comissão científica - Fatec Pompeia Shunji Nishimura
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comissão científica - Fatec Pompeia Shunji Nishimura
Anais do III Encontro de Mecanização em Agricultura de Precisão Encontro de Mecanização em Agricultura de Precisão (3. : 2012: Pompeia, SP) E56a Anais do III Encontro de Mecanização em Agricultura de Precisão / Marisa Silveira Almeida Renaud Faulin, Gustavo Di Chiacchio Faulin, Márcio Christian Serpa Domingues (Org.). – Pompeia: Bless, 2012. 1 CD ROM. ISSN 2317-8477. Encontro realizado na Fatec Shunji Nishimura nos dias 12 de novembro a 14 de novembro de 2012. 1. Mecanização em Agricultura de Precisão – Pompeia – Congressos. 2. Mecanização em Agricultura de Precisão – Pesquisa - Congressos. I. Renaud, Marisa Silveira Almeida. II. Faulin, Gustavo Di Chiacchio. III. Domingues, Márcio Christian Serpa. IV. Título. CDD: 631.3 APRESENTAÇÃO Atualmente a agricultura passa por uma revolução tecnológica com o objetivo de aumentar a produtividade, ser rentável e preservar o ambiente. No Brasil, a oferta de máquinas e equipamentos capazes de atender a nova demanda tecnológica está cada vez mais perceptível. Na mesma direção, as instituições de ensino e pesquisa estão empenhadas em formar e difundir o conhecimento, assim como, capacitar pessoas para que todo o processo funcione. Eventos como o EncMAP oferecem a oportunidade de integrar conhecimento e tecnologia, e também promover o relacionamento profissional. Assim, desejamos aos participantes que aproveitem plenamente o evento e possam aplicar os novos conhecimentos em prol de uma agricultura mais sustentável. OBJETIVO O 3º EncMAP - Encontro de Mecanização em Agricultura de Precisão, tem por objetivo promover o conhecimento, gerar discussões relacionadas ao tema e favorecer o relacionamento entre estudantes e profissionais da área. EDIÇÕES ANTERIORES 1º Encontro de Mecanização em Agricultura de Precisão Realização: Faculdade de Tecnologia de Marília Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia Local: Pompeia, SP Ano: 2010 Dias de evento: 1 Participantes: 150 2º Encontro de Mecanização em Agricultura de Precisão Realização: Faculdade de Tecnologia de Marília Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia Local: Pompeia, SP Ano: 2011 Dias de evento: 2 Participantes: 260 COMISSÃO ORGANIZADORA Márcio Christian Serpa Domingues - Presidente Marisa Silveira Almeida Renaud - Vice-presidente José Vitor Salvi – 1º Secretário Gustavo Di Chiacchio Faulin – 2º Secretário EDITORES Marisa Silveira Almeida Renaud Faulin Gustavo Di Chiacchio Faulin Márcio Christian Serpa Domingues COMISSÃO CIENTÍFICA Alexandre de Moura Guimarães André Gustavo de Andrade Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni Edson Massao Tanaka Élvio Brasil Pinotti Gustavo Di Chiacchio Faulin José Antônio Brandão Bonadio José Vitor Salvi Luís Eduardo Rissato Zamariolli Luís Hilário Tobler Garcia Luiz Atílio Padovan Marçal Luiz Bissoli Marisa Silveira Almeida Renaud Faulin Susi Meire Maximino Leite Tiago José Goulart Tsen Chung Kang COMISSÃO DE APOIO Alexandre dos Santos Carreira Bruna Passalaqua Bruno Ferreira de Oliveira Camila Oliveira Silva Eduardo Scartozzoni Gabriel Cremostim Giuliano Antonio D’Epiro João Antonio Baugis Junior Leornardo Gabriel de Oliveira Berardi Luiz Alberto Franco do Nascimento Marcilei Correa Ferreira Marcos José Bueno Oliveira Mary Akemi Hakamada Mateus Henrique Christ Nikolas Felipe Morales Nivea Regina Marques Aguiar Pichinim Rafael Martino Silva Sylvio Bevillacqua Neto CONTEÚDO ARTIGOS TÉCNICOS ELABORAÇÃO DE FERRAMENTA PARA TOMADA DE DECISÃO EM AGRICULTURA DE PRECISÃO.................................................................................................... 11 Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni; Luis Hilário Tobler Garcia; Carlos Alberto Orvate; Carlos Alberto Caetano da Silva QUALIDADE DA COLHEITA MECANIZADA NA CULTURA DA CANA-DE-AÇUCAR COM E SEM DIRECIONAMENTO AUTOMÁTICO .................................................................31 Marisa R. Faulin; José V. Salvi; Fernando R. Azevedo; Marciel J. Barrado ARTIGOS CIENTÍFICOS AVALIAÇÃO DE MÉTODO NÃO CONVENCIONAL DE MENSURAÇÃO DE COMPACTAÇÃO DE SOLO ...........................................................................................................42 Edson M. Tanaka; Eduardo B. Bonfim INFLUÊNCIA DO SISTEMA WADGPS NA DETERMINAÇÃO DO POSICIONAMENTO NA REGIÃO DE POMPEIA – SP .................................................................................................... 52 Marisa S. A. R. Faulin, Ezequiel B. Faleco, Cláudia S. Souza GERAÇÃO DO MODELO NUMÉRICO DO TERRENO A PARTIR DE DADOS DE ALTITUDE EXTRAÍDOS DO MONITOR DE COLHEITA ......................................................62 Gustavo Di Chiacchio Faulin, Luis Felipe Ribeiro MONITORAMENTO REMOTO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO ........71 Tsen Chung Kang; Diego Domingos da Silva; Deryn Heyan Iwamoto; Allan Lincoln Rodrigues Siriani DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE NEMATOIDES EM ÁREA DE CULTIVO DE GRÃOS NA FUNDAÇÃO SHUNJI NISHIMURA DE TECNOLOGIA .................................................. 88 Carlos Eduardo M. Otoboni, Leandro Henrique S. Reis, Rodrigo Pereira INVESTIGAÇÃO DA VARIABILIDADE ESPACIAL DO BANCO DE SEMENTES DE PLANTAS DANINHAS EM ÁREA COM CULTIVO DE MILHO ..........................................99 Lucas Angioni Novaes; Luiz Alberto Franco do Nascimento; Silvia Kiyomi Sakata; Elvio Brasil Pinotti DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE NEMATOIDES EM ÁREA CULTIVADA COM MILHO (Zea mays L.) E ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS DE CONTROLE COM BASE EM AGRICULTURA DE PRECISÃO..................................................................................................109 Carlos E. M. Otoboni, Cláudia S. Souza, Rafael A. Silva EFEITOS DE MÉTODOS DE APLICAÇÃO DO INOCULANTE AZOSPIRILLUM BRASILENSE SOBRE O ACUMULO DE NITROGÊNIO E PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA.........................................................................................................................120 Luis Eduardo Rissato Zamariolli, Mario Antonio Kiratz Galvão COMPARATIVO ENTRE OS SISTEMAS WAAS/EGNOS ATIVADO E DESATIVADO NA REGIÃO DE POMPEIA – SP ..................................................................................................131 Augusto R. Graciano, Ana Carolina de O. Vale, Danylo Douglas P. do Carmo, Julian Scanavacca, José V. Salvi. COMPARATIVO DE DIFERENTES PONTAS DE PULVERIZAÇÃO PARA APLICAÇÃO EM FAIXA UTILIZANDO MESA DE DISTRIBUIÇÃO TRANSVERSAL. ........................141 André Gustavo de Andrade; Samir Elias Zaidan; Claudio de Souza Pedra. ESTUDO COMPARATIVO EM MESA DE DISTRIBUIÇÃO DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO PARA APLICAÇÃO EM ÁREA TOTAL .................................................. 159 Alexandre de Moura Guimarães; Samir Elias Zaidan; Hiago Antonio de Paula Ribeiro; Fabrício Maranho AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UMA DISTRIBUIDORA A LANÇO CENTRÍFUGA ACIONADA PELO SISTEMA HIDRÁULICO INDEPENDENTE E CONTROLADOR ELETRÔNICO ................................................................................................171 Mateus Pelegrino Manji; Elvio Brasil Pinoti; José Vitor Salvi INTENSIDADE DA PRESSÃO SONORA EM MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOPROPELIDAS .......................................................................................................................192 Tanaka, E. M., Brene A. A., Duarte, D. S. ARTIGOS TÉCNICOS ELABORAÇÃO DE FERRAMENTA PARA TOMADA DE DECISÃO EM AGRICULTURA DE PRECISÃO Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni1; Luis Hilário Tobler Garcia2; Carlos Alberto Orvate3; Carlos Alberto Caetano da Silva4 1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Coordenador de Curso e Professor Pleno, FATEC "SHUNJI NISHIMURA", Pompéia - SP, Fone (14) 3452-1294, [email protected] 2 Mestre, Professor Associado, FATEC “SHUNJI NISHIMURA”, Pompéia - SP, Fone (14) 3452-6920, [email protected]. 3 Discente, FATEC "SHUNJI NISHIMURA", Pompéia - SP, Fone (14) 9701-9029, [email protected] 4 Discente, FATEC "SHUNJI NISHIMURA", Pompéia - SP, Fone (14) 9704-4546, [email protected]. RESUMO: A constatação de que a população humana está em um crescimento constante e nos dias de hoje já estarmos atingindo o número de sete bilhões de pessoas no mundo, com uma perspectiva de somar mais um bilhão até 2023, somando a demanda por alimentos e matéria prima para produtos com base no agronegócio, cria assim uma necessidade de produtividade que implica na inovação tecnológica e na tomada decisões estratégicas. O simples conhecimento de técnicas agrícolas e das tecnologias de Agricultura de Precisão (AP) não oferece condições satisfatórias para a tomada de decisão, porém a aplicação de ferramentas que auxiliem a tomada de decisão contribui em muito para adoção da inovação e a seleção dos equipamentos de alta tecnologia. O uso destas tecnologias e máquinas requer um princípio de tomada de decisão criteriosa e um método prático para auxiliar o tecnólogo de Mecanização em Agricultura de Precisão na decisão sobre questões ligadas à aplicação de recursos tecnológicos na agricultura, sendo de suma importância em um ambiente globalizado e cada vez mais competitivo, onde se busca tomar decisões mais rápidas, coerentes e abrangentes. Nesse contexto o presente trabalho indica uma metodologia para que o tecnólogo possa atender a necessidade do mercado consumidor da tecnologia. PALAVRA CHAVE: Tomada de decisão, Planejamento, Mecanização, Tecnologia. ABSTRACT: The finding that the human population is on a steady growth and today we are already reaching number seven billion people in the world, with a prospect of adding another billion by 2023, adding to demand for food and raw materials for products based on agribusiness, thus creating a need for productivity implies that technological innovation and making strategic decisions. Mere knowledge of agricultural techniques and technologies of precision agriculture (PA) does not provide satisfactory conditions for decision making, but 11 the application of tools that assist decision making contributes greatly to the adoption of innovation and selection of equipment high technology. The use of these technologies and machinery requires a principle of judicious decision making and a practical method to aid the technologist in Precision Agriculture mechanization in deciding issues related to the application of technological resources in agriculture, which is extremely important in a globalized environment and increasingly competitive, where one seeks to make fast, consistent and comprehensive. In this context, the present work shows a methodology for the techie that can meet the need of the consumer technology market. KEY WORDS: Decision-making, Planning, Mechanization, Technology. INTRODUÇÃO A tomada de decisão pode ser evidenciada nas mais simples atitudes como, por exemplo, o que vamos fazer hoje. Os setores da agroindústria necessitam de aprimoramento e o conhecimento tecnológico vem ao encontro desse objetivo, não somente pela concorrência, mas também pela própria e simples sobrevivência no mercado, isso faz com que haja uma necessidade de priorizar a otimização das ações, traduzido como produzir e cultivar alimentos com economia, evitando o desperdício ambientalmente sustentável, com interferências do clima e do momento econômico. Numa organização, a todo o momento, uma decisão precisa ser tomada sempre que se está diante de um problema que apresenta mais de uma alternativa de solução ou incógnitas, mesmo quando, para solucioná-lo, possuímos uma única opção a seguir, é possível ter ou não a alternativa de adotar essa opção. Este processo de escolher o caminho mais adequado em cada circunstância, também é conhecido como Tomada de Decisão, na abordagem desse assunto, em um ambiente globalizado cada vez mais competitivo, buscamos tomar decisões mais rápidas, coerentes e abrangentes. As decisões, normalmente, buscarão minimizar perdas, maximizar ganhos e criar uma situação em que, comparativamente, o gestor julgue que haverá sucesso entre o estado em que se encontra a organização e o estado em que irá encontrar-se, após implementar essa decisão. Nos últimos anos, a maneira de olhar os problemas de decisão tem atraído a atenção de pesquisadores e profissionais; a abordagem, chamada de Multiple Criteria Decision Analysis (MCDA) ou análise de decisão por múltiplos critérios, está mais relacionada à maneira como as pessoas tomam uma decisão, levando em consideração a multiplicidade de critérios, as correspondentes necessidades de avaliação e a coerente estruturação de situações complexas (PINHEIRO et al, 2008). 12 Tomar uma decisão é uma ação intrinsecamente ligada à diversidade de critérios. A inteligência do processo decisório fundamentada na teoria da gerência de crise, cujo paradigma é tratar o fato em estudo como uma alteração da normalidade e, portanto, deve ser manipulado estrategicamente para que não haja prejuízos para quem quer que seja. No caso do agronegócio, deve-se preservar o aspecto econômico, o social e o ambiental, partindo dai a necessidade de simulações para a tomada de decisões. A análise de riscos no agronegócio é fundamentada em simulações de cenários futuros com base em séries históricas e a análise das variáveis que tem interferência nos resultados esperados (BRESSAN, 2004). O objetivo do trabalho foi propor método prático para auxiliar o tecnólogo de mecanização em agricultura de precisão na tomada de decisão sobre questões ligadas a aplicação de recursos tecnológicos na agricultura. DESCRIÇÃO DO ASSUNTO Conforme Saaty (2001) citado por Salomon (2004), nossas vidas são o somatório de nossas decisões, seja na esfera dos negócios, seja na vida pessoal. Frequentemente, como decidimos é tão importante quanto o que decidimos. Decidir muito rápido pode ser desastroso. Demorar muito pode significar oportunidades perdidas, mas o crucial é que temos que decidir. O que precisamos é de uma abordagem sistemática e compreensiva para a tomada de decisão. Estas decisões tendem a ser cíclicas, repetindo-se em intervalos de tempo, ora predeterminados, ora incertos. Além disso, os métodos e ferramentas utilizados no auxílio de uma decisão específica podem ser aplicados para decisões distintas, associadas a outras áreas de conhecimento. Assim, o Auxílio à Decisão se constitui em um importante tema para pesquisas (ENSSLIN et al., 2001; GOMES et al., 2003; KEENEY, 1992; LAWRENCE & PASTERNACK, 2002; SHIMIZU, 2001). Conclui-se através desse ensinamento que a tomada de decisão não é simplesmente um fato gerencial isolado para ocorrências em andamento, mas sim uma forma de prever e focar as ações em situação admissíveis, promovendo assim uma direção da energia para que haja capacidade de redirecionar o fluxo de atenção sempre que surgir surpresas. Por mais previsíveis que devam ser os processos, o cenário da agricultura é influenciado por uma grande diversidade de variáveis, por isso a ferramenta para tomada de decisão também deve 13 ser dinâmica o suficiente para aceitar a inferência imediatista do profissional em face de cada crise instalada no ambiente de estudo. Atualmente, as organizações são chamadas a uma alta eficiência, a capacidade de resposta contínua, a rápida às mudanças em seu ambiente bem como o realinhamento dos objetivos, principalmente os que se relacionam a obtenção de lucro financeiro. Entre os desafios que se apresentam a elas estão novas oportunidades de negócio, novas tecnologias, exigências legais ou sociais, ameaças da competição e elevadas expectativas do cliente em relação aos seus produtos (BATALHA, 2007). Por isto as organizações tendem a investir na melhoria dos processos de uma maneira sistemática. De acordo com a Society for Design and Process Science (SDPS, 2008), os métodos, técnicas e ferramentas usadas no estudo e na solução de problemas organizacionais relacionados com a área do conhecimento de processos de negócios estão sendo agrupados sob a denominação unificada de Ciência e Tecnologia de Processos e dentro deste contexto amplo situam-se a integração dos conceitos e técnicas das áreas de Gerência de Projetos, Gestão de Processos e Simulação de Sistemas, visando à automatização e a melhor gestão dos procedimentos relacionados com a gerência de projetos, em particular, e uma maior interoperabilidade de seus sistemas de apoio (MAGALHÃES, 2008). Na linha de pesquisa constata-se que, muitas decisões tomadas em atividades agrícolas não são devidamente tratadas com gestão de processos integrados, ou seja, apesar de haver certa "gerência" nas entidades agrícolas, a expectativa da aplicação de sistemas de Agricultura de Precisão depende da presença do profissional, de um tecnólogo, e esse por sua vez necessita integrar todos os conhecimentos obtidos acadêmica e cientificamente, com técnicas de gestão, oferecendo soluções adequadas a cada cenário. Os aspectos relativos à modelagem, à execução e ao controle das atividades nos sistemas de gerência de projetos não são definidos com base numa especificação detalhada, não permitem a seleção de estruturas alternativas para o modelo, nem a alocação dinâmica dos seus recursos, entre outras deficiências observadas com relação aos sistemas de gestão de processos. Estes aspectos são tratados pelas ferramentas de gerência de projeto no máximo como parte de um trabalho independente de otimização ou complemento do estudo e não como parte do processo de definição e controle das tarefas. Para uma completa integração entre sistemas de gestão de processos, gerência de projetos e simulação, se faz necessário o desenvolvimento de novas ferramentas de modelagem, análise, descrição, documentação e gerenciamento de projetos, que façam uso da 14 tecnologia de workflow (fluxo de trabalho) e/ou da criação de interfaces de comunicação entre sistemas de naturezas diferentes já existentes, para que eles se comuniquem e possibilitem o acompanhamento e o monitoramento dinâmico de todas as atividades do empreendimento agrícola, em especial o cenário de aplicação de tecnologia de Agricultura de Precisão (AP). Assim, é necessário delinear um mapa de processos gerenciais que, de forma integrada, de ao profissional tecnólogo subsídios para analisar as variáveis do cenário, e assim projetar solução adequada aos objetivos e as condições da entidade agrícola. Como base de busca de solução constata-se que os administradores rurais tomam decisões dentro de ambientes incertos e dinâmicos e os resultados das decisões no agronegócio não são conhecidos "ex-ante" e não são prontamente observados, ou seja, a natureza sazonal da agricultura implica que decisões tomadas hoje, com relação a investimentos, adoção de tecnologia e outros indicadores, pode levar muito tempo para gerar resultados. A importância da produção de um método de análise e indicação de solução está diretamente ligada à efetiva utilização das tecnologias e equipamentos de agricultura de precisão de forma correta e com total aproveitamento dos recursos físicos e financeiros de uma empresa agrícola e assim, como qualquer empreendimento, necessita de planejamento antecipado à execução operacional para não sofrer solução de continuidade ou fracasso financeiro (MAGALHÃES, 2008). O simples conhecimento de técnicas agrícolas por si só não oferece condições satisfatórias a tomada de decisão com referência aos conceitos científicos e a aplicação deles nos equipamentos de alta tecnologia, sendo necessário um direcionador de opções de decisão baseado em cenários possíveis ou em ocorrência, por exemplo, pragas ou doenças de ciclo rápido. Para uma correta tomada de decisão são necessárias informações acuradas e prontamente disponíveis; considera-se que o avanço da tecnologia de AP baseada na constatação e tratamento da variabilidade, com a coleta de informações direta ou indiretamente, não é problema, mas utilizá-las de maneira eficiente e eficaz é o desafio do tecnólogo que necessita interpretar, selecionar e mesclar os dados apropriados para produzir o resultado apropriado o que nem sempre é o esperado pelo empreendedor agrícola. 15 Através desta proposta metodológica é possível fazer análises para a utilização de tecnologias da Agricultura de Precisão de acordo com as estratégias adotadas para competir no mercado. Com isso, o empreendimento terá uma maior coerência entre as estratégias competitivas adotadas com as estratégias de produção permitindo assim uma atividade mais consistente em termos de resultados alinhados com as necessidades do empreendedor e da sociedade. Os ganhos em sistemas de produção vegetal podem ser implementados com as tecnologias disponíveis que não estão sendo adotadas de forma eficiente, por outro lado, grande parte dos trabalhos da pesquisa em solos e nutrição de plantas estão dissociadas da análise econômica, cujo conjunto pode ser expresso na formulação de modelos globais de simulação, constituindo-se numa ferramenta importante para pesquisadores e produtores. As particularidades do sistema de produção brasileiro e a falta de dados experimentais para a alimentação dos modelos generalistas justificam o desenvolvimento de um modelo conceitual que se adapte às nossas condições. Uma característica básica dos sistemas agropecuários que os diferem de outros (sistemas industriais, por exemplo) é o fato de organismos vivos, animais e plantas estarem diretamente relacionados ao processo produtivo. Isso introduz um grau maior de incerteza, pois o número de fatores aleatórios torna-se elevado. Construções de modelos de simulação visam descrever todo esse sistema ao longo do tempo englobando características biológicas que nele interferem (SILVA et al, 2004). Historicamente inovações são resultantes da resolução de problemas ou suprir necessidades. O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, sigla em inglês), no Relatório sobre a Situação da População Mundial 2011 (2011), relata que a população mundial alcançou a marca de sete bilhões e espera-se um acréscimo superior a um bilhão até 2023 e daí a crescente necessidade de fontes de proteína, fibras e vitaminas (alimentos) a serem produzidos de forma otimizada nas poucas áreas para esse fim de forma sustentável. A adoção de tecnologias inovadoras que façam da agricultura uma atividade sustentável se faz condição para o desenvolvimento social e econômico e nessa direção está a Agricultura de Precisão (AP) que é um conjunto de ferramentas que permite o gerenciamento espaçotemporal da atividade produtiva agrícola com base na obtenção de informações especificas que reduzem a incerteza na tomada de decisão, (ANSELMI 2012). Como ponto de partida relacionam-se as técnicas e ferramentas da área de gestão de processos e da qualidade, e propõe-se o desenvolvimento de um ambiente integrado, para tratar o problema da gerência de operações agrícolas, utilizando métodos e sistemas de AP 16 tomando decisões de implementação de tecnologia concernente a necessidade da empresa agrícola. No planejamento de uma ferramenta de auxílio à tomada de decisão temos que adotar algumas premissas de estrutura como no exemplo a seguir: FIGURA 1. Gráfico estrutural de planejamento de decisão. Análise da estrutura decisiva Caracterização do problema Fase conceitual Identificação das alternativas Matriz de análise com os critérios Matriz de avaliação com os valores dos quesitos por critério Fase estratégica Aferição dos valores (medição) de cada critério por alternativa oferecida Fase informacional Análise de sensibilidade correlacionada com os pesos atribuídos aos critérios por alternativas Escolha da alternativa Fase de decisão NÃO SIM Simulação / Ação baseada na decisão A estruturação de um problema constitui um processo de aprendizado interativo que procura construir uma representação formal, na qual integra os componentes objetivos do 17 problema e os aspectos subjetivos dos atores, de forma que o sistema de valores seja explicitado. O processo de construção de um mapa cognitivo inicia-se escrevendo uma definição para o problema. A partir dessa fase, deve-se identificar uma alternativa dentro do contexto do problema. A composição das duas etapas é chamada de fase conceitual. Tendo-se obtido uma definição inicial para o problema, o próximo passo é tentar conduzir os decisores a desenvolver suas ideias sobre a situação-problema. Aqui temos a fase estratégica onde se definem como será analisado o problema e as condições de opção e os valores das variáveis em análise, a seguir temos a fase de medição dos critérios em cada alternativa identificada. A recomendação em casos como esse, é realizar mapa individual com cada alternativa e depois agregá-los, gerando um único mapa cognitivo agregado. Com o mapa cognitivo agregado em mãos, através de um novo processo de negociação, chega-se então a um mapa cognitivo geral, e com os pesos de cada critério para cada alternativa elabora-se a análise de sensibilidade através de outro processo visual como uma árvore (GIOPPONI, 2006); (ENSSLIN, 2001). O resultado principal do processo de estruturação é a identificação da família de pontos de vista fundamentais, organizada e ramificada numa árvore de valor, ou value tree, a qual oferece uma visão geral e útil da estrutura dos interesses em vários níveis de especificação. Uma árvore hiperbólica consiste em representar uma estrutura hierárquica por meio de um layout radial disposto em um plano hiperbólico, e uma técnica de visão de foco e contexto ideal para representar grandes estruturas hierárquicas, que oferece o espaço necessário para suportar hierarquias de crescimento exponencial (CARDOZO, 2010). Os nós próximos ao centro da circunferência ganham destaque e maior espaço para alocar seus filhos, em contrapartida, quanto mais afastados ou mais próximos da borda da circunferência, menor será a área destinada para disposição de seus filhos. Toda a estrutura hierárquica é representada dentro de uma única circunferência e sua principal aplicação e na visualização de grandes estruturas de informações hierárquicas, sendo tal estrutura capaz de exibir 10x mais nos do que a estrutura de árvore em lista indentada. A navegação em uma hierarquia de informação é feita por meio de mudança de foco, acionada quando o usuário interage com a estrutura, um clique de mouse em um nó qualquer da estrutura acarreta na realocação deste nó ao centro da circunferência e a redisposição dos demais ao seu redor e o arraste de mouse que causa a realocação dos nos automaticamente 18 conforme a movimentação do mouse, sendo a mudança de foco realizada por meio de transição animada. FIGURA 2. Representação de árvore hiperbólica, (CARDOZO, 2010). A fase de decisão implica na aceitação de alguma hipótese com base nos valores dos critérios e implica em uma ação ou no mínimo uma simulação com ferramentas computacionais. O processo de planejamento da ferramenta se inicia identificando o objetivo da empresa agrícola, no caso de produção e comercialização de determinada cultura, suas suscetibilidades e fatores genéticos de desenvolvimento, as necessidades de adaptação do ambiente para a cultura, dimensionamento da necessidade de máquinas e equipamentos, preparo do solo, técnicas de plantio, tratos culturais, as informações de fitossanidade com base na literatura e histórico de campo, a logística de produção e de suporte, indicadores econômicos, ambientais e legais de comercialização. Assim cada variável induz a um levantamento das operações e dos custos inerentes em cada um dos fatores, além dos impactos ambientais, o que leva a decisão de adotar a Agricultura de Precisão e a não continuidade da Agricultura Convencional decisão que, como uma teia, suporta toda a estrutura organizacional. 19 O fator crítico no processo decisório é a simulação, técnica destinada a resolver problemas cuja solução analítica é difícil ou mesmo impossível. Em geral, a técnica da simulação não produz resultados exatos, mas permite boas aproximações. Possibilita ainda, o estudo da influência de diversas variáveis no sistema de produção a um custo baixo e em um tempo reduzido. Por fim, com os resultados da simulação é possível analisar em quais fatores será oportuno se utilizar das técnicas ou equipamentos de AP e em quais deverão ser utilizados de forma tradicional relativos à estratégia adotada pela empresa rural. A informação gerencial é a resultante da medida da causa e efeito do que na realidade ocorre no empreendimento. Para tanto, necessita fazer medidas e registrar os dados, a fim de verificar se as ações executadas e os resultados obtidos estão dentro do planejado ou do previsto. É uma tarefa contínua que observa o desempenho de cada ação, ou de cada processo e permite as correções das causas, se necessário for, no ato da ação. A Figura 3 demonstra exemplo de análise de fatores envolvidos na variabilidade espacial de uma lavoura, com seus diferentes graus de probabilidades e de facilidade de intervenção, e que devem ser definidos para cada caso. FIGURA 3. Gráfico adaptado por Domingues Junior, 2010, citado por Molin 2003. 20 O planejamento da decisão indica a utilização de estrutura do fluxo do processo decisório, preferencialmente na forma de fluxograma analítico e posteriormente na forma de manual de procedimentos contendo a indicação dos pontos críticos a serem tratados, a definição do objetivo, organização das informações, plataforma computacional de apoio, integração de modelos (simulações), avaliação de riscos, experiência da tecnologia atual e a ser adota, revisão técnica e revisão gerencial. As etapas de construção do manual de procedimentos são efetivadas separadamente de acordo com cada variável a ser analisada e depois de construída a arquitetura setorial será realizado o "link" entre cada etapa, perfazendo um sistema completo. A Figura 4 mostra um exemplo de sistema de integração de base de dados via WEB, que servirá como plataforma de diagramação do Sistema de Suporte a Decisão (SSD) que teoricamente poderá ser disponibilizado e acessado pelo tecnólogo de AP ou comunidade acadêmica. FIGURA 4. Modelo esquemático da arquitetura do sistema de integração de dados ambientais (OLIVEIRA et al, 2009) Existem diversos sistemas informatizados definidos como "Sistema de Apoio a Decisão" (SAD), exemplo: 21 - Sistema PLANEJA (http://www.planeja.cnptia.embrapa.br) desenvolvido com o objetivo de auxiliar o planejamento e o acompanhamento de atividades dos municípios brasileiros, especialmente aqueles que têm vocação agrícola, para análise de oportunidades e ameaças nos cenários em que se encontram, buscando subsídios para orientar agentes públicos e privados em prol do desenvolvimento agrícola sustentável. Além de auxiliar na identificação de cenários economicamente viáveis para um município, as informações geradas também servem de subsídio para orientar investimentos dos agentes públicos e privados em prol do desenvolvimento agrícola sustentável. A partir da Figura 5, pode-se perceber que os dados disponíveis no sistema. Planeja podem ser utilizados em diferentes aplicações, como por exemplo: a) consultas a informações específicas na base de dados; b) subsidiar investimentos e formulação de políticas públicas; c) análise de oportunidades e ameaças; d) avaliação de impactos (social, econômico, ambiental, de capacitação, etc.); e) descoberta de novos conhecimentos gerados por meio de análise exploratória dos dados; f) suporte à decisão em atividades relacionadas à fertilidade, aptidão agrícola de culturas, zoneamentos climáticos e agroecológicos, dentre outras (OLIVEIRA et al, 2009). FIGURA 5. Modelo esquemático da organização das informações agrícolas do Sistema Planeja. (OLIVEIRA et al, 2009) 22 - Sistema de Suporte à Decisão para Transferência de Agrotecnologia (DSSAT) versão 4.5, software que inclui modelos de simulação de culturas para mais de 28 culturas. Para o DSSAT v4.5 ser funcional é suportado por programas de gestão de bases de dados para o solo, clima e manejo da cultura e de dados experimentais, e por utilitários e programas aplicativos. Os modelos de simulação de culturas simulam o desenvolvimento, crescimento e produção como uma função da dinâmica solo-planta-atmosfera. DSSAT e seus modelos de simulação de culturas têm sido usados para muitas aplicações que vão desde a fazenda e gestão de precisão para avaliações regionais do impacto da variabilidade e mudanças climáticas. Ele tem sido usado por mais de 20 anos por pesquisadores, educadores, consultores, extensionistas, produtores, a política e os tomadores de decisão e em mais de 100 países do mundo. FIGURA 6. Tela do aplicativo DSSAT 4,5. O DSSAT foi desenvolvido através de uma colaboração entre cientistas da Universidade da Flórida, da Universidade da Geórgia, da Universidade de Guelph, Universidade do Havaí, o Centro Internacional de Fertilidade do Solo e Desenvolvimento Agrícola, USDA - Agricultural Research Service, Universidad Politecnica de Madrid, Universidade Estadual de Washington. Como exemplo, em uma consulta referente a início de aplicação do ciclo de AP em unidade de negócios agrícolas no Distrito Federal, município de Planaltina, onde o gestor tem 23 intenção de produzir grãos (milho, feijão e soja), em área irrigada (aproximadamente 560 ha) e área de sequeiro (aproximadamente 490 ha), sendo sua principal questão a frota de máquinas e equipamentos agrícolas com disponibilidade de tecnologias e acessórios voltados para agricultura de precisão. FIGURA 7. Reprodução de visão aérea da área de estudo de caso. A principio, após entrevista, ficou claro que a intenção da adoção de mecanização agrícola com agricultura de precisão é relacionada a gestão operacional e a otimização dos meios visando atingir os objetivos econômicos do empreendimento, ou seja, a gestão de recursos, insumos e produção para melhorar o resultado financeiro, além de produzir ações ambientalmente sustentáveis. Em análise primária, verificou-se que o sistema de controle ainda não é científico, apesar de gerar resultados analíticos, não oferece uma base segura para tomada de decisão nas premissas desejadas. Assim, simulando uma proposta de planejamento de adoção de mecanização com tecnologias de AP, temos que observar o seguinte: - definição da área a ser utilizada e suas características geográficas, devidamente georreferenciada; 24 - cultura (s) a serem trabalhada (s) e sistema de cultivo (convencional ou plantio direto na palha); - análise de solo e recomendações de interferência com uso de metodologia dirigida a agricultura de precisão; - planejamento do controle de tráfego na área, com delineamento de rotas de intervenção e de manobra; - planejamento da logística integrada; - dimensionamento da frota operacional e de apoio, com simulação de capacidade efetiva, capacidade operacional e custo operacional; - adoção de sistemas de gestão de qualidade para garantir que o processo seja realizado de forma eficaz e com capacidade de se auto reorganizar em situações de emergência, principalmente nas operações de: preparo de solo, adubação, semeadura, tratos culturais e fitossanitários, colheita e transporte e armazenamento da colheita; - treinamento e capacitação de pessoal envolvido no processo produtivo e administrativo; Como todo sistema de apoio a decisão, os dados tem importância fundamental e sua veracidade e qualidade implicam diretamente no resultado da decisão a ser implementada. Atentando-se para este aspecto, os momentos críticos são: - o georreferenciamento da propriedade e seus talhões; - análise crítica dos processos para análise de solo e atributos de recomendação de intervenção para equalização das suas características físicas e químicas relacionadas com a (s) cultura (s), com definição de grade amostral consistente com as tecnologias de mecanização de AP; - semeadura planejada de acordo com a capacidade de campo e o controle de tráfego, com georreferenciamento linear da cultura; - segurança e estabilidade dos dados produzidos nas operações iniciais. As análises são resultantes dos dados a serem produzidos, dai a adoção da ferramenta PDCA (plain, do, check, action), onde o planejamento é deduzido a partir das informações do objetivo esperado, implementação das ações, aferição de resultados baseados em indicadores específicos e na correção das variáveis com emissão de replanejamento. O planejamento de controle de tráfego deve ser realizado concomitantemente com o planejamento de aquisição de máquinas e implementos agrícolas necessários a todos os processos operacionais. 25 Nesse contexto temos as definições dos problemas, as características dos critérios a serem avaliados, e cabe agora ao decisor dar valor as suas opções através de pesos específicos estabelecidos para cada uma das opções e depois avaliar o contexto geral para verificar as interferências de cada processo criando assim uma visão global do sistema a ser adotado. Abaixo seguem exemplos de caracterização de matriz de decisão multicriterial (Figuras 8, 9 e 10). FIGURA 8. Matriz de avaliação multicriterial. 26 FIGURA 9. Planilha de Critérios de decisão. FIGURA 10. Matriz de avaliação multicriterial com a indicação de valor de opção. 27 CONCLUSÃO A implementação das fases previstas no método aqui sugerido, de decomposição do problema, julgamento comparativo e síntese de prioridades minimiza os aspectos subjetivos Todo esse processo permite mais transparência nas decisões tomadas tendo em vista a coerência entre a avaliação do processo e os objetivos e o sistema de valores, a serviço dos quais o agente de decisão se posiciona, de maneira simples, como transformar juízos em valores que satisfaçam a otimização ampla, segundo múltiplos critérios. REFERÊNCIAS ANSELMI, A. A. Adoção de Agricultura de Precisão no Rio Grande do Sul. Universidade Federal do RS. Porto Alegre. 2012 BATALHA, M. O. et al. Gestão Agroindustrial, 3ª Ed., Atlas, São Paulo, 2007. BRESSAN, A. A. Tomada de decisão em futuros agropecuários com modelos de previsão de séries temporais, FGV-EASP, São Paulo, 2004. CARDOZO, A. A. Hiperbolic tree. Universidade Católica de Pelotas. 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C.; CARIGNANO, C., Tomada de Decisão em Cenários Complexos: introdução aos métodos discretos do apoio multicritério à decisão, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. KEENEY, R. L., Value-Focused Thinking: a path to creative decision making, Cambridge (USA): Harvard University, 1992. LAWRENCE, J. A. JR.; PASTERNACK, B. A., Applied Management Science: modeling, spreadsheet analysis and communication for decision making, 2nd edition, New York (USA): Wiley, 2002. MAGALHÃES, A. F. Um ambiente de apoio a gerência de projetos utilizando gestão de processos. São José dos Campos: INPE, 2008. MOLIN, J. P., Agricultura de Precisão: Situação atual e perspectivas, ESALQ/SP, 2003. PINHEIRO, P. R. et al. Estruturação do problema multicritério para produção de jornal, Mestrado em Informática Aplicada, Universidade de Fortaleza, 2008. Fortaleza – CE SAATY, T. L., Decision Making with Dependence and Feedback: the Analytic Network Process, 2nd edition, Pittsburgh (USA): RWS, 2001. SAATY, T. 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EMBRAPA, 2004. 30 QUALIDADE DA COLHEITA MECANIZADA NA CULTURA DA CANA-DEAÇUCAR COM E SEM DIRECIONAMENTO AUTOMÁTICO Marisa R. Faulin1; José V. Salvi2; Fernando R. Azevedo3; Marciel J. Barrado4 1 Eng. Agrônomo, Doutora, Professor Docente, FATEC Shunji Nishimura, Pompeia – SP. 2 Eng. Agrônomo, Mestre, Professor Docente, FATEC Shunji Nishimura, Pompeia – SP. 3 Discente, FATEC Shunji Nishimura, Pompeia – SP. 4 Eng. Agrônomo, ITES Taquaritinga, Taquaritinga – SP. RESUMO: O setor sucroalcooleiro no Brasil entra em uma fase de grande crescimento impulsionada pelo aumento da demanda por etanol e por ser uma das melhores opções dentre as fontes de energia renovável, sendo esse crescimento sustentado pela utilização da mecanização e de novas tecnologias. O objetivo do trabalho foi avaliar a colheita mecanizada da cana-de-açúcar com e sem auxilio do direcionamento automático com RTK. Para isso, foi utilizado o método de levantamento de perdas visíveis do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), no qual leva em consideração perdas como toco, pedaço fixo + solto e cana inteira. Como a área comportar-se de maneira homogênea tanto em relação à umidade quanto à topografia, o resultado entre os métodos de direcionamento pôde ser comparado. Observou-se uma redução das perdas de 41,7% com coeficiente de variação menor com o uso do direcionamento automático RTK. PALAVRAS-CHAVE: RTK, Perdas, Piloto Automático, Colhedora. ABSTRACT: The alcohol sector in Brazil enters in a phase of high growth driven by increased demand for ethanol and to be one of the best options among renewable energy sources, this growth is sustained in the use of mechanization and new technologies. The aim of this study was to evaluate the mechanical sugarcane harvesting with and without autopilot linked in a RTK system. For this, was used the losses visible method of the Sugarcane Technology Center (CTC), which takes into account losses as stump, fixed peace + loose peace of sugarcane and entire sugarcane. As the area behaves homogeneously in relation to moisture and topography, the result of targeting methods could be compared. Was observed a reduction in losses of 41.7% with less variation coefficients using the autopilot linked on the RTK system. KEYWORDS: RTK, Losses, Autopilot, Harvester. 31 INTRODUÇÃO No Brasil, são utilizados três sistemas de colheita da cultura da cana-de-açúcar: manual, semi mecanizado e mecanizado. No sistema manual, o corte e o carregamento dos colmos são realizados manualmente, no enquanto que no semi mecanizado o corte é realizado manualmente e o carregamento mecanizado, por sua vez no sistema mecanizado, as operações de corte e carregamento são realizadas mecanicamente (NEVES, 2011). De acordo com Silva (2007) o processo de colheita mecanizada da cana-de-açúcar necessita seguir certos procedimentos para que o trabalho seja realizado de forma ideal e obtenha todos os benefícios que o sistema proporciona. Com isso, a colheita passa por um processo de mecanização gradativa devido a fatores trabalhistas, ambientais e rendimento operacional, contribuindo assim com o avanço mais rápido da mecanização em locais de relevo plano. As usinas do setor sucroalcooleiro, atualmente, buscam cada vez mais mecanizar os canaviais com a preocupação de aumentar a eficiência do processo de colheita e diminuir o problema de perdas por má utilização da colhedora. Por estes motivos as avaliações de perdas realizadas nas colhedoras de cana picada são fundamentais para o gerenciamento das operações. Na colheita mecanizada da cana-de-açúcar, vê-se que existem algumas características próprias que interagem entre solo, planta e máquina, e que pode trazer perdas no campo, desde a qualidade da matéria prima até a redução do número de cortes do canavial (SALVI et. al., 2007). Segundo Corrêa (2008) as perdas podem ser classificadas como visíveis e invisíveis. As visíveis representam as perdas que são mensuradas em campo com mais facilidade, como por exemplo, a deficiência no controle da altura de corte das colhedoras de cana-de-açúcar o que provoca corte elevado com a consequente perda de matéria-prima. Para Salvi (2006) essas perdas são aquelas que ficam no campo sob a forma de material não cortado e constituem-se de tocos deixados pela regulagem da altura de corte do disco cortador basal, soqueiras destruídas ou removidas mecanicamente e por deterioração, devido aos danos por cisalhamento dos tocos, o que facilita o ataque de pragas e doenças. Tecnologias de direcionamento automático ganham espaço no setor sucroalcooleiro e colaboram para a diminuição dos desperdícios e redução dos custos de produção. Isso se deve em grande parte aos avanços da eletrônica, sensores, atuadores e controladores, micro processadores e talvez o mais importante, que foi o grande viabilizador da agricultura de precisão, os Sistemas de Navegação Global por Satélites (GNSS) (COSTA2010). 32 O posicionamento conhecido por RTK, do inglês Real Time Kinematic é muito utilizado em tecnologias de direcionamento de equipamentos em processos onde há uma maior necessidade de precisão como plantio e semeadora. Neste tipo de posicionamento não há a necessidade de se tratar os dados em escritório e a acurácia alcançada é de no máximo uma polegada. Esse sistema é composto por uma base fixa de coordenadas conhecidas, que por meio de um link de radio envia informações (dados) para o receptor móvel (rover), que faz o processamento em tempo real (MONICO, 2008). Estudos indicam que o uso de novas técnicas no campo da mecanização agrícola, como o tráfego controlado por meio de direcionamento com auxílio de GNSS, pode diminuir as exigências por energia associadas às operações de campo e aumentar a produtividade da mão de obra e da cultura (MOLIN, 2010). Em conjunto com o RTK é utilizado um dispositivo popularmente conhecido como Direcionador Automático que é uma evolução da Barra de luz. Essa tecnologia teve grande expansão na aviação agrícola, em seguida na pulverização terrestre e hoje em dia é uma das ferramentas mais utilizada no direcionamento de máquinas em várias operações. A utilização dessa tecnologia aumenta a precisão entre passadas, pois não acumula o erro, bem como a produtividade, além de reduzir fadiga do operador (EMBRAPA, 2009). MATERIAL E MÉTODOS Localização Geográfica da Área do Experimento A área onde foi realizada a coleta de dados para estudo de caso entre a colheita mecanizada convencional e a colheita mecanizada com direcionamento automático foi na fazenda Estrela de Matão de propriedade da Usina São Martinho, para demonstração das informações geradas pelo método de análise de perdas da empresa adaptado do sistema CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), ou seja, as informações de perdas na colheita. Localizada no município de Matão - SP, próximo à rodovia SP 326 que liga os municípios de Dobrada e Matão, com coordenadas latitude 21° 31′ 34″ S, longitude 48° 16′ 01″ O e altitude de 617m. 33 Base Fixa A Usina São Martinho possui uma grande área de colheita com aproximadamente 100 mil hectares, com isso, houve a necessidade de dividir a área em quatro bases, com raio de 15 km cada para cobrir com precisão todas as fazendas da Usina. As bases fixas foram instaladas em pontos estratégicos para que não haja degradação do sinal emitido pelas mesmas (Figura 1), com isso deve-se utilizar a frequência correta para melhor acurácia do equipamento RTK. FIGURA 1. Localização das bases fixas com raio de 15 km. Fonte: Usina São Martinho Kit de Direcionamento Automático acoplado na Colhedora Para funcionamento do direcionamento automático também conhecido como Piloto Automático, a colhedora necessita ter alguns equipamentos que compõem o mesmo. Esses equipamentos devem estar devidamente instalados e fixados para que não haja nenhuma interferência no funcionamento dos mesmos. Os equipamentos são: monitor, NAV controlador (Trimble®), receptor GNSS e rádio, acoplados ao sistema de direcionamento hidráulico (Figura 2). 34 FIGURA 2. Kit de direcionamento automático acoplado na colhedora. Fonte: Usina São Martinho Para se iniciar qualquer atividade com o direcionamento automático, o mesmo deve estar calibrado e todos os componentes se comunicando entre si. A base fixa deve estar com o canal emitindo sinal e a colhedora por sua vez, deve estar com os equipamentos do kit ajustados e na frequência da base fixa. Experimento O experimento foi conduzido em uma área com declividade média de 4,5%, solo latossolo vermelho escuro (LVE 6) e variedade do cultivar CTC 2. Com isso, pode se dizer que em toda a área do experimento fatores como, topografia, tipo solo e cultivar não inferiram no resultado das perdas. Dois tratamentos foram conduzidos neste experimento, o primeiro sem direcionamento automático (convencional – tratamento A) com área equivalente a 146,5 ha e o segundo com direcionamento automático (tratamento B) de área representada por 153,8 ha, totalizando 300,3 ha. Para todos os tratamentos foram utilizadas sempre as mesmas colhedoras (CASE® modelo 8800), nas quais foi acoplado o kit de direcionamento automático para colher o tratamento B e desacoplado para colher o tratamento A. Os tratamentos foram conduzidos intercaladamente como mostra a Figura 3 e foram realizadas quatro repetições de cada tratamento, onde cada repetição foi constituida por um dia de operação da colhedora. 35 O experimento foi realizado entre os dias 8 a 15 de julho de 2012, sendo que de 8 a 11 o tratamento A foi colhido e de 12 a 15 o tratamento B. FIGURA 3. Talhões do experimento com seus respectivos tratamentos. A – sem direcionamento automático; B – com direcionamento automático Fonte: Usina São Martinho Em cada tratamento foram distribuídos aleatoriamente 32 pontos amostrais, totalizando 64 pontos. A escolha desses pontos foi adaptada do método do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) (COPLANA, 2008). Para a avaliação da perda visível no ponto deve-se seguir alguns passos: i) após a marcação do ponto, separar a parcela a ser avaliada com o afastamento da palha em todo o contorno do ponto; ii) no interior da parcela aleirar a palha nas entrelinhas e coletar todas as sobras de cana deixando “toco e pedaço fixo”; iii) desconsiderar 3 cm de altura, em relação ao solo, para cada toco ou pedaço fixo que será cortado e classificar a perda; iv) realizar o repasse da área avaliada voltando a palha na posição inicial. As perdas no ponto foram classificadas de acordo com a visualização dos itens abaixo: 36 a) Toco - Parte basal da cana fixa ao solo pelo rizoma, que apresenta um intervalo de comprimento de 3 a 20 cm. Abaixo de 3 cm, não se considera perda; b) Cana inteira - É a cana não recolhida pela colhedora, fixa ou não no solo, cujo comprimento é maior que metade (50%) do tamanho da cana do canavial em colheita; c) Pedaço fixo - Pedaço de cana preso ao rizoma não arrancado que apresenta comprimento maior que 20 cm e menor ou igual que a metade (50%) do tamanho da cana em colheita; d) Pedaço solto – Partes de cana soltas no solo, que apresente sinal de quebra em uma ou nas duas extremidades e que não exceda mais que 50% do tamanho da cana do canavial em colheita, sendo esses resultantes da quebra dos colmos pela colhedora na operação e pelas condições locais já existentes (broca, ventos, etc.). Após a classificação foi realizada a pesagem dos tipos de perdas atribuídas aos pontos. Embora, na classificação acima pedaço fixo e pedaço solto, tenham sido apresentados separadamente, no momento da pesagem ambos são agrupados. Assim, a pesagem é realizada como toco, pedaço fixo + solto e cana inteira. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como resultado dos tratamentos observou-se a redução das perdas visíveis com a utilização do direcionamento automático. Em relação ao tratamento com a utilização do direcionamento automático houve uma redução da ordem de 41,7% das perdas totais nas condições do canavial acamado (Figura 4). Atualmente, não existem muitas bibliografias a respeito da utilização do direcionamento automático na redução das perdas durante o processo de colheita, porém o seu uso vem sendo utilizado com relativa frequência na agricultura brasileira. No plantio da cana-de-açúcar, como na citricultura, o uso dessa tecnologia está se difundindo rapidamente na operação de abertura de sulcos para o plantio de mudas. Oliveira e Molin (2011) avaliaram a acurácia de um direcionamento automático em possíveis ganhos gerados pela utilização dessa tecnologia de orientação automática em relação ao sistema convencional de abertura de sulcos na implantação de lavoura de citros. Foi obtido um erro médio de desalinhamento de sulcos de 0,08 m no sistema convencional e de 0,04 m com o uso do piloto automático. Porém, com piloto automático, foi possível trabalhar com velocidades 37 maiores, o que resultou numa capacidade de campo efetiva maior para este sistema em relação ao sistema convencional de abertura de sulcos (4,65 ha h-1 e 4,09 ha h-1). O usuário reportou custo da operação de abertura de sulcos menor para o sistema com piloto automático quando comparado com o sistema convencional, especialmente devido à redução de demanda de mão de obra. Na situação avaliada neste experimento observou-se que o rendimento de colheita foi superior com o uso do direcionamento automático, representado pela maior área colhida no mesmo intervalo de tempo. Em relação à presença de toco, pedaço fixo + solto e cana inteira houve diminuição dos mesmos com o uso do direcionamento automático na colhedora. Para toco a redução foi de 21,9%, enquanto que para pedaço fixo+solto foi de 38,4% e para cana inteira foi de 95,5%. De acordo com medições realizadas pelo CTC, as perdas são inevitáveis em qualquer modalidade de colheita, porém na mecanizada ocorrem perdas de cerca de 10% da matéria prima colhida, o que representa um prejuízo da ordem de milhões de dólares por ano (SEGATO, 2011). O coeficiente de variação das perdas visíveis totais foi menor quando houve o uso do direcionamento automático do que na colheita convencional (Tabela 1). FIGURA 4. Redução das perdas visíveis na colheita mecanizada de cana de açúcar sem e com o direcionamento automático. t/ ha 1,99 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 - 1,46 1,16 Sem Direcionamento 0,90 Com Direcionamento 0,32 0,25 0,22 0,01 Perdas totais Toco Pedaço Fixo Cana Inteira + Solto 38 TABELA 1. Perdas visíveis totais na colheita mecanizada de cana de açúcar sem e com o direcionamento automático. PERDAS VISÍVEIS TOTAIS Direcionamento Automático Sem Direcionamento Automático Média 1.16 1.99 Desvio Padrão 0.3 0.94 Variância Mínima t/ha 0.93 1.42 Variância Máxima t/ha 1.59 3.4 CV (%) 25.8 47.3 Em termos gerais com base nas informações coletadas em campo observou-se que o uso do direcionamento automático na colheita da cana-de-açúcar oferece ganhos, pois somente tirando o efeito do erro humano no direcionamento houve redução das perdas. Além de proporcionar a direção correta da colhedora reduzindo o pisoteio da soqueira, o equipamento proporciona ao operador conforto na operação. Essa tecnologia também pode ser utilizada no monitoramento da operação e suas informações podem ser aproveitadas para futuros orçamentos como, gastos com operação, tempo gasto, horas trabalhadas e melhores traçados para otimização de manobras para melhoria da capacidade de campo. CONCLUSÃO Neste trabalho foi possível constatar a eficiência do equipamento nas colhedoras, pois houve uma redução significativa das perdas na colheita, além de diminuir a fadiga do operador direcionando sua atenção no monitoramento da colheita. REFERÊNCIAS COPLANA, 2008 - Perdas de Cana e Impurezas Vegetais e Minerais na Colheita Mecanizada 2008 – Instrução Disponível em: http://www.coplana.com/gxpsites/..%5Cgxpfiles%5Cws001%5Cdesign%5CDownload %5CCirculares%5CPerdas_na_colheita_mecanizada.pdf, Acesso em 09 de novembro de 2012 as 08h:25min:00. 39 CORRÊA, C. 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As condições de umidade nas quais o solo se encontrava e a textura também foram obtidas, a fim de que se conhecesse a que condições o estudo foi desenvolvido e se haveria alguma situação ideal em que este método não convencional tivesse um comportamento similar ao do penetrógrafo. A área por comportar-se homogeneamente tanto quanto à umidade quanto à textura e o resultado entre os métodos de compactação por não se mostrarem próximos, impediram de que se definisse uma condição ideal de amostragem e mostraram que o método não convencional não obteve resultados satisfatórios. PALAVRAS-CHAVE: compactação de solo, método não convencional, penetrógrafo. ABSTRACT: The work aims to evaluate an unconvencional method of measuring soil compactation, in wich the compactation is measured by the oil pressure in the hydraulic rotation motor of the drill of a soil sampler. As a parameter to the data obtained, it was used a digital electric penetrograph. The moisture conditions of the soil and its texture were also obtained, so the conditions in wich the study was conducted would be known and if there was any ideal situation that this unconventional method had a behavior similar to the penetrograph. The area for behave homogeneously as much in moisture as in texture and the results of the methods for not proving next, prevented to define an ideal condition for sampling and showed that the unconventional method didn’t have satisfactory results. KEY-WORDS: soil compactation, unconventional method, penetrograph. 42 INTRODUÇÃO A avaliação da qualidade dos solos é feita através de indicadores que podem ser atributos físicos, químicos e biológicos, e de processos que ocorrem no solo (PEIXOTO, 2008). A qualidade, do ponto de vista físico, está associada àquele solo que: a) permite a infiltração, retenção e disponibilização de água às plantas, córregos e subsuperfície; b) responde ao manejo e resiste à degradação; c) permite as trocas de calor e de gases com a atmosfera e raízes de plantas; e d) possibilita o crescimento das raízes. (REICHERT; REINERT; BRAIDA, 2003). O crescimento radicular só é possível quando a pressão das raízes for maior do que a resistência mecânica do solo à penetração (PASSIOURA, 1991, apud FOLONI; CALONEGO; LIMA, 2003). A compactação também pode alterar o equilíbrio na proporção de gases no solo e disponibilidade de água e nutrientes às raízes das plantas. (STIRZAKER et al., 1996; HÅKANSSON & VOORHEES, 1998 apud CENTURION et al., 2006). Queda de produtividade é a consolidação do problema causado pela compactação do solo. Quando todos os outros problemas para o adequado crescimento das culturas (Ex: nível de acidez do solo, infestação de pragas e doenças) forem descartados, considere a compactação como um possível problema da queda na produção da lavoura. A compactação pode reduzir a produtividade em até 60% (MACHADO, 2003). A ocorrência de alta compactação de solo agrícola é explicada na obra de Araújo (2004, p. 1-2): Embora avançadas e com alta eficiência, as máquinas agrícolas modernas vêm apresentando uma tendência de aumento na sua capacidade de trabalho o que significa, em geral, aumento no seu peso total. Além disso, as máquinas agrícolas apresentam grande robustez devido às condições agressivas do ambiente em que operam, o que requer componentes estruturais e orgânicos com alta e resistência e, consequentemente, maiores e mais pesados. A compactação de solo agrícola em níveis excessivos constitui o principal efeito negativo do tráfego de máquinas e a causa de vários problemas ambientais e econômicos. Apresentam-se os métodos de mensuração de compactação, A forma mais usual na determinação da compactação de solo é a penetrometria, que consiste na inserção de uma ponta cônica de área conhecida e na mensuração da força exercida na penetração. A norma ASAES313.3 descreve a resistência do solo à penetração como a pressão exercida sobre um cone maciço com ângulo de 30°. Para 43 determinação da resistência do solo à penetração podem ser usados penetrômetros ou penetrógrafos, os penetrômetros realizam avaliações pontuais de resistência à penetração, já os penetrógrafos registram a resistência ao longo do perfil do solo. Ambos os equipamentos utilizam do mesmo princípio de funcionamento, variando apenas quanto ao modelo, tendo vários tipos como os de impactos, os de molas dinamométricas e os digitais que utilizam células de carga (LEITE; VIEIRA; FERNANDES, 2011). O trabalho objetivou analisar um método não convencional de mensuração de compactação de solo onde os dados da mesma são obtidos através da pressão de óleo hidráulico exercida no motor de rotação da broca de um amostrador de solo no momento da perfuração, porém, a validez desses dados não é conhecida. O aspecto vantajoso de uma amostragem de solo em que se obtenha a compactação é a praticidade da operação, realizando duas tarefas distintas em apenas um procedimento. O parâmetro para avaliação deste método foram os resultados de RP fornecidos por um penetrógrafo digital elétrico. MATERIAL E MÉTODOS Georreferenciamento da Área e Distribuição dos Pontos Amostrais Com a utilização de um receptor GPS (Global Positionning System) de navegação, mapeou-se o contorno da área onde o trabalho foi desenvolvido. Essa área de 9,85 ha se localiza na Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia em Pompéia – SP e possui um argissolo vermelho-amarelo de textura arenosa. Para a criação de uma grade amostral para essa área foi utilizado o software Falker® e gerados 37 pontos (3,7 pontos/ha) onde foram posteriormente feitas as análises de compactação de solo sendo que os mesmos distanciavam-se em 50 m. Coleta de Amostras de Solo e Criação de Mapas de Textura Posteriormente, foram escolhidos dentre os pontos amostrais anteriormente gerados, 7 pontos que se localizam em diferentes regiões do mapa, procurando abranger melhor as características do solo ao longo de toda área. Cada ponto foi então localizado dentro da área e com um amostrador de solo elétrico, foram retiradas amostras de solo, sendo que cada amostra pesava aproximadamente 400 g e era constituída de 5 sub amostras. Para cada ponto 44 foram feitas amostragens em duas diferentes profundidades, de 0 a 20 e de cm a 40 cm. As sub amostras distanciavam-se no máximo em 5 m do ponto central. As amostras foram armazenadas, identificadas e em seguida encaminhadas para o laboratório de análises agronômicas da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, para que fossem feitas análises granulométricas do solo, a fim de conhecer sua composição. Com os dados de composição do solo tornaram-se possíveis as confecções de mapas de textura em duas profundidades distintas, neste caso, os mapas foram interpolados pelo método inverso da distância. Mensuração de Compactação de Solo com Métodos Convencional e Não Convencional O método convencional de identificação de compactação do solo utilizado, cujos dados foram tidos como parâmetro para avaliação do método posteriormente explicado, é a penetrometria. Esse método envolve um penetrógrafo digital elétrico (Fig. 1), onde os dados são armazenados em cartão de memória e disponibilizados em KPa através de um software próprio, cuja haste é feita de aço inoxidável, possui uma ponta cônica com ângulo de 30° e velocidade média de inserção de 3 cm/s. Esse conjunto estava instalado em um trator (Fig. 2). FIGURA 1. Penetrógrafo montado. FIGURA 2 Equipamento montado no trator. O método não convencional de identificação de compactação de solo a ser avaliado, faz uso de um amostrador de solo hidráulico (Fig. 3) acoplado a uma caminhonete (Fig. 4). Esse amostrador fornece um dado de compactação, obtido através da pressão do óleo hidráulico exercida no motor de rotação da broca no momento da perfuração do solo. O dado por ele 45 fornecido é o valor máximo de resistência do solo em MPa (obtido indiretamente, da maneira descrita acima) encontrado no curso da presente amostragem, em uma unidade não existente e a broca utilizada recebe a classificação de helicoidal 7/8 U.G. FIGURA 3. Amostrador de Solo. FIGURA 4. Equipamento montado na caminhonete. No dia 24/09/2012 foram feitas as mensurações de compactação e o processo ocorreu da seguinte maneira: nos pontos amostrais da grade criada foram utilizados cada um dos instrumentos, a distância máxima entre os mesmos era de 2 m e foram utilizados simultaneamente para que as amostragens fossem feitas sob iguais condições de solo, eliminando assim, uma possível fonte de discrepância entre os dados dos dois métodos. A mensuração de compactação foi feita em duas diferentes profundidades, de 0 a 20 e de 20 a 35 cm, cada amostra do penetrógrafo era composta de 3 sub amostras e para comparação com os dados do método não convencional foi feita uma média dos resultados de cada amostra, enquanto para o amostrador de solo foi feita apenas uma amostragem por ponto. É importante também, ressaltar que a área se encontrava em uma janela de umidade ideal para mensuração de RP segundo o fabricante do penetrógrafo, sendo essa de 24 a 48 horas após uma chuva (não fazendo especificações sobre índice pluviométrico mínimo ou máximo), quando o solo se encontra em capacidade de campo, estendendo esta janela até aproximadamente 2 semanas após a chuva, quando a mesma ocorreu pela última vez dia 21/09/2012. Levantamento de Umidade do Solo Juntamente com as medições de compactação foram coletadas amostras de solo, porém para uma diferente finalidade de anteriormente, agora para que se saiba a que condições de 46 umidade foi analisada a compactação. Para cada ponto amostral foram retiradas duas porções de solo, nas mesmas profundidades utilizadas na identificação de compactação. Essas porções de solo foram armazenadas em recipientes identificados com fechamento hermético para que não se perca umidade e para desenvolvimento e análise do processo foi feita a metodologia explicada por Silva (2010), onde as amostras foram então pesadas e submetidas a uma temperatura constante de 105ºC em uma estufa pelo período de tempo necessário à eliminação de toda umidade ali presente (Fig. 5 e 6). FIGURA 5. Amostras de solo coletadas sendo pesadas FIGURA .6. Amostras de solo colocadas na estufa para eliminação de umidade Para conclusão dessa etapa, foram pesadas novamente e para expressar o conteúdo de água do solo em massa e associado a 1 kg de solo seco foi usada a seguinte equação: θm = ú Eq. (1) onde: θ m = kg de água/kg de solo seco Pú = Massa do solo úmido (kg) Ps = Massa do solo seco (kg) Tendo em posse tais dados, torna-se possível a criação de mapas de umidade em duas diferentes profundidades. 47 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após as coletas e análises das amostras de solo, foram criados mapas de textura para duas diferentes profundidades, de 0 a 20 e de 20 a 40 cm (Fig. 7). FIGURA 7. Mapas de textura, teores de areia, silte e argila para duas diferentes profundidades. 48 Outro procedimento já mencionado, que tratava da obtenção dos dados de umidade da área no momento da mensuração, depois de realizado, permitiu que fossem confeccionados os seguintes mapas (Fig. 8): FIGURA 8. Mapas de umidade nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm. Os dados obtidos através de ambos os métodos possibilitaram a criação de uma regressão entre os valores (Fig. 9) através do software Excel (Microsoft®). FIGURA 9. Regressão linear entre os resultados de diferentes métodos. Método não Convencional (MPa) 3 2,5 y = 1,5469e-0,004x R² = 0,0365 2 1,5 1 0,5 0 Penetrometria (KPa) Sendo feita uma regressão entre os dados, foi encontrada a seguinte equação: 49 y = 1,5469e-0,004x Eq.(2) O resultado encontrado mostrou uma baixa correlação entre os resultados da penetrometria e do método não convencional, com coeficiente de determinação de 0,0365 (R²), o que implica que caso se tenha o dado de compactação do método não convencional e deseja-se saber a compactação real (sendo a penetrometria o parâmetro), aplica-se a equação (Eq. 2) e tem-se apenas 3,65% de chance de o resultado ser exato. Dentre todos os modelos de regressão oferecidos pelo software acima citado, o que apresentou maior coeficiente de determinação foi o exponencial. Embora seja possível a criação de mapas, não há grande discrepância entre os dados da área, a mesma possui um comportamento homogêneo e o mesmo acontece com o teor de areia fina, que embora tenha importância ao se tratar de mensuração de compactação não varia consideravelmente. Não havendo também correlação forte entre os dados de ambos os métodos, torna-se impossível a definição de uma condição ideal para amostragem do método não convencional, não se pode afirmar que sob determinada condição este método alcançou dados que se assemelhavam com os obtidos através da penetrometria, que servem aqui de parâmetro. CONCLUSÃO Embora os resultados não tenham se mostrado satisfatórios, é importante que se façam mais pesquisas em solos com diferentes texturas e sob diferentes condições de umidade a fim de tomar conhecimento de uma possível situação ideal para a mensuração de compactação através deste método não convencional. 50 REFERÊNCIAS ARAÚJO, A.G. Estimativa e classificação da compactação do solo pelo tráfego de máquinas agrícolas através da modelagem nebulosa. 2004. 224. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica)-Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. CENTURION, J. F.; CENTURION, M. A. P. DA C.; BLEUTER, A. N.; ROSSINI, L. A.; FREDDI, O. DA S.; SOUZA NETO, E. L. DE. Compactação do solo no desenvolvimento e na produção de cultivares de soja. Científica, Jaboticabal, v. 34, n.2, p. 203-209, 2006. FOLONI, J. S. S.; CALONEGO, J.C.; LIMA, S. L. Efeito da compactação do solo no desenvolvimento aéreo e radicular de cultivares de milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasilia, v.38, p. 947-953, ago. 2003. LEITE, D. M.; VIEIRA, L. B.; FERNANDES, H. C. Olho de Águia. Cultivar Máquinas, ano X, n.114, p. 44-45, dez.1011/jan.2012. MACHADO, P. L. O. A. Compactação do solo e crescimento de plantas. Rio de Janeiro: EMBRAPA. 2003. PEIXOTO, M. F. S. P. Professora. Atributos químicos, físicos e biológicos como indicadores da qualidade do solo. Cruz das Almas, 2008. p. 2. Centro de ciências agrárias ambientais e biológicas – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. REICHERT, J. M.; REINERT, D. J.; BRAIDA, J. A. Qualidade dos solos e sustentabilidade de sistemas agrícolas. Revista Ciência & Ambiente, Santa Maria, v. 27, p. 29-48. 2003. SILVA, A. P. Manejo Físico e Compactação de Solo. In: Curso de Especialização em Manejo de Solo, 2010, Piracicaba. Piracicaba: USP, 2010. p.76. 51 INFLUÊNCIA DO SISTEMA WADGPS NA DETERMINAÇÃO DO POSICIONAMENTO NA REGIÃO DE POMPEIA – SP Marisa S. A. R. Faulin1, Ezequiel B. Faleco2, Cláudia S. Souza2 1 Eng. Agrônoma, Doutora, Professora [email protected] 2 Discente, Fatec Shunji Nishimura - SP assistente, Fatec Shunji Nishimura, Fone: (14) 3452 - 1294, RESUMO: São inúmeras as discussões sobre a captação do sinal GNSS com correção diferencial dos sistemas WAAS e EGNOS no Brasil. Diante deste tema, o objetivo do trabalho foi demonstrar a acurácia das coordenadas coletadas por dois receptores GPS modelo Garmin Etrex Vista posicionados em um marco geodésico, utilizando ou não o modo de correção diferencial WAAS/EGNOS em diferentes períodos, observando a possível interferência da correção diferencial nos dados coletados através do Índice de Acurácia e Erro Circular Provável. Os resultados obtidos demonstraram que o receptor GPS com correções diferenciais WAAS e EGNOS ativadas obteve posicionamento mais preciso e acurado do que o receptor com correções desativadas. PALAVRAS-CHAVE: Posicionamento estático; GPS; Agricultura de Precisão. INFLUENCE OF WADGPS SYSTEM ON THE POSITIONING DETERMINATION IN THE REGION OF POMPEIA – SP ABSTRACT: There are numerous discussions of the GNSS signal with correction differential systems in Brazil. Faced with this theme, the aim of this study was to demonstrate the accuracy of coordinates collected by two GPS receivers Garmin Etrex Vista model positioned in a geodesic, using or not the method of differential correction WAAS/EGNOS in different periods, observing the possible differential correction influence in the data collected through the Accuracy Index and Circular Error Probable. The results showed that the WAAS and EGNOS differential corrections activated obtained positioning more precise and accurate than the receiver with corrections disabled. KEYWORDS: Static positioning, GPS, Precision Agriculture. 52 INTRODUÇÃO A ideia de correção diferencial começou em 1989 com o conceito de WADGPS (Wide Area Differential Global Positioning System). Baseados nesse conceito, vários sistemas foram implementados ao redor do globo. A FAA (Federal Aviation Administration) desenvolveu um sistema chamado WAAS (Wide Area Augmentation System) para a aviação civil, que auxilia as aeronaves nas aproximações (LEICK, 20041 citado por BIFFI et al., 2006). O sistema utiliza um satélite geoestacionário sobre a linha do Equador, que recebe correções do sinal do Sistema de Posicionamento Global (GPS - Global Positioning System) enviados pelas estações de monitoramento em Terra. Estas estações estão distribuídas no território dos Estados Unidos, possuem coordenadas conhecidas e registram a diferença das coordenadas fornecidas pelo rastreio GPS. Essa diferença é enviada ao satélite geoestacionário e retransmitida ao receptor do usuário que corrige seu posicionamento aumentando a acurácia. O sinal WAAS é transmitido na mesma frequência do sinal GPS na banda L1 (1.575,42 MHz). O setor industrial agrícola, com o uso dessa tecnologia, passou a desenvolver máquinas e implementos específicos para atender um mercado mais exigente e necessitado de controles mais precisos para as práticas agrícolas. A inclusão do GPS e do Sistema de Posicionamento Diferencial (DGPS) às máquinas e sensores, possibilitou a elaboração de mapas de produtividade em tempo real, assim como mapas de alguns atributos do solo e planta. Viabilizou também a utilização de implementos de aplicação a taxas variadas de fertilizantes e pulverizações em quantidades mais racionais, de acordo com a demanda específica de cada parcela da área. O principal alvo das indústrias no Brasil é o sistema produtivo de grãos, tanto em tratores e colhedoras com diversos sensores, como em implementos para semear, adubar e pulverizar. Para o setor de culturas perenes, em especial as culturas lenhosas, praticamente não se encontra equipamentos adaptados para AP no Brasil. A análise comparativa de diferentes receptores GPS, utilizando ou não o sistema de correção WAAS/EGNOS, já vem sendo estudada em alguns centros de pesquisas desde a liberação do sinal ao usuário civil. A falta de dados na região de Pompeia – SP motivou a 1 LEICK, A. GPS satellite surveying. 3 ed. New Jersey: Wiley, 2004. 435 p. 53 pesquisa, visando demonstrar tal comportamento e seus impactos na determinação do posicionamento. A escolha da análise comparativa entre receptores GPS foi devida este ser um dos sistemas mais utilizados do GNSS (Global Navigation Satellite System). Além disso, os sinais GPS são disponíveis na maioria dos receptores encontrados, principalmente dentro do Brasil. O desafio que motivou a pesquisa foi encontrar metodologias apropriadas para testar a acurácia desses receptores em posicionamento estático, utilizando ou não o sistema de correção diferencial e suas respectivas precisões. Considerando e analisando entre eles, o sinal que apresentou o melhor resultado, assim como demonstrar ao usuário o desempenho dos receptores, e a vantagem ou não de se utilizar a correção diferencial na obtenção do posicionamento. Já que a utilização dessa tecnologia esta cada vez mais presente no meio agrícola. Segundo BIFFI et al. (2006), o erro por disponibilidade seletiva (S/A - Selective Avaiability) era a principal fonte de erro do posicionamento que, somados a outros erros de sinal, davam aos receptores acurácia em torno de aproximadamente 60 a 100 metros. Apesar do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD - Departament of Defense) ter eliminado a S/A em maio de 2000, os receptores possuem atualmente acurácias entre 5 e 9 metros no modo C/A. Esse nível de precisão possibilitou um aumento no uso do sistema em diversas áreas, principalmente na Agricultura de Precisão (AP), onde pode ser utilizado no georreferenciamento de grades amostrais. Porém, para algumas práticas de manejo tal precisão não é a ideal. Para se resolver esse problema, passou-se a utilizar um método que melhorava a acurácia dos aparelhos, denominado de WADGPS (Wide Area Differencial GPS). O objetivo do trabalho foi demonstrar a acurácia das coordenadas coletadas por dois receptores GPS modelo Garmin Etrex Vista posicionados em um marco geodésico, utilizando ou não o modo de correção diferencial WAAS/EGNOS em diferentes períodos, observando a possível interferência da correção diferencial nos dados coletados através do Índice de Acurácia e Erro Circular Provável, na região de Pompeia-SP. 54 MATERIAL E MÉTODOS Para o desenvolvimento do trabalho, foram realizadas coletas de dados durante cinco horas e 30 minutos por dia, durante sete dias consecutivos, totalizando trinta e oito horas e trinta minutos de coleta visando obter dados referentes de toda a semana GPS. As coletas foram realizadas do dia 09 a 15 de fevereiro de 2012, das 11 às 17 horas. A coleta a partir do segundo dia foi ajustada para quatro minutos antes da hora iniciada no dia anterior, visando eliminar o erro da orbita dos satélites. Para isso, foram utilizados dois receptores GPS Garmin Etrex Vista os quais realizaram a coleta de dados simultaneamente, sendo um com o sistema de correção diferencial WAAS/EGNOS ativado e o outro com este sistema desativado. Os dois receptores foram posicionados sobre o marco geodésico de coordenadas UTM, Datum WGS 1984 E(x) 582924,801 m; N(y) 7554665,183 m, localizado na zona 22. Também foi utilizada uma régua para ajustar a distância dos dois receptores, um a 5 cm (Sul) e outro a 5 cm (Norte) do marco geodésico localizado na Fazenda Experimental da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (Figura 1). Mantendo-se sempre a mesma posição para cada receptor, bem como o modo de coleta durante todos os dias de duração do ensaio. 55 FIGURA 1. Posição dos receptores GPS sobre o marco geodésico. (A) receptor com correção diferencial desativada durante todo o tempo de coleta, (B) receptor com correção diferencial ativada durante todo o tempo de coleta. Para demonstração dos resultados obtidos com os ensaios, a distância dos dois receptores laterais em relação ao marco geodésico foi corrigida por meio de cálculos, onde os valores das coordenadas foram retificados, de maneira que virtualmente fique representado como se os dois receptores estivessem sobre o marco geodésico ao mesmo tempo. Após as coletas, os dados foram descarregados no computador utilizando o software Trackmaker versão gratuita 13.8.481, que visualiza os dados em forma de ponto ou trajeto. Posteriormente, os dados foram salvos em formato (.txt), e foram abertos no bloco de notas. Com este formato, tornou-se possível abrir o arquivo no Microsoft Excel, programa onde pode ser calculado o Desvio Padrão, o Índice de Acurácia e o Erro Circular Provável (CEP). Os cálculos de Índice de Acurácia (IA) e Erro Circular Provável (CEP) a 50% seguiram metodologia citada por Capelli et al. (2004). Índice de Acurácia: relaciona o quão bem às coordenadas medidas de um ponto se comparam ao seu valor real, calculado através da equação 1. 56 IA = ( X r − X )² + ( Yr − Y )² (Eq 1) em que, IA – Índice de Acurácia; X – Valor Este da coordenada de referência, m; Y - valor Norte da coordenada de referência, m. Índices de Precisão: são medidas da dispersão dos erros em uma distribuição e representam o erro que é improvável de ser excedido em um determinado nível de probabilidade. Os erros de precisão calculados foram: • Erro Circular Padrão (σc) σc≈ 0,5(σ σ x + σ y) (Eq. 2) em que, σc – Erro Circular Padrão; σx- desvio padrão do valor da coordenada Este, m; σy- desvio padrão do valor da coordenada Norte, m. • Erro Circular Provável (CEP) CEP = 1,177 . σc (Eq 3) em que, CEP – Erro Circular Provável. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos diferentes modos de coleta realizados durante o experimento mostram que a ativação do sistema WADGPS levou uma pequena melhora no posicionamento (Tabela 01). 57 TABELA 01. Indicadores de desempenho dos receptores avaliados, receptor desativado (A) e receptor ativado (B) Indicadores de desempenho WASS/EGNOS WASS/EGNOS Ativado Desativado Desvio Padrão x (m) 1,31 1,42 Desvio Padrão y (m) 1,44 1,59 CEP (m) 1,38 1,50 Índice de Acurácia (m) 1,34 2,40 Coordenada Média (m) E (x) 582923,460 E (x) 582922,755 N (y) 7554665,179 N (y) 7554666,438 (X,Y) Os resultados obtidos mostram que as variações durante a coleta com a correção diferencial WAAS/EGNOS ativada, proporcionou uma maior precisão, com o índice de acurácia de 1,34m na determinação do posicionamento, pois diminuiu a variação das coordenadas em relação ao marco geodésico, o que pode ser observado nos gráficos que representam a dispersão dos pontos coletados (Figuras 02 e 03). 58 FIGURA 02. Dispersão dos pontos coletados com o sistema de correção diferencial desativada durante todo o tempo de coleta (38,5 horas). 7554671 7554670 7554669 7554668 7554667 7554666 N (m) 7554665 Marco geodésico 7554664 7554663 7554662 7554661 7554660 582918 582920 582922 582924 E (m) 582926 582928 FIGURA 03. Dispersão dos pontos coletados com o sistema de correção diferencial ativada durante todo o tempo de coleta (38,5 horas). 7554672 7554670 7554668 N (m) 7554666 Marco geodésico 7554664 7554662 7554660 582918 582920 582922 582924 582926 582928 E (m) Pode-se observar que a nuvem de pontos (azul), que representa a dispersão dos pontos coletados com o sistema de correção ativado se mostra mais concentrada ao redor da coordenada do marco geodésico (vermelho) (Figura 03). Isso mostra que apesar dos pontos coletados estarem fora do marco geodésico, os mesmos apresentam-se distribuídos ao seu redor de maneira mais homogênea se comparados aos pontos coletados com o sistema 59 desativado (Figura 02), onde os pontos estão dispostos de maneira mais deslocada em relação ao marco geodésico. Segundo Machado et al. (2007), avaliações estáticas de receptores GPS realizadas na região de Piracicaba, SP, mostram que a acurácia com a sintonização do sistema EGNOS foi inferior àquela sem correção diferencial e que os sinais diferenciais EGNOS e WAAS se mostraram pouco confiáveis e não recomendáveis para a região, devido à dificuldade de sintonia e recepção. De acordo com Sullivan et al. (2001), em avaliação de vários receptores de GPS usados em agricultura, alguns sintonizados com sinal WAAS, em um ensaio de longa duração, resultaram em valores RMS inferiores a 1,00 m. O trabalho foi conduzido nos Estados Unidos, em que o sistema WAAS efetivamente está disponível sendo que, embora seja sintonizado no Brasil, não atende a nossa região por não dispor de estações terrestres locais. Segundo os resultados do ensaio estático realizado por Frasson et al. (2005), o GPS modelo Garmin e-Trex com recebimento de sinal WAAS foi o que apresentou melhores resultados quanto à acurácia determinada, seguido pelo receptor OmniStar e, por último, o receptor Garmin III Plus. Com relação à precisão, o receptor OmniStar apresentou os melhores resultados, seguido pelo receptor modelo Garmin e-Trex com recebimento de sinal WAAS. Resultado semelhante foi obtido por Machado et al. (2008), onde todos os receptores sintonizados com as correções diferenciais WAAS e EGNOS, apresentaram aumento nos valores de EP e RMS, que são indicativos de acurácia, em relação à configuração padrão dos mesmos receptores. Esses sistemas de correções diferenciais foram desenvolvidos para serem utilizados de maneira gratuita nos EUA (WAAS) e Europa (EGNOS) e não possuem garantias de melhor precisão e acurácia no Brasil. Pois os sistemas levam em consideração que cada área de abrangência tanto nos EUA e quanto na Europa possuem uma correção, ou seja, um vetor de correção, o qual, em teoria, não é representativo para regiões situadas no Brasil. É importante lembrar que os resultados obtidos são válidos para a região onde o ensaio foi realizado (Pompeia-SP) e de acordo com outros trabalhos citados, tal correção pode não trazer melhora no posicionamento. Além disso, a melhora no posicionamento foi pequena e pode ter ocorrido em função do pouco tempo de coleta. 60 CONCLUSÃO O sistema de correção diferencial WADGPS (WAAS/EGNOS) na cidade de Pompeia SP, pôde ser captado pelos receptores GPS, e sua utilização neste experimento proporcionou uma maior acurácia (1,34) na determinação do posicionamento. Porém, a melhora obtida com a ativação do sistema não significa uma recomendação de uso para a região estudada. REFERÊNCIAS BIFFI, L. J. Mapeamento e análise espacial de variáveis de Produção de maçã conduzida sobre pomar comercial na região de São Joaquim – SC. Lages, SC: CAV/UDESC, 2006. CAPPELI, N.L.; UMEZU, C.K.; SILVEIRA, A.C. Desempenho comparativo dos aparelhos GPS ETREX, III Plus e AgGPS132 quanto a acurácia e precisão. Congresso Brasileiro de FRASSON, F.R.; SENATORE, G.M.; MOTOMIYA, A.V.A.; MOLIN, J.P. Avaliação do desempenho estático de receptores de GPS V. Congresso Brasileiro de Agroinformática, SBI-AGRO. Londrina, 2005. MACHADO, T. M. Avaliação de desempenho de receptores GPS em modo estático e cinemático. Piracicaba, 2007. MACHADO, T. M.; MOLIN, J. P. Ensaios estáticos e cinemáticos de receptores de GPS. Piracicaba-SP: Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 2011. SULLIVAN, M.; EHSANI, M. R.; WALKER, J. T.; LEVISON, P.; LANG, L. Accuracy and availability of WAAS for precision agriculture. St. Joseph: ASABE, 2001. 61 GERAÇÃO DO MODELO NUMÉRICO DO TERRENO A PARTIR DE DADOS DE ALTITUDE EXTRAÍDOS DO MONITOR DE COLHEITA Gustavo Di Chiacchio Faulin1, Luis Felipe Ribeiro2 1 Eng. Agrônomo, Doutor, Professor Assistente, FATEC Shunji Nishimura de Pompeia, Pompeia, SP, Fone: (14) 3452-1294, [email protected] 2 Discente, FATEC Shunji Nishimura de Pompeia, Pompeia, SP. RESUMO: A análise de mapas de produtividade, no contexto da agricultura de precisão, é um dos recursos utilizados na tentativa de compreender e manejar a variabilidade espacial da produtividade e da qualidade das culturas. A caracterização da variabilidade espacial dos atributos do solo é necessária para que se possa interpretar as possíveis causas de variações nas produtividades das culturas, principalmente as relacionadas à declividade. Este trabalho tem como objetivo gerar um modelo numérico do terreno com dados extraídos de monitores de colheita utilizando receptores GPS com código C/A para gerar mapas de declividade do terreno. Foi comprovada a eficiência do uso da altitude fornecida pelo receptor GPS na obtenção de mapas altimétricos para gerenciamento na Agricultura de Precisão. PALAVRAS-CHAVE: Agricultura de Precisão, Declividade, Mapas de Produtividade. DIGITAL ELEVATION MODEL FROM DATA OF THE YIELD MONITOR ABSTRACT: The analysis of yield maps in the context of precision agriculture is one of the resources used in an attempt to understand and manage the spatial variability of crops productivity and quality. The spatial variability characterization of soil properties is necessary to interpret the possible causes of variations in crop yields. This work aims to generate a digital terrain model with data taken of yield monitors with GPS receivers using C/A code to generate maps of land slope proving that this information can be used for management in Precision Agriculture. KEYWORDS: Precision Agriculture, Declivity, Yield Maps. 62 INTRODUÇÃO Os novos desafios relacionados à demanda crescente de alimentos, a necessidade de rendimentos competitivos e a preocupação com a preservação ambiental, podem encontrar na Agricultura de Precisão (AP) uma eficiente resposta, uma vez que ela é uma ferramenta de gerenciamento e tomada de decisões que conduz ao aumento da eficiência da utilização dos recursos no sistema produtivo (AMADO; SANTI, 2007). É evidente que não se pode planejar e manejar o que não se conhece. Sendo assim, conhecer a variabilidade espacial de um ou vários atributos é a primeira etapa na AP. Os processos e propriedades que regulam o desenvolvimento das culturas no campo variam no espaço e no tempo. A mudança enfrentada pela AP é a adequada quantificação da variabilidade desses processos e propriedades e assim determinar quando e onde as diferentes combinações são responsáveis pela variação no desenvolvimento e produção das culturas (MULLA; SCHEPERS, 1997). De acordo com Molin (2000), a implementação de um sistema de AP implica num ciclo fechado de tarefas. O mapa de colheita é a informação mais completa para visualizar a variabilidade espacial das lavouras. Para a geração de tais mapas, o monitor de colheita das máquinas, armazena na maioria dos sistemas, arquivos textos com informações de posicionamento (latitude, longitude e altitude), fornecidas pelo receptor GNSS (acrônimo do inglês, Global Navigation Satellite System), e dados da lavoura como produtividade e umidade de grãos. BUICK e CALLAGHAN (1997) destacam a utilização dos receptores GNSS, a fim de elevar o grau de gerenciamento nas propriedades agrícolas. A obtenção dos dados de altitude, com os receptores GNSS, pode balizar a tomada de decisões, já que busca a melhor compreensão sobre a influência da altitude nos fatores de produção. Segundo VETTORAZZI e FERRAZ (2000), as técnicas de geoprocessamento subsidiam a identificação e a correlação das variáveis que afetam a produtividade, por meio da sobreposição, do cruzamento e da regressão de mapas digitais do relevo, dos atributos do solo e da produtividade em Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Sistemas de Informações Geográficas são definidos como um conjunto de programas, equipamentos, metodologias, dados e de pessoas (usuários), perfeitamente integrados, de forma a tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento e a análise de dados georreferenciados, bem como a produção de informação derivada de sua aplicação, dessa 63 forma melhoram o modo de como usamos os mapas e simplificam a realização das análises aliados aos sistemas GNSS. (TOZI, 2000). A obtenção de mapas altimétricos através da engenharia convencional é trabalhoso e dispendioso. O uso de receptores GNSS, para os produtores agrícolas tende a viabilizar a obtenção rápida de mapas altimétricos (CLARK, 1997). YAO e CLARK (2000), em levantamentos altimétricos realizados de modo cinemático com receptores GPS, obtiveram um número suficiente de dados, de forma rápida e que garantiu detalhamento necessário para manejo de áreas agrícolas. O método mostrou-se altamente viável para obtenção de mapas altimétricos para agricultura de precisão. Os mesmos autores sugerem a realização de passadas múltiplas em uma mesma área para a obtenção de mapas com maior acurácia, sendo o número ideal acima de 5 para diluição do erro. JOHANSEN (2001) analisou a qualidade de mapas altimétricos obtidos com um receptor GPS com correção de sinal em tempo real (RTK, Real Time Kinematic), os mapas apresentaram correlação de 82% em relação aos dados obtidos de forma convencional. Considerando a aplicação de monitores de produtividade interligados a um receptor GNSS com código C/A (Coarse/Acquisition), o objetivo do trabalho, foi gerar e verificar a consistência do Modelo Numérico do Terreno com dados coletados durante a operação de colheita. MATERIAL E MÉTODOS Analisou-se os dados georreferenciados do monitor de colheita em uma área comercial localizada no município de Tibagi, estado do Paraná, com 19 hectares (Figura 1), onde foram realizadas duas colheitas, a primeira na cultura da soja e outra da cultura do trigo. 64 FIGURA 1. Área de 19 hectares localizada no município de Tibagi, PR. FIGURA 2. Registros dos pontos de colheita (a) soja e (b) trigo. (a) (b) Durante a operação de colheita, os dados foram armazenados no monitor de colheita da colhedora, interligado com um receptor GPS que utiliza a correlação do código C/A com precisão do posicionamento de pontos da ordem de 9 metros, com intervalos de gravação de 1 segundo. Os dados obtidos foram analisados e interpretados com o intuito de eliminar dados que apresentaram perda temporária do sinal GPS. Gerou-se um segundo arquivo onde foram preservadas as colunas com as coordenas e a coluna da altitude. As coordenadas foram convertidas por meio do software oficial do IBGE, PROGRID Versão 1.0, do sistema de Latitude e Longitude para o sistema de coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator). 65 A reprodução gráfica da elevação do terreno foi realizada no software FALKER MAP Versão 1.31 utilizando o método de interpolação “Inverso da distância” dos pontos coletados para a obtenção dos mapas de altitude. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a reprodução de um modelo de elevação, BUCENE et al. (2001) utilizaram a interpolação dos dados por Krigagem Ordinária, obtendo correlações satisfatórias. O método de interpolação mostrou-se eficiente, resultando em modelo de elevação do terreno por meio dos dados interpolados, com fidelidades as cartas planimétricas. Porém, por limitações do software, os dados reproduzidos foram interpolados por “Inverso da Distância”. Conforme a Figura 3, o mapa representa as altitudes calculadas utilizando o receptor GNSS do monitor de colheita na primeira colheita da área em Tibagi/PR, onde estava sendo cultivada soja. FIGURA 3. Mapa interpolado das altitudes extraídas dos dados do monitor de colheita durante a primeira colheita Na Figura 4, o mapa representa a mesma área, porém com dados extraídos do monitor na segunda colheita com a cultura do trigo. 66 FIGURA 4. Mapa interpolado das altitudes extraídas dos dados do monitor de colheita durante a segunda colheita Os resultados mostram que existem diferenças quando são comparadas as duas colheitas na mesma área, no mapa de declividade da colheita do trigo, as cotas do terreno chegam a 855 metros e já na colheita da soja são encontrados valores acima de 881 metros de altitude. Portanto para melhorar a acurácia dos mapas é necessário realizar pelo menos mais 5 mapas dessa mesma área, o que aumenta a qualidade e a confiabilidade dos resultados finais. A fim de quantificar as diferenças entre os mapas apresentados, conforme a Figura 5, utilizando o mesmo software, FALKER MAP Versão 1.31, realizou-se a subtração do mapa de declividade da soja e do trigo, o que resultou em um novo mapa. 67 FIGURA 5. Mapa com as diferenças de altitude tomando como base a primeira colheita Na Tabela 1 é possível observar a estatística descritiva dos dados resultantes da subtração. TABELA 1. Estatística descritiva dos dados resultantes da subtração dos mapas de altitude de duas colheitas consecutivas Altitude Estatística descritiva (m) Média 0,513 Mediana 0,520 Desvio padrão 1.887 Intervalo 39,263 Mínimo -4,610 Máximo 34,653 Existe uma variação de 39,263 metros entre os valores mínimo e máximo, essa variação pode estar associada a baixa precisão do receptor GPS com código C/A, ou ainda devido a diluição do erro por se tratar de dois levantamentos em uma mesma área o que pode provocar uma variação dos valores apresentados ou pela variação do arranjo dos satélites. De acordo com YAO e CLARK (1999), a acurácia na geração de mapas altimétricos em áreas planas é fundamental. Nessas áreas erros de 10 centímetros podem comprometer a qualidade dos dados. Os autores sugerem trabalhar com acurácia de 7 centímetros. YAO e 68 CLARK (2000), afirmam que, para a obtenção de mapas altimétricos com maior acurácia, devem-se realizar vários levantamentos em uma mesma área, sendo o número ideal acima de cinco para a diluição do erro de posicionamento vertical. CONCLUSÃO A geração de mapas de declividade utilizando monitor de colheita comprovou que os dados podem ser utilizados para gerenciamento da variabilidade na Agricultura de Precisão quanto à representação gráfica do terreno. Porém para uma melhor acurácia, deve existir uma repetibilidade dos levantamentos na área para uma melhor diluição dos erros, especialmente quando os dados coletados são de receptores que utilizam correlação com o código C/A. REFERÊNCIAS AMADO, T.J.C., SANTI, A.L. Agricultura de precisão aplicada ao aprimoramento do manejo do solo. In: FIORIN, J.E., ed. Manejo da fertilidade do solo no sistema plantio direto. Passo Fundo, Berthier, 2007. p. 99-144. BUCENE, L.C.; RODRIGUES, J.B.T.; VETTORATO, J.A.; ZIMBACK, C.R.L. Análise espacial e interpolação por Krigagem em dados de altimetria. (compact disc) In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, Foz do Iguaçu, Paraná, 2001. CONBEA 2001. Foz do Iguaçu: SBEA: 2001. BUICK, R. D.; CALLAGHAN, O. M. Precision agriculture: an integration of information technologies with farming. In: NEW ZEALAND PLANT PROTECTION CONFERENCE, Canterbury, Proceedings, 1997, p. 176-184. CLARK, R. L.; LEE, R. Development of topographic maps for precision farming with Kinematic GPS. ASEA paper, n. 971035, Minneapolis, Minnesota, 1997. JOHANSEN, D.P.; CLAY, D.E.; CARLSON, C.G.; STANGE, K.W.; CLAY, S.A.A.; MALO, D.D.; SCUMACHER, J. A.A. Vertical accuracy of two differentially correct 69 global positiong satellite systems. Journal of Soil Water Conservation. v. 53, n. 3, 2001. P. 198-201. MOLIN, J.P. Geração e interpretação de mapas de produtividade para agricultura de precisão. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2000. p. 237-258. MULLA, D. J.; SCHEPERS, J. S. Key process and properties for site-specific soil and crop management. In: PIERCE, F. J.; SADLER, E. J. (Ed.) The state of site-specific management for agriculture. Madison: ASA: CSSA: SSSA, 1997. p. 1-18. TOZI, F. A., Sistemas de Informação Geográfica na Agricultura. In: BALASTREIRE, L. A. (Ed.). O Estado da arte da agricultura de precisão no Brasil. Ed. do Autor: Piracicaba, 2000. p. 187-192. VETTORAZZI, C.A.; FERRAZ, S.F.B. Silvicultura de precisão: uma nova perspectiva para o gerenciamento de atividades florestais. In: BORÉM, A.; GIUDICE, M.P.; QUEIRÓZ, D.M. de. (Ed.). Agricultura de precisão. Viçosa, 2000. p.65-75. YAO, H. B.; CLARK, R. L.. Development of topographic maps for precision farming with sub-meter horizontal accuracy GPS receiver. Toronto: 1999 (ASAE Paper 993108). YAO, H. B.; CLARK, R. L.. Development of topographic maps for precision farming with medium accuracy GPS receiver. Applied Engineering in Agriculture, St. Joseph, v. 16, n.6, p. 629- 636, 2000. 70 MONITORAMENTO REMOTO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO Tsen Chung Kang1; Diego Domingos da Silva2; Deryn Heyan Iwamoto3; Allan Lincoln Rodrigues Siriani3 1 Eng. Eletrônico, Doutor, Professor Associado, FATEC Pompeia, Pompeia – SP, Fone: (14) 3452-1294, [email protected] Eng. Civil, Mestre, Engenheiro de Produtos, Maquinas Agrícolas Jacto SA - Grupo Jacto, Pompeia – SP, Fone: (14) 34053000 r.3167, [email protected] 3 Discente, FATEC Pompeia, Pompeia – SP 2 RESUMO: Este estudo tem por objetivo analisar a viabilidade de um sistema de monitoramento remoto em estações de tratamento de esgoto fabricado pela empresa Mizumo. O sistema de telemetria visa a redução do consumo de recursos gastos em sua manutenção, garantindo uma maior tranquilidade e segurança ao cliente. O estudo se baseia em dados de ocorrências de falhas em estações de tratamento de esgoto coletados em campo, e através da análise da correlação observou-se que a implantação do sistema de telemetria instalado às estações de tratamento de esgoto pode ser um diferencial na prestação de serviços. PALAVRAS-CHAVE: Telemetria, Viabilidade, Mizumo. REMOTE MONITORING SYSTEM FOR SEWAGE TREATMENT STATIONS ABSTRACT: This study has the objective of analyzing the feasibility of a remote monitoring system for sewage treatment station by Mizumo. The telemetry system aims to reduce waste of resources in maintenance, ensuring at the same time greater tranquility and safety to the client. This study is based in data collected in field of occurrence of defects in sewage treatment stations and by correlations found that telemetry applied to sewage treatment station can be a differential in service. KEYWORDS: Telemetry, Feasibility, Mizumo. 71 INTRODUÇÃO Este artigo se trata de um estudo de viabilidade econômica, enfatizando conceitos ainda recentes no contexto organizacional e acadêmico dos envolvidos, no que se refere ao estudo de viabilidade de novas funcionalidades em produtos, despertando um interesse em conhecer e aprofundar novas estratégias organizacionais. A análise de investimentos pode ser considerada como o conjunto de técnicas que permitem a comparação entre os resultados de tomada de decisões referentes a alternativas diferentes de forma científica. VERAS (2001) salienta que a análise de investimentos compreende não só alternativas entre dois ou mais investimentos a escolher, mas também a análise de um único investimento com a finalidade de avaliar o interesse na implantação do mesmo. CASAROTTO FILHO & KOPITTKE (1994) explica que a decisão da implementação de um projeto deve considerar: rentabilidade do investimento e critérios imponderáveis, que são fatores não conversíveis em dinheiro, como a boa vontade de um fornecedor. Com o desenvolvimento da tecnologia e de sua portabilidade para sistemas embarcados portáteis, ou mesmo para o monitoramento constante, tem-se observado uma crescente necessidade da comunicação entre sensores e sistemas de armazenamento e análise dos dados coletados. Para que se possa efetuar essa coleta remotamente e muitas vezes em tempo real, são utilizadas técnicas de telemetria, que é o processo pelos quais parâmetros de um objeto são medidos e os resultados transmitidos para uma estação distante, onde então serão armazenados, apresentados e/ou analisados (L-3 COMMUNICATIONS, 2003). O problema que motivou esta pesquisa foi a necessidade de realizar o monitoramento remoto de estações de tratamento de esgoto pela empresa Mizumo. Através desta pesquisa, a empresa Mizumo lançará um novo serviço de monitoramento aos seus clientes e, através desse serviço de monitoramento, a Mizumo será capaz de reduzir significativamente o tempo de resposta quando houver uma falha numa estação e, além disso, poderá identificar falhas em estações em locais de difícil acesso, oferecendo segurança e tranqüilidade aos seus clientes. Neste artigo, caracterizado como teórico e exploratório, no qual se assume uma perspectiva crítica de análise sobre o tema proposto, tratar-se-á sobre a relevância da análise de viabilidade do projeto de telemetria em ETEs. 72 MATERIAL E MÉTODOS O projeto de telemetria em estação de tratamento de esgoto (ETE), que envolve a compra e implantação de um novo sistema de monitoramento remoto de ETE, será introduzido na empresa de sistemas compactos de tratamento de esgoto Mizumo situada em Pompeia – SP, e visa diminuir o número de ocorrências nos setores de manutenção e cliente. Tal projeto é formado por uma análise de viabilidade, a qual aborda o monitoramento da qualidade de efluente tratado e transmissão de dados coletados na ETE,. A metodologia de pesquisa utilizada constituiu-se em uma investigação exploratória, que OLIVEIRA (1999) descreve como sendo a ênfase dada às descobertas e práticas ou diretrizes que precisam modificar-se na elaboração de alternativas que possam ser substituídas ou modificadas. Sob esse prisma evidencia-se uma abordagem crítica da importância de se trabalhar com a análise da viabilidade econômica em projetos. Conforme YIN (2005), o estudo de caso evidencia-se através de documentos, registros em arquivos, observações diretas e participantes. Para escolha da organização considerou-se o desempenho da empresa no mercado em que atua e a credibilidade da organização. Na primeira fase da pesquisa foi realizada coleta de dados através de pesquisa documental e bibliográfica, que segundo LAKATOS e MARCONI (2003) a pesquisa VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração bibliográfica propicia o exame de um tema sob um novo enfoque ou abordagem, chegando deste modo a conclusões inovadoras, não sendo uma repetição do que foi anteriormente dito ou escrito sobre determinado assunto. Na segunda fase, foi realizada a coleta de dados através de pesquisa de campo e entrevistas in loco. Adicionalmente, foi efetuado um levantamento de dados, baseado no método de pesquisa descritivo, que consiste na exploração de um problema para prover critérios e a compreensão de determinado problema e alcançar uma compreensão das razões e motivações subjacentes (MALHOTRA, 2001). Por sua vez, o delineamento da pesquisa é de caráter qualitativo e a técnica utilizada foi por meio de entrevista semi-estruturada com os membros da empresa. Payback é considerado o tempo necessário para que o valor investido seja recuperado através dos benefícios líquidos; o payback é baseado entre o valor do investimento e o valor do fluxo de caixa (MARTINS e ASSAF NETO, 1989). Segundo MOTTA e CALÔBA 73 (2006), quanto mais longo for o prazo de repagamento do empréstimo, menos interessante se torna o investimento para o investidor. A empresa que suporta o projeto é a Mizumo, uma unidade de negócios do Grupo Jacto, composto de empresas que atuam nos ramos agrícola, de transporte, equipamentos para limpeza (alta pressão), transformação de plástico, ferramentaria, fundição, veículos elétricos e meio ambiente. Fundado em 1948, o Grupo é 100% nacional, porém reconhecido mundialmente pela sua solidez e por promover o desenvolvimento sustentável em todos os setores de atuação. Desde 2001, a Mizumo produz sistemas compactos de tratamento de esgoto sanitário e peças técnicas, tornando-se referência nesse segmento de mercado. Por contribuírem com a conservação dos escassos recursos hídricos e por serem capazes de tratar ou reaproveitar efluentes, as soluções da Mizumo são ideais para empresas e empreendimentos que adotam uma atuação transparente. Seus produtos se diferenciam por contribuir para a preservação da saúde e melhoria da qualidade de vida das pessoas e do ambiente no qual elas estão inseridas. A fábrica em estudo possui cinco linhas de produtos: Business, Plus, Tower, Family e Customizado: 1. Linha Business é voltada para tratamento de esgoto sanitário de residências de alto padrão, pequenos condomínios, pousadas, hotéis, estabelecimentos comerciais, industriais, entre outros. 2. A linha Plus é voltada para tratamento de esgoto sanitário de grandes estabelecimentos comerciais, industriais, entre outros empreendimentos. 3. A linha Tower é ideal para tratamento de esgoto sanitário de grandes estabelecimentos comerciais, industriais, conjuntos e condomínios habitacionais e outros empreendimentos. Este produto é exemplo do pioneirismo da Mizumo: a empresa foi a primeira no país a ter em linha de produção um sistema compacto de tratamento de esgoto no formato vertical. 4. A linha Family é ideal para tratamento de esgoto sanitário de residências e indicado para pequenos estabelecimentos comerciais ou mesmo pequenas indústrias. 5. A linha customizada é indicada para projetos especiais e beneficia, dentre outros empreendimentos, pequenas comunidades, bairros planejados, vilas e povoados rurais, além de concessionárias de serviços de saneamento ambiental pública e privada. 74 Para o desenvolvimento deste projeto a linha Tower (Figura 1) foi selecionada, pois é o produto de maior comercialização pela Mizumo e por permitir que seja implantado o sistema da telemetria em sua estrutura. FIGURA 1. Estação de esgoto modelo Tower fabricada pela empresa Mizumo. (Pompéia/SP, 2012) A capacidade de tratamento das estações da linha Tower atende a vazões de 30,0 m³/dia a 800,0 m³ /dia por módulo, atendendo até 8.200 usuários. Os tanques possuem 2,5 m e 3,2 m de diâmetro e são fabricados de PRFV (plástico reforçado com fibra de vidro), o que confere resistência e alta proteção química à corrosão do esgoto sanitário. A área necessária para a implantação do sistema varia entre 33,5 m² e 280,0 m². O processo de tratamento é contínuo e composto de um reator anaeróbio de fluxo ascendente, um filtro aeróbio de leito fixo com difusão de ar por bolhas finas e decantador secundário concêntrico ao reator aeróbio. O retorno do lodo é automático, por sistema de air lift. 75 FIGURA 2. Vista superior da ETE modelo Tower com posicionamento dos sensores. SENSORES UTILIZADOS MEDIDOR DE CLORO O sensor de cloro residual monitora continuamente cloro residual livre ou total da água de efluentes. Cloro residual é uma quantidade de cloro que permanece no efluente após sua desinfecção, assegurando a destruição da vida bacteriana. A permanência de um residual de cloro assegura a manutenção da qualidade microbiológica, desde o ponto de tratamento até o usuário de água. Após a cloração total da água no tratamento, uma demanda de cloro é consumida e a desinfecção da água é completa. A presença de cloro residual depois do tratamento tem a finalidade de proteger a qualidade da água contra microorganismos nocivos. Se ocorrer alguma poluição, por exemplo, o cloro residual será consumido para a desinfecção, deste modo o cloro residual pode servir como índice de qualidade da água facilmente monitorado (MANFRINI, 1974). SENSORES DE pH O processo de medida do potencial hidrogeniônico (pH) baseia-se na medição da diferença de potencial existente entre dois eletrodos independentes que podem ou não ser engastados em um único bulbo. Uma superfície de vidro especial permite a passagem de íons H+ de forma a atingir o eletrodo sensível. O segundo eletrodo é mantido sem contato com o meio externo, e funciona como eletrodo de referência. A arquitetura de construção dos sensores varia de fabricante para fabricante, mas a continuidade e a precisão do processo de 76 medida depende basicamente da manutenção da porosidade do vidro especial que permite a passagem de H+. Tal situação pode atrapalhar medidas em campo, pois alguns processos físicos externos podem alterar e/ou bloquear a passagem dos íons. Deposição de sedimentos ou a formação de biofilme por sobre a superfície sensível pode ainda comprometer o funcionamento do sensor. Em virtude da porosidade do vidro, na maioria dos casos em que isto ocorre, o dano ao sensor torna-se permanente, inviabilizando sua recuperação (RADTKE et al, 2003). SENSORES DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD) O processo de medida do oxigênio dissolvido (OD) baseia-se na medição da diferença de potencial existente entre dois eletrodos feitos de materiais diferentes, que são mantidos mergulhados em uma solução eletrolítica especial. A ponta do sensor, contendo os dois eletrodos é “fechada” por um pequeno recipiente cilíndrico, em cuja ponta é engastada uma membrana fina, através da qual ocorre a difusão de moléculas de O2 do meio externo para a solução eletrolítica, o que causa alterações na diferença de potencial existente entre os dois eletrodos. Esse processo de medição é bastante problemático pelos mesmos motivos que dificultam a operação dos sensores de pH. A formação de biofilme ou a deposição de sedimentos por sobre o sensor deteriora a permeabilidade da membrana, impedindo a leitura. Em ambos os casos, a possibilidade de dano permanente ao sensor é elevada, principalmente se o equipamento é deixado desatendido por algum tempo (RADTKE et al, 1998). MEDIDORES DE VAZÃO Utilizado para a medição de vazão de líquidos limpos em tubulações fechadas sem que ocorra qualquer contato físico entre o medidor e o meio medido. A medição é baseada no princípio de tempo de trânsito: dois transdutores que são acoplados na parede externa do tubo emitem e recebem pulsos de ultrassom. O tempo de trajeto destes pulsos é analisado por um circuito eletrônico microprocessado que efetuará o cálculo da vazão instantânea. TRANSMISSÃO DE DADOS Na transmissão de dados, de acordo com DILLENBURG, M. R. (2003), o Serviço de Rádio de Pacote Geral (GPRS) cria uma rede de pacotes sobre a rede de telefonia celular GSM para o envio e recepção de dados via protocolo TCP/IP, por exemplo. Neste sistema de comutação de pacotes, um canal de rádio só é utilizado quando o usuário está efetivamente 77 enviando ou recebendo dados, ficando o canal livre para outros usuários do serviço que compartilham o mesmo canal. Este uso eficiente dos canais de rádio permite que um grande número de usuários utilize o sistema em uma mesma célula. O sistema oferece benefícios importantes em aplicações de telemetria: • Rápida conexão: o sistema remoto tem conexão praticamente instantânea ao serviço. O sistema, mesmo quando desconectado, aparenta estar sempre conectado (Always on) pelo rápido restabelecimento da conexão. • Tarifação por tráfego: as operadoras usualmente tarifam o serviço pelo volume de dados transportado. Aplicações de telemetria tipicamente são de baixo tráfego, resultando em uma tarifa mensal bastante reduzida. • Velocidade: a velocidade teórica máxima do sistema é 171,2 kbps (kilobits por segundo). A operação nesta velocidade é muito improvável, sendo típicas conexões entre 30 e 56 kbps, que para a maior parte das aplicações de telemetria é muito mais do que suficiente. • Integração com internet: uma vez estabelecida a conexão GPRS, o dispositivo remoto tem acesso pleno à Internet e todos os serviços associados – HTTP (Hyper Text Transport Protocol), FTP (File Transfer Protocol), email, telnet – sem necessidade de provedor. A rede GPRS pode ser entendida como uma sub-rede da Internet, utilizando os mesmos protocolos. DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS Há diversos fornecedores de modems GPRS no mercado, e grande número de aplicações de sucesso, especialmente na Europa. Algumas limitações importantes devem ser destacadas: • Cobertura do serviço: atualmente as operadoras GSM no Brasil oferecem o serviço GPRS em todas as áreas em que o sistema de voz GSM está em operação. O roaming entre as operadoras para o serviço GPRS ainda não está disponível, o que pode criar dificuldades em sistemas móveis interestaduais. O sistema GSM ainda não tem boa cobertura fora dos grandes centros urbanos. A rápida expansão das operadoras GSM no país deve modificar este quadro em curto prazo. • Origem da conexão: apesar de tecnicamente possível, é muito difícil que as operadoras de celular disponibilizem endereços IP fixos e válidos para as unidades remotas de telemetria 78 por GPRS, o que permitiria conexão entrante, ou seja, a unidade remota ser o destino de uma conexão originada de algum ponto da Internet. Os sistemas de telemetria baseados em GPRS devem se basear em conexões originadas pela unidade remota. Esta é uma questão apenas de iniciativa de conexão, visto que uma vez estabelecida, a troca de dados é bidirecional. A tarifação por tráfego e a rápida conexão permitem que a unidade remota se mantenha sempre conectada ou se conecte a intervalos curtos. • Custo do modem GPRS: o modem GPRS tem um custo equivalente ao de um bom aparelho celular GSM, o que pode ser um limitante na aplicação da tecnologia na medição de serviços ou sistemas de baixo valor. Para o levantamento de dados com a empresa Mizumo, utilizou-se como amostra relatórios do setor de pós-vendas do período de 01/02/2011 a 08/07/2011. Foram listadas todas as ocorrências de problemas registrados nos relatórios numa planilha de Excel abrangendo 136 clientes e 727 ocorrências. Cada ocorrência foi classificada por setor responsável, por tipo de manutenção (corretivo ou preventivo) e por contrato de manutenção. Os problemas identificados nas estações que tem sua origem em erros do setor de projeto, produção e instalação não são de interesse para o sistema de telemetria, visto que esses problemas são provenientes dos processos internos da Mizumo e que podem ser identificados e corrigidos antes da entrega do produto. O sistema de telemetria visa reduzir o desperdício de recursos financeiros com manutenção desnecessária. Para refinamento dos dados, foram eliminadas as ocorrências por manutenção preventiva, pois essas manutenções são obrigatórias, devendo ser realizadas periodicamente para o bom funcionamento da ETE, constando no manual de operação. A classificação dos problemas por contrato de manutenção tem a finalidade de analisar a necessidade do sistema de telemetria. Clientes com contrato de manutenção têm suas ETEs monitoradas periodicamente por um técnico; já os clientes sem contrato de manutenção não possuem um técnico à disposição, que é chamado apenas emergencialmente, quando a sua ETE para de funcionar. Deste modo, comparando o número de ocorrências de problemas entre clientes com e sem contrato de manutenção, verificamos se há ou não a necessidade do monitoramento das ETEs por telemetria. Abaixo, segue Tabela 1 com os dados agrupados por setor responsável, mostrando as ocorrências por cliente com contrato, sem contrato e total. 79 TABELA 1. Número de ocorrências por setor. Grupo Com contrato Sem contrato Total ocorrências Percentil Manutenção 84 295 384 52,82% Produção/qualidade 21 33 54 7,43% Projeto 68 105 177 24,35% instalação 20 15 37 5,09% Cliente 42 33 75 10,32% Total 235 481 727 100,00% Com base nos dados coletados, foram realizadas reuniões com integrantes dos setores envolvidos da Mizumo para a identificação dos problemas mais críticos e os sensores existentes no mercado que possam detectar tais problemas. Nesse novo refinamento dos dados, obtivemos a Tabela 2, onde somente analisamos ocorrências que possam ser evitadas por telemetria: TABELA 2. Tipos de ocorrências classificadas por sensor Com Sem Total contrato contrato ocorrências OD 0 31 31 Falta de cloro na etapa de desinfecção Cloro 0 11 11 Excesso de contribuição no sistema Vazão 4 0 4 EE 1 2 3 Ph 2 1 3 Disjuntor da bomba da eee desarmado EE 2 0 2 Registro de aeração desregulado OD 1 1 2 Efluente final com cor escura Ph 2 0 2 Descrição Sensor Reator aeróbio saturado Cabeamento da eee fechando curtocircuito Presença de produtos químicos no sistema 80 TABELA 2. Tipos de ocorrências classificadas por sensor. Continua... Com Sem Total contrato contrato ocorrências Ph 0 2 2 Vazão 0 2 2 Cloro 0 1 1 Cloro 0 1 1 Disjuntor da bomba da eee queimado EE 1 0 1 Fiação da eee rompida EE 1 0 1 Motor do soprador travado OD 0 1 1 Reator aeróbio vazio OD 0 1 1 Odor de produtos químicos Ph 0 1 1 Saída de efluente acinzentado Ph 0 1 1 Descrição Sensor Saída de efluente com espuma Falta de contribuição no sistema (provável entupimento na rede) Sistema de desinfecção inoperante Tanque de desinfecção com carga orgânica Os parâmetros definidos para monitoração foram cloro residual, oxigênio dissolvido, ph e vazão. Com a definição de quais parâmetros a monitorar em estações de tratamento de esgoto, foi solicitado a empresas de automação industrial orçamentos de implementação do projeto. Os pedidos de orçamento foram realizados por e-mail. Foi enviado um diagrama para demonstração do posicionamento dos sensores na ETE (Figura 2) e foi especificado que a transferência dos dados coletados seria via internet por conexão GPRS. A Tabela 3 mostra o orçamento de forma resumida da empresa A. TABELA 3. Orçamento do sistema de telemetria pela empresa A Item Sensor de OD Sensor de vazão Sensor de Cloro com pH Datalogger e modem GPRS Valor (R$) 11.620,51 5.100,00 15.607,00 7.000,00 Instalação 10.480,00 Total 49.816,51 81 RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Figura 3 demonstra o número de ocorrências por setor e por contrato de manutenção. Através do gráfico, é possível observar a diferença de ocorrências de problemas entre um cliente com contrato de manutenção e um sem contrato, justificando a necessidade de monitoramento das ETEs. FIGURA 3. Demonstrativo quantitativo de ocorrências por setor. Ocorrências por setor 500 Nº Ocorrências 400 300 200 100 0 Manutenção Produção Qualidade Com contrato Projeto Sem contrato Instalação Cliente Total ocorências Neste estudo foi visto que o custo em manutenção de clientes sem contrato é muito maior do que os clientes com contrato, isto devido ao descaso com a conservação da ETE; conforme mostrado nas figuras 4 e 5. Clientes com contratos de manutenção tendem a solicitar maior assistência junto a Mizumo. 82 FIGURA 4. Número de ocorrências por contrato de manutenção. Número de ocorrências 20% Com contrato Sem contrato 80% FIGURA 5. Custo total em ocorrências, por contrato de manutenção. Custo de ocorrências R$160.000,00 R$140.000,00 R$120.000,00 R$100.000,00 Custo com contrato R$80.000,00 Custo sem contrato R$60.000,00 R$40.000,00 R$20.000,00 R$Custo com contrato Custo sem contrato Os parâmetros monitorados tem objetivo de cobrir diretamente e indiretamente ocorrências nos setores de manutenção e cliente. Por exemplo, “Reator aeróbio saturado”. Não são cobertos pela telemetria, por exemplo, ocorrência de “Lâmpada ultravioleta danificada”. 83 Através da Tabela 2, foi realizado um estudo de custos envolvidos atualmente para a manutenção das ocorrências listadas na tabela 4: TABELA 4. Custo individual por tipo de ocorrência. Descrição Custo Grupo Sensor Manutenção OD R$ 2.837,10 Projeto EE R$ 2.420,60 Manutenção Cloro R$ 1.650,00 Cliente Vazão R$ 5.364,93 Manutenção EE R$ 2.570,70 Cliente Ph R$ 1.750,00 Bomba dosadora de cloro desregulada Instalação Cloro R$ 2.677,00 Disjuntor da bomba da EEE desarmado Cliente EE R$ 1.650,00 Registro de aeração desregulado Cliente OD R$ 4.958,40 Efluente final com cor escura Cliente Ph R$ 1.750,00 Saída de efluente com espuma Cliente Ph R$ 1.866,40 Cliente Vazão R$ 875,00 Sistema de desinfecção inoperante Manutenção Cloro R$ 875,00 Tanque de desinfecção com carga orgânica Manutenção Cloro R$ 1.650,00 Disjuntor da bomba da EEE queimado Manutenção EE R$ 5.903,54 Fiação da EEE rompida Manutenção EE R$ 2.570,70 Motor do soprador travado Manutenção OD R$ 400,00 Reator aeróbio vazio Manutenção OD R$ 22.000,00 Odor de produtos químicos Cliente Ph R$ 1.866,40 Saída de efluente acinzentado Cliente Ph R$ 959,32 Reator aeróbio saturado Bomba da EEE com defeito Falta de cloro na etapa de desinfecção Excesso de contribuição no sistema Cabeamento da EEE fechando curto-circuito Presença de produtos químicos no sistema Falta de contribuição no sistema (provável entupimento na rede) individual Foram relacionados os problemas encontrados com o sensor correspondente, assim foi possível analisar quais gastos poderiam ser evitados através do monitoramento. O intervalo de coleta dos dados na Tabela 4 é o mesmo citado anteriormente. Os investimentos de equipamentos considerando apenas o orçamento da empresa A é de R$ 49.816,51. Esses equipamentos instalados na ETE tornam possível seu monitoramento remoto. 84 Foram estudados os gastos em manutenção nos setores de manutenção e cliente em 26 clientes da Mizumo, foram descartadas as ocorrências de caráter preventivas e preditivas, ou seja, somente foram consideradas as corretivas. Para o cálculo do payback do sistema de telemetria para um cliente foi utilizado o seguinte método: foi somado o levantamento dos custos de manutenção de ocorrências nesses clientes dentro de um período de 5 meses, total de R$ 198.946,48 no período de coleta de dados. Esse resultado total foi dividido por 5 meses, para se obter o custo por mês dos 26 clientes já que as ocorrências mensais são aleatórias, resultado de R$ 39.789,30 por mês. Em seguida foi realizada a divisão do resultado encontrado acima pelo número de clientes amostrados, assim foi obtido o gasto mensal por cliente de R$ 1.530,36. Logo, o custo total de investimento do sistema de telemetria foi dividido pelo gasto mensal em ocorrências mensal por cliente, obtendo-se como resultado o número de meses necessários para o payback do sistema de telemetria, resultando em 36 meses. Neste estudo existem alguns critérios imponderáveis como benefícios ao meio ambiente, pois as ações corretivas serão reduzidas. Redução do risco de infringir as leis ambientais que podem acarretar em multas. CONCLUSÕES Por meio dos dados levantados e correlações observou-se que a telemetria aplicada a estação de tratamento de esgoto pode ser um diferencial em prestação de serviços, com a análise dos orçamentos e comparativos com as despesas ocasionadas por manutenção nas ETEs. O período de payback é considerado longo segundo classificação de MOTTA e CALÔBA (2006), porém pode ser reduzido com solução de menor custo. Ainda assim, o sistema possui vantagens, redução do número de ocorrências corretivas, aumento eficiência nos processos de atendimento ao cliente. Porém é necessário realizar novas amostragens de dados para uma melhor classificação e incluir mais tomadas de preços de sistema. 85 REFERÊNCIAS CASAROTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão e estratégia empresarial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1994. DILLENBURG, M. R. Alternativas de aplicação do serviço GPRS da rede celular GSM em telemetria pela internet. Revista InTech, número 56. São Paulo: 2003. L-3 COMMUNICATIONS TELEMETRY & INSTRUMENTATION. Telemetry Tutorial. Disponível em: <http://www.tw.l-3com.com/tutorial/telemetry_tutorial.pdf>. Acesso em: 20/06/2012. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisas bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MANFRINI, C. (1974). Técnicas de cloração. In: AZEVEDO NETTO, J. M. (COORD). Desinfecção de águas, p 210, São Paulo: CETESB. MARTINS, E.;ASSAF NETO, A. Administração Financeira, As finanças das Empresas sob Condições Inflacionárias. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1989, 559p. MOTTA, R. R.; CALÔBA, G. M. Análise de Investimentos Tomada de Decisão em Projetos Industriais. Editora Atlas, São Paulo, 391p, 2006. OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1999. RADTKE, D.B., Busenberg, E. WILDE, F.D., Kurklin, J.K.; pH in: Techniques of WaterResources Investigations of the United States Geological Survey – Book9, 6-4, Collection of Water Data by Direct Measurement. USGS, 2003. Disponível em: 86 <http://water.usgs.gov/owq/FieldManual/Chapter6/Archive/Section6.4.pdf>, Acesso em: 18/08/2012. RADTKE, D.B., WHITE, A.F., DAVIS, J.V., WILDE, F.D. Dissoved Oxigen in: Techniques of Water-Resources Investigations of the United States Geological Survey – Book 9, 6-2, Collection of Water Data by Direct Measurement. USGS, 1998. Disponível em: <http://water.usgs.gov/owq/FieldManual/Chapter6/Archive/Section6.2.pdf>, Acessao em: 18/08/2012. VERAS, L. L. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras, aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica, 300 exercícios resolvidos e propostos com respostas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. 87 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE NEMATOIDES EM ÁREA DE CULTIVO DE GRÃOS NA FUNDAÇÃO SHUNJI NISHIMURA DE TECNOLOGIA Carlos Eduardo M. Otoboni1, Leandro Henrique S. Reis2, Rodrigo Pereira2. 1 Eng. Agrônomo, Doutor, Professor, Fatec Pompéia, Pompéia – SP, E-mail: [email protected] 2 Discente, Fatec Pompéia, Pompéia - SP RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo o estudo da distribuição espacial dos fitonematoides no campo experimental da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia onde está localizado o campus da FATEC Pompéia-SP, em área cultivada com milho. No trabalho foram coletadas as amostras em uma grade regular de 50 x 50 m, processados no laboratório da própria Fundação e interpolados pelo inverso da distância e por krigagem para o estudo de sua distribuição espacial. Como se trata da época de pré-plantio da cultura, somente os dados de solo foram analisados. Os resultados mostraram a ocorrência de membros nos mapas, mostrando a localização de nematoides na área. PALAVRAS-CHAVE: Agricultura de Precisão, Manejo, Fitossanidade. SPATIAL DISTRIBUTION OF NEMATODES IN GRAIN GROWING AREA IN THE FOUNDATION SHUNJI NISHIMURA TECHNOLOGY ABSTRACT: The present study aimed to study the spatial distribution of nematodes in the field of annual crop of Shunji Nishimura Technology Foundation in FATEC Pompeia-SP. In this area samples were collected in a regular grid of 50 x 50 m, processed in the Nematology laboratorie and interpolated by kriging to study their spatial distribution. Since this is the season before planting the crop, only the soil data were analyzed. The results showed the occurrence of site on the maps showing the location of nematodes in the area. KEYWORDS: Precision Agriculture, Cultivation, Plant Protection. 88 INTRODUÇÃO Os nematoides são vermes extremamente pequenos (microscópicos) e translúcidos que estão entre os mais abundantes animais da Terra e possuem diversos hábitos alimentares e diferentes papeis ecológicos no solo (YEATES et al., 1993). Causam perdas na produção, que variam de suaves até a destruição total. O grau de danos depende da susceptibilidade da cultura, das condições ambientais, da presença de outros patógenos, que podem interagir com os nematoides, e da densidade populacional desses patógenos (TIHOHOD, 1993, citado por COSTA et. al., 2001). No caso dos Pratylenchus os danos causados são lesões na região do parênquima cortical das raízes daí a origem ao nome de “nematoides das lesões radiculares (“lesion” ou “meadow”) (LORDELLO, 1988). Essas lesões radiculares evoluem para podridões e necroses do sistema radicular das plantas hospedeiras e os demais sintomas são causados por outros organismos patogênicos, como bactérias e fungos que penetram nesses locais lesionados (ALVES, 2008, citado por ESPÍNDOLA e MINARÉ, 2010). Um exemplo é a soja, que é uma das principais culturas de hoje no Brasil. Pois existem quatro gêneros de nematoides que atacam com frequência a cultura da soja, que seriam eles: Pratylenchus spp., Heterodera glycines, Meloidogyne spp. e Rotylenchulus reniformis (DIAS et al., 2010a). Meloidogyne enterolobii (sin. M. mayaguensis, Hunt & Handoo, 2009 citado por Dias et al., 2010b) tornou-se, nos últimos 20 anos, o principal problema fitossanitário da cultura da goiabeira no Brasil. Devido à ampla lista de hospedeiros e grande potencial de disseminação, M. enterolobii e M. ethiopica constituem ameaças a várias culturas de interesse econômico no Brasil. No caso da soja, a ameaça é ainda maior, pois a cultura está distribuída por quase todo o país (DIAS et al., 2007). As plantas daninhas assumem grande importância quando atuam como hospedeiras alternativas de pragas, moléstias e nematoides. No caso de nematoides, as plantas daninhas praticamente inviabilizam os programas de controle pela rotação com culturas não susceptíveis. Para ilustrar, apenas para o Meloidogyne javanica, só no Brasil já foram relatadas 57 espécies de plantas daninhas que atuam como hospedeiras alternativas. Dentre elas destacam-se espécies de ampla e generalizada ocorrência nos ambientes agrícolas do Brasil como Brachiaria plantaginea, Digitaria adscendens, Eleusine indica, Bidens pilosa e outras (PITELLI, 1987). 89 Apesar das plantas invasoras não serem desejadas pelos produtores no pré-plantio, elas estão sempre presentes nas áreas de cultivo pelo fato da existência de um banco de sementes presentes no solo. Isso pode causar problemas fitossanitários e um desses problemas fica na área nematológica. Essas plantas indesejáveis podem servir como hospedeiras de nematoides, aumentando sua população e fazendo com que após a emergência das culturas, esses vermes os atacam, causando lesões nos sistemas radiculares dessas culturas e por consequência a baixa produtividade no campo ou até a morte das plantas. Por outro lado, embora sejam hospedeiros estas são mal multiplicadoras dos nematoides (DIAS et al., 2012). Neste projeto o objetivo foi fazer a investigação de nematoides na área de grãos da Fundação Shunji Nishimura de tecnologia, no solo, para ser identificados o quanto de nematoides estão presentes na área e qual é a sua distribuição espacial. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi conduzido no campo experimental da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia em Pompéia – SP em 2011. Pontos georreferenciados foram colocados em um mapa da área de estudo com o datum SAD 69. O mapa foi feito com um aparelho receptor GPS Garmin e-trex vista. Após a demarcação da área com o receptor, pontos de coleta das amostras foram padronizados em grid a uma distância de 2.500 m2 uma da outra. As amostras foram coletadas com uma enxada e rapidamente colocadas em sacos plásticos para que as amostras não fossem prejudicadas com a morte dos nematoides. Cada amostra possuindo quatro sub amostras a uma profundidade de aproximadamente 20 cm. As amostras foram processadas no laboratório de nematologia da própria Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. Primeiramente foi feita a extração dos nematoides existentes no solo utilizando a centrifugação com solução de sacarose (JENKINS, 1964). Depois foram feitas as extrações dos nematoides das raízes das plantas com a trituração e em seguida a centrifugação também utilizando sacarose (COOLEN & D’HERDE, 1972). Após as extrações, foram colocadas em uma lâmina para a contagem em um microscópio dos vermes existentes na área e posteriormente, elaborado um mapa georreferenciado de infestação em um SIG (Sistema de Informação Geográfica). 90 Segundo Worboys, 1995, o SIG é um sistema de informações baseado em computador que permite a captura, modelagem, manipulação, recuperação, análise e apresentação de dados georreferenciados. O software utilizado para a geração dos mapas de infestação e aplicação foi o Falker Map Plus ®. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os métodos utilizados hoje para a análise da estrutura espacial de organismos do solo, geralmente são por médias, não podendo identificar a real situação em cada ponto amostrado. Porém a análise de um variograma permite determinar se há a correlação entre um ponto e outro. Se houver correlação espacial, pode ser feito a krigagem para a estimativa de pontos não amostrados (ROSSI, LAVELLE e TONDOH,1995). Neste trabalho foi feita a análise geoestatística para o mapeamento da área. Para saber se as interpolações estão corretas, é necessário conhecer o ambiente em que se está trabalhando, pois, segundo Ortiz et al., (2007), os nematoides de galhas possuem correlação com a condutividade elétrica, podendo daí definir zonas de manejo. Esta correlação tem a ver com a textura do solo, pois, em solos com texturas mais grossas podem ocorrer o aumento da densidade populacional dos nematoides-de-galhas (ORTIZ et al., 2010). Para a área de milho trabalhada, foram consideradas nematoides chaves o Meloidogyne spp. e Pratylenchus spp. encontrados na área. Entre eles outros nematoides foram encontrados no local e foram calculadas a porcentagem de ocorrência nas amostras de solo que são eles: 81,8% de Meloidogyne spp., 95.45% de Pratylenchus spp., 47,72% de Hemicycliophra sp., 79,54% de Trichodorus sp., 61,36% de Mesocriconema sp., 36,36% de Helicothylenchus sp., 18,18% de Xiphinema sp., 18,18% de Rotylenchulus sp. e 18,18% de Tylenchorhynchus sp, (Tabela 1). Como mostra a Tabela 1, as populações de Pratylenchus variou entre 0 e 264 e de Meloidogyne entre 0 e 236 nas amostras coletadas, porém, para o controle de nematoides segundo DuPont Pioneer adaptado por Koenning (2007) para o controle de Meloidogyne abaixo de 150 nematoides em 100 cc de solo é considerado quantidade baixa para o controle enquanto para o Pratylenchus acima de 50 nematoides já é recomendado o controle dos vermes. 91 Com os dados coletados e as análises geoestatísticas foi possível gerar o mapa de manejo de nematoides como mostram as Figuras 1, 2 e 3 com os locais para manejo onde, nas manchas vermelhas, que ocupa 1,69% da área, deve-se fazer o controle para Meloidogyne e nas manchas amareladas, que ocupa 30,46%, para o controle para Pratylenchus e nas outras 67,85% da área, não foi recomendado o manejo para os nematoides. Nota-se nos mapas gerados que a distribuição espacial dos nematoides são de forma agregadas, pois possuem suas reboleiras localizadas. TABELA 1. Gêneros de nematoides encontrados nas amostras de solo da área de culturas anuais da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. Amostras A B C D E F G H I 1 8 8 0 20 0 0 0 0 0 2 4 48 24 16 8 0 0 0 8 3 124 112 0 4 4 8 0 20 32 4 12 24 4 8 0 8 0 0 4 5 56 20 4 8 8 4 0 0 0 6 0 76 0 40 0 4 0 0 0 7 0 52 4 72 12 4 12 0 0 8 36 28 36 16 12 0 0 0 0 9 20 80 40 12 12 0 0 0 0 10 16 184 52 16 8 0 0 0 8 11 8 112 100 40 12 0 0 0 0 12 0 264 0 28 32 0 0 0 0 13 8 8 0 40 4 8 0 4 0 14 8 0 0 8 0 12 0 0 0 15 208 24 8 4 4 4 0 48 0 16 52 28 0 12 0 0 0 0 0 92 TABELA 1. Gêneros de nematoides encontrados nas amostras de solo da área de culturas anuais da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. Continua... Amostras A B C D E F G H I 17 116 76 88 8 0 24 0 0 0 18 0 8 0 12 28 0 0 0 236 19 8 84 0 36 4 0 0 0 12 20 64 20 0 24 28 0 0 12 120 21 12 56 0 32 0 0 0 0 0 22 4 8 0 8 0 0 0 0 0 23 8 68 68 20 20 0 0 0 0 24 4 24 0 16 4 0 0 0 0 25 20 16 0 52 0 0 0 0 0 26 84 84 40 88 36 0 0 0 0 27 0 12 0 0 0 4 4 0 0 28 32 16 140 68 4 0 0 0 0 29 64 68 48 0 4 40 0 4 0 30 20 4 0 0 0 4 0 0 0 31 8 12 0 0 0 0 0 0 0 32 236 8 188 4 8 0 0 0 0 33 132 8 132 4 8 0 0 0 0 34 8 40 8 0 0 0 4 0 0 35 8 80 8 0 0 0 4 0 0 36 0 104 0 12 52 0 4 0 0 37 0 0 0 0 0 0 0 0 0 38 4 4 0 0 0 0 0 0 0 39 4 8 0 0 4 0 0 0 0 40 76 8 8 4 20 0 0 0 12 41 0 16 0 4 0 8 0 0 0 42 40 16 8 20 4 12 16 12 0 43 80 8 4 24 4 8 12 8 0 44 92 4 0 28 8 4 8 8 0 % 81,8 95,45 47,72 79,54 61,36 36,36 18,18 18,18 18,18 A = Meloidogyne; B = Pratylenchus; C = Hemicycliophra; D = Trichodorus; E = Mesocriconema; F = Helicothylenchus; G = Xiphinema; H = Rotylenchulus; I = Tylenchorhynchus. 93 FIGURA 1. Mapa de infestação de Meloidogyne 94 FIGURA 2. Mapa de infestação de Pratylenchus 95 FIGURA 3. Mapa de manejo de Meloidogyne e Pratylenchus CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos foi possível a definição de áreas de manejo localizado dos nematoides Meloidogyne sp. e Pratylenchus spp. 96 REFERÊNCIAS ALVES, T.C.U. Reação de cultivares de soja ao nematóide das lesões radiculares Pratylenchus brachyurus. Monografia (Pós-graduação em Agricultura Tropical) Universidade Federal de Mato Grosso - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. 2008. COOLEN, W.A.; D’HERDE, C.J. A method for the quantitative extraction of nematodes from plant tissue. Ghent: Nematology and Entomology Research Station, p.77. 1972. COSTA, M.J.N. da; et. al., Nematoides em plantas ornamentais. Ciênc. agrotec., Lavras, v.25, n.5, p. 1127-1132, set./out., 2001. DIAS W. et al. Rotação de culturas para o manejo de nematoide das lesões radiculares em soja. In: XXX Congresso Brasileiro de Nematologia. Uberlândia – MG. P.88 – 93. 2012. DIAS, W. et al. 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Portanto o objetivo deste trabalho foi descrever a distribuição espacial do banco de sementes de plantas daninhas. Os dados foram obtidos através da coleta de amostras de solo com dimensões de 400 cm²e 5 cm de profundidade em pontos georreferenciados. As amostras de solo foram acondicionadas em bandejas plásticas dando-se as condições ideais para a germinação das sementes. No experimento foram detectadas doze espécies em nove famílias, porém apenas cinco espécies resultaram em mapas, pois as outras espécies estavam presentes em no máximo 6 das 96 subamostras o que inviabilizou a criação destes mapas, os mapas foram interpolados pelo inverso do quadrado da distância. Com os resultados observou-se a variabilidade espacial caracterizada por uma grande intensidade de plantas daninhas em poucos pontos da lavoura. PALAVRAS-CHAVE: Agricultura de Precisão.Inverso da distância. Aplicação à taxa variável. RESEARCH OF SPATIAL VARIABILITY OF SEED BANK OF WEEDS IN AREA WITH CORN CROP ABSTRACT: It is important to identify weed density and position in an agriculture field to give suitable information to the management. Therefore the objective of this research was to describe the spatial distribution of seed bank of weeds. The samples were composed of soil samples, and the size of the samples was of 400 cm² and 5 cm deep in georeferenced points. The samples of soil were conditioned in plastic trays to provide ideal conditions for seed germination. In the experiment twelve species and nine families were detected, but only five species resulted in maps, because other species were present in at most 6from 96 subsamples which prevented the creation of these maps, the maps were interpolated by Inverse Distance Weight. And in the results has been found espatial variability characterized by an intensive quantity of weed only in some parts of the field. KEYWORDS:Precision Agriculture. Inverse Distance Weight.variable rate application. 99 INTRODUÇÃO A infestação de plantas daninhas em uma área de produção agrícola pode causar sérios prejuízos aos produtores, e consequentemente às indústrias. Para evitar essas perdas e assim suprir a demanda por alimentos e energia o uso de agroquímicos na agricultura é uma prática indispensável. No entanto este método de controle a carreta em alguns malefícios, como os resíduos que estes produtos deixam no meio ambiente. Além de que a aplicação excessiva ou insuficiente deste insumo pode resultar em problemas agronômicos, como perda na produtividade. Isto ocorre porque os agricultores se utilizam de estratégias de manejo que consideram homogênea toda a área agrícola, levando em consideração a infestação média destas plantas SHIRATSUSHI (2001) citado por SARTORI(2009). Porém a distribuição espacial dessas plantas não é uniforme, portanto um gerenciamento localizado pode diminuir o impacto ambiental e os gastos com herbicidas. MIRANDA (1999) citado por STAHELIN et al. (2009), diz que a agricultura de precisão tem como fundamento a obtenção de um conhecimento espacial preciso da atividade agrícola, envolvendo processos complexos, frequentemente baseados no uso de dados obtidos com auxilio de satélites. Para tanto é necessário à elaboração de mapas que representem a distribuição espacial destas plantas daninhas dentro da área de produção. Uma das formas de gerar esses mapas é através do banco de sementes existente nessa área, prevendo assim a potencial infestação destas plantas nos próximos ciclos produtivos. De acordo com CARMONA (1992) citado por STAHELIN(2009)o banco de sementes é uma reserva de sementes viáveis no solo. A variabilidade e a densidade de espécies de um povoamento de sementes no solo, em um dado momento, são o resultado do balanço entre entrada de novas sementes e perda por germinação, deteriorização, parasitismo, predação e transporte. Este trabalho objetivou investigar a variabilidade espacial através da criação e levantamento de mapas referentes ao banco de sementes de plantas daninhas no campo experimental da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FATEC) em Pompeia-SP. 100 MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da FATEC Shunji Nishimura na cidade de Pompeia na região centro-oeste do estado de São Paulo. A área do campo experimental onde foram retiradas as amostras de solo possui um total de 11,5 hectares e o solo apresenta as seguintes características de acordo com a Tabela 1: TABELA 1. Fertilidade do solo da área experimental da FATEC Pompeia 2012. pH (CaCl2) MO (g/dm³) P (mg/dm³) K(mmol/dm³) CA (mmol/dm³) Mg (mmol/dm³) 5,2 8 29,5 1,77 13,92 4 No histórico da área o método de manejo utilizado era apenas o mecânico até o ano de 2011, sendo que o último controle fitossanitário antes das amostragens serem realizadas foi feito no dia 10 de dezembro de 2011, este controle realizou-se vinte dias após a semeadura do milho, que estava implantado em toda a área, neste controle foram aplicados um herbicida sistêmico de absorção foliar destinado a combater as infestantes anuais (Roundup), um herbicida seletivo de ação sistêmica indicado para o controle pós-emergente de plantas daninhas na cultura do milho (Callisto), Óleo Mineral e um Espalhante Adesivo. O milho foi colhido em julho e as amostragens se iniciaram neste mesmo período. As coordenadas do contorno da área foram levantadas com um receptor GPS Garmin Etrex Vista, e a grade amostral foi gerada com o auxilio do software Falker, resultando em um total de 46 pontos amostrais, conforme a Figura 1. Em cada ponto foram retiradas duas subamostras com um espaçamento de 1 metro entre estas, em que as dimensões de cada sub amostras foram de 400 cm² e 5 cm de profundidade. Todas as 92 duas amostras receberam uma identificação referente às coordenadas dos pontos amostrais, foram acondicionadas em bandejas de isopor perfuradas, e então foram colocadas em uma estufa onde receberam condições ideais para a germinação e doses de irrigação conforme se constatava a necessidade. 101 FIGURA 1. Contorno e grade amostral da área experimental da FATEC Pompeia 2012. Conforme iam emergindo, as plantas eram contadas e classificadas com o auxilio de PLANTAS DANINHAS DO BRASIL (2008) e MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS (2006), e então retiradas da bandeja. Para a elaboração dos mapas utilizamos apenas as plantas que apareceram em pelo menos 20% do total de amostras. Os resultados obtidos foram analisados retirando-se os dados discrepantes, para enfim serem interpolados pelo método do Inverso da distância através do software Falker, objetivando-se conseguir os mapas com os níveis de infestação. 102 RESULTADOS E DISCUSSÃO As plantas daninhas identificadas no levantamento fitossociológico do experimento na Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia foram de doze espécies em nove famílias, conforme apresentado na Tabela2. TABELA 1. Espécies e família das plantas presentes na área. Nome Popular Nome Cientifico Família Tirica Cyperuse sculentus Cypreaceae Nabo Forrageiro Raphanus raphanistrun Crucífera Trapoeraba Commelina erecta Commelinaceae Capim Colonião Panicum maximum Panicum Macela Gnaphalim coarctatum Asteraceae Buva Coyzabona riensis Asteraceae Caruru Amaranthus hybridus Amaranthaceae Pé de Galinha Eleusine indica Gramineae Picão Branco Galinsoga parviflora Compositae Poaia Spermaco celatifolia Rubeaceae Capim Colchão Digitaria sanguinalis Gramineae Brachiaria plantaginea Gramineae Capim Marmelada Porém para composição dos mapas foram utilizadas apenas cinco dessas espécies, que foram as plantas que demonstraram maior predomínio na área e representam maior importância na agricultura, e são estas: Tiririca (Cyperus esculentus), Nabo forrageiro (Raphanus raphanistrun), Trapoeraba (Commelina erecta), Capim Colonião (Panicum maximum), e a Buva (Coyzabonariensis). Atiririca destaca-se como uma das plantas daninhas mais importantes, em virtude dos prejuízos que causa em diversas culturas e por apresentar eficiente sistema de reprodução vegetativa (ARRUDA, 2005). Analisando a Figura 2 é possível observar que no mapa a espécie está presente em toda a área, tendo alguns pontos com maior intensidade de ocorrência. Associando diferentes práticas de manejo às informações disponibilizadas por 103 esse levantamento é possível obter menor custo e maior eficácia no combate a essa planta daninha. O Nabo forrageiro é uma planta importante para a rotação de cultura, pois possui uma raiz profunda com grande capacidade de reciclar nutrientes como fósforo e nitrogênio, além de produzir bastante palhada favorecendo a prática do plantio direto. Porém por ser uma espécie com bastante vigor, sua permanência na área através do banco de sementes será prejudicial à cultura do próximo ciclo, por acarretar em uma disputa por nutrientes com essa planta. Assim, o mapa da Figura 3 se torna uma ferramenta muito útil na prevenção desta possível causa de perda na produtividade. A trapoeraba é uma das mais importantes plantas daninhas no Brasil. Segundo RONCHI et al. (2002), citado por BATISTA (2010), o controle mecânico é ineficiente devido a facilidade de propagação vegetativa da espécie, e o controle químico é limitado uma vez que a maioria dos herbicidas tem se mostrado ineficientes em aplicação única para o controle de espécies do gênero Commelina na fase adulta, com exceção do 2,4-D. Na Figura 4 se nota a presença desta planta em toda a área, porem com pouca intensidade, portanto especificamente neste caso um controle “mais preciso”, ou seja, o emprego da aplicação a taxa variável não é tão interessante, uma vez que se constata que a presença desta planta é homogênea na área e a capacidade reprodutiva da mesma é grande. O Capim colonião é uma planta que tem por característica a formação de touceiras, o que facilita o manejo por aplicação a taxa variada, sendo assim fica evidente a utilidade desta ferramenta da Agricultura de Precisão. No entanto, conforme a Figura 5 o mapa não apresenta significativa variabilidade, dificultando a identificação dessas touceiras, mas isso é explicado pelo fato de que para a elaboração deste trabalho foi utilizada uma metodologia genérica para a amostragem e elaboração dos mapas, pois para se obter resultados mais precisos deve-se elaborar um plano de amostragem e geração do mapa levando em consideração os aspectos específicos que são diferentes para cada espécie de planta infestante. Entre as características da Buva a capacidade reprodutiva é uma das principais, pois uma única planta adulta pode produzir até 200 mil sementes, isso dificulta muito o seu controle. No auxilio do manejo desta praga o conhecimento do comportamento espacial da mesma (como na Figura 6) é uma grande ferramenta na mão do produtor, pois possibilita uma ação preditiva em relação a potencial infestação, e mais eficaz uma vez que se conhecem os pontos em que há maior concentração e risco de dispersão destas sementes. 104 Importante observar que para a geração dos mapas deste trabalho a metodologia de amostragem e interpolação adotadas foram as mesmas para todas as espécies, isso explica o fato de que os resultados obtidos em alguns mapas não foram os melhores possíveis caso fossem utilizados para uma real aplicação de defensivos, neste caso deve-se levar em conta o histórico da área deduzindo-se as possíveis espécies presentes nesta área, assim de acordo com as características destas plantas realizar uma amostragem mais especifica e escolher os parâmetros de interpolação que sejam mais adequados. FIGURA 2. Mapa do banco de sementes de Cyperus esculentus na área experimental da FATEC Pompeia 2012. Obs: Plantas/m² 105 FIGURA 3. Mapa do banco de sementes do Raphanus raphanistrunna área experimental da FATEC Pompeia 2012. Obs: Plantas/m² FIGURA 4. Mapa do banco de sementes da Commelina erecta na área experimental da FATEC Pompeia 2012. Obs: Plantas/m² 106 FIGURA 5. Mapa do banco de sementes do Panicum maximum na área experimental da FATEC Pompeia 2012. Obs: Plantas/m² FIGURA 6- Mapa do banco de sementes da Coyzabona riensis na área experimental da FATEC Pompeia 2012. Obs: Plantas/m² 107 CONCLUSÃO A criação de mapas com o intuito de investigar a variabilidade da ocorrência de plantas daninhas é uma excelente ferramenta propiciada pela agricultura de precisão, pois possibilita uma intervenção localizada, sendo assim, um método de manejo bastante eficaz no controle destas plantas, diminuindo os impactos ambientais e os custos desnecessários ao produtor. REFERÊNCIAS ARRUDA, F. P. Métodos de controle de tiririca e seus efeitos no crescimento e desenvolvimento do algodoeiro herbáceo. Areia: CCA/UFPB, 2005. BATISTA, M. A. V.Eficácia de herbicidas no controle da Trapoeraba. Ribeirão Preto:XXVII Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, 2010. LORENZI, HARRI .Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 6° Edição. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2006. LORENZI, HARRI .Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 4° Edição. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. SARTORI, L. R.; GALO, M. L. B. T.; IMAI N. N. Mapeamento de plantas daninhas em cultura do café a partir de imagens multiespectrais de escalas grandes usando redes neurais artificiais. Presidente Prudente: Revista brasileira de cartografia, 2009. 166 p. STAHELIN, DIEGO et al. Distribuição espacial do banco de sementes de plantas daninhas em área de monocultura de feijão. Lages: Biotemas, 2009. 16 p. 108 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE NEMATOIDES EM ÁREA CULTIVADA COM MILHO (Zea mays L.) E ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS DE CONTROLE COM BASE EM AGRICULTURA DE PRECISÃO Carlos E. M. Otoboni1, Cláudia S. Souza2, Rafael A. Silva2 1 Eng. Agrônomo, Professor Doutor da Faculdade de Tecnologia Shunji Nishimura de Pompeia, Fone: (14) 3452 - 1294, [email protected] 2 Discente do curso Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Precisão da Faculdade de Tecnologia Shunji Nishimura de Pompeia - SP RESUMO: Os nematoides, principalmente as espécies de Meloidogyne e Pratylenchus, têm ocasionado sérios prejuízos a culturas como a soja e o milho. Visando analisar a ocorrência destes nematoides na cultura do milho, foram extraídas 18 amostras georreferenciadas de solo e raízes, para posterior identificação e contagem dos nematóides presentes e geração de mapas de ocorrência dos mesmos na área, bem como a variação temporal das populações em duas épocas diferentes de amostragem. Os seguintes nematóides foram encontrados no solo com as respectivas porcentagens de ocorrência na primeira e segunda amostragens: Trichodorus sp. (94,44% e 100%), Pratylenchus spp. (88,88% e 100%), Meloidogyne sp. (72,22% e 88,88%), Hemicycliophora sp. (83,83% e 61,11%) e Mesocriconema sp. (66,66% e 72,22%). Nas raízes foram recuperados Pratylenchus spp. em 100% das amostras e Meloidogyne sp. em 72,22%. Os mapas confeccionados para Meloidogyne e Pratylenchus mostraram reboleiras de infestação nas áreas passíveis de manejo localizado. Também se observou que houve uma pequena variação do local de ocorrência das reboleiras, da primeira para a segunda amostragem. PALAVRAS-CHAVE: Fitossanidade; Meloidogyne; Pratylenchus. SPATIAL DISTRIBUTION OF NEMATODES IN CULTIVATED AREA WITH CORN (Zea mays L.) AND ANALYSIS OF CONTROL STRATEGIES BASED ON PRECISION AGRICULTURE ABSTRACT: The nematodes, especially Meloidogyne and Pratylenchus species, have caused serious damage to crops such as soybeans and corn. To analyze the occurrence of nematodes in corn, 18 samples were extracted from georeferenced soil and roots for later identification and counting of nematode and generate maps of their occurrence in the area, as well as the temporal variation of populations in two seasons different sampling. The following nematodes were found in the soil with their respective percentages of occurrence in the first and second sampling: Trichodorus spp. (94.44% and 100%), Pratylenchus spp. (88.88% and 100%), Meloidogyne sp. (72.22% and 88.88%), Hemicycliophora sp. (83.83% and 61.11%) and 109 Mesocriconema sp. (66.66% and 72.22%). Roots were recovered Pratylenchus spp. 100% of the samples and Meloidogyne sp. at 72.22%. The maps prepared for Meloidogyne and Pratylenchus showed foci of infection in areas for localized management. It was also observed that there was a small change of place of occurrence of the foci, the first to the second sampling. KEYWORDS: Plant Protection; Meloidogyne; Pratylenchus. INTRODUÇÃO Segundo Ascoli et al. (2008), o plantio das mais diversas culturas é a base do desenvolvimento brasileiro, sendo reconhecido por outros países como um grande produtor mundial de alimentos e entre os produtos agrícolas de maior destaque está o milho. Os nematoides fitoparaitas infectam vários tipos de culturas agrícolas, causando perdas de aproximadamente 77 bilhões de dólares anualmente (RICH, 2003). Muitas vezes não se tem consciência das perdas causadas por nematoides, uma vez que são “ocultos” e os danos causados por eles são encobertos por outras causas. As espécies de nematóides que mais causam problemas na cultura do milho no Brasil são Pratylenchus zeae e P. brachyurus (SAWASAKI, 1987). Diferentemente dos nematoides das galhas e dos reniformes, Pratylenchus brachyurus é um endoparasita migrador e ocorre principalmente em regiões tropicais com discreta preferência por solos médio-arenosos (15% a 25% de argila). Na ausência de hospedeiros, P. brachyurus possui baixa capacidade de sobrevivência (menos de seis meses), porém consegue sobreviver em restos de raízes de plantas hospedeiras, o que pode explicar sua elevada ocorrência em áreas sob sistema de plantio direto ou cultivo mínimo. Também é muito comum e abundante em culturas irrigadas, pois nessa condição sempre existem plantas hospedeiras (INOMOTO, 2007). Quanto ao ataque de Meloidogyne, a penetração ocorre na região meristemática da raiz, após o estágio juvenil migra até a zona de maturação, onde induz a formação de células gigantes, que consiste no sítio de alimentação do nematóide. Este então se torna sedentário passando por três ecdises até a fase adulta. O ciclo de vida, de ovo a ovo, dura em média 110 quatro semanas e uma fêmea produz aproximadamente 500 ovos por ciclo (Cordeiro et al., 2005). Os nematoides parasitam as plantas cultivadas pelo homem há milhares de anos, mas as perdas que eles causam ficaram mais evidentes nas décadas de 1940 e 1950, com o desenvolvimento e a utilização de nematicidas fumigantes de solo, que elevaram a produtividade em razão de sua eficiência no controle desses patógenos. Em ambientes naturais e nos sistemas de cultivo orgânicos, as populações de nematóides tendem a se manter em equilíbrio com a de outros organismos (Freitas et al., 2009 ). Grandes fazendas utilizam mapas à taxa variável para fertilidade, população de plantas, etc. Deve ser possível adicionar camadas de informações sobre a incidência e severidade de várias pragas e doenças, incluindo nematoides, bem como dados agronômicos, tais como características de solo, drenagem, declividade, entre outros, uma vez que o mapa básico foi gerado. Estudos realizados por Rich mostraram que a tecnologia de taxa variável é economicamente viável e pode diminuir a quantidade de químicos (nematicidas) aplicados para o controle de nematóides com ganhos ambientais. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a ocorrência de nematóides em área cultivada com milho e avaliar a distribuição espacial destes na área em duas épocas de amostragem. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido na safrinha de milho do ano de 2011 no campo experimental da Faculdade de Tecnologia de Pompeia, pertencente à Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. Numa área de 3,36 ha, dezoito amostras georreferenciadas compostas de solo e raízes para nematoides foram coletadas em duas épocas diferentes: 1ª) no milho safrinha, na fase de enchimento de grãos; 2ª) Após três meses e meio, nos mesmos pontos, no pré-plantio de verão. Para a coleta das amostras georreferenciadas em ambas as ocasiões foi utilizado um receptor GPS da marca Garmin® configurado para atuar no sistema UTM e no Datum SAD 69. Cada amostra nematológica foi composta de 5 subamostras coletadas em pontos, num raio de uma vez a precisão do receptor GPS, que no caso foi de 3 m. Após, as amostras foram 111 encaminhadas para o laboratório de nematologia da Fundação para processamento e recuperação dos nematoides, utilizando-se as metodologias de Jenkins (1964) para a extração no solo e de Coolen e D´herde (1972) para a extração dos nematoides das raízes. Com os resultados das amostras e as coordenadas geográficas, mapas de análise foram confeccionados utilizando-se o SIG FalkerMap®, com a interpolação dos dados pelo método do Inverso da Distância ao Quadrado (IDQ). Também, mapas de tratamentos localizados foram confeccionados a partir dos mapas de infestação da segunda amostragem, ou seja, da época de pré-plantio de verão, e com base nos níveis de dano propostos por Koenning (2007) citado por DuPont/Pionner (2012). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os nematoides encontrados na área e suas infestações nas amostras são apresentados na Tabela 1. 112 TABELA 1. Gêneros de nematoides recuperados das amostras da área cultivada com milho da FSNT, no ano de 2011, na primeira (1) (solo e raízes) e segunda (2) (solo) amostragens e suas infestações nas amostras. Gêneros de nematóide encontrados em 100 cm3 de solo Am. Meloidogyne* Pratylenchus* Mesocriconema Trichodorus Hemicycliophora 1* 2 1* 2 1 2 1 2 1 2 1/C6 16/0 28 24/144 164 20 52 32 12 120 224 2/C6 40/16 120 40/268 48 8 24 20 36 116 72 3/C6 56/48 124 24/844 44 32 16 112 16 132 52 4/C6 0/0 32 24/616 28 20 0 0 8 32 28 5/C6 8/28 252 20/36 40 32 8 32 36 84 24 6/C6 12/44 8 8/264 76 0 4 20 48 72 28 7/C6 0/0 4 8/24 68 0 0 20 0 4 4 8/C6 0/20 4 0/8 128 0 0 8 12 0 0 1/C7 24/8 4 24/736 12 28 16 20 16 84 0 2/C7 24/48 36 4/372 28 8 28 120 4 48 0 3/C7 268/96 296 24/516 120 44 8 24 8 84 16 4/C7 344/12 8 24/176 40 24 28 36 4 196 0 5/C7 580/364 616 40/168 44 12 20 32 4 92 16 6/C7 132/1561 52 20/944 28 8 12 24 16 32 40 7/C7 0/8 4 40/700 12 8 4 104 8 20 0 8/C7 0/0 0 32/400 24 0 12 32 20 48 16 9/C7 4/0 0 40/60 28 0 0 28 12 0 0 10/C7 12/4 12 0/8 20 0 0 28 4 0 0 Am. – identificação da amostra * - nematoides recuperados do solo e das raízes, respectivamente, na primeira amostragem Observa-se pela tabela 1 que nematoides importantes para a cultura do milho foram detectados na área, com as seguintes porcentagens de ocorrência no solo na primeira (1) e segunda (2) amostragens, respectivamente: Trichodorus sp. – 94,44% e 100%; Pratylenchus spp. – 88,88% e 100%; Meloidogyne sp. – 72,22% e 88,88%; Hemicycliophora sp. – 83,33% e 61,11%; Mesocriconema sp. – 66,66% e 72,22%. Nas raízes, coletadas apenas na primeira amostragem, foram recuperados Pratylenchus spp. em 100% das amostras e Meloidogyne sp. 113 em 72,22%. Foram considerados nematoides chave para a área Pratylenchus e Meloidogyne. Os resultados obtidos corroboram com os observados por Carneiro et al. (2002). Embora estes nematoides tenham apresentado grande porcentagem de ocorrência nas amostras, as populações de Pratylenchus variaram de 0 a 40 juvenis no solo, na primeira amostragem e de 12 a 164 juvenis na segunda. Para Meloidogyne no solo também, a variação foi de 0 a 580 juvenis na primeira amostragem e de 0 a 616 juvenis na segunda. Nas raízes, para apenas primeira amostragem, Pratylenchus variou de 8 a 944 juvenis e Meloidogyne variou de 0 a 1.561 juvenis. Isto mostra uma grande diferença nos níveis de infestação das amostras para ambos os nematoides. Com estas variações e os dados georreferenciados, foi possível a confecção de mapas de análise indicando as áreas mais e menos infestadas (Figuras 1 e 2). Observa-se pelos mapas que as manchas de infestação para Meloidogyne, no solo e nas raízes, foram parecidas, havendo pouca variação da primeira para a segunda amostragem. Já para Pratylenchus isto não foi evidente. Tal fato pode ser explicado, pois Pratylenchus é um nematoide endoparasita migrador e Meloidogyne, endoparasita sedentário (LORDELLO, 1987). Na primeira amostragem, Meloidogyne apresentou uma baixa infestação em 64,3% da área, o que equivaleu a 2,16 ha, com menos de 50 juvenis por 100 cm3 de solo. Na segunda amostragem esta infestação caiu para 53,69%, mostrando que houve uma contribuição da infestação do solo pela população multiplicada nas raízes. Assim a área de baixa infestação caiu de 2,16 ha para 1,8 ha, havendo uma maior contribuição desta reinfestação do solo nas faixas de 50 a 100 e de 100 a 150 Meloidogyne por 100 cm³ de solo. Isto equivaleu a um aumento na área de 8,63% para 13,61%, na faixa de 50-100 e de 7,94% para 14,40% na faixa de 100-150, um aumento de 0,17 ha na primeira faixa e de 0,22 ha na segunda. Por outro lado, em apenas 4% da área este nematoide apresentou uma infestação superior a 300 juvenis por 100 cm3 de solo. No caso de Pratyelnchus spp. o mapa de infestação da primeira amostragem (Figura 2A) apresentou apenas baixa infestação na área, não sendo portanto detectadas áreas de reboleiras. Já na segunda amostragem (Figura 2B) estas áreas foram evidenciadas mostrando uma migração dos nematoides das raízes para o solo em decorrência da morte da planta de ciclo anual. Vale destacar que, segundo Inomoto (2007), estes ainda podem sobreviver em raízes mortas no solo, contribuindo para a infestação posterior do solo ao longo do tempo, como observado no mapa de solo da segunda amostragem (Figura 2B). 114 Na primeira amostragem, 100 % dos Pratylenchus recuperados estavam abaixo de 50 indivíduos. Já na segunda amostragem, mais da metade, ou seja, 63,45% dos nematoides estavam na mesma classe, o que equivaleu a 2,13 ha. Isto significa que da primeira para a segunda amostragem, este número de baixa infestação caiu 36,55 %, o que equivaleu a 1,22 ha. Além disso, 29,19% estavam entre 50 e 100 indivíduos, o que equivaleu a pouco menos de 1 ha; 7% estavam entre 100 e 150 e menos de 1% estava entre 150 e 200 indivíduos. Tratando-se das amostragens de raízes, Meloidogyne se mostrou menor infestação que Pratylenchus. Neste caso, 53,28% da área abaixo de 50 indivíduos, equivalendo a 1,8 ha e 24,92% entre 50 e 100 indivíduos, equivalendo a 0,83 ha e 13,33% acima de 300 indivíduos e, totalizando, cerca de 10% entre 100 e 300 indivíduos. Para Pratylenchus, 60% dos indivíduos se encontravam em uma quantia acima de 300 por 10 g, o que equivaleu a aproximadamente 2 ha, enquanto que 8,40% estavam abaixo de 50 indivíduos, 3,26% entre 100 e 150, 4% entre 150 e 200, 5,28% entre 200 e 250 e 9,73% entre 250 e 300 indivíduos. Relacionando ambos os gêneros, Pratylenchus houve uma ocorrência de 47,55% maior que Meloidogyne na classe acima de 300 indivíduos, o que equivaleu a 1,59 ha. Já em Meloidogyne, culminou na classe abaixo de 50 indivíduos: 53,28% da área, equivalendo a 1,79 ha. Analisando o controle de nematoides em culturas anuais, a população inicial (Pi) da área no pré-plantio foi considerada a mais importante para o estabelecimento das áreas de manejo. Assim, conforme os níveis propostos por Koenning (2007) citado por DuPont/Pionner (2012), os mapas de tratamentos localizados mostraram que, para Meloidogyne, apenas 18,3% da área deveria ser manejada e para Pratylenchus, 36,55%, podendo o manejo ser realizado com estratégias de controle, cultural, genético, físico, biológico e/ou químico (Figura 2). A soma dos mapas (Figuras 2C e 2D) indicou que 49,37% da área não precisava ser manejada, para a interpolação pelo IDQ e de 44,62% para a Krigagem. 115 FIGURA 1. Mapa de Meloidogyne nas 1ª e 2ª amostragens de solo, respectivamente; Mapa de Pratylenchus nas 1ª e 2ª amostragens de solo; Mapa de Meloidogyne na 1ª amostragem de raízes; Mapa de Pratylenchus na 1ª amostragem de raízes. 116 FIGURA 2. Mapas de controle para Meloidogyne e Pratylenchus, mapa de tratamento localizado de Meloidogyne e Pratylenchus pelos métodos Inverso da Distância ao Quadrado e Krigagem. Os mapas de tratamento localizado, tanto pelo método de Inverso da Distância ao Quadrado quanto por Krigagem mostraram que, em média, apenas 4% e 8% da área, respectivamente, apresentaram altas infestações de ambos os nematoides. 117 CONCLUSÃO Com os dados obtidos foi possível a confecção de mapas de análise das áreas com maior e menor infestação de nematoides, bem como mapas de manejo dessas com tratamentos localizados, possibilitando assim o emprego da precisão em proteção de plantas para o manejo de nematoides. AGRADECIMENTOS À Fatec Pompeia, por ter me possibilitado desenvolver este estudo. Ao professor orientador Carlos Eduardo de Mendonça Otoboni, pelos valiosos ensinamentos. Ao Técnico em Laboratório Rafael de Andrade Silva, pela colaboração na parte prática do trabalho e nos conhecimentos específicos de laboratório de Nematologia. À Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, pelo fornecimento de seu campo experimental e suas instalações para realização deste projeto. A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta pesquisa. A Deus. REFERÊNCIAS ASCOLI, L.; ORLOWSKI, R. F. O déficit entre a produção e consumo de milho em santa catarina com ênfase na região oeste catarinense a partir da década de 90. Santa Catarina, 2008. CARNEIRO, R. G.; MORITZ, M. P.; MÔNACO, A. P.A.; NAKAMURA, K. C.; SCHERER, A. Reação de Milho, Sorgo e Milheto a Meloidogyne incognita, M. javanica e M. paranaensis. Paraná, 2002. 118 COOLEN e D´HERDE (1972) CORDEIRO 2005, citado por ARIEIRA, C. R. D.; MOLINA, R. O.; COSTA, A. T. Nematóides causadores de doenças em frutíferas. Agro@mbiente On-line, vol.2, no.1, jan/jun, Roraima, 2008. FREITAS, L. G.; PODESTÁ, G. S.; FERRAZ, S.; COUTINHO, M. M. Supressividade de solo a Meloidogyne por Pasteuria penetrans nos estados do Maranhão e Santa Catarina. Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Fitopatologia. Minas Gerais, 2009. INOMOTO, M. M., ASMUS, G. L., SILVA, R. A., MACHADO, A. C. Z. 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Agrônomo, Docente, FATEC Shunji Nishimura, Pompéia - SP, Fone: (14) 3452-1294, [email protected] ²Discente do curso de Tecnologia em mecanização em agricultura de precisão, FATEC Shunji Nishimura, Pompéia - SP RESUMO: Várias tecnologias tem sido testadas no milho com o objetivo de obter maior economia e maior eficiência na utilização do nitrogênio mineral, sendo que a inoculação com bactérias do gênero Azospirlilum tem-se mostrado uma técnica bastante promissora. O inoculante misturado à semente tem como desvantagem o risco de mortalidade das bactérias pelo contato com fungicidas e inseticidas. Uma alternativa é a aplicação do inoculante diretamente no sulco de plantio. Em experimento de campo, sob condições de plantio direto em um Latossolo vermelho, no município de Mamborê- PR, foi avaliado para o milho safrinha os efeitos da inoculação sobre o acúmulo de nitrogênio na planta e a produtividade. Os tratamentos consistiram em ausência de inoculação, inoculação na semente e inoculação no sulco de plantio, com aplicação de adubação nitrogenada variando em 30 e 90 kg ha-1 na cobertura, num total de 6 tratamentos com 4 repetições em delineamento em blocos casualisados. A inoculação na semente e no sulco proporcionou aumento no conteúdo de nitrogênio na planta aos 35 DAE e aos 145 DAE e na produtividade, não ocorrendo aumento no conteúdo de nitrogênio nos grãos. Não houve diferença significativa entre as formas de aplicação do inoculante em nenhum parâmetro avaliado. PALAVRAS-CHAVE: Inoculação no sulco, Inoculação na semente, Zea mays L. EFFECTS OF METHODS OF APPLICATION OF INOCULANT AZOSPIRILLUM BRASILENSE NITROGEN ACCUMULATION OVER AND PRODUCTIVITY WINTER CORN. ABSTRACT: Several technologies have been tested on corn in order to achieve greater economy and efficiency in the use of mineral nitrogen, and inoculation with bacteria genus Azospirlilum has shown a very promising technique. The mixed inoculant to the seed has the disadvantage mortality risk of bacteria by contact with fungicides and insecticides. An alternative is to apply the inoculant at directly furrow planting. In a field experiment, under no-tillage in a clayey red, in the municipality of Mamborê - PR, was evaluated for the effects of winter maize inoculation on nitrogen accumulation and productivity in the plant. The treatments in the absence of inoculation, the inoculation and seed inoculation at planting, applying nitrogen fertilizer ranging in 30 to 90 kg/ha-1 in coverage for a total of 6 treatments with 4 replications in a randomized block distribution. Inoculation in the seed furrow and provided an increase in nitrogen content in the plant at 35 DAE and 145 DAE and 120 productivity, not increase occurring in the nitrogen content in grains. There was no significant difference between the forms of application of inoculant in any parameter assessed. KEYWORDS: Inoculation in the furrow, the seed inoculation, Zea mays L. INTRODUÇÃO O milho (Zea mays L.) é um dos mais importantes cereais cultivados e consumidos no mundo devido ao seu potencial produtivo e seu valor nutritivo, podendo ser usado tanto na alimentação humana como animal (FANCELLI, 2011). A área estimada pela CONAB (2011) para o plantio de milho no Brasil é de aproximadamente 7,8 milhões de hectares para a primeira safra e 5,7 milhões de hectares na safrinha, concentrando-se principalmente nos estados do Sul, Sudeste e Centro-oeste, sendo o Paraná o estado com maior produção, seguido por Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, expandindo-se também pelos estados da Bahia, Maranhão e Piauí (CONAB, 2011). Segundo Vitti et al. (2011) a produtividade média do Brasil (4,4 t.ha-1) está muito abaixo do potencial produtivo atingido por bons produtores, por volta de 10 a 12 t.ha-1, sendo que um dos principais fatores que contribui para isso é o uso inadequado de fertilizantes e corretivos. Entre os nutrientes exigidos pelo milho, o nitrogênio merece destaque especial, já que sua deficiência pode afetar o rendimento em grãos entre 14 a 80%, além de diminuir o teor de proteína nos grãos (FANCELLI, 2011). O nitrogênio é o nutriente mais exigido pelo milho, sendo de fundamental importância a utilização de doses elevadas para obtenção de altas produtividades, aumentando bastante os custos de produção. Segundo Raiji e Cantarella (1997) são necessários 16 kg de nitrogênio para produzir uma tonelada de grãos de milho. Várias tecnologias têm sido testadas com objetivo de obter maior economia ou aumento na eficiência da utilização de nitrogênio mineral. No Brasil, a inoculação de sementes de soja com Bradyrhizobium japonicum visando aumentar a eficiência da fixação biológica de nitrogênio já se tornou uma prática consagrada entre os produtores. Atualmente, nota-se claramente a possibilidade do uso da fixação biológica de nitrogênio para o milho, se não para o suprimento total do elemento na cultura, mas ao menos para a redução da dose do fertilizante. Entre as bactérias estudadas para a fixação biológica de nitrogênio para o milho, destacam-se as do gênero Azospirillum, que formam um sistema associativo com o milho, mas sem a complexidade da formação de nódulos. Embora o gênero Azospirillum seja 121 composto por sete espécies, a mais estudada para uso em inoculação é a Azospirillum brasilense. A inoculação das sementes de milho com Azospirillum brasilense tem por objetivo estabelecer uma população vigorosa de bactérias na rizosfera das plantas. Esta associação entre Azospirillum e milho, além de promover a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo assim o consumo de fertilizante nitrogenado, influencia também o sistema radicular das plantas. A inoculação com bactérias aumenta o número de radícelas e o diâmetro das raízes laterais e adventícias, provavelmente devido à produção de hormônios pelas bactérias, melhorando assim a absorção de água e nutrientes (CAVALLET et al., 2000). Segundo Didonet et al. (2000), para que a inoculação com bactérias do gênero Azospirillum seja eficiente, estas deverão ter a capacidade de competir com as bactérias diazotróficas nativas e com a microflora do solo. Além da qualidade do inoculante, o processo de inoculação é de fundamental importância para conseguir um número elevado de bactérias viáveis. A inoculação pode ser feita usando inoculantes na forma sólida (turfa) ou líquida, com o produto misturado à semente, no máximo 24 horas antes do plantio, sendo que todo o processo deve ser feito na sombra, evitando temperaturas elevadas, já que se trata de organismos vivos. A utilização de fungicidas e inseticidas no tratamento das sementes pode causar elevada mortalidade das bactérias (ARAÚJO; ARAÚJO, 2006). Um método alternativo de inoculação que vem sendo usado é a aplicação do inoculante no sulco de plantio. Já existem equipamentos no mercado próprios para essa aplicação, sendo que a principal vantagem desse método é a redução dos efeitos tóxicos do tratamento de sementes com fungicidas e inseticidas sobre a população de bactérias fixadoras. Objetivou-se com este trabalho fazer uma comparação dos métodos de inoculação convencional (na qual o inoculante é misturado à semente antes do plantio) com a inoculação no sulco (o inoculante é aplicado diretamente no sulco de plantio) e os efeitos no acumulo de nitrogênio e na produtividade do milho safrinha. 122 MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido no período de março a agosto de 2012 (safrinha), na propriedade agrícola Sitio Betel, localizado no município de Mamborê-PR, nas seguintes coordenadas geográficas 24º19'08''S e 52º31'48''O, com altitude de 750 m. O solo foi classificado como Latossolo Vermelho Escuro, cujas características químicas encontram-se na Tabela 1. TABELA 1. Características químicas da área do experimento. pH MO CaCl2 g. dm-3 4,6 27 P mg. dm-3 24 K Ca Mg Al H+Al SB T --------------------------mmolc.dm-3-----------------------2,1 22 8 3 42 32 74 V % 44 O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualisados, com 6 tratamentos e 4 repetições (Tabela 2), totalizando 24 parcelas. As parcelas foram constituídas de cinco linhas de milho espaçadas de 0,85m e 20m de comprimento, num total de 85m². Os efeitos da inoculação da semente de milho com A. brasilense foi fundamentada na determinação do teor de N na parte aérea e raízes e na produtividade do milho. TABELA 2. Tratamentos utilizados no experimento. Tratamentos 1º 2º Nitrogênio 120kg ha-1 (30 kg ha-1 plantio + 90 kg ha-1 cobertura) Nitrogênio 120kg ha-1 (30 kg ha-1 plantio + 90 kg ha-1 cobertura) + inoculante liquido no tratamento da semente 3º 4º 5º Nitrogênio 120kg ha-1 (30 kg ha-1 plantio + 90 kg ha-1 cobertura) + inoculante liquido no sulco de plantio Nitrogênio 60kg ha-1 (30 kg ha-1 plantio + 30 kg ha-1 cobertura) Nitrogênio 60kg ha-1 (30 kg ha-1 plantio + 30 kg ha-1 cobertura) + inoculante liquido no tratamento da semente 6º Nitrogênio 60kg ha-1 (30 kg ha-1 plantio + 30 kg ha-1 cobertura) + inoculante liquido no sulco de plantio 123 A semeadura foi realizada no dia 05 de março de 2012, no sistema de plantio direto mecanizado. O hibrido de milho adotado foi o 2B587 da Dow Agrosciences, distribuindo-se sete sementes por metro linear. Não foi feita calagem, pois o plantio foi feito imediatamente após a colheita da cultura anterior e dessecação da área. A adubação de plantio foi a mesma para todos os tratamentos (300 kg ha-1 da formulação 10-25-15, que resultou numa aplicação de 30 kg de N ha-1). Os tratamentos receberam adubação nitrogenada de cobertura 35 dias após a emergência, sendo que os tratamentos 1, 2 e 3 receberam a dose de 90kg de N ha-1 e os tratamentos 4, 5 e 6 30 kg de N ha-1, utilizando-se como fonte de nitrogênio a uréia (45% N). O inoculante utilizado foi o Masterfix Gramíneas, produto comercial da Stoller, com as estirpes de Azospirillum brasilense. Os tratamentos com inoculação receberam a dosagem de 100 mL ha-1 conforme a recomendação do produto comercial. Na inoculação convencional, o inoculante foi misturado à semente na véspera do plantio e na inoculação no sulco o inoculante foi aplicado utilizando-se um pulverizador H3M KSP 250 litros acoplado a plantadora. O controle de plantas daninhas foi realizado com a aplicação de Glifosato aos 20 dias após o plantio. O conteúdo de nitrogênio na planta foi determinado aos 30 e 85 dias após a emergência e na colheita. Foram retiradas amostras de plantas padrões de cada parcela e enviadas ao laboratório, onde foi determinado o conteúdo de nitrogênio na parte aérea e raiz. Na colheita, o nitrogênio foi determinado na parte aérea (colmo e folha) e nos grãos. O método usado no laboratório foi o Kjeldahl (digestão sulfúrica e destilação por arraste de vapor na forma de amônia (NH3) (MALAVOLTA et al., 1989). A produtividade foi determinada na colheita, que se deu aos 145 dias após a emergência. Utilizou-se 6 metros da linha central excluindo falhas e plantas juntas, tomandose o cuidado para que cada parcela tivesse o mesmo número de espigas colhidas. As espigas colhidas de cada parcela foram debulhadas com uso de uma debulhadora de cereais à gasolina e pesadas em uma balança digital. Em seguida, foi retirada uma amostra de grãos para determinação da umidade. O rendimento de grãos foi expresso em kg ha-1 com umidade corrigida para 13%. Os dados obtidos foram submetidos à analise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade, usando-se o programa estatístico Sisvar. 124 RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos tratamentos com inoculante houve um aumento significativo no conteúdo de nitrogênio da raiz e da parte aérea do milho aos 30 DAE, porém não houve diferença significativa entre a inoculação na semente e no sulco (tabela 3). Reis et al. (2008) em trabalho realizado com inoculação de milho com Azospirillum amazonense mostraram que a inoculação proporcionou aumento no conteúdo de nitrogênio das raízes, estando de acordo com Didonet et al. (1996) que afirmaram que a inoculação proporciona uma melhor absorção pelas plantas do nitrogênio mineral disponível e um maior desenvolvimento do sistema radicular. TABELA 3. Conteúdo de nitrogênio em (g kg-1), na raiz e na parte aérea do milho com 30 DAE. N Raiz ( kg.g-1) N Parte aérea ( kg.g-1) Sem inoculante 9.32 b 18.11 b Inoculante na semente 14.63 a 25.14 a Inoculante no sulco 14.86 a 27.17 a Média 12.93 23.47 CV (%) DMS 24.23 1.04 20.25 4.79 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Aos 85 DAE houve diferença significativa no acumulo de nitrogênio na raiz entre os tratamentos com e sem inoculação e entre as doses de nitrogênio aplicadas em cobertura, sendo que os tratamentos com inoculação e que receberam as maiores doses apresentaram um maior conteúdo de nitrogênio. Não houve diferença significativa entre as formas de inoculação (tabela 4). Já no acúmulo de nitrogênio na parte aérea (tabela 5), não houve diferença significativa entre os tratamentos. Segundo Machado et al. (1998) a adubação nitrogenada em cobertura, em associação com inoculante, pode até reduzir o teor de nitrogênio foliar devido a inibição da atividade da bactéria pelo nitrogênio mineral presente no que concordaram Lana et al. (2010). 125 TABELA 4. Conteúdo Nitrogênio em (g kg-1) na raiz com 85 DAE. Adubação 30/30 Adubação 30/90 Média CV (%) Sem inoculante 4.10 4.35 4.22 b 4.19 Inoculante na semente 4.80 5.57 5.19 a 10.45 Inoculante no sulco 4.96 6.75 5.86 a 21.68 Média 4.62 B 5.56 A CV (%) 9.96 21.67 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. DMS 1.01 TABELA 5. Conteúdo de nitrogênio em (g kg-1) na parte aérea com 85 DAE Adubação 30/30 Adubação 30/90 Média CV (%) Sem inoculante Inoculante na semente 14.97 15.12 14.95 16.92 14.96 a 16.02 a 0.12 7.92 Inoculante no sulco 17.13 17.47 17.30 a 1.37 15.74 A 7.65 16.44 A 8.06 Média CV (%) Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. DMS 3.02 Quanto ao conteúdo de nitrogênio na parte aérea (colmo e folhas) por ocasião da colheita (145 DAE) houve diferença significativa entre os tratamentos, sendo que os tratamentos com inoculante apresentaram um maior conteúdo de nitrogênio, não havendo, porém, diferença significativa quanto a forma de inoculação e a dose de nitrogênio aplicada (tabela 6). Didonet et al. (2000) em trabalho realizado com trigo concluíram que a inoculação, apesar de não aumentar o rendimento dos grãos proporcionou um melhor aproveitamento do nitrogênio acumulado na biomassa. Para o acúmulo de nitrogênio nos grãos, não houve diferença significativa entre os tratamentos (tabela 7), estando de acordo com Dalla Santa et al. (2004) que mostraram que não houve aumento no teor de nitrogênio nos grãos de trigo, aveia e cevada nos tratamentos submetidos à inoculação. 126 TABELA 6. Conteúdo de nitrogênio em (g kg-1) nos colmos e folhas com 145 DAE Adubação 30/30 Adubação 30/90 Média CV (%) Sem inoculante 8.74 7.85 8.30 b 7.55 Inoculante na semente 9.62 10.97 10.29 a 9.27 Inoculante no sulco 9.78 10.78 10.28 a 6.89 Média 9.38 A 9.87 A CV (%) 5.96 17.70 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. DMS 1.76 TABELA 7. Conteúdo de nitrogênio em (g kg-1) nos grãos com 145 DAE . Adubação 30/30 Adubação 30/90 Média CV (%) Sem inoculante 16.58 16.42 16.50 a 0.65 Inoculante na semente 16.58 16.48 16.53 a 0.40 Inoculante no sulco 16.78 17.38 17.08 a 2.47 Média 16.64 A 16.76 A CV (%) 0.71 3.19 Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. DMS 1.77 Quanto a produtividade, a tabela 8 mostra que houve diferença significativa entre os tratamentos, tanto na inoculação como nas doses de nitrogênio aplicadas na cobertura, sendo que os tratamentos com aplicação de inoculante e que receberam doses maiores de nitrogênio obtiveram as maiores produtividades. Cavallet et al. (2000) trabalharam com milho em condições de plantio direto e mostraram que a inoculação das sementes com Azospirillum proporcionou um aumento de 17 % na produtividade, assim como Novakowiski et al. (2011). Lana et al. (2010) obtiveram aumentos na produtividade de 15,4% para uma safra e 7,4% para outra, porém, na segunda, a adubação de cobertura em associação com a inoculação reduziu a produtividade. Já Campos, Theisen e Gnatta (2000) não obtiveram aumento na produtividade para a cultura do milho com a aplicação de inoculante. Para os métodos de inoculação não houve diferença significativa entre os tratamentos, apesar de a inoculação no sulco proporcionar um aumento de 4,5 % na produtividade em relação à inoculação na semente, estando de acordo com Vieira Neto et al. (2008), que mostraram que não houve diferença 127 significativa na nodulação da soja para o inoculante aplicado na semente ou no sulco de plantio. TABELA 8. Produtividade em kg/ha-1 nos diferentes tratamentos CV Adubação 30/30 Adubação 30/90 Média Sem inoculante 6355.86 6455.17 6405.52 b 1.10 Inoculante na semente 6634.02 7340.00 6987.01 a 7.14 Inoculante no sulco 7013.79 7596.33 7305.06 a 5.64 Média 6667.89 B 7130.50 A CV (%) 4.95 8.40 (%) Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. DMS 485.43 CONCLUSÃO A inoculação da semente de milho com o produto comercial Masterfix Gramíneas, á base de Azospirillum brasilense causou aumento significativo no conteúdo de nitrogênio na raiz e parte aérea e na produtividade, porém não houve aumento no conteúdo de nitrogênio nos grãos. Não houve diferença significativa entre as formas de aplicação do inoculante, porém a inoculação no sulco de plantio proporcionou um aumento de 14 % na produtividade em relação aos tratamentos sem inoculação, 5 % superior aos tratamentos que receberam a inoculação na semente. REFERÊNCIAS ARAUJO, A.S.F.; ARAUJO, R.S. Sobrevivência e nodulação do Rhizobium tropici em sementes de feijão tratadas com fungicidas. Ciência Rural, Santa Maria, vol.36, n.3, p. 973976, 2006. 128 CAMPOS, B.H.C. de; THEISEN, S.; GNATTA, V. Avaliação do inoculante "graminante" na cultura de milho. Ciência Rural, Santa Maria, vol.30, n.4, p.713-715,2000. CAVALLET, L.E. et al. 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Salvi³. ¹Discente do 6º termo do curso Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Precisão da Faculdade de Tecnologia Shunji Nishimura de Pompéia - SP, Fone: (14) 9705-9194, [email protected] ²Discentes do 6º termo do curso Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Precisão da Faculdade de Tecnologia Shunji Nishimura de Pompéia – SP ³Eng. Agrônomo, Mestre, Professor Assistente, FATEC Pompéia, Pompéia – SP RESUMO: O objetivo do estudo foi determinar os efeitos positivos e/ou negativos do uso do sistema WADGPS WAAS/EGNOS na determinação da posição e altitude em receptores GPS Garmin eTrex Vista na região de Pompeia-SP. O ensaio foi realizado no marco geodésico da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, com dois receptores e taxa de repetição de um ponto a cada cinco segundos. Os dados coletados foram analisados, comparados e interpretados. Foi observado que o sistema de correção WADGPS WAAS/EGNOS, apesar de ter sido criado para o território dos EUA/Europa, neste estudo teve efeitos positivos na determinação da posição do marco e efeitos negativos na determinação da altitude quando avaliados na região de Pompeia-SP. PALAVRAS CHAVE – GPS, Correção diferencial, Índice de Acurácia COMPARISON BETWEEN SYSTEMS WAAS/EGNOS ACTIVATED AND DEACTIVATE IN THE REGION OF POMPÉIA - SP ABSTRACT: The purpose of this study was determine the positive and /or negative effects of the use of the WADGPS WAAS / EGNOS system on the determination of positioning and altitude in GPS Garmin eTrex Vista in the Pompeia-SP. The test was performed in geodesic mark of the Foundation Shunji Nishimura Technology, with two receivers and a repetition rate of one point on every five seconds. Then, the data collected were analyzed, compared and interpreted. It was observed that the WAAS correction system WADGPS / EGNOS, despite having been created for the territory of the USA / Europe, this study had positive effects in determining the position in Mark and negative effects in determining the altitude when evaluated in the region of Pompeia-SP. KEYWORDS: GPS, Differential correction, Accuracy indices 131 INTRODUÇÃO Com o melhoramento do sistema GNSS várias tecnologias e conceitos foram criados, e o sistema passou a ser utilizado em diversos setores da economia, o setor agrícola aderiu á tecnologia e desenvolveu diversas ferramentas que utilizam sistemas de GNSS, o uso de GPS na agricultura possibilita uma abordagem localizada dos problemas dentro da propriedade rural, possibilitando a gestão da variabilidade espacial. Com o aumento dos estudos relacionados aos sistemas GNSS o conceito de posicionamento sofreu algumas mudanças, uma delas foi a divisão em posicionamento absoluto e posicionamento relativo. Entende-se por posicionamento absoluto quando as coordenadas estão associadas diretamente ao geocentro, e relativo, quando as coordenadas são determinadas com relação a um referencial materializado por um ou mais vértices com coordenadas conhecidas (MONICO, 2008). No posicionamento absoluto, também denominado posicionamento por ponto, onde se utiliza efemérides transmitidas, a posição do ponto é determinada no referencial vinculado ao sistema que está sendo usado. No posicionamento relativo, a posição de um ponto é determinada com relação à de outro, cujas coordenadas são conhecidas. A coordenada do ponto conhecido deve ser referenciada ao WGS84, ou em um sistema compatível com esse (SIRGAS 2000, ITRF 2000, ITRF 2005 ou IGS 05). Pode se ainda usar, no contexto do posicionamento por satélite, o método denominado DGPS (Differential GPS), muito empregado em navegação (MONICO, 2008). O método DGPS foi desenvolvido para que fossem reduzidos os efeitos advindos da disponibilidade seletiva (AS), implementada nos satélites GPS e desativada em 2000 (MONICO, 2008). O conceito de DGPS envolve o uso de um receptor estático em uma estação com coordenadas conhecidas, rastreando todos os satélites visíveis. O processamento dos dados nessa estação permite que se calculem as correções posicionais, bem como as pseudodistâncias. Estando a estação base localizada nas proximidades da região de interesse, há forte correlação entre os erros envolvidos na estação base e na móvel. Assim, se o usuário receber tais correções, ele poderá corrigir suas posições ou as observações coletadas, dependendo da estratégia adotada. O sistema DGPS tinha algumas desvantagens e limitações, entre elas, alto custo, necessidade de visibilidade do receptor que esteja utilizando o sinal de correção do DGPS e degradação da qualidade do sinal de acordo com a distância, sendo assim foi desenvolvido o WADGPS “Wide Area DGPS”, que é uma rede de estações base. O WADGPS foi 132 desenvolvido visando reduzir as deficiências inerentes ao DGPS, sem a necessidade de estabelecer um grande número de estações. Enquanto o DGPS produz uma correção escalar pra cada uma das pseudodistâncias, um sistema de WADGPS proporciona um vetor de correções tridimensionais composto dos erros das efemérides e do relógio para cada satélite, além dos parâmetros inerentes à refração ionosférica e troposférica. Na composição de um sistema de WADGPS, faz parte pelo menos uma estação monitora, estações de referência e sistema de comunicação (MONICO, 2000). Na composição de um sistema de WADGPS, há pelo menos uma estação monitora, estações de referência e sistema de comunicação. Cada estação de referência é equipada com oscilador e receptor GNSS (GPS) de alta qualidade (dupla frequência). As medidas coletadas em cada estação são enviadas para estação monitora, a qual estima e analisa as componentes do vetor de correções, o vetor de correção é transmitido a um ou mais satélites geoestacionário, que retransmite esse vetor de correção para toda a área de abrangência do sistema (MONICO,2008).Vários sistemas WADGPS estão sendo desenvolvidos pelo mundo, entre eles se destacam o WAAS (Wide Area Augmentation System) e o EGNOS (European GPS Navigation Overlay System). Sendo assim, o presente trabalho tem o objetivo de comparar e observar se o sinal WADGPS referente ao WAAS e EGNOS tem efeitos positivos ou negativos no posicionamento na região de Pompéia – SP. MATERIAL E MÉTODOS Na primeira etapa, o local escolhido para realização do ensaio foi o marco geodésico localizado no campus da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia em Pompeia-SP, a mesma consistiu na coleta dos pontos a serem comparados, foram utilizados dois receptores GPS marca Garmin eTrex Vista HCX posicionados um em frente ao outro em sentido nortesul sobre o marco geodésico de coordenadas (Tabela 1), a taxa de coleta dos pontos foi de um ponto a cada cinco segundos, sendo que um receptor estava utilizando o sistema WADGPS WAAS/ EGNOS ativado e o outro desativado (Figura 1). A coleta de pontos foi realizada em dois dias diferentes, no dia 04/10/11 e 06/10/11 no período entre 09h15min até 21h00min sem interrupção. Os receptores usados foram os 133 mesmos nos dois dias, ficaram na mesma posição, sendo que o receptor no sentido norte-sul estava com o sistema WADGPS ativado e será citado como receptor 1 , o receptor no sentido sul-norte estava com o sistema normal, ou seja, posicionamento absoluto e será citado como receptor 2. TABELA 1. Coordenadas do marco geodésico em metros E (x) N (y) 582924,801 7554665,183 FIGURA 1. Foto referente ao posicionamento dos receptores GPS no marco geodésico. Nas variáveis amostradas pelo receptor com sistema WADGPS não é possível determinar com qual sistema ele esta operando, isto é, se o sinal recebido é proveniente do sistema WAAS ou sistema EGNOS. Na segunda fase o trabalho consistiu na análise e avaliação dos dados, de forma que cada ponto tivesse seu posicionamento deslocado 0,02 metros, sendo os pontos do receptor 1 deslocados para o sul e os pontos do receptor 2 deslocados para o norte, para que o posicionamento físico do receptor fosse realmente o mesmo do marco geodésico, e consequentemente a avaliação poder ser feita com as coordenadas reais do marco geodésico utilizado. Para isso foi utilizado o software de SIG marca GPS TrackMaker para extração dos pontos do receptor para o computador e o Microsoft Excel que foi utilizado para fazer a realocação em 0,02 metros de cada ponto e criação de tabelas com informações de desvio padrão, CEP e gráficos. 134 A metodologia e os equipamentos utilizados possibilitaram a coleta de uma elevada quantidade de dados, e essa elevada quantidade de dados refletiu em resultados bastante confiáveis e coerentes. Para se analisar qual aparelho teve o melhor desempenho foi utilizada a metodologia proposta por Capelli et al. (2004) sendo efetuados cálculos do Índice de Acurácia (IA) e Índice de Precisão (σc). Além disso, foi realizada uma breve análise estatística para determinar as médias dos erros e desvio padrão. Primeiramente foi feito o cálculo de desvio padrão. Logo após foi feito o cálculo do erro circular padrão, conforme equação 1: (1) em que, σc – Erro circular padrão; σx – Desvio padrão do valor da coordenada Este; σy – Desvio padrão do valor da coordenada Norte. O melhor sistema, absoluto ou WAAS/EGNOS seria determinado a partir de quão perto os pontos amostrados estavam do marco geodésico, e para determinar esse comportamento o método primeiramente utilizado foi à determinação da média do desvio padrão das coordenadas, o desvio padrão é a medida mais comum da dispersão estatística e define-se como a raiz quadrada da variância. É uma medida da dispersão dos pontos, sendo assim, quanto menor o resultado do desvio padrão, melhor os resultados. Sendo assim, podemos calcular o CEP e o índice de acurácia, conforme equação 2 e 3: (2) (3) em que, = representa o valor médio dos pontos coletados = representa o valor real do ponto estudado em Leste-Oeste 135 = representa o valor médio dos pontos coletados = representa o valor real do ponto estudado em Norte - Sul O segundo método utilizado para a interpretação dos dados foi o CEP, que é o erro circular provável, o mesmo indica que se um limite com probabilidade de 50% dos pontos coletados em um determinado período se encontrarem na área circular, que tenha o raio no valor encontrado pela equação do CEP, sendo assim quanto menor o CEP menor a distância de 50% dos pontos até o marco geodésico. Outro método utilizado para determinação da precisão foi o Índice de Acurácia (IA), onde é talvez a principal ferramenta para determinar qual o melhor receptor, quanto menor o valor do índice de acurácia mais preciso é o ponto. O receptor utilizado informa além de coordenadas a altitude, sendo assim a altitude é mais um parâmetro avaliado. A altitude do marco geodésico é 607, 96 metros e para determinação do melhor resultado utilizamos como parâmetros de avaliação a média de altitude amostrada, a máxima altitude amostrada a mínima altitude amostrada (Tabela 3) e a interpretação visual das figuras, que representa o comportamento dos dados amostrados (Figuras 4 e 5). RESULTADOS E DISCUSSÕES Observa-se na tabela 2 que, os resultados obtidos pelo receptor que coletava pontos com correção pelo sistema WAAS/EGNOS mostrou resultados mais preciso, pois foi seu desvio padrão de 2,24 no dia 04/09 e 2,37 no dia 06/09, mostrando que os pontos estiveram menos dispersos. O receptor 2 teve um desempenho inferior, isto é, 2,42 no dia 04/09 e 2,58 no dia 06/09. Nos resultados obtidos dia 04/09 tivemos diferenças no valor do CEP do receptor 1 em relação ao receptor 2, o receptor 1 teve um CEP de 1,54 metros, enquanto o receptor 2 teve um CEP de 3,91 metros, os resultados refletindo a superioridade da qualidade dos pontos coletados pelo receptor 1 foi repetida no dia 06/09, onde, o receptor 1 obteve um CEP de 1,01 e o receptor 2 obteve CEP 4,27. 136 Quanto ao índice de acurácia, os resultados do receptor 1 foi em media 21,5 centímetros mais próximo da coordenada real, se mostrando assim mais correto e vantajoso, 2,24 metros e 2,37 metros foram os resultados do índice de acurácia do receptor no dia 04/09 e 06/09 respectivamente, enquanto o receptor 2 teve índices de acurácia no dia 04/09 de 2,42 metros e no dia 06/09 de 2,58 metros. TABELA 2. Valores obtidos com os receptores 1 e 2, referentes à coleta dos dia 04 e 06 de setembro de 2011 na região de Pompeia-SP. Erros (m) IA (m) Σc (m) CEP (m) 4 de setembro 6 de setembro Receptor 1 Receptor 2 Receptor 1 Receptor 2 2,24 2,74 1,54 2,42 2,85 3,91 2,37 2,79 1,01 2,58 3,03 4,27 Outra forma de interpretação dos dados é a interpretação do gráfico que retrata o comportamento da nuvem de pontos dos dois receptores no mesmo dia, hora, e condições. A observação do gráfico possibilita um entendimento da precisão de cada receptor, no dia 04/10/2011 o gráfico mostra que os pontos coletados pelo receptor 1 estiveram mais próximos ao posicionamento real, e o resultado se repetindo no dia 06/10/2011, porém com menor discrepância. Esses foram os resultados que retratam a qualidade do posicionamento obtido, mostrando em todos os parâmetros que o receptor 1 apresentou posicionamentos mais próximos ao real, sendo assim mais preciso, diferentemente de Machado e Molin ,2011, onde o uso do sistema de correção WADGPS WAAS/EGNOS na região de Piracicaba-SP não causou melhora na acurácia do posicionamento e ainda causou a degradação por vezes do posicionamento. 137 FIGURA 2. Valores obtidos dos pontos amostrados com os receptores 1 e 2, referente à coleta do dia 04 de setembro de 2011 na região de Pompeia-SP. FIGURA 3. Valores obtidos dos pontos amostrados com os receptores 1 e 2, referente à coleta do dia 06 de setembro de 2011 na região de Pompeia-SP. Os resultados obtidos quanto a altitude no primeiro e segundo dias ensaiados foram bastante semelhantes, apresentando um melhor desempenho do receptor 2. 138 No primeiro dia amostrado o receptor 2 teve como média nas altitudes coletadas o valor de 615,00 metros se aproximando mais do valor real de 607,96 metros que o receptor 1 que teve o valor de 615,60, o resultado confirmando o melhor desempenho do receptor 2 se repetiram no quesito máxima, onde o receptor 2 teve como altitude máxima coletada um valor de 622,60 metros enquanto o receptor 1 obteve 624,00 metros, sendo assim a altitude máxima coletada pelo receptor é mais próxima à altitude real do que o valor máximo coletado pelo receptor 1, a altitude mínima coletada pelos dois receptores foram 606,70 pelo receptor 1 e 605,80 pelo receptor 2, sendo assim o receptor 1 teve melhor desempenho. No segundo dia os resultados obtidos foram semelhantes, isto é, a altitude média do receptor 2 foi melhor, assim como a altitude máxima do receptor 2 foi melhor e a altitude mínima do receptor 1 foi melhor. TABELA 3. Valores obtidos da altitude com os receptores 1 e 2 , referentes as coletas dos dias 04 e 06 de setembro de 2011. ALTITUDE MÉDIA (m) MÁXIMO (m) MÍNIMO (m) 4 de setembro 6 de setembro Receptor 1 Receptor 2 Receptor 1 Receptor 2 615,60 624,00 606,70 615,00 622,60 605,80 615,30 624,00 606,70 614,10 621,10 601,40 As figuras abaixo (Figuras 4 e 5), mesmo sem informações precisas como análises de estatística pode - se dizer que o receptor 2 teve um melhor desempenho em relação à altitude, mantendo se sempre mais perto da altitude real. O receptor 1 que contou com a correção WAAS/EGNOS teve um melhor desempenho em relação ao posicionamento com o receptor 2, porém um pior desempenho em relação à altitude. 139 FIGURA 4. Valores obtidos da altitude com os 1 e 2 , referente à coleta do dia 04 de setembro de 2011. FIGURA 5. Valores obtidos da altitude com os receptores 1 e 2, referentes a coleta do dia 06 de setembro de 2011. 140 CONCLUSÃO Com base nos resultados apresentados a partir dos ensaios aqui descritos, a conclusão é de que na região de Pompéia- SP o sistema de correção WADGPS WAAS/EGNOS obteve melhor posicionamento, pois teve melhor acurácia em relação ao posicionamento absoluto, porém a correção do sistema causa um efeito negativo na determinação da altitude. REFERÊNCIAS CAPPELI, N.L. Desempenho comparativo dos aparelhos GPS ETREX, III Plus e AgGPS132 quanto a acurácia e precisão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRICULTURA DE PRECISÃO, 2004, Piracicaba. Anais... Piracicaba: ESALQ/USP, 2004. CD 1. MACHADO, T.M; MOLIN, J.P. Ensaios estáticos e cinemáticos de receptores de GPS. Revista brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 2011, v.15, n.9, p.981–988, 2011. MONICO, J.F.G. Posicionamento pelo GNSS – descrição, fundamentos e aplicações. Editora UNESP, 2008. 480 p. (Série Engenharia). MONICO, J.F.G. Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS: Descrição, fundamentos e aplicações. 1. Ed. São Paulo: UNESP, 2000. 141 COMPARATIVO DE DIFERENTES PONTAS DE PULVERIZAÇÃO PARA APLICAÇÃO EM FAIXA UTILIZANDO MESA DE DISTRIBUIÇÃO TRANSVERSAL André Gustavo de Andrade1; Samir Elias Zaidan2; Claudio de Souza Pedra3. 1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Professor Assistente, FATEC "SHUNJI NISHIMURA", Pompéia - SP, Fone (14) 34052355. [email protected] 2 Engenheiro Agrônomo, Mestre, Máquinas Agrícolas Jacto S/A, Pompéia - SP, Fone (14) 3405-2355. [email protected]. 3 Discente, FATEC "SHUNJI NISHIMURA", Pompéia - SP, Fone (12) 9727-0539, [email protected] RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar comparativamente a uniformidade de distribuição volumétrica de pontas de pulverização hidráulicas de jato plano, para tal foram utilizadas as pontas HYPRO HYPRO E80 - 04 – vermelha, como as pontas defletoras HYPRO HYPRO 30DT - 02 – vermelha e a ponta ALBUZ ALBUZ MVI - 02 – vermelha com inserto cerâmico. A determinação da uniformidade foi avaliada em função da pressão de trabalho e da altura da barra porta-bicos em relação a uma mesa de ensaio em ambiente monitorado de temperatura e umidade. Nesta situação foi determinada a vazão, o perfil de distribuição individual e o coeficiente de variação (CV%) da distribuição volumétrica superficial conjunta das pontas. Conclui-se que as pontas de jato plano defletor apresentaram níveis de uniformidade de distribuição diferentes, e que a vazão nominal das mesmas não influenciou o seu desempenho. A ponta de jato plano HYPRO HYPRO E80 - 02 - vermelha apresentou grande variação da uniformidade, devido a isto, seu uso não seria recomendado a distancia de 0,40 m de altura do alvo, nas pressões de 200, 300 e 400 kPa. PALAVRAS-CHAVE: Distribuição volumétrica, Ponta de pulverização. COMPARATIVE OF DIFFERENT SPRAY NOZZLES FOR RANGE APPLICATION USING A TRANSVERSAL SPRAY PATTERN OF DISTRIBUTION OF SPRAY TIPS FOR USE IN RANGE. ABSTRACT: The objective of this study was determine the uniformity distribution of volumetric hydraulic jet plane spray nozzles, was used for the experiment the cap HYPRO HYPRO E80 - 04 - red and the cap HYPRO HYPRO 30DT - 02 - red and the cap ALBUZ ALBUZ MVI - 04 - red ceramic body, the uniformity determination was a function of pressure and the height of the bar-port nozzles relative to a test bench. On environment controlled of temperature and humidity, was determined the flow rate, the distribution profile and variation coefficient. The volumetric distribution profile was affected by pressure and by target distance. The plane jet deflector tip showed different levels of distribution uniformity. 142 The nominal flow did not affect its performance. The flat jet nozzles HYPRO HYPRO E80 04 - red showed large uniformity variations, and its use is not recommended at distance of 0.40 m from large, due is low distribution uniformity at pressures of 200, 300 and 400 kPa. KEYWORDS: Volumetric distribution, Spray tip. INTRODUÇÃO O conhecimento das características das pontas de pulverização hidráulicas torna possível a aplicação de insumos agrícolas minimizando suas perdas dos mesmos. De acordo com (Graham-Bryce, 1977), 80% do produto aplicado alcança o solo e menos de 1% do produto pulverizado chega até o alvo, justificando o motivo para o estudo das características do padrão de distribuição das pontas de pulverização hidráulicas. A uniformidade do jato é um importante atributo para a adequada distribuição do insumo na área-alvo, aumentando desta forma a sua eficiência. É importante ressaltar que as pontas de pulverização de jato plano devem ser instaladas de modo que o jato aspergido forme ângulo fixo de 06 a 10º em relação à barra, para evitar o choque entre jatos de calda adjacentes, o que comprometeria sua uniformidade de deposição (Ferreira et. al., 2007). A ponta de pulverização é o componente responsável pela emissão das gotas e, por isso, considerado a parte mais importante do equipamento pulverizador, é ela que determina diversos fatores relacionados à qualidade da aplicação, entre eles vazão e a uniformidade de distribuição do liquido, os quais devem apresentar a menor variação possível ao longo da barra, (Bauer; Raetano, 2004). Cunha e Ruas (2006a) relata que na maioria das vezes, durante o controle químico de pragas, doenças e plantas daninhas, dá se muita importância ao produto fitossanitário e pouca atenção à técnica de aplicação. A consequência é a perda de eficácia, e até o fracasso total do tratamento. Superdosagens ou subdosagens levam à perda de rentabilidade dos cultivos e a danos ao ambiente e à própria saúde humana. Hoje é possível encontrar no mercado uma enorme variedade de pontas de pulverização hidráulicas, estas são oferecidas para as mais diversas aplicações, porem deve-se conhecer de fato suas especificações para definir o seu uso. De modo a propiciar maior eficácia na aplicação do produto recomenda-se o conhecimento de seu padrão de distribuição volumétrica. Segundo Ferreira et. al.(2009), o controle químico constitui-se no principal 143 método de controle das plantas daninhas e para que haja sucesso, é preciso atingir o alvo, e obter cobertura adequada da superfície pelo produto. Para isso, torna-se necessário conhecer as características de deposição proporcionadas pelo equipamento, produto e forma de aplicação. Entre as diferentes técnicas de aplicação de agrotóxicos, as que se baseiam na pulverização hidráulica são as mais difundidas, graças à sua flexibilidade em diferentes situações. Nesses equipamentos, as pontas de pulverização são componentes fundamentais, pois influenciam diretamente na qualidade e na segurança da aplicação. A seleção das pontas é um dos fatores mais importantes para uma aplicação eficiente e de qualidade, permitindo o controle preciso da vazão, porcentagem de cobertura e da distribuição da calda sobre o alvo (Fernandes et. al., 2007). Uma cobertura homogênea na pulverização pressupõe uma distribuição uniforme de líquidos, caracterizados por baixos coeficientes de variação da distribuição volumétrica superficial, tanto no sentido longitudinal, como no transversal. Uma das formas de quantificar a uniformidade de distribuição da pulverização é por meio da análise de deposição do produto na área, expressa pelo coeficiente de variação (CV%). Quanto maior o coeficiente de variação, maior a variação da distribuição e menor será a uniformidade da aplicação. Os padrões adequados de CV% situam-se entre 10 e 15% (Cunha; Ruas, 2006b), sendo que valores acima desse limite podem ser indicativos de pontas de pulverização desgastadas, pontas diferentes na barra, espaçamento variando entre bicos ou má qualidade das pontas. Na Europa, em ensaio de laboratório, para as pressões e alturas recomendadas pelos fabricantes, o coeficiente de variação deve ser inferior a 7%, e para as demais pressões e alturas, o coeficiente de variação não deve exceder 9% (Faqiri; Kishnan, 2001). O presente trabalho teve por objetivo de avaliar o padrão de distribuição volumétrica de pontas de pulverização hidráulicas de jato plano para aplicação em faixa. 144 MATERIAL E MÉTODOS • Material O trabalho foi realizado no laboratório de ensaios de pontas de pulverização no centro de pesquisa e desenvolvimento Dr. Sérgio Sartori, unidade de pesquisa da empresa Maquinas Agrícolas Jacto S/A, no município de Pompéia, SP. Utilizou para as coletas do liquido pulverizado uma mesa de canaletas normalizada. Estas canaletas são espaçadas a 0,25 m e possuem 2,25 m de largura, com 90 provetas de 0,25 L de capacidade. Nesta mesa foram coletados os dados da relação de pressão e altura das pontas. Utilizadas para determinação da distribuição volumétrica das pontas de pulverização hidráulicas, assim como para obter os resultados referentes ao ângulo e simetria do angulo. O laboratório utilizado apresenta controle de temperatura, umidade relativa do ar e corrente de deslocamento do ar podem ser controladas, sendo assim o mesmo oferece condições para que os testes sejam realizados sem interferência do meio ambiente como preconizado na norma ISO-(International Organization for Standardization)- 5682-1/1996. A pressão exercida é vinda de uma bomba de pistões JP42 que tem a capacidade de bombear um volume de água na ordem de 42 L.min-1 tendo em seu circuito uma câmera de compensação para evitar variações no volume e, consequentemente, na pressão que pode chegar a 4500 kPa. Figura 01 145 FIGURA 01. Mesa de distribuição de canaletas normalizadas. Autor: Claudio de Souza Pedra (Pompéia – SP – 2012) A medição de vazão das pontas foi realizada utilizando-se de uma bancada de coleta para aferição da vazão nominal das pontas de pulverização hidráulicas e é utilizada também para aferição da vazão em relação à variação de pressão. Figura 02. FIGURA 02. Mesa para aferição da vazão nominal. Autor: Claudio de Souza Pedra (Pompéia – SP – 2012). 146 Uma proveta graduada de plástico com capacidade volumétrica máxima de 2 L e capacidade volumétrica mínima de 0,170 L com resolução de 0,010 L, esta proveta foi utilizada para coletar o volume de água de cada ponta no tempo de 60 s, podendo assim ser mensurado, por densidade, a vazão volumétrica de cada uma das pontas. Para aferição do tempo de coleta e o respectivo volume foram utilizados um cronometro digital marca mondaine, com precisão de 0,001 s, e uma balança digital marca Filizola modelo MF, capacidade máxima de carga de 6 kg e com capacidade mínima de carga de 0,025 kg com precisão de 0,001 kg. Neste estudo foram testadas três pontas de jato plano utilizadas na pulverização em faixa, sendo as pontas da Hypro modelos HYPRO E80 - 04 e HYPRO 30DT - 02 e a ponta Albuz modelo ALBUZ MVI – 04. A identificação da vazão é feita pelo código de cores, padrão ISO 10625/2007. O modelo utilizado foi o HYPRO E80 - 04 – vermelho com vazão nominal de 1,60 L.min-1, sendo a pressão de trabalho recomendada pelo fabricante entre 200 a 400 kPa o ângulo de seu jato de aplicação é de 80°. Esta é um modelo recomendado para utilização na aplicação de herbicidas incorporados ao solo, herbicidas pré-emergente e para herbicidas pós-emergente, para fungicidas de contato e para fungicida sistêmico e inseticidas de contato e inseticidas sistêmicos, também pode ser utilizado para aplicação de fertilizantes líquidos. Estas pontas de pulverização hidráulicas podem ser encontradas nas mais diversas vazões e uma ampla diversidade de aplicações isto faz que ela possa ser usada para inúmeras aplicações e com a variedade de vazão que ela é encontrada aumenta a possibilidade de uso das mesmas. O quadro 01 mostra as pontas HYPRO E80 – 04, HYPRO 30DT - 02 e a ponta ALBUZ MVI - 04, podem ser observadas a forma que cada uma das pontas foi construída com um destaque para a ponta ALBUZ MVI - 04, esta possui o corpo plástico e o inserto central cerâmica, neste quadro pode ser visto que as pontas HYPRO 30DT - 02 e a ponta ALBUZ MVI – 04 são pontas defletoras, também as principais características de uso de cada ponta é ressaltada. 147 QUADRO 01. ponta HYPRO E80 – 04, ponta HYPRO 30DT - 02 e ponta ALBUZ MVI – 04. Pontas Características Pressões (bar) Foto A ponta de pulverização de jato plano uniforme “E” foi desenvolvida HYPRO E80 – 04 para aplicações de herbicidas pré e pós-emergentes e fungicidas. A 2, 3, 4 e 5 ponta “E” é especialmente adaptada para a aplicação da maioria dos produtos em pulverizadores. A ponta Deflec Tip produz um jato uniforme de grande ângulo (80º a 145º) tornando-se ideal para aplicações de herbicidas pré e pósHYPRO 30DT – 02 emergentes. Quando selecionada 1, 1.5, 2, para produzir gotas médias, a Deflec 2.5, 3 e 4 Tip também é boa para aplicação de fungicidas em cereais. Podem também ser usadas em pulverizadores costais. Para todo tipo de tratamento, produtos sistêmicos e de contato, inclusive fertilizantes líquidos, atinge ALBUZ ângulo entre 130º a 160º com gotas MVI - 04 grossas por ser de indução a ar, tem distribuição uniforme. 1.5, 2, 2.5, 3, 3.5 e 4 As pontas de pulverização hidráulica Hypro modelo HYPRO E80 - 04 são construídas em polyacetal durável, com jato plano uniforme e a ponta de pulverização hidráulica HYPRO 30DT - 02 é construídas em polyacetal duro e resistente, com jato uniforme de grande ângulo, 148 segundo catalogo do fabricante. Esta é uma ponta do tipo defletora, que pode ser usada na aplicação em faixa, a identificação da vazão é feita pelo código de cores, padrão ISO. Segundo o fabricante esta são pontas de pulverização hidráulica excelente na aplicação de herbicida para incorporação no solo e para herbicida pré-emergente, não recomendado para aplicação de herbicida pós-emergente de contato e bom para aplicação de herbicida pósemergente sistêmico, não é recomendado para aplicação de fungicida de contato e é bom para aplicação de fungicida sistêmico, também pode ser utilizado para aplicação de fertilizantes líquidos. Albuz ALBUZ MVI, construído em corpo de plástico e inserto de cerâmica com indução de ar, identificação da vazão pelo código de cores, padrão ISO. Recomendado para todo tipo de tratamento com herbicida, fungicida, inseticida e fertilizante líquidos, trabalha com ângulos elevados de até 160°, às pontas com indução de ar, Venturi, depositam gotas grandes, porem estas gotas se rompem ao tocar o alvo, isto faz com que haja baixa deriva do produto aplicado. • Métodos. Para determinar a uniformidade de vazão das pontas, segundo norma ISO5682-1/1996, de um lote de 100 pontas de pulverização do mesmo modelo e vazão, devem-se retirar de forma aleatória 20 pontas, estas serão numeradas e submetidas aos testes e o restante constituirá a contra prova e devem ser guardadas no laboratório para controle. Devem ser anotados todos os dados técnicos da ponta, além das informações sobre local de amostragem, número do lote, etc. para o teste deve ser usada água limpa e livre de sólidos em suspensão. Mede-se em cada amostra, o volume pulverizado na pressão de trabalho de 300 kPa ( aproximadamente 45 psi), sendo o erro de medida de pressão inferior a 1%. A medida do tempo deve ser efetuada em período igual ou superior a 60 segundos com um relógio com erro inferior a 1 segundo. A fim de se garantir a aprovação, o CV% entre as 20 amostras deve ser igual ou inferior a 5%, considerando como reprovados valores acima desse limite. O teste de variação da vazão de acordo com a pressão é realizado nas pontas cuja vazão seja próxima a vazão media determinada pelo teste de uniformidade de vazão. Para estes testes foi utilizada a mesa de coleta para aferição da vazão nominal das pontas hidráulicas de pulverização, quadro 01. O método de aferição da vazão foi gravimétrico, conforme proposto por Zaidan (2012), onde o volume de líquido pulverizado em sessenta segundos e posteriormente submetendo esse volume a pesagem por meio de balança de precisão com erro nominal de 0.001 kg. O método gravimétrico apresenta maior acurácia na determinação da vazão e a 149 transformação dos valores de massa para volume foi efetuado considerando-se o valor da massa específica da massa da água pura (1 kg L-1) conforme é mostrado na Equação 01. = (01) Onde: V= Volume M= massa Me= Massa específica da água. Feita esta primeira coleta segue para mesa de aferição de vazão, faz-se a seleção das pontas que serão usadas para as próximas coletas, seleciona três pontas, estas pontas devem ser as que mais se aproximaram da sua vazão nominal, de posse das pontas faz-se novas coletas, estas novas coletas foram feitas alterando as pressões, estas pressões devem ser as indicadas pelo fabricante e para o nosso estudo foram usadas as pressões de 200, 250, 300 e 400 kPa para as pontas HYPRO E80 e para as pontas HYPRO 30DT as pressões que foram utilizadas foram, 100, 200, 300 e 400 kPa, e para a ponta ALBUZ MVI foi feita a coletado volume nas pressões de 100, 300, 1200 e 2500 kPa, pois a mesma permite que seja operada em uma faixa maior de pressão devido a sua particularidade de ser uma ponta com indução de ar e também seu material de construção ser cerâmico. A recomendação do fabricante para aferição da vazão nominal das pontas de pulverização é que sejam feitas a 300 kPa, porém foram feitas tomadas dos volumes em outras pressões, 100, 200, 250, 400, 1200 e 2500 kPa, faz-se também o ajuste das novas vazões em relação a cada uma as pressões e para isso utilizou-se a Equação 02. = √ √ (02) Onde: q1= Vazão 01. q2= Vazão 02. p1= Pressão 01. p2= Pressão 02. Sendo assim a posição de cada ponta na barra recebeu um tratamento. Os tratamentos 01, 02 e 03 foram aplicados nas pontas HYPRO 30DT – 02 e ALBUZ MVI – 04 e as posições das pontas na barra foram nas alturas de 0,40, 0,50 e 0,60 m respectivamente e a pressão de 150 trabalho exercida foi de 100 kPa. Nos tratamentos 04, 05 e 06 foram aplicados nas pontas HYPRO E80 – 04 e HYPRO 30DT – 02 as posições das pontas na barra foram nas alturas de 0,40, 0,50 e 0,60 m respectivamente e a pressão de trabalho exercida sobre foi de 200 kPa. Os tratamentos 07, 08 e 09 foram aplicados na ponta HYPRO E80 – 04 e as posições da ponta na barra foi de 0,40, 0,50 e 0,60 m e a pressão de trabalho exercida sobre ela foi de 250 kPa. Os tratamentos 10, 11 e 12 foram aplicados nas pontas HYPRO E80 – 04, HYPRO 30DT – 04 e na ponta ALBUZ MVI – 04, e as posições das pontas na barra foram de 0,40, 0,50 e 0,60 m respectivamente e a pressão de trabalho exercida sobre elas foi de 300 kPa. Os tratamentos 13, 14 e 15 foram aplicados HYPRO E80 – 04 e HYPRO 30DT – 02, e as posições das pontas na barra foram de 0,40, 0,50 e 0,60 m respectivamente e a pressão de trabalho exercida sobre elas foi de 400 kPa. Os tratamentos 16, 17, 18, 19, 20 e 21 foram aplicados na ponta ALBUZ MVI – 04 e as posições da ponta na barra foram 0,40, 0,50 e 0,60 m e as pressões de trabalho exercida sobre ela foram de 1200 e 2500 kPa. Observa-se que todas as pontas foram submetidas a pressão de 300 kPa, pois esta é a pressão recomendada para trabalho segundo a norma ISO-5682-1/1996 para todas as pontas hidráulicas de pulverização e também nos serve de parâmetros quando queremos fazer uma comparação entre diferentes pontas porém com mesma vazão. Termina a coleta quando a primeira proveta atingir pelo menos 90% de sua capacidade. A Tabela 01 mostra os tratamentos que foram aplicados nas pontas de pulverização hidráulicas, refere-se à pressão e as alturas que cada uma destas pontas de pulverização hidráulicas foi submetida, esta são as pressões e alturas recomendadas para testes em laboratório. 151 TABELA 01. Tratamentos a serem aplicados nas pontas. Tratamento Pressão (kPa) Altura (m) 01 100 0,40 02 100 0,50 03 100 0,60 04 200 0,40 05 200 0,50 06 200 0,60 07 250 0,40 08 250 0,50 09 250 0,60 10 300 0,40 11 300 0,50 12 300 0,60 13 400 0,40 14 400 0,50 15 400 0,60 16 1200 0,40 17 1200 0,50 18 1200 0,60 19 2500 0,40 20 2500 0,50 21 2500 0,60 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos na mesa de distribuição volumétrica e processados no programa computacional Excel®, mostra o comportamento de cada uma das pontas aqui estudadas, e as condições encontradas nos serve de parâmetro para escolha correta da ponta a ser utilizada nas mais diversas aplicações, também se pode fazer um estudo mais refinado do ângulo e sua simetria, sendo assim temos um bom estudo das características de cada uma das pontas em relação ao CV%, que são mostradas na Tabela 02. 152 Também pode ser visto as diferenças encontradas nos CV%, em cada uma das pontas foi observado um comportamento diferente do CV%, mais um motivo que se justifica o estudo detalhado do comportamento dos valores encontrados na mesa de distribuição este parâmetro reforça o estudo, o comportamento de cada ponta é único e deve ser avaliado como tal. Observou-se neste estudo a influência direta que as variações na altura e na pressão exercem sobre o comportamento da distribuição em cada ponta. Estas variações podem ser benéficas ou não para distribuição que se espera das pontas no campo quando usadas para aplicação de caldas, onde a melhor distribuição pode depositar melhor o produto ativo que se está usando alcançando uma melhor eficácia do produto quando o mesmo atinge o alvo, sendo este a planta, no caso dos produtos sistêmicos ou a própria praga ali existente, fungos, bactéria ou insetos. A Tabela 02 a relação de altura e pressão sendo apresentada a influência direta da mesma no comportamento da distribuição em cada uma das pontas de pulverização hidráulica deve se ter maior atenção para a faixa de pressão compreendida em 300 kPa onde todas as pontas puderam ser avaliadas. TABELA 02. Relação da pressão com a altura e seus respectivos CV%. Pressão Altura HYPRO E80 - HYPRO 30DT ALBUZ MVI - (kPa) (m) 04 (CV%) - 02 (CV%) 01 100 0,40 - 8,9 9,6 02 100 0,50 - 4,2 7,0 03 100 0,60 - 3,0 9,8 04 200 0,40 19,4 7,2 - 05 200 0,50 9,0 5,0 - 06 200 0,60 5,1 4,7 - 07 250 0,40 24,7 - - 08 250 0,50 7,6 - - 09 250 0,60 5,1 - - 10 300 0,40 16,4 7,7 13,5 11 300 0,50 9,7 5,7 10,4 Tratamento 04 (CV%) 153 TABELA 02. Relação da pressão com a altura e seus respectivos CV%. Continua... Pressão Altura HYPRO E80 - HYPRO 30DT ALBUZ MVI - (kPa) (m) 04 (CV%) - 02 (CV%) 12 300 0,60 7,7 5,1 6,4 13 400 0,40 16,4 8,6 - 14 400 0,50 9,1 4,7 - 15 400 0,60 9,2 4,5 - 16 1200 0,40 - - 14,2 17 1200 0,50 - - 8,6 18 1200 0,60 - - 6,5 19 2500 0,40 - - 14,7 20 2500 0,50 - - 9,4 21 2500 0,60 - - 7,4 Tratamento 04 (CV%) Na Tabela 02, pode ser visto que o CV% sofre alteração em função da relação entre variação de altura e pressão e que esta variação é mais explicita na altura de 0,40 m, sendo que para a ponta HYPRO E80 - 04 a esta altura todas as medidas ficaram com os valores de CV acima de 10%. No Figura 03, pode ser observado o coeficiente de variação a pressão a 200, 250, 300 e 400 kPa variando a altura em 0,40, 0,50, e 0,60 m, pode ser visto que na altura de 0,40 m o CV está acima de 10%. 154 FIGURA 03. Coeficiente de variação da ponta hidráulica HYPRO E80 - 04 a pressão de 200, 250, 300 e 400 kPa. 30 Coeficiênte de Variação (%) 25 20 200 kPa 15 250 kPa 300 kPa 10 400 kPa 5 0 0,4 0,5 0,6 Altura (m) Na Figura 04, vemos a distribuição volumétrica desta ponta e por ser usada na aplicação em faixa esta distribuição na altura de 0,50 m e com a pressão em 300 kPa, que é a pressão recomendada para a aferição da vazão volumétrica das pontas, o CV ficou abaixo de 10%. FIGURA 04. Padrão de distribuição da ponta HYPRO E80 - 04 a 0,50 m de altura e a 300 kPa de pressão. 300 Volume (mL) 250 200 150 100 50 0 32 33 34 3536 37 38 39 4041 42 43 44 4546 47 48 4950 51 52 53 5455 56 57 58 5960 61 62 6364 65 Número da Proveta 155 Na Figura 05, pode ser observado o coeficiente de variação com a variação de pressão e altura, nota-se que o CV ficou abaixo de 10%. FIGURA 05. Coeficiente de variação da ponta hidráulica HYPRO 30DT - 02 a pressão de 100, 200, 300 e 400 kPa. 10 Coeficiênte de Variação (%) 9 8 7 6 100 kPa 5 200 kPa 4 3 300 kPa 2 400 kPa 1 0 0,4 0,5 0,6 Altura (m) Na Figura 06, temos o perfil da distribuição desta ponta, esta é uma ponta usada também para aplicação em área total. FIGURA 06. Padrão de distribuição da ponta HYPRO 30DT - 02 a 0,50 m de altura e a 300 kPa de pressão. 300 Volume (mL) 250 200 150 100 50 0 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 Número da Proveta 156 Na Figura 07, o coeficiente de variação da ponta hidráulica ALBUZ MVI - 04 nas alturas de 0.40, 0.50 e 0.60 m e nas pressões de 100, 300, 1200 e 2500 kPa, pode ser observado que o CV ficou abaixo de 10% a 100 kPa indiferente da altura. FIGURA 07. Coeficiente de variação da ponta ALBUZ MVI - 04 nas pressões de 100, 300, 1200 e 2500 kPa. Coeficiênte de Variação (%) 16 14 12 10 100 kPa 8 300 kPa 6 1200 kPa 4 2500 kPa 2 0 0,4 0,5 0,6 Altura (m) A Figura 08 mostra o padrão de distribuição da ponta de pulverização hidráulica ALBUZ MVI - 04 a 0,50 m de altura e a 300 kPa de pressão. FIGURA 08. Padrão de distribuição da ponta ALBUZ MVI - 04 a 0,50 m de altura na pressão de 300 kPa. 250 Volume (mL) 200 150 100 50 0 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 Número da Proveta 157 CONCLUSÃO Conclui-se que todas as pontas sofrem influencia direta da variação de altura e pressão, sendo que a ponta de pulverização hidráulica HYPRO 30DT - 02 teve um desempenho melhor que as demais, a ponta de pulverização hidráulica HYPRO E80 – 04, sofreu maior influencia quando avaliada a altura de 0,40 m não sendo recomendada para uso nesta altura e a ponta de pulverização hidráulica ALBUZ MVI – 04 mostrou que sendo utilizada a pressão de 100 kPa pode ser utilizada m todas as altura estudadas. REFERÊNCIAS BAUER, F. C.; RAETANO, C. G. Distribuição volumétrica de calda produzidas pelas pontas de pulverização XR, TP e TJ sob diferentes condições operacionais. Plantas Daninhas, Viçosa-MG, v.22, n.2, p.275-284, 2004 CUNHA, J. P. A. R.; RUAS, R. A. A. Uniformidade de distribuição volumétrica de pontas de pulverização de jato plano duplo com indução de ar. Pesquisa Agropecuária Tropical, 36(1): p. 61-66, 2006 FAQIRI, N.L.; KRISHNAN, P. Effect of nozzle pressure and wind condition on spray pattern displacement of RF5 and 110-5R nozzles. St. Joseph. ASAE. p.13, 2001 FERNANDES, A. P.; PARREIRA, R. S.; FERREIRA, M. C.; ROMANI, G. N. Caracterização do perfil de deposição e do diâmetro de gotas e otimização do espaçamento entre bicos na barra de pulverização. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.27, n.3, p. 728-733, Set/Dez. 2007. FERREIRA, M. C.; COSTA, G. M.; SILVA, A. R.; TAGLIARI, S. R. A. Fatores qualitativos da ponta de energia hidráulica ADGA110015 para pulverização agrícola. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.27, n.2, p.471-478, Maio/Ago. 2007. FERREIRA, M. C.; OLIVEIRA, J. R. G. DI ; DAL PIETRO, I. R. P. S. Distribuição da calda herbicida por pontas de pulverização de pulverização agrícola utilizadas em áreas 158 de reflorestamento com eucalipto. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 29, n.2, p.267-276, Abr/Jun. 2009. GRAHAM-BRICE, I. J. Crop-protection: a consideration of effectiveness and disadvantages of current methods and the scope for improvement. Philosophical transactions of the Royal Society of London, Series B, London, v.281, p.13-179, 1977. ISO. International Organition for Standardization. 2005. Agricultural and Forest MachinesEquipament for crop protection- Sprayer nozzles- Colour coding for identification. ISO. International Organization for Standardization. 1996. Equipment for crop protection Spraying equipment - Part 2: test methods for agricultural sprayers. ISO, Geneva. 5 p. (ISO5682-1:1996). ZAIDAN, S. E. Influencia de diferentes pontas de pulverização nas aplicações terrestres em alta velocidade na cultura da soja (Glycine max). Dissertação (Mestrado) Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", 2012. 159 ESTUDO COMPARATIVO EM MESA DE DISTRIBUIÇÃO DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO PARA APLICAÇÃO EM ÁREA TOTAL Alexandre de Moura Guimarães¹; Samir Elias Zaidan²; Hiago Antonio de Paula Ribeiro³; Fabrício Maranho³ ¹Eng. Agrônomo, Doutor, Professor, FATEC Pompéia, Pompéia – SP, Fone: (14) 3452-1294, [email protected] ²Eng. Agrônomo, Mestre, Máquinas Agrícolas Jacto S/A, Pompéia – SP, Fone: (14) 3405-3500, Ramal: 6184, [email protected] ³Discente, FATEC Pompeia, Pompeia – SP RESUMO: O padrão de uniformidade de vazão é um parâmetro muito importante para a seleção da ponta de pulverização adequada para cada aplicação de agrotóxico. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a uniformidade de vazão de três pontas de pulverização hidráulicas de jato plano, com ângulo nominal de abertura de 110º com indução de ar, da marca HYPRO, modelos GA110 - 02, LD110 - 02 e VP110 - 02 com as mesmas vazões nominais, sob diferentes pressões de trabalho e altura em uma mesa de distribuição transversal com canaletas normalizada. O coeficiente de variação foi influenciado pela pressão de trabalho e altura da barra. PALAVRAS–CHAVE: Vazão. Coeficiente de pulverização. Tecnologia de aplicação. COMPARATIVE STUDY IN TABLE DISTRIBUTION OF SPRAY NOZZLES FOR SPRAYING THE ENTIRE AREA ABSTRACT: The standard uniform flow is an important parameter for the selection of the appropriate spray tip for each application of pesticide. Thus, the present study aimed to evaluate the uniformity of flow of three hydraulic spray nozzles jet plane, with nominal angle of opening 110 of air induction, the brand HYPRO, models GA110 - 02, LD110 - 02 and VP110 - 02 with the same nominal flows under different pressures and height in a table of distribution channels with normalized cross. The coefficient of variation was influenced by pressure and boom height. KEYWORDS: Flow. Coefficient spray. Application technology. 160 INTRODUÇÃO A grande parte das aplicações de agrotóxicos é feitas por meio de pulverização, ou seja, pela geração e emissão de partículas líquidas. Por controlar pragas e ajudando positivamente o aumento da produtividade das lavouras, os agrotóxicos fazem parte diretamente da produção agrícola mundial (THEBALDI et al., 2009). Segundo OSIPE et al. (2010), para que o uso de agrotóxicos ocorra de maneira segura, é preciso utilizá-los obedecendo às recomendações, preservando o solo a água, a saúde humana e animal e combatendo as doenças, pragas e plantas daninhas que prejudicam a produção agrícola sem prejudicar a qualidade do alimento produzido. A eficiência da aplicação de agrotóxicos está diretamente associada à uniformidade de aplicação da calda proporcionada pelas pontas de pulverização evitando assim superdosagens ou subdosagens na aplicação (FERREIRA et al., 2009). Qualquer que seja o pulverizador a ser utilizado, independente de ser antigo ou moderno, simples ou sofisticado, acionado manualmente e transportado por animais, trator ou aeronaves, a ponta de pulverização é a parte mais importante e, em contrapartida, a mais negligenciada, sendo poucas vezes corretamente avaliada em relação à quantidade de calda aplicada, por área (volume) ou por minuto (vazão), e a distribuição homogênea e adequada das gotas produzidas sobre o alvo desejado (SANTOS, 2007). A divisão do líquido em pequenas gotas ocorre nos bicos de pulverização. Estes podem ser considerados os componentes mais importantes dos pulverizadores hidráulicos, pois, determinam as características do jato emitido (CUNHA et al., 2007). Segundo SIDAHMED (1998), os bicos têm como funções: fragmentar o líquido em pequenas gotas, distribuir as gotas em pequena área e controlar a saída do líquido por unidade de área. Atualmente, existe no mercado uma diversidade de bicos hidráulicos de pulverização, para desintegração do líquido em gotas, com diferentes características técnicas operacionais. O ângulo de abertura do jato de pulverização e o espaçamento entre os bicos determinam a altura de condução da barra em relação ao alvo a ser atingido pelas gotas. A observação destes dois aspectos é fundamental para a obtenção de uma cobertura uniforme do alvo e para evitar falhas ao longo da área tratada (BOLLER, 2007). Os bicos de pulverização representam um dos principais componentes nos vários tipos de pulverizadores hidráulicos existentes, pois influenciam diretamente na qualidade e na segurança da aplicação. Denomina-se bico ao conjunto de peças colocado no final do circuito hidráulico, por meio do qual a calda é fragmentada em gotas. O bico consiste de várias partes, 161 sendo a ponta de pulverização a mais importante. (CHRISTOFOLETTI, 1999; CUNHA et al., 2007). De acordo com JOHNSON e SWETNAM (1996), a seleção correta da ponta de pulverização é imprescindível na aplicação de agrotóxicos, e determina quanto é aplicado por área, a uniformidade da aplicação, da cobertura e do risco potencial de deriva. Uma das formas de qualificar a uniformidade de distribuição numa pulverização é por meio da análise do coeficiente de variação (CV%) obtido da análise de distribuição volumétrica transversal da ponta de pulverização em bancada de teste (VOOL et al., 2004; BAUER & RAETANO, 2004b), de modo que quanto menor esse valor, mais uniforme é a distribuição (HUYGHEBAERT et al., 2001). Geralmente, o coeficiente de variação é calculado a partir da curva de distribuição volumétrica de pontas individuais, simulando-se a sobreposição dessas curvas. Segundo LANGENAKENS (1999), um coeficiente de variação da distribuição volumétrica transversal abaixo de 10% indica uniformidade satisfatória. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a uniformidade de distribuição volumétrica de pontas de pulverização hidráulicas de aplicação em área total de jato plano com indução de ar sobe as diferentes pressões de trabalho, altura da barra e portabico. MATERIAL E MÉTODOS Os ensaios foram realizados no Laboratório Mecânico do Centro Pesquisa e Desenvolvimento, “Dr. Sergio Sartori”, da empresa Máquinas Agrícolas Jacto S/A, situada na cidade de Pompéia – SP. Foram avaliados três diferentes modelos de pontas de pulverização hidráulicas de jato plano, com ângulo nominal de abertura de 110º com indução de ar da marca HYPRO, modelos GA110 - 02, LD110 - 02 e VP110 - 02, como mostra a Figura 01, e de acordo com o fabricante, as pontas de poliecetal, são indicadas para aplicação em área total na faixa de pressão de 200 kPa a 400 kPa. Para realizar os ensaios das pontas de pulverização hidráulicas em laboratório mediante a aplicação de ensaios específicos em acordo com os procedimentos descritos na norma ISO5682-1:1996. Todos os ensaios foram realizados em condições laboratoriais livres de vento, em temperatura do entre 10 e 25ºC e umidade relativa do ar superior a 50%. 162 FIGURA 01. Pontas de pulverização de jato plano simples utilizadas: (A) GA110 - 02, (B) LD110 - 02 e (C) VP110 - 02. Autor: Hiago Antonio de Paula Ribeiro. Para a realização do teste de uniformidade de vazão das pontas GA110 - 02 LD110 - 02 e VP110 - 02 foram utilizados lotes de cem pontas do mesmo modelo e vazão, retirados destes lotes duas amostras de vintes pontas cada, de modo que a primeira será submetida aos testes e a segunda constituirá a contraprova, que foi guardada no Laboratório Mecânico para controle. Os ensaios foram realizados com água limpa livre de sólidos em suspensão, a mensuração da uniformidade de vazão das pontas foi realizada da seguinte forma: coletou-se o volume pulverizado na pressão de trabalho de 300 kPa (aproximadamente 45 psi ou 3 bar), com uma balança com a precisão de 1 grama, sendo o erro de pressão inferior a 1% e a medida do tempo foi efetuada em um período igual ou superior a 60 segundos com um relógio com erro inferior a 1 segundo. Com os resultados do ensaio de uniformidade de vazão das vinte amostras, foram selecionadas as três pontas que obtiveram os resultados das vazões mais próximas da vazão nominal indicada pelo fabricante e assim foram efetuados os testes das mesmas, em uma mesa de distribuição transversal de canaletas normalizada, como mostra a Figura 02, estas canaletas estão espaçadas a 0,25 m e que possui um total de 2,25 m de largura, nesta mesa foram coletados os dados da relação de pressão e altura das pontas são eles que nos deram a 163 distribuição volumétrica das pontas de pulverização hidráulicas. Para a realização do ensaio de distribuição volumétrica das pontas, as mesmas foram posicionadas verticalmente acima da mesa de distribuição com as respectivas alturas: 0,40 m, 0,50 m e 0,60 m de modo a direcionar o jato de pulverização às calhas de coleta, as pressões utilizadas foram de: 200 kPa, 250 kPa, 300kPa e 400 kPa. FIGURA 02. Mesa de canaletas horizontal normatizada para determinação da uniformidade de distribuição transversal das pontas de pulverização. Autor: Hiago Antonio de Paula Ribeiro. Os dados coletados foram inseridos em uma planilha do Programa Microsoft Office Excel e por fim calculado o coeficiente de variação (CV%) em todas as condições acima apresentadas. 164 RESULTADOS E DISCUSSÃO Tomando por base os resultados da deposição das pontas de pulverização, algumas comparações foram feitas, estabelecendo-se como critério de análise, o valor do coeficiente de variação da distribuição final simulada através de uma planilha eletrônica (CHRISTOFOLETTI, 1997 citado por BAUER e RAETANO, 2004a). O coeficiente de variação (CV%), da uniformidade de distribuição da pulverização das pontas GA110 - 02, LD110 - 02 e VP110 - 02 de jato plano em área total, na faixa de pressão de 200 kPa a 400 kPa e altura da barra de 0,40 m a 0,60 m em relação ao alvo de aplicação estão representados na Tabela 01. A ponta GA110 02 obteve um coeficiente de variação médio de 17,8 %, conforme descreve a norma ISO5682-1:1996 esta uniformidade é insatisfatória, pois ultrapassa os 10% tolerados. Porém as pontas LD110 - 02 e VP110 - 02 obtiveram resultados satisfatórios atendendo a mesma norma, ficando as duas com o coeficiente de variação (CV) menor que 10%. TABELA 01. Coeficiente de variação médio (CV%) das pontas GA110 - 02, LD110 - 02 e VP110 - 02 na faixa de pressão de 200 kPa a 400 kPa e com a faixa de altura de 0,40 m a 0,60 m. Tratamento Pressão Altura GA110 02 LD110 02 VP110 02 (kPa) (m) (CV%) (CV%) (CV%) 01 200 0,40 31,6 11,4 9,5 02 200 0,50 27,9 7,3 4,0 03 200 0,60 22,5 8,2 3,0 04 300 0,40 19,1 6,9 8,5 05 300 0,50 12,6 8,8 6,3 06 300 0,60 8,9 9,4 9,2 07 400 0,40 17,4 5,2 8,1 08 400 0,50 11,4 8,3 8,5 09 400 0,60 8,7 7,5 10,6 Média - - 17,8 8,1 7,5 Em geral, as pontas de jato plano apresentaram perfis de distribuição triangular, simétrico e sem grandes depressões na zona central, o que permite, mediante uma correta 165 sobreposição dos jatos de pulverização, boa uniformidade de distribuição conjunta. As Figuras 03, 04 e 05 comprovam tais afirmações. As pontas VP110 – 02 e LD110 – 02 de jato plano apresentaram uniformidade de distribuição satisfatória em, praticamente, todas as condições avaliadas. A ponta GA110 - 02 proporcionou baixa uniformidade de distribuição, em todas as condições avaliadas, com coeficiente de variação acima de 10%. FIGURA 03. Perfis de distribuição volumétrica (volume versus posição) do bico hidráulico de jato plano VP110 - 02, trabalhando isoladamente, sob diferentes pressões e alturas em relação ao alvo. 166 FIGURA 04. Perfis de distribuição volumétrica (volume versus posição) do bico hidráulico de jato plano LD110 -02, trabalhando isoladamente, sob diferentes pressões e alturas em relação ao alvo. 167 FIGURA 05. Perfis de distribuição volumétrica (volume versus posição) do bico hidráulico de jato plano GA110 - 02, trabalhando isoladamente, sob diferentes pressões e alturas em relação ao alvo. CONCLUSÃO Dentre os modelos de pontas avaliados, as pontas LD110 02 e VP110 02 apresentaram um desempenho satisfatório, pois obtiveram o coeficiente de variação médio abaixo de 10% preconizado pela norma seguida. 168 REFERÊNCIAS BAUER, F. C.; RAETANO, C. G. Distribuição volumétrica de calda produzida pelas pontas XR, TP e TJ sob diferentes condições operacionais. 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P. 256-259. 170 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UMA DISTRIBUIDORA A LANÇO CENTRÍFUGA ACIONADA PELO SISTEMA HIDRÁULICO INDEPENDENTE E CONTROLADOR ELETRÔNICO Mateus Pelegrino Manji¹; Elvio Brasil Pinoti²; José Vitor Salvi² ¹ Eng. Agrônomo, Discente em Mecanização em Agricultura de Precisão na FATEC Pompeia “Shunji Nishimura”, PompeiaSP, Fone: (14) 9708-0600, [email protected] ² Docentes do curso Mecanização em Agricultura de Precisão, FATEC Pompeia, Pompeia-SP. RESUMO: As distribuidoras centrífugas a lanço, pioneiras na aplicação de agricultura de precisão, são dotadas de esteiras de borracha e acionadas hidraulicamente por um controlador eletrônico, possuem fácil calibração. Sua importância no mercado agrícola vem crescendo cada vez mais e para isso há a necessidade de realizações de testes para avaliar seu desempenho e a funcionalidade. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho da distribuidora centrífuga, modelo Precisa 6 m³, fabricada pela JUMIL, com acionamento por controle eletrônico VCom 5.6, antena GPS NOVATEL e sistema hidráulico independente, na deposição de um adubo granulado, com diferentes doses de 250; 500 e; 750 Kg.ha-¹ e velocidades de 1,39; 2,78 e; 4,17 m.s-¹. Com a utilização do programa Adulanço 3.0, foram realizadas simulações com o CV 15%, com os dados coletados nas bandejas de deposição . A alteração da velocidade não alterou a dose proposta, porém o perfil se torna mais uniforme conforme aumenta a velocidade de deslocamento, alterando a largura de aplicação do produto. O sistema avaliado apresentou regularidade para todas as variáveis. PALAVRA-CHAVE: Agricultura de precisão, aplicação a lanço e distribuição. PERFORMANCE ASSESSMENT OF A CENTRIFUGAL BROADCAST DISTRIBUTOR DRIVEN BY AN INDEPENDENT HYDRAULIC SYSTEM AND ELECTRONIC CONTROLLER SUMMARY: The broadcast centrifugal distributors, pioneers in the application of precision agriculture, are endowed with rubber mats and hydraulically actuated by an electronic controller, providing easy calibration. It is importance in the agricultural market is growing more and for that there is the need for achievement tests to evaluate their performance and functionality. This study aimed to evaluate the performance of the centrifugal distributor PRECISA 6 m³ model, manufactured by JUMIL, actuated by electronic control VCom 5.6, GPS NOVATEL antenna and independent hydraulic system, the deposition of a granular fertilizer with different doses of 250 , 500 and, 750 kg ha-¹ and speeds of 1.39, 2.78 and, 4.17 ms-¹. Using the program Adulanço 3.0, simulations were performed with CV 15%, with the data collected in trays deposition. The speed change did not alter the proposed dose, but the 171 profile becomes more uniform with increasing speed, changing the width of the product application. The system presented regularly assessed for all variables. KEYWORDS: Broadcast application, distribution and precision agriculture. INTRODUÇÃO Segundo Carvalho Filho (2011) a utilização de máquinas e equipamentos com tecnologia eletrônica embarcada é uma realidade para a agricultura brasileira e a demanda é cada vez maior, sendo estas tecnologias essenciais para a crescente produção de alimento. O celeiro do mundo, vem se modernizando na agricultura, principalmente no uso racional do solo e insumos, alterando seus conceitos de aplicação, e na adubação de pré-plantio (HACHUY, 2008). As máquinas para adubação a lanço, podem ser utilizadas antes da semeadura ou em cobertura, sendo ela capaz de distribuir em campo o insumo existente em um reservatório, com capacidade variável, conforme modelo, pelo transporte de uma esteira, em sua base, até os discos giratórios, com aletas distribuidoras (SILVEIRA, 2001). A forma de aplicação de fertilizantes e corretivos sólidos são os aplicadores a lanço, centrífugo ou pendular sua forma de distribuição, ou o distribuidor de queda livre (MOLIN, 2011). Teixeira et. al (2009) classifica em dosadores volumétricos centrífugos, a máquina responsável por transportar continuamente o adubo, retirando do reservatório e depositado em cima do distribuidor. Silveira (2001) classifica como equipamentos que trabalham em uma faixa efetiva maiores que a própria largura do implemento. A largura efetiva desta, sempre gera incertezas pois, esta é determinada pela sobreposição de aplicação (HACHUY, 2008). Para a aplicação com discos centrífugos, Teixeira et. al (2009) recomenda determinar a velocidade angular dos discos, da granulometria do adubo e da velocidade do vento. Segundo Teixeira et. al (2009) as distribuidoras a lanço requer a regulagem da uniformidade de distribuição, através de ensaio prévio pode se obter a melhor calibração, com o intuito de minimizar os problemas de sobreposição. As fabricantes fazem ensaios para garantirem a funcionalidade do sistema e que distribua regularmente a dosagem desejada, estes ensaios determinam a vazão correta, caracterização da faixa transversal e longitudinal da aplicação (PORTELLA e BATISTA, 2012; MOLIN e RUIZ, 1999). Segundo Primo (2007) e 172 Molin e Ruiz (1999), os agricultores dificilmente fazem as regulagens para distribuição, devido à falta de equipamento para a realização dos testes. Segunda Portella e Batista (2012), no Brasil os ensaios são feitos da forma convencional, onde utiliza-se bandejas para coletar o produto e posteriormente depositadas em um recipiente para a pesagem em balança eletrônica. A largura de distribuição é sempre menor que a largura efetiva de aplicação, considerando esta como a distancia das caixas que tiverem recolhido a metade da dose recomendada (TEIXEIRA et. al, 2009). Conforme Hachuy (2008), a largura efetiva baseia-se no coeficiente de variação (CV) relacionado ao produto depositado dentro das bandejas coletoras, transversal a máquina. Muitos dos testes realizados são considerados inadequados, devido à falta de conhecimento da relação da máquina distribuidora com a topografia, a variação na velocidade de deslocamento e as condições climáticas (LAWRENCE e YULE, 2007). Para evitar as condições adversas do ensaio, a umidade relativa não pode estar acima de 80% e a velocidade do vento não deverá exceder a 2 m.s-¹, evitando a deriva do produto (PORTELLA e BATISTA, 2012). A norma ASAE S341.2 (ASAE, 1996) refere em 2,22 m.s-¹ a velocidade do vento, com a declividade do terreno em até 2%. Os coletores são padronizados pela ISO 5690/1 (ISO,1985), com 0,5 x 0,5 m e profundidade de no mínimo 0,15m. Ambas as normas referem à utilização de algum dispositivo para evitar o ricochete, Molin e Mazzotti (2000) comprovam que a utilização destes dispositivos é essencial em produtos em formas de grânulos. Conforme Molin (2008) as distribuidoras a lanço são implementos pioneiros na agricultura de precisão. A solução para controle dos insumos aplicados a lanço adotados é o controle da velocidade da esteira dosadora, por meio de um motor hidráulico e um comando eletrônico para controlar a vazão do óleo, através de uma válvula com solenoide (MOLIN, 2011). Este tipo de aplicação pode ser através da leitura de um mapa de aplicação ou sensores em tempo real (MOLIN, 2008). O objetivo deste trabalho é avaliar o desempenho de uma distribuidora centrífuga, com acionamento por controle eletrônico e sistema hidráulico, na deposição de um adubo granulado, com diferentes doses e velocidades. 173 MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi realizado na Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, localizado na cidade de Pompeia, estado de São Paulo, durante o mês de setembro de 2012. A área utilizada para o experimento se encontrava nas coordenas 22º 06´ 32´´ S e 50º 11´ 46´´O, com elevação de 620 metros. A superfície de deslocamento da máquina foi nivelada, e a declividade transversal possui desnível de 2%. Utilizou-se, um trator Valtra BM 125 com uma distribuidora de arrasto (modelo Precisa 6m³, fabricada pela Jumil), acionada por meio de um controle eletrônico, sistema hidráulico independente, acionado pela tomada de potência (TDP) do trator, esteira de borracha e capacidade volumétrica de 6 m³, os discos distribuidores foram os com 2 aletas, conforme recomendação do fabricante para adubos granulados, sendo estas abertas no máximo. Para realização do ensaio a comporta permaneceu aberta na mesma posição, conforme recomendação do fabricante. O controlador eletrônico é o Vcom 5.6 com antena GPS da NOVATEL com sinal autônomo, onde envia sinal para uma válvula com solenoide, que aumentará ou diminuirá a vazão, responsável pela rotação do motor hidráulico que aciona a esteira de borracha, este monitorada por um sensor de rotação. O adubo formulado utilizado possui 0,2% dos grânulos maiores que a peneira de 4,72 mm, 3,1% retida na peneira de 3,3 mm, 53% retida na peneira de 2 mm e 43,7% de grânulos menores que 2 mm. Sua composição é de 4% de nitrogênio (N), 14% de P2O5 e 8% de K2O, com densidade de 1,2 g.ml-¹ e índice de umidade de 3,42%, sendo necessária a utilização de 3 toneladas deste, para realização do ensaio. Conforme ASAE S281, citada em ASAE S341.2 (ASAE, 1996), o reservatório deve conter de 40 a 50% da sua capacidade. O teste de calibração da máquina segue conforme metodologia ASAE EP371.2 (ASAE, 2006), onde se pesa a quantidade de adubo conforme a regulagem e tempo de acionamento. Foram realizadas três repetições da calibração eletrônica antes da realização dos ensaios, com o trator na rotação de 1800 RPM e a TDP com 540 RPM, seguindo as ordens especificadas pelo monitor Vcom 5.6, com 50 voltas no motor hidráulico (conforme manual), responsável pelo acionamento da esteira, distribuindo em dois baldes de 20 litros o adubo depositado (Figura 1), sendo quantificada sua massa e retirada à média geral, o valor foi inserido na unidade de comando eletrônica para o calculo do novo fator de calibração. Após esta, realizou se o teste de volume, com o mesmo número de repetição, desta vez com a dosagem estipulada de 4 quilogramas. A validação da calibração foi feita em velocidades simuladas. 174 FIGURA 1. Parte traseira da distribuidora a lanço com dispositivo de direcionamento de adubo e baldes de coleta, para realização da calibração, Pompeia-SP (2012). As bandejas utilizadas e a forma de distribuição seguem conforme as normas ASAE S341.2 e ISO 5690/1. Para realização do ensaio foram utilizadas bandejas de 0,5 x 0,5m, sendo 49 distribuídas longitudinalmente no centro de distribuição do adubo e, 23 na transversal, perpendicular ao percurso. Suas distribuições na longitudinal foram a cada um metro, sendo a ultima bandeja espaçada dois metros, em um total de 50 metros. Na transversal, estas foram distanciadas a cada metro, deixando espaço para a passagem do rodado de 1 metro de cada lado, com um total de 23,5 metros (Figura 2). 175 FIGURA 2. Distribuição das bandejas coletoras, longitudinal e transversal, no campo de testes, Pompeia-SP (2012). Foram realizados ensaios com três doses de adubo, com três velocidades (V1, V2 e V3) conforme Tabela 1, sem repetições. Todas as passadas foram registradas a velocidade do vento por um anemômetro digital. As aplicações de cada passada começaram com uma distância de 30 metros da primeira bandeja, necessária para a estabilização e, acabaram com 30 metros da última bandeja. A velocidade de deslocamento da máquina foi monitorada pelo monitor eletrônico, permanecendo o trator com rotação próxima dos 1800 RPM, para que a TDP esteja com 540 RPM. Não houve alteração da largura efetiva em nenhuma das passadas. 176 TABELA 1. Descrição dos tratamentos utilizados com diferentes doses de adubo e diferentes velocidades de deslocamento. Tratamentos Dose (Kg.ha-¹) Velocidade (m.s-¹) 1 250 1,39 (V1) 2 250 2,78 (V2) 3 250 4,17 (V3) 4 500 1,39 (V1) 5 500 2,78 (V2) 6 500 4,17 (V3) 7 750 1,39 (V1) 8 750 2,78 (V2) 9 750 4,17 (V3) As amostras foram armazenadas em sacolas plásticas, devidamente identificadas e posteriormente analisadas em balança de precisão de 0,0001g, utilizando um Becker de 50ml. O cálculo da Largura Efetiva da distribuição transversal do material foi feito utilizando o programa Adulanço 3.0 (MOLIN et al., 2009a), baseando na simulação do programa, utilizando dados próximos de 15% de coeficiente de variação (CV), considerada boa por Weiss (1986). Molin e Menegatti (2003) analisado o desempenho de distribuição com uréia, obtiveram melhor resultado a CV de 15%. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 2 demonstra os dados obtidos na calibração da distribuidora de precisão, apresentando que esta depositando mais adubo no lado esquerdo. Neste caso, descartou a possibilidade da bandeja direcionadora estar descentralizada, pois a mesma tendência foi constatada nas distribuições em campo com a bandeja específica a aplicação. 177 TABELA 2. Dados de calibração da Distribuidora a lanço, referente a 50 voltas do motor hidráulico, em Quilogramas (ASAE, 2006). Repetições Esquerdo Direito Total 1 3,217 2,300 5,517 2 3,180 2,289 5,469 3 3,161 2,301 5,462 Média 3,186 2,297 5,483 O valor médio de 5,483 quilogramas foi inserido no controlador eletrônico como fator de calibração. Nos testes de volume (Tabela 3), as condições de vazão continuaram assimétricas, com vazão maior no lado esquerdo, mostrando que a máquina apresenta alguma anomalia em sua estrutura. TABELA 3. Dados referentes ao teste de volume realizado após a calibração, regulada com a vazão de 4 Kg. Repetições Esquerdo Direito Total 1 2,383 1,735 4,118 2 2,416 1,768 4,184 3 2,450 1,794 4,244 Média 2,416 1,766 4,182 Supõe-se que o vedador lateral esquerdo do reservatório, a qual foi encontrada uma fresta onde escoava o adubo (Figura 3), seja o responsável pela anomalia. Primo (2007) observou a maior concentração de produto no lado direito no distribuidor Sembra 1300-P AH, e relacionou a abertura do prato dosador ser maior. A assimetria de distribuição pode ser corrigida através da determinação da largura de distribuição e seu sistema de deslocamento. 178 FIGURA 3. Vazamento de adubo do reservatório. A validação da calibração nas velocidades dos ensaios, foi comprovada pela simulação, onde não se apresentou nenhum alerta no controlador. Os ensaios foram realizados a partir das 14:00 horas, momento em que a velocidade do vento esta com intensidade menor. Durante os ensaios dinâmicos realizados a temperatura variou de 24 a 28ºC, com umidade do ar abaixo de 40% e velocidade de vento de 0,28 a 1,39 m.s-¹ (PORTELLA e BATISTA, 2012; ASAE, 1996). 179 FIGURA 4. Gráfico de distribuição transversal na regulagem de 250 kg.ha-¹, com a quantidade de adubo coletado, nas diferentes velocidades de deslocamento. Peso dos coletores (g) 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 V1 2,0 V2 1,5 V3 1,0 0,5 0,0 -12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Distribuição transversal (m) Na Figura 4, com a dose regulada de 250 kg.ha-¹, as distribuições apresentaram regularidade nas laterais e no centro uma pequena desuniformidade, comprovada através do perfil de distribuição longitudinal (Figura 5), a amplitude é menor com o aumento da velocidade. Hachuy (2008) e Farret (2005) obtiveram o mesmo resultado de desuniformidade de deposição, onde obteve elevada concentração no centro da deposição com outros tipos de produtos. FIGURA 5. Gráfico de distribuição longitudinal na regulagem de 250 kg.ha-¹, com a Peso dos coletores (g) quantidade de adubo coletado, nas diferentes velocidades de deslocamento. 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 Distribuição longitudinal (m) V1 V2 V3 Quando se aumenta a velocidade de deslocamento à esteira tende a movimentar mais rápida, aumentando sua vazão para distribuir a mesma dose, com isso o perfil apresentou mais uniforme e simétrico na maior velocidade, nos três tipos de percurso (Figuras 6, 7 e 8), permitindo uma maior capacidade de campo, já que o mesmo aumenta a largura de aplicação 180 (Tabela 4). Farret (2005) evidencia que a aplicação de produtos formulados é desuniforme quando considerados a densidade e o tamanho dos grãos de cada nutriente. Luz et. al (2010) obteve resultados expressivos sobre os teores do formulado 22-00-22, onde os grânulos de uréia sendo mais leves, se concentraram em maior quantidade no centro de aplicação, e os grânulos de cloreto de potássio, por apresentarem maior densidade, foram distribuídos em maior quantidade nas extremidades. TABELA 4. Larguras de aplicação conforme sistema de percurso, com CV de 15%. Dose (Kg.ha-¹) Velocidade (m.s-¹) 250 Largura de aplicação (m) Alternado direito Alternado esquerdo Contínuo 1,39 13 15,5 10,5 250 2,78 15,5 20 15,5 250 4,17 16 22 19 500 1,39 15 21 16 500 2,78 19 23 21 500 4,17 21 23,5 22 750 1,39 16 21 18 750 2,78 18 22 19 750 4,17 16 23 19 FIGURA 6. Simulação de distribuição da dose de 250 kg.ha-¹, na V1, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO 181 FIGURA 7. Simulação de distribuição da dose de 250 kg.ha-¹, na V2, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO FIGURA 8. Simulação de distribuição da dose de 250 kg.ha-¹, na V3, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO A Figura 9 representa o adubo coletado nas passadas onde a distribuidora a lanço, se encontrava regulado para a dose de 500 kg.ha-¹, apresentando a mesma característica de distribuição, onde quando se aumenta a velocidade à uniformidade melhora, porém na faixa longitudinal central (Figura 10) a quantidade de adubo depositado diminui. A assimetria, tendente à esquerda, continua evidente porém, com o Adulanço 3.0 (MOLIN et al., 2009a), a simulação do perfil transversal de distribuição, a 15% de CV, demonstra visivelmente os resultados e, consegue determinar a melhor forma de curso a tomar. Neste caso, fica evidente que para as três velocidades, nesta dose, não há preferencia de trajeto, entretanto para a velocidade V1, os sistemas alternados apresentam uma largura de aplicação maior que a contínua. Pode se observar na Tabela 4 que a largura de aplicação aumenta conforme aumenta 182 à velocidade, esse fato pode ser tomado em consideração quando se deseja ter melhor rendimento operacional. FIGURA 9. Gráfico de distribuição transversal na regulagem de 500 kg.ha-¹, com a Peso coletado (g) quantidade de adubo coletado, nas diferentes velocidades de deslocamento. 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 V1 V2 V3 -12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 Distribuição transversal (m) 6 7 8 9 10 11 12 FIGURA 10. Gráfico de distribuição longitudinal na regulagem de 500 kg.ha-¹, com a Peso coletado (g) quantidade de adubo coletado, nas diferentes velocidades de deslocamento. 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 Distribuição longitudinal (m) V1 V2 V3 O aumento da velocidade, com a dose de 500 Kg.ha-¹, proporciona uma melhor uniformidade e um aumento da largura de distribuição, diminuindo a amplitude, quando analisado o perfil transversal das três velocidades, conforme Figura 9. Na análise dos dados longitudinal (Figura 10) observa-se que é inversamente proporcional o aumento da velocidade com a quantidade de adubo, isso se deve ao aumento da quantidade de adubo que cai em cima dos pratos giratórios, a qual exerce maior inércia ao produto. 183 FIGURA 11. Simulação de distribuição da dose de 500 kg.ha-¹, na V1, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO FIGURA 12. Simulação de distribuição da dose de 500 kg.ha-¹, na V2, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO 184 FIGURA 13. Simulação de distribuição da dose de 500 kg.ha-¹, na V3, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO A simulação da dose de 500 Kg.ha-¹ (Figuras 11, 12 e 13), nas três velocidades apresentam pontos em que a distribuição é menor, porém a variação corresponde entorno dos 15% de CV. Comparando com a dose de 250 Kg.ha-¹ nas mesmas velocidades de deslocamento, observadas na Tabela 4, a largura de distribuição aumentou nos três sistemas de distribuição. Aumentando a velocidade a largura de distribuição também se tende a aumentar conforme o CV analisado, com 22 metros de largura efetiva no sistema contínuo, 21 metros no sistema alternado direito e 23,5 metros no sistema alternado esquerdo. FIGURA 14. Gráfico de distribuição transversal na regulagem de 750 kg.ha-¹, com a quantidade de adubo coletado, nas diferentes velocidades de deslocamento. 4,5 Peso coletado (g) 4,0 3,5 3,0 2,5 V1 2,0 V2 1,5 V3 1,0 0,5 0,0 -12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 Distribuição transversal (m) 5 6 7 8 9 10 11 12 185 Na configuração para aplicação da dosagem fixa de 750 Kg.ha-¹, o perfil transversal para as três velocidades (Figura 14) não variam significamente, a V1 apresenta maior concentração na região central de distribuição. Consecutivamente a distribuição longitudinal, conforme a Figura 15, as doses se assimilam nas diferentes velocidades. FIGURA 15. Gráfico de distribuição longitudinal na regulagem de 750 kg.ha-¹, com a Peso coletado (g) quantidade de adubo coletado, nas diferentes velocidades de deslocamento. 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 Distribuição longitudinal (m) V1 V2 V3 As Figuras 16, 17 e 18 referentes aos dados da Tabela 4, não apresentaram diferenças conforme a largura de aplicação de cada sistema, sendo seus perfis de distribuição similares, com pouca diferença de amplitude. FIGURA 16. Simulação de distribuição da dose de 750 kg.ha-¹, na V1, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO 186 FIGURA 17. Simulação de distribuição da dose de 750 kg.ha-¹, na V2, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO FIGURA 18. Simulação de distribuição da dose de 750 kg.ha-¹, na V3, obtidos pelo software Adulanço 3.0. DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA CONTÍNUO DISTRIBUIÇÃO SIMULADA PARA O SISTEMA ALTERNADO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO PERFIL DE DISTRIBUIÇÃO NO SOLO O objetivo deste trabalho não foi quantificar os nutrientes depositados na área, pois para adubos formulados o efeito da segregação altera a deposição de cada nutriente, devido seu tamanho e densidade. Luz et. al (2010) e Molin et. al (2009b) mostram que a aplicação a lanço via distribuidor centrífugo, para formulados, compromete a acurácia dos nutrientes devido à segregação das partículas, o que não seria efeito da máquina, não sendo considerável a utilização em taxa variada. As larguras de trabalho estabelecidas pelo CV de 15% considera boa por Weiss (1986), identifica somente a uniformidade de aplicação, porém a dose depositada no solo precisa ser calculada considerando os valores de sobreposição. 187 Farret (2005) obteve resultados com o mesmo perfil de distribuição do calcário em vazões diferentes, porém com sementes de aveia, a qual possui tamanhos diferentes, o perfil foi desuniforme. A aplicação de produto em forma de grânulos deve ser considerada a homogeneidade de tamanho e densidade deste, pois a alteração da velocidade ou da vazão, interfere no seu perfil transversal de deposição. Segundo Baio et. al (2012) quando aplicado adubo sólidos a lanço, deve ser observar a altura da cultura, sendo esta, fator responsável na variação da largura de distribuição. O controlador eletrônico, recebendo os dados de deslocamento pelo sinal de GPS, consegue correlacionar a velocidade com a vazão de distribuição, alterando a velocidade da esteira para suprir a necessidade volumétrica. Porém, quando se aumenta a velocidade, a deposição do produto granulado tende a alterar o perfil de distribuição, alterando a dose depositada e a largura de aplicação, sendo necessária a cada velocidade trabalhada ser realizada a regulagem das aletas para determinação da largura efetiva com base na sobreposição e quantidade real aplicada. Molin e Ruiz (1999) aplicando adubo formulado, 414-8, nas velocidades de 2,20 e 3,75 m.s-¹, obtiveram resultados de aumento da largura de aplicação proporcional ao aumento de velocidade para a metodologia ISO 5690/1 (ISO,1985). CONCLUSÃO Com base dos dados obtidos com velocidades distintas, conclui se que o controlador eletrônico e o comando hidráulico, responde a essas alterações aplicando a mesma dose, porém a dose calibrada e programada não deve servir de argumento para o estabelecimento da largura efetiva. Alterando a velocidade de deslocamento, altera o perfil transversal, sendo que o controlador eletrônico possui apenas dados de vazão e não de deposição, portanto para adubos granulados de tamanhos desuniformes não é aconselhável à alteração desta. 188 AGRADECIMENTOS À Fundação Shunji Nishimura, FATEC Pompeia “Shunji Nishimura”, à JUMIL Justino de Morais, Irmãos S/A. e o professor Doutor Ulisses Antuniassi, da FCA da UNESP Botucatu. REFERÊNCIAS ASAE - American Society of Agricultural Engineers. Procedure for Calibrating Granular Applicators. ASABE Standards. St. Joseph, 1996. 5p. (ASAE S341.2) ASAE - American Society of Agricultural Engineers. Procedure for measuring distribution uniformity and calibrating granular broadcast spreaders. ASAE Standards. St. Joseph, 2006. 3p. (ASAE EP371.2) BAIO, F. H. R. TRANSVERSAL et al. AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA DISTRIBUIÇÃO DE ADUBOS SÓLIDOS APLICADOS EM CULTURAS ANUAIS. Bioscience Journal: Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 4, p.527-536, 2012. CARVALHO FILHO, I. de. Futuro da AP no Brasil. In: BRASIL. Ministério Da Agricultura Pecuária E Abastecimento. Agricultura de Precisão: boletim técnico. 2. ed. Brasília: Binagri, 2011. p. 34-36. FARRET, I. S.. Efeito da variação da regulagem no perfil transversal de aplicação com distribuidores centrífugos. 2005. 88 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005. HACHUY, L.. Desempenho de uma distribuidora a lanço com dois tipos de produtos aplicados em diferentes posições de aletas nos discos. 2008. 60 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2008. 189 ISO - International Organization for Standardization. Equipment for distributing fertilizers: Test methods – Part 1: Full width fertilizer distributors. Geneva, 1985, 2. ed., 17p. (ISO Standard 5690/1). LAWRENCE, H. G.; YULE, I. J.. Modeling of fertilizer distribution using measured machine parameters. Transactions Of The ASABE: American Society of Agricultural and Biological Engineers, New Zealand, v. 50, n. 4, 2007, p.1-7. LUZ, P. H. D. C. et al. Otimização da aplicação de corretivos agrícolas e fertilizantes. International Plant Nutrition Institute: Informações Agronômicas, Piracicaba, mar. 2010. 28p. MOLIN, J. P. et al. Adulanço 3.0: montagem do teste de campo, Manual de uso passo-apasso, Análise de resultados. Piracicaba: USP/ESALQ. Projeto AP. 2009a. 20p. MOLIN, J. P. et al. Segregação de fertilizantes aplicados a lanço. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 29, n. 4, p. 614-622, 2009b. MOLIN, J. P.. Agricultura de Precisão. In: BRASIL. Ministério Da Agricultura Pecuária E Abastecimento. Agricultura de Precisão: boletim técnico. 2. ed. Brasília: Binagri, 2011. p. 5-27. MOLIN, J. P.; MAZZOTTI, H. C.. Influência da utilização e do tipo de amortecedores de ricochete em ensaios de aplicadores a lanço. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 2, n. 4, p.281-285, 2000. UFPB. MOLIN, J. P.; MENEGATTI, L.A.A. Desempenho de distribuidora a lanço com doses MOLIN, J. P.; RUIZ, E. R. S. Validação de métodos simplificadores de determinação da largura efetiva para distribuidores de fertilizantes e corretivos. IN: Congresso Brasileiro De Engenharia Agrícola, 28, 1999, Pelotas. Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, Pelotas: SBEA, 1999, CDrom. MOLIN, J.P.; Agricultura de Precisão: o gerenciamento da variabilidade. 3. ed. Piracicaba, SP. 2008. 83p. 190 PORTELA, J. A.; BATISTA, D. G.. Teste eletrônico. Cultivar Máquinas, Não Me Toque, n. 118, p.12-14, maio 2012. Mensal PRIMO, M. A.. Coletores alternativos para determinação da largura de trabalho de distribuidores de fertilizantes sólidos à lanço. 2007. 46 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Agrícola, Departamento de Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2007. SILVEIRA, G.M.; Máquinas Para Plantio e Condução das Culturas. Viçosa-MG. Editora Aprenda Fácil, 2001, 336 p. TEIXEIRA, M. M.; QUEIROZ, D. M.; E.A.OLIVEIRA. Distribuidoras de adubos e calcário: operação e manutenção. 2. ed. Brasília: SENAR, 2009. 116 p. variáveis de uréia. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 23, n. 2, p. 290-299, 2003. WEISS, A. Desenvolvimento de um distribuidor helicoidal para calcário seco. 1986. 79 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Maria, 1986. 191 INTENSIDADE DA PRESSÃO SONORA EM MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOPROPELIDAS Tanaka, E. M.1, Brene A. A.2, Duarte , D. S.3 1 Eng. Agrônomo, Doutor, Professor Assistente da FATEC POMPEIA do curso de Mecanização em Agricultura de Precisão da Disciplina de Maquinas III. FONE: (14) 3452-1294 e-mail: [email protected]; 2 Discente, FATEC POMPEIA do curso de Mecanização em Agricultura de Precisão; Telefone: (14) 9633-3992; e-mail: [email protected]; 3 Discente, FATEC POMPEIA do curso de Mecanização em Agricultura de Precisão; RESUMO: O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a intensidade de pressão sonora em máquinas agrícolas autopropelidas, utilizando um aparelho decibelímetro, marca ICEL Manaus, modelo DL - 4050. Foram avaliadas 6 máquinas de diferentes modelos e marcas: um pulverizador (CASE)* Patriot 350, uma adubadora Uniport (JACTO)* 3000 NPK, e quatro colhedoras, sendo duas da marca (JOHN DEERE)* modelo 9750 STS e 9970 na cultura do milho e algodão, uma da marca (NEW HOLLAND)* TC 5070, cultura da soja e uma da marca (JACTO)* K3 Millennium, cultura do café. Os resultados indicaram que os níveis de ruídos produzidos pelas máquinas se mantiveram dentro do limite permitido, que é de 85 dB, para uma exposição máxima de 8 horas diárias, conforme a Norma Regulamentadora NR-15, sem que haja necessidade de utilização de Equipamento de Proteção Individual (E.P.I.) para proteção auricular, garantindo conforto auditivo e estabilidade para o operador durante a jornada de trabalho. PALAVRAS-CHAVES: Ergonomia, Segurança do trabalho, Mecanização. INTENSITY OF SOUND PRESSURE IN AGRICULTURAL MACHINERY PROPELLED ABSTRACT: This study aimed to evaluate the intensity of sound pressure in self-propelled agricultural machines, using a decibel meter, brand ICEL - Manaus, model DL - 4050. In which we evaluated 6 machines of different models and brands, such as a sprayer (CASE) * Patriot 350, Uniport fertilizer (JACTO) * 3000 NPK, and four harvesters, two brand (JOHN DEERE) * model 9750 STS and 9970 in corn and cotton, a brand (NEW HOLLAND) * TC 5070, soybean crop and a brand (JACTO) * K3 Millennium, coffee culture. The results indicated that the levels of noise produced by machines remained within the allowable limit, which is 85 dB, for a maximum exposure of 8 hours per day, according to Norm NR-15, without the necessity of use of Personal Protective Equipment (E.P.I) for hearing protection, hearing ensuring comfort and stability for the operator during the workday. KEYWORDS: Ergonomics, Safety, Mechanization. 192 INTRODUÇÃO O som é a variação da pressão do ambiente de trabalho detectável ao sistema auditivo e ruído é um som sem harmonia, em geral de conotação negativa, ou seja, que na maioria das vezes pode ser classificado como um som indesejável (BISTAFA, 2006). Segundo, KROEMER e GRANDJEAN (2005), o decibel é a unidade física da pressão sonora e é medido em micropascal (µPa). Sendo assim, o som mais baixo que um ouvido humano saudável pode detectar está em torno de 20 µPa, podendo detectar, também, sons até um milhão de vezes mais altos, o que fez com que fosse criada uma escala logarítmica para tornar a sua leitura e o seu entendimento mais fáceis, surgindo assim o decibel (dB). Diante disto, o ruído como um fator indesejável nas nossas vidas vem recebendo muita atenção. A ênfase crescente sobre a poluição do ar, poluição de água e a qualidade do meio ambiente em geral, criou a necessidade de se examinar o ambiente acústico do homem, principalmente no ambiente de trabalho. Os benefícios de baixar os níveis de ruídos em maquinas agrícolas são: menor risco de deterioração da acuidade auditiva dos operadores, menor fadiga e irritação do operador ao final de longo dia de trabalho; menor incomodo no meio ambiente. Entre os fatores ergonômicos que prejudicam os operadores das máquinas, o ruído pode ser considerado um dos principais, com um agravante de existirem poucos trabalhos desenvolvidos para a avaliação deste parâmetro e suas implicações na saúde ocupacional (CUNHA & TEODORO, 2006). Segundo SILVEIRA et al. (2008), o ruído produzido nas operações agrícolas pode prejudicar a sensibilidade da audição não só do operador, mas também de pessoas que estejam ao alcance do ruído. No entanto, HILBERT (1998) afirma que, para a diminuição do nível de ruído com a consequente melhora do ambiente de trabalho, é necessário entender os princípios básicos de sua geração, transmissão e recepção. O reconhecimento do som é feito no ouvido pela mudança de pressão do ar ambiente. De acordo com a Norma Regulamentadora NR-15 (2010), no seu anexo n° 01 (Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente), os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW), sendo que as leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. A intensidade mínima e máxima da salubridade para pessoas trabalhando diariamente são respectivamente, 8 horas com nível de 193 85 dB (A) e 115 dB (A) para 7 minutos, sendo que não é permitida exposição a níveis de ruído acima deste limite para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos, pois pode oferecer risco grave ou iminente aos mesmos. SILVA (2004) realizou a avaliação de três colhedoras de grãos, sendo determinado o nível de ruído na cabine do operador. O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado, com 12 tratamentos e três repetições. Os resultados obtidos evidenciam que todas as colhedoras estudadas apresentaram ruído acima do nível máximo estabelecido pelas normas técnicas. DAMASCENO et al. (2008) avaliaram os níveis de ruído médio produzidos por cinco caminhões de entrega de ração para frangos de corte no momento da descarga, visando à melhoria da saúde, do bem-estar e da segurança do operador. Os dados foram coletados através de medições dos níveis de ruído por meio de um decibelímetro, de forma pontual e em pontos pré-determinados em torno aos caminhões. Os resultados indicaram que os níveis de ruídos produzidos pelos caminhões apresentaram acima do limite mínimo permitido pela norma pertinente no país, porém o tempo de exposição do operador no momento da descarga é inferior ao tempo limite permitido. O objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de pressão sonora em cabines sob o qual operadores estão expostos diariamente em máquinas agrícolas, onde foram feitas medições em máquinas agrícolas autopropelidas avaliando a intensidade de pressão sonora estava de acordo com as normas permitidas, para garantir segurança, conforto e estabilidade ao operador. MATERIAIS E MÉTODOS Os ensaios foram realizados nos municípios de Pompeia - SP e Nova Mutum – MT como apresenta a Tabela 1, no período de Junho a Agosto de 2012. 194 TABELA 1. Localização da área de estudo. Propriedades Área (ha) Município Fazenda Experimental FSNT* 50** Pompeia-SP Fazenda Ribeiro do Céu 300*** Nova Mutum-MT Fazenda Simental 280*** Nova Mutum-MT *Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. **Área Total. ***Área do Talhão. Para as medições de ruído, utilizou-se o aparelho decibelímetro, marca ICEL - Manaus, modelo DL-4050, com escalas de baixa e alta intensidade de 35 a 100 e 65 a 130 dB, respectivamente. Portanto, os valores medidos em dB (A) representam o número de pressão sonora equalizado de acordo com a curva “A” do aparelho, padronizada internacionalmente Normas IEC 651 e EB 386, citadas pela NBR-9999- ABNT, (1987). Figura 1. FIGURA 2. Aparelho decibelímetro, marca ICEL - Manaus, modelo DL-4050. O aparelho decibelímetro foi posicionado aproximadamente a 0,2 m à esquerda e á direita do eixo central da cabeça do operador alinhado com o ouvido (Figura 2), de acordo com a norma NBR9405- ABNT, (1985). As máquinas avaliadas estavam com cabines originais e ar-condicionado ligado durante a medição. 195 FIGURA 3. Posicionamento do decibelímetro durante as avaliações. Realizou-se 6 tratamentos e 3 repetições, com duração de 10 segundos , com intervalos aleatórios. As máquinas autopropelidas utilizadas nos ensaios foram: um pulverizador CASE Patriot 350, uma adubadora JACTO Uniport 3000 NPK, e quatro colhedoras, sendo duas da marca JOHN DEERE modelo 9750 STS e 9970 na cultura do milho e algodão, uma da marca NEW HOLLAND modelo TC 5070, cultura da soja e uma da marca JACTO modelo K3 Millennium, cultura do café. FIGURA 19. M1-Pulverizador CASE Patriot FIGURA 5. M2-Colhedora JOHN DEERE 350. 9750 STS. 196 FIGURA 6. M3-Colhedora JOHN DEERE FIGURA 9970. 7. M4 - Colhedora NEW HOLLAND TC 5070. FIGURA 8. M5 Adubadora Uniport JACTO FIGURA 9. M6-Colhedora JACTO K3 Millenium. 3000 NPK. 197 RESULTADOS E DISCUSSÃO TABELA 2. Especificações Técnicas das Máquinas Autopropelidas avaliadas. Características Máquinas M1 M2 M3 M4 M5 M6 CASE JD JD NH JACTO JACTO Patriot 9750 TC Uniport K3 350 STS 9970 5070 3000 NPK Millennium Potência (c.v.) 200 325 253 180 337 110 Rotação (rpm) 1900 2330 2350 1900 1900 1800 30 5 4,3 4,9 25 0,85 Marca Modelo Velocidade (Km/h) TABELA 3. Valores médios da intensidade de pressão sonora em máquinas autopropelidas, medidas no lado direito e esquerdo do ouvido. Máquinas Avaliadas Ouvidos Média do nível de Direito (dB) Esquerdo (dB) ruído (dB) M1 72,7 69,3 71,0 M2 77,1 75,8 76,5 M3 78,4 80,1 79,3 M4 74,2 74,2 74,2 M5 77,1 76,4 76,8 M6 78,7 79,8 79,3 Observando a Tabela 3, nota-se que as máquinas - M1, M2 e M5 apresentaram valores acima no lado direito do ouvido, do que os valores medidos do lado esquerdo. Esses valores podem ser devido à presença de equipamentos localizados dentro da cabine, em que durante as operações ocorreram apitos de alertas para determinados comandos, causando assim alteração nos níveis de ruídos no lado direito do operador. A máquina – M3 colhedora de algodão também possuía equipamentos no lado direito da cabine, apresentou nível elevado no lado oposto, ou seja, no lado esquerdo do ouvido, esse 198 valor pode ser devido à localização da porta da máquina, que não estavam em condições favoráveis, devido ao desgaste das borrachas vedadoras como apresenta a Figura 7. FIGURA 10. Borracha vedadora desgastada. Borracha desgastada Já a máquina - M6, colhedora de café, também apresentou maior nível no lado esquerdo do que o lado direito, valores obtidos pelo fato da bica de descarga estar localizada no lado esquerdo do operador, Figura 8. FIGURA 11. Posicionamento da bica de descarga. No entanto, a única máquina que não apresentou alteração no nível de pressão sonora em ambos os lados, ou seja, lado direito e esquerdo do ouvido do operador foi à máquina – M4 colhedora de soja. 199 TABELA 4. Limites máximos de tolerância do ser humano para níveis de ruído contínuo ou intermitente sem proteção auricular conforme norma NR-15 (2010). Ruído [dB (A)] Máxima exposição diária permissível (horas) 85 8 86 7 87 6 88 5 89 4,3 90 4 91 3,3 92 3 93 2,4 94 2,15 95 2 96 1,45 98 1,15 100 1 102 0,45 104 0,35 105 0,3 106 0,25 108 0,2 110 0,15 112 0,1 114 0,8 115 0,7 200 TABELA 5. Comparação entre a Rotação do motor (rpm) e Velocidade de Trabalho em (Km/h) com os valores médios da intensidade de pressão sonora (dB) nas máquinas autopropelidas. Máquinas Rotação do Velocidade de Média do nível motor (rpm) Trabalho (Km/h) de ruído (dB) M1 - CASE Patriot 350 1900 30 71 M2 - JD 9750 STS 2330 5 76,5 M3 - JD 9970 2350 4,3 79,3 M4 - NH TC 5070 1900 4,9 74,2 M5 - JACTO Uniport 3000 NPK 1900 25 76,8 M6 - K3 Millennium 1800 0,85 79,3 Conforme pode ser observado nos valores da Tabela 5, a máquina - M3, (JD 9970) colhedora de Algodão, estava com uma rotação maior de 2350 rpm, onde resultou em valor elevado de ruído 79,3 dB. Já na máquina - M6, (K3 Millennium) embora a rotação estivesse com o menor valor de rotação, ou seja, 1800 rpm, obteve o mesmo índice de ruído 79,3 dB que a M3. Esse resultado pode estar relacionado ao posicionamento das varetas vibratórias que estão logo abaixo da cabine do operador como mostra a Figura 9. FIGURA 12. Posicionamento das varetas vibratórias. 201 TABELA 6. Tempo de máxima exposição diária permissível, considerando-se os limites de tolerância estabelecidos pela NR -15 ,(2010). Ruído Tempo de Máxima Exposição Diária [dB(A)] Permissível M1 71 8 horas M2 76,5 8 horas M3 79,3 8 horas M4 74,2 8 horas M5 76,8 8 horas M6 79,3 8 horas Máquinas De acordo com a Tabela 6, os resultados de intensidade de pressão sonora estão todos abaixo de 85 dB, o que indica que o tempo máximo de exposição diária permissível deve ser de 8 horas, conforme citado na Tabela 4. Portanto, os níveis médios de intensidade de pressões sonoras medidos dentro das cabines, estão dentro do limite permitido pela legislação em vigor no país (NR - 15, 2010). CONCLUSÃO Os resultados obtidos durante a execução do trabalho permitiram as seguintes conclusões: Todas as máquinas agrícolas autopropelidas avaliadas não excederam os limites máximos de 85 dB (A) permitidos pela legislação brasileira para jornadas de trabalho de 8 horas, conforme a NR-15. As máquinas que estavam com rotação elevada em relação às outras no momento da operação, não interferiram significativamente nos resultados de níveis de ruídos, o que mostrou que as cabines originais das máquinas estavam em perfeitos estados. E que, a audição do operador nessas condições não será afetada, o que permite a não utilização de aparelhos auditivos, garantindo assim maior conforto e atenção perante a execução das operações. 202 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Determinação do P.R.A. de Tratores e Máquinas Agrícolas Autopropelidas – Procedimento: NBR 9405. Rio de Janeiro, 1985. 2p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Medição do nível de ruído, no posto de operação de tratores e máquinas agrícola: NBR 9999. Rio de Janeiro, 1987. 21 p. BISTAFA, S. R Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Edgard Blucher, 2006. 368 p. CUNHA, J.P.A.R.; TEODORO, R.E.F. 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