FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Enfermagem Luciana

Transcrição

FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Enfermagem Luciana
FACULDADE DE PARÁ DE MINAS
Curso de Enfermagem
Luciana de Souza Pereira
UTILIZAÇÃO INCORRETA, ABUSO E DEPENDÊNCIA DE MEDICAMENTOS
PSICOTRÓPICOS
Pará de Minas
2014
1
Luciana de Souza Pereira
UTILIZAÇÃO INCORRETA, ABUSO E DEPENDÊNCIA DE MEDICAMENTOS
PSICOTRÓPICOS
Monografia apresentada à Coordenação de
Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas,
como requisito parcial para a conclusão do
curso de Enfermagem.
Orientadora: Profª. Ms. Marisa Gonçalves
Brito Menezes.
Pará de Minas
2014
2
Luciana de Souza Pereira
UTILIZAÇÃO INCORRETA, ABUSO E DEPENDÊNCIA DE MEDICAMENTOS
PSICOTRÓPICOS
Monografia apresentada à Coordenação de
Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas,
como requisito parcial para a conclusão do
curso de Enfermagem.
Aprovada em: _____ / _____ / _____
________________________________________
Prof. Ms. Marisa Gonçalves Brito Menezes
________________________________________
Prof. Dra. Ms. Meiriele Tavares de Araujo
3
RESUMO
A dependência por drogas lícitas e ilícitas tem se tornado um dos maiores problemas
de saúde publica no mundo. Dentre essas drogas estão as substâncias
psicotrópicas, que abrangem tanto entorpecentes quanto medicamentos. Este
estudo teve como objetivo conhecer no ponto de vista do usuário, o consumo, a
dependência e a influência do medicamento psicotrópico no seu cotidiano, assim
como a distribuição dos mesmos em uma ESF. Tratou-se de um relato de
experiência de uma jovem adulta dependente de medicamentos psicotrópicos. Os
resultados da busca ativa na ESF evidenciaram que as mulheres eram as que mais
faziam o uso de medicamentos psicotrópicos. O psicotrópico de uso mais frequente
da cliente era da classe das anfetaminas, sendo depende dos medicamentos há 14
anos, o que trazia grande influência em seu convívio familiar e social. A cliente tinha
total conhecimento sobre os medicamentos em uso e até mesmo os seus malefícios.
Pode-se concluir que a cliente foi totalmente influenciada pelos padrões de beleza
impostos pela atualidade, e que fazia uso de medidas drásticas e prejudiciais à
saúde para emagrecer, fazendo o uso indiscriminado sem prescrições medicas de
inibidores do apetite, ansiolíticos e antidepressivos.
Palavras-chaves: Psicotrópicos. Dependência. Abuso.
4
ABSTRACT
The dependence on licit and illicit drugs has become a major problem of public health
in the world. Among these drugs are psychotropic substances, covering both drugs
as medicines. This study aimed to understand the point of view of the user,
consumption, dependence and the influence of psychotropic medication in their daily
lives as well as their distribution in a ESF (Family Health Strategy) . It was an
experience report of a dependent young adult psychotropic drugs. The search results
results in the ESF showed that women were the ones that were using psychotropic
medications. The more frequent use of psychotropic client was the class of
amphetamines, being dependent on drugs 14 years ago, which brought great
influence in their family and social life. The client had full knowledge of the drugs in
use and even their misdeeds. It can be concluded that the client was totally
influenced by the standards of beauty imposed by today, and who used drastic and
detrimental health measures to lose weight, making indiscriminate use of prescription
medications
without appetite suppressants, antidepressants
Key words: Psychotropic drugs. Addiction. Abuse.
and anxiolytics.
5
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Níveis de referencia para uma pressão arterial normal..................... 44
Quadro 2 - Classificação de IMC.......................................................................... 45
6
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição do uso de psicotrópicos pelos homens cadastrados no
ESF de Leandro Ferreira de acordo com os prontuários médicos
em jun. 2014....................................................................................... 29
Tabela 2 - Distribuição do uso de psicotrópicos pelas mulheres cadastradas no
ESF de Leandro Ferreira de acordo com os prontuários médicos
em jun. 2014....................................................................................... 29
7
LISTA DE SIGLAS
ACS: Agente Comunitário de Saúde.
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
APA: American Psychiatric Association.
BDZ: Benzodiazepínicos.
CAPS I:Centro de Atenção Psicossocial de Atenção a Criança e Adolescente.
CAPS I: Centro de Atenção Psicossocial I.
CAPS II: Centro de Atenção Psicossocial II.
CAPS III: Centro de Atenção Psicossocial III.
CAPS: Centro de Atenção Psicossocial.
CAPS-ad: Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas.
CEBRID: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas.
COFEN: Conselho Federal de Enfermagem.
DCNT: Doenças Crônicas não Transmissíveis.
DE: Diagnóstico de Enfermagem.
ESF: Estratégia Saúde da Família.
FEBEM: Fundação Estadual do Bem Estar do Menor.
IMC: Índice de massa corpórea.
LSD: Lysergic Acid Diethylamide.
NANDA: North American Nursing Diagnosis Association.
PE: Prescrição de Enfermagem.
RE: Resultado Esperado.
SNC: Sistema Nervoso Central.
SUS: Sistema Único de Saúde.
TCA: Antidepressivos Tricíclicos.
TCLE:Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................
09
2 OBJETIVOS...................................................................................................... 11
2.1 Objetivo Geral............................................................................................... 11
2.2 Objetivos Específicos.................................................................................. 11
3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................
3.1 Drogas Psicotrópicas...................................................................................
3.2 Classificações dos Fármacos Psicotrópicos............................................
3.2.1 Anestésicos gerais......................................................................................
3.2.1.1 Anestésicos inalatórios.............................................................................
3.2.1.2 Anestésicos Intravenosos.........................................................................
3.2.2 Ansiolíticos e hipnóticos..............................................................................
3.2.3 Antidepressivos...........................................................................................
3.2.4 Analgésicos.................................................................................................
3.2.5 Estimulantes Psicomotores.........................................................................
3.3 Dependência e abuso de drogas psicotrópica..........................................
3.4 O uso cotidiano de psicotrópicos e o reflexo na sociedade....................
12
12
14
14
15
15
16
17
18
19
20
22
4 PERCURSO METODOLÓGICO.......................................................................
4.1 Abordagem Metodológica...........................................................................
4.2 Cenário da Pesquisa....................................................................................
4.3 Seleção do sujeito e coleta de dados.........................................................
4.4 Sujeito da Pesquisa......................................................................................
4.5 Aspectos éticos............................................................................................
4.6 Tratamentos dos Dados...............................................................................
25
25
25
26
27
28
28
5 RESULTADOS..................................................................................................
5.1 Busca ativa de usuários de medicamentos psicotrópicos......................
5.2 Consulta de enfermagem.............................................................................
5.2.1 Entrevista.....................................................................................................
5.2.2 Exame físico................................................................................................
5.3 Conduta.........................................................................................................
29
29
30
30
42
45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 48
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 50
APÊNDICE……………………………………………………………………………... 59
ANEXO................................................................................................................. 60
9
1 INTRODUÇÃO
A dependência por drogas ilícitas e licitas tem se tornado um dos maiores
problemas de saúde publica no mundo. Dentre essas drogas estão as substâncias
psicotrópicas, que abrangem tanto entorpecentes quanto medicamento.
O século XXI torna-se cada vez mais complexo, dinâmico e perturbado, o
mundo está se transformando todos os dias de uma forma bastante acelerada e,
como reflexo disto, temos uma sociedade cada vez mais conturbada, estressada,
depressiva, obcecada pela beleza e pela perfeição.
Problemas dentro de um
trabalho cada vez mais exaustivo e repetitivo, problemas familiares constantes,
pessoas cada vez mais rudes, são apenas algumas características de uma
sociedade problemática e conturbada existentes na atualidade.
O homem no meio destas desventuras procura e tenta conseguir sempre o
seu bem-estar de maneira fácil e agradável, achar meios temporários de se isolar de
todos esses “problemas” existentes ao seu redor e, para isso, muitas das vezes faz
uso de medicamentos psicotrópicos sem indicações médicas, sem orientações, sem
ter qualquer informação que seja sobre esse tipo de substâncias, se irão causar
reações ou até mesmo a dependência, o que realmente importa é o bem-estar
instantâneo que o medicamento irá proporcionar-lhe.
Para que este usuário tenha acesso a estes tipos de medicamentos a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) preconiza várias normas, porém na
maioria das vezes estas não são cumpridas pelos profissionais da saúde, e
Instituições relacionadas à saúde, que abrangem desde o profissional clínico geral
ou outros médicos que não são psiquiatras de receitarem esse tipo de medicamento,
muitas vezes por ganância financeira, para ajudar um amigo, ou simplesmente
porque o paciente solicita, sem qualquer diagnóstico concreto que necessite
realmente utilizar de tais drogas. Existem, ainda, casos de um farmacêutico ou os
próprios vendedores da farmácia fazerem a venda ou indicação sem exigir a receita
adequada para tais medicamentos, enfim, indicações, consumos e comercialização
desenfreada de medicamentos que causam dependência física e psíquica assim
como é o caso das drogas ilícitas.
A dependência química é muito retratada mundialmente, porém se fala mais
na dependência por drogas ilícitas, do tabaco e álcool reconhecidas como drogas
10
licitas. A população em geral não tem total conhecimento de que um medicamento
possa levá-las à dependência psíquica e física. (PRUDÊNCIO, 2010).
Desta forma, Matias e Silva (2007) informam que conhecer os aspectos que
norteiam esta dependência pode levar os profissionais da enfermagem a uma
melhor abordagem deste tema em seus atendimentos, assim como conduzir os
usuários a uma reflexão do uso de tais substâncias e sobre a dependência que elas
podem causar. Torna-se prioritário criar subsídios para educar a população sobre o
risco do uso desenfreado dos medicamentos psicotrópicos, sobre a dependência
que o mesmo acarreta entre outros aspectos que a substância pode ocasionar, se
não usada corretamente.
Campos e Soares (2004) revelam que o ensino acadêmico na área da
enfermagem é insuficiente para o conhecimento de medicamentos psicotrópicos. Os
futuros enfermeiros ou enfermeiros já atuantes não sabem sequer a diferença entre
psicotrópicos usados na “rua” e psicotrópicos enquanto medicamento. Desta forma,
este estudo pode proporcionar um maior conhecimento a enfermeiros ou
profissionais da saúde no âmbito geral sobre os psicotrópicos, qual sua real
finalidade e quais os malefícios que tais substâncias podem trazer ao indivíduo.
11
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Conhecer do ponto de vista de um usuário, o consumo, a dependência e a
influência do medicamento psicotrópico no seu cotidiano, assim como a distribuição
desses medicamentos em uma Estratégia Saúde da Família (ESF).
2.2 Objetivos Específicos
a) mostrar como ocorre a distribuição de medicamentos psicotrópicos para os
usuários em um ESF;
b) verificar o uso de psicotrópicos dos pacientes escritos no ESF;
c) determinar o perfil do cliente;
d) revelar quais os psicotrópicos de que o cliente faz uso;
e) descrever a dependência do medicamento psicotrópico na perspectiva do
usuário;
f) identificar a influência que o psicotrópico traz para sua vida social e familiar;
g) demonstrar o conhecimento do cliente sobre o real uso do medicamento
psicotrópico que o mesmo utiliza;
h) prestar orientações de enfermagem pertinentes ao caso do usuário.
12
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Drogas Psicotrópicas
Segundo Carlini et al. (2001), para entendermos como as drogas
psicotrópicas agem no sistema nervoso central (SNC), é necessário realizar ao
menos uma demonstração simplificada para se entender este sistema.
Os mesmos autores informam que, quando os órgãos de sentido recebem um
estimulo, estes
enviam uma mensagem ao SNC, onde vai ocorrer um
processamento
da
informação,
interpretação,
elaboração,
memorização,
associações entre outros. As transmissões dessas mensagens para o SNC são
feitas
pelos
neurônios,
que
produzem
substâncias
químicas
chamadas
neurotransmissoras. As drogas psicotrópicas agem alterando estas comunicações
entre os neurônios, podendo causar diferentes efeitos, dependendo do tipo de
neurotransmissor e a forma como a droga atua.
As drogas psicotrópicas atuam no SNC e produzem alterações de
comportamento, humor e cognição, o que leva à dependência (DIAS et al., 2011).
De acordo com Houaiss e Villar a palavra psicotrópica significa:
O que atua quimicamente sobre o psiquismo, a atividade mental, o
comportamento, a percepção etc. (diz-se de medicamento, droga,
substância etc). Alguns psicotrópicos têm efeito sedativo, calmante ou
antidepressivo; outros, se usados indevidamente, podem causar
perturbações psíquicas [...]. (HOUAISS; VILLAR, 2001, p. 2327).
O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da
Universidade Federal de São Paulo (CEBRID, 2003) complementa ao afirmar que
Psico, de origem grega, se refere à dimensão psíquica do homem e trópico, deriva
de tropismo, que é atração por algo. Assim sendo, psicotrópico é atração pelo
psiquismo, e drogas psicotrópicas são aquelas que agem sobre o SNC e altera a
maneira de sentir, de pensar e muitas vezes de agir.
As substâncias psicoativas são classificadas em duas classes usadas no
status legal em uma sociedade. As lícitas, substâncias que correspondem as de uso
e comercialização permitidas pelo estado ou país e as ilícitas que o uso e
comercialização não são permitidos pelo estado ou país. (MARTINS, 2011).
13
Segundo o autor supracitado, na classificação das lícitas entram os
medicamentos que, apesar de serem liberados, possuem um controle da
comercialização, pelo fato do uso abusivo causar danos à saúde, da mesma forma o
tabaco e o álcool que são vendidos somente para maiores de 18 anos.
De acordo com Brasil (2003) através da lei no 10.702,
que altera a Lei
no 9.294, de 15 de julho de 1996, fica explícito o movimento do governo contra o
fumo, bebidas alcoólicas e medicamentos através de restrições às propagandas que
estimulavam o consumo dos mesmos e proibição de venda a menores de dezoito
anos de idade destes produtos.
Desta forma, os psicotrópicos são utilizados como terapêutica de transtornos
mentais, como a ansiedade, depressão, angústia, insônia, agitação e outros. São
também conhecidos como sedativos ou tranqüilizantes. (GOLAN, 2009).
CEBRID (2003) revela que os psicotrópicos podem ser divididos em três
grupos, de acordo com os efeitos sobre a atividade cerebral.
As depressoras das atividades do SNC são as que diminuem a atividade
cerebral, que faz com que a pessoa fique letárgica, desmotivada, diminui a
concentração, ansiedade, capacidade de raciocínio. Podem ser exemplificadas pelo
álcool, soníferos e hipnóticos barbitúricos e alguns benzodiazepínicos, ansiolíticos,
opiáceos ou narcóticos. (CARLINI et al., 2001).
O segundo grupo são as drogas estimulantes da atividade do SNC, estas
elevam as atividades do sistema nervoso, gera um estado de alerta exagerado e
aceleração de processos psíquicos. As drogas mais conhecidas desse grupo são as
anfetaminas, cocaína e crack, tabaco e a cafeína. (MARTINS, 2011).
Por último, apresentam-se as drogas perturbadoras, que acarretam uma
mudança significante no funcionamento do SNC. Provocam alterações mentais que
não fazem parte da normalidade e, por essa razão, são chamadas de
piscoticomiméticas, ou seja, drogas que mimetizam psicoses. (CANESIN et al.,
2008).
As drogas perturbadoras da atividade do SNC causam delírios, alucinações e
alterações da percepção. As drogas que proporcionam estes efeitos são maconha,
alucinógenos,
lysergic
acid
diethylamide
(LSD),
(MARTINS, 2011).
No entanto, Canesin et al. (2008) esclarecem:
êxtase
e
anticolinérgicos.
14
A ação de cada psicotrópico depende: do tipo da droga, da via de
administração, da quantidade, do tempo, da frequência de uso, da absorção
e eliminação desta pelo organismo e da associação com outras drogas.
(CANESIN et al., 2008, p. 223).
3.2 Classificações dos Fármacos Psicotrópicos
Nos tópicos a seguir serão apresentados os principais fármacos psicotrópicos,
como agem, para que são usados e os mais conhecidos em cada classe.
3.2.1 Anestésicos gerais
De acordo com Saraiva (2002), a ação farmacológica dos anestésicos é
observada clinicamente, no entanto, o seu mecanismo até hoje não é explicado de
forma clara e objetiva e, por esta razão, não é de fácil compreensão. Atualmente,
estudos clínicos e experimentais têm sido desenvolvidos para identificar os locais
onde os anestésicos atuam e quais as alterações funcionais que estes fármacos
produzem nas estruturas do SNC, tornando-se determinantes no estado de
anestesia. (SARAIVA, 2002).
O estado anestésico na prática clínica é a perda da consciência, analgesia e
relaxamento muscular. Estes efeitos são produzidos com combinações com outros
fármacos. (RANG et al., 2012).
De acordo com os mesmos autores, em doses supra-anestésicas, todos os
anestésicos podem causar morte pela perda dos reflexos cardiovasculares e por
paralisia respiratórias.
Os anestésicos gerais podem ser administrados em distintas vias, porém as
mais usadas são a intravenosa e a inalatória, pelo fato da dosagem ser mais eficaz e
o tempo de ação poder ser controlado com maior rigor. (HARDMAN; LIMBIRD,
2005).
Os autores citados revelam ainda que os anestésicos dificilmente são
administrados sozinhos, sua administração geralmente é concomitante com um
benzodiazepínico ou analgésico, o que possibilita doses menores de anestésicos,
evitando os seus efeitos colaterais.
15
3.2.1.1 Anestésicos inalatórios
De acordo com Hardman e Limbird (2005), o anestésico inalatório se distribui
em dois: entre a corrente sanguínea ou através dos pulmões e, quando a pressão
parcial do anestésico for igual nos dois tecidos, haverá um equilíbrio. O que irá
determinar a velocidade da indução e recuperação de um anestésico inalatório
podem ser as propriedades dos anestésicos, ou fatores fisiológicos. (RANG et al.,
2012).
A inalação de um agente anestésico por alguns minutos em determinada
concentração certamente deixará o indivíduo inconsciente e sem reagir a estímulos
dolorosos. (SARAIVA, 2002).
Os anestésicos inalatórios mais comuns são: Isoflurano que promove a
anestesia geral e é usado com outros anestésicos na obstetrícia; Halatono e
Desflurano que também causam a anestesia geral e Óxido Nitroso que é usado com
outros anestésicos. (GOLAN, 2009).
3.2.1.2 Anestésicos Intravenosos
A anestesia intravenosa total pode ser definida como uma técnica
anestésica na qual a administração dos fármacos tanto para a indução,
quanto para a manutenção anestésica é realizada exclusivamente por via
intravenosa e sem a presença de agentes inalatórios. (AUGUSTO, 2010, p.
17).
Os anestésicos intravenosos atuam bem mais rapidamente dos que os
inalatórios, levando cerca de vinte segundos para surtirem a anestesia. Outros
fármacos como os benzodiazepínicos e antagonistas da dopamina são usados
concomitantes com anestésicos para causarem sedação e analgesia, onde o
paciente permanece responsivo mais não responde a estímulos dolorosos, é
utilizado geralmente em procedimentos cirúrgicos simples. (RANG et al., 2012).
Segundo os mesmos autores, entre os anestésicos mais utilizados para estes
fins estão o Tiopental e Proporfol. O Tiopental, ao atingir o pico de sua concentração
sanguínea, é redistribuído para tecidos irrigados por grandes fluxos sanguíneos
como fígado, rins, cérebro, coração. Depois de algumas horas, a droga acumula no
tecido adiposo, sendo o restante metabolizado. Estes dois fármacos citados
possuem curto tempo de ação e rápida duração, além de não possuírem efeito
16
acumulativo, o que faz com que sejam os fármacos de eleição para a administração
de forma contínua. (AUGUSTO, 2010).
O Proporfol é semelhante ao tiopental, tendo vantagens no seu rápido
metabolismo, o que leva a uma recuperação bem mais rápida, não tendo efeitos de
“ressaca” como o Tiopental, com isso podendo ser usados como infusão continua
para cirurgias. (HARDMAN; LIMBIRD, 2005).
De acordo com Golan (2009), o Tiopental é bastante usado em induções
anestésicas, narcoanálise, em pacientes que apresentam pressão intracraniana
elevada e em quadros de convulsões. Já o Proporfol é utilizado em indução e
manutenção de anestesia e sedação de pacientes ventilados mecanicamente.
(GOLAN, 2009).
3.2.2 Ansiolíticos e hipnóticos
De acordo com Canesin et al. (2008), os hipnóticos são substâncias que
proporcionam graus variados de depressão do SNC e esta depressão vai se
diversificar com alguns fatores, como a via de administração, dose da substância
hipnótica e maior ou menor sensibilidade do paciente à droga. Este fármaco vai
ocasionar sedação, que é um grau mais leve de depressão e que corresponde a
uma sonolência acompanhada de discreto relaxamento muscular, com diminuição
da ansiedade. (CANESIN et al., 2008).
O ansiolítico diminue a atividade, tranquiliza e modera a hesitação, já o
hipnótico causa sonolência, simula o sono natural, sendo que, assim, o paciente
pode ser facilmente acordado. (HARDMAN; LIMBIRD, 2005).
Os autores supracitados afirmam ainda que existe uma ampla variedade de
agentes que deprimem a funçao do SNC, provocando sedação, porém os mais
usados são os benzodiazepínicos e barbitúricos.
Antes de os benzodiazepínicos serem descobertos, os barbitúricos eram
bastante utilizados para o tratamento de insônia ou ansiedade, porém na atualidade
os barbitúricos foram substituídos em grande parte pelos benzodiazepínicos, pelo
fato deste último ser mais seguro, causar menos tolerância e sintomas de
abstinência. Os barbitúricos ainda são usados como anestésico geral, antiepiléticos
e para neuroproteção. (GOLAN, 2009).
17
Para Rang et al. (2012), os benzodiazepínicos, quando administrados por via
oral, são bem absorvidos e atinge o pico de concentração plasmática em
aproximadamente em uma hora. Ao serem metabolizados, são excretados pela urina
como conjugados de glicuronídio. Esta classe de medicamentos são medicamentos
utilizados quase que unicamente para ansiedade e tensão, donde se origina a
nomenclatura de ansiolíticos. (CARLINI et al., 2001).
Os mais conhecidos e comercializados como ansiolíticos são: Diazepam,
Lorazepam, Midazolam e o Clonazepam e como hipnóticos são: Stilnox, Imovane e
o Sonata. Todos estes benzodiazepínicos são usados para convulsões parciais e
tônico-clônicas, crise de ausência, estado epilético, abstinência do álcool e,
principalmente, para a ansiedade, enquanto os hipnóticos são utilizados para induzir
o sono. (GOLAN, 2009).
3.2.3 Antidepressivos
A depressão ou distúrbios afetivos podem ser manifestados como uma
patologia branda, a uma depressão severa, que pode estar acompanhada por
alucinações ou delírios. Para o tratamento das depressões consideradas severas,
utilizam-se os antidepressivos que pertencem às seguintes categorias: inibidores da
captação de monoaminas, como antidepressivos tricíclicos (TCA) que são inibidores
não seletivos, inibidores seletivos da captação de serotonina, inibidores da
monoamino oxidase e antidepressivos variados. (RANG et al., 2012).
Os TCA bloqueiam a captação de aminas pelas terminações nervosas e nos
indivíduos não deprimidos causam sedação, confusão e descoordenação motora,
efeitos que também são observados no início do tratamento em pacientes
deprimidos. (ANDRADE; ANDRADE; SANTOS, 2004).
Golan (2009) esclarece que essa classe de medicamentos pode causar sérios
efeitos adversos, uns dos mais perigosos é o que atinge o sistema cardiovascular,
por isso os TCA devem ser sempre prescritos com cautela, sob uma avaliação
cautelosa do paciente que vai fazer o uso do mesmo, principalmente naqueles com
passado
de
tentativas
de
suicídios,
com
indicação
de
realização
eletrocardiograma, para se afastar qualquer possibilidade de cardiopatias.
de
18
O uso de um TCA concomitante com outros fármacos e substâncias podem
ser potencializado, como por exemplo, o uso com anti-hipertensivos e o álcool pode
ser letal a uma pessoa. (ANDRADE; ANDRADE; SANTOS, 2004).
De acordo com Moreno, Moreno e Soares (2001) os TCA são absorvidos
completamente pelo trato gastrintestinal, metabolizados em grande parte pelo efeito
de primeira passagem. O pico plasmático é atingido mais rapidamente por aminas
terciárias do que com aminas secundárias. São altamente lipofílicos, concentrandose principalmente no miocárdio e em tecidos cerebrais, se ligam a proteínas
plasmáticas e sofrem metabolismo primariamente hepático. Muitos TCA apresentam
farmacocinética linear, isto é, mudanças na dose levam a alteração proporcional no
nível plasmático. A vida média de eliminação varia e o estado de equilíbrio é atingido
em cerca de cinco dias. A farmacocinética pode variar entre os sexos e a
concentração pode diminuir antes da menstruação. (MORENO; MORENO;
SOARES, 2001).
Os antidepressivos possuem uma grande demanda no mercado, os mais
comuns são: Amitriptilina, Clomipramina, Nortripritilina, Trimipramina, que são
utilizados em caso de depressão, fadiga crônica, e transtorno obsessivo compulsivo.
Já o Citalopram, Fluoxetina e a Sertralina são usados em depressão, ansiedade,
transtorno do estresse traumático e síndromes de dor. (GOLAN, 2009).
3.2.4 Analgésicos
Os analgésicos agem ligando-se aos receptores opioides, promovendo a
inibição do segundo mensageiro, altera o transporte do cálcio na membrana celular
e atua pre-sinapticamente impedindo a liberação de neurotransmissores. (BIDÔ,
2011).
A morfina, codeína e seus derivados semissintéticos são os opioides mais
usados para o controle da dor. Porém a morfina é considerada o opioide de
referência comparada com os outros. (GOLAN, 2009).
A absorção da morfina é irregular e lenta, já a codeína que é um fármaco
derivado da morfina é mais bem absorvida, a meia-vida dos análogos da morfina é
de três a seis horas, o metabolismo é feito no fígado, sendo excretada pela urina em
forma de glicuronídeos, estes também passam pelo intestino por meio da excreção
biliar, reabsorvendo a maior parte da morfina. (RANG et al., 2012).
19
De acordo com Golan (2009), estes analgésicos são utilizados em caso de
dores moderadas ou intensas. Os mais comuns são derivados sintéticos e
semissintéticos da morfina, o Fentanil, o Alfentanil, e Sulfentanil, e a própria morfina,
e os derivados da codeína, que são os Oxicodona e Hidrocodona.
3.2.5 Estimulantes Psicomotores
Mais conhecido pelas anfetaminas, estes fármacos possuem uma grande
semelhança farmacológica com as “drogas de rua”, como por exemplo, o ecstasy.
(RANG et al., 2012).
“As anfetaminas são um grupo de compostos com ação estimulante em nível
periférico e central com alto potencial para gerar dependência”. (MARCON et al.,
2012, p. 248).
Segundo Andrade, Andrade e Soares (2004) os estimulantes exercem um
grande efeito sobre a função mental e o comportamento, pois produzem excitação e
euforia, sensação diminuída de fadiga, aumento na atividade motora, dilatação na
pupila, aumento do número de batimentos cardíacos e da pressão arterial.
A anfetamina foi criada para controlar o apetite das pessoas com obesidade
mórbida, porém sua venda em vários países foi suspensa pelo fato de os efeitos
benéficos não suprirem os maléficos. Os nomes comerciais mais utilizados para se
comercializar
a
anfetamina
são:
Amfepramona,
Femproporex
e
Mazindol.
(SANCHEZ, 2011).
Este grupo de fármacos é absorvido pelo sistema gastrointestinal, penetrando
na barreira hematoencefálica, são também bem absorvidos pela mucosa nasal, são
excretados da mesma forma que foram absorvidos pela urina. Sua meia-vida é de
aproximadamente de cinco a 30 horas dependendo do fluxo e do pH urinário.
(RANG et al., 2012).
Os mais conhecidos dessa classe são a própria anfetamina e metlfenidato
que é o mesmo que Ritalina. Estes dois medicamentos são indicados em caso de
transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). (GOLAN, 2009).
O autor supracitado afirma que todos estes medicamentos psicotrópicos
causam dependência física e psíquica se utilizados de maneira abusiva e errônea, e
consequentemente, causam um grande impacto na vida social e familiar do individuo
dependente de tais substâncias.
20
3.3 Dependência e abuso de drogas psicotrópicas
Golan (2009) afirma que a dependência de substâncias é uma nomenclatura
criada pela American Psychiatric Association (APA), que é definida como uma má
adaptação pelo uso da substância, que causa prejuízo ou sofrimento clínico
importante. Para denominar um ser dependente, é preciso que o mesmo apresente
três ou mais características, incluindo, tolerância, abstinência e abandono ou
diminuição de significantes atividades sociais, ocupacionais ou lúdicas.
Cassol et al. (2012), complementam ao afirmarem:
A dependência de drogas está descrita como um conjunto de sintomas
cognitivos, comportamentais, psicológicos e fisiológicos que indicam perda
do controle sobre o uso da substância psicoativa e um uso continuado desta
apesar dos problemas significativos relacionados à droga. (CASSOL et al.,
2012, p. 133).
Já o termo “abuso” está relacionado com o uso das substâncias não
prescritas, como por exemplo o álcool e a cocaína, dentre muitas outras
consideradas lícitas e ilícitas, porém com uso comum na sociedade. (NASCIMENTO;
SAKATA, 2011).
Sanchez (2011) afirma que as drogas de abuso são bastante diferentes em
termos farmacológicos, porém podem ser dividas em três classes de efeitos: a de
reforço, euforia e neuroadaptação crônica do organismo, efeitos estes que são
comuns entre todas as drogas de abuso.
A autora supracitada informa também que as drogas de abuso têm a
capacidade de serem reforçadoras, ou seja, sustentam e aumentam a chance de
ocorrência de comportamentos relacionados ao consumo da droga. O organismo se
acostuma com a droga, torna-se dependente dela e este não mais funciona sem a
mesma, como se a substância fizesse parte do corpo.
Todas as drogas de abuso causam um efeito euforizante, mesmo as
denominadas depressoras do SNC, proporcionando uma sensação de bem-estar
intenso, sem ser necessariamente agitação ou estímulo. (CEBRID, 2003).
Um fator que se atribui para uma pessoa deixar de fazer o uso controlado pra
o uso abusivo são as alterações geradas no SNC chamadas neuroadaptação
crônica do organismo causadas por essas drogas. Estas alterações são produzidas
pelo organismo como um mecanismo compensatório à presença constante da
21
droga, de forma que o organismo se adapta a funcionar com a droga, causando a
tolerância e sensibilidade dessas drogas. (SANCHEZ, 2011).
Segundo Campos e Soares (2004) a tolerância acontece quando há uma
diminuição do efeito de uma droga com o uso contínuo. A primeira administração de
uma droga produz uma curva como resposta, depois de repetidas administrações
esta curva de resposta desvia-se para a direita, sendo necessário doses maiores
para se obter o mesmo resultado. Já a sensibilidade é o efeito oposto da tolerância,
a curva de resposta se desvia para a esquerda, de modo que a administração
repetida proporciona um aumento do efeito da dose ou a necessidade de uma dose
menor da substância em uso para alcançar o mesmo efeito. (CAMPOS; SOARES,
2004).
A dependência se divide em dependência física e dependência psicológica. A
dependência física ou fisiológica caracteriza-se pelos sinais e sintomas físicos
adversos provocados pela abstinência que são náusea, vômitos, diarreia, dor
muscular, ansiedade, aumento da temperatura, pressão arterial e débito cardíaco,
pupilas dilatadas, entre outros. Os pontos de referência homeostáticos, assim como
na tolerância, são alterados para compensar a presença da droga. Se o uso da
droga for interrompido, os pontos de referência alterados causam efeitos contrários
àqueles que ocorrem na presença da droga. (GOLAN, 2009).
De acordo com Nascimento e Sakata (2011) vício é uma síndrome psicológica
e comportamental caracterizada pela evidência de dependência com uso aberrante
de substância psicoativa, perda de controle e uso compulsivo, apesar dos efeitos
adversos. Esta dependência se manifesta quando a droga atinge o sistema de
recompensa encefálico. Quando há a interrupção da droga, as adaptações do
sistema de recompensa manifestam-se com disforia e fissura pela droga.
(NASCIMENTO; SAKATA, 2011).
A retirada brusca da droga de um indivíduo dependente pode proporcionar
aparecimento de vários sinais e sintomas que constituem a síndrome de abstinência,
como a fraqueza, irritação, tremores, insônia, cólicas, vômitos, hipertermia,
hipotensão e convulsões violentas podendo ser confundidas com crises epilépticas.
(CANESIN et al., 2008).
Os psicofármacos, que são o foco deste estudo, são medicamentos
necessários e seguros, mas podem causar dependência física e/ou psíquica. A
dependência psíquica favorece o desenvolvimento da procura compulsiva do
22
fármaco, surgindo o vício, o que leva à distorção dos valores pessoais e sociais do
indivíduo, prejudicando o seu comportamento social. (ANDRADE; ANDRADE;
SOARES 2004).
3.4 O uso cotidiano de psicotrópicos e o reflexo na sociedade
Com o avanço da ciência e da tecnologia, e o advento da globalização, o
homem contemporâneo busca novos meios para burlar a solidão, insegurança e
contínuos estresses, buscando nas drogas a solução para estes problemas.
(SOUZA; KANTORSKI; MIELKE, 2006).
Loyola et al. (2009) afirmam que os fatores predisponentes para o uso de
substâncias psicoativas são provenientes do grau de escolaridade, classe social
inferior, desemprego, familiares e meio social.
Um estudo realizado na Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (FEBEM)
da cidade de Ribeirão Preto revela que uma grande porcentagem dos entrevistados
não possuía o ensino fundamental completo e não estavam estudando quando
foram internados, isso é, possuíam baixa escolaridade. (MARTINS; PILLON, 2008).
As autoras acima citadas concluem que tais resultados evidenciam que a
escolaridade é um importante fator de proteção contra o envolvimento dos
adolescentes com situações de risco. Esse fato faz supor que outros fatores possam
estar associados ao abandono escolar ou ao desinteresse dos adolescentes pelo
ensino. Embora os professores tenham formação acadêmica, podem não estar
capacitados para lidar com problemas de comportamento que impedem os
adolescentes a se envolverem com situações de risco, como o uso de drogas.
Conclui-se, então, que quanto mais baixo é o nível de escolaridade, mais cedo os
adolescentes se envolvem com comportamentos de risco.
Reis, Uchimura e Oliveira (2013) afirmam que o baixo nível de renda familiar
se correlaciona com o uso de drogas de abuso, consequentemente os mesmos
tonam-se vulneráveis aos problemas originários do consumo e da comercialização
de drogas de abuso e criminalidade direta ou indiretamente.
Em um estudo realizado em seis hospitais psiquiátricos na cidade de São
Paulo, em 2003, foi evidenciado que metade dos usuários de drogas não tinha fonte
de renda, e entre os usuários de crack, a proporção de desempregados era maior e
estavam desempregados há mais de um ano. (FERREIRA FILHO et al., 2003).
23
Soldera et al. (2004) afirmam que uma família bem estruturada é um grande
fator positivo para que seus membros não façam o uso de drogas. Estes autores
afirmam também que o risco para a drogatição é aumentado quando existe o fato de
os pais serem separados ou apresentarem um relacionamento bastante deteriorado.
Oliveira,
Bittencourt
e
Carmo
(2008)
apontam ainda como
fatores
predisponentes para o uso de drogas, o uso prévio por membros familiares, que têm
como consequência a falta de diálogo sobre os riscos e malefícios que tais
substâncias podem trazer. Com isso, os filhos veem como uma coisa normal e
inofensiva, tornando-se usuários.
O consumo de substâncias psicoativas está interligado ao âmbito social, com
as mais diversas finalidades e práticas. Desconhece-se uma sociedade que não
tenha utilizado tais substâncias, seja para fins religiosos ou terapêuticos. (ROEHRS;
LENARDT; MARFTUM; 2008).
Pratta e Santos (2009) relatam que a droga como qualquer outro substância
existente na sociedade, progride juntamente com a cultura, modificando-se de
geração para geração de acordo com as condições socioculturais existentes.
Ainda segundo os autores, existem modificações da drogadição do passado
para atual. A droga, que era um elemento integrado na sociedade, passou a ser um
elemento desintegrado, sendo uma substância desencadeadora de uma doença
crônica, ou seja, a dependência química. Esta dependência faz com que o
dependente se afaste de sua vida social, familiar e profissional, levando-o a um
estado vegetativo, aumentando ainda mais o vício, sem qualquer autoestima ou
vontade de viver.
Souza, Kantorski e Mielke (2006) afirmam que existe a vontade dos próprios
dependentes de voltarem a participar de sua comunidade, de onde foram excluídos
por serem rotulados como “drogados”, “viciados”, adjetivos impostos pela própria
sociedade.
Existem vários meios de se reinserir esse indivíduo na sociedade, dentre eles
o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-ad) que possui um
importante papel na retomada da vida social do dependente de psicoativos.
(SOUZA; KANTORSKI; MIELKE, 2006).
O CAPS-ad foi criado após o movimento da reforma psiquiatra no Brasil, na
década de 70 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Juntamente com o CAPS-ad
foram criados também os Centros de Atenção Psicossocial I (CAPS I), Centro de
24
Atenção Psicossocial II (CAPS II), Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS III) e
Centro de Atenção Psicossocial de Atenção a Criança e Adolescente (CAPS I). O
CAPS-ad é especializado no atendimento de pessoas que fazem uso prejudicial de
álcool e outras drogas, funciona durante cinco dias úteis da semana, e tem
capacidade para realizar o acompanhamento de cerca de 240 pessoas por mês.
(BRASIL, 2005).
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS’s) em geral foram criados para
prestar atendimento clínico em regime diário, evitando assim as internações em
hospitais psiquiátricos, por meios de promover a inserção social das pessoas com
transtornos mentais através de ações inter-setoriais, regulando a porta de entrada
da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte a
atenção à saúde mental na rede básica (BRASIL, 2005). Porém há uma grande
dificuldade dos profissionais em lidar com estes usuários, pelo fato de que suas
formações serem inadequadas, consequentemente a assistência prestada é
ineficiente. (SOUZA; KANTORSKI; MIELKE, 2006).
25
4 PERCURSO METODOLÓGICO
4.1 Abordagem Metodológica
Tratou-se de um estudo qualitativo descritivo, tipo relato de experiência.
Turano (2005) refere-se a um estudo qualitativo como aquele capaz de
agrupar a questão do significado e da intencionalidade como essenciais aos atos, às
relações, e às estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu começo
quanto na sua transformação, como construções humanas significativas.
Os métodos qualitativos são métodos das ciências humanas que
pesquisam, explicitam, analisam fenômenos (visíveis ou ocultos). Esses
fenômenos, por essência, não são passíveis de serem medidos (uma
crença, uma representação, um estilo pessoal de relação com o outro, uma
estratégia face um problema, um procedimento de decisão [...]), eles
possuem as características específicas dos “fatos humanos”. O estudo
desses fatos humanos se realiza com as técnicas de pesquisa e análise
que, escapando a toda codificação e programação sistemáticas, repousam.
(HOLANDA, 2006, p. 363).
Segundo Marconi e Lackatos (2002) os estudos descritivos consistem em
investigações de pesquisa empírica, cuja finalidade é o delineamento ou análise das
características de fatos e fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de
variáveis principais ou chave.
O relato de experiência trata-se de um trabalho no qual o pesquisador
compartilhará a sua experiência vivenciada. Essa experiência tem que ser
significativa para o campo do qual o trabalho se pauta. (LUCHESI; CARDOSO,
2012).
Santana et al. (2014) revelam também que o relato de experiência é um
documento onde se deve armazenar todo o percurso de uma experiência em
estágio, pesquisa de iniciação científica, projeto de extensão, participação em
movimento estudantil/associativo ou quaisquer outras experiências vivenciadas pelo
acadêmico.
4.2 Cenário da Pesquisa
O encontro aconteceu em uma unidade de ESF na cidade de Leandro
Ferreira-MG, onde a consulta foi realizada com conforto, tranquilidade e discrição.
26
Leandro Ferreira está situada no interior do centro-oeste mineiro, a 150 km da
capital Belo Horizonte, com 3.296 habitantes, sendo que um terço dessa população
não é alfabetizado, tendo como maior fonte de renda a agropecuária. A cidade
também é conhecida popularmente como “a Cidade da Fé”, denominação dada por
fiéis da Igreja católica, pelo fato de ter na cidade o mausoléu de Padre Libério, por
quem os fiéis da região centro-oeste deste estado têm uma grande adoração.
(PREFEITURA DE LEANDRO FERREIRA, 2013)
A estrutura física da unidade de ESF de Leandro Ferreira é composta por
quatro consultórios multiprofissionais, um consultório de odontologia, um consultório
de pré e pós-consulta, uma sala específica para vacinação, um espaço que é
utilizado para realizar medicações e atendimentos de urgência, duas salas para
observação, uma sala destinada à realização de eletrocardiograma, uma sala
específica para curativos, uma sala exclusiva para nebulização, uma sala onde
funciona a epidemiologia, um laboratório, um espaço para realização de exercícios
físicos, almoxarifado, recepção e sala de espera para os pacientes.
A unidade ESF de Leandro Ferreira possui 1.101 famílias cadastradas,
totalizando 3.331 pessoas registradas.
4.3 Seleção do sujeito e coleta de dados
Com a finalidade de otimizar a coleta de dados, a mesma ocorreu em três
momentos: no primeiro momento a pesquisadora e as sete agentes de saúde
comunitárias (ACS’s) realizaram uma busca ativa nos prontuários de clientes com
idade superior a 18 anos, identificando quantos e quais eram os clientes usuários de
psicotrópicos escritos no ESF de Leandro Ferreira, perfazendo um total de 12 horas
de atividades, no dia 26 de junho e nos dia 02 a 04 de julho de 2014, sendo então
realizada a escolha do sujeito que preenchia os seguintes requisitos de inclusão:
ser brasileiro; ter idade superior a 18 anos; ser alfabetizado; fazer uso indiscriminado
de psicotrópicos de acordo com os prontuários médicos; concordasse em participar
do estudo e para isso assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(ANEXO I).
No segundo momento, dia 29 de junho, a pesquisadora entrou em contato
com o sujeito da pesquisa, apresentou os objetivos do trabalho e formalizou o
convite e o mesmo assinou o TCLE. Finalmente, no dia 30 de junho, terceiro
27
momento, no período de 17 horas às 19 horas, fez-se a consulta de enfermagem
sendo, então, realizada a coleta de dados e o exame físico. Houve, neste encontro,
a oportunidade da pesquisadora orientar o sujeito sobre os malefícios do uso
indiscriminado de psicotrópicos. A consulta de enfermagem foi gravada e
posteriormente transcrita com a finalidade de não haver perda de dados. A consulta
de enfermagem é legalizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) onde
é possível realizar atividade de observação. (MACHADO; LEITÃO; HOLANDA,
2005). Os mesmos autores ainda definem:
A consulta de enfermagem é uma atividade independente, realizada pelo
enfermeiro, cujo objetivo propicia condições para melhoria da qualidade de
vida por meio de uma abordagem contextualizada e participativa. Além da
competência técnica, o profissional enfermeiro deve demonstrar interesse
pelo ser humano e pelo seu modo de vida, a partir da consciência reflexiva
de suas relações com o indivíduo, a família e a comunidade. (MACHADO;
LEITÃO; HOLANDA, 2005, p.724).
Gomes e Oliveira (2005) afirmam também que na consulta de enfermagem
acontece à educação em saúde por parte do enfermeiro, o momento proporciona a
ralação entre profissional/cliente com orientações exclusiva do enfermeiro, a
consulta de enfermagem é uma forma de relacionamento entre o enfermeiro e a
equipe de saúde assim como o enfermeiro e a população.
Segundo Polit, Beck e Hungler (2004), na pesquisa de Enfermagem, os
métodos de observação têm ampla aplicação, principalmente nas investigações
clínicas. Os métodos de observação podem ser usados para reunir informações
sobre as características e as condições dos indivíduos, a comunicação verbal e nãoverbal.
4.4 Sujeito da Pesquisa
O sujeito da pesquisa era uma jovem adulta de 34 anos, cor parda, natural de
Bom Despacho-MG, ensino fundamental incompleto, solteira, residente em Leandro
Ferreira. Foi escolhida por ser brasileira, já ter atingido a maioridade, ser usuária de
medicamentos psicotrópicos e ter aceitado o convite de participar do trabalho,
assinando o TCLE, obedecendo assim aos critérios de inclusão.
28
4.5 Aspectos éticos
Como se tratou de um estudo que envolveu seres humanos foi observado os
aspectos éticos vigorantes na Resolução nº 466/2012. Brasil (2012) que revela os
códigos éticos, garantindo o anonimato e o sigilo dos indivíduos pesquisados e
determina que o clieente deveria assinar o TCLE.
Foi também solicitada a autorização ao enfermeiro do ESF (APÊNDICE A)
para a realização da consulta de enfermagem.
Em relação aos nomes citados pelo sujeito, os mesmos foram trocados com a
finalidade de preservar a identidade dos envolvidos.
4.6 Tratamentos dos Dados
Após transcrição dos dados coletados e avaliação do exame físico, os dados
foram considerados e embasados com literatura específica pertinente ao tema
publicado em um tempo máximo de 13 anos e foi utilizado um total de 36
publicações.
29
5 RESULTADOS
Os resultados foram revelados, tendo a finalidade de atingir os objetivos
propostos pelo estudo.
5.1 Busca ativa de usuários de medicamentos psicotrópicos
Sabendo-se que o município de Leandro Ferreira possuía 434 inscritos no
ESF com maior idade que eram usuários de psicotrópicos, ao realizar a busca ativa,
foram detectadas que as mulheres eram as que mais faziam uso de medicamentos
psicotrópicos, enquanto que os homens eram os maiores usuários de drogas lícitas,
desconsiderando o uso de medicamentos, como pode ser detectado nas tabelas 1 e
2.
TABELA 1 - Distribuição do uso de psicotrópicos pelos homens cadastrados no ESF
de Leandro Ferreira de acordo com os prontuários médicos em jun. 2014.
Total
Idade
Medicamentos Drogas lícitas Drogas ilícitas
N
%
N
%
N
%
N
%
18 –l 30 anos
82
49,1
2
5,1
1
100
85
41,0
30 –l 40 anos
11
6,6
4
10,2
0
0
15
7,2
40 –l 50 anos
21
12,6
11
28,2
0
0
32
15,5
50 –l 60 anos
14
8,4
10
25,7
0
0
24
11,6
≥ 60 anos
39
23,3
12
30,8
0
0
51
24,7
Total
167
100
39
100
1
100
207
100
Fonte: dados ESF de Leandro Ferreira, 2014.
TABELA 2 - Distribuição do uso de psicotrópicos pelas mulheres cadastradas no
ESF de Leandro Ferreira de acordo com os prontuários médicos em jun. 2014.
Total
Idade
Medicamentos Drogas lícitas Drogas ilícitas
N
%
N
%
N
%
N
%
20
18 –l 30 anos
18
9,0
2
7,4
0
0
8,8
22
30 –l 40 anos
19
9,6
2
7,4
1
50
9,7
61
40 –l 50 anos
47
23,8
13
48,2
1
50
26,9
52
50 –l 60 anos
45
22,7
7
26,0
0
0
22,9
72
≥ 60 anos
69
34,9
3
11,0
0
0
31,7
Total
198
100
27
100
2
100
227
100
Fonte: dados do ESF de Leandro Ferreira, 2014.
É importante salientar que 100% dos clientes averiguados eram usuários de
um tipo de droga, sejam as lícitas, representadas pelo cigarro e bebidas alcoólicas,
30
as ilícitas ou medicamentosas, porém, apenas três, um homem e duas mulheres,
revelaram ser usuários de drogas ilícitas.
Em estudo realizado por Neves Junior e Bitar em um centro universitário de
Minas Gerais no ano de 2009, foi detectado que 20,3% das mulheres e em
contrapartida 28,8% dos homens pesquisados já haviam feito uso de drogas ilícitas,
sendo importante revelar que dentre as drogas utilizadas estavam as de uso oral,
injetável e as de consumo através das vias respiratórias. (NEVES JUNIOR; BITAR,
2013).
Já em estudo realizado por Frantz et al. (2011) com 1.326 adolescentes
estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola estadual em Porto
Alegre, houve um maior consumo de drogas ilícitas por adolescentes do sexo
feminino, e o álcool foi a droga mais utilizada pelos dois gêneros.
5.2 Consulta de enfermagem
A consulta de enfermagem foi transcrita na sua integralidade e o exame físico
revelado a seguir, sendo importante salientar que as observações pertinentes e
relevantes serão realizadas quando necessário:
5.2.1 Entrevista
30/06/2014;
Identificação: C. R. M.; DN: 11/11/79; 34 anos; parda; solteira;
ensino fundamental incompleto.
Queixa principal: Sem queixas no momento da consulta.
História pregressa: Negou patologias, esteve internada há oito
anos por ingerir uma grande quantidade de medicamentos.
Relatou ter tido “alergia do femproporex”, mas mesmo assim,
não interrompeu o uso.
Em busca de maiores informações, detectou-se no prontuário
preenchido pelo médico, que a mesma havia tido pitiríase
rósea.
31
Azevedo e Dultra (2012) evidenciaram em seu estudo realizado em Goiânia,
no período de janeiro a junho de 2012, que estatisticamente as internações por
grande ingestão de medicamentos provêm de tentativas de autoextermínio, no
seguinte estudo eles observaram que 67% dos casos foram diagnosticados
pacientes depressivos, e grande maioria correlacionada com término de namoro.
Beers e Berkow (2001) afirmam que pitiríase rósea é uma dermatose
inflamatória, leve, de causa desconhecida, caracterizada por lesões descamativas e
curso autolimitado. Seus sinais e sintomas são placas, geralmente localizadas no
tronco, essas erupções podem ocorrer de cinco a dez dias. A lesão inicial é
discretamente eritematosa, de coloração rósea ou castanho-clara, com um formato
oval. As lesões podem persistir até dois meses, porém é raro, o desaparecimento
espontâneo leva cerca de quatro a cinco semanas.
História familiar: mãe e irmã hipertensa, pai cardiopata, negou
patologias oncológicas.
As doenças cardiovasculares são as causas mais comuns de mortalidade e
morbidade no Brasil e no mundo, tendo vários fatores de risco, dentre eles a
hereditariedade. O histórico familiar de várias patologias reflete uma hereditariedade
multifatorial em que a susceptibilidade determina-se pelo conjunto de números de
genes que vão interagir com o estilo de vida que a pessoa leva. (LEITE, et al., 2013).
Baseando-se nas citações acima, pode-se inferir o risco da cliente um dia
evoluir com algum tipo de patologia cardíaca, uma vez que possui parentes de
primeiro grau portadores de doenças cardiovasculares e era usuária de
medicamentos psicotrópicos.
Marques e Ribeiro (2006) informam que o uso crônico de psicotrópicos, em
especial as anfetaminas, levam a complicações clínicas, como infarto agudo do
miocárdio, cardiopatias irreversíveis, vaso espasmos sistêmicos e edema agudo de
pulmão.
História obstétrica: G(0) P(0) A(0). Relatou que era sexualmente
ativa, usava como contraceptivo “condom masculino”. Estava
em dia com o exame citopatológico.
32
Hábito, costume e social: Fazia três refeições diárias, sendo
café da manhã, às 6:30 horas (café preto, pão com presunto e
muçarela), almoço 11:00 horas (bife e salada), e um lanche à
tarde (pão com manteiga e café preto), informou que não fazia
refeições fora de casa.
Trabalhava em uma fábrica de calçados, com carga horária de
nove horas diárias, estava exposta a ruídos, e agentes
químicos como: cola, solvente, halogênio e todas as atividades
eram executadas em pé.
Não praticava atividade física, era etilista social, negou
tabagismo, e uso de drogas ilícitas, exceto medicamentos.
Caderneta vacinal em dia e revelou que sofria períodos de
insônia.
Fazia uso contínuo dos seguintes medicamentos: Femproporex
25 mg; Sibutramina 15 mg; Alprazolam 1 mg; Fluoxetina 20 mg.
As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) na maioria das vezes são
ocasionadas por fatores modificáveis como tabaco, alimentações inadequadas, uso
de álcool, obesidade e a inatividade física. As DCNT são responsáveis por
aproximadamente 60% dos óbitos e estimativas indicam que estas doenças podem
ser prevenidas com a realização de um volume suficiente de atividade física.
(MALTA et al., 2009).
Fernandes e Morata (2002) afirmam que agentes físicos como ruído, calor,
vibrações, pressões e radiações e agentes químicos, como poeira, gases e vapores
são alguns do estressores encontrados no ambiente de trabalho e estes podem
trazer vários malefícios à saúde do trabalhador, como alteração no funcionamento
de todo o organismo e no sono, a sensibilidade a estes agentes aumenta podendo
causar acidentes de trabalho. Estes agentes combinados podem trazer uma série de
efeitos maléficos sobre a saúde e bem-estar do trabalhador.
Segundo
Souza
e
Rau
(2010)
o
femproporex
e
sibutramina
são
medicamentos anorexígenos, indicados como moderadores de apetite para pessoas
com obesidade mórbida.
Femproporex é um anorexígeno anfetamínico que no organismo é
metabolizado em anfetamina, é absorvido no trato gastrointestinal e se distribui por
33
todos os tecidos, porém se encontra em grande concentração no SNC.
(CERQUEIRA, et al., 2011).
Pode causar reações adversas como tensão, insônia, ansiedade, arritmia
cardíaca, hipertensão, boca seca, alteração na libido e, além disso, seu uso crônico
pode causar dependência psíquica ou tolerância. (DESOBESI-M, 2009).
A sibutramina bloqueia a recaptação da noradrenalina, de serotonina e da
dopamina, proporciona a saciedade e aumenta o gasto energético termogênico. É
uma amina terciária que foi primeiramente desenvolvida como um antidepressivo.
Por causa de seu mecanismo de inibição da recaptação de noradrenalina, a
sibutramina tem o potencial de elevar a pressão arterial. (SOUZA; RAU, 2010).
O alprazolam é uma medicação do grupo benzodiazepínico (BDZ), um
análogo triazolo 1,4 benzodiazepina. É considerado um BDZ de alta potência e meia
vida intermediária de 12 a 16 horas. (STOPPE, 2004).
O
alprazolam é indicado para tratamento
de ansiedade e
outras
manifestações, como a abstinência do álcool, tratamento do transtorno do pânico,
com ou sem agorafobia. (ALPRAZOLAM, 2012).
A fluoxetina é indicada no tratamento da depressão, associada ou não com
ansiedade, bulimia nervosa e distúrbio obsessivo-compulsivo. (CLORIDATO, 2005).
Carlini et al. (2009) relatam que a fluoxetina é um antidepressivo que, quando
administrado concomitantemente com pelo menos 94 substâncias medicamentosas,
entre elas carbamazepina, alprazolam, diazepam e sibutramina, pode trazer
interações indesejáveis.
Mediante ao relato do uso contínuo e indiscriminado de psicotrópicos
relatados no prontuário, foram feitas as perguntas a seguir:
Há quanto tempo você faz o uso deste medicamento
psicotrópico?
“Deixa eu ver....eu tinha 17 anos quando eu comecei, 17!”
Lungwtz e Gerenutti (2012) esclarecem que o tempo de uso recomendado
para anfetamínicos é de quatro meses, pois o uso crônico desta substância pode
trazer graves consequências, como o desenvolvimento de esquizofrenia paranoide,
alucinações táteis, auditivas ou visuais. Os efeitos adversos causados pelos
34
anorexígenos incluem convulsões, alterações no eletroencefalograma, psicoses,
ansiedade, euforia, depressão, disfonia, irritabilidade, tensão, insônia, tremor,
midríase, dor de cabeça, hipertensão ou hipotensão, angina e colapso circulatório.
Qual a quantidade utilizada diariamente?
“O que eu tomo mesmo? Uma semana eu tenho o
femproporex, aí passam, vamos dizer uns quinze dias, eu já
não tenho, aí vem o outro, vem o sibutramina, tem dia que eu
tomo até três comprimidos, depende, o dia que eu tô com muita
fome o dia que eu tô mais nervosa... é isso que acontece [...]
Alprazolam eu não tô tomando porque eu não tô indo no posto
pegar, ele é de uso contínuo, porque foi a Dra. Joana que me
passou, por conta da minha pressão. Aí eu tinha que tomar
todo dia, mas só que ele me deixa triste, eu choro, é muito
ruim, então, eu não tomo ele não”.
Henning, Wiens e Sanches (2011) afirmam que a subdosagem dos
medicamentos citados, femproporex e sibutramina, priva o consumidor de um
tratamento adequado e pode interferir na resposta desejada.
Plavnik (2002) afirma que a hipertensão de origens secundárias estão
relacionadas a várias causas modificáveis, como por exemplo, as induzidas por
substâncias ou drogas. Entre estas substâncias ou drogas estão as anfetaminas, os
antidepressivos, esteroides, e esteroides sexuais.
Auchewski et al. (2004) informam que a depressão e a distimia que é
diferenciada das demais depressões por apresentar sintomas mais leves e
contínuos, como falta de prazer, divertimento na vida e pelo constante sentimento de
negatividade, podem ocorrer consequentemente ao uso de alprazolam e
clonazepam.
Como você teve conhecimento dos mesmos?
“Eu fui ao médico, ele era um clínico geral, eu fiquei sabendo
que ele estava passando remédio pra emagrecer, então
marquei uma consulta e ele me receitou os medicamentos. Ia
35
todo mês, fiz o controle direitinho, durante anos, só que depois
proibiram, [...] agora eu tenho um pouco de dificuldade, porque
tá em falta a sibutramina, não tem, o femproporex ele vem lá
[...] de fora do Brasil lá [...] do Paraguai, vem fácil, muito fácil,
eu nem sei se é original. Tomo!!!”
De acordo com a RDC Nº 52, de 6 de outubro de 2011, foi decretada a
proibição do uso das substâncias anfepramona, femproporex e mazindol, seus sais
e isômeros, bem como intermediários e medidas de controle da prescrição e
dispensação de medicamentos que contenham a substância sibutramina. (BRASIL,
2011).
Silva (2012) afirma que apesar de existirem legislações e órgão de vigilância,
as falsificações e contrabando ocorrem com grande frequência e, principalmente, em
países menos desenvolvidos, a maior parte dos medicamentos falsificados vem do
Paraguai ou Bolívia, já que no Brasil não foram encontrados fabricantes de
medicamentos falsificados. A autora também assegura que nesses produtos existem
substâncias tóxicas e inócuas que podem trazer sérios danos à saúde.
Hoje, como você tem acesso a este medicamento psicotrópico?
“Eu tenho acesso através de um amigo meu de Belo Horizonte
que manda pra mim, sempre quando eu preciso é só ligar pra
ele, agora eu não vou a médico mais, já compro, compro
também na farmácia do José, lá em Nova serrana, e os de uso
contínuo, eu pego receita no posto.”
O ideal seria que a cliente fizesse o acompanhamento médico e o mesmo
receitasse os medicamentos indicados com as dosagens corretas mediante as
necessidades da cliente, e que essa não tivesse acesso aos medicamentos sem
receita nas farmácias, impossibilitando-a assim de fazer o uso indiscriminado desses
medicamentos psicotrópicos.
A busca pelo ’’corpo perfeito’’ não requer apenas a seleção minuciosa de
alimentos, é necessário também associação com medicamentos para emagrecer,
fazendo com que a busca por estes medicamentos seja cada dia mais preocupante,
36
pois nem sempre estes medicamentos são adquiridos de forma correta, aumentando
ainda mais o risco à saúde. (PRIMO; SILVA, 2011).
Silva e Mella (2008) alegam que algumas farmácias ainda infringem a lei,
visando no medicamento um meio de ganhar dinheiro, não dando a mínima
importância aos graves riscos que o mesmo possa trazer para o usuário.
De acordo com o Andrade, Andrade e Santos (2004), o receituário médico
concebe a tradução por escrito da autorização médica, permitindo ao paciente obter
o medicamento e serve também para instruir sobre o tratamento. A receita é um
documento legal que obedece a legislações específicas.
O que te motivou a fazer o uso deste medicamento
psicotrópico?
“Odeio ser gorda, tenho muita vontade de emagrecer e tomo só
por causa disso [...].”
Henning, Wiens e Sanches (2011) relatam que as mulheres são grandes
consumidoras de medicamentos anorexígenos por existir uma sociedade que cultua
um padrão de beleza com corpos esculturais.
Já fez o uso de outros medicamentos psicotrópicos?
“Não, sempre usei somente estes. A fluoxetina, tomo de vez
em quando, não é todo dia não, esse eu pego no posto, eu
não, a minha irmã pega, eu vou lá e pego dela.”
Segundo Caramelli (2001) para encurtar os caminhos para obtenção do alívio
para os incômodos, diante de quaisquer sintomas, o brasileiro se vê impulsionado a
utilizar medicamentos populares, prescritos a familiares ou de indicações leigas,
feitas por amigos, parentes mais próximos ou mesmo do farmacêutico.
Hoje você conseguiria viver sem fazer uso desse medicamento
psicotrópico?
“Não, porque eu fico triste, choro, fico desanimada, eu fico
falando demais, e, quando eu tô tomando ele, eu fico tranquila,
sem ele eu fico me achando mais gorda, esses dias não tô
37
conseguindo nem me olhar no espelho, minhas costas, tá cheia
de gordura, minha barriga tá dobrando, não consigo ficar sem
ele [...].”
A distorção da imagem corporal foi mencionada pela primeira vez por um
psiquiatra entre as décadas de 60 e 70, como um distúrbio de uma paciente com
anorexia nervosa na percepção de seu corpo, a partir dai pacientes avaliadas
clinicamente demonstravam um receio exagerado de ganhar peso, sendo este o
primeiro passo para incorporar o “medo doentio de engordar” como característica
psicopatológica da anorexia nervosa, juntamente com o emagrecimento, a distorção
da imagem corporal. (ABREU; CANGELLI FILHO, 2004).
Você já tentou interromper o uso deste medicamento
psicotrópico?
“Muitas vezes, não consigo, porque eu fico me sentindo gorda,
muito desanimada, um sono que só Jesus, dá muita preguiça
de levantar, de trabalhar, de tudo, pra mim, esse remédio é
muito bom!”
Tiengo, Nogueira e Marques (2013) observaram que a maioria dos usuários
de psicotrópicos tenta suspender o uso sem orientação médica, o que leva ao
insucesso da interrupção dos medicamentos.
Quais foram as dificuldades encontradas na abstinência dos
medicamentos?
“Às vezes eu ficava tremendo, tinha dor de cabeça, nervosa e
não conseguia dormir, já fiz tratamento com psicóloga e não
consegui, fiz durante oito meses quase um ano, fui no
psiquiatra, porém eu não via resultados, não tinha paciência
para continuar com o tratamento, na verdade nem nesse
período eu parei de tomar o remédio porque o psiquiatra me
indicou para um endocrinologista, eu fiz a dieta direitinho, só
que a própria médica falou que eu não poderia tirar os
remédios de uma vez [...].”
38
Os sinais e sintomas que na abstinência de anfetaminas são caracterizados
por ansiedade, agitação, redução de energia, lentificação e humor depressivo. Já
com os ansiolíticos e hipnóticos a abstinência trará exatamente os sinais e sintomas
que eles combatem, isto é, abstinência com fortes crises de angústia e insônia, além
da distonia do sistema nervoso autônomo, acompanhados de tonturas, tremores,
hipersudorese e queixas digestivas. (SOUZA, 2011).
Os efeitos colaterais de psicotrópicos originam a dependência, surge um vicio
difícil de ser controlado, o que logo se resulta em intervenções de profissionais da
saúde, incluindo além do psiquiatra sessões de terapia com psicólogos. (SPILLERE,
2011).
Você associa o uso de outro psicotrópico, como por exemplo:
tabaco, álcool ou até mesmo outro medicamento?
“Não, só álcool.”
A interação de álcool e benzodiazepínicos pode ocasionar depressão
respiratória grave e fatal devido ao sinergismo do efeito depressor. Quando usados
em um mesmo momento, pode evoluir com quadro de intoxicação grave, mesmo
que o indivíduo beba socialmente. (AUCHEWSKI et al., 2004).
O uso decorrente deste medicamento psicotrópico afetou o seu
convívio familiar?
“Sim... Fico muito nervosa quando eu não tô tomando ele,
então fica difícil, minha irmã pede pra eu parar, e o pessoal lá
de casa, eles veem que eu tô gorda, eu sei que eu tô e eles
não me falam, eles falam que assim não tá bom, porque eles
tem medo deu ficar igual a uma época, em que eu tomava
muito comprimido, eu tomava assim oito comprimidos por dia,
eu chegava lá em casa de tarde, eu andava dopada, dopada
mesmo,[...] eu namorava e ele falava: você tá tão ruim hoje, eu
ficava assim, parada de tão dopada que eu ficava, porque eu
tinha muito remédio, ele era muito fácil de conseguir,
principalmente porque onde eu trabalhava tinha farmácia
39
embaixo, o farmacêutico conseguia três quatro caixas pra mim,
e eu tomava elas assim, em [...] quinze dias, eu tomava três
caixa de comprimido, eu pesei 58 kg, e eu me sentia muito
realizada, muito feliz nossa, e minha família não queria me ver
assim, dopada, eu dormia, deitava na cama seis horas da
tarde, eu não queria namorar, quando eu to tomando esse
remédio meu libido cai, só queria ficar aqui em casa quietinha,
de boa no meu canto, sem mexer com ninguém, e ninguém
gosta de ver a gente assim, o femproporex não tira muito não,
mais a sibutramina, tira tudo, eu só queria viver dentro do
quarto, e tava super satisfeita.”
Segundo Kawashima e Rumin (2011) as pessoas com transtornos
alimentares tendem a ser mais passivas, isoladas, não estabelecem um convívio
social de maior proximidade, deixam de frequentar a casa de amigos, familiares e
não os recebem em casa.
Assim como a fluoxetina e a sertralina, os anorexígenos, sibutramina
possuem diversos efeitos colaterais como por exemplo a diminuição da libido.
(RIBEIRO; CARVALHO, 2009).
Você tem conhecimento para que realmente esse medicamento
psicotrópico é utilizado?
“Não é pra emagrecer não? Então pra que é então?”
Ossovski et al. (2010) afirmam que sobre a utilização de antidepressivos,
sedativos e anorexígenos, a maioria dos usuários fazem uso destes medicamentos
sem ter indicação médica e por consequência sem nenhum conhecimento sobre o
medicamento.
Você se sente dependente deste medicamento psicotrópico?
“Sinto [...]. Teve época que eu vivia tomando remédio, eu
tomava remédio nove horas da manha, depois meio dia outro,
depois duas horas outro, qualquer coisa que me abalava, igual
eu estou hoje, eu vou direto aos remédios, eu penso assim, eu
40
vou tomar o remédio, eu vou ficar ótima, vai passar eu vou
esquecer isso, isso não tá na gente, igual eu falo, julgar é muito
fácil, difícil é viver, eu já tomei vinte femproporex de uma vez
em um dia, quando eu terminei com o meu namorado, eu não
queria morrer, eu queria ficar bem, eu queria esquecer aquilo,
então eu fui tomando, tomando, aí na hora que eu vi que eu
tava ruim demais, eu tive que pedir ajuda e eu fui levada para o
pronto-socorro, fizeram lavagem em mim e eu fiquei três dias
internada, quase morri. Isso é porque, quando acontece um
problema comigo, eu vou no remédio, eu acho que eu vou ficar
bem, que ele vai me ajudar a ficar controlada e não é, aí,
quanto mais eu tomo, mais eu fico nervosa e agitada. Porém
hoje eu não faço isso porque ele é difícil de conseguir, porque
senão eu fazia, hoje eu não esperdiço ele, antigamente não, eu
não tava
nem aí, porque ele vinha tão fácil pra mim, ano
passado ele tava muito fácil pra mim, porque a polícia prendeu
um monte de sibutramina, aí esse meu amigo me mandou dez
caixa, eu tomei ela e em três meses eu emagreci 08 kg e eu
achei o máximo.”
Segundo Spillere (2011) os inibidores de apetite derivados das anfetaminas
são medicamentos que atuam no SNC, podendo levar à dependência química e,
consequentemente, mudanças no comportamento do indivíduo que utiliza esta
medicação. Partindo deste aspecto, esta questão envolve diversas transformações
de cunho social, psicológico e neurológico que podem afetar a vida do indivíduo.
A mesma autora ainda informa que diante do exposto, pode-se verificar que a
falta de controle público sobre o acesso de medicamentos anorexígenos tende a
desencadear a dependência por meio do consumo contínuo da medicação, pois os
indivíduos procuram o modo de tratamento mais rápido devido as várias identidades
exercidas na sociedade, o que acaba gerando um desequilíbrio emocional, sendo
que estes são ocultos por meio de uma aparência de cura específica e não uma
transformação a longo prazo.
41
Você já recebeu alguma orientação dos profissionais da saúde
sobre o uso deste medicamento psicotrópico?
”Já, tenho uma amiga que é enfermeira, ela já falou muito pra
mim, ela já pesquisou, mandou e-mail pra mim, e eu já vi
muitas reportagem que falava tudo que eu passei, que no
começo você começa a tomar um comprimido, aí você acha
que você tá bem e depois você vai aumentando tudo, a médica
e até o farmacêutico já me falaram que isso prejudica demais,
faz o cabelo cair, faz um monte de coisa, mais só que pra mim,
falar isso comigo é mesma coisa de não tá falando nada.”
Na assistência de enfermagem, o enfermeiro tem um desempenho importante
na orientação quanto ao uso indiscriminado de medicamentos anorexígenos,
sobretudo sem indicações para o tratamento de obesidade, orientando também
quanto aos efeitos adversos e complicações que estes fármacos podem causar além
de estimular o paciente a aderir às mudanças necessárias no estilo de vida.
(COSTA; MOURA; GOMES, 2008).
O papel do farmacêutico é de orientar o paciente sobre a ação de
determinado medicamento e as consequências de um uso indiscriminado do
mesmo, uma vez que a maioria dos medicamentos para obesidade são fórmulas que
visam à diminuição da hiperfagia. (BORSATO et al., 2008).
O uso destes medicamentos psicotrópicos já te trouxe algum
tipo de malefício?
”Já sim [...], vários, só o fato de ficar nervosa, às vezes não
tinha dinheiro pra comprar porque eles são caros, agora não
porque esse moço consegue pra mim de graça, mais um tempo
atrás nossa, eu já paguei até 500 reais em farmácia [...], ele já
me deu mancha, um monte de manchinha branca que coça, aí
o medico descobriu uma doença que chama tiriça rósea, acho
que isso [...]. Por conta de medicamentos demais, fiquei uns
seis anos vomitando, agora que eu parei, tem um tempinho que
eu parei, eu não consigo me olhar no espelho, essa semana,
por exemplo, eu nem olhor direto no espelho, minhas calças
42
ficam apertadas, às vezes nem tá [...], sei que é da minha
cabeça, minha perna fica muito grossa, minha bunda eu odeio,
e teve uma época que eu não comia nada.”
De acordo com Abreu e Cangelli Filho (2004) a bulimia nervosa é uma
patologia onde após a ingestão dos alimentos, geralmente exacerbada, o paciente
auto-induz vômitos devido a um sentimento de culpa.
O que você diria para uma pessoa que está querendo iniciar,
ou iniciou o uso de um medicamento psicotrópico sem
orientação médica ou de forma indiscriminada?
“Pra nunca tomar, nunca tomar, eu acho que não deveria,
porque é tão bom ser normal, não ter que tomar esse remédio
todos os dias, não ter essa obsessão de ter que tomar, dá nove
horas, minha boca parece que vai ficando seca, de sete até
nove, depois, meio dia, quatro horas da tarde, quando dá
horário, eu fico doida, às vezes nem é ele, se eu tomar um
remédio qualquer às vezes passa, entendeu?”
Chaves et al. (2011) referem-se à fissura pela droga como uma necessidade
indispensável do corpo, para vida comparada com a fome. A impossibilidade de
saciá-la causa forte sofrimento e o indivíduo é tomado por pensamentos obsessivos
que envolvem maneiras de obtenção da droga ou até mesmo o dinheiro para
consegui-la.
De acordo com Oliveira (2008, p. 10) placebo é: “[...] substância ou
preparação inativa administrada para satisfazer a necessidade simbólica do paciente
por terapia com medicamentos, [...].”
5.2.2 Exame físico
Bom estado geral, higienizada, corada, hidratada com
umidade, textura, elasticidade e tugor da pele preservados.
Ausência de cicatrizes, edemas e lesões elementares.
43
Consciente, alerta, orientada no tempo e espaço, algo agitada,
força
muscular
de
membros
superiores
inferiores
e
deambulação preservadas. Sensibilidade dolorosa ao toque e
calor. Não apresentou alterações à realização dos testes dos
nervos cranianos.
Cabeça simétrica, couro cabeludo íntegro e limpo, cabelos com
implantação normal, distribuição e quantidade dos cabelos
uniforme de cor preta.
Face atípica, pápulas difusas, com expressão de desânimo.
Sobrancelhas
alinhadas
e
contínuas,
pálpebras
sem
alterações, cílios presentes, conjuntiva palpebral rósea e bulbar
transparente, olhos simétricos, córneas translúcida, pupilas
isocóricas, globo ocular sem alterações, acuidade visual
preservada.
Orelhas
com
implantação
simétrica
e
boas
condições
higiênicas do pavilhão auricular, acuidade auditiva preservada,
linfonodos auriculares impalpáveis.
Nariz simétrico, bom estado higiênico, seios paranasais sem
alterações.
Lábios e mucosa oral corada, gengivas íntegras e hidratadas,
dentes naturais preservados em bom estado, língua levemente
úmida, róseo-avermelhada com protusão simétrica.
Garganta com ausência de exsudato. Hálito dentro da
normalidade.
Pescoço com mobilidade ativa, glândulas salivares e linfáticas
não perceptíveis à palpação. Pulso carotídeo presentes e
simétricos, sem engurgitamento de jugulares.
Tórax
com
ausência
de
abaulamento
e
retrações.
Expansividade torácica simétrica, amplitude da respiração
superficial, eupneica, frêmito torocovocal presente, som
fisiológico, murmúrio vesiculares preservados, tosse sem
expectoração.
Normocardica, bulhas normorítmicas normofonéticas, pulsos
ritmos e cheios.
44
Mamas simétricas, sem presença de nódulos e excreção
mamilar.
Abdome plano, cicatriz umbilical levemente retraída, ruídos
hidroaéreos positivos, ausência de massas, líquidos, e queixa
de dor. Fígado e baço não palpáveis e indolor à manipulação,
sinais de Piparote e Giordano negativos.
Eliminações intestinais e diurese características. Sem queixas
nenhuma queixa referente ao sistema geniturinário.
Movimentações
articulares
totais,
deambulação
sem
anormalidade.
PA = 140 x 10 mmHg.
FR = 18 irpm.
FP = 74 bpm.
TAX = 36,3 ºC.
Peso = 68 Kg.
Altura = 1,70 m.
IMC = 23,52 Kg/m2.
Após a realização do exame físico céfalo caudal foi identificado um índice de
massa corpórea (IMC) de 23,52 e como anormalidade os níveis pressóricos que
eram de 140 x 100 mmHg, considerados elevados.
De acordo com Brasil (2006) o IMC é a medida para se detectar obesidade e
é muito utilizado na prática clínica. Estes índices se dão pela relação entre o peso e
a altura e expresso em Kg/m2 como revelado no QUAD. 1:
QUADRO 1 – Classificação de IMC.
CLASSIFICAÇÃO
Baixo Peso
Normal
Sobrepeso
Obesidade
VALORES IMC
<18,5,
Entre 18,5 e 24,9
Entre 25 e 29,9
≥ 30
FONTE: BRASIL, 2006
Os níveis pressóricos normais tanto em crianças quanto em adultos são de
suma importância, uma vez que já se sabe de longas datas que são vastas
45
complicações decorrentes dos níveis elevados da pressão arterial, quando
recorrentemente causam morbidades e mortalidades significativas (VIEIRA NETO,
2001).
O mesmo autor defende que a classificação em adultos é fundamentada em
duas ou mais medidas, depois da triagem inicial, os níveis de referência estão
expostos no QUAD. 2:
QUADRO 2 - Níveis de referencia para uma pressão arterial normal
Considerada como ótima
Normal
Normal alta:
Pressão sistólica
< 120mmHg
120 mmHg a
129 mmHg
130 mmHg a
130 mmHg
Pressão diastólica
< 80 mmHg
80 mmHg a 84 mmHg;
85 mmHg a 89 mmHg.
FONTE: VIEIRA NETO, 2011.
5.3 Conduta
A cliente foi orientada quanto ao uso de medicação sem indicação médica,
uso abusivo dos medicamentos, assim como aconselhada a procurar profissionais
que irão lhe auxiliar no abandono dos medicamentos psicotrópicos, e fazer um
controle clínico para criar hábitos saudáveis, proporcionando a si mesma, melhores
condições de vida.
O enfermeiro desempenha função importante para a população, pois
participa de programas e atividades de educação em saúde, visando à
melhoria da saúde do indivíduo, da família e da população em geral. Sendo
ele um educador, está inserido no contexto que norteia a educação em
saúde, visto que é necessário orientar a população, e mostrar alternativas
para que esta tome atitudes que lhe proporcionem saúde em seu sentido
mais amplo. (OLIVEIRA; GONÇALVES, 2004, p.762).
Mediante aos levantamentos realizados através doa entrevista e exame físico,
foram priorizados os seguintes diagnósticos de enfermagem (DE) baseados no
North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), 2012-2014, assim como os
respectivos resultados esperados e as prescrições de enfermagem pertinentes aos
DE:
46
DE:
Distúrbios da identidade pessoal caracterizados
por verbalização de
sentimentos que refletem uma visão alterada do próprio corpo na aparência,
estrutura ou função, relacionado a fatores psicossociais ou cognitivos/ perceptivos.
RE: Que a cliente consiga se olhar no espelho e não tenha mais o sentimento de
que sua reflexão esteja alterada, em até 60 dias.
PE: Prestar apoio emocional e estimular a se olhar no espelho por tempo gradativo,
de acordo com sua aceitação semanalmente.
DE: Estilo de vida sedentário, caracterizado por escolher uma rotina diária sem
exercícios físicos, relacionado à falta de interesse.
RE: Que a cliente adquira o hábito de realizar alguma atividade física em até duas
semanas.
PE: Fazer alongamentos e realizar caminhadas, usando roupas e calçado
confortáveis, em lugares planos por 30 min. três vezes por semana.
DE: Ansiedade caracterizada por agitação, relacionada a abuso de substâncias.
RE: Que a cliente se apresente mais calma em dez dias.
PE: Realizar atividades como ioga, massagens relaxantes nos ombros, costas e
pés, usando óleo de amêndoa, três vezes por semana ou sempre que necessário.
DE:
Nutrição
desequilibrada
menos
do
que
as
necessidades
corporais
caracterizadas por relato de ingestão inadequada de alimentos, menos que a porção
diária recomendada, relacionado à incapacidade de ingerir ou digerir comida por
fatores psicológicos.
RE: Que a cliente faça a ingesta de alimentos nutritivos e saudáveis, nas horas
corretas e em porções corretas, em no máximo três dias.
PE: Fazer refeições ricas em nutrientes, em pequenas quantidades de três em três
horas, diariamente.
DE: Padrão de sono perturbado caracterizados por insônia de manutenção do sono,
relacionado a medicações.
RE: Que a cliente consiga ter noites de sono adequado e durma no mínimo oito
horas por noite, em até uma semana.
47
PE: Tomar banho morno e prolongado antes de se deitar ouvindo musica relaxante
diariamente.
Manter o quarto harmonioso, com roupas de camas higienizadas, sem ruídos e em
penumbra diariamente.
DE: Risco de envenenamento relacionado a fatores externos, contato sem proteção
com produtos químicos, tinta, verniz, etc. em áreas pouco ventiladas e sem proteção
efetiva.
RE: Que a cliente se afaste da exposição dos fatores externos dentro de três dias.
PE: Usar equipamentos de proteção individual, máscaras e óculos, diariamente por
toda a jornada de serviço.
DE: Risco de lesões relacionadas a fatores externos, exposição a agentes químicos
(agentes farmacêuticos; álcool e poluentes).
RE: Que a cliente não esteja exposta ao risco de lesões em três dias.
PE: Favorecer o uso de equipamentos de proteção individual, máscaras e óculos,
diariamente por toda a jornada de serviço.
Deixar de ingerir medicamentos psicotrópicos sem a devida orientação médica
imediatamente.
48
6 CONSIDERAÇOES FINAIS
Baseado nos dados coletados, a cliente foi totalmente influenciada pelos
padrões de beleza impostos pela atualidade, e que fazia uso de medidas drásticas e
prejudiciais à saúde para emagrecer, fazendo uso indiscriminado e sem prescrições
médicas de inibidores do apetite, ansiolíticos e antidepressivos.
A mídia, exercendo sua influência, torna-se uma grande vilã em vários
aspectos, dentre estes quando expõe propagandas de medicamentos que prometem
resultados rápidos e perfeitos e, principalmente, estimulam a busca do corpo
perfeito, padronizando que, para que uma pessoa seja bela e atraente, esta terá que
estar sempre magra, influenciando as pessoas a praticarem medidas radicais e
muito pouco saudáveis como o uso de medicamentos inibidores de apetite que
causam dependência psíquica e trazem grandes malefícios à saúde.
Os inibidores de apetite de que a cliente fazia uso eram as anfetaminas, que
foram proibidas para comercialização, devido aos malefícios que provocam. Dentre
os danos acarretados pelas anfetaminas está o desenvolvimento de hipertensão
arterial, que foi percebido durante a consulta de enfermagem quando a cliente
apresentou níveis pressóricos elevados que podem ter ocorrido devido ao uso
totalmente indiscriminado desses medicamentos, ou em contrapartida, pode ser
influência de uma carga genética evidenciada na mãe e irmã que eram portadoras
de hipertensão arterial.
Como foi revelada, a comercialização da anfetamina é proibida, porém faz-se
necessária fiscalização em instituições de vendas, no caso das farmácias, que
efetuam vendas sem receitas médicas e até mesmo dentro dos consultórios
médicos, onde geralmente são feitas prescrições equivocadas sem diagnósticos
fidedignos e, dessa forma, só assim fará cumprir todos os requisitos que a ANVISA
preconiza.
Ficou evidente durante a consulta de enfermagem que a cliente era
totalmente dependente dos referidos medicamentos, e essa atitude ocasionava um
grande impacto na sua vida, pois além da obsessão por ficar magra, a mesma
desenvolvia comportamentos que afetavam um convívio familiar e social, como falar
desenfreadamente, sempre estava nervosa, ansiosa e, segundo ela mesma,
depressiva.
49
Pode-se perceber também que a cliente não tinha capacidade para enfrentar
os próprios problemas do dia a dia, nem mesmo permitia ter momentos de tristeza,
com isso ela via nos medicamentos, a solução para todas as desesperanças em sua
vida.
Na atualidade, o ser humano, muitas das vezes, não se permite ter um
momento de tristeza, o que é um sentimento normal, ter insônias por problemas
comuns do dia a dia, ter até mesmo momentos de desesperos faz parte do
cotidiano, muitos não querem ter sofrimentos e angústias, o que leva a uma procura
insana de se resolver do jeito mais fácil, isto é, através do uso de medicamentos
psicotrópicos, chegando até mesmo a fazer uso indiscriminado.
Na busca ativa realizada nos prontuários do ESF, pode-se observar que as
mulheres são as maiores consumidoras de medicamentos psicotrópicos em relação
aos homens, o que pode sugerir que as várias funções das mulheres do século XXI
são revolucionárias, porém podendo ser isso considerado prejudicial à saúde. Ao
exercer os vários papéis, as mulheres precisam se desdobrar. Para ser dona de
casa, mãe, trabalhadora e mulher, muitas das vezes requer um suporte e muitas
delas acabam usufruindo de medicamentos que acalmam, ou até mesmo
medicamentos que favoreçam a elevação dos ânimos, como as anfetaminas que
são também estimulantes psicomotores.
Ficou notório que a cliente necessitava de um acompanhamento psicológico e
médico para conseguir se livrar da dependência psíquica e física dos medicamentos
psicotrópicos de que fazia uso, além do acompanhamento de um nutricionista para
indicar-lhe uma dieta saudável e assim conseguir e manter o peso desejado.
Para que houvesse um uso mais consciente, os profissionais das ESF’s
deveriam propor a formação de grupos operativos com os usuários de
medicamentos psicotrópicos, oferecer atendimentos individualizados de orientações,
onde pudesse ser abordada a dependência medicamentosa e vários outros temas
relacionados sofre o uso indiscriminado de psicotrópicos.
50
REFERÊNCIAS
ABREU, Cristiano Nabuco; CANGELLI FILHO, Raphael. Anorexia nervosa e bulimia
nervosa – abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia. Rev. Psiq. Clin.,
2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v31n4/22405.pdf>. Acesso em: 28
jul. 2014.
ALPRAZOLAM. Responsável Técnico: Miriam Onoda Fujisawa. Campinas: Medley,
[2012]. Bula de Remédio. Disponível em:
<http://www.medley.com.br/portal/bula/alprazolam.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2014.
ANDRADE, Marcia de Freitas; ANDRADE, Regina Celia G.; SOARES, Vania.
Prescrição de psicotrópicos: avaliação das informações contidas em receitas e
notificações. Rev. Bras. Cienc. Farm., v. 40, n. 4, out./dez. 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151693322004000400004&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 25 abr. 2014.
AUCHEWSK, Luciana, et al. Avaliação da orientação médica sobre os efeitos
colaterais de benzodiazepínicos. Rev. Bras. Psquiatr., 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbp/v26n1/a08v26n1.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2014.
AUGUSTO, Marilia Medeiros. Anestesia intravenosa total. 2010. 75f. Monografia
(Curso de Medicina Veterinária) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.
Disponível em: <http://www.ccmv.ufpr.br/2010/MARILIA2010.pdf>. Acesso em: 16
abr. 2014.
AZEVEDO, Ana Karina Silva; DUTRA, Elza Maria do Socorro. Relação amorosa e
tentativa de suicídio na adolescência: uma questão de (des)amor. Revista da
Abordagem Gestáltica, Goiânia, jan./jun. 2012. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S180968672012000100004&script=sci_art
tex>. Acesso em: 21 jul. 2014.
BEERS, Mark H.; BERKOW, Robert (Eds.). Manual Merck: diagnostico e
tratamento. 17. ed. São Paulo: Roca, 2001.
BIDÔ, Ailla Sibele de Almeida. Uso de analgésicos opióides em pacientes
hospitalizados na clínica oncológica de um hospital filantrópico. 2011. 44f.
Monografia (Curso de Farmácia) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina
Grande, 2011. Disponível em:
<http://dspace.bc.uepb.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/319/PDF%20
-%20Ailla%20Sibele%20de%20Almeida%20Bid%C3%B4.pdf?sequence=1>. Acesso
em: 26 abr. 2014.
BORSATO, Debora Maria et al. O papel do farmacêutico na orientação da
obesidade. Visão Acadêmica, v. 9, n. 1, 2008. Disponível em:
<http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/academica/article/view/14636/9824>. Acesso
em: 06 ago. 2014.
51
BRASIL . Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC n. 52, de 6
out. 2011. Brasilia, 2011. Disponivel em:
<http://www.anvisa.gov.br/hotsite/anorexigenos/pdf/RDC%20522011%20DOU%2010%20de%20outubro%20de%202011.pdf>. Acesso em: 08 maio
2014.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 dez. 2012. Brasilia,
2012. Disponivel em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf>.
Acesso em: 14 jun. 2014.
BRASIL. Lei n. 10.702, de 14 jul. 2003. Altera a Lei no 9.294, de 15 de julho de
1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros,
bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do §
4o do art. 220 da Constituição Federal. Brasilia, 2003. Disponivel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.702.htm>. Acesso em: 15 abr.
2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Obesidade. Brasília, 2006. (Cadernos de Atenção
Básica, n. 12). Disponível em:
<https://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude/Conteudo/diretriz/Atencao_obesidade.p
df>. Acesso em: 25 ago. 2014.
BRASIL. Reforma psiquiatra e politica de saúde mental no Brasil. In:
CONFERÊNCIA REGIONAL DE REFORMA DOS SERVIÇOS DE SAUDE MENTAL:
15 anos depois de Caracas. Brasília, 2005. (Apostila).
CAMPOS, Fernanda Vieira; SOARES, Cássia Baldini. Conhecimento dos estudantes
de enfermagem em relação às drogas psicotrópicas. Rev Esc Enferm., 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S008062342004000100012&script=sci_arttext>. Acesso em: 30 mar. 2014.
CANESIN, Renato et al. Psicotrópicos: revisão de literatura. Rev. Científica
Eletrônica de Medicina Veterinária, Garça, jun. 2008. Disponível em:
<http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/sYtHXMNK5uI4bMG_
2013-6-13-15-23-58.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2014.
CARAMELLI, B. Automedicação. Rev. da Associação Médica Brasileira, São
Paulo, v. 47, n. 04, out./dez. 2001. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302001000400001>. Acesso em: 22 set. 2014.
CARLINI, Elisaldo Araújo et al. Drogas psicotrópicas: o que são e como agem. Rev.
IMESC, n. 3, 2001. Disponivel em: <http://www.gruponitro.com.br/atendimento-aprofissionais/%23/pdfs/artigos/multidisciplinares/efeito_das_drogas_psicotropicas_no
_snc.pdf>. Acesso em: 09 abr. 2014.
CARLINI, Elisaldo Araújo et al. Fluoxetina: indícios de uso inadequado. 2009.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v58n2/v58n2a05.pdf>. Acesso em: 29
jul. 2014.
52
CASSOL, Paulo Barrozo et al. Tratamento em um grupo operativo em saúde:
percepção dos usuários de álcool e outras drogas. Rev. Gaúcha de Enferm., Porto
Alegre, mar. 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v33n1/a18v33n1.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2014.
CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTROPICAS.
2003. Disponível em: <https:// www.cebrid.emp.br>. Acesso em: 06 maio 2013.
CERQUEIRA, Gilberto Santos et al. Uso de anfetaminas entre caminhoneiros: um
estudo transversal. Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e
Sociedade, v. 4, n. 2, p. 76-86, jun. 2011. Disponível em:
<http://www.intertox.com.br/documentos/v4n2/rev-v04-n02-05.pdf>. Acesso em: 29
jul. 2014.
CLORIDRATO DE FLUOXETINA. Responsável Técnico: Marcos A. Silveira Jr. Rio
de Janeiro: Merck, [2005]. Bula de Remédio. Disponível em:
<http://www2.merck.com.br/pdf/bulas/genericos/fluoxetina.pdf>. Acesso em: 22 jul.
2014.
CHAVES, Tharcila V. et al. Fissura por crack: comportamentos e estratégias de
controle de usuários e ex- usuários. Rev Saúde Pública, 2011. Disponivel em:
<http://www.scielo.br/pdf/rsp/v45n6/2774.pdf>. Acesso em: 21 set. 2014.
COSTA, Ana Paula; MOURA, Gilliárdia Ferreira; GOMES, Everton Teixeira. Uso de
medicamentos inibidores do apetite a curto prazo: um estudo descritivo das
discentes do curso de enfermagem do Centro Universitário do Leste de Minas
Gerais - UNILESTE-MG. Rev. Enfermagem Integrada, Ipatinga, v. 1, n. 1, nov./dez.
2008. Disponível em:
<http://www.unilestemg.br/enfermagemintegrada/artigo/v1/ana_cota_gilliardia_e_eve
rton_gomes.pdf>. Acesso em: 06 ago. 2014.
DESOBESI-M: Cloridrato de Femproporex. Responsável Técnico: Wilson R. Farias.
Guarulhos: Axé, [2009]. Bula de Remédio. Disponível em:
<http://www.bulas.med.br/bula/5835/desobesi+m+atencao+este+medicamento+foi+r
etirado+do+mercado+pela+anvisa+em+04+10+2011.htm>. Acesso em: 22 jul. 2014.
DIAS, Juliana Rodrigues Ferreira et al. Fatores predisponentes ao uso próprio de
psicotrópicos por profissionais de Enfermagem. Rev. Enferm., Rio de Janeiro, jul.
2011. Disponível em: <http://www.facenf.uerj.br/v19n3/v19n3a18.pdf>. Acesso em:
23 nov. 2013.
FERNANDES, Marcia; MORATA, Thaís Catalani. Estudo dos efeitos auditivos e
extra-auditivos da exposição ocupacional a ruído e vibração. Rev. Bras.
Otorrinolaringol., v. 68, n. 5, set./out. 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rboto/v68n5/a17v68n5.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2014.
53
FERREIRA FILHO, Olavo Franco et al. Perfil sociodemográfico e de padrões de uso
entre dependentes de cocaína hospitalizados. Rev. Saúde Pública, v. 37, n. 6, São
Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489102003000600010&script=sci_arttext>. Acesso em: 20 abr. 2014.
FRANTZ, Deise et al. Prevalência de consumo de drogas lícitas e ilícitas por
sexo e idade de escolares de oitava série do ensino fundamental de Porto
Alegre/RS. In: XII Salão de Iniciação Científica – PUCRS, out. 2011. Disponível em:
<http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/anais/SIC/XII/XII/6/7/7/1/10.pdf>. Acesso em: 22
set. 2014.
GOLAN, David E. (Ed.). Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da
fármacoterapia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
GOMES, Antônio Marcos Tosoli; OLIVEIRA, Denize Cristina. A representação social
da autonomia profissional do enfermeiro na saúde pública. Rev. Bras. Enferm, jul./
ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v58n4/a03v58n4.pdf>.
Acesso em: 18 nov. 2014.
HARDMAN, Joel G.; LIMBIRD, Lee E. (Eds.). As bases farmacológicas da
terapeuta. 10.ed. Rio Janeiro: Mac Graw-Hill, 2005.
HENNING, Katiana; WIENS, Astrid; SANCHES, Andréia Cristina Conegero. Estudo
das prescrições de anorexígenos dispensados em uma farmácia com manipulação
de cascavel-PR. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 12, n. 2, jul./dez. 2011. Disponível
em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/academica/article/view/22911/18156>.
Acesso em: 20 jul. 2014.
HOLANDA, Adriano. Questões sobre pesquisa qualitativa e pesquisa
fenomenológica. Análise Psicológica, 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/aps/v24n3/v24n3a10.pdf>. Acesso em: 18
maio 2014.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2001.
KAWASHIMA, Laiana Tiemi; RUMIN, Cassiano Ricardo. Transtornos alimentares:
psicodiagnóstico como potencializador do processo terapêutico. Rev. Omnia Saúde,
v. 8, n. 1, p. 50-64, 2011. Disponível em:
<http://www.fai.com.br/portal/ojs/index.php/omniasaude/article/view/376>. Acesso
em: 05 ago. 2014.
LEITE, Jhérica Vieira et. al. Avaliação dos fatores de risco de cardiopatias
isquêmicas em funcionários de uma instituição de ensino superior no interior de
Goiás. Rev. Faculdade Monte Belo, v. 6, n. 1, 2013. Disponível em:
<http://revista.fmb.edu.br/index.php/index/index>. Acesso em: 21 jul. 2014.
LOYOLA, Cristina Maria Douat et al. Uso de drogas ilícitas e perspectivas críticas de
familiares e pessoas próximas na cidade do Rio de Janeiro – Zona Norte, Brasil. Rev
54
Latino-am Enfermagem, nov./dez. 2009. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rlae/v17nspe/10.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2014.
LUCHESI, A.; CARDOSO, F. S. Terapia do riso - um relato de experiência. Revista
Eletrônica da Faculdade Evangélica do Paraná, Curitiba, v. 2, n. 1, p. 11-20,
jan./mar. 2012. Disponível em:
<www.fepar.edu.br/revistaeletronica/index.php/revfepar/article/.../36/46>. Acesso em:
03 jul. 2014.
LUNGWTZ, Eliane Martins Prestes; GERENUTTI, Marli. Influência de Atos
Regulatórios sobre a manipulação de substâncias psicotrópicas anorexígenas. Sau.
& Transf. Soc.,Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 52-58, 2012. Disponível em:
<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=265323670009>. Acesso em: 23 jul. 2014.
MACHADO, Márcia Maria Tavares; LEITÃO, Glória da Conceição Mesquita;
HOLANDA, Francisco Uribam Xavier de. O conceito de ação comunicativa: uma
contribuição para a consulta de enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem, v. 13, n.
5, p. 723-728, set./out. 2005. Disponível em:
<http://http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n5/v13n5a17.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2014.
MALTA, Deborah Carvalho et al. Padrão de atividade física em adultos brasileiros:
resultados de um inquérito por entrevistas telefônicas, 2006. Rev. Epidemil. Serv.
Saúde, Brasília, jan./mar. 2009. Disponivel em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/rev_epi_vol18_n1.pdf#page=8>. Acesso
em: 22 jul. 2014.
MARCON, Carine et al. Uso de anfetaminas e substâncias relacionadas na
sociedade contemporânea. Rev. Disciplinarum Scientia, v. 13, n. 2, p. 247-263,
2012. Disponível em: <http://sites.unifra.br/Portals/36/CSAUDE/2012-02/11.pdf>.
Acesso em: 28 abr. 2014.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MARQUES, Ana Cecília Petta Roselli; RIBEIRO, Marcelo (Orgs.). Guia prático sobre
uso, abuso e dependência de substâncias psicotrópicas para educadores e
profissionais da saúde. São Paulo: [s. n.], 2006. Disponivel em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/infanciahome_c/dr_drogadicao/dr_doutrin
a_drogadicao/Guia%20Pratico%20sobre%20%20Uso%20e%20Dependencia%20de
%20Drogas.pdf>. Acesso em: 07 jul. 2014.
MARTINS, Leonardo. Curso de Extensão Prevenção em Pauta. Aula 2: Conceitos
Básicos Sobre Drogas e seus Padrões de Consumo. Belo Horizonte, 2011.
Disponível em:
<http://www.canalminassaude.com.br/2012/prevencao_oms/modulo2_aula2_material
_de_referencia.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2014.
55
MARTINS, Mayra Costa; PILLON, Sandra Cristina. A relação entre a iniciação do
uso de drogas e o primeiro ato infracional entre os adolescentes em conflito com a
lei. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 5, maio 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102311X2008000500018&script=sci_arttext>. Acesso em: 23 abr. 2014.
MATIAS, Camila Alessandra; SILVA, Rosalina Carvalho. Caracterização de
serviços de atendimento público aos jovens que fazem uso de drogas no
município de Ribeirão Preto. 2007. 242f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) –
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007. Disponivel em:
<http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/cp106806.pdf>. Acesso em: 24 maio
2014.
MORENO, Alberto; MORENO, Dores Hepfeld; SOARES, Marcia Brito M.
Psicofarmacologia de antidepressivos. Rev. Bras. Psiquiatria, maio 2001.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151644461999000500006&script=sci_arttext>. Acesso em: 07 abr. 2014.
NASCIMENTO, Daiana Ciléa Honorato; SAKATA, Rioko Kimiko. Dependência de
opioide em pacientes com dor crônica. Rev. Dor, São Paulo, v. 12, n. 2,
abr./jun. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rdor/v12n2/v12n2a13.pdf>.
Acesso em: 28 mar. 2014.
NEVES JÚNIOR, Cláudio Luiz; BITTAR , Cléria Maria Lôbo. Fatores protetores
contra o consumo de drogas, segundo a percepção de universitários. Evidência,
Araxá, v. 8, n. 9, p. 81-95, 2013. Disponível em: <www.uniaraxa.edu.br>. Acesso
em: 22 set. 2014.
North American Nursing Diagnosis Association. Diagnósticos de enfermagem da
NANDA: Definições e classificação 2012-2014. NANDA Internacional. Porto Alegre:
Artmed, 2013, 606p.
OLIVEIRA, Edilberto Antonio Souza. Farmacologia Geral: Histórico e Evolução
Conceitos de Drogas e Medicamentos: Aspectos Legais. 2008. (Apostila 1).
Disponível em:
<http://www.easo.com.br/Downloads/Conceitos%20e%20definicoes%20em%20Farm
acologia.pdf>. Acesso em: 22 set. 2014.
OLIVEIRA, Elis Barbosa; BITTENCOURT, Leilane Porto; CARMO, Aila Coelho. A
importância da família na prevenção do uso de drogas entre crianças e
adolescentes: papel materno. Rev. Eletrônica saúde mental álcool e droga, v. 4,
n. 2, art. 2, 2008. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180669762008000200003>. Acesso em: 18 mar. 2014.
OLIVEIRA, Hadelândia Milon; GONÇALVES, Maria Jacirema Ferreira. Educação em
saúde: uma experiência transformadora. Rev Bras Enferm, Brasília, nov./dez. 2004.
Disponivel em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n6/a28.pdf>. Acesso em: 31 ago.
2014.
56
OSSOVSKI, Elizange Maria Fachin et al. Uso de substâncias psicotrópicas por
jovens. In: III Semana de Enfermagem do HUOP; XIX Jornada Cascavelense de
Enfermagem. Cascavel: UNIOESTE, maio 2010. Disponivel em: <http://cacphp.unioeste.br/eventos/iiisemanaenfermagem/Saude_mental/O_uso_de_psicotropic
os_em_jovens.pdf>. Acesso em: 06 ago. 2014.
PLAVNIK, Frida Liane. Hipertensão arterial induzida por drogas: como detectar e
tratar. Rev Bras Hipertens., São Paulo, abr./jul. 2002. Disponível em:
<http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/9-2/hipertensao4.pdf>. Acesso em: 21
jul. 2014.
POLIT, Denise F.; BECK, Cheryl T.; HUNGLER, Bernadette P. Fundamentos de
pesquisa em Enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5.ed. Porto Alegre:
Artmed, 2004.
PRATTA, Elisângela Maria Machado; SANTOS, Manoel Antônio. O processo saúdedoença e a dependência química: interfaces e evolução. Psicologia: Teoria e
Pesquisa, abr./jun. 2009. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ptp/v25n2/a08v25n2.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2013.
PREFEITURA MUNICIPAL DE LEANDRO FERREIRA. [2013]. Disponível em:
<http://www.leandroferreira.mg.gov.br/>. Acesso em: 15 jun. 2014.
PRIMO, Daiana Rodrigues; SILVA, Mirella Andrade. Uso de medicamentos
psicotrópicos anorexígenos por estudantes de uma instituição de ensino superior.
Rev. Anu. Da Produ. de Incia. Cient. Disce, v. 14, n. 24, 2011. Disponível em:
<http://sare.anhanguera.com/index.php/anuic/article/view/7574/1713>. Acesso em:
29 jul. 2014.
PRUDÊNCIO, Fabrícia Araújo. Conhecimento e prática de idosos sobre o uso de
medicamentos psicotrópicos. 2010. 97f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) –
Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2010. Disponível em:
<http://www.ufpi.br/subsiteFiles/mestenfermagem/arquivos/files/Fabr%C3%ADcia%2
0Ara%C3%BAjo%20Prud%C3%AAncio%20(Segura).pdf>. Acesso em: 25 maio
2014.
RANG, H. P. et al. Farmacologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
REIS, Lucia Margarete; UCHIMURA, Taqueco Taruya; OLIVEIRA, Mágda Lúcia
Félix. Perfil socioeconômico e demográfico em uma comunidade vulnerável ao uso
de drogas de abuso. Acta Paul Enfem., jun. 2013. Disponível em:
<http://www.unifesp.br/acta/pdf/v26/n3/v26n3a12.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2014.
RIBEIRO, Silvana; CARVALHO, Rosemary J. Monteiro. Uso de medicamentos para
redução de peso corporal. Secnutri, 2009. Disponível em:
<http://www.uniamerica.br/site/revista/index.php/secnutri/article/view/104/94>.
Acesso em: 05 ago. 2014.
ROEHRS, Hellen; LENARDT, Maria Helena; MAFTUM, Mariluci Alves. Práticas
culturais familiares e o uso de drogas psicoativas pelos adolescentes: reflexão
57
teórica. Rev. Enfem., jun. 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141481452008000200024>. Acesso em: 04 mar. 2014.
SANCHEZ, Zila. Curso de Extensão Prevenção em Pauta. Aula 4: Classificação e
efeitos das substâncias psicoativas no organismo. Belo Horizonte,Minas Gerais,
2011. Disponível em:
<http://www.canalminassaude.com.br/2012/prevencao_oms/modulo3_aula_4_materi
al_de_referencia.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2014.
SANTANA, Marília Áurea Cruz de et al. Manual de normalização para
apresentação de trabalhos acadêmicos. Fortaleza, 2014. Disponível em:
<http://www.iesc.edu.br/instituto/arquivos/manual_trabalho_academico.pdf>. Acesso
em: 03 jul. 2014.
SARAIVA, Renato Ângelo. Mecanismo de Ação dos Anestésicos Inalatórios. Rev.
Brasileira de Anestesiologia, v. 52, n. 1, jan./fev. 2002. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rba/v52n1/v52n1a13>. Acesso em: 10 mar. 2014.
SILVA, Kamilla Vieira Santos. A ameaça dos medicamentos falsificados.
2012.14f.
Monografia (Curso de Farmácia) – Centro Universitário Estadual da Zona Oeste,
Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://www.uezo.rj.gov.br/tccs/ccbs/kamillavieira-santos-da-silva.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2014.
SILVA, Mariana Clivati; MELLA, Eliane Aparecida Campesatto. Avaliação do uso de
anorexígenos por acadêmicas de uma instituição de ensino superior em Maringá,
PR. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 43-50, jan./abr. 2008.
Disponivel em: <http://revistas.unipar.br/saude/article/viewFile/2227/1839>. Acesso
em: 29 jul. 2014.
SOLDERA, Meire et al. Uso de drogas psicotrópicas por estudantes: prevalência e
fatores sociais associados. Rev. Saúde Pública, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489102004000200018&script=sci_arttext>. Acesso em: 16 nov. 2013.
SOUZA, Anderson Soares. Efeito da acupuntura na síndrome de abstinência:
atualização bibliográfica. 2011. 23f. Monografia (Curso de Especialização em
Acupultura) - Faculdade Redentor, São Paulo, 2011. Disponível em:
<http://redentornews.com.br/arquivos/pos/publicacoes/17042012Monografia%20final
%20CAPA%20DURA%20Anderson%20Soares.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2014.
SOUZA, Felipe Jiran Ziller de Noronha; RAU, Carina. Uso da sibutramina em
pacientes obesos e seu efeito sobre a pressão arterial. 2010. Disponível em:
<http://www.cpgls.ucg.br/7mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/O%20US
O%20DA%20SIBUTRAMINA%20EM%20PACIENTES%20OBESOS%20E%20SEU
%20EFEITO%20SOBRE%20A%20PRESS%C3%83O%20ARTERIAL.pdf>. Acesso
em: 21 jul. 2014.
58
SOUZA, Jacqueline; KANTORSKi, Luciane Prado; MIELKE, Fernanda Barreto,
Vínculos e redes sociais de indivíduos dependentes de substâncias psicoativas sob
tratamento em CAPS AD. Rev. Eletrônica de Saúde Mental Álcool e Drogas,
Ribeirão Preto, 2006. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S180669762006000100003&script=sci_arttext>. Acesso em: 20 nov. 2013.
SPILLERE, Vanessa Gomes Bitencourt. O uso indevido de psicotrópicos
anorexígenos na sociedade. 2011. 55f. Monografia (Pós-graduação, especialidade
em Saúde Mental) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2011.
Disponível em:
<http://repositorio.unesc.net/bitstream/handle/1/806/Vanessa%20Gomes%20Bitenco
urt%20Spillere.pdf?sequence=1>. Acesso em: 28 jul. 2014.
STOPPE, Alberto. Estudo observacional de alprazolam no tratamento da ansiedade.
Rev. Bras. Med., 2004. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=2587&fase=imprime>. Acesso
em: 29 jul. 2014.
TIENGO, Alessandra; NOGUEIRA, Valeria Ap. dos Santos; MARQUES, Luciene
Alves Moreira. Avaliação do uso de benzodiazepínicos de uma drogaria privada.
Rev. da Universidade do Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 11, n. 1, p. 234244, jan./jul. 2013. Disponível em:
<http://revistas.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/view/813/pdf_24>. Acesso
em: 21 jul. 2013.
TURANO, Egberto Ribeiro. Métodos qualitativos e quantitativos na área de saúde:
definições, diferenças e seus objetivos de pesquisa. Rev. Saúde Púbica, Campinas,
2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n3/24808.pdf>. Acesso em:
04 jun. 2014.
VIEIRA NETO, Osvaldo M. Níveis pressóricos normais. Rev. Bras. Hipertens.,
jul./set. 2001. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/73/017.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2014.
59
APÊNDICE A - Carta
60
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Titulo do Projeto: “Utilização de medicamentos psicotrópicos”
1. Introdução
Você,
sendo
__________________________________________________
convidado
a
participar
da
pesquisa, “Utilização
de
está
medicamentos
psicotrópicos” e foi selecionada por ser brasileiro e possuir maior idade, sendo que
sua participação ou não, é indiferente ao tratamento recebido, pois o único risco será
de se sentir constrangida ao responder questões de ordem pessoal no qual já lhe
foram apresentados.
Você terá o direito de excluir-se da pesquisa quando bem entender. É preciso
entender a natureza e os riscos da sua participação e dar o seu consentimento livre
e esclarecido por escrito.
2. Objetivo
Conhecer no ponto de vista do usuário o consumo, a dependência, e a
influencia do medicamento psicotrópico no seu cotidiano.
3. Procedimento do Estudo
Caso concorde em participar deste estudo e responder o questionário sobre
dados pessoais, suas respostas serão analisadas e divulgadas através de artigos
científicos.
4. Riscos e desconfortos
É bom reafirmar que esta pesquisa poderá lhe trazer desconforto ao
responder questões de ordem pessoal.
5. Benefícios
Sua participação deverá ser espontânea e você não receberá nenhum
beneficio por ela, da mesma forma que não estará sujeito a nenhum ônus, a não ser
de se beneficiar com as mudanças adotadas a partir da análise deste estudo em
experiências futuras.
61
6. Custos/reembolso
Reafirmamos que sua participação neste estudo não lhe causará nenhum
gasto, da mesma forma em que não receberá pagamento pela sua participação.
7. Responsabilidade
Os efeitos indesejáveis possíveis já lhe foram esclarecidos, que é o
constrangimento ao responder o questionário, e desta forma fica claro que você não
sofrerá nenhuma consequência física.
8. Caráter confidencial
Todas as informações obtidas a partir de sua participação neste estudo serão
mantidas confidenciais. Ao assinar este consentimento informado, você está
autorizando o uso das informações concedidas para a realização deste projeto.
9. Participação
Informamos novamente que sua participação nesta pesquisa consistirá em
responder o questionário. É importante que você esteja consciente de que a
participação neste estudo de pesquisa é completamente voluntária e de que você
poderá recusar-se a participar do estudo a qualquer momento. Em caso de você
decidir retirar-se do estudo, deverá notificar a pesquisadora.
10. Para obter informações adicionais
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço
da pesquisadora principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua
participação, agora ou a qualquer momento. Caso você venha a sofrer danos
relacionados ao estudo, ou tenha mais perguntas sobre o estudo, por favor, ligue
para Sra. Marisa Menezes no número (37) 99529738, Rua água Marinha, S/N,
Capoeira Grande, Onça do Pitangui ou para Srta.: Luciana de Souza Pereira no
numero (37) 88337703, Rua Bom Despacho, 647, Bela Vista, Nova Serrana.
11. Declaração de consentimento
Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes
de assinar este termo de consentimento. Declaro que fui informado sobre os
métodos deste estudo a ser utilizado, as inconveniências, riscos, benefícios.
62
Declaro que tive tempo suficiente para ler e entender as informações acima. Declaro
também que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de
pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as
minhas dúvidas. Confirmo também que recebi uma cópia deste formulário de
consentimento. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer
momento, sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.
Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade e sem reservas para
participar como paciente deste estudo.
_______________________________________________________
Nome do participante ou representante legal (em letra de forma)
Leandro Ferreira, 03 dejulho 2014.
____________________________________________
Assinatura do participante ou representante legal
Atesto que expliquei cuidadosamente a natureza e o objetivo deste estudo, os
possíveis riscos e benefícios da participação no mesmo, junto ao participante e/ou
seu representante autorizado. Acredito que o participante e/ou seu representante
recebeu todas as informações necessárias, que foram fornecidas em uma linguagem
adequada e compreensível e que ele/ela compreendeu essa explicação.
Leandro Ferreira, 03 de julho 2014.
____________________________________________
Assinatura da pesquisadora
Pesquisadora: Luciana de Souza Pereira
Discente do Curso de Enfermagem - FAPAM.
C I: MG 14 054 492 SSP MG
63

Documentos relacionados