conheça os principais projetos, desafios e oportunidades
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conheça os principais projetos, desafios e oportunidades
N.07 dezembro 2015 25 anos conheça os principais projetos, desafios e oportunidades que transformaram a Martifer numa empresa reconhecida internacionalmente entrevista Arnaldo Figueiredo, Presidente da Martifer Metallic Constructions e Administrador do grupo Martifer em foco Indústria Naval, a navegar rumo ao futuro martifer metallic constructions Birmingham New Street Station - da coordenação à execução, um desafio superado SU sumário editorial ED Carlos Martins PROPRIEDADE Grupo Martifer, Apartado 17, 3684-001 Oliveira de Frades Portugal DIRETOR Carlos Martins DIRETOR DE REDAÇÃO Paulo César Ferreira REDAÇÃO Catarina Teixeira COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Alberto Coelho, Alexandre Kissingler, António Santos Lima, Artur Violante, Belmiro Couto, Carlos Costa, Carlos Serra, Daniel Machado, Daniela Ferreira, Filipe Rosa, Hugo Camacho, Hugo Carneiro, João Lopes, Jorge Martins, Manuel Silva, Marco Lemos Costa, Mário Rui Couto, Miguel Lobo, Nuno Pina, Paulo Neves, Pedro Duarte, Pedro Lages Carvalho, Pedro Moreira, Pedro Rodrigues, Ryma Makhzoumi, Sara Silva DESIGN E PAGINAÇÃO Sandra Cruz FOTOGRAFIA Banco de imagens do grupo Martifer, ECCS, Network Rail Media Centre, Portal da Copa, SAPA Portugal Awards, Ventinveste PERIODICIDADE Anual Esta publicação adota o novo Acordo Ortográfico CAPA 25 anos Conheça os principais projetos, desafios e oportunidades que transformaram a Martifer numa empresa reconhecida internacionalmente 2 mnews | dezembro 2015 | n.07 3 editorial Estamos prontos para redefinir o nosso futuro 4 entrevista Arnaldo Figueiredo, Presidente da Martifer Metallic Constructions e Administrador do grupo Martifer 10 preparar o futuro Um plano transversal para uma estratégia global 12 em foco Indústria Naval, a navegar rumo ao futuro Presidente do grupo Martifer 18 presença global Desporto Global 20 metallic constructions Birmingham New Street Station – da coordenação à execução, um desafio superado 28 renewables Bons ventos para a Ventinveste 34 empreender 25 anos Martifer A Martifer completou, em fevereiro de 2015, 25 anos. Há 25 anos, eu, o Jorge e o António Bastos, tomámos a iniciativa de criar a Martifer. Há 25 anos os nossos objetivos eram ambiciosos mas não imaginávamos a dimensão que a Martifer ganharia. Ao olhar para trás, vejo que esta foi a nossa mais audaz aventura. Construir 25 anos de história dá muito trabalho Em 1990, com o início da atividade de fornecimento de pavilhões industriais em estrutura metálica, estávamos apenas a responder a uma necessidade do mercado. Os cinco anos seguintes foram muito difíceis. Portugal vivia uma situação económica complicada e todos os dias encerravam empresas. A nossa equipa demonstrou, desde cedo, uma força de trabalho incomparável e não desistimos à primeira. Arriscámos em projetos mais complexos, encontrámos, na adversidade do início dos anos 90, o nosso espaço, e descobrimos capacidades que não conheceríamos se não fosse este início atribulado. Em 1995, tornámo-nos líderes nacionais. Nos anos seguintes iniciámos um percurso de crescimento, começámos a ser mais exigentes, certificámo-nos e escolhemos parceiros para a vida. Em 1998, Lisboa recebia a Expo 98 e a Martifer marcava presença no primeiro grande evento internacional. Seguiu-se o Euro 2004 e o esforço da nossa equipa fez-nos ultrapassar o grande desafio de participar em cinco estádios quase em simultâneo. Nesse momento, a cultura que nos distingue revelou-se: o espírito de sacrifício, a vontade de construir algo maior e o compromisso da equipa Martifer com os seus projetos. Entretanto já tínhamos ultrapassado as fronteiras e lutávamos por grandes projetos noutras geografias. Focalização Em 2010, com quase 4 000 colaboradores em todo o mundo, a Martifer precisava de uma mudança. Decisões menos acertadas que, numa conjuntura económica menos favorável, tiveram ainda maiores consequências, fizeram-nos dar um passo atrás. A partir de 2010 reformulámos a estratégia e assumimos o foco nos negócios core. Novos negócios e um espírito empreendedor Esta força anímica, a maturidade alcançada, a equipa forte e inovadora e, principalmente, as relações de confiança que fomentámos, permitiram-nos criar novos negócios - em 2004 iniciámos atividade nas energias renováveis, um negócio apaixonante, como a nossa natureza. Começámos com a natural evolução de uma metalomecânica para uma fábrica de torres eólicas. Depois, em 2005, fundámos a Prio e iniciámos a produção de biocombustíveis. Um ano depois entrámos para o setor fotovoltaico com a Martifer Solar. Com 17 anos de atividade entrámos em bolsa. Um período frenético com a atividade no setor eólico a intensificar-se. Em 2008, já éramos mais de 2 800 colaboradores em 20 países e em Oliveira de Frades nasciam novas infraestruturas. Nos anos seguintes construímos grandes obras, ganhámos ainda mais experiência, e explorámos novas oportunidades. Hoje e Sempre Hoje unimos esforços para recuperar o negócio, centrando o Grupo nas atividades da construção metálica, da construção e reparação naval e da energia. Hoje, com este percurso de 25 anos na memória, estamos prontos para redefinir o nosso futuro e continuar a superar os desafios que encontramos. A audácia, a coragem e a humildade com que iniciámos a Martifer, a experiência adquirida e a confiança que os nossos parceiros depositam em nós, são os nossos maiores trunfos para uma recuperação sustentada. Obrigado por estar connosco e confiar em nós nestes 25 anos. mnews | dezembro 2015 | n.07 3 EN entrevista não há muitas empresas no mundo com a capacidade técnica de engenharia que a martifer tem Arnaldo Figueiredo conta com mais de 35 anos de experiência no setor da construção e acumula as funções de Presidente da Martifer Metallic Constructions e de administrador do grupo Martifer com a Vice-Presidência da Mota-Engil. Em entrevista, mostra-nos a sua visão do Grupo, do setor da construção e da economia global. MNEWS | Sendo uma pessoa com uma vasta experiência no setor da construção, como vê o percurso da Martifer na área de construção metálica? ARNALDO FIGUEIREDO | O percurso da Martifer no setor da construção metálica tem sido notável. A Martifer é uma empresa com 25 anos, já com uma longa história, e teve um percurso meritório em termos de afirmação da capacidade de produção e de engenharia no domínio da construção metálica. Este percurso fez da Martifer uma empresa incontornável no setor da construção metálica em Portugal, sendo líder destacada e tendo conseguido marcar uma posição de relevo a nível internacional. É considerada uma das melhores empresas no panorama internacional, em termos de know how e de capacidade de execução, e isso é, de facto, notável e demonstra o percurso que foi feito, desde a sua criação, do zero, até chegar à expressão que tem nos dias de hoje. MN | Quais foram os maiores desafios que enfrentou, até agora, na Martifer? E o que mais admira na empresa? AF | A Martifer, como quase todas as empresas em Portugal e também a nível internacional, não ficou imune à grande crise que se abateu sobre o mundo. O maior desafio que enfrentamos na Martifer é conseguir dar sustentabilidade à empresa dentro da dimensão e da capacidade de execução que tem, para que a empresa continue o bom trabalho que tem vindo a fazer ao longo dos anos. Esse é um dos grandes desafios que continuamos a enfrentar e temos todos de trabalhar em conjunto para conseguirmos vencer este período difícil. aquilo de que a engenharia portuguesa, e a Martifer em particular, é capaz. Esta resiliência é o que nos irá permitir vencer as dificuldades com que nos deparamos e estou perfeitamente convencido de que a Martifer continuará, por muito mais anos, o trabalho que tem feito. MN | Tendo em conta a conjuntura económica que vivemos atualmente, considera que o pior já passou? Esperam-se bons ventos para a Martifer, especialmente no setor da construção? AF | Nós temos que ser otimistas, mas eu não diria que o pior já passou. Acredito que ainda temos pela frente tempos muito complicados. Conseguimos chegar Estar fora, por estar fora, não vale a pena. Estamos fora para ganhar dinheiro, para conseguirmos ser rentáveis até aqui, onde muitas empresas não chegaram, o que já é um feito assinalável, e temos perspetivas para continuar. Considero que os tempos que temos pela frente vão ser tão difíceis como os que vivemos recentemente, mas também estou convencido que estamos hoje muito mais bem preparados para os enfrentar do que o que estávamos há algum tempo atrás. A empresa já fez ajustamentos que tinha que fazer e preparou-se, prevendo que o que estava para vir era um período complicado. Seguiu um caminho que lhe permite hoje ter mais capacidade e encarar o futuro com mais otimismo. Temos de continuar com os pés bem assentes no chão para conseguir ultrapassar os desafios que ainda temos pela frente. O setor da construção é um setor muito difícil, que continua sem grandes perspetivas de melhoria, mas é o setor onde nós estamos.Temos que encarar isso. Facilidades não se esperam com certeza, mas eu acredito que iremos conseguir resistir a estas dificuldades. MN | Sendo Vice-Presidente da Mota-Engil, e sendo a Mota-Engil um acionista de referência da Martifer há vários anos, como vê a relação entre as duas empresas, e como acha que ela deverá ser ou continuar a ser? O que mais admiro na empresa é o know how de engenharia da construção metálica e a capacidade de resiliência que tem tido para superar as dificuldades recentes. É sabido que muitas empresas do nosso setor, não só em Portugal como a nível internacional, já fecharam portas ou estão hoje muito debilitadas e sem capacidade de fazer projetos, enquanto a Martifer continua a seguir o seu rumo com uma grande resiliência e com uma capacidade de execução que continua a mostrar 4 mnews | dezembro 2015 | n.07 mnews | dezembro 2015 | n.07 5 entrevista AF | A Mota-Engil é de facto acionista da Martifer há muitos anos e com muito gosto. Está disponível, como sempre esteve, para apoiar a Martifer, embora nunca tenha interferido diretamente na gestão. Nunca teve participação ativa na empresa, mas sempre a acompanhou. É uma empresa pela qual a Mota-Engil tem muito apreço, e prevejo que este estado de espírito vá continuar no futuro. Relativamente à relação entre as duas empresas, todos temos que fazer, diariamente, um esforço para melhorar esta relação.Todos temos a ganhar se esta relação for de estreita colaboração e cooperação, pautada por uma grande transparência e confiança. Há situações em que a Mota-Engil é importante para a Martifer, e a Martifer pode também, à sua dimensão, ajudar a Mota-Engil. Considero que este bom relacionamento que existe, e que deve ser cada vez mais aprofundado e acarinhado, é bom para as duas organizações e assim todos temos obrigação de contribuir para que aconteça. MN | Nos últimos anos temos assistido a uma redução do peso de Portugal no negócio da Martifer, que se assume cada vez mais como uma empresa internacional. Quais os principais critérios para a escolha dos mercados onde a empresa Definimos que queríamos fazer parcerias com empresas locais, para que o conhecimento do terreno e a componente comercial fosse associado ao nosso know how e à nossa capacidade de produção 6 mnews | dezembro 2015 | n.07 atua? E quais são os mercados mais importantes para a Martifer atualmente? AF | De facto, em Portugal, não há negó- cio. O país passou nos últimos anos por uma crise profunda, e eu não prevejo que melhore a muito curto prazo, o que obrigou a Martifer, e outras empresas que quiseram resistir e sobreviver, a ir lá para fora e a encarar o mercado internacional com a importância que tem, efetivamente, para a sustentabilidade das empresas. Quem não estiver lá fora, hoje, não tem qualquer hipótese. No setor da construção, então, não há absolutamente hipótese nenhuma. Portanto, a Martifer também teve que o fazer. Felizmente, já estava noutros países, não foi um processo novo, mas foi preciso redirecionar toda a atividade e reequacionar onde tínhamos que estar, da forma como queríamos estar e onde tínhamos capacidade para estar de uma forma eficaz. Estar fora, por estar fora, não vale a pena. Estamos fora para ganhar dinheiro, para conseguirmos ser rentáveis. Se não há negócio, também não vamos ganhar dinheiro. Portanto, foi isto que a Martifer teve que fazer e que continua a ter que fazer cada vez mais. Quanto aos critérios para a escolha de mercados, têm de ser mercados onde te- nhamos capacidade para nos afirmarmos, que não haja uma concorrência excessiva, que seja um mercado em que sejamos tratados de uma forma justa e em que a competência se assuma como um fator determinante. Nós temos confiança na nossa capacidade e não tememos a concorrência, mas queremos é que seja pela competência que as coisas se decidam e não por situações que não conseguimos controlar. E, acima de tudo, têm de ser mercados com obras para fazer e com investimento público, para que nós tenhamos obras para concorrer, e que seja um mercado onde tenham capacidade para pagar os projetos. Há muitos mercados que têm obras para fazer mas depois não têm dinheiro para as pagar e temos de ter cuidado, porque não temos condições para fazer trabalhos e não sermos pagos por eles. Estas são as condições determinantes: haver o que fazer, haver mercado e haver dinheiro para pagar às empresas que estão nesse mercado. Neste contexto, embora a crise hoje seja muito maior e mais abrangente do que era há uns tempos atrás, os nossos principais mercados são Angola, um mercado muito importante para nós, o Reino Unido, mais concretamente Inglaterra, a França, a Arábia Saudita e a Argélia. Estou convencido que são e serão os mercados mais importantes no curto/médio prazo, não obstante algumas dificuldades pelas quais estão a passar. e temos que tirar partido disso. Temos feito obras notáveis espalhadas por vários países, reconhecidas e elogiadas, de forma unânime, pela forma como são feitas. Obras de grande complexidade técnica e complexidade de execução, e a Martifer fá-las tão bem ou melhor do que qualquer outra empresa mundial. Essa é que é a nossa grande força. É essa força que temos que preservar e potenciar para dar uma maior sustentabilidade à empresa. MN | Nos mercados externos, qual tem sido a estratégia de entrada da Martifer? As parcerias têm um papel importante na internacionalização da empresa? AF | Penso que as parcerias têm um pa- pel determinante na internacionalização das empresas.Tivemos que recentrar o percurso que a Martifer seguiu ao longo dos últimos anos e refizemos o plano estratégico para melhor definirmos onde queríamos estar e como queríamos estar. Nesse plano estratégico, as parcerias são um elemento decisivo para enfrentar com sucesso os mercados externos. Foi o que fizemos, em bom tempo, na Argélia, criou-se uma parceria que está a funcionar. Aliás, eu diria que nós hoje conseguimos estar na Argélia porque fizemos esta parceria, senão, face à crise que o país tem atualmente, era impossível, não estaríamos lá a fazer nada. E assim, estamos a fazer alguns projetos, embora menos do que o previsto, e temos perspetivas de vir a fazer mais. De facto, as parcerias têm um papel importantíssimo em mercados como este, da Argélia.Também temos uma parceria em Angola, já há muito tempo.Também na Arábia Saudita e no Qatar, já temos uma parceria informal e estamos a procurar formalizá-la, para conseguir estar no mercado de uma forma mais segura. Definimos que queríamos fazer parcerias com empresas locais, para que o conhecimento do terreno e a componente comercial (que é sempre mais fácil para quem é local) fosse associado ao nosso know how e à nossa capacidade de produção e conseguíssemos criar uma ligação que fosse mutuamente vantajosa. Isto é o que estamos a privilegiar no presente e penso que devemos continuar a privilegiar no futuro para estarmos de uma forma mais sustentável no exterior. MN | Ainda no âmbito dos mercados internacionais, quais considera os principais fatores diferenciadores do Grupo nestes mercados? AF | A força principal que este Grupo tem é o enorme know how de engenharia de construção metálica. Há muitas empresas de metalomecânica ligeira, mas poucas as que têm grande capacidade de engenharia. A Martifer é uma empresa de engenharia e é aí que nós fazemos a nossa afirmação: pela capacidade técnica de fazer obras de grande complexidade e de grande dimensão. É nisto que temos que apostar. Fazer mais do mesmo, qualquer um faz. A Martifer tem que apostar naquilo que faz bem e em que é diferenciadora em relação às outras empresas do setor. Não há muitas empresas no mundo com a capacidade técnica de engenharia que a Martifer tem MN | Tendo em conta a estratégia da empresa [ver rubrica preparar o Futuro], da estratégia delineada, o que é que já foi feito e o que falta fazer? AF | Já muito foi feito. Por força das cir- cunstâncias do mercado e da grande crise que atingiu o país e as empresas, e até o mundo em geral, se a Martifer não tivesse feito nada, não estaríamos aqui a falar, nem estaríamos a pensar no futuro, porque não havia futuro. De facto, as empresas têm de se ajustar à realidade e quanto mais rápido tiverem essa capacidade de se ajustar, melhor resistirão às dificuldades, mas mais do que resistir às dificuldades, preparar-se-ão para o futuro. Ora, a Martifer já fez muito, efetivamente, porque era preciso fazer muita coisa para um ajustamento a esta nova realidade com que nos confrontamos todos os dias. Mas ainda há muito por fazer, ainda não está tudo feito. Aliás, nunca está tudo feito. Há sempre coisas para fazer. As pessoas têm de ter consciência de que o mundo é dinâmico, muda todos os dias, e por isso nós temos que estar sempre preparados para conseguir absorver e perceber o que é que se está a passar e adaptarmo-nos a estas mudanças. E portanto, estas coisas nunca acabam. É um processo contínuo. As empresas têm de se ajustar à realidade e quanto mais rápido tiverem essa capacidade de se ajustar, melhor resistirão às dificuldades, mas mais do que resistir às dificuldades, preparar-se-ão para o futuro mnews | dezembro 2015 | n.07 7 entrevista ARNALDO FIGUEIREDO 60 ANOS presidente da martifer metallic constructions e administrador do grupo martifer Agora, havia coisas que efetivamente era preciso e urgente fazer e destas, eu acho que a maioria já foi feita, e o que falta, ficará concluído em pouco tempo. Depois, é preciso ter a empresa preparada, em termos organizacionais, para o futuro, e ir-se adaptando a esta nova realidade. Definimos alguns mercados-alvo como estratégicos, mas amanhã pode haver um desses mercados que deixe de ser tão importante, por qualquer razão, porque pode estar com mais dificuldades internas, por exemplo, e pode haver outro novo que surja.Temos de estar abertos a isso e atentos às oportunidades que os mercados nos dão. Nós temos é de fazer o nosso trabalho de casa. Se ficarmos à espera que as coisas aconteçam, elas nunca vão acontecer e portanto temos que criar condições para que o Grupo perceba que a vida hoje é diferente do que era há cinco anos atrás e que há que ajustar muitas coisas, para que possamos ter capacidade para continuar o nosso percurso. MN | Como vê a Martifer daqui a cinco anos? AF | A minha expetativa é que daqui a cinco anos exista uma Martifer mais forte do que a que existe hoje. É para isso que estamos aqui todos a trabalhar diariamen- 8 mnews | dezembro 2015 | n.07 te. Espero que daqui a cinco anos possamos estar a falar de como a empresa está muito mais robusta, com mais capacidade, mais preparada e melhor do que o que estava há cinco anos atrás. Que a crise já tenha passado, tanto aqui em Portugal como a nível internacional, que o mundo esteja melhor, espero eu, e espero que a Martifer também já esteja melhor, dentro desse mundo melhor. É a minha expetativa. Naturalmente que nós não estamos sozinhos, e vamos depender muito de como o mundo evoluir. Agora, também temos de fazer a nossa parte, porque se não a fizermos, ninguém a fará por nós. Mas eu espero, e tenho uma forte convicção, de que daqui a cinco anos vamos estar melhor que hoje. Não estamos sozinhos, e vamos depender muito de como o mundo evoluir. Agora, também temos de fazer a nossa parte, porque se não a fizermos, ninguém a fará por nós Arnaldo Figueiredo é um homem com uma carreira de quase 40 anos ligada ao setor da construção. Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, começou a trabalhar, em 1977, aos 21 anos, na Conduril – Construtora Duriense, onde teve contacto com o mundo laboral, mas também com aquele que afirma ser, hoje, o seu lema de vida: “Na primeira empresa onde trabalhei, quando se entrava, subia-se umas escadas, onde havia uma frase colocada na parede que toda a vida me marcou, desde o primeiro dia de trabalho: «Quando se quer fazer uma tarefa, arranja-se um processo, quando não se quer, arranja-se uma desculpa» ”. Marcado pela cultura de objetivos nessa sua primeira experiência profissional, confessa que, ainda hoje, gosta “de pessoas que resolvem problemas, e não das que inventam desculpas para não os resolver”. Após 10 anos de trabalho na Conduril, entrou na Mota & Companhia como responsável pelo mercado angolano, tornando-se rapidamente no responsável pela área internacional e, mais tarde, em 1993, administrador com o pelouro da área internacional. Atualmente é vice-Presidente da Mota-Engil, além de Administrador do grupo Martifer e Presidente da Martifer Metallic Constructions. Assumidamente teimoso, considera que este é o seu principal defeito, “por vezes é difícil convencer-me a mudar de ideias”, mas também a sua maior qualidade, porque “na vida, se não se persistir e não continuarmos a lutar por aquilo que acreditamos ser o correto, não se chega a lado nenhum”. Nos tempos livres gosta de ler, mas é sobre viagens que fala com mais paixão, falando de lugares onde gosta sempre de voltar “Nova Iorque, Roma, Londres, Praga”. Mas é Paris que lhe está no coração:“posso lá ir todos os anos, que não me importo. Lá sinto-me bem e gosto de usufruir da cidade. Mesmo que não seja para fazer nada, só estar lá, já é bom!” Aos 60 anos, Arnaldo Figueiredo tem uma certeza: “Sem trabalho nada se consegue. A minha idade garante-me que temos que nos esforçar, ser determinados, de trabalhar para chegar a algum lado. E esperar que esse trabalho nos dê a recompensa que merecermos.” mnews | dezembro 2015 | n.07 9 PF preparar o futuro um plano transversal para uma estratégia global No início de 2015, o grupo Martifer desenvolveu um processo de reflexão que levou à adoção de um Novo Plano Estratégico. Este processo culminou na definição de um Modelo Organizacional, que se pretende que responda cabalmente aos desafios do mercado e ao contexto internacional, promovendo uma visão e gestão integrada do Grupo, uma ambição consciente de crescimento, reforçando o espírito de coesão e solidariedade institucional e a capacidade de resposta às seguintes prioridades delineadas no novo Plano Estratégico: No âmbito da adoção deste novo modelo organizacional, foi iniciado, no final do ano passado, um processo de focalização no negócio core de construção metálica e de adequação da atividade da Martifer Renewables. Reforçou-se a presença internacional nas geografias chave e em oportunidades atrativas em mercados com rentabilidades acima da média, acompanhada por uma adequação da estrutura ao novo footprint Focalizar no negócio core da Construção Metálica (Estruturas Metálicas, Alumínio e Vidro, Indústria Naval e Oil & Gas), adequar a atividade da Renewables Reforçar as Funções de Controlo do Negócio e Análise de Risco das propostas Comerciais Melhorar Processos de Negócio e Eficiência Operacional internacional do Grupo - neste cenário, assume particular destaque a recente alienação da atividade no mercado de construção no Brasil. O grupo Martifer tem também desenvolvido ações para a melhoria dos processos e da eficiência operacional através da otimização da capacidade industrial e dos layouts produtivos. Em paralelo, foi encetado um conjunto de Proveitos Operacionais M€ EBITDA M€ Dívida Líquida M€ 250 12 350 200 +47% iniciativas ao nível do desenvolvimento e retenção dos recursos humanos. No que diz respeito à situação financeira, a Martifer chegou a acordo em dezembro de 2015 com um grupo de instituições financeiras credoras para a reestruturação do passivo bancário. O montante global dos financiamentos a reestruturar ascende a cerca de 260 milhões de euros. Este acordo permitirá: 9M2014 10 9M2015 mnews | dezembro 2015 | n.07 276 150 Holding 100 Renewables 2 50 0 0 Construção Metálica 4 0 283 200 6 50 285 250 8 100 315 300 10 150 Pedro Moreira CFO do grupo Martifer Redirecionar e adequar a estrutura ao reforço da Presença Internacional Adequar a maturidade de inflows da Atividade Operacional e dos (des)investimentos aos outflows da Atividade de Financiamento Uniformizar o perfil de amortização da dívida financeira Reduzir significativamente o custo de financiamento all-in Aumentar significativamente a maturidade média da dívida (para cerca de oito anos) Reforçar a estrutura de capital permanente +30% o reforço da internacionalização como base da estratégia da martifer metallic constructions 9M2014 9M2015 2012 2013 2014 Estamos convictos que o Novo Plano Estratégico é adequado aos complexos desafios do mercado e do atual contexto internacional, e que o plano de ação em curso permitirá atingir os objetivos delineados. O contexto externo é importante e esperamos que a evolução seja favorável, nomeadamente na vertente geopolítica, associado à recuperação do preço das commodities, em particular do petróleo e gás, e em consequência do investimento e crescimento económico em países como Angola, Argélia e Arábia Saudita. A Martifer Metallic Constructions tem na base da sua estratégia a internacionalização, que lhe permite fazer face ao abrandamento do setor de construção que ocorreu nos últimos anos em alguns dos seus principais mercados. Assim, esta área de negócio baseia a sua atividade em polos geográficos, de forma a permitir uma maior abrangência das suas atividades: europa ocidental a primeira fábrica do Grupo, localizada em Oliveira de Frades, Portugal, serve toda a Europa Ocidental, nomeadamente os países onde a atividade da empresa é mais significativa: Portugal, Reino Unido, Espanha e França. europa de leste e médio oriente a fábrica na Roménia permite produzir estruturas metálicas para projetos em toda a Europa de Leste e em países do Médio Oriente. Já conta com vários projetos em curso na Arábia Saudita. áfrica subsariana existem dois polos industriais, um em Angola e outro em Moçambique. São dois países com características diferentes e orientações de mercado diferentes. A fábrica de Angola procura responder apenas aos projetos angolanos, pela dimensão do país. Enquanto que a unidade moçambicana poderá servir não apenas Moçambique, mas também para projetos de países circundantes. norte de áfrica a mais recente fábrica do grupo Martifer é na Argélia e responderá às necessidades do mercado argelino. Em mercados específicos, como é o caso, por exemplo, da Argélia (Martimetal) e de Moçambique (Martifer Amal), a Martifer Metallic Constructions procurou estabelecer parcerias com empresas que, pelo seu conhecimento do mercado e/ou pela complementaridade de valências, possam acrescentar valor e criar novas oportunidades de negócio. martifer renewables: da rotação de ativos ao estabelecimento de parcerias A Martifer Renewables é a empresa do grupo que se dedica ao desenvolvimento de projetos de energias renováveis, essencialmente no setor eólico.Tem uma estratégia baseada numa rigorosa utilização de capitais no desenvolvimento e na construção de projetos. Mais do que acumular megawatts em operação, esta área de negócio procura desenvolver os melhores projetos nas melhores localizações, tendo implementado uma política de rotação de ativos que pode incidir quer em projetos que estejam em processo de desenvolvimento, quer em projetos em construção, quer ainda em projetos já em operação. A empresa já desenvolveu e construiu mais de 250 MW de ativos renováveis, tendo efetuado operações de venda de projetos na Polónia (ao grupo Ikea) e no Brasil (à CPFL e ao Banco Santander). Mais recentemente, vendeu em Portugal, através da sua participada Ventinveste, cinco sociedades titulares de licenças e direitos de interconexão à rede para capacidade de produção eólica a instalar de 216,4 MW à EDP Renováveis. Através desta estratégia, a Martifer procura tirar partido do seu know-how no desenvolvimento e construção de projetos, ao mesmo tempo que garante o seu financiamento através da rotação de ativos e do estabelecimento de parcerias com instituições de renome internacional, tanto financeiras como de outros setores. O Grupo acredita que tem vindo a dar os passos certos no sentido de atravessar com sucesso o período turbulento que afetou a generalidade do tecido empresarial português e também os mercados europeus - a recuperação verificada nos resultados do Grupo nos primeiros nove meses do ano, nomeadamente ao nível operacional (EBITDA e EBIT) que reforçam essa convicção. 9M2015 mnews | dezembro 2015 | n.07 11 EF em foco indústria naval a navegar rumo ao futuro Aveiro e Viana do Castelo são duas cidades separadas por apenas 120 km (em linha reta). São, no entanto, ligadas pela história das suas populações, que, tendo em comum a sua ligação ao mar e às atividades piscatórias, frequentemente viajavam entre as duas cidades, num intercâmbio cultural e comercial intenso. Esta ligação levou a que se tornassem cidades geminadas em 1910. Duas cidades portuárias, localizadas no eixo atlântico, no centro de várias rotas internacionais. É nestas duas cidades que a Martifer conta com dois estaleiros navais, a Navalria, em Aveiro e a West Sea, em Viana do Castelo. A indústria naval é uma realidade no grupo Martifer desde 2008, ano em que adquiriu a totalidade do capital da Navalria, um estaleiro que, até à data, se dedicava exclusivamente à atividade de reparação naval. 12 mnews | dezembro 2015 | n.07 Com a entrada do grupo Martifer, o estaleiro sofreu um processo de modernização e reabilitação das suas infraestruturas, tendo construído, entre 2008 e 2013, sete embarcações (dois ferry catamarans e cinco navios de cruzeiro fluvial). É no final de 2013, no seguimento de um concurso público internacional, que a Martifer se torna a subconcessionária dos terrenos e infraestruturas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. O contrato de subconcessão foi assinado em janeiro de 2014, e em maio, a West Sea, empresa criada para gerir a subconcessão, iniciou a sua atividade nos estaleiros. Após a subconcessão, a West Sea passou por um processo de recuperação das instalações e dos equipamentos, num investimento que, em pouco mais de um ano, ultrapassou os quatro milhões de euros. Hoje, a empresa conta com mais de 200 colaboradores diretos, dos quais cerca de 70 % são ex-colaboradores dos ENVC e reparou ou converteu mais de 50 navios, 85 % dos quais do mercado internacional. A West Sea tem já, em carteira, quatro navios: dois navios cruzeiro para o rio Douro, atualmente em construção, e dois navios patrulha oceânicos que se encontram atualmente em fase de projeto e iniciarão corte de chapa no primeiro semestre de 2016. Com a entrada em funcionamento da West Sea, a Martifer passou a contar com dois estaleiros que lhe permitem, anualmente, reparar e converter mais de 100 navios com um comprimento máximo de 200 metros e transformar mais de 20 mil toneladas de aço para novas construções. Pedro Duarte Administrador da West Sea e da Navalria Em pouco mais de cinco anos, e partindo de um pequeno estaleiro de reparação, criámos um segmento de atividade que hoje já representa mais de 20 % do Volume de Negócios da Martifer Metallic Constructions e gerou aproximadamente 300 postos de trabalho diretos. Acreditamos que o setor naval tem ainda muito para dar ao grupo Martifer. Temos as pessoas certas, as infraestruturas necessárias e uma localização privilegiada para nos tornarmos numa referência neste setor. É para isso que trabalhamos diariamente, e é com estas valências e como uma estratégia bem definida que iremos crescer, tanto em Portugal, como no processo de internacionalização. mnews | dezembro 2015 | n.07 13 em foco dois estaleiros, um oceano de oportunidades Cada um dos dois estaleiros conta com equipamentos que o dotam de características específicas. Ambos os estaleiros gozam de uma localização estratégica, no norte e centro de Portugal, com proximidade a vários portos de relevo internacional, tais como Vigo, Leixões (Porto) e Lisboa. A sua localização encontra-se no centro de várias rotas internacionais, nomeadamente as rotas que ligam o Mediterrâneo ao Norte da Europa, o Norte da Europa à América do Sul e o Mediterrâneo à América do Norte. navalria abcdefghi- west sea abcdefghi- Doca Seca Pórtico Rolante Doca Flutuante Elevador de Navios Oficina de Montagem de Blocos Oficina de Mecânica Carpintaria Mesa de Alinhamento de Blocos Armazéns Docas Secas (2) Plataforma de Construção Bacia de Aprestamento Oficinas de Suporte às docas Oficina de Mecânica Oficina de Encanamentos Linha de Montagem de Painéis Oficina de Pré-Montagem Oficinas de Caldeiraria Pesada, Decapagem, Pintura e Caldeiraria Marco Lemos Costa Diretor de Construção Naval da West Sea navalria west sea a g a 14 mnews | dezembro 2015 | n.07 Com a West Sea, o setor de construção naval conta hoje com conhecimento e capacidade para enfrentar desafios internacionais de valor acrescentado. Temos o maior e mais competitivo estaleiro de construção em Portugal e em tudo se deve aos recursos humanos altamente qualificados e aos meios de que dispomos. A nossa estratégia passa por construir navios com tecnologia avançada. É com base nesta estratégia e nas excelentes valências humanas de que dispomos que enfrentamos o presente com otimismo, nos preparamos para um futuro mais ambicioso e nos propomos a ser uma referência internacional. b h f i c e d f d c i b e g h mnews | dezembro 2015 | n.07 15 em foco navios reparados Eva Schulte Navio Tanque com 145 metros, reparado entre maio e junho de 2015 proximidade, especialização e conhecimento como eixos estratégicos António Santos Lima Diretor de Reparação Naval da West Sea É intenção da West Sea reforçar a capacidade de reparação, com a criação de novos espaços de docagem que permitirão, a curto prazo, duplicar a atividade num dos setores mais competitivos do país a nível internacional, sendo os Estaleiros Portugueses dos mais conceituados e os trabalhadores do setor reconhecidos como de excelente qualidade, não só na Europa, mas também no Médio Oriente e em África. Orwell Draga com 90 metros, reparada entre março e abril de 2015 Monte Brasil Porta contentores com 126 metros, reparado em julho de 2014 navios em carteira 2 Navios Cruzeiro para o rio Douro atualmente em construção - um para um cliente nacional e outro estrangeiro, para estarem concluídos em fevereiro de 2016 2 Navios Patrulha Oceânicos para a Marinha Portuguesa, que se encontram atualmente em fase de projeto e iniciarão corte de chapa no primeiro semestre de 2016 16 mnews | dezembro 2015 | n.07 Na comemoração do primeiro ano da West Sea em Viana do Castelo, Carlos Martins, Presidente do grupo Martifer, referiu que “os estaleiros de Viana do Castelo só poderão afirmar-se se estiverem ligados em rede a outros estaleiros, de forma a responderem a três fatores fundamentais: proximidade, especialização e conhecimento”. A internacionalização é um dos pilares estratégicos da West Sea, que procura a entrada em novos mercados através da criação de parcerias para estaleiros navais próximos de áreas de extração de oil & gas e com forte procura de reparação naval. Os primeiros passos para este novo patamar da empresa foram dados em junho deste ano, após um período de conhecimento mútuo e de trabalho conjunto ao longo de 2014, com a concessão de um estaleiro naval da Argélia, em parceria com uma empresa pública Filipe Rosa Responsável da Divisão de Gás da West Sea argelina de reparação naval, a ERENAV. Localizado no porto de Arzew, este estaleiro é especializado na construção e reparação naval. A concessão terá um período de 40 anos, tendo o Conselho de Participações do Estado Argelino, no passado mês de setembro, dado o seu acordo para a constituição da nova joint venture, cujos trâmites de constituição estão atualmente a ser desenvolvidos, entre a ERENAV e a West Sea, que terá a concessão dos estaleiros. Para além da atividade de reparação/ conversão naval, uma atividade core nos estaleiros do Grupo, outro dos pontos-chave da estratégia da Martifer para o setor naval é a especialização na construção. A empresa está, atualmente, focada em três tipos de produtos: navios cruzeiro o Grupo conta já com uma experiência relevante neste tipo de navios navios militares com uma forte componente de incorporação tecnológica e um elevado grau de exigência técnica outros equipamentos equipamentos e navios com elevada complexidade técnica e com possibilidade de incorporação do know how do Grupo, tanto na indústria naval, como na construção metalomecânica É através desta estratégia, complementada com a satisfação dos seus clientes, que as empresas do grupo Martifer que atuam no setor naval esperam continuar a desenvolver o trabalho de sucesso que até então têm demonstrado, garantindo, desta forma, a fidelização dos seus clientes e a sustentabilidade do setor no seio do Grupo. A criação de produtos de valor acrescentado e que incorporem a introdução de know-how no seio do segmento naval do grupo Martifer é fundamental para o posicionamento da West Sea como uma marca de referência neste setor, daí a criação e implementação de uma startup no campo da geração de energia elétrica – Power Barges – fazer todo o sentido, pois a modularidade e a flexibilidade deste tipo de produtos vão de encontro às necessidades dos mercados emergentes e em franca expansão. O desenvolvimento das Power Barges faz uso de todo o domínio e conhecimento técnico já incorporado pelo setor naval, introduzindo um novo conceito e produto de valor acrescentado para a marca West Sea. mnews | dezembro 2015 | n.07 17 PG presença global desporto global polónia baltic arena arábia saudita king abdullah sports city angola arena luanda brasil arena fonte nova arena castelão arena da amazônia arena do grêmio centro detreino olímpico halls paraolímpico 18 mnews | dezembro 2015 | n.07 A Martifer conta com uma vasta experiência na construção de infraestruturas desportivas, tendo participado na construção de vários eventos desportivos de relevo internacional, tais como os Campeonatos Europeus de Futebol de 2004, 2012 e 2016, o Mundial de Hóquei em Patins de 2013, o Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. portugal estádio do dragão estádio da luz estádio alvalade xxi estádio do bessa pavilhão multiusos de portimão espanha caja mágica frança grand stade olympique lyonnais reino unido secc hydro arena mnews | dezembro 2015 | n.07 19 MC metallic constructions birmingham new street station A estação Birmingham New Street é a estação mais movimentada fora de Londres e a maior estação de transferência do Reino Unido, com um comboio a partir da estação a cada 37 segundos. Construída nos anos 60, a estação foi agora totalmente remodelada, de forma a transformar-se num terminal do século XXI, num projeto que envolveu não apenas a remodelação e ampliação da estação, mas também a melhoria das áreas circundantes à estação e a criação de novos postos de trabalho, através do desenvolvimento do centro comercial Pallasades que terá como principal loja a John Lewis, na área sul da estação. A Martifer esteve presente em quatro áreas distintas do projeto. Na unidade comercial (Pallasades), a Martifer teve a seu cargo a fachada da John Lewis, uma loja de uma das cadeias mais emblemáticas do Reino Unido.Trata-se de uma fachada modular de 4 700 m2, distribuída por cinco pisos, totalmente desenvolvida e instalada pela Martifer Alumínios. A fachada que envolve toda a estação, com uma área total de cerca de 2 400 m2, é uma fachada anti bomba, o que exigiu à Martifer um enorme rigor ao nível da conceção, uma vez que está preparada para resistir a explosões a uma distância superior a 25 metros. Esta fachada englobou também a instalação de 84 portas, das quais cerca de metade são automáticas. Além destas duas fachadas, a Martifer foi também responsável pela fachada em aço inox. Esta é composta por mais de 8 500 painéis de aço inox, num total de 12 000 m2. Quase todos os painéis são peças únicas, de forma a responder à geometria singular do edifício.Toda a estrutura de suporte em ferro (1 200 toneladas) e alumínio (80 000 metros) foi desenvolvida e executada pela Martifer. Por fim, a Martifer teve também a seu cargo a execução de uma claraboia em estrutura metálica (Atrium) com 700 toneladas, apoiada em 14 suportes no topo de 14 pilares. Devido à sua configuração, foi necessária a utilização de torres de Birmingham New Street Hugo Camacho COO da Martifer Metallic Constructions mnews | dezembro 2015 | n.07 Birmingham New Street Os projetos desenvolvidos pela Martifer, pela sua complexidade e dimensão, exigem uma organização eficiente, que permita ultrapassar vários desafios, sejam eles técnicos, logísticos ou geográficos. Da área comercial à montagem, passando pela logística e pela produção, todos os aspetos têm de estar alinhados para que os projetos sejam concluídos dentro dos prazos e orçamentos estabelecidos, garantindo a qualidade do trabalho final. Birmingham New Street 20 escoramento e de macacos hidráulicos para suportar a estrutura e auxiliar durante o processo de montagem. Este módulo representou enormes desafios, sobretudo devido à sua complexidade de montagem. Além da complexidade do projeto, que envolveu uma necessidade de grande coordenação entre as equipas da Martifer e os restantes intervenientes na obra, a logística do projeto foi também um desafio, uma vez que não existia um estaleiro em obra, o que obrigou a que os materiais fossem entregues no momento da montagem. A Martifer Metallic Constructions conseguiu, desta forma, superar com sucesso um projeto que envolveu operações de logística e de coordenação rigorosas, bem como procedimentos excecionais de segurança, uma vez que a estação esteve em funcionamento durante toda a empreitada e existiram trabalhos sobre as próprias linhas de comboio. Birmingham New Street mnews | dezembro 2015 | n.07 21 metallic constructions de madrid a sevilha, duas torres de elevada complexidade A Martifer concluiu, em 2015, duas obras de elevada complexidade em Espanha. A Torre Serrano, no coração de Madrid, é uma torre com 50 metros de altura, tendo a sua fachada sido remodelada com o edifício em funcionamento, tanto ao nível dos pisos superiores (escritórios), como no piso térreo (superfície comercial). Este facto exigiu um cuidado adicional, não só com os horários e impacto das intervenções, com os arranjos interiores a serem realizados segundo um plano rigoroso de trabalhos noturnos e ao fim de semana, para permitir o normal funcionamento dos escritórios, mas também com a estética e funcionalidade da proteção envolvente, de forma a não prejudicar o funcionamento da superfície comercial e manter as áreas de circulação dos utilizadores do edifício. Neste projeto, a Martifer foi responsável pelas fachadas, tendo montado cerca de 1 370 módulos de fachada distribuídos por 13 pisos, 3,7 quilómetros de forras de pilares, 800 m2 de fachada cortina com Leds (no piso térreo do edifício) 2 000 m2 de proteções corta-fogo e ainda uma gôndola de manutenção com reforço de estrutura (cerca de 30 toneladas), tendo o sistema de fachada e revestimentos utilizado sido totalmente desenvolvido pela Martifer. Tendo como cliente a Infinorsa, a nova fachada da Torre Serrano teve arquitetura de Ortiz y León e Direção facultativa da ENAR e foi concluída em março de 2015. Em Sevilha, a Martifer enfrentou também um grande desafio técnico. O Pódio da Torre Triana, com arquitetura de Cesar Pelli, envolveu a produção e montagem de 1 600 módulos de fachada, entre os quais 80 % são de tipologias distintas entre si. Esta singularidade dos módulos exigiu a criação de um software especialmente desenvolvido para este projeto, que permitisse a colocação dos módulos, grelhas frontais e verticais no desenho técnico de fachada. No total, foram aplicados 7 400 m2 de fachada, 4 310 m de lâminas verticais, 14 000 m de lâminas horizontais e 2 050 m de perfil frontal.Todos os perfis foram criados de raiz para o projeto. O projeto durou nove meses e foi concluído em abril de 2015. Com dois desafios concluídos, a Martifer encontra-se atualmente a trabalhar no projeto do Banco Popular, onde está responsável pela execução da fachada dupla pele em glass fins e vidros de 9,50 metros de altura, num projeto muito singular que se espera concluído até ao final de agosto de 2016. do setor empresarial à hotelaria e habitação em portugal Torre Serrano Torre Serrano Pódio da Torre Triana mnews | dezembro 2015 | n.07 Nova Sede Corporativa da EDP Atlântico Estoril Residence/Hotel Intercontinental do Estoril Atlântico Estoril Residence/Hotel Intercontinental do Estoril Em Portugal, a Martifer Metallic Constructions teve em mãos, em 2014 e 2015, dois projetos notáveis, ambos na região de Lisboa: a Nova Sede Corporativa da EDP e o Atlântico Estoril Residence / Hotel Intercontinental Estoril. Na Nova Sede Corporativa da EDP, em Lisboa, a Martifer teve como cliente direto a Mota-Engil, e desenvolveu uma solução em alumínio, não apenas para evitar patologias futuras, mas também para otimizar os custos e processo de fabrico e montagem do projeto. A Martifer foi responsável pela produção e montagem de aproximadamente 11 000 m2 de fachada tradicional com sistema SAPA e 3 300 m2 de fachada siliconada. De forma a ir de encontro às premissas Pódio da Torre Triana 22 Nova Sede Corporativa da EDP do arquiteto, Aires Mateus & Associados, no que diz respeito à estética do edifício, foi desenvolvido especialmente para este projeto um sistema de fachada que permitisse o mínimo de expressões visíveis do alumínio. Este sistema foi testado e homologado por um laboratório independente certificado. O Atlântico Estoril Residence / Hotel Intercontinental Estoril é um projeto de hotelaria e habitação no Estoril, com um projeto de arquitetura do arquiteto João Paciência.Tendo como cliente a Atlântico Estoril – Construtores ACE e como dono de Obra a ÓNUS – Investimentos Imobiliários, o projeto destacou-se pela diversidade de sistemas executados pela Martifer. A empresa foi responsável por 2 500 m2 de caixilharia, num sistema que, pelas suas grandes dimensões, foi homologado e certificado pelo LNEC. A Martifer teve também a seu cargo 15 500 m2 de painel compósito de alumínio com características retardantes ao fogo, 700 m2 de fachada tradicional, 1,5 km de guardas de vidro, 750 m2 de sombreadores em ogiva e grelhas de sombreamento e 190 toneladas de estrutura metálica. Com estes dois projetos, a Martifer demonstrou, uma vez mais, a sua capacidade de desenvolver soluções à medida de cada projeto, indo de encontro às necessidades dos clientes e requisitos técnicos e arquitetónicos de cada edifício. Pódio da Torre Triana mnews | dezembro 2015 | n.07 23 metallic constructions da estrutura metálica ao alumínio: projetos emblemáticos em frança Em 2015, a Martifer continuou a desenvolver projetos emblemáticos em França, tendo concluído os trabalhos no Forum des Halles, em Paris, e no Grand Stade de Lyon. Localizado no coração de Paris, Les Halles foi, durante mais de 800 anos, o principal mercado de alimentos da cidade, tendo sido, nos anos 70, substituído por um centro comercial subterrâneo, Forum des Halles. Em 2012, iniciou-se a renovação do edifício, que consiste na construção do espaço La Canopée, que ocupará uma área total de 20 mil metros quadrados. Tendo como cliente um consórcio constituído pelas empresas Chantiers Modernes Construction,TPI e GTM (subsidiárias da Vinci Construction), a Martifer foi responsável pelo fornecimento e montagem de mais de 2 000 m2 de fachadas corta fogo de 7 metros de altura, 1 860 m2 de fachada de alumínio com módulos VEC e 250 m2 de claraboias. Em Lyon, a Martifer participou em mais uma infraestrutura para um grande even- to desportivo: o Grand Stade de Lyon, que receberá jogos do Europeu de Futebol de 2016. Trata-se de um estádio com mais de 58 mil lugares, que envolveu o fabrico e montagem de mais de 7 525 toneladas de estrutura metálica de elevada complexidade de fabrico, pela geometria das ligações e exigência de soldadura. A montagem da obra teve início em outubro de 2014, tendo sido concluída em outubro de 2015, e envolveu, no pico da obra, cerca de 130 colaboradores. O processo de montagem envolveu a utilização de 15 mega torres de escoramento com 30 metros de altura e 200 toneladas de capacidade, montadas em duas fases para permitir o escoramento temporário das 32 treliças principais do estádio. Estas torres foram retiradas após o descimbre da estrutura com recurso a macacos hidráulicos de 200 toneladas, num processo cuja conceção e execução foi integralmente assegurada pelas equipas da Martifer. Fórum des Halles 24 mnews | dezembro 2015 | n.07 ITER Grand Stade de Lyon de angola a moçambique, áfrica com projetos martifer Edifício Horizon Também em França, num projeto de grande importância para o futuro da energia, a Martifer está a participar na construção do ITER, um projeto internacional na área da energia. Neste projeto, a Martifer é responsável pelo fabrico e montagem de cerca de 6 000 toneladas de estrutura metálica, além do fornecimento de cerca de 11 000 placas embutidas para os edifícios n.º 11, 14 e 74, com um elevado grau de exigência técnica (classe EXC4 de acordo com a norma EN 1090). A montagem da cobertura foi realizada recorrendo à técnica de “big lift”, que permite a elevação da cobertura totalmente montada ao longo da fachada. Os trabalhos da Martifer no projeto foram iniciados em setembro de 2014 e prevê-se a sua conclusão em junho de 2016, tendo, até à data, sido montadas mais de 5 000 toneladas de estrutura metálica. Com a conclusão recente, em França, de dois projetos e com a participação num projeto com a importância do ITER, a Martifer tem dado o seu contributo para a construção de algumas das obras mais emblemáticas do país. Edifício Kilamba ITER Com fábricas em Angola e Moçambique, é nestas duas geografias que a Martifer desenvolve a maioria da sua atividade na África Subsariana. Em Angola, a empresa encontra-se neste momento a concluir o Edifício Kilamba, uma torre de escritórios localizada na marginal de Luanda, com uma altura de 155 metros, 25 dos quais abaixo da cota do mar. Neste projeto, a Martifer foi responsável pela execução de aproximadamente 6 000 m2 de painel compósito de alumínio, 5 000 m2 de fachada modular, 1 600 m2 de fachada tradicional e 1 000 m2 de elementos corta-fogo.Teve também a seu cargo a execução de 900 metros de lâminas de sombreamento, 644 unidades de projetantes e 72 unidades de caixilharia, além de 1 200 m2 de lâminas de ventilação, 500 m2 de guarda corpos em aço inoxi- dável e cerca de 56 toneladas de serralharias, distribuídas por guarda corpos, gradis, canópia, claraboias e escadas. Com uma diversidade de elementos e uma complexidade elevada, o projeto obrigou à elaboração de 1 600 páginas de notas de cálculo e 419 desenhos de pormenor, além das dificuldades logísticas, uma vez que não existia um estaleiro em obra, o que exigiu um planeamento rigoroso de cargas de acordo com a evolução da obra. Em Angola, além da finalização deste projeto, a empresa iniciou este ano a construção da Sodiba – Fábrica de Cerveja e Água do Bom Jesus, um projeto chave na mão com data de conclusão prevista para novembro de 2016. Em Moçambique, a Martifer, através da sua participada Martifer Amal, esteve presente na construção das torres Rani (Edifício Horizon), um ícone da cidade de Maputo, localizado a 100 metros do oceano Índico. O empreendimento é composto por uma torre de escritórios com 14 pisos, uma torre de apartamentos com 19 pisos e um embasamento comum onde funcionarão um centro comercial e dois pisos de estacionamento. A Martifer foi responsável pelo fornecimento e montagem de todas as fachadas de alumínio e vidro, tanto da torre de apartamentos como do edifício de escritórios.Todas as fachadas exteriores do edifício são elípticas, tendo a zona central dos escritórios uma fachada modular com curvatura tanto no plano vertical como horizontal, exigindo um especial cuidado no seu desenho técnico. mnews | dezembro 2015 | n.07 25 metallic constructions das infraestruturas de transportes às infraestruturas desportivas na arábia saudita Ponte Abi Bakr Ponte Abi Bakr Presente na Arábia Saudita desde 2012, a Martifer continua a desenvolver diversos projetos no país, estando atualmente na fase de conclusão de duas pontes em Riade, projeto Carwest.Trata-se da construção de um nó de ligação das vias circulares a Riade, um projeto que aumentará a capacidade de tráfego entre as várias vias rápidas da cidade, com um tráfego diário de cerca de 600 mil automóveis. Neste projeto, a Martifer é responsável não só pelo projeto das ligações, mas também pelo fabrico e montagem das pontes, que têm como principal desafio a sua configuração e dimensão, que obrigaram ao fabrico local, num dos parceiros da empresa na região. Uma das pontes foi já concluída, estando a outra em fase de montagem com conclusão prevista para o final do ano. Além da conclusão do projeto Carwest, a empresa está também a participar em dois projetos: o Pavilhão Multiusos de Damman e a ponte Abi Bakr. O projeto do pavilhão multiusos de Damman, é composto por duas fases: o átrio do edifício administrativo (1 110 toneladas) e um pavilhão multiusos (4 850 toneladas), com capacidade para 6 000 espetadores. A Martifer está responsável pelo projeto, fabrico e montagem de toda a estrutura metálica do pavilhão. O átrio do edifício encontra-se atualmente em fase final de montagem, estando a empresa a iniciar o fabrico da estrutura para o pavilhão, que se prevê estar concluído em setembro de 2016. Na ponte Abi Bakr, uma ponte com 326 metros de comprimento e 29 metros de largura, a Martifer concluiu em setembro a montagem do deck metálico, num projeto cujo prazo de montagem foi o grande desafio a ultrapassar. Os trabalhos neste projeto irão prosseguir no início do próximo ano com a montagem de três passagens de peões e da estrutura de suporte da fachada de alumínio da ponte. da primeira obra à mais recente fábrica da martifer, na argélia A Martifer entrou no mercado argelino em 2014, com a criação da Martimetal, uma empresa detida a 49 % pela Martifer e a 51 % pelo grupo IMETAL, o maior grupo industrial público argelino, que integra toda a fileira do aço, incluindo os dois maiores projetos siderúrgicos da Argélia. Já com um projeto em carteira – a estrutura metálica do refrigerador de uma central termoelétrica a gás, localizada em Djelfa – a Martimetal está atualmente em fase final de instalação da sua unidade industrial, localizada em Batna. A nova unidade tem uma área total de cerca de 60 000 m2, dos quais 14 000 m2 são ocupados pela área de produção. Esta unidade iniciou já produção das primeiras peças para o projeto de Djelfa. da estrutura metálica ao alumínio: martifer metallic constructions premiada em 2015 A Martifer realizou, nos últimos anos, obras de elevada complexidade técnica. Esta capacidade de execução tem sido premiada ao longo dos anos, por diversas entidades. Em outubro, o trabalho da empresa na Arena da Amazônia foi reconhecido pela ECCS - European Convention for Constructional Steelwork, com a atribuição do prémio de excelência a categoria “Public and Cultural”, nos European Steel Design Awards 2015. Estes prémios realizam-se a cada dois anos e premeiam projetos que se distinguem na área da construção em aço. Já em novembro, em Portugal, o trabalho na área do alumínio foi reconhecido nos SAPA Portugal Awards 2015, cujo objetivo é premiar os grandes projetos execu- tados em 2014 por clientes da Sapa Building System Portugal em todo o mundo. Entre os 17 projetos distinguidos, a Martifer recebeu três distinções: Prémio Hotelaria Nacional, pelo trabalho no Atlântico Estoril Residence / Hotel Intercontinental Estoril, Prémio Engenharia de Soluções Nacional, pelo projeto da Nova Sede Corporativa da EDP, e Prémio Soluções de Proteção e Segurança, relativo ao projeto Birmingham Gateway. Com estes prémios, a Martifer Metallic Constructions volta a afirmar-se como uma referência nos segmentos de estruturas metálicas e fachadas em alumínio e vidro, reforçando, uma vez mais, a sua vocação obras de elevada complexidade e dimensão. European Steel Design Awards SAPA Portugal Awards Carlos Costa CCO da Martifer Metallic Constructiuons A Martifer tem procurado ultrapassar o período difícil que vivemos no setor da construção através da entrada em novos mercados e da diferenciação pela qualidade das soluções técnicas de engenharia. Assim, os prémios que temos recebido desempenham um papel importante, porque demonstram e reconhecem a nossa capacidade para desenvolver projetos de elevada complexidade e dimensão. Ponte Abi Bakr 26 mnews | dezembro 2015 | n.07 mnews | dezembro 2015 | n.07 27 RE renewables bons ventos para a ventinveste A Ventinveste foi criada em 2005, após o lançamento do concurso eólico nacional em Portugal, para a atribuição de licenças para produção de energia eólica. O consórcio venceu a fase B do concurso, ficando, desta forma, responsável pelo desenvolvimento e pela construção de um portefólio eólico de 400 MW. Além da construção dos parques, a Ventinveste também desenvolveu um cluster industrial, que permite uma forte incorporação portuguesa na produção dos equipamentos a instalar nos parques e que contribui para um aumento das exportações do país. Um bom exemplo do sucesso do cluster são as fábricas construídas pela Senvion em Oliveira de Frades e em Ílhavo. Na primeira são montadas as nacelles e na segunda são produzidas as pás dos aerogeradores. Esta última é considerada umas das melhores e mais modernas fábricas da Senvion a nível mundial, exportando grande parte da sua produção. No início de 2013, os acionistas da Ventinveste (Galp e Martifer) tomaram a decisão de iniciar um processo de alienação dos projetos eólicos. Neste processo, encontraram um investidor estrangeiro com a capacidade e o interesse em investir nos projetos em fase mais avançada de desenvolvimento. Consequentemente, em dezembro de 2014, foi criado o Projeto Âncora, que assegurou o financiamento para a construção de 171,6 MW. Os restantes projetos do consórcio Ventinveste (216,4 MW), que se encontravam numa fase menos madura, foram em outubro de 2015 vendidos à EDP Renováveis. Esta venda está ainda dependente de aprovação pelas autoridades administrativas e de concorrência competentes. Além da construção dos parques, a Ventinveste também desenvolveu um cluster industrial, que permite uma forte incorporação portuguesa na produção dos equipamentos a instalar nos parques e que contribui para um aumento das exportações do país. 28 mnews | dezembro 2015 | n.07 mnews | dezembro 2015 | n.07 29 renewables projeto âncora: um novo estímulo para a ventinveste O Projeto Âncora é uma parceria entre a Ventinveste e a Ferrostaal, que visa a construção de 171,6 MW distribuídos por dois projetos: Douro Sul com 149,05 MW, que inclui os parques de Moimenta (86,1 MW), Três Marcos (38,95 MW) e Sernancelhe (24,00 MW), e Vale do Chão, com um parque eólico de 22,55 MW. A construção dos parques teve início ainda em dezembro de 2014, e prevê-se que estes estejam totalmente operacionais no final de 2016. O valor total do investimento é de 220 milhões de euros, dos quais 175 milhões foram financiados por um sindicato bancário constituído pelos bancos BPI, ING e Santander. Os parques terão a instalação total de 84 turbinas fornecidas pela Senvion. As torres eólicas e os anéis de fundação VALE DO CHÃO são fornecidos à Senvion pela Martifer Metallic Constructions e estão a ser fabricados na unidade da empresa em Oliveira de Frades, assegurando um ano de trabalho ininterrupto nesta fábrica. Após a conclusão dos projetos, e considerando os 12 MW já em operação, a Ventinveste terá uma capacidade instalada total de 184 MW em Portugal. TRÊS MARCOS SERNANCELHE Localização Lousã Moimenta da Beira Viseu Sernancelhe MW 22,55 86,10 38,95 24,00 11 42 19 12 MM92 – 80 m MM92 – 100 m MM92 – 80 m MM92 – 100 m dezembro 2015 agosto 2016 outubro 2016 maio 2016 Data prevista de conclusão Subestação de Penela (REN) Parque eólico Picos Vale do Chão 11x MM92 – 80 m 10 km Linha de 60 kV 17 km Linha de 60 kV DOURO SUL MOIMENTA Modelo das turbinas Diagrama de interconexão (partilhada) PICOS VALE DO CHÃO N.º de turbinas vale do chão Localização Ligação à rede Localizado na Serra da Lousã, nos concelhos de Pêra e Gois A ligação à rede será efetuada a 60 kV, de forma a ligar com mais precisão a uma linha existente Esta ligação entre o parque eólico e a linha existente será efetuada através de uma linha similar Os 10 km de linha a serem construídos serão propriedade da Vale do Chão SPV douro sul Diagrama de interconexão Localização Subestação de Armamar (REN) 400 kV 15,4 km Linha de 400 kV Parque eólico Moimenta 42 x MM92 – 100 m 24,2 km Linha de 60 kV Parque eólico Sernancelhe 12 x MM92 – 100 m Ligação à rede A ligação à rede elétrica pública será feita a 400 kV, na subestação da REN em Armamar Subestação de Moimenta 30/60/400kV 21,5 km Linha de 60 kV Parque eólico Três Marcos 19 x MM92 – 80 m 30 mnews | dezembro 2015 | n.07 Localizado no distrito de Viseu, nos municípios de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Viseu e Castro Daire A infraestrutura de ligação à rede a ser construída inclui uma subestação de 30/60/400 kV localizada em Moimenta, 15 km de linha de 400 kV, bem como duas linhas de 60 kV cada, necessárias para a ligação dos parques eólicos de Sernancelhe e Três Marcos à subestação de Moimenta. Todas as linhas e subestações a construir serão propriedade da Douro Sul SPV, exceto a linha de 400 kV que será transferida para a REN mnews | dezembro 2015 | n.07 31 quarto parque eólico concluído na polónia A Martifer Renewables concluiu, em outubro, o seu quarto parque eólico na Polónia, um projeto com 36 MW, localizado em Gizalki. Este projeto foi desenvolvido pela Martifer Renewables em parceria com um developer local até à sua fase ready-to-build, após a qual a Martifer assegurou um acordo preliminar de aquisição do parque e de financiamento com o grupo Ikea. Com a venda definitiva do parque em novembro de 2015, Gizalki tornou-se no quarto projeto entregue pela Martifer Renewables ao grupo Ikea com sucesso, dentro do prazo e do orçamento, reforçando, desta forma, a relação com um importante parceiro e cliente da Martifer. 32 mnews | dezembro 2015 | n.07 Jorge Martins CEO Martifer Renewables A Martifer Renewables soube posicionarse no mercado das energias renováveis condicionado pelas dificuldades de acesso ao crédito e garantias bancárias, focandose em geografias onde conseguimos dirimir o risco e fazendo parcerias com investidores que complementam o nosso saber fazer. É desta forma que queremos prosseguir gerando resultado e fluxo de caixa. 170 mw de energia solar no brasil A Martifer Renováveis, subsidiária da Martifer Renewables no Brasil, vendeu, em novembro, dois projetos de energia solar, totalizando 170 MW. Ambos os projetos estão localizados no estado do Rio Grande do Norte, nordeste brasileiro. O primeiro projeto, Floresta, com 80 MW, situado no município de Areia Branca, foi vendido à Solaire Direct. O segundo projeto, Assú, situado no município com o mesmo nome, com 90MW, foi vendido à Tractebel. Ambas as empresas pertencem ao Grupo Engie, o maior grupo independente de produção de energia do mundo. Esta venda vem dar continuidade ao sucesso alcançado pela Martifer Renováveis no Brasil que, desde a sua criação, em 2008, já construiu cerca de 110 MW de projetos energias renováveis como co-proprietária e vendeu cerca de 400 MW de projetos de energia solar e eólica em diferentes estágios de desenvolvimento. A Martifer Renováveis acredita na continuidade deste sucesso. O Brasil tem assistido a um grande crescimento na área das energias renováveis, tendo adicionado, nos últimos anos, cerca de 1 GW de projetos de energia solar e 2 GW de projetos de energia eólica à sua matriz energética, através de leilões públicos anuais. mnews | dezembro 2015 | n.07 33 EM empreender 1990 1995 estruturas complexas Evolução da empresa, que passa da construção de naves industriais simples para estruturas complexas, iniciando-se também na construção de Centros Comerciais e outros grandes projetos. 1990 foi o ano internacional da alfabetização, pela ONU, o ano em que Nelson Mandela foi libertado após 27 anos de prisão, e o ano da reunificação da Alemanha. É neste ano que, a 21 de fevereiro, nasce a Martifer, uma empresa que ambicionava o fornecimento de naves industriais construídas em estrutura metálica. A Martifer completou, em 2015, 25 anos de existência. Conheça melhor o percurso da empresa ao longo do seu primeiro quarto de século. 21 FEV fundação da martifer Fundação da Martifer como sociedade por quotas, com um capital social de aproximadamente 22 500 euros e sede na Zona Industrial de Oliveira de Frades, localidade onde se mantém até aos dias de hoje. A primeira obra da empresa foi um pavilhão da Isocar. 34 mnews | dezembro 2015 | n.07 1996 certificação da qualidade Preparação para a certificação de Qualidade ISO 9001. A certificação foi obtida em 1997. Preparação para a Expo 98. 1998 expo 98 1999 novas instalações Construção da segunda fábrica da empresa, em Benavente. Inauguração das novas instalações da empresa em Oliveira de Frades. internacionalização Início do processo de internacionalização, com a entrada em Espanha. 2000 2003 euro 2004 2004 energias renováveis Início de atividade no setor dos equipamentos para energia renovável, através da Martifer Energia. Esta empresa dedica-se ao fabrico de torres metálicas para aerogeradores eólicos e está instalada na Zona Industrial de Oliveira de Frades. Compra de 2 % de participação na REpower Systems. Criação da Martifer SGPS, S.A., que tem como objetivo gerir as participações sociais das empresas do grupo Martifer. setor solar Início da atividade no setor solar fotovoltaico, com a constituição da Martifer Solar. Criação do Consórcio Ventinveste para o Concurso Eólico Nacional, em parceria com a Galp. Realização da Expo 98 em Portugal, com a participação da Martifer na construção da praça Sony e da torre Vasco da Gama. Transformação em sociedade anónima, alterando a estrutura acionista. O capital social passa a ser detido pela MTO SGPS (atualmente I’M SGPS) e pela ENGIL SGPS (hoje Mota-Engil SGPS). A partir de 2001, estas posições passaram a ser igualitárias. Início da construção da fábrica de estruturas metálicas na Polónia, a primeira fora de Portugal, que iniciou produção em 2004. Construção dos Estádios do Euro 2004 em Portugal. 2005 diversificação 2006 Início da atividade de estruturas metálicas na Roménia. Início da atividade na área da Agricultura e de Biocombustíveis. Participação de 25,4 % na REpower Systems, tornando-se num dos acionistas de referência da empresa alemã. Constituição da Repower Portugal, com vista ao mercado de construção de parques eólicos, assistência e assemblagem de aerogeradores. Criação da M Energy (hoje, Martifer Renewables) com o principal propósito de centralizar a gestão de todas as atividades na área da promoção de energias renováveis. mnews | dezembro 2015 | n.07 35 2007 2014 entrada em bolsa mundial de 2014 OPA sobre a REpower Systems, em parceria com a Suzlon. Obtenção, pela Ventinveste, do primeiro lugar da “Fase B” do concurso público lançado pelo governo Português para a atribuição de 400 MW energia eólica. Entrada em Bolsa da Martifer SGPS, através de uma oferta pública inicial (IPO). Após o IPO, a Empresa contava com 65 mil novos acionistas. Início da atividade no estaleiro da West Sea, em Viana do Castelo e assinatura, no final do ano, do primeiro contrato de construção naval da nova empresa. Realização do Campeonato do Mundo de Futebol no Brasil. A Martifer Metallic Constructions participou na construção de três arenas e a Martifer Solar realizou a cobertura Fotovoltaica de uma arena. Início da atividade na Argélia: criação da Martimetal, uma empresa detida a 49 % pela Martifer. Focalização no negócio de Construção Metálica: construção metalomecânica, fachadas em alumínio e vidro, indústria naval e infraestruturas para oil & gas. Criação do Projeto Âncora, entre a Ventinveste e a Ferrostaal para a construção de 171,6 MW de energia eólica. 2008 novas unidades industriais 2009 martifer renováveis Obtenção de licenças para 217,8 MW de energia no 1.º leilão eólico realizado no Brasil pela Martifer Renewables, que neste ano ultrapassa os 100 MW de capacidade instalada. Venda da participação na REpower Systems. Entrada no setor naval, com a aquisição da Navalria, em Aveiro. Início da produção nas unidades industriais de assemblagem de aerogeradores, de componentes para parques eólicos e de módulos fotovoltaicos. Início da construção da fábrica de estruturas metálicas em Angola. 2010 projetos solares em áfrica 2011 Conclusão da construção, pela Martifer Solar, dos dois maiores parques fotovoltaicos do continente africano, localizados em Cabo Verde, nas ilhas do Sal e de Santiago. Venda de 11 % da Prio Energy e da Prio Foods. construção metálica no brasil Venda da participação na Repower Portugal. Entrada no mercado brasileiro de construção metálica. 2012 arábia saudita 2013 west sea Vitória no concurso público para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC. Início da operação da unidade de alumínios no Brasil. Construção, pela Martifer Solar, do maior parque fotovoltaico da América Latina, no México. 36 mnews | dezembro 2015 | n.07 Início da operação da fábrica de estruturas metálicas no Brasil. Criação da Martifer Amal, participada da Martifer em Moçambique. Conquista de dois projetos de referência na Arábia Saudita (King Abdullah Sports City e King Abdullah Financial District). Expansão da Martifer Solar para a Ucrânia, Roménia, México e Brasil, no ano em que atinge cerca de 264 MW instalados em todo o mundo. 2015 redefinição estratégica Redefinição estratégica e adoção de um novo modelo organizacional. Assinatura de um contrato para a construção de dois Navios Patrulha Oceânicos para a Marinha Portuguesa. Venda do segmento de construção metálica no Brasil. Conclusão e venda do quarto parque eólico da Martifer Renewables na Polónia, localizado em Gizalki. Estes foram os momentos mais importantes da história da Martifer. No entanto, a história de uma empresa não é apenas feita de momentos. É também feita de cada peça de aço transformada em estrutura, de cada megawatt produzido, de cada obra concluída. Mas, acima de tudo, a história da Martifer é feita de todos aqueles que a acompanham. Dos clientes que confiam à Martifer os seus projetos, dos parceiros que acompanham a empresa não apenas nos sucessos, mas também nas adversidades e, principalmente, dos colaboradores, que diariamente dão o melhor de si e superam todas as expetativas para ajudar a Martifer a ultrapassar cada desafio, e que se empenham de corpo e alma a cada projeto, da obra mais pequena à mais complexa, em qualquer parte do mundo. mnews | dezembro 2015 | n.07 37
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