PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA

Transcrição

PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA
caderno do
ensino fundamental
a
5 - SÉRIE
volume 2 – 2009
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EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFESSOR
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Coordenação do Desenvolvimento dos
Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos
Professores
Ghisleine Trigo Silveira
AUTORES
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton
Luís Martins e Renê José Trentin Silveira
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo,
Regina Célia Bega dos Santos e Sérgio Adas
Governador
José Serra
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari
Vice-Governador
Alberto Goldman
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Schrijnemaekers
Secretário da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Adjunto
Guilherme Bueno de Camargo
Chefe de Gabinete
Fernando Padula
Coordenadora de Estudos e Normas
Pedagógicas
Valéria de Souza
Coordenador de Ensino da Região
Metropolitana da Grande São Paulo
José Benedito de Oliveira
Coordenador de Ensino do Interior
Rubens Antonio Mandetta
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Fábio Bonini Simões de Lima
EXECUÇÃO
Coordenação Geral
Maria Inês Fini
Concepção
Guiomar Namo de Mello
Lino de Macedo
Luis Carlos de Menezes
Maria Inês Fini
Ruy Berger
GESTÃO
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Presidente do Conselho Curador:
Antonio Rafael Namur Muscat
Presidente da Diretoria Executiva:
Mauro Zilbovicius
Diretor de Gestão de Tecnologias
aplicadas à Educação:
Guilherme Ary Plonski
Coordenadoras Executivas de Projetos:
Beatriz Scavazza e Angela Sprenger
COORDENAÇÃO TÉCNICA
CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas
Pedagógicas
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo
Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da
Silveira e Solange Soares de Camargo
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina
Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério
Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo
Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone
Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume
Física: Luis Carlos de Menezes, Sonia Salem,
Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã
Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de
Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de
Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira e
Yassuko Hosoume
Química: Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de
Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença
de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria
Eunice Ribeiro Marcondes, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião
Arte: Geraldo de Oliveira Suzigan, Gisa Picosque,
Jéssica Mami Makino, Mirian Celeste Martins e
Sayonara Pereira
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles
Fidalgo
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João Henrique
Nogueira Mateos
Matemática
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore
Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da
Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice
Murrie
Equipe de Produção
Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza
Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos de
Carvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane
Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José
Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires
Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da
Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Ruy César
Pietropaolo, Solange Wagner Locatelli e Vanessa
Dias Moretti
Equipe Editorial
Coordenação Executiva: Angela Sprenger
Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa
Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie
Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial,
Verba Editorial e Occy Design (projeto gráfico)
APOIO
FDE – Fundação para o Desenvolvimento da
Educação
CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*
deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam
em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
S239c
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Caderno do professor: educação física, ensino fundamental - 5ª série,
volume 2 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe,
Adalberto dos Santos Souza, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Neto, Mauro Betti, Sérgio Roberto Silveira. – São Paulo : SEE, 2009.
ISBN 978-85-7849-251-9
1. Educação Física 2. Ensino Fundamental 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria
Inês. II. Souza, Adalberto dos Santos. III. Daolio, Jocimar. IV. Venâncio, Luciana.
V. Sanches Neto, Luiz. VI. Betti, Mauro. VII. Silveira, Sérgio Roberto. VIII. Título.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
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Prezado(a) professor(a),
Vinte e cinco anos depois de haver aceito o convite do nosso saudoso e querido
Governador Franco Montoro para gerir a Educação no Estado de São Paulo, novamente assumo a nossa Secretaria da Educação, convocado agora pelo Governador
José Serra. Apesar da notória mudança na cor dos cabelos, que os vinte e cinco anos
não negam, o que permanece imutável é o meu entusiasmo para abraçar novamente a
causa da Educação no Estado de São Paulo. Entusiasmo alicerçado na visão de que
a Educação é o único caminho para construirmos um país melhor e mais justo, com
oportunidades para todos, e na convicção de que é possível realizar grandes mudanças
nesta área a partir da ação do poder público.
Nos anos 1980, o nosso maior desafio era criar oportunidades de educação para todas
as crianças. No período, tivemos de construir uma escola nova por dia, uma sala de aula
a cada três horas para dar conta da demanda. Aliás, até recentemente, todas as políticas
recomendadas para melhorar a qualidade do ensino concentravam-se nas condições de
ensino, com a expectativa de que viessem a produzir os efeitos desejados na aprendizagem dos alunos. No Brasil e em São Paulo, em particular, apesar de não termos atingido
as condições ideais em relação aos meios para desenvolvermos um bom ensino, o fato é
que estamos melhor do que há dez ou doze anos em todos esses quesitos. Entretanto, os
indicadores de desempenho dos alunos não têm evoluído na mesma proporção.
O grande desafio que hoje enfrentamos é justamente esse: melhorar a qualidade
de nossa educação pública medida pelos indicadores de proficiência dos alunos. Não
estamos sós neste particular. A maioria dos países, inclusive os mais desenvolvidos, estão lidando com o mesmo tipo de situação. O Presidente Barack Obama, dos Estados
Unidos, dedicou um dos seus primeiros discursos após a posse para destacar exatamente esse mesmo desafio em relação à educação pública em seu país.
Melhorar esses indicadores, porém, não é tarefa de presidentes, governadores ou
secretários. É dos professores em sala de aula no trabalho diário com os seus alunos.
Este material que hoje lhe oferecemos busca ajudá-lo nesta sua missão. Foi elaborado
com a ajuda de especialistas e está organizado em bimestres. O Caderno do Professor
oferece orientação completa para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem
propostas para cada disciplina.
Espero que este material lhe seja útil e que você leve em consideração as orientações
didático-pedagógicas aqui contidas. Estaremos atentos e prontos para esclarecer suas
dúvidas e acatar suas sugestões para melhorar a eficácia deste trabalho.
Alcançarmos melhores indicadores de qualidade em nosso ensino é uma questão
de honra para todos nós. Juntos, haveremos de conduzir nossas crianças e jovens a um
mundo de melhores oportunidades por meio da educação.
Paulo Renato Souza
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
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Sumário
São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado
Ficha do Caderno
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Orientação sobre os conteúdos do bimestre
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Tema 1 – Esporte – Modalidade Coletiva: Futsal
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Situação de Aprendizagem 1 – Os jogos de ontem e os jogos de hoje
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Situação de Aprendizagem 2 – A desconstrução e a reconstrução do Futsal
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
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Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
Tema 2 – Organismo humano, movimento e saúde
Situação de Aprendizagem 3 – Fazendo força
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Situação de Aprendizagem 4 – Aguenta coração!
Situação de Aprendizagem 5 – Atenção à postura
Atividade Avaliadora
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Proposta de Situações de Recuperação
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Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema
Considerações finais
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Quadro de conteúdos – Ensino Fundamental
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São paulo faz escola – uma proposta
curricular para o estado
Prezado(a) professor(a),
É com muita satisfação que apresento a todos a versão revista dos Cadernos do
Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5a a 8a séries do Ensino Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. Esta nova versão
também tem a sua autoria, uma vez que inclui suas sugestões e críticas, apresentadas
durante a primeira fase de implantação da proposta.
Os Cadernos foram lidos, analisados e aplicados, e a nova versão tem agora a medida
das práticas de nossas salas de aula. Sabemos que o material causou excelente impacto
na Rede Estadual de Ensino como um todo. Não houve discriminação. Críticas e sugestões surgiram, mas em nenhum momento se considerou que os Cadernos não deveriam
ser produzidos. Ao contrário, as indicações vieram no sentido de aperfeiçoá-los.
A Proposta Curricular não foi comunicada como dogma ou aceite sem restrição.
Foi vivida nos Cadernos do Professor e compreendida como um texto repleto de significados, mas em construção. Isso provocou ajustes que incorporaram as práticas e
consideraram os problemas da implantação, por meio de um intenso diálogo sobre o
que estava sendo proposto.
Os Cadernos dialogaram com seu público-alvo e geraram indicações preciosas para
o processo de ensino-aprendizagem nas escolas e para a Secretaria, que gerencia esse
processo.
Esta nova versão considera o “tempo de discussão”, fundamental à implantação
da Proposta Curricular. Esse “tempo” foi compreendido como um momento único,
gerador de novos significados e de mudanças de ideias e atitudes.
Os ajustes nos Cadernos levaram em conta o apoio a movimentos inovadores, no
contexto das escolas, apostando na possibilidade de desenvolvimento da autonomia
escolar, com indicações permanentes sobre a avaliação dos critérios de qualidade da
aprendizagem e de seus resultados.
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Sempre é oportuno relembrar que os Cadernos espelharam-se, de forma objetiva,
na Proposta Curricular, referência comum a todas as escolas da Rede Estadual, revelando uma maneira inédita de relacionar teoria e prática e integrando as disciplinas
e as séries em um projeto interdisciplinar por meio de um enfoque filosófico de Educação que definiu conteúdos, competências e habilidades, metodologias, avaliação e
recursos didáticos.
Esta nova versão dá continuidade ao projeto político-educacional do Governo de
São Paulo, para cumprir as 10 metas do Plano Estadual de Educação, e faz parte das
ações propostas para a construção de uma escola melhor.
O uso dos Cadernos em sala de aula foi um sucesso! Estão de parabéns todos os que
acreditaram na possibilidade de mudar os rumos da escola pública, transformando-a
em um espaço, por excelência, de aprendizagem. O objetivo dos Cadernos sempre será
apoiar os professores em suas práticas de sala de aula. Posso dizer que esse objetivo foi
alcançado, porque os docentes da Rede Pública do Estado de São Paulo fizeram dos
Cadernos um instrumento pedagógico com vida e resultados.
Conto mais uma vez com o entusiasmo e a dedicação de todos os professores, para
que possamos marcar a História da Educação do Estado de São Paulo como sendo
este um período em que buscamos e conseguimos, com sucesso, reverter o estigma que
pesou sobre a escola pública nos últimos anos e oferecer educação básica de qualidade
a todas as crianças e jovens de nossa Rede. Para nós, da Secretaria, já é possível antever
esse sucesso, que também é de vocês.
Bom ano letivo de trabalho a todos!
Maria Inês Fini
Coordenadora Geral
Projeto São Paulo Faz Escola
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Ficha do caderno
Esporte; Organismo humano, movimento e saúde
Nome da disciplina:
Educação Física
Área:
Linguagem, Códigos e suas Tecnologias
Etapa da educação básica:
Ensino Fundamental
Série:
Período letivo:
5ª2º- bimestre de 2009
Temas e conteúdos:Esporte
Organismo humano, movimento e saúde
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Orientação sobre os conteúdos do bimestre
Até a 4ª- série do Ensino Fundamental
os alunos vivenciaram um conjunto de experiências de Se-Movimentar e acumularam
várias informações e conhecimentos decorrentes do contato com as mídias e com a
Cultura de Movimento e dos grupos socioculturais a que se vinculam (família, amigos, comunidade local etc.). Agora, entre
a 5ª- e 8ª- séries, o objetivo é evidenciar os
significados, os sentidos e as intencionalidades presentes em tais experiências, cotejando-os com os significados, os sentidos e as
intencionalidades presentes nas codificações
das culturas esportiva, lúdica, gímnica, das
lutas e rítmica.
Assim, pretende-se que as Situações de
Aprendizagem aqui sugeridas para os temas
Esporte e Organismo humano, movimento e
saúde possibilitem que os alunos diversifiquem,
sistematizem e aprofundem suas experiências
do Se-Movimentar no âmbito das culturas lúdica e esportiva, tanto para proporcionar novas
experiências de Se-Movimentar, permitindo
aos alunos estabelecer novas significações,
quanto para ressignificar experiências já vivenciadas. Espera-se que o enfoque adotado
para o desenvolvimento dos conteúdos deste
bimestre seja compatível com as intencionalidades do projeto político-pedagógico de
cada escola.
No primeiro tema – Esporte – será tratada a modalidade futsal a partir de uma
abordagem que trabalha com seus princípios técnico-táticos, suas principais regras e
o processo histórico.
No tema Organismo humano, movimento e saúde a ênfase estará na compreensão
inicial das capacidades físicas de força e resistência necessárias para a prática de várias
manifestações da Cultura de Movimento.
Além disso, será abordada também a temática da postura, importante para que os alunos
criem hábitos saudáveis não somente na prática de atividades físicas, mas em todos os
momentos de sua vida.
As estratégias escolhidas – que incluem a
realização de gestos, movimentos, participação
em jogos, encenações, busca de informações,
análise de vídeos, entrevistas, análise de dados e vivência de exercícios físicos – procuram
ampliar as possibilidades de aprendizagem e
compreensão dos alunos no âmbito da Cultura
de Movimento.
A avaliação é proposta de modo integrado ao processo de ensino e aprendizagem,
sem se restringir a procedimentos isolados
e formais (como uma prova, por exemplo). Sugere-se privilegiar a proposição de
Por Cultura de Movimento entende-se o conjunto de significados/sentidos, símbolos e códigos que
se produzem e reproduzem dinamicamente nos jogos, nos esportes, nas danças e nas atividades rítmicas, nas lutas, nas ginásticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o
Se-Movimentar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros.
O Se-Movimentar é a expressão individual e/ou grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a
relação que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações, conhecimentos,
movimentos, condutas etc.), de sua história de vida, de suas vinculações socioculturais e de seus desejos.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
atividades avaliadoras que, integradas ao
percurso da aprendizagem, favoreçam a elaboração de sínteses relacionadas aos temas
e conteúdos abordados e a aplicação, em
situações-problema, das habilidades e competências pretendidas aos alunos.
As Atividades Avaliadoras devem favorecer a geração, por parte dos alunos,
de informações ou indícios – qualitativos e
quantitativos, verbais e não-verbais – que
são então interpretados pelo professor, nos
termos das expectativas de aprendizagem em
relação aos conteúdos. Nesse sentido, o professor pode valer-se de observações sistemáticas sobre interesse, participação e capacidade
de cooperação do aluno, autoavaliação, trabalhos e provas escritas, resolução de situações-problema, elaboração e apresentação de
situações táticas nos esportes, dramatizações,
entre outros recursos.
Por fim, é importante lembrar que a avaliação não tem como finalidade primeira
atribuir conceitos e notas aos alunos, mas
conscientizá-los sobre suas aprendizagens,
assim como problematizar e aperfeiçoar a
prática pedagógica para que essas expectativas sejam atingidas.
A quadra é o tradicional espaço da
aula de Educação Física, mas algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas
podem ser desenvolvidas na sala de aula,
no pátio externo ou em outro espaço da
escola, como biblioteca, sala de informática
ou de vídeo, desde que compatível com as
atividades programadas. Também algumas
etapas podem ser realizadas pelos alunos
como atividade extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.).
As orientações e sugestões a seguir têm
a intenção de oferecer-lhe subsídios, com
o objetivo de facilitar o desenvolvimento
dos temas e conteúdos apresentados. Não
pretendem definir as Situações de Aprendizagem como únicas a serem realizadas nem
restringir sua criatividade para outras atividades ou para variações de abordagem dos
mesmos temas.
As Situações de Aprendizagem aqui propostas também poderão ser enriquecidas
com leitura de textos (adequados ao nível do
Ensino Fundamental) e exibição de filmes relacionados aos temas.
Isto posto, professor, bom trabalho!
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Tema 1 – ESPORTE – MODALIDADE COLETIVA: FUTSAL
Nesta Proposta Curricular de Educação
Física, as modalidades esportivas coletivas são
compreendidas a partir da categoria esporte coletivo que reúne o futsal, o handebol, o basquetebol, o voleibol, o futebol de campo e outras.
De fato, em todas elas, duas equipes disputam
um implemento (a bola), criando táticas para
levá-lo a um alvo enquanto protegem o próprio
alvo das investidas da equipe adversária. Sem
dúvida, o voleibol apresenta algumas variações
em relação ao alvo, à circulação de bola e à
marcação, e será tratado na 6ª- série.
Claude Bayer, estudioso da pedagogia do
esporte, sistematizou a ideia do esporte coletivo a partir de suas invariantes, afirmando
que todas possuem a mesma estrutura. Todas
as modalidades coletivas possuem uma bola
ou implemento similar, um alvo a atacar e
um alvo a defender, companheiros de equipe,
adversários etc. A partir das invariantes, definiu seis princípios operacionais do esporte
coletivo, sendo três de ataque e três de defesa.
(BAYER, 1994, p. 99 e 117). São eles:
Em situação de ataque:
1. Conservação da posse de bola.
2. Progressão da bola e da equipe em direção ao alvo adversário.
3. Finalização em direção ao alvo.
Em situação de defesa:
1. Recuperação da posse de bola.
2. Contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo.
3. Proteção do alvo.
Em qualquer situação de prática esportiva
das modalidades coletivas, os jogadores sempre realizam um ou mais princípios. Uma vez
com a posse de bola, tentam progredir com
ela a fim de chegar mais próximo do alvo adversário para tentar a marcação de ponto. Se
estiverem sem a posse de bola, tentam recuperá-la ao mesmo tempo em que tentam conter
a aproximação da equipe adversária, mantendo-a longe do seu alvo.
A vantagem de trabalhar com o esporte coletivo a partir dessa perspectiva é, em primeiro
lugar, evitar a especialização precoce em uma
modalidade esportiva, buscando o conhecimento da estrutura de todas elas. Em segundo
lugar, essa perspectiva estimula os praticantes
a compreender a dinâmica tática do esporte
coletivo, procurando ações mais inteligentes
para a solução das situações-problema que
constantemente surgem no jogo. O objetivo
da Educação Física escolar não é fazer com
que os alunos pratiquem uma modalidade esportiva com virtuosismo, mas proporcionar o
conhecimento de todas as modalidades para
que possam praticá-las nas aulas e também em
seus momentos de lazer, durante toda a vida.
Além disso, o melhor conhecimento do esporte
permitirá ao aluno assistir à transmissão esportiva pelos veículos midiáticos e compreendê-la
criticamente.
Assim, nessa abordagem, a técnica não se
restringe somente à execução perfeita de um
movimento específico para o jogo, mas ao
conjunto dos modos de fazer (GARGANTA,
1995, p. 14) necessários à sua prática; e
a tática não se reduz ao sistema de jogo
definido pelo professor, mas às razões do fazer
(GARGANTA, 1995, p. 14) que orientam as
ações exigidas pela própria situação. A técnica
não existe sem a tática e vice-versa. O que deve
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Educação Física - 5a série - Volume 2
ser feito em uma situação de jogo (a técnica)
é demandado pelas exigências da situação
(a tática).
Tradicionalmente, o basquetebol, por
exemplo, foi ensinado a partir de seus
elementos técnicos, também chamados
fundamentos do jogo: o drible, o passe, a
bandeja, o arremesso, o jump etc. O voleibol se resumia à reunião dos fundamentos
toque, manchete, cortada, bloqueio e saque.
O futsal era dividido em recepção, passe,
drible, chute etc. Uma modalidade esportiva era fragmentada em elementos técnicos, e
seu ensino seguia hierarquicamente as partes do jogo, que deveriam ser reunidas ao
final do processo.
A dimensão técnica é necessária para se
praticar uma modalidade esportiva, mas não
garante uma ação inteligente. É condição
necessária, mas não suficiente. A questão
principal não é realizar de forma padronizada um arremesso com precisão à cesta, ou um
chute forte em direção ao gol, ou uma cortada
no voleibol, objetivos que a prática repetitiva
pode oferecer posteriormente àqueles alunos
que o desejarem. O mais importante é saber
para que, quando e como executar determinada ação com maior probabilidade de êxito,
uma vez que nas modalidades esportivas
coletivas há situações imprevisíveis, e são necessárias constantes adaptações.
Portanto, cabe à Educação Física estimular os alunos a compreender a dinâmica
tática do esporte coletivo, sabendo, em uma
situação real de jogo, o que taticamente seria melhor fazer, tanto em termos individuais
como coletivos.
Para realizar com êxito os princípios operacionais do esporte coletivo, Bayer (1994
p. 101) define as regras de ação, ou seja, as
ações específicas necessárias à consecução de
determinados objetivos. Por exemplo: a fim de
fazer a bola progredir ao ataque, para se chegar mais próximo ao alvo adversário, os praticantes devem criar ações de circulação de
bola, para que esta chegue rapidamente ao
ataque, além de tentar, com essa circulação,
confundir a marcação da defesa adversária.
Para fazer a bola circular rápida e objetivamente, os jogadores também precisam de uma
movimentação inteligente, não somente em
direção à localização da bola, mas prevendo
onde ela estará nas jogadas seguintes. Essa
lógica serve para quase todas as modalidades coletivas, tanto aquelas mais tradicionais
como futsal, futebol de campo, basquetebol
e handebol, quanto as menos praticadas no
Brasil, como rúgbi, futebol americano, hóquei, polo aquático e outras.
Cabe a você, professor, criar situações de
complexidade crescente que irão estimular
ações inteligentes por parte dos alunos. Para
Garganta (1995, p. 20-21), uma metodologia
efetiva deve trabalhar com as unidades funcionais das modalidades coletivas, e não com
os fundamentos técnicos isolados, que muitas vezes se distanciam da lógica final do jogo
pretendido. Essas unidades devem garantir
sempre a dinâmica do jogo ou, em outros
termos, a dimensão técnica indissociada da
dimensão tática. Essas unidades são especificadas em níveis de relação de complexidade
crescente:
1. Eu-bola.
2. Eu-bola-alvo.
3. Eu-bola-adversário-alvo.
A esses três níveis básicos de relação são
acrescidas outras variáveis, como o número de
companheiros em cada situação; o número de
adversários; a possibilidade de o alvo ser isolado
em algumas situações; a alternativa de restrição de
espaços etc., gerando várias Situações de Aprendizagem, conforme serão exemplificadas adiante.
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Para Júlio Garganta (1995), quatro são as
fases de desenvolvimento do jogo que devem
nortear o processo de aprendizagem dos alunos
em relação ao esporte coletivo: “(1) anárquica,
(2) descentração, (3) estruturação e (4) elaboração” (p. 19). Essa classificação não depende
somente do nível técnico dos praticantes, mas
de três variáveis indissociáveis, a saber: (a) a
comunicação entre os jogadores, (b) a estruturação no espaço de jogo e (c) a relação com
a bola. Assim, a forma mais simples de jogo,
o anárquico, é aquela em que os praticantes
se aglutinam em torno da bola, não utilizam
adequadamente os espaços da quadra ou do
campo, movimentam-se apenas em torno da
bola e comunicam-se prioritariamente de forma verbal para solicitá-la. A intenção é que
os alunos possam avançar nas fases do jogo,
compreendendo melhor suas características e
executando ações mais inteligentes.
É importante ressaltar que as quatro fases
do jogo, de acordo com Garganta, não estão
condicionadas a faixas etárias ou fases do desenvolvimento motor, mas a níveis de compreensão do jogo. Desse modo, pode haver grupos
de crianças e de jovens adolescentes que já
conseguem praticar o esporte de forma mais
elaborada e adultos ainda presos a formas
anárquicas de prática (GARGANTA, 1998
apud SILVA; DE ROSE JUNIOR, 2005).
Na 5ª- série, a maioria dos alunos ainda tende a uma forma anárquica de prática do jogo
esportivo coletivo, o que não deve ser tomado
como falha ou deficiência do grupo. A intenção deverá ser propiciar aos alunos, ao longo
das séries do Ensino Fundamental e durante o Ensino Médio, a compreensão cada vez
mais ampla do esporte coletivo, para que o
pratiquem de maneira elaborada.
© Antônio Cruz/ABr
A forma mais elaborada de jogo prevê praticantes com melhor relação com a bola, que
mesmo sem a posse dela se movimentam taticamente pelo espaço de jogo antecipando os
passes e tentando se deslocar para onde a bola
deverá ir, sem tanta necessidade da linguagem
verbal quando se trata de pedir a bola. Há
uma comunicação e uma movimentação inteligente não só de jogador para jogador, mas
do grupo como um todo.
Figura 1 – Jogadores disputando a bola no futsal.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
O Futsal
Para os alunos, sobretudo os meninos, o futsal
é a modalidade esportiva mais desejada nas aulas,
em virtude, principalmente, da grande difusão do
futebol no país. Os professores de Educação Física
devem respeitar esse desejo dos alunos e utilizálo a favor do incremento da motivação nas aulas
tanto para os meninos quanto para as meninas,
porém, não devem se render à exclusividade dessa
modalidade nem deixar de considerar as regras e
princípios táticos específicos do futsal. Embora
apresente similaridades com o futebol de campo,
o futsal não é uma miniatura daquele.
© Altrendo images-Getty Images
O futsal é uma modalidade esportiva relativamente nova se comparada ao voleibol, ao
basquetebol e ao futebol de campo. Há duas
versões para o seu surgimento. A primeira
afirma que o futsal surgiu na década de 1940,
na Associação Cristã de Moços (ACM) de
São Paulo, pela dificuldade de alguns associados conseguirem campo para a prática do
futebol, improvisando o jogo em quadras de
basquetebol, com um número menor de jogadores. A outra versão afirma que foi criado em Montevidéu, Uruguai, na década de
1930, por Juan Carlos Ceriani. Chamava-se
inicialmente futebol de salão, sendo fundido,
na década de 1990, com o “futebol de cinco”,
prática reconhecida pela Fédération Internationale de Football Association (FIFA), chegando ao futsal atual.
O Brasil possui vários títulos em âmbito
mundial, sendo reconhecido como um dos
principais países a praticar o futsal. Sua difusão deve-se à Educação Física escolar, que
o desenvolve em suas aulas há muitos anos,
principalmente pela existência de quadras, e
não de campos, em quase todas as escolas.
Figura 2 – Goleiro protege o alvo no futsal.
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Situação de Aprendizagem 1
Os Jogos de Ontem e os Jogos de Hoje
Pretende-se considerar inicialmente as formas pelas quais os alunos se apropriam em seu
cotidiano do conhecimento a respeito dessa
modalidade esportiva, uma vez que todos os
alunos possuem algum conhecimento sobre o
futsal, seja pela mídia, seja pela oportunidade
de prática em algum clube ou centro esportivo,
seja pelas adaptações do jogo nas ruas e espaços de lazer. A partir daí, deve ser iniciada a
sistematização do jogo de futsal por meio de informações históricas sobre as regras específicas
da modalidade e sobre a lógica tática do jogo.
Tempo previsto: 3 aulas.
Conteúdo e temas: principais regras do futsal; processo histórico do futsal.
Competências e habilidades: compreender as principais regras e o processo histórico da modalidade
esportiva futsal; identificar a dinâmica básica do futsal como esporte coletivo.
Recursos: bola de futsal, filmadora, aparelho de DVD e televisão.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 1
Etapa 1 – O futsal possível
Forme equipes de cinco alunos e coloque-as em situação de jogo. Deixe os alunos à
vontade para jogar o futsal da forma como
sabem, sem interferir na sua maneira de jogar. Nos jogos seguintes, procure apontar as
principais regras do futsal, destacando as infrações, as reposições de bola em jogo e as
cobranças de tiros livres. Se a escola oferecer
recursos de filmagem, procure filmar trechos
desses primeiros jogos.
Etapa 2 – Iniciando a sistematização
Inicie uma conversa com os alunos
explicando o processo histórico do futsal e
suas principais regras, procurando fazê-los
compreender a importância histórica dessa
manifestação e a lógica que a orienta em
termos de dinâmica de jogo. É importante,
nesse momento, que os jogos praticados na
etapa anterior sejam analisados taticamente
pelos próprios alunos. Mais do que
saber qual equipe ganhou, quem marcou
mais gols ou quem chutou mais forte, é
importante problematizar com o grupo a
movimentação individual e coletiva dos
alunos; sobre a intenção em cada jogada;
sobre a circulação de bola; sobre a ocupação
dos espaços da quadra; sobre a comunicação
entre os jogadores etc. Procure fazer com
que os alunos percebam essa modalidade
esportiva como um conhecimento a ser
adquirido, enfatizando que todos poderão
jogar melhor se compreenderem a dinâmica
tática do jogo. Se os jogos da etapa anterior
foram filmados, será possível analisar em
sala os jogos realizados pela turma ou
analisar algum jogo veiculado pela mídia.
“Qual a movimentação realizada pelos
alunos?” “Os alunos se aglutinaram em
torno da bola?” “O que poderia ter sido
feito para otimizar a circulação da bola?”
“O que seria necessário para o grupo
praticar o futsal de forma taticamente
mais inteligente?”
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Educação Física - 5a série - Volume 2
Etapa 3 – Qualificando o jogo
individual e coletiva, à circulação de bola,
à ocupação dos espaços etc.; procure interromper o jogo sempre que necessário, a fim
de mostrar aos alunos seu posicionamento e
o da equipe adversária; pontue as principais
regras da modalidade.
Após a análise tática, proponha novas
situações de jogos de futsal; observe se os alunos buscam realizar as recomendações feitas
na etapa anterior quanto à movimentação
Situação de Aprendizagem 2
A DESCONSTRUÇÃO E A RECONSTRUÇÃO DO FUTSAL
Pretende-se uma “desconstrução” do futsal a
fim de realizar situações reduzidas tanto em termos de praticantes quanto em relação aos espaços do jogo. A partir dessas situações reduzidas,
ocorrerá a reconstrução do futsal, inicialmente
por meio de níveis de relação, de forma orientada, respeitando o princípio da complexidade
crescente e mantendo a lógica final do jogo.
Tempo previsto: 5 a 7 aulas.
Conteúdo e temas: princípios técnico-táticos do futsal.
Competências e habilidades: identificar e aplicar em situações-problema os princípios técnico-táticos
do futsal; valorizar o conhecimento dos sistemas de jogo e de táticas como fator importante para a
prática do futsal.
Recursos: bolas de diferentes dimensões, bolas de futsal, garrafas PET e cones.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 2
Etapa 1 – Eu-bola
Nessa etapa, procure familiarizar o aluno
com a bola de futsal. Inicialmente, podem
ser utilizadas bolas de diferentes tamanhos e
pesos. Em seguida, as atividades devem ser
com bolas de futsal. Realize atividades de
condução, recepção, rebatidas, controle com
várias partes do corpo. O importante é que
os alunos percebam a necessidade de dominar a bola realizando várias ações. Não
imponha apenas uma forma de recepção ou
de chute. Procure criar situações para que
os alunos utilizem os dois pés, recebam a
bola com várias partes do corpo, enfim, consigam relacionar-se de diferentes maneiras
com a bola. Essas atividades de domínio de
bola podem ser realizadas no início de várias
aulas, servindo também como aquecimento
para outras atividades.
Etapa 2 – Eu-bola-colega(s)
Nesse momento, a intenção é o controle
coletivo de bola com um colega (duplas) e
com grupos maiores (trios, quartetos, quintetos). A preocupação ainda não deve ser a
consecução de gol ou a marcação dos jogadores adversários, mas a movimentação
coletiva do grupo com a bola. Várias atividades podem ser feitas com esse objetivo:
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trocas de passes em duplas ou trios; trocas de
passes sem deixar a bola tocar o solo; trocas
de passes explorando várias partes do corpo;
deslocamento em duplas ou trios trocando
passes; lançamentos para o companheiro com
distâncias variadas; pega-pega com a bola sendo tocada com os pés; pega-pega em trios ou
quartetos em que cada equipe possui uma bola
e deve pegar jogadores de outras equipes.
Etapa 3 – Eu-bola-alvo
Nesse momento, a intenção é levar a bola
individualmente em direção ao alvo – no caso,
a meta do futsal. Várias atividades de controle
de bola podem ser utilizadas agora, juntando-se
com a finalização em direção à meta. Exemplos: chutes com a bola parada; atividades de
condução de bola com finalização em direção
à meta; chutes à meta com bola em movimento, com ou sem domínio; chutes com diferentes partes do pé; chutes com o pé esquerdo e
o pé direito.
Etapa 4 – Eu-bola-colega(s)-alvo
Embora nesse nível de relação ainda não
haja ênfase na marcação por parte dos jogadores adversários, já é possível a estruturação
de situações de ataque com finalização. Alguns
exemplos possíveis nesse nível de relação:
ff Dois, três ou mais alunos em deslocamento, trocando passes e finalizando.
ff A mesma atividade com limites de toques
na bola. Por exemplo: cada aluno pode tocar a bola duas vezes (receber e passar) ou
tocar de primeira.
ff A mesma atividade com um número
de passes predefinido para o grupo antes de finalizar. Por exemplo: a equipe deve trocar apenas três passes antes
de finalizar.
ff Dois alunos em deslocamento servindo um
pivô, que distribui a bola para um dos dois
finalizar.
ff As mesmas atividades anteriores, porém,
finalizando com o pé contrário.
Etapa 5 – Eu-bola-colega(s)-adversário(s)
Nesse nível de relação, de forma proposital não será enfatizada a presença de alvo,
a fim de estimular os alunos a vivenciar situações de domínio de bola (individual e
coletivamente) com confronto, sem necessariamente finalizar. O importante é que
os alunos, quando na defesa, desenvolvam
ações cooperativas de cobertura para otimizar a marcação; quando no ataque, criação
de linhas de passe para gerar mais opções de
jogo. Pode ser variada a composição dos grupos, desde a formação em duplas até grupos
maiores. Também pode haver desequilíbrio
entre o número de atacantes e defensores, ora
priorizando o ataque (situação de 2 x 1 ou
de 3 x 2), ora priorizando a defesa (situação de
1 x 2 ou 2 x 3). Alguns exemplos:
ff Dois alunos devem conduzir a bola ao
longo da quadra, sendo marcados por
outros dois alunos. Cada vez que a bola
chegar à linha de fundo, a dupla marca
um ponto. Pode ser feito também em
trios ou quartetos. Pode haver desequilíbrio entre atacantes e defensores – por
exemplo, dois alunos conduzem a bola e
apenas um marca.
ff Duas equipes de quatro alunos cada, em
um espaço delimitado, disputando uma
bola, com o objetivo de trocarem passes.
Cada vez que uma equipe alcançar cinco
passes consecutivos, marca-se um ponto
para a equipe. É possível dificultar as ações
impedindo o retorno do passe ao jogador
que passou por último.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
Etapa 6 – Eu-bola-colega(s)-adversário(s)
-alvo
Essa etapa é similar à anterior, porém, agora existe um alvo a ser alcançado pela equipe
atacante, e protegido pela equipe defensora.
Na verdade, esse nível de relação reproduz o
jogo completo, com ações coletivas de ataque
e defesa. Contudo, pode-se desencadear situações com alvos diferentes da meta tradicional,
a fim de estimular as ações de ataque e defesa
fora da situação normal, e fazer com que os
alunos atentem para as ações cooperativas
necessárias nos dois casos. Pode-se ainda delimitar alguns espaços de circulação
tanto para o ataque quanto para a defesa.
Pode-se também impedir que os alunos chutem de longa distância nesse momento, a fim
de estimular as ações de todos. Outra sugestão é que as tentativas de marcação de gol
só possam ser executadas de dentro da área.
Alguns exemplos:
ff Ataque ao cone (ou uma garrafa PET
cheia de areia): os alunos são divididos
em trios, sendo um trio na situação de defesa e outro na de ataque. Há um círculo
em torno do alvo, no qual nenhum aluno
poderá adentrar. O trio de ataque tentará
atingir o alvo, enquanto o de defesa tentará impedir, ao mesmo tempo em que
tentará roubar a bola do trio atacante,
momento em que as situações serão invertidas. Essa mesma atividade pode ser feita
com diferentes composições.
ff Situação de ataque e defesa próxima à meia
quadra de futsal, com finalização à
meta e diferentes composições de alunos
(2 x 1, 2 x 2, 3 x 2, 2 x 3).
Etapa 7 – Jogos reduzidos
Nesta etapa são realizados jogos reduzidos de futsal em meia quadra, partindo da
composição 3 x 3, 4 x 3, 3 x 4 e 4 x 4. Os jogos reduzidos são excelentes oportunidades
para os alunos compreenderem as demandas
táticas e as exigências técnicas do jogo, uma
vez que ocorrem em situações simplificadas,
porém muito próximas da situação real de
jogo. Procure interromper o jogo sempre que
necessário, alertando os alunos para seu posicionamento e para o dos companheiros e
adversários, sem deixar de enfatizar as regras
do futsal.
Após a realização de várias situações reduzidas, realize alguns jogos com equipes completas, utilizando a quadra toda.
Se possível, filme alguns jogos dos alunos e
posteriormente veja e comente com eles algumas situações vivenciadas.
Atividade avaliadora
Proponha situações encontradas nos jogos de futsal, apresentadas como problemas
a serem discutidos, vivenciados e solucionados pelos alunos (divididos em grupos
de cinco), por escrito ou mediante demonstração na quadra. Com isso, será possível
avaliar, a princípio, a capacidade dos alunos
em pensar taticamente o jogo de futsal e, em
seguida, realizar na quadra as ações pensadas. Não valorize a realização em termos
de execução perfeita das ações específicas
do jogo ou se a ação proposta culminou na
consecução de ponto. Avalie a compreensão
por parte dos alunos da situa­ção de jogo
proposta e das iniciativas para solucioná-la.
Alguns exemplos:
ff Como uma equipe de futsal deveria se comportar se estivesse perdendo o jogo e faltasse
pouco tempo para o término da partida?
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ff Qual a melhor estratégia para uma equipe
de futsal realizar uma situação de ataque
caso dispusesse de superioridade numérica
de jogadores?
ff Qual a melhor estratégia para uma equipe
de futsal realizar uma situação de defesa
caso estivesse em desvantagem numérica
de jogadores?
Ao final de cada situação de jogo proposta,
discuta com os alunos as alternativas
apresentadas por equipe e realize as correções
necessárias. É importante garantir que
os alunos atentem para a organização
tática coletiva em vez de recorrerem às
iniciativas individuais para a solução das
situações propostas.
Proposta de situações de recuperação
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos da forma esperada.
É necessário, então, que outras Situações de
Aprendizagem sejam propostas, permitindo
ao aluno “revisitar” de outra maneira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas
durante as aulas ou em outros momentos, e
envolver todos os alunos ou apenas aqueles
que apresentaram dificuldades. Podem ser desenvolvidas individualmente ou em pequenos
grupos. Por exemplo:
ff Roteiro de estudos com perguntas nortea-
doras elaboradas pelo professor e posterior
apresentação em registro escrito.
ff Resolução de outras situações-problema,
não contempladas na Atividade Avaliadora, referentes aos processos técnico-táticos
do futsal.
ff Atividade-síntese de determinado conteúdo, em que as várias atividades serão
refeitas em apenas uma aula e discutidas
posteriormente. Por exemplo: circuito que
contemple diferentes preceitos e sistemas
táticos da modalidade em questão.­­­­­
Recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. Campinas:
Autores Associados, 2001.
Aborda as possibilidades de inserção do
esporte no contexto escolar sem perder os
condicionantes sociais e históricos que caracterizam esse conteúdo.
BAYER, Claude. O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivros, 1994.
Apresenta o esporte coletivo como uma
categoria, partindo das semelhanças estruturais das modalidades, além de possibi­lidades
pedagógicas.
GARGANTA, Júlio. Para uma teoria dos jogos
desportivos colectivos. In: OLIVEIRA, Júlio;
GRAÇA, Amândio. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Universidade do Porto, 1995.
O capítulo apresenta possibilidades de intervenção pedagógica na prática das modalidades esportivas coletivas.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
GRECO, Pablo J. (Org.). Iniciação esportiva
universal: metodologia da iniciação esportiva
na escola e no clube. Belo Horizonte: UFMG,
2007. v. 2. Reimpressão.
O livro apresenta estratégias para a iniciação
esportiva das modalidades coletivas.
OLIVEIRA, Júlio; GRAÇA, Amândio.
O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Universidade do Porto, 1995.
Propõe uma discussão sobre o processo de
ensino-aprendizagem das modalidades esportivas coletivas.
PIRES, Giovani de Lorenzi; NEVES,
Annabel N. O trato com o conhecimento
esporte na formação em educação física:
possibilidades para sua transformação didático-metodológica. In: KUNZ, Elenor (Org.).
Didática da Educação Física – v. 2. 2. ed. Ijuí:
Editora Unijuí, 2004, p. 53-97.
Os autores discutem as implicações de uma
possível transformação do esporte no âmbito
da Educação Física. Propõem ações pedagógicas na perspectiva da totalidade técnica,
interativa e comunicativa, consideradas necessárias para que os alunos aprendam o esporte
com autonomia e competência.
SANTANA, Wilton C. Futsal: apontamentos
pedagógicos na iniciação e na especialização.
Campinas: Autores Associados, 2004.
Apresenta proposta metodológica para o ensino do futsal, seja no ambiente de ensino formal ou não, para criança, pré-adolescente e o
adolescente em qualquer ambiente.
Artigos
DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coletivos:
dos princípios operacionais aos gestos técnicos
– modelo pendular a partir das ideias de Claude
Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 4, p. 99-103, 2002. Disponível
em: <http://portalrevistas.ucb.br/index.php/
RBCM/issue/view/43>. Acesso em: 20 nov. 2008.
Apresenta um modelo pendular para o ensino dos esportes coletivos, partindo dos princípios operacionais até os gestos técnicos.
SILVA, Thatiana A. F.; DE ROSE JUNIOR,
Dante. Iniciação nas modalidades esportivas
coletivas: a importância da dimensão tática. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v.
4, n. 4, p. 71-93, 2005. Disponível em: <http://
www.mackenzie.br/vol4_num4_2005.html>.
Acesso em: 20 nov. 2008.
Apresenta discussão sobre a importância da
dimensão tática na iniciação das modalidades
esportivas coletivas.
Sites
Há sites sobre futsal que podem auxiliar
tanto o aluno quanto o professor em seus estudos e pesquisas para aprofundar o tema, com
informações oficiais sobre competições e as
transmissões pela televisão. Também apresentam as regras oficiais da modalidade, algumas
informações históricas, artigos informativos,
seleção de fotos, além de alguns pequenos vídeos. Confira:
Confederação Brasileira de Futebol de Salão.
Disponível em: <http://www.cbfs.com.br>.
Acesso em: 27 jan. 2009.
Federação Paulista de Futsal. Disponível
em: <http://www.cnfsfutsal.com.br> e em:
<http:www.futsalbrasil.com.br>. Acesso em:
27 jan. 2009.
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Tema 2 – ORGANISMO HUMANO, MOVIMENTO E SAÚDE
A Educação Física possibilita aos alunos a
construção de uma série de conhecimentos relativos ao Se-Movimentar, pois é manifestando,
sentindo e compreendendo seus movimentos
que o ser humano interage com o meio ambiente. Uma parte desse conhecimento faz referência
aos valores atribuídos à necessidade da prática
regular de atividade física para a busca e manutenção de qualidade de vida. Para tanto, é
preciso favorecer os alunos com a aquisição de
conhecimentos sobre o funcionamento do organismo humano, de modo que possibilite o
acesso aos saberes que estão atrelados à prática
de atividades físicas.
Na 5ª- série do Ensino Fundamental, o tema
Organismo humano, movimento e saúde tem
por finalidade levar os alunos a compreender a
relação entre essas dimensões fundamentais da
vida humana.
Neste 2º- bimestre da 5ª- série serão enfocadas as capacidades físicas de força e de
resistência, de forma mais sistematizada, fazendo com que os alunos não só as vivenciem em
aula como se apropriem de alguns princípios
básicos, como início da construção de sua autonomia no âmbito de algumas experiências do
Se-Movimentar. A abordagem de tais capacidades e da inter-relação entre elas, além de suas
aplicações e relações com o esporte, a ginástica,
a luta e o treinamento físico, será desenvolvida
ao longo do Ensino Fundamental.
Capacidades físicas
As capacidades físicas correspondem às
capacidades gerais para realização de tarefas
motoras, cujo desenvolvimento acreditamos
ser determinado por componentes genéticos
(inatos), porém influenciado por experiências
de aprendizagem. Possuem grande importância no aprimoramento da capacidade
funcional, seja voltada ao desempenho atlético ou destinada à promoção e manutenção do
bom estado de saúde. Desse modo, possibilitar
maior entendimento sobre as diferentes manifestações e contribuições dessas capacidades
físicas para melhoria da capacidade funcional
do indivíduo constitui importante meta no
âmbito escolar.
Entre as capacidades físicas estão a flexibilidade, a velocidade e a agilidade, já abordadas
no 1º- bimestre, além da força e da resistência,
apresentadas a seguir.
Algumas Definições: Força e Resistência
Força: no campo da atividade física, representa o nível de tensão exercido por um músculo contra determinada resistência (carga). Resulta da contração ou tensão muscular, que pode ser máxima ou não, com ou
sem movimentação e/ou variação do comprimento do músculo. Pode ser classificada em diferentes tipos: (a)
conforme o trabalho produzido pelo músculo, em estática (isométrica) ou dinâmica (isotônica); (b) quanto à
forma de aplicação motora, em máxima (pura), rápida (explosiva ou potência muscular) e de resistência.
Resistência: é a capacidade que permite sustentar determinada carga de trabalho pelo período de tempo
mais longo possível, até o surgimento dos sinais/sintomas de fadiga, sem perda da qualidade de execução
do(s) movimento(s). Possui diversas formas de manifestação: (a) quanto à demanda metabólica predominante, divide-se em aeróbia e anaeróbia; (b) quanto à cota de participação muscular, diferencia-se em geral e
local (localizada); (c) quanto ao tempo de duração, em curta, média e longa.
Fontes: GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005; BARBANTI, 2003; WEINECK, 2000.
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© Theodore Liasi/Alamy-Otherimages
Educação Física - 5a série - Volume 2
Figura 3 – Capacidades físicas: força e resistência.
É importante salientar aos alunos que
ambas as capacidades físicas, em suas
diferentes manifestações, quando adequadamente estimuladas, exercem impacto positivo
sobre o estado geral de saúde, auxiliando na
prevenção ou recuperação de problemas relacionados ao sistema músculo-esquelético,
além de promoverem melhorias metabólicas e
cardiovasculares.
Devemos considerar também que o desenvolvimento da resistência e da força ao
longo da vida sofre interferência de fatores
diversos, tais como gênero, idade e nível
de aptidão funcional inicial. Desse modo,
embora seja comum atribuir aos meninos
maior grau de força que às meninas, até os
12 anos de idade a diferença de força entre
os sexos é mínima. Portanto, a realização de
tarefas que envolvam força tende a apresentar certo equilíbrio entre meninos e meninas
nessa faixa etária, com igual nível de aptidão funcional.
Postura
Pensar no conteúdo Postura para alunos
de 5ª- série requer olhar para a transição entre a infância e a adolescência, com todas as
suas transformações fisiológicas, emocionais,
cognitivas e sociais.
O estirão de crescimento e as modificações
morfológicas ocasionadas pelas elevadas taxas
de hormônios levam os alunos a presenciar características que diferenciam seu organismo de
um corpo infantil, do mesmo modo que ainda
não atingiram a plenitude de corpos adultos.
Muitas vezes, a vergonha de exibir esse corpo
em plena transformação ocasiona uma postura
inadequada à própria estrutura orgânica, levando a problemas posturais dos mais variados.
De acordo com Lehmkuhl e Smith (1989), a
postura é um termo geral para definir a posição
do corpo, o arranjo das partes corporais para
sua sustentação ou para uma atividade específica, com o menor gasto energético. Para os
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Conexão Editorial
Conexão Editorial
A
cervical
B
torácica
C
lombar
pélvica
Figura 4 – Postura: coluna.
autores, a boa postura é a relação que permite o funcionamento mais eficiente com uma
quantidade mínima de tensão dos músculos,
dos tendões, dos ligamentos e das articulações.
Para uma postura adequada em pé, por
exemplo, a cabeça deve estar centrada sobre o
tronco; os ombros devem estar para trás e para
baixo, além de relaxados; e a coluna, com curvas suaves (cervical, dorsal e lombar), vista de
lado e reta, vista de costas. Já em uma postura
inadequada, a cabeça acentuada para a frente
pode causar dores de cabeça, tontura e dor no
pescoço; ombro para a frente pode debilitar a
capacidade respiratória; e lordose lombar acentuada pode contribuir com lesões nas costas.
Segundo Lehmkuhl e Smith (1989), outro
fator que pode levar a lesões, limitações de
vista frontal
vista de perfil
Figura 5 – Postura: coluna frontal e perfil.
movimento ou deformidades são as posturas
habituais com desconforto por compressão
articular, tensão ligamentar, contração muscular contínua ou oclusão circulatória.
Os autores acrescentam que o corpo pode
assumir uma infinidade de posturas que servem
para o mesmo objetivo. Por exemplo, em muitas
culturas, as pessoas não sentam em cadeiras para
descansar o corpo, mas usam uma variedade de
posturas sentadas no chão, como de pernas cruzadas, sentadas de lado ou de cócoras.
Compreender a postura requer um olhar para
além do alinhamento de membros; significa entender as manifestações do grupo diante das solicitações motoras e das características culturais
em que se inserem.
Possibilidades interdisciplinares
Professor, os temas Capacidades físicas e Postura poderão ser desenvolvidos de modo integrado com
outras disciplinas, como Ciências e Matemática, pois envolvem conhecimentos sobre organismo humano e
cálculos. Em sua escola, converse com os professores responsáveis por essas disciplinas. Essa iniciativa facilitará aos alunos a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
Situação de Aprendizagem 3
FAZENDO FORÇA
Os alunos serão orientados a registrar o peso
corporal antes da aula. Com base nos pesos registrados, formarão grupos segundo critérios diversos
estabelecidos pelo professor e vivenciarão o cabo
de guerra para identificar os próprios níveis de
força e resistência muscular; a seguir, procurarão
relacionar tais níveis com os fatores determinantes
do desempenho obtido na Situação de Aprendizagem. Por fim, pesquisarão, em diversas fontes,
imagens de pessoas realizando atividades físicas
cotidianas e relacionadas à Cultura de Movimento
(dança, esporte etc.) que exigem força e as apresentarão em aula, justificando-as com base nas
características do conceito de força.
Tempo previsto: 2 aulas.
Conteúdo e temas: formas de manifestação de força e resistência muscular; fatores determinantes, intervenientes no desenvolvimento da força e da resistência muscular.
Competências e habilidades: discriminar as diferentes formas de manifestação da força e resistência muscular, bem como seus fatores determinantes; identificar a capacidade física de força presente nas atividades do cotidiano e em algumas manifestações da Cultura de Movimento.
Recursos: balança antropométrica ou comum, cordas, folhas de sulfite e canetas.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 3
Etapa 1 – Cabo de guerra
Solicite um ou dois dias antes da aula que
cada aluno registre seu peso corporal, medido em balanças de farmácia ou na própria
escola, caso esta disponha de uma balança
antropométrica. Oriente os alunos para que,
de preferência, se pesem com as roupas que
normalmente usam nas aulas de Educação
Física. Durante a aula, distribua os alunos em
grupos, sob diferentes critérios de formação:
mesmo número de integrantes em cada equipe; equipes com somatório de peso corporal
equivalente, compostas do mesmo número de
integrantes ou não; meninos versus meninas;
mais velhos versus mais novos.
Após a formação dos grupos, esses se
posicionarão em colunas, distantes entre si
cerca de 2 a 4 metros. Todos os integran-
tes de cada coluna são divididos em duas
equipes, postadas frente a frente e segurando apenas uma corda, em cujo centro é
colocada uma faixa (ou fita), posicionada
sobre a linha que demarca o centro da área
de 2 a 4 metros que separa as equipes. Os
grupos, segurando a corda e mantendo-a
estendida, ao sinal tentarão puxar a equipe adversária até que a faixa (ou fita) no
centro da corda ultrapasse o limite da área
de 2 a 4 metros, ficando mais próxima de
seu grupo. Serão realizadas três tentativas,
registrando-se como vitoriosas as equipes
com melhores resultados nas três tentativas. Não é permitido aos integrantes das
equipes enrolar a corda nas mãos (risco de
machucar-se). Para facilitar a empunhadura da corda, proponha que sejam dados nós,
distantes cerca de 1 metro, ao longo dela.
O número de integrantes nas equipes também dependerá do comprimento total da
corda disponível para a realização dessa
etapa, de acordo com a descrição sugerida.
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O cabo de guerra é um exemplo entre outros que solicita a capacidade física força.
Várias outras atividades de tracionar, empurrar, transportar, levantar, frear etc. podem ser
desenvolvidas com o mesmo objetivo.
De posse dos resultados obtidos, discuta
com os alunos quais fatores tiveram maior
importância na determinação do nível de força e de resistência muscular apresentado pelos
grupos, procurando garantir que os alunos
compreendam as relações entre o desempenho
de cada grupo com as variáveis envolvidas:
peso corporal, sexo e idade.
Estimule os alunos a relatarem situações
do cotidiano que exigem desempenho de força similar ao solicitado nessa etapa realizada,
como empurrar ou puxar um móvel pesado,
relacionando-as com as características do
conceito de força.
Etapa 2 – Em que empregamos força?
Peça uma pesquisa em grupo aos alunos, em
revistas, jornais, livros e sites, de pelo menos
três imagens de pessoas realizando atividades
cotidianas que exigem força, como arrastar
ou levantar objetos pesados; carregar sacolas
de supermercado; levantar-se da posição deitada; realizar tarefas domésticas (lavar louça
ou varrer o chão) etc., e mais três imagens
de manifestações da Cultura de Movimento
(dança, esporte etc.) nas quais também se
evidencie a exigência da capacidade física de
força. Em aula, os grupos apresentarão as
imagens selecionadas, justificando-as com
base nas características do conceito de força.
Situação de Aprendizagem 4
AGUENTA CORAÇÃO!
Após a realização de testes de resistência aeróbia e anaeróbia, os alunos formarão grupos
e participarão de uma atividade de estafeta.
Os alunos serão orientados a verificar e regis-
trar a frequência cardíaca (FC) no início e no
final da atividade, bem como após 5 minutos
de recuperação, buscando identificar os níveis
de resistência aeróbia.
Tempo previsto: 2 aulas.
Conteúdo e temas: formas de manifestação metabólica da resistência: aeróbia e anaeróbia; frequência
cardíaca em atividades de resistência.
Competências e habilidades: discriminar as diferentes formas de manifestação metabólica da resistência
(aeróbia e anaeróbia), com destaque para o futsal; avaliar o nível de condicionamento quanto à resistência por meio da frequência cardíaca.
Recursos: apito, trena, bastões de giz e cronômetro.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 4
Etapa 1 – Quanto eu resisto?
Solicite aos alunos que realizem testes para
avaliação do seu nível de desenvolvimento
quanto às diferentes formas de manifestação
de resistência, conforme os testes propostos e
o tempo disponível para realização deles. Não
há necessidade de todos os alunos realizarem
todos os testes, porém toda a turma deve se
envolver na execução destes, auxiliando no
controle e registro de tempos, distâncias etc.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
Sugestões de testes para avaliação da Resistência Orgânica
Resistência Aeróbia
O teste para avaliar a potência aeróbia proposto por Tanaka (1986) pode ser aplicado a crianças
e adolescentes. Ao longo do local escolhido para o teste (quadra, pátio ou outro local), devem ser colocadas marcações (a cada 50 metros ou distâncias menores), a partir da linha de largada, para servir
de referência. Após um sinal de partida (apito), os alunos devem percorrer a máxima distância possível durante cinco minutos. Essa distância será registrada com o auxílio de uma trena, contando-se o
número de voltas completas mais a distância adicional. Os corredores devem ser orientados a manter
um ritmo de corrida que permita realizar o teste de forma contínua (sem parar), pois, quanto maior a
distância percorrida, melhor será o resultado do teste.
Resistência Anaeróbia
O teste para avaliar a capacidade anaeróbia proposto por Tanaka (1986) pode ser aplicado a crianças, adolescentes e adultos. Ao longo do local escolhido para o teste (quadra, pátio ou outro local),
devem ser colocadas marcações a cada 10 metros, a partir da linha de largada. Após um sinal de partida (apito), os alunos realizarão uma corrida de 40 segundos na máxima velocidade possível, sendo
registrada a distância percorrida em metros. Essa distância será registrada com o auxílio de uma trena,
e os pontos marcados servirão de referência para a realização da medida. Os corredores devem ser
orientados a manter a mais alta velocidade que conseguirem durante o teste, pois, quanto maior a
distância percorrida, melhor será o resultado.
Fonte: GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005.
Embora vários outros testes possam ser
realizados com o intuito de avaliar as capacidades de resistência, os testes propostos possuem
como vantagens tanto a especificidade em
relação à faixa etária avaliada quanto à simplicidade de execução e de infraestrutura
requisitada para sua realização. Além disso,
os testes podem ser realizados de forma autônoma e segura pelos alunos, permitindo a
prática regular e a comparação com resultados
obtidos em testes realizados posteriormente. Alunos com sérias limitações para correr
poderão realizar os testes caminhando o mais
rápido que conseguirem.
Após a realização dos testes, auxilie os
alunos na interpretação dos resultados,
enfatizando que o principal objetivo dessa atividade está em cada aluno perceber o
nível de condicionamento físico em que se
encontra, para poder analisar a importância e a necessidade de aprimorar ou manter
apurada a condição da capacidade física
de resistência.
Etapa 2 – Correndo e resistindo
Informe aos alunos o que representa
a frequência cardíaca (FC) e sua utilização na monitoração da intensidade de
exercitação. Demonstre como pode ser verificada, solicitando a eles a verificação
da própria FC, fazendo as correções individuais necessárias.
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Pulso
Pulso: o que é?
Corresponde ao batimento arterial que se faz
sentir em várias regiões do corpo, caracterizando uma representação da frequência cardíaca a
distância.
Como se mede?
A frequência cardíaca é detectada pela palpação das artérias radial, carótida (sugerem-se pre-
Nos minutos iniciais da aula, proponha aos
alunos que avaliem e registrem sua FC por meio
da verificação de pulsação arterial durante 20
segundos (o resultado deve ser multiplicado
por 3 para fornecer a FC em batimentos por
minuto). Esses dados serão comparados com
as FC observadas ao final da atividade.
A seguir, organize os alunos em grupos,
utilizando como referência os resultados dos
testes de resistência aeróbia e anaeróbia previamente realizados, de modo que as equipes
apresentem níveis equivalentes de resistência.
Diante de cada equipe (cujos integrantes se
dispõem em coluna), são posicionados cones
ou outros objetos semelhantes, distantes 10 a
20 metros do primeiro integrante da equipe.
Esse, após sinal do professor, deverá correr até
o cone, contorná-lo e retornar até o próximo
componente de sua equipe, posicionado no
início da coluna. Ao chegar à sua coluna, o
corredor deverá segurar seu companheiro por
uma das mãos, e ambos correrão até contornar o cone e retornar novamente ao início de
sua coluna. A cada retorno à sua coluna, um
novo componente deverá se juntar ao grupo
que corre para contornar o cone, até que todos
os membros de uma mesma coluna, de mãos
dadas, tenham realizado a corrida e retornado
à posição de saída. Solicite aos alunos que não
soltem as mãos durante a corrida e que todos
ferencialmente estas duas), temporal, femoral ou
inguinal, umeral, poplítea e pedial. O indivíduo
deve permanecer parado e a região a ser medida
deve estar em repouso, de preferência apoiada sobre uma mesa, cama ou outro local. A palpação
é realizada pressionando-se levemente a artéria
com o dedo médio e o indicador. Escolhido o local, conta-se o número de pulsações que ocorrem
no espaço de um minuto, ou durante 15 ou 20
segundos, multiplicando-se o valor encontrado
por 4 ou 3, respectivamente, de modo a obter o
valor correspondente a um minuto.
os integrantes contornem o cone a cada volta. Registra-se o tempo de cada equipe. Essa
etapa pode ser realizada simultaneamente pelas equipes, ou com uma equipe de cada vez,
seguindo a orientação de finalizá-la no menor
tempo possível. Imediatamente ao final da
corrida, e após 5 minutos de recuperação, solicite aos alunos que avaliem sua FC por 20
segundos (o resultado, multiplicado por 3, informa a FC em batimentos por minuto).
Utilizando como referência os tempos
para realização das atividades e a diferença
entre as FC registradas antes e após a corrida (FC final menos a FC inicial), além
daquela verificada após 5 minutos de recuperação, discuta com os alunos sobre os níveis
de resistência apresentados pelos grupos ou
individualmente. Identifique as necessidades
individuais quanto à melhoria ou manutenção dos níveis alcançados, procurando evidenciar a dinâmica de variação sofrida pela
FC à medida que as condições de repouso,
atividade física e recuperação se sucedem.
Uma variação possível é que as equipes
posicionem seus integrantes conforme o nível de resistência destes, de modo que os mais
resistentes se posicionem diante dos menos resistentes, tendo em vista que serão exigidos por
mais tempo durante a atividade.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
Situação de Aprendizagem 5
ATENÇÃO À POSTURA
Inicialmente os alunos realizarão posturas estáticas para perceberem as sobrecargas
nas musculaturas envolvidas.
Em seguida, experimentarão movimentos
do cotidiano a fim de identificar inadequações posturais.
Tempo previsto: 2 aulas.
Conteúdo e temas: postura estática, posturas cotidianas; consequências de posturas inadequadas.
Competências e habilidades: identificar as capacidades físicas de força e resistência presentes na
manutenção de posturas; reconhecer a importância da aquisição e manutenção de uma boa postura estática e dinâmica; compreender as consequências dos hábitos posturais cotidianos inadequados à saúde.
Recursos: imagens de posturas variadas; garrafas PET; areia; sacolas ou mochilas; caixas de papelão
ou similar.
Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 5
Etapa 1 – Estátuas humanas
Organize os alunos em grupos de cinco a
seis, formados preferencialmente por meninos e meninas, para a realização desta etapa.
Cada grupo receberá uma ficha com figuras humanas em várias posições (apoio em
um dos pés, posição do avião, elevação dos
membros superiores etc.). Os alunos deverão
realizar a posição da figura de sua ficha durante 1 minuto. A seguir, cada grupo identificará,
na mesma ficha, a musculatura utilizada em
cada uma das posições e as partes do corpo
sobrecarregadas.
Selecione também imagens de animais e
desafie os alunos a permanecer o maior tempo
possível em cada posição.
Diferentes tipos de materiais podem ser
utilizados como sobrepeso para a manutenção de posturas (segurar garrafas ou sacolas
cheias de areia, mochilas etc.).
Etapa 2 – Imitando atividades cotidianas
Elabore um circuito em que cada
estação solicita um movimento do cotidiano.
Exemplos: apanhar caixas de papelão do solo e
colocá-las em um ponto mais alto; transportar
uma caixa (ou outro elemento que contenha
um peso suportável) de um ponto para outro no
espaço; carregar duas sacolas de supermercado
(preenchidas com algo que dê volume); deitar e
levantar do colchão. Em grupos, os alunos passarão por todas as estações simultaneamente,
fazendo um rodízio a cada 2 minutos.
Após o rodízio por todas as estações, cada
grupo deverá descrever aos outros grupos a
postura que considera adequada em cada estação (posicionamento das principais articulações do corpo).
Ao final, reúna os alunos e aponte o posicionamento correto do corpo em cada estação, explicando os aspectos biomecânicos envolvidos, como
a influência da distância do objeto ao tronco no
peso (torque), a sobrecarga articular ao flexionar
a coluna para pegar o objeto no chão etc
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atividade avaliadora
Após as Situações de Aprendizagem vivenciadas, é importante que os alunos consigam
perceber os conceitos envolvidos (força, resistência, postura, frequência cardíaca), tanto
nas etapas desenvolvidas especificamente para
esse fim quanto na prática da modalidade
esportiva futsal, além de conseguirem ampliar
esses conceitos para as situações cotidianas.
Nesse sentido, divida os alunos em grupos e
proponha uma pergunta a cada grupo. Dê um
tempo para reflexão e discussão no interior de
cada grupo antes da apresentação aos demais
alunos. Após a exposição de cada grupo, faça
as correções necessárias ou destaque algum
aspecto importante relatado. Alguns exemplos de questões:
ff Quem tem mais força e/ou resistência:
meninos ou meninas? E entre pessoas mais
velhas ou mais novas? Mais pesadas ou
mais leves?
ff Por que algumas pessoas são mais fortes
ou resistentes que outras?
ff Em um jogo de futsal, em quais situações
necessitamos de força e resistência?
ff Quais as variações de frequência cardíaca
que ocorrem durante um jogo de futsal?
ff Em quais situações do cotidiano utilizamos a
força e a resistência?
ff Qual o nível de cansaço percebido em tarefas que exigem força ou resistência?
ff Como a FC se comporta sob diferentes
níveis de exigência física e o que isso representa?
ff Quais cuidados em relação à postura devem
ser tomados nas situações cotidianas?
ff As situações de postura exigem força
e resistência?
ff Qual a relação da postura com a manutenção da saúde?
PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO
Durante o percurso pelas Situações de
Aprendizagem, alguns alunos poderão não
apreender os conteúdos da forma esperada.
É necessário, então, que outras Situa­ções de
Aprendizagem sejam propostas, permitindo
ao aluno “revisitar” de outra maneira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,
envolver todos os alunos ou apenas aqueles
que apresentaram dificuldades. Podem ser
desenvolvidas individualmente ou em pequenos
grupos. Por exemplo:
ff Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes aos conceitos de força
e resistência e posterior apresentação em
registro escrito.
ff Roteiro de estudos com questões referentes à postura e posterior apresentação em
registro escrito.
ff Atividade-síntese de determinado conteúdo,
em que as várias atividades serão refeitas em
uma única aula e discutidas posteriormente.
Por exemplo: circuito com exercícios que exijam força e resistência em várias posturas.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
Recursos para ampliar a perspectiva do professor
e do aluno para a compreensão do tema
Livros
ALLSEN, Philip; HARRISON, Joyce; VANCE, Barbara. Exercício e qualidade de vida:
uma abordagem personalizada. 6. ed. São
Paulo: Manole, 2001.
Apresenta informações de como elaborar
e avaliar um programa de condicionamento
físico.
BARBANTI, Valdir J. Dicionário de educação física e esporte. 2. ed. São Paulo:
Manole, 2003.
Apresenta definições e conceitos usuais
a respeito das capacidades físicas na área de
Educação Física e esporte.
GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo;
ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas
do condicionamento físico. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005.
Aborda as diversas capacidades físicas,
caracterizando sua relação com a condição
de saúde e seu desenvolvimento ao longo
da vida, destacando aspectos relacionados à
infância, à adolescência e ao envelhecimento. Traz ainda propostas de avaliação para
indivíduos em diferentes idades, bem como
referências a parâmetros gerais e específicos
que devem ser levados em consideração ao
elaborar programas de condicionamento físico destinados ao desenvolvimento das várias
capacidades físicas.
LEHMKUHL, L. Don; SMITH, Laura K.;
WEISS, Elizabeth L. Cinesiologia clínica. São
Paulo: Manole, 1989.
Apresenta ampla análise da atividade
muscular, com ênfase na anatomia e em
observações clínicas.
McARCLE, Willian D.; KATCH, Frank;
KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia
do exercício. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
Situa os recursos ergogênicos como um dos
fatores que afetam a função fisiológica, a transferência de energia e o desempenho nos exercícios.
NAHAS, Marcus V. Atividade física, saúde e
qualidade de vida: conceitos e sugestões para
um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf, 2006.
Apresenta conceitos e orientações relativos
à elaboração e ao desenvolvimento de um programa de exercícios aeróbios.
WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São
Paulo: Manole, 2000.
A obra informa de maneira clara a respeito
dos efeitos da atividade física e do treinamento
esportivo sobre o corpo humano. Problemas
cotidianos, como dor muscular, cãibras musculares, “dor de lado”, ponto morto, entre
outros, são tão amplamente discutidos quanto os fenômenos de adaptação dos diferentes
sistemas orgânicos ao treinamento esportivo.
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Considerações finais
Professor, as Situações de Aprendizagem
aqui propostas permitem as mais diferentes
adaptações em virtude das características específicas de cada escola, assim como uma análise
crítica de sua parte para aperfeiçoar a Proposta
Curricular da disciplina de Educação Física.
Esperamos ter contribuído com seu fazer cotidiano na perspectiva de ampliar o significado
do Se-Movimentar dos alunos no âmbito da
Cultura de Movimento.
Também é preciso lembrar que os temas e
conteúdos propostos para o Ensino Fundamental constituem uma continuidade ao longo das diversas séries e bimestres. Portanto, as
Situações de Aprendizagem nelas trabalhadas,
assim como as habilidades e competências,
não devem ser tomadas de modo isolado, mas
em relação ao que se seguirá.
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Educação Física - 5a série - Volume 2
4o- bimestre
3o- bimestre
2o- bimestre
1o- bimestre
QUADRO DE CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL
5a- série
6a- série
7a- série
8a- série
Jogo e esporte: competição
e cooperação
Jogos populares
Jogos cooperativos
Jogos pré-desportivos
Esporte coletivo: princípios gerais
– ataque
– defesa
– circulação da bola
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais
– Agilidade, velocidade e
flexibilidade
– Alongamento e aquecimento
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas e saltos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Atividade rítmica
Manifestações e representações
da cultura rítmica nacional
– Danças folclóricas/regionais
– Processo histórico
– A questão do gênero
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações
no atletismo e atividade rítmica
Esporte
Modalidade individual: atletismo
(corridas e arremessos/lançamentos)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Luta
Modalidade: judô, caratê, tae kwon
do, boxe etc.
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações no
atletismo e na luta
Luta
Modalidade: capoeira
– Capoeira como luta, jogo e
esporte
– Princípios técnicos e táticos
– Processo histórico
Atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop, street
dance, entre outras
– Diferentes estilos como
expressão sociocultural
– Principais passos e
movimentos
Esporte
Modalidade coletiva: futsal ou
handebol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Capacidades físicas: noções
gerais
– Resistência e força
– Postura
Esporte
Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­mento
e saúde
Capacidades físicas: aplicações
em esportes coletivos
Esporte
Modalidade coletiva: a escolher
– Técnicas e táticas como fatores de
aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
Ginástica
Práticas contemporâneas: ginástica
aeróbica, ginástica localizada, entre
outras
– Princípios orientadores
– Técnicas e exercícios
Esporte
Modalidade coletiva: a escolher
– Técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo
– Noções de arbitragem
– Processo histórico
O esporte na comunidade escolar e em seu entorno: espaços,
tempos e interesses
Espetacularização do esporte e
o esporte profissional
– O esporte na mídia
– Os grandes eventos esportivos
Atividade rítmica
Manifestações rítmicas ligadas
à cultura jovem: hip-hop, street
dance, entre outras
– Coreografias
Esporte
Modalidade individual:
ginástica artística ou ginástica
rítmica
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Aparelho locomotor e seus
sistemas
Esporte
Modalidade individual: ginástica
artística ou ginástica rítmica (a
modalidade não contemplada no
3º- bimestre da 5ª- série)
– Principais gestos técnicos
– Principais regras
– Processo histórico
Ginástica
Ginástica geral
– Fundamentos e gestos
– Processo histórico: dos
métodos ginásticos à ginástica
contemporânea
Atividade rítmica
Manifestações e representações de
outros países
– Danças folclóricas
– Processo histórico
– A questão do gênero
Ginástica
Práticas contemporâneas: ginásticas
de academia
– Padrões de beleza corporal, ginástica e saúde
Organismo humano, movimento
e saúde
Princípios e efeitos do treinamento
físico
Esporte
Jogo e Esporte: diferenças
conceituais e na experiência
dos jogadores
– Modalidade “alternativa”:
rúgbi, beisebol, badminton,
frisbee etc.
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Esporte
Modalidade coletiva: futebol
ou handebol (a modalidade não
contemplada no 2º- bimestre)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movi­
mento e saúde
Noções gerais sobre ritmo
Jogos rítmicos
Esporte
Modalidade coletiva: basquetebol ou voleibol (a modalidade
não contemplada no 2º- bimestre)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Luta
Princípios de confronto e
oposição
Classificação e organização
A questão da violência
Esporte
Modalidade individual ou coletiva
(ainda não contemplada)
– Princípios técnicos e táticos
– Principais regras
– Processo histórico
Organismo humano, movimento
e saúde
Atividade física/exercício físico:
implicações na obesidade e no
emagrecimento
Doping: substâncias proibidas
Atividade rítmica
Organização de festivais de
dança
Esporte
Organização de campeonatos
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