Casa Universal de Justiça

Transcrição

Casa Universal de Justiça
Nº 33 - Março/2012
1
Índios Kiriris
Em tribo indígena na Bahia, unidade do gênero humano passa pela capacitação para o serviço
Página 4
Não-envolvimento em
política partidária
Plano de Cinco Anos
Exclusivo: Conselheira Continental fala ao Bahá’í Brasil sobre os objetivos
e desafios do novo Plano Divino
Página 3 e 4
Templo Bahá’í no Chile
Acompanhe os avanços no processo
de construção
Página 9
Corpo Auxiliar
Saiba mais sobre o papel dos Membros
do Corpo Auxiliar na promoção do
desenvolvimento dos agrupamentos
Página 7
Eleições estaduais e municipais: descubra como
garantir a participação cidadã de maneira
condizente com os princípios bahá’ís
Expediente
Página 2
Bahá’í Brasil
Órgão da Comunidade Bahá’í Brasileira
Jornalista Responsável: Jordana Araújo | Diagramação: Jordana Araújo / Eduardo Gustavo Antero | Revisão: Mary Aune | Colaboração: Leilah Pezeshk | Impressão: Kaco Gráfica e Editora
Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal 7035 | CEP 71635-971 – Brasília-DF | Site: www.bahai.org.br - e-mail: [email protected] | Tiragem: 2.500 exemplares
BAHÁ’Í BRASIL
Editorial
2
Não-envolvimento em política partidária
Às vésperas de eleições municipais e estaduais, Assembleia Nacional traz uma reflexão
sobre os limites do partidarismo e do engajamento social
Estamos em pleno ano de eleições
municipais no Brasil e a Assembleia Espiritual
Nacional sente a necessidade de orientar a toda
a Comunidade Nacional a respeito da lei bahá’í
concernente ao não-envolvimento em política
partidária. Temos notado com frequência alguns
bahá’ís transmitindo à sua rede de contatos de
e-mails, artigos, piadas ou apresentações que
denotam postura partidária – algo que vai de
encontro a este importante princípio de nossa
amada Fé.
A fim de auxiliar cada bahá’í a avaliar sua
própria conduta em suas comunicações, sejam
elas pela internet ou em contatos pessoais,
aproveitamos a ocasião para compartilhar
algumas das inúmeras guias bahá’ís a respeito
deste princípio. Segundo o amado Guardião
Shoghi Effendi, os bahá’ís não devem exercer
“... nenhuma interferência, seja qual for, em
assuntos ou questões políticas”, devendo “... evitar
a política como a peste...”. “Deveríamos - todos nós
- permanecer distantes, de coração e mente, em
palavras e atos, dos assuntos políticos e disputas
das Nações e dos Governos. Deveríamos nos
manter longe de tais pensamentos.”
Há diferentes ações que os amigos bahá’ís,
inadvertidamente, podem realizar que se
qualificam como envolvimento em questões
político-partidárias – algo que fere o princípio
fundamental bahá’í da unidade. A Assembleia
Nacional esclarece que, de acordo com o princípio
bahá’í de não-envolvimento em política partidária,
as seguintes atividades estão entre aquelas que
não condizem com a postura bahá´í:
• afiliar-se a partidos políticos;
• candidatar-se a qualquer cargo eleitoral;
• atuar como cabo eleitoral de algum
candidato;
• trabalhar em campanha política, direta ou
indiretamente;
• circular artigos, com bahá’ís ou não, com
notícias, imagens, anedotas tendenciosamente
políticas;
• criticar os governos e discutir política partidária, abertamente, em sites e blogs; entre outras.
Vale ressaltar que os bahá’ís que se envolvem
neste tipo de atividade estão sujeitos a sanções
administrativas, caso persistam em realizar tais ações.
Bahá’u’lláh profetizou que em “breve a
presente ordem será posta de lado, e uma nova se
estenderá em seu lugar”. Assim, devemos canalizar
nossa atenção e energias nos processos que estão
contribuindo para a construção da Nova Ordem
Mundial, à luz dos ensinamentos contidos em Sua
Revelação. A maneira mais eficiente para se atingir
esse objetivo é servir aos objetivos do Plano de
Cinco Anos a fim de promover a transformação
necessária a indivíduos e instituições para que a
civilização humana possa avançar.
Anteriormente, a Assembleia Nacional
disponibilizou na ABEN um link com a tradução
de uma esclarecedora carta da Casa Universal
de Justiça a um bahá’í na Alemanha, datada de
23 de dezembro de 2008, na qual a questão do
envolvimento em política partidária é abordada.
Consideramos oportuno voltar a divulgar essa
iluminadora correspondência para que os amigos
possam relê-la e se aprofundar mais em seu
conteúdo. Recomendamos também a leitura de
um editorial publicado em outubro de 2010 nos
veículos bahá’ís de mídia no Brasil, intitulado
Política: entre os limites da transformação social e
do partidarismo.
Acesse as matérias em:
http://sasg.bahai.org.br/2010/10/politica-entre-oslimites-da.html
http://www.bahai.org.br/secext/
arquivos/14-2-2012/casa_justica_23_12_2008_
politica.pdf
Casa Universal de Justiça
Conferências de Unidade descentralizadas
Mensagem da Casa de Justiça estimula o fortalecimento dos Conselhos Regionais
Conforme divulgado na edição
anterior do Bahá’í Brasil, a tradicional
Conferência de Unidade foi descentralizada para o nível regional, deixando
de acontecer nacionalmente. Com a
mudança, percebemos um significativo aumento no número de participantes: ao todo, cerca de mil bahá’ís se
reuniram nas seis edições de 2011.
Em 22 de novembro de 2011,
a Casa Universal de Justiça enviou a
seguinte mensagem à Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil,
referente as Conferências de Unidade:
*****
Tradução:
Conferências de Unidade 2011: mais de mil
participantes em todo o território nacional.
Nº 33 - Março /2012
22 de novembro de 2011
“Queridos amigos bahá’ís,
A Casa Universal de Justiça recebeu com caloroso apreço seu correio
eletrônico datado de 5 de agosto de
2011, relatando sobre a série de conferências recentemente realizadas sob
os auspícios dos Conselhos Regionais
Bahá’ís no Brasil, nas quais os crentes
deliberaram sobre o progresso do Plano de Cinco Anos em suas respectivas
regiões. A Casa de Justiça ficou contente em saber dos encorajadores resultados iniciais vindos destas reuniões e
notar seus esforços comprometidos
em criar a capacidade nos Conselhos
para assumirem a crescente responsabilidade em conduzir o trabalho vital
do Plano.
Sintam-se assegurados das orações da Casa Universal de Justiça nos
Santuários Sagrados para que os devotados esforços dos amigos no Brasil
possam continuar a atrair abundantes confirmações.
Com amorosas saudações bahá’ís,
Departamento de Secretariado.”
Casa
CasaUniversal
Universalde
deJustiça
Justiça
3
Em memória: Ian Semple e Annelise Boop
Cartas das Casa Universal de Justiça destacam serviço à humanidade prestado por esses dois dedicados bahá’ís
Recentemente, a comunidade bahá’í
mundial comoveu-se com o falecimento de
dois dedicados servos de Bahá: Ian Semple,
em 1 de dezembro de 2011, e Anneliese
Bopp, em 21 de fevereiro de 2012. Leia as
mensagens encaminhadas pela Casa Universal
de Justiça a todas as Assembleias Espirituais
Nacionais, destacando os grandes serviços que
ambos prestaram à Fé ao longo de suas vidas.
*****
Tradução:
1º de dezembro de 2011
“A todas as Assembleias Espirituais Nacionais
Nossos corações estão repletos de pesar
pelo passamento ao Reino de Abhá do nosso
ternamente amado ex-companheiro Ian Semple,
leal, perspicaz e destacado servo da Abençoada
Beleza. Tendo abraçado a Causa de Deus no início
de sua juventude, durante a universidade, ele
dedicou sua notável energia, eloquente pena e
aguçado intelecto à sua proteção e à promoção
de seus interesses vitais por todo o restante de
sua vida.
Um destacado registro de seis décadas
de trabalho ininterrupto na Vinha Divina inclui
serviços como membro da Assembleia Espiritual
Nacional das Ilhas Britânicas, como membro
do Corpo Auxiliar para propagação na Europa
e membro do Conselho Internacional Bahá’í,
culminando com quarenta e dois anos como
membro da Casa Universal de Justiça, desde seu
estabelecimento em 1963 até 2005. As brilhantes
qualidades de sua pessoa, sua imensa cortesia,
insuperável humildade, pureza de coração,
alegria irresistível e infalível otimismo – todos
nascidos de uma fé inabalável na Palavra de Deus
e de sua capacidade de redimir a humanidade –
faziam dele querido a todos aqueles que tiveram
o privilégio de conhecê-lo.
Transmitimos nossas amorosas condolências
à sua amada esposa, Louise, aos seus filhos,
Michael, Nicholas e Jennifer, e aos seus netos, pela
Ian Semple (1929-2011)
Annelise Boop (1921-2012)
perda que eles têm suportado e oramos para que
as graças de Deus os circundem. Que a valente
alma de Ian receba uma jubilosa recepção nos
reinos celestiais nas alturas e que seja ricamente
recompensado pela sua lealdade e dedicação
exemplar ao dever. Conclamamos os amigos em
toda parte para realizarem reuniões memoriais
em sua honra, incluindo serviços comemorativos
condizentes nas Casas de Adoração em todo o
mundo.”
um íntimo envolvimento na construção do
Templo-Mãe da Europa, concluído enquanto ela
servia como secretária da Assembleia Espiritual
Nacional da Alemanha. Em 1970, ela foi nomeada
para o Corpo Continental de Conselheiros da
Europa; nove anos depois ela foi chamada para
servir como membro do Centro Internacional
de Ensino, função na qual trabalhou até 1988
com devoção exemplar. Mesmo no ocaso
de sua vida, Annelise seguia atentamente os
desenvolvimentos da Fé e questões vitais relativas
ao progresso da humanidade. Lembramos com
profunda admiração de seu espírito indomável,
sua clareza de pensamento, sua irresistível
franqueza; consternamo-nos pela perda de uma
das defensoras da Fé.
[assina: A Casa Universal de Justiça]
*****
Tradução:
21 de fevereiro de 2012
“A todas as Assembleias Espirituais Nacionais,
Estamos profundamente entristecidos pelo
passamento da ternamente amada Annelise
Bopp, incansável promotora da Fé de Bahá’u’lláh.
Nascida em uma família estreitamente ligada aos
primeiros movimentos da Causa na Alemanha,
ela foi uma leal serva da Abençoada Beleza cujos
esforços no decorrer de tantos anos muito fizeram
pelo avanço de Sua Fé no continente europeu.
Inclui-se, entre suas inumeráveis contribuições,
À sua família, e a todos aqueles que a
amavam, transmitimos nossas condolências,
assegurando-lhes nossas sinceras orações nos
Sepulcros Sagrados pela passagem de sua alma
aos reinos eternos. Recomendamos aos amigos
para realizarem reuniões memoriais condignas
em sua honra em toda parte, inclusive em todas
as Casas de Adoração”.
[assina: A Casa Universal de Justiça]
Plano de Cinco Anos
Entrevista: Ingrid Conter, Conselheira Continental para as Américas
Comentários sobre engajamento brasileiro no Plano de Cinco Anos
A ordem administrativa bahá’í foi definida
por Bahá’u’lláh, e tem como base um sistema de
instituições, cada uma com sua esfera definida
de ação. Sua principal instituição mundial é a
Casa Universal de Justiça, eleita pela primeira
vez em abril de 1963 (ano 119 da Era Bahá’í). Seu
trabalho é realizado com o apoio das Assembleias
Espirituais Nacionais e Locais, eleitas anualmente
por suas respectivas comunidades, e de outros
órgãos, como o Centro Internacional de Ensino e
o Corpo Continental de Conselheiros.
Conselheiros Continentais para as Américas (à direita)
participam de encontro com MCAs
Instituído no ano 124 E.B. (1968 D.C.), o Corpo
Continental de Conselheiros tem a função de
auxiliar na proteção e propagação da Fé Bahá’í em
todo o mundo. Os conselheiros continentais são
eleitos para mandatos de 5 anos, e trabalham em
conjunto com as instituições de uma determinada
região para orientar as comunidades bahá’ís em
suas ações ligadas ao desenvolvimento espiritual,
moral e intelectual da sociedade. Assistidos pelos
membros do Corpo Auxiliar e seus ajudantes, esses
conselheiros desempenham funções designadas
Centro Internacional de Ensino, sediado no Centro
Mundial Bahá’í, em Haifa/Israel.
Ingrid Umpierre Conter, da comunidade
bahá’í de Canoas/RS, foi designada pela Casa
Universal de Justiça para preencher a vaga deixada
por Jorge Guerreiro, após longos anos servindo
como Conselheiro Continental para as Américas.
Junto ao Conselheiro Pejman Samoori, que atua
nessa função desde o Ridván de 2011 (ano 168
E.B.), Ingrid tem a missão de ajudar a comunidade
BAHÁ’Í BRASIL
4
Plano de Cinco Anos
brasileira a aumentar sua compreensão acerca
do Plano de Cinco Anos vigente, contribuindo
para o seu envolvimento em ações que possam
resultar na multiplicação das atividades centrais
e, consequentemente, no aumento do número
de agrupamentos com programas de crescimento
até o final do Plano, em 2016.
Em entrevista exclusiva ao Bahá’í
Brasil, ela ressalta a necessidade de lermos e
compreendermos as guias da Casa de Justiça,
da responsabilidade individual e coletiva para o
sucesso do Plano de Cinco Anos e da importância
de nos envolvermos em um processo de
aprendizado constante, com suas fases de ação,
reflexão, consulta e nova ação. Vejam a seguir
alguns destaques:
A importância de estudar as guias da
Casa de Justiça
“Temos que consultar constantemente,
para toda e qualquer ação, a mensagem da Casa
Universal de Justiça dirigida à Conferência dos
Corpos Continentais de Conselheiros, datada
de 28 de dezembro de 2010. É uma guia que
responde todas nossas perguntas.
O que ocorre muitas vezes é que lemos
uma única vez uma guia da Casa de Justiça e
sublinhamos os pontos mais importantes para
nós naquele momento, e outros parágrafos da
mensagem ficam no esquecimento. É muito
importante retornar a ler e estudar a guia completa
para ampliar cada vez mais nossa compreensão
sobre o Plano de Cinco Anos.”
Pioneirismo e Atividades Centrais como
mecanismos para expansão da Fé no Brasil
“Para aumentarmos o número de agrupamentos com programa de crescimento, vamos necessitar de muitos pioneiros. Este chamado para
postos de pioneirismo é uma grande oportunidade de serviço para os jovens, que podem transferir
seus cursos universitários (quando possível) para
um agrupamento-meta, ou apenas morar em outro bairro para focar esforços em uma vizinhança.
Também inclui a disposição de servir como tutor em um agrupamento próximo, auxiliando a
comunidade local a atingir o primeiro marco de
crescimento1.
Realizar com excelência as atividades centrais para atingirmos mais qualidade no processo
do Instituto requer um esforço consciente de cada
tutor, monitor ou professor em querer ajudar, participando nas reuniões de reflexão gerais e específicas para cada atividade e buscando o envolvimento de seus coordenadores, num espírito de
aprendizagem.”
Ação, reflexão e consulta: um ciclo de
aprendizagem constante
“A melhor maneira de compreendermos a
mensagem de 28 de dezembro de 2010 – assim
como qualquer guia que venha das instituições
da Fé – é irmos para o campo da ação e então
voltarmos a ler as guias sob o olhar da experiência.
Assim, em vez de nos restringirmos ao campo
da imaginação, que é muito distante da prática,
temos a oportunidade de adquirir a experiência
necessária para avaliarmos nossas estratégias e
pensarmos nas melhores maneiras de superar os
obstáculos.”
População indígena da Bahia trilha o caminho comum do serviço
Metodologias do Instituto Ruhí como ferramentas para a unidade na diversidade
e 20 anos). Esses moradores foram envolvidos no
processo de capacitação para serem futuros professores de aulas de educação espiritual para crianças e
monitores de grupos de pré-jovens”, comenta Alon.
Quando o interesse comum pela paz mundial
torna-se o bem maior a ser alcançado, os cidadãos
reconhecem ser possível haver uma interação pacífica dentro da diversidade humana. É o que se
pode verificar nitidamente nas cidades baianas
de Ribeira do Pombal e Banzaê e na área indígena
dos kiriris, que engloba os povoados de Pau-Ferro,
Marcação e Mirandela. Ali, diversos indígenas participam dos estudos promovidos pela comunidade
bahá’í, voltados para a promoção da unidade entre
os povos da Terra.
Durante os dias 11 e 15 de janeiro de 2012, no
município de Ribeira do Pombal (BA), membros da
comunidade local kiriri participaram do curso de
especialização voltado para professores de aulas
de educação espiritual para crianças de 5 e 6 anos
de idade. Os participantes estudaram juntos as 24
novas lições que complementam o curso Ensinando Aulas para Crianças, o terceiro da sequência do
Instituto Ruhí de Capacitação. Dos onze participantes, nove eram índios kiriris.
Confiança, transformação e serviço à comunidade
Os kiriris têm uma história de conflitos relacionados à terra, e por isso têm uma grande desconfiança em relação aos não-índios da região. Eles
tomam todos os cuidados com qualquer iniciativa
externa que surja dentro ou ao redor de seu território a fim de evitar maus-tratos e exploração.
A relação com os bahá’ís, contudo, tem sido
avaliada pelos indígenas como uma referência
positiva para a população local. Os bahá’ís desenvolvem atividades com os kiriris desde o início de
1960, com a vinda de alguns instrutores viajantes
à região. Mais tarde, na década de 1990, algumas
famílias bahá’ís se consolidaram como pioneiras,
Crianças indígenas participam de aula de educação espiritual
ajudando a estabelecer os pilares da comunidade
bahá’í local.
Alon Bispo começou a trabalhar com os kiriris
em 2008. “Eu viajava para a área indígena como facilitador itinerante, ajudando os amigos indígenas
avançassem na sequência de estudos do Instituto”,
conta ele. “Naquela época, os programas bahá’ís não
eram sustentáveis: ocorriam durante determinado
tempo e depois eram extintos”, comenta o jovem,
que hoje é Coordenador Regional do Instituto Ruhí
de Capacitação para a Bahia, Sergipe e Alagoas.
A partir de janeiro de 2010, foi iniciado o processo sistemático de capacitação de professores indígenas de escolas públicas com foco na educação
espiritual de crianças e pré-jovens na área dos kiriris.
Segundo Alon, “Capacitar os próprios índios para assumirem as atividades no povoado deles ajudou o
programa a avançar efetivamente na transformação
individual e coletiva, contribuindo para a unidade
entre os moradores da região”.
“O Instituto chegou também aos jovens alunos de escolas públicas da região, contando com
professores e alguns dos alunos (que têm entre 15
Os cursos do Instituto Ruhí tem o propósito
de fazer com que os participantes passem a “se ver
como agentes ativos de seu próprio aprendizado,
como protagonistas de um esforço constante de
aplicar o conhecimento realizar transformação individual e coletiva2”. Nesta perspectiva, a população indígena da região está gradativamente introduzindo os princípios da Fé Bahá’í em suas atividades cotidianas, demonstrando a universalidade dos
ensinamentos de Bahá’u’lláh.
Alon relata que os índios envolvidos na educação dos pré-jovens e crianças sentem um desejo
de se desenvolverem como indivíduos e de mostrar
para a tribo que é possível conviver em paz e harmonia. “A maioria dos que se comprometem com
o serviço não são membros da comunidade bahá’í.
São pessoas que sentem que é preciso uma educação de valores, que não costuma ser ensinadas nas
escolas – e a metodologia oferecida pelos bahá’ís
tem-se provado bastante eficiente”, conta ele.
Como as atividades bahá’ís valorizam os conhecimentos tradicionais e o desenvolvimento das
capacidades de cada indivíduo, independentemente de sua origem étnica, gênero, raça ou outra
característica de identidade secundária, os kiriris
sentem que a proposta bahá’í não entra em conflito com aquilo que eles acreditam ser o melhor
para os rumos da comunidade. “Dos 24 índios participantes, apenas quatro são bahá’ís. Ainda assim,
todos passaram pelo mesmo processo de capacitação, que tem início com o estudo do livro Reflexões
Sobre a Vida do Espírito”, informa Alon. Atualmen-
O primeiro marco de crescimento é a auto-sustentabilidade em termos de disponibilidade de tutores, professores e monitores da própria comunidade. Para atingir esta meta, é preciso o envolvimento de pessoas de comunidades próximas ou de pioneiros que
possam se dedicar a desenvolver capacidades locais que possam assumir essa tarefa no curto e médio prazos.
Mensagem da Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo, Ridván de 2010.
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Nº 33 - Março /2012
Plano de Cinco Anos
te, a comunidade local conta com um grupo para
pré-jovens e duas aulas para crianças, nas quais
os apoiadores são jovens da própria região. Além
disso, seis índios participam sistematicamente de
círculos de estudo.
Conferência Internacional
Para promover um aprofundamento sobre a
visão bahá’í acerca do destino glorioso reservado
aos povos indígenas e do poder do processo de
capacitação desenvolvido pelo Instituto Ruhí no
fortalecimento dessas culturas, será realizada entre
os dias 20 e 22 de março de 2012 a Conferência Internacional Bahá’í dos Povos Indígenas, na cidade de
Nedrini, no Panamá. A expectativa é que mais de mil
indígenas participem do evento, que contará com a
presença de um membro da Casa Universal de Justiça, dos Conselheiros Continentais para as Américas e
de representantes de outras instituições bahá’ís.
A representação brasileira ficará a cargo de
oito participantes, entre Kiriris e Mundururus (da
região amazônica). Além da programação oficial
da Conferência, os indígenas terão a oportunidade
de participar de cinco dias de visitas a povoados da
região, nos quais serão realizadas consultas sobre o
envolvimento das diversas etnias nas atividades de
desenvolvimento espiritual e material promovidas
pelos bahá’ís.
Um caminho comum de serviço
Mais de 180 países e territórios já aderiram
ao programa desenvolvido pelo Instituto Ruhí, estabelecido mundialmente há cerca de sete anos.
O objetivo principal é o de promover o aperfeiçoamento espiritual dos indivíduos e favorecer sua
5
contribuição na construção de uma sociedade
mais digna e justa. Os cursos de capacitação auxiliam indivíduos e comunidades a estabelecer quatro atividades centrais de transformação social: aulas de educação espiritual para crianças; grupos de
empoderamento de pré-jovens; círculos de estudo
de aprofundamento espiritual e reuniões ecumênicas de oração e meditação. Tanto os cursos quanto as atividades decorrentes deles são gratuitas e
abertas à comunidade em geral.
“É uma realização de enormes proporções
que o mundo bahá’í tenha obtido êxito em desenvolver uma cultura que promove uma maneira de
pensar, estudar e agir na qual todos se consideram
trilhando um caminho comum de serviço – apoiando uns aos outros e avançando juntos”, declarou a
Casa Universal de Justiça em 2010.
Capacitação para pioneiros bahá’ís na capital federal
Projeto-piloto será desenvolvido por todo o país
institucional para levar os ensinamentos
bahá’ís, mas sim um compromisso individual
de compartilhar a Mensagem de Bahá’u’lláh
e contribuir genuinamente com o avanço da
comunidade em que o pioneiro irá se estabelecer.
De 26 janeiro a 5 de fevereiro, aconteceu a
primeira Capacitação Anual de Pioneiros Bahá’ís
realizada no Brasil. Idealizado pelos Conselheiros
do Corpo Continental residentes no Brasil e
pela Assembleia Espiritual Nacional, o evento
foi realizado na Creche Medalha Milagrosa, em
Brasília (DF).
Onze pessoas receberam treinamento
intensivo fundamentado em dois eixos: estudo
das escrituras sagradas bahá’ís e revisão dos
livros do Programa do Instituto Ruhí, seguidos de
prática e reflexão. Na ocasião foram capacitados
seis pioneiros de diferentes Estados - Maranhão,
Alagoas, Mato Grosso, São Paulo, Amazonas e
Paraná; uma jovem de Maceió em período de
serviço e os secretários dos conselhos bahá’ís das
regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
O treinamento também contou com a
presença de membros do Comitê de Ensino
de Área e visitas de outros representantes das
instituições administrativas bahá’ís, tais como
membros da Assembleia Espiritual Nacional, do
Corpo Auxiliar e do Desk de Pioneirismo, além
do Conselheiro Continental Pejman Samoori e
diversos colaboradores.
Durante o curso, foram realizados estudos
e memorização de citações, além de avaliações
práticas acerca das lições estudadas. “Esse
treinamento é uma imersão profunda no verdadeiro
conceito de pioneirismo”, afirma Eduardo Coltro,
secretário do Conselho do Sudeste.
Para Eduardo, que serviu como pioneiro na
década de 1980, a capacitação é uma ferramenta
importante para dar segurança e orientação aos
indivíduos que se dispõem a essa tarefa. “Sinto
que, na época que me levantei como pioneiro,
não estava tão capacitado como os pioneiros de
hoje”, comenta ele.
De acordo com Martha Zonneveld, uma das
participantes do curso, “apesar de ser bem puxado,
o treinamento é uma combinação adequada de
1
2
1º capacitação de pioneiros bahá’ís realizada no Brasil
teoria e prática”. Ela relata que todos tiveram a
oportunidade de participar de visitas aos lares
e de apoiar reuniões devocionais, aulas para
crianças e grupos de pré-jovens em São Sebastião
(DF), além de reuniões de amigos (conhecidas
como firesides) na Asa Sul.
“Todos participaram da fase de expansão do
agrupamento Falcão Real1 fazendo ensino direto2.
Cinco pessoas declararam sua fé em Bahá’u’lláh
durante esse período, o que é um resultado direto
do empenho desses indivíduos na divulgação dos
ensinamentos da Fé Bahá’í”, destaca Neryangela
Samoori, Coordenadora Regional do Instituto
Ruhi para a Região Centro-Oeste.
A proposta é que essa capacitação seja
expandida para outras cidades brasileiras, levando
o conhecimento para uma gama maior de pessoas
que desejam se levantar como pioneiros em
serviço à humanidade.
O que é o pioneirismo?
Pioneiros são aqueles que se mudam de bairro,
cidade ou país com o propósito de fortalecer ou
iniciar as atividades centrais da Comunidade Bahá’í
– educação espiritual para pré-jovens e crianças;
aprendizagem em grupo de como desenvolver a
capacidade de serviço; reuniões devocionais interreligiosas – estando em constante ato de serviço
aos habitantes da região.
O conceito de pioneirismo difere do de
missionário por não se tratar de uma designação
Antes de decidir ser pioneiro, um indivíduo
precisa internalizar os ensinamentos religiosos
e colocá-los em ação. Conforme explicitado por
Bahá’u’lláh, “Quem dentre vós se levantar para
ensinar a Causa de seu Senhor, que ele, antes
de tudo, ensine a si próprio, a fim de que suas
palavras possam atrair os corações daqueles que
o ouvem”.
“Até pouco tempo, considerava-se pioneiro
aquele bahá’í que conduzia sozinho as atividades
centrais numa comunidade local para a qual
se deslocava. Essa definição mudou: agora os
pioneiros têm por objetivo capacitar os recursos
humanos para levar avante essa transformação”,
explica Diógenes Marcondes, que atualmente
serve como pioneiro com sua esposa Vânia em
Barra do Garças (MT).
Diógenes e Vânia se casaram em 2005
na cidade de Cuiabá (MT) e decidiram trilhar o
caminho do pioneirismo no mesmo ano. Foram
para a Vila Serrambi da cidade de Ipojuca (PB) e
depois para Natal (RN), até chegarem a Barra do
Garças. Eles seguem a orientação de Bahá’u’lláh de
serem “irrestritos como o vento” ao proclamarem a
Mensagem Divina.
Diógenes conta que decidiu ser pioneiro
porque a Casa Universal de Justiça – Ordem máxima
da Fé Bahá’í – apontava para esta necessidade.
“Como o próprio Conselheiro Pejman nos orientou
na palestra do dia 29 de janeiro, precisamos fazer
uma auto-avaliação do nosso empenho nesse
avanço da civilização, percebendo a necessidade
de assumir uma postura de protagonismo da
transformação individual e coletiva”, lembra ele.
“Todos têm capacidades e, portanto, devemos
confiar no potencial de cada um”, acrescenta.
O agrupamento Falcão Real abrange todas as regiões administrativas de Brasília e a área rural de Nova Betânia.
Ensinar de maneira direta sobre as leis, ensinamentos e a vida comunitária bahá’í a indivíduos ou grupos interessados.
BAHÁ’Í BRASIL
Plano de Cinco Anos
6
A jovem de 28 anos acredita que “o cenário
para o pioneirismo tem muito mais comodidade
atualmente do que os primeiros pioneiros da fé
enfrentaram. Hoje existe um enorme suporte
das instituições bahá’ís, o que não era possível
no passado”, diz ela. “Sou pioneira no sentido de
atender ao chamado da Casa Universal de Justiça,
o que acaba sendo apenas algo natural”, comenta.
“Mas no sentido de sacrifício, os pioneiros antigos
passaram por dificuldades muito maiores”.Ela e
o marido Daniel, casados há pouco mais de dois
anos, estão se preparando para se deslocar de São
Carlos (SP) para Aracaju (SE).
Na opinião de Lucas Rodrigo dos Santos
Silva, o pioneirismo não se enquadra como um
sacrifício. “Afinal de contas, os benefícios são tanto
para o indivíduo como para toda a humanidade”,
diz o rapaz. Ele começou a frequentar as aulas
bahá’ís de educação espiritual para crianças aos
8 anos de idade. “Após cinco anos participando
diretamente das atividades centrais da Fé, quando
tinha 13 anos, eu tive a consciência de que meu
coração já era bahá’í”, conta3. Aos 18 anos, Lucas
está deixando a família no Maranhão para ser
pioneiro em São Sebastião (DF). Sua meta é
prestar serviço junto à comunidade local, além de
prosseguir os estudos em um curso superior. “Sou
muito grato por poder contribuir para um mundo
melhor”, conta ele.
Foco central do Pioneirismo no Brasil
O secretário da Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil, Carlos Alberto Silva, ressalta que as metas prioritárias de pioneirismo es-
tão sendo relacionadas por cada Conselho Regional Bahá’í. “Durante a vigência do novo Plano de
Cinco Anos, temos o objetivo de trabalhar sistematicamente cerca de 120 novos agrupamentos,
e o trabalho dos pioneiros será essencial para que
tenhamos sucesso nessa empreitada”, destaca ele.
O Desk Nacional de Pioneirismo informa que
há algumas cidades prioritárias que podem ser consideradas pelos interessados em se levantar como
pioneiros. São elas: Fortaleza (CE), Belém (PA), Teresina (PI) Campina Grande (PB), João Pessoa (PB),
São Luís (MA), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Gurupi (TO). Entretanto, é importante que a decisão seja
tomada em consulta com as instituições.
Novas ferramentas para a educação espiritual das crianças
Currículo bahá’í foca desenvolvimento integral baseado nas virtudes
Entre os dias 28 de setembro a 2 de outubro de
2011, o Centro Educacional Soltaniéh (SP) sediou
um encontro entre nove coordenadores regionais
do Instituto Ruhí4, além de representantes de
três projetos sócio-econômicos bahá’ís: ADCAM
(AM), Associação Monte Carmelo (SP) e Escola das
Nações (DF). O propósito foi organizar o início dos
cursos bahá’ís de especialização de professores de
aulas de educação espiritual para crianças, com
base em novos materiais voltados para a faixa
etária dos 5 e 6 anos de idade.
Os indivíduos capacitados retornaram
às suas respectivas regiões com a missão de
transmitir sistematicamente o aprendizado aos
coordenadores e professores das aulas para
crianças. De acordo com dados disponibilizados
pelo Instituto Ruhí em fevereiro de 2012, a maioria
dos professores do programa brasileiro já estão
capacitados para ensinar as novas lições.
No Centro-Oeste, as capacitações já foram
realizadas em quatro agrupamentos: Esplendor
da Gloria (MT), Terra Dourada (MS) e Girassóis
(TO) e Falcão Real (DF). Neste último, o curso
de especialização ocorreu entre os dias 4 e 6 de
novembro de 2011, contando com a participação
de 17 pessoas – todas já capacitadas no curso
Ensinando Aulas de Crianças, o terceiro na
sequência de cursos desenvolvidos pelo Instituto.
A coordenadora regional do Instituto para
a região Centro-Oeste, Susan Eghrari, explica que
cada lição trabalha uma virtude, por meio das quais
as crianças aprendem a incorporar determinados
princípios ao seu cotidiano. “O impacto maior é a
ênfase que se dá aos atos de aprender e pensar,
de refletir e desenvolver a habilidade de aplicar as
leis espirituais que vão ajudá-las em suas vidas e
na sociedade”, reflete Susan.
Aulas para crianças
O objetivo do Livro 3, como é popularmente
conhecido, é formar professores e professoras capazes de contribuir para o desenvolvimento do caráter das crianças participantes, trabalhando virtudes como justiça, paciência, gratidão e coragem. A
Crianças participam de aula de educação espiritual na Bahia
metodologia inclui contação de histórias, jogos cooperativos, atividades artísticas, além da memorização de orações e citações dos Escritos Sagrados.
A novidade é que a aplicação do currículo foi expandida para incluir lições específicas
para cada fase do desenvolvimento infantil. As
aulas, que antes eram oferecidas em um mesmo ambiente para as crianças de 5 a 10 anos em
um período relativamente curto, agora podem
ser realizadas de maneira mais focada para cada
faixa etária, em um programa de cinco anos de
duração. Ao todo são 24 novas lições voltadas
para crianças de 5 a 6 anos. O objetivo do Instituto é iniciar, até o final do ano, a capacitação
com os materiais voltados para crianças de 7 e 8
anos e, em 2013, para o público de 9 e 10 anos.
“Precisamos empreender esforços para sistematizar ainda mais a provisão de educação
espiritual a um número crescente de crianças
de famílias de diversas origens”, explica o Conselheiro Continental, Pejman Samoori. “Este é
um dos grandes desafios que se colocam diante
da comunidade bahá’í. Nossa responsabilidade é garantir que essas aulas sejam conduzidas
com a necessária regularidade, ano após ano,
conforme nos orientam as mensagens recentes da Casa Universal de Justiça”, ele destaca.
Os bahá’ís acreditam que as crianças são o
tesouro mais precioso que uma comunidade possui, pois nelas está a promessa e a garantia do futuro. Bahá’u’lláh, Fundador da Fé Bahá’í, ensinou
que o ser humano é como uma mina rica em joias
de inestimável valor. “A educação, tão somente,
pode fazê-la revelar seus tesouros e habilitar a humanidade a tirar dela algum benefício”, disse Ele.
Além das atividades voltadas para a educação
das crianças, a Comunidade Bahá’í também possui um currículo destinado a auxiliar os pré-jovens
(11 a 15 anos) a canalizar suas energias para o serviço à humanidade, auxiliando-os a enfrentar essa
fase crucial de seu desenvolvimento. Os bahá’ís
promovem ainda reuniões de oração e meditação
abertas aos seguidores de todas as religiões, estimulando o diálogo inter-religioso. As atividades
são abertas ao público em geral e estão disponíveis gratuitamente em todas as regiões do país.
Em memória
“Possam os seres que a Ti ascenderam... recorrer Àquele que é o mais
sublime Companheiro, e abrigar-se
à sombra do Tabernáculo da Tua majestade e do Santuário da Tua Glória”
(Bahá’u’lláh).
2011
Outubro
Yvonne Maria Santoro Andrade,
Belo Horizonte (BH)
Novembro
Edenir Trindade, Canoas (RS)
Dezembro
Houschang Foroutan, Curitiba (PR)
Marco Antônio Santos Cruz, Cambuquira (MG)
2012
Janeiro
Abdul Hossein Afnan, Curitiba (PR)
Fevereiro
Parvin Mendes, Curitiba (PR)
Março
Ondina Istamati, Jacareí (SP)
A idade mínima para que uma pessoa possa oficialmente se declarar bahá’í é de 15 anos, quando – segundo os ensinamentos de Bahá’u’lláh – é atingida a maturidade espiritual. A declaração de fé é necessária para que o indivíduo possa ser registrado como
membro de uma comunidade local.
4
O Instituto oferece a jovens e adultos de mais de 180 países ferramentas de desenvolvimento espiritual que focam tanto no indivíduo quanto na coletividade. Cada curso consiste no estudo de textos e trechos de escrituras sagradas acerca de temas específicos sendo a educação espiritual de crianças o foco do Livro 3. Mais informações em http://ruhi.org/
3
Nº 33 - Março /2012
Notícias Nacionais
7
Conferência Internacional dos Membros do Corpo Auxiliar
Aprendendo a promover o crescimento orgânico dos agrupamentos
“Uma oportunidade única de serviço.” Assim
foi definido o papel de Membro do Corpo Auxiliar
por um dos participantes da Conferência realizada
em São Paulo, nos dias 6 a 8 de Janeiro de 2012.
Contando com a participação de cerca
de 60 Membros do Corpo Auxiliar (MCAs) de
oito países diferentes da América do Sul, que
incluíam Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia,
Chile, Peru, Equador e Brasil, a conferência estava
contagiada por uma energia vibrante emanada
pela juventude dos recém nomeados membros,
além de contar com a o espírito amoroso e sábio
do Dr. Rouhani e do Sr. Juan Mora, membros do
Centro Internacional de Ensino.
Em conversas inspiradoras, eles estudaram com
os novos MCAs um rico material didático sobre
a promoção do crescimento nos agrupamentos.
O papel dos grupos de empoderamento de préjovens foi salientado como atividade-chave neste
Plano de Cinco Anos.
Os participantes estudaram diversas cartas
enviadas pela Casa Universal de Justiça. Entre elas,
estava a carta de 28 de Dezembro de 2011, que
afirma que “o grau em que os Conselheiros e seus
auxiliares têm influenciado o progresso do Plano
demonstra que eles assumiram seu lugar natural
na vanguarda do campo de ensino”.
O encontro foi caracterizado por várias
atividades práticas de desenvolvimento de
estratégias para auxiliar os agrupamentos em seu
crescimento. Destacou-se ainda a importância
da nomeação, por parte dos MCAs, de um grupo
de ajudantes, visando um trabalho de ensino e
serviço “ombro a ombro” com os membros da
comunidade.
A importância do desenvolvimento de
qualidades de sacrifício e servitude por parte
dos MCAs foi destacada como peça fundamental
para o cumprimento do Plano de Cinco Anos,
que exigirá uma maior intensidade e devoção de
tempo de todos.
O encontro foi marcado por várias canções
e orações que encheram o ambiente de alegria e
de várias sessões de consulta. As falas destacaram
o papel do MCA como um componente ativo
da comunidade, realizando atividades centrais
e incitando os bahá’ís, por meio do exemplo
contínuo e de conversas significativas, a abraçarem
as atividades da comunidade e promoverem um
crescimento orgânico de seus agrupamentos.
A Conferência contou ainda com a presença
dos Conselheiros Continentais para as Américas.
MCAs brasileiros com o Conselheiro Pejman Samoori e a Conselheira Ingrid Conter
Papel da juventude na criação de um mundo mais justo
Rio de Janeiro e São Paulo sediam eventos de conscientização para o serviço
Fé Bahá’í; e Como nos conectamos com Deus. As
consultas sobre os temas foram intercaladas com
atividades de lazer saudável.
Formação acadêmica e serviço à humanidade
1º Encontro de Jovens Bahá’ís em Petrópolis
“Todo homem foi criado a fim de levar avante
uma civilização destinada a evoluir para sempre”,
é o que acreditam os jovens de diversos estados
brasileiros que estiveram reunidos em eventos
recentes para desenvolver suas capacidades no
campo do serviço à humanidade e despertar as
suas potencialidades espirituais.
O primeiro Encontro de Jovens Bahá’ís em
Petrópolis (RJ) aconteceu no Sítio São Luís, nos
dias 17 e 18 de dezembro de 2011. Com o tema
“Unindo Corações e Forças”, o encontro contou
com a participação de 16 jovens, num total
de 37 pessoas envolvidas em sua realização,
provenientes de cinco cidades: Juiz de Fora, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, Niterói e Petrópolis.
De acordo com Júlia Duringer, o evento
aberto aos jovens de todas as religiões “ofereceu
um terreno propício para reafirmar o padrão de
vida ensinado por Bahá’u’lláh, além de fortalecer
laços de amizades”. A estudante de Medicina, de
22 anos, ajudou a preparar uma programação com
quatro temas centrais: O papel da juventude no
mundo de hoje; Padrão de vida bahá’í; Servindo a
O estudante de pré-vestibular Wesley
Oliveira, de 18 anos, foi um dos participantes
do encontro realizado no Centro Educacional
Soltaniéh, em Mogi-Mirim (SP), entre os dias 3 e 13
de janeiro de 2012. Ele faz parte da quarta turma
brasileira dos seminários temáticos “Participando
nos Discursos Prevalentes na Sociedade”,
juntamente com outros 41 jovens.
Desenvolvidos pelo Instituto para Estudos
em Prosperidade Global (ISGP, sigla em inglês),
os seminários têm como objetivo auxiliar jovens
que finalizaram o ensino médio ou que estão
nos primeiros anos da educação superior a
desenvolverem suas carreiras de maneira coerente
com os valores e princípios espirituais ensinados
pela Fé Bahá’í.
inspirados pelos ensinamentos bahá’ís. Os temas
estudados nos encontros subsequentes incluem
Mídia, Educação, Aprendizagem e Crescimento,
Coerência, Meios Materiais e Ciência.
“Essa fase de transição para o ensino superior
é um momento de decisões fundamentais quanto
ao nosso futuro, e nós jovens somos expostos a um
marco materialista no qual nossas crenças podem
ser alvo de questionamento”, avalia o jovem
paulista Vahíd Shaikhzadeh, de 23 anos. Formado
recentemente em Engenharia de Produção pela
USP, Vahid é um dos participantes da primeira
turma brasileira dos seminários, inaugurada em
janeiro de 2009 em Salvador (BA).
Desde 2009, mais de 70 jovens de diferentes
estados brasileiros participam regularmente dos
Seminários ISGP. O programa consiste em quatro
encontros anuais, todos com duração de dez dias.
Em todo o mundo, cerca de 800 universitários
já passaram pelo programa, que vem sendo
realizado regularmente em 28 países.
“Aprendi a lidar com situações cotidianas,
desconstruir pensamentos e reformular todos
com uma visão mais ampla e real de mundo,
compreender que ciência e religião devem andar
sempre lado a lado, respeitar as diferenças, ter
uma compreensão maior sobre sacrifício”, relata
Wesley. “Este primeiro ano de estudo foi com
certeza um marco que mudou a minha vida”,
confessa o futuro engenheiro da computação.
No primeiro encontro, os estudantes se
aprofundam em alguns conceitos essenciais
para a ação social sistemática e sustentável,
além de aprender sobre as características dos
projetos de desenvolvimento socioeconômico
4ª edição dos Seminários ISGP
BAHÁ’Í BRASIL
Notícias Nacionais
8
Direito à educação em pauta na Bahia e no Distrito Federal
Estudantes de diferentes convicções sociais, políticas e religiosas em defesa de jovens iranianos
A segunda edição brasileira da campanha
internacional Você Pode Resolver Isso? [do
original em inglês “Can You Solve This?]” foi
sediada no dia 14 de fevereiro desse ano no Centro
de Ciências da Saúde da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia (CCS/UFRB), em Santo
Antônio de Jesus, a 200 km da capital baiana.
O movimento é resultado de uma mobilização
mundial de estudantes em defesa dos jovens
que têm o acesso às universidades negado no Irã,
impedindo toda uma geração de prosseguir com
seus estudos por causa de suas convicções sociais,
políticas ou religiosas.
Lançada inicialmente na Universidade de
Brasília (UnB) entre os dias 21 e 23 de novembro,
a mobilização chama a atenção dos estudantes,
funcionários e professores para a violação de
direitos humanos pelo país muçulmano. “As
pessoas são impedidas do direito de estudar
porque defendem direitos de estudantes, das
mulheres, ou porque são seguidores da Fé Bahá’í”,
diz Lia Cruz, que atualmente está cursando o
mestrado em Letras na UnB. Aproximadamente 5
mil pessoas tiveram assistiram aos vídeos e ouviram
as explicações oferecidas pelos voluntários locais.
“O que está em jogo não é apenas uma
questão fé. Tem a ver com valores”, disse Antônio
Marques, que está no último ano de Filosofia da
UnB. Ele enfatizou a importância de aumentar
a consciência da situação imposta pelo regime
iraniano. “Estas violações não são exclusivamente
de religião, elas envolvem política, economia lei e
cultura”, justifica.
Na edição de 24 de novembro do Jornal da
Noite (TV Band), apresentado por Boris Casoy, foi
transmitida uma pauta apresentando a campanha
em Brasília, incluindo trechos de uma entrevista
com a jovem Hasti Khoshnammanesh – que deixou
o Irã por causa das severas restrições impostas
aos bahá’ís pelo governo. Destaque também
foi dado à condenação por parte da ONU ao Irã
devido ao seu histórico de violações de direitos
humanos. “A religião bahá’í está sendo perseguida
violentamente pelo governo teocrático do Irã, e o
governo brasileiro, cheio de dedos com os aiatolás,
assiste a tudo silenciosamente”, declarou Casoy,
classificando a abstenção brasileira na votação que
aprovou a condenação como “uma vergonha”.
Aludindo ao fato de o Irã estar entre os 192
Estados-Membros da ONU, mas não cumprir com os
compromissos assumidos diante da comunidade
internacional, a jovem Letícia questiona: “O Irã
mesmo assinou a Declaração de Direitos Humanos,
mas por que não os põe em prática?”
Mobilizando o Brasil
Hasti saiu do Irã devido às perseguições
Ato de serviço em prol do direito à educação
Na UFRB, o manifesto ocorreu por iniciativa do
alunos da disciplina optativa “Humanização e Ética
em Liderança”, do bacharelado interdisciplinar em
Saúde. O Dr. Feizi Milani, professor responsável pela
disciplina, disse que passou aos alunos as informações
sobre a situação no Irã, o que motivou os estudantes a
organizar o evento. “Eles se mobilizaram para realizar
uma prática da disciplina a que chamamos de ‘ato
de serviço’ - uma ação social em prol da melhora do
mundo”, conta o Professor Milani.
“Fiquei chocada com a realidade a qual esses
indivíduos são expostos”, confessa a estudante Letícia
Santos. “Após a exposição de vídeos e conversa
em sala de aula, eu e meus colegas decidimos
realizar a campanha em favor dos jovens que são
impossibilitados de exercerem seus direitos enquanto
cidadãos”, explica ela, que também é professora
de Artes, Geografia e Educação Física em escolas
públicas da região.
Funcionários, professores e estudantes tiveram
a oportunidade de assistir a vídeos e apresentações,
além de ter acesso a uma exposição de painéis que
retratam as violações de direitos humanos contra os
bahá’ís no Irã – a maior e mais perseguida minoria
religiosa daquele país.
O Professor Milani comenta que a questão
vai além das crenças religiosas dos estudantes
discriminados. “Quem conversava com as pessoas,
explicando a situação e convidando para participar
da mobilização, eram os próprios estudantes da UFRB,
nenhum dos quais é bahá’í. Entre os transeuntes, a
grande maioria também nunca havia ouvido falar
da Fé Bahá’í”, destacou ele. “Ainda assim, a adesão foi
bastante expressiva porque a educação é direito de
qualquer ser humano”, comemora ele.
Desde novembro de 2011, mais de 850
pessoas assinaram uma petição eletrônica
destinadas a representantes do governo brasileiro
e das Nações Unidas, disponibilizada na página da
campanha na Internet. O documento solicita que as
autoridades tomem ações para reverter a situação
dos jovens iranianos banidos da educação superior.
“Os bahá’ís iranianos possuem um
conhecimento diferenciado que pode fazer todas
diferença na sociedade”, acredita Letícia. “Vamos
continuar a nossa campanha porque acreditamos
muito que podemos mobilizar outros na defesa
de uma realidade que não é a nossa, mas que
precisa ser mudada urgentemente”, afirma.
A expectativa é que, em 2012, a iniciativa
seja realizada em outras 13 cidades brasileiras:
Goiânia (GO), Uberlândia (MG), Aracaju (SE),
Belo Horizonte (MG), Petrópolis (RJ), Vitória (ES),
Dourados (MS), Tangará da Serra (MT), Curitiba
(PR), Americana (SP), São Carlos (SP), Santo André
(SP) e São Paulo capital.
Se você também tem interesse em levar a
campanha para a sua universidade, escreva para
[email protected]. Mais informações:
www.can-you-solve-this.org/br
Jovens da UFRB enviam cartas pedindo ações às autoridades brasileiras
para defender direito à educação no Irã.
Peregrinação aos locais sagrados bahá’ís: um sonho possível
Aproveite a oportunidade de participar de grupos brasileiros nos próximos três anos
Os interessados em realizar peregrinação ao
Centro Mundial Bahá’í já podem se programar para
conhecer os locais sagrados e aprender mais sobre
a história da Fé Bahá’í. É que o Desk Nacional de
Peregrinação informa a disponibilidade de vagas para
grupos de brasileiros de todos os Estados, saindo a
partir de novembro desse ano até julho de 2014.
Para que um grupo de peregrinação do Brasil
possa ser formado, é necessário fazer um pedido
formal junto ao Departamento de Peregrinação do
Centro Mundial Bahá’í, responsável por emitir uma
autorização oficial à Assembleia Nacional. “As datas
estão disponíveis, mas não estão reservadas para
a comunidade bahá’í brasileira”, esclarece Hosseyn
Nº 33 - Março /2012
Esse
planejamento
deve
acontecer,
preferivelmente, seis meses antes da viagem. Cada
grupo deve ser composto por pelo menos 20 e
no máximo 35 pessoas. “A partir da confirmação
da quantidade mínima de peregrinos, o
Departamento de Peregrinação do Centro Mundial
Bahá’í é informado”, ele explica.
Centro Mundial Bahá’í, em Israel.
Shayani, do Desk Nacional de Peregrinação. “É
importante divulgarmos aos amigos de todo o país
as datas para essa jornada espiritual e planejar a
organização dos grupos nos períodos de interesse
com mais antecedência”, recomenda Hosseyn.
Uma característica fundamental de cada
grupo é a presença de uma pessoa que deve
atuar como líder, no sentido de promover o fluxo
de comunicação entre todos os peregrinos e
também ajudar no que for necessário durante toda
a viagem. Portanto, logo após a criação do grupo,
todos os membros em consulta decidem quem
exercerá essa função. Se não houver nenhum
Notícias Nacionais
voluntário em desempenhar o papel de liderança,
incumbe ao Desk de Peregrinação indicar uma
pessoa. Ademais, o grupo precisa providenciar
também um tradutor de inglês (que pode ser tanto
um voluntário bahá’í ou alguém contratado) que o
acompanhará durante a peregrinação.
com a memória dos mártires e almas santas e ao
reverenciá-los, tanto física como espiritualmente,
nosso coração se comove enormemente.
“Após a peregrinação, fiquei extasiada por
um sentimento de gratidão pela existência e
percebendo o compromisso real de melhorar o
mundo, começando pela minha própria cidade”,
relata Gláucia.
Realizando sonhos
Em julho de 2010, a Assembleia Nacional
do Brasil foi convidada pela Casa Universal de
Justiça a identificar e ajudar grupos de bahá’ís cuja
perspectiva de fazer peregrinação à Terra Santa
fosse algo fora de seu alcance devido a barreiras
linguísticas ou falta de experiência com viagens
internacionais. Os dois primeiros grupos brasileiros
de peregrinação organizados pelo Desk Nacional
de Peregrinação realizaram o sonho de conhecer os
lugares sagrados bahá’ís em julho de 2011 e janeiro
de 2010.
“A peregrinação foi algo indescritível”,
conta Gláucia da Silva Brito, de Curitiba/PR, que
participou do grupo de peregrinos entre 16 e 24
de janeiro. “Senti uma conexão com a realidade
espiritual da Fé Bahá’í, além de fazer uma conexão
comigo mesma”, descreve ela.
O Centro Mundial Bahá’í possui uma riqueza
de lugares que guardam relação íntima com a
Revelação de Bahá’u’lláh e a comunidade de Seus
seguidores. Entre os mais destacados figuram
9
Próximos grupos
Grupo brasileiro de peregrinos - janeiro de 2012.
os Santuários que guardam os restos mortais do
Fundador da Fé, Seu Precursor e o Centro de Seu
Convênio. As residências ocupadas pela Sagrada
Família durante várias épocas de Seu exílio, os
sepulcros de Seus mais distinguidos membros e
os lugares associados com os acontecimentos que
forjaram o desenvolvimento da Causa, tomados em
seu conjunto, oferecem ao visitante a oportunidade
de desfrutar de uma experiência espiritual sem
igual na história religiosa.
A este legado precioso se soma o panorama
maravilhoso de edifícios e jardins, incrustados ao
longo dos declives do Monte Carmelo, que compõe
o coração administrativo do mundo bahá’í.
‘Abdu’l-Bahá explica que os locais sagrados
são centros de efusão da graça Divina, já que
ao entrar nos luminosos lugares relacionados
Três grupos já estão confirmados para
realizarem peregrinação nos seguintes períodos: 7
a 15 de maio; 21 a 30 de maio; e 15 a 24 de julho,
respectivamente liderados por Mônica Ardjomand,
Rosana Goulart e Gabriel Marques.
Pessoas de todos os estados brasileiros
podem se inscrever para participar dos grupos
organizados pelo Desk Nacional de Peregrinação
para os próximos anos, desde que sejam bahá’ís
registrados, com plenos direitos administrativos,
e que não tenham realizado peregrinação nos
últimos cinco anos.
Para esse ano de 2012, os interessados em
realizar peregrinação têm duas possíveis opções de
datas: de 25 de novembro a 4 de dezembro ou de
10 a 18 de dezembro. Para mais informações entre
em contato pelo endereço: desk_peregrinacao_
[email protected]
Notícias Internacionais
Construção de Casa de Adoração no Chile alcança importante marco
Espírito de conjunto é essencial para o avanço no desenvolvimento das obras
SANTIAGO, Chile, 24 de fevereiro de 2012,
(BWNS) – Um marco significativo foi alcançado
no processo de construção da Casa de Adoração
Bahá’í da América do Sul com a assinatura de
contratos essenciais à empreitada.
“Há dois aspectos muito delicados
relacionados a esta próxima etapa”, disse o Sr.
Samadi. “Em primeiro lugar, ao terminarmos as
colunas do porão, serão instalados dez isoladores
para a base, fabricados na região da Baía de
San Francisco, que isolarão o edifício em si das
fundações em caso de atividade sísmica.”
O desenho inovador do Templo consiste
em nove elementos translúcidos que se erguem
do chão – dando a impressão de estar flutuando
sobre um espelho d’água – e se encontram numa
claraboia central, 30 metros acima.
A estrutura da construção sustentará 500
toneladas de revestimentos interiores e exteriores.
A superfície externa consistirá em 3.000 metros
quadrados de painéis fabricados com um método
inteiramente novo de fusão de vidro. 2.000
metros quadrados de mármore translúcido,
roboticamente cortados e esculpidos, criarão uma
cobertura que permite a iluminação do interior.
Após 10 meses de propostas e negociações, o
contrato para a superestrutura e os revestimentos
foi firmado em 16 de fevereiro com a Gartner Steel
and Glass GmbH. Sediada na Alemanha, a empresa
é conhecida pelo desenvolvimento e construção
de estruturas tridimensionais complexas.
“Chegamos a um momento maravilhoso,”
disse Siamak Hariri, representante da empresa
canadense Hariri Pontarini Arquitetos. “É a
culminância de oito anos de pesquisa, design,
desenvolvimento, engenharia, preparação do
dossiê completo de propostas tanto em espanhol
como em inglês, invenção e fusão do vidro –
tudo isso, juntamente com o empreendimento
Perspectiva: Templo da América do Sul à noite
de encontrar e adquirir o maravilhoso terreno e
preparar as necessárias licenças.”
“Tivemos que provar a nós próprios e aos
fabricantes que a construção desse edifício era não
somente realizável, mas que o era sob restrições
muito complexas de design, limitações orçamentárias
e severas condições sísmicas”, disse o Sr. Hariri.
“Este é realmente um marco significativo”,
disse o gerente de projetos, Saeid Samadi.
“Significa que agora temos cronogramas dos
empreiteiros, por meio dos quais podemos avaliar
o progresso do trabalho e a estimativa para as
datas da conclusão.”
As escavações e a terraplenagem para os
alicerces e a praça da Casa de Adoração começaram
em novembro de 2010. Logo ao final desse estágio,
em 9 de fevereiro de 2012, começaram a ser feitas
as fundações, o túnel de acesso e a estrutura do
pavimento principal e do mezanino.
“Em segundo lugar, durante a execução
do trabalho de concretagem, as peças de aço,
produzidas pelos fabricantes da superestrutura,
serão encaixadas no concreto. Isso requer
precisão absoluta, pois toda a superestrutura será
assentada sobre elas.”
Uma das etapas que já está completada é
a construção de toda a infraestrutura essencial
para a equipe de construção e trabalhadores. Em
breve serão iniciados os projetos, como a criação
da infraestrutura do templo e o paisagismo –
incluindo espelhos d’água, caminhos, degraus,
grades e portões. O planejamento inclui ainda
uma via de acesso alternativo de 1,1km, uma
praça de acesso e o respectivo portão.
“Há uma relação maravilhosa entre nossos
engenheiros,
arquitetos,
administradores,
consultores jurídicos – todos trabalhando em
conjunto”, disse Siamak Hariri.
Saeid Samadi concorda. “O que faz esse
projeto seguir adiante é a amorosa dedicação
dos muitos indivíduos que trabalham nele.
Procuramos transmitir este espírito a todos os que
trabalham nesta estrutura extraordinária.”
BAHÁ’Í BRASIL
‘Abdu´l-Bahá
10
Centenário das viagens de ‘Abdu’l-Bahá ao Ocidente
Celebrações em 2012 relembram a influência do Mestre sobre a comunidade bahá’í mundial
Em 2012, sete milhões de bahá’ís espalhados
por 188 países e territórios do mundo celebram o
centenário das históricas viagens ‘Abdu’l-Bahá ao
Ocidente, relembrando suas perspectivas sobre
o mundo atual e analisando as transformações
observadas desde o século passado. Trata-se de
uma oportunidade de promover a reflexão acerca
das qualidades manifestadas por esta importante
figura da Fé Bahá’í, considerado o “exemplo
perfeito” a ser mirado por todos os seguidores de
Bahá’u’lláh, o Fundador da Fé Bahá’í.
Nascido na Antiga Pérsia (atual Irã) em 23
de maio de 1844, ‘Abdu’l-Bahá era o filho mais
velho de Bahá’u’lláh. Na maturidade, ‘Abdu’lBahá se tornou o companheiro mais querido
de Seu Pai e emergiu como Seu representante,
escudo e embaixador no trato com os líderes
políticos e religiosos da época. A extraordinária
liderança, conhecimento e servitude que ‘Abdu’lBahá demonstrou trouxeram enorme prestígio
à comunidade bahá’í exilada. Por seu exemplo
pessoal e pelo amor com que se dedicava à
humanidade, ‘Abdu’l-Bahá era reverenciado como
“Mestre”, denominação utilizada até hoje pelos
bahá’ís. Após o passamento de Seu Pai, em 1892,
recebeu a missão de ser Seu sucessor e intérprete
de Seus ensinamentos, conforme designado por
Bahá’u’lláh em testamento, sendo aclamado pelos
bahá’ís como o Centro do Convênio1.
Entre 1910 e 1913, o Ocidente foi testemunha
de sua devoção à humanidade. Após 40 anos de
prisões e exílios, aos 66 anos de idade, ‘Abdu’l-Bahá
iniciou suas viagens pela Europa e outras regiões,
passando pela Inglaterra, França, Alemanha,
Áustria, Hungria, Egito, Estados Unidos e Canadá.
Numa época de inúmeros conflitos e divisões, ele
discursava para multidões sobre temas como a
unidade entre os povos do oriente e do ocidente;
a igualidade e a justiça social; os perigos do ódio e
das disputas geradas pelo preconceitos religiosos;
entre tantos outros.
“Quando surgir um pensamento de guerra,
fazei-lhe oposição com um pensamento mais
forte de paz. Um pensamento de ódio deve ser
destruído por um mais poderoso pensamento de
amor. Pensamentos de guerra trazem destruição
da harmonia, do bem-estar, da tranquilidade e
do contentamento”, orientou o Mestre ao público
reunido na Avenida Camões 4 da cidade de Paris,
em 21 de outubro de 1911.
de três continentes. O alcance e a intensidade de
Seus esforços incansáveis eram tais que “encheu
de admiração e espanto Seus seguidores no
Oriente e no Ocidente” e “veio a exercer uma
influência imperecível” sobre o curso da futura
história da Fé.
‘Abdu’l-Bahá (1844 -1921) em Paris
Confira abaixo a mensagem encaminhada
pela Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo,
em 2010, marcando o centenário das viagens:
*****
Tradução:
“Amigos ternamente amados,
A partida de ‘Abdu’l-Bahá de Haifa para
Port Said, há cem anos, marcou a abertura de um
glorioso novo capítulo nos anais da Fé. Ele não
estaria de volta à Terra Santa antes de três anos.
Referindo-se a esse momento histórico, o Guardião
escreveria mais tarde: “O estabelecimento da
Fé de Bahá’u’lláh no Hemisfério Ocidental - a
realização mais notável que para sempre há de
ser associada com o ministério de ‘Abdu’l-Bahá ... pusera em movimento forças tão tremendas,
produzindo resultados de tão grande alcance,
que era justificável a participação ativa, pessoal,
do próprio Centro do Convênio”. Com o início
das viagens de ‘Abdu’l-Bahá para o Ocidente, a
Causa de Bahá’u’lláh, confinada por mais de meio
século pelos líderes da animosidade e opressão,
rompeu as suas barreiras. Pela primeira vez desde
o seu princípio, o reconhecido Líder da Fé usufruiu
de uma liberdade de ação para desempenhar
livremente Sua missão divinamente preordenada.
Se considerássemos qualquer capacidade
mundana, ‘Abdu’l-Bahá pareceria despreparado
para cumprir a tarefa à Sua frente. Ele tinha sessenta
e seis anos, exilado desde a infância, sem instrução
formal, prisioneiro por quarenta anos, com a saúde
comprometida e sem conhecimento dos costumes
e das línguas da cultura ocidental. Ainda assim Ele
Se levantou, sem pensar em conforto, sem medo
dos riscos envolvidos e totalmente confiante na
assistência divina, para defender a Causa de Deus.
Ele interagiu com diversos povos em nove países
Durante os próximos anos, bahá’ís de todo
o mundo se recordarão com alegria dos muitos
episódios associados à jornada histórica de
‘Abdu’l-Bahá. Mas este aniversário é mais do que
um momento de comemoração. As palavras
proferidas por‘Abdu’l-Bahá durante Suas viagens, e
as obras que Ele empreendeu com total sabedoria
e amor, oferecem abundância de inspiração e
múltiplas percepções as quais o corpo dos crentes
pode hoje emular – seja em seus esforços para
envolver almas receptivas, promover capacidade
para o serviço, construir comunidades locais,
fortalecer instituições, ou explorar emergentes
oportunidades para se engajar em ações sociais
e contribuir para os discursos com a sociedade.
Devemos, portanto, refletir não apenas sobre o
que o Mestre alcançou e colocou em marcha, mas
também no trabalho que resta a fazer - ao qual Ele
nos chamou. Nas “Epístolas do Plano Divino”, Ele
expressou Seu desejo mais íntimo:
“Ó se eu pudesse viajar, ainda que a
pé e na máxima pobreza, a essas regiões e,
erguendo o chamado de “Yá Bahá’u’l-Abhá”
em cidades, lugarejos, montanhas, desertos e
oceanos, promover os ensinamentos divinos!
Isso, infelizmente, eu não posso fazer. Quão
intensamente eu o deploro! Apraza a Deus que
vós o possais fazer.”
Quase um século se passou desde que essas
palavras foram registradas. Estágio após estágio
do Plano Divino foi executado com sucesso. A Fé
foi estabelecida em todos os cantos do mundo.
Estamos presentes naqueles lugares que ‘Abdu’lBahá ansiava visitar. Indivíduos, comunidades
e instituições estão agora dotados com a
capacidade necessária para ações sistemáticas,
auto-sustentadas e coerentes. Que durante este
precioso período de recordação, todos os Seus
amantes leais se levantem e ajam em Seu Nome.
Que ofereçam sua parte, não importa quão
humilde, ao progresso do Plano que Ele delineou
– aquele legado inestimável e eterno.”
[assina: A Casa Universal de Justiça]
Fundos Bahá’ís
Tesouraria Nacional: em busca da autosuficiência
Recursos financeiros são vitais para a manutenção das atividades bahá’ís no país
A partir do lançamento, no Ridván de 2011,
de um novo Plano de Cinco Anos, os bahá’ís
de todo o Brasil têm renovado seus esforços
e dedicação para atender os seus objetivos e
alcançar suas desafiadoras metas.
A necessidade atual de maiores recursos
para o Fundo Nacional surge das exigências de
responder rapidamente ao crescente nível de
atividades por todo o país em mais de uma centena
de agrupamentos prioritários. Ajuda financeira
precisa ser provida às agências e instituições da
Fé onde não existem os recursos necessários
para efetivamente promover o processo de
crescimento entre populações (especialmente
de pré-jovens) que demonstram agora uma
receptividade há muito tempo aguardada.
Ainda que tenha havido certo aumento no
valor total recebido pelo Fundo Nacional e os
seus ramos regionais, continuamos dependentes
da ajuda do Centro Mundial para as diversas
oportunidades para a Causa existentes em nosso
país. O principal objetivo da Tesouraria Nacional
para os próximos anos é reduzir gradativamente
a dependência dessa ajuda, até o ponto em que
alcancemos a autossuficiência.
A questão da sucessão religiosa tem sido crucial para todas as fés. O fracasso em resolver essa questão tem levado, inevitavelmente, à discórdia e divisão. A ambiguidade sobre os verdadeiros sucessores de Jesus e Maomé, por exemplo, levou a interpretações
divergentes das sagradas escrituras e profunda dissensão tanto dentro da Cristandade quanto do Islã. Bahá’u’lláh, porém, evitou o cisma e estabeleceu um alicerce inexpugnável para Sua Fé mediante o que estipulou em Sua última vontade e testamento, documento
intitulado “O Livro de Meu Convênio”. Escreveu Ele: “Quando o oceano de Minha presença tiver refluído, e o Livro de Minha Revelação se achar completo, volvei vossas faces Àquele Eleito por Deus, Aquele que brotou desta Raiz Antiga. Este sagrado versículo a nenhuma pessoa se refere, senão ao Mais Poderoso Ramo [‘Abdu’l-Bahá].”
1
Nº 33 - Março /2012
Fundos Bahá’í
11
Os recursos repassados pelos
Fundos Internacionais tem auxiliado a
diminuir o déficit entre contribuições
e despesas totais. Porém, para chegar
a um verdadeiro equilíbrio das contas
e evitar endividamentos, alguns ativos
disponíveis (como propriedades
urbanas e rurais, que tinham uma
destinação definida) tiveram que ser
vendidos. Como não há uma fonte
inesgotável de tais ativos, é preciso
promover o quanto antes o equilíbrio
entre receita e despesas.
Como nos anos anteriores, a diferença entre os gastos
e recebimentos do Fundo Nacional é coberta com
ajuda recebida do Centro Mundial ou com a venda de
ativos da Assembleia Nacional. Este déficit tornou-se
maior no final do ano de 2011 devido aos encargos
trabalhistas daquele período.
Estamos confiantes de que
os amigos no Brasil continuarão a
perseverar em seus esforços por
todos os caminhos disponíveis
para a promoção da Fé e seus interesses. Para que tal esforço permaneça inalterado, necessitamos todos manter uma resposta sacrifical
em nossas contribuições aos Fundos de modo que a marcha avante
da Fé não sofra atraso em virtude
de uma eventual indisponibilidade
de recursos.
Veja no gráfico acima.
Fundo Internacional (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 10248-2)
Fundo Continental (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 1220-3)
Fundo Templo do Chile (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 9229-0)
Fundo Dotações (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 16709-6)
Fundo Nacional
Banco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8
Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0
Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8
A Tesouraria Nacional solicita aos amigos que sempre informem
qualquer doação pelo email [email protected] (de preferência anexando
cópia do depósito) ou pelo fax (61) 3364-3470 para que possa ser localizada a
origem do depósito e emitido o respectivo recibo.
Direito de Deus promove a unidade do gênero humano
Reflexão sobre o Huqúqu’lláh, uma lei de consciência individual e autora do curso “O Direito de Deus”. “Mais do que qualquer
outra lei, o Huqúqu’lláh promove a unidade entre os povos – o
ensinamento principal da Fé Bahá’í”.
‘Huqúq é a forma plural de
‘Háq’, que significa direito e ‘Alláh’
quer dizer Deus. A combinação das
duas palavras árabes resulta em “Direito de Deus”, uma das lei espirituais
estabelecidas por Bahá’u’lláh, fundador da Fé Bahá’í, no Kitáb-i-Aqdas
(revelado em 1873), e que ajuda no
desenvolvimento espiritual do ser
humano. Por Sua determinação, os
bahá’ís do Irã somente tiveram permissão de obedecer esta importante lei a partir de 1978, e apenas em
1992 – após 114 anos – a lei foi estabelecida universalmente a todos os
bahá’ís do mundo.
“O que podemos verificar é que
as leis da Fé Bahá’í observam uma
certa progressividade. Bahá’u’lláh
ensinou o conceito da Revelação
Divina Progressiva , e suas leis também são estabelecidas de acordo
com a capacidade da humanidade
de compreendê-las”, destaca a Dra.
Manijeh Kiana, membro do Corpo de
Fiduciários do Huqúqu’lláh no Brasil
O cumprimento da Lei do Huqúqu’lláh, ordenada pela primeira vez pelo Báb, Precursor de Bahá’u’lláh, consiste no pagamento por parte dos bahá’ís de uma oferenda material a Deus
correspondente a uma parcela de 19% daquilo que excede os
gastos com as necessidades básicas. Isso significa que a contribuição depende da disposição de renda e do grau de consciência de cada indivíduo. “Antes de ingressar na Instituição do
Huqúqu’lláh, eu pensava que só ricos poderiam cumprir essa lei,
já que sempre sobraria dinheiro”, confessa Manijeh. “Quando fui
realmente conhecer o real significado desta lei, descobri que não
tem nada a ver com pagamento. O segredo do Huqúqu’lláh é
saber identificar quais são as despesas necessárias e quais são
supérfluas”, revela.
A Casa Universal de Justiça afirma que o cumprimento dessa lei espiritual promove o desenvolvimento da relação de amor e
obediência que incide na união do crente ao seu Criador. “Dizei: Ó
povo, o primeiro dever é o de reconhecer o Deus Uno e Verdadeiro
– magnificada seja a Sua glória; o segundo, é o de manifestar constância em Sua Causa, e, depois destes, o dever de uma pessoa é de
purificar as próprias riquezas e posses terrenas, de acordo com o
que é prescrito por Deus”, declara Bahá’u’lláh.
A lei do Huqúqu’lláh possui três características fundamentais, conforme explica a Dra. Manijeh. “É um ato de consciência
particular na medida em que ninguém pode ajudar o outro, tampouco obrigar alguém a cumprir esse mandamento; promove o
bem comum porque ajuda para eliminar a pobreza no mundo e,
por fim, estreita o elo do ser humano e o Criador, uma vez que
o coloca como co-responsável pelo bem-estar da humanidade”,
diz ela. Bahá’u’lláh afirma que o pagamento do Direito de Deus é
conducente à prosperidade, à bênção, à honra e à proteção divina.
“O cumprimento da Lei é definido como uma responsabilidade direta de cada crente, não sendo passível de sanções ou
imposições de parte das instituições deste mundo”, diz o Sr. Rolf
Von Czekus, que também é membro do Corpo de
Fiduciários. “Contudo, a aceitação do Huqúqu’lláh
depende do espírito de alegria, companheirismo e
contentamento que manifestarão as almas retas que
cumprirem com esta injunção”, complementa ele.
Essa lei também auxilia na compreensão dos
valores que ditam a sociedade atual – essencialmente materialista – e atua como um meio de se
atingir o equilíbrio entre a matéria e o espírito,
dois elementos que devem conviver e se auxiliar
mutuamente. Normalmente, esses dois aspectos
da vida se apresentam como conflitantes e prejudicam o desenvolvimento da civilização. Atualmente, o propósito da vida do ser humano está
relacionado à aquisição insaciável de bens materiais, apenas para satisfazer os prazeres do próprio
ego. Ao ultrapassar os limites da moderação, o
consumismo contribui para o colapso da ordem
social e revela o equívoco conceitual da natureza
humana. Portanto, a consciência da importância
do Huqúqu’lláh é um dos meios para a diminuição
dos extremos de riqueza e de pobreza, promovendo uma redistribuição de renda entre os povos.
Todas as leis divinas libertam os homens dos
prazeres mundanos, da vida material e o conduzem ao progresso e realização espiritual para que,
nas palavras de Bahá’u’lláh, “na hora de sua morte,
possam ascender ao trono do Altíssimo no grau
máximo de pureza e santidade e com desprendimento absoluto”. A quantia reservada para o
Huqúqu’lláh deve ser mantida sob a custódia de
indivíduos de confiança e encaminhada ao Corpo de Fiduciários. Sob as diretrizes da Casa Universal de Justiça, a verba é aplicada em projetos
socioeconômicos mundiais que contribuem para
a construção do alicerce da Nova Ordem Mundial
de Bahá’u’lláh.
BAHÁ’Í BRASIL
Fundos Bahá’ís
12
Sobre o curso “O Direito de Deus”
O Corpo Internacional dos Fiduciários do
Huqúqu’lláh é responsável pela nomeação dos Vice-Fiduciários espalhados pelo mundo, cuja função
é promover a educação e conscientização dos devotos acerca do mandamento de Bahá’u’lláh. Seu
objetivo é esclarecer o verdadeiro propósito dessa
lei espiritual, reativando o sagrado conceito de dever e obrigação religiosa e evitando a negligência.
Em 1992, a jovem médica Manijeh Kiana foi
nomeada pela primeira vez para integrar o Corpo de Fiduciários do Huqúqu’lláh no Brasil, do
qual é membro até hoje. “Recebi a convocação
de que seria responsável pela educação sobre o
Huqúqu’lláh para os Estados do Distrito Federal,
Tocantins e Goiás. Durante dias, semanas e me-
ses, eu me senti tão pequena para uma tarefa tão
grandiosa”, conta ela.
Após muitas orações, Manijeh decidiu elaborar um curso baseado nas palestras dos membros da Casa Universal de Justiça, do Centro Internacional de Ensino, além das Escrituras Sagradas
bahá’ís e de outras religiões que abordam o tema.
“Comecei a dividir por assuntos específicos durante anos até que percebi que nunca teria tempo de
finalizar”, conta Manijeh, que reservou a sua licença de três meses do trabalho especialmente para
organizar os capítulos do livro “O Direito de Deus”,
com citações e exercícios.
O lançamento do material aconteceu em
abril de 2002. Assim que recebeu cópia do curso, o
Dr. Varqá – Mão da Causa de Deus e Fiduciário do
Huqúqu’lláh – solicitou sua tradução para vários
idiomas, e as versões são utilizadas pelo Centro
Mundial Bahá’í até hoje. “A lei do Huqúqu’lláh é o
único meio capaz de mudar a base dos sistemas
econômicos atuais, substituindo-os por uma economia divinamente ordenada e baseada no amor,
na compaixão e no sacrifício”, afirmou o Dr. Varqá.
“Esse livro trouxe alegria ao meu coração e minha
alma”, escreveu ele em sua carta de agradecimento à Dra. Manijeh.
No Brasil, o Corpo de Fiduciários foi formado
em 1998 e hoje é composto por Bianca Pedemonte, Cybele Shayani, Manijeh Kiana, Marcos Fadel e
Rolf Von Czékus.
Para entrar em contato, basta escrever para
o endereço eletrônico [email protected].
Editora Bahá’í
Projeto incentiva a leitura de livros bahá’ís
Sistema conta com o apoio do Centro Mundial Bahá’í e auxílio de colaboradores no mundo inteiro
No ano de 1998, o Centro Internacional de
Ensino lançou o Programa de Literatura Básica
da Fé Bahá’í, cujo objetivo é criar um sistema
eficiente de distribuição da literatura religiosa. A
partir daí, um número maior de pessoas passaram
a ter acesso aos materiais educativos sobre a Fé. A
iniciativa tem o apoio do Centro Mundial Bahá’í, o
que gera uma redução considerável no custo dos
livros. Apesar da ampliação do acesso aos livros
desde então, ainda há no Brasil outro desafio
a ser superado: estimular as pessoas quanto à
importância do hábito da leitura no país.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura,
realizada em 2007 pelo Instituto Pró-Livro, 95,6
milhões de brasileiros (55% da população)
declararam ter lido pelo menos um livro nos
últimos três meses. Entretanto, os dados mostram
que apenas um terço deles leem frequentemente.
Em 2009, a Unesco1 desenvolveu um estudo sobre
o hábito da leitura em 52 países e apontou que
o Brasil tem um dos piores índices de leitura,
ocupando a 47ª posição neste quesito.
Com o objetivo de ajudar a mudar esse
quadro, a Editora Bahá’í do Brasil estabeleceu,
em 2007, uma rede de colaboradores cuja função
é fomentar na comunidade o interesse pela
literatura bahá’í. Uma das ferramentas adotadas
foi a criação da coleção “Literatura Básica”,
composta pelos principais títulos2 relacionados
com os temas da Fé. Os membros dessa rede são
conhecidos como “Oficiais de Literatura Bahá’í”,
tendo sido nomeados após consulta, entre a
Editora, os Comitês de Ensino de Área3 e os
Membros do Corpo Auxiliar.
Atualmente, 26 pessoas compõem este
grupo de oficiais, sob a coordenação de Ana
Maria Vieira, da comunidade de Parnamirim
(RN). Estabelecida em setembro de 2011, a nova
coordenação visa fornecer suporte aos oficiais
de modo a expandir o número de oficiais em
agrupamentos prioritários, conforme orientação
da Assembleia Espiritual Nacional. A meta é
alcançar a marca de 53 Oficiais de Literatura Bahá’í
em todo o território brasileiro.
“Estamos em processo de nomeação em
outros agrupamentos”, informa Ana Maria, “e
logo o grupo ficará ainda mais diversificado,
tornando mais dinâmica a interatividade de seus
componentes. “Devemos lembrar em todos os
momentos que os livros da coleção Literatura
Básica estão intimamente relacionados aos
ensinamentos e princípios fundamentais da
Causa, às atividades centrais e à vida comunitária
e individual”, observa ela.
Embora os oficiais sejam geralmente
nomeados, existe também a possibilidade de
encaminhar oferecimentos para esta arena
de serviço, que serão avaliados pela Editora.
“Entendemos que nestes casos já existe o principal
para uma boa atuação, que é a motivação de
desempenhar tal função”, explica Ana Maria. “Os
oficiais são disseminadores da literatura bahá’í, e
sua principal atividade é gerar ações educativas
relacionadas ao hábito da leitura”, esclarece.
De acordo com um levantamento da
Editora, foram adquiridos no Brasil 1.556 livros
da Coleção Literatura Básica Bahá’í 2011. Destes,
500 exemplares foram vendidos por meio dos
Oficiais de Literatura, correspondendo a 32,1%
das vendas. “Os livros da coleção são vendidos por
um valor reduzido, já que não visamos o lucro”,
conta Ana Maria. “São livros que provavelmente
as pessoas não teriam comprado se não fosse por
intermédio dos oficiais e pelo baixo custo”.
A Editora Bahá’í do Brasil oferece aos oficiais
um estoque mínimo de livros da literatura básica,
em consignação. Assim que é feita a nomeação,
todos são orientados a como ter um sistema
eficaz de armazenamento dos livros, como
controlar o estoque, as vendas, os pagamentos,
o marketing, entre outros. Uma vez por semana,
os fomentadores de leitura recebem orientações,
documentos de apoio e incentivos para
desempenharem suas funções com eficiência.
Funções do Oficial de Literatura Bahá’í
• Facilitar o acesso aos livros bahá’ís da
literatura básica na comunidade local.
• Expor para venda os livros nos eventos
do agrupamento, tais como: reuniões de reflexão, celebração dos dias das sagrados bahá’ís,
conferências, capacitações do Instituto Ruhí,
entre outros.
• Verificar com os facilitadores dos grupos de estudo do Instituto Ruhí qual a melhor
data para fazer uma visita a fim de oferecer os
livros da literatura básica.
• Estimular o hábito da leitura, principalmente para promover o aprofundamento na
história da Fé. O Oficial deve ter por objetivo
montar a sua própria biblioteca bahá’í pessoal.
• Apresentar às Instituições do Agrupamento as atividades desenvolvidas em decorrência da nomeação pela Editora Bahá’í do Brasil.
A Editora Bahá’í do Brasil oferece aos oficiais um estoque mínimo de livros da literatura básica, em consignação. Assim que é feita
a nomeação, todos são orientados a como ter
um sistema eficaz de armazenamento dos livros, como controlar o estoque, as vendas, os
pagamentos, o marketing, entre outros.
Quer trocar experiências sobre o serviço como Oficial de Literatura Bahá’í?
Acesse www.facebook.com/groups/
literaturabahai
Para saber quem é o Oficial de Literatura Bahá’í em sua
região, escreva para [email protected]
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A coleção é composta pelos livros Que Brilhe o Sol, O Novo Jardim, Bahá’u’lláh e a Nova Era, A dispensação de Bahá’u’lláh, As Palavras Ocultas, Orações Bahá’ís (Edição de bolso), A Alma Humana, Ladrão da Noite e o kit de quatro livros sobre o padrão de vida
bahá’í” que não podem ser vendidos separadamente: Uma Onda de Ternura, Uma Vida Casta e Santa, Educação Bahá’í (compilação), Viver a Vida.
3
Instituições regionais que organizam as atividades de divulgação da Fé Bahá’í.
1
2
Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil
Caixa Postal 7035 – CEP 71635-971 – Brasília-DF
IMPRESSO
Nº 33 - Março /2012

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