estudos biblicos david wilkerson

Transcrição

estudos biblicos david wilkerson
2007
____
O Céu - 30 de abril de 2007
(Heaven)t
Por David Wilkerson
30 de abril de 2007
__________
Não ouvimos muitos sermões sobre o céu atualmente. Isso pode
parecer estranho, já que a alegria de todo cristão é refletir sobre estar com o
Senhor por toda a eternidade. A promessa do céu está no núcleo maior do
evangelho que pregamos.
Mas há uma razão pela qual não ouvimos muito sobre esse assunto
jubiloso. O fato é que a Bíblia não diz muito sobre como o céu é. Jesus nunca
se assentou com os discípulos e explicou a glória e a majestade dos céus.
Ele realmente disse ao ladrão sobre a cruz, "Hoje estarás comigo no
paraíso", mas não disse como seria.
O apóstolo Paulo se refere aos céus quando fala de ter sido levado ao
paraíso. Ele diz que viu e ouviu coisas que abalaram tanto a sua mente, que
ele não tinha linguagem para as descrever. A idéia que se tem da descrição
de Paulo é a de que, mesmo se ele pudesse explicar o que viu, as nossas
mentes humanas não conseguiriam compreender.
Seja o Quê For Que Paulo Tenha Testemunhado no Céu
Isso
O
Impactou
de
Tal
Maneira,
Que Para o Resto da Vida Ele Quis Ardentemente Estar Lá
Paulo era grato por sua vida, por seu chamado, seu ministério. Creio
que ele amava o povo de Deus com paixão. Mas ao longo dos seus anos de
ministério, o contínuo desejo de Paulo era ir para o lar celestial e estar com o
Senhor. O seu coração simplesmente ansiava estar lá.
Então, onde é o céu? Não sabemos. Efetivamente sabemos que há um
novo céu chegando, assim como uma nova terra. E esse novo planeta não
será simplesmente a velha terra refinada pelo fogo, mas algo inteiramente
novo. E o seu centro será a capital, a Nova Jerusalém.
Efetivamente também sabemos que o trono de Deus está no céu.
Igualmente Jesus está lá, como estão os anjos do Senhor, em multidões
incontáveis. Ainda mais, Paulo diz que uma vez estando lá, contemplaremos
Jesus "face a face" (I Coríntios 13:12). Em resumo, teremos acesso pessoal
imediato ao Senhor por toda a eternidade. (Amado, se isso apenas fosse todo
o céu, seria o suficiente para mim!)
Evidentemente, aprenderemos coisas que simplesmente não podem
ser contidas pela mente humana aqui na terra. Teremos acesso à mente do
próprio Cristo, que é ilimitada. E eu creio que Ele vai nos ensinar a respeito
todas as coisas eternas.
As
Escrituras
Não
Será
Só
Para
Além de Ter Igreja
Sugerem
Relaxar
e
que
Não
o
Fazer
Céu
Nada
A Bíblia diz que no céu os santos governarão com o Senhor como
"reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Apocalipse 5:10). Agiremos
como Seus servos lá - os santos "o servirão" (22:3).
Isso me diz que receberemos estimulantes e abençoadas missões
nesse novo mundo que virá. As escrituras falam repetidas vezes do papel
que os anjos têm desempenhado por toda a história, ministrando até a Jesus.
Seja qual for o nosso excitante trabalho, podemos saber que continuará pela
eternidade, porque os mundos de Deus não têm fim.
Considere por um momento o infinito aparente que vemos no espaço.
Considera-se que o nosso próprio sistema solar deva ter ao menos cerca de
dez bilhões de quilômetros de diâmetro, e é apenas um ponto no universo.
Descobertas científicas mostram que há sistema após sistema após
sistema, aparentemente sem fim. Isso é tão tremendo para a mente.
Assim como o nosso sistema solar corre através do espaço, girando
em torno do sol, inúmeros outros sistemas estão se movendo um sobre o
outro igualmente. E está tudo tendo lugar segundo a divina ordem de Deus.
Por essa razão creio que no céu iremos receber tarefas que são agora
incompreensíveis às nossas mentes humanas.
Quando Paulo se Refere à
Ele Fala de Ter Estado no “Terceiro Céu”
Sua
Experiência
no
Paraíso,
Os estudiosos no tempo de Paulo ensinavam que havia três camadas
de céus: primeiro, a atmosfera física na qual habitamos; a seguir o segundo
céu, onde as estrelas estão; e, finalmente, o terceiro céu onde Deus e o
paraíso estão.
Tudo o que eu posso dizer sobre esse assunto com segurança é que
Jesus ascendeu ao “céu acima de todos os céus”. E nos disse que está lá
agora preparando um lugar para o Seu povo. Também disse, “Voltarei outra
vez, e lhes levarei para lá. Onde Eu morar, vocês morarão”. Em resumo,
amado, não dá para eu dizer como o céu é. E não sei muito sobre o que está
acontecendo lá. Não tenho nova revelação a oferecer, não tenho uma versão
como a de Paulo. Mas dá para dizer como o céu não é, e o que não está lá,
pois isso é o quê as escrituras oferecem. E, como você verá, o que isso
revela nos dá motivos para nos alegrarmos!
Começamos com a Visão do Apóstolo João em Apocalipse 21
João conta que não encontraremos as seguintes coisas no céu:
1. Não existirão mais mares. "Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro
céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe" (Ap. 21:1). Ele está
declarando que não haverão mais ameaças vindas dos grandes blocos de
água: não haverá mais ciclones, furacões ou tsunamis assassinos. Na
verdade, a única água que é mencionada quanto à essa nova terra será um
rio de júbilo que corre através das ruas da Nova Jerusalém. João fala o
seguinte dele: "Me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que
sai do trono de Deus e do Cordeiro" (22:1).
2. Não haverá lenços no céu. Não teremos nenhuma necessidade
dessas coisas, pois os textos das escrituras implicam em que nem
precisaremos de glândulas lacrimais. "(Deus) lhes enxugará dos olhos toda
lágrima" (21:4). Segundo João, as lágrimas simplesmente não existirão no
céu.
Igualmente, não haverá mais funerárias, caixões de defuntos ou
cemitérios. Por que? Porque "A morte já não existirá, já não haverá luto, nem
pranto" (21:4). Pense nisso: não ficaremos mais ao lado dos caixões,
chorando a perda dos queridos. Não haverá mais choro ou luto, porque no
céu nunca iremos morrer. Uma vez tendo sido ressuscitados do sepulcro
terreno pelo poder da ressurreição de Cristo, nunca poderemos morrer outra
vez.
3. Não haverá mais farmácias, hospitais, médicos, enfermeiras,
ambulâncias, analgésicos ou receitas. João diz, "Já não haverá...dor" (21:4).
Sou lembrado de uma mãe e de sua filha deficiente que visitaram a
nossa igreja. O filho dessa senhora havia cometido suicídio após sete anos
suportando uma dor excruciante que médico algum conseguia diagnosticar.
Durante esse tempo, ele tinha de tomar narcóticos fortes pois só assim
conseguia suportar mais um dia. A origem dessa dor nunca foi encontrada.
Agora a filha está mostrando os mesmos sintomas. Trata-se de uma
bailarina talentosa e estudante brilhante, que ganhou prêmios e bolsas de
estudo. Mas a situação dela se deteriorou tanto, que agora enfrenta dor
torturante e contínua.
Como o irmão, essa jovem vive com um grau tão elevado de dor que
"numa escala de zero a dez, sua dor chega a catorze", segundo os médicos.
Foi dito que os narcóticos dos quais ela precisaria para a dor seriam tão
fortes, que a matariam em poucos meses.
Nunca
Me
Esquecerei
de Nossa Preciosa Netinha, Tiffany
dos
Últimos
Dias
na
Terra
A dor de minha neta devido ao tumor cerebral ficou tão intensa que os
seus membros se agitavam violentamente. Ela sofria terríveis convulsões, e
eu tinha de ajudar seu pai a segurar os braços e as pernas de Tiffany nessas
horas de dor.
A dor era simplesmente demais para ela, e na verdade era demais
para os seus avós, também. Finalmente, Tiffany disse à mãe que o Senhor
havia falado ao seu coração, dizendo "Quero que você venha para o lar
celestial. Comigo, não haverá mais dor".
O versículo de João tem um significado especial para mim: "Já não
haverá...dor" (21:4). Como avô de Tiffany, eu descanso no conhecimento de
que é aí que a minha netinha está nesse exato momento: com Jesus, onde
não há mais dor.
4. Não haverá mais medo, não haverá mais incredulidade, não haverá
mais coisas abomináveis, assassinatos, mentiras ou feitiçaria. A Bíblia diz
que todos os que praticam tais coisas serão lançados no lago de fogo:
"Quanto...aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos,
aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras, e a todos os mentirosos, a parte
que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre" (Ap. 21:8).
Os jornais noticiaram há algum tempo que um casal de idosos foi
encontrado morto em seu apartamento. Eles ficaram com tanto medo de
serem roubados ou atacados, que sempre trancavam as portas de casa e
vedavam todas as janelas. Estavam tão aterrorizados de medo que faziam
isso mesmo durante as terríveis ondas de calor do verão, e acabaram se
sufocando.
Não haverá mais esse medo no céu. Nem haverá mais qualquer
violência ou assassinato. Há pouco, um homem que atacava crianças admitiu
ter molestado mais de duzentas delas. Graças a Deus, no céu não haverá
mais tais abominações.
5. Não haverá mais motivos para se mudar no céu. A minha mulher e
eu já nos mudamos de uma casa para outra inúmeras vezes em nossa vida
adulta. Sou grato porque quando chegarmos ao céu, nunca mais teremos de
nos mudar. Como eu sei disso? Jesus diz: “Não se turbe o vosso
coração...Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu volo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar” (João 14:1-2).
Há pouco li sobre uma senhora cristã que perguntava, “Se haverá
multidões no céu que não podem ser contadas, como seria possível Deus
fazer habitação para todos? Como poderia haver lugar suficiente para tantos
moradores?”.
Vejamos as Palavras
“Vou Preparar-vos Lugar”
de
Jesus
Sobre
Esse
Assunto:
Tais palavras devem ter um significado para nós. Alguns estudiosos da
Bíblia interpretam Jesus aqui como “muitas habitações”. Isso pode ou não
estar correto. Tudo o que eu sei é o seguinte: se Cristo está construindo,
podemos ficar seguros de que é algo glorioso.
Ao pensarmos no lugar que o nosso Senhor está construindo para nós,
não devemos imaginar uma casa de tijolos ou algo assim. Pelo contrário, as
moradas dEle no geral são de uma outra dimensão ou esfera. Como
humanos, não conseguimos imaginar um mundo no qual o corpo passe
livremente através de substâncias materiais. (Jesus fez isso após a
ressurreição, e diz que no céu os nossos corpos de glória serão como o
dEle.) Esse é um domínio que cientista nenhum descobriu, algo
enormemente diverso de tudo que possamos compreender.
O importante que Jesus traz sobre o céu é, “Esse é o lar celestial.
Vocês vão viver eternamente onde Eu vivo”. “E, quando eu for e vos preparar
lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou,
estejais vós também” (Jo. 14:3). Em termos simples, há um lar na eternidade
para cada um de nós. E Jesus diz basicamente, “Quando esse dia chegar –
quando vocês estiverem aqui comigo – Eu pessoalmente mostrarei o que
construí para vocês”.
6. Não há inválidos no céu, nem cegos, surdos, ou corpos em declínio.
A Bíblia diz que teremos novos corpos no céu. Claro, essa é uma
doutrina bem conhecida dos cristãos, e Paulo tinha muito a falar sobre ela.
Ele escreve, “Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que
corpo vêm?” (I Cor. 15:35). Em outras palavras, as pessoas podem se
perguntar, “Que tipo de corpo ressuscitará dos mortos?”.
Paulo Responde que
Não é o Corpo Que Sairá Dela
o
Corpo
Que
Entra
na
Sepultura
“Quando semeias, não semeias o corpo que há de ser...Mas Deus lhe
dá corpo como lhe aprouve” (I Cor. 15:37-38). Em outras palavras, “Os
corpos que habitaremos no céu serão à Sua semelhança. Serão celestiais e
não terrenos”.
De acordo com Paulo, o nosso corpo físico é “semeado na corrupção”
mas “ressuscitado na incorrupção”. Simplificando, quando o nosso corpo é
“semeado” – ou, enterrado, ele é um corpo natural, terrestre. Mas quando
formos ressuscitados, será como um corpo celestial, do céu. O corpo que
teremos então será “glorificado” pelo poder de ressurreição de Cristo.
As escrituras nunca dizem que Deus vai procurar partes perdidas do
corpo como membros, um por um dos dentes, cada poeira de nosso corpo
natural, e dar um jeito de juntá-los. Pelo contrário, Paulo ensina, “A carne e o
sangue não podem herdar o reino de Deus”. A seguir acrescenta, “Num
momento, num abrir e fechar d’olhos, ao ressoar da última trombeta... A
trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados” (15:50,52).
Os
Nossos
Serão à Exata Semelhança de Cristo
Corpos
de
Glória
Naquele dia extraordinário, os túmulos se abrirão. E em Seu tremendo
poder, o Senhor criará corpos novos e eternos. Esses corpos serão a imagem
do santo e do justo, e nunca se corromperão. E quando isso acontecer, nós
falaremos uma língua - uma nova língua que todos iremos compreender. Na
verdade, todas as coisas serão feitas novas.
Mais eletrizante para mim é o que acontecerá para as milhões de
crianças mortas ou morrendo - - de todas as eras. Em um instante, essas
preciosidades serão levantadas com novos corpos. Penso nas crianças cujos
corpos foram para a cova devido à doença, ou cujas carnes foram trucidadas
em genocídios, cujos corpos foram estilhaçados por bombas.
Também penso em homens e mulheres cujos corpos foram desfeitos e
destruídos pela doença; penso também nos corpos que foram enterrados em
caixões vedados. Penso nos mártires de todas as épocas, nos que morreram
por meio da tortura, foram mutilados, serrados ao meio, decapitados,
queimados em fogueiras. Todos estes sairão dos túmulos com novos corpos,
para nunca mais verem a corrupção ou a dor.
A minha mente tem dificuldades em registrar essas coisas – contudo o
meu coração se alegra com elas!
7. Não haverá relógios no céu, pois o tempo não existirá mais.
João escreve que um anjo apareceu diante dele de pé sobre o mar e a
terra. O anjo então levanta a mão para o céu e, segundo João, “Jurou por
aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra,
o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora” (Apocalipse 10:6).
Este é um dos Conceitos Mais Difíceis Para eu Pôr em Minha Mente
Chegará um momento quando o próprio tempo será deixado de lado.
Imagine isso: nada de anos, nada de meses ou semanas, nada de mais dias,
horas, minutos ou mesmo segundos. Não haverá nada para marcar o tempo,
nem a noite nem a luz do dia, pois Cristo será a luz no paraíso.
Um pastor Puritano tentou descrever à sua igreja a ausência de limite
da eternidade. Disse para que eles não tentassem entender, que a eternidade
sempre foi e sempre será; sem começo ou fim. Deu-lhes essa ilustração:
“Visualize a terra como uma bola de areia, quase 50.000 quilômetros de
circunferência. A cada mil anos, um passarinho voa sobre ela e retira um grão
de areia. Quando ele remover o último grão, então a eternidade acabou de se
iniciar”.
Em outras palavras, na grande trama da eternidade, o “tempo” está
nesse momento fazendo apenas uma breve aparição. Dia virá em que o
tempo terá totalmente servido ao seu propósito e será abolido. É tudo
surpreendente demais para eu avaliar.
Paulo
Resume
Com Uma Admoestação a Todo o Povo de Deus
Isso
Paulo exulta: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de
nosso Senhor Jesus Cristo” (I Coríntios 15:57). Muitos cristãos citam esse
versículo diariamente, aplicando-o à suas lutas e tribulações. Mas o contexto
no qual Paulo o diz sugere um significado mais profundo. Só dois versos
antes, Paulo declara, “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a
tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (15:54-55).
Paulo estava falando eloqüentemente sobre o seu ardente desejo
pelos céus. Ele escreve, “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste
tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita
por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos,
aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial” (2 Coríntios
5:1-2).
O apóstolo então acrescenta, “Entretanto, estamos em plena
confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (5:8).
De acordo com Paulo, o céu – o estar na presença do Senhor por toda
a eternidade – é uma coisa que devemos desejar de todo o nosso coração.
Ao Ponderar Sobre Estas Coisas que as Escrituras Dizem que o
Céu Não Será, Um Quadro Glorioso Começa a se Formar
Primeiro, imagino a descrição que Jesus fez de um gigantesco
encontro, quando os anjos “reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos,
de uma a outra extremidade dos céus” (Mateus 24:31).
Quando todas estas multidões estiverem reunidas, visualizo uma
grande marcha da vitória acontecendo nos céus. Quase todo mundo conhece
a música “When the Saints go Marching In” (quando os santos entrarem
marchando). Tente imaginar essa música sendo tocada literalmente no céu,
com milhões de crianças glorificadas cantando hosanas ao Senhor, do jeito
que as crianças cantaram uma vez no templo. Que som de vitória e de louvor
será: multidões de órfãos gritando, “Pai!”. Dá para eu ver direitinho o brilho da
felicidade no rosto de Jesus. “Pois dos tais é o reino dos céus”, declarou.
Então vêm todos os mártires. Esses que já clamaram por justiça na
terra agora gritam, “Santo, santo, santo!”. Imagino os decapitados tocando
suas cabeças e dizendo, “Estou inteiro de novo”. Os que foram serrados ao
meio buscam as marcas da agonia sobre seus corpos mas não acham nem
uma. Os que foram queimados agora têm corpos inteiros, sem nenhum traço
ou cheiro de fumaça. Todos estes estarão dançando com alegria, gritando,
“Vitória, vitória em Jesus!”.
Então vem um poderoso bramido, um som nunca ouvido antes. É a
igreja de Jesus Cristo, com multidões de toda nação e tribo. Esse grupo inclui
os que foram viciados ou alcoólatras... que eram cegos ou enfermos... que
eram pobres, enviuvados ou forçados a mendigar. Visualizo entre eles a
empobrecida viúva que fielmente entregou sua moeda no culto, quando não
tinha mais nada.
Talvez Tudo Isso Soe Distante
Mas o Próprio Paulo Testifica Sobre Isso
ou
Forçado
Para
Você,
Quando o fiel apóstolo foi arrebatado ao céu, “ouviu palavras inefáveis,
as quais não é lícito ao homem referir” (2 Coríntios 12:4). Paulo diz que ficou
espantado com o que ouviu lá. Creio que estes foram exatamente os sons
que ouviu: ele teve um vislumbre do canto e do louvor a Deus pelos que
estarão se rejubilando em Sua presença, com seus corpos já inteiros, suas
almas cheias da alegria e paz. Foi um som tão glorioso que Paulo pôde ouvilo mas não conseguia repeti-lo. Amado santo, torne o céu o seu desejo mais
sincero. Jesus está voltando para os que desejem ardentemente estar com
Ele lá!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
2006
____
Orando em Secreto - 23 de outubro de 2006
(Praying in the Closet )
Por David Wilkerson
23 de outubro de 2006
__________
Tenho uma pergunta para você: o que o povo cristão pode fazer em
períodos de julgamento iminente da parte de Deus, para mover o coração do
Senhor?
Estamos vendo calamidades naturais numa escala como nunca houve
antes: ondas marítimas gigantescas, furacões, incêndios, inundações, secas.
Penso nas devastações que abalaram todo o mundo, perpetradas pelo
tsunami, pelo furacão Katrina, por terremotos na Índia e no Paquistão.
Penso também no medo e no desespero causados por calamidades
produzidas pelo homem: os eventos de 11 de setembro de 2001, o conflito
entre Israel e o Líbano, armas nucleares nas mãos de homens insanos. Até
os comentaristas mais céticos dizem que já estamos vendo os inícios da 3ª
guerra mundial.
Agora mesmo, muçulmanos em inúmeros países ameaçam destruir o
cristianismo. Quando estive em Londres há pouco, ouvi dois jovens
muçulmanos dizendo numa entrevista no rádio: "A nossa religião não é como
o cristianismo. Não viramos a outra face. Decapitamos a cabeça do outro".
Eu lhe pergunto: em tempos difíceis como esse, a igreja estaria sem
poder para fazer algo? Devemos ficar sentados e esperar que Cristo volte?
Ou, somos chamados a tomar ação drástica de algum tipo? Quando em torno
de nós o mundo inteiro treme, e o coração dos homens entra em falência por
causa do medo, somos chamados para erguer armas espirituais e
guerrearmos o adversário?
Por todo o globo, há uma sensação de que é inútil tentar resolver os
problemas que se acumulam. Muitos sentem que o mundo atingiu o zênite da
desesperança. O alcoolismo aumenta no mundo todo, e mais jovens do que
nunca entram em bebedeiras. Vejo uma tendência igualmente perturbadora
na igreja, à medida que cristãos se voltam para o materialismo. A mensagem
que suas vidas pregam é: "Acabou a esperança. Deus desistiu".
Diga-me, seria esse o papel do povo de Deus em tempos negros?
Será que os seguidores de Cristo devem cair um após o outro com o resto do
mundo, e pegar à força uma fatia do bolo? Não, nunca!
O Profeta Joel Viu um Dia Semelhante Se Aproximando de Israel,
Um Dia de "Sombra de Morte e Escuridão"
Segundo Joel, o dia de escuridão que estava se aproximando de Israel
seria um dia como nunca houvera em sua história. O profeta brada, "Ah! Que
dia! Porque o Dia do Senhor está perto e vem como assolação do Todopoderoso"
(Joel
1:15).
Qual foi o conselho de Joel a Israel naquela hora negra? Ele trouxe a
seguinte palavra: "Assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de
todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai
o vosso coração, e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso
Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e
grande em beneficência, e se arrepende do mal. Quem sabe se se voltará e
se arrependerá, e deixará após si uma bênção...?" (2:12-14).
Lendo essa passagem, o que me atinge muito são duas palavras:
“Agora mesmo”. Em meio à tremenda escuridão que caiu sobre Israel, Deus
apela ao Seu povo: “Agora mesmo, na hora da Minha vingança - quando
vocês Me puseram para fora da sociedade, quando a misericórdia parece
impossível, quando a humanidade zomba das Minhas advertências, quando o
medo e as trevas cobrem a terra - agora mesmo, Eu insisto para que voltem
para Mim. Sou tardio em irar-Me, e sou conhecido por reter Minha, como fiz
com Josias. O Meu povo pode orar e propiciar a Minha misericórdia. Mas o
mundo não chegará ao arrependimento caso vocês disserem que não há
misericórdia”.
Você está vendo a mensagem de Deus para nós? Como povo dEle,
podemos suplicar em oração - e Ele nos ouvirá. Podemos propiciá-Lo e saber
que Ele ouvirá as preces sinceras, eficazes e ferventes dos Seus santos.
Tenho uma palavra de aviso à igreja nesse momento: cuidado!
Satanás vem especificamente à essa hora de trevas quando o desastre
nuclear se forma sobre a terra, quando a impiedade ruge e aterroriza as
nações. O Diabo sabe que estamos vulneráveis, e lança a mentira: “Que tipo
de bem você pode fazer? Por que tentar evangelizar os muçulmanos, quando
eles querem te matar? Não dá pra mudar nada. É melhor você desistir desse
mundo saturado pelo pecado. Não vai adiantar orar por um derramamento do
Espírito. Todo esse seu arrependimento se torna fútil”.
Mas Deus vem a nós com essa palavra de Joel: “Há esperança e
misericórdia, agora mesmo. Sou de grande bondade, tardio em Me irar. E
agora é a hora de você se voltar para Mim em oração. Eu posso retirar o Meu
julgamento e mesmo trazer bênçãos para ti”.
Agora mesmo - nesses dias de assassino extremismo islâmico,
quando o nosso país perdeu o rumo moral, quando os tribunais jurídicos
estão banindo Deus para fora de nossa sociedade, quando o medo prende o
mundo inteiro - é a hora de se voltar para o Senhor em oração. Mesmo que a
Sua condenação esteja chegando por todos os lados, com taças de ira sendo
derramadas, o Espírito Santo ainda busca trazer para Si a humanidade
chamando-a até o último minuto do dia final.
Para o Quê Exatamente Devemos Orar Em Dias Como os Atuais ?
Eis a receita de Joel a Israel naquele dia de amarguras e trevas: "Tocai
a trombeta em Sião, promulgai um santo jejum, proclamai uma assembléia
solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni
os filhinhos...Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o
altar, e orem: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao
opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre
os povos: Onde está o seu Deus?" (Joel 2:15-17).
Eis o chamado à igreja: "Não se desencoraje nem se entregue ao
desespero. Você não deve acreditar nas mentiras do Diabo de que inexista
esperança para despertamento". Pelo contrário, de acordo com Joel, o clamor
do povo deve ser, "Senhor, pare a repreensão em Teu nome. Não deixe que
a Tua igreja seja mais zombada. Faça com que o ímpio pare de nos governar
com arrogância, de nos provocar e perguntar, 'Onde está o teu Deus?'".
A gente pode pensar, "O que Deus promete aqui é só uma
possibilidade. Ele diz que 'poderia' deter Seu julgamento. Isso é nada mais do
que um 'talvez', um 'pode ser'. Tudo que Ele requer do Seu povo pode ser em
vão".
Não acredito que Deus suplicie Sua igreja. E Ele não enviará o Seu
povo numa missão boba. Quando Abraão orou a Deus para que Sodoma
(onde seu sobrinho Ló vivia) fosse poupada, o coração do Senhor foi movido
para salvar a cidade mesmo se apenas dez justos vivessem lá. E Abraão
orou assim quando anjos exterminadores estavam entrando na cidade. Estou
convencido de que o povo de Deus atualmente deve propiciar o Senhor do
mesmo jeito.
Zacarias
Nos
Diz
Que
Deus
Designou
Onde o Seu Povo Deve Lhe Fazer Petições em Oração
Três
Lugares
Segundo Zacarias, há três lugares onde a oração deve ser feita: 1) na
casa de Deus (a igreja), 2) em todo lar, e 3) no lugar secreto. O Senhor diz a
Zacarias: ""Sobre a casa de Davi... derramarei o espírito da graça e de
súplicas...A terra pranteará, cada família à parte; a família da casa de Davi à
parte (significando a igreja)...a família da casa de Levi à parte (a família ou
lar), e suas mulheres à parte (indivíduos)" (Zacarias 12:10; 12-13).
Quando Zacarias disse isso, Israel estava cercado por inimigos
dispostos a destruí-lo. Havia grande tremor e temor - mas em meio a isso
veio essa maravilhosa palavra: "Deus está chegando para tratar desses
poderes do mal que estão contra vocês. Então, comecem a orar
ardentemente no santuário. Comecem a orar em seus lares e casas. E orem
em seu lugar secreto. O Espírito Santo vem, e lhes concederá o espírito de
súplicas e graça, capacitando-os a orar".
Você está vendo a mensagem de Deus a nós nesta passagem? Ele
está dizendo à igreja de todos os tempos, "Nos momentos de terror e medo,
quero derramar sobre vocês o Meu Espírito. Mas preciso de um povo em
oração sobre o qual O derramarei".
1. A Oração Começa na Casa de Deus
Todos os profetas do Velho Testamento chamaram o povo de Deus
para a oração em comum, conjunta. O próprio Jesus declara, "Está escrito: A
minha casa será chamada casa de oração" (Mateus 21:13). O fato é que a
história do mundo foi modelada pelas preces da igreja de Cristo.
Pense no seguinte: o Espírito Santo foi inicialmente dado na casa de
Deus, no cenáculo. Lá os discípulos "perseveram unânimes em oração" (Atos
1:14). Lemos que Pedro foi liberto da prisão por um anjo, enquanto "muitas
pessoas estavam congregadas e oravam" (12:12). A oração conjunta estava
continuamente sendo feita pela libertação de Pedro.
Claramente, Deus libera muito poder devido às preces da Sua igreja.
Assim, o chamado a esse tipo de oração não pode ser subestimado.
Sabemos que a igreja foi comissionada a ganhar almas, praticar a caridade, a
servir como local de reunião para a palavra de Deus ser pregada. Mas
primeiro e antes de tudo, a igreja deve ser um lugar de oração. Esse é o seu
chamamento primeiro, pois todos estes outros aspectos da vida da igreja
nascem
da
oração.
Contudo a oração em comum é limitada. É limitada à programação de
horários, e aos tipos de oração aos quais Deus nos chama a orar. Por
exemplo, a igreja não é o lugar para o choro de nossas preces de queda e de
angústia, quando citamos nossas cobiças e lascívias diante do Senhor e nos
arrependemos delas. Algumas vezes a oração em conjunto pode se tornar
uma desculpa para evitar esse tipo de oração privativa, quando ocorre um
exame do coração. Alguns podem dizer, "Acabei de chegar de uma reunião
de oração de duas horas", ou, "Jejuei com a minha igreja por três dias". Mas
esse não é o único tipo de oração que o Senhor deseja de nós.
2. Os Nossos Lares Também Devem Ser Um Lugar de Oração!
"Se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer
cousa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está
nos céus" (Mateus 18:19). Alguns cristãos chamam isso de "oração do
acordo". Você é profundamente abençoado se tem um irmão ou irmã
consagrado para orar em companhia dele. Na verdade, os intercessores mais
poderosos que conheci vieram em dois ou três. Se de algum modo Deus me
abençoou nessa vida - se me usou para a Sua glória - sei que é devido a uns
tantos intercessores de poder que oram por mim diariamente.
O lugar onde esse tipo de oração tem lugar com mais poder é o lar. A
minha mulher Gwen, e eu oramos juntos todos os dias, e creio que isso
mantém nossa família junta. Oramos por cada um de nossos filhos durante
seus anos de crescimento, para que nenhum se perdesse. Oramos por suas
amizades e relacionamentos, que Deus mandasse embora namorados ou
namoradas se houvessem sido enviados como armadilhas. Também pedimos
por seus futuros companheiros, e agora estamos fazendo o mesmo por
nossos netos.
É triste, mas poucas famílias cristãs gastam tempo para orar no lar.
Pessoalmente posso testificar que estou no ministério hoje por causa do
poder da oração em família. Todo dia, não importa onde meus irmãos e eu
estivéssemos brincando, no quintal ou na rua, a minha mãe nos chamava da
porta de casa, "David, Jerry, Juanita, Ruth - está na hora da oração!". (o meu
irmão mais novo, Don, ainda não havia nascido.)
A vizinhança inteira sabia da hora de oração da nossa família. Eu às
vezes odiava ouvir essa chamada, reclamava e me queixava. Mas alguma
coisa claramente acontecia naquelas horas de oração, com o Espírito se
movendo em meio à nossa família, e tocando as almas.
Talvez você não se veja tendo uma oração em família. Talvez tenha
um cônjuge que não coopere, ou um filho rebelde. Amado, não importa quem
escolhe não se envolver. Você ainda pode chegar à mesa, abaixar a cabeça
e orar. Isso servirá como a hora de oração do seu lar, e todos os membros da
família saberão disso.
3. O Terceiro Lugar de Oração é Aquele Que Jesus Praticava
E
Recomendava
aos
Discípulos:
O Lugar Secreto de Oração
Oração em secreto acontece quando estamos a sós, em secreto. "Tu,
porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu
Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará"
(Mateus 6:6).
Ultimamente, o Espírito Santo tem me falado sobre esse tipo de
oração. No passado eu ensinava que devido às exigências da vida,
possamos ter um "lugar secreto de oração" em qualquer lugar: no carro, no
ônibus, num intervalo do trabalho. Até certo ponto, isso é verdade.
Mas há mais. A palavra em grego para "secreto" nesse versículo quer
dizer "quarto particular, um lugar secreto". Isso era claro aos seguidores de
Jesus, pois as casas em sua cultura tinham um cômodo interno que servia
como um tipo de despensa. A ordem de Jesus era para entrar nesse lugar
secreto e fechar a porta. E é uma ordem individual, não do tipo que possa
ocorrer na igreja ou com um parceiro de oração.
Jesus estabeleceu o exemplo para isso, ao se dirigir a lugar privativos
para orar. Várias vezes as escrituras nos contam que Ele "retirou-se à parte"
para orar. Ninguém era mais ocupado, sendo constantemente pressionado
pelas necessidades dos que O cercavam, com tão pouco tempo para Si
próprio. Ainda assim, lemos, "Tendo se levantado alta madrugada, saiu, foi
para um lugar deserto e ali orava" (Marcos 1:35). "E, despedidas as
multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá
estava ele, só" (Mateus 14:23).
Veja a ordem dada a Saulo em Atos. Quando Cristo tomou esse
perseguidor da igreja, Saulo não foi enviado à uma reunião conjunta da
igreja, ou para Ananias, o grande guerreiro de oração. Não, Saulo deveria
passar três dias sozinho e à parte, orando e conhecendo a Jesus.
Todos temos desculpas quanto a porque não oramos em secreto, num
lugar especial a sós. Dizemos que não temos um lugar sozinho assim, ou
tempo para fazê-lo. Thomas Manton, um piedoso escritor Puritano, diz o
seguinte sobre esse assunto: "Dizemos que não temos tempo para orar em
secreto. Contudo temos tempo para tudo mais: tempo para comer, para
beber, para os filhos, mas não há tempo para o quê sustenta todo o resto.
Dizemos que não temos um lugar em particular, mas Jesus encontrou um
monte. Pedro, um telhado (eirado), os profetas um deserto. Se você ama
alguém, encontrará um lugar para ficar a sós".
Segundo as Escrituras, Deus Freqüentemente
Para nos Levar de Volta ao Lugar de Oração
Nos
Aflige
Davi testifica, “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo
a tua palavra” (Salmo 119:67). Ele está reconhecendo que quando tudo está
calmo e sereno, e com poucos problemas, temos a tendência a nos esfriar ou
a ficarmos mornos quanto à oração. Dizemos que amamos Deus, mas em
nossos bons momentos podemos na verdade apostatar, negligenciando a
comunhão com o Senhor. Então, às vezes, Deus permite afiadas flechas de
aflição para nos acordar.
Muitos piedosos pais da igreja comentaram sobre esse assunto. João
Calvino diz que nunca oferecemos obediência a Deus enquanto não formos
compelidos a fazê-lo devido à Sua correção. E C.S. Lewis escreve, “Deus
cochicha em nossos prazeres, mas grita em nossa dor. É o megafone dEle
despertando um mundo surdo. A dor remove o véu”.
Às vezes consideramos a oração como algo muito casual. Mas na hora
dos problemas nos vemos lutando com o Senhor todos os dias, até
assegurarmos em nosso espírito que Ele tem tudo sob controle. Quanto mais
queremos ser lembrados desta segurança, mais vamos ao nosso lugar de
oração.
A verdade é que Deus nunca permite aflição em nossas vidas exceto
como ato de amor. Vemos isso ilustrado na tribo de Efraim em Israel. O povo
havia caído em grande aflição, e clamou ao Senhor em agonia. Ele
respondeu, “Bem ouvi que Efraim se queixava” (Jeremias 31:18).
Como Davi, Efraim testifica, “Castigaste-me, e fui castigado como
novilho ainda não domado; converte-me, e serei convertido, porque tu és o
Senhor, meu Deus” (31:18). Em outras palavras, “Senhor, Tu nos castigaste
por algum motivo. Éramos como um touro jovem, sem aprendizado, cheio de
energia, mas Tu nos castigaste a fim de nos domar para o Teu serviço.
Trouxeste controle à nossa fúria”.
Veja, Deus tinha grande planos para Efraim, de frutos e satisfação.
Mas primeiro teriam de ser instruídos e treinados. Assim, Efraim declara,
“arrependi-me; depois que fui instruído” (31:19). Na verdade disseram, “No
passado, quando Deus nos tinha na sala de aula preparando-nos para o Seu
serviço, não podíamos receber correção. Fugíamos, gritando ‘É muito difícil’.
Éramos teimosos, sempre saindo do jugo que Ele colocava. Então Deus pôs
sobre nós um jugo mais apertado, e usou Sua vara do amor para quebrar
nossa teimosa vontade. Agora, nos submetemos ao Seu jugo”.
Nós também somos como Efraim: touros jovens e egoístas que não
querem jugo. Evitamos a disciplina do arado, evitamos vivenciar a dor, aceitar
o cajado e vara. E esperamos ter tudo agora - vitória, bênção, frutos meramente reivindicando as promessas de Deus, ou “as tomando pela fé”.
Nos irritamos por sermos treinados no lugar secreto, pela luta com Deus até
que as Suas promessas sejam cumpridas em nossas vidas. Aí, quando
chega a aflição, achamos “Somos o povo escolhido de Deus. Por que isso
está acontecendo?”.
O lugar de oração é a nossa sala de aula. E se não tivermos esse
“tempo a sós” com Jesus - se formos liberados da intimidade com Ele - não
estaremos preparados quando a inundação chegar.
Nem Toda Aflição em Nossa Vida É Correção de Deus
Há outras razões para nossas aflições que estão muito além de nossa
compreensão. Mesmo assim, sabemos que o Seu amor está sempre agindo
em nossas aflições. Deus nos diz, "Em meio a todo o teu sofrimento, tenho
você em Minha mente. Você é Meu precioso filho. Sinto a sua dor, e
certamente terei misericórdia de Ti".
Mais importante, em nossa pior aflição Ele nos envia o Consolador: "O
Consolador, o Espírito Santo... vos ensinará todas as cousas e vos fará
lembrar de tudo o que vos tenho dito. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou"
(João 14:26-27).
Como o Senhor traz consolação e paz em nossa aflição? Ele nos leva
ao lugar secreto de intimidade com Ele. É lá - Jesus nos lembra - que o Pai
nos toca pessoalmente: "Quando orar, entre em teu lugar secreto e tranque a
porta. Ore ao teu Pai, que te vê em secreto. E Ele lhe recompensará" (Mateus
6:6, paráfrase minha).
Recentemente, um querido amigo meu - bispo do movimento
Pentecostal na Hungria - morreu tragicamente em um acidente estranho. Sua
grelha de assar pegou fogo e ele se queimou gravemente. Ele foi tratado e
achou estar bem, mas poucos dias após morreu subitamente devido a
coágulos sangüíneos que se formaram.
Amigos de todo o mundo estão junto à sua viúva em termos de oração
e sustentação. Ainda assim a real consolação para ela virá do alto. Nenhum
psicólogo pode ajudá-la em sua dor tão profunda. O Consolador é fiel para
encontrá-la no lugar secreto.
Conheço um precioso ministro e sua esposa que dirigem um orfanato
na América Central. Há poucos anos atrás acolheram um bebê que estava
virtualmente meio morto. Esse precioso menino se tornou o amado "pequeno
príncipe" do orfanato. Então recentemente, num acidente estranho, o câmbio
de um carro se deslocou numa van estacionada e o pequeno garoto foi
atropelado e morto.
O casal está em tremendo desespero pela perda. As outras crianças
do orfanato que viram o acidente acontecer, também estão inconsoláveis. O
quê pode ser dito a eles para tocar a profunda dor? Nada dos meus
cinqüenta anos de ministério pode tocar esse lugar dos meus queridos
amigos. Eles têm braços de amor em torno deles, mas a consolação real virá
do Pai, que vê sua dor em secreto.
Compreendo que não posso alcançar os milhares de crentes que estão
sofrendo agora e nos escrevem. Recebemos uma carta de uma esposa
grávida, casada com um pastor. Ela acabou de descobrir que o marido é um
pedófilo. Ela escreve, "Não sei o que fazer. Creio que tenho de me divorciar
de meu marido. Não o quero molestando nosso filho".
Há algo que todo irmão e toda irmã que esteja sofrendo pode fazer:
leve tudo a Jesus, tranque-se com Ele e ache consolo em Sua presença. O
Senhor diz, "Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida
saciei" (Jeremias 31:25). Como Deus faz isso? Ele os encontra no lugar
secreto: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do
Onipotente descansará" (Salmo 91:1).
Você vê a importância de determinar no coração orar num lugar
secreto? Não se trata de legalismo ou escravidão, mas trata-se de amor.
Trata-se da bondade de Deus para conosco. Ele vê o que vem à frente e
sabe que necessitamos de tremendos recursos, de sermos novamente
preenchidos e renovados. Tudo isso é encontrado no lugar secreto com Ele.
Podemos achar que não sabemos como orar. Mas podemos começar
simplesmente louvando-O. O que importa é que você está lá pela fé, pelo
amor obediente, e o Pai o verá lá. Ele irá lhe revelar Seu amor em secreto, e
o recompensará com o fruto do Seu reino. O Espírito Santo irá orar através
de você e lhe dar expressão.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Amigo de Pecadores - 12 de junho de 2006
(A Friend of Sinners)
Por David Wilkerson
12 de junho de 2006
__________
"Veio o Filho do homem...amigo de publicanos e pecadores!" (Mateus
11:19). Em Lucas 7 lemos a história de um fariseu chamado Simão, que
convida Jesus à sua casa para uma refeição. Esse pio homem também
convida um seleto grupo de líderes religiosos como ele para se ajuntarem à
mesa. O mais provável é que esses convidados fossem também fariseus.
Era claramente uma reunião muito religiosa. Simão e seus
companheiros fariseus observavam e guardavam a lei, davam os dízimos
meticulosamente e iam à casa de Deus todos os dias. Eram
escrupulosamente retos a seus próprios olhos, e se imaginavam ser os
homens mais santos de sua geração.
Não tenho muita certeza quanto a porque um fariseu convidaria Jesus
para jantar, mais ainda quanto a trazer outros homens estritamente religiosos
para comer com Ele. Uma razão possível para o convite seria que Simão e
seus amigos queriam determinar se Jesus era profeta ou, na verdade,
descartá-Lo como tal. A passagem deixa claro que Simão conhecia a
reputação que Jesus tinha como profeta (v. Lucas 7:39).
Naquela cultura, era costume saudar todo convidado com uma bacia
de água e um pano, para lavar o pó dos pés da visita. (Não havia estradas
pavimentadas na época, e assim os pés das pessoas estavam sempre
empoeirados de suas viagens.) O convidado também era saudado com um
beijo de cada lado do rosto. A seguir recebia um ungüento oleoso para
passar nos cabelos, pois estes geralmente estariam necessitando se hidratar.
Ao ler esta passagem, parece que Simão havia arranjado de jeito que
os outros convidados se assentariam antes de Jesus chegar. E, quase certo,
esses outros convidados seriam refrescados segundo o costume. Afinal,
nenhum fariseu queria ter a reputação de não ser hospitaleiro dentre os
companheiros.
No entanto a passagem deixa evidente que Jesus não recebeu tal
hospitalidade. A única coisa que recebeu quando chegou foi
condescendência. Não houve água para lavar a poeira de Seus pés, nem
beijo de cortesia na face, nem ungüento para a cabeça (v. Lucas 7:44-46).
Em vez disso, foi levado à uma mesa reclinada como um visitante menor, e
teve de se reclinar em meio aos demais com os pés ainda empoeirados.
As escrituras não dizem o que esse grupo discutia em torno da mesa
da ceia, mas podemos assumir que tinha a ver com teologia. Os fariseus se
especializavam nesse assunto, e haviam tentado pegar Jesus em outras
ocasiões com perguntas fantasiosas. Mas Cristo sabia o quê estava no
coração destes homens, e isso logo ficou claro.
A próxima coisa que lemos é que uma mulher das ruas, "pecadora",
quebrou a cena. De algum jeito essa mulher, já conhecida no meio, passou
dentre os empregados da casa e subiu até a mesa onde os religiosos
jantavam. Lá ela chegou aos pés de Jesus, agarrada a um vaso de alabastro
com perfume, e chorando.
Simão e seus amigos devem ter ficado muito abalados para agir; em
verdade, provavelmente ficaram paralisados pelo choque. Eles reconheceram
a mulher como sendo uma grande pecadora na cidade. (Ela pode ter sido
prostituta.) Posso imaginar o que esses religiosos começaram a pensar: "Que
coisa embaraçosa, uma pecadora destas invadindo a 'reunião de Jesus'.
Estávamos conversando aqui sobre teologia, e de repente essa mulher de
rua irrompe desse jeito".
A mulher pecadora se ajoelha, envolve os pés empoeirados de Jesus
com as mãos, e começa a banhá-los com suas lágrimas. Diante disso, os
fariseus devem ter respirado fundo, dizendo "Oh não. Como Jesus pode
permitir que essa mulher O toque? É contra a lei ter contato com qualquer
pessoa impura. Ele não deveria nem deixá-la tocar Suas roupas. Mesmo
assim está permitindo que uma prostituta pegue os Seus pés".
Nesse momento, ela faz algo impensável: ela solta os cabelos.
Nenhuma mulher judia decente faria um ato destes em público. Mas essa
mulher de má reputação usou os cabelos para deixar os pés de Jesus limpos.
Finalmente, ela abre o vaso de alabastro e derrama perfume sobre os pés de
Cristo.
Os fariseus agora ficam indignados, pensando: "Que vergonha! Isso é
erotismo. Jesus não pode ser profeta. Se Ele fosse realmente enviado de
Deus, saberia que essa mulher é má e pararia essa exibição de carnalidade
agora mesmo". Em verdade, as escrituras dizem que foi exatamente isso que
Simão pensou (v. Lucas 7:39).
Mas Jesus leu a mente do anfitrião e anunciou: "Simão, uma cousa
tenho a dizer-te" (7:40).
Quero fazer uma pausa aqui para avaliar as palavras de Jesus a
Simão. Na verdade, o fato é que após ler essa história várias vezes, fui
parado pelo Espírito Santo e O ouvi cochichando a mim: "David, uma coisa
tenho a dizer-te nessa história". Em realidade, creio que o Senhor tem algo a
dizer a todos nós aqui.
Me senti estimulado a me colocar nessa história, e a examinar a mim
mesmo à luz da sua verdade. Imediatamente, vi que há dois tipos de espíritos
agindo nessa passagem: o espírito do farisaísmo, e o espírito perdoador e
restaurador de Cristo. Os fariseus deixam fluir um espírito condenatório, do
tipo "sou mais santo do que você", e estavam julgando tanto a conhecida
mulher quanto Jesus. Mas Cristo manifestou o espírito de perdão e de
restauração, e disse a Simão que tinha algo a lhe dizer.
Confesso que ao me colocar dentro desta cena, o meu primeiro
pensamento foi: "Claro, tenho o espírito de Jesus. Sou amigo dos pecadores.
Passei anos ministrando a viciados, alcoólatras, prostitutas, aos piores dos
pecadores. Não tenho farisaísmo algum em mim".
Ou assim pensava eu. Na verdade, a maioria de nós pensa assim,
"Não sou esse tipo de crente. Eu não julgo as pessoas". Mas é o espírito do
farisaísmo que argumenta: "Não sou como os outros. Sou mais justo, mais
santo". Às vezes a maioria de nós permite que a inveja, o ciúme ou a raiva
dêem cor à nossa opinião sobre os outros.
Para mim, a melhor definição de fariseu é "aquele que monitora os
pecados dos outros, enquanto justifica a si próprio". Jesus ilustra isso
apontando para a oração do fariseu no templo: "Ó Deus, graças te dou
porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e
adúlteros...jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto
ganho" (Lucas 18:11-12).
Simplificando, o espírito farisaico diz: "Todos os demais estão no erro.
Por toda volta, vejo apenas pecado e pessoas fazendo concessões. Mas eu
faço certo. Sou um defensor da verdade".
O que Jesus Tinha a Dizer para Simão?
Cristo contou a Simão uma parábola sobre dois homens que deviam
dinheiro a um credor: "Um lhe devia quinhentos denários, e o outro cinqüenta.
Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual
deles, portanto, o amará mais?" (Lucas 7:41-42).
Simão parece que entendeu a mensagem. O versículo seguinte diz:
"Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou" (7:43).
Qual foi exatamente a mensagem de Cristo a esse fariseu? Resumindo, Ele
estava dizendo a Simão: "É você que precisa perdão".
Veja, quando Jesus de início disse a ele, "Uma coisa tenho a dizer-te",
quis dizer, "Quero mostrar o quê está em teu coração. Esse momento em
torno da mesa não tem a ver com essa mulher que aqui chegou. Tem a ver
contigo, Simão. Tem a ver com o espírito que há em ti, com o teu orgulho
religioso, a tua arrogância, o teu espírito condenatório, a tua falta de
compaixão".
Creio que Jesus estava dizendo ao orgulhoso fariseu, basicamente:
"Essa mulher assim chamada 'ímpia' conhece as profundidades da
depravação. Ela sabe que merece condenação. Ela admite a desesperança e
vê a si própria como a pior das pecadoras. A razão crucial para ela ter vindo
aqui e fazer isso, é por estar tão agradecida pela misericórdia e pela
purificação".
"Essa mulher vê o teu desdém por ela, Simão. Ela ouve os cochichos
entre vocês todos, e sente a tua ira condenando-a. Mas por sua vez, ela não
te julga. Não, ela te ama a despeito disso. Isso porque ela conhece do quê foi
perdoada. Ela é capaz de amar a todos, por ter sido tão amada apesar dos
seus pecados. Agora ela sente que não tem o direito de julgar os outros."
"Mas você, Simão, não vê a depravação do teu próprio coração. Você
confortavelmente condena essa mulher, que se mostra partida - mas não vê
que precisa tanto ou mais dessa misericórdia. Você está pensando que ela
necessita de muito perdão e você de pouco. Mas não é assim."
Avalie o que Jesus havia previamente dito aos fariseus: "O que sai do
homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos
homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os
homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a
blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e
contaminam o homem" (Marcos 7:20-23).
Em meus cinqüenta anos de ministério, vi tanta tolice, tanta coisa falsa,
tanto mercantilismo do evangelho e falsas doutrinas. E sei que isso tudo feriu
o Senhor. Jesus expulsou os cambistas em Seus dias e mostrou o que era
falso. Mas reservou suas denúncias mais incisivas para o farisaísmo. Os
registros dos evangelhos me convencem de que não havia nada que Cristo
odiasse mais.
A
Minha
Oração
nas
Últimas
Semanas
Tem
Para que o Senhor Mostre o Farisaísmo em Meu Próprio Coração
Sido
Tenho orado: "Jesus, antes de eu pregar outro sermão sobre a
situação da Tua igreja -- antes de eu falar uma palavra sobre os defeitos de
outros ministérios -- por favor, mostre-me o meu próprio coração. Santo
Espírito, poderoso cirurgião, corte fundo o meu câncer e radiografe o meu
coração. Mostre-me o orgulho e a dureza do meu próprio coração".
Li recentemente que há 3.700 denominações pentecostais nos
Estados Unidos e cerca de 27.000 pelo mundo. Além destas, há milhares de
grupos carismáticos e pequenas denominações. No Brasil, Argentina, Nigéria
e outros países africanos há centenas destas. Os batistas não estão muito
aquém no número de vários grupos.
Muitas destas denominações são doutrinariamente boas, fazem um
grande trabalho, e estão levantando igrejas espirituais. Estão poderosamente
pregando o evangelho e ganhando um grande número de almas. Mas há
também muita coisa que é blasfema, muitos falsos profetas, e muito pedido
de dinheiro dos pobres.
Assim também era nos dias de Cristo. Havia tantos tipos de fariseus,
tantos ramos de saduceus, tantos sacerdotes se debatendo. As falsas
doutrinas abundavam, viúvas eram roubadas e os idosos tinham suas casas
roubadas, tudo por motivos "religiosos".
Jesus deixa claro que um dia os perpetradores destes atos tão
pecaminosos serão todos julgados. Irá cada um ficar diante dEle naquele dia,
e dar contas pelo que fez. Mesmo assim enquanto ministrava na terra, Ele se
recusava a gastar tempo monitorando os negócios dessas pessoas. Ele ainda
não estava assentado sobre o Seu trono de Juiz; pelo contrário, Ele colocava
a concentração seriamente na obra do reino.
Nos próximos dias veremos um crescimento nas tolices e na falsidade
dentro da igreja como nunca antes houve. Anjos de luz irão surgir - serão
pastores e evangelistas possuídos por demônios, com um discurso cheio de
lábia, enfático e sedutor.Tais homens terão força com sua presença, e
suavidade na pregação de uma palavra totalmente inspirada pelo Diabo.
Há não muito tempo vi um evangelista destes na televisão
apresentando um trabalho de levantamento de fundos. Contou uma história
louca sobre uma mulher que deu 100 dólares para o seu ministério, e dentro
de semanas recebeu uma herança de mais de 800.000 dólares.
Fiquei preso na cadeira em choque, ao assistir essa sedução
caminhando. Logo fui me esquentando com raiva, e gritei aos céus, "Vou
desmascarar este homem!". Mas, a próxima coisa que entendi foi o Senhor
cochichando ao meu coração: "Não, você não vai. Você vai deixá-lo em paz.
Um cego guia outro cego, e todos acabam caindo no barranco".
Acredito, de verdade, que o meu desejo era defender o evangelho,
mas eu estava reagindo na carne. O fato é: Jesus já fez uma declaração
sobre esse mesmíssimo assunto. Os discípulos vieram até Ele um dia
dizendo, "Mestre, Tu estás ofendendo os fariseus com o Teu ensino". Jesus
lhes respondeu: "Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego
guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14).
Fui compelido a trazer muitas palavras fortes durante meus anos de
ministério, palavras fortes contra o falso e as tolices. Eu não estou recuando
diante do que disse, apesar de saber que algumas vezes me orientei mal em
meu zelo. Mas as coisas vão ficar tão ruins, com tantas coisas ofendendo o
Senhor, que poderíamos facilmente ficar o tempo todo tentando apagar estes
incêndios. Cristo nos diz que não é nisso que temos de nos concentrar. Pelo
contrário, Ele nos dá uma palavra clara sobre qual deve ser o nosso propósito
nestes últimos dias.
Somos Chamados a Restaurar os Caídos
Preste atenção no outro espírito que estava manifesto na casa do
fariseu Simão aquela noite: o espírito de perdão e de restauração. As
escrituras nos dizem: "E, voltando-se para a mulher" (Lucas 7:44). Aqui eu
vejo Jesus mostrando onde o nosso foco deve estar: não na falsa religião,
não nos falsos mestres, mas nos pecadores.
Desviando o olhar de Simão e seus convidados, Jesus se volta para a
mulher e diz: "Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muito pecados,
porque ela muito amou...A tua fé te salvou; vai-te em paz" (7:47,50). Jesus
estava revelando aqui porque Ele veio: para favorecer e restaurar os que
caíram, os sem amigos, os derrubados pelo pecado. E está nos dizendo hoje:
"Esse é o Meu ministério".
Igualmente, diz o apóstolo Paulo, é aí que devemos nos concentrar.
Não devemos julgar os que caíram, mas buscar restaurá-los e remover deles
as repreensões e censuras. O fato é que ele fez disso o teste da verdadeira
espiritualidade: a prontidão para restaurar aquele que caiu. "Se algum homem
chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais,
encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que
não sejas também tentado" (Gálatas 6:1).
Quando Paulo usa a frase "olhando por ti mesmo", está pedindo aos
gálatas para recordarem-se da própria necessidade que tiveram de
misericórdia no passado. Em outras palavras: "O quê Cristo perdoou em vós?
Qual acusação em teu passado a misericórdia removeu? Deus cobriu esses
pecados? Agora veja todos os atos e pensamentos maus em sua vida diária,
e a sua própria necessidade da graça e do perdão contínuos de Cristo".
O teólogo João Calvino diz, basicamente: o cristão que julga o pecado
dos outros, sendo ele mesmo culpado, é como um criminoso condenado o
qual ascende à cadeira do juiz para condenar um outro. Daí a advertência de
Paulo: "Olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado".
Paulo então rapidamente acrescenta essa instrução sobre o caminhar
com Cristo: "Levais as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de
Cristo" (6:2). Qual é a lei de Cristo? É o amor: "Novo mandamento vos dou:
que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos
ameis uns aos outros" (João 13:34).
A verdade é que o pecado é a carga mais pesada do homem. Não
podemos simplesmente fazer vistas grossas ou deixar passar o pecado nos
outros. Mas há um modo de ajudar a sustentar os outros em suas cargas, e é
a correção branda e amorosa. Devemos restaurar os irmãos arrependidos
com brandura e amor.
Paulo escreve a Timóteo sobre como tratar com os que estão nos
"laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem a sua
vontade" (2 Timóteo 2:26).
É
Importante
que
Compreendamos
O que Paulo Está Dizendo Nesse Versículo
Totalmente
Quando lemos as instruções de Paulo "levai as cargas uns dos outros
e, assim, cumprireis a lei de Cristo", temos de nos perguntar: "Eu quero
realmente viver agradando ao Senhor, cumprindo Sua palavra?".
Oh, as muitas, muitas maneiras pelas quais tenho tentado agradar a
Deus. Tenho orado, "Oh Senhor, prostra-me diante de Tua presença. Que eu
chore quebrantado. Torna-me contrito, desnude o meu espírito, não deixe
que mornidão alguma me infecte. Dê-me uma paixão maior pela Tua
palavra".
Todas estas coisas são boas, são bíblicas, e fazendo-as nos sentimos
bem, pois estamos fazendo coisas que agradam a Deus. Mas Paulo diz, "Eis
aqui o quê o Senhor mais quer de nós. Aqui está a Sua palavra sobre como
cumprir a lei de Cristo: leve as cargas dos outros. Restaure os que caíram".
Não consigo tirar de mim essas palavras de Paulo. Elas me deixam
perguntando: "Senhor, como exatamente levo a carga de alguém? Não dá
para eu levar o pecado do outro; isso é obra unicamente de Cristo. Mas
Senhor, Lhe ouço dizer que é isso que desejas. Portanto isso deve ser algo
que eu deveria saber o quê é, mas não sei. Qual é a orientação?".
Eis o que ouço do Espírito Santo: devo pedir que Ele descubra todo o
meu orgulho, a minha inveja, todo o meu ciúme, o meu hábito de julgar os
outros, e o meu zelo enganoso. E devo pedir que me dê o Seu espírito de
perdão, de contenção e autodomínio. Em resumo, devo buscar o espírito que
Jesus teve na casa de Simão.
Quando temos esse espírito em nós, isso age como uma força
magnética que atrai os que precisam da misericórdia de Deus. É o que atraiu
aquela conhecida mulher ao espírito de compaixão de Jesus. Sabemos ser
obra do Espírito Santo ganhar e atrair os pecadores a Cristo. Mas por que o
Espírito Santo enviaria para nós uma pessoa necessitada de perdão, se não
temos o espírito perdoador?
O grande evangelista George Whitefield e João Wesley foram dois dos
maiores evangelistas da história. Eram homens que pregaram a milhares de
pessoas em cultos ao ar livre, nas ruas, parques e prisões, e através de seus
ministérios muitos foram levados a Cristo. Mas uma disputa doutrinária surgiu
entre eles quanto a como uma pessoa é santificada. Ambos os lados
doutrinários defenderam suas posições intensamente, e algumas palavras
fortes foram trocadas, com seguidores de ambos os lados discutindo de um
jeito inadequado.
Um seguidor de Whitefield foi até ele um dia e perguntou: "Nós vamos
ver João Wesley no céu?". Ele na verdade estava perguntando, "Como João
Wesley pode ser salvo se prega um erro desses?".
Whitefield respondeu, "Não, não veremos João Wesley no céu. Ele
estará tão nas alturas junto ao trono de Cristo, tão perto do Senhor, que não
teremos capacidade de vê-lo".
Paulo chama esse tipo de espírito de "alargamento do coração". E ele
o possuía em si mesmo ao escrever ao coríntios, uma igreja na qual alguns o
haviam acusado de dureza, e desdenhado seu ministério. Paulo lhes
assegura, "Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alargase o nosso coração" (2 Coríntios 6:11).
Quando Deus alarga o seu coração, subitamente tantos limites e
barreiras são removidos. Você deixa de enxergar através de lentes estreitas.
Pelo contrário, você se vê sendo dirigido pelo Espírito Santo aos que sofrem.
E os que sofrem são atraídos ao seu espírito de compaixão por meio da
tração magnética do Espírito Santo.
Então - você possui suavidade de coração quando vê pessoas que
sofrem? Quando vê um irmão ou irmã que tropeçou no pecado...que está
tendo problemas...que possa estar a caminho de um divórcio...você é tentado
a lhe dizer no que está errado? Eles não precisam que alguém lhes diga isso,
pois muito provavelmente eles já o sabem. O quê Paulo diz que tais pessoas
que estão em sofrimento necessitam, é serem restauradas em um espírito de
mansidão e delicadeza. Eles precisam de um encontro com o espírito que
Jesus demonstrou na casa de Simão.
Eis o clamor do meu coração para os dias que me restam: "Deus,
remova toda a estreiteza do meu coração. Quero o Teu espírito de
compaixão pelos que sofrem...o Teu espírito perdoador quando vejo alguém
que caiu...o Teu espírito de restauração, para afastar deles as acusações.
Carregue esse exclusivismo do meu coração, e alargue minha capacidade de
amar meus inimigos. Quando me aproximar de alguém que esteja em
pecado, que eu não vá julgando. Pelo contrário, permita que as fontes de
água que brotam em mim sejam um rio do amor divino para com eles. E que
o amor que lhes é mostrado faça acender dentro deles o amor pelos outros".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
O Ministério de Assistência Aos Outros - 1 de Maio de 2006
(The Ministry of Refreshing Others)
Por David Wilkerson
01 de maio de 2006
__________
Alguns cristãos tendem a pensar no apóstolo Paulo como se ele fosse
sobre-humano por causa dos escritos poderosos e de seu maravilhoso
ministério. Mas se Paulo não fosse feito da mesma carne e do mesmo
sangue que nós - se não fosse sujeito às mesmas tentações e tribulações então ele não teria nada a dizer à igreja; todas as suas epístolas teriam sido
escritas em vão.
A verdade é que Paulo escreveu muitas de suas cartas durante os
períodos mais difíceis de sua vida. Ele abertamente confessa à igreja de
Corinto que vivenciou tribulações e angústia mental profundas: "Atribulados:
lutas por fora, temores por dentro" (2 Coríntios 7:5). Ao escrever isso, o
grande apóstolo estava na Macedônia para onde havia ido sentindo-se
deslocado, ineficiente e totalmente rejeitado pela igreja.
Como Paulo chegou a esse ponto? Vejamos o que havia por trás da
situação. Paulo havia acabado de escrever a primeira epístola aos coríntios,
uma repreensão severa com objetivo de corrigir uma situação de imoralidade
na igreja. Apesar de conter uma mensagem difícil, Paulo a havia escrito em
meio à angústia e lágrimas.
A razão para essa carta foi um vergonhoso ato de fornicação para o
qual estavam sendo feitas vistas grossas. Paulo escreve aos coríntios algo
assim: "Vocês estão cheios de si e orgulhosos, se recusando a chorar por
esse pecado feito abertamente em seu meio. Vocês não julgaram a situação
corretamente. Deveriam ter tirado de sua comunhão aquele que perpretou
isso, até que vissem nele arrependimento genuíno". Paulo então os instrui
para que tal seja "entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de
que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]" (I Coríntios 5:5).
Foi uma mensagem forte e dura. E após um tempo, Paulo se lamenta
tê-la enviado (v. 2 Coríntios 7:8). Em verdade, a partir daquele dia Paulo
sofria, se preocupando sobre como os coríntios reagiriam a tal. Será que eles
não compreenderiam bem os seus motivos? Ou saberiam que ele a havia
escrito em amor, com interesse profundo quanto aos caminhos da igreja? Ele
mais tarde lhes escreve dizendo, "Não falo para vos condenar" (7:3).
Sei como Paulo se sentiu. Ao longo dos anos tive de trazer aquilo que
alguns poderiam chamar mensagens duras por instrução do Senhor, através
de Sua palavra. Após isso, me prostrava com o rosto em terra, orando,
"Deus, será que fui longe demais? A Tua palavra manda que não
repreendamos o justo e nem abençoemos o ímpio. Diga-me, eu feri os Teus
justos com essa mensagem?".
Paulo também soubera que falsos profetas haviam se infiltrado na
igreja de Corinto, fazendo com que "desprezassem" os seus sofrimentos. Na
verdade, tais pessoas diziam o seguinte sobre ele: "Se Deus está de verdade
com esse homem, então por que tantas acusações vergonhosas estão se
acumulando contra ele? Por que Paulo está sendo jogado na prisão? E como
um homem de Deus pode dizer que está 'desesperançado da vida'? Não dá
para entender como que um homem de oração pode ser tão atacado e
diminuído. Se Paulo tivesse realmente fé, ele não estaria vivendo esses
problemas".
Acusações como essas ainda são lançadas hoje contra servos
consagrados que enfrentam sofrimento e críticas. Quantas vezes você já
ouviu um cristão falando assim de outro cristão, "Alguma coisa de errado
deve ter na vida dele para enfrentar tanto sofrimento". No caso de Paulo, o
ponto era seus críticos querendo quebrar a sua autoridade espiritual.
No entanto Paulo diz que não se arrependeu por ter enviado a carta
aos coríntios. Antes, ele instrui seu filho espiritual Tito para ir a Corinto, e
explicar qual o propósito que havia na carta: "Diga a eles que os amo, e não
quero que nada de mal lhes aconteça, mas que essa situação tem de ser
tratada. Depois, me encontre em Trôade e diga que tipo de efeito a carta
teve".
Quando Paulo Escreveu a Segunda Carta
Havia Ainda Mais Razões Para Ele se Agitar no Espírito
aos
Coríntios,
Após enviar Tito nessa missão, Paulo parte para Trôade, parando em
Éfeso. Deus move-se poderosamente lá através de Paulo, e suas pregações
de unção movem multidões. Muitos que ouviram a sua mensagem correm à
casa para pegar seus livros de ocultismo, e a seguir se reúnem no centro da
cidade para os queimar em enorme fogueira.
Isso mexeu com os ferreiros de Éfeso, que tiravam a maior parte de
sua renda da venda de ídolos da deusa Diana. De repente, vêem seu
sustento virando fumaça na frente deles. Eles então se levantam irados
contra Paulo, acusando-o de fanatismo religioso e dizendo que ele queria
destruir sua adoração. As acusações promovem uma agitação em massa, e
Paulo por pouco perde a vida. Quando mais tarde ele escreve que se
"desesperou da vida", ele estava comentando sobre esse incidente, "Achei
que iriam me matar".
Não podemos ter certeza sobre o quê mais aconteceu em Éfeso, pois
Paulo não nos conta. Só o que sabemos é que a sua experiência o fez sentirse atribulado "acima de nossas forças, a ponto de desesperarmos até da
própria vida" (2 Coríntios 1:8). Realmente, fala das perseguições, de sua
perplexidade, de seu espírito abatido. Agora, indo para Trôade, ele deseja
ardentemente ver seu piedoso filho em Cristo, Tito - o qual poderia reerguer o
seu espírito. Paulo poderia descarregar o coração sobre Tito, e saber qual
havia sido o impacto de sua carta.
Mas quando Paulo chega a Trôade, Tito não está lá. Ele espera que
seu filho espiritual chegue, mas Tito não aparece. Nesse ínterim, portas para
o ministério se abrem para Paulo em Trôade, mas à essa altura o coração do
apóstolo já estava esgotado. Paulo fala de sua experiência: "Ora, quando
cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e uma porta se me abriu
no Senhor, não tive, contudo, tranqüilidade no meu espírito, porque não
encontrei o meu irmão Tito; por isso, despedindo-me deles, parti para a
Macedônia" (2 Cor. 2:12-13).
Paulo fez algo que nunca havia feito na vida, algo que era o contrário
de tudo que pregara. Em vez de ministrar quando as portas lhe foram
abertas, Paulo foi embora. Sim, se deslocou inquieto para a Macedônia. Que
imagem a deste ferido soldado da cruz: o grande apóstolo estava abatido,
fragilizado e impotente, desfalecendo diante de uma crise da mente, do corpo
e do espírito. Por que? O quê levou Paulo a esse ponto? O próprio apóstolo
explica: "Não tive paz de espírito pois não encontrei meu irmão Tito". Estava
só, e precisava desesperadamente do conforto de alguém.
Conheço algo do quê Paulo passou, a partir de minhas próprias
experiências e de outros que enfrentaram as mesmas situações. Satanás
sempre vem nos atacar quando estamos esgotados e cansados pelas
batalhas. É nessa hora que estamos mais vulneráveis às suas mentiras, e
creio que o inimigo esmurrou Paulo com duas terríveis delas. Primeiro, acho
que lhe disse, "Tito não veio porque te rejeita". E aí veio essa mentira: "Tito
não está aqui porque você deixou de ser eficiente, Paulo. Você feriu muito os
crentes de Corinto e os afastou.O teu ministério simplesmente não dá frutos".
Só
Imagino
Que Satanás Lançou Sobre Paulo
as
Outras
Mentiras
Ouço o Diabo cochichando, "Deus não está mais contigo, Paulo. Todo
mundo te rejeitou na Ásia. Ninguém mais está contigo. Até o teu filho
espiritual Tito foi contaminado com dúvidas pelos teus oponentes em
Corinto".
"Enfrente a coisa, Paulo - você perdeu a unção. Veja só Apolo, cujas
pregações atraem enormes multidões. Todo mundo alardeia a eficiência do
ministério dele, enquanto você só tem números pequenos. Você acabou
gerando levantes onde pregou, e os avivamentos que promove acabam se
fechando, exatamente como em Éfeso. Você não é amado, Paulo - e
ninguém mais precisa de ti. Está claro que você está sendo castigado por
Deus. De algum modo você ofendeu o Espírito Santo, e o Senhor retirou a
mão de ti".
Se você já andou com o Senhor com intimidade, sabe muito bem o quê
Paulo estava enfrentando. Satanás é o pai da mentira, e em verdade nesse
exato momento ele pode estar lhe enviando as mesmas mentiras que lançou
sobre Paulo: "Você foi rejeitado por todos. Você não tem ministério, não tem
lugar na obra do reino de Deus. Só está ocupando espaço". Isso vem das
profundezas do inferno.
Davi sabia o que é ser sufocado pelas mentiras demoníacas. No
Salmo 140 ele cita estar "no dia da batalha" tanto física quanto
espiritualmente. Este piedoso homem ora ao Senhor dizendo do "homem
violento, cujo coração maquina iniqüidades e vive forjando contendas.
Aguçam a língua como a serpente; sob os lábios têm veneno de
áspide...estenderam-me uma rede à beira do caminho" (Salmo 140:1-5).
Ainda assim, a despeito da situação, Davi exulta, "Ó Senhor, tu me
protegeste a cabeça no dia da batalha" (140:7). Eis basicamente o
testemunho de Davi: "Deus, Tu fostes escudo para a minha mente,
protegendo-me das mentiras demoníacas. Poderes do inferno aguçaram a
língua contra mim. Mas tu protegeste os meus pensamentos para que as
mentiras de Satanás não destruíssem as minhas idas e vindas".
Como Deus Leva
Na Hora do Abatimento
Consolo
e
Renovação
Ao
Seu
Povo
Como o Espírito Santo trouxe consolação a Paulo? O próprio apóstolo
nos conta: "Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a
chegada de Tito" (2 Cor. 7:6). Tito chega à Macedônia com espírito de
renovação, e subitamente o coração de Paulo se eleva. Com a comunhão
entre os dois, a alegria flui pelo corpo, pela mente e espírito de Paulo, e o
apóstolo escreve, "sinto-me grandemente confortado e transbordante de
júbilo em toda a nossa tribulação" (2 Cor. 7:4). Paulo estava declarando,
"Continuo enfrentando problemas, mas o Senhor me deu o que preciso para
a batalha. Ele me renovou através de Tito".
Ao longo de todos os meus anos de ministério, tenho visto homens e
mulheres de Deus chegando ao limite da resistência, abatidos e totalmente
perdidos. Tenho me angustiado por esses queridos irmãos e irmãs em suas
dores, perguntando ao Senhor, "Pai, como esses Teus servos vão conseguir
sair desse abismo de sofrimento? Onde está o poder que vai tirá-los de lá? O
quê eu posso dizer ou fazer para ajudá-los?".
Creio que a resposta está bem aqui, no testemunho de Paulo. Cá está
um homem que chega a um esgotamento tão profundo, que deixa de ser ele
próprio. Paulo estava no momento mais negro de seu ministério, afundado
como nunca. Contudo poucas horas após, ele havia saído totalmente daquela
fossa negra e se rejubilava em alegria e gozo. Uma vez mais, o amado
apóstolo sentia-se amado e útil.
Como tudo isso aconteceu? Primeiro, vamos ver o quê aconteceu em
Corinto. Quando Tito chegou lá para encontrar os líderes da igreja, ele
recebeu o seu próprio refrigério glorioso. Um despertamento estava tendo
lugar na igreja pois haviam seguido a instrução de Paulo, e agora Deus os
estava abençoando poderosamente. Se apenas o Senhor tirasse a cortina
naquela hora, e mostrasse a Paulo o quê estava acontecendo! Ele teria visto
as mentiras de Satanás sendo expostas, e lembrado que os pensamentos de
Deus quanto a ele eram pensamentos de bem, e que tudo isso fora parte do
Seu plano.
Agora Tito chega à Macedônia com notícias encorajadoras: "Paulo, os
irmãos de Corinto enviam seu carinho e amor! Eles removeram o pecado que
estava em seu meio e trataram com os falsos profetas. Eles não desprezam
mais os teus sofrimentos, mas se rejubilam em teu testemunho".
Essa palavra de refrigério, trazida por um querido irmão em Cristo,
imediatamente levantou Paulo daquela cova de abatimento: "Deus que
conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito" (2 Coríntios 7:6).
Você está vendo o exemplo aqui? Deus usa pessoas para o refrigério do Seu
povo. Ele não enviou um anjo para renovar Paulo. O conforto recebido por
esse homem veio através da renovação do espírito de Tito, que por sua vez
levou refrigério ao de Paulo.
O
Exemplo
de
Paulo
Ilustra Um Formato Que Aparece por Todas as Escrituras
e
Tito
Em Atos 27, Paulo estava em um barco indo para Roma quando a
nave fez uma parada em Sidom. Paulo pede permissão ao centurião para
visitar alguns amigos na cidade, e "Júlio... permitiu-lhe ir ver os amigos e
obter assistência" (Atos 27:3). Aqui está um outro exemplo de Deus usando
crentes para o refrigério de outros crentes.
Vemos isso também em 2 Timóteo, quando Paulo comenta sobre um
certo crente, "Conceda o Senhor misericórdia à casa de Onesíforo, porque,
muitas vezes, me deu ânimo e nunca se envergonhou das minhas algemas;
antes, tendo ele chegado a Roma, me procurou solicitamente até me
encontrar...E... quantos serviços me prestou" (2 Timóteo 1:16-18).
Onesíforo era também um dos filhos espirituais de Paulo, e amava
Paulo de modo tão profundo e incondicional, que foi procurá-lo nos
sofrimentos deste. Uma vez, quando Paulo estava preso, Onesíforo saiu pela
cidade procurando por ele até achá-lo. A sua motivação simplesmente era: "O
meu irmão sofre. Ele passou pelo terror do naufrágio, e agora está sendo
esbofeteado por Satanás. Preciso encorajá-lo".
O ministério da assistência inclui claramente procurar os que sofrem.
Hoje se ouve muito na igreja sobre poder: poder para curar os enfermos,
poder para ganhar os perdidos, poder para vencer o pecado. Mas digo que
há um grande e curativo poder que flui de uma pessoa revigorada e
renovada. Depressão, angústia mental ou um espírito perturbado podem
causar todos os tipos de doenças físicas, mas um espírito que esteja
revigorado e encorajado - um espírito que faça com que as pessoas sintamse aceitas, amadas e úteis - é o bálsamo curativo do qual mais se necessita.
Encontramos esse ministério de refrigério no Velho Testamento
também. Quando Davi estava sendo perseguido pelo rei Saul, ele chegou à
exaustão e à dor, forçado a fugir dia e noite. Durante esse período sentiu-se
rejeitado pelos líderes e pelo povo de Deus. Então, em um momento crucial,
Jônatas, o amigo de Davi vai até ele: "Se levantou Jônatas, filho de Saul, e foi
para Davi...e lhe fortaleceu a confiança em Deus, e lhe disse: Não temas,
porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre
Israel, e eu serei contigo" (I Samuel 23:16-17).
Essa palavra de refrigério não poderia ter sido mais oportuna para
Davi. Ele tinha acabado de sofrer uma horrenda rejeição após ter agido de
modo abnegado e com bondade. Davi e os seus homens haviam arriscado
suas vidas para salvar a aldeia de Queila - e por um certo tempo encontraram
refúgio lá. Porém mais tarde, quando Saul estava atrás dele, Davi orou:
"Senhor, será que estas pessoas vão me entregar a Saul?". Deus respondeu
para ele, "Sim, eles te rejeitarão. Saia da cidade agora".
Os Salmos mostram exatamente o quanto Davi sentia-se por baixo na
época. A sua alma se via derrubada, e ele clamava continuamente, "Deus,
onde estás?". Leve em consideração também a dolorosa provação de
Jônatas em relação ao seu maligno e possuído pai. Mesmo assim este
piedoso amigo "lhe fortaleceu a confiança em Deus", dizendo-lhe, "O Senhor
está contigo, Davi, e tu ainda és amado em Israel. Você pode não estar
sentindo isso agora, mas serás rei. A tua obra apenas começou".
Isso era tudo que Davi precisava ouvir - "Deus ainda está contigo" - e
imediatamente o seu espírito foi renovado para prosseguir. Vemos exemplos
assim um após o outro nas escrituras: Deus não envia um anjo ou uma visão,
mas um outro crente para o refrigério de Seus queridos".
Paulo
Nos
Ensina
Há um Propósito Glorioso em Nossas Tantas Tribulações
Que
É possível em meio às tribulações nos vermos dentro de um vácuo de
falta de fé, sem esperanças e desistindo de tudo. Isso acontecendo,
acabamos amargos e de corações endurecidos - a menos que enfrentemos a
situação com a verdade. O fato é que jamais sairemos desses tempos de
confusão e de sentimentos de rejeição, a menos que compreendamos porque
Deus permite tais problemas em nossas vidas. Estou convencido de que para
muitos leitores, essa é a palavra de cura para eles, da parte de Deus.
Quando Paulo se assentou para escrever a segunda carta aos
coríntios, ele via diante dele uma multidão que enfrentava os mesmos tipos
de sofrimento que ele. Ele lhes diz, "Quero que saibam que as aflições que
tenho vivido são do mesmo tipo das que vocês têm passado em seus
períodos de tribulação".
"Se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos
confortados, é também para o vosso conforto" (2 Cor.1:6). Paulo estava
dizendo, "Deus está usando as minhas tribulações para me ensinar as
maneiras de confortar. Então, quando vocês estiverem enfrentando as suas
aflições, saberão que as minhas palavras para vocês têm poder, pois eu
também passei por elas".
Foi uma maravilhosa revelação do Espírito Santo. Paulo se
conscientizou, "Foi por isso que Deus permitiu todo este esbofeteamento. O
Espírito Santo vai aquietar a minha alma e me curar através disso, para que
eu possa consolar e renovar outros em suas lutas. "É ele que nos conforta
em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em
qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos
contemplados por Deus" (2 Cor. 1:4).
Hoje há uma avalanche de livros, tapes e vídeos sobre "como superar
tal coisa". É uma mensagem seriamente necessária, e muitos materiais
fazem bem quando ensinados por ministros sinceros e retos. Mas creio que
Paulo esteja tentando nos dizer: "As únicas palavras que trazem refrigério
real e cura duradoura vêm do que é aprendido em nossas tantas aflições e
tribulações".
Você
Acha
Que
Não
Ou Que Não Tem Utilidade no Reino de Deus ?
Tem
Ministério
Há não muito tempo recebi uma carta de uma ex-freira que hoje é
ministra ordenada. Essa mulher tem cinqüenta e nove anos, e após sofrer um
derrame recentemente, caiu em depressão profunda. Fazendo uma
reavaliação de sua vida, ela decidiu planejar o seu funeral e escreveu o
seguinte obituário para si própria:
"Esposa de ninguém. Mãe de ninguém. Afastada da família pela
salvação. Realizou nada de importância na vida. Viveu em pobreza. Morreu
uma verdadeira derrotada". O meu coração se partiu ao ler isso, ao refletir
sobre a triste idéia de chegar até o meu Senhor com nada. Mas um pastor
deu à essa mulher uma cópia de minha mensagem "Eu Trabalhei em Vão", e
ela me escreveu: "Irmão David, as tuas palavras me encorajaram e
renovaram".
Não se engane: Deus usa pessoas para o refrigério de outras pessoas.
Ele ama de tal maneira este tipo de ministério que levou o profeta Malaquias
a falar disso como sendo a obra mais necessária nos últimos dias. Malaquias
descreve como, nos seus dias, o povo de Deus se fortaleceu reciprocamente
através de edificação um a um: "Os que temiam ao Senhor falavam uns aos
outros" (Malaquias 3:16).
Quando isso aconteceu exatamente? A palavra de Malaquias veio
durante um tempo de impiedade avassaladora, quando o "devorador" havia
destruído muito fruto da terra. O povo de Deus tinha se desanimado e
começou a duvidar se andar com o Senhor valia a pena. Começaram a
pensar "A gente aprendeu que compensa servir ao Senhor, obedecer a Sua
palavra e nos interessarmos por Suas coisas. Mas a gente vê os orgulhosos,
e os que fazem concessões - e são eles que parecem felizes. Eles aspiram a
prosperidade, uma vida despreocupada, curtir a vida ao máximo".
O Espírito Santo começou a se mover em Israel, e logo o temor do
Senhor veio sobre um povo faminto por Deus. De repente todos em Israel,
jovens e velhos, se tornaram missionários um a um. Pelo estímulo do Espírito
Santo, as pessoas abriram-se umas para as outras, fortalecendo, edificandose reciprocamente - e confortando os que as rodeavam.
Estou convencido de que a palavra de Malaquias sobre esse ministério
é uma imagem espelho dos dias atuais. O Senhor tem nos dado um retrato
de um derramamento do Espírito Santo nos últimos dias, à medida que o
povo de Deus para de fazer fofocas e de reclamar, e em vez disso ministra
assistência. Está acontecendo por telefone, por carta, e-mail, e boca à boca.
E Deus está tão satisfeito com esse ministério, que está registrando tudo isso
conforme aprendemos. Toda palavra de bondade que é proferida, todo
telefonema, toda carta que é escrita, todo esforço para confortar os abatidos
é registrado no (livro) "memorial". E a Bíblia diz que cada um de nós cujos
atos são registrados, será precioso para Ele: "Eles serão para mim particular
tesouro, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos Exércitos" (Malaquias
3:17).
Possa Deus ajudar os que se queixam de não ter um chamado, ou de
não ter portas abertas para o ministério. Digo a eles: tire os olhos da sua
situação, e pare de se preocupar quanto a ser molestado. Pare de tentar
agradar a Deus planejando uma obra grande e sacrificial. Em vez disso,
levante-se, procure e revigore um irmão ou uma irmã que sofre.
Seja um Tito com alguém que esteja abatido no espírito. Ore para ter o
espírito de Onesíforo, que saiu em busca dos que sofriam para lhes trazer
cura. Pense no seguinte: foi-lhe dado todo o poder do céu para renovar um
crente em dores, alguém que precisa da consolação que Deus deu
unicamente a você. Sim, há pessoas que precisam de você, e o Senhor
pretende que as consolações do seu passado tragam refrigério a elas. Ligue
à essa pessoa ou busque esse alguém hoje e diga, "Irmão, irmã, quero orar
por ti, e te encorajar. Tenho uma boa palavra para ti".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Mantendo a Constância em Cristo - 20 de março de 2006
(Standing Steadfast in Christ)
Por David Wilkerson
20 de março de 2006
__________
A mensagem que estou lhe escrevendo agora é do Espírito Santo para
mim. Em verdade, considero-a o meu próprio chamado pessoal para o
despertamento. Entendo que muitos leitores podem não precisar ser mexidos
como eu. Mas as mexidas do Espírito têm me tocado de modo tão profundo,
que quero conservar estas notas à frente em minha mesa, para lê-las
repetidamente daqui para frente.
Veja, há uma coisa que eu temo acima das outras: é a idéia de que eu
possa me distanciar de Cristo. Eu estremeço diante da possibilidade de ir me
tornando indolente, negligente espiritualmente, de ir diminuindo na oração, e
passar dias sem buscar a palavra de Deus.
Viajando pelo mundo nos últimos quatro anos, testemunhei um
"tsunami espiritual" mundial de distanciamento do Senhor. As ondas deste
tsunami inundaram denominações inteiras, deixando no rastro ruínas de
apatia. No mundo todo está acontecendo de igrejas e denominações que no
passado eram fortes, estarem se distanciando dos caminhos piedosos dos
antigos fundadores.
A Bíblia previne claramente que é possível o crente consagrado ser
levado a distanciar-se de Cristo. E oferece fortes avisos quanto se guardar de
cair no sono à hora da meia noite. "Por esta razão, importa que nos
apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais
nos desviemos. Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos,
e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como
escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?" (Hebreus 2:13).
Há exemplos bíblicos de igrejas anteriormente fortes que acabaram se
desviando. No Apocalipse, lemos da igreja de Éfeso que consterna Cristo por
abandonar o seu primeiro amor. Igualmente, a igreja de Laodicéia se desvia
para a mornidão, e a igreja de Sardis se desvia para a morte espiritual. Paulo
diz à igreja da Galácia que eles se distanciaram da vitória da cruz de Cristo, e
voltaram às obras da carne.
Paulo diz: "Vede prudentemente como andais...remindo o tempo,
porque os dias são maus" (Efésios 5:15-16). Paulo também insiste, "Já é hora
de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais
perto do que quando no princípio cremos" (Rom. 13:11). Ele acrescenta que
algumas crentes "se tornam levianas contra Cristo...já algumas se desviaram,
seguindo a Satanás" (I Tim. 5:11, 15). Nenhuma destas passagens é dirigida
aos não crentes, mas aos cristãos cheios do Espírito. E a mensagem é clara:
"Acorde do sono. Avive o teu dom!".
Mas devo declarar aqui que a minha preocupação maior não é quanto
ao distanciamento que vejo na igreja, ou em seus ministérios. Não, antes de
TUDO a minha preocupação é quanto ao meu próprio caminhar com Cristo. E
tenho de perguntar, "Como fugir das conseqüências se eu negligenciar Jesus
e for levado a me distanciar dEle?".
Paulo diz que devemos ver o exemplo de Israel, que se atolou na lama
da preguiça: "O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para
divertir-se...Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia" (I
Coríntios 10:7,12). Não entenda mal: Paulo não está falando aqui de se cair
em Cristo. Está falando da falta de cuidado, de aplicação. Pedro adverte
igualmente: "Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão,
acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados,
descaiais da vossa própria firmeza" (2 Pe. 3:17).
É por isso que Paulo diz, "Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à
escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser
desqualificado" (I Coríntios 9:27). A vida toda de Paulo foi de produção de
frutos. E ele fala aqui do temor quanto à simples idéia de se distanciar da
firmeza e da constância.
Como Paulo, estou seguro quanto à minha salvação. Mas tenho de
guardar essas advertências do Senhor e dos grandes homens de Deus.
A Lei da Natureza Ilustra a Lei do Espírito
Fazemos bem em observar as leis da natureza. Todas as plantas e
animais são criados por Deus, e seus ciclos de vida e seus cuidados refletem
as leis universais dEle quanto à natureza. Paulo escreveu: "O que de Deus se
pode conhecer é manifesto...por meio das cousas que foram criadas"
(Romanos 1:19-20). Realmente, Jesus nos diz para olharmos para plantas,
pássaros, para o gado, ovelhas, formigas, sementes, pois encontramos lições
nelas. Eis aqui algumas verdades espirituais que encontrei ilustradas na
natureza:
1. A negligência causa deterioração. Ganhei essa percepção quando li
a respeito da espécie de um minúsculo animal encontrada nas Cavernas
Mammoth nos Estados Unidos. Trata-se de um pequeno caramujo com
cabeça totalmente clara, e dois pontos negros que parecem olhos. Quando
os biólogos dissecaram esses pontos negros contudo, descobriram que
esses "olhos" são falsos, incapazes de funcionar. Externamente, os pontos
em tudo aparentavam ser olhos, com aspecto superficial perfeito. Mas por
dentro, só ruína. O nervo ótico era atrofiado, se degenerando num fio inútil.
Simplificando, o animal, que era um molusco, possuía olhos, mas não
conseguia enxergar.
O que aconteceu? Essa espécie no passado era multicolorida, e tinha
olhos que funcionavam normalmente. Mas preferiu ficar nos subterrâneos
escuros e frios, ao invés de ficar na luz. Ocultando-se assim, as cores
brilhantes do molusco com o tempo se tornaram branco e preto. O animal não
precisava de olhos, então a natureza se acomodou. A espécie perdeu
totalmente a função da visão pelo fato de negligenciar, de descuidar
continuamente da luz.
Eis uma lição poderosa quanto ao nosso caminhar espiritual: o quê
não se usa, a gente perde. Tradução: é preciso constantemente exercitar
suas faculdades espirituais se você espera ter vida espiritual. Não dá para
simplesmente se ir à igreja no domingo, e achar que dá para sugar vida o
suficiente no culto para enfrentar a semana à frente. É preciso que você
tenha o seu próprio caminhar diário com Deus.
2. A negligência pode ser provocada pelo desgaste das lutas do
caminhar cristão. Nesse exato momento, quantas almas preciosas estão
simplesmente cansadas? Elas se esgotaram devido às batalhas físicas e
espirituais, enfrentando tempestades de problemas e dores. E estão
abandonando não Jesus, mas a luta. Estão cansadas do stress, esgotadas
pela luta, e não querem mais ser tão intensas no seu caminhar. Só querem
fugir.
Recentemente um pastor escreveu assim para mim: "Em todos os
meus anos de ministério nunca vi uma intensidade tão tremenda de
dificuldades, desencorajamento, de problemas de relacionamento e
financeiros em minha igreja como nestes últimos anos. E mais, quanto mais
eu orava e buscava a Deus quanto a esses problemas da igreja, mais eles
aumentavam. Eu finalmente cheguei a ponto de pensar em abandonar o
ministério. Eu jamais deixaria Cristo, mas as coisas que estou enfrentando
em nossa igreja todos os dias são demais para a gente agüentar".
Davi, o autor de tantos Salmos ficou desgastado pelas lutas. Ficou tão
esgotado na alma, foi tão atingido pelos problemas, que tudo que queria era
sumir para um lugar de paz e segurança: "Estremece-me no peito o coração,
terrores de morte me salteiam; temor e tremor me sobrevêm, e o horror se
apodera de mim. Então, disse eu: quem me dera asas como de pomba!
Voaria e acharia pouso. Eis que fugiria para longe e ficaria no deserto"
(Salmo 55:4-8).
Creio que nesse momento o corpo de Cristo esteja em meio à uma
"tempestade perfeita". O inferno irrompeu, e Satanás promove um ataque
total sobre a igreja triunfante. Muitos crentes recuaram, abandonando
totalmente a luta. Eles resolveram que "pra mim chega. Deixar Jesus eu não
deixo, mas vou achar um jeito mais fácil".
Tenho
uma
Verdade
Encontramos
o
Poder
ANTES
DE
Em Meio à Tempestade
Para
e
Contar
a
a
Glória
QUALQUER
Todo
de
Crente:
Cristo
COISA
Jesus se manifesta quando o barco parece estar afundando. Assim
como fez com os discípulos, Ele aparece em meio à nossa tempestade,
caminhando sobre as ondas. Ele vem até nós quando estamos dentro da
fornalha ardente, como fez com os jovens hebreus. E está conosco quando
somos lançados na cova dos leões, como esteve com Daniel. Na verdade a
Sua força nos é dada mais em nossas horas de fraqueza. Paulo testifica: "Ele
me disse: A minha graça te basta, porque o (Meu) poder se aperfeiçoa na
fraqueza" (2 Coríntios 12:9).
Como Davi, muitos de nós anseiam por fugir na hora do medo e da
fadiga. Queremos sair para um lugar longe de todos, dos problemas, das
lutas - para onde haja sossego e calma. E então alguns se tornam
introspectivos, ou se intoxicam assistindo TV, vivendo em constante
desencorajamento, prestes a desistirem da confiança em Deus para lhes
cuidar.
Mas é precisamente na hora da batalha que encontramos a seguinte
lei da natureza:
3. A negligência bloqueia todo crescimento espiritual. Se você
negligencia o cuidado com as plantas e animais, deixando-os sem água e
nutrientes, começa a morte. Passe por alguns bairros, e verá belos quintais,
jardins, áreas verdes, flores e plantas cheias de cor. Nos fins de semana
especialmente, poderá ver os moradores aguando as plantas, podando,
arrumando e colocando fertilizantes.
Mas então você chega à uma casa diferente, que estraga a paisagem.
Tudo lá é ruim: o mato cresceu, as plantas murcharam, ervas daninhas
brotam por todo lado sufocando a vida. Tudo reflete a morte, e o quadro todo
berra, "Preguiça! Indolência! Falta de cuidado!".
Salomão descreve exatamente esse quadro: "Passei pelo campo do
preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo
estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro
de pedra, em ruínas. Tendo-o visto, considerei; vi e recebi a instrução. Um
pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os
braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua
necessidade, como um homem armado" (Provérbios 24:30-34).
Salomão está dizendo: "Tudo havia se estragado por puro descaso. Vi
por experiência própria o que acontece quando ocorre o ócio, e aprendi".
Essa lição igualmente se aplica quando descuidamos da palavra de Deus e
da oração. Se você se torna displicente quanto à doce comunhão com o
Senhor, e a um tempo precioso em Sua palavra, logo será atraído pela tração
gravitacional promovida pela carne. E a tração da displicência é para baixo.
Nada é mais difícil de ser despertado que um cristão morno que está sendo
tracionado abaixo pela negligência.
Estou lembrando de uma ilustração do meu próprio quintal. Uma
árvore que plantei na sombra começou a morrer. Resolvi replantá-la no sol, e
com cuidado a aguava todos os dias, misturando água com uma colher de
um fertilizante chamado Crescimento Milagroso. Toda vez que eu deixava de
aguar um dia, as folhas começavam a se baixar. Mas se aguasse com o
Crescimento Milagroso, se elevavam.
Prezado santo, a Bíblia é Crescimento Milagroso puro. Se você é
displicente com ela, encontrará sua alma murchando. Mas se cuida de sua
alma regularmente com esse "alimento milagroso", virá cheio de poder e de
vida.
Quero deixar claro mais uma vez a quem essa mensagem do Espírito
Santo é dirigida. Ela não é para os pecadores, mas para os crentes
vitoriosos: para você e para mim. Ouço o Espírito dizendo: "David,
apaixonado por Cristo, pregador da Bíblia -- você fala aos outros de como a
sua vida e ministério foram transformados pela oração. Mas você descuidou
da Minha palavra? Se você não levar a sério o quê tenho a lhe dizer, e
ignorar os destroços dos displicentes que te cercam, você viverá a lenta
tração para a indolência. Um torpor imperceptível e gravitacional em teu
espírito começará, e o levará à mornidão".
Não se engane: essa mensagem não é a respeito do legalismo mas
sobre responsabilidade pessoal. Paulo fala a Timóteo exatamente sobre esse
ponto, instruindo o jovem: "Até à minha chegada, aplica-te à leitura, à
exortação, ao ensino. Não te faças negligente para com o dom que há em ti,
o qual te foi concedido mediante profecia, com a inspiração das mãos do
presbitério. Medita estas cousas e nelas sê diligente, para que o teu
progresso a todos seja manifesto. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.
Continua nesses deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo
como aos teus ouvintes" (I Timóteo 4:13-16).
Paulo está falando aqui, claro, da leitura da palavra de Deus. E está
dizendo a Timóteo, "Dê atenção à ela, medite nela, ofereça-se inteiro à ela".
A
Natureza
Mostra
as
Ruinosas
Conseqüências
Vindas da Desistência do Combate Espiritual, e do Distanciamento
Resultante da Falta de Fé
Ainda outra lição da natureza revela o que acontece quando trocamos
o bom combate por um caminho mais fácil, e saímos da luta. Há pouco li o
estudo de um biólogo sobre os caranguejos, animais que vivem em um
ambiente rústico e perigoso na fenda das rochas. Eles são lançados longe
diariamente pelas ondas, e atacados de todos os lados por seres vindos das
águas profundas. Eles batalham continuamente para se proteger, e com o
tempo desenvolvem forte carapaça, e fortes instintos de sobrevivência.
É surpreendente, mas alguns da família dos caranguejos desistem da
luta pela vida. Em busca de um espaço seguro, passam a morar nas conchas
abandonadas por outros animais. Esses caranguejos são conhecidos como
eremitas. Se fixando na segurança, distanciam-se da batalha e fogem para
casas de segunda mão já prontas.
Mas as "casas seguras" dos caranguejos eremitas se mostram caras e
ruinosas. Pela falta de luta, partes essenciais de seus corpos se deterioram.
Até seus órgãos involuem devido à falta de uso. Com o tempo o caranguejo
eremita perde toda força para se mover, bem como partes vitais necessárias
para fugir. Tais membros simplesmente caem, deixando o animal fora de
perigo, mas inútil para fazer qualquer coisa senão existir.
Enquanto isso, os caranguejos que continuaram lutando crescem e
florescem. Seus cinco pares de pernas se tornam carnudos e fortes por
resistirem às fortes ondas. E aprendem a se esconder dos predadores se
infiltrando com muita esperteza nos espaços sob as rochas.
Essa lei da natureza, também, ilustra a lei do Espírito. Como crentes,
somos jogados longe e golpeados por uma onda atrás da outra, nos trazendo
dificuldades. Enfrentamos malignos predadores entre as potestades e
poderes de Satanás. Mas ao lutarmos, nos fortalecemos. E começamos a
reconhecer os engodos do diabo quando os usa contra nós. Descobrimos o
real refúgio, "a fenda na penha", pela confiança em Jesus. Só então
estaremos verdadeiramente seguros em meio à batalha.
O cristão que vai atrás de "paz e segurança a qualquer preço" e
apenas se agarra à salvação, paga um preço espiritual alto. Então, como
podemos nos guardar de sermos levados ao distanciamento de Cristo
negligenciando "tão grande salvação"? O escritor mostra como: "Apeguemonos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos
desviemos" (Hebreus 2:1).
Deus não está interessado em sermos capazes de "leitura dinâmica"
de Sua palavra. Ler muitos capítulos por dia ou tentar atravessar a Bíblia
rapidamente pode nos dar um bom sentido de realização. Mas o mais
importante é que "ouçamos" com ouvidos espirituais aquilo que lemos, e
meditemos sobre o conteúdo para que seja "ouvido" em nosso coração.
Ficar firme na palavra de Deus não é um assunto menor nas
escrituras. Em amor somos advertidos, "Importa que nos apeguemos, com
mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos"
(Hebreus 2:1). Paulo também diz: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente
estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo
está em vós? Se não é que já estais reprovados" (2 Coríntios 13:5).
Paulo não está sugerindo a estes crentes que eles estejam
reprovados. Antes, ele insiste: "Como apaixonados por Cristo, testem a si
próprios. Faça um levantamento espiritual. Você conhece o suficiente em
relação ao teu caminhar com Jesus para saber que é amado por Ele, que Ele
não lhe virou as costas, que você é remido. Mas se pergunte: como está a
sua comunhão com Cristo? Você a está guardando com todo amor e zelo?
Está dependendo dEle em seus momentos difíceis?".
"Nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos
firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos" (Hebreus 3:14).
Você Reconhece um Distanciamento em Seu Caminhar Cristão?
Talvez você admita, "Vejo um pouco de distanciamento em minha vida,
uma tendência à sonolência. Sei que estou orando cada vez menos. O meu
caminhar com Deus não é como deveria ser".
Quando pedi ao Espírito Santo para mostrar como me guardar contra a
displicência, Ele me levou a avaliar o distanciamento de Pedro e sua posterior
renovação. Era um homem que negou Cristo, ofendeu, dizendo aos
acusadores, "Não O conheço".
O quê tinha acontecido? O quê havia levado Pedro até aquele ponto?
Foi o orgulho, resultado da jactância da autojustificação. O discípulo havia
dito a si mesmo e aos outros, "O meu amor por Jesus jamais esfriará.
Cheguei a um ponto na fé em que não preciso admoestação. Os outros
podem se afastar, mas eu morro pelo Senhor".
Mas Pedro foi o primeiro entre os discípulos a desistir de lutar. Ele
deixou o chamado e voltou à antiga profissão, dizendo aos outros, "Vou
pescar". O quê ele realmente estava dizendo era: "Eu não agüento. Achei
que não fosse fracassar, mas ninguém jamais fracassou com Deus mais do
que eu. Simplesmente não dá mais pra eu enfrentar a luta".
À essa altura, Pedro havia se arrependido da negação de Jesus. E
havia sido restaurado no amor do Senhor, quando Cristo apareceu aos
seguidores em uma sala fechada, e "soprou" sobre todos eles para
receberem o Espírito Santo. Pedro foi perdoado, curado de seu
distanciamento e sobre ele veio o sopro do Espírito. Mas por dentro ele ainda
se corroia.
Ora, enquanto Jesus esperava que os discípulos voltassem à praia,
uma questão permanecia não resolvida na vida de Pedro. Não era suficiente
ser restaurado, assegurar-se da salvação. Não era suficiente jejuar e orar,
como todo crente consagrado faria. Não, o ponto que Cristo queria focalizar
na vida de Pedro era o descuido e a falta de aplicação em outra forma. Eu
explico.
Sentados na praia em torno do fogo, comendo e em comunhão, Jesus
pergunta a Pedro três vezes: "Você me ama mais do que esses outros?". A
cada vez Pedro responde, "Sim, Senhor, Tu sabes que O amo", e Cristo por
Sua vez diz, "Apascenta as Minhas ovelhas". Note que Jesus, dessa vez, não
o lembra para vigiar e orar, ou ser zeloso na leitura da palavra de Deus.
Cristo presume que tais coisas já haviam sido ensinadas. Não, a instrução
que dá a Pedro agora é, "Apascenta as Minhas ovelhas".
Eu creio que nessa frase simples, Jesus estava instruindo Pedro sobre
como se guardar contra o descuido e o desleixo. Ele estava dizendo
basicamente: "Quero que você esqueça o seu fracasso, esqueça que se
desviou. Você voltou a Mim agora, e lhe perdoei e restaurei. Então está na
hora de você parar de se concentrar em suas dúvidas, falhas e problemas. E
a maneira para se fazer isso é não ser displicente com o Meu povo, e
ministrar às suas necessidades. Assim como o Pai Me enviou, eu o envio".
O fato é que, posso me dar inteiro à oração, ser um ávido estudioso da
Bíblia, trazer o corpo em sujeição, evitar a aparência do mal, jejuar muito e
amar a Cristo com paixão. Contudo mesmo fazendo essas coisas, ainda é
possível eu negligenciar a grande salvação que me é dada. Como? Me
fechando à necessidade humana. Se eu fizer todas essas coisas e ainda
permanecer desinteressado quanto aos perdidos e necessitados, ou se
ignorar os que sofrem dentro do corpo de Cristo, me tornei como o
caranguejo eremita, me concentrando só em minhas próprias necessidades e
segurança.
Tristes, alguns pastores muitas vezes me dizem, "Agora não consigo
mais achar cooperadores ou voluntários para nada. Depois da igreja, as
pessoas correm para o carro, e nunca param se oferecendo para ajudar em
algum dos ministérios". Que quadro triste o desta igreja: cheia de pessoas
antes fortes espiritualmente, agora fracas, que tomaram o caminho do
caranguejo eremita.
O livro de Atos oferece uma ilustração do chamamento para que nos
concentremos nas necessidades dos outros, ao invés de em nós mesmos.
Após o derramamento (do Espírito) no Pentecostes, "perseveravam na
doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (Atos
2:42). Era bom que os apóstolos estivessem ajudando os outros a
permanecerem na palavra e na oração.
Então Pedro e João subiram "ao templo" para orar, onde viram um
coxo que lhes pediu esmolas. Fica claro que os discípulos tinham visto esse
homem antes, pois já haviam estado no templo em outras ocasiões, e ele era
visto lá esmolando sempre.
Dessa vez Pedro viu o mendigo à vista das palavras que Jesus lhe
havia dito: "Apascenta as minhas ovelhas". E o discípulo respondeu. As
escrituras dizem que "fitando-o" (3:4), dessa vez Pedro não negligenciou o
seu chamado. Ele decidiu, "Tenho de fazer algo", e começou tomando as
mãos do homem e levantando-o. Você conhece o resto da história: o coxo
acabou dando saltos e louvando a Deus, totalmente curado.
Com freqüência os nossos olhos são como os daquela rara espécie de
animal que mencionei acima: eles parecem funcionar mas na verdade "não
enxergam". E a verdade é a seguinte: há necessidades que Jesus gostaria
que atendêssemos e que estão sempre diante de nós. Só precisamos de
olhos espirituais para vê-las.
Se você é persistente na oração e na palavra de Deus, isso prosperará
a sua alma. Mas agora é hora de também pedir ao Espírito Santo que abra os
seus olhos às necessidades dos que estão à soleira da sua porta. Ele será
fiel para lhe guiar à oportunidades para ministrar, para lhe mostrar uma
necessidade diante da qual você passou muitas vezes mas nunca "enxergou"
antes. Se você responder à essa orientação, jamais será levado a se
distanciar.
Esta é a salvaguarda, o muro de proteção: "apascenta as Minhas ovelhas".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
06
__________
A Seriedade da Falta de Fé - 6 de fevereiro de 2006
(The Seriousness of Unbelief)
David
de
fevereiro
de
Poucos, dentre os cristãos sérios, acham ter falta de fé. Já há anos fico
embaraçado diante de algo que Jesus disse: "Quando porém vier o Filho do
homem, porventura achara fé na terra?" (Lucas 18:8). A pergunta implica em
falta de fé não simplesmente sobre a terra, mas entre o povo de Deus.
Por que Jesus disse isso? Fé é um dos assuntos sobre os quais mais
se fala na igreja. Piedosos pregadores a enfatizam, e há uma enxurrada de
livros sobre o assunto. Grandes empreendimentos estão sendo feitos,
gigantescos projetos sendo desenvolvidos, tudo em nome da fé. Então, o que
Wilkerson
2006
Jesus está nos dizendo quando pergunta: "Quando a trombeta finalmente
soar, será que encontrarei alguma fé?".
Encontramos uma pista na sóbria advertência de Hebreus 3:12:
"Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso
coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo". Este verso diz que
devemos reconhecer incredulidade em nós mesmos toda vez que nos
"afastarmos do Deus vivo". Mas, o que significa se afastar de Deus?
Isso acontece por meio de nossas dúvidas quanto à fidelidade de
Deus. Se permitirmos que mesmo pequenas sementes de incredulidade
cresçam em nossos corações, vamos acabar em uma situação triste. Essa
passagem adverte: "Fique alerta, e não deixe que incredulidade alguma crie
raízes. Às vezes o Senhor pode parecer estar distante de ti. Mas não deixe
que o seu coração fuja da realidade da Sua fidelidade".
Um pastor de uma outra cidade se aproximou de mim há pouco tempo
atrás, após um de nossos cultos na igreja. Ele falava, e sua cabeça se
curvava em desencorajamento. Disse que por um tempo havia se reunido
mensalmente com um grupo de pastores de várias denominações em sua
cidade.
"Mas irmão David", disse, "as nossas reuniões estavam ficando
deprimentes. Os números estão baixando porque mais e mais pastores estão
deixando o ministério. Nunca mais ouvimos uma palavra de Deus. E muitos
tocam o ministério sentindo-se fracos. Perderam a alegria. Agora suas
esposas estão fartas e insistem para que eles desistam. Isso deprime porque
amo estes homens. Estou faminto para que ouçamos do Senhor outra vez".
Vejo algo semelhante acontecendo em muitas faculdades bíblicas e
seminários. Algumas destas instituições na verdade se tornaram estufas de
incredulidade. Os alunos entram convencidos da inerrância das escrituras, do
dom divino para a operação de milagres, de um céu e inferno literais. Mas se
expressarem suas crenças durante as aulas, um professor pode ridicularizálos. Ele chama essas crenças de "velha escola", e zomba, considerando-os
iletrados e inseguros. Muitos jovens sinceros se graduam sem fé alguma,
pois lhes foi roubada toda a confiança em Deus.
Mas a Bíblia nos diz sem usar termos duvidosos: "Sem fé é impossível
agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam"
(Hebreus 11:6).
Quero lhe mostrar a seriedade com a qual Deus vê o nosso pecado de
falta de fé.
1. Incredulidade é o Pecado que Exaspera e Irrita a Deus
Em Êxodo 17, Israel chega a um deserto chamado Sim. Não havia
água potável à vista, e o povo nervoso condenava Moisés: "Dá-nos água para
beber" (Êxodo 17:2). Tratavam o ungido de Deus como se ele fosse seu
operador particular de milagres. Mas nenhum deles se voltou a Deus em
oração. Ninguém disse, "Vejam, Deus tem-nos operado muitos milagres
relacionados com a água. Ele abriu o mar Vermelho para nos livrar do faraó;
adoçou as águas amargas de Mara. Certamente proverá água potável para
nós aqui".
Você conhece o resto da história. Deus instruiu Moisés para chegar até
uma rocha e bater nela. Ao fazê-lo, rios de água fluíram, mais que o
necessário para cuidar da sede do povo. Mas o Senhor pôs o nome de
incredulidade nesse episódio. Chamou o lugar de Massa, que quer dizer
provocação, assim como também exasperado, áspero, irritado. Deus estava
dizendo a Israel: "Vocês me deixaram extremamente irritado com essa
incredulidade".
Por favor entenda, o Senhor não ficou só ligeiramente machucado
aqui; Ele se exasperou a ponto de chegar à cólera. Mas Ele não foi
provocado simplesmente pelas reclamações do povo. Foi muito pior do que
isso: eles O haviam acusado de havê-los abandonado na hora do sofrimento.
Disseram a Moisés: "Por que nos fizeste subir do Egito, para nos matares de
sede, a nós, a nossos filhos e aos nossos rebanhos?... Está o Senhor no
meio de nós ou não?" (17:3,7).
A inferência e conclusão deles foi, "Se Deus está conosco, onde está
Ele agora? Não vemos nenhum sinal da Sua presença ou do Seu poder. O
Senhor está vivo ou morto? Como se vai crer num Deus que permite estas
coisas tão terríveis?".
A gente pode pensar, "Pobre Israel. Eles só estavam querendo dar
água para os filhos que choravam. Qualquer um se desespera sem água.
Quem não vai reclamar?". Mas a questão aqui não era falta da água. Nem
era que Deus estivesse retendo bênçãos para o povo. Ele tinha acabado de
dar toda a água que Israel precisava, tirada da rocha.
Não, Deus estava irritado por uma causa muito boa. Encontramos a
razão disso mais tarde nas escrituras, quando Moisés relembra o episódio de
Massa. Ele diz: "Rebeldes fostes ao mandado do Senhor, vosso Deus, e não
o crestes, e não obedecestes à sua voz. Rebeldes fostes contra o Senhor,
desde o dia em que vos conheci" (Deuteronómio 9:23-24). Moisés estava
dizendo a Israel: "Desde o dia em que lhes conheci, vocês têm sido rebeldes.
Vocês nunca obedeceram ou creram na palavra de Deus".
Então, qual foi o ponto real? Segundo Moisés, foi que Israel nunca
verdadeiramente teve fé. Nunca se comprometeram inteiramente a confiar no
Senhor. Na verdade, esses israelitas abrigavam ídolos o tempo todo.
Guardavam pequenos deuses escondidos nas tendas, para voltarem a eles
caso Deus falhasse. O Senhor diz: "Me oferecestes vítimas e sacrifícios no
deserto...e acaso não levantastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do
deus Renfã, figuras que fizestes para as adorar?" (Atos 7:42-43).
Dá para você imaginar a exasperação de Deus com o povo agora?
Eles O estavam culpando pela falta de água, reivindicando, "Por que o
Senhor não respondeu às orações?". Ainda assim, se voltavam a deuses
estranhos para livrá-los. A zanga de Deus aqui não era um teste quanto à fé
de Israel; era um chamado trovejante ao arrependimento. De modo algum Ele
havia retido Seu favorecimento para com eles.
Um jovem pastor há pouco me escreveu contando de uma experiência
como a de Israel. Ele diz:
"Quando fui ao Senhor, não abandonei as minhas músicas do mundo.
Eu não me preocupava quanto à possibilidade de os músicos trazerem algo
de mal. Era a minha música, e pastor algum iria me persuadir a deixa-la. Até
cheguei a apresentá-la aos grupos de mocidade que eu dirigia. Eu queria
atrair multidões de garotos dando-lhes a música que queriam. Usávamos
hard rock, punk, rap, mosh pits. Mas aí o grupo da mocidade começou a
morrer espiritualmente. Pararam de ouvir a palavra de Deus e os meus
ensinos, e todos os tipos de imoralidade irromperam. Foi morte total."
"Eu orei e orei para que Deus de algum modo os despertasse, mas
nada aconteceu. Um dia, o Espírito Santo me respondeu de um modo muito
duro: 'Você trouxe seu ídolo estranho para dentro da Minha casa. Trata-se da
sua música pagã, a qual você sabe que Eu detesto. E agora você corrompeu
todo o seu rebanho com ela. Remova esse ídolo do seu coração, e tire-o
destes jovens. Aí então Me moverei em seu meio'."
"Imediatamente me livrei da música. E no lugar dela trouxe música de
louvor. Tornei minhas mensagens simples e diretas, direto das escrituras. E
logo o Espírito Santo estava se movendo de novo. Agora os meus jovens
estão tendo jeito espiritual."
Isso é exatamente o que Deus queria fazer em Israel. Ele estava
dizendo ao povo: "Não estou retendo de vocês as coisas boas. Quando me
pediram para cuidar de sua sede, Me movi instantaneamente, trazendo água
da rocha. Agora estou só tentando chamar a sua atenção. Quero lhes falar a
respeito das coisas escondidas de suas vidas".
Você Acha que Deus Vê as Suas Coisas Ocultas ?
Você acha que o Senhor abençoa os cristãos que tentam servi-Lo
enquanto presos à cobiça favorita? Esse é o real crime da incredulidade:
abrigar algo em secreto e não levá-lo à luz de Deus para livramento.
Uma coisa é estar amarrado à uma cobiça habitual e odiar isso. Tal
pessoa despreza seu pecado secreto e luta fortemente contra ele. Ele clama
a Deus por libertação e busca o conselho piedoso de outros. Esse servo pode
estar seguro de que o Senhor será paciente com ele em meio da sua luta.
Pense bem: os israelitas ainda estavam carregando seus ídolos em
Massa. Isso quer dizer que tinham se agarrado a eles através das ondas que
se abriam a eles no mar Vermelho. Ficaram agarrados a eles até mesmo
quando o exército do faraó os fustigava. E os ocultaram mesmo depois de
Deus adoçar as amargas águas em Mara. Agora, em Massa, Deus livra-os
novamente sem condenação, enchendo suas barrigas com água fresca. Em
verdade, o tempo todo Deus havia abençoado Israel a despeito de sua
idolatria.
Contudo o povo prosseguiu escondendo o pecado. Eles louvavam ao
Senhor, desfrutando de Sua proteção sob a nuvem de dia, e sob a coluna de
fogo à noite. Por que prosseguiram assim? Porque "visto como se não
executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens
está inteiramente disposto a praticar o mal" (Eclesiastes 8:11).
A falta de fé de Israel nada teve a ver com o poder de Deus para livrálos. Eles haviam-nO visto operando milagres para eles inúmeras vezes. Não,
essas pessoas simplesmente não levavam os mandamentos de Deus a sério.
Se acomodaram ao pecado, porque o Senhor não julgou-os logo por ele. Eles
não temiam as consequências; afinal, nenhum de seus filhos havia morrido, e
ainda tinham mana e carne do céu.
Em resumo, os israelitas haviam perdido o temor de Deus.
Secretamente eles pensavam: "É nestas alturas que nós deveríamos ter sido
consumidos pelo fogo, por não crermos na ira de Deus. Mas Ele nunca trouxe
condenação pelos nossos pecados. Então, vamos poder continuar nosso
culto (aos deuses)". Eles tomaram como certo a declaração de Jeremias: "As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as
suas misericórdias não têm fim" (Lamentações 3:22).
2. A Incredulidade Impede Qualquer Livramento do Poder e do
Domínio de Satanás
Estou convencido de que todo pecado não dominado é causado pela
incredulidade. E agora mesmo, multidões de cristãos estão lutando uma
batalha perdida contra o pecado. O fato é que muitos deles até já desistiram
da luta. Estão convencidos de que algum espírito demoníaco forte construiu
uma fortaleza dentro deles, e não pode ser expulso. Então vivem em
desventura, amarrados por um pecado que os assedia. Paulo expressa o
grito destes corações: "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do
corpo desta morte?" (Romanos 7:24).
Mas Paulo responde à sua própria pergunta no versículo seguinte:
"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor" (7:25). Em outras palavras,
"Jesus Cristo me liberta do poder e do domínio do pecado". Como acontece
isso? Seria isso apenas uma verdade teológica que devemos aceitar? Ou
será que há algo mais de prático a se fazer? Como é que Cristo
verdadeiramente nos liberta?
A resposta é tão simples, que muitas vezes não a entendemos. É tão
simples para os hindus, que a rejeitam em favor de obras. Preferem rastejar
quilómetros tentando pacificar Deus por seus pecados. Os judeus também
rejeitam essa verdade, preferindo guardar mais de 630 regras e
regulamentações, na esperança de equilibrar os livros, por seus pecados. Os
muçulmanos preferem se prostrar e praticar bons atos tentando apaziguar Alá
por seus desvios. Mesmo muitos cristãos vão preferir acrescentar alguma
regra de autodependência, para seus livramentos. Fazem promessas a Deus
e tentam derrotar todos os desejos da carne em sua própria força.
Mas cá está o evangelho simples e descomplicado: toda vez que há
genuíno arrependimento, há perdão instantâneo. E há purificação
instantânea, bem como contínua abertura para o trono de Deus. Se cremos
nessas verdades, nos tornamos livres.
O
Pecado
Faz
Nos Esconder da Presença de Deus
Com
Que
Queiramos
Cá está a essência da falta de fé entre os cristãos: quando pecamos,
falhando com Deus, tendemos a fugir de Sua presença. Achamos que Ele
está muito zangado para querer comunhão conosco. Como poderia Ele de
algum modo compartilhar de intimidade conosco, tendo nós pecado de modo
tão grave?
Então paramos de orar. Em nossa vergonha, pensamos: "Não posso
voltar para Deus desse jeito". E começamos a tentar produzir nossa volta às
boas graças dEle. Ficamos convencidos de que precisamos só de tempo
para nos limpar. Se conseguirmos ficar puros durante algumas semanas,
evitando o nosso hábito pecaminoso, achamos que provaremos a nós
mesmos sermos dignos de nos aproximarmos do Seu trono novamente.
Isso é incredulidade maligna, e um crime aos olhos de Deus. Quando
confessamos nosso pecado, incluindo os hábitos que nos assediam, Deus
não nos interroga. Ele não exige prova de arrependimento, perguntando
"Você se arrependeu de verdade? Não estou vendo nenhuma lágrima. Você
promete nunca mais cometer esse pecado? Agora vá, jejue dois dias por
semana, e ore uma hora por dia. Se você conseguir isso todo este tempo
sem cair, teremos comunhão de novo".
Que isso nunca ocorra. Quando Jesus nos reconciliou com o Pai na
cruz, foi para sempre. Isso quer dizer que se eu pecar, não tenho de ser
reconciliado com o Pai tudo de novo; não estou cortado do Senhor,
subitamente irreconciliado. Não, o véu de separação foi rasgado
permanentemente na cruz, e eu para sempre tenho acesso ao trono de Deus,
através do sangue de Cristo. A porta nunca está fechada para mim: "Pelo
qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele" (Efésios
3:12).
A Bíblia declara claramente que se qualquer um de nós pecar, temos
um advogado com o Pai em Jesus Cristo. Podemos ficar fora da sala do trono
nos sentindo péssimos e impuros à porta. Mas se permanecemos lá, nos
recusando a entrar, não estamos sendo humildes; estamos agindo em
incredulidade. "Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da
graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna" (Hebreus 4:16).
Quando é a nossa "ocasião oportuna"? É toda vez que falhamos em
relação ao nosso bendito Senhor. No momento que pecamos, estamos
necessitando graça e misericórdia. E Deus nos convida a irmos então
ousadamente ao Seu trono, com confiança, para recebermos tudo de que
necessitamos. Não devemos ir até ele só quando nos sentimos justos ou
santos; devemos ir toda vez que precisarmos.
E mais, não temos de esperar que nossas almas sejam limpas. "Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça" (I João 1:9). João diz que para
sermos purificados, não temos de trabalhar por horas, dias ou semanas.
Acontece instantaneamente, assim que vamos ao Senhor.
Então, você tem a fé para crer no perdão instantâneo de Deus? Você
consegue aceitar a comunhão instantânea e ininterrupta com o Pai? É
exatamente isso que as escrituras insistem que façamos. Veja, a mesma fé
que nos salva e perdoa é também a fé que nos guarda. Pedro diz que somos
"guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada
para revelar-se no último tempo" (I Pedro 1:5). Que verdade incrível.
No entanto, a nossa falta de fé nos impede de acessar o poder
guardador de Deus. E com o passar do tempo, à medida que enfrentamos o
ataque contínuo do pecado, podemos começar a nos desesperar. Amado,
isso simplesmente não deveria ocorrer. Deus nos deu maravilhosas
promessas da Nova Aliança. Mas elas não têm nenhum valor a menos que
creiamos e nos apropriemos delas. O nosso Senhor se comprometeu a pôr a
Sua lei em nossos corações, ser Deus para nós, não nos deixar cair,
implantar o Seu temor em nós, nos dar poder para obedecer, nos levar a
andar em Seus caminhos. Mas temos de crer inteiramente nisso.
3.
Inclui
um
dos
da Seriedade da Falta de Fé
Lucas
Casos
Mais
3
Reveladores
Você se lembra do piedoso Zacarias, pai de João Batista. Zacarias era
um sacerdote consagrado que sofreu devido a um único episódio de
incredulidade. A sua história ilustra simplesmente a seriedade com a qual
Deus vê esse pecado.
As escrituras dizem que Zacarias era justo "diante de Deus, vivendo
irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor"
(Lucas 1:6). Eis um homem pio que vestia as túnicas de sua respeitada
posição. Ele ministrava diante do altar de incenso, o quê representava prece
e súplica, atos de pura adoração. Em resumo, Zacarias era fiel e obediente,
um servo que ansiava pela vinda do Messias.
Um dia, enquanto Zacarias ministrava, Deus enviou o anjo Gabriel lhe
dizer que sua esposa iria ter um filho. Gabriel diz que o nascimento do filho
seria motivo de júbilo para muitos em Israel, e deu a Zacarias instruções
detalhadas sobre como educar o menino. Mas, enquanto o anjo falava,
Zacarias tremeu de medo. De repente, a mente deste consagrado homem se
encheu de dúvidas, e ele cedeu à terrível falta de fé. Ele pergunta ao anjo,
"Como saberei isto? Pois eu sou velho, e minha mulher, avançada em dias"
(v. 1:18).
Deus não recebeu de bom grado a dúvida de Zacarias, e passou essa
sentença para o sacerdote: "Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao
dia em que estas cousas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste
nas minhas palavras" (1:20).
O que esse episódio nos diz? Diz que a falta de fé bloqueia os nossos
ouvidos para Deus, mesmo quando Ele está falando claramente a nós. Ela
trava o recebimento de revelações novas. E nos afasta da comunhão íntima
com o Senhor. De repente, por termos deixado de ouvir de Deus, nada temos
para pregar ou testificar. Não importa o quanto somos fiéis ou diligentes.
Como Zacarias, trazemos a nós mesmos uma paralisia tanto dos ouvidos
quanto da língua.
Finalmente, somos confrontados por esse versículo em Hebreus:
"Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade" (Hebreus
3:19). Só um pecado deixou Israel fora da terra prometida: a incredulidade.
Por que as pessoas perderam a fé? Canaã representa um lugar de
repouso, paz, frutos, segurança, plenitude, satisfação, tudo que um crente
verdadeiro anseia. É também quando o Senhor fala claramente ao Seu povo,
orientando-o: "Esse é o caminho, caminhe por ele". Mas Israel não pôde
entrar na terra prometida por causa de um pecado.
Esse pecado não foi adultério (e as escrituras chamam esses israelitas
de geração adúltera). Não foi o divórcio desenfreado. (Jesus disse que
Moisés concedeu divórcio a essa geração devido à dureza de seus
corações.) Não foi a ira, a inveja ou revanchismo. Não foi nem mesmo a
idolatria secreta. Todos estes pecados foram resultado da incredulidade.
Não, foi esse pecado, a falta de fé, que impediu o povo de Deus de
entrar em Canaã. Assim, Hebreus nos encoraja hoje, "Esforcemo-nos, pois,
por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, seguindo o mesmo
exemplo de desobediência" (Heb. 4:11).
Conheci muitos cristãos que decidiram levar a sério o seu caminhar
com o Senhor. Se determinaram a ser mais estudiosos da palavra, e jejuaram
e oraram com renovada convicção. Dispuseram seus corações a apegaremse ao Senhor em meio a todas as situações da vida. Observando suas vidas,
a minha ideia é, "Certamente toda essa consagração produzirá um brilho de
alegria. Eles não conseguem deixar de refletir a paz e o descanso de Deus".
Mas muitas vezes, o oposto ocorreu. Muitos nunca entraram
efetivamente no prometido descanso de Deus. Ainda estavam inseguros,
inquietos, questionando a direção de Deus, preocupados com o futuro. Por
quê? Porque possuíam um fermento habitual de incredulidade. Toda a sua
devoção e atividade haviam se tornado inúteis por isso.
O servo que crê apega-se à promessa divina da Nova Aliança: "Porei
dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis
os meus juízos e os observeis" (Ezequiel 36:27). Ele também se apega a
essa palavra: "Fá-lo-ei aproximar, e ele se chegara a mim...guiá-los-ei aos
ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão" (Jeremias 30:21;
31:9).
Finalmente, Hebreus declara: "Resta entrarem alguns nele" (Hebreus
4:6). O escritor está dizendo basicamente: "Alguém tem de entrar nessa
incrível promessa". Eu lhe pergunto: por que não você, crente? Por que não
eu? Se a nossa falta de fé está nos deixando de fora, devemos orar, "Senhor,
ajude-me em minha incredulidade. Cure a minha falta de fé. Me dá
abundância de fé".
O nosso Deus nos fez incríveis promessas. Então, apropriemo-nos de
Sua maravilhosa palavra. Que cada um de nós possa entrar em Seu
prometido descanso. Então nossas vidas serão um testemunho irradiante a
essa geração.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Você Realmente Acredita em Milagres? - 16 de janeiro de 2006
(Do You Really Believe in Miracles?)
Por David Wilkerson
16 de Janeiro de 2006
__________
Em Mateus 14, encontramos Jesus entrando num barco para se dirigir
"a um lugar deserto" onde poderia ficar a sós. Ele tinha acabado de ser
informado de que João Batista fora decapitado e enterrado. E agora estava
tão emocionado por essa notícia que achou necessário ficar sozinho e orar.
Porém, quando as multidões ouviram que Jesus estava partindo,
"vieram das cidades seguindo-o por terra" (Mateus 14:13). Imagine Cristo
elevando o olhar e vendo milhares de pessoas vindo em direcção a Ele de
todas as direcções, com todos os tipos de estado físico. Os enfermos
estavam sendo levados em macas ou sobre rodas em direcção a Ele; cegos
sendo guiados em meio à multidão, e os coxos mancavam sobre bengalas e
muletas improvisadas. Todos estavam desesperados para chegar perto, em
busca do toque curativo da única pessoa que poderia fazê-lo.
Qual foi a reação de Cristo a essa incrível cena? "Desembarcando, viu
Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos"
(14:14). Se você estivesse lá naquele dia observando das encostas, ficaria
assombrado com os acontecimentos que se desdobravam à frente. Mãos
retorcidas eram corrigidas, pernas tortas se alinhavam, ouvidos surdos eram
abertos, línguas mudas subitamente gritavam louvores a Deus.
Ver e ouvir tudo isso seria algo impressionante. Ainda assim, ao fim
desse dia incrível, depois de realizar todos esses milagres de cura, Jesus
decidiu alimentar as multidões. Lemos que se tratava de uma multidão de
cinco mil pessoas, sem incluir as mulheres e as crianças presentes. E para
alimentar todos, Jesus pegou cinco pães e dois peixes secos, orou sobre
eles, e começou a parti-los em pedaços para serem servidos às pessoas.
Cestos e mais cestos foram cheios com alimento que rapidamente se
multiplicava. E de algum modo, à medida que os discípulos o distribuíam à
multidão, a comida simplesmente continuava aumentando. Ao fim dessa
refeição em massa, todos no grupo haviam comido até ficarem cheios, e os
discípulos acabaram trazendo doze cestos de pedaços que foram deixados.
Coloque-se
Como Parte da Multidão Daquele Dia
na
Cena,
Tente imaginar: você acaba de testemunhar cura após cura, milagre
após milagre, maravilhas incríveis uma após a outra. Você não acha que
depois de um dia desses, você estaria de joelhos louvando a Deus? Não
estaria dizendo para si próprio: "Nunca mais duvidarei do poder curativo e
milagroso de Cristo"?
E então, após testemunhar todas essas maravilhas, você teria
assistido a milagrosa alimentação de mais de cinco mil pessoas. Você estaria
inteiramente abismado, maravilhado, pensando, "O que o Senhor fez hoje é
inacreditável. Isso fortaleceu a minha fé. Daqui pra frente, vou praticar uma fé
inabalável".
Mais tarde, depois dos acontecimentos impressionantes desse dia,
você vê Jesus "compelindo" os discípulos a entrarem rapidamente no barco,
dizendo, "vamos com o barco até o outro lado" (v. Mateus 14:22). Em grego a
palavra para "compelindo" aqui quer dizer "incitando, seja pedindo, forçando
ou persuadindo". Jesus insistiu com os discípulos usando dos termos mais
fortes, "Irmãos, entrem já no barco. Agora". Ele dispensaria a multidão e
encontraria os discípulos mais tarde.
Ora, o tempo todo Jesus estava lendo o pensamento dos discípulos.
Sabia que eles não estavam entendendo o que acontecia aquele dia. A
mensagem dos milagres ainda não se gravara em seus corações e mentes, e
as dúvidas ainda os importunava. Ao zarparem da praia, me pergunto se
Jesus não meneou a cabeça espantado, ferido pela fragilidade da fé destes
que a tudo haviam assistido.
O
Que
Jesus
Teria
Para Levar Seus Discípulos a uma Fé Inabalável?
de
Fazer
Jesus realmente teria de caminhar sobre as aguas para acordar os
discípulos? Claro, foi exatamente o que Cristo fez. Irrompeu a tempestade, o
barco em agitação, e "foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar"
(14:25).
Quando Seus discípulos O viram, não acreditaram nos próprios olhos.
Em verdade, acharam que era um fantasma. "Pensaram tratar-se de um
fantasma e gritaram. Pois todos ficaram aterrados à vista dele" (Marcos 6:4950). Mas Jesus diz para não se amedrontarem. "E subiu para o barco para
estar com eles, e o vento cessou. Ficaram entre si atónitos" (6:51).
Só nesse ponto vemos alguma semelhança de fé crescendo nos
discípulos: "E os que estavam no barco o adoraram, dizendo:
Verdadeiramente és Filho de Deus" (Mateus 14:33). Ao ler isso, suspiramos
de alívio achando: "Finalmente eles entenderam. Crêem no poder que Cristo
tinha em operar milagres. Os milagres finalmente começaram a se gravar, e
um alicerce de fé esta sendo edificado neles. Agora estão preparados para
enfrentarem qualquer provação com fé inabalável".
Mas não era o caso. Marcos sugere que esse não foi um momento
definido de fé para todos eles: "Ficaram entre si atónitos, porque não haviam
compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido"
(Marcos 6:52). Em grego a palavra "endurecido" aqui significa pele grossa e
calejada. Segundo Marcos, os discípulos perderam totalmente o significado
da mensagem dos pães e peixes. Essa é uma afirmação muito significativa,
pois tem tudo a ver com a confiança em Deus.
Lembre-se, esses eram homens que amavam profundamente o
Senhor e prontamente criam que Ele poderia operar milagres para os outros.
Não tinham o menor problema em aceitar as maravilhas que Jesus promovia
para a multidão. Mas não podiam crer que Cristo faria o mesmo por eles.
Quando chegou a hora de crerem nEle para operação de milagres em sua
própria crise, algo importante estava faltando.
É Possível Dizer: "Creio que Deus Pode Fazer o Impossível",
E
Ainda
Assim
Ser
Tão
Endurecido
(Calejado),
Que o Senhor Não Consegue Transpor
Podemos nos tornar tão calejados com dúvidas, que a verdade deixa
de ser gravada por nós. Por exemplo, com o passar dos anos podemos nos
tornar endurecidos pelas provações, sofrimentos, medos, dúvidas, e
desapontamentos em grandes quantidades.
Em Mateus 15, lemos de um outro ajuntamento de pessoas, quando
mais foram milagrosamente curados e alimentados. Dessa vez, a multidão
chegava a quatro mil pessoas, mais mulheres e crianças. Uma vez mais,
Jesus operou milagres de cura e então maravilhosamente alimentou as
massas a partir de só sete pães e uns poucos peixes. Então, todos comeram,
ficaram cheios, e os discípulos trouxeram de volta sete cestos cheios de
comida que sobrou.
No fim do dia, Jesus outra vez entrou num bote com os discípulos,
dessa vez para rumar a Magadc. Durante o trajeto, os discípulos discutiram
entre si, perguntando: "Quem esqueceu de trazer o pão?". Evidente que eles
tinham um só pão para si (v. Marcos 8:14). Imagine só: Pedro, Tiago, João e
os outros estavam preocupados quanto ao pão, tendo acabado de chegar da
maior distribuição de pães da história!
Quando Jesus os ouviu, não acreditou. Ele os reprovou dizendo "Não
compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens
e de quantos cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de
quantos cestos tomastes? Como não compreendeis?" (Mateus 16:9-11).
E então perguntou: "Não vos lembrais de quando parti os cinco pães
para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes?
Responderam eles: Doze! E de quando parti os sete pães para os quatro mil,
quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam: Sete! Ao que
lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda?" (Marcos 8;18-21).
Jesus estava dizendo, em outras palavras, "Como pode acontecer
isso? Estou tentando edificar um alicerce de fé em vocês. Como esses
milagres não se gravaram em suas mentes?".
Eu lhe pergunto: por que Jesus aqui relacionou a fé débil e hesitante
dos discípulos aos milagres dos pães e dos peixes? Por que atribuiu as
dúvidas e o endurecimento de seus corações à não compreensão do
significado de tais maravilhosas multiplicações? Por que Ele simplesmente
não os recordou do milagre da transformação de agua em vinho? Ou do
leproso que ficou curado instantaneamente? E o homem paralítico e preso à
cama que foi baixado até Ele através do teto, curado por Cristo, e
imediatamente pegou sua esteira de palha e saiu andando? E os espíritos
imundos que viram Jesus e se dobraram diante dEle, gritando, "Tu és o Filho
de Deus"?
Todos estes acontecimentos incríveis ocorreram antes de Cristo ter
alimentado as multidões. Mas Jesus duas vezes traz os discípulos à
lembrança desses dois milagres. Por que?
Voltemos
ao
Ato
de
Alimentar
os
Para Ver se Podemos Compreender o Significado Espiritual
Quatro
Mil
"E, chamando Jesus os seus discípulos, disse: Tenho compaixão
desta gente, porque há três dias que permanece comigo e não tem o que
comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça pelo
caminho" (Mateus 15:32).
Creio que Cristo estava fazendo uma declaração aos Seus discípulos
aqui. Estava dizendo, basicamente: "Farei mais pelo povo do que cura-los.
Me certificarei de que tenham pão suficiente para comerem. Preocupo-me
com tudo que afete as suas vidas. Vocês têm de ver que Eu sou muito mais
do que apenas poder. Também sou compaixão. Se me virem só como
alguém que cura, um poderoso operador de milagres, terão temor de Mim.
Mas se também me virem todo compaixão, irão Me amar e confiar em Mim".
"Acabei de lhes mostrar diante de diferentes multidões de 5.000 e de
4.000 pessoas que me preocupo pelo Meu povo. Vocês homens são os
pilares da minha igreja, mas seus corações estão ainda endurecidos nessa
área. Vocês têm de crer que tenho compaixão pelo Meu povo todo o tempo,
em todas as crises que enfrentam."
Por que o coração dos discípulos estava tão calejado a essa verdade?
Não duvidavam que Jesus podia curar multidões com um toque ou uma
palavra. Não tinham dúvidas quanto à Sua compaixão pelas massas
humanas fragilizadas. O fato é que se maravilhavam e O glorificavam quando
operava milagres para o povo. Mas mais tarde, quando sós no barco,
afastados das grandes congregações, ficavam preocupados quanto às
próprias necessidades. Não tinham confiança em que Jesus proveria
milagres para eles ou suas famílias.
Estou escrevendo essa mensagem a todos que estão à beira da
exaustão, prestes a caírem, oprimidos pela situação atual. Você tem sido
servo fiel, alimentando os outros, confiante que Deus pode fazer o impossível
por Seu povo. Mesmo assim algumas dúvidas persistem em você quanto à
disposição dEle em intervir na sua luta.
O Espírito Santo esta nos chamando, por meio dessas passagens das
escrituras, para nos lembrarmos dos pães, dos peixes, da abundância.
Somos chamados a nos apoiar sobre a compaixão de Jesus por nossas
próprias necessidades físicas, sabendo que Ele não quer que nenhum de nós
soçobre. Quero saber: quantos leitores desta mensagem têm dito palavras de
fé e esperança aos que enfrentam situações duras, aparentemente
insolúveis? Você insiste com eles, "Fique firme! O Senhor é capaz. Ele é um
Deus operador de milagres, e Suas promessas são reais. Então, não perca a
esperança. Tenha coragem, pois Ele vai responder teu clamor"?.
"Você realmente acredita em milagres?" Eis a pergunta que o Espírito
Santo me fez. Minha resposta foi, "Sim, claro, Senhor. Creio em todos os
milagres dos quais li nas escrituras". Mas essa resposta não é boa o
suficiente. A pergunta do Senhor a cada um de nós é realmente: "Você
acredita que posso operar um milagre para você"? E não só um milagre, mas
um milagre para todas as crises, para cada situação que enfrentamos.
Necessitamos mais do que os milagres do Velho Testamento, dos milagres
do Novo Testamento, dos passados milagres da história, mas de milagres
atuais e pessoais destinados só para nós e nossa situação.
Pense no problema que você esta enfrentando agora mesmo, naquilo
que você mais necessita, em sua maior dificuldade. Há tanto tempo você ora
por isso. Você realmente acredita que o Senhor pode e resolverá isso, por
meios que você não pode imaginar? Esse tipo de fé ordena que o coração
pare de ter medo, ou de fazer perguntas. Lhe diz para repousar nos cuidados
do Pai, confiando nEle para fazer tudo à Sua maneira e a Seu tempo.
Há
Dois
o Instantâneo e o Progressivo
Tipos
de
Milagres:
Já mencionei algumas das maravilhas que Jesus realizou no Novo
Testamento. Igualmente, o Velho Testamento está cheio do poder que opera
milagres e vem de Deus, desde a abertura do mar Vermelho - ou Deus
falando a Moisés da sarça ardente. Pela fé, Elias faz cair fogo do céu. E mais
tarde, quando Deus lhe falou na caverna, houve vento, trovões, imagens e
sons incríveis.
Todos estes foram milagres instantâneos. As pessoas envolvidas
puderam vê-los acontecendo, senti-los e vibrar com eles. E são o tipo de
milagre que todos queremos ver hoje, provocando espanto e maravilha.
Queremos que Deus rasgue os céus, desça até ao nosso problema e resolva
as coisas numa explosão súbita de poder celestial.
Mas muito do poder divino que produz maravilhas na vida do Seu povo
chega por meio daquilo que chamamos "milagres progressivos". São milagres
dificilmente discernireis pelos olhos. Não são acompanhados de trovões,
relâmpagos ou qualquer movimento ou mudança visíveis. Antes, milagres
progressivos começam em silêncio, sem fanfarra, e evoluem lentamente mas
com segurança, um passo de cada vez.
Ambos os tipos de milagres - instantâneo e progressivo - foram
testemunhados em ambas as vezes em que Cristo alimentou as multidões.
As curas que realizou foram imediatas, visíveis, facilmente discernireis pelos
que estavam presentes naqueles dias. Penso no aleijado com o corpo
retorcido, que subitamente teve uma transformação exterior física tal, que
saltou e correu. Eis um milagre que tinha de assombrar e tocar todos que o
viram.
No entanto as multiplicações dos pães que Cristo fez foram milagres
progressivos. Jesus ofereceu aos céus uma simples oração de bênção, sem
fogo, trovão ou terramoto. Ele simplesmente partiu os pães e os peixes, sem
nenhum sinal ou som de que um milagre estava tendo lugar. Contudo, para
alimentar aquela quantidade de gente, teria de se partir pão e peixes milhares
de vezes, por todo o dia. E cada pedaço de pão ou peixe seria parte do
milagre.
É exatamente assim que Jesus realiza muitos dos milagres na vida do
Seu povo atualmente. Oramos por maravilhas instantâneas e visíveis, mas
muitas vezes o nosso Senhor esta silenciosamente em ação, formando um
milagre para nós pedaço a pedaço, pouco a pouco. Podemos não ser
capazes de ouvir ou tocar isso, mas Ele esta em ação, dando forma ao nosso
livramento além do que possamos ver.
E é isso que Jesus queria que os discípulos vissem. Ele queria tanto
que eles soubessem que durante todo o tempo Ele estava agindo a favor
deles: enviando flechas contra o inimigo, silenciando espíritos enganadores,
guardando e protegendo fielmente cada preciosidade que o Pai houvera Lhe
dado.
Você Pode Estar em Meio
E Simplesmente Não o Estar Vendo
a
um
Milagre
Agora
Mesmo
Talvez nesse momento você possa estar esperando por seu milagre.
Você está desencorajado pois as coisas parecem estar paradas. Não se vê
nenhum sinal da ação sobrenatural de Deus em seu favor.
Veja o que Davi disse no Salmo 18: "Na minha angústia, invoquei o
Senhor, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha
voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos. Então, a terra se abalou e
tremeu, vacilaram também os fundamentos dos montes e se estremeceram...
Das suas narinas subiu fumaça, e fogo devorador, da sua boca... Baixou ele
os céus, e desceu...Trovejou, então, o Senhor, nos céus; o Altíssimo levantou
a voz...Despediu as suas setas...multiplicou os seus raios..." (Salmo 18:6-9,
13-14).
Davi compreendeu a verdade fundamental de tudo isso: "Trouxe-me
para um lugar espaçoso; livrou-me, porque ele se agradou de mim" (18:19).
Davi declara: "Eu sei porque o Senhor está fazendo tudo isso em meu favor.
É porque se agrada de mim".
Verdadeiramente creio em milagres instantâneos. Deus ainda está
operando maravilhas gloriosas e instantâneas hoje em dia. Porém nessas
passagens dos evangelhos, Jesus pede que nos lembremos e anotemos
Seus milagres progressivos, e seu papel em nossas próprias vidas
atualmente.
Fui Grandemente Abençoado Por Algo Que Li no Relato de João
Quanto à Multiplicação dos Cinco Mil
"Então, Jesus, erguendo os olhos e vendo que grande multidão vinha
ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pães para lhes dar a comer?
Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem sabia o que estava para
fazer" (João 6:5-6). Jesus levou Filipe para o lado, pôs o braço em torno dele
e disse: "Irmão Filipe, dê uma olhada nas milhares de pessoas que estão
aqui. Estão todas com fome. Me diga, onde vamos comprar pão suficiente
para as alimentar? O que você acha que devemos fazer?".
Como essa atitude de Cristo é amorosa! O tempo todo Jesus sabia o
que iria fazer; o verso acima diz isso - mas o Senhor estava tentando ensinar
algo a Filipe, e a lição que transmitia a ele se aplica a cada um de nós hoje.
Pense: quantos dentre o corpo de Cristo passam a noite em claro tentando
resolver os problemas? A gente pensa assim: "Talvez tal coisa funcione...
Não, não... Talvez essa outra resolva. Não..."
Vejo Filipe cogando a cabeça, respondendo, "Senhor, eu andei
conversando com André, Pedro, Tiago e João, e somando tudo temos
pouquíssimo dinheiro. É totalmente insuficiente para essa necessidade que
surgiu. Estamos com um problema crítico em relação ao pão".
Contudo Filipe e os apóstolos não tinham só um problema de pão. Eles
tinham um problema de padaria...e um problema de dinheiro...e um problema
de distribuição...e um problema de transporte...e um problema de tempo.
Somando tudo, tinham problemas que não dava nem para imaginarem. A
situação era totalmente terrível.
Mas o tempo todo Jesus sabia exatamente o que iria fazer. Ele tinha
um plano. E o mesmo é verdade em relação aos seus problemas e
dificuldades hoje. Há um problema, mas Jesus conhece toda a sua situação.
E vai até você, perguntando, "O que vamos fazer quanto a isso?".
A correta resposta de Filipe teria sido, "Jesus, Tu és Deus. Nada é
impossível contigo. Assim, estou entregando tal problema para Ti. Ele não é
mais meu, mas Teu".
É exatamente isso que precisamos dizer ao nosso Senhor hoje, em
meio da nossa crise: "Senhor, Tu és o operador de milagres. E estou
submetendo todas as minhas dúvidas e temores a Ti. Em confiança transfiro
toda essa situação, toda a minha vida, para os Seus cuidados. Sei que não
permitirás que eu desfaleça. Na verdade, Tu já sabes o que farás em relação
ao meu problema. Confio no Teu poder".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
2005
____
Eu Trabalhei em Vão - 19 de dezembro de 2005
(I Have Labored in Vain)
Por David Wilkerson
19 de dezembro de 2005
__________
Essa é uma mensagem para todos os que estejam vivendo embaixo
de um peso de desencorajamento. Você olha para a sua vida e se deprime
com as expectativas que falharam. Você sente que não realizou muito na
vida, e à medida que o tempo se esvái vê que muitas promessas não foram
cumpridas. Durante anos você orou e orou, mas as coisas que acredita Deus
ter lhe falado não se realizaram. Outros que lhe cercam parecem ter tudo,
desfrutando do cumprimento de muitas promessas - mas você carrega uma
sensação de fracasso.
Olhando ao passado, você se lembra de todos os momentos difíceis.
Você conheceu rejeição, sensação de total incapacidade e de fraqueza. Você
amou tanto o Senhor, entregando corpo e alma para agradá-Lo, fazendo tudo
que sabia. Mesmo assim, finalmente chegou um momento quando se
convenceu: "Trabalhei em vão; me esforcei por nada. Foi tudo futilidade". E
agora uma coisa irritante entra na cabeça, e cochicha, "Você errou o alvo;
não chegou nem perto. A sua vida é prova de que não fez diferença alguma
no mundo".
Se você está passando por essa sensação de fracasso, então está em
boa companhia. Em verdade, está entre gigantes espirituais.
Muitos Grandes Servos de Deus
Acharam Ter Falhado em Seu Chamado
ao
Longo
da
História
O profeta Elias olhou sua vida e gemeu: "Senhor, leve-me. Não sou
melhor do que os meus pais, e todos eles falharam contigo. Por favor, tire a
minha vida. Tudo foi em vão" (parafraseado).
E o rei Davi? Ele ficou tão desanimado quanto àquilo que achava ser
unção desperdiçada em sua vida, que queria bater asas como um pássaro
em direção a um lugar isolado. "Quem me dera asas como de pomba! Eis
que fugiria para longe e ficaria no deserto" (Salmo 55:6-7).
Até mesmo o grande apóstolo Paulo tremeu de medo ao pensar ter
vivido uma vida como obreiro inútil, "Receio de vós tenha eu trabalhado em
vão
para
convosco"
(Gálatas
4:11).
João Calvino, um dos pais da Reforma, teve a mesma terrível experiência. Na
hora da morte disse, "Tudo que eu fiz não teve valor algum...os ímpios
alegremente atacarão essa palavra. Mas repito tudo de novo: tudo que fiz não
teve valor algum".
São Bernardo também suportou esse terrível desânimo. Em seus
últimos dias ele escreve, "Falhei em meus propósitos...As minhas palavras e
meus escritos foram um fracasso".
David Livingstone foi um dos missionários mais usados no mundo seus feitos reconhecidos até mesmo pelo mundo secular. Livingstone abriu o
continente africano para o evangelho, plantando muitas sementes e sendo
usado por Deus para despertar a Inglaterra às missões. Deu corpo e alma,
seguindo uma vida sacrificial para Cristo.
No entanto, durante o vigésimo terceiro ano no campo missionário,
Livingstone expressou as mesmas dúvidas terríveis destes outros grandes
servos. Ele também achou que seu ministério todo teria sido em vão. O seu
biógrafo o cita em seu desânimo: "Tudo que eu fiz apenas serviu para que se
abrisse o comércio de escravos africanos. As sociedades missionárias não
mostram fruto após vinte e três anos de trabalho. Todo o trabalho parece ter
sido em vão...eu trabalhei em vão".
Um dos grandes missionários que impactaram a minha vida foi George Bowen. A sua vida foi um
exemplo poderoso, e seu livro, "Love Revealed" (amor revelado), é um dos maiores livros que já li sobre
Cristo. Solteiro, Bowen se afastou da riqueza e da fama para ser missionário em Bombaim, na Índia, no
meio do século 19. Quando viu os missionários lá vivendo bem acima do nível das pessoas às quais
ministravam, Bowen deixou o sustento da missão e escolheu viver em meio às mais pobres delas. Se
vestia como os indianos, e abraçou a pobreza, vivendo numa habitação humilde, e subsistindo às vezes
só com pão e água. Ele pregava nas ruas sob calor sufocante, distribuindo literatura do evangelho e
chorando pelos perdidos.
Esse homem tremendamente consagrado havia ido à Índia com altas
esperanças pelo ministério do evangelho. E havia dado tudo que tinha com
essa finalidade, o seu coração, a mente, corpo e espírito. Mesmo assim, em
seus mais de quarenta anos de ministério na Índia, Bowen não teve nenhum
convertido. Foi só após a sua morte que as missões descobriram que ele era
um dos mais amados missionários do país. Até mesmo os adoradores de
ídolos viam Bowen como exemplo do que é um cristão.
Hoje, a vida humilde de Bowen e suas palavras de poder ainda
incendeiam a minha alma, e a alma de outros pelo mundo. Contudo tal como
muitos antes dele, Bowen suportou uma terrível sensação de fracasso. Ele
escreve: "Sou o ser mais inútil da igreja. Deus me fere e esmaga com
desapontamentos. Ele me edifica, e então permite que eu caia de novo ao
nada. Eu gostaria da companhia de Jó, e simpatizo com Elias. Todo o meu
trabalho é em vão".
Alguns leitores podem dizer, "Os grandes homens de Deus não
deveriam usar uma linguagem dessas. Eles não deveriam nem ter esse tipo
de sentimentos. Isso soa como medo e incredulidade". No entanto essa é a
linguagem de muitos gigantes da fé, grandes homens e mulheres que
consideramos exemplos fiéis. Todos eles tiveram o mesmo horrível
sentimento de que "Não consegui chegar àquilo que Deus me chamou. Eu
fracassei". Conheço o terrível som dessa linguagem em meu próprio coração.
Você
Ficaria
Chocado
que
Jesus
Experimentou
Essa
de Ter Realizado Pouco?
Se
Mesma
Soubesse
Sensação
Em Isaías 49:4 lemos essas palavras: "Eu mesmo disse: debalde
tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças...". Note que essas
não são palavras de Isaías, que foi chamado por Deus em idade matura.
Não, elas são palavras do próprio Cristo, proferidas por Alguém que diz "O
Senhor me chamou desde o meu nascimento, desde o ventre de minha
mãe...o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que
torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele" (49:1,5).
Quando cheguei à essa passagem, a qual eu já havia lido muitas
vezes antes, o meu coração se maravilhou. Eu mal podia acreditar no que
estava lendo. As palavras de Jesus aqui quanto a "trabalho inútil" foi uma
resposta ao Pai, que havia acabado de declarar "Tu és o meu servo... por
quem hei de ser glorificado" (49:3). Lemos as surpreendentes palavras de
Jesus respondendo no verso seguinte: "Debalde tenho trabalhado, inútil e
vãmente gastei as minhas forças" (49:4).
Após ler isso, me levantei em meu escritório e disse, "Que maravilha!
Mal posso acreditar que Jesus fosse tão vulnerável, confessando ao Pai que
estava experimentando aquilo que nós humanos enfrentamos. Em Sua
humanidade, experimentou o mesmo desencorajamento, o mesmo desânimo,
as mesmas feridas. Ele estava tendo os mesmos pensamentos que já tive em
relação à minha própria vida: 'Não é isso que eu entendi estava me sendo
prometido. Desperdicei o meu esforço. Foi tudo em vão"'.
Ler aquelas palavras fizeram com que eu amasse Jesus ainda mais.
Me conscientizei de que Hebreus 4:15 não é só um cliché: o nosso Salvador
verdadeiramente é tocado pelo que sentimos em nossas enfermidades, e foi
tentado em todas as maneiras como nós somos - contudo sem pecar. Ele
conheceu essa mesma tentação de Satanás, e ouviu a mesma voz
acusadora: "Você não cumpriu a missão. A tua vida é um fracasso. Você não
tem o quê apresentar como resultado do trabalho".
Qual foi exatamente a missão de Cristo? Segundo Isaías, foi trazer
Israel de volta para Deus, tirar as tribos de Jacó da corrupção e da idolatria:
tornar "a trazer os remanescentes ("os guardados") de Israel" (49:6). O
historiador Josephus fala sobre a situação de Israel nos dias de Jesus: "A
nação judaica havia se tornado tão má e corrupta no tempo de Cristo, que se
os romanos não a houvesse destruído, Deus teria feito cair fogo dos céus,
como no passado, para os consumir". Em resumo, Cristo foi enviado como
judeu entre os judeus, para livrar o povo de Deus do poder do pecado, e
libertar todos os cativos.
Jesus testifica, "(O Senhor) fez-me como uma flecha polida, e me
guardou na sua aljava" (49:2). O Pai O havia preparado desde a fundação do
mundo. E o mandado dado a Cristo foi claro: "Fez a minha boca como uma
espada aguda" (49:2). Jesus deveria pregar uma palavra como espada de
dois gumes para penetrar no mais duro dos corações.
Então Cristo veio ao mundo para cumprir a vontade de Deus e
promover reavivamento em Israel. E fez exatamente como lhe foi ordenado,
sem proferir sequer uma palavra e sem realizar um único ato senão o que
Lhe foi orientado pelo Pai. Jesus ficou exatamente no centro da vontade de
Deus, recebendo autoridade total e a mais poderosa das mensagens. Mas
Israel O rejeitou: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João
1:11).
Pense nisso: Jesus pregou à uma geração que viu milagres incríveis olhos cegos se abrindo, surdos ouvindo, os aleijados podendo andar.
Contudo os milagres de Cristo foram repudiados ou minimizados, e Suas
palavras ignoradas, incapazes de penetrar o coração endurecido das
pessoas. Em verdade, a pregação dEle só enfureceu as seitas religiosas. Os
próprios seguidores decidiram que a Sua palavra era dura demais e se
afastaram dEle (v. João 6:66). No fim, até os discípulos mais chegados, os
doze escolhidos, O abandonaram. E a nação que Jesus veio para levar de
volta ao Pai gritava: "Crucifica-O".
Diante de qualquer olhar humano, Cristo falhou totalmente em Sua
missão. O encontramos perto do fim do Seu ministério, junto a Jerusalém,
lamentando a rejeição de Israel, chorando pelo Seu aparente fracasso em
reuni-los, e com esperanças aparentemente frustradas. "Jerusalém,
Jerusalém...Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha
ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a
vossa casa vos ficará deserta" (Mateus 23:37-38).
Imagine a dor que Cristo deve ter sentido ao proferir tais palavras.
Posso apenas especular, mas creio que esse foi o momento quando Jesus se
lamentou, "Trabalhei em vão". Imagino Satanás cochichando a Ele nesse
momento, "Essa é a casa que fostes chamado a salvar, e a deixastes
desolada e deserta".
Por um curto período, o Pai permitiu que Cristo experimentasse esse
desespero humano da sensação de fracasso na vida: "Me entreguei inteiro,
dei a minha força, o meu trabalho, a minha obediência. O quê mais eu
poderia fazer para salvar esse povo? Todo o meu trabalho foi em vão". Ele
sentiu o quê todo grande guerreiro de Deus ao longo das eras já
experimentou: a tentação de se acusar de fracasso, quando um mandado
claro de Deus parece não ter sido cumprido.
Por Que Jesus, ou Qualquer Homem ou Mulher de Deus
Haveria
de
Dizer
Essas
Palavras
em
Desespero:
"Eu Trabalhei em Vão" ?
Como poderia o próprio Filho de Deus fazer uma declaração destas? E
por que gerações de crentes fiéis têm sido reduzidas à palavras tão
enganosas? É tudo resultado de se comparar resultados pequenos com altas
expectativas.
Pode-se pensar: "Esta mensagem parece que se aplica só a ministros,
ou àqueles chamados para realizar uma grande obra para Deus. Percebo que
ela é dirigida a missionários ou a profetas da Bíblia. Mas o que ela tem a ver
comigo?".
A verdade é que todos nós somos chamados a um grande propósito
em comum, e a um ministério: ou seja, sermos como Jesus. Somos
chamados a crescer em Sua semelhança, a sermos transformados em Sua
imagem. Você simplesmente não pode ser um cristão a menos que esse seja
o seu chamado, esse seja o seu único alvo na vida: "Quero me tornar mais e
mais como Cristo. Quero ser liberto de todo egoísmo, de toda ambição
humana, de toda inveja, impaciência, ira, e da atitude de pensar mal dos
outros. Quero ser tudo aquilo que Paulo diz que eu devo ser - para andar em
fé e em amor. Senhor, o meu coração anseia ser como Tu".
Que expectativas elevadas! E você tem todas as promessas de Deus
para lhe sustentar. Você segura nas mãos a espada de dois gumes, e seu
coração se propõe a ser como Jesus. Então você começa a agir para se
tornar como Ele.
Em pouco tempo, algumas mudanças maravilhosas começam a
acontecer. Você fica mais paciente. Cada reação carnal que surge dentro de
si, você rejeita, dizendo: "Isso não é ser igual a Jesus". A sua família, amigos,
vizinhos e companheiros de trabalho percebem que você se torna melhor.
Toda noite, você pode curtir a vitória daquele dia, e se parabeniza dizendo:
"Consegui! Fui mais bondoso hoje. Hoje foi um dia bom, semelhante a
Jesus".
Há alguns meses atrás, escrevi uma mensagem entitulada "Chamados
para a semelhança de Cristo". Nela digo que a semelhança com Cristo
começa em sermos como Jesus junto àqueles que estão pertos de nós.
Verdadeiramente creio nisso. Logo, se você é casado, essa pessoa mais
perto é o seu cônjuge. Então me dispus a me tornar o esposo mais
semelhante a Cristo que um homem pode ser. E trabalhei nisso, me
esforçando para ser mais paciente, compreensivo e atencioso.
Na primeira semana, batalhei para rejeitar toda e qualquer irritação.
Fiquei o tempo todo recordando: "Jesus não iria fazer isso. Ele não iria dizer o
quê quero dizer. Então não vou dizer. Vou ser como Ele".
No fim da semana, perguntei à minha esposa Gwen, "Você tem visto
mais de Jesus em mim?". Ela respondeu, "Sim, eu vejo". Fiquei encorajado.
Eu pensei, "É isso aí. Finalmente, após todos estes anos, descobri o quê é
preciso fazer para ficar mais como Jesus".
Então a semana ruim chegou. Perdi a minha semelhança com Cristo pelo jeito a cada movimento. No fim da semana, perguntei a Gwen, "O quê
você acha de mim agora?". Ela disse, "Mais parecido com Paulo".
Eu gostaria de dizer que a cada dia, sob todos os aspectos, estou me
tornando mais como Jesus. Mas a minha luta humana na carne para ser tal
como Cristo simplesmente não funcionou. E o fato é que nunca funcionará.
Eu continuo lutando com pensamentos, palavras e sentimentos diferentes
dos de Cristo. A minha carne não possui a habilidade de lançar fora a carne.
Tal trabalho é feito unicamente pelo Espírito Santo: "Se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis" (Romanos 8:13). Em
resumo, render-se à obra do Espírito Santo é a única maneira de se tornar
verdadeiramente como Cristo.
É em meio à essa guerra contra a carne que muitas vezes caímos no
engano. Somos tentados a pensar que fomos chamados, ungidos, e que
aprendemos de mestres piedosos - e assim sendo, por que então
continuamos a pensar em coisas da carne. Às vezes sucumbimos diante dos
mesmos pensamentos que ressoaram ao longo das eras entre o povo de
Deus: "Trabalhei em vão. Desperdicei o meu tempo e a minha força. Jamais
vi acontecendo aquilo que Deus me prometeu. Não consegui realizar os
planos e atos".
Pergunte a Qualquer Jovem Que Esteja se Afastando de Cristo
Por Que Esfriou com Ele
Se você perguntasse a um jovem ou à uma jovem, "Por que você
voltou ao que era antes?", encontrará a mesma mentira demoníaca plantada
no coração deles: "Eu fiz o possível. Orei, li a Bíblia. Fui à igreja, e
testemunhei para os meus amigos na escola. Me esforcei ao máximo para
viver de modo reto. Mas nunca recebi o milagre que eu precisava. As minhas
orações não eram respondidas, e não era liberto. Depois de tudo isso, acabei
derrotado. Eu não conseguia tirar da minha cabeça a coisa de que não
adiantava, que a minha carne não iria mudar nunca. E que era perda de
tempo. Eu sentia que tudo que fizera fora em vão".
E os pais e as mães retos, que tão diligentemente oraram pelos filhos
que estavam esfriando? Deus lhes deu promessas e eles se agarraram à
elas, clamando a Ele em fé. Mas o tempo passou e o filho nunca reagiu. E
agora estes consagrados santos suportam a mesma terrível mentira: "Você
falhou, trabalhou em vão. Perdeu tempo estes anos todos. Essa luta só serviu
para te esgotar. Não adiantou nada".
Muitos que lêem esta mensagem estão desanimados porquê não
experimentaram a promessa que Deus lhes fez. Eles não invejam as bênçãos
que o Senhor dá aos outros. Eles não se comparam com alguém que pareça
estar desfrutando de um milagre. Não, no momento estão olhando para as
suas próprias vidas. E estão comparando o que crêem Deus lhes prometeu
com o quê parece estar acontecendo nesse momento. Para eles, suas vidas
parecem um fracasso absoluto.
Examinando o seu caminhar com toda a honestidade e sinceridade,
eles parecem ver pouco progresso. Fizeram tudo que Deus lhes disse para
fazer, sem jamais hesitar diante de Sua palavra e mandamentos. Mas o
tempo passa, e eles vêem apenas o fracasso. E agora estão aniquilados,
com o espírito ferido. Eles pensam, "Senhor, será que tudo foi em vão? Será
que ouvi a voz errada? Será que fui enganado? Será que a minha missão
terminou em ruínas?".
Há Duas Coisas
Com Essa Mensagem
Que
Eu
Quero
Colocar
em
Sua
Mente
Primeiro de tudo, você agora sabe a partir de Isaías 49 que o Senhor
conhece a sua batalha. Ele a lutou antes de você. E não é pecado ter
pensamentos assim, ou ver-se deslocado com um sentimento de fracasso
diante de experiências que lhe despedaçam. Jesus mesmo experimentou
isso e era sem pecado.
Segundo, é muito perigoso permitir que essas mentiras do inferno
infectem e incendeiem a sua alma. Jesus nos mostrou como sair desse
desânimo com a seguinte declaração: "Debalde tenho trabalhado...todavia o
meu direito está perante o Senhor, a minha recompensa, perante o meu
Deus" (Isaías 49:4). Em hebraico a palavra direito aqui é "veredicto". Cristo
está dizendo em verdade, "O veredicto final está com o meu Pai. Somente
Ele julga tudo que fiz, e se fui eficiente ou não".
Através dessa passagem Deus está reforçando o seguinte para nós:
"Pare de emitir veredictos em relaçao ao teu trabalho para Mim. Não é da sua
conta julgar se foi eficiente ou não. Você ainda não sabe o tipo de influência
que teve. Você simplesmente não tem a visão para conhecer as bênçãos que
lhe estão chegando". Na verdade, não conheceremos muitas destas coisas
enquanto não estivermos diante dEle na eternidade.
Em Isaías 49, Jesus ouve o Pai dizendo com todas as letras:
"Sim, Israel ainda não foi reunido. Sim, eu lhe chamei para reunir as
tribos, e isso não aconteceu do jeito que o imaginavas. Mas esse chamado é
uma coisa pequena comparado com o quê lhe deverá vir. Não se compara
com o que tenho preparado. Eu agora vou lhe tornar em luz para o mundo
todo. Israel será finalmente reunido; essa promessa será cumprida. Mas tu te
tornarás uma luz não apenas para os judeus, mas para os gentios. Tu trarás
salvação para o mundo inteiro".
"Israel não se deixou ajuntar; contudo aos olhos do Senhor serei
glorificado, e o meu Deus será a minha força. Disse mais: Pouco é que sejas
o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os
guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha
salvação até à extremidade da terra" (Isaías 49:5-6).
Prezado santo, enquanto o Diabo está mentindo, dizendo que tudo que
você fez foi em vão, que nunca verá cumpridas as suas expectativas, Deus
em Sua glória está preparando uma bênção maior. Ele tem coisas melhores
preparadas, acima de qualquer coisa que você possa imaginar ou pedir.
Não devemos mais ouvir as mentiras do inimigo. Pelo contrário,
devemos descansar no Espírito Santo, crendo que Ele cumprirá a obra de
tornar-nos mais como Cristo. E devemos nos erguer da desesperação e nos
sustentar sobre essa palavra: "Sede firmes e constantes, sempre abundantes
na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor" (I
Coríntios 15:58).
Chegou a hora da abundância em seus trabalhos. O Senhor está lhe
dizendo basicamente: "Esqueça e abandone essa 'idéia de fracasso'. Está na
hora de voltar para a obra. Nada foi em vão! Há muita coisa chegando para ti
- então pare com esse abatimento e alegre-se. EU não deixei você pra trás.
Proverei abundâncias maiores do que você possa imaginar ou pedir!".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
28
__________
A Reação do Cristão Diante das Calamidades - 28 de novembro de
2005
(A Christian's Response to Calamities)
David
de
novembro
de
Wilkerson
2005
Um programa nacional de rádio que usa o telefone para diálogo com
os ouvintes, passou duas horas recentemente concentrando-se no livro do
Apocalipse. O locutor trouxe as seguintes perguntas no ar: "Você acha que
todas essas recentes calamidades são o juízo de Deus pelos pecados do
país? Você acha que o livro do Apocalipse está sendo cumprido? Você acha
que estamos no fim dos tempos?".
O surpreendente é que esse é um programa secular de rádio. E a
maioria das ligações respondeu sim, eles achavam que a sociedade tinha se
tornado tão corrupta e imoral, que Deus teria de intervir com atos. Os
ouvintes estavam convencidos de que Deus está avisando a nossa sociedade
por meio de todas essas recentes tempestades e calamidades.
Por onde se vá parece que ouvimos conversas sobre o Apocalipse e
profecias. As pessoas estão dizendo, "Definitivamente alguma coisa está
acontecendo. Será que Deus está falando através de tudo isso? Será que
essas calamidades significam que Ele esteja julgando as nações?".
Pense nas inúmeras tragédias que têm ocorrido nos últimos anos:
- O continente americano foi atacado pela primeira vez na história, com
Nova York e Washington sendo os alvos do terrorismo.
- Furacões maciços atingiram a Florida causando estragos de mais de
20 bilhões de dólares, e deixando multidões sem teto.
- Tsunami atingindo a Ásia, matando centenas de milhares de
pessoas, deixando milhões delas sem teto.
- Os furacões Katrina e Rita destruíram uma das maiores cidades
americanas, inundando Nova Orleans e causando incrível destruição ao
longo da costa do Golfo, deixando milhares de pessoas sem casa.
- Um terremoto intenso atingiu o Paquistão, registrando incríveis 7,6 na
escala Richter. Foi o terremoto mais mortífero da idade moderna, matando
mais de 70.000 pessoas, e mandando ondas de choque por toda a Índia.
Meio milhão de pessoas foram deixadas sem recursos, e outro milhão ficou
sem casa.
- Organizações internacionais de saúde estão alertando quanto a uma
pandemia gripal, de uma cepa letal de gripe aviaria. Se espalhou da China
para o leste em direção à Rússia, Romênia e Turquia. Se houver mutação,
poderia matar 2 milhões de pessoas só nos EUA, e incontáveis milhões pelo
mundo.
- A fome está irrompendo furiosamente no Zimbabue. O arquibispo
católico da região informa que 200.000 pessoas podem morrer nos próximos
quatro meses. Já há 700 pessoas morrendo por dia de AIDS, e 700.000 estão
ao relento.
- Enquanto escrevo isso, o furacão Wilma ja está espalhando
destruição na península do Yucatan no México. Os especialistas do centro
nacional de furacões dizem que os computadores, que os meteorologistas
usam para avaliar a expansão das tempestades e sua direção, entraram em
colapso total, tornando as previsões difíceis.
- Em quarenta países em torno do mundo, células terroristas estão
crescendo e ameaçando as nações que as rodeiam.
Lembre-se, não são os cristãos que estão lançando essas previsões
sombrias. Elas vêem de cientistas, economistas, especialistas e escritores
seculares.
Então, quero lhe perguntar: como cristão, o que você acha de todas
estas coisas que estão vindo sobre a terra? Isso seria aquilo ao qual Jesus se
referiu quando avisou, "haverá homens que desmaiarão de terror e pela
expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo"?
Se Cremos que a Bíblia é a Eterna Palavra de Deus, Então Temos de
Crer no Que Pedro Disse
Se cremos que a Bíblia é a eterna palavra de Deus, então temos de
crer no que Pedro disse: "Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram,
antes, precipitando-os no inferno os entregou a abismos de trevas,
reservando-os para juízo; e não poupou o mundo antigo, mas preservou a
Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre
o mundo de ímpios; e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra,
ordenou-as à ruína completa, tendo-as posto como exemplo a quantos
venham a viver impiamente" (2 Pe. 2:4-6).
Deus derramou fogo sobre Sodoma e Gomorra, destruindo estas
cidades. E enviou o dilúvio para destruir a sociedade ímpia e vil dos dias de
Noé. Realmente, têm ocorrido terremotos, fomes e pestes ao longo de toda a
história. Ainda assim, me pergunto: será que todas estas coisas aconteciam
com a mesma intensidade e repetição que vemos hoje?
Por toda uma geração recente, tem havido muitos profetas avisando
quanto a tais calamidades. O interesse aumentou tanto em relação a estes
assuntos, que há alguns anos atrás vários livros populares sobre o
arrebatamento e os últimos tempos se tornaram bestsellers internacionais.
Mesmo assim, para muitas pessoas esse assunto é só mais uma história de
horror.
Nos últimos vinte e cinco anos, fui só uma pequena voz em meio a
muitas que repetidamente alertaram quanto a um abalo mundial que viria.
Mas acredito que a maior parte destas mensagens, incluindo as minhas,
praticamente não provocou impacto algum na sociedade secular. Os crentes
foram levados a orar e a se preparar, mas os pecadores parece que deram
de ombros.
Pense no seguinte: houve alguma menção a Deus na reação dos
líderes mundiais diante destas calamidades? Nem pensar que alguém no
Congresso chegasse a sugerir que o Senhor possa estar envolvido no abalo
de todas as coisas; nem pensar que o Senhor possa estar dizendo algo
quanto ao pecado de nossa sociedade. A despeito de todos os claros avisos
e abalos, Deus foi deixado totalmente fora da equação.
Os Ímpios Simplesmente Não Ouvem
Na devastada cidade de Nova Orleans, o prefeito declarou que quer
transformar as áreas inundadas em um sólido bairro semelhante a Las Vegas
com gigantescos casinos, e palácios do prazer. Segundo informação recente,
as comissões estão agora planejando um dos maiores Carnavais de todos os
tempos na cidade. Estão convidando pessoas de todo o mundo a virem e a
ajudarem a celebrar.
Tenha certeza de que Nova Orleans voltará. E será mais ativa e
pecaminosa do que nunca. Porém tudo isso está acontecendo a despeito das
advertências e apelos dos vigilantes de Deus. Dou graças a Deus porque
quando os crentes se juntaram nas áreas afetadas para ajudar os refugiados,
um bom número de pessoas se voltou para o Senhor. Mas mesmo em meio a
tragédia, a multidão secular se recusou a admitir a realidade de Deus e até
mesmo a mencionar o Seu nome.
No Apocalipse lemos de calamidades tão devastadoras que "os
homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de
morrer, mas a morte fugirá deles" (Apocalipse 9:6). Lemos de Deus
derramando o "vinho da (Sua) cólera" (14:10), seguindo-se desastres
ecológicos, calor abrasador, epidemias. Tudo isso depois de Deus já haver
enviado vozes e trombetas de aviso. Vêm depois de Cristo se manifestar para
avisar e despertar a Sua igreja.
É incrível, mas a Bíblia diz que os "homens, aqueles que não foram
mortos por estes flagelos, não se arrependeram...(não) deixando de adorar
os demónios e os ídolos de ouro, de prata... nem ainda se arrependeram dos
seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos
seus furtos" (9:20-21). "Os homens se queimaram com o intenso calor, e
blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e
nem se arrependeram para lhe darem glória...os homens mordiam a língua
por causa da dor que sentiam e blasfemaram o Deus do céu por causa das
angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras"
(16:9-11).
Que passagens incríveis. As pessoas prefeririam morder a língua e
amaldiçoar a Deus a se arrepender, mesmo quando tal convite lhes era
disponível.
Amado, se o mundo secular não é tocado por mensagens proféticas,
então por que avisá-lo? Por que dizer ao ímpio, "Deus está falando através
destas coisas"? Se, depois de todas estas devastações estarem vindo sobre
a terra os pecadores ainda levantam os punhos contra Deus, por que
falarmos?
A Bíblia nos responde assim: "Certamente, o Senhor Deus não fará
cousa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os
profetas" (Amós 3:7). Simplificando, Deus é fiel em avisar, essa é a Sua
justiça e a Sua misericórdia. Ele pode usar cientistas e outras vozes
seculares para lançar avisos, mas não importa os meios, os países e as
pessoas ímpias devem ser alertados.
Qual é a Mensagem da Igreja de Jesus Cristo Numa Hora Destas?
Jesus disse que quando começássemos a ver tais coisas
acontecendo, deveríamos olhar para o alto e nos alegrar, por nossa redenção
estar próxima . Mas isso é bem diferente de se alegrar pelas calamidades. Se
tudo que podemos dizer a um mundo pecaminoso for, "O fim está próximo, o
juízo está começando, nós dissemos que isso iria ocorrer", então não
estamos oferecendo a eles esperança alguma.
Já vimos que com o aumento das calamidades, quando o mundo
parece girar no caos, a desesperança cresce e os corações se tornam
endurecidos. Se inexiste uma mensagem de esperança ou redenção, o
pecador conclui: "Se isso é a ira de Deus, se isso é o fim e todos nós vamos
para o inferno, então vamos partir para a bagunça e nos dopar".
Há mais de trinta anos atrás, escrevi um livro profético chamado "A
Visco", no qual previno quanto às dramáticas mudanças de clima que
atacariam as nossas costas. Seriam calamidades tão fenomenais, que os
especialistas diriam, "Isso está acima da compreensão. São tragédias de
proporções bíblicas".
Quando escrevi um livro sobre um futuro holocausto financeiro,
busquei a Deus quanto à mensagem que me dera. Fiquei profundamente
abatido pensando: "É só isso que existe? Só coisa negativa? Senhor, essa é
realmente a palavra que Tu queres que eu traga? Será que vou passar a vida
toda só avisando?".
O Espírito Santo me fez uma promessa naquela ocasião. Ele colocou
em meu coração, "Quando os abalos piorarem, quando vir tais coisas se
sucedendo, você estará entre os que pregarão esperança. Enquanto os
outros estarão preocupados e nervosos, Eu te ungirei com uma mensagem
de misericórdia, graça e redenção. Num momento em que abunda a
desesperança, a tua mensagem abundará com esperança".
O que escrevo a você agora é uma destas mensagens prometidas.
Quando Digo Que a Igreja Agora Precisa Pregar Esperança e
Expectativa Santa, Não Estou Falando Só Sobre o Céu
A mensagem de esperança à qual somos chamados a trazer não pode
simplesmente ser uma tentativa de convencer os pecadores quanto às
maravilhas do céu no porvir. Não lhes falamos do arrependimento só para
que assim possam escapar do caos atual; e ir para o paraíso sem sofrimento.
É claro que creio no céu. Na verdade, é um assunto sobre o qual amo
pregar. Fico extasiado contemplando a ideia de estar no paraíso com Cristo
pela eternidade. Mas se essa é a única esperança que pregamos ao pecador
- ou seja, paz e repouso algum dia, fora deste mundo - ele terá uma reação
mais ou menos assim: "Olhe, no momento não estou pensando em
eternidade. Não estou preocupado com 'um dia no céu'. Quando você fala de
Deus, me diz que em algum lugar, algum dia, vou ter alívio. Isso soa muito
bem, mas no momento tenho de descobrir algo para me sustentar mais um
dia. Estou apavorado, com uma crise atrás da outra. E estou precisando de
esperança ou de um milagre, não amanhã mas hoje".
No momento, o mundo está ansioso, perplexo, descontrolado e com
medo. Então, como pregamos esperança aos que vivem em desespero?
Honestamente, fiquei cansado de dizer, "Vou te mostrar do que o
mundo está precisando", ou, "Eis o que a igreja precisa fazer". Estou muito
velho para iniciar um movimento de "nova esperança", com aparições na TV,
publicação de livros, e "convenções da esperança". Eu simplesmente não
tenho mais respostas apropriadas. Penso em todos os livros e tapes de
sermões que hoje circulam sobre como achar paz, sobre como superar o
stress, sobre esperança. Tão poucos deles chegaram a ter impacto sobre o
mundo secular.
A única coisa que posso fazer é lhe contar como o Espírito Santo está
tratando comigo.
Estou Convencido de Que as Pessoas Perdem a Esperança Porque
Perderam a Fé
Por que as pessoas perderam a fé? É porque não conseguiram
encontrar nenhuma prova dela no único lugar onde achavam que podiam
encontra-la: na igreja de Jesus Cristo. Os pecadores chegam à igreja
buscando alguém que persevere em meio às lutas e provações; que, quando
tudo está afundando em torno, tenha uma fé sólida, ancorada.
O mundo ouviu muitos sermões sobre fé na televisão e no rádio. Os
não crentes ouviram as doutrinas da fé, até leram as doutrinas da fé que nós
pastores publicamos. E ouviram cristãos e mais cristãos se jactando de
possuírem fé. Mas para todos os lugares para onde olham agora, vêem
exemplos de fé naufragando. Cristãos que no passado a sustentaram, agora
estão desistindo da confiança em Deus em meio às dificuldades.
Há pouco ouvi um noticiário dizendo, "Estamos vivendo numa
sociedade nervosa". Os nova yorkinos estão nervosos com ataques de
terrorismo nos metros. E milhões e milhões de pessoas estão preocupadas
com toda essa agitação que as cerca.
Então, onde as pessoas vão buscar esperança? Onde encontram
exemplos de fé inabalável?
O Espírito trouxe uma palavra clara a mim: "Você precisa ancorar tua
fé, David. Determine em teu coração confiar em Deus em todas as coisas, em
todo o tempo. Assegure-se que tua fé não oscile".
"Determinar" nossa fé quer dizer "estabilizar, tornar inabalável, criar
raízes, pôr pilares por baixo, dispor alicerces". As escrituras dizem que fazer
isso está dentro de nossa capacidade. Tiago registra: "O que duvida é
semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse
homem que alcançará do Senhor alguma coisa" (Tiago 1:6,7).
Nessa passagem, o Senhor deixa toda a responsabilidade sobre o
crente. Deus está dizendo basicamente: "Quando o mundo olha para o Meu
povo nestes dias de medo e ansiedade, tem de ver fé. Enquanto tudo está
sendo abalado, a fé é o que precisa-se manter sólida e inabalável. Então,
você, crente, ancore a sua fé. Você, cristão, assuma uma postura rígida. E
nunca desista desta posição".
Estou convencido de que o mundo não precisa de mais sermões sobre
fé. Eles precisam ver um sermão ilustrado: a vida de um homem ou de uma
mulher que esteja vivendo sua fé diante do mundo. Precisam ver servos de
Deus atravessando as mesmas calamidades que eles mesmos enfrentam,
mas não são abalados por elas. Só então os pecadores estarão face a face
com o testemunho poderoso da fé que não duvida.
Davi descreve isso quando fala dos "que em ti confiam na presença
dos filhos dos homens" (Salmo 31:19). Ele estava falando dos crentes cuja
sólida fé e cujas vidas fiéis são raios de esperança aos das trevas.
Quando
Você
Determinar
Tua
Fé
Trazendo Toda a Carga e Provação a Cristo, Deixando Tudo Aos Seus Pés e
Descansando em Fé, Você Será Seriamente Testado
Uma vez, quando eu estava no processo de determinar uma fé
persistente, quando verdadeiramente deixei minhas cargas sobre o Senhor,
recebi um telefonema com notícias que me abalaram. Por um curto momento,
uma onda de medo me invadiu. Mas o Espírito Santo suavemente me
cochichou, "Mantenha a posição de tua fé, David. Não desista. Tenho tudo
sob controle. Simplesmente fique firme. Você não deve nunca, jamais, abrir
mão de tua postura de fé e confiança. Deixe tudo comigo".
Nunca me esquecerei da paz que me atravessou naquele momento. E
ao fim do dia, o meu coração ficou cheio de júbilo ao reconhecer, "Oh,
Senhor, confiei em Ti. Não duvidei. Obrigado".
No Salmo 78, lemos sobre Efraim, a maior tribo de Israel. Efraim era a
tribo mais favorecida dentre todas: numerosa, poderosa, hábil no uso de
armas, e bem equipada para a batalha. Mesmo assim, quando Efraim saiu
para encontrar o inimigo, lemos isso: "Os filhos de Efraim, embora armados
de arco, bateram em retirada no dia do combate" (Salmo 78:9).
Essa forte tribo tinha marchado mais bem armada e poderosa que o
inimigo. Mas por alguma razão, quando Efraim viu a oposição, a tribo desistiu
e recuou. Eles haviam resolvido lutar e vencer, mas assim que ficaram cara a
cara com sua crise, desistiram.
Efraim nessa passagem representa os inúmeros crentes que foram
abençoados e favorecidos pelo Senhor. Aprenderam muito, são equipados
com um testemunho de fé e estão armados contra qualquer batalha que
possa vir. Mas assim que o inimigo aparece e começa a ameaçá-los -- na
hora que as lutas e os problemas vão se sucedendo e parecem muito
grandes e impossíveis de se resolver -- eles recuam, desistem, e deixam a fé
de lado.
As escrituras dizem que Efraim questionou a fidelidade de Deus:
"Falaram contra Deus, dizendo: Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa
no deserto? Com efeito, feriu ele a rocha, e dela manaram águas,
transbordaram caudais. Pode ele dar-nos pão também? Ou fornecer carne
para o seu povo?" (Salmo 78:19-20). "Não creram nas suas maravilhas...nem
foram fiéis à sua aliança" (78:32,37). Finalmente, eis o resultado: "(Eles)
duvidaram do Santo de Israel" (78:41). A falta de fé e a covardia de Efraim
abalaram as outras tribos de Israel. Imagine o efeito negativo quando os
outros viram o que aconteceu: "Essas pessoas tão capacitadas não
conseguiram aguentar. Se os que dizem vestir a armadura de Deus e
empunhar a espada da Palavra de repente se quebram na hora dos
problemas, que esperança temos nós?".
Amado, não ousemos condenar Efraim, porque podemos ser mais
culpados do que eles. Pense no seguinte: nós recebemos mais luz. Temos o
exemplo deles para nos prevenir. Temos o Espírito Santo habitando em nós.
E temos a Bíblia, a palavra de Deus inteiramente revelada, com maiores
promessas.
Quanto a mim sou culpado de um dos pecados de Efraim. No passado,
eu avançava totalmente armado, determinando, "Dessa vez o meu coração
vai estar preparado. E não vou ter medo. Não vou ouvir as dúvidas e os
temores da carne. Não vou duvidar, e nem recuar. Não vou fazer cara feia,
nem ter medo e nem ter prazer na auto comiseração". Ainda assim, tantas
vezes, a incredulidade me roubou a vitória.
Ainda hoje não posso me jactar. Tenho tanto ainda para aprender
quanto a "determinar a minha fé". Mas experimentei o sabor da vitória que
vem quando confio no Senhor em todas as coisas, quando de forma resoluta
lanço todas as minhas cargas em Cristo e prossigo descansado.
Em
"Pela
fé,
(Hebreus 11:2)
os
antigos
Hebreus
obtiveram
bom
Lemos:
testemunho"
Em grego a palavra "obtiveram" aqui significa "testemunharam, se
tornaram um testemunho". Os nossos ancestrais no Senhor tinham uma fé
determinada, sem oscilação, ancorada, e ela se tornou um testemunho da
fidelidade de Deus nos períodos difíceis.
Primeiro, eles possuíam um testemunho interior de que Deus se
agradava deles. Haviam confiado nEle nas inundações, nas zombarias, nas
algemas, nas cadeias, torturas, combates, nas covas dos leões, no fogo. E
após tudo isso, sabiam da alegria do Senhor lhes sorrindo e dizendo: "Muito
bem! Você creu e confiou em Mim".
"Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna
galardoador dos que o buscam" (Heb. 11:6). Toda vez que sustentamos
nossa postura de fé em meio às dificuldades, temos a mesma afirmação do
Espírito Santo: "Muito bem. Você é um testemunho de Deus".
Quando posso descansar no meio das tempestades, quando lanço
todo o peso sobre Cristo e sustento minha postura de fé, então obtenho "boa
nota". E estou me tornando um farol de esperança aos que me cercam. Os
que observam a minha vida em casa, no trabalho, e no quarteirão podem não
reagir abertamente. Mas saberão que há esperança e redenção disponíveis a
eles.
Eles podem me olhar em minha hora de crise e dizer: "Há esperança!
Ele é uma pessoa que não perdeu a fé em Deus. Há um batalhador que não
desiste. Ele confia em Deus".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Buscando a Face
(Seeking the Face of God)
Por
07
__________
de
de
Deus
David
novembro
-
7
de
novembro
de
2005
de
No Salmo 27, Davi suplica a Deus com urgente e ardente oração. Ele
clama no verso 7, "Ouve, Senhor, a minha voz; eu clamo; compadece-te de
mim e responde-me". Sua oração focaliza um desejo, uma ambição, algo que
o estava consumindo totalmente: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei"
(27:4).
Davi está testificando, "Tenho uma oração, Senhor, um pedido; é o
meu único e mais importante objetivo na vida, é a minha oração constante - a
única coisa que desejo. E buscarei isto de todo o meu coração. Isto me
consome como objetivo contínuo".
O que era esta coisa que Davi desejava acima de tudo - a coisa que
ele fixou no coração como conquista? Ele nos diz: "Que eu posso habitar na
Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a sua beleza,
e para meditar no seu templo" (27:4). Não se engane: Davi não era um
asceta, evitando o mundo lá fora; não era um eremita, procurando se
esconder solitário em um lugar deserto. Não, Davi era um homem
apaixonado pela ação. Era um grande guerreiro, com imensas multidões
cantando suas vitórias em batalha. Era também apaixonado em sua oração e
devoção, com um coração que anelava por Deus. E o Senhor o tinha
abençoado com muitos desejos de seu coração.
De fato, Davi experimentou tudo o que um homem gostaria de ter na
vida. Ele conheceu riquezas e opulência, poder e autoridade.
Havia recebido o respeito, louvores e adulação dos homens. Deus
tinha lhe dado Jerusalém como capital do reino. E Davi era cercado por
homens dedicados que estavam dispostos a morrer por ele.
Mais do que tudo, Davi era um adorador. Era um homem de louvor que
agradecia a Deus por todas as Suas bênçãos. Ele testifica dizendo: "O
Senhor Deus tem me abençoado a cada dia". Ainda assim, ao mesmo tempo
Davi era um homem de guerra. Ele encarou inimigos e problemas por toda a
sua vida. Todo o inferno estava engajado em destruir este bom homem. Na
realidade, Davi agora enfrentava um exército inteiro acampado ao seu redor,
inimigos ímpios que tinham jurado "destruí-lo" (27:2).
Mas Davi não estava com medo. No primeiríssimo verso deste Salmo,
ele declara, "A quem temerei?" (v. 27:1). Ele estava confiante na graça e na
misericórdia de Deus, e sabia que o Senhor lhe daria força: "O Senhor é a
força da minha vida" (27:1) É claro que Davi continuaria como sempre,
vivendo sua vida com paixão. Contudo, a despeito de todas as bênçãos que
tinha experimentado, algo ainda estava faltando. Olhando para trás, Davi viu
Wilkerson
2005
uma necessidade na alma que ainda não havia sido atendida. Toda a sua
vida convergia para este único ponto, e ele clama a Deus sobre isto.
Davi disse, em efeito, "Há um modo de vida que eu agora procuro "
uma posição estabelecida no Senhor, pela qual minha alma anseia. Eu quero
uma intimidade espiritual sem interrupções com o meu Deus". Isto é o que
Davi quis dizer quando orou. "Que eu posso habitar na casa do Senhor todos
os dias da minha vida, para contemplar sua beleza e meditar no seu templo"
(27:4).
Davi não estava falando aqui de deixar o trono a fim de morar
fisicamente no templo de Deus. Não, seu coração anelava por algo que ele
viu no espírito. Para Davi, tinha de haver algo mais do que o culto de
adoração no dia de descanso. Ele sentia que havia algo do Senhor que ele
ainda não tinha obtido, e não iria descansar até encontrar.
Ele diz, em resumo, "Há uma beleza, uma glória, um entusiasmo em
relação ao Senhor que eu ainda não vi em minha vida. Quero conhecer como
é ter uma comunhão ininterrupta com o meu Deus. Eu conheci vitórias, fui
livrado tantas vezes, vi Sua mão realizar milagres " ainda assim eu anseio por
algo inabalável. Eu quero que a minha vida seja uma oração viva. Somente
isto me satisfará pelo resto dos meus dias".
Creio
que
Estava Enjoado do Ritualismo Religioso Sem Vida
Davi
Este piedoso homem estava cansado das cerimónias vazias,
assistindo sacerdotes e adoradores em meio a formas de religião sem vida.
Davi via nos rituais somente uma forma de religião, uma forma sem poder.
Seu coração clama, "Está tudo errado. Esta é a razão pela qual o povo
abandona a adoração e se volta para os ídolos. Não há beleza nisso,
nenhuma paixão. Eu amo a casa de Deus, mas onde foi parar a vida? A lei é
ainda ensinada, mas se tornou apenas conhecimento morto. Hoje em dia eu
deixo o templo com a alma entristecida".
Davi queria conhecer vida, a realidade existente atrás dos rituais
religiosos. Quem era o cordeiro do sacrifício? Qual era a realidade por trás do
incenso, dos candelabros? O coração de Davi ansiava saber, e ele tomou
uma decisão: "Chega não posso continuar assim. Simplesmente não estou
satisfeito. Eu não vou gastar o resto da vida com esses meus desejos
espirituais sem ser atendidos. De agora em diante, tenho um objetivo, um
alvo na vida. Eu vou habitar na presença do Senhor e inquiri-Lo até obter o
que o meu coração deseja".
Eu acredito que há milhões de bons cristãos hoje que amam o Senhor,
mas percebem que há algo faltando em suas vidas. Uma grande multidão de
leitores escreve que suas igrejas estão vazias de vida. "Os sermões de
nossos pastores são tão mortos. Ele prega algo que tirou de algum livro, não
da busca ao Senhor. Eu termino me questionando após cada culto. "Acabei
de sair da igreja. Por que minha alma sente-se vazia?".
Davi não foi aos seus pastores, Abiatar e Zadoque, para falar sobre o
problema. Ainda assim ele não abandonou a igreja. De fato, ele nunca parou
de ir à casa de Deus. Em lugar disso, determinou, "Se a casa de Deus é uma
casa de oração e se a igreja está onde a Sua presença é manifesta então eu
farei de minha sala de oração um tabernáculo. Resolvi em meu coração
procurar a Sua beleza até que eu consiga conhecê-Lo. Vou prender meus
olhos nEle até eu ver algo que me atraia a ponto de eu saber que me
satisfará até ao fim".
Então Davi foi para a sua própria casa e orou, "Ouve, Senhor, a minha
voz; eu clamo; compadece-te de mim e responde-me" (Salmo 27:7). Em
outras palavras: "Senhor, eu quero ter um relacionamento ininterrupto
contigo. Por favor, o que preciso para alcançar o meu desejo?".
Deus respondeu com estas simples palavras: "Buscai a minha
presença" (27:8). Como Davi respondeu a isto? Ele replicou, "Senhor, quando
disseste, "Buscai a minha presença", o meu coração reagiu dando saltos".
"Meu coração disse para ti. Buscarei, pois, Senhor, a tua presença." (27:8).
O Que Significa Buscar a Presença de Deus?
A presença de Deus é à Sua semelhança, o Seu reflexo. Respondendo
como fez, o Senhor revelou a Davi como satisfazer seus desejos: refletindo
Deus na sua própria vida. Ele estava instruindo Davi, "Aprenda de Mim.
Busque a Minha palavra e ore por entendimento através do Espírito, então
você poderá ser como Eu. Quero que a tua vida reflita a Minha beleza para o
mundo".
Isto não era meramente um chamado à oração; Davi já orava sete
vezes por dia. De fato, foram as orações de Davi que criaram nele esta
paixão em conhecer o Senhor. Não, este chamado de Deus era para ter fome
de um estilo de vida que refletisse totalmente quem é Jesus.
Veja, no Calvário, Deus assumiu um rosto humano. Jesus veio à terra
como homem, Deus encarnado. E fez isso para que pudesse sentir a nossa
dor, ser tentado e provado como nós somos, e nos mostrar o Pai. As
escrituras chamam Jesus de a expressão exata (isto é, a exata semelhança)
de Deus. Ele é a mesma essência e substância de Deus Pai (v. Hebreus 1:3),
o mesmo "entalhe". Resumindo, Ele É "tal como" o Pai em todos os sentidos.
Ainda até hoje, Jesus Cristo é a face, ou a própria semelhança de
Deus na terra. E por causa dEle, nós temos ininterrupta comunhão com o Pai.
Através da cruz, temos o privilégio de "ver a Sua face", de tocá-Lo. Nós
podemos até viver como Ele, testificando, "Nada faço senão o que vejo e
ouço do Senhor".
Hoje, quando Deus diz, "Busque a Minha presença", Suas palavras
têm mais implicações do que em qualquer outro período da história. Por que?
Porque a questão que está sendo perguntada pela multidão hoje é, "Qual
Jesus?".
Cristo alertou que muitos impostores viriam se apresentando como Ele.
E estes falsos cristos apareceriam exatamente antes da Sua vinda, no fim do
mundo. Os discípulos de Jesus haviam lhe perguntado, "Que sinal haverá da
tua vinda e da consumação do século?". E Ele lhes respondeu: "Virão muitos
em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos" (Mateus
24:3-5). Jesus então dá a eles instruções claras: "Então, se alguém vos
disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis" (24:23).
Não acredito que Jesus esteja falando de pessoas perturbadas com
técnicas brancas e barbas desgrenhadas, clamando, "Eu sou o Filho de
Deus". Não, Ele está descrevendo ministros enganadores que pregam um
evangelho diferente e um cristo diferente. Paulo adverte quanto a homens
que "pregam um outro Jesus, que nós não temos pregado... outro evangelho"
(2 Coríntios 11:4).
Dá mesma forma, Jesus advertiu, "surgirão falsos cristos e falsos
profetas... para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Marcos 13:22).
Estas palavras de Jesus sempre me intrigaram. Eu me perguntava, "Como
seria possível os eleitos serem enganados por alguém que ostente ser
Cristo? Tal pessoa seria dispensada como piada".
Mas Jesus e Paulo não estão falando somente de pessoas que
declaram ter poderes divinos. Estão se referindo também a conceitos que
invocam a semelhança de Cristo, inclusive novos "Movimentos de Jesus".
Isto acontece quando as pessoas dizem, "Aqui está a presença de Jesus. Ele
é assim. Descobrimos o verdadeiro Cristo - então vamos lhe mostrar como
Ele é".
Tais movimentos serão conduzidos não por malucos, mas por pessoas
instruídas que conhecem como alcançar as multidões. Tais mestres bem
relacionados abandonam a autoridade da escrituras, e não acreditam mais no
poder da oração. Antes, posam como anjos de luz para introduzir conceitos
novos e "iluminados" que dizem refletir Jesus. Eles irão atrair especialmente
os jovens, que estão enfadados com a religiosidade morta que têm
experimentado na igreja.
Paulo nos adverte de forma clara sobre tais ministros, que terão a
mente "corrompida..." e se apartarão "da simplicidade e pureza devidas a
Cristo...falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em
apóstolos de Cristo" (2 Coríntios 11:3,13).
Há um Novo Movimento Hoje Chamado "Igreja Emergente"
Este novo movimento se diz estar "repensando a cristandade". Ele
começou há cerca de 10 anos atrás com um pequeno grupo de crentes
desiludidos com o movimento "amigável com os pecadores" das megaigrejas. Um jornalista chama este movimento de "mega combustão completa",
montado por jovens cansados do evangelho superficial da auto realização.
Uma pesquisa do grupo Barna descobriu que de 10 a 12 milhões de
cristãos "nascidos de novo" pararam de ir às igrejas nos Estados Unidos,
muitos vindos da geração baby boom. Eles dizem que buscavam e
procuravam uma igreja que lhes concedesse um abrigo da cultura dos iPods,
TéVês, Xboxes, competição e grandeza. Mas dizem que a igreja os enganou.
Não era de jeito algum abrigo para o mundo, mas era como uma Disney
World, com skatistas, ligas esportivas, cafés, sala de jogos " tudo aquilo de
que estavam tentando fugir.
Um escritor declara, "Nos disseram que todas estas coisas na igreja
tinham a intenção de "atrair os que buscam." Mas perguntamos, "Atraí-los
para o quê?" Nós buscamos nas escrituras, e nada encontramos nestas
igrejas que se pareça com a igreja do livro de Atos".
A verdade é que a maioria dos que buscam são os que genuinamente
"buscam a face de Cristo". Eles procuram em todo lugar por uma igreja onde
a presença de Jesus " o Cristo da palavra de Deus " seja sentida. Buscam
pastores cuja única ambição é ser como Cristo e que vivam como Jesus, não
homens astutos que ofereçam um evangelho misturado. Eles querem uma
igreja fundamentada na realidade " não conferências sobre como alcançar
seu potencial, mas mensagens convincentes vindas do coração de Deus, que
exponham o pecado e quebrem seu poder sobre as vidas.
Muitos dos que se desiludiram estão agora se movendo para o
movimento da igreja emergente. Um jornal caracterizou o movimento desta
forma: "Muitas igrejas emergentes entrelaçam elementos de diferentes
tradições religiosas, especialmente Catolicismo e Ortodoxia oriental. Algumas
estão renovando práticas místicas medievais como o "caminhando pelo
labirinto". É uma abordagem do tipo "você-mesmo-escolhe", "misture-ecombine-como-quiser" que enfatiza trabalho comunitário e justiça social. O
inferno é rejeitado "porque faz Deus parecer um torturador". Tais igrejas
usam imagens, velas, incenso e outras coisas na adoração.
Muitas destas igrejas se conectam através de blogs na Internet, e o
movimento está fazendo incursões nas denominações já estabelecidas. A
reivindicação em comum delas é: "Estamos tentando nos reconectar a Jesus
" ao Jesus radical". "Queremos colocar uma face mais humana em Cristo".
"Vamos conversar e tentar compreender Jesus juntos". Não! Eles estão
colocando suas próprias faces em Cristo, e não é o Cristo das escrituras.
Toda a teologia, todos os conceitos de Jesus são negociáveis para eles. Eles
encorajam "empregar a imaginação sobre o que Jesus estava dizendo". Um
de seus principais porta-vozes declara, "A clareza é boa, mas às vezes a
intriga (o mistério) pode ser até mais preciosa".
Pense no que está sendo dito. Clareza é o fundamento do cristianismo
bíblico. Nada pode ser mais claro do que a revelação de Paulo sobre o
verdadeiro Cristo das escrituras. Ele admoesta:
"Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos
chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão
que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho
que vá além do que vos temos pregado, seja anátema...".
"Se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes,
seja anátema... Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim
anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi
de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo" (Gálatas 1: 612).
Pense agora no que a igreja emergente está dizendo quando valoriza
a intriga acima da clareza. "Intriga" significa "trama secreta, dissimulada", ou
"esforço obscuro para despertar interesse". Paulo chama isto de perversão
do evangelho de Cristo. Somente a revelação de Jesus revelada nas
escrituras é aceitável a Deus. E Paulo adverte sem incertezas: "Não importa
se um anjo do céu pregue um novo evangelho " é um evangelho falso, vindo
diretamente do inferno. Seja anátema quem prega este evangelho".
Tenho também uma solene advertência para todo jovem pastor e toda
pessoa que busca a verdade surfando na Internet, ou folheia paginas de
livrarias. Você verá livros, artigos e blogs sobre novos modelos de
cristianismo que são muito articulados, muito bem escritos, muito bem
apresentados. Mas cuidado: o gancho usado é Jesus e é um outro Jesus. A
não ser que você conheça o Cristo da palavra de Deus, você será enganado.
Em mais de 50 anos de ministério, tenho visto todo tipo possível de
onda ou de vento de doutrina falsa. Eles sempre juntam seguidores, e em
poucos anos desaparecem, deixando a fé de muitos arruinada. E tudo isso
antes do advento da internet. Agora uma doutrina de demónios pode se
propagar pela terra em algumas horas.
O movimento da igreja emergente não se ira. Ele continuará se
desenvolvendo em diferentes formas, até que tudo o que Jesus profetizou
aconteça. O que me entristece é que milhares de ministros serão
transformados por estas "vozes instruídas". Muitos serão enganados e
começarão a pregar um Jesus de sua própria imaginação, porque desistiram
de buscar Deus e tiveram sua atenção chamada por novas teologias de
radicalismo. No lugar da palavra de Deus, irão pregar um Jesus radical que é
contra a guerra, que derrubara o "stablishment", que irá acabar com a
pobreza.
Qualquer um que lê os evangelhos sabe o que Jesus já falou sobre
todos os problemas humanos. Sim, nosso Salvador amou os pobres e
ordenou sua igreja a cuidar das viúvas e dos órfãos. Devemos espelhar o
amor de Deus para o mundo através de nossas próprias vidas de sacrifício e
consagração. Mas a igreja emergente tem coberto este espelho com uma
lona. Ela diz que podemos pintar Jesus com qualquer rosto que vier à nossa
imaginação. Isso é um ataque direto à divindade de Cristo, tencionando trazêLo para nada mais do que um nível humano. Eu vejo isto como o último
ataque do inimigo contra a igreja antes da volta de Jesus.
Qual é a Resposta de Deus a Tudo Isto?
O que faremos sendo nós apaixonados por aquele Cristo manchado de
sangue no calvário? Deus nos dá a mesma resposta que deu a Davi, quando
este piedoso homem se viu cercado por um bando de idólatras: "Busque a
minha presença". Este deve ser o nosso único e consumidor desejo na vida.
Nossa única missão é estar em contínua, ininterrupta comunhão com o Cristo
da glória " buscar e indagar em Sua palavra quanto à beleza de Jesus, até
que O conheçamos e Ele se torne a nossa satisfação plena.
E fazemos tudo isto com um único propósito: que possamos ser como
Ele! Que nos tornemos Sua expressão exata, tal que os que buscam o
verdadeiro Cristo O vejam em nós. Todo o evangelismo, toda a colheita de
almas, todo o trabalho de missões será em vão, a menos que contemplemos
a face de Jesus e sejamos continuamente transformados em Sua imagem.
Nenhuma alma poderá ser tocada exceto por tais cristãos. E Jesus nos
chamou para refletir Sua presença a um mundo perdido, que está confuso
sobre quem Ele é.
Enquanto estava estudando recentemente, eu clamei, "Oh, olhe o que
estão fazendo com o nosso precioso Senhor Jesus". Mas o Espírito sussurrou
para mim, "Não se preocupe. Você sabe como isto tudo vai acabar. Os céus
serão abertos, e o Rei dos reis e Senhor dos senhores aparecerá em um
cavalo branco. Ele virá para governar com o cetro de ferro; alcançará todo
falso profeta, e destruirá com a Sua espada tudo que for do anticristo".
Todo joelho se dobrará naquele dia, quando contemplarmos a Sua
face!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
17
Nem Todo Sofrimento é Uma Prova (A Diferença Entre Ser Provado e
Treinado)
17
de
outubro
de
2005
(Not Every Trial is a Test)
David
de
outubro
de
__________
Deus não se deleita com as provações de Seus filhos. A Bíblia diz que
Cristo é compassivo conosco em todas as nossas provas, sendo tocado
pelos sentimentos de nossas enfermidades. Em Apocalipse 2:9 Ele diz à
igreja, "Conheço a tua tribulação, a tua pobreza...". Ele está dizendo
essencialmente, "Sei o que você está atravessando. Você pode não
entender, mas estou sabendo de tudo".
É essencial que compreendamos esta verdade, porque o Senhor
efetivamente testa e prova o Seu povo. As escrituras dizem, "Tu, ó Deus, nos
provaste; tu nos afinaste como se afina a prata" (Salmo 66:10). "Vossa fé ... é
provada pelo fogo" (1 Pedro 1:7). "O Senhor prova o justo" (Salmos 11:5).
De fato, todo aquele que segue a Jesus enfrentará aflições. O salmista
escreve, "Muitas são as aflições do justo" (Salmo 34:19). Paulo revela ter
"Muita tribulação e angústia do coração ... com muitas lágrimas" (2 Coríntios
2:4). E Hebreus descreve os santos que são, "desamparados, afligidos e
maltratados", "suportando grande combate de aflições" (Hebreus 11:37,
10:32).
O fato é que a Bíblia fala muito sobre o sofrimento, tribulações e
problemas na vida dos crentes. De acordo com o salmista, "A minha alma
está cheia de angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura" (Salmos
88:3). Igualmente Davi diz suportar, "muitos males e angústias" (71:20).
Não vejo um único seguidor de Jesus que não tenha suportado todas
estas coisas mencionadas nas escrituras: provações, tribulações, problemas,
aflições, angústia. Sei que posso dizer com Davi, "Tenho suportado muita
dor, grandes problemas e provações". E sei que muitos outros que estão
Wilkerson
2005
lendo esta mensagem podem dizer, "Esse é o resumo de minha vida neste
momento. Estou enfrentando provas e aflições angustiantes".
Por esta razão, todo cristão deve saber e aceitar que Deus tem um
propósito em todo o nosso sofrimento. Nenhuma prova entra em nossas
vidas sem a Sua permissão. E um dos propósitos de Deus por trás de nossas
provações é produzir em nós uma fé inabalável. Pedro escreve, "Para que a
prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro que perece e é provado
pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo"
(1 Pedro 1:7). Pedro chama a estas experiências "prova(s) de fogo" (4:12).
Paulo testifica ser afligido com provações já na fase de término da
carreira - havendo vencido a prova da fé. Ele escreve "Combati o bom
combate, completei a carreira, guardei a fé" (2 Timóteo 4:7). Naturalmente,
Paulo sabia que ainda tinha muito por fazer. Havia grandes provas e
sofrimentos pela frente. Porém podia honestamente dizer: "Eu posso não ter
compreendido Cristo como queria e nem ter sido aperfeiçoado. Mas quando
se trata de fé, e confiando em Deus em meio à toda provação, sei em quem
tenho crido e estou convencido. Quando o inimigo vem como inundação, sei
que o Senhor levantará uma bandeira contra ele. E tenho aprendido tudo isto
na fornalha da aflição".
Compartilho este testemunho com Paulo. Pela graça de Deus, o
Espírito Santo tem me permitido atravessar inúmeras provas em anos
recentes, sendo a mais difícil o falecimento de nossa neta de doze anos,
Tiffany. O Senhor deu força e fé em meio àquela dolorosa provação, e saí da
mesma dizendo, "Sei em quem tenho crido e sei que Ele tem um plano. Deus
não permitiria este tipo de profunda dor sobre mim ou minha família sem um
propósito por trás de tudo. Oh, Senhor, entrego-Te isto pela fé".
Pense em sua própria provação ou no sofrimento presente. Tem tido
dúvida, temor ou raiva ao suportá-lo? Tem acusado Deus de pôr muita carga
sobre você, de colocar-lhe à prova desnecessariamente? Está a ponto de se
dar por vencido, pensando, "Tenho sido fiel ao orar, ler a Bíblia, ir à igreja,
porém nada funciona"?
Ou ainda pode olhar para o céu e dizer, "Eu sei que o Senhor é bom. E
vou confiar nEle em meio a isto. Não viverei em dúvida, Ele vai me tirar dessa
- para a Sua glória". Se isto o descreve, então sua fé suportou o fogo. Porém
se não, tenho que lhe perguntar: quantas provas e aflições mais você
suportará antes de poder dizer, "Minha fé prevaleceu"?
Uma Prova Nem Sempre é o Propósito de Deus por Trás do Nosso
Sofrimento
A verdade é que nem tudo que sofremos é prova de fé.
Freqüentemente, o Senhor está atrás de algo mais quando estamos na
fornalha da aflição. De fato, quanto mais próximo você caminha com Cristo, e
quanto mais profundas são as provas, mais Ele está agindo em você para
promover algo diferente de fé.
Porém, não interprete mal: sempre que nossa fé vacila, provas de fé
virão. Nunca estaremos completamente acima desses testes. Mas eis outro
propósito de Deus neles: o Pai está preparando uma noiva para o Seu Filho.
E quer mais de nós em nossas provações, do que uma fé maior.
Esta noiva será provada grandemente, e seu amor pelo Noivo passará
pelo fogo. Sua confiança nEle será refinada através do fogo, dilúvios e
aflições. No entanto, estas dores não são para testar o amor dela e sua
devoção. Ao contrário, são para refinar um amor que já está totalmente
comprometido. Eu explico.
Acredito que muitos dos que estão lendo esta mensagem estejam
totalmente comprometidos com Cristo. Jesus é o grande amor de suas vidas
e a fé nEle está prosperando. Certamente, ainda há momentos quando essa
confiança é testada. Entretanto, Deus está procurando outra coisa em você,
algo mais. A preparação que o Senhor faz da noiva requer que Ele realize
uma obra sobrenatural em você.
Esta noiva - a eleita amada de Jesus - deve ser consumida pelo desejo
ardente de estar com seu Noivo. Deve ficar livre de todas as outras atrações.
Deve ficar obcecada pelo desejo de estar sempre em Sua presença corporal.
Paulo se refere a este desejo ardente quando escreve sobre o seu próprio
desejo de "deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2 Coríntios 5:8). "Para
mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Filipenses 1:21).
Isto não era fixação mórbida por morte da parte de Paulo. O apóstolo
claramente vivia uma vida plena e útil. Mas disse, "Algo em mim anseia estar
com o Senhor, onde Ele está. Anseio estar com Ele face a face". Para fazer
tal reivindicação, Paulo teria que estar completamente desacostumado deste
mundo e suas atrações.
Neste momento, Deus está preparando um novo mundo - um novo céu
e uma nova terra - para o Seu povo. E esta nova criação englobará uma
Nova Jerusalém, incluindo um lar para a noiva de Cristo. Isaías viu este novo
mundo que Deus está criando, e o panorama deve tê-lo deixado sem ação.
Deus diz através deste profeta, "Pois eis que eu crio novos céus e nova terra;
e não haverá lembrança das cousas passadas, jamais haverá memória delas.
Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que
crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo regozijo" (Isaías 65:17-18).
Deus está dando aqui uma poderosa declaração à noiva de Cristo. Na
realidade, está dizendo, "No meio da provação que você vive nesse instante,
fixe esta verdade em tua mente: o mundo presente não é o teu lar. Tudo o
que você vê passará - a terra, a lua, o sol e as estrelas. Estou criando um
novo mundo, onde não há incêndios, inundações, demônios, sofrimentos nem
aflições".
Percebe a mensagem? Suas lutas vão acabar, e os problemas
passarão. Portanto fixe os olhos em Cristo, e ponha o seu afeto em passar a
eternidade com Ele no novo mundo. De acordo com Jesus, o mundo no qual
lutamos agora com toda dor e tristeza, não será lembrado quando esse dia
chegar; ele nem entrará em nossas mentes! (ver 65:17).
Amado, isto me diz que o sofrimento que muitos estão suportando
agora não é prova - é treinamento, ensino. Estamos sendo preparados para
um mundo onde não haverá mais dor. E esse mundo vai ser povoado com
novos corpos. Paulo nos diz que o corpo que baixa à sepultura não é o
mesmo que sairá de lá. Teremos um novo corpo, um corpo com o DNA do
próprio Cristo.
Abraão é um exemplo de alguém focalizado no mundo por vir. A Bíblia
diz dele, "Pela fé, habitou... como (estrangeiro) em terra alheia... porque
esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é
Deus" (Hebreus 11 :9-10).
Abraão passou por uma grande prova de fé quando em obediência a
Deus, ofereceu seu filho Isaque como sacrifício. No entanto, mais que sua fé
provada, Abraão tinha perdido o interesse por esta terra - um fato
comprovado quando ofereceu seu filho. Ele tinha fé que havia um propósito
maior do que ele podia ver. Eis um homem que verdadeiramente estava no
mundo, mas não fazia parte dele, vendo sua cidadania em um outro mundo.
Agora considere o que Hebreus diz de Cristo "(Ele)...sofreu fora da
porta" (13:12). Jesus sofreu como estrangeiro - sempre fora da religião
formal, fora da sociedade aceita. No entanto, Cristo também estava "fora" no
sentido de não ter lugar aqui na terra, nem sequer para reclinar a cabeça. Em
tudo que Jesus fez, sempre olhou para o céu.
Como o nosso Salvador, e como o nosso antepassado Abraão, "Não
temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir" (13:14).
Vivemos e trabalhamos nesta terra, porém somos estrangeiros aqui; nossa
verdadeira pátria está na Nova Jerusalém. Portanto, Hebreus urge, "Saiamos,
pois, a ele, fora do arraial, levando seu vitupério" (13:13). Enquanto não
estivermos também "fora" do arraial - fora das cobiças e materialismos deste
mundo - não estaremos onde nosso Noivo está.
Vivo numa casa boa e dirijo um bom carro. Porém continuamente vigio
para que as coisas materiais não tomem as rédeas do meu coração. O fato é
que você pode ter uma fé poderosa e, todavia não desejar ardentemente a
Cristo. "Ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de transportar montes, se
não tiver amor, nada serei" (1 Coríntios 13:3).
Tristemente, quando olho ao redor, vejo multidões de crentes que têm
fé vencedora, porém não têm um desejo veemente de estar com Cristo. Em
vez disso, têm os olhos fixos nas coisas deste mundo e em como obtê-las.
Acho que tais pessoas não querem ouvir a respeito de como se fixar no céu
ou afastar-se desse mundo. Para elas, tal mensagem significa uma
interrupção da "boa vida" que desfrutam aqui.
Graças a Deus, que Ele tem uma maneira maravilhosa de nos
empurrar para fora da porta. Ele nos diz, em essência, "Se vou te entregar o
Meu Filho em matrimônio, não pode haver outra atração em tua vida. Quero
estar seguro de que não estás cobiçando algo ou alguém que não seja Cristo.
O teu sonho mais excitante, o que atrai mais fundo no teu coração, tem que
ser o desejo de estar com Cristo".
Amado, isto explica muitos dos profundos sofrimentos de retos santos que andam em fé. Pense: como Deus tirou os filhos de Israel do Egito? Ele
tinha que colocá-los numa fornalha do sofrimento, para levá-los a ponto de
gritarem: "Basta! Não quero mais ficar aqui". Então, quando chegou o
momento de Deus dizer "Vão," estavam preparados para desarraigar-se e
moverem-se para a Sua Terra Prometida.
Que Deus ajude a nos desengajarmos do espírito materialista destes
tempos, e a transferir todo nosso afeto à Nova Jerusalém.
Isaías Profetizou que o Mundo que Deus
é um Lugar de Louvor Onde os Habitantes se Regozijam
Estava
Criando
"Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque
eis que crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo regozijo" (Isaías
65:18). A palavra hebraica para "crio" neste versículo significa "trago à
existência". Vê o que Isaías está dizendo? Deus está criando não só um novo
mundo, mas também um povo especial. Está trazendo à existência uma noiva
que não apenas foi apartada deste mundo, mas aprendeu a regozijar-se em
meio ao sofrimento.
O fato é que os nossos sofrimentos presentes constituem-se numa
escola de adoração. E todas as maneiras pelas quais estamos aprendendo a
louvar a Jesus, especialmente em nossos sofrimentos, são treinamentos para
aquele glorioso dia. Que quer dizer isto para os cristãos que vivem com medo
e preocupação constantes? Esses que vivem como se Deus estivesse morto,
como podem eles repentinamente, saber como - por meio do louvor enfrentar a provação?
É muito importante como reagimos em nossa tribulação presente.
Quando Israel esteve em sua hora de grande sofrimento, perdeu a
esperança. Decidiram que não podiam agüentar mais, então simplesmente
sentaram-se no pó. Cá estava o povo de Deus, com promessas sólidas como
rocha; no entanto sentaram-se ali com uma corrente ao redor do pescoço.
Igualmente hoje, alguns cristãos desistem neste ponto. Eles não
abandonam a fé, porém deixam de seguir a Jesus de todo coração, pensando
"Não agüento viver sob tanta pressão. Parece que quanto mais me aproximo
de Cristo, mais sofro". Perguntam-se como Paulo podia dizer: "Me regozijo
nos meus sofrimentos" (Colossenses 1:23-24).
Eis aqui exatamente porque Paulo podia fazer tal afirmação: ele havia
sido arrebatado ao céu, e viu a glória que nos aguarda. Devido ao que viu,
Paulo pôde abraçar suas lutas e aflições nesta vida, aprendendo a louvar a
Deus em cada experiência difícil. Estava determinado a aprender a ter alegria
de coração não importando a situação, e começou a praticar o louvor em
preparação para o mundo por vir.
"Se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Porque
para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem
ser comparados com a glória a ser revelada em nós" (Romanos 8:17-18). À
luz da glória que espera Paulo, o que é a prova em comparação à ela?
Igualmente, ele quer que desviemos os olhos do sofrimento presente e
os fixemos no que virá, e isso mudará tudo. Um minuto dentro de nossa nova
habitação, diz Paulo, e não nos recordaremos do que veio antes. A idéia dele
é começar a louvar agora, regozijando-nos pelo gozo que nos espera.
"Portanto, ofereçamos sempre, por ele (Jesus), a Deus sacrifício de louvor,
isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hebreus 13:15).
Aos Escolhidos Deus Diz: "Eis que te purifiquei, mas não como a prata;
provei-te na fornalha da aflição" (Isaías 48:10).
O povo a quem Isaías ofereceu sua visão de um mundo novo acabara
de suportar a ira de um inimigo furioso. Agora estavam enrolados na
tribulação, atados pelo temor e pelo cansaço. Pensavam que Deus os havia
abandonado, e tinham medo do futuro que os aguardava. Assim, que palavra
Deus enviou para eles? A mesma palavra que concede ao Seu povo hoje:
"Despertem-se! Vocês não estão arruinados como pensam. O Senhor,
sua força, ainda está com vocês. Então, levantem-se do pó do desalento, e
assentem-se nos lugares celestiais que lhes prometi. Vocês não perderam
sua retidão, portanto vistam-se com suas roupagens. Sacudam-se, falem
consigo mesmos, dêem-se um sermão. E digam à carne e ao Diabo, 'Sou
mais que vencedor por meio daquele que me salvou.'" (Isaías 52:1-3,
parafraseado).
Considere o poderoso exemplo dos três jovens hebreus a quem o rei
Nabucodonosor atirou dentro da fornalha de fogo. Estes homens não
estavam sendo provados por sua fé; na verdade, foi a sua fé que os pôs ali.
O Senhor claramente estava atrás de outra coisa. Pense nisso: os pagãos
babilônios não foram influenciados por suas orações ou pregações. Não
ficaram impressionados por sua sabedoria ou conhecimento, nem por suas
vidas santas. Não, o impacto em Babilônia veio quando o povo olhou para
dentro da fornalha e viu estes três homens regozijando-se e louvando a Deus
em sua hora mais difícil.
Jesus apareceu naquela fornalha, e creio que Suas primeiras palavras
aos jovens hebreus foram, "Irmãos, levantem-se agora, pois suas amarras
foram afrouxadas. Deixem que este governo pagão e sua gente ímpia vejam
vosso regozijo e o vosso louvor a Deus em sua hora de aflição".
Os rapazes fizeram justamente isso, e as escrituras dizem que
Nabucodonosor ficou "espantado" com o que via. Levantou-se
apressadamente, clamando: "O que se passa aqui? Lançamos nós três
homens dentro do fogo, porém, vejo quatro e não estão mais atados! Vejam,
eles estão cantando e louvando a esse quarto homem".
Esse é o impacto que nossos louvores trazem durante nossas lutas.
Então - como você tem reagido nas horas de aflição? Você está bebendo da
taça do tremor, sentindo-se débil, sem poder para resistir ao inimigo? É hora
de sacudir as amarras pesadas e levantar mãos santas em louvor ao seu
Redentor. Você está livre, não importa qual seja a prova - então se alegre e
se regozije, sabendo que o quarto homem está na fornalha consigo. Cristo se
revelará em seu sofrimento, e o fogo queimará todas essas cordas que lhe
atam.
Muito provavelmente você não está sendo provado mas treinado!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Andando
no
(Walking in the Spirit)
Por
4
__________
de
Espírito
-
4
David
julho
de
julho
de
2005
de
"Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" (Gálatas 5:25).
Aqui está uma instrução muito simples vinda do apóstolo Paulo. Ele está nos
dizendo em termos simples: "Se o Espírito Santo está vivendo em você, deixe
que Ele tenha o controle total sobre a sua vida. Todos devemos ser guiados
pelo Espírito".
O Espírito Santo foi enviado para ser o nosso guia constante e
infalível, e Ele habita todos os que confessam Cristo como Senhor e
Salvador. O Espírito reivindica nossos corpos como Sua moradia, reinando e
habitando nossos corações.
A maioria dos cristãos não tem problema em aceitar que o Espírito
Santo nos guia a Jesus. E não temos problema algum em crer que o Espírito
está continuamente operando em nós, a cada momento. Muitos de nós já
apelamos a Ele incontáveis vezes em busca de consolação em nossos
momentos de crises. Damos honra ao Espírito, pregamos sobre Ele,
ensinamos sobre os Seus dons e frutos. Oramos para Ele, O buscamos,
suplicamos que Ele rasgue os céus e reavive Sua igreja. E muitos cristãos
têm experimentado genuínas manifestações do Espírito. Mas me parece que
conhecemos muito pouco sobre o que significa andar no Espírito.
Se eu lhe perguntasse o que significa andar no Espírito, você poderia
descrever o que é? Você poderia explicar claramente a qualquer um que lhe
perguntasse?
Compreender a verdade sobre andar no Espírito poderia livrar muitos
da confusão, de contendas, da angústia, da indecisão, inclusive dos desejos
da carne. Então, o que é a verdade? Paulo resumiu-a claramente: "Andemos
também no Espírito" (Gálatas 5:25).
Carne vs. Espírito
Há somente duas formas de um cristão andar: na carne, ou no
Espírito.
A carne tem sua própria vontade teimosa, e age conforme lhe convém.
Faz tudo que escolhe fazer, e então pede que Deus abençoe essas escolhas.
Ela chega e diz, "O Senhor me deu juízo perfeito, e posso fazer escolhas
inteligentes. Não tenho de esperar nEle por orientação. 'Faça a sua parte e
eu te ajudarei'".
Mas andar no Espírito é justamente o oposto. Rendemos a nossa
vontade ao Espírito Santo, e confiamos em Sua voz tranqüila e suave para
nos dirigir em todas as coisas. De fato, o Espírito Santo foi enviado para
instalar o completo governo de Cristo em nossas vidas. A Bíblia nos diz, "O
Senhor firma os passos do homem bom" (Salmos 37:23), e o Espírito faz este
ordenamento. Ele deseja guiar e dirigir cada mover nosso.
Wilkerson
2005
Submissão ao Espírito Santo
Simplificando, devemos andar em total submissão ao Espírito Santo,
assim como Cristo andou em constante e absoluta submissão ao Pai. Jesus
testificou, "O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que
vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho semelhantemente o faz"
(João 5:19). "Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço,
julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim
a daquele que me enviou" (5:30). "Porque eu desci do céu, não para fazer a
minha própria vontade, e sim à vontade daquele que me enviou... eu vivo
pelo Pai" (6:38, 57).
Como seria possível achar que não temos de depender do Pai em
todas as coisas, quando Cristo mesmo disse que Ele o fazia? Como
enamorados por Jesus e seguidores dEle, deveríamos ousar pensar que
conseguiríamos fazer o que o nosso Salvador e Senhor não fez? Jesus
esperava no Pai, sempre buscando ter a mente de Deus.
Se formos honestos, iremos admitir que o céu é freqüentemente o
último lugar que buscamos quando buscamos orientação. Na maioria das
vezes, corremos atrás de conselheiros, ou gastamos horas no telefone com
amigos, buscando conselhos: "O que você acha? Será que é uma boa idéia
fazer deste jeito? Você acha que eu devo fazer isto?". É triste dizer, mas
recorremos ao Espírito Santo como última opção, se é que chegamos a tanto.
Um Sinal da Presença de Deus
Em Números 9, lemos de uma nuvem que veio e cobriu o tabernáculo
no deserto. Esta nuvem representava a constante presença de Deus sobre o
Seu povo. E para nós hoje, a nuvem apresenta-se como um tipo da operação
do Espírito Santo em nossas vidas.
De noite, a nuvem sobre o tabernáculo no deserto se tornava uma
coluna de fogo, um brilhar de calor em meio às trevas: "Assim era de
contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo" (Números
9:16).
Os filhos de Israel sempre seguiam esta nuvem sobrenatural, segundo
os dirigisse. Quando ela se levantava de sobre o tabernáculo, as pessoas
arrancavam as estacas e a seguiam. E onde a nuvem parava, o povo
também parava e levantava suas tendas. Eles se moviam ou paravam de
acordo com este claro direcionamento dela.
"Segundo o mandado do Senhor, os filhos de Israel partiam e,
segundo o mandado do Senhor, se acampavam; por todo o tempo em que a
nuvem pairava sobre o tabernáculo, permaneciam acampados. Quando a
nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel
cumpriam a ordem do Senhor e não partiam" (9:18-19).
Os israelitas eram cuidadosos em se mover apenas se a nuvem se
movesse, porque sabiam que isto era provisão de Deus para direção. Ela
poderia se mover todo dia, ou toda semana, e então não se mover por
meses. Mesmo assim, dia ou noite, o povo sempre se movia conforme ela os
direcionava.
"Se a nuvem se detinha sobre o tabernáculo por dois dias, ou um mês,
ou por mais tempo, enquanto pairava sobre ele, os filhos de Israel
permaneciam acampados e não se punham em marcha; mas, erguendo-se
ela, partiam. Segundo o mandado do Senhor, se acampavam e, segundo o
mandado do Senhor, se punham em marcha; cumpriam o seu dever para
com o Senhor" (9:22-23).
O Sinal no Novo Testamento
Aquela nuvem no tempo do Velho Testamento foi, enfim elevada ao
céu. Mas outra nuvem desceu do céu séculos depois, no Cenáculo em
Jerusalém. O Espírito Santo - o mesmo Espírito que tinha pairado sobre o
tabernáculo do deserto - veio e pairou sobre cerca de 120 adoradores que
tinham se reunido em um Cenáculo após a morte de Jesus. Esta nuvem
desceu ainda mais dentro daquela sala onde eles estavam assentados, e
pousou sobre suas cabeças repartindo línguas como de fogo.
A palavra grega para "repartir" significa "totalmente distribuído". Em
resumo, esta nuvem de fogo foi repartida e pousou em cada pessoa no
Cenáculo. Então as chamas possuíram o corpo das pessoas.
Naquele ponto, os seguidores de Jesus estavam "no Espírito", com o
Espírito Santo vivendo neles. Mas uma coisa é ter o Espírito habitando em
você, outra coisa é estar vivendo inteiramente em total submissão ao Espírito.
Você pode ser cheio com o Espírito Santo, mas isto não significa que você
está andando em obediência à Sua liderança e permitindo ser governado por
Ele.
Aplicação Prática para Hoje
Nós que amamos Jesus hoje também temos uma nuvem para seguir.
Nós podemos ser cheios com o Espírito Santo - orando e cantando no
Espírito, ou experimentando manifestações do Espírito - mas nós ainda
devemos nos comprometer a executar as ordens dEle. Se nós não
esperamos por sua direção em todas as coisas, nós simplesmente não
estamos andando no Espírito. As instruções de Paulo fazem esta distinção de
forma clara: "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" (Gálatas
5:25).
Pedi ao Senhor que me abrisse o significado desta frase de Paulo,
"andemos também no Espírito". Ao abordar este assunto, orei, "Senhor, faça
isto ficar claro e compreensível para mim". Eis como acredito que o Espírito
me respondeu: a chave de ouro para compreender nosso andar no Espírito
não é complicada. Não requer nenhum curso teológico. De fato, é tão simples
que muitos de nós não conseguimos ver. Logo, se formos capazes de
compreender esta verdade única, poderemos ingressar numa vida livre da
angústia, plena de orientação garantida, e marcada por um descanso
perfeito. O Espírito me impressionou com estas três palavras simples:
"Apenas diga sim!".
Apenas Diga Sim!
Tão logo esta frase reluziu em minha consciência, eu repliquei,
"Senhor, isso é realmente simples. Mas o quê significa?".
Isso nos leva de volta para o versículo que Paulo escreveu aos
Gálatas. O apóstolo ousadamente declara, "Porque quantas são as
promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o
amém para glória de Deus, por nosso intermédio" (2 Coríntios1:20). De
acordo com Paulo, o andar no Espírito começa quando damos um confiante e
teimoso "sim divino" para todas as promessas de Deus. Isto significa ter a
confiança inabalável de que Deus irá cumprir todas as promessas que há em
Seu livro para nós. Diz, "Pai, eu tenho lido Tuas promessas, e digo sim à
cada
uma
delas.
Eu
creio
na
Tua
palavra
para
mim".
Considere a admoestação de Tiago: "Peça-a, porém, com fé, não duvidando;
pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e
agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma
coisa" (Tiago 1:6-7).
Agora nós sabemos o que é um "sim divino". Então, o que Paulo quis
dizer com "Amém" no mesmo verso? A palavra significa, literalmente, "Que
assim seja. Você pode confiar nisto". No contexto da passagem, "Amém"
quer dizer, "Eu creio na Tua palavra para mim, Senhor. Que assim seja em
minha vida".
As Promessas de Deus
Avalie estas promessas que Deus tem feito para nós, e veja se a sua
resposta para elas e "Sim e Amém".
1.
O Senhor lhe confirmou, lhe selou, lhe encheu e ungiu
com o Seu Espírito Santo. "Mas aquele que nos confirma convosco
em Cristo, nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o
penhor do Espírito em nosso coração" (2 Coríntios 1:21-22).
Você não pode andar no Espírito até que creia que está cheio
do Espírito. E a verdade é, o Espírito Santo está conosco o tempo
todo, mesmo quando caímos no pecado. Na verdade, precisamos
dEle tanto quando erramos quanto quando fazemos o certo.
Eu lhe pergunto: são as promessas nesta passagem um
resolvido "sim e amém" para você? Não há a possibilidade de um
"talvez" em sua mente? Se todas as promessas do Senhor são sim e
amém, então elas devem ser assim em nossas vidas. Precisamos
determinar e definir: "Sim, o Espírito Santo vive em mim. Eu sou o
Seu templo santo. Portanto, não importa como eu posso me sentir no
dia-a-dia. O Santo Espírito veio sobre mim, encheu-me e ungiu-me".
2.
Jesus prometeu que o Espírito Santo habitaria "convosco
para sempre, a saber, o Espírito da verdade... esse vos ensinará
todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito"
(João 14:16-17,26). Em resumo, o Espírito enche a nossas mentes
com a verdade e nos guia por essa verdade. Então, você tem dado
um divino "sim" para estas promessas? Você é capaz de dizer,
"Amém, Senhor, que assim seja em minha vida"?
3.
Jesus prometeu que o Espírito seria a voz interior para
nos guiar, para glorificar Cristo em nós, e para nos mostrar coisas
que estariam para vir. "Quando vier, porém, aquele, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade... e vos anunciará as coisas
vindouras" (16:13). Você aindahesita quanto à uma tão grande
promessa poder ser verdadeira? Será que lhe parece ser bom
demais que o Espírito queira dirigi-lo em cada passo da sua vida? Ou
você pode dizer, "Sim, Senhor, que assim seja"?
4.
Deus prometeu proporcionar direção a você em todos os
seus caminhos. "Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele
endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:6). Você tem aceitado Sua
direção para as suas idas e vindas - literalmente, cada passo na sua
semana, no seu dia, e neste momento? Você está inteiramente
comprometido à forma de caminhar? Isto é sim e amém para você?
Protegido Pelo Espírito
Você pode se perguntar como eu: "Alguma proteção em relação à esta
minha caminhada? Como eu posso ter certeza de estar ouvindo a voz do
Espírito, e não outra?".
Primeiramente, o Espírito Santo não pode - e não irá - governar
qualquer crente que não esteja totalmente submisso à Sua vontade. O
Espírito fala para aqueles que estão preparados para obedecer a Sua voz. E
outra coisa preocupou-me enquanto eu estava cuidando deste vasto tema
sobre andar no Espírito. Se este andar envolve total confiança em ouvir Sua
voz e ser guiado por ela, como podemos estar protegidos contra sermos
enganados? Como podemos saber se estamos ouvindo a voz do Espírito, e
não a nossa própria, ou a do Diabo?
Estou convencido de que multidões de cristãos têm desenvolvido
dúvidas sobre ouvir o Espírito devido à más experiências no passado. Eles
questionam-se, "Como posso saber se desta vez é o Espírito que está
falando comigo? Eu pensei que O tinha ouvido claramente da última vez, mas
acabou não sendo Ele de forma alguma. Eu me senti sendo enganado".
Outros acabaram desviando-se devido às bizarras farsas destes que saem
dizendo, "Deus falou comigo".
Este importante assunto requer de nós outro poderoso "Amém" para
crer nas promessas de proteção de Deus.
A Promessa de Deus em Favor de Nossa Proteção
Paulo aponta que tal confiança demanda um ato de fé: "Embraçando
sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos
inflamados do Maligno" (Efésios 6:16). Esta é uma promessa vinda do Senhor
de que Ele irá nos escudar contra o engano e o erro.
A voz de Satanás constantemente grita todo o tipo de acusação contra
nós. E a única maneira de impedir estes dardos inflamados é nos voltarmos
para a promessa que Deus nos deu: que nenhuma arma forjada contra nós
prosperará. As armas de Satanás incluem condenação e mentiras, e o
Espírito Santo é fiel para expor todas elas a nós. A voz do inimigo lhe
encoraja a agir impulsivamente, sem verificar a palavra de Deus. Mas cada
palavra do Espírito será confirmada pela Bíblia.
Então vejamos a respeito da voz da nossa carne. Como o inimigo de
nossas almas, a carne clama por ser ouvida. Está sempre insistindo em
afirmar que está tudo bem satisfazer os seus desejos de vez em quando, que
tudo de que precisamos é um amigo para concordar conosco, e Deus irá
abençoar nossas decisões.
Mas o Senhor nos concede outra grande e preciosa promessa aqui. As
escrituras dizem que o Espírito luta dentro de nós contra tudo que é da carne:
"Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque
são opostos entre si" (Gálatas 5:17). Paulo está dizendo que a batalha contra
a carne não é para ser travada por nós. Somente o Espírito Santo pode
mortificar a nossa carne.
A voz do Espírito Santo irá encorajar você a levar a Sua palavra em
oração, e a confirmá-la na palavra de Deus. A nós foram dadas todas estas
promessas de proteção, para toda e qualquer situação. E elas nos estão
disponíveis a cada conflito que aparecer, não importando quão pequeno ou
grande. A qualquer hora que a carne ou o Diabo vierem como enchente, o
Espírito Santo é sempre fiel a elevar-se e esmagar o ataque, se nós
confiarmos nEle.
Uma Geração Sem Confiança
Hoje, toda uma geração de cristãos está tomando decisões sem
consultar o Espírito Santo. Muitos crentes estão agindo com medo e
desespero, sem fé nas promessas de Deus. Eles simplesmente decidem o
que fazer por conta própria, baseados no que pensam ser o melhor.
Qual é a conseqüência para tais crentes? O que acontece quando os
servos de Deus operam fora do completo governo do Espírito Santo - quando
planejam seus próprios planos, recusando render-se à liderança e direção do
Espírito Santo? Eles agitam um enxame de abelhas espiritual, trazendo não
descanso, mas sofrimento, dor e confusão.
A Voz Mansa e Suave
Houve muitas vezes em que não escutei a voz do Espírito. De fato, eu
poderia escrever um livro sobre todas as vezes que eu decidi fazer a minha
própria vontade, seguindo minha própria direção, e as coisas acabaram
terrivelmente mal.
Apesar disso, tenho aprendido ao longo dos anos a ouvir a voz mansa
e suave do Espírito. E me decidi a dizer "sim e amém" para o Seu absoluto
governo na minha vida. Sei que Ele me guiará à toda verdade, que me guiará
para onde queira que eu vá, e irá me mostrar coisas que virão as quais
deseja que eu conheça. Sim, eu posso testificar que tal vida é possível. E,
assim como Ele me ensinou, eu apenas digo sim. Você também?
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
15
__________
Ele Não Esmagará a Cana Quebrada - 15 de junho de 2005
(He Will Not Break a Bruised Reed)
David
de
junho
de
"Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a
minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o
direito para os gentios. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na
praça. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega;
em verdade, promulgará o seu direito. Não desanimará, nem se quebrará até
que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina"
(Isaías 42:1-4).
Essa passagem trata de Jesus. O Espírito Santo se move sobre o
profeta Isaías para trazer a revelação de como seria Cristo quando viesse. E
as palavras iniciais de Isaías aqui, "Eis aqui", sinaliza aos leitores: "Preparese para uma nova revelação sobre o Messias". A imagem que entra em foco
nestes quatro versículos é clara: Cristo não viria para forçar as pessoas a
ouvirem-nO. Não viria com altos ruídos ou clamores. Viria como um Senhor
terno e amoroso.
Vemos o cumprimento da profecia de Isaías em Mateus 12. Os
fariseus tinham acabado de promover um concílio planejando como poderiam
matar Jesus, tudo porque Ele havia curado um homem de mão ressequida no
sábado. Mateus conta que "Jesus, sabendo disto, afastou-se" (12:15).
Cristo não reagiu com raiva. Não O vemos se zangando com os que
planejavam Sua morte. Ele não era como os discípulos, que queriam invocar
fogo sobre os oponentes, mesmo Cristo podendo fazer isso. Ele poderia ter
convocado uma legião de anjos para tratar com os inimigos. Mas Jesus não
estava disposto a se vingar.
Foi esse espírito terno, diz Mateus, que revela o cumprimento da
profecia de Isaías: "Não contenderá, nem gritará, nem alguém ouvirá nas
praças a sua voz" (Mateus 12:19). Isaías estava dizendo basicamente, "O
Salvador não virá para forçar alguém a entrar em Seu reino. Não virá como
uma personalidade barulhenta, exaltada, dominadora. Não, Sua voz será
ouvida mansa, suave – no homem interior".
Wilkerson
2005
Então, o que Jesus fez após ter se afastado silenciosamente de
Jerusalém? Mateus diz que Ele imediatamente saiu da cidade e continuou a
curar todos que se agrupavam em torno dEle: "Muitos o seguiram, e a todos
ele curou" (12:15).
Pesquisando os registros dos evangelhos, vemos que é marcante o
número de vezes que Jesus operou milagres mas instruiu as pessoas assim:
"Não conte isso para ninguém. Isso não pode espalhar". Após curar dois
cegos, Cristo diz a eles para guardarem o segredo para si próprios:
"Jesus...os advertiu severamente, dizendo: Acautelai-vos de que ninguém o
saiba" (9:30). Após ter alimentado uma multidão de 5.000 pessoas, e de as
pessoas tentarem forçá-Lo a ser rei, "Retirou-se novamente, sozinho, para o
monte" (Jo. 6:14-15).
Veja, Jesus não queria que as pessoas O seguissem devido aos
milagres. Ele queria a devoção delas por Suas palavras haverem capturado
seus corações. Ele queria que a humanidade toda, incluindo cada uma das
futuras gerações, soubesse que Ele veio ao mundo não como juiz, mas como
Salvador: "Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que
julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele" (Jo. 3:17).
Avalie Agora a Ternura de Jesus em Duas
Áreas:
Em Relação ao Nosso País e a Um Mundo de Pecado,
E Em Relação ao Seu Próprio Povo
Ouço hoje uma pergunta feita por muitos crentes: "Por que Deus não
levou o nosso país à condenação? Por que não trata conosco segundo os
nossos pecados? Ele deu 120 anos de advertências à geração de Noé, mas
após isso Ele disse: 'Chega', e trouxe o dilúvio. Deus tem sofrido os pecados
desse país já por muito tempo, então por que não vemos Seu justo
julgamento sobre nós?".
Amo esse país, e por nada quero ver a condenação final de Deus
sobre nossa nação. Eu de longe preferiria desfrutar da longanimidade do
Senhor. Não quero ver lágrimas nos olhos de meus filhos e netos por tudo
que virá sobre uma sociedade como a nossa. Mas, como muitos cristãos,
estou totalmente surpreso pelo julgamento de Deus ter sido adiado.
Efetivamente creio que estamos vendo inícios de condenação. Vejo
terríveis calamidades tendo lugar no mundo como avisos. Ainda assim, pelo
fato de a economia de nosso país ainda não haver entrado em colapso, e por
ter sido capaz de funcionar como funciona, parecemos desmoronar de crise
em crise, mas recebendo chance ou oportunidade após oportunidade.
Estou convencido de que há apenas uma resposta à essa
perplexidade: é devido ao carinho e à longanimidade de nosso Salvador.
Vemos prova na profecia de Isaías: "Não esmagará a cana quebrada, nem
apagará a torcida que fumega" (Isaías 42:3). O nosso país se tornou um país
de canas quebradas!
A cana é uma haste alta, ou uma planta com caule oco, geralmente
encontrada em área alagadiça ou junto a manancial de água. É uma planta
flexível, então pode se dobrar facilmente quando atacada por ventos altos ou
água corrente. Mas a cana só se dobra até um certo ponto, após o qual
finalmente se quebra e é levada pela correnteza. Como uma cana em clima
tranqüilo, os Estados Unidos no passado se mantinham orgulhosos e
elevados, plenos de propósitos e promessas. A sociedade toda honrava
Deus, e a Bíblia se mantinha como o padrão das nossas leis e de nosso
sistema judicial. Até mesmo no meu tempo, os livros de escola consistiam de
lições e histórias da Bíblia. Jesus era entendido como o Filho de Deus,
Aquele que concedia favores e incontáveis bênçãos ao nosso país.
Contudo, em nossa prosperidade, nos tornamos como o antigo Israel,
orgulhosos e ingratos. E caímos muito em pouco tempo. Deus foi afastado
dos nossos tribunais de justiça, de nossas escolas; Seu nome zombado e
ridicularizado. Em Nova York, um professor pode pôr uma cópia do Alcorão
ou mesmo a revista Playboy sobre a mesa, mas se trouxer uma Bíblia para a
classe, poderá perder o emprego. A nossa sociedade perdeu inteiramente
seu referencial moral. Como resultado, esse país que no passado se
destacava, agora se mostra inválido, como uma cana quebrada.
Até o americano mais endurecido e ímpio de hoje sabe que esse país
se torna mais corrupto à cada hora. Todos sabem que estamos fazendo hora
extra em termos de tempo a mais que nos foi concedido. Quanto tempo ainda
irá durar um império que mata seus recém nascidos...onde pais estupram as
próprias filhas, mães molestam os filhos, o abuso de crianças se torna uma
desgraça nacional...onde policiais cometem suicídio devido ao medo e ao
desespero (onde oito deles morreram recentemente, só em Nova
York)...onde tantos adolescentes se barbarizam... onde tudo que reflita Deus
e Cristo não só é ignorado, como também é vítima de cruel zombaria?
Quanto tempo pode continuar durando violência, assassinato, assédio?
Se recebêssemos o que merecemos, os Estados Unidos já estariam
reduzidos à ruínas, devastados pela anarquia. Mas Isaías diz que nosso
amoroso Senhor não esmagaria a cana quebrada. E mesmo estando o nosso
país derrubado em total confusão, dobrado e quebrado por nossos tantos
pecados, nós ainda não fomos esmagados. Em Sua ternura, o nosso Senhor
ainda não deixou que isso acontecesse.
O Próprio Jesus Nasceu Dentro de Uma Sociedade Quebrada
Quando Jesus veio ao mundo, Israel vivia sob o opressivo governo de
Roma. Os judeus suportavam terríveis cargas de impostos e das leis
romanas. Enquanto isso, sacerdotes vorazes se aproveitavam
financeiramente das viúvas e órfãos. Os humildes eram zombados e
ridicularizados, e o povo ficava cego pela corrupção. É por isso tudo que
muitos profetas disseram que Cristo viria em uma hora de escuridão,
trazendo grande luz.
Jesus veio à uma sociedade possuída pela hipocrisia e pelo pecado
desenfreado. Contemplando a situação do país, Ele chora sobre Jerusalém,
profetizando que a casa de Israel seria desolada. Ainda assim Ele deu à essa
sociedade mais setenta anos de pregação do evangelho. E seriam anos
cheios de testemunhas ungidas pelo Espírito andando pelas ruas, operando
milagres, pregando esperança e arrependimento, e entregando um poderoso
chamado para o reino. Jesus simplesmente não esmagaria a vara quebrada,
na qual Israel se tornara.
No momento atual, eis o retrato do nosso país: uma sociedade
totalmente quebrada em sua moralidade. Somos também uma nação com
depressão, distúrbios, com pessoas vivendo em temor e em agonia mental.
Há mais psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e conselheiros do que
nunca, contudo não conseguem atender todos que pedem pelo menos uma
só hora de ajuda. Até mesmo na igreja isso é real: os conselheiros cristãos
por todo lado estão sobrecarregados pela pressão das pessoas buscando
auxílio em seus problemas.
As nossas crianças estão sendo quebradas por famílias que se
destroçam, pelo abuso, por assédio. Os adolescentes sendo quebrados pela
imoralidade, pelo materialismo, pelo desligamento. Satanás lançou um dilúvio
do mal sobre a terra, e deixou no rastro um povo arqueado e quebrado.
Boa parte da própria igreja tem esse mesmo espírito quebrado. Lendo
cartas e mais cartas, vejo cristãos morrendo em mega-igrejas onde não se
prega mais sobre o pecado e a justiça. Eles sentem-se perdidos, e se
perguntam: "Onde posso achar adoração verdadeira? Aqui não há um senso
da presença de Cristo. Não há quebrantamento". Os pastores também
escrevem: "Irmão David, eu me desviei". O jornal New York Times há pouco
trouxe uma história sobre uma igreja Pentecostal de 10.000 membros cuja
mensagem é, "Estamos aqui para lhe deixar feliz". Mas é uma mensagem
que traz falsa esperança e só alívio temporário.
"Nem apagará a (cana) torcida que fumega" (Isaías 42:3). Em algum
lugar desse país, Deus vê pavios ardendo lentamente. São pavios que no
passado estavam em chamas e fervor por Seus propósitos e interesses. Mas
agora mal fumegam.
Será
Que
ao
Olhar
para
o
Nosso
Deus Vê Só Uma Pequena Fagulha de Devoção Restando ?
País,
Será que ainda há um povo que se lembra do Senhor, e esteja
disposto a se colocar em favor do Seu nome? Haveria ainda um pequeno
remanescente que lutará para reacender a chama da justiça de Deus?
O Senhor diz: "Se Eu vir um pavio queimando lentamente não o
apagarei. A chama pode estar ausente, sem aparência de fogo, mas se Eu
ainda vir cinzas brilhando, não permitirei que cessem. Enquanto ouvir até
mesmo um débil clamor da parte de servos fiéis em alguma parte, não
permitirei que a cana quebrada seja esmagada".
Deus ainda não desistiu de nós. Mas o fato é: vivemos num tempo de
terna misericórdia. Vejo isso por todos os lugares por onde viajo,
especialmente na Europa. Esse continente é muito mais secular que os
Estados Unidos - uma terra que por escolha própria se tornou totalmente
herege. Caminhando pelas ruas em alguns países, você sente um espírito do
anticristo, uma arrogância contra Deus. A Suécia é agora um dos países de
maior afluxo na Europa, e quanto mais rica fica, mais apóstata se torna. Ao
mesmo tempo, a igreja evangélica lá corre o perigo de se tornar apática em
seu caminhar com Cristo. A Irlanda, um país que durante décadas sofreu com
uma pobreza atroz, agora está se tornando mais próspera. Porém o clima
espiritual lá também é de apatia, com o secularismo se infiltrando. A
impressão é a de que a atitude na Europa é, "E daí se vier o juízo? Deixe isso
pra lá; comamos, bebamos e vamos curtir". Inexiste senso de urgência, de
necessidade de Deus.
Creio que nesse momento o Senhor está trazendo uma clara
mensagem para o mundo todo. Ele tem poder para deter qualquer ataque
terrorista na hora que quiser; Ele pode simplesmente proferir uma palavra, e
anjos anulariam todo o poder do mal. Porém escolheu enviar ou permitir
calamidades internacionais, e todas sinalizam que estamos dentro de Seu
tempo de terna misericórdia.
Entenda o Carinho do Senhor Por Seu Povo
Vimos o que Jesus fez quando saiu de Jerusalém: "Muitos o seguiram,
e a todos ele curou" (Mateus 12:15). Nesse curto versículo, vemos o
cumprimento da profecia de Isaías, "Não esmagará a cana quebrada" (Isaías
42:3).
A palavra "quebrada" tem inúmeras definições. Significa machucada,
moída, triturada por mágoas, amassada devido à expectativas não
realizadas. Em meu espírito, sinto que há muitos dentre o povo de Deus que
necessitam de uma palavra quanto às ternas misericórdias de nosso
Salvador, pois eles próprios se transformaram em canas quebradas.
Toda semana, cristãos sinceros e consagrados vão à igreja para
elevarem suas vozes e suas mãos em adoração ao Senhor. Contudo muitas
destas mesmas pessoas foram profundamente quebradas, e estão à beira da
ruptura. O fogo em seus corações chegou a um declínio tamanho, que a
única coisa que lhes sobra é uma mínima fumaça.
Um casal muito dedicado e que há pouco voltou do campo missionário
me escreveu, relatando o quanto foram quebrados. Anos atrás, eles deixaram
tudo que tinham para passar sete anos no exterior, ministrando e entregandose inteiros. Quando retornaram, nada tinham, tendo deixado toda sua
substância na terra à qual foram chamados.
Agora, procurando emprego, todas as portas lhes foram fechadas.
Tanto o marido quanto a mulher eram formados, e muito competentes. Toda
vez que enviavam seus currículos eram colocados nas alturas. Mas mesmo
sendo tão talentosos, eram rejeitados sempre, acabando como segunda ou
terceira escolha.
Finalmente, uma companhia cristã chamou o marido para entrevista, à
uma função para a qual estava bem qualificado. A companhia ficou adulandoo o dia todo, e garantiram que a vaga era dele. Mas uma vez mais, o
emprego
foi
para
outra
pessoa.
O casal está agora com o coração e o espírito tremendamente quebrados. E
se perguntam: "Fielmente entregamos nossas vidas para o campo
missionário. Nada há em nosso viver que poderia entrar em controvérsia com
Deus. Temos orado, e crido. Então, por que chegamos a esse ponto?".
Se você quer ver um exemplo bíblico de alguém profundamente
quebrado em corpo e espírito, veja o profeta Elias. Esse homem chegou a um
ponto de ruptura integral.
Elias conhecia Deus e havia ouvido a Sua voz como poucos o fizeram.
Suas orações abriam e fechavam os céus. Possuía tanta autoridade espiritual
que destemidamente se confrontou com 400 sacerdotes idólatras de Baal, e
os matou com as mãos. Estava tão cheio do Espírito de Deus que foi mais
rápido do que uma carruagem por cerca de trinta quilômetros.
Porém, após todas estas façanhas, Elias é informado que a rainha
Jezabel o persegue para matá-lo. O medo cai sobre o poderoso profeta, e a
próxima vez que o vemos, ele está assentado em exaustão sob um arbusto
de zimbro, afundado e sem coragem.
O poderoso profeta de Deus havia sido quebrado mental e fisicamente.
Elias deve ter pensado, "Por que isso está acontecendo comigo? Por todos
estes anos a mão de Deus esteve sobre mim, e O vi operando milagre após
milagre. Mas agora estou nessa situação desesperadora, e sendo provado
além da minha capacidade humana".
O mesmo homem, que no passado se levantava contra os poderes do
inferno e invocava o fogo de Deus, agora chora em angústia: "Basta; toma
agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais" (I
Reis 19:4). Elias explode, gritando: "Deus, não agüento mais".
Algumas
Pessoas
Em
Baixo
do
Desgastados Demais Para Orar
Estão
Zimbro
Nesse
de
Momento
Elias,
Talvez você tenha chegado a esse ponto de quebradura, a um
momento definitivo de ruptura. Você tem vivido como servo fiel, orado com
diligência, e conhece a voz de Deus. Teve vitórias no passado, e ama
profundamente o Senhor. Mas agora se quebrou em profundidade, e está
ferido como nunca antes na vida, e não consegue sequer orar.
E você pensa, "Busquei a Deus fielmente, me aprofundei na Palavra,
orei com fervor. Mesmo assim essa provação caiu sobre mim sem nenhum
motivo, e agora a minha alma está abatida como nunca vi igual na vida". E
nesse momento nem tem mais lágrimas. Sua aparência e sua sensação são
de desgaste, desencorajamento, de rejeição e solidão. Como Elias, você se
curvou sob uma árvore de zimbro; está inerte e sofrido, se agarrando à vida.
Amado, o caminhar cristão é combate. Significa batalhas, desgastes,
ferimentos, e um inimigo feroz disposto a nos destruir. Quando você está
deprimido e roto como Elias estava, se torna lento e sonolento. E é
exatamente quando se torna mais vulnerável a pensamentos condenatórios.
A sua frágil consciência lhe diz: "Você não está orando como antes. Você não
estuda a Palavra mais. Está seco, morno, o fogo acabou, e você
simplesmente não dá bom testemunho. Agora deixou que Satanás lhe
roubasse a paz dada por Deus. Você não tem mais jeito. Pensando bem, a
tua natureza carnal não muda mesmo".
Após isso, a Palavra de Deus lhe tentará. É exatamente o acontecido
com José (do Egito): lemos que até que chegasse o tempo certo, a Palavra
do Senhor o tentou. E isso agora estava acontecendo com Elias também.
Igualmente, quando chega a nossa hora de sermos moídos, quando chega o
momento de ruptura total, acontecerá conosco também. A nossa consciência
nos surrará com a Palavra que escondemos no coração.
Pense no seguinte. Por toda as escrituras lemos: "Não tenha preguiça.
Ore com fervor e seriedade, buscando a Deus enquanto se pode achar.
Entregue-se à oração e à Palavra. Remindo o tempo. Cuide-se da preguiça
das virgens loucas. Deus diz que o Seu povo O esqueceu há tempos sem
fim".
Todas estas passagens e princípios chegam correndo à nossas
mentes nos momentos de quebradura. E achamos: "Desapontei ao Senhor.
Não obedeci a Palavra". Sua hesitante fé é o pavio ardendo, e o diabo está
ansioso por vê-lo apagado.
Como Elias, ficamos tão cansados e sem coragem, que tudo que
queremos é dormir. As escrituras dizem que foi exatamente o que esse
piedoso homem fez: "Deitou-se e dormiu" (I Reis 19:5). Ele simplesmente não
agüentava mais levar aquela carga.
Mas o Senhor não repreendeu Elias por isso. Deus sabia que Seu
servo tinha chegado ao ponto de ruptura. Vejo nosso precioso Pai
comentando sobre Elias: "Olhe esse homem fiel, quebrado e sofrido. Ele
chegou ao fim da linha, e não consegue mais explicar a ninguém a sua dor.
Eu lhe prometi: 'Não esmagarei a cana quebrada'".
Então, o que aconteceu? "O anjo do Senhor, tocou-o (Elias) e lhe
disse: Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo" (19:7).
Cá está uma incrível palavra para toda cana quebrada que estiver
lendo essa mensagem. Não importa o quanto está quebrado, o quanto se
dobrou diante do dilúvio de provações. Deus lhe fez uma promessa: "Você
não será esmagado. Não permitirei que tua chama se apague. A tua fé não
será apagada".
Prezado santo, essa mensagem lhe veio dos céus. Você está sendo
tocado por uma palavra que lhe chama: "Levante-se agora. Deus não está
bravo contigo. E Ele não te desapontará. Ele sabe que essa situação é
grande demais para você resolver. Ele lhe concederá força sobrenatural. Ele
vai dar o quê você necessita para prosseguir".
Em quarenta dias e noites, Elias foi lentamente sendo restaurado. Dia
após dia, ele ainda labutava, com força suficiente apenas para cada dia.
Finalmente, chega o dia em que o Senhor diz: "O que você está fazendo
escondido nessa caverna, Elias? Não posso deixar você se entregar a esse
tipo de desespero, e vê-lo dominando a sua vida. Eu te restaurei com Minha
amorosa paciência. E agora vou lhe dar Minha orientação".
Que
Palavra
Para Lhe Tirar de Sua Caverna?
Você
Precisa
Ouvir
Você espera ouvir uma palavra áspera em meio à essa sua situação
de quebra? As escrituras dizem que durante o tempo que Elias estava na
caverna, "um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as
penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento" (I Reis
19:11). Deus não estava nessa mensagem.
Você espera que a sua alma seja chacoalhada por um grito para
despertar? "Depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no
terremoto" (19:11). Você espera ouvir uma palavra flamejante? "Depois do
terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo" (19:12).
Deus conhece exatamente o tipo de palavra que você necessita
quando está quebrado. E não é uma palavra de condenação, não é uma
palavra dura, não é um sermão fervendo. Eu creio que nessa passagem o
Senhor está dizendo: "Quando você está aniquilado pelas provações, não te
tratarei com dureza". Não, Elias necessitava uma palavra suave e de
bondade. "Depois do fogo (veio) uma voz mansa e delicada" (19:12). Alguns
manuscritos traduzem essa frase como "um cicio tranqüilo", significando,
"uma brisa suave, refrescante".
Essa mesma voz delicada, mansa e suave vem a nós hoje, do coração
do Pai. E a sua mensagem é a mesma: "Vistes que...o Senhor é cheio de
terna misericórdia e compassivo" (Tiago 5:11).
"O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno.
Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não
nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas
iniqüidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua
misericórdia para com os que o temem...Como um pai se compadece de seus
filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem" (Salmo 103:8-11,13).
Eis a sua palavra de libertação: levante-se e confie! Chegou a hora de
crer que Jesus está com você em sua tempestade. Ele lhe dará força para
suportá-la.
Não acredite na mentira de que você vai ser esmagado. O diabo não
terá a palavra final. O Senhor diz: "Não importa o quão quebrado se sinta,
não permitirei que você seja esmagado. Não permitirei que o fogo se apague.
O Meu Espírito soprará sobre as cinzas, e as tuas chamas por Mim voltarão".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Está na Hora
(It´s Harvest Time)
Por
02
__________
de
da
Colheita
David
maio
-
05
de
maio
de
2005
de
"Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam
aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a
seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são
Wilkerson
2005
poucos. Rogai, pois, ao senhor da seara que mande trabalhadores para a sua
seara" (Mateus 9:36-38).
Jesus declara, "Os campos estão maduros, e a colheita é abundante.
Está na hora de começar a colheita". Naquele momento, a grande e última
colheita espiritual começou. Começou como colheita dentre os judeus e
gentios da geração de Jesus. E essa mesma colheita vai durar até a volta de
Cristo.
Quando leio essa passagem me pergunto: o quê Jesus viu naquele
tempo que O levou a dizer, "A colheita está pronta, está na hora de colher"?
Será que Ele viu um despertamento espiritual em Israel? Estaria havendo um
avivamento nas sinagogas? Os sacerdotes estavam se voltando a Deus? Os
escribas e fariseus estariam se vendo convencidos de culpa diante de Deus?
Que prova havia de que a colheita estava madura?
Os evangelhos não revelam muitas evidências de algum mover
espiritual em direção a Deus. Se é que revelam algo, mostram o oposto.
Jesus era zombado nas sinagogas; os líderes espirituais do país O
rejeitavam, questionando Sua integridade e divindade; uma multidão religiosa
tentou lançá-Lo sobre um penhasco. E o próprio Cristo repreendeu as
cidades de Israel por não se arrependerem diante de Sua mensagem: "Ai de
ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida, Tiro, Sidom! Ai de ti, Cafarnaum!".
Já as multidões, estavam confusas em caótico desespero. As
escrituras nos dizem, "Quando as viu... estavam aflitas e abatidas, como
ovelhas sem pastor". Era uma sociedade cheia de medo, opressão,
depressão; as pessoas corriam de um lado para o outro como um rebanho
disperso, procurando ajuda em qualquer lugar onde pudessem ir. Ainda
assim foi nesse tempo de grande aflição que Cristo declarou, "Os campos
estão maduros, e a colheita é farta".
Você acha que as palavras de Jesus quanto a uma ceifa madura se
aplicam hoje? Onde vemos evidências de os campos estarem brancos e
prontos para serem colhidos? As nações estão se arrependendo? Está
havendo um grande mover em nossa sociedade? E a igreja organizada está
despertando? Os líderes religiosos estão famintos por avivamento, buscando
novamente Cristo? Há um grito por santidade nessa geração?
Com poucas exceções, não vejo nada disso acontecendo. Contudo,
não foi nenhuma dessas coisas que tocou Jesus em Seu tempo. Antes, Ele
foi tocado pela triste situação que via por todo lado. Para todo lado que
olhava, as pessoas estavam batidas pela agonia.
Em verdade, ao olhar sobre Jerusalém, Ele chora. Suas lágrimas
foram pela dureza e pela cegueira espiritual que viu lá. Lá estava um povo a
caminho do juízo, sem paz, só com temor e depressão. E Ele profetizou em
cima desta cena, "A sua casa será assolada".
Jesus na verdade nos dá um quadro de como seriam os últimos dias.
Ora, esse período começa na Sua ascensão, e acaba somente quando Ele
volta. Estamos muito perto disso agora. E Jesus o descreve aos discípulos
quando Lhe perguntam quais sinais deveriam buscar. Eles queriam saber a
situação das coisas ao se aproximarem aqueles que seriam definitivamente
os últimos dias.
Cristo respondeu falando de fomes, terremotos, tribulações, nações
divididas. Falsos profetas e falsos cristos enganariam a muitos e levariam
multidões a se apostatarem. Os crentes seriam odiados apenas por
mencionarem o nome de Cristo. E o amor de muitos esfriaria, com alguns se
desviando devido ao ousado crescimento do pecado e da corrupção.
"Haverá...angústia entre as nações em perplexidade por causa do
bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e
pela expectativa das cousas que sobreviverão ao mundo; pois os poderes
dos céus serão abalados" (Lucas 21:25-26). Resumindo, Jesus está
descrevendo aqui o período mais cheio de ansiedade, depressão e pressões
de todos os tempos.
Então, estarão Suas profecias acontecendo agora mesmo, diante de
nossos olhos? Pense nisso: esta geração está cheia de ansiedade e
preocupações. Multidões se atemorizam observando desastres incríveis
ocorrendo: furacões, terremotos, tsunamis, desmoronamentos. Nações
inteiras tremem de medo diante da ameaça do terrorismo. E a síncope
cardíaca é o assassino número um no mundo atualmente. Falsas religiões,
falsos profetas, falsos cristos estão desviando a muitos. Milhões de pessoas
estão se voltando para o Islamismo, e nação após nação sendo infiltrada
pelos muçulmanos. Alguém teria de estar em total negativismo se não visse
que tudo que pode ser abalado nesse momento, está sendo abalado.
Em meio à essa reviravolta e agitação, ouço as palavras de Jesus: "Os
campos estão brancos. A colheita é abundante". Estou convencido de que
Ele está dizendo à igreja: "As pessoas estão prontas para ouvir. Essa é a
hora de crer para a colheita. Chegou o momento de você começar a colher".
Cristo é o Senhor da colheita. E se Ele declara que a ceifa está
preparada, temos de acreditar. Não importa o quão corrupta esta geração se
torne. Não importa o quão poderoso Satanás pareça ter se tornado. O nosso
Senhor está nos dizendo: "Pare de se concentrar nas dificuldades ao redor.
Pelo contrário, levante os olhos. Chegou a hora de você ver que a colheita é
chegada".
Jesus
Compreendeu
o
Coração
do
Homem,
Sabendo que Nos Esquecemos de Deus em Tempos de Prosperidade
Cristo sabia que em tempos de pressão e calamidades, as pessoas
são forçadas a enfrentar a eternidade. Sofrimento, medo e períodos difíceis
amadurecem o povo para ouvir e receber o evangelho. Veja o contexto de
Suas palavras: "Vendo ele as multidões...porque estavam aflitas ...E então,
se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande" (Mateus 9:36-37,
sublinhado meu).
Essa verdade tem sido demonstrada ao longo de toda a história do
povo de Deus. Moisés repreendeu sua geração dizendo, "Deus guiou vocês.
Aumentou os seus números. E grandemente os abençoou, lhes dando
campos verdejantes, mel, manteiga, leite, ovelhas, óleo, frutas. Mas vocês se
enriqueceram e se rebelaram. Vocês subestimaram a Rocha da sua
salvação, e A desprezaram".
"Mas, engordando-se o meu amado, deu coices; engordouse...abandonou a Deus, que o fez, desprezou a Rocha da sua salvação"
(Deuteronômio 32:15).
As escrituras nos dizem que Israel foi rebaixado após isso. Contudo,
na tribulação, eles invocaram o Senhor, e Ele os livrou: "Então, na sua
angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (Salmo
107:6, sublinhado meu).
Veja também o testemunho de Davi: "Laços de morte me cercaram,
torrentes de impiedade me impuseram terror. Cadeias infernais me cingiram,
e tramas de morte me surpreenderam. Na minha angústia, invoquei o Senhor,
gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o
meu clamor lhe penetrou os ouvidos" (Salmo 18:4-6, sublinhado meu).
Problemas, angústias e perplexidade sempre geraram gritos de
socorro. Esse tem sido o padrão ao longo dos séculos. Você se lembra o que
aconteceu após a queda das torres gêmeas em Nova York: as igrejas ficaram
abarrotadas. Reuniões de oração foram promovidas no Estádio Yankee.
Líderes do Congresso se reuniram nos degraus do Capitólio em Washington,
orando e cantando, "Deus Salve a América". Por uma temporada, Deus foi o
assunto do país. O medo e a pressão fizeram as pessoas pensar em
encontrar a verdade. E isso resume a lei da colheita: QUANTO MAIS
NEGROS OS DIAS, MAIS BRANCA É A COLHEITA.
Na Indonésia e no Sri Lanka, muçulmanos radicais tinham se recusado
a permitir que qualquer estranho entrasse no território. Mas após a tragédia
do tsunami, muitos abriram as portas para obreiros cristãos de apoio. Por
que? Porque Deus viu campos que estavam brancos e prontos para a ceifa.
O fato é: país algum está fechado para Cristo. E povo algum é
inalcançável. Poder religioso algum sobre a terra pode parar a colheita. É por
isso que Jesus diz para não temermos, mesmo que os montes caiam no mar.
Pense nos cataclismos ocorridos na história mundial recente. Os
comunistas na Rússia acharam que tinham livrado seu país de Deus. Mas
Jesus teria lhes dito, "Vocês apenas conseguiram ajudar a colheita". Cristo
está vivíssimo e operante hoje na Rússia.
A China também tentou proibir Deus, apenas para amadurecer uma
colheita de milhões de crentes. Recentemente, a Ucrânia saiu de mãos
corruptas, e está sendo dirigida por um homem que fala de Cristo. O jornal
New York Times agora chama a Bielorússia de o país mais dominado por
comunistas de toda a terra, contudo os cristãos de lá estão orando para que
essa nação seja a próxima. Deus viu todos estes campos como brancos para
a ceifa!
Esse
Mesmo
Princípio
ao Longo de Toda História de Israel
Foi
Verdadeiro
Quando Moisés disse ao faraó, "Deixe ir o meu povo", foi porque Deus
havia anunciado tempo de colheita. Tinha chegado a hora de Israel se libertar
do cativeiro. Mas o faraó respondeu, "Quem é o Senhor para que lhe ouça eu
a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a
Israel" (Êxodo 5:2).O faraó representa o sistema demoníaco de Satanás,
incluindo as falsas religiões e a opressão que prende o povo em cativeiro.
Antes que Israel pudesse ser liberto, os poderes das trevas teriam de
ser abalados. Então Deus atacou o Egito com nove calamidades naturais.
Mas essas nove tragédias apenas endureceram o coração do faraó.
Finalmente, veio uma calamidade tão devastadora, que todos no Egito desde o governo até os cidadãos comuns - souberam que não se tratava
apenas de a natureza fora de controle. Era Deus falando. O Senhor havia
enviado um anjo da morte. E uma noite, o filho mais velho de toda família
egípcia morreu. O filho do faraó foi incluído entre eles.
Bem no dia seguinte, Israel desfilou saindo do Egito. Cá estava a ceifa
vinda imediatamente antes do juízo. Séculos depois, quando Jesus anunciou
a colheita madura em Jerusalém, Ele sabia que o juízo estava preste a vir.
Alguns anos após, o general Tito e seu exército invadiriam a cidade, e
1.200.000 pessoas seriam mortas. Muitos seriam presos à cruzes, e a própria
cidade seria queimada. É por isso que Jesus advertiu Sua geração: "Vocês
dizem que faltam quatro meses para a ceifa. Mas lhes digo, a colheita tem de
começar agora. Vocês precisam estar na vontade de Deus, pois a maior
calamidade está às portas. Eu os estou comissionando para terminarem a
Minha obra. O tempo de começar a colheita é hoje".
Como Jesus descreveu a calamidade que viria? "Porque nesse tempo
haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não
tem havido, nem haverá jamais" (Mateus 24:21). Porém, antes dessa
calamidade chegar, haveria a hora da colheita.
O
Conceito
de
"Colheita"
Para o Movimento de Crescimento da Igreja dos Anos 80
Foi
Básico
Há mais de duas décadas, os especialistas em crescimento da igreja
começaram a se concentrar em novos métodos para produzir a colheita.
Declararam, "A igreja deixou de ser relevante para a sociedade moderna.
Está muito tradicional, inatingível, e precisa ser atualizada. Temos de nos
tornar mais contemporâneos. Não podemos mais nos dar ao luxo de pensar
pequeno".
Então os anos 80 foram proclamados como sendo "A Década da
Colheita". E a partir daí nasceu o movimento "sensibilidade com aqueles que
procuram", das mega-igrejas. Quase da noite para o dia, igrejas enormes
começaram a brotar por todo o país. Muitas destas igrejas de repente tinham
membros aos milhares ou dezenas de milhares. Algumas construíram
dependências lembrando shopping centers, incluindo restaurantes e outras
conveniências.
O que era chamado de "pensar pequeno" foi substituído pelo
raciocínio corporativo. Os princípios morais das pessoas não deveriam mais
ser desafiados. Pelo contrário, a igreja deveria se tornar "centrada nas
necessidades", ministrando às necessidades das pessoas segundo estas
indicavam em pesquisas.
Os cultos de adoração incorporaram as tecnologias mais recentes,
"modernizando" a música e oferecendo produções teatrais. Os pastores
ilustravam os sermões com clips dos filmes mais recentes, alguns destes
filmes com restrições a menores de 17 anos segundo a lei americana.
Parecia que a grande colheita estava a caminho.
Mas a "Década da Colheita" provou estar sendo construída sobre o
alicerce errado. Um pastor chamado William Chadwick dirigia uma igreja que
teve sucesso com esses princípios. Mas com o tempo, começou a sentir-se
culpado por estar tão concentrado em números. Ele escreveu um livro
chamado "Stealing Sheep" (roubando ovelhas), no qual cita estatísticas
alarmantes.
O aspecto mais notável foi que, em dez anos, não houve crescimento
apreciável entre as igrejas evangélicas. Pelo contrário, as mega-igrejas foram
constituídas, em sua maioria de transferências de igrejas menores. As
pessoas iam a busca da nova adoração estimulante e moderna, e
da programação alimentar para os bebês. Muitos destes que "mudaram"
eram pentecostais.
Pior, o movimento das mega-igrejas teve um efeito terrível sobre as
igrejas menores. Estas não tinham os recursos para competir com igrejas
gigantescas, que ofereciam todos os tipos de avanços e rebuscamento com
sua programação centrada nas necessidades. Lentamente, o número das
igrejas menores foi diminuindo, e muitas acabaram fechando as portas.
Um recente estudo feito pelo respeitado Grupo de Pesquisas Barna
mostra que a igreja não só está estagnada, como está piorando. Um fato
alarmante é que o número de jovens que freqüenta a igreja agora é menor do
que antes. Simplificando, o movimento de crescimento da igreja acabou indo
para trás em vez de para frente.
Finalmente, há uma estatística que me assusta mais do que qualquer
outra. Ou seja, só um número diminuto de cristãos alguma vez ganhou uma
alma para Cristo. Isso atualiza as palavras de Jesus de que "os trabalhadores
são poucos".
Em toda cidade por onde viajo atualmente, os pastores me perguntam
como construir uma igreja forte, que cresça. Olho essas cidades, e vejo
vizinhanças pobres, assustadas com as pessoas oprimidas pelo pecado. Sei
que Deus promete nos capacitar como ministros, se simplesmente entrarmos
nesses campos de colheita que estão por perto, para colher almas. Pode-se
construir uma grande igreja com estes pobres e fracos que estão sendo
libertos do cativeiro de Satanás.
Alguns anos atrás, encontrei a colheita madura no gueto. Aconteceu
quando fui às redondezas onde viviam os líderes das gangues, os viciados,
as viúvas pobres, os alcoólatras e as prostitutas. Agora, alguns dos mais
fortes ganhadores de almas que conheço são antigos membros de gangues
como Nicky Cruz (http://www.nickycruz.org). Por todo o mundo, eles estão
ganhando multidões para Cristo.
Imagine a Cena No Último Dia que Jesus Passou na Terra
Suponhamos que um pouco antes da ascensão de Jesus - ao antever
a igreja e a colheita antes de Sua volta - Ele previsse uma queda. Sua alma
então sofre, pois vê a apostasia crescente. Em vez da ceifa dos campos
brancos, o Seu povo gasta o tempo e a energia procurando o sucesso
do mundo e coisas materiais.
Então Jesus diz ao Pai, "Eles não vão fazer a colheita. Os campos
brancos permanecem adormecidos. Enviarei um exército de anjos para fazer
a ceifa". O Pai concorda, e subitamente milhares de seres celestiais
aparecem na terra, irradiando um brilho sobrenatural. A cena seria tremenda:
entes de um outro mundo vestidos de glória, pregando nas igrejas e em
público. São vistos sendo entrevistados pelos repórteres dos jornais, do rádio
e da TV. Falam da cruz, da ressurreição, da ascensão, do amor de Cristo, e
do juízo final que virá. E falam com tanta eloqüência e convicção que todos
ficam encantados. Eles são como muitos Jonas buscando e prevenindo o
mundo.
Agora suponha que em pouco tempo, estes mesmos anjos radiantes
fiquem cativados pelo mundo que os rodeia. Fiquem ligados em alimentos
finos, bens materiais, riqueza e segurança. E logo comecem a aspirar e a se
esforçar por sucesso, fama e fortuna. Em pouco tempo, ficam com inveja um
do outro, mostrando raiva, orgulho, cobiça. Em outras palavras, ficam
iguaizinhos à igreja de hoje!
Pergunto, que influência eles teriam no mundo? Como poderiam
produzir uma colheita, estando tão presos ao mundanismo? O testemunho
deles seria tornado nulo. E seriam esvaziados de todo poder espiritual, e
vagariam desencorajados, com medo e dúvidas.
Diga, por que alguém haveria de querer o meu evangelho me vendo
nesse estado, estressado e sem alegria? Por que iriam crer na mensagem de
que "Jesus é suficiente, o meu tudo, o meu sustentador", se sempre estou
temeroso, preocupado, sem paz?
Ninguém iria ouvir uma palavra minha. Antes, se perguntariam, "Que
diferença produz o teu Cristo? Ele não parece ser um bom médico, se você
está sempre desse jeito".
Amado, o nosso semblante conta. Ouça o que Cristo diz de Sua noiva,
em Cantares: "Pomba minha...mostra-me o teu rosto, faze-me ouvir a tua voz,
porque a tua voz é doce, e o teu rosto, amável" (Cantares 2:14). Cristo está
nos dizendo basicamente, "Quero ver o teu sorriso". Essa é a descrição da
tua fisionomia?
Não
é
Necessário
Fazer
Quanto
ao
Porque
Não Vivenciarmos Uma Grande Colheita de Almas
Suposições
de
Jesus pôs a coisa de maneira simples: "A seara é grande, mas os
trabalhadores são poucos". Mas, por que há tão poucos trabalhadores? As
igrejas agora estão empanturradas de crentes que dizem ser Cristo a razão
de suas vidas. Milhões de dólares são gastos na construção de centros de
adoração por todo lado.
A verdade é, se não somos capazes de colher almas - se as nossas
vidas não refletem o poder transformador do evangelho que pregamos então já anulamos a nós mesmos como trabalhadores. O nosso caminhar
com Cristo deveria oferecer prova ao mundo de que as promessas de Deus
são verdadeiras. Como obreiros, somos os instrumentos de ceifa nas mãos
do Senhor. Nos dias de Cristo, esse instrumento era uma foice - uma lâmina
comprida, curva, e com um cabo longo. Era forjada pelo ferreiro, que a punha
no fogo, e a seguir sobre a bigorna onde a golpeava e moldava sua forma.
Então todo o processo era repetido várias vezes, até que a lâmina cortante
estivesse afiada e dura.
O paralelo é claro. Deus está forjando trabalhadores. Ele não está
simplesmente golpeando o pecado. E esse processo de forja explica porque
os trabalhadores são poucos. A maioria dos freqüentadores de igreja são
como os milhares que foram voluntários a ir com Gideão no Velho
Testamento. Deus viu o medo em muitos deles, sabendo que não
suportariam o fogo, os golpes, a dureza. E dentre os milhares que seguiram
Gideão, só trezentos foram escolhidos.
O mesmo acontece hoje. Os que são verdadeiramente chamados à
colheita são chamados a suportar o refinamento, os fogos usados para dar a
forma, e o martelar contínuo. Mas não muitos o conseguem.
Os Discípulos Foram Capacitados Por Deus em Sua Missão
Onde os discípulos começaram o ministério? Segundo essa
passagem, Jesus os enviou aos oprimidos, aos pobres, aos dobrados sob o
pecado e o cativeiro, sob hábitos que controlavam suas vidas.
Penso no ministério Desafio Jovem para recuperação das drogas e do
álcool, com seus 500 centros pelo mundo. E penso nos números de outros
ceifeiros que foram para outros países, e têm visto milagres de salvação ao
ministrar junto aos mais necessitados, aos mais pobres, às pessoas mais
presas ao diabo.
Eles estão começando a ceifar exatamente onde Jesus iniciou Sua
colheita: entre as ovelhas perdidas, entre os cativos, os de coração partido,
os prisioneiros, os leprosos, os cegos, os pobres, os que choram, os de
coração pesado, os oprimidos, os transtornados.
Veja as palavras de Paulo: "Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação;
visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos
poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu
as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as
cousas fracas do mundo para envergonhar os fortes; e Deus escolheu as
cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são...a fim
de que ninguém se vanglorie na presença de Deus" (I Coríntios 1:26-29).
Prezado santo, Jesus sabia o quê iríamos enfrentar nesses últimos
dias: uma geração impregnada de pecado mais do que qualquer
outra...estresse e solidão como nunca antes vividos pelo homem...tragédias
financeiras, divórcio desenfreado, homossexualismo militante, imoralidade
que provocaria rubor até no pior dos pecadores há só trinta anos atrás.
É por isso que Cristo busca trabalhadores que tenham se submetido aos
fogos e tenham sido forjados. Ele quer um povo que se levante diante do
mundo e proclame: "Deus está comigo! Satanás não pode me deter. Dê só
uma olhada para a minha vida; passei por um fogo após outro, moído
inúmeras vezes. Mas em tudo isso fui mais do que vencedor através de
Cristo, que vive em mim. O que tenho pregado funcionou para mim. Sou uma
prova viva de que Jesus é totalmente suficiente!".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
25
__________
Por Que o Mundo Odeia os Cristãos - 25 de fevereiro de 2005
(Why the World Hates Christians)
David
de
fevereiro
de
Jesus disse aos discípulos, "Eu vos escolhi a vós outros e vos designei
para que vades e deis fruto". E então rapidamente acrescenta essas palavras
solenes: "E o vosso fruto permaneça" (João 15:16).
As palavras de Cristo aqui se aplicam a todos os Seus discípulos, em
todas as eras. Ele está nos dizendo essencialmente: "Assegure-se de que o
teu fruto se manterá até o dia do Juízo".
A palavra "fruto" quer dizer realizar a obra e o ministério de Cristo aqui
na terra. Como crente, fui escolhido e ordenado a ir por todo o mundo e
pregar o evangelho de Cristo. E mais, como ministro desse evangelho, sou
chamado a fazer e a treinar discípulos reais.
Ora, existe algo que é a falsa conversão. Jesus adverte os fariseus: "Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para
fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais
do que vós!" (Mateus 23:15).
Essas palavras são fortes, mas vêm do próprio Senhor. E Jesus
endereça tais palavras a judeus zelosos, que promoviam o proselitismo. Eram
estudiosos da Bíblia, homens que conheciam as escrituras.
Pode-se perguntar: "Como isso que Jesus diz aqui pode ser possível?
Como alguém que busque converter os outros, pode fazer com que os
perdidos sejam colocados numa situação ainda pior?".
Jesus responde isso. Quando Ele grita, "Hipocrisia!", está afirmando
aos fariseus, "O teu fruto é mal". E os previne, "Sofrereis juízo muito mais
severo!" (23:14).
Os fariseus aos quais Jesus se dirigia estavam mais interessados em
números, do que em ver uma obra real de conversão acontecendo no
coração das pessoas. Jesus lhes dizia, na verdade:
"Vocês estão fechando os céus para os seus assim chamados
'convertidos'. E isso acontece porque vocês não têm uma palavra de Deus
em suas próprias vidas. Vocês chegam a esforços extremos ao planejar
Wilkerson
2005
fazerem convertidos. Porém, em verdade, estão fechando os céus às
pessoas que alcançam".
Cristo
Desprezou
a
Hipocrisia
Que
Estavam
Mais
Interessados
do Que em Conversões Reais
dos
em
Líderes
de
Igreja
Contar
Cabeças
Tragicamente, vemos o mesmo espírito conduzindo muitas pessoas na
igreja hoje. Me pergunto se Jesus diria algo similar a muitos dos pastores
encarregados da casa de Deus: "Vocês percorrem céus e terras atrás de
novos conceitos, idéias, programas. E tudo para trazer gente às suas igrejas.
Vocês foram picados pela hipocrisia dos números. Medem o sucesso pela
quantidade de corpos sentados nos bancos".
Posso lhe dizer que nem todo aquele em nossa igreja em Times
Square que chama a si próprio de cristão é realmente um crente convertido e
salvo. Ao mesmo tempo, posso assegurar que se tais indivíduos chegarem
aqui e acabarem sendo duas vezes mais filhos do inferno, não será por causa
do que ouviram do púlpito. Não será devido a uma mensagem incompleta do
evangelho. Não - será porque rejeitaram a verdade vinda do Espírito Santo,
produtora de convencimento.
Onde Estão os Joãos Batistas de Hoje ?
Eu pergunto: onde estão os pastores que não aceitarão abrandar a
mensagem em favor do Altíssimo? Onde estão os pregadores tão
profundamente entregues a Cristo, que por isso pregam aos reis a mesma
mensagem que pregam aos pobres e desprezados?
Tremo em pensar que é possível que eu, ou qualquer outro pregador
do evangelho, bloqueie os céus e leve os "convertidos" a se tornarem filhos
do inferno duas vezes mais. Mas isso está acontecendo hoje, tudo devido à
necessidade que alguns ministros têm de serem amados e louvados pelos
outros. Eles comprometem a verdade a fim de serem aceitos pelo mundo.
Jesus se referiu a isso. Ele reuniu os discípulos, e "na presença" de
todas as pessoas, fez uma repreensão mordaz aos escribas religiosos:
"Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes talares e
muito apreciam as saudações nas praças, as primeiras cadeiras nas
sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes" (Lucas 20:46).
Resumidamente, Ele estava dizendo ao povo: "Cuidado com os
pastores que adoram os louvores e elogios dos homens. Atenção com os que
andam com suas Bíblias e amam a afeição e o aplauso das pessoas.
Guardem-se dos líderes religiosos que querem a aprovação da sociedade".
Uma igreja que seja aceita e aprovada pelo mundo é um oxímoro, uma
contradição. É uma impossibilidade. De acordo com Jesus, toda igreja que é
amada pelo mundo é do mundo, e não de Cristo:
"Se vós fosseis do mundo, o mundo amararia o que era seu; como,
todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o
mundo vos odeia" (João 15:19).
A minha vida foi muito influenciada pelos escritos de George Bowen,
um missionário presbiteriano que trabalhou na Índia de 1838 a 1879. Bowen
abriu mão de todo sustento missionário para viver em cortiços e favelas como
os moradores locais. Teve uma existência muito frugal, quase em pobreza.
Contudo devido a essa escolha, deixou um testemunho do real poder de se
viver em Cristo.
Esse piedoso homem advertiu quanto à chegada de um espírito de
anticristo. Ele identificou esse espírito de anticristo como sendo "o espírito da
sociedade moderna". Segundo Bowen, esse espírito de anticristo iria se
infiltrar na igreja Protestante com a mentalidade, os métodos e a ética e moral
da sociedade maior.
O espírito de anticristo iria continuar com sua influência até que a
sociedade e a igreja não pudessem mais ser diferenciadas. Com o passar do
tempo, o mundo iria perder o ódio pela igreja de Cristo e pelos crentes. Iria
parar a perseguição, e a igreja seria amada e aceita pelo mundo. Uma vez
isso ocorrido, diz Bowen, esse espírito de anticristo teria assumido o trono.
Vários meses atrás, quando as portas do Iraque estavam prestes a
serem abertas às organizações cristãs de ajuda, o jornal New York Times
trouxe um artigo derrogatório. Isso se pode esperar da imprensa liberal e
secular. Eles poderiam aplaudir a distribuição de alimentos no Iraque, mas
certamente não a pregação de Cristo.
Mas o artigo citava um intelectual evangélico que criticava todo o
empreendimento. Ele censurava inteiramente o projeto, dizendo que a igreja
devia cuidar da própria vida. Esse homem da Bíblia estava na realidade
embaraçado porque a igreja estaria evangelizando. Essa é a mentalidade
mundana!
Quanto
Mais
Perto
Chegarmos
da
Missão
de
Cristo
de
Pregar
o
Evangelho
que
Ele
Ordenou
Mais Seremos Odiados e Espezinhados Pelo Mundo.
Vamos encontrar inimigos em todos os lugares - pessoas que se oporão em
nosso trabalho, na vizinhança, até em algumas igrejas - por que estamos
cumprindo a missão de Cristo.
Mais uma vez Jesus avisa: "Ai de vós, quando todos vos louvarem!
Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lucas 6:26).
Quero lhe perguntar: o mundo está louvando você? Você é o grande amado
por toda a cidade? Todos lhe louvam nos eventos seculares? Você é
politicamente correto em suas interações? Os prefeitos, os dignitários e os
famosos ficam à vontade em sua presença? Então ouça as palavras de Jesus
para você: "Tem alguma coisa de falso em seu testemunho".
O próprio Jesus deixa claro: se alguma igreja estiver se movendo no
poder do Espírito Santo e cumprindo a missão como Ele ordenou, então essa
igreja será odiada e perseguida pelo mundo. Como Paulo, o pastor será
considerado escória do mundo. E a igreja será odiada pelos políticos e
líderes ímpios da sociedade. Também será espezinhada pelos
homossexuais, pornográficos, e mais do que tudo pelos líderes religiosos
apóstatas que estão espiritualmente mortos.
Mas Jesus diz a essa igreja:
"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é
o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos
injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.
Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois
assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós" (Mateus 5:10-12).
Por
a
os
e Membros ?
Que
o
Igreja
Seus
Mundo
Odeia
Verdadeira,
Pastores
Um cristão de verdade é amoroso, pacífico, perdoador e atencioso. Os
obedientes às palavras de Jesus são abnegados, mansos e bons.
Agora, a sabedoria comum diz que não é natural odiar quem lhe ama,
bendiz, e ora por você. Pelo contrário, as pessoas odeiam quem as agride,
rouba e xinga. Então, por que os cristãos são tão odiados?
Jesus diz simplesmente: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro
do que a vós outros, me odiou a mim...Se me perseguiram a mim, também
perseguirão a vós outros" (João 15:18,20). Por quê é assim?
A igreja, e todo ministro e crente dela são odiados devido à sua
missão. Veja, a nossa missão é muito mais do que dizer aos perdidos, "Jesus
te ama". É mais do que tentar acomodar e apaziguar pessoas.
Você pode se surpreender quando eu lhe lembrar qual é a nossa
missão. Em termos simples, a nossa missão enquanto cristãos é remover dos
ímpios aquilo que lhes é mais precioso: a autojustificação. É lhes trasladar a
uma liberdade que eles julgam ser escravidão. É separá-los dos pecados
malditos, uma bênção que vêem como tédio e tristeza.
A coisa mais preciosa a uma pessoa do mundo é a sua
autojustificação. Pense nisso: ela passou a vida toda formando uma opinião
boa sobre si mesma. Construiu um ídolo em honra às suas boas obras. Ela
elogia a si mesma por realmente ter um coração tão benigno, e ser boa para
com os outros. Simplificando, construiu sua própria Torre de Babel, um
monumento à própria bondade. Está certa de que é suficientemente boa para
o céu, e boa demais para o inferno.
Esse ímpio passou anos golpeando a consciência, e minimizando-a.
Ensinou a si próprio a silenciar qualquer tipo de voz que possa lhe convencer
de algo. E agora desfruta de uma paz falsa. Ficou tão iludido, que realmente
crê que Deus o admira!
E então, bem quando ele bloqueou a voz da consciência, você, um
cristão, chega. E a verdade que você traz, fala mais alto que a consciência
morta dele: "Se você não nascer de novo, não entrará no reino dos céus".
De repente, você é uma ameaça na mente desse homem; você é
alguém que quer privá-lo da segurança de que tudo está bem com a alma
dele. Todo esse tempo ele achou que estava ótimo. Mas agora você está lhe
dizendo que todas as boas obras dele são como trapos de imundície.
Posso lhe dizer que esse homem não o vê como alguém trazendo
boas notícias. Não, aos olhos dele você é um tormento, alguém que veio para
lhe tirar o sono.
Há
Milhões
e
Muitas
Estão
Todos os Domingos
de
Enchendo
Pessoas
Desse
os
Bancos
das
Tipo,
Igrejas
Tais pessoas acham que estão nas boas graças de Deus simplesmente por
aparecerem na igreja. Ainda assim criaram seu próprio conceito de quem
Cristo é. O seu cristo é alguém igual a eles. E esse cristo não é formado pela
palavra de Deus, mas por sua própria cegueira.
Agora você chega e diz que sem arrependimento e sem uma real
mudança de vida eles são rebeldes.Você diz que a integridade que eles
mesmos produziram é abominação a Deus. E, ao invés de estar sob o favor
de Deus, estarão sob a Sua ira se continuarem no pecado.
Você chega pregando o sangue de Cristo, o novo nascimento,
separação do mundo, um andar de submissão e obediência. Mas está
dizendo tudo isso a pessoas convencidas de que não precisam de nada. Eles
não podem conceber como essas transformações podem de alguma maneira
trazer paz e felicidade. Para eles, isso soa como um deserto árido e vazio.
Alguns pastores lendo isso podem objetar, "Essa não é a minha
missão de jeito algum. Eu jamais iria provocar uma confrontação assim".
Outros podem dizer, "Fui chamado para trazer o evangelho do amor e da
graça. Assim, prego uma mensagem que não traz controvérsias".
Não posso falar por outros pastores; só posso dizer o que sei. E por
cinqüenta anos tenho pregado aos pecadores mais endurecidos e
corrompidos do mundo: viciados, alcoólatras, prostitutas. Contudo, lhe digo,
tais pecadores são muito menos resistentes à verdade do evangelho que
muitos que se sentam nos bancos de igreja, e estão cegos em relação à sua
situação.
Milhares de assim chamados crentes por todo o país são mais
endurecidos que qualquer pessoa das ruas. E não tem evangelho suave,
macio, dividido, que consiga romper as muralhas dessa impiedade.
Saulo de Tarso era um destes homens religiosos endurecidos. Um
fariseu dentre os fariseus, uma imagem de correção dentro de uma
sociedade altamente religiosa, Saulo era tudo isso. E então? Será que Jesus
chegou até esse homem fazendo pesquisa, perguntando o que ele gostaria
de assistir num culto da sinagoga? Não! Saulo foi lançado ao solo por uma
luz que o cegou, uma explosão total da presença de Cristo. Foi um encontro
penetrante e de confrontação que expôs o coração de Paulo, apontando em
detalhes o seu pecado.
Como ministro do evangelho de Cristo, devo fazer igual. É meu ofício
convencer homens e mulheres do pecado. Devo alertá-los quanto ao perigo
que os espera se continuarem em seus caminhos. E nenhum elogio, sutileza,
tenuidade, ou fazer com que gostem de mim, lhes mudará a situação.
Em termos simples, sou chamado a levar as pessoas a largarem tudo
para seguirem um Cristo que eles acham não atraente. Só o Espírito Santo
em mim pode conseguir isso.
Não entenda mal o que estou dizendo aqui. Prego a misericórdia, a
graça e o amor de Cristo a todas as pessoas. E o faço com lágrimas. Mas a
única coisa que penetrará as muralhas levantadas por pessoas endurecidas é
uma explosão da presença de Jesus. E isso tem de vir da boca de pastores e
leigos contritos, homens e mulheres de oração.
Jesus Diz: "Dele (do mundo) vos escolhi" (João 15:19)
Esse versículo atinge exatamente o coração do motivo pela qual somos
odiados. Quando fomos salvos, saímos "do mundo". E aceitamos nossa
missão de insistir em que outros "saiam do mundo".
"Não sois do mundo...por isso, o mundo vos odeia" (João 15:19).
Cristo está dizendo basicamente, "O mundo os odeia porque tirei vocês da
situação em que estavam. E isso significa que tirei vocês da comunhão com
ele. Porém, eu não os tirei apenas dele. Em seguida os enviei para que
convocassem todos para saírem dele".
O espírito Protestante de anticristo opera para impedir esta separação
dos cristãos em relação ao mundo. Faz com que pareça ser possível os
crentes permanecerem no mundo, e mesmo assim verem-se a si mesmos
como cristãos.
Pode-se perguntar: "O quê Jesus quer dizer exatamente quando diz 'o
mundo'?".
Ele não está só falando da luxúria ímpia, do desespero por prazeres,
da pornografia ou do adultério. Não, "o mundo" ao qual Cristo se refere não é
uma lista de práticas más. Isso é só uma parte. Muitos muçulmanos "saíram"
de todas estas coisas por pura força de vontade e medo de destruição.
"O mundo" do qual Jesus fala é a falta de disposição para se render ao
Seu senhorio. Em resumo, mundanismo é toda tentativa de se mesclar Cristo
com vontade própria.
Veja, quando nos submetemos ao senhorio de Cristo, nos apegamos a
Jesus. E somos levados pelo Espírito Santo, passo a passo, a um caminhar
de pureza e retidão. Começamos a valorizar a repreensão piedosa.
Ninguém
Pode
se
Submeter
ao
Enquanto Não Enfrentar as Exigências da Cruz.
Senhorio
de
Cristo
Me conscientizo dessa verdade toda vez que me levanto para pregar. Ao
olhar do púlpito à platéia, dispersos entre crentes fiéis enfrento a cada
semana pessoas não crentes que vieram pela primeira vez. Alguns são
vitoriosos homens de negócios, que se fizeram por si próprios, cheios de
ímpeto. Outros vêm de todos os caminhos da vida. Contudo todos estão
oprimidos com pecados secretos. São pessoas que vivem como querem, sob
nenhuma autoridade espiritual. Mas estão vazios e desiludidos. Se enjoaram
da busca de prazeres que nunca satisfazem.
Eu poderia pregar a eles todo tipo de sermão sobre princípios e regras
de comportamento, ou como lidar com stress, ou como tratar com o medo e a
culpa. Mas nenhuma pregação dessas tira alguém "do mundo". Não muda o
coração de ninguém.
Eu simplesmente tenho de dizer ao não crente que sua vontade
própria, sua auto-suficiência, e sua teimosa luta para fazer tudo do jeito dele,
irão destruí-lo. E no fim, leva-lo-ão ao tormento eterno.
Se eu não lhe trouxer essa mensagem, então para sempre terei
bloqueado os céus para ele. E o terei feito duas vezes membro do inferno. A
situação dele será pior do que antes de entrar por nossas portas.
Tenho de levar esse homem face a face à mensagem de ser
crucificado à sua independência. Tenho de lhe mostrar que tem de sair do
enganoso mundo da autobondade. Tenho de lhe dizer que inexiste maneira
de haver paz em sua vida a não ser através da rendição total ao Rei Jesus.
Se agir de outra maneira, estarei enganando esse homem. E terei cometido o
terrível pecado do pior tipo de orgulho: o terei contado entre os "convertidos"
para eu ficar bem. Que isso nunca aconteça!
Como ministro do evangelho de Jesus Cristo, sou obrigado a dizer a
Sua verdade a todo aquele que verdadeiramente se arrependa: "Você será
odiado e perseguido a partir de agora".
Jesus Uma Vez se Dirigiu Aos Ligados a Ele Aqui Na Terra e Disse:
"Não Pode o Mundo Odiar-vos" (João 7:7)
Com essas terríveis palavras, Jesus nos dá o teste do tornassol (que
determina a acidez ou alcalinidade de uma solução química- NT) da igreja e
do discípulo genuínos. Me pergunto a quantas igrejas e a quantos cristãos
essas palavras poderiam ser aplicadas hoje: "Não pode o mundo odiar-vos".
Cristo está dizendo na essência: "Vocês trouxeram o mundo de tal
maneira para dentro da igreja - vocês diluíram tanto o meu evangelho - que o
mundo abraça vocês. Vocês se tornaram amigos para o mundo". Tiago nos
dá advertência em sua epístola: "A amizade do mundo é inimiga de
Deus...Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de
Deus" (Tiago 4:4).
É claro que Jesus era amigo dos políticos e pecadores. Mas também
está escrito que era "separado dos pecadores" (Hebreus 7:26). Ele ministrou
a eles, mesmo como submissão ao Pai. Como Ele, somos chamados a
estarmos no mundo, mas não a sermos dele.
"Lembrai-vos da palavra que vos disse...Se me perseguiram a mim,
também perseguirão a vós outros" (João 15:20). Você não precisa procurar a
perseguição. Ela não virá devido à sua performance profissional, ou devido à
sua raça, ou aparência. Não, ela virá simplesmente porque você tornou Cristo
o seu Senhor.
Que Deus tenha misericórdia do cristão a quem o mundo não odeia. E
que Deus ajude o político que se declare por Cristo; o mundo irá odiá-lo e
satanizá-lo.
Agora quero lhe dar uma palavra de encorajamento. Ainda que o
mundo odeie e persiga os reais discípulos de Cristo, encontramos um amor
crescente e uma afeição piedosa entre os membros de Sua igreja. Em
verdade, aquilo que faz com que o mundo nos odeie, leva nossos retos
irmãos e irmãs a nos abraçarem muito mais.
Nos dias que virão, o amor na casa de Deus se tornará mais valioso.
Seremos odiados pelo mundo todo, zombados pela mídia, ridicularizados
pelo cinema, escarnecidos por companheiros, objetos de riso por parte da
sociedade. Mas ao entrarmos na casa de Deus, estaremos entrando num
lugar de amor incrível, amando-nos uns aos outros como Cristo nos ama.
Não importará que perseguição enfrentamos. Seremos recebidos com
essas palavras: "Bem vindo, irmão; bem vinda, irmã. Aqui você é amado".
Teremos uma retaguarda para prosseguirmos segundo o comando do
Senhor, com o evangelho genuíno.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
17
__________
O Que Acontece à Igreja Quando os Pastores Deixam de Pregar
Contra
o
Pecado
17
de
janeiro
de
2005
(What Happens to the Church When Preachers No Longer Preach Against
Sin)
David
de
janeiro
de
Você provavelmente está familiarizado com a história do rei Davi e o
adultério que houve com Bate-Seba. O incidente resultou na gravidez de
Bate-Seba. E assim que descobriu a situação, ela envia uma nota a Davi
dizendo, "Espero uma criança".
Quando Davi lê a nota, entra em pânico. Sua reputação como homem
piedoso, justo - estava em risco. Cá estava um homem que havia escrito mais
de 3.000 Salmos e cânticos espirituais. Havia sido o instrumento de Deus
para matar os inimigos de Israel. E tinha ilustrado para o mundo o que
significava ter um grande coração para Deus.
Wilkerson
2005
Mas agora, em pânico, Davi pensa não só na própria reputação, mas
na reputação do Senhor. Se o seu pecado fosse mostrado, isso seria
vinculado ao nome de Deus. Imagens de um escândalo enorme inundaram
sua mente. Então Davi concebe um plano para esconder seu caso com BateSeba. E o pôs em ação enviando uma mensagem a Joabe, general do seu
exército. A mensagem dizia, "Manda-me Urias, o heteu" (2 Samuel 11:6).
Ora, Urias era o marido de Bate-Seba, e pertencia à Infantaria do
exército de Israel. É evidente que Urias era parte de um grupo de elite de
soldados, pois as escrituras o citam como um dos trinta e sete homens mais
fortes de Davi (v. 23:39). Quando recebeu a mensagem de Davi, Joabe deve
ter começado a suspeitar de algo. Ele conhecia o coração de Davi, inclusive
suas tendências lascivas. Ainda assim, o general instruiu Urias a ir a
Jerusalém, para ver o quê Davi tinha para dizer.
Quando Urias chega, Davi o recebe na residência real e
imediatamente o envolve em conversa militar. Pergunta, "Como está a
guerra? E como está indo o seu general? Os soldados estão progredindo?".
Urias deve ter se perguntado, "Do que se trata? Sou apenas um soldado da
Infantaria. Não fiz nada para merecer esse tipo de atenção". Ou, também
poderia desconfiar. Ele poderia ter ouvido algum comentário sobre o caso
(apesar de que as escrituras não declaram que o caso era de conhecimento
público).
A verdade é que Urias estava sendo enganado por Davi. O rei achou
que o problema seria resolvido se apenas conseguisse pôr Urias no leito de
Bate-Seba uma noite. Então Urias pensaria que ele havia provocado a
gravidez da esposa. Davi lhe diz: "Você guerreou uma batalha longa, e deve
estar cansado. Vá pra casa e descanse essa noite. Mandarei manjares
especiais para você aproveitar". Mas quando Urias saiu, não foi para casa.
Pelo contrário, dormiu na casa dos guardas fora do palácio. Quando Davi
soube disso no dia seguinte, chamou Urias de volta e perguntou: "Por que
você não ficou com sua esposa ontem à noite?".
Urias responde: "Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão
acampados ao ar livre; e hei eu de entrar na minha casa, para comer e beber
e para me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a
tua alma, não farei tal cousa" (2 Samuel 11:11). Urias só conseguia pensar
em seus companheiros soldados. A sua lealdade deve ter fervido a cabeça
de Davi.
Agora o pânico do rei cresce. Ele rapidamente ordena que Urias
permaneça em Jerusalém mais uma noite. E põe em ação outro plano. Essa
noite, ele iria convidar Urias para jantar, enchê-lo de muito vinho e deixá-lo
bêbado. Se Urias perdesse a noção das coisas, se esqueceria dos outros
soldados e iria querer dormir com a esposa.
Dá para você imaginar esse piedoso rei, um pregador da retidão,
tentando deixar bêbado um de seus fiéis soldados? Foi exatamente que Davi
fez. E o plano funcionou: Urias ficou bêbado. Davi instruiu os guardas do
palácio, "Levem esse homem para casa, e o ponham na cama". Mas outra
vez, as escrituras dizem, "À tarde, saiu Urias a deitar-se na sua cama, com os
servos de seu senhor; porém não desceu a sua casa" (11:13).
A essa altura, o pânico de Davi saiu de controle. Ele sabia que tinha de
fazer algo drástico. Então escreve uma carta a Joabe, ordenando que
colocasse Urias na linha de frente em meio à pior das batalhas. Então,
quando o exército inimigo ondulasse à frente, Joabe deveria recuar todas as
tropas exceto Urias. Resumindo, Davi queria Urias morto.
Davi entrega uma carta selada nas mãos de Urias, com instruções
para que fosse dada a Joabe. O leal Urias não sabia, mas o rei tinha acabado
de lhe entregar a garantia da própria morte. Quando Joabe leu a carta,
entendeu a idéia de Davi. Mas obedeceu a ordem do rei mesmo assim.
Enviou Urias numa missão suicida. E, exatamente como Davi tinha planejado,
o soldado foi morto em batalha.
É difícil conceber que um homem piedoso e justo como Davi pudesse
cair num pecado tão terrível. Mesmo hoje, com todas as notícias sobre
estupro, violência e morte, a história de Davi se destaca como uma das
piores quedas já sofrida por um líder. Por que? Porque aconteceu com um
homem de Deus, uma pessoa apaixonada pela justiça.
Provavelmente você se lembra do que aconteceu a seguir: Bate-Seba
chorou a morte do marido por sete dias, segundo a lei. Aí Davi a trouxe para
o palácio, onde se juntou ao seu harém de esposas (ele já tinha cinco).
Posteriormente, Bate-Seba deu à luz o filho de Davi. E durante todo um ano
após o assassinato, Davi não mostrou nenhum sinal de arrependimento por
seus atos. Na verdade, justificou a morte de Urias junto a Joabe, dizendo que
Urias tinha morrido devido aos infortúnios da guerra: "A espada devora tanto
este como aquele" (11:25).
Davi pode ter visto o seu pecado com leviandade, mas Deus não. As
escrituras dizem: "Porém isto que Davi fizera foi mal aos olhos do Senhor"
(11:27).
Graças a Deus, Davi Tinha um Pastor Que Não Temia o Homem
Natã o profeta era o pastor de Davi. E não tinha medo de expor o
pecado do seu rebanho, inclusive o pecado do próprio rei. Vejo Natã como
um tipo de pastor piedoso que chora em cima do pecado da sua igreja. Deve
ter lhe ferido profundamente que Davi, um homem a quem todo mundo
olhava como piedoso e reto, estivesse encobrindo pecado.
Natã sabia tudo que Davi havia feito, pois o Espírito Santo lhe havia
revelado. O rei supostamente justo tinha quebrado três mandamentos santos:
havia cobiçado a mulher de outro homem e a roubado dele; havia cometido
adultério com ela; e havia cometido assassinato para esconder tudo. Como
Natã fez para cuidar da situação? Como esse pregador da santidade
repreendeu uma pessoa que estava encobrindo um pecado terrível?
Muitos jovens pastores me têm feito perguntas similares: "Como devo
tratar com o pecado na minha igreja? Tantos casais estão se divorciando, e
outros estão vivendo em adultério. Sei que tenho a responsabilidade de
pregar a santidade de Deus a eles. Mas tampouco quero tirar alguém da
igreja".
A minha resposta a esses jovens pastores é sempre a mesma: "A
igreja ouvirá qualquer coisa que você tenha a dizer, se o disser em meio a
lágrimas. A sua mensagem não pode ir alem do entendimento da
congregação. Eles têm de saber que o teu coração está partido. Tente leválos ao arrependimento através da pregação da palavra de Deus. Sim, a
palavra dEle é uma espada de dois gumes. Mas você tem de utilizá-la
vestindo luvas de veludo".
É claro que essa não é a atitude de todos os pastores. Com
regularidade recebo cartas de cristãos dizendo, "Você tem de ouvir o
Reverendo Fulano de Tal pregar. Ele ataca pesado o pecado". Porém, muitas
destas vezes, os tapes dos sermões são apenas tiradas zangadas contra
coisas exteriores. Suas mensagens raramente incluem a misericórdia e a
graça de Deus. Antes, lançam pesadas cargas sobre as ovelhas, sem nunca
levantar um dedo para aliviá-las.
Creio que Natã nos fornece um exemplo maravilhoso de como um
ministro piedoso mostra o pecado. Ele não tomou de assalto a presença de
Davi, com os braços agitando o ar e com voz trovejante. Ele não
apontou com alegria um dedo ossudo na cara de Davi gritando: "Você é o
culpado!". Não, ele levou a impressionante mensagem de Deus reveladora do
pecado com grande sabedoria, poder de persuasão e terna misericórdia. E
usou uma parábola para fazê-lo.
Natã disse a Davi: "Um pobre homem tinha só uma ovelha. Era o
bichinho de estimação da família, e amada como um membro da família. Ela
se deitava no colo das pessoas, esperando ser acarinhada. Então o homem a
criou e alimentou como faria com um filho. Ora, o pobre homem tinha um
vizinho rico possuidor de muitos rebanhos. Um dia, o homem rico estava
recebendo uma visita. Na hora do jantar, ele mandou um servo matar uma
ovelha. Contudo mandou que o servo não tomasse uma cordeira de seus
vastos rebanhos, mas que roubasse a ovelha do vizinho, a matasse, a
temperasse e servisse ao visitante".
Quando ouviu isso, Davi ficou irado. Disse a Natã: "Esse homem rico
deveria morrer!". "Tão certo como vive o Senhor, o homem que fez isso deve
ser morto. E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal cousa e
porque não se compadeceu" (2 Samuel 12:5-6).
Nessa hora, Natã deve ter tido lágrimas nos olhos. Tremendo, ele diz a
Davi, "Tu és o homem... desprezaste a palavra do Senhor... A Urias, o heteu,
feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher" (12:7,9).
Natã estava dizendo: "Davi, você não entende? O quê estou contando
é a tua história. Você tem cinco esposas e mesmo assim roubou a mulher de
outro homem. Você não teve pena; o mandou à guerra para ser morto, e
assim ter a cordeira dele. Você se tornou adúltero, assassino, um ladrão.
Você foi leviano com a palavra de Deus". Natã expôs cada detalhe do pecado
de Davi. Mas não o fez com fúria. Antes, simplesmente falou ao rei: "Então,
disse Natã a Davi" (12: 7, ênfase minha). Foi nesse momento que Davi foi
atingido, e se arrebentou. Quando lemos os escritos de Davi dessa época,
vemos o choro de um coração partido: "Os meus ossos estão fracos. Não
consigo dormir. Toda noite cubro meu travesseiro com lágrimas". O Espírito
Santo perseguia Davi, falando ao seu coração, agindo para que ele se
arrependesse. Ele não conseguia fugir da misericordiosa perseguição de
Deus.
Ao Ler e Reler esse Relato, o Espírito Santo Não Me Deixou
Prosseguir Enquanto Não Me Mostrou uma Verdade Poderosa
Após estudar esta passagem por inteiro, comecei a clamar a Deus:
"Oh, Senhor, Tu vais ser misericordioso comigo como foi com Davi? Tu vais
me mandar uma palavra poderosa, expondo o pecado, como fez com ele?
Por favor, Senhor, se algum dia eu escorregar e fizer concessões, ponha-me
sob repreensão piedosa de um profeta que não tenha medo de expor o
pecado".
Eu creio que um dos maiores dons misericordiosos de Deus à igreja
são os Seus ministros fiéis, que amorosamente nos repreendem por nossos
pecados. Agradeço a Deus por esses "pastores do tipo de Natã", pessoas
que não têm medo de ofender presbíteros, diáconos ou os membros ricos da
igreja. Ficam face a face com qualquer um, para expor suas iniqüidades com
carinho e amor.
Claro, não é todo mundo que quer uma repreensão assim. Algumas
pessoas de nossa lista de correspondência nos dizem: "Não gosto de abrir
suas cartas. Sempre me sinto desconfortável quando as leio. São muito
enervantes". "Não posso servir um Deus como o teu, que está sempre
apalpando a minha alma para expor coisas". "Você precisa amaciar a
mensagem. Não dá pra mim".
Sei que como pastor amoroso, tenho de ser cuidadoso com o meu
tom. Mas não posso me desculpar por pregar verdade condenatória. Eu
pergunto, o que acontece à igreja quando os pastores não mostram mais as
iniqüidades? Onde Davi teria acabado, se não tivesse Natã para mostrar sua
iniqüidade?
Você tem de entender que Natã estava bem consciente de que o
poderoso rei poderia mandar matá-lo a qualquer hora. Ele tinha visto Davi
perdendo as estribeiras várias vezes. Então, por que Natã não disse, "Vou
ser apenas amigo de Davi. Vou orar por ele e estarei presente se precisar de
mim. Tenho de confiar que o Espírito Santo irá convencê-lo". O que teria
acontecido?
Creio
que
Sem
a
Palavra
Condenatória
Davi Teria Caído sob o Pior Julgamento Visto pela Humanidade
de
Natã,
O pior julgamento possível é Deus devolver você ao pecado, deter toda a
ação do Espírito Santo em sua vida. No entanto, é exatamente isso que está
acontecendo com muitos cristãos hoje. Eles escolhem ouvir apenas
pregações leves, que reafirmam a carne. Onde inexiste uma Palavra que
condene, não pode haver o pesar piedoso pelo pecado. E onde inexiste pesar
piedoso pelo pecado, não pode haver arrependimento. E onde inexiste
arrependimento, há só dureza de coração.
O apóstolo Paulo escreve à igreja de Corinto: "Me alegro não porque
fostes contristados, mas porque fostes contristados segundo Deus... Porque
a tristeza segundo Deus produz arrependimento" (2 Coríntios 7:9-10). Paulo
diz que seu clamor contra o pecado dos coríntios produziu neles
contristamento piedoso que os levou ao arrependimento. Por sua vez, isso
produziu neles ódio pelo pecado, temor santo de Deus e desejo de vida reta.
Porém isso nunca teria acontecido se ele não houvesse pregado uma palavra
aguda, penetrante, condenatória.
O motivo de Paulo falar com tanta força aos coríntios foi, "para que a
vossa solicitude a nosso favor fosse manifesta entre vós, diante de Deus"
(7:12). Em outras palavras: "Eu não estava tentando lhes enervar ou
condenar. Eu expus o seu pecado para que vissem o quanto eu os amo e me
preocupo por vocês. Quando o Espírito Santo bate à porta do teu coração,
às vezes soa como pancada dura. Mas é na verdade Deus mostrando Seu
terno amor".
Sem uma palavra assim, Davi certamente iria cair sob tremendo
julgamento. Ele já tinha passado um ano todo em seus negócios, sem alguma
vez ter enfrentado o que tinha feito. Ele não ouviu nenhuma palavra de
repreensão ou de correção. Então a cada dia que passava, o pecado se
tornava mais fácil de tirar da mente. Mais, o seu exército estava ainda tendo
vitórias decisivas. Por fora, tudo parecia estar indo bem para ele. Mas tenho
certeza que Davi tinha dificuldade para dormir à noite. Ele provavelmente
levantava todo dia com uma nuvem negra pairando sobre si. O fato é que
ninguém que seja íntimo do Senhor pode permanecer confortável enquanto
vive em pecado.
Vou lhe dar um exemplo: eu aconselhei um querido cristão irmão
nosso que eu suspeitava estar tendo um caso. Quando perguntei isso, ele
negou veementemente. Aí, um mês depois, ele pede para falar comigo tarde
da noite. Quando o encontrei, ele estava chorando e arrasado. E confessou,
"Pastor, há semanas que estou vivendo um inferno. Eu menti a ti e a Deus.
Tenho vivido em adultério. Tenho sentido a repetição de todas as mensagens
que já ouvi do púlpito, de cada palavra de exortação. E não consegui silenciar
a Palavra de Deus". O Espírito Santo continuamente recordava a esse
homem todas as pregações expositoras de pecado que ele tinha ouvido; e foi
levado ao arrependimento pela lembrança desta Palavra pregada. E agora
vou lhe dar um exemplo diferente. Uma irmã em Cristo me escreveu dizendo:
"Irmão David, estou casada com meu marido há vinte anos. Eu o amo, mas
agora provavelmente vou ter de deixá-lo, apesar de não querer isso. Eu não
conseguia entender porque esse homem de Deus, que vai sempre comigo à
igreja, iria começar a deteriorar tanto no caráter. Ele se tornou desonesto
comigo, e uma grande muralha cresceu entre nós. Logo se tornou um
estranho para toda a nossa família. Eu não podia tocar no assunto. Eu orei e
fiz tudo que pude para tentar entender o porquê de ele estar se afastando. E
então eu descobri o porquê: ele estava preso à pornografia desde que nos
casamos, e algum tempo antes disso. Ele ainda se declara ser cristão e vai à
igreja comigo. Mas se recusa a deixar isso".
Esse homem está prestes a perder a família e o lar. Diz ser nascido de
novo e que vai para o céu. Você acha que ele precisa um tapinha nas costas
e de uma palavra de certeza? Será que precisa ouvir um pastor dizendo,
"Está tudo bem contigo, Jesus te ama"? Não, nunca! Ele precisa de um Natã,
de alguém que lhe diga, "Você é o culpado!". Ele precisa ser desperto, ter o
fogo do Espírito Santo ardendo sob si. Caso contrário, será entregue ao
pecado, e finalmente destruído.
Se Não Tivesse Havido um Natã - Se Não Houvesse uma Palavra
Penetrante,
Profética
Davi Poderia Ter Acabado Como Saul: Morto Espiritualmente, Sem a Direção
do
Espírito,
Perdendo Toda Intimidade com Deus
Ao ouvir a abrasadora palavra de Natã, ainda que amorosa, Davi se
lembrou da vez em que um outro rei, anterior, fora avisado por um profeta.
Davi tinha ouvido do aviso de Samuel ao rei Saul. E tinha ouvido a respeito
da reação dividida de Saul, confessando: "Eu pequei". (Não creio que Saul
tenha gritado do interior da alma, como Davi, "Pequei contra o Senhor!")
Davi viu por experiência própria as ruinosas mudanças que
sobrevieram a Saul. Este rei - piedoso e guiado pelo Espírito - passa depois a
rejeitar continuamente as palavras reprovadoras do Espírito, trazidas por um
santo profeta. Logo Saul começou a andar segundo vontade própria, em
amargura e rebeldia. Finalmente, o Espírito Santo se afasta dele: "Visto que
rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas
rei" (I Samuel 15:23). "O Senhor...se tinha retirado de Saul" (18:12). Saul
acabou buscando uma feiticeira em busca de orientação. Ele confessa a ela,
"Deus se desviou de mim e já não me responde, nem pelo ministério dos
profetas, nem por sonhos; por isso, te chamei para que me reveles o que
devo fazer" (28:15).
Davi lembrou-se de toda loucura, do medonho terror cercando esse
homem que impediu a entrada da palavra de Deus. De repente, a verdade
penetrou o seu próprio coração: "Deus não é respeitador de pessoas. Eu
pequei, como Saul. E agora cá está um outro profeta, num outro momento,
me dando a palavra de Deus, como Samuel deu a Saul. Oh, Senhor, eu
pequei contra Ti! Por favor não retire de mim o teu Santo Espírito, como fez
com Saul".
Davi escreve, "Eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado
está sempre diante de mim. Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é
mal perante os teus olhos... Purifica-me... Cria em mim...um coração
puro...Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito"
(Salmo 51:3-11).
Um comentarista sugere que a despeito do arrependimento de Davi,
ele nunca teria se recuperado da queda. Ele aponta que a Bíblia diz muito
pouco sobre qualquer vitória de Davi após esse tempo. Antes, sugere ele,
Davi meramente foi se esvaecendo até a morte.
É verdade que Davi pagou sérias conseqüências por seu pecado. Na
verdade, profetizou julgamento sobre si próprio! Ele diz a Natã que o homem
rico que roubara a cordeira do homem pobre deveria restaurar quatro vezes.
E foi exatamente isso que aconteceu com a vida de Davi: a criança à qual
Bate-Seba deu à luz morreu em poucos dias. E três outros filhos de Davi Amnom, Absalão e Adonias - todos tiveram mortes trágicas e fora de hora.
Assim, Davi pagou seu pecado, com quatro de seus próprios cordeiros.
Mas a Bíblia claramente mostra que toda vez que retornamos para o
Senhor em arrependimento genuíno, de coração, Deus responde trazendo
reconciliação e restauração absolutas. Não temos de acabar como Saul,
descendo à loucura e ao terror. Nem temos de "esvaecer" da vida,
aguardando o passar do tempo em quieta vergonha até que o Senhor nos
leve. Pelo contrário, o profeta Joel nos assegura que Deus se envolve
imediatamente assim que voltamos para Ele: "Rasgai o vosso coração...e
convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e
compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do
mal" (Joel 2:13).
Surpreendentemente, Deus então nos dá essa incrível promessa:
"Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto...Comereis
abundantemente, e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor, vosso Deus,
que se houve maravilhosamente convosco; e o meu povo jamais será
envergonhado" (Joel 2:25-26). O Senhor promete restaurar tudo.
É preciso entender: quando essa profecia foi dada, Deus já havia
pronunciado julgamento sobre Israel. Mas o povo se arrependeu, e Deus diz,
"Agora farei coisas maravilhosas para vocês. Vou restaurar tudo que o Diabo
roubou".
Amado, a terna misericórdia de Deus permite até ao pior dos
pecadores dizer , "Não sou um viciado em drogas. Não sou um alcoólatra.
Não sou um adúltero. Sou um filho do Deus vivo, com todos os direitos do
céu para a minha alma. Não vivo mais sob condenação, pois o meu passado
ficou totalmente para trás. E não preciso pagar por qualquer pecado passado,
porque Jesus pagou o preço para mim. E mais, Ele diz que restaurará tudo
para mim".
Aqui está a verdade quanto ao que aconteceu com Davi. Ele ouviu a
palavra de Deus por meio de Natã, se arrependeu e obedeceu, e, como
resultado, passou o resto da vida crescendo no conhecimento de Deus. O
Senhor trouxe grande paz à vida de Davi. E com o tempo, todos os seus
inimigos foram silenciados.
No entanto a prova mais clara da restauração de Deus na vida de Davi
é o seu próprio testemunho. Leia o que Davi escreveu nos dias próximos à
sua morte:
"O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu
Libertador...o meu rochedo em que meu refugio; o meu escudo,
a força da minha salvação, o meu baluarte e o meu refúgio" (2
Samuel 22:2-3). Isso não é o testemunho de alguém que tenha
se esvaecido.
"Clamei a meu Deus...ele...ouviu a minha voz...me
tomou; tirou-me das muitas águas... Trouxe-me para um lugar
espaçoso; livrou-me, porque ele se agradou de mim" (22:
7,17,20). Acabamos de estudar tudo que Davi fez para
desagradar ao Senhor. Contudo, mesmo depois de tudo isso,
Davi foi capaz de dizer, "O Senhor se agrada de mim".
Eis porque Davi para sempre será conhecido como um homem
"segundo o coração de Deus". É porque rápida e genuinamente ele se
arrependia de seus pecados. Provérbios nos diz:
"O que guarda a repreensão será honrado" (Provérbios
13:18). Deus irá lhe honrar, se você amar e obedecer à
repreensão divina.
"Desprezaram toda a minha repreensão. Portanto,
comerão do fruto do seu procedimento...Os néscios são mortos
por seu desvio" (1:30-32). Se você ficar surdo à repreensão
piedosa, isso acabará lhe destruindo.
"As repreensões da disciplina são o caminho da vida"
(6:23). Simplificando, a Palavra condenatória de Deus produz
vida.
Prezado santo, a verdade em relação à "pregação dura" - se pregada
em meio à lagrimas - é que na verdade ela é a "pregação da graça". Se você
está sendo sondado pela Palavra de Deus - se o Seu Espírito não está lhe
deixando confortável em seu pecado - então está lhe sendo mostrada
misericórdia. É o profundo amor de Deus agindo, atraindo-o para sair da
morte e entrar na vida.
Você vai responder a Ele como Davi fez? Se assim fizer, conhecerá
restauração e reconciliação reais. E Deus irá lhe restaurar tudo que o inimigo
roubou. Aleluia!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
2004
____
Por
27
__________
Lembre dos Seus Livramentos - 27 de dezembro de 2004
(Remembering Your Deliveries)
David
de
dezembro
de
Como esquecemos rapidamente os grandes livramentos operados por
Deus em nossas vidas. Como é fácil a gente tomar como certo os milagres
Wilkerson
2004
que Ele operou em nosso passado. Porém inúmeras vezes a Bíblia nos diz:
"Lembre dos seus livramentos".
Somos tão iguais aos discípulos. Eles não entenderam os milagres de
Cristo quando Ele de modo sobrenatural alimentou milhares de pessoas com
uns poucos pães e peixes. Jesus operou esse milagre duas vezes,
alimentando 5.000 pessoas uma vez e uma multidão de 4.000 pessoas na
outra. Contudo, poucos dias depois, os discípulos tinham removido esses
acontecimentos da memória.
Aconteceu quando Jesus os preveniu quanto ao fermento dos fariseus.
Os discípulos acharam que Ele havia dito isso por terem se esquecido de
trazer pão para a jornada. Mas Cristo lhes respondeu: "Não compreendeis
ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos
cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos
tomastes?" (Mateus 16:9-10).
Segundo Marcos, Cristo ficou abismado com a rapidez com a qual os
discípulos haviam esquecido Seus incríveis atos. Jesus disse: "Ainda não
considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? Tendo
olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais de quando
parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços
recolhestes?" (Marcos 8:17-19).
O quê essas passagens nos dizem? Está claro que nenhum dos
discípulos parou para levar em conta o quê estava acontecendo quando
estas milagrosas alimentações se operavam. Tente pintar um quadro desses
homens andando em meio à multidão carregando cestos, passando os pães
e peixes que se multiplicaram milagrosamente à frente dos seus olhos. Você
poderia pensar que esses discípulos teriam caído de joelhos, gritando, "Como
isso é possível? É simplesmente impressionante; está totalmente fora de uma
explicação humana. Oh, Jesus, Tu és verdadeiramente Senhor!". Eu os
imagino encorajando as pessoas às quais serviam: "Peguem aqui alimentem-se desse alimento milagroso, enviado da glória. Jesus
providenciou isso. Contemplem o nosso Deus, e O adorem!".
Os discípulos viram essas obras maravilhosas com seus próprios
olhos. No entanto, a significação dos milagres não ficou registrada neles. E
agora, pouco tempo após, eles estavam cheios de dúvidas e
questionamentos quanto a "não ter pão". Jesus teve de mostrar-lhes, "Como
esquecem depressa dos milagres que Deus teceu para vocês. Vocês não
compreenderam os seus livramentos".
Eu também me pergunto: por que essas multidões, que haviam sido
alimentadas tão milagrosamente, não se levantaram para adorar Jesus? Por
que não louvaram a Deus em altas vozes e com braços levantados?
Evidentemente, elas tampouco compreenderam seus milagres. E foi pela
mesma razão que você e eu rapidamente nos esquecemos dos milagres de
Deus em nossas próprias vidas. Os livramentos de ontem são rapidamente
esquecidos em meio às crises de hoje.
Do
Gênesis
a
Palavra
Literalmente
"Lembre-se! Lembre-se!"
ao
Nos
Apocalipse,
Berra:
Ao longo dos dois Testamentos, lemos: "Lembre-se do poderoso braço
do Senhor, para realizar milagres em teu favor. Lembre-se de todos os
livramentos passados". Preste atenção à exortação de Moisés a Israel após o
milagre do mar Vermelho:
"Disse Moisés ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes
do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou de
lá...Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás: O
Senhor com mão forte nos tirou da casa da servidão...E isto será como sinal
na tua mão e por frontais entre os teus olhos; porque o Senhor com mão forte
nos tirou do Egito" (Êxodo 13:3,14,16).
Os fariseus interpretaram esse último versículo ao extremo. Fizeram
filactérios, caixinhas contendo leis escritas, que enrolavam no braço ou
prendiam à testa. Porém o que Moisés estava descrevendo aqui era uma
metáfora, um ministério espiritual. Era uma ordem para que todo israelita
indelevelmente selasse na mente todo o impressionante livramento que
haviam visto. O Senhor estava lhes dizendo, basicamente: "Guarde isso na
memória, e o deixe à mão. Conserve-o sempre fresco em sua mente. Toda
vez que enfrentar uma crise, toda vez que enfrentar um gigante, toda vez que
um inimigo agressivo lhe atacar, você deve se lembrar de todos os milagres
que Eu te concedi. Jamais se esqueça do livramento que experimentou.
Mantenha um diário mental deles, e lembre cada detalhe. E aí se assegure
de contar tudo aos seus filhos. Continue falando dos seus milagres, de
geração a geração. Isso edificará a tua fé, e a fé de toda geração que vier".
Ninguém viu maiores milagres de libertação que a geração de Moisés.
Começou com as impressionantes dez pragas que caíram sobre o Egito.
Enxames de gafanhotos, invasões de rãs, rios se transformando em sangue,
escuridão tão negra que podia ser apalpada - todas essas coisas trouxeram
caos e confusão sobre os egípcios. Contudo durante todo esse tempo, Israel
ficou seguro em seu acampamento, protegido de tudo.
Estes mesmos israelitas viram uma nuvem de glória se colocar atrás
deles, ocultando-os do exército do faraó que se aproximava. Viram o céu da
noite se iluminar com uma coluna de fogo, aquecendo-os durante as noites
frias do deserto. E viram um mar inteiro se abrindo à frente, formando altas
muralhas de cada lado. Eles caminharam em meio a ondas que formavam
paredes, em terra seca. E no dia seguinte, Israel viu o exército do faraó
destruído de forma sobrenatural, quando essas mesmas muralhas de água
tombaram sobre seus perseguidores, eliminando-os. Que livramentos
impressionantes Israel conheceu! Contudo não compreenderam nenhum
deles. Em verdade, logo os esqueceram. Como sabemos disso? Está
registrado: "Nossos pais, no Egito, não atentaram às tuas maravilhas; não se
lembraram da multidão das tuas misericórdias e foram rebeldes junto ao mar,
o mar Vermelho" (Salmo 106:7).
Como Israel foi rebelde a Deus no mar Vermelho? Ora, apenas três
dias após o milagroso livramento, acusaram Deus de os ter levado ao deserto
para que morressem de sede. "Tornaram a tentar a Deus, agravaram o Santo
de Israel. Não se lembraram do poder dele, nem do dia em que os resgatou
do adversário; de como no Egito operou ele os seus sinais e os seus
prodígios...e converteu em sangue os rios deles, para que das suas correntes
não bebessem" (Salmo 78:41-44). "Cedo, porém, se esqueceram das suas
obras e não lhe aguardaram os desígnios...Esqueceram-se de Deus, seu
Salvador, que, no Egito, fizera cousas portentosas, maravilhas na terra de
Cam, tremendos feitos no mar Vermelho" (106:13,21-22). Exatamente aquilo
que Moisés havia repreendido em Israel acabou acontecendo. Ele havia
prevenido: "Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que
te não esqueças daquelas cousas que os teus olhos têm visto, e se não
apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus
filhos e aos filhos de teus filhos" (Deuteronômio 4:9).
Vejo a mesma coisa acontecendo hoje na igreja de Jesus Cristo.
Somos ordenados pela palavra de Deus a nos "vestirmos com os nossos
livramentos". Devemos vesti-los todas as manhãs, assim como pomos
nossas roupas. E devemos mantê-los à mão, sempre exibi-los diante dos
olhos. E então lhe pergunto: quantas libertações milagrosas do passado você
está vestindo agora mesmo? Você está mantendo vivos em sua mente os
milagres que Deus lhe fez? Eles estão tão próximos, tão à mão que você
poderia se levantar já e testificar de cada glorioso detalhe?
Quando o Espírito Santo pôs esta questão em mim, fiquei atônito. Eu só
consegui lembrar com alguns detalhes, de uns poucos livramentos. Esqueci
tantos. E tomei já como certos e garantidos muitos outros. Pior, eu não havia
me lembrado deles na hora mais importante: quando enfrentava outras
crises. A lembrança dos meus livramentos poderia ter alimentado minha fé
durante tais provações.
Somos ordenados a contar aos nossos filhos e netos sobre todas as
grandes coisas que Deus fez por nós. Até devemos ter isso escrito, um diário
de nossos livramentos. Agora, por que esse mandamento de nos lembrarmos
é tão importante?
1.
Devemos
nos
Lembrar
dos
Livramentos
Para Aumentar a Nossa Fé Diante das Lutas de Agora
Passados
É para o nosso próprio benefício que Deus nos manda recordar. A
lembrança de nossos livramentos passados nos ajuda a aumentar a fé diante
do que estamos enfrentando no momento. Você está enfrentando uma crise?
Você tem diante de si a ameaça gigante de um problema no lar, no trabalho,
na família? A única maneira de se enfrentar um gigante é fazer como Davi
fez: lembre-se do leão e do urso. Foi assim que Davi pôde atacar Golias sem
medo: lembrando-se da fidelidade de Deus para com ele, nas crises
anteriores. Explico.
Quando Davi foi voluntário para lutar contra Golias, "Saul disse a Davi:
Contra o filisteu não poderás ir para pelejar com ele...Respondeu Davi a Saul:
Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; quando veio um leão ou um
urso e tomou um cordeiro do rebanho, eu saí após ele, e o feri, e livrei o
cordeiro da sua boca...O teu servo matou tanto o leão como o urso; este
incircunciso filisteu será como um deles" (I Samuel 17:33-36).
É possível que Davi tenha testificado a Saul: "Me lembro do tamanho
do urso que me atacou. Eu protegi as mãos com um pano, lhe agarrei a
boca, desloquei sua mandíbula. Depois peguei a pele dele. Fiz um abrigo
com ela, e a dei ao meu pai, como testemunho do poder de Deus para me
livrar".
Davi sabia do perigo que enfrentava contra Golias naquela hora. Ele
não era um principiante, um garoto ingênuo cheio de bravatas e procurando
briga. Não, Davi estava simplesmente se lembrando dos livramentos
passados. E agora ele olha o inimigo direto nos olhos e afirma: "O Senhor me
livrou das garras do leão e das do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu"
(17:37).
Multidões dentre o povo de Deus hoje enfrentam gigantes por todos os
lados. Porém muitos se agacham com medo. Isso descreve você? Você já se
esqueceu da vez em que esteve tão doente e próximo à morte, mas o Senhor
o levantou? Lembra-se daquele desastre financeiro em que disse, "Acabou estou falido" - mas o Senhor lhe cuidou o tempo todo, e o guardou até o dia
de hoje?
Veja esses relatos de provação vindos de pessoas que escreveram ao
nosso ministério:
. Um casal de idosos sofre com o procedimento terrível de seu filho
ministro. O jovem pastor deixa esposa e dois filhos, abandonando o ministério
para adotar a vida gay. Seus pais ficam arrasados, pensando especialmente
no efeito disso sobre os netos.
. Um pastor e esposa se afligem com uma filha a qual foi tirada do leito
de morte por orações deles. Após se curar, a jovem começou a usar drogas e
acabou se casando com um homem que se tornou criminoso. Agora ele está
na cadeia, e a garota em pânico está perdendo o controle, tendo
pensamentos de suicídio. Nesse momento os pais lamentam a cura dela,
imaginando até se não seria melhor ela não haver se curado.
. Uma jovem mãe com três filhos se prostra sozinha em sua casa
alugada. O marido morreu há pouco, deixando-a sem seguro ou sustento. Ela
está só e sem um tostão.
. Um negociante está sendo processado pelo sócio, pessoa que se
chama de cristão. O sócio tenciona roubar o negócio que esse homem
começou. O negociante quer apenas discutir o assunto com o sócio, mas
este se recusa a falar com ele. Agora os tribunais estão tomando o partido do
sócio, apesar de este negociante ter apenas feito o certo em relação a ele.
. Um senhor de 55 anos foi dispensado de seu emprego rendoso.
Agora ele se martiriza pensando: "Quem vai empregar um indivíduo de 55
anos?". Ele tem débitos e também estava auxiliando os filhos
financeiramente. Agora chega o pânico, e ele sai todo dia, envergonhado de
ficar parado em casa fazendo nada.
Esses são apenas alguns dos gigantes que os crentes estão
enfrentando. Muitos outros santos nos escrevem de seus sofrimentos
cruciantes, dizendo, "Eu não entendo". São todos crentes fiéis que confiam
na palavra de Deus e andam no Espírito. Como pastor do Senhor, o que vou
dizer a eles?
A verdade é a seguinte, há muitas coisas que não compreendemos, e
simplesmente não as compreenderemos enquanto não estivermos no lar
celestial com Jesus. Mas eu creio em termos absolutos que Deus pode
curar, e que Ele tem saída para todas as situações. A pergunta para nós é,
onde vamos encontrar a fé, a coragem, para nos levantarmos e ganhar vitória
nEle?
Ela só vem pela lembrança do leão e do urso. Vem quando você é
capaz de relembrar a incrível fidelidade de Deus, e todas as vitórias passadas
que Ele lhe deu. Olhe, você não pode enfrentar um gigante enquanto não for
capaz de visualizar e compreender a majestade e a glória de Deus em sua
vida. Para fazer isso, insisto para que volte bem para o início, no seu começo
com o Senhor.
Você se lembra como era antes de Jesus lhe salvar? Você realmente
sabe o quão estava perto do inferno, alguns talvez perto do suicídio, outros
prestes a se tornarem possuídos pelo demônio? Lembra-se do milagre, da
transformação que ocorreu, do livramento que lhe retirou do abismo em que
estava?
Você se lembra de como ficou livre de tentações crescentes, de
armadilhas que o diabo lhe armou? Você chegou perto de desistir de tudo?
Será que quase jogou tudo para cima? Será que ficou tão desencorajado, tão
aniquilado, que achou ser inútil prosseguir junto ao Senhor?
Lembre-se: o Espírito de Deus veio sobre si. Você se arrependeu, e
Ele o atraiu de volta para Si mesmo. O Senhor o desatou da armadilha do
diabo, naquela ocasião e em muitas outras. Pergunte-se: quantas preces
desesperadas o Senhor lhe respondeu?
Vou
Lhe
Oferecer
Uma
Maneira
Você Pode Transformar um Gigante Numa Formiga
Pela
Qual
Se possível, pegue uma estrada interiorana à noite. Lá, olhe para a lua e para
as milhões de estrelas. Então lembre do seu Criador Deus e de toda obra de
Suas mãos.
O astronauta Charlie Duke uma vez falou ao nosso grupo na Igreja de
Times Square. Comentou como é estar numa cápsula minúscula a 448.000
quilômetros da terra, voando em direção à Lua. Quando a nave ficou de lado,
alguém exclamou: "Olhem que vista incrível!".
Era a terra, suspensa maravilhosamente no espaço negro. Lá estava,
gigantesca, a esfera brilhante, sustentada por nada. Toda a tripulação ficou
atônita com a visão. Eles sabiam que só um Deus Criador incrível poderia
tecer isso.
Em verdade, esse foi o mesmo plano que Deus usou para tirar Jó de
sua dor. O Senhor fez com que aquele homem sofredor voltasse os seus
olhos para os fundamentos da terra, e perguntou: "O quê está prendendo a
terra, Jó? O que a segura no espaço?". Deus prosseguiu, dizendo, "Quem
deteve os mares em suas margens? Quem diz ao oceano poderoso, 'Venha
só até esse ponto, mas não o ultrapasse'? O quê impede que as ondas
avancem sobre a terra? Por que você não está se afogando com a água
subindo, Jó? E onde estão as nascentes de onde provêm os mares?
Como a luz é separada da escuridão? Como são os ventos divididos e
dispersos? Como nasce a chuva? O homem pode produzir relâmpagos,
trovões, nuvens? Quem você acha que dispôs todas essas forças da
natureza em seus lugares, Jó? Quem pôs a ferocidade e a bravura na
natureza dos animais?".
Deus literalmente levou Jó a assistir um "Curso de Poder", revelando
Sua criação passada. Em meio a isso, foi dizendo a Jó: "Você se esqueceu
quem Eu sou. Você me acusa de negligência. Você duvida do meu interesse
por ti, e do meu poder para te livrar. No entanto estou lhe mostrando o quanto
me preocupo por toda essa enorme criação minha" (v. Jó caps. 38-40).
O Senhor prosseguiu, até que finalmente Jó se viu aniquilado diante de
tudo isso. Então Jó olha para os seus problemas e diz: "Fui tolo. Os meus
olhos estavam no lugar errado, em vez de estarem em Ti. Oh Senhor, eu
havia me esquecido de todas essas coisas sobre Ti. Sei que Tu podes fazer
tudo. E sei que nenhum pensamento pode ser retido de Ti" (v. Jó 42:2-3).
2. Devemos Lembrar
Como uma Arma Contra o Medo
de
Nossos
Livramentos
Passados
O medo não consegue sufocar o coração de alguém cujos olhos estejam
cheios da visão da grandeza e da majestade de Deus.
Neemias entendeu bem esse princípio. Ele ia de um lado para o outro
sobre as muralhas de Jerusalém, enquanto um remanescente esgotado e
cansado abaixo tentava reconstruir a cidade. Os israelitas estavam cercados
por temíveis adversários, uma coalizão de três nações dirigida por Sambalá e
o pérfido Tobias. Agora o medo estava começando a se infiltrar. Os muros da
cidade não estavam acabados, e havia montes de entulho por todo lado. Os
trabalhadores esgotados eram forçados a labutar com um martelo numa mão,
e uma espada na outra. Como responder aos seus temores? Como
prosseguir em vez de fugir? Então Neemias traz à lembrança deles o quão
grande e tremendo o seu Deus é:
"Inspecionei, dispus-me e disse aos nobres, aos magistrados e ao
resto do povo: não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e
pelejai" (Neemias 4:14).
Prezado santo, você está com medo de sua situação? Será que o
problema lhe atingiu, abalando sua confiança no Senhor? Se é assim, lembre
o quão grande e temível o seu Deus é. Foi exatamente assim que Moisés
tratou com o medo em seu grupo. Ele disse a Israel: "Se disseres no teu
coração: Estas nações são mais numerosas do que eu; como poderei
desapossá-las? Delas não tenhas temor; lembrar-te-ás do que o Senhor, teu
Deus, fez a Faraó e a todo o Egito...Não te espantes diante deles, porque o
Senhor, teu Deus, está no meio de ti, Deus grande e temível" (Deuteronômio
7:17-18, 21).
Moisés estava dizendo: "Vocês enfrentarão tremendos inimigos muito
mais poderosos que vocês. E se perguntarão como de algum modo
conseguirão ter vitória tendo tão poucas chances. Mas a única coisa que
deverão fazer é se lembrar de quão grande e forte é o teu Deus. Lembrem-se
do quê Ele fez aos seus inimigos no passado, e como Ele foi fiel ao libertálos".
Temos
de
Nos
Lembrar
de
Quão
Grande
é
Deus
do
Quê
Ele
Fez
no
Passado
Para
Nos
Livrar
E Invocar Esse Poder Majestoso Diante da Provação Desse Momento
Moisés insta junto a Israel: "Ele fez tudo isso por vocês. E vocês devem se
apropriar do poder dEle". "Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas
grandes e temíveis cousas que os teus olhos têm visto" (Deuteronômio
10:21).
Davi pergunta: "Quem há como o teu povo, como Israel, gente única
na terra, a quem tu, ó Deus, foste resgatar para ser teu povo? E para fazer a
ti mesmo um nome e fazer a teu povo estas grandes e tremendas cousas,
para a tua terra, diante do teu povo, que tu resgataste do Egito, desterrando
as nações e seus deuses?" (2 Samuel 7:23).
Deus declara a nós: "Porque eu, o Senhor, não mudo" (Malaquias 3:6).
E hoje Ele ainda procura mostrar a Sua grandeza a todos que crêem e se
apropriam do Seu poder. "Quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a
terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele"
(2 Crônicas 16:9).
As palavras de Moisés ao morrer, dirigidas ao povo de Deus foram:
"Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis diante deles,
porque o Senhor, vosso Deus, é quem vai convosco; não vos deixará, nem
vos desamparará" (Deuteronômio 31:6).
Finalmente, ouvimos o apóstolo Paulo. Ele ora para que se abram os
olhos de cada um dos santos, para verem a grandeza do poder de Deus para
conosco: "Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos
conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,
iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do
seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual
a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a
eficácia da força do seu poder" (Efésios 1:17-19- itálicos meus).
Dentre as coisas mais importantes que me lembro, a maior delas é a
memória que compartilhamos toda semana à Santa Ceia. Nos recordamos da
morte do Senhor, do maior de todos os milagres. O nosso Senhor Jesus
Cristo conquistou a morte, e hoje se mostra vitorioso sobre qualquer
provação que você enfrente. E ainda mais, Ele está com você em sua
provação. Insisto consigo: erga os olhos da dor, e lembre das maravilhosas
obras que Ele fez por você. Então terá uma visão da majestade e da glória do
Deus que é o seu livramento.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
25
__________
Santo Espírito, Volte Para a Tua Igreja - 25 de outubro de 2004
(Holy Spirit, Come Back to Your Church)
David
de
outubro
de
Quando Deus fez nascer a sua igreja, ele derramou o Espírito Santo
sobre ela. Ele a batizou no Espírito Santo, encheu-a com o Espírito, e a ungiu
com o Espírito. E em toda parte onde o Espírito de Deus estava presente,
havia claras provas ou evidências. Contudo se estas evidências não eram
vistas, então o Espírito Santo não estava presente.
A minha pergunta é: a igreja moderna exibe essas evidências? A sua
igreja faz isso? Ela está se movendo no poder do Espírito Santo? Mais ainda,
a sua vida mostra essas evidências? Você está vivendo e andando na
plenitude do Espírito?
Joel profetizou que quando o Espírito viesse, uma evidência de sua
presença seria o ensino profético. Joel descreve isso como sendo uma época
excitante quando os crentes mais velhos teriam sonhos espirituais, e os
jovens receberiam visões. O povo de Deus iria experimentar maravilhosos
livramentos, e seguir-se-ia uma grande colheita de almas.
O profeta Isaias também descreve o quê ocorre quando o Espírito
Santo cai sobre o povo. Ele profetiza: "Até que se derrame sobre nós o
Espírito lá do alto; então, o deserto se tornará em pomar, e o pomar será tido
por bosque" (Isaías 32:15).
Isaías está dizendo: "Quando o Espírito Santo vem, o que é deserto
improdutivo se torna campo de colheita; um pedaço de chão morto de
repente abunda com frutos. E não será uma colheita temporária - esse pomar
se tornará em bosque. E será possível se colher frutos desse bosque ano
após ano, e se edificar continuamente sobre essa multiplicação".
Isaías acrescenta: "O juízo habitará no deserto, e a justiça morará no
pomar" (32:16). De acordo com o profeta, o Espírito Santo também traz
consigo uma mensagem de juízo contra o pecado. E essa mensagem produz
retidão nas pessoas.
Subitamente, a pregação do ministro muda. Ele deixa de se conformar
com sermãos mortos ou áridos; pelo contrário, passa a pregar a pura palavra
de Deus, e a mensagem é trazida flamejante e convincente. As pessoas
sonolentas agora entendem que "Isso tem a unção do Espírito Santo. Posso
Wilkerson
2004
trazer os meus amigos de fora aqui, sabendo que o Espírito vai falar aos seus
corações".
Ora, o Espírito Santo inicia o seu trabalho pelo púlpito. Se o juízo
começa pela casa de Deus, é de se esperar que o Senhor inicie sua obra
pelos pastores. Ele trata amorosamente com eles, convencendo-os em
relação a todos os ídolos que estejam presentes, em relação a cada um dos
desejos da carne, em relação a toda porção de ego que esteja sendo
exaltada contra a sabedoria de Deus. Em verdade, essa é a obra do Espírito:
convencer do pecado, da justiça e do juízo.
Porém Isaías não está falando de um derramamento único do Espírito,
o quê algumas pessoas consideram "reavivamento". Isaías está descrevendo
algo que dura. Estudos feitos por sociólogos cristãos mostram que a maioria
dos reavivamentos da atualidade dura uma média de cinco anos, e deixam
em seu rastro muita confusão e dissensão. Conheço algumas igrejas onde
assim chamados reavivamentos tiveram lugar, mas agora, poucos anos
depois, não resta qualquer sinal do Espírito. São igrejas que estão mortas,
áridas, vazias. Casas que antes abrigavam 1.000 pessoas agora são túmulos
cavernosos, com só cinqüenta pessoas assistindo.
No entanto sei também de igrejas onde o Espírito foi derramado há
cinqüenta anos atrás, e ainda hoje Deus está poderosamente agindo. Essa é
a obra do Espírito que Isaías está descrevendo.
Uma
Vez
o
Espírito
Tendo
Se
Afastado
Removido de Uma Igreja, Deixa de Haver Qualquer Restrição
ou
Deixa de haver um grito contra a carne e contra as estultícias que se
infiltram na casa de Deus. Vemos isso em carta que recebi de um
consagrado pastor que serve importante denominação protestante. Ele chora
com o que ocorreu durante a Conferência Anual de sua denominação:
"Votamos apoiando o aborto, apesar de o Congresso Federal ter
votado contra. É triste quando o Congresso é mais piedoso do que a igreja."
"O nosso novo moderador, que deverá ser o porta-voz da igreja pelos
próximos dois anos, abertamente apóia a ordenação de gays e lésbicas, e é,
na verdade, de uma igreja "mais light" (chamada assim porque crêem que
têem 'mais luz' do que o resto de nós nessa questão da homossexualidade).
Como ministro dessa denominação, agora sou autorizado a abençoar uniões
do mesmo sexo. Como posso abençoar aquilo que Deus chama perversão?"
"Votamos no sentido de anular ou não um artigo de nossos Estatutos
que impede a ordenação de 'homossexuais assumidos e praticantes'.
Felizmente, isso não passou, mas a votação foi 259 contra 255 - só quatro
votos evitando a abominação total. As igrejas 'mais light' estão jubilosas
porque crêem que na próxima assembléia - em 2006 - a votação para a
ordenação de gays vai passar. Acho que elas estão certas."
"É quase como se estivéssemos procurando maneiras de ofender o
Todo-Poderoso. A denominação votou em junho censura a Israel, e ordenou
a desinvestidura dos títulos e ações da igreja - cerca de 7 bilhões de dólares -
de todas as companhias israelenses, e de todas as companhias que fazem
negócios com Israel..."
"Que Deus tenha piedade de nós!"
Esse homem está sendo forçado a deixar a denominação, porque
parece que o Espírito Santo foi removido. Não há mais uma força restringindo
o pecado ou a carne, então vale tudo. E o inferno inteiro fica solto.
Quando o Espírito Santo vem, o primeiro trabalho é limpar a sua igreja.
Ele tira tudo que atrapalha o fluir do Espírito de Deus. E isso significa limpar
individualmente as pessoas. Toda carnalidade é caçada e afugentada;
mexericos e os que têm línguas amargas contra os piedosos são mostrados e
expostos; os que mentem e acusam falsamente são isolados e levados a
enfrentar a verdade. Logo os que causam dissensões estão vivendo sob uma
nuvem negra feita por eles mesmos. Foi assim que tudo aconteceu no
Pentecostes, quando o Espírito veio. As escrituras dizem que quando Pedro
começou a pregar com a unção do Espírito, o coração das pessoas foi
atingido como por uma pontada. Eles gritavam: "O que faremos para sermos
salvos?". Milhares foram a Cristo naquele dia. Eles não tinham de ser
convencidos através de recursos publicitários, truques, ou de entretenimento
profissional. Não, eles reconheceram o pecado, e quiseram li
berdade.
E os que não quiseram admitir o pecado oculto, foram expostos. Na
verdade, um casal - Ananias e Safira - pagou o embuste com a vida. Você
pode ficar impune com pecado oculto em uma igreja morta e árida, mas não
em uma igreja onde o Espírito Santo está presente.
Veja, o Espírito Santo é também o administrador da paz de Cristo; ele
concede as porções de paz tanto para o púlpito quanto à congregação.
Porém não pode haver paz sem justiça. Isaías continua sua profecia: "O
efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para
sempre. O meu povo habitará em moradas de paz, e moradas bem seguras e
em lugares quietos e tranqüilos" (Isaías 32:17-18).
A paz vem porque a justiça está agindo; o Espírito está ocupado
varrendo para longe toda inquietude, todo distúrbio e condenação. O que se
segue é paz de espírito, paz no lar, e paz na casa de Deus. E quando o povo
de Deus tem a paz de Cristo, não é facilmente afastado dela: "Ainda que haja
saraivada, caia o bosque e seja a cidade inteiramente abatida. Bem
aventurados vós, os que semeais junto a todas as águas e dais liberdade ao
pé do boi e do jumento" (32:19-20).
A profecia de Isaías sobre o Espírito Santo foi dirigida a Israel durante
o reinado de Uzias. Porém também se aplica ao povo de Deus hoje. Isso é
conhecido como profecia dual. O fato é que toda geração necessita de um
derramamento do Espírito Santo. E creio que a igreja de hoje não viu nada
comparado ao quê o Espírito deseja realizar.
Isaías
Nos
Mostra
Quando o Espírito Santo se Afasta
o
Quê
Acontece
Há também claras evidências quando o Espírito não está presente, ou
sendo derramado. Isaías descreve essa horrenda situação: "Vireis a
tremer...porque a vindima se acabará, e não haverá colheita. Tremei...turvaivos...Batei no peito por causa dos campos aprazíveis e por causa das vinhas
frutíferas. Sobre a terra do meu povo virão espinheiros e abrolhos, como
também sobre todas as casas onde há alegria, na cidade que exulta" (Isaías
32:10-13).
Em outras palavras: "A sua vida não dará mais frutos. A sua família, a
sua igreja, os seus relacionamentos vão estagnar espiritualmente. Acorde!
Você precisa que o Espírito Santo volte".
O que são os espinheiros e abrolhos que Isaías descreve aqui? Eles
significam vazio, sequidão, desapontamento. Essas coisas muitas vezes
ocorrem na forma de congregados ímpios que se levantam e criam estragos.
Por todo o mundo, nas reuniões de nossos ministros, a minha equipe e eu
encontramos centenas de pastores que testificam desses espinheiros.
Referem terem sido afrontados no espírito por uma pessoa ou por um grupo
restrito ("panelinha"), que se acredita ser a autoridade espiritual.
Esses
espinheiros
são
ingovernáveis,
indisciplinados,
e
constantemente ficam promovendo o caos. Têm perseguido todos os
pastores que passaram por sua igreja, atrapalhando-os e espalhando fofocas.
Acham que o ministro precisa ser pobre, e trabalhar como um escravo. E
acabam assustando o novo convertido. A igreja é obrigada a continuar
pequena devido aos constantes distúrbios que promovem.
Como resultado, muitos pastores estão prontos para desistir. Não
vêem fruto no ministério, e agora estão cansados, esgotados, reduzidos a
nada. Suas esposas têm visto o quanto estão desapontados, sem empenho.
Então os encorajam: "Meu bem, por favor desista. Você não é obrigado a
agüentar esse tipo de pressão. Até um trabalho secular seria melhor do que
isso".
Igrejas, às dúzias, já estão fechando todos os dias pelo mundo.
Quando o nosso ministério esteve na Inglaterra no ano passado, doze
templos majestosos foram "desconsagrados", significando que as portas
foram fechadas para sempre. Outros foram vendidos para se tornarem nightclubs. Um até foi vendido a um grupo de ocultismo, para se transformar num
museu do oculto.
As pessoas espinhosas que contribuíram para essa tragédia são como
os israelitas-pais que saíram do Egito. Esses homens ingovernáveis ficavam
se levantando contra a autoridade de Moisés. E finalmente se tornaram
incapazes de serem remidos, devido à sua desavergonhada murmuração e
reclamação. Deus também adverte a Israel: "Se não desapossardes de diante
de vós os moradores da terra, então, os que deixardes ficar-se-vos-ão como
espinhos nos vossos olhos e como aguilhões nas vossas ilhargas e vos
perturbarão na terra em que habitardes" (Números 33:55).
A verdade é que você não consegue mudar gente assim. Eles vão
viver e morrer num deserto de desespero e confusão, exatamente como foi
com Israel. Seus corações simplesmente vão se endurecendo mais e mais,
até se tornarem totalmente resistentes ao Espírito Santo.
Nesse momento, creio que a igreja de Jesus Cristo precisa de uma
limpeza da casa. E nenhum pastor ou evangelista tem poder para limpar a
casa. Isso não pode ser feito pelo carisma, pela força ou habilidades. Não, a
última coisa que a igreja precisa é de mais um truque produzido por homens,
ou inventar mais livros do tipo "como aprender a...", ou listas de métodos para
motivar uma congregação morta. Estas coisas cumprem o que os profetas
referem como “ai dos que descem ao Egito em busca de socorro...confiando
no braço da carne".
Limpar a casa de Deus é obra unicamente do Espírito Santo. E quando
ele vem, a sua obra é meticulosa e completa, de cima abaixo, do púlpito até
os bancos da igreja. Não importa o quanto a igreja seja grande; pode ter
milhares de membros. O fato é: se essa igreja não está cheia da justiça e da
retidão do Espírito Santo - se não há um ministro cheio do Espírito no púlpito,
se o pecado não está sendo exposto e abandonado, se inexiste um altar de
arrependimento - haverá apenas o vazio. Tal igreja é a casa da morte.
Como pastor, tenho de reconhecer que é possível a mim permitir que o
Espírito Santo escoe de minha alma. Você pergunta: "Escoar?". Sim, o
Espírito Santo habita em mim como um poço de águas vivas. E se o meu
coração não está em repouso - se eu me torno desencorajado e perco minha
paz, se me entrego a introspecções, se permito que sentimentos de fracasso
persistam no meu espírito, se eu nutro idéias de abandonar o ministério
devido às dificuldades - então sei que permiti que a águas vivas do Espírito
se escoassem de mim.
Às vezes, você pode se ver perguntando: "Por que minha alma está
abatida? Por que estou tão desencorajado? Por que estou com tanto medo?".
Você tem de saber, que é sempre uma questão do Espírito Santo. Como
Isaías diz, quando o Espírito é derramado, o resultado é a paz. E se esse
efeito não está presente - se ainda há agitação - então temos de olhar para
os nossos próprios corações. Isaías mostra claramente que todos os
problemas, a falta de frutos e o desespero são falta da apropriação do poder
do Espírito Santo.
Por
Que
o
Espírito
Não Estava Sendo Derramado Sobre o Seu Povo ?
Santo
Novamente, Isaías explica. Ele diz que o Espírito não era derramado
devido ao desinteresse e à indiferença de Israel. Em resumo, o problema era
preguiça espiritual. "Levantai-vos, mulheres que viveis despreocupadamente,
e ouvi a minha voz; vós filhas, que estais confiantes..." (Isaías 32:9).
A palavra "mulheres" na verdade refere-se a toda a congregação. A
imagem retórica aparece por todas as escrituras: Cântares refere-se aos
escolhidos de Deus como "filhas de Jerusalém". O Salmo 45:13 chama Israel
de "filha do Rei". Em outra parte do Velho Testamento a expressão "filhas de
Sião" é usada. E naturalmente, no Novo Testamento, a igreja é conhecida
como "noiva de Cristo".
Deus duas vezes aqui avisa Israel quanto à despreocupação. Primeiro
lemos, "Levantai-vos, mulheres que viveis despreocupadamente...filhas, que
estais confiantes". Então Isaías acrescenta: "Tremei, mulheres que viveis
despreocupadamente; turbai-vos, vós que estais confiantes" (Isaías 32:11). A
palavra em hebraico para confiantes aqui quer dizer "seguras de si". O que
está sendo dito é, "Sáia desse desinteresse, ó crente. Você está tão seguro
em seu pecado, tão confiante em si mesmo que se tornou preguiçoso
espiritualmente. Acorde desse estado de indiferença!".
Olhando em torno na igreja atual, vejo multidões de crentes deitados
sobre as camas da autoconfiança. Eles desprezam as mensagens proféticas,
e cerram os ouvidos a todos os chamados para despertar. São crentes que
estão dormindo em plena hora da meia-noite.
Amós escreve: "Ai dos que andam a vontade em Sião e dos que vivem
sem receio no monte de Samaria...Vós que imaginais estar longe o dia mau e
fazeis chegar o trono da violência; que dormis em camas de marfim, e vos
espreguiçais sobre o vosso leito, e comeis...cantais...ao som da lira...que
bebeis vinho em taças e vos ungis com o mais excelente óleo, mas não vos
afligis com a ruína de José" (Amós 6:1, 3-6).
Quando
Isaías
diz:
"Tremei,
mulheres
que
viveis
despreocupadamente", a palavra para tremei quer dizer "estremecei de
medo". Deus está falando às igrejas mortas aqui. Está avisando que elas
perderam o Espírito. E por sua vez, se tornaram igrejas que se movem na
carne, servindo às pessoas não o pão ou águas vivas, mas palha e restolho.
Elas amam o entretenimento, e por isso não querem um profeta em seu meio.
Estão mais interessadas em números que no arrependimento e na retidão.
Amado, os avisos de Isaías nunca foram mais relevantes que agora.
Sinto turbulência divina em meu coração, um estremecimento na alma, por
causa do que vejo estar se aproximando. Uma única bomba terrorista é
suficiente, matando dezenas ou talvez centenas de milhares. E em uma hora,
o mundo inteiro estará em pânico.
Nós não queremos ouvir sobre isso, mas até os líderes mundiais estão
avisando quanto a essa probabilidade. Alguns especialistas dizem que a
situação não é mais questão de "se" mas "quando". Breve, as palavras
proféticas de Jesus serão cumpridas diante dos nossos olhos, com o coração
dos homens desmaiando e entrando em falência por causa do medo.
Quantos sofrerão ataques cardíacos com a queda das bolsas...quando as
multidões inundarem as estradas, fugindo para as montanhas e os
desertos...com os líderes mundiais tremendo e se escondendo em seus
bunkers...com milhões de jovens enlouquecidos pelas ruas, totalmente sem
restrição, por estarem convencidos de que morrerão no dia seguinte?
Há algum tempo, muitos cristãos teriam protestado contra esse tipo de
pregação, gritando: "Pare - não toleramos isso. É ruim demais. Traga uma
mensagem positiva". Acredito que estes mesmos cristãos teriam gritado,
"Impossível!" se eu me levantasse diante deles em agosto de 2001 e
declarasse: "Em apenas uma hora, as Torres Gêmeas cairão, derrubadas por
dois seqüestradores terroristas. Milhares de pessoas morrerão, e o mundo
inteiro irá chorar". Eu teria sido acusado de "fomentar o medo".
Está programado eu pregar na Espanha nesse mês. Se eu tivesse ido
a este país há alguns anos atrás, e profetizasse que centenas de pessoas
morreriam numa explosão de trem por causa de terroristas, poucos teriam me
acreditado. Tento imaginar eu mesmo pregando na Rússia no ano passado, e
dizendo que aquela nação iria chorar porque centenas de escolares seriam
mortos por terroristas que os tornaram reféns. Uma mensagem assim teria
soado inacreditável.
A verdade é que já tivemos um vislumbre do que deverá vir, na Flórida
e no sul do país durante os terríveis furacões. Todas as estradas para o sul
foram fechadas, enquanto as pistas para o norte ficaram estranguladas com
milhões de pessoas tentando fugir de uma natureza em fúria, e incontrolável.
Os postos logo ficaram sem gasolina, e os hotéis super lotados. As pessoas
acabaram simplesmente dirigindo o carro, sem ter para onde ir. Os estragos
na região estão sendo estimados em bilhões de dólares.
A profecia de Isaías avisa: "Ainda que haja saraivada, caia o bosque e
seja a cidade inteiramente abatida" (Isaías 32:19). Resumindo, estas
catástrofes atmosféricas são avisos de Deus. Ele governa e reina sobre as
forças da natureza. E nunca na história ele trouxe juízo sobre um povo - sem
antes enviar aviso após aviso, em amor.
Como devemos nos preparar para os terríveis acontecimentos à
frente? Com arrependimento, segundo Isaías: "Levantai-vos, mulheres que
viveis despreocupadamente...tremei...turbai-vos, vós que estais confiantes"
(32:9-12).
Nesta
Terrível
de
Ser
Onde Estará a Igreja ?
Hora
em
Abalado
Que
For
Tudo
Capaz
Abalado,
Onde vão estar os pastores que estiveram trancados a sós com Deus?
Onde encontraremos os pastores em chamas com o Espírito Santo, homens
que podem oferecer esperança e arrependimento?
Onde as multidões em fuga serão capazes de encontrar igrejas que
ofereçam um lugar de refúgio, onde o Espírito Santo as acalme com a
verdade? Em igrejas assim, ninguém estará fofocando ou se concentrando
nas coisas fúteis da vida. Ninguém estará despreocupado quanto ao seu
caminhar com Jesus. Ninguém vai ficar falando de crescimento da igreja, ou
irá a cinemas para se assentar com os zombadores e engolir imundície. Não,
haverá só uma questão para cada pastor e cada leigo nessas igrejas: "Será
que tenho suprimento do Espírito Santo em mim? Será que tenho o seu
suprimento para ministrar àqueles em torno de mim que estão destroçados
pelo medo?".
Assim, como podemos nós ministros nos preparar? O que as igrejas
devem fazer? Isaías nos diz que não haverá esperança, nem colheita futura,
nem frutos "até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto" (Isaías 32:15).
Toda igreja, todo ministro, todo pastor e todo crente precisa experimentar um
derramamento do Espírito antes que o juízo próximo chegue.
Quero lembrar as palavras de Isaías: "O meu povo habitará em
moradas de paz, e moradas bem seguras e em lugares quietos e tranqüilos"
(32:18). Em qualquer lugar onde o Espírito é derramado, há paz, quietude,
segurança. Sim, deve vir um tempo de violência, terror, pânico, e de
sofrimento das nações. Mas nessa hora, Deus terá pastores e um povo santo
que o busca para receber um renovado suprimento do Espírito Santo. Estas
pessoas já o estão adorando em verdade, e confiando nele para terem um
Pentecostes pessoal. De suas vidas fluirão rios de água viva.
Em verdade, à medida que vai ocorrendo a liberação das forças
destrutivas da natureza, que os nossos lugares de orgulho e de comércio são
humilhados - o Espírito é derramado do alto. Porém esse derramamento cai
apenas sobre os que oram. Cai apenas sobre os que tremem diante da
palavra de Deus, que despertaram do sono, que se esvaziaram da confiança
na carne, e buscam receber um espírito quebrantado, e um coração contrito.
Ainda mais, as escrituras nos dizem que o Espírito Santo é dado só
aos que pedem em fé. Eu pergunto: você foi cheio com o Espírito Santo?
Tem vivido, andado e se movido no Espírito? Não importa se a sua igreja é
próspera ou não, ou o quanto a sua vida possa parecer um sucesso. Mesmo
podendo responder sim a estas perguntas, o seu suprimento do Espírito
Santo sempre precisa ser renovado. Paulo fala de sua "provisão do Espírito
de Jesus Cristo" e pede a "vossa súplica" aos filipenses (Filipenses 1:19).
Agradeço a Deus por todos os pastores e igrejas de hoje que não
perderam o Espírito. Sou grato a todo homem e mulher que esteja inflamado
com o Santo Espírito, por toda igreja em chamas que esteja fazendo nascer a
vida. Porém, tragicamente, sobram tão poucas.O meu coração chora: "Ó
Senhor, ó Santo Espírito, voltem para a tua igreja. Voltem e removam todas
as nossas estultícias. Voltem e nos toquem com uma ardente paixão por
Cristo. Voltem e limpem-nos de todos os esquemas e planos vindos de
homens. Fechem toda TV e mídia religiosas que desonrem o teu nome".
"E, Santo Espírito, aja sobre a minha alma. Atraia-me para o lugar
secreto de oração contigo. Que não existam mais orações apressadas, para
mim. Me discipline para eu esperar em ti, chorar para ti, e não desistir
enquanto tu não me encheres ao máximo. E dê-me tua prometida paz de
espírito. Conceda-me a tua quietude e tranqüilidade, e a segurança de que
cuidarás de nós - venha o que vier".
Isaías nos deixa com essas boas novas: "Agora, pois, ouve, ó Jacó,
servo meu, ó Israel, a quem escolhi. Assim diz o Senhor, que te criou, e te
formou desde o ventre, e que te ajuda: Não temas, ó Jacó, servo meu, ó
amado a quem escolhi" (Isaías 44:1-2).
Finalmente, Judas nos assegura: "Vós, porém, amados, lembrai-vos
das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor
Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores,
andando segundo as suas ímpias paixões. São estes os que promovem
divisões, sensuais, que não têm o Espírito. Vós, porém, amados, edificandovos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo, guardai-vos no amor
de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida
eterna" (Judas 17-21).
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
A
Volta
de
(The Coming of the Lord)
Por
04
__________
de
Cristo
David
outubro
04
de
outubro
de
2004
de
Quando eu era criança, o grito da igreja era: "Cristo está voltando!
Como o ladrão da noite, Ele voltará quando menos se esperar. Virá num
piscar de olhos, ao soar da trombeta. Fique preparado o tempo todo".
Por toda a minha adolescência, esse grito era ouvido todo culto de
domingo. Todo evangelista que vinha pregar na igreja de meu pai tinha uma
mensagem comovente sobre o breve retorno de Cristo. Seus gritos se
perdem em minha memória. E a mensagem formava em mim um temor e
expectativa santos. Aprendi a viver esperando o Senhor voltar a qualquer
momento.
Esse grito: "Cristo está voltando", raramente se ouve hoje na igreja.
Não me lembro da última vez em que ouvi uma mensagem sobre a volta de
Jesus. Como resultado, quando olho o corpo de Cristo, vejo pouca
expectativa pela breve volta do Senhor. É triste, mas só uns poucos e fiéis
servos parecem desejar e querer apressar a Sua manifestação.
Na verdade, há uma nova mentalidade quanto a esse assunto entre
muitos cristãos. A idéia é: "Jesus não está voltando. Ouvimos isso há anos.
De todas as profecias que precisam se cumprir antes de Sua vinda, só
poucas se realizaram. Por que devemos esperar a Sua volta? Tudo continua
do jeito que sempre foi".
A Bíblia previne quanto a essa mentalidade. Pedro diz que haveria
escarnecedores nos últimos dias, zombando da mensagem quanto à vinda de
Jesus: "Nós últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios,
andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da
sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as cousas
permanecem como desde o princípio da criação" (2 Pedro 3:3-4).
Incrível, muitos temem a volta de Cristo. O fato de pensarem em suas
vidas chegando ao fim, e terem de enfrentar o dia do Juízo é tão
amedrontador, que eles tiram isso da mente. Como tal coisa poderia
acontecer com crentes, você pergunta? Segundo Pedro, suas vidas são
ditadas por desejos: "andando segundo as próprias paixões" (3:3).
Pense no que Pedro está dizendo. Se você se prende a um pecado
favorito, não vai querer nada com esta mensagem da volta de Cristo. A idéia
de que Jesus virá e o julgará é o pensamento mais assustador que um
pecador pode ter. Então é preciso zombar da idéia de ter de se comparecer
diante de Deus em meio à suas cobiças devastadoras, e prestar contas.
Wilkerson
2004
A mensagem de Pedro para nós é clara: "Eis o que está por trás de
toda impertinência quanto à volta de Cristo: zombaria da lei de Deus. É o ódio
pela Bíblia, o depreço pelos Dez Mandamentos, o descaso pelo evangelho.
Esse é o motivo que está por trás de toda corrupção, de toda essa petulância
do pecado, da impotência da igreja. Os escarnecedores estão pregando uma
nova mensagem: 'Cristo não está voltando. Não tem isso de acerto de contas.
Tudo continua do mesmo jeito há anos. A gente não precisa ter medo do dia
do Juízo".
Bem como Pedro profetizou, esses zombadores estão presentes hoje.
E não estão zombando da lei terrena. Estão zombando das leis de Deus.
Você vê isso na força feita para se romper a instituição do casamento entre
um homem e uma mulher. Eles não se concentram na Constituição, mas na
palavra de Deus. E tais escarnecedores estão em altos postos: no
Congresso, em altas cortes, nas faculdades e escolas, até em seminários
bíblicos.
Por causa dessa licenciosidade desenfreada, as pessoas são atacadas
por uma cegueira deliberada. Os escarnecedores podem ser ouvidos
dizendo, "Tudo continua se mostrando de maneira ordenada. O sol amanhã
se levantará na hora programada, as estações virão e se irão. Tudo aquilo
que nos foi dito no passado ainda não aconteceu. Então, não deixe que nada
lhe atrapalhe. Curta e desfrute das coisas. Faça tudo que te deixa feliz".
Tenho de abanar a cabeça diante disso. Como alguém vivendo hoje
poderia dizer que as coisas continuam como sempre foram? Pense no
absurdo dessa declaração nesse tempo de terror. Terroristas destruíram as
Torres Gêmeas em Nova York. Explodiram uma estação de trens na
Espanha. E estão decapitando pessoas no Oriente Médio.
Já foi dito que um genocídio em massa como o Holocausto nunca
poderia acontecer em nossos dias. Contudo 700.000 ruandans inocentes
foram mortos pelos próprios compatriotas em poucos meses. A AIDS está
matando milhões de pessoas na África, na China, Índia em outros
países. Países ameaçando uso da bomba de hidrogênio se põem na posição
de manter o resto do mundo como refém. E há um crescimento de novas
doenças mortais, como a SARS e Ebola, que consomem o corpo de uma
pessoa em semanas.
"Tudo continua como sempre"? Que ignorância teimosa. Deve estar
claro até para os ímpios que o Senhor está abalando tudo que é possível ser
abalado. E o que virá em futuro próximo é muito terrível até de se pensar.
No entanto, à medida que tudo isso acontece, há uma força poderosa
e invisível agindo na terra. É um poder do qual nenhum homem pode se
esquivar, ou ignorar. Estou falando do poder do Espírito Santo. Ele é o
administrador de Cristo na terra. Foi enviado para dar poder aos justos, e
convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
O Espírito Santo sabe exatamente porque Jesus ainda não voltou. É
porque o nosso Senhor é longânimo. É paciente com o pecador, desejando
que nenhum pereça. Em Sua misericórdia, está esperando que o mais vil dos
pecadores se arrependa. E por essa específica razão, o Espírito Santo não
irá afrouxar Sua tarefa. Você pode zombar ou tentar se livrar dEle, mas o
Espírito volta vez após outra, convencendo do pecado e revelando a verdade
de Cristo.
Apesar
de
Que
os
Escarnecedores
as
Escrituras
Dizem
que
o
Espírito
Também Virá nos Últimos Dias, Se Derramando Sobre a Terra
Virão,
Santo
Isso aconteceu, no Pentecostes. E agora, ao final dos tempos, o
Espírito Santo está dando o grito final, da meia noite: "Cristo está voltando".
Os muçulmanos e os hindus ouvirão esse grito. Todo pecador, todo santo,
todo judeu ou gentio sobre a terra o ouvirão. Essa verdade será proclamada
às nações.
Pode-se perguntar, "De que tipo de 'volta de Cristo' você está falando?
Está se referindo a um arrebatamento secreto? Está falando da volta pré,
meio ou pós tribulacionista? Ou, você quer dizer que Cristo virá no extremo
final dos tempos?".
Alguns cristãos acreditam que Jesus subitamente evacuará o Seu
povo da terra naquilo que é chamado de arrebatamento. Outros ensinam que
Cristo virá na metade de um período conhecido como a grande tribulação.
Esse período duraria sete anos, marcado por terror e caos de um modo
nunca antes visto pelo mundo. Outros crêem que Jesus virá ao final desse
período de sete anos de tribulação. Outros ainda ensinam que Cristo voltará
ao final extremo de todas as coisas.
Há respeitados estudiosos bíblicos em cada um desses campos.
Porém há algo com o que todo cristão pode concordar: o próprio Jesus diz
que ninguém sabe a hora de Sua vinda, nem mesmo os anjos. E para a
pessoa verdadeiramente apaixonada por Cristo, a hora de Sua volta não é
problema. Tais servos estão prontos para partirem a qualquer momento, seja
por meio de um súbito arrebatamento ou em meio da tribulação. Não importa
a eles que tenham de suportar tremendas provações e sofrimentos. Eles
confiam que o mesmo Jesus que cuida deles agora a cada dia, cuidará deles
em meio a tudo. Eles vivem em expectativa constante da Sua volta.
Não, há aqui algo mais forte em ação. E isso é a idéia maligna que
Satanás implantou em muitos que se dizem verdadeiros crentes. O diabo
está cochichando uma mentira cruel nos ouvidos de multidões dentre o povo
de Deus: "Cristo não tem previsão para voltar".
Em Mateus 24, Jesus conta uma parábola quanto a se estar
preparado:
"Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não
cuidais, o Filho do homem virá. Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem
o senhor confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?
Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar
fazendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens."
"Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor
demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber
com ébrios, virá o senhor daquele servo em dia em que não espera e em
hora que não sabe e castiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali
haverá choro e ranger de dentes" (Mateus 24:44-51).
Note aqui que Jesus está falando de servos, significando crentes.Um
servo é chamado fiel e o outro mau. O que torna o último servo mau aos
olhos de Deus? Segundo Jesus, é algo que ele diz "consigo mesmo" (24:48).
Esse servo não o diz em voz alta, e não o prega. Mas pensa. Ele vendeu o
coração à mentira demoníaca de que "Cristo não tem previsão de volta". Note
que ele não diz, "O Senhor não vai voltar", mas "não tem previsão de volta".
Em outras palavras: "Jesus não virá de repente, inesperado. Não voltará na
minha geração".
Esse "servo mau" é claramente um tipo de crente, talvez até mesmo
um ministro. Ele recebeu a ordem de "vigiar" e ficar "preparado", "porque, à
hora em que não cuidais, o Filho do homem virá" (Mateus 24:44). Porém tal
homem acalma a consciência aceitando a mentira de Satanás.
Jesus nos mostra o fruto desse tipo de raciocínio. Se um servo está
convencido de que o Senhor não tem previsão de volta, então não vê
necessidade de uma vida reta. Ele não é compelido a fazer as pazes com os
demais servos. Não vê necessidade de preservar a unidade no lar, no
trabalho, na igreja. Ele pode ferir o próximo, acusá-lo, guardar rancor, destruir
a reputação desse próximo. Como Pedro diz, tal servo é movido por suas
paixões. Ele quer viver em dois mundos, se entregando a uma vida no mal e
ao mesmo tempo acreditando estar seguro diante de um julgamento de
justiça.
Alguns
Dizem
a Pregação de Que
Para Não Agitar as Pessoas
a
que
Paulo
Preveniu
Vinda do Senhor Está
Contra
Próxima,
Paulo escreveu: "Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos
demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por
espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós,
supondo tenha chegado o Dia do Senhor" (2 Tess. 2:1-2).
Os escarnecedores referem, "Veja, alguém na igreja primitiva agitou os
crentes com a mensagem de que Cristo estava prestes a chegar. E Paulo
lhes disse, 'Não, não se preocupem com isso. Não deixem que isso os
incomode ou preocupe"'.
Mas não é isso que o original grego revela. A raiz grega é "[não vos
perturbeis]...supondo tendo chegado o Dia do Senhor". O que perturbou os
tessalonicenses foi acharem que Cristo já teria vindo, havendo eles perdido
esse acontecimento.
Paulo lhes assegura no versículo seguinte, "Ninguém, de nenhum
modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a
apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição" (2:3).
Paulo estava apenas dirigindo-se aos temores deles quando disse, "Não se
preocupem, pois duas coisas precisam acontecer antes".
Então, qual é a teologia primordial de Paulo quanto à volta de Cristo?
Nós a encontramos em duas passagens: "E digo isto a vós outros que
conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa
salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta
a noite, e vem chegando o dia" (Romanos 13:11-12). "Seja a vossa
moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor" (Filipenses
4:5). Paulo está gritando: "Acordem! Já passou da meia-noite. A vinda do
Senhor está próxima, então mexam-se. Não sejam indolentes. Jesus está
voltando para os que O aguardam".
Os céticos podem perguntar: "Mas e as palavras ditas pelo próprio
Paulo? Ele realmente disse que duas coisas tinham de acontecer antes da
volta de Cristo. Primeiro, o Senhor não virá enquanto uma grande apostasia
não ocorrer. E segundo, o anticristo tem de levantar e se proclamar Deus.
Teremos de ver o anticristo sentado no templo, exigindo que as pessoas o
adorem, antes que Jesus volte".
Primeiro de tudo, alguém precisa estar deliberadamente cego para não
ver uma apostasia violenta agarrando o mundo. A incredulidade varre as
nações, com crentes caindo por todo lado. A apostasia a qual Paulo se refere
claramente já chegou.
Note as palavras de Paulo aqui: "O mistério da iniqüidade já opera" (2
Tess. 2:7). O quê é esse mistério da iniqüidade? É a transgressão. É um
espírito do caos, sem nenhum respeito pela lei de Deus. E é a razão
específica pela qual Deus destruiu a terra pelo dilúvio, devido à violência e
corrupção humanas.
Se a transgressão que Paulo viu em seus dias apenas aumenta, não é
de se admirar que hoje as pessoas decentes fiquem alarmadas e assustadas
com o que vêem acontecer. Leis e instituições que durante séculos evitaram
que a sociedade caísse no caos estão sendo rasgadas a torto e a direito.
Paulo diz o seguinte sobre isso: "Aguarda somente que seja afastado
aquele que agora o detém" (2:7). Ele está dizendo: "Há um poder de
refreamento agindo, detendo o caos. Mas este que restringe está prestes a
ser removido". O Espírito sempre estará aqui para cumprir Sua missão. Mas
Seu ministério de restrição será "levado", ou içado, "afastado".
Não consigo imaginar nenhum outro poder que seja capaz de restringir
a corrupção, a transgressão, além do Espírito Santo. Pense no que acontece
a uma sociedade quando o Espírito Santo remove o Seu poder de restrição.
Todas as instituições, sejam as do governo até a da família, saem totalmente
de controle. Não dá para imaginar como seria Nova York sem que o
Refreador estivesse detendo a explosão do mal. Eu não gostaria de estar
perto dessa cidade se o Santo Espírito não estivesse em ação.
Mas vemos um espírito de transgressão agindo por todo o mundo. As
forças do anticristo já estão se reunindo e revelando em altos níveis. Agora
mesmo, a União Européia está estabelecendo uma Constituição que nega
totalmente a Deus. Um ministro Pentecostal da Suécia está hoje na cadeia
por ter pregado contra o homossexualismo. Isso é só um sinal de como o
cenário está sendo preparado.
Pode-se dizer: "Sim, mas Paulo diz claramente que Jesus não pode
voltar enquanto o anticristo não estiver no poder". Mas atente ao que as
escrituras dizem: "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é
o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho" (I João 2:22).
Segundo João, o anticristo é qualquer um que negue o Pai e o Filho. E mais,
diz ele, o aumento destes anticristos é prova de que estamos vivendo
exatamente nos últimos dias. Além disso, virá um homem que irá incorporar o
"nome do pecado".
Em resumo, nada está detendo a volta de Cristo. Pense no terrorismo
mundial, na deificação do ego, nos ataques grosseiros contra a instituição do
casamento e valores piedosos. Pense na brutalidade islâmica, no
homossexualismo militante, na vileza da TV e do cinema, no assédio
freqüente contra crianças. Uma diocese católica nos EUA há pouco declarou
falência, incapaz de pagar os milhões de dólares adjudicados a sessenta
crianças vítimas de assédio sexual cometidos por um sacerdote.
Leve em conta que tudo isso ocorreu estando ainda sob restrição. Eu
lhe pergunto, o que acontecerá quando Deus disser Àquele que está detendo
tais coisas: "Remova a Tua mão de contenção. Deixe que sigam o seu
próprio curso até o ápice"? Paulo nos dá um quadro disso: "Aguarda
somente que seja afastado aquele que agora o detém (o Refreador); então,
será de fato, revelado o iníquo" (2 Tess. 2:7-8).
O Espírito Santo sabe o quê deve breve acontecer, quando inexistirão
mais restrições. Todo homem se entregará às suas paixões. Toda religião
militante forçará seus deuses sobre as outras. Tudo que for santo será
desprezado. Toda lei será quebrada livremente. E a igreja apóstata pregará
as doutrinas mais corruptas e malditas do inferno.
Tudo está ajustado para acontecer até mesmo agora. Uma grande
apostasia cobriu a terra. O ego assumiu o trono do coração do homem. E em
um tempo muito curto, quando o Refreador tiver partido, virá o que Paulo
chama "operação do erro, para darem crédito à mentira" (2 Tess. 2:11).
Que mentira é essa? Trata-se da aceitação cega de que qualquer
pessoa que vier em nome de Jesus fala por Deus. Falsos mestres se
levantarão, que aceitam Cristo como um bom homem mas não como Deus:
"tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder" (2 Timóteo 3:5).
Os que seguirem esses enganadores serão atraídos a um outro Jesus, a um
outro evangelho. A cegueira será devastadora, arrebanhando multidões,
inclusive os que antes estavam em chamas para o Senhor.
Por que Deus vai parar o Refreador? Porque, diz Paulo, "não deram
crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça" ( 2
Tess. 2:12). Agora mesmo estamos vendo o refreamento do Espírito Santo
sendo removido um pouquinho mais a cada dia.
Isso
Nos
Leva
ao
Ponto
Central
da
Mensagem:
O Anseio no Coração do Homem ou da Mulher Que Está em Cristo
No Apocalipse, Jesus anuncia: "Eis que venho sem demora. Bemaventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro"
(Apocalipse 22:7). Cinco versículos adiante Cristo diz: "E eis que venho sem
demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um
segundo as suas obras" (22:12).
Cá está o anseio do coração de todos os que aguardam com
expectativa a volta de Jesus: "O Espírito e a noiva dizem: Vem!" (22:17). Isso
se refere à noiva de Cristo, constituída de um corpo mundial de crentes sob o
Seu senhorio. Todos esses servos são crentes nascidos de novo, e
purificados pelo sangue.
Você pode dizer: "Compreendo que este seja o anseio do coração do
crente. Mas por que o Espírito também clama a Jesus, 'Vem'?". É porque esta
é a última oração do Espírito Santo, sabendo que Sua obra sobre a terra está
quase completada. Como Paulo ou Pedro, a quem Deus comunicou que seu
tempo sobre a terra era curto, o Espírito igualmente clama: "Vem, Senhor
Jesus".
Então, onde ouvimos hoje esse clamor do Espírito? Ele vem através
daqueles que estão assentados com Cristo nos lugares celestiais, que vivem
e andam no Espírito, cujos corpos são templo do Espírito Santo. O Espírito
clama neles e através deles, "Apressa-te Senhor, vem".
Quero lhe perguntar: qual foi a última vez que você orou, "Senhor
Jesus venha rápido, venha breve"? Pessoalmente, não me lembro de ter feito
essa oração. O fato é que eu nunca achei que poderia apressar a volta de
Cristo permitindo que o Espírito fizesse essa prece através de mim. Mas
Pedro nos dá prova dessa incrível verdade: "Esperando e apressando a vinda
do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e
os elementos abrasados se derreterão" (2 Pedro 3:12). Em grego, a frase
"apressando a vinda do Dia..." significa "acelerando, instigando". Pedro diz
que nossas preces expectantes estão apressando, adiantando, insistindo
junto ao Pai para rapidamente enviar de volta o Seu Filho.
Só um ponto está detendo esse glorioso evento. Trata-se de uma
única questão não resolvida: "Não retarda o Senhor a sua promessa, como
alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco,
não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento" (2 Pedro 3:9).
A misericordiosa paciência do Senhor dita a hora de Sua volta. Então,
isso quer dizer que não devemos orar para a Sua vinda? Nada disso. O
próprio Cristo nos diz no evangelho de Marcos: "Porque aqueles dias serão
de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que
Deus criou, até agora e nunca jamais haverá. Não tivesse o Senhor
abreviado aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos
que ele escolheu, abreviou tais dias" (Marcos 13:19-20). Imagine o quê
poderia acontecer se, por todo o mundo, a noiva de Cristo despertasse e
orasse no Espírito, "Jesus, venha" ?
Ainda, se creio que o mundo dispara em direção ao caos irrefreável, e
que Cristo voltará breve, então o meu clamor deve ser dirigido em favor aos
meus familiares e amigos que estejam despreparados. Seria hipocrisia eu
orar para Jesus vir, e no entanto não interceder para que os meus queridos
estejam preparados para aquele dia. A minha oração deve ser, "Venha,
Senhor. Mas primeiro, dê a meus familiares e amigos que estejam perdidos,
ouvidos para ouvir. Salve-os, salve os perdidos".
Paulo escreveu a seu filho espiritual, Timóteo: "Sem cessar, me lembro
de ti nas minhas orações, noite e dia" (2 Timóteo 1:3). Você pode dizer com
consciência pura que tem orado por seus queridos não salvos com tal
intensidade?
Eis o Âmago da Questão
Por um instante, ponha de lado todas as doutrinas quanto à volta de
Cristo. Atente para esse clamor do homem ou mulher que amam o Seu
aparecimento: "Então, veremos face a face. O contemplaremos" (ver I
Coríntios 13:12). A volta de Jesus não deve lhe perturbar. Ela deveria lhe
entusiasmar. Se você realmente ama uma pessoa, então quer ficar perto
dela. Dá para você imaginar como é Jesus chamando o seu nome?
Imagine um casal recém casado, e o marido sendo convocado para se
ausentar por um período longo, seja a negócios ou para o exército. Ele diz à
noiva, "Eu voltarei, mas não sei quando. Eis o endereço onde você poderá
me achar".
Durante os primeiros anos, a noiva escreve sempre ao marido, lindas
cartas de amor. Mas nunca diz, "Por favor - volte logo!". Dez anos se passam,
depois vinte, e cada vez ela lhe escreve menos e menos. Ainda assim, nunca
diz, "Volte rápido, eu te suplico. Preciso do teu abraço, preciso ver o teu
rosto. Estou orando para que você volte logo".
Esse é um retrato da igreja hoje. Como podemos dizer a Cristo que O
amamos e temos saudades, se nunca oramos para que volte para nós?
Como pode acontecer de nunca expressarmos que Ele deve voltar depressa
e nos levar consigo, e assim estarmos em Sua companhia constante? Como
pode acontecer de não dizermos, "Não dá mais para resolver sem que
estejas aqui. Não quero ficar longe de Ti" ?
Em meio ao nosso tempo, ouço Jesus dizendo, "Certamente, venho
sem demora" (Apocalipse 22:20). E ouço a noiva de Cristo respondendo,
"Vem, Senhor Jesus!" (22:20).
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Recebendo o Espírito
(Receiving the Holy Spirit)
Por
13
__________
de
Santo
David
Setembro
-
13
de
setembro
de
2004
de
"Visto como, pelo seu divino poder, nos tem sido doadas todas as
cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo
daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude" (2 Pedro 1:3).
Durante anos tenho me declarado estar cheio do Espírito Santo. Tenho
testificado ter sido batizado no Espírito. Tenho pregado que o Espírito Santo
Wilkerson
2004
me dá poder para testemunhar, e que me santifica. Tenho orado no Espírito,
falado ao Espírito, andado no Espírito e ouvido Sua voz. Eu verdadeiramente
creio que o Espírito Santo é o poder de Deus.
Posso lhe levar ao lugar onde fui cheio do Espírito, com oito anos de
idade. Ainda lembro de minhas lágrimas e do clamor do meu coração ao
Senhor. Recordo a incrível visão de Cristo que recebi. E me lembro da paixão
por Jesus que resultou desta experiência. O Espírito Santo tem sido meu
amigo e íntimo consolo desde então.
Li tudo que as escrituras dizem sobre o Espírito Santo, de Gênesis ao
Apocalipse. Preguei sobre o Pentecostes, da necessidade de sermos cheios
do Espírito, de nossos corpos serem templos do Espírito. E confio que o
Espírito falou através de mim à Sua igreja.
Contudo, ultimamente, me vi orando, "Senhor, será que
verdadeiramente recebi teu Santo Espírito? Será que verdadeiramente
conheço esse incrível poder que vive em mim? Ou será que o Espírito é só
uma doutrina para mim? Estarei eu, de algum modo, ignorando-O? Será que
deixei de pedir que Ele faça por mim, o que veio fazer? Estarei eu ainda
carregando coisas, ainda fazendo tudo por mim mesmo - algo que Ele veio
fazer por mim?"
O fato é que se pode ter algo muito valioso e não saber disso. E você
não pode desfrutar do que possui, porque não compreende o quão valioso é.
Há a história de um fazendeiro que produziu em cima de sua fazenda a
vida toda. Durante décadas trabalhou o solo rochoso, vivendo pobre e
finalmente morrendo insatisfeito. Com sua morte, a fazenda foi passada ao
filho. Um dia, arando a terra, o filho achou uma pepita dourada. Ele a levou
para exame, e lhe foi dito que era ouro puro. O jovem logo descobriu que a
fazenda estava cheia de ouro. Instantaneamente, se tornou um homem rico.
Contudo essa riqueza escapou de seu pai, apesar de estar na terra toda a
sua vida.
Assim é com o Espírito Santo. Muitos de nós vivemos na ignorância do
que possuímos, do poder que reside em nós. Alguns cristãos vivem toda a
vida achando que têm o Espírito Santo, contudo não O receberam
verdadeiramente em plenitude e poder. Ele não esta executando neles a obra
eterna para a qual foi enviado.
Agora, não estou falando sobre manifestações. Muitas vezes, alguns
crentes buscam o Espírito só quando estão em dificuldades e querem que Ele
se manifeste. Eles têm a esperança de que Ele desça e leve para longe seus
problemas. Mas Pedro diz que essa não é a verdade sobre o Espírito.
Segundo ele, temos o tesouro dentro de nós: "Pelo seu divino poder, nos têm
sido doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade" (2 Pedro 1:3
- ênfase minha).
No rio Jordão, João Batista disse aos fariseus: "Eu batizo com agua;
mas, no meio de vós, esta quem vós não conheceis" (João 1:26). Aqueles
líderes religiosos viam Jesus em carne, e O ouviam falando. Mas não tinham
compreensão de quem Ele era. Não sabiam do Seu poder e glória.
Igualmente, Jesus pergunta a seu próprio discípulo, "Filipe, há tanto
tempo estou convosco, e não me tens conhecido?" (14:9). Desejo lhe fazer
uma pergunta similar: há quanto tempo tem testificado ter sido cheio do
Espírito Santo? Há a possibilidade de o Espírito lhe dizer, como o Senhor fez
com Filipe, "Tenho estado contigo todos estes anos, mas na verdade tu não
me conheces"?
Às Vezes Me Pergunto se os Cristãos de Hoje Estão Correspondendo
aos Crentes dos Dias de Paulo
Algo parece estar faltando na igreja de hoje. Todos sabemos que os
cristãos do primeiro século enfrentaram grandes aflições. Suportaram
tremendas provações, tempos difíceis, perseguições de vida ou morte. Mas
não sucumbiram à pressão.
Paulo diz que a igreja em Tessalónica suportou a perda de suas casas
e propriedades, tudo que possuíam. No entanto tais crentes não eram
abalados pela experiência. Ele atribui a força deles ao poder do Espírito
Santo: "Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em
palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena
convicção...vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a
palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito
Santo" (I Tess. 1:5-6).
Paulo então descreve o testemunho vindo a partir desta jubilosa
capacidade de suportar: "Vos tornastes o modelo para todos os crentes na
Macedónia e na Acaia. Porque de vós repercutiu a palavra [o testemunho] do
Senhor...[e] por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus [é falada
por todos]" (1:7-8).
Esses crentes haviam sido "muito atribulados", mas mesmo assim
possuíam verdadeira alegria. Enfrentaram dificuldades e sofrimentos como
nenhum outro grupo da época. Viveram em meio a pressões que você e eu
não conseguimos avaliar. Certamente seus matrimónios foram testados
durante estes tempos difíceis. O diabo deve ter atacado as famílias em seus
pontos fracos, provocando problemas de todos os tipos.
Mas os pastores e santos dessa igreja não iriam desistir. Não se
queixavam das circunstâncias. E não questionavam as provações de Deus.
Pelo contrário, havia júbilo em meio a esse corpo de crentes. E Paulo lhes
diz: "No mundo todo falam de vocês! A alegria que têm mostrado em meio às
lutas surpreendeu e tocou as outras pessoas, longe e perto".
Aqueles cristãos haviam verdadeiramente recebido o Espírito Santo.
Fico imaginando: o que eles conheciam sobre o poder do Espírito que tão
poucos cristãos de hoje parecem conhecer? O que está faltando? Onde está
a alegria do Espírito Santo em nossos dias de lutas e aflições?
Nunca
na
História
Tantos Crentes Se Tornaram Tão Desencorajados
da
Igreja
Em todos os meus anos de ministério, nunca vi tantos crentes sofrendo
tanta aflição. Nunca houve um período assim, com famílias enfrentando
crises financeiras, suportando lutas conjugais, desespero diante da rebeldia
dos filhos.
Agora mesmo, pastores por todo o mundo estão se desiludindo. Estão
exauridos pelo trabalho, e de coração pesado por verem tão poucos frutos. E
suas esposas e famílias estão sendo esmagadas. Estes homens estão
desistindo às centenas em todos os países. O líder de uma grande
denominação Pentecostal há pouco me disse: "Os pastores estão
abandonando a torto e a direito, e as igrejas estão fechando às dezenas"
Eis uma carta típica que recebemos de ministros: "Pastoreio uma igreja
de bom tamanho. Mas o meu trabalho é tão frustrante, desencorajador. Fico
desesperado para ver algo acontecendo, algum tipo de avanço. Não sei
porque estou tão ansioso, ou mesmo o que quero ver. Mas tem de haver algo
além disso. O que estou deixando passar?".
O meu filho Gary e eu viajamos o mundo dirigindo reuniões de
pastores e suas esposas. Mas por todos os lugares que vamos, vemos um
desespero pandêmico. A maioria dos pastores em países pobres têm de ter
trabalho secular para se sustentarem. Há pouco ou nenhum dinheiro para
suas famílias, ou mesmo para seus ministérios. E sua pobreza está piorando.
Nos últimos meses a nossa equipe de avanço se reuniu com pastores
em países muito pobres. Numa das reuniões, ministros vieram de varias
denominações. Poucos minutos após o início de nossa apresentação de
vídeo tape, estes homens começaram a chorar. A cena trouxe lágrimas aos
olhos de nossa equipe. Estes pastores, em frangalhos, explicaram: "Estamos
muito desencorajados. Trabalhamos tanto, mas vemos tão pouco resultado. E
não temos finanças. Mesmo que o irmão David viesse ao nosso país para
falar, não teríamos recursos para viajar e assistir às reuniões. Não
conseguimos nem pagar as necessidades de nossas famílias. E o nosso
trabalho é tão difícil, tão desgastante. Estamos vendo muitos suicídios,
especialmente entre os jovens. Nos sentimos muito abandonados".
O nosso ministério aluga ónibus para que estes ministros possam
viajar para assistir nossas reuniões. Mas alguns são tão pobres, que não
podem pagar pela hospedagem, então acampam em tendas. No ano
passado, na América do Sul, um homem viajou dez horas para chegar aos
nossos encontros. Ele não tinha dinheiro para a viagem de volta, então a
nossa equipe orou e foi levada a lhe dar 1.000 dólares. Quando o pastor
ouviu isso, chorou. "Isso é o salário de um ano", nos disse.
Nos Estados Unidos, o grande problema é o stress. Há ansiedade
generalizada quanto ao futuro, quanto à segurança no emprego. Algumas
famílias estão à beira de perder tudo. Isso está produzindo stress no trabalho
e no lar, e as pessoas estão sucumbindo ao desespero.
Como pastor que sou, é de partir o coração ver tantos problemas
enfrentando os cristãos. Pais e esposos estão desmoralizados porque não
têm emprego, ou têm subsalario. Não têm possibilidade de sustentarem as
famílias, e estão se afundando em dívidas. Multidões em dívidas. Multidões
de idosos sofrem a tortura de não poderem pagar seus medicamentos. O
governo não consegue resolver estes problemas. Os políticos apenas fazem
promessas vazias.
Ao visualizar todas essas necessidades, estas provações tremendas,
somos levados a nos ajoelhar. Dia após dia, clamamos a Deus, "Senhor, que
mensagem podemos oferecer? O que podemos pregar para trazer cura e
encorajamento a esses crentes aflitos?". Sentimos a dor terrível, contudo
sabemos que não podemos simplesmente oferecer superficialidades. Nos
recusamos a trazer uma mensagem rasa de simpatia humana, dizendo, "Não
se deprima. O sol logo vai brilhar"
Não, mais é necessário do que pena ou conversa animada. A palavra
de Deus precisa chegar, dando poder para opor-se a todo ataque das
provações.
Essa Não é a Mensagem Que Comecei a Preparar
Ao refletir sobre as aflições, o desespero e o sofrimento, pensei: "Tudo
isso é ataque satânico". Imediatamente, comecei a trabalhar numa
mensagem chamada "Guerra aos Santos".
No Apocalipse, encontramos Satanás dando poder a algo chamado "a
besta". "Foi lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os
vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e
nação" (Apoc. 13:7).
Ao juntar as palavras - "poder para pelejar... contra os santos... e os
vencesse" - comecei a raciocinar:
"É isso. É por isso que o povo de Deus está sendo tão afligido nesse
momento. É o poder da besta. É ela que está por trás de toda pobreza, de
todos os problemas familiares e no casamento. Um dragão em fúria está
dando força a um governo do mal. Os nossos líderes agora estão sendo
manipulados por coligações malignas e grupos de interesse. O diabo está
forçando sua programação sobre a nossa sociedade.
"Isso é uma guerra aberta contra os eleitos de Deus. Trata-se de um
inimigo irado derrubando a fé dos santos, levando-os a perder a confiança em
Deus. Multidões de crentes estagnaram na fé. E outros já foram vencidos.
Sua fé naufragou. Ficaram tão desencorajados, que acabaram desistindo.
"Ao olhar o que esta acontecendo em nosso país, isso não pode ser
negado. O diabo vomitou de sua boca torrentes de iniquidade. Produziu um
dilúvio de aflições contra o povo de Deus. E muitos estão sendo levados
nesse dilúvio".
Jesus falou de uma "hora das trevas" que teria lugar em favor dos
senhores das trevas. Ao ser levado do jardim, Ele disse aos captores, "Esta...
é a vossa hora e o poder das trevas" (Lucas 22:53). Em grego a palavra para
"hora" aqui quer dizer "curto período". Nessa hora das trevas, a besta iria
dominar Pedro por um curto período. Cristo o havia prevenido, "Satanás vai
te atacar, para te peneirar e provar".
Mas eis a pergunta que Jesus na verdade estava fazendo: "Sim, uma
hora de trevas virá, não só sobre Israel mas sobre todo o mundo. Eu não
estarei aqui então, mas o meu Espírito estará. Eu estou enviando-O para lhe
sustentar em meio a toda provação. Ele habitará o coração de todos os que
crerem em mim. Então quando chegar esse período de trevas você crerá?".
Estamos
Agora
da Última Hora de Poder de Satanás
Vendo
o
Início
Tanto em Daniel quanto no Apocalipse, somos prevenidos sobre essa
última hora de trevas brutais, que cobrirão toda a terra. E por um curto
período, será como se Satanás estivesse vencendo em todas as frentes.
Agora mesmo, há sinais sinistros destas trevas. O nosso país parece
ter se entregue ao caos. A televisão e a internet vomitam imundície para
dentro dos lares. As instituições que sustentaram nossa sociedade parecem
estar desmoronando e caindo. Pense na recente controvérsia quanto à
instituição do casamento entre o homem e a mulher. O que parece é que o
inferno venceu essa batalha, jogando longe todas as restrições morais.
O mais trágico é que Satanás parece ter levado a igreja à derrota.
Lançou um Espírito de morte sobre a casa de Deus, tal que multidões gritam,
"Não consigo achar uma igreja onde o Espírito esteja agindo. Por todo lugar
onde procuro, não há fogo, não há convencimento (da parte de Deus). Está
morto".
Você pode dizer, "Irmão David, você coloca isso de maneira tão fria.
Parece tão desanimador". Mas a verdade é que a Satanas foi dado só um
curto período. É por isso que ele esta trazendo o máximo possível do inferno.
Porém Deus previu tudo isso. Ele não foi pego de surpresa por
nenhuma dessas iniquidades que estamos vendo. Não, Ele sempre teve um
plano para o Seu povo o tempo todo. Ele formulou esse plano antes da
Criação. E é um plano não apenas para a nossa sobrevivência, mas para que
vençamos.
Só uma coisa conquista e dissipa as trevas, e isso é a luz. Isaías
declara: "O povo que andava em trevas viu grande luz" (Isaías 9:2).
Igualmente, João declara: "A luz resplandece nas trevas, e as trevas não
prevaleceram contra ela" (João 1:5).
A luz representa compreensão. Quando dizemos, "Vejo a luz",
estamos dizendo, "Agora compreendo". Você entende o que as escrituras
estão dizendo? O Senhor está prestes a abrir nossos olhos, não para ver um
diabo vitorioso mas para receber nova revelação. O nosso Deus nos enviou o
seu Espírito Santo, cujo poder é maior do que todos os poderes do inferno:
"Maior é aquele que esta em vós do que aquele que está no mundo" (I João
4:4).
Agora, no Apocalipse lemos do inferno vomitando gafanhotos e
escorpiões de grande poder. Lemos de um dragão, bestas, chifres, bem
como de um anticristo que deverá vir. No entanto, não sabemos o significado
de todas estas criaturas. O fato é que não precisamos saber. Não precisamos
nos preocupar com o anticristo ou a marca da besta.
Veja, vive em nós o Espírito do Deus Todo-Poderoso e do Seu Cristo.
Paulo declara que o poder do Espírito Santo está operando em nós. Em
outras palavras, o Santo Espírito está vivo em nós nesse exato momento.
Então, como o Espírito age em nós em meio a estes tempos difíceis?
O Seu poder é liberado só quando O recebemos como sustentador de nossos
fardos. O Espírito Santo nos foi dado exatamente para isso, para carregar os
nossos cuidados e preocupações. Assim, como dizer que O recebemos se
não aconteceu termos transferido nossos fardos para Ele?
Pense nisso: o Espírito Santo não está amordaçado lá na glória, mas
está aqui, habitando em nós. E está querendo ansiosamente assumir o
controle de toda situação de nossas vidas, incluindo nossas aflições. Assim,
se continuamos com medo - em desespero, com questionamentos, nos
afundando na ansiedade - então é porque não O recebemos como nosso
consolador, ajudador, guia, resgatador e força.
Pode-se objetar, "O Espírito Santo foi enviado para nos dar poder para
sermos testemunhas de Cristo". É verdade, mas o que engloba o nosso
testemunho? É meramente falar às pessoas sobre Jesus? É simplesmente
citar a Bíblia? É só orar por elas? Todas essas coisas são parte do nosso
testemunho - com toda certeza - mas não compreendem todo ele.
Não, testemunha ao mundo é o cristão que lançou cada parte do seu
fardo sobre o Espírito Santo. Como os tessalonicenses, esse crente vê
problemas devastadores por todo lado, e ainda assim tem a alegria do
Senhor. Ele confia no Espírito de Deus para a sua consolação e direção em
meio à aflição. E possui um testemunho poderoso junto a um mundo perdido,
porque incorpora alegria apesar de estar cercado por trevas. A sua vida diz
ao mundo, "Essa pessoa viu a luz".
Tal cristão verdadeiramente "recebeu" o Espírito Santo, porque permite
que o Espírito lhe conceda tudo que precisa para vencer. Um crente abatido
simplesmente não é um testemunho.
Veja o exemplo da vida de Paulo. Este grande apóstolo fala de ter
sobre si a "sentença de morte": "Já em nós mesmos, tivemos a sentença de
morte, para que não confiemos em nós e sim no Deus que ressuscita os
mortos" (2 Coríntios 1:9). Ele explica: "Fomos oprimidos, queimados, acima
de nossas forças. Até nos desesperamos em relação à vida. Nos vimos
totalmente derrubados, sem nenhuma saída".
Ao ver a terrível situação - aflições, problemas, fome, perseguição, frio,
nudez, prisão, espinho na carne, cuidados e ansiedade em relação às igrejas,
complôs e tentativas contra a sua vida - a reação de Paulo foi: "É o fim. Não
há saída. Humanamente falando, não há nada adiante de nós, senão a
morte. A única saída para essa provação é morrer e estar com Jesus".
Amado, Deus permitiu cada um dos sofrimentos de Paulo. E isso
forçou o apóstolo a não depender de si mesmo, mas a confiar inteiramente no
Espírito Santo para livra-lo. As escrituras dizem, "E, depois de terdes vencido
tudo, permanecer inabaláveis" (Efésios 6:13). O que lemos essencialmente é:
"Você exauriu todo esforço humano; tentou resolver os problemas, e chegou
ao fim da linha. Agora deixe Deus cuidar disso tudo. Ele realizará o teu
livramento, pelo Espírito que habita em você".
Paulo está falando de algo mais que um passivo suspiro do tipo, "Ah,
vou confiar em Deus". Não, ele está falando de você tão fragilizado, tão
resignado, que tem de depender de um "Deus que ressuscita os mortos" (2
Coríntios 1:9). A conclusão dele é: "Unicamente Deus é capaz de me tirar
desta terrível situação de 'morte'. Somente o Seu Espírito pode ressuscitar
um modo inteiramente novo de libertação".
Paulo
Confiou
e Deus Fez o Livramento
no
Poder
do
Espírito,
"O qual nos livrou e livrará de tão grande morte; em quem temos
esperado que ainda continuará a livrar-nos" (2 Coríntios 1:10). Que tremenda
afirmação. Paulo esta dizendo, "O Espírito me salvou de uma situação
desesperadora. E está me salvando agora. E continuará a me salvar, em
todas as minhas aflições".
Vou totalizar tudo isso: receber o Espírito Santo não é evidenciado por
alguma manifestação emocional. (Contudo, efetivamente creio que existam
manifestações do Espírito.) Estou falando é de receber o Espírito através de
um conhecimento calmo, crescente. Recebê-Lo significa ter uma luz
progressiva em relação ao Seu poder libertador, à Sua sustentação de
nossos fardos, à Sua provisão.
Repito as palavras de Pedro: "Pelo seu divino poder, nos têm sido
doadas todas as cousas que conduzem à vida e à piedade, pelo
conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e
virtude" (2 Pedro 1:3). Segundo Pedro, o divino poder do Espírito não vem
como uma manifestação. Ele vem primeiro "pelo conhecimento completo
daquele que nos chamou".
"Porque todos nós temos recebido da sua plenitude" (João 1:16). Além
disso, o Espírito Santo não é totalmente recebido enquanto não estiver
inteiramente no controle. Nós simplesmente ainda não O recebemos
enquanto não cedermos a Ele o controle completo. Temos de nos lançar
totalmente aos Seus cuidados.
Quero dar um exemplo final, para ilustrar isso. Em Génesis 19,
encontramos Ló e sua família em uma crise terrível. O julgamento de Deus
estava prestes a cair sobre sua cidade, Sodoma, e então Deus enviou Seus
anjos para livra-los. Ló abriu a porta a estes mensageiros do Senhor, e eles
entraram. Eles tinham o poder dos céus para livrar toda a família. Mas os
anjos não foram recebidos.
Veja, a mulher de Ló não concebia mudar de vida. Ao ouvir os anjos
insistindo com o marido para deixar Sodoma, ela deve ter pensado, "Não
quero deixar minha bela casa, meus móveis, os meus amigos. Certamente
isso não é a vontade de Deus. Vou orar para que Deus atrase o julgamento.
Ele precisa operar um milagre para mim".
No fim, os anjos tiveram de forçar a vontade deles sobre Ló e a família,
arrastando-os de Sodoma. O tempo todo o plano de Deus era livrá-los pela
fuga. Ele iria alimentá-los, vesti-los e cuidar deles. Mas, como todos
sabemos, a mulher de Ló olhou para trás e morreu, se transformando numa
coluna de sal.
A mensagem dos anjos é clara: "Se você quer que Deus esteja no
controle, então terá de abrir mão do seu reinado. Se você O busca para ser
livrado, tem de abrir mão de seus planos e querer seguir o caminho dEle".
Resumindo, o Espírito Santo não usa Seu poder para livrar os que duvidam.
A incredulidade aborta a Sua obra. Temos de estar desejosos de deixa-Lo
fazer mudanças em nossas vidas, caso esse seja o modo escolhido por Deus
para nos livrar.
Em minha opinião, hoje muitos crentes não experimentaram livramento
porque estão se prendendo a seus próprios planos. Eu lhe pergunto: você
quer deixar o Espírito Santo dirigi-lo e guiá-lo? Você não O recebeu a menos
que tenha ido até Ele entregando cada um de seus fardos. Insisto, vá orar e
cite cada uma das crises que esta enfrentando: "Está aqui, Santo Espírito.
Passo a Ti esta situação. E confio que o Teu poder habita em mim. Eu não
vou perder o sono com esse assunto. Eu o dou a Ti". E então confie!
Você simplesmente tem de tirar os olhos da sua situação. Sim, há
trevas em toda volta. Mas você viu a luz. Você quer confiar no Senhor para
cuidar de você? Creia na palavra que Ele lhe deu: "O qual nos livrou e livrará
de tão grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrarnos" (2 Coríntios 1:10).
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
2
__________
A Trilha Para o Trono - 2 de agosto de 2004 (The Path to the Throne)
David
de
agosto
de
De acordo com Paulo, nós que cremos em Jesus fomos levantados da
morte espiritual e assentados com Ele no reino espiritual. "Estando nós
mortos em nossos delitos, (Deus) nos deu vida juntamente com Cristo...e,
juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares
celestiais em Cristo Jesus" (Efésios 2:5-6).
Então, onde é esse lugar celestial onde estamos assentados com
Jesus? É nenhum outro senão a própria sala do trono de Deus - o trono da
graça, a habitação do Todo-Poderoso. Dois versículos adiante, lemos como
fomos levados a esse lugar maravilhoso: “Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (2:28).
Essa sala do trono é a moradia de todo poder e domínio. É de onde
Deus governa sobre todos os principados e potestades, e reina nas coisas
dos homens. Aqui da sala do trono, Ele monitora cada movimento de Satanás
e examina todo pensamento do homem.
E Cristo está assentado à destra do Pai. As escrituras nos dizem:
“Todas as cousas foram feitas por intermédio dele” (João 1:13), e, “nele,
habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Colossenses 2:9). Em
Jesus reside toda a sabedoria e paz, todo poder e toda energia, tudo que é
Wilkerson
2004
necessário para viver uma vida vitoriosa e frutífera. E nos é concedido acesso
à todas essas riquezas que estão em Cristo.
Paulo está nos dizendo, “Tão certo quanto Cristo foi levantado dentre
os mortos, nós fomos levantados com Ele pelo Pai. E, tão certo quanto foi
levado para o trono de glória, fomos levados com Ele ao mesmo glorioso
lugar. Porque estamos nEle, estamos também onde Ele está. Esse é o
privilégio de todos os crentes. Quer dizer que estamos sentados com Ele no
mesmo lugar celestial onde habita”.
É claro que o mundo tem todo o direito de questionar esse conceito.
Como um cristão poderia estar vivendo no espaço celestial, assim como na
terra? Mesmo crentes admitem que não compreendem o ensinamento de
Paulo aqui. E confessam não experimentar essa verdade em suas vidas
diárias.
Nem temos de olhar para o exemplo de uma igreja confusa e
desesperada para vermos isso. Só temos de examinar o nosso próprio
caminhar com Cristo. Multidões de cristãos estão derrubados e com medo;
vão à igreja, cantam louvores a Deus, e testificam do poder vitorioso em suas
vidas. Mas para muitos dentre estes mesmos cristãos, a vida é uma
constante série de altos e baixos. Eles são aniquilados pelos cuidados e
problemas do mundo; ao enfrentar provações são quebrados, e a fé some em
um instante.
Eu lhe pergunto: isso reflete a vida celestial que Paulo descreve? Essa
é a idéia que você tem em relação à vida do trono? Lemos que o próprio
Cristo nos levou à uma posição celestial com Ele. Mas se é assim, então
muitos cristãos estão vivendo muito abaixo das promessas concedidas por
Deus. Pense nisso: se estamos efetivamente vivendo em Cristo, assentados
com Ele na sala do trono celeste, então como algum crente pode ainda estar
escravizado à carne? Recebemos uma posição nEle com um objetivo. Mas
muitos no corpo de Cristo não a reivindicaram ou não se apropriaram dela.
Leia cuidadosamente as palavras de Paulo: “O qual exerceu ele em
Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos
lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio,
e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também
no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos pés e, para ser o cabeça
sobre todas as cousas, o deu à Igreja” (Efésios 1:20-22).
A maioria dos cristãos não tem nenhuma dificuldade em crer que
Cristo está lá. A gente prega: “Jesus está agora no trono. Está acima de toda
potestade e poder, muito acima do alcance de Satanás”. Contudo achamos
difícil aceitar a verdade que se segue: “E, juntamente com ele, nos
ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (2:6).
Podemos crer que Cristo já está nesta posição celestial, assentado com o
Pai. Mas não conseguimos aceitar que nós também estamos assentados lá,
na mesmíssima sala do trono. No entanto, o próprio Jesus já nos disse: “Vou
preparar-vos lugar” (João 14:2), não apenas na glória, mas agora mesmo.
Para muitos, isso soa como fantasia, uma ilusão teológica: “Você quer
dizer que não tenho de viver uma vida quente e fria, um dia no alto, outro lá
embaixo? Quer dizer que quando for abalado pela tribulação, não preciso
hesitar? Que eu posso manter intacta a minha intimidade com Cristo?”.
Sim, exatamente. Paulo declara, “Bendito o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1:3). Note onde Paulo diz
é concedida toda bênção espiritual: na sala do trono. Todas as riquezas de
Cristo estão à nossa disposição lá: firmeza, poder, descanso, paz crescente.
Então, por que há tantos cristãos bem intencionados perdendo essas
coisas? Seria porque não estamos ocupando a nossa posição no lugar
celestial com Cristo? Será porque ouvimos tanta falação atualmente quanto à
necessidade de avivamento? Seria porque multidões de crentes
simplesmente não estão vivendo a vida ressurrecta?
Paulo deixa claríssimo: para ter as bênçãos de Cristo fluindo através
de nós, temos de estar assentados com o Senhor na sala do trono nos céus.
Algo de Terrível Acontece Atualmente na Casa de Deus,
Um Problema que Vejo Como "Queda de Força"
Satanás está devastando a casa de Deus, e não está sendo desafiado.
Pelo contrário, ele prossegue livre enganando muitos no corpo de Cristo,
causando desespero e confusão, e trazendo ruína aos que serviram Deus por
toda uma vida.
Um sociólogo agnóstico escreveu um livro sobre a situação da igreja.
Ele conclui o seguinte em relação aos cristãos: “Longe de viverem no ‘outro
mundo’ (céu), os fiéis são notavelmente iguais ao mundo secular... Na
prática, não são do jeito que deveriam ser em sua teologia... A cultura os
atropelou... A conversa sobre inferno, condenação e mesmo pecado foi
substituída pela linguagem não condenatória da compreensão e da empatia”.
C. S. Lewis disse algo parecido há décadas atrás: “O maior inimigo da igreja
é o ‘mundanismo satisfeito’”.
Parece que a igreja desabou, cedendo aos problemas que estão em
torno de nós. Em termos simples, deixamos de nos concentrar na vitória de
Cristo ou em vivermos vida vitoriosa. Vejo sintoma disso na proliferação de
conselheiros. Por que? Porque poucos cristãos crêem ser possível viver a
vida celestial nesses tempos difíceis. Pelo contrário, correm atrás de
aconselhamento, chorando, “Tive um dia terrível. Por favor, me dê algo que
me ajude chegar até amanhã”.
Nos deparamos com o mesmo foco em muitas das pregações
modernas. A maioria dos sermões de hoje se concentra em atender às
necessidades das pessoas, ao invés da vida vitoriosa que temos em Cristo.
Os pastores oferecem três passos para sobrevivência para mais um dia, um
plano do tipo “Como aprender a” - para simplesmente se ir levando. Essas
mensagens negligenciam completamente a sala do trono, e o posicionamento
celestial que nos foi dado em Cristo.
A verdade é: esse mundo sempre foi complicado. Sempre esteve sob a
ameaça de tragédias, à beira do colapso. Tal tem sido a mentalidade de
piedosos pastores durante séculos. A minha biblioteca em casa contém
poderosas mensagens pregadas por ministros Puritanos do século 17. Eles
advertem quanto à bebedeira, à delinqüência juvenil, à fornicação, à
bestialidade, à agitação política, aos transtornos familiares desenfreados.
Resumindo, eles falaram há centenas de anos atrás sobre todas as coisas
que vemos acontecendo hoje. E alguns deles achavam que Deus não teria
como suportar tanta corrupção por outros cinqüenta anos.
Em 1860, um pastor cheio do poder em Nova Jersey prevenia quanto à
“amplidão das trevas” que estavam envolvendo o país. Ele pregava sermões
flamejantes gritando contra a apatia e o mundanismo da igreja. Esse homem
também escreveu um livro chamado “The Millenial Experience” onde
descrevia doutrinas e cultos falsos que brotavam por todo lado. Ele, também,
pregou sobre as mesmas coisas que vemos tendo lugar hoje.
O povo de Deus sempre enfrentou um inimigo que ataca de todos os
lados. As coisas hoje podem estar bem piores do que no tempo dos
Puritanos, mas enfrentamos o mesmo diabo. E aqueles mesmos pastores
ensinavam que toda bênção profetizada para o futuro estava disponível então
ao povo de Deus. Não importa se vemos a corrupção aumentando em torno
de nós. Segundo Paulo, a graça de Deus nos vem muito maior do que essa.
Então, por que não crer em Deus visando hoje essas mesmas bênçãos
espirituais? Por que deixamos de crer que Ele nos responde antes de
pedirmos? Se estamos em Cristo - se Ele ao mesmo tempo está dentro de
nós, e à destra do Pai - por que as nossas vidas não refletem isso?
Há
uma
Necessid
ade
no
Corpo de
Cristo
Daquilo
que
Denomino
"Grande
Desperta
mento"
O que quero dizer com grande despertamento? Estou falando a
respeito do que Paulo descreve como revelação e iluminação: “Para que o
Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de
sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos
do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento,
qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema
grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força
do seu poder” (Efésios 1:17-19).
Paulo está dizendo aos efésios: “Oro para que Deus lhes dê uma
renovada revelação, que abra os seus olhos para o chamado que lhes tem
enviado. Peço que dê a vocês nova compreensão quanto à vossa herança,
às riquezas de Cristo que lhes pertencem. Há um poder arrebatador que
Deus deseja liberar em vocês. É o mesmo poder que estava em Jesus. Sim,
o mesmo poder que está no Cristo celestial entronizado, está em vós agora
mesmo”.
Segundo Paulo, o tremendo poder de Deus “o qual exerceu ele em
Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à Sua direita nos
lugares celestiais”, corresponde à mesma “suprema grandeza do seu poder
para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder”
(1:20,19). Por essa razão, Paulo exorta: “Examinai-vos a vós mesmos se
realmente estais na fé” (2 Coríntios 13:5).
Como devemos nos examinar? Fazemos isso medindo-nos em relação
às impressionantes promessas de Deus. Devemos nos perguntar: “Eu recorro
e valho-me dos recursos de Cristo para resistir ao diabo? Eu acesso o Seu
poder para vencer o pecado? Eu vivo continuamente na alegria, na paz e no
descanso que Jesus prometeu a todo crente sem exceção?”.
Amado, a vida do trono não é fantasia. Não se trata de um ilusionismo
teológico qualquer. É uma provisão tornada possível a nós através da cruz de
Cristo. Logo, se algum crente não possuir essa vida do trono, ele só pode
concluir uma coisa: “Eu ainda não me apropriei da posição celestial que me
foi dada com Cristo. Se não posso ver Seu gigantesco poder em ação em
mim, então não assumi o meu lugar nEle”.
O seu “grande despertamento” pessoal chega no dia em que você olha
para a sua vida e clama:
“É preciso haver mais do que isso na vida em Cristo. Todos os planos
que eu tinha foram desmanchados, os meus sonhos destruídos. Vivo como
um escravo dos meus medos e dos desejos da carne. Mas não agüento mais
isso”.
“Sei que o Senhor me chamou para mais do que essa vida de derrota.
E não serei hipócrita. Oh, Deus, há de verdade um jeito de Tu me concederes
a força para eu viver em vitória? Tu estás verdadeiramente querendo me
tornar mais do que vencedor em minhas provações? É mesmo verdade que
Tu tens como me conceder perfeita paz em meio às batalhas?”
“Seria realmente possível eu ter contínua intimidade contigo? Seria
verdade eu não ter mais de escorregar para a apatia, ou ter de lutar para Lhe
agradar? Será que há mesmo um lugar de descanso em Ti onde nunca mais
precisarei de avivamento - pelo fato da minha fé estar constante e leal?”
Você está preste a despertar quando admite: “Amo Jesus, mas não
estou experimentando a vida do trono da qual Paulo fala”. Esse é o momento
em que você está sendo direcionado à revelação e à iluminação. O próprio
Deus o escolheu - não para viver uma vida sem alegria e em desespero sob a
pressão do inimigo, mas para ter uma posição celestial. E chegou a hora de
você olhar para o alto e reivindicar esse lugar em Cristo.
H
á
S
e
n
ã
o
U
m
a
T
r
i
l
h
a
P
a
r
a
o
T
r
o
n
o
Não se chega a esse lugar celestial pelo choro. Não dá para entrar lá
por meio do estudo ou de obras. Não, o único caminho em direção à vida do
trono é por meio de um sacrifício vivo: “Apresentei os vossos corpos por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rom.
12:1).
Paulo está falando aqui por experiência própria. Eis aqui um homem
que foi rejeitado, tentado, perseguido, surrado, aprisionado, vítima de
naufrágio, apedrejado. Paulo também tinha sobre si todos os cuidados da
igreja.
Mesmo
assim,
testifica:
“Em
todas
as situações vivo em contentamento”.
Agora ele está nos dizendo: “Então, você quer saber como eu cheguei
ao conhecimento desse caminhar celestial? Quer saber como cheguei ao
contentamento seja qual for a situação na qual eu esteja, ou como consegui
encontrar descanso verdadeiro em Cristo? Eis a trilha, eis o segredo para se
apropriar de sua posição celestial: apresente o seu corpo como sacrifício vivo
ao Senhor. Cheguei ao contentamento unicamente pelo sacrifício de minha
própria vontade”.
A raiz grega para “vivo” aqui sugere “por toda a vida”. Paulo está
falando de um comprometimento de união, um sacrifício feito de uma vez por
todas. Contudo, não se engane: esse não é um sacrifício que tenha a ver
com
a
propiciação
pelo
pecado
– o sacrifício de Cristo na cruz é a única propiciação válida: “Agora, porém,
ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar,
pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hebreus 9:26).
Não, Paulo está falando de um tipo diferente de sacrifício. Mas ainda
assim, não se engane: Deus não tem prazer no sacrifício fabricado pelo
homem no Velho Testamento. Hebreus nos diz: “Não te deleitaste com
holocaustos
e
ofertas
pelo
pecado”
(10:6). Por que tais sacrifícios não eram agradáveis ao Senhor? Colocando
em termos simples: porque não exigiam coração.
Mas o sacrifício que Paulo descreve é do tipo no qual Deus tem grande
prazer, precisamente porque envolve o coração. Que sacrifício é esse? É o
sacrifício da morte da nossa vontade, de pôr de lado a nossa auto-suficiência,
e
do
abandono
de
nossas
ambições.
Quando Paulo exorta: “Apresentei os vossos corpos”, está dizendo
basicamente, “Chegue-se ao Senhor”. Mas, o que isso significa exatamente?
Significa nos aproximar de Deus com o propósito de ofertar-nos inteiros a Ele.
Significa ir a Ele não em nossa própria suficiência, mas como filho
ressurrecto, como santificado na retidão de Jesus, como aceito pelo Pai
através de nossa posição em Cristo.
O próprio Jesus ofereceu Sua vida como sacrifício vivo. Não estou
falando do sacrifício que Ele fez por nossos pecados na cruz. Não, houve
dois aspectos em relação ao sacrifício de Cristo. Primeiro, houve a Sua
propiciação
pelo
pecado.
E
então
houve
o
abandono de Sua vontade ao Pai. Para resumir, Jesus se deu não só como
sacrifício por nossos pecados, mas como sacrifício vivo para ser usado como
instrumento pelo Pai. Veja o Seu testemunho:
“Eis aqui estou...para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hebreus 10:7).
“Não vim porque eu, de mim mesmo, o quisesse, mas aquele que me enviou
é verdadeiro” (João 7:28). “Nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai e
ensinou. E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu
faço sempre o que lhe agrada” (8:28,29). “Eu falo das cousas que vi junto de
meu Pai” (8:38).
Todo crente é chamado a participar desse aspecto do sacrifício de
Cristo. Devemos nos apresentar a Deus, submeter nossa vontade a Ele, e
ingressarmos numa vida inteiramente dependente dEle. Devemos ir a Ele
dizendo: “Senhor, renuncio à minha vontade em favor de Ti. Troco a minha
vontade pela Tua. Estou me comprometendo a nunca mais dizer ou fazer
qualquer coisa a menos que me dirijas a isso”.
É claro que Jesus é o nosso exemplo nisso. Ele não agiu segundo a
Sua vontade, mas falou e agiu apenas segundo o direcionamento do Pai. E
fez tudo isso com um propósito: conduzir “muitos filhos à glória” (Hebreus
2:10).
Em
resumo,
Cristo
nos mostrou a trilha para o trono. Estava dizendo: "Siga-me, pondo de lado a
tua vontade, teus planos, os teus sonhos. Comprometa-se com uma vida
totalmente dependente do Pai. Então a tua vida trará glória para Ele".
Quero Oferecer uma Definição de Glória:
É a Plenitude de Deus em Cristo
Eis aqui a glória à qual todo cristão é escolhido a cumprir. Veja, muitos
são chamados como filhos do Pai, com todos os privilégios de filiação - mas
nem todos caminham nessa glória, mesmo tendo nós sido destinados a
apropriarmo-nos dela. Bem, uma incrível glória será manifesta quando Cristo
voltar para levar Seus servos. Mas há também uma glória direcionada para
ser manifesta na igreja de Deus aqui na terra. Estou falando da glória de
estar em Cristo onde Ele está agora: "Eis aqui estou eu e
os filhos que Deus me deu" (Hebreus 2:13).
Essa glória espera o servo que vai ao altar para apresentar seu corpo
como sacrifício vivo. Ele abandonou todos os seus planos e ambição, porque
experimentou as terríveis conseqüências de caminhar segundo sua própria
vontade.
Ele
está
esgotado
de
tanto lutar para acertar seus problemas. E não agüenta mais ver planos
fracassarem, sonhos ficarem travados. Então ele vai ao altar para resolver a
questão de uma vez por todas: submeter-se inteiramente à vontade de Deus.
Tal é o sacrifício que todo crente deve fazer se quiser conhecer a
mente de Deus. O Senhor nunca compartilha Seus planos com os que se
agarram aos próprios esquemas. Por que Ele irá direcionar alguém que
esteja
determinado
a
fazer
o
que
já
resolveu? Eu conheço um pouco os dois lados dessa trilha. Em várias
ocasiões, segui minha própria vontade. Mas eu também conheço a liberdade
que vem por se poder declarar, de uma vez por todas: “Nada tenho a fazer
senão cumprir a vontade de Cristo. Não tenho necessidade de levantar um
grande trabalho. E não preciso estar envolvido em coisas boas, a menos que
Ele me leve a isso. Não tenho de provar nada a ninguém. Eu só quero é
confiar em Jesus e depender inteiramente dEle”.
Posso dizer por experiência própria: esse ponto de quebrantamento e
confiança é que lhe leva a encontrar o despertamento e o iluminar do qual
Paulo fala: “Todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus,
daqueles
que
são
chamados
segundo o seu propósito” (Rom. 8:28). Você desiste de enfrentar as durezas
da vida com sua própria força. Você já teve o suficiente de hesitação na fé,
de medo que não sai, de nunca ter certeza quanto ao quê fazer. Então você
leva
tudo
ao
altar
– o seu ego, seu orgulho, seus planos – e vai a Jesus com espírito
quebrantado e coração contrito. Você chegou ao ponto em que confia
unicamente nEle para que tudo coopere para o bem.
No momento que você renuncia à sua vontade para a dEle, o sacrifício
foi feito. Acontece quando você simplesmente desiste de lutar para tentar
agradar a Deus por si. Você não consegue ter méritos para Lhe agradar
através
de
uma
vida
correta
ou praticando boas obras. Não, você está compromissado simplesmente a
confiar nEle. E quando apresenta seu sacrifício vivo a Jesus, eis a resposta
dEle: “Sim, venha e arrazoemos. Se você sacrificou sua vontade, não é
razoável
você
vir
e
assumir
o seu lugar comigo pela fé?”.
Na verdade, esse ato de fé é o “culto racional” ao qual Paulo se refere:
“Apresentei os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional” (Rom. 12:1). Trata-se de confiar nEle com a
nossa
vontade,
crendo
que
Ele concederá todas as bênçãos que necessitamos.
Pense nisso: deixa de ser racional abrir mão de sua vontade - mas não
crer que pode ingressar na plenitude de Cristo. Ele lhe chamou para tomar a
vontade dEle, pela fé: “Se tu queres a Minha vontade – se queres viver uma
vida
na
qual
poderá
sacar da Minha paz, do Meu descanso, da Minha sabedoria o tempo todo –
então venha à sala do trono pela fé. Aqui, tu estás em Mim. Quando orar,
será como se Eu estivesse orando através de ti. Tu estarás onde Eu estou”.
Você Está Pronto Para Desistir de Tua Vida de Lutas
--- de Medo do Futuro, de Altos e Baixos,
de Nunca Achar que Está Agradando ao Senhor?
Se você está cansado de lutar, está na hora de se perguntar: estou
pronto para me oferecer no altar, como sacrifício vivo? Está pronto para dizer:
“Não seja feita a minha vontade, Jesus, mas a Tua. Cansei de tentar dirigir
minha
própria
vida.
Eu a destrocei completamente. Agora estou pronto para confiar em Ti
totalmente.Tu apenas possuis o poder, a autoridade, as orientações que
preciso. Então, vou a Ti pela fé. E confio que falarás a mim fielmente,
dizendo,
‘Eis
o
caminho,
andai
por ele’”.
Se isso lhe descreve, então você está pronto para pegar seu lugar
celestial com Cristo. Mas fique avisado: Satanás fará tudo que puder para
tentar abalar sua postura de retidão. Os seus problemas e sofrimentos não
vão
acabar
simplesmente
porque
está assentado com Cristo. Em verdade, podem aumentar. Mas agora
possuirá os recursos interiores para enfrentar suas dores, porque o poder de
Deus está operando em você. E você pode informar ao diabo:
“Oh vil serpente, fique sabendo: eu não estou mais no endereço velho.
Não moro mais na rua do Desespero. Eu assumi uma nova posição, na sala
do trono de Deus. E estou residindo em um novo lugar, nas regiões celestiais
com
Cristo.
Então,
se
você quiser me atingir, terá de fazê-lo aos cuidados do Deus Todo-Poderoso.
Ah, eu também atendo por um nome novo. Agora você pode me chamar de
‘príncipe vencedor com Deus’”.
Prezado santo, a sala do trono agora lhe está aberta. Aceite o que
Cristo fez, e ousadamente assuma a sua posição com Ele, pela fé. Ele aceita
a renúncia de sua vontade. Agora, peça que Ele abra os olhos do seu
entendimento.
E
confesse,
“Creio
naquilo que o Senhor diz a respeito de mim: que sou um príncipe de
conquistas. Também creio que estou onde Ele diz que estou: na sala do trono
dos céus. Estou assentado com Ele num lugar de autoridade sobre toda obra
de Satanás. Aleluia, Ele me mostrou o caminho para o Seu trono. E agora a
minha habitação diária é nEle”.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
12
__________
Aqui Está Quem É Maior do Que Salomão - 12 de julho de 2004 (A
Greater Than Solomon Is Here)
David
de
Julho
de
Segundo Jesus, uma certa testemunha aparecerá no dia do Juízo
oferecendo testemunho condenatório contra a geração atual. A rainha de
Sabá subirá ao banco das testemunhas, e suas palavras condenarão: "A
rainha do Sul se levantará no juízo com essa geração e a condenará; porque
veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está
quem é maior do que Salomão" (Mateus 12:42).
A rainha se dirigirá à nossa geração, a nós que vivemos exatamente
nos últimos dias. E sua condenação será assim: ela vai descrever todo o
esforço, toda a agonia e as dificuldades que suportou para obter sabedoria de
Salomão. Veja, quando viva, essa mulher se desesperava em busca de uma
verdade que a libertasse. E no juízo ela vai testificar: "Eu vim dos confins da
terra, e viajei para ganhar a sabedoria de Salomão. Vocês, por outro lado,
estão saciados pela verdade do evangelho. Vocês têm Alguém muito maior
do que Salomão em seu meio; porém cerram os olhos e os ouvidos a Ele".
Quem era exatamente essa Rainha de Sabá? E por que foi tão
importante a ponto de aparecer no dia do Juízo? Os estudiosos dizem que
ela era uma líder árabe, e que reinava sobre a região hoje conhecida como
Iêmen. Era uma cultura que ao longo dos séculos se envolvia com enigmas e
adivinhações. O perfil mental árabe constantemente levantava questões, sem
dar respostas.
Wilkerson
2004
Essa importante mulher poderia estar tendo conflito de alma pelo fato
de todas as grandes questões da vida - sobre Deus, o futuro, a morte - não
terem respostas. Ela queria sabedoria para ajudá-la a aprender a viver, a
governar e ajudar os outros. Porém, riqueza nenhuma, ou fama ou conselhos
podiam responder os gritos de sua alma. As carências mais profundas do seu
ser continuavam não atendidas.
Aí então ela ouviu a respeito do rei Salomão. Por todo o mundo, ele
tinha reputação de possuir incrível sabedoria. As escrituras dizem de a rainha
ter "ouvido a fama (dele)" (I Reis 10:1), talvez por meio de comerciantes ou
navegadores que houvessem viajado até Jerusalém. Segundo seus informes,
o rei de Israel compreendia a natureza humana como ninguém; era capaz de
responder qualquer pergunta, e resolver todo problema, não importando a
complexidade.
A rainha deve ter raciocinado assim: "Quem é este homem que declara
tanta sabedoria, e responde as perguntas difíceis da vida?”. Os próprios
deuses dela não falavam, ouviam ou conversavam. Então ela resolveu:
"Preciso chegar até Salomão a qualquer custo. Preciso resolver essas
questões que ardem dentro de mim. Se ele pode resolver os enigmas da
vida, então é capaz de responder aos meus anseios".
Ela ordena que uma caravana a leve a Jerusalém, a cerca de 2.400
quilômetros. A viagem em si iria levar aproximadamente 75 dias - ou seja,
150 dias para locomoção de ida e volta - quase meio ano. E seria através de
um deserto quentíssimo, capaz de assar uma pessoa ao sol. Enfrentariam
saqueadores, terras improdutivas sem nenhum conforto. Teriam de passar
por noites terrivelmente frias. No entanto nada podia impedir que a rainha
conseguisse uma audiência com Salomão.
Ela tinha de ter a companhia de soldados, oficiais, servos, cozinheiros
e intérpretes. Os camelos teriam de ser carregados com alimentos, água, e
presentes de jóias e especiarias. Juntando tudo, a caravana compreendia
uma "mui grande comitiva" (10:2). Imagine o quadro desse grande conjunto
chegando a Jerusalém, após meses de tempestades de areia, de calor atroz
e tremendas dificuldades... Agora, ao se aproximar da capital, os serviçais de
Salomão correm para se encontrar com a rainha, dizendo: "Que viagem difícil
vocês tiveram. Por favor, refresquem-se. O rei lhes concedeu o uso de suas
grandes salas de banho".
Posteriormente, a rainha é apresentada à corte de Salomão. E ela não
desperdiça tempo ao lhe fazer todas as perguntas que a confundiam. "Veio
prová-lo com perguntas difíceis... compareceu perante Salomão e lhe expôs
tudo quanto trazia em sua mente” (10:1,2). A rainha despeja tudo sobre ele.
E ela não se desapontou. As escrituras dizem: "Salomão lhe deu
resposta a todas as perguntas; e nada lhe houve profundo demais que não
pudesse explicar" (10:3). Salomão generosamente lhe responde com
verdades incríveis e iluminadoras. Ele não deixa um único ponto sem
resposta. Eu visualizo o rosto da rainha se iluminando a cada resposta, e
compreendendo: "Então, é assim que é". Imagine a paz que invadiu sua alma
quando as perguntas de toda uma vida foram sendo resolvidas, uma a uma.
Mais tarde, ela foi levada em passeio pelo reino de Salomão.
Pessoalmente ela vê a ordem, a beleza e a prosperidade que a sabedoria de
Salomão havia trazido à nação. Ela contempla "a casa que edificara, e a
comida da sua mesa, e o lugar dos seus oficiais, e o serviço dos seus
criados, e os trajes deles, e seus copeiros, e o holocausto que oferecia na
Casa do Senhor" (10:4,5). Foi tão aterrador que, "ficou como fora de si". Ou
seja - ela ficou sem fôlego.
Após ter absorvido tudo isso, ela diz a Salomão: "Foi verdade a
palavra que a teu respeito ouvi na minha terra e a respeito da tua sabedoria.
Eu, contudo, não cria naquelas palavras, até que vim e vi com meus próprios
olhos. Eis que não me contaram a metade: sobrepujas em sabedoria e
prosperidade a fama que ouvi. Felizes os teus homens, felizes estes teus
servos, que estão sempre diante de ti e que ouvem a tua sabedoria! Bendito
seja o Senhor, teu Deus...para te colocar no trono de Israel...para executares
juízo e justiça" (10:6-9).
Após o passeio, a rainha oferece a Salomão todos os presentes que
havia trazido na caravana. Por sua vez, ele abre seus depósitos e armazéns
a ela, que fica maravilhada com as vastas riquezas: "O rei Salomão deu à
rainha de Sabá tudo quanto ela desejou e pediu, afora tudo o que lhe deu por
sua generosidade real" (10:13).
Ao
Se
Referir
a
Ele Estava se Dirigindo aos Escribas e Fariseus
Esta
Rainha,
Os líderes religiosos do tempo de Jesus estavam familiarizados com a
história da rainha. Eles a haviam ensinado nas sinagogas, e sabiam tudo do
desespero dela para encontrar Salomão. Agora Cristo usava a história dela
para adverti-los: "Esta mesma rainha do sul lhes condenará diante do Pai. Ela
veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis que
alguém maior do que Salomão está na sua frente agora".
Em verdade, aquela rainha perguntará aos fariseus: "Como puderam
ser tão cegos? Vocês traziam todas as perguntas difíceis ao rei - até
perguntas capciosas para fazê-lo tropeçar. Porém Jesus Cristo é o Deus
onisciente encarnado, Aquele que deu sabedoria a Salomão. Ele esteve no
meio de vocês e solicitou perguntas suas, insistindo em que Lhe abrissem o
coração. Ele até morreu por vocês. Mas vocês fecharam a Ele os seus olhos,
e cerraram os ouvidos à Sua verdade. Preferiram viver nas trevas, pois os
seus atos eram maus".
Eu me pergunto: será que essa rainha acusará a nossa geração do
mesmo pecado? Será que dirá:
"Vi e ouvi a sabedoria de um homem que viveu no meu tempo, e suas
palavras mudaram a minha vida. Eu tive uma única conversa com ele, e ele
respondeu tudo que havia no meu coração. Ele conheceu todas as perguntas
e preocupações da minha vida, e a sua verdade curou o meu caos interior...
...Mas chegou a hora em que tive de sair da presença deste homem.
Não foi assim com vocês. Vocês tiveram Alguém que vivia no seu meio, e
tinham acesso à Sua sabedoria o tempo todo. Além disso, o Rei Jesus é
infinitamente maior que Salomão. E Ele tem uma palavra para lhes falar a
respeito de tudo em sua vida. Ele quer que essa palavra lhes traga
abrandamento da dor, das buscas - e lhes forneça paz e alegria...
...Assim Ele continuamente os convida à Sua mesa de banquete.
Vocês não têm de viajar 2.400 quilômetros para chegar lá. Ele vai até vocês,
e não pede presentes e jóias. Tudo que lhes pede é que levem a Ele os seus
fardos. Ele deseja ouvir as suas preocupações, assumir os seus interesses,
responder às suas ansiedades. O único incenso que deseja de vocês é a
oração e o louvor...
...Quando eu estava no palácio de Salomão, eu vi o quanto os seus
servos eram felizes. Eles iam diariamente à mesa do rei, e alegremente
absorviam sua sabedoria. Ouviam cuidadosamente cada palavra dele, com
grande respeito. E ao irem ao templo para adoração, possuíam temor santo.
Foi uma visão tão gloriosa, que perdi o fôlego. Eu havia ouvido grandes
coisas sobre Salomão, mas nada me preparou para o quê experimentei em
sua presença...
...Com a sua geração, é outra história. Vocês falam tanto sobre o Rei.
Têm acesso à maravilhosa sabedoria dEle, à Sua justiça e santidade - mas O
ignoram dia após dia. Como podem se satisfazer com essas vidas tão
afundadas e amedrontadas? Vocês têm em seu meio a Fonte das respostas.
Ele é muito maior do que Salomão!".
Quero lhe perguntar o seguinte: quando foi a última vez que você teve
uma experiência tremenda com Jesus? Quando foi que ficou tão encantado
com Sua sabedoria fornecedora de paz - que ficou sem fôlego? Quando disse
pela última vez: "Nada que foi ensinado sobre Jesus me preparou para essa
experiência com Ele. Ele solucionou as minhas dúvidas, e me trouxe toda a
alegria do mundo"?
Jesus
Está
Nos
Dizendo
Nessa
"Se
Você
Professa
Ser
Meu
Então Precisa Fazer a Si Mesmo Uma Certa Pergunta"
Passagem:
Seguidor,
Todos temos de responder a uma fundamental pergunta atualmente:
"Se Alguém maior do que Salomão está no meu meio, haveria a possibilidade
de Ele me deixar confuso? Se a sabedoria dEle está sempre à disposição,
será que eu a busco tão apaixonadamente quanto a rainha buscou a
sabedoria de Salomão?".
Acho que a rainha está nos perguntando: "Se Salomão quis ouvir
todas as minhas perguntas, será que o seu Rei estaria um pouquinho que
seja, menos interessado em ouvir as suas? Se Salomão foi tão paciente em
responder aos meus anseios, será que o seu onisciente Senhor não iria muito
mais levar os teus fardos? Como poderia Jesus estar menos desejoso em
falar contigo, lhe dar Sua sabedoria e orientação?".
A verdade é que Deus ainda fala ao seu povo hoje. E fala tão
claramente quanto no Velho Testamento, para os apóstolos, ou para a igreja
primitiva. Contudo temos de entender uma coisa: Deus escolhe falar só com
os que têm ouvidos para ouvir. Vou ilustrar.
Marcos 4 diz que Cristo "lhes ensinava muitas cousas por parábolas"
(4:2). Nessa passagem, Jesus conta a parábola do semeador, um homem
que planta a semente no campo. Mas quando terminou a história, a multidão
se viu perdida. Se perguntaram: "Quem é o semeador que Ele está
descrevendo? E o quê a semente representa? E toda essa conversa de
pássaros, diabos, solos com espinhos, solo bom - do que se trata?".
Jesus não explicou à multidão. Antes, as escrituras registram: "E
acrescentou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (4:9). Só os discípulos e
um outro pequeno grupo remanescente queriam respostas. Então foram até
Jesus mais tarde, e perguntaram o significado da parábola: "Quando Jesus
ficou só, os que estavam junto dele com os doze o interrogaram a respeito
das parábolas" (4:10). Então Cristo gastou um tempo para responder à todas
as suas questões (v. 4:14-20).
Você vê o quê está acontecendo nessa cena? Jesus havia trazido
revelação da verdade à multidão, uma palavra vinda diretamente da boca de
Deus, mas isso os intrigou. Você pode dizer: "Por que Jesus não explicou a
parábola com mais clareza?". Achamos uma pista adiante no mesmo
capítulo: "E sem parábolas não lhes falava" (Marcos 4:34). Eu creio que
Jesus estava dizendo o seguinte: "Se vocês querem compreender a minha
palavra, terão de ir ao meu encalço para obtê-la. E terão de vir como a rainha
de Sabá: com fome pela verdade libertadora. Eu lhes darei toda a revelação
que precisarem. Mas terão de vir a mim com ouvidos inquisitórios e atentos".
Imagine o que aconteceu com a maioria da multidão depois que foram
para casa. Vizinhos se juntaram em torno deles, ansiosos para saber o que
Jesus tinha dito: "Que mensagem Ele trouxe? Diga tudo que você
aprendeu?". Os que O haviam ouvido podem ter sido capazes de repetir Suas
parábolas. Mas suas palavras teriam sido mortas, sem vida, sem poder de
impacto ou de transformação de vidas.
Eu acho que a mesma coisa acontece na igreja de Cristo hoje. A
palavra que vem de alguns púlpitos é letra morta; vem sem revelação do
Espírito Santo ou sem poder para livrar do pecado. Aí, quando as pessoas
vão para casa, muitos meramente repetem a palavra que ouviram - sem a
vida do Espírito. Que contraste com os discípulos famintos e outros que
continuaram seguidores de Cristo nesse cenário. Essas pessoas representam
todo aquele que tem fome pela palavra de Deus, e perseguirá Jesus a
qualquer custo para obtê-la. Elas são a "Turma da Rainha de Sabá", servos
que querem a revelação de Cristo - verdade que transforma vidas.
O que Jesus responde aos que vão a Seu encalço? Ele diz, "A vós
outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora,
tudo se ensina por meio de parábolas" (4:11). A palavra em grego para
mistério aqui significa segredo. Em resumo, Cristo revela os Seus segredos
só para os que têm fome pela verdade transformadora de vida. Ele está
dizendo: "Se você quer respostas para as tuas perguntas difíceis, venha atrás
de mim. Gaste tempo comigo. Eu lhe revelarei a minha palavra, e mostrarei
verdades que outros não vêem".
Então, quem são os "de fora" (4:11)? Jesus está se referindo às
multidões que não estão querendo esperar nEle. Pessoas que não vão
desistir do conforto, e fazer o necessário para treinar os ouvidos para a Sua
voz. Elas podem ir regularmente à igreja, e buscar o Senhor em favor de suas
necessidades humanas - mas não estão interessadas em conhecer a voz de
Deus no que vai além da capacidade dEle em lhes conceder coisas. A
verdade libertadora que provém dEle lhes permanece frustrante e inútil, uma
série de enigmas fechados.
A Guerra de Satanás Contra o Povo de Deus Neste Momento
Concentra-se Contra a Nossa Fé
A ameaça atual do diabo contra a igreja vai além da torrente de
imundície sendo lançada sobre a terra. Vai além do materialismo, dos vícios
ou de intensas seduções. A nossa guerra é a guerra da fé. Quanto mais você
dispõe o seu coração para buscar Jesus, mais tremendos se tornam os
ataques de Satanás contra a sua fé.
Nos últimos meses, tenho ouvido confissões de piedosos santos
falando de horríveis ataques contra as suas mentes. Têm sido infestados de
flechas de dúvidas e questões perturbadoras em relação à fidelidade de
Deus. Eles ficam se perguntando se Deus chega a se preocupar com o
ministério deles que está estagnado, com seus problemas conjugais, com o
fato de seus filhos estarem se desviando. Muitos estão apenas se
equilibrando, hesitantes na fé, e achando: “Eu não sei se vou agüentar”.
Então li a carta de uma querida senhora de 81 anos, que nos
escreveu. Ela diz: “O meu marido está sendo devorado pelo câncer ósseo.
Enquanto isso, o meu filho está morrendo de AIDS. E eu lentamente estou
me consumindo pela diabetes”. Lendo tudo que essa família está
enfrentando, balancei a cabeça e me perguntei: “Como é possível ela se
manter com essa alegria? É muita coisa para alguém agüentar. Certamente
Deus irá levar isso em consideração caso ela hesite na fé.
Mas aí li o parágrafo final da carta dela: “Apesar de tudo, Deus é fiel.
Ele jamais falhou em qualquer palavra que nos tenha prometido. Deixamos
nosso filho nas mãos de Jesus. E agora estamos esperando o dia de vermos
nosso bendito Senhor face a face”.
Sim, a batalha toda gira em torno da fé. Vemos isso ilustrado em
Marcos 8, quando Jesus tinha acabado de alimentar 4.000 pessoas com sete
pães e alguns peixes. Mais tarde, Ele entrou num bote com os discípulos e foi
para o outro lado:
“Ora, aconteceu que eles se esqueceram de levar pães e, no barco,
não tinham consigo senão um só. Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede, guardai-
vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. E eles discorriam
entre si: É que não temos pão. Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que
discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem
compreendestes? Tendes o coração endurecido? Tendo olhos, não vedes?
E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais de quando parti os cinco pães
para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes?
Responderam: Sete! Ao que lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda?”
(Marcos 8:14-21).
Jesus estava lhes lembrando, “Vocês não estão se lembrando de
quem sou? Vocês acabaram de me ver multiplicando uns tantos pães e
peixes para alimentar multidões. Como podem ter esquecido de um milagre
destes? Lhes disse que Um maior do que Salomão estava em seu meio.
Quando vai entrar em suas cabeças que Deus está presente convosco em
todas as horas, em toda crise? Vocês têm olhos, mas não vêem”.
O quanto entristecemos o coração do Senhor quando esquecemos
Suas vitórias passadas em nossas vidas, todos os Seus milagres de
libertação. Ele nos chama amigos (v. João 15:15), contudo nas crises muitas
vezes nos esquecemos de Sua amizade fiel. É por isso que Jesus preveniu
os discípulos sobre o fermento dos fariseus. Ele lhes diz basicamente: “Se
vocês me trazem perguntas difíceis, não esperem que eu responda caso
tenham coração de incredulidade. Vocês devem vir até mim com confiança e
fé, crendo que sou Alguém maior do que Salomão”.
Em outra cena em Marcos 4, os discípulos estavam novamente
atravessando um lago. Desta vez, “levantou-se grande temporal de vento, e
as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava
a encher-se de água” (Marcos 4:37). Uma torrente de ondas inunda o bote, e
os discípulos agitados correm para jogar fora a água que sobe. Eram
pescadores experientes, e logo viram que suas vidas corriam perigo. Então
rapidamente acordam Jesus, que estava dormindo no fundo do barco, e
gritam, “Mestre, estamos afundando!”.
Ao ver Jesus sendo despertado, a minha carne deseja que Ele
encoraje os discípulos assim: “Estou muito feliz por terem me acordado. A
coisa é séria. Pobres irmãozinhos, sinto tê-los deixado enfrentando essa
tempestade sozinhos tanto tempo. Perdão por eu não ter agido antes. Que
bom que vocês não acharam que não me interesso por suas crises”.
Não, a reação de Jesus foi exatamente o oposto. Ele repreendeu os
discípulos! “Por que sois assim tímidos? Como é que não tendes fé?” (4:40).
Imagine o quê aqueles homens pensaram na hora: “Será que Jesus está
realmente esperando que a gente fique com a água subindo pela cintura, e
não tenha medo? É a pior tempestade que já vimos; as ondas estão
enchendo o barco, e estamos quase afundando. Será que a gente tem de
praticar a fé numa situação tão desesperadora?”.
A resposta é: sim, certamente! Jesus estava testando a fé deles. Ele
queria saber: “Será que estes meus seguidores vão confiar em mim diante da
morte? Eles se agarrarão à sua crença em mim?”. Humanamente, Cristo
podia estar dormindo. Mas Ele também é Deus, e o Senhor nunca dorme: “É
certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel” (Salmo 121:4).
Nesse momento, o seu barco pode estar sendo inundado, e inexiste
qualquer esperança. A tempestade que se agita e lhe cerca o atemoriza
como nunca na vida. Mas Ele ainda é Deus, e você tem Alguém maior do que
Salomão presente consigo. Ele é Senhor sobre toda tempestade, e usará
esta tempestade para testá-lo. Ele está permitindo sua crise para ver o que
está em seu coração.
Você pode pensar: “Mas e se o meu barco realmente afundar? O quê
acontece?”. Veja o exemplo de Paulo em Atos. O seu barco afundou, e ele
não perdeu a vida. Em verdade, ele se agarrou à palavra de Deus a ele no
meio da tempestade: “O barco afundará, mas Eu lhe darei a vida de todos a
bordo”. Quando a tempestade cessou, Deus foi glorificado por Sua fidelidade.
E grandes milagres seguiram-se, acompanhados por um impressionante
avivamento (v. Atos 28:1-10).
Sim, o Senhor pode permitir que você experimente algo que lhe pareça
absolutamente desastroso. Mas você sobreviverá – e também sua fé – se
confiar nEle. O seu navio pode afundar, mas Deus lhe dará a força para
nadar até a praia, como fez com Paulo. Tudo que poderá perder é o que é
material, e Deus pode facilmente repor isso. Ele possui barcos maiores e
melhores, e é capaz para lhe abençoar com mais de qualquer coisa que
possa ter perdido.
Tenho de admitir - ao ler a repreensão de Jesus aos discípulos, eu
penso: “Senhor, isso não é justo. Recebo cartas de pessoas hoje que estão
enfrentando os seus próprios desastres. Estão perdendo seus lares, seus
empregos, seus queridos. Com certeza Tu não esperas que eles se
mantenham plenos de fé”.
Então o Espírito Santo me faz lembrar de alguns lugares atacados pela
pobreza que visitei. Vi pessoas que vivem em barracos e dormem sobre terra
batida, e contudo possuem uma alegria que nunca testemunhei em nenhum
outro lugar. Elas se rejubilam na fidelidade diária de Deus para consigo, e
isso faz com que sua fé abunde, a despeito de todas as lutas.
Há Hoje Um Grande Distanciamento da Fé e da Confiança
Naquele Que é Maior do Que Salomão
Essa grande apostasia é profetizada nas escrituras. Paulo previne:
“Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isso não acontecerá sem
que primeiro venha a apostasia” (2 Tess. 2:3).
No Velho Testamento, o Senhor nos dá um exemplo do que acontece
com os que se distanciam da fé no poder de Deus, poder existente em favor
deles. Em 2 Crônicas 14, o rei Asa enfrenta um exército de um milhão de
etíopes. Mas o rei tinha muita fé: “Clamou Asa ao Senhor, seu Deus, e disse:
Senhor, além de ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o
poderoso e o fraco; ajuda-nos, pois, Senhor, nosso Deus, porque em ti
confiamos e no teu nome viemos contra essa multidão. Senhor, tu és o nosso
Deus” (2 Cr. 14:11).
O quê aconteceu então? “O Senhor feriu os etíopes diante de Asa”
(14:12). Que enorme fé Asa possuía! Depois disso, por muitos anos “Não
houve guerra até ao trigésimo quinto ano do reinado de Asa” (15:19). Por
anos, Asa andou em fé diante do Senhor, e isso trouxe o favor de Deus a
Judá. Uma grande paz caiu sobre toda a terra, e essa paz se tornou um
testemunho para o mundo. Logo pessoas famintas das nações em torno
encheram Judá, porque sabiam que Asa andava com Deus.
Aí, no trigésimo sexto ano de seu reinado, Asa enfrentou outra crise. O
rei de Israel se levantou contra Judá, capturando Ramá num esforço para
bloquear todo comércio que ia ou provinha de Jerusalém. O plano era levar
Judá à submissão pela fome. Asa foi deixado totalmente vulnerável, mas
desta vez ele não dependeu do Senhor durante a crise. Em vez de orar em
busca da direção e do conselho de Deus, ele se voltou para o rei da Síria. Em
troca da ajuda da Síria, Asa descerrou o tesouro da nação, esvaziando todo o
ouro e a prata do país.
E então Judá foi livrada do inimigo, mas não pelo Senhor. Essa glória
foi para o exército estrangeiro da Síria. E agora o testemunho de Judá diante
do mundo se foi. Um justo profeta foi até Asa com uma palavra de censura:
“...Confiaste no rei da Síria e não confiaste no Senhor, teu Deus...quanto ao
Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostra-se forte para com
aqueles cujo coração é totalmente dele; nisto procedeste loucamente; por
isso, haverá guerras contra ti” (16:7,9).
Estou convencido de que hoje muitos cristãos estão complicados pelo
mesmo motivo de Asa. Eles têm guerra na alma, pois trocaram a fé pela autosuficiência. Mas o fato é o seguinte: não há como um seguidor de Jesus pôr a
fé em qualquer outra fonte, e não ter problemas.
O aviso de Cristo é simples e claro: Alguém maior do que Salomão
está entre nós. E devemos crer nEle, confiar totalmente nEle, e nos entregar
inteiramente aos Seus cuidados. Ele lutará nossas batalhas e tratará com os
nossos inimigos. Então não haverá mais guerras, pois as resolverá para nós:
“Ele põe termo à guerra” (Salmo 46:9).
Um maior do que Salomão se mostrará forte a seu favor, se você
confiar nEle.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
21
__________
Socorro Bem Presente Na Hora de Necessidade - 21 de junho de 2004
(Ever Present Help in Time of Need)
David
de
junho
de
Preste atenção à uma das promessas mais poderosas de todas as da
palavra de Deus:
"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas
tribulações. Portanto não temeremos ainda que a terra se transtorne, e os
Wilkerson
2004
montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e
espumejem, e na sua fúria os montes se estremeçam...
Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das
moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela: jamais será abalada; Deus a
ajudará desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a
sua voz e a terra se dissolve. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus
de Jacó é o nosso refúgio... Ele põe termo à guerra" (Salmo 46: 1-7, 9).
Que palavra maravilhosa. Eu já li essa passagem dezenas de vezes, e
ainda fico abismado com ela. A palavra de Deus para nós é aqui tão
poderosa, tão inabalável - e nos diz: "Você nunca mais precisará ter medo.
Não importa que o mundo todo se agite. A terra pode tremer, os oceanos
crescer, os montes se desmancharem no meio dos mares. As coisas podem
estar num completo caos, tudo ao seu redor pode estar se arrebentando...
mas por causa da Minha palavra, você terá paz como a de um riacho
passando. Enquanto todas as nações se agitam em fúria, poderosas
correntes de alegria fluirão para o Meu povo. Elas encherão os seus corações
de alegria".
Nesse exato momento, o mundo todo está com medo. Os países
tremem por causa do terrorismo, sabendo que nenhuma região está imune às
ameaças. Problemas pessoais e sofrimentos se acumulam. Contudo, em
meio a tudo isso, o Salmo 46 faz soar a todo o mundo a voz de Deus: "Eu
estou em seu meio. Estou consigo o tempo todo. O Meu povo não será
destruído ou tocado. Serei um socorro bem presente para ajudar a Minha
igreja".
Você consegue alcançar o sentido do que o Senhor está nos dizendo
nesse Salmo? O nosso Deus está à nossa disposição qualquer hora, dia e
noite. Está continuamente à nossa destra, querendo nos falar e guiar. E Ele
tornou isso possível nos dando o Espírito Santo, para habitar em nós. A Bíblia
diz que o próprio Cristo está em nós, e nós nEle.
No entanto duvido que algum cristão compreenda inteiramente essa
verdade. Se formos honestos, vamos admitir que o conceito que temos
quanto à Sua presença habitando em nós é inadequado. Muitos de nós
visualizamos o Espírito Santo morando numa pequena capela que construiu
em nosso coração. Então, quando precisamos dEle, corremos para essa
capela e batemos à porta até que responda.
Esse conceito não é bíblico de maneira alguma. Creio que o Senhor
deseja desvendar isso para nós, através deste Salmo. Ele sabe que temos
necessidades e problemas terríveis: todos nos deparamos com dificuldades,
tentações, fases tremendas que nos agitam a alma. A Sua mensagem a nós
aqui no Salmo 46 é programada exatamente para momentos como esses.
Qual a mensagem? Simplesmente isso: se ficarmos derrubados e em
desespero, estaremos vivendo de maneira totalmente contrária à realidade
dEle em nossas vidas nesse momento.
Pedro registra: "pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e
mui grandes promessas para que por elas vos torneis co-participantes da
natureza divina" (2 Pedro 1:4). Paz sobrenatural é uma parte da natureza
divina. E de todas as Suas maravilhosas promessas, o Salmo 46 é aquela
palavra que necessitamos para obtermos a Sua paz como um rio. Quero
compartilhar com você o que aprendi quanto a esse assunto.
1. Há um Mal Bem Presente
Paulo atesta: "Quando quero fazer o bem, o mal está comigo" (Rom.
7:21). "Porque a nossa luta não é contra o sangue e carne, e, sim, contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6:12).
Existe um inimigo muito real de nossas almas. E esse inimigo está em
ação contra nós, dia e noite. Paulo quer se assegurar de que
compreendamos isso. Caso contrário se ignorarmos do que se trata esta
batalha, e quem estamos enfrentando certamente seremos derrotados.
Desde os evangelhos, passando pelas epístolas e até o Apocalipse, o
Novo Testamento inteiro nos adverte a não sermos ignorantes quanto aos
artifícios de Satanás. Isso não quer dizer que devamos temer ou exagerar o
poder do diabo. Mas Satanás ainda é o príncipe das potestades do ar
(Efésios 2:2). E ele dirige um império maligno de poderes demoníacos. Estas
potestades seguem continuamente as suas ordens, assediando
continuamente o povo de Deus.
É extremamente perigoso ficar cego aos estilos de Satanás.
Simplesmente temos de aceitar que essa batalha não é humana. Não importa
que tipo de luta enfrentamos, ou qual seja o tipo de pecado assediador que
combatamos.
Temos de nos conscientizar de que não se trata simplesmente de uma falha
de nosso caráter. Não é um hábito com o qual tenhamos de trabalhar em
nossa carne. O nosso conflito na verdade é nada menos do que uma guerra
sobrenatural que está se desenvolvendo nas altas regiões celestiais.
E o nosso adversário é um inimigo bem presente. Os poderes e
principados de Satanás nunca dormem. Jamais deixam de mentir, promover
conluios, e operar o mal contra nós. O seu objetivo é destruir a nossa fé, e
nos levar à destruição.
É por isso que Pedro nos encoraja: "Sede sóbrios e vigilantes. O
diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando
alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé" (I Pedro 5:8-9). Pedro vivenciou
isso por experiência própria. Jesus havia lhe avisado: "Simão, Simão, eis que
Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo" (Lucas 22: 31). Cristo
sabia que o diabo queria esse apóstolo. E Jesus deu a Pedro amplas
advertências sobre o que aconteceria.
Se Você Perder a Determinação em Favor de Uma Vida Cristã Real
Se
Deixou
de
Dar
a
Jesus
o
Seu
Melhor
Então Pode Esperar Ser Atacado Por Um Mal Bem Presente
Se isso é uma descrição de sua vida, Satanás e seus líderes irão atrás
de você com acusações, com obstáculos, mentiras que inundarão a sua
mente. Você será tentado, perseguido, interrompido em suas orações. É
preciso que você saiba que tudo isso é uma conspiração do mal, dirigida
diretamente contra a sua fé.
Anos atrás, convidei um consagrado profeta do Senhor para falar em
um dos meus cultos. Eu sempre havia admirado tremendamente esse
homem. Ele era uma das pessoas mais humildes que conhecia, um simples
carpinteiro que raramente chegava a pregar. Contudo todas as vezes que
falava, o Espírito de Deus caía tão poderosamente, que as pessoas eram
tocadas numa profundidade que eu jamais havia experimentado antes.
É exatamente isso que estava acontecendo na noite em que ele
pregou em nosso culto. Então de repente, no meio da mensagem, ele parou;
deu um passo atrás no púlpito e me chamou de lado. Com voz calma, mas
tremendo, ele cochichou: "David, preciso que você ore por mim. Por favor,
imponha suas mãos sobre mim agora mesmo. Maus pensamentos estão me
rondando. Há anos que não passo por isso. Eles estão inundando a minha
mente, e não consigo me livrar deles".
O meu primeiro pensamento foi: "Talvez eu estivesse errado sobre
esse homem. No entanto, em realidade, a verdade era o oposto. Cá estava
um servo entregue a Jesus como poucos. E Satanás estava chegando a ele
no momento menos esperado: em meio a um poderoso trabalho espiritual.
Esse humilde homem me implora: "Você me conhece David; sabe que
esses não são os meus pensamentos. Temos de exercer autoridade sobre
eles, ou não conseguirei continuar". Nós oramos, e logo o ataque cessou.
Com a continuação do culto, fui lembrado de quão bem presentes são os
ataques do inimigo contra o povo de Deus.
Paulo entendeu bem do que trata essa questão. Cada dia de sua vida,
Satanás seguiu esse consagrado apóstolo com ataques perturbadores do
inferno. Temos um registro destes ataques no livro de Atos, e nas próprias
epístolas de Paulo. O vemos sendo esmurrado a cada movimento, no corpo,
na mente e no espírito, até a ponto de morte física. A certa altura, Paulo
afirma claramente: "Satanás no-lo impediu" (I Tess. 2:18). Mesmo assim, até
o fim, Paulo diz que Deus lhe concedeu graça mais do que suficiente.
Satanás não vai se preocupar em atrapalhar os seus próprios filhos;
isso porque ele não tem nenhum problema com eles. Jesus diz o seguinte
quanto a estas pessoas: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os
desejos de vosso pai" (Jo. 8:44). Não, as armas do diabo são dirigidas contra
umas poucas e selecionadas pessoas. Ele está atrás daqueles que em seus
corações se determinaram a buscar a Cristo. Tais santos têm um amor
apaixonado por Jesus, e se trancaram no lugar secreto de oração para O
seguirem. Estão determinados a andar no Espírito, e a obedecer a cada
palavra dEle.
Se você é um crente destes, há algo de que precisa se conscientizar:
você nunca estará livre dos ataques do diabo. Satanás tem uma coisa na
mente, e isso é minar a sua fé. Ele quer que você duvide da fidelidade de
Deus. Então ele vai lhe bombardear de problemas e lutas até que finalmente
você se pergunte: "Como Deus poderia estar comigo no meio de tudo isso?".
Muitos dos que serviram a Cristo por toda a vida agora estão
começando a duvidar do Senhor, em meio aos seus problemas. Eles
simplesmente não entendem o quê estão enfrentando. Conversei com vários
pastores que passaram dias em jejum e oração, e saíram disso duvidando da
existência de Deus. Tais santos não se conscientizam de que estão sob
ataque espiritual.
Não se engane: os ataques do inimigo serão ainda mais ferozes
nestes últimos dias. Em minha opinião, a nossa geração necessita da direção
de Deus mais do que qualquer outra. Porém, Satanás quer nos convencer de
que quando mais desesperadamente precisamos de Jesus, o nosso Senhor
nos abandona.
Esses ataques simplesmente não vão cessar até que Cristo retorne. É
claro que experimentamos períodos de graça devido ao nosso misericordioso
Senhor. Mas a realidade é a seguinte: estamos em batalha constante. E
precisamos reconhecê-la como tal.
2.
Deus
"Na
Hora
de
na Hora de Enfrentar Um Mal
Eu Serei o Seu Socorro Bem Presente"
Nos
Necessidade
Persistente e Bem
Promete:
Presente
A expressão "bem presente" quer dizer "sempre existente, sempre à
disposição, de acesso ilimitado". Em resumo, a presença permanente do
Senhor está sempre em nós. E se Ele está bem presente em nós, então
deseja contínua conversação conosco. Ele deseja que falemos com Ele não
importa onde estejamos: no trabalho, com a famlia, com amigos, mesmo com
não crentes.
Eu recuso-me a aceitar a mentira que Satanás tem forçado contra
tantos dentre o povo de Deus hoje: que o Senhor tenha parado de falar ao
Seu povo. O inimigo quer que pensemos que Deus permitiu que Satanás
crescesse em poder e em influência, sem que tenha equipado o Seu povo
com uma maior autoridade. Não, nunca! As escrituras dizem: "Vindo o inimigo
como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua
bandeira" (Isaías 59:19). Não importa o que o diabo traga contra nós, o poder
de Deus no Seu povo será sempre maior do que os ataques de Satanás.
Esse versículo de Isaías em realidade refere-se aos porta-bandeiras que
marchavam à frente do exército de Israel. O Senhor sempre guiou o povo às
batalhas, por trás de Seu poderoso estandarte. Igualmente hoje, Deus possui
um glorioso exército das hostes celestiais que avançam sob Sua bandeira, e
que está pronto para executar os planos de batalha a nosso favor.
Pode-se perguntar: "Então, como Deus traz socorro em nossos
problemas?". O Seu socorro vem no dom do Seu Santo Espírito, que habita
em nós, e opera a vontade de Deus em nossas vidas. Paulo nos diz
repetidamente que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo. Somos a
habitação do Senhor sobre a terra.
É claro, repetimos essa verdade sempre em nossos cultos e
testemunhos - mas ainda assim, muitos de nós não a levamos a sério;
simplesmente não entendemos o poder que reside nessa verdade. Se
efetivamente ganhássemos a compreensão dessa realidade e confiássemos
nela, nunca mais teríamos medos ou sustos.
Eu certamente ainda não me apropriei plenamente desta lição. Mesmo
depois de todos os meus anos de ministério, ainda sou tentado a achar que
tenho de desenvolver alguma emoção para ouvir de Deus. Não - o Senhor
está dizendo: "Você não precisa ficar horas Me esperando. Eu habito em
você. Estou presente para você, dia e noite".
Ouça o testemunho de Davi: "Bendigo o Senhor, que me aconselha;
pois até durante a noite o meu coração me ensina. O Senhor, tenho-o sempre
à minha presença; estando ele à minha direita não serei abalado" (Salmo 16:
7-8). Davi está declarando: "Deus está sempre presente diante de mim. E
estou determinado a mantê-Lo presente em meus pensamentos. Ele
fielmente me guia dia e noite. Nunca preciso ficar confuso".
Ouço alguns cristãos dizendo: "Deus nunca fala comigo. Nunca ouço a
Sua voz". Porém eu questiono isso. Como podemos declarar que o Espírito
de Deus vive e age em nós, e que não fala conosco? Se dizemos que
vivemos e andamos no Espírito, se Ele está bem presente em nossos
corações, sempre à nossa mão direita, pronto para dirigir as nossas vidas,
então Ele deseja conversar conosco. Ele deseja diálogo, no qual estará
ouvindo de nós e falando às nossas vidas.
Alguns crentes temem dar ouvidos à "vozes interiores". Acham que
vão acabar sendo enganados pela carne, ou pior, pelo inimigo. Fizeram isso
antes, e acabaram complicados. Concordo em que essa seja uma
preocupação válida a todo servo de Jesus. Afinal de contas, o diabo falou ao
próprio Cristo. E fala até com os maiores santos dentre o povo de Deus hoje.
Mas com muita freqüência, tal cuidado se transforma em medo
paralisador. E esse medo impede muitos cristãos de deslancharem na fé
confiando então no Espírito de Deus para fielmente guiar os seus passos. A
verdade é: os que gastam tempo na presença de Deus aprendem a distinguir
a Sua voz de todas as outras. Jesus disse referindo-se a Si próprio: "elas o
(pastor) seguem porque lhe reconhecem a voz... As minhas ovelhas ouvem a
minha voz... e elas me seguem" (João 10: 4, 27).
Eis aqui a nossa salvaguarda: Jesus, o Bom Pastor, jamais deixará
que Satanás engane qualquer santo que confie inteiramente em Sua
permanente presença. Ele promete falar claramente com todos os que
mantêm comunhão diária conSigo. Por outro lado, se não damos um passo
de fé, se nos recusamos a confiar na presença guiadora do Senhor
certamente cairemos no engano. Por que? Porque se não confiamos em Seu
Espírito para nos falar, a única voz com a qual poderemos contar é a da
nossa carne.
Por
Todo
Lemos
Disse-Lhe o Espírito...
o
Estas
Novo
Testamento,
Palavras:
Em todas as vezes que o Espírito falou, os que escutaram sabiam de
modo claro que era a Sua voz. E o Espírito falou com instruções claras,
precisas e detalhadas.
Preste atenção às instruções do Espírito para o gentio Cornélio: "Envia
homens a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro.
Ele está com um certo Simão curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele
te dirá o que deves fazer" (Atos 10: 5-6). Isso é que é instrução detalhada.
Enquanto isso, Deus dava instruções igualmente detalhadas para
Pedro, dizendo que os homens de Cornélio estavam a caminho: "Disse-lhe o
Espírito: Eis que três varões te buscam. Levanta-te pois, e desce, e vai com
eles, não duvidando; porque eu os enviei (Atos 10: 19-20).
O Espírito agiu desse jeito também na vida de Paulo. Em Atos 9,
quando ainda era chamado Saulo, ficou sem visão por três dias em
Damasco. Deus instruiu um homem chamado Ananias para ir até Paulo e
orar por ele. Cá estão as detalhadas instruções: "E disse-lhe o Senhor:
Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um
homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando. E numa visão
ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão,
para que tornasse a ver" (9:11-12).
Encontramos o Espírito Santo dando mais instruções específicas em
Atos 27. Paulo estava em um barco que foi arrastado ao léu em uma
tempestade durante dias. Bem na hora em que os marinheiros estavam
prestes a desistir, Paulo foi levado a encorajá-los com essa detalhada
mensagem:
"... vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de
entre vós, mas somente o navio. Porque esta mesma noite o anjo de Deus,
de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas;
preciso que compareças perante César, e eis que Deus por sua graça te deu
todos quantos navegam contigo (27: 22-24).
Realmente, tudo aconteceu bem como Paulo disse. Diga-me, onde as
escrituras dizem que o Espírito Santo parou de dar instruções detalhadas ao
povo de Deus? Quando o Espírito parou de estar presente em nossas vidas?
Quando a Sua presença abandonou a nossa mão direita? O diabo fala aos
seus filhos. Por que o Senhor negligenciaria o Seu próprio povo?
No entanto, temos de compreender isso: o tipo de caminhar de
sensibilidade que nos permite ouvir a voz de Deus não vem da noite para o
dia. O Espírito tem de nos ensinar a buscá-Lo em nossa vida diária. Só então
estará Ele capacitado para dirigir os nossos passos. O salmista fala desse
processo de aprendizado: "Qual o homem que teme ao Senhor? Ele o
ensinará no caminho que deve escolher" (Salmo 25:12).
Se reconhecermos a Deus em todos os nossos caminhos, Ele será fiel
para falar. A Sua palavra promete:
"Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas
veredas" (Provérbios 3:6). Durante os meus mais de cinqüenta anos de
ministério, tenho citado esse versículo com freqüência. Mesmo assim, às
vezes, eu ainda não o mesclo à fé.
Muitas vezes o Senhor tem me falado, dizendo: "Faça tal coisa,
David... Não faça aquilo...". Em algumas poucas ocasiões, eu silenciei a Sua
voz em minha mente, e fiz do jeito que eu queria. E em cada um desses
casos, Deus me deixou entrar em uma tremenda confusão que me custou
algo. Ele diz: "Eu sou o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o
Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que
deves andar. Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! então
seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar" (Isaías 48:
17-18).
O meu Pai amoroso continua me livrando das minhas falhas. E ainda
estou aprendendo. Quero que a Sua paz sobrenatural flua como um rio em
minha alma.
3. Há Apenas Uma Única Coisa Nos Impedindo de um Caminhar
Íntimo
no
Espírito:
o Bem Presente Problema da Incredulidade.
Israel nunca realmente aprendeu a confiar no socorro bem presente de
Deus. O Senhor o guiou pelo deserto com uma nuvem durante o dia e uma
coluna de fogo à noite. Tais feitos sobrenaturais eram lembretes visíveis
dirigidos ao povo de Deus, mostrando a Sua constante presença com eles.
Ele lhes estava à mão direita cada hora do dia. E os carregou como um gentil
pastor, que se importava com eles. Quando O obedeciam, ficavam em
segurança e em paz, não importando quais os obstáculos que enfrentassem.
Contudo, a despeito da direção amorosa de Deus, "não creram em
Deus, nem confiaram na sua salvação. Nada obstante, ordenou às alturas, e
abriu as portas dos céus... Por isso ele fez que os seus dias se dissipassem
num sopro, e os seus anos em súbito terror (Salmo 78: 22-23, 33). Você
enxerga o quê o salmista está dizendo aqui? Ele está associando a nuvem e
a coluna de fogo sobrenaturais à salvação de Deus. Confiança nesses sinais
literalmente teria salvado a vida dos israelitas. Mas porque não confiaram na
obra de Deus em seu favor, acabaram perdidos, vagando confusos o resto
dos seus dias.
Agora quero voltar aonde começamos, com o salmo 46. Creio que este
salmo é um retrato da terra prometida do Novo Testamento. Em verdade, o
Salmo 46 representa o repouso divino referido em Hebreus: "Portanto resta
ainda um repouso para o povo de Deus" (Hebreus 4:9). O Salmo 46 descreve
esse repouso para o povo de Deus. Ele fala do Seu bem presente poder, do
Seu socorro na hora da inquietação, da Sua paz em meio ao caos. A
presença de Deus está conosco o tempo todo, e o Seu socorro sempre chega
na hora.
No entanto Israel rejeitou esse repouso: "Desprezaram a terra
aprazível, e não deram crédito à sua palavra" (Salmo 106: 24).
Lamentavelmente, a igreja de hoje é muito como Israel. A despeito das
grandes promessas de Deus para nós, das Suas garantias de paz, ajuda e de
nos suprir, não confiamos nEle inteiramente. Pelo contrário, nós reclamamos:
"Onde estava Deus na hora da minha dor? Ele estava comigo ou não? Tem
alguma prova da Sua presença? Por que Ele permite que todos esses
sofrimentos se acumulem contra mim?".
Como Ele reage à nossa incredulidade? Ele disse o seguinte em
relação à murmuração de Israel: "Me indignei contra essa geração, e disse:
Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus
caminhos... E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os
que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra quem jurou que
não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?
Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade" (Hebreus
3: 10, 17-19).
Hoje, ouço o Senhor perguntando à igreja: "Você crê que Eu ainda fale
ao Meu povo? Você crê que Eu desejo lhe dar o Meu socorro e direção?
Você realmente crê que quero lhe falar todo dia, toda hora, momento a
momento?". A nossa resposta tem de ser como a de Davi. Esse piedoso
homem abalou os infernos quando fez essa declaração sobre o Senhor: "Ele
falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir" (Salmo 33:9).
Aqui está a promessa de aliança da parte de Deus à toda geração que
iria crer nessa palavra: "O conselho do Senhor dura para sempre, os
desígnios do seu coração por todas as gerações" (33:11). O Criador do
universo deseja compartilhar da intimidade de Seus pensamentos conosco!
As escrituras deixam claro: o nosso Deus falou ao Seu povo no
passado, está falando ao Seu povo agora, e continuará falando a nós até os
fins dos tempos. Indo direto ao ponto, Deus quer lhe falar sobre o seu
problema hoje. Ele pode fazer isso através da Sua palavra, através de um
amigo piedoso, ou através da voz silenciosa e suave do Espírito, lhe
cochichando: "Esse é o caminho, vá por ele".
Não entanto, não importa qual o meio que Ele use, você reconhecerá a
Sua voz. As ovelhas conhecem a voz do seu Pastor. E Ele é fiel porque
"guarda a alma dos seus santos, livra-os da mão dos ímpios" (Salmo 97:10).
--Usado através de permissão concedida por World
Challenge, P. O. Box 260, Lindale, TX 75771,
USA.
Fogo Ardente
(A Fire in my Bones)
Por
31
__________
de
nos
Meus
Ossos
David
Maio
-
31
de
maio
de
2004
de
Em Jeremias 19, Deus dá ao profeta uma palavra dirigida a Israel. A
seguir o envia ao templo para profetizar. Jeremias diz essas palavras: "Assim
diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade
e sobre todas as suas vilas, todo o mal que pronunciei contra ela, porque
endureceram a sua cerviz, para não ouvirem as minhas palavras" (Jeremias
19:15).
Pasur era o presidente do templo na época. E ficou enraivecido com as
palavras de Jeremias; imediatamente se enfureceu atacando o profeta, e
Wilkerson
2004
convocou os serviçais para o prenderem num tronco (tora de madeira). Eles o
colocariam à porta da cidade, onde seria humilhado para ser visto por todos.
O tronco era um instrumento de tortura. E Jeremias sofreria dor
constante vinte e quatro horas inteiras. Primeiro, sua cabeça era aferrolhada
e presa; a seguir o corpo era entortado, com os braços presos em
transversal. Ele teria de permanecer nessa posição torturante por um dia e
uma noite.
Que cena terrível. Lembre-se - Jeremias era um profeta ungido do
Senhor. Ele sabia desde a juventude que fora chamado para falar a palavra
de Deus ao povo escolhido. Mas agora Jeremias estava amarrado e sendo
torturado por estar fazendo exatamente isso.
Mesmo assim, apesar do sofrimento, Jeremias nunca duvidou do seu
chamado. Ele conhecia a palavra que havia recebido de Deus. E havia sido
assim desde o início do seu ministério.
O próprio Senhor havia testificado quanto ao Seu relacionamento com
Jeremias: "Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e
antes que saísses da madre, te consagrei e te constituí profeta às nações"
(Jeremias 1:5). Deus basicamente estava dizendo: "Eu te conheci antes de a
terra ser formada, Jeremias. Desde então Eu tinha um plano para a tua vida.
Eu te criei para pregar a Minha palavra".
No começo, Jeremias respondeu: "Ah! Senhor Deus! Eis que não sei
falar; porque não passo de uma criança". Mas Deus respondeu: "Não digas:
Não passo de uma criança" (1:6-7). Em outras palavras: "Eu te chamei,
Jeremias; então - não diga que não é capaz".
E o Senhor acrescenta: "A todos a quem eu te enviar irás; e tudo
quanto eu te mandar, falarás. Não temas diante deles; porque eu sou contigo
para te livrar" (1: 7-8).
Nesse ponto, Jeremias nos diz: "Estendeu o Senhor a mão, tocou-me
na boca, e me disse: Eis que ponho na tua boca as minhas palavras" (1:9).
Que momento incrível na vida de Jeremias. Como é maravilhoso saber
que Deus estendeu as mãos sobre você, lhe revelou os Seus pensamentos, e
o ungiu para falar por Ele. Eis aqui porquê Jeremias nunca duvidou das
palavras que Deus lhe deu.
Então o Senhor dá a Jeremias a ordem para marchar: "Cinge os teus
lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudo quanto eu te mandar; não desanimes
diante deles, porque eu farei com que não temas na sua presença" (1:17).
Finalmente, Deus declara essa poderosa palavra ao Seu servo: "Eis
que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro, e por muros de
bronze, contra todo o país; contra os reis de Judá, contra os seus príncipes,
contra os seus sacerdotes e contra o seu povo. Pelejarão contra ti, mas não
prevalecerão; porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar" (1: 18-19).
Atente para a tremenda mensagem que Deus deu a esse homem. Ele
está dizendo: “Jeremias, Eu planejei um ministério para ti na eternidade. E
agora estou te enviando para arrancar a raiz de todas as mentiras de
Satanás. Quero que você derrube todos os ídolos, e os destrua diante do
Meu povo. E você também irá edificar a Minha igreja. Quero que você plante
as sementes das boas novas. Não se preocupe, Eu lhe darei toda palavra de
que necessitar, bem na hora em que precisar.“
“Mas nunca tenha medo do homem. Não tema caras feias ou
ameaças. E jamais tema o fracasso. Lembre-se, enquanto você viver, estarei
contigo. Nenhum demônio ou inimigo pode lhe tocar. Por isso, você não
precisa ficar desencorajado. Então, levante-se em fé já, e faça como lhe
ordenei. Você possui um propósito divino que é declarar o quê está em Minha
mente. Não deixe que ninguém ou nada lhe derrube”.
O Senhor então acrescenta essa palavra final: “Porque eu farei com
que não temas na sua presença” (Jeremias 1:17).
Amado, cá está a mensagem de Deus não apenas para Jeremias, mas
para todo pastor e obreiro cristão que alguma vez tenha sido chamado por
Ele. Ele está nos dizendo: “Não deixe que ninguém lhe derrube! Não há razão
para você se desesperar. Não há motivo para que fique confuso diante dos
homens. Eu lhe disse que estou consigo; Eu disse que és uma fortaleza
inexpugnável. Então, não há razão para esgotamento, não há razão para
desistir...”
“... Se você não crer no que lhe disse - se duvidar da Minha fidelidade
para consigo - então não há como evitar que você se apague. Você acabará
amargo, batido - e irá desistir. E será perturbado por todo aquele que se
opuser a ti. Mas isso será porque não confiou em Minha palavra para
consigo...”
“... Quero lhe dizer o seguinte: não importa quê dificuldades você
enfrente. Não importa se as pessoas lhe tratem mal, ou lhe ofendam. Os seus
amigos, a sua família, mesmo príncipes ou reis podem se virar contra ti. Mas
eles jamais prevalecerão. Eu coloquei paredes de metal e fortes pilares lhe
cercando. Eu estou contigo, para te livrar”.
Esta
Mensagem
é
Para
Todo
Como
Foi Chamado Antes da Criação Para Servir a Cristo
Aquele
Que,
Jeremias,
O apóstolo Paulo diz o seguinte em relação a Deus: “Que nos salvou e
nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas
conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo
Jesus antes dos tempos eternos” (2 Timóteo 1:9).
Simplificando, toda pessoa que está “em Cristo” é chamada pelo
Senhor. E todos temos o mesmo mandato: ouvir a voz de Deus, proclamar a
Sua palavra, nunca temer o homem, e confiar no Senhor diante de toda
provação imaginável.
Na verdade, o quê Deus prometeu a Jeremias se aplica a todos os
Seus servos. Quer dizer, nós não temos de ter uma mensagem preparada
para dizer diante do mundo. Ele se comprometeu a encher a nossa boca com
a Sua palavra, no exato momento em que seja necessária. Mas isso
acontecerá somente se confiarmos nEle.
Paulo nos diz que muitos são designados como pregadores, mestres e
apóstolos, e que todos eles irão sofrer por esse motivo. Ele se inclui entre
esses: “para o qual eu fui designado pregador, apóstolo e mestre, e por isso
estou sofrendo estas cousas” (2 Timóteo 1: 11-12). Ele está dizendo, em
resumo: “Deus me deu uma obra santa para realizar. E porque eu tenho esse
chamado, vou sofrer”.
As escrituras mostram que Paulo foi testado como poucos ministros
algum dia foram. Satanás tentou matá-lo vez após outra. Os assim chamados
agrupamentos religiosos o rejeitavam e ridicularizavam. Por vezes, até
mesmo os que o sustentavam o deixaram ofendido e abandonado.
Mas Paulo nunca se perturbou diante dos homens. Ele nunca se
apavorou ou se envergonhou diante do mundo. E Paulo nunca se apagou. A
cada ocasião, ele tinha uma palavra ungida para falar de Deus, sempre que
necessário.
O fato é o seguinte: Paulo simplesmente nunca seria abalado. Ele
jamais perdeu a confiança no Senhor. Antes, testifica: “Sei em quem tenho
crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até
aquele dia” (2 Timóteo 1:12). Em termos simples: “Eu compromissei a minha
vida inteira à fidelidade do Senhor. Vivo ou morto sou dEle”. E insiste com o
jovem Timóteo para que faça o mesmo: “Mantém o padrão das sãs palavras
que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus” (1:13).
Na semana passada dei o mesmo conselho a um pastor. Ele havia
acabado de entregar a igreja; sentiu que havia falhado por não ter tido
conversões, e nem levado o seu povo à maturidade como crentes.
A sua esposa sofria vendo o marido caindo num desespero tão grande.
Ela disse: “Ele é um homem de Deus dedicado, que ora fielmente pelo povo.
Mas ficou desencorajado porque não estava gerando filhos espirituais. Ele
prega com unção, mas as pessoas simplesmente não queriam ouvir. Ele
achou que nada restava senão desistir”.
Eu me assegurei de enviar a esse homem o encorajamento de Paulo.
Insisti para que se mantivesse no padrão da fé, e à palavra que lhe fora dada.
Deus seria fiel para operar tudo que prometera.
Jeremias
No Tronco
Chegou
ao
Seu
Ponto
Fraco
Não era só o corpo de Jeremias que estava sendo torcido - a sua alma
estava sendo atacada. Foi uma noite negra e torturante para esse homem
consagrado e dedicado.
Finalmente, após vinte e quatro horas de dor e humilhação, Jeremias
foi solto. Ele foi direto a Pasur, o homem que o havia prendido. E profetizou:
“O Senhor tem um novo nome para ti, Pasur. Significa: ‘Você vai viver com
medo e em terror constantes o resto dos teus dias’”. Veja, Jeremias sabia o
quanto é perigoso para qualquer um tocar no ungido de Deus. Estremecido,
Pasur simplesmente chamou o profeta de mentiroso.
Àquela altura, Jeremias tinha chegado ao limite da resistência; e
começou a usar a linguagem do servo acabado: “Iludiste-me, ó Senhor, e
iludido fiquei, mais forte foste do que eu, e prevaleceste, sirvo de escárnio
todo o dia; cada um deles zomba de mim” (Jeremias 20:7). A palavra em
hebraico para “iludiste” aqui quer dizer “me abri”. Jeremias estava dizendo,
basicamente: “Senhor, Tu me expuseste a uma grande ilusão. Eu acabei
como um ministro totalmente enganado”.
Não podemos adoçar a pílula quanto ao que Jeremias está acusando
Deus de fazer, aqui. Ele está dizendo: “Senhor, me chamaste para pregar a
Tua palavra; me mandaste profetizar, derrubar e edificar. Puseste uma
palavra dura e difícil em minha boca. Mas então, quando a proferi, Tu me
abandonaste...”.
“... Não entendo. Eu Te obedeci, Senhor. Fui fiel. Não pequei contra Ti.
Na verdade, pus a minha cabeça a prêmio por Ti. E o quê ganhei? Desilusão,
engano, abandono e ofensa.”
Tente imaginar o quê passou pela cabeça deste homem durante
aquelas vinte e quatro horas de tortura: “Preguei misericórdia a todas estas
pessoas que estão passando. Mas agora a única coisa que fazem é me
agredir. Senhor, falei a eles como Teu oráculo. Lhes supliquei que tornassem
para Ti; lhes disse que Tu os curarias e abençoarias. Mas eles se voltaram
contra mim com toda a maldade...”
“... Chorei por esses homens e por essas mulheres durante dias. O
meu coração se partiu por causa deles. Cheguei a sofrer por seus pecados.
O meu interior se moveu de compaixão por eles. Eles me ridicularizam todo
dia. Deus, Tu me puseste num inferno vivo. A própria palavra que Tu me
deste se tornou repreensão para mim.”
Você pode se perguntar: “Deus prometeu que Jeremias nunca seria
envergonhado. Mas não é isso que está acontecendo aqui?”.
Eu lhe asseguro: o servo de Deus não foi exposto à vergonha. Pelo
contrário, o Senhor estava operando algo poderoso na terra, e isso só seria
revelado ao tempo dEle. Ele iria mostrar à nação que Jeremias não foi
envergonhado diante de homem algum. Pelo contrário, Jeremias seria um
testemunho. E isso permaneceria assim pelos séculos.
Recebo
Cartas
de
Pastores
Que Sentem o Mesmo que Jeremias Sentiu
do
Mundo
Todo
Um ministro me escreveu: “Me sinto derrotado. Eu era fiel em fazer
tudo que Deus me mandava. Mas quando dei um passo a mais na fé, Ele me
deixou lá exposto”.
Tenho um jovem amigo missionário que acabou de deixar o seu posto.
Ele ingressou no ministério com grande expectativa, mas agora o está
abandonando arrasado. Ele carregava uma tremenda preocupação pelas
almas, e batalhava com diligência. Mas após vários anos, ele ainda não havia
visto resultados significativos. Ele nunca foi aceito pelas pessoas em cujo
meio trabalhava; os seus filhos eram agredidos pelas crianças do local, e a
esposa ficou cansada e sem coragem.
Esse homem ama profundamente o Senhor, é um precioso servo de
Jesus. Mas finalmente, não agüentou mais. E me disse: “Irmão David, me
sinto um fracasso. Eu tinha tanta esperança; mas nada daquilo ocorreu”.
Cada ano, um número crescente de missionários passa pela mesma
coisa. Vão ficando sem coragem, desistindo e voltando para casa. Eles
podem não falar de maneira tão precipitada como Jeremias, acusando Deus
de os enganar; mas lá no fundo, carregam amargura contra o Senhor. Acham
que Ele os guiou a uma certa direção, mas após isso os desapontou.
Um outro precioso missionário escreveu ao nosso ministério em
relação a deixar o seu posto. Ele explica: “Eu me senti como se Deus tivesse
me levado a um deserto, e me deixado lá sozinho. Ele me expôs aos
inimigos, e me abandonou. Deixei o ministério totalmente arrasado. E falhei
tremendamente nesse teste devastador. Me tornei amargo...”
"...Agora eu vejo qual foi o meu problema. Eu não aprofundei raízes de
confiança durante a provação. Quando as lutas chegaram, não me apropriei
daquilo que eu conhecia quanto à palavra de Deus e à Sua fidelidade. Me
esqueci de Sua promessa: “Não te deixarei, nem te desampararei."
Eu pessoalmente sei o quê é passar por esse tipo de provação. Há
cerca de quinze anos atrás, quando a Igreja de Times Square estava apenas
no começo, Satanás tentou arruinar o nosso ministério e destruí-la. Houve
acusações incríveis de conflitos raciais, e ataques pessoais contra a minha
família e a mim. A cabeça de muitos jovens foi envenenada pelos fuxicos que
se fizeram. Alguns chegaram a mim depois do culto e perguntaram: "Você é
falso mesmo, como disseram?".
Até hoje, ainda dói ler os meus artigos daquela época. Eu comecei a
detestar as manhãs de domingo, quando tinha de pregar. Muitas vezes me
sentava em meu gabinete e chorava, até que minha esposa, Gwen, punha os
braços em torno de mim e dizia, "David, está na hora".
Chorei por semanas pela dor que sentia com tudo isso. Finalmente,
disse a Gwen: "Eu não preciso disso. Por que não volto a escrever livros e a
evangelizar?". E tudo que ela conseguia fazer era sacudir a cabeça e dizer:
"Como alguns cristãos conseguem ser tão cruéis?".
É claro que não desisti. E jamais desistirei. Por que? Pela mesma
razão que Jeremias não desistiu. É a razão pela qual os outros ministros e
obreiros cristãos não desistem: "Isso me foi no coração como fogo ardente,
encerrado nos meus ossos; já desfaleço de sofrer, e não posso mais
[desistir]" (Jeremias 20:9).
Deus Não Repreendeu Jeremias Por Sua Declaração
Em Jeremias 20:14-18, o profeta desabafa com uma declaração que
soa quase suicida:
"Maldito o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que me deu à
luz minha mãe. Maldito o homem que deu as novas a meu pai, dizendo:
Nasceu-te um filho...Seja esse homem como as cidades que o Senhor, sem
ter compaixão, destruiu...Por que não me matou Deus no ventre
materno?...Por que saí do ventre materno tão somente para ver trabalho e
tristeza, e para que se consumam de vergonha os meus dias?"
Ouvi esse mesmo desespero na voz de um ministro que me telefonou
recentemente. Ele disse: “David, entristeci profundamente o Senhor. Estou
tão derrotado pelo meu fracasso, tão vazio - não sobrou nada. Parece que a
vida não tem mais valor”.
Tantos servos de Deus nas escrituras expressam o mesmo
sentimento. Quando Jó se encontrava na mais profunda de suas trevas, uma
voz insistiu com ele: “Desista de Deus, e morra”. Elias ouviu uma voz
semelhante. E esse profeta, antes tão poderoso acabou pedindo: “Senhor,
leve a minha vida. Sou um derrotado, como todos os que me antecederam”.
Talvez nesse momento você se sinta como todos eles. Você foi torcido
e retorcido pelo inimigo, com a cabeça presa ao tronco. E você diz “peço dia
e noite, mas as orações não são respondidas. Não agüento mais isso. Eu não
preciso disso em minha vida. As coisas eram mais fáceis quando eu estava
no mundo, quando nem conhecia a Deus. Ele agora me deixou ao léu”.
Bem, alguns cristãos podem responder: “Essa conversa toda vai contra
Deus. Ela exige repreensão severa”. Mas a verdade é que conseguimos
avaliar apenas o homem exterior. Deus vê o coração. E Ele conhecia o
interior de Jeremias. E optou por não repreender o profeta em desespero. Por
que?
O Senhor sabia que o fogo ainda ardia nesse homem. É como se Deus
dissesse: “Jeremias não vai desistir. Sim, ele perde impulso ao descarregar
sua frustração; mas ainda crê na Minha palavra; ela queima em sua alma. E
sairá desse incêndio com uma fé inabalável...”.
“... Sei que o Meu servo não agüenta ficar sem pregar a Minha palavra.
Eu imprimi isso em sua alma, no seu coração, em sua mente. E os melhores
dias de sua vida estão à frente dele. Ele continua sendo Meu servo
escolhido.”
Jeremias realmente ganhou novo sopro. De repente, se encheu de
vida nova. E se levantou como dizendo: “Espere aí, Satanás - você não me
engana. Você não vai me tirar do ministério que Deus me deu. O Senhor me
chamou, e sei que a Sua palavra é certa”.
O profeta então testifica: “Ouvi a murmuração de muitos: Há terror por
todos os lados!... Todos os meus íntimos amigos que aguardam de mim que
eu tropece, dizem: Bem pode ser que se deixe persuadir; então
prevaleceremos contra ele, e dele nos vingaremos. Mas o Senhor está
comigo como um poderoso guerreiro; por isso tropeçarão os meus
perseguidores, e não prevalecerão...Cantai ao Senhor, louvai ao Senhor; pois
livrou a alma do necessitado da mão dos malfeitores” (Jeremias 20: 10-11,
13).
Talvez agora você ache que o seu fogo se apagou. Está certo de que
não sobrou nem fagulha. Talvez tenha sido o pecado que afastou o fogo.
Você foi fisgado, e pouco a pouco o seu fogo diminuiu. Tenho ouvido histórias
trágicas de homens e mulheres de Deus que foram levados à ruína pela
Internet. Para a maioria dos homens, a sedução foi pornografia. Para as
mulheres, foi encontrar um homem numa sala de bate-papo e começar um
caso.
Lamentavelmente, boa parte do corpo de Cristo de hoje relembra um
moderno vale dos ossos secos. É um deserto cheio de esqueletos de cristãos
que caíram. Ministros e outros crentes consagrados se apagaram devido
àquele pecado que os assedia. E agora estão cheios de vergonha, se
escondendo em cavernas que eles mesmos cavaram. Tal como Jeremias, se
convenceram de que “Não me lembrarei dele (do Senhor) e já não falarei no
seu nome” (Jeremias 20: 9).
Não deixe que o diabo lhe derrube!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
O Evangelho de Jesus
(The Gospel of Jesus Christ)
Por
10
__________
de
Cristo
David
maio
-
10
de
maio
de
2004
de
Qual é o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo? Até a maioria dos
não-crentes sabe que a Bíblia contém o relato de quatro evangelhos, Mateus,
Marcos, Lucas e João. Então, qual é a essência destes evangelhos, ou as
"boas novas"? Quando os cristãos falam do evangelho de Jesus Cristo, do
quê estamos falando?
As escrituras nos dão várias definições quanto a o quê é esse
evangelho. E devemos usar essas definições bíblicas para determinar se o
verdadeiro evangelho de Cristo está vivo na Sua igreja. Vejamos:
1. Jesus diz que a Sua igreja é uma igreja de autonegação e de cruz.
O Senhor disse a Pedro: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo
se negue, tome a sua cruz e siga-me" (Mateus 16:24).
É claro, pertencer à igreja de Jesus significa mais do que meramente
crer nEle. Muitos cristãos nos dias de hoje simplesmente "apóiam Jesus".
Sua atitude é, "Eu votei em Cristo. Isso faz com que eu seja um membro do
partido dEle". Mas assim que votam, se afastam e esquecem tudo que é
relacionado ao Seu senhorio sobre suas vidas.
Jesus diz que pertencer à Sua igreja é muito mais do que isso. Quer
dizer compromisso de segui-Lo. E isso envolve viver uma vida de
autonegação e tomar a cruz. "Quem não toma a sua cruz e vem após mim
não é digno de mim" (Mateus 10:38).
O nosso Senhor deixa claro: "Se você está na minha igreja, então fique
preparado para sofrer e ser perseguido por sua fé em Mim. Fique preparado
para negar a fama, a aceitação e a procura dos prazeres do mundo. As
pessoas vão te pregar numa cruz de ridicularização, numa cruz de
condescendência, numa cruz de alienação. E vão fazer isso porque você tem
fome e sede de Mim. Se você pertencer à minha igreja, uma cruz certamente
se seguirá".
Wilkerson
2004
O fato é o seguinte: a igreja de Cristo nunca foi aprovada ou aceita
pelo mundo. E nunca será. Se você viver para Jesus, não terá de se separar
da companhia dos outros, eles o farão por você. Tudo que terá de fazer é
viver para Ele. De repente, você se verá acusado, rejeitado, chamado de
indigno. Verá os homens "vos odiarem e...vos expulsarem da sua companhia,
vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como indigno, por causa do Filho
do homem" (Lucas 6:22).
Mas, Jesus acrescenta, esse é a rota que leva ao preenchimento real.
"Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha
causa acha-la-á" (Mateus 16:25). Em outras palavras, "A única maneira de se
encontrar significado na vida é fazer a entrega total do seu tudo para Mim.
Então você encontrará alegria, paz e satisfação reais". Cristo nos diz: "A
minha igreja não tem mácula ou ruga. Assim, ao vir a Mim, você precisa
querer deixar todos os seus pecados. Você precisa submeter tudo a Mim,
morrer integralmente para o ego, a toda ambição ímpia; pela fé, você será
sepultado comigo. Mas Eu o levantarei para uma nova vida".
Pense no que significa não ter mácula ou ruga. Sabemos que uma
mácula é uma mancha. Mas e a ruga? Você já ouviu a expressão, "uma ruga
nova"? Significa acrescentar uma idéia nova a um conceito pré-existente. A
ruga, dentro deste sentido, se aplica aos que tentam colocar um
melhoramento no evangelho. Sugere um modo fácil de se alcançar o céu,
sem total redenção a Cristo.
Esse é o tipo de evangelho que está sendo pregado em várias igrejas
atualmente. Os sermãos têm objetivo de apenas atender as necessidades
das pessoas. Mas ao ler as palavras de Jesus, vejo que este tipo de
pregação não funciona. Não atende à obra genuína do evangelho.
Não entenda mal: não sou contra pregar consolação e força ao povo
de Deus. Como pastor do Senhor, sou chamado a fazer exatamente isso.
Mas se eu pregar só às necessidades das pessoas, e ignorar o chamado de
Cristo para oferecermos nossas vidas, então as necessidades verdadeiras
jamais serão atendidas. As palavras de Jesus são claras: as nossas
necessidades são preenchidas unicamente se morrermos para nós mesmos,
e tomarmos a Sua cruz.
2. A igreja de Jesus é onde os pecadores se arrependem dos pecados,
com o coração e a boca.
Jesus declara, "A minha igreja é o local de arrependimento sem
acanhamento, aberto". Em verdade, Paulo atesta: "A palavra está perto de ti,
na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com
a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que
Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se
crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.
Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será
confundido" (Romanos 10:8-11).
Simplificando, somos levados à salvação através de nossa aberta
confissão de arrependimento. Jesus afirma: "Não vim chamar justos e sim
pecadores [ao arrependimento]" (Mateus 9:13). E diz, o arrependimento é o
modo pelo qual somos curados e restaurados: "Os sãos não precisam de
médico, e sim os doentes. Não vim chamar os justos, e sim pecadores ao
arrependimento"
(Lucas
5:31-32).
Amado, essas são as boas novas. Jesus está nos dizendo: "Na minha igreja,
todos são curados através do arrependimento. Não importa quem são - os
alquebrados fisicamente, os emocionalmente enfermos, os doentes
espirituais. Todos têm de vir a Mim do mesmo modo. E todos acham cura
através do arrependimento".
Eu lhe pergunto: quantas igrejas ainda abrem os altares para que os
feridos no coração venham à frente e se arrependam? Quantos pastores
pararam de fazer apelos para essa obra espiritual de tão suma-importância?
E quantos crentes perderam todo o senso quanto à necessidade de
confessar os pecados?
Então, qual é a mensagem central do evangelho de Cristo? Ele a torna
simples por todo Mateus, Marcos, Lucas e João. Nestes quatro evangelhos,
nos diz, "Cá está o quê prego em minha igreja. Esta é a minha mensagem a
todos os pecadores".
Primeiro de tudo, "Foi Jesus...pregando o evangelho de Deus, dizendo:
O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e
crede no evangelho" (Marcos 1:14-15). Ele pregou arrependimento.
Para alguns cristãos, isso pode soar estranho. Eles podem responder,
"Tudo bem, mas será que Jesus pregou arrependimento com intensidade?".
Lucas responde isso em seu evangelho. Jesus diz aos Seus ouvintes, "Se
não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis" (Lucas 13:5).
Bem vindo à igreja da consternação piedosa.
Você pode achar que o evangelho do arrependimento proclamado por
Cristo soa depressivo. Mas Paulo vê de outro jeito. O coração arrependido
traz vida real: "A tristeza segundo Deus produz arrependimento para a
salvação, que a ninguém traz pesar" (2 Coríntios 7:10).
O arrependimento estava também no coração do primeiríssimo sermão
após a ressurreição de Cristo. Pedro diz às multidões reunidas no
Pentecostes, "Jesus, o Nazareno...vós o matastes, crucificando-o por mãos
de iníquos" (Atos 2:22-23). Quando o povo ouviu isso, caiu sob poderoso
convencimento (da parte de Deus- NT). A palavra pregada fulminou os
corações, pois o Espírito Santo havia vindo em todo o Seu poder. E segundo
Jesus, essa é a específica obra do Espírito. Ele diz que o Espírito Santo
"convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (João 16:8). A
multidão foi tocada de tal modo, que não conseguia se mexer. De repente,
diante deles estavam os pontos cruciais da vida e da morte. Então gritam
para Pedro, perguntando o que deveriam fazer. Ele responde: "Arrependeivos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão
dos vossos pecados...Salvai-vos desta geração perversa" (Atos 2:38,40).
Esta passagem ilustra o arrependimento no centro da mensagem de
Jesus. Se inexistir convencimento na mensagem - se não há verdade quanto
ao pecado e à culpa, se inexiste fustigação do coração - então o Espírito
Santo simplesmente está ausente. Ele simplesmente não está presente nesta
pregação.
Penso em todos os pastores das pregações "sem convencimento do pecado",
responsáveis pela alma de milhares e milhares de cristãos. Os membros da
igreja ficam imersos no pecado, e suas iniqüidades crucificam Cristo
novamente todos os dias. É tremendamente trágico. O que essas pessoas
precisam é de uma mensagem vinda de um pastor que não tenha medo de
dizer: "Você pecou contra Cristo". Mas ocorre exatamente o contrário. As
pessoas são em realidade reafirmadas em seus pecados por pastores
condescendentes.
Ezequiel diz o seguinte sobre esses pastores: "Com falsidade
entristecestes o coração do justo, não o havendo eu entristecido, e
fortalecestes as mãos do perverso para que não se desviasse do seu mau
caminho e vivesse" (Ezequiel 13:22). O profeta está dizendo: "Vocês
entristeceram o justo com pregação frívola. E fortaleceram o sensual para
pecar ainda mais - sem culpa. Vocês lhes deram mentiras sobre a vida
eterna. Não! Vocês estão roubando a vida eterna destas pessoas. Vocês
transformaram a graça de Deus em lascívia".
Paulo diz que o dia do juízo logo virá. E por essa razão, devemos
pregar o evangelho com ainda mais convicção, com o aproximar desse dia.
Devemos reprovar e repreender, e fazê-lo com longanimidade e amor. Em
verdade, chega o dia quando todo pastor estará diante do Senhor e dará
contas de tudo que pregou. Teria ele entristecido o coração do justo?
Fortaleceu a mão do perverso? Ou, será que trouxe uma palavra sem medo,
convincente,
sob
unção
santa?
O fato é que Pedro não estava interessado em ofender a multidão no
Pentecostes. Seu único propósito era mostrar-lhes a verdade. E quando o
Espírito Santo revela a verdade, Ele convence. Ele vai ao fundo, e expõe a
raiz
de
todas
as
áreas
do
coração.
É triste, mas isso não está acontecendo em muitas igrejas nos dias de hoje.
Não só não está presente o Espírito Santo nestas igrejas, como também não
é bem-vindo. O nosso ministério recebe inúmeras cartas repetindo o mesmo
refrão: "Há uns vizinhos aos quais dei meu testemunho a alguns meses. Ele
está se divorciando... ela tem problema de bebida... ele está tendo um caso...
Então os levo à igreja, com esperança de que possam ouvir uma palavra
sobre sua situação, e a necessidade do Senhor. Mas o meu pastor nunca diz
uma palavra sobre pecado. Nunca há uma palavra que traga convencimento,
que explique a necessidade do poder purificador e libertador de Jesus. Então
meus vizinhos saem da igreja ainda mais confortáveis em seus pecados".
Que tragédia! Como deve ser doloroso a Deus o fato de que mais pessoas
são reafirmadas em seus pecados dentro das igrejas do que fora delas.
Outros nos escrevem dizendo: "Vou a uma igreja amistosa com o
pecador, mas não agüento mais. Toda semana nos passam uma pesquisa,
perguntando se gostamos do culto. Eles querem saber: 'O som estava muito
alto? As ilustrações foram muito longas? O sermão foi inteligente?'. Pastor
David, vou à igreja em busca de esperança em favor de meus parentes não
salvos. Mas em vez disso me pedem para avaliar o entretenimento".
Segundo Jesus, ninguém pode ser liberto do pecado - ninguém é
confrontado com a verdade - sem a presença e o poder convincentes do
Espírito Santo.
3. A igreja de Jesus é onde se pode ouvir uma mensagem dura e
perturbadora.
Imagine essa cena, com Jesus falando aos Seus seguidores: "Este é
o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais
comeram e, contudo, morreram; quem comer esse pão viverá eternamente.
Estas cousas disse Jesus, quando ensinava na sinagoga...Muitos dos seus
discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem
o pode ouvir? Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a
respeito de suas palavras, interpelou-os: Isso vos escandaliza?" (João 6:5861).
Note que Cristo estava falando a crentes aqui. Qual foi o duro discurso
ao qual reagiram? Foi: "Vocês precisam comer da minha carne e beber do
meu sangue, caso contrário não terão vida em si. A minha carne é o pão, e o
meu sangue é a bebida. E a vida eterna vem unicamente consumindo-os".
Agora, o evangelho amistoso com os pecadores diz: "Você não pode pregar
uma coisa assim. O pecador nunca vai entender isso. Beber sangue e comer
carne? Eles vão pensar que somos bárbaros. Temos de mudar as palavras
para torná-las mais palatáveis. Caso contrário, isso vai ofender as pessoas,
especialmente os não-crentes".
Na verdadeira igreja de Cristo haverá palavras ofensivas. Sim, nessa
igreja você ouvirá uma mensagem de boas novas, um evangelho de amor,
misericórdia, graça e longanimidade. Mas na igreja de Cristo há também
mensagens que não se ousa falsificar. E estas mensagens incluem a
pregação do sangue e da cruz de Cristo.
Jesus viu que as pessoas se chocaram com Suas palavras. Então
pergunta a elas, basicamente: "Eu ofendi o seu raciocínio? Vocês ficaram
incomodados por lhes dizer a verdade?". E então afirma: "As palavras que eu
vos tenho dito são espírito e são vida" (Jo. 6:63). Ele deixa claríssimo:
"Exatamente isso que os ofende é que traz vida". Como os Seus seguidores
responderam? "À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já
não andavam com ele" (João 6:66).
O quê Jesus está dizendo sobre o Seu evangelho aqui? Em termos
simples, Ele está declarando que a mensagem do Seu sangue e da cruz é
ofensiva. Contudo é o único evangelho que leva à vida eterna. Mesmo assim,
alguns não o aceitarão. "Contudo, há descrentes entre vós" (6:64).
As palavras de Jesus aqui estão sendo sustentadas em muitas igrejas
hoje em dia. É incrível, mas algumas igrejas removeram qualquer referência
ao sangue de Cristo nos cultos. Os pastores não o mencionam nos sermões.
Os hinos sobre o sangue foram removidos da igreja. É tudo considerado
muito ofensivo.
Mas Jesus avisa, "Não importa o quanto as minhas palavras possam
parecer ofensivas. Vocês não as podem mudar. As minhas palavras
produzem vida. E vocês têm de consumi-las como alimento ou bebida, para
torná-las a essência de cada fibra do seu ser. Portanto, não devem amaciar o
que Eu disse. Se removerem o sangue e a cruz de minha pregação, estarão
amputando a única esperança de vida eterna daqueles que a buscam. A
mensagem de salvação pelo sangue só pode ser compreendida através do
Espírito. Mas ela tem de ser pregada mesmo se for mal compreendida.
Então, mantenham a ousadia e preguem o meu evangelho, não importa qual
seja a receptividade que terão. É a única Palavra que salva".
Vemos uma cena similar em Mateus. "Chegando à sua terra,
ensinava-os na sinagoga... E escandalizavam-se nele" (Mateus 13:54, 57).
Mesmo o círculo íntimo de discípulos de Jesus foi a Ele dizendo que Sua
mensagem era ofensiva: "Sabes que os fariseus, ouvindo a tua palavra, se
escandalizaram?" (15:12). Nessa cena, não foi o povo que foi ofendido, foram
os líderes religiosos. Aparentemente, as multidões recebiam o que Jesus
dizia. Mas os pastores ficaram horrorizados.
Se pertencemos à igreja de Cristo, vamos ouvir mensagens fortes de
convencimento que ofenderão nossa carne.
Se você está na igreja de Jesus, então mensagens duras estarão
vindo do Espírito Santo. Por que? Porque o Espírito grita em nós contra tudo
que pensamos, dizemos ou fazemos e que seja da carne. Jesus diz: "Porque
do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição,
furtos, falsos testemunhos, blasfêmias" (Mateus 15:19).
E, o sinal de qualquer verdadeiro seguidor de Jesus é que ele se
rende a toda palavra de Cristo. Tal servo ama a repreensão por causa
daquilo que ela produz em seu coração. Ele vê a transformação que ela traz,
e sabe que é vida para ele.
No fundo, é também por isso que o pecador vai à casa de Deus. Não é
só para ser contado como um a mais num grande grupo. É para ser achado
por Deus, porque no coração ele sabe que está perdido. Sua alma não
descansa, e ele passou muitas longas noites em claro. Ele quer respostas,
verdade, mudança real, pois sente que está destinado ao inferno. E não
precisa que um crente ou um ministro diga que ele está bem.
É claro que se esse pecador ouvir o evangelho de Cristo, poderá ser
ofendido por ele. Pode ficar bravo, e sair batendo os pés. Mas não esquecerá
o que ouviu. E o Espírito Santo usará isso para lhe revelar a verdade.
Todos nós aprendemos que Cristo é a pedra fundamental da Sua
igreja. Paulo diz que essa pedra é uma rocha de escândalo: "Como está
escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço, e rocha de escândalo,
e aquele que nela crê não será confundido" (Romanos 9:33). Pedro também
chama Jesus de rocha de ofensa: "...pedra, angular e: Pedra de tropeço e
rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo
desobedientes" (I Pedro 2:7-8).
Pedro poderia lhe dizer por experiência própria o que acontece quando
se tenta abolir a mensagem da cruz. Ele se ofendeu quando Jesus previu
Sua morte aos discípulos. Então, "Pedro, chamando-o à parte, começou a
reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te
acontecerá" (Mateus 16:22).
Mas Jesus lhe responde com palavras agudas: "Mas Jesus, voltandose, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque
não cogitas das cousas de Deus e sim das dos homens" (16:23).
Cá está um exemplo claro de como Satanás pode induzir ao erro até
mesmo um pastor piedoso que ame a Cristo. E se pode apostar que Pedro
nunca esqueceu as palavras do Mestre. Igualmente hoje, todo ministro e todo
crente deve guardar a advertência de Cristo: "A minha cruz e o meu sangue
podem te ofender. Mas se você tem vergonha da minha mensagem, ou se
tentar amaciá-la, então você é uma ofensa a mim. Você não representa a
minha
Palavra
ou
a
minha
igreja".
4. Como você acha que Jesus começaria uma igreja em sua cidade?
A primeira coisa que Cristo faria seria ir chorando por toda a cidade. As
escrituras dizem, "Quando ia chegando, vendo a cidade (Jerusalém), chorou
e dizia: Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz!
Mas isto está agora oculto aos teus olhos" (Lucas 19:41-41).
O quê fez Jesus chorar? Começou com uma caminhada que fez pela
cidade, e que lhe partiu o coração. Ele foi batido pela dor que sentiu vendo os
assim chamados religiosos não tendo paz. Eram pessoas que rejeitaram a
verdade em favor de fábulas. E agora seguiam uma forma morta de religião.
Eram ovelhas sem pastores reais.
Ora, não estou aqui para julgar pastor algum. Mas quero perguntar a
todos que estão lendo essa mensagem: você consegue imaginar o seu pastor
dirigindo o carro em meio à sua cidade e chorar por ela? Como é diferente a
imagem que Jesus nos dá, em relação a tantos projetistas e planejadores
construindo igrejas atualmente. Eles vão de porta em porta, pesquisando as
pessoas, perguntando o quê querem numa igreja: "Quanto tempo deve durar
o sermão em tua opinião? Quinze minutos? Dez?".
Jesus testemunhou um esquema assim em Seus dias. Ao caminhar
pelo templo, viu mesas de cambistas, ministros que mercantilizavam as
coisas de Deus. Não havia oração real, não havia temor do Senhor. E Cristo
chorou por tudo isso, clamando: "Está escrito: A minha casa será casa de
oração. Mas vós a transformastes em covil de salteadores" (Lucas 19:46).
Eu lhe pergunto: Jesus iria chorar pelo que vê em sua igreja hoje? Ele
iria encontrar o seu pastor se angustiando pelas almas perdidas? Ou o
encontraria lucrando com coisas que são santas aos olhos de Deus? Cristo
iria encontrar o Seu povo orando? Ou os veria ocupados em negociações e
programas, se concentrando nos próprios interesses?
Uma vez concluído o andar choroso pela cidade, será que Ele iria
elogiar o Seu povo? Ou iria trazer essa advertência: "Vocês estão cegos aos
tempos. O juízo está às portas, mas vocês mais do que nunca se
assemelham ao mundo. Por que não estão orando, Me buscando para terem
força e sabedoria para remir o tempo?".
Queira Deus que nós nunca amaciemos o Seu evangelho. Se você
tem um pastor que prega o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, eu insisto
consigo: encoraje-o. E ore por ele. Agradeça ao Senhor porque o pastor que
lhe foi designado não conta com pregadores personalistas para trazer
multidões.
E seja grato por ser permitida a presença do Espírito Santo operar Sua
obra real no seu meio. Quando o evangelho de Jesus Cristo é pregado com
convencimento, os céus se abrem e os demônios fogem.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Cristo, O Que Sonda o Coração dos Homens - 16 de fevereiro de 2004
(Christ, the Searcher of Men's Hearts)
Por
David
16 de fevereiro de 2004
Cristo ama a Sua igreja. Ele deu Sua vida por ela, e disse que as
portas do inferno não prevalecerão contra ela. O próprio Jesus é a pedra
angular desta igreja. E as escrituras nos dizem que a Sua glória e a Sua
sabedoria habitam nela. No Pentecostes, enviou o Seu Santo Espírito para
estabelecer a igreja. E lhe concedeu dons com servos ungidos - pastores,
mestres, apóstolos, profetas e evangelistas - com o propósito de edificá-la.
Está claro que o Senhor deseja abençoar a Sua igreja. Então, por que
Apocalipse 2 apresenta um quadro tão assustador de Cristo quando Ele
aparece para o Seu povo? João diz que Jesus se dirige à igreja com olhos
flamejantes e voz trovejante:
"E, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem...A sua
cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como
chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado
numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete
estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes" (Ap. 1:13-16).
Ora, o Apocalipse é a somatória da palavra de Deus. Descreve o fim
de todas as coisas. E cá está a primeira imagem de Cristo que vemos nesse
livro. Por que Jesus aparece com tantos maus presságios aqui? E por que
fala de modo tão penetrante à Sua igreja? João registra que as palavras de
Cristo são afiadas como espada, cortando até a medula. Lembre-se, esse foi
o apóstolo que inclinou a cabeça sobre o peito de Jesus. Mas agora ele se vê
prostrado sobre o seu rosto: "Quando o vi, caí a seus pés como morto"
(Apocalipse 1:17).
O próprio Senhor explica a Sua aparência assustadora: "Todas as
igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos
darei a cada um segundo as vossas obras" (2:23). O fato é o seguinte: Cristo
ama a Sua igreja. E essa é a razão específica de Ele vir sondá-la. Ele vem
para corrigir o Seu povo em amor, para purificá-lo.
Primeiro de tudo, Jesus diz a João para não ter medo. "Ele pôs sobre
mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último" (1:17).
Então Cristo diz, basicamente: "Quero que cada um na Minha igreja saiba
que vim para sondar o seu homem interior. E o faço com olhos de fogo e com
Wilkerson
um trovão que abala a alma. Vou falar sem rodeios - o que tiver de dizer
servirá tanto para penetrar quanto para curar. Mas não permitirei que nenhum
filho Meu continue em apatia, ou cego. Os Meus olhos e a Minha boca
penetrarão qualquer fachada".
Cristo viu algo na Sua igreja. E instruiu João a registrar as Suas
palavras e enviá-las aos sete "anjos" das igrejas. Isso refere-se aos Seus
ministros, aos quais chama estrelas em Suas mãos (v. 1:16). Ele está
dizendo a João: "Amo esses servos. Eu os chamei e ungi. E agora você deve
entregar Minhas palavras a eles".
Sendo eu mesmo um pastor, tenho de me perguntar: como deve ter
sido abrir uma carta dessas de João? "Ao pastor da igreja em Nova York:
Assim diz o Senhor: quanto à vossa igreja...". Agora imagine o que aqueles
sete ministros sentiram.
Tome, por exemplo, o pastor em Éfeso. Ao ler a carta de João, ele vê
Cristo se alegrando com a sua igreja. O Senhor elogia os efésios pelo seu
tanto labor, por serem pacientes, e por seu discernimento. Eles detestam o
mal, e se levantam em favor da causa de Cristo. E com o passar dos anos,
jamais cessam de praticar boas obras. Esse pastor se maravilha com o que
lê. E pensa: "Oba, o Senhor está satisfeito conosco. É uma carta de
recomendação".
Mas ao prosseguir a leitura, ele chega às seguintes palavras
penetrantes: "Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor"
(2:4). Jesus previne o pastor: "Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te
e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu
lugar o teu candeeiro" (2:25).
O pastor efésio deve ter ficado agastado com isso. Ele pensa:
"Arrepender-se? Ou Ele removerá o nosso testemunho? Que palavras
chocantes. Como pode ser isso? Somos crentes da aliança. Estamos
justificados pela fé. Temos sido caridosos, amorosos, dedicados. Agora
devemos voltar, e ser como éramos no começo? O que quer dizer isso?
Como isso pode ser Jesus falando? Como vou conseguir ler essa carta à
minha igreja?".
Guarde na mente: tais palavras são dirigidas à uma igreja piedosa;
logo, esse assunto deve ser profundamente sério aos olhos do Senhor. Por
qual outro motivo falaria Ele de modo tão averiguador a um exemplo tão
brilhante de igreja? Ele está dizendo ao pastor: "O teu primeiro amor por Mim
não é o que era. Tu negligenciastes a comunhão comigo. Agora, arrependete". Jesus deixa claro: tudo tem a ver com a Sua presença. Sim, os efésios
haviam operado com diligência ao fazer boas obras. Mas haviam deixado de
ser íntimos com o Senhor.
No capítulo seguinte, Cristo resume Sua mensagem a todos os sete
pastores e suas igrejas: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a
minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele,
comigo" (Ap. 3:20). Mui freqüentemente, os cristãos não abrem a porta dos
corações para Jesus. Quando Ele bate, eles nem estão em casa. Ao invés,
há um aviso na porta dizendo: "Amado Senhor - saí para ministrar no
hospital, e a seguir, na cadeia. Até mais tarde na igreja".
Muitas igrejas atualmente fazem tantas coisas boas e caridosas em
nome de Cristo. Elas têm programas praticamente para todas as
necessidades humanas. E o grupo vive vidas limpas, corretas, cuidando para
evitar o pecado. Mas algo mudou nelas. Antes, tais crentes se dedicavam à
comunhão com Jesus. Não passavam um único dia sem gastar tempo a sós
com Ele. Mas agora as coisas mudaram. A única coisa que fazem para Ele é
uma breve saudação no caminho do trabalho. Isso é coisa séria aos olhos de
Jesus?
Cristo
Leva
Tão
a
Sério
a
Nossa
Comunhão
Que Remove o Único Elemento Que Alcança Nossa Alma:
a Sua Presença
Jesus está nos avisando: "Algo se perdeu na igreja: a Minha
imponente e respeitosa presença. Vocês têm de voltar ao lugar secreto (de
oração) - têm de voltar a cear comigo. Caso contrário, removerei a Minha
presença de vocês. Todas as suas boas obras - a sua pregação, o seu
evangelismo, as ofertas - devem fluir a partir do tempo que passamos juntos.
Têm de provir da Minha mesa".
A igreja de Éfeso havia perdido algo que possuia antes. Era a
manifesta presença de Cristo em seu meio. Haviam tomado a presença de
Cristo como certa, e isso estava afetando seu ministério. Tempos atrás,
amavam e se interessavam uns pelos outros. Mas agora também tomavam
como certo uns aos outros. E isso tinha um efeito desastroso em seus
esforços para praticar boas obras. Estavam tão ocupados servindo as
pessoas, que seus atos se tornaram o foco, não o amor de Cristo. Faltava a
Sua poderosa presença.
Agora Jesus os avisa: "Se vocês não mudarem - se não voltarem a ter
fome por Mim - removerei o seu testemunho. Vocês deixarão de ter
autoridade quando praticarem boas obras. Todas elas serão por nada".
Vejo um paralelo no mundo de hoje. Algumas das pessoas mais
endurecidas que conheço são as que já trabalharam na área do bem estar
social. Isso é verdade especialmente nos que trabalharam em alas de
assistência mental, ou de crianças que sofreram abuso. Eram pessoas
sinceras, dedicadas. Mas era doloroso demais enfrentar o sofrimento que
testemunhavam a cada dia. Com o tempo, algumas se endureceram.
O mesmo pode acontecer com cristãos. Ministros e também leigos
vêem tanta dor e pecado nas pessoas às quais ministram, que podem se
endurecer. É exatamente isso que Jesus está dizendo ao Seu pastor em
Éfeso: "Antigamente você era tão amoroso com os outros, você tinha tanto
amor - e os ouvia. Mas agora se faz surdo; você senta-se com eles, mas se
endureceu diante dos seus gritos. Você faz ministério como uma tarefa
monótona e árdua, sem vida. Não tenho escolha senão remover a Minha
presença de você".
Estive em igrejas de onde o Senhor removeu a Sua presença por
algum tempo. Há uma mortandade e uma sequidão quase palpáveis. Todos
sentem. Deus está falando à essa igreja dizendo: "Vou deixar que as coisas
se esfriem por algum tempo. Quero tirá-los desta letargia. Quero que saibam
como é sem a Minha presença". É absolutamente horrível quando uma igreja
chega a esse ponto. Inexiste convencimento por parte do Espírito Santo,
nada para mover a congregação, nada para tocar os jovens.
Outro efeito paralelo sério ocorre. Ou seja, pessoas com fome
espiritual não permanecem onde a presença de Jesus não é evidente. Elas
estão desesperadas para conhecerem Sua proximidade. E quando não a
experimentam, vão a outro lugar para encontrá-la. Recebo muitas cartas com
a mesma reclamação: "Não consigo encontrar uma igreja que esteja viva pela
presença do Senhor".
Tenho testemunhado a trágica apostasia de muitos cristãos que
sentiam-se assim. Eles nunca acham uma igreja de verdade. Então acabam
ficando sentados em casa assistindo pregadores na TV. Nunca recebem
carne em sua alimentação espiritual. Tudo que ingerem são coisas leves.
Com o tempo, uma frieza se instala. Logo abandonam a igreja também.
Negligenciam a assembléia dos irmãos, contra o que Hebreus nos previne (v.
Hebreus 10:25). E se tornam totalmente indiferentes a Cristo e à Sua
presença.
Quero lhe dizer o seguinte: Deus não vai ouvir desculpas dessa gente.
Jesus pode ser o tudo para todos, quando se continua em comunhão pessoal
com Ele. Não importa qual seja a situação de sua igreja - você deve ser
diligente em dar a Ele o seu melhor tempo. Você necessita beber
profundamente de Sua presença, se quiser que a Sua palavra se torne viva.
À luz de Apocalipse 1-3, todo crente deve se perguntar: "Será que as
minha boas obras - tais como meus estudos bíblicos e o meu serviço - estão
roubando o meu tempo com Jesus? Ainda tenho a mesma fome que eu tinha
por Ele? Ou será que perdi algo?".
Cristo Sonda o Coração do Seu Povo Em Todas as Eras,
Preocupado com a Cegueira Espiritual
As igrejas às quais Jesus se dirige em Apocalipse 2-3 eram
literalmente sete igrejas na Ásia. Alguns estudiosos bíblicos acham que tais
igrejas representam sete eras dentro da história da igreja. Não pretendo
discutir esse ponto teológico. Eu simplesmente creio que a mensagem aqui é
para os cristãos de todas as gerações. Em suma, Jesus sonda o coração do
Seu povo em todas as eras. Ele se preocupa com toda cegueira espiritual
que possa se tornar uma praga na igreja.
O Senhor tem uma controvérsia com cinco das sete igrejas nesta
passagem. Vou me concentrar em apenas tres: Éfeso, Tiatira e Laodicéia.
Já vimos que o problema em Éfeso era falta de intimidade com Cristo.
O problema em Tiatira era diferente. Tratava-se de flerte com ministérios
sedutores e diabólicos. Imagine a reação do pastor quando leu estas
palavras: "Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas cousas diz o Filho de
Deus, que tem os olhos como chama de fogo" (Ap. 2:18). Jesus vê essa
igreja através de flamejantes olhos de ira santa.
Ainda assim a carta prossegue com um elogio: "Conheço as tuas
obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas
últimas obras, mais numerosas do que as primeiras" (2:19). Mais uma vez,
Cristo está dizendo: "Conheço os seus feitos. O seu amor, sua fé, seus
serviços e perseverança são maiores agora do que quando iniciaram". E
melhor do que tudo, o Senhor lhes diz: "Sei que Me amas". Ele não os
repreende devido à perda de intimidade consigo.
Mas então lemos essas penetrantes palavras: "Tenho, porém, contra ti
o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetiza,
não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a
prostituição e a comerem cousas sacrificadas aos ídolos" (2:20).
Quem, exatamente, é a Jezabel mencionada aqui? Jesus está falando
dos falsos pastores. Está reprovando o pastor em Tiatira por tolerar ministros
ambiciosos que seduzem o Seu povo: "Tu permites que ministros cheios de
cobiça falem livremente do teu púlpito. Eles chegam como anjos de luz, e
usam enganos malignos para seduzir o Meu povo".
A referência a Jezabel aqui indica mais do simplesmente ministros
ambiciosos. Tais falsos pastores na verdade inventam esquemas para
concretizar e satisfazer seus desejos. Resumindo, o nome Jezabel é
sinonímia de tudo que é mal e detestável aos olhos do Senhor.
Essa imagem é de nos deixar perplexos. Cá está um povo que ama o
Senhor, homens e mulheres consagrados a Deus. Eles perseveram, tão
fielmente, e amam Jesus. Como poderiam crentes assim ser atraídos a falsos
profetas? Como poderiam ser seduzidos por ministros corruptos a quem
Deus despreza?
Isso pode lhe chocar, mas vejo acontecer exatamente isso por todo
lado. Lobos que saem para tosquiar o rebanho, agora falam em igrejas que
antes eram conhecidas por sua mensagem de santidade. Quando perguntam
ao pastor por que aceita isso, ele admite: "Esses pregadores atraem
multidões. As pessoas vêm à igreja". Mas assim está permitindo que falsos
profetas sirvam o alimento do próprio Satanás: um evangelho de cobiça, que
se centraliza na própria pessoa.
Você nota certa inconsistência aqui? Jesus chama o pastor de Tiatira
de homem de amor e bondade. Contudo esse mesmo homem tolera ministros
de abominável pecado, pastores que estimulam a carne das pessoas, e
saciam suas cobiças. Eles trazem conceitos pervertidos que produzem uma
sensação falsa de avivamento. E levam o povo à seduções demoníacas.
Fundo no coração, o pastor sabe que o evangelho deles não é puro.
Mas não quer parar a chegada das multidões. E agora Cristo está lhe
dizendo: "Você tolera a sedução desses lobos; e está cego ao que ela está
produzindo em seu povo. As pessoas estão se desviando em direção à
reuniões destes pastores; e estão sendo levadas à destruição. Começaram a
fornicar e a comer alimentos sacrificados aos ídolos. Mas você se recusa a
avisá-los. Eu lhe chamei para ser pastor das Minha ovelhas, mas você não
as está protegendo. Por que tolera esse mal? Por que não quer levantar a
sua voz?".
Uma das primeiras obrigações que todo pastor tem é conservar o
púlpito puro. Ele não pode permitir que alguém o ocupe e traga uma falsa
palavra. Isso pode lhe soar como sendo controle, mas é o que Deus pede.
Veja, Cristo não está falando de fornicação sexual aqui. Ele está falando de
um fermento mal, de uma comunhão sensual, da entrega de si próprio ao
poder de um falso ministério. E a advertência de Jesus é clara: "Você está
tendo um jantar sob excitação proveniente da carne. É um evangelho de
agrado à cobiça. E sua vida espiritual está em risco".
Lembre-se, Jesus não está se dirigindo a crentes desviados. Ele está
falando a cristãos amorosos que dariam a você tudo o que possuem. Mas
estão atraídos a um evangelho da carne. Eles dão ouvidos à voz sutil que
cochicha: "Você tem de ouvir esse homem pregar".
Ao longo dos evangelhos, Jesus avisa dos falsos pastores que vêm
buscando devorar e enganar a muitos. Ainda assim fico chocado pela falta de
discernimento de multidões que abrigam esse falso evangelho. Isso
aconteceu com você? A sua alma se alimenta de algum evangelho de TV
que na verdade é demoníaco? Você bebe de uma mensagem vinda de
pregadores da prosperidade que atraem suas cobiças, e levam os últimos
centavos dos idosos?
Pode-se pensar: "Que mal há em assisti-los? Não vai me fazer mal
lhes ouvir falando. Além disso, tudo parece ser do Senhor". Não! Se você se
atém a pastores do mal, então você está na cama com demônios; está
cometendo fornicação com o mal.
Não me entenda mal: eu não estou falando de todo evangelista da TV.
Mas os cristãos com discernimento sabem a diferença. Jesus fala dos santos
bem fundamentados, que enxergam as motivações de pastores movidos pela
carne: "Que não conheceram...as cousas profundas de Satanás" (Ap. 2:24).
Cristo não faz rodeios ao falar destes ministros com ganância por dinheiro;
Ele está dizendo: "Eles arrastam almas às profundezas do inferno". Sim, tais
ministros pregam Cristo, mas não o Cristo da glória. Sim, pregam uma
palavra, mas não é a palavra de Cristo. É um evangelho manchado com
doutrinas de demônios.
O Senhor diz o seguinte em relação a esses pastores do mal: "Dei-lhe
(a Jezabel) tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer
arrepender-se" (2:21). Ele está dizendo, em essência: "Fui paciente com
esses falsos profetas e evangelistas. Lhes dei aviso após aviso. Tiveram
tempo suficiente para deixarem a iniqüidade. Mas se recusaram".
Então o Senhor pronuncia esse aviso a todo justo ministro da Sua
palavra: "Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que
com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei
os seus filhos" (2:22-23). Jesus não está apenas falando de falsos profetas
aqui. Ele está incluindo todos os que ouvem a eles, e os sustentam. Todos
acabarão juntos em uma terrível situação de enfermidade e morte espiritual.
Ezequiel diz que esses crentes cometem prostituição "a todo o que
passava" (Ezequiel 16:15). Em outras palavras: "Você corre atrás destes
falsos ministros; mas eles apenas lhe usam. Eles fazem você de
merchandise, lhe deixando ferido e morto espiritualmente".
Finalmente, Jesus admoesta aqueles que fielmente se mantiveram
contra os ministros de Jezabel: "Tão-somente conservai o que tendes, até
que eu venha" (2:25). Está dizendo: "Vocês aprenderam discernimento real.
Não se deixarão dobrar por todo vento e onda de doutrina. Então, por
enquanto, simplesmente mantenham-se firmes. Não se permitam ser
enganados. Isso é tudo que peço. Não colocarei qualquer outra carga sobre
vocês,
até
que
Eu
volte"
(v.
2:24).
Eu
Não
Gostaria
Que Abre a Carta de Jesus
de
Ser
o
Pastor
de
Laodicéia
Jesus não faz um único elogio à igreja em Laodicéia. Antes, o pastor
lê: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses
frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a
ponto de vomitar-te da minha boca" (Ap. 3:15-16). Que terríveis palavras do
Senhor.
A minha pergunta é: como uma igreja inteira pode cair numa mesma
situação tão perigosa? Como pode todo mundo ser tão cego espiritualmente,
a ponto de todos se tornarem mornos? Não há menção de um remanescente
santo nesse corpo. Cristo o descreve como "infeliz...miserável, pobre, cego e
nu" (3:17). Como pode ser isso? Como alguém pode ser miserável, pobre e
nu, e não o saber?
Isso aconteceu porque essas pessoas foram cegadas por uma horrível
mentira. Os laodiceanos eram muito materialistas, ricos e prósperos. (Isso
podia significar crescimento nos números e na influência, bem como no
dinheiro.) E estavam inteiramente satisfeitos consigo próprios.
Para cristãos sem discernimento, essa igreja estava florescendo. As
pessoas a amavam, e eram atraídas por ela. Mas quando Cristo a sondou,
ficou horrorizado com o que viu. Os laodiceanos estavam cegos por uma
mentira. E a mentira era: "Estou ótimo. Estou onde eu deveria estar
espiritualmente. Não mudei. Ainda sou o mesmo, um cristão consagrado. Sou
um crente justo, em chamas". Jesus declara que eles se declaram "estou rico
e abastado e não preciso de cousa alguma" (3:17).
Para mim, esse grupo representa o frenesi capitalista da moderna
igreja americana. Nosso país é uma sociedade capitalista, o que significa
simplesmente: "crescimento contínuo". E o mundo dos negócios tem um
lema: "Cresça ou morra". Tudo sempre tem de ser maior. Então, você precisa
possuir o vigor para fazer com que as coisas sejam as maiores e as
melhores.
Para os negócios tudo bem. Mas essa mentalidade se infiltrou na
igreja. O nosso país está testemunhando uma "cristandade capitalista". O
objetivo não é mais crescimento espiritual, mas expansão em números,
propriedades, finanças. E os ministros são levados pelo frenesi.
O julgamento de Jesus em relação aos laodiceanos se aplica à muitas
igrejas de hoje: "Você não está entendendo o que lhe aconteceu. A cegueira
fez com que você se tornasse morno. E você nem vê isso. Você ainda acha
que está quente para Mim".
Em Éfeso, o pecado da igreja era falta de intimidade com Jesus. Em
Tiatira, era falta de discernimento, e flerte com a fornicação espiritual. Agora,
em Laodicéia, vemos o pior pecado de todos: a falta de necessidade de
Cristo.
Tudo acaba em nudez. Jesus acusa os laodiceanos por sua nudez: "A
fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez" (3:18). Em grego a
palavra para nudez aqui quer dizer "despido de todos os recursos". Veja,
Deus reserva os Seus recursos para os que Lhe são dependentes, para os
que dependem dEle na necessidade. Quais são os Seus recursos? São
riquezas espirituais reais: a Sua força, o Seu poder para operar milagres, Sua
direção divina, Sua manifesta presença. Cristo estava avisando essa igreja
auto-suficiente: "Eu lhe despi de todos os Meus recursos. Mas você acha que
não os necessita. Você se tornou completamente empobrecida, mas não
reconhece sua condição".
Visualize uma igreja sentada confortavelmente durante um culto de
adoração por uma hora. Esses cristãos ouvem um curto sermão sobre como
enfrentar os estresses da vida. E logo saem pela porta. Não sentem nenhuma
necessidade de serem quebrantados ou contritos diante de Jesus. Não
sentem a necessidade de serem mexidos ou convencidos por uma
mensagem penetrante. Ninguém clama: "Senhor, venha me derreter, me
quebrantar. Somente Tu podes saciar a minha fome".
Onde está o zelo que possuiam antes? Esses crentes antes ficavam
ansiosos por chegar à igreja, examinar minuciosamente a palavra de Deus,
expor totalmente seus corações diante do farol investigativo do Espírito. Mas
agora acham que já superaram tudo isso. Então restringiram o seu
cristianismo aos domingos de manhã. É uma religião de mornidão.
Jesus amou de tal maneira esse pastor laodiceano e a sua igreja, que
lhes comunicou estar trazendo medidas drásticas. Ele lhes diz que criaria,
dentro deles, a necessidade por Seus recursos. "Eu repreendo e disciplino a
quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (3:19). Sua mão amorosa iria
discipliná-los. E o faria criando neles necessidade de invocar o Seu poder e
socorro.
Amado, Cristo hoje fala conosco usando as mesmas palavras. Ele está
nos dizendo, como fez aos laodicenses: "Tudo tem a ver com ceiar comigo.
Refere-se a atender a porta quando bato. E agora o estou desafiando a vir e
ter comunhão. Tenho tudo que você precisa. E à medida que você gastar
tempo de qualidade comigo, estará recebendo poder de posse. É assim que
você obtém os Meus recursos. A sua comunhão comigo lhe dá o que
necessita para continuar em ministério. Tudo tem de provir do tempo que
passamos juntos".
É assim que a igreja de Cristo manterá o seu testemunho nestes
últimos dias. Amém!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
O Milagroso Monte
(God´s Miracle Mountain)
Por
26 de janeiro de 2004
de
Deus
-
26
de
janeiro
de
2004
David
Isaías 25 descreve uma incrível visão. Nela, o profeta Isaías é
transportado para o futuro, exatamente para os últimos dias. Os
comentaristas bíblicos concordam em que, nas escrituras, esse é um dos
quadros mais claros no que se refere aos tempos do fim. Não é uma previsão
mística, confusa. Isaías nos mostra precisamente o quê Deus pretende para
as nações e para a Sua igreja, um pouco antes do fim. E agora mesmo,
estamos vivendo bem na hora que Isaías descreve.
Nos primeiros cinco versos, Isaías traz um esboço do quê Deus tem
reservado para as nações. Primeiro, o profeta vê que Satanás edificou um
império demoníaco, escravizando nações inteiras. O diabo tem esses povos
cativos há séculos, com garras de ferro.
Isaías descreve essa obra demoníaca em termos de uma cidade
poderosa. Satanás construiu uma fortaleza alta e maciça com muralhas
impenetráveis. É uma cidade de espíritos, cheia de habitações, palácios e
mansões espirituais. E é habitada por principados e potestades demoníacos.
Dessa cidade, Satanás controla todas as nações sob a sua autoridade. Ele
aprisiona multidões de pessoas com espíritos de luxúria, cobiça, assassinato,
e de todos os tipos de mal. E tem possuído os seus líderes, manipulando-os
para afastar toda a influência do evangelho.
Essas nações são um quadro do poder opressivo do inferno. Os
pobres não têm força. Os necessitados enfrentam tremendas lutas. E
violentas tempestades trazem terríveis destruições. Isaías descreve essas
tempestades como grandes rajadas de calor intenso. Elas representam
tentações impetuosas tais como a humanidade nunca antes experimentou.
Tais tempestades diabólicas varrem nações inteiras com poder avassalador.
Mas então Isaías contempla uma visão maravilhosa. Ele assiste
admirado Deus prontamente agindo em relação à obra de Satanás. O profeta
declara: "Porque da cidade fizeste um montão de pedras e da cidade
forte, uma ruína; a fortaleza dos estranhos já não é cidade e jamais será
reedificada. Pelo que povos fortes te glorificarão, e a cidade das nações
opressoras te temerá" (Isaías 25:2-3).
Em um instante, Deus reduz o império de Satanás a entulhos. E
subitamente, as nações que jazem sob tirania demoníaca são libertas. Isaías
rompe em jubiloso louvor diante da visão: "Ó Senhor, tu és o meu Deus;
exaltar-te-ei a ti e louvarei o teu nome, porque tens feito maravilhas e tens
executado os teus conselhos antigos, fiéis e verdadeiros" (Isaías 25:1). Ele
está dizendo: "Senhor, Tu nunca és pego de surpresa. Tu fizestes grandes
maravilhas no passado, e agora tens um plano para essa hora. Tu o
ordenastes desde a fundação do mundo".
À medida que Isaías assiste o plano de Deus sendo revelado, sua
alma se exalta. Ele exclama às gerações que se seguirão: "Nos últimos dias,
Wilkerson
Deus vai esmagar e aniquilar o poder de Satanás. Tais palácios de estranhos
seres diabólicos cairão em ruínas. E a cidade do diabo será reduzida à pilhas
de pó".
Agora começam a cair as amarras das multidões que estavam presas.
Elas estavam sendo libertas das satânicas prisões do medo e do pecado.
Isaías os chama de "povos fortes", significando "pessoas que antes estavam
endurecidas pelo pecado". E ele nos diz que estas mesmas pessoas
começam a glorificar a Deus. Durante anos foram terrorizadas por seu
opressor, Satanás. Mas agora temem unicamente o Senhor, Aquele que os
libertou.
Naquela hora, o versículo 4 se cumprirá para que o mundo todo veja:
"Porque foste a fortaleza do pobre e a fortaleza do necessitado na sua
angústia; refúgio contra a tempestade e sombra contra o calor; porque dos
tiranos o bufo é como a tempestade contra o muro" (25:4).
Vejo isso acontecendo agora para milhões de pessoas em todo o
mundo. Os pobres de espírito estão se tornando fortes. Os necessitados
estão sendo resgatados. E os sofridos estão encontrando abundância de paz.
Cristo se tornou a sua proteção, o seu refúgio, o seu defensor, seu abrigo
secreto. Quando rajadas de flamejantes tentações vêm, se chocam contra um
muro santo que os cerca, e se desintegram. Os ataques de Satanás, antes
tenebrosos, agora caem inofensivos sobre o chão.
No verso 5, encontramos uma das mais gloriosas previsões. O original
hebraico diz o seguinte: "Deus sujeitará o rugir dos estrangeiros...e silenciará
o cânticos dos perversos". A versão Almeida Revista e Corrigida diz: "Tu
abaterás o ímpeto dos estranhos...o cântico dos tiranos será humilhado". Isso
está descrevendo terrorismo. Já lemos no verso 3: "a cidade das nações
opressoras". O Senhor está prometendo abater os terroristas.
Agraceço a Deus que os militares tenham prendido Saddam Hussein.
Contudo, a verdade é: nem mesmo uma coalisão mundial liderada pelos EUA
conseguiria impedir o terrorismo. É uma tarefa impossível para os humanos.
Mas Isaías torna isso claríssimo: Deus agirá em favor do Seu
povo. Prevendo o que ocorrerá com as nações, ele aconselha: "Não tenham
medo. O Senhor tem um plano. E ele existe desde antes da criação. Ele vai
parar a ameaça dos estranhos, os terroristas".
Os noticiários mostraram terroristas dançando sobre os corpos de
soldados dos EUA. Mas Deus anunciou: "O cântico deles está prestes a
cessar. Eu submeterei os opressores". O islamismo radical não é ameaça. O
Senhor prometeu o aniquilar. Ele tornará o cântico dos terroristas em
lamentações.
Em
Nossos
Próprios
Vemos a Profecia de Isaías Cumprida Diante de Nossos Olhos
Dias,
Nesse momento, vivemos no período bíblico conhecido como o das
"últimas chuvas" (chuva serôdia). E o plano de Deus já está em ação. Por
todo o mundo, as altas muralhas de Satanás estão caindo.
Pense no que aconteceu com o comunismo. Muros literais caíram na
Alemanha, na Rússia e por toda o leste europeu. Agora a Cortina de Bambu
está lentamente caindo também, na China e na Mongólia. Milhões de
pessoas que viviam sob a tirania de Satanás estão sendo libertas. E muitos
estão ouvindo a pregação do evangelho pela primeira vez. "Povos fortes",
anteriormente endurecidos pelo pecado, agora estão louvando a Deus.
Digo-lhe o seguinte: vivemos numa época especial. Nunca vi algo
assim em mais de cinqüenta anos de ministério. No ano passado a nossa
equipe fez uma cruzada na Nigéria, e 500.000 pessoas vieram em uma única
noite. Tem havido uma fome por Deus sem precedentes. Tenho visto
acontecer coisas que eu nunca sonharia ser possíveis.
Uma destas maravilhas está acontecendo no Irã. Há várias décadas
atrás, o meu livro A Cruz e o Punhal foi impresso lá secretamente. Cerca de
25.000 cópias têm circulado. Também, o filme Jesus foi mostrado
secretamente a centenas de grupos. Agora centenas de milhares de
iranianos estão sendo salvos através de mensagens evangélicas como
essas.
Há pouco recebi um tocante relatório sobre um programa contra
drogas feito pelo Desafio Jovem em um país do Oriente Médio, país o qual
não estou autorizado a revelar. Esse país muçulmano se vê complicado com
o alcoolismo e o vício de drogas. Os oficiais do governo admitem que o
problema é maior do que eles. Ainda assim, através do poder libertador de
Jesus Cristo, esse programa do Desafio Jovem produziu centenas de
formandos que foram salvos, livrados e libertos.
Um formando é agora o supervisor de uma denominação pentecostal
lá. Ele diz que o czar nacional das drogas há pouco assistiu a cerimônia de
formatura do Desafio Jovem. O proeminente líder islâmico ouviu dezenas de
jovens se levantando e testificando como Jesus os curou do vício. (O que o
czar provavelmente não sabia é que mais de cem formandos partiram para
iniciar igrejas naquele país) O governo agora reconhece o Desafio Jovem
como sendo o programa anti-drogas de maior sucesso no país.
Está ocorrendo em todo o mundo por maneiras incríveis: a cidade
murada de Satanás está ruindo!
Isaías
a
Seguir
Profetiza
Sobre o que Deus Tem Reservado Para o Seu Povo Nos Últimos Dias
Agora Deus leva a atenção de Isaías para a igreja. Ele mostra ao
profeta um banquete abundante e sobrenatural que acontece sobre um
monte: "O Senhor dos Exércitos dará neste monte a todos os povos um
banquete de cousas gordurosas, uma festa com vinhos velhos, pratos
gordurosos com tutanos e vinhos velhos bem clarificados" (Isaías 25:6).
Você compreende o que Isaías está dizendo aqui? Esse banquete
maravilhoso terá lugar um pouco antes do retorno de Jesus. Nessa ocasião, o
povo de Deus não estará se lamentando, chorando com medo, oprimido ou
derrotado. Não aparecerá com imagem frágil, esquelética, de fraqueza
espiritual. Não, Cristo vai voltar para achar o Seu povo banqueteando-se com
"pratos gordurosos com tutanos".
O próprio Deus preparou esse banquete. E nesse momento, o
banquete avança - nessa hora do fim. O Senhor está nos dizendo
basicamente: "Guardei o melhor vinho para o fim. E agora o derramo em
abundância para o Meu povo. Eles celebram coisas maravilhos diante da
Minha presença".
Vejo esse banquete incrível ocorrendo ao viajar por todo o mundo.
Moços e moças de Deus estão famintos por um evangelho que os toque
profundamente no espírito. Rejeitaram os evangelhos do falatório, das
multidões e do profissionalismo. Buscam unicamente se trancar com Jesus,
para receber revelações dEle. E voltam da oração com um fogo que mexe
com todos que os cercam.
Agora, o monte onde este banquete tem lugar é muito significativo.
Representa um lugar santo, uma casa onde a presença de Cristo é
manifesta. É um lugar onde o povo de Deus tem comunhão e ceia com Ele,
adorando-O em espírito e em verdade. Esse monte da presença de Deus é
um conceito importante para o Seu povo. Por que? Porque tudo que o Senhor
está fazendo nesses últimos dias está intimamente ligado à Sua presença - e
a Sua festividade de gordura e vinho só pode ter lugar onde a presença de
Jesus é manifesta.
Agora, quando falo da manifesta presença de Cristo, não estou falando
a respeito de algo místico ou do outro mundo. Toda vez que Jesus torna a
Sua presença conhecida, todos os presentes o sentem. O salmista diz que os
montes se derretem como cera na presença do Senhor (v. Salmo 97:5). Em
resumo, toda muralha espiritual ou todo bloqueio da carne se evapora
quando Jesus se faz conhecido. A presença de Cristo é tão real quando
manifesta, que quase se pode tocá-la.
Sim, e a sua igreja? É a tangível, penetrante, e manifesta presença de
Jesus evidente em seu meio? As pessoas se derretem diante dEle, chorando
pelo pecado e se rejubilando pela tremenda paz que Ele traz? Elas ajoelham
se consumindo em adoração a Ele? E elas partem carregando o brilho
especial de terem estado na presença de Cristo?
E no seu lar? As visitas sentem a presença de Jesus em sua casa? O
aroma da santidade dEle permeia sua família, o seu matrimônio, os seus
relacionamentos? Há lágrimas de intercessão em favor de membros da
família, choro de quebrantamento, um desejo sincero de acertar tudo? Ou,
quem manda é a carne?
Acredite: há um monte espiritual elevado e santo. E é encontrado
unicamente em seu lugar secreto de oração. Não importa se a sua igreja é
grande ou pequena. A única coisa importante aos olhos de Deus é a
manifesta realidade de Seu Filho. A presença de Cristo tem de ser
plenamente aparente aos olhos, ao coração, a todos os sentidos. Se não for,
então nenhuma das gloriosas obras que Isaías prevê tocará esse lugar.
Nem irão tais obras alcançar um lar de onde a presença de Cristo se
afastou. Elas nunca podem acontecer se a Sua presença não é desejada,
buscada e cultivada. Um lar assim irá, pelo contrário, ser marcado por
confusão e desespero.
Todo lar cristão deveria ser um lugar elevado, um monte de separação
do mundo e da carne, um salão santo de banquetes com o Senhor. Porém
isso não acontece em muitos lares cristãos porque eles se contaminaram
com a imundície. A obscenidade ímpia e vil é permitida entrar através da TV,
cinema e Internet.
O quanto os anjos devem se espantar ao testemunharem tanto mal
dentro de lares que deveriam estar cultivando a presença de Jesus. Multidões
de cristãos agora gastam seu tempo dedicando-se à pornografia da Internet,
a vídeos de sexo, a beber a corrupção da TV. Depois vão ao cinema, e
efetivamente pagam para ouvir o nome de Cristo sendo blasfemado. E se
perguntam por que a palidez da morte espiritual paira sobre a sua casa.
É tarefa do Espírito Santo trazer e manter a presença e o poder de
Cristo em nossas igrejas, lares, em nossos corações. Mas multidões
continuam entristecendo o Espírito com nossa idolatria. Eu lhe pergunto:
como a visão de Isaías em relação à bênçãos e liberdade gloriosas - pode ter
lugar em uma atmosfera de lasciva tolerância e indulgência? Que sentido faz
orarmos pelos queridos não salvos - quando nossos lares estão
corrompidos?
Deus pretende operar uma surpreendente variedade de milagres que
superará nossos corações e mentes. E Ele tem tudo isso planejado desde
antes que o mundo existisse. Se Ele criou tal plano de aliança, então ele deve
e irá acontecer. No entanto alguns não estarão à mesa do banquete. Os que
se tornaram mornos, amantes do comodismo, as pessoas que se entregaram
às loucuras do mundo - nenhum desses estará no banquete.
Note a descrição que Isaías faz daqueles que estão presentes: "O
Senhor dos Exércitos dará neste monte a todos os povos um banquete de
cousas gordurosas, uma festa com vinhos velhos, pratos gordurosos com
tutanos e vinhos velhos bem clarificados" (Isaías 25:6). Isso fala de pessoas
que não estão satisfeitas só com o leite da palavra de Deus. Esses servos
amam a repreensão do Senhor. Eles têm fome de carne da verdade, uma
palavra piedosa da parte de pastores provados, testados - uma mensagem
em chamas pelo Espírito Santo. E buscam a palavra de Deus diariamente
para si, sedentos por provarem o sabor de Seu vinho refinado e antigo.
Agora Chegamos aos Milagres que Isaías Previu Para o Povo de Deus
Nos Últimos Dias
"Destruirá neste monte a coberta que envolve todos os povos e o véu
que está posto sobre todas as nações" (Isaías 25:7). Aqui estão duas
maravilhosas profecias. E a primeira envolve os judeus. O véu ao qual Isaías
se refere aqui é a cegueira espiritual que tem coberto os corações dos judeus
desde o tempo de Moisés. O apóstolo Paulo fala extensamente dessa
cegueira:
"Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é
retirado" (2 Coríntios 3:16). "Veio endurecimento em parte a Israel, até que
haja entrado a plenitude dos gentios...Virá de Sião o Libertador e ele apartará
de Jacó as impiedades" (Romanos 11:25-26).
Paulo cria no que Isaías profetiza sobre Israel: que o Libertador
arrancará o véu que cega. Um remanescente judeu se voltará para o Senhor
e obterá a Sua misericórdia (v. 11:30). Amado, tal profecia está ocorrendo
agora mesmo. Por todo o mundo, os olhos dos judeus estão se abrindo para
Cristo. Uma revista secular registra que os judeus agora estão tendo um novo
olhar em relação a Jesus. Eu digo "Aleluia!". É só isso que precisa - apenas
um olhar.
Mas a profecia de Isaías também tem um outro significado. Tem a ver
com a sua família próxima, leitor. Aplica-se a todo cônjuge, filho, a qualquer
membro da família que tenha um véu de cegueira espiritual lançado sobre ele
por Satanás. Recebo muitas cartas de pais dizendo de seus filhos sendo
cegados pelo inimigo. Eles criaram seus jovens em ambiente cristão - mas
agora estão confusos e perplexos, dizendo: "Não entendo o que aconteceu.
Eles simplesmente não crêem. Nada que eu diga chega até eles. Parece que
não consigo alcançá-los".
Paulo diz que o deus deste mundo cegou estes jovens. Eles perderam
a fé porque o inimigo bloqueou a luz do evangelho para eles. Portanto, não
adianta o pai tentar enxergar em profundidade buscando um motivo que
esteja por trás. É tudo obra de Satanás. Ele quer manter esse jovem preso,
confuso e em pecado. O problema vai além de aconselhamento, pregação ou
estratégias dos pais. Será preciso um milagre, puro e simples.
Lembre-se, a Bíblia diz que o inimigo busca a vida preciosa (v.
Provérbios 6:26). Ele está procurando plantar sementes de amargura e de
falta de perdão em seus corações e mentes. É assim que ele tranforma almas
gentis e amorosas em escravos do pecado. E simplesmente não
conseguimos alcançar ninguém que tenha um véu sobre o coração.
Preleções só os endurecem.
Não, a nossa batalha deve ter lugar no Espírito. Afinal de contas,
estamos enfrentando um espírito do deus deste mundo. E esse espírito do
mal é afetado unicamente por nosso banquete sobre o monte. Vai ser
necessária a presença de Cristo em nossas vidas de um jeito que nunca
antes a tenhamos experimentado. Somente a manifesta realidade de Jesus
derreterá como cera a escravidão a Satanás, tornando-a impotente contra os
nossos amados.
Toda rebeldia, droga ou farra são véus de impedimento. Ainda mais,
não pode haver mudança em seu filho enquanto ele não tiver vontade de
perdoar. E isso requer um encontro com o poder de fusão existente na
presença de Cristo. Está na hora de você se juntar a Jesus no banquete.
Isaías diz que Deus devorará e porá de lado todos os véus demoníacos.
Mas essa promessa melhora ainda mais. Todo traço de morte
espiritual em sua família também será tragado: "Tragará a morte para
sempre, e, assim, enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos"
(Isaías 25:8). Você pode perguntar: "Posso acreditar nisso mesmo? Cessarão
as lágrimas pelos meus queridos? Vão acabar as garras da morte espiritual
que agarram o meu filho? Não consigo imaginar isso; essa promessa não
pode ser para os dias de hoje. Deve ser para quando Cristo reinar na
eternidade". Não! O versículo seguinte é prova de que tal profecia é para
hoje: "Naquele dia, se dirá" (25:9). Essa é uma profecia para "agora". Deus
pretende cumpri-la durante a nossa vida, nessa hora presente.
Nesses próximos dias, muitos virão para estar sob o poder e a
presença de Cristo. Esses que voltarão totalmente para Ele - que se
arrependerão, perdoarão, que irão à montanha para se banquetear com Ele verão todas as suas lágrimas transformadas em alegria. Por todo o mundo
nesse momento, vastos rios de lágrimas fluem daqueles que já foram libertos.
Após séculos de cativeiro satânico, as pessoas estão sendo soltas das
correntes. E estão chorando lágrimas de arrependimento e de louvor ao
Libertador.
Isaías ficou tão entusiasmado com o que viu, que quase explodiu de
contentamento. Ele profetiza que quando começarmos a ver as obras
milagrosas de Deus em nosso meio, gritaremos: "Eis que este é o nosso
Deus, em quem esperávamos, e ele nos salvará" (v. 25:9).
"E tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo" (25:8). A palavra
opróbrio aqui vem da raíz hebraica sugerindo "zanga, desgraça". Fala das
potestades satânicas que zombam e se zangam contra os crentes
consagrados. Tais ataques surgem especialmente quando estamos orando
para que um querido nosso seja liberto das fortalezas demoníacas.
Talvez você tenha ouvido esse opróbrio zangado do inferno. Eles lhe
insultam, dizendo: "Você se vangloria de que Deus atende as orações. Bem,
onde está a resposta? Há anos você jejua e ora pelo seu filho, mas ainda não
conseguiu. Depois de todo esse tempo, nada mudou. Ele nunca será salvo".
Aí você ouve essa acusação: "Você é o culpado. Você plantou as
sementes de rebeldia nele. Foi você que endureceu o coração dele". Amado,
essa é a primeiríssima reprimenda do diabo contra o povo de Deus. Nunca
devemos ouvi-la. Pelo contrário, devemos nos sustentar na segura palavra de
Deus para nós: "Tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo" (25:8).
A
Profecia
Quase Inacreditável
de
Isaías
Fecha
Com
Uma
Previsão
Fica ainda melhor. Isaías prevê a humilhação de Satanás. Ele também
observa Deus arrasando todo o poder e o orgulho dos principados do mal.
"Porque a mão do Senhor descansará neste monte; mas Moabe será trilhado
no seu lugar, como se pisa a palha na água da cova da esterqueira" (Isaías
25:10). Isaías deixa claro: a humilhação de Satanás acontece no monte, no
local de oração e adoração, onde a presença de Cristo é manifesta.
Moabe aqui era um inimigo real de Israel. Mas tornou-se um símbolo
representando tudo que era mal e satânico. Deus estava dizendo ao povo:
"Vou lançar Satanás na fossa do esgoto. Vocês estão prestes a assistir seu
zangado inimigo sendo derrotado". Ora, isso não se refere ao futuro
acontecimento quando Deus prenderá o diabo e o lançará à prisão infernal.
Não, essa humilhação será testemunhada durante a nossa vida. E será vista
apenas por aqueles que esperam no Senhor, buscando-O no monte, e
possuem a Sua presença manifesta neles.
Satanás ainda reinará no mundo do mal. Mas um remanescente santo
o verá humilhado em seus corações e lares. Deus o encerrará dentro de um
lamaçal de esgoto. E o diabo freneticamente tentará nadar para fora: "no
meio disso estenderá ele as mãos, como as estende o nadador para nadar"
(25:11). Em hebraico, essa imagem sugere astúcia girando, se movendo.
Simplificando, quando Satanás descobre que o seu ente querido começou a
se voltar para Jesus, usará de toda astúcia para continuar prendendo-o com
suas garras demoníacas. Mas não devemos nos preocupar: Deus o pisará
sob Seus pés de novo.
No fim, o Senhor derrubará todas as muralhas da cidadela de Satanás:
"E abaixará as altas fortalezas dos seus muros; abatê-las-á e derribá-las-á
por terra, até ao pó" (25:12). Você consegue imaginar isso? Talvez não.
Você tem dificuldades em crer em algo tão incrível em sua vida? Eu lhe
exorto a se sustentar na profecia de Isaías: "Crede nos seus profetas e
prosperareis" (2 Crônicas 20:20).
Pedro prega que a visão de Isaías já estava sendo cumprida na igreja
em Jerusalém: "mas Deus, assim, cumpriu o que dantes anunciara por boca
de todos os profetas: que o seu Cristo havia de padecer. Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de
que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério" (Atos 3:18-20).
Pedro raciocina que se as profecias sobre Cristo haviam se cumprido ao pé
da letra, então todas as outras profecias cumprir-se-iam. E isso inclui tempos
de refrigério por estar na presença do Senhor.
Isaías referiu-se a estes tempos de refrigério (v. Isaías 28:12). Estes
são tempos que Deus escolhe para reavivar e curar. E Ele o faz não porque
façamos por merecê-lo, mas para a glória de Seu próprio nome. Pedro viu
isso cumprido no Pentecostes: a presença de Cristo foi manifesta, trazendo
reavivamento e refrigério à uma multidão de milhares. Multidões foram
libertadas, incluindo famílias inteiras. Vemos isso mais tarde quando Pedro
trouxe a presença de Jesus à casa de Cornélio, e todo o lar foi salvo.
Agora mesmo, creio que estamos exatamente no início do último
reavivamento. Veremos famílias tiradas do cativeiro. Milhões de pessoas que
se desviaram terão os seus véus removidos. E filhos e filhas desgarrados
serão restaurados a seus pais.
Qual é o nosso papel? Devemos fazer como Daniel fez quando leu a
profecia de Jeremias e discerniu os tempos: "Voltei o rosto ao Senhor Deus,
para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza"
(Daniel 9:3). Daniel fez aquilo ao qual todos somos chamados a fazer: ir ao
monte santo de Deus. Que todos os consagrados servos de Jesus Cristo
nestes últimos dias possam se encontrar lá!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
O Senhor Pelejará
(The Lord Will Fight For You)
Por
5
__________
de
Por
Ti
David
janeiro
-
05
de
janeiro
de
2004
de
Todo o livro de Deuteronômio consiste em um único discurso de
Moisés, feito pouco antes de sua morte. Esse discurso faz uma revisão dos
quarenta anos que Israel tinha passado vagando no deserto. E Moisés o faz
dirigido à nova geração de israelitas.
À época o povo estava colocado nos altos de Cades-Barnéia, um lugar
importante em sua história. Estavam na fronteira de Canaã, a terra prometida.
Era o mesmo local onde seus pais haviam estado trinta e oito anos antes. Era
também o lugar onde Deus havia impedido a velha geração de entrar na terra
prometida. O Senhor os enviou de volta ao deserto, para vagar até que toda a
geração morresse, com exceção de Josué e Calebe.
Agora Moisés relembrava à nova geração a história de seus pais. Ele
queria que eles soubessem exatamente porque a geração precedente havia
morrido - e fora considerada desesperadamente rebelde aos olhos de Deus.
Moisés insistia em que aprendessem a partir dos erros trágicos dos pais,
dizendo algo como:
"Vocês conhecem a história de seus pais. Eram um povo chamado,
escolhido e ungido por Deus. Mas perderam a visão. O Senhor os amou de
tal maneira que os pegou nos braços, e os pôs no colo inúmeras vezes.
Contudo, vez após vez, eles murmuraram e reclamaram dEle, entristecendoO."
"Finalmente, a paciência de Deus chegou ao fim. Ele viu que eles
tinham se comprometido com a incredulidade. E não havia nada que Ele
poderia fazer para que mudassem de opinião; nenhum milagre que Ele
realizasse conseguiria lhes persuadir totalmente quanto à Sua fidelidade e
bondade. Seus corações eram como granito. Então Deus lhes disse:
'Nenhum de vocês entrará na terra prometida. Pelo contrário, agora mesmo
vocês vão fazer a volta - e retornar ao deserto."'
Que palavras poderosas. Mas Moisés não estava falando apenas à
nova geração de israelitas. Ele também estava se dirigindo a cada uma das
gerações de crentes que se seguiriam, incluindo nós hoje. Como todos os
registros do Velho Testamento, esse foi escrito "para advertência nossa, de
nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado" (I Coríntios 10:11).
Moisés está nos mostrando o perigo da incredulidade. E previne que a
menos que levemos essa questão a sério, sofreremos as mesmas terríveis
conseqüências daqueles que caíram antes de nós: "A fim de que ninguém
caia, seguindo o mesmo exemplo de desobediência" (Hebreus 4:11). Ele está
dizendo, basicamente: "Não importa que tipo de coisa impossível vocês
estejam enfrentando, ou o quanto à situação pareça desesperadora. Vocês
não devem cair no mesmo pecado de incredulidade. Caso contrário, irão
acabar em um deserto terrível, como eles. E vagarão por ele pelo resto da
vida".
Wilkerson
2004
"Deus é fiel para lhes guiar. E Ele levou seus pais a crises por um
motivo: para ensiná-los a confiar nEle. Ele queria um povo inabalável na fé.
Eles deveriam sair do deserto com uma fé provada - pura como ouro. Ele
queria que fossem um testemunho para o mundo da bondade dEle para com
o Seu povo."
Acredito que a nossa geração tem aceito o pecado da incredulidade de
maneira muito leviana. E agora mesmo, estamos vendo os trágicos
resultados. Vejo muitos crentes atualmente cheios de depressão e
inquietude. Claro, alguns sofrem estas coisas por razões físicas. Mas muitos
outros suportam tal sofrimento devido à situação espiritual. Em minha
opinião, a depressão de tais pessoas é resultado do desagrado de Deus pela
incredulidade contínua.
O Senhor sempre usa linguagem forte ao se referir à incredulidade em
meio ao Seu povo - termos como ira, cólera, abominação, tentar a Deus.
Moisés levanta esse ponto ao lembrar os jovens israelitas quanto a isso:
"Vistes que o Senhor, vosso Deus, nele (deserto) vos levou, como um homem
leva a seu filho, por todo o caminho pelo qual andastes... Tendo, pois, ouvido
o Senhor as vossas palavras (de incredulidade), indignou-se e jurou, dizendo:
Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra
que jurei dar a vossos pais" (Deuteronômio 1:31, 34-35).
Moisés então descreve o trágico erro que os pais haviam cometido em
Cades-Barnéia. Aconteceu pouco após a travessia do mar Vermelho. Deus
havia ordenado que Israel avançasse ousadamente à Canaã. E havia lhes
dado poderosas palavras de segurança:
"Eis que o Senhor, teu Deus, te colocou essa terra diante de ti. Sobe,
possui-a, como te falou o Senhor, Deus de teus pais: Não temas e não te
assustes... Não vos espanteis, nem os temais. O Senhor, vosso Deus, que
vai adiante de vós, ele pelejará por vós, segundo tudo o que fez conosco,
diante de vossos olhos, no Egito" (Deut. 1:21, 29-30). Que promessa incrível.
Nenhum de seus inimigos conseguiria enfrentá-los (v. 7:24).
Mas Israel vacilou diante da promessa de Deus. Ao invés de aceitá-Lo
segundo a Sua palavra, insistiram em enviar espiões à Canaã. E esses
espiões trouxeram "más notícias", cheias de incredulidade. Falaram de
gigantes e de cidades cercadas por altas muralhas. E o povo acreditou nesse
relatório que trouxeram: "Porém vós não quisestes subir, mas fostes rebeldes
à ordem do Senhor, vosso Deus" (1:26). Agora Moisés diz à nova geração:
"Eles deveriam ter se movido na mesma hora segundo a palavra de Deus. O
Senhor havia dito que lutaria por eles. Mas eles se rebelaram".
Dá para você ver o quê aconteceu com a velha geração? O envio
daqueles espiões para Canaã foi um ato de incredulidade. E enquanto esses
espiões estiveram lá, foram influenciados por Satanás. Ficaram sujeitos às
mentiras do inimigo porque não haviam seguido a palavra de Deus. E assim
voltaram ao acampamento como instrumentos do diabo.
Após ouvir o relatório maldito, o povo agitou os punhos contra Deus
acusando: "O Senhor nos abandonou, Deus. O Senhor nos trouxe aqui para
morrer". Poucos meses antes, este mesmo povo havia sido separado por
Deus, tornado especial aos Seus olhos, e milagrosamente salvo. Mas agora o
acampamento todo se via confuso. Eles perguntavam entre si: "Será que
Deus não está mais conosco?". Logo começaram a chorar pelos filhos: "Os
nossos filhos vão morrer de fome neste deserto. Deus nos odeia!".
Moisés lembra os jovens israelitas das acusações dos pais:
"Murmurastes nas vossas tendas e dissestes: Tem o Senhor contra nós ódio;
por isso, nos tirou da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos
amorreus e destruir-nos" (1:27).
Cades-Barnéia
é
Onde
Filhos Para o Teste Definitivo da Fé
Deus
Leva
Todos
os
Seus
Cades-Barnéia é o local da coisa assumidamente impossível. A própria
palavra vem da raiz hebraica significando "fugitivo, vagabundo, vagante".
Resumindo - se você tomar a decisão errada aqui, acabará vagando por um
deserto o resto da vida.
Muitos cristãos estão exatamente nesse ponto agora. Deus lhes deu
Suas promessas de Aliança; lhes deu um passado histórico maravilhoso
consigo, lhes concedendo milagre após milagre de libertação. Mas o diabo foi
a eles com mentiras, dizendo que não conseguiriam acabar a carreira. Ele os
convenceu de que não eram bons o suficiente, de que Deus ainda estava
zangado com eles devido a pecados passados, e que nunca os perdoaria.
Diga: você começou a aceitar estas mentiras? Você acha que Deus irá
falhar quando a sua crise chegar? Se é assim, então em algum ponto de seu
caminhar você deixou de aceitar a Deus segundo a palavra d'Ele. Você não
agiu segundo o Seu comando. E o quê foi verdadeiro para Israel é também
verdadeiro para você: o teste que você enfrenta em Cades-Barnéia irá
determinar o curso de seus anos restantes.
Como Israel, você tem sido carregado nos braços de Deus em meio a
um terrível deserto. Ao olhar para trás, você pode recordar as tremendas
provações que enfrentou, os dolorosos fracassos que suportou. Você passou
por lutas que jamais pensou que iria superar. Mas Deus lhe foi fiel em cada
uma delas. Toda vez, Ele misericordiosamente se inclinou e lhe levantou. E
agora você pode dizer: "Deus nunca falhou comigo. Estou aqui hoje pela Sua
graça. É verdade - Deus me pôs em Seus braços, do jeito que um pai pega o
filho".
E mais, Deus o trouxe para fora a fim de o colocar dentro. Há uma
terra prometida à sua frente, da mesma maneira que havia para Israel:
"Portanto, resta um repouso para o povo de Deus" (Hebreus 4:9). Deus
o salvou para levá-lo a um lugar de repouso. O quê é esse repouso? É um
lugar de fé e de confiança inabaláveis no Senhor. É um lugar de dependente
confiabilidade em Suas promessas - de que elas cuidarão de você em meio a
seus períodos mais difíceis.
Mas para chegar a esse lugar de repouso, você primeiro precisa
passar por Cades-Barnéia. Chegando lá, você estará face a face com uma
batalha tão intensa, que superará tudo que já viveu. Há inimigos, gigantes,
altas muralhas, coisas que lhe parecem totalmente insuperáveis. E você
precisa submeter totalmente a sua confiança ao Senhor para prosseguir.
Já vimos como os israelitas hesitaram em agir segundo a palavra de
Deus em Cades-Barnéia. Como resultado, Satanás os colocou sob a
influência de dez mentirosos inspirados pelo demônio. Qual o resultado? O
resultado é que o povo acabou pensando que Deus estava resolvido a lhes
destruir. E o mesmo se mantém verdade para nós hoje. Quando nos
recusamos a agir rapidamente em cima das promessas de Deus, nos abrimos
a espantosas mentiras demoníacas. E essas mentiras têm o objetivo de
destruir a nossa fé.
Satanás quer que pensemos que Deus nos deixou lutando sozinhos;
nos diz que as muralhas à frente são altas demais, que não há como escalálas para a vitória. Diz que vamos fracassar, que todo o nosso caminhar com
Jesus foi em vão. Ele cochicha que não adianta continuar, que é melhor
desistir. Lhe digo o seguinte: é por isso que Deus sempre quer que ajamos
rapidamente segundo a Sua palavra. Ele não quer que o diabo tenha chance
de nos assaltar com mentiras.
Alguém pode pensar: "Eu nunca iria acreditar que Deus me odeia.
Como vou achar que o Senhor esteja a fim de me destruir?". Mesmo assim,
se ouvirmos as mentiras de Satanás, é exatamente isso que acabaremos
dizendo: "Deus me levou a uma situação impossível. Não há sinal de Ele
estar arranjando uma saída para mim. No entanto, Ele diz que não permitiria
que eu suportasse algo acima de minhas forças. E agora mesmo o que estou
passando é mais do que posso suportar". Tais pensamentos são acusação
direta contra Deus. Eles O acusam de não estar conosco em meio ao
sofrimento.
Vemos novamente esta incredulidade em Israel quando chegaram a
Refidim. Este era o local mais seco do deserto, e outro lugar de crise. Logo o
povo começou a agonizar de sede. E uma vez mais, perderam toda a
confiança em Deus: "Está o Senhor no meio de nós ou não?" (Êxodo 17:7),
querendo dizer: "Se Deus estivesse conosco, nós não estaríamos nessa
crise. Desta vez é insuperável".
No
Fundo,
o
Motivo
da
Incredulidade
é o Mesmo Motivo da Incredulidade da Igreja Hoje.
de
Israel,
Simplificando: a palavra de Deus não foi suficiente para Israel. O
Senhor lhes havia dado promessas incríveis; contudo em meio à crise, Israel
nunca confiou em Sua palavra. A despeito de cada uma das promessas, de
cada compromisso férreo de cuidar deles, eles entenderam Sua palavra
como algo inútil. Como? Eles nunca a juntaram à fé: "A palavra que ouviram
não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé" (Hebreus 4:2).
Em vez disso, o povo sempre pediu uma nova palavra de Deus.
Vemos isso em seu questionamento: "Deus está conosco, ou não?". Em
outras palavras: "Temos de saber se Deus está conosco nessa crise, não na
crise anterior. Precisamos de uma nova revelação dEle, para essa nova
situação". Eu lhe pergunto: como alguém poderia esquecer tão rapidamente
tudo que Deus havia feito por eles? Israel havia removido da lembrança todos
os exemplos passados de libertações feitas por Deus. Eles jamais permitiram
que Seus atos sobrenaturais passados edificassem sua fé nEle.
Mesmo assim, a despeito das acusações contra Ele, Deus proferiu
uma outra palavra para Israel. Ele instruiu Moisés a lhes dizer: "Não vos
espanteis, nem os temais (os inimigos). O Senhor, vosso Deus, que vai
adiante de vós, ele pelejará por vós, segundo tudo o que fez conosco, diante
de vossos olhos, no Egito" (Deut. 1: 29-30).
Ora, essa promessa não era nova. Deus estava apenas reafirmando o
que já havia dito ao Seu povo: "O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis"
(Êxodo 14:14). Ele os estava lembrando: "Lhes disse no Egito que Eu iria à
frente. Disse que habitaria em seu meio, e lutaria por vocês contra todos os
inimigos". E Ele havia feito exatamente isto. Deus os havia livrado todas as
vezes, à cada provação.
Vez após vez Deus lhes havia dito: "Estou com vocês. Vou lutar por
vocês. Agora então, apropriem-se desta promessa, e não a esqueçam".
Mesmo assim, cá estavam eles em Cades-Barnéia, tremendo diante do
inimigo, e se concentrando na própria fraqueza. Finalmente, raciocinaram
assim: "Não estamos capacitados para irmos contra eles". Isso era duvidar
escandalosamente - duvidar do chamado de Deus para as suas vidas,
duvidar que Ele os havia enviado, duvidar de Sua presença em seu meio.
Você pode achar que nunca iria reagir dessa maneira. Contudo muitos
cristãos hoje dizem coisas similares: "Senhor, Tu estás realmente comigo?
Sei o quê o Senhor me prometeu. Mas isso é verdade mesmo? Posso confiar
no que o Senhor disse? Preciso novamente ouvir algo novo de Ti. Preciso de
uma nova palavra. Por favor, me dê um pouco mais de segurança".
Acabamos tremendo diante do inimigo de nossas almas. E tudo porque
não cremos no que Deus nos prometeu. Agimos como se Ele nunca tenha
dito uma palavra a nós. E é precisamente aí que O "tentamos". Mesmo que
Ele já tenha se provado a nós inúmeras vezes, nós continuamente pedimos
que outra vez nos prove a Sua fidelidade, que nos envie mais uma palavra
para edificar a fé. Mas Deus dirá apenas uma palavra: "Creia no que Eu te
disse".
Você treme diante de um pecado que lhe assedia, e que cresce diante
de si como uma cidade murada? Se é o caso, o que Deus lhe disse quanto a
essa fortaleza inimiga? Por toda a Sua palavra, Ele promete: "Eu lutarei por ti.
Você não precisa ter medo. Maior é o que está em ti, do que o que está no
mundo. Não há pessoa ou inimigo que possa te arrancar da Minha mão. Eu
te purificarei e santificarei, pelo Meu Espírito. Confie na Minha palavra
revelada a ti".
A
Incredulidade
é
Até
Novo Testamento do que no Velho
Um
Pecado
Maior
no
Jesus veio como profeta e operador de milagres à Sua própria casa,
Israel. No entanto somos informados de que "não fez ali muitos milagres, por
causa da incredulidade deles" (Mateus 13:58). Que afirmação incrível. A
incredulidade limitou até o poder de Cristo para operar.
Vemos outros resultados trágicos da incredulidade por todo o Novo
Testamento. Os discípulos não conseguiram expulsar um demônio de uma
pequena criança devido à incredulidade. E Jesus os repreendeu por isso (v.
Mateus 17:14-21). Após a ressurreição, Cristo ficou chocado novamente
devido à incredulidade deles: "e censurou-lhes a incredulidade e dureza do
coração" (Marcos 16:14). E também, Paulo diz o seguinte sobre os judeus:
"Pela sua incredulidade, foram quebrados" (Romanos 11:20).
Por que o julgamento de Deus quanto à incredulidade é tão severo no
Novo Testamento? É porque os crentes de hoje receberam algo que os
santos do Velho Testamento somente podiam sonhar. Deus nos abençoou
com o dom do Seu Espírito Santo. Sob a Velha Aliança, os crentes eram
visitados pelo Espírito de Deus só ocasionalmente. Eles tinham de ir ao
templo para experimentar a presença do Senhor. Mas hoje Deus faz Sua
habitação no Seu povo. Nós somos o Seu templo, e a Sua presença habita
todo crente.
No Velho Testamento, Abraão só ocasionalmente era visitado por um
anjo, ou recebia uma palavra de Deus. E ele cria no que lhe era dito. Abraão
confiava que Deus era capaz de cumprir tudo que prometia. Ele "não duvidou,
por incredulidade, da promessa de Deus" (Romanos 4:20). Contudo hoje,
Jesus está disponível a nós a qualquer hora do dia. Temos habilitação para
apelar a Ele a nossa vida toda, e sabemos que Ele responderá. Ele nos
convida a irmos ousadamente à Sua sala do trono, para tornarmos
conhecidas as nossas petições. E nos dá consolação e direcionamento
através do Espírito Santo.
Mesmo assim, a despeito destas bênçãos, ainda duvidamos de Deus
nas ocasiões de provações extremas. Jesus repreende essa incredulidade,
dizendo: "Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e
noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa,
lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura,
fé na terra?" (Lucas 18:7-8). Se Cristo fosse voltar hoje, Ele acharia fé em
você?
Aqui Estão as Conseqüências da Incredulidade
"Também foi contra eles a mão do Senhor, para os destruir...até que
toda aquela geração dos homens... se consumiu..." (Deuteronômio 2:15,14).
Cá está uma das linguagens mais duras de toda a Bíblia em relação à
incredulidade. Você pode achar: "Mas isso não é linguagem da graça. Deus
não trata da incredulidade com essa severidade hoje em dia".
Não é assim. A Bíblia diz que hoje, sob a graça, "Sem fé é impossível
agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam"
(Hebreus 11:6). Aqui estão algumas conseqüências da incredulidade:
• A incredulidade contamina todas as áreas da vida. Esse pecado não
pode ser reduzido a um ponto único em nossa vida. Ele derrama em cima de
tudo, infectando todos os detalhes do nosso caminhar.
A dúvida de Israel não se limitava à habilidade de Deus em matar os
inimigos. A dúvida se derramava sobre a confiança deles quanto às provisões
diárias. Eles duvidavam da habilidade de Deus quanto a proteger os filhos
deles. Eles duvidavam quanto a Ele levá-los à terra prometida. Eles
duvidavam até se Ele estava com eles. É por isso que Deus lhes disse: "Viraivos e parti para o deserto... não estou no meio de vós" (Deuteronômio
1:40,42).
Se temos incredulidade numa área, isso se espalha como câncer a
todas as outras, contaminando o nosso coração inteiro. Podemos confiar em
Deus em alguns assuntos, tais como crer que Ele nos salva pela fé, que é
todo-poderoso, que o Seu Espírito habita em nós. Mas confiamos nEle
quanto ao nosso futuro? Cremos nEle para nos prover quanto à saúde e
finanças, para nos dar vitória sobre o pecado?
• A incredulidade leva ao pecado da presunção. Presunção é a
ousadia de acharmos que sabemos o que é o certo. É uma arrogância que
diz: "Sei o caminho", e age por si.
Cá está ainda outro pecado que Israel cometeu em sua incredulidade.
Quando Deus os mandou voltar ao deserto, eles não quiseram obedecer.
Antes, foram até Moisés dizendo: "Ok, nós pecamos. Mas agora já
resolvemos isso. Estamos prontos para obedecer à ordem de Deus para
marcharmos contra o inimigo". E resolveram eles mesmos definir a situação.
Aqui está aonde muitos crentes em dúvida cometem um engano
trágico: quando fracassam em uma questão da fé, eles se voltam para a
carne. Fazem o que acham que tem de ser feito, mas em sua própria
sabedoria e capacidade. A fé, no entanto, sempre resiste a agir com medo.
Ela espera que Deus aja. A fé nunca quer fazer alguma coisa acontecer indo
à frente de Deus.
Esse grupo de israelitas foi à frente de Deus organizando um pequeno
exército. Planejaram uma estratégia e se puseram a caminho por vontade
própria. Mas quando os inimigos os viram, perseguiram os soldados
israelenses "como fazem as abelhas" e os destruíram (Deuteronômio 1:44).
Vi casos terríveis de cristãos que jamais conseguiram entrar no
repouso de Deus. O Senhor os levou a um ponto de tremendas provações crise familiar, problemas financeiros, problemas conjugais - mas eles não
esperaram que Deus agisse. Pelo contrário, acusaram-nO de negligência, e
tentaram eles mesmos resolver a situação. Hoje, tais crentes não têm
repouso, não têm paz e o senso da presença de Deus. Antes, vivem em
dúvida constante. E parecem ir de crise em crise. Só conseguem falar do
último problema que tiveram. Contudo cada pedacinho dessa confusão é
causado por uma coisa: incredulidade.
O salmista diz: "Acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro"
(Salmo 90:9). O salmista está falando do incrédulo. Qual é o título do seu
conto? É: Viveram e Morreram em Vão. É a mesma história que ouvimos as
pessoas contando sobre avós não crentes: "Viveram seus anos na dor e na
amargura. A única coisa que faziam era murmurar e reclamar. E morreram
sós e esquecidos".
Esse é o horror da incredulidade. Ela amputa o seu histórico espiritual,
tal que a única lembrança que têm de você é o de uma vida que se perdeu.
Quando a geração jovem de Israel perguntava, "E o vovô e a vovó?", lhes
respondiam: "Eles só murmuravam e reclamavam. Eles não tinham porquê
viver - então ficaram sentados esperando a morte".
Muitos
Cristãos
Ainda
no Repouso que Deus Tem Para Eles
Têm
de
Entrar
"Resta entrarem alguns nele" (Hebreus 4:6). O crente verdadeiro está
determinado a confiar em Deus mesmo se a sua oração não é respondida.
Não importa se todos os seus bens são levados, ou mesmo se enfrenta a
morte. Ele deseja entrar no repouso de Deus. Qual é a evidência de uma vida
assim? Uma pessoa assim, "ele mesmo descansou de suas obras" (4:10).
Não passam mais a noite em claro tentando resolver os problemas em sua
própria sabedoria, ou com a sua própria habilidade. Antes, lançam tudo sobre
Jesus. Não importa se ganham ou se perdem. Eles se concentram
unicamente no fato de que Deus tem um plano, e que Ele está operando isso
em suas vidas.
Quero terminar com uma experiência que tive há pouco. Numa noite
de sábado, desci até o cruzamento de Times Square em Nova York, em meio
ao alvoroço de turistas e de outros fazendo as compras de fim de ano.
Estima-se que nas horas de pico, quase 250.000 pessoas passam por aqui.
Então, enquanto estava lá, eu orava observando as multidões passando.
Certa hora o Espírito Santo cochichou para mim: "David, dê uma
olhada nessa aglomeração. Multiplique-a várias vezes, e esse será o quanto
de gente que morreu no deserto. Em toda essa multidão, só dois entraram no
meu repouso, Josué e Calebe. Todos os outros morreram antes da hora, em
desespero e em incredulidade".
Esse pensamento me foi aterrador. Olhei mais de perto a massa de
pessoas entrando nos teatros da Broadway, nos restaurantes, lojas. Vi gente
rica, pessoas desabrigadas, gente da classe média, homossexuais, drag
queens...e entendi que Deus provavelmente não estava no pensamento de
nenhum deles. Pensei no estádio de futebol, nos ginásios de basquete e de
hockey, e em todas as pessoas que os enchiam, com só uns poucos que
verdadeiramente amam a Deus. Olhei em torno vendo todos os cinemas ali, e
pensei nos milhares ali sentados, zombando de tudo que é santo.
Observando toda essa gente, entendi que todos eles tiveram a
mensagem do evangelho ao seu dispor alguma vez, através da televisão, do
rádio, literatura, até de Bíblias gratuitas em quartos de hotéis. Se apenas eles
quisessem saber, seriam informados de que o mesmo Deus que operou
milagres para o antigo Israel, faz o mesmo para todos os que O amam hoje.
Porém são pessoas que não O querem conhecer. Se vêem alguém
entregando folhetos evangelísticos, eles se apressam e o rejeitam. Não têm
nenhum deus além do prazer, do dinheiro e das posses.
De repente, comecei a ver o valor de um crente único diante dos olhos
de Deus. E ouço Jesus fazendo a mesma pergunta hoje: "Quando Eu voltar,
encontrarei fé na terra?". Vejo Cristo, O que sonda o coração dos homens,
esquadrinhando todos os bairros, e encontrando poucas pessoas, se tanto,
que verdadeiramente O amam. Eu O vejo procurando nos campus
universitários, perguntando: "Quem aqui vai crer em Mim?". Eu O vejo
pesquisando na capital de nosso país, em busca de quem O aceitaria, e
encontrando poucos. Eu O vejo buscando em países inteiros, e achando só
um remanescente. Vejo-O buscando dentro da moderna igreja apóstata, e
não encontrando fé, apenas mortandade.
Finalmente, Ele pesquisa a Sua igreja, procurando servos com
genuína fé. Porém, o que Ele vê parte o Seu coração, e O entristece
profundamente. Ouço-O chorando como fez por Israel: "Jerusalém,
Jerusalém... Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha
ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não quisestes!" (Mateus
23:37).
Qual o motivo da angústia dEle? Deus enviou o Seu Filho para revelar
o amor do Pai aos filhos amados. Enviou o Espírito Santo para confortar e
guiá-los. Mesmo assim, multidões dentro da Sua casa não têm fé. Não crêem
que Ele responda orações. Murmuram e reclamam, acusando-O de
negligenciá-los. E ficam com medo e em desespero, como se Deus os tivesse
abandonado.
Como ministro do Senhor, carrego a carga do meu Pastor. E sinto a
Sua dor. Nesse momento, ouço-O dizendo: "Mesmo em Minha casa, vejo tão
poucos com fé. Muitos dos Meus próprios filhos, incluindo os Meus pastores,
fraquejam na hora das lutas. Não confiam em Mim quanto às suas famílias,
seus empregos, seus futuros. Em verdade, muitos fizeram a sua escolha".
Então, e você? O Senhor vem a cada um de nós, perguntando: "Você
crê em Mim? Você confia em Mim? Quando Eu vier, encontrarei fé em ti?".
Como você responderá?
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
2003
____
Por
15
__________
Deus Está Fazendo Uma Coisa Nova Na Sua Igreja - 15 de dezembro
de
2003
(God is Doing Something New in His Church)
David
de
dezembro
de
Wilkerson
2003
Quantas vezes você já ouviu cristãos dizendo: "Deus está fazendo
algo novo na igreja"? A "coisa nova" a que se referem pode ser um
avivamento, um derramamento do Espírito, uma visitação, ou um mover de
Deus.
Entretanto, com muita freqüência esta "coisa nova" de Deus se apaga
rapidamente. E uma vez apagada, não pode mais ser encontrada; dessa
maneira, ela prova não ser um mover de Deus em absoluto. Na verdade,
sociólogos cristãos já fizeram um estudo de muitas destas assim chamadas
visitações. Descobriram que a duração média desses acontecimentos é de
aproximadamente cinco anos.
Pessoalmente, creio que Deus está fazendo uma coisa nova na igreja
hoje. Contudo, esta grande obra do Espírito não se limita a um local em
particular - está acontecendo por todo o mundo. E não se precisa viajar longe
para contemplá-la - de fato, a "nova coisa" de Deus pode estar tão perto
quanto a igreja mais próxima de sua casa.
Há um princípio bíblico que governa todo genuíno mover de Deus.
Encontramos este princípio em operação vez após vez, tanto no Velho
quanto no Novo Testamento. E tem se provado real durante séculos de
história da igreja. O princípio é este: Deus não começa uma coisa nova na
sua igreja, enquanto não acabar com a anterior. Como disse Jesus, não dá
para colocar vinho novo em odres velhos.
Por que isto acontece? É porque Deus tem uma divergência com o
antigo na sua igreja. Veja, a cada nova obra que ele levanta, basta passarem
umas poucas gerações e já começam a se infiltrar a apatia e a hipocrisia.
Logo o povo de Deus se torna idólatra, com corações se inclinando para a
apostasia. E, com o tempo, Deus opta por deixar de lado a antiga obra em
sua igreja. Ele a abandona inteiramente antes de introduzir a nova.
Este princípio apareceu pela primeira vez em Siló. Durante o tempo
dos juízes, Deus estabeleceu uma obra santa naquela cidade. Siló era o lugar
onde ficava o santuário do Senhor, o centro de toda atividade religiosa em
Israel. O próprio nome Siló quer dizer "o que pertence ao Senhor". Isso fala
das coisas que representam Deus, e revelam a sua natureza e caráter. Era
também onde Samuel ouviu a voz do Senhor, e onde o Senhor lhe revelou a
sua vontade.
No entanto, Eli era o sumo sacerdote em Siló, e seus dois filhos eram
ministros no santuário. Eli e seus filhos eram preguiçosos e sensuais,
totalmente consumidos por interesses próprios. Durante o seu ministério,
permitiram que pecado grosseiro entrasse na casa de Deus. Com o passar
do tempo, Siló se tornou corrompida. Logo o povo de Deus estava cheio de
cobiça, adultério e hipocrisia.
Finalmente, o Senhor parou de falar em Siló. Basicamente, disse a
Samuel: "Siló ficou tão contaminada que não representa mais quem eu sou.
Esta casa deixou de ser minha. Não vou mais tolerar isto. Este lugar está
acabado para mim". Então o Senhor tirou sua presença do santuário. E
escreveu "Icabod" por cima da porta, significando: "A glória do Senhor se
afastou".
Até que ponto um povo precisa chegar para que o Senhor retire dele a
sua presença? Considere a cena em Siló: durante anos, ninguém havia se
colocado na brecha em favor daquela sociedade. Ninguém se humilhou,
clamando em arrependimento: "Senhor, não se aparta de nós!".
Ao invés disso, Deus só via um povo endurecido em relação à
verdade. Aqueles israelitas observavam todos os rituais religiosos e diziam
todas as coisas certas, mas seus corações não participavam de nada daquilo.
Todas as suas obras eram da carne. E o sacerdócio havia ido além do ponto
de retorno. O sumo sacerdote Eli ficara totalmente cego à sua própria
apostasia. Ele e seus filhos ímpios teriam de se ir.
Então o Senhor removeu inteiramente o velho. E, mais uma vez,
levantou algo novo. Depois disso, o templo em Jerusalém ficou conhecido
como a "casa do Senhor". E durante um tempo, Deus falou ao seu povo ali. A
casa se encheu de oração, a palavra de Deus era pregada, e o povo oferecia
sacrifícios de acordo com os mandamentos de Deus. O templo em Jerusalém
representava a natureza de Deus, e ele manifestava sua presença ali. De
fato, em uma ocasião, sua glória encheu o templo de um modo tão poderoso,
que os sacerdotes não puderam ministrar.
Contudo, depois de um tempo, aquele ministério também caiu em
decadência. A corrupção se instalou entre o povo outra vez. E o templo em
Jerusalém não mais representava Deus.
Este Ciclo Tem Marcado a História do Povo de Deus
Passam-se poucas gerações até que uma nova obra de Deus caia em apatia
e hipocrisia. Por que isto acontece? Quase sempre ocorre porque aqueles
que estão no ministério passam a ser movidos pela carne. A paixão fervorosa
que deu origem à obra começa a se apagar. E com o tempo, o ministério se
torna uma instituição humana; uma rotina sem vida se estabelece; os líderes,
que antes viviam em oração - agora dependem de organização e habilidades
humanas para manter a obra em funcionamento.
No início, estes mesmos líderes confiavam totalmente em Deus, e ele
lhes falava. Mas, em algum momento, resolveram abandonar o espírito de
servo e assumir um posicionamento político. E agora, ao invés de ministrar,
competem entre si por poder, prestígio e números. Tragicamente, o ministério
vira uma sombra remota daquilo que Deus antes fizera no meio deles, pelo
seu poder e verdade.
O Senhor confrontou este tipo de condescendência no tempo de
Jeremias. Enviou o profeta à porta do templo para proclamar uma palavra
devastadora: "Emendai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei
habitar neste lugar" (Jr 7.3). Ele estava dizendo em outras palavras: "Esta
obra tornou-se corrupta, e agora a morte está às portas. Mas ainda há tempo
para salvá-la. Não quero me afastar dela. Quero ficar aqui com vocês e agir
em seu meio. Mas para que isto aconteça, vocês terão de se arrepender.
Terão de voltar ao primeiro amor".
Então o Senhor acrescenta: "Não confieis em palavras falsas, dizendo:
Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este" (Jr 7.4).
Deus ouvira o povo dizendo: "O Senhor não poderá destruir este templo. É
sua casa eterna; é a nossa história, nossa tradição de gerações. Olhe para
estes edifícios majestosos. Permanecem como testemunho de Deus a um
mundo pagão. Ele nunca abandonará o que estabeleceu aqui".
Mas o Senhor retrucou: "E quanto às suas contaminações? E o
adultério desenfreado? Vocês juram falsamente. Encurvam-se diante dos
ídolos. E transformaram minha casa em covil de salteadores. Enviei profetas
para adverti-los, mas não me ouviram; falei com vocês, mas ninguém deu
atenção. Clamei, mas ninguém respondeu".
Agora Deus adverte: "Ide agora ao meu lugar, que estava em Siló,
onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da
maldade do meu povo de Israel" (Jr 7.12). Ele estava insistindo: "Vão todos pastores, ministros e sacerdotes. Abram suas bíblias e vejam vocês mesmos
como é que eu trabalho. Vejam o que aconteceu na minha casa em Siló.
Estabeleci aquela igreja e coloquei meu nome sobre ela; mas o povo recusou
os meus profetas. Pelo contrário, confiaram em seus próprios caminhos.
Então rejeitei totalmente o que era velho".
"Agora estou prestes a fazer isso de novo. Vocês são iguaizinhos a
Siló. Vocês permitiram pecado e corrupção na minha casa. Vocês se
tornaram tão degenerados, que não representam mais a mim. Olhem em
torno: quem se colocou na brecha? Quem está chorando com coração
arrependido? Vejo apatia e contemporizações. A minha palavra declara
claramente que eu retirei a minha presença de Siló. E agora vou deixar
vocês. Estou removendo a minha glória do seu meio".
"Farei também a esta casa, que se chama pelo meu nome, na qual
confiais, e a este lugar, que vos dei a vós outros e a vossos pais, como fiz a
Siló. Lançar-vos-ei da minha presença, como arrojei a todos os vossos
irmãos, a toda a posteridade de Efraim" (Jeremias 7:14-15).
Outra vez, Deus estava dizendo: "O antigo acabou, terminou. Vocês
não me representam mais. Eu agora terei um povo que me representará
diante do mundo do jeito que eu verdadeiramente sou. Tenho uma coisa
totalmente nova em mente".
O Senhor encerra com essa declaração: "Tu, pois, não intercedas por
este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me importunes,
porque eu não te ouvirei" (Jr 7.16). Ele estava dizendo: "Não se dê ao
trabalho de orar por esta obra condenada. Está morta e acabada, sem
qualquer esperança de ser reavivada".
Cristo Foi ao Templo Com Um Convite e uma Advertência
Jesus foi ao último templo e convidou a todos para virem se abrigar sob suas
misericordiosas asas de proteção. Convocou os cegos, os doentes, os
leprosos, os pobres, os perdidos e a todos para que viessem e encontrassem
cura e perdão. Mas a multidão religiosa recusou sua oferta. Então Cristo
testificou a seu respeito: "Vós não o quisestes!" (Mt 23.37).
Ao ler isso, uma pergunta surge: aqui no Novo Testamento, será que
Deus iria dispor de uma obra velha do mesmo jeito que fez no Velho? Iria ele
abandonar a coisa velha, e levantar uma nova? Iria ele afastar aquilo que
rejeitou suas ofertas de graça, misericórdia e despertamento?
Sim, ele iria. Jesus respondeu àqueles que o rejeitaram, dizendo: "Eis
que a vossa casa vos ficará deserta" (Mt 23.38). Ele lhes disse: "Este templo
agora é sua casa, não minha. Eu a estou deixando. Estou deixando aquilo
que vocês desperdiçaram e abandonaram".
Ele então acrescenta: "Declaro-vos, pois, que desde agora já não me
vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!"
(23:39). Ele estava declarando: "A minha glória não está mais nessa casa.
Rejeito essa casa agora; e o restante da sua vida religiosa será conduzido
sem a presença de Deus. Eu também entrego essa velha obra à carne. Os
seus ministros não serão homens espirituais, mas ministros da carne".
Os discípulos não conseguiam acreditar nas palavras de Jesus.
Insistiram com ele: "Mestre, olhe para a magnificência do templo, as
estruturas impressionantes. Considere sua história, os séculos de tradição.
Isto não pode, de forma alguma, cair em ruínas. O Senhor está dizendo que
tudo acabou?". Jesus respondeu: "Sim, acabou. Esta obra velha está
encerrada. Está morta e terminada aos meus olhos. Vou fazer uma coisa
nova agora".
Pense nisto: cá estava a misericórdia e a graça Encarnada, dizendo,
"Esta coisa velha não é mais minha. Agora a deixo em total desolação. Não
tem absolutamente nenhuma chance de ser renovada". Em seguida, caminha
para o Pentecostes, para o início de uma nova coisa. Ele estava prestes a
levantar uma nova igreja, não uma réplica da velha. E a faria novíssima
desde os alicerces. Seria uma igreja formada de novos sacerdotes e novo
povo, todos nascidos de novo nEle.
Enquanto isso, a obra velha ainda se arrastaria. Multidões viriam ainda
ao templo para observar seus rituais mortos. Pastores ainda roubariam os
pobres, adúlteros continuariam pecando à vontade, e o povo se inclinaria à
idolatria. Cada dia, a obra velha ficaria mais árida e fraca. Por que? alguém
talvez pergunte. Porque a presença de Deus não estava mais nela.
Agora chegamos à igreja dos nossos dias. Quero lhe perguntar: o que
você vê acontecendo na igreja hoje representa aquilo que Jesus é? Pense
em todas as denominações e movimentos, tudo que se associe ao nome de
Cristo. O que estamos vendo é realmente a igreja triunfante, a noiva
imaculada de Cristo? Revela ao mundo perdido a natureza própria de Deus?
Isto é o melhor que o Espírito de Deus pode produzir nestes últimos dias?
Ou, a igreja visível e moderna teria se tornado coisa velha? Será que
se contaminou, está equilibrando-se perigosamente, e prestes a ser
substituída por algo novo? Em síntese, será que Deus ainda fará uma última
mudança antes da volta de Jesus? Será que irá abandonar o que se
corrompeu, e levantará a igreja final e gloriosa?
Sim, eu creio que ele fará isto. Isaías nos diz: "Eis que as primeiras
coisas passaram e novas coisas eu vos anuncio; e, antes que venham à luz,
vo-las
faço
ouvir"
(Is
42.9).
A
Igreja
de
Hoje
Começou
Que Nenhuma Outra Geração Havia Visto
Com
Uma
Glória
A igreja, como a conhecemos hoje, começou com arrependimento. Quando
Pedro pregou a Cruz no Pentecostes, milhares vieram a Cristo. Esta nova
igreja se constituía de um só corpo feito de todas as raças, cheios de amor
uns pelos outros. Sua vida coletiva era marcada por evangelismo, espírito de
sacrifício, até por martírio.
Este início maravilhoso reflete as palavras de Deus a Jeremias: "Eu
mesmo te plantei como vide excelente, da semente mais pura" (Jr 2.21).
Entretanto, as palavras seguintes descrevem o que freqüentemente acontece
com tais obras: "Como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada,
como de vide brava?". Deus estava dizendo: "Eu plantei você certa. Você era
minha, trazia meu nome e minha natureza. Mas agora se degenerou".
O que causou esta degeneração na igreja? Sempre foi, e continuará
sendo, a idolatria. Deus estava falando de idolatria quando diz a Jeremias: "O
meu povo trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito" (Jr 2.11).
Foi a idolatria que desolou Siló, que desolou o templo e tem contaminado a
igreja de hoje. É sempre a raiz do motivo que leva Deus a abandonar uma
coisa velha, a fim de iniciar algo novo.
Em Ezequiel 14, alguns anciãos foram até o profeta para interrogar o
Senhor. Eles queriam saber: "O quê Deus está dizendo ao povo
atualmente?". Mas o Senhor disse a Ezequiel: "Estes homens levantaram os
seus ídolos dentro em seu coração, tropeço para a iniqüidade que sempre
têm eles diante de si; acaso permitirei que eles me interroguem?" (Ezequiel
14:3). Ele está dizendo em outras palavras: "Eles chegam aqui como se
estivessem me buscando de verdade. Mas estão escondendo ídolos ímpios
no coração. Por que deveria respondê-los?".
A maioria dos ensinamentos bíblicos hoje identifica um ídolo como
sendo qualquer coisa que se interpõe entre o povo de Deus, e o próprio
Deus. É aquilo que nos afasta dele. Contudo, esta é apenas uma descrição
parcial de idolatria. Afinal, os anciãos que se aproximaram de Ezequiel não
foram mantidos à distância por seus ídolos.
A idolatria tem a ver com uma questão de coração muito mais
profunda. A verdade é: a idolatria pode correr solta na casa de Deus e, no
entanto, permanecer totalmente invisível. É isto que o Senhor estava se
referindo quando disse que aqueles anciãos tinham um "tropeço para a sua
iniqüidade... diante de si" (Ez 14.3,7). O tropeço é qualquer doutrina que
justifique um ídolo. Isto cega o povo de Deus para seus pecados.
É exatamente o que tem acontecido na igreja hoje. O ídolo número um
entre o povo de Deus não é adultério, pornografia ou álcool. É uma cobiça,
um desejo muito mais forte. O que é este ídolo? É a ambição obcecante por
sucesso. E tem até mesmo uma doutrina para a justificar.
A idolatria do sucesso descreve muitos na casa de Deus hoje. São
pessoas corretas, moralmente limpas, cheias de boas obras. Mas
estabeleceram um ídolo de ambição no coração, e não permitem que seja
removido.
Tragicamente, é o mesmo espírito obsessivo que está por trás de Baal
e Molech: prosperar e ter sucesso. E hoje este espírito tem poluído o
evangelho de Jesus Cristo pelo mundo inteiro. Apresenta-se como um
espírito de bênçãos, mas é uma perversão da bênção que Deus pretende
para sua igreja. E está fazendo naufragar a fé de milhões de pessoas.
Este espírito também é semelhante ao pós-modernismo. Um dos
princípios do pós-modernismo, é que a comunidade concede a você aquilo
que é o seu propósito e o seu valor. Em termos simples, o seu sucesso e
aceitação são medidos pelos padrões do mundo. Como resultado, muitos
cristãos medem seu valor pessoal por suas carreiras, posses, salários.
Agora a teologia pós-modernista está se infiltrando dentro da liderança
da igreja. Pastores e evangelistas estão comprando a mentira de que os seus
pares são os que medem se eles têm sucesso, ou não. É por isto que
sucesso no trabalho da igreja veio a ser freqüências gigantescas, edifícios
enormes e orçamentos milionários. E é por isto que pastores são compelidos
a pressionar a si mesmos e à suas igrejas para alcançar estas coisas.
Posso lhe afirmar que esta não é a igreja que Jesus Cristo está
voltando para receber como noiva. Esta instituição pós-modernista,
materialista, e movida pela carne, envelheceu e se corrompeu. E, agora
mesmo, está nos estertores da morte.
Muitos jovens pastores em todo o mundo já o percebem. Estão fartos
da coisa velha, com todas as brigas e conflitos internos da denominação. Não
querem nenhum envolvimento com isto. Rejeitaram a pressão para se
tornarem grandes e famosos. No lugar disso, estão voltando à centralidade
de Cristo, voltando à posição de buscar a Deus, voltando à fome pela
verdade. E sentem que há uma nova e recém-criada obra no ar.
O Quê é A Coisa Nova Que Deus Está Fazendo na Igreja ?
"Eis que as primeiras predições já se cumpriram e novas cousas eu vos
anuncio; e, antes que sucedam, eu vo-las farei ouvir" (Isaías 42:9).
Deus está prestes a fazer algo novo. E esta nova obra será tão
gloriosa, que levará o seu povo a louvá-lo como nunca anteriormente. "Cantai
ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor até às extremidades da terra, vós
os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele, vós, terras do mar, e seus
moradores" (42:10). Deus está dizendo: "Que o meu povo no mundo todo
cante os meus louvores. Quero ouvir um cântico novo dos marinheiros no
mar, dos povos de todas as nações, de todos os cantos da terra".
Sabemos que nestes últimos dias, Satanás descerá à terra cheio de
grande ira (ver Ap. 12.12). Ele está cheio de grande cólera porque sabe que
pouco tempo lhe resta. E ele há de lançar sobre a igreja uma grande torrente
de iniqüidade. Mas Deus declara: "Avise o meu povo que o Leão de Judá
está descendo com todo o poder do céu. O Redentor virá a Sião!".
Não pense por um minuto que Deus permitirá que Satanás tenha o
controle de Sua igreja, e roube os seus filhos. As portas do inferno não
prevalecerão contra o corpo de Cristo. E eu creio que o Senhor está a
caminho de Sião agora mesmo para visitar o seu povo.
Assim como fez com Sodoma, o Senhor vem para purgar. E essa
purificação começará com a igreja. Nesse momento, o Senhor está
começando a queimar a palha sem valor em sua casa. E ele vai fazer uma
coisa nova. As escrituras dizem: "O Senhor sairá como valente, despertará o
seu zelo como homem de guerra; clamará, lançará forte grito de guerra, e
mostrará sua força contra os seus inimigos" (Isaías 42:13).
Por que Jesus virá com tamanho rugido? E o que clamará? Clamará
em ciúme pelo seu povo. Veja, o nosso Senhor está sentindo forte ciúme da
sua igreja agora. E aqui está o seu grito de ciúme: "Por muito tempo me calei;
estive em silêncio, e me contive; mas agora darei gritos como a que está de
parto, e a todos assolarei e juntamente devorarei" (Isaías 42.14).
O que isto significa? Por que Jesus haveria de gritar como uma mulher
em dores de parto? O Senhor está nos dizendo que está preste a dar à luz
algo novo. Enquanto Satanás está enfurecido, enganando multidões, Deus
está dizendo ao seu povo: "Uma coisa nova e santa está sendo gerada
embaixo do focinho de Satanás. Esta é uma igreja que ele não conseguirá
enganar. É a igreja que há de prevalecer, que não possui mancha ou ruga".
Até agora, o Senhor permaneceu em silêncio. Reteve sua ira enquanto
falsas doutrinas, falsos profetas e lobos vestidos de ovelhas levaram
multidões do corpo de Cristo ao naufrágio. Mas agora Deus está
manifestando a sua voz. Ele está dizendo:
"Pastores têm transformado a minha casa em covil de iniqüidade.
Contudo, mantive silêncio. Pregadores materialistas têm corrompido minha
igreja no mundo inteiro com doutrinas abomináveis. Ainda assim, fiquei
quieto. Fiquei calado enquanto mega igrejas retiravam a ofensa da Cruz dos
seus freqüentadores. Eu me contive enquanto pastores complacentes
permitiam que comediantes e apresentadores introduzissem atitudes levianas
e frívolas dentro da minha santa casa."
"Mas agora chega! Fui provocado. E estou descendo à minha casa
para purificá-la, antes de voltar para minha noiva. Estejam avisados: estou
descendo com ciúme santo. E hei de destruir todas estas falsas doutrinas.
Vou levar à falência todo ladrão que usurpou os meus púlpitos; vou secar
todas suas fontes e fazer com que seus rios de dinheiro fiquem vazios."
"Os montes e outeiros devastarei, e toda a sua erva farei secar;
tornarei os rios em terra firme, e secarei os lagos...Tornarão atrás e
confundir-se-ão de vergonha os que confiam em imagens de escultura, e às
imagens de fundição dizem: Vós sois nossos deuses" (Isaías 42:15,17).
Amado, esta é a nova coisa que Deus está fazendo na igreja. Ele está
dizendo: "Vou destruir e devorar todo ministério que for da carne, da
autopromoção e do materialismo. E levantarei pastores segundo meu próprio
coração, servos fiéis que me conhecem. Destruirei todo falso evangelho, e
confundirei e envergonharei todo falso mestre".
"Entretanto, não abandonarei as milhões de pessoas sinceras que
foram iludidas pelas falsas doutrinas. Estas não sabiam discernir. Mas agora
haverão de ouvir o meu evangelho puro. E quando ouvirem, se arrependerão
e se envergonharão do evangelho raso e frívolo que as desviou. Guia-las-ei à
verdade."
"Guiarei os cegos por um caminho que não conhecem, fa-los-ei andar
por veredas desconhecidas; tornarei as trevas em luz perante eles, e os
caminhos escabrosos, planos. Esta coisa lhes farei, e jamais os
desampararei" (Is 42.16).
Que promessa incrível. Vemos agora porque Isaías profetiza: "Alcem a
voz o deserto, as suas cidades, e as aldeias...exultem os que habitam nas
rochas, e clamem do cume dos montes; dêem honra ao Senhor, e anunciem
a sua glória nas terras do mar" (42:11,12).
Caríssimo santo, Deus está fazendo uma coisa nova nesse instante.
Ele está chamando o seu povo outra vez para abandonar todos os ídolos, e
tornar a Rocha - Jesus Cristo - a sua habitação. Insisto com você - esteja
pronto para obedecer ao seu grito: exultem os que habitam na Rocha!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
25
__________
A Feitura de um Adorador (The Making of a Worshipper)
David
de
25
de
novembro
de
2003
novenbro
Êxodo 14 descreve um incrível momento na história de Israel. Os
israelitas tinham acabado de sair do Egito sob a direção sobrenatural de
Deus; agora estavam sendo ferozmente perseguidos pelo exército do faraó.
Eles tinham sido levados a um vale cercado em ambos os lados por
montanhas íngremes, e à frente havia um mar bloqueando o caminho. Eles
ainda não sabiam, mas estavam prestes a vivenciar a noite mais negra e
tempestuosa de suas almas. Eles enfrentariam uma noite cheia de agonia,
pânico e desespero que testaria até o extremo os seus limites.
Tenho certeza que você conhece esse capítulo da história de Israel. A
maioria dos cristãos sabe o quê aconteceu no mar Vermelho, e como Deus
livrou milagrosamente o povo escolhido. Mas você pode se perguntar o que
esse incidente tem a ver com o título da mensagem, "A Feitura de um
Adorador".
Eu creio que essa passagem tem tudo a ver com como Deus
transforma o Seu povo em adoradores. Na verdade, nenhum outro capítulo
da Bíblia demonstra isso de modo mais intenso. Veja, adoradores não são
feitos durante avivamentos; não são feitos em dias cheios de sol, dias de
vitória e de saúde; adoradores não são feitos quando se vê o inimigo fugindo
em debandada. A verdade é a seguinte: os adoradores de Deus são feitos
Wilkerson
2003
durante as noites negras de tempestades. E o modo pelo qual respondemos
às nossas tempestades determina exatamente que tipo de adoradores nós
somos.
Hebreus 11 nos dá esta imagem de Jacó em idade avançada: "Pela fé,
Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José e,
apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou" (Heb. 11:21). Por que
Jacó é retratado dessa maneira nos dias de sua morte?
Primeiro, precisamos notar que Hebreus 11 é o capítulo conhecido
como a "Galeria da Fé" da Bíblia. Jacó é apenas uma das várias figuras
listadas neste capítulo, como um exemplo de fé que devemos emular nestes
últimos dias. Cá está um homem que havia atravessado tormenta após
tormenta; ele e sua família viveram experiências dramáticas a cada passo. O
próprio Jacó enfrentou pessoalmente muitas dores, sofrimentos e agonias em
seus anos na terra.
Agora Jacó sabia que sua vida estava para acabar. É por isso que o
vemos dando sua bênção aos netos. E, o que Jacó faz ao rever os
acontecimentos de sua vida? Ele é levado a adorar. Nenhuma palavra é
proferida por esse homem. Mesmo assim, ao se apoiar sobre seu bordão,
maravilhado pela vida que Deus lhe deu, ele "adorou" (11:21).
Jacó adorou a Deus naquele momento porque a sua alma estava em
descanso. Ele havia experimentado a fidelidade de Deus acima de qualquer
possibilidade de dúvida, durante o curso de toda uma vida. Jacó
provavelmente reviu na mente todas as vitórias que Deus lhe havia concedido
a cada vez. E agora o patriarca concluía: "Não importava o tipo de guerra que
eu estivesse enfrentando - em todas as tormentas Deus se provou fiel a mim.
Houve vezes em que achei que não agüentaria por causa do pânico e do
desespero; mas o Senhor me conduziu em cada uma das situações. Ele
sempre foi fiel. Ó Senhor, Deus-Todo-Poderoso, eu Te adoro!".
Estou escrevendo essa mensagem hoje para todo aquele que esteja
enfrentando agora os piores momentos de sua vida. É dirigida às pessoas
que descreveriam a sua luta de hoje como sendo uma noite negra e cheia de
tempestades. Você está em meio a um período de provação tremenda. Na
verdade, o seu sofrimento é tamanho, que requer uma intervenção milagrosa
de Deus.
Desejo lhe mostrar a partir das escrituras, que o Senhor quer que você
caia dessa tempestade como um adorador. Ele lhe abriu um caminho em
meio a essa noite de escuridão; e tem um plano para lhe retirar disso - para
você se tornar um brilhante exemplo diante do mundo em relação à fidelidade
que Ele tem para com o Seu povo.
O Senhor Colocou Israel Diante de Uma Situação Impossível
Por Duas Razões
As escrituras nos dizem que o próprio Senhor orquestrou essa noite
negra e tempestuosa para o Seu povo. Primeiro, foi Deus que os guiou ao
vale junto ao mar: "Disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel...vos
acampareis junto ao mar" (Êxodo 14:1-2). Também foi Deus que endureceu o
coração do faraó contra Israel: "Endurecerei o coração do Faraó, para que os
persiga" (14:4). Por que Deus faria isso?
Primeiro, o Senhor nos diz: "Serei glorificado em Faraó e em todo o
seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor" (14:4). Segundo,
Deus queria que o Seu povo entrasse no deserto que se aproximava - como
adoradores. É por isso que lhes era importante que emergissem do mar
Vermelho agora com adoração no coração. Deus queria não murmuradores
e reclamações, mas verdadeiros louvadores. Ele havia chamado Israel de
herança - o povo que personificava o Seu eterno propósito sobre a terra. Por
isso, eles deveriam ser exemplos vivos de Sua fidelidade para com um povo
em suas maiores provações.
O cenário era o seguinte: Israel estava agora acampado junto ao mar.
O povo havia erigido suas tendas e estava se alegrando na liberdade recém
encontrada. Depois de quatrocentos anos de cativeiro, Deus os havia tirado
da fornalha férrea do Egito. E agora festejavam ruidosamente ao provar o
primeiro sabor da liberdade. Eles estavam cheios daquela esperança que a
liberdade traz, cantando e gritando: "Acabaram as chibatadas, acabaram as
perseguições. Finalmente estamos livres". Eles também estavam
entusiasmados pelas promessas que Deus lhes havia dado. Ele lhes havia
dito basicamente: "Há um novo dia à sua frente. Tenho uma terra prometida
um pouco adiante, esperando que vocês entrem nela".
Essa cena representa de modo pungente o cristão libertado por Deus
do seu pecado. O crente se rejubila na liberdade que acabou de encontrar,
liberto de todas as escravidões passadas. De repente, ele está vivendo algo
maravilhoso de salvação e libertação. E possui um cântico santo no coração pois está vivendo nas promessas de Deus.
Essa era a situação de Israel ao acampar junto ao mar. O povo havia
se conscientizado de que Deus estava cumprindo todas as Suas palavras
para com eles. Ele lhes havia escolhido para serem Sua herança, e agora os
estava trazendo de volta para Si mesmo. Eles estavam prestes a se tornarem
adoradores, cujo testemunho serviria como luz brilhante ao mundo.
Contudo, na hora de sua maior paz, o inimigo buscou devorá-los.
Exatamente no ápice da liberdade de Israel, na hora da esperança maior, o
ataque veio. Os egípcios chegaram bramindo sobre eles como leões, sob o
comando do faraó. E era um exército demoníaco claramente resolvido a leválos de volta à escravidão: "Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e
carros do Faraó, e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram
acampados junto ao mar" (14:9).
A informação chegou súbita e inesperada: "Os egípcios estão
chegando! O exército do faraó está vindo com toda a força sobre nós". Isso
enviou ondas de choque sobre o acampamento. Os líderes de Israel
escalaram as colinas mais próximas, de onde viram grandes nuvens de pó se
levantando pela gigantesca marcha. Centenas de cavalos e cavaleiros se
aproximavam, seguidas por legiões da infantaria. A terra tremia com o troar
de 900 carros de ferro.
Que cena terrível. Ela tornou em pedaços qualquer esperança no
acampamento: "Os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios
vinham atrás deles, e temeram muito" (14:10).
Eu me pergunto: quantos cristãos já experimentaram esse tipo de
terror, bem no máximo da sua paz? A minha família e eu certamente já o
experimentamos. Lembro-me de um telefonema tremendo uma noite, quando
minha esposa disse: "O seu irmão morreu. Foi um ataque do coração". Ou a
ligação terrível sobre nossa preciosa netinha: "Tiffany tem um tumor
cerebral". Lembro-me dos telefonemas chocantes recebidos por muitos
membros de nossa igreja: "O caroço que você palpou é maligno. Venha ao
consultório médico já, por favor".
Esse foi o tipo de chamado súbito e assustador que Israel recebeu. As
escrituras citam a reação das pessoas: "(elas) levantaram os olhos, e eis que
os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito" (14:10). O povo de Deus
concentrou a atenção na terrível situação em que estavam. E o grito era:
"Não há saída. Estamos encurralados. Vamos morrer".
O que eles fizeram a seguir nos diz tudo quanto ao status de Israel
como adoradores: "Os filhos de Israel clamaram ao Senhor" (14:10). Não se
engane: não era clamor de adoração. O clamor do povo era: "Por que o
Senhor permitiu isso, Deus? Depois de todos aqueles anos de escravidão o
Senhor nos libertou; mas para quê? Pra morrermos nas mãos do faraó?
Depois de tanta dor e sofrimento, é aqui que vamos acabar?... O Senhor nos
encheu de promessas, nos libertou, nos deu grandes promessas. Mas
mesmo assim, quando obedecemos a Tua palavra, o Senhor deixa que o
inimigo caia sobre nós. Por que faz isso com a gente? Era melhor para nós
no tempo do Egito. Se for assim que tudo vai acabar, então não vale a pena
Te servir".
Você já se sentiu assim? Foi isso que você disse naquela hora
terrível? A amargura cresceu em você? Você chorou, como Israel, "O quê fiz
para merecer isso? Eu escolhi Te amar, Deus; fiz o possível para seguir a
Tua palavra, e Te servir. Por que está me tratando assim? Só vejo mais dor à
frente".
No
Meio
do
Deus Envia ao Seu Povo Uma Mensagem de Três Pontos
Sofrimento,
Deus mandou Israel fazer três coisas em meio ao sofrimento: "Não
tema. Se aquiete.Veja a salvação do Senhor". O Seu chamado a Israel foi:
"Eu vou lutar por vocês. Simplesmente mantenham a paz. Apenas se
aquietem e ponham tudo em Minhas mãos. Nesse momento estou realizando
uma obra dentro da esfera espiritual; está tudo sob o Meu controle. Então,
não entrem em pânico. Confiem em que estou combatendo o diabo. Essa
batalha não é de vocês".
Logo vieram as trevas sobre o acampamento. Era o início da negra e
tempestuosa noite de Israel. Mas também era o começo da obra sobrenatural
de Deus. Ele enviou um tremendo e poderoso anjo protetor para ficar entre o
Seu povo e o inimigo. Eu creio que Deus ainda envia anjos protetores para se
acampar ao redor daqueles que O amam e temem (v. Salmo 34:7).
Mas não foi só isso. O Senhor também moveu a nuvem sobrenatural
que havia dado a Israel para guiá-los. A nuvem de repente se deslocou da
frente do acampamento para a retaguarda - e avultou como uma muralha
negra como breu diante dos egípcios. O inimigo de Israel não conseguia
enxergar um palmo adiante de si: "A nuvem era escuridade para aqueles"
(Êx. 14:20).
Contudo, do outro lado, a nuvem produzia luz sobrenatural, dando aos
israelitas pura visibilidade a noite toda: "Para este esclarecia a noite de
maneira que, em toda a noite, este e aqueles não puderam aproximar-se"
(14:20).
Prezado santo, se você é um filho de Deus, comprado pelo sangue,
Ele colocou um anjo guerreiro entre você e o diabo. E Ele lhe comanda
dizendo, como a Israel: "Não fique com medo. Tenha calma. Creia na Minha
salvação". Satanás pode ir contra você respirando todo tipo de malignidade mas em nenhum momento, durante a sua noite negra e turbulenta, o inimigo
será capaz de uma única vez sequer, lhe destruir.
Apesar de o exército do faraó estar totalmente na escuridão, ele ainda
podia elevar a voz. E a noite inteira vomitou ameaças e mentiras ao povo de
Deus: "Assim que terminar a noite, será o fim de vocês, Israel. Amanhã vocês estarão derrubados. Vocês serão levados de volta à escravidão. E se
tentarem resistir, nós os mataremos. O seu Deus não pode salvar. Vocês
podem muito bem desistir agora".
Você já ouviu essas vozes do outro lado das trevas? O inimigo de sua
alma já ficou golpeando seu ouvido a noite toda com mentiras e ameaças? As
tendas de Israel sacudiram com essas mentiras por toda a noite escura. Mas
não importava o volume de som com o qual o inimigo os ameaçava. Um anjo
estava a postos para protegê-los. E Deus havia feito uma promessa ao Seu
povo.
Ele
já
lhes
havia
dito
que
o
traria
a
salvo.
Eu Sei O Que É Ouvir Essas Vozes Ameaçando
Há pouco viajei para o leste europeu, onde conduzimos trinta dias de
conferências para ministros em vários países. Ao chegarmos ao nosso último
encontro em Budapest, na Hungria, eu estava cansado. Assim que acabei de
pregar aquela noite, o meu coração começou a ter palpitações. Subitamente,
comecei a suar. Entendi que não conseguiria terminar de dirigir os trabalhos,
e pedi ao meu filho Gary, para assumir.
Ao descer do púlpito, ouvi uma voz buzinando no meu ouvido: "Você
está morrendo, David. Você acabou de pregar o último sermão. Antes do fim
do dia, o seu coração dará a batida final". Era uma voz vindo do outro lado da
muralha negra. E estava cheia de mentiras, para produzirem medo em mim.
Quando cheguei ao quarto do hotel, eu simplesmente não conseguia
repousar. A voz continuava lá, ameaçando. Ela lembrava a mim outros
ministros que eu conhecera, e que haviam morrido: "Eu derrubei aquele
pastor amigo seu. E acabei com aquele evangelista que você conhece.
Agora, o seu ministério também acabou".
Aquilo sim, foi uma noite escura e de tormentas! As vozes do inferno
vociferaram contra mim durantes horas. Finalmente, me ajoelhei e invoquei a
Deus: "Senhor, o quê está acontecendo? Que tipo de coisa estou
enfrentando? Me ajude - por favor". Então o Espírito Santo me cochichou:
"David, você está sob ataque. Tudo porque você aborreceu o reino do diabo.
Centenas de pastores foram renovados, e estão novamente em chamas. Me
agradei do seu trabalho. Mas Satanás foi provocado e está zangado.
Contudo, não tenha medo. Um poderoso anjo foi colocado entre você e o
inimigo. Você não corre perigo. Apenas se aquiete e descanse em Mim".
E então, no mês passado, eu vi novamente como Satanás fala do
outro lado da muralha negra. A maioria dos leitores de minhas mensagens
sabe que minha esposa Gwen sofreu várias operações de câncer durante
anos. Ela também tem só um rim, pois o outro teve de ser removido. Toda
vez que vamos a um novo médico, ele balança a cabeça impressionado com
a longa história clínica de Gwen, e sua milagrosa sobrevivência.
Recentemente, Gwen enfrentou uma infecção urinária. No consultório
do urologista, o médico disse: "Estou com medo de prescrever remédios
nesse caso, pois poderiam prejudicar o rim remanescente". Olhei para minha
esposa, e vi lágrimas correndo dos olhos. E pude ouvir a voz dentro de sua
cabeça naquela hora: "O seu único rim vai se complicar. É só uma questão
de tempo até chegar outra infecção".
Não! eu lembrei a mim mesmo. Como disse a Gwen mais tarde,
"Querida, você tem um anjo entre você e o inimigo mentiroso. Deus é o
responsável pelos seus anos. Não importa que batalha enfrente agora, Ele
tem um plano para você. Você está no centro da vontade dEle, e na palma de
Suas mãos. E Ele tem todo o poder para cuidar de você".
Por Que Deus Permitiu que Israel Enfrentasse Uma Noite Inteira de
Escuridão
e
TormentasQuando
Poderia
Ter
Dito
uma
Simples Palavra e Acalmado os Elementos?
Durante aquela longa noite no Egito, caiu um temporal. As escrituras
dizem: "Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor, por um forte vento
oriental que soprou toda aquela noite..." (Êxodo 14:21). A palavra em
hebraico para "vento" aqui quer dizer: "emanação ou exalação violenta". Em
outras palavras, Deus exalou o Seu sopro a noite toda. As tendas de Israel
devem ter tremido intensamente com as poderosas torrentes sendo sopradas
por todo o acampamento.
No momento em que escrevo isso, estamos vendo poderosos
vendavais nos terríveis incêndios da Califórnia. Todos os dias, a mídia traz
notícias de o quanto esses ventos imprevisíveis de Santa Ana têm espalhado
os focos de chamas. E estas tempestades de ventos têm durado dias e até
semanas. O prejuízo que têm produzido é incalculável.
Esse é o tipo de força que deve ter soprado pelo acampamento de
Israel. O vendaval que Deus produziu foi tão poderoso, que começou a
separar as ondas do mar: "Um forte vento oriental...fez retirar o mar, que se
tornou terra seca, e as águas foram divididas" (14:21).
Que tempestade deve ter sido. E como deve ter produzido temores em
Israel. O vento terrível certamente piorou o medo deles, que já ouviam o
inimigo chamando do outro lado da muralha negra: "Vocês já estão mortos.
Se sobreviverem ao temporal, não sobreviverão a nós. Acabou. Vocês e seus
filhos não sairão dessa".
Eu lhe pergunto: o quê Deus tinha em mente aqui? Por que permitiria
um vendaval tão terrível a noite toda? Por que Ele simplesmente não mandou
Moisés tocar as águas com a manta, e separar as ondas de modo
sobrenatural, como aconteceria mais tarde com Elias e Eliseu? Qual seria a
possível razão de Deus permitir que uma noite terrível destas ocorresse?
Há apenas uma única razão: o Senhor estava fazendo adoradores.
Deus estava agindo o tempo todo, usando a terrível tempestade para formar
um caminho visando tirar o Seu povo da crise. Porém, os israelitas não
conseguiam enxergar isso na hora. Muitos se escondiam nas tendas,
tremendo de medo e bravos com Deus. Mas os que saíram testemunharam
um glorioso show de luzes. Eles também contemplaram a gloriosa imagem de
ondas se acumulando, poderosas montanhas de água se elevando para
formar um caminho seco através do mar. Quando o povo viu isso, deve ter
gritado, "Veja, Deus usou o vento para abrir caminho para nós. Louvado seja
o Senhor!".
Eu creio que a luz sobrenatural produzida por aquela nuvem é um
quadro da palavra de Deus. Nós podemos estar nos escondendo em meio à
uma noite escura e turbulenta, questionando Deus. Mas Ele concede uma luz
para que vejamos que Ele está abrindo um caminho diante de nós. Na
verdade, a própria tempestade que está nos amedrontando é o caminho de
Deus para formar um trajeto claro de libertação. E Ele usará este caminho
para nos tirar da tempestade. Mas para vermos isso, temos de chegar à luz
da Sua palavra, para nos maravilharmos diante dos Seus atos de libertação.
Foi Lá, em Terra Seca no Meio do
Que Deus Buscou Tornar o Seu Povo em Adoradores
Mar
Vermelho,
Com a chegada da manhã, todo o acampamento viu a maravilha que a
tempestade havia produzido: águas poderosas se acumulando alto de cada
lado. E diante deles havia um caminho de terra seca, atravessando reto o
mar Vermelho. Agora o Senhor ordena que marchem por essa rota seca, bem
em meio ao mar.
Você pode pensar: "Não precisava de muita fé para Israel obedecer.
Afinal de contas, eles estavam em terra seca". Mas imagine ver aquelas altas
muralhas de água; devia haver uma pressão do tipo foz do Iguaçu por trás
delas. A pergunta agora era: as paredes de água vão agüentar? O povo
provavelmente ficou pensando: "Senhor, Tu respondeste nossas preces até
esse ponto; nos guiastes com segurança até agora. Mas ainda há perigo à
frente. O Senhor vai nos guardar?".
Nesse ponto, Deus queria que o povo visse que Ele tinha um plano em
mente o tempo todo. Primeiro, queria que eles reconhecessem que Ele havia
sido Deus para eles ao longo de todo o caminho. Queria que soubessem que
jamais iria falhar com eles, que Ele possuía o mundo inteiro (incluindo seus
inimigos) em Suas mãos todo-poderosas. Essas pessoas já haviam
experimentado de Suas bênçãos. Haviam visto Suas promessas sendo
cumpridas à cada uma das fases.
Agora aqui estava o maior teste de todos. À frente deles estava o
trajeto que os levaria à segurança. Nesse momento crucial, Deus queria que
o povo olhasse àquelas paredes e cresse que Ele iria segurar as águas até
que chegassem salvos ao outro lado.
Em termos simples: Deus queria para o Seu povo uma fé que
declarasse:
"Aquele que iniciou esse milagre para nós o terminará. Ele já nos
provou que é fiel... Olhando para trás, vemos que todos os nossos temores
eram infundados. Não devíamos ter tido medo quando vimos os egípcios
chegando; Deus pôs uma muralha sobrenatural de trevas para nos proteger
deles. E não deveríamos ter tido medo de suas ameaças durante a noite; o
tempo todo, Deus nos forneceu uma luz iluminadora, enquanto nossos
inimigos ficaram cegos com a escuridão. Nós também desperdiçamos
temores com aqueles ventos tenebrosos, estando Deus usando-os para abrir
uma rota de fuga para nós... Vemos agora que Deus deseja apenas nos fazer
o bem. Temos visto do Seu poder e glória em nosso favor. E agora estamos
resolvidos a não mais viver com medo. Não importa para nós se as muralhas
de água desabem. Vivamos ou morramos, somos do Senhor - e o tempo todo
estamos nas Suas mãos. Então, que cheguem ondas à vontade; tal como o
nosso pai Abraão, aguardamos uma cidade cujo arquiteto e edificador é
Deus".
Havia uma razão pela qual Deus queria esse tipo de fé para Israel
àquela altura. Eles estavam prestes a enfrentar uma jornada através do
deserto. Suportariam privações, perigo e sofrimento. Então disse: "Quero que
o Meu povo saiba que lhes farei unicamente o bem. Não quero que tenham
medo de morrer toda vez que enfrentarem o perigo. Quero pessoas que não
tenham medo da morte, por saberem que sou digno de confiança em todas
as coisas".
Não haveria um instante em que Deus deixaria aquelas muralhas de
água caírem. E Ele queria a confiança das pessoas agora, deste lado do mar.
Desse jeito, quando chegassem salvos no outro lado, seria no Seu repouso.
Ele queria adoradores de verdade, pessoas que O pudessem louvar o tempo
todo, em qualquer situação.
Veja, um verdadeiro adorador não é alguém que dança depois da
vitória; não é a pessoa que canta os louvores de Deus após o inimigo ter sido
vencido. Isso foi o que os israelitas fizeram; assim que chegaram ao outro
lado, cantaram e dançaram, louvaram a Deus e exaltaram Sua grandeza.
Contudo, três dias depois, esse mesmo povo murmurava amargamente
contra o Senhor, em Mara. Não eram adoradores - mas vazios fazedores de
barulho. Mostram que não haviam descoberto a natureza amorosa do Pai nas
horas de dificuldade; não haviam tido alcance do amor do Pai Todo-Poderoso
em meio à tempestade.
O verdadeiro adorador é aquele que aprendeu a confiar em Deus na
tempestade. A adoração dessa pessoa não está apenas em suas palavras,
mas em seu modo de vida. A sua alma está em repouso em todo tempo, pois
sua confiança na fidelidade de Deus é inabalável; ela não está com medo do
futuro, porque não tem mais medo de morrer.
Gwen minha esposa, e eu vimos essa fé inabalável em nossa netinha,
Tiffany. Junto ao leito em seus dias finais, observamos nela uma paz que
excede todo o entendimento. Ela disse: "Vovô, quero ir para o lar celestial. Eu
vi Jesus, e Ele disse que quer que eu esteja lá. Simplesmente não quero
mais ficar aqui". A nossa Tiffany de doze anos tinha perdido todo o medo da
morte e da privação.
Esse é o repouso que Deus quer para o Seu povo. É uma confiança
que diz, como Paulo, e como Tiffany: "Vivendo ou morrendo, sou do Senhor".
É isso que faz um verdadeiro adorador.
Oro para que todos os que leiam essa mensagem possam dizer em
meio à suas tempestades:
"Sim, a economia pode desmoronar. Sim, eu ainda posso estar
enfrentando uma noite tempestuosa e negra. Mas Deus tem se provado fiel a
mim. Não importa o quê aconteça, descansarei em Seu amor por mim".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Guerra
no
(War in Heaven)
Por
03
__________
Céu
-
03
de
novembro
de
2003
David
de
novenbro
"Houve peleja no céu" (Apocalipse 17:7).
Atualmente ouvimos muita conversa a respeito de guerra contra o
terrorismo. Ouvimos de uma guerra chamada jihad, de guerra na Palestina,
ameaças de guerra na Coréia do Norte. Nunca na história houve um período
de tantas guerras assim por toda a terra.E tais conflitos são enormemente
divulgados, por causa da comunicação instantânea que temos agora. Quase
imediatamente, recebemos informes de explosões, emboscadas, número de
mortos.
Estou convencido de que estas são as guerras e os rumores dos quais
Jesus falou. E exatamente como Jesus profetizou, o coração das pessoas
não está agüentando o medo. As guerras que estamos vendo estão
causando pavor por toda a terra.
Contudo tais guerras são todas escaramuças e conflitos menores; são
sintomas de uma guerra muito maior. Entenda, há na realidade apenas uma
guerra se travando - e essa guerra que está acima de todas as demais, está
tendo lugar no céu. É uma guerra entre Deus e o diabo.
Wilkerson
2003
Essa peleja foi declarada há séculos e séculos atrás. Apocalipse diz:
"Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o
dragão e seus anjos" (12:7). O dragão representa Satanás e todos os anjos
caídos que ele enganou. Enquanto estava no céu, Lúcifer reuniu tais hordas
de anjos para se levantarem contra Deus. Ele queria usurpar a autoridade de
Deus e ocupar o Seu trono.
Mas o diabo perdeu essa primeira batalha. "Todavia, não
prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles" (12:8). Deus disse a
Satanás: "Não há mais lugar para você na minha presença". E Ele o lançou
para fora do céu, junto com os anjos que haviam se rebelado com ele. Eles
foram lançados a um mundo que a Bíblia diz era vazio e sem forma.
Ora, Satanás já havia enganado os anjos que o seguiram; e quando
Deus criou a humanidade, Satanás se determinou a enganá-la também. Se
ele não podia ser Deus, se vingaria destruindo a semente de Deus; então
iniciou essa guerra no jardim do Éden, contra os primeiríssimos homem e
mulher.
Satanás tentou Eva primeiro e depois Adão. E quando causou sua
queda, parecia que havia conseguido uma grande vitória. O paraíso agora se
tornara fechado para o homem. Satanás e suas hordas devem ter gozado de
maldosa satisfação por essa vitória. E a batalha travada por eles foi uma
declaração de guerra contra Deus e toda a Sua semente.
Há ainda uma guerra acontecendo no céu. Mas Satanás não luta essa
peleja a partir do céu, e nem do inferno. Não, Satanás caiu no vazio sem
forma, do qual Deus criou a terra. E uma vez Deus tendo criado o homem
para habitá-la, Satanás estabeleceu o seu assento de poder lá.
As escrituras deixam tudo isso muito claro: "Nem mais se achou no
céu o lugar deles" (12:8). "O dragão se viu atirado para a terra" (12:13). "Ai da
terra e do mar, pois o diabo cresceu até vós, cheio de grande cólera" (12:12).
A Rebelião de Satanás Não Pegou Deus de Surpresa
Ainda antes da fundação do mundo, Deus arquitetou um plano de
guerra para derrotar o diabo. O Senhor iria criar o homem segundo a Sua
imagem; e permitiria que o homem tivesse livre arbítrio. Assim sendo, o
homem seria testado e provado. Em verdade, seria colocado bem no meio de
um campo de guerra, bem junto à estrutura de poder de Satanás.
O homem caiu naquele primeiro teste, na batalha que Satanás venceu
no Éden. E desse momento em diante, o diabo continuou a enganar o
homem. Durante o tempo de Noé, Satanás conseguiu enganar o mundo todo.
De toda a população da terra, só oito almas foram salvas. Isso prosseguiu
durante séculos, com Satanás enganando nações inteiras. Ele manteve
poder sobre o Egito antigo, sobre Sodoma e Gomorra, e por algum tempo,
até sobre o povo escolhido por Deus, Israel. Em verdade, é desencorajador
ler a história de Israel nessa guerra entre Deus e Satanás.
No primeiro momento que Deus colocou a Sua mão sobre Israel, o
diabo reconheceu isso. O Senhor realizou obras sobrenaturais para o Seu
povo, libertou-o com milagres, deu lhe grandes revelações do Seu amor.
Contudo, por quarenta anos após o Êxodo Satanás incitou a rebelião, a
idolatria e a sensualidade em Israel. Ele trouxe para o seu meio prostitutas,
homossexuais, profetas possuídos por demônios. Finalmente, quando
chegou a hora de se entrar na Terra Prometida, só dois israelitas que haviam
saído do Egito escaparam do engano, Josué e Calebe.
Mais uma vez, Satanás deve ter curtido maligno prazer. Parecia que
todas as batalhas aconteciam do jeito dele; e continuou tendo vitórias através
de enganações insufladas por demônios. Ele possuiu todos os países em
torno de Israel: os babilônios, os filisteus, moabitas, hititas, cananeus e os
reinos do norte. Finalmente, Satanás lançou o seu olhar sobre os filhos de
Israel que haviam sobrevivido.
Esses israelitas tinham entrado em Canaã com Josué depois que seus
pais morreram no deserto. Parecia o raiar de um novo dia para o povo de
Deus. Mas Satanás foi atrás dessa geração através de enganos ainda
maiores. Ele trouxe a idolatria, a fornicação e falsos profetas; introduziu a
adoração demoníaca de Baal, Astaroth e Molech. As escrituras apresentam
essa geração continuamente adorando ídolos "nos lugares altos". E
continuamente rejeitando o Santo de Israel.
Acho esse capítulo da história de Israel totalmente frustrante. Pense
bem nisso: esse povo havia assistido seus pais morrendo sob condenação no
deserto; tinham visto pais e avós sucumbindo a mortes terríveis. Na verdade
por quarenta anos, essa geração mais jovem tinha ido de um funeral a outro,
enterrando os mais velhos a torto e a direito. Porém, mesmo depois de
testemunharem todas estas coisas, eles ainda se voltavam para a adoração
demoníaca de ídolos.
Nos séculos seguintes, Satanás gozou de vitória após outra sobre a
semente de Deus. Ele possuiu os reis de Israel de Acabe até Jeroboão e
Manassés - homens ímpios que derramaram sangue inocente livremente. Por
fim, o último capítulo de Juízes revela até que ponto o povo de Deus caiu.
Os últimos capítulos de Juízes é o relato horrível e doloroso de como
uma turba enlouquecida de homossexuais sodomizou a concubina de um
sacerdote, e a deixou semimorta. Quando o sacerdote a encontrou, decapitou
o cadáver e enviou pedaços do corpo às doze tribos de Israel. O incidente
termina em guerra civil no povo de Deus, em relação aos direitos
homossexuais. Milhares de israelitas são mortos.
O livro de Juízes termina com essas palavras terríveis, de arrepiar:
"Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais
reto" (Juízes 21:25).
Digo-lhe o seguinte: esse é o desígnio de Satanás para todas as
gerações. Ele conseguiu com sucesso derrubar toda adoração verdadeira em
Israel. Ao final de Juízes, homens mulheres e crianças faziam o quê bem
queriam. E isso é exatamente o quê Satanás está alcançando nesse
momento, em nossa geração. Ele está tentando tornar proscrita a Bíblia, ou
seja, suprimi-la através da lei, fazendo-a parecer totalmente irrelevante. Todo
mundo é encorajado a interpretar a palavra de Deus à sua própria maneira.
Trata-se de uma enganação trazida diretamente do inferno.
A verdade é a seguinte: havia um rei em Israel no fim do livro de
Juízes. Esse rei era Satanás. Ele governava não só o mundo pagão, mas
também a nação escolhida por Deus. A essa altura, o diabo parecia ter
vencido a batalha inteiramente. Ele e os seus demônios pareciam invisíveis
em sua peleja contra o céu.
Deus
Foi
Pois Tinha Um Plano de Conquista Completa
Paciente,
O Senhor não ficou preocupado com as vitórias de Satanás. Sim, Ele
se entristeceu com a contínua degradação do Seu povo para o pecado e a
morte. Mas Deus já tinha um plano de guerra em ação.
Finalmente, na "plenitude dos tempos", Deus enviou o Seu Filho ao
campo de batalha. Cá estava Deus encarnado, entrando pessoalmente no
campo de batalha. O Senhor estava afirmando: "A batalha agora mudou. Eu
estou assumindo o comando. Satanás não prevalecerá mais. Isto é o começo
do fim da guerra no céu. E a vitória é minha".
Deus então deixou o diabo informado, afirmando, "Levantarei um
exército; e o meu Filho será o capitão deste exército. Ele terá uma igreja feita
de uma noiva sem pecado, inculpável, imaculada e santa. E esta igreja será
edificada sobre um alicerce: Jesus Cristo, o Filho de Deus".
Quando ocorreu o nascimento de Jesus em Belém, isto enviou
estremecimento por todo o acampamento de Satanás. Todos os demônios
gritaram: "É o filho de Deus! Ele vai tirar todo o nosso poder e domínio; e
governará e reinará como rei. Não conseguimos derrotar Deus no céu - como
vamos vencer essa peleja contra o Seu Filho? Temos de matá-lo no berço".
Oh, o quanto os emissários do diabo tentaram destruir Cristo criança.
As escrituras dizem que toda criança do sexo masculino abaixo de certa
idade por toda aquela região foi morta, tudo na tentativa de se matar Jesus.
Mas essa era uma batalha que Satanás não poderia vencer. Deus iria
prevalecer.
No tempo escolhido por Ele, Deus plantou uma cruz bem no meio do
campo de batalha. E sobre essa cruz Ele pôs Seu Filho. O sangue de Cristo
caiu e se derramou sobre o campo de batalha. E gota a gota, ele iniciou um
dilúvio poderoso e purificador, poderoso para lavar os pecados de toda a
humanidade.
Naquela hora, Jesus soltou um grito que trovejou por toda a criação:
"Está consumado". Quando Satanás e seus demônios ouviram isso, eles
tremeram e se agitaram; conscientizaram-se de que estava tudo acabado.
Devem ter guinchado: "É o nosso fim! O Filho de Deus nos esmagou; nos
expôs publicamente ao desprezo; roubou todo o poder que tínhamos sobre
as pessoas. Não podemos mais ter ninguém que esteja sob o Seu sangue".
Três dias mais tarde,outro grito poderoso foi ouvido: "Cristo
ressuscitou!". Foi o momento mais negro da vida de Satanás. Em um
instante, a guerra subitamente virou. Apocalipse descreve isso assim:
"Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação,
o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso
o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite,
diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do
Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram"
(Ap. 12:10-11).
Qual foi o poder que Satanás perdeu naquele instante? Foi a
habilitação para acusar qualquer pessoa que havia sido purificada pelo
sangue de Jesus. O diabo não poderia mais prender um crente nas correntes
da culpa, do medo ou da condenação. Foi lhe roubado todo o poder de
enganar ou destruir os que vivem pela fé no sacrifício de Cristo. Ele deixou de
ter domínio sobre todo aquele que confia em Jesus.
Deus estava fazendo uma declaração legal a todos os que creriam em
Seu Filho: "Você foi liberto. O poder do diabo não pode lhe prender se você
confia no poder do sangue de Jesus Cristo. Inexiste poder sob os céus que
possa
lhe
derrubar".
Há Agora Dois Reinos
Primeiro, havia o reino de Deus e de Seu Filho, Cristo. E segundo,
havia o reino de Satanás e seus anjos caídos. Um reino era o reino da luz, o
outro um reino de trevas. Já vimos como o diabo tentou roubar o reino dos
céus ao longo da história; ele conseguiu vitórias durante os dias de Noé,
durante os anos de Israel no deserto, e no tempo de Juízes. Mas Cristo
prevaleceu sobre tudo isso.
É aqui que voltamos para Apocalipse 12:12: "Por isso, festejai, ó céus,
e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até
vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta". Esse
"pouco tempo" se iniciou no Calvário. Desde então, Satanás tem ficado cada
vez mais exasperado; e cada vez mais irado com a aproximação do seu
julgamento.
Alguns versículos adiante, uma mulher é mencionada: "A serpente
arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com
que ela fosse arrebatada pelo rio" (12:15). Eu creio que essa mulher seja a
noiva de Cristo, o remanescente vencedor. As escrituras dizem que este
remanescente será constituído de uma poderosa hoste, cujos integrantes
nenhum ser humano conseguirá contar. Incluirá todas as pessoas ao longo
da história que tornaram Jesus seu Senhor.
A seguir lemos: "Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os
restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e
têm o testemunho de Jesus" (12:17). Sim, Satanás está enfurecido com todo
crente. Mas se ousar tocar-nos, estará tocando a menina dos olhos de Deus.
O quê vemos acontecendo no mundo bem agora é um esforço de
última trincheira para destruir a noiva de Cristo. O diabo lançou um grito de
tudo ou nada. E está liberando todo seu arsenal para tentar derrubar o eleito
de Deus.
As
Escrituras
Chamam
o
Ataque
Uma Enchente Como Rio, Arrojada de Sua Boca
de
Satanás
de:
Essa enchente, é uma inundação de iniqüidade. E Satanás a leva
contra a mulher, para tentar afastá-la da proteção do sangue de Cristo. Jesus
preveniu que nos últimos dias a iniqüidade iria abundar. E por causa dessa
inundação de iniqüidade, o amor de muitos crentes se esfriaria (v. Mateus
24:12).
Vejo Satanás em seu centro de comando, latindo ordens: "Tomem
conta da mídia! Encham a mente dos ímpios de luxúria. Façam com que seus
desejos carnais os levem à pornografia. Depois enviem estes homens para
molestar crianças".
O resultado é uma rajada de impiedade que o mundo jamais viu. Mas
especialmente dolorosa é a carnificina perpetrada contra crianças. Veja:
. Filmes violentos têm entorpecido a mente de muitos cristãos que
gostam deles. E agora atos sexuais nos filmes têm trazido perversão além do
que se poderia crer. O nosso ministério recebe relatos sobre alunos do
primeiro grau de só seis ou sete anos, que tentaram estuprar garotinhas de
sua idade ou menos. Quando perguntados o porquê disso, responderam: "Vi
isso num vídeo do papai e da mamãe".
. Há agora mais de 300.000 sites pornográficos na Internet. Esses sites
contêm as imagens mais vis e depravadas que a humanidade já viu. O pior é
que criancinhas estão entrando neles até por acaso. Suas delicadas mentes
estão sendo expostas a imagens que as prejudicarão durante anos.
. Casamentos homossexuais estão prestes a se tornarem lugarcomum. Alguns jornais já mostram casais gays nas páginas de casamentos.
Agora um número crescente de escolas de primeiro grau está se preparando
para ministrar no currículo "Como viver o estilo de vida homossexual".
Criancinhas estão prestes a serem doutrinadas dentro das especificidades da
vida homossexual.
. A militância homossexual tem forçado caminho, atingindo as
camadas mais altas da igreja. A denominação Episcopal recentemente
ordenou um homossexual confesso, como bispo. Quando a cerimônia
acabou, o novo bispo se virou e segurou a mão do namorado.
Satanás tem trazido o engano do homossexualismo cada vez mais
para dentro da igreja, e as crianças mais uma vez são as vítimas. Mais e
mais padres homossexuais estão sendo descobertos, e condenados por
molestarem crianças sob seus cuidados.
. O mundo da moda deixou de ser apenas malicioso, como também
começou a exibir nudez. É uma tentativa de chocar,feita por uma indústria
que se deu à sensualidade desavergonhada. Mas Satanás pretende que ela
influencie o povo de Deus, especialmente os jovens crentes. Essa sutil
tendência demoníaca objetiva o desgaste da resistência ao sensualismo.
. Há um ressurgimento à bebedeira desenfreada entre os
adolescentes. Até mesmo o Wheaton College, uma faculdade que durante
décadas foi um padrão de santidade, agora permite o álcool. A razão?
Querem atrair professores mais eruditos - quer dizer, que bebem. Mais
faculdades cristãs claro que vão seguir o exemplo. Toda uma geração de
jovens crentes vai sofrer, sendo incitados a uma iniqüidade que de outro
modo não buscariam.
Veja estes outros exemplos recentes do ataque final de Satanás:
. A um astro de cinema que concorre ao cargo de governador da
Califórnia, foi dito que venceria simplesmente se descobrissem algum tipo de
escândalo lhe envolvendo. Foi lhe dito que ter um caso extraconjugal faria
dele um herói aos olhos das pessoas; e aumentaria sua popularidade,
ganhando mais votos.
. Uma enchente de leis está sendo produzida num esforço final para
remover para sempre o nome de Deus, da sociedade. Dois senadores
americanos lançaram esse projeto de lei. Essa lei impediria o mandado de
todo juiz que creia em Deus ou tenha qualquer tipo de fé.
Você provavelmente leu sobre a famosa determinação de um juiz dos
EUA. Ele ordenou a remoção de um entalhe em granito dos Dez
Mandamentos das dependências de um edifício público no estado de
Alabama. Enquanto isso, fez seus despachos de um prédio federal que tem
uma estátua de Zeus na entrada.
No começo eu achava que estas coisas feriam profundamente o
coração de Deus. Mas agora creio que o Senhor ri desses insignificantes
esforços do homem. Por que? Porque Deus está agindo no meio de milhões
de jovens, escrevendo Sua lei em seus corações. E nenhum juiz da terra
pode removê-la deles.
Se
Parece
Espere Um Pouco
a
Você
Que
o
Diabo
Está
Ganhando,
Quero lhe mostrar o quê ainda vai acontecer nessa peleja no céu entre
Cristo e Satanás. A Bíblia afirma: "O Senhor executará a sua palavra sobre a
terra, completando-a e abreviando-a" (Romanos 9:28). Deus está dizendo:
"Vou acabar essa guerra breve. Farei um trabalho rápido".
Você pode se perguntar: "Então, o quê Deus está esperando? Por que
não agiu ainda? Está claro que chegamos a um ponto crítico. Cadê a
poderosa mão de Deus?".
Tiago nos dá a resposta: "Sede, pois, irmãos ,pacientes, até a vinda do
Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra,
até receber as primeiras e as últimas chuvas" (Tiago 5:7). Resumindo: Jesus
está pacientemente esperando por almas. Ele está aguardando que a
ultimíssima colheita seja recolhida.
A maioria dos estudiosos bíblicos acha que "as primeiras chuvas" (ou
"chuva temporã") às quais Tiago se refere seja o Pentecostes. Quanto às
últimas chuvas (ou "chuva serôdia"), eu creio que as estamos vendo agora
mesmo. O quê melhor descreve as últimas chuvas de Deus do que a
florescente igreja subterrânea de milhões de pessoas na China Comunista?
Esse corpo de crentes cresceu milagrosamente em poucas e rápidas
décadas. Nos anos que cercaram a Segunda Guerra Mundial, quando os
últimos missionários deixaram a China, a igreja lá era um movimento
pequenino e agonizante. Então, unicamente pelo Espírito de Deus, de algum
modo ela explodiu a partir de um punhado de bolsões isolados - se
transformando numa obra poderosa da qual o mundo nunca soube.
E a queda da Cortina de Ferro? Ninguém esperava ver o Comunismo
acabar durante o nosso tempo de vida. No entanto, Deus produziu isso da
noite para o dia. Exatamente no dia em que escrevo essa mensagem, o jornal
New York Times informa que o governo da Rússia está agora se
pronunciando contra o aborto em termos morais.
Até países islâmicos linha-dura estão vendo estas últimas chuvas do
evangelho. Satélites agora irradiam as boas novas sobre países muçulmanos
através de mensagens do rádio e da TV. Quando um evangelista pregou no
Paquistão o ano passado, mais de 50.000 pessoas assistiram.
Sim, as últimas chuvas chegaram. O mundo todo está sendo cheio das
boas novas de Jesus Cristo. Então, quando podemos esperar que o Senhor
aja?
O próprio Jesus nos diz: "Não tivessem aqueles dias sido abreviados,
ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão
abreviados" (Mateus 24:22). Ele está dizendo: "Ninguém sabe o dia ou a hora
da minha volta. Mas eu vou adiantar isso".
Veja outra vez a afirmação de Paulo: "O Senhor executará a sua
palavra sobre a terra" (Rom. 9:28). A raiz grega para "executará" aqui quer
dizer "golpeará rápido". Deus está dizendo: "Será rápido. Vou esperar
pacientemente que a colheita acabe; mas aí me moverei com rapidez para
julgamento".
De repente, da noite para o dia, testemunharemos julgamentos que
nunca vimos antes. Irá acontecer numa hora em que densas trevas tiverem
coberto a terra... quando ao islamismo for concedido grande poder e
autoridade...quando o anticristo tiver se levantado para proferir grandes
blasfêmias...quando parecer que Satanás sobrepujou tudo que é santo e
justo...quando escarnecedores zombarem quanto ao dia da volta do Senhor
...quando a obsessão pelo prazer atingir o ápice, e os pecados do mundo
elevarem-se aos céus.
É nesse momento que ouviremos o Leão de Judá rugindo. Em apenas
um momento, ele acabará com a guerra. Ele vai declarar: "Chega. Chega de
desculpas para o pecado".
João previu o dia quando o Senhor virá cabalmente executar sua obra
na terra. Ele o descreve assim:
"Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama
Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de
fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém
conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o
seu nome se chama Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no
céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e
puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele
mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho
do furor da ira do Deus Todo-poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um
nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES" (Apocalipse
19:11-16).
Aqui em Nova York, as pessoas muitas vezes perguntam: "Onde você
estava no 11 de setembro?". Ou, "Onde você estava quando acabou a luz, no
grande apagão?". A minha pergunta para você é: "Onde você estará quando
Jesus vier? Qual será a situação do seu coração quando o Rei dos reis
executar Sua cabal obra de julgamento? O quê você estará fazendo quando
Ele vier acabar a guerra?".
Possamos todos nós ser achados sob o Seu precioso sangue, ocultos
na fenda da Rocha.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
01
__________
Reivindicando o Poder Que Está em Cristo - 01 de setembro de 2003
(Claiming the Power That is in Christ)
David
de
setembro
de
Ao passar as Suas últimas horas com os discípulos, Jesus lhes diz:
"Em verdade, em verdade vos digo, se pedirdes alguma cousa ao Pai, ele vola concederá em meu nome" (João 16:23). E então acrescenta: "Até agora
nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa
alegria
seja
completa"
(16:24).
Que declaração incrível. A cena se desenvolve e Cristo avisa Seus
seguidores de que está partindo, e que não os veria por um curto tempo.
Ainda assim, no mesmo esforço de voz lhes assegura que tinham acesso à
toda bênção dos céus. Tudo que teriam de fazer era pedir em Seu nome.
Ora, a maioria dos comentadores bíblicos diz que tal promessa não se
aplicava aos discípulos ainda. Sustentam que os discípulos não podiam pedir
nada no nome de Cristo enquanto Ele não deixasse a terra, e fosse estar na
presença
do
Pai.
Mas as escrituras sugerem diferente. O exemplo mais claro é o do
desconhecido que operou obras poderosas no nome de Jesus. Os discípulos
tentaram parar esse homem porque ele não era do seu círculo. João
comunica a Jesus: "Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia
demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não seguia
conosco"
(Marcos
9:38).
Como Jesus respondeu a isso? "Jesus respondeu: Não lho proibais; porque
ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal
de mim. Pois quem não é contra nós é por nós" (9:39-40). Cristo reconheceu
o
homem
como
sendo
"comigo,
do
nosso
lado".
Wilkerson
2003
Tal pessoa não era do círculo íntimo de Jesus, contudo mesmo assim era
capaz de realizar milagres em nome do Senhor. Ao fazê-lo, declarava que
todo o poder estava no nome de Cristo. Que coisa impressionante. Esse
homem não gozava de intimidade pessoal com Jesus, como os doze. E nem
tinha as grandes revelações que os discípulos tinham. Ele provavelmente era
apenas um dentre as multidões a quem Jesus ensinou do alto dos montes, ou
junto
ao
mar.
Mas tal homem obviamente era um apaixonado por Jesus. Por que? Porque
se apropriou das promessas de Cristo, e agiu sobre elas. E milagres
aconteceram. Ele também deveria ser um homem de oração e jejum. Afinal
de contas, Jesus apontou que os demônios são expelidos só com oração e
jejum.
Nesse aspecto, esse homem desconhecido se põe em total contraste com os
discípulos de Jesus. Os doze haviam aprendido pessoalmente com Jesus a
bater (à porta), buscar, pedir as coisas de Deus. Aprenderam em primeira
mão que todas as bênçãos do Pai - toda a graça, o poder e a força - são
encontradas em Jesus. E tinham ouvido Jesus dizendo às multidões: "Em
verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as
obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E
tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja
glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma cousa em meu nome, eu o farei"
(João
14:12-14).
Cá estava pelo menos um homem que seguiu as palavras de Jesus. Ele
reivindicou a promessa de Jesus, e a sua fé foi honrada por Deus. Ele tinha a
expectativa de o Senhor realizar milagres através dele, tudo em nome de
Jesus Cristo. É por isso que Jesus agora diz a João e aos outros: "Até agora,
vocês nada pediram em Meu nome. Então, peçam e receberão. E a sua
alegria será completa" (v. 16:24). Ele estava dizendo: "Peçam já. Não fiquem
esperando chegar uma outra hora. E não tentem esclarecer isso
teologicamente. Entendam: o Meu nome tem poder sobre o diabo. E vocês
têm esse poder, porque estão em Mim. Peçam, e o Pai o fará".
Em Face de Todo o Poder e de Todos os Recursos Que Temos em
Cristo,
a Maioria dos Crentes Não Tem Pedido Quase Nada em Seu Nome
As palavras de Cristo aos discípulos me convencem: "Nada tendes
pedido em meu nome" (João 16:24). Quando leio isso, ouço o Senhor
cochichando: "David, você não tem reivindicado o poder que lhe deixei
disponível. Você simplesmente precisa pedir em Meu nome".
Cá está o que creio entristeça mais o coração de Deus do que todos os
pecados da carne juntos. O nosso Senhor é afligido pela crescente falta de fé
em Suas promessas...pelas dúvidas cada vez maiores quanto a se Ele
responde as orações ou não...e por um povo que reivindica cada vez menos
o
poder
que
está
em
Cristo.
O mundo jamais conheceu uma época mais necessitada. Contudo há menos
petições do que nunca em nome de Jesus. Com o passar do tempo, os
cristãos estão pedindo cada vez menos do Senhor. Estão com medo de
darem um passo à frente, geralmente devido à incredulidade. Por isso pedem
pouco
ou
nada
em
Seu
nome.
Devo fazer a minha própria confissão. Tal como os discípulos, eu oro, jejuo,
desfruto de intimidade com Cristo. Amo devorar a palavra de Deus, e me
agarrar a Ele em oração. Mas me pergunto: qual o significado dessas coisas,
se não produzirem fé em meu sublime Senhor? Eu me maravilho diante da
majestade, da glória e do poder de Deus. Mas será que ajo em cima disso?
Tenho íntima comunhão com o Senhor. Mas será que o meu tempo com Ele
me fortalece da autoridade divina, me deixa ávido por reivindicar todo o poder
em
Seu
nome?
É impressionante o quão fielmente a igreja se refere ao nome de Cristo. Nós
o louvamos, o bendizemos, cantamos do "poder que opera maravilhas no
bendito nome do Senhor". Tememos esse nome, nos glorificamos nele,
gostamos de ouvi-lo citado. Mas não nos apropriamos do poder que está em
Seu nome. Não o reivindicamos, nem agimos a partir dele.
E por que não? Por que todo crente não impõe as mãos sobre os doentes e
reivindica o poder curador que está no nome de Cristo? Por que não
intercedemos em Seu nome pelo despertamento espiritual de nossos filhos,
familiares, amigos? Por que Satanás recebe tão pouca oposição de nós?
Será que alguma vez foi da vontade de Deus permitir que o inimigo
destruísse
nossos
lares
e
casamentos?
A Bíblia diz que nestes últimos tempos, o diabo cairá sobre a humanidade
"cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta" (Apocalipse
12:12). A minha pergunta é: esse diabo furioso encontrará uma igreja
passiva, manquitolando? Será que encontrará um povo fiel que exalta o nome
de Cristo, mas que não resiste ao inimigo pelo poder que está nesse nome?
Encontrará ele um povo de Deus que desistirá facilmente, dizendo: "Cheguei
ao máximo que eu podia chegar. Agora sou obrigado a ficar assim até que o
Senhor
volte"?
Não, nunca! Não temos de aceitar o que o diabo está dando. Não temos de
ceder a seus ataques, ter medo dele, ou temer o futuro. Nas últimas semanas
tenho fervido por dentro com ira santa contra Satanás e os seus poderes. A
leitura das palavras de Jesus incendiaram a minha alma me fazendo levantar
e dizer: "Chega, diabo. Vou contra você com todo o poder em nome de
Jesus. Estou lhe avisando. Você pode convocar as hordas do inferno, porque
vou resistir a cada um de seus ataques. E a palavra de Deus diz que você
fugirá".
Satanás pode tentar trazer um dilúvio de aflições para dentro da minha vida.
Ele pode atacar a minha família e os meus queridos. Mas cada dilúvio
demoníaco será enfrentado por uma liberação do poder de Cristo.
O inimigo pode mandar demônio atrás de demônio. Mas cada um deles se
chocará contra a inabalável parede que é o todo-poderoso nome de Jesus
Cristo.
Temos de Remover Todos os Limites Que Colocamos em Deus
Isso é ilustrado de maneira muito vívida em Atos 3. No versículo 1,
Pedro e João iam para o templo orar. Isso era seu hábito diário. E todos os
dias, eles passavam por um homem que se assentava à porta do templo
mendigando.
O
homem
era
coxo
de
nascença.
Mas esse dia seria diferente de todos os outros. Desta vez, quando os
apóstolos viram o mendigo, uma raiva santa caiu sobre eles. Eles viram que
Satanás permanecia sem ser desafiado na vida daquele homem por muito
tempo. Estava na hora de homens de Deus cheios do Espírito se apropriarem
do
poder
em
nome
de
Cristo.
"Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós...Não possuo
nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou" (Atos 3: 4,6). Pedro
estava dizendo: "Possuímos algo muito melhor do que todo ouro e toda prata
do mundo. O que nós temos é muito maior do que todos os médicos e
remédios da terra. Estou falando do poder que está no nome de Jesus Cristo.
Nós
o
temos,
e
o
damos
a
você".
E assim, Pedro diz: "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E,
tomando-o pela mão direita, o levantou...de um salto se pôs em pé, passou a
andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus" (3: 6-8).
A multidão vendo isso ficou assombrada. Perguntaram aos apóstolos o que
estava acontecendo. Pedro explicou: "Pela fé em o nome de Jesus, é que
esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis;
sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a este saúde perfeita na presença
de todos vós" (3:16). Pedro estava basicamente dizendo: "Vocês conhecem
esse homem há anos, e sabem que ele nasceu coxo. E agora querem saber
como ele é capaz de pular e dançar. É por causa do nome de Jesus Cristo. É
pelo poder no nome de Cristo que este homem foi curado, e por nenhum
outro
nome".
Note a expressão que Pedro usa para descrever o novo estado do homem:
"saúde perfeita". Não importa o quanto a nossa luta pareça terrível ou
desesperadora. Deus nos forneceu "saúde perfeita" em meio à ela. E essa
saúde perfeita - concedida através do nome de Jesus Cristo - vai repelir todo
dardo
do
inimigo.
Quando os oficiais do templo ouviram o que tinha acontecido, prenderam
Pedro e João. E no dia seguinte, levaram os discípulos a julgamento. O sumo
sacerdote exige que respondam "com que poder ou em nome de quem
fizestes isto?" (4:7). Mais uma vez Pedro declara: "Tomai conhecimento, vós
todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim,
em seu nome é que este está curado perante vós" (4:10).
Eu lhe pergunto: como esses homens simples e humildes foram capazes de
falar com tanta ousadia, com tanta confiança? Foi porque Pedro e João
haviam removido todos os limites em Deus. Eles estavam dizendo em
essência: "Não vamos limitar o Santo de Israel em nenhuma situação".
Eles pronunciaram fé prevalecente em relação à vida do aleijado. E nunca
poderiam ter feito isso a menos que verdadeiramente cressem nas palavras
de Jesus: "Se pedirdes alguma cousa ao Pai, ele vo-la concederá em meu
nome" (João 16:23). Os discípulos sabiam que quando Jesus disse "alguma
cousa" Ele estava tornando a promessa ilimitada. Cristo estava dizendo,
"Todas as coisas que pedirem ao Pai em Meu nome, Ele lhes dará".
Devemos seguir o exemplo de Pedro e de João. Nós também devemos crer
que todas as coisas são possíveis. E devemos remover todos os limites que
colocamos em Deus para operar em nossas vidas.
Reivindicar
o
Poder
no
Nome
Não é Uma Verdade Teológica Complicada e Oculta
de
Cristo
Em minha biblioteca há livros escritos unicamente sobre o assunto do
nome de Jesus. Os autores os escreveram para ajudar os crentes a entender
as profundas implicações ocultas no nome de Cristo. Porém a maioria destes
livros é tão "profunda", que não alcança a mente dos leitores.
Acredito que a verdade a ser conhecida sobre o nome de Jesus é tão
simples, que uma criança poderia entendê-la. É simplesmente essa: quando
fazemos nossas petições em nome de Jesus, devemos estar plenamente
persuadidos de que é como se o próprio Jesus estivesse pedindo ao Pai.
Como
pode
ser
isso?
pergunta-se.
Explico.
Sabemos que o Pai amou o Filho. Ele falou com Jesus e O ensinou durante
Seu tempo na terra. E Deus não somente ouviu como também respondeu
todo pedido que Seu Filho fez. Jesus testifica isso, dizendo, "Ele sempre me
ouve". Encurtando, o Pai nunca negou pedido algum ao Filho.
Hoje, todos os que crêem em Jesus estão revestidos de Sua filiação (ao Pai).
E o Pai celestial nos recebe tão intimamente quanto recebe o Seu próprio
Filho. Por que? É por causa de nossa união espiritual com Cristo. Através de
Sua
crucificação
e
ressurreição,
Jesus
nos
tornou
um
com o Pai. "A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu
em ti, também sejam eles em nós...eu neles, e tu em mim" (João 17:21,23).
Simplificando, agora somos uma família - um com o Pai, e um com o Filho.
Fomos adotados, com os plenos direitos de herança que todo filho possui.
Isso quer dizer que todo o poder e todos os recursos do céu se tornaram
disponíveis
a
nós,
através
de
Cristo.
E, porque estamos revestidos da filiação de Cristo - herdeiros com Ele, coparticipantes de Sua herança - sabemos que os nossos pedidos também são
ouvidos pelo Pai. E Ele responde nossos pedidos, assim como respondeu
aos
do
Filho.
Que autoridade inacreditável nós recebemos na oração. Como, exatamente,
usamos essa autoridade? Através do nome do próprio Cristo. Veja, quando
pusemos a nossa fé em Jesus, Ele nos deu o Seu nome. O Seu sacrifício nos
capacita a dizer: "Sou de Cristo, estou n'Ele, sou um com Ele".
Então, surpreendentemente, Jesus recebeu o nosso nome. Como nosso
sumo sacerdote, Ele o escreveu na palma da Sua mão. E então o nosso
nome está registrado no céu, sob o Seu glorioso nome.
Você pode ver porque a expressão "em nome de Jesus" não é apenas uma
fórmula impessoal. Antes, é uma posição literal que temos com Jesus. E esta
posição é reconhecida pelo Pai. Jesus nos diz: "Naquele dia, pedireis em
meu nome; e não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai
vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de
Deus"
(João
6:26-27).
Eis porque Jesus nos ordena a orar em Seu nome. Ele está dizendo: "Toda
vez que você pede em Meu nome, o seu pedido tem a mesma força e efeito
com o Pai quanto se Eu estivesse pedindo". Em outras palavras, é como se a
nossa oração estivesse sendo pronunciada pelo próprio Jesus diante do trono
de Deus. Igualmente, quando impomos as mãos sobre os enfermos e
oramos, Deus nos vê como se Jesus estivesse impondo as mãos sobre
esses
doentes
para
levá-los
à
cura.
É por isso também que devemos ir ousadamente ao trono da graça: para
receber. Devemos orar confiantemente: "Pai, estou diante de Ti, escolhido em
Cristo para ir e dar fruto. Agora faço amplamente a minha petição, para que a
minha alegria possa ser completa".
Ouço Muitos Cristãos dizendo: "Eu Pedi em Nome de Jesus,
Mas Minhas Orações Não Foram Respondidas"
Esses crentes declaram: "Tentei clamar o poder em nome de Jesus.
Mas isso simplesmente não funcionou para mim". Há muitas razões pelas
quais não recebemos respostas à nossas orações. Podemos ter permitido
algum pecado em nossa vida, algo que contamina a nossa união com Cristo.
Isso se torna um bloqueio que detém o fluxo de bênçãos da parte dEle. E Ele
não responderá nossas orações enquanto não abandonarmos o pecado.
Ou, talvez o bloqueio seja devido à mornidão, ou a um coração dividido em
relação às coisas de Deus. Talvez estejamos sendo sufocados pela dúvida,
que corta a nossa ligação com o poder em Cristo. Tiago previne: "Peça-a,
porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda
do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que
alcançará
do
Senhor
alguma
cousa"
(Tiago
1:6,7).
Recebi uma carta há pouco de uma viúva cuja filha adolescente está
afundada em pecado. Essa mãe diz que a filha foi no passado uma crente
fiel, mas agora está presa às drogas e morando com o namorado. Por que
essa queda terrível? O pai da garota teve câncer, e ela orou "Deus, não deixe
meu pai morrer". Quando o pai faleceu, a menina fugiu o mais longe que
podia do Senhor. Ela disse à mãe: "Dei uma chance a Deus. Eu orei com fé,
em
nome
de
Jesus.
Mas
Ele
deixou
papai
morrer".
Uma vez sentei-me ao lado de uma senhora em um avião, e ela estava em
lágrimas. Disse-lhe que era ministro, e perguntei se eu podia ajudar. Ela
respondeu, "Acabei de enterrar o meu pai. Ele era um homem tão bom, a
pessoa mais amorosa que já conheci. Orei pedindo que Deus o deixasse
viver. Me diga, como que um Deus amoroso pode deixar que um homem bom
como o meu pai morra? Não quero falar sobre Deus de jeito nenhum".
O nosso ministério recebe dezenas de cartas contendo histórias iguais à
essa. Vez após outra, lemos palavras nesse sentido: "Orei com fé, crendo em
Deus. Mas Ele não me ouviu. Esperei e esperei, mas Ele nunca respondeu.
Não dá pra dizer que a oração funciona. Como posso render minha vida a
Deus
se
Ele
não
responde
minha
oração?".
Talvez você se identifique com esses sentimentos. Você pode olhar para o
passado numa situação quando orou com determinação e fidelidade - talvez
pela cura de um ente querido, ou por um problema pessoal. Mas não veio
resposta alguma. Você concluiu: "Deus não responde as orações. Se Ele
chegou a ouvir a minha prece, eu não fiquei sabendo - porque Ele não fez o
que
pedi".
Talvez você não esteja bravo com Deus. Mas perdeu a confiança. Alguma
coisa faz com que você não submeta o seu coração inteiramente a Ele. E
assim parou de orar. Você não goza mais da plenitude das Suas bênçãos.
Tiago deixa claro: "O que tem dúvida não recebe nada de Deus". A palavra
que Tiago usa para "o que duvida" significa não resolvido. A verdade é que
quando essas pessoas fazem suas petições, elas põem Deus sob
julgamento. No coração elas dizem: "Senhor, se me responder, vou Lhe
servir. Lhe darei tudo se o Senhor responder pelo menos essa oração. Mas
se
não
responder,
vou
viver
minha
própria
vida".
Mas Deus não será subornado. Ele conhece os nossos corações, e sabe
quando não estamos resolvidos em nosso comprometimento com o Seu
Filho. Ele reserva o poder que está em Cristo para aqueles que se
submeteram
a
Jesus
inteiramente.
João 14 contém duas promessas grandiosas. Na primeira, Jesus declara:
"Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também
as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja
glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma cousa em meu nome, eu o farei"
(João 14:12-14). Jesus deixa a coisa simples no último versículo: "Peça
qualquer coisa em Meu nome, e Eu o farei para você".
Dois versos adiante, Jesus promete: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece;
vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros" (14:16-18). Aqui Cristo está
dizendo: "Vos darei o Espírito da Verdade. E o poder dEle habitará em vós".
Essas promessas de Jesus são incríveis. Mas veja o versículo que está entre
elas: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (14:15). Por essa
declaração aparece aqui? Cristo está nos dizendo: "Há uma questão de
obediência conectada à estas promessas". Resumindo, ambas as promessas
têm a ver com a guarda e a obediência à palavra de Deus. Elas foram dadas
para serem cumpridas, com nada nos impedindo de reivindicar o poder que
está em Cristo.
Estou Convencido de Que Pedir Pouco ou Nada em Nome de Jesus
É Uma Reprimenda a Ele
Ano após ano, muitos cristãos buscam cada vez menos. No fim, se
fixam na salvação de Cristo apenas. Não têm nenhuma expectativa senão a
de
chegar
ao
céu
algum
dia.
Eu lhe pergunto: você chegou ao fim do seu Cristo? Você espera alguma
coisa além de ser salvo pelo Seu poder e Sua graça? O seu Cristo acaba
assim que Ele lhe fornece a capacidade para agüentar mais um dia? Ele
acaba para você naquele momento de uma paz ou alegria ocasional, numa
vida
vivida na maior parte sob o assédio de Satanás?
Todas estas passagens da palavra de Deus me convencem de que o "meu"
Jesus não é maior do que os meus pedidos. E, tristemente, muitos crentes
fazem Cristo parecer insignificante e sem poder devido à sua incredulidade.
Amado, não quero que o meu Cristo seja limitado. Pelo contrário, desejo que
todos os demônios do inferno saibam o quanto o meu Deus é grande pela
grandeza dos meus pedidos. Eu quero mais daquilo que provém do meu
Cristo. Quero que Ele seja maior do que nunca em minha vida.
Eis a fé real: ela leva em conta todos os problemas e dores do povo de Deus
por todo o mundo, toda situação de desespero, todas as viúvas, órfãos e
idosos crentes que lutam pela sobrevivência. A fé coloca todas estas coisas
tristes numa balança, e a observa descer. Mas aí a fé coloca Cristo no outro
lado da balança. E se rejubila ao ver como Ele sobrepuja todos os pecados e
aflições
deste
mundo.
Deus jamais pretendeu deixar que o diabo conquistasse os nossos corações
e lares. Antes, Ele pretende que façamos uma declaração alto e bom som.
Devemos tomar a nossa posição em Cristo, e gritar: "Em nome de Jesus
Cristo!". Está na hora de todo crente se levantar e declarar: "Chega de viver
todo este tempo com medo. Em nome de Jesus Cristo não vou mais ter medo
da morte, do homem ou do diabo. Quero que o mundo veja a insuperável
magnificência do meu Cristo, pela grandeza dos meus pedidos. O meu Deus
manda que eu peça abundantemente, e eu pedirei. Não há nada que seja
difícil
demais
para
Ele!".
Eu insisto: apodere-se da palavra de Deus, e creia que Jesus fez estas
promessas para você. Elas são as armas da sua guerra, armas que são
poderosas através dEle. E se tornarão poderosas em suas mãos quando
você se apropriar delas e as reivindicar.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
11
__________
Quem prolongará os Seus dias? - 11 de agosto de 2003
(Uma Mensagem Sobre a Purificação da Boca, dos Ouvidos e dos Olhos)
(Who shall prolong His days?)
David
de
agosto
de
Quando irrompeu o reavivamento em Jerusalém, um anjo falou com o
apóstolo Filipe. Instruiu-o para que fosse para o deserto de Gaza, e lá Filipe
encontrou um diplomata etíope assentado em seu carro. O homem estava
lendo em voz alta o livro de Isaías. Então Filipe perguntou ao oficial:
"Compreendes o que vens lendo?" (Atos 8:30).
Aparentemente, o diplomata estava preso à uma passagem que lhe
deixava confuso. A passagem era Isaías 53:9-11: "Designaram-lhe a
sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que
Wilkerson
2003
nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. Todavia, ao
Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma
como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e
a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do penoso
trabalho de sua alma e ficará satisfeito".
Até a esta passagem, o diplomata deve ter ficado entusiasmado lendo
a profecia de Isaías. Ela descrevia um homem no futuro que devoraria a
morte, enxugaria toda a lágrima, e removeria a reprimenda contra o Seu
povo. Ele tiraria as trevas dos cegos, libertaria os cativos das prisões, e
livraria as pessoas da cova e dos calabouços. Finalmente, este homem iria
remir para Si um povo, guiando-os por um caminho que lhes era
desconhecido. E Ele seria uma aliança para essas pessoas, levando-as à
fontes de águas vivas.
Segundo Isaías, esse homem que viria teria o governo sobre Seus
ombros. E estabeleceria um reino eterno, que nunca passaria. Os reis O
reverenciariam, e príncipes se levantariam para adorá-Lo. Ele seria luz para
os gentios, trazendo salvação para todos os cantos do mundo. E seria um
Salvador eterno.
Tente imaginar o entusiasmo do etíope ao ler estas coisas
maravilhosas. Evidentemente, esse diplomata estava com fome de Deus, ou
não estaria lendo as escrituras. E agora a profecia de Isaías revelava a vinda
de um rei eterno. Com tantas revelações, o pensamento do diplomata deve
ter se formado: "Quem é esse homem maravilhoso?".
Porém, tinha ele acabado exatamente de ler sobre a glória e a
grandeza desse homem que viria, quando tropeçou nas palavras de Isaías
que o confundiram: "De sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi
cortado da terra dos viventes" (53:8). "Na sua humilhação, lhe negaram
justiça; quem lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é
tirada" (Atos 8:33). Por fim, o diplomata lê um verso que parecia contradizer
essas coisas: "Verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade
do Senhor prosperará nas suas mãos" (Isaías 53:10).
Tudo isso era tão confuso. O etíope volta-se para Filipe e pergunta:
"Como poderei entender, se alguém não me explicar?" (Atos 8:31). Eis o que
lhe estava confundindo: "Como um morto pode ver seus filhos? E como pode
prolongar seus dias na terra? Isaías diz que tal homem será eliminado, morto
e sepultado. Como ele poderia ter sobre si a boa vontade do Senhor nessas
condições? Como seria sua descendência declarada ao mundo?".
Talvez ajude perguntarmos o que quer dizer a frase "Quem lhe poderá
descrever a geração?". Em grego o sentido vem da raíz que significa
"canalizar um ato". Em outras palavras: "Quem irá inteiramente dizer respeito
(como parente) a este homem e a todos os Seus atos? Quem demonstrará
amplamente ao mundo tudo a que Ele se refere? Quem manterá Sua
lembrança viva?".
Nesse ponto, Filipe começa a abrir os olhos do etíope. Primeiro, "Filipe
explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a
Jesus" (Atos 8:35). Filipe explica ao diplomata: "O homem sobre o qual você
está lendo já veio. O Seu nome é Jesus de Nazaré, e Ele é o Messias".
A seguir, Filipe explica Isaías 53:11: "Ele verá o fruto do penoso
trabalho de sua alma e ficará satisfeito". Filipe diz ao diplomata basicamente:
"O penoso trabalho de Cristo foi a Crucificação. É quando Ele foi cortado
dentre os viventes e sepultado. Mas o Pai levantou-O dentre os mortos. E
agora Ele está vivo em glória. Todo aquele que confessa o Seu nome e crê
nEle se torna Seu filho. Na verdade, a posteridade de Cristo vive em todas as
nações. É assim que a Sua vida é prolongada, através do Espírito Santo em
Seus filhos. Agora você também pode ser um filho Seu".
Que novas incríveis aos ouvidos do etíope. Não é de se admirar que
tenha ficado ansioso para pular do carro e ser batizado. "Respondendo ele,
disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Então, mandou parar o
carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco" (Atos 8:37-38).
A
Questão
Para
Nós
Como a Vida de Cristo é Prolongada em Nossa Geração?
é:
Tenho de perguntar a mim mesmo: "Como prolongo a vida de Cristo?
A minha própria vida é uma expressão plena de quem Ele é? Sou eu
verdadeiramente um canal através do qual a vida de Jesus é desenvolvida?
Será que o meu andar revela que Ele está vivo e ativo hoje?". Para responder
essas perguntas, devo também perguntar: eu levo a sério a profecia de Isaías
53? Posso eu honestamente dizer que sou semente, descendência de Cristo,
e que Ele está satisfeito pelo que vê em mim?
Quando falamos sobre prolongar a vida de Cristo, estamos nos
referindo ao fluir de Sua vida em nós. Como manter esse fluxo, tal que o
testemunho de Jesus possa se estender através de nós?
Atente para Provérbios 4:23: "Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o teu coração, pois dele procedem as saídas da vida". Prego com
intensidade sobre a necessidade de se orar, jejuar e estudar as escrituras.
Também pleiteio de Deus o favor de eu ter mais fome de buscá-Lo, de
caminhar mais perto dEle, de uma maior paixão por Jesus. Mas Provérbios
diz que temos de avaliar ítens ainda mais profundos do que estes. Esse
versículo fala de questões do coração, de coisas ocultas e secretas que
determinam o fluxo vital que emana de nós.
Veja, mesmo se eu orar durante mais horas, se jejuar com mais
freqüência, e ler a Bíblia com mais diligência, ainda assim posso estar
contaminado na mente. Pode haver bloqueios em meu coração que impedem
o fluir da vida de Cristo em mim. E posso chegar a ser tão impuro a ponto de
travar toda essa vida, com exceção de um pequeno gotejamento. Então
estarei impedido de prolongar a Sua vida, de declarar plenamente a Sua
geração.
Jesus nos diz claramente o que contamina uma pessoa: "Ouvi, e
entendei: O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que
sai da boca, isto sim é o que contamina o homem" (Mateus 15:10-11). O que
são estas questões do coração? Quais são os caminhos que poluem primeiro
o nosso homem interior, e a seguir todo o nosso ser?
A Bíblia aponta para três questões: uma boca impura, ouvidos impuros
e olhos impuros. Como servos do Senhor, não podemos permitir que algo
prejudique o fluir da vida de Cristo em nós. Se sou a Sua linhagem, a Sua
semente - escolhido para proclamar a Sua geração, para canalizar a Sua vida
ressurrecta através do meu caminhar - então tenho de governar o meu
coração e as minhas ações pela Sua palavra. E se alguma parte do meu
homem interior for contaminada - a minha boca, os meus ouvidos ou olhos então a minha vida exterior e o meu testemunho serão prejudicados.
1. Uma Boca Impura
Mais uma vez, voltamos a Isaías 53 para um retrato de quem Jesus é,
e daquilo que se relaciona com Ele. Esse capítulo diz o seguinte sobre Ele:
"Nem dolo algum se achou em sua boca" (53:9).
Como manifestamos Cristo nessa particular questão do coração? Esse
ponto é referido nos dois Testamentos. Tiago adverte a igreja: "Ora, a língua
é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros do
nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a
carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas
pelo inferno" (Tiago 3:6).
Lemos advertência semelhante em Isaías: "Então, clamarás, e o
Senhor te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares
do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso" (58:9). Em
hebraico, injurioso aqui quer dizer rude, irreverente, desrespeitoso
Isaías está fazendo uma declaração tremenda. A razão precisa pela
qual oramos, jejuamos e estudamos a palavra de Deus é sermos ouvidos nos
céus. Mas o Senhor inclui um enorme "se" a isso. Declara: "Se você quer que
Eu o ouça das alturas, então terá de olhar para as suas questões do coração.
Sim, Eu lhe ouvirei - se você parar de apontar o dedo para os outros, se parar
de falar deles de maneira desrespeitosa".
É um grande pecado aos olhos de Deus falarmos de uma maneira que
suje a reputação de outro. Provérbios nos diz: "Mais vale o bom nome do que
as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro". Uma
boa reputação é um tesouro cuidadosamente construído com o tempo.
Contudo, posso rapidamente destruir o tesouro de qualquer pessoa com uma
única palavra de difamação da minha boca.
Ora, não temos a ousadia de roubar o relógio de ouro de alguém, ou a
sua conta bancária. Mesmo assim, Deus declara claramente que caluniar o
nome de uma pessoa é um roubo da pior espécie. E podemos fazer isso
através das maneiras mais sutis: apontando um dedo acusador,
questionando o caráter, passando boatos e fofocas. Em verdade, três das
palavras mais danosas que podemos dizer são "Você soube que?...". A
simples sugestão da pergunta rouba da pessoa algo de valor. E contamina a
nossa própria boca.
Muitos dentro da casa de Deus não têm levado a Sua palavra a sério
nesta área. O Salmo 50 explica detalhadamente tanto o pecado da
contaminação da boca, quanto as suas conseqüências:
"Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua trama enganos. Sentas-te
para falar contra o teu irmão e difamas o filho de tua mãe. Tens feito estas
cousas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te argüirei e
porei tudo à tua vista. Considerai, pois, nisto, vós que vos esqueceis de Deus,
para que não vos despedace, sem haver quem vos livre. O que me ofereceu
sacrifício de ações de graças, esse me glorificará; e ao que prepara o seu
caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus" (Salmo 50: 19-23).
Então, por que fazemos isso? Por que não temos temor e reverência
pela palavra de Deus neste assunto? Por que falamos com tanta facilidade
dos outros com palavras vãs? Por que continuamos usando palavras sem
nenhum cuidado, com uma língua descontrolada? Este Salmo nos diz o
porque: "Pensavas que eu era teu igual".
Para simplificar: fazemos Deus parecer conosco. Nós torcemos e
amoldamos a Sua palavra para que reflita nossa própria tendência para julgar
externamente uma pessoa. E ignoramos o hábito de Deus no considerar os
pontos ocultos e profundos do coração de outrem.
Ora, o Senhor está nos dizendo aqui no Salmo 50: "Vou te reprovar,
porque quero que coloques esse assunto em ordem. Tens de enxergar a tua
impureza da maneira que Eu a vejo: como maligna e perniciosa, como um
sério perigo para a tua alma".
Como ministro do Senhor, desejo que a vida de Cristo possa fluir de
minhas pregações. E como marido, pai e avô, quero que ela flua de mim
livremente à minha família. Então, a nascente da vida de Cristo em mim não
pode ser contaminda. Não posso permitir nenhum envenenamento da fonte, e
nenhum bloqueio que prejudique o seu livre fluxo em mim.
Mas tenho de tornar isso uma decisão consciente da minha parte.
Tenho de continuamente clamar ao Santo Espírito: "Senhor, convença-me
toda vez que eu me contaminar". Davi assumiu esse tipo de determinação.
Ele registra: "Iniqüidade nenhuma encontras em mim" (Salmo 17:3). "Põe
guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios" (141:3).
Você pode se perguntar: "Será que é possível controlar realmente a
língua, se dispor a não pecar com a boca?". Davi responde com esse
testemunho: "Eu disse: Guardarei os meus caminhos para não delinquir com
a minha língua; enfrearei a minha boca enquanto o ímpio estiver diante de
mim" (39:1). Ele está dizendo basicamente: "Toda vez que monto um cavalo,
tenho de pôr um freio em sua boca. E assim como faço com o cavalo, tenho
de fazer com a minha língua".
2. Ouvidos Impuros
Como proclamar a geração de Jesus em relação a este ponto? Como
eu prolongo a Sua vida no tocante a guardar os meus ouvidos da impureza?
Novamente, Isaías fala do exemplo de Cristo: "O Senhor Deus me deu
língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele me
desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os
eruditos. O Senhor Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde, não me
retraí" (Isaías 50: 4-5).
Note o último versículo: Jesus era despertado cada manhã pelo
Espírito Santo. E o Espírito sintonizava os ouvidos de Cristo para ouvir a
palavra do Pai. Quando Jesus testifica "e eu não fui rebelde, não me retraí",
está dizendo: "quando Eu estava na terra, aprendi o que deveria dizer, fazer e
ouvir. E nunca me retraí quanto a isso". Segundo Paulo, Jesus aprendeu a
obediência através dos sofrimentos. Agora Cristo está dizendo: "Tudo aquilo
que o Pai me mandou fazer, Eu fiz. Aceitei a palavra dEle, não importando as
conseqüências".
Amado, eu preciso deste tipo de despertamento espiritual todos os
dias. Tenho de ser lembrado pelo Espírito Santo: "David, feche teus ouvidos a
todos os tipos de calúnia, mexericos e sujeira. Evite ser contaminado".
Os próprios discípulos de Jesus tinham ouvidos impuros. Uma ocasião,
Ele lhes disse: "Fixai nos vossos ouvidos as seguintes palavras: o Filho do
homem está para ser entregue nas mãos dos homens" (Lucas 9:44). Ele
estava dizendo, em outras palavras: "Prestem muita atenção, pois estou
prestes a lhes dar uma importante revelação. Eu vou ser crucificado. Então,
que isto penetre bem fundo em seus ouvidos. Trata-se de uma coisa que
vocês precisam saber".
Jesus nunca havia sido tão enfático com os discípulos. Ele nunca tinha
dito: "Fixem em seus ouvidos essas palavras. Se vocês nunca ouviram nada
que Eu disse, ouçam agora". Então, como eles reagiram a isso? As escrituras
dizem: "Eles, porém, não entendiam isto" (9:45). Por que eles não
conseguiam ouvir o que o Mestre estava lhes dizendo? Porque os seus
ouvidos haviam se tornado impuros pelo interesse pessoal. Imediatamente
lemos: "Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o
maior" (9:46).
Eis aqui prova positiva de que ouvidos impuros não conseguem
receber as revelações profundas da palavra de Deus. Estes homens não
podiam ouvir a voz de Jesus, mesmo estando Ele diante deles em carne e
osso, falando-lhes normalmente. Pelo contrário, as escrituras dizem: "isto...
foi-lhes encoberto para que o não compreendessem" (9:45). Tenho de
perguntar: será que a experiência dos discípulos na Crucificação teria sido
diferente se eles tivessem sido capazes de ouvir Jesus? Será que teriam
fugido como fizeram? Ou teriam reagido diferente?
A verdade é: qualquer um que esteja absorvido em seus próprios
interesses não consegue enxergar o fato real em relação a si. E se
conseguisse enxergar, não o admitiria. É por isso que os discípulos não
conseguiam ouvir o quê Jesus estava lhes dizendo. Eles estavam tão
centralizados em si mesmos, com tanta vontade de elogiarem a si próprios,
que não conseguiriam ouvir a voz de Cristo, ou de qualquer pessoa piedosa.
Eu não havia compreendido o quanto sou culpado deste terrível
pecado até a recente série de pregações que fiz nas Ilhas Britânicas. Meu
filho Gary, e eu, estávamos sendo levados de carro ao local de pregações por
um pastor. Ele educadamente perguntou como estavam decorrendo os
nossos cultos. Quando tentei responder, contudo, ele me interrompeu para
falar de suas próprias pregações. Isso ocorreu várias vezes. À cada uma
delas, ele me "passava na frente", com histórias de ter tido multidões
maiores, e de ter visitado mais países do que eu.
Finalmente, fiquei tão aborrecido que me calei e o deixei falar. Nessa
hora, olhei para Gary e virei os olhos. Pensei: "Como ele gosta de se exibir.
Esse pastor não pára de falar".
Aí senti um cutucão do Espírito Santo. Ele me cochichou: "Pense por
que você se aborreceu, David. É porque este homem não está lhe ouvindo.
Você é quem queria estar falando. E agora, ouvindo as histórias dele, você
quer se vangloriar do seu próprio ministério. Você pode ter parado de falar,
mas tem um espírito de vanglória no coração".
E mais, eu havia tornado a minha boca impura. Note que eu não havia
dito nada terrível sobre aquele homem. Na verdade, eu não havia proferido
uma única palavra sobre ele. Contudo, simplesmente virando os olhos, eu o
havia caluniado para o meu filho.
Posso pregar sobre santidade, posso mostrar os pecados da
sociedade, posso ministrar sobre a vitória da Nova Aliança. Mas se permitir
que meus ouvidos fiquem impuros - se eu bloquear outra pessoa
concentrando-me em meus próprios interesses, se eu não conseguir ouvi-la
com respeito - então a vida de Cristo não é prolongada em mim. Terei
deixado de viver uma vida que satisfaça ao Senhor. E não estarei difundindo
o fruto de Seu penoso trabalho.
3. Olhos Impuros
Mais uma vez voltamos à profecia de Isaías sobre Cristo. E esta
passagem revela que Jesus possuia olhos puros, não contaminados:
"Deleitar-se-á no temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos seus
olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos" (Isaías 11:3). A
tradução literal aqui é: "Ele não julgará segundo a aparência diante dos Seus
olhos; nem repreenderá segundo o que Seus ouvidos Lhe disserem".
Resumindo, Cristo não vai julgar uma pessoa simplesmente olhando para ela,
ou pelo que ouve sobre ela.
Amado, Deus está chegando ao coração do assunto bem aqui.
Naturalmente, sabemos que a pornografia torna os olhos impuros, assim
como muitos filmes e programas de TV. Em verdade, poderíamos listar um
enorme catálogo de coisas que contaminam os olhos. Mas há um ponto mais
profundo e oculto, com o qual temos de tratar. E trata-se do "julgamento
mental".
Eu pergunto: por que não consideramos o julgamento mental que
fazemos sobre os outros como sendo um pecado sério? Muitas vezes quando
encontramos alguém, nós imediatamente "o medimos". Após breves olhadas
e breve troca de palavras, achamos que conseguimos medir acuradamente
esta pessoa. E imediatamente julgamos o seu caráter pelo pouco que vimos
e ouvimos.
Nem dá para eu dizer quantas vezes tenho feito isso com as pessoas.
Encontro alguém e penso: "O meu espírito não está me dando um bom
testemunho sobre tal pessoa. Ela não consegue me olhar nos olhos. Não dá
para eu especificar já, mas alguma coisa não está certa com ela". E confio
em meu julgamento interior com se fosse infalível.
Pior, os nossos rápidos julgamentos sobre as pessoas estão muitas
vezes contaminados por relatos malévolos da parte de outrem. Uma palavra
desrespeitosa fica plantada em nossa mente, e ela traz a tonalidade de tudo
que pensamos sobre alguém que ainda nem vimos. Então, quando ficamos
na presença desta pessoa, a terrível palavra que ouvimos volta correndo à
nossa mente. E "medimos" a pessoa segundo o que nos foi contado.
Durante a minha visita à Grã-Bretanha, um pastor bem intencionado
me puxou de lado e cochichou: "Você vai encontrar um homem muito rico no
próximo culto. Quero previni-lo que ele se acha o dono da igreja porque dá
muito dinheiro. Como resultado, ele afastou muita gente boa".
Eu me permiti ser contaminado por essa palavra. E quando encontrei o
homem rico, mal lhe dei atenção. Nem lhe dei chance, porque já lhe havia
julgado pelo que tinha ouvido.
Me arrependi disso. Mas ao longo dos anos tenho sido culpado por
este pecado, vez após outra. Secretamente tenho julgado milhares de
homens e mulheres a partir de opiniões mentais rápidas formadas sobre eles
de imediato. Algumas vezes, até recusei ou rompi relações com pessoas
devido a julgamentos rápidos.
Julguei um ministro dessa maneira quando estive na Grã Bretanha.
Assim que começou a adoração para o início do culto, o pastor pulou da
cadeira e correu por entre os bancos rejubilando-se. O meu primeiro
pensamento foi "Esse homem está querendo aparecer. Está agindo na
carne". Então o pastor ajudante se inclinou e cochichou para mim: "Pastor
David, o senhor sabe por que ele está fazendo isso? É porque ele tem uma
consciência limpa. Ele é um homem feliz".
Eu havia permitido que a minha visão literal prejudicasse a minha visão
espiritual. E isso contaminou os meus olhos. Jesus adverte especificamente
sobre esse pecado: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a
reta justiça" (Jo. 7:24).
Há pouco tempo encontrei um ministro que conheço há anos. Toda vez
que o encontrava no passado eu comentava com minha esposa: "Esse
homem é tão vazio, tão aparecido. Não sei como Deus pode abençoá-lo". Aí
reencontrei esse mesmo homem após o Espírito Santo ter tratado comigo
quanto ao julgamento mental em relação aos outros. Desta vez, o Espírito me
disse: "Ame-o. Se aquiete e ouça-o. A seguir ore com ele".
Obedeci. Amei aquele homem, ouvi-o falar, e após isso peguei sua
mão e orei. Assim que nos separamos, uma coisa estranha aconteceu
comigo: fui atingido pela dor. Um terror passou através de mim - o terror do
que eu houvera feito a esse homem durante anos. Enxerguei a extrema
pecaminosidade da minha impureza.
Davi exorta: "Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a
meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e
Libertador meu" (Salmo 19:14). O apóstolo Paulo acrescenta essa
perspectiva: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que
for boa para promover a edificação, conforme a necessidade, para que
beneficie aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus" (Ef.
4:31-31; 29-30).
Prezado santo, inexiste pessoa lendo esta mensagem que seja santa
demais para não guardá-la e mudar. Quanto a mim, sinto a dor de Deus
quanto à maneira pela qual mal julguei as pessoas em todos estes anos, de
maneira consciente ou não. Insisto em que você clame junto com o meu
coração:
"Ó Senhor, por que eu não estava pronto para ouvir isso antes? Por
que não tratei com isso antes? Desejo proclamar o Teu evangelho, declarar a
Tua geração. Por favor Jesus, perdoa-me. Purifica a minha boca impura, os
meus ouvidos e os meus olhos impuros. E me dê um coração renovado. Não
quero que coisa alguma impeça a minha vida de ser uma manifestação plena
de quem Tu és".
Possa o Senhor ouvir o nosso clamor e se mover rapidamente para
nos refazer. Ele nos dará força para que nos afastemos de falar o mal, ouvir o
mal e de julgar pela mente. Então seremos mais capazes para prolongar os
dias do nosso Senhor.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Um Outro Tipo
(Men of Another Sort)
Por
21
__________
de
de
Gente
David
julho
-
21
de
julho
de
2003
de
Quando leio da bravura de homens piedosos no Velho Testamento o
meu coração arde. Esses servos carregavam tanto peso pela causa do nome
de Deus, que chegaram a produzir obras que confundem a cabeça da maioria
dos cristãos de hoje.
Os santos daquele tempo eram como rochas em sua recusa a
prosseguir na ausência de uma Palavra divina. E choravam e se lamentavam
dias seguidos por causa da apostasia da casa de Deus. Eles recusavam-se a
comer, beber ou a se lavar. Eles raspavam chumaços de cabelo da cabeça e
da barba. O profeta Jeremias chegou a ficar deitado de lado nas ruas de
Jerusalém por 365 dias, avisando continuamente quanto à chegada iminente
de julgamento de Deus.
Eu me pergunto: onde estes santos conseguiram a autoridade
espiritual e o vigor para fazerem tudo o que fizeram? Eles eram um outro tipo
de gente, servos de um tipo totalmente diferente daquele que vemos hoje na
igreja. Eu simplesmente não consigo me ver relacionado a eles, e ao seu
caminhar. Sei que não sou totalmente do tipo deles. E não conheço um único
cristão que seja. .
Há algo em relação a isso que me incomoda. A Bíblia diz que a
bravura destes homens do Velho Testamento foi registrada como lição para
nós: "Tudo isso lhes aconteceu como exemplos, e estas coisas estão escritas
para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos" (I
Wilkerson
2003
Coríntios 10:11). Suas histórias têm o objetivo de nos servir como exemplos,
para nos ensinar como mover o coração de Deus, ou a como levar um povo
corrompido ao arrependimento.
Então, será que esses santos eram uma geração especial? Será que
eram súper-homens, com um destino predeterminado, dotados de poderes
sobrenaturais desconhecidos à nossa geração? Não, de jeito nenhum. A
Bíblia declara enfaticamente que os nossos piedosos antecessores eram
pessoas exatamente como você e eu, sujeitos às mesmas paixões da carne
(veja Tiago 5:17). O fato é o seguinte: os seus exemplos revelam um caminho
que devemos seguir. Estes homens possuíam algo em seu caráter que levou
Deus a colocar as Suas mãos sobre eles. É por isso que Ele os escolheu
para cumprir Seus propósitos. E Ele está insistindo em que busquemos essa
mesma qualidade de caráter atualmente.
Me incomoda também outra diferença entre estes homens do passado
e a maioria dos cristãos de hoje. Vivemos no período mais corrupto da
história. A nossa geração atual é várias vezes pior que aquela de Nínive ou
Sodoma. Temos a cerviz mais dura que o antigo Israel, somos mais violentos
que os dos dias de Noé. Se há uma época em que o mundo precise de
santos piedosos de intensa fé, é agora. E creio que Deus está procurando o
mesmo tipo de servos devotos hoje. Ele está buscando homens e mulheres
que se empenharão em conhecer o Seu coração, em realizar poderosos atos
heróicos em Seu nome, e trazer sociedades inteiras de volta a Ele.
Pense nisso: por que Deus iria levantar homens de profundo
quebrantamento e propósitos santos no passado, e negligenciar fazer o
mesmo hoje? Por que iria Ele arbitrariamente deixar a geração mais
necessitada da história sem vozes santas? Sabemos que Deus não mudou.
Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre (v. Hebreus 13:8). E servimos o
mesmo Senhor das gerações passadas. Assim, onde estão os intensos
servos hoje que carregarão a Sua responsabilidade, e falarão por Sua causa?
Finalmente, o quê mais me incomoda é que possuímos algo que os
piedosos homens do passado não tinham. Nestes últimos dias, o Senhor tem
derramado sobre nós o dom do Seu Santo Espírito. Portanto, a nossa
geração tem acesso a mais poder sustentador e a mais dons celestiais do
que em qualquer época. Em resumo, foi nos dado tudo que é necessário para
que nos levantemos em fé como outro tipo de gente. E Deus está
convocando exatamente tais servos para dar um passo à frente e serem
separados.
A questão para nós é: por que Deus tocou e ungiu particularmente tais
pessoas de maneira tão poderosa? Por que seus ministérios foram capazes
de mudar o destino de nações inteiras? A Bíblia revela como esse "outro tipo
de gente" ficou tão arrebatada com o Senhor e a Sua causa. E estabelece
como a trajetória deles pode ser trilhada por qualquer servo de Deus.
1. Esdras Foi um Homem de Deus que Despertou Sua Nação Inteira
As escrituras dizem que Esdras foi um homem que tinha a mão de
Deus sobre si. Esdras testifica: "Visto que a boa mão do Senhor, meu Deus,
estava sobre mim, animei-me" (Esdras 7:28). Em outras palavras, Deus
estendeu a Sua mão, envolveu Esdras e o tornou um homem diferente.
Por que Deus faria isso com Esdras? Havia centenas de escribas em
Israel na época. Todos tinham o mesmo chamado para estudar e explicar a
palavra de Deus ao povo. O que distinguiu Esdras dos outros? Qual foi a
causa de o Senhor ter colocado Sua mão sobre este homem, e lhe dado a
incumbência de junto a 50.000 pessoas reconstruir a cidade caída de
Jerusalém?
As escrituras nos dão a resposta: "Esdras tinha preparado o seu
coração para buscar e cumprir a lei do Senhor" (Esdras 7:10). É simples:
Esdras fez uma decisão consciente. Ele se determinou acima de tudo a
buscar a Palavra de Deus e a obedecê-la. E não se desviou desta decisão.
Ele disse a si próprio: "Serei um estudioso da Palavra. E agirei em cima de
tudo que ler".
Esdras não teve uma experiência sobrenatural que lhe tenha dado
amor pelas escrituras. Ele não foi agitado pelo Espírito de Deus durante a
noite ouvindo "Você vai levar 50.000 ao arrependimento e a cumprir a Minha
obra. E para realizar isso, vai precisar de poder, força, pureza, autoridade
espiritual. Contudo, isso só vem conhecendo e obedecendo a Minha Palavra.
Então, para que se cumpra o Meu plano para você, vou lhe dotar de amor
pelas escrituras. Amanhã, você despertará com uma fome crescente por
estudar e obedecer a Minha palavra".
Não foi isso que ocorreu em absoluto. Muito antes de Deus pôr Suas
mãos sobre Esdras, esse homem já era diligente em buscar as escrituras. Ele
se permitia ser examinado por elas, purificado por elas, e lavado de toda
imundície do corpo e do espírito. Como resultado, Deus viu em Esdras um
homem saturado por Sua Palavra. Esdras tinha fome das escrituras e se
alegrava nelas. Em resumo, ele permitia que elas preparassem o seu coração
para qualquer obra que Deus escolhesse para ele realizar. É por isso que o
Senhor pôs Suas mãos sobre Esdras e o ungiu.
Sim, a unção de Deus é sobrenatural. Mas Ele impõe Suas mãos só
sobre aqueles que se entregam inteiramente a conhecer e obedecer a Sua
palavra. É aqui que se inicia toda unção. Ninguém pode esperar o toque de
Deus em sua vida caso não esteja apaixonado pelas escrituras.
Como Esdras, Davi era "um outro tipo de gente" que mudou o caminho
de sua nação. E, como Esdras, Davi saturava seu coração com a Palavra de
Deus. Ele escreveu o Salmo 119 que contém 176 versículos, quase todos
eles exaltando a glória da Palavra de Deus: "Escondi a tua palavra no meu
coração, para eu não pecar contra ti...recrear-me-ei nos teus estatutos; não
me esquecerei da tua palavra...Oh! quanto amo a tua lei! é a minha
meditação em todo o dia... Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz
para o meu caminho...A tua palavra é muito pura, por isso o teu servo a ama"
(119:11,16,97,105,140).
Esdras Também Determinou em Seu Coração Jejuar e Orar
"Então, apregoei...um jejum...para nos humilharmos perante o nosso
Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para
tudo o que era nosso" (Esdras 8:21).
Nessa época Esdras estava guiando a congregação de volta para
Jerusalém. A jornada seria perigosa, cheia de ladrões, assaltantes e
assassinos. Então o rei da Pérsia ofereceu enviar uma milícia junto com eles.
Mas Esdras não aceitou a oferta. Antes, testificou ao rei: "A boa mão do
nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua
força e a sua ira, contra todos os que o abandonam" (8:22).
A resposta de Esdras nos diz várias coisas em relação às
determinações de "um outro tipo de gente". Primeiro, Esdras confirma mais
uma vez que a mão de Deus não está apenas sobre uns poucos. O Senhor
estende o Seu toque a todo aquele que se determina a buscá-Lo:"A boa mão
do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles"
Segundo, Esdras diz ao rei: "a Sua (de Deus) ira (é), contra todos os
que o abandonam". Ele estava dizendo basicamente: "Obrigado por sua
oferta, rei, mas servimos a um Deus poderoso. Ele é capaz de nos preservar
em todos os aspectos da obra à qual nos chamou a cumprir". Esdras estava
tão seguro disso, que as escrituras dizem que ele teve "vergonha de pedir ao
rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho" (8:22).
Finalmente, Esdras convocou o povo a observar um jejum. Isso quer
dizer que ele não estava simplesmente mandando o povo aceitar as
promessas de Deus pela fé. Ele não disse simplesmente, "Temos de ficar
firmes na Palavra de que Deus nos protegerá. Enquanto isso, vamos
prosseguindo".
Não, de acordo com Esdras, havia algo mais a ser feito. Ele estava
dizendo: "Sim, cremos na Palavra de Deus para nós. Mas agora temos de
jejuar e orar até que vejamos Sua palavra se cumprindo. E não daremos um
passo à frente enquanto isso não ocorrer". Então, as escrituras dizem, "Nós,
pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e ele nos atendeu...e a boa
mão do nosso Deus estava sobre nós e livrou-nos das mãos dos inimigos e
dos que nos armavam ciladas pelo caminho" (8:23,31).
Esta mesma qualidade de caráter é encontrada por todo o Velho
Testamento. Moisés, Josué, os anciãos e profetas - todos jejuavam e oravam.
Eles não aceitavam simplesmente por uma casualidade a palavra de Deus
pela fé. Eles agiam baseados nela em fé. E isso significava não
simplesmente prosseguir por acaso, mas jejuar e orar primeiro, em plena
confiança do cumprimento da Palavra de Deus.
Este mesmo padrão bíblico é dirigido a nós hoje. O Exército da
Salvação foi fundado pelo General Booth através de jejum e oração.
Igualmente, o nosso próprio ministério do Desafio Jovem nasceu há mais de
quarenta anos atrás a partir da oração e do jejum. O mesmo é verdade em
relação a inúmeros ministérios que estão florescendo até hoje. O Senhor
chama ao jejum e à oração todo aquele que põe seu coração na causa de
Deus.
Somando-se ao Estudo da Palavra de Deus e ao Jejum e à Oração,
Deve Ocorrer Purificação a Partir de Sua Palavra
Esdras e aqueles do mesmo tipo prantearam e se alegraram sob a
mão de Deus. Mas, como esses homens consagrados chegaram até esse
ponto? Como conseguiram compartilhar do sofrimento do coração de Deus
pelos pecados de sua geração?
Encontramos a resposta no ministério de Esdras. Assim que o povo
chegou a Jerusalém, Esdras foi usado por Deus para produzir um
arrependimento generalizado e amplo. "Esdras bendisse ao Senhor, o grande
Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! -, levantando as mãos"
(Neemias 8:6).
Esdras então lê a palavra de Deus para o povo. E "todo o povo
chorava, ouvindo as palavras da lei" (8:9). No entanto, assim que o povo se
arrepende, Esdras insiste em que se alegre. "Não prateeis, nem choreis...não
vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força" (Neemias 8:910). Então "todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a
regozijar-se grandemente, porque tinham entendido as palavras que lhe
foram explicadas" (8:12).
Eu lhe pergunto: por que houve o júbilo? Foi porque um homem já
havia assumido a visão de compartilhar o pesar do coração de Deus pelos
pecados do povo. Esdras já sabia das transgressões, e de como o povo havia
se misturado aos pagãos e tolerado suas abominações. Qual foi a reação de
Esdras a isso?
"Ouvindo eu tal cousa, rasguei as minhas vestes e o meu manto, e
arranquei os cabelos da cabeça e da barba, e me assentei atônito...me pus
de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus, e disse: Meu Deus!
Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face, meu Deus, porque
as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa
culpa cresceu até os céus...ninguém há que possa estar na tua presença por
causa disto" (Esdras 9:3, 5-6, 15).
Esdras foi sacudido até o âmago na hora em que enxergou a
profundidade dos pecados do povo. Então, como ele soube o quão profundo
eles haviam ferido o coração de Deus? Foi porque Esdras teve uma visão
clara da ira divina. A palavra de Deus ficou martelando sua alma, levando-o a
gritar: "Estou envergonhado. Fico vermelho de vergonha aos Teus olhos, por
causa dos nossos pecados". Ninguém pode experimentar o tipo de
quebrantamento que Esdras teve a menos que tenha sido martelado pela
Palavra.
A mesma coisa é verdade em relação a todo aquele que é apaixonado
por Jesus atualmente. Se estamos saturados pela Sua Palavra, então
conhecemos pessoalmente os efeitos do Seu martelar. Ele tritura e quebra
toda rocha de orgulho e corrupção que há em nós. E nosso coração se
quebranta diante da intensidade com que nosso pecado O fere. "Não é a
minha palavra...martelo que esmiúça a penha?" (Jeremias 23:29). A seguir
vem real alegria.
2. Jeremias Fala de se Empenhar o Coração Para Buscar o Senhor
(v. Jeremias 30:21).
Vemos esse mesmo padrão bíblico sendo uma realidade na vida de
Jeremias. Este homem também aplicou seu coração em buscar o Senhor, e a
palavra de Deus veio a ele. Inúmeras vezes lemos do profeta: "A palavra do
Senhor veio a Jeremias".
Muitos comentadores chamam Jeremias de profeta chorão, e isso
certamente é verdade em relação a ele. Mas este homem também nos trouxe
o evangelho mais feliz e digno de louvor de todo o Velho Testamento. Afinal
de contas, ele prenunciou a glória vindoura da Nova Aliança: "Farei com eles
aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem" (Jeremias
32:40). "Saciarei de gordura a alma dos sacerdotes, e o meu povo se fartará
com a minha bondade, diz o Senhor" (31:14). "Purificá-los-ei de toda a sua
iniqüidade" (33:8).
Ora, essas são boas notícias. A Nova Aliança está cheia de
misericórdia, graça, alegria, paz e bondade. Mas, veja, há aqui uma história
pessoal por trás de cada palavra de Jeremias. E esta história inclui um
quebrantamento muito além da capacidade do ser humano.
Jeremias escreve: "Ah! Meu coração! Meu coração! Eu me contorço
em dores. Oh! As paredes do meu coração! Meu coração se agita! Não posso
calar-me, porque ouves, ó minha alma, o som da trombeta, o alarido de
guerra" (4:19). "Prouvera a Deus a minha cabeça se tornasse em água, e os
meus olhos, em fonte de lágrimas! Então, choraria de dia e de noite os
mortos da filha do meu povo" (9:1).
Jeremias estava chorando com lágrimas santas que não eram suas.
Na realidade, o profeta ouviu Deus dizendo de Sua própria dor, de Seu
coração desolado. Primeiro, o Senhor previne Jeremias de que está enviando
julgamento sobre Israel. E aí diz ao profeta, "Pelos montes levantarei choro e
pranto e pelas pastagens do deserto, lamentação" (9:10). Em grego a palavra
lamentação aqui quer dizer muitas lágrimas. O próprio Deus pranteva pelo
julgamento que viria sobre o Seu povo.
Quando ouviu isso, Jeremias compartilhou do peso do choro de Deus
pelo povo. Eu também tenho conhecido crentes piedosos que têm carregado
esse peso. A Irmã Basiléa Schlink, fundadora da Irmandade Evangélica
Luterana de Maria na Alemanha, era uma consagrada serva de Cristo. Nos
tornamos amigos com o passar dos anos, e essa dedicada mulher parecia
saber por experiência própria o peso do choro contido no coração de Deus.
Muitas vezes quando visitava o centro ministerial das irmãs, eu ia à
capela e as encontrava chorando. Elas pranteavam por várias coisas,
inclusive pelo papel de seu país no assassinato dos judeus por Hitler. Elas
choravam durante horas devido à essas transgressões. No começo, eu não
entendia porque crentes iriam ficar chorando durante horas seguidas. Então
comecei a conhecer com a Irmã Basiléia as profundezas da mágoa de Deus
por nossos pecados. Os muitos escritos dessa irmã são uma tocante
expressão destas profundezas.
Eu também senti algo deste pranto do Senhor durante recente série de
pregações que fiz nas Ilhas Britânicas. Enquanto eu falava a respeito do
declínio da igreja, um repórter britânico me perguntou: "O senhor não tem
nada de bom para dizer sobre a religião?".
A sua pergunta me fez pensar da terrível situação de tantos jovens lá.
Vivem nas ruas, em bebedeiras, se drogando e alienando as mentes.
Enquanto isso, a Igreja da Inglaterra está "des-consagrando" igreja após
igreja - ou seja, fechando as portas à casas de adoração que ficaram abertas
durante séculos.
Ao falar na Capela Westminster, a igreja do grande pregador E.Stanley
Jones, os jovens se apertavam nas galerias. Estavam famintos para ouvir
alguma coisa, qualquer coisa, que falasse da esperança em Deus. Ao fazer o
apelo no fim, eles correram para as salas de oração, chorando e pranteando
suas vidas partidas, sem esperança. Uma jovem de dezoito anos
apresentava olhar vidrado ao entrar na fila para a oração. Ela disse, "Sr.
Wilkerson, não consigo chorar. A igreja retirou a minha fé. Não sinto nada".
Por essa cena e muitas outras semelhantes, fui dominado por um
contristamento que ia além da dor do meu coração. Era o choro do coração
de Deus, me dizendo: "David, se alguma vez Eu necessitei de um profeta que
pranteie pela Minha casa, é agora".
Então, o que ocorre quando compartilhamos do peso do choro de
Deus? Ocorre que o Senhor, por Sua vez, compartilha conosco a
profundidade de Sua mente e de Seus pensamentos. Jeremias testifica disso.
A ele foi dada sabedoria com capacidade para discernir o seu tempo,
permitindo que visse o que estava por vir. "Porque o Senhor dos Exércitos,
que te plantou, pronunciou contra ti o mal...O Senhor mo fez saber, e eu o
soube; então, me fizeste ver as suas maquinações" (Jeremias 11:17-18).
Todo santo quebrantado, saturado pela Palavra, receberá
discernimento dos tempos. Na verdade, muitos na igreja não ficaram
surpresos pelos ataques de 11 de setembro de 2001. Durante meses antes
da tragédia, a Igreja de Times Square manteve cultos intercessórios onde
irrompia o choro, sem se saber de onde procederia o julgamento. Mas nos
tornamos cientes de que julgamento estava a caminho. Igualmente, creio que
todo ministro piedoso que conheça o coração choroso de Deus também teve
consciência de julgamento iminente.
3. Daniel Era Um Outro Tipo de Gente Que Voltou o Rosto Para o
Senhor
Daniel também foi "um outro tipo de gente" que fala de ser
quebrantado: "Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e
súplicas, com jejum, pano de saco e cinza. Orei ao Senhor, meu Deus,
confessei..." (Daniel 9:3-4). Por sua vez, Daniel foi capacitado para discernir
os tempos, porque conhecia o coração de Deus. "Eu, Daniel, entendi, pelos
livros, que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias...".
Ainda mais, foi Daniel que interpretou a visão da pedra caindo da montanha
para esmagar todos os reinos do mundo.
Como Daniel chegou à essa rota de quebrantamento, conhecimento e
discernimento? Começou com o seu estudo da Palavra de Deus. Daniel
permitiu que as escrituras se apoderassem inteiramente dele. E ele as citava
freqüente e extensamente, pois as havia escondido em seu coração: "Como
está escrito na lei..." (9:13).
No capítulo 10, esse piedoso profeta recebe uma visão de Cristo.
"Levantei os olhos...e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam
cingidos de ouro puro de Ufaz...o seu rosto, como um relâmpago, os seus
olhos, como tochas de fogo...e a voz das suas palavras era como o estrondo
de muita gente" (10:5-6).
Ora, havia outros homens com Daniel quando ele recebeu a visão. E
estes homens tinham de ser crentes. No cativeiro, Daniel estabeleceu um
padrão a si próprio de não se associar com o ímpio. Mesmo assim, esses
crentes que estavam com ele agora não eram "um outro tipo de gente", como
Daniel. Então quando veio a visão, estes homens fugiram. "Só eu, Daniel, tive
aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram; não obstante, caiu
sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam" (10:7).
A presença santa de Deus havia feito estes homens fugirem de medo.
E sabemos que só corações cheios de pecado escondido podem provocar
tanto medo da presença do Senhor.
Isso me leva à uma palavra final sobre a questão de ser um crente "de
outro tipo". Ultimamente tenho pensado muito sobre o dia quando estarei
diante de Cristo, que é homem e Deus. Como nós, Jesus andou pela terra,
conversou com os outros, e foi tocado por todos os sentimentos humanos. E
agora, ao comparecermos diante dEle, imediatamente veremos um
prazeiroso piscar de Seus olhos, ou um olhar ferido.
Penso nas palavras de Samuel para Saul: "Obraste nesciamente, e
não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou; porque
agora o Senhor teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Porém
agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem
segundo o seu coração" (I Samuel 13:13-14).
Saul estará lá naquele dia, junto com todos nós. Me pergunto o que o
Senhor dirá a ele então. Será que seria algo assim como se segue?
"Saul, quero lhe mostrar o quê Eu tinha em mente para você. Você
teria sido um pai amoroso para Davi. E a nação que governasse estaria de
joelhos humildemente diante de Mim. Você teria ganho para Israel o respeito
das nações em torno. E o Meu povo teria desfrutado de paz como um rio. Eu
teria lhe dado a honra e um nome que mostraríam o selo do próprio Deus.
Mas tudo foi diferente. Você abortou os Meus planos para si, porque
não levou Minha palavra a sério. Em vez disso, permitiu que a inveja, a
amargura e ausência de perdão lhe roubassem de tudo. Saul, veja o que
você perdeu".
É terrível pensar em Jesus me dizendo: "David, veja o quê poderia ter
acontecido. Contemple o reservatório de divinas bênçãos que você perdeu,
porque andou em orgulho. O seu ministério foi senão uma sombra do que Eu
havia planejado. Sim, Eu lhe perdoei e remi, mas você viveu muito abaixo do
que Eu desejava para si".
Prezado santo, vivemos nesse momento um tempo de vida ou morte.
E é hora de escolher entre o caminho para vida espiritual e obediência, ou o
caminho para morte espiritual e hipocrisia. Atente às palavras de Moisés: "Os
céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a
vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas,
tu e a tua semente" (Deuteronômio 30:19).
Insisto com você, determine hoje em seu coração buscar Deus com
toda diligência e determinação. Então vá à Sua Palavra com amor e vontade
cada vez maiores. Ore em jejum por quebrantamento, para receber o peso
que Deus sente. Finalmente, confesse e abandone tudo que impede o
Espírito Santo de abrir as bênçãos dos céus para si. A vereda para "outro tipo
de gente" está aberta a todos. Você quer andar nela?
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Como Salvar Sua Família da Ruína e da Destruição - 30 de junho de
Por
30
__________
2003
(How to Save Your Family from Ruin and Destruction)
David
de
Junho
de
“Sede sóbrios e vigilantes! O diabo, vosso adversário, anda em
derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro
5:8). A Bíblia nos diz mui claramente que nestes últimos dias a igreja de
Jesus Cristo enfrenta a ira de um diabo totalmente ensandecido. Satanás
sabe que seu tempo está acabando, e está decidido a devorar o povo de
Deus. “Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande
cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12:12).
Contra quem o diabo direciona a sua ira? Seu alvo são as famílias tanto as salvas quanto as não salvas - no mundo inteiro. Ele está rugindo
como leão esfomeado, atacando lares para devorá-los. Seu propósito infernal
é destruir casamentos, distanciar filhos, pôr os membros das famílias uns
contra os outros. O alvo é simples: ele procura levar ruína e destruição a todo
lar que puder.
Jesus referiu-se a esta obra demoníaca quando descreveu Satanás,
dizendo: “Ele foi homicida desde o princípio” (João 8:44). De fato, vemos o
plano destrutivo do inimigo contra a primeiríssima família da terra. Foi o diabo
que entrou em Caim e o convenceu a matar o irmão, Abel.
E esse homicida ainda está em ação. Estes últimos anos revelam isso
através de maneiras terríveis. Há quatro anos atrás, o diabo se apoderou de
dois garotos adolescentes no estado norte-americano do Colorado, e
instigou-os a uma violentíssima destruição. Quando os dois garotos
irromperam no Ginásio de Columbine com ímpeto homicida dos infernos, o
mundo ficou atônito. Balearam uma adolescente cara a cara enquanto ela
estava ajoelhada, orando; uma garota que conheciam e respeitavam. Quem,
além do próprio Satanás os impulsionaria a fazer isto?
Wilkerson
2003
Penso na ruína que tal fato causou tanto sobre as famílias das vítimas
quanto dos homicidas. Houve suicídios, distúrbios mentais, divórcios,
parentes traumatizados. A destruição causada por esse incidente ainda ecoa
acima do imaginável. E os pais e amigos dos envolvidos chorarão por toda a
vida.
Um ano depois, Kathleen Hagen, uma pioneira no campo da urologia
formada em Harvard, entrou sorrateiramente no quarto dos seus idosos pais
enquanto dormiam, na cidade de Chatham, Nova Jérsey, e os asfixiou com
um travesseiro. O pai tinha 92 anos e a mãe, 86. Ela, então, continuou
morando na casa por vários dias, ignorando os cadáveres no quarto. Ao ser
presa, parecia confusa e desgrenhada, porém sem qualquer remorso pelo
que fizera. Os psicólogos não souberam como explicar por que uma mulher
tão culta asfixiaria os pais, e depois continuaria a vida como se tudo fosse
normal.
Pense na devastação nunca mencionada nesta horrível história criminal. A
dor dos membros da família, a angústia dos netos – que ruína e destruição
horríveis. Quem além de Satanás, poderia ter levado uma mulher tão
respeitada a matar seus pais, sem razão aparente?
Há poucos anos, o jornal The New York Times publicou uma
reportagem perturbadora: “Pais Cansados Entregam Seus Filhos”. O artigo
falava sobre o número cada vez maior de pais frustrados que estavam
levando os filhos a um tribunal para entregá-los voluntariamente à custódia
do Estado, na corte de Manhattan, para adoção. Simplesmente eles não
conseguiam mais controlá-los. Um pai não conseguia cuidar do filho
adolescente, depois que a mãe do rapaz morreu. Um outro pai entregou a
filha adolescente porque ela estava vivendo de um jeito muito louco,
totalmente sem controle. Os funcionários do tribunal que escutaram estes
casos estavam desnorteados. Um juiz perguntou à mãe que havia trazido a
filha: “Você não a quer? Não gostaria de levá-la de volta para casa?” A mãe,
esgotada, movimentou a cabeça sinalizando que não. A jovem então
irrompeu em soluços incontroláveis.
O artigo assinalava que as famílias estavam se desintegrando numa
velocidade enorme. As Varas da Família de Nova York estavam
sobrecarregadas com os casos. Muitos dos filhos deixados em lares para
adoção logo ficavam piores. Alguns deles acabavam fugindo e vivendo nas
ruas.
Especialmente impressionante foi outra reportagem que relatava sobre
uma nova raça de drogados. Na manchete se lia: “Filhos Usando Drogas Em
Casa Com Os Pais”. Evidentemente, 30 por cento dos viciados de hoje dizem
que se viciaram em casa através dos pais, os quais os introduziram as
drogas. Como pode acontecer uma coisa destas?
Estes pais tinham sido usuários de drogas na adolescência. Então,
mais tarde, quando os filhos chegaram à adolescência, os pais pensaram:
“Nós usamos drogas, mas sobrevivemos. E estamos ótimos hoje. É melhor
que nossos filhos usem drogas em casa do que nas ruas. E é melhor que
aprendam a usá-las conosco do que com amigos inexperientes”. Assim
ensinaram os filhos como fumar maconha, cheirar cocaína e usar agulhas.
Desta maneira, raciocinaram, eles poderiam controlar o uso de drogas dos
filhos.
Mas o resultado disso chegou. Os filhos se viciaram, e suas vidas
saíram de controle. Muitos saíram de casa e estão vivendo nas ruas. Estão
bravos com os pais, desiludidos por seu horrível conselho. E estão
marginalizados pela sociedade, sem futuro. Agora os pais estão de coração
partido, cheios de culpa, derramando lágrimas que chegaram tarde demais.
Pergunto: como pode um pai tomar uma decisão tão insensata? Eles levaram
ruína sobre sua própria família. Quem, além de Satanás, poderia ter cegado
os seus olhos?
As tragédias que atormentam famílias hoje são inacreditáveis. E os
exemplos que mencionei são somente aqueles que estão acontecendo em
nosso país. No resto do mundo um diabo enfurecido está fazendo estragos. E
ele não vai parar enquanto não devorar toda família que estiver no seu
caminho.
Em
Meio
a
Toda
Satanás Não Deixou de Lado os Lares Cristãos
Essa
Destruição,
Muitas famílias crentes foram arruinadas pelo caos, tristeza e dor. E a
devastação demoníaca chegou de muitas formas: através do divórcio, de
filhos rebeldes, de vícios de todas as espécies. Entretanto o resultado é
sempre o mesmo: uma família antes feliz é desintegrada e devorada.
Vi tudo isto por experiência própria por mais de quarenta anos, com a
chegada de viciados e de alcoólatras aos centros de reabilitação de drogas
do nosso ministério. Viciados em drogas e alcoólatras procuravam nossos
centros de recuperação para receber ajuda. Era uma alegria ver aqueles
homens e mulheres devastados sendo maravilhosamente salvos e libertos da
escravidão. Jesus de maneira sobrenatural os transformava em novas
criaturas.
Um dos sinais mais seguros de uma genuína conversão era quando
um jovem ou uma mulher olhava para o seu passado e começava a perceber
o quê Satanás lhe havia roubado. Soluçavam enquanto apertavam uma foto
toda amassada do cônjuge, dos filhos ou dos pais. Como viciados, não
haviam se importado de perder a família; sua única preocupação era o álcool
e as drogas. Mas agora choravam copiosamente pelo que haviam perdido.
Apontavam a foto e diziam: “Pastor David, esta é minha esposa. Ela me
amava e eu a ela. E este é o meu filhinho. Mas agora não sei onde estão.
Veja o que perdi...”.
Era trágico, devastador. Em tais momentos, você entende o poder
destruidor de Satanás sobre estas famílias. Na verdade, a maior tragédia
nunca era o mal que o vício fizera aos corpos devastados e abatidos,
produzindo semblantes vazios. Pelo contrário, era o que fora roubado deles:
um cônjuge, um filho, um futuro. Ainda pior era o que fora roubado dos filhos
destas pessoas: uma chance de serem criados num lar piedoso, de
conhecerem o amor de Jesus, de serem amados e alimentados por pais
amorosos, de serem ensinados - através do exemplo - sobre como viver para
o
Senhor.
Afortunadamente, muitos desses ex-viciados foram abençoados por Deus
com a restauração de suas famílias. Ou em alguns casos, encontraram uma
nova família em seus companheiros de ministério. Mas continuo sofrendo
com
eles
pela
destruição
que
vivenciaram.
Agora volto ao título da mensagem: “Como salvar sua família da ruína e da
destruição”.
Eis o que o Espírito Santo tem me revelado sobre esse assunto.
Em
Qualquer
Lar
Alguém Tem Que se Agarrar a Jesus.
com
Problemas,
Chega uma hora que as circunstâncias da vida vão além da esperança
humana. Não há conselho, nem médico, remédio, ou qualquer outra coisa
que possa ajudar. A situação torna-se impossível. E requer um milagre,
senão tudo acabará em devastação.
Em tais momentos, a única esperança que resta é que alguém se
aproxime de Jesus. Alguém precisa ganhar o seu ouvido, sua atenção. Não
importa quem seja - o pai, a mãe ou o filho. Esta pessoa precisa tomar a
responsabilidade de se apropriar de Jesus. E precisa resolver que: “Não vou
sair daqui enquanto não escutar a voz do Senhor. Ele precisa me dizer: ‘Está
feito. Agora siga o seu caminho’”.
No evangelho de João, encontramos uma família que estava com este
tipo de crise. “Ora, havia um oficial do rei, cujo filho estava doente em
Cafarnaum” (João 4:46). Esta era uma família distinta, talvez até nobre. Um
espírito de morte pairava sobre o lar, enquanto os pais cuidavam do filho
moribundo. Poderia haver outros membros da família na casa, talvez tias e
tios, ou avós, ou outros filhos. As escrituras dizem que toda a casa creu,
incluindo os empregados. “... e ele creu (o pai) com toda sua casa” (4:53).
Alguém naquela casa infelicitada sabia quem era Jesus, e tinha ouvido
sobre o seu poder milagroso. E de alguma forma chegou a notícia de que
Cristo estava em Caná, a uns quarenta quilômetros de distância.
Desesperado, o pai tomou sobre si o encargo de aproximar-se do Senhor. As
escrituras dizem: “Tendo ouvido dizer que Jesus viera da Judéia para a
Galiléia, foi ter com ele...” (4:47).
Através dos anos, dezenas de mães de nossa igreja têm me procurado
chorando por suas famílias devastadas. Marido que abandonara a família, ou
o filho que estava na prisão, ou a filha que se tornara prostituta para sustentar
o vício de drogas. Muitas vezes, a mãe é a última esperança que a família
tem para se aproximar de Jesus. Então ela assume a responsabilidade da
intercessão. E se determina a orar até que o Senhor traga libertação. Ela
conclama outros a orar com ela, dizendo: “Não há mais esperança.
Precisamos de um milagre”.
O nobre homem de João 4 tinha este tipo de determinação, e
conseguiu aproximar-se de Jesus. A Bíblia diz que ele “lhe rogou que
descesse para curar seu filho, que estava à morte” (4:47). Que quadro
maravilhoso de intercessão. Este homem deixou tudo de lado, e buscou ao
Senhor para que lhe desse uma palavra.
No entanto Cristo lhe respondeu: “Se, porventura, não virdes sinais e
prodígios, de modo nenhum crereis” (4:48). O que Jesus quis dizer com isto?
Ele estava dizendo ao oficial que uma libertação milagrosa não era a sua
necessidade mais premente. Na verdade, a questão número um era a fé
deste homem. Pense sobre isto: Cristo poderia ter entrado na casa daquela
família, imposto as mãos sobre o filho moribundo e o curado. Mas assim, tudo
que a família saberia a respeito de Jesus era que operava milagres.
Cristo desejava mais para este homem e sua família. Queria que
cressem que Ele era Deus encarnado. Por isto, disse basicamente isso ao
oficial: “Você crê que é para Deus que você está suplicando para resolver
esta necessidade? Você crê que sou o Cristo, o Salvador do mundo?”. O
oficial respondeu: “Senhor, desce, antes que meu filho morra” (4:49). Neste
momento, Jesus deve ter visto fé neste homem. É como se Jesus dissesse:
“Ele crê que sou Deus em forma humana”. Porque logo em seguida lemos:
“Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive” (4:50).
Infelizmente, muitos crentes seguem seu caminho antes de ouvirem
Jesus. Mas este homem voltou à sua casa em fé. Qual foi a diferença? A
diferença é que ele havia recebido uma palavra do Senhor. Buscara a Deus e
esperara nEle em fé. E estava decidido a não ir embora até que recebesse
uma promessa de vida. “O homem creu na palavra de Jesus e partiu” (4:50).
Podemos
Chorar
E
Ainda
Assim
Ignorar
que Estão Morrendo no Pecado
pelo
os
Mundo
Membros
da
Inteiro
Família
A igreja de Jesus Cristo deve se ocupar de ganhar almas, e a maioria
dos cristãos são fiéis em fazer isto. Oramos pelas nações perdidas, por
avivamento em nossas cidades e por nossos vizinhos não convertidos. Dou
graças a Deus porque o seu povo está cumprindo esta obra vital.
Porém, eu pergunto: quem está orando fielmente por seu pai, mãe,
irmã, irmão, primo, prima, ou pelos avós não salvos? Orar por nossos
queridos deveria ser da maior importância em nossas vidas. Afinal, a
responsabilidade por este tipo de oração recai sobre aqueles que têm acesso
ao ouvido de Deus, que estão suficientemente próximos dEle para fazer um
pedido. Agora, se este alguém não é você, então quem é? Quem há de orar
fervorosamente pela salvação da sua família, se você não o faz?
Talvez você pense: “Já tenho testemunhado à minha família há anos.
Tenho vivido meu testemunho com fidelidade diante deles. Eles conhecem as
minhas convicções. Agora só me resta entregá-los aos cuidados de Jesus”. É
verdade que devemos entregar nossos queridos não salvos ao ministério de
convencimento produzido pelo Espírito Santo. Mas confiar no Espírito não
significa deixar de orar com insistência em favor de nossa família. Se
pararmos de interceder por eles, estamos na verdade dizendo: “É um caso
sem apelação”.
Confiar no Senhor significa fazer exatamente o oposto. Se realmente
confiamos nEle para a salvação e libertação de nossos queridos, clamaremos
como aquele nobre: “Por favor, Jesus, venha já. Aja rápido, antes que meu
ente querido se perca para sempre”. Somente oração agressiva e fervorosa
pode combater os objetivos destrutivos de Satanás para arruinar nossa
família. Orações feitas por pessoas cujos corações estão divididos não
derrubarão as fortalezas dele. Precisamos ser chacoalhados das
preocupações que temos conosco mesmos, e levar a oração a sério. E
devemos ficar perto de Jesus até que a sua resposta venha.
Quando Jesus estava na região de Tiro e Sidom, “uma mulher
cananéia ... clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha
filha está horrivelmente endemoninhada” (Mt 15:22). Satanás havia invadido
o lar desta mulher e possuído sua filha. A palavra “horrivelmente” é derivada
da raiz gramatical que significa depravadamente. Resumindo, a garota era vil
e corrompida, dominada por Satanás.
Mas esta mulher não era uma mãe do mal. Embora gentia, cria. Afinal,
se dirigiu a Jesus como “Senhor, Filho de Davi”. Na verdade, estava dizendo:
“Tu és o Salvador, o Messias de Deus”. Neste ponto, surge uma pergunta:
como Satanás tem acesso ao filho de um cristão? Como pode possuir filhos
que vivem num lar piedoso?
Talvez você seja um pai ou uma mãe cristão. Você criou seu filho na
igreja e fez o melhor para mostrar-lhe o caminho certo. Mas agora, depois de
anos freqüentando a Escola Dominical e ouvindo pregações ungidas na
igreja, ele se tornou frio e indiferente às coisas de Deus. Ele não tem a
mínima preocupação quanto a servir a Jesus. E você pergunta: “Senhor,
como isto pode ter acontecido?”.
Ao longo dos anos, tenho visto isto acontecer com filhos de muitos
ministros. Multidões destes jovens entraram em nossos centros de
recuperação de drogados do Desafio Jovem por terem sido atingidos por
vícios. Foram criados em lares cristãos, mas por algum motivo não deram
certo. Suas vidas passaram a ser dominadas por forças demoníacas. E se
viciaram em drogas, álcool, pornografia, prostituição.
Enquanto lê esta mensagem, você pode estar dando um suspiro de
alívio dizendo: “Graças a Deus não é o caso do meu filho ou da minha filha.
Tenho bons filhos. Tive muito empenho em criá-los no temor e no
conhecimento do Senhor. Eles conhecem o caminho certo. Podem não estar
pegando fogo por Jesus, mas pelo menos não estão usando drogas”.
Pais assim estão certos em serem agradecidos. No entanto, não
temem que seus filhos possam estar mornos em relação a Jesus. De acordo
com o próprio Senhor, o estado de mornidão é tão terrível quanto o da
opressão demoníaca. Quando Cristo advertiu: “Estou a ponto de vomitar-te
da minha boca...”, Ele não estava falando com viciados em drogas. Estava se
dirigindo a cristãos mornos da sua igreja. Jesus sabe que um espírito de
mornidão pode deixar qualquer cristão vulnerável a tentações diabólicas
enviadas diretamente do inferno.
Seus filhos podem ser amáveis, educados, e bem-comportados.
Podem fugir das companhias erradas, respeitar os mais velhos e ser
moralmente íntegros. Mas se não têm seus corações inteiros de amor por
Jesus – se estiverem apenas vagando espiritualmente – estão em perigo.
Entenda isto: qualquer filho, criado num lar cristão, automaticamente se torna
um alvo preferencial de Satanás. O diabo procura atacar as famílias que são
mais fervorosas no seu amor por Jesus. Mas agora a frieza do seu filho torna
a tarefa do inimigo mais fácil. Ele se deleitará ao ver quão fácil é enlaçar seu
filho ou filha à escravidão do pecado.
Até os cristãos mais dedicados – inclusive ministros e líderes – podem
estar cegos para a armadilha que Satanás tem preparada para os seus filhos
que sejam espiritualmente passivos. O inimigo está, constantemente,
buscando formas de apagar a menor faísca de vida espiritual que perceber
neles. Rogo a você, pai cristão: não permita que o diabo alcance seu filho.
Prostre-se sobre sua face diariamente, e cerque o seu jovem com
intercessão. Deus lhe deu o poder de sacudi-lo desse estado de mornidão.
Quando meus filhos eram adolescentes, pensei que entrariam no reino
de Deus pelo simples fato de que eu os amava. Falava comigo mesmo:
“Sempre estarei presente para os meus filhos. Serei um amigo para eles. Só
preciso lhes estar acessível, para que possam me comunicar suas
necessidades”.
Então um dia, meu filho mais velho Gary, chegou em casa da escola,
aos prantos. Foi direto para o quarto e se jogou na cama. Quando lhe
perguntei o que estava havendo, ele respondeu: “Pai, não acredito que Deus
exista. É tudo um mito”.
Eu soube naquele momento que todo o amor do mundo não resolveria
este tipo de ataque demoníaco. E simplesmente ser capaz de me comunicar
com meu filho não solucionaria o problema. Eu não podia me consolar,
dizendo: “Esta é apenas uma fase ruim. Passará. Ele é um bom rapaz; e
sabe que o amo”.
Não, eu tive que enfrentar o que estava acontecendo diante dos meus
olhos: Satanás estava tentando roubar do meu filho a sua fé genuína e
fervorosa. Eu vira Gary entregar a vida a Jesus com cinco anos de idade e
sabia que sua fé era preciosa. Agora o inimigo queria esta fé. E ele estava
tentando usar a dúvida e a incredulidade para destruí-la. Na verdade,
Satanás estava alvejando o centro nevrálgico da nossa família: a nossa
confiança em Jesus.
Eu sabia que só tinha uma opção. Entrei no meu lugar de oração,
fechei a porta, prostrei-me com o rosto em terra, e me preparei para a
batalha. Determinei, “Satanás, você não terá o meu filho!”. Daquele dia em
diante, clamei ao Senhor em favor de Gary. Eu suplicava: “Senhor, guarde o
meu filho do maligno”.
A mudança que no fim se deu em Gary não ocorreu da noite para o
dia, nem dentro de uma semana, ou mesmo em meses. Ele continuou
lutando com a confusão interior; mas chegou a hora em que a confiança de
Gary em Jesus foi restaurada. E se você tem lido as minhas mensagens há
algum tempo, sabe que Gary desde a sua adolescência tem servido a Deus
em ministério de tempo integral. Ele é um consagrado apaixonado por Jesus.
E neste último ano, tive o privilégio de pregar ao lado dele em reuniões de
líderes.
Cada um dos meus outros três filhos teve a sua própria prova de fé.
Mas assim como aconteceu com Gary, o Senhor foi fiel para dar a vitória a
Debbie, Bonnie e Greg. Como o irmão, eles também se tornaram
apaixonados por Jesus e servos no seu ministério. Entretanto, minha
intercessão por minha família nunca cessou. Agora, minha esposa Gwen e eu
nos unimos em oração com nossos filhos adultos para orar por nossos dez
netos.
Aparentemente,
Jesus Nega o Pedido de Uma Mãe
A mulher com a filha enferma persistiu em buscar a Jesus. Finalmente,
os discípulos instaram com o Mestre: “Senhor, mande-a embora; livre-se
dela. Ela não pára de nos perturbar”. Observe a reação de Jesus às súplicas
da mulher: “Ele, porém, não lhe respondeu palavra” (Mt 15:23).
Evidentemente, Ele estava ignorando toda a situação. Por que faria isto?
Sabemos que nosso Senhor nunca se fez de surdo diante do clamor de
qualquer pessoa que O buscasse com sinceridade.
A verdade é que Jesus sabia que a história desta mulher seria contada
às gerações futuras. E Ele queria revelar uma verdade a todos que viessem a
ouvi-la. Por isso, testou a tenacidade da fé daquela mulher. Quando
finalmente se dirigiu a ela, disse: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas
da casa de Israel” (15:24). Em outras palavras, estava dizendo: “Vim trazer
salvação aos judeus. Por que deveria desperdiçar o evangelho deles com
uma gentia?”.
Para a maioria de nós, uma declaração como esta teria sido motivo
suficiente para darmos meia volta e voltar para casa. Mas aquela mulher não
se moveu; a situação da sua filha era uma questão de vida ou morte para ela.
E ela não ia dar descanso a Jesus até que Ele lhe desse a resposta de que
precisava.
Pergunto-lhe: quantas vezes você já desistiu de orar? Quantas vezes
se cansou e raciocinou: “Já busquei ao Senhor. Tenho orado e suplicado.
Mas simplesmente não recebo respostas”? Bem, era uma questão de vida ou
morte para você? Você realmente buscou ao Senhor com todo o seu
coração, toda sua alma, seu entedimento e sua força, sabendo que não havia
outra solução?
Veja como esta mulher respondeu. Não foi com uma queixa ou um
dedo de acusação, dizendo: “Por que estás me negando isso, Jesus?”. Não,
as escrituras dizem exatamente o contrário: “Ela, porém, veio e o adorou,
dizendo: Senhor, socorre-me!” (15:25).
O que vem depois é difícil de entender. Uma vez mais, Jesus rechaçou
a mulher. Só que desta vez sua resposta foi ainda mais ríspida. “Não é bom
tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (15:26).
É importante que se entenda que os judeus religiosos daquela época
consideravam os gentios menos que cachorros aos olhos de Deus. É claro
que Jesus não aceitava isto; Ele jamais daria uma conotação de inferioridade
racial a qualquer das criaturas do Pai Criador. Mas Ele sabia que esta mulher
estava consciente da atitude dos judeus em relação aos gentios. E, uma vez
mais, Ele a estava provando.
Agora a mãe lhe responde: “Sim, Senhor, porém os cachorrinhos
comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (15:27). Que
resposta incrível! Esta mulher tão determinada não pretendia abandonar sua
busca intensa por Jesus; e o Senhor a elogiou por isto. Ele lhe disse: “Ó
mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele
momento, sua filha ficou sã...” (15:28).
Amado, não devemos nos contentar com migalhas. A promessa é que
temos toda a graça e misericórdia de que precisamos para as nossas crises.
E isto inclui as crises que envolvem nossas famílias, tanto as pessoas salvas
como as não salvas. Somos convidados a chegar com ousadia ao trono de
Cristo, com confiança. E devemos apresentar a Ele todas as necessidades,
tanto as relativas a um pai incrédulo, quanto a um filho rebelde. Pode ser que
não vejamos todos os nossos queridos acertarem-se com o Senhor, ou
darem uma virada na vida. Mas podemos levantar grandes muralhas ao seu
redor, a fim de interromper sua trajetória rumo ao inferno. Podemos orar para
que haja convencimento (da parte de Deus) sobre eles, e pela oração
levantar muros de proteção ao seu redor. Também podemos orar para que
pessoas cheguem às suas vidas para testemunhar a eles.
Contudo, há uma coisa que posso lhe assegurar: estas coisas nunca
acontecerão se simplesmente nos resignarmos e deixá-los ao destino.
Podemos tentar nos convencer dizendo: “Agora, só posso levar esse assunto
pela fé”. Mas isso é desculpa falsa. Só serve para nos livrar de derramar o
nosso suor espiritual, e de lutar em intercessão pela salvação da alma dos
nossos queridos.
Insisto – torne essa, a sua oração: “Senhor, se algum dos meus entes
queridos se perder, não será porque não orei. Não será porque considerei já
como certa e garantida a obra do Espírito Santo nas suas vidas. E não será
porque deixei de chorar em seu favor. Custe o que custar, vou lutar em
intercessão por eles - até que um de nós se dirija ao lar para estar contigo”.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
A
Irracionalidade
da
(The Unreasonableness of Faith)
Por
9
__________
de
Fé
David
junho
-
9
de
junho
de
2003
de
Quando Deus diz à humanidade: "Creia", Ele pede algo que está
totalmente além da razão. A fé é inteiramente ilógica. A sua própria definição
tem a ver com algo irracional. Pense nisso: a carta de Hebreus diz que a fé é
a substância de algo que se espera, a prova que se não vê. Somos
informados, em resumo, de que "inexiste uma substância tangível. Inexiste
prova absolutamente alguma". Mesmo assim somos orientados a crer. Dá
para você pensar numa exigência mais irracional do que essa? Ela diz
simplesmente: "Aceite isso sem provas. Confie no invisível". Está totalmente
além da lógica.
Estou focalizando esse assunto por uma razão importante. Nesse
momento, por todo o mundo, multidões de crentes estão se dobrando ao
desencorajamento. O povo de Deus está passando por provações, lutas,
sofrimento, e todo tipo de caos. O fato é que todos continuaremos a enfrentar
desencorajamentos nessa vida. Contudo, creio que se compreendermos a
natureza da fé - a sua natureza ilógica e irracional, encontraremos a ajuda
que precisamos para prosseguir.
Veja a fé que foi exigida de Noé. Ele viveu numa geração que havia se
desgovernado inteiramente. Não dá nem para começar a se imaginar a
malignidade dos tempos em que esse homem viveu: violência e assassinatos
crescentes. Gigantes geraram homens "valentes". Uma impiedade
indescritível havia se disseminado com licenciosidade. A situação dos
humanos ficou tão terrível, que Deus não suportou mais. Finalmente, disse:
"Chega! O homem está destruindo a si próprio. Isso tem de parar".
Ele disse a Noé: "Destruirei toda a carne. Mas preservarei a você e sua
família. Então, quero que construa uma arca, Noé. E quero que você junte
nela todas as espécies animais, em casais. Enquanto você estiver fazendo
isso, darei aos habitantes da terra 120 anos de misericórdia. Aí então enviarei
uma chuva que não parará por 40 dias e noites. Haverá um grande dilúvio,
que eliminará todo ser vivente". Deus então prosseguiu dando a Noé as
dimensões da grande arca - o comprimento, largura e profundidade - em
grandes detalhes.
Imagine o assombro de Noé ao tentar entender isso. Deus iria enviar
um cataclisma, que destruiria toda a terra. Ainda assim, tudo que foi dito para
Noé em relação a tal assunto foram estas breves palavras dos céus. Ele
simplesmente deveria aceitar isso pela fé, sem receber mais nenhuma
orientação por 120 anos.
Pense no quê a fé estava exigindo de Noé. Ele recebeu a tarefa
gigantesca de construir uma enorme arca. E enquanto isso, teria de viver
num mundo violento e perigoso. Ele estava cercado de gigantes, criminosos,
céticos, todos observando cada passo dele. Tenho certeza de que zombaram
Wilkerson
2003
de Noé enquanto ele enfadonhamente trabalhava na arca ao longo dos anos.
E, endurecidos pela violência, provavelmente ameaçaram matá-lo. Porém a
fé exigia que Noé conservasse seu coração "temente a Deus" (v. Hebreus
11:7). Ele tinha de continuar crendo, enquanto o mundo todo ao redor dele
dançava, farreava e mergulhava na sensualidade.
Basicamente, Deus havia dito a ele: "Você deve crer na Minha Palavra,
Noé. Estou pedindo que Me obedeça, sem desculpas. Se em algum momento
começar a duvidar, ou tiver vontade de desistir, você terá de confiar no que
lhe disse. Não lhe darei nenhuma prova, apenas a Minha promessa. Você
deve agir baseado unicamente nisso".
Um quadro totalmente ilógico. Certamente às vezes Noé se frustrava,
tanto externa como interiormente. Quantos dias ficou desencorajado? De
quanto em quanto tempo se perguntou "Isso é uma besteira. Como posso
saber que era a voz de Deus?". Mas Noé fez como Deus mandou. Continuou
confiando na palavra que recebeu, por mais de um século. E por sua
obediência, dizem as escrituras, Noé "se tornou herdeiro da justiça que vem
da fé" (v. Hebreus 11:7).
Veja Abraão. Deus disse a esse homem: "Levante-se, saia, e deixe a
sua terra". Certamente ele ficou imaginando: "Mas para onde, Senhor?".
Deus respondeu simplesmente: "Não vou dizer. Apenas vá".
Isso não era lógico. Era uma exigência totalmente não razoável para
qualquer ser pensante. Vou ilustrar perguntando à qualquer esposa cristã: o
que aconteceria se o seu marido chegasse em casa um dia, e dissesse:
"Arrume as malas, amor - nós vamos mudar". É claro, você iria querer saber
por que, ou para onde, ou como. Mas a única resposta que ele lhe dá é: "Não
sei. Eu só sei que Deus mandou fazer isso". Inexiste correspondência
racional a esse tipo de exigência. Ela simplesmente não é lógica.
Contudo essa foi exatamente a direção ilógica que Abraão seguiu.
"Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que
devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia" (Hebreus 11:8).
Abraão fez as malas da família e saiu, sem saber onde acabaria a viagem. A
única coisa que sabia era a breve palavra que Deus havia lhe dado: " Vá,
Abraão, e Eu estarei contigo. Nenhum mal chegará a ti". A fé exigia que
Abraão agisse baseado em nada além desta promessa.
Em uma noite estrelada, Deus diz a Abraão: "Olhe para o céu. Está
vendo as inúmeras estrelas? Conte-as se puder. Essa será a quantidade de
descendentes que você terá" (v. Gênesis 15:5). Abraão deve ter abanado a
cabeça diante disso. Ele era velho então, bem como sua esposa, Sara. Há
muito havia passado o tempo da possibilidade de terem um filho. Contudo
aqui ele recebe a promessa de que se tornaria o pai de muitas nações. E a
única evidência que possuía para prosseguir era uma palavra dos céus: " Eu
sou o Senhor" (Gênesis 15:7).
Mas Abraão obedeceu. E a Bíblia diz o mesmo em relação a ele que
diz de Noé: "Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça" (15:6).
De novo, vemos uma cena ilógica. Mesmo assim a fé de um homemé
traduzida para justiça.
Veja os filhos de Israel. Pense nas situações de provação às quais
foram levados por Deus. Ele os livrou das garras do faraó no Egito só para se
verem encurralados no mar Vermelho. Os israelitas ficaram cercados pelas
montanhas por dois lados, com o exército do faraó rapidamente caindo sobre
eles por trás. Era uma situação desesperadora, sem nenhuma saída humana.
O coração do povo deve ter se agitado ao ouvir o ribombar dos carros do
faraó, e vendo o pó levantado pelos cavalos.
Mesmo conhecendo o desdobramento desta cena, a minha carne quer
argumentar com Deus: "Não parece justo, Senhor. Que tremendo trauma
para as famílias e seus filhos. Eles ficaram presos lá, sem barcos ou
jangadas, se perguntando o que fazer. Deus, uma noite o Senhor matou
todos os primogênitos do Egito. Por que não matou todos esses soldados no
deserto? É irracional, com todas aquelas crianças chorando, e os homens e
mulheres tremendo de medo. Eles tinham Lhe obedecido - mesmo assim o
Senhor permitiu que isso lhes sobreviesse. Por que levá-los a passar por
isso?".
Não há como escapar deste fato: Deus os levou à essa situação. E a
cena inteira é totalmente ilógica, completamente irracional. Deus
simplesmente esperava que eles cressem na palavra que já havia lhes dado:
"Vou pegá-los em meus braços e carregá-los através do deserto. Nenhum
inimigo prosperará contra vocês, pois estarei consigo. Vocês simplesmente
se aquietem e vejam a salvação do Senhor".
Eu lhe pergunto: quantos de nós hoje não ficaríamos lá com medo e
chorando, como os israelitas fizeram? Se formos honestos, sabemos que é
exatamente assim que reagimos agora, na maioria de nossas crises. A
situação dos nossos corações não é similar a deles?
Simplificando, a fé é muito exigente. Ela exige que uma vez tendo
ouvido a Palavra de Deus, a obedeçamos, sem nenhuma outra evidência ou
prova para nos dirigir. Não importa o quão grandes os nossos obstáculos
possam ser, o quanto as nossas circunstâncias sejam impossíveis. Devemos
crer em Sua Palavra e agir baseados nela, sem nenhuma outra prova para ir
em frente. Deus diz: "A única coisa que você necessita é da Minha
promessa".
Creio
Que
Nada
Desde o Tempo em Que Estes Patriarcas Viveram
Mudou
Tal como cada uma das gerações que nos antecederam, também nos
perguntamos: "Senhor, por que estou enfrentando este teste? Está além da
minha compreensão. O Senhor permitiu tantas coisas em minha vida que não
fazem sentido. Por que não há explicação para o que estou enfrentando? Por
que a minha alma está tão angustiada, cheia de provações tão grandes?".
Ouça-me mais uma vez: as exigências da fé são totalmente
irracionaisà humanidade. Assim, como o Senhor responde aos nossos gritos?
Ele envia a Sua Palavra, lembrando-nos de Suas promessas. E Ele diz:
"Simplesmente Me obedeça. Confie na Minha Palavra para você". Ele não
aceita nenhuma desculpa, nenhuma desobediência - não importa o quão
impossível possam parecer as nossas circunstâncias.
Por favor não me entenda mal. O nosso Deus é um Pai amoroso. E
não permite que o Seu povo sofra indiscriminadamente, sem nenhuma razão.
Sabemos que Ele tem ao Seu dispor o poder e a disposição para fazer com
que todos os problemas e as dores sejam removidos. Ele pode simplesmente
pronunciar uma palavra, e nos livrar de toda prova e luta.
Contudo, o fato é o seguinte: Deus não vai nos mostrar como ou
quando irá cumprir as Suas promessas para conosco. Por que? Porque Ele
não nos deve nenhuma explicação, uma vez já tendo nos dado a resposta.
Ele nos deu tudo o que precisamos para vida e piedade em Seu Filho, Jesus
Cristo. Ele é a única coisa que necessitamos para toda situação que a vida
nos lança. E Deus vai se manter na Palavra que já revelou: "Você tem a
Minha Palavra ao seu alcance. As Minhas promessas são sim e amém para
todos os que crêem. Então, descanse na Minha palavra. Creia nela e a
obedeça".
A Bíblia nos diz que Israel "provocou" a Deus dez vezes no deserto. O
quê foram essas provocações? Foram dez situações quando os israelitas
enfrentaram grandes provações. Vez após outra o povo foi colocado em
circunstâncias que pareciam impossíveis. Talvez você às vezes tenha se
perguntado, como eu, "Senhor, por que tantos testes?".
Em cada exemplo, Deus estava buscando promover em Seu povo um
vislumbre de fé; estava procurando só uma pequena medida sobre a qual Ele
pudesse edificar. Veja, o Senhor queria dar ao mundo um testemunho de Sua
fidelidade ao Seu povo. E Israel era para ser esse testemunho. Deus estava
dizendo, basicamente: "Quando levo o Meu povo à situações difíceis, espero
que eles ajam baseados nas Minhas promessas para com eles. A Minha
Palavra é vida a todo que crê. E quero essa mensagem pregada e
demonstrada a um mundo perdido e que está à morte".
Essa Palavra já estava disponível a Israel. Deus lhes havia dito: "Vou
lhes tirar da aflição, para uma terra onde jorra leite e mel. Ninguém
conseguirá lhes enfrentar. O EU SOU estará com vocês. E nenhuma
promessa Minha falhará". O mesmo se aplica ao povo de Deus hoje.
Enquanto a terra existir, as Suas promessas permanecem as mesmas: "Eu
lhes tirarei das aflições. Confiem no grande EU SOU".
É por isso que o Deus de extrema paciência não tem paciência com a
incredulidade de Seus filhos. Hebreus diz: "Havendo-a alguns ouvido, o
provocaram" (Heb. 3:16). O quê ouviram? Eles tinham ouvido a Palavra de
Deus: promessas de proteção, orientação e bondade. Mas ao invés de
confiarem nessa Palavra, se concentraram nas situações desesperadoras. E
permitiram que a incredulidade se apossasse de seus corações. Deus
respondeu dizendo: "Jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso"
(Heb. 3:11).
Essas pessoas queriam algo racional. Queriam se firmar em algo que
pudessem ver, sentir e tocar. Queriam que Deus lhes detalhasse o trajeto que
as aguardava à frente. Mas isso não é fé. Fé significa dizer: "Deus me fez
uma promessa. E vou viver e morrer por essa promessa. Não importa o que
será necessário para me apropriar dela. Estou arriscando tudo, toda a minha
vida - por Sua Palavra para mim".
Hebreus pergunta: "Mas com quem se indignou por quarenta anos?
Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E
a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram
desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua
incredulidade" (Heb. 3:17-19).
O fato é que todas as provações de Israel passaram. E Deus fielmente
livrou-os de cada uma delas. Ainda assim os mesmos israelitas que
experiementaram a bondade de Deus acabaram mortos no deserto. Por que?
Toda vez que vinha uma luta, eles murmuravam reclamando - e se
endureciam, recusando a crer.
E você? Você nesse instante está numa situação de terror como Israel
estava? Você está sem esperança, vazio, despojado de tudo? A todos os que
estiverem enfrentando uma luta angustiante, eu digo: as suas provações
também passarão. Então, o que Deus espera de você agora, em meio a tudo
que está acontecendo?
Talvez você esteja sofrendo, se angustiando com uma situação que
parece não ter fim. Você está cabisbaixo, mais desencorajado do que jamais
esteve na vida. Os seus amigos podem estar dizendo: "Não chore e não se
lastime. Isso não é mostrar fé". Mas não é assim. A verdade é que se você
tem fé, será capaz de chorar. Não dá para evitar a dor. Em verdade, há poder
de cura em suas lágrimas. O seu lamento não tem nada a ver com ter ou não
confiança na Palavra de Deus.
Às vezes, você pode se perguntar: "Senhor, o quê fiz de errado? Que
pecado cometi? Será que isso é o Teu julgamento sobre mim?". Você pode
até sentir vontade de confrontá-Lo, dizendo: "Por que o Senhor deixou isso
acontecer? O que fiz para que o Senhor permitisse isso?". Posso lhe dizer:
Deus lhe dá tempo para estes questionamentos. Ele permite que a sua carne
tenha os seus acessos de raiva.
Aí, finalmente, o Senhor chega até você e diz: "Você teve o direito de
sentir todas essas emoções. Mas não tem razão em Me acusar ou em
duvidar de Mim. Eu lhe dei uma promessa. Na verdade, lhe dei tudo de que
necessita. E você deve se apropriar dessa promessa agora. Se o fizer, a
Minha Palavra se transformará em vida para você. Lhe trará cura maior do
que a de qualquer remédio, mais poderosa do que qualquer mar de lágrimas".
Por
Toda
a
Encontramos
Homens
e
Mulheres
de
Que Atravessaram Profundos Tremores na Alma e no Espírito
Bíblia,
Deus
Vez após outra o salmista inquire: "Por que a minha alma está
abatida? Me sinto inútil e abandonado. Há tanta inquietação dentro de mim.
Por que, Senhor? Por que me sinto tão fraco na aflição?". Estas perguntas
falam em nome de multidões de pessoas que têm amado e servido a Deus.
Veja o piedoso Elias, por exemplo. O vemos embaixo de uma árvore
de zimbro, suplicando que Deus o mate. Ele está tão deprimido, que chega
ao ponto de querer desistir da própria vida. Também encontramos o justo
Jeremias afundado no desespero. O profeta grita: "Deus, o Senhor me
enganou. Me mandou profetizar todas essas coisas, mas nenhuma delas
aconteceu. Nada fiz toda a minha vida senão buscá-Lo. E é assim que o
Senhor me paga? A partir de agora não mencionarei mais o Seu nome".
Cada um destes servos sofreu um ataque temporário de incredulidade.
Mas o Senhor entendeu a sua condição nas horas de confusão e dúvida. E
após um período, sempre lhes indicou uma saída. Em meio às suas aflições,
o Espírito Santo acendeu luz para eles. E as escrituras registram as suas
experiências para nós.
Veja o testemunho de Jeremias sobre como ele saiu do buraco:
"Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o
gozo e alegria do meu coração" (Jeremias 15:16). Também Davi testifica: "
Guardei a tua palavra". E Elias diz: "Veio a mim a tua palavra". Certa hora,
todos esses servos recordaram-se da Palavra do Senhor. E ela se
transformou na alegria e no júbilo de suas vidas, puxando-os para fora do
abismo.e me coloquei no lugar do servo.
A verdade é que durante todo o tempo que estas pessoas estavam
lutando, o Senhor estava sentado ao lado, aguardando. Ele ouviu o seu
choro, a dor, suas angústias. E após ter passado um certo tempo, lhes disse:
" Você já chorou. Já experimentou o sofrimento e a dúvida. Agora quero que
confie em Mim. Poderia você voltar para a Minha Palavra? Poderia se
apropriar da promessa que fiz para você? Se fizer isso, a Minha Palavra irá
tomar conta de você".
Não importa como chegamos à nossa terrível situação. Algumas
vezesé obra do Senhor, levando-nos ao nosso limite. Às vezes é o inimigo
nos atacando, como fez com Jó. Às vezes é a nossa carne, seja através de
tentação, ou por meio de sofrimento mental ou físico. O fato é que não
importa como foi que chegamos àquela situação. O que importa é como
saímos dela. E inexiste outro caminho senão pela Palavra de Deus.
O Espírito Santo é fiel em nos falar. Ele faz com que saibamos quando
chega a hora de deixarmos de lado as nossas dúvidas e questionamentos.
Se não fizermos isso - se nos recusarmos a voltar a confiar na Palavra de
Deus, permitindo que as Suas promessas se tornem mais uma vez a alegria
de nossas vidas - a incredulidade se instalará. E se solidificará como
concreto. Chegando a esse ponto, cairemos num abismo do qual poderemos
nunca sair. Então, cada um de nossos pensamentos em relação a Deus será
de dureza e acusação, ao invés de confiança. E a Sua ira é contra todo
aquele que abandona a confiança em Sua Palavra.
No
Novo
Testamento,
Encontramos
o
Que
Deve
Exigência Mais Irracional da Fé Que Deus Já Fez à Humanidade
Ser
a
Por séculos, os judeus haviam procurado o Messias que viria.
Acreditavam que o Salvador de Israel seria um rei em majestade e poder
para governar em Jerusalém. Seria um libertador poderoso, comandando um
exército invencível. E romperia o jugo que Roma havia colocado sobre Israel.
E então superaria qualquer outro poder sobre a face da terra.
Dá para imaginar a expectativa que todo judeu tinha para a vinda deste
Salvador? Ele iria acabar com todas as enfermidades, remover toda a dor,
libertar os pobres da pobreza, e dar às pessoas tudo o que os seus corações
desejavam. Ele tornaria Israel um grande povo e uma próspera nação. E faria
tudo isso com incrível demonstração de força.
E então? Foi assim que o Messias chegou? Não, sabemos que não.
Ele nasceu num estábulo, em meio a tantos lugares onde poderia ter nascido.
E a história do Seu nascimento é o aspecto mais ilógico e irracional de todos.
Esse Messias não teve pai terreno; foi concebido imaculadamente pelo
Espírito Santo, e carregado no ventre de uma virgem. A Sua chegada não foi
anunciada por trombetas poderosas, mas por um velho sacerdote e uma
profetiza anciã. Eles simplesmente declararam: "Ele é o esperado de Israel.
Creiam nEle, pois Ele é Deus".
De quem estavam falando, exatamente? De um humilde nazareno, um
carpinteiro. Quando Jesus entrou em cena, as pessoas disseram: "Espere aí.
Nós conhecemos os pais dEle". Alguém até poderia ter dito: "José uma vez O
trouxe à nossa casa para ajudar a consertar a mesa". Como se poderia
esperar que alguém cresse que um homem desses era o Messias? Isso seria
totalmente irracional.
Jesus não anunciou o Seu senhorio com um poderoso exército. Ele
apareceu só com doze discípulos iletrados, da classe trabalhadora. Estes não
eram estudados na grande teologia. Eram pescadores, trabalhadores
avulsos, gente do comércio. E Jesus não era diferente. Então, como alguém
poderia aceitar que Ele fosse uma autoridade na palavra de Deus? Todos
sabiam que os reais líderes de Israel assentavam-se aos pés de Gamaliel,
prendendo com o mais proeminente intelectual da época . Enquanto isso,
esse filho de carpinteiro ensinava nos desertos e à beira do mar. A Sua
platéia era feita de viúvas, leprosos, prostitutas. E Ele dizia a todos eles: "Sou
Deus na forma humana. Creiam em Mim".
Imagine a reação que todo líder religioso deve ter tido: " Esse homem
chega às sinagogas declarando que é o Messias. Diz que foi enviado por
Deus. Mas não tem nascimento e nem linhagem real. Não tem nem onde
reclinar a cabeça. Invade o templo e expulsa todos os nossos comerciantes.
E chama o templo de 'casa do Meu Pai'. Mas Ele não explica de onde recebe
essa autoridade. Em verdade, sustenta que Ele é o templo de Deus. Diz que
existia antes de Abraão."
"Ele diz que é a água viva, que é o pão dos céus, homem e Deus a
mesmo tempo. E aí usa uma linguagem esquisita, dizendo para comermos do
Seu corpo, e bebermos do Seu sangue. Diz que se O vemos, vemos o Pai.
Mas que se não cremos nEle, então não cremos em Deus. Mas, que
autoridade tem para sustentar tudo isso? É apenas a palavra dEle. Ele
simplesmente chega e fala: 'Confiem em Mim'".
Imagine esses líderes ouvindo Jesus dizer: "Quem ouve a minha
palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna" (Jo. 5:24). Eles
protestaram, dizendo a Cristo: "Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho
não é verdadeiro" (8:13). Jesus responde a eles com ainda uma outra
explicação não razoável: "Está...escrito que o testemunho de dois homens é
verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também
o Pai que me enviou" (5:17-18).
Finalmente, Jesus coloca todo o assunto sob uma perspectiva. Ele
lhes diz: "Por que não entendeis a minha linguagem? por não poderdes ouvir
a minha palavra" (8:43). Ele estava dizendo: "Vocês não conseguem me
compreender porque não ouvem a Minha Palavra". O mesmo é verdade em
relação a todo crente de hoje. Tudo se resume a um ponto: confiar na Palavra
de Deus. Unicamente a Sua Palavra é a nossa vida e esperança.
Até
o
Dia
de
Deus Está Impaciente Com a Incredulidade do Seu Povo
Hoje
Vivemos no perído da maior revelação do evangelho na história. Há
mais pregadores, mais livros, mais saturação evangélica pela mídia do que
nunca. Contudo nunca houve mais angústia, aflição e perturbação mental
entre o povo de Deus. Os pastores de hoje programam os sermões só para
pegar as pessoas, e ajudá-las a tratar do desespero. Pregam sobre o amor e
a paciência de Deus. Lembram-nos que Ele compreende os nossos tempos
de desencorajamento. Ouvimos: "Fique firme, forte. Até Jesus sentiu-se
abandonado pelo Pai".
Não há nada errado nisso. Eu mesmo prego essas verdades. Contudo
creio que existe ainda uma razão pela qual vemos tão pouca vitória e
libertação: incredulidade. O fato é que Deus tem falado com grande clareza
nestes últimos dias. E é isso o que tem dito: "Já lhes dei uma Palavra. Está
terminada e completa. Agora, baseiem-se nela".
Que ninguém lhe diga que estamos experimentando fome da Palavra
de Deus. A verdade é: estamos experimentando fome de ouvir a Palavra de
Deus, e de obedecê-la. Por que? Fé é tão irracional. E a fé nunca nos vem
pela lógica ou pela razão. Paulo declara simplesmente: "A fé é pelo ouvir, e o
ouvir pela palavra de Deus" (Rom. 10:17). Essa é a única maneira pela qual a
verdadeira fé algum dia se elevará no coração de qualquer crente. Ela vem
pelo ouvir - ou seja, crer, confiar e agir baseado em - a Palavra de Deus.
Quero encerrar com uma conversa imaginária entre o Senhor e um
cristão desencorajado:
-O cristão: "Deus, estou afundado e sem coragem. O Senhor prometeu
que não permitiria que eu carregasse qualquer carga que fosse pesada
demais sem que me permitisse um escape. Mas nesse exato momento estou
aniquilado. Que pelo menos o Senhor pudesse me dizer do que se trata tudo
isso".
-O Senhor: "Eu te dou a Minha palavra". "Sendo assim, todo homem
piedoso te fará súplicas...Com efeito, quando transbordarem muitas águas,
não o atingirão. Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me
cercas de alegres cantos de livramento. Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho
que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho" (Salmo 32:6-8).
-O cristão: "Senhor, me sinto tão fraco. A minha força está quase no
fim; a minha mente está inundada de medo e dúvidas. Não vejo saída. O
futuro me parece sem chance".
-O Senhor: "Eu te dou a Minha palavra". "Eis que os olhos do Senhor
estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia,
para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, convervar-lhes a vida.
Nossa alma espera no Senhor, nosso auxílio e escudo" (Salmo 33:18-20).
-O cristão: "Senhor, às vezes sinto que devo Lhe ter ofendido. Essa
provação de agora seria então um tipo de julgamento? Será que algum dia
isso vai acabar?".
-O Senhor: "Eu te dou a Minha palavra". "Clamou este aflito, e o
Senhor o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações. O anjo acampa-se ao
redor dos que o temem e os livra. Oh! Provai e vede que o Senhor é bom;
bem-aventurado o homem que nele se refugia..."
"Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos
estão abertos ao seu clamor... Clamam os justos, e o Senhor os escuta e os
livra de todas as suas tribulações... Mutas são as aflições do justo, mas o
Senhor de todas os livra...O Senhor resgata a alma dos seus servos, e dos
que nele confiam nenhum será condenado" (Salmo 34:6-8,15,17,19,22).
Em apenas três Salmos, recebemos o suficiente da Palavra de Deus
para expulsar toda incredulidade. Insisto com você agora: ouça-a, confie nela,
obedeça-a. E finalmente, repouse nela. Esse será o nosso testemunho do
nosso fiel Deus, em meio à toda provação e aflição.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
19
__________
A Grande Responsabilidade dos Que São Perdoados - 19 de maio de
2003
(The Great Responsability of Those Who Are Forgiven)
David
de
maio
de
Em Mateus 18, Jesus usa uma parábola para ensinar aos discípulos
como é o reino dos céus. Como em muitas das parábolas, tudo no relato se
relaciona a Cristo e Sua igreja.
Jesus começa descrevendo um rei que chama seus servos para
prestarem contas. As escrituras registram: "E (o rei), passando a fazê-lo,
trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos" (Mateus 18:24). Cá estava
um servo com uma tremenda dívida. Ele devia ao rei o equivalente a
centenas de milhões de dólares, quantia que nunca poderia pagar.
Jesus não conta como esse homem caiu numa dívida tão incrível.
Algumas versões da parábola dizem que ele era um escravo, e que a dívida
Wilkerson
2003
era um empréstimo não pago. Contudo, tudo que sabemos do evangelho de
Mateus é que ele teve acesso a grandes recursos, e os esbanjara.
Quero mostrar duas coisas importantes relacionadas a esta parábola.
Primeiro, os servos representam crentes, os que trabalham no reino de Deus;
assim o servo endividado aqui não era estranho ao trabalho do rei. Segundo,
descobrimos mais adiante (em Mateus 25) que o propósito de Deus ao dar
talentos ao Seu povo é produzir frutos. Todos os que recebem talentos do Pai
são ordenados a investi-los. Deus não dá talentos simplesmente de modo
indiscriminado. Ele espera colher fruto dos investimentos que faz no Seu
povo.
Evidentemente, o rei em Mateus 18 estava tratando com servos que
haviam sido denunciados por haverem cometido crimes. E o servo com
grande dívida foi um dos primeiros ofensores a serem levados até ele. Esse
servo provavelmente era um homem muito talentoso, do qual muito se
esperava. (Caso contrário, não teria tido acesso a tudo que esbanjou.) Porém
quando foi chamado a prestar contas, viu-se que ele não tinha "porém, com
que pagar" (Mateus 18:25). Então "ordenou o senhor que fosse vendido ele, a
mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga" (18:25).
Esse homem não tinha nada de valor que pudesse usar para seu
débito criminal; não tinha dinheiro, bens, nada de mérito a oferecer. Então, o
quê fez? Ele "prostrando-se reverente rogou: Sê paciente comigo, e tudo te
pagarei" (18:26).
É importante saber o significado de "reverente" aqui. Em grego quer
dizer "bajulando ou curvando-se servilmente; beijando como o cão lambendo
as mãos do dono". Esse homem não estava ajoelhado se arrependendo; ele
estava bajulando, tentando adular o senhor; não estava pedindo perdão ao
rei, mas paciência. Ele queria outra chance, rogando: "Me dê um pouco de
tempo. Posso compensar pelo meu pecado, e satisfazer todas as suas
exigências".
A verdade é: não havia possibilidade de o servo pagar pelo crime. Ele
jamais iria conseguir o necessário para repor os fundos que havia usado mal,
ou esbanjado. Eu assemelho a atitude dele à do cristão que é pego em
adultério. Quando o seu pecado é mostrado, a primeira reação é a de uma
dor falsa, bajuladora. Ele chora: "Ó Deus, não deixe que eu perca o meu
casamento, a minha família. Não acabe com a minha carreira; não me leve à
falência. Tenha paciência comigo. Preciso só de mais uma oportunidade". Aí
ele suplica ao cônjuge: "Por favor, me dê apenas uma chance". Porém em
realidade, esse homem nunca poderá compensar pelo que fez. É
simplesmente impossível.
O Servo da Parábola Foi Perdoado da
Baseado Unicamente na Compaixão e na Misericórdia
Grande
Dívida
Jesus continua a parábola: "E o senhor daquele servo,
compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida" (Mat. 18:27).
Por que o rei iria se compadecer por um bajulador? O servo não estava
arrependido. Em verdade, não tinha noção da extensão de sua
pecaminosidade. Descobrimos isso mais adiante na parábola, quando se
revela que o coração dele é duro e sem compaixão.
Esse homem era um ator, sem intenção de mudar. E certamente o rei
discerniu isso; afinal, ele aqui representa o próprio Cristo. Ele tinha de saber
que o servo estava tentando trabalhar com as emoções, provocar dó. No
entanto, a despeito disso, o rei se compadeceu dele. Por que? Não foi por
causa das lágrimas falsas. E não foi porque o servo suplicou por paciência e
mais tempo. Não, o rei se compadeceu por causa da terrível enfermidade que
grassava no coração e na mente daquele homem.
Veja, só um terrível delírio poderia levar este servo a acreditar que
poderia realmente pagar a dívida ao senhor. A atitude dele refletiu o quão
insignificante ele achava ter sido o seu pecado. Para ele, era apenas um
pequeno engano que precisava de tempo para ser resolvido; estava
convencido de que se trabalhasse o suficiente, poderia usar suas habilidades
para equilibrar os balanços financeiros. Mas o rei entendia de outra forma:
nenhuma quantidade de mérito ou de força de vontade poderia resolver o
enorme débito no qual esse homem havia incorrido.
Você está entendendo a mensagem? Segundo Jesus, não estamos
realmente arrependidos enquanto não nos conscientizarmos da
impossibilidade de nós mesmos realizarmos a expiação de nossos próprios
pecados. Jamais poderemos reembolsar ou restituir a Deus por nossas
transgressões - seja pela oração, consagração ou boas intenções. A Nova
Aliança deixa isso claro. No Velho Testamento, o adultério foi declarado como
pecado a ser punido severamente. Contudo Jesus viu o pecado do adultério
de modo ainda mais sério. Ele diz que se uma pessoa sequer olhar à outra
com cobiça, já cometeu adultério. Em resumo, sob a Nova Aliança, as
exigências de Deus quanto à santidade se tornam maiores.
Ora, o rei na parábola de Jesus sabia o quanto eram graves as
conseqüências dos pecados do servo. E podia ver que se entregasse aquele
homem a tais conseqüências, este estaria perdido para sempre. Afinal, tal
homem já estava cego aos horrores do seu pecado. E se não fosse
perdoado, se tornaria ainda mais endurecido. Iria se aprofundar
progressivamente na desesperança, se tornando mais duro para o resto da
vida. Então o rei decidiu perdoá-lo. Ele declarou o homem livre e limpo,
liberando-o de qualquer dívida.
Quero dizer uma breve palavra aqui sobre arrependimento. Esse
conceito é geralmente definido como uma "conversão". Fala de uma meiavolta, de um retorno de 180 graus do caminhar de uma pessoa. Diz-se
também que o arrependimento é acompanhado por uma dor piedosa.
Porém, mais uma vez, a Nova Aliança torna um conceito do Velho
Testamento ainda mais amplo. Arrependimento é muito mais do que
meramente se afastar dos pecados da carne. Ele envolve mais do que a dor
pelo passado, e a tristeza por haver entristecido ao Senhor. De acordo com a
parábola de Jesus, arrependimento se relaciona ao afastamento da doença
mental que nos permite achar podermos, de algum modo, compensar pelos
nossos pecados.
Essa doença afeta milhões de crentes. Toda vez que esses cristãos
caem em pecado, eles pensam: "Posso acertas as coisas com Deus. Vou
trazer-Lhe lágrimas sinceras, mais oração séria, mais leitura da Bíblia.
Resolvi que vou compensá-Lo pelo que fiz". Mas isso é impossível. Esse tipo
de raciocínio leva à seguinte posição: desespero profundo. Essas pessoas
ficam para sempre lutando e sempre caindo. E acabam se estabilizando em
uma falsa paz. Elas possuem uma falsa santificação feita por elas mesmas,
convencendo-se a si próprias de uma mentira.
É por isso que Jesus nos deu essa parábola. Ele está exibindo a nós o
exemplo de um homem de confiança e de talentos, que de repente se revela
o maior dos devedores. Eis alguém sem méritos, cheio de motivações
erradas, indigno de qualquer compaixão. Contudo o senhor o perdoa
graciosamente - assim como Jesus fez com você e comigo.
Diga-me, o quê salvou você? Foram as suas lágrimas, e suas sinceras
súplicas? A profunda dor por entristecer a Deus? Sua sincera decisão de sair
do pecado? Não, não foi nenhuma destas coisas. Foi somente a graça que o
salvou. E como o servo na parábola, você não a mereceu. O fato é que você
ainda não é digno dela, não importa o quão piedoso seja o seu caminhar.
Eis uma definição simples para arrependimento real. Quer dizer:
"Deixo de lado, de uma vez por todas, qualquer idéia de que eu possa algum
dia restituir a Deus pelo que devo. Jamais poderei fazer algo para conseguir
de Sua boa graça. Logo, nenhum esforço ou boa obra de minha parte pode
pagar pelo meu pecado. Eu simplesmente tenho de aceitar a Sua
misericórdia. É o único caminho para a salvação e a liberdade".
Ao
Ser
Perdoado
Unicamente
O Servo Recebeu uma Grande Responsabilidade
pela
Graça,
O rei subestimou o pecado do servo? Ele fez vista grossa à dívida
dele, e simplesmente a desculpou? Não, em absoluto. O fato é o seguinte: ao
perdoá-lo, o rei pôs sobre este homem uma pesada responsabilidade. E essa
responsabilidade foi ainda maior que o peso da dívida. Em verdade, o servo
agora devia ao senhor mais do que nunca. Como? Ele seria responsável para
perdoar e amar os outros, assim como o rei havia feito com ele.
Que tremenda responsabilidade é essa. E ela não pode ser separada
de outros ensinamentos de Cristo sobre o reino. Afinal, Jesus disse: "Se...
não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos
perdoará as vossas ofensas" (Mat. 6:15). O ponto é claro: "Se você não
perdoar os outros, não o perdoarei". Essa palavra não é opcional, é uma
ordem. Jesus está nos dizendo basicamente: "Fui paciente contigo; te tratei
com amor e misericórdia. E o perdoei unicamente por minha bondade e
misericórdia. Igualmente, você deve ser amoroso e misericordioso com seus
irmãos e irmãs. Você deve perdoá-los graciosamente, exatamente como te
perdoei. Você deve ir para o seu lar, sua igreja, seu trabalho, às ruas, e
mostrar para todos a graça e o amor que lhe mostrei".
Paulo se refere à ordem de Jesus, dizendo: "Assim como o Senhor vos
perdoou, assim também perdoai vós" (Colossenses 3:13). Ele então expõe
como prosseguir na obediência a essa ordem: "Revesti-vos, pois, como
eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de
bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns
aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa
contra outrem... acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da
perfeição" (3:12-14).
Então, o que quer dizer suportar? Em grego significa: "tolerar". Isso
sugere suportar coisas que não gostamos. É nos dito que devemos tolerar os
defeitos dos outros, agüentar modos que não entendemos.
Então, como o servo perdoado respondeu à graça e ao perdão do
senhor? A primeira coisa que fez foi atacar outro servo que lhe devia dinheiro.
Ele agarrou o homem, prendeu-o pelo pescoço, e exigiu ser pago
imediatamente. É incrível - a quantia era uma ninharia, menos que a paga de
três dias de trabalho. Mesmo assim o servo ameaçou o devedor, gritando
"Quero o pagamento já!". O homem nada tinha, então se prostrou, suplicando
paciência. Mas o servo responde: "O seu tempo acabou".
Digo-lhe o seguinte: esse é um dos pecados mais abomináveis da
Bíblia. Primeiro, é perpetrado por um servo de Deus. Diga-me, que tipo de
pessoa iria agir assim tão sem piedade? Que coração poderia ser tão ingrato,
tão desprovido de um pingo da misericórdia que lhe havia sido mostrada?
Está nos sendo dado um vislumbre das trevas que, o tempo todo,
estavam no coração deste servo. Em Romanos 2, Paulo descreve essas
trevas: "Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que
sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as
próprias cousas que condenas...Tu, ó homem, que condenas os que praticam
tais cousas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? Ou
desprezas a riqueza da sua bondade, a tolerância, e longanimidade,
ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?"
(Romanos 2:1, 3-4).
O que Paulo quer dizer quando diz que tal pessoa despreza a riqueza
da bondade de Cristo? A palavra "despreza" aqui significa: "Ela não acha ser
possível". Em outras palavras, esse crente diz: "Tamanha graça e
misericórdia são impossíveis. Não dá para se aprofundar nisso". Tal não se
ajusta à teologia dele. Então, ao invés de aceitar essa riqueza, dispõe sua
mente contra ela.
Por que o servo ingrato não pôde aceitar a graça do rei? Há uma
razão: ele não levou a sério a enormidade do seu pecado. Ele estava muito
resolvido, convencido de que poderia sobrepujar o seu débito. Porém o rei já
havia dito: "Você está livre. Inexiste mais culpa, cobranças, liberdade
condicional ou cumprimento de tarefas. Daqui para frente, você só precisa se
concentrar na bondade e na tolerância as quais lhe mostrei".
Tragicamente, uma pessoa que não aceita amor não é capaz de amar
outra. Antes, se torna condenatória quanto aos outros. É isso que aconteceu
com esse servo. Ele não conseguiu atinar com a misericórdia do rei por ele.
Veja, a tolerância e o perdão imerecido da parte de Deus têm um único
objetivo: nos levar ao arrependimento. Paulo diz: ignoras "que a benignidade
de Deus te leva ao arrependimento?" (Rom. 2:4). Paulo sabia disso por
experiência própria, tendo se declarado o maior de todos os pecadores.
Está claro a partir da parábola que essa é a razão de o senhor perdoar
o servo. Ele queria que esse homem, o qual fora digno de confiança, se
afastasse de suas obras na carne para repousar na incrível bondade do rei.
Este repouso iria lhe liberar, por sua vez, para amar e perdoar os outros. Mas
em vez de se arrepender, o servo foi embora duvidando da bondade do
senhor. Ele não conseguia tirar da cabeça a idéia de que o rei poderia mudar
de opinião. Então, resolveu ter um plano de contingência. E, desprezando as
misericórdias do rei, tratou os demais com atitude condenatória.
Dá para você imaginar a torturada mente dessa pessoa? Este homem
deixou uma situação de perdão, onde experimentou a bondade e a graça do
senhor, e ao invés de se alegrar, desprezou a idéia de uma liberdade tão
farta. Digo-lhe o seguinte: todo crente que acha que a bondade de Deus é
impossível, se abre a qualquer mentira de Satanás. Sua alma não descansa;
a mente se agita o tempo todo. E ele fica continuamente com medo do juízo.
Fico imaginando: quantos cristãos vivem hoje essa existência
torturante? Será por isso que há tanta contenda, tantas divisões no corpo de
Cristo? É por isso que tantos ministros estão em divergências, que tantas
denominações se recusam a ter comunhão com as outras?
O espírito de julgamento dentro da igreja é muito pior do que qualquer
julgamento que ocorra no mundo. E isso é um tapa na frase de Jesus: "Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros"
(João 13:35). Eu lhe pergunto: há alguma possibilidade de o mundo
reconhecer o povo de Deus por esse padrão? Será que os não-crentes
dizem: "Essas pessoas realmente são discípulas dEle. Eu nunca as vejo
brigando. Elas realmente se amam" ?
Tenho ficado totalmente chocado com as profundas divisões que tenho
testemunhado na igreja. Vi isso pessoalmente em uma conferência de
pastores num país estrangeiro. Quando cheguei, vários ministros
proeminentes me avisaram: "Não coopere com o Reverendo Fulano. Ele tem
toda aquela coisa esquisita de adoração, e todo tipo de bobagem carismática.
Acho que você não deve dar a ele nenhuma função importante nos cultos".
Até os companheiros pentecostais desse homem me disseram para evitá-lo.
Mas quando encontrei o pastor e o conheci, eu vi Cristo nele. Uma
ocasião alguém me cochichou: "Este homem é um dos maiores homens de
oração do país; ele passa dois dias inteiros por semana só orando". Em
verdade, achei o pastor bondoso, gentil e amoroso - exatamente os frutos
que Jesus disse que todos devemos ter.
Ao pregar, convidei esse ministro ao púlpito comigo, junto com outros.
Isso ofendeu a muitos, e depois vários pastores zombaram de mim. A única
coisa que eu podia pensar foi: "Esses homens sabem o quê quer dizer ser
perdoado de uma grande dívida. Contudo, entre todos, tais líderes da igreja
de Deus se recusam a tolerar um colega pastor a quem nem conhecem".
Em uma outra conferência, testemunhei várias denominações
cooperando alegremente. Havia um maravilhoso senso de unidade entre
batistas, pentecostais, luteranos e episcopais. A cada noite, o líder de uma
denominação diferente dirigia a reunião. Uma noite, um bispo pentecostal fez
a abertura do culto; foi seguido por um grupo pentecostal de louvor. Os
jovens do grupo estavam cheios de alegria, batendo palmas ao dirigir a
jubilosa adoração. Mais tarde soube que alguns deles haviam sido libertos do
vício das drogas, e estavam gratos simplesmente por poderem estar
presentes.
Mas quando olhei para o bispo, o seu rosto estava ficando vermelho.
Ele estava fechando a cara e começando a ferver. Entendi então que a sua
denominação não acreditava em adoração impetuosa. E eu havia aderido
livremente. Depois do culto, o bispo veio com passos largos até mim e
declarou: "Aquilo foi uma vergonha, totalmente da carne. Como você permitiu
isso? Vou deixar a conferência, e estou levando todos os 200 pastores
comigo". Eu fiquei estarrecido, sem fala. Eu tinha passado semanas
ajoelhado em oração, preparando-me para essas reuniões. Mas agora me
perguntava o quê havia feito de errado. A verdade é que eu estava sendo
sufocado pela raiva daquele homem. Era como a cena da parábola: ele havia
me pegado pela garganta, e me fazia cobranças com raiva. Felizmente, o
bispo mudou seu coração e não abandonou a conferência. Mas o quê
possuiria de tal modo um ministro de Deus, a ponto de se recusar a tolerar
um
companheiro servo de Cristo? Não houve paciência, nem misericórdia, nem
amor por outros possuidores de igual preciosa fé.
Durante anos, o bispo de uma certa denominação me convidou ao seu
país para dirigir reuniões. Ele dizia: "Esse país precisa ouvir o quê Deus tem
lhe falado". Finalmente, o Senhor me liberou para ir, mas só sob a condição
de todas as denominações terem permissão de tomar parte nos cultos.
Quando o bispo ouviu isso, se recusou a participar. E proibiu todos os seus
ministros de comparecerem. Eles tinham se separado das outras
denominações há anos. Um associado deste bispo me ligou explodindo, e
disse "Que vergonha! Como um homem de Deus pode cooperar com essa
gente?".
Quem, exatamente, eram as pessoas de quem ele estava falando?
Como descobri, eram: um bispo luterano que estava pleno de Jesus...um
grupo de humildes bispos pentecostais...e um bispo batista que ficara preso
sob o comunismo, onde havia lido uma versão copiada à mão do meu livro, A
Cruz e o Punhal. Todos estes líderes estavam ansiosos para adorarem
juntos, como um em Cristo. Você poderia imaginar qualquer outro líder cristão
se recusando a ter comunhão com um grupo destes?
O que há por trás desta rivalidade condenatória? Por que servos de
Deus, a quem tanto foi perdoado pessoalmente, tratam mal seus irmãos e se
recusam a ter comunhão com eles? Remontando às origens chega-se ao
mais doloroso dos pecados: desprezo pela bondade de Deus.
Eu só cheguei a essa conclusão pesquisando o meu próprio coração
em busca de uma resposta. Recordei a minha própria luta para aceitar a
misericórdia e a bondade de Deus por mim. Por anos, eu havia vivido e
pregado sob uma escravidão legalista. Eu me esforçava para corresponder
aos padrões que eu acreditava levavam à santificação. Mas eram em sua
maioria apenas uma lista dizendo: faça isso, não faça aquilo.
A verdade é que eu me sentia mais confortável no monte Sinai, na
companhia de profetas trovejantes, do que na cruz onde a minha
necessidade se expunha nua. Eu pregava a paz, mas eu nunca a
experimentara plenamente. Por que? Porque eu estava inseguro do amor do
Senhor, e de Sua paciência com minhas falhas. Eu me via tão fraco e mal,
que me tornava indigno do amor de Deus. Em resumo, eu tornava os meus
pecados maiores que a Sua graça.
E porque eu não sentia o amor de Deus por mim, eu julgava todo
mundo. Eu enxergava os outros do mesmo modo que eu percebia a mim
mesmo: como transigentes. Isso afetou a minha pregação. Eu me irava
contra o mal presente nos outros, ao senti-lo crescer em meu próprio
coração. Tal como o servo ingrato, eu não havia crido na bondade de Deus
por mim. E por não ter me apropriado de Sua amorosa paciência comigo, eu
não a tinha pelos demais.
Finalmente, a pergunta real ficou clara para mim. Deixou de ser: "Por
que há tantos cristãos duros e não perdoadores?". Agora eu perguntava:
"Como conseguir cumprir o mandamento de Cristo para amar os outros como
Ele me amou, se não estou convencido de que Ele me ama?".
Volto agora a pensar no bispo que ficou bravo com a adoração
impetuosa. Eu creio que aquele homem agiu sob o medo. Ele viu a unção de
Deus sobre aqueles cantores, ele ouviu o meu sermão, que ele sabia ser do
trono de Deus - e isso ameaçou as suas tradições. Ele estava agarrado a
uma doutrina mais do que ao amor de Cristo. E essa doutrina havia se
tornado uma parede que o alienava de seus irmãos e irmãs em Cristo.
Paulo admoesta: "Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e
gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os
outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também
Deus, em Cristo, vos perdoou" (Efésios 4:31-32).
Jesus Termina a Parábola Com Uma Terrível Advertência
Precisamos levar a sério essa palavra da parábola de Cristo: "Servo
malvado, perdoei-te aquela dívida toda... não devias tu, igualmente,
compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?"
(Mateus 18: 32,33).
Ninguém foi mais perdoado de pecados do que eu. Sou um daqueles
que foi purificado de pecados "que se elevam acima de minha cabeça",
iniqüidades da carne e do espírito muito numerosas para serem contadas. Fui
desobediente à palavra de Deus, limitei a Sua obra em minha vida, fui
impaciente em relação às pessoas, julguei aos outros sendo eu mesmo
culpado. E o Senhor me perdoou de tudo isso.
A pergunta para mim agora - e na verdade, para todo cristão - é essa:
"Será que eu tenho paciência com os irmãos? Será que os suporto? Eu
efetivamente tolero as suas diferenças?". Se me recusar a amá-los e perdoálos, como fui perdoado, Jesus me chama de "servo malvado".
Não entenda mal: isso não quer dizer que devamos fazer concessões.
Paulo pregou ousadamente a graça, mas instruiu Timóteo: "Corrige,
repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4:2).
Devemos ser ousados guardiões da sã doutrina.
Contudo não devemos usar as doutrinas para construir paredes entre
nós. Esse foi o pecado dos fariseus. A lei dizia: "Santifique o sábado". Mas o
mandamento em si não era suficiente para a carne deles. Eles acrescentaram
suas próprias salva-guardas, múltiplas regras e regulamentos que permitiam
o mínimo possível de movimentos no sábado. A lei também dizia: "Não tome
o nome de Deus em vão". Mas os fariseus construíram ainda mais paredes
dizendo: "Nem sequer mencionaremos o nome de Deus. Assim não
poderemos tomá-lo em vão". Em algumas seitas judaicas, essas paredes
ainda estão em vigor hoje. Mas são paredes de feitura do homem, não de
Deus. Logo, é uma escravidão.
Hoje, o Senhor nos diz: "Sede santos, porque eu sou santo" (I Pedro
1:16). Mas os homens pegaram esse mandamento e o usaram para edificar
paredes. Eles redigiram códigos quanto a vestimentas, códigos que
restringem comportamentos e atividades, padrões impossíveis que nem eles
conseguem cumprir. Tais paredes têm levantado fortalezas invisíveis, e só os
que estão dentro delas são considerados santos. Todos os que estão fora
das paredes estão condenados e devem ser evitados.
Digo-lhe o seguinte: isso é corrupção do pior tipo. A parábola de Jesus
deixa isso claro. Tais pessoas estão agarrando os outros pela garganta e
exigindo: "Vai ter de ser do meu jeito, e só". Mas nenhum dos mandamentos
do Senhor foi feito para ser transformado em parede de alienação.
Qual foi a resposta do rei à ingratidão do servo na parábola de Jesus?
As escrituras dizem: "Indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos,
até que lhe pagasse toda a dívida" (Mateus 18:34). Em grego a tradução é:
"levado até o fundo para ser atormentado". Não consigo deixar de pensar que
Jesus aqui está falando do inferno.
Então, o quê essa parábola nos diz? Como Jesus resumiu a
mensagem aos discípulos, Seus companheiros mais íntimos? "Assim também
meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão"
(18:35).
Eu estremeço ao ler essa parábola. Ela faz eu querer me dobrar sobre
minha face, e pedir a Jesus um batismo de amor para com os demais servos
como eu. Eis a minha prece; eu encorajo-o a torná-la a sua oração:
"Deus, me perdoe. Eu com tanta facilidade me sinto provocado pelos
outros, e tantas vezes reajo com raiva. No entanto, não sei onde estaria a
minha própria vida sem a Tua graça e a Tua paciência. Fico perplexo com o
Teu amor. Por favor, me ajude a entender e aceitar o Teu amor por mim
inteiramente. Essa será a única maneira pela qual algum dia serei capaz de
cumprir o Teu mandamento para amar. Então serei capaz de ter paciência e
tolerância com os meus irmãos, em Teu espírito de amor e misericórdia".
Amém.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
28
__________
A Preciosidade de Se Possuir Cristo - 28 de abril de 2003
(The Costliness of Possessing Christ)
David
de
Abril
de
Mateus nos diz que Jesus falou às multidões através de parábolas:
"Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem
parábolas; para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse:
Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a
fundacão do mundo" (Mateus 13: 34-35).
Para vários cristãos de hoje em dia, as parábolas soam muito simples.
Contudo, segundo Cristo, cada parábola contém um incrível segredo. Há uma
verdade relacionada ao reino que está oculta em toda parábola que Jesus
contou. E esta verdade é descoberta unicamente por aqueles que
diligentemente a buscam.
Muitos crentes folheiam rapidamente as parábolas. Aí, acham que
vêem uma licão óbvia e rapidamente passam adiante. Ou, descartam o
significado de uma parábola como se não se aplicasse a eles. E voltam-se
para os escritos de Paulo, procurando "verdades mais profundas". Querem
uma teologia que lhes seja claramente colocada em ordem, e exposta em
detalhes.
Mas penso em duas parábolas que Jesus contou aos discípulos. Em
minha opinião, tais parábolas contêm talvez algumas das verdades mais
profundas das quais qualquer crente pode se apropriar:
"O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual
certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai,
vende tudo o que tem e compra aquele campo. O reino dos céus é também
semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma
pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra0" (Mateus 13:4446).
Alguém pode dizer: "O que há de tão oculto nestas verdades? Todos
sabem que Jesus é a pérola de grande valor, o tesouro enterrado no campo.
Isso não é nenhum segredo". Quero lhe dizer o seguinte: há maná escondido
nestas duas parábolas. E só um punhado de crentes o descobriu. Por que?
Porque os demais nunca quiseram gastar tempo cavoucando como o homem
desta parábola fez. Na verdade, a imagem desesperada destes dois homens
- o que cava o chão, e o negociante obstinado - deixa claro o significado que
Jesus quer trazer: os segredos de Deus devem ser desejados mais do que
tudo mais na vida.
A Bíblia afirma claramente que há segredos no Senhor: "Com os
sinceros está o seu segredo" (Prov. 3:32). Tais segredos têm estado
desconhecidos desde a fundacão do mundo. Mas Mateus diz que estão
embutidos ou enterrados nas parábolas de Jesus. Tais verdades ocultas têm
Wilkerson
2003
poder para libertar verdadeiramente os cristãos. Mesmo assim, poucos estão
dispostos a pagar o alto custo de descobri-las.
Ora, todos sabemos que o dom da salvacão é gratuito. Jesus pagou o
preço total de nossa salvação, para toda a eternidade. "Sendo justificados
gratuitamente, por sua graça" (Rom. 3:24). Ainda mais - Ele nos convida a
beber de Sua sempre fluente fonte de graça: "Aquele que tem sede venha, e
quem quiser receba de graça a água da vida" (Apocalipse 22:17).
Testemunhei a alegria que esta graça traz quando preguei na Itália
recentemente. Milhares foram à frente para aceitar Jesus nestes cultos. São
pessoas que não recitaram simplesmente uma oracão de pecador, mas
oraram em profundidade, chorando, confessando, invocando o Senhor.
Estavam sendo salvos e libertos gratuitamente pelo poder do Espírito Santo.
No entanto, na parábola do semeador, Jesus adverte que nem todo
aquele que O confessa prosseguirá na fé. Segundo a parábola, umas
sementes (o evangelho) cairão sobre solo bom. Estas sementes formarão
raíz, crescerão e produzirão frutos. Mas outras sementes cairão em solo
pedregoso e secarão antes de formarem raízes. E outras sementes cairão
sobre terreno cheio de espinhos, e Satanás rapidamente as roubará.
Creio
que
Está Ocorrendo
o
Grande
Declínio
que
Jesus
Profetizou
Uma terrível apostasia está aniquilando massas e massas de crentes,
especialmente nos círculos carismáticos. Muitos estão se afastando das
pregações que produzem convencimento (da parte de Deus) e que mexem
na alma, para buscar mestres que agradem a carne. Foram enganados por
aquilo que Paulo chama "um outro evangelho, um outro Jesus". Seus ouvidos
coçam para ouvir pregadores da prosperidade que se concentram em
dinheiro.
Vimos isso acontecendo durante as nossas cruzadas na Europa.
Cristãos italianos nos contaram de evangelistas americanos que esvaziaram
o bolso das pessoas, pularam para seus jatos particulares e disseram: "Ciao,
bye-bye!".
Mas Jesus previu tudo isso. Ele o lançou Seu olhar ao longo da
História até os nossos dias, e previu tudo que viria: a rejeição da repreensão
piedosa, o surgimento do evangelho atenuado, o ensino raso dos aduladores
da carne, a queda das multidões. Em verdade, Ele preveniu que nos últimos
dias, o amor de muitos crentes se reduziria. Servos que no passado eram
zelosos se tornariam mornos, ou mesmo frios. E transformariam a preciosa
graça de Cristo em lascívia. Que pregariam do Seu perdão e bênçãos, tudo
sem custo a ninguém. As pessoas seriam postas à vontade com seus
pecados. E isso entristeceria tanto o Senhor, que Ele os vomitaria da Sua
boca.
É por isso que Jesus convocou uma sessão particular com o seu
círculo particular de discípulos. As escrituras dizem: "Então, despedindo as
multidões, foi Jesus para casa. E, chegando-se a ele os deus discípulos,
disseram: Explica-nos a parábola do joio do trigo" (Mateus 13:36). Jesus quis
abrir os olhos de Seus seguidores para os significados mais profundos das
parábolas. Ele sabia que eles necessitariam da verdade que os sustentaria
durante os tempos de grande sedução.
Nessa reunião fechada, Cristo disse as duas parábolas que mencionei
antes, sobre o tesouro no campo e a pérola de grande preço. Estas duas
parábolas pegam só tres versículos da Bíblia. Contudo, embutidos nelas
estão os segredos do Senhor, os quais Ele disse estavam ocultos desde a
fundacão do mundo. E elas contém Seus eternos propósitos, a serem
revelados a servos consagrados.
Mesmo num estudo rápido, usando comentários bíblicos, é possível
garimpar pepitas da verdade nessas parábolas. Mas isso não é tudo que as
escrituras dizem que devemos fazer. Jesus descreve um homem que cava
desesperadamente. E se as verdades do reino de Deus estão profundamente
enterradas nas parábolas de Cristo, nós também precisamos cavoucar
diligentemente para encontrar a revelação.
Eu pergunto: quem está disposto a trabalhar arduamente para
descobrir esses segredos? Quem esperará pacientemente que o Senhor lhes
revele os Seus segredos? Quem se demorará com o Espírito Santo o tempo
suficiente para se apropriar de Suas verdades doadoras de vida?
Creio que me demorei nessas duas parábolas o tempo suficiente para
ter uma noção sobre a verdade encerrada nelas: elas tratam da preciosidade
de se possuir Cristo. Muitos cristãos passam pela vida satisfeitos com uma fé
apenas suficiente para prosseguir. Desejam apenas o suficiente de Jesus
para chegar aos céus. Eles podem garimpar algumas verdades práticas das
parábolas, mas jamais acham a verdade produtora de vida que está
enterrada profundamente nelas. Em comparação, estas duas parábolas nos
dizem que a preciosa verdade de Cristo é encontrada só por cristãos famintos
e consagrados.Os que O seguem de todo coração terão os olhos abertos
totalmente aos segredos da vida abundante.
Jesus inicia essas duas parábolas dizendo: "Vou lhes dizer como é o
reino dos céus" (v. Mateus 13:44). Cristo não está falando aqui do céu como
pensamos dele, da dimensão em glória com o Pai. Não, Ele está se referindo
ao reino dos céus na terra. Está dizendo, basicamente: "Eis como se pode
possuir a plenitude dos céus em teu coração, agora mesmo. Mas primeiro
quero dizer o quanto te custará obtê-la".
Como obtemos os céus na terra? As duas parábolas deixam claro:
possuindo Cristo em toda a Sua plenitude. E isso exige um empenho de alto
custo.
1. A Primeira Parábola é a Respeito do Tesouro no Campo
"O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual
certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai,
vende tudo o que tem e compra aquele campo" (Mateus 13:44).
Primeiro, quero perguntar: o quê o campo representa aqui? Ele
significa o mundo cristianizado. É toda área onde o evangelho foi pregado e
recebido. Naturalmente, a igreja é uma parte deste campo. Há um campo
missionário doméstico e um campo missionário externo. E os homem
trabalhando no campo representa todo aquele que serve Jesus.
Este homem soube de fonte confiável que há um tesouro enterrado em
algum lugar daquele campo.[Igualmente hoje, somos informados: "Cristo, em
quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos"
(Colos. 2:3)] Enquanto os outros obreiros do campo trabalham friamente,
esse homem começa a cavar com fúria. Ele passa horas, dias, semanas
obstinadamente procurando o tesouro.
Quem é esse homem? Ele representa todo servo consagrado que
ouviu o que os profetas disseram a respeito de Jesus: "Abrirei em parábolas a
minha boca; publicarei cousas ocultas desde a criação [do mundo]" (Mateus
13:35). Esse homem não se preocupa com o que os outros acham dele. Ele
determinou em seu coração revelar o tesouro oculto de Deus; e sabe que a
única maneira para o achar é se empenhando ao máximo. Ele então cava e
cava, se encurvando para localizá-lo.
O que é o tesouro que ele procura? É a incrível descoberta de que
Cristo é tudo aquilo de que ele necessita. O seu tesouro é saber que toda a
alegria, toda a orientação e propósito - e em verdade, as próprias riquezas
dos céus - são dele em Jesus. Não importa quais lutas e provações são
lançadas contra ele. Ele sabe que em Cristo, lhe foram concedidos todos os
recursos. Jesus para ele é tudo em todos os sentidos.
Quando esse homem finalmente acha o tesouro, faz algo curioso: ele
imediatamente o esconde. "O qual certo homem, tendo-o achado, escondeu"
(Mateus 13:44). O que ele está fazendo aqui? Por que esconderia essa
maravilhosa riqueza recém descoberta?
Encontramos uma pista no testemunho de Paulo. O apóstolo nos diz:
"Quando, porém, ao que me separou...e me chamou pela sua graça, aprouve
revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem
detença, nao consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já
eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia"(Gal. 1:1517).
Paulo havia recebido uma incrível revelação de Cristo. Então, por que
resolveu guardá-la em segredo? É porque esse tesouro era absolutamente
precioso para ele, mais caro que qualquer outra coisa. Veja, Paulo havia
jejuado por essa verdade, orado por ela, buscado-a diligentemente. Ele havia
servido a Deus com zelo, como fariseu, mas sem o conhecimento da verdade
(v. Romanos 10:2). E agora que ele havia achado a verdade que era Cristo,
isso não lhe seria roubado.
Então Paulo foi para os desertos da Arábia para esconder o seu
tesouro. Paulo estava declarando: "Não quero que ninguém ou nada me
desvie dessa grande verdade que encontrei em Cristo. Não quero ouvir a
opinião de mais ninguém nesse momento. Tenho de agarrar essa verdade
para mim. E só vou compartilhá-la com os outros depois que eu entender
totalmente a magnificência do que descobri".
Visualizo o camponês desta parábola se maravilhando com o tesouro
que achou. Assim que abre a arca do tesouro, êle o levanta, examina, se
rejubila. E mesmo estando assim extasiado, sente que só segurar e o admirar
não é o suficiente. Ele diz para si: "Quero isso para mim; quero isso inteiro
para mim. Se o conseguir, isso resolverá os meus problemas até o fim da
vida".
Quando Jesus diz que o trabalhador do campo "vende" tudo que tinha,
o significado em grego é negociar ou permutar. Isso significa uma troca de
mercadorias ou serviços sem a passagem de dinheiro. Em outras palavras,
seja o que for que esteja sendo passado - não pode ser comprado.
Isso amplia o significado da parábola ainda mais. Jesus está dizendo:
"Não se pode comprar coisas espirituais com coisas materiais". Paulo
vivenciou essa verdade. Ele não possuía senão a roupa do corpo, e talvez
algumas ferramentas para confeccionar tendas. Mesmo assim eis o quanto
custou a Paulo abrir mão do seu tesouro: "Mas o que, para mim, era lucro,
isto considerei perda por causa de Cristo...considero tudo como perda, por
causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por
amor do qual perdi todas as cousas e as considero como refugo, para
conseguir Cristo" (Filipenses 3:7-8).
Quem Enterrou o Tesouro no Campo ?
Nosso Pai Criador possui todas as coisas. E Ele possuía o campo
onde o tesouro foi enterrado. Isso significa que foi Ele que o enterrou lá. Ora,
Ele sabia que o homem cavando no campo era pobre. Afinal de contas, os
ricos não precisam ter trabalho braçal. Assim, esse trabalhador do campo
tinha de vir até o proprietário e negociar para fazer a aquisição.
Sabemos que não podemos adquirir coisas espirituais com dinheiro.
Então, como é possível comprar algo de nosso Pai bendito? Isaías responde:
"Vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço,
vinho e leite" (Isaías 55:1). Em outras palavras, Deus está dizendo: "O que
tem valor para você? Não pense em termos de dinheiro, contudo. Fale
comigo em termos de mercadorias e serviços".
Ao longo dos séculos, os ricos têm tentado ganhar a vida eterna
cedendo suas riquezas. Deixaram castelos, terras, riquezas, vastos
rebanhos, jóias e roupas finas, tudo no esforço de ganhar a Cristo. Se
tornaram pobres, se alimentando mal e vestindo peles de animais. Mas Jesus
nunca foi encontrado dessa maneira por ninguém.
Creio que Paulo passou os seus meses na Arábia negociando trocas
com o Pai. Vejo-o perguntando: "Senhor, como posso possuir as riquezas
plenas de Cristo? Quanto vai custar?"
O Pai responde:
"Eu te digo, Paulo. Dê-Me toda a tua auto-justificação. Então te darei a
justificação de Cristo. Dê-Me todas as tuas boas obras, os teus esforços e
empenho para Me agradar. E te darei a santidade de Cristo unicamente pela
fé.
Renuncie diante de Mim a todos os teus objetivos, ambições, planos,
esperanças. Eu te darei o próprio Cristo para que viva em ti, e através de ti.
Os desejos dEle se tornarão os teus. E conhecerás alegria e felicidade que
realização alguma jamais te poderia dar.
Dê a Mim o melhor do teu tempo. Me dê toda a tua confiança, todos os
teus interesses. Então ganharás a Cristo. Terás possuído a sabedoria e a
intimidade dEle, tudo sem dinheiro. Diga-me Paulo - ganhar a Cristo valeria
tudo isso para ti?"
Paulo ganhou a Cristo efetivamente. Ele saiu do deserto em posse
plena do seu tesouro. Agora ele testifica: "O velho Paulo morreu. E Cristo
está vivo em mim. Todas as minhas ambições se foram. Tudo que eu queria
fazer ou ser antes, deixei para trás no deserto. Descobri o tesouro da minha
vida, e Ele é todo suficiente para mim. Jesus é tudo aquilo de que necessito".
Pode-se perguntar: "Onde está o mistério oculto nessa parábola do
tesouro? Que segredo está enterrado aqui?" Paulo nos dá a resposta: "O
mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se
manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a
riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a
esperança da glória" (Col. 1:26-27).
Em resumo, o mistério é o próprio Cristo em você. O próprio tesouro
dos céus está vivendo dentro de você, possuído por você.
2. A Segunda Parábola é a Respeito da Pérola de Grande Valor
"O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura
boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que
possui e a compra" (Mateus 13:45-46).
Quem é o negociante nessa parábola? A raíz em grego explica que é
um comerciante ambulante atacadista. Era também um avaliador, que testava
o material. Em outras palavras, ele se sustentava avaliando pérolas caras,
segundo a qualidade e o valor.
Ora, sabemos que Jesus é a pérola de grande valor que o negociante
acha. Ele é caríssimo, de valor incalculável, pois o negociante vende todas as
suas posses para ganhá-Lo. A minha pergunta é a seguinte: quem era o
proprietário original desta pérola de grande valor? E por que estaria ele
querendo se desfazer dela?
Creio que encontramos o sentido da pérola nos propósitos eternos de
Deus. Obviamente, a pérola pertencia ao Pai. Ele possuía Cristo assim como
qualquer pai possui o próprio filho. Em verdade, Jesus é a posse mais valiosa
e rica do Pai.
Só uma coisa levaria o Pai a abrir mão desta pérola de grande valor.
Ele o fez por amor. Ele e o Filho haviam feito um acordo antes da criação do
mundo. E nesse acordo, o Pai concordou em se desfazer do Filho. Ele O deu
como sacrifício, com o propósito de remir a humanidade.
O apóstolo Pedro se refere ao alto preço dessa preciosa doação. Fala
do caríssimo preço do sangue de Cristo, a nossa pérola de grande valor. No
entanto, quando os principais dos sacerdotes examinaram essa pérola, O
avaliaram por meras trinta moedas de prata: "Tomaram as trinta moedas de
prata, preço em que foi estimado aquele a quem alguns dos filhos de Israel
avaliaram" (Mateus 27:9). Pense nisso: o Deus do universo havia tornado a
Sua preciosa pérola acessível a todos. Contudo tais homens colocaram
pouco ou nenhum valor nEle. Alguns até chamaram-No de falso, de imitação.
Digo-lhe o seguinte - o Senhor deve sofrer hoje em ver o quanto o Seu
povo desvaloriza essa pérola sem preço. A alguns, Cristo não é nada mais
que uma peça de museu; Ele está colocado em baixo de um vidro,
indisponível para ser tocado, manuseado. As pessoas O visitam uma vez por
semana para admirá-Lo ou louvá-Lo. Elas olham Sua cruz e se maravilham
com Seu sacrifício, dizendo: "Que beleza. Que glória". Mas nunca possuem a
pérola. Não negociam com o proprietário, determinadas a possuirem-na a
qualquer custo.
Amado, Deus planeja que a Sua pérola seja achada por aqueles que
estejam obcecados por possuí-Lo. É como se estivesse dizendo: "A Minha
pérola está disponível unicamente àqueles que colocam grande valor nEle".
Assim, o negociante nessa parábola representa uma porção muito
pequena de crentes de hoje. Tais servos encontraram em Jesus a resposta
para todas as necessidades e clamores do coração. Ele se tornou o foco
central de suas vidas. Tais pessoas se determinaram a buscar esse prêmio
com tudo que está ao seu alcance. E vão se apropriar dEle - a qualquer
custo.
Quanto Custou ao Negociante Obter a Pérola ?
Lembre-se, essa pérola não tinha preço. Não poderia ser comprada
por dinheiro algum. Simplesmente não havia ouro ou prata suficientes na
terra para bancar o seu valor. E o negociante sabia disso. Ele compreendeu
que poderia gastar a vida inteira acumulando dinheiro para obtê-la, mas esse
esforço seria em vão.
Vejo o negociante conversando com o proprietário: "Veja, tenho de ter
essa pérola. Eu alegremente troco contigo tudo o que ganhei a minha vida
inteira. Tudo que me pedires, eu farei. Eu só quero ter a pérola". O Pai
amorosamente lhe responde: "Dê-me o teu coração. Esse é o preço". A
seguir lemos: "Tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que
possui e a compra" (Mateus 13:46).
Esse mercador vendeu a própria alma pela pérola. Custou a ele a
mente, corpo e espírito, "tudo o que possui". E o proprietário diz que o
mercador ganharia isso em retorno: "Sim, você será Meu servo. Mas será
muito mais do que isso para Mim. Veja, ao dar-Me o seu coração, estará
permitindo que Eu o adote. Estou lhe fazendo parte da Minha família. Então
você será herdeiro Meu. Isso quer dizer que possuirá a pérola comigo. Ela
será Minha e sua".
Quero
Lhe
Dizer
o
Significam Para Mim Pessoalmente
que
Estas
Duas
Parábolas
Cristo é a arca do tesouro no campo. E nEle, encontrei tudo de que
preciso. Para mim, isso quer dizer o seguinte:
Nada de tentar achar propósito no ministério. Nada de procurar
preenchimento na família ou amigos. Nada de precisar construir algo para
Deus, ou ser um sucesso, ou me sentir útil. Nada de ficar numa boa com a
multidão, ou de tentar provar algo. Nada de procurar maneiras de agradar as
pessoas. Nada de tentar pensar ou raciocinar para achar saída para as
dificuldades.
Achei o que procurava. O meu tesouro, a minha pérola, é Cristo. E a
única coisa que o Proprietário pede de mim é: "David, eu te amo. Quero te
adotar. Já assinei os papéis com o sangue de Meu próprio Filho. Tu agora és
herdeiro com Ele de tudo que possuo".
Ainda estou no processo de vender tudo que tenho. Ainda estou dando
ao Pai o meu tempo, meus pensamentos, a minha vontade, meus planos.
Mesmo assim sei que estou entregando tudo isso pelo tesouro. Negocio isso
para comprar água viva, o pão da vida, o leite e o mel de alegria e paz. E
estou fazendo tudo isso sem dinheiro. O custo para mim é o meu amor,
minha confiança, a minha fé em Sua palavra.
Que pechincha. Abro mão dos meus trapos de imundície da autosuficiência e das boas obras; deixo de lado meus sapatos velhos dos
esforços; deixo para trás as noites sem sono nas ruas da dúvida e do medo.
E em troca, sou adotado por um Rei.
Amado santo, é isso que acontece quando se busca a pérola, o
tesouro, até que O ache. Jesus lhe oferece tudo que Ele é. Ele lhe traz
alegria, paz, propósito, santidade. E se torna o seu tudo: o seu despertar, o
seu dormir, a sua manhã, tarde e noite.
Então, quanto Ele vale para você? Para ganhá-Lo, o preço talvez seja
maior do que você queira pagar. Insisto consigo: comece a cavoucar hoje.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
O Implacável Amor
(The Unrelenting Love of God)
Por
7 de abril de 2003
de
Deus
-
7
de
abril
de
2003
David
__________
Quero lhe falar a respeito da palavra implacável. Significa: não
diminuido em intensidade ou empenho - sem concessões, indefectível,
imperecível, incapaz de ser mudado ou persuadido por argumentos. Ser
implacável é estar fixado em um determinado curso.
Que maravilhosa descrição do amor de Deus. O amor de nosso
Senhor é absolutamente implacável. Nada pode impedir ou diminuir sua
amorosa perseguição em busca tanto de pecadores, quanto dos santos. Davi,
o salmista, o expressa dessa maneira: "Tu me cercas por trás e por
diante...Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua
face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo
abismo, lá estás também" (Salmo 139: 5,7-8).
Wilkerson
Davi está falando dos grandes altos e baixos que enfrentamos na vida.
Está dizendo: "Há épocas em que sou tão abençoado, que me sinto nas
alturas com tanta alegria. Outras vezes, parece que estou dentro do inferno,
condenado e indigno. Mas não importa onde eu esteja, ó Senhor - não
importa o quão abençoado me sinta, ou qual seja a minha situação - Tu lá
estás. E não consigo fugir do Teu implacável amor. E não consigo afastá-lo.
Tu nunca aceitas os meus argumentos relacionados à minha indignidade. Até
mesmo quando desobedeço - pecando contra a Tua verdade, assumindo que
Tua graça já me é garantida - Tu nunca cessas Teu amor por mim. O Teu
amor por mim é implacável!".
Num momento em que sentia-se derrubado, Davi ora: "Senhor, Tu
assentastes minha alma em lugares celestiais. Me destes luz para
compreender Tua palavra. Tu a tornastes lâmpada para os meus pés. Mas
caí tanto, que não vejo como me recuperar. Fiz minha cama no inferno. E
mereço ira, punição. És demasiadamente alto e santo para me amar na
situação que estou".
Davi havia pecado seriamente. Este é o mesmo homem que
desfrutava da retaguarda espiritual dada por conselheiros piedosos; era
monitorado por homens justos da parte de Deus; era ministrado pelo Espírito
Santo. Ele recebia revelações da palavra de Deus. Mesmo assim, a despeito
de tantas bênçãos e de sua vida consagrada, Davi desobedeceu
completamente a lei de Deus.
Tenho certeza que você conhece a história do pecado de Davi. Ele
cobiçou a esposa de um homem, e a engravidou. A seguir tentou cobrir seu
pecado embriagando o esposo, na esperança de que este iria dormir com a
esposa grávida. Quando isso não deu certo, Davi assassinou o marido.
Combinou enviar este homem à uma batalha perdida, sabendo que este
morreria.
As escrituras dizem: "isto que Davi fizera foi mal aos olhos do Senhor"
(2 Samuel 11:27). Deus chamou os atos de Davi de "grande mal". E enviou o
profeta Natã para lhe dizer: "deste motivo a que blasfemassem os inimigos do
Senhor" (12:14).
O Senhor então disciplinou Davi, dizendo que ele sofreria graves
conseqüências. Natã profetiza: "também o filho que te nasceu morrerá"
(12:14). Davi orou dia e noite pela saúde de seu bebê. Mas a criança morreu,
e Davi sofreu profundamente pelas terríveis coisas que havia causado.
No entanto, a despeito do pecado de Davi, Deus manteve-se
perseguindo-o em amor. Enquanto o mundo zombava da fé deste homem
caído, Deus deu a Davi um sinal de Seu implacável amor. Bate-Seba agora
era esposa de Davi, e ela deu à luz outra criança. Davi "deu o nome de
Salomão; e o Senhor o amou" (12:24). O nascimento e a vida de Salomão
foram uma bênção para Davi, algo totalmente imerecido. Mas o amor de
Deus por Davi jamais se reduziu, até mesmo na hora de sua maior vergonha.
Ele buscou Davi implacavelmente.
Considere também o testemunho do apóstolo Paulo. Quando lemos a
vida de Paulo, vemos um homem disposto a destruir a igreja de Deus. Paulo
era como um louco em seu ódio pelos cristãos. Ele respirava ameaças de
morte contra todos os que seguissem Jesus. Ele buscou autorização do sumo
sacerdote para caçar os crentes, poder atacar suas casas, e arrastá-los à
prisão.
Após se converter, Paulo testifica que mesmo durante aqueles anos
cheios de ódio - enquanto estava cheio de preconceitos, matando cegamente
os discípulos de Cristo - Deus o amava. O apóstolo registra: "Deus prova o
seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo
nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). Ele diz basicamente: "Mesmo eu não
tendo consciência disso, Deus estava me buscando. Ele continuou me
perseguindo em amor, até o dia em que literalmente me fez cair do cavalo.
Esse é o implacável amor de Deus".
Ao longo dos anos, Paulo foi se tornando cada vez mais convencido de
que Deus o amaria fervorosamente até o fim, em meio a todos seus altos e
baixos. Ele declara: "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a
vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas do presente, nem do
porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer
outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor" (8:38-39). Ele estava declarando: "Agora que estou em
Deus, nada pode me separar do Seu amor. Nenhum diabo, nenhum demônio,
nenhum principado, nenhum homem, nenhum anjo - nada pode fazer Deus
parar de me amar".
A maioria dos crentes lê esta passagem vez após outra. Ouviram-na
sendo pregada há anos. Contudo acredito que a maioria dos cristãos acha
que as palavras de Paulo são impossíveis de serem cridas. Toda vez que a
maioria de nós peca e falha com Deus, perdemos todo o senso da verdade
do Seu amor por nós. Então, quando algo de mal nos acontece, pensamos:
"Deus está me chicoteando". Acabamos pondo a culpa em Deus por qualquer
problema, luta, doença e dificuldade.
Na realidade, estamos dizendo que "Deus parou de me amar, porque
falhei com Ele. Eu O desagradei, e Ele está zangado comigo". De repente
nós paramos de compreender o implacável amor de Deus por nós.
Esquecemos que Ele está continuamente indo em busca de nós o tempo
todo, não importanto qual seja a nossa condição. Contudo, a verdade é que
não podemos enfrentar a vida com todos os seus terrores e sofrimentos, sem
nos agarramos à essa verdade. Temos de estar convencidos do amor de
Deus por nós.
Conheço muitos ministros que falam muito do amor de Deus, e
livremente o oferecem aos outros. Mas quando o inimigo chega bramindo
como uma inundação para dentro de suas próprias vidas, eles são levados.
Caem numa poça de desespero, incapazes de confiar na palavra de Deus.
Eles não conseguem acreditar que Deus ainda os aceite, por estarem
convencidos de que Ele desistiu deles.
Paulo chega a esse assunto crucial a todos nós, através de um único
versículo. Ele havia escrito duas cartas aos coríntios. E escolheu terminar a
última com essa prece: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e
a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós" (2 Coríntios 13:14).
Talvez você reconheça esse versículo. Ele é muitas vezes usado nos
cultos da igreja como bênção. Geralmente é dito como hábito pelo pastor, e
poucos ouvintes alcançam o seu enorme significado. No entanto esse verso
não é só uma bênção. É o resumo de tudo que Paulo ensina aos coríntios
quanto ao amor de Deus.
Esse versículo trata com três questões divinas: a graça de Cristo, o
amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo. Paulo estava orando para
que os coríntios se apossassem destas verdades. Creio que se nós também
compreendermos estas três questões, nunca mais duvidaremos do
implacável amor de Deus por nós:
1. Primeiro, Paulo Considera a Graça de Jesus Cristo
O quê exatamente é graça? Quanto a isso sabemos o seguinte: seja a
graça o quê for, Paulo diz que ela nos educa para que, "renegadas a
impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata,
justa e piedosamente" (Tito 2:12).
Como chegar a esse ponto, onde poderemos ser ensinados pela
graça? E qual o ensino que a graça oferece? De acordo com Paulo, a graça
nos educa a renegar a impiedade e as paixões mundanas, e a ter vidas puras
e santas. Se é assim, então necessitamos que o Espírito Santo faça brilhar
em nossas almas a verdade fundamental desta doutrina.
Encontramos o segredo da declaração de Paulo quanto à graça em 2
Coríntios 8:9. Ele afirma: "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus
Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua
pobreza, vos tornásseis ricos". Paulo não está falando de riqueza material
aqui, mas de riquezas espirituais. (Inúmeras passagens provam isso. Em
todas as suas cartas, Paulo fala das riquezas da glória de Cristo, riquezas de
sabedoria, riquezas de graça, de ser rico em misericórdia, fé e boas obras.
Igualmente, o Novo Testamento se refere à riquezas espirituais como opostas
à enganosa riqueza do mundo.)
Paulo está nos dizendo: "Aqui está tudo que você precisa saber quanto
ao significado da graça. Chega a nós através do exemplo do Senhor. Em
termos simples, Jesus veio abençoar e edificar os outros às Suas próprias
custas. Essa é a graça de Cristo. Apesar de ser rico - em nosso favor se
tornou pobre, para que através de Sua pobreza nos pudéssemos tornar
ricos".
Jesus não veio para se mostrar grande ou para trazer glória para Si
mesmo. Ele abriu mão de todos os direitos em relação à palavra "eu",
objetivando toda ênfase sobre "os meus". Cristo deixou passar todas as
oportunidades para ser o maior dentre os homens do Seu tempo. Pense
nisso: Ele nunca orou pedindo bênçãos para Si próprio, para que fosse
conhecido ou aceito pelos outros. Ele não ficou mostrando o Seu peso divino
para ganhar poder ou reconhecimento. Ele não se exaltou às custas dos
pobres, ou dos menos capazes. E não se glorificou em Seu próprio poder,
habilidade ou resultados. Não, Jesus veio para edificar o corpo. E provou isso
glorificando-se nas bênçãos de Deus para com os outros.
Quando Cristo andou pela terra, Ele não competia com ninguém.
Certamente ouvia Seus discípulos glorificando os Seus poderosos feitos. No
entanto, em toda humildade, Jesus respondia: "Voces farão mais do que Eu.
Acreditem: vocês realizarão obras maiores do que as Minhas".
Posteriormente, quando Lhe chegaram notícias de que os discípulos estavam
operando exatamente estas obras, expulsando demônios e curando pessoas,
Ele dançou de alegria.
Quantos de nós podem declarar tal tipo de graça? Segundo vejo, isso
dolorosamente falta em muito da igreja. Poucos cristãos verdadeiramente se
rejubilam quando vêem seus irmãos ou irmãs sendo abençoados por Deus.
Isso é especialmente verdadeiro quanto a pastores. Quando vêem um outro
ministro colhendo as bênçãos de Deus, eles pensam unicamente na situação
deles mesmos. Eles dizem: "Há anos que luto em oração. Mas agora esse
pastor jovem chega na cidade, e Deus começa a derramar bênçãos sobre
ele. E eu?".
Cá esta o implacável amor de Deus: alegrar-se ao ver outros
abençoados mais do que nós mesmos. Paulo escreve: "O amor seja sem
hipocrisia (dissimulação)...Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (Rom. 12: 9-10). Eis uma
graça que deseja se conservar humilde, mesmo quando se alegra nas
bençãos dos outros.
Na
Primeira
Carta
de
Paulo
aos
Ele Descreve Ter Visto Muito Pouco Desse Tipo de Graça
Coríntios,
Paulo encontrou os cristãos coríntios em competição entre si. A igreja
estava cheia de auto-exaltação, auto-promoção. Homens e mulheres se
glorificavam em seus dons espirituais, se chocando em busca de status e
posições. Eles competiam ate à mesa de comunhão. Crentes importantes
desfilavam seus alimentos exóticos, enquanto os pobres não tinham o que
trazer. Outros eram tão orgulhosos, que não achavam nada de mais
processar judicialmente o outro para resolver as disputas.
Tudo isso era contrário à graça que Paulo pregava. Esses coríntios
tinham um imenso "Eu" carimbado sobre si. Com eles a coisa era ganhar e
pegar, em vez de dar. Ainda hoje a palavra "coríntio" traz a conotação da
carnalidade e do mundanismo deles.
Paulo diz a estes crentes: "Eu, porém, irmãos, nao vos pude falar
como a espirituais e sim como a carnais, como a crianças em Cristo...não é
assim que sois carnais e andais segundo o homem?" (I Coríntios 3:1,3).
Pense no que Paulo está dizendo. Crianças buscam satisfazer unicamente as
suas necessidades. Eles choram para se trocar as fraldas. E os coríntios
eram infantis exatamente assim. Eram pessoas tolerantes com o pecado,
alguns se entregando a fornicação e até ao incesto.
Ao pensarmos nestes crentes, a palavra "santamente" não nos vem a
mente. Contudo, apesar de toda carnalidade, Deus direcionou Paulo a
escrever à essas pessoas como "igreja de Deus...aos santificados em Cristo
Jesus, chamados para ser santos...graças a vos outros e paz, da parte de
Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (1:2.3).
Isso foi um erro? Será que Deus estava fazendo vistas grossas diante
da permissividade da igreja? Nao, nunca. Deus sabia tudo que se referia à
situação dos coríntios. E Ele nunca fingiu não ver esses pecados. Não, esse
endereçamento cheio de graça que Paulo traz à essas pessoas é um retrato
do implacável amor de Deus. Tente imaginar o quanto os coríntios ficaram
atônitos ao ouvirem a carta de Paulo sendo lida na igreja. Cá estavam
crentes cheios de si, tentando ser o número um do grupo. Ainda assim,
escrevendo sob inspiração divina, Paulo se dirige a eles como "santos" e
"santificados em Cristo". Por que? Deus estava protegendo essas pessoas.
Eu explico.
Se Deus nos julgasse segundo a nossa condição, seríamos salvos
num minuto e condenados no outro. Seríamos convertidos dez vezes no dia,
e nos desviaríamos dez vezes diariamente. Todo cristão honesto tem de
admitir que a sua condição, na melhor das hipoteses, é de luta. Todos nós
ainda estamos lutando, ainda tendo de depender da fé nas promessas de
misericórdia de Deus. Isso porque ainda temos fraquezas e fragilidades em
nossa carne.
Graças a Deus, Ele não nos julga segundo a nossa situação. Em vez
disso, Ele nos julga segundo a nossa posição. Veja, mesmo sendo fracos e
pecaminosos, demos os nossos corações a Jesus, e pela fé o Pai nos
assentou com Cristo no celestial. Esta é a nossa posição. Portanto, quando
Deus olha para nós, Ele nos vê não segundo a nossa condição pecaminosa,
mas segundo nossa posição celestial em Cristo.
Por favor não entenda mal. Quando digo que Deus dá segurança ou
protege o Seu povo em graça, não estou falando de uma doutrina que
permite que os crentes continuem na promiscuidade pecaminosa. A Bíblia
deixa claro que é possivel a qualquer crente se afastar de Deus e rejeitar o
Seu amor. Tal pessoa pode endurecer o coração tão repetidamente, e com
tanta rigidez, que o amor de Deus não penetrará mais nas muralhas que ela
erigiu.
Neste instante, você pode estar numa condição como a dos coríntios.
Mas Deus vê a sua posição como estando unicamente em Cristo. Foi assim
que Ele tratou com os coríntios. Quando Deus olhou para eles, Ele sabia que
não tinham recursos para mudar. Eles não tinham nenhum poder em si
próprios para subitamente se tornarem piedosos. É por isso que Ele inspirou
a se dirigir a eles como santos santificados. O Senhor desejava que eles
conhecessem a segurança da sua posição em Cristo.
Você luta contra uma fraqueza? Se é assim, saiba que Deus nunca
será impedido em Seu amor por você. Ouça-O lhe chamando "santo",
"santificado", "aceito". E apodere-se da verdade que Paulo descreve: "Mas
vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (I Coríntios 1:30).
2. Paulo a Seguir Fala do Amor de Deus
Na primeira epístola de Paulo ao coríntios, ele dirige-se à necessidade
da graça de Deus. Isso devido às quedas desse povo. Mas em sua segunda
carta, Paulo se concentra no amor de Deus. Ele sabia que o implacável amor
de Deus era o único poder capaz de transformar o coração de alguém. E a
segunda carta de Paulo prova que Deus escolhe usar o Seu amor, como
maneira de mostrar o Seu poder.
Primeiro Coríntios 13:4-8 nos dá uma poderosa verdade quanto ao
implacável amor de Deus. Sem dúvida, você ouviu essa passagem muitas
vezes, tanto em sermões como em casamentos: "A caridade [amor] é
sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com
leviandade, nao se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os
seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça,
mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A
caridade nunca falha".
A maioria de nós pensa: "Esse é o tipo de amor que Deus espera de
nós". É verdade, de certa maneira. Mas o fato é que ninguém pode
corresponder a essa definição de amor. Não, essa passagem é toda
relacionada ao amor de Deus. O verso 8 prova isso: "A caridade [amor] nunca
falha". O amor humano falha. Mas aqui está um amor que é incondicional,
que nunca desiste. Ele opõe-se e resiste à qualquer falta, a qualquer
desapontamento. Ele não exulta com os pecados dos filhos de Deus; pelo
contrário, sofre com estes pecados. E ele resiste a todos os argumentos de
que somos mui pecadores e indignos para sermos amados. Em resumo, esse
tipo de amor é implacável, e nunca pára em sua perseguição ao amado. Isso
só pode descrever o amor do Deus Todo-Poderoso.
Veja como esse poderoso amor afetou Paulo. Em sua primeira carta
aos coríntios, o apóstolo tinha todas as razões para desistir da igreja. Ele
tinha vários motivos para estar zangado com eles. E ele poderia facilmente
tê-los excluido, no desespero devido à infantilidade e à pecaminosidade
deles. Ele poderia ter iniciado a carta desta maneira: "Lavo as mãos com
vocês. Vocês são totalmente incorrigíveis. Esse tempo todo eu me
desmanchei em favor de vocês; porém, quanto mais os amo, menos vocês
me amam. Então é isso: eu os deixo a vontade. Vão em frente e briguem
entre si. O meu trabalho com vocês está acabado".
Paulo nunca poderia ter escrito isso. Por que? Porque ele havia sido
cooptado pelo amor de Deus. Em I Coríntios, lemos de ele entregar um
homem a Satanas, para a destruição da carne desse homem. Isso soa
áspero. Mas qual era o propósito de Paulo? Era que a alma desse homem
pudesse ser salva (v. I Coríntios 5:5). Tambem vemos Paulo reprovando,
corrigindo e admoestando duramente. Mas ele fez tudo isso em meio à
lagrimas, com a ternura de uma ama.
Como os coríntios carnais reagiram à mensagem de Paulo que falava
do amor triunfante de Deus? Eles se derreteram diante de suas palavras.
Paulo
posteriormente
lhes
disse:
"vós...segundo
Deus,
fostes
contristados!...agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque
fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo
Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofresseis. Porque a tristeza
segundo Deus produz arrependimento para a salvação" (2 Corintios 7:11, 910). Paulo estava dizendo: "Vocês se purificaram, ficaram indignados com
seus pecados, e agora estão plenos do zelo e temor de Deus. Vocês se
mostraram puros e limpos".
Digo-lhe o seguinte: esses coríntios foram transformados pelo poder
do implacável amor de Deus. Ao lermos a segunda carta de Paulo para eles,
descobrimos que o grande "Eu" nessa igreja havia desaparecido. O poder do
pecado havia sido rompido, e o egoísmo tinha sido digerido pelo pesar
piedoso. As pessoas não estavam mais amarradas em dons, sinais e
maravilhas. A ênfase delas agora era dar em vez de receber. Elas juntaram
ofertas para serem enviadas a crentes que haviam sido atacados por uma
grande fome. E a mudança veio pela pregação do amor de Deus.
Eu pessoalmente me vejo convencido por essa verdade. Quando era
mais jovem, eu pregava mensagens sobre o mal nas igrejas. Eu me
desesperava diante do estado deplorável de tantos dentro o povo de Deus. E
me dispus a corrigir essas coisas com uma espada e um martelo. Eu atacava
as concessões e contemporizações, e esmagava tudo à vista. E no processo,
coloquei sob condenação pessoas que nunca deveriam estar lá.
Se Paulo tivesse pregado desse jeito em Corinto, ele certamente teria
esmagado a carnalidade, derrubado os fornicadores, e parado com o hábito
de processarem uns aos outros na justiça. Mas aquela igreja teria se
dissolvido. Não sobraria gente para Paulo reprovar. Uma pregação assim "na
cara" é má direcionada pelo zelo humano. Freqüentemente é resultado de um
pastor não ter tido íntima revelação pessoal do amor de Deus por ele.
3. Finalmente, Paulo se Concentra na Comunhão do Espírito Santo
A frase em grego que Paulo usa se traduz: "a comunhão do Espírito
Santo". Inicialmente, os coríntios nada conheciam quanto à essa comunhão.
O corpo da igreja explodia em individualismo. Paulo diz o seguinte deles:
"Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo,
e eu, de Cefas, e eu, de Cristo" (I Coríntios 1:12).
Esse individualismo caminhava com os dons espirituais das pessoas.
Aparentemente, os coríntios vinham à igreja só para se edificarem a si
próprios. Um vinha com o dom de línguas, outro com uma profecia, um outro
com uma palavra de sabedoria - contudo estavam usando seus dons para
servirem a si próprios. Todo mundo queria ir embora dizendo: "Dei uma
palavra de profecia hoje", ou, "Falei poderosamente no Espírito". E isso
estava causando desordem total. Paulo faz um chamado explícito à ordem,
instruindo-os: "Aprendam a manter a paz. Deixem os outros falarem.
Busquem edificar o corpo, e não só a vocês próprios".
A obra mais profunda do Espírito Santo trata com mais do que dons
espirituais. Sinais, maravilhas e milagres são necessários, e têm o seu lugar.
Mas a obra mais preciosa do Espírito de Deus é unir o corpo de Cristo. Ele
procura estabelecer comunhão entre o povo de Deus, pelo Seu poder
unificador. Contudo, freqüentemente hoje em dia, quando falamos da
comunhão do Espírito Santo, ainda tendemos a pensar individualmente.
Pensamos em termos de "eu e o Espírito Santo", dizendo, "O Espírito e eu
desfrutamos intimidade em Cristo".
Paulo junta comunhão e unidade aos dois pontos que já mencionamos:
a graça de Cristo e o amor de Deus. Ele diz, basicamente: "Para entender
verdadeiramente estes dois pontos, eles têm de juntar essas partes na sua
vida. É assim que você pode medir a graça de Cristo e o amor de Deus em
sua vida. É determinado pela sua vontade de estar em plena unidade e
unicidade com todo o corpo de Cristo".
O que quer dizer ter unidade e unicidade? Quer dizer remover toda
inveja e competição, e deixar de se comparar aos outros. Em vez disso, cada
um se alegrar quando o irmão ou irmã é abençoado. E todos estarem
ansiosos para dar em vez de receber. Unicamente esse tipo de comunhão
verdadeiramente revela a graça de Cristo e o amor de Deus.
Essa
Mensagem
Eu Estou Querendo Mudar ?
Reduz-se
a
Um
Ponto:
A pergunta é: "Eu realmente quero deixar o Espírito Santo me mostrar
onde preciso mudar?". Veja, há um propósito por trás do amor implacável de
Deus. É esse: há poder no amor de Deus para solucionar todos os problemas
através de sua transformação.
Se você me diz que é uma pessoa de bem - boa, caridosa,
perdoadora, lavada no sangue de Cristo - eu respondo: o amor de Deus
concede mais do que perdão. Você pode ser uma pessoa boa e perdoada,
mas continuar governada e escravizada por sua natureza pecaminosa. Todos
nascemos com a natureza de Adão, a tendência para o pecado. Em verdade,
é essa natureza em nós que nos torna facilmente provocáveis, invejosos,
lascivos, zangados, não perdoadores. Essa mesma natureza em nós é que
ama o dinheiro, planta sementes de destruição, e não consegue se alegrar
quando os outros são abençoados.
Se você tem lutado contra a sua natureza de pecado, está travando
uma batalha perdida. Tal natureza não pode ser mudada. Ela sempre será
carne e sempre resistirá ao Espírito Santo. A nossa natureza carnal está além
da redenção, e portanto ela precisa ser crucificada. Isso significa admitir o
seguinte: "Jamais conseguirei agradar a Deus por mim mesmo. Sei que a
minha carne nunca poderá me auxiliar".
Todos temos de receber uma natureza nova, e essa natureza é
exatamente a natureza de Cristo. Não se trata de refazer a nossa velha
natureza, ou de uma re-elaboração da nossa carne. O que é velho tem de
partir. Estou falando é do nascimento de uma natureza totalmente nova. E a
Nova Aliança concede recursos para isso: "Pelas quais nos têm sido doadas
as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis
co-participantes da natureza divina" (2 Pedro 1:4).
O amor de Deus nos diz: "Quero lhe assegurar de sua posição em
Cristo. Você precisa desistir de tentar mudar a natureza da sua carne, e me
deixar lhe dar a natureza do meu Filho. Há senão uma condição para que
isso ocorra: simplesmente crer. Essa transformação na natureza vem
unicamente pela fé. Você precisa crer que serei Deus para você".
Amado, todo crente pode se tornar como Jesus tanto quanto ele ou ela
deseje. Se você pode simplesmente dizer: "Creio que Deus me ama de
verdade", está confessando que Ele lhe ofereceu poder para ser
transformado.
Torne sua essa oração hoje: "Santo Espírito, sei que não tenho muito
da graça sobre a qual Paulo fala. Mostre onde preciso mudar. Creio que o
meu Pai me ama implacavelmente. E esse amor me deu recursos para que
eu assuma a natureza dEle . Sei que me foi concedido o poder para ser
transformado por Ti. Dê-me a Tua natureza, Jesus".
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
O Ministério de Se Contemplar a Sua Face - 17 de março de 2003
(The Ministry of Beholding His Face)
Por
David
17 de março de 2003
Todo cristão é chamado para o ministério. A Bíblia deixa isso muito
claro. Paulo diz: "tendo (nós) este ministério" (2 Coríntios 4:1).
Contudo, o conceito de ministério para os cristãos atualmente não é
muito bíblico. Geralmente vemos ministério como algo feito unicamente por
pastores ordenados ou missionários. Achamos que ministros são indivíduos
formadas por seminários, que casam e sepultam pessoas, constroem igrejas,
dirigem cultos de adoração e ensinam doutrina. Os vemos como doutores
espirituais que foram preparados para curar as feridas dos enfermos, e dos
que sofrem.
Deus não julga ministério do mesmo jeito que nós. A maioria de nós
julga um ministério por sua magnitude ou eficiência, pelo número de boas
obras realizadas. Mas aos olhos de Deus, a questão não é se o ministério é
muito ou pouco eficiente, ou se a igreja cresce muito, ou quantas pessoas
são alcançadas.
É claro, muitos líderes na igreja têm produzido coisas incríveis através
de seus ministérios. Homens e mulheres talentosos têm edificado igrejas
gigantescas, criado instituições e escolas, alcançado multidões com o
evangelho. Porém, algumas destas mesmas pessoas altamente talentosas
desenvolveram seus ministérios com corações negros. Adúlteros,
fornicadores, bêbados, homossexuais - todos usaram seus dons e talentos
para alcançar várias coisas na igreja.
Agradeço a Deus por cada reto ministro que edificou e instituiu um
ministério através de obras piedosas. Do começo ao fim, a Bíblia nos chama
para ministrar às dores e necessidades da humanidade. Mas o problema é o
seguinte: a maioria dos cristãos retrata ministério como sendo algo que
Wilkerson
fazemos, um trabalho a ser empreendido - e não como algo que sejamos, ou
no que estejamos nos tornando.
Paulo fala de um certo ministério ao qual todo cristão é chamado a
cumprir. Esse ministério não requer dons ou talentos particulares. Antes,
deve ser empreendido por todos que nasceram de novo, tanto os
reconhecidos como ministros, como pelos leigos. Na verdade, esse ministério
é o primeiro chamado de todo crente. Todos os demais empenhos e esforços
devem fluir a partir dele. Nenhum ministério pode agradar a Deus a menos
que seja nascido deste chamado.
Estou falando a respeito do ministério de se contemplar a face de
Cristo. Paulo diz: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando,
como por espelho, a glória do Senhor" (2 Coríntios 3:18).
O que significa contemplar a glória do Senhor? Paulo está falando aqui
de adoração consagrada, focalizada. É o tempo dado ao Senhor
simplesmente para contemplá-Lo. E o apóstolo rapidamente acrescenta:
"Pelo que, tendo este ministério" (4:1). Paulo deixa claro que contemplar a
face de Cristo é um ministério ao qual todos devemos nos devotar.
A palavra "contemplando" em grego neste versículo é uma expressão
muito forte. Ela indica não apenas "dando uma olhada", mas "fixando o
olhar". Significa decidir o seguinte: "Não vou sair dessa posição. Antes de
fazer qualquer outra coisa, antes de tentar seja o que for, preciso estar na
presença de Deus".
Muitos cristãos entendem errado a expressão "contemplando, como
por espelho" (3:18). Pensam num espelho, com a face de Jesus sendo
refletida para eles. Mas esse não é o significado de Paulo aqui. Ele está
falando de um olhar intensamente focalizado; olhando de perto,
esquadrinhando com seriedade como através de uma vidraça discretamente
embaçada, tentando enxergar melhor. Devemos "fixar os olhos" nessa
direção, determinados a ver a glória de Deus na face de Cristo. Devemos nos
trancar dentro do Santo dos Santos, com apenas uma obsessão: fitar com
tanta vontade, e manter comunhão com tanta devoção, que somos
transformados.
Paulo
Diz
Se
Tranca
Está Sendo Transfigurada.
que
com
a
Cristo,
Pessoa
Que
Contemplando-O,
O quê ocorre à medida que um crente contempla a face de Cristo?
Paulo escreve: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como
por espelho, a glória do Senhor, somos tranformados, de glória em glória, na
sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2 Coríntios 3:18).
Em
grego
a
palavra
"transformados"
aqui
quer
dizer
"metamorfoseados", significando mudados, transfigurados. Todo aquele que
vai ao Santo dos Santos e fixa seu olhar intensamente em Cristo está
experimentando uma metamorfose. Uma transfiguração está ocorrendo. Tal
pessoa está continuamente sendo transformada à semelhança e ao caráter
de Jesus.
Talvez você vá com freqüência à presença do Senhor. Mesmo assim,
você talvez não sinta que esteja sendo transformado à medida que gasta
tempo trancado com Ele. Lhe asseguro: você pode ter certeza de que a
metamorfose está ocorrendo. Algo certamente está ocorrendo, porque
ninguém pode continuamente contemplar a glória de Cristo sem ser
transformado.
Note a última frase na declaração de Paulo: "E todos nós...somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo
Senhor, o Espírito" (3:18, os itálicos são meus). O Espírito Santo opera a obra
de nos transfigurar. Agora note o verso que o precede: "Ora, o Senhor é o
Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (3:17).
Você está vendo o que Paulo está dizendo aqui? Ele está dizendo:
"Quando você está contemplando a face de Cristo, há liberdade para ser
transformado". Por estar em Sua presença, concedemos ao Espírito liberdade
para governar as nossas vidas, fazer conosco como quiser. É um ato de
submissão que diz: "Senhor, a minha vontade é Tua. Não importa o que seja
necessário, transforme-me na imagem de Jesus".
A primeira coisa que vemos quando estamos contemplando o Senhor,
é o quão diferente de Cristo nós somos. Não importa quão retos achamos
que possamos ser. O Espírito nos mostra o quanto estamos destituídos da
glória de Deus, o quanto confiamos em nós mesmos, o quanto nos
esforçamos na carne.
Mesmo assim, ao fitarmos Cristo, uma operação espontânea se inicia.
Vemos que Ele cumpriu toda a retidão por nós. E nunca precisamos nos
debater ou suar ou rogar para sermos santos. Na verdade, estamos sendo
transformados - não por algo que façamos, mas pela operação do Espírito. O
Espírito Santo iniciou em nós o glorioso processo de transfiguração.
Agora tudo é levado a cabo "pela Aliança, pelo Espírito". O nosso
papel é simplesmente ir com freqüência à Sua presença, fixar o nosso olhar
nEle, e permanecer em Sua presença. E devemos colocar a nossa confiança
nEle, como autor e consumador da fé. Através do Seu Espírito, Ele irá
continuamente nos transformar na semelhança do próprio Cristo.
Muitos cristãos professam estar cheios do Espírito Santo. Mas creio
que há um teste que prova se o Espírito Santo está governando a sua vida. O
teste é esse: haverá um aumento progressivo do caráter de Cristo em você.
Se o Espírito está em total controle, esse aumento não virá num jorro
súbito. Você não terá um recuo ou ausência de Sua presença. Pelo contrário,
você verá um contínuo acréscimo de transformação. E o aumento não virá só
de crises ou provações. Ele continuará o tempo todo, porque as mudanças
forjadas pelo Espírito de Deus são contínuas. Não existe aquilo de
crescimento estagnado na obra do Espírito.
Mesmo assim, a transfiguração vem primariamente através de nossas
lutas e sofrimentos. Paulo diz: "Temos, porém, este tesouro em vasos de
barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2 Cor.
4:7). Podemos perguntar: como nossos vasos frágeis podem conter e
progressivamente manifestar a glória do caráter de Cristo? Ainda mais sob
fogo cerrado?
Não dá para saber como o Espírito irá nos transformar. Não sabemos
quais métodos escolherá para usar em nossas vidas. Mas isso podemos
saber: toda dificuldade e sofrimento tem o objetivo de nos trazer
transformação.
Quando minha esposa Gwen e eu soubemos do câncer terminal de
nossa netinha Tiffany, achamos que nossa filha Debbie seria um frágil vaso
de areia. Nos perguntamos: "Como ela vai conseguir agüentar isso? Ela é tão
sensível". Mas o tempo todo Debbie foi uma rocha. Todos em nossa família
viram o poder de Deus se manifestando nela.
Onde Debbie encontrou força? Por meses, ela havia estado
contemplando a face de Jesus através dos piedosos textos de Mme. Guyon e
Amy Carmichael. Debbie tinha me dito quando começou a lê-los: "Papai,
quero realmente conhecer mais a Jesus".
Ela havia passado aqueles meses trancada com o Senhor,
contemplando-O. E o Espírito Santo havia produzido transformação que
refletiu para o mundo. Ele a havia transfigurado. Todos vimos essa mesma
força no esposo de Debbie, Roger. A fé, a confiança e o descanso em Jesus
que eles mostraram, foi um poderoso ministério durante a maior provação de
suas vidas.
Quero
Fazer
uma
Declaração
Todo
Sofrimento,
Toda
Dor,
Toda
Provação
de Um Filho Justo de Deus São Um Chamado para o Ministério
na
Ousada:
Vida
Ninguém nesta terra pode lhe pôr no ministério. Você pode receber um
diploma do seminário, ser ordenado por um bispo, ou comissionado por uma
denominação. Mas Paulo revela a única fonte de todo verdadeiro chamado
para o ministério: "Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo
Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o
ministério" (I Timóteo 1:12).
O quê Paulo quer dizer aqui, quando fala que Jesus o fortaleceu e o
considerou fiel? Lembre-se da conversão do apóstolo. Três dias após esse
evento, Cristo colocou Paulo no ministério - especificamente o ministério do
sofrimento: "Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome"
(Atos 9:16).
Esse é exatamente o ministério ao qual Paulo se refere quando diz:
"Pelo que, tendo este ministério..." (2 Coríntios 4:1). Ele continua, e
acrescenta, "segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos". Ele
está falando do ministério do sofrimento. E deixa claro que é um ministério
que todos nós temos.
Paulo está dizendo que Jesus lhe deu uma promessa para esse
ministério. Cristo garantiu lhe permanecer fiel, fortalecê-lo e capacitá-lo em
todas as provações. Em grego a palavra "fortaleceu" quer dizer "concedeu
suprimento contínuo de força". Paulo declara: "Jesus me prometeu conceder
força mais do que necessária para a jornada. Ele me capacita a manter-me
fiel nesse ministério. Por causa dEle, não vou desfalecer ou desistir. Eu me
levantarei com um testemunho".
Pergunto-lhe o seguinte: o que Paulo viu como sendo seu primordial
chamamento no ministério? Seria a sua pregação persuasiva? Seriam os
seus profundos ensinamentos? Não. Segundo ele mesmo admite, Paulo não
era um orador eloqüente. Ele diz que pregava em fraqueza, com temor e
tremor. Até Pedro dizia que Paulo falava coisas difíceis de se entender (v. 2
Pe. 3:15-16).
Nessa altura, então, Paulo já havia jogado fora todo seu aprendizado
humano, sua sabedoria terrena. Ele sabia que o seu ministério não era
pregar, curar os enfermos; sabia que seu ministério não era o seu brilho
humano. O ministério de Paulo era o resplandecer de Cristo, que era
produzido nele através de grandes sofrimentos. O grande apóstolo causou
um impacto incrível em seus dias, e ainda impacta a nossa geração, pela
maneira com que respondeu às lutas.
Paulo falava freqüentemente de "Cristo em mim". Com isso ele queria
dizer: "Você está vendo um ser humano na sua frente. Mas Deus me levou
através de muitas provações, e esses sofrimentos produziram em mim o
caráter de Cristo. É isso que você vê refulgir de mim. Só o fiel Capacitador
pode produzir isso na vida de alguém. Só Ele pode dar um cântico e um
testemunho a Seus servos em meio a todo sofrimento".
Aqui está como Paulo resume o seu ministério: "Em tudo somos
atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;
perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;
levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se
manifeste em nosso corpo" (2 Coríntios 4: 8-10).
Paulo não era sobre-humano. Ele conhecia mais do que ninguém o
significado do desespero. Enfrentou tempos difíceis aos quais nunca achou
que sobreviveria. E testifica: "Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a
natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das
nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em
nós mesmos, tivemos a senteça de morte, para que não confiemos em nós e
sim no Deus que ressuscita os mortos; o qual nos livrou e livrará de tão
grande morte; em quem temos esperado que ainda continuará a livrar-nos" (2
Cor. 1:8-10).
Você entende o que Paulo está dizendo? Ele está nos falando: "Fomos
pressionados acima da força humana. E não conseguíamos encontrar uma
razão para isso. Chegamos a pensar que tínhamos chegado ao fim".
Esse foi o período dos maiores testes para Paulo. Ele fitava a morte de
perto. Contudo nesse exato momento, Paulo se lembrava de seu ministério e
de seu chamado. Ele lembrava a si próprio: "O mundo inteiro está me
observando. Preguei muitos sermões sobre o poder de Deus para guardar os
Seus servos. Agora todo mundo está me olhando para ver se eu creio nisso".
Paulo se levanta mais uma vez para apresentar sua vida. Ele brada:
"Vivo ou morto, sou do Senhor! Confio em Deus, que ressuscita os mortos".
Mais tarde, Paulo diz à igreja de Corinto: "ajudando-nos também vós,
com as vossas orações a nosso favor, para que, por muitos, sejam dadas
graças a nosso respeito, pelo benefício que nos foi concedido por meio de
muitos" (2 Cor. 1:11).
Nunca será falar demais: jamais devemos desconsiderar a importância
da oração por irmãos e irmãs necessitados. Paulo diz que as orações dos
coríntios lhe foram benéficas. Foram mais preciosas que dinheiro, que
palavras de conforto, e até mais do que boas obras de amor.
A nossa família conhece essa gratidão pela oração das pessoas. Por
trinta dias, nossa netinha Tiffany jazeu morrendo em nossa casa. Foi o
período de maior luta de nossas vidas. Nós entendemos o significado do
testemunho de Paulo: subitamente a luta veio sobre nós, e fomos
pressionados além do limite, enfrentando uma provação que nunca
poderíamos humanamente entender.
Na última hora, quando Tiffany deu seu último suspiro, nos reunimos
em torno de sua cama, de mãos dadas e cantamos: "Deus é Tão Bom".
Naqueles momentos, sentimos o poder das orações dos santos de Deus. Ele
era tão tangível para nós quanto o apertar das mãos uns dos outros.
A nossa família pode com ousadia testificar que fomos revestidos
pelas preces destes que nos levantaram. E tal como Paulo, podemos dizer a
todos que oraram: "Vocês ajudaram tanto com suas preces em nosso favor;
vocês nos deram o benefício que nos ajudou a glorificar a Deus durante
nosso maior sofrimento. Não fomos esmagados pela dor. Nós a
atravessamos".
Pode
Ter Chegado a Hora
Que
Pode
Impactar
Seja o Ministério do Qual Estou Falando
em Que
um
a Única
Mundo
Mensagem
Insano
Estou convencido de que Paulo descreveu os nossos dias quando escreveu a
Timóteo: "Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus...prega a palavra, insta,
quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias
cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar
ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas
as cousas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre
cabalmente o teu ministério" (2 Timóteo 4:1-5).
Paulo estava dizendo a Timóteo: "Os homens ficarão tão entregues às
suas cobiças, que não agüentarão a sã doutrina. Mas continue pregando a
Palavra. A repreensão é necessária. Então, inste junto aos desobedientes, e
exorte a todos para fazerem o bem".
Precisamos continuar a pregação poderosa, a sã doutrina e a
repreensão piedosa. Mas breve o mundo não quererá ouvi-las. A humanidade
se tornará tão obcecada pelo prazer e suas cobiças, que ignorará totalmente
a igreja. Pregação e doutrina não terão absolutamente nenhum impacto sobre
uma sociedade narcotizada.
Em verdade, creio que já chegamos a esse ponto no mundo todo. A
igreja nominal apresenta-se totalmente irrelevante. Ela não causa mais
impacto sobre nenhum país, ou mesmo indivíduos, em muitos casos.
Pergunto o seguinte: qual ministro vai alcançar um mundo que se tornou
insano?
Graças a Deus, ainda há ministério que fala aos ateus, a muçulmanos
de todos os tipos. É o refulgir de Cristo através do sofrimento profundo e
terrível nas vidas dos crentes. Durante séculos este tem sido o mais
poderoso testemunho do povo de Deus. Crentes têm sido sacudidos e
desfigurados pela doença, perseguição; por sofrimentos de todos os tipos. E
em tudo isso, foi o resplandecer do caráter de Cristo que tocou os que os
rodeavam.
Veja cuidadosamente as exortações de Paulo nesta passagem:
"Sê sóbrio em todas as cousas, suporta as aflições" (2 Tim. 4:5). Ou,
"um mundo de descrentes está te observando. Então tenha cuidado ao reagir
na hora da aflição. Não deixe que as lutas te arrebentem a ponto de virar um
reclamador choraminguento e sem fé. Isso vai desacreditar tudo que já falou
sobre a fidelidade de Deus".
"Faze o trabalho de um evangelista" (4:5). Quando eu era um jovem
pastor, eu não compreendia por que eu não poderia simplesmente andar
pelos corredores de um hospital, orar em fé, e ver milagres de cura
acontecendo. Eu pensava: "Isso seria um tremendo testemunho. Qualquer
pessoa que estivesse em dúvida, seria convencida se visse os pacientes se
levantando da cama".
Desde então aprendi que este provavelmente não seria o tipo mais
eficiente de evangelismo. Pense no seguinte. Quem causa maior impacto: o
cristão sorridente e saudável que entra no quarto do descrente e prega,
reprova, e apresenta a sã doutrina? Ou a cristã humilde do outro lado do
quarto que está se recuperando de uma mastectomia bilateral? Essa mulher
nunca fica sem dor. Mesmo assim, não tem medo. Sorri às enfermeiras, e
ilumina o quarto com sua paz interior. Até o médico mais cínico e incrédulo
fica curioso com uma mulher assim. Ele vê o sofrimento da paciente, contudo
é atraído à ela porque quer conhecer a fonte desta paz.
Eu não estou diminuindo o ministério em hospitais. É um alto
chamado, e uma obra vital que todo corpo de crentes deve empreender. Mas
posso lhe dizer de primeira mão o que teve maior impacto em nosso lar
durante os dias finais de Tiffany. Um operário entrava e saía de nossa casa
trabalhando naquela época. Ele sabia que nossa neta estava morrendo. Após
três semanas, ele disse à esposa: "Essa gente tem alguma coisa de
diferente. Às vezes eu os vejo chorando, mas não consigo entender a paz
que eles têm. Preciso descobrir isso". Ninguém havia testemunhado a esse
homem. Ele simplesmente via o Espírito de Cristo resplandecendo de nossa
família em sofrimento.
"Cumpre cabalmente o teu ministério" (4:5). Em grego a palavra
cabalmente significa de modo totalmente assegurado, garantido, totalmente
preparado. Paulo está dizendo basicamente: "Fique preparado antes de as
provações caírem subitamente sobre você. Assegure-se de estar bem
equipado, pleno de recursos espirituais, para que não lhe acabe o gás".
Vejo hoje em dia muitos cristãos se desmanchando durante as
provações. O sofrimento profundo os faz entrar em parafuso. A gente,
ouvindo seus questionamentos e protestos deploráveis, nunca vai achar que
eles algum dia conheceram a Deus. O fato é o seguinte: eles conheceram
Jesus apenas como o Autor de sua fé, não como o fiel Consumador. São
pessoas que não foram transfiguradas pelo sofrimento. Antes, se
desfiguraram, no espírito e no caráter.
Todos
Estamos
Passando Por Metamorfose
Sendo
Transformados,
Uma transfiguração está ocorrendo na vida de todos nós. A verdade é a
seguinte: estamos sendo transformados por aquilo que nos obceca. Estamos
nos tornando como as coisas que ocupam a nossa mente. O nosso caráter
está sendo influenciado e recebendo impacto de tudo aquilo que se apoderou
de nosso coração.
Considere a vida gay. Tenho visto uma degeneração forte de caráter
em muitos homossexuais que tenho conhecido, à medida que estes vão ao
encalço de seu estilo de vida. Há mudanças dramáticas em sua fisionomia,
em sua voz, maneirismos. E há um constante aumento em sua ousadia para
pecar.
Há dois anos atrás, várias centenas de homossexuais em Nova York
juraram que nunca marchariam pela Quinta Avenida no Dia do orgulho gay.
Eles declararam: "Não concordamos em ser exibicionistas quanto à nossa
sexualidade. Nunca faremos isso". Porém no ano passado, um grande grupo
destes mesmos homens dirigiram o desfile, semi-nus.
Considere as transformações que resultam da pornografia. Alguns
homens começam com fotos de mulheres nuas e acabam afundando na
pornografia infantil. Homens casados não conseguem satisfazer a lascívia
com pornografia, então partem para casos extra-conjugais. Eles juraram que
dariam a vida pelos filhos, mas agora querem abandonar a família sem dor ou
vergonha. O seu caráter se desintegra rapidamente. Foram metamorfoseados
em homens diferentes.
Agradeço a Deus por todo aquele que alimenta a mente e a alma com
coisas espirituais. Tais servos fixaram os olhos no que é puro e santo.
Mantêm seus olhares fixados em Cristo, dando seu melhor tempo para adoráLo, edificando-se na fé. O Espírito Santo está em ação nesses santos,
transformando continuamente seus caráteres no caráter de Cristo.
Somente tais crentes estarão preparados para o sofrimento atroz e
explosivo que virá sobre a terra. Os cristãos preguiçosos, indolentes, que não
oram - desmaiarão ou terão falência cardíaca. Serão esmagados pelo medo,
pois não têm o Espírito Santo operando neles, transfigurando-os. Quando
chegarem os dias difíceis, eles simplesmente não se manterão.
Se você está atravessando uma provação de fogo neste momento,
poderá saber que foi colocado "no ministério" pelo próprio Senhor. Então,
cuidado para não escandalizar o seu chamamento se tornando um
reclamador, um covarde cheio de lamúrias. Aqui está a palavra final de Paulo
sobre o assunto:
"Não dando nós nenhum motivo de escândalo em cousa alguma, para
que o ministério não seja censurado. Pelo contrário, em tudo recomendandonos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições,
nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões ...entristecidos, mas
sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos" (2 Cor. 6:3-5,10).
Como enriquecemos "a muitos"? Resplandecendo a esperança de
Cristo em meio aos sofrimentos. Oferecemos riquezas reais quando levamos
os outros a perguntar: "Qual é o segredo dele? Como ele agüenta esse
sofrimento? Onde ele acha tanta paz?".
Comece preparando agora mesmo o seu coração. Encha os seus
depósitos com recursos, ficando a sós com Jesus e fixando o seu olhar nEle.
Então você estará preparado para tudo. Esse é o nosso ministério nestes
últimos dias.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
A Obtenção da Plenitude da Bênção de Cristo - 3 de fevereiro de 2003
(Obtaining the Fulness of the Blessing of Christ)
Por
David
3 de fevereiro de 2003.
__________
"E bem sei que, ao visitar-vos, irei na plenitude da bênção de Cristo"
(Romanos 15:29). Paulo escreveu estas palavras aos cristãos em Roma. Ele
estava dizendo: "Não tenho dúvidas de que ao encontrá-los, será na medida
maior da bênção de Cristo".
As palavras do apóstolo aqui implicam em algo que todo crente precisa
saber. Ou seja, que há vários graus, ou medidas, da bênção de Cristo.
Alguns crentes obtêm a medida máxima dessa bênção, que é o objetivo.
Todos nós fomos feitos para entrar na amplitude maior das bênçãos do
Senhor. Contudo, alguns cristãos entram em apenas uma pequena medida
da bênção de Cristo.
Em sua carta aos efésios, Paulo insiste em que todos persigam a
medida máxima desta bênção: "E a graça foi concedida a cada um de nós
segundo a proporção do dom de Cristo...até que todos cheguemos à unidade
da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à
medida da estatura da plenitude de Cristo...e conhecer o amor de Cristo, que
excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de
Deus" (Efésios 4:7, 13, 3:19).
Preste atenção à palavra "plenitude" nestas passagens. A palavra em
grego que Paulo usa aqui quer dizer "completar a tarefa de encher ao
máximo". Esta é a tarefa que Deus nos deu: perseguir a plenitude da bênção
de Cristo em nossas vidas.
Paulo desenvolve isso, dizendo, "há... um só Senhor, uma só fé, um só
batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de
todos e está em todos" (4:4-6). Em resumo, Deus o Pai, Filho e Espírito Santo
Wilkerson
habitam todos os Seus filhos. Jesus prometeu: "Viremos e faremos habitação
em ti" (v. João 14:23). Paulo está deixando claro que todos nós temos o
mesmo acesso ao Senhor. Logo, todos nós temos igual oportunidade de
obter Sua bênção crescente. Na verdade, nossas vidas deveriam
continuamente aumentar naquilo que Paulo denomina "a bênção de Cristo".
Veja a incrível medida da bênção de Cristo na vida de Paulo. Esse
homem recebeu revelações pessoalmente de Jesus. Ele registra que Cristo
revelou-se nele. É claro, Paulo sabia que não havia alcançado a perfeição;
mas também sabia, sem dúvida, que não havia nada em sua vida que
estivesse atrapalhando o fluir da bênção de Cristo.
É por isso que Paulo podia dizer: "...bem sei que, ao visitar-vos, irei na
plenitude da bênção de Cristo" (Romanos 15:29). Ele tinha uma confiança
santa no seu caminhar com Cristo. Ele sustenta: "Por isso, também me
esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens" (Atos
24:16).
Essencialmente Paulo está dizendo: "A minha vida é um livro aberto
diante do Senhor. Não tenho pecado escondido no coração, e Ele não tem
discussão comigo. E Sua bênção para comigo é um fluir contínuo de
revelação. Então, quando prego, vocês não estão ouvindo a voz dos homens;
não lhes trago uma mensagem morta cheia de teologia erudita. O que ouvem
são palavras vindas do coração do próprio Deus, dirigidas a vocês".
Veja, a plenitude da bênção de Cristo tem pouco a ver com posses
materiais. Claro que toda saúde e todos os bens terrenos devam ser vistos
como bênção vinda das graciosas mãos de Deus. Porém Paulo está falando
aqui de uma bênção muito maior. A palavra que ele usa em grego para
bênção significa "aprovação de Deus", ou "o muito bem" de Deus.
Em resumo, bênção de Cristo quer dizer ter uma vida que agrade a
Deus. É um conhecimento interior vindo do Espírito Santo de que ao olhar
para a sua vida, Deus diz: "Estou satisfeito contigo, meu filho, minha filha.
Nada entre nós impede nossa comunhão e relacionamento".
O escritor aos Hebreus resume a plenitude da bênção de Cristo desta
maneira: "Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus,
nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança,
vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em
vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, a quem seja a glória para
todo o sempre. Amém" (Hebreus 13:20-21).
Amo ficar perto de pessoas que vivam esse tipo de vida em Cristo.
Elas têm em torno de si o aroma de haverem estado com Jesus. Como
Paulo, estes santos têm uma insatisfação divina por essa vida, um desejo
ardente de estar na presença de Cristo, uma fome de obter mais e mais
intimidade com Ele. Elas falam muito de Jesus, e exsudam Seu amor e Sua
santidade.
Tais pessoas gozam a vida, mas evitam toda conversa tola. Elas vivem
inteiramente separadas das coisas deste mundo. E o favor de Deus é
evidente em suas vidas e nas suas famílias. Elas podem ser pobres, mas
suas vidas são plenamente abençoadas pelo Senhor.
Não me entenda mal: esses crentes sofrem como todo mundo.
Enfrentam períodos de terríveis lutas e provações. Mas, como Paulo, apesar
de poderem estar abatidos, não estão destruidos. E nunca desistem. Estão
determinados a terminarem seu caminhar de fé e ministério de uma maneira
agradável a Deus.
O
Propósito
Desta
Expor
o
que
Impede
na Plenitude da Bênção de Cristo
o
Mensagem
Nosso
é
Ingresso
Paulo pergunta aos gálatas: "Vós corrieis bem; quem vos impediu de
continuardes a obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que
vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa" (Gálatas 5:7-9).
Paulo aqui está se referindo a um modo de pensar, uma crença
doutrinária ou teologia. Ele está perguntando: "O quê existe em sua vida que
lhe impede de entrar na plenitude da bênção de Cristo? Durante algum tempo
você esteve bem. Sei que você é uma pessoa de oração, e que trabalha
diligentemente para produzir boas obras. Mas alguma coisa está errada. Não
vejo mais você crescer. Pelo contrário, você voltou a depender da carne. Não
sinto o doce aroma de Cristo que você já teve. A sua certeza, a sua clareza, a
sua visão - se foram. Alguma coisa está lhe atrapalhando".
"O quê poderia ter lhe persuadido a se fixar nessa situação? Seja o
que for, posso lhe dizer que não é de Deus. Na verdade, sinto em você um
fermento, ou seja, algum tipo de concessão. Alguma coisa está lhe nublando,
alguma coisa que pode estar lhe amarrando. E isso está levando o Senhor a
ter uma questão em relação a você. Diga, o quê é?"
Conheço atualmente tantos cristãos que no passado foram
poderosamente usados por Deus. Eram pessoas consagradas, de oração, de
fé. Mas então alguma coisa lhes aconteceu. De alguma maneira, foram
impedidos de experimentar a plena bênção de Cristo.
Isso inclui vários ministérios que conheço. São homens que
contemplaram vitória após vitória em seu caminhar com Deus. Mas algo se
insinuou em suas vidas, algum tipo de contemporização, e com o tempo, fez
paz com eles. Muitas vezes esse fermento impedidor era aquele único
pecado que os assediava.
À todas estas pessoas Paulo inquire: "O quê aconteceu? O quê está
impedindo o fluir da bênção de Cristo em sua vida? Qual o fermento que se
insinuou?".
Até
Mesmo
o
Piedoso
Elias,
Homem
Foi Impedido de Entrar na Plenitude da Bênção de Cristo
de
Oração,
O profeta Elias foi poderosamente usado por Deus. Ele compartilhou
do pesar de Deus em relação a Israel. Seu coração se partiu com a apostasia
do povo. E operou grandes milagres e maravilhas em nome de Deus. Mesmo
assim, tal como Moisés foi impedido de entrar na Terra Prometida, a Elias
não foi permitido experimentar a plenitude completa da bênção de Deus.
Você conhece a história da vitória de Elias no monte Carmelo. O
piedoso profeta invocou fogo do céu, e matou os profetas de Baal. Depois
orou por chuva, e as chuvas vieram, cessando a grande seca de Israel. Ao
verem essas coisas, as pessoas imediatamente se arrependeram da idolatria,
e voltaram-se para o Senhor.
Quero pegar a história a partir do momento que o povo parte para
Jezreel, a capital, para trazer as notícias. Incrivelmente, Elias volta numa
veloz carruagem para a cidade, à uma distância de mais de trinta
quilômetros. As escrituras dizem: "A mão do Senhor veio sobre Elias" (I Reis
18:46). Isso me diz que Elias estava numa missão divina. "A mão do Senhor"
indica a Sua direção. Deus estava mandando Elias de volta à Jezreel para
um propósito. Para que, exatamente, o profeta estava rapidamente sendo
levado de volta à capital?
Encontramos uma pista no testemunho de Elias no monte Carmelo:
"Segundo a tua palavra (de Deus), fiz todas estas cousas" (I Reis 18:36). O
profeta estava dizendo, em essência, "Senhor, que todos aqui saibam que
tudo que faço é em submissão à Tua direção. O que fiz hoje aqui é
simplesmente o que me mandastes fazer em oração".
Mas quando a perversa rainha Jezabel recebeu as notícias, quando
ouviu que Elias havia matado todos os seus falsos profetas, ela ameaçou lhe
matar. A Bíblia diz: "[O rei] Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia
feito e como matara todos os profeta à espada. Então, Jezabel mandou um
mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se
amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles.
Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi" (I Reis
19:1-3). Quando Elias ouviu a ameaça de Jezabel, ele fugiu para salvar a
vida.
Muitos comentaristas bíblicos acham que Elias não estava com medo
de Jezabel. Dizem que sua missão foi cumprida no monte Carmelo, e que
agora Deus o estava levando ao deserto para lhe ensinar algumas
importantes lições. Em outras palavras, que Deus não teve a intenção de
fazer Elias enfrentar Jezabel ao voltar a Jezreel.
Eu discordo. Acho que esta interpretação deixa passar totalmente o
objetivo desta passagem. Ao ver o intrépido Elias voltando rapidamente a
Jezreel, o quadro que vejo é o de ele estar a caminho de cumprir a parte final
do que Deus lhe havia pedido: matar Jezabel.
Pense no seguinte: o Senhor não estaria prestes a permitir que
Jezabel levantasse todo um novo grupo de sacerdotes do mal. Por que iria
Deus mandar Elias matar os 400 profetas de Jezabel, e permitir que a mãe
da idolatria sobrevivesse? Seria como aparar os ramos do pecado, mas
deixar a raíz sobreviver. Quando Deus prepara o Seu povo para entrar na
plenitude da Sua bênção, Ele nos chama a fazer algo a mais do que apenas
nos arrepender. Ele também nos chama a erradicar o pecado, para que
possamos ser levados à uma vida de pureza e santidade. Só então
poderemos nós experimentar a Sua plenitude.
Creio que a Bíblia prova que Jezabel tinha de ser cortada. No
Apocalipse, Jesus instrui a igreja em Tiatira: "Conheço as tuas obras, o teu
amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras,
mais numerosas do que as primeiras. Tenho, porém, contra ti o tolerares que
essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetiza, não somente
ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a
comerem
cousas
sacrificadas
aos
ídolos
...Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela
adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus
filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mente e
corações..."(Apocalipse 2:19-23).
Cristo está falando aqui à pessoas caridosas, cheias de fé, pacientes,
crescendo em boas obras. No entanto tais santos consagrados ainda não
têem a plena bênção do Senhor. Por que? Jesus lhes diz: "Há uma questão,
uma coisa atrapalhando, que não deixa que vocês experimentem o Meu
favorecimento por completo. Ou seja, vocês se recusam a tratar com o
espírito de Jezabel em seu meio. Vocês deixam que este espírito do mal
prossiga lhes seduzindo". Cristo deixa totalmente claro: se for para entrarmos
em Sua plenitude, precisamos chegar à raíz da idolatria e do pecado.
Então, qual é o pecado que Jezabel representa?
Jezabel é um nome simbólico. Em hebraico, quer dizer "casta?", com
um ponto de interrogação intencional. Isso sugere surpresa simplesmente em
se pensar em castidade - querendo dizer, "certamente não casta, não pura;
aquilo que é claramente impuro". Em resumo, Jezabel é um espírito
indecente de impureza e luxúria.
Alguns comentaristas não crêem que Jezabel era o nome verdadeiro
da esposa de Acabe. Acham que o escritor usou esse nome como epíteto
degradante, devido ao odioso comportamento da rainha. Essa era uma
prática comum entre os escritores bíblicos. Por exemplo, João usa a palavra
"anticristo" não apenas para descrever a pessoa que virá, mas também um
espírito. O mesmo é verdade quanto ao uso de "dragão": é usado para
descrever não apenas Satanás, mas qualquer entidade controlada por ele,
incluindo humanos.
Para simplificar, Jezabel é uma propaganda sedutora do inferno, e é
dirigida unicamente aos servos de Deus. É produzida para derrubar e destruir
todos os que foram tocados e ungidos pelo Senhor. A passagem do monte
Carmelo sustenta isso. Você já se perguntou de onde vieram aqueles
profetas de Baal? Eles não se tratavam de sacerdotes importados,
imigrantes. Eles eram israelitas. Escolhidos de Deus. Tinham sido seduzidos
por Jezabel, e levados à sua fornicação através de doutrinamento diabólico.
Em minha mente resta nenhuma dúvida de que Elias foi chamado
como instrumento para derrubar tal fortaleza em Israel. Elias tinha um
passado com o Senhor, e era treinado para ouvir a voz de Deus. Ele orava
com tanto poder que os céus se fechavam e abriam de novo. Quando tocou
um rio com sua manta, as águas se dividiram. E levantou da morte um jovem.
Elias claramente vivia e se movia dentro do milagroso. Ele uma vez declarou
a Acabe com autoridade: "Elias está aqui!". Que coragem! Como era
destemido!
Contudo o poderoso profeta agora estava correndo de medo:
A
Guerra
Que
Começou
é a Mesma Guerra Que Combatemos Hoje
Entre
Elias
e
Jezabel
A mesma guerra está sendo travada na casa de Deus agora mesmo.
Pense num cristão consagrado, alguém como Elias. Ele se dedica à obra do
Senhor, diligente, paciente, anda pela fé, é serviçal, e cresce na prática de
boas obras. Mas há algo atrapalhando em sua vida. É um servo que possui
medida de Cristo: é salvo, justificado, e ocupa-se dos negócios do Pai.
Mesmo assim, agora o Senhor chega a ele dizendo: "Tenho algo contra você.
Você tem permitido algo destrutivo em sua vida. Um espírito de Jezabel lhe
seduziu. E isso está impedindo o seu caminhar comigo".
"Tenho...contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel...não somente
ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a
comerem cousas sacrificadas aos ídolos" (Apoc. 2:20). Jesus aqui não está
falando de uma mulher de verdade que se levanta na igreja, e fala sobre
como desenvolver fornicação. Não, Ele está se referindo àquelas coisas que
você permite que lhe doutrinem: TV, Internet, os apetites da carne. Todas
elas são sedutoras poderosas.
Igualmente, quando Cristo fala de "comerem cousas sacrificadas aos
ídolos", Ele não está falando de comida. Ele está se referindo aos cristãos
que se alimentam das imundícies do diabo. Esses crentes podem elevar suas
vozes em louvor na igreja, mas quando vão para casa, entregam suas
mentes às piores das imundícies imagináveis: sexo, violência, abominações.
Até o mundo reconhece o mal destas coisas. Numa entrevista com o
New York Times, perguntaram a um jovem e famoso ator se ele alguma vez
havia se entregue à pornografia, como muitos astros de Hollywood. O jovem
respondeu: "Não posso deixar que a minha mente se alimente de porcaria. As
pessoas que entram na pornografia não conseguem controlar o raciocínio. A
cabeça fica sempre correndo junto com as imagens que recebe. Não posso
fazer isso. Nenhum ator profissional pode". É triste, mas muitos cristãos não
podem alegar tal tipo de disciplina.
Muitas vezes quando o espírito de Jezabel vem nos seduzir, ele
cochicha: "Você trabalhou muito, e agora precisa relaxar. Está na hora de
aceitar um pouco de recreação. Estamos nos dias da graça, e Deus não é
duro com os Seus. Vá em frente, veja um programinha de TV. Ou alugue um
filme sujo. Caso você se entregue demais, sempre poderá clamar o sangue
de Jesus, e ficar limpo de novo".
Não! Jesus diz que se você cobiçar no coração, já cometeu adultério.
Ele nos diz de modo simples, com olhos flamejantes: "Dei-lhe tempo para que
se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição"
(Apoc. 2:21). O "ela" nesse versículo significa os filhos de Deus que foram
enganados, os que foram seduzidos pelo espírito de Jezabel.
O Senhor está dizendo: "Sou misericordioso com você, e tenho sido
muito paciente. Lhe dei muito e muito tempo para se arrepender, e deixar o
pecado. Eu lhe enviei profetas, sermões do púlpito, exortações de amigos. O
Meu Espírito lhe convenceu e preveniu em amor. Mas você ainda não se
arrependeu.
"Quero ardentemente que você entre na Minha plenitude. Expus diante
de si todos os recursos; mesmo assim, continua vivendo como mendigo.
Mantenho essa controvérsia consigo, e ela não vai acabar enquanto você não
tratar com esses impedimentos."
Preste
Atenção
de se Deixar Jezabel Viver
às
Terríveis
Conseqüências
Jesus diz quais são essas conseqüências:
"Eis que a prostro de cama" (Apocalipse 2:22). Em grego a tradução
aqui é: "esgotar, pôr em fuga". Significa medo constante; exaustão, fugir
sempre.
"grande tribulação" (2:22). Em grego sugere pressão, problemas,
depressão.
"Matarei os seus filhos" (2:23). A menos que aqueles que fizeram
aliança com Jezabel se arrependam, o seu fim será literalmente a morte.
Por que o Senhor trata com tanta severidade os que vão para a cama
com
Jezabel?
É
porque
deseja que esse assunto seja levado a sério por todos que O servem. "Todas
as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mente e corações, e vos
darei a cada um segundo as vossas obras" (2:23).
Essas não são palavras de algum profeta do Velho Testamento. É uma
advertência do próprio Jesus, nestes dias da graça. Ele está dizendo: "Cada
pessoa individualmente em Minha igreja tem de saber que Jezabel precisa
ser derrubada. Você tem de dar um último suspiro nessa fortaleza espiritual,
ou então nunca terá uma medida maior de Mim".
Voltemos agora a Elias. Eu o considero um dos mais poderosos
homens de Deus em todas as escrituras. Contudo, ele permitiu que Jezabel
vivesse. Elias falhou nessa missão, sem justificativa.
O quê havia na raíz do fracasso de Elias? Era falta de fé. Elias atribuiu
mais poder à Jezabel do que a Deus. Pense no seguinte: após sua vitória no
monte Carmelo, houve reavivamento na terra, convencimento no meio do
povo, e arrependimento amplo. Jezabel ficou sem poder. Se ela tivesse
tentado matar Elias naquela ocasião, o povo o teria cercado em proteção.
Mas em vez disso, quando a ameaça chegou, Elias perdeu a fé.
Você está entendendo o ponto desta mensagem? O Deus que o
salvou - que lhe deu vitórias contra o pecado, e lhe concedeu milagres - tem
o mesmo poder para matar qualquer cobiça do tipo-Jezabel que haja em
você. Ele pode destruir qualquer fortaleza, mortificar todo pecado que o
assedia, e lhe livrar de todo poder do inimigo.
Muitos cristãos em luta pensam: "O meu hábito é forte demais; sou
vencido por ele. Vitória, aonde?". É quando o inimigo lhes cochicha: "Deus
não está escutando. Você não vai conseguir. Apesar de toda oração, você vai
cair". Mas o Senhor responde: "Não! Nenhuma fortaleza, nenhum espírito de
Jezabel terá domínio sobre você".
Elias fez o que muitos crentes pensam em fazer: ele fugiu. Davi fala de
querer voar para o deserto, como um pássaro. Jeremias desejou ter um lugar
isolado para viver, bem longe num lugar despovoado. Mas a maioria dos
cristãos que "fogem" nunca na verdade vai a algum lugar. Para eles, é como
um estado de humor, um desejo de escapar da situação.
Finalmente, Davi conclui, "não temerei mal algum". Mas Elias optou
por fugir e se esconder. Ele desistiu de lutar. E Jezabel sobreviveu.
Deus
Ama
os
Seus
a Todos os Seus Temores e Quedas
Servos
Em
Meio
Creio que a história de Elias, revela um dos atos mais cheio de
compaixão que Deus tenha mostrado a qualquer servo que esteja com medo.
Elias acabou em baixo de uma árvore de zimbro no meio do mato, tão
deprimido que caiu em sono profundo. Mas o Senhor enviou um anjo para lhe
acordar e alimentar com um bolo e um pouco de água. Então Elias comeu e
bebeu, mas ainda estava tão deprimido que voltou direto a dormir.
Mais uma vez o anjo o despertou e alimentou com outra refeição. Aí
Deus disse suaves palavras ao Seu servo: "Elias, a jornada é muito grande
para você. Então, sente-se aqui e coma" (I Reis 19:7). Ele estava dizendo:
"Amigo, não dá para você resolver isso sózinho. Estou contigo".
Veja, o amor de Deus por Elias nunca esteve em dúvida. Não
importava a extensão da falha do Seu servo. Mesmo em seu medo, em sua
depressão e em sua vontade de fugir, Elias ainda era muito amado pelo Pai.
O mesmo é verdade para todos nós que amamos e servimos o Senhor.
Contudo Deus tinha uma outra mensagem para Elias. Tratava-se de
um aviso misericordioso, e se aplica a nós igualmente hoje em dia. Ele
pergunta: "Que fazes aqui, Elias?" (19:13). Mesmo tendo perdoado Elias, o
Senhor não iria varrer o problema para baixo do tapete. Ele o amava
muitíssimo.
Elias respondeu com uma desculpa, mas Deus não iria aceitá-la. Mais
uma vez Ele pergunta: "Por que você está aqui?". Ele estava perguntando, na
essência, "por que você abandonou a luta, Elias? Por que renunciou ao seu
ministério? De onde vem esse seu esgotamento?".
No fim, parece que Deus aceita a desistência de Elias. O Senhor diz,
em Suas palavras: "Não vou te forçar a ir, Elias. Mas vou ungir a Jeú em teu
lugar. Ele vai cumprir a tua missão matando Jezabel".
O fato é: se quisermos desistir, o Senhor permitirá. E não nos amará
menos. Ele simplesmente irá permitir que continuemos vivendo com nossa
limitada medida de Cristo. Em verdade, quando chegou a hora de Elias ir
para o Senhor, ele foi carregado aos céus junto a um carro de fogo. Ele foi
um homem grandemente honrado. Mas, como Moisés, a quem não foi
permitida a entrada na Terra Prometida, Elias nunca ingressou na plenitude
da bênção de Deus.
Você pode dizer: "Não tenho problema com lascívia. Não sou
fornicador ou adúltero. Graças a Deus, não fui seduzido pelo espírito de
Jezabel". Eu me alegro com você. Mas para todo crente desejoso de entrar
plenamente na bênção de Cristo, um momento de Elias certamente virá.
Você encontrará o maior, o mais imbatível inimigo que se poderia enfrentar. E
o espírito de Jezabel irá lhe tratar com sarcasmo, "Desta vez, você vai cair.
Está tudo acabado para você".
Quando chegar essa hora, você não pode pensar em desistir. Não
renuncie à luta, e nem abandone as promessas que Deus lhe deu. Ponha
abaixo esse espírito de Jezabel. O Senhor diz que o espírito de Jezabel não
tem poder sobre você.
Cá está um último quadro das misericórdias de Deus. Mesmo Elias
tendo falhado, o Senhor deu ao Seu servo a palavra final. As escrituras dizem
que Elias profetizou: "Os cães devorarão Jezabel dentro dos muros de
Jezreel" (I Reis 21:23). Foi exatamente isso que aconteceu. Jezabel foi morta
no exato local de onde Elias havia fugido, e os cães lamberam o sangue dela.
Deus concedeu à Elias a palavra final.
Prezado santo, o nosso Senhor nos fez mais do que vencedores. Esta
é a Sua palavra final sobre o assunto. Então, levante-se e lute. E deixe que
Ele o guie à plenitude da Sua bênção.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Rio
da
(River of Life)
Por
13
__________
de
Vida
-
13
David
Janeiro
de
janeiro
de
2003
de
O profeta Ezequiel recebeu uma visão incrível. As escrituras dizem que
a mão de Deus carregou Ezequiel à uma montanha muito alta, onde um
homem lhe aparece "cuja aparência era como a do bronze" (Ezequiel 40:3).
João descreve uma visão semelhante de um homem que lhe aparece na ilha
de Patmos: "os pés, semelhantes ao bronze polido" (Apocalipse 1:15).
É claro, o homem em ambas as passagens é nenhum outro senão o
próprio Cristo. Ele introduz Ezequiel às portas da casa de Deus, onde dá ao
profeta essa impressionante visão. É uma visão do futuro do povo de Deus,
revelando no que se tornaria o corpo de Cristo à chegada dos dias do fim.
Ezequiel registra:
"Depois disto, o homem me fez voltar à entrada do templo, e eis que
saiam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente; porque a face da
casa dava para o oriente, e as águas vinham de baixo, da banda direita da
casa, da banda do sul do altar... Saiu aquele homem para o oriente, tendo na
mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas
águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar
pelas águas, águas que me davam pelos lombos. Mediu ainda outros mil, e
era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham crescido,
Wilkerson
2003
águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar. E me
disse: Viste isto, filho do homem?..."
"Junto ao rio, às ribanceiras, de uma e de outra banda, nascerá toda
sorte de árvore que dá fruto para se comer; não fenecerá a sua folha, nem
faltará o seu fruto; nos seus meses, produzirá novos frutos, porque as suas
águas saem do santuário; o seu fruto servirá de alimento, e a sua folha, de
remédio" (Ezequiel 47: 1, 3-6, 12)..
Ora, imagens de água na Bíblia quase sempre representam o Espírito
de Deus. Essa visão claramente revela um poderoso derramamento do
Espírito Santo nos últimos dias. A visão é tão poderosa, tão sufocante em seu
escopo, que Ezequiel não conseguiu compreendê-la. Ele não consegue
sequer comentar o seu significado - só consegue reportá-la. Na verdade,
antes de a visão acabar, o Senhor pára e pergunta a Ezequiel: "Viste isso?..."
(47:6).
Deus basicamente está perguntando a Ezequiel: "Você consegue
alcançar a magnitude do quê está vendo? É capaz de compreender a força
profética desta visão? Dá para você ver do que falam essas águas que
crescem, como elas indicam o modo pelo qual todas as coisas acabarão?
Diga-Me, Ezequiel: você enxerga nessa visão a glória da vinda do Senhor?
Sei que tal revelação é impressionante e mexe com a sua cabeça. Mas não
quero que você deixe passar o real significado dela".
Ao reler esta passagem, o Espírito Santo me parou nesse mesmo
versículo onde parou Ezequiel. E me perguntou a mesma coisa que
perguntara ao profeta do Velho Testamento: "David, você compreende que
isso é uma grande profecia, vinda diretamente do trono do Pai? Você entende
como ela descreve a igreja nesses últimos dias? Você alcança o significado
do rio subindo?".
A visão deve ter aturdido Ezequiel. Apesar de que as escrituras não o
mencionam especificamente, estou convencido de que o profeta não
entendeu o quê estava vendo. Todos os profetas do Velho Testamento
tiveram uma visão limitada de Cristo. O próprio Jesus nos diz: "Pois em
verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e
não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram. Atendei vós, pois...." (Mateus
13: 17-18).
Veja estas últimas três palavras: "Atendei vós, pois". Cristo está nos
dizendo: "Não percam isso. Certifiquem-se de estar entendendo o quê lhes
está sendo revelado".
O quê é exatamente que o Senhor revela nessa visão profética?
Está Chegando Um Derramamento Crescente do Espírito Santo.
Eis o quê estava sendo mostrado a Ezequiel: exatamente nos últimos
dias, a igreja de Jesus Cristo será mais gloriosa, mais vitoriosa do que em
toda a sua história. O verdadeiro corpo de Cristo não irá se enfraquecer e se
confundir; não irá diminuir em números, ou diminuir em poder ou autoridade
espiritual. Não - a Sua igreja sairá numa rajada de poder e glória. E
desfrutará da maior revelação de Jesus que alguém já tenha recebido.
Ezequiel escreve: "será como o peixe do mar Grande, em multidão
excessiva" (Ez. 47:10). Você entende o quê está sendo dito aqui? Vem
chegando um corpo de crentes que nadará nas crescentes águas da
presença do Senhor. E a Sua presença em meio ao Seu povo crescerá até o
último dos dias finais.
Lamentavelmente, tenho notado uma terrível tendência no meio de
certas igrejas e de certos grupos cristãos em nossos dias. Tais grupos
limitam a visão que têm de Deus aos seus próprios grupos, ou mesmo às
suas próprias áreas geográficas. Muitas vezes a sua atitude é:
"Somos o novo mover de Deus. O que Ele está fazendo nos últimos
dias vai começar bem aqui, em nosso meio. E fluirá a partir desse corpo.
Assim, é melhor que você se junte a nós, pois nós temos a visão. Somos o
centro exato da coisa nova que Deus está fazendo na terra no tempo de hoje.
E Ele está formando redes a partir de nós".
Essa atitude não apenas se auto alimenta, como também limita Deus.
Em verdade, ela prejudica o Seu mover de modo muito semelhante ao que
denominações dominantes fizeram por séculos. Tais grupos davam a
impressão de que eles apenas representavam o mover de Deus sobre a
terra. E agora, tragicamente, a história se repete.
De fato, vejo uma antiga falsa doutrina sendo ressuscitada hoje. Em
termos simples, ela diz: "Deus tem uma só igreja em uma determinada cidade
ou região. E só pode haver uma autoridade espiritual que controle tal área".
Os que promovem esta doutrina terrível indicam apóstolos ou líderes para
"governar" estas áreas. Sei de tais auto-indicados apóstolos e profetas na
cidade de Nova York. Eles crêem que unicamente eles têm autoridade dentro
da dimensão espiritual aqui.
Há ainda uma outra maneira pela qual a igreja tende a se limitar
atualmente. Ela tende a olhar para a igreja do primeiro século e para os
apóstolos originais, como se esses antigos crentes possuíssem melhor
revelação em relação a como deveria ser o corpo de Cristo. Tais grupos
esgotam seus estudos, sua energia e devoção na tentativa de imitar ou
recapturar os métodos da igreja primitiva.
Mas o Senhor não quer necessariamente que voltemos aos métodos
da igreja primitiva. A verdade é: Ele planejou algo muito melhor para o Seu
povo nestes últimos dias. Por que deveríamos voltar para o gota à gota de
água que ocorreu na igreja primitiva, quando Ele nos deu "águas que se
deviam passar a nado" hoje?
Isso é exatamente o que Deus está nos mostrando na visão que
Ezequiel teve das águas subindo:
"...mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me
davam pelos tornozelos. Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas
que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos lombos" (Ezequiel 47: 3-4).
Ezequiel está falando aqui de um aumento do Espírito Santo. Nos dias
do fim, haverá um aumento da presença de Deus em meio ao Seu povo.
As nascentes e as origens desse rio é a Cruz. Vemos uma imagem
literal disso no seguinte versículo: "Um dos soldados lhe abriu o lado com
uma lança, e logo saiu sangue e água" (João 19:34).
Essa pequena quantidade de água é quantidade que Ezequiel viu
quando a visão se abriu para ele. Ao contemplar o templo de Deus, ele vê
"que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente...as águas
vinham de baixo, da banda direita da casa, da banda sul do altar" (Ezequiel
47: 1-2).
Esse crescente fluir de águas é a imagem do Pentecostes, quando o
Espírito Santo foi dado aos discípulos. Juntamente com esse dom do Espírito,
os seguidores de Cristo receberam a promessa de que Ele seria um rio de
vida que fluiria do interior deles. E esse rio jorraria para todo o mundo.
"Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de
água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os
que nele crescem..." (João 7: 37-39).
Pergunto-lhe: você já está entendendo? Se o rio das águas vivas é o
Espírito Santo, então o Pentecostes, com toda a sua glória e manifestação da
presença de Deus, foi só o começo deste gotejamento. O fluxo de água vindo
do templo de Deus cresceria cada vez mais. Se expandiria em extensão,
profundidade, volume, poder e glória de restauração. A história da igreja
prova isso.
No Pentecostes - que é o início exato dos últimos dias - Pedro anuncia
que essa água está fluindo, bem como o Senhor prometera. Naquela época,
Pedro e os outros 120 discípulos tinham essa água só até os tornozelos. Mas
ela cresceu nos anos que se seguiram.
Durante os primeiros séculos da existência da igreja, o povo de Deus
foi perseguido. Então, quando o imperador Constantino chegou ao poder, ele
abriu as prisões e as minas de sal, e libertou todos os ministros e crentes que
haviam sido escravizados. Ele também declara o cristianismo como religião
oficial do império.
No entanto, o fato é que durante aqueles anos de perseguição, a igreja
cresceu mais. Foi quando a igreja começou a aumentar o seu fluxo. Aqueles
santos cresceram grandemente no conhecimento e na revelação de Cristo.
Desfrutaram de água até os joelhos.
Martinho Lutero ainda foi um outro vaso que levou o corpo de Cristo a
um novo fluir de fé. A água que jorrou durante a Reforma chegou aos lombos
do povo de Deus, à medida que cresciam em uma maior revelação da Cruz, e
ganhavam uma sabedoria mais aprofundada do poder e da glória de Cristo.
Alegro-me ao imaginar aqueles dias. Como deve ter sido maravilhoso,
finalmente, contemplar multidões de pessoas sendo batizadas, e chegando à
revelação da salvação pela fé. Deve ter sido um tremendo espetáculo
testemunhar multidões de crentes, cheios do zelo pela casa de Deus,
correndo às catedrais para derrubar os ídolos e imagens esculpidas - aos
quais eles antes costumavam rezar. Agora eles conheciam a alegria e a vida
do fluir de Deus por si próprios.
O
Rio
da
Vida
Um Pouco Antes da Vinda do Senhor.
Chegará
ao
Topo
Isto é previsto na visão dada a Ezequiel. Deus levou o profeta à uma
incrível viagem. Carregando uma vara de medir, o Senhor percorreu 1.000
côvados, cerca de quinhentos metros. Nessa altura, o Senhor e Ezequiel
começaram a andar na água. O nível nesse ponto chegava à altura dos
tornozelos.
Ezequiel testifica: "me fez passar pelas águas" (Ez. 47:3). E o Senhor
vai movendo o profeta à frente, cada vez mais fundo e adiante na água. Após
outros 1.000 côvados, ela chega aos joelhos. E ainda estava aumentando.
Você entende o que está acontecendo aqui? Ezequiel estava andando
no futuro, direto para o nosso tempo. Os cristãos hoje estão vivendo nos
1.000 côvados finais do rio nessa visão. Estamos bem na última mensuração
da água. E Ezequiel diz que ao pôr os pés à beira desta medida, as águas
estavam muito fundas para ele. "e era...um rio que eu não podia atravessar,
porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado"
(47:5). Ele está nos dizendo na essência: "A água estava acima da minha
cabeça".
Consigo só imaginar o espanto desse homem quando o Senhor lhe
pergunta: "Ezequiel, o que é este mar subindo? Se esse rio trata da vida e do
poder da ressurreição, quem serão as pessoas tão abençoadas a ponto de
nadarem em tamanha glória?".
Talvez você tenha experimentado a presença de Jesus
abundantemente. Você pode estar vibrando devido às revelações que tem
recebido dEle atualmente. Contudo, devo lhe dizer - você ainda não viu nada
em comparação à expansão que está vindo aos justos. Cristo irá abrir os
nossos olhos, e maravilhosamente aparecer em nosso meio. Ele se nos
revelará, derramando sobre nós o tanto de Sua vida que possamos suportar,
sem já estarmos em corpos glorificados.
O profeta Isaías teve um vislumbre deste mesmo rio que apareceu na
visão de Ezequiel. Contudo Isaías viu ainda mais. De acordo com o profeta,
nos últimos dias o povo de Deus desfrutará de grande proteção contra todos
os ataques satânicos:
"Barco nenhum de remo passará por eles, navio grande por eles não
navegará" (Isaías 33:21). Isaías está falando aqui de navios de guerra
movidos por escravos. Ele está nos dando um quadro do inimigo, o diabo,
quando ele tenta lançar um ataque contra todos os que nadam nas grandes
águas. E é um quadro de total confusão.
Satanás está vociferando ordens à sua tripulação, "Fechar escotilhas;
levantar velas; acertar o mastro". Mas nada funciona. Ele e seus marinheiros
demoníacos não conseguem sequer elevar as velas para zarpar os barcos de
guerra; em meio a isso, os remadores-escravos se sentam confusos.
Deus está deixando totalmente claro a nós nestas passagens: as Suas
águas vivas são zona interditada a Satanás. Como testifica o salmista:
"Sejam confundidos e cobertos de vexame os que buscam tirar-me a vida;
retrocedam e sejam envergonhados os que tramam contra mim. Sejam como
a palha ao...vento, impelindo-os o anjo do Senhor...o anjo do Senhor os
persiga" (Salmo 35: 4-6).
Está Chegando o Tempo Em Que Um Número Sem Precedentes
de Pessoas Será Restaurado da Morte Espiritual.
"Tudo viverá por onde quer que passe este rio" (Ezequiel 47:9).
Retornando à margem, Ezequiel fica atônito. Ele olha e vê "grande
abundância de árvores" dos dois lados do rio. Estas árvores ganharam vida a
partir da corrente de águas; têm folhas que jamais murcham, e o seu fruto
traz curas maravilhosas. A vida havia se expandido por todos os lados
nessas árvores altas e frutíferas.
Sim, esse rio de Deus trará vida por onde for. Mesmo assim, nestes
últimos dias, também veremos uma inundação correspondente de morte:
A AIDS se tornou um oceano de destruição em nossos tempos, um
mar Morto dos dias modernos. Multidões estão morrendo desta terrível
doença.
O amor de muitos morrerá. Segundo Jesus, "O amor de muitos
esfriará" (Mateus 24:12).
Paulo acrescenta que escarnecedores virão, zombando da mensagem
sobre o breve retorno de Cristo. Eles matarão a expectante esperança dos
outros crentes quanto à Sua manifestação. Suas zombarias farão com que a
moral morra, e o pecado abunde.
Falsos profetas espalharão doutrinas de morte: "Mas os homens
perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados" (2
Timóteo 3:13). Agora mesmo, a morte espiritual se expande por toda a igreja
apóstata.
Ainda assim, em meio à toda morte e destruição que vemos
acontecendo, ouço a profecia do Senhor trovejando em minha alma: "O Meu
rio vai subir. E tudo viverá por onde o Meu rio fluir".
Até poucos anos atrás, a igreja na China parecia estar morta. O
inimigo havia tornado os crentes em clandestinos, e por anos nenhuma
palavra veio deste país mencionando o mover de Deus. Os cristãos do
ocidente não tinham idéia se a igreja na China havia sobrevivido, ou não.
Mas, graças a Deus, o rio não pôde ser parado. Estava subindo o
tempo todo em que nós, ocidentais, nos perguntávamos sobre o destino de
nossos irmãos e irmãs chineses. Hoje, sabemos que milhões de crentes lá
estão nadando no rio da vida de Deus. Como declarou o Senhor: "Tudo
viverá por onde quer que passe este rio".
Este rio flui a nível de inundação por todo o leste europeu. Há só
quinze anos atrás, quem poderia imaginar que algum dia ele correria livre e
abertamente pela Rumênia, Polônia, Hungria, Alemanha Oriental,
Tchecoslováquia, e até a fortaleza da Rússia? A vida em Cristo está brotando
em todas estas nações, e em outras por todo o mundo.
Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, muitos novaiorquinos pensaram em se mudar da cidade. Mas o Espírito Santo cavou um
profundo poço de água corrente aqui, e o rio está cada vez mais alto. Jesus
está revelando a Sua santidade de uma ponta à outra desta enorme cidade.
A região dos teatros, nesta cidade, não consegue deixar o rio de Deus
fora do seu território. Wall Street não consegue deter a sua maré crescente.
Os homossexuais radicais não conseguem deixá-lo fora de Greenwich
Village. Os pró-aborto não conseguem impedir que ele flua para o coração de
mulheres grávidas, desesperadas. A Prefeitura não consegue atrasar a sua
subida. Rabinos e mulás não conseguem deixar o rio para fora de suas
sinagogas e templos. O rio está subindo, subindo - e tudo vive por onde quer
que ele passe.
Lhe pergunto o seguinte: e a sua casa? A confusão reside em sua
família? Você está observando a agressividade da morte entre os seus
queridos? Será que tudo lhe parece desesperador? Agarre-se à esta
promessa de nosso bendito Senhor: "Tornarão saudáveis... (sararão)...e tudo
viverá por onde quer que passe este rio".
Eu não sei como o Senhor realizará tudo isso. Mas se Ele diz que o rio
subirá, e trará vida a tudo que tocar, eu creio nEle. Afinal de contas, Deus da
noite para o dia varreu o Comunismo - o movimento global mais opressivo do
século passado - da Rússia, do leste europeu, da Alemanha Oriental. Será
que Ele não pode fazer tal coisa também?
Em
Meio
à
Todas
Alguns Serão Deixados de Fora.
as
Curas
e
Restaurações,
Os que ficarem de fora deste rio maravilhoso "serão deixados para o
sal". "Mas os seus charcos e os seus pântanos não serão feitos saudáveis;
serão deixados para o sal" (Ez. 47:11).
Ezequiel está descrevendo aqui poças lamaçentas, cheias de sujeira e
lodo. O rio corre sobre estes pântanos, mas eles não são curados: com o
tempo, o rio vai passar por eles, e os ignorar completamente, deixando-os tão
secos que se tornarão em sal.
No Velho Testamento, o sal é símbolo de rebeldia e nudez. Os
pântanos de sal que Ezequiel descreve aqui representam aqueles, dentre o
povo de Deus, que experimentam e têm profunda consciência - mas não
mudam. Estas pessoas podem chorar pelo pecado e pela morte, mas não
obedecem a palavra de Deus para buscar vida. Podem fazer promessas e
resoluções para mudar, mas não as seguem. Isaías ressoa isso quando diz:
"Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas
águas lançam de si lama e lodo" (Isaías 57:20).
Não se engane: tais pessoas abertamente professam serem cristãs; e
têm sido invadidas pela repreensão divina. O Espírito Santo tem sondado e
medido a profundeza de suas almas, e as cortejado. Mas elas permanecem
inalteradas. Têm estado em Seu rio da vida, mas não permitem que ele toque
a intimidade do seu ser.
Como resultado, a vida de Jesus não flui deles. Antes, do seu interior
fluem fortes torrentes de mexericos sujos, elogios insinceros, mentiras e
distorções. Tais pessoas não são doadoras de vida. Pelo contrário, tudo em
torno delas é tocado por discussão e amargura. Elas chafurdam na autocomiseração. Elas continuamente se queixam e questionam a ação de Deus
nos outros. Professam a vida, mas estão atoladas na sujeira. São falsas
espiritualmente, propagando morte aos que as cercam.
Nas palavras de Pedro, se tornaram "fonte sem água" (2 Pedro 2:17);
e, segundo Ezequiel, uma sentença de morte lhes foi passada: "serão
deixados para o sal". Isso é uma maldição de sequidão, que as relega à uma
vida sem frutos, de total inutilidade. Contudo ainda assim, elas se mantêm
firmes em sua rebelião, cheias de orgulho destrutivo.
Tragicamente, Deus fará uma curva no fluxo do Seu rio da vida para
jorrar inteiramente em torno delas. Ao fim, se tornarão cegas, ficando
insensíveis ao perigo no qual se colocaram. E, com o Espírito Santo
deixando-as, serão deixadas no engano, chorando, "Paz, paz", com a
destruição caindo junto à elas.
Ezequiel deve ter ficado incrédulo ao testemunhar esses bolsões de
morte. Ele via a vida brotando por todos os lados onde o rio passava, mas
esses bolsões se mantinham áridos e brancos em sequidão.
Eu pergunto: como um seguidor de Cristo pode chegar à uma situação
dessas? Como poderia um servo se tornar tão vazio, ressecado e cortado do
rio doador da vida? Pedro explica:
"Eles andam segundo a carne. São presunçosos e voluntariosos.
Resistem à toda autoridade ordenada por Deus. E falam mal de coisas das
quais nada sabem. Se tornam emaranhados nas coisas do mundo, e são
vencidos por elas. E se afastaram dos santos mandamentos que uma vez
lhes foram entregues" (v. 2 Pedro 2: 10-21).
Para mim, a parte mais triste desta tragédia é que a maioria destes
poços secos já foi fontes de águas vivas. No passado suas vidas produziam
cura e bênção. Mas agora vomitam amargura, ódio e morte.
Prezado santo, insisto: se está sendo pêgo em teimosa amargura
enquanto o rio corre em torno de você, não se permita continuar. Antes, deixe
que Deus encha o seu interior com a Sua água viva. Você não está sabendo,
mas uma inundação de revelação de nosso Senhor está a caminho. E ela
não irá parar para abastecer a carne.
Então, você compreendeu a magnitude da visão dada a Ezequiel? Os
profetas do Velho Testamento não puderam vê-la. Mas através do Espírito
Santo, Deus nos deu olhos para contemplarmos a Sua extrema
grandiosidade. Ouví vós pois: o rio da vida vem chegando!
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
2002
____
O Toque de Deus
(The Touch of God - Daniel)
-
Daniel
-
02
de
dezembro
de
2002
Por
2
__________
de
David
dezembro
de
Daniel testifica: "Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs
sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos" (Daniel 10:10). A
palavra para "tocou" aqui quer dizer agarrou violentamente. Daniel estava
dizendo: "Quando Deus pôs as mãos sobre mim, dobrou-me sobre minha
face. O seu toque me deu urgência para buscá-lo com todo o meu ser".
Isso acontece toda vez que Deus toca a vida de alguém. Essa pessoa
cai de joelhos. E se torna um homem ou mulher de oração, levado a buscar o
Senhor.
Tenho muitas vezes me perguntado por que Deus toca apenas
algumas pessoas com essa urgência. Por que alguns servos ficam famintos
em buscá-lo, enquanto outras fiéis pessoas prosseguem nos seus caminhos?
Os servos tocados por Deus têm uma relação íntima com o Senhor. Eles
recebem revelações do céu. E desfrutam de um caminhar com Cristo do qual
poucos desfrutam.
Penso em Daniel. Esse devoto servo foi tocado por Deus de modo
sobrenatural. Ora, havia muitas outras pessoas boas e piedosas servindo ao
Senhor nos dias de Daniel. Incluem-se Sadraque, Mesaque e Abede-Nego,
assim como Baruque, um escriba de Jerusalém. Inúmeros outros israelitas
mantinham igualmente sua fé, enquanto escravizados na Babilônia. Cerca de
40.000 deles iriam retornar a Jerusalém para reedificar o templo.
Então, por que Deus impôs suas mãos sobre Daniel e o tocou da
maneira que o fez? Por que apenas esse homem se tornou capaz de ver e
ouvir coisas que ninguém mais conseguia? Ele declara: "Só eu, Daniel, tive
aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram" (Daniel 10:7).
Eis a incrível visão que Daniel teve: "No dia vinte e quatro do primeiro
mês, estando eu à borda do grande rio...levantei os olhos e olhei, e eis um
homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro...o seu
corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos,
como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze
polido" (10:4-6).
Era uma visão do próprio Cristo, clara e vívida. Em verdade, foi a
mesma visão dada a João na Ilha de Patmos (v. Apocalipse 1:13-15). Agora
Deus fala a Daniel de modo inconfundível, "e a voz das suas palavras era
como o estrondo de muita gente" (10:6); não foi um pio ou um cochicho, mas
o trovejante ressoar de um ruidoso tumulto.
O Senhor se revelou a Daniel dessa maneira por uma razão
específica: ele queria cessar a longa fome pela sua palavra; decidiu que
havia chegado a hora de entregar uma mensagem à humanidade perdida. E
queria que os seus servos soubessem o quê ele estava prestes a fazer, e por
que: "Fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias"
(10:14).
Mas Deus precisava de uma voz para declarar a sua mensagem. Ele
queria um homem de oração, um servo que responderia fielmente ao seu
chamado. Daniel era esse homem. Ele havia estado orando com devoção
Wilkerson
2002
três vezes ao dia. E agora, enquanto andava ao longo do rio, Cristo se revela
a ele. Daniel ficou abalado pela experiência. Ele diz: "Caiu sobre eles um
grande temor, e fugiram e se esconderam. Fiquei, pois, eu só e contemplei
esta grande visão, e não restou força em mim...Contudo, ouvi a voz das suas
palavras" (10:7-9).
As escrituras não identificam os homens que estavam com Daniel.
Poderiam ser guardas babilônicos, ou funcionários do governo; afinal de
contas, Daniel ocupava um alto posto no reino. Em minha opinião, estes
homens eram israelitas, especificamente amigos e companheiros piedosos
de Daniel. Então, se é assim, por que fugiram? Daniel diz que eles nem viram
e nem ouviram nada. Por que foram obrigados a se esconder?
Eis o porquê: Deus estava no processo de possuir Daniel; estava
preparando o seu servo, corpo e alma, para receber uma palavra dos céus. E
isso é sempre uma visão impressionante. Toda vez que Deus toca um dos
seus servos - homens de oração - ele se manifesta nesse vaso humano.
Primeiro ele o esvazia de todo o seu eu, e aí o possui totalmente.
A visão desse processo pode infundir medo em cristãos limitados à
carne: ou faz com que os seus pecados ocultos se derretam, ou os incita a
fugirem da cena. Me lembro de uma ação divina desse tipo em minha própria
vida, vários anos atrás, antes que o nosso ministério se mudasse para Nova
York. A minha esposa, Gwen, e eu estávamos sentados em nosso quintal no
Texas com outros casais cristãos. De repente, o Espírito de Deus me
dominou, e eu caí sobre a minha face.
O Senhor começou a falar ao meu coração sobre as almas perdidas.
Logo eu estava chorando e profetizando. Sentia-me como se estivesse na
presença do próprio Deus, retirado desse mundo. O seu Espírito movia-se
sobre mim, me chamando, dando-me visão para o ministério. Eu não sei
quanto tempo estive naquele estado. O que eu sei é que, durante aquele
tempo as nossas visitas se desculparam e saíram. Algo na cena os
afugentara.
Sempre me pergunto: esse toque sobrenatural de Deus seria
simplesmente uma questão de predestinação? Os que recebem o seu toque
seriam pessoas escolhidas e selecionadas para tal ainda antes de nascerem?
Seriam elas simplesmente destinadas à oração, à posse pelo Espírito Santo,
à recepção de palavras vindas do trono de Deus?
Faço essas perguntas devido a uma inexplicável fome existente em
minha alma, fome dada por Deus. O meu homem interior anseia por uma
revelação de Cristo. Alguma coisa em mim simplesmente não se aquietará
com revelação vinda de qualquer outra pessoa. Por que? Estou convencido
de que Deus tem uma palavra particular que deseja transmitir a essa
geração. E agora mesmo, está procurando na terra servos que possa possuir.
Ele quer homens e mulheres que servirão como seus oráculos para um
mundo perdido. Só a sua poderosa e ungida palavra pode combater o
crescente espírito do islamismo. E somente a sua verdade pode dar um golpe
mortal na hipocrisia em sua própria igreja.
Como o mundo mudou rápido. Após a queda das Torres Gêmeas em
Nova York, a freqüência à igreja cresceu repentinamente. As pessoas
voltaram em bando à igreja pela primeira vez em anos. De súbito, Deus se
tornou popular outra vez. A menção do seu nome marcava todos os eventos
esportivos, sessões do governo ou reuniões cívicas. Parecia que a nação
inteira estava dizendo preces e falando de Deus.
Hoje, contudo, a freqüência à igreja está mais baixa do que antes da
tragédia de 11 de setembro. Uma pesquisa nacional recente cita frases das
pessoas dizendo: "A igreja foi uma experiência tão desagradável que não
voltei mais". "Não acontecia nada lá. Não valia a pena gastar o meu tempo".
"Nada lá dentro me deu vontade de voltar".
Como pode ser isso? Isso acontece porque a igreja perdeu sua
autoridade espiritual. A maioria dos sermões que essas pessoas ouviram
eram mortos, sem vida. Eles revelaram a igreja em seu estado atual: fraca e
desprovida do real caráter de Deus. Agora as pessoas se tornaram surdas ao
evangelho. Os jovens especialmente estão rejeitando a igreja, dizendo que
ela é irrelevante. Eles não querem ter nada a ver com uma instituição que é
motivo de riso aos olhos do mundo.
Mas Deus está prestes a mudar tudo isso; agora mesmo está
levantando homens e mulheres tocados por Deus, e possuídos pelo Espírito.
Ele está colocando esses servos no fogo com sua verdade. E o seu toque em
suas vidas fará com que o mundo note isso.
Uma palavra pura está preste a descer dos céus mais uma vez. Ela irá
expor a hipocrisia e as mentiras demoníacas. O islamismo será revelado
como possuindo origens satânicas. E tudo aquilo proveniente da carne - o
egoísmo, o materialismo, a lascívia - será trazido à flamejante luz da palavra
de Deus. Verdade convincente será pregada dos lábios da nova geração de
Deus - gente que busca, pessoas que comprometeram seus corações
inteiramente com Cristo.
1.
Deus
Fez
de
Daniel
Porque Este Jamais Abandonou a Oração
um
Oráculo
Seu
O Senhor toca todo servo que é fiel na oração. Ele busca os que estão
dispostos a se disciplinarem a fim de ouvir a sua voz. A Bíblia chama essa
atitude de "dispor o coração". Daniel diz: "Voltei o meu rosto ao Senhor Deus,
para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza"
(Daniel 9:3).
Daniel então nos diz: "Falava eu ainda, e orava, e confessava o meu
pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançava a minha súplica perante a
face do Senhor, meu Deus...o homem Gabriel, que eu tinha presenciado na
minha visão ao princípio, veio rapidamente, voando, e me tocou à hora do
sacrifício da tarde" (9:20,21). Resumindo, Daniel está dizendo: "Deus tocoume ao buscá-lo em fervente oração".
Daniel deixa claro: ele não conseguiu compreensão da palavra de
Deus estudando junto aos eruditos. Não ganhou conhecimento quanto aos
futuros acontecimentos a partir das instituições babilônicas. Ninguém poderia
lhe ensinar como interpretar sonhos que haviam sido dados de modo
sobrenatural. Daniel declara: "Falava ainda na oração...Ele...falou comigo, e
disse: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido" (9:21-22).
Simplificando, as orações de Daniel trouxeram palavras vindas do
trono de Deus: "Então me disse: Não temais, Daniel, porque desde o primeiro
dia, em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu
Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e por causa das tuas palavras é que
eu vim...Agora vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo
nos últimos dias" (10:12, 14)..
Que tipo de prece Daniel havia feito para despertar tal visitação? As
escrituras nos dizem que ele havia passado três semanas em total
quebrantamento: "Naqueles dias eu, Daniel, pranteei durante três semanas.
Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca,
nem me untei com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras"
(10:2-3). .
Daniel havia passado vinte e um dias se humilhando, chorando
ajoelhado, corrigindo sua carne, dispondo o coração para receber
compreensão divina. Ele não media suas sessões de oração pelo relógio. Ele
estava fazendo uma declaração de guerra: "Senhor, não deixarei tua
presença enquanto eu não discernir o quê estás fazendo. Não importa o
preço que eu tenha de pagar".
Agora mesmo, o povo de Deus está precisando receber uma palavra
dos céus como nunca antes. Jamais na história tantas e tantas multidões
ficaram tão enjoadas e aborrecidas com sermões mortos e áridos. As
pessoas piedosas estão literalmente chorando para terem uma palavra
convincente, transformadora de vidas. Mas a maioria dos púlpitos está
ocupada por homens sem autoridade espiritual. São pastores que não oram e
estão perdidos pelos tempos, incapazes de trazer entendimento e
esperanças a congregações amedrontadas.
Uma outra coisa aconteceu com Daniel enquanto ele orava. Ele foi
levado ao fim de suas habilidades enquanto humanas. O Senhor agora
tocava os lábios de Daniel para que ele pudesse falar como seu oráculo. Ele
diz ao seu servo: "Santifiquei a tua língua. Agora vou falar através de ti".
Qualquer pessoa que fale por Deus precisa ter sua língua limpa e
purificada. A Bíblia nos traz exemplo atrás de exemplo:
. Jeremias diz: "Estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca, e me
disse: Eis que ponho na tua boca as minhas palavras. Olha que hoje te
constituo sobre as nações...para arrancares e derribares, para destruíres e
arruinares, e também para edificares e para plantares" (Jer. 1:9-10).
. Isaías diz: "Então disse eu: Ai de mim! Estou perdido! Porque sou
homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os
meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então um dos serafins voou
para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma
tenaz; com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que ela tocou os teus
lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado" (Is. 6:5-7).
. Daniel testifica: "E eis que uma como semelhança dos filhos dos
homens me tocou os lábios; então passei a falar...Então me tornou a tocar
aquele semelhante a um homem, e me fortaleceu" (Daniel 10: 16-18).
As experiências destes homens são exemplos para todos nós: Deus
está procurando pessoas que queiram gastar o seu tempo para se trancarem
com ele, que o buscarão regularmente e esperarão na sua presença. Como
dedicados atletas olímpicos, esses servos passarão horas em sua disciplina,
durante semanas e meses direto.
Pode-se dizer: "Não posso ficar horas orando. Tenho obrigações como
todos". Quero dizer que Daniel era um homem muito ocupado. Como
proeminente funcionário do governo, tinha incríveis questões em suas mãos.
Mesmo assim Daniel dispôs seu coração para buscar a Deus. E produziu em
seu melhor horário, todos os dias - três vezes por dia, na verdade - tempo
para orar. Deus lhe respondeu com uma visão impressionante: "Eu, Daniel,
enfraqueci, e estive enfermo alguns dias; então me levantei e tratei dos
negócios do rei. Espantava-me com a visão, e não havia quem a entendesse"
(Daniel 8:27). Mesmo doente, ou durante seus negócios diários, Daniel
buscava ao Senhor.
Deus está procurando pelo mesmo tipo de desespero entre seus
pastores atualmente. Está buscando pastores que estejam cansados de
meramente pregar sermões, que estejam lutando por uma mensagem nova,
pastores que agora estejam tendo pouco impacto sobre as pessoas. Ele quer
pregadores que prefeririam morrer e estar com Jesus, a prosseguir na
sequidão. São ministros famintos que gritam: "Ó Deus, ponha o teu fogo em
minha alma. Quebre-me, derreta o meu coração, revolucione a minha vida.
Não posso continuar nessa rotina. Preciso do teu toque. Quero servir como
um oráculo para Ti, falar ao teu povo". Aquele cujo coração tem esse tipo de
grito vindo do coração - e dirigido a Deus - é o servo a quem o Senhor toca.
2. Daniel Sofre Pelo Declínio Espiritual da Sociedade e da Igreja
Há muitas pessoas piedosas atualmente que ficam horas em
intercessão. São abençoados servos que andam pela fé com grande
convicção. Contudo muitos deles não sofrem pelos pecados do nosso país,
ou pela mortandade na casa de Deus. Eu não estou sugerindo que os
cristãos devam ser pessoas aparvalhadas e preocupadas. Mas existe uma
atitude no coração até mesmo no crente mais alegre, que o leva à dor diante
da mornidão da igreja, e do declínio moral da nação.
Vemos isso na vida de Daniel. Daniel era uma pessoa, em sua
sociedade, que sofria dores junto com o coração de Deus. Na ocasião, ele
estava recebendo visões no meio da noite. Foi milagrosamente salvo da cova
dos leões. O Senhor estava abençoando e prosperando tremendamente este
homem. Porém, o tempo todo, Daniel nunca tirou da cabeça as coisas
dolorosas que Deus estava lhe mostrando sobre Israel: "Quanto a mim,
Daniel, o meu espírito foi alarmado dentro em mim, e as visões da minha
cabeça me perturbaram" (Daniel 7:15).
Cá estava um homem que ia dormir tendo o Senhor em mente. Os
pensamentos dele não ficavam transbordando de idéias de negócios, ou
imagens sexuais. Daniel buscava o Senhor continuamente, fazendo súplicas.
E agora os céus estavam abertos a ele, com visões do futuro. Daniel estava
se movendo dentro de uma espantosa e profética dimensão, porque havia
escolhido sofrer as dores com Deus.
Agora Deus revela a Daniel o seu plano. O Senhor está prestes a
arrancar tudo que é mal e jogar fora. Irá esmagar as nações más e as
destruir. O dia do juízo está próximo, e o tempo acabando. O Rei está
chegando, e logo os livros serão abertos. No entanto, surpreendentemente, o
povo de Deus estava em sono profundo, desligado de tudo. .
Então Daniel se enluta devido à morte espiritual e à depravação na
casa de Deus. Testifica: "Essas palavras divinas, essas visões do futuro, me
abalaram. Elas agitaram a minha alma, e me levaram ao choro e ao
sofrimento" (v. Daniel 9).
Vejo uma cena parecida na casa de Deus hoje. Ministros e igrejas têm
fechado os ouvidos aos alertas proféticos. Recusam-se a ouvir ou a falar tudo
que seja negativo. Em sua cabeça, está na hora de apenas se gozar a vida.
No entanto muitas destas mesmas pessoas no passado experimentaram
milagres. Pela oração trouxeram ao reino os seus queridos que haviam se
perdido; choraram diante da ruína moral da sociedade, e ansiosamente
aguardavam a volta de Cristo. Mas agora têm a sua própria programação.
Não vão gastar uma gota de energia chorando com Deus sobre uma nação à
morte, ou uma igreja morna. Como está nas escrituras: "Mas não vos afligis
com a ruína de José" (Amós 6:6).
3.
Deus
Revela
a
Sua
Àqueles Que Se Recusam a Ocultar ou Abrigar o Pecado
Palavra
Daniel recebeu o toque de Deus porque estava querendo sofrer com o
Senhor. Ele ora: "Senhor, o que está acontecendo? Eu tenho de entender os
tempos atuais. Mostre-me, para que eu possa avisar o teu povo". Ele não se
preocupava em ser ridicularizado. Ele estava sendo consumido pelo zelo de
conhecer o coração de Deus. E abertamente confessou o seu pecado.
"Orei ao Senhor meu Deus, confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus
grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te
amam e guardam os teus mandamentos; temos pecado e cometido
iniqüidades, procedemos perversamente, e fomos rebeldes, apartando-nos
dos teus mandamentos e dos teus juízos" (Daniel 9:4-5).
Eis outra marca de alguém segundo o coração de Deus: ele se
identifica com os pecados da igreja. Esse servo chora por santidade, tanto
em si próprio como no povo de Deus. Uma igreja pode convidar para
reuniões de oração regularmente, mas sem pureza, a oração é
absolutamente sem poder. A mensagem que Deus quer dar ao seu povo
deve vir de lábios que tenham sido purificados.
Faço um desafio a todo pastor, a todo mestre, a todo leigo: ganhe
desespero pelo toque de Deus. Fique em comunhão com ele. Jejue junto com
sua intercessão. E permita que o Espírito Santo examine o seu coração. Ele
irá lhe expor cada uma das coisas ímpias, rebeldes e pecaminosas
escondidas em você; e irá tratar consigo em relação a cada área de
desobediência.
Breve, você não irá mais tolerar a hipocrisia ou as concessões em si
próprio. As suas orações se transformarão em choro em favor de santidade.
Aí, toda vez que você vir pecado na casa de Deus, irá clamar: "Ó, Senhor,
nós pecamos contra ti". É assim que você saberá que Deus lhe tocou. Ele
iniciou o trabalho divino de lhe transformar, lhe ungir novamente, e lhe
preparar para uma obra maior.
Quero
Compartilhar
Que Deus Me Deu
Com
Você
Uma
Palavra
Profética
Você ouviu falar das Forças Especiais do exército americano. Trata-se
de um exército-dentro-do-exército altamente treinado, uma unidade de elite
formada por dedicados soldados. É um grupo constituído unicamente de
voluntários, combatentes que foram selecionados e chamados por seus
superiores. Caso desejem juntar-se ao grupo, enfrentam o mais árduo
treinamento que se possa imaginar.
Antes da guerra no Afeganistão,Osama Bin Laden havia declarado que
os soldados americanos eram fracos, covardes, despreparados para
combates nas montanhas. Ele previu que o Taliban afugentaria as tropas
americanas, expondo-as à vergonha - do mesmo jeito que havia derrotado o
exército russo. Mas bin Laden não contava com as Forças Especiais. Essa
unidade valorosa invadiu o Afeganistão com apenas 2.000 soldados. Em
poucos dias, havia localizado todas as fortalezas inimigas. De repente, os
soldados de bin Laden tremiam à vista destas disciplinadas forças se
aproximando. Em uma questão de semanas, o Taliban foi conquistado.
Os terroristas no mundo todo agora tremem à aproximação das Forças
Especiais. Sabem que mesmo uma pequena unidade pode fazer ruir toda
uma nação. As Forças Especiais já chegaram às Filipinas, Indonésia e a
outros países onde os terroristas treinam. Elas se tornaram o inimigo mais
temido pelo terrorismo.
Eu creio que Deus esteja fazendo algo semelhante na esfera espiritual.
Em oração, fui impressionado pelo Espírito Santo com uma visão
extraordinária: Deus estava em ação nos céus em uma operação secreta. Ele
está levantando um exército-dentro-do-exército, avaliando suas tropas
regulares para formar uma unidade de elite feita de voluntários. Essa força
especial é constituída de combatentes que ele pode tocar e instigar, para
guerrear o inimigo. Vemos um retrato disso nas escrituras, com a milícia
especial de Saul. A Bíblia diz: "E foi com ele uma tropa de homens cujos
corações Deus tocara" (I Samuel 10:26).
As forças especiais de Deus de hoje incluem os jovens, os de meia
idade, e até os idosos. Eles estiveram treinando em seus lugares secretos de
oração. Muitos suportaram dores e sofrimentos quase além dos limites
humanos. E de lá saíram limpos e purificados. A sua intimidade junto a Jesus
durante todo esse período ensinou-os como lutar. Agora eles sabem como
batalhar em qualquer terreno, seja nas montanhas ou nos vales.
Essas forças especiais têm conseguido muitas vitórias através da
oração. E agora são temidas no inferno. Breve, por todo o mundo,
especialmente nas nações muçulmanas, as forças altamente treinadas de
Deus combaterão essas forças do mal. O nosso Deus não precisa exércitos
com milhões de homens. Suas forças especiais são pequenas em número,
mas poderosas em combate. Um membro dessa unidade, em oração, em
obediência, pode pôr mil soldados inimigos em fuga. Como Deus prometeu
ao pequeno e leal exército de Josué: "Ninguém vos resistiu até ao dia de
hoje. Um só homem dentre vós perseguirá a mil, pois o Senhor vosso Deus é
quem peleja por vós, como já vos prometeu" (Josué 23:9-10).
O nosso campo de batalha não é o Afeganistão, as Filipinas ou a
Indonésia. A batalha que ocorre está na igreja. Nesse instante, Deus está
soltando as suas forças especiais na sua casa. E as suas armas são oração,
pureza, e uma palavra vinda diretamente do trono. Os lábios desses soldados
foram tocados por brasas vivas do altar de Deus; suas línguas foram limpas
de toda contaminação. E são corajosos ao expor tudo que provém da carne.
São leões da oração, contudo cordeiros na humildade. E a palavra que
pregam é profunda na verdade, na pureza e na integridade.
Tenho ouvido a pregação de vários soldados destas forças especiais.
Alguns são jovens, tendo rapidamente descoberto a Cristo. Pregam sua
palavra com ousadia, tanto na igreja como para os não salvos. Outros
soldados são ministros de meia idade que se cansaram da mornidão da
igreja. O Santo Espírito os tocou com o seu fogo, levantando-os com
renovado zelo. Agora estão prontos para mostrar à nova geração como lutar.
São homens que efetivamente combatem em seus lugares de oração,
acompanhando seu capitão, Jesus. E surgem com uma palavra nova dos
céus. Falam de modo amoroso, mas com autoridade. E não têm medo de
mostrar ao povo os seus pecados.
Por anos, Satanás tem aterrorizado o povo de Deus. Ele destruiu
grandes ministérios, pastores conhecidos, padrões santos. Mas Deus não foi
surpreendido por nada disso. O tempo todo, esteve treinando suas forças
especiais. E está prestes a soltá-las dentro da sua igreja. Essa unidade de
elite fez desmoronar a Cortina de Ferro no leste europeu. Fez cair o
comunismo. E agora mesmo está derrubando a Cortina de Bambu na Ásia..
O exército-dentro-do-exército de Deus está no local correto em todas
as nações. A sua atividade pode estar velada agora, mas logo o veremos
realizando proezas no nome e no poder de Cristo. A palavra de Deus está
chegando, a fome acabando. O Senhor vencerá. A sua palavra conquistará
todos.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Derrubando os Altares de Baal
(Tearing Down the Altars of Baal)
Por
David
21 de outubro de 2002
__________
- 21 de outubro de 2002
Wilkerson
Note bem o versículo inicial em Juízes 6: "Porém os filhos de Israel
fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor os entregou nas
mãos dos midianitas por sete anos" (Juízes 6:1). Estas palavras descrevem
um ciclo interminável que se repetiu em Israel através de gerações.Nos
capítulos precedentes encontramos estas palavras repetidas inúmeras vezes.
Elas dizem, basicamente: "Então fizeram os filhos de Israel o que era mau
aos olhos do Senhor, e serviram aos baalins...e Deus, na Sua ira, os
entregou nas mãos de seus inimigos".
A primeira citação aparece no capítulo 3. Lá diz: "A terra teve sossego
por quarenta anos...e tornaram os filhos de Israel a fazer o que era mau aos
olhos do Senhor" (3:11-12). Deus entregou seu povo ao inimigo, Moabe,
"porque tinham feito o que era mau aos olhos do Senhor" (3:12). E Israel
serviu a este inimigo pagão por dezoito anos, suportando privações e terror.
Depois, no capítulo 4, lemos: "Os filhos de Israel tornaram a fazer o
que era mau aos olhos do Senhor...por isso o Senhor os entregou nas mãos
de Jabim, rei de Canaã" (4:1-2). Desta vez o povo de Deus foi feito cativo
pelos cananeus.
Logicamente, toda vez que Israel era escravizado, eles clamavam a
Deus. E toda vez o Senhor era fiel para lhes enviar um libertador. Mas assim
que este líder justo morria, o povo infalivelmente retornava ao pecado. E o
ciclo completo começava novamente. Ele continua com o versículo do nosso
texto, no capítulo 6: "Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos
olhos do Senhor, e o Senhor os entregou nas mãos dos midianitas por sete
anos" (6:1).
Durante este período, Israel era continuamente humilhado por seus
inimigos midianitas. Eles invadiam Israel sistematicamente a cada ano,
roubando suas colheitas e seus bens. Os líderes das caravanas midianitas
soltavam todos os seus camelos e outros animais nos campos israelenses.
Estes devoravam completamente as plantações, devastando as colheitas
como gafanhotos.
Sempre que Israel resistia, os midianitas os perseguiam até as
montanhas. O povo de Deus acabava procurando abrigo em cavernas e
covas, tendo que se alimentar com o que encontrava. "Assim Israel se
enfraqueceu muito com a presença dos midianitas" (6:6). Israel perdeu tudo
para o inimigo: suas casas, sua comida, seus bens. Eles viveram como
miseráveis, sem lar e desolados.
Mais uma vez a escritura diz: "Os filhos de Israel clamaram ao Senhor"
(6:6). Todavia este clamor não foi de arrependimento. Israel clamou devido à
sua opressão pelos midianitas. Era um clamor de angústia, devido à sua
pobreza, suas perdas, sua insegurança.
Desta vez, antes de Deus enviar um libertador a Israel, Ele enviou um
profeta. Este homem de Deus apontou claramente a razão pela qual o povo
estava sendo tão perseguido. Ele chamou a atenção: "Olhem para a sua
história. Em cada caso Deus os livrou das mãos de todos os que lhes
oprimiam. Ele livrou vocês da servidão no Egito. Também lhes disse para não
temer os deuses dos amorreus, em cuja terra habitam. Mas vocês não deram
ouvidos à Sua voz. Vocês ainda continuam a cultuar falsos deuses" (veja 6:810).
O Senhor estava dizendo essencialmente ao Seu povo: "Eu deixei bem
claro para vocês desde o princípio: vocês não precisam temer ninguém
exceto o seu Pai celestial. Não permitam que nenhum outro receio penetre
em seus corações. Mas vocês me desobedeceram novamente. Vocês
permitiram a entrada de toda sorte de receios. E me forçaram a lhes entregar
para a inimigo, a fim de trazer-lhes de volta para Mim".
O
Que
Era
Este
em Que Israel Sempre Recaía Novamente?
Grande
Mal
O profeta mostrou claramente a Israel qual era seu pecado: eles
esqueceram o mandamento do Senhor de não temer os deuses deste
mundo. Em Juízes 10 vemos o povo de Deus admitindo este pecado: "Então
os filhos de Israel clamaram ao Senhor, dizendo: contra ti havemos pecado,
porque deixamos a nosso Deus, e servimos aos baalins" (Juízes 10:10).
O que os israelitas queriam dizer aqui, quando falaram que serviam
aos baalins? A palavra baalins está no plural. Significa todos os falsos deuses
no mundo. A raíz de baalins é Baal, o qual reconhecemos das escrituras
como sendo um espírito demoníaco. A missão de Baal é roubar de Deus todo
louvor e confiança por parte de Seu povo. Ele alcança isto enfocando nossa
atenção nas nossas circunstâncias, em vez de no Senhor.
Isto é exatamente o que ocorreu com Israel. Seu pecado trouxe
amargura, desastre econômico, terrorismo por parte dos seus inimigos,
incertezas. O fato é que Deus não os estava mais protegendo. Claro que Ele
ainda amava Israel, mas Ele teve que deixá-los à mercê dos inimigos para
que acordassem. Ele estava tentando trazê-los de volta para o abrigo de
Suas asas.
Mas Israel se recusava a admitir que a causa de sua crise era seu
próprio pecado. Era inacreditável, estas pessoas estavam sacrificando bebês,
derramando sangue inocente, se tornando sensuais e apegados ao prazer.
Como conseqüência, um desastre após o outro recaía sobre eles. Todavia,
por nenhuma vez eles associaram estes desastres com a sua rebeldia. Eles
não conseguiam acreditar que Deus estava permitindo tudo aquilo a fim de
chamá-los ao arrependimento.
Eu vejo os Estados Unidos na mesma situação neste momento. O
World Trade Center foi destruído. O Pentágono foi colocado em chamas.
Todavia somente um pequeno remanescente pertencente ao corpo de Cristo
reconheceu a mão de Deus nestes acontecimentos. Exatamente como fez
com Israel séculos atrás, Deus momentaneamente nos entregou ao inimigo.
Nossos pecados nos afastaram Dele, e Ele está querendo nos trazer de volta
para Si.
Pense sobre isto: nos últimos seis meses, os Estados Unidos viram os
piores incêndios da sua história. Um terço da nação esteve em chamas.
Também vimos mudanças drásticas no clima e enchentes devastadoras. E
bezouros japonêses estão devorando vastas extensões de florestas.
Agora estamos vendo um surto do vírus mortal do oeste do Nilo. E ao
norte do país, uma terrível doença cerebral atacou a população de veados.
Mais de 50.000 deles tiveram de ser mortos, numa tentativa de conter a
doença. Mas alguns especialistas dizem que talvez seja necessário matar
mais 200.000 animais até garantir que a doença esteja erradicada.
Cada vez que a gente dá uma olhada, parece que encaramos uma
nova crise. Eu lhe pergunto, poderia Deus deixar a Sua mensagem mais clara
do que isso? Ele está dizendo: "Eu estou cutucando seu ombro, tentando
acordá-lo. Mas você continua me ignorando. Isto apenas vai me forçar a
cutucar mais forte".
Deixe-me lhe perguntar: você acredita que Deus poderia ter impedido
aqueles seqüestradores muçulmanos de jogar os aviões contra as torres
gêmeas? Claro que podia. Ele revelou conspirações deste tipo muitas vezes.
Mas não no ano passado. Por que? Ele está tentando nos falar, chamar
nossa atenção. Ele permitiu a destruição dos nossos símbolos de
prosperidade, porque colocamos neles todo nosso orgulho e confiança.
Nosso presidente, nossos líderes no Congresso e os oficiais da
segurança tem nos alertado: "O grande ataque ainda está para vir". Agora
ouço alguns cristãos dizendo: "Aguarde o grande ataque. Poderá ser uma
mala-bomba. Ou, alguém poderá espalhar varíola ou antrax numa grande
cidade. Seja o que for, haverá milhares de mortes. E isto vai atrair a atenção
dos Estados Unidos. As pessoas saberão que Deus está chamando esta
nação de volta para si. Multidões clamarão ao Senhor".
Eu discordo. Digo por que.
Mesmo
se
os
"Clamarem
a
Deus",
Deus Deseja Algo Mais.
Estados
Como
Israel
Unidos
Fez,
Israel chorou muito, clamando a Deus na sua angústia. Por isso Deus
enviou um profeta para lhes mostrar que foi o pecado que fez recair o
julgamento sobre eles. Mas, para um verdadeiro arrependimento, Israel
precisava reconhecer seu pecado como sendo a causa dos seus problemas.
E fizeram exatamente isto, admitindo que haviam pecado.
Mas havia ainda mais um passo a ser dado. Veja, mesmo se
clamamos a Deus em arrependimento, Ele exige algo mais de nós. E se este
passo não for dado, Deus não mostrará Seu braço forte em nosso favor.
Vemos exatamente qual deve ser este passo, na ordem seguinte dada por
Deus: derrube Baal.
O Senhor falou estas palavras a Gideão: "Toma o boi de teu pai, a
saber, o segundo boi de sete anos, e derruba o altar de Baal, que é de teu
pai, e corta o poste-ídolo que está ao pé dele" (Juízes 6:25).
Antes disso, provavelmente Gideão pensou que já estava
suficientemente arrependido. Afinal, ele tinha clamado ao Senhor. Tinha
ouvido a palavra profética que Deus enviara a Israel. E tinha correspondido
totalmente, reconhecendo seu pecado.
Vejo a mesma atitude de arrependimento entre muitos cristãos hoje em
dia. Em igrejas do país todo, as pessoas estão de joelhos clamando a Deus.
E isto é bom. Mas de acordo com o Senhor, um problema ainda permanece.
É um ídolo em nosso meio: Baal.
Sim, Baal continua sendo um grande ídolo atualmente. E se nosso
arrependimento deve ser completo, temos que derrubar este ídolo. Do
contrário, não adiantará clamar a Deus, orar ou jejuar. Nenhuma das nossas
ações terá qualquer impacto, até que derrubemos o ídolo que se apegou a
tantos corações.
Você poderá perguntar: "Então, o que é este Baal? Onde o vejo
atuando? Como poderia um antigo falso deus estar presente na nossa
sociedade moderna ?"
No Antigo Testamento, Baal era representado por um ídolo esculpido
em madeira, pedra ou metal. Era feito na forma de um homem, do tipo de um
formoso Adonis. Apesar de este ídolo ser apenas um pedaço de material
morto, havia um poderoso espírito por detrás dele.
Na nossa era iluminada, não podemos imaginar nenhuma pessoa
inteligente se curvando diante de um ídolo esculpido. Na verdade, ainda há
religiões pagãs que usam tais imagens no culto, inclusive Budismo, Hare
Krishna e Hinduísmo. Mas seja o ídolo Baal, Buda ou alguma das milhões de
divindades hindus, o mesmo espírito demoníaco está por trás dele. E este
espírito é enviado do inferno com um propósito: causar dúvidas nas pessoas
a respeito da realidade de Deus. É um espírito de incredulidade, pura e
simplesmente. E ele assalta nossas mentes com dúvidas sobre a fidelidade
de Deus.
É tremendamente perigoso tolerar este espírito. Se ele não for expulso
imediatamente, ao primeiro ataque, ele vai se infiltrar na mente. E uma vez
que dúvidas e medos possam entrar, o espírito de Baal toma posse da alma.
Se
Não
o
Espírito
de
Entra e Edifica um Altar.
For
Incredulidade
de
Combatido,
Baal
Sem dúvida incredulidade é um ídolo. Ele faz você se encurvar em
submissão ao seu poder. E abre a sua alma para toda sorte de males. De
fato, o versículo que vemos repetidas vezes através de Juízes - "Os filhos de
Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor" - não se refere a algum
pecado grosseiro, mas à incredulidade do povo.
Isto é claramente ilustrado em Ezequiel 8. O Espírito Santo levou o
profeta Ezequiel numa visão ao santuário santo. Ali Ele revelou ao profeta
quatro abominações deploráveis que o povo de Deus estava cometendo.
Depois, mostrou a Ezequiel uma abominação ainda maior. "Ele me disse:
Filho do homem, cava agora naquela parede. Cavei na parede, e vi uma
porta. Então me disse: Entra, e vê as terríveis abominações que eles fazem
aqui. Entrei, e vi" (Ezequiel 8:8-10).
O que Ezequiel viu o deixou horrorizado. As paredes da câmara
estavam repletas de pinturas de "toda forma de répteis, e de animais
abomináveis, e todos os ídolos da casa de Israel" (8:10). Diante destas
paredes estavam setenta anciãos de Israel, balançando incensários. Eles
estavam adorando o espírito por trás das pinturas.
O Espírito Santo disse a Ezequiel que esta cena revelava o que estava
preenchendo a mente dos anciãos de Israel. E o que estes homens estavam
pensando é o seguinte: "O Senhor não nos vê; o Senhor abandonou a terra"
(8:12).
Amado, aqui estava o espírito de Baal plenamente exposto. Através de
uma visão dada pelo Espírito Santo, Ezequiel viu em primeira mão como este
espírito edifica um altar na mente de uma pessoa e assume o controle. Como
consequencia, os líderes de Israel dispensaram o cuidado de Deus por eles.
Ao comparar sua pobreza com a aparente prosperidade dos midianitas, eles
pensavam: "Onde está nosso Deus? Nossas orações não estão sendo
atendidas. Não vemos nenhuma evidência de que Ele esteja se empenhando
por nós. O Senhor nos abandonou".
Satanás tinha realizado com sucesso sua única e primordial missão:
incutir na mente dos fiéis que Deus não é quem a Bíblia diz ser. O diabo quer
lhe convencer que Deus não é onisciente, onipotente e que cuida de todos.
Satanás está em ação constantemente semeando dúvidas em você. Ele faz
você pensar que Deus não ouve suas orações, que Ele não cumpre Suas
promessas para você. E envia o espírito de Baal para completar esta obra em
você.
O espírito de Baal está sempre presente junto ao leito de uma criança
morrendo, ou de um membro da família acometido de grave enfermidade. Ao
vermos nossos amados sofrendo, nos perguntamos sobre os propósitos de
Deus. E repentinamente, um medo é injetado em nossa mente. Mais tarde,
quando a morte chega, aquela semente de dúvida é regada. Logo nos vemos
perguntando: "Como um Deus de amor pode permitir que isto aconteça?"
No mês passado eu estava ouvindo reportagens pelo rádio sobre o um
ano dos ataques de 11 de setembro. Centenas de pessoas estavam sendo
entrevistadas. A grande maioria afirmou ter perdido toda a confiança em
Deus após os ataques. A resposta típica era: "Como poderia um Deus justo e
cheio de amor ficar parado e deixar isto acontecer? Não posso mais acreditar
num Deus que permite a morte de tantas pessoas." Várias pessoas
declararam: "Meu Deus morreu em 11 de setembro".
Não interessa se você é um consagrado apaixonado por Jesus ou um
incrédulo. Depois de todo desastre, calamidade ou acidente fatal, Satanás
envia legiões de espíritos demoníacos para realizar a obra de Baal. Eles
chegam imediatamente, sussurando: "Onde estava Deus? Como Ele permitiu
uma coisa dessas?"
Atualmente há uma incerteza generalizada em nossa sociedade.
Falências estão ocorrendo em elevado número. Trabalhadores tem receio de
perderem os empregos. Ao olharem para o futuro as pessoas são tomadas
pelo medo. Eu lhe digo que é justamente em épocas assim que Satanás
lança um ataque geral. Ele quer entrar em sua mente, lançar sementes e
edificar um altar de Baal. Ele quer que você duvide de tudo que conhece
sobre a palavra de Deus.
O
que
"Derrubar
os
Tem a Ver Conosco?
a
Ordem
Altares
de
Deus
de
Para
Baal"
Você pode pensar: "Não tenho idolatria em minha vida. Como vou
derrubar um altar de Baal?" Deixe-me enfatizar novamente que Baal é um
espírito de incredulidade. Você pode ter se arrependido dos pecados,
clamado a Deus por misericórdia, ter atendido todos os avisos proféticos.
Mas se tem dúvidas em seu coração sobre a fidelidade de Deus, você está
sujeito ao espírito de Baal. E Deus está lhe dizendo: "Você precisa retirar este
espírito de incredulidade da sua alma".
Creio que simplesmente não compreendemos o quanto Deus odeia a
incredulidade em Seu povo. Nós não a vemos como a terrível maldição que é
como as escritura a chamam. Não percebemos que toda dúvida, todo
pensamento de incredulidade é do espírito satânico de Baal.
O profeta Jeremias descreve a incredulidade como sendo um pecado
"escrito com um estilete de ferro, gravado com ponta de diamante na tábua
do seu coração" (Jeremias 17:1). Segundo ele, Deus falou a Israel: "o fogo
que acendeste na minha ira arderá para sempre" (17:4). Qual era o pecado
deles? "Maldito o homem que confia no homem, que faz da carne o seu
braço, e cujo coração se aparta do Senhor... Bendito o homem que confia no
Senhor, e cuja esperança é o Senhor" (17:5.7).
Guarde estas palavras marcantes na memória enquanto retornamos a
Gideão. Aqui estava um homem que clamava a Deus, ao qual foi dada uma
impressionante palavra profética, e que atendeu a esta palavra. Mas Gideão
ainda abrigava dúvidas e medos. Por que?
O pai de Gideão tinha eregido um altar a Baal na propriedade deles.
Era apenas uma estátua de madeira. Mas o espírito por trás dela tinha
construído uma fortaleza no coração de Gideão. Cada vez que Gideão
passava em frente dela, a voz daquele ídolo falava à sua alma: "Veja sua
pobreza, sua labuta, suas necessidades não satisfeitas. Onde está Deus?"
Na verdade, o ídolo testemunhava para todo israelita que o via: "Deus não
está com voces. Ele não liga. Ele está muito ocupado com coisas do mundo
para se preocupar em alimentar e proteger um pequeno povo como vocês. O
Senhor os abandonou".
Agora, em Juízes 6, um anjo traz esta palavra a Gideão: "O Senhor é
contigo, homem valente" (Juízes 6:12). Deus pronuncia apenas seis palavras
aqui. E as quatro primeiras não são dirigidas apenas a Gideão, mas a todo o
Seu povo, inclusive à igreja hoje em dia: "O Senhor é contigo." O Senhor está
dizendo essencialmente: "Vocês só precisam dessa promessa: Eu estou com
vocês."
Amado, esta verdade tem que se tornar o fundamento real da nossa fé.
Não importa o que nos aconteça - privação, tragédia, doença, pobreza,
tentações - a promessa do nosso Pai permanece: "Eu estou com vocês." Em
todas as nossas provações, especialmente quando estamos sendo flagelados
e oprimidos, temos que nos apegar a essa palavra. Temos de clamar com fé:
"Eu sei que estás comigo, Senhor. E se Tu estás comigo, quem pode estar
contra mim?"
Contudo quando Gideão encontrou o anjo do Senhor, ele tinha um
espírito de incredulidade no coração. Ele respondeu ao anjo: "Se o Senhor é
conosco, por que tudo isso nos sobreveio? E que é feito de todas as suas
maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o Senhor
subir do Egito? Porém agora o Senhor nos desamparou, e nos entregou nas
mãos dos midianitas" (6:13).
As palavras de Gideão soam familiares? Ele estava dizendo as
mesmas coisas que ocupavam as mentes daqueles setenta anciãos na visão
de Ezequiel: "O Senhor não nos vê; o Senhor abandonou a terra" (Ezequiel
8:12). Eles diziam a si mesmos: "Sim, há um Deus. Ele existe, e é o Criador
de tudo. Mas Ele não toma conhecimento de nós. Ele não vê nossa situação.
Ele nos abandonou."
Deus
já
Tinha
Dado
"Vá,
Liberte
Israel.
Eu
Mas
Ainda
Havia
a Ser Tratada no Coração de Gideão.
Ordem
a
Estarei
uma
Gideão,
Contigo."
Questão
O Senhor falou a Gideão: "Você ainda tem dúvida de que estou
consigo. Isto é idolatria, Gideão. É o espírito de Baal. Agora vá, tome o boi de
seu pai, e derrube aquele ídolo. Depois corte todas as árvores do bosque, e
use-as para construir um novo altar. Você irá consumir o ídolo de seu pai
neste altar. Quero que derrube este símbolo de incredulidade e o destrua
completamente."
Por que o Senhor escolheu este homem incrédulo para derrubar Baal?
Foi claramente um ato da terna misericórdia de Deus. Aqui estava um homem
com grandes dúvidas, lutando para acreditar que Deus ao menos se
incomodava com ele. Ele estava tão incrédulo que poderia dizer a um anjo:
"Deus nos abandonou." E ele testou Deus várias vezes. Mas toda vez Deus
esclareceu a dúvida de Gideão.
Deixe-me dar um exemplo. Mais adiante, quando Gideão estava
prestes a ir para a batalha, ele testou Deus. A situação de Israel parecia
impossível. Portanto Gideão orou: "Senhor, se Tu estás realmente conosco
nesta batalha, mostra-me. Porei uma porção de lã na grama esta noite.
Amanhã saberei se estás conosco, se a lã estiver molhada mas a grama ao
redor estiver seca."
Você pode estar espantado com a audácia de Gideão. Mas, na manhã
seguinte Gideão viu que o chão estava seco. E quando pegou a lã, estava
encharcada de água, exatamente como ele tinha pedido.
A maioria de nós é como Gideão. Deus vem a nós fielmente em
provação após provação, nos ajudando e providenciando o que precisamos.
Mas então nos deparamos com uma nova situação, e dizemos: "Senhor, esta
é a minha pior crise até agora. Nunca enfrentei uma coisa dessas. Estou com
dúvidas."
Há alguma incredulidade em você? Você está lutando, fazendo
perguntas do tipo: "Onde estás, Senhor? Não tens visto minhas lágrimas?
Onde há qualquer prova de que estás comigo na minha provação? Tu me
abandonastes? A minha fé não move o Seu coração? Por que não removes
estes fardos de cima de mim?"
O Senhor não condena nem despreza ninguém por atravessar fases
de dúvida e medo. A verdade é que Deus sabia que as dúvidas de Gideão
não eram acusações. Eram questionamentos. Gideão estava simplesmente
procurando respostas.
Eu lhe digo o seguinte: o Deus de misericórdia que encontrou um
Gideão incrédulo e o chamou para entrar em ação, deseja fazer o mesmo
com você. Ele tem grandes vitórias planejadas para você. E deseja vencer
cada inimigo em sua vida. Portanto, Ele quer lhe dar Seu poder e autoridade
para derrubar toda fortaleza: toda dúvida, todo medo, todo pensamento de
incredulidade.
O Senhor me fez entender que Ele está para realizar uma obra
específica na vida de muitos cristãos. Na verdade, está para lhes dar a mais
importante vitória de todas. Ele já os está conduzindo a novos recantos de
paz e descanso em Cristo. E está prestes a revelar Seu braço forte para com
eles.
Acredito que este seja o propósito de Deus para muitos leitores desta
mensagem. Ele está para fazer algo novo em você. Mas primeiro, você
precisa derrubar todo pensamento de dúvida, e deixar todo medo. Deus quer
que você derrube completamente o espírito de Baal do seu coração, e
comece a viver e falar em fé.
O Senhor vai fornecer o touro forte necessário para derrubar este
ídolo. Ele lhe dará o poder e a força do Seu Espírito Santo. Portanto, avise o
inimigo: "Deus está comigo, diabo. Você não pode me fazer mal. E não pode
impedir Seus planos para a minha vida. O Senhor tem vitórias preparadas
para mim."
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Ministério em
(Full-Time Ministry)
Por
30
__________
de
Tempo
Integral
David
setembro
-
30
de
setembro
de
2002
de
Nos primeiros anos da igreja, ocorreu uma grande perseguição.
Durante este período terrível, o apóstolo João foi aprisionado e levado para
Roma. O imperador romano da época (Nero ou Diocleciano) baniu João para
a ilha de Patmos. Era uma pequena ilha, inóspita e desabitada. A única
população era feita de uns poucos prisioneiros exilados, condenados a viver
lá até o fim dos seus dias. Como eles, João foi mandado a Patmos para
morrer.
Wilkerson
2002
O apóstolo ao qual me refiro é o mesmo "amado João" que Cristo tanto
amava. É aquele que inclinou a cabeça sobre o peito de Cristo na última ceia.
Também era irmão de Tiago, e filho de Zebedeu. E é o autor do quarto
evangelho, e das três epístilolas bíblicas que têm o seu nome.
Tente imaginar o quadro de João desembarcando em Patmos. Ele desce pela
prancha do barco na ilha deserta. Não há árvores, só areia. À sua frente, um
pequeno grupo de prisioneiros maltrapilhos, grosseiros, dizendo palavrões.
Todos eles mostrando-se conscientes de estarem predestinados à morte.
Eles
sabem
que
morrerão
lá.
Atrás de João, os marinheiros descarregam uns poucos engradados de
alimentos - arroz talvez, farinha; o básico - e os colocam na praia. A seguir
voltam para o barco e recolhem a prancha. E, lentamente, o barco se vai.
João observa o barco se movendo em direção ao horizonte. Ele não sabe se
algum dia o verá de novo. Ele foi banido, exilado, abandonado, designado a
viver o resto dos seus dias isolado. Mais tarde ele escreveria, "Achei-me na
ilha chamado Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de
Jesus"
(v.
Apocalipse
1:9).
Por que João, humilde discípulo de Jesus, recebeu uma sentença assim? Por
que Roma, o poder dominante do mundo, estava desesperada para isolá-lo
longe da civilização? João facilmente poderia ter ficado preso no continente.
Por que o imperador quis silenciá-lo? Claramente, Roma considerava este
homem uma ameaça. João obviamente era uma pessoa de renome tanto
entre os judeus quanto entre os gentios. Que tremenda influência, que
ministério
eficiente
ele
deve
ter
tido.
Agora, enquanto João observa o barco desaparecer, as suas próprias
palavras devem ter voltado a ele. Foi ele que citou Jesus dizendo: "Vem a
hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto
farão...Ora, estas cousas vos tenho dito para que, quando a hora chegar, vos
recordeis
de
que
eu
vo-las
disse"
(João
16:2-4).
Quantas noites frias, tremendo de frio, João enfrentou em Patmos? Quantas
vezes ficou ensopado até os ossos pelas tremendas tempestades do
Mediterrâneo? Será que ele tinha um abrigo, ou roupas para trocar? Quantas
gripes e outras doenças teve de combater? E que tipo de comida teve para
se alimentar? Talvez umas tantas sacolas de arroz? Será que ele tinha de
racioná-la, sabendo que teria de durar até que o barco voltasse? Será que foi
forçado a pegar cobras e lagartos para suplementar a alimentação fraca?
Segundo o padrão de qualquer pessoa, João era um fracassado. Muitos
cristãos de hoje em dia olhariam para ele e diriam: "Que perda. Por que Deus
permite que um dos homens mais ungidos de todos os tempos fique
confinado dessa maneira? Por que permite que um discípulo consagrado
fique exposto aos elementos, quase morrendo de fome? Não entendo por
que João não pediu que Deus o livrasse. Afinal de contas, ele registrou que
Jesus disse 'Se pedirdes alguma cousa ao Pai, ele vo-la concederá...pedi e
recebereis'
(João
16:23-24).
Onde
está
a
fé
de
João?".
Agora imagine a reação dos líderes da igreja atuais. Tristemente, eles
mediriam João pelo padrão atual de sucesso: ele não tinha uma igreja,
prédios, e nem dinheiro para alugar ou comprar uma estrutura. Ele não tinha
carro para viajar, nem casa, nem um terno decente para pregar. Ele não tinha
planejamento ministerial, trabalho com a comunidade, nenhum plano para
ganhar as nações. Os líderes de hoje rapidamente o eliminariam dos
quadros, dizendo, "Esse homem não tem nada. Está acabado. Afinal de
contas ele foi chamado ao ministério para fazer o quê?".
O quanto eles estariam errados. No primeiríssimo Dia de Repouso em
Patmos, João começou uma igreja. Ele a chamou IGREJA DE "EU, JOÃO".
Ele escreve: "Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e
na perseverança, em Jesus...Achei-me em espírito, no dia do Senhor"
(Apocalipse 1:9-10). João estava dizendo em outras palavras: "Sim, estou
desligado da civilização. Mas tenho uma igreja. E ministro ao Senhor aqui.
Não tenho irmão ou irmã para se juntar a mim. Mas estou em Espírito". Eu lhe
asseguro: o louvor que João ofereceu naquela ilha deserta foi tão glorioso
para Deus quanto mil vozes santas adorando em mil línguas diferentes.
Algo incrível aconteceu com João após seus primeiros dias em Patmos. Ele
tomou uma decisão que seria um impacto para toda a igreja mundial pela
eternidade. Em termos simples, João morreu para todos os seus planos e
idéias
de
ministério.
Tanto quanto soubesse, o exílio em Patmos era sua jornada final.
Provavelmente pensou: "Posso ter sido largado aqui para sempre. Mas não
vou perder o fogo de Deus. Mesmo que só seja eu aqui, vou adorar o Senhor.
Posso não ter uma congregação, nem comunhão com irmãos ou irmãs. Mas
vou andar no Espírito. E vou me entregar a buscar a face de Deus. Agora
tenho
tempo
para
conhecê-Lo
como
nunca
tive".
João buscou o Senhor inteiramente em seu isolamento. Ele se moveu no
Espírito. E se apresentou como sacrifício vivo. Amado, eis o coração dessa
mensagem: agora João estava em ministério de tempo integral. Não digo isso
nos termos pelos quais normalmente pensamos nesse ministério. Era integral
no
sentido
de
que
João
tinha
Deus
todo
para
si.
Veja, em Patmos não havia necessidade de levantar fundos, criar lemas ou
agitos. Não havia necessidade de competir com outros ministérios, ou erigir
um templo maior. E não havia ninguém por perto para elogiar, parabenizar ou
vangloriar João. A sua vida reduziu-se a se concentrar em um único ponto,
em um único ministério: Jesus Cristo apenas. É só isso que João tinha. E
disse, basicamente: "É só isso que preciso: oração, adoração e comunhão
com o Senhor".
O Que é Ministério em Tempo Integral ?
Ministério em tempo integral não significa simplesmente pastorear uma
igreja. Nem quer dizer viajar como evangelista ou produzir cultos de
avivamento. Ministério em tempo integral não é determinado por diploma,
certificado de um instituto bíblico, ou por ordenação dos oficiais da igreja. O
fato é que você pode pastorear uma igreja grande e de sucesso, e ainda
assim não estar em ministério de tempo integral. Você pode pregar centenas
de mensagens, alcançar multidões de milhares. Mas nenhuma destas coisas
o torna ministro em tempo integral aos olhos de Deus.
As pessoas muitas vezes vêm me pedir que eu ore para que o Senhor as
envie ao ministério de tempo integral. São na maioria leigos com empregos
ou com carreiras. Alguns realmente crêem que Deus os chamou para esse
ministério. Mas outros estão simplesmente não preenchidos ou entediados
em seus empregos. A idéia de receberem um salário para fazer a obra de
Deus
lhes
atrai.
Outros estão envolvidos na obra de Deus em tempo parcial, mas têm um
desejo urgente de ministrarem em tempo integral. Em verdade, na maioria
dos países os ministros têm de manter empregos seculares porque suas
igrejas não conseguem sustentá-los. E aqueles que recebem salário são mal
pagos. Estão convencidos que seriam mais eficientes no ministério se
tivessem o necessário sustento para ele. Então durante anos pleiteiam com
Deus:
"Quando
as
portas
se
abrirão
para
mim?".
Creio que Deus deseja que todo crente esteja envolvido em ministério em
tempo integral. A escritura diz que somos chamados para sermos sacerdotes
ao Senhor. Mas primeiro, temos de remover de nossas mentes que ministério
em tempo integral seja um trabalho ou carreira pelo qual somos pagos. Aos
olhos do Senhor, ministério em tempo integral é um ministério para Ele
próprio.
Simplificando, você pode ser como o apóstolo João, deixado só em uma ilha,
e estar envolvido em ministério em tempo integral. Em verdade, considero
João um dos ministros de maior sucesso da Bíblia. Eis como você saberá se
está
pronto
para
ser
um
ministro
em
tempo
integral:
Você deixa de precisar do aplauso humano; você não precisa mais fazer um
termo de compromisso, ter um planejamento, ou estar envolvido em uma
grande obra. Você não tem necessidade de um endosso ou de credenciais;
você não precisa de uma congregação ou de um prédio de igreja. O único
ministério que satisfaz a sua alma é a sua oração e sua adoração ao Senhor.
Você prefere estar a só com Jesus, alimentando-O com seus louvores - do
que ser admirado como um grande ministro. Você sabe que todo ministério
para com os demais flui do ministério para com Ele. Assim você se entregou
completamente à uma única coisa: "O meu chamado na terra é ministrar para
o Senhor". Então você estará pronto para aquilo que Deus vê como sendo
ministério em tempo integral.
Muitos Pastores Que São Vistos Como em Tempo Integral
Não São Ministros em Absoluto aos Olhos de Deus
Conheço ministros que recebem salário mas não ministram ao Senhor.
Não carregam o peso vindo dEle. Não O buscam diligentemente em oração.
E não recebem seus sermões dEle. Pelo contrário, emprestam as mensagens
de outros pregadores. Tais ministros são meros assalariados, e recebem
salário para simplesmente cumprir uma empreitada. Não oram, e não
recebem
nenhuma
palavra
renovada
vinda
dos
céus.
Também conheço leigos que são mais aprofundados no conhecimento de
Cristo que aqueles que os pastoreiam. Tais pessoas não recebem um tostão
por seu ministério junto ao Senhor. Mas são conhecidos no céu como
ministros em tempo integral. São intercessores, têm fome da verdade,
servem a Deus de todo o coração. E se entregam à oração - agarrando-se a
Cristo. Esses são ministros de verdade, tendo deixado o pastor para trás há
muito tempo. Na verdade, o seu pastor pode ser um deslocado, mas de jeito
nenhum
ministro
de
Deus.
Voltemos agora para João em Patmos. Não há registro de que João tenha
tido contato com qualquer pessoa na ilha. (Acho que os poucos criminosos lá
não tinham desejo de ficar perto de um homem tão piedoso.) João não tinha
ninguém com quem pudesse ter comunhão; não tinha como receber conselho
de alguém santo, ninguém para escutar. Só ouvia o bater das ondas e o
grasnar
das
gaivotas.
Qualquer um poderia enlouquecer numa situação dessas. Mas João não.
Pelo contrário, ele aprendeu como ficar dependente da voz do Espírito Santo;
agarrou-se a Ele em busca de conforto e proteção. Quando João testifica
"Achei-me em espírito" (Apocalipse 1:10), estava dizendo essencialmente:
"Entreguei-me inteiramente ao Espírito Santo. Confiei nEle. E fui ensinado por
Ele. Foi Ele que me mostrou a corrupção nas igrejas da Ásia, sobre a qual
escrevi no Apocalipse. E Ele me mostrou tudo que virá sobre a terra".
Em verdade, em seu ministério em tempo integral, João recebeu uma
revelação da glória do Cristo exaltado: "E eis não somente uma porta aberta
no céu, como também a...voz...dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que
deve acontecer, depois destas cousas. Imediatamente, eu me achei em
espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado" (Ap. 4:12).
Uma porta para o céu foi nos aberta hoje igualmente. Como João, fomos
chamados para "subir aqui". A escritura diz: "Acheguemo-nos, portanto,
confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e
acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (Heb. 4:16). Esse
chamado para irmos à sala do trono tem sido em sua maioria ignorado por
pastores e leigos. Poucos crentes realmente conhecem a voz de Deus. E
poucos
ministros
falam
como
Seus
oráculos.
Creio que o mais necessário para a igreja de hoje são homens e mulheres
que imponham sobre si uma experiência de Patmos. Os cristãos hoje
arranjam tempo para ver TV, comprar ou navegar na Internet, mas poucos
algum dia vão até o trono de Deus. Contudo o Senhor promete: "Se você
subir aqui em cima, lhe revelarei a Minha misericórdia e a Minha graça. Lhe
mostrarei coisas que você nunca viu, porque Me buscou".
Então, onde estão os ministros em tempo integral que se desligarão de toda
voz humana, e de toda programação proveniente do homem? Quem se
desviará da ambição pessoal para ser governado e dirigido somente pelo
Espírito Santo? Quem deixará que os outros o passem para trás segundo os
padrões humanos, por haver se concentrado em um único ministério: viver e
andar
no
Espírito?
O isolamento de João lhe foi imposto por homens do mal. Mas o Senhor se
agrada toda vez que voluntariamente nos submetemos a um "exílio" com Ele.
Isso não quer dizer que deixamos de lado um ministério visível. Não quer
dizer que abandonamos o nosso emprego, a nossa família, o nosso
testemunho. É possível ser uma pessoa ocupada e ter uma experiência de
Patmos. O importante é bloquear toda voz, toda atividade e coisa que nos
atrapalhe de ouvir o Senhor. E concentrar o nosso interesse em um único
ponto:
estou
ouvindo
os
homens,
ou
o
Espírito
Santo?
Uma vez tendo Cristo se tornado o nosso único foco, nos tornamos capazes
de receber discernimento e orientação do alto.
Quero
Lhe
Contar
O
em Meu "Tempo de Patmos" Recluso com o Senhor
que
Vi
Jesus diz que nos últimos dias, os homens desmaiarão de terror (v.
Lucas 21:26). Creio que esse tempo está perto. Prevejo multidões, em nosso
país e no mundo todo, com corações e mentes entorpecidos devido ao terror
que se aproxima. Elas tentarão se enganar a si próprias para não terem mais
de
enfrentar
as
notícias
trágicas.
Agora mesmo, especialmente em Nova York e Israel, multidões de pessoas
sofrem de insônia. Clínicas foram abertas aqui por toda a cidade pois
milhares ficam acordados por trauma de pânico. E de acordo com a escritura,
o pior ainda está por vir. Toda vez que os profetas do Velho Testamento
receberam
um
vislumbre
dos
nossos
dias,
eles
tremeram.
Acredito que o crash econômico já começou. Nos últimos dois anos, mais de
7 trilhões de dólares foram perdidos na bolsa de valores. Pode haver uma
tendência de alta por algum tempo, mas não vai durar. A euforia de compra
cessará. E as dívidas dos cartões de crédito levarão multidões à falência.
Haverá lamentação e choro por todos os lados devido aos gastos passados.
A bolha no mercado de imóveis também se romperá. O mercado ficará cheio
de vendedores, sem quem queira comprar. Agora mesmo, casas luxuosas
estão à venda por proprietários quase falidos devido à queda do mercado.
Um construtor de Nova Jérsey me falou de casas novas recém-construídas,
na faixa de um milhão de dólares, que estão sem móveis porque os donos
foram
muito
atingidos
financeiramente.
Mais assustador do que tudo, vejo guerras prontas para explodir. O mundo
breve balançará à beira do temor de guerra nuclear. Fará com que líderes de
todo
o
mundo
tremam.
Não estou tentando amedrontar ninguém. Mas o corpo de Jesus Cristo tem
de ouvir a verdade sobre estes tempos. Um espírito diabólico está prestes a
ser lançado sobre a terra. E à medida que os eventos amedrontadores se
acumularem, crentes ficarão entorpecidos pelo temor. Alguns até se
intoxicarão como os ímpios, pelo álcool ou drogas. Outros se entregarão à
sensualidade de todos os tipos. Satanás já lhes forneceu um menu extenso
de imundície, através da TV e da Internet. Tudo isso levará a um
endurecimento
no
meio
do
povo
de
Deus.
Em Apocalipse 16:9, João descreve um calor terrível e queimante vindo sobre
a terra: "Os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o
nome de Deus...e nem se arrependeram para lhe darem glória". São
sofredores que se tornarão tão embotados, que recusarão o livramento.
Preferirão
o
inferno
em
lugar
disso.
Alguns deste blasfemadores são cristãos. Nos dias que virão, os crentes
passivos e mornos experimentarão cauterização da consciência. Não será
um endurecimento contra Deus; mas se aterão à forma de piedade, e
acreditarão estar salvos. Mas virá a hora quando não terão mais sentimentos
de qualquer tipo. E por isso, não terão temor, nenhum abalo ou interesse pela
eternidade. Deixarão de crescer em Cristo. E se tornarão alvos fáceis para
Satanás.
Paulo descreve o que acontece com aqueles que se recusam a crescer em
Cristo: "Obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da
ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se
tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez,
cometerem toda sorte de impureza" (Efésios 4:18-19). O sentido literal aqui é:
"Ficaram apáticos, sem emoções, sem convicções, amortecidos". Em
resumo, ficam descuidados quanto às coisas de Deus. E ignoram todos os
chamados
para
despertarem
e
O
buscarem.
Estes mesmos crentes foram exortados a crescer "em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo" (4:15). Paulo queria que eles tivessem o recurso interior
necessário para se levantarem contra o ataque final de Satanás sobre a
igreja. Mas eles não tinham fluxo de vida em si. E escolheram narcotizar as
mentes com lascívia. Preferindo andar em ignorância, cegaram o coração
diante
de
sua
perigosa
situação.
E em sua cegueira, não suportavam nenhuma má notícia. Não conseguiam
enfrentar os terrores que caíam rapidamente sobre a terra. Então, em vez de
correrem para Jesus, se entregaram a todo tipo imaginável de prazer
sensual, de avidez e maldade. Simplificando, não conseguiam se satisfazer.
Como Paulo, insisto com todo jovem crente: se você está se tornando morno
e apático quanto a Jesus, desperte. Não deixe que o fogo do Espírito Santo
saia da sua vida. Ouça o chamado da trombeta do Espírito, e busque o
Senhor. Torne-se um ministro em tempo integral para Ele, buscando-O de
todo o coração. Então terá o poder de Cristo para enfrentar os dias à frente.
Paulo deixa totalmente claro: ou você cresce em Cristo, ou acaba como
aqueles a quem Paulo descreve. Se continuar em ignorância, você estará
além de qualquer sentimento. Você deixará de ter qualquer interesse pelas
coisas de Deus. E se tornará um dos maiores pecadores da terra, praticando
males
que
nunca
pensou
serem
possíveis.
Já vejo sinais deste processo de embotamento entre os cristãos. Alguns
partem para a loucura da euforia das compra pelos cartões de crédito. Alguns
compram casas que não podem pagar. E muitos afundam cada vez mais nas
dívidas. E os argumentos deles são semelhantes aos do mundo: "Se tudo
está indo pro buraco, todo mundo vai junto. Então vou aproveitar enquanto
posso".
Não, nunca. Eles não reconhecem os tempos. Nesse momento, um terço dos
Estados Unidos está em situação de penúria. Incêndios tem devastado
enormes extensões de terra em vários estados. Inundações têm atacado
várias áreas, inclusive grandes cidades do Texas. Estamos assistindo a
mudanças nunca acontecidas antes no clima. Mesmo assim muitos cristãos
ainda
não
entendem
a
mensagem.
Que Deus ajude todos os pregadores da prosperidade, os líderes que fazem
concessões, que subornam suas igrejas com um evangelho superficial
esvaziado do arrependimento. Que Deus ajude estes homens quando tudo
começar a ruir. As pessoas irão tumultuar os púlpitos, exigindo uma
explicação: "O que está acontecendo, pastor? O senhor disse que tudo
estava indo bem. O senhor nos desviou". Igrejas esmorecerão, crentes irão
se dispersar. E Deus considerará tais ministros como responsáveis por cada
uma das almas desiludidas que se embotar devido aos falsos ensinos.
Após o 11 de Setembro As Pessoas Encheram as Igrejas,
Mas em Seis Meses Foram Embora
As pessoas voltaram-se para a igreja na seqüência dos ataques
terroristas. Mas não encontraram esperança lá. Não receberam uma palavra
vinda dos céus, ou ungüento para suas almas feridas. Muitos dos pastores
que pregavam estavam tão ignorantes de Deus quanto eles. A maioria era
constituída de homens que não oravam, de pastores mundanos, e não eram
ministros
em
absoluto.
Então as pessoas foram embora. E não voltarão quando o próximo e
horrendo terror atacar. Se conscientizarão de que foram enganadas na
primeira vez. Assim, na próxima, quando a cabeça delas se afundar devido
aos angustiantes desastres, não procurarão esperança. Antes, se intoxicarão.
Se voltarão para a sensualidade desenfreada para narcotizar a mente.
Em realidade, os que estiverem apavorados, complicados e desesperados
farão um pacto com a própria morte. Encontramos esse pacto em Isaías 28,
quando o profeta descreve um Efraim tremendo sob julgamento: "Ai da coroa
de soberba...de Efraim, cujo glorioso ornamento é como a flor que cai...como
uma queda de saraiva, uma tormenta de destruição e como uma tempestade
de impetuosas águas...violentamente a derribará por terra...o sacerdote e o
profeta erram (cambaleiam) por causa da bebida forte...Porque todas as suas
mesas estão cheias de vômitos e de imundícia...Porquanto dizeis: Fizemos
concerto com a morte, e com o inferno fizemos aliança" (Isaías 28:1-15).
Cá está o entorpecimento sobre o qual estou falando. Tais pessoas estavam
dizendo, em resumo: "Nós nos entregamos ao inferno. Nos vemos como já
estando lá". Por que diriam tal coisa? Eles haviam se entorpecido a si
próprios em relação à quaisquer notícias assustadoras referentes a
julgamento ou juízo. Isaías havia advertido: "Somente o ouvir tal notícia
causará
grande
turbação"
(28:19).
Os terríveis acontecimentos que enfrentamos estarão inteiramente além de
nossa capacidade de compreensão. O que as pessoas farão então? Como
Efraim, se entorpecerão, aceitando o inferno como destino. Pode-se
perguntar: "Mas e os cristãos?". Note quem Isaías estava descrevendo nesta
passagem: ele estava falando sobre crentes, seguidores do Todo-Poderoso
Jeová. Por que tais pessoas fariam um pacto com o inferno? Eles estavam
desviados, contaminados pela sujeira do mundo. E devido à sensualidade,
haviam se tornado cegos espiritualmente. Então, quando veio o julgamento,
estavam tão entorpecidos que aceitaram o inferno como destino.
O
Que
Os Que São Ministros em Tempo Integral Para Deus ?
Aguarda
"Portanto assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu assentei em Sião uma
pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme
e fundada: aquele que crer não se apresse" (Isaías 28:16). Enquanto o
mundo entra em pânico, terror e insegurança, os adoradores de Deus em
tempo integral estarão em repouso. O Senhor será a sua fortaleza na
tempestade, uma rocha inabalável. E todos os que se escondem nEle estarão
a
salvo
do
perigo.
Naquele dia, o próprio Cristo provará ser tudo para o Seu povo: precioso
redentor, protetor, guardador, esperança em meio à tormenta. E enquanto o
mundo tem o seu pacto com o inferno, teremos um pacto com Jesus. Quando
os julgamentos estiverem caindo por todo lado em torno de nós, estaremos
em paz, porque veremos nós mesmo como já estando nos céus.
"Aquele que crer não se apresse" (Isaías 28:16). O significado em hebraico
aqui é: "Ele não será envergonhado ou confundido". Nada será capaz de nos
abalar, porque saberemos que nosso Deus está em ação. Saberemos que
Ele está nos carregando, assim como carregou Israel no deserto.
Quero terminar com uma parte de boas notícias: um dia em Patmos, João viu
o barco voltando à ilha. Chegando em terra, João foi informado que o
imperador romano havia morrido. Agora o apóstolo estava recebendo
liberdade. Então ele subiu abordo, partiu do exílio, e aportou em Éfeso. De lá,
os seus escritos se tornaram ungida luz para o mundo. Veja, foi depois de
Patmos que João escreveu suas três epístolas à igreja sobre o assunto do
amor. Foi isso que Deus ensinou a este consagrado servo através dos
tempos
difíceis:
amar.
Os cristãos sofrerão nos dias que virão? Sim, sofreremos. Mas tão
seguramente quanto Satanás não pôde destruir João, Deus não permitirá que
o inimigo destrua o Seu santo remanescente. Ele está levantando uma igreja
de fiéis ministros, que se firmarão nEle em todas as tempestades.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Por
9
__________
A Trombeta Está Soando, Mas Ninguém Se Preocupa - 9 de setembro
de
2002
(The Trumpet Is Sounding, But No One Is Alarmed)
David
de
setembro
de
Wilkerson
2002
De todos os profetas do Velho Testamento, Amós fala mais claramente
aos nossos dias. A profecia que ele traz se aplica à nossa geração, como se
fosse recortada das manchetes de hoje. Em verdade, a mensagem de Amós
é uma profecia dupla; foi dirigida não apenas ao povo de Deus em seus dias,
mas também à igreja de agora, em nosso tempo.
Amós descreve Deus como um leão que ruge, pronto para atacar
Israel com julgamento: “Rugiu o leão, quem não temera? Falou o Senhor
Deus, quem não profetizará?” (Amós 3:8). O profeta declara: “Deus se
levantou como um leão que ruge, pronto para atacar a presa. E ao ouvir esse
rugir do leão, tenho de avisar”.
O Senhor estava usando Amós para despertar Israel. Qual era a
mensagem? Resposta: Deus estava prestes a enviar julgamento sobre o
povo, devido à malignidade e corrupção devastadoras.
Naturalmente, Deus nunca julga um povo sem primeiro levantar vozes
proféticas para o prevenir. “Certamente, o Senhor Deus não fará cousa
alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas”
(3:7). Agora, Amós vendo a nuvem do juízo se formando, é compelido a dizer:
“Tocar-se-á a trombeta na cidade, sem que o povo se estremeça? Sucederá
algum mal à cidade, sem que o Senhor o tenha feito?” (3:6). A mensagem de
Amós aqui é de fazer a gente ferver por dentro: “Deus fez soar a trombeta de
advertência para Seu povo. Mas ninguém se alarmou”.
Neste exato instante, muito poucos querem ouvir mensagem que tenha
a ver com julgamento. O nosso país já está coberto pelo medo. Esperamos
outro ataque terrorista a qualquer momento. E a economia se mostra mais
árida do que nunca. As pessoas dizem: “Não dá para agüentar mais”.
Mas o Senhor fala segundo o Seu querer. E Seu Espírito nos provê
forças para ouvir Sua palavra, entregue por ungidos servos. O nosso Senhor
irá fielmente capacitar Seu povo para suportar seja o que for.
Amós
Dirige
Primeiramente
ao
à Igreja de Concessões.
Suas
Povo
de
Profecias
Deus,
Ao profetizar, Amós se dirige às nações gentílicas em torno de
Jerusalém. Certamente esses pagãos cairíam sob a ira de Deus. Eles
estavam roubando as fronteiras de Israel, travando guerra contra ele, e
matando seus filhos.
Contudo, agora Amós diz: “Ouvi a palavra que o Senhor fala contra vós
outros, filhos de Israel” (Amós 3:1). O rugir do leão era contra o próprio Israel.
O povo de Deus estava prestes a ser punido por corromper a pura adoração
ao Senhor: “De todas as famílias da terra, somente a vós outros vos escolhi;
portanto, eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades” (3:2).
Há uma lei divina que ressoa por todas as escrituras. Ela diz,
basicamente: “Quanto maior a medida da graça derramada sobre um povo,
maior será o julgamento que cairá sobre esse povo, se a graça de Deus for
desprezada”. Se um povo recebeu muita verdade, ele é mais responsável. E
se corromper essa verdade, seu julgamento será dobrado.
Agora mesmo, Deus certamente está julgando os Estados Unidos por
sua corrupção. Fico pensando em todos os modos pelos quais a nossa nação
tem removido o nome de Deus do público. Na minha infância e juventude,
aprendi que os Estados Unidos eram um país cristão, fundado por homens
piedosos que buscavam liberdade para adorar o Senhor em verdade.
Naturalmente, a África do Sul e outros países afirmam ter tido a mesma
origem.
Não tenho dúvida de que Deus abençoou certas nações como a
nossa, para ajudar a evangelizar o mundo. Em sua infância, esse país, entre
todas as nações da terra, foi aquele que mais enviava missionários. Os
Estados Unidos enviaram pastores, mestres e evangelistas por todo o globo.
Enquanto isso, um povo santo dentro do país refreava as ondas de
iniqüidade. Líderes piedosos, pastores dedicados e congregações zelosas se
levantavam para honrar o nome do Senhor.
Mas a iniqüidade começou a vir em abundância. O nome de Deus foi
zombado. E nosso país acabou se tornando obcecado pelo prazer. Nos
voltamos para os ídolos de riqueza, prosperidade, ganho material. E
rapidamente perdemos o zelo e a compaixão pelos perdidos. Agora deixamos
de ser um país que envia muitos missionários. Em vez disso, estamos
exportando um evangelho de prosperidade, e de ambição.
Em Seu grande amor e sabedoria, o Senhor tem procurado purificar a
nossa nação com correções severas. Ele permite secas, inundações,
colapsos financeiros, furacões, mudanças drásticas do tempo. Ele está
soando a trombeta alto. Mas ninguém está ficando alarmado por causa disso.
Muitos ministros declaram: “Deus não é asssim. Não é Ele que está
por trás dessas tragédias. Tudo isso é obra do diabo”. Não dá para eu dizer o
quanto esses ministros me deixam irritado com isso. Eles não conhecem a
Bíblia. Preste atenção às seguintes palavras de Amós:
• “...vos deixei de dentes limpos em todas as vossas cidades e com
falta de pão em todos os vossos lugares; contudo, não vos convertestes a
mim, disse o Senhor”. Deus está dizendo claramente ao povo, que Ele está
prestes a causar um colapso econômico em seu meio.
• “Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da ceifa; e
fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um campo teve chuva, mas
o outro, que ficou sem chuva, se secou” (4:7). O Senhor claramente controla
o clima, seja ele bom ou mau.
• “Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade para beberem
água, mas não se saciaram” (4:8). Deus controla a seca. E agora mesmo,
estados inteiros estão tendo de racionar água.
• “Feri-vos com o crestamento e a ferrugem; a multidão das vossas
hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras,
devorou-a o gafanhoto” (4:9). Nos últimos meses, Nova York foi invadida por
enxames de bezouros japoneses. Esta peste está matando árvores em
Central Park, e destruindo vastos acres de floresta ao norte.
• “Feri-vos” (4:9). Quem é o responsável por todas essas coisas? Deus
quer que fique bem claro em nossas mentes: Ele está por trás de tudo.
“Enviei a peste contra vós outros à maneira do Egito; os vossos jovens,
matei-os à espada, e os vossos cavalos, deixei-os levar presos, e o mau
cheiro dos vossos arraiais fiz subir aos vossos narizes; contudo, não vos
convertestes a mim, disse o Senhor” (4:10).
Você não pode me dizer que o Senhor não está por trás de todos os
julgamentos que estamos experimentando. Muitos ministros apresentam
Deus como um avô bonzinho e meio caduco. É claro, o Senhor é
misericordioso e traz graça. Mas o quê esses pastores não entendem é que
os julgamentos de Deus são a Sua misericórida e a Sua graça. Ele está
dizendo: “Voltem para mim. Tive de enviar essas correções para purificar a
nação, e receber sua atenção. Vocês chegaram tão fundo no pecado, que
ficaram cegos. Agora julgamento é a única linguagem que entenderão. Tudo
isso é por causa do amor que tenho por vocês”.
Amós
Profetiza
um
Duplo
Sobre a Nação e Simultaneamente Sobre a Igreja
Julgamento:
Amós fala dos julgamentos de Deus como “grandes tumultos” (Amós
3:9). A palavra tumulto significa estado de confusão. Em outras palavras, o
país será levado ao caos e a transtornos através de grandes ataques de
violência e terror.
“Porque...não sabe fazer o que é reto, diz o Senhor, e entesoura nos
seus castelos a violência e a devastação” (3:10). O que Amós quer dizer aqui
quando se refere a palácios? Ele está falando do que chamaríamos grandes
negócios ou enormes corporações.
Pense nos acontecimentos que têm se desenvolvido em nosso país
atualmente. Inúmeros dentre os mais respeitados grupos de negócios na
história estão sendo denunciados por “entesourar nos seus castelos”.
Presidentes de instituições confiáveis trapacearam os acionistas através de
práticas fraudulentas de contabilidade. Dispensaram milhares de
empregados. Enquanto isso, construíram enormes pés de meia para si
próprios. Enquanto empobreciam alguns, asseguravam riquezas para seu
próprio benefício.
Amós declara: “Os teus castelos serão saqueados” (3:11). Essas
corporações, antes inabaláveis, agora estão falindo. Wall Street treme.
Contudo, mais terrível do que tudo, Amós prediz uma peste de medo, devido
a ataques de terror de costa à costa: “Um inimigo cercará a sua terra,
derribará a tua fortaleza” (3:11). Será que as palavras do profeta poderiam vir
em hora mais certa? Ele avisa: “Um inimigo vai jogar longe a sua coroa de
esplendor. Esses palácios de poder e bens nos quais vocês se gloriam, serão
arrasados até o solo”.
Após tudo isso, um leão econômico aparecerá, devorando a riqueza e
a prosperidade daqueles que se enriqueceram pelo roubo: “Como o pastor
livra da boca do leão as duas pernas ou um pedacinho da orelha, assim
serão salvos os filhos de Israel que habitam em Samaria com apenas o canto
da cama” (3:12).
Quando um leão se apossa da presa, ele devora até chegar ao osso. É
exatamente isso que Amós diz que o inimigo fará com os luxuosos ricos. Ele
não vai deixar nada senão reduzidos restos das riquezas conseguidas
ilegalmente. Amós lhes diz: “Vocês achavam estar seguros por causa dos
milhões guardados. Mas um leão urrando vai devorar tudo; quando acabar,
não vai sobrar nada senão carcaça”.
Amado, hoje a mesma trombeta de advertência está soando
novamente nos Estados Unidos. Mas muito poucas pessoas estão ficando
alarmadas com isso.
Deus Diz Que ao Visitar Com Seus Julgamentos as Nações,
Também Visitará a Igreja.
As escrituras afirmam que o julgamento começa pela casa de Deus.
Na verdade, antes de atacar qualquer nação, o Senhor revelará Sua ira na
igreja: “Ouvi e protestai contra a casa de Jacó...No dia em que eu punir Israel,
por causa das suas trangressões, visitarei também os altares de Betel” (Amós
3: 13-14). A casa de Jacó aqui representa a igreja, o povo de Deus.
Pense no que Amós profetiza nesse ponto: Deus certamente julgaria
toda nação que se virasse contra Ele. Ele permitiria que adversários ímpios
pilhassem e aterrorizassem estas nações. E toda pessoa que se voltasse
para os prazeres do mundo e para a corrupção, seria humilhada e diminuída.
Contudo, em meio à todas essas coisas, a primeira preocupação de Deus
ainda seria a Sua igreja. Ele se preocupa com o Seu povo, com aqueles que
se chamam pelo Seu nome.
Não importa se o governo remove o nome de Deus das moedas, dos
tribunais, das escolas e dos lugares públicos. Nada disso faz sofrer o Senhor
mais do que o mal presente em Sua igreja. Deus ri das tentativas tolas dos
ímpios em empurrá-Lo para fora da sociedade. O dia de acerto de contas
dessas pessoas já chegou. Nesse exato momento elas estão sendo visitadas
pela Sua ira. Mas quem mais fere o Senhor é a Sua própria família. Ele se
magoa mais profundamente pela corrupção de Seus filhos.
O Senhor então focaliza o quê estava ocorrendo nos altares de Israel.
O nome Betel quer dizer “casa de Deus, local de pura adoração”. No passado
foi dito o seguinte sobre esses altares: “O Senhor está neste lugar” (Gênesis
28:16). Em verdade, Jacó chama Betel de “temível lugar” (v. 28:17). Com isso
ele quis dizer lugar de reverência, porque Deus manifestou Sua presença lá.
Betel é onde Jacó recebeu a visão da escadaria subindo ao céu. Era
um lugar santo de adoração, onde Deus encontrava os que O buscavam em
pureza. Com freqüência, por toda a história de Israel, o Senhor referiu a Si
próprio como “o Deus de Betel”. E certa ocasião, Ele instrui Jacó a retornar a
Betel para restaurar os altares.
Em resumo, Deus estava dizendo a Israel: “Vou julgar sua nação
corrupta. O mundo vai tremer por causa da guerra e da violência que virá
sobre vocês. Vou mandar enchentes, secas, pestes, ferrugem nos vegetais. A
economia será demolida, suas riquezas serão devoradas. No entanto, ao
mesmo tempo em que faço essas coisas, também visitarei Betel. Vou
derramar julgamento sobre o Meu povo, porque corrompeu os Meus altares.
Vou puni-lo por causa da adoração iníqua”.
Isso já tinha acontecido anteriormente em Betel. Quando Jeroboão se
tornou rei, ele corrompeu a adoração: “Pelo que o rei...fez dois bezerros de
ouro; e disse...vês aqui teus deuses...Pôs um em Betel e o outro, em Dã. E
isso se tornou em pecado, pois que o povo ia...para adorar...e...constituiu
sacerdotes que não eram dos filhos de Levi” (I Reis 12:28-31).
Primeiro, Jeroboão erigiu ídolos nos lugares de adoração. Depois
pegou elementos criminosos da sociedade, pessoas cujo coração não estava
em Deus, e os nomeou sacerdotes. A adoração em Israel se corrompeu
inteiramente, porque provinha de corações iníquos e maus. Então, desde o
reinado de Jeroboão até os dias de Amós, Deus depreciou Betel,
considerando-o um lugar de miscigenação, mistura. E Ele finalmente julgou
essa falsa adoração. Ele derrubou o altar, e acabou com ele.
Hoje, permanece um espírito de Betel na igreja. É uma posição de
apostasia espiritual. E sua principal característica é uma adoração de
miscigenação programada para atrair multidões. É uma demonstração
exterior da carne, cheia de zelo e exuberância. Mas não tem nenhuma
santidade. E é uma armadilha que está enlaçando muitos nesses últimos
dias. Quanto mais essas pessoas crêem que essa adoração é de Deus, mais
cegas se tornam. E o Senhor está pronto para julgar tudo isso. Ele avisa: “Se
você está envolvido nessa adoração corrupta, estará apenas multiplicando os
pecados”.
Novamente Deus volta a falar: “Oferecei sacrifício de louvores do que é
levedado, e apregoai ofertas voluntárias, e publicai-as” (Amós 4:5). Por que
Ele diz isso? É porque a lei proibia levedo em carne oferecida para ser
consumida pelo fogo (v. Levítico 2:11). Além disso, pão com fermento era só
para os sacerdotes. Igualmente, toda oferta voluntária de pão deveria trazer
“bolos asmos amassados com azeite, obreias asmas untadas com azeite”
(7:12).
Essas ofertas não fermentadas serviam como ilustração. Significavam
preces que fossem puras. Por todas as escrituras, o fermento é visto como
um tipo de pecado carnal. Era às vezes usado para se referir à lepra. A
mensagem de Deus aqui é clara: “As suas ofertas de louvor estão cheias de
carnalidade. Só aceito sacrifícios santificados, ofertados por mãos limpas e
corações puros. Não pode haver fermento, nenhuma indulgência carnal, na
Minha presença”. “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de
permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração,
que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente” (Salmo 24:34).
Exteriormente os adoradores de Betel eram muito religiosos.
Zelosamente faziam os sacrifícios à toda manhã. E eram fiéis no dízimo e nas
ofertas. Novamente, Deus insiste: “Cada manhã, trazei os vossos sacrifícios
e...os vossos dízimos” (Amós 4:4). Ele via tais pessoas começar cada dia
com louvor e adoração. Alegravam-se ao ir às reuniões de louvor. Em
verdade, o movimento de adoração de Betel ficou tão popular, que se
extendeu às cidades da região, de Betel a Gilgal, a Berseba.
Mas o Senhor avisava a todos: “Porém não busqueis a Betel, nem
venhais a Gilgal, nem passeis a Berseba...Betel será desfeita em nada” (5:5).
Deus estava prestes a derrubar tudo. Ele consumiria todos os sacrifícios
fermentados de louvor e adoração. Por que? Porque “deitais por terra a
justiça” (5:7).
Graças a Deus
Que Sobem Até Ele
Pelos
Altos,
Aceitáveis
e
Santos
Louvores
Deus ainda possui um remanescente santo e separado, cujos
sacrifícios de louvor são puros. São santos piedosos que não estão presos
aos cuidados do mundo. O seu louvor tem o som de poderosas águas que
jorram. E estão quebrantados diante do Senhor, em santa reverência por Ele.
Desta reverência provêm gloriosos gritos de louvor.
Porém multidões dentro da igreja estão sempre procurando coisa
nova. Desejam maneiras novas e estimulantes de se adorar a Deus. Então
buscam altares de Betel, onde o louvor é alto e alegre. Mas a adoração
nesses lugares é dirigida por homens que não pranteiam pelo pecado
existente na casa de Deus. Seu louvor pode ser exuberante e cheio de cores.
Mas inexiste a verdadeira presença de Cristo. E inexiste proteção contra os
enganos da carne.
Provavelmente foi estimulante tomar parte nas reuniões de louvor em
Betel. Mas os adoradores não tinham interesse nas coisas de Deus. Eles não
ajudavam os pobres, nem atendiam ao necessitado. Antes, seu louvor era
cheio de carnalidade e fermento. Amós previne: “Buscai ao Senhor...para que
não irrompa na casa de José como um fogo” (Amós 5:6). Igualmente, desejo
oferecer esse aviso do Senhor: o seu pastor não está pregando uma palavra
que expõe o pecado? Não há uma repreensão piedosa, um chamado ao
arrependimento, uma advertência para abandonar o pecado? Então você
provavelmente está adorando em um altar de Betel. E corre grande perigo de
ser enganado.
Deus declarou: “Visitarei também os altares de Betel; e as pontas do
altar serão cortadas e cairão por terra” (3:14). Essa palavra é devastadora.
No Velho Testamento, o altar de madeira do templo tinha quatro pontas nos
cantos. Essas pontas eram cobertas por metal, e tinham a forma de chifres
de carneiro. Os chifres representavam o direito do santuário. Agarrando-se a
eles, o infrator da lei se colocava sob a graça salvadora e protetora de Deus.
Quando era menino, ouvi muitos antigos santos dizendo: “Estou seguro,
Senhor. Me agarrei nas pontas do altar”.
Vemos esse tipo de santuário ilustrado na vida de Adonias, filho de
Davi. Esse rebelde tinha tentado usurpar o trono de Israel. Mas o outro filho
de Davi, Salomão, determinou prisão e morte para Adonias. Em pânico,
Adonias fugiu para o templo, e se agarrou às pontas do altar. Sua vida foi
poupada.
Agora Deus estava dizendo a Amós que cortaria essas
impressionantes pontas de proteção. O Senhor iria arrancar as pontas do
altar, e jogá-las ao chão. Isso significava que o povo não ficaria mais sob Sua
proteção. Pelo contrário, ficaria sujeito a grande engano. Não teriam
nenhuma segurança contra falsos doutrinas, ou falsa adoração.
Tenho
Visto
os
da Adoração Num Altar Sem Pontas
Terríveis
Resultados
Na África, multidões de todo o mundo vêm para ouvir um homem que
diz ter recebido profecias de Deus no ventre materno. Especialmente os
americanos, viajam às centenas para receber “profecia pessoal” deste
homem. Mas a mensagem é totalmente não bíblica, e blasfema. São pessoas
que buscam, na ignorância, e estão caindo no engano.
Num estado dos Bálcãs, uma profetiza afirma guiar pessoas à viagens
para o inferno. Ela foi feiticeira, e diz uma vez ter estado, ela mesma, no
inferno. Ela orienta as pessoas para se deitarem no chão e liberar a mente,
enquanto as guia à uma viagem imaginária por onde ela já passou. As
pessoas se aglomeram em torno dela para a experiência. Mas nada disso é
bíblico, é absurdo total. Em verdade, há algo do mal na base deste trabalho.
No Brasil, um evangelista promete curar câncer por 1.000 dólares.
Também faz exorcismo por uma taxa. Tem um número enorme de
seguidores, e está ficando rico com suas declarações. Porém, é totalmente
não bíblico - um engano completo.
Os próprios Estados Unidos se tornaram os maiores vendedores de
evangelho enganador. Como? Os cristãos se tornaram analfabetos
biblicamente. Não se preocupam mais em ler a palavra de Deus. Não querem
mais jejuar ou gastar tempo em oração. Em vez disso, correm para lá e para
cá, em busca de ensinos que agradem à carne, ministrados por algum
evangelista que faça concessões.
Como multidões de crentes caem nesses enganos? Como se desviam
com tanta facilidade? Como tantas pessoas ficam tão cegas à obras falsas da
carne? Amós nos responde o porquê: suas muralhas de proteção caíram, por
causa do pecado. Deus removeu as pontas do altar. E as pessoas perderam
todo o discernimento. Esses crentes estarão entre os primeiros a abraçar o
anticristo.
Deus
Diz
que
ao
Ele Fechará Tudo Que Estiver Contaminado
Visitar
Sua
Igreja,
Em todas as vinhas [igrejas] haverá pranto, porque passarei pelo meio
de ti, diz o Senhor. Ai de vós que desejais o Dia do Senhor! Para que
desejais o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz...Aborreço, desprezo
as vossas festas e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum
prazer. E, ainda que me ofereçais holocaustos e vossas ofertas de manjares,
não me agradarei deles...Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque
não ouvirei as melodias das tuas liras. Antes, corra o juízo como as águas; e
a justiça, como ribeiro perene” (Amós 5:17-24).
A mensagem de Deus é clara: enquanto Sua justiça não começar a
jorrar em nosso meio, purificando nossos corações, não seremos capazes de
Lhe dar verdadeiro sacrifício de adoração. Louvor proveniente de corações
cheios de lascivia e cobiça, são senão barulho aos Seus ouvidos. Ele não
aceitará a adoração daqueles que buscam só prazer, ou se recusam a
perdoar os outros.
No meio de todas essas advertências proféticas, Amós traz essa
palavra de esperança: “Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim,
o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis. Aborrecei o
mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo; talvez o Senhor, Deus dos
Exércitos, se compadecerá do restante de José” (5:14-15).
Insisto com você: leve a sério a mensagem de Amós. Busque o Senhor
de todo o coração. Permita-se ser julgado por Sua palavra. Confesse e
abandone o pecado. Então Deus o abençoará dando discernimento. Você
saberá se está adorando em um altar de Betel. E será capaz de adorá-Lo em
Espírito e em verdade.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
Um
Clamor
Sem
(A Cry Without a Voice)
Por
19
__________
de
Voz
-
David
agosto
19
de
agosto
de
2002
de
Em Marcos 7, vemos Jesus realizando um grande milagre. Toda a
dramática
cena
ocorre
em
apenas
cinco
versículos:
“De novo, se retirou das terras de Tiro e foi por Sidom até ao mar da Galiléia,
através do território de Decápolis. Então, lhe trouxeram um surdo e gago e
lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, tirando-o da
multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com
saliva; depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá!, que quer
dizer: Abre-te! Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o empecilho da
língua,
e
falava
desembaraçadamente”
(Marcos
7.31-35).
Imagine a cena. Quando Jesus chegou aos termos de Decápolis, encontrou
um homem que era ao mesmo tempo surdo e gago. O homem conseguia
falar, mas suas palavras não eram compreensíveis. Cristo levou o homem à
parte, separado da multidão. Ali diante daquele homem, Jesus colocou os
dedos nos próprios ouvidos. Depois cuspiu, e tocou em Sua própria língua.
Falou duas palavras: “Abre-te”. No mesmo instante, o homem conseguiu
ouvir
e
falar
claramente.
Pouco antes desta cena, Jesus havia libertado a filha endemoninhada de
uma mulher. Simplesmente proferindo uma palavra, Ele expulsou o espírito
maligno da moça. Pergunto: por que estes dois milagres estão registrados
nas Escrituras? Foram incluídos como apenas mais duas cenas da vida do
Senhor
na
terra?
A grande maioria dos cristãos acredita que tais histórias foram preservadas
Wilkerson
2002
nas Escrituras porque nos revelam muitas coisas - seu propósito é revelar o
poder de Deus sobre Satanás e a doença; são prova da divindade de Jesus,
para estabelecer o fato de que Ele era Deus em carne; e têm a finalidade de
encorajar nossa fé, e mostrar-nos que Deus pode operar milagres.
Eu acredito que estas histórias foram registradas por todos estes motivos, e
muito mais. Jesus nos diz que cada palavra que Ele profere veio do Pai. Ele
não dizia nem fazia algo por conta própria, mas por orientação do Pai. Além
disso, cada evento da vida de Jesus contém uma lição para nós, sobre quem
“os fins dos séculos têm chegado” (vide 1 Coríntios 10.11).
Este milagre de Marcos 7 não é só sobre a cura de um homem que viveu há
muitos séculos. Como cada evento registrado da vida de Jesus, isto tem um
significado especial para nós hoje. E, como a parábola de Jesus sobre o
tesouro escondido no campo, a nossa tarefa é cavar até encontrar este
significado.
Creio
a
Misericórdia
Pela Geração Atual
Que
e
a
Este
Compaixão
Milagre
Insondáveis
de
Revela
Cristo
Já há algum tempo, tenho ficado perplexo com questões sobre a atual
geração de jovens. Essas perguntas ardem dentro de mim, e me deixam
confuso. Mas creio que a história desse milagre contém uma revelação que
responde
a
muitas
destas
perguntas.
Primeiro, quero perguntar quem era este homem que levaram a Jesus: “um
surdo e gago” (Marcos 7:32). Não sabemos o seu nome. Mas creio que
sabemos quem ele representa para nós hoje. Ele é um exemplo daqueles
que “têm ouvidos e não ouvem” (Salmo 115.6). Evidentemente, este versículo
refere-se à uma condição espiritual. Descreve um estado de surdez espiritual,
uma incapacidade de ouvir e compreender a verdade de Deus.
Estou profundamente impressionado achando que este homem surdo e gago
é como a grande maioria dos jovens de hoje. Creio que isto se aplica
especialmente aos filhos de lares cristãos. Muitos simplesmente não parecem
ter a capacidade de ouvir e assimilar a Palavra de Deus.
Estou falando dos bons garotos: os que são respeitosos, obedientes, não
farristas. Não estão envolvidos com drogas, bebida, sexo ou imoralidade.
Mas são extremamente passivos em relação a Deus. Em todos os meus anos
de ministério, nunca vi tanta ausência de envolvimento com as coisas de
Deus
como
nesta
geração.
Tenho encontrado vários destes jovens espiritualmente surdos em muitos
lugares do mundo. E durante anos tenho perguntado por que tantos jovens
bons, especialmente aqueles criados por amorosos pais cristãos, podem ficar
passivos em relação a Jesus. Ouvem mensagens ungidas, receberam um
evangelho
de
amor,
mas
continuam
não
respondendo.
Tenho sofrido muito por ver esta situação com alguns dos meus próprios
netos. Eles têm ouvido meus sermões, me ouviram pregar com lágrimas nos
olhos e com a autoridade do Espírito. Mas não demonstram qualquer reação
visível. Às vezes penso: “Talvez hoje seja o dia que o Espírito Santo vai
derreter essa mornidão, essa passividade. Talvez verei uma lágrima para dar
uma evidência de que Deus está tocando este coração jovem”.
Fico me perguntando: “Será que são inteiramente surdos? Ou será que
rejeitaram a Deus? Será que fecharam os ouvidos para que não ouçam?”.
Luto com estes pensamentos, porque sei que são garotos bons, que não
rejeitaram Jesus. Mas simplesmente não possuem paixão. E Cristo mesmo
adverte que pessoas boas acabarão no inferno, se forem mornos (ver Apoc.
3:16).
Vejo a mesma situação com muitos maridos cristãos. São homens bons,
maridos fiéis, pais amorosos, provedores responsáveis. Quando vêm à igreja
com as esposas, eu sei que elas estão orando: “Talvez hoje Deus tocará o
coração do meu marido”. Mas no fim, ele apenas dá um sorriso e diz: “Gostei
do culto de hoje. Volto com você qualquer dia desses”. Estes homens não
rejeitaram Jesus. Não são ímpios, sensuais ou imorais. Mas se continuarem
apenas
admirando
Cristo,
estarão
perdidos.
Tenho vários amigos que são assim também. Gostam muito de mim, e fariam
qualquer coisa em meu benefício; de vez em quando, vêm à Igreja de Times
Square e sempre elogiam minha pregação. Mas a Palavra de Deus nunca os
alcança, nunca faz efeito. Eles sabem falar sobre a morte de Cristo, Seu
sepultamento e ressurreição, porque já ouviram pregações sobre isto
inúmeras vezes. Mas são passivos. Saem da presença de Deus da mesma
forma
como
entraram:
sem
transformação.
Estou dizendo: todos eles têm ouvidos, no entanto não ouvem. São
espiritualmente surdos.
Há
Uma
Única
Para Uma Pessoa Assim Ouvir e Falar
Esperança
na
Terra
A única esperança do homem surdo e gago era chegar a Jesus.
Precisava
de
um
encontro
pessoal
com
Ele.
Quero destacar que este homem não era como aqueles que Paulo descreve:
“como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à
verdade” (2 Timóteo 4:3,4). Ele também não tinha “espírito de
entorpecimento... ouvidos para não ouvir” (Rom. 11:8). Não era como aqueles
descritos em Atos 28:27: “com os ouvidos ouviram tardiamente e fecharam os
olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos”. E
também não era como os que estavam presentes no apedrejamento de
Estêvão,
pessoas
que
“taparam
os
ouvidos”
(Atos
7:57).
O fato é que este homem queria ouvir. Ele queria desesperadamente ser
curado. Entretanto, lemos no texto que “lhe trouxeram um surdo e gago”
(Marcos 7:32, ênfase minha). Este homem não chegou a Jesus por conta
própria. Teve de ser levado a Ele. Sem dúvida, deve ter ouvido falar sobre
Jesus, e sobre o Seu poder de curar; além disso, sabia como se comunicar,
através de gestos ou pela escrita. E conseguia andar por aí sozinho. Mesmo
assim, nunca fez o esforço de chegar a Jesus por si mesmo. “Eles” tiveram
de
trazê-lo.
Quem eram “eles” neste versículo? Só posso especular: podem ter sido os
familiares do homem, ou seus amigos, pessoas que se importavam o
suficiente para levá-lo a Jesus. Creio que esta cena tem tanto a ver com a
situação dos nossos jovens hoje. Eles não vão a Jesus por conta própria. É
preciso que sejam levados pelos pais, amigos, pessoas da família da fé.
Como os pais do surdo, nós também precisamos levar nossos filhos e
queridos a Cristo. “Como?”, você pergunta. Através de oração confiante e
diária.
Pense sobre isto. Suponha que foram os pais do homem surdo que o levaram
a Jesus. Eles sabiam o quanto seu filho precisava de um encontro pessoal.
Afinal, não podiam suplicar que rapaz ouvisse. Seria tolice insistir com ele, ou
ficar bravo. E seria cruel fazê-lo sentir-se condenado por não conseguir
verbalizar
os
pensamentos
do
coração.
No entanto, muitos pais cristãos, incluindo a mim mesmo, conseguem ser
muito cruéis com seus próprios filhos exatamente desta forma. Como?
Ficamos aborrecidos com eles porque não conseguem nos dizer por que
ainda não vieram a Jesus. Não conseguimos entender por que não são
capazes de colocar em palavras os pensamentos do coração. A verdade é
que
são
espiritualmente
gagos.
Não dá nem para começar a imaginar como o mundo está afetando a
geração atual. Os jovens de hoje têm suportado mais do que qualquer
geração anterior. Experimentaram o terror do dia 11 de setembro de 2001;
viram chacinas em escolas; ouviram de escândalos sexuais na presidência
do país; viram evangelistas conhecidos sendo expostos como pecadores
pervertidos. E agora estão acompanhando presidentes e diretores de grandes
empresas sendo flagrados por terem trapaceado para satisfazer sua
ganância egoísta. Seria de se admirar que estejam confusos sobre quem
Deus
é,
e
onde
Ele
situa-se
nas
suas
vidas?
De fato, não importa por que nossos filhos chegaram à esta situação. É inútil
tentar descobrir por que estão tão surdos à Palavra de Deus, tão incapazes
de expressar o clamor de seu coração. Afinal, as escrituras não dizem como
este homem surdo e gago chegou à esta situação. Nenhuma palavra
menciona se nasceu assim. Isto simplesmente não importa. Da mesma
forma, não há propósito algum em os pais cristãos investigarem o que podem
ter dito ou feito de maneira errada na criação dos filhos. Não devemos ficar
olhando para o passado, fazendo suposições, levantando culpas.
A verdade é que nenhum pai ou amigo íntimo pode levar um jovem surdo a
ouvir - por meio de aconselhamento. Você não pode fazer um gago falar
claramente, simplesmente por amá-lo. Não vai funcionar. E não há pastor,
conselheiro, ou líder da mocidade que possa convencer o jovem a ouvir a
verdade. Isto não acontece pelo amor, por condenação, ou aconselhamento.
Eles
simplesmente
são
surdos.
Só há uma cura, uma esperança, para nossos filhos e queridos poderem
ouvir a verdade. E isto é um encontro pessoal com o próprio Jesus. “E lhe
suplicaram que impusesse as mãos sobre ele” (Marcos 7.32). Em grego a
palavra que foi traduzida “suplicaram” aqui, significa imploraram, clamaram.
Estes pais imploraram a Jesus: “Por favor, Senhor, toca o nosso filho. Coloca
Tua mão sobre ele”.
Qual
Foi
a
Primeira
Quando o Homem Foi Levado a Ele?
Coisa
que
Jesus
Fez
“Jesus, tirando-o da multidão, à parte...” (Mc 7.33). Jesus soube
imediatamente o que o homem surdo queria. Ele ansiava por seu próprio
toque pessoal, sua própria experiência. Não dava para se contentar com algo
que “eles” tinham encontrado. Tinha de ser real para ele. O homem queria
que Jesus abrisse os ouvidos e soltasse sua língua. E tinha de acontecer
entre
ele
e
Jesus.
Você pode estar dizendo: “Você não está entendendo. Eu vi meu filho
entregar o coração a Jesus há alguns anos. Ele se ajoelhou diante do Senhor
e orou. Depois disso, afastou-se, mas já voltou correndo para Jesus
arrependido. Ainda é um moço correto, sem imoralidade e bondoso, mas
agora ficou morno. Parece não se importar com as coisas de Deus. O que
aconteceu? Por que não se entrega completamente? O que o impede de se
comprometer
por
completo?”.
A resposta é: ele ainda não teve seu próprio encontro com Jesus. Ele foi a
Cristo baseado na experiência do pai, da mãe, ou do amigo. Entregou sua
vida por causa da insistência de outra pessoa. Ou, talvez, tenha ouvido uma
mensagem tão forte sobre o inferno que ficou com medo e correu para Jesus.
Há inúmeras razões por que a experiência não durou para seu filho. O que
quero dizer é que ele não encontrou Jesus por si próprio. Pode ser que
conheça a verdade por observar Cristo na vida dos outros. Mas não
experimentou Jesus de forma pessoal. Ainda não foi tirado da multidão, e
levado à parte, para receber seu próprio toque individual. A revelação precisa
vir
quando
ele
está
a
sós
com
o
Senhor.
Se você já serviu a Deus durante muitos anos, quero lhe fazer uma pergunta:
não é fato que você pode voltar ao passado e lembrar do dia ou do momento
quando teve um encontro sobrenatural com Jesus? Ele o tocou, e você soube
disso. Não foi uma experiência que recebeu por causa de outra pessoa. Não
foi implantada em sua vida porque ouviu alguém pregar sobre isso. Você
experimentou Jesus por si mesmo. É por isto que está confiante no que tem
com
Ele.
Jesus sabia que o homem surdo precisava deste tipo de encontro. Por isto
comunicou-se com ele na sua própria linguagem: a linguagem dos sinais.
“Pôs-lhe os dedos nos (próprios) ouvidos e lhe tocou a língua com saliva”
(Marcos 7:33). Vejo Jesus colocando os dedos nos próprios ouvidos,
apontando ao surdo e fazendo sinais com a boca. “Vou abrir teus ouvidos”.
Então, pôs Sua língua para fora, tocou nela e cuspiu (provavelmente porque
o gago não conseguia cuspir). Estava querendo mostrar: “Vou soltar os laços
que amarram sua língua. E você será como todos os outros homens”.
Você consegue imaginar o que passava pela mente do homem surdo? Ele
deve ter pensado: “Ele está falando a minha linguagem. Ele não está pedindo
que eu O compreenda. Ele quer mostrar que me compreende! E levou-me à
parte para não me envergonhar. Ele sabe como sou acanhado, e não quer
fazer
uma
demonstração
pública".
“Ele não está me questionando, nem me acusando. Sabe exatamente o que
tenho passado. Sabe que não O rejeitei. Sabe que quero ouvir Sua voz, e
falar com Ele. Sabe que meu coração deseja louvá-Lo. Mas não consigo
fazer nenhuma dessas coisas, se não receber Seu toque sobrenatural. Ele
deve
saber
que
é
isso
que
quero”.
Nosso Salvador demonstra o mesmo tipo de compaixão aos nossos queridos
não salvos. Ele não fará espetáculo público com ninguém. Pense de como foi
paciente e compassivo para com Saulo de Tarso. Este homem muito
conhecido teria um encontro milagroso com Jesus. E Cristo poderia ter
chegado a ele a qualquer momento. Ele poderia tê-lo derrubado enquanto
Estêvão estava sendo apedrejado, diante das multidões. Poderia ter feito da
conversão de Saulo um exemplo público. Mas não o fez.
Ao invés disso, Jesus esperou que Saulo estivesse praticamente sozinho no
deserto, montado no seu cavalo, “à parte da multidão”. Foi lá que Jesus
chegou a Saulo, tocando-o de modo sobrenatural. E durante anos Saulo, que
depois foi chamado Paulo, recontava a história daquele dia. Jesus lhe deu
seu
próprio
toque
sobrenatural,
abrindo
seus
olhos
cegos.
Você não precisa ir à frente numa igreja para ter um encontro com Jesus. A
melhor obra dEle é feita em secreto. É por isto que ele nos diz: “Quando você
for orar, vá para seu quarto, em secreto, longe da multidão. Então, busqueMe em particular. Eu o recompensarei em público”.
À Sós com Este Homem, Jesus Faz Algo Extremamente Incomum
“Erguendo os olhos ao céu, suspirou” (Marcos 7.34). A palavra
“suspirar” aqui significa um gemido audível. Aparentemente, Jesus fez uma
expressão de dor e um gemido saiu do Seu coração. É claro que o homem
não ouviu, porque era surdo. Mas por que este gemido?
Já li vários comentários sobre esta cena. Mas nenhum menciona nada a
respeito do que o Espírito Santo está falando comigo através deste texto.
Estou convencido de que Jesus estava olhando para o céu e comunicando-se
com o Pai. Estava chorando baixinho em Sua alma em relação à duas coisas.
Primeiro, chorava em relação à algo que só Ele podia ver neste homem. E
segundo, chorava por algo que vê ainda hoje, trancado no coração de tantas
pessoas,
especialmente
nos
jovens.
O que Jesus viu, tanto naquele dia como hoje? O que Ele estava ouvindo,
tanto no coração do homem surdo, como no coração de tantas multidões
hoje? ELE ESTAVA OUVINDO UM CLAMOR SEM VOZ. Era um clamor de
coração, abafado, incapaz de ser expresso. Agora o próprio Jesus gemia com
um clamor que não conseguia ser expresso. Ele estava dando voz aos
clamores de todos aqueles que não conseguem se fazer ouvir.
Pense quantas noites este homem chorou até pegar no sono, porque
ninguém o entendia; nem mesmo sua mãe ou seu pai podiam compreender o
que falava. Quantas vezes quis explicar o que estava sentindo, mas tudo que
saía eram sons doídos, desajeitados. Ele deve ter pensado: “Se eu
conseguisse falar, pelo menos uma vez. Se minha língua ficasse solta por um
minuto; eu diria aos outros o que se passa na minha alma. Eu gritaria: ‘Não
sou um idiota. Não estou debaixo de maldição. E não estou fugindo de Deus.
Só estou confuso. Tenho problemas, mas ninguém consegue me ouvir’”.
Mesmo assim, Jesus ouviu os pensamentos do coração deste homem
frustrado. Ele compreende cada gemido interior que não consegue sair para
fora. A Bíblia diz que nosso Senhor se comove com os sentimentos das
nossas enfermidades. E Ele sentiu a dor da surdez deste homem, e da sua
incapacidade
de
falar.
Creio que Jesus estava expressando a dor do Pai sobre cada clamor
inaudível do coração. Era Deus encarnado, gemendo por todo clamor que
provém do coração e não consegue achar uma voz: “O que está errado
comigo? Eu não estou com raiva de Deus. E sei que Jesus é real. Eu O amo
e quero servi-Lo. Mas estou confuso. Por que não consigo falar tudo isso que
está
abafado
no
meu
coração?”.
Tenho onze netos, e todos os dias oro por cada um deles. Nestes dias estou
orando diligentemente por alguns em especial, levando-os a Jesus através da
oração intercessória. São garotos bons, obedientes, com pais amorosos.
Todos confessam sua fé em Jesus, e têm corações sensíveis. Porém, vejo
passividade
neles.
Recentemente, tenho procurado encontrar tempo para falar com cada um em
particular. Falo com eles: “Você sabe que estou orando por você; você sabe
que seus pais estão orando por você, também. Sabemos o quanto você ama
ao Senhor, lá no íntimo do seu coração. Mas por que está tão passivo?
Nunca vejo você falar sobre as coisas de Deus. Não sei se você lê sua Bíblia
ou se ora. Por favor, fale comigo sobre o que se passa no seu coração. Há
alguma
coisa
atrapalhando?".
A princípio, apenas dão com os ombros. Depois me dizem: “Vovô, não sei.
Não estou bravo com Deus. Só estou confuso. Acho que não sei explicar”.
E aí fico perplexo. Tenho que perguntar para Deus. “O que está
acontecendo? Ouço um clamor, um som meio confuso, um anseio. Mas não
conseguem colocar isso em palavras para mim. Parece que querem me dizer
algo,
mas
não
conseguem”.
Estou convencido que multidões de outros jovens estão na mesma situação.
Se pudessem explicar seu clamor, seria mais ou menos assim: “Já vi tanta
hipocrisia na igreja. Agora estou vendo isso também no mundo dos negócios,
na escola, em todo lugar. Tenho problemas sentimentais, problemas com os
amigos. Tá tudo acumulando em cima de mim. Mas não consigo falar com
ninguém. Meus pais são abertos, mas parece que não consigo tirar para
fora".
Não ouvimos este clamor. Nenhum ser humano consegue ouvi-lo; nem
podemos esperar compreendê-lo. Então, o que devemos fazer? Sabemos
que conversas a sós não abrem ouvidos surdos. Creio que só temos uma
opção
Temos de Levar os Nossos Amados à Jesus, de Joelhos
Precisamos pedir a Cristo que lhes dê sua própria experiência. Temos
de levá-los a Jesus, assim como os pais do homem surdo fizeram, para que
recebam seu próprio toque pessoal. “... lhe suplicaram que impusesse as
mãos sobre ele” (Mc 7:32). Devemos orar: “Senhor, encontre-os sozinhos.
Envia o teu Espírito Santo para despertar e conquistar seus corações.
Revela-Te
a
eles.
Dá-lhes
sua
própria
experiência”.
Há pouco tempo, um moço veio à frente durante uma reunião de oração. Ele
estava abalado e chorando. Contou-me que era de outro estado, e que
entrara ali no templo por acaso. Depois saiu, foi para um concerto, mas
também não conseguiu ficar naquele evento. Agora estava de volta na igreja,
e queria oração. Perguntei: “Seus pais são cristãos?” Ele respondeu: “Sim,
estão
sempre
orando
por
mim”.
Pergunto a você: Foi apenas “por acaso” que este moço entrou em nossa
igreja? Dificilmente. Ele estava tendo seu próprio encontro com Cristo.
Ninguém o havia empurrado, nem insistido com ele. Entretanto,
indiscutivelmente, foi levado a Jesus. Como? Minha convicção é que foi por
intermédio
das
orações
de
seus
pais.
“Depois erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá!, que quer dizer:
Abre-te! Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o empecilho da
língua,
e
falava
desembaraçadamente”
(Mc.
7:34-35).
Jesus realizou um milagre em particular, só para este homem. E a primeira
voz que o surdo ouviu foi a voz de Cristo. Certamente Jesus falou com ele,
para provar-lhe que agora podia ouvir. Oh, como aquele homem deve ter
conversado. De sua boca deve ter jorrado anos de sentimentos sufocados.
Agora podia expressar aquele clamor interior que antes não tinha voz.
Imagino-o caindo nos braços do Senhor, chorando: “Jesus, o Senhor ouviu a
voz do meu clamor” (veja Salmo 5.2). Considere a pungência e o poder do
Salmo 5 para este homem curado: “Escuta, Rei meu e Deus meu, a minha
voz que clama, pois a ti é que imploro. De manhã, Senhor, ouves a minha
voz; de manhã te apresento a minha oração” (5: 2,3). O amor que este
homem tinha por Jesus agora era uma experiência dele. Ele tivera um
encontro
com
o
Senhor.
Amado, quando você orar por parentes ou pessoas queridas, lembre-se que
Jesus geme por eles. Ele não gemeu apenas por um homem em Decápolis.
Estava chorando pelos clamores abafados e íntimos dos seus filhos, de seus
parentes não convertidos, e dos meus. Talvez você precise mudar a maneira
de orar por eles. Ore para que o Espírito Santo vá atrás deles, conquiste-os e
os atraia, despertando e sacudindo-os com um novo desejo por Jesus.
Ore “Senhor, leve meu filho, meu parente, meu amigo, para longe da
multidão. Faze com que fique isolado, sozinho conTigo. E dá-lhe o Teu toque.
Faze com que tenha um despertamento particular e pessoal. Que seja uma
experiência
profunda
e
sobrenatural
conTigo.”
Quero terminar com uma advertência: você está espiritualmente surdo para a
Palavra de Deus? Está impedido de falar, incapaz de falar com intimidade a
respeito de Jesus? Então não tem desculpa. Você sabe como chegar a
Jesus. E sabe que Ele ouve o seu clamor. Ele está esperando que você
encontre um lugar a sós com Ele. Esta é a hora de chegar-se a Cristo, para
que
Ele
possa
chegar-se
a
você
(ver
Tiago
4.8).
Em Lucas 18, lemos a respeito de um homem que foi à igreja orar. Ele ficou
lá atrás sozinho, separado da multidão. Estava tão desesperado que a única
coisa que conseguia fazer era olhar para baixo e bater no peito (ver Lc.
18:13). Estava usando linguagem de sinais, para dizer: “Senhor, ouve o
clamor do meu coração. Estou cansado do meu vazio. Preciso de um
encontro conTigo. Quero saber, eu mesmo, quem Tu és. Só Tu compreendes
o que está no meu coração. E só Tu sabes o que estou passando. Não
consigo orar, porque estou todo amarrado. Preciso do Teu toque, Jesus. Tem
misericórdia
de
mim,
pecador”
(v.
Lc.
18:13).
Jesus disse o seguinte a respeito dele: “Digo-vos que este desceu justificado
para sua casa ... porque ... o que se humilha será exaltado” (Lc 18:14). Que
seja
assim
para
você
também.
--Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260,
Lindale, TX 75771, USA.
O Toque de Deus
(The Touch of God - Moses)
Por
8
__________
de
-
Moisés
David
julho
-
8
de
julho
de
2002
de
Enquanto escrevo esta mensagem, outra bomba explodiu em Israel,
matando catorze pessoas. Milhares de islâmicos têm se alinhado para se
explodirem para a eternidade, só para molestar os israelitas. Contudo o
Islamismo tem declarado guerra não só contra Israel, mas contra o
Cristianismo. Os Estados Unidos agora vivem em temor absoluto. Tememos
mais suicidas com bombas, guerra biológica, e até ataque nuclear. Uma
mortalha funérea se mantém sobre a nação.
Onde está a igreja em meio a este caos? A maior parte da cristandade
está mortificada. A igreja está cheia de atividades religiosas, em sua maioria
da carne. A presença de Deus está sendo aflitivamente necessária durante
esse tempo de crises.
Isso é trágico, pois o nosso Senhor sempre tem um remédio para um
mundo em caos. É um remédio testado pelo tempo, e que Ele tem usado
geração após geração, para despertar Sua igreja amortecida e desviada.
Esse remédio não mudou desde a criação do mundo. É simplesmente esse:
Deus levanta homens e mulheres escolhidos.
Em épocas como essa, o nosso Senhor usa indivíduos para responder
a um mundo em crise. Ele toca Seus servos de modo sobrenatural. Primeiro,
Ele os transforma. A seguir, os chama para uma vida de submissão total à
Sua vontade. Tais servos tocados por Deus são melhor descritos no Salmo
65:4: "Bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que
assista nos teus átrios".
Wilkerson
2002
Em resumo, Deus chama esse servo à parte. Seu Espírito o persuade
à comunhão íntima. E lá, diante da terrível presença do Senhor, ao servo é
concedida a mente de Deus. Ele recebe um chamamento divino.
Subitamente, sua vida é preenchida com sentido de urgência. Ele emerge
desta comunhão com uma palavra dada por Deus. E começa a andar com
autoridade espiritual.
A história bíblica revela esse padrão várias ocasiões. Vez após vez, o
povo de Deus O rejeita e volta-se para os ídolos. Adota práticas pagãs, e
cada geração se torna mais vil e corrupta que a anterior. Essa
pecaminosidade entristece e zanga o Senhor. Então, como o povo foi
restaurado? Em cada caso, Deus levantou um servo piedoso: um juíz, um
profeta, um rei justo.
Samuel é um exemplo desses. Ele repreende Israel: "Esqueceram-se
do Senhor, seu Deus; então, os entregou nas mãos de (seus inimigos)...E
clamaram ao Senhor e disseram: Pecamos, pois deixamos o Senhor...O
Senhor enviou a Jerubaal, e a Baraque, e a Jefté, e a Samuel; e vos livrou
das mãos dos vossos inimigos em redor; e habitastes em segurança" (I
Samuel 12:9-11).
Tais servos tocados por Deus tornaram-se instrumentos d'Ele para
libertação. Eram capacitados para discernir os tempos. E porque conheciam
o coração de Deus, o Senhor os usou como Seus oráculos. Eles declararam
Sua palavra tanto para o Seu povo quanto para as nações em redor.
Não há como duvidar do toque de Deus sobre alguém que tenha sido
escolhido e chamado. Tal pessoa se destaca dos outras. E então, por que o
Senhor tocou esses servos em particular? Por que levantou Abraão, Moisés,
Davi e alguns outros para trazer restauração ao Seu povo e às nações? Deus
teria visto algo de especial neles?
Não, esses personagens não eram súper-homens. Vidas falhas
demonstram isso. E nem foram simplesmente predeterminados a fazer as
coisas que fizeram. Toda pessoa tem livre arbítrio e vontade própria,
escolhendo seguir ou rejeitar o chamado de Deus.
Veja Saul: escolhido por Deus, tocado por Sua mão, cheio com Seu
Espírito. O Senhor tinha um plano maravilhoso para a vida dele. Deus
pretendia estabelecer para Saul um trono "eterno". Contudo Saul abortou o
chamado de Deus. A despeito da unção divina, ele se rebelou contra o
Senhor. Seu destino não foi determinado simplesmente por sua eleição por
parte de Deus.
Quando Deus escolhe alguém para ser posto à parte para uma obra
especial e de redenção, Ele dá a esse servo dois chamamentos. E como o
servo responde a esses chamamentos determina o poder e a intensidade do
toque de Deus em sua vida. Primeiro, há o chamado para "subir". A seguir,
há o chamado para "sair". A vida de Moisés exemplifica estes dois chamados.
1. Deus Nos Chama Para Subir
Este chamado nos intima a sair dos negócios desta vida, e a entrar
numa desimpedida perseguição da presença de Deus. Veja a experiência de
Moisés. Quando ele se tornou líder de Israel, subitamente se tornou um
homem muito ocupado. Nenhuma igreja na história jamais foi tão grande ou
tão necessitada - um povo de Deus arrolado em milhões. A vida de Moisés
rapidamente se tornou agitada, ao julgar e ministrar ao povo da manhã à
noite.
Finalmente, o sogro de Moisés, Jetro, interveio. Ele avisa que assim
Moisés iria se desgastar e desgastar o povo. Jetro aconselhou: "Representa o
povo perante Deus... põe (homens dentre o povo) para que julguem este
povo em todo tempo...será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga
contigo" (Êxodo 18:19-22). Jetro em outras palavras estava dizendo o
seguinte: "Você é o pastor, Moisés. Você precisa ficar a sós com Deus.
Indique outros para a função de arbitrar e aconselhar. Então, tranque-se com
Deus. Busque Sua presença, receba a Sua mente, receba a Sua palavra.
Essa deve ser a sua prioridade máxima".
Moisés acatou esse sábio conselho. Indicou outros para agirem como
juízes e conselheiros. E se determinou a aceitar o chamado de Deus para
"subir". As escrituras dizem: "Subiu Moisés a Deus" (19:3). "Descendo o
Senhor para o cume do monte Sinai, chamou o Senhor a Moisés para o cimo
do monte. Moisés subiu" (Êxodo 19:20).
Moisés prezava a presença de Deus em sua vida. E isso determinou a
intensidade do toque de Deus nela. Note como o Senhor deixou Moisés
afastado dos outros israelitas, para se aproximar dEle: "O povo estava de
longe, em pé; Moisés, porém, se chegou à nuvem escura onde Deus estava"
(20:21).
Moisés representa o homem abençoado referido por Davi: "Bemaventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos
teus átrios" (Salmo 65:4). A palavra "aproximas" aqui quer dizer "moves"
(para Ti) - ato de Deus em que insiste: "sobes".
Muitos cristãos experimentaram esse chamado, essa insistência divina
para que mantenham comunhão com o Senhor. O Espírito Santo os chama
ao monte da intimidade com freqüência, dizendo: "Desejo te mudar, te dar
maior unção. Quero te levar mais para dentro de Mim, que te expandas mais
em Mim. Quero revelar os Meus caminhos, como nunca fiz antes".
Contudo, nem todos que são chamados respondem. Como resultado,
Deus não os toca com Seu fogo e Sua unção. No início podem responder:
"Senhor, não Te desapontarei. Continuamente buscarei a Tua face". E
durante um período, eles se trancam em oração. Mas não dispõem o coração
para irem em oração até o fim. Depois de algum tempo, ignoram a voz de
Deus, e seguem seus próprios caminhos. Pegam um atalho para subir onde
Ele está.
A
Maioria
dos
Pára na Metade da Subida ao Monte
Chamados
e
Escolhidos
Meio do caminho é onde muitos crentes acabam. A Bíblia diz:
"Disse...Deus a Moisés: Sobe ao Senhor, tu, e Arão, e Nadabe, e Abiú, e
setenta dos anciãos de Israel; e adorai de longe. Só Moisés chegará ao
Senhor; os outros não se chegarão, nem o povo subirá com ele" (Êxodo 24:12).
Deus havia escolhido um grupo de homens que Ele queria tocar. Ele
tinha planos maravilhosos para esses homens, especialmente para Arão e
seus filhos. Eles deveriam ser os líderes sacerdotais de Israel. O Senhor diz a
Moisés: "Consagrarei a tenda da congregação e o altar; também santificarei
Arão e seus filhos, para que me oficiem como sacerdotes" (29:44).
Igualmente, o Senhor diz aos anciãos: "Vós me sereis reino de sacerdotes e
nação santa" (19:6).
Então, por que Deus diz diretamente a estes homens "Me adorem de
longe. Não se aproximem de Mim; só Moisés subirá até Mim no topo da
montanha" (v. 24:1-2)? A verdade é que Deus sabia dos pecados que
fermentavam no coração desses homens; e era preciso tratar disso. Ele
queria tocar suas vidas. Mas não poderia fazê-lo enquanto estivessem
escondendo pecado.
Então, Deus só permitiu que chegassem até à metade da subida ao
monte. Contudo, mesmo assim, Ele apareceu a eles de modo sobrenatural,
como uma nuvem de escuridão: "E viram o Deus de Israel, sob cujos pés
havia uma como pavimentação de pedras de safira, que se parecia com o
céu na sua claridade" (24:10). Tais homens agora na incrível e revelatória
presença de Deus; até comeram e beberam lá, numa mesa em Sua
presença. Mas ainda estavam "longe" dEle.
Os anciãos de Israel estavam sendo expostos à absoluta e
perturbadora santidade de Deus. É como se Ele estivesse dizendo: "O
pecado prendeu seus corações. E isso os impede de receber a plena
revelação que desejo lhes dar. Um pecado que os assedia está lhes
roubando a comunhão íntima comigo. Vocês não poderão ser íntimos Meus,
enquanto tiverem pecado oculto".
Tente visualizar esses homens ao ouvirem essa palavra:
* Arão tinha ouvido de Deus: "Vou lhe santificar como sumo-sacerdote.
Lhe vestirei de púrpura e de ouro; e lhe porei diante de Israel como exemplo".
Porém o coração de Arão estava manchado por inveja de Moisés. Também
tinha um traço de personalidade sensual, e temia aos homens mais do que a
Deus.
* Deus havia dito a Nadabe e a Abiú que lhes revelaria a Sua
santidade. Porém estes dois homens estavam endurecidos no vício do
adultério. Não tinham um grama do temor de Deus. Agora o Senhor está lhes
dizendo: "Sou um Deus de misericórdia. O Meu desejo é que ao entrarem na
Minha presença, vocês se permitam ser quebrados".
* Deus havia dito aos setenta anciãos que desejava exaltá-los diante
do mundo. Porém estes mesmos homens recusavam-se a estar sob qualquer
autoridade. Consideravam-se tão dotados e santos quanto Moisés. (Isso seria
mais tarde manifesto num levante rebelde.) Mas Deus estava insistindo em
levá-los à Sua presença. Ele queria tratar com seu orgulho mortal.
Deus
Estava
Avisando
Dando-Lhes um Chamado Misericordioso
Estes
Escolhidos,
Deus desejava tanto usar estes homens. Queria que fossem
quebrados, para que pudesse levá-los mais para o alto. Então lhes fez um
incrível chamamento de misericórdia, para subirem.
Saul recebeu o mesmo tipo de chamado de misericórdia. O coração
deste homem estava preso por fortalezas demoníacas. Ele havia marchado a
Ramá buscando matar Davi. Mas o Espírito Santo moveu-Se sobre Saul. A
noite toda, o rei ficou prostrado na presença de Deus, ferido. Porém nem
mesmo essa intervenção misericordiosa e sobrenatural mudou o coração de
Saul.
Agora os líderes de Israel estavam numa encruzilhada semelhante.
Eles estavam a meio caminho da subida ao monte, a meio caminho do toque
de Deus, a meio caminho de Sua presença consumidora. "E subiram Moisés,
e Arão, e Nadabe, e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel...Ele (Deus) não
estendeu a mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel" (Êxodo 24:9-11).
Note o último versículo: o Senhor não os julgou. Em verdade, tais homens
mereciam ser exterminados, devido ao pecado. Mas o único desejo de Deus
era redimi-los.
A seguir lemos, "Levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e,
subindo Moisés ao monte de Deus, disse aos anciãos: Esperai-nos aqui até
que voltemos a vós outros" (24:13-14). Os anciãos deveriam permanecer e
aguardar o retorno de Moisés. Mas quase imediatamente, seus corações
foram atraídos pelo acampamento israelita lá embaixo. Logo não quiseram
mais esperar pelo Senhor.
Vejo o quadro de Nadabe e Abiú como os primeiros a descer do meio
do caminho. Estavam loucos para voltar junto à multidão agitada, entregue
aos desejos imorais. Então seguiram a atração da carne. A despeito da
aparição de Deus a eles na nuvem escura, a despeito de lhes ter sido
permitido comer e beber na Sua presença, eles deixaram aquele lugar
intocados.
Esses dois homens representam líderes cristãos de hoje que
livremente se entregam à luxúria, à pornografia, ao adultério. Estão tão
endurecidos pelo pecado, que nada os atinge. Eles rejeitam todo chamado
misericordioso do Espírito Santo, toda mensagem que lhes possa convencer
trazida por profetas, todo encontro com o próprio Senhor. Eles abortam todas
Suas tentativas para livrá-los.
Os próximos homens a serem tentados foram Arão e outros líderes
piedosos. Um após o outro cochichavam: "Não sabemos o que aconteceu
com Moisés. Vai ver que eles nos abandonou". Logo todo o corpo de anciãos
repetia essa falação de incredulidade. Esses homens eram pessoas que
haviam sido chamadas por Deus à uma vida de oração e comunhão. Mas
agora, um a um, saíam de Sua presença intocados. Não se arrependeram e
nem se renderam à Sua santidade. Antes, dirigiram-se à religiosidade
abominável da carne.
Contudo, mais acima sobre o monte, Moisés experimentava o toque de
Deus de maneira plena. Como? Ele foi obediente à voz do Senhor. Ele havia
seguido Seu chamado para subir: "Disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao
monte, e fica lá" (24:12). Deus estava dizendo em outras palavras: "Venha à
Minha presença. Simplesmente permaneça lá para Mim".
Por seis dias, Moisés aguardou fora da nuvem de glória. Creio que foi
durante estes seis dias que os anciãos foram embora a meio do caminho.
Estavam convencidos que Deus não tinha nada mais a lhes dizer. Mas
Moisés obedeceu o Senhor aguardando. Então lemos: "Ao sétimo dia, do
meio da nuvem chamou o Senhor a Moisés...E Moisés, entrando pelo meio
da nuvem... lá permaneceu quarenta dias e quarenta noites" (24:16-18).
Moisés recebeu uma incrível revelação de Deus durante estes
quarenta dias. E exatamente como Deus chamou Moisés na época, Ele está
chamando Seus servos ao monte hoje. O Seu Espírito nos preme a subir à
uma dimensão mais elevada e mais profunda nEle, à uma posição que nunca
conhecemos antes. Ele está nos chamando à comunhão, à intimidade, a
conversar com Ele face a face, como Moisés fez.
Em verdade, Deus nos deu o mesmo mandamento para esperarmos
nEle: "Tu és o Deus...em quem eu espero todo o dia" (Salmo 25:5). "Os que
esperam no Senhor renovam as suas forças" (Isaías 40:31). "Sou o Senhor
e...os que esperam em mim não serão envergonhados" (Isaías 49:23).
Passagens e mais passagens nos chamam a esperar em Deus. No entanto,
quantos de nós rapidamente voltamos aos nossos antigos caminhos?
Quantos de nós são puxados pela carne à uma forma morta de religião?
O Espírito Santo diz o seguinte ao meu coração: "David, os que
esperam na Minha presença, Me alimentam. A adoração silente, a espera
para ouvir Minha voz, são o Meu alimento". Tais servos que foram tocados
por Deus resolveram: "Vou esperar no Senhor. Não aceitarei nada menor que
uma comunhão face à face com Ele. Não importa o quê os outros façam em
seu caminhar. Quero que Deus me leve à dimensões nEle onde os outros se
recusam a ir".
2. Deus Nos Chama Para Sair.
"Ora, Moisés costumava tomar a tenda e armá-la para si, fora, bem
longe do arraial; e lhe chamava a tenda da congregação. Todo...que buscava
ao Senhor saía à tenda da congregação" (Êxodo 33:7).
Esse não se tratava do tabernáculo do deserto; ele não havia sido
construído ainda. Antes, esse tabernáculo era a "tenda de reunião". Ele
servia como lugar de oração para Moisés quando saía para encontrar-se com
o Senhor. Então, por que Moisés o armava longe do arraial? Ele fazia isso
porque Israel havia se profanado. Havia rejeitado a autoridade de Deus. Ao
invés, voltou-se à prática de todos os tipos de grosseira pecaminosidade:
idolatria, sensualidade, adultério, nudismo.
Deus finalmente teve de remover Sua presença de Israel. Ele declara:
"Não posso andar em meio a um povo profano. Vocês têm dura cerviz, que
deve ser destruída. Então, removam todos seus ornamentos e parem de se
pavonear. Vou decidir o que fazer com vocês" (v. 33:5).
Uma manta de morte pairava sobre o arraial. Deus tinha removido a
coluna de fogo, e não se podia encontrar a Sua presença. Igualmente hoje,
uma atmosfera de morte paira sobre igrejas de onde Deus removeu Sua
presença. Não importa se a congregação canta alto, ou se há um novo
método de adoração, ou se o pastor se esforça para trabalhar com a emoção
das pessoas. O lugar está morto, desprovido da presença de Deus. Os
sermões não têm vida, falta convencimento. E as ovelhas são deixadas
famintas e desejosas.
Moisés sabia que só a presença de Deus traz vida. Por isso ia à tenda
de reuniões continuamente, orando: "Senhor, uma única coisa torna Israel
diferente das outras nações: a Tua presença. Sem Ti em nosso meio, não
somos melhores do que os ímpios. Não temos forças contra nossos inimigos.
Se não tivermos Tua presença, não teremos razão de existir. Podemos parar
agora mesmo. Eu não prosseguirei sem Ti".
O Senhor diz a Moisés que não voltaria ao arraial profano. Mas
concordou em enviar um anjo para guiar Israel: "Vai, pois, agora, e conduze o
povo para onde te disse...eis que o meu Anjo irá adiante de ti" (32:34). E
então promete: "Enviarei o Anjo adiante de ti; lançarei fora (seus
inimigos)...sobe para uma terra que mana leite e mel; (mas) eu não subirei no
meio de ti" (33:3).
Tive de reler este último versículo várias vezes antes de entender o
quê Deus estava dizendo. Em resumo Ele dizia ao Seu povo: "Vão em frente,
avancem, façam suas guerras. Vocês derrotarão os inimigos; e obterão as
casas, os vinhedos e as propriedades deles. Manterei todas as Minhas
promessas; mas a Minha presença não estará com vocês".
Essa passagem explica muito do que aconteceu com a igreja de Deus
em nossos dias. Uma número incontável de pastores e igrejas tem se movido
sem a presença de Deus. Estão construindo enormes igrejas, mostrando
elevados números, produzindo riqueza de fundos. Alguns até expulsam
demônios ou curam enfermos. Mas o Senhor não está em seu meio. A
manifesta presença de Cristo não é encontrada entre eles.
Jesus predisse que tais coisas aconteceriam nos últimos dias.
Ministros movidos pela carne fariam grandes obras, despreocupados quanto
à presença do Senhor com eles. Eles só se preocupam em pagar as contas,
e em que milhares de pessoas juntem-se à igreja. Alguns pastores na
verdade temem a presença de Deus - eles não permitem que ministros
visitantes preguem, com medo de que uma mensagem com convencimento
possa afugentar os paroquianos.
Deus está dizendo a eles nestas passagens: "Vão em frente; consigam
a prosperidade. Mas estejam preparados para que a Minha ira irrompa a
qualquer momento. Suas atividades através da carne e a profanação
removeram Minha presença de vocês".
Um verdadeiro pastor de Deus, contudo, tem uma preocupação
primordial: "Será que o Senhor está entre nós? Sua presença está aqui em
nosso meio?".
Moisés
Sabia
o
que
Para Trazer de Volta a Presença de Deus
Seria
Necessário
A presença de Deus não voltará à nenhuma igreja enquanto o ministro
e os membros não abandonarem a impureza. Eles devem deixar a luxúria e
se separar numa posição de pureza de coração.
Israel havia se corrompido totalmente, incluindo Arão e os sacerdotes.
Então, Moisés deixou o acampamento e isolou-se com o Senhor.
Imediatamente Deus encheu a tenda de reuniões com Sua presença: "Uma
vez dentro Moisés da tenda, descia a coluna de nuvem e punha-se à porta da
tenda; e o Senhor falava com Moisés...Falava o Senhor a Moisés face a face,
como qualquer fala a seu amigo" (Êxodo 33:9-11).
Moisés brilha como exemplo do que é preciso para trazer de volta à
igreja a manifesta presença de Cristo. Primeiro, o ministro precisa separar-se
para Deus e amarrar-se a Ele em intercessão. A seguir um remanescente
santo deve seguir o pastor, abandonando o quê é profano. Um espírito de
arrependimento penetrará o novo arraial. Logo brotará adoração pura. E as
pessoas saberão que o Senhor retornou.
Essa é a única maneira de trazer de volta a presença de Deus:
recusar-se ficar na sujeira. Alguém poderá dizer: "Mas isso é teologia do
Velho Testamento. Não dá pra aplicar isso nos dias do Novo Testamento".
Mas Paulo previne claramente: "Não sabeis que sois santuário de Deus e que
o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir (profanar) o santuário
de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sóis vós, é
sagrado" (I Cor. 3:16,17).
Em resumo, Deus está dizendo: "Remova de si toda a lascívia:
pornografia, desejos, adultério. Afaste-se da amargura que cresce dentro de
você. Separe-se do profano". Essa conversa de separação pode não soar
como cristianismo "normal". Um caminhar normal com Jesus atualmente
significa ler um capítulo da Bíblia, orar no caminho para o trabalho, ir à igreja
no domingo. Mas, amado, não estamos vivendo em tempor normais. Hoje
Deus está convocando o Seu povo para um cristianismo radical.
Agora mesmo, milhares e milhares de muçulmanos se alinham
suplicando: "Quero morrer por minha fé". Rezam com devoção seis vezes por
dia. No entanto, o tempo todo, dezenas de milhares de cristãos nesse país
sentam-se preguiçosamente na frente da TV, absorvendo sujeira. Como
mencionei antes, a nossa sociedade está sentada no limiar, aguardando mais
destruição. Trememos ao pensar nos próximos ataques terroristas. No
entanto, a cristandade que o mundo vê é fraca, sem poder, saturada pela
carne; uma cristandade que não ora.
Vai ser preciso uma infusão sobrenatural da presença de Deus para
que Sua igreja volte a viver novamente. E isso significa medidas radicais no
meio do Seu povo. Deus não está lhe pedindo para orar seis vezes por dia,
ou para jejuar durante semanas seguidas. Ele simplesmente deseja
comunhão.
O Senhor está pedindo que você O encontre na montanha. Ele quer
que você suba, que saia da impureza. O Seu grande desejo é levá-lo de
maneira cada vez mais profunda e ampla ao Seu coração. É assim que Ele
responde a um mundo em crise. Ele faz com que Seus servos O levem a
sério mais do que nunca. E os enche com Sua presença. Então as multidões
do mundo verão e saberão que Jesus Cristo é Senhor.
--Usado através de permissão concedida por World
Challenge, P. O. Box 260, Lindale, TX 75771,
USA.
Por
27
__________
O Toque de Deus - O Toque Humano - 27 de Maio de 2002
(The Touch of God - The Human Touch)
David
de
maio
de
Quando o Senhor toca alguém, essa pessoa é levada a se ajoelhar.
Ela então se torna íntima de Cristo; e a partir dessa intimidade, recebe nova
revelação dos céus. Ela fica ansiosa para trazer ao Espírito Santo aqueles
pecados que a assediam, para os mortificar; a sua alma é renovada, e ela
entra num lugar de repouso. E começa a ministrar a Cristo com paixão
renovada, e amor maior.
Mais do que tudo, esse servo a cada dia se torna mais consciente do
dia do Juízo que se aproxima. Ele sabe que terá de se pôr diante do trono de
Deus e responder a uma grande pergunta: "Como você retratou Cristo a um
mundo perdido?". Na verdade, nós todos temos de enfrentar essa pergunta
no julgamento: "Como você testemunhou Cristo aos ímpios? Como você O
revelou por meio de sua vida e conduta? Como a sua vida O representou?".
Esse é o único critério de como seremos julgados naquele dia. Não
importa se nos trancamos com Deus como Moisés, se recebemos grandes
revelações como Daniel, se fomos santificados como Paulo, ou se pregamos
com ousadia como Pedro. Todos serão julgados por esse único padrão: como
as nossas vidas expressaram quem é Jesus, e como Ele é?
O Espírito San

Documentos relacionados