Grupo Officium Ensemble Data / Local 1 de Novembro | 16

Transcrição

Grupo Officium Ensemble Data / Local 1 de Novembro | 16
Grupo
Officium Ensemble
Data / Local
1 de Novembro | 16:30h
Convento de São Pedro de Alcântara
Programa
Título do Concerto
Et ecce terrae motus - A Terra Tremeu
Notas de Programa
A Terra tremeu
Aluno de Josquin des Prés e um dos compositores franco-flamengos mais proeminentes da sua
época, Antoine Brumel gozou de uma fama que se prolongou durante todo o séc. XVI. A sua
Missa Et ecce terrae motus, derivada da antífona de Laudes para o Domingo de Páscoa com o
mesmo nome, é um dos marcos significativos da história da música renascentista. O
manuscrito de Munique, que contém a missa, foi copiado para uma apresentação da obra na
corte de Bavária, cerca de 1570, e , como curiosidade, ostenta os nomes dos 33 cantores que a
interpretaram (distribuídos pelas nove vozes graves – omitem-se os nomes dos moços de
coro), onde se lê claramente que Lassus terá cantado a linha de Tenor II.
Os últimos fólios do manuscrito de Munique não sobreviveram à passagem do tempo, não
sendo possível recuperar a versão original do Agnus Dei. Apenas uma outra fonte da obra
sobreviveu, para além da de Munique: em Copenhaga encontra-se um Agnus Dei atribuído a
Brumel, mas as diferenças de linguagem são múltiplas, para além de estar escrito apenas para
seis vozes, com tessituras bastante diferentes da missa no manuscrito de Munique. Mais: a
citação da antífona Et ecce terraemotus vai muito para além das sete notas que Brumel usou
para a sua missa, pelo que é de considerar que, muito provavelmente, o autor deste Agnus Dei
terá sido outro, e foi omitido na elaboração deste concerto. Optou-se pela edição moderna
pela mão de Francis Knights, com a sua pessoal reconstrução do Agnus Dei, compondo as
restantes vozes em redor das linhas sobrevivas.
A missa foi escrita para três sopranos, um verdadeiro contralto, cinco tenores e três baixos. As
tessituras de todas as partes – com a excepção dos sopranos – atingem amplitudes de
verdadeira excentricidade (a título de exemplo, a linha de contratenor II tem um âmbito de
duas oitavas e um tom), obrigando a um virtuosismo permanente por parte de todos os
cantores envolvidos. Por seu lado, a ornamentação de cada voz alcança frequentemente níveis
elevados de complexidade, ajudando a realçar o sentido do texto latino que serviu de base à
composição desta obra – et ecce terrae motus (e a Terra tremeu).
A missa de Brumel ocupa, assim, um lugar central em todo o concerto. É, contudo, articulada
quer com obras de compositores portugueses do Renascimento, quer com a sequência Dies
Irae, que pontilha todo o programa com intervenções curtas, fomentando e mantendo a
imagem de terramoto, que subjaz a todo o concerto que assinala, assim, os 260 anos sobre o
grande terramoto de 1755.
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Obras
1. Título: Missa Et Ecce Terrae Motus
Sub Título:
Compositor: Brumel Antoine
Data de Nascimento: c 1460
Data de Morte: c 1512-1513
Duração: 00:37:00
2. Título: Dies Irae
Sub Título: Cantochão
Compositor: (x)
Data de Nascimento: (x)
Data de Morte: (x)
Duração: 00:05:00
3. Título: Audivi Vocem
Sub Título: (x)
Compositor: Duarte Lobo
Data de Nascimento: c 1545
Data de Morte: 1646
Duração: 00:03:00
4. Título: Versa est in luctum
Sub Título: (x)
Compositor: Estêvão Lopes Morago
Data de Nascimento: c 1575
Data de Morte: c 1630
Duração: 00:03:00
5. Título: Lamentatio Feria V, lect. II, a 6
Sub Título: (x)
Compositor: Manuel Cardoso
Data de Nascimento: 1566
Data de Morte: 1650
Duração: 00:06:00
6. Título: Commissa mea
Sub Título: (x)
Compositor: Filipe Magalhães
Data de Nascimento: 1571
Data de Morte: 1652
Duração: 00:04:00
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7. Título: In jejunio et fletu
Sub Título:
Compositor: Francisco Martins
Data de Nascimento: 1617
Data de Morte: 1680
Duração: 00:02:00
8. Título: Jesu Redemptor II
Sub Título: (x)
Compositor: Estêvão Brito
Data de Nascimento: 1570
Data de Morte: 1641
Duração: 00:02:00
Intervenientes
Pedro Teixeira | Director Musical
Biografia
Nasceu em Lisboa. É Mestre em Direcção Coral pela Escola Superior de Música de Lisboa. Foi
professor de Educação Vocal e Direcção Coral na Escola Superior de Educação de Lisboa.
Encetou os estudos musicais na Academia de Amadores de Música em 1981, tendo cursado
canto no Conservatório Nacional de Lisboa. Estudou direcção coral com José Robert, Vasco
Azevedo, António Lourenço e Paulo Lourenço. Foi elemento do Coro Gulbenkian (2005-2012) e
é solista no Coro Gregoriano de Lisboa.
Pedro dirige 2 grupos em Portugal: Coro Ricercare (2001) e Officium Ensemble. Dirigiu o Coro
Polifónico Eborae Musica (1997 -2013) e Grupo Coral de Queluz (2000-2012).Recebeu o
prémio “The most promising conductor of Tonen 2002” na Holanda. Colabora com a Fundação
Gulbenkian enquanto maestro assistente convidado, tendo preparado o Coro Gulbenkian para
diversos concertos desde 2011. É director artístico das «Jornadas Internacionais Escola de
Música da Sé de Évora».
Pedro Teixeira tem sido reconhecido como um dos mais proeminentes maestros de coro do
país, não só pela sua intensa actividade enquanto maestro, como também pela sua particular
interpretação da música vocal. Tal facto tem-no levado além fronteiras: em Barcelona, dirige
com Peter Phillips, Ivan Moody e Jordi Abelló o workshop Victoria400 e é professor de
Ensemble Vocal e Direcção Coral no Curso International de Música Renascentista de Morella.
É, desde 2012, maestro titular do Coro de la Comunidad de Madrid.
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Dados Biográficos do Grupo
Officium Ensemble tem-se estabelecido como um dos mais proeminentes grupos vocais
portugueses dedicados à música antiga. A pureza do som que lhe é característico advém do
trabalho de fusão, emissão e equilíbrio que o grupo tem desenvolvido desde a sua criação, sob
a direcção de Pedro Teixeira. Aliados a esta característica, o empenho e expressividade dos
cantores do ensemble têm levado Officium a ser aclamado pelas suas performances
marcantes, comprometidas e consistentes, em que a resposta ao texto desempenha um papel
essencial.
O repertório que domina e no qual se especializou estende-se por todo o período do
Renascimento e início do Barroco, dedicando-se com especial enfoque à música antiga
portuguesa e especificamente à música da Sé de Évora, abarcando também as escolas francoflamenga, espanhola e inglesa da era Tudor.
Officium une uma sólida interpretação a uma reiterada investigação musicológica, recorrendo
a impressos e manuscritos da época no sentido de oferecer performances historicamente
informadas, para além de possibilitar ao público primeiras audições de várias obras em tempos
modernos. Reconstituindo contextos de execução originais, Officium promove um ímpar
envolvimento do público no modo como apresenta os seus concertos, fomentando uma
correspondência temporal entre o presente e o passado.
O ensemble tem actuado em inúmeros locais e contextos relacionados com a promoção e
divulgação da música antiga, desde as Jornadas Internacionais Escola de Música da Sé de Évora
e Festival Música em São Roque, passando pelos festivais Terras sem Sombra, Festa da Música
(CCB) e Festival de Órgão de Lisboa, até ao Festival AMUZ Laus Polyphoniae em Antuérpia,
entre outros. Officium gravou para o canal Mezzo, juntamente com a Orquestra Divino
Sospiro, assim como para a rádio clássica belga Klara, surgindo também no programa televisivo
“Percursos da música portuguesa”. Os seus concertos são frequentemente retransmitidos pela
rádio clássica portuguesa RDP Antena2.
A formação base de doze cantores é maleável de acordo com o repertório, juntando mais
cantores sempre que necessário. A manutenção de uma estética sonora e interpretativa de
excelência é um axioma que rege todo o trabalho de Officium, na ambição incessante pela
qualidade como veículo de elogio a um dos mais ricos períodos da história da música ocidental.
Vídeos:
Canal Officium Ensemble no youtube: https://www.youtube.com/user/OfficiumEnsembl
SCML - Making of Magnificat: https://www.youtube.com/watch?v=-y27KjxKU6Q
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Informações Adicionais
De destacar a participação do Officium Ensemble nos dias da Música de 2014 e nas
comemorações dos 516 anos da SCML com o concerto A Visitação com obra encomendada ao
compositor João Madureira, aclamado pela crítica.
Em 2015 a actuação do Officium Ensemble no Oude Musiek, Festival Internacional de Música
Antiga em Utrecht, em Setembro; em conjunto com o agrupamento Huelgas Ensemble no
Grande Auditório do CCB e a participação no Festival de Música de Setúbal.
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