Le Portugal
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Le Portugal
Num. 34 Ano / An 2 18 de Julho / 18 juillet • jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português • « C’est le catalogue des horreurs », écrit le magazine allemand Der Spiegel. Grèce : la soumission À la tête d’un pays assommé et sombrant dans le chaos et la misère, Alexis Tsipras a accepté les termes d’un accord qui ressemble comme deux gouttes d’eau aux conditions qu’il a fait rejeter par référendum, il y a quelques jours, par la population de son pays. par Pierre Duhamel Nem UE, nem políticos: portugueses só confiam na tropa Jornal O Diabo Alexis Tsipras, le premier ministre grec – Photo : FrangiscoDer/Wikimedia L’accord qui devrait permettre à la Grèce de rester dans la zone euro et d’avoir droit aux crédits supplémentaires dont elle a si cruellement besoin a été arraché tôt, lundi matin, au terme d’une séance de négociations ininterrompues de 17 heures. À la tête d’un pays assommé et sombrant dans le chaos et la misère, le premier ministre grec a accepté les termes d’un accord qui ressemble comme deux gouttes d’eau aux conditions qu’il a fait rejeter par référendum par la population de son pays une semaine auparavant. L’accord n’est pas définitif, ce serait trop simple. Il est conditionnel à l’adoption, d’ici mercredi (!), d’un train de mesures et de réformes dramatiques de l’État grec, ce qui donnera le feu vert à l’ouverture de négociations pour un troisième plan d’aide à la Grèce — un plan qui pourrait atteindre 86 milliards d’euros et qui sera échelonné sur trois ans. Aux réformes majeures imposées d’ici mercredi s’ajouteront d’autres mesures, comme la déréglementation des professions, la libéralisation du commerce et du marché du travail ainsi que la «dépolitisation» de la fonction publique. L’accord Soumission : voilà le mot clé. Alexis Tsipras a accepté toutes les conditions et avalé de force toutes les réformes contre lesquelles il a mené sa carrièrepolitiqueParmi les mesures imposées, notons que le taux de la taxe sur la valeur ajoutée (taxe de vente) sera relevé : il s’appliquera à un plus grand nombre de produits et services, et il sera progressivement mis en vigueur dans les îles grecques, qui jouissaient d’un statut particulier pour favoriser le tourisme. L’âge de la retraite sera porté à 67 ans en 2022. Le gouvernement devra aussi achever le processus de privatisation des principaux ports du pays, des aéroports Cont. page 7 Apesar de já termos ultrapassado o estado de bancarrota declarado durante o consulado de José Sócrates, Portugal continua a ser um País onde a confiança dos cidadãos nas instituições europeias e nacionais é muito baixa e a esperança num futuro melhor é ainda mais pequena. Segundo os números de um recente estudo de opinião encomendado pela Comissão Europeia, apenas 54% dos portugueses, ou seja, pouco mais de metade, estão satisfeitos com a sua vida. Quando esse número é analisado à lupa, constata-se que somos dos povos mais infelizes da União: apenas 3% dos portugueses dizem estar “muito satisfeitos” (ainda menos do que os 5% de gregos que, vá-se lá saber porquê, estão radiantes). Os restantes “satisfeitos”, 51% do total, encontram-se afinal na tabela do “mais ou menos satisfeitos”. Se tivermos em conta a tradição cultural do “cá se vai andando” pela qual o nosso povo é conhecido, estes números revelam-se francamente deprimentes. Não deixa de ser interessante que um dos países onde existem mais felicidade e satisfação de vida não seja membro da União Europeia: a Islândia, onde 98% dos habitantes dizem estar felizes com a sua situação, e 55% muito felizes. Ao contrário do que acontecia em Portugal, a Islândia mantinha a sua própria moeda quando a crise eclodiu e não foi obrigada a ceder às ordens de Bruxelas. Hoje os islandeses estão mais pobres do que há alguns anos, mas a recuperar rapidamente. Entre os países membros da União Europeia, os mais felizes são, sem surpresa, os mais ricos: os países nórdicos a lideram a tabela com taxas de satisfação Cont. pág.18 Visitez Le Portugal jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français A Chuva e o Bom Tempo É urgente um governo de salvação nacional Apesar dos inflamados discursos eleitoralistas pretendendo convencer os incautos de que a situação em Portugal está estável e o progresso aponta no horizonte, nada será mais falso. Todos os analistas insuspeitos que se debruçaram e se debruçam sobre o estado financeiro do nosso país, são unânimes em afirmar o contrário. Ainda na nossa última edição trouxe à estampa a opinião de um conceituado analista americano que — ele, não tem dúvidas — afirma que Portugal é uma bomba relógio a curto espaço de tempo. E o andar da carruagem parece dar-lhe razão. Depois da entrada na União Europeia, os portugueses imaginaram que o facto de fazerem parte do grupo dos bem-aventurados, lhes permitiria usufruir do manancial financeiro do grupo, sem mais preocupações. E deste modo, a população de um modo geral, embarcou num ritmo de difícil acompanhamento, já que a nossa produção tanto industrial como comercial e agrícola, não seguia no mesmo trem. Houve mesmo, durante alguns dos governos nacionais, a distribuição de largos milhões de euros para que se não produzisse, fechando indústrias e abandonando os campos. O resultado, foi o mesmo de aquando a época das especiarias, em que modestos homens do campo tudo abandonaram para se dedicarem ao comércio das Índias. Nessa época, lembremo-nos, Portugal foi obrigado a comprar à Espanha as batatas, as frutas e os legumes para alimentar a população. A história repete-se mas agora, com a cumplicidade da UE, que seguiu um programa traçado no alto da pirâmide da colonização europeia. 2 A pena mais dura Começa a vislumbrar-se o quanto está degradado o nosso regime. Com o trabalho da Justiça, sempre condicionado pelo quadro legal, começa a vislumbrar-se o quanto está degradado o nosso regime. Face Oculta, Vistos Gold, Marquês são nomes de operações que poderão ficar na História pátria como momentos de viragem e regeneração das instituições. No caso da Face Oculta, onde Vara está condenado, com a decisão em sede de recurso, passaram em claro indícios relevantes do crime de atentado ao Estado de Direito, por decisão polémica de um só magistrado (Noronha do Nascimento) sobre a validade de escutas entre Vara e Sócrates. Destruam-se, disse ele, no topo do edifício judicial, qual rei sol do direito. É na qualidade das leis, e na dependência orçamental do poder judicial face ao executivo, que se criou o ambiente onde sócrates, varas, limas e loureiros podem crescer e multiplicar milhões. Milhões que são do Povo e ao domínio público deviam voltar de forma dura e inequívoca. Octávio Ribeiro / CM O que está em jogo mais não é do que isso. O esmagamento dos pequenos países como o nosso, fazendo-os vender a estrangeiros o que bom possam ainda possuir, de forma a cortar-lhes toda e qualquer tentativa de controlar a economia nacional. Sem produzir artigos que garantam uma expansão comercial, somos obrigados a adquirir muito daquilo que se poderá facilmente criar e desenvolver entre muros. Noutros horizontes, neste momento, enviamos para a Alemanha centenas de milhões de euros, como pagamento de máquinas e automóveis de luxo, o que nos dá a falsa ideia de sermos um país rico que, afinal, apenas exporta inteligências e mão-de-obra. Barata. Mas mesmo assim, melhor que a pobreza nacional, que nada tem para lhes oferecer. A malfadada troika trouxe somente miséria e desilusão. E, neste ponto, estou bem de acordo com a posição do PM grego porque os financeiros europeus, representados pelo trio de contabilistas execráveis, não se limitam a pôr condições para o recebimento do que terão direito, eles substituem-se aos governos eleitos — em princípio — democraticamente, pelo povo. Indicam e exigem as reduções e vendas do que lhes pareça importante, de modo a limitar a liberdade de movimentos desses mesmos governos. Pior do que nos tempos das piores colonizações. Portugal, depois de sugado — e aqui são responsáveis todos os governantes — de todos os valores que possuía, de ter pago biliões de euros em juros, não só não conseguiu começar a reduzir o capital da dívida como, ao contrário, tem visto esta aumentar consideravelmente. E, vem a ministra das Finanças, dizer eufórica, de que temos os cofres cheios. De quê? De ar? Quando as eleições de Outubro forem coisa do passado (recente) e voltarem a impor as reduções previstas nas miseráveis pensões e aos funcionários do Estado, a senhora ministra, que foi professora de Passos Coelho, (filho de peixe…) fará o quê com o conteúdo dos cofres? Os Portugueses são um povo amorfo. Deixa-se levar por notícias desportivas e umas quantas cervejas frescas. Acordam tarde e gostam pouco de pensar. O háde ver-se, o encolher de ombros e assobiar para o lado, faz parte do dia-a-dia. Nunca como agora nos encontramos à beiro do abismo. Oficiais superiores das Forças Armadas, após um encontro de reflexão, distribuíram pelos órgãos de informação nacionais uma Declaração, onde salientaram alguns Alertas de alta importância para nós como Portugueses, e para a Pátria que é a nossa. Nenhum jornal ou televisão, se dignou em dar-lhe a devida atenção. Dependentes de bajulices e das participações governamentais, preferiram ignorar a emergência do debate proposto. Chamo a isso, falta de coragem e péssimo serviço informativo. Reduzidos às areias das praias e ao Sol que habita Portugal sem pagar imposto, chegamos a um momento dramático que exige autoridade e dignidade, numa tentativa de procurar salvar a pouca independência que nos resta. E para isso, creio bem que somente um Governo de Salvação Nacional dirigido por militares e civis de real formação, moral e patriótica, poderá salvar Portugal do descalabro. Do abismo. Ser Portugal português. No sudoeste da Europa. Raul Mesquita ABC-portuscale. Bi-mensuel. Crédits: Recueil d’auteurs identifiés et de / colectânea de autores identificados e de: Aicep; Santé Canada; Histoire du Canada; Internet et quelques inconnus. Compliation, coordination et montage: Raul Mesquita. www.abcportuscale.com / [email protected] jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale Cardinal D. Henrique, 17e roi de Portugal. 2ème dynastie ou dynastie d’Avis et D. António, Prior do Crato Henrique est né le 31 janvier 1512, à Almeirim. Il est le cinquième fils du roi D. Manuel I, et de Maria d’Aragon, sa deuxième épouse. Le roi D. Sebastião I, sans descendance, la couronne portugaise revient à son grand-oncle, un clerc, le cardinal Henri, le dernier enfant survivant du roi portugais D. Manuel I. D. Henrique fut acclamé roi du Portugal, le 28 août 1578. Le même jour, le cardinal, et roi, D. Henrique est proclamé cardinal-roi de Portugal et demande au pape le droit de pouvoir se marier à l’âge de 66 ans. Dès son avènement, il procéda à une épuration. Tous les mauvais serviteurs et conseillers néfastes de son neveu (D. Sebastião I) furent chassés des postes les plus importantes, et remplacés par ses fidèles. António de Portugal, Prior do Crato, fils de Luis de Portugal, duc de Beja et petit-fils du roi portugais D. Manuel I, António de Portugal, il jouissait de la faveur populaire qui voyait en lui un nouveau maître d’Avis, mais le roi D. Henrique décide de l’écarter; et il fait prononcer une sentence proclamant l’illégitimité d’António de Portugal, et l’envoya à Rome. Il proteste au Saint-Siège qui annule la sentence. Le pape Grégoire XIII insista en vain auprès de D. Henrique pour qu’il révoquât la mesure. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Le 28 juin 1580, l’armée espagnole envahit le Portugal. António Prior do Crato, après la prise de Setúbal, assiège Lisbonne, mais le 25 août, il perd la bataille d’Alcântara (Lisbonne) face à l’armée espagnole de Philippe II et les Espagnols mettent Lisbonne à sac. António Prior do Crato se réfugiera en Angleterre puis en France pour demander de l’aide en vain. António Prior do Crato, décède à Paris le 26 août 1595. Selon une légende, il laisse des nombreux enfants illégitimes en France, Hollande, Suisse et Belgique, mais pas au Portugal. Cette année-là, le Portugal privé de roi, dans l’incertitude et avec une administration déréglée, va vivre dans l’angoisse. Pendant 60 ans le pays vivra sous la domination espagnole. Prior du Crato sera privé du trône du Portugal, (une vergogne pour le Portugal) selon archevêque de Lisbonne, puisque Prior du Crato était fils de mère judaïque, une nouvelle chrétienne, ainsi appelée, les Juifs baptisés, au Portugal. Une forme pour que les Juifs puissent rester au Portugal, suite à l’Inquisition (1496) dans le pays. C’était une demande faite par les rois catholiques d’Espagne dans la séquence du mariage (1497) du roi D. Manuel I du Portugal avec Isabelle de Castille. Cela était une clause de mariage. Expulser les Juifs du royaume portugais. Le corps d’António Prior do Crato serait resté longtemps au couvent des franciscains de Paris (Barbosa Machado, 1.° vol de la Bibliothèque Lusitania, p.191). D. António Prior do Crato, pour beaucoup d’historiens, est considéré le dix-huitième roi portugais, même, s’il n’a pas gouverné. D. Henrique convaincu que la succession à la couronne du Portugal et que l’union des deux couronnes était la meilleure des solutions pour le Portugal, il demande à sa nièce duchesse de Bragance, à renoncer à ses droits, en compensation de la création d’un royaume au Brésil en faveur de son mari. D. Catarina d’Autriche, la grandmère du roi D. Sebastião I, très consciente de la faiblesse de ses moyens, propose de céder ses droits à son fils João duc de Barcelos, qui épouserait une fille de Philippe II d’Espagne ou à sa fille, qui épouserait le fils puîné du roi d’Espagne. La séparation des deux couronnes serait ainsi assurée. Lors des cortes à Almeirim (11 janvier 1580), tous les conseilleurs supplient D. Henrique de désigner un successeur dans son testament, pour éviter une solution militaire. D. Henrique écrivait dans son testament du 27 janvier 1580 : «Parce qu’au moment où je fais ce testament, je n’ai pas de descendants qui puissent succéder à la couronne…c’est pourquoi je ne déclare pas ici maintenant qui doit me succéder, ce sera celui qui aura le droit pour lui.» À la disparition de D. Henrique, le 31 janvier 1580, quand les gouverneurs entrèrent en fonctions, la confusion était extrême, et les historiens portugais ont porté un jugement très dur contre le souverain D. Henrique, qu’ils accusèrent d’avoir trahi la patrie en ne désignant pas son successeur national. Le 10 juin 1580, meurt le poète Luís de Camões. Son corps est jeté à la fosse commune. Son cercueil est transféré, beaucoup plus tard, dans l’église du monastère des Jerónimos à côté de celui de Vasco de Gama. António Prior do Crato se fait acclamer roi du Portugal à Santarém et ensuite aux Açores. 3 Le règne de D. Henrique ne dura que dix-huit mois. Il décède le 31 janvier 1580. Quadra popular a D. Henrique I : que o cardeal-dei dom Henrique, fique no Inferno muitos anos, por ter deixado em testamento, Portugal aos castelhanos. (1) Dans l’actuelle Espagne À la mort d’Henri (Henrique), Philippe II d’Espagne, petit-fils par sa mère du roi Manuel I du Portugal, et seul descendant mâle légitime, devient le roi aux deux couronnes, avec le titre Philippe II d’Espagne et Philippe I du Portugal. 2015-15-01 à Cardinal D. Henrique 2015-15-02 à Cardinal D. Henrique painel ajulejo à Évora 2015-15-03 à D. António Prior do Crato 2015-15-04 à Luis de Portugal, duc de Beja, père d’António Prior do Crato 2015-15-05 à Bataille d’Alcântara Manuel do Nascimento /Paris jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale O novo Prometeu agrilhoado ou a tragédia europeia na Grécia André Freire 01/07/2015 O sucesso dos programas de resgate é uma perfeita falácia, nomeadamente na Grécia, onde os efeitos sociais e económicos foram devastadores. Na sua edição de 25 de Junho último e para ilustrar um artigo de Jürgen Habermas, “A escandalosa política grega da Europa”, o Le Monde produziu uma imagem muito pertinente para representar o impasse na relação da União Europeia (EU) com a Grécia. Com a bandeira da UE em fundo, a imagem apresenta o novo Prometeu acorrentado, subentende-se que este seja agora a Grécia liderada pelo Syriza e pelo seu parceiro de coligação, no penhasco da Europa e com a águia a fustigarlhe o fígado mas, desta feita e ao contrário do mito original, usando para o efeito não o seu bico mas um símbolo da moeda única. É uma imagem poderosa porque não só liga o velho mito grego, estruturante da tradição político-cultural ocidental, à situação actual, como tal mito é também pertinente para se entender metaforicamente a situação actual. Para aqueles que, porventura, tenham menos presente o mito original, passado a trilogia dramatúrgica por Esquilo, vale a pena recordá-lo em traços largos. Prometeu era um titã da “corte” do deus supremo do Olimpo, Zeus, o qual se teria afastado deste último, despertando com esse afastamento a sua cólera, primeiro supostamente criando os humanos, segundo fornecendo-lhes o fogo libertador da cultura e da ciência. Como punição, Zeus decidiu que (o imortal) Prometeu ficaria (eternamente) agrilhoado, dependurado num penhasco, onde as aves de rapina reiteradamente lhe delapidariam o fígado (o qual, dada a sua imortalidade, se iria sistematicamente refazendo). 4 De facto, podemos entender a situação actual como um “castigo” do establishment europeu, uma intransigência dos restantes 18 governos da zona euro, perante a dupla rebelião da Grécia face ao status quo europeu. Por um lado, contra o “colete-de-forças” do euro e dos tratados económicos e fiscais (tratado orçamental, etc.), maxime contra os tristemente célebres “resgates financeiros”, que impedem que os eleitores possam mudar de políticas mesmo quando mudam de governos e lhes conferem claros mandatos de mudança. Por outro lado, contra a deriva tecnocrática da UE em que não só autoridades não eleitas são tidas em pé de igualdade com governos com mandato democrático, amiúde constrangendo a margem de manobra das autoridades democráticas e impondo uma austeridade sem fim e sem alternativa, como o leque de alternativas políticas, consubstanciais de uma qualquer democracia digna desse nome, é severamente limitado. Vejamos porquê. Comecemos pelos problemas de democracia na UE. É chocante ver, mais uma vez nesta crise, o grau em que autoridades não eleitas (desde as mais tecnocráticas, como o FMI e o BCE, até às mais políticas, como a Comissão Europeia), ou seja, sem legitimidade democrática, pretendem determinar as condições de governação dos governos nacionais, esses sim com legitimidade democrática resultante do voto popular. Entre parêntesis, e para os mais incautos, esclareça-se que também o executivo da UE não é eleito popularmente, nem sequer de forma indirecta, e a solução (desde o Tratado de Lisboa) de ligar as eleições para o Parlamento Europeu (PE) à escolha do Presidente da Comissão Europeia (CE), embora sempre mediada pela designação prévia feita pelo Conselho Europeu, é uma solução que vai no bom sentido, mas é tudo menos clara (aos olhos dos eleitores), inequívoca e necessária (vejam-se as controvérsias geradas aquando da última eleição do PE, 2014). Alguns poderão argumentar que, tendo em conta os “resgates financeiros”, ou seja, os “empréstimos” à Grécia, é natural que os representantes dos credores tenham uma palavra a dizer nas políticas a adoptar pelos devedores, nomeadamente com vista ao ressarcimento dos empréstimos. Todavia, esta posição tem dois problemas fundamentais. Primeiro, mesmo dando de barato tal argumento, sobretudo no âmbito europeu nada obriga a que sejam entidades tecnocráticas e não políticas a representar os credores; pelo contrário, num sistema político democrático (nacional ou supranacional), o oposto seria desejável. O segundo problema é que, independentemente de tudo o resto, aquilo que deveria preocupar os credores deveria ser apenas e só o ressarcimento efectivo das dívidas (realmente pagáveis), não as políticas a encetar com vista a tal ressarcimento. Ora são precisamente as políticas que mais parecem preocupar os credores: recorde-se que uma das razões para a recusa da última proposta da Grécia foi que as entidades tecnocráticas (FMI, BCE, CE) não quiseram trocar cortes nas pensões e aumentos no IVA por cortes na Defesa e aumento das taxas em sede de IRC. Ou seja, mais do que preocupadas com o ressarcimento efectivo das jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français dívidas, os credores parecem apostados em afunilar ideologicamente a latitude das políticas. Aliás, foi assim também no caso português: a Troika foi muito diligente a “obrigar” o governo português a privatizar extensamente, a comprimir o sector público ou a desregular o mercado de trabalho; mas contemporizou totalmente com o grosseiro incumprimento (do memorando) nos cortes das rendas nas utilities (por exemplo, dos grandes monopólios privados na área da energia) ou nas Parcerias Público-Privadas. E, sublinhe-se, o afunilamento do espaço de competição política é o pão-nosso de cada dia na UE: por exemplo, em nome da sagrada concorrência mercantil impedem-se ajudas às empresas, vulgo a política industrial típica das democracias do após II Guerra, e subalternizase o funcionamento dos serviços públicos. Note-se que tudo isto é anterior à crise grega actual, mas esta ficou desde o início marcada pela oposição ostensiva da CE e das grandes potências hegemónicas europeias à (então) esperada vitória do Syriza e, uma vez eleito o governo deste partido (por livre escolha dos cidadãos gregos, contra ventos e marés da Europa…), na tentativa de evitar a todo o custo que a mudança de governo desse origem a uma mudança de políticas. Ou seja, a mensagem do establishment europeu é, primeiro, não devem escolher forças políticas não certificadas por nós mas, se porventura o fizerem, devem ficar cientes que podem votar, podem até mudar de equipa governativa, mas não podem mudar de políticas. Ou seja, podem votar mas não podem escolher. Ora é contra esta “democracia sem escolhas” que o novo Prometeu agrilhoado se tem rebelado. E tal rebelião deveria motivar a solidariedade de todos os democratas europeus, nomeadamente dos socialistas, os mais prejudicados com o afunilamento do espaço das políticas que mencionámos… Como sublinha Habermas no seu artigo citado acima, uma das reivindicações da Grécia era uma renegociação da dívida pelo menos de modo a indexar o seu pagamento ao crescimento económico futuro do país. Os “credores”, os seus representantes tecnocráticos e, de um modo geral, o establishment político e mediático europeu chamaram a isto “radicalismo intransigente”. Mas será a divida grega pagável? E terão sido os programas de resgate um sucesso em todo o lado, excepto na Grécia? Mais uma vez, conforme refere o filósofo alemão é cada vez mais consensual entre a comunidade científica que, primeiro, será necessária uma renegociação das dívidas das periferias em crise, nomeadamente da grega; segundo, que os programas de resgate assentaram num erro de diagnóstico quanto à genealogia da crise; terceiro, que o sucesso dos programas de resgate é uma perfeita falácia, nomeadamente na Grécia, onde os efeitos sociais e económicos foram devastadores. Claro que há uma imensa operação de propaganda por essa Europa fora a dizer que tais programas foram um sucesso, nomeadamente em Portugal, mas quando explico aos meus amigos alemães que, no final do programa, com enorme compressão de salários e de pensões, com brutal desregulação do mercado de trabalho e descapitalização dos serviços públicos, com extensíssimos programas de privatizações, Portugal está hoje muito mais endividado do que antes do memorando da Troika, as pessoas percebem claramente a falácia… Ora foi contra estas falácias que o novo Prometeu agrilhoado se rebelou. E, mais uma vez, tal rebelião deveria motivar a solidariedade de todos os democratas europeus, nomeadamente dos socialistas. Assim não tem acontecido, porém, curiosamente… Nota final: estes e outros assuntos são abordados no livro colectivo que coordenei, O Futuro da Representação Política Democrática, Lisboa, Nova Vega. Politólogo, Professor do ISCTE-IUL; [email protected] jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale Rosa dos Ventos jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Rose des Vents Voyage de lune de miel Après la cérémonie de mariage et la grande fête, vient le moment le plus attendu: la lune de miel pour se détendre et célébrer l’amour. Découvrez les endroits les plus romantiques et inspirateurs du Portugal. Située à proximité de Lisbonne, Sintra, sur le Mont da Lua, est certainement une destination qui ne déçoit pas. Les palais et manoirs du XIXème siècle situés dans le cadre romantique de la Serra de Sintra, au cœur d’un paysage classé au patrimoine de l’humanité, sont probablement de magnifiques endroits pour célébrer un moment spécial, en bénéficiant d’un service de qualité et de programmes spécifiques pour les lunes de miel. sont également des endroits magiques et inspirateurs, au même titre que Vidago, dans le nord du pays, dont le palais a été reconnu au niveau international comme étant l’un des meilleurs endroits pour se marier. Coimbra Sintra À proximité de Porto, la force et le tempérament du fleuve Douro sont également la marque d’un paysage renversant, reflet de la passion de ceux qui vivent dans la région viticole délimitée la plus ancienne au monde. Le vin de Porto qui y est produit et élevé sera le choix idéal pour trinquer à une nouvelle étape de la vie. Nous vous suggérons de séjourner dans un domaine de la Vallée du Douro, dans un cadre plus intime et soigné, ou de faire une croisière de plusieurs jours et d’en profiter pour visiter les villages riverains et découvrir une région également classée au patrimoine mondial. Pour ceux qui préfèrent un cadre idyllique, pour des fins d’après-midi romantiques et des dîners au son de l’océan, le Costa do Estoril, un complexe hôtelier devenu le refuge de rois et princes et qui conserve le charme d’autrefois, peut être une excellente option. Dans le sud du pays, la côte de l’Algarve, ses falaises dorées et plages secrètes, sont probablement un choix sûr. Sur l’île de Madère, les températures douces tout au long de l’année et la diversité de parcs et de jardins permettent une rencontre parfaite entre la nature, le raffinement et la sophistication, que ce soit dans un hôtel avec vue sur la mer, ou dans le cadre tranquille d’un ancien domaine. Une promenade en bateau en fin de journée ou une petite croisière jusqu’à Porto Santo sont idéales pour vivre une grande passion. Vale do Douro Luxe, histoire et nature: une combinaison très appréciée pour célébrer une date Le Portugal compte une offre pouvant répondre aux goûts les plus raffinés. Les auberges Pousadas de Portugal sont installées dans des châteaux, palais et hôtels de charme, et notamment à Óbidos, une petite ville de reines entourée de remparts. Mata do Buçaco, ou le domaine Quinta das Lágrimas, à Coimbra, Alentejo Pour vous aider à organiser votre voyage de lune de miel, consultez un opérateur touristique dans votre pays ou consultez les programmes de notre offre en hôtels de 4 et 5 étoiles et pousadas. 5 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale HOMENAGEM A LELLO PORTELA PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XX Iniciam-se neste último fim-de-semana de Junho, as celebrações do 63º Aniversário da Força Aérea Portuguesa. Herdeiros dos pergaminhos e pedigree da Aeronáutica Militar e da Aviação Naval, os militares da Força Aérea nestas ocasiões recordam e honram solenemente a história e os aviadores do passado. Abate de um avião de caça alemão “Albatros D.III” pelo Alferes Lello Portela, a bordo do seu “Spad 13-C1″, nos céus da Flandres em 1918, num trabalho de Paulo Gonçalves. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Universidade da Beira Interior avanços no cancro da próstata com O estudo foi publicado recentemente no Journal of Cancer Research and Clinical Oncology Sílvia Socorro e Cátia Vaz 6 O arranque da aviação militar Portuguesa teve lugar em plena Primeira Guerra Mundial, com todas as consequências de falta de apoio aliado que a época implicava. A aviação militar Portuguesa não conseguia obter as aeronaves de combate que necessitava, pela que a solução foi de incorporar aviadores nas esquadrilhas Francesas. O Alferes Alberto Lello Portela, em 1916, fez parte do pequeno grupo inicial de militares portugueses que foram a Inglaterra triar o brevet de piloto militar. Seguidamente, Lello Portela seguiu para França onde incorporou a esquadrilha SPA-124, “Jeanne d’Arc”, antiga esquadrilha “Lafayette”, com Base em La Noblette, voando um avião de combate Spad 13-C1. Para exteriorizar o seu patriotismo, Lello Portela pintou a fuselagem do seu Spad com uma larga lista diagonal branca, onde inseriu as cores Nacionais e, no dorso da aeronave, exibia as cinco quinas. Combateu durante um ano, onde fez 22 missões e obteve 3 vitórias confirmadas em combates aéreos e 1 balão inimigo abatido. Após o Governo Português ter decido retirar as Forças Portuguesas do conflito, os 31 aviadores Portugueses destacados em França receberam ordens para regressar a Portugal. Contudo, 13 deles decidiram continuar a combater sob o estatuto de voluntários. O presente estudo permitiu estabelecer os androgénios como moduladores da expressão de genes fundamentais para o controlo da entrada de glucose nas células, bem como para a sua metabolização e utilização na produção de lactato. Os androgénios estimularam ainda o efluxo de lactato pelas células tumorais, uma característica associada à progressão do cancro para estados mais agressivos. A reprogramação metabólica que é evidenciada neste trabalho em resposta ao tratamento com os androgénios teve igualmente um efeito importante no aumento da sobrevivência e proliferação das células tumorais, o que pode representar um aspeto fulcral no desenvolvimento e progressão do cancro da próstata. De acordo com os resultados da investigação, os androgénios têm um papel importante na reprogramação do metabolismo das células tumorais, aumentando a sua proliferação e sobrevivência. Estes dados permitem conceptualizar um conjunto de novas abordagens terapêuticas para o tratamento e regressão do cancro da próstata, através do controlo da acção dos androgénios e do metabolismo. UNIVERSIDADE Já no final da Guerra, Lello Portela foi o último aviador Português a regressar à Pátria. Foi promovido a capitão por mérito, obteve 3 citações do Exército Francês, entre as quais uma em Ordem do IV Exército, e recebeu a condecoração francesa de Legião de Honra. Anos mais tarde, retirado da vida militar, Lello Portela foi Governador Civil de Lisboa. Numa altura em que se comemora o Centenário da Aviação Militar Portuguesa, fica a homenagem a um grande aviador Luso, que combateu voando na Flandres com as cores de Portugal. Sobreviveu a um dos piores conflitos, onde a expectativa média de vida para um piloto eram 93 horas de voo. Uma equipa da Universidada da Beira Interior, liderada pela docente Sílvia Socorro, está a desenvolver um estudo referente ao papel dos esteróides sexuais masculinos, conhecidos como androgénios, na regulação do metabolismo das células de cancro da próstata, o que pode contribuir para a definição de novas abordagens terapêuticas. O estudo foi publicado recentemente no Journal of Cancer Research and Clinical Oncology. DA BEIRA INTERIOR Paulo Gonçalves Covilhã Portugal jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français suite de la page 1 abc portuscale Grèce... régionaux et de la compagnie de distribution d’électricité. Une partie des fonds dégagés à la suite des privatisations servira à refinancer les banques grecques, qui sont à la limite de l’insolvabilité. La Grèce n’obtient aucune réduction de sa dette, et le Fonds monétaire international (FMI) demeurera l’un de ses créanciers. Pire, les créanciers ne seront jamais loin et s’assureront que tout se déroule selon leurs prescriptions. Sur les termes de l’accord, vous trouverez ici un résumé des correspondants du journal économique français Les Échos. L’effet boomerang Alexis Tsipras a fait un mauvais pari et il a perdu. Il a cru que le rejet massif des demandes européennes par sa population allait infléchir la position des créanciers. Le référendum a plutôt eu l’effet d’un boomerang qui a rebondi à la face du gouvernement grec, lequel l’a payé chèrement. Le référendum a exaspéré plusieurs de ses partenaires, qui ont interprété le résultat et l’opposition aux réformes comme le rejet implicite de la participation grecque à la zone euro — ce qui a rendu encore plus exécrable la position de négociation du gouvernement grec. Le gouvernement dirigé par Syriza s’est trouvé dans une situation intenable, car il devait dorénavant lutter sur deux fronts. En plus de vouloir édulcorer les conditions des créanciers, il a dû se battre pour rester dans la zone euro, car certains pays (dont l’Allemagne) ne se gênaient plus pour évoquer, sinon souhaiter, son départ. Les négociations ont été difficiles et les discussions, souvent brutales, selon certains participants qui ont parlé dans l’anonymat aux médias. Le Financial Times de Londres en fait ici état. Un accord est maintenant à portée de main, mais les belligérants semblent affaiblis et les répercussions pourraient être nombreuses. Le gouvernement grec sortira-t-il indemne après un tel retournement ? L’accord est tout simplement imbuvable pour certains députés et ministres de Syriza. Alexis Tsipras devra s’appuyer sur les partis d’opposition pour faire voter les politiques convenues. Sur les répercussions politiques grecques, voici un article, en anglais, du journal Ekathimerini d’Athènes. Angela Merkel s’est résignée à un accord au tout dernier moment, prenant à contre-pied son puissant ministre des Finances, Wolfgang Schäuble, qui n’exprimait aucune sympathie pour un nouveau plan de sauvetage de l’État grec et ses dirigeants actuels. La France et l’Allemagne — les deux piliers de la zone euro — ont joué une partition dangereuse en fin de semaine, donnant l’impression d’un profond désaccord sur le sort de la Grèce. Enfin, le gouvernement finlandais pourrait se retirer, car le parti nationaliste a menacé de laisser tomber la coalition gouvernementale s’il y avait un accord. En plus des députés grecs, les parlementaires français, allemands, autrichiens, estoniens, lituaniens et peut-être slovaques devront se prononcer sur l’entente conclue. La zone euro maintient son intégrité, mais la crise grecque a créé des blessures et peut-être des fissures. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français La BCE a dit «plus de billets de trésorerie». Alors, l’État ne pouvait plus emprunter auprès des banques. Aussi, à partir de mars, nous avons commencé à économiser tout ce que nous avons pu dans les dépenses de l’État. Nous avons regroupé toutes les réserves d’argent des différentes branches, des agences, des autorités locales pour payer le FMI. Nous avions un problème avec les finances publiques, avec l’excédent primaire, nous ne pouvions pas payer le FMI, alors nous avons dû gratter partout. Cela a conduit à une réduction interne de la liquidité en cash. Les banques, les entreprises exportatrices, les entreprises manufacturières ne pouvaient plus emprunter. Les gens ne pouvaient plus payer leurs dettes. Ils ne pouvaient plus obtenir la moindre extension de crédits. Le système de crédit a commencé à ne plus fonctionner, à se désintégrer. De l’avis de ce conseiller, l’économie grecque a subi l’équivalent d’un arrêt cardiaque : C’est une sorte d’infarctus, si vous voyez la liquidité comme le sang de l’économie. Le week-end dernier, quand la BCE a tout arrêté, nous avons eu une crise cardiaque. Maintenant nous en avons les contrecoups. Différents organes sont paralysés. Certains ont arrêté de fonctionner, d’autres essaient mais n’ont pas assez de sang. Le point de vue des créanciers Un autre texte publié la fin de semaine dernière apporte un éclairage indispensable à la crise grecque. Il est signé par l’économiste en chef du Fonds monétaire international, Olivier Blanchard. Ce Français, qui quittera bientôt son poste, est professeur au célèbre Massachusetts Institute of Technology (MIT), en banlieue de Boston. Il donne l’autre côté de la médaille, celui de créanciers excédés par l’incapacité des Grecs à respecter leurs engagements. Je résume quelques éléments de son argumentation. Même avant le programme d’aide de 2010, la dette grecque accusait une progression insoutenable de 12 % par année. Livrée à elle-même, la Grèce n’aurait pas pu emprunter sur les marchés, et la réduction du déficit aurait forcément entraîné des «ajustements beaucoup plus douloureux et un coût social bien plus élevé». «L’austérité n’était pas un choix, mais une nécessité.» Le financement accordé à la Grèce en 2010 n’a pas seulement servi à rembourser les banques étrangères, mais aussi les institutions financières grecques, qui détenaient le tiers de la dette. Le financement de 2010 s’est également fait à de meilleures conditions que les prêts antérieurs, et les intérêts sur la dette ont diminué de 12 milliards d’euros en 2009 à 6 milliards en 2014. Enfin, beaucoup de réformes auxquelles s’était engagée la Grèce n’ont pas été exécutées, notamment les efforts pour améliorer le recouvrement de l’impôt. La crise grecque, c’est finalement l’histoire d’un pays qui a trop emprunté et peu respecté ses engagements, ce qui a ourdi la colère de créanciers, qui se sont avérés implacables et intraitables. C’est cette dernière leçon que les pays européens ont voulu faire comprendre à d’autres forces politiques qui, comme le parti Podemos, en Espagne, seraient tentées de se faire élire sur la base d’une opposition aux mesures d’austérité préconisées pour assurer le remboursement de la dette publique. L’infarctus économique La question se pose : pourquoi Alexis Tsipras a-t-il cédé ? N’aurait-il pas été plus conséquent pour un parti comme le sien de rejeter les conditions européennes pour de bon et tenter de relancer le pays avec une nouvelle monnaie ? La vérité, c’est que le premier ministre grec avait absolument besoin d’un accord pour éviter l’effondrement total des banques grecques et de l’économie du pays. La situation est dramatique. Le pays est en défaut de paiement à l’endroit du Fonds monétaire international et il le sera dans sept jours envers la Banque centrale européenne (BCE). Les banques sont fermées depuis la fin juin et leurs réserves de liquidités sont au plus bas niveau. Sans accord, la Banque centrale européenne pourrait arrêter du jour au lendemain son mécanisme de fourniture de liquidités d’urgence (ELA) aux banques grecques. Ces fonds aident tout juste les banques grecques à rester solvables, sans toutefois leur permettre de rouvrir. Les créanciers européens ont maintenu une pression de tous les moments sur l’économie grecque, limitant au maximum les crédits disponibles pour faire fonctionner l’économie. Sur Mediapart, un site très marqué à gauche, un conseiller important du gouvernement grec a raconté son expérience des cinq derniers mois. Surtout : comment le nouveau gouvernement a sous-estimé la détermination de ses prêteurs. Les conséquences ont été désastreuses : La Grèce baisée...Des Vampires heureux... 7 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français TEMPO DE POESIA - XXII Século XX FUTURISMO E MODERNISMO ORFEU (1.a parte) Como caracterizar a evolução das Artes e das Letras neste princípio de século? Um espírito novo soprava sobre toda a Europa. Em Inglaterra com os Sitwel, Gerad M. Hopkins, T.S. Elliot, Ezra Ponds (os dois americanos), e o movimento imagista. Na Rússia, surgiram dois poetas inovadores, Alma Akmatova, M.L. Tsetaievena, na Itália Marinetti, fundador do Movimento Futurista, Severini, Carra, etc... E em França? A poesia não fica para trás: Blaise Cendrars publica em 1912 “Pâques à New York”, mas o poeta mais revolucionário das Letras da época é sem dúvida Guillaume Appolinaire, sem falar dos pintores cubistas do “Bateau Lavoir” e poetas tais como Max Jacob, André Salmon. Appolinaire lança em 1912 a revista “Les Soirées de Paris”, principal orgão da vanguarda artística e literária, guardando o contacto a revista italiana “Lacerba” e a “Der Sturm” de Berlim. Não devemos esquecer o nome de Artur Rimbaud que proclama “mudar a vida” e o de Beaudelaire, o grande iniciador. E em Portugal? Em 1912, em Lisboa, os jovens começaram a encontrar-se nos cafés “A Brasileira” e no ”Martinho da Arcada” (que foi o refúgio preferido de Fernando Pessoa, até ao fim da sua vida) . 8 O desejo de seguir os exemplos do que se passa noutros sítios, fá-los partir à procura de uma identidade própria. Essa identificação com o mundo exterior leva-os a conversas e tomadas de atitude, a troca de ideias, de projectos, vontade de se afirmarem “para escandalizar o burguês”. Une-os uma amizade autêntica, o cimento mais forte da aventura Órfica. Quem eram eles? O sumário do N.° 1 do “Orfeu”, contém os nomes de Luis de Montalvor, Mário de Sá Carneiro, Ronald de Carvalho, Fernando Pessoa, Alfredo Pedro Guisado, José de Almada Negreiros, Cortes Rodrigues et Àlvaro de Campos. Todos os portugueses conhecem o nome de Fernando Pessoa. Escolha de Isabel Meyrelles Tradução e Colaboração de Maria Fernanda Pinto, PFr. Antes de falarmos dos outros membros do Orfeu, talvez fosse interessante conhecer a definição dos heterónimos de Fernando Pessoa, explicados por ele mesmo numa carta enviada a Adolfo Casais Monteiro: Como escrevo em nome desses três?... Caeiro por pura e inesperada inspiração, sem saber ou sequer calcular que iria escrever. Ricardo Reis, depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode. Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê. (O meu semi-heterónimo Bernardo Soares, que aliás em muitas coisas se parece com Àlvaro do Campos, aparece sempre que estou cansado ou sonolento, de sorte que tenha um pouco suspensas as qualidades de raciocínio e de inibição ; aquela prosa é um constante devaneio. E um semi-heterónimo porque, não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afectividade. A prosa, salvo o que o raciocínio dá de “ténue” a minha, é igual a esta, e o português perfeitament igual ; ao passo que Caeiro escrevia mal o Português, Campos razoàvelmente mas com lapsos como dizer “eu próprio” em vez “eu mesmo”, etc., Reis melhor do que eu, mas com um purismo que considero exagerado. O difícil para mim é escrever a prosa de Reis , ainda inédita ou de Campos. A simulação é mais fácil, até porque é mais espontânea, em verso). Carta escrita e publicada na Revista “Presença” em 1937 (cont...) Ode Triunfal (do livro ORFEU) 1914 À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! Casa onde nasceu F. Pessoa-Largo de S.Carlos-Lisboa Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro, Porque o presente é todo o passado e todo o futuro E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão, E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta, Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem, Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e por estes volantes, Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando, Fazendo-me um acesso de carícias ao corpo numa só carícia à alma. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Orfeu - abc portuscale cont. Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime! Ser completo como uma máquina! Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo! Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto, Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento A todos os perfumes de óleos e calores e carvões Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável! Fraternidade com todas as dinâmicas! Promíscua fúria de ser parte-agente Do rodar férreo e cosmopolita Dos comboios estrénuos, Da faina transportadora-de-cargas dos navios, Do giro lúbrico e lento dos guindastes, Do tumulto disciplinado das fábricas, E do quase-silêncio ciciante e monótono das correias de transmissão! Horas europeias, produtoras, entaladas Entre maquinismos e afazeres úteis! Grandes cidades paradas nos cafés, Nos cafés - oásis de inutilidades ruidosas Onde se cristalizam e se precipitam Os rumores e os gestos do Útil E as rodas, e as rodas-dentadas e as chumaceiras do Progressivo! Nova Minerva sem-alma dos cais e das gares! Novos entusiasmos de estatura do Momento! Quilhas de chapas de ferro sorrindo encostadas às docas, Ou a seco, erguidas, nos planos-inclinados dos portos! Actividade internacional, transatlântica, Canadian-Pacific! Luzes e febris perdas de tempo nos bares, nos hotéis, Nos Longchamps e nos Derbies e nos Ascots, E Piccadillies e Avenues de L’Opéra que entram Pela minh’alma dentro! jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Un navire des Pays-Bas a navigué illégalement sur le Saint-Laurent Lors de son départ de Montréal, le 30 mai, le Karel Doorman s’est retrouvé dans l’illégalité puisque son équipage n’a pas laissé un pilote canadien prendre la barre du navire de guerre. Patricia Cloutier Le Soleil Le navire de guerre Karel Doorman, des Pays-Bas, a fait escale à Montréal à la fin mai pour remercier le Canada d’avoir contribué à libérer son pays, il y a 70 ans. Sur le chemin du retour, toutefois, l’équipage n’a pas laissé la barre du bateau à un pilote canadien, expert de la conduite dans le fleuve Saint-Laurent, une situation illégale, qui aurait aussi pu être dangereuse. Le Soleil a appris que lorsque le HNLMS Karel Doorman a fait son entrée dans le fleuve, le 26 mai, la communication avec le pilote local qui est monté à bord était passable, sans plus. C’est lors du départ du navire, le 30 mai, que les choses ce sont corsées. confirme Fulvio Fracassi, premier dirigeant de l’Administration de pilotage des Laurentides, la société d’État fédérale qui s’assure de la sécurité de la navigation sur le Saint-Laurent. «On a été mis au courant une fois que le bateau était parti et on a entrepris des démarches pour régler la problématique, ce qui a été fait rapidement», ajoute M. Fracassi. Selon lui, la Garde côtière et Transports Canada ont travaillé de concert sur ce dossier et quand le bateau, parti de Montréal, était vis-à-vis Sorel-Tracy, tout était rentré dans l’ordre. «Il semble y avoir eu un problème de barrière linguistique», ajoute M. Fracassi. Selon nos sources, le capitaine du bateau parlait néerlandais avec son officier de corps et son timonier, ignorant le pilote québécois à bord, qui n’y comprenait absolument rien et ne pouvait donc pas intervenir. Appelé à commenter le dossier, Pierre Vallée, président de la Corporation des pilotes du Saint-Laurent central (CPSLC), dit avoir été informé de l’incident, mais il soutient que le problème ne s’est pas réglé à Sorel-Tracy. Il aurait perduré au moins jusqu’à Québec. «Il y a eu un changement de pilote à Trois-Rivières et le nouveau a demandé s’il aurait la conduite du navire. Le capitaine lui a dit que non, qu›il gardait la conduite, ce qui est complètement dérogatoire à la loi», soutient M. Vallée. Aucun accident n’est survenu durant le voyage sur le fleuve, mais l’équipage des Pays-Bas aurait fait circuler le mastodonte de 30 mètres de large en plein milieu de la voie maritime, alors que le chenal est normalement divisé en deux : un côté pour monter le fleuve et l’autre pour le descendre. Pour éviter tout risque d’incident, les deux bateaux qui croisaient la route du Karel Doorman ce jour-là ont décidé de s’ancrer à l’extérieur du chenal pour le laisser passer. Une information que confirment autant M. Fracassi que M. Vallée. Merkel expulsa do parlamento Chanceler alemã foi mandada calar várias vezes. Por Alexandra Pereira O presidente do parlamento alemão, Norbert Lammert, chamou a atenção da chanceler alemã, Angela Merkel, diversas vezes por a alemã estar a conversar com o líder do partido social-democrata, Thomas Oppermann. Lammert começou por pedir “um pouco de silêncio”, mas a chanceler ignorou o aviso. O presidente do parlamento alemão tentou uma segunda vez, sem sucesso. Cansado de não conseguir controlar Merkel, o presidente convidou-a a sair do parlamento. “Senhora chanceler vá fazer isso noutro sítio”, ordenou Norbert Lammert. Obediente, Merkel foi sentar-se nos bancos traseiros da bancada. Incident rare Qu’un navire de guerre étranger ne respecte pas les lois canadiennes de navigation sur le Saint-Laurent est rarissime. «C’est un incident très isolé. On reçoit de 20 à 30 navires de guerre de différents pays chaque année et c’est la première fois qu’une problématique comme ça se présente», soutient M. Fracassi. Pour éviter un autre incident du genre, son administration compte redoubler ses efforts pour informer adéquatement les équipages de navires étrangers des règles qui prévalent sur le Saint-Laurent. «Ce que je trouve complètement déraisonnable dans ce cas-là, c’est qu’un navire de guerre étranger ne respecte pas la loi en vigueur. Ça fait 15 ans que je suis pilote et c’est la première fois que je vois ça», soutient pour sa part M. Vallée. Difficile de comprendre les raisons pour lesquelles le capitaine a voulu garder la mainmise sur son navire. Le HNLMS Karel Doorman est une frégate toute neuve, pouvant accueillir jusqu’à 300 personnes, qui a commencé à naviguer seulement l’an dernier. Il est le fleuron technologique de la Marine royale néerlandaise. Son escale au port de Montréal «a été un immense succès», selon Michael Polak, le consul des Pays-Bas à Montréal. Des visites ont été organisées et un concert de musique militaire a été donné à bord. Pour ce qui est des problèmes de communication lors du trajet de retour, M. Polak soutient ne pas avoir été mis au courant de ce qui s’est passé. 9 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français La Grèce au XXe siècle abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Grecs courageux Fainéants, fraudeurs, inciviques, ingrats... Les Grecs ont tous les défauts du monde si l’on en croit certains commentaires de la presse européenne. Il est une qualité toutefois qu’on ne saurait leur dénier, le courage. Et aussi la résilience, la capacité à surmonter les épreuves, notamment celles qu’ils ont subies au cours du XXe siècle du fait des Turcs, des Allemands ou encore des Britanniques. De la « Grande Catastrophe » à l’agression italienne (1922-1940) Pour la Grèce, le cycle ouvert par les guerres balkaniques en 1912 s’achève en 1922 par la « Grande Catastrophe » : l’arrivée dans ce petit pays pauvre (4,7 millions d’habitants) de 1,5 million de réfugiés, souvent démunis de tout, chassés « à chaud » de la République turque en gestation ou « échangés » en vertu du traité de Lausanne (24 juillet 1923). Évacuation de Smyrne à partir du 15 mai 1919 La société grecque sort durablement déstabilisée de cette décennie de conflits. Le 4 août 1936, le général Ioánnis Metaxás instaure une dictature inspirée du fascisme italien, sous l’autorité du roi Georges II. Malgré cette proximité idéologique, Mussolini attaque la Grèce le 20 octobre 1940. Metaxás repousse l’ultimatum italien. Son « Όχι » (Non) provoque un enthousiasme patriotique auquel participe jusqu’au Parti communiste (KKE), persécuté la veille encore. Bien qu’inférieure en nombre et plus encore en matériel, l’armée hellénique repousse l’attaque lancée depuis l’Albanie jusqu’à plus de 50 km au nord de la frontière. Mais du même coup, elle contraint Hitler à sauver son allié de l’humiliation. 10 Auschwitz dès leur arrivée, et une centaine affectés au Sonderkommando. La terreur se déchaîne à la périphérie des bastions des maquis. Wehrmacht et SS y brûlent les récoltes, tuent le bétail, empoisonnent les puits. 2300 otages sont exécutés dans le seul Péloponnèse de novembre 1943 à juillet 1944 ; d’autres sont encagés en tête des trains afin de dissuader les saboteurs. Les Allemands multiplient les « Oradour » : 700 hommes et adolescents de Kalavryta, à l’est de Patras, sont massacrés à la mitrailleuse le 13 décembre 1943. Les troupes allemandes pénètrent en Grèce le 6 avril 1941. L’occupation allemande (1941-1945) Metaxás meurt de maladie en janvier Ioannis Metaxas (1871-1941) 1941 et le général Georgios Tsolakoglou capitule en Macédoine occidentale. Par une décision sans équivalent, Hitler lui-même rend hommage à la combattivité des Grecs en libérant les prisonniers de guerre… dont beaucoup constitueront les premiers maquis ! Les Allemands hissent la croix gammée au-dessus de l’Acropole le 27 avril 1941 (Bundesarchiv)Le 27 avril 1941, la croix gammée flotte sur l’Acropole. Tandis que le roi, le Premier ministre et une partie des troupes se replient en Crète, la Résistance s’active dans le pays. Dès l’arrivée des nazis sur l’Acropole, l’evzone qui avait la garde du drapeau grec s’en enveloppe et se jette dans le vide ; puis le 30 mai 1941, deux étudiants, Manólis Glézos et Lakis Sandas, en arrachent le drapeau nazi. En ville, les manifestations populaires contre les occupants se multiplient, contraignant par exemple les nazis, cas unique, à renoncer au Service du travail obligatoire. Les maquis eux-mêmes débordent d’activité et font par exemple sauter le viaduc du Gorgopotamos, ce qui a pour effet de couper le chemin de fer de Thessalonique au Pirée qui approvisionne l’Afrikakorps. Dans les régions montagneuses où Italiens et Allemands n’osent plus s’aventurer, la population expérimente des formes inédites d’autogouvernement. La répression est d’autant plus sauvage : après la Pologne et l’URSS, la Grèce connaîtra les pertes humaines et matérielles les plus considérables en Europe (8% à 9% de morts dans la population ; 1,5% en France) sans compter une famine qui tuera entre 250.000 et 300.000 des 7,36 millions de Grecs. Cynisme britannique Dès la fin 1942, Churchill crée les conditions d’une autre tragédie en préparant le retour du roi, bien que celui-ci ait été discrédité par son rôle sous le régime Metaxás. Les agents britanniques favorisent par l’argent et les armes les mouvements monarchistes au détriment de l’EAM/ELAS (Front national de libération/Armée populaire grecque de libération), marqué à gauche et sous influence communiste. Les juifs de Thessalonique (80% des juifs de Grèce) sont déportés entre mars et août 1943 : plus de 75% des 48.974 juifs de Grèce du Nord sont gazés à Femmes rescapées du massacre de Distomo (10 juin 1944)Komeno de l’autre côté du Golfe de Corinthe, Klissoura en Macédoine, Distomo, non loin de Delphes, sont d’autres localités martyres. Dans ce dernier cas, le carnage dure trois jours, du 10 au 13 juin 1944 (il est concomitant du massacre d’Oradour). Le pope est décapité, les hommes sont torturés, pendus ou abattus, les femmes violées, on leur coupe les seins ou leur ouvre le ventre, des enfants sont éviscérés… Au total, près de 900 villages seront rasés et 500 autres en grande partie détruits. Le massacre de Distomo (Béotie), samedi 10 juin 1944 (Bundesarchiv) À Athènes et au Pirée, les Allemands et leurs supplétifs grecs bouclent périodiquement les quartiers populaires. Le Premier ministre Alexis Tsipras rend hommage aux martyrs de Kaisiriani le 26 janvier 2015 (DR)Durant ces bloka, les maisons sont pillées et la population rassemblée sur une place où les suspects, désignés par des délateurs cagoulés, sont souvent torturés en public, avant d’être envoyés au camp de concentration d’Haïdari, pendus ou fusillés sur place, comme les 200 habitants de Kaisariani, le « petit Stalingrad » (1er mai 1944), auxquels le Premier ministre Alexis Tsipras est allé rendre hommage le jour de sa prise de fonction le 26 janvier 2015. À la Libération, dans ce pays ravagé, l’armement maritime est la seule activité qui peut repartir rapidement et faire rentrer des devises, raison pour laquelle elle est alors défiscalisée. Nombre d’armateurs ont en effet mis leur flotte au service des Alliés et reçoivent, pour compenser leurs pertes, des liberty ships américains ainsi que des navires italiens. Car l’Italie et la Bulgarie payent des dommages de guerre à la Grèce, contrairement à l’Allemagne qui en sera exemptée... jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Bulgarie ou la Hongrie ont dû pour leur part s’acquitter. La guerre civile (1945-1949) Partage des Balkans à Moscou entre Churchill et Staline (octobre 1944), archives nationales de LondresCette Libération est cependant pleine de désillusions. Les En janvier 2015, l’arrivée au pouvoir de la coalition Syriza/Grecs indépendants a 9-10 octobre 1944, lors d’une rencontre à Moscou, Churchill et Staline scellent relancé le dossier des réparations. un « accord des pourcentages » qui donne à la Grande-Bretagne (en accord En Allemagne même, dès 2011, l’ex-chancelier Helmut Schmidt a mis en garde avec les États-Unis) 90% d’influence en Grèce, contre 10% à l’URSS. Le 14, les Britanniques défilent dans Athènes sous les acclamations de la foule. ses compatriotes contre une politique égoïste (« Nos excédents sont en réalité Pourtant, le général anglais Ronald Scobie va se comporter davantage en les déficits des autres. Nos créances sont leurs dettes. ») risquant de réveiller gouverneur de colonie qu’en libérateur. Il s’oppose à l’amalgame des résistants « le sentiment latent de méfiance » généré en Europe par « notre histoire dans l’armée régulière et bloque la formation d’un gouvernement d’union monstrueuse et unique ». nationale. Si Die Linke et les Verts ont reconnu depuis longtemps l’existence d’un problème Incapable de se faire entendre, l’EAM tente alors d’établir un rapport de force par à régler par la négociation, le gouvernement continue à le nier. Pourtant, lors d’un l’insurrection : le 12, les Anglo-gouvernementaux ne contrôlent plus que quelques débat au Bundestag en mars 2015, Thomas Oppermann, président du groupe SPD, a déclaré que « les crimes des nazis n’ont pas de date d’expiration ». km2 dans Athènes et les installations portuaires du Pirée. Mais Churchill, au grand scandale de Roosevelt, envoie des renforts et fait mitrailler par la RAF les quartiers qui avaient déjà été victimes des bloka Enfin, c’est le président fédéral, Joachim Gaucke, qui, dans un entretien du 2 mai 2015 à la Süddeutsche Zeitung, déclare : « Nous ne sommes pas seulement des allemands quelques semaines plus tôt. gens qui vivent aujourd’hui, à cette époque, nous sommes aussi les descendants Après un plébiscite sur le retour du roi, le 1er septembre 1946, les libertés de ceux qui ont laissé derrière eux un sillage de destruction en Europe pendant individuelles et publiques sont restreintes et la terreur s’amplifie contre les anciens la seconde guerre mondiale, en Grèce entre autres. (…) Pour un pays conscient résistants communistes. En réponse, ceux-ci créen l’Armée démocratique (AD) de son histoire comme le nôtre, il est juste d’envisager la possibilité qu’il puisse y avoir des réparations ». le 28 octobre 1946. C’est le début d’une atroce guerre civile. Markos Vafiadis en 1931 (1906, Erzurum ; 23 février 1992, Athènes)Sous le commandement d’un ancien résistant, Markos Vafiadis, l’AD remporte d’importants succès sans toutefois être soutenue par Staline. De l’autre côté, les Anglais cèdent la place aux Américains, qui dotent l’armée royaliste de conseillers et de puissants moyens. L’auteur : Olivier Delorme Olivier DelormeNé en 1958 à Chalon-sur-Saône, Olivier Delorme partage sa vie entre Paris et le Dodécanèse, sa seconde patrie. Agrégé d’histoire et ancien enseignant à Sciences Po, il se consacre à l’écriture de romans et d’essais historiques. La guerre civile prend officiellement fin le 16 octobre 1949 en ayant fait au moins 150.000 morts. Mais les exécutions se poursuivront jusqu’en mai 1955. Aider les Allemands plutôt que les Grecs (1950-1953) Il a publié en 2013 une histoire de La Grèce et les Balkans en trois tomes, qui est devenue un ouvrage de référence sur la région pour les étudiants comme pour tous les curieux d’Histoire. Nous avons également apprécié son talent pédagogique pour présenter en une centaine de pages les origines de la Grande Guerre. Tous les gouvernements grecs de l’après-guerre demeurent sous l’étroite surveillance des États-Unis, et c’est en réaction à la situation en Grèce et en Turquie que le président américain Truman énonce, le 12 mars 1947, sa nouvelle doctrine de politique étrangère, en application de laquelle est mis en œuvre le Plan Marshall. Mais en Grèce, à cause de la guerre civile, cette aide sera dirigée à 60% vers l’armée. Le montant des dommages de guerre dus à la Grèce par l’Allemagne est évalué à 7,2 milliards de dollars mais, dans le souci de faciliter le redressement de la nouvelle République Fédérale Allemande, les accords de Londres du 27 février 1953 organisent un défaut de paiement de l’Allemagne. L’Allemagne voit alors ses différentes dettes réduites (entre 45% et 60%), bénéficie d’un moratoire de cinq ans et d’un rééchelonnement de long terme pour le paiement du solde, les annuités étant limitées à 5% du revenu de ses exportations. Enfin, le règlement des réparations se trouve renvoyé à la conclusion d’un traité de paix avec les Alliés, lui-même conditionné à la réunification. La question des réparations ne sera de nouveau soulevée qu’en 1996, par le ministre des Affaires étrangères socialiste Pangalos. Mais c’est la crise de 20082009 qui la relance véritablement. L’intransigeance allemande vis-à-vis de la dette grecque aboutit à une paupérisation de masse ainsi qu’à une crise humanitaire sans résultat économique probant. Elle ravive le souvenir de l’Occupation et de la famine, diffusant du même coup dans l’opinion l’idée que si l’Allemagne refuse toute remise de dette à la Grèce, celle-ci se trouve justifiée à lui réclamer le paiement de la dette de guerre jamais payée. Mais lors de la réunification et préci-sément pour repousser toute éventuelle demande, le chancelier Helmut Kohl avait obtenu que le traité de Moscou, dit « quatre plus deux » (12 septembre 1990), n’apparaisse pas formellement comme un traité de paix, ce qui a permis à l’Allemagne d’échapper à ses engagements dont l’Italie, la 11 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale A Grécia é ainda — talvez mesmo por algum tempo — motivo de primeira página em muitos jornais do mundo. No momento de escrever este apontamento intróito ao discurso que se segue, chamo a atenção dos leitores de que foi o discurso que antecedeu o Referendo que hoje, 5 de Julho, determinou com forte maioria, a negação do povo grego à austeridade dos financeiros europeus. É a chamada do PM aos patriotas gregos na defesa dos Valores e dignidade da nação. É um não ao dirigismo alemão que tem na chancelière Merkel a cabeça do monstro financeiro europeu e internacional, que tantas humilhações têm feito a pequenos países dirigidos por pequenos políticos e grandes vendilhões, como Portugal. Os gregos saiem desta etapa de cabeça erguida, apesar retaliações. Discurso de Alexis Tsipras A tradução deste discurso foi feita por Isabel Atalaia a partir da tradução não oficial para inglês de Stathis Kouvelakis. Em ambos os casos, as traduções foram feitas com grande urgência, por se entender prioritário difundir um discurso de importância fundamental. Por esse motivo, este texto será actualizado caso se verifique a necessidade de fazer qualquer alteração que salvaguarde a sua fidelidade ao original. 12 Compatriotas, Durante estes seis meses, o governo grego tem travado uma batalha em condições de asfixia económica sem precedentes para implementar o mandato que nos foi dado, a 25 de Janeiro, por vós. O mandato que negociávamos com os nossos parceiros visava acabar com a austeridade e permitir que a prosperidade e a justiça social regressassem ao nosso país. Era um mandato com vista um acordo sustentável que respeitasse quer a democracia, quer as regras europeias comuns e que conduzisse à saída definitiva da crise. Ao longo deste período de negociações, fomos convidados a executar os acordos concluídos pelos governos anteriores através dos memorandos, embora estes tenham sido categoricamente condenados pelo povo grego nas recentes eleições. Apesar disso, nem por um momento pensámos em render-nos. Isso seria trair a vossa confiança. Após cinco meses de duras negociações, os nossos parceiros, infelizmente, lançaram, na reunião do Eurogrupo de anteontem, um ultimato à democracia grega e ao povo grego. Um ultimato que é contrário aos princípios e valores fundamentais da Europa, aos valores do nosso projecto comum europeu. Pediram ao governo grego que aceitasse uma proposta que representa um novo fardo insustentável para povo grego e boicota a recuperação da economia e da sociedade grega, uma proposta que, não só perpetua a instabilidade, mas acentua ainda mais as desigualdades sociais. A proposta das instituições inclui: medidas conducentes a uma maior desregulamentação do mercado de trabalho, cortes nas pensões, reduções adicionais aos salários do sector público e um aumento do IVA sobre os alimentos, a restauração e o turismo, enquanto elimina alguns benefícios fiscais das ilhas gregas. Estas propostas violam directamente os direitos sociais e fundamentais europeus: elas são reveladoras de que, no que diz respeito ao trabalho, à igualdade e à dignidade, o objectivo de alguns dos parceiros e instituições não é um acordo viável e benéfico para todas as partes, mas a humilhação do povo grego. Estas propostas manifestam, sobretudo, a insistência do FMI na austeridade severa e punitiva e tornam mais oportuna do que nunca a necessidade de que as principais potências europeias aproveitem a oportunidade e tomem as iniciativas que permitirão o fim definitivo da crise da dívida soberana grega, uma crise que afecta outros países europeus e ameaça o futuro da integração europeia. Compatriotas, Pesa, agora, sobre os nossos ombros uma responsabilidade histórica face às lutas e sacrifícios do povo grego para a consolidação da democracia e da soberania nacional. A nossa responsabilidade para com o futuro do nosso país. E essa responsabilidade obriga-nos a responder a um ultimato com base na vontade soberana do povo grego. Há pouco, na reunião do Conselho de Ministros, sugeri a organização de um referendo, para que o povo grego decida de forma soberana. A sugestão foi aceite por unanimidade. Amanhã, será convocada uma reunião de urgência no Parlamento para ratificar a proposta do Conselho de Ministros de um referendo a realizar no próximo jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français domingo, 5 de Julho, sobre a aceitação ou rejeição das propostas das instituições. Já informei desta minha decisão o presidente francês e a chanceler alemã, o presidente do BCE, e amanhã farei seguir, por carta, um pedido formal, aos líderes e às instituições da UE, para que prolonguem por alguns dias o programa actual, para que o povo grego possa decidir, livre de qualquer pressão e chantagem, como é exigido pela Constituição do nosso país e pela tradição democrática da Europa. Compatriotas, À chantagem do ultimato que nos pede para aceitar uma severa e degradante austeridade sem fim e sem qualquer perspectiva de recuperação social e económica, peço-vos para responderem de forma soberana e orgulhosa, como a história do povo grego exige. Ao autoritarismo e à dura austeridade, responderemos com democracia, calmamente e de forma decisiva. A Grécia, o berço da democracia, irá enviar uma retumbante resposta democrática à Europa e ao mundo. Estou pessoalmente empenhado em respeitar o resultado da vossa escolha democrática, qualquer que ele seja. E estou absolutamente confiante de que a vossa escolha honrará a história do nosso país e enviará uma mensagem de dignidade ao mundo. Nestes momentos críticos, todos temos de ter em mente que a Europa é a casa comum dos povos. Na Europa, não há proprietários nem convidados. A Grécia é e continuará a ser uma parte integrante da Europa e a Europa é uma parte integrante da Grécia. Mas, sem democracia, a Europa será uma Europa sem identidade e sem rumo. Convido-vos a demonstrar unidade nacional e calma para que sejam tomadas as decisões certas. Por nós, pelas gerações futuras, pela história do povo grego. Pela soberania e a dignidade do nosso povo. Atenas, 27 de Junho O que jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale Région du Douro en images jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français par Rui Pires 13 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français 14 J Y M ARCHITECTURE Services & Plans D’Architecture Résidentiel • Rénovation • Commercial • Multiplex Jean-Yves Mesquita T.P. Technologue en Architecture Cel. 514.972-9985 • @:[email protected] • www.jymarchitecture.com 4244 boul. St-Laurent, Montréal, Qc. H2W1Z3 514-842-8077 PORTO CABRAL Le soleil embouteillé jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français AgitÁgueda abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Festival Musiques du Monde Chaque année, au mois de juillet, le festival AgitÁgueda remplit d’animation et de couleurs la ville d’Águeda, située au centre du Portugal. L’originalité de l’Umbrella Sky Project a valu une renommée mondiale à cet événement, qui se tient au cœur de la ville, près du fleuve : plus de 3000 parapluies multicolores sont suspendus au-dessus de quatre des rues principales, créant un impact visuel saisissant. Outre ce projet, de nombreuses autres installations célèbrent l’art urbain, qui est au cœur du programme de l’AgitÁgueda : spectacles, concerts et initiatives surprenantes se multiplient pour faire de ce festival un événement unique en son genre. Sines réalise annuellement en juillet, le plus grand évènement portugais dans le domaine de la world music: le Festival Musiques du Monde. Une des scènes sera le Château de Sines, un espace qui montre la diversité et la qualité des expressions culturelles dans le monde. Le festival est considéré un des évènements culturels les plus démocratiques du pays. Date de début: 17 Juillet 2015 Date de fin: 25 Juillet 2015 15 fr: je parle portugais...et vous ? pt: eu falo português...e você ? Apprendre à parler rapidement le portugais avec des cours gratuits en ligne. Méthode facile et ludique, avec mp3 et pdf à télécharger Cours portugais gratuit – Apprendre le portugais ... www.loecsen.com/travel/0-fr-67-3-16-cours-gratuit-portugais.html jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français ENFERMEIRAS PÁRA-QUEDISTAS LOUVADAS PELO CEMGFA PORTUGAL EM GUERRA - SÉCULO XX abc portuscale Por Miguel Machado / Operacional Tendo nascido para a Guerra do Ultramar e nela prestado relevantes serviços, bem assim como mais tarde em diferentes ocasiões, em território nacional e no estrangeiro, as Enfermeiras Pára-quedistas da Força Aérea Portuguesa, foram agora louvadas pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français protegendo-os, em prejuízo da sua própria segurança…. …por vezes tinham de cuidar dos seus camaradas e amigos vendo-os completamente desfigurados ou mesmo fisicamente desfeitos, e ajudá-los a sobreviver, enquanto as balas rasavam as suas cabeças, granadas rebentavam por perto… …nós tivemos oportunidades para observar a sua actuação, e afirmamos que eles nos deram exemplos de enorme coragem e solidariedade…“. Tudo tem um tempo e o tempo do louvor em forma de lei chegou às Enfermeiras Pára-quedistas que agora vêm a mais elevada hierarquia das Forças Armadas reconhecer os seus méritos e feitos. Louvor n.º 288/2015 (*) Louvo as antigas Enfermeiras Pára-quedistas, que tendo servido na Guerra do Ultramar entre 1961 e 1974, desenvolveram obra marcante, fruto do espírito de patriotismo, de audácia, de inovação, e de devoção humana que sempre alardearam durante os anos de serviço na Força Aérea. Desde o início da guerra do Ultramar, trinta anos antes da inclusão do género feminino nas Forças Armadas Portuguesas, souberam responder ao chamamento da modernidade, abraçando uma carreira de entrega e sacrifício físico e emocional em prol dos militares seus camaradas chamados a combater por Portugal. A decisão de incorporar mulheres nas Forças Armadas no princípio dos anos sessenta do século passado, ainda hoje causa alguma perplexidade, mas trabalhar no meio de homens, de igual para igual, na frente do combate, agitou a sociedade daquela época. As antigas Enfermeiras Pára-quedistas foram precursoras e souberam suportar o impacto de dar o salto que ninguém antes delas tinha dado. 16 12 de Fevereiro de 72, Guiné, o Alouette III acaba de chegar de Bisssau com uma enfermeira pára-quedista para proceder a uma evacuação. “O ferido era o Victor Lincho atingido no Sara, num contacto com o inimigo, na operação “Mocho verde”. O pára-quedista que regressa do héli, é o Sousa enfermeiro do meu pelotão e que veio a morrer no dia 10 de Março em consequência dos ferimentos em Gampará (Victor Tavares)” Entre 1961 e 1974 foram ministrados 12 cursos e formadas 47 enfermeiras páraquedistas, sendo estas portuguesas durante muitos anos, as únicas mulheres militares em Portugal. Com o fim da guerra em África e a descolonização – onde aliás participaram – esta especialidade da Força Aérea que tinha quadro próprio – oficiais e sargentos – foi considerada em extinção progressiva, não recebendo novos elementos. Em 1994 restavam 4 Enfermeiras Pára-quedistas (todas com a patente de capitão) que foram transferidas para o Exército, onde acabariam por deixar o serviço activo com este mesmo posto, tendo o último passado à situação de Reforma em 2002. Para o Combatente Português, cada uma delas era o anjo que descia do céu para o confortar com uma palavra de irmã e de mãe, para lhe dar esperança que iria haver um amanhã, para lhe tirar as dores lancinantes que lhes percorriam o corpo. Ainda jovens, souberam sempre ser as mulheres maduras que um militar precisava ter a seu lado para lhe apontar o futuro; ainda tão jovens, expostas às agruras da urgência da guerra, sempre assumiram compromissos de dedicação e eficácia perante quem tudo esperava delas, antes que a vida se escoasse. Sempre souberam resistir à ansiedade de cada evacuação, ao contacto com o grito e com o sangue; e conseguiram não chorar para não tirar a esperança a quem olhava com medo para o futuro; as suas palavras calaram desânimos e as suas mãos foram o bálsamo para o momento aziago. No transporte de doentes e feridos da frente de combate para os hospitais de retaguarda foram exímias nas boas práticas de evacuação aeromédica, inovando e melhorando procedimentos aprendidos nos cursos. Foram também as psicólogas tão necessárias no intervalo entre operações, confortando e inspirando os mais carentes nos instantes de medo ou de dúvida. Para além do teatro africano, tiveram também oportunidade de apoiar decisivamente ações de evacuação de civis e militares prisioneiros das tropas indianas e de civis refugiados de Timor -Leste. Isabel Bandeira de Mello (Rilvas) a primeira mulher pára-quedista portuguesa, muito ligada ao pára-quedismo civil e mesmo militar, e que esteve ligada à criação deste corpo de enfermeiras – por iniciativa de Kaúlza de Arriaga, Secretário de Estado da Aeronáutica e concordância do Presidente do Conselho de Ministros, Dr. Oliveira Salazar - fruto do contacto que manteve em França com este tipo de “força”, em 1955, escreveu na introdução do livro que abaixo referimos: Com o seu sentido de dever, sempre cumprido, com o seu espírito de superação das dores alheias, as antigas Enfermeiras Pára-quedistas ainda são um exemplo de capacidade dos portugueses para realizar acções ao mais alto nível; são merecedoras de respeito e de gratidão e devem ser publicamente apresentadas como exemplo de que a dádiva aos outros e à comunidade é uma atitude superior, uma superação das naturais limitações humanas. “…Pelas suas funções, assistiram feridos nos locais de combate, tendo estado debaixo de fogo com muita frequência. Efectuaram centenas de evacuações aéreas entre as ex-Províncias Ultramarinas e a Metrópole, dentro do próprio território africano para os hospitais e também de Goa e Timor, acompanhando os feridos de guerra, doentes, familiares e crianças. Trabalharam no Hospital Militar Principal, Hospital da Força Aérea na Ilha Terceira, Açores, e, quando este foi extinto, no Hospital da Força Aérea em Lisboa, nos Hospitais de Luanda, Lourenço Marques, Nampula, Guiné e nos postos médicos das Unidades das Tropas Pára-quedistas, das Bases Aéreas, nas respectivas Províncias e na Metrópole. A sua acção era prestada aos três Ramos das Forças Armadas, bem como aos civis…“ Pelo exposto e pela importância de toda a obra desenvolvida pelas antigas Enfermeiras Pára-quedistas, que serviram as Forças Armadas e Portugal, na Força Aérea entre 1961 e 1974, é de inteira justiça considerar que são totalmente dignas deste público reconhecimento, que mereceu o apoio e acolhimento por unanimidade do Conselho de Chefes de Estado-Maior em sessão realizada a 15 de Maio de 2015. Sempre muito acarinhadas e lembradas não só pela Força Aérea e pelos Páraquedistas, mas também por muitos combatentes dos outros ramos – ainda este ano no 10 de Junho, em Belém, Encontro Nacional de Combatentes, elas foram homenageadas – as Enfermeiras Pára-quedistas não esquecem os seus “congéneres” masculinos, os Socorristas Pára-quedistas que acompanhavam as operações de combate. Em obra mais recente – Nós Enfermeiras Páraquedistas, coordenada por Rosa Serra, da Fronteira do Caos / 2014 – onde muitas expressam as suas memórias, fazem questão de lhes dedicar uma homenagem: “…eram geralmente os primeiros a chegar junto dos seus companheiros feridos, prestando-lhes o primeiro auxílio, tantas vezes debaixo de fogo intenso! Em algumas ocasiões, os socorristas também eram o seu único resguardo, 4 de Junho de 2015. — O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Artur Pina Monteiro, General. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français La vallée du Douro abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français escalier en azulejos bleus et blancs qui mène au sanctuaire de Nossa Senhora dos Remédios. À Pinhão, juste au bord du fleuve, il faut absolument visiter la gare ferroviaire pour y admirer les anciens azulejos qui illustrent la culture de la vigne. Avant d’arriver à Pocinho, vous pouvez faire un détour sur la rive sud pour découvrir le château de Numão et y admirer la vue sur l’horizon. Un peu plus à l’est se trouvent le parc archéologique de Foz Côa, une galerie d’art rupestre en plein air classée patrimoine de l’humanité, et son musée à Vila Nova de Foz Côa. • • • • • visiter quelques domaines producteurs de vins qui se consacrent à l’oenotourisme passer la nuit dans des hôtels d’inspiration viticole qui existent à Porto et dans la vallée du Douro participer aux vendanges faire une croisière environnementale sur le fleuve près de Miranda do Douro visiter les villages viticoles de Barcos, Favaios, Provesende, Ucanha, Salzedas et Trevões La beauté et l’émerveillement que suscitent ses paysages sont tels que la vallée du Douro pourrait bien s’appeler la vallée enchantée. En partant de Porto, où débouche le fleuve et où arrivent les vins (de table) du Douro et le porto (vin généreux) produits sur ses coteaux, vous pouvez découvrir ce paysage culturel classé au patrimoine mondial, de différentes façons : en voiture, en train, en bateau de croisière ou même en hélicoptère. Aucune ne vous laissera indifférent. Tout au long d’un parcours passant par les belvédères qui offrent de superbes vues, vous croiserez le fleuve du nord au sud et vice-versa. Mais en chemin, vous pouvez admirer des paysages merveilleux du fleuve et visiter des vignobles, des petites villes et des villages avant d’arriver à Miranda do Douro, là où le Douro entre au Portugal. Commencez donc par visiter Vila Nova de Gaia et ses caves où vieillit le porto. Vous ferez ainsi mieux connaissance avec ce vin, en profitant bien sûr de cette occasion pour déguster ce précieux nectar. Et sur le fleuve, vous pouvez encore voir les anciennes embarcations typiques « barcos rabelos», les seuls bateaux capables de transporter le vin des domaines de production jusqu›à l›embouchure, avant la construction des différents barrages qui ont rendu le fleuve navigable. À Peso da Régua, le musée du Douro vous offre une autre perspective de la viticulture et de la région. Pas très loin, mais sur la rive sud, se trouve Lamego, une des plus belles villes du nord du Portugal, située en bas d’un immense En arrivant à Barca de Alva, vous entrez dans le parc naturel du Douro international, vu que le fleuve, à partir de là et jusqu’à Miranda do Douro, forme la frontière entre le Portugal et l’Espagne. Tout au long de ce parcours, il coule entre de hauts rochers escarpés jusqu’à la ville frontière où il entre au Portugal. Jusqu’à Barca de Alva, la vallée viticole du Douro est aussi la plus ancienne région viticole délimitée du monde. Le fleuve s’est chargé de la première partie de l’ouvrage en creusant dans la terre des vallées profondes, alors que l’homme a su transformer les montagnes de schiste en terrains entourés de murs, où il a planté les vignes, vertes en été, couleur de feu en automne. Grâce à un savoir hérité de plusieurs générations, il a incliné les terrasses de façon à ce que les rayons de soleil puissent embrasser les vignes et donner ainsi au raisin la chaleur dont le vin a besoin. Par conséquent, ce vin et ce paysage uniques sont les fruits de la terre et du travail de l’homme. 17 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale Cont. da pág. 1 Nem UE nem políticos... muito acima dos 90%. Nas suas conclusões, os técnicos da UE associam a satisfação de vida à capacidade de honrar facturas: segundo o estudo, os europeus que nunca tiveram dificuldade em pagar as suas contas estão melhor com a vida do que aqueles que sofrem para conseguir ter tudo em dia (e nunca conseguem…). Desemprego De facto, mais de metade dos portugueses admite que a situação financeira do seu agregado familiar é “má”, sendo nós dos povos que atravessam maiores dificuldades. 94% dos portugueses consideram que a situação económica nacional é má. Neste aspecto, os jovens destacam-se como negativistas, principalmente porque, segundo o INE, apenas 1 em cada 20 ganha mais de 900 euros: os restantes, mesmo aqueles com mais qualificações, apenas auferem um salário médio de 515 euros. Mesmo assim, a União Europeia continua a exigir que o nosso Governo baixe os ordenados. Que dilema para o Juiz de Fortaleza! Em Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza, Tarcília Bezerra começou a construção de um anexo do seu cabaré, a fim de aumentar suas “actividades”, em constante crescimento. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Explicação paciente por Fernando Melro dos Santos De uma vez por todas, perceba-se que há em causa, neste momento crucial na História, algo muito maior do que as dicotomiazinhas esquerda/direita, branco/ preto, conservador/liberal, crente/ateu, hetero/homo, que foram elevadas ao estatuto de cisma desde há cento e poucos anos. É preciso arruinar - arruinar, literalmente, fazer tombar, ruir, destroçar, arrasar - a ilusão desta espécie de Eurodisney Social que foi cuidadosa e subliminarmente edificada, a mando de seitas sinistras, primeiro com a introdução do Euro e depois com a (re) eleição de BHO. O mais importante, ou a única coisa que importa até, é rebentar com a agenda de formatação mental que vem sendo posta em prática e que, conforme se viu na última semana com 4 ou 5 casos (bandeira confederada; casamento gay na América; queima do gato; referendo grego; etc.) pela histeria e pensamento único generalizados e propalados aos sete ventos num grau profundamente assustador para qualquer pessoa com dois dedos de testa, ameaça condenar gerações incontáveis de Ocidentais a uma escravidão estúpida e amorfa: a de nem sequer saber que nada sabem. Por isso mesmo, explico: num referendo como o que se aproxima para os Gregos, eu votaria Não, porque a Europa de Bruxelas é uma seita onde pontificam tiranetes auto-ungidos entre si, na concupiscência da burocracia eterna conforme a definiu Ambrose Bierce. Tal construção condena os nossos filhos a uma vida de mediocridade e apatia, de relativismo perpétuo e amoralidade atávica. O resto são ofuscações e só revelam o provincianismo de cada colónia. Em reacção contrária ao “empreendimento”, a Igreja Pentecostal da localidade, iniciou uma forte campanha para bloquear a expansão. Fez sucessivas sessões de oração, no seu templo, de manhã, à tarde e à noite. Porém, o trabalho da construção progrediu até uma semana antes da reabertura, quando um raio atingiu o cabaré de Tarcília, queimando as instalações eléctricas e provocando um incêndio que destruiu tudo. 18 Tarcília processou a Igreja, o Pastor e toda a Congregação, com o fundamento de que a Igreja “foi a responsável pela destruição do seu prédio e do negócio” por ter provocado a “intervenção divina, directa ou indirecta, por acções ou meios.” E o certo é que lhe causou enormes prejuízos, pelo que pede indemnização. Na sua defesa à acção, o Pastor negou veementemente toda e qualquer responsabilidade ou ligação com o fim do cabaré, inclusive por falta de provas da intervenção divina em resposta às orações dos fiéis!... O juiz, veterano, leu a reclamação da autora Tarcília e a resposta dos réus que são o templo e os pastores. E na audiência de abertura, comentou: “Não sei como vou decidir neste caso, pois pelo que li até agora, tem-se, de um lado, uma proprietária da indústria de putaria que acredita firmemente no poder das orações e do outro lado uma igreja inteira que afirma que as orações não valem nada“!... Troca de camisa… Navegavam há meses e os marujos não tomavam banho nem trocavam de roupa. O que não era novidade na Marinha Mercante britânica, mas o navio fedia! O Capitão chama o Imediato: - Mr. Simpson, o navio fede, mande os homens trocarem de roupa! Responde o Imediato: - Ayé, Ayé, Sir, e parte para reunir os seus homens e diz: - Sailors, o Capitão está-se queixando do fedor a bordo e manda todos trocarem de roupa. - David troque a camisa com John, John troque a sua com Peter, Peter troque a sua com Alfred, Alfred troque a sua com Jonathan... e assim prosseguiu. Quando todos tinham feito as devidas trocas, volta ao Capitão e diz: - Sir, todos já trocaram de roupa. O Capitão, visivelmente aliviado, manda prosseguir a viagem. É MAIS OU MENOS ISSO QUE VAI ACONTECER EM PORTUGAL NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES. Corvo apanha boleia de águia Ave decide descansar em pleno voo. Um corvo exausto decidiu que estava na hora de descansar as suas asas e apanhou boleia de uma águia que voava por perto. A cena inusitada foi fotografada em Seabeck, EUA. A PT e Portugal Assim se empobrece um País com instituições frágeis. Há dez anos, a PT era um pujante braço na projecção da imagem de Portugal em todo o mundo lusófono. Como todas as grandes empresas portuguesas, a PT também tinha graves defeitos – retribuições faraónicas no topo e salários de miséria na base. Um grupo de accionistas com visão instrumental da empresa e a cumplicidade vergonhosa da CGD. Mas voltemos às virtudes. Na vanguarda mundial da tecnologia, a PT irradiava poder de Cabo Verde a Timor e detinha uma relevante participação na VIVO, empresa brasileira de grande qualidade. A participação na VIVO foi alienada, num negócio com contornos a que a Justiça brasileira há-de chegar, na investigação à corrupção da era Lula. Para adensar a tragédia, ainda com Sócrates no poder, foi gizado um plano de entrada na OI, um paquiderme gordo e anquilosado, que a PT deveria modernizar. No final da história, a PT ficou raquítica e à mercê dos abutres do capital de risco, com impactos ainda por avaliar na área dos produtores de audiovisual portugueses e dos media em geral. Pelo meio, fizeram-se e reforçaram-se fortunas, com pagamento de comissões e corrupções que deixam roído de inveja qualquer Jorge Mendes da bola. E, assim, se empobrece um País com instituições frágeis, elites à venda e cidadãos muito pouco exigentes. Octávio Ribeiro/CM jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Pendant ce temps, en Chine… abc portuscale On parle beaucoup de la Grèce ces jours-ci, mais l’impact de la Chine sur nos économies est devenu si considérable que la situation chinoise risque d’accaparer l’attention de tous les dirigeants mondiaux d’ici peu. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français retraités qui investissaient leurs épargnes en actions. Le marché chinois a ceci de particulier que 80 % des transactions sont effectuées par des investisseurs individuels. À trop vouloir stimuler l’économie, on risque hélas ! de créer des bulles spéculatives. L’éclatement de la bulle chinoise risque d’avoir des conséquences importantes sur la croissance économique mondiale. On s’inquiétait déjà d’une possible bulle dans le marché immobilier chinois. La glissade des titres boursiers pourrait-elle la précipiter ? Le niveau d’inquiétude manifestée par la direction chinoise et son activisme commence drôlement à inquiéter les marchés, qui craignent que la croissance chinoise soit moins forte que prévu et que la demande pour les matières premières ralentisse grandement. La Chine absorbe 45 % de la production des métaux industriels. On faisait état, il y a quelques jours, que le fer commençait à s’accumuler dans les ports chinois. Les prix du pétrole, du fer, de l’aluminium et du cuivre sont à la baisse. Voilà de bien mauvaises nouvelles pour le Canada et le Québec. On craint aussi que la dégringolade des titres réduisent les projets d’investissements des entreprises chinoises dans d’autres pays. À l’inverse, les banques internationales ont prêté plus de 1 000 milliards de dollars aux entreprises chinoises, tant privées que publiques. par Pierre Duhamel Photo : Aaron Goodman/Flickr Tous les yeux sont braqués ces jours-ci sur Athènes et sur Bruxelles, où se joue l’avenir de la Grèce dans la zone euro — et peut-être même celui de la monnaie commune que se partagent 19 pays différents. Mais c’est à Shanghai et à Shenzhen que les fondements de la fragile reprise économique des dernières années sont sans doute le plus violemment mis à l’épreuve. Nous assistons en direct à l’éclatement d’une gigantesque bulle boursière. Les investisseurs chinois ont perdu 3 400 milliards de dollars en équité depuis la mijuin. Depuis le 12 juin dernier, l’indice de la Bourse de Shanghai a perdu presque le tiers de sa valeur. Les multiples interventions de la banque centrale chinoise et des autorités réglementaires n’arrivent pas à colmater la brèche. Le gouvernement a d’abord demandé un gel des nouvelles introductions en Bourse. Il a aussi interdit aux actionnaires qui détiennent 5 % ou plus des actions d’une entreprise cotée de vendre le moindre titre pendant six mois. (Cette interdiction s’applique aussi aux hauts dirigeants des entreprises inscrites en Bourse.) Il a enfin injecté des milliards de dollars en liquidités pour soutenir le marché, qui continue de se dégonfler à vue d’œil. Le site Quartz énumère d’autres conséquences potentielles de l’éclatement de la bulle chinoise. Cette bulle ne toucherait que les membres de la classe moyenne supérieure et les très riches, mais on parle néanmoins de 20 à 30 millions de personnes qui dépensent beaucoup d’argent. L’an dernier, les touristes chinois ont dépensé 165 milliards de dollars à l’étranger. Les Chinois représentent 12 % du marché des produits de luxe. Il y a un demimillion d’étudiants chinois aux États-Unis, en Australie et au Canada, et on ne compte plus les projets immobiliers d’investisseurs chinois dans les grandes villes du monde, y compris à Montréal. Les répercussions de la Chine sur nos économies sont devenues si considérables que la situation chinoise risque d’accaparer l’attention de tous les dirigeants mondiaux d’ici peu. Après s’être penchés sur une petite économie digérant mal les mesures d’austérité qui lui sont imposées, voilà qu’ils pourraient s’attarder sur l’immense pays où l’on a trop voulu stimuler l’économie. L’été ne sera pas de tout repos. Fiducie sans droit de regard Mercredi, Shanghai reculait encore de 5,9 % et, comme à tous les jours depuis quelque temps, des centaines d’entreprises ont demandé la suspension des transactions sur leurs titres. C’est sans compter les centaines d’autres cas où cela arrive automatiquement, puisque leurs actions ont perdu plus de 10 % de leur valeur dans une seule séance. Plus de la moitié des entreprises chinoises cotées en Bourse ont subi un arrêt des transactions sur leurs titres. Si la dégringolade est spectaculaire, c’est que la croissance du marché a été encore plus stupéfiante en doublant sa valorisation entre janvier 2014 et juin 2015. Le marché chinois s’était apprécié de 20 % entre septembre et la minovembre, puis de 21 % dans les 10 séances suivantes. Cela plaçait déjà le marché chinois au deuxième rang au monde, devant le marché japonais. Pourquoi cette hausse aussi subite qu’improbable ? En décembre dernier, The Economist l’expliquait par l’injection de 163 milliards de dollars dans l’économie pour stimuler sa croissance et la première diminution des taux d’intérêt depuis 2012. L’hebdomadaire britannique raconte qu’on voyait à la télévision des hordes de PORTO CABRAL Le soleil embouteillé 19 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale Alexandre Da Costa Directeur artistique « Un grand artiste que j’apprécie et supporte fermement, le violoniste Alexandre Da Costa. » – Rafael Frühbeck de Burgos, Artiste de l’année 2010 du Musical America Gagnant du Prix JUNO 2012, Alexandre Da Costa est né à Montréal, Québec, Canada. Très jeune, il démontra un intérêt hors du commun pour le violon et le piano. Il donna ses premiers concerts à l’âge de neuf ans avec cette étonnante particularité d’exceller avec autant de virtuosité et de musicalité sur ces deux instruments, ce qui lui valu d’être reconnu comme prodige de la musique. Sa carrière en tant que violoniste soliste débuta très jeune et, avec l’encouragement de Charles Dutoit, il fut rapidement propulsé sur la scène comme soliste avec orchestre tout autant qu’en récital. 20 En 1998, à l’âge de 18 ans, il obtint une maitrise en Violon et un Premier Prix Concours au Conservatoire de Musique du Québec, ainsi qu’un baccalauréat spécialisé en interprétation piano à l’Université de Montréal. Par la suite, sous recommandation de ne choisir qu’un seul instrument, il étudia à la Escuela Superior de Musica Reina Sofia à Madrid auprès de son mentor Zakhar Bron (qui forma entre autre des violonistes tels Maxim Vengerov et Vadim Repin). Il compléta aussi des études supérieures à l’Universität für Musik und Darstellende Kunst de Vienne en Autriche, avec G. Schulz, C. Altenburger et R. Honeck, et complète actuellement un doctorat en recherche. Parmi les nombreux prix qui suivront, notons le Prix de la Fondation Sylva Gelber et le prêt du “Stradivarius Baumgartner 1689”, décernés par le Conseil des Arts du Canada. En 2010, il gagne le prestigieux Prix Virginia-Parker, une des plus grandes distinctions culturelles du Canada. Gagnant de nombreux premiers prix nationaux et internationaux, Alexandre Da Costa a donné plus de mille concerts et récitals en tant que soliste en Amérique du Nord, en Europe, en Asie et en Australie. Il a joué dans les plus grandes salles telles le Musikverein de Vienne, la Philharmonie de Berlin, le Carnegie Hall de New York, le Poly-Theater de Beijing, et bien d’autres. Il a été soliste invité avec plus de 100 orchestres dont le Royal Philharmonic de Londres, jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français l’Orchestre Symphonique de Montréal, l’Orchestre Symphonique de Berlin, l’Orchestre Philharmonique de Dresde, l’Orchestre Symphonique de Vienne, l’Orchestre Philharmonique de Bergen, le BBC Concert Orchestra, l’Orchestre Philharmonique de Prague, l’Orchestre Symphonique National de la Radio et Télévision d’Espagne et le YOA Orchestra of the Americas. Il a joué sous la baguette de chefs tels que Rafael Frühbeck de Burgos, Leonard Slatkin, Yannick Nézet-Séguin, Vasily Petrenko, Matthias Bamert, John Axelrod, Johannes Wildner et Peter Oundjian. Ses enregistrements en direct ont été diffusés sur les ondes de BBC, WestDeutsche Rundfunk (WDR), CBC, NPR, ORF, etc. Il a aussi donné les Premières Mondiales d’œuvres solos de Elliott Carter, Michael Daugherty, Lorenzo Palomo, Jean Lesage et Airat Ichmouratov. Alexandre Da Costa est aussi un chambriste actif et il a récemment enregistré l’intégrale des sonates de Brahms, avec le pianiste Wonny Song. Menahem Pressler, Elizabeth Leonskaya, Matt Haimowitz et Hélène Mercier figurent aussi parmi les collègues de musique de chambre de Da Costa. Il a enregistré plus de 20 CDs solos sous étiquettes Warner Classics, JVC/Victor (Japon), XXI-21, ATMA et Octave/Universal, dont le premier enregistrement mondial des Concertos pour violon et orchestre des compositeurs portugais Luis de Freitas Branco et Armando José Fernandes. En 2012, il gagne le Prix JUNO pour « Album Classique de l’Année » pour son enregistrement des concertos de Michael Daugherty avec l’Orchestre Symphonique de Montréal sous la baguette de Pedro Halffter, sous étiquette Warner Classics. Son enregistrement du concerto de Beethoven présentant des cadences Klezmer de A. Ichmouratov fut nommé disque de l’Année par le Washington Post. Il enregistre maintenant pour Warner Classics International et Acacia Classics/Universal Music Group. Directeur Musical de l’Ensemble Acacia (Canada) et le l’Indian Ocean Ensemble (Australie), Alexandre Da Costa est régulièrement invité en tant que chef-soliste (Play & Conduct) avec des ensembles tels que l’Orchestre Royal de Chambre de la Reine Sofia, l’Orchestre Symphonique Virtuoses du Venezuela et l’Orchestre Symphonique de Vienne (Wiener Symphoniker). En plus de ses activités de soliste, Alexandre Da Costa est Professeur et Chef de Département à l’Université Edith Cowan, membre de la faculté du Centre d’Arts Orford, et donne fréquemment des classes de maître dans plusieurs universités et conservatoires autour du monde. Il fut également nommé Directeur du Développement Musical pour Canimex, une compagnie qui aide des artistes talentueux par l’entremise de prêts d’instruments de grand prestige, ainsi que Directeur Artistique du Festival Classique des Hautes-Laurentides et Directeur Musical du Centre d’Art Contemporain L’Arsenal. Alexandre Da Costa joue sur un Guarneri del Gesù de 1730 et le Stradivarius « Di Barbaro » de 1727, ainsi qu’un archet Sartory, prêtés par la compagnie Canimex.