MATERIAL VIRTUAL PARA SEMANA DE RECESSO – OUTUBRO

Transcrição

MATERIAL VIRTUAL PARA SEMANA DE RECESSO – OUTUBRO
MATERIAL VIRTUAL PARA SEMANA DE RECESSO –
__Trimestre
OUTUBRO 10/10 à 14/10
LITERATURA / ENEM
Professor: Ana Caroline de Oliveira Meira
Data: ____/____/2011
Aluno(a):
Série: 3° COL
AULA 01
Questão 01
Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa época lírica. Em 1904, com a edição crítica e
comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaelis de Vasconcelos, tivemos grande visão de conjunto do
valiosíssimo espólio descoberto. (Costa Pimpão)
a) Qual é essa “primeira época lírica” portuguesa?
b) Que tipos de composições poéticas se cultivam nessa época?
Questão 02
Leia e observe com atenção a composição seguinte:
"Ay flores, ay flores do verde pinho,
se sabedes novas do meu amigo!
1
ay Deus, e hu é ?
Ay flores, ay flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ay Deus, e hu é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu no que pôs comigo!
ay Deus, e hu é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu no que me há jurado!
ay Deus, e hu é?
1. E hu é: onde está
A composição anterior, parcialmente transcrita, pertence à lírica medieval da Península Ibérica. Ela tem
autor desconhecido, arte poética própria e características definidas do lirismo trovadoresco, podendo-se ainda
descobrir o nome pelo qual composições idênticas são conhecidas. Em uma das alternativas indicadas achamse todos os elementos que correspondem a essas afirmações.
a) O autor é Paio Soares de Taveirós. Destacam-se o paralelismo das estrofes, a alternância vocálica e o refrão.
O poeta pergunta pelo seu amigo.
b) O autor é Nuno Fernandes Torneol. Destaca-se o refrão como interpelação à natureza. Trata-se de uma cantiga
de amigo.
c) O autor é el-rei D.Dinis. Destacam-se o paralelismo das estrofes, a alternância vocálica e o refrão. O poeta
canta na voz de uma mulher e pergunta pelo amado, porque é uma cantiga de amigo.
d) O autor é Fernando Pessoa. Destaca-se a alternância vocálica. Trata-se da teoria do fingimento, que já existia
no lirismo medieval.
e) O autor é Martim Codax. Destaca-se o ambiente campestre. O poeta espera que os pinheiros respondam à sua
pergunta.
Questão 03
“Ua dona, nom digu’eu qual,
non agoirou ogano mal
polas oitavas de Natal:
ia por as missa oir
e ouv’un corvo carnaçal,
e non quis da casa sair...‖ (Joan Airas de santiago, século XIII)
O fragmento acima pertence a uma cantiga de escárnio. Por que não pode ser classificado como uma cantiga de
maldizer?
Questão 04
Assinale a alternativa incorreta sobre José de Anchieta:
a)
b)
c)
d)
e)
Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, com seus sermões barrocos.
Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil do século XVI.
Estudou o tupi-guarani, escrevendo uma cartilha sobre a gramática da língua dos nativos.
Escreveu tanto uma literatura de caráter informativo como de caráter pedagógico.
Suas peças apresentam sempre o duelo entre anjos e diabos.
Questão 05
“Os primeiros escritos da nossa vida documentam precisamente a instauração do processo: são ____________
que viajantes e missionários europeus colheram sobre a ________________ e o _____________ brasileiro.”
(Alfredo Bosi)
Qual alternativa preenche corretamente as lacunas?
a)
b)
c)
d)
e)
informações – indústria – comércio.
análises – agricultura – comércio.
histórias – realidade – passado.
informações – natureza – homem.
análises – mulher – clima.
Questão 06
SONETO
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa [1]:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se enculca [2] por Tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa. (Gregório de Matos)
Vocabulário:
1 - Increpa: acusa, repreende
2 - Enculca: acha-se, identifica-se
Considerando o soneto acima transcrito da poesia de Gregório de Matos, julgue as alternativas abaixo em
V ou F.
1. (
2. (
3. (
4. (
) O poeta enumera e recomenda certos tipos que, por seus comportamentos, revelam um roteiro que
identifica a ascensão social.
) Há em “Com sua língua, ao nobre o vil decepa” uma evidente inversão sintática, caracterizada como
hipérbato.
) A passagem “é mais rico o que mais rapa” poderia ser “traduzida” para uma forma contemporânea e mais
corrente: é tanto mais rico aquele que rouba mais.
) O conflito espiritual do homem Barroco aparece entre os universos do profano e do sagrado, como se vê
na oposição “Quem dinheiro tiver” e “pode ser Papa”.
QUESTÃO 07
As questões seguintes se baseiam num soneto de Gregório de Matos (1623?-1696) e na crônica O SONETO, de
Carlos Heitor Cony (1926-).
AO CONDE DE ERICEYRA D. LUIZ DE MENEZES PEDINDO LOUVORES AO
POETA NÃO LHE ACHANDO ELLE PRESTIMO ALGUM.
Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.
Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei. in: MATOS,
Gregório de. OBRA POÉTICA. 2ı ed.Rio de Janeiro:
Record, 1990, vol. I, p. 129-30.
O SONETO
Era magro, feio, merecia o superlativo: era magérrimo e feiíssimo. Usava óculos, fumava de piteira, a voz
rachada, andava mal vestido, mas tinha - milagre jamais explicado - um carrinho inglês que sempre estava de
bateria arriada e precisava ser empurrado.
Trabalhava num vespertino, seu texto era barroco, cobria festividades cívicas e religiosas. Era - segundo o
meu pai - uma boa alma, embora fosse ruim de corpo. Um dia, me levou para um canto da redação e recitou-me
um soneto de sua lavra, os olhos faiscando de lascívia contrariada.
Esqueci o soneto minutos depois. Guardei por uns tempos o final, aquilo que os parnasianos chamavam
de "chave de ouro". Transcrito em papel talvez não impressione.
Dito por ele, num canto empoeirado da redação, com sua voz rachada, a piteira nas mãos trêmulas, era
uma apoteose da dor: "Passei bem junto a ela. E decerto ela nem soube que eu passei tão perto e nem suspeita
que eu segui chorando!. O verso quebrado e a exclamação final faziam parte da poética e das redações daquele
tempo.
Chamava-se Cardim. Domingos da Silva Cardim se não me engano. Casara-se com uma viúva tão feia e
magra como ele, também boníssima alma. Não tinham filhos.
Por isso ou aquilo, Cardim apaixonava-se com freqüência e, quanto menos correspondido, mais
apaixonado ficava. Deve ter feito outros sonetos, circulou pela redação um poema pornográfico e anônimo que
desde o redator-chefe até o contínuo que ia buscar café na esquina atribuíram ao estro do Cardim.
Cardim morreu como um passarinho - naquele tempo era comum esse tipo de morte. O tempo passou, esqueci
dele, mas nunca esqueci aquele final de lascívia contrariada. Outro dia, bestamente, depois de um dia inglório e
triste, cara mais uma vez quebrada, me surpreendi recitando em causa própria: e ela nem soube que eu passei
tão perto e nem suspeita que eu segui chorando! in: CONY, Carlos Heitor. FOLHA DE S. PAULO. Cad. 1, p.2 Opinião, 6/7/97.
Em sua crônica, Carlos Heitor Cony apresenta, com fino humor, um antigo colega e poeta, um tipo
bastante curioso, dado a cultivar sonetos. O cronista, num processo de reminiscência, aborda a personalidade do
poeta, as características de seu estilo e suas produções poéticas.
Observe, numa leitura do texto, esse processo de caracterização da personagem e, em seguida, responda:
a) Ao referir-se ao discurso da personagem, o cronista afirma que "seu texto era barroco". Considerando as
características do estilo de época denominado barroco, em que se inscreve a poesia de Gregório de Matos,
explique o que Cony quis dizer a respeito do estilo de Domingos da Silva Cardim.
b) Semelhantemente ao que fez Gregório em seu poema, embora de modo mais direto, ao apresentar e descrever
Domingos da Silva Cardim, o cronista assume uma atitude de deboche, que por vezes beira ao escárnio.
Transcreva duas frases da crônica em que se caracteriza tal atitude.
Questão 08
Leia atentamente o fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira:
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas
a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos.
Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos
pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande
[...]. Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros.
Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mesma natureza, que, sendo criados no mesmo elemento, todos
cidadãos da mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer.
VIEIRA, Antônio. Obras completas do padre Antônio Vieira: sermões. Prefaciados e revistos pelo Pe. Gonçalo
Alves. Porto: Lello e Irmão – Editores, 1993. v. III, p. 264-265.
O texto de Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela em
que NÃO se confirmam essas tendências estéticas:
a) A utilização da alegoria, da comparação, como recursos oratórios, visando à persuasão do ouvinte.
b) A tentativa de convencer o homem do século XVII, imbuído de práticas e sentimentos comuns ao
semipaganismo renascentista, a retomar o caminho do espiritualismo medieval, privilegiando os valores cristãos.
c) A presença do discurso dramático, recorrendo ao princípio horaciano de “ensinar deleitando”  tendência
didática e moralizante, comum à Contra-Reforma.
d) O tratamento do tema principal  a denúncia à cobiça humana  através do conceptismo, ou jogo de idéias.
e) O culto do contraste, sugerindo a oposição bem x mal, em linguagem simples, concisa, direta e expressiva da
intenção barroca de resgatar os valores greco-latinos.
Questão 09
"Alguém há de cuidar que é frase inchada
Daquela que lá se usa entre essa gente
Que julga, que diz muito, e não diz nada.
O nosso humilde gênio não consente,
Que outra coisa se diga mais, que aquilo
Que só convém ao espírito inocente."
Os versos de Cláudio Manuel da Costa lembram o fato de que:
a) a expressão exata, contida, que busca os limites do essencial, é traço da literatura colonial brasileira e dos
primeiros movimentos estéticos pós-Independência.
b) o Barroco se esforçou por alcançar uma expressão rigorosa e comedida, a fim de espelhar os grandes conflitos
do homem.
c) o Arcadismo, buscando simplicidade, se opôs à expressão intrincada a aos excessos do cultismo do Barroco.
d) o Romantismo, embora tenha refugado os rigores do formalismo neo-clássico, tomou por base o
sentimentalismo originário desse movimento estético.
Questão 10
"Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que vive de guardar alheio gado; / De tosco trato, de expressões grosseiro,
/ Dos frios gelado e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto / Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; /
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, / E mais as finas lãs, de que me visto. / Graças, Marília bela, Graças à minha
Estrela!" O autor dos versos é:
a) Gonçalves de Magalhães
b) Cláudio Manuel da Costa
c) Tomás Antônio Gonzaga
d) Alvarenga Peixoto
Questão 11
I - "O momento ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta, ilustrada, aos abusos da
nobreza e do clero."
II - "O momento poético, na literatura do Setecentos, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a
natureza e os afetos comuns do homem".
III - "Façamos, sim, façamos doce amada / Os nossos breves dias mais ditosos." Estes versos desenvolvem o
tema do carpe diem.
a) todas as proposições são corretas
b) só a proposição I é correta
c) só a proposição II é correta.
d) são corretas somente as proposições I e II
Questão 12
“O poeta que não seguir aos Antigos perderá de todo o norte, e não poderá jamais alcançar aquela força, energia
e majestade que nos retratam o famoso e angélico semblante da Natureza. Devemos imitar e seguir os Antigos:
assim no-lo ensina Horácio, no-lo dita a razão; e o confessa todo o mundo literário."
O texto acima, de autoria de Correia Galvão, um dos fundadores da Arcádia Lusitana, define propostas do
neoclassicismo que:
a) propõem a valorização do subjetivismo e da originalidade
b) se incompatibilizam com a tradição renascentista
c) contradizem os ideais clássicos
d) serão retomadas e adaptadas, no século XIX, pelo Parnasianismo.
GABARITO – AULA 01
Questão 01:
a) Trovadorismo
b) Cantigas principalmente, sendo estas amorosas e satíricas.
Questão 02:
R: C
Questão 03:
R: Ele não pode ser considerado uma cantiga de maldizer porque não apresenta uma sátira direta, ou seja, não
permite a identificação da pessoa criticada e também não apresenta um vocabulário chulo.
Questão 04
R: A
Questão 05
R: D
Questão 06
R: F V V V
Questão 07
a) O cronista, ao mencionar barroco, resgata a idéia do rebuscamento da forma em detrimento do conteúdo.
Usando da ironia, mostra que a poesia de Cardim, prestava-se às funções "menores" da poesia.
b) O escárnio encontra-se em "...embora fosse ruim de corpo"; "Casara-se com uma viúva tão feia e magra como
ele". Há outras frases.
Questão 08
R: E
QUESTÃO 09
R: C
QUESTÃO 10
R: C
QUESTÃO 11
R: A
QUESTÃO 12
R: D
AULA 02
Questão 01
CANÇÃO DO EXÍLIO – Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’in da aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Para responder à questão, analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto.
I. Através do texto, o poeta realiza uma viagem introspectiva a sua terra natal - idéia reforçada pelo emprego do
verbo "cismar".
II. A exaltação à pátria perdida se dá pela referência a elementos culturais.
III. "Cá" e "lá" expressam o local do exílio e o Brasil, respectivamente.
IV. O pessimismo do poeta, característica determinante do Romantismo, expressa-se pela saudade da sua terra.
Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas:
A) a I e a II, apenas;
B) a I e a III, apenas;
C) a II e a IV, apenas;
D) a III e a IV, apenas;
E) a I, a II, a III e a IV.
Questão 02
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
A ventura de uma alma de donzela!
E sem na vida ter sentido nunca
Na suave atração de um róseo corpo
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas
Passam tantas visões sobre meu peito!
Palor de febre meu semblante cobre,
Bate meu coração com tanto fogo!
Um doce nome os lábios meus suspiram,
Um nome de mulher... e vejo lânguida
No véu suave de amorosas sombras
Seminua, abatida, a mão no seio,
Perfumada visão romper a nuvem,
Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Passar delicioso... Que delírios!
Acordo palpitante... inda a procuro;
Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Nunca virás iluminar meu peito
Só o leito deserto, a sala muda!
Com um raio de luz desses teus olhos?
Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Os versos acima integram a obra Lira dos Vinte Anos, de Álvares de Azevedo. Da leitura deles podemos
depreender que o poema:
A) ilustra a dificuldade de conciliar a idéia de amor com a de posse física.
B) manifesta o desejo de amar e a realização amorosa se dá concretamente em imagens de sonho.
C) concilia sonho e realidade e ambos se alimentam da presença sensual da mulher amada.
D) espiritualiza a mulher e a apresenta em recatado pudor sob “véu suave de amorosas sombras”.
E) revela sentimento de frustração provocado pelo medo de amar e pela recusa doentia e deliberada à entrega
amorosa.
Questão 03
O fragmento do poema abaixo pertence à segunda parte da obra Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo.
Leia-o, analise as afirmativas que o seguem e assinale a alternativa correta.
É ela! É ela! É ela! É ela!
É ela! É ela! – murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou – é ela!
Eu a vi — minha fada aérea e pura –
A minha lavadeira na janela!
[...]
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
[...]
Afastei a janela, entrei medroso:
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la... roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido...
Oh! Decerto... (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores;
São versos dela... que amanhã decerto
Ela me enviará cheios de flores...
[...]
É ela! é ela! – repeti tremendo;
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! Meu Deus! era um rol de roupa suja!
A) O tema da mulher idealizada é constante na obra de Álvares de Azevedo. No poema em questão, a imagem da
virgem sonhadora é simbolizada pela lavadeira, uma forma de denunciar os problemas sociais e, ao mesmo
tempo, reportar a imagem feminina ao modelo materno.
B) No poema "É ela! É ela! É ela! É ela!", a musa eleita é uma lavadeira. Dizendo-se apaixonado, o eu-lírico a
observa enquanto dorme e retira do seio da amada uma lista de roupa, que imaginara ser um bilhete de amor.
Trata-se de uma forma melancólica de expressar a grandeza das relações humanas e representar a concretização
do amor.
C) O emprego de termos elevados em referência à lavadeira, tais como "fada aérea e pura", é um fator que reforça
o riso por associar a lavadeira a uma musa inspiradora e exaltadora da paixão. Trata-se, portanto, de um poema
de linha irônica e prosaica, que revela os valores morais daquela época.
D) O poema, no conjunto das estrofes acima transcritas, revela tédio e melancolia. Esses sentimentos são
reforçados pelo murmúrio do eu-lírico, "É ela! É ela!", ao visualizar sua amada.
E) A figura da lavadeira no poema é a de uma mulher que não se pode possuir. Dessa maneira, o poema afasta a
possibilidade de concretização do ato sexual, confirmando a idealização da mulher no período romântico.
Questão 04
Teu romantismo bebo, ó minha lua,
A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso... e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono. (Álvares de Azevedo, “Luar de verão”, Lira dos vinte anos)
Neste excerto, o eu-lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de imediato,
desinteresse e tédio. Essa atitude do eu-lírico manifesta a:
a) ironia romântica.
b) tendência romântica ao misticismo.
c) melancolia romântica.
d) aversão dos românticos à natureza.
e) fuga romântica para o sonho.
Questão 05
A próxima questão refere-se ao texto abaixo.
Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias
ensombradas de coqueiros;
Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor
das águas.
Esse trecho é o início do romance Iracema, de José de Alencar. Dele, como um todo, é possível afirmar que:
a) Iracema é uma lenda criada por Alencar para explicar poeticamente as origens das raças indígenas da América.
b) as personagens Iracema, Martim e Moacir participam da luta fratricida entre os Tabajaras e os Potiguaras.
c) o romance, elaborado com recursos de linguagem figurada, é considerado o exemplar mais perfeito da prosa
poética na ficção romântica brasileira.
d) o nome da personagem-título é anagrama de América e essa relação caracteriza a obra como um romance
histórico.
e) a palavra Iracema é o resultado da aglutinação de duas outras da língua guarani e significa “lábios de fel”.
Questão 06
Leia o texto para responder à questão.
Uma mulher como eu não se pertence; é uma coisa pública, um carro de praça, que não pode recusar quem
chega.
(Fragmento - Lucíola - José de Alencar)
Pelas palavras da protagonista, percebe-se um forte desabafo. Esse sentimento é conseqüência...
A) de submissão, que é característica da própria personagem.
B) do forte apego que Lucíola tinha à sua família.
C) da impossibilidade de se manter como centro do poder e do domínio.
D) de resignação, recusando-se a abandonar sua vida para viver com Paulo.
E) de velhos preconceitos, já que a sociedade primava pelos bons costumes.
Questão 07
Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do
negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o
vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio,
não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e
bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo
era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava
distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já
esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando
beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o
resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d
serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares,
que pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
Glossário:
¹ algibebe: mascate, vendedor ambulante.
² saloia: aldeã das imediações de Lisboa.
³ maganão: brincalhão, jovial, divertido.
No excerto, as personagens manifestam uma característica que também estará presente na personagem
Macunaíma. Essa característica é a:
a) disposição permanentemente alegre e bem-humorada.
b) discrepância entre a condição social humilde e a complexidade psicológica.
c) busca da satisfação imediata dos desejos.
d) mistura das raças formadoras da identidade nacional brasileira.
e) oposição entre o físico harmonioso e o comportamento agressivo.
Questão 08
Era a sobrinha de Dona Maria já muito desenvolvida, porém que, tendo perdido as graças de menina, ainda não
tinha adquirido a beleza de moça: era alta, magra, pálida; andava com o queixo enterrado no peito, trazia as
pálpebras sempre baixas, e olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas
até o pescoço, e como andava mal penteada e trazia a cabeça sempre baixa, uma grande porção lhe caía sobre a
testa e olhos, como uma viseira.
O trecho acima é do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Dele pode
afirmar-se que:
a) confirma o padrão romântico da descrição da personagem feminina, representada nesta obra por Luisinha.
b) exemplifica a afirmação de que o referido romance estava em descompasso com os padrões e o tom do
Romantismo.
c) não fere o estilo romântico de descrever e narrar, pois se justifica por seu caráter de transição da estética
romântica para a realista.
d) justifica, dentro do Romantismo, a caracterização sempre idealizada do perfil feminino de suas personagens.
e) insere-se na estética romântica, apesar das características negativas da personagem, que fazem dela legítima
representante da dialética da malandragem.
Questão 09
O trecho transcrito abaixo pertence à obra Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, escrito em 1936, e se
constitui em uma análise histórico-sociológica da organização da sociedade brasileira.
―À frouxidão da estrutura social, à falta de hierarquia organizada devem-se alguns dos episódios mais singulares
da história das nações hispânicas, incluindo-se nelas Portugal e Brasil. Os elementos anárquicos sempre
frutificaram aqui facilmente, com a cumplicidade ou a indolência displicente das instituições e costumes.‖
(HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975. p. 5.)
Com base nas afirmações de Holanda, assinale a alternativa que estabelece a melhor correspondência com o
romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, escrito em 1853.
a) Escrito no momento em que movimentos em prol da República cresciam no Brasil, o romance faz uma crítica à
estrutura social monárquica e desorganizada e vê no regime republicano um modelo ideal a ser adotado no país.
b) Juntamente com a obra As minas de prata, de José de Alencar, também um autor romântico, o romance de
Manuel Antônio de Almeida pode ser considerado um romance histórico, na medida em que faz um traçado da
história do Brasil imperial, cuja desorganização social mostrava-se um reflexo da incapacidade políticoadministrativa da época.
c) Embora escrito durante o Romantismo, marcado pelas idealizações e pela visão eufórica da pátria, o romance
de Manuel Antônio de Almeida apresenta um retrato fiel da elite dirigente brasileira do século XIX, cuja falta de
estratégia na administração pública levava à anarquia social e de valores, aspecto que o romance retrata com
clareza na descrição das festas e no comportamento imoral das personagens.
d) Sendo uma obra de engajamento social, o romance critica a sociedade escravocrata brasileira do século XIX,
ao mostrar o autoritarismo e a crueldade da personagem D. Maria no tratamento rigoroso que dispensava às suas
escravas.
e) Ao narrar as peripécias do jovem Leonardo, o romance apresenta, com olhar crítico e bem humorado, os
costumes da sociedade brasileira da época de D. João VI, marcada por certa lassidão de valores, o que permitia
às personagens transitar pelo universo da ordem e da desordem, de acordo com as conveniências, o que reflete a
falta de estruturação social do Brasil no século XIX.
Questão 10
Sobre Machado de Assis, NÃO é correto afirmar:
a) Sua produção literária costuma ser dividida em dois grupos: no primeiro, de herança romântica, seus livros
apresentam um conjunto de características que diz respeito, de um modo geral, ao romance brasileiro do século
XIX. Desse grupo fazem parte: Ressurreição, Helena, A Mão e a Luva e Iaiá Garcia. No segundo grupo, Machado
revelou-se um gênio na análise psicológica das personagens. Pertencem a esse grupo obras como: Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e Esaú e Jacó.
b) Com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis ocupa na literatura
brasileira a posição de introdutor do romance psicológico, da perspectiva problematizadora, da visão crítica e
reflexiva do mundo, fugindo da descrição de paisagens para enfatizar, principalmente, a forma como o homem vê
e sente as circunstâncias em que vive.
c) Apesar de seu espírito inovador, Machado de Assis ainda conservou, em muitas de suas narrativas, a
preocupação com o mundo dos cavaleiros destemidos, das virgens ingênuas e frágeis, além de propor a
valorização do ideal de uma vida primitiva, distante da civilização.
d) A ironia é um dos traços mais marcantes da obra machadiana, aparecendo, de forma mais acentuada, nos
romances da segunda fase. Como uma construção lingüística que prevê outros sentidos para o que é dito, a ironia
em Machado serve para combater as verdades absolutas, das quais desacreditava por princípio.
TEXTO I
O pintor francês Gustave Courbet procurou, em suas telas, “traduzir os costumes, as idéias, o aspecto de [sua]
época (...), fazer arte atual”. Segundo ele, o “núcleo do Realismo é a negação do ideal. O Enterro em Ornans foi o
enterro do Romantismo”.
(Gustave Courbet, Enterro em Ornans)
TEXTO II
Capítulo CXXIV – O discurso
– Vamos, são horas...
Era José Dias que me convidava a fechar o ataúde. Fechamo–lo, e eu peguei numa das argolas; rompeu o alarido
final. Palavra que, quando cheguei à porta, vi o sol claro, tudo gente e carros, as cabeças descobertas, tive um
daqueles meus impulsos que nunca chegavam à execução: foi atirar à rua caixão, defunto e tudo. No carro disse a
José Dias que se calasse. No cemitério tive de repetir a cerimônia da casa, desatar as correias, e ajudar a levar o
féretro à cova. O que isto me custou imagina. Descido o cadáver à cova, trouxeram a cal e a pá; sabes disto, terás
ido a mais de um enterro, mas o que não sabes nem pode saber nenhum dos teus amigos, leitor, ou qualquer
outro estranho, é a crise que me tomou quando vi todos os olhos em mim, os pés quietos, as orelhas atentas, e,
ao cabo de alguns instantes de total silêncio, um sussurro vago, algumas vozes interrogativas, sinais, e alguém,
José Dias, que me dizia ao ouvido:
– Então, fale.
Era o discurso. Queriam o discurso. Tinham jus ao discurso anunciado. Maquinalmente, meti a mão no bolso,
saquei o papel e li-o aos trambolhões, não todo, nem seguido, nem claro; a voz parecia-me entrar em vez de sair,
as mãos tremiam-me. Não era só a emoção nova que me fazia assim, era o próprio texto, as memórias do amigo
[Escobar], as saudades confessadas, os louvores à pessoa e aos seus méritos; tudo isto que eu era obrigado a
dizer e dizia mal. Ao mesmo tempo, temendo que me adivinhassem a verdade, forcejava por escondê-la bem.
(Machado de Assis, D. Casmurro)
TEXTO II
O enterro do Rei D. Luís
Eis o cadáver chegado a S. Vicente. Os canhões troam. Dobres de sinos. Fuzilaria nas ruas. É aquele o
momento solene, definitivo, único, em que o rei morto despe de vez a sua dalmática de chefe, para transformar-se
em lixo e múmia – e foi esse também o que a Igreja escolheu, para dizer à rainha que a alma do marido devia
estar àquela hora a cear com Satanás.
Por forma que não houve injúria que a cabouqueira do bondoso rei não apanhasse. Príncipes e áulicos, grandes
e humildes, tudo lhe ultrajou a memória, em vez de venerar-lha. O filho riu-se dele. Antigos ministros chamaramlhe devasso e papas-moles. O patriarca compara-o à mulher adúltera. (Fialho de Almeida, Os gatos)
Dalmática: túnica
Áulico: pertencente à corte
Cabouqueira: cova
Questão 11
O “enterro do Romantismo” a que se refere Courbet implicou, para os realistas, portugueses e brasileiros,
a) aceitação de teorias científicas; arte condicionada ao ambiente social; defesa da “arte pela arte”.
b) aceitação de valores degradados da sociedade; postura evasiva; sondagem do mundo interior.
c) resgate do passado medieval; anticlericalismo; uso do romance para denunciar as crises sociais.
d) arte compromissada com a reforma social; o homem como medida de todas as coisas; defesa da liberdade da
criação artística.
e) combate ao sentimentalismo; visão racional do mundo; objetividade e universalidade.
Questão 12
Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés
principiavam a fumar; deslizavam as carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam com o
seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens
de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam-se na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam
para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes. (AZEVEDO,
Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)
O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto:
(A) a convivência entre elementos de uma economia agrária e os de uma economia industrial indicam o início da
industrialização no Brasil, no século XIX.
(B) desde o século XVIII, a principal atividade da economia brasileira era industrial, como se observa no cotidiano
descrito.
(C) apesar de a industrialização ter-se iniciado no século XIX, ela continuou a ser uma atividade pouco
desenvolvida no Brasil.
(D) apesar da industrialização, muitos operários levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo
desenvolver atividades rurais.
(E) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrialização existente na época.
Questão 13
Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica empregada pelo índio no Brasil e
por um português de Portugal era, aliás, a mesma: apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar,
indicador e médio) e atiravam-no para dentro da boca.
Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, já no século XIX, conta como ―nas
casas das roças despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada
um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento rápido, a farinha na boca, sem que a mínima
parcela caia para fora‖. Outros viajantes oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria
Graham descrevem esse hábito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os
brasileiros ―lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza adquirida, na origem, dos indígenas, e que
ao europeu muito custa imitar‖.
Aluísio de Azevedo, em seu romance Girândola de amores (1882), descreve com realismo os hábitos de uma
senhora abastada que só saboreava a moqueca de peixe “sem talher, à mão”.
Dentre as palavras listadas abaixo, assinale a que traduz o elemento comum às descrições das práticas
alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do século XIX citados no texto.
(A) Regionalismo (caráter da literatura que se baseia em costumes e tradições regionais).
(B) Intolerância (não-admissão de opiniões diversas das suas em questões sociais, políticas ou religiosas).
(C) Exotismo (caráter ou qualidade daquilo que não é indígena; estrangeiro; excêntrico, extravagante).
(D) Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras).
(E) Sincretismo (fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais).
Questão 14
Leia atentamente a proposição:
O Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem.
É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para nos conhecermos, para que saibamos se somos
verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na nossa sociedade. (Eça de Queirós. In: PROENÇA
FILHO, Domício. Estilos de época na literatura. São Paulo: Liceu, 1969. p. 207)
O texto de Eça de Queirós reúne alguns princípios básicos do Realismo. Dentre as alternativas abaixo, assinale
aquela que NÃO está em conformidade com as definições do romancista português:
a) O Realismo foi marcado por um forte espírito crítico e assumiu uma atitude mais combativa diante dos
problemas sociais contemporâneos.
b) Em oposição à idealização romântica, o escritor realista procurou descobrir a verdade de seus personagens,
dissecando-lhes o comportamento.
c) O autor realista retratou com fidelidade a psicologia do personagem, demonstrando um interesse maior pelas
fraquezas humanas e pelos dramas existenciais.
d) As preocupações psicológicas da prosa de ficção realista levaram o romancista a uma conscientização do
próprio “eu” e à manifestação de sua mais profunda interioridade.
e) O sentido de observação e análise vigente no Realismo exigiu do escritor uma postura racional e crítica diante
das contradições do homem enquanto ser social.
GABARITO – EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO AULA 02
QUESTÃO 01
R: B
R: C
QUESTÃO 02
R: A
QUESTÃO 03
R: C
QUESTÃO 08
R: B
QUESTÃO 09
QUESTÃO 04
R: A
QUESTÃO 05
R: C
QUESTÃO 06
R: B
QUESTÃO 07
R: E
QUESTÃO 10
R: C
QUESTÃO 11
R: E
QUESTÃO 12
R: A
QUESTÃO 13
R: E
QUESTÃO 14
R: D