1 A AUSÊNCIA DE ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER NO
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1 A AUSÊNCIA DE ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER NO
A AUSÊNCIA DE ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER NO CAMPECHE1 Bruno Adriano Aguiar Cristian Curti Juliana Nuernberg Bristot RESUMO O presente artigo identifica as necessidades de recreação, entretenimento e descanso do Distrito do Campeche, localizado na região leste de Florianópolis. Para tanto foi dividido em três partes, inicialmente faz-se um breve diagnóstico sobre a situação atual referente sobre a demanda referida, a seguir é apresentado o levantamento bibliográfico e baseado neste é formulada a proposta de intervenção através da construção de cinco unidades de espaços público de lazer e recomendada a preservação e revitalização das áreas verdes. Palavras-chave: urbanismo, planejamento, lazer e áreas verde. 1 INTRODUÇÃO Com o processo de ocupação desordenado muitos são os problemas enfrentados pelos Municípios atualmente, tais como: saneamento básico, destinação do lixo, mobilidade urbana, emissão de ruídos e poluente, ocupação de áreas de preservação e não menos importante a ausência de espaços públicos destinados ao lazer. A urbanização trouxe muitas facilidades e de outro lado problemas, a comodidade e segurança de um shopping tomou lugar de um belo, natural e saudável parque, em que as pessoas podem praticar esportes, socializar ou simplesmente descansar. O presente artigo traz a tona esse problema enfrentado por muitas cidades atualmente, qual seja: a falta de espaço público de lazer, mais precisamente no Distrito do Campeche. Para tanto primeiramente far-se-á uma abordagem da região do Campeche, sua história, principais localidades e processo de urbanização. A seguir será feita uma breve abordagem teórica sobre o tema lazer, sua origem e importância para o bom desenvolvimento urbano nos dias atuais. Ainda serão analisadas as legislações pertinentes ao tema. Por fim, será apresentada uma proposta de contribuição para a situação problema. A metodologia utilizada no presente foi o método de abordagem dedutivo, em que se parte de uma premissa maior que é o Campeche para uma particularidade que é a 1 O presente artigo foi apresentado à disciplina de Gestão de Espaços Urbanos, do 8º termo, do Curso de Administração Pública/ESAG/UDESC, na data de 15 de junho de 2012. 1 ausência de áreas públicas de lazer, bem como pesquisa bibliográfica em livros, artigos, dissertações, documentos públicos e lei. Assim, o presente artigo tem o condão de trazer esse estudo tão importante para a gestão pública e também para a sociedade, na medida em que com criação de áreas públicas de lazer, muitos cidadãos serão beneficiados direta ou indiretamente. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 CAMPECHE De acordo com o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de Florianópolis, elaborado em 2009, o Campeche foi criado pela Lei nº 4805/95 de 21 de dezembro de 1995. Possui uma área de 35,32 Km², tendo sido desmembrado do Distrito da Lagoa da Conceição. Está a uma distância aproximada de 20 km do centro do município de Florianópolis e abrange áreas como Praia do Campeche, Morro das Pedras, Rio Tavares e Tapera. A seguir serão abordadas as principais áreas pertencentes à Planície do Campeche. 2.1.1 Principais localidades do Campeche A Praia do Campeche possui um conjunto de ecossistemas costeiros que inclui praia, dunas, vegetação de restinga, riachos, banhados, lagoas e a floresta densaque recobre os morros que demarcam e limitam as paisagens. Esta possui uma extensa área de 3.800 metros tem o nome da ilha, Campeche. Foi o primeiro campo de pouso da Ilha de Santa Catarina, entre 1927 e 1935, constando nos diários do navegador e escritor famoso, Antoine Marie Roger de Saint-Exupèry. O Morro das Pedras é uma praia de águas bravias, própria para esportes marítimos radicais. No alto do morro fica a Casa do Retiro do Morro das Pedras, construída por padres jesuítas no ano de 1951. O retiro dá suporte a convenções, excursões, cursilhos e hospeda religiosos em transito na capital. Do alto do morro se descortina o fabuloso panorama da praia da Armação. O Rio Tavares, cujo nome original é Rio de Miguel Tavares, foi uma das primeiras localidades ocupadas pelos colonos açorianos que emigraram do arquipélago para o litoral catarinense entre 1748 e 1756. 2 Como povoado de colonização açoriana, ali eram exercidas atividades agrícolas ao nível de subsistência, tendo alcançado destaque os cultivos de cana, melancia e melão. Até o inicio do século XX parte do Rio Tavares era navegável, fazendo a conexão das estradas que levavam ao centro da cidade ou a Lagoa da Conceição. Este movimento era, em grande parte, devido à extração de folhas para a preparação do couro em cortumes, localizados próximos ao centro, e a extração de galhos de mangues, utilizados como combustível para a queima das caieiras. A sede da comunidade do Rio Tavares tinha como núcleo central a Igreja de São Sebastião do Rio Tavares. Na década de 1930, em função da abertura de novas estradas ligando a Costeira do Pirajubaé ao antigo aeroporto, o centro de referência da comunidade do Rio Tavares passou a ser centralizado pelo Campeche. Com essa transformação e a criação da comunidade do Campeche, a do Rio Tavares ficou seccionada por aquela, e distribuída uma parte ao Sul e uma parte ao Norte, confrontando com o Canto da Lagoa. 2.1.2 Reservas Ecológicas Quanto às reservas ecológicas encontradas na região do Campeche, destacamse as tombadas pelo Município: Lagoinha da Chica e Lagoinha Pequena. Estas se situam na planície sedimentar do Campeche, barradas no lado leste por uma faixa de dunas fixas que se estende ao longo da praia (SOUSA, 2003). 2.1.3 Acervo Histórico Cultural De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Arqueológico de Santa Catarina (IPHAN/SC), existem na região da Planície vários vestígios pré-históricos e testemunhos de antigas civilizações indígenas que habitavam a região. Da história mais recente da planície, faz parte o piloto e escritor Antoine do Saint-Exupéry que, trabalhando para a companhia aeropostal no trecho Toulouse-Santiago do Chile, de tempos em tempos aterrizava no campo de aviação da SocietéLatecoère, na região oriental da planície, estabelecendo com os habitantes nativos laços de amizade e intercâmbio cultura. Esta área de 300 mil metros quadrados, além de ser uma mina para especulação imobiliária, é referência na história da aviação brasileira e, apesar de estar sob a responsabilidade da Base Aérea de Florianópolis, sofre frequentes queimadas, devastações, saques de areia e até ameaças de venda para particulares (Souza, 2003). 3 O Campo de Pouso do Campeche, construído na década de 1920, não só foi o primeiro aeroporto do Estado, como teve destaque na aviação brasileira face aos poucos recursos tecnológicos de então. Foi desativado completamente 1956 (Souza, 2003). Cabe destacar no acervo histórico arquitetônico da localidadea Igreja de São Sebastião (1826), o Teatro do Divino Espírito Santo e Santa Cruz, que remontam a meados do século XIX e traduzem a origem luso-açoriana do povoamento local. A igreja de São Sebastião está tombada como patrimônio histórico pelo Decreto Municipal nº 125 de 23/05/1988. 2.1.5 Processo de Urbanização O município de Florianópolis vem sofrendo, nos últimos, da ocupação desordenada, os padrões de ocupação do solo não são articulados numa proposta global para o município, não sendo explicitado em momento algum as estratégias de ação para o conjunto do território municipal, ou seja, o planejamento das partes tem sido realizado sem que exista uma proposta para o todo. No presente artigo analisaremos mais profundamente a urbanização do Distrito do Campeche. Segundo o Plano Municipal Integrado (2009), o espaço geográfico do Campeche possui uma potencialidade de expansão urbana, sua geografia de Planície Entremares, permite um desenho urbano bastante horizontal. O Distrito do Campeche tem uma área ocupável de 24,44 km², e desde quando a Prefeitura começou a coletar dados da ocupação da cidade a densidade demográfica bruta (em hab/km²) do distrito teve um aumento de aproximadamente em 800% do ano de 1970 ao ano 2000, como mostra a tabela a seguir: Tabela 1- Área ocupável Distrito Campeche Área ocupável (km²) 2000 24,44 Densidade demográfica bruta (hab/km²) 1970 94,15 1980 164,56 1990 307,43 2000 759,79 Fonte: Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico Quinto distrito mais povoado da cidade, analisando o crescimento populacional do distrito do ano 2000 ao ano de 2010, percebe se que a população residente quase dobrou, o quadro a seguir traz também a densidade demográfica bruta em habitantes por hectare, inclusive com projeções para o ano de 2050, vejamos: 4 Tabela 2 – População Distrito Área (hectares) 2.689,15 Campeche 2000 18.570 População Residente 2006 2010 2050 30.129 34.738 71.400 Densidade Demográfica (hab./hec.) 2000 2006 2010 2050 6,91 11,20 12,92 26,55 Fonte: Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico Como a capital catarinense é ponto turístico mundialmente conhecido, durante a temporada de verão a população flutuante impacta a rotina do distrito como tantos outros na cidade, segue a análise sobre a população residente e flutuante nos últimos anos: Tabela 3 - População Flutuante Distrito Área (Hectares) Campeche 2.689,15 População Residente + Flutuante 2006 2010 2050 39.198 56.797 176.755 2006 14,58 Densidade Demográfica 2010 21,12 2050 65,73 Fonte: Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico De acordo com o Diagnóstico do Plano Diretor Participativo do ano de 2008, o parcelamento de pequena propriedade rural por meio de loteamentos clandestinos tornou-se uma prática generalizada, em especial no Campeche, Rio Tavares, Ingleses e Tapera. A referida prática é responsável por 60% de lotes clandestinos no município e pela urbanização de baixa qualidade, com vielas estreitas e ausência de praças ou áreas públicas. A seguir a tabela mostra a evolução do parcelamento clandestino do solo no Distrito do Campeche: Tabela 4 - Loteamentos Irregulares Distrito Campeche Loteamentos Irregulares Ano 2002 2003 2006 Nº 04 08 03 Fonte: Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico De acordo com o Plano Municipal Integrado (2009), há no bairro do Campeche uma pressão por urbanização, porém com carência de planejamento, cuja consequência é a ocupação desordenada dos espaços naturais. A ocupação de grandes áreas com moradia ou casa de veraneio, advindas, principalmente, da atividade turística, ocorre em velocidade crescente no Campeche e representa séria ameaça à integridade dos ambientes costeiros e marinhos. A proliferação da ocupação de grandes áreas com a moradia ou casa de veraneio, decorrentes, principalmente, da atividade turística, ocorre em velocidade ascendente no Campeche e representa séria ameaça à integridade dos ambientes costeiros 5 e marinhos. A excessiva visitação em ambientes frágeis, a ocupação inadequada do solo, a desfiguração paisagística e a destruição de ecossistemas acompanham tal processo, quando não existe um planejamento urbano ou fiscalização eficiente. O padrão urbanístico do bairro é dominado por condomínios multifamiliares, bem como edificações térreas ou de dois pavimentos, constituindo residências e comércios de pequeno e médio porte, destinados à manutenção das necessidades locais. Esta característica faz com que o bairro seja predominantemente residencial, em que grande parte dos moradores trabalha no Centro da Cidade . Cabe ressaltar que o bairro é precário em planejamento, infraestrutura e principalmente, áreas de lazer abertas, praças e locais públicos para diversão de crianças, idosos, eventos e festas comunitárias. A seguir será feita uma breve análise sobre a importância do lazer e a necessidade de serem criados espaços públicos para os moradores da região do Campeche. 2.2 REFERENCIAL TEÓRICO E PROBLEMÁTICA Durante muito tempo o tema lazer não despertou interesse nas produções acadêmicas, restringindo-se à área de Educação Física. Em vista disso, o lazer é entendido, por muitas pessoas como atividades de recreação, passeios, cinema tetro e show, somente. Esse conceito simplista é diariamente reforçado pela mídia e veículos de comunicação, sendo uma visão parcial do tema, como será visto adiante. Segundo Brandão, as discussões sobre o lazer e o tempo livre ganharam força em 1930, porém já vinham sendo abordadas desde o fim do século XIX, em obras como “O direito à preguiça”, de Paul Lafargue e “LeisureTheoryClass”, de ThorsteinVeblen, publicados, respectivamente, em 1880 na França, e 1899 nos Estados Unidos, sendo as obras pioneiras nos estudos sobre o lazer (BRANDÃO, 2007). Na Idade Média o lazer era tido como o tempo de não trabalho, sendo utilizado pela nobreza, como um tempo livre para a exibição de seus luxuosos gostos. De outro lado, grande massa de plebeus utilizava seu tempo livre para descanso e festa (ALMEIDA, 2006). Foi na Revolução Industrial que o tempo tornou-se muito mais segmentado, vez que a jornada de trabalho era muito longa, às vezes de até 16 horas diárias. Pouco era o tempo que sobrava do dia para a pessoa gastar consigo, ou como lazer. É nesse contexto, que surge para alguns autores, de forma mais efetiva, o lazer, vez que juntamente com um conjunto de reflexões teóricas sobre o tema, desenvolve-se, no final do Século XIX, uma indústria voltada para o entretenimento e lazer (ALMEIDA, 2006). 6 Contudo foi com o aperfeiçoamento dos meios de transporte e comunicação, ocorridos ao longo do Século XX, que essa indústria recebeu uma impulsão. Alguns exemplos evidenciam como essa indústria materializou formas de entretenimento e diversão tais como o teatro, cinema, rádio, viagens e, mais atualmente o videocassete, computador e DVD(ALMEIDA, 2006). Em vista disso, não é raro encontrar, associado a tais produtos, a propagação de um sentido de lazer associado a alienação, ou seja, o 'não pensar em nada', 'desligar a mente'. No entanto, a visão do senso comum de que o tempo livre é um tempo disponível utilizado apenas para o desfrute pessoal é equivocada(ALMEIDA, 2006). De acordo com o Novo Aurélio Século XXI, de Aurélio B. de H. Ferreira, lazer significa “tempo disponível, descanso, folga”. No entanto, como dito acima tais definições não dão conta deste entendimento mais amplo e complexo do lazer na nossa sociedade. Segundo conceito apresentado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial em 1998, o lazer pode ser entendido como atividades que acontecem no tempo livre, após serem realizadas as necessidades vitais e as obrigações laborais. Nesse sentido, traz uma ideia de aproveitamento do tempo, como um estado de permissão e de certa liberdade, assim é possível haver repouso ou ocupação voluntária, atividades produtoras de satisfação. (ARAÚJO ROCHA) No entanto, segundo ROCHA (2009, p. 108): O lazer não pode ser simplesmente denominado como tempo liberado, o qual inclui atividades de engajamento social nos âmbitos religiosos e políticos, bem como atividades orientadas preferencialmente para a satisfação pessoal, só ou em grupo, isto é, para o lazer no tempo livre em geral, mas também não pode confundir-se com o tempo extraprofissional, o qual comporta o trabalho doméstico-familiar. [...] O lazer, uma vez que se supõe, previamente, a presença do trabalho profissional, não pode ser confundido com a ociosidade que, por princípio, é a própria negação do trabalho. Assim sendo, o lazer existe vinculado e em relação às atividades laborativas, contudo é preciso salientar a diferença gritante entre ociosidade e ócio, ciente da contaminação negativa exercida junto ao termo ócio pelo vício da ociosidade, enquanto sinônimo de preguiça e de não querer trabalhar (ROCHA, 2009). De outro lado, Castello (2007)afirma que: [...] um trabalho empobrecedor está ligado um lazer também empobrecedor e vice-versa. O "sentido" da vida não pode ser buscado, como muitas vezes somos levados a crer, apenas num fim de semana, ou numa viagem, embora essas ocasiões possam ser consideradas como possibilidade de felicidade e formas de resistência para o dia-a-dia. 7 Nesse sentido, o lazer não pode ser visto de maneira isolada, desconsiderando as demais esferas da vida social, vez que o homem não pode ser compreendido de maneira parcial, pois assim estaríamos vendo o lazer simplesmente como fuga, consumo ou fonte de alienação, o que não é verdade. Castello (2007) aborda as funções do lazer para o ser humano, classificando-as em três categorias: funções psicossociais, funções sociais e funções socioeconômicas, vejamos: Funções psicossociais: - Função de descanso: é a principal função do lazer e a mais necessária, pois permite a recuperação mental e física. Corresponde a uma liberação psicológica não só das obrigações do trabalho, mas também das inúmeras obrigações sociais que temos que cumprir. - Função de diversão: completa a função de descanso dando um caráter mais dinâmico. A diversão e o ócio pressupõem a busca do prazer, do bem estar, e o encontro de si mesmo. Está diretamente ligada a atividades de recreio e a uma dimensão de jogo, que predominantemente são de caráter coletivo, o que favorece as relações sociais. - Função de desenvolvimento: pressupõe uma educação, supondo que o indivíduo ainda tenha energia suficiente para dedicar-se a uma atividade intelectual, artística ou física após a jornada de trabalho. Implica no maior conhecimento do mundo e até de aperfeiçoamento profissional. Funções sociais: - Função de socialização: a vida urbana atual causou uma redução das comunicações sociais e a solidão nas grandes cidades. O lazer permite recuperar esta condição como, por exemplo, nas férias. - Função simbólica: pode ser um signo de afirmação pessoal ou de pertencimento a uma classe. Agrega status e poder aquisitivo convertendose em numa afirmação de personalidade. - Função terapêutica: esta função se une às funções psicossociais mencionadas, o descanso e a diversão. O lazer contribui na preservação de um bom estado de saúde e permite que os membros da sociedade se equilibrem física e psiquicamente. Funções socioeconômicas: O aumento do número de pessoas que dispõem de tempo livre é fruto da limitação da jornada de trabalho na sociedade atual e dos avanços tecnológicos e medicinais que aumentaram a longevidade da população. Gera-se, assim, uma demanda para atividades de lazer formando uma nova categoria do setor terciário. Contudo, esta função está diretamente ligada ao poder aquisitivo do público, do nível e do tipo de consumo. Em vista disso, percebe-se a importância do lazer para sociedade em geral, vez que todas as pessoas necessitam gozar de seu tempo livre com qualidade a fim de terem uma boa saúde física e psíquica, além de proporcionar a socialização. A seguir analisaremos a importância de políticas públicas na área do lazer, bem como a construção pelo poder público, de espaços públicos de lazer para o desenvolvimento saudável de uma cidade/bairro. 2.2.1 Lazer e Planejamento Urbano 8 Segundo Almeida (2006)a sociedade contemporânea e praticamente total urbana esta perdendo pouco a pouco muitas das formas populares e públicas de manifestar o lazer, tais como jogos e procissões. Nas palavras do autor: "A cidade contribuiu também para que a classe dominante se excluísse de alguns processos, para fechar-se nos seus próprios quarteirões culturais, cada vez mais vitimada pela acídia”. Vale mencionar que aCarta de Atenas2, elaborada no ano de 1937, buscava uma organização para o futuro de cidades. Dois, de seus quatro princípios, visava e priorizava o lazer na cidade, quais sejam: o Habitar e Recrear(ALMEIDA, 2006). LE CORBUSIER teve participação fundamental, sendo o primeiro arquiteto a apontar soluções urbanísticas para o problema da recreação. Para ele, lazeré o tempoespaço onde o homem se energiza de novas forças, recuperando as gastas no trabalho (ALMEIDA, 2006). A cidade, por ser o locus3por excelência, de diversas atividades humanas, deve ter como objetivos principais, temas como lazer e recreação. A estética do meio ambiente também constitui um importante elemento da recreação. Cabe então ao poder público dessa cidade, a missão de organizar e difundir uma política estatal que promova e amplie espaços livres destinados à recreação e uso do tempo livre, dentro do meio urbano (ALMEIDA, 2006). Sintetizando, nas palavras do autor: A utilização do tempo livre tem de ser considerada como critério de riqueza social, indivisível das possibilidades do homem para expressar voluntária e livremente suas forças criadoras; a recreação é um fenômeno social, vinculado à possibilidade de uma total utilização do tempo livre (...) Os entornos que requerem a recreação não podem estar à margem dos demais problemas complexos da humanidade, para o que é necessário obter uma integração positiva entre as questões da arquitetura e demais esferas científicas e criadoras: os diversos problemas que impõe o meio ambiente destinado à recreação devem ser o objetivo de uma política estatal. Este meio ambiente para recreação terá de ser considerado como um sistema único, íntegro e dinâmico, em harmonia com os demais sistemas funcionais da vida, existindo uma clara inter-relação entre a recreação e as demais esferas da vida. (...) O problema da recreação deve resolver-se em relação a problemas gerais, tais como são a distribuição da população e a habitação, esta escolhida em presença de uma rica variedade de formas habitacionais, sobre a base de um sistema urbano de áreas verdes, de um sistema eficaz de transporte motorizado e de uma segurança efetiva para os pedestres. 2 A Carta de Atenas é um documento de compromisso, datado de 1933, redigido e assinado por grandes arquitetos e urbanistas internacionais do início do século XX, entre os quais se destaca Le Corbusier. Esse documento dá linhas de orientação sobre o exercício e o papel do urbanismo dentro da sociedade, serviu de inspiração à arquitetura contemporânea. 3 Locus significa lugar, em latim. 9 De acordo com Almeida (2006), verifica-se a existência de um desafino na relação lazer/espaço urbano, produto do crescimento desenfreado das cidades, principalmente nas grandes metrópoles, marcadas mais violentamente por fenômenos de "inchaço" e êxodo rural. A urbanização acelerada gerou uma periferização ou suburbanização, em que as instituições públicas demonstram-se insuficientes na oferta de infraestrutura, ante o crescimento da população urbana. Este fato se dá principalmente em relação às opções de lazer, vistas pela gestão municipal, muitas vezes, como supérfluas e colocadas no segundo plano, já que não representam gênero de primeira necessidade(ALMEIDA, 2006). Assim, entende-se que o planejamento urbano, a partir de políticas públicas, poderá materializar a oferta e acesso dos espaços livres destinados ao lazer, dentro das cidades. Uma simples iniciativa, ou a falta dela, realizada por uma breve administração municipal, pode definir o futuro de uma cidade. 2.2.2 Legislação sobre o tema A Constituição Federal de 1988, nossa lei maior, em seu artigo 6º, traz o lazer como um direito social investido a todo cidadão, vejamos: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. A referida lei ainda, em seu artigo 217 dispõe sobre o dever do Estado em fomentar e incentivar práticas de lazer. Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e nãoformais, como direito de cada um, observados: [...] § 3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social. Cabe ressaltar que em seu artigo 227 a Constituição estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem o direito ao lazer. Já o Estatuto da Cidade é lei infraconstitucional e regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, os quais disciplinam sobre a política urbana. Assim, o Estatuto estabelece diretrizes gerais da política urbana. Em seu artigo 2º, aborda a garantia do lazer como um dos objetivos da política urbana: 10 o Art. 2 A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais: I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;[...] O Estatuto ainda prevê o direito de preempção, o qual confere que em determinas situações o poder público tenha o direito de preferência para adquirir, mediante compra, um imóvel que esteja sendo vendido pelo proprietário a outra pessoa, em razão das diretrizes da política urbana. Desta forma, no artigo 26 são elencadas as hipóteses em que o Poder Público pode exercer o direito de preempção, entre eles está a área para a criação de espaços público de lazer. Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público necessitar de áreas para: [...] VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; O Estatuto da Cidade destaca o Plano Diretor como instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, sendo parte do processo de planejamento municipal. Deste modo, elencou critérios para impor obrigatoriedade do Plano Diretor em alguns Municípios. Em relação ao Plano Diretor de Florianópolis, este prevê Áreas Verdes de Lazer (AVL) por todo munícipio, incluindo a região do Campeche. As AVL são definidas pela Lei Complementar 001/97 como “[...] espaços urbanos ao ar livre, de uso público ou privado, que se destinam à criação ou à preservação da cobertura vegetal, à prática de atividades de lazer e recreação, e à proteção ou ornamentação de obras viárias”. A Lei Complementar em seu artigo 104 dispõe que: Art. 104 Em Áreas Verdes de Lazer (AVL) e Áreas Verdes de uso Privado (AVP) será permitida apenas a construção de equipamentos de lazer ao ar livre, bem como a edificação de sanitários, vestiários, quiosques e das dependências necessárias aos serviços de conservação. A Lei Complementar determina que a destinação desses espaços pode ser PlayGround, Jardim, Praça, Parque de Bairro, Parque Urbano e Parque Metropolitano. Diante do exposto, verifica-se que a legislação federal garante o lazer como um direito social do cidadão, o Estatuto da Cidade, regulamentando os artigo 182 e 183, disciplina sobre a política urbana de lazer e o Plano Diretor prevê as áreas em que podem 11 ou não serem construídas as áreas de lazer. Cabe portanto, ao Poder Público executar a criação de áreas públicas de lazer. 2.2.3 A problemática do lazer no Campeche Questiona-se atualmente, a quem o lazer serve dentro da cidade e se os espaços a ele destinados são distribuídos de forma equânime. Analisando-se os espaços públicos ao ar livre (praças parques, jardins), percebe-se que não apenas em Florianópolis mais em qualquer cidade brasileira ou estrangeira, há grande desigualdade na sua distribuição. Os planos de remodelação e embelezamento aplicados nos centros urbanos hoje em dia e no passado, não são democráticos no que se refere à previsão de espaços destinados ao lazer ao ar livre. De maneira geral, os melhores e maiores parques, bosques, jardins e praças arborizadas sempre se localizam em bairros mais elitizados dos grandes centros urbanos. Assim, percebe-se que as opções e formas de lazer são cada vez mais excludentes e ditadas por modismos, sendo que a maioria das opções de lazer dentro do meio urbano são opções privadas de lazer, ou seja, shoppings, cinemas e teatros, falta um espaço público e gratuito que atenda a necessidade de todos os cidadãos. No que tange o bairro Campeche, cabe ressaltar que este é permeado de problemas sociais, desprovido de praças, de áreas esportivas, de escolas de formação, de bibliotecas, de arte e cultura como um todo. Não há espaços públicos de lazer, ou melhor, este se restringe à Praia do Campeche, que em virtude do clima subtropical, pode ser frequentada por no máximo 05 meses por ano, fora isso apenas surfistas e pescadores a utilizam. Vale mencionar que os idosos não encontram um espaço que os inclua sócio culturalmente. As crianças e os adolescentes brincam nas ruas, sem segurança e sem direito ao pleno aperfeiçoamento humano. Segundo Sousa (2003) muitas feiras e festas populares acontecem no adro da Capela São Sebastião, único lugar que dispõe de uma pequena estrutura de apoio aos eventos. São práticas rotineiras da comunidade, a pesca, a vida de praia, o skate, o futebol, o voleibol, as caminhadas, o ciclismo, a capoeira, o maracatu, a natação, a música, a dança, o surfe, as festas populares, as feiras de troca-troca, de arte e de antiguidades. A falta de áreas de lazer e entretenimento leva meninos, jovens, adultos e idosos a praticarem esportes nas ruas (que tem sido causa de frequentes casos de atropelamentos), na praia, em terrenos baldios ou ginásios particulares (moradores com 12 mais recursos), bem como pode ser apontada como um dos indicadores sociais para o crescente uso de drogas na região (SOUSA, 2003). A população do Campeche há tempos clama pela criação de áreas abertas de lazer. Ressalta-se que em relação à área do antigo campo de aviação, por ser um espaço pertencente à União, a comunidade engajada enviou cartas e pedidos aos presidentes Collor, FHC, Lula, à senadora Ideli, à Câmara Federal, Assembleia Legislativa, ao exministro Olívio Dutra, para que o campo fosse passado à responsabilidade do município para destinação sociocultural. Ocorre que, até hoje o plano não saiu do papel, ficando a população à mercê, sem nenhuma área de lazer desde então. Em vista disso, cabe ao poder público, com base na necessidade da população, bem como atendendo às legislações criar áreas livres de lazer, a fim de proporcionar o bom desenvolvimento dos cidadãos e consequentemente da cidade. 2.3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Tendo como referencia a classificação das funções do lazer de Castello (2007), apresentamos uma proposta de intervenção no planejamento urbano do bairro do Campeche, que almeja suprir as necessidades de diversão e entretenimento sadio dos moradores e visitantes, preenchendo o espaço de convivência social com áreas e instalações edilícias que promovam o fortalecimento das relações familiares e comunitárias. Buscando promover um crescimento ordenado, equitativo e democrático do espaço urbano e evitando grandes obras que geram também grandes impactos e trazem consigo os problemas oriundos da concentração de pessoas em espaços centralizados, propomos que nossa intervenção descentralize as áreas e cenários de recreação distribuindo no bairro cinco unidades de estruturas de lazer no sentido mais amplo do termo. Assim considerando a supremacia do interesse público e o objetivo formal da administração do estado de atender as necessidades do maior número de cidadãos, com especial atenção aos setores menos favorecidos, excluídos ou marginalizados, no nosso projeto elencamos cinco Unidades de Lazer que estarão abertas ao público de forma gratuita e para uso irrestrito dos munícipes. As estruturas propostas para nossa intervenção (conforme mapas anexos): 1- Quadra multiesportiva de esportes (futsal, basquete e vôlei); 2- Salão de convivências (ping-pong, dominó, baralho e xadrez) e festas; 3- Praça com brinquedos, balanços, caixa de areia etc.; 13 4- Academia com aparelhos ao ar livre como na beira mar; 5- Casa da cultura (aulas de música, dança, cinema, biblioteca e área wifi). Com este mix de estruturas e áreas de lazer, entretenimento e cultura, a vida social e cultural do bairro receberá uma revitalização, atendendo de forma satisfatória as necessidades originárias das três funções do lazer, psicossocial, social e socioeconômica e disponibilizando espaços específicos e adequados para o desenvolvimento, físico, psicológico, emocional, intelectual e de convivência. De forma paralela e considerando a própria natureza como um espaço intrinsecamente de recreação e contemplação, a intervenção busca também identificar e aproveitar áreas que ainda permitam sua preservação ou recuperação para disponibilizar áreas verdes cujo contato já propicia o alívio das tensões diárias, fornecendo também beleza e qualidade de vida. A preservação, cuidado e embelezamento das áreas verdes além de possibilitar o lazer e a recreação dos moradores do bairro, oportuniza também a diversificação da paisagem construída, oferece melhorias na qualidade da água, do ar e do solo, reduzindo a impermeabilização, e contribuindo para diversificação da fauna. Somado a tudo o anterior, a natureza oferece o cenário ideal para o aprendizado direto da ecologia e da preservação através de atividades extraclasse e de programas de educação ambiental. Destacamos algumas das funções mais importantes que as áreas verdes têm no contexto do planejamento urbano: Controle da poluição do ar e acústica. Aumento do conforto ambiental (térmico e lúmnico). Estabilização de superfícies por meio da fixação do solo pelas raízes das plantas. Abrigo à fauna e fauna. Equilíbrio do índice de umidade no ar. Eficaz filtro das partículas sólidas em suspensão no ar. Proteção das nascentes e dos mananciais. Luminosidade e temperatura – a vegetação filtra radiação solar. Enriquecimento da umidade - transpiração da fitomassa (300-450 ml de água/m2). Umidade e temperatura – vegetação contribui para conservar umidade dos solos. Mantém a permeabilidade e fertilidade do solo. 14 Diminui o escoamento superficial de água pluvial em áreas impermeabilizadas. 3CONSIDERAÇÕES FINAIS Devido ao crescimento populacional intenso nas últimas décadas, a ocupação do solo do Distrito do Campeche encontra-se desordenada a padrões urbanísticos modernos. A falta de uma política de planejamento de uso e ocupação do solo integrada com a comunidade trouxe a realidade atual um problema não incomum a outras cidades: a falta de espaços públicos que propiciem o lazer e a interação cultural dos moradores do espaço urbano. Com o continuo crescimento previsto ao Distrito do Campeche, ações de criação de espaços de lazer são demandas iminentes. A proposição de uma revitalização do bairro com a inclusão de áreas verdes que atraiam a sociedade a um novo modelo de aproveitamento da cidade faz-se necessário, a introdução de novos espaços atendendo a todos os grupos sociais com opções variadas de entretenimento atende a real função da cidade, a qual é permitir um espaço de convivência social com qualidade e sustentabilidade ambiental, social e econômica. Afim de convidar a comunidade a participar desse novo espaço urbano na cidade, espera-se que o poder público unindo forças e esforços com a comunidade local possa tornar realidade os projetos aqui propostos, vez que com a gestão do espaço urbano integrada o Distrito do Campeche só tem a ganhar em qualidade de vida e desenvolvimento sócio econômico. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Daniel Vater De. Alfred agache e o “aparelho respiratório” dacidade: concepções, proposições e realizações de espaços públicos de lazer no primeiro plano de remodelação, extensão e embelezamento da capital federal. 2006. 150 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Departamento de Geografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra= 160681>. Acesso em: 20 abr. 2012. AMOCAM. Plano Comunitário da Planície do Campeche: Proposta para um Desenvolvimento Sustentável. Florianópolis: 2003. 30 p. Disponível em: <http://www.campeche.org.br/PLANO_COMUNITARIO.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2012. 15 BRANDÃO, Aline Lima. A organização do lazer e seus prazeres: Um estudo de caso sobre o Club Med no Brasil Rio de. 2007. 223 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de História, Política e Bens Culturais, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2009.Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra= 77809>. Acesso em: 20 abr. 2012. BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm >. Acesso em: 01 de jun. 2012. BRASIL. Estatuto da cidade, Lei 10259, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 07 de abri. 2012. CASTELLO, Lorena Negri. Evolução e o uso dos espaços de lazer e turismo da orla marítima de Vitória-ES. 2007. 221 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra= 77809>. Acesso em: 20 abr. 2012. FLORIANÓPOLIS. Lei complementar nº 001 de 1997. Dispõe sobre o zoneamento, o uso e ocupação do solo no distrito sede de Florianópolis e dá outras providências. Disponível em: <http://www.arq.ufsc.br/baciadoitacorubi/leis/planodiretordistritosede.pdf>. Acesso em 01 jun. 2012. PREFEITURA MUNICIPALL DE FLORIANÓPOLIS (Org.). Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico. Florianópolis: 2009. 134 p. (Parte 2/2). Disponível em: <http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/19_07_2010_17.32.28.d17a90adaab36c31 e84d436a3d0404d0.pdf>. Acesso em: 28 maio 2012. ROCHA, LisieuxD'Jesus Luzia de Araújo. A experiência de lazer para adolescentes inseridos em contextos violentos. 2009. 147 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Psicologia, Universidade de Fortaleza, Ceará, 2009. Disponível em: <http://www.otium.net.br/Arquivos/Lisieux2009.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2012. SOUSA, Janice Tirelli Ponte de. Uma experiência de planejamento urbano comunitário: o caso da planície do campeche. Katálysis, Florianópolis, v. 6, n. 2, p.153-162, dez. 2003. Semestral. 16
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