraão – Estrela Abraão (1), Abraãozinho e Morcegos, Feiticeira, Iguaçu, Camiranga, Fazenda, Galo, Conrado, Caravela, enseada das Estrelas, Saco do Céu, Japariz, e Freguesia de Santana. Aroeira/Lopes Mendes II Lopes Mendes – Palmas Palmas, Mangues, Aroeira (1) e Castelhanos. Dois Rios e Parnaioca III Dois Rios – Parnaioca Dois Rios (2) e Parnaioca (2). Araçatiba IV Araçatiba – Provetá Longa, Araçatiba, Praia da Cachoeira, Araçatibinha, Itaguaçu, Praia Vermelha e Acaiá e Provetá. Matariz V Bananal – Matariz Bananal, Matariz, Jaconema, Sítio Forte, Passaterra, Praia do Porto, Maguariquessaba, Marinheiro, Sítio Forte, Tapera e Ubatubinha. Notas (1) Parcialmente no interior do Parque. (2) Integralmente no Interior do Parque. As demais comunidades encontram-se fora dos limites Na sede da Unidade estarão instaladas as coordenações de “Pesquisa e Manejo, “Uso Público e Educação Ambiental”, “Proteção” e “Administração e Manutenção”, responsáveis pelo planejamento das atividades em todo o PEIG. Haverá funcionários das coordenações alocados nos núcleos trabalhando nas respectivas áreas de atuação. Cada coordenação terá as seguintes atribuições: 1 - Coordenação de Pesquisa e Manejo: Atividades referentes a pesquisas, monitoramento, manejo de flora, fauna e bacias hidrográficas e recuperação de áreas degradadas. 2 - Coordenação de Uso Público e Educação Ambiental: Atividades referentes a relações públicas envolvendo educação ambiental dentro do PEIG, assim como na sua ZA, incentivos às alternativas de desenvolvimento sustentável para as populações residentes na ZA, recepção de visitantes (comunidade e turistas), manejo de trilhas, oferecimento de atividades recreativas e incentivo à prática de ecoturismo para visitantes. 3 - Coordenação de Proteção: Atividades referentes à fiscalização da Unidade de conservação e sua ZA, prevenção e combate a incêndios florestais e vigilância patrimonial. 4 - Coordenação de Administração e Manutenção: Ações referentes à supervisão e execução de todas as atividades administrativas da UC, serviços de manutenção e recuperação da infraestrutura, gestão e controle dos materiais permanentes e contratos diversos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-77 INSERIR MAPA 7– Áreas de atuação dos núcleos (A3) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5-78 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-79 Para uma eficiente gestão do Parque é necessária a descrição das atividades que devem ser desempenhadas pelos funcionários da administração geral e apoio da UC. As funções sugeridas e suas respectivas atividades encontram-se no Quadro 5-15. O número de funcionários por unidade administrativa (sede e núcleos) encontra-se no Quadro 5-16. Quadro 5-15 - Proposta de funções e atividades do quadro funcional do PEIG. SEDE ADMINISTRAÇÃO GERAL (SEDE) FUNÇÃO DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE NÍVEL Chefe Coordenação e gerenciamento, incluindo a logística, definição de diretrizes, objetivos, metodologias, prioridades, técnicas e estratégias de ação, tanto as referentes à pessoal quanto a recursos materiais, patrimoniais e financeiros, criando e gerenciamento a interface entre os coordenadores de área. Superior Subchefe Auxiliar o administrador em suas atribuições, fazer o recebimento e controle do andamento dos documentos e processos administrativos inerentes ao PEIG, o controle e registro de pessoal lotado e em atividade, além de responder pelo administrador em sua ausência. Reunir as informações dos coordenadores para organizar o banco de dados para monitoramento dos indicadores de progresso dos planos setoriais e áreas estratégicas. Superior Coordenador de Uso Público e Educação Ambiental Planejamento, orientação e supervisão das atividades de uso público e educação ambiental e de capacitação técnica profissional e amadora da comunidade da Zona de Amortecimento. Superior Coordenador de Pesquisa e Manejo Planejamento, avaliação e controle dos estudos, pesquisas e monitoramentos ambientais do PEIG, além do manejo dos recursos naturais, incluindo fauna, flora, bacias hidrográficas e recuperação de áreas degradadas, de acordo com as atividades apontadas no respectivo plano setorial. Superior Coordenador de Proteção Planejamento das ações de prevenção e combate a incêndios, vigilância e fiscalização da área do PEIG e sua Zona de Amortecimento, coibindo a caça, pesca, cortes e desbastes da vegetação, e zelando pelo cumprimento da legislação vigente. Superior Coordenador de Administração e Manutenção Planejar, coordenar e supervisionar a execução das atividades relativas às áreas de recursos humanos, financeira, materiais e suprimentos, logística, serviços gerais e os demais aspectos administrativos, inclusive contratos e convênios; Propiciar e coordenar o suporte administrativo necessário ao desenvolvimento e concretização das atividades fins da UC; fornecer infraestrutura administrativa aos núcleos da UC; coordenar a execução de compras, como também a administração de bens e serviços; coordenar, elaborar e conferir relatórios, quadros demonstrativos orçamentários, financeiros e contábeis entre outros documentos específicos de sua área de atuação. Superior Auxiliar Administrativo Apoio administrativo dos diversos setores da Administração Geral executando serviços de digitação de expedientes, organizando fichários, arquivos e processos, telefonia e outras atividades de âmbito administrativo. Médio Marinheiro de Convés Responsável por serviços de marinharia e serviços gerais em embarcação; auxiliar embarque e desembarque de passageiros, instruindo-os sobre os procedimentos de bordo e salvamento; controlar as documentações e registrar ocorrências no diário de navegação; realizar manutenção periódica e preventiva das embarcações e demais equipamentos e acessórios. Médio Tesoureiro Serviços de cobrança e recolhimento de recursos oriundos das atividades de sustentabilidade financeira do PEIG, como ingressos, venda de serviços e produtos, entre outros, efetuando o controle e contabilidade em geral, elaborando demonstrativos e balancetes mensais, supervisionando o serviço de caixa e de tesouraria, além de manter suprimento de material específico. Médio Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-80 Quadro 5.14 - conclusão. NÚCLEOS ADMINISTRAÇÃO DE APOIO (NÚCLEOS) CARGO FUNÇÃO NÍVEL Coordenador de Núcleo Auxiliar na coordenação e gerenciamento na área de atuação de seu núcleo, devido à grande extensão do PEIG, reportando-se ao administrador geral. Condução de veículos oficiais para cumprimento de sua função. Superior Técnico de Uso Público e Educação Ambiental Orientação e direcionamento das atividades de visitação (lazer, interpretação ambiental e ecoturismo) e de educação ambiental na área de atuação do núcleo. Acumula a função de coordenador de núcleo em casos especiais. Superior Técnico de Pesquisa e Manejo Assistência técnica às atividades de pesquisa, monitoramento e manejo, organização do banco de dados relativos à área de atuação do seu núcleo. Superior Auxiliar de Uso Público Atendimento ao público nos Centros de Visitantes e Unidades de informação, atuando como recepcionista, com a função de orientar e informar sobre atrativos e normas da Unidade, estando disponível para percorrer a área eventualmente. Expediente: específico para cada Centro de Visitantes, unidade de informação e recepção, conforme indicado no quadro de funcionários por unidade administrativa. Médio Prevenir, fiscalizar e combater incêndios florestais e queimadas; garantir a segurança dos visitantes e funcionários; empreender ações de busca e salvamento; zelar pelo cumprimento da legislação ambiental e dos atos normativos específicos; promover atividades de educação ambiental e interpretação natural, cultural e histórica; promover ações de caráter socioambiental voltadas para as comunidades do entorno das unidades ou que estejam em seu interior; zelar pelo patrimônio físico; apoiar, quando possível, as pesquisas científicas desenvolvidas no interior das unidades; lavrar autos de constatação ambiental. Médio/ Superior Auxiliar, com sua experiência e conhecimento de campo, na localização de acessos, na identificação de espécies, na condução, abertura e manutenção de trilhas, recuperação ambiental e atividades afins. Fundamental/Médio Vigilante Patrimonial Garantir a proteção efetiva do Patrimônio através de planejamento de vigilância incluindo o rodízio de seguranças nas guaritas a serem construídas na sede, núcleos e áreas estratégicas que possuam bens materiais. Expediente: específico para cada guarita de vigilância, conforme indicado no quadro de funcionários por unidade administrativa. Médio Marinheiro de Convés Responsável por serviços de marinharia e serviços gerais em embarcação; auxiliar embarque e desembarque de passageiros, instruindo-os sobre os procedimentos de bordo e salvamento; controlar as documentações e registrar ocorrências no diário de navegação; realizar manutenção periódica e preventiva das embarcações e demais equipamentos e acessórios. Médio Auxiliar de Limpeza Serviços gerais de limpeza e conservação de áreas e materiais dos prédios e instalações do PEIG. Fundamental Auxiliar de Manutenção Armazenamento, controle, manutenção e pequenos reparos dos materiais, equipamentos e veículos. Fundamental Jardineiro Manutenção (plantio, poda, enriquecimento de solos e irrigação) de jardins e gramados da Sede e dos núcleos. Fundamental Auxiliar de Proteção (GuardaParque) Auxiliar de Campo (Guardião) Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-81 Quadro 5-16 - Proposta de quadro funcional por unidade administrativa – Qualitativo e Quantitativo. Número de funcionários por SEDE/Núcleo SEDE/Núcleo Abraão CARGO Detalhamento Núcleo Aroeira/Lopes Mendes Nº Detalhamento Nº Núcleo Dois Rios Detalhamento Nº Núcleo Parnaioca Detalhamento Nº Núcleo Araçatiba Detalhamento Núcleo Matariz Nº Detalhamento Nº Total por cargo Chefe 1 0 0 0 0 0 1 Subchefe 1 0 0 0 0 0 1 Coordenador de Uso Público e Educação Ambiental 1 0 0 0 0 0 1 Coordenador de Pesquisa e Manejo 1 0 0 0 0 0 1 Coordenador de Proteção 1 0 0 0 0 0 1 Coordenador de Administração e Manutenção 1 0 0 0 0 0 1 Auxiliar Administrativo 2 1 1 0 1 1 6 Tesoureiro 1 0 0 0 0 0 1 Técnico de Uso Público e Educação Ambiental 0 1 1 1 1 1 5 Técnico de Pesquisa e Manejo 2 0 0 0 0 0 2 Auxiliar de Campo 8 4 4 2 3 3 24 Auxiliar de Limpeza 4 2 2 1 1 1 11 Auxiliar de Uso Público e Educação Ambiental 2 1 1 1 1 1 7 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-82 Quadro 5.15 - Continuação. Número de funcionários por SEDE/Núcleo CARGO Detalhamento Vigilante Patrimonial Guarda-Parque Núcleo Aroeira/Lopes Mendes SEDE/Núcleo Abraão Nº Guarita + pórtico (24h, 1 por turno de 8h + folga) Turno: 12h por 24h Detalhamento Núcleo Dois Rios Nº Guarita + pórtico 4 6 (24h, 1 por turno de 8h + folga) Turno: 12h por 24h Detalhamento Núcleo Parnaioca Nº Guarita + pórtico 4 3 (24h, 1 por turno de 8h + folga) Turno: 12h por 24h Detalhamento Nº Guarita + pórtico 4 3 (24h, 1 por turno de 8h + folga) Turno: 12h por 24h Núcleo Araçatiba Detalhamento Núcleo Matariz Nº Guarita + pórtico 4 3 (24h, 1 por turno de 8h + folga) Turno: 12h por 24h Detalhamento Nº Total por cargo Guarita + pórtico 4 3 (24h, 1 por turno de 8h + folga) Turno: 12h por 24h 4 24 3 21 Auxiliar de Manutenção 2 1 2 0 1 1 7 Jardineiro 1 1 1 0 0 0 3 Marinheiro de Convés 1 0 1 0 1 0 3 TOTAL DE FUNCIONÁRIOS 39 18 20 12 16 15 120 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-83 1. Com base no regimento interno, determinar, oficializar e divulgar o horário de funcionamento da administração do Parque, incluindo a visitação das áreas de uso público. 2. Elaborar projeto de treinamento para a equipe do PEIG, em conjunto com a GEPRO/DIBAP. 3. Elaborar projeto para a contratação de guardiões para prestação de serviços no PEIG, os quais deverão trabalhar uniformizados, além de serem treinados com apoio de especialistas do INEA e consultores externos. O quadro 5.16 apresenta o número de guardiões previstos para o PEIG. Quadro 5-17 - Estimativa do número de guardiões por núcleo do PEIG. Núcleo Número de Guardiões (até 2013) Abraão 6 Aroeira/Lopes Mendes 3 Dois Rios 4 Parnaioca 2 Araçatiba 3 Matariz 3 Total 21 4. Implementar o Programa de Estágios e de Voluntariado Ambiental para o PEIG, de acordo com as normas do INEA para tais programas. O Programa de Voluntariado Ambiental deverá focar o recrutamento para os períodos de pico de visitação (julho e dezembro a fevereiro), e poderá prever inscrição aberta em outubro, seleção em novembro e treinamento básico no início de dezembro. O número de voluntários propostos para o PEIG é apresentado no Quadro 5-18. Quadro 5-18 - Demanda de voluntários para os Núcleos do PEIG. Núcleo Demanda de Voluntários 2010 2011 2012 2013 Abraão 4 6 8 8 Aroeira/Lopes Mendes 4 4 4 4 Dois Rios 3 3 3 3 Parnaioca 3 3 3 3 Araçatiba 0 0 3 3 Matariz 0 0 3 3 14 16 24 24 Totais Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-84 5. Elaborar e implementar orçamento anual para o PEIG, alinhado às especificações do INEA para os Parques Estaduais. 6. Formular e implementar os regulamentos para a utilização das instalações, veículos e equipamentos do PEIG, estabelecendo procedimentos e responsabilidades. 7. Formular os Termos de Referência para as contratações diversas, relacionadas aos serviços de infraestrutura, logística, manutenção, estudos técnicos, entre outros. Resultados Esperados • Administração do PEIG com equipe qualificada. • Estrutura organizacional do PEIG formalizada (cargos criados e funções fixadas). Indicadores • Número e qualificação de pessoas trabalhando no PEIG. • Número de cursos de capacitação. • Número de pessoas capacitadas. • Uniformes em bom estado e utilizados conforme a regra. • Acompanhamento e execução orçamentária. • Serviços terceirizados contratados. • Estado de manutenção dos veículos e edificações. 5.5.6.3 - Programa de Infraestrutura e Equipamentos Objetivos Dotar o parque de infraestrutura e equipamentos adequados que possibilitem a efetiva administração, operacionalização e visitação pública da UC, no âmbito dos objetivos de sua criação, através de projetos de arquitetura/engenharia e obras, e da compra de mobiliário e equipamentos. Atividades 1. Infraestrutura física As estruturas do PEIG, as áreas de cada edificação por núcleo e o mobiliário existente e previsto para as edificações encontram-se nos Anexos XIX e XX. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1.1. 5-85 Vila do Abraão 1.1.1. Reformar e adaptar a Sede e Centro de Visitantes na Vila do Abraão, segundo projeto específico contratado e montar exposição permanente. 1.1.2. Reformar o prédio em frente ao cais, cedido pela SEAP para se tornar um centro de recepção de visitantes da Ilha Grande, onde será destinado espaço para o PEIG, UERJ, setor institucional de turismo estadual e municipal e demais parceiros. 1.1.3. Reformar a edificação do Estado na Vila do Abraão para alojamento de guardasparques. 1.1.4. Reformar a edificação do Estado para alojamento funcional dos servidores residentes. 1.1.5. Reformar a Casa de Apoio, destinando espaço para as atividades dos pesquisadores. 1.1.6. Construir sanitários públicos para uso de visitantes próximo à guarita. 1.1.7. Revitalizar a estrada Abraão-Dois Rios segundo projeto contratado, visando proporcionar visitação controlada à Vila de Dois Rios, 1.1.8. Construir na estrada: mirante na Curva da Morte, pórtico e guarita, além da implantação de um sistema de transporte turístico (tipo VLT). 1.1.9. Revitalizar o prédio histórico do lazareto, visando à valorização do patrimônio arquitetônico e cultural para visitação. 1.2. Vila de Dois Rios 1.2.1. Revitalizar a praça central de Dois Rios, respeitando projeto urbanístico de uso e ocupação futura das edificações. 1.2.2. Instalar em prédio a ser reformado, o Núcleo Dois Rios, contendo: administração, sala de exposição, sala de uso múltiplo/auditório, lanchonete, estação de chegada do veículo turístico, estacionamento, dentre outros. 1.2.3. Reformar edificação para alojamento de pesquisadores. 1.2.4. Reformar edificação para alojamento de guardas-parques. 1.2.5. Reformar edificação para casa de apoio semelhante à do Abraão. 1.2.6. Reformar edificação para instalação de camping com o seguinte programa básico: administração, sanitário masculino e feminino, área para lavagem de roupa e pratos, cantina/lanchonete e churrasqueiras com área coberta para descanso e mesas para piquenique. 1.2.7. Identificar imóveis estaduais a serem restaurados para instalação de pousadas que seriam administradas por concessão pública. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-86 1.2.8. Construir posto salva-vidas na praia. 1.3. Núcleos Aroeira/Lopes Mendes*, Araçatiba e Matariz * Será construída uma subsede que atenderá Aroeira e Lopes Mendes, devido a sua proximidade, com local elegido de acordo com a regularização fundiária. 1.3.1. Construir a sede dos núcleos com o seguinte programa: sala para administração, alojamentos masculino e feminino, sanitários masculino e feminino, sala de estar, copa/cozinha, depósito, sanitário e pátio de serviço, garagem para pequenos veículos; 1.3.2. Construir pórticos e guaritas em pontos estratégicos da unidade, garantindo a identidade visual da unidade, controle e segurança; 1.3.3. Implantar estruturas de apoio aos visitantes, tais como: bancos, mesas para piquenique, guarda-corpos e outros. 1.3.4. Construir 2 postos salva-vidas na praia de Lopes Mendes. 1.4. Núcleo Parnaioca 1.4.1. Construir sede para o núcleo com o seguinte programa: sala para administração, alojamentos masculino e feminino, sanitários feminino e masculino, sala de estar, copa/cozinha, depósito, sanitário e pátio de serviço, garagem para pequenos veículos; 1.4.2. Construir instalações para camping com o seguinte programa básico: administração, sanitário masculino e feminino, área para lavagem de roupa e pratos, cantina/lanchonete e churrasqueiras com área coberta e mesas de piquenique. 2. Equipamentos 2.1. Projeto de sinalização 2.1.1. Implantar projeto de sinalização na UC com base em levantamento realizado pela Coordenação de Uso Público e Educação Ambiental do Parque, que identificará os pontos atrativos, localização de situações de risco, indicativo de caminho de trilhas, etc. A sinalização deve seguir o Manual de Sinalização de Parque e Reservas do Rio de Janeiro, que define as características visuais e construtivas para garantir uniformidade e eficiência da comunicação visual e fortalecimento da imagem institucional do conjunto. As placas de sinalização devem atender, segundo o manual, às diferentes categorias da sinalização (Identificação, Informação e Orientação) em suas possíveis combinações: Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-87 a) identificação institucional do Parque e das instituições mantenedoras (pode estar associada à identificação do Centro de Visitantes, textos de boas-vindas, textos informativos sobre a visitação, mapas, alguma orientação direcional relevante); b) identificação do Parque e avisos gerais; c) identificação interpretativa de pontos de interesse (incluem informações técnicas, históricas ou outras, mapas, fotografias, etc.); d) identificação de logradouros; e) avisos de segurança; f) identificação de edificações e serviços; g) orientação direcional. 2.2. Lixeiras de coleta seletiva 2.2.1. Instalar lixeiras de coleta seletiva nos núcleos, com as cores do padrão internacional (azul – papel, vermelho – plástico, verde – vidro, amarelo – metal), acompanhado de programa de educação ambiental, visando à separação de resíduos recicláveis descartados, na fonte geradora. 3. Diretrizes para projetos e obras Tendo em vista que as edificações se situam em uma unidade de conservação de proteção integral, a concepção das mesmas deve se balizar nos seguintes critérios gerais: a) a infraestrutura das unidades deve adotar em seus projetos de arquitetura e em suas obras diretrizes de sustentabilidade; b) a concepção das edificações e todo seu ciclo, desde a escolha do sítio até sua construção e uso, deve considerar as fragilidades ambientais de seu entorno, causando o mínimo impacto ambiental; c) a Ilha Grande por ser uma área tombada pelo Estado, sob a tutela do INEPAC, em 1987, cujo objetivo foi a preservação do patrimônio paisagístico, qualquer nova edificação ou mesmo reforma que possa alterar sua paisagem, pressupõe consulta ao mesmo; d) o projeto arquitetônico deve buscar a integração com o entorno, de forma que este elemento novo não concorra com a paisagem natural; e) deve ser priorizada a utilização de materiais: 9 de origem e concepção local, levando-se em consideração o difícil acesso à ilha; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-88 9 madeira e agregados devem ser de origem manejada e legalizada e possuir selos que garantam o padrão de materiais ecologicamente corretos; 9 com facilidade de limpeza e manutenção; 9 se possível provenientes de processos de reciclagem e que possam ser reciclados posteriormente; 9 com características que possam garantir a identidade cultural da região e o baixo índice de energia consumida em sua concepção e uso. f) deve-se levar em consideração nos projetos de arquitetura e engenharia a alta umidade da região, principalmente a umidade ascendente do solo, evitando, sempre que possível, o contato imediato com o solo dos pavimentos térreos. Nos pisos com contato direto optar por materiais resistentes à água; g) adotar soluções técnicas e arquitetônicas que considerem as características do clima local. O clima da Ilha Grande é tropical, quente e úmido, sem estação seca, com variações de microclimas (regime pluvial, temperatura e de circulação dos ventos). 3.1. Estudo de insolação e iluminação natural 3.1.1. Prover ambientes iluminados naturalmente, minimizando o uso de iluminação artificial, que deve ser utilizada apenas como complemento, dependendo do nível de iluminação necessária para cada ambiente. Como estratégia, a orientação do edifício e o desenho das janelas e demais aberturas deverá evitar a radiação direta do sol (luz do sol) e permitir a radiação difusa (luz do céu). A entrada de luz pode ser controlada por meio de aberturas que podem ser: zenitais, pequenos caixilhos, cobogós, sheds, brise-soleils, persianas especiais, varandas ou até mesmo vegetação. Devem-se evitar áreas envidraçadas, pois causam grandes ganhos térmicos no verão e grandes perdas térmicas no inverno, o que implica sistemas de climatização adicionais para corrigir o efeito. Recomenda-se não ultrapassar os 15% de área total das fachadas mais afetadas. 3.2. Estudo de ventilação natural 3.2.1. Prover ambientes ventilados naturalmente garantindo o conforto térmico de seu interior. Para tanto devem ser conhecidos os ventos dominantes da região específica, e a partir disso criar zonas de ventilação cruzada conseguidas por diferença de pressão garantindo o conforto térmico e a qualidade interna do ar e evitando o seu estancamento. Isso pode ser conseguido através de sheds, brises-soleil e basculantes, por exemplo. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-89 Todas as aberturas e esquadrias citadas acima devem ser de preferência flexíveis, podendo ser controladas pelo usuário, dependendo da estação do ano. 3.3. Isolamento térmico 3.3.1. Utilizar materiais isolantes que permitam manter a temperatura constante no interior da edificação por mais tempo, evitando ganhos de calor no verão e perdas de calor no inverno, inclusive na cobertura. Dar preferência a materiais ecologicamente corretos, com um baixo índice de condutibilidade térmica. 3.4. Paisagismo Deve se procurar utilizar espécies nativas da mata atlântica que sejam de ocorrência local, contribuindo para a preservação das espécies da flora e fauna. Considerando que se trata de uma área tombada, é importante que o paisagismo não provoque grande interferência na paisagem natural da ilha. 3.5. Gestão da energia nas edificações 3.5.1. Baixar o consumo de energia através de: uso de iluminação/ventilação natural (citado acima), de aparatos de baixo consumo e de sistemas alternativos de produção de energia, de acordo com a disponibilidade de cada região. Isso pode ser alcançado com o uso de lâmpadas eficientes e de baixo consumo, equipamentos economizadores de energia, placas solares, placas fotovoltaicas, etc. Sempre que possível utilizar equipamentos capazes de produzir energia renovável, tais como: 9 painel solar térmico: Sistema composto por placas solares e reservatório térmico que captam energia do Sol e a transformam em calor, podendo ser utilizado para aquecer a água de chuveiros, poupando até 70% de energia necessária. Recomenda-se usar esse sistema apenas em edificações com uso residencial, como alojamentos e casa do chefe; 9 painel solar fotovoltaico: Sistema composto por painéis de células fotovoltaicas capazes de converter a energia da luz do Sol em energia elétrica. Pode ser utilizado como complemento de energia proveniente de rede local e em locais isolados com dificuldade de acesso à rede elétrica local; 9 o uso de aparelhos de ar condicionado será destinado a ambientes especiais como auditórios, salões multiuso e salas com computadores de uso constante. Em ambientes de uso flexível, o conforto térmico deve ser alcançado com ventilação natural ou mecânica. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-90 3.6. Gestão do uso da água nas edificações 3.6.1. Baixar o consumo de água potável através de tecnologias de consumo eficiente, tais como: equipamentos economizadores, controle do sistema hidráulico, reutilização de água de chuva, etc. 9 reutilização de água pluvial – se possível instalar: captação de água de chuva, miniestação de tratamento e cisterna especial. Essa água pode ser utilizada em descargas, irrigação de jardins, limpeza de pisos, motos e embarcações; 9 monitoramento mensal do consumo de energia e água – implantar rotina de checagem da leitura dos sistemas localizando possíveis fugas e garantindo o correto funcionamento e administração do consumo. 3.7. Esgoto O sistema de esgoto de toda a unidade deve estar de acordo com a NBR 7.229/93 que fixa as condições exigíveis para projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. As edificações localizadas na Vila do Abraão devem estar ligadas à rede da estação de tratamento de esgoto da vila. As edificações localizadas em Dois Rios, Aroeira, Araçatiba, Matariz, Parnaioca e Lopes Mendes devem estar equipadas com o sistema fossa-filtro-sumidouro, tendo em vista a inexistência de sistema de tratamento de esgoto nesses núcleos. 3.8. Segurança contra incêndios 3.8.1. Deve ser implantado em todas as edificações projeto específico, segundo o “Código de Segurança contra Incêndio e Pânico” do Estado do Rio de Janeiro – Decreto n° 897, de setembro de 1976, que fixa os requisitos exigíveis nas edificações de acordo com seu uso. 3.9. Resíduos sólidos Considerando que a destinação dos resíduos sólidos na Ilha Grande atualmente é solucionada através da retirada precária por embarcações, sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, deve-se prever espaços nas edificações do Parque destinados à separação de resíduos, para facilitar a reciclagem. 3.10. Acessibilidade Deve ser observada a acessibilidade aos portadores de deficiência ao interior da edificação e sua livre circulação dentro e em seu entorno próximo, de acordo com a NBR 9050. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-91 3.10.1. Promover projeto-piloto de acessibilidade aos portadores de deficiência a trilhas e praias (por exemplo, praia Preta). 4. Gerenciamento de projetos e obras A fiscalização dos contratos de projetos e obras do PEIG fica a cargo da Gerência de Unidades de Conservação de Proteção Integral, que designará um arquiteto ou engenheiro para o serviço, além de preparar planilha de fiscalização, rotina de vistoria e relatório diário da obra. 5. O Avaliação do estado de conservação responsável pela manutenção das estruturas do Parque deverá providenciar periodicamente Relatório Geral do Estado de Conservação de todas as estruturas: edificações, mobiliários e equipamentos, com o apoio de arquiteto ou engenheiro civil designado pela GEPRO e DIBAP. Resultados esperados • Infraestrutura implantada gradativamente de acordo com disponibilidade de recursos e com serviços de manutenção e conservação predial. • Edificações equipadas e mobiliadas adequadamente visando proporcionar aos usuários, funcionários e visitantes, melhor desempenho de suas funções prioritárias relacionadas à administração, controle e fiscalização e uso público, ampliando também a proteção da unidade. • Avaliação do estado de conservação das edificações apresentada em relatório semestral. • Edificações com tecnologias de baixo consumo de energia e água. • Edificações que promovam conceitos de construção sustentável. Indicadores • Infraestrutura reformada, ampliada e consolidada, adequada ao uso previsto neste plano. • Todos os núcleos funcionando em pleno exercício de suas atividades administrativas. • Estruturas voltadas à visitação pública, abertas com total segurança e conforto. • Edificações com redução comprovada de energia e água. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-92 5.5.6.4 - Programa de Valorização do Patrimônio Histórico Objetivos Reconhecer, proteger, revitalizar e, onde for apropriado, expor ao público de forma interpretativa o valioso patrimônio histórico-cultural e arqueológico do PEIG. Atividades 1. Celebrar parceria com IPHAN e INEPAC para assistência técnica em projetos de inventário e de obras de restauração e para definir os procedimentos para o tombamento federal do Aqueduto, das ruínas do lazareto e do Centro de Visitantes. 2. Realizar inventário arqueológico do PEIG. 3. Em conjunto com técnicos do IPHAN e INEPAC deverá ser preparado termo de referência para elaboração de Projeto de Restauração do Aqueduto e da Barragem. Com o projeto concluído serão buscados recursos para execução. 4. Com base nas especificações técnicas do IPHAN e do INEPAC e as sugestões do Conselho Consultivo do PEIG, preprarar termo de referência para a contratação de projeto de revitalização das ruínas do lazareto e da Colônia Penal Cândido Mendes. 5. Revitalizar a estrada da Colônia (Abraão-Dois Rios) conforme indicado no Programa de Infraestrutura e Equipamentos. 6. Em conjunto com a Marinha, levantar as necessidades de restauração, história do Farol dos Castelhanos e avaliar a viabilidade de visitação guiada em determinados horários nos dias de fim de semana, com ingresso pago e numero máximo de visitantes/dias estabelecido em comum acordo. 7. Em parceria com instituição especializada, promover projeto para resgate de material arqueológico de sambaquis para exposição no Centro de Visitantes e empreender cadastro técnico, fotográfico e locacional das rochas como marcas. Aquelas situadas em locais adequados para visitação receberão sinalização interpretativa. Retirar amostra de rocha com marca de polimento, situada em zona de maré na praia do Pouso, para exibição no Centro de Visitantes. Resultados esperados • Centro de Visitantes, aqueduto e ruínas do lazareto tombadas como patrimônio histórico nacional. • Construções históricas protegidas contra danos causados por atividades humanas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • 5-93 Rochas com marcas de polimento e afiação identificadas e mapeadas, com algumas interpretadas. • Aqueduto restaurado. • Barragem, condutos forçados e casa de força da Usina Hidrelétrica restaurados. • Ruínas do lazareto/colônia penal e do presídio de Dois Rios revitalizadas, com ecomuseu operando. • Sambaquis identificados, com alguns preparados para interpretação. • Ossos e artefatos recolhidos em sambaquis da Ilha Grande, expostos no Centro de Visitantes. • Farol dos Castelhanos aberto à visitação pública. • Equipe do Parque qualificada para gerenciar os bens e artefatos históricos. Indicadores • Patrimônio histórico-cultural identificado e revitalizado. • Número de pessoas da equipe do PEIG capacitadas no trato com o patrimônio históricocultural. • Recursos investidos na revitalização/restauração. 5.5.6.5 - Programa de Cooperação Institucional Objetivo Estabelecer as bases e diretrizes para que a administração do PEIG celebre parcerias que contribuam para o aperfeiçoamento da gestão, dinamizando as áreas de conhecimento de uso público, interpretação, proteção, administração e manejo de ecossistemas, bem como para melhoria da inserção regional do PEIG. Atividades Cabe ao Chefe preparar a Estratégia de Cooperação Institucional do PEIG baseado nas diretrizes apresentadas a seguir, e familiarizar-se com os instrumentos formais de parceria, capacitando-se para redigir as minutas antes de serem encaminhadas ao setor jurídico do INEA. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-94 1. Cadastrar potenciais parceiros Incorporar ao Sistema de Informações Geográficas do Parque (SIG-PEIG) informações sobre as diversas instituições atuantes na região, dando preferência às escolas e aos órgãos e entidades envolvidos com a questão ambiental. Esta atividade é responsabilidade do assessor de operação. 2. Parcerias com as Prefeituras de Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty Celebrar Termo de Cooperação Técnica com a PMAR para execução de atividades previstas nos Programas de Recreação, Interpretação e Educação, Manejo de Ecossistemas, Sustentabilidade, Patrulhamento e Fiscalização, Vigilância Patrimonial, Relações Públicas, Educação Ambiental e Incentivo das Alternativas de Desenvolvimento, bem como em atividades nas áreas de saneamento, resíduos sólidos e eletrificação. Com respeito à Prefeitura de Mangaratiba, buscar apoio para instalar sinais no cais e na entrada da cidade e para distribuir material sobre o Parque em pontos da cidade. Com a Prefeitura de Paraty firmar parceria para marketing cruzado. A parceria com a Prefeitura de Angra dos Reis é a mais urgente e necessária. 3. Fortalecimento do Conselho Consultivo 3.1. Promover a capacitação do Conselho Consultivo através de cursos para seus membros. Estimular a participação e a discussão de temas de caráter relevante. Consolidar a legitimidade do Conselho. Esta atividade é responsabilidade do Coordenador de Uso Público e Interpretação. 3.2. Estimular Conselho Consultivo a criar Associação de Amigos do Parque. 4. Adoção Empresarial – Companhia Vale A Administração do PEIG solicitará à Companhia Vale, no âmbito da Adoção, oportunidades de treinamento em cursos de gestão empresarial que possam ser aplicados na gestão do Parque. Será proposta também uma parceria entre o PEIG e a Reserva de Linhares para a troca de experiências e treinamento de pessoal. Tendo em vista que o Banco Bradesco é um dos principais controladores da Companhia Vale, será solicitado ao banco apoio financeiro para revitalização do patrimônio histórico. 5. Ampliação de parcerias com órgãos públicos federais e estaduais O Quadro 5-19, apresentado a seguir, relaciona os tipos de parceria potenciais com órgãos públicos estaduais e federais. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-95 Quadro 5-19 - Parcerias potenciais para o PEIG. Órgãos Estaduais Tipo de Parceria CBMERJ Apoio às atividades estabelecidas no Programa de Proteção GAM/PMERJ Apoio de helicóptero e lancha para ações de patrulhamento e monitoramento ambiental Procuradoria Geral do Estado Regularização fundiária Subsecretaria de Patrimônio Equacionamento da situação das casas da Vila do Abraão DRM Interpretação geológica TurisRio Apoio as atividades estabelecidas no Programa de Recreação INEPAC Restauração do patrimônio histórico-cultural FAPERJ Financiamento de pesquisas aplicadas à conservação ambiental DER/RJ Melhoria da estrada da Colônia Parques Estaduais da Ilhabela, da Ilha Anchieta (SP) e da Ilha do Mel (PR) Estabelecer parcerias visando intercâmbio de experiências nas áreas administrativas, uso público, interpretação e educação ambiental, manejo de ecossistema, pesquisa e fiscalização. Incentivar a elaboração do jornal conjunto dirigido ao visitante contendo informações sobre os parques insulares. Realizar uma vez a cada dois anos o encontro dos administradores de parques insulares. Órgãos Federais Tipo de Parceria SPU Cessão de terras federais para a regularização fundiária ICMBio Estabelecer parcerias visando intercâmbio de experiências nas áreas administrativas, uso público, interpretação e educação ambiental, manejo de ecossistema, pesquisa e fiscalização com os seguintes parques: PN da Serra da Bocaina, PN Tijuca (manejo de trilhas), PN Serra dos Órgãos e PN de Fernando de Noronha. IBAMA Ordenamento da pesca e maricultura, fiscalização ambiental, redução do risco de entrada de espécies exóticas através de água de lastro IPHAN Inventário e revitalização do patrimônio histórico Ministério do Turismo Financiamento de projetos de infraestrutura do PEIG e de turismo na região Marinha do Brasil Parcerias com unidade operadora do Farol dos Castelhanos (CAMR/DHN), Capitania dos Portos (Fiscalização), Colégio Naval (Treinamento de pessoal do Parque) e com a unidade da Restinga da Marambaia (treinamento) ANP Treinamento na prevenção e combate a acidentes de óleo ANTAQ Qualidade ambiental dos Portos SEBRAE Qualificação profissional Ministérios Públicos Ministérios Públicos Federais e Estaduais 6. Ações dos promotores das comarcas locais, cujos escritórios estão em Angra dos Reis. A ação do Ministério Público é fundamental para garantir a paralisação de atividades ilegais, bem como a recuperação de áreas degradadas. Se a competência do INEA e do IBAMA é detectar, embargar e penalizar atividades que causam dano ao meio ambiente, cabe ao Ministério Público acionar judicialmente os infratores, para responsabilizá–los civil e criminalmente por seus atos. Ampliação de parcerias com instituições de pesquisa Estabelecer termos de cooperação técnica com a UERJ, UFF, UFRJ, UNIRIO e outras entidades de pesquisa, tendo como base as prioridades estabelecidas no Programas de Conhecimento e de Interpretação e Educação Ambiental. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-96 7. Ampliação de parcerias com empresas públicas e privadas O Quadro 5-20 relaciona os tipos de parceria potenciais com empresas públicas e privadas. Quadro 5-20 - Parcerias potenciais com empresas públicas e privadas. Empresa Tipo de Parceria Companhia Vale Adoção empresarial, treinamento, restauração florestal. Termorio Investimentos de recursos de compensação ambiental. Portogallo Formalizar termo de cooperação para regularizar uso de espaço gratuito para docagem da lancha do PEIG. Jornal o ECO Divulgação de informações sobre o PEIG, campanhas. Eletronuclear Adoção da lancha, de modo que seja operada da mesma forma que a lancha da Estação Ecológica de Tamoios. Formular Plano de Contingência a Derramamento de Óleo na Ilha Grande. TEBIG (Transpetro) Treinamento da equipe do PEIG e de guarda-parque no combate ao derramamento de óleo. Cia Docas – Porto de Angra A definir. Hotéis em Angra dos Reis Blue Tree Park Angra dos Reis, Hotel do Frade Golf & Resort, Pestana Angra Beach Resort, Hotel do Bosque Eco Resort, Portogalo Suíte Hotel, Pousada Porto Marina Bracuhy – Oportunidades de treinamento (nos próprios hotéis), em atendimento, solução de conflitos e outros temas. Pousadas na Ilha Grande Parcerias através da AMHIG. Estaleiro Brasfel Solicitar os dados do EIA e o programa que simula a circulação da baía da IIha Grande feita para o Estudo de Impacto Ambiental. Barcas SA Divulgação do PEIG na travessia. Ampla Melhoria da rede elétrica. BNDES Saneamento, qualificação profissional. Banco Itaú Financiamento da recuperação do lazareto. Empresas Estabelecer parcerias com a iniciativa privada para terceirização dos serviços turísticos, marketing e outras explorações, assim como no investimento em infraestrutura no interior do Parque (construções, abertura de trilhas e seus equipamentos de proteção, sinalização, e afins) permitindo a inserção de logomarca da empresa parceira (merchandising ambiental) 8. Ampliação de Parcerias com ONGs O Quadro 5-21 relaciona os tipos de parceria potenciais com ONGs. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-97 Quadro 5-21 - Parcerias potenciais com ONGs. ONG ONGs Locais TIPO DE PARCERIA Firmar Termos de Cooperação Técnica com ONGs locais como o CODIG, a Brigada Mirim, Associação Curupira, IEDBIG, Sapê e Associação dos Meios de Hospedagem da Ilha Grande (AMHIG) e SAMPESUB, visando trabalhos conjuntos para a execução do Plano de Manejo. Tiba Firmar Termos de Cooperação Técnica para capacitação de pessoal em tecnologias alternativas de construção, como banheiros secos bason, bambu, teto verde, cascaje, adobe, permacultura, criatividade e alfa/beta. IBIO Fortalecimento do PEIG e capacitação das ONGs locais SOS Mata Atlântica Fortalecimento do PEIG e capacitação das ONGs locais, apoio nas parcerias internacionais CONSIG Fortalecimento do PEIG e capacitação das ONGs locais, projetos de desenvolvimento econômico do entorno Fundação O Boticário de Treinamento e capacitação Proteção à Natureza Instituto Aqualung Campanhas para proteção de tubarões Associação Guapuruvu Curso de Manejo da mata e da roça, monitoria e formação de guias para o PEIG (Ubatuba) Projeto Verão, com aplicação de questionários a turistas visando realização do "Perfil Turístico" Impressão de camisetas e oferece cursos para meninos da região, visando o aprendizado da estamparia em silk-screen, para futuramente implantar uma confecção Fundação Pró-Tamar - Treinamento básico em manejo, cuidados básicos e coleta de dados de tartarugas vivas Base Ubatuba e mortas 9. Parcerias internacionais Firmar parcerias com Ontario Parks (Ontário, Canadá) e o Department of Environment and Resource Management do Estado de Queensland (Austrália), para intercâmbio na área de gestão de parques, bem como outras entidades semelhantes na Europa e América do Norte e América do Sul e Central. Resultados esperados • Maior reconhecimento da população. • Melhoria e aperfeiçoamento dos serviços. • Aumento da capacidade operacional com redução de custos institucionais. • Que o sistema de colaboração entre as instituições e o Parque seja benéfico para todas as partes. • Incremento da troca de experiência entre o INEA/PEIG e parceiros. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-98 Indicadores • Número de convênios e cooperações técnicas formalizados. • Número de ações desenvolvidas em parceria com outras instituições. 5.5.6.6 - Programa de Sustentabilidade Manter um fluxo de recursos financeiros estável é fundamental para o funcionamento do PEIG. Estima-se que a elevada visitação e os atrativos diversificados possam gerar uma receita capaz de cobrir seu custo operacional, excluindo-se as despesas relacionadas com pessoal do quadro permanente (salários, encargos e benefícios). Objetivo O objetivo geral do Programa é dotar o PEIG de arrecadação própria e apresentar alternativas de sustentabilidade financeira para os investimentos previstos para sua consolidação como UC implantada e garantir sua manutenção futura. Atividades 1. Arrecadação de recursos Vários mecanismos podem ser aplicados para gerar receitas, como passivos ambientais continuados de linhas de transmissão e antenas, concessões, ingressos, taxas de filmagens e fotografias, e outros. A aplicação destes mecanismos depende de leis, decretos, normas, metodologias e procedimentos estabelecidos pela administração central do INEA. Além disso, é necessário fixar os procedimentos contábeis para ingresso e execução orçamentária, dentro dos padrões previstos no SNUC. 1.1. Ingresso Os ingressos devem ser diferenciados para indivíduos, casais, estudantes, famílias, grupos, melhor idade e moradores, com oferta de passes mensais, anual e para temporada (dezembro a março). A venda deve ser descentralizada, por exemplo, no Centro de Visitantes, nas guaritas do Circuito Abraão e da estrada da Colônia, e na entrada da trilha de acesso para Lopes Mendes, 1.2. Acomodação Campings são fontes tradicionais de receitas em parque, devendo ser pensada uma forma de concessão para sua implantação. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-99 1.3. Venda de produtos Venda de produtos como roupas, equipamentos, publicações e souvenirs geram também receitas apreciáveis. Produção e comercialização de produtos com a imagem do parque, visando à sustentabilidade financeira, bem como sua divulgação. 2. Passivo ambiental continuado Viabilizar a cobrança de passivo ambiental continuado da rede elétrica presente dentro do Parque, dando continuidade aos estudos básicos realizados com apoio do PPMA em 2008. 3. Direito de imagem Aplicar com base na norma existente. Em parceria com empresas locais, adotar postura próativa de promover o PEIG como locação para tomadas de produção de artísticas e publicitárias. 4. Concessão, permissão e autorização de serviços As concessões, permissões ou autorizações de serviços de uso público para empresas privadas e indivíduos são também instrumentos potenciais para obter receita, reduzir despesas e ao mesmo tempo oferecer serviços de qualidade ao visitante. A modelagem do sistema de concessão, permissão e autorização é atividade do Programa de Administração e Manutenção em conjunto com o INEA. Os seguintes serviços podem ser objeto de uma das modalidades acima mencionadas: • operação integral do Centro de Visitantes e loja de venda de souvenirs; • caminhadas guiadas; • serviço de ambulantes cadastrados com venda de bebidas e lanches (exclusivo para moradores da Ilha Grande); • caminhadas com guias especialistas em observação de aves e da floresta; • mergulhos contemplativos com guias; • transporte Vila do Abraão - Dois Rios; • operação de campings, lanchonetes e restaurantes. • operação de banheiros com cobrança; • passeios de barco com desembarques nas praias de Lopes Mendes, Dois Rios e Parnaioca. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-100 Os contratos de concessão poderão prever investimentos para a sua construção, implantação, melhoria e manutenção. Deverá ser observada a Lei Federal de Concessões e demais instrumentos legais pertinentes e fornecer orientações específicas concernentes aos contratos, lucros, taxas, cobranças de licenciamento, direitos preferenciais, desempenho satisfatório e compensação pelo investimento do concessionário. O INEA irá decidir pelo método de planejamento da concessão (análise do potencial do mercado, plano de desenvolvimento, custo projetado da operação, financiamento do desenvolvimento), montagem e redação de contratos, administração financeira das concessões e avaliação de desempenho operacional. É essencial conhecer experiências de concessão do ICMBio, do IEF/MG e da Administração de Parques Nacionais da Argentina, que teve parceria do setor de concessões do U.S. National Park Service, dos EUA. 5. Adoção A Companhia Vale adotou o PEIG, contribuindo com R$ 5 milhões no período de 05 (cinco) anos (2009-2013) para o custeio do Parque. A administração do PEIG deve estreitar a parceria para que ela possa ser ainda mais duradoura, empenhando-se nas contrapartidas estabelecidas no Termo de Cooperação Técnica. 6. Fontes de recursos para investimentos 6.1. Compensações ambientais O principal mecanismo de aplicação de recursos são as compensações ambientais previstas no artigo nº 36 da Lei Federal nº 9.985/00, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. A aplicação dos recursos da compensação ambiental está sujeita à seguinte ordem de prioridade: a) regularização fundiária e demarcação das terras; b) revisão ou implantação de Plano de Manejo (execução de vários programas aqui previstos); c) aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande d) 5-101 desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e área de amortecimento; e e) implantação de programas de educação ambiental; As perspectivas são extremamente favoráveis, devido principalmente às compensações ambientais de diversos empreendimentos portuários na baía de Sepetiba que afetam indiretamente o Parque, pois o canal de navegação é vizinho e a leste. Recursos significativos serão ainda arrecadados com a exploração de petróleo na bacia de Santos, nos campos do pré-sal situados na plataforma continental ao largo da Ilha Grande. 6.2. Fundo da Mata Atlântica e Fundo Fiduciário (FUNBIO) e outras fontes Fontes para a implementação do Programa são ainda o FECAM e recursos privados da Lei Ruanet. O BNDES não possui programa específico para a implantação de Parques e RPPNs. Todavia, pode apoiar os investimentos dentro de suas linhas tradicionais, como por exemplo, de apoio ao turismo. É necessário, contudo, negociar com o Banco para definir os procedimentos. O funcionamento dos fundos financeiros deverá propiciar a elaboração de projetos, sobretudo as atividades previstas nos planos setoriais. Resultados esperados • Arrecadação própria cobrindo despesas operacionais. • Receita própria atingindo seus objetivos, tendo como meta a implantação ao final de 05 (cinco) anos. • Fluxo de caixa garantindo sustentabilidade operaciona. • Captação de recursos para investimentos. Indicadores • Valores arrecadados por ano versus despesa operacional. • Montante de recursos aplicados em investimentos. 5.6 - CRONOGRAMAS FÍSICO E FINANCEIRO Finalizando o módulo de planejamento deste documento é apresentada, a seguir, a previsão de execução para todas as etapas de implementação do Plano de Manejo, assim como o custo. Para tanto, foram organizadas sob forma de tabelas os cronogramas físico (Quadro 5-22) e financeiro (Anexo XXI) deste Plano. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-102 Quadro 5-22 - Cronograma físico do Parque Estadual da Ilha Grande. Atividades 1 Plano Setorial de Conhecimento Programa de Pesquisa Elaborar plano de ação de pesquisa do PEIG Viabilizar fundos para pesquisas científicas Planejar série técnica de publicações do PEIG Providenciar a aquisição de publicações técnicas para o PEIG Planejar e realizar encontros científicos do PEIG Programa de Monitoramento Ambiental Implementar SIG Criar banco de imagens Treinar e capacitar equipe no monitoramento ambiental para os diversos impactos sobre o Parque Realizar monitoramento do impacto da visitação nas áreas naturais de maior concentração de uso público Realizar monitoramento do efeito da rede elétrica sobre a fauna e flora Realizar monitoramento de resíduos Realizar monitoramento de fatores climáticos Realizar monitoramento do uso e cobertura vegetal Instituto Estadual do Ambiente – INEA Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-103 Atividades 1 Plano Setorial de Uso Público Programa de Recreação Elaborar estudo de capacidade de carga para o PEIG em concomitância com o da Ilha Grande Contratar um Plano de Negócios para o Parque visando à utilização adequada dos seus atrativos e potencialidades Estabelecer Câmara Técnica de Turismo e Recreação no âmbito do Conselho Consultivo Capacitar a equipe do PEIG nos fundamentos sobre turismo e recreação em parques Treinar guardiões para atendimento ao visitante no Centro de Visitantes, guarita e em serviço de patrulhamento Providenciar impressos com autorizações para as atividades de risco, voluntariado e de coleta de informações Inventariar e avaliar os locais com maior risco de acidentes e criar registro de acidentes para monitorar a segurança do visitante Providenciar vistorias periódicas de acessos às praias, corrimões, pontes, escadas e outros para garantir segurança ao visitante Produzir mapa bilíngue com atrativos e trilhas do Parque para divulgação Preparar folhetos bilíngues específicos para cada área do PEIG e trecho de trilhas Produzir folheto com lista de espécie de aves com nomes populares bilíngues, fotos ou ilustrações Iniciar com a Capitania dos Portos, PMAR e Associação de Barqueiros, o processo de ordenamento experimental de desembarque de turistas nas praias de Lopes Mendes, Santo Antônio, Caxadaço, Dois Rios e Parnaioca, incluindo credenciamento e contrapartidas Estabelecer parcerias com agências de turismo que comercializam pacotes para a Ilha Grande, assim como operadoras locais Estabelecer parcerias com instituições membros do conselho, como a AMHIG e o CONSIG, para a produção de material de divulgação do PEIG Conceber sistema de controle e registro de acesso de visitantes ao Parque, a ser implantado experimentalmente na guarita do Circuito Abraão Estabelecer roteiros de visitação específicos para atender a públicos diferenciados de acordo com o tempo de estadia Planejar processo de concessão de serviços para terceiros, no sentido da exploração de atividades esportivas como arborismo e rapel, ou aluguel de material esportivo para a prática de atividades como surfe, canoagem, mergulho e outros Elaborar Programa de Guias e Condutores do Parque Estadual da Ilha Grande Registrar pista de voo livre na ANAC e dar seguimento na proposta de Termo de Cooperação Técnica com o GEVIG Planejar concessões (alimentação e hospedagem) para o PEIG Instituto Estadual do Ambiente – INEA Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-104 Atividades 1 Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Programa de Interpretação e Educação Ambiental Contratar empresa para elaboração de projeto museológico e museográfico do Centro de Visitantes do PEIG Contratar empresa para execução dos projetos museológico e museográfico Elaborar manual de interpretação do patrimônio natural e histórico cultural do PEIG Elaborar e divulgar calendário anual de eventos e atividades do Programa de Interpretação e Educação Ambiental Realizar treinamento anual de funcionários e voluntários para atuação no Programa de Interpretação e Educação Ambiental Plano Setorial de Integração Regional Programa de Relações Públicas Contratar profissionais da área de comunicação social e marketing para a elaboração e desenvolvimento do Planejamento Estratégico do Programa de Relações Públicas Elaborar plano de contingência na área de comunicação (principalmente relacionada à imprensa) para respostas rápidas diante de possíveis acontecimentos (catástrofes, acidentes, desmatamentos, etc.) Identificar pessoas ou instituições para divulgar a unidade ou firmar futuras parcerias Manter atualizados tabulação, categorização e retorno dos formulários das urnas do Centro de Visitantes e guarita do Circuito Abraão Produzir Boletim Eletrônico Mensal simples em PDF Criar Blog e mantê-lo diariamente atualizado Produzir e operar website bilíngue do PEIG Fazer portfólio sobre o PEIG e disponibilizá-lo nas Secretarias de Turismo municipais da região e Secretarias Estaduais de Turismo Produzir folder específico sobre camping e conduta consciente Organizar publicação reunindo acervo de mapas antigos, quadros, desenhos, fotografias aéreas e fotos da Ilha Grande: Vila do Abraão e outros povoados; lazareto; presídios; farol; fábricas de sardinha; pesca; casas de farinha; cenas do cotidiano; estrada da Colônia; barcas, e buscar apoio privado para impressão Promover contatos com redes de televisão para matérias ou entrevistas sobre o PEIG Contratar produtora para elaborar vídeos sobre o PEIG Contratar empresa para elaboração de linha de produtos associada ao PEIG Articular a participação do PEIG em eventos culturais e turísticos, fortalecendo a imagem institucional Promover a integração do Parque com entidades e comunidades, por meio de patrocínios (na forma de cessão de espaços), stands com mostras de serviços, produtos e material de divulgação Desenvolver concursos diversos, como pintura, fotografias ou algum assunto relevante para as comunidades Realizar programa de treinamento continuado da equipe do PEIG, objetivando a valorização dos profissionais Produzir eventos internos em datas comemorativas buscando a participação e o entrosamento da equipe do Parque Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-105 Atividades 1 Programa de Educação Ambiental Celebrar parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Angra dos Reis Cadastrar as escolas da Ilha Grande e de Angra dos Reis Divulgar os recursos existentes no PEIG para aulas práticas, observações e outras atividades de ensino Preparar trilhas especiais para colégios, de acordo com os diversos níveis de aprendizado Elaborar e atualizar material de divulgação adaptado aos três níveis educacionais (ensinos fundamental, médio e superior) Articular e consolidar a política de educação ambiental de acordo com as diretrizes da Superintendência de Educação Ambiental da SEA Elaborar e sistematizar o projeto “O Parque vai à Escola” Promover ações educativas nas comunidades do entorno da UC Implementar um programa de avaliação continuada dos projetos de educação ambiental desenvolvidos para o Parque Programa de Incentivo das Alternativas de Desenvolvimento Articular a criação de uma associação turística e comercial da Ilha Grande Buscar parcerias para estimular a produção e venda de artesanato Estimular práticas como técnicas de permacultura e produção orgânica Organizar Seminário de Agroecologia Plano Setorial de Manejo de Recursos Naturais Programa de Manejo de Flora Fomentar estudos para subsidiarem ações de controle de espécies exóticas Providenciar levantamento para remoção de espécies adultas como jaqueiras, amendoeiras, abricós, etc., e incentivar o uso de espécies frutíferas nativas e atrativas de fauna nos projetos de recuperação Incentivar projetos de levantamento da flora, indicando as espécies endêmicas e ameaçadas, agregado a estudo fitossociológico Realizar coleta rotineira de material botânico para obtenção de material ainda não existente no banco de dados Viabilizar cursos de manejo de espécies exóticas agressivas à UC para os técnicos do Parque Monitorar a vegetação por meio da instalação de parcelas permanentes para acompanhar a sucessão vegetal Implantar sistema de demarcação de matrizes para pesquisas com sementes nativas Promover atividades de educação ambiental como ferramenta para o controle e erradicação de espécies exóticas Instituto Estadual do Ambiente – INEA Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-106 Atividades 1 Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Programa de Manejo de Fauna Incentivar levantamentos faunísticos em áreas do PEIG com pouco conhecimento Elaborar relatório sobre a caça, captura e tráfico de animais silvestres na Ilha Grande Desenvolver estudos e protocolos para subsidiar programas de soltura e monitoramento de espécimes de origem comprovada na Unidade de Conservação Incentivar estudos para subsidiarem ações de erradicação e controle de espécies animais exóticas, principalmente de origem doméstica Implantar projetos pilotos para inicialmente controlar espécies de cães, gatos e micos-estrela no PEIG Viabilizar cursos de manejo de espécies exóticas da fauna agressivas à UC para os técnicos do Parque Incentivar estudos para estabelecimento de parâmetros populacionais da fauna para monitoramento em longo prazo Promover atividades de educação ambiental como uma ferramenta para o controle e erradicação de espécies exóticas Programa de Recuperação de Áreas Degradadas Elaborar projeto para restauração ecossistêmica para os próximos dez anos Contratar empresa para realizar levantamento e identificação de deslizamentos e escorregamentos, e demais fenômenos naturais ou não em áreas de risco, e propor ações para minimizar os impactos Buscar apoio da PMAR para elaboração e execução de projeto para cessar e recuperar o local do depósito de lixo na curva do Jacatirão Programa de Manejo de Ecossistemas Aquáticos Dulcícolas / Recursos Hídricos Contratar empresa especializada em valoração e manejo de recursos hídricos Avaliar a qualidade e a quantidade da água que é captada pelo SAAE e proceder a sua valoração Elaborar junto ao SAAE e DIGAT/INEA a outorga de uso das águas para captações ambientalmente e legalmente compatíveis Elaborar projeto para recuperação do brejo de Lopes Mendes Incentivar estudos de monitoramento e recuperação dos corpos hídricos do PEIG Compatibilizar os usos dos recursos hídricos pelos visitantes de forma a manter níveis aceitáveis de qualidade Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-107 Atividades 1 Plano Setorial de Proteção Ambiental Programa de Patrulhamento e Fiscalização Preparar plano operativo de patrulhamento e fiscalização do PEIG com atualizações anuais Realizar, em parceria com a PMAR, o inventário dos domicílios da Ilha Grande para lançar as informações no SIG/IG subsidiando o NUREF/DIBAP Inserir no banco de dados do SIG/IG as informações sobre todos os licenciamentos, embargos e obras irregulares na Ilha Grande Atualizar as informações referentes aos imóveis a serem desapropriados e demolidos para fins de cadastro do NUREF Aprimorar quadro de condutas de emergências já elaborado Planejar a atuação da fiscalização em conjunto com a Superintendência da Baía de Ilha Grande, a Administração da APA de Tamoios, o Batalhão Florestal e a PMAR Contratar a elaboração de manual prático de aplicação da legislação aos ecossistemas marinhos Avaliar a necessidade de elaboração de norma estadual para regular a pesca no entorno imediato da Ilha Grande de acordo com a Portaria SUDEPE N-35 Promover a divulgação das ações de fiscalização do PEIG nas mídias locais Elaborar quadro estatístico com os resultados das ações, visando melhorar a memória da fiscalização ambiental do INEA Capacitar agentes de fiscalização ambiental, visando o nivelamento das ações Programa de Prevenção e Combate a Incêndio Informar, notificar preventivamente e coibir a queima de lixo e folhagens e queimadas no PEIG Elaborar plano de prevenção e combate a incêndios florestais em conjunto com a Superintendência, o Corpo de Guardas-Parques e o Corpo de Bombeiros Aparelhar adequadamente a equipe de combate aos incêndios Elaborar, junto com o Programa de Educação Ambiental, campanhas de prevenção a incêndios e queimadas na Ilha Grande Programa de Vigilância Patrimonial Proteger instalações e equipamentos, bem como manter a ordem de entrada de visitantes no PEIG Contratar empresa para implementação de vigilância noturna para as infraestruturas do PEIG Instituto Estadual do Ambiente – INEA Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-108 Atividades 1 Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Plano Setorial de Operacionalização Programa de Regularização Fundiária Realizar levantamento fundiário das terras da Ilha Grande localizadas no PEIG e nas áreas e ilhas previstas para sua ampliação Elaborar, em conjunto com o NUREF/DIBAP e com a participação do Conselho Consultivo, um Plano de Regularização Fundiária para o PEIG Rever o memorial descritivo dos limites do PEIG Firmar convênio do Governo do Estado com a Secretaria do Patrimônio da União, com interveniência da Procuradoria do INEA e do NUREF, para conceber e executar o Plano de Regularização Fundiária do PEIG Requerer a cessão de imóveis de propriedade do Governo do ERJ na Vila do Abraão para atender à demanda operacional do PEIG Regularizar a cessão do Centro de Visitantes, casa de apoio, casa do chefe e galpão e torná-la como cessão definitiva Requerer a cessão do prédio em frente ao cais para ser implantado o centro de recepção de visitantes da Ilha Grande Obter junto à UERJ cessão de casas na Vila de Dois Rios Renovar a cessão da metade do Casarão do INEA com a Prefeitura de Angra dos Reis Demarcar os limites do PEIG e instalar marcos Fazer campanha de divulgação sobre os limites, com croquis de localização adequados ao entendimento das comunidades Realizar levantamento da documentação da Parnaioca relativa às ocupações da área Programa de Administração e Manutenção Construir estrutura organizacional para gestão do PEIG Oficializar e divulgar horário de funcionamento Elaborar projeto de treinamento para a equipe do PEIG Elaborar projeto para contratação de guardiões Implementar o programa de estágios e de voluntariado ambiental Elaborar e implementar orçamento anual para o PEIG Formular e implementar os regulamentos de uso de instalações, veículos e equipamentos do PEIG Formular os Termos de Referência para as contratações diversas relacionadas aos serviços de infraestrutura, logística, manutenção, estudos técnicos, entre outros Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-109 Atividades 1 Programa de Infraestrutura e Equipamentos Reformar e adaptar a Sede e o Centro de Visitantes na Vila do Abraão, segundo projeto específico contratado, e montar exposição permanente Reformar o prédio em frente ao cais cedido pela SEAP e implementar centro de recepção de visitantes da Ilha Grande Reformar edificação do estado na Vila do Abraão para alojamento de guardas-parques Reformar edificação do estado para alojamento funcional dos servidores residentes do PEIG Reformar a casa de apoio, destinando espaço para as atividades dos pesquisadores Construir sanitários públicos para uso de visitantes próximo à guarita do Circuito Abraão Revitalizar a estrada Abraão-Dois Rios segundo projeto contratado Construir mirante na curva da Morte, pórtico e guarita, além da implantação de um sistema de transporte turístico (tipo VLT) Revitalizar o prédio histórico do lazareto Revitalizar a praça central da Vila de Dois Rios Instalar, em prédio a ser reformado, o Núcleo Dois Rios do PEIG Reformar edificação na Vila de Dois Rios para alojamento de pesquisadores Reformar edificação na Vila de Dois Rios para alojamento de guardas-parques Reformar edificação na Vila de Dois Rios para casa de apoio semelhante à do Núcleo Abraão Reformar edificação na Vila de Dois Rios para instalação de camping segundo programa básico Identificar imóveis estaduais na Vila de Dois Rios a serem restaurados para instalação de pousadas por meio de concessão pública Construir posto salva-vidas na praia de Dois Rios Construir a sede do Núcleo Aroeira/Lopes Mendes de acordo com programa básico Construir a sede do Núcleo Matariz de acordo com o programa básico Construir a sede do Núcleo Araçatiba de acordo com o programa básico Construir pórticos e guaritas em pontos estratégicos da unidade Implantar estruturas de apoio aos visitantes em Aroeira, Lopes Mendes, Matariz e Araçatiba Construir 2 (dois) postos salva-vidas na praia de Lopes Mendes Construir sede para o Núcleo Parnaioca de acordo com o programa básico Construir instalações para camping na Parnaioca de acordo com programa básico Implantar projeto de sinalização na UC com base em levantamento realizado pela Coordenação de Uso Público e Educação Ambiental Instalar lixeiras de coleta seletiva nos núcleos, com as cores do padrão internacional, acompanhado de programa de educação ambiental Implantar rotina de checagem da leitura dos sistemas localizando possíveis fugas e garantindo o correto funcionamento e administração do consumo de água e energia Instituto Estadual do Ambiente – INEA Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5-110 Atividades 1 Ano 1 Ano Ano Ano Ano (trimestre) 2 3 4 5 2 3 4 Promover projeto-piloto de acessibilidade aos portadores de deficiência a trilhas e praias (por exemplo, praia Preta) Providenciar periodicamente Relatório Geral do Estado de Conservação de todas as estruturas: edificações, mobiliários e equipamentos, com o apoio de arquiteto ou engenheiro civil designado pela GEPRO/DIBAP Programa de Valorização do Patrimônio Histórico Celebrar parceria com IPHAN e INEPAC para assistência técnica em projetos de inventário e de obras de restauração Providenciar inventário arqueológico do PEIG Elaborar termo de referência para projeto de restauração do aqueduto e da barragem em conjunto com técnicos do IPHAN e INEPAC Preparar termo de referência para a contratação de projeto de revitalização das ruínas do lazareto e da Colônia Penal Cândido Mendes com base nas especificações técnicas do IPHAN e do INEPAC Fazer levantamento das necessidades para restauração do Farol dos Castelhanos, com possibilidade de visitação Promover projeto para resgate de material arqueológico de sambaquis para exposição no Centro de Visitantes e empreender cadastro técnico, fotográfico e locacional das rochas com marcas Programa de Cooperação Institucional Elaborar estratégia de cooperação institucional do PEIG Incorporar ao Sistema de Informações Geográficas do Parque informações sobre as diversas instituições atuantes na região Promover a capacitação do Conselho Consultivo do PEIG Celebrar Termo de Cooperação Técnica com a Prefeitura de Angra dos Reis Firmar parcerias com as prefeituras de Mangaratiba e Paraty Ampliar as parcerias com órgãos públicos federais e estaduais Estabelecer Termo de Cooperação Técnica com instituições de pesquisa e universidades Promover e ampliar parcerias com empresas públicas e privadas Promover e ampliar parcerias com ONGs Firmar parcerias internacionais para intercâmbio na área de gestão de parques Programa de Sustentabilidade Estabelecer os procedimentos contábeis para ingresso e execução orçamentária do PEIG Planejar sistema de concessão para implantação de campings na área do PEIG Planejar a produção e comercialização de produtos com a imagem do Parque (plano de negócios) Iniciar cobrança de passivo ambiental continuado da rede elétrica dentro do PEIG Firmar parceria com empresas locais para promover o PEIG, como locação para tomadas de produção artísticas e publicitárias Estreitar a parceria com a Vale para as contrapartidas estabelecidas no Termo de Cooperação Técnica Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 6-i ÍNDICE MÓDULO 6 – Projetos Específicos .............................................................. 6-1 6.1 - Projeto Específico 1: Ampliação e Adequação de Limites (Proposta)................................................................................................ 6-1 6.2 - Projeto Específico 2: Ordenamento do Uso da Faixa de Areia da Praia do Abraão na Porção Inserida no PEIG ................................. 6-4 6.3 - Projeto Específico 3: Sistema do Ordenamento Turístico da Ilha Grande - Prodetur-RJ ...................................................................... 6-5 Lista de figuras Figura 6-1 - Áreas propostas para ampliação do PEIG. ....................................................... 6-2 Figura 6-2 - Áreas marinhas propostas a serem incorporadas inicialmente ao PEIG. ........ 6-3 Lista de quadros Quadro 6-1 - Proposta de ilhas a serem incluídas no PEIG................................................... Instituto Estadual do Ambiente – INEA 6-2 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 6-1 MÓDULO 6 – PROJETOS ESPECÍFICOS 6.1 - PROJETO ESPECÍFICO 1: AMPLIAÇÃO E ADEQUAÇÃO DE LIMITES (PROPOSTA) Objetivos • Propor a incorporação ao PEIG de áreas de grande valor ambiental e turístico, cuja maioria tem ocupação vedada pela legislação. • Impedir a ocupação de encostas. • Corrigir os limites do PEIG de modo a excluir porções urbanas. Atividades 1. Redelimitar, excluindo do PEIG a parte urbana da Vila do Abraão, para tanto, é necessário preparar estudo técnico e projeto de lei contendo o memorial descritivo dos novos limites no entorno da Vila do Abraão e realizar audiência pública. 1.1 Áreas entre a cota 100 m e a Costa A área terrestre da Ilha Grande para ampliação compreende 05 (cinco) polígonos, que em síntese trazem os limites do PEIG da cota 100 m para cotas inferiores, podendo chegar até a costa (Figura 6-1). • Polígono 1 – Ponta de Lopes Mendes à ponta direita da praia do Abraãozinho. • Polígono 2 – Ponta do Lobo à ponta direita da praia de Araçatiba. • Polígono 3 – Ponta esquerda de Araçatiba à ponta direita da praia Vermelha. • Polígono 4 – Ponta após a praia Vermelha à ponta da Picirica. • Polígono 5 – Ponta esquerda da praia de Provetá ao limite da REBPS, na ponta dos Meros. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 6-2 Figura 6-1 - Áreas propostas para ampliação do PEIG. 1.2 Ilhas Como proposta, pretende-se integrar ao PEIG as ilhas contidas no Quadro 6-1, algumas destas localizadas na Zona de Preservação (ZP) da APA de Tamoios (Figura 6-1). Serão avaliadas quais destas ilhas terão, além da parte emersa, a parte imersa também incorporada ao PEIG. Quadro 6-1 - Proposta de ilhas a serem incluídas no PEIG. Nome das Ilhas Ilha do Abraão Ilha da Amarração do Leste Ilha da Amarração do Oeste Ilha do Amolá Ilha do Arpoador Ilha Guriri Ilha Itacuatiba Ilha Jorge Grego Ilha da Longa ou Boqueirão Ilha do Macedo Norte ou Aiuiri Grande Ilha do Macedo Sul ou Aiuiri Pequena Ilha de Matariz Ilha do Meio Ilha dos Meros Ilha dos Morcegos Ilha de Palmas Ilha do Pau a pino Ilha dos Recifes Ilha Redonda Coordenadas X 585431 583897 583598 587983 579135 592945 576584 586413 569088 585302 585217 575987 588015 565624 586999 591357 590023 590002 577823 Y 7443519 7435890 7435890 7443009 7447669 7436909 7448443 7431662 7441023 7441156 7440975 7443974 7444437 7432776 7442283 7440724 7445129 7439890 7446736 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 6-3 1.3 Áreas marinhas Áreas marinhas propostas para integrar ao PEIG são: a enseada de Lopes Mendes (incluindo o saco da praia de Caxadaço), enseada de Dois Rios, enseada da Parnaioca, área marinha compreendida entre a ponta alta da Parnaioca a ponta da Andorinha e desta até a ponta de Lopes Mendes, e ainda o saco da Lagoa Verde, este para ordenar os usos (Figura 6-2). Figura 6-2 - Áreas marinhas propostas a serem incorporadas inicialmente ao PEIG. Resultados esperados • Ampliação do Parque efetivada. • Desafetação de parte da Vila do Abraão. • Aumento da oferta de áreas para uso público. • Aumento da proteção de ecossistemas. • Aumento do ingresso de receita pública no município de Angra dos Reis por meio do ICMS Ecológico. • Diminuição das pressões sobre o PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 6-4 Indicadores • Decreto de Ampliação aprovado. • Leis de redelimitação (desafetação de áreas) aprovadas na Assembléia Legislativa. • Aumento da receita municipal. • Aumento dos investimentos com o meio ambiente na Ilha Grande. 6.2 - PROJETO ESPECÍFICO 2: ORDENAMENTO DO USO DA FAIXA DE AREIA DA PRAIA DO ABRAÃO NA PORÇÃO INSERIDA NO PEIG Para este setor costeiro é observado que a intensificação do uso da faixa de areia da praia, sem critérios claros, por embarcações de pesca e de recreação náutica, tem resultado em degradação ambiental e alteração da paisagem. A proposta é identificar as alternativas para a solução do problema, propondo ações que garantam a sua implementação a curto e médio prazo, acompanhado de um programa de monitoramento ambiental constante, com normas específicas. Cabe ressaltar que para a efetivação de um processo desta natureza será demandado tempo, pois mudanças comportamentais requerem um amplo processo de articulação entre os mais diferentes atores sociais ao longo dos mais diversos setores, requeridos para a sua plena efetivação. Objetivos • Entender o atual uso da faixa de areia da praia do Abraão inserida no PEIG a fim de subsidiar o ordenamento de embarcações nessa área. • Buscar harmonizar as necessidades de desenvolvimento e a conservação, requerendo um comportamento colaborativo entre os grupos de usuários envolvidos. • Procurar a redução de conflitos entre grupos de usuários, redução de riscos, conservação de valores naturais, culturais e estéticos. • Proporcionar melhoria nas condições ambientais para os ecossistemas de praias arenosas. Atividades • Identificação dos problemas e análise da situação atual (diagnóstico). • Reunião com o grupo de usuários e preparação do plano (planejamento). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 6-5 • Avaliar os efeitos dos tipos de resíduos e monitorar esses efeitos sobre o ambiente. • Implementar ações visando mitigar os impactos de resíduos sólidos na praia. • Implementação e avaliação do plano do programa de ordenamento, enfatizando ações educativas e informativas. Resultados esperados • Promoção do uso apropriado do espaço. • Aumento da proteção dos ecossistemas de praias arenosas. • Efeitos negativos da presença de embarcações minorados. • Recuperação das condições adequadas de uso da praia. Indicadores • Embarcações ordenadas na faixa de areia da praia. • Faixa de areia da praia em bom estado de conservação e disponível ao visitante. • Diminuição da presença de resíduos na areia da praia. 6.3 - PROJETO ESPECÍFICO 3: SISTEMA DO ORDENAMENTO TURÍSTICO DA ILHA GRANDE - PRODETUR-RJ Atualmente a Ilha Grande é compreendida, em toda a sua extensão, por Unidades Estaduais de Conservação da Natureza e, portanto, está sob regime de proteção mais intensa. As restrições – com foco na defesa ambiental – variam em função das características das 4 (quatro) Unidades de Conservação da natureza de categorias e grupos diferentes, com destaque para as de proteção integral que equivalem à aproximadamente 90% da ilha. O turismo representa a principal fonte de renda para grande parte dos moradores das comunidades da Ilha Grande. Estima-se que a visitação ao PEIG, por exemplo, seja realizada por aproximadamente 140 a 160 mil pessoas por ano. As principais atividades desenvolvidas pelos visitantes são banho de mar, rio, surfe, camping, observação da natureza, piquenique e caminhada pelas inúmeras trilhas. O período de maior presença de visitantes é durante os feriados prolongados, levando a ilha a receber até 25 mil visitantes no Carnaval e no Ano Novo. É latente a necessidade de um maior controle dessa visitação na ilha, visando minimizar o impacto nos atrativos naturais, nas unidades de conservação, mas também, melhorar a Instituto Estadual do Ambiente – INEA 6-6 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande qualidade da experiência do turista e gerar sustentabilidade financeira da população, que hoje, depende economicamente do turismo. A motivação ao deslocamento de turistas e visitantes tem sido crescente, e a população local vem se tornando cada vez mais sujeita à presença destas pessoas “de fora”, o que exige uma nova forma de adaptação ao novo significado que a Ilha Grande passou a ter, o de “lugar turístico”. Sabe-se que a visitação turística e a conservação ambiental com o sistema de gestão vigente – falta de articulação e integração de ações entre as instituições governamentais e nãogovernamentais com atuação na ilha, além da precária infraestrutura, equipamentos e recursos humanos e financeiros, em particular num ambiente insular e com vários acessos – se faz em um cenário caótico. Imprimem assim dificuldades para a gestão e proteção das UC e na potencialidade das ações para além dos seus limites com a promoção da melhoria do turismo no âmbito social, cultural, político, ambiental e econômico. Ressalte-se nesse cenário a inteira necessidade de sustentabilidade financeira também das unidades de conservação locais e a parceria com equipamentos de turismo, uma vez que os atrativos se encontram dentro das unidades são os grandes motivadores do deslocamento dos turistas. Os problemas atuais do turismo desordenado na Ilha Grande não implicam em impactos negativos somente para as unidades de conservação ali presentes, mas também de ordem econômica, social, cultural e outras. Portanto, faz-se urgente seu ordenamento, pautado na construção participativa de um sistema de gestão da visitação e com consolidação de um arranjo institucional para, então, em um segundo momento, possibilitar a gestão do território e controle efetivo com a implementação do sistema de visitação. Com foco nessa premissa, o Anexo XXII apresenta na íntegra o Termo de Referência para a concepção do sistema do ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande, visando o manejo sustentável dos recursos naturais e da paisagem, com ênfase na ampla participação das instituições e comunidades locais e na constituição de um arranjo de governança para este sistema. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 7-i ÍNDICE 7 - Monitoria e Avaliação .............................................................................. 7-1 7.1 - Monitoramento da Implementação do Plano ............................... 7-1 7.2 - Avaliação da Efetividade do Planejamento .................................. 7-2 7.3 - Avaliação da Efetividade do Zoneamento .................................... 7-3 Lista de quadros Quadro 7-1 - Formulário de Monitoramento das atividades do Plano de Manejo. ................. 7-2 Quadro 7-2 - Avaliação da efetividade do planejamento........................................................ 7-3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 7-1 7 - MONITORIA E AVALIAÇÃO Os procedimentos para monitoria e avaliação da execução (Quadro 7-1 e Quadro 7-2) da gestão do PEIG por meio do desenvolvimento dos programas do Plano de Manejo, ou seja, o cotejamento entre planejado e realizado encontra-se especificado no Roteiro Metodológico para Plano de Manejo do INEA. • Relatórios Mensais e Anuais de Gestão do PEIG, com capítulos dedicados ao andamento de cada programa do plano de manejo, incluindo execução orçamentária. • Relatórios Mensais e Anuais de acompanhamento do Projeto de Reforço Operacional financiado pela Companhia Vale em todas as suas rubricas. Este Plano de Manejo deverá ser revisado 05 anos após o início de sua implantação. O processo de revisão terá início dois anos antes do fim do prazo de validade. 7.1 - MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO Com o objetivo de organizar e facilitar o processo contínuo de monitoria da implantação do plano de manejo foi elaborado um formulário de monitoramento (Quadro 7-1), para que sejam feitas as propostas de correção, visando o ajuste das situações. Este deve ser preenchido anualmente pelo chefe da UC ou técnico designado por ele e encaminhado para o INEA para apreciação. As ações a que se refere à primeira coluna do formulário, são as atividades propostas nos programas dos Planos Setoriais, que também são abordadas no cronograma físico. Aquelas realizadas parcialmente ou não realizadas deverão ser justificadas fornecendo subsídios para a reprogramação. O formulário será preenchido com a indicação das atividades previstas no cronograma físico para aquele ano. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 7-2 Quadro 7-1 - Formulário de Monitoramento das atividades do Plano de Manejo. Plano Setorial: Programa: Atividade Estágio de Implementação R PR Justificativas (PR/NR) Reprogramação NR R – Realizado PR – Parcialmente Realizado NR – Não Realizado Para a correção de rumo, novas atividades poderão ser estabelecidas desde que se atenha aos objetivos a que se propunham os programas nas quais estão inseridas. Anualmente os cronogramas físico e financeiro deverão ser atualizados com base na monitoria e avaliação. 7.2 - AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO PLANEJAMENTO Este trabalho de monitoria difere do anterior pela periodicidade, que não será mais anual. A monitoria e avaliação da efetividade do planejamento serão feitas uma vez no meio do período de vigência do Plano de Manejo e outra vez no final do mesmo. A finalidade é avaliar se o planejamento está se mostrando eficaz; caso contrário, mostrar o que deve ser corrigido: se foi ou não eficaz, se previu a maioria das situações encontradas no decorrer da implementação do Plano e se os resultados obtidos com as ações planejadas surtiram os efeitos desejados. O Quadro 7-2 - Avaliação da efetividade do planejamento - reporta-se aos resultados esperados e respectivos indicadores de execução das atividades propostas nos planos setoriais. Estes resultados e seus indicadores são então comparados visando à avaliação dos resultados alcançados. Para a real medida da avaliação pretendida, serão então registradas as fontes de verificação utilizadas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 7-3 Quadro 7-2 - Avaliação da efetividade do planejamento. Atividade Resultados esperados Metas Indicadores Fonte de verificação Resultados alcançados Os resultados esperados e indicadores são estabelecidos para a unidade de conservação neste documento, já as fontes de verificação e os resultados alcançados serão identificados por ocasião da monitoria e avaliação pela equipe técnica de acompanhamento de avaliação do Plano de Manejo. 7.3 - AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DO ZONEAMENTO A avaliação da efetividade do zoneamento permitirá verificar se todas as zonas foram adequadamente planejadas, bem como se as situações que determinaram o estabelecimento das zonas temporárias foram modificadas. Deverá ser feita no término do período de vigência do Plano, buscando embasamento para possíveis modificações no zoneamento, incluindo critérios que justifiquem o replanejamento, por ocasião da elaboração de revisões posteriores. A ocorrência de conflitos de uso considerando uso público X administração X proteção X pesquisa, também deve ser apresentada de forma descritiva. A avaliação do zoneamento será baseada em informações disponíveis e quando necessário por meio de pesquisas específicas de acordo com a relevância da zona para proteção da UC. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 8-i ÍNDICE 8 - Referências Bibliográficas ...................................................................... Instituto Estadual do Ambiente – INEA 8-1 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 8-1 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alves, M.A.S.; Pacheco, J.F.; Gonzaga, L.A.P.; Cavalcanti, R.B; Raposo, M.A.; Yamashita, C.; Maciel, N.C.& Castanheira, M. 2000. Aves. In: Bergallo, H.G.; Rocha, C.F.D.; Alves, M.A.S.; Van Sluys, M. (Orgs.). A fauna ameaçada de extinção do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2000. v.1, p.113-124. Belo, W. C. 2002. 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Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXOS Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO I ESTUDOS E LEVANTAMENTOS REALIZADOS PARA SUBSIDIAR A ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo I | 1/4 ANEXO I - ESTUDOS E LEVANTAMENTOS REALIZADOS PARA SUBSIDIAR A ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO Estudos e Análises • Contratação do Estudo Ambiental da Ilha Grande, conduzido pela UERJ e financiado pelo PPMA/KfW, que contemplou a sistematização de informações científicas sobre 12 temas, tendo envolvido 50 professores, mestres e alunos de graduação e pós-graduação. Os seguintes temas foram contemplados: clima; geologia, relevo, solos; recursos hídricos e ecologia de águas interiores; vegetação; flora; fauna; ecossistemas marinhos; história e patrimônio cultural material e imaterial; estrutura econômica e organização sociocultural e política; e educação ambiental. Estudo financiado pelo PPMA/KfW; • Contratação de estudos complementares, realizados pelo Comitê de Defesa da Ilha Grande (CODIG), financiado pelo PPMA/KfW, envolvendo os seguintes produtos: (i) resenha histórica do Parque Estadual da Ilha Grande, da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e do Parque Estadual Marinho do Aventureiro; (ii) caracterização das trilhas da Ilha Grande; (iii) Inventário de atrativos da Ilha Grande; (iv) subsídios para a proposta de segunda ampliação do PEIG; e (v) complementação e atualização das toponímias da Ilha Grande. Estudo financiado pelo PPMA/KfW; • Estudo de Base do Plano de Gestão Integrada do Ecossistema Marinho da Baía de Ilha Grande (Ilha Grande Bay Integrated Ecosystem Management Plan), uma parceria entre a SEA e a FAO, com apoio do o IBIO, para promover um processo de gestão participativa no litoral sul fluminense. Foram elaborados quatro volumes visando fornecer subsídios técnicos para a gestão da região, a saber: Volume I - Referências Bibliográficas e Cartográficas; Volume II - Situação Atual; Volume III - Avaliação da Gestão Ambiental, Planos, Programas e Projetos; Volume IV - Avaliação de Tendências - Diretrizes para Gestão. Estudo financiado por uma doação de US$ 10 mil da FAO; • Análise da literatura e levantamentos de campo na Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; • Exame dos Planos Diretores do Parque Estadual da Ilha Grande (elaborado pela UFRRJ, em 1992), da APA Tamoios e da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (elaborados pela FEEMA), bem como análise de alguns planos de manejo de parques insulares brasileiros paulistas, canadenses, caribenhos, australianos e neozelandeses; • Análise das legislações federal, estadual e municipal aplicadas à Ilha Grande e ao Parque; • Aplicação da ferramenta Miradi (https://miradi.org/), desenvolvida pela The Conservation Measures Partnership (CMP), para conceber a proteção dos ecossistemas da Ilha Grande e indicar ações ao Plano de Manejo. Trata-se de um programa (software) que ajuda a Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/4 | Anexo I Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande planejar, gerenciar, monitorar e avaliar projetos e ações para a conservação de ecossistemas e da biodiversidade, baseado no conceito de “manejo adaptativo” e no “Open Standards for the Practice of Conservation”; • Análise das diretrizes do Programa de Trabalho de Biodiversidade Insular (Decisão VIII/1) estabelecido na 8ª Reunião da Conferência das Partes da Convensão da Biodiversidade realizada em Curitiba, em março de 2006 (http://www.cbd.int/decisions/?dec=VIII/1); • Análise das Diretrizes do Documento “A Global Strategy on Invasive Alien Species”, editado pela IUCN em 2001. Mapeamento, Cartografia e Banco de Imagens • Preparação do Sistema Geográfico de Informações da IG/PEIG; • Preparação de Base Cartográfica 1:25.000 (DSG) em meio digital em parceria com o Instituto BioAtlântica (IBIO) e o Comitê de Defesa da Ilha Grande (CODIG), com trabalho intensivo de campo e escritório para atualização e complementação das toponímias, preparação de SIG, composição colorida e seleção de pictogramas adotados pelo U.S. National Park Service para apliação no mapa; • Obtenção de arquivo digital com o georreferenciamento de todas as trilhas da Ilha Grande, cedidas voluntariamente pelo geógrafo e trilheiro José Bernardo; • Obtenção de imagem Ikonos (ano 2006) de toda a Ilha Grande, cedida pelo Instituto Ambiental da Vale (IAV) em junho de 2007; • Contratação de serviço de produção de mapas planialtimétricos digitais e das Áreas de Preservação Permanente – APP, na escala 1:5.000, da superfície da Ilha Grande externa ao PEIG, considerada Área de Proteção Ambiental – APA (40 km2), a partir de fotografias aéreas cedidas pelo IBGE. Serviço financiado pela TERMORIO; • Constituição de acervo de mais de 3.000 fotografias digitais sobre a Ilha Grande, tomadas em dois sobrevoos de Helicóptero do Grupamento Aeromarítimo da Polícia, do mar e em terra. Inspeções para Reconhecimento • Inspeções de barco e a pé em toda a ilha, empreendidas pela equipe da SEA, PEIG e CODIG, para observações visuais e coleta de informações sobre características naturais e socioeconômicas; • Dois sobrevoos de helicóptero do Grupamento Aéreomarítimo (GAM) da Polícia Militar, para tomada de fotografias e observações, visando auxiliar a interpretação da imagem Ikonos e conhecer melhor a Ilha Grande; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • Anexo I | 3/4 Sobrevoo de 3 horas de helicóptero alugado pela Companhia Vale e CONSIG, para tomada de fotografias e observação de toda a orla da baía de Ilha Grande e da Ilha Grande, em conjunto com representante da FAO; • Participação em campanhas de coleta e observação de cientistas da UERJ. Consulta Pública, Grupos de Trabalho, Palestras e Congressos • Reuniões com o Conselho Consultivo do PEIG para discussão e incorporação de idéias; • Oficinas de Planejamento com as comunidades da Ilha Grande, realizadas na Vila do Abraão, em Bananal, Aventureiro e Angra dos Reis (Oficina da APA Tamoios), incluindo a Oficina de Diagnóstico Rápido Participativo do Parque Estadual da Ilha Grande no dia 17 de julho de 2007, financiadas pelo PPMA/KfW; • Participação das equipes do INEA, da SEA e do PEIG em diversas reuniões do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande, liderado pelo CONSIG; do Grupo de Trabalho do Plano Diretor Municipal da Ilha Grande, criado pela Prefeitura de Angra dos Reis; e do Grupo de Trabalho de População Sustentável criado pela Secretaria de Estado do Ambiente, ocorridas na Vila do Abraão, Angra dos Reis e no Rio de Janeiro; • Organização de palestras no Centro de Visitantes do PEIG, com especialistas convidados, sobre temas de interesse da Ilha Grande e do Plano de Manejo; • Promoção, pelo PEIG, de reuniões para discutir e promover o ordenamento da pesca no entorno da Ilha Grande; • Criação de Grupo de Trabalho no Conselho Consultivo para solucionar a coleta e destino dos resíduos sólidos da Ilha Grande; • GT Aventureiro: organização de diversas reuniões no Aventureiro e na sede da SEA no Rio de Janeiro, além da realização de estudos e consultas intensivas para definir os procedimentos para redelimitar a Reserva Biológica da Praia do Sul e criar a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro; • Participação do Administrador do Parque no V Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, realizado entre 17 e 21 de junho de 2007 em Foz do Iguaçu. Assessoria e Experiência Internacional • Visita técnica do administrador do PEIG acompanhado do vice-presidente do IEF, entre os dias 5 e 9 de novembro de 2007, a três parques provínciais de Ontário (Canadá) e à sede da agência do Ontario Parks em Peterborough para observação, registros fotográficos, discussão, aprendizado e obtenção de literatura técnica e manuais. Foram visitados os parques Petroglyphs, Algonquin e Killibear. Na sede do Ontario Parks, especialistas da Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4/4 | Anexo I Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande agência fizeram apresentações sobre: o sistema de Parques de Ontario; planejamento de Parque (Plano de Manejo e outros aspectos); orçamento, finanças e manutenção; recursos humanos; pesquisa; programa Amigos do Parque; e comunicação e marketing. Nos Parques, os profissionais da SEA e IEF conheceram a gestão e operação, observaram as instalações e discutiram detalhes sobre a futura parceria e problemas de interesse mútuo; • Discussões sobre Gestão de Parques com técnicos visitantes do Patuxent River Park (Maryland-National Capital Park and Planning Commision), com ex-funcionário do Ontario Parks (Canadá) e com professor de Gestão de Terras de Towsnville (Quensland, Austrália). Nota: As atividades foram financiadas pelo Programa de Proteção à Mata Atlântica – PPMA/KfW, pela empresa TERMORIO, pelo orçamento do IEF, SEA e GAM, e por parceriais. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO II HISTÓRICO DA ILHA GRANDE Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo II | 1/13 ANEXO II - HISTÓRICO DA ILHA GRANDE A Ilha Grande é habitada há pelo menos três mil anos, iniciando-se com bandos de coletorescaçadores, conhecidos como “povo do sambaqui”, que viveram praticamente em todo o litoral da Ilha Grande, deixando sambaquis, sepultamentos e marcas em pedras a beira-mar. Foram sucedidos, ao que tudo indica, pelos índios Tupinambás, conhecidos também como Tamoios, que se distribuíam desde Cabo Frio (RJ) até Ubatuba (SP). Os Tupinambás chamavam a Ilha Grande de Ipaum Guaçu. A primeira palavra significa “Ilha” enquanto Guaçu denota “Grande”. Esse registro deve-se ao aventureiro alemão Hans Staden, que assim anotou nos mapas publicados em sua obra de 1557. Em 1563 o padre Anchieta passou duas ou mais vezes pela região visitando as aldeias de Iperoig (Ubatuba) e Araribá (Angra dos Reis), tentando fazer um tratado de paz entre os portugueses. Foram os Tupinambás que abriram as principais trilhas utilizadas até hoje. Nenhum sitio arqueológico Tupinambá foi encontrado até o momento na Ilha Grande. A história colonial inicia-se em 6 de janeiro de 1502, no reinando de D. Manuel I, quando a primeira expedição exploradora ao Brasil, enviada pela Coroa Portuguesa, ingressou na baia de Ilha Grande sob o comando de Gonçalo Coelho, e não de André Gonçalves, como erroneamente se tem afirmado. Desta expedição fez parte o famoso florentino Américo Vespúcio, provavelmente na função de cosmógrafo ou piloto. Os portugueses batizaram a baía como “Angra dos Reis” em homenagem ao dia dos Reis Magos. A Ilha Grande foi avistada pelos membros da expedição, mas poucos registros sobreviveram. O primeiro apontamento oficial, datado de 1532, consta no “Diário da Navegação” de Pero Lopes de Souza, que participou da missão comandada por Martim Afonso de Souza visando explorar o litoral, atacar os estrangeiros e organizar as primeiras povoações no Brasil. Com a divisão das terras brasileiras, a Ilha passou a pertencer à Capitania Hereditária de São Vicente. Em 24 de janeiro de 1559, Martim Afonso de Souza, primeiro governador da capitania, doou a Ilha Grande para Vicente da Fonseca, amigo e médico em Lisboa, que jamais tomou posse. Nesta ocasião, meados do século XVI, iniciou-se a Confederação dos Tamoios (1554 a 1567), uma guerra de resistência à colonização portuguesa considerada uma das maiores lutas de resistência na história do mundo. Os Tamoios tiveram ajuda dos franceses ("mair", como os chamavam os Tupinambás), enquanto que os portugueses (chamados de "peró") foram ajudados pelos índios Tupiniquins. A região da baía de Ilha Grande foi um dos principais redutos da resistência indígena, fato que retardou a sua colonização por mais de meio século. Dentre os líderes indígenas se destacaram Cunhambebe, cujo domínio incluía a Ilha Grande, Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/13 | Anexo II Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande além de Aimberê, Pindobuçu e Caoquira. Cunhambebe impingiu várias derrotas aos portugueses até morrer de varíola. Os Tupinambás foram exterminados da Ilha provavelmente ao fim do século XVI. Em 1586, as terras da Ilha foram entregues a Manoel Antunes, que deu início ao processo de povoação, trazendo ao que tudo indica alguns poucos lavradores e pescadores do Arquipélago dos Açores. Há dúvidas se a exploração de pau-brasil foi a primeira atividade econômica colonial na Ilha. A ocupação da não prosperou. No final do século XVI foi erguida uma armação para caça a baleia em local ainda desconhecido na Ilha Grande. As baleias vinham do Sul procriar, regularmente, entre julho e outubro de cada ano. Ao mesmo tempo, Angra dos Reis foi elevada à categoria de Vila com o título de Paróquia dos Santos Reis Magos, através da Carta Régia de 7 de setembro de 1593, tendo os seguintes limites: a leste, a margem direita do rio Itaguaí; a oeste o cabo do Cairuçu; ao sul o Oceano Atlântico e ilhas adjacentes; e ao norte, a Serra do Mar. No século XVII e nas primeiras décadas do século XVIII, pouquíssimos colonos viveram na Ilha Grande. Eles praticavam a pesca e a lavoura e por vezes até o comércio com piratas. Neste período, contrabandistas e piratas holandeses, franceses e ingleses navegavam pela costa brasileira e se abasteciam de água potável, frutas, lenha e madeira na Ilha Grande. Os piratas estavam em busca de navios espanhóis carregados de ouro e prata extraídos das colônias sul-americanas e, pouco depois, das embarcações portuguesas que se abasteciam do ouro extraído das minas gerais, no porto de Paraty. Temendo o estabelecimento de núcleos hostis, os portugueses proibiram as tentativas de colonização da Ilha até 1725. Dentre muitos piratas que passaram pela Ilha Grande, documentos e estórias destacam os ingleses Thomas Cavendish, Abraham Cook e Edward Fenton; os franceses René DuguayTrouin, William Dampier e Jean François Du Clerc; e os espanhóis Jorge Grego e Juan de Lorenzo (espanhóis). Diz a lenda que o pirata Juan de Lorenzo edificou em 1629 a chamada hoje de "casa do Pirata" na praia do Morcego, próximo à Vila de Abraão. No período de 1725 a 1764, com o avanço da cultura da cana-de-açúcar, começa a acontecer a colonização da Ilha Grande, num ciclo que se estenderá até a primeira metade do século XIX. Engenhos de açúcar e aguardente foram estabelecidos em localidades como Estrelas, Freguesia de Sant’Ana (que era um centro de desenvolvimento da Ilha), Matariz, Sítio Forte, Praia da Longa, Praia de Dois Rios, Enseada das Palmas e Abraão. No início do século XVIII a Ilha Grande fazia parte da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Ilha Grande, abarcando grosso modo o atual município de Angra dos Reis. O café, introduzido um pouco mais tarde, perdurou entre 1772 e 1890, desta vez ocupando as encostas, provavelmente ultrapassando a cota de 400 m. Várias fazendas foram Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo II | 3/13 estabelecidas na Ilha Grande, tanto na face de mar aberto quanto na abrigada. As fazendas de café daquela época produziam também alimentos, como mandioca, feijão, milho, cana e outros itens para autoconsumo, além de possuirem criações de bois, galinhas e porcos, ou eram cercada de pequenas propriedades que as abasteciam destes itens. É provável que este modelo tenha se replicado na Ilha Grande, com as pequenas roças e criações de nativos fazendo este papel. As fazendas demandavam ainda volumes consideráveis de madeira e lenha para construções e reparos e tarefas diárias de cozimento. Algumas fazendas da Ilha Grande funcionaram também como centros de recepção e adaptação de escravos trazidos da África, que ali se recuperavam de sua viagem transcontinental, aprendiam o português e se adaptavam à nova comida e ao novo clima. Os escravos dessas fazendas especializadas alcançavam excelente preço no mercado. Com o fim da pirataria, foram os comerciantes ilegais de escravos que passaram a buscar refúgio nas tranquilas enseadas da Ilha. Apenas em 1850 a Marinha brasileira, sob pressão inglesa, passou a patrulhar suas águas, contando com apoio da Marinha daquele país. No início do século XIX, o extermínio de baleias provocou o fechamento da armação que havia pertencido ao Visconde Braz de Pina, cujos negócios incluíam entrepostos baleeiros na baía de Guanabara e em Búzios. Nesta mesma época, a Grã-Bretanha lançou uma cruzada contra o tráfico marítimo de escravos. O Brasil era um dos maiores importadores de escravos africanos do Novo Mundo. Os portugueses começaram a ser pressionados pelos ingleses a proibirem e combaterem o tráfico de escravos. Com isso, foi intensificada a fiscalização na costa, que não funcionava na prática, pois as autoridades portuguesas tinham interresse econômico no tráfico. Foi somente a partir de 1850, que Portugual decidiu cooperar com os ingleses e tornou eficaz o patrulhamento feito nas enseadas de Lopes Mendes, Palmas, Abrãao e Estrelas, tendo nesta última, a Marinha mantido um posto avançado. As fazendas entraram em colapso ao longo do século XIX devido à perda de fertilidade dos solos e o fim da escravidão, sendo provavelmente abandonadas pelos seus proprietários, passando as terras a serem cultivadas pelos ex-empregados e antigos supridores. A quantidade de fazendas deve ter sido significativa na Ilha Grande, pois há ruínas de colunas, paredes e muros à retaguarda de praticamente todas as principais praias. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4/13 | Anexo II Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Figura 1 - Desenho do médico inglês Thomas Graham de 1849, mostrando acampamento do 59º regimento na Ilha Grande no litoral da enseada do Abraão, provavelmente onde hoje é a Vila do Abraão (reparar Pico do Papagaio). Após o colapso, a vida prosseguiu de acordo com o padrão geral da Ilha Grande: a maioria das casas nas encostas afastadas umas das outras, próximas a fontes de água (pequenos regatos), com roças nos arredores e algumas residências na praia. A agricultura era a principal atividade econômica e de sustento, seguida da pesca. Na segunda metade do século XXI, a pesca suplantou a lavoura como principal atividade econômica, aliada aos dois presídios, que empregavam muitos nativos. Posteriormente, a Ilha Grande foi palco, além de um Lazareto e dois presídios, um deles conhecido como “Alcatraz” brasileira ou o “caldeirão do diabo”, de fábricas de processamento de sardinha em Abraão, Bananal, Matariz, Sítio Forte e Praia Vermelha, por exemplo, cujo ápice se deu nos anos de 1950. A última fábrica a ser desativada foi a “Embrapesca”, em 1992, que funcionava na localidade de Matariz. Através do Lazareto, a Ilha Grande exerceu um importante papel na imigração, e o Lazareto mudou o rumo da história da Ilha, pois representou um grande investimento público para a época. Em 1971, 1/3 da Ilha é transformado em Parque Estadual e, dez anos depois, uma fração pouco menor é declarada como Reserva Biológica. Em 1982, cerca de 80 km2 da Ilha Grande, ou 41%, estavam protegidos sob a forma do PEIG e da RBPS. A partir de 1994, atividades Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo II | 5/13 ligadas ao turismo, como hospedagem, alimentação, passeios e translado de barcos passaram a ser o carro chefe da economia insular. Em todos estes séculos, três atividades foram constantes: a pesca, a lavoura e a exploração de lenha e madeira, esta para combustível e construção e reparo de benfeitorias e barcos. Os Presídios e o PEIG Para entender a origem e o passado do PEIG é preciso conhecer um pouco a história dos presídios da Ilha Grande, pois durante 28 anos (1978-2006), a área do Parque foi constituída pelos imóveis públicos que pertenciam aos presídios. Na verdade, durante 16 anos (1978 e 1994), o PEIG foi o único Parque brasileiro com um presídio ativo em seu interior, uma caracteristica inusitada, mas que ajudou a manter a Ilha Grande afastada do “boom” imobiliário que ocorreu no continente e que descaracterizou uma parte considerável do litoral e depreciou a paisagem. A Ilha Grande abrigou duas penitenciárias federais: a Colônia Agrícola do Distrito Federal e a Colônia Penal Cândido Mendes. A primeira começou em 1894, nas instalações da Fazenda Dois Rios, e perdurou até 1994, quando foi implodida pelo Governo do Estado. A segunda, instalada em 1942 e demolida em 1961, era chamada de Colônia Penal Cândido Mendes e se situava próximo e a oeste da Vila do Abraão, ocupando os terrenos e as instalações do antigo Lazareto. A soma dos terrenos dos presídios totalizava cerca de 4.330 ha. Menos de 5% era formado por áreas construídas, sendo o restante ocupado por florestas e roças que subiam as encostas. Até 1960, as benfeitorias e as terras das penitenciárias eram administradas pela União através do Distrito Federal, então cidade do Rio de Janeiro. Com a transferência da capital federal para Brasília em 1960, a União cedeu, em 1966, o uso dos imóveis ao Estado da Guanabara. Após a fusão da Guanabara com o Rio e Janeiro em 1975, os dois imóveis passaram para o novo ente federativo. Motivações para criação do PEIG Três fatos motivaram a criação do PEIG: (i) o Projeto Turis associado à construção da estrada BR-101; (ii) a intenção de desativar o presídio de Dois Rios manifestada pelo Governo do Estado da Guanabara no final da década de 60, devido aos elevados custos operacionais; e (iii) a criação do Parque Nacional da Bocaina. Releva mencionar que o Presídio do Abraão estava desativado desde 1961. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 6/13 | Anexo II Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande A primeira iniciativa de planejar e fomentar a ocupação turística da Ilha Grande em escala empresarial foi o Projeto Turis, concebido pela EMBRATUR entre 1970 e 1973 para aproveitar as oportunidades de acesso proporcionadas pela rodovia Rio–Santos, na época em construção. A Rodovia Rio – Santos Considerada um trecho da BR-101, que se estende de Touros (RN) a São José do Norte (RS), a rodovia Rio-Santos tem 457 km, sendo 209 km no estado do Rio e 248 km no território paulista. Projetada em 1968, teve sua conclusão O projeto identificou e planejou áreas de interesse turístico ao longo da estrada, além de estabelecer normas regionais para a ocupação do solo, infraestrutura hoteleira e de apoio ao turismo. seguidamente adiada devido à falta de verbas, às As áreas abrangidas, incluindo praias e ilhas existentes entre Santa Cruz (RJ) e Santos (SP) foram minuciosamente medidas, analisadas e classificadas para usos turísticos. O empreendimento foi recorde em matéria de volume Neste âmbito, o Projeto Turis criou “zonas turísticas homogêneas” ao longo do litoral, entre elas as seguintes ilhas: Grande, Itacuruçá, Gipóia, Anchieta e São Sebastião (Ilhabela). Em 4 de março de 1971 é criado o Parque Nacional da Bocaina, pioneiro na região, que com absoluta certeza influenciou a decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro de criar o PEIG. chuvas intensas e aos deslizamentos de terra. Somente em 1975 o primeiro trecho (Santa Cruz – Ubatuba) foi aberto ao tráfico. E somente dez anos depois, em 1985, foi concluído o trecho até Santos. de terraplanagem no país, e teve seu custo final muito acima do planejado. Alguns trechos do projeto original nunca foram concluídos, como o compreendido entre Porto Novo e Camburi em São Pauio, onde há viadutos abandonados na Serra do Mar. A estrada provocou grande impactos ambientais ao longo da obra e posteriormente, ao lançar toneladas de terra no mar, sobre costões rochosos; deixar taludes desmatados e instáveis; e desencadear um processo acelerado de construção de condomínios e hotéis às expensas de aterros de manguezais, desmatamento e expulsão de comunidades que viviam da pesca tradicional e da agricultura de roça. Ainda em 1971, o Governo do antigo Estado do Rio de Janeiro ofereceu ao Estado da Guanabara, então sob o comando do Governador Chagas Freitas, Cr$ 3 milhões para a compra das terras cedidas pela União, com a finalidade de implantar um Parque. O Estado da Guanabara não aceitou o valor, exigindo Cr$ 10 milhões, o que impediu o acordo. Certo de que a compra se efetuaria, o Governo fluminense criou, antecipadamente, o Parque Estadual da Ilha Grande através do Decreto Estadual 15.273, de 28 de junho de 1971. A vida na Ilha Grande na época de criação do PEIG No início dos anos 70, época da criação do Parque, para grande número de brasileiros o nome da Ilha Grande era associado imediatamente ao temido presídio. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo II | 7/13 Considerada “área de segurança nacional”, a Ilha vivia de certa forma isolada. Todos que desembarcavam na Vila do Abraão tinham que se identificar no posto da Polícia Militar e informar a razão da vinda. As visitas aos presos aconteciam três vezes na semana. Duas embarcações pequenas, arrendadas pela Empresa Sul Fluminense, faziam regulamente o trajeto Abraão – Angra dos Reis duas vezes por semana. Na Ilha viviam cerca de 7 mil pessoas, a maioria em Abraão, Dois Rios e Araçatiba. A economia era baseada no presídio, que empregavam dezenas de moradores e cujos soldos movimentavam o comércio local; na lavoura decadente de banana e mandioca; na pesca artesanal e industrial e nas fábricas de entalamento de sardinha. Os estoques naturais de sardinha e outros peixes na baia de Ilha Grande e vizinhanças já estavam em pleno declínio devido à sobrepesca. A energia da Vila do Abraão era provida pela usina do presídio de Dois Rios. Nas demais localidades, poucos geradores particulares a diesel abasteciam as casas. A estrada AbraãoDois Rios encontrava-se em péssimo estado. Havia apenas dois restaurantes e dois hotéis, cujas reservas eram feitas no Rio de Janeiro: Mar da Tranquilidade na Vila do Abraão e Paraíso do Sol na praia de Mangues, enseada das Palmas. Dentre os eventos, ocorriam seguidos torneiros de pesca submarina na ponta dos Meros e o Festival do Camarão, este promovido pelo Hotel Mar da Tranqüilidade. Os primeiros planos governamentais e as ações entre 1971 a 1977 A idéia central do Governo do Rio de Janeiro para a Ilha Grande era implantar um Parque Estadual para proteger as partes superiores das montanhas enquanto destinava as baixadas e a base das encostas para empreendimentos turísticos. Esta era a concepção original do Parque. O período de 1971 e 1977 é marcado por seguidos anúncios de estudos e projetos para materializar a idéia que jamais fora concretizada devido à falta de entendimento entre os governos estaduais até 1975, e a impossibilidade de fechar o presídio de Dois Rios pela ausência de vagas no sistema carcerário da capital. Sem embargo, o único fato relevante ocorrido no PEIG entre 1971 e 1977 foi a redução de sua área de 15 mil para 10 mil ha ordenada em 1973, com a retirada dos imóveis dos presídios por força do Decreto n° 16.067, de 04 de junho de 1973. O governo fluminense, através da FLUMITUR ajustou a proposta de 1971, prevendo nas baixadas e na base das encontas a implantação de resorts, hotéis de luxo, campings, bangalôs, quadras e campos de esporte, ancoradouros, marinas, restaurantes e hipismo, além de áreas para esqui aquático, caça submarina, pesca de arremesso, iatismo e montanhismo, em especial em Lopes Mendes, praias do Sul e do Leste, Vermelha, Araçatiba, Santana, Corisco, Galego, Preta, Julia, Morcego, Aroeira, Ubatuba, Jaconema, Matariz, Iguaçu e Saco das Palmas. Lopes Mendes e a Praia do Sul receberiam pistas de pouso. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 8/13 | Anexo II Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande A figura a seguir, publicada no Jornal do Brasil de 17/06/1973, ilustra o plano do governo fluminense. Notar a linha preta que delimita o Parque seguindo grosso modo o Decreto n° 16.067/73, com a retirada das áreas dos presídios. Fonte: Jornal do Brasil. Figura 2 - Plano Governamental de Aproveitamento Turístico da Ilha Grande em 1973. O ano de 1975 assiste a fusão dos Estados da Guabanara e Rio de Janeiro e a criação da Nuclebrás e da FEEMA, assim como o surgimento da Sociedade de Moradores e Amigos da Ilha Grande. O Governo Estadual novamente ressuscita o Plano da FLUMITUR elaborado em 1971 e ajustado em 1973, mas não atinge qualquer resultado prático. Em 1977 é inaugurado o Terminal da Baía da Ilha Grande (TEBIG). Oscilações de tamanho A superficie do PEIG variou entre 4,33 mil e 15 mil ha ao longo da sua história. Ao ser criado tinha 15.000 ha, mas já em 1973 viu-se diminuído para 10.000 ha devido à retirada dos imóveis dos presídios. Em 1978 foi novamente reduzido, desta vez para 4.330 ha, passando a ser constituído exclusivamente pelos imóveis dos presídios anteriormente retirados. Assim permaneceu até janeiro de 2007, quando foi ampliado para 12.052 ha por força do Decreto Estadual n° 40.602. Releva mencionar que entre 1971 e 1978, a parte montanhosa Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo II | 9/13 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande da área hoje correspondente à Reserva Biológica fez parte do Parque Estadual da Ilha Grande. O quadro a seguir ilustra a variação territorial do PEIG. Quadro 1 – Variação de superfície do PEIG Período Superfície (ha) Características 15.000 Abarcava todos os terrenos da Ilha Grande acima de uma determinada cota, provavelmente a cota 100. As baixadas seriam destinadas para infraestrutura turística privada, em especial em Dois Rios, Lopes Mendes, praias do Sul e do Leste e outros espaços. 1971 – 1973 1973 – 1978 1978 – 2006 2007- 2008 10.000 Retirada das áreas (5.600 ha) dos imóveis dos dois presídios dos limites oficiais estabelecidos em 1971 pelo decreto de criação. 4.330 Passa a ser constituída exclusivamente pelos imóveis dos presídios, que haviam sido retiradas em 1973. 12.052 Ampliado pelo Decreto Estadual n° 40.602 Fonte: IEF / CODIG, 2008. Resenha Histórica do Parque Estadual da Ilha Grande. De 1978 aos dias atuais No dia 25 de agosto de 1978, o Governo do Estado baixou dois decretos. Um deles (Decreto 2.062) declarou todas as áreas acima de 200 m como de preservação permanente. A época, o instrumento que disciplinava o uso do solo era o Código de Postura de Angra dos Reis. O outro (Decreto n° 2.061) diminuiu a área do Parque de 10 para 4,3 mil ha, além de tranferir a administração do PEIG para o Departamento Geral de Recursos Naturais Renováveis (DGRNR) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento. Com essa medida, sete anos após ter sido criado, o Parque começa de fato a existir, agora com 1/3 de seu tamanho originalmente planejado em 1971. Pela primeira vez foi designado um Administrador, o Engº. Agrônomo Roberto Freitas. Além disso, foram transferidos ao DGRNR e reformados três imóveis, onde hoje funcionam o alojamento, a casa do administrador e o depósito, e adquiridos equipamentos. O decreto determinou um conjunto de ações para implantação do Parque, muitas das quais não foram levadas a efeito. O então Prefeito-interventor de Angra dos Reis, Almirante Jair Toscano, defendia publicamente que a ilha inteira deveria ser preservada. Ainda em 1978, em vias paralelas, na FEEMA e no Departamento de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria de Estado de Agricultura, surgiu a idéia de criar uma unidade de conservação exclusiva para preservar integralmente o anfiteatro das praias do Leste e do Sul, acrescentando as praias do Aventureiro, Demo e Meros e não somente as partes superiores das florestas de encostas, como era o Parque. Na FEEMA, a idéia foi concebida pelo Engº. Agrônomo Alceo Magnanini e pelas biólogas Norma Crud e Dorothy Araújo e, na Secretaria de Agricultura, pelo Engº. Agrônomo Roberto Freitas, primeiro administrador do PEIG. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 10/13 | Anexo II Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Na FEEMA, a proposta embrionária da Reserva, ainda que não explicitamente, aparece no documento do Departamento de Conservação Ambiental intitulado “Relatório sobre a situação florestal da Região Programa Litoral Sul com diretrizes sobre as áreas críticas a serem reflorestadas e recomendações para implantação de reservas biológicas e o PEIG”. O Administrador do PEIG levou a idéia ao I Simpósio Nacional de Ecologia (Subcomissão de parques e reservas), em 1978, ocasião em que articulou uma moção recomendando à Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) do Governo Federal, que instituísse uma Estação Ecológica para proteger as praias do Sul e do Leste1. O então diretor da SEMA, Paulo Nogueira Neto, recebeu a proposta mas, ao invés encampá-la, sugeriu que o Estado criasse uma área protegida Abaixo são apresentados, em ordem cronológica, os principais fatos que marcam a história do Parque Estadual da Ilha Grande entre 1979 e 2008. Anunciado pela UFRJ a implantação de um centro de pesquisas ecológicas em Dois Rios (não efetivado). 1979 Colonos livres de Dois Rios são transferidos para a Colônia Agrícola de Magé. Conclusão das obras de eletrificação da Ilha Grande pela empresa CBEE, através de cabo submarino vindo do continente. Obra financiada pelo Ministério das Minas e Energia. 1980 Noticiado grande empreendimento estendendo-se da praia da Longa às praias do Leste e Sul. Cancelado pela FEEMA graças à forte mobilização da sociedade com a Campanha Popular em Defesa da Natureza. Projeto oficial dentro do plano anual de atividades da FEEMA prevendo a preservação das praias do Leste e do Sul através da criação da Reserva Biológica da Praia do Sul. Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) do Governo Federal anuncia Comissão com o Governo do Estado para propor a criação de uma área de proteção ambiental ou estação ecológica federal na Ilha Grande. 1981 Lideranças da sociedade civil da Ilha Grande apoiam criação da Reserva Biológica da Praia do Sul. FEEMA publica o relatório “A situação ambiental dos ecossistemas da Praia do Sul e Leste, com vistas à preservação” embasando a proposta de criação da Reserva. Decreto Estadual n° 4.972 de 2/12 cria a Reserva Biológica Estadual da Praia de Sul. 1982 Decreto Estadual nº. 5.444, de 07/04 coloca a RBPS sob responsabilidade da FEEMA. 1983 DER/RJ anuncia obras de melhoria na estrada Abraão - Dois Rios, mas não as realiza. 1985 FEEMA conclui o Plano Diretor da RBPS, mas não o oficializa. PEIG transferido da Secretaria de Agricultura para recém criado IEF, ficando subordinado à Diretoria de Conservação da Natureza – DCN. 1986 Ilha Grande, RBPS e PEIG passam a integrar a APA dos Tamoios, criada pelo Decreto Estadual 9452 de 05/12. Criado o Fundo Estadual de Conservação Ambiental (FECAM). Governo Estadual assina com o Ministério da Justiça convênio para reformulação do sistema penitenciário, prevendo a desativação do presídio da Ilha Grande no prazo de um ano. 1 Os estudos da área da RBPS atendiam à Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, do Ministério do Interior, que pretendia criar um conjunto de Estações Ecológicas no país. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1987 Anexo II | 11/13 Grande parte da Ilha Grande é tombada pela Secretaria de Cultura (Resolução 29, de 14/10/87) como monumento natural. FEEMA embarga abertura de estrada de rodagem entre as praias da Longa e do Sul. 1988 Promulgação da Constituição Federal. A Ilha Grande passa a ser considerada patrimônio nacional, pois possui vegetação de Mata Atlântica e está localizada na Zona Costeira. Constituição do Estado declara a Ilha Grande como área de relevante interesse ecológico (art. 269). 1989 Leilão de venda da praia de Lopes Mendes suspenso por vitória da ação civil pública movida pela Procuradoria Geral do Estado. Liminar considera que imóvel é propriedade do Estado, cedido pela União. Assinado o Convênio IEF – PRONATURA – ESSO para investimentos no PEIG (26/03). 1990 Inaugurada pela FEEMA a sede da RBPS, financiada pela WWF, ESSO e Cia. Docas do Rio de Janeiro. Criados o Parque Estadual Marinho do Aventureiro (Decreto n° 15.983) e a Estação Ecológica de Tamoios. Inaugurado o Destacamento do Corpo de Bombeiros na Ilha Grande. Lançado documento “Ilha Grande sem medo: estudo de viabilidade de uso do terreno do Instituto Penal Cândido Mendes para fins de turismo e lazer”, pela Secretaria de Estado de Planejamento e Controle. 1991 Governo anuncia intenção de licitar a implantação de polo turístico-hoteleiro em Dois Rios, em troca da construção de um complexo penitenciário com 2.500 vagas fora da Ilha Grande. Aprovado o Plano Diretor Municipal de Angra dos Reis. IEF conclui o Plano de Manejo do PEIG, elaborado pela UFRRJ, mas não o oficializa. 1992 Lançado Programa Ambiental de Desenvolvimento Integrado da Baía da Ilha Grande (PADIBIG), jamais executado. Ilha Grande recebe status internacional ao integrar Reserva da Biosfera da Mata Atlântica reconhecida oficialmente pela UNESCO. Publicado Plano Diretor da APA dos Tamoios. 1993 Casarão é formalmente repassado ao IEF, que promove ampla reforma, inaugurando-o em 18 de julho de 1993, com recursos da Esso. Fechada a última fábrica de processamento de sardinha na Ilha Grande. Governo do Estado assina Termo de Cessão de Uso do Casarão ao IEF e à Prefeitura de Angra dos Reis pelo prazo de 10 anos (Processo E-06/20140/89). 1994 Governo Estadual desativa Instituto Penal Cândido Mendes, implodindo-o, sendo o imóvel transferido à UERJ. Como o Decreto n° 2.061, de 25 de agosto de 1978, permanecia válido, criouse uma situação inusitada, a de uma universidade ter mais da metade da posse das terras do Parque. Criada a Comissão Especial para analisar, estudar e propor soluções para o aproveitamento das áreas públicas na Ilha Grande (Decreto 19.816, de 06/04/1994), sem qualquer resultado prático. Justiça suspende leilão do imóvel da praia de Lopes Mendes por parte de um banco privado, determinando que a área era pública. Prefeitura de Angra dos Reis interdita construção de estrada que pretendia cortar a RBPS para a construção de hotel. Aprovado o Plano Diretor da APA dos Tamoios (Decreto Estadual nº 20.172/94). 1995 1997 Instalada pelo Estado a "Unidade de Gestão Ambiental Integrada" da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, na Ilha Grande. Lançado pela SEMA/RJ o Programa de Gestão para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Contribuinte à Baía da Ilha Grande, jamais executado. PMAR conclui o Plano Diretor de Turismo da Ilha Grande (PMAR), jamais executado. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 12/13 | Anexo II Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande UERJ inaugura Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável – CEADS. 1998 PMAR aprova decreto liberando edificações em costões rochosos nas ARIES das Ilhas Grande e da Gipóia. Concluídas as obras do terminal turístico (cais do Abraão) com apoio do Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande (Convênio MMA/PNMA/PED). 2000 Criados o Comitê de Defesa da Ilha Grande (CODIG) e a Associação de Moradores e Amigos do Aventureiro (AMAV). Governo do Estado estabelece Plano Básico de Ordenação Ambiental que culmina na assinatura do TAC da Ilha Grande. A Ilha Grande torna-se parte do Polo de Ecoturismo da região Sudeste, Costa Verde (Ministérios do Turismo e do Meio Ambiente). Proposta ao Governo do Estado a criação do Parque Estadual Marinho da Ilha Grande. 2001 Assinatura do Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta Ambiental da Ilha Grande (20 de janeiro de 2002) entre o Ministério Público, FEEMA, IEF, UERJ e PMAR. FEEMA solicita formalmente a cessão de terras da REBIO à GRPU. IEF cria Grupo de Trabalho para ampliação do PEIG pelo IEF, que concluiu o estudo, sendo a proposta aprovada em Audiência Publica em Angra dos Reis realizada no dia 5 de novembro. Conferência Nacional do Meio Ambiente aprova proposta de criação de Unidade de Conservação federal de uso sustentável na Ilha Grande. 2003 Plenária do CONAMA aprova criação do Parque Nacional Marinho da Ilha Grande, jamais efetivado. Prefeitura submete revisão do Plano Diretor de Angra dos Reis, incluindo a Ilha Grande. 2004 2005 2006 A Ilha Grande é considerada de prioridade extremamente alta (MA-698) pelo Governo Federal, com base nos estudos do "Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO”. SENAC/SEBRAE desenvolve Projeto Unir & Vencer, de capacitação local, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece o Programa de Promoção do Turismo Inclusivo na Ilha Grande, planejado pela COPPE/UFRJ. Encaminhamento à ALERJ do Projeto de Lei nº. 3058/2005 que dispõe sobre a ampliação, ratificação e consolidação do Parque Estadual da Ilha Grande, de autoria do deputado estadual Carlos Minc. Assinado Termo de Compromisso com a empresa Termo Rio para investimentos de recursos de compensação ambiental. Inauguradas, em 16 de setembro, as reformas dos imóveis da sede (Casarão), alojamento, casa do administrador e depósito, além de aquisição de equipamentos. Na revisão das diretrizes do Plano Diretor do município de Angra dos Reis, em 2006, foi aprovada a criação de um Plano Diretor próprio para a Ilha Grande, através da Lei nº 1754, de 21 de dezembro de 2006, publicada no dia 11 de janeiro de 2007. Assinatura do termo de compromisso entre a prefeitura de Angra dos Reis, a FEEMA e a Associação de Moradores do Aventureiro (AMAV), permitindo a prática dos campings e pedindo a recategorização da praia do Aventureiro. Governo determina prioridade na implantação do PEIG. Iniciado Programa de Fortalecimento do Parque Estadual da Ilha Grande no âmbito do IEF (janeiro), com cooperação técnica e financiamento da TERMORIO, Programa de Proteção à Mata Atlântica (PPMA/KfW), do Instituto Ambiental da Vale e do Corpo de Bombeiros, e parceiros como FEEMA, SERLA, UERJ, Secretaria de Educação, BPFMA, DPMA, PGE, DRM, Prefeitura de Angra dos Reis, Prefeitura de Mangaratiba, IBAMA e CODIG. 2007 PEIG ampliado passando de 4.330 ha para 12.052 ha por força do Decreto Estadual n° 40.602, assinado pelo Governador em solenidade na Vila do Abraão, em 2 de fevereiro de 2007. Prefeitura de Angra dos Reis retoma revisão do Plano Diretor Municipal exclusivo para Ilha Grande. Criado o GT de Sustentabilidade da Ilha Grande (Resolução SEA nº 007, de 05/03). Instituído o regime de gestão compartilhada entre o IEF e a FEEMA para gestão das unidades de conservação então sob responsabilidade da FEEMA (Resolução SEA). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo II | 13/13 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Oficina de Planejamento da APA dos Tamoios. Renovado o Termo de Compromisso com a TERMORIO (09/05) para investimentos de compensação ambiental. 2007 Companhia Vale e IEF assinam termo de cooperação técnico-operacional para restauração de ecossistemas do PEIG (Junho). Lei autoriza organização do Instituto Estadual do Ambiente – INEA (Lei 5.101, de 04/10/07). Criado serviço de Guarda-Parque no Corpo de Bombeiros (Decreto n° 41089, de 21/12). Em 28 de março, em solenidade na Vila do Abraão, Governador anuncia as melhorias do PEIG: Centro de Visitantes e Sede equipados; Circuito Abraão com pórtico, guarita, placas de sinalização, mesas de piquenique e cestas de lixo; inauguração do viveiro; ampliação da equipe administrativa e operacional; reativação do Conselho Consultivo; frota do Parque reformada e adesivada; equipamentos de combate a incêndios foram adquiridos e lançamento da nova logomarca do Parque, de informativo em formato tablóide e de folhetos. Além disso, neste dia aconteceu a transferência de Comando do Destacamento da Ilha Grande do 10º Grupamento de Bombeiro Militar - Angra dos Reis para o GSFMA. O Destacamento será a primeira unidade do serviço de Guardas-Parque, contando com 25 homens e mulheres. SERLA anuncia investimentos do FECAM no saneamento da Vila do Abraão, Provetá, Praia Grande de Araçatiba e Saco do Céu. Criado o GT do Aventureiro (abril). IEF conclui as obras de reforma do alojamento, do galpão e da casa do administrador (julho). 2008 UERJ conclui Estudo Ambiental da Ilha Grande, uma descrição cientifica da Ilha em 12 volumes. CODIG conclui 5 estudos complementares sobre a Ilha para subsidiar o Plano de Manejo. Grupo de Trabalho conclui redação das Diretrizes Territoriais para o Plano Diretor Municipal da Ilha Grande e apresenta em Audiência Pública. IEF treina Grupamento de Guardas-Parques da Ilha Grande. PEIG aprova no FECAM a compra de lancha operacional econômica. CONSIG lança Plano de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande. Emenda parlamentar destina R$ 900 mil para o Parque. Companhia Vale adota o Parque Estadual da Ilha Grande (dezembro), destinando R$ 1 milhão/ano para os próximos cinco anos. Os seguintes profissionais administraram o PEIG e a RBPS: PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE Engº. Agrônomo Roberto Teixeira RESERVA BIOLÓGICA 1979 - 1982 Engº. Agrônomo Alceo Magnanini Engº. Florestal Rafael Souto Maior 1982 - 1986 Geógrafo Rogério Ribeiro de Oliveira 1983 - 1991 Engº. Agrônomo Christiano Brandt 1986 - 1994 Pedro Paulo 1991 - 1992 Suelí Vianna Drumond 1994 - 1995 Bióloga Norma Crud Maciel 1993 - 2007 Márcio Galardo 1995 - 1999 Engº. Agrônomo João Emílio Fernandes Rodrigues 2007 - 2008 (setembro) Bombeiro Militar Loydmar Alencar 1999 - 2002 Eng. Florestal Gilberto Terra 2008 (setembro) - 2009 (agosto) Engº. Florestal Alberto Daniel 2002 - 2004 Biólogo Izar Araujo Aximoff 2009 (setembro) - Engº. Agrônomo Ibá dos Santos 2004 - 2007 (abril) Engº. Agrônomo João Emílio Fernandes Rodrigues 2007 (abril) - 2008 (set) Eng. Florestal Gilberto Terra 2008 (setembro) 2009 (agosto) Biólogo Izar Araujo Aximoff 2009 (setembro) - Instituto Estadual do Ambiente – INEA 1981 - 1982 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO III MEMORIAL DESCRITIVO DOS LIMITES DO PEIG Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo III | 1/1 ANEXO III - MEMORIAL DESCRITIVO DOS LIMITES DO PEIG LIMITES OFICIAIS DO PARQUE (Decreto Estadual n° 40.602, de 2 de fevereiro de 2007, Art. 3º) Delimitação: abrange todas as terras localizadas acima da cota altimétrica de 100 (cem) metros, excetuando-se aquelas pertencentes à Reserva Biológica da Praia do Sul, apresentando a seguinte delimitação por pontos e correspondentes coordenadas aproximadas UTM, com base nas cartas topográficas escala 1:25.000, editadas pelo DSG: inicia no ponto P01 (584.642 / 7.441.062) no encontro da cota altimétrica de 100 metros com o atual do limite do PEIG, segue no sentido SE por esta cota até encontrar novamente o limite atual do PEIG no ponto P02 (587.855 / 7.438.113), segue por este limite, no sentido NE, até encontrar novamente a cota altimétrica de 100 metros no ponto P03 (589.856 / 7.438.940), segue por esta cota no sentido SE-SO até encontrar o limite atual do PEIG no ponto P04 (589.632 / 7.435.982), segue por este limite, que coincide com o divisor de águas, no sentido SO até o ponto P05 (588.828 / 7.43549), na linha de costa, segue pela linha de costa até a ponta da Tacunduba no ponto P06 (574.513 / 7.434.457), quando encontra o limite da Reserva Biológica da Praia do Sul, segue nos sentidos NE-O-SO acompanhando o limite da Reserva Biológica da Praia do Sul até o ponto P07 (566.754 / 7.432.644), no encontro desse limite com a cota altimétrica de 100 metros, segue por essa cota altimétrica nos sentidos NO-NE, contornando a Ilha Grande pela face N até o ponto P08 (584.882 / 7.442.952), quando encontra novamente o limite atual do PEIG que coincide com o divisor de águas, segue no sentido NE acompanhando o limite atual do PEIG até encontrar a linha de costa no ponto P09 (585.028 / 7.443.045), segue no sentido sul, acompanhando o limite atual do PEIG, até encontrar novamente o ponto P01 (584.642 / 7.441.062), fechando assim o polígono referente ao PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE, com área total aproximada de 12.052 ha (doze mil e cinquenta e dois hectares). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO IV DOMÍNIO DAS ILHAS Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo IV | 1/2 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO IV - DOMÍNIO DAS ILHAS As ilhas marítimas estão classificadas em oceânicas e costeiras. As ilhas oceânicas estão localizadas em alto-mar, afastadas da costa, enquanto as costeiras ficam próximas ao continente, no mar territorial (faixa de 12 milhas marítimas de largura). Os conceitos foram definidos com o julgado unânime do Supremo Tribunal Federal, proferido no RE 101.037/SP, Relator Ministro Francisco Resek:“ (...) A tese ora prevalente na espécie tem apoio na abordagem técnica de um dos mais conhecidos e respeitados geógrafos do Brasil neste século, Aroldo de Azevedo; a quem se reporta, concordante, não menos ilustre expoente do direito administrativo, Hely Lopes Meirelles, quando afirma: as ilhas marítimas classificam-se em costeiras e oceânicas. Ilhas costeiras são as que resultam do relevo continental ou da plataforma submarina; ilhas oceânicas são as que se encontram afastadas da costa e nada têm a ver com o relevo continental ou com a plataforma submarina.” (Direito Administrativo Brasileiro: São Paulo, RT, 1983, p. 451) A Constituição do Brasil é clara a respeito da dominialidade da Ilha Grande, não havendo dúvidas de que ela pertence à União (art. 20, IV). Recentemente, a Emenda Constitucional n° 46/05 trouxe alterações ao inciso IV, do artigo 20 da Constituição, conforme mostrado abaixo. Redação anterior Nova redação Art. 20. São bens da União: ................................................... IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes limítrofes com outros países; as praias com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, excluídas, destas, as que contenham a sede II; de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; A emenda excluiu do patrimônio da União, portanto, os terrenos situados no interior das ilhas costeiras que contenham sede de município. Antes disso, só estavam excluídas do patrimônio federal as áreas legitimamente tituladas em nome dos estados, municípios ou particulares. Entretanto, permanecem no patrimônio da União as áreas das ilhas costeiras que, mesmo contendo sede de municípios, estiverem afetadas ao serviço público federal ou à unidade ambiental federal, bem como os terrenos submetidos ao registro público em nome da União. O conceito de sede do município, embora não tenha uma definição consolidada nas matérias jurídicas disponíveis, somente abarca o perímetro urbano. As áreas rurais, portanto, não Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/2 | Anexo IV Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande foram afetadas pela EC n° 46/05 e permanecem sob domínio da União (Decreto-lei n° 311/38). Históricamente, as ilhas sempre foram patrimônio público. A primeira norma tratando sobre a propriedade das ilhas são as Ordenações Filipinas (1603-1916). Estas trazem em seu Livro II, que trata "Dos Direitos Reaes", em seu Título XXVI, n° 10, que eram propriedade do Patrimônio Real as ilhas "adjacentes mais chegadas ao Reino". Com a independência do Brasil, as ilhas marítimas, que antes eram do Patrimônio Real, passaram a compor o patrimônio público, seja federal, seja estadual. Em 1916, o Código Civil revogou explicitamente as Ordenações referidas, não havendo, todavia, qualquer dúvida de que as ilhas permaceram públicas. Logo em 1946, o Decreto-Lei 9.760 de 5 de setembro estabeleceu: “Art 1° – Incluem-se entre os bens da União: a) os terrenos de marinha e seus acrescidos;...... j) os que foram de domínio da Coroa”. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO V PARQUES INSULARES DE DESTAQUE NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo V | 1/1 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO V - PARQUES INSULARES DE DESTAQUE NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE Equador Parque Nacional de Galápagos Canadá Prince Edward Island e Gulf Island National Parks Venezuela Parques Nacionais do Archipiélago Los Roques e da Laguna de Restinga Cuba Parque Nacional de Cayo Cantiles - Avalo – Rosário e da Punta Francés México Parques Nacionais do Archipiélago de San Lorenzo, Costa Occidental de Isla Mujeres, Punta Cancún y Punta Nizuc, Isla Contoy, Islas del Golfo de Califórnia e Isla San Pedro Mártir Chile Parques Nacionais Rapa Nui – Ilha de Páscoa, Isla Madalena e Archipiélago Juan Fernández Caribe Antigua e Barbuda Nelson Dockyard e Wa´Omoni Beach National Parks Aruba Arikok National Park Bahamas Peterson's Cay, Abaco, Bonefish Pond, Central Andros, Conception Island, Harrold and Wilson Ponds, Inagua, Little Inagua, Lucayan, Moriah Harbour Cay and Walker's Cay National Parks Barbados Farley Hill National Park Bonaire Bonaire National National Park Ilhas Virgens dos EUA Virgin Island National Park Ilhas Virgens Britânicas Sage Mountain, Mount Healthy e Gorda Peak National Parks Ilhas Cayman Barkers' National Park Curaçao Cristoffel National Park Dominica Cabrits e Morne Trois National Parks Granada Grand Etang e Levera National Park Guadaloupe Parc Naturel de Guadeloupe Jamaica The Blue and John Crow Mountains National Park Repúb. Dominicana Parque Nacional del Este - Isla Saona Saba Saba Marine Park St Eustatius Statia Marine Park, Quill/Boven National Park St Kitts & Nevis Park Brimstone Hill Fortress National Park St Lucia Canaries, Grand Anse, Point Sable and Qualibou National Parks Saint Vincent and the Grenadines Tobago Cays National Park Trinidad and Tobago Maracas National Park, Buccoo Reef Marine Park Turks & Caico Priscess Alexandra National Marine Park, Chalk Sound National Park Marine Park, Fonte: PORTER, D. e DANFORTH, P. Frommer’s Caribbean 2007. Wiley Publishing, 2007. 777 p. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Washington Slagbaai Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VI UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VI | 1/1 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VI - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO UCs ESTADUAIS UCs FEDERAIS Parques (8) Parques (5) Parque Estadual Cunhambebe Parque Nacional de Itatiaia Parque Estadual de Desengano Parque Nacional da Serra dos Órgãos Parque Estadual da Ilha Grande Parque Nacional da Tijuca Parque Estadual da Pedra Branca Parque Nacional da Serra da Bocaina Parque Estadual da Serra da Tiririca Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba Parque Estadual dos Três Picos Parque Estadual da Serra da Concórdia Parque Estadual Marinho do Aventureiro Reservas Biológicas (3) Reservas Biológicas (3) Reserva Biológica da Praia do Sul Reserva Biológica de Poço das Antas Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba Reserva Biológica União Reserva Biológica de Araras Reserva Biológica de Tinguá Estações Ecológicas (2) Estações Ecológicas (2) Estação Ecológica do Paraíso Estação Ecológica de Tamoios Estação Ecológica de Guaxindiba Estação Ecológica da Guanabara Reserva Ecólogica (3) Reserva Ecólogica (1) Reserva Ecológica de Jacarepiá Reserva Ecológica de Alcobaça Reserva Ecológica de Massambaba Reserva Ecológica da Juatinga Área de Relevante Interesse Ecológico (0) Área de Relevante Interesse Ecológico (2) ÁRIE Arquipélago das Cagarras ÁRIE Floresta da Cicuta Área de Proteção Ambiental (13) Área de Proteção Ambiental (5) Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira Área de Proteção Ambiental de Mangaratiba Área de Proteção Ambiental de Cairuçu Área de Proteção Ambiental de Tamoios Área de Proteção Ambiental de Guapimirim Área de Proteção Ambiental de Gericinó/Mendanha Área de Proteção Ambiental de Petrópolis Área de Proteção Ambiental de Maricá Área de Proteção Ambiental do São João/ Mico Leão Dourado Área de Proteção Ambiental de Massambaba Área de Proteção Ambiental de Sapiatiba Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil Área de Proteção Ambiental da Floresta do Jacarandá Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio dos Frades Área de Proteção Ambiental do Rio Macacu Área de Proteção Ambiental do Rio Guandu Área de Proteção Ambiental Nova Sepetiba II Reserva Extrativista (0) Reserva Extrativista (1) Reserva Extrativista de Arraial do Cabo Floresta (0) Floresta (1) Floresta Nacional Mário Xavier Fonte: Secretaria de Estado do Ambiente, 2008. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VII LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIZINHAS Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo VII | 1/9 ANEXO VII - LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DO PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIZINHAS I – PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE - que as coberturas florestais nativas, a zona costeira e a Ilha Grande são áreas de a) DECRETO ESTADUAL Nº 40.602, DE 12 relevante interesse ecológico, segundo o art. DE FEVEREIRO DE 2007 269 da Constituição do Estado do Rio de Dispõe sobre a ampliação, ratificação e consolidação do Parque Estadual da Ilha Janeiro; - que as florestas e demais formas de Grande, localizado no município de Angra dos vegetação são reconhecidas de utilidade às Reis, e dá outras providências. terras que revestem e bens de interesse comum a todos os habitantes, sendo o direito O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE de propriedade exercido com as limitações JANEIRO, que no uso de suas atribuições constitucionais e legais, a legislação ambiental estabelece, especialmente naquelas áreas consideradas de CONSIDERANDO: preservação permanente, conforme dispõem os arts. 1°, 2° e 3° da Lei Federal nº - que é dever do Poder Público defender e preservar o meio ambiente ecologicamente 4.771, de 15 de setembro de 1965, que aprovou o Código Florestal; equilibrado, bem de uso comum do povo e - que a Zona Costeira é conceituada como essencial à sadia qualidade de vida, conforme sendo o espaço geográfico de interação do ar, determinam os arts. 225 da Constituição do mar e da terra, incluindo seus recursos Federal e 261 da Constituição Estadual; renováveis ou não, abrangendo uma faixa - que a Mata Atlâmtica, a Serra do Mar e a Zona Costeira constituem patrimônio nacional, cuja utilização só pode ser feita de acordo com lei, conforme o disposto no § 4° do art 225 da marítima e outra terrestre, sendo considerada bem de uso comum do povo segundo os arts. 2° e 3° da Lei Federal nº 7.661, de 16 de maio de 1988, que institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro; Constituição Federal; - que o Poder Público tem o dever de definir espaços territoriais a serem ambientalmente protegidos, de acordo com o inciso III do § 1º do artigo 225 da Constituição Federal e inciso III do artigo 261 da Constituição do Estado do - que parques são unidades de conservação de proteção integral, que têm como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, podendo ser ampliados através de atos do Poder Público, segundo os artigos 11 e 22 da Rio de Janeiro; Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, - que os manguezais, praias, vegetação de restinga, áreas que abriguem espécies que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza; ameaçadas de extinção, exemplares raros de fauna e da flora e áreas de interesse arqueológico, histórico, paisagístico e cultural são áreas de preservação permanente, de acordo com o art. 268 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro; Instituto Estadual do Ambiente – INEA - o disposto nos Decretos Estaduais nos 15.273, de 28 de junho de 1971, 2.061, de 25 de agosto de 1978, e 9.728, de 06 de março de 1987, que tratam da criação do Parque Estadual da Ilha Grande; e 2/9 | Anexo VII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande - as conclusões e estudos técnicos do Grupo de (Conceição de Jacareí), MI-2772/1-SO e SE Trabalho instituído pela Deliberação CECA nº (Ilha Grande W), MI-2772/2-SO e SE (Ilha 4.181/02, incluindo o resultado da consulta Grande), editadas pela Diretoria de Serviços pública efetuada perante os interessados, Geográficos – DSG do Ministério do Exército: conforme especificado no processo administrativo n° E-07/300.300/2002. DECRETA: Art. 1º - Fica ampliado o Parque Estadual da Ilha Grande, com inclusão das seguintes áreas: I – toda a faixa de terras que, atualmente, separa o Parque Estadual da Ilha Grande da Reserva Biológica da Praia do Sul, criada pelo Decreto Estadual nº 4.972, de 02 de dezembro de 1981; II – todas as terras da Ilha Grande localizadas acima da cota altimétrica de 100 (cem) metros. Art. 2º - Fica ratificada a inclusão da Praia Lopes Mendes e de sua área alodial nos limites do Parque Estadual da Ilha Grande, como referido nos mapas e plantas oficiais da referida unidade de conservação. Art. 3º – Em virtude da ampliação efetuada pelo art. 1º e da ratificação ocorrida pelo art. 2º, o Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), localizado na Ilha Grande, na Baía de Angra dos Reis, na porção sul do Estado do Rio de Janeiro, passa a se constituir com área total aproximada de 12.052 hectares (120,52 quilômetros quadrados), abrangendo as terras da Ilha Grande hoje pertencentes ao Parque, acrescidas de todas as demais localizadas acima da cota altimétrica de 100 (cem) metros, excetuando-se aquelas pertencentes à Reserva Biológica da Praia do Sul, e apresentando a seguinte delimitação correspondentes por coordenadas pontos e aproximadas UTM, com base nas cartas topográficas escala 1.25.000, folhas MI-2772/1-NO (Praia Brava), MI-2772/1-NE (Angra dos Reis), MI-2772/2-NO Inicia no ponto P01 (584.642 / 7.441.062) no encontro da cota altimétrica 100 metros com o atual do limite do PEIG, segue no sentido SE por esta cota até encontrar novamente o limite atual do PEIG no ponto P02 (587.855 / 7.438.113), segue por este limite no sentido NE até encontrar novamente a cota altimétrica de 100 metros no ponto P03 (589.856 / 7.438.940), segue por esta cota no sentido SE-SO até encontrar o limite atual do PEIG no ponto P04 (589.632 / 7.435.982), segue por este limite, que coincide com o divisor de águas, no sentido SO até o ponto P05 (588.828 / 7.435.494), na linha de costa, segue pela linha de costa até a ponta da Tacunduba no ponto P06 (574.513 / 7.434.457), quando encontra o limite da Reserva Biológica da Praia do Sul, segue nos sentidos NE-O-SO acompanhando o limite da Reserva Biológica da Praia do Sul até o ponto P07 (566.754 / 7.432.644), no encontro desse limite com a cota altimétrica de 100 metros, segue por essa cota altimétrica nos sentidos NO-NE, contornando a Ilha Grande pela face N até o ponto P08 (584.882 / 7.442.952), quando encontra novamente o limite atual do PEIG que coincide com o divisor de águas, segue no sentido NE acompanhando o limite atual do PEIG, até encontrar a linha da costa no ponto P09 (585.028 / 7.443.045), segue no sentido Sul, acompanhando o limite atual do PEIG, até encontrar novamente o ponto P01 (584.642 / 7.441.062), fechando assim o polígono referente ao PARQUE ESTADUAL DA ILHA GRANDE com área total aproximada de 12.052 ha (doze mil e cinqüenta e dois hectares). Parágrafo único – O mapa atual do Parque Estadual da Ilha Grande, com a delimitação por pontos e correspondentes coordenadas UTM, acha-se arquivado no Laboratório de Geoprocessamento da Fundação instituto Estadual de Florestas – IEF/RJ. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VII | 3/9 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Art. 4º - O Parque Estadual da Ilha Grande Art. 3º - Este Decreto entrará em vigor na data continuará sendo administrado pela Fundação de sua publicação, revogadas as disposições instituto Estadual de Florestas – IEF/RJ, que em contrário. adotará as medidas necessárias à sua efetiva RAYMUNDO PADILHA implantação. Governador do Estado Art. 5º - Fica estabelecido o prazo máximo de cinco anos, a partir da data de publicação deste c) DECRETO N° 16.067, DE 04 DE JUNHO DE Decreto, para a elaboração do Plano de Manejo 1973 do Parque Estadual da Ilha Grande. Demarca o Parque Estadual da Ilha Grande. Art. 6º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, com fundamento no artigo 65, item em contrário. III, da Constituição Estadual, Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2007. DECRETA: SÉRGIO CABRAL Art. 1º - Fica demarcado o Parque Estadual da b) DECRETO ESTADUAL Nº 15.273, DE 28 Ilha Grande, criado pelo Decreto nº 15.273, de DE JUNHO DE 1971 28 de junho de 1971, com aproximadamente 15.000 ha (quinze mil hectares), abrangendo Cria o Parque Estadual da Ilha Grande. todas as terras situadas na Ilha Grande, distritos de Abraão e Araçatiba, 5º e 6º do Município de O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, com fundamento no artigo 65, item III, da Constituição Estadual, Colônias Penal Cândido Mendes e Colônia Agrícola do Estado da Guanabara, assim constituídos: DECRETA: Art. 1º - Fica criado o Parque Estadual da Ilha Grande, com (quinze Angra dos Reis, excluindo-se os terrenos das mil aproximadamente 15.000 hectares), abrangendo ha terras situadas na Ilha Grande, Município de Angra dos Reis, visando a implantação de Zona de Apoio Turístico e a preservação de Reserva Florestal. a) Colônia Penal Cândido Mendes: Da ponte de atracação da SUSIPE (Superintendência do Sistema Penitenciário - GB) até o marco cravado na pedra da praia de Galego na enseada do Abraão, numa extensão aproximada de 1.400 m (mil e quatrocentos metros) de frente, internando-se até a linha de cumeeiras Art. 2º - A Companhia de Turismo do Estado do da serra, na parte central da Ilha e totalizando a Rio S.A. - FLUMITUR submeterá à apreciação área do Chefe do Poder Executivo, no prazo de 120 novecentos e quarenta mil, trezentos e onze (cento metros quadrados) segundo cálculos Reinhar e vinte) dias, projeto de decreto demarcando o Parque de que trata o artigo de 5.940.311,00 m2 (cinco milhões, Mark, em 1942. anterior, com a fixação das áreas consideradas prioritárias para a implantação do sistema, sua definição e funcionamento. b) Colônia Agrícola do Estado da Guanabara, antiga fazenda "Dois Rios": Da ponta da enseada Parnaioca, Instituto Estadual do Ambiente – INEA Lopes Mendes numa até a ponta da extensão aproximada de 4/9 | Anexo VII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 13.630 m (treze mil, seiscentos e trinta metros) de 1971, do antigo Estado do Rio de Janeiro, de de será implantado nos terrenos e benfeitorias de cumeeiras da serra, na parte central da Ilha e propriedade do Estado, situados na Ilha Grande, totalizando Município de Angra dos Reis. frente, internando-se a área de até 50 a km linha (cinqüenta quilômetros quadrados). Art. 2º - A implantação do Parque Estadual terá Art. 2º - Ficam considerados como Pólos como objetivo assegurar a preservação de Prioritários visando a implantação da Zona de recursos naturais e o incentivo a atividades Apoio Turístico a sede do distrito de Abraão e as turísticas. praias de Lopes Mendes e Freguesia de Santana e como Pólos Secundários o Saco das Art. 3º - Caberá à Secretaria de Estado de Palmas e Praias do Sul e do Leste. Agricultura e Abastecimento a administração do Parque Estadual da Ilha Grande. Art. 3º - Fica a Companhia de Turismo do Estado do Rio S/A - FLUMITUR, autorizada a, Art. 4º - À Secretaria de Planejamento e por si mesma ou com a colaboração de Coordenação Geral da Governadoria do Estado, terceiros, zelar pela preservação das condições em articulação com as Secretarias de Estado de urbanísticas, paisagísticas e ecológicas, da area Agricultura do Parque. Serviços Públicos, de Justiça, de Indústria, e Abastecimento, de Obras e Comércio e Turismo e de Segurança Pública, Art. 4º - Os projetos de edificações na área do incumbe, no prazo de 30 (trinta) dias, a Parque observarão as disposições contidas no elaboração de programa de implantação do Decreto nº 15.620, de 31 de maio de 1972, nas Parque Estadual, dos equipamentos turísticos, resoluções do Conselho Estadual de Turismo e bem como dos serviços e da infra-estrutura na legislação pertinente. básica Art. 5º - Este Decreto entrará em vigor na data indispensáveis à consecução dos objetivos indicados no art. 2º. de sua publicação, revogadas as disposições Parágrafo Único - A Secretaria de Estado de em contrário. Agricultura e Abastecimento e a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro S.A. - RAYMUNDO PADILHA Governador do Estado FLUMITUR, no prazo de 90 (noventa) dias, apresentarão, respectivamente, proposta de zoneamento das áreas do Parque e projetos d) DECRETO N° 2.061, DE 25 DE AGOSTO para a implantação de equipamentos turísticos a DE 1978 serem instalados em sua primeira fase. Dispõe sobre o Parque Estadual da Ilha Grande. Art. 5º - À Companhia de Turismo do Estado do O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso das atribuições que lhe confere o inciso III, do artigo 70, da Constituição Estadual, DECRETA: Rio de Janeiro S.A. - FLUMITUR, incumbirá, por si mesma, ou através de terceiros, a administração dos imóveis e benfeitorias que sejam destinados à implantação de equipamentos turísticos e áreas de recreação. Parágrafo Único - O instrumento de concessão Art. 1º - O Parque Estadual da Ilha Grande, de uso a ser firmado entre o Estado e a criado pelo Decreto nº 15.273, de 28 de junho FLUMITUR disporá sobre as condições e prazos Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VII | 5/9 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande de implantação dos equipamentos turísticos, sua 16.067, de 04 de junho de 1973 e o art. 2º do utilização e forma de cessão a terceiros. Decreto nº 15.273, de 28 de junho de 1971, ambos do antigo Estado do Rio de Janeiro. Art. 6º - As parcelas de terrenos e benfeitorias, destacáveis da área do Parque, e que venham a ser necessárias à prestação de serviços Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1978. FLORIANO FARIA LIMA públicos ou implantação de projetos de proteção ambiental, poderão ser cedidas pelo Estado e Ronaldo Costa Couto autarquias, empresas públicas, sociedades de José Resende Peres economia (D.O. 26/08/78) mista, fundações ou à União, observada a legislação pertinente. e) DECRETO ESTADUAL Nº 2.648, DE 13 DE Art. 7º - Fica a Secretaria de Estado de Justiça AGOSTO DE 1979 autorizada a promover entendimentos com os Governos federal e municipal, e com outros Acrescenta parágrafo único ao art. 1º do proprietários de terrenos situados na Ilha Decreto nº 2.061. Grande, para o fim de obter doações e efetivar desapropriações, incorporação que de novas possibilitem áreas ao a Parque Estadual. O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, DECRETA: Art. 8º - A Secretaria de Estado de Segurança Pública adotará providências para implantar a Companhia de Polícia Florestal prevista no Art. 1º - O art. 1º do Decreto nº 2.061, de 25/08/78, fica acrescido do seguinte parágrafo único: inciso XII do art. 3º do Decreto-Lei nº 92, de 06 de maio de 1975, a se constituir, inicialmente, de Parágrafo Único - O disposto neste artigo não um abrange os terrenos e benfeitorias ocupados Pelotão, localizado na Ilha Grande, pelos órgãos estaduais ali sediados. Município de Angra dos Reis. a Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data Companhia de Polícia Florestal a que se refere de sua publicação, revogadas as disposições o artigo, a Secretaria de Estado de Segurança em contrário. § 1º - Enquanto não for implantada Pública manterá na Ilha Grande destacamento da Polícia Militar destinado a exercer o policiamento ostensivo no Parque Estadual e em áreas de preservação permanente da Ilha. Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1979 A. DE P. CHAGAS FREITAS II – RESERVA BIOLÓGICA DA PRAIA DO SUL § 2º - O policiamento florestal previsto neste artigo se efetivará mediante convênio com a DECRETO Nº 4.972, DE 02 DE DEZEMBRO Secretaria DE 1981 de Estado de Agricultura e Abastecimento. Cria a Reserva Biológica Estadual da Praia do Art. 9º - Este Decreto entrará em vigor na data Sul, na Ilha Grande. de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmente o Decreto nº O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, e Instituto Estadual do Ambiente – INEA 6/9 | Anexo VII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande CONSIDERANDO que o ambiente primitivo da Art. 5° - Este Decreto entrará em vigor, na data Praia do Sul, na Ilha Grande, bem como a flora de sua publicação, revogadas as disposições e a fauna remanescentes naquele recanto, em contrário. ainda de difícil acesso, representam fonte Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 1981 inestimável para as pesquisas ecológicas, A.P. CHAGAS FREITAS DECRETA: III – PARQUE ESTADUAL MARINHO DO Art. 1° - Fica criada a Reserva Biológica AVENTUREIRO Estadual da Praia do Sul, na Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, com a área inicial DECRETO Nº 15.983, DE 27 DE NOVEMBRO de cerca de 3.600 ha. DE 1990 Art. 2° - A Reserva Biológica Estadual da Praia Cria o Parque Estadual Marinho do Aventureiro do Sul é de domínio público, está compreendida na categoria de áreas naturais protegidas e é O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE criada com a finalidade de preservar, sob JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, e rigoroso controle do Governo Estadual, os tendo em vista o que consta do Processo n° E- ecossistemas naturais que abrigam exemplares 07/201535/90, da flora e fauna indígenas. DECRETA: Art. 3° - A Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul terá sua área patrimonial inalienável, podendo ser acrescida de outras áreas adquirida por doação ou desapropriação. Art. 1° - É criado o Parque Estadual Marinho do Aventureiro, situado na parte sudoeste da Ilha Grande, município de Angra dos Reis, com o objetivo de resguardar atributos excepcionais da Art. 4° - A Reserva Biológica Estadual da Praia natureza, com a utilização para objetivos do Sul compreende todas as áreas situadas educacionais, recreacionais e científicos. dentro do seguinte perímetro: começa na Ponta Parágrafo único - A administração e fiscalização da Escada, a sudoeste da Ilha Grande (ponto 1); do Parque Estadual Marinho do Aventureiro e segue pelo divisor de águas, passando pelos ficará sob a responsabilidade da Fundação topos de 419 m (ponto 2); 360 m (ponto 3); Estadual de Engenharia do Meio Ambiente. 464 m (ponto 4); 479 m (ponto 5); 388 m (ponto 6); 452 m (ponto 7); até o Morro do Pilão, topo Art. 2° - O Parque Estadual Marinho do de 419 m (ponto 8); daí segue pelo divisor de Aventureiro, adjacente a Reserva Biológica da águas na direção geral leste, até a Serra de Praia do Sul, tendo como limites definidos a Araçatuba, passando pelo topo de 679 m (ponto partir da ponta do Drago, prosseguindo pela 9); prossegue pela Serra de Araçatuba, na linha do preamar média de 1831, no sentido direção sudeste, sempre pelo divisor de águas, nordeste, pela linha de costa, até encontrar a até a Serra do Papagaio, cota de 900 m (ponto Ponta do Aventureiro. Desse ponto, prossegue 10); daí desce, sempre pelo divisor de águas, na em sentido horário até o ponto mais a sudoeste direção de da Ponta da Tacunduba, incluindo costões Tacunduba, entre a Enseada de Parnaioca e a rochosos, matacões, e a elevação existente na Enseada da Praia do Sul (ponto 11); daí segue, desembocadura das lagunas do Leste e Sul, a pelo litoral, até o ponto 1. as praias do Aventureiro, Demo, Sul e Leste. A geral sudoeste, até a ponta Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VII | 7/9 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande partir da Ponta da Tacunduba, prossegue O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE acompanhando a isóbata de profundidade de 30 JANEIRO, EM EXERCÍCIO, no uso de suas (trinta) metros até o ponto mais a sudoeste da atribuições legais, Ponta do Drago, englobando basicamente todo o volume de mar do espelho d’água daquela reentrância natural da ilha, bem como os meios físicos e bióticos existentes da superfície até o fundo do mar que naquela região varia de profundidade zero até 30 (trinta) metros. DECRETA: Art. 1° - É criada a Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA-Tamoios), localizada no município de Angra dos Reis, com o objetivo de assegurar a proteção do ambiente natural, das Art. 3° - No Parque Estadual Marinho do paisagens de grande beleza cênica e dos Aventureiro ficam vedadas a exploração dos sistemas recursos naturais, especialmente a pesca, e abrigam espécies biológicas raras e ameaçadas qualquer atividade potencialmente poluidora. de extinção, bem como comunidades caiçaras geo-hidrológicos da região, que integradas naqueles ecossistemas. Parágrafo único - Sob controle e fiscalização da FEEMA, será permitida a pesca artesanal. Art. 4° - Serão permitidas as atividades de Art. 2° - A Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA-Tamoios) é composta de duas partes, uma Continental e uma Insular: pesquisa científica, turismo ecológico e de educação ambiental, desde que previamente I - Parte Continental - abrange todos os terrenos autorizadas pela FEEMA. de marinha e seus acrescidos de conformidade Art. 5° - A Comissão Estadual de Controle com o Decreto-Lei Federal n° 9.760, de 05 de setembro de 1946. Ambiental (CECA) baixará a regulamentação necessária ao fiel cumprimento no disposto II - Parte Insular - abrange todas as terras neste Decreto. emersas da Ilha Grande e de todas as demais ilhas que integram o município de Angra dos Art. 6° - Este Decreto entrará em vigor na data Reis, nas Baías da Ilha Grande, da Ribeira e da de sua publicação, revogadas as disposições Jacuecanga. em contrário. Art. 3° - O zoneamento e sua delimitação, bem Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1990 como as instruções para o uso e a preservação W. MOREIRA FRANCO dos recursos contidos na APA de Tamoios, serão estabelecidos na forma do art. 15 da Lei IV – ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE Federal n° 6.766, de 19/12/79. TAMOIOS Art. 4° - Compete à Comissão Estadual de DECRETO Nº 9.452, DE 05 DE DEZEMBRO Controle Ambiental - CECA - exercer o poder de DE 1986 polícia na área da APA-Tamoios (Decreto-Lei Estadual n° 134, de 16 de junho de 1975). Dispõe sobre a criação da Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA-Tamoios), no município de Angra dos Reis. Parágrafo Único - Compete à Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FEEMA - proporcionar apoio técnico e administrativo à Comissão Estadual de Controle Instituto Estadual do Ambiente – INEA 8/9 | Anexo VII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Ambiental - CECA, podendo exercer, em seu Rio de Janeiro, 05 de dezembro de 1986 nome, EDUARDO CHUAHY a fiscalização do cumprimento do disposto nos artigos deste Decreto (Decreto-Lei Estadual n° 134, de 16 de junho de 1975). V – DECLARA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE AS FLORESTAS E DEMAIS Art. 5° - As infrações ao presente Decreto FORMAS DE VEGETAÇÃO NATURAL ACIMA sujeitam o infrator à pena de multa prevista no DA COTA 200 Parágrafo 2° do art. 9° do Decreto-Lei Estadual n° 134, de 16 de junho de 1975, sem prejuízo da DECRETO Nº 2.062, DE 25 DE AGOSTO DE reparação e indenização dos danos, além da 1978 imposição de outras sanções cabíveis, inclusive as estabelecidas pelo Decreto Federal n° Considera 88.531, de 01 de junho de 1983 (Leis Federais florestas e demais formas de vegetação natural n os 6.902, de 27 de abril de 1981 e 6.938, de 31 de preservação permanente as existentes na Ilha Grande, em Angra dos Reis, e de agosto de 1981). dá outras providências. Art. 6° - O infrator é, também, obrigado, O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE independentemente de culpa, a indenizar ou JANEIRO, no uso das atribuições legais, e reparar os danos causados ao meio ambiente considerando o que dispõe o art. 3º, alíneas "e”, (Lei Federal n° 6.938, de 31 de agosto de 1981). "f" e "h", da Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal), Parágrafo Único - A FEEMA fará o levantamento dos danos, a fim de que a CECA possa exigir a DECRETA: sua reparação ou indenização. Art. 1º - Objetivando a preservação de sua Art. 7° - Quando se tratar de ação de excepcional beleza, a proteção de sua flora e responsabilidade criminal prevista no parágrafo fauna e a conveniência de assegurar condições 1° do artigo 14 da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de bem-estar público, ficam consideradas, para de 1981, serão encaminhados à Procuradoria efeitos previstos no Código Florestal (Lei Geral de Justiça as cópias de autos ou Federal nº 4.771/65), como de preservação documentos necessários à propositura da ação. permanente, as florestas e demais formas de Art. 8° - O infrator será notificado a reparar ou indenizar os danos no prazo fixado pela CECA. Parágrafo Único - Esgotado tal prazo sem que o infrator tenha comprovado a satisfação da obrigação, serão encaminhadas pela CECA à Procuradoria Geral do Estado as cópias de autos ou documentos necessários à adoção das medidas cabíveis. Art. 9° - Este Decreto entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições vegetação natural existentes na Ilha Grande, Município de Angra dos Reis e que se encontrem localizadas em terras situadas acima da cota altimétrica de 200 (duzentos) metros. Parágrafo Único – A supressão total ou parcial dessas florestas de preservação permanente, na Ilha Grande, só será admitida com prévia autorização quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública, na forma do Código Florestal (art. 3º, § 1º). em contrário. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VII | 9/9 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data 25/09/78 conforme delimitação constante do de sua publicação, revogadas as disposições referido Decreto; em contrário. trecho “3” - terrenos da Área de Preservação Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1978. Permanente (APP), Lei Municipal nº 146, de 30/12/81, integrando o território da Ilha Grande FLORIANO FARIA LIMA acima da cota altimétrica de 60 (sessenta VI – ESTABELECE O TOMBAMENTO metros); DEFINITIVO DO MONUMENTO NATURAL DENOMINADO ILHA GRANDE, LOCALIZADO trecho "4" - terrenos da Zona Residencial 2 NO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS (ZR2) - Lei Municipal nº 146, de 30/12/81, conforme delimitação constante da referida Lei; RESOLUÇÃO Nº 29, DE 14 DE OUTUBRO DE 1987 trecho “5” - terrenos da Área de Proteção Paisagística e Lazer (APPL) Lei Municipal nº O SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA, 146, no uso de suas atribuições legais e tendo em constante da referida Lei. vista o que consta do processo nº de 30/12/81, conforme delimitação ENos trechos referidos, serão observadas as 05/Q170/87, condições estabelecidas no processo RESOLVE: tombamento nº E-05/0170/87, de 14/02/87. Determinar, nos termos do artigo 5º, inciso V, da Rio de Janeiro, 14 de outubro de 1987 letra a, e seu parágrafo 2º, do Decreto 5.808, de 13 de julho de 1982, publicado, no DORJ de 14 de julho de 1982, e na conformidade do parecer do Conselho autorizado Estadual pelo de Tombamento, Excelentíssimo Senhor Governador do Estado, em ato de 25 de setembro de 1987 o tombamento definitivo do monumento natural denominado Ilha Grande, localizado no Município de Angra dos Reis, que compreende os trechos abaixo identificados como “1", “2”, “3”, “4”, e “5”, conforme o fixado em mapa tombamento integrante nº do processo E-05/0170/87 e de cujas delimitações são as que se seguem: trecho “l” - terrenos da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul - Decreto Estadual nº 4.972, de 02/12/81, conforme delimitação constante do referido Decreto; trecho “2” - terrenos do Parque Estadual da Ilha Grande - Decreto Estadual nº 2.061, de Instituto Estadual do Ambiente – INEA EDUARDO MATTOS PORTELLA Secretário de Estado de Cultura de Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VIII LEGISLAÇÃO APLICADA À GESTÃO Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VIII | 1/10 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VIII - LEGISLAÇÃO APLICADA À GESTÃO QUADRO 1 – LEGISLAÇÃO PRINCIPAL APLICADA ATO LEGAL EMENTA INSTRUMENTOS LEGAIS ESTADUAIS Geral Constituição do Estado do Rio de Janeiro Diversos dispositivos aplicados a áreas protegidas. Lei 5.101, de 04/10/07 Cria o Instituto Estadual do Ambiente – INEA. Decreto nº 41.628, de 12/01/08 Estabelece a estrutura organizacional do INEA, criado pela Lei nº 5.101/07. Relativo às Unidades de Conservação na Ilha Grande Constituição Estadual de 1989, Art. 266, Inciso IV Declara a Ilha Grande como Área de Relevante Interesse Ecológico. Decreto nº 40.602, de 12/02/07 Dispõe sobre a ampliação, ratificação e consolidação do Parque Estadual da Ilha Grande, localizado no município de Angra dos Reis, e dá outras providências. Demais atos: Decreto Estadual nº 15.273, de 28/06/71 (criação); Decreto Estadual nº 16.067, de 04/06/73 (demarca); Decreto Estadual nº 2.061, de 25/08/78 (dispõe); Decreto Estadual n° 2.648, de 13/08/79 (acrescenta parágrafo único ao art. 1° do Decreto nº 2.061). Decreto Estadual n° 41.921, de 22/06/09 Altera a Zona de Conservação da Viva Silvestre (ZCVS) da Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA de Tamoios). Decreto nº 9.542, de 5/12/86 Cria a Área de Proteção Ambiental de Tamoios. Decreto nº 20.172, de 01/07/94 Institui o Plano Diretor da Área de Proteção Ambiental de Tamoios. Decreto nº 4.972, de 2/12/81 Cria a Reserva Biológica da Praia do Sul (Decreto Estadual nº 5.444, de 07/04/82). Decreto nº 15.983, de 27/11/90 Cria o Parque Estadual Marinho do Aventureiro. Decreto nº 9.728, de 06/03/87 Cria a Reserva Biológica da Ilha Grande, no Município de Angra dos Reis, e considera de preservação permanente todas as suas florestas e demais formas de vegetação natural existentes. Lei n° 2.318, de 22/09/94 Autoriza o Poder Executivo a criar a Reserva Ecológica da Ilha Grande. Decreto 2.062, de 25/08/78 Declara área de preservação permanente todas as terras da Ilha Grande localizadas acima da cota altimétrica de 200 metros. Resolução SEA nº 007, de 05/03/07 Cria Grupo de Trabalho de População Sustentável. Resolução SEA n° 008, de 30/01/2007 Institui regime de gestão compartilhada entre a FEEMA e o IEF das Unidades de Conservação que se encontram sob a responsabilidade exclusiva da FEEMA. Resolução SEA n° 057, de 12/04/08 Institui Grupo de Trabalho para estudar e propor a exclusão da Vila do Aventureiro (Ilha Grande – Angra dos Reis – RJ) dos limites da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul. Tombamento da Ilha Grande e da Serra do Mar/Mata Atlântica Tombamento da Ilha Grande Resolução 29, de 14/10/87, da Secretaria Estadual de Cultura. Tombamento Definitivo: 09/11/87 (Processo nº E05/000.170/87). Tombamento da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Edital de tombamento do Sistema Orográfico Serra do Mar/Mata Atlântica, publicado no DORJ de 6 de março de 1991. Comunidades Tradicionais e UCs Lei n° 2.393, de 20/04/95 Dispõe sobre a permanência de populações nativas residentes em unidades de conservação do Estado do Rio de Janeiro. Lei n° 3.192/99 Dispõe sobre o direito dos pescadores, assegurado pelo § 3º do Art. 257 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, às terras que ocupam. Lei nº 3.325, de 17/12/99 Dispõe sobre a Educação Ambiental, institui a Política Estadual de Educação Ambiental, cria o Programa Estadual de Educação Ambiental e complementa a Lei Federal nº 9.795/99, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro. Educação Ambiental Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/10 | Anexo VIII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Patrimônio Público Estadual Lei n° 2.217, de 18/01/1994 Dispõe sobre o patrimônio público estadual e dá outras providências. Decreto 19.816, de 06/04/94 Cria Comissão Especial para analisar, estudar e propor soluções para o aproveitamento das áreas públicas da Ilha Grande. Fiscalização – Sanções Penais e Administrativas Lei nº 3.467,14/09/00 Dispõe sobre as sanções administrativas derivadas de condutas lesivas ao Meio Ambiente no estado do Rio de Janeiro, e dá outras providências. Serviço de Guarda-Parque Decreto n° 41089, de 21/12/07 Cria o serviço de guarda-parque no âmbito do corpo de bombeiros militar do estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. Leis e Regulamentos Diversos Aplicados ao Planejamento e Operação Lei n° 2.541, de 24/04/96 Dispõe sobre a democratização do acesso às informações dos Poderes Executivos, Legislativo e Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Lei nº 3.443, de 14/07/00 Estabelece a criação dos Conselhos Gestores para as unidades de conservação estaduais, e dá outras providências. Lei nº 1681, de 19/07/90 Dispõe sobre a elaboração do Plano Diretor das Áreas de Proteção Ambiental no Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. Decreto nº 39.172, de 24/04/06 Institui regulamentação para utilização das Unidades de Conservação do Estado do Rio de Janeiro subordinadas à Fundação Instituto Estadual de Florestas – IEF/RJ. Decreto n° 36.930, de 14/02/05 Institui regulamentação para uso de imagem das unidades de conservação da natureza do estado do Rio de Janeiro subordinadas a Fundação Instituto Estadual de Floresta – IEF/RJ. Resolução SEA nº 08, de 09/02/07 Câmara de Compensação Ambiental. Portaria IEF 227, de 18/12/07 Regulamenta a autorização e desenvolvimento de pesquisas nas Unidades de Conservação sob a jurisdição da Fundação Instituto Estadual de Florestas – IEF/RJ. Portaria IEF /RJ/PRN nº 155, de 13/01/05 Estabelece as diretrizes e procedimentos para a formação dos Conselhos Consultivos das Unidades de Conservação administradas pela Fundação Instituto Estadual de Florestas. Portaria IEF /RJ/PRN nº 182 de 19/06/06 Dispõe sobre o serviço voluntário em Unidades de Conservação Estaduais subordinadas à Fundação Instituto Estadual de Florestas - IEF/RJ, e dá outras providências. Deliberação CECA nº 17, de 10/02/78 Dispõe sobre as Categorias de Áreas Protegidas e aprova as seguintes Diretrizes Técnicas (DZ) e Notas Técnicas (NT): DZ 1102 - Categorias Gerais de Áreas Protegidas DZ 1104 - Áreas Protegidas a Considerar no Estado NT 1105 - Parque Estadual - Requisitos NT 1106 - Reserva Biológica Estadual - Requisitos NT 1107 - Sítio Arqueológico Estadual NT 1109 - Floresta Estadual - Requisitos NT 1110 - Áreas Estadual de Lazer - Requisitos INSTRUMENTOS LEGAIS FEDERAIS Sistema Nacional de Unidades de Conservação o Lei nº 9.985, de 18/07/00 Regulamenta o art. 225, § 1 , incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Decreto nº 4.340, de 22/08/02 Regulamenta artigos da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. Decreto nº 99.274, de 6/06/90 Regulamenta a Lei 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, e dá outras providências. Decreto nº 95.733, de 12/02/88 Dispõe sobre a inclusão, no orçamento dos projetos e obras federais, dos recursos destinados a prevenir ou corrigir os prejuízos de natureza ambiental, cultural e social decorrentes da execução desses projetos e obras. Resolução CONAMA 02/96 Determina que o licenciamento de atividades de relevante impacto ambiental terá como um dos requisitos a implantação de uma Unidade de Conservação, a fim de minimizar os danos ambientais causados pela destruição de florestas e outros ecossistemas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo VIII | 3/10 INSTRUMENTOS LEGAIS FEDERAIS Sistema Nacional de Unidades de Conservação Resolução CONAMA 13/90 Estabelece normas inerentes ao entorno de unidades de Conservação. Resolução CONAMA 11/88 Dispõe sobre os procedimentos administrativos a serem seguidos em unidades de conservação atingidas por fogo, bem como na realização de ações preventivas. Resolução CONAMA 03/88 Institui os Mutirões Ambientais, possibilitando as entidades civis de atuarem na fiscalização de unidades de conservação. Resolução CONAMA 010/88 Dispõe sobre Áreas de Proteção Ambiental – APAs. Resolução CONAMA 307/02 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. Portaria MMA nº 349, de 11/12/06 Estabelece o mosaico de unidades de conservação da região da Serra da Bocaina, o Mosaico Bocaina (Processo Nº 02000.004418/2006-15). Código Civil – Dominialidades dos Bens Lei n° 10.406, de 10/01/02 Código Civil. Patrimônio Histórico e Arqueológico Lei nº 7.542 de 1986 Dispõe sobre a pesquisa, exploração, remoção e demolição de coisas ou bens afundados, submersos, encalhados e perdidos em águas sob jurisdição nacional, em terreno de marinha e seus acrescidos e em terrenos marginais, em decorrência de sinistro, alijamento ou fortuna do mar, e dá outras providências. Lei nº 3924 de 1961 Dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos. Decreto-lei nº 25, de 30/11/37 Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Leis e Atos Normativos Aplicados ao Ordenamento da Pesca na Baia de Ilha Grande Lei nº 11.959, de 29/06/2009 Dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, regula as atividades pesqueiras, revoga a Lei nº 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-Lei no 221, de 28 de fevereiro de 1967, e dá outras providências. Decreto nº 2.869, de 09/12/98 Regulamenta a cessão de águas públicas para exploração da aquicultura, e dá outras providências. Lei nº 7.679, de 23/11/88 Dispõe sobre a proibição da pesca de espécies em períodos de reprodução e dá outras providências. Portaria IBAMA nº 4, de 19/03/09 Estabelecer normas gerais para o exercício da pesca amadora em todo território nacional, inclusive competições e cadastros de entidades da pesca amadora junto ao IBAMA. Instrução Normativa IBAMA n° 166, de 18/07/07 Limita nas águas sob jurisdição nacional, a altura máxima de rede de emalhe de superfície e de fundo. Portaria SUDEPE n° N-56, de 20/12/84 Permite, nas regiões Sudeste e Sul, a pesca de camarão sete barbas, com a utilização de redes do tipo arrastão de porta, desde que tenham no máximo 12 m (doze metros) de comprimento, na tralha superior (flutuadores), possuam malhagem mínima de 24 mm (vinte e quatro milímetros), especialmente no ensacado. Portaria SUDEPE n° N-26, de 28/07/83 Proíbe, entre outros, o exercício da pesca, em todo o litoral dos Estados das regiões Sudeste e Sul, com o emprego de redes de arrasto, pelo sistema de portas ou parelhas, cujas malhas no túnel e no saco sejam inferiores a 90 mm (noventa milímetros). Portaria IBAMA nº 81, de 10/07/02 Proíbe o emprego do puçá, independente de variação em sua forma e/ou tamanho, na captura de Balistes capricus e B. vetula, vulgarmente conhecidos como peroá, peroábranco, peroá-preto, peixe-porco, porquinho e cangulo, nas regiões Sudeste e Sul. Instrução Normativa IBAMA n° 125, de 18/10/2006 Estabelece os procedimentos para a implantação de recifes artificiais, no âmbito da gestão dos recursos pesqueiros. Portaria SUDEPE nº N-35, de 22/12/88 Proíbe a pesca, até a distância de 1.000 m (um mil metros) ao redor ou ao largo da Ilha Grande e outros locais, excluindo da proibição os pescadores artesanais ou amadores que utilizem para o exercício da pesca, linha de mão, ou vara linha e anzol, com ou sem molinete, bem assim as atividades de maricultura. Instrução Normativa MMA n° 41, de 18/10/2005 Proíbe a prática de pesca subaquática nas áreas de praias, em uma faixa de cinquenta metros. Instrução Normativa MMA n° 53, de 22/11/05 Estabelece o tamanho mínimo de captura de espécies marinhas e estuarinas do litoral sudeste do Brasil (Revoga as Portarias IBAMA n° 73, de 24 de novembro de 2003, e a Instrução Normativa MMA n° 27, de 26 de novembro de 2004). Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4/10 | Anexo VIII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Leis e Atos Normativos Aplicados ao Ordenamento da Pesca na Baia de Ilha Grande Instrução Normativa MMA nº 08, de 29/03/05 Proíbe a captura, o desembarque, a conservação, o beneficiamento, o transporte, a industrialização, a comercialização e a exportação sob qualquer forma, e em qualquer local, de lagosta das espécies Panulirus argus (lagosta vermelha) e Panulirus laevicauda (lagosta cabo verde), de comprimento inferior a 13,00 cm de comprimento de cauda e 7,5 cm cefalotórax para a lagosta vermelha, e de comprimento inferior a 11,00 cm de comprimento de cauda e 6,5 cm cefalotórax para a lagosta cabo verde. Portaria SUDEPE n° 55, de 20/12/84 Proíbe nas regiões Sudeste e Sul a captura de camarão-rosa (Penaeus brasiliensis e Penaeus paulensis) e camarão-verdadeiro (Penaeus schmitti), inferior a 90 mm. Portaria SUDEPE n° 24, de 26/07/83 Permite em águas territoriais brasileiras, a pesca do siri-azul, cujo tamanho seja superior a 12 cm. Portaria IBAMA nº 68, de 30/10/03 Proíbe a pesca da sardinha-verdadeira de comprimento total inferior a 17 cm. Portaria IBAMA nº 43, de Proíbe a captura das espécies corvina (Micropogonia furnieri), castanha (Umbrina canosai), pescadinha-real (Macrodon ancylodon) e pescada-olhuda (Cynoscion guatucupa, sin. C. striatus), por embarcações cerqueiras (traineiras) no Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva - ZEE das regiões Sudeste e Sul. 24/08/07 Portaria IBAMA nº 42, de 19/08/2007 Prorrogar, por um período de cinco anos, nas águas jurisdicionais brasileiras, a proibição da captura da espécie (Epinephelus itajara), conhecida popularmente por mero, canapú, bodete, badejão, merete e merote, estabelecida na Portaria IBAMA nº 121, de 20 de setembro de 2002, publicada no Diário Oficial da União, de 23 de setembro de 2002. Instrução Normativa MMA n° 37, de 06/10/2005 Estabelece a proibição da pesca do Cherne-poveiro (Polyprion Americanus), nas águas juridicionais brasileiras, pelo período de 10 anos. Instrução Normativa SEAP/PR n° 03, de 26/04/2005 Estabelece critérios e procedimentos para o ordenamento das operações relacionadas com a pesca do Polvo (Octopus spp.), nas águas marinhas sob jurisdição brasileira. Portaria IBAMA nº 149, de 21/11/2002 Regulamenta o uso do “Turtle Excluder Device/TED”, pela frota arrasteira de camarões que opera no litoral brasileiro. Instrução Normativa MMA n° 31, de 13/12/2004 Instrução Normativa MMA nº 31, de 13/12/2004, que, entre outras, obriga o uso de Dispositivo de Escape para Tartarugas, denominados TED, Incorporado às redes de arrasto utilizadas pelas embarcações permissionadas para a pesca de camarões, no litoral brasileiro, independentemente da espécie a capturar. Portaria SUDEPE Nº N-005, de 31/01/86. Proibir a captura de quaisquer espécies de tartaguras marinhas. Proibido molestar tartarugas marinhas nos locais de reprodução, bem como a colheita de ovos desses quelônios. Instrução Normativa IBAMA nº 189, de 23/09/2008 Proíbe o exercício da pesca de arrasto com tração motorizada para a captura de camarão rosa (Farfantepenaeus paulensis, F. brasiliensis e F. subtilis), camarão sete barbas (Xiphopenaeus kroyeri), camarão branco (Litopenaeus schmitti), santana ou vermelho (Pleoticus muelleri) e barba ruça (Artemesia longinaris), anualmente, nas seguintes áreas e períodos: I - na área marinha compreendida entre os paralelos 21º18'04,00"S (divisa dos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro) e 33º40'33,00"S (Foz do Arroio Chuí, estado do Rio Grande do Sul), de 1º de março a 31 de maio Instrução Normativa IBAMA nº 206, de 14/11/2008 Proíbe, nas águas sob jurisdição brasileira, o exercício da pesca das lagostas vermelha (Panulirus argus) e verde (P. Laevicauda), anualmente, no período de 1º de dezembro a 31 de maio. Instrução Normativa IBAMA n° 128, de 26/10/2006 Estabelece os períodos de defeso da sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis), a serem respeitados entre os anos de 2006 e 2009. Portaria IBAMA Nº 009 /03-N, de 20/03/2003 Proíbe, anualmente, a extração de mexilhão nos costões naturais, sob qualquer método, da espécie Perna-perna (marisco), no litoral dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no período de 01 de setembro a 30 de novembro e de 01 de janeiro a 28 de fevereiro de cada ano. Portaria IBAMA n° 53, de 30 de agosto de 2003 Proíbe entre 01 de outubro e 31 de março, a pesca do caranguejo-guaiamum, desde o Espírito Santo até São Paulo. Instrução Normativa MMA n° 04, de 24/03/2005 Permite, durante os períodos de defesos estabelecidos em legislação específica, a coleta de peixes e invertebrados aquáticos com finalidade exclusiva para pesquisa científica. Instrução Normativa SEAP/PR n° 20, de 16/11/2005 Estabelece os limites máximos para as áreas localizadas em águas de domínio da União, destinadas à instalação de unidades demonstrativas e de pesquisa em aqüicultura. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo VIII | 5/10 Leis e Atos Normativos Aplicados ao Ordenamento da Pesca na Baia de Ilha Grande Instrução Normativa Interministerial nº 06, de 31/05/2004 Estabelece as normas complementares para a autorização de uso dos espaços físicos em corpos d'água de domínio da União para fins de aquicultura, e dá outras providências. Portaria IBAMA Nº 069 /03-N, de 30/10/2003 Permite o cultivo de moluscos nos litorais sudeste e sul exclusivamente aos empreendimentos atualmente em comprovada operação, mediante assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta conforme modelo anexo até a obtenção da licença ambiental de Operação. Portaria IBAMA nº 136, de 14/10/1998 Estabelece normas para registro de Aquicultor e Pesque-Pague no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Portaria IBAMA nº 145, de 29 de outubro de 1998 Estabelece normas para a introdução, reintrodução e transferência de peixes, crustáceos, moluscos, e macrófitas aquáticas para fins de aquicultura, excluindo-se as espécies animais ornamentais. Instrução Normativa IBAMA n° 185, de 22/07/2008 Permite o cultivo de Kappaphycus alvarezii no litoral dos estados do Rio de Janeiro/RJ e de São Paulo/SP, exclusivamente, na área compreendida entre a baía de Sepetiba (RJ) e a Ilhabela (SP). Instrução Normativa IBAMA n° 46, de 13/08/04 Dispõe sobre a exploração, explotação, transporte e comércio de algas marinhas no litoral brasileiro. Instrução Normativa SEAP/PR n° 13, de 17/08/2005 Estabelece normas e procedimentos complementares para a organização, funcionamento e exploração dos Terminais Pesqueiros Públicos. Instrução Normativa SEAP/PR n° 08, de 22/02/2006 Revoga os artigos 64 e 65 do Capítulo IX da Instrução Normativa SEAP/PR de nº 13, de 17 de agosto de 2005, que estabelece normas e procedimentos complementares para a organização, funcionamento e exploração dos Terminais Pesqueiros Públicos. INSTRUMENTOS LEGAIS MUNICIPAIS LO Lei Orgânica, publicada em 5 de abril de 1990. Decreto nº 2003, de 10/05/00 Institui as trilhas consideradas de servidão pública. Decreto n° 1.760, de 03/09/99 Redefine os distritos municipais de Angra dos Reis. A Ilha Grande é declarada um único distrito (extingue os distritos de Abraão e Praia de Araçatiba). Lei 284, de 08/06/93 Código de Proteção ao Meio Ambiente. Lei 162, de 12/12/91 Dispõe sobre o Plano Diretor do Município de Angra dos Reis. Zona de Preservação Permanente - As ZPPs são as áreas representativas dos ecossistemas regionais, onde não são permitidas quaisquer atividades, modificações da paisagem ou do meio ambiente. Zona de Preservação Congelada (Lei 162/LO) - As ZPCs são as áreas onde já ocorrem ocupação do solo, não sendo permitidas edificações ou parcelamento do solo. Área de Interesse Ecológico (Lei 162/LO, de 12 de dezembro de 1991) - As AIEs são áreas representativas do ecossistema da Baía da Ilha Grande, que por seu relevante interesse ecológico, ambiental e turístico deverão ser preservadas. As AIEs serão objeto de legislação de uso do solo a ser definida em lei. Área Especial de Interesse Cultural, Ambiental, Turístico e de Utilização Pública (Lei 162/LO, de 12 de dezembro de 1991) - As AECATUP’s são áreas que contém características de relevante valor histórico, cultural, dignos de serem preservados e recuperados, por proteção da memória, da paisagem, para o desenvolvimento da cultura local, articulada ao desenvolvimento turístico. Abrange a Vila do Abraão e a Ilha dos Macacos. Lei 146, de 31/12/81 Estabelece como áreas de preservação permanente todas as terras situadas acima da cota altimétrica de 60 metros. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 6/10 | Anexo VIII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VIII - LEGISLAÇÃO APLICADA À GESTÃO QUADRO 2 – INSTRUMENTOS LEGAIS ESTADUAIS COMPLEMENTARES ATO LEGAL EMENTA Reserva da Biosfera, RPPN e Parques das Dunas Decreto nº 26.057, de 14/03/00 Cria o Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Conservação das Terras e Política Florestal Lei n° 2.049, de 22/12/92 Dispõe sobre a proibição de queimadas da vegetação no estado do Rio de Janeiro em áreas e locais que especifica e dá outras providências Lei n° 690, de 01/12/83 Dispõe sobre a proteção às florestas e demais formas de vegetação natural, e dá outras providências. Lei nº 1.130, de 12/02/87 Define as áreas de interesse especial do Estado e dispõe sobre os imóveis de área 2 superior a 1.000.000 m (hum milhão de metros quadrados) e imóveis localizados em áreas limítrofes de municípios, para efeito do exame e anuência prévia a projeto de parcelamento do solo para fins urbanos, a que se refere o artigo 13 da Lei nº 6.766/79. Decreto nº 9.760 de 11/03/87 Regulamenta a Lei 1.130/87 e define as normas para uso e ocupação do solo a que deverão submeter-se os projetos de parcelamento e desmembramento. Lei nº 784, de 05/10/84 Estabelece normas para a concessão da anuência prévia do Estado aos projetos de parcelamento do solo para fins urbanos nas áreas declaradas de interesse especial à proteção ambiental. Estudo de Impacto Ambiental Lei nº 1.356, de 03/10/88 Dispõe sobre os procedimentos vinculados à elaboração, análise e aprovação dos Estudos de Impacto Ambiental. Licenciamento Ambiental de Estações Rádio Base do Serviço Móvel Celular Deliberação CECA nº 4.956, de 04 de Aprova DZ-1848.R-0 - Diretriz para o Licenciamento Ambiental de Estações Rádio Base março de 2008 do Serviço Móvel Celular. Deliberação CECA nº 4.956, de 04 de Aprova IT-1849.R-0 – Instrução Técnica para Requerimento das Licenças Ambientais de março de 2008 Estações Rádio Base do Serviço Móvel Celular. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VIII | 7/10 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VIII - LEGISLAÇÃO APLICADA À GESTÃO QUADRO 3 – INSTRUMENTOS LEGAIS FEDERAIS COMPLEMENTARES ATO LEGAL EMENTA Geral Constituição Federal Artigos 225, § 1º, inciso III; 5º, incisos XXII, XXIII e XXIV; 20, II; 22 inciso II, 216, V. Lei nº 6.938 de 31/08/1981 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, do Sistema Nacional do Meio Ambiente, SISNAMA, e de diversos instrumentos tais como a avaliação de impactos ambientais e o licenciamento ambiental. Decreto nº 99.274, de 6/06/1990 Regulamenta a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, e dá outras providências. Lei Federal nº 9.605 de 12/02/98 Dispõe sobre sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Sanções Penais e Administrativas Conservação das Terras, da Vegetação e da Fauna Nativa Decreto Legislativo nº 2 de 3/02/94 Lei nº 11.428 de 22/12/06 Aprova o texto da Convenção sobre Biodiversidade Biológica, assinada durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de Janeiro, no período de 5 a 14 de junho de 1992. Lei da Mata Atlântica. Regulamenta dispositivos da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Decreto n.º 6.660 de 24/11/08 Lei nº 4.771 de 15/09/65 Institui o Novo Código Florestal. Lei nº 5.197 de 03/01/67 Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. (Alterada pelas Leis 7.584 de 6/01/87 e 7.653 de 12/02/88). Lei nº 8.171 de 17/01/91 Dispõe sobre a Política Agrícola. Decreto nº 1.282, de 19/10/94 Resolução 20/03/02 CONAMA nº Regulamenta os arts. 15, 19, 20 e 21, do Código Florestal, e dá outras providências. 303, de Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Coleta para Pesquisa por Estrangeiro Decreto nº 98.830 de 15/1/90 Dispõe sobre a coleta, por estrangeiros, de dados e materiais científicos no Brasil. Licitações, Contratos, Concessões e Permissões Lei Federal nº 8.666 de 21/06/93 Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Lei Federal n° 8.987 de 13/02/95 Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no artigo 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Lei Federal n° 9.074 de 07/07/95 Estabelece normas para outorga e prorrogação das concessões e permissões de serviços públicos, e dá outras providências. Regularização Fundiária Decreto-lei nº 3.365 de 21/12/41 Dispõe sobre desapropriação por utilidade pública. Decreto-lei nº 9.760 de 05/09/46 Dispõe sobre os bens imóveis da União e dá outras providências (terrenos de marinha e seus acrescidos, terrenos marginais, etc.). Lei nº 4.132 de 10/09/1962 Define os casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação. Lei nº 4.504 de 30/11/64 Dispõe sobre o Estatuto da Terra e dá outras providências (arts 2, 18, 24, 47, 50, 57, 61 e 90). Lei nº 6.383 de 7/12/76 Dispõe sobre o processo discriminatório das terras devolutas da União. Lei 10.257 de 10/06/01 Estatuto da Cidade. Lei nº 6.766 de 19/12/79 Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. Ordenamento de Vilas e Povoados Fundo de Defesa de Direitos Difusos – FDDD Decreto nº 407 de 27/12/91 Regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDDD) para reparação dos danos ambientais, culturais e ao consumidor. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 8/10 | Anexo VIII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO VIII - LEGISLAÇÃO APLICADA À GESTÃO QUADRO 4 – INSTRUMENTOS LEGAIS FEDERAIS RELACIONADOS À CONSERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS MARINHOS ATO LEGAL EMENTA Leis e Decretos-Leis LEI nº 9.966, de 28/04/00 Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Lei nº 9.636, de 15/05/98 Dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis os de domínio da União, altera dispositivos dos Decretos-Leis n 9.760, de 5 de setembro o de 1946, e 2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o § 2 do art. 49 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências. Lei nº 9.537, de 11/12/97 Dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Lei nº 9478, de 06/08/97 Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo. Lei nº 9.432, de 08/01/97 Dispõe sobre a ordenação do transporte aquaviário e dá outras providências. Lei nº 8.630, de 25/02/93 Dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias e dá outras providências. Lei nº 8.617, de 04/01/93 Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua e a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros. Lei nº 7.661, de 16/05/88 Institui o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, e dá outras providências. Lei nº 7.652 de 03/03/88 Dispõe sobre o registro da propriedade marítima e dá outras providências. Lei nº 7.542 de 26/09/86 Dispõe sobre pesquisa, exploração, remoção e demolição de coisas ou bens afundados, submersos, encalhados e perdidos em águas sob jurisdição nacional, em terreno de marinha e seus acrescidos e em terrenos marginais, em decorrência de sinistro, alijamento ou fortuna do mar, e dá outras providências. Lei nº 7.643 de 18/12/87 Proíbe a pesca de cetáceos em águas juridicionais brasileiras. Lei nº 7.273 de 10/12/84 Dispõe sobre a busca e salvamento de vida humana em perigo no mar, nos portos, e nas vias navegáveis interiores. Lei nº 7.203 de 03/07/84 Dispõe sobre a assistência e salvamento de embarcação, coisa ou bem em perigo no mar, nos portos e nas vias navegáveis interiores. Lei nº 5.357, de 17/11/67 Estabelece penalidades para embarcações e terminais marítimos ou fluviais que lancem detritos ou óleo em águas brasileiras e dá outras providências. Decreto-lei nº 2.398, de 21/12/87 Dispõe sobre foros, laudêmios e taxas de ocupação relativas a imóveis de propriedade da União, e dá outras providências. Decreto-lei nº 1.876, de 15/07/81 Dispõe sobre a dispensa de pagamento de foros e laudêmios para os estados e municípios, dentre outros titulares, nos casos que especifica. Decreto-lei nº 1.561, de 13/07/77 Dispõe sobre a ocupação de terrenos da União. Decreto-lei nº 227, de 28/02/67 Institui o Código de Mineração. Decreto-lei nº 9/.60, de 05/09/46 Dispõe sobre os bens imóveis da União. Decreto-lei nº 3.438, de 17/07/41 Esclarece e amplia o Decreto-lei niº 2.490, de 16.08.40. Decreto-lei nº 2.490, de 16/08/40 Estabelece novas normas para o aforamento dos terrenos de marinha, e dá outras providências. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo VIII | 9/10 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ATO LEGAL EMENTA Decretos Decreto nº 5.377, de 23/02/05 Aprova a Política Nacional para os Recursos do Mar - PNRM. Decreto nº 4.871, de 06/11/03 Dispõe sobre a instituição dos Planos de Áreas para o combate à poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional e dá outras providências. Decreto nº 4.361, de 05/09/02 Promulga o Acordo para Implementação das Disposições da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 10 de dezembro de 1982 sobre a Conservação e Ordenamento de Populações de Peixes Transzonais e de Populações de Peixes Altamente Migratórios. Decreto nº 4.136, de 20/02/02 Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às infrações às regras de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional, prevista na Lei nº 9.966, de 28 de abril de 2000, e dá outras providências. Decreto nº 2.870, de 10/12/98 Promulga a Convenção Internacional sobre Preparo, Resposta e Cooperação em Caso de Poluição por Óleo, assinada em Londres, em 30 de novembro de 1990. Decreto nº 2.508, de 4/03/98 Promulga a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios, concluída em Londres, em 2 de novembro de 1973, seu Protocolo, concluído em Londres, em 17 de fevereiro de 1978, suas Emendas de 1984 e seus Anexos Opcionais III, IV e V. Decreto nº 1.695, de 13/11/95 Regulamenta a exploração de aqüicultura em águas públicas pertencentes à União, e da outras providências. Decreto nº 1.530, de 22/06/95 Declara a entrada em vigor da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, concluída em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982. Decreto nº 1.265, de 11/10/94 Aprova a Política Marítima Nacional. Decreto nº 96.165, de 12/03/90 Promulga a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Decreto nº 98.897, de 30/01/90 Dispõe sobre as reservas extrativistas, e dá outras providências. Decreto nº 98.145/89 Institui o Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira. Decreto nº 87/566, de 16/09/82 Promulga o texto da Convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e outras matérias, concluída em Londres, em 29/12/72. Decreto nº 84.324, de 19/12/79 Institui a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – SECIRM. Decreto nº 83.540, de 04/06/79 Regulamenta a aplicação da Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo, de 1969. Decreto nº 79.437, de 28/03/77 Promulga a Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo – 1960. Decreto nº 74.557, de 12/09/74 Cria a Comissão Interministerial de Estudos dos Assuntos relacionados com a Política Brasileira para os Recursos do Mar. Decreto nº 62.837, de 07/06/68 Dispõe sobre exploração e pesquisa na plataforma submarina do Brasil, nas águas do mar territorial e nas águas interiores, e dá outras providências. Decreto nº 50.877, de 29/06/61 Dispõe sobre o lançamento de resíduos tóxicos ou oleosos nas águas interiores ou litorâneas do País, e dá outras providências. Decreto nº 24.643, de 10/07/34 Código de Águas. Atos Normativos do IBAMA Portaria Normativa IBAMA nº 64, de Dispõe sobre o registro provisório de dispersantes químicos. 19/06/92 Atos da ANP Portaria ANP 025 de 06/03/02 Abandono de Poço. Portaria ANP 03 de 10/01/03 Comunicação de Incidentes. Portaria ANP 014 de 01/02/00 Estabelece os procedimentos para comunicação de acidentes de natureza operacional e liberação acidental de poluentes, a serem adotados pelos concessionários e empresas autorizadas a exercer atividades pertinentes à exploração e produção de petróleo e gás natural, bem como pelas empresas autorizadas a exercer as atividades de armazenamento e transporte de petróleo, seus derivados e gás natural. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 10/10 | Anexo VIII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ATO LEGAL EMENTA Resoluções CONAMA 398/08 Dispõe sobre o conteúdo mínimo do Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição nacional, originados em portos organizados, instalações portuárias, terminais, dutos, sondas terrestres, plataformas e suas instalações de apoio, refinarias, estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares, e orienta a sua elaboração. 393/07 Dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências. 350/04 Dispõe sobre o licenciamento ambiental específico das atividades de aquisição de dados sísmicos marítimos e em zonas de transição. 344/04 Estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para a avaliação do material a ser dragado em águas jurisdicionais brasileiras, e dá outras providências. 306/02 Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais, objetivando avaliar os sistemas de gestão e controle ambiental nos portos organizados e instalações portuárias, plataformas e suas instalações de apoio e refinarias, tendo em vista o cumprimento da legislação vigente e do licenciamento ambiental. 274/00 Dispõe sobre a classificação das águas doces, salobras e salinas, em todo o Território Nacional, bem como determina os padrões de lançamento. 269/00 Regulamenta o uso de dispersantes químicos em derrames de óleo no mar. 237/97 Dispõe sobre o licenciamento ambiental e distribuição de competências entre União, estados e municípios. 23/96 Disciplina o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e outros resíduos. 10/96 Dispõe sobre o licenciamento ambiental em praias onde ocorre a desova de tartarugas marinhas. 023/94 Institui procedimentos específicos para o licenciamento de atividades relacionadas à exploração e lavra de jazidas de combustíveis líquidos e gás natural. 05/93 Estabelece normas para tratamento e disposição de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários. 06/91 Dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos. 06/90 Dispõe sobre a produção, importação, comercialização e uso de dispersantes químicos empregados em ações de combate a derrames de petróleo e seus derivados. 06/88 Dispõe sobre o inventário de resíduos industriais. 05/88 Submete obras de saneamento ao licenciamento ambiental. 20/86 Dispõe sobre a classificação dos corpos d'água. Atos do Comando da Marinha Portaria MM nº 52, de 30/10/95 Aprova as normas para emissão de pareceres relativos à concessão de terrenos da União, obras e outras atividades realizadas em áreas sob fiscalização do Ministério da Marinha. Portaria MM/DPC nº 46/96, de 28/08/96 Aprova as diretrizes para implementação do Código Internacional de Gerenciamento para a Operação Segura de Navios e para a Prevenção da Poluição (Código Internacional de Segurança - Código ISM). Resolução MM/DPC 6 de 22/06/82 Cria e regulamenta a atividade de Coletor-Separador-Vendedor de óleo derramado no mar ou de resíduos de porões de navio. Portaria DPC nº 46, de 27/08/1996 Aprova Diretrizes para a implementação do Código Internacional de Gerenciamento para Operação Segura de Navios e para a prevenção de Poluição (Código Internacional de Gerenciamento de Segurança – Código ISM). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO IX PARTES INTERESSADAS Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo IX | 1/1 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO IX - PARTES INTERESSADAS População População residente nas localidades de Vila do Abraão, Aventureiro, Provetá, Praia Vermelha, Araçatiba, Longa, Ubatuba, Tapera, Sítio Forte, Maguariquessaba, Passa Terra, Jaconema, Matariz, Bananal, Freguesia do Santana, Japariz, Saco do Céu e Praia de Fora, Mangues, Palmas, Aroeiras, Lopes Mendes, Castelhanos e Dois Rios. Visitantes Veranistas, turistas, alunos, professores e cientistas. ONGs e Associações Civis CODIG, Sapê, ISABI (Instituto Socioambiental da Baía da Ilha Grande), Associações de Moradores, Associações de Pescadores Artesanais, Guarda Mirim, Instituto Ambiental da Vale, Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Baia de Ilha Grande e Instituto de Eco-desenvolvimento da Baía da Ilha Grande. Governo Estadual Secretaria de Estado do Ambiente – SEA, INEA, APA de Tamoios, PPMA/RJ – Projeto de Proteção à Mata Atlântica do Rio de Janeiro, Câmara de Compensação, FECAM, CONEMA, Conselho Consultivo do PEIG, Conselho Estadual de Turismo, Comitê de Bacia da Baia de Ilha Grande (a ser implantado), Secretaria de Estado de Fazenda (ICMS Ecológico), INEPAC, TURISRIO, Procuradoria Geral do Estado, FIPERJ, ITERJ, Corpo de Bombeiros, Batalhão Florestal e do Meio Ambiente, Delegacia de Polícia do Meio Ambiente, Polícia Civil, Policia Militar, Secretaria de Estado de Segurança, Órgão de Patrimônio do Estado (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Superintendência de Patrimônio); representante da Escola Estadual, Ministério Público Estadual, DER, EMATER, Fundação CIDE, Setor de Publicidade do Governo Estadual, Imprensa Oficial, Arquivo Público Estadual. Governo Federal Conselho do Mosaico, Instituto Chico Mendes, IBAMA, MMA, Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais – CNPT (IBAMA), Ministério Público Federal, IPHAN, BNDES, Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Capitania dos Portos, INCRA, Biblioteca Nacional, Arquivo Publico Nacional, SEBRAE. Governo Municipal de Angra dos Reis Prefeito de Angra dos Reis; Conselho Municipal de Meio Ambiente; Subprefeitura da Ilha Grande; Procuradoria-Geral; Secretarias Municipais, TURISANGRA. Governo Municipal de Mangaratiba Prefeito de Mangaratiba, Conselho Municipal de Meio Ambiente, Secretarias Municipais. Poderes Legislativos Câmaras Municipais de Mangaratiba e Ilha Grande. Deputado Federal Luiz Sérgio (eleito com votos da região), Deputados Estaduais que representam a Região. Comissão de Meio Ambiente da ALERJ. Setor de Ensino, Ciência e Tecnologia FAPERJ, UERJ, UFRRJ, UFF, UFRJ, Instituto Jardim Botânico, CNPq e Escola Naval. Usuários da Água Setor Privado de Turismo e Recreação Pessoas físicas e jurídicas que captam águas dentro e no entorno do Parque. Associação Brasileira das Agências de Viagem – ABAV; Guias de Trilhas em Ilha Grande; Empresas de Mergulho; Associação de Barqueiros de Angra dos Reis; Associação dos Meios de Hospedagem da Ilha Grande (AMHIG); Proprietários dos Restaurantes, Bares e Similares; Ilha Grande Convention Bureau; Agências de Viagem, Turismo, Operadoras e Receptivos; Marinas e Clubes Náuticos; Resorts: Blue Tree Park Angra dos Reis, Club Med Rio das Pedras, Hotel do Frade Golf & Resort, Portobello Resort & Safári, Pestana Angra Beach Resort, Hotel do Bosque Eco Resort, Porto Real Resort e Portogalo Suíte Hotel. Mídia Jornais, rádios e TV locais. Associações Profissionais CREA e CRBio. Empresas Prestadoras de Serviço Barcas S/A, Ampla, Tim, Claro, Correios (franquia), e Serviço Autônomo de Águas e Esgotos de Angra dos Reis. Empresas com influência regional Companhia Vale, TERMORIO, TEBIG-Transpetro, Eletronuclear, Porto de Angra, CSN, CSA e Estaleiros. Consultores e Parceiros Externos ao Estado do Rio de Janeiro Consultores do Programa de Proteção a Mata Atlântica, Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, KfW, IEF/MG. Fornecedores Empresas de construção e reforma, fornecedores de insumos para viveiro, empresa produtora de vídeo, empresa fornecedora ou produtora do material didático, fornecedores de equipamentos e de insumos, empresa de fabricação de placas, e empresa de limpeza e manutenção. Fonte: Administração do Parque Estadual da Ilha Grande, 2008. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO X SÍNTESE INFORMATIVA DO ECOSSISTEMA MARINHO DA BAÍA DA ILHA GRANDE Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo X | 1/3 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO X - SÍNTESE INFORMATIVA DO ECOSSISTEMA MARINHO DA BAÍA DA ILHA GRANDE Origem e Formação Formada na última regressão do nível do mar, há cerca de 9.000 anos. Dimensões Geográficas Superfície total: 1.728 km² Superfície do espelho de água: 1.525 km² Superfície das Ilhas: 203 km² Extensão total do litoral: 757 km Extensão do litoral continental: 401 km (da ponta de Trindade, na divisa entre Rio de Janeiro e São Paulo, até rochedo, entre Garatucaia e Conceição de Jacareí. O litoral de Angra dos Reis tem 174 km, enquanto o de Paraty tem 227 km. Extensão do litoral insular: 356 km Maior distância norte-sul: 23,4 km Maior distância leste-oeste: 18 Km Ponto no extremo norte: Baía da Ribeira (foz do rio Ariró) Ponto do extremo sul: Ponta Negra Ponto no extremo leste: Ponta dos Castelhanos (Ilha Grande) Ponto no extremo oeste: Baía de Paraty Morfologia e Sedimentos Feições gerais: Litoral continental e insular extremamente recortado, formando diversas enseadas e sacos separados por pontas. Pontas: Acima de uma centena, destacando-se Trindade, Negra, Juatinga, Grossa de Paraty, Cajaíba, Pasto, Leste e do Gambelo no continente e as pontas Grossa, dos Meros, Lopes Mendes e Tucunduba na Ilha Grande. Praias continentais e insulares: Não há inventários. Estima-se em mais de 200 praias, posto que só a Ilha Grande conta com mais de 100. Ilhas: 187 ilhas, ilhotes, lajes e parcéis. Maiores ilhas: Grande, Jipóia, Algodão, Araújo e Sandri, seguidas de Cunhambembe, Araraquara, Cedro, Meros, Jorge Grego, Paquetá, dos Porcos Grandes, Cedro, Mantimento, Cairucú, das Pedras e Macacos. Sacos e enseadas: Diversas enseadas, angras, sacos ou reentrâncias das mais variadas formas e tamanhos. As principais são conhecidas como baía de Jacuecanga, Angra dos Reis, da Ribeira e de Paraty; enseadas de Paraty-Mirim, Ariró e do Pouso e os sacos de Mamanguá, da Barra Grande e do Céu. Costões rochosos: Presentes no litoral continental e em todas as ilhas. Têm formato de rampa ou de lajes e podem chegar a 20 m de profundidade ou mais. Sedimentos: Predominam bancos de areia fina, seguidos de areias grossa e de lama, estes na periferia norte da Ilha Grande e em algumas enseadas. Águas Comunicação com o mar aberto: Através de duas barras: leste, com 12 km (entre a Ilha Grande e o Morro da Marambaia), e oeste, com 17 km (entre as pontas da Juatinga e dos Meros). Hidrodinamismo: Em geral, águas calmas e abrigadas. Ondulações são sentidas em algumas áreas. O vento Sudoeste é o principal responsável pela formação de fortes ondulações, comuns no período de outono/inverno. Profundidades predominantes: 10 m a 30 m Profundidade máxima: 40 m Maré: Do tipo semidiurno, com desigualdade diurna, apresentando-se assim com duas preamares e duas baixamares de diferentes alturas, com amplitudes médias de maré de sizígia variando em torno de 100,8 a 107,0 cm. Canais de navegação: Canais de acesso ao TEBIG/PETROBRÁS, estaleiro BrasFels e Porto de Sepetiba. Temperatura: Entre 14 ºC e 30 °C dependendo da época do ano e da profundidade. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/3 | Anexo X Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Águas Salinidade: Entre 33,4 e 36,1 na superfície e no fundo. Tonalidade: Verdes e transparentes. Visibilidade: Entre 4 e 20 metros, sendo em média de 12 metros. Principais biótopos: Praias arenosas, costões e lajes rochosas, manguezais e pequenos estuários. Grande quantidade de ilhas. Biodiversidade: Milhares de espécies de invertebrados e mais de uma centena de algas, mais de 150 espécies de peixes, além de 5 espécies de tartarugas, dezenas de aves aquáticas e cerca de 13 espécies de baleias e golfinhos. Estudo recente da UERJ (Biodiversidade Marinha da Baía de Ilha Grande) registrou 889 espécies de macroalgas marinhas, echinodermata, cnidaria; mollusca, annelida polychaeta e crustacea, sendo estes três últimos somente em substrato não consolidado. Foram encontradas 20 espécies novas para a ciência, 21 novas ocorrências para o Brasil, 206 para o estado do Rio de Janeiro e 241 para a baía em si. Espécies invasoras: Duas espécies de corais, Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis habitando costões rochosos, a macroalga Caulerpa scalpelliformis, o siri Charybdis hellerii e o camarão-tigre-gigante Penaeus monodon. Principais áreas de reprodução de espécies marinhas de importância comercial: O saco de Mamanguá, a enseada de Paraty-Mirim e as baías de Paraty e Ribeira são criadouros naturais de inúmeras espécies de organismos marinhos de interesse econômico, como o camarão-branco, camarão sete-barbas e o robalo. Biodiversidade Manguezais: Apresenta manguezais tanto na orla continental quanto na insular. Os maiores são: Monsuaba, Jacuecanga, Praia da Chácara, Retiro, Japuíba, Gamboa, Pontal, AriróJurumirim, Itanema, Bracuí/Cansado, Saco do Bracuí, Ponta do Quitumba: Mambucaba, Saco Grande, Mangue do Tu, Jabaguara, Terra Nova, Ilha das Cobras, Boa Vista, Paraty-Mirim, Saco Grande e Saco do Fundão, Caetana/Meros/Turvos/ltatinga, Mamanguá e praias do Sul e do Leste. Nos últimos 30 anos, os manguezais no município de Angra dos Reis foram reduzidos a 60%, havendo uma perda estimada em 2.000 ha. Recursos Naturais Recursos naturais: Paisagens emersas e submersas, manguezais, costões rochosos, ilhas, praias, algas, peixes, camarões, ostras, lulas, polvos e mexilhões. Principais Cidades e Vilas Litorâneas Município de Angra dos Reis: Angra dos Reis, Monsuaba, Jacuacanga, Frade (Cunhambebe), Mambucaba, Vila do Abraão e Provetá. Município de Paraty: Paraty, Tarituba, Taquari, São Roque, Barra Grande, Corumbê, Paraty-Mirim e Trindade. Usos e Empreendimentos • Habitat de milhares de espécies nativas; • Banho, recreação e natação nas praias; • Esportes de praia; • Surfe; • Iatismo e lazer náutico (embarcações à vela e motor e caiaques); • Passeio de escunas; • Mergulhos contemplativos; Principais tipos de usos: • Pesca artesanal de linha e rede, industrial (arrasto, cerco e espinhel), amadora (embarcada ou na praia) e submarina; • Coleta de invertebrados em manguezais e costões rochosos (mexilhões, ostras); • Coleta de peixes e invertebrados para o comércio de aquariofilia; • Coleta de conchas e demais invertebrados para artesanato e venda como objeto de decoração • Maricultura (produção de mexilhão Perna-perna e vieira Nodipecten nodosus); • Transporte interno de passageiros • Infraestrutura portuária para navegação oceânica; • Suprimento de água para refrigeração industrial (Usina Nuclear). Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo X | 3/3 Usos e Empreendimentos • Porto de Angra dos Reis; • Terminal da Baía de Ilha Grande – TEBIG; Principais empreendimentos: • Central Nuclear de Angra dos Reis (Usinas Termonucleares de Angra I e II, com 626 MW e 1.245 MW de potência); • Estaleiro BrasFels; • Marinas, condomínios e complexos hoteleiros; • BR-101. Principais impactos: Eutrofização, poluição por óleo, redução do espelho de água, alteração hidrodinâmica e de movimentação de sedimentos, assoreamento, redução de biodiversidade marinha, redução dos estoques de peixes e camarões, perda de oportunidades de geração de empregos e renda Fonte: Diversos trabalhos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XI PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA DO MAR NO ENTORNO DA ILHA GRANDE Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XI | 1/1 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XI – PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA DO MAR NO ENTORNO DA ILHA GRANDE TEMPERATURA, SALINIDADE, NUTRIENTES (NITRATO, NITRITO E FOSFATO), OXIGÊNIO DISSOLVIDO, CLOROFILA A, PROFUNDIDADE E DISTÂNCIA DE SECCHI, COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO DIRETA (KD) DA ÁGUA DO MAR E PROFUNDIDADE DAS AMOSTRAS DE FUNDO DURANTE AS CAMPANHAS DE VERÃO DE 2003 E INVERNO DE 2004 NO ENTORNO DA ILHA GRANDE, RJ (S = SUPERFÍCIE e F = FUNDO) Temperatura (ºC) Oxigênio Nitrato Nitrito Fosfato dissolvido Clorofila a -1 -1 -1 (μmol.L ) (μmol.L ) (μmol.L ) (% (μg.L-1) saturação) Salinidade Local Verão S Inverno F S F ND Verão S F Inverno Verão S F S F ND 30,5 36,5 35,5 Verão S F Verão S F Verão S F Verão S F Profundidade Secchi (m) Verão Vert. Hor. Kd Profundidade do fundo Inverno Verão (m) Vert. Laje do Coronel 26,0 26,0 24,2 1,51 1,4 0,04 0,06 0,06 0,23 111 82 0,13 1,87 13,1 8,4 13,0 6,4 23,0 Ilha dos Macacos 25,9 22,0 24,0 24,0 27,0 36,5 35,5 36,0 1,74 1,5 1,99 1,76 0,65 0,55 127 84 1,91 0,72 8,5 3,5 6,0 6,6 19,0 Ponta da Enseada 25,1 21,9 ND ND 35,0 37,0 ND ND 1,57 2,5 1,65 0,26 0,5 105 82 0,13 0,86 8,6 10,0 ND 5,4 18,0 Praia dos Morcegos 27,1 24,8 ND ND 34,5 37,5 ND ND 1,91 2,23 1,53 1,25 0,26 0,4 106 98 0,26 0,29 6,0 11,8 ND 3,3 12,5 Saco dos Castelhanos 26,4 23,4 ND ND 35,0 37,5 ND ND 1,73 1,57 1,4 1,74 0,5 0,65 103 91 0,36 0,16 11,8 10,0 ND 6,6 15,5 Enseada de Lopes Mendes 26,0 24,5 ND ND 35,0 35,5 ND ND 1,27 1,61 1,93 1,4 0,36 0,31 109 104 0,15 0,57 14,8 12,5 ND 5,9 15,0 Ilha Jorge Grego 25,7 20,8 24,0 23,8 35,5 37,0 38,0 38,5 1,87 0,18 1,7 2,47 0,55 0,36 103 74 0,23 2,36 16,3 19,6 8,0 6,8 29,0 Ponta Alta de Parnaioca 25,8 21,1 ND ND 35,5 36,0 ND ND 3,27 6,09 1,4 2,3 0,7 106 76 0,15 1,62 15,0 21,0 ND 8,0 37,0 Ponta do Aventureiro 26,0 25,2 ND ND 35,5 35,0 ND ND 2,94 1,02 1,72 1,61 0,31 0,26 107 105 0,32 0,34 15,0 14,0 ND 7,6 15,0 Ponta Acaiá 26,2 21,6 24,3 24,2 35,0 37,0 37,0 37,5 1,87 1,74 1,74 2,26 0,16 0,65 100 73 0,26 1,29 13,0 18,9 13,5 9,2 24,0 1,7 0,21 Ponta Longa 26,1 21,9 24,3 24,3 35,5 38,0 38,0 38,0 1,02 3,75 2,07 1,49 0,45 0,21 105 73 0,38 3,43 14,3 15,0 10,5 9,9 27,5 Ponta Grossa de Sitio Forte 26,0 21,4 1,26 1,57 1,84 3,05 0,36 0,45 103 69 0,20 2,10 11,8 12,0 ND 9,4 26,0 Ilha dos Meros 24,6 22,0 25,0 25,0 35,0 37,0 36,5 36,5 3,75 1,02 1,49 2,39 0,21 0,67 39 82 <ND <ND 18,5 19,3 10,0 7,4 17,0 Ilha Itacuatiba 27,1 22,3 24,3 24,1 34,5 38,0 34,0 35,0 1,27 1,49 1,49 2,89 0,21 0,89 108 75 0,17 0,60 5,0 6,3 8,3 9,3 30,0 Ponta do Cavalinho ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 24,3 24,3 35,0 33,0 ND ND ND ND 37,0 37,5 ND ND ND ND ND ND ND Fonte: CREED, J. C. & OLIVEIRA, A. E. S. 2007. Uma metodologia e análise de impactos ambientais. In: Biodiversidade Marinha da Baía da Ilha Grande (CREED, J. C., PIRES, D. O. & FIGUEIREDO, M. A. O., eds.), pp. 416. MMA/SBF, Brasília. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XII ILHAS E ILHOTAS DO ENTORNO DA ILHA GRANDE Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XII | 1/2 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XII - ILHAS E ILHOTAS DO ENTORNO DA ILHA GRANDE Ilha Perímetro (km) Área (km²) Abraão 0,43 0,010 Distância da Habitada IG (km) (S/N) Coordenadas UTM 23k 7443519,133 N 0,49 N 585431,298 E Observações A leste, em frente à ponta do Abraão e do Lobo. 7435882,450 N Amarração Leste 0,58 0,019 0,350 N Ao sul, no saco Dois Rios. 583897,985 E 7435890,196 N Amarração Oeste 0,48 0,010 0,35 N Ao sul, no Saco Dois Rios. 583598,824 E 7443009,064 N Amolá 0,28 0,005 0,20 N 587983,771 E 7447678,322 N Aroeira 0,50 0,015 0,95 S 577819,149 E 7447669,554 N Arpoador 0,44 0,010 1,05 N 579135,198 E 7446961,130 N Comprida 1,12 0,049 0,20 S 577656,635 E 7436909,269 N Guriri 0,50 0,018 0,15 N 592945,815 E 7448443,132 N Itacuatiba 1,25 0,082 2,00 N 576584,932 E 7446741,260 N Japariz 0,38 0,008 0,30 S 580350,023 E 7431662,350 N Jorge Grego 6,19 0,793 3,65 N 586413,053 E A leste, entre as pontas Grossa e do Jardim Ao norte da Ilha Grande e a oeste da Ilha dos Macacos, próximo à Lagoa Azul. Ao norte, no Saco da Freguesia, próximo a Ilha dos Macacos. Desabitada, com uma casa em ruínas. Ao norte da Ilha Grande e ao sul da Ilha dos Macacos. Formada por rochedos, a leste, próximo a Ponta dos Castelhanos Ao norte da Ilha Grande e oeste da Ilha dos Macacos Ao norte da Ilha Grande, entre a Ponta do Funil e o Saco da Freguesia. Ao sul, em frente à enseada de Lopes Mendes. 7441023,715 N 569088,133 E Longa ou Boqueirão 1,19 0,0766 >0 S e A oeste da Ilha Grande, na enseada de Araçatiba. São duas ilhas. 7441073,322 N 568836,586 E 7447481,830 N Macacos 4,11 0,5 >0 S 578435,805 E Ao norte da Ilha Grande, próxima ao Saco de Freguesia, é quase integrada à Ilha Grande, dela se separando por um pequeno canal de aproximadamente 5,0 metros de largura, conhecido como Furado 7441156,986 N 585302,712 E Macedo 0,77 0,022 0,08 S e 7440975,962 N A leste, em frente à praia do Abraão. Conhecidas no passado como Aiuiri Grande e Aiuiri Pequena, são duas ilhas, a maior com uma pequena casa em ruínas. Desabitada. 585217,757 E 7443974,417 N Matariz 0,11 0,0009 N 575987,340 E 7444437,871 N Meio 0,54 0,016 1,60 N 588015,119 E Instituto Estadual do Ambiente – INEA Ao norte, em frente à ponta de Matariz, perto da praia de mesmo nome. A leste, em frente à Ilha do Amolá. Recebeu este nome por estar no meio, alinhada com as ilhas do Abraão e Pau a Pino. 2/2 | Anexo XII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Ilha Perímetro (km) Área (km²) Meros 1,34 0,099 Distância da Habitada IG (km) (S/N) Coordenadas UTM 23k 7432776,727 N 0,54 N 565624,461 E 7442283,903 N Morcegos 0,47 0,014 0,15 N 586999,278 E Observações A oeste da Ilha Grande, próximo à ponta da Escada, na rota da ponta dos Meros. A leste, em frente à praia dos Morcegos, na enseada do Abraão. 7440724,621 N 591357,877 E 7440312,591 N Palmas 2,71 0,158 0,8 N 591280,773 E 7440843,215 N Em frente à enseada de Palmas; a leste, próxima à ponta do Cafua. São três ilhas. 591857,247 E 7445235,174 N 590178,069 E 0,83 0,017 Pau a pino 2,00 N A leste, próximo à ponta Grossa. São duas ilhas. e 7445129,350 N 590023,841 E 7447042,688 N Pombas 0,63 0,020 0,63 S 578966,908 E 7439890,735 N Recifes 0,36 0,007 0,35 N 590002,105 E 7446736,315 N Redonda 0,59 0,02 0,12 N 577823,647 E Ao norte, no saco da Freguesia, próximo à Ilha dos Macacos, a leste do Funil. A leste, entre a praia da Aroeira e a ponta da Cafua, na enseada de Palmas. Ao norte da Ilha Grande e ao sul da Ilha Comprida, próxima à Lagoa Azul. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XIII LAJES NO ENTORNO DA ILHA GRANDE Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XIII | 1/1 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XIII - LAJES NO ENTORNO DA ILHA GRANDE Laje Distância da Ilha Grande (km) Araçá 0,55 Coordenadas (23k) 7446229,863 N 576859,288 E 7441109,569 N Branca 1,90 566860,620 E 7437855,871 N Castelhanos 0,15 593146,525 E 7432194,629 N Drago 0,40 568623,413 E 7442975,722 N Feiticeiras 0,27 583100,027 E Observações A oeste de Freguesia de Santana, ao sul das Ilhas Comprida e Redonda. A oeste da Ilha Longa, em frente e ao largo da enseada de Araçatiba. A leste da ponta dos Castelhanos, na borda sul do Saco dos Castelhanos. Ao norte de Ponta do Drago, no interior do Parque Estadual Marinho do Aventureiro. Ao largo da praia da Cachoeira, próximo à praia da Feiticeira. 7444274,394 N Grande 0,25 No interior do Saco do Céu. 580759,036 E 447136,951 N Ilha Comprida 1,35 A oeste das Ilhas Comprida e Redonda. 576894,845 E 7436208,698 N Jerônimo 0,50 Ao sul de Ponta de Acaiá, próximo à Ponta do Itacussê. 563491,150 E 7435220,306 N Lopes Mendes 0,54 588624,082 E Ao sul de Ponta de Lopes Mendes, na face oceânica da ilha. 7444170,932 N Matariz de Dentro 0,54 A oeste de Ilha Matariz, ao largo da praia de Matariz. 575110,327 E 7444325,193 N Matariz de Fora 0,76 A oeste de Ilha Matariz, ao largo da praia de Matariz. 574950,825 E 7432700,500 N Moreira 0,54 566055,188 E Ao lado leste da Ilha dos Meros, no canal de passagem entre esta e a Ilha Grande. 7446496,652 N Navio 1,25 Ao norte de ponta do Bananal 575335,258 E 7434862,959 N Pendão Leste 1,30 Ao sul de ponta de Acaiá. São duas lajes. 563291,776 E 7434760,743 N Pendão Oeste 1,90 Ao sul de ponta de Acaiá. São duas lajes. 562696,608 E Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XIV RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE ÁRVORES DA ILHA GRANDE Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XIV | 1/8 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XIV - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE ÁRVORES DA ILHA GRANDE (Compilada pela administração do PEIG) FAMÍLIA ANACARDIACEAE ANNONACEAE APOCYNACEAE AQUIFOLIACEAE ARALIACEAE ASTERACEAE BIGNONIACEAE BOMBACACEAE ESPÉCIE FONTE Astronium graveolens PD Schinus terebinthifolius PD Tapirira guianensis Oliveira (2002) Anaxagorea sp. PD Annona sp. Oliveira (2002) Guatteria latifolia Oliveira (2002) Guatteria sp. Oliveira (2002) Guatteria sp1. PD Guatteria sp2. PD Oxandra martiana Oliveira (2002) Rollinia dolabripetala Oliveira (2002) Rollinia laurifolia Oliveira (2002) Rollinia sp. PD Xylopia brasiliensis PD Oliveira (2002) Xylopia langsdorffiana Oliveira (2002) Xylopia sericea PD Aspidosperma sp1. PD Aspidosperma sp2. PD Geissospermum sp. PD Peschieria fuchsiaefolia PD Tabernaeontana laeta Oliveira (2002) Ilex integerrima Oliveira (2002) Ilex sp. Oliveira (2002) Dendropanax arboreus Oliveira (2002) Dendropanax sp. PD Didymopanax angustissimum Oliveira (2002) Didymopanax longipetiolatum Oliveira (2002) Baccharis dracunculifolia Oliveira (2002) Vernonia discolor PD Vernonia polyanthes Oliveira (2002) Vernonia sp. PD Adenocalyma comosum (Cham.) DC. var. lanceolatum Bur. & K. Schum Araújo & Oliveira (1988);Oliveira (2002) Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. ex DC. Araújo & Oliveira (1988); PD Oliveira (2002) Sparathosperma leucanthum Oliveira (2002) Sparathosperma vennicosum PD Tabebuia cassinoides PD Tabebuia sp1. PD Tabebuia stenocalyx Oliveira (2002) Tabebuia sp2. PD Chorisia sp. PD Chorisia speciosa Oliveira (2002) Eriotheca pentaphylla Oliveira (2002) Eriotheca sp. PD Pseudobombax grandiflorum PD Quararibea turbinata Oliveira (2002) Instituto Estadual do Ambiente – INEA STATUS Vulnerável Biodiversitas 2/8 | Anexo XIV Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA BORAGINACEAE ESPÉCIE FONTE Cordia magnoliaefolia Araújo & Oliveira (1988); Oliveira (2002) Cordia sp. Oliveira (2002) Cordia taguahyensis Oliveira (2002) Jacaratia heptaphylla Oliveira (2002) Jacaratia spinosa Rita Svorc (2007) CARYOCARACEAE Caryocar sp. PD CECROPIACEAE Cecropia sp. PD Maytenus aquifolium Oliveira (2002) CARICACEAE CELASTRACEAE CHRYSOBALANACEAE CLUSIACEAE COMBRETACEAE CUNONIACEAE CYATHEACEAE ELAEOCARPACEAE ERYTHROXYLACEAE EUPHORBIACEAE Maytenus ardisiaefolia Oliveira (2002) Couepia schottii Oliveira (2002) Licania incana PD Licania octandra Oliveira (2002) Parinari excelsa Oliveira (2002) Clusia sp. PD Kielmeyera membranacea Oliveira (2002) Kielmeyera sp. Oliveira (2002) Kilmeyera sp. PD Rheedia brasiliensis Oliveira (2002) Rheedia gardneriana Oliveira (2002) Rheedia sp. PD Terminalia sp. PD Lamanonia sp. PD Lamanonia ternata Oliveira (2002) Cyathea delgadii Oliveira (2002) Sloanea garckeana Oliveira (2002) Sloanea monosperma PD Erythroxylum cuspidifolium Oliveira (2002) Erythroxylum passerinum Rita Svorc (2007) Erythroxylum pulchrum Oliveira (2002) Erythroxylum sp1. PD Erythroxylum sp2. PD Alchornea iricurana Oliveira (2002) Alchornea sp1. PD Alchornea sp2. PD Alchornea triplinervia Oliveira (2002) Croton compressus Lam. Araújo & Oliveira (1988) Croton floribundus Oliveira (2002) Croton sp. PD Drypetes sessiliflora Oliveira (2002) Hyeronima alchorneoides PD Oliveira (2002) Hyeronima sp1. PD Hyeronima sp2. PD Mabea brasiliensis Oliveira (2002) Mabea fistulifera Rita Svorc (2007) Mabea sp1. PD Mabea sp2. PD Mabea sp3. PD Mabea sp4. PD Mabea sp5. PD STATUS Vulnerável IUCN Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XIV | 3/8 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA ESPÉCIE Mabea sp6. EUPHORBIACEAE FLACOURTIACEAE HIPPOCRATEACEAE LACISTEMACEAE LAURACEAE FONTE Pausandra megalophylla Oliveira (2002) Pausandra sp. Rita Svorc (2007) Pausandra trienae Rita Svorc (2007) Pera glabrata Oliveira (2002) Pera leandri Oliveira (2002) Sapium glandulatum PD Oliveira (2002) Sapium sp1. PD Sapium sp2. PD Sebastiana sp. PD Senefeldera multiflora PD Oliveira (2002) Tetraplandra leandrii Oliveira (2002) Tetraplandra sp. Oliveira (2002) Tetrorchidium aff. rubrivenium Oliveira (2002) Actinostemum comunis Rita Svorc (2007) Aparisthmium cordatum Rita Svorc (2007) Maprounea guianensis Rita Svorc (2007) Casearia commersoniana Oliveira (2002) Casearia decandra Oliveira (2002) Casearia pauciflora Oliveira (2002) Casearia sp1. PD Casearia sp2. PD Casearia sp3. PD Casearia sp4. PD Casearia sp5. PD Casearia sp6. PD Casearia sp7. PD Casearia sp8. PD Casearia sp9. PD Casearia sylvestris Oliveira (2002) Xylosma glaberrimum Oliveira (2002) Salacia elliptica Oliveira (2002) Salacia sp. Oliveira (2002) Lacistema sp. PD Aniba sp. Oliveira (2002) Aniba viridis Oliveira (2002) Cryptocarya moschata Oliveira (2002) Cryptocarya sp. PD Nectandra glaucyna PD Nectandra membranacea Oliveira (2002) Nectandra sp. Oliveira (2002) Ocotea diospyrifolia Oliveira (2002) Ocotea divaricata Oliveira (2002) Ocotea glaziovii Oliveira (2002) Ocotea schottii Oliveira (2002) Ocotea sp. Oliveira (2002) Ocotea sp1. PD Ocotea sp2. PD Ocotea teleiandra Oliveira (2002) Ocotea tenuiflora Oliveira (2002) Endlicheria glomerata Rita Svorc (2007) Instituto Estadual do Ambiente – INEA STATUS PD Dados insuficientes IUCN 4/8 | Anexo XIV Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA LECYTHIDACEAE LEGUMINOSAE LYTHRACEAE MALPIGHIACEAE MELASTOMATACEAE ESPÉCIE FONTE Cariniana estrellensis Oliveira (2002) Cariniana sp. PD Lecythis pisonis PD Anadenanthera colubrina PD Oliveira (2002) Andira fraxinifolia PD Bauhinia forficata PD Cassia ferruginea PD Chamaecrista ensiformes PD Copaifera lucens Oliveira (2002) Copaifera sp. PD Copaifera trapezifolia Oliveira (2002) Hymenaea courbaril PD Inga edulis Oliveira (2002) Inga flagelliformis Rita Svorc (2007) Inga lanceifolia Oliveira (2002) Inga marginata Oliveira (2002) Inga platyptera PD Inga sessilis PD Inga striata Oliveira (2002) Inga subnuda var. luschnathiana Oliveira (2002) STATUS Ameaçada IUCN Ameaçada IUCN Inga tenuis Oliveira (2002) Machaerium sp. Oliveira (2002) Myrocarpus frondosus PD Ormosia sp. Oliveira (2002) Dados insuficientes IUCN Piptadenia gonoacantha PD Pithecellobium cochliocarpum PD Pithecellobium pedicellare PD Pseudopiptadenia contorta PD Pseudopiptadenia inaequalis Rita Svorc (2007) Schizolobium parahyba PD Sclerolobium sp1. PD Sclerolobium sp2. PD Senna macranthera PD Senna multijuga PD Stryphnodendron polyphyllum PD Tachigali multijuga IAV Albizia polycephala Rita Svorc (2007) Zygia latifolia Rita Svorc (2007) Lafoensia glyptocarpa PD Oliveira (2002) Byrsonima laxiflora Rita Svorc (2007) Byrsonima sericea Oliveira (2002) Byrsonima sp. PD Miconia brasiliensis Oliveira (2002) Miconia calvescens PD Oliveira (2002) Miconia cinnamomifolia PD Oliveira (2002) Miconia cubatanensis PD Miconia holoserica Oliveira (2002) Miconia mirabilis Oliveira (2002) Miconia prasina Oliveira (2002) Miconia rigidiuscula PD Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XIV | 5/8 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA MELASTOMATACEAE MELIACEAE MONIMIACEAE MORACEAE MYRISTICACEAE MYRSINACEAE MYRTACEAE ESPÉCIE FONTE Miconia sp. PD Miconia sp1. PD Miconia sp2. PD Mouriri sp. Rita Svorc (2007) Tibouchina estrellensis Oliveira (2002) Tibouchina granulosa PD Oliveira (2002) Tibouchina sp. PD Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Araújo & Oliveira (1988); Oliveira (2002) Carapa guianensis Oliveira (2002) Cedrela fissilis PD Oliveira (2002) Guarea macrophylla ssp. tuberculata Oliveira (2002) Trichilia casaretti Oliveira (2002) Trichilia elegans PD Oliveira (2002) Trichilia hirta Oliveira (2002) Trichilia lepidota PD Trichilia schumanniana Oliveira (2002) Trichilia silvatica Oliveira (2002) Trichilia sp1. PD Trichilia sp2. PD Trichilia sp3. PD Monimiaceae sp. Oliveira (2002) Mollinedia acutissima Oliveira (2002) Mollinedia chrysolaeana Oliveira (2002) Mollinedia longifolia Oliveira (2002) Mollinedia oligantha Oliveira (2002) Mollinedia pachysandra Oliveira (2002) Mollinedia schottiana Oliveira (2002) Mollinedia sp1. PD Mollinedia sp2. PD Mollinedia sp3. PD Siparuna apiosyce Oliveira (2002) Siparuna arianae PD Oliveira (2002) Artocarpus heterophyllus PD Oliveira (2002) Brosimum guianense Oliveira (2002) Cecropia lyratiloba var. lyratiloba Oliveira (2002) Clarisia racemosa Oliveira (2002) Ficus insipida Oliveira (2002) Ficus pulchella Oliveira (2002) Ficus cyclophyla Rita Svorc (2007) Virola gardneri Oliveira (2002) Virola oleifera PD Oliveira (2002) Rapanea schwackeana Oliveira (2002) Rapanea sp. PD Rapanea umbellata Oliveira (2002) Gomidesia blanchetiana Rita Svorc (2007) Myrtaceae sp. Oliveira (2002) Calycorectes pohlianus Oliveira (2002) Calycorectes sellowianus Oliveira (2002) Calyptranthes lanceolata Berg. Araújo & Oliveira (1988) Instituto Estadual do Ambiente – INEA STATUS Ameaçada IUCN Vulnerável IUCN Vulnerável IUCN Vulnerável IUCN 6/8 | Anexo XIV Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA MYRTACEAE NYCTAGINACEAE ESPÉCIE FONTE Calyptranthes lucida Oliveira (2002) Campomanesia guaviroba PD Oliveira (2002) Campomanesia laurifolia PD Ameaçada IUCN Eugenia aff. velutiflora PD Eugenia brasiliensis PD Oliveira (2002) Eugenia compactiflora Oliveira (2002) Eugenia complanata Oliveira (2002) Eugenia glomerata Oliveira (2002) Eugenia involucrata PD Eugenia magnibracteolata Rita Svorc (2007) Eugenia mandioccensis Oliveira (2002) Eugenia phaea Oliveira (2002) Eugenia prasina Oliveira (2002) Eugenia rotundifolia Rita Svorc (2007) Eugenia santensis Oliveira (2002) Eugenia sp1. Oliveira (2002) Eugenia sp2. Oliveira (2002) Eugenia sp3. Oliveira (2002) Eugenia stictosepala Oliveira (2002) Eugenia stigmatosa Oliveira (2002) Eugenia subavenia Oliveira (2002) Gomidesia nitida Oliveira (2002) Gomidesia schaueriana Oliveira (2002) Gomidesia sp. PD Gomidesia spectabilis Oliveira (2002) Marlierea involucrata Oliveira (2002) Marlierea parviflora Oliveira (2002) Myrceugenia myrcioides Oliveira (2002) Myrcia fallax PD Myrcia insularis Oliveira (2002) Myrcia laxifolia Rita Svorc (2007) Myrcia longipes PD Myrcia rostrata Oliveira (2002) Myrcia sp. Oliveira (2002) Myrcia spectabilis PD Myrciaria floribunda Oliveira (2002) Neomitranthes glomerata Oliveira (2002) Plinia cauliflora Oliveira (2002) Psidium cattleianum Oliveira (2002) Guapira opposita Oliveira (2002) Guapira sp. Oliveira (2002) Pisonia sp. PD OCHNACEAE Ouratea sp. Oliveira (2002) OLACACEAE Heisteria silvianii Oliveira (2002) Astrocaryum aculeatissimum Oliveira (2002) Attalea dubia (Mart.) Burr. Araújo & Oliveira (1988) Bactris aff. escragnollei Glaz. ex Burr. Araújo & Oliveira (1988) Euterpe edulis Oliveira (2002) PALMAE STATUS Vulnerável IUCN Baixo risco/quase ameaçada IUCN Baixo risco/pouca preocupação IUCN Em perigo Biodiversitas Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XIV | 7/8 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA PHYTOLACACEAE PIPERACEAE PROTEACEAE ESPÉCIE Gallesia integrifolia FONTE PD Piper rivinoides Oliveira (2002) Roupala sp. Oliveira (2002) Roupala brasiliensis PD QUINACEAE Quina glaziovii Oliveira (2002) ROSACEAE Prunus sp. Oliveira (2002) Alibertia elliptica Oliveira (2002) Alibertia sp. Oliveira (2002) Alseis floribunda Oliveira (2002) Amaioua intermedia Oliveira (2002) Amaioua intermedia Mart. Ex Schult & Schult. Araújo & Oliveira (1988) var. brasiliana (Rich. Ex DC.) Steyem. RUBIACEAE RUTACEAE SALICACEAE SAPINDACEAE Bathysa sp. Oliveira (2002) Bathysa stipulata (Vell.) Presl. Araújo & Oliveira (1988); Oliveira (2002) Coffea arabica Oliveira (2002) Coussarea accedens Rita Svorc (2007) Coussarea meridionali var. porophylla Oliveira (2002) Coussarea nodosa Rita Svorc (2007) Coussarea sp. Oliveira (2002) Faramea multiflora var. salicifolia Oliveira (2002) Faramea pachyantha var. mandiocana Oliveira (2002) Faramea sp. Oliveira (2002) Ixora aff. gardneriana Oliveira (2002) Ixora aff. membranacea Oliveira (2002) Posoqueria acutifolia Oliveira (2002) Psychotria barbiflora Rita Svorc (2007) Psychotria brasiliensis Oliveira (2002) Psychotria carthaginensis Oliveira (2002) Psychotria nuda Oliveira (2002) Psychotria sp. Oliveira (2002) Psychotria vellosiana Oliveira (2002) Rudgea langsdorfii Oliveira (2002) Rudgea sp. Oliveira (2002) Rustia formosa Oliveira (2002) Rustia gracilis Oliveira (2002) Rustia sp. Oliveira (2002) Simira sampaioana Oliveira (2002) Chomelia estrellana Rita Svorc (2007) Citrus sp. Oliveira (2002) Dictyoloma incanescens Oliveira (2002) Almeida rubra Rita Svorc (2007) Carpotroche sp. IAV Allophylus heterophyllus Oliveira (2002) Allophylus petiolulatus Oliveira (2002) Cupania oblongifolia Mart. Araújo & Oliveira (1988); Oliveira (2002) Matayba guianensis Oliveira (2002) Tripterodendron filicifolium Oliveira (2002) Instituto Estadual do Ambiente – INEA STATUS 8/8 | Anexo XIV Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA ESPÉCIE Chrysophyllum flexuosum SAPOTACEAE SIPARUNACEAE SOLANACEAE FONTE Oliveira (2002) Ecclinusa ramiflora Oliveira (2002) Micropholis cuneata Oliveira (2002) Pouteria sp. Oliveira (2002) Pradosia kuhlmannii Oliveira (2002) Pradosia lactescens Oliveira (2002) Siparuna guianensis Rita Svorc (2007) Capsicum cf. schottianum Oliveira (2002) Solanum argenteum Oliveira (2002) Solanum carautae Oliveira (2002) STERCULIACEAE Sterculia chicha Sr. Roberto THYMAELIACEAE Daphnopsis sp. Oliveira (2002) TILIACEAE Luehea divaricata Oliveira (2002) ULMACEAE Trema micrantha Oliveira (2002) VERBENACEAE Aegiphila sellowiana Oliveira (2002) VIOLACEAE Amphirrhox longifolia Oliveira (2002) Qualea cryptantha Oliveira (2002) Qualea glaziovii Oliveira (2002) Vochysia bifalcata Oliveira (2002) VOCHYSIACEAE STATUS Baixo risco/dependente de conservação IUCN Ameaçada IUCN Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XV PRINCIPAIS PLANTAS VASCULARES EXÓTICAS ENCONTRADAS NA ILHA GRANDE, COM ENFOQUE PARA ESPÉCIES ARBÓREAS Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XV | 1/2 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XV - PRINCIPAIS PLANTAS VASCULARES EXÓTICAS ENCONTRADAS NA ILHA GRANDE, COM ENFOQUE PARA ESPÉCIES ARBÓREAS FAMÍLIA NOME TÉCNICO DA ESPÉCIE NOME POPULAR SOB CONTROLE ANACARDIACEAE Spondias mombin Cajá ANACARDIACEAE Anacardium occidentale Cajueiro ANACARDIACEAE Mangifera indica Mangueira APOCYNACEAE Allamanda cathartica Alamanda ARACEAE Dieffembachia sp. Comigo-ninguém-pode ARACEAE Epipremnum pinnatum Jibóia ARECACEAE Cocos nucifera Coqueiro CASUARINACEAE Casuarina sp. Casuarina CHRYSOBALANACEAE Licania tomentosa Oiti EUPHORBIACEAE Manihot sp. Mandioca LAURACEAE Persea americana Abacateiro LEGUMINOSAE CAESALPINOIDEAE Caesalpinia ferrea Pau-ferro LEGUMINOSAE CAESALPINOIDEAE Delonix regia Flamboyant LEGUMINOSAE CAESALPINOIDEAE Peltophorum dubium Canafístula LEGUMINOSAE PAPILIONOIDEAE Clitoria fairchildiana Sombreiro LECYTHIDACEAE Couroupita guianensis Abricó-de-macaco MELIACEAE Carapa guianensis Andiroba MORACEAE Artocarpus altilis Fruta-pão MORACEAE Ficus elastica Figueira MYRTACEAE Eucalyptus grandis Eucalipto MYRTACEAE Syzygium cumini Jamelão MYRTACEAE Syzygium malaccense Jambo-vermelho POLYGONACEAE Triplaris sp. Pau-formiga RUBIACEAE Coffea sp. Café RUTACEAE Citrus sp1. Laranjeira RUTACEAE Citrus sp2. Limoeiro STERCULIACEAE Sterculia chicha Chichá EBENACEAE Diospyrus sp. Caqui BALSAMINACEAE Impatiens sp. Beijo Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/2 | Anexo XV Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande FAMÍLIA NOME TÉCNICO DA ESPÉCIE NOME POPULAR INVASORAS EFETIVAS OU POTENCIAIS ARECACEAE Roystonia oleracea Palmeira imperial COMBRETACEAE Terminalia catappa Amendoeira LEGUMINOSAE CAESALPINOIDEAE Caesalpinia mimoseifolia Sabiá LEGUMINOSAE MIMOSOIDEAE Leucaena leucocephala Leucena LEGUMINOSAE MIMOSOIDEAE Albizia lebec Albizia MELIACEAE Melia azedarach Cinamomo MUSACEAE Musa sp. Bananeira POACEAE (BAMBUSOIDEAE) Bambusa vulgaris var. vitata Bambu brasileiro POACEAE (BAMBUSOIDEAE) Bambusa sp Bambu POACEAE (BAMBUSOIDEAE) Dendrocalamus giganteus Bambu gigante Invasoras efetivas COMMELINACEAE Tradeschantia sp. MORACEAE Artocarpus heterophyllus Jaqueira MORACEAE Ficus microcarpa Figueira-mata-pau POACEAE Melinis minutiflora Capim-gordura POACEAE Panicum maximun Capim-colonião POACEAE Phyllostachys sp. Bambu mirim PTERIDACEAE Pteridium aquilinum Samambaia-do-campo SAPOTACEAE Mimusops commersonii Abricó-da-praia Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 1/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI - LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA TABELA 1 LISTA ANOTADA DAS ESPÉCIES DE INVERTEBRADOS REGISTRADOS PARA A MATA ATLÂNTICA DA ILHA GRANDE. Ameaça: nível global (IUCN), nacional (BR) e regional (RJ). Endemismo: MA = endêmica da Mata Atlântica, RJ = endêmica do estado do Rio de Janeiro. ESPÉCIE NOME COMUM REINO PROTISTA Família Trypanosomatidae Leishmania (Viannia) braziliensis (Vianna, 1911) Filo Nematoda Lombrigas ou vermes cilíndricos Ancylostoma sp. Larva-migrans Família Strongylidae Strongylus sp. Família Physalopteridae Physaloptera sp. Filo Acantocephala Acantocéfalos Anuracanthorhynchus tritaxisentis Filo Mollusca Moluscos Clado Gastropoda Caracóis e lesmas Clado Cycloneritimorpha Superfamília Helicinoidea Família Helicinidae Alcadia sp. Helicina sp. Helicina hispida (H. Scott, 1970) Helicina inaequistriata (Pilsbry, 1900) Helicina lundi (Beck, 1858) Clado Caenogastropoda Superfamília Cyclophoroidea Família Diplommatinidae Adelopoma sp Família Neocyclotidae Neocyclotus prominulus (d’Orbigny, 1835) Superfamília Cerithioidea Família Thiaridae Melanoides tuberculatus (Müller, 1774) Superfamília Rissooidea Família Hydrobiidae Heleobia australis (d´Orbigny, 1835) Heleobia sp Instituto Estadual do Ambiente – INEA Caracol aquático * Espécie exótica AMEAÇA ENDEMISMO 2/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Clado Heterobranchia Grupo Pulmonata Superfamília Planorbioidea Família Planorbidae Antillorbis nordestensis (Lucena,1954) Biomphalaria tenagophila (d´Orbigny, 1835) Caramujo da barriga d'água * Espécie exótica Família Ancylidae Gundlachia ticaga (Marcus & Marcus, 1962) Gundlachia sp Ferrissia sp Burnupia sp Clado Systellommatophora Superfamília Veronicelloidea Família Veronicellidae Veronicellidae A Lesma Deroceras reticulatum (Muller, 1774) Lesma Família Limacidae Limax flavus (Linnaeus, 1758) Espécie exótica Clado Stylommathophora Grupo Heterurethra Família Succineidae Succinea meridionalis d’Orbigny, 1837 ? Espécie exótica Família Vertiginidae Gastrocopta servilis (Gould, 1843) Gastrocopta sp. Grupo Sigmurethra Superfamília Clausilioidea Família Megaspiridae Megaspira SP. MA Superfamília Bulimuloidea Família Bulimulidae Bulimulidae sp.1 Bulimulidae sp.2 Bulimulidae sp.3 Thaumastus sp. MA Bulimulus sp. Bulimulus tenuissimus (d´Orbigny, 1835) Caracol de jardim * Espécie exótica Cochlorina aurisleporis (Bruguière, 1792) MA Rhinus sp.1 MA Rhinus sp.2 MA Rhinus ciliatus (Gould, 1846) MA Simpulopsis sp.1 MA Simpulopsis sp. 2 MA Simpulopsis sp. 3 MA Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 3/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Simpulopsis rufovirens (Moricand, 1846) MA Simpulopsis sulculosa (Férussac, 1821) MA Superfamília Achatinoidea Família Achatinidae Achatina fulica Bowdich, 1822 Caracol africano * Espécie exótica Família Ferrussacidae Cecilioides sp Cecilioides gundlachi (Pfeiffer, 1850) * Espécie exótica Família Subulinidae Subulina sp Subulina octona (Bruguière, 1789) * Espécie exótica Leptinaria sp. Leptinaria unilamellata (d´Orbigny, 1835) * Espécie exótica Lamellaxis sp Lamellaxis gracilis (Hutton, 1834) Lamellaxis micra (d'Orbigny 1835) Opeas beckianum (Pfeifer, 1846) * Espécie exótica Opeas goodalli (Miller, 1822) * Espécie exótica Obeliscus sp. Família Megalobulimidae Megalobulimus ovatus Muller, 1774 EP MA Superfamília Streptaxoidea Família Systrophiidae Systrophia sp. MA Systrophiidae A Systrophiidae B Systrophiidae sp. 1 Happia vitrina (Wagner, 1827) MA Happia sp. MA Happia sp. 1 Happia sp. 2 Miradiscops sp. Happiella sp. Happiella banghaasi (Thiele, 1927) MA Família Streptaxidae Scolodonta sp Scolodonta spirorbis (Deshayes, 1850) MA Hypselartemon alveus (Dunker, 1845) MA Streptaxis sp. Streptaxis sp. 1 Streptaxis contusulus (Férussac, 1821) MA Streptartemon crossei (Pfeiffer, 1867) MA Sairostoma sp Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Superfamília Punctoidea Família Charopidae Radiodiscus sp. Radiodiscus sp. A Ptychodon sp. 1 Ptychodon sp. 2 Ptychodon sp. 3 Ptychodon sp. A Ptychodon sp. B Ptychodon janeirensis (Thiele, 1927) MA Ptychodon schuppi (Suter, 1900) MA Stephanoda sp. Stephanoda sp. A Stephanoda sp. B Stephanoda pleurophora (Moricand, 1846) MA Trochogyra sp Família Helicodiscidae Lilloiconcha superba (Thiele, 1927) MA Superfamília Zonitoidea Família Zonitidae Oxychilus fruhstorferi Zonitoides sp Superfamília Gastrodontoidea Família Euconulidae Habroconus semenlini Moricand, 1846 MA Pseudoguppya sp Guppya sp Superfamília Helicoidea Família Bradybaenidae Bradybaena similaris (Férussac, 1822) Caracol de horta; Caracol de jardim * Espécie exótica Família Camaenidae Solaropsis brasiliana (Deshayes, 1831) MA Família Thysanophoridae Thysanophora caeca (Guppy, 1866) ? Espécie exótica Clado Bivalvia Clado Veneroida Superfamília Corbiculoidea Família Pisiidae Pisidium globulus (Clessin, 1888) Pisidium punctiferum (Guppy, 1867) Filo Arthropoda Classe Arachnida Aranhas Ordem Pseudoscorpionida Pseudoescorpiões (sem espécies identificadas) Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 5/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM Ordem Scorpionida Escorpiões (sem espécies identificadas) Ordem Araneae Subordem Orthognata Família Theraphosidae Lasiodora sp Lasiodora klugii (C.L.Koch, 1841) Pamphobeteus sp Pamphobeteus platyomma Mello Leitão, 1923 Grammostola sp Suborden Labidognata Família Ctenidae Phoneutria nigriventer (Keyserling, 1891 Aranha-armadeira Família Clubionidae Corinna sp Subordem Tetragnathida Nephila clavipes Linnaeus, 1767 Ordem Opiliones (sem espécies identificadas) Ordem Acari Carrapatos Subordem Astigmata Família Proctophyllodidae Pterodectes turdinus Berla, 1959 Pterodectes bilineatus Berla, 1958 Pterodectes sp Proctophyllodes sp Trouessartia capensis Família Sarcoptidae Sarcoptes scabiei (De Geer, 1778) Subordem Mesostigmata Família Laelapidae Androlaeps fahrenholzi (Berlese, 1911) Androlalaeps (Haemolaeps) sp Androlaelaps 2001 marmosops Martins-Hatano, Atricholaelaps guimaraesi Fonseca, 1957 Gigantolaelaps goyanensis Fonseca, 1939 Gigantolaelaps oudemansi Fonseca, 1939 Laelaps acuminata Fourman, 1972 Laelaps exceptionalis Fonseca, 1936 Laelaps manguinhosi Fonseca, 1935 Laelaps thori Fonseca, 1939 Mysolaelaps heteronychus Fonseca, 1959 Tur turki Fonseca, 1959; Tur sp Subordem Metastigmata Instituto Estadual do Ambiente – INEA Sarna humana AMEAÇA ENDEMISMO 6/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Família Ixodidae Amblyoma longirostre Koch, 1844 Carrapato Ixodes didelphidis Fonseca & Aragão, 1952 Carrapato Subordem Protostigmata Família Trombiculidae (sem espécies identificadas) Família Demodecidae Demodex canis Sarna do cão Classe Diplopoda Gongolos (sem espécies identificadas) Classe Chilopoda Lacraias Ordem Scolopendromorpha Pocock, 1895 Família Scolopocryptopidae Pocock, 1895 Scolopocryptops melanostoma Newport, 1845 Lacraia-marrom Classe Insecta Insetos Ordem Siphonaptera Pulgas MA Família Rhopalopsyllidae Herchiella lakoi (Guimarães, 1948) Polygenis (Polygenis) roberti roberti (Rothschild, 1905) Polygenis (Polygenis) occidentalis occidentalis (Almeida-Cunha, 1914) Polygenis (Polygenis) rimatus (Jordan, 1932) Polygenis (Polygenis) pradoi (Wagner, 1937) Polygenis (Polygenis) tripus (Jordan, 1933) sp Polygenis sp. Craneopysilla minerva minerva (Rothschild, 1903) Ordem Collembola (sem espécies identificadas) Ordem Thysanura (sem espécies identificadas) Ordem Odonata Libélulas Família Calopterygidae Hetaerina hebe Selys, 1853 Família Lestidae Família Perilestidae Perilestes fragilis (Hagen in Selys, 1862) Família Megapodagrionidae Heteragrion consors (Hagen in Selys, 1862) Família Coenagrionidae Acanthagrion gracile (Rambur, 1842) Argia modesta Selys, 1865 Argia sordida Hagen in Selys, 1865 Argia sp Ischmura fluviatilis Selys, 1876 Leptagrion elongatum Selys, 1876 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 7/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Leptagrion perlongum Calvert, 1909 Metaleptobasis macilenta Selys, 1876 Família Pseudostigmatidae Mecistogaster asticta (Selys, 1860) CP Mecistogaster amalia (Burmeister, 1839) Família Aeshnidae Aeshma cornigera Anax amazili (Burmeister, 1839) Castoraeschna castor (Brauer, 1865) Limnetron debile (Karsch, 1891) Família Gomphidae Epigomphus paludosa Pinhey, 1976 Progomphus complicatus (Selys, 1854) Progomphus sp Zonophora campanulata (Burmeister, 1839) Família Libellulidae Brechmorhoga nubecula (Rambur. 1842) Dasythemis venosa (Burmeister, 1839) Dythemis multipunctata (Kirby, 1894) Erythemis basalis (Kirby, 1897) Erythrodiplax castanea (Burmeister, 1839) Erythrodiplax connata (Rambur, 1842) Erythrodiplax juliana Ris, 1911 Erythrodiplax umbrata (Linnaeus, 1758) Libellula herculea Karsch, 1889 Macrothemis hemichlora (Burmeister, 1839). Macrothemis musiva (Hagen, 1861) Micrathyria hypodidyma Calvert, 1906 Orthemis ferruginea (Fabricius, 1775) Pantala flavescens (Fabricius, 1798) Pantala waltheri (Selys, 1865) Tramea cophysa Hagen, 1867 Ordem Blattoidea Baratas (sem espécies identificadas) Ordem Isoptera Cupins (sem espécies identificadas) Ordem Orthoptera Grilos (sem espécies identificadas) Ordem Dermaptera (sem espécies identificadas) Ordem Phasmida (sem espécies identificadas Ordem Psocoptera (sem espécies identificadas) Ordem Hemiptera (sem espécies identificadas) Instituto Estadual do Ambiente – INEA Percevejos RJ 8/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Ordem Thysanoptera (sem espécies identificadas) Ordem Anoplura Família Hoplopleuridae Hoplopleura sciuricola Ferris, 1921 Polyplax spinulosa (Burmeister, 1839) Pterophthirus wernecki Guimarães, 1950 Ordem Mallophaga Família Giropidae Gyropus sp Gyropus lineatus Neuman, 1912 Gliricola sp Gliricola porcelli (Schrank, 1781) Ordem Homoptera Cigarras (sem espécies identificadas) Ordem Coleoptera Besouros Família Staphilinidae Amblyopinus sp. Amblyopinodes sp. Ordem Neuroptera (sem espécies identificadas) Ordem Hymenoptera Vespas e abelhas Família Halictidae Dialictus anisitisianus (Strand, 1910) Família Apidae Subfamília Bombinae Bombus morio F. Mueller, 1873 Bombus brasiliensis Lepeletier 1836 Subfamília Meliponinae Apis mellifera Linnaeus, 1761 Cephalotrigona capitata Smith, 1854 Geotrigona sp Leurotrigona muelleri Friese, 1900 Melipona quadrifasciata anthidioides Lepeletier, 1836 Melipona rufiventris Lepeletier, 1836 Melipona marginata carioca Moure, 1971 Melipona quadrifasciata anthidioides Lepeletier, 1836 Melipona rufiventris Lepeletier, 1836 Paratrigona lineata Lepetelier 1836 Partamona helleri Friese, 1900 Plebeia remota Holmberg, 1903 Plebeia droryana Friese, 1900 Scaptotrigona bipunctata Lepeletier, 1836 Tetragonisca angustula Latreille, 1811 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 9/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM Trigona fucipennis Friese, 1900 Trigona fulviventris Guérin, 1835 Trigona spinipes (Fabricius, 1793) Melipona sp Subfamília Euglossininnae Euglossa sp Família Formicidae Formigas (sem espécies identificadas) Família Pompilidae Pepsis sp Família Vespidae Polybia sp Ordem Diptera Moscas e mosquitos Superfamília Tabanoidea Família Tabanidae (sem espécies identificadas) Superfamília Chironomoidea Família Simuliidae (sem espécies identificadas) Família Psychodidae Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912) Mosquito-palha, birigui Superfamília Oestroidea Família Calliphoridae (sem espécies identificadas) Família Cuterebridae Metacuterebra apicalis (Guérin-Méneville, 1835) Superfamília Hippoboscoidea Família Streblidae Megistopoda aranae (Coquillet, 1899) Megistopoda proxima (Seguy, 1926) Strebla guajiro (Garcia & Casal, 1965) Superfamília Muscoidea Família Muscidae Musca domestica Linnaeus, 1758 Mosca doméstica Philornis insularis Couri, 1983 Ordem Lepidoptera Família Papilionidae Subfamília Papilioninae Battus polydamas polydamas (Linnaeus,1580) Parides tros (Fabricius, 1793) Parides zacynthus zacynthus (Fabricius, 1793) Família Pieridae Subfamília Dismorphinae Dismorphia astyocha Hüebner, [1831] Subfamília Pierinae Ascia monuste orseis (Godart, 1819) Instituto Estadual do Ambiente – INEA Borboletas AMEAÇA ENDEMISMO 10/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Eurema agave ssp Eurema albula (Cramer, 1776) Eurema elathea (Cramer, 1777) Eurema nise Glutophrissa drusilla drusilla (Cramer, 1777) Hesperocharis anguitia anguitia (Godart, 1819) Leucidia elvina (Godart, 1819) Melete lycimnia ssp Phoebis argante (Fabricius, 1775) Phoebis philea (Linnaeus, 1763) Phoebis sennae (Linnaeus, 1758) Phoebis statira (Cramer, 1777) Pieris sp Pyrisitia nise tenella (Boisduval, 1836) Família Nymphalidae Subfamília Acraeinae (sem espécies identificadas) Subfamília Brassolinae Brassolis astyra Godart, [1824] Subfamília Charaxinae Fountainea ryphea phidile (Geyer, 1837) Hypna clytemnestra huebneri Butler, 1866 Memphis morvus stheno (Prittwitzi, 1865) Subfamília Danainae Danaus gilippus gilippus (Cramer, 1776) Danaus plexippus erippus (Cramer, 1776) Subfamília Heliconiidae Actinotes sp Subfamília Ithomiinae Episcada carcinia Schaus, 1902 Episcada clausina Haensch, 1909 Hypoleria adasa (Hewitson, 1854) Hypothyris ninonia daeta (Boisduval, 1836) Ithomia drymo Hüebner, 1816 Ithomia lichyi D´Almeida, 1939 Mechanitis polymnia casabranca (Haensch, 1905) Melinae ethra (Godart, 1819) Melinae ludovica paraiya Reakirt, 1866 Oleria aquata (Weymer, 1975) Prittwitzia 1865) hymenaea hymenaea (Prittwitzi, Pteronymia nr. euritea (Cramer, 1779) Subfamília Limenitidinae Adelpha cytherea ssp Adelpha serpa (Boisduval, 1836) Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 11/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE Callidula pyrame Hüebner, [1819] Diaethria clymena clymena (Cramer, 1776) Diaethria clymena meridionalis (Bates, 184) Dynamine artemisia (Fabricius, 1793) Dynamine athemon maeon (Doubleday, 1849) Dynamine mylitta mylitta (Cramer, 1782) Dynamine tithia tithia (Hüebner, 1823) Hamadryas feronia feronia (Linnaeus, 1782) Pyrrhogyra neaerea ophni Butler, 1870 Subfamília Morphinae Morpho helenor achillaena Hüebner, 1819 Subfamília Nymphalinae Anartia amathea roeselia (Eschscholtz, 1821) Anartia jatrophae jatrophae (Linnaeus, 1764) Dryas iulia (Fabricius, 1775) Heliconius erato phyllis (Fabricius, 1775) Heliconius ethilla narcaea Godart, 1819 Junonia evarete (Cramer, 1870) Tegosa claudina (Eschscholtz, 1821) Telenassa teletusa (Godart, [1824]) Vanessa braziliensis (Moore, 1883) Subfamília Satyrinae Hermeuptychia hermes (Fabricius, 1775) Família Lycaenidae Subfamília Polyommatinae Hemiargus hanno (Stoll, 1780) Leptotes cassius (Cramer, 1775) Subfamília Theclinae Arawacus ellida (Hewitson, 1867) Arawacus meliboeus (Fabricius, 1793) Arcas imperialis (Cramer, 1775) Calycopis caulonia (Hewitson, 1877) Pantiades phaleros (Linnaeus, 1767) Strymon sp 1 Strymon sp 2 Família Riodinidae Calephelis brasiliensis McAlpine, 1971 Emesis nr. diogenea (Prittwitz, 1865) Eurybia pergaea (Geyer, 1832) Euselasia sp. 1 Euselasia sp. 2 Leucochimona mathata (Hewitson, 1873) Mesosemia odice (Godart, [1824]) Napaea phryxe (C. Felder & R. Felder, 1865) Pterographium sagaris satnius (Dalman, 1823) Synargis sp. 1 Instituto Estadual do Ambiente – INEA NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO 12/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Synargis sp. 2 Família Hesperiidae Subfamília Pyrginae Astraptes elorus (Hewitson, 18670 Anastrus sp Autochton neis (Geys, 1832) Autochton zarex (Hübner, 1818) Celaenorrhinus eligius punctiger (Burmeister, 1878) Gorgythion begga begga (Prittwitz, 1868) Heliopetes sp Polyctor polyctor (Prittwitz, 1868) Polythrix octomaculata ocotomaculata (Sepp, 1848) Pyrgus oileus orcus (Stoll, 1780) Typhedanus undulates (Hewitson, 1867) Urbanus albimargo rica Evans, 1952 Urbanus dorantes dorantes (Stoll, 1790) Urbanus esmeraldus (Butler, 1877) Urbanus simplicius (Stoll, 1790) Urbanus teleus (Hüebner, 1821) Subfamília Hesperiinae Vehilius clavicula (Plötz, 1883) Vehilius sp. 1 Vettius artona (Hewitson, 1868) Zariaspes mys (Hüebner, 1808) Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 13/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI - LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA TABELA 2 LISTA ANOTADA DAS ESPÉCIES DE PEIXES DE ÁGUAS INTERIORES. Ameaça: nível global (IUCN), nacional (BR) e regional (RJ). Endemismo: MA = endêmica da Mata Atlântica, RJ = endêmica do estado do Rio de Janeiro. Nome técnico CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium japuhybensis Characidae Bryconamericus microcephalus SILURIFORMES Pimelodidae Acentronichthys leptos Rhamdioglanis frenatus Rhamdioglanis transfasciatus Rhamdia quelen Trichomycteridae Trichomycterus zonatus Loricariidae Schizolecis guntheri GYMNOTIFORMES Gymnotidae Gymnotus pantherinus Poecilidae Poecilia vivípara Poecilia reticulata Cnesterodontidae Phalloceros caudimaculatus Phalloceros sp.n Phallopthychus januarius GASTEROSTEIFORMES Syngnathidae Oostethus lineatus PERCIFORMES Cichlidae Geophagus brasiliensis Eleotrididae Dormitator maculatus Eleotris pisonis Gobiidae Awaous tajasica Gobionellus boleosoma G. oceanicus PLEURONECTIFORMES Achiridae Achirus lineatus Fontes: Eletronuclear, 2006 e INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Nome popular Endemismo Canivete MA Bagrinho Mineiro-branco Bagrinho Jundiá MA MA Cascudinho Sarapó Barrigudinho Barrigundinho (espécie exótica) Barrigudinho Barrigudinho Cachimbo Acará Moréia, emboré Moréia, emborê Peixe-flor Linguado MA Ameaça RJ 14/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI - LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA TABELA 3 LISTA ANOTADA DAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS REGISTRADOS PARA A ILHA GRANDE. Ameaça: nível global (IUCN), nacional (BR) e regional (RJ). Endemismo: MA = endêmica da Mata Atlântica, RJ = endêmica do estado do Rio de Janeiro. ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Classe Amphibia Ordem Anura Família Hylidae Bokermannohyla circumdata (Cope, 1871) Perereca com anéis nas coxas Scinax trapicheiroi (Lutz, 1954) Nenhum Scinax hayii (Barbour, 1909) Nenhum Aplastodiscus eugenioi (Carvalho e Silva & Carvalho e Silva, 2005) Itapotihyla langsdorfii (Duméril & Bibron, 1841) RJ MA MA Pererequinha Perereca Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) Perereca verde de coxas laranja Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) Sapo martelo FAMÍLIA BUFONIDAE Rhinella ornata (Spix, 1824) Dendrophryniscus brevipollicatus Jiménez de la Espada, 1871 Sapo cururu Nenhum MA Sapo pulga RJ Rã do chão da mata com duas pintas nas costas MA Rã do chão da mata MA Rã do chão da mata MA FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE Brachycephalus didactylus (Izecksohn, 1971) “Eleutherodactylus” binotatus (Spix, 1824) Ischnocnema parva (Girard, 1853) Ischnocnema guentheri (Steindachner, 1864) Ischnocnema octavioi Bokermann, 1965 Rã do chão da mata com olho laranja Família Hylodidae Crossodactylus gaudichaudii Duméril & Bibron, 1841 Hylodes fredi Canedo & Pombal, 2007 * Rãzinha de costas lisas MA Nenhum (rã de fred) RJ Família Cycloramphidae Cycloramphus boraceiensis Heyer, 1938 Rã MA Cycloramphus fuliginosus Tschudi, 1838 Rã MA Thoropa miliaris (Spix, 1824) Rã Proceratophrys appendiculata (Günther, 1873) Zachaenus parvulus (Girard, 1853) Sapo de chifre MA Rã achatada do chão da mata MA Nenhum MA Rã do chão da mata MA Família Leptodactylidae Leptodactylus marmoratus Steindachner, 1867 FAMÍLIA LEIUPERIDAE Physalaemus signifer (Girard, 1853) FAMÍLIA MICROHYLIDAE Myersiella microps (Duméril & Bibron, 1841 Nenhum Chiasmocleis sp. Fonte: INEA, 2009. * Espécie conhecida apenas da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 15/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI - LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA TABELA 4 LISTA ANOTADA DAS ESPÉCIES DE RÉPTEIS REGISTRADOS PARA A ILHA GRANDE. Ameaça: nível global (IUCN), nacional (BR) e regional (RJ). Endemismo: MA = endêmica da Mata Atlântica, RJ = endêmica do estado do Rio de Janeiro. ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Classe Reptilia Ordem Testudinata Família Cheloniidae Chelonia mydas (Linnaeus, 1758) Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766) Tartaruga-verde IUCN, BR e RJ Tartaruga de pente IUCN, BR e RJ Tartaruga-de-couro IUCN, BR e RJ Família Dermochelyidae Dermochelys coriácea (Linnaeus, 1766) Ordem Squamata Subordem Lacertília Família Gekkonidae Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) Lagartixa Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) Lagartixa MA * Espécie exótica Família Anguidae Diploglossus fasciatus (Gray, 1831) Bibra Família Gymnophthalmidae Ecpleopus gaudichaudii Duméril & Bibron, 1839 Sem nome comum MA Placosoma glabellum (Peters, 1870) Sem nome comum MA Família Polychrotidae Anolis punctatus Daudin, 1802 Sem nome comum Família Leiosauridae Enyalius brasiliensis (Lesson, 1828) Lagarto MA Lagarto MA Família Scincidae Mabuya agilis (Raddi, 1823) Família Teiidae Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) Lagarto Família Tropiduridae Tropidurus torquatus (Wied, 1820) Lagarto-de-coleira Amphisbaenia Família Rhineuridae Leposternon microcephalum Wagler, 1824 Cobra-de-duas-cabeças Subordem Serpentes FAMÍLIA Boidae Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) Cobra-veadeira Família Colubridae Chironius bicarinatus (Wied, 1820) Cobra-cipó Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) Cobra-cipó Instituto Estadual do Ambiente – INEA MA 16/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE NOME COMUM AMEAÇA ENDEMISMO Chironius foveatus Cobra-cipó MA Clelia plumbea (Wied, 1820) Mussurana MA Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) Liophis miliaris (Linnaeus, 1758) Cobra-d’água Liophis poecilogyrus (Wied, 1824) Cobra-d’água Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Duméril, 1854 Cobra coral MA Sibynomorphus newiedi (Ihering, 1911) Sem nome comum MA Siphlophis pulcher (Raddi, 1820) Sem nome comum MA Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) caninana Thamnodynastes strigilis jararaquinha MA Cobra coral MA Jararaca MA Jararacussu MA Xenodon newiedii Günther, 1863 Família Elapidae Micrurus corallinus (Merrem, 1820) Viperidae Bothrops jararaca (Wied, 1824) Bothrops jararacussu Lacerda, 1884 Ordem CROCODILIA Família Alligatoridae Caiman latirostris (Daudin, 1802) Jacaré-de-papo-amarelo Fonte: INEA, 2009. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 17/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI - LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA TABELA 5 LISTA ANOTADA DAS ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS PARA A ILHA GRANDE, RJ. Com o status de ameaça para o Brasil (Machado et al. 2005), o Estado do Rio de Janeiro (Alves et. al., 2000) e IUCN (IUCN Red List of Threatened Species < www.iucnredlist.org). As espécies assinaladas com negrito são endêmicas da Mata Atlântica (MA) (segundo Bencke et. al. 2006). Ep – em perigo, Vu – vulnerável; Pa – presumivelmente ameaçada (Lista 2, segundo Alves et al. 2000). Qa – quase ameaçada, segundo IUCN e segundo Machado et al. 2005. Taxonomia segundo Sick (1997). Espécies listadas a partir de dados primários de Alves & Vecchi (submetido), exceto quando assinalado: 1 = Raposo et al. (1997); 2= Pacheco et al.(1997); 3= Buzzetti (2000); 4= Coelho et al. (1991), 5 = Maciel & Pacheco (1995). NOME TÉCNICO NOME POPULAR IUCN BRASIL RJ ENDÊMICA Qa Qa Ep MA ORDEM TINAMIFORMES FAMÍLIA TINAMIDAE Tinamus solitarius Macuco ORDEM PODICIPEDIFORMES FAMÍLIA PODICIPEDIDAE 2 Tachybaptus dominicus Mergulhão-pequeno ORDEM PROCELLARIFORMES FAMÍLIA PROCELLARIDAE 5 Calonectris diomedea Bobo-grande Puffinus puffinus Bobo-pequeno FAMÍLIA SPHENISCIDAE Spheniscus magelanicus Pingüim-de-magalhães ORDEM PELICANIFORMES FAMÍLIA SULIDAE Sula leucogaster Atobá FAMÍLIA FREGATIDAE Fregata magnificens Tesourão ORDEM CICONIIFORMES FAMÍLIA ARDEIDAE Ardea cocoi 1,3 Casmerodius albus Socó-grande Garça-branca-grande Egretta thula Garça-branca-pequena Egretta caerulea Garça-cinza Bubulcus íbis Garça-vaqueira Butorides striatus Socozinho 1,4 Nycticorax nycticorax Savacu FAMÍLIA CATHARTIDAE Coragyps atratus Urubu Cathartes aura Urubu-de-cabeça-vermelha Instituto Estadual do Ambiente – INEA 18/31 | Anexo XIX NOME TÉCNICO Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME POPULAR IUCN BRASIL RJ ENDÊMICA ORDEM FALCONIFORMES FAMÍLIA ACCIPITRIDAE 1,3 Harpagus diodon Gavião-bombachinha Accipiter bicolor Gavião-bombachinha-grande 1 Buteo albicaudatus Gavião-de-rabo-branco 1 Buteo brachyurus Gavião-de-cauda-curta 2 Asturina nítida Gavião-pedrês 1,3 1 Rupornis magnirostris Gavião-carijó Gavião-pombo-grande Qa Qa Pa MA Leucopternis lacernulata Gavião-pombo-pequeno Vu Vu Vu MA 3 Spizaetus tyrannus Gavião-pega-macaco 2 Geranospiza caerulescens Gavião-pernilongo Leucopternis polionota Pa FAMÍLIA PANDIONIDAE 2 Pandion haliaetus Águia-pescadora FAMÍLIA FALCONIDAE Milvago chimachima Carrapateiro Polyborus plancus Caracará 2 Falcão-de-coleira Falco femoralis FAMÍLIA PHASIANIDAE Odontophorus capueira Uru, Capoeira MA ORDEM GRUIFORMES FAMÍLIA RALLIDAE Aramides cajanea Três-potes 4 Siricora-mirim Laterallus viridis ORDEM CHARADRIIFORMES FAMÍLIA JACANIDAE Jacana jacana Jaçanã, piaçoca FAMÍLIA CHARADRIIDAE Vanellus chilensis Quero-quero Pluvialis dominica Batuiruçu Pluvialis squatarola Batuiruçu-de-axila-preta FAMÍLIA SCOLOPACIDAE Gallinago paraguaiae Narceja, batuíra 4 Maçarico-pintado Actitis macularia FAMÍLIA LARIDAE Larus dominicanus Gaivotão 2 Trinta-réis-de-bico-vermelho Sterna hirundinacea 1, 3 1 Sterna máxima Sterna eurygnatha Trinta-réis-real Trinta-réis-de-bico-amarelo ORDEM COLUMBIFORMES FAMÍLIA COLUMBIDAE Columba lívia Pombo-doméstico * Espécie exótica Columba cayennensis Pomba-galega Columba plúmbea Pomba-amargosa Columbina talpacoti Rolinha-caldo-de-feijão Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 19/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME TÉCNICO NOME POPULAR Clavaris pretiosa Pomba-de-espelho Leptotila verreauxi Juriti Leptotila rufaxilla Gemedeira Geotrygon montana Pariri IUCN BRASIL RJ ENDÊMICA ORDEM PSITTACIFORMES FAMÍLIA PSITTACIDAE Pyrrhura frontalis Tiriba-de-testa-vermelha Forpus xanthopterygius Tuim Brotogeris tirica Periquito-rico MA Pionopsitta pileata Cuiú-cuiú MA Amazona rhodocorytha Chauá 1,2,3 Papagaio-moleiro Amazona farinosa MA Ep Ep Vu MA ORDEM CUCULIFORMES FAMÍLIA CUCULIDAE Piaya cayana Alma-de-gato Crotophaga ani Anu-preto Guira guira Anu-branco ORDEM STRIGIFORMES FAMÍLIA TYTONIDAE Tyto alba Suindara FAMÍLIA STRIGIDAE Otus cf. choliba 2 Glaucidium brasilianum Speotyto cunicularia Corujinha-do-mato Caburé Buraqueira ORDEM CAPRIMULGIFORMES FAMÍLIA NYCTIBIIDAE 1 Nyctibius griseus Urutau FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE 1 Lurocalis semitorquatus Tuju Nyctidromus albicollis Curiango 1 Bacurau-tesoura Hydropsalis brasiliana Macropsalis creagra Bacurau-tesoura-grande ORDEM APODIFORMES FAMÍLIA APODIDAE Streptoprocne zonaris Taperuçu 1 Andorinhão Cypseloides sp. Chaetura cinereiventris Andorinhão-de-sobre-cinzento Chaetura andrei Andorinhão-do-temporal FAMÍLIA TROCHILIDAE Eupetomena macroura Tesourão Melanotrochilus fuscus Beija-flor-preto-e-branco Colibri serrirostris Beija-flor-de-orelha-violeta Anthracothorax nigricollis Beija-flor-preto Lophornis magnifica Topetinho-vermelho Chlorostilbon aureoventris Besourinho-de-bico-vermelho Polytmus guainumbi Beija-flor-dourado-de-bico-curvo Instituto Estadual do Ambiente – INEA MA 20/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME TÉCNICO NOME POPULAR Thalurania glaucopis Tesoura-de-fronte-violeta Amazilia versicolor Beija-flor-de-banda-branca Amazilia fimbriata Beija-flor-de-garganta-verde 3 Rabo-branco-de-garganta-rajada Phaethornis eurynome IUCN BRASIL RJ ENDÊMICA MA ORDEM TROGONIFORMES FAMÍLIA TROGONIDAE Trogon viridis Surucuá-grande-de-barrigaamarela ORDEM CORACIIFORMES FAMÍLIA ALCEDINIDAE Ceryle torquata 1 Chloroceryle amazona Chloroceryle americana Martim-pescador-grande Martim-pescador-verde Martim-pescador-pequeno FAMÍLIA MOMOTIDAE Baryphthengus ruficapillus Juruva MA Araçari-poca MA ORDEM PICIFORMES FAMÍLIA RAMPHASTIDAE Selenidera maculirostris FAMÍLIA PICIDAE Picumnus cirratus Pica-pau-anão-barrado Colaptes melanochloros Pica-pau-verde-barrado Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca Veniliornis maculifrons Pica-pauzinho-de-testapintada MA Pica-pauzinho-verde-carijó MA 3 Venilliornis spilogaster ORDEM PASSERIFORMES FAMÍLIA THAMNOPHILIDAE Dysithamnus mentalis Choquinha-lisa Myrmotherula gularis Choquinha-da-gargantapintada Myrmotherula unicolor Choquinha-cinzenta Herpsilochmus rufimarginatus Chorozinho-de-asa-vermelha Drymophila ferruginea Dituí MA Drymophila squamata Pintadinho MA Terenura maculata Zidedê MA Pyriglena leucoptera Papa-taoca-do-sul MA MA Qa Qa MA FAMÍLIA FORMICARIIDAE Chamaeza campanisona Tovaca-campainha Grallaria varia Tovacuçu FAMÍLIA CONOPOPHAGIDAE Conopophaga melanops Cuspidor-de-máscara-preta MA FAMÍLIA FURNARIIDAE Furnarius rufus João-de-barro Synallaxis spixi João-teneném Synallaxis cinerascens João-teneném-da-mata Philydor atricapillus Limpa-folha-coroado MA Philydor lichtensteini Limpa-folha-de-ocrácea MA Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 21/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME TÉCNICO NOME POPULAR IUCN BRASIL RJ ENDÊMICA Philydor rufus Limpa-folha-de-testa-canela Cichlocolaptes leucophrys Trepador-sobrancelha MA Sclerurus scansor Vira-folhas MA Lochmias nematura João-porca FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE Dendrocincla turdina Arapaçu-liso MA Lepidocolaptes fuscus Arapaçu-rajado MA FAMÍLIA TYRANNIDAE Phyllomyias fasciatus Piolhinho 1,3 Poaieiro-do-sul Phyllomyias burmeisteri Camptostoma obsoletum Risadinha Elaenia flavogaster Guaracava-de-barriga-amarela Elaenia mesoleuca Tuque 2 Elaenia obscura Guaracava-de-óculos Mionectes rufiventris Abre-asas-de-cabeça-cinza Leptopogon amaurocephalus Cabeçudo Myiornis auricularis Miudinho 1, 3 Relógio, ferreirinho 1 Todirostrum cinereum Ramphotrigon megacephala Platyrinchus mystaceus 1 Myiophobus fasciatus 1, 3 Contopus cinereus Patinho Filipe Papa-moscas-cinzento Enferrujado Cnemotriccus fuscatus Guaracavaçu Pyrocephalus rubinus Príncipe 1 Maria-preta-de-gargantavermelha Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada Colonia colonus Viuvinha Satrapa icterophrys Suiriri-pequeno Hirundinea ferruginea Gibão-de-couro Machetornis rixosus Bentevi-do-gado Attila rufus Capitão-de-saíra Rhytipterna simplex Vissiá 1, 3 Sirystes sibilator Gritador Myiarchus ferox Maria-cavaleira 1 Irrê Myiarchus swainsoni Pitangus sulphuratus Bentevi Megarhynchus pitangua Neinei, Bentevi-de-bico-chato Myiozetetes similis Bentevizinho-penacho-vermelho Myiodynastes maculatus Bentevi-rajado Legatus leucophaius Bentevi-pirata 1 Peitica Empidonomus varius MA Maria-cabeçuda Lathrotriccus euleri Knipolegus nigerrimus MA Tyrannus savana Tesoura Tyrannus melancholicus Suiriri Instituto Estadual do Ambiente – INEA MA 22/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME TÉCNICO NOME POPULAR Pachyramphus castaneus Caneleiro Pachyramphus polychopterus Caneleiro-preto Pachyramphus validus Caneleiro-de-chapéu-negro Tityra cayana Anambé-branco-de-rabo-preto IUCN BRASIL RJ ENDÊMICA FAMÍLIA PIPRIDAE Chiroxiphia caudata Tangará MA 3 Flautim MA Schiffornis virescens FAMÍLIA COTINGIDAE Lipaugus lanioides Tropeiro-da-serra Pyroderus scutatus Pavó Procnias nudicollis Araponga Oxyruncus cristatus Araponga-do-horto Qa Vu Qa Vu MA Qa Vu MA Pa MA FAMÍLIA HIRUNDINIDAE Tachycineta leucorrhoa Andorinha-de-sobre-branco 1 Andorinha-do-campo Phaeoprogne tapera Progne chalybea Andorinha-doméstica-grande Notiochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-casa Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serradora FAMÍLIA TROGLODYTIDAE Thryothorus longirostris Garrinchão-de-bico-grande Troglodytes aedon Cambaxirra FAMÍLIA MUSCICAPIDAE Platycichla flavipes Sabiá-uma Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira Turdus leucomelas Sabiá-barranco Turdus amaurochalinus Sabiá-poca Turdus albicollis Sabiá-coleira FAMÍLIA MIMIDAE Mimus saturninus Sabiá-do-campo FAMÍLIA VIREONIDAE Cyclarhis gujanensis Pitiguari Vireo olivaceus Juruviara-norte-americano FAMÍLIA EMBERIZIDAE Parula pitiayumi Mariquita Geothlypis aequinoctialis Pia-cobra Basileuterus flaveolus Canário-do-mato Basileuterus culicivorus Pula-pula Coereba flaveola Cambacica Thlypopsis sórdida Canário-sapé Hemithraupis ruficapilla Saíra-da-mata Nemosia pileata Saíra-de-chapéu-preto Tachyphonus cristatus Tiê-galo Tachyphonus coronatus Tiê-preto Trichothraupis melanops Tiê-de-topete Ramphocelus bresilius Tiê-sangue Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento MA MA MA Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 23/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME TÉCNICO NOME POPULAR Thraupis cyanoptera Sanhaço-de-encontro-azul Thraupis ornata Sanhaço-de-encontro-amarelo Thraupis palmarum Sanhaço-do-coqueiro Pipraeidea melanonota Viúva Euphonia chlorotica Fifi-verdadeiro Euphonia violácea Gaturamo-verdadeiro Tangara cyanocephala Saíra-militar 1 Saíra-amarelo Tangara cayana Tangara peruviana Saíra-sapucaia Dacnis cayana Saí-azul, Saíra Zonotrichia capensis Tico-tico Haplospiza unicolor Cigarra-bambu Sicalis flaveola Canário-da-terra Volatinia jacarina Tiziu Sporophila frontalis Pichochó Sporophila lineola Bigodinho Sporophila caerulescens Coleirinho Saltator similis Trinca-ferro Leistes superciliaris Polícia-inglesa-do-sul Molothrus bonariensis Chopim, Maria-preta IUCN BRASIL RJ Qa ENDÊMICA MA MA MA Vu Pa MA MA Vu Vu Ep MA FAMÍLIA PASSERIDAE Passer domesticus Pardal Espécie exótica FAMÍLIA ESTRIDILDAE 4 Estrilda astrild Bico-de-lacre * Espécie exótica Fonte: INEA, 2009. Nota: O Plano Diretor do Parque da Ilha Grande de 1992 menciona 35 espécies que não foram incluídas na taleba acima, a saber: Crypturelus obsoletus (inambuguaçu), Buteogallus urubitinga (gavião-preto), Falco sparverius (quiriquiri), Penelope obscura (jacuguaçu), Penelope superciliaris (jacupemba), Aramides saracura (saracura-do-brejo), Columba picazzuro (asabranca), Pyrrhura leucotis (tiriba), Amazona amazonica (papagaio-do-mangue), Pionus maximiliani (maitaca), Tapera naevia (saci), Podager nacunda (acuruá), Leucochloris albicollis (papo-branco), Phaethornis pretrei (rabo-branco), Trogon surrucura (surucuá), Tamnophilus caerulescens (choca), Tamnophilus ruficapillus (choca), Drymophila ochropyga (formigueiro), Formicarius colma (pinto-do-mato), Conopophaga lineata (chupa-dente), Automolus leucophthalmus (limpa-folha), Synallaxis ruficapilla (curutié), Certhiaxis cinnamomea (pedreiro-pequeno), Xenops minutus (caçador-de-árvores), Xiphocolaptes albicollis (agarradeira), Sittasomus griseicapillus (arapaçu), Lepidocolaptes squamatus (arapaçu), Aurundinicola leucocephala (pegamosca), Myiobius barbatus (assanhadinho), Tolmomyas suphurescens (mosqueteiro), Todirostrum poliocephalum (teque-teque), Schiffornis virescens (dançador esverdeado), Manacus manacus (rendeira), Tachycineta albiventer (andorinha), Donacobius atricapillus (pássaro-angu), Anthus lutescens (peruinho), Tersina viridis (saí-andorinha), Estrilda astrild (bico-de-lacre). Instituto Estadual do Ambiente – INEA 24/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI - LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA TABELA 6 LISTA ANOTADA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS REGISTRADAS PARA A MATA ATLÂNTICA DA ILHA GRANDE. Ameaça: Nacional (BR) e regional (RJ). Endemismo: MA = endêmica da Mata Atlântica. VU=Vulnerável. ESPÉCIE NOME VULGAR AMEAÇA ENDEMISMO ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE Didelphis aurita Wied-Neuwied, 1826 Gambá MA Gracilinanus microtarsus (Wagner, 1842) Catita MA Marmosops incanus (Lund, 1840) Cuíca MA Monodelphis americana (Muller, 1776) Cuíca-de-três-listras MA ORDEM XENARTHRA FAMÍLIA BRADYPODIDAE Bradypus variegatus Schinz, 1825 Preguiça FAMÍLIA DASYPODIDAE Dasypus novencinctus Linnaeus, 1758 Tatu-galinha ORDEM CHIROPTERA FAMÍLIA EMBALLONURIDAE Peropteryx macrotis (Wagner, 1843) Morcego FAMÍLIA NOCTILIONIDAE Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758) Morcego-pescador FAMÍLIA PHYLLOSTOMIDAE Chrotopterus auritus (Peters, 1856) Morcego Micronycteris megalotis (Gray, 1842) Morcego Micronycteris minuta (Gervais, 1856) Morcego Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) Morcego Tonatia bidens (Spix, 1823) Morcego Trachops cirrhosus (Spix, 1823) Morcego Lonchophylla mordax Thomas, 1903 Morcego-beija-flor Lonchophylla bokermanni Sazima, Vizotto & Taddei, 1978 Morcego-beija-flor Anoura caudifera (E. Geoffroy, 1818) Morcego-beija-flor Anoura geoffroyi Gray, 1838 Morcego-beija-flor Glossophaga soricina (Pallas, 1766) Morcego-beija-flor Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) Morcego Artibeus cinereus (Gervais, 1856) Morcego Artibeus fimbriatus Gray, 1838 Morcego Artibeus jamaicensis Leach, 1821 Morcego Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Morcego Artibeus obscurus Schinz, 1821 Morcego Chiroderma doriae Thomas, 1891 Morcego Chiroderma villosum Peters, 1860 Morcego Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy, 1810) Morcego BR-Vu MA MA Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 25/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE Pygoderma bilabiatum (Wagner, 1843) NOME VULGAR AMEAÇA ENDEMISMO Morcego Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810) Morcego Sturnila tildae de la Torre, 1959 Morcego Uroderma magnirostrum Davis, 1968 Morcego Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) Morcego Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) Morcego FAMÍLIA FURIPTERIDAE Furipterus horrens (Cuvier, 1828) Morcego FAMÍLIA VESPERTILIONIDAE Myotis albescens (E. Geoffroy, 1906) Morcego Myotis nigricans (Schinz, 1821) Morcego FAMÍLIA MOLOSSIDAE Lasiurus ega (Gervais, 1856) Morcego Molossus rufus E. Geoffroy, 1905 Morcego Molossus molossus (Pallas, 1766) Morcego Nyctinomops laticaudata (E. Geoffroy, 1805) Morcego Nyctinomops macrotis (Gray, 1840) Morcego ORDEM PRIMATES FAMÍLIA CALLITHRICHIDAE Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) Mico-estrela, Sagui Exótica Callithrix penicillata É. Geoffroy, 1812 Mico-estrela, Sagui Exótica FAMÍLIA CEBIDAE Alouatta fusca (É. Geoffroy, 1812) Bugio, Guariba Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) Macaco-prego MA ORDEM CARNIVORA FAMÍLIA CANIDAE Canis FAMÍLIAres (Linnaeus, 1758) Cachorro, cão Exótica FAMÍLIA FELIDAE Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) Gato-do-mato-pequeno Felis catus (Linnaeus, 1775) Gato-doméstico BR-Vu Exótica FAMÍLIA MUSTELIDAE Lontra longicaudis (Olfers, 1818) Lontra FAMÍLIA PROCYONIDAE Procyon cancrivorous (Cuvier, 1798) Guaxinim, Mão-pelada ORDEM RODENTIA FAMÍLIA SCIURIDAE Guerlinguetus aestuans (Linnaeus, 1766) Esquilo, Caxinguelê FAMÍLIA MURIDAE Euryoryzomys russatus (Wagner, 1848) Rato-do-mato Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) Rato-do-mato Oligoryzomys flavescens (Waterhouse, 1837) Rato-do-mato Nectomys squamipes (Brants, 1827) Rato-d’água Rhipidomys sp. nov. Rato-da-árvore MA MA MA Oxymycterus dasytrichus (Schinz, 1821) Rato-do-brejo Mus musculus (Linnaeus, 1758) Camundongo Exótica Rattus rattus (Linnaeus, 1758) Rato Exótica Instituto Estadual do Ambiente – INEA MA 26/31 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ESPÉCIE Rattus norvegicus (Berkenhout, 1769) NOME VULGAR AMEAÇA ENDEMISMO Exótica Ratazana FAMÍLIA ERETHIZONTIDAE Sphiggurus insidiosus (Lichtenstein, 1818) Ouriço-cacheiro FAMÍLIA CAVIDAE Cavia aperea Erxleben, 1777 Preá Cavia fulgida Wagler, 1831 Preá MA FAMÍLIA HYDROCHAERIDAE Hydrochaeris hydrochaeris (Linnaeus, 1776) Capivara FAMÍLIA DASYPROCTIDAE Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758) Cutia FAMÍLIA AGOUTIDAE Agouti paca (Linnaeus, 1766) Paca FAMÍLIA ECHIMYIDAE Trinomys dimidiatus (Günther, 1877) Rato-de-espinho MA Trinomys iheringi (Thomas, 1911) Rato-de-espinho MA Phyllomys pattoni Emmons, Leite, Kock & Costa, 2002 Rato-de-espinho-da-árvore MA Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 27/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVI - LISTAS DE ESPÉCIES DA FAUNA TABELA 7 LISTA DE PEIXES DA BAÍA DE ILHA GRANDE COM OCORRÊNCIA CONFIRMADA OU PROVÁVEL NAS ÁGUAS DO ENTORNO DA ILHA GRANDE. TÁXON NOME TÉCNICO NOME POPULAR CHONDRICHTHYES ELASMOBRANCHII EUSELACHI Carcharhiniformes Carcharhinidae Carcharhinus limbatus (Valenciennes, 1841) Galha preta Rhizoprionodon lalandii (Valenciennes, 1841) Cação-frango, cação-verdadeiro Squatina argentina (Marini, 1930) cação-anjo Narcinidae Narcine brasiliensis (Olfers, 1831) Treme-treme Rhinobatidae Rhinobatus percellens(Wallbaum, 1792) Viola Zapteryx brevirostirs (Muller & Henle, 1841) Viola Raja agassizi (Müller & Henle, 1841) Raia-santa R. platana Gunther, 1880 Raia Dasyatis say (Lesueur, 1817) Raia Squatiniformes Squatinidae Rajiformes Rajidae Dasyatidae D. guttata (Bloch & Schneider, 1801) Raia Gymnuridae Gymnura altavela (Linnaeus, 1758) Raia-chita, arraia-manteiga Myliobatidae Aetobatus narinari (Euphrasen, 1790) Raia-pintada Myliobatis freminvillei Lesueur, 1824 Raia-sapo Rhinoptera bonasus (Mitchill, 1815) Ticonha Elops saurus Linnaeus, 1766 Ubarana, barana Albula vulpes (Linnaeus, 1758) Ubarana focinho de rato Gymnothorax ocellatus Agassiz, 1831 Moréia pintada, camburu G. moringa (Cuvier, 1829) Moréia, camburu, caramuru Opisthonema oglinum (Lessueur, 1818) Sardinha-bandeira, s. facão Harengula clupeola (Cuvier, 1829) Sardinha cascuda H. jaguana Poey, 1863 Sardinha Sardinella brasiliensis (Steindachner, 1789) Sardinha ACTYNOPTERYGII ELOPOMORPHA Elopiformes Elopidae Albuliformes Albulidae Anguilliformes Muraenidae CLUPEOMORPHA Clupeiformes Clupeidae Pellona harroweri (Fowler, 1917) Chirocentrodon bleekerianus (Poey, 1867) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 28/31 | Anexo XIX TÁXON Engraulididae Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME TÉCNICO NOME POPULAR Cetengraulis edentulus (Cuvier, 1828) Manjuba Engraulis anchoita (Hubbs & Marini, 1935) Anchoita Anchoa tricolor (Agassiz, 1829) Manjuba Bagre marinus (Mitchill, 1814) Bagre-bandeira EUTELEOSTEI Ostariophysi Siluriformes Ariidae Genidens genidens (Valenciennes, 1859) Bagre-urutu Sciadeichthys luniscutis (Valenciennes, 1840) Bagre Notarius grandicassis (Valenciennes, 1840) Bagre; bagre-papai Cathrops spixii (Agassiz, 1829) Bagre-amarelo Netuma barba (Lacépède, 1803) Bagre-branco Synodus foetens (Linnaeus, 1766) Peixe-lagarto Trachinocephalus myops (Forster, 1801) Peixe-lagarto Urophycis brasiliensis (Kaup, 1858) Abrótea Porichthys porosissimus (Valenciennes, 1837) Mangangá-liso Lophiidae Lophius gastrophysus Ribeiro, 1915 Peixe-sapo Antennariidae Antennarius striatus (Shaw & Nodder, 1794) Peixe-sapo Cyclosquamata Aulopiformes Synodontidae Paracanthopterygii Gadiformes Gadidae Batrachoidiformes Batrachoididae Lophiiformes Phrynelox scaber (Cuvier, 1817) Ogcocephalidae Ogcocephalus vespertilio (Linnaeus, 1758) Peixe-morcego Mugil curema Valenciennes, 1836 Paraty M. liza Valenciennes, 1836 Tainha Acanthopterygii Mugiliformes Mugilidae Atheriniformes Atherinidae Xenomelaniris brasiliensis (Quoy & Gaimard, Peixe-rei 1824) Beloniformes Belonidae Tylosurus acus (Lacépède, 1803) Agulhão, gigante Holocentrus ascensionis (Osbeck, 1765) Jaguareçá Fistulariidae Fistularia tabacaria Linnaeus, 1758 Trombeta Syngnathidae Halicampus crinitus (Jenyns, 1842) Cachimbo Hippocampus reidi Ginsburg, 1933 Cavalo-marinho Dactylopteridae Dactylopterus volitans (Linnaeus, 1758) Coió Scorpaenidae Scorpaena isthmensis Meek & Hildebrand, 1928 Mangangá Triglidae Prionotus punctatus (Bloch, 1797) Cabrinha Beryciformes Holocentridae Gasterosteiformes Scorpaeniformes Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 29/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande TÁXON NOME TÉCNICO NOME POPULAR Perciformes Centropomidae Serranidae Centropomus undecimalis (Bloch, 1792) Robalo C. parallelus Poey, 1860 Robalo Alphestes afer (Bloch, 1793) Sapá Diplectrum formosum (Linaeus, 1766) Michole D. radiale (Quoy & Gaimard, 1824) Michole Alphestes afer (Bloch, 1793) Mycteroperca bonaci (Poey, 1860) Badejo M. rubra (Bloch, 1793) Badejo M. microlepis (Goode & Bean, 1880) Badejo Epinephelus morio (Valenciennes, 1828) Garoupa, garoupinha-são-tomé E. guaza (Linaneus, 1758) Garoupa E. niveatus (Valenciennes, 1828) Cherne Rypticus randalli Courtenay, 1967 Peixe-sabão Heteropriacanthus cruentatus (Lacepède, 1801) Olho de cão Priacanthus arenatus Cuvier, 1829 Olho de cão P. cruentatus (Lecépède, 1802) Olho de cão Pomatomidae Pomatomus saltatrix (Linnaeus, 1766) Enchova Carangidae Caranx crysos (Mitchill, 1815) Xerelete, carapau Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) Palombeta Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) Juvá Decapterus punctatus (Cuvier, 1829) Xixarro Hemicaranx amblyrhynchus (Cuvier, 1833) Vento-leste Selene vomer (Linnaeus, 1758) Peixe-galo-de-penacho, galo-testudo Selene setapinnis Peixe-galo, galo-de-correição Oligoplites saliens (Bloch, 1793) Guaivira Trachinotus carolinus (Linnaeus, 1766) Pampo T. falcatus (Linnaeus, 1758) Pampo-verdadeiro T. goodei Jordan & Evermann, 1896 Pampo-galhudo, garebebê Priacanthidae Coryphaenidae Coryphaena hippurus Linnaeus, 1758 Dourado Lutjanidae Lutjanus synagris (Linnaeus, 1758) Ariacó, caranha L. analis (Cuvier, 1828) Caranho-vermelho Gerres aprion Cuvier, 1829 Carapicu G. gula (Cuvier, 1839) Carapicu Gerreidae Diapterus lineatus (Humboldt & Valenciennes, Carapeba 1811) Pomadasyidae D. rhombeus (Cuvier, 1829) Carapeba Anisotremus surinamensis (Bloch, 1791) Sargo A. virginicus (Linnaeus, 1758) Salema Boridia grossidens (Cuvier, 1830) Cocoroca-sargo Conodon nobilis (Linnaeus, 1758) Roncador Haemulon aurolienatum Cuvier, 1829 Cocoroca-languicha H. steindachneri (Jordan & Gilbert, 1822) Cocoroca–boca-larga Orthopristis ruber (Cuvier, 1830) Cocoroca Pomadasys corvinaeformis (Steindachner, 1868) Sparidae Archosargus rhomboidalis (Linnaeus, 1758) Instituto Estadual do Ambiente – INEA Sargo-de-dente 30/31 | Anexo XIX TÁXON Sciaenidae Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NOME TÉCNICO NOME POPULAR Diplodus argenteus (Valenciennes, 1830) Marimbá Calamus penna (Valenciennes, 1830) Peixe-pena Pagrus pagrus (Linnaeus, 1758) Pargo Menticirrhus americanus (Linnaeus, 1758) Papa-terra Umbrina coroides (Cuvier, 1830) Castanha riscada Ctenosciaena gracilicirrhus (Metzelaar, 1919) Paralonchurus brasiliensis (Steincahner, 1875) Maria-luisa Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) Corvina Larimus breviceps (Cuvier, 1830) Oveva Isopisthus parvipinnis (Cuvier, 1830) Pescadinha Cynoscion leiarchus (Cuvier, 1830) Pescada C. striatus (Cuvier, 1829) Maria mole Pareques acuminatus (Bloch & Schneider, 1801) Odontoscion dentex (Cuvier, 1830) Mullidae Steliffer rastrifer (Jordan, 1889) Cangoá Pseudupeneus maculatus (Bloch, 1793) Salmonete Upeneus parvus (Poey, 1853) Pempheridae Pempheris schomburgki (Müller & Troschel, 1848) Kyphosidae Kyphosus incisor (Cuvier, 1831) Pirajica Ephippidae Chaetodipterus faber (Broussonet, 1782) Enxada Chaetodontidae Prognathodes striatus (Linnaeus, 1758) Borboleta Pomacanthidae Pomacanthus paru (Bloch, 1787) Frade Pomacentridae Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) Sargentinho Trichiuridae Trichiurus lepturus (Linnaeus, 1758) Espada Scombridae Scomberomorus cavalla (Cuvier, 1829) Labridae Bodianus rufus (Linnaeus, 1758) Hemipteronotus novacula (Linnaeus, 1758) Halichoeres poeyi (Steindachner, 1867) Gudião-prego-de-cobre Xyricthys novacula (Linnaeus, 1758) Budião Scaridae Scarus guacamaia Cuvier, 1829 Budião Opistognathidae Opistognathus cuvieri Valenciennes, 1836 Stromateidae Peprilus paru (Linnaeus, 1758) Dactyloscopidae Dactyloscopus crossotus Sarks, 1913 Eleotorididae Dormitator maculatus (Bloch, 1790) Moréia preta Eleotris pisonis (Gmelin, 1789) Moréia Awaous tajasica (Lichstein, 1822) Peixe flor Bathygobius soporator (Valenciennes, 1837) Maria da toca, emborê Gobiidae Gordinho Gobionellus boleosoma (Jordan & Gilbert, 1882) G. oceanicus (Pallas, 1770) Língua de fogo G. schufeldti (Jordan & Eigenmann, 1886) G. stomatus Satrks, 1913 Pleuronectiformes Bothidae Bothus robinsi (Jutare, 1972) Linguado Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XVI | 31/31 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande TÁXON Paralichthyidae NOME TÉCNICO Paralichthys brasiliensis (Ranzani, 1840) NOME POPULAR Linguado Syacium papillosum Linnaeus, 1758 Linguado S. micrurum Ranzani, 1840 Linguado Citharichthys spilopterus Gunther, 1862 Linguado Achirus lineatus (Linnaeus, 1758) Sola, tapa Trinectes paulistanus (Ribeiro, 1915) Sola Symphurus plagusia (Bloch & Scneider, 1801) Língua de mulata S. tessellatus Língua de mulata Balistidae Balistes capriscus Gmeli, 1788 Peixe-porco Monacanthidae Stephanolepis hispidus Achiridae Cynoglossidae Tetraodontiformes Monacanthus ciliatus (Mitchill, 1818) Gatilho Ostraciidae Acanthostracion quadricornis (Linnaeus, 1758) Cofre Tetraodontidae Lagocephalus laevigatus Linnaeus, 1766 Baiacu-arara Sphoeroides nephelus (Goode & Bean, 1882) Baiacu S. testudineus (Linnaeus, 1758) Baiacu S. greeleyi Gilbert, 1900 Baiacu S. spengleri (Bloch, 1785) Baiacu Diodontidae Chilomycterus antillarum (Jordan & Rutter, 1897) Baiacu espinho Fontes: BIZERRIL, C. R. S. F. & COSTA, P. A. 2001. Peixes Marinhos do Estado do Rio de Janeiro, FEMAR: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro e FERREIRA, C. E. L., FERREIRA, C. G. W., RANGEL, C. A., MENDONÇA, J. P., GERHARDINGER, L. C., FILHO, A. C., GODOY, E. A., O., L. J. & GASPARINI, J. L. 2007. Peixes recifais. In Biodiversidade Marinha da Baía da Ilha Grande (CREED, J. C., PIRES, D. O. & FIGUEIREDO, M. A. O., eds.), pp. 293-322. MMA/SBF, Brasília. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVII MAPAS DO ZONEAMENTO DO PEIG Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 1 (Zoneamento Completo) - A0 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 2 (Zona Intangível) - A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 3 (Zona Primitiva) - A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 4 (Zona de Uso Extensivo) - A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 5 (Área de Visitação) - A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 6 (Zona de Uso Conflitante) - A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 7 (Área de Uso Conflitante) - A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 8 (Zona Histórico-Cultural) - A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande INSERIR MAPA 9 (Zona de Amortecimento) – A3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XVIII MEMORIAL DESCRITIVO DO ZONEAMENTO DO PEIG Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XVIII | 1/3 ANEXO XVIII – MEMORIAL DESCRITIVO DO ZONEAMENTO DO PEIG Referência cartográfica: Ortofotos IBGE/SEA, escala 1:25.000 Sistema de coordenadas: Projeção UTM / Datum Horizontal WGS84 Zona 23S LIMITES DAS ZONAS Zona Intangível Inicia-se no P01 (574630; 7440237) e segue pela cota altimétrica de 400 m no sentido horário até atingir o P02 (576182; 7437250). Deste, segue na direção N acompanhando o limite da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul até encontrar novamente o P01 (574630; 7440237), fechando assim o polígono referente à Zona Intangível, com área total aproximada de 3373,74 ha. Zona Primitiva Inicia-se no ponto P01 (574597; 7434490), localizado no limite da ponta da Tacunduba com a linha de costa e segue no sentido NE pela linha de costa até atingir o P02 (576384; 7435333) na foz do Córrego da Parnaioca no canto N da praia da Parnaioca e segue pelo limite da Zona Histórico-Cultural Parnaioca até atingir o ponto P03 (576609; 7434402) na linha de costa no canto S da praia da Parnaioca, de onde segue pelo limite da linha de costa na direção L até encontrar o P04 (582983; 7435266) na foz do rio no canto S da praia de Dois Rios, de onde segue pelo limite da Zona HistóricoCultural Dois Rios até atingir o P05 (583480; 7436324) na foz do rio no canto N da praia de Dois Rios. Deste, segue pelo limite da linha de costa no sentido L até atingir o P06 (587995; 7437653) no canto O da praia de Lopes Mendes, de onde segue pelo limite da Zona Extensiva Lopes Mendes até atingir o P07 (589771; 7436356) no canto L da praia de Lopes Mendes. Deste, segue pelo limite da linha de costa na direção SO até atingir o P08 (588864; 7435484) na ponta de Lopes Mendes, de onde segue pela linha de cumeada até atingir a cota altimétrica de 100 metros no P09 (588875; 7435473). Deste, segue acompanhando a cota 100m no sentido anti-horário até encontrar o P10 (589882; 7438898), de onde segue na direção O pela linha de cumeada até atingir o P11 (587128; 7438184). Deste, segue acompanhando a cota 150m circundando a ilha no sentido anti-horário até atingir o limite da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul – RBEPS (estabelecido no Decreto Estadual nº 4.972, de 02 de dezembro de 1981) no P12 (566843; 7432638), de onde segue acompanhando o limite da RBPS até atingir a cota altimétrica de 400 m no P13 (574630; 7440237), de onde segue pelo limite da Zona Intangível no sentido horário até atingir o P14 (576182; 7437250). Deste, segue na direção S acompanhando o limite da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul até encontrar novamente o P01 (574597; 7434490), fechando assim o polígono referente à Zona Primitiva com área total aproximada de 7538,11 ha. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/3 | Anexo XVIII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Zona de Uso Extensivo Inicia-se no P01 (587339; 7438256) e segue pela cota altimétrica de 100 metros no sentido anti-horário até encontrar o P02 (584596; 7440139), de onde segue em linha reta na direção NE até atingir a cota 40 m no P03 (584800; 7440398). Deste, segue pela referida cota na direção N até atingir o P04 (584814; 7441375), de onde segue pelo rio na direção SO até atingir a cota altimétrica de 100 metros no P05 (584354; 7440992). Deste, segue contornando a ilha no sentido anti-horário pela referida cota até atingir o P06 (566744; 7432556), de onde segue pela linha de cumeada na direção NE até atingir a cota altimétrica de 150 metros no P07 (566843; 7432638) e segue pela referida cota no sentido horário até atingir o P08 (587128; 7438184). Deste segue pela direção L acompanhando o talvegue até atingir novamente o P01 (587339; 7438256), fechando assim o polígono referente à Zona de Uso Extensivo com área total aproximada de 1093,51 ha. Zona de Uso Extensivo Lopes Mendes Inicia no ponto P01 (587995; 7437653) na linha de costa do canto NO da praia de Lopes Mendes e segue pelo limite da faixa de areia com a vegetação no sentido N até atingir o P02 (587994; 7437806), de onde segue no sentido SE pelo limite da faixa de areia com a vegetação até o P03 (589844; 7436401), de onde segue no sentido SO em direção ao P04 (589771; 7436356), que se localiza na linha de costa do canto SE da praia de Lopes Mendes. Deste, segue no sentido N pela linha de costa até encontrar novamente o P01 (587995; 7437653), fechando assim o polígono referente à ZUEx Lopes Mendes com área total aproximada de 11,96 ha. Zona de Uso Conflitante Abraão Inicia no ponto P01 (585000; 7441296) na foz do rio da Guarita e segue pelo curso d’água até atingir a cota altimétrica de 40 metros no P02 (584814; 7441375), segue do sentido S por esta cota até o P03 (584800; 7440398). Deste, segue em linha reta em direção ao muro que delimitava a antiga Colônia Penal, na altura do campo de futebol gramado, no ponto P04 (585048; 7440714). Segue pelo arruamento em direção ao início do cais do Estado (cais de concreto) na faixa de areia, no P05 (585135; 7440824), de onde segue pelo cais do Estado (cais de concreto) até a linha de costa no ponto P06 (585144; 7440835). Segue na direção N pela linha de costa até encontrar novamente o P01 (584995; 7441289), fechando assim o polígono referente à ZUC Abraão com área total aproximada de 16,66 ha. Zona Histórico-Cultural Abraão Inicia no ponto P01 (584675; 7442026) na foz do rio e segue no sentido O pelo curso d’água até atingir a cota altimétrica de 100 metros no P02 (584355; 7442049), segue no sentido S pela cota altimétrica de 100 m até o P03 (584354; 7440992), de onde segue no sentido NE ao longo do rio em direção a sua foz, onde está localizado o ponto P04 (585000; 7441296). Deste, segue no sentido N pela linha de Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XVIII | 3/3 costa até encontrar novamente o P01 (584675; 7442026), fechando assim o polígono referente à ZHC Abraão com área total aproximada de 45,85 ha. Zona Histórico-Cultural Dois Rios Inicia no ponto P01 (583480; 7436324) na linha de costa no canto N da praia de Dois Rios e segue em linha reta no sentido N até atingir a cota altimétrica de 40 metros no P02 (583480; 7436406), de onde segue acompanhando a cota 40 m no sentido NO até encontrar o córrego da Barra Pequena no P03 (583232; 7436713). Deste, sobe pelo curso do rio no sentido NE até atingir a cota 90 m no P04 (583423; 7437143), de onde segue acompanhando a cota 90 m no sentido SO até encontrar o córrego da Andorinha no P05 (581703; 7435976). Deste, desce pelo curso do rio no sentido SO até atingir a cota 40 m no P06 (582041; 7435719), segue então por esta cota no sentido SO até atingir o P07 (582982; 7435189). Deste, segue em linha reta no sentido N até encontrar o P08 (582983; 7435266) na linha de costa do canto S da praia de Dois Rios, e segue no sentido N pelo limite da linha de costa até encontrar novamente o P01 (583480; 7436324), fechando assim o polígono referente à ZHC Dois Rios com área total aproximada de 121,21 ha. Zona Histórico-Cultural Parnaioca Inicia no ponto P01 (576384; 7435333) na foz do Córrego da Parnaioca no canto N da praia da Parnaioca e segue em linha reta no sentido N até atingir a cota altimétrica de 20 metros no P02 (576384; 7435405), segue no sentido S pela referida cota até o P03 (576610; 7434364), de onde segue em linha reta no sentido N em direção à linha de costa no canto S da praia da Parnaioca no P04 (576609; 7434402). Deste, segue no sentido N pela linha de costa até encontrar novamente o P01 (576384; 7435333), fechando assim o polígono referente à ZHC Parnaioca com área total aproximada de 22,52 ha. Zona de Amortecimento Inicia-se na ponta do Arpoador da Ilha da Marambaia, no P01 (601712; 7445470), de onde segue na direção N até o P02 (601829; 7448228) na ponta do Furado. Deste, segue no sentido NO até a bóia de sinalização náutica no P03 (590665; 7453596), de onde segue acompanhando a linha de costa no sentido O até encontrar o P04 (576791; 7450718) na ponta de Leste. Deste, segue no sentido SO até o P05 (552703; 7437690), de onde segue no sentido SE até o P06 (560883; 7424311). Deste, segue no sentido SE na direção L até o P07 (599326; 7429634), de onde segue no sentido N até encontrar novamente o P01 (601712; 7445470), fechando assim o polígono referente à Zona de Amortecimento com área total aproximada de 84165,06 ha, dentre os quais 78345,56 ha correspondem às áreas marinhas e 5819,51 ha às áreas terrestres. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XIX ESTRUTURAS EXISTENTES E PREVISTAS PARA O PEIG Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XIX | 1/2 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XIX – ESTRUTURAS EXISTENTES E PREVISTAS PARA O PEIG Foto 1 – Casa de apoio na Vila do Abraão. Foto 2 – Casa do chefe na Vila do Abraão. Foto 3 – Galpão na Vila do Abraão. Fotos 4 e 5 – Pórtico e guarita em Abraão. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/2 | Anexo XIX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Fotos 6 e 7 – Estado atual do casarão onde funciona a sede e Centro de Visitantes. Na primeira foto a fachada principal, e na segunda a fachada posterior. Fotos 8 e 9 – Perspectivas externa e interna do projeto da reforma do casarão. Fotos 10 e 11 – Perspectiva do projeto do mirante na curva da morte da estrada Abraão – Dois Rios. Fotos 12 e 13 – Perspectivas externa e interna do projeto da subsede do núcleo Aroeira. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XX ÁREAS DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES E PREVISTAS PARA O PEIG Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 1/15 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XX – ÁREAS DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES E PREVISTAS PARA O PEIG QUADRO 1 1 – NÚCLEO ABRAÃO 1.1 – SEDE ADMINISTRATIVA / CENTRO DE VISITANTES Estado atual: existente, aguardando reforma de adequação. 1° Pavimento (Centro de Visitantes) Recepção/loja Exposições Exposições temporárias Auditório Circulação do sanitário Balcão (café) Sanitário feminino Sanitário masculino Sanitário p/ deficientes Almoxarifado/depósito Hall da escada 2° Pavimento (Administração) Sede/administração Reuniões A. técnica/consulta Copa Hall de serviço Sanitário feminino Sanitário masculino m2 9,50 82,33 31,77 54,58 5,79 5,97 5,61 5,59 2,70 3,89 28,72 117,65 11,50 8,85 5,67 4,74 2,85 3,68 Área útil total (m2) 1.2 - CASA DO CHEFE Estado atual: existente. Varanda Sala Quarto 1 Quarto 2 Circulação Banheiro Cozinha Quarto 3 Banheiro Cobertura em telhas Calçada Depósito 391,39 Área útil total (m2) 129,55 Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4,80 13,68 13,87 10,22 2,10 4,90 9,49 20,98 2,69 20,85 18,30 7,67 2/15 | Anexo XX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1 – NÚCLEO ABRAÃO 1.3 - CASA DE APOIO Estado atual: existente, com previsão de reforma. Varanda Sala de estudos Sala Quarto 1 - IEF/PPMA Banho 1 Circulação 1 Quarto 2 - Funcionários Quarto 3 - Pesquisadores Cozinha Circulação 2 Despensa Banho 2 Quarto 4 - Feminino Apoio (pesquisadores) Serviço (refeitório) Área útil total (m2) 1.4 - GALPÃO Estado atual: existente Sala Cozinha Banheiro Almoxarifado/depósito 20,40 10,73 20,66 12,60 6,20 2,31 12,60 10,29 10,50 3,22 3,63 3,63 12,87 4,98 25,90 160,52 14,49 9,65 4,59 22,03 Área útil total (m2) 50,76 1.5 - CENTRO DE RECEPÇÃO DE VISITANTES Estado atual: previsão de reforma para adequação do edifício da SEAP. Varanda de acesso 10,60 Hall/recepção 10,80 Administração/circulação 15,70 Sanitário feminino 4,36 Sanitário masculino 3,93 Salão central 76,70 Bar/copa 9,10 Varanda 1 25,00 Varanda 2 34,00 Pátio interno 70,20 Depósito 12,00 Área útil total (m2) 272,39 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 1 – NÚCLEO ABRAÃO 1.6 - ALOJAMENTO DE GUARDAS-PARQUES Estado atual: previsão. Alojamento de guardas-parques 1 14,90 Banheiro e vestiário 1 7,30 Alojamento de guardas-parques 2 14,90 Banheiro e vestiário 2 7,30 Copa-cozinha 17,60 Sala de convivência 36,90 Sala da administração (2 pessoas) 16,85 Enfermaria 12,00 Almoxarifado e oficina 34,40 Área de serviço 11,00 Circulação interna 8,85 Estacionamento coberto p/ 2 veículos 36,00 Área útil total (m2) 218,00 1.7 - ALOJAMENTO FUNCIONAL Estado atual: previsão. Hall 10,80 Sala/refeitório 36,00 Cozinha/copa 17,60 Banheiro masculino 4,36 Banheiro feminino 3,93 Lavanderia 10,00 Serviço 10,00 Depósito 5,00 Suíte 1 12,00 Suíte 2 12,00 Suíte 3 12,00 Suíte 4 12,00 Suíte 5 12,00 Suíte 6 12,00 Suíte 7 12,00 Suíte 8 12,00 Circulação 10,00 Área útil total (m2) 203,69 1.8 - SANITÁRIOS PÚBLICOS Estado atual: previsão. Sanitário feminino 7,05 Sanitário masculino 7,05 Área útil total - Sanitários (m2) 14,10 1.9 - GUARITA E PÓRTICO Estado atual: 1 - existente; e 2 - previsão para a estrada com projeto específico. Guarita 7,51 Circulação externa 0,95 Sanitário 1,69 2 Área útil Guarita 1 - existente (m ) 10,15 2 Área útil Guarita 2 - previsão (m ) 10,15 Área útil total - Guaritas (m2) 20,30 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 3/15 4/15 | Anexo XX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2 - NÚCLEO DOIS RIOS 2.1 - SUBSEDE ADMINISTRATIVA Estado atual: previsão Recepção p/ administração e exposições Sala de administração Banheiro da administração Salão de exposições Estar, comer e copa dos alojamentros Alojamento feminino Banheiro do alojamento feminino Alojamanto masculino Banheiro do alojamento masculino Depósito Banheiro de serviço Pátio de serviço Garagem para pequenos veículos elétricos Banheiro público feminino Banheiro público masculino 8,35 16,70 2,76 34,65 13,23 9,08 3,80 10,57 5,00 8,35 2,76 24,80 25,00 1,85 1,85 Área útil total (m2) 2.2 - ALOJAMENTO DE PESQUISADORES Estado atual: previsão. Varanda Sala de estudos Sala Quarto 1 Banho 1 Circulação 1 Quarto 2 Quarto 3 (pesquisadores) Cozinha Circulação 2 Despensa Banho 2 Quarto 4 (feminino) Apoio (pesquisadores) Serviço (refeitório) 168,75 Área útil total (m2) 175,54 20,40 10,73 20,66 12,60 6,20 2,31 12,60 10,29 10,50 3,22 3,63 3,63 12,87 20,00 25,90 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 5/15 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2 - NÚCLEO DOIS RIOS 2.3 - ALOJAMENTO DE GUARDAS-PARQUES Estado atual: previsão. Alojamento de guardas-parques 1 Banheiro e vestiário 1 Alojamento de guardas-parques 2 Banheiro e vestiário 2 Copa-cozinha Sala de convivência Sala da administração (2 pessoas) Enfermaria Almoxarifado e oficina Área de serviço Circulação interna Estacionamento coberto para 2 veículos 14,90 7,30 14,90 7,30 17,60 36,90 16,85 12,00 34,40 11,00 8,85 36,00 Área útil total (m2) 2.4 - CASA DE APOIO Estado atual: previsão. Varanda Sala Quarto 1 Banho 1 Circulação 1 Quarto 2 Quarto 3 Cozinha Circulação 2 Despensa Banho 2 Quarto 4 Serviço (refeitório) 218,00 Área útil total (m2) 154,15 Instituto Estadual do Ambiente – INEA 20,40 30,00 12,60 6,20 2,31 12,60 10,29 10,50 3,22 3,63 3,63 12,87 25,90 6/15 | Anexo XX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2 - NÚCLEO DOIS RIOS 2.5 - CAMPING Estado atual: previsão. Edificação de apoio Varanda de acesso Recepção e administração Ap. administração Bar/copa Cozinha e serviço Salão restaurante Sanitário feminino Sanitário masculino Depósito 25,70 13,00 7,70 6,70 21,70 118,70 6,90 6,90 11,20 Área útil (m2) Churrasqueira 1 Varanda com churrasqueira e bancada para pia Banheiro público feminino Banheiro público masculino 218,50 Área útil (m2) Churrasqueira 2 Varanda com churrasqueira e bancada para pia Banheiro público feminino Banheiro público masculino 7,80 Área útil (m2) Edificação de sanitários Vestiário feminino Vestiário masculino Lava-pratos e lava-roupas Depósito Área útil (m2) Área útil total - Edificações do camping (m2) 2.6 - POSTO SALVA-VIDAS Estado atual: previsão. Área de apoio com ponto de observação 2 Área útil total (m ) 4,70 1,55 1,55 4,70 1,55 1,55 7,80 33,00 33,00 34,80 2,95 103,75 337,85 5,00 5,00 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 7/15 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3 - NÚCLEOS AROEIRA/LOPES MENDES*, ARAÇATIBA, MATARIZ 3.1 – SUBSEDES ADMINISTRATIVAS Estado atual: previsão com projeto aprovado para Aroeira. * Obs.: o local para a instalação da subsede administrativa Aroeira ou Lopes Mendes dependerá da regularização fundiária da área. Varanda de acesso 37,50 Recepção para administração e exposições 8,35 Sala de administração 16,70 Banheiro da administração 2,76 Salão de exposições 34,65 Estar, comer e copa dos alojamentos 13,23 Alojamento feminino 9,08 Banheiro do alojamento feminino 3,80 Alojamanto masculino 10,57 Banheiro do alojamento masculino 5,00 Depósito 8,35 Banheiro de serviço 2,76 Pátio de serviço 24,80 Torre de barrilete 12,24 Garagem p/ pequenos veículos elétricos 22,70 Banheiro público feminino 1,85 Banheiro público masculino 1,85 Circulação sanitário público 1,90 Área útil subsede Aroeira/Lopes Mendes (m2) Área útil subsede Araçatiba (m2) Área útil subsede Matariz (m2) Área útil total (m2) 3.2 - GUARITA E PÓRTICO Estado atual: previsão. Guarita Circulação Sanitário Área útil guarita Aroeira (m2) Área útil guarita Araçatiba (m2) Área útil guarita Matariz (m2) Área útil guarita Lopes Mendes (m2) Área útil guarita Pouso (m2) Área útil total (m2) 218,09 218,09 218,09 654,27 7,51 0,95 1,69 10,15 10,15 10,15 10,15 10,15 50,75 3.3 - POSTO SALVA-VIDAS Estado atual: previsão de instalação de posto salva-vidas em 2 pontos da praia de Lopes Mendes. Área de ponto de observação 5,00 Área útil posto 1 (m2) Área útil posto 2 (m2) Área útil total (m2) Instituto Estadual do Ambiente – INEA 5,00 5,00 10,00 8/15 | Anexo XX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4 - NÚCLEO PARNAIOCA 4.1 - SUBSEDE ADMINISTRATIVA Estado atual: previsão. Varanda de acesso Recepção p/ administração e exposições Sala de administração Banheiro da administração Estar, comer e copa dos alojamentos Alojamento feminino Banheiro do alojamento feminino Alojamanto masculino Banheiro do alojamento masculino Depósito Banheiro de serviço Pátio de serviço Torre de barrilete Garagem p/ pequenos veículos elétricos Banheiro público feminino Banheiro público masculino Circulação sanitário público Área útil total (m2) 4.2 - CAMPING Estado atual: previsão. Edificações de apoio Varanda de acesso Recepção e administração Ap. administração Bar/copa Cozinha e serviço Salão restaurante Sanitário feminino Sanitário masculino Depósito Área útil (m2) Churrasqueira 1 Varanda com churrasqueira e bancada para pia Banheiro público feminino Banheiro público masculino Área útil (m2) Churrasqueira 2 Varanda com churrasqueira e bancada para pia Banheiro público feminino Banheiro público masculino Área útil (m2) Edificação de sanitários Vestiário feminino Vestiário masculino Lava-pratos e lava-roupas Depósito Área útil (m2) Área útil total - Edificações do camping (m2) 37,50 8,35 16,70 2,76 13,23 9,08 3,80 10,57 5,00 8,35 2,76 24,80 12,24 22,70 1,85 1,85 1,90 183,44 25,70 13,00 7,70 6,70 21,70 118,70 6,90 6,90 11,20 218,50 4,70 1,55 1,55 7,80 4,70 1,55 1,55 7,80 33,00 33,00 34,80 2,95 103,75 337,85 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 9/15 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XX - ÁREAS DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES E PREVISTAS PARA O PEIG QUADRO 2 Mobiliário existente* e previsto de cada edificação do PEIG NÚCLEO ABRAÃO Estrutura Mobiliário Recepção 3 cadeiras altas 52 cadeiras 1 mesa palestrante 3 cadeiras (diretor) Auditório 1 tela retrátil 1 suporte para datashow 2 quadros brancos com apagador 3 quadros de planejamento Almoxarifado 5 estantes 1 sofá de 3 lugares Hall 1 sofá de 2 lugares 1 gaveteiro 1 mesa (chefe) 1 cadeira (chefe) Sede Administrativa/Centro de Visitantes 1 mesa de reunião para 4 pessoas 14 cadeiras pé fixo Sede/Administração 5 armários fechados 5 armários abertos 13 gaveteiros 8 mesas de trabalho 8 cadeiras com rodízio 1 mesa de reunião para 8 pessoas Sala de reunião 8 cadeiras (pé fixo) 1 armário aberto 2 mesas Acervo técnico/consulta 2 armários fechados 4 armários abertos 2 cadeiras com rodízio Copa 1 geladeira 1 sofá 3 lugares Sala 1 sofá 2 lugares 1 estante para TV Quarto 1 Casa do Chefe Quarto 2 Quarto 3 1 cama de casal 1 armário 1 cama de solteiro 1 armário 1 cama de solteiro 1 armário 1 geladeira* Cozinha 1 freezer 1 fogão* Instituto Estadual do Ambiente – INEA 10/15 | Anexo XX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NÚCLEO ABRAÃO Estrutura Mobiliário Varanda 1 mesa* 2 bancos* 4 cadeiras com rodízio Sala de estudos 1 bancada* 1 armário aberto* 1 sofá 3 lugares Sala Mesa de jantar com cadeiras (6 lugares) 2 prateleiras* 1 estante para TV (alvenaria)* 2 camas de solteiro Quarto 1 2 mesa de cabeceira 1 armário baixo com arara* 2 camas de solteiro Casa de Apoio Quarto 2 2 mesa de cabeceira 1 armário baixo com arara* 3 camas de solteiro Quarto 3 2 mesas de cabeceira 1 armário baixo com arara* 3 camas de solteiro Quarto 4 2 mesas de cabeceira 1 armário baixo com arara* Apoio aos pesquisadores Despensa 1 armário aberto* 1 geladeira 1 estante* 1 fogão de 6 bocas* Cozinha 1 geladeira* 1 freezer 1 paneleiro* 1 fogão de 4 bocas* Galpão Cozinha 1 geladeira 1 paneleiro Almoxarifado/depósito Hall/recepção 12 prateleiras 1 mesa 1 cadeira giratória 2 mesas Administração/circulação 4 cadeiras giratórias 1 armário fechado 1 fogão Centro de Recepção 1 geladeira Bar/copa 1 freezer 1 mesa 4 cadeiras (pé fixo) 1 paneleiro Depósito Estantes Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 11/15 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NÚCLEO ABRAÃO Estrutura Mobiliário Guarita 1 3 beliches 1 guarda-roupa 3 mesas de cabeceira 1 armário 3 beliches 1 guarda-roupa 3 mesas de cabeceira 1 armário 1 fogão 1 geladeira 1 freezer 1 mesa 4 cadeiras (pé fixo) 2 sofás de 3 lugares 1 estante 1 mesa de jantar para 8 pessoas 8 cadeiras (pé fixo) 2 mesas 2 cadeiras giratórias 2 gaveteiros 1 armário fechado 1 maca 1 mesa 2 cadeiras 1 armário 3 estantes 1 mesa 4 bancos altos 1 armário 2 bancos 2 sofás de 3 lugares 1 estante 1 mesa de jantar para 8 pessoas 8 cadeiras pé fixo 1 fogão 1 geladeira 1 freezer 1 mesa 4 cadeiras pé fixo 1 paneleiro 1 armário 1 armário 1 estante 16 camas de solteiro 8 armários 8 mesas de cabeceira 8 escrivaninhas 1 cadeira com rodízio* Guarita 2 1 cadeira com rodízio Alojamento 1 Banheiro e vestiário 1 Alojamento 2 Banheiro e vestiário 2 Copa-cozinha Alojamento de GuardasParques Sala de convivência Sala da administração Enfermaria Almoxarifado e oficina Área de serviço Hall Sala/refeitório Cozinha-copa Alojamento Funcional Lavanderia Área de serviço Depósito Suítes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8 Sanitário público Guarita e pórtico Instituto Estadual do Ambiente – INEA 12/15 | Anexo XX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NÚCLEO DOIS RIOS Estrutura Mobiliário Recepção 3 cadeiras altas 1 balcão de atendimento 2 mesas Sala da Administração 2 cadeiras do chefe 4 cadeiras (pé fixo) 2 armários fechados 1 sofá de 2 lugares 1 poltrona 1 mesa de apoio lateral Estar, comer e copa dos alojamentos 1 mesa para 4 pessoas 1 fogão Subsede Administrativa 1 geladeira 4 cadeiras (pé fixo) 2 camas de solteiro Alojamento feminino 1 mesa de estudos 2 cadeiras (pé fixo) 1 armário de duas portas 2 camas de solteiro Alojamento masculino 1 mesa de estudos 2 cadeiras (pé fixo) 1 armário de duas portas Depósito Varanda 3 estantes 1 mesa 4 cadeiras 2 mesas Estudos 2 cadeiras giratórias 2 gaveteiros 2 sofás de 3 lugares Sala 1 mesa de canto 1 estante 3 camas de solteiro Quarto 1 1 guarda-roupa 2 mesas de cabeceira 3 camas de solteiro Alojamento de Pesquisadores Quarto 2 1 guarda-roupas 2 mesas de cabeceira 3 camas de solteiro Quarto 3 1 guarda-roupa 2 mesas de cabeceira 1 fogão 1 geladeira Copa-cozinha 1 freezer 1 mesa 4 cadeiras (pé fixo) 1 paneleiro 3 camas de solteiro Quarto 4 (Feminino) 1 guarda-roupa 2 mesas de cabeceira Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 13/15 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NÚCLEO DOIS RIOS Estrutura Mobiliário Apoio (Pesquisadores) Alojamento de Pesquisadores 8 cadeiras giratórias 1 armário 1 mesa Serviço (Refeitório 8 cadeiras 1 estante 3 beliches Alojamento 1 Banheiro e vestiário 1 1 guarda-roupa 3 mesa de cabeceira 1 armário 3 beliches Alojamento 2 Banheiro e vestiário 2 1 guarda-roupas 3 mesa de cabeceira 1 armário 1 fogão 1 geladeira Copa-cozinha 1 freezer 1 mesa 4 cadeiras pé fixo 1 paneleiro Alojamento de Guardas-Parques 2 sofás de 3 lugares Sala de convivência 1 estante 1 mesa de jantar para 8 pessoas 8 cadeiras (pé fixo) 2 mesas Sala da administração 2 cadeiras giratórias 2 gaveteiros 1 armário fechado 1 maca Enfermaria 1 mesa 2 cadeiras 1 armário 3 estantes Almoxarifado e oficina 1 mesa 4 bancos altos Área de serviço Varanda Sala Quarto 1 Casa de Apoio Quarto 2 1 armário 1 mesa 4 cadeiras (pé fixo) 2 sofás de 3 lugares 1 estante para TV 2 camas de solteiro 1 armário 2 camas de solteiro 1 armário 1 fogão de 6 bocas Cozinha 1 geladeira 1 freezer 1 paneleiro Quarto 3 Instituto Estadual do Ambiente – INEA 3 camas de solteiro 1 armário 14/15 | Anexo XX Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande NÚCLEO DOIS RIOS Estrutura Mobiliário Despensa Quarto 4 Casa de Apoio Sala de estudos 1 estante 3 camas de solteiro 1 armário 4 cadeiras com rodízio 1 mesa 1 buffet Serviço (refeitório) 1 mesa 8 cadeiras 1 armário Varanda de acesso 2 mesas 8 cadeiras 1 cadeira alta giratória Recepção e administração 2 armários fechados 1 balcão de atendimento 1 cama de solteiro Ap. administração 1 armário superior 1 mesa de cabeceira 1 fogão de 6 bocas Camping Cozinha e serviço 1 geladeira 1 freezer 1 paneleiro 2 mesas para 8 pessoas Salão restaurante 7 mesas para 4 pessoas 44 cadeiras (pé fixo) Depósito Varanda com churrasqueira e bancada para pia Posto Salva-vidas 3 estantes 1 mesa 2 bancos compridos Vestiário feminino 4 armários Vestiário masculino 4 armários 2 cadeiras altas de madeira Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XX | 15/15 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande AROEIRA/LOPES MENDES, ARAÇATIBA, MATARIZ Estrutura Mobiliário Varanda de acesso Recepção 2 mesas 8 cadeiras 3 cadeiras altas 1 balcão de atendimento 2 mesas Sala de administração 2 cadeiras do chefe 4 cadeiras (pé fixo) 2 armários fechados Salão de exposições 1 sofá de 2 lugares Subsedes Administrativas: Aroeira/Lopes Mendes 1 poltrona 1 mesa de apoio lateral Matariz Araçatiba Estar, comer e copa dos alojamentos 1 mesa para 4 pessoas 4 cadeiras (pé fixo) 1 paneleiro (*mobiliário quantificado para cada edificação, deve ser multiplicado por 3) 1 fogão 1 geladeira 2 camas de solteiro Alojamento feminino 1 mesa de estudos 2 cadeiras (pé fixo) 1 armário de duas portas 2 camas de solteiro Alojamento masculino 1 mesa de estudos 2 cadeiras (pé fixo) 1 armário de duas portas Depósito Guarita Aroeira 1 cadeira com rodízio Guarita Araçatiba 1 cadeira com rodízio Guarita Matariz 1 cadeira com rodízio Guarita Lopes Mendes 1 cadeira com rodízio Guarita Pouso 1 cadeira com rodízio Posto salva-vidas 1 2 cadeiras altas de madeira Posto salva-vidas 2 2 cadeiras altas de madeira Instituto Estadual do Ambiente – INEA 3 estantes Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XXI CRONOGRAMA FINANCEIRO Instituto Estadual do Ambiente – INEA Anexo XXI | 1/1 Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XXI - CRONOGRAMA FINANCEIRO Plano de Manejo - Demonstrações Financeiras 2012 a 2016 UC : Parque Estadual da Ilha Grande - PEIG Em R$ Núcleo : GERAL Item 1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 1.10 1.11 1.12 1.13 1.14 1.15 1.16 1.17 1.18 1.19 2 Título Ano 2 1º Trimestre 308.820 2º Trimestre 270.618 3º Trimestre 270.618 4º Trimestre 273.018 1.123.073 216.405 216.405 216.405 216.405 865.620 Material de Consumo 39.702 - - - 39.702 Combustíveis e Lubrificantes Despesas Operacionais Pessoal e Encargos Sociais Total Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total Geral 1.841.143 2.131.743 4.301.542 4.468.079 13.865.578 1.247.400 1.309.770 2.798.651 2.938.584 9.160.025 16.404 16.326 82.966 38.574 193.972 17.253 17.253 17.253 17.253 69.011 130.594 137.124 219.336 230.302 786.367 Prestação de Serviços - - - - - - - - - - Energia Elétrica e Gás 5.850 5.850 5.850 5.850 23.400 24.570 25.799 56.261 59.074 189.103 Água e Esgoto 3.360 3.360 3.360 3.360 13.440 14.112 14.818 30.422 31.944 104.735 Telefone, Fax e Internet 1.650 1.650 1.650 1.650 6.600 6.930 7.277 22.921 24.067 67.794 300 300 300 300 1.200 1.260 1.323 2.223 2.334 8.339 Manutenção 8.100 8.100 8.100 10.500 34.800 325.533 541.250 964.433 1.012.655 2.878.671 Propaganda e Publicidade 6.000 7.500 7.500 7.500 28.500 31.500 33.075 34.729 36.465 164.269 Impostos e Taxas 1.050 1.050 1.050 1.050 4.200 4.410 4.631 4.862 5.105 23.208 Correios e Telégrafos Jornais, Boletins e Revistas 1.650 1.650 1.650 1.650 6.600 6.930 7.277 10.419 10.940 42.165 Reprografia 1.200 1.200 1.200 1.200 4.800 5.040 5.292 8.335 8.752 32.219 Viagens e Estadias 2.400 2.400 2.400 2.400 9.600 10.080 10.584 22.504 23.629 76.398 900 900 900 900 3.600 3.780 3.969 10.835 11.377 33.562 - - - - - - - - - - 600 600 600 600 2.400 2.520 2.646 8.752 9.189 25.507 2.400 2.400 2.400 2.400 9.600 10.080 10.584 23.893 25.088 79.245 705.320 54.700 368.489 14.406.194 15.534.703 5.694.783 9.159.785 1.969.666 332.746 32.691.683 1.014.140 325.318 639.107 14.679.212 16.657.776 7.535.926 11.291.528 6.271.207 4.800.825 46.557.261 Fretes e Transportes em Geral Seguros Aluguel de Máq. Equipam. e Veículos Outras Despesas Investimentos Total Geral Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO XXII TERMO DE REFERÊNCIA: SISTEMA DO ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL DA ILHA GRANDE – PRODETUR-RJ Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 1/41 Governo do Estado do Rio de Janeiro Unidade Executora Estadual Governo Federal Ministério do Turismo PRODETUR NACIONAL – Rio de Janeiro Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo Instituto Estadual do Ambiente – INEA 2/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONCEPÇÃO DO SISTEMA DO ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL DA ILHA GRANDE INDICE 1. OBJETO E CONTEXTO.............................................................................................. 3 1.1. Objeto da Contratação......................................................................................... 3 1.2. Foco e Oportunidade........................................................................................... 3 1.3. O PRODETUR NACIONAL................................................................................. 4 1.4. O PRODETUR Rio de Janeiro............................................................................. 6 1.5. Diretrizes e Salvaguardas BID............................................................................. 8 2. CONCEITUAÇÕES BASICAS ..................................................................................... 9 3. DIRETRIZES METODOLÓGICAS................................................................................ 10 3.1. Orientações Gerais................................................................................................. 11 4. CARACTERIZAÇÃO INICIAL DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO SISTEMA DE ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL............................................................ 12 4.1. Pólo Litoral............................................................................................................. 12 4.2. Ilha Grande............................................................................................................ 12 4.2.1. Histórico....................................................................................................... 13 4.2.2. Unidades de Conservação da Natureza da Ilha Grande.............................. 15 4.2.3. Parque Estadual da Ilha Grande................................................................. 16 4.2.4. Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul............................................... 19 4.2.5. Parque Estadual Marinho do Aventureiro.................................................... 20 4.2.6. Área de Proteção Ambiental de Tamoios.................................................... 20 5. JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 21 6. ETAPAS DE TRABALHO, ATIVIDADES TÉCNICAS E PRODUTOS........................... 22 6.1. COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO................................................................. 23 6.2. AVALIAÇÃO E PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA O SISTEMA DE ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL DA ILHA GRANDE..................... 23 6.3. SUSTENTABILIDADE ECONOMICO-FINANCEIRA DAS UC .............................. 31 7. PRODUTOS, PRAZOS E DESEMBOLSOS................................................................... 32 8. FORMA DE APRESENTAÇÃO.................................................................................... 33 9. QUALIFICAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA..................................................................... 34 10. DOCUMENTOS E INSUMOS DISPONÍVEIS.............................................................. 35 ANEXOS............................................................................................................................... 36 Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 3/41 TERMO DE REFERÊNCIA SISTEMA DO ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL DA ILHA GRANDE – PRODETUR-RJ 1. OBJETO E CONTEXTO 1.1. Objeto da Contratação O objeto da contratação é a prestação de serviços especializados de consultoria para a concepção do sistema do ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande, visando o manejo sustentável dos recursos naturais e da paisagem, com ênfase na ampla participação das instituições e comunidades locais e na constituição de um arranjo de governança para este sistema. 1.2. Foco e Oportunidade A implantação do PRODETUR-RJ é uma ação de Governo voltada para o desenvolvimento da economia do Turismo, através do Programa criado pelo Governo Federal no âmbito do Ministério do Turismo – MTur, objetivando o financiamento de programas regionais para captação de recursos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Orientado pela Política Nacional de Turismo, espera-se que a execução do PRODETUR atenda às especificidades das regiões priorizadas, facilitando e contribuindo para as metas gerais definidas, atendendo a seus objetivos específicos, como se segue; • Contribuir e aumentar a capacidade de competição dos destinos turísticos brasileiros; e • Consolidar a política turística nacional, por meio da gestão pública, descentralizada e cooperativa, entre os níveis da administração pública – federal, estadual e municipal. No Estado do Rio de Janeiro, a oportunidade é inédita na sua história administrativa e seus focos certamente terão repercussão expressiva na requalificação de destinos turísticos e lugares. Estão associados neste conjunto os projetos de desenvolvimento turístico organizados segundo cinco Componentes - padrão do Programa – Estratégia do Produto Turístico, Estratégia de Comercialização, Fortalecimento Institucional, Infraestrutura e Serviços Básicos e Gestão Ambiental – e dois Pólos preponderantes – Serra e Litoral – envolvendo 06 (seis) regiões turísticas e 23 (vinte e três) municípios. No seu conjunto, o PRODETUR-RJ procura promover, observando o elenco de ações programadas, novas dinâmicas e fluxos, potencializando investimentos privados e públicos, Instituto Estadual do Ambiente – INEA 4/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande com reflexos socioeconômicos, ambientais, urbanísticos e de gestão. A necessidade de planejamento do ordenamento da nova dinâmica almejada para o turismo no Rio de Janeiro fornece contexto principal deste termo de referência. 1.3. O PRODETUR Nacional O objeto do PRODETUR, genericamente abrangendo o desenvolvimento da economia turística em Estados e Regiões no Brasil, apóia o financiamento de projetos, através do Banco Interamericano de Desenvolvimento com contrapartidas públicas, é organizado em cinco Componentes já citados, que são descritos pelo Regulamento Operacional do Programa, como se segue: a) Estratégia do Produto Turístico: Tem como objeto os atrativos – naturais e culturais, tangíveis e intangíveis – que originam e motivam o deslocamento de uma pessoa a um lugar determinado, incluindo neste contexto os serviços e equipamentos necessários para satisfazer as motivações da viajem, possibilitar o consumo e estimular a economia local/regional. Os atrativos turísticos definem e distinguem o lugar turístico, configurando-se como especial ou com o seu caráter próprio. A qualificação do produto turístico consolida a eficácia da imagem do lugar turístico, gerando visitabilidades e rentabilidades, observando que a escolha do elenco dos atrativos turísticos, objeto dos investimentos, distinguem a maior ou menor expressão desta eficácia. As atividades deste componente se concentram na recuperação e valorização de atrativos turísticos capazes de promover, qualificar e consolidar a competitividade dos lugares, nos diversos destinos do turismo, com suas especificidades e características. A estratégia de produtos turísticos admite ainda as ações de planejamento e outros, capazes de motivar investimentos privados destinados a melhorar a competitividade dos lugares, em segmentos ou nichos. b) Infraestrutura e Serviços Básicos: Este componente procura integrar os lugares / regiões turísticas, onde existirão os investimentos em produtos turísticos, com inversões necessárias para promover a acessibilidade e, no lugar, satisfazer as necessidades do saneamento ambiental – água, esgotamento e tratamento sanitário, energia elétrica, comunicações, segurança e saúde. Uma parte destes investimentos participa de contextos urbanos e arranjos espaciais como componentes do Produto Turístico, como as arquiteturas que, abrigando infraestruturas colaboram na composição do cenário turístico ou da paisagem regional. Incluem-se neste conjunto as análises relativas à elegibilidade e avaliação das ações de acessibilidade. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 5/41 c) Estratégia da Comercialização: É o componente que contempla ações que objetivam dar a conhecer e fortalecer a imagem dos destinos turísticos, identificando todo o seu patrimônio de atratividade e o caráter e singularidades dos lugares, buscando ampliar a eficiência dos meios de divulgação e comercialização adequados, bem como identificando nichos nas demandas existentes. d) Fortalecimento Institucional: São os mecanismos de gestão turística, necessariamente compartilhados entre os níveis de coordenação no âmbito federal, estadual e municipal/local, com a participação do setor privado, através de suas representações associativas. O componente admite que, além das ações institucionais de gestão a serem criadas ou aprimoradas, deverá atender as necessidades de reestruturação dos processos de gerenciamento e gestão, inclusive desenvolvimento de software, capacitação, assistência técnica e equipamentos. e) Gestão Ambiental: É o componente que estabelecerá critérios sobre a proteção dos recursos naturais e culturais, que se constituem na base da atividade turística e, portanto, admitindo a requalificação e preparo destes ambientes para a visitação, resguardados os seus aspectos de integridade fundamentais. As ações previstas, no caso de um conjunto de regiões que possuem atrativos naturais que lhes são próprios, as unidades de conservação compõem o contexto de suas especificidades e suas prerrogativas de preservação, de proteção e institucionalização passam a compor um quadro de necessidades e possibilidades. Ainda se inscrevem neste componente, os sistemas de gestão ambiental, manejos e demais estudos específicos, licenciamentos e as diretrizes de salvaguardas do Banco Interamericano de Desenvolvimento, incluindo a avaliação de categorias ambientais das ações programadas e a Avaliação Ambiental Estratégica. É a utilização contextualizada dos componentes descritos, desdobrados em ações devidamente espacializadas sobre lugares e regiões selecionadas, que deverão compor o PRODETUR, com o objetivo de elencar o desenvolvimento de bases sustentáveis – e iniciais – que permitam distinguir cenários orientados para a sustentabilidade, de curto e médio prazo, principalmente. No caso específico do instrumento Sistema de Ordenamento Turístico da Ilha Grande, avaliando a dinâmica das atividades turísticas e propondo ações estratégicas embasadas, que tragam melhorias na qualidade da experiência do visitante e na preservação ambiental. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 6/41 | Anexo XXII 1.4. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande O PRODETUR Rio de Janeiro O Governo Federal, através do Ministério do Turismo, e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado pela Secretaria de Estado de Turismo Esporte e Lazer, acordaram uma pauta de investimentos, que passaram a compor o PRODETUR – Rio de Janeiro, cujo objeto é o financiamento de programas regionais para a captação de recursos – nos formatos definidos pelos componentes já explicitados – junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O Governo do Estado do Rio de Janeiro igualmente fez aprovar sua proposta e sua viabilidade inicial de contratação do empréstimo junto à COFIEX – Comissão de Financiamento Externo do Ministério do Planejamento, através da Resolução COFIEX nº 1030, de 13/06/2008, e a correspondente à MP nº 998 de 10/07/2008 que a anunciou. É a primeira vez que o Programa de Desenvolvimento do Turismo Nacional contempla o Estado do Rio de Janeiro, e neste sentido, o Programa aprovado passou a ser um instrumento de alta prioridade para o Governo Estadual, como um conjunto de ações capaz de contribuir para a economia do Rio de Janeiro no seu conjunto, consolidar e definir vocações e colaborar no esforço de diminuir as diferenças regionais existentes. O PRODETUR Rio de Janeiro toma como referência os estudos sobre os quais se baseou o Plano Estratégico do Governo, para o Rio de Janeiro, que considera as reconfigurações da economia mundial e nacional com impactos sobre o Estado. Além do conjunto de investimentos em curso (siderúrgicos, portuários, petróleo, petroquímicos e rodoviários) destacam-se as tendências seguintes, nos contextos externos e internos, relacionados à economia do Turismo: • A consolidação na relação do Estado do Rio de Janeiro com o contexto globalizado, considerando: 9 A consolidação do Rio de Janeiro, como destino turístico, de demanda global e local de eventos mundiais, como Olimpíada e Copa do Mundo: 9 O crescimento e envelhecimento da população mundial com reflexos acentuados e crescentes no fluxo turístico, caracterizando este segmento como crescente e expressivo; e 9 As pressões sobre a preservação e a conservação dos ambientes naturais. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande • Anexo XXII | 7/41 A consolidação do Estado do Rio de Janeiro com o contexto nacional, considerando: 9 A reconfiguração espacial e econômica, marcada pela interiorização do desenvolvimento e a constituição de novos pólos de desenvolvimento econômico, no Estado; 9 A ampliação do perímetro turístico do Rio de Janeiro e a interiorização da economia do turismo com perfis regionalmente diferenciados; e 9 A ampliação das pressões sobre o controle ambiental, a segurança, o controle urbano e da informalidade, assim como sobre as questões regionais e metropolitanas. • A aplicação e consolidação de Políticas Públicas, no Estado do Rio de Janeiro, relativas a temáticas tais como: 9 Pressões sobre as áreas urbanas, sobretudo nas Regiões da Baixada Litorânea (Costa do Sol) e na parcela ocidental da Região Metropolitana (Itaguaí, Mangaratiba, Seropédica) denominada Costa Verde. 9 Diversificação e desconcentração das atividades do setor turístico. 9 Manutenção da vantagem competitiva do Rio de Janeiro, para a atração de eventos culturais e esportivos. 9 Ampliação das pressões sobre o ambiente natural, sobre o equilíbrio regional e processos integrados de gestão, nas regiões interiorizadas do Rio de Janeiro e na Região Metropolitana. Neste quadro, o PRODETUR Rio de Janeiro busca potencializar a organização e a sustentabilidade da atividade turística a partir dos recursos e ativos existentes no Estado, considerando também que as macropolíticas que estão em curso deverão promover novas relações entre as regiões do interior do Estado e a Região Metropolitana. Assim, cumprindo com as diretrizes do Programa de Regionalização do Ministério do Turismo, a requalificação dos pólos e regiões turísticas elencadas pelo PRODETUR-RJ colaborará para a: (i) criação de novos negócios e oportunidades de emprego-renda; (ii) melhoria da qualidade de vida da população nelas residente; e (iii) fixação da mão-de-obra e contenção dos fluxos migratórios não desejáveis. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 8/41 | Anexo XXII 1.5. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Diretrizes e Salvaguardas BID As políticas relativas ao meio ambiente adotadas pelo BID admitem salvaguardas, validadas a partir de 2006, com os seguintes propósitos: a. Potencializar a geração dos benefícios do desenvolvimento em longo prazo por meio de resultados e metas de sustentabilidade ambiental, aplicadas em todas as operações e atividades do banco, por meio do conhecimento e do fortalecimento da capacidade de gestão. b. Assegurar que todas as operações e atividades sejam ambientalmente sustentáveis. c. Incentivar a responsabilidade ambiental corporativa, no próprio BID. As diretrizes desta política, voltadas para os conceitos de transversalidades e internalização da dimensão ambiental em todos os projetos, serão adotadas desde o princípio de criação do Programa até a concepção da estratégia de seu desenvolvimento. As diretrizes de salvaguardas ambientais compreendem enfoques objetivos e eficientes, específicas para consultas, supervisões e cumprimento dos requisitos e propostas originárias do Sistema de ordenamento turístico da Ilha Grande, envolvendo a proteção de habitats naturais, sítios arqueológicos, patrimônios culturais, manejos, prevenção e controle de poluição, que passam a orientar uma classificação das operações. A análise dos processos socioambientais nas regiões e lugares que serão objeto de ações PRODETUR devera privilegiar: • Um enfoque socioambiental integrado que permita considerar os componentes que influenciam e determinam a sustentabilidade da economia do turismo, assim como as relações que se estabelecem entre eles; • A identificação e caracterização dos impactos a serem promovidos pelo Programa através de seus componentes e ações; • A análise qualitativa da capacidade instalada de gestão do patrimônio natural e históricocultural que serve de base para a economia do turismo, com destaque para as Unidades de Conservação; • Indicação dos possíveis impactos acumulativos, assim como de passivos preexistentes que mereçam analises posteriores mais detalhadas. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 2. Anexo XXII | 9/41 CONCEITUAÇÕES BASICAS Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - PDITS As eleições e justificativas relativas à seleção dos lugares turísticos e a formulação de objetivos, diagnósticos, estratégias, ações e seleção de projetos e procedimentos relativos ao PRODETUR Rio de Janeiro, estão contidos no Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável – PDITS. A conceituação do PDITS e as disposições relacionadas ao crescimento da economia turística nos territórios eleitos serão referência inicial do Sistema. Atividades turísticas Conjunto de atividades relacionado ao turismo englobando os seus aspectos, instituições, demandas e oferta. Atividade econômica representada pelo conjunto de transações de compra e venda de serviços turísticos efetuadas entre os agentes econômicos do turismo, gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita (EMBRATUR, 1992). Pode ser entendido também como conjunto de relações e fenômenos produzidos pelo deslocamento e permanência de pessoas fora do lugar de domicílio, desde que tais deslocamentos e permanência não estejam motivados por uma atividade lucrativa. Equipamentos e serviços turísticos Representam o conjunto de edificações, de instalações e de serviços indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística. Compreendem os meios de hospedagem, os serviços de alimentação, o entretenimento e diversão, o agenciamento, os transportes, a locação de veículos, os eventos, os guias, a informação e outros serviços turísticos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 10/41 | Anexo XXII 3. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande DIRETRIZES METODOLÓGICAS É imperioso o foco na participação ampla, efetiva e representativa dos diferentes segmentos da sociedade envolvidos na temática deste trabalho voltado à organização do acesso e à sistematização da operação e funcionamento dos equipamentos e serviços turísticos da Ilha Grande, bem como a conservação dos seus ricos atributos naturais, considerando: • A prestação de informações claras e adequadas; • A criação de espaços de diálogo e cooperação; • A execução de ações direcionadas á promoção de um processo coletivo e democrático de geração de alternativas; e • Que a atividade turística deve se pautar no lema “Turismo para Todos”, que permita o acesso não elitista de turistas/visitantes de faixa ampla de renda, e, ao mesmo tempo, que possibilite a existência de condições para receber turistas/visitantes com necessidades especiais. Deve-se considerar que a Ilha Grande é, atualmente, abrangida em toda sua extensão por Unidades de Conservação da Natureza. Portanto é importante analisar o acervo bibliográfico e documental disponível e legislação pertinente em vigor, relacionada - direta ou indiretamente - às Unidades de Conservação da Natureza, incluindo: • Constituição Federal e Estadual, Leis, Decretos e Resoluções Federais, Estaduais e Municipais; • Planos de Manejo de Unidades de Conservação da Natureza, Planos Diretores Municipais, Planos de Uso Público; • Propostas de criação, modificações, ampliações, entre outras, dirigidas às Unidades de Conservação da Natureza locais; • Planos, programas e projetos setoriais governamentais que possam influenciar de alguma forma a região da Ilha Grande. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 3.1. Anexo XXII | 11/41 Orientações Gerais Considerando os diferentes níveis de instrução dos atores envolvidos, torna-se necessária a inclusão de metodologia e técnicas apropriadas que garantam a efetiva participação das comunidades em todas as etapas do projeto. Além disso, levando em consideração a realidade local, a executora deverá adotar as indicações: • Preparação de material produzido em linguagem adequada para as comunidades locais, considerando suas limitações com linguagem escrita. • A equipe contratada deverá ser formada em parte (sempre que for possível) por pessoas com experiência de trabalho na região. As pessoas responsáveis pela aplicação de questionários e pela coleta de informações no local devem ser preferencialmente pessoas das comunidades/organizações a serem pesquisadas. A definição das estratégias de coleta de informações deve incorporar o conhecimento e a experiência de representantes das comunidades locais; • A coleta e sistematização das informações secundárias devem ser abrangentes, considerando o amplo conjunto de publicações já produzido sobre os aspectos históricos, socioeconômicos e ambientais da região, porém deve também ser objetivo e focado na finalidade do estudo; • Considerando a existência de comunidades tradicionais e diferentes instituições envolvidas com o turismo na área de abrangência deste trabalho, devem existir momentos de consulta que garantam a participação efetiva desses atores no processo de tomada de decisões; • Os Conselhos das Unidades de Conservação da Natureza localizadas na Ilha Grande devem ser considerados como espaços públicos privilegiados no processo de participação desse conjunto de atores; • As atividades turísticas que serão objeto do sistema/controle devem ser consideradas com enfoque na experiência do visitante, nas intenções e expectativas dos agentes envolvidos com a recepção dos turistas e na proteção dos recursos naturais e culturais. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 12/41 | Anexo XXII 4. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande CARACTERIZAÇÃO INICIAL DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO SISTEMA DE ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL 4.1. Pólo Litoral A região litorânea do estado do Rio de Janeiro é a quarta maior do país, com 686 quilômetros de extensão e abriga a maior diversidade geográfica da costa brasileira. A sua principal característica é o litoral recortado, mesclando orlas oceânicas e águas abrigadas, em inúmeras baías, ilhas, enseadas, cabos, costões rochosos e praias, proporcionando uma combinação de ambientes variados e que acabam por atender aos diferenciados interesses dos visitantes. Incorpora igualmente entre seus atrativos uma parcela ponderável de história do Brasil, pré e pós-colonização portuguesa, em um expressivo cenário de culturas indígenas, vilas e cidades coloniais. O conjunto natureza e patrimônio histórico definem basicamente os destinos indutores no pólo litoral, conjunto preservado ao qual se acrescentam partes e demandas, patrimônios isolados ao longo da costa, convivendo com naturezas em lugares de sofisticação como Armação de Búzios e Ilha Grande. Neste contexto a proposta PRODETUR está inscrita na compreensão dos significados, valorização e as expressões próprias das centralidades incluindo os pólos e as ações nas escalas regionais e locais, tenderão a confirmar, ampliar ou redefinir importâncias. A diversidade do pólo litoral reflete-se nos segmentos estabelecidos ao longo da orla, identificando fluxos que guardam interesses segundo os significados dos atributos ofertados, articulados pela BR-101, que corta longitudinalmente o estado do Rio de Janeiro. Identifica-se igualmente no pólo litoral a diversidade do bioma atlântico com os seus ecossistemas predominantes, incluindo o conjunto lagunar que particulariza a ampla baixada da região litorânea e outros, como as diversas fisionomias da mata atlântica, restingas e manguezais, orlas, cordões arenosos e costões rochosos. 4.2. Ilha Grande O trabalho deste termo de referência deverá abranger a Ilha Grande, onde se encontram as seguintes Unidades de Conservação (UCs): Área de Proteção Ambiental Estadual de Tamoios (APA Tamoios), Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), Parque Estadual Marinho do Aventureiro (PEMA) e Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (RBEPS) (Figura 1). Vale ressaltar que o Projeto de Lei sobre a redução do limite da Reserva Biológica da Praia do Sul e a recategorização do Parque Estadual Marinho do Aventureiro para criação da Reserva Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 13/41 de Desenvolvimento Sustentável do Aventureiro encontra-se na ALERJ, possibilitando o desenvolvimento de turismo de base comunitária. É importante considerar os municípios de Angra dos Reis e Mangaratiba (sedes e o distrito de Conceição de Jacareí) – suas instituições públicas (Prefeituras, Barcas S/A, entre outras), Organizações Não-Governamentais (ONGs), além de atividades comerciais de transporte e receptivo que tem a Ilha Grande como destino. Figura 1 – Unidades de Conservação localizadas na Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ. 4.2.1. Histórico Depois do descobrimento do Brasil várias expedições foram realizadas no litoral brasileiro. Existem vários registros históricos manuscritos especificamente sobre a Ilha Grande. Os índios Tupinambás (que denominavam a Ilha Grande como “Ipaum Guaçu”) eram seus habitantes à época do descobrimento. A Ilha foi parte do território da nação dos índios Tamoios que abrangia áreas de Cabo Frio/RJ e de Ubatuba/SP. Anterior a isso, há registro de cerca de 3.000 anos de ocupação da Ilha pelo povo do sambaqui. Ainda hoje é possível encontrar rochas próximas às praias e rios onde povos índios primitivos afiavam e poliam seus instrumentos, conhecidos como amolares. Piratas procuravam a Ilha para se acomodar durante os períodos de perseguição, pois na Ilha havia água e madeira disponível. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 14/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande A Ilha foi palco de atividades do contrabando de escravos. A produção nas Minas Gerais e a distribuição do comércio de pedras preciosas tinham protagonismo significativo dos escravos contrabandeados via Ilha Grande. Os holandeses e os franceses marcaram presença em Ilha Grande nos séculos XVII e XVIII, respectivamente, quando tiveram conflitos com os habitantes da ilha. A proximidade da ilha com o porto de Paraty também era um ponto favorável para presença estrangeira. Ataques de embarcações argentinas contra as fazendas de Dois Rios, Castelhanos e enseada das Palmas fracassaram diante da defesa de fazendeiros, moradores locais e grupos militares em serviço na Ilha. Nos séculos seguintes, grande área da Mata Atlântica foi desmatada para se implantar os cultivos da cana-de-açúcar e café. Com o declínio do café e o fim do tráfico de escravos iniciou a decadência na região. O Lazareto da Ilha Grande foi construído em 1884 para controle da propagação de epidemias através dos portos brasileiros. Afastados do continente, seus edifícios possibilitavam a vigilância contínua dos internos, que eram submetidos a um regime distinto de isolamento conforme a classe que ocupavam nos navios. Diversas obras foram realizadas no Lazareto da Ilha Grande, entre elas as construções da represa e do aqueduto, em 1893. Este último, que permitiu a chegada abundante de água ao complexo, foi considerado obra monumental, orgulho da engenharia brasileira, todo ele construído em granito e tijolos de primeira qualidade. Nos dias atuais, o aqueduto pode ainda ser admirado. Com cerca de um século de colônia penal na Ilha Grande, desde 1893 quando foi instalada a Colônia Correcional, que funcionou por dois anos e depois foi reaberta, no mesmo local, como “Colônia Correccional de Dois Rios”, sendo que desta vez com um aparato administrativo bem mais complexo (SANTOS, 2004). Em 1942 o Lazaretto foi recuperado e converteu-se na Colônia Penal Cândido Mendes na região de Abraão. Como Colônia Penal serviu de presídio a pessoas julgadas por crimes comuns. Depois passou a receber presos comuns que estavam na Colônia de Dois Rios, a fim de que essa última abrigasse os presos políticos da II Grande Guerra Mundial. É sabido também que políticos, espiões, colaboradores de governos estrangeiros e célebres escritores passaram períodos de suas vidas na Colônia de Dois Rios. Alguns acabaram estabelecendo-se definitivamente na Ilha, outros deixaram para a posteridade, em seus livros, as amargas recordações do cativeiro. Dentre eles estão os escritores Graciliano Ramos e Orígenes Lessa e os revolucionários, Flores da Cunha, Agildo Barata, entre outros. A Colônia Penal foi destruída por implosão, com todos os seus prédios históricos, em 1962, por ordem do então governador Carlos Lacerda. Já a de Dois Rios foi desativada somente em 1994. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 15/41 No decorrer de todos os ciclos econômicos, a pesca nunca deixou de ser praticada na Ilha Grande. A intensificação da pesca veio substituir a agricultura decadente, tendo início nos anos de 1930, com a salga de peixe realizada por imigrantes japoneses, embora a introdução do processo tenha sido feita por imigrantes gregos. No auge da bonança, na década de 1950, 25 fábricas de beneficiamento de pescado (“fábricas de sardinha”), estavam funcionando na ilha, como em Abraão, Bananal e Matariz. A pesca de sardinha para abastecer as fábricas foi tão intensa, que levou os cardumes ao colapso, provocando um rápido declínio da atividade já nos anos de 1970 e 1980. As fábricas foram gradualmente fechadas, até que a última encerrou suas atividades em 1992. Além da pesca e da maricultura, e como resultado deste processo e dos diversos ciclos econômicos e impactos gerados, atualmente, o turismo destaca-se como uma das atividades produtivas da Ilha Grande que mais gera emprego e renda à população de algumas comunidades. A Ilha possui cerca de 120 equipamentos de hospedagens, conforme inventário turístico realizado pela Prefeitura de Angra dos Reis. Dentre os pontos de acesso à Ilha Grande destacam-se Angra dos Reis (sede), além de Mangaratiba (sede e Conceição de Jacareí). Nesse cenário, destaca-se a visitação ao Parque Estadual da Ilha Grande, além de passeios de barco ao redor da Ilha. Embora haja um grande número de trabalhos sobre a Ilha Grande, faz-se necessária a sistematização com devida análise crítica sobre os diversos e inúmeros equipamentos turísticos locais, suas características de operação e funcionamento visando o ordenamento da visitação e estratégias de controle construídas coletivamente e sua operacionalização viável. Inexiste um controle de acesso à Ilha, com exceção feita ao Parque Marinho do Aventureiro em sua vertente oceânica onde há a limitação hoje de 560 turistas por vez. A falta de um controle de acesso, que implica necessariamente o envolvimento e ação conjunta de diversas instituições governamentais, entidades não-governamentais e representantes da iniciativa privada para um melhor desenvolvimento do turismo na Ilha que busque promover qualidade de experiência na visitação para o turista, sustentabilidade econômica (em especial para a população autóctone) e a minimização e compatibilidade da atividade do turismo com a conservação ambiental. 4.2.2. Unidades de Conservação da Natureza da Ilha Grande Atualmente a Ilha Grande é abrangida - em toda sua extensão - por Unidades Estaduais de Conservação da Natureza e, portanto, está sob regime de proteção mais intensa. As restrições - com foco na defesa ambiental - variam em função das características das 4 (quatro) Unidades de Conservação da natureza de categorias e grupos diferentes, com Instituto Estadual do Ambiente – INEA 16/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande destaque para as de proteção integral, que equivalem à aproximadamente 90% da Ilha (Quadro 1). Quadro1: Características das Unidades de Conservação (UCs) da Ilha Grande. UC Características PEIG REBIO Praia do Sul PEMA APA Tamoios Grupo Proteção Integral Proteção Integral Proteção Integral Uso Sustentável Propriedade da terra Pública Pública Pública Pública e privada Permitida para fins educacionais e de lazer. Permitida só com fins educacionais. Permitida para fins educacionais e de lazer. A permissão só tem sentido nas áreas públicas existentes. Preservação integral da biota e demais atributos naturais sem interferência humana direta ou modificações ambientais. Preservar ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisa científica, de atividades educacionais e de interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico, por meio do contato com a natureza. Proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Visitação pública Objetivo Preservar ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisa científica, de atividades educacionais e de interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico, por meio do contato com a natureza. Decreto Estadual nº 15.273, de 28/06/71 Legislação Decreto Estadual nº 2.061, de 25/08/78 o o o Decreto Estadual n 4.972, de 02 / 12/ 81 Decreto Estadual n 15.983, de 27 / 11/ 90 Decreto Estadual n 9.452, de 05/12/82 3.600 1.778,09 20.636 Decreto Estadual nº 2.648, de 13/08/79 Hectares 12.072 Fonte: Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC e INEA. 4.2.3. Parque Estadual da Ilha Grande Criado em 1971, pelo Decreto Estadual nº 15.273, o Governo do Estado tem dedicado especial atenção ao Parque, tendo estabelecido o Programa de Fortalecimento do Parque Estadual da Ilha Grande, cuja primeira iniciativa foi ampliar sua superfície em quase 3 vezes, entre 1978 e 2007 (de 4.330 ha para 12.072 ha). O território do Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) atualmente abrange 68% da área terrestre da Ilha Grande. Desde então, o programa vem propiciando diversas melhorias na infraestrutura e na capacidade operacional da UC. O Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) constitui-se em uma área geográfica insular, dotada de atributos naturais excepcionais, inserida no bioma Mata Atlântica e possuindo em seus limites, ecossistemas naturais diversificados e bastante significativos. O PEIG desenvolve parceria com o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS) administrado pela UERJ, que está localizado no lado oceânico da Ilha Grande. O CEADS é responsável por projetos ambientais distribuídos em diversas áreas de conhecimento Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 17/41 resultando no aumento da quantidade e qualidade da produção científica da Universidade e no aprofundamento do conhecimento dos ecossistemas da Ilha Grande. Destinam-se a essas áreas fins científicos, culturais, educativos, espirituais, recreativos e, criados e administrados pelo Governo Estadual, constituem-se bens de uso comum do povo, auxiliando no desenvolvimento regional, cabendo às autoridades, motivadas pelas razões de sua criação, preservá-los e mantê-los protegidos. Seu objetivo principal é a proteção dos ecossistemas naturais contra quaisquer alterações que os desvirtuem. Entre as principais áreas brasileiras apontadas como centro de diversidade biológica e endemismo, destacamos o estado do Rio de Janeiro que, paradoxalmente à riqueza biológica, constitui uma região sob forte pressão antrópica. Nesse cenário, o Parque Estadual da Ilha Grande que protege a bacia hidrográfica da Baía da Ilha Grande destaca-se por sua importância como: • Componente do Corredor Ecológico da Serra do Mar e do Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Bocaina; • Refúgio Pleistocênico, Núcleo Histórico e Patrimônio Cultural da Humanidade; • Santuário ecológico, estando incluído na Reserva da Biosfera da Floresta Atlântica pela UNESCO desde 1992; e • Área de preservação da biodiversidade tropical insular, uma das mais vulneráveis e ameaçadas da Terra. A proteção de Ilhas tem chamado a atenção dos governos e da comunidade científica mundial. Convenção da Biodiversidade estabeleceu o Programa de Trabalho de Biodiversidade Insular, adotado na Decisão VIII/1 da oitava reunião da Conferência das Partes realizada em Curitiba em março de 2006. Pertence ao seleto grupo dos parques insulares marinhos, com grande apelo e carisma junto à sociedade internacional. O PEIG pertence ao grupo onde se inscrevem parques nacionais famosos das Américas como Fernando de Noronha (11.270 ha) e Abrolhos (88.246 ha) no Brasil, Galápagos (Equador), Rapa Nui (Ilha de Páscoa, Chile), Ilhas Virgens (EUA), del Este – Isla Saona (República Dominicana) e Ilha do Príncipe Eduardo (Canadá), dentre outros. No Brasil, reúne ainda os Parques Estaduais paulistas de Ilha Bela (27.025 ha), Cardoso (13.600 ha) e Anchieta (828 ha) e o paranaense Ilha do Mel (338 ha). O PEIG contribui para o gerenciamento costeiro nacional protegendo costões rochosos, manguezais e praias do ecossistema marinho da Baía de Ilha Grande, cuja prioridade de proteção é considerada Extremamente Alta pelo Ministério do Meio Ambiente. Com isso, essa Unidade de Conservação protege este destino turístico internacional, assegurando condições Instituto Estadual do Ambiente – INEA 18/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande para que cidadãos do mundo inteiro possam apreciar o patrimônio paisagístico, natural e cultural e aproveitar as oportunidades de recreação, esporte e aventura de um local especial do planeta. Figurando entre as mais belas e atraentes ilhas tropicais do planeta junto com as ilhas do Caribe e do Pacífico, a Ilha Grande tem se firmando como um destino turístico internacionalmente conhecido, impondo-se no cenário mundial mesmo sem qualquer campanha oficial de divulgação e marketing, impulsionado mais recentemente pela inclusão no Guia Lonely Planet e pela divulgação expontânea via internet. A beleza de sua paisagem e ecossistemas e as diversas oportunidades de recreação, esporte e aventura, têm atraído muitos turistas estrangeiros, em especial da Europa e América do Norte. Pacotes vendidos no exterior já incorporam a Ilha Grande em passeios que incluem as cidades de Rio de Janeiro e Paraty. A Ilha Grande é uma das maiores do Brasil, ao lado das Ilhas Bela (SP), São Luís (MA), Vitória (ES) e Santa Catarina (SC), sendo 12 vezes maior que Fernando de Noronha, outro destino em franca expansão. Em relação ao Caribe, sua área é semelhante à de Aruba, superando em tamanho as seguintes ilhas: Anguilla, Barbuda, British Virgin Islands, Saba, St Barthélemy, St Eustatius, St Kitts e Nevis, St Martin e Guanadines. Em 2007, a prestigiada revista internacional de turismo e viagem National Geographic Traveler convidou 522 especialistas em turismo sustentável para avaliar ilhas com as quais já estavam famíliarizados, usando critérios como qualidade ambiental, integridade social e cultural, condição de prédios históricos e sítios arqueológicos, apelo estético, políticas de turismo e expectativas para o futuro. A Ilha Grande figurou em 30º lugar em uma lista que avaliou o grau de preservação de 111 ilhas pré-selecionadas. Apenas duas Ilhas do Caribe pontuaram mais que a Ilha Grande: Dominica e Granadines. A Ilha Grande ficou a frente de ilhas famosas como St. John, U.S. Virgin Islands, Seychelles, Anguilla (U.K.), Cook Islands, Prince Edward Island (Canada), Réunion (France), St. Vincent, Hawaii (Big Island), Tobago, Solomon Islands, Martinique (France) e Corfu (Greece). O Parque Estadual da Ilha Grande possui indiscutivelmente belezas naturais muito apreciadas tanto por turistas nacionais como internacionais que combinam seus roteiros entre as praias, montanhas, a floresta e outros atrativos ofertados pela Ilha. A visitação no PEIG tem ficado progressivamente melhor nos últimos anos graças à sua crescente estruturação. Localizado no município de Angra dos Reis (Ilha Grande) é um dos destinos turísticos indutores segundo a classificação do Ministério do Turismo e faz parte do Pólo Litoral do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Estado do Rio de Janeiro. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 19/41 4.2.4. Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul A Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (REBIO Praia do Sul) foi criada em 1981 através de Decreto Estadual nº 4.972, com área de 3.600 ha, e encontra-se na face sudoeste da Ilha Grande. A RBPS abriga cinco ecossistemas naturais: mata de encosta, manguezal, restinga, lagunas (com campos inundáveis em seu entorno) e costões rochosos. As praias e lagoas de Sul e de Leste, o rio Capivari e a vegetação exuberante formam o conjunto mais bem preservado do Estado. Além dos atributos naturais, a RBPS protege sambaquis e sítios arqueológicos dos antigos habitantes da região, conhecidos como “fabricantes de machados da Ilha Grande”. O histórico de ocupação da Reserva revela intensa atividade agropastoril nos fins do século XIX e início do século XX. Tem-se notícia que as fazendas Capivari, Grande, Cachoeira Grande, do Leste e do Fidélis, ocupavam o anfiteatro das praias do Leste e do Sul. Ainda assim, são encontrados remanescentes de mata primária, apesar de bastante desfalcadas de madeiras de lei que lá ocorriam no século XIX. Na linha de cumeada das montanhas, encontram-se o conjunto de árvores de maior porte, de até 35 m de altura, representado pelos gêneros canjerana, tapiá e cinco-chagas, entre outras. Caracterizando uma das principais unidades florestais, podemos encontrar na bacia do rio Canoada, região ocupada por antigas fazendas, uma recomposição florística acelerada, onde podem ser observadas árvores de porte como, o rabo-de-tucano, o cedro, além de espécies exóticas, como a jaqueira, a mangueira e a bananeira. A bacia do rio capivari, pelo seu excelente estado de conservação de sua cobertura vegetal, a fauna é bastante rica, onde são facilmente observados a paca, a cotia, o ouriço-cacheiro, o macuco, o caxinguelê, o chauá e a lontra. Além das praias de Sul e de Leste, esta Reserva Biológica protege as praias do Demo, dos Meros e do Aventureiro. Nesta última praia, vive uma comunidade tradicional caiçara, com cerca de 100 pessoas, desde antes da criação da Reserva. Seu sustento está baseado nas atividades de pesca e turismo. Recentemente, a discussão sobre sua situação legal foi intensificada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, em uma tentativa de conciliar as políticas de conservação da natureza e o respeito ao modo de vida das populações tradicionais com a já mencionada proposta de criação de uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Aventureiro. A Reserva Biológica é uma categoria de UC altamente restritiva que não admite a visitação com fins recreativos, mas apenas com propósitos educativos. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 20/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 4.2.5. Parque Estadual Marinho do Aventureiro O Parque Estadual Marinho do Aventureiro é adjacente à Reserva Biológica da Praia de Sul e seus limites compreendem toda a área de costeira e praias desde a ponta da Tacunduba (Parnaioca) até a ponta do Drago. Sua área total é de 15,5 km2. Foi criado pelo Decreto Estadual no 15.983, de 27 de novembro de 1990 com o objetivo de resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteção da flora e fauna e das belezas naturais, com a utilização para objetivos educacionais, recreacionais e científicos. 4.2.6. Área de Proteção Ambiental de Tamoios A Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA Tamoios), criada em 1982 pelo Decreto nº 9.452, localiza-se no município de Angra dos Reis, estendendo-se desde a foz do rio Mambucaba, limite com o município de Paraty, até o limite com o Município de Mangaratiba, numa faixa linear de 40 km, sobre terrenos de Marinha. Nas planícies fluviomarinhas esta linha está atualmente sobre terra firme, sendo as áreas de acrescidos de Marinha relativamente extensas. Na parte insular estão incluídas as mais de cem ilhas componentes da APA, que se distribuem pelos 900 km2 da baía da Ilha Grande, inclusive a própria Ilha Grande. A região de Angra dos Reis possui, originalmente, extensas áreas de manguezais localizadas nas baías da Ribeira e Ilha Grande, representantes de importante patrimônio biológico e responsáveis pela alta produtividade pesqueira. Estas áreas influenciam significativamente no potencial econômico do estuário, já que desempenham também importante papel de berçário e criadouro de peixes, crustáceos e moluscos. São de vital importância, em todo o Litoral Sul do Estado do Rio de Janeiro, à manutenção das águas costeiras cristalinas e à preservação da fauna marítima, assim como zona de transição terrestre. São também destacáveis os costões rochosos e a vegetação de restingas ao longo do litoral de Angra dos Reis que, além de excepcional beleza cênica, abrigam flora e fauna ricas e variadas. O município de Angra dos Reis, onde fica a sede provisória da APA, tem representados em seu território todos os ecossistemas característicos do Estado do Rio de Janeiro. Em diferentes estágios de preservação, tais sistemas naturais foram englobados nesta Unidade de Conservação por causa da sua importância ecológica, sua função como geradores de recursos naturais, da necessidade de sua manutenção perene, enquanto bancos genéticos e do valor que representam no conjunto da paisagem e na qualidade de vida da comunidade deste município. A APA Tamoios faz parte do Mosaico de Unidades de Conservação da Serra da Bocaina. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 5. Anexo XXII | 21/41 JUSTIFICATIVA O turismo representa a principal fonte de renda para grande parte dos moradores das comunidades da Ilha Grande. Estima-se que a visitação ao PEIG, por exemplo, seja realizada por aproximadamente 140 a 160 mil pessoas por ano. As principais atividades desenvolvidas pelos visitantes são banho de mar, rio, surfe, camping, observação da natureza, piquenique e caminhada pelas inúmeras trilhas. O período de maior presença de visitantes é durante os feriados prolongados, levando a Ilha a receber até 25 mil visitantes no Carnaval e Ano Novo. É latente a necessidade de um maior controle dessa visitação na Ilha, visando minimizar o impacto nos atrativos naturais, nas unidades de conservação, mas também, melhorar a qualidade da experiência do turista e gerar sustentabilidade financeira da população, que hoje, depende economicamente do turismo. A motivação ao deslocamento de turistas e visitantes tem sido crescente, e a população local vem se tornando cada vez mais sujeita à presença destas pessoas “de fora”, o que exige uma nova forma de adaptação ao novo significado que a Ilha Grande passou a ter, o de “lugar turístico”. (MENDONÇA et. al. 2008). Sabe-se que a visitação turística e a conservação ambiental com o sistema de gestão vigente – falta de articulação e integração de ações entre as instituições governamentais e nãogovernamentais com atuação na ilha, além da precária infraestrutura, equipamentos e recursos humanos e financeiros, em particular num ambiente insular e com vários acessos – se faz em um cenário caótico. Imprimem assim dificuldades para gestão e proteção das UC e na potencialidade das ações para além dos seus limites com a promoção da melhoria do turismo no âmbito social, cultural, político, ambiental e econômico. Ressalte-se nesse cenário a inteira necessidade de sustentabilidade financeira também das unidades de conservação locais e a parceria com equipamentos de turismo, uma vez que os atrativos que se encontram dentro das unidades são os grandes motivadores do deslocamento dos turistas. Os problemas atuais do turismo desordenado na Ilha Grande não implicam em impactos negativos somente para as unidades de conservação ali presentes, mas também de ordem econômica, social, cultural e outras. Portanto, faz-se urgente seu ordenamento, pautado na construção participativa de um sistema de gestão da visitação e com consolidação de um arranjo institucional para, então, em um segundo momento, possibilitar a gestão do território e controle efetivo com a implementação do sistema de visitação. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 22/41 | Anexo XXII 6. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ETAPAS DE TRABALHO, ATIVIDADES TÉCNICAS E PRODUTOS Este trabalho visa à concepção de um sistema de ordenamento turístico sustentável de longo prazo da Ilha Grande, incluindo: • Comissão de acompanhamento do trabalho; • Anseios dos atores envolvidos - Identificação dos anseios das comunidades dos 6 setores da Ilha Grande e dos demais atores envolvidos sobre as características das atividades turísticas na Ilha Grande; • Avaliação e proposição de alternativas para o sistema de controle do acesso turístico à Ilha Grande: 9 Levantamento e avaliação dos serviços e operações das atividades turísticas; 9 Definição dos limites recomendáveis para as atividades turísticas em cada setor da Ilha e para as áreas marinhas - Lagoa Verde e Lagoa Azul - objetivando a conservação ambiental e a melhoria na qualidade de experiência do visitante; 9 Definição de indicadores de qualidade ambiental, da qualidade da atividade turística e experiência do visitante; e 9 Elaboração de proposta de normas para o controle das operações e funcionamento das atividades turísticas, que leve em consideração as preocupações de natureza ambiental e social. • Arranjo Institucional - Conceber o arranjo institucional abrangendo as características e condições necessárias para a gestão do sistema de controle integrado do acesso turístico à Ilha Grande; • Projeto de implantação - Elaborar o projeto de implantação das operações e funcionamento do sistema de controle integrado de acesso turístico com o detalhamento em termos de orçamento, capacitação, equipamentos, recursos humanos, entre outros; e • Sustentabilidade econômico-financeira das UC - Construir o sistema de gestão (estrutura e funcionamento) dos recursos oriundos das atividades turísticas para a sustentabilidade econômico-financeira das unidades de conservação da natureza na Ilha Grande - Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA Tamoios), Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG), Parque Estadual Marinho do Aventureiro (PEMA) e Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (REBIO Praia do Sul): 9 Estimar os custos de manutenção atuais e futuros do complexo das Unidades de Conservação da Natureza da Ilha Grande; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 23/41 9 Definir – com ampla participação dos empreendedores de serviços turísticos - o montante e a forma de um valor financeiro que possa ser destinado para a sustentabilidade econômico-financeira do complexo das Unidades de Conservação da Natureza da Ilha Grande; e 9 Conceber um sistema de gestão dos recursos a serem destinados para sustentabilidade econômico-financeira do complexo das Unidades de Conservação da Natureza da Ilha Grande, que garanta eficiência e transparência na sua aplicação. Para a realização deste trabalho deverá ser feita uma sistematização e análise de informações disponíveis, trabalhos de campo e eventos que garantam a participação da população local, das instituições públicas, da iniciativa privada e das organizações da sociedade civil que atuam na área de abrangência e tenham interface com o turismo local. 6.1. COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DO TRABALHO Preliminarmente deverá ser efetuado mapeamento institucional e proposição da formação de uma comissão de acompanhamento dos trabalhos. A composição desta comissão deverá ser representativa dos atores envolvidos que tenham participação e responsabilidade - direta e indiretamente - no foco deste trabalho. Produto I: Relatório contendo a proposta de composição da comissão de acompanhamento e descrição do processo de constituição utilizado. 6.2. AVALIAÇÃO E PROPOSIÇÃO DE ALTERNATIVAS PARA O SISTEMA DE ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL DA ILHA GRANDE 6.2.1. Pesquisa e análise dos anseios dos atores envolvidos sobre as características das atividades turísticas na Ilha Grande • Realizar pelo menos uma oficina participativa em cada setor (Figura 2 e Quadro 2) para levantar os anseios das comunidades e demais atores envolvidos; • Realizar, pelo menos, uma oficina participativa em cada setor, para validar os resultados obtidos; e • Considerar nas oficinas a participação efetiva das comunidades dos seis setores da Ilha e dos demais atores governamentais, não-governamentais e iniciativa privada. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 24/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Figura 2 – Setores da Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ. Quadro 2 - Setores e comunidades da Ilha Grande. Setor Área (ha) Comunidades I Abraão – Estrela 3.313 Abraão, Abraãozinho e Morcegos, Feiticeira, Iguaçu, Camiranga, Fazenda, Galo, Conrado, Caravela, Enseada das Estrelas, Saco do Céu, Japariz, e Freguesia de Santana II Dois Rios – Parnaioca 4.278 Dois Rios e Parnaioca III Lopes Mendes – Palmas 1.322 Palmas, Mangues, Aroeira e Castelhanos IV Reserva Biológica 3.402 Aventureiro V Araçatiba – Provetá 1.627 Longa, Araçatiba, Praia da Cachoeira, Araçatibinha, Itaguaçu, Praia Vermelha e Acaiá e Provetá VI Bananal – Passa Terra 1.475 Bananal, Matariz, Jaconema, Sítio Forte, Passaterra, Praia do Porto, Maguariqueçaba, Marinheiro, Sítio Forte, Tapera e Ubatubinha Produto II: Relatório detalhado sobre a consolidação dos anseios das comunidades, atores envolvidos (órgãos governamentais, entidades não-governamentais e iniciativa privada), que apresente uma visão clara, objetiva e reflita a realidade local do que se quer em termos das características do turismo (perfil do turista, quantidade, impactos, operações e funcionamento dos serviços). 6.2.2. Levantamento e avaliação dos serviços e operações das atividades turísticas Realizar o levantamento das informações disponíveis para subsidiar a construção do sistema do ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande. Este levantamento deve conter uma análise crítica da capacidade de atendimento dos locais/atrativos, impactos da visitação, Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 25/41 potencialidade de visitação, além das infraestruturas presentes na área de abrangência. Para isto será necessário o levantamento de dados primários e secundários relativos à visitação na Ilha Grande, considerando: a. Sistematização do contexto da visitação na Ilha Grande: 9 Atrativos (naturais e culturais), trilhas e travessias existentes e potenciais, indicando as práticas desenvolvidas nos mesmos e outras práticas possíveis de utilização. 9 Caracterizar as atividades de lazer, recreação, educacionais e culturais quanto ao nível de dificuldade (requer ou não habilidade específica, etc.), tempo médio de duração, risco, fluxo médio e máximo de pessoas, assim como os atores responsáveis por estas atividades, dentre outros; 9 Considerar as eventuais restrições existentes nos planos de manejo das UCs da Ilha Grande; 9 Capacidade de atendimento e de infraestrutura existente dos equipamentos e serviços turísticos e das atividades de apoio; 9 Caracterizar os meios de transporte utilizados para acesso à Ilha Grande (tipo, situação quanto à regularização, capacidade, percurso/roteiro, valores, periodicidade, entre outros). 9 Realizar mapeamento das rotas de acesso à Ilha Grande, pontos de embarque e desembarque, inclusive dos pontos de embarque que tem a Ilha Grande como destino, como Mangaratiba e Angra, na escala 1:10.000 ou de maior detalhe; 9 Utilização das bases cartográficas disponíveis no INEA/RJ, ou, caso estas não sejam suficientes, obtenção e disponibilização dos dados necessários; 9 Analisar os principais fatores que tenham influência sobre os aspectos socioeconômicos e ambientais das atividades, equipamentos e infraestrutura turística (incluindo grau de circulação e atividades de fornecedores/abastecimento dos empreendimentos turísticos); e 9 Analisar os dados disponíveis sobre o perfil do visitante real e potencial (socioeconômico, preferência de visitação, tempo de permanência, meio de hospedagem utilizados, meio de transporte, gasto médio individual, atividades realizadas e potenciais entre outros acordados com a comissão). b. Recursos hídricos e infraestrutura: 9 Disponibilidade de água em quantidade e qualidade (potabilidade); 9 Diagnóstico e prognóstico sobre a demanda hídrica; Instituto Estadual do Ambiente – INEA 26/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 9 Balneabilidade das praias; 9 Avaliar se a infraestrutura sanitária é suficiente para atender a demanda turística nas altas temporadas; e 9 Levantamento da capacidade de coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos sólidos. Produto III: Relatório contendo levantamento das informações, sistematização e análise crítica da situação atual das atividades turísticas na Ilha Grande. 6.2.3. Definição do limite recomendável para as atividades turísticas em cada setor da Ilha e nas áreas marinhas – Lagoa Verde e Lagoa Azul, além de áreas de visitação consolidadas – objetivando a conservação ambiental e a melhoria na qualidade de experiência do visitante Para isso deve-se atender às seguintes recomendações: 9 Estabelecer, de forma participativa, critérios claros e objetivos quanto ao limite recomendável para as atividades turísticas, considerando a capacidade da infraestrutura turística existente, objetivando a conservação ambiental e a melhoria na qualidade de experiência do visitante; 9 Relacionar os fatores limitantes das atividades turísticas na Ilha (satisfação do visitante, infraestrutura e restrições de cunho ambiental); 9 Estabelecer os limites recomendáveis de visitantes por atividade / área turística, considerando os fatores limitantes de visitação, objetivando a conservação ambiental e a melhoria na qualidade de experiência do visitante. 9 Ser acompanhado por agentes locais, a fim de que os mesmos detenham o conhecimento da técnica e prática do processo de definição dos limites recomendáveis para as atividades, pois serão os futuros guias e monitores. 9 Os limites recomendáveis para as atividades turísticas devem ser definidos para cada atividade turística, separadamente, objetivando a conservação ambiental e a melhor qualidade de experiência do visitante. 9 Considerar a relação entre a presença ou disponibilidade do elemento limitador da atividade turística em relação à necessidade que uma pessoa ou um grupo tem deste elemento, o número de vezes que uma pessoa ou grupo teria condições de visitar aquele determinado lugar por dia, levando em consideração o tempo necessário para Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 27/41 que uma pessoa ou grupo realize a atividade, e principalmente a infraestrutura disponível no local de visitação. 9 Os limites recomendáveis para as atividades turísticas devem ser definidos com critérios claros e objetivos que possam ser divulgados, compreendidos e utilizados pela comunidade local. 9 Os limites recomendáveis para as atividades turísticas deverão estar embasados por conceitos, parâmetros, métodos e técnicas definidos em estudos e pesquisas realizadas no Brasil ou no exterior e que, preferencialmente, já tenham sido utilizados na prática; 9 Considerar a existência de áreas geologicamente instáveis e, portanto, perigosas, como fator limitador a ampliações, ou mesmo à manutenção de atividade turística; 9 Deve ser claramente definida a capacidade da infraestrutura atual de absorver um determinado número de moradores permanentes e visitantes. Ou seja, para determinadas áreas de visitação e a quantidade de turistas, deve-se considerar a oferta de instalações (banheiros, toaletes, facilidades de pernoite, facilidades de transporte, tratamento e destinação final de lixo); 9 Considerar a demanda e oferta de água (para banho, uso sanitário, entre outros) e a produção e destinação de lixo como fatores limitantes importantes à definição dos limites recomendáveis de presença humana nas enseadas da Ilha Grande. 6.2.4. Definição de indicadores de qualidade ambiental, de qualidade da atividade turística e experiência do visitante Esta atividade consiste na seleção de indicadores para mensuração do nível de impactos na qualidade do ambiente e da experiência do visitante; especificação de padrões para cada indicador e mensuração da condição atual dos indicadores. Para cada atividade turística por lugar de visitação, deve ser estabelecido um conjunto de indicadores específicos. Os indicadores selecionados devem conter, entre outros, os seguintes atributos fundamentais: 9 Verificáveis – cada indicador deve ser passível de verificação com meios viáveis em termos técnicos, financeiros, de pessoal e de tempo; 9 Específicos – dizem respeito à determinada condição em certos lugares; 9 Objetivos – devem ser diretos e explícitos, utilizando unidades de fácil reconhecimento; 9 Confiáveis e repetíveis – os indicadores devem ser passíveis de mensuração com o mesmo meio de verificação, os mesmos critérios e medidos por agentes locais; Instituto Estadual do Ambiente – INEA 28/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 9 Relacionados diretamente às influências do uso pelos visitantes (nível de uso, tipo de uso, localização do uso ou comportamento dos visitantes); e 9 Significativos - capazes de verificar a influência sobre os recursos naturais e a qualidade da experiência dos visitantes. A definição dos indicadores deve considerar: 9 A facilidade de mensuração; 9 Pouca necessidade de capacitação para monitoramento; 9 Baixo custo para monitorar; 9 Mínima variação em decorrência de outros fatores não relacionados à visitação; e 9 Capacidade de resposta em gradiente mínimo de condições. O plano de avaliação dos limites recomendáveis para as atividades turísticas deverá se basear na definição dos indicadores e deverá especificar: 9 Periodicidade, local e como os indicadores serão verificados; 9 Quem será responsável pela coleta dos dados; 9 Que instrumentos serão utilizados para armazenar e processar as informações; 9 Definir um processo de avaliação cíclico com retroalimentação de dados e informações que permita autorrenovação do processo; 9 Construir e disponibilizar uma base de dados georreferenciada para o processo de avaliação. 9 Elaboração de proposta de normas para o controle das operações e funcionamento das atividades turísticas. Produto IV: Relatório contendo descrição do processo autorenovável de avaliação (indicadores, padrões, sistemas de mensuração e análise e limites recomendáveis por área de visitação para as atividades turísticas e normas propostas). 6.2.5. Conceber o arranjo institucional abrangendo as características e condições necessárias para a gestão do sistema de controle do acesso turístico à Ilha Grande 9 Identificação das organizações sociais, empresas e instituições públicas com interesses e responsabilidades com as atividades turísticas/visitação, principalmente relacionados com os meios de hospedagem, transporte e operadoras de turismo; Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 9 Anexo XXII | 29/41 Pesquisa qualitativa sobre interesses e responsabilidades destas instituições (questionário) para identificação das responsabilidades e dos interesses convergentes e conflitantes com a perspectiva de gestão do acesso à ilha; 9 Sistematização das informações e proposição do esboço de um arranjo de governança para a gestão do acesso de visitação; 9 Preparação e moderação de reuniões com as instituições responsáveis pelo arranjo institucional; e 9 Elaboração de minuta de instrumentos jurídicos necessários à validação do arranjo institucional de gestão do sistema. 6.2.6. Elaboração do projeto de implantação das operações e funcionamento do sistema de controle de acesso turístico, com detalhamento de orçamento, capacitação, equipamentos, recursos humanos, manual de implantação e normas para as atividades turísticas, entre outros; e realização de treinamento para implantação do sistema a. Prever que no projeto de implantação sejam considerados: • Mapa georreferenciado e informações planialtimétricas • Plano de Contingência 9 Descrever medidas a serem tomadas - para que o sistema possa funcionar de outra forma ou que seja suspenso para retornar quando da resolução do problema - quando ocorrerem incidentes (incêndios, falta de energia, problemas com sistemas informatizados de controle, vazamento químico, acidentes geológicos, entre outros). 9 O plano de contingência deve se concentrar nos incidentes de maior probabilidade e não nos catastróficos que, normalmente, são menos prováveis de acontecer. Paralelamente, determinados tipos de falhas com alta probabilidade de ocorrência podem, pelo tipo e duração de seus efeitos, não justificar qualquer medida de contingência. • Sistema de arranjo institucional para gestão do controle de acesso 9 Descrever as normas de operação e funcionamento das atividades turísticas, bem como o arranjo institucional que deverá ser adotado para que o processo de acesso à Ilha seja efetivo e beneficie tanto a defesa ambiental da área quanto a qualidade das atividades turísticas e consequente qualidade da experiência do turista/visitante. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 30/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande b. Apresentar, para análise da comissão de acompanhamento, uma proposta preliminar do projeto de implantação das operações e funcionamento do sistema de controle de acesso turístico: 9 Apresentação, digital e impressa, da proposta preliminar do sistema, contendo o detalhamento das orientações para operação e funcionamento das atividades turísticas, incluindo acesso à Ilha Grande e proposição do arranjo institucional para gestão do sistema do ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande, para a comissão de acompanhamento; 9 Ajustes da proposta preliminar do sistema de acordo com a análise da comissão de acompanhamento do trabalho; e 9 Preparação das oficinas de treinamento para implantação do sistema. c. Qualificar a implantação do sistema de controle de acesso turístico: Essa etapa consiste no treinamento e transmissão de conhecimentos para operação do sistema de controle de acesso turístico, visando instruir os agentes do arranjo institucional para gerenciamento e operacionalização do sistema. Esta etapa, também, inclui o aprimoramento e adequação da proposta preliminar do projeto de implantação do sistema a partir da avaliação do resultado do treinamento. 9 Sensibilização dos atores envolvidos sobre a proposta do sistema. 9 Mobilização dos atores para participar de curso de qualificação para gerenciamento e operacionalização do sistema; 9 Realização de cursos suficientes para capacitação dos agentes condutores (do governo estadual e municipal) e outros agentes da sociedade civil necessários para implantação do sistema desde o seu gerenciamento à operacionalização do mesmo; 9 Avaliação do projeto e do treinamento e do grau de habilitação dos agentes capacitados para implantação do sistema; e 9 Ajustes da proposta de projeto do sistema de acordo com o resultado do treinamento. Produto V: Relatório contendo o projeto de implantação das operações e funcionamento do sistema de controle de acesso turístico com detalhamento das orientações para operação e funcionamento das atividades turísticas, incluindo acesso à Ilha Grande e proposição do arranjo institucional para gestão do sistema do ordenamento turístico sustentável da Ilha Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 31/41 Grande. Relatório contendo descrição e avaliação das etapas de sensibilização, de mobilização, do treinamento de qualificação para gerenciamento e operacionalização do sistema de ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande. 6.3. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS UCs Conceber uma proposta para sustentabilidade econômico-financeira das Unidades de Conservação da Natureza localizadas na Ilha Grande e realizar treinamento das instituições envolvidas para implantação da proposta. A proposta deve conter o modelo administrativo dos recursos, indicação das instituições nãogovernamentais, públicas ou privadas, competentes para gerir os recursos e manual de implantação. 9 Levantamento das despesas atuais e futuras do complexo de Unidades de Conservação da Natureza da Ilha Grande; 9 Concepção – com ampla participação dos empreendedores de atividades turísticas – do montante e da forma de apropriação de recursos oriundos das atividades turísticas a serem destinados à sustentabilidade econômico-financeira de longo prazo do complexo de UC da Ilha; 9 Concepção do sistema de gestão dos recursos apropriados e direcionados às Unidades de Conservação da Natureza da Ilha, e indicação das instituições não-governamentais, de caráter público ou privado, competentes para gerir esses recursos; e 9 Realização de treinamento das instituições envolvidas para implantação do sistema de gestão da sustentabilidade econômico-financeira das Unidades de Conservação da Natureza localizadas na Ilha Grande. 9 Ajustes da proposta preliminar do sistema de acordo com a análise da comissão de acompanhamento do trabalho; Produto VI: Relatório contendo levantamento de dados e informações sobre custos e despesas das Unidades de Conservação da Natureza, o formato da apropriação de recursos econômico-financeiros das atividades turísticas e a configuração do sistema de gestão institucional (estrutura, funcionamento, acompanhamento, avaliação) da apropriação e destinação destes recursos para as UCs. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 32/41 | Anexo XXII 7. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande PRODUTOS, PRAZOS E DESEMBOLSOS PRODUTO / CONTEÚDO PRAZO DESEM. Produto I: Relatório contendo a proposta de composição da comissão de acompanhamento do trabalho e descrição do processo de constituição utilizado. 30 dias a partir da assinatura do contrato. 20% Produto II: Relatório detalhado sobre a consolidação dos anseios das comunidades, atores envolvidos (órgãos governamentais, entidades nãogovernamentais e iniciativa privada), que apresente uma visão clara, objetiva e reflita a realidade local do que se quer em termos das características do turismo (perfil do turista, quantidade, impactos, operações e funcionamento dos serviços). 90 dias a partir da assinatura do contrato. 20% Produto III: Relatório contendo levantamento das informações, sistematização e análise crítica da situação atual das atividades turísticas na Ilha Grande. 90 dias a partir da assinatura do contrato. 10% Produto IV: Relatório contendo descrição do processo autorrenovável de avaliação (indicadores, padrões, sistemas de mensuração e análise e limites recomendáveis por área de visitação para as atividades turísticas e normas propostas). 180 dias a partir da assinatura do contrato. 10% Produto V: Relatório contendo o projeto de implantação das operações e funcionamento do sistema de controle de acesso turístico com detalhamento das orientações para operação e funcionamento das atividades turísticas, incluindo acesso à Ilha Grande e proposição do arranjo institucional para gestão do sistema de ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande. Relatórios da sensibilização, da mobilização, do cursos de qualificação para gerenciamento e operacionalização do sistema de ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande, contendo também a avaliação do treinamento. 240 dias a partir da assinatura do contrato. 10% Produto VI: Relatório contendo levantamento de dados e informações sobre custos e despesas das Unidades de Conservação, o formato da apropriação de recursos econômico-financeiros das atividades turísticas e a configuração do sistema de gestão institucional (estrutura, funcionamento, acompanhamento, avaliação) da apropriação e destinação destes recursos para as UCs. 240 dias a partir da assinatura do contrato. 10% Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 8. Anexo XXII | 33/41 FORMA DE APRESENTAÇÃO Os produtos intermediários e o produto final devem ser escritos em língua portuguesa e entregues em 04 (quatro) vias originais, impressas em qualidade "Laserprint" ou similar, em papel formato A4, de acordo com as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Os mapas, desenhos e gráficos deverão ser apresentados de modo adequado para sua perfeita compreensão, em CD-Rom, formatados para ARCINFO, ARCVIEW ou ERDAS, e em 04 (quatro) vias originais. O material cartográfico deve ser apresentado em formato digital compatível com o ArcGIS ou Global Mapper (e.g. shapefile, grid, geotiff), em quatro vias (CD, DVD). A versão final deve ser fornecida também CD-Rom, formatado e gravado no editor de texto "Word” da Microsoft, de comum acordo com o contratante. Também deve obedecer as seguintes instruções durante a redação dos documentos finais e intermediários: o material cartográfico de fonte secundária deverá ser entregue em 04 (quatro) vias originais, em escalas e formatos previamente aprovados pela equipe de trabalho, de acordo com as normas brasileiras. Todas as informações georreferenciadas devem ser entregues em CD-Rom, e apresentadas em formato para ARCINFO, ARCVIEW e/ou ERDAS. O material cartográfico deve ser apresentado em formato digital compatível com o ArcGIS ou Global Mapper (e.g. shapefile, grid, geotiff), em 04 (quatro) vias (CD, DVD). Devem ser fornecidas informações detalhadas em papel e meio eletrônico: descrição geral dos arquivos produzidos, procedimentos adotados para a digitalização de dados cartográficos, escala, data e fonte desses dados, tipo (mapa em papel, imagens de satélite, etc.), data da digitalização dos dados cartográficos, problemas existentes nos dados, projeção cartográfica utilizada e todos os parâmetros necessários para sua interpretação (datum, meridiano central, zona). Todos os produtos auxiliares, mapas, tabelas, gráficos ou material necessário para melhor compreensão do plano poderão aparecer como Anexos, de forma a manter o corpo principal do plano mais coeso e sucinto. A versão final do sistema de ordenamento turístico sustentável da Ilha Grande deverá sofrer uma revisão profissional da gramática e da ortografia, a cargo do Contratado. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 34/41 | Anexo XXII 9. Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande QUALIFICAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA A equipe contratada deverá ser formada de profissionais que combinem conhecimentos e experiência nos temas e ferramentas afetos ao estudo a ser realizado, contando com um coordenador técnico de experiência comprovada de mais de cinco anos na condução de trabalhos semelhantes. Deverá incluir, no mínimo, profissional de experiência comprovada em planejamento de atividades turísticas, estudos de procedimentos e ferramentas para o manejo participativo e a gestão sustentável da visitação em áreas naturais, em capacidade de suporte em elaboração de diagnósticos ambientais, socioeconômicos, em elaboração de programas e projetos de planejamento e gestão ambiental e em ecoturismo. Recomenda-se que a equipe técnica seja composta, pelo menos, por: ¾ 01 Coordenador com experiência comprovada em estudos de capacidade de suporte e planejamento ambiental, em trabalhos com equipes multidisciplinares, na elaboração de análises ambientais, de ecoturismo e de planejamento, e experiência em elaboração de modelos organizacionais envolvendo parceiros públicos e privados; ¾ Pesquisadores e/ou técnicos especializados nas diversas temáticas que compõem as atividades e os estudos a serem realizados, dos quais alguns com experiência de trabalho na Ilha Grande; ¾ Recomenda-se contratar profissionais da área de economia, administração de empresas, turismo, ciências naturais, direito, antropologia e sociologia. ¾ Recomenda-se a contratação de um moderador com experiência mínima de 3 anos em moderar oficinas de planejamento. A Contratada deverá apresentar, ainda, a estrutura organizacional da equipe técnica para a execução das atividades previstas, na forma de organograma, indicando a função a ser desenvolvida por cada um dos participantes e os produtos que cada profissional envolvido vai entregar. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnicoprofissional deverão participar do serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela área técnica do INEA. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande 10. Anexo XXII | 35/41 DOCUMENTOS E INSUMOS DISPONÍVEIS O termo de referência do Sistema de Ordenamento Turístico Sustentável da Ilha Grande tem como orientação institucional para a sua elaboração: o Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande; proposta de ampliação do PEIG, Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental de Tamoios; Plano Diretor de Angra dos Reis; os documentos PRODETUR – Rio de Janeiro, aprovados pelo Ministério do Turismo / COFIEX e BID, o Plano de Desenvolvimento Integrado de Turismo Sustentável – PDITS, o Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, os Regulamentos Operacionais do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo do Ministério do Turismo, o Manual de Planejamento e Gestão Ambiental do Mtur e a Aide Memoire firmada entre o BID e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Lazer, em 01 de agosto de 2008, e revalidada em fevereiro de 2009. Também serão disponibilizados os resultados do Zoneamento Ecológico-Econômico do estado do Rio de Janeiro elaborado por iniciativa da SEA. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 36/41 | Anexo XXII Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande ANEXO TR – I SISTEMA DE ORDENAMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL DA ILHA GRANDE CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO TURÍSTICA A Região da Costa Verde AVALIAÇÃO E ANTECEDENTES RELACIONADOS A divisão administrativa da região da Costa Verde, no litoral sudoeste do estado do Rio de Janeiro e contígua à Região Metropolitana, abrange os municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Paraty e Itaguaí, incluindo funcionalmente o município de Rio Claro. O seu patrimônio turístico inclui atrativos naturais próprios da Serra do Mar, na Orla Atlântica, e os atrativos litorâneos próprios da Baía da Ilha Grande e Baía de Sepetiba, com seu conjunto de ilhas, restingas, cordões de areia e praias. A expressão deste conjunto natural reflete-se, nas unidades de conservação que concentram, como o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Reserva Ecológica de Juatinga, a APA de Cairuçú, a Estação Ecológica e a APA dos Tamoios, além do recém-criado Parque Estadual de Cunhambebe e das Unidades de Conservação da Ilha Grande. O novo Parque Estadual de Cunhambebe, que deverá ocupar parte da APA de Mangaratiba, pretende estabelecer o corredor Bocaina - Tinguá, parcela muito expressiva do bioma Mata Atlântica, dando formato a sua contiguidade e restabelecendo os espaços naturais que distingue o litoral fluminense do vale interior formado pelo rio Paraíba do Sul. O seu patrimônio cultural e histórico abriga, além das culturas acumuladas pelos tempos, inclusive a précolonização européia, núcleos urbanos do inicio do século XVI e séculos seguintes, cenário importante da história do Brasil. Os seus núcleos urbanos mais expressivos, Paraty, Mangaratiba e Angra dos Reis, na orla marítima, convivem com pequenos núcleos, protocidades abrigadas pelas baías, como Paraty-Mirim, Mambucaba, Cunhambebe e Itacuruçá, Sono e Trindade, além de povoados de pescadores. Alguns destes pequenos núcleos foram objetos de dinâmicas promovidas pelo turismo e ampliaram suas áreas urbanas com loteamentos precários, notadamente após 1986, quando da abertura da Rodovia Federal BR-101. É ainda importante destacar que a economia turística instalada concorre com espaços industriais, como a indústria de estaleiros, a usina nuclear em Itaorna, o terminal marítimo da Petrobras e o porto em Angra dos Reis, além da construção, em curso, do porto de Itaguaí e o conjunto das grandes siderúrgicas, que se encontram em seu entorno, e certamente impactarão o conjunto funcional regional. Instituto Estadual do Ambiente – INEA Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Anexo XXII | 37/41 Os dados consolidados da região e dos seus municípios poderão ser encontrados no documento Apoio à Consolidaçao ao Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentável - SETE / FGV – 08/2008. A Região da Costa Verde e o desenho intencionado pelo PRODETUR: Sob a expectativa da acessibilidade aos lugares turísticos da Região, estamos considerando, nos dados preexistentes à concessão da BR-101, a sua duplicação e pedagiamento, a implantação do Arco Metropolitano (Governo Federal/Governo Estadual), rodovia que contornará a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, interceptando as rodovias Federais radiais ao núcleo da metrópole, estimando que será estabelecida uma nova funcionalidade entre regiões no estado do Rio de janeiro, afetando a Região da Costa verde diretamente. As propostas originais do PRODETUR, no componente Estrutura e Serviços Básicos, ampliam as existentes, estabelecendo novas ligações transversais entre as rodovias federais que articulam o território fluminense, a BR 393, a BR 101 e a BR 116. Estas acessibilidades adicionais utilizariam os leitos existentes das estradas estaduais RJ-165 e RJ-149, respectivamente entre Paraty, e Guaratinguetá, estabelecendo uma ligação entre o litoral e o Vale do rio Paraíba do Sul paulista e entre Mangaratiba e Barra Mansa, viabilizando assim uma melhor relação funcional entre o litoral e o Vale do rio Paraíba do Sul Fluminense, hoje realizada somente pela RJ-155. Com a complementaridade, pavimentação e adoção de critérios de estrada parque para os trechos citados, cada uma das principais cidades da região e produtos turísticos nas baías da Ilha Grande e Sepetiba – Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba – seriam articuladas pela estrutura de estradas e, aditivamente, pelos novos ou requalificados Terminais Hidroviários, como situados nas ações e componentes PRODETUR. Estruturados pelas condições de acessibilidade e certamente promovendo acessibilidade à demandas existentes, como São Paulo, os terminais hidroviários elevados como prioritários, promoveriam, além da integração modal, dois critérios que serão comuns a todas as ações de mobilidade, como se segue: • Os terminais hidroviários seriam equipados com os serviços de informação turística, promovendo o produto turístico, o trade local/regional e as facilidades de mobilidade e funcionalidade interna. Aditivamente, incorporaria os serviços necessários ao conforto dos usuários, como sanitário, alimentação e segurança, bem como os arranjos operacionais necessários aos barcos de linha e aos serviços de barcos de turismo. Instituto Estadual do Ambiente – INEA 38/41 | Anexo XXII • Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Grande Arranjos de acessibilidade entre as estradas projetadas até o seu terminal hidroviário correspondente, promovendo a adequação de integração intermodal, com os aspectos de revitalização da área, a valorização funcional do solo e a recuperação dos patrimônios arquitetônicos. O desenho de acessibilidade na região da Costa Verde se definiria, portanto, estabelecendo a relação entre os seguintes componentes estruturais: • As rodovias federais, situadas no topo da hierarquia viária do estado do Rio de Janeiro; • A complementaridade do sistema viário estadual, estabelecendo as ligações entre os principais corredores viários federais, fornecendo acessibilidade a novos usuários; • A implantação de terminais hidroviários, equipados, que proporcionarão acesso às áreas litorâneas e às baías interiores, destacando-se a Ilha Grande como um destino preponderante. A composição do território turístico na Costa Verde A composição dos grandes espaços territoriais deverá considerar os acervos vinculados à natureza e naturalmente os seus cuidados de preservação, e o patrimônio cultural/arquitetônico existente nos velhos conjuntos urbanos, como ativos fixos na economia do turismo regional. Considerarão igualmente os fluxos originários das estruturas viárias preexistentes e suas complementaridades e estruturas urbanas e turísticas. Em uma identificação preliminar, fluxos e fixos, origem e destino, devem propiciar um contexto de alternativas que satisfarão o maior número de variáveis e desejos, em relação às mobilidades, manifestados pelos usuários. No entanto, como método, deve ser observado um critério inicial de organização e composição dos espaços, admitindo as seguintes ponderações: • Considerando os aspectos estruturais da mobilidade e acessibilidade, os fluxos fundamentais à articulação do território turístico; • Considerando os investimentos promovidos pelos componentes Produto Turístico e Gestão Ambiental