Edição 119 Maio - Revista Canavieiros
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Edição 119 Maio - Revista Canavieiros
1 Revista Canavieiros - Maio de 2016 2 Revista Canavieiros - Maio de 2016 Editorial O 3 Cana contribui com resultado positivo da Agrishow 2016 s bons ventos voltam a soprar a favor do setor sucroenergético. Pelo menos é o que aponta o atual cenário com preços mais altos dos produtos da cana, safra fluindo e investimentos surgindo. Prova disso é que o setor foi destaque na principal feira do agronegócio, a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), realizada no final de abril. Ausente nas outras edições devido à crise enfrentada, o setor canavieiro surpreendeu e alavancou as vendas nesta 23ª edição da feira, que movimentou R$ 1,95 bilhão de negócios, 2% a mais em relação à edição anterior, quando o volume de negócios chegou a R$ 1,9 bilhão. É isso que mostra a matéria de capa neste mês de maio. O leitor pode ter um panorama da feira, com detalhes dos diversos eventos paralelos ocorridos no evento e as novidades apresentadas pelos 800 expositores aos mais de 152 mil visitantes, de 69 países, registrado por nossa equipe durante os quatro dias da Agrishow. A revista de maio também mostra como foi o AgroEncontro, evento promovido pela Ourofino Agrociência para difundir novas tecnologias e integrar parceiros do setor, promovendo trocas de experiências, como também os detalhes do Encontro Substantivo Feminino, que discutiu a participação e visão feminina no agronegócio e na sociedade. Desta vez, temos entrevista com Maurílio Biagi Filho, presidente de honra da Agrishow e do Grupo Maubisa, e com Alexandre Andrade de Lima, eleito em abril presidente da Feplana (Feplana Federação dos Plantadores de Cana do Brasil). Já no Ponto de Vista opinam Paulo Roberto Artioli, Coriolano Xavier e José Américo Rubiano. Sobre Pragas e Doenças, opinam Leila Luci Dinardo, Ana Paula da Silva, Roberto Estêvão Bragion de Toledo e Marco Antonio Drebes da Cunha, além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Marcos Fava Neves. As notícias do Sistema mostram que a Canaoeste prossegue no seu plano de reestruturação, iniciando agenda de reuniões técnicas e que a diretoria participou de reunião de fornecedores da usina São Francisco. Assuntos legais, informações setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidos na revista de maio. Boa leitura! Conselho Editorial RC Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 RC Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo Equipe de redação e fotos: Andréia Vital, Fernanda Clariano e Rafael H. Mermejo Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3300 - Ramal: 2208 [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Revisão: Lueli Vedovato Tiragem DESTA EDIçÃO: 22.000 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550 Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008) [email protected] Boa leitura! Conselho Editorial www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Maio de 2016 Foto: Divulgação Agrishow 4 Ano IX - Edição 119 - Maio de 2016 - Circulação: Mensal Índice: Capa - 26 Cana contribui com resultado positivo da Agrishow 2016 Ausente nas outras edições devido à crise enfrentada, setor sucroenergético surpreende e alavanca as vendas na 23ª edição da feira 08 - Entrevista Maurílio Biagi Filho presidente de honra da Agrishow e presidente do Grupo Maubisa “Falta comunicação, o setor sucroenergético tem que se organizar e falar a mesma língua” 12 - Ponto de Vista Paulo Roberto Artioli diretor Agrícola da Tecnocana Mudanças na cultura de cana-de-Açúcar 24 - Notícias Canaoeste - Ciclo de palestras técnicas para associados Canaoeste - Usina São Francisco promove encontro com fornecedores de cana 20 - Notícias Sicoob Cocred - Balancete Mensal 74 - Pragas e Doenças E mais: Entrevista: Alexandre Andrade de Lima .....................página 10 Pontos de Vista: Coriolano Xavier .....................página 14 José Américo Rubiano .....................página 16 Coluna Caipirinha .....................página 18 Informações Setoriais .....................página 64 Destaques: Empoderamento feminino é tema de evento do setor .....................página 62 Agroencontro reforça tendências para o setor canavieiro .....................página 66 Ribeirão Preto-SP recebe tradicional evento sobre o controle de plantas daninhas .....................página 70 Classificados .....................página 94 Cultura ....................página 98 35 mil curtidas no Facebook - A cigarrinha e o seu controle Com a dificuldade econômica vivida pelo setor sucroenergético, o bom manejo nos canaviais significa mais produtividade agrícola, além de incremento da atividade industrial. - Crotalárias e o controle de nematoides em canaviais Os danos causados por nematoides à cana-de-açúcar no Brasil, que, em última análise, se expressam em significativas reduções de produtividade, são conhecidos há muitos anos. Revista Canavieiros - Maio de 2016 A equipe da Revista Canavieiros agradece a todos que acompanham o nosso trabalho! 5 Apoio Realização Você é nosso convidado! Revista Canavieiros - Maio de 2016 6 Sobre a Feira A feira será realizada de 21 a 24 de junho de 2016 e é voltada principalmente para cooperados do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. Na última edição, a feira contou com a presença de três mil visitantes de diversas regiões, que conferiram as novidades apresentadas pelos 76 expositores, como serviços, equipamentos, máquinas e tecnologias voltadas à produção de cana-de-açúcar e outras culturas. No ano passado a feira teve um crescimento de 6% comparado com 2014, chegando a R$160 milhões. A feira é uma verdadeira vitrine de produtos e serviços para uso nas lavouras de cana-de-açúcar e grãos. Os expositores também levam para o Agronegócios Copercana novidades tecnológicas em máquinas e equipamentos para os pequenos e médios produtores. www.agronegocioscopercana.com.br Revista Canavieiros - Maio de 2016 PROIBIDA A ENTRADA DE MENORES DE 14 ANOS 7 Data: 21 a 24 de Junho Horário: 13h às 19h Local: Centro de Eventos Copercana - Sertãozinho - SP Estrada Herminio Bizio, n°28 Bairro: Recreio Planalto, ao lado do Cred Clube Copercana RETIRE SUA CREDENCIAL NA SECRETARIA DO EVENTO Novidade 2016: A feira contará este ano com um auditório para 100 pessoas. Confira as palestras já confirmadas: 21 de junho 15h às 16h - Cerimônia de inauguração Diretoria Bayer e Copercana 22 de junho 14h às 15h - Nutrigesso – Correção da Acidez, Adubação e Fertilidade do Solo 16h às 17h - Bayer – Manejo de Cigarrinha das Raízes 23 de junho 13h30 às 14h30 - Ourofino – Manejo de Plantas Daninhas e Pragas de Solo na Cultura da Cana-de-açúcar. 16h30 às 17h30 - Bayer – Manejo de Florescimento e Isoporização 24 de junho 14h às 15h - Yara – Apresentação de Dados Experimentais e Proposta de Valor. 16h às 17h - Bayer – Manejo de Plantas Daninhas – Tendências Climáticas para 2016 Revista Canavieiros - Maio de 2016 8 8 Entrevista I “Falta comunicação, o setor sucroenergético tem que se organizar e falar a mesma língua” Maurílio Biagi Filho O presidente de honra da Agrishow, ressaltou a importância do setor sucroenergético para o resultado positivo da edição de 2016 da feira, mas ponderou que o segmento perdeu mais uma vez a chance de mostrar suas externalidades em uma das principais eventos do agronegócio do mundo. “O setor precisa ter uma presença mais atuante, não só na Agrishow, mas em todas as feiras de agronegócio. Precisa se comunicar melhor e se juntar institucionalmente para ter um só falando sobre o segmento”, afirmou o empresário, que foi substituído na presidência da Agrishow por Fábio Meirelles em 2015, depois de três anos no comando. Biagi, que também é presidente do Grupo Maubisa, um dos maiores do agronegócio nacional, deu uma entrevista exclusiva para a Canavieiros. Confira: Andréia Vital Revista Canavieiros: Qual a contribuição da Agrishow para o agronegócio? Maurilio Biagi Filho: Eu acho que a Agrishow dá uma contribuição enorme para o agronegócio, no seguinte contexto: primeiro que durante um ano inteiro todos os produtores de equipamentos represam os seus lançamentos e só liberam na Agrishow. Todos os desenvolvimentos tecnológicos nor- malmente são guardados para serem lançados na feira, onde temos uma diversidade enorme de produtos que são vendidos um pouco mais barato do que no mercado. Todos têm um desconto, têm financiamento, pois os bancos estão na feira e é um grande benchmark. Agricultores de todo o Brasil visitam a feira, trocam ideias, veem as novidades, as tendências. Então é uma contribuição Revista Canavieiros - Maio de 2016 muito grande para o agronegócio brasileiro. Em uma semana que só se fala de produção, de uma conversa muito positiva, muito otimista e ser otimista é uma característica do agricultor, que é uma pessoa diferente, que pensa diferente. Revista Canavieiros: Durante a abertura da Agrishow, foi dito que a situação econômica brasileira, com elevação das taxas de juros e mais controle de crédito, poderia atrapalhar os negócios na feira, no entanto, os expositores estiveram mais confiantes e com várias vendas realizadas. Qual a sua avaliação? Maurilio Biagi Filho: Temos uma situação global e geral no Brasil que, sem dúvida nenhuma, atrapalhou muito a Agrishow do ano passado (que vendeu menos 30% que a de 2014), e que atrapalhou essa Agrishow. No entanto, a edição de 2016 nos trouxe um balanço um pouco mais positivo na medida que vendeu 2,6% mais que em 2015, alcançando um total de R$ 1,95 bi, sem contar os negócios alavancados durante a feira e fechados depois. Não é um crescimento muito significativo, mas é um fato positivo, ainda que a situação nacional - política e econômica - não seja favorável. Tivemos nesta edição uma conjugação de fatores difícil de acontecer. Quando você fala de agricultura, não está falando de café, de laranja e de cana. Você fala de grãos. Então tivemos uma produ- 9 ção agrícola brasileira de 210 milhões de toneladas, e o preço dos grãos caíram nas bolsas, porém, o câmbio corrigiu. O outro fator é que a cana, o café e a laranja, coincidentemente, estão em um momento bom, e isso deu uma boa notícia para o agricultor brasileiro. E como pudemos ver, a cana contribuiu muito para o resultado positivo da Agrishow neste ano. Revista Canavieiros: O que o senhor destacaria como ponto alto desta edição? Maurilio Biagi Filho: As melhorias que a organização introduziu na Agrishow. A feira esteve mais bonita, mais alegre, florida, mais arrumada e é uma festa a Agrishow. Conversei com vários expositores e todos estavam animados, isso é um fato relevante. Tivemos vários momentos importantes, entre eles, cito o convênio firmado entre a Agrishow e a SIMA (Salon International de Machines et Equipaments Agrisole), que é a principal feira de máquinas e implementos agrícolas da Europa. A proposta é intensificar as relações comerciais e o intercâmbio tecnológico entre Brasil e França. Este foi um ponto alto e, se isso for realmente executado, pode ser uma coisa muito boa para os dois lados, portanto a Agrishow só teve notícias boas. Revista Canavieiros: A agricultura tem sido a locomotiva do Brasil. Até quando o senhor acha que o segmento terá fôlego para continuar como base da economia brasileira? Maurilio Biagi Filho: Por muito tempo ainda o setor será a base da economia brasileira. Estamos indo, neste ano, para quase 50% das exportações brasileiras e isso não é uma virtude da agricultura, mas sim porque os outros segmentos estão ruins. E a agricultura é a base porque não existe uma intervenção governamental. Na agricultura, o Governo se limitou a fazer o papel que deve executar em todas as atividades econômicas, ou seja, na pesquisa, através da Embrapa e de outros institutos existentes no país que foram responsáveis pelo alargamento das fronteiras agrícolas brasileiras. Então você tem crédito, os bancos, como o do Brasil, Bradesco, Santander e outros têm uma política clara com relação a financiamento agríco- la. O Governo não se meteu, pois onde ele se meteu foi um desastre como, por exemplo, no setor sucroenergético. Revista Canavieiros: Há um otimismo no setor sucroenergético com a safra 2016/2017. O que o senhor acha? Será uma boa temporada para o segmento canavieiro? Maurilio Biagi Filho: Será, sem dúvida, pois o açúcar está em um ciclo positivo. Há três anos eu falei que a recuperação do setor viria pelo açúcar e eu fui muito criticado na época, mas isso se comprova neste momento. Agora, o setor não gosta de ver nada caminhando bem, visto que está fazendo um esforço danado para derrubar os preços do açúcar, anunciando recorde de produção. Vão deixar de produzir etanol para produzir mais açúcar. Nós entramos naquele velho negócio, de repente sobe o preço do etanol porque não tem o suficiente, cai o consumo. Os estoques sobem, cai o preço. É um sobe e desce, fica nesse pingue-pongue. Aí se anuncia uma safra maior de açúcar. Não existe uma comunicação centralizada do segmento, o que prejudica muito. Revista Canavieiros: As previsões para a safra atual são elásticas, indo de 580 milhões a 640 milhões de toneladas de cana. O senhor acha que ficará no mesmo patamar da 15/16 ou deve aumentar o volume? Maurilio Biagi Filho: Acho que vai ficar em 640 milhões de toneladas. As usinas começaram muito cedo, a safra está indo super bem, há previsão de superprodução de açúcar e o mundo inteiro já sabe disso. Enfim, será uma safra muito mais açucareira do que alcooleira. Revista Canavieiros: O atual cenário político e econômico nacional pode prejudicar ainda mais o setor sucroenergético? Maurilio Biagi Filho: Já prejudicou o que podia prejudicar. Eu acho que tende a melhorar no futuro. Vale lembrar que o setor sucroenergético está começando a voltar agora, não em função de política interna, mas pela diminuição da produção de etanol e pelo mercado internacional de açúcar estar muito forte. O setor de energia no Brasil enfrentou a crise como também outros setores. Sabemos o que aconteceu com a Petrobras, o setor sofreu um baque gigantesco. Eu não sei o que está por vir, só sei que, com qualquer coisa que aconteça, ainda vamos ter muita dificuldade para progredir. Revista Canavieiros: Quais ajustes deveriam ser feitos para o setor sucroenergético voltar a ser competitivo? Maurilio Biagi Filho: É preciso uma matriz energética e o setor ter uma condução mais unânime. A infraestrutura também é um gargalo para o setor, mas acredito que este cenário está mudado sendo que a única forma efetiva de mudança é a privatização. De um modo geral, eu continuo com uma ideia antiga sobre necessidade do setor se comunicar mais. Qual é a presença do setor sucroenergético aqui na Agrishow? Uma das três principais feiras do agronegócio do mundo? Qual é a presença institucional do segmento, você não acha que o setor deveria ter um estande institucional na Agrishow? É uma coisa barata, uma bobagem, para mostrar quais são os benefícios do setor, o que é o setor, suas externalidades. É para estar na Agrishow e em todas as feiras de agronegócio brasileiro. É um trabalho que se você fizer durante 20 anos, você colhe um fruto extraordinário, isso não dá fruto no dia seguinte. Alias, é como na agricultura, é uma coisa sempre de longo prazo. Você tem de plantar, esperar, tem que chover, para depois colher. O setor reclama muito, mas não faz o que tem que fazer. A vida inteira eu falei isso, precisa rever o lado da comunicação, no amplo sentido da palavra. Não é dar entrevista, aparecer. Tem que se juntar institucionalmente, quer dizer, ter um só falando. Só que não funciona assim, então o Governo joga com a divisão e quando quer ouvir o setor, chama 10 pessoas e cada um fala uma coisa e fica o dito pelo não dito. Aí você me diz, tem a UNICA (União das Indústrias de Cana-de-açúcar) que fala pelo setor, e não é verdade, pois é só um dos que vão lá falar. Portanto, é preciso pensar na comunicação, organizar as informações, ser um setor unido. Só assim vai conseguir voltar e continuar progredindo. RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 10 Entrevista II “O setor é forte, passou pela pior crise e sobreviveu. É preciso unir forças entre entidades para seguir em frente”. Alexandre Andrade de Lima Com discurso otimista, o agrônomo Alexandre Andrade de Lima, eleito em abril presidente da Feplana (Feplana Federação dos Plantadores de Cana do Brasil), para a gestão 2016-2019, é taxativo ao afirmar que o setor sucroenergético tem um futuro brilhante, mas para que isso ocorra é fundamental a união de entidades fortalecendo, assim, o segmento, além de fazer cobranças necessárias junto ao Governo e se empenhar em executar um melhor projeto para o fornecedor de cana-de-açúcar. “É necessário ter segurança para a cadeia produtiva canavieira crescer e isso só é possível com uma política pública de longo prazo que beneficie o setor sucroenergético do país. Por isso, é preciso nos unir. A união faz a força e assim podemos trabalhar em conjunto em prol da cana”, afirmou o pernambucano, ao suceder a Paulo Leal, presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Paraná, que agora é seu vice. A Feplana, fundada em 1941, representa cerca de 70 mil produtores de cana-de-açúcar do Nordeste e Centro-Sul do Brasil, reunindo 31 associações de 13 Estados diferentes. Lima, que é também presidente da Unida (União Nordestina dos Produtores de Cana) tomou posse, recentemente, de seu quarto mandato na AFCP (Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco), e vai presidir a entidade, que tem 12 mil produtores de cana, por mais três anos. Confira a entrevista: Andréia Vital Revista Canavieiros: Qual é sua missão como presidente da Feplana? Alexandre Andrade de Lima: Tenho como objetivo dar continuidade ao trabalho que vinha sendo feito pela gestão anterior no sentido de fortalecer as entidades de classe nos estados produtores de cana-de-açúcar. Através da união dessas entidades, poderemos trabalhar em um projeto maior para o fornecedor de cana. A prioridade também é cobrar ações do Governo Federal para garantir a estabilidade do setor. É necessário ter segurança para a cadeia produtiva canavieira crescer e isso só é possível com uma política pública de longo prazo que beneficie o setor sucroenergético do país. Outra pauta é combater as discrepâncias no Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool), que define o pagamento da cana e também atuar para o avanço das liberações da cana transgênica, dando ao produtor opção de variedades mais resistentes a pragas e restrições climáticas. Revista Canavieiros: A Feplana representa quantos produtores? Lima: A Feplana foi fundada em 1941 e representa hoje cerca de 70 mil produtores de cana-de-açúcar do Nordeste e Centro-Sul do Brasil, reunindo 31 associações de 13 Estados diferentes. Mas é a única enRevista Canavieiros - Maio de 2016 11 tidade nacional do setor, as outras são regionais, como a Unida, no Nordeste, que tem 23 mil associados e a Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região do Centro-Sul do Brasil), no Centro-Sul, com 17 mil produtores. Cada uma delas tem sua característica, como no caso da Unida que é formada por pequenos produtores, a maioria deles, agricultura familiar. Já no Centro-Sul, existem grandes produtores, então, a realidade das associações é diferente e temos que saber respeitar isso, ao mesmo tempo que fazemos um trabalho conjunto em prol de um bem comum para todos. Revista Canavieiros: O senhor também é presidente da UNIDA e da AFCP. Como está a questão do setor sucroenergético no Nordeste? Lima: Nós sofremos uma seca muito severa. Pernambuco e Alagoas tiveram uma redução drástica de produção devido a esse fator climático. Para se ter noção, Alagoas passou de 23 milhões toneladas de cana no período anterior para 15 milhões de toneladas de cana no ciclo que se encerou agora. É uma quebra de safra muito grande. Fazia mais de 50 anos que o Estado alagoano não tinha uma safra como essa. Já Pernambuco fechou com 11,5 milhões, então o Nordeste, que produzia 62 milhões de toneladas de cana, nesta última safra produziu pouco mais de 50 milhões. As condições agora estão bastante favoráveis com relação à produtividade, pois as chuvas voltaram com intensidade até melhor do que a normalidade e a expectativa é que teremos uma safra razoável de recuperação. Embora tenha ocorrido muita mortalidade de socaria terminamos a temporada com preços bons, portanto a tendência é realmente começarmos a investir e acreditar na recuperação do segmento. Só que volto a dizer, é preciso ter uma política de longo prazo para reestabelecer a confiança no setor. O Governo Federal não pode tratar a agroindústria canavieira com políticas pontuais. Nós precisamos de segurança para que o setor volte a investir de novo com força. O setor é mais forte do que a crise, conseguiu sobreviver, mas precisa realmente dessas mudanças para seguir em frente. Revista Canavieiros: Qual é o papel da Feplana diante desse complicado cenário político e econômico do Brasil? Lima: Durante a Agrishow assinamos um documento com a Orplana colocando as entidades à disposição do novo Governo com Michel Temer. Essa ação tem como objetivo estreitar a relação com o poder público e enviar assim nossas sugestões justamente para contribuir com a implantação de uma política de longo prazo para o setor sucroenergético. Faz parte das estratégias da entidade manter essa aproximação, como já vinha sendo feito pela gestão anterior. O poder de decisão está em Brasília e é lá que nós temos sempre que estar. O Nordeste tem uma relação muito boa com a classe política, isso porque temos nove Estados, cada um deles com três senadores. Isso facilita muito a nossa condução política dentro do Congresso Nacional e temos que trabalhar isso a nível nacional, para trazer um bem comum para todos. Revista Canavieiros: Michel Temer acabou de assumir a presidência da República e anunciou Blairo Maggi como ministro da Agricultura. Qual é a sua opinião sobre a indicação? Ele será bom para o setor? Lima: Com um novo Governo sempre há renovações de mudanças e de esperanças. Tínhamos grandes expectativas positivas quando a presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a Katia Abreu, assumiu o MAPA (Ministério da Agri- cultura, Pecuária e Abastecimento), e foi uma grande decepção para o setor produtivo. Teremos outra vez um ministro que é um grande produtor de soja e conhece as dificuldades e gargalos do setor agrícola. A esperança se renova e precisamos que o Governo aplique medidas que deem segurança para a volta dos investimentos, e consequentemente dos empregos, que faça políticas de longo prazo para sinalizar a retomada deste desenvolvimento. Revista Canavieiros: O senhor manifestou a intenção de firmar uma parceria com o IAC para a transferência de tecnologias, como o sistema MPB (Mudas-Pré-Brotadas), desenvolvidas pelo instituto a exemplo do que foi feito com a Orplana durante a Agrishow. Na sua opinião, o quanto isso seria importante para os fornecedores de cana? Lima: Essa parceria significa estar incentivando mudanças de paradigmas na canavicultura. Na verdade, paradigmas estão se quebrando porque se planta cana do mesmo jeito desde o descobrimento do país e hoje a MPB veio justamente para mudar radicalmente a forma de plantio. Consequentemente trazer novas tecnologias visa aumentar a produtividade da cana com relação aos três dígitos. Produzir mais de 100 toneladas de cana por hectare vai ser bastante importante e é uma tecnologia que se adequa bem à situação do fornecedor de cana. Aquele pequeno produtor terá condições de fazer o seu plantio de uma forma mais econômica e mais sustentável.RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 12 Ponto de Vista I Mudanças na cultura de cana-de-Açúcar Paulo Roberto Artioli* A cultura da cana-de-açúcar teve uma mudança radical na última década, como a erradicação da prática da queima da palhada e, consequentemente, a colheita mecanizada e as demais práticas na cultura da cana também serem mecanizadas. O próprio setor foi surpreendido com a velocidade destas mudanças, principalmente da não queima, que hoje já está quase totalmente extinguida na região Centro-Sul, onde se concentra o maior volume desta cultura, coincidindo o pool das expansões nas áreas de cana-de-açúcar em áreas de cerrado com ambientes de solo menos favoráveis. Com tudo isto acontecendo de uma forma tão rápida, a própria indústria de máquinas e implementos agrícolas foi surpreendida, pois não estava preparada para tal demanda, assim como nós, produtores, também não. Com a redução da queima, o corte da cana convencional (colheita manual) tornou-se dificultoso e inviável financeiramente. Desta forma, então fomos introduzindo a colheita mecanizada com as colhedoras que tínhamos no mercado e nem todas estavam preparadas para os espaçamentos existentes na época assim como a própria cana não estava pronta para ser colhida mecanicamente. Tais fatos foram as principais causas na quebra da produtividade, pois a compactação do solo e a não preservação da linha da cana afetam muito o sistema radicular e dificulta a penetração do sistema radicular as quais são de suma importância no sistema das colheitas mecanizadas. O que ganhamos financeiramente na mudança do corte manual, que era em torno de R$23,00 /ton. para a colheita mecanizada que era em torno de R$14,00/ton., perdemos na produtividade, pois não estávamos preparados devido a não sistematização correta do plantio visando à colheita mecanizada, o não planejamento dos traçados e paralelismo dos sulcos, assim como o próprio preparo de solo, variedades e sanidades das mudas. Mas como o setor sucroenergético é muito pujante, fomos em busca de novas tecnologias implantando um preparo de solo mais adequado, mudança de ambientes utilizando a agricultura de precisão, preparo de solo que facilita a penetração das raízes (preparo mais profundos), paralelismo na sulcação utilizando os pilotos automáticos, sanidades das mudas com a introdução do plantio do MPB (Mudas Pré-Brotadas), sistema de plantio com meiose, variedades mais adequadas para a mecanização, o cultivo sendo feito com piloto automático para não compactarmos as linhas das socas, defensivos, insumos diferenciados, mudanças nutricionais, em algumas áreas o recolhimento de palha para uma melhor brotação da soca evitando doenças e pragas que, com a não queima da mesma aumentaram muito, as colhedoras já estão sendo adaptadas nos devidos espaçamentos e colhendo com piloto automático e os transbordos também. Estes investimentos fizeram com que os custos também se elevassem, combinando infelizmente com a falta de política pública, deixando nossos investimentos incompatíveis com o preço da comercialização da nossa cana, desvalorizando um dos produtos derivados desta grande cultura, que é a energia renovável (Etanol) e, consequentemente, deixando de ser competitivo em relação à gasolina para fazer medidas populistas tirando a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) da gasolina e segurando o preço da mesma para controlar a inflação trazendo consequências graves para o setor sucroenergético (endividamento) e uma das causas da quebra da Petrobras. Mas com todos estes acontecimentos negativos, com adoção de novas tecnologias, já estamos colhendo estes frutos e no rumo da tão almejada cana de três dígitos, pois é uma das ferramentas Revista Canavieiros - Maio de 2016 Paulo Roberto Artioli para a redução de custos, quanto maior produção, menor o custo. Esperamos que com esta mudança de Governo, as políticas públicas para o setor do agronegócio sejam mais eficientes e que nos dê condições para os devidos investimentos, como: mais facilidades nas linhas de créditos com juros compatíveis, prazos maiores, subsídios, seguros condizentes com a lavoura, no setor sucroenergético incentivo à bioeletricidade, incentivando a energia de biomassa da palha da cana. Tenho certeza que o agronegócio vai ser um acelerador da retomada desta catastrófica crise que estamos passando, pois em plena crise já obtivemos uma balança comercial positiva no agronegócio. O mundo já nos vê como o celeiro mundial da alimentação e tenho certeza que na hora que o Governo passar esta segurança, os investidores do agronegócio retornarão a investir no nosso querido Brasil, onde temos doze meses no ano realmente agricultáveis, solos, clima, pessoas e tecnologia para isto. *diretor Afgrícola da TecnocanaRC 13 Revista Canavieiros - Maio de 2016 14 Ponto de Vista II Agronegócio: protagonismo persistente Coriolano Xavier* C ompetitividade, ascensão, fôlego contra a crise e, mais do que tudo isso, uma espécie de fiador da economia. Esse é o currículo do agronegócio nos últimos tempos. Em 2016, mais uma vez seu desempenho positivo deve se repetir, embora com menor força e, provavelmente, margens mais justas. É o que se consegue ver a partir da segunda estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para a safra de grãos de 2016 - e da projeção reavaliada do VBP (Valor Bruto da Produção) pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Pelos últimos números, o VBP consolidado da pecuária e agricultura vai crescer 0,7% sobre 2015, atingindo R$ 515,2 bilhões em 2016. Um recorde, se for confirmado, decorrente das 20 principais lavouras (elevação de 2,8% em relação a 2015, alcançando R$ 338,6 bilhões), pois o composto das proteínas animais deve cair 3%, com um VBP de R$ 176,6 bilhões. E aqui já vemos o efeito da crise brasileira, que afetou o poder de compra da população e reduziu o consumo das famílias. De acordo com o IBGE, a produção de grãos será de 211,3 milhões de t, 0,9% a mais que 2015. E mais uma vez a soja será o grande destaque em VBP (R$ 123 bilhões no total), com crescimento de 12,3% graças à desvalorização cambial e, também, a novos ganhos de produtividade: a previsão é de aumento de 4,9% na colheita da ole- aginosa, para uma área plantada que avançou bem menos - 2,7%. No milho, a história é parecida com um crescimento de 3,7% no VBP, principalmente por obra do câmbio, que estimulou exportações e puxou o mercado interno para o mesmo alinhamento de preços, levando inclusive algum stress ao perfil de custos do setor animal, na produção de frangos, suínos, leite e confinamento bovino. Apesar desse quadro positivo em meio à crise, os produtores precisam ficar ligados na rentabilidade. O boi, por exemplo, fornece um bom indício: em fevereiro passado o preço da arroba girava em torno de R$ 155,00 (ESALQ/BMF), que é um patamar historicamente elevado, mas em termos reais representava um valor 4% inferior ao preço de um ano atrás, por conta da inflação de 10,6% IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor). Se bem que a pecuária brasileira passa por um momento virtuoso de modernização, com maior produtividade da terra (mais carne por ha) e maior produtividade do rebanho (mais qualidade e rendimento de carcaça). Tanto que as projeções indicam para os próximos 10 anos um crescimento do rebanho bovino de 0,25% ao ano em média, queda da área de pastagem à base de 1,20% ao ano e aumento da produção de carne em 1,52% ao ano – até 2025, segundo o Outlook Fiesp. Fica também um sinal de atenção para os preços das commodities, que re- Revista Canavieiros - Maio de 2016 C Coriolano Xavier cuaram no mercado internacional, após longo período de bonança entre 2005 e 2014. O câmbio compensou essa queda dos preços em dólar e, mesmo com o aumento no custo dos insumos importados (fertilizantes e agroquímicos em particular), há um horizonte positivo para a agropecuária, no médio prazo. As margens podem até ficar apertadas; mas como diz um reputado economista, Ivan Wedekin, “lucro menor ainda é lucro”. Ainda bem! *vice-presidente de Comunicação do CCAS (Conselho Científico para Agricultura Sustentável), professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM. RC M Y CM MY CY CMY K 15 Revista Canavieiros - Maio de 2016 16 Ponto de Vista III Algumas dificuldades e sugestões José Américo Rubiano* A contribuição do Governo Dilma para a destruição do setor sucroenergético, antes da percepção que estava destruindo o Brasil, é de tal monta que a retomada em um cenário de crise geral torna-se ainda mais difícil. O Brasil vive um momento paradigmático. Ainda que com boa parte dos atores de filme B da Câmara Federal, um novo Governo se inicia. Desce a rampa aquela que jamais poderia ter subido e sobe um político experimentado, intelectual e politicamente mais preparado e com experiência para conduzir com melhores resultados as necessárias tratativas com o Congresso Nacional. A policromia política brasiliense impõe um ajuste de expectativa. Ainda assim haverá avanços. É nessa nova quadra da política nacional que o setor deve situar-se para buscar as conquistas necessárias para reencontrar-se crescentemente como provedor de empregos, de sustentabilidade; contribuinte de tributos e da balança comercial. Sem pretensão de esgotar o tema, vamos nomear algumas dificuldades e sugestões que contribuirão para o setor retomar o crescimento. Uma parte importante é o endividamento tributário. Para ficar com uma ferramenta já experimentada, que deve ser aperfeiçoada, implementar um novo PESA - Programa Especial de Securitização de Ativos. Como o Governo contribuiu fortemente para as dificuldades tem a obrigação de prover soluções. O endividamento bancário tem que ser resolvido e está sendo solucionado em negociações entre partes. Importante observar que os credores tenham real consciência das dificuldades, para não imporem negociações que inviabilizem a atividade e o recebimento de seus créditos. Juros e prazos compatíveis com a capacidade de pagamento são fundamentais nessa negociação. Estes dois aspectos resolvidos terão reflexos importantes nos balanços das empresas. A renovação da lavoura com a crise foi preconizada, com importante impacto no índice de produtividade. É necessário aumentar substancialmente os recursos do Prorenova, transformando-o em linha regular de financiamento pelo prazo de dois ciclos da cana. Neste momento de dificuldades, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pode buscar recursos no mercado internacional, disponibilizando financiamentos em moeda forte para as empresas que exportam produtos. Neste caso, a estruturação de garantias, além das usuais, considerando ainda a instabilidade do dólar, pode contar com instrumentos de mercado para mitigar o risco. Esta linha de financiamento, com mais recursos, permitirá que as empresas tenham melhores condições de comercialização dos seus produtos, não precisando antecipar a venda de quase toda a produção. Outra questão importante, aqui é uma questão de opinião, é a velha briga entre gasolina e etanol. Na data em que escrevo o preço do hidratado, não paga o custo de produção. O anidro adicionado é vendido ao consumidor final por R$ 3,50. Não seria o caso de um combustível único onde se estabeleceria uma adição crescente de anidro? Neste caso há espaço para um preço que remunere a produção. Outra alternativa seria o desenvolvimento de motores que tornassem o etanol competitivo com a gasolina, não pelo preço, mas pelo desempenho. O governo que sai, poderia ter condicionado o forte apoio ao setor automotivo, ao desenvolvimento de novos motores. Outro aspecto da maior importância é a representação do setor. As instituições existentes têm feito um trabalho importante. Mudar a adição de etanol de 25% para 27% é importante. Simplesmente tangencia as resoluções estruturais necessárias. É preciso avançar, ter uma presença mais forte nas instâncias decisórias de Governo. A pauta de reinvindicação tem que ser com temas mais amplos e estruturantes que resolvam os nós do setor. Revista Canavieiros - Maio de 2016 José Américo Rubiano Como exemplo a carga tributária não considera as externalidades do etanol. Ainda que neste momento discutir a carga tributária e a forma de incidência dos impostos possa parecer pecado, não é. Pois estamos falando de colocar o tema em discussão, para buscar um novo modelo tributário para o setor, assim quando o momento se fizer oportuno, este modelo esteja maduro para ser proposto. O setor deve atingir sua capacidade instalada nesta safra. Não seria o caso de se desenvolver um programa especial para recolocar em atividade as dezenas de empresas fechadas, seja nos locais onde estão instaladas ou a relocalização das indústrias, quem sabe até para uma nova fronteira do etanol? O setor produz energia limpa que ganha cada vez mais espaço no mercado internacional. É inacreditável que este problema não venha a ter solução. Para estes temas estruturais a representação do setor precisa aprender a articular com as forças políticas que fazem a regra do jogo. Na última semana foi instituído o Programa de Combustíveis e Tecnologias Veiculares, o setor não está representado nesta comissão! *diretor na J.A Rubiano Consultores Associados RC 17 Revista Canavieiros - Maio de 2016 18 Coluna Caipirinha Caipirinha O Brasil vira a página O que acontece com nosso agro? As exportações do agro trouxeram US$ 8,076 bilhões em abril, um aumento de 14,3% em relação a abril de 2015. O agro trouxe 52,5% das exportações do Brasil neste mês, e um saldo de US$ 7,1 bilhões (foi de US$ 5,95 bilhões em abril de 2015), pois as importações caíram 13%. Se não fosse o agro o Brasil fecharia o mês com US$ 2,2 bi de déficit. No primeiro quadrimestre, as exportações do agro estão 10,2% acima de 2015, trazendo um saldo de US$ 24 bilhões. Os outros setores da economia foram deficitários em US$ 10,9 bilhões, portanto o saldo do agro é que confere o saldo de US$ 13,2 bilhões na balança. A soja aumentou 43% no valor e 63% na quantidade neste período. Só em abril a soja trouxe US$ 4 bilhões. O setor sucroalcooleiro também está 8,3% acima em valor e 23,4% em quantidade, com grande crescimento em abril (65%). Milho estamos acima em 109,5% no valor e em quase 140% na quantidade. Todas as carnes estão acima também do ano passado. A CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) soltou a nova revisão da estimativa da safra 2015/16 no Brasil. Agora são 202,4 milhões de toneladas, 3,2% a menos que sua estimativa do mês passado e 2,5% inferior a 2014/15. A produção de soja será de 96,9 milhões de toneladas (perda de 2 milhões em relação à estimativa anterior). Ano passado produzimos 96,2 m.t. A culpa é da estiagem no MATOPIBA nesta fase final, principalmente. Pela CONAB, Tocantins registrou as maiores perdas. USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduz a projeção de produção global de soja, o que causou reação nos preços chegando a quase US$ 11/bushel. A Argentina perdeu 2,5 milhões de toneladas pelo clima. Os estoques mundiais de soja caíram 5 milhões entre uma e outra avaliação. USDA estima aumento na produção mundial de 2,6% e aumento de 4,3% na demanda, derrubando os estoques em 8,1%, para 20,8% do consumo mundial. Completa esta boa notícia a estimativa que a safra de soja dos EUA será 3,3% menor (103,4 m.t.). O USDA prevê safra 4% maior no Brasil em 2016/17 (103 milhões), que deve exportar 60 milhões de toneladas. Estimam para a Argentina produção de 57 milhões de toneladas e exportação de 10,65 milhões. A China deve comprar em 2016/17, 4 milhões de toneladas a mais, boa notícia da soja. Já o milho, pela CONAB, chegará próximo a 80 milhões de toneladas, caindo 5,6% em relação à última projeção. Finalmente a CONAB cortou a projeção da safrinha, em 7,4%, caindo para 52,9 milhões de toneladas. Muitos plantios foram feitos fora da janela ideal e sofreram fortemente com a seca. A safra de verão também cai para 27 milhões de toneladas, 1,7% menor que a ultima projeção e um tombo de 10% e relação a 2014/15. O USDA também estimou reduções no milho. Para 2015/16, 3 milhões a menos no Brasil (84 a 81), 1 milhão a menos na Argentina (28 para 27). Para a safra 2016/17, estimam nos EUA 366,54 milhões de toneladas, 6% a mais que em 2015/16 o que deve levar a produção a 1,011 bilhão de toneladas. Estoques devem ficar no mesmo nível, ao redor de 207 milhões de toneladas. Estima a mesma produção para o Brasil e um salto na Argentina, para 34 milhões, pela retirada das “retenciones” (impostos de exportação). Mesmo em menor velocidade, analistas acreditam que o PIB (Produto Interno Bruto) da China tende a crescer US$ 5 trilhões até 2030. Nos próximos anos, a China deve focar menos em investimentos, e mais em ganhos de produtividade de mão de obra, que pode crescer de 20 a 100% neste período, se- Revista Canavieiros - Maio de 2016 Marcos Fava Neves* gundo a McKinsey. O setor de serviços apresenta enorme potencial de crescimento, bem como produtividade vinda da automação de fábricas. Muito investimento em inovação vem sendo feito fortalecendo empregos na classe média e aumentando seu potencial de consumo. Finalizando com a boa notícia ao agro tomando espaço do petróleo e do diesel, produzimos 15% a mais de biodiesel em 2015 quando comparado a 2014, chegando a 3,9 bilhões de litros. O que acontece com nossa cana? A UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar) mostra que a safra está a todo vapor, com estimativa entre 605 a 630 milhões de toneladas (contra 617,7 em 2015/16). O clima mais seco seria o principal fato para esta baixa. Deve ser safra bem mais açucareira na comparação, produzindo entre 33,5 a 35 milhões de toneladas (7 a 12% maior), devido ao mix e ao aumento do teor de açúcar. Há risco maior de geadas neste ano. A importância do setor é impressionante: início de safra gerou 22 mil contratações. A taxa de renovação dos canaviais caiu para 10% na safra que se encerrou, de acordo com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), comprometendo o crescimento futuro. O que acontece com nosso açúcar? Safra menor na Índia e a seca que 19 afetou a Tailândia voltou a levar o açúcar perto de 16 cents/libra peso. Além disto, o aumento dos preços do petróleo para mais de US$ 40/barril também contribuiu. O que tem interferido negativamente é a perda de mercado no hidratado e a velocidade de moagem neste início de safra, bastante elevada. Ainda sobre a Índia, será importador líquido em 16/17, devido a dois anos de seca. Isto não ocorreu nos últimos 4 anos, quando a Índia foi exportadora. Estima-se para esta safra 15/16 (se encerra em 30/09) uma produção de 25 m.t, queda de mais de 11% em relação à safra anterior e consumo de 26 m.t. Como se tornará um importador líquido em 2016/17, contribuirá mais ainda para o déficit no mercado mundial. Cálculos do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostram que em abril o açúcar estava remunerando bem mais que o etanol (64% a mais que o anidro e 75% a mais que o hidratado). Isto tudo devido à grande queda de preços com a entrada da safra e a necessidade de caixa das usinas. Os preços do etanol caíram mais de 30%, enquanto que os do açúcar permaneceram iguais, ao redor de R$ 75/sc. Fechamos março/abril com preços do açúcar 40% maiores que no ano passado. Estimativa da Datagro mostra uma produção de 35,2 milhões de toneladas de açúcar em 16/17, grande crescimento em relação a 2015/16 (31,38 milhões). A estimativa anterior da Datagro era de quase 2 milhões de toneladas menor. Esperam 44% da cana indo para açúcar. Os EUA estão precisando importar mais açúcar, já foi pedido pelas refinarias, mais um fator altista de preços. Safra menor de beterraba na Europa, pelo clima (produção 24% menor) fez com que o refinado tenha chegado no mercado interno a quase 700 euros. O que acontece com nosso etanol? Produzimos 30 bilhões de litros de etanol em 2015, crescendo 6% em relação a 2014, de acordo com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Em 2015 destaca-se o grande crescimento do etanol hidratado, de 34%, alcançando 19 bilhões de litros. Fruto da crise que assola o país, as vendas de diesel caíram 6,1% no primeiro trimestre de 2016 em comparação ao ano anterior (81,5 milhões de barris). O consumo de gasolina no primeiro trimestre cresceu 1,4%, para 66,13 milhões de barris. Em março cresceu 9,53% (3,72 b.l.), maior consumo para este mês desde o início da série, roubando espaço do hidratado. O problema do primeiro trimestre foram as perdas de vendas de etanol hidratado (12,3% a menos). Março foi terrível, pois as vendas caíram 22%, para apenas 1,1 bilhões de litros. No geral, o consumo de combustíveis caiu 5% no primeiro trimestre. No primeiro trimestre também tivemos importações de etanol dos EUA. Só em fevereiro foram mais de 80 milhões de litros. Em abril os preços caíram drasticamente, chegando a R$ 1,35 no hidratado e R$ 1,56 no anidro. Com o recuo, ainda que tardio, dos preços nos postos, em maio devemos retomar o consumo de hidratado, mas as perdas do primeiro quadrimestre são irrecuperáveis. Em São Paulo no início de maio já estavam favoráveis os preços do etanol ao consumidor. Continuam boas as perspectivas de exportações de anidro neste ano, que deve pelo menos igualar os 1,9 bilhão de litros do ano passado. Porém, em abril foram relativamente pequenas as exportações, bem abaixo de 100 milhões de litros. Pela Secex, de janeiro a abril exportamos 704 milhões de litros, mas pela Datagro apenas 259,3 milhões de litros. Diferença esta justificada pelos ajustes nos RE (registros de exportação). A Petrobras vem conseguindo recuperar R$ 3 bilhões por mês com a diferença de preços entre a gasolina no mercado interno e externo. Precisa de muito tempo ainda para recuperar o tombo de 2012 e 2013. Mas o aumento dos preços do petróleo vem diminuindo esta arrecadação. A baixa dos preços do petróleo fez efeito. Muitos projetos foram engavetados e investimentos serão postergados. Estima-se mais de US$ 270 bilhões em projetos foram cancelados, que de- vem afetar a oferta global de petróleo. As empresas foram na redução de custos, mesmo com o recente aumento do preço do barril para quase US$ 50. Uma boa notícia ao etanol. Quem é o homenageado do mês? Todos os meses nossa coluna traz uma singela homenagem a alguém que sempre contribui com o agronegócio e com a cana. Neste mês o homenageado é o Sr. Antonio Tonielo, ou nosso “Toninho Tonielo”, um grande clássico da cana! Haja Limão Depois de tenebrosa experiência de longos 14 anos onde atrasamos uma ou duas gerações, chegamos ao final do período lulopetista. Que o país possa iniciar seu longo e doloroso processo de reconstrução, onde o trabalho e o mérito sejam os valores centrais entre outros valores que precisam ser recuperados. Antes um fim horroroso (impeachment) que um horror sem fim (experiência com o lulopetismo). Termino este texto com dupla emoção, pois chegamos a 50 colunas caipirinha, 50 meses de contribuição contínua, justamente no momento onde são anunciados 55 votos no Senado pelo afastamento da presidente. Com todo o respeito, tchau querida! Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA) e desde 2006 é Professor Visitante Internacional da Universidade de Buenos Aires e Membro do Conselho da Orplana.RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 20 Notícias Canaoeste Ciclo de palestras técnicas para associados Canaoeste Em Viradouro, o evento reuniu mais de 110 produtores Fernanda Clariano S eguindo o trabalho proposto pela Canaoeste, de aproximar e levar ao conhecimento do associado um conteúdo técnico e também institucional da Associação, bem como os manterem informados sobre a situação do mercado de açúcar e etanol, projeções para a safra, dentre outros, foi que a entidade realizou no dia 4 de maio, sua segunda reunião técnica, desta vez na cidade de Viradouro-SP. O evento aconteceu no salão da Câmara Municipal e contou com mais de 110 associados da cidade e da região. A ação faz parte de um ciclo de encontros a serem realizados ao longo do ano nas filiais da Canaoeste. Na abertura, o presidente da Associação, Manoel Ortolan, falou sobre a representatividade da entidade, a importância do associativismo e também das ações externas que são as influências políticas e econômicas que muitos produtores não têm a consciência e que precisam ser informados. “Viradouro é uma região de produtores que estão na atividade e que desempenham o seu papel junto à propriedade. Para nós é uma grande satisfação poder contar com um número tão expressivo de participantes. Tivemos a adesão de mais de 110 produtores”, avaliou Ortolan, que também comentou sobre o trabalho que vem sendo realizado na busca de aproximar ainda mais a entidade e os seus associados. “Estamos buscando estreitar o relacionamento com os produtores por meio de uma melhor comunicação, Manoel Ortolan, presidente da Associação fez a abertura do evento Em Viradouro, produtores da cidade e região lotaram o salão da Câmara Municipal onde pretendemos conversar mais, levar conhecimento, discutir, lutar pelo fortalecimento da Associação e, assim sendo, buscarmos melhorias constantes, mas para isso, precisamos de participação”. O gestor corporativo da Canaoeste, Almir Torcato, explanou sobre o cenário do mercado e projeções para a safra atual. “Por meio dessas reuniões, pretendemos mostrar para os associados o que o mercado está dizendo”, afirmou Torcato que também salientou “este é um período propício para mostrarmos para o fornecedor o que ele pode esperar para a próxima safra, como serão os preços para este ano, como está sendo a safra, se ela está sendo mais açucareira ou alcooleira. Essa é uma forma de dar segurança para o produtor para ele saber o que vai enfrentar e como enfrentar”. Como parte da programação, o pesquisador do IAC, dr. Carlos Azania, ministrou uma palestra técnica sobre “Manejo de Plantas Daninhas na Cultura da Cana-de-Açúcar”, onde abordou desde a identificação das plantas daninhas, começando pelos prejuízos que elas causam, até o controle e, sobretudo, como escolher os herbicidas. Na ocasião, o pesquisador passou aos associados presentes todos os critérios técnicos a serem seguidos após a esco- Revista Canavieiros - Maio de 2016 Dr. Carlos Azania, pesquisador do IAC lha do herbicida, bem como a forma de aplicação do produto no campo. “É com muita satisfação que participo dessa reunião técnica ensinando um pouco do que aprendi. Quando você fala direto com o produtor, leva a mensagem onde ela realmente tem que chegar que é para quem vai colocar a mão na massa e usar os seus ensinamentos. Isso é muito gratificante”, afirmou Azania. Já a FMC, parceira no evento divulgou algumas ferramentas para o manejo de produtividade e controle de plantas daninhas. Por meio do profissional de desenvolvimento de mercado, Carlo Gamper, a empresa apresentou o seu 21 Representantes da FMC, empresa parceira Giovanni Mossin, Antonio Pagotto, Alessandra Durigan, Almir Torcato e Manoel Ortolan novo nematicida, o Marshal Star; o Boral, excelente produto para o plantio e pensando no residual e seletividade, o Gamit Star e o Gamit CS. Gamper ainda discorreu sobre seletividade e escolha de produtos, fatores importantes que produtor precisa considerar. “A FMC é uma empresa líder no mercado de cana justamente por seu tripé que são os produtos, as pessoas e as parcerias que são essenciais para a empresa estar na posição em que ela está hoje no mercado. A nossa parceria com a Canaoeste é essencial, pois uma empresa agrega a outra. Eles trazem os contatos pela facilidade que tem com os fornecedores e nós trazemos as tecnologias para facilitar a vida no campo e garantir a produtividade”, pontuou Gamper. Interação Para ter conhecimento do que o associado espera da Canaoeste e também Revista Canavieiros - Maio de 2016 22 para que as reuniões sejam atrativas e dinâmicas, a Associação preparou uma pesquisa de satisfação, onde os produtores participam dando suas opiniões. O material será entregue em todas as reuniões técnicas, recolhidos e avaliados. Depoimentos de grande relevância e de nossos interesses. É muito importante o associado se fazer presente e acompanhar os trabalhos e planos da Associação. Eu estou muito satisfeito com os serviços prestados, pois sempre que requisito algo sou atendido”, garantiu o associado da cidade de Jaborandi, João Luiz Ferreira. só o agrônomo no campo, tem todo um trabalho da parte jurídica que às vezes o associado não tem conhecimento”, disse a associada da cidade de Colina, Flávia Varela Dias. “Procuro participar de todas as reuniões e vim animada, pois acredito que tudo o que é para agregar é válido e importante. Gosto muito do trabalho da Canaoeste e como o presidente disse sua apresentação, a Associação não é “Sem dúvidas essa reunião foi muito produtiva porque nos trouxe conhecimentos e esclarecimentos. Vejo com bons olhos o trabalho realizado pela Canaoeste, já precisei dos serviços do agrônomo e fui bem atendido. Ele me orientou e obtive bons resultados. Vale a pena ser um associado”, afirmou o associado de Terra Roxa, Clemente Aparecido Bazzo. “Esse tipo de reunião é muito importante para nós produtores para estarmos esclarecidos sobre os assuntos que são Flávia Varela Dias, associada da cidade de Colina José Vicente Marques Beato, associado de Viradouro Clemente Aparecido Bazzo, associado de Terra Roxa A filial da Canaoeste em Viradouro é representada pelo engenheiro agrônomo Antonio Pagoto, que exerce a função na associação há 14 anos e, por meio do seu excelente trabalho, é uma ponte entre os associados da filial e a associação. O agrônomo fala com gratidão sobre seu trabalho e do reconhecimento recebido pelos associados. “Sou grato pela acolhida e pelo respaldo que recebo da Canaoeste e também dos fornecedores que são quem fomentam a associação e valorizam os eventos buscando conhecimento e agregando valores”. RC Antonio Pagoto, engenheiro agrônomo João Luiz Ferreira, associado da cidade de Jaborandi “Gosto de estar atualizado, sempre participo das reuniões e essa foi importante porque o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, fez uma excelente explanação sobre o que Associação realiza dentro e fora das propriedades. A parte técnica também foi bem produtiva. Já precisei de alguns serviços de acompanhamento na lavoura e o agrônomo da Canaoeste foi muito prestativo. Vale a pena ser um associado porque estou tento um respaldo do que eu pago por meio dos serviços que me prestam”, contou o associado de Viradouro, José Vicente Marques Beato. Revista Canavieiros - Maio de 2016 23 Usina São Francisco promove encontro com fornecedores de cana A expectativa é que a movimentação aumente 5% em relação à safra passada Andréia Vital O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, participou do encontro de fornecedores de cana-de-açúcar promovido pela Usina São Francisco, no dia 6 de maio, no Centro de Convenções, em Barrinha-SP. Na ocasião, Ortolan reforçou a importância das entidades de classe, entre elas, associações e cooperativas, como representantes dos produtores de cana-de-açúcar para defender seus interesses na esfera política e social. Fernando Balbo, diretor agrícola da usina, apresentou dados referentes à safra passada e projeções para a 2016/2017. Segundo o executivo, a expectativa é que a usina processe nesta safra 1.474.000 mil toneladas, o que representa cerca de 5% a mais do que no ciclo passado. O encontro contou ainda com explanação do presidente da Coplana, José Antonio de Rossato Júnior e de Monika Bergamaschi, ex-secretária de Agricultura do Estado de São Paulo e atual presidente do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio). O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, o gestor corporativo da José Antonio de Rossato Júnior, Manoel Ortolan e Mônika Bergamaschi Fernando Balbo, diretor agrícola da usina Canaoeste, Almir Torcato, e o superintendente da Socicana, José Guilherme Nogueira, entre outras lideranças, também participaram do evento. RC O diretor da Copercana e outros fornecedores de cana participaram do evento Revista Canavieiros - Maio de 2016 24 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal - (prazos segregados) Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Março/2016 - “valores em milhares de reais” Sertãozinho/SP, 31 de Março de 2016. Revista Canavieiros - Maio de 2016 25 Revista Canavieiros - Maio de 2016 26 Cana contribui com resultado positivo da Agrishow 2016 Ausente nas outras edições devido à crise enfrentada, setor sucroenergético surpreende e alavanca as vendas na 23ª edição da feira Andréia Vital A Agrishow 2016 (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) movimentou R$ 1,95 bilhão de negócios, 2% a mais em relação à edição anterior, que foi de R$ 1,9 bilhão. Com um público de 152 mil pessoas vindas de 69 países para conhecer as novidades, tecnologias e serviços apresentados por 800 expositores, a feira, realizada entre os dias 25 e 29 de abril, foi considerada boa pelos representantes da organização, formada pelas principais entidades do agronegócio do Brasil: ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos), Faesp (Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo) e SRB (Sociedade Rural Brasileira). O valor pode ultrapassar os R$ 2 bilhões quando o resultado oficial do evento for divulgado no final de maio, afirmou o presidente da Agrishow e da Faesp (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), Fábio Meirelles. "Tenho uma convicção de que possivelmente alcançaremos ou até poderemos passar dos R$ 2 bilhões, o que demonstra à organização o desenvolvimento em um momento Revista Canavieiros - Maio de 2016 Foto: Assessoria Agrishow Cerimônia de Abertura de grande dificuldade na política econômica”, argumentou. Fábio Meirelles, presidente da Agrishow Como havia afirmado na coletiva de abertura da feira, Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, reforçou novamente que o agronegócio é um dos poucos pilares da economia que continua crescendo, devido a isso, a edição deste ano foi melhor do que no ano passado. “Havia um temor de que houvesse queda nas vendas, mas este resultado mostra a pujança do agronegócio que de fato é o setor que está sustentando a economia do Brasil”, disse ele, contando que a rodada internacional de negócios obteve um recorde de US$ Fotos: Rafael Mermejo Especial Agrishow Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq 18 milhões de vendas, entre negócios fechados e futuros, com prospecções para os próximos 12 meses. “Esse montante representa um incremento de 23% em comparação com a rodada anterior, sendo que desta vez, tivemos a participação de 46 empresas e 18 delegações de compradores estrangeiros”, esclareceu. Para Pedro Estevão, presidente da CSMIA/Abimaq (Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o atual cenário político e econômico do país atrapalhou o desempenho da feira, já que o clima de incerteza afugentou o comprador. “Se a gente tivesse um ambiente político melhor, as vendas seriam maiores”, disse. Plantadeira de MPB exibida nas demonstrações de campo Pedro Estevão, presidente da CSMIA/Abimaq De acordo com Maurílio Biagi, presidente de honra da Agrishow, o setor sucroenergético teve um papel importante este ano na feira. "A cana, que teve um fator negativo nas últimas edições, contribuiu para o resultado positivo desta feira", afirmou o executivo, ressaltando que o segmento começa a “voltar agora depois de ter sofrido um baque gigantesco”. no segmento. Agora surgiu oportunidade, com um pouco mais de renda, e o fornecedor de cana volta a investir. Então, a Agrishow teve um saldo positivo também com a contribuição do setor canavieiro que estava praticamente ausente no ano passado", disse. Opinião compartilhada com Francisco Matturro, vice-presidente da ABAG. "O preço do açúcar tem subido levemente, mas o que mais impactou o setor canavieiro foi a correção do câmbio. Isso tem gerado renda ao produtor. Outro fator, talvez mais importante neste contexto, é que as máquinas já estão mais velhas, pois são três, quatro anos que não há investimento O anúncio de antecipação do Plano Safra para o ciclo 2016/2017, que acabou se concretizando no dia 4 de maio, também foi apontado como determinante para as boas vendas na feira. “Isso contribuiu para as decisões de compra, já que nós não sabemos o que o próximo plano trará”, esclareceu na ocasião Maturo. Revista Canavieiros - Maio de 2016 Foto: Newton Santos 27 28 Especial Agrishow Governador de SP participa da abertura oficial da Agrishow Andréia Vital “A 23ª Agrishow é um exemplo de sucesso, pois há 23 anos era pequena e hoje é considerada a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina e a terceira maior do mundo trazendo novidades de 800 marcas para os pequenos, médios e grandes agricultores, que são quem está salvando a lavoura”, afirmou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre as perspectivas do setor agrícola no Estado durante seu discurso, na abertura oficial da Agrishow 2016. O governador citou o delicado momento econômico pelo qual o Brasil passa, com três anos seguidos de retração do PIB (Produto Interno Bruto) do país. “É a maior recessão em 80 anos, a economia atualmente derrete”, constatou. Uma boa saída apontada por Alckmin é continuar alavancando a produtividade paulista e a brasileira incentivando cada vez mais o comércio exterior. “O agronegócio é o único setor que tem registrado números positivos na Balança Comercial brasileira, por isso é importante oferecer condições para que a produção agropecuária brasileira seja exportada”, disse. O governador criticou a atual política fiscal nacional, com a segunda maior taxa de juros do mundo e gargalos de logística, que encarece o produto brasileiro, resultando em menos competitividade a ele. “Portanto, temos que somarmos os esforços para que o Brasil possa realizar o seu grande destino”, conclui. Geraldo Alckmin, governador de São Paulo "Nós temos o nosso programa Pró-Trator e o Pró-Implemento, que é juro zero, sem correção monetária. Isso permite ao pequeno e médio agricultor comprar seu trator, seu implemento agrícola, com dois anos de carência e até seis anos para poder pagar. Já foram 5.700 equipamentos", disse o governador. Outras autoridades também marcaram presença na solenidade, como o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, a prefeita de Ribeirão Preto-SP, Darcy Vera, e o secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, entre outros. Ao explanar Rebelo afirmou que a agricultura e a pecuária contribuem para gerar um setor mais dinâmico de Na feira ainda, Alckmin fez o lançamento da Campanha de Combate à Febre Aftosa. "Este ano, o Estado completará 20 anos sem registrar um único foco da doença" disse ele, que aplicou a vacina em um bezerro; entregou sete tratores e três equipamentos adquiridos por meio dos Programas Pró-Trator e Pró-Implemento, do Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), além da entrega de caminhão adquirido via Projeto Microbacias II - Acesso ao Mercado, para a Abafa (Associação Batataense dos Produtores da Agricultura Familiar), de Batatais. Revista Canavieiros - Maio de 2016 Aldo Rebelo, ministro da Defesa empregos. “Nestes dias difíceis, são estes setores quem respondem e carregam nas costas o Brasil e fazem com que o agronegócio seja o único segmento, além do aeroviário com superávit. São eles responsáveis por uma democratização na mesa com a redução do preço da cesta básica e dos alimentos a uma escala que tornou acessível o grão e a proteína na mesa dos pobres”, ressaltou. O ministro ainda citou que “apesar do cenário atual, o mais difícil foi feito lá atrás com os primeiros passos na plantação das sementes e na criação do gado. Foi complicado iniciar uma indústria de máquinas. Esses foram os períodos mais difíceis. As dificuldades de hoje, podemos superar, com o mesmo espírito, consciência e persistência”, disse. Já Fábio de Souza Meirelles, presidente da Agrishow, afirmou que o expressivo ganho de produtividade conseguido ao longo dos anos pela agricultura brasileira tem permitido gerar emprego e prover alimentos para os 204 milhões de brasileiros, além de garantir as exportações. “Pela importância e comprometimento do setor, precisamos confiar o destino da nossa pátria aos homens de trabalho que desenvolvem nossa agropecuária. Aqui temos homens conscientes do momento que vivemos. O homem do campo tem cumprido sua responsabilidade de alimentar a população”, afirmou. 29 Parque de exposições da Agrishow terá vitrine tecnológica permanente Projeto foi lançado pelo Instituto de Zootecnia durante a feira e mostra na prática ganhos ambientais e econômicos da ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) Andréia Vital Ribeirão Preto-SP passa a ter uma área permanente para estimular práticas sustentáveis de pecuária com a criação de uma Vitrine Tecnológica Sustentável, cujo projeto foi lançado durante a Agrishow 2016. A vitrine será instalada em uma área de 44 hectares do Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste/Centro da Secretaria de Agricultura, local da sede da Agrishow até 2028, e servirá para a implantação de um projeto que une dois sistemas produtivos na área de pecuária: a Produção Intensiva de Bovinos de Corte com o sistema ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta. A área poderá ser visitada o ano todo, com possibilidades de realização de dias de campo e treinamentos, recebendo técnicos, pesquisadores e acadêmicos interessados no assunto. Empresas que queiram desenvolver pesquisas e sistemas tecnológicos também poderão utilizar o espaço. “A Vitrine Tecnológica oferece a possibilidade de o agropecuarista aumentar sua produtividade e na sua renda, ao mesmo tempo em que faz uma agricultura amiga do meio ambiente”, destacou o secretário de Agri- Prêmio Brasil Agrociência Eliseu Roberto de Andrade Alves, pesquisador da Embrapa, nas áreas de inovação, pobreza rural, política agrícola, irrigação, construção e desenvolvimento de instituições, recebeu o Prêmio Brasil Agrociência e a Homenagem da Agrishow, por sua contribuição para o desenvolvimento do agronegócio. Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura de São Paulo cultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, durante o lançamento do projeto. Eliseu Roberto de Andrade Alves, recebeu o prêmio das mãos de Fábio Meirelles e Maurílio Biagi O prêmio foi entregue durante a solenidade de abertura, pelo presidente da Agrishow, Fabio Meirelles. Já a Homenagem da Agrishow foi dado pelo presidente de Honra da Agrishow, Maurilio Biagi. Lançada em 2014, a premiação Brasil Agrociência tem como objetivo incentivar cientistas e pesquisadores, profissio- nais que já demonstraram competência para a construção de uma inovadora base científica e tecnológica de produção agropecuária no mundo tropical e subtropical. Consultor do Banco Mundial e da FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Alves é referência no Brasil e no exterior em pesquisa agropecuária. O projeto prevê a participação da iniciativa privada e tem um custo total de R$ 3 milhões. Com foco no desenvolvimento e transferência de tecnologia em pecuária de corte e recuperação de áreas degradadas, por meio do uso da integração do sistema ILPF. “As parcerias com o setor produtivo são fundamentais para a concretização desse projeto e temos a pretensão de achar que quem vier para ele, se dará muito bem, pois integraremos os conhecimentos das nossas instituições. Espero que a iniciativa possa se espalhar para todo o país como uma referência”, ressaltou Jardim. Uma das pioneiras na divulgação do sistema ILPF a John Deere foi a primeira Revista Canavieiros - Maio de 2016 30 Foto: divulgação Especial Agrishow Paulo Hermann, presidente da John Deere Francisco Matturro, vice-presidente da w Carla Tuccilio, diretora da Verum Eventos patrocinadora do projeto. “A integração de sistemas é uma revolução para o campo, pois agrega sustentabilidade econômica, social e ambiental, com uma gestão apurada. Nesse sentido, o programa Vitrine de Tecnologia Sustentável vem ao encontro deste modelo de produzir cada vez mais e ainda preservar o meio ambiente. Estamos fazendo história”, afirmou Paulo Hermann, presidente da multinacional. dito e, principalmente, gere emprego e renda, por isso, vamos apoiar este projeto da Vitrine Tecnológica”, afirmou. tecnia e a APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios). Segundo ele, existem trabalhos que comprovam que uma integração bem-feita pode produzir a mesma quantidade de alimento em um sexto da área que seria necessário para produzir em um sistema convencional. “Há comprovação também de que este sistema integrado pode produzir com 55% menos de emissões, por isso, o sistema é economicamente viável”, disse ele, completando “nós precisamos criar sistemas que mitigam riscos e estabilizem a receita e deem segurança para os agentes de cré- Francisco Matturro, vice-presidente da Abag ressaltou que o projeto Vitrine estará inserido num dos mais importantes centros do agronegócio do país. “A grande vantagem do projeto é a parte técnica envolvida, pois conta com pesquisadores do mais alto nível dos mais importantes centros de pesquisa do Brasil. Temos a oportunidade de transformar esta área numa grande vitrine, juntamente com a Agrishow, na qual o público da feira poderá conhecer o programa funcionando”, disse. Além da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, participam do projeto Vitrine de Tecnologia Sustentável, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o Instituto de Zoo- Revista Canavieiros - Maio de 2016 A Verum Eventos, empresa responsável pela realização dos principais eventos brasileiros de pecuária, como InterCorte, Dia do Produtor, Beef Week e Caminho do Boi, também confirmou a participação na organização da Vitrine Tecnológica. De acordo com Carla Tuccilio, diretora da empresa, a nova área dará uma grande contribuição ao demonstrar na prática como funciona e os ganhos que se pode obter com a ILPF. “Temos percebido como esse tema desperta o interesse dos pecuaristas, mas, ao mesmo tempo, muitas dúvidas de como colocar em prática e a sua viabilidade. Diante disso, a Vitrine Tecnológica cumprirá um papel muito importante de orientar os produtores e mostrar como a ILPF pode trazer ganhos econômicos e ambientais ao seu negócio”, concluiu Carla. 31 IAC e Orplana assinam protocolo de intenções para transferência de tecnologia Andréia Vital Fotos: Andréia Vital A Orplana (Associação dos Plantadores de Cana-de-Açúcar da Região Centro-Sul) e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo firmaram parceria para a transferência de tecnologias desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC) aos produtores e fornecedores da entidade. O protocolo de intenções foi assinado pelo secretário Arnaldo Jardim e pelo presidente da Orplana, Eduardo Romão, durante a Agrishow 2016. “Estou convicto de que este ato faz parte de um momento revolucionário para a produtividade agrícola. A transferência de tecnologia é fundamental para incentivar a adoção de novas variedades e criar novas oportunidades de negócios”, afirmou Jardim, que também falou sobre a linha do Feap/Banagro (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – Banco do Agronegócio Familiar) para financiamento de viveiros e o lançamento do Boletim Recomendações Gerais para a Conservação do Solo na Cultura de Cana-de-açúcar, pelo Instituto Agronômico, em abril de 2016. Cana do Brasil) a parceria é muito importante para o setor canavieiro. “É uma honra participar da celebração deste convênio, a gente vê com bons olhos a iniciativa da Orplana e da Secretaria, que interage bastante com o setor, e este convênio é importante no sentido de oferecer novas tecnologias ao fornecedor de cana, quebrando paradigmas em relação ao plantio, e a iniciativa, com certeza, vai trazer mais entusiasmo para a busca da produtividade de cana de três dígitos”, disse. Para Alexandre Lima, presidente da Feplana (Federação dos Plantadores de O presidente da Orplana, Eduardo Romão, ressaltou a relevância do Orlando Melo de Castro, Alexandre Lima, Arnaldo Jardim, Eduardo Ramão e Celso Albano acordo para todos os produtores de cana do Centro-Sul, região de atuação da organização. Já Celso Albano Carvalho, gestor executivo da entidade, falou sobre as novas diretrizes da entidade. “A Orplana tem desenvolvido 19 projetos estratégicos e este de transferência de tecnologia está com força total para resgatar a produção da cana-de-açúcar e levar tecnologia ao produtor rural. A transferência é fundamental para aproximar os produtores da pesquisa. O IAC é o berço da tecnologia paulista e brasileira para o setor”, concluiu. Resultado de um ano do Programa + Cana Andréia Vital José Guilherme Nogueira, diretor da Socicana/Coplana de Guariba, apresentou os resultados de um ano do Programa + Cana, uma iniciativa do Programa Cana IAC, em parceria com a Cooperativa Agroindustrial (Coplana) e a Associação dos Fornecedores de Guariba (Socicana), durante evento promovido pela Secretaria de Agricultura de São Paulo, na Agrishow. Segundo o executivo, no primeiro ano de projeto, a taxa de multiplicação do MPB foi de 1:70, o que significa que 100 metros de mudas originam sete mil metros multiplicados a partir do MPB, com custos de produção reduzidos em José Guilherme Nogueira apresenta os resultados Revista Canavieiros - Maio de 2016 32 Especial Agrishow 30%. “Os custos operacionais de produção das mudas de MPB foram de R$ 0,25, valor inferior aos praticados pelas empresas que têm comercializado as mudas. Com o projeto, os produtores estão retomando a produção de mudas, o que é muito importante”, esclareceu. José Guilherme Nogueira, diretor da Socicana/Coplana de Guariba Os sete produtores participantes do programa + Cana têm a oportunidade de produzir sua própria MPB de cana-de-açúcar e levá-la ao campo. O empenho dos usuários, somado à dedicação dos pesquisadores e técnicos, tem resultado na superação das expectativas ao longo da execução do projeto piloto, previsto para ser concluído em outubro de 2016. “Queremos dobrar o número de polos participantes possibilitando assim modernizar o plantel varietal dos nossos produtores e elevar a produtividade dos seus canaviais”, afirmou. "Com o projeto, resgatamos a verdadeira função do canavicultor, de produzir cana-de-açúcar. Nos últimos anos, os produtores foram se distanciando de algumas etapas do processo de produção", concluiu Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador e líder do Programa Cana IAC. IAC inaugura galpão para produção de MPB Andréia Vital Fotos: Andréia Vital O IAC (Instituto Agronômico) inaugurou um galpão de produção de MPB (Mudas Pré-Brotadas), no Centro de Cana IAC, localizado em Ribeirão Preto-SP, durante a Agrishow. No novo espaço serão realizadas partes das etapas de produção de mudas de cana-de-açúcar pelo Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB), tecnologia desenvolvida pelo Instituto, explicou Mauro Alexandre Xavier, pesquisador do IAC. Além do corte dos minirrebolos, será feito no novo espaço o tratamento químico, pré-brotação e individualização das mudas. “Com a configuração do novo galpão será possível reduzir de 12 para 8 dias o processo de brotação das gemas, o que significa uma redução de 33% de tempo certamente, promovendo impactos positivos na diminuição de custos de produção Dr. Mauro Xavier, melhorista do IAC Marcos Landell, diretor do Centro de Cana das MPBs, explicou Xavier. “A logística operacional e dinâmica direcionaram o projeto inspirado nas linhas de montagens industriais, que permitirão ganhos na qualidade e na eficácia do processo de produção das MPBs”, afirmou o pesquisador. “Com este novo conceito em blocos de fabricação de MPB, conseguimos reduzir a dispersão das ações e reduzir em 10 dias o processo todo, que antes demorava 60 dias, o que significa que teremos 17% a mais de capacidade de ocupação deste espaço dentro do ano, ou seja, conseguiremos fazer 17 % a mais de muda com a mesma estrutura”, explicou Marcos Landell, diretor do Centro de Cana. Dr. Mauro Xavier, melhorista do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador e líder do Programa Cana IAC, Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Orlando Melo de Castro, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Sérgio Augusto Morais Carbonel, diretor-geral do IAC Revista Canavieiros - Maio de 2016 Segundo ele, as inovações que o instituto tem apresentado ao setor, principalmente o sistema MPB, trazem uma perspectiva maravilhosa para o produtor de cana. “O MPB pode se tornar uma grande alavancagem para os fornecedores porque eles reassumem o planejamento e o plantio dos seus canaviais, passando a utilizar variedades mais modernas e mais adequadas à sua propriedade”, afirmou. 33 Liderança participaram do processo de produção das MPBs Já o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, afirmou que o novo espaço é fundamental para impulsionar as atividades do setor sucroenergético. “O Sistema MPB é muito importante para a geração de renda, emprego e para a exportação e tem respondido rapidamente aos estímulos”, disse. Presente à inauguração, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, tam- Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste bém ressaltou a importância do sistema desenvolvido pelo instituto, que vem revolucionando o plantio da cana-de-açúcar. “Acompanhamos este centro há mais de 40 anos e temos que agradecer o trabalho inovador que vem sendo desenvolvido aqui. Quem um dia imaginaria plantar cana desse jeito, com este sistema que traz resultados que vão além de uma boa muda, mas de um modo geral beneficia e dá oportunidade ao produtor, principalmente para os pequenos, a grande maioria desta região”, afirmou Ortolan. Na ocasião, o presidente da Canaoeste, junto a outras lideranças como o coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Orlando Melo de Castro, o presidente da Feplana, Alexandre Lima, o pesquisador do Programa Cana IAC, Mário Campana e o produtor da Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê (Ascana), Paulo Roberto Artioli, plantou mudas de MPB em ato simbólico. O resultadO dessa qualidade aparece na sua prOdutividade. Calcário Itaú. Mais fino, mais puro, mais eficiente, mais econômico. www.vcimentos.com.br | SAC: 0800 701 9895 | F: (16) 3019 8110 | [email protected] Revista Canavieiros - Maio de 2016 34 Especial Agrishow 91,3% da colheita de cana-de-açúcar na safra 2015/2016 em São Paulo foi realizada sem queimadas Andréia Vital Patrícia Iglecias, secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, apresentou o balanço do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético durante coletiva de imprensa realizada no estande da ABIMAC, na Agrishow. Segundo informações divulgadas, 91,3% da colheita de cana-de-açúcar das usinas e fornecedores de cana na safra 2015/2016 foi realizada sem o emprego do fogo, através da colheita mecanizada. Com abrangência estadual, o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético define metas, como a antecipação do prazo para a eliminação da queima da palha da cana, proteção de nascentes e matas ciliares, e a redução de consumo de água na etapa industrial. Neste caso, a secretária esclareceu que o gasto médio de água no processamento industrial da cana entre 2010 e 2015 teve queda de 33% no consumo, atingindo o patamar estabelecido pelo Zoneamento Agroambiental na maioria das regiões do Esta- do. “Também estimamos que cerca de 8,65 milhões de toneladas de gases de efeito estufa deixaram de ser emitidas no Estado”, afirmou. A pesquisa apontou ainda que na safra 2015/2016, 133 unidades agroindustriais e 24 associações, que representam 5.485 fornecedores, obtiveram Certificado Etanol Verde. A área total compromissada com as boas práticas agroambientais do protocolo pelas usinas e fornecedores de variedades signatários totaliza 5.405.772 hectares, que representam 26,3% da área agricultável do Estado. As usinas que integram o Protocolo Agroambiental são responsáveis pela produção de 44% do etanol brasileiro e 92% do paulista. Outro benefício do acordo é que a energia elétrica produzida a partir do bagaço e da palha da cana-de-açúcar pelas usinas na safra 2015/2016 totalizou mais de 18.100 GWh. “Desse total, cerca de 10.170 GWh foram exportados para a rede elétrica, o que equivale a 26% do Fotos: Andréia Vital Patrícia Iglecias, secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo consumo residencial paulista em um ano, que é de 39.450”, explicou Patrícia. Para a secretária do Meio-Ambiente, a proteção e a preservação das nascentes e matas ciliares também tiveram ganhos com o compromisso assumido com as usinas. “Cerca de 258.773 hectares de matas ciliares e mais de 8.400 nascentes estão no acordo de proteção e restauração, prestando serviços ambientais importantes para São Paulo”, concluiu. Diretoria da Copercana e Canaoeste visita a Agrishow Andréia Vital A diretoria da Copercana, representada pelo diretor Pedro Esrael Bighetti, visitou a Agrishow 2015. Um dos locais frequentados pelo executi- vo foi o estande da Coopercitrus. Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, também marcou presença, parti- Tiago Toniello e José Pedro Toniello, diretores do Grupo Toniello, Fernando Degobbi, diretor de marketing da Coopercitrus, Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana, João Jorge Dezem, da SIPCAM NICHINO, José Geraldo da Silveira Mello, gerente comercial da Coopercitrus, Gustavo Lopes, veterinário da Copercana e Fernando Damião da Rocha Freitas, da SIPCAM NICHINO. Revista Canavieiros - Maio de 2016 cipando de diversas reuniões realizadas na feira, entre elas, uma da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo). Manoel Ortolan com José Mário Jorge, presidente da Uniagro, Saulo Faleiros, diretor da Uniagro; Ricardo Lima de Andrade, superintendente da Cocapec (Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas), Arnaldo Jardim, secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, e Edivaldo Del Grande, presidente da Ocesp. 35 Revista Canavieiros - Maio de 2016 36 Especial Agrishow Prêmio Deusa Ceres A Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo realizou a solenidade Deusa Ceres pela quarta vez consecutiva paralela a Agrishow Fernanda Clariano Fotos: Fernanda Clariano / Rafael Mermejo Ainda durante a programação da 23ª Agrishow, foi entregue um dos mais tradicionais prêmios do agronegócio brasileiro: o Deusa Ceres, uma iniciativa da AEASP (Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo), que é celebrado desde 1972, e homenageia os profissionais da agronomia que se destacam ano a ano nos mais diversos segmentos. A cerimônia foi realizada no dia 27 de maio, no auditório do Centro de Cana IAC. O secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, entregou o troféu Deusa Ceres ao engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia, pela Esalq/USP, Aldir Alves Teixeira, que é membro e coordenador de Qualidade da Câmara Setorial do Café, da Secretaria de Agricultura, diretor-geral da Experimental Agrícola e reconhecido internacionalmente como um dos maiores especialistas em café. “As pessoas homenageadas aqui hoje têm em comum não apenas exercer a mesma profissão, mas fazer isso de forma apaixonada. O fazer abre caminho para a instituição crescer e se fortalecer”, disse Arnaldo Jardim, que ainda agradeceu. “Eu quero dizer obrigado ao Aldir Teixeira, que tanto nos ajudou na secretaria e que tem uma importância para todos nós, parabéns”. O Engenheiro Agrônomo Aldir Alves Teixeira recebeu o Troféu Deusa Ceres Ismael Perina, recebeu a medalha “Fernando Costa” Angelo Petto Neto, presidente da AEASP Ao receber o troféu, Aldir Alves Teixeira recordou sua trajetória e agradeceu. “Recebo com muita humildade o título de Engenheiro Agrônomo de 2016, que alegria, que emoção, que honra. Agradeço a todos, agradeço a honra da escolha a todos os presentes, muito obrigado a todos”. O engenheiro agrônomo formado em julho de 1980, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” campus de Jaboticabal, Ismael Perina, recebeu a medalha “Fernando Costa” e falou da satisfação de ser homenageado. “Quero agradecer a AEASP, na pessoa do presidente, Angelo Petto Neto, por ter promovido essa premiação e também por me dar o privilégio de poder receber essa honraria que é um grande incentivo para que continuemos trabalhando e fazendo algo de bom para este país”. O evento foi encerrado pelo presidente da AEASP, Angelo Petto Neto. “É uma satisfação enorme para a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Revista Canavieiros - Maio de 2016 Foto: Andréia Vital Os agraciados foram indicados por associados, instituições públicas e privadas e empresas ligadas ao setor. O Prêmio Engenheiro Agrônomo de 2016 foi para Aldir Alves Teixeira. Já a medalha “Joaquim Eugênio de Lima” foi entregue para Maria Esmeralda Soares Payão Demattê. As medalhas “Fernando Costa” foram para José Walter Figueiredo Silva (Ação Ambiental), Antonio José Torres (Assistência Técnica e Extensão Rural), Ismael Perina (Cooperativismo), Paulo Fernando de Bento (Defesa Agropecuária), Glauco Eduardo Pereira Cortez (Ensino), José Carlos Fernandes (Iniciativa Privada), Orivaldo Brunini (Pesquisa), e José Luiz Tejon Megido, como destaque na área de Comunicação Rural. Cláudia Tonielo e o secretário da Agricultura Arnaldo Jardim acompanharam o evento São Paulo realizar pela quarta vez consecutiva a solenidade Deusa Ceres nesse ambiente da Agrishow. Isso é possível graças à participação da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e todas as instituições e institutos que a compõem e fazem a história dessa nossa querida Secretaria da Agricultura e, em especial, ao Instituto Agronômico de Campinas, que aqui nesse Centro de Cana nos recebem todos os anos. Todos os profissionais aqui homenageados contribuem de forma preponderante para que a sociedade receba os frutos das atividades por eles exercidas”. 37 Revista Canavieiros - Maio de 2016 38 Especial Agrishow Secretaria da Agricultura e Andef firmam parceria durante a Agrishow A Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agrotóxicos: A ideia inovadora vai contribuir com a agricultura e levar informação de qualidade para os trabalhadores na área de aplicação de agrotóxicos Fernanda Clariano O Brasil tem 10% da população brasileira trabalhando na agricultura, isto é, cerca de 20 milhões de agricultores. Destes, 10% são aplicadores de agroquímicos. Apesar do relevante trabalho que vem sendo realizado por diversas entidades e empresas envolvidas no processo de transferência de tecnologia, observa-se uma falta de atualização técnica e metodológica de ensino por parte de professores, extensionistas e instrutores que atuam na transferência de tecnologias de aplicação de agrotóxicos e segurança do trabalhador em manipulação direta e indireta de agrotóxicos. O crescimento sustentável do agronegócio e a busca incansável das melhores soluções para a qualificação efetiva do aplicador culminaram na criação de um projeto pioneiro no Brasil, a Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agrotóxicos. Esse projeto inovador tem o objetivo principal de desenvolver as bases para profissionalizar os aplicadores, por meio de um sistema de habilitação que qualifique os trabalhadores a reconhecerem efetivamente os riscos de suas atividades e aplicarem a quantidade necessária e adequada dos produtos de forma segura e econômica e também, que esses profissionais sejam preparados e dotados de um sólido conhecimento científico em tecnologia de aplicação e segurança no trabalho, atuando como agentes de mudanças, levando conhecimento e qualificando aplicadores em todo Brasil. Para ampliar treinamentos de aplicação de defensivos agrícolas no Brasil, a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, juntamente com a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal) firmaram uma parceria no dia 28 de maio, durante a 23ª Agrishow, em Ribeirão Preto-SP. O documento foi assinado Fotos: Rafael Mermejo Parceria foi firmada no estande da Secretaria na Agrishow no estande da Secretaria na feira, pelo secretário Arnaldo Jardim e pelo diretor executivo da Andef, Mário Von Zuben. “Aqui estão reunidas pessoas com consciência e responsabilidade. Com essa assinatura, reafirmamos nossa unidade em torno dessa causa, pois esse é um ato que preserva a atenção do aplicador, a sua saúde, estabelecendo novos critérios e novas práticas, afirmou o secretário que também enfatizou a importância das parcerias”. Que essa parceria de ação possa se multiplicar e atingir um número maior de pessoas - treinando, preparando, disseminando novas práticas, ajudando a combater preconceitos e mostrando uma agricultura ambientalmente sustentável, economicamente decisiva para o país”. O diretor executivo da Andef, Mario Von Zuben, considerou a parceria importante e necessária, para ele, todos os envolvidos na questão dos agroquímicos devem aderir ao programa do IAC. “As novas tecnologias voltadas para a agricultura são essenciais para o sucesso e para a pujança dessa agricultura que a gente vê aqui no Brasil, mas se não houver treinamento e qualificação dos usuários não irá alcançar o seu potencial e isso seria uma grande perda. Por isso apoiamos iniciati- Revista Canavieiros - Maio de 2016 Mario Von Zuben, diretor executivo da ANDEF vas como essa porque sabemos que elas podem contribuir para o sucesso continuado da agricultura brasileira”. A ideia inovadora vai trazer para a agricultura muitos benefícios num curto espaço de tempo porque irá auxiliar a levar informação de qualidade, para os trabalhadores na área de aplicação de agrotóxicos. Os treinamentos serão essenciais para melhoria da responsabilidade na aplicação de agrotóxicos, gerando benefícios incalculáveis à agricultura brasileira e à saúde ocupacional e ambiental nas regiões agrícolas. O acordo prevê a constituição de uma Unidade de Referência em Tec- 39 nologia e Segurança na Aplicação de agrotóxicos, que irá funcionar dentro do Centro de Engenharia e Automação do IAC, em Jundiaí-SP. As atividades estão previstas para começar em julho deste ano. Por sua história, atuação e conhecimento nas áreas de tecnologia e aplicação em segurança no trabalho com agrotóxicos, inicialmente o projeto será implementado e gerenciado pelo Centro de Engenharia e Automação do IAC (Instituto Agronômico), que é o instituto de pesquisa da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Desde 1969, o Centro de Engenharia e Automação do IAC promove ações para a modernização da agricultura, dedicando-se a pesquisas científicas e aos ensaios de máquinas, complementos e operações agrícolas mecanizadas. A unidade de referência irá contar com salas de aulas, auditório, secretaria, áreas para aulas práticas e laboratórios que auxiliarão na excelência do ensino e preparo dos agentes multiplicadores. Neste trabalho do IAC, serão realizados cursos teórico-práticos de nível avançado, com duração de 15 dias, sobre os temas ligados à tecnologia de aplicação e segurança no trabalho com agrotóxicos. Haverá também visitas técnicas a empresas ligadas à fabricação e teste de EPI (Equipamentos de Proteção Individual), estações experimentais de desenvolvimento de agrotóxicos e empresas especializadas em ensaios de toxicologia. A meta inicial é formar cerca de 400 agentes multiplicadores por ano, por meio de programas de formação como NR31, que disciplina sobre segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, seleção, uso e manutenção de EPI e tecnologias de aplicação para pequenas propriedades, entre outros. Mario Von Zuben, diretor executivo da Andef contratados profissionais externos para compor o quadro de profissionais que atuarão nos cursos. “O Centro vai trabalhar para a constituição de conteúdos programáticos, materiais padronizados de treinamento e avaliação de agentes multiplicadores, bem como na elaboração de esquemas padronizados de estruturação física e financeira de outros centros de referência a serem constitu- ídos no Brasil”. Ainda segundo ele, o projeto busca mais parcerias para poder crescer e levar qualidade para o campo, segurança para o trabalhador e para o alimento fornecido à população”, o pesquisador também destacou que “hoje se investe milhões no desenvolvimento de máquinas e tecnologia de pulverizadores, tecnologia de precisão, investem milhões no desenvolvimento de novos produtos, produtos mais seguros, mais eficazes, mais específicos e com menos problemas ambientais. Porém, toda essa tecnologia é colocada nas mãos de um trabalhador com quatro anos de experiência, que não tem muitas vezes conhecimento suficiente para reconhecer a tecnologia que está usando e não sabe utilizá-la adequadamente. O que a Secretaria da Agricultura por meio do Centro de Engenharia e Automação e o Instituto agronômico quer fazer é levar conhecimento para que o trabalhador tenha condições de usar melhor a tecnologia disponível”. Feira EIMA Internacional A aproximação entre a feira italiana de máquinas e a Agrishow 2016 busca estabelecer parceiras Fernanda Clariano A Associação de Fabricantes Italianos FederUnacoma participou da 23ª edição da Agrishow, com o objetivo de desenvolver parcerias com os empresários brasileiros. Os dirigentes da entidade aproveitaram também para divulgar a edição 2016 da EIMA Internacional - a Feira de Máquinas Agrícolas, que será realizada de 9 a 13 de novembro, em Bolonha, Itália, e que deve contar com intensa participação de empresários brasileiros. Na edição anterior, realizada em 2014, a EIMA contou com 1.900 empresas expositoras vindas de 50 países, com a exibição de 50 mil modelos de máquinas e equipamentos, e na qual compareceram cerca de 235 mil visitantes oriundos de 140 países. De acordo com os dirigentes da EIMA, as perspectivas a curto e médio prazo é de recuperação gradual de rentabilidade no setor primário. Com isso, há uma melhoria no intercâmbio entre Brasil e Itália. De acordo com o pesquisador do IAC e executor do projeto, Hamilton Humberto Ramos, o IAC responderá pela equipe técnica que conduzirá os trabalhos e, quando necessário, serão Revista Canavieiros - Maio de 2016 40 Especial Agrishow 33º Prêmio Gerdau A premiação busca incentivar o desenvolvimento sustentável, a inovação e a excelência do agronegócio e apresentar o que existe de melhor em máquinas, equipamentos e componentes de uso agrícola fabricados no Brasil Fernanda Clariano Fotos: Fernanda Clariano A escolha dos vencedores foi feita por uma comissão julgadora, composta por especialistas de reconhecida experiência que fazem parte das principais instituições voltadas para as Ciências Agrárias Em sua 33ª edição, o Prêmio Gerdau Melhores da Terra, maior reconhecimento para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas da América do Sul, premiou em evento paralelo a Agrishow, as empresas vencedoras na categoria Novidade Agrishow, onde concorrem as maiores e mais significativas inovações tecnológicas do setor, capazes de contribuir para a produtividade agrícola, a qualidade de vida dos produtores rurais e a preservação do meio ambiente. Participam as máquinas e equipamentos lançados após a Agrishow 2015 e que estiveram expostos na feira em 2016. A categoria Novidade Agrishow reconhece as tecnologias voltadas para a Agricultura Familiar e Agricultura de Escala, segmentos de grande importância para o agronegócio brasileiro. A escolha dos vencedores foi feita por uma comissão julgadora, composta por especialistas de reconhecida experiência que fazem parte das principais instituições voltadas para as Ciências Agrárias. A cerimônia de entrega dos troféus aconteceu no dia 26 de abril, no auditório do Centro de Cana e premiou na Categoria Agricultura Familiar, a empresa Implementos Agrícolas Marispan Ltda, da cidade de Batatais-SP, com a Pá Carregadeira Marispan M85, que consiste num sistema de acoplamento frontal para tratores utilizado tipicamente nas pequenas propriedades. O equipamento se diferencia pelo eficiente sistema de segurança para travamento, pela função de amortecimento que evita as oscilações bruscas ao transportar a carga e pelo prático sistema de acoplamento e desacoplamento, que facilita a tarefa do operador e permite que o trator também seja utilizado para outras atividades agrícolas. O diretor administrativo e industrial da Marispan, Paulo Nascimento, agradeceu pelo reconhecimento recebido. “Muito obrigado a Gerdau e a organização da Agrishow por abrirem este espaço, é uma grande honra para nós participarmos e sermos reconhecidos. Essa é uma iniciativa que incentiva cada vez mais a Marispan e todo o mercado a criar soluções e inovações para facilitar a vida do produtor rural”, afirmou. Na Categoria Agricultura de Escala, a empresa vencedora foi a GSI Brasil Indústria e Comércio de Equipamentos Agropecuários Ltda., da cidade de Marau-RS, premiada pelo equipamento Revista Canavieiros - Maio de 2016 Marcos Faraco, diretor de Marketing e Vendas da Operação Aços Brasil da Gerdau, fez a entrega do troféu ao diretor Administrativo e Industrial da Marispan, Paulo Nascimento. Fornalha Block-Velox, item fundamental para secagem de grãos. Essa fornalha é resultado de um projeto genuinamente brasileiro que teve início em 2005 e se diferencia pela durabilidade, eficiência energética e simplificação da montagem, reduzindo o peso do material utilizado em 75% e o tempo de construção em 60%. O sistema desenvolvido permite que menos lenha seja consumida no processo e, além disso, o ar aquecido apresenta menor teor de resíduos, reduzindo o seu contato com os grãos. O diretor Comercial para Divisão Armazenagem de Grãos, da GSI, José Luiz Viscardi, falou da satisfação em receber a premiação. “É com grande or- 41 Gustavo Verneck, diretor executivo da Operação Aços Brasil da Gerdau, entregou o troféu ao diretor Comercial para Armazenagem de Grãos, da GSI, José Luiz Viscardi. gulho que recebemos este troféu. Uma premiação que dividimos com todos os envolvidos no desenvolvimento deste equipamento e que contribuíram para que pudéssemos avançar numa inovação tão importante para esse segmento, agregando valor ao nosso produtor que trabalha muito e mostra que cada vez mais o nosso país é um país agrícola. Agradecemos a Gerdau por propiciar essa possibilidade que faz com que o país busque inovação”, destacou. Secretarias da Agricultura do RS e de São Paulo estreitam iniciativas de intercâmbios e cooperações técnicas durante a Agrishow Andréia Vital Gustavo Verneck, diretor executivo da Operação Aços Brasil da Gerdau Segundo o diretor executivo da Operação Aços Brasil da Gerdau, Gustavo Verneck, apesar do cenário de constante desafios, o Prêmio Gerdau Melhores da Terra está na sua 33ª edição, reconhecendo as empresas que contribuem com o agronegócio brasileiro. “É uma satisfação ver tanta melhoria, tanta inovação e as coisas acontecendo como a evolução dos dois premiados nas questões relativas à melhoria de produtividade, na preservação do meio ambiente, dentre outros. Gostaria de parabenizar a todos e dizer que a gente continua junto na evolução do agronegócio do Brasil, que é extremamente importante para todos nós. Parabéns aos vencedores pelos trabalhos desenvolvidos”, concluiu. Ernani Polo, secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul, e Arnaldo Jardim, secretário da Agricultura do Estado de São Paulo O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, visitou pela primeira vez a Agrishow, onde participou de reuniões com o secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim. A intenção dos encontros, segundo Polo, é estreitar iniciativas de intercâmbios e cooperação entre as duas secretarias. “Queremos explorar o potencial que o Rio Grande do Sul tem em relação à cana-de-açúcar, intensificando a pesquisa sobre a cultivar. A intenção da aproxima- ção com São Paulo, o Estado mais avançado no desenvolvimento da cultura, é a troca de experiência na área da pesquisa entre os dois Estados”, disse o secretário, explicando que a cana tem diversos usos, até como forrageira para o RS. “No caso de São Paulo, o interesse é em fruticultura, a qual o nosso Estado tem larga experiência”, afirmou Polo, ressaltando que outras reuniões deverão ocorrer para traçar a parceria em cooperação conforme os pontos de interesse para as duas secretarias. Revista Canavieiros - Maio de 2016 42 Especial Agrishow DMP traz para a Agrishow o seu “carro chefe” A Plantadora de Cana Picada PCP 6000 garante maior controle e uniformidade do plantio Fernanda Clariano A DMB levou para a 23ª Agrishow a PCP 6000 Automatizada, plantadora desenvolvida com o objetivo de diminuir o consumo de mudas por área plantada e a influência da ação humana no resultado final do plantio. Equipada com um CLP (Centro Lógico Programável) onde todas as operações da plantadora são programadas eletronicamente, ela realiza todas as tarefas do plantio automaticamente, por meio de um toque na tela da IHM (Interface Homem Máquina) instalada na cabine do trator. Isso tudo, somado aos benefícios das esteiras, garante maior uniformidade do plantio reduzindo consideravelmente o consumo de mudas. “Temos uma linha de adubadores modernos, mas o plantio mecanizado ainda é a pedra de toque do setor, por isso trouxemos para a Agrishow a PCP 6000 Automatizada, o nosso carro-chefe. Essa Plantadora de Cana Picada já está no mercado e tem mostrado resul- Fotos: Rafael Mermejo Auro Pardinho, gerente de marketing da DMB tados significativos, reduzindo bastante a quantidade de mudas e com plantio muito bem-feito, sem nenhuma falha”, disse o gerente de marketing da DMB, Auro Pardinho, que também comentou sobre a participação na feira e as perspectivas de negócios. “Essa foi uma feira muito produtiva. Pelas perspectivas de melhorias no setor em termos de preços, de valores da cana, açúcar e etanol, percebemos que o pessoal já está mais animado e isso logicamente reflete em negócios. Por isso acreditamos que os resultados vão ser bastante promissores”, analisou. Sergomel pela primeira vez na Agrishow Com equipamentos de alta qualidade e eficiência, a empresa se destaca no mercado de serviços na área de transporte rodoviário, canavieiro e florestal Fernanda Clariano Participando pela primeira vez como expositora na Agrishow, a Sergomel, empresa sertanezina pioneira no mercado de reboque canavieiro, recebeu os seus clientes e amigos em um amplo estande na feira, que é vitrine das mais avançadas tendências e inovações tecnológicas para o agronegócio. Grande parte de seus investimentos são direcionados na atualização de máquinas e processos, desta forma, mantém um parque industrial moderno, o que possibilita a prestação de serviços a vários clientes, bem como a vendas de peças com uma gama de itens para reposição e agilidade no atendimento. Para atender à Lei da Balança, a Sergomel desenvolveu o seu carro chefe mia de pneu e também passa a não danificar o asfalto devido à redução de peso. Oswaldo Ilceu Gomes, presidente da Sergomel - o reboque canavieiro linha leve, feito com aço de alta tecnologia. A empresa conseguiu tirar todo o excesso de peso, permitindo que o cliente ande com o volume correto de balança, carregando mais cana e menos peso. Obtendo, assim, economia de combustível, econo- Revista Canavieiros - Maio de 2016 “Essa foi a primeira experiência que tivemos na Agrishow, onde apresentamos os nossos produtos e, dentro do contexto geral, acredito que tivemos uma boa participação. Este ano completamos 41 anos de fundação, sempre trabalhando com muita seriedade, e qualidade nos nossos produtos”, disse o presidente da Sergomel, Oswaldo Ilceu Gomes. 43 Valtra reforça benefícios da Colhedora BE 1035e na feira Andréia Vital Fotos: Andréia Vital A aposta da Valtra, marco do Grupo AGCO, para a Agrishow, foi a colhedora de cana BE 1035e, a primeira da empresa a ser produzida na fábrica da multinacional em Ribeirão Preto-SP. A unidade tem capacidade de produzir 240 máquinas por ano. A colhedora foi apresentada ao mercado no ano passado durante a Agrishow e, nesta edição, o trabalho foi no sentido de intensificar as vendas. A empresa tem a previsão de vender 40 máquinas neste primeiro semestre. “Este ano será o período de consolidação desta máquina e nosso objetivo é fechar o ano com 10% de market share no mercado doméstico. Também iniciamos um trabalho no mercado externo, com testes de colhedoras de cana na Índia,Tailândia e outros países asiáticos”, explica Marco Antonio Gobesso, gerente de marketing Cana-de-açúcar da AGCO. A colhedora é equipada com o motor AGCO Power 9.8L de 350cv, que fornece respostas à altura das exigências de uma colheita de alta performance com baixos níveis de consumo e maior vida útil, resultado do melhor ajuste da sua relação torque/rpm, possibilitando um trabalho de altíssima qualidade em todo tipo de canavial. Segundo Gobesso, o interesse do produtor de cana aumentou este ano, sendo que muitos clientes visitaram o estande da empresa na Agrishow, e negociações foram iniciadas na feira. Porém, lembrou que o mercado ainda está retraído, mes- Antonio Gobesso, gerente de marketing cana-de-açúcar da AGCO mo com os bons preços dos produtos da cana. “O setor sucroenergético precisa de mais tempo para voltar a ser o que já foi um dia. Mas o produtor necessita fazer a colheita e a nossa máquina hoje atende todos os clientes, em qualquer ambiente. A BE 1035e tem uma concepção simples, não na capacidade, mas sim na operação e manutenção e não há necessidade de um supertreinamento para manuseá-la. Para quem já tem experiência, uma hora de treinamento já é suficiente para operá-la”, afirmou. Além da colhedora, a empresa levou outros produtos e fez lançamentos na Agrishow. Entre eles, o Fuse Connected Services, um programa de acompanhamento de desempenho que permite A colhedora despertou interesse de produtores e usineiros como da família Toniello ao produtor aumentar o rendimento e a eficiência de suas máquinas no campo. Aliado ao sistema de telemetria AgCommand, é possível monitorar em tempo real o desempenho das máquinas no campo, estendendo a todos os equipamentos Valtra o programa já consolidado para as colhedoras de cana BE 1035e. Os tratores da Série N., que foram mostrados no Brasil pela primeira vez, possuem design inovador, oferecem mais versatilidade, robustez, tecnologia, eficiência no consumo de combustível e baixo custo de reparo e manutenção. Já os pulverizadores Challenger Rogator 1300 Spinner e Terragator 8300 Airmax, estão disponíveis para a compra no Brasil a partir desta edição da feira. De acordo com o gerente de vendas da Valtra, Alexandre Assis, a participação da empresa na feira foi muito positiva. “A Valtra, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do Brasil, encerrou sua participação na Agrishow 2016 com um balanço positivo. De acordo com a companhia, os resultados obtidos foram promissores com relação à prospecção de novos negócios, considerando que este é o principal evento de agronegócio do país”, concluiu. Revista Canavieiros - Maio de 2016 44 Especial Agrishow John Deere lança as novas colhedoras CH570 e CH670 Andréia Vital Fotos: Andréia Vital Na 23ª Agrishow, a John Deere demonstrou o amplo portfólio da companhia para todas as etapas produtivas, nos segmentos de Agricultura, Pecuária, Construção e Florestal, com mais de 58 equipamentos e serviços, de forma a atender a todos os tipos de culturas e perfis de produtores. Para o setor sucroenergético, a empresa levou os recentes lançamentos de colhedoras, a CH570 e CH670. As máquinas passaram por testes de produtividade no campo com o Nempa (Núcleo de Ensaio de Máquinas e Pneus Agroflorestais da Unesp), que mostrou uma redução de 13% no consumo de combustível da CH570, em comparação ao modelo anterior 3520, ambas nas mesmas condições. As colhedoras contam com o exclusivo sistema Econoflow, responsável por trazer melhorias nos mecanismos de alimentação, limpeza e hidráulico, a fim de garantir uma operação 8% mais eficiente, o que aumenta a capacidade de colheita e reduz o consumo de combustível. “A nova série agregou ainda mais os pontos de beneficio, a máquina tem maior servicibilidade, é de mais fácil manutenção, tem maior capacidade operacional e menor consumo de combustível. Então, nós estamos entregando ainda mais economia e mais disponibilidade para o nosso cliente”, afirmou Fabiana Franco, gerente de Marketing da John Deere. Foto: Divulgação Agrishow A especialista ressaltou ainda que o pós-venda tem sido um dos pontos de atenção da empresa. “Nós sabemos que temos os melhores produtos, mas que a Fabiana Franco, gerente de Marketing da John Deere venda não termina simplesmente quando nós fazemos a entrega técnica para o nosso cliente. O pós-venda é essencial, por isso, estamos trabalhando muito forte na capacitação dos nossos concessionários visando oferecer o serviço de pós-venda o melhor possível”, disse. Além das máquinas e implementos de alta tecnologia, a multinacional apresentou ainda suas Soluções Integradas John Deere de Agricultura de Precisão, além de toda estrutura de Serviços de Pós-Vendas e Financeiros. “A agricultura brasileira é fundamental tanto para a economia nacional quanto para prover alimento às mesas de todo o mundo. Por isso, o investimento em tecnologia e inovação é chave para a John Deere. Temos orgulho em sermos parceiros dos produtores nessa missão de produzir sempre mais, melhor e de forma sustentável”, afirma Paulo Hermann, presidente da John Deere Brasil e vice-presidente de Vendas e Marketing para a América Latina. Sobre resultados para Agrishow 2016, Rodrigo Bonato, diretor de Vendas da John Deere Brasil, disse que Revista Canavieiros - Maio de 2016 Mônika Bergamaschi, presidente-executiva do Ibisa e Paulo Hermann, presidente da John Deere Brasil e vicepresidente de Vendas e Marketing para a América Latina terminou a feira com a expectativa da manutenção dos resultados realizados no ano anterior, os quais estão se confirmando ao término do evento. “Acreditamos que o próximo triênio seja de ascensão do mercado, pois as sólidas bases do cenário agrícola nos leva a sermos ‘otimistas com responsabilidade’, ou seja, nos motiva a prosseguirmos com os investimentos nos segmentos em que a companhia atua, para oferecermos ao produtor a máxima eficiência, de forma a otimizar os custos na lavoura”, conclui Bonato. 45 A Enfardadora Prismática John Deere L340 garante alta produtividade, com alto controle de impurezas minerais e qualidade nos fardos Fernanda Clariano Fotos: Andréia Vital O recolhimento de palha tem se tornado uma prática cada vez mais utilizada pelas usinas do Brasil, esse fato se dá pela grande quantidade de material orgânico que fica depositado no solo após a colheita. Como parte do seu portfólio, a John Deere levou para a 23ª Agrishow 2016 a Enfardadora Prismática para biomassa L340. A máquina é responsável pelo recolhimento de palhiço de cana, que quando deixado integralmente no campo pode ocasionar redução de produtividade. Dentre os seus diferenciais, estão a alta capacidade de produtividade e o alto controle de impurezas minerais ao fardo, dado ao seu sistema de recolhimento e de alavancamento da palha para a câmara de compressão. O equipamento também é capaz de construir fardos de grande densidade e com isso Carlos Martinatti, especialista de produtos da John Deere consegue produzir mais quilos de palha para a usina por hora enfardada. “Os clientes buscam bom rendimento operacional das enfardadoras, com alta qualidade do fardo mesmo em condições adversas. Sobre esse ponto, a L340 apresenta uma velocidade operacional até 60% maior do que a concorrência, além do que essa maior velocidade operacional apresenta um rendimento operacional até 22% maior (cerca de 8 fardos a mais por hora). Aliado a isso, temos o peso dos fardos, onde a enfardadora prismática L340 da John Deere entregou fardos mais pesados (1,7% ou até 8kg a mais)”, enfatizou o especialista de produtos da John Deere, Carlos Martinatti . Bouwman divulga equipamento para enfardamento Andréia Vital A Bouwman Tecnologia Agropecuária destacou na feira a enfardadora modelo Big Pack 1290 HDP XC, da marca alemã KRONE, indicada para a produção de fardos para biomassa para queima em fornos e substituição da madeira. Com capacidade diária de enfardamento de 250 fardos de 650 kg, com dimensões de 1,20 x 0,9 x 2,4m (largura x altura x comprimento), a máquina vem equipada com o acessório PreChop. “O PreChop é responsável por realizar a picagem efetiva da palha, antes do processo de enfardamento. Assim a palha vem picada do campo, com a granometria indicada para a queima, dispensando a utilização dos rotores estacionários, extremamente caros e ineficientes que seriam necessários caso ela a palha viesse inteira”, diz Igor Van Den Broek, especialista da empresa, explicando que não é possível alimentar as caldeiras das usinas Igor Van Den Broek, especialista da empresa com a palha inteira, pois as mesmas foram projetadas para queima de material com granulometria pequena. “A enfardadora é o diferencial do mercado hoje, em relação a rendimento, desempenho no campo e durabilidade”, afirma Broek, contando que 40 enfardadoras deste modelo já estão em uso em lavouras brasileiras, sendo usadas por usinas como a Cerradão, Guarani, Ferrari, entre outras. O preço de uma enfardadora gira em torno de R$ 750 mil. A empresa também apresentou a Comprima CF XC X-treme – KRONE, uma enfardadora de fardos cilíndricos combinada com empacotador que possui capacidade de produção de até 70 fardos/h de pré-secado e já embalados, sendo o peso médio dos fardos de aproximadamente 500 kg. A colhedora de forragem Big X 700, tem capacidade de processar até 200 toneladas de silagem por hora. E o misturador de ração, o Trioliet Solomix 3 3000 VLL-C, da fabricante holandesa Trioliet, com capacidade de 30 metros cúbicos. Revista Canavieiros - Maio de 2016 46 Especial Agrishow Case IH apresentou colhedora de cana modelo 2016 na feira Andréia Vital Fotos: Andréia Vital O modelo 2016 da colhedora A8800 evoluiu em mais de 40 pontos, que proporcionam maior disponibilidade e menor custo operacional e foi um dos destaques da Case IH para a 23ª Agrishow. Além de mudanças no aumento da disponibilidade mecânica, a marca também investiu na redução de custos, como o novo sistema de filtragem da Sucção de óleo hidráulico, que propicia aumento no intervalo de troca, de 250 para 1000 horas, o que significa em redução de 46 filtros por safra para apenas seis filtros. Christian Gonzalez, diretor de Marketing da empresa, explicou que a versão 2016 tem peças mais robustas e resistentes que possibilitam maior vida útil dos componentes. A facilidade na manutenção é outro destaque. “A máquina foi 100% projetada em parceria com os nossos clientes e validada por eles antes do lançamento”, contou. O novo sistema de iluminação da máquina auxilia reparos noturnos, com um ponto de luz dedicado para a parte frontal do equipamento e um pendente, para utilização 360º. Já os novos rolamentos dos rolos alimentados tiveram uma redução de 83% no seu tempo de troca, de 15 horas, para duas horas e meia para troca de todos os rolamentos. A centralização dos pontos de lubrificação é outro diferencial que possibilita realizar a tarefa em 30 minutos, a cada 50 horas de colheita. Christian Gonzalez, diretor de Marketing Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina No caso da tecnologia de gestão, a tecnologia Pro 700+ conta com o exclusivo gerenciamento de linhas individualizadas e de produtividade, que possibilita identificar as irregularidades que acontecem durante o processo de sulcação e plantio. “A máquina traça a mesma rota do trator, garantindo o melhor controle de tráfego da lavoura, diminuindo a compactação do solo e possíveis danos no canavial”, explicou Roberto Biasotto, gerente de Marketing de Produto. Para Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH para a América Latina, lançar uma colhedora de cana com Revista Canavieiros - Maio de 2016 tantos atributos é resultado de esforço de um time inteiro. “Os investimentos que estamos fazendo para o desenvolvimento de novos produtos são uma prova inquestionável do nosso compromisso com a agricultura brasileira e também deriva do trabalho de toda a equipe”, disse. A empresa ainda levou outros lançamentos para a feira, como a nova linha de colheitadeiras Axial-Flow Série 130 com motores FPT industrial que apresentam até o dobro de reserva de potência. As novas axiais são 10% mais produtivas e economizam até 11% de combustível. 47 Plantadeira e colheitadeiras de duplo rotor foram destaques da New Holland Andréia Vital Foto: Célio Messias Máquinas e equipamentos agrícolas que proporcionam alto rendimento e facilidade de operação para o pequeno, médio e grande produtor foram destaques da New Holland para a Agrishow 2016. A plantadeira PL5000 garante excelente distribuição de sementes, resultando um estande de plantas uniformes, além de ter autonomia que assegura, no mínimo, um dia de trabalho sem interrupções para abastecimento de sementes. Durante coletiva de imprensa, o presidente mundial da News Holland, Carlo Lambro, reafirmou a importância estratégica do Brasil e da América Latina para a marca. “O Brasil representa um dos mercados mais promissores, por isso continuamos motivados em investindo no país”, disse. Opinião compartilhada com o vice-presidente da New Holland para a Amérina Latina, Alessandro Maritano, ao afirmar que as estratégias da multinacional são de médio e longo prazo para o Brasil. “Existe um potencial de crescimento e o nosso objetivo é que uma a cada três colhedeiras e que um a cada cinco tratores na lavoura seja da New Holland”, afirmou. Fotos: Newton Santos A empresa lançou ainda a 12ª edição do Prêmio New Holland de Fotojorna- Colheitadeiras CR são os destaques da New Holland na Agrishow 2016 Fotos: Andréia Vital Já a linha de colheitadeiras CR possui um sistema com duplo rotor, que propicia maior qualidade dos grãos e alta produtividade. A família é dotada de mesa autonivelante, que possibilita à colheitadeira andar em terrenos mais inclinados, sem ter que reduzir a velocidade. Carlo Lambro, presidente mundial da New Holland Alessandro Maritano, vice-presidente da New Holland para a Amérina Latina lismo para profissionais e amadores da América do Sul. gócio, a marca mostrou suas soluções de tecnologia que aumentam a produtividade e proporcionam maior controle na execução dos trabalhos. Já a New Holland Construction exibiu sua linha completa de máquinas para construção utilizadas no agrone- O FleetForce e o FleetGrade visam acompanhar em tempo real a eficiência dos equipamentos, identificar melhorias de operação e reduzir os custos devido à maior precisão dos trabalhos. O FleetForce é um sistema de monitoramento de frota, que possibilita ao usuário ver e controlar pelo computador o desempenho da máquina, monitorando sua produtividade e consumo. E o FleetGrade é o machinecontrol, que permite que os equipamentos trabalhem de forma guiada. Revista Canavieiros - Maio de 2016 48 Especial Agrishow Massey Ferguson exibe trator Fendt 1050 Vario Andréia Vital Foto: Andréia Vital Considerado o “Trator do Ano 2016” durante a última edição da Feira Agritechnica de Hannover, na Alemanha, o trator Fendt 1050, da Série 1000 Vario, foi um dos destaques da Massey Ferguson na Agrishow. O modelo exibido na ocasião tem 524 cv de potência e 2400Nm de torque e conta com sistema Fendt iD™ que disponibiliza alto torque em baixas rotação do motor, combinando o novo motor 6 cilindros de 12.4L com a mais recente geração de transmissão Fendt Vario. Fotos: Divulgação Massey “A Massey Fergunson e a Fendt são duas marcas do grupo AGCO reconhecidas por desenvolver produtos de alta tecnologia e que têm como principal objetivo facilitar o trabalho no campo, por isso a Massey Ferguson está trazendo para o mercado brasileiro o Vaio 1050 da Fendt, que é um novo conceito de trator de alta potência, com baixo consumo de combustível”, explicou Eder Pinheiro, coordenador de marketing de produto tratores da Massey Ferguson. Eder Pinheiro, coordenador de marketing de produto tratores Ainda no segmento de tratores, foram apresentados os modelos compactos cabinados. Agora a Série MF 4200, a mais vendida no Brasil inteiro, será comercializada também na versão cabinada. A linha terá três potências diferentes: MF 4265 (65 cv), MF 4275 (75 cv) e MF 4283 (85 cv). Outra atração é a família de tratores Dyna-4, composta pelos modelos MF 6711R, MF 6712R e MF 6713R, todos equipados com motores AGCO Power Turbo de quatro cilindros com 112 cv, 122 cv e 132 cv, respectivamente. Essa linha é a solução ideal aos produtores rurais brasileiros que buscam desempenho, eficiência, produtividade e economia de combustível. Durante o evento, a Massey Ferguson chamou a atenção do público através do novo conceito de estande, inspirado em seu posicionamento de comunicação “Massey Ferguson pulsa forte no campo”, ressaltando a sua paixão pelo campo e pela inovação tecnológica. Dentro deste conceito, apresentou diversas inovações em agricultura de precisão, como o Fuse Connected Services – sistema pioneiro em monitoramento de máquinas agrícolas. A empresa também tinha uma tirolesa de 9 metros de altura em seu estande, sendo que a atração gratuita teve uma média de 600 pessoas por dia participando. De acordo com Leonel Oliveira, gerente de vendas da empresa, o movimento constatado na feira superou as expectativas. “Devido ao momento de transição que passa o país, havia um receio de que os clientes não viessem, porém a movimentação foi altamente positiva, com visitas de produtores do Maranhão, do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, do Pará, do Rio Grande Revista Canavieiros - Maio de 2016 Leonel Oliveira, gerente de vendas do Sul, Paraná, São Paulo, entre outros, então nos surpreendeu e as negociações também”, afirmou. A empresa também apostou em outros equipamentos para a feira, como a nova colheitadeira classe 4, modelo MF 5690, que tem motor de seis cilindros turbo intercooler AGCO Power de 7.4 litros. Capaz de entregar até 220 cv de potência, esta máquina também é supereconômica e consegue reduzir em até 20% o consumo de combustível. E a plantadeira MF 700 CFS, lançada na ocasião e que tem caixa central de sementes, maior capacidade de adubo, mais autonomia de plantio, monitoramento de cultivo, taxa variável e ampla gama de opcionais. Disponível nas versões de 11 até 30 linhas, o equipamento será comercializado em opções mecânicas e pneumáticas. 49 Massey apresenta na Agrishow soluções para a produção de feno e recolhimento da palha da cana-de-açúcar para cogeração de energia Fernanda Clariano Fotos: Divulgação As tecnologias utilizadas para a produção de fardos destinados ao trato de animais ou à biomassa estão sempre no radar dos produtores que visitam a feira e por conta disso a Massey Ferguson, referência na fabricação de máquinas agrícolas, trouxe para o evento os melhores equipamentos para atender às necessidades do segmento. Os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer no estande da empresa, além do seu portfólio de produtos, a enfardadora MF 1745, o equipamento produz fardos cilíndricos e é referência mundial quando se fala em versatilidade, porque é de fácil manutenção e operação, e pode ser utilizada tanto para o recolhimento de materiais para o trato animal, quanto para biomassa e outros tipos de capins. A empresa também dispõe no mercado a enfardadora MF 2270 de fardos prismáticos grande e a MF 1837. Ainda para feno e biomassa, “Pensamos em um equipamento de fácil manutenção, fácil operação, que consiga trabalhar com operação simples, trazendo para o produtor fardos de alta qualidade”, pontuou o coordenador de marketing de produto biomassa e fenação da AGCO, Marcelo Pupin, que também afirmou “a enfardadora MF1745 é um equipamento que o produtor consegue trabalhar com vários tamanhos de fardos porque possui câmera variável”. “As enfardadoras Massey Ferguson apresentam a melhor relação custo-benefício, pois apresentam alta capacidade de enfardamento aliado ao baixo custo operacional, pois oferecem ao Marcelo Pupin, coordenador de marketing de produto biomassa e fenação da AGCO produtor as condições ideais para viabilizar essa atividade e acrescentar ren- deles, o ancinho MFRK 3875, destinado tabilidade ao negócio”, ressaltou Pupin. a várias condições de trabalho. Este, em especial, possui dois rotores, que proQuem visitou o estande também pôde porcionam melhor rendimento na área conhecer os diversos modelos de anci- de trabalho, com alta capacidade de renhos com os quais a marca trabalha. Um colhimento e formação das leiras. Revista Canavieiros - Maio de 2016 50 Especial Agrishow Transplantadora de Mudas Pré-Brotadas foi aposta da TMA Andréia Vital Fotos: Andréia Vital A TMA, primeira empresa a lançar uma plantadora automatizada em 2005, levou para a Agrishow 2016, a TMPB 6.500, uma Transplantadora de Mudas Pré-Brotadas, a única “plantadora” de MPB totalmente automatizada do mercado, que atende integralmente à legislação trabalhista. De acordo com Márcio Souza Leão, gerente corporativo comercial da TMA, a máquina é 100% automatizada. “O equipamento tem autonomia para plantar um hectare, com 13 mil mudas em três horas e pode ser acoplado a um trator de 180 CV”, afirma o profissional, explicando que a máquina é um protótipo que vem sendo testado em usinas da região de Ribeirão Preto-SP. A transplantadora não utiliza mão-de-obra em nenhum momento durante o plantio, atendendo integralmente o que recomenda a Norma Regulamentadora nº 12, NR 12, que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipamentos e determina as obrigações de fabricantes e usuários. A novidade, mostrada pela primeira vez na Agrishow, chamou atenção dos visitantes, inclusive dos estrangeiros. Ao conhecer o equipamento, o secretário da Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, propôs a realização de um dia de campo no Centro de Cana para demonstrar as características da máquina. Ele estava acompanhado pelo diretor do centro, Marcos Landell, pelo presidente do Grupo Tracan, que engloba as empresas Tracan e TMA Dria, Artur Monassi, pelo diretor da ABAG-RP, Marcos Matos, e Paulo Roberto Artioli, da Tecnocana, entre outros profissionais da empresa e da Secretaria. A TMA levou para a feira também transbordos de alta capacidade. O VTX 21.000, que por sua agilidade e facilidade de manobras, com dois eixos esterçantes, otimizou o tempo de descarga da cana em 40%, aliando ainda menor manutenção e menos compactação de solo e pisoteio no canavial. Além dos transbordos VTX 50/25 e o VTX 60/30 que prometem otimizar o trabalho de carregamento de cana nos caminhões que fazem o transporte para a usina. Gabriel Castro e Márcio Souza Leão, da TMA Com a Lei da Balança, Resolução Nº 211, do CONTRAN (Conselho Na- Revista Canavieiros - Maio de 2016 cional de Trânsito), os caminhões que trafegaram com 120 toneladas estão limitados a trafegar com PBTC (peso bruto total combinado) de 74 toneladas. “Assim estes transbordos são opções para este caso, já que o 50/25 tem capacidade de 50 metros cúbicos, ou 25 toneladas; e o 60/30, 60 metros cúbicos ou 30 toneladas, o que otimiza o trabalho na colheita. Uma carga deles já completa uma caixa do caminhão”, afirma a empresa. 51 R60 Cabinado completa o time de tratores da LS Tractor Andréia Vital A LS Tractor, fabricante sul-coreana de trator, apresentou na feira o R60 C produzido a partir do modelo que ganhou o prêmio Trator do Ano na categoria Especiais, em 2015, o R60. A novidade do trator é a cabine que oferece um padrão de ergonomia de nível internacional, além de um baixo índice de ruído, excelente vedação e fácil acesso a todos os comandos. “O trator que possui o eixo dianteiro blindado com menor raio de giro do mercado. É um motor que possui 60 cavalos de potência, turbinado, motorização Tier III com sistema de transmissão de 32 velocidades frente e 16 velocidades ré”, explica Pedro Boeira Bassi, coordenador de Serviços da empresa. Além disso, o trator, voltado para culturas hortifrutigranjeiras e para café, tem outros diferenciais tecnológicos, como tomada de força independente operada a partir do painel, direção hidrostática e controle remoto independente, diz o profissional. Foto: Andréia Vital A empresa também destacou o trator U60, indicado para a cultura canavieira. O modelo tem tração 4x4, motor a diesel 4 cilindros turbo, com potência de 62 CV, transmissão sincronizada com reversor mecânico, com 16F/16R ou com super-redutor 32F/16R. Possui tomada de força independente das três velocidades disponíveis (540/750/1000 rpm), levante hidráulico de 3 pontos com barra de tração, contrapesos dianteiros e traseiros e com kits de comando duplo. Equipado com cabine fechada, sistema de ar-condicionado de acordo com as normas de segurança de tombamento e níveis de ruído. “O U60 foi usado nas demonstrações de campo que ocorrem na feira e está acoplado à ensiladeira cortando cana”, explicou Bassi, contanto que a empresa lançou em 2014 a modalidade de financiamento de trator baseada em preço de Pedro Boeira Bassi, coordenador de Serviços da LS Tractor café e, desde então, já alcançou um faturamento em torno de R$ 25 milhões. JCB Há quatro anos no mercado brasileiro, a empresa que é líder mundial em retroescavadeiras vem se destacando no mercado agrícola Fernanda Clariano Foto: Rafael Mermejo Pelo quarto ano consecutivo, a JCB esteve presente na Agrishow apresentando os seus produtos. A empresa de origem inglesa e líder mundial em retroescavadeiras acredita no potencial do mercado brasileiro, prova disso foi o investimento de R$ 350 milhões para a construção da fábrica, inaugurada em 2012 na cidade de Sorocaba-SP, com capacidade produtiva de 10 mil máquinas por ano. A empresa também oferece soluções versáteis para o mercado agrícola, como os manipuladores telescópicos, principal produto hoje para o setor sucroenergético. Os manipuladores se destacam pela capacidade de carga e alcance da lança quando comparadas com tratores adaptados e pás carregadeiras. Um outro diferencial é a economia de combustível. “Estamos há quatro anos no mercado brasileiro e nossas vendas e faturamento vêm crescendo. Mesmo com essa política econômica desfavorável, não paramos e vamos continuar investindo. A ideia da empresa é dobrar o tamanho até 2018 com altos investimentos, inclusive na parte de fabricação, nossa aposta tanto no mercado de construção quanto agrícola é muito grande”, afirmou o gerente nacional agrícola da JCB do Brasil, Michael Steenmeijer. “Somos uma empresa que pensa a longo prazo e que acredita no potencial do mercado nacional, principalmente no que tange os segmentos de construção e agrícola. O nosso objetivo é ampliar ainda mais o portfólio de máquinas produzidas com conteúdo local, que atendam ao mercado brasileiro, tanto para agricultura quanto para infraestrutura. Um bom exemplo do que temos feito é o investimento na localização da Pá Carregadeira 422ZX, que alcançou o Michael Steenmeijer, gerente nacional agrícola da JCB do Brasil Finame ao final do ano passado, destacou o gerente nacional agrícola da JCB do Brasil, Michael Steenmeijer. Revista Canavieiros - Maio de 2016 52 Especial Agrishow XCMG A empresa escolheu a 23ª Agrishow para o lançamento oficial de sua linha agrícola e florestal Fernanda Clariano Foto: Divulgação A XCMG tem focado no desenvolvimento do ramo agrícola para atender às necessidades dos clientes. Tendo em base a elevada capacidade, a empresa desenvolveu maquinários com aplicações florestal e agrícola com alto custo benefício, entre eles, retroescavadeira, minicarregadeiras, escavadeiras e carregadeiras e também equipamentos que possam contribuir na construção de infraestrutura agrícola como motoniveladoras, rolos compactadores e escavadeiras, todas essas máquinas mantendo o mesmo padrão de qualidade da marca. A empresa iniciou suas atividades no Brasil em 2004, apresentando ao mercado uma linha completa, moderna e extremamente competitiva de equipamentos. A inovação e alta performance de seus produtos projetaram a XCMG em todo o país, viabilizando em 2012 a instalação de uma fábrica na cidade de Pouso Alegre-MG, onde ocupa uma área de 800 mil metros quadrados, sendo 140 mil metros quadrados de área construída. Foto: Andréia Vital Sua unidade fabril conta com equipamentos de alta tecnologia, distribuídos em quatro galpões principais de produção e mais de dez instalações auxiliares, formando as melhores condições de preparação e formação das peças, solda das peças estruturais e usinagem e montagem da máquina inteira. Para isso foram investidos 250 milhões de dólares. “A ideia da XCMG é converter essa fábrica do Brasil na segunda matriz do grupo”, afirmou o presidente da XCMG Brasil Indústria, Cui Jisheng, que articulou sobre a participação da empresa na 23ª edição da Agrishow. “Estamos participando de uma das maiores feiras de agronegócio da América Latina, o primeiro passo para entrarmos no ramo de agricultura e também o grande passo para que a empresa possa se fortalecer neste país, expandir suas atividades e contribuir para o crescimento”, afirmou Jisheng. Cui Jisheng, presidente da XCMG Brasil Indústria Revista Canavieiros - Maio de 2016 A empresa participou pela primeira vez na Agrishow e escolheu a feira para lançar oficialmente sua linha Agrícola e Florestal, composta por máquinas modernas e de alta qualidade. Participaram do lançamento o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, o secretário adjunto, Rubens Rizek, o secretário de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, o presidente da Abimaq - Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos, Carlos Pastoriza, clientes, parceiros e a imprensa. “Agradecemos a XCMG por acreditarem no Brasil e por fixarem sua fábrica aqui, produzindo equipamentos - gerando empregos e valorizando a nossa indústria”, disse Arnaldo Jardim. O secretário também destacou o fato de que pelo menos 60% dos componentes utilizados pela empresa chinesa no processo de produção dos seus equipamentos é de fabricação brasileira. “O Brasil tem 18 milhões de habitantes e metade do país por ser construído. Não tenho dúvidas de que as máquinas produzidas pela XCMG serão usadas na nossa agricultura, nas florestas, na nossa infraestrutura. Muito obrigado por acreditarem no nosso país”, o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza. 53 Michelin divulga a marca TAURUS na feira Andréia Vital O Grupo Michelin levou para a Agrishow 2016 a nova gama de pneus TAURUS Point 8, que chega ao país para equipar tratores de 60 HP a 180 HP. “TAURUS é uma marca centenária, que se tornou referência em todo o mundo ao proporcionar mais rentabilidade, conforto, produtividade e tração aos agricultores que buscam um pneu que tenha performance alinhada ao preço final do produto”, afirma Christian Mendonça, diretor de Comércio e Marketing de Pneus Agrícolas da Michelin América do Sul. “Enquanto na Europa 85% dos pneus agrícolas vendidos são radiais, no Brasil este número é de apenas 6%. A chegada da TAURUS ao Brasil vem justamente para oferecer, de forma acessível, esta tecnologia de ponta aos usuários de tratores de baixa e média Fotos: Divulgação Christian Mendonça, diretor de Comércio e Marketing de Pneus Agrícolas da Michelin América do Sul potência, que desejam iniciar a radialização dos pneus em suas culturas, bem como usufruir de seus benefícios”, explica o executivo. “Atenta às necessidades do mercado agrícola do Brasil, em que 66% de sua frota é composta por tratores de baixa potência, a Michelin viabilizou uma proposta mais acessível aos agricultores que desejam iniciar a radialização em seu negócio, maximizando sua propriedade”, completa Antônio Koller, responsável pelo Marketing Produto de Pneus Agrícolas da Michelin América do Sul. Qualidade, economia, durabilidade, segurança e inovação fazem parte do diferencial da empresa Fernanda Clariano Pioneira na radialização do mercado de pneus agrícolas, a Michelin apresentou em seu estande na 23ªAgrishow tecnologias inovadoras para pneus que integram aumento da produtividade, redução de custos operacionais e proteção dos solos, a fim de alavancar o desenvolvimento do setor, dentre eles, parte de sua oferta de pneus de alta tecnologia para os mais diversos equipamentos e seus diferenciais e também iniciativas inovadoras capazes de oferecer por meio de alguns cliques, acesso a um mundo de interatividade e funcionalidades. “A digitalização está cada vez mais presente no universo agrícola. Por meio de novas ofertas de tecnologias de serviços conectados, a Michelin reforça a sua liderança neste mercado. Estamos nos comunicando cada vez mais com o pneu, atendendo às necessidades de todos que buscam impulsionar o desenvolvimento do agronegócio no país”, afirmou Christian Mendonça, diretor de Comércio e Marketing de Pneus Agrícolas da Michelin América do Sul. Entre as novidades oferecidas pela empresa está o aplicativo “Calculadora de pressão Michelin”, que permite saber a pressão adequada dos pneus de forma simples e prática. A ferramenta está disponível no site da empresa e também nos aplicativos móbiles (IOS e Android). “A pressão do pneu está diretamente relacionada à performance da máquina. Adotá-la corretamente maximiza a produtividade e minimiza o custo operacional do agricultor, já que proporciona menos esforço do motor, mais economia de combustível e maior proteção do solo, devido à sua menor compactação”, disse Antônio Koller, responsável Marketing Produto de Pneus Agrícolas da Michelin América do Sul. Antônio Koller, responsável Marketing Produto de Pneus Agrícolas da Michelin América do Sul Outro destaque é a tecnologia Ultraflex, uma inovação em pneus agrícolas que por trabalhar com baixa pressão compactam menos o solo e obtêm melhor rendimento agrícola. Essa tecnologia responde a um desafio duplo de acompanhar o ritmo do desenvolvimento das máquinas agrícolas melhorando a produtividade e protegendo os solos. Revista Canavieiros - Maio de 2016 54 Especial Agrishow Yara marcou presença na Agrishow com soluções para cana, citrus e café Andréia Vital Foto: Andréia Vital Soluções para aumentar a longevidade e a produtividade nas lavouras de cana-de-açúcar foram apresentadas pela Yara na Agrishow 2016. Como o Programa Nutricional Longevita que proporciona mais longevidade ao canavial, o que adia a renovação das lavouras, dilui os custos de implantação e garante mais lucro ao agricultor, podendo oferecer um incremento de produtividade de 5 a 10 toneladas por hectare, quando comparado à fertilização convencional, de acordo com estudo de campo realizado pela Yara nas últimas safras. A tecnologia atende à demanda de nitrogênio, fósforo, potássio e micronutrientes necessários ao bom desenvolvimento da cultura. O programa é composto por YaraMila, fonte de nutrientes NPK no mesmo grânulo, e YaraVita, fertilizante foliar com micronutrientes adequados ao tratamento de toletes e aplicações foliares. De acordo com João Benetti, diretor Comercial da Yara, a empresa oferece programas nutricionais para as culturas de cana, café e citrus. “São soluções para agregar maior rentabilidade e sustentabilidade. No caso da cana-de-açúcar, a nossa meta é produzir 100 toneladas na média dos cinco cortes e a outra é elevar o número de cortes de cinco para sete”, explicou ele, contanto que os dados já foram confirmados por pesquisas e agora começaram também um trabalho junto à ESALQ/USP com João Benetti, diretor Comercial da Yara o intuito de estudar todos os ciclos buscando realmente esta comprovação do aumento de número de cortes. Outro destaque foi a solução líquida da linha YaraLiva, inédito no mercado brasileiro, que oferece melhor enraizamento e maior sanidade das plantas, proporcionando maior qualidade da colheita. A Mesa Interativa Touchscreen com informações didáticas sobre os programas nutricionais para café, citrus, cana e HF também foi um atrativo do estande da Yara. A empresa norueguesa, que em 2014, adquiriu 60% de ativos da Galvani, tem unidades industriais misturadoras em Sumaré (SP) e Cubatão (SP), um escritório administrativo na Capital e fábricas de fertilizantes líquidos em Jaú (SP) e Limeira (SP). A planta de Revista Canavieiros - Maio de 2016 Sumaré recebeu aporte de R$ 41,4 milhões em dezembro de 2015, para sua ampliação, sendo que será a primeira fábrica de fertilizantes foliares e micronutrientes YaraVita no Brasil. A multinacional também se mobilizou para celebrar o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, comemorado no dia 28 de abril. Assim como aconteceu em todas as cinco fábricas e 24 unidades industriais misturadoras da empresa no Brasil, os atendentes do estande usaram roupas amarelas, como forma de estimular os visitantes a refletirem sobre a importância da segurança na rotina diário de trabalho. O foco da campanha deste ano foi nos cuidados com as mãos, que são a parte do corpo mais exposta aos acidentes. A iniciativa inclui ainda a distribuição de folhetos com dicas e cuidados práticos sobre segurança. 55 Agritotal leva equipamentos de monitoramento Andréia Vital Carlos Gomes Ribeiro Junior, gerente comercial A empresa apresentou o Track Guide II e III e o Touch 1200, computadores de bordo para controle e monitoramento de aplicações. “Os equipamentos garantem que o operador consiga visualizar todas as ações realizadas pelos implementos, no painel instalado dentro do trator ou da colheitadeira”, explica Carlos Gomes Ribeiro Junior, gerente comercial da empresa. Segundo Ribeiro Junior, o destaque dos computadores é o sistema Isobus, uma tecnologia que garante a comunicação em qualquer marca ou modelo. “O Isobus possibilita que os nossos computadores de bordo possam ser instalados em qualquer marca, como John Foto: Andréia Vital A Agritotal, empresa de tecnologia agrícola, sediada em Cascavel-PR, levou para a Agrishow 2016 equipamentos de monitoramento como pilotos automáticos para colheitadeiras, tratores, pulverizadores, entre outras máquinas. Deere, Case, New Holland, Massey e Valtra, pois funciona como uma espécie de comunicação universal em software e hardware, facilitando a vida do produtor rural para assistência e também na evolução de outras tecnologias”, explica o especialista, contando que trabalham com equipamentos alemães, representando no Brasil a marca Müller. Outra tecnologia divulgada na feira foi o simulador de Desligamento Bico a Bico, que oferece ao operador o controle da vazão e controle individual dos bicos e ter desligamento pneumático. “Atendemos outras culturas, mas a empresa agora visa o setor canavieiro, diante disso, até já iniciamos trabalhos neste sentido e tivemos a oportunidade de atender usinas durante a feira interessadas nos nossos produtos”, finalizou o gerente. Revista Canavieiros - Maio de 2016 56 Especial Agrishow Netafim apresenta monitoramento a distância para a irrigação Andréia Vital A Netafim apresentou na Agrishow 2016 o novo sistema de irrigação por gotejamento com controle e gestão automatizados, e monitoramento em tempo real, garantindo economia de água, fertilizantes e mão de obra. “O lançamento é acessível para todos os produtores, utilizando tubos flexíveis que otimizam o projeto de irrigação e facilitam as atividades operacionais e de armazenamento”, explicou Carlos Sanches, gerente agronômico da Netafim. Segundo ele, o produtor rural poderá controlar a distância todo o processo de irrigação e nutrirrigação – que é a técnica de levar a solução nutritiva junto da água, na mesma tecnologia gota a gota. “Essa tecnologia é uma das mais modernas em automação e nutrição das plantas tornando assim todo o processo mais sustentável para o produtor rural”, avalia Sanches. “Este sistema ajuda o produtor a tomar a decisão correta de irrigar a quantidade certa, na hora certa, e a economia de água pode ser de 30% a 50%”, afirma. Daniel Pedroso, agrônomo e coordenador agronômico da Netafim Carlos Sanches, gerente agronômico da Netafim A tecnologia da empresa pode ser vista também nas demonstrações de campo que aconteceram durante a Agrishow. Em uma área onde o plantio foi feito com MPB (Mudas-Pré-Brotadas), sistema AgMusa da Basf, o engenheiro agrônomo e coordenador agronômico da Netafim, Daniel Pedroso, explicou como funciona o novo projeto que estão trabalhando visando atender também ao pequeno produtor. “A irrigação por gotejamento neste caso visa ao pegamento da muda, e chama- Revista Canavieiros - Maio de 2016 mos de irrigação inteligente, pois não há necessidade de ter água, nem energia no local. Um caminhão pipa com uma moto bomba acoplada é responsável por pressurizar e irrigar uma área de cinco hectares”, explicou o especialista. Pedroso ainda ressaltou que estão trocando os canos de PVC por um material novo, mais flexível e parecido com uma mangueira de bombeiro, que vem enrolado no carretel, facilitando assim o seu manuseio. “Após o pegamento das mudas é só transportar os canos para outra área que deve ser irrigada”, concluiu. 57 Demonstração de campo Os visitantes acompanham na prática as mais inovadoras soluções para o campo Fotos: Rafael Mermejo Fernanda Clariano Realizadas paralela a Agrishow, as demonstrações de campo atraem produtores rurais, fabricantes, estudantes e os visitantes da feira interessados em conhecer na prática todo o avanço tecnológico e agrícola utilizados no cultivo de cana-de-açúcar, milho, soja, café e forrageiras. Este ano, as demonstrações aconteceram entre os dias 26 e 29 de abril numa área de 100 hectares. Quem participou pôde acompanhar as novas tecnologias e serviços em benefício da produtividade e rentabilidade como, o plantio de mudas pré-brotadas, a amostragem de solo georreferenciadas, tecnologias de aplicação na catação de ervas daninhas, exposições de insumos, genética e serviços, envolvendo diversas fases das cadeias produtivas. A Basf apresentou na demonstraçãoo plantio de AgMusa em Meiosi utilizando como cultura intercalar tanto a soja como o amendoim. Além de mostrar ao público a viabilidade do AgMusa neste tipo de plantio - com garantia de produção de mudas de qualidade e redução de custos. Um sistema de irrigação, que com economia e eficiência reduz o consumo de energia e água, foi apresentado pela Nortene em parceria com a Mepel e motores Búfalo. Além do sistema de irrigação, apresentou também o mulching: feito com a matéria-prima virgem e aditivos anti-uv, o produto tem alta resistência à ação da luz e com alta durabilidade. É produzido com grande concentração de pigmentos, resultando em um material totalmente impermeável à luz, apresenta ainda excelente resistência mecânica e boa durabilidade. A Tera Ambiental também participou da demonstração de campo onde apresentou o grande potencial do fertilizante Terafértil. Produzido por meio da compostagem termofílica de resíduos orgânicos urbanos e agroindustriais, o produto é indicado para a adubação de plantio e de manutenção de culturas agrícolas, seu potencial está em seu teor de matéria orgânica, macro e micronutrientes e também por sua elevada capacidade de troca catiônica, contribuindo para melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Seu uso é diversificado e indicado para grandes culturas como cana-de-açúcar, café, citrus, grãos, frutíferas em geral, plantas ornamentais, gramados, entre outros. Na área de máquinas e implementos agrícolas, estiveram em campo os tratores, as semeadoras, as máquinas de ensilagem para preparo de silos, os misturadores - uma alternativa de equipamentos para melhorar a eficiência e a rentabilidade da alimentação na pecuária intensiva, os vagões - para transporte e distribuição de forragem de cochos, os trituradores, as forrageiras além da recolhedora de pedras RP 2500 - lançada na feira pela Herder Implementos Agrícolas. RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 58 Informações Climáticas Chuvas de abril & previsões de final de maio a julho Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de abril de 2016. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor A média das chuvas de abril de 2016 (7mm) foi dez vezes menor que as da média histórica (73mm) e 8 vezes menor que as de abril de 2015 (58mm). Volumes de chuvas acima de (apenas)10mm foram registrados no “eixo” Açúcar Guarani, Barretos, Biosev-Sta Elisa, Uname-Copercana e na Usina Batatais. O s mapas 1: em abril de 2016 mostra que, mesmo que gradativamente e abaixo das normais climáticas, as chuvas se avolumaram do Centro para Oeste do Estado; enquanto que, em abril de 2015, pode-se notar semelhanças nestes dois anos para a região Cento-Oeste e na região Centro-Leste observou-se maior volume de chuvas que em 2016, mas ainda reduzindo, em volumes, em direção ao Sul do Estado. Os dados do Quadro 2 mostram, no destaque do canto inferior direito, as diferenças observadas entre médias mensais, de janeiro a abril de 2013, que foram quase iguais às respectivas normais climáticas (805, versus 810mm). Nota-se, também, que as médias mensais de janeiro a abril de 2016 superaram as normais climáticas em 62mm (790, versus 728mm). Finalmente, as médias mensais de chuvas de 2013 e as de 2016 ficaram quase que “empatadas”. Os artigos mensais de Informações Climáticas contam com os trabalhos diários das anotações de chuvas dos escritórios regionais e que são condensados em Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamente no site Canaoeste e, as suas médias mensais e respectivas normais climáticas, são aqui também apresentadas no Quadro 2. Entretanto, estes valores estão longe de se prever que as chuvas em 2016 venham a ser de iguais volumes que em 2013. (vide mais adiante, quase ao final deste artigo). Nos mapas 2, exceto para o Estado de São Paulo já apresentado e discutido no mapa 1 acima, são mostradas as distribui- Mapa 1 Fonte: SOMAR Meteroroliga, elaboração Canaoeste Revista Canavieiros - Maio de 2016 ções das chuvas nos meses de abril, destes dois anos, nos principais Estados sucroenergéticos da Região Centro-Sul do Brasil. Poucas diferenças podem ser notadas entre estes dois anos para o Centro-Sul do Mato Grosso do Sul e Paraná. Enquanto que, em Goiás, Mato Grosso, Centro-Norte do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais as chuvas foram mais expressivas e uniformes em 2015 que em 2016. Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para os meses de (final) maio a julho de 2016, como descrito a seguir e ilustrado no Mapa 3 acima: • Nestes meses, as temperaturas tendem a ser próximas a acima das respectivas normais climáticas nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste; enquanto que, na Região Sul do Brasil, poderão ser próximas às médias históricas; • Pelo consenso INMET-CPTEC/ INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades (acima, dentro e abaixo das normais) em todas as áreas em cinza; enquanto que prevalecem previsões de chuvas acima da média na área verde e, abaixo das respectivas normais climáticas na área amarela do Mapa 3, que corresponde ao período de plantio no Nordeste do Brasil. • Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas de 50 anos das chuvas em Ribeirão Preto, de 50 anos, e municípios próximos são de 55mm em maio, 25mm em junho e 20mm em julho. 59 Chuvas mensais de janeiro a abril de 2013 a 2016 anotadas pelos escritórios regionais e as respectivas médias mensais e normais climáticas. OBS: Médias mensais correspondem às médias das chuvas observadas nos meses assinalados em vermelho; Normais climáticas ou médias históricas correspondem a médias de (+)10 anos dos locais (1 a 11). Mapa 2 Fonte: SOMAR Meteroroliga, elaboração Canaoeste MUITA ATENÇÃO para as previsões próximas-futuras, que foram consultadas à SOMAR Meteorologia. Pelos seus modelos climáticos, os prognósticos para o Estado de São Paulo e Centro-Sul do Brasil, mostram que o outono e inverno de 2016 poderão ser mais secos que o mesmo período do ano anterior, e, abaixo, complementando para a Grande Região de Ribeirão Preto e, extensivo, para o Estado de São Paulo: 1) Nesta segunda quinzena de maio, podem ocorrer bons volumes de chuvas entre os dias 16 a 18 e 28 a 30. Nos demais dias preveem-se chuvas de menores intensidades, mas com alguma frequência. Ocorrerão entradas de massas frias, baixando as temperaturas, que por ora serão sem ocorrências de mínimas extremas. Temperaturas mínimas muito baixas poderão ocorrer no Sul do Mato Grosso do Sul e Oeste do Paraná; 2) Em junho e julho, estão previstas chuvas próximas a abaixo das respectivas médias históricas. Quanto ao frio, as massas polares poderão ser mais intensas. Estaremos alertas e oportunamente informaremos as prováveis datas; 3) Já de agosto a novembro, o fenômeno La Niña fará se sentir. Embora com bastante antecedência, que irão merecer revisões mais próximas destes meses, preveem-se que serão meses com chuvas, no máximo, próximas das normais climáticas regionais. 4) Chuvas, mesmo, apenas próximo ou a partir de dezembro. Mapa 3: Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-CPTEC/INPE para (final) maio a julho de 2016 Com esta tendência de clima menos chuvoso, os solos só não ficarão com menores níveis de água armazenada, devido a cobertura por palhada pós-colheita. Entretanto, como há possibilidade de entradas de massas polares, esta umidade mesmo que baixa, mas boa condutora de calor (no caso, de frio), os solos não terão calor latente suficiente para contrapor a eventuais períodos com temperaturas mínimas mais acentuadas. Há observações, mesmo que não publicadas, de que a temperatura rente ao solo coberto pode chegar a 10-12°C mais baixa que em linhas sem palha. A Canaoeste relembra que, sob baixas temperaturas, canaviais sob palhada, associadas a períodos com frio mais intensos e longos intervalos de dias secos, poderão apresentar muitas falhas e lento desenvolvimento inicial de soqueiras. Implicações semelhantes poderão ocorrer em plantios de inverno sem irrigação, estimulantes de brotação ou proteção contra doenças de solo. De agosto em diante, áreas já colhidas e canaviais adjacentes colhidos ou a colher estarão mais expostos a incêndios. Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieiros.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste.RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 60 Destaque I Empoderamento feminino é tema de evento do setor A participação e visão feminina no agronegócio e na sociedade foram debatidas na ocasião Andréia Vital A s mulheres estão conquistando o seu espaço em todos os setores da economia, inclusive naqueles tradicionalmente masculinos, como o agronegócio. Em 10 anos, a representação feminina no segmento cresceu mais de 7%, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira de Marketing Rural e agronegócio. Neste contexto, líderes femininas do segmento participaram do V Encontro Cana Substantivo Feminino, evento realizado recentemente no auditório do Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto-SP, e contaram sua experiência para outras mulheres. Líderes femininas do segmento participaram do V Encontro Cana Substantivo Feminino Organizado pela jornalista Luciana Paiva e pela empresária Regina Célia Baldin, o encontro reuniu cerca de 250 pessoas e discutiu a questão da sustentabilidade nos âmbitos empresarial e socioambiental e a visão e perspectiva da mulher em como produzir mais e melhor no setor do agronegócio. A plateia também contou com a participação de lideranças masculinas como o diretor do Centro de Cana, Marcos Landell, do presidente executivo da UDOP, Antônio Salibe, e do presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, que destacou a presença feminina no mercado de trabalho. “A mulher cada vez mais conquista o seu espaço pela competência e comprometimento. Este evento é uma excelente oportunidade para discutir temas ligados ao universo feminino, parabéns às organizadoras”, ressaltou. O empoderamento feminino "Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa da ONU Mulheres e do Pacto Global criada para incentivar a igualdade de gêneros e o empoderamento da mulher no trabalho e na comunidade" foi o tema de um dos principais painéis do evento. Mediado por Luciana Paiva, Pedro Mizutani, Carla Pires, Karina Fonseca e Ana Paula Malvestio Ana Paula Malvestio, sócia da PwC, o painel teve como palestrantes Karina Fonseca, da Odebrecht Agro, Carla Pires, do Grupo Odebrecht e Pedro Muzutani, vice-presidente de Relações Externas e Estratégias da Raízen. “O empoderamento da mulher é tão bom para as mulheres quanto para os homens, pois os dois podem ganhar com a maior oportunidade que a mulher pode conseguir no mercado de trabalho e na sociedade”, disse a executiva, porém ponderou que os princípios ainda estão muito ligados às multinacionais do que às empresas brasileiras. Revista Canavieiros - Maio de 2016 Ana Paula apresentou ainda uma pesquisa da PwC feita com mulheres Y (de 20 a 29 anos) que mostrou que 49% delas acreditam que podem atingir os mais altos cargos das organizações em que atuam. O estudo também mostrou que 71% ainda acham que as oportunidades não são iguais para homens e mulheres. Único homem a participar dos painéis, Pedro Mizutani, da Raízen, afirmou na ocasião, que a mulher precisa mostrar seu talento dentro da empresa e não somente esperar pelo reconhecimento. “A mulher ainda é tímida na busca por espaço nas empresas. Elas têm o desejo, mas 61 têm timidez, e poderiam conquistar mais oportunidades usando a tecnologia, a diversidade e flexibilidade que têm”, disse ele, explicando que em muitos casos, esse comportamento até mesmo inibe a atitude de gestores que ficam em dúvida se podem oferecer determinadas funções. As iniciativas das empresas As iniciativas do Grupo Odebrecht na busca pelo empoderamento feminino foram destacadas por Carla Pires, responsável por Sustentabilidade na organização. “Os benefícios das empresas trabalharem o empoderamento das mulheres traz grandes vantagens internas para as pessoas, para as famílias e para a comunidade como um todo. O nosso objetivo ao iniciar uma política era que ela fosse desenvolvida de maneira participativa”, explicou a executiva, que apresentou resultados da pesquisa sobre equidade de gênero realizada na empresa com fim de direcionar as ações de empoderamento. entre trabalho e família e que 46% afirmam não conhecer os programas aplicados à maternidade e paternidade. A pesquisa, que foi respondida por 69% dos homens, 39% das mulheres e 1% sem identificação, mostrou que 84% considera importante ter a mesma condição de trabalho e que valorizar a diversidade dentro da empresa é uma riqueza da organização e por isso ela deve ser estimulada. Karina Fonseca, da área de pessoas da Odebrecht Agroindustrial, apresentou um perfil da participação feminina no grupo e mostrou que elas buscam mais qualificação do que a ala masculina. “Somente 8% dos homens que trabalham na empresa têm curso superior completo contra 21% das mulheres que possuem formação superior completa. De fato, isso mostra que as mulheres estão estudando mais, talvez seja uma corrida para poder competir em situação igual aos homens”, elucidou ela, completando que a pesquisa apontou ainda que 61% de mulheres do quadro de funcionários da empresa são solteiras, contra 52% de homens e que metade das mulheres não tem filhos. Os dados apresentados mostraram também que 55% de homens e mulheres entendem como necessário assegurar que não haja discriminação. “Não basta estar só no código de conduta, a gente precisa ter outras ações que garantam que não haja discriminação”, explicou Carla, contanto que a pesquisa apontou ainda que 55% querem mais equilíbrio Os sete princípios de empoderamento A ONU Mulheres e o Pacto Global criaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres. Trata-se de um conjunto de sete considerações que ajudam a comunidade empresarial a incorporar em seus negócios modelos e práticas que tenham como objetivo a equidade de gêneros e o empoderamento feminino Os sete Princípios de Empoderamento das Mulheres: 1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível. 2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação. 3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa. 4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres. 5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing. 6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social. 7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero. No Brasil, em abril foi sancionada a lei que institui 2016 como o Ano do Empoderamento da Mulher na Política e no Esporte, que tem como justificativa que a participação feminina, em todas as instâncias da sociedade brasileira, é crescente e demonstra que o país despertou para esse importante tema. Sustentabilidade Maria Luíza Barbosa, Cristiane Lourenço e Ana Carolina Velasco "A sustentabilidade ganha espaço na gestão empresarial - das ações socioambientais à boa empresa para trabalhar" foi outro assunto discutido no encontro. O painel contou com mediação de Maria Luíza Barbosa (Isa), diretora da Terragrata Consultoria e consultora de Sustentabilidade da UNICA, Ana Carolina Velasco, gerente de Relacionamento do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) e Cristiane Lourenço, gerente de Desenvolvimento Sustentável e Parceiras na Cadeia de Valor da Bayer CropScience. Revista Canavieiros - Maio de 2016 62 Destaque I Ana Carolina destacou algumas empresas que investem nas mulheres, tais como as Lojas Renner e a Avon. “A Renner conta com diversas políticas importantes para as mulheres e a Avon valoriza não só as consumidoras, mas também todas as funcionárias”, explicou. programas internos e externos para melhorar a qualidade de vida de trabalhadores rurais. Dentre eles, citou o Programa Valore em Cana que já certificou mais de 65 mil hectares e contribuiu para que fornecedores de cana-de-açúcar pudessem melhorar a gestão ambiental de suas propriedades. Já Cristiane ressaltou as iniciativas da multinacional alemã, tais como Também falou do Programa Nossa Água, projeto que em 10 anos recupe- rou 67 nascentes, plantou 1,2 milhão de mudas e contou com cerca de 8,5 mil estudantes envolvidos. Para Isa chegou o momento de se reinventar a sustentabilidade olhando também para o público interno. “É necessário ficar atento e abrir novos caminhos, olhar com gentileza para novos programas, mas também para as pessoas que trabalham na empresa”, afirmou. Agro sob a ótica feminina O painel “O setor sucroenergético sob a ótica feminina - como e onde melhorar - da área agrícola ao mercado externo” contou com mediação da jornalista Luciana Paiva e teve como debatedoras Alessandra Orlando, gerente de Consultoria de RH da área de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen; Beatrice de Toledo Dupuy, gerente de Comunicação Corporativa da Tereos Guarani; Danila Passarin, pesquisadora do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira); Elis Santos, da DEAG (Documentação e Trâmites Aduaneiros); Maria Paula Curto, diretora de Recursos Humanos da Biosev; Priscilla Valério de Almeida, diretora administrativa da Agrícola Volta Grande - Piracicaba-SP e Márcia Rossini Mutton, professora da FCAV UNESP de Jaboticabal-SP. Um dos destaques do painel foi a apresentação das sementes artificiais de cana do CTC, uma tecnologia revolucionária para o setor afirmou Danila. “A vantagem desta tecnologia é a redução da cana utilizada na operação, passando de 20 toneladas de toletes por hectares para 300 quilos de sementes”, disse ela, explicando que o lançamento dessa tecnologia deverá acontecer em 2018 ou 2019. A profissional também falou sobre a cana 20 BT, uma variedade geneticamente modificada, com alta produtividade e resistente a broca-da-cana, que deverá ser lançada pelo CTC, em 2017. Mônika Bergamaschi, ex-secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e atual presidente-executiva do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade Daniela Passarin, Elis Santos, Luciana Paiva, Alessandra Orlando, Beatrice de Toledo Dupuy, Maria Paula Curto, Priscilla Valério de Almeida e Márcia Rossini Mutton no Agronegócio), foi a mediadora do debate sobre o agronegócio sob a ótica feminina - como e onde melhorar, que contou com explanação de Elizana Baldissera Paranhos, agricultora de Capão Bonito -SP, vencedora da região Sudeste do país do Desafio de Máxima Produtividade da Soja (2014), realizado pelo CESB (Comitê Estratégico Soja Brasil); Mirela Gradim, superintendente da Coplana, de Guariba-SP, e Paula Bellodi Santana, produtora de cana, macadâmia e gado de Jaboticabal-SP. “O agronegócio, seja pela ótica feminina, seja pela ótica masculina, continua sendo um grande setor da economia brasileira. É o maior responsável pelo PIB (Produto Interno Bruto), é o que mais gera emprego e é aquele que vem mantendo o saldo da nossa balança comercial, mas é aquele que tem uma ausência gigante de reconhecimento dentro da sociedade, do Governo e em parte do próprio setor”, disse Mônika, afirmando ainda que o segmento clama por novas lideranças e não tem ideia da força que possui. Revista Canavieiros - Maio de 2016 presidente-executiva do Ibisa (Instituto Brasileiro para Inovação e Sustentabilidade no Agronegócio) A presidente do Ibisa ressaltou também que independente de tudo que já tenha sido feito por centros de pesquisas e institutos, há resistência em mudar maneiras tradicionais de tratar o agronegócio. 63 Homenagem Jorgette Stupiello foi homenageada no encerramento do evento. Casada com José Paulo Stupiello, presidente da STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil), há 55 anos, Jorgette acompanhou a trajetória do setor sucroenergético ao lado do marido e dos dois filhos, todos ligados ao setor sucroenergético. “Competência e capacidade não tem sexo”, disse ela concordando com o marido em relação à questão profissional. A homenagem foi entregue por Pedro Mizutani, da Raízen. O executivo se apresentou com o Grupo Musical "Todos Nós”, que contou com a participação de Mônika Bergamaschi, na música, “Eu sei que vou te amar”, de Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Os cantores arrancaram aplausos dos participantes, que encerraram o V Encontro Cana Substantivo Feminino na pista, dançando e cantado. Simulador de colheita de cana-de-açúcar As mulheres puderam operar um simulador de colheita de cana-de-açúcar durante o evento. O equipamento da John Deere foi disponibilizado pela Raízen e foi muito disputado pelas participantes do encontro ao testarem suas habilidades nos comandos do simulador, que oferece a real sensação de estar usando uma colhedora. Segundo Alessandra Orlando, gerente de Consultoria de RH da área de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raí- zen, a implantação do equipamento foi a realização de um sonho, sendo que a empresa, recentemente, passou a utilizar um simulador de caminhão também para incrementar a capacitação na companhia. “A curva de aprendizado acelera substancialmente, assim como a qualidade do operador nas máquinas, surpreendente o nível de segurança que a gente tem com o simulador”, assegurou ela. RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 64 Destaque I Agroencontro reforça tendências para o setor canavieiro Promovido pela Ourofino Agrociência, evento difundiu novas tecnologias e integrou parceiros do setor, promovendo trocas de experiências Andréia Vital O 3° AgroEncontro promoveu entre 29 de março e 1º de abril, dias de campo para mais de 1.200 produtores canavieiros ligados às cooperativas Copercana, Coplacana, Coopercitrus e Coplana. O evento, organizado pela Ourofino Agrociências, foi realizado no Centro de Experimentação Agronômico, da empresa, em Guatapará- SP, ocasião na qual foram apresentadas novidades em máquinas, defensivos agrícolas e variedades de cana em atividades técnicas e teóricas. Durante os quatro dias do encontro, os cooperados, separadas por agenda, puderam verificar estudos sobre cana-de-açúcar de empresas como o IAC (Instituto Agronômico), o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) e a Ridesa Brasil. Segundo Luciano Galera, diretor de Marketing, Pesquisa e Desenvolvimento da Ourofino Agrociência, o encontro tem como objetivo trabalhar parcerias para difundir tecnologia e conhecimento. “Durante o dia de campo, o produtor encontra as variedades de cana, os melhores tratamentos com defensivos agrícolas, aprende sobre a dinâmica de colheita e descobre novas tecnologias de aplicação e máquinas. Acreditamos que isso é muito importante para o pro- fissional ter maior retorno sobre o seu investimento”, disse ele. Galera comentou ainda que dos 20 produtos do portfólio da empresa 10 são dedicados à cana-de-açúcar, sendo que está previsto a inclusão de mais um produto em 2016 e mais dois em 2017. “Nossa intenção é cada vez mais fortalecer nosso portfólio através de produtos que atendam à necessidade do produtor, por isso procuramos entender essa demanda para desenvolver a linha de produtos”, comentou. Tecnologias mostradas no campo O engenheiro agrônomo Daniel Nunes da Silva, do IAC, falou na ocasião sobre o programa de melhoramento de cana-de-açúcar desenvolvido pelo instituto, do sistema de mudas pré-brotadas (MPB) e apresentou variedades, tais como a IAC 91 1099, a IAC 95-5094 e a IAC 95- 5000, as quais podiam ser vistas em campos de experimentação pelos participantes do evento. Luciano Galera, diretor de Marketing, Pesquisa e Desenvolvimento da Ourofino Revista Canavieiros - Maio de 2016 Daniel Nunes da Silva, do IAC Segundo ele, o fornecedor tem que estar atento à escolha da variedade, pois uma escolha errada pode onerar ainda mais o custo das atividades envolvidas no plantio da cana-de-açúcar, que varia entre R$ 4 mil a R$ 8 mil. “É importante a gente saber qual é o ambiente de produção, porque associando as condições de déficit hídrico às condições de ambientes de produção, nós fazemos o manejo adequado”, disse. No caso do CTC, os técnicos do instituto, Alan Pinheiro e Felipe Cláudio, explanaram sobre as oito variedades do centro disponíveis durante a realização do AgroEncontro, sendo que destacaram três cultivares, a CTC 20, a CTC 4 e a CTC 9001, além da primeira cana transgênica, a CTC 20 Bt, que tem lançamento previsto para 2017. “A cana CTC 20BT é uma cana que vai ser resistente à ação da broca, sem qualquer 65 tipo de manejo que a gente tenha que fazer”, esclareceu Pinheiro, que abordou questões relacionadas às pragas, doenças e colheita na oportunidade. Já a Ridesa levou várias variedades de seu portfólio, entre elas a RB975201; RB975242; RB975952 e a RB985476, lançadas recentemente. As condições de fotoperíodo, temperatura e umidade do Nordeste favorecem o florescimento anual da cana-de-açúcar, possibilitando os cruzamentos das variedades RB para a geração de novas cultivares, por isso, esses cruzamentos são feitos naquela região, explicou o pesquisador Roberto Chapola. O profissional citou ainda que as 20 variedades mais plantadas em 138 unidades dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul são RB. Pesquisador Roberto Chapola Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar) da UFSCar, lembrou que no mundo não existe um programa de melhoramento público com tão grande participação no mercado. “Embora nós participamos deste evento desde o início, esta é a primeira vez que eu venho e fiquei tão entusiasmado quantos os técnicos diante do nível técnico do encontro”, disse ele, ao contar ainda que as novas cultivares já são plantadas em várias usinas da região, sendo que este ano irão acontecer as primeiras colheitas dessas novas variedades. Em seu estande, a Ourofino Agrociência apresentou toda a linha para cana-de-açúcar (herbicidas e inseticidas), proporcionando diferentes situações de aplicações. Entre os destaques estavam: DemolidorBR, FortalezaBR e CoronelBR, utilizados para ervas daninhas, e DiamanteBR e SingularBR, soluções para insetos. “O DiamanteBR, à base de Imidacloprid, é um produto com formulação líquida e Suspensão Concentrada (partículas menores), tornando-o mais homogêneo e de difícil decantação. É uma importante ferramenta para o controle eficiente da cigarrinha”, afirmou Roberto Estêvão Bragion de Toledo, gerente de produto Herbicidas e Cana-de-açúcar da companhia. tecnologia de aplicação de defensivos e as novidades no desenvolvimento e fabricação de pulverizadores. Já a Baldan Soluções Integradas, uma empresa de tecnologia especializada em agricultura de precisão, apresentou suas soluções para o setor. E a Valtra, marca do Grupo AGCO, levou para o local a nova colhedora BE 1035e, para demonstração no campo. “A proposta da Valtra sempre foi estar mais próxima do cliente, mais perto do produtor e este evento da Ourofino Agrociências nos dá esta possibilidade. Nós estamos focando o nosso produto não só no grande produtor e nas usinas, queremos que o pequeno fornecedor, o cooperado, também conheça o nosso produto, que foi desenvolvido pensando na facilidade de operação, de manutenção, de baixo custo e proporciona economia de combustível”, alegou Marcos Gobesso, gerente de marketing de equipamentos de cana-de-açúcar da AGCO. Roberto Estêvão Bragion de Toledo, gerente de produto Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do PMGCA Outras empresas também participaram do evento como a Syngenta, que apresentou seu sistema de manejo para cana-de-açúcar, abordou a questão de formação de viveiros e da tecnologia Plene PB (pré-brotada), mudas para geração de viveiros e preenchimento de falhas. A Herbicat explanou sobre Marcos Gobesso, gerente de marketing de equipamentos de cana-de-açúcar da AGCO Revista Canavieiros - Maio de 2016 66 Destaque I Os participantes puderam ver ainda o gado de elite existente na fazenda. Ali são criadas mais de duas mil cabeças de nelore e desenvolvido um programa de melhoramento genético, sendo que doadoras de embrião ficaram em exposição para apreciação dos visitantes. O Centro de Experimentação Agronômico é capacitado para realizar aproximadamente 250 estudos por ano. Uma palestra do professor Marcos Fava Neves encerrou o evento. “As discussões que tivemos no AgroEncontro são benéficas para o produtor aumentar a competividade neste início de safra – especialmente neste momento, que começamos o período muito melhor que o ano anterior. Os preços estão elevados, o valor do ATR está alto e isso deve contribuir para uma remuneração mais compensadora da cana. São pontos relevantes e animadores para um novo ciclo de investimento, geração de renda, valor e riqueza para o Brasil”, ressaltou. Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, Luciano Galera, Ourofino e Jardel Massari, Ourofino Ao falar sobre o futuro para a empresa, Jardel afirmou que as perspectivas do mercado de agrociência e defensivos agrícolas são excelentes diante do cenário atual, com preços bons das commodities, apesar da conturbação política que envolve o país. “Até na cana teve uma melhora depois de cinco anos de crise, então acho que será um ano muito bom para nós”, disse. O resultado também foi comemorado pelo gerente de Marketing e Inteligência Competitiva da Ourofino Agrociência, Everton Molina Campos. “Encerramos mais um ano com sucesso de público e com ricas trocas de experiências. Estamos totalmente satisfeitos com o resultado desse encontro, bem como pela inte- Everton Molina Campos, gerente de Marketing e Inteligência Competitiva da Ourofino gração promovida. Já estamos pensando na próxima edição, afinal, novidades fazem parte e queremos oferecer o melhor aos nossos parceiros e clientes”, concluiu. Evento contribui para disseminar boas práticas no segmento canavieiro Professor Marcos Fava Neves “Há uma sinergia muito grande entre as cooperativas, os produtores e os organizadores. As pessoas gostam muito de vir para ver novas tecnologias, as novas variedades de cana-de-açúcar, equipamentos e soluções para o segmento. Isto é comprovado com o aumento do público a cada edição, pois começamos com 300 e desta vez recebemos mais de 1200 produtores. Eu acho que foi muito proveitoso este terceiro encontro e no ano que vem queremos trazer mais novidades, melhorar ainda mais a organização, mas ficamos muitos satisfeitos com o resultado. Foi fantástico, pois foi bom para a empresa e também para os produtores”, disse Jardel Massari, sócio fundador da Ourofino Agrociências, que participou dos quatro dias do evento. Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, ressaltou a importância da reunião para o segmento canavieiro, apontando que eventos como este reforça a parceria entre a cooperativa, a empresa e fornecedores de cana. “Espero que o encontro seja cada vez mais produtivo, de aprendizado e que cada vez mais nossos cooperados e associados possam desfrutar das informações compartilhadas aqui”, destacou. Para o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, o Agroencontro é uma oportunidade para que os produtores tenham mais contato com a linha de trabalho que a empresa tem, além de ser bom para estreitar o relacionamento entre produtores com diretores e técnicos. “É importante que toda a evolução da pesquisa, todo o trabalho e conhecimento gerado não fiquem na Revista Canavieiros - Maio de 2016 prateleira e sim sejam transmitidos para que as pessoas possam usufruir disso. A gente sempre participa para assimilar o que há de novo e, assim, transferir para os nossos produtores e eles possam fazer um bom uso dessas informações”, afirmou. “O Agroencontro promovido pela Ourofino Agrociências e parceiras traz a possibilidade de o produtor conhecer novos produtos, insumos, melhoramento de variedades de cultivares e tecnologias. Para o setor canavieiro o evento é sempre de grande importância, pois trouxe experimentos diversos adaptados à nossa região. Portanto, parabenizo a iniciativa da empresa e também da Copercana pelo forte número de cooperados presentes”, reforçou Gustavo Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia, presidente do Sindicato Rural de Ituverava. RC 67 Revista Canavieiros - Maio de 2016 68 Destaque II Ribeirão Preto-SP recebe tradicional evento sobre o controle de plantas daninhas Referência no controle de plantas daninhas, a 15ª edição do Herbishow contou com a participação dos maiores especialistas no assunto que apresentaram produtos consagrados, soluções e casos de sucesso Fernanda Clariano U m dos principais fatores que atingem a produtividade agrícola na cultura canavieira são as plantas daninhas, por isso uso de herbicidas está sendo cada vez mais usado. Trocar informações para disseminar o conhecimento sobre o que há de mais novo no mercado para combater essas inimigas é de grande importância. Este ano, o 15º Herbishow - Seminário sobre Controle de Plantas Daninhas na Cana, reuniu nos dias 11 e 12 de maio, no Centro de Convenções em Ribeirão Preto-SP., mais de 600 pessoas de vários Estados do país. Entre os presentes, produtores de cana, usinas, empresas de produtos e equipamentos, consultores do setor canavieiro, agrônomos, estudantes e pesquisadores renomados que dedicaram suas vidas a estudar o controle de plantas daninhas e, assim, encontrar as formas e tecnologias eficientes para combatê-las. Os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar assuntos importantes como recuperação da produtividade, manejo de plantas daninhas, análise de resultados, o uso de produtos eficientes, técnicas de aplicação de herbicidas, mudança no controle de pragas, entre outros Na abertura, o diretor do grupo IDEA e idealizador do evento, Dib Nunes, contextualizou a importância do uso dos herbicidas no controle das plantas daninhas e também falou da satisfação em poder realizar ao longo de uma década e meia o Herbishow. “Hoje no Brasil quase toda área plantada com cana depende do uso de herbicidas para controlar as plantas daninhas e eu me sinto muito feliz em poder contribuir há 15 anos, de forma ininterrupta, no controle dessas plantas por meio das novidades, avanços tecnológicos e das soluções que apresentamos neste evento”, destacou. Quem deu início ao ciclo de palestras foi o consultor e proprietário da Baldan Soluções Integradas, Edson Baldan Jr., que abordou o tema “nova era no manejo de plantas daninhas de difícil controle”. Segundo ele, a colheita mecanizada favoreceu a dispersão das plantas daninhas e, consequentemente, a reposição do banco de sementes e, por conta disso, é importante que se faça um controle efetivo maior. Com o avanço da tecnologia Edson Baldan Jr., Baldan Soluções Integradas Revista Canavieiros - Maio de 2016 Dib Nunes, diretor do grupo IDEA e idealizador do evento no campo, novas práticas começam a ser introduzidas quando o assunto é aplicação de defensivos e o uso de helicóptero tem ganhado força. Na ocasião, o consultor apresentou as vantagens de se aplicar defensivos agrícolas com helicóptero, entre elas agilidade e mobilidade, onde a curva de reversão do helicóptero é 50% mais rápida comparada ao avião agrícola. Aplicação próxima a obstáculos, em relevos acidentados, capacidade de pouso/reabastecimento dentro da área onde ocorrem os trabalhos e otimiza tempo/ condições climáticos; o efeito downwash, que melhora a deposição e distribuição, associado a pontas que produz gotas 69 grossas e o efeito vortex, que é responsável por promover perdas de gotas menores que 150 micrômetros nas pontas das asas, bem como distribuição desuniforme entre as faixas de aplicação, além de outras outras vantagens. Pedro Christoffoleti, pesquisadores da ESALQ/USP Já os pesquisadores Pedro Christoffoleti da ESALQ/USP, Edivaldo Domingues Velini, da UNESP de Botucatu, e Marcelo da Costa Ferreira, da UNESP de Jaboticabal, explanaram respectivamente sobre aspectos técnicos e práticos para manejar herbicidas no plantio e na soqueira, os últimos resultados de pesquisas de aplicação de herbicidas sobre palha e recomendações práticas para melhor uso das tecnologias de aplicação de herbicidas. Em sua apresentação, Christoffoleti afirmou que devido à colheita mecanizada, as folhas largas têm ganhado importância nos últimos anos e que é preciso muito cuidado. “Temos que controlar as plantas daninhas por pelo menos 127 dias do ciclo da cultura, pois caso não haja um controle efetivo, as perdas em produtividade podem chegar a 41%”. Já Velini destacou em sua apresentação que a aplicação de herbicida em um ambiente de palha não difere tanto de um ambiente com solo exposto. "Num solo coberto, existe tanto o controle exercido pelo herbicida quanto pela palha. Sendo assim, tem que aproveitar o controle dos dois agentes, utilizando um produto que atravesse essa matéria, considerando também que a palha apresenta um excelente potencial de controle”. Edivaldo Velini, pesquisador da UNESP de Botucatu Marcelo Ferreira, pesquisador da UNESP de Jaboticabal “Uma das maiores autoridades do Brasil, quando se fala em tecnologia de aplicação, Marcelo Ferreira, deu o seu recado. De acordo com o pesquisador que foi o último palestrante do evento, os produtos para o controle das plantas daninhas custam uma fortuna e às vezes não solucionam o problema porque não estão sendo aplicados corretamente. “O produtor precisa conhecer as condições de seu canavial para saber como, quando aplicar o produto e fazer uma aplicação direcionada. Se ele tem uma área com 30% de infestação, não pode aplicar 100%, senão pode perder 70% da sua aplicação”. O seminário também contou com a participação dos principais fabricantes de herbicidas para cana-de-açúcar, que apresentaram por meio de palestras seus resultados, novos conceitos de uso de produtos e tecnologias inovadoras para o controle efetivo das plantas invasoras dos canaviais Na ocasião, foram apresentados pelo menos 20 moléculas com características e funcionamento de inter-relação com o clima e com solos diferentes. O evento também foi palco de lançamento e comemoração A Arysta LifeScience lançou durante o 15º Herbishow mais um herbicida: o produto Oris®: uma ferramenta apresentada para o manejo sustentável de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar. A empresa também foi responsável por levar ao evento o artista Sérgio Malandro, que de maneira descontraída, falou sobre herbicida Dinamic, produto eficiente no controle da corda-de-viola. Já a FMC participou do evento apresentando o portfólio de herbicidas da companhia para incrementar a produtividade no campo e, além disso, celebrou os 20 anos de grandes resultados do herbicida Boral 500 SC . RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 70 Revista Canavieiros - Maio de 2016 EVENTO 71 100 CONGRESSO NACIONAL DA STAB CENTRO DE CONVENÇÕES DE RIBEIRÃO PRETO - SP 20 a 22 de setembro de 2016 boletim n0 1 A Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil - STAB, realizará no periodo de 20 a 22 de setembro de 2016, em Ribeirão Preto - SP, o seu 10º Congresso Nacional. O evento deverá reunir os diversos segmentos do setor sucroenergético do Brasil e da América Latina, envolvendo Pesquisadores, Professores, Técnicos, Empresários, Administradores e demais profissionais e instituições/empresas com atividades direcionadas para a agroindústria canavieira. Os mais recentes avanços tecnológicos das áreas agrícola, industrial e administrativa serão apresentados e discutidos em sessões plenárias com apresentação de trabalhos técnicos e científicos e conferências do setor Sucroenergético. Em setembro de 2016 a STAB Regional Sul espera por você. Participe do 10º Congresso Nacional da STAB e conheça um dos maiores pólos sucroenergéticos do Brasil. APRESENTAÇÃO DE TRABALHO Os trabalhos deverão ser inéditos e contribuírem significativamente para o desenvolvimento técnico ou cientifico das diferentes áreas da agroindústria da cana-de-açúcar. Não serão aceitos trabalhos de cunho comercial. Os trabalhos serão submetidos e analisados pelos membros das comissões técnicas indicadas pela Comissão Organizadora do Congresso, que terão o poder de recomendar ou não a sua aceitação, quanto ao conteúdo e ao atendimento às normas de apresentação. Os trabalhos serão distribuídos nas seguintes áreas: Agronômica: Melhoramento genético, Fitotecnia, Fitopatologia, Entomologia, Controle de ervas daninhas, Biotecnologia, Solos, Irrigação, Meteorologia, Moto-mecanização e Controle Agrícola. Industrial: Engenharia industrial, Processamento, Energia, Subprodutos, Diversificação. Administração e outras áreas: Informática, Estatística, Conservação ambiental (sustentabilidade), Socio-economia, Comercialização e mercado, Controle de qualidade e Recursos humanos. NORMAS PARA PREPARAÇÃO DE TRABALHO Os trabalhos deverão ser apresentados em português com o máximo de 12 páginas , incluindo as figuras, gráficos e tabelas e confeccionados em Microsoft Word (editor de texto) e encaminhados via e-mail, à secretaria executiva do Congresso, [email protected], até o dia 29 de abril de 2016. Os trabalhos deverão conter no máximo 12 páginas impressas em papel A4, em um só lado da folha, em espaço duplo com 2,5cm em todas as margens, nas fontes arial ou times new roman, no tamanho 12(corpo), devendo neste total conter todas as tabelas e figuras (graficos desenhos e fotos). A estrutura dos trabalhos científicos deverá apresentar a seguinte ordenação: Título, Autores, Referência dos Autores, Resumo (no máximo de 200 palavras), Summary, Palavras Chave, Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão, Conclusões, Agradecimentos ( no máximo de 50 palavras) e Referências Bibliográficas. Na primeira página do trabalho oTítulo deverá ser conciso e centralizado na largura da folha e em letras maiúsculas (exceto para termos científicos). O(s) nomes(s) do(s) autor(es) deverá(ão) ser mencionado(s) abaixo do título, centralizado(s) na largura da folha e em letras maiúsculas. Os números símbolos e abreviaturas do texto deverão apresentar o sistema métrico e os algarismos arábicos, exceção quando for a primeira palavra de uma sentença. Os símbolos poderão ser usados para indicar elementos compostos e porcentagens. As abreviaturas comuns na literatura açucareira poderão ser usadas: STAB, ISSCT, TCH, POL, TPH, BRIX, dms, ha, g, m², m³, ppm, mL, t, etc. As Referências bibliográficas devem ser seguidas de acordo com as normas da ABNT (NBR-6023, de 2002) e deverão ser organizadas pela ordem alfabética do autor ou primeiro autor, e a lista de referências deve conter apenas as citações constantes no corpo do trabalho. As Referências de periódicos devem conter pela ordem: nome(s) do(s) autor(es), nome completo do artigo, nome completo do periódico, segundo Word List Scientific Periodical, local de publicação, número do volume, número do fascículo do volume, número das páginas, mês e ano de publicação. Exemplos: GUTIERREZ, L. E. Composição de ácidos graxos e viabilidade celular em Saccharomyses cerevisae. STAB Açúcar, Alcool e Subprodutos. Piracicaba v.9, n.6, p.31-34, jul/ago.1991. As referências dos livros deverão conter pela ordem: nome(s) do(s) autor(es) em maiúscula, título do livro em negrito, local de publicação; editora, ano de publicação, e o número de páginas. PAYNE, J. H. Unit operations in cane sugar production. Amsterdam, Elsevier, 1982. 302p. As tabelas deverão estar numeradas consecutivamente em algarismos arábicos, e serem encabeçadas por um título conciso e claro e em letras maiúsculas, não devendo usar as linhas verticais para separar colunas. As figuras (fotografias, gráficos ou desenhos) deverão ser numeradas consecutivamente em algarismos arábicos, recebendo a denominação de ‘’fig.’’, colada na parte inferior com a respectiva legenda, em letras maiúsculas. A representação das figuras deverá ter por base as dimensões da página já citada para tabelas, gráficos e desenhos, devendo ser feitas em alguns dos seguintes programas: Corel Draw, Imagem do Word ou qualquer editor de imagem, sempre e quando sejam gerados arquivos com no mínimo de resolução de 300 dpi e nos formatos ‘’JPEG’’, ‘’TIF’’ e ‘’EPS’’ (esses arquivos devem ser enviados junto com o documento ou texto). As fotografias poderão ser em preto e branco ou coloridas, em papel brilhante e apresentar bom contraste. Cada figura deverá ser identificada no texto e no verso, devendo ser acompanhada da respectiva legenda, em folha separada do original. A nomenclatura científica deverá ser citada segundo os critérios estabelecidos nos códigos e os nomes científicos e devem estar em itálico. Revista Canavieiros - Maio de 2016 72 Pragas e Doenças I A cigarrinha e o seu controle Por: Ana Paula da Silva, Engenheira Agrônoma na Ourofino Agrociência Marco Antonio Drebes da Cunha, Gerente de Produtos Inseticidas e Cereais na Ourofino om a dificuldade econômica vivida pelo setor sucroenergético, o bom manejo nos canaviais significa mais produtividade agrícola, além de incremento da atividade industrial. Exemplo disso é o cuidado com a cigarrinha-das-raízes, praga que se tornou relevante no Estado de São Paulo no final da década de 1990, quando ocorreu o aumento das áreas de colheita de cana crua. Na região, a situação se agravou ainda mais em 2007, quando o Protocolo Agroambiental do setor substituiu, gradativamente, a colheita manual pela mecanizada. de produtividade. A porcentagem é maior em cana colhida no final da safra, quando a planta está mais suscetível ao ataque. É preciso ressaltar também os prejuízos na área industrial, uma vez que é registrada redução do teor de sacarose da cana. C Mas, engana-se quem pensa que apenas o Estado de São Paulo é alvo da cigarrinha-das-raízes. Em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também são registrados danos severos da praga, reduzindo a produtividade e a qualidade da matéria-prima. Sem a queima, que controla naturalmente a população de várias pragas, entre elas, a cigarrinha-das-raízes, prevalece a cana crua, que tem a umidade como sua grande aliada. Com isso, o ambiente torna-se favorável para o desenvolvimento do inseto. Os danos causados pela cigarrinha-das-raízes, que mede cerca de um centímetro, podem chegar a 60% de perda Desenvolvimento Tudo se inicia no período chuvoso, quando as fêmeas depositam seus ovos na base das touceiras de cana, em bainhas secas e em outros resíduos vegetais. Em alguns casos, isso acontece até mesmo sobre o solo, já nas proximidades dos colmos. Após a eclosão dos ovos, as ninfas se deslocam para as raízes e radicelas, na quais se fixam e começam a sugar a seiva, permanecendo neste ponto, envoltas por uma densa espuma produzida por elas mesmas. O ciclo total desse inseto dura de 65 a 80 dias, sendo comum a ocorrência de três gerações anuais em épocas de chuvas. No período seco, os ovos entram em diapausa, permanecendo assim até que as condições de umidade do solo sejam novamente favoráveis. Já na fase adulta, a cigarrinha também causa danos ao injetar toxinas nas folhas, interferindo na capacidade de fotossíntese da planta. Estudos indicavam a existência de uma única espécie de cigarrinha- Revista Canavieiros - Maio de 2016 Roberto Estêvão Bragion de Toledo, Gerente de Produto Herbicidas e Cana-de-açúcar na Ourofino Agrociência -das- raízes nos canaviais brasileiros, a Mahanarva fimbriolata. Contudo, de acordo com uma análise de amostras enviadas ao Centro de Cana IAC por produtores de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Paraná, existem outras duas, que convivem na maioria das áreas, muito parecidas e só podem ser identificadas por meio do exame da genitália dos machos. Combate Para reduzir os prejuízos causados pela cigarrinha é preciso adotar medidas de controle, como o químico e/ou biológico. O controle químico é considerado a principal ferramenta para este trabalho, já o biológico, geralmente, é aplicado em áreas com populações da praga ainda bastante baixas. No manejo químico existem dois grupos de moléculas: neonicotinóides e fenilpirazóis, que são importantes ferramentas para o controle eficiente dessa praga. Ana Paula da Silva é engenheira agrônoma na Ourofino Agrociência; Roberto Estêvão Bragion de Toledo é gerente de produto Herbicidas e Cana-de-açúcar na Ourofino Agrociência e Marco Antonio Drebes da Cunha é gerente de Produtos Inseticidas e Cereais na Ourofino Agrociência. RC 73 VI Congresso 15 a 17 de agosto de 2016 Transamerica Expo Center | São Paulo | SP Horário do Congresso 15/08 - 13h às 18h30 16/08 – 8h às 18h30 17/08 – 9h às 13h30 Horário da Feira 15/08 - 10h às 20h 16/08 – 8h às 20h 17/08 – 8h às 17h O EVENTO DA DISTRIBUIÇÃO DE INSUMOS AGROPECUÁRIOS www.congressoandav.com.br /andavbr Patrocinador Master Apoio Institucional @andavbr /congressoandav Patrocinador Ouro Apoio Mídia Realização T H E B R A Z I L I A N FA R M P R O D U C T R E TA I L E R S ’ A S S O C I AT I O N Organização Revista Canavieiros - Maio de 2016 74 Pragas e Doenças II Crotalárias e o controle de nematoides em canaviais Leila Luci Dinardo Miranda* O s danos causados por nematoides à cana-de-açúcar no Brasil, que, em última análise, se expressam em significativas reduções de produtividade, são conhecidos há muitos anos. Trabalhos conduzidos no início da década de 1980 (em alguns casos, até mesmo antes disso) por W.R.T.Novaretti e por L.L. Dinardo Miranda, no estado de São Paulo, e por R.M. de Moura, nos estados do Nordeste brasileiro, já revelavam a importância dos nematoides para a cana-de-açúcar. decorrência das melhorias nas condições físicas, químicas e até biológicas do solo, a cultura implantada na área após a rotação é também muito beneficiada por ela. Em razão dessa relevância, o Centro de Cana do IAC vem fazendo, há anos, uma ampla e contínua divulgação de um programa de manejo de áreas infestadas por nematoides. Apesar disso, algumas informações ainda geram dúvidas, como é o caso do papel desempenhado pela rotação com crotalárias na redução populacional de nematoides; nesse caso específico, o papel é um pouco diferente daquele que tem sido divulgado. Outro benefício da rotação com crotalárias, entretanto, não se confirma na prática, apesar de ser amplamente comentado e divulgado: a redução na população de nematoides. A rotação de culturas com leguminosas, entre as quais as crotalárias, traz muitos benefícios ao solo, pois o protege da erosão, promove sua descompactação, aeração e estruturação, uma vez que as plantas possuem sistema radicular vigoroso e profundo e, por isso, são capazes de aumentar a taxa de infiltração e retenção de água no solo; possibilita a reciclagem dos nutrientes eventualmente lixiviados; contribui para reduzir a população de plantas daninhas, devido aos efeitos de supressão e/ou alelopatia; permite a incorporação de nitrogênio da atmosfera ao solo, devido à fixação biológica do nutriente; melhora na eficiência de fertilizantes minerais, uma vez que as raízes das leguminosas liberam ácidos orgânicos que ajudam na solubilização de minerais, principalmente do fósforo e; promove aumento dos teores de matéria orgânica no solo, devido à produção de fitomassa. Obviamente, em A rotação de culturas em áreas cultivadas com cana-de-açúcar pode ser feita somente por ocasião da reforma do canavial, ou seja, a cada cinco anos em média, mas os benefícios citados anteriormente são vistos até mesmo nessa situação. Para entender bem essa afirmação, é bom lembrar que há quatro espécies de nematoides importantes para a cana-de-açúcar no Brasil: Meloidogyne javanica, M. incognita, Pratylenchus zeae e P. brachyurus. P. zeae é a espécie de nematoides mais comum em canaviais, presente em quase a totalidade deles. P. brachyurus está presente em mais ou menos 30% dos canaviais, sendo tão ou mais comum que Meloidogyne javanica ou M. incognita. As espécies de crotalárias, em geral, não são boas hospedeiras de nematoides do gênero Meloidogyne. Isso significa que, quando são plantadas em áreas infestadas por esses nematoides, as crotalárias não permitem a multiplicação deles em suas raízes; entretanto, as crotalárias não liberam no solo qualquer substância capaz de “’matar” os nematoides. Assim, sem plantas hospedeiras, os nematoides do gênero Meloidogyne sobrevivem no solo na forma de ovos, que podem ficar viáveis por vários anos. É verdade que, com o passar do tempo, muitos ovos morrem e a viabilidade vai reduzindo ano a ano, mas muitos sobrevivem por vários anos. Revista Canavieiros - Maio de 2016 Leila Dinardo Miranda, pesquisadora do IAC Como nas áreas de reforma dos canaviais, as crotalárias são cultivadas por 4 a 5 meses, muitos ovos de Meloidogyne conseguem sobreviver durante esse período e os juvenis que deles nascem atacam a cana-de-açúcar plantada em sequência na área, pois o período de cultivo das crotalárias não é longo o suficiente para que a maioria dos ovos “morram”. Assim, a rotação com crotalárias, da forma com é feita atualmente em áreas de reforma dos canaviais, por somente 4 a 5 meses (um ciclo da crotalária), tem pouco efeito sobre as populações dos nematoides do gênero Meloidogyne. Por outro lado, em relação aos nematoides do gênero Pratylenchus, que são os mais comuns em canaviais, o efeito do plantio das crotalárias é diferente. As crotalárias em geral hospedam e permitem a multiplicação em suas raízes de nematoides do gênero Pratylenchus; a população desses nematoides pode até aumentar devido ao cultivo das crotalárias. Os fatos acima começaram a ser verificados no início da década de 1990, quando Moura (1991) conduziu um ex- 75 perimento no Nordeste, no qual avaliou as populações de Meloidogyne no solo de áreas cultivadas com cana-de-açúcar e naquelas onde se fazia rotação com diversas culturas. O pesquisador notou que o plantio de C. juncea no período chuvoso, por 2 anos consecutivos, intercalado com o pousio da área durante o período seco, quando ela foi mantida limpa com revolvimento periódico de solo, proporcionou redução na população de Meloidogyne no solo, se comparado com a área na qual se cultivou cana-de-açúcar pelo mesmo período. O autor, entretanto, nada comentou sobre os nematoides do gênero Pratylenchus. Posteriormente, outro ensaio foi conduzido também no Nordeste do Brasil, por Rosa et al. (2003), que reformaram parte de uma área cultivada com cana e nela plantaram C. juncea por vários ciclos consecutivos durante um ano; ao final daquele ano, tanto a área cultivada com cana como a área na qual se fez rotação com C. juncea receberam novo plantio de cana-de-açúcar. Periodicamente após a implantação do novo canavial, os pesquisadores coletaram amostras de raízes de cana-de-açúcar para avaliar as populações de nematoides; notaram que as populações de M. javanica e de M. incognita nas raízes da cana-de-açúcar eram menores na área onde tinha sido feita rotação com C. juncea por um ano, se comparadas com as populações desses nematoides no canavial conduzido sem rotação. Por outro lado, os pesquisadores verificaram que a população de P. zeae nas raízes da cana-de-açúcar cultivada após rotação com C. juncea por um ano era maior do que no canavial sem rotação. Nos dois trabalhos anteriores, porém, os pesquisadores fizeram rotação com C. juncea por mais de um ano, prática pouco comum nas usinas e fornecedores. Em geral, os produtores de cana, quando fazem rotação com crotalárias, fazem por somente um ciclo da crotalária. Por causa disso, o IAC conduziu um experimento em campo, na região de Piracicaba, simulando as condições de rotação adotadas pelos produtores (Dinardo-Miranda e Gil, 2005). Assim, para a condução do experimento, os pesquisadores escolheram uma área muito infestada por M. javanica e por P. zeae. Depois da destruição mecânica da soqueira antiga, a área foi dividida em grandes parcelas, sendo que em metade das parcelas se fez a rotação com C. juncea e na outra metade, não. A crotalária foi plantada em outubro e, em março do ano seguinte, foi triturada e incorporada ao solo. Em seguida, tanto na área rotacionada como na área sem rotação, implantou-se o novo canavial. Nesse momento, as grandes parcelas com e sem rotação com crotalária foram subdivididas, recebendo ou não, nematicida no plantio da cana-de-açúcar. Assim, quatro tratamentos foram avaliados: 1) canavial após rotação com crotalária; 2) canavial após rotação com crotalária + nematicida no plantio; 3) canavial sem rotação com crotalária e; 4) canavial sem rotação com crotalária + nematicida no plantio. As análises nematológicas mostraram que a rotação com crotalária não teve efeito sobre M. javanica, pois a população desse nematoide nas raízes de cana-de-açúcar cultivada na área com rotação foi semelhante à encontrada nas raízes de cana-de-açúcar cultivada na área sem rotação. Por outro lado, a população de P. zeae no canavial conduzido na área rotacionada foi maior do que a população de P. zeae no canavial conduzido na área sem rotação, sugerindo que esses parasitos tinham se multiplicado abundantemente nas raízes da crotalária. Redução na população de nematoides foi verificada somente nas parcelas que receberam nematicidas no plantio, com ou sem rotação com C. juncea. Os dados desses três ensaios, conduzidos em campo, revelam que a rotação com crotalárias pode promover aumento nas populações de nematoides do gênero Pratylenchus, os mais comuns em canaviais, pois as crotalárias hospedam e permitem a multiplicação desses nematoides em suas raízes. Por outro lado, para haver redução significativa nas populações de Meloidogyne, as crotalárias devem ser cultivadas consecutivamente por pelo menos 1 a 2 anos, tomando-se o cuidado de manter a área livre de plantas daninhas durante todo o período, pois plantas daninhas hospedam e permitem a multiplicação de muitos nematoides, inclusive Meloidogyne e Pratylenchus. Em resumo: da maneira como a rotação com crotalárias é feita atualmente em áreas de reforma de canaviais, que consta de somente um ciclo de cultivo de crotalárias (4 a 5 meses), não há redução nas populações de Meloidogyne e pode haver incremento nas de Pratylenchus. Apesar disso, o plantio de crotalárias nas áreas de reforma é ainda bastante vantajoso para o canavial plantado em sequência, que geralmente produz mais do que aquele plantado em área sem rotação; essa maior produtividade é devida a todos os benefícios da adubação verde, exceto o controle de nematoides. Para isso (controle de nematoides) é preciso usar nematicidas. *pesquisadora do Centro de Cana-de-açúcar do IAC (Instituto Agronômico)RC Revista Canavieiros - Maio de 2016 76 VENDEM-SE - Varredura de Adubo, excelente qualidade. Quantidade mínima 36 toneladas. Pagamento à vista; - Prédio comercial Alto da Boa Vista, Av. Independência – Zona Sul, Ribeirão Preto-SP, 700m² AC. R$ 5.300.000,00. Aceito a parte em imóvel de meu interesse. Particular p/particular. Descarta corretores. Tratar com Paulo (16) 9 9609-4546. VENDE-SE FORD Ranger, 2010, modelo XL, diesel, cabine dupla, branca em bom estado de conservação e 93.000 km, R$ 46.000,00. 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VENDE-SE Sítio com 13 alqueires, localizado na Vicinal Vitor Gaia Puoli - Km 2, em Descalvado-SP, em área de expansão urbana, com nascente, rio, energia elétrica, rede de esgoto e asfalto. Tratar com o proprietário - Gustavo F. Mantovani, pelos telefones: (19) 3583- 4173 e (19) 9 9767-3990. VENDEM-SE - Plantadeira de cana “Distribuidora Antoniosi” GS 1102, seminova com 700 horas de uso, preço de ocasião, com financiamento através do Banco do Brasil, com parcelas vencíveis até 2023, ou seja, 8 anos; - Repetidora com fonte de alimentação CV 15F, marca Intraco com estação repetidora RC7020, marca intraco; - Torre para antena com 30 metros; - Rádio fixo UHF 7000, marca Intraco, com fonte Mod CV 05, marca Intraco, com dimensão de alcance de até 300 km; Revista Canavieiros - Maio de 2016 78 - Carroceria de ferro de 8 metros para plantio e transporte de cana inteira, marca Galego, 2008; - 2 rolos compactadores para adaptar em escalificador (sem uso) R$ 1.000,00, Civemasa; - 1 Conjunto para transporte de cana picada, sendo 1 carroceria e 2 julietas; - 2 pneus seminovos ref, 18-4-38 – 12 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas (aro e disco) 18-4-38; - 2 pneus seminovos ref. 14-9-28 – 10 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas (aro e disco) 14-9-28; - Propriedade agrícola com 51 alqueires paulista, com 48 alqueires plantado em cana-de-açúcar sendo a maioria de 2º corte, totalmente plana na melhor região de Frutal, próximo a 2.000 metros do bim do Cutrale e 11 km de asfalto e 2 km de terra até a cidade de Frutal-MG, com as devidas benfeitorias e distância de 29 km da Usina Coruripe e 17 km até a Usina Frutal; - Propriedade agrícola de 58 alqueires paulista com 47 alqueires plantados em cana-de-açúcar sendo a maioria de 2º e 3º corte, a 2 km do asfalto ótima localização e excelentes benfeitorias na região de Frutal-MG, com distância de 25 km da Usina Coruripe e 40 km da Usina Cerradão; “Sendo que ambas as propriedades aceita-se permuta com áreas maiores ou menores”; - Caminhão prancha, diesel, MB L1113 ano 1970, cor vermelho original, pneus seminovos prancha 3,5 metros de largura reforçada com plataforma e chassi alongado em perfeito estado, único dono. - Camionete D-10, gabine dupla, ano e modelo 1984, marrom com bege, turbinada, direção hidráulica, em bom estado de conservação. Tratar com Marcus ou Nelson, pelos telefones (17) 3281-5120, (17) 9 81581010 ou (17) 9 8158-0999. VENDE-SE Hilux 2013, prata, cabine dupla, automática, flex, segundo dono. Tratar com Alexandre Moré, pelo telefone (18) 9.9716-4562 VENDE-SE - Carregadeira CMP 1.200 Master, BM 85 4X4, 2007, R$ 57.000,00. Tratar com Cláudio, pelo telefone (16) 9 9109-8693. VENDEM-SE - S10 tornado, 2009, prata, cabine dupla, diesel 4x4; - D20, 1992, vinho, turbo de fábrica; - D20, 1987, branca e bege, motor com 1000 km; - Montana Sport, 2012, prata; - F250 XLT, 2003, preta; - Uno 2012, Vivance, preto; - F4000 1989, cinza, carroceria madeira; - Trator MF 50x1973, MB 1313, carroceria truck, 1979, vermelho, motor zerado; - Saveiro 1991, álcool, prata, motor com 1000 km; - Gol 2000, álcool, prata. Tratar com: Diogo (19) 9 9213-6928, Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro (19) 9 9280-9392. VENDEM-SE - Caminhão VW 26310, ano 2004 - canavieiro 6x4, cana picada - Rodoviária; - Carreta de dois eixos, cana picada – Rondon. Tratar com João, pelos telefones: (17) 3281-1359 ou (17) 9 9736-3118. VENDE-SE Área de mata fechada para reserva ambiental de 90 hectares, Guatapará/ Pradópolis -SP, R$ 27.000,00 o hectare. Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910. VENDE-SE Gleba de terras sem benfeitorias (30 alqueires), boas águas, arrendamento de cana com Usina ABENGOA (Pirassununga). Localizada no município de Tambaú-SP (Fazenda família Sobreira). Tratar com proprietário, em Ribeirão Preto, pelos telefones: (16) 3630-2281 ou (16) 3635-5440. VENDEM-SE - Transformador trifásico de 15 KWA, preço R$ 2.400,00; - Transformador trifásico de 30 KWA, preço R$ 2.600,00. Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056 ou (16) 3947-3725 ou (16) 3947-4414. VENDEM-SE - Sítio de 9 alqueires, sem mato ou brejo (100% aproveitável) em Olímpia- Revista Canavieiros - Maio de 2016 SP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos dos Thermas dos Laranjais, 25 minutos de Rio Preto, 35 minutos de Barretos, plaino, na rodovia, sem benfeitorias, mas com energia na propriedade; - Sítio Arlindo - município de Olímpia, área de12 alqueires, casa de sede, área de churrasco (100 m²), casa de funcionário reformada, pomar e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de "bacuri" (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê, distância de 25 Km de Olímpia. Tratar com David, pelo telefone: (17) 9 8115-6239. VENDEM-SE LIQUIDAÇÃO GIROLANDO E GIR PO - 4 touros GIR PO, 1 com 18 meses e 3 com 26 meses; - 11 novilhas girolando, grande sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação. Seis já estão prenhas; Obs.: Sítio localizado na cidade de Santo Antônio da Alegria - SP, há 15 anos trabalhando com inseminação. Tratar com José Gonçalo, pelo telefone e/ou e-mail (16) 9 9996-7262 – [email protected]. VENDEM-SE - Mudas de seringueira, Clone RRIM 600 com alta produção de látex. Viveiro credenciado no RENASEM Nº SP 14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município de Orindiúva-SP. Preço: R$ 4,50/muda; -Fazenda com 48 alqueirões no município de Carneirinho-MG, localizada próxima da rodovia asfaltada. Ótimo aproveitamento para plantio de cana, seringueira e/ou pastagens. Preço: R$ 60.000,00/alqueirão; -Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Prado, com salão e WC privativos, sacada, 03 dormitórios, sendo 1 suíte, armários embutidos, banheiro social, sala, sala de jantar, jardim de inverno, cozinha com armários, área de serviço, quarto com estante em alvenaria, WC, despensa, varanda coberta, ótima área externa. Excelente ponto comercial. 79 Área construída: 270 m². Tratar com Marina e Ailton, pelos telefones: (17) 9 9656-3637 e (16) 99134-8033 - Marina (17) 9 96562210 e (16) 9 9117-2210 – Ailton. VENDE-SE Destilaria completa com capacidade para 150.000 litros de etanol hidratado por dia. Composta por preparo de cana com picador, nivelador, desfibrador, turbina e esteira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira; destilaria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim, Destilaria completa a ser realocada. Na última safra obteve uma moagem de aproximadamente 350.000 toneladas. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP. Tratar com Edson, pelos telefones e/ ou e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 93813513 / 9 9219-4414, e-mail: edson@ camilloferrari.com.br. VENDEM-SE - Motor de 75CV com bomba KSB 100/6 revisada e sem uso; - Chave de partida ''a óleo"; - Transformador de 75 KVA; - Postes duplos T de cimento; - Chaves de alta, para raios, cabo e etc. Tratar com Francisco, pelo telefone (17) 9 8145-5664. VENDE-SE Ordenhadeira mecânica completa com 4 unidades, Usinox. Obs: também funciona quando ligada no trator. Tratar com José Augusto, pelo telefone (16) 9 9996-2647. VENDEM-SE - Sítio em Cravinhos, área 15 alqueires com 12 de cana de açúcar. Sem benfeitoria, 2 km do asfalto; - Imóvel comercial (PRÉDIO), localização: Ribeirão Preto / Av.João Fiusa Alugado Por R$ 48.000,00, valor R$ 10.000.000,00; - Imóvel Comercial (PRÉDIO), localização: Ribeirão Preto / Centro. Excelente para Agência Bancária área construída: 800m², valor R$ 4.500.000,00; - Casa Condomínio Colina Verde / Ribeirão Preto, área total: 3.500m², área construída: 1.500m², 4 suítes + 1 apto de hospedes anexado a casa, 8 vagas de garagem, valor R$ 5.800.000,00. Tratar com Miguel ou Paulo, pelos telefones (16) 9 9312-1441, (16) 39119970 ou (16) 9 9290-0243. lhar. Valor: R$ 250.000,00; - Transbordo de 10 toneladas, 2006 e 2007, R$ 20.000,00; - Transbordo de 8,5 toneladas, ano 2002, R$ 15.000,00. Tratar com Marcelo, pelos telefones (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664. VENDEM-SE -Trator 292 MF, traçado, 2007; -Caminhão Mercedes 1113 truck, todo revisado, 73, vermelho. Tratar com Saulo Gomes, pelo telefone (17) 9 9117-0767. VENDE-SE - VW 17190 / 13 comboio, Gascom; - VW 31320 / 12 chassi; - VW 31320 / 11 pipa bombeiro, Gascom; - VW 31320 / 10 pipa bombeiro, Gascom; - VW 26260/09 betoneira; - VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento; - VW 17180 / 08 Hincol, H31000; - VW 15180 / 07 pipa bombeiro; - VW 12140 / 96 oficina móvel, Gascom; - MB 2318 / 94 pipa bombeiro; - MB 2318 / 94 basculante; - MB 2831 / 12 basculante; - MB 1725 / 06 comboio; - MB 1725 / 06 abastecedor; - MB 2220 / 90 pipa bombeiro; - MB 2013 / 81 Masal MS12000; - MB 1513 / 76 toco chassi; - MB 1113 / 69 toco chassi; - MB 1418 / 00 toco 4x4; - F.Cargo 1719 / 13 toco chassi; - F.Cargo 2628 / 07 basculante; - F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro; - F12000 / 95 pipa bombeiro; - F14000 / 90 pipa bombeiro; - Prancha Facchini 2008 3 eixos; - Reboque tanque fibra, 16.000 litros; - Tanque fibra 36.000 litros; - Tanque 14.000 litros pipa bombeiro; - Borracharia Gascom; - Basculante truck 14m³; - Basculante toco 5m³; - Munck Hincol H 43000 / 12; - Munck Masal MS 12000 / 07; - Munck Hincol H 4000 / 11; - Munck 640-18 / 90; - Carroceria de ferro, ¾. Tratar com Alexandre, pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243 Oi / 9 9240-2323 Claro, whatsApp / 78133866 id 96*81149 Nextel. VENDEM-SE - Duas casas, sendo uma na frente e outra no fundo, com garagem, quarto, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, a segunda é igual, porém de laje e piso frio. Ideal para residência ou comércio. R$ 200.000,00, localizadas no bairro Jardim Sumaré em Sertãozinho-SP; - Casa com sala, copa, cozinha e banheiro, com piso de ardósia e laje, na frente possui um salão 10 m² e um chuveiro, ideal para residência ou comércio. R$ 200.000,00, localizada no bairro Inocoop II, em Sertãozinho-SP; - Casa e terreno, com 2 quartos, sendo uma com suíte, cozinha e sala, mais duas salas comerciais com banheiro, área de serviço com banheiro, 120 m² de quintal e 68 m² área coberta com garagem para 3 carros, ideal para casa de repouso ou oficina. R$ 380.000,00, localizada no bairro jardim Sumaré, em Sertãozinho-SP. Tratar com João Sacai Sato, pelo telefone (16) 3610-1634. VENDE-SE - Colheitadeira Case A7700, ano 2009, 7700, esteira, motor Cummins M11, Autotrac, máquina utilizada na última safra. Valor: R$ 128.000,00; - Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira, máquina na colheita de cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00; - Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 118.000,00; - Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para traba- VENDEM-SE - Trator Valtra, BM 125i, 4x4, com 547 horas, comando duplo, 2011, seminovo; - Pá carregadeira CMH 910, 4x4, 2010, com 1.165 horas, seminova; - Trator Valmet, 4x2, modelo 785, 1994, Revista Canavieiros - Maio de 2016 80 com embreagem dupla e comando duplo; - Trator Valtra BM 125, 4x4, 2009, com 2498 horas; - Cultivador de cana DMB, São Francisco, para cana queimada, com 2 hastes de sulcar sem marcador, 2002; - Enleradeira dupla, de palha de cana, com pistão nas rodas da frente para transporte no trator, marca Feroldi; - Enleradeira DMB; - Trator Maxion, 4x4, modelo 9150, 1995, potencia 150 cv, Obs: (tem hidráulico, mas não tem os braços); - Tanque de dez mil litros, com bomba KSB, chuveiro e canhão; - Plantadeira Jumil, modelo JM, 2980, sete linhas a ar plantio direto, 1998; - Sulcador duas linhas, com marcador de pistão, caixa de adubo redonda com tampa, DMB; - Grade intermediaria, 18x28, Baldan, espaçamento 270mm, mancal a óleo, disco seminovos; - Plantadeira Semeato PH, 2700, 5 linhas, plantio convencional, ano 1985, carreta de plantio de cana, 01 eixo; - Tanque de água de 4 mil litros; - Tanque Bitrem, 2005, quatro eixo, marca Rondon; - Pulverizador Condor, Jacto, 600 litros, com mexedor de calda, com barras de 12 metros, obs: (no lugar de mangueiras que vai nos bicos é cano de alumínio); - Kits para plantadeira Semeato de amendoim; - Cobridor de cana 2 linhas; - Caminhão Ford, F 600, toco a diesel, 1978, com prancha medindo 6 metros de comprimento e 2.60 de largura; - Carreta de duas rodas, tipo basculante, com desarme manual; - Sulcador DMB, com marcador, com pistão e caixa com tampa; - Subsolador de arrasto, de 5 hastes de controle, com pneus 1000x20 canavieiro; - Trator Massey Ferguson, 680, 4x4, 2007; - Grade niveladora, 20x20 de arrasto; - Eliminador de soqueira, 2012, marca DMB, seminovo; - Arado 3 bacias reversíveis. Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9326-0920. Vende-se Plantadeira de grãos Jumil 2800, 8 linhas, plantio convencional. R$6 MIL Tratar com Andre pelo telefone (16) 9 9614-4488 VENDE-SE Plantadeira de grãos Jumil 2800, 8 linhas, plantio convencional. R$6 MIL Tratar com Andre pelo telefone (16) 9 9614-4488 VENDE-SE OU TROCA-SE - Eliminador mecânico de soqueira, por grade aradora 14/32” ou 14/34” Tratar com Cláudio pelo telefone (16) 9 9109-8693. VENDE-SE OU ALUGA-SE Salão medindo 11,00 metros de frente por 42,00 metros de fundo, 462 metros, possui cobertura metálica com 368,10 metros, localizado à Rua Carlos Gomes, 1872, Centro, Sertãozinho-SP. Preço a combinar. Tratar com César pelo telefone (16) 9 9197-7086. VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE - Destilaria de cachaça e álcool, completa, (10.000 litros de cachaça por dia); - Esteira de cana inteira, picador com 22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²; - Máquina a vapor de 220 HP (toca os ternos e o picador); - Seis dornas de fermentação de 10.000 litros cada; - Destilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de calor; - Dois tonéis de madeira amendoim com capacidade de 50.000 litros cada; Valor Total R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel. Localização: Laranjal Paulista. Tratar com Adriano, pelos contatos: [email protected] ou (15) 9 97059901. Veja vídeo em: www.youtube. com/watch?v=_mzWp3PCavA. ALUGA-SE Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de silagem com irrigação ao redor de 30 ha, Jaboticabal–SP, a 2 km da cidade. Tratar com Luiz Hamilton Montans, pelo telefone (16) 9 8125-0184. PROCURAM-SE Glebas de Cerrado em pé, no Estado de São Paulo, para reposição ambiental. Não pode ser mata. Área total da procura: Cinco mil hectares, podendo ser composta por várias áreas menores. Documentação Atualíssima, com: CCIR/CAR/Certificação de (Georreferenciamento) Georreferenciamento/ mapa do perímetro da área em KMZ e Autocad/Bioma:/vegetação. Valor por hectare, condição de pagamento e opção de venda. Tratar com Ricardo Pereira, pelo e-mail e telefone – ricardo@fabricacivil. com.br – (16) 9 8121-1298. http://www.ribeiraocontraocancer.com.br/ - A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação. - A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas. Revista Canavieiros - Maio de 2016 81 Revista Canavieiros - Maio de 2016 82 Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo” Monty Roberts Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. ...o caminho era íngreme, mas a vontade subia passo a passo com a coragem porque o desejo era maior. In Trechos Tecidos com Palavras Madras Editora, Renata Carone Sborgia Renata Sborgia 1) Maria está com dificuldade para conjugar o “verbo polir” na primeira pessoa do singular. Vamos ajudá-la! O correto é: Eu pulo (verbo polir) Verbos Irregulares - conjugados na 1ª pessoa do singular, alguns exemplos: Verbo valer - Eu valho Verbo competir - Eu compito Verbo aderir - Eu adiro Verbo rir - Eu rio Verbo caber - Eu caibo “Violência não é a resposta. Repleto de histórias de encontros memoráveis entre cavalos e seres humanos, contém em sua essência a crença no poder da gentileza, da ação positiva e da confiança. Com demonstrações da técnica da Conjunção lotando arenas em todo o mundo, Monty Roberts continua a inspirar seus entusiastas e céticos convertidos. Este é um livro que certamente atrairá uma gama de novos leitores e que os fãs leais e seguidores de Monty Roberts sejam amantes de cavalos, executivos ou simplesmente amantes de livros, estavam esperando.” Referência: ROBERTS, Monty. Violência não é a resposta: usando a sabedoria gentil dos cavalos para enriquecer nossas relações em casa e no trabalho. – 4ª ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. 2) Pedro não sabe “aonde” é o aeroporto. Com o português incorreto, não irá saber o local mesmo! O correto é: onde. Regra fácil e básica: ONDE (um lugar que, lugar em que) = usa-se com verbos que indicam permanência, situação estática. AONDE: usa-se com verbos que indicam movimento, deslocamento, e exigem a preposição a. Ex.: Aonde você vai? 3) “Ao invés de “ouvir música pop, optou por ouvir jazz! Tinha que optar também pelo estudo da Língua Portuguesa! O correto é: em vez de. Regra fácil: Ao invés de: significa “ao contrário de”. Ex.: Maria confundiu o andar de seu apartamento, ao invés de subir as escadas, desceu. Em vez de: significa “em lugar de”, expressa ideia de substituição. Ex.: Em vez de ouvir música pop, optou por ouvir jazz. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste. [email protected] www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste Fone: (16) 3524-2453 Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP Revista Canavieiros - Maio de 2016 Coluna mensal * Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. 83 Revista Canavieiros - Maio de 2016 84 PROTEÇÃO E PERFORMANCE PARA A CANA-DE-AÇÚCAR. A T E NÇà O Estes produtos são perigosos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas nos rótulos, nas bulas e nas receitas. Utilize sempre equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização dos produtos por menores de idade. Venda sob receituário agronômico. Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo. Evos possui elevada seletividade e mobilidade que proporciona o pleno desenvolvimento da cana e obtém controle efetivo sobre a podridão-abacaxi e as ferrugens. É um fungicida de amplo espectro de ação pronto para promover melhor sanidade e qualidade do canavial, mais produtividade e lucro direto ao produtor. CONHEÇA NOSSA LINHA PARA CANA-DE-AÇÚCAR: +55 (41) 3071.9100 Uma empresa do grupo fb.com/altaagricola w ww.alt a - b r a s i l . c o m Revista Canavieiros - Maio de 2016 América Latina Tecnologia Agrícola