o handler e o fila brasileiro

Transcrição

o handler e o fila brasileiro
O HANDLER E O FILA BRASILEIRO
por Paulo Roberto Godinho
Já ouvi de muita gente que se dizia entendida em cinofilia, a
afirmativa, que para ser bom handler, o candidato não pode ser
baixinho, pesadão, ter braços curtos, e outras coisas mais, alegando
que o apresentador de cães ideal deve ser elegante, com braços
longos,
movimentos harmônicos, cadenciados e muita leveza nos pés, para
começar bem a profissão nas exposições.
Concordamos, em parte, com a afirmativa de que um biotipo longilíneo
de um apresemtador irá ajuda-lo bastante no seu serviço, mas a falta
desse atributo não elimina um candidato aquela profissão, pois um
profissional de pista, deve, em primeiro lugar, saber ganhar a
confiança e o carinho do animal que ele esta apresentando; saber
dispor suas mãos sobre o corpo do cão com muita leveza e calma;
conhecer muito bem o padrão da raça que irá apresentar; analisar o
animal e mostra-lo em seus melhores angulos para o exame do árbitro
que o julga.
O Fila Brasileiro é uma raça que difere em muitos pontos da maioria
das outras raças: cabeçudo, pescoço de comprimento médio para curto,
linha de dorso ascendente da cernelha a garupa ; ossudo, pele solta e
movimentação semelhante a dos felinos. Levando-se em consideração
esses detalhes, é fácil entender que o Fila Brasileiro é um cachorro
de apresentação muito difícil e bem fora do convencional da maioria
das outras raças.
Pelo seu temperamento forte, a raça traz já o "direito adaquirido" em
padrão, de não poder ser tocada pelo árbitro que o julga (ojeriza a
estranhos), coisa única nos padrões das outras raças do mundo canino.
Por este temperamento agressivo a estranhos, nosso Fila não irá
aceitar com facilidade um handler que ele não conheça para conduzi-lo
em pista. A maioria dos Filas é sempre apresentado por seus
proprietários ou por seus treinadores, pessoas que lidam com eles
desde tenra idade. Para resolver esse impasse, acho que é preferível
educar os fileiros a se enquadrarem nas técnicas e detalhes de
apresentação da raça a ter que tirar o temperamento dos Filas, para
que eles possam, quando necessário, passarem como "joguetes", de
handler para handler sempre que houver necessidade de uma troca de
apresentadores . No meu entender, prefiro o Fila Brasileiro mal
apresentado mas inteiro de temperamento, que é um detalhe padrão de
que nenhum fileiro consciente podera abrir mão.
Para bem mostrar um Fila, o handler deve saber:
1- mostrar com clareza e segurança ( para o árbitro ) a mordedura e a
dentição do seu Fila;
2- saber posiciona-lo em paralelo ( stay ), respeitando sua angulação
de ombros, posicionamento de pescoço e, sobretudo, seus jarretes em
relação a linha do solo;
3- saber mostrar suas rugas longitudinais que descem por trás dos
olhos e vem compor com as das laterais do pescoço, tanto mais
evidentes, quanto quanto mais solta for a pele do animal;
4- é bom que o handler do Fila Brasileiro saiba que na movimentação
da
raça perante o árbitro, ele deve mostrar, inicialmente, o animal a
passo, para que fique evidenciada a chamada "movimentação ( ou passo
)
de camelo", tão típico quanto indispensável a raça. Do passo ao trote
a guia deve estar frouxa e não deve haver a menor ação do condutor
sobre o cão que se desloca. A cabeça deve estar posicionada
naturalmente baixa, os dianteiros buscam um bom alcance e a propulsão
traseira fica evidenciada de forma típica, com a garupa nitidamente
mais alta que a cernelha, transmitindo aos traseiros um ligeiro
gingado que é compensado por leves movimentos laterais da cauda.
Aprenda você, que deseja apresentar bem seu cão, que definitivamente,
o Fila Brasileiro não pode andar com a cabeça alta, pois isso iria
interferir com a tipicidade dos seus movimentos. Muitos handles,
julgando estarem dando um show com seus Filas, forçam-os a andarem de
cabeça mais alta do que naturalmente o fariam se lhes deixassem andar
a vontade e como Deus os concebeu. Querem que os Filas deem shows de
elegância como Poodles, Afghan Hounds e outras raças, esquecendo-se
que estas raças são tipicamente quadradas de corpo e com angulações
de
ombros totalmente diferentes do Fila Brasileiro, que, para início de
conversa, deve ter seu corpo, quando visto de lado, inserido num
retangulo, jamais num quadrado.
Apesar de ser uma raça originariamente rústica, o Fila Brasileiro
requer de seu apresentador uma grande dose de conhecimentos para que
seus detalhes racicos sejam ressaltados ao árbitro. Longe de ser uma
raça facil de ser julgada e apresentada, nosso Fila encanta o mundo
por sua extrema humildade com aqueles que ele tem como família, do
mesmo modo valentes e decididos, quando postos a prova em seu
carater.
São únicos; no tipo, no temperamento e antes de tudo...brasileiros !

Documentos relacionados

O padrão Paulo Santos Cruz da raça Fila Brasileiro: identificação

O padrão Paulo Santos Cruz da raça Fila Brasileiro: identificação descriminar com máxima eficiência cães portadores de genes estranhos à composição básica dos animais puros e, assim, ampliar e otimizar a conservação e multiplicação orientada destes animais, exclu...

Leia mais

O Fila Brasileiro na literatur1 - Fila Brasileiro Los Tres Naranjos

O Fila Brasileiro na literatur1 - Fila Brasileiro Los Tres Naranjos Aventuras de Sherlock Holmes”, vol.V, editado pelo Círculo do Livro e com tradução de Álvaro Pinto de Aguiar, escreveu: “(...) Ele abriu a porta de uma caixa e dali saiu um cão forte, de orelhas c...

Leia mais