pesquisadores - Marista Online

Transcrição

pesquisadores - Marista Online
Jovens
1º Semestre • 2014 | 13ª edição
pesquisadores
incentivo a novos
conhecimentos reflete
em filhos mais críticos
e com uma visão
mais ampla
DIA A DIA
Saiba como uma viagem missionária pode
contribuir nesse processo de amadurecimento
da família.
COMO FAZER
Quando a questão é o uso da internet, os filhos
precisam de acompanhamento. Entenda o papel
dos pais e como lidar melhor com a situação.
Um amplo conceito de Educação,
para alunos, famílias, professores
e escolas crescerem juntos.
AMPLIANDO
FUTUROS
O FTD Sistema de Ensino trabalha
para ampliar as perspectivas de
futuro para todos os envolvidos no
processo ensino-aprendizagem,
oferecendo soluções educacionais
inovadoras e diferenciadas:
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2
Ampliando Futuros
Combinação
única de bons
valores e
excelência.
O Grupo Marista conta com milhares
de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os
direitos das crianças e dos jovens.
Faz parte do jeito Marista a busca
constante por excelência. Na área da
educação, da escola à universidade,
formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades
nas áreas de saúde e comunicação,
levamos sempre a melhor qualidade
para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas
áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA
Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental
SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
Superior Provincial
Ir. Joaquim Sperandio
Presidente do Grupo Marista
Ir. Delcio Afonso Balestrin
Superintendente Executivo do Grupo
Marista
Paulo Serino
Diretor da Rede de Colégios
Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos
Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO
Stephan Younes
Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho
Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR
8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
www.colegiosmaristas.com.br
Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio
SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-750 | (61) 3445-6900
Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e
1º Ano do Ensino Fundamental
SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
SÃO PAULO
Colégio Marista de Ribeirão Preto
Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis
Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400
Colégio Marista Arquidiocesano
Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana
São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP
CEP 01518-000 | (11) 3207-5866
PARANÁ
Colégio Marista Paranaense
Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR
(41) 3016-2552
Colégio Marista Santa Maria
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Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500
13ª Edição | 1º Semestre 2014
Periodicidade Semestral
EDIÇÃO
Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista
Eduardo Correa e Vivian Lemos
REDAÇÃO
Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646
Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação)
Edição de arte: Julyana Werneck
PROJETO GRÁFICO
Estúdio Sem Dublê | semduble.com
com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também
atuamos diretamente, por meio de
uma ampla rede de solidariedade.
Bons valores e excelência.
Nossa missão é proporcionar essa
combinação única para a construção
de um mundo melhor.
Colégio Marista de Cascavel
Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR
CEP 85812-011 | (45) 3036-6000
Colégio Marista de Londrina
Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR
CEP 86060-000 | (43) 3374-3600
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Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224
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Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374
SANTA CATARINA
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Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313
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GOIÂNIA
Colégio Marista de Goiânia
Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista
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Revisão
Lumos | Bureau de Traduções
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sobre a revista para o email
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Capa Arthur Gabriel Fauth,
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Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000
Para anunciar, ligue: (41) 3271-4700
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FOTO DE CAPA
Gilberto do Rosário
estudante do Colégio Marista Pio
XII, de Ponta Grossa (PR), e seu
pai Marco Túlio Fauth.
© Todos os direitos reservados.
Todas as opiniões são de
responsabilidade dos respectivos
autores.
3
índice
capa
8 Saiba de
que forma o
incentivo dos pais
à curiosidade do
jovem contribui
na formação do
conhecimento,
estimulando o
desenvolvimento
de um olhar crítico
sobre o mundo.
1ª impressão
dia a dia
entrevista
5 6 14 Ir. Vanderlei Siqueira, diretorexecutivo da rede Marista de
Colégios, traz uma reflexão sobre a
curiosidade, fator que contribui para
a evolução do mundo, e como ela é
despertada em sala de aula.
Uma hora, os filhos criam
asas e voam para longe do
ninho. Uma viagem missionária
pode contribuir para esse processo
de amadurecimento dos jovens e dos
pais.
essência
solidariedade
38 Irmãos Maristas comentam
sobre os desafios da
educação na contemporaneidade.
40 Conheça as histórias da Dona
Salete, do menino Geverson,
do Seu Benjamin. Cidadãos de uma das
localidades que recebeu, no começo
deste ano, a Missão Solidária Marista.
índice
como fazer
compartilhar
42 44 17 diversão
olhar
curiosidade
46 48 50 Saiba de que forma auxiliar
os filhos a encontrar o
equilíbrio quando a questão é o uso
da internet.
Já sabe o que fazer nas
férias? Veja alguns
programas para serem feitos em
família.
4
Democratização de conteúdo
educacional em plataforma
digital é o assunto da entrevista com
Caroline Serqueira, analista educacional
do Grupo Marista.
Confira dicas de sites, livros
e programas de TV indicadas
pelos professores dos Colégios
Maristas.
O escritor e psicólogo Marcos
Meier lembra que pais
também já foram adolescentes e que
é preciso relembrar alguns caminhos
já percorridos para entender os filhos.
seu colégio
Confira as
matérias
elaboradas
exclusivamente para o
seu Colégio.
Você sabe como lidar com
os medos dos seus filhos?
Entenda mais sobre essa forma de
reação e como ajudar crianças e
adolescentes.
1ª impressão
A curiosidade
nos move
os porquês do universo, não teríamos
alcançado o desenvolvimento das ciências e suas tecnologias; tampouco gozaríamos das facilidades e do conforto do
estágio atual. Se a curiosidade e o encantamento constituírem as condições
primordiais do desvelamento e do conhecimento da natureza pelo homem,
também vão possibilitar e potenciar a
educação do futuro; eis porque devem
fazer parte da estratégia educacional.
O entendimento de como é factível
estimular crianças e jovens para o desenvolvimento da curiosidade constitui resiliente preocupação das famílias
Maristas, que escolheram, por meio
de votação, o tema pesquisa para ser
destaque na nossa revista Em Família
deste semestre.
Para melhor entender esse tema
em um contexto de complexidade, é
necessário problematizar o seu significado, pois ultrapassa o senso comum,
que o identifica com o simples uso do
laboratório ou a realização de determinada experiência investigativa. Seu
significado está em como as experiências e as práticas pedagógicas são exploradas pelos sujeitos-mores da educação: alunos e professores.
A aprendizagem entendida na perspectiva da pesquisa rompe com uma
organização do ambiente de aprendizagem centrada na transmissão de conhecimentos pela figura do professor
ou por meio de exercícios repetitivos.
Redefinir esse ambiente em comunidade permite às crianças uma participação legítima em práticas de superior
aprendizagem, com crescente grau de
liberdade para tentar, errar, corrigir e
escolher onde, quando, como e em
quem investir sua curiosidade, inteligência e emoção.
A pesquisa é facilmente relacionada
ao Ensino Superior; no entanto, é prática
que pode e deve ser estimulada desde os
primeiros anos da vida escolar. As teorias
científicas evidenciam que as crianças são
cognitivamente competentes, intelectualmente ativas e socialmente comprometidas. O planejamento espaço-temporal
com vistas à pesquisa propicia momentos
para o fascínio e o despertar da curiosidade, além de corroborar e potenciar o empenho da criança no uso de sua habilidade de investigação.
O trabalho realizado em sala de aula
também pode ser complementado em
casa. Estimular nossas crianças para o
desenvolvimento da curiosidade sobre
coisas simples, que estão à sua volta, e
questões do dia a dia, eis uma boa e proficiente prática. O envolvimento das crianças, desde tenra idade, na discussão bem
dosada de problemáticas sociais, políticas e ecológicas, por exemplo, é preciosa
oportunidade de educação para um futuro mais sustentável; prepara-as para lidar
com situações rotineiras, pensando global e criticamente e agindo local e pessoalmente.
ir. vanderlei
Siqueira dos Santos
diretor-executivo
da Rede Marista
de Colégios
© Foto: João Borges
Você já se viu diante de situações
em que o excesso de informações ou
a ausência delas o deixaram confuso
sobre o que fazer? Ao contar sua experiência, a professora Isabel Alarcão argumenta sobre a razão de tal conflito:
“Cheguei ao hotel, vinda do aeroporto.
Eram duas e meia da tarde. Situado
no característico nordeste brasileiro,
o hotel era o exemplo bem acabado
da globalização. Pela ausência, quase
total, de marcas da civilização local,
podia situar-se em qualquer parte do
mundo”. Servimo-nos do relato para
pensar e problematizar a necessária
função da escola de educar para a vida,
alicerçada no despertar da curiosidade
e do encantamento, como estratégias
para a leitura de mundo e o desenvolver da Ciência.
Não é novidade que a escola moderna, transmissora dos conhecimentos
acumulados, também se tornou distante da vida, porque pouco contribui para
a interação crítica do ser humano com
o mundo. Há inadequação cada vez
mais ampla entre os saberes fragmentados e os desafios cada vez mais planetários. De fato, a estreiteza do olhar nos
impede de ver o global, bem como o essencial. Além disso, todos os problemas
particulares só podem ser enquadrados
e pensados corretamente em seus contextos e circunstâncias; o próprio contexto desses problemas, por sua vez,
deve enquadrar-se, cada vez mais, no
universo planetário, como defende, entre outros, o sociólogo francês dos “problemas da cultura”, Edgar Morin.
Por natureza, o ser humano é curioso.
Sem essa vontade de querer entender
5
© Foto: Michele Bravos
dia a dia
Com as
próprias
asas
Uma viagem missionária pode ser o
ponto de partida para cortar o cordão
umbilical com o filho e ainda incentivar
o jovem a ter um amadurecimento mais
profundo
Por Michele Bravos
6
Enquanto o filho adolescente Jackson
Bortolotti, 17 anos, aluno do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), fazia
as malas para embarcar em uma experiência longe de casa por uma semana, a mãe,
Neiva Bortolotti, 45 anos, assistia à cena
ansiosa e com o coração apertado, mas
com a consciência de que é preciso deixar
ir. Em janeiro deste ano, Jackson subiu em
uma Kombi e foi para Ponte Serrada, no
oeste catarinense, para participar, junto
com outros 100 jovens, da Missão Solidária Marista 2014.
Ouve-se por aí que filho se cria para o
mundo. Quando esse clichê bate à porta,
os pais são desafiados a balancear seus
sentimentos e pensamentos. De um lado,
o instinto protetor, envolto por muitas
preocupações decorrentes do mundo atual; de outro, um lado mais racional que en-
tende que a saída do filho contribuirá para seu amadurecimento.
Ter como ponto de partida uma
viagem missionária é um desafio
positivo, afinal, além de o filho estar
fora do ninho, em uma missão, ele
se deparará com situações e pessoas muito diferentes do convívio
habitual. Jackson conta que teve a
oportunidade de conhecer pessoas
com costumes e realidades diferentes. “Conhecemos alguns católicos,
outros evangélicos, outros ateus.
Ouvimos críticas, reclamações, agradecimentos. Escutamos sobre a falta
de médicos treinados, de infraestrutura, de emprego, e a ida dos candidatos políticos aos bairros pobres
somente para a compra de votos”.
Para Neiva, são justamente essas
diferenças que tornam uma saída
como essa tão enriquecedora e necessária para os filhos. “O maior desafio
dos pais é o entendimento do quanto
uma missão vem a agregar positivamente na formação de um jovem. No
momento em que o Jackson saiu, temporariamente, de casa para uma viagem missionária, eu, particularmente,
fiquei feliz, pois sabia que ele estava
na companhia de pessoas especiais,
por uma missão”, diz.
Na opinião da mãe, é na adolescência, quando o filho está gritando
por independência, que esse cenário
se faz mais presente. “Não podemos
negar que na adolescência há um
afastamento natural dos filhos. Eles
estão buscando autonomia. Os pais,
principalmente as mães, sofrem com
essa fase. Para nós, eles ainda precisam e sempre precisarão de proteção
e amparo”. Apesar desse sentimento
protetor, Neiva acredita que para a
construção da identidade, anseio que
é muito forte nessa faixa etária, deixar
com que o filho voe com suas próprias
asas é fundamental.
Emocionalmente, a pessoa só
cresce quando assume a própria caminhada. “Minha vida mudou drasticamente. Passei a olhá-la de forma
diferente. Estou mais crítico e atento
às outras realidades, e não só à minha
ou de meus amigos”, conta Jackson.
Neiva percebe que a convivência
na semana das missões com famílias
“estranhas” proporcionou ao filho
um amadurecimento imensurável.
“A realidade do Jackson, e que acre-
dito ser de outros tantos jovens, é de
conforto e vida cômoda, ou seja,
roupa lavada, comida pronta e, mesmo assim, às vezes até reclamam de
tudo. O desafio de se organizar para
ficar responsável pelos seus atos durante esse período o tornou uma
pessoa melhor, com certeza”.
Na opinião deles
Proporcional à ansiedade dos pais é a expectativa dos filhos. Saiba o que os jovens
pensam e sentem diante do desafio de sair de casa para uma viagem missionária.
Jackson Bortolotti, 17 anos
Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC)
Nos dias que antecederam a Missão Solidária Marista, estive muito ansioso. Até pensei se
poderia ser assaltado enquanto andasse pelas ruas de Ponte Serrada. Pensava também na
minha mãe. Como ela ficaria sem mim? Finalmente, de malas prontas, pensei: “É agora!”.
Já no primeiro dia lá, veio o choque. Não estávamos lá para mudar Ponte Serrada, mas para
sermos mudados pela cidade e pelo povo dali.
Com a MSM, acordei. Voltei de lá pensando em cuidar mais no resto do mundo, do meu prédio, da Pastoral da Juventude Marista, de alguém que está nas ruas.
Letícia Pereira Zancanaro, 16 anos
Colégio Marista Frei Rogério, de Joaçaba (SC)
Durante as visitas aos bairros vulneráveis, fiquei pensando como aquelas famílias conseguiam viver daquela forma. Vendo as crianças brincarem na sujeira, fiquei inconformada
com a prefeitura, que não dava importância. Em compensação, eu via nos olhos delas como
estavam felizes com a nossa presença. Por mais que todos falassem da violência nessas comunidades, em momento nenhum eu senti medo.
Sair do nosso conforto acende a chama da missão em nós. Sempre que eu me deparar com
alguma situação precária, meu instinto missionário irá falar mais alto e eu irei ajudar a
melhorá-la.
Hercules Vinicius de Moraes, 17 anos
Ex-aluno do Centro Social Marista Itapejara, em Itapejara D’Oeste (PR)
Eu comecei a trabalhar uma semana antes da Missão Solidária Marista (MSM). Então, fiquei
meio sem jeito de perguntar para meu chefe se ele me dispensaria, mas daí eu pensei que
trabalho eu terei por muito tempo e a MSM, não. E ela ficará marcada para sempre.
Eu participo da PJM há sete anos. Minha família admira o trabalho. Mas a primeira vez que
fui para uma viagem missionária, eles ficaram meio indecisos sobre a minha ida. No entanto, quando voltei para casa e mostrei vídeos e fotos, eles ficaram impressionados. Este ano,
eles me deixaram ir sem nenhuma preocupação.
Uma das experiências que mais me marcou em Ponte Serrada foi ter conhecido uma senhora
de 116 anos que estava sendo cuidada por sua filha. Foi marcante para mim ter ouvido que
o genro dessa senhora havia pedido para que a filha escolhesse entre ele ou a mãe. A filha
optou pela mãe. Vi ali cuidado e amor.
Ana Cássia Ribeiro, 16 anos
Colégio Marista de Cascavel (PR)
Durante essa Missão, foi muito marcante para mim uma visita que fizemos ao bairro Cohab,
um lugar bastante vulnerável em Ponte Serrada. Lá, a gente pôde observar a realidade das
famílias. Eram pessoas muito simples e com pouquíssimas condições financeiras. Precisamos
ter mais empatia pelos outros. Temos que nos colocar no lugar do próximo para perceber do
que as pessoas necessitam.
Saí de lá com sensação de que desperdiçamos demais. Temos tudo em nossa casa e, ainda assim, muitas vezes não damos a devida importância. Estando perto de realidades como essas,
acho que a gente também consegue dar mais valor à vida que temos.
7
capa
Curiosidade
© Fotos: Gilberto do Rosário
que transforma
O incentivo dos pais
à curiosidade e à
pesquisa contribui na
formação de filhos
ativos na construção do
próprio conhecimento.
Benefício que reflete
durante toda a
caminhada deles como
estudantes e estimula o
desenvolvimento de um
olhar crítico sobre
o mundo
Por Julio Glodzienski
8
Ser curioso é um processo comum da descoberta e construção
da própria identidade. É importante
incentivar crianças e jovens a essa
curiosidade, pois com ela surge um
potencial de construção do conhecimento que pode, e deve, ser explorado. Falar em incentivo à pesquisa é, a
princípio, apoiar o desenvolvimento
do instinto curioso dos filhos.
Na família Fauth,, a curiosidade
faz parte do dia a dia. Arthur Gabriel Fauth, estudante do 2º ano do
Ensino Médio no Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), é
interessado em novas tecnologias,
hábitos e culturas. “Já participei de
campeonatos de robótica e do Projeto Grupo de Pesquisa Avançada
(GPA), uma oportunidade em que
você se confronta com realidades
diversas e, depois de um tempo,
você enxerga as coisas de uma maneira diferente”, completa.
Conta o pai, o bancário Marco
Túlio Fauth, que ele próprio também gosta de robótica e, juntos,
procuram peças, informações sobre
protótipos, para colocar em prática
as ideias de Arthur. “Em uma viagem
ao exterior, toda a família se engajou
na busca e depois na negociação de
um artigo para o protótipo”.
desenvolve-se a habilidade
de trabalhar em grupo, e
os estudantes percebem
que suas teorias são
temporárias, porque estão
em constante processo de
negociação e de reflexão.
Claudia Kochhann de Lima,
Coordenadora psicopedagógica do Colégio Marista
Criciúma (SC)
Na opinião de Arthur, a pesquisa
é também um meio pelo qual se estreitam laços de relacionamento.
A potencialização do instinto
curioso dos filhos está muito atrelada ao estímulo à pesquisa, o que
também contribui e reflete em toda
a caminhada deles como estudantes.
Arthur confirma: “Ter curiosidade
em pesquisar faz com que eu tenha
mais facilidade nos meus estudos”.
A pesquisa deve ser levada como
um princípio do trajeto educativo,
em que ocorre a produção dos saberes por meio de participação ativa e reflexiva. A assessora de área de
Ciências da Natureza da Província
Marista Rio Grande do Sul (PMRS),
Porto Alegre (RS), Lisandra Catalan
do Amaral, aponta que pesquisar
– de assuntos mais corriqueiros a
temáticas complexas – estimula a
curiosidade, a autonomia e o desenvolvimento de atividades relacionadas com os objetos que estão
sendo estudados.
É também o que defende a coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, Claudia Kochhann de Lima, do
Colégio Marista de Criciúma (SC).
“Pesquisar demanda capacidade
de análise crítica dos problemas do
mundo, formulação de perguntas e
proposição de respostas, em um processo problematizador sempre passível
de confirmação, revisão, modificação e
reconstrução”, reforça.
Arthur, além de se interessar por
assuntos relacionados à tecnologia,
também gosta de pesquisar sobre
a árvore genealógica da família. O
pai se orgulha do fato: “Foi graças a
esse espírito curioso do Arthur que
a gente descobriu o registro de um
antepassado nosso em um cartório
lá na Itália”.
Lisandra reforça que o gosto pela
pesquisa pode começar pelas percepções intuitivas de cada um até
chegar a níveis mais complexos de
questionamentos. A exemplo da família Fauth, uma busca pela história
dos antepassados pode ser uma boa
forma de estimular a curiosidade e
a pesquisa, além de integrar pais e
filhos. Lisandra ainda complementa
que é dessa intuição que decorrem
inúmeras vantagens, como a possibilidade de resolução de problemas;
o desenvolvimento de habilidades,
potencialidades, pensamento lógico e raciocínio.
Os filhos, ao serem incentivados
a realizar pesquisas a partir de suas
curiosidades, ganham um diferencial
para toda a vida. O diretor geral do
Colégio Marista de Brasília de Ensino Médio (DF), José Leão da Cunha
Filho, observa que estimular é fundamental para a construção da cidadania em tempos de globalização,
gerando “um olhar crítico sobre o
mundo, uma autonomia intelectual,
criticidade e espírito de inovação”.
Ao se tornarem protagonistas do
próprio conhecimento, “desenvolve-se a habilidade de trabalhar em grupo, e os estudantes percebem que
suas teorias são temporárias, porque estão em constante processo de
9
capa
negociação e de reflexão”, completa
Claudia.
viSando o FUTUro
O bancário Fauth vê nesse incentivo à pesquisa agora uma boa forma
de inserção no mercado de trabalho
amanhã. Por isso, ele defende a importância do apoio familiar. “O acompanhamento dos pais é fundamental,
pois contribui na solidificação do conhecimento. Então, buscamos incentivar a curiosidade do Arthur e que
ele corra atrás das respostas”.
O diretor Cunha define que, “os
pais devem estar presentes de duas
maneiras: sendo exemplo de olhar
científico sobre as coisas e escolhendo escolas que favoreçam a formação do espírito científico”.
Para o pai de Arthur, na prática, o
incentivo acontece com o estímulo a
novas leituras, no interesse dos pais
em saber o que os filhos estão aprendendo, de modo a incentivá-los a
aprimorar seus conhecimentos.
A coordenadora Cláudia completa, ao descrever o ambiente ideal de
incentivo. "Deve-se criar um espaço de diálogo, de escuta na família,
deve haver a busca em valorizar os
questionamentos e reflexões dos filhos”, define.
“Por meio das pesquisas, o jovem se sente valorizado, pois é um
agente indutor dos estudos, e que
contribui de forma expressiva para
seu crescimento e amadurecimento”, explica Fauth.
© Foto: Acervo pessoal
LiÇÃo de CaSa
Sabendo que é na prática que o
jovem vai descobrir que aprender é
prazeroso, a estudante Isadora Arlaque Flores,, do 4º ano do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS),
é orientada pelos pais para que descubra respostas lendo e pesquisando
em diferentes materiais. É a proposta
da professora Simone Arlaque Flores,
mãe da Isadora: “Aqui em casa, o que
a Escola solicita é prioridade, sempre
acompanhamos e participamos das
10
tarefas de casa e dos eventos no Colégio. O processo da pesquisa é muito
interessante. Mesmo que tenha sido
uma solicitação do professor, a busca
das respostas gera descobertas importantes”, aponta.
Isadora é apaixonada pelo desconhecido e por isso virou pesquisadora, a partir do incentivo dos pais e da
Escola. “É muito importante, a criança aprende muito e vai levar o conhecimento para a vida toda. Tudo o que
pesquisamos e aprendemos com as
nossas descobertas é inesquecível”,
aponta a pequena curiosa, que vê a
pesquisa como uma forma de desenvolvimento escolar.
E foi a partir de uma dinâmica em
grupo que surgiu o projeto de pesquisa de Isadora. “Eu, Felipe Moscon Salvo, Lucca Do Conto Almada,
Octávio Kliar Araújo da Silva e Sérgio
Eduardo dos Santos Becker éramos a
equipe, e foi daí que saiu a pergunta:
'Professora, como o coração bate?'”,
diz a estudante. Foi então que deram
início às pesquisas para entender o
funcionamento do órgão. A equipe
de pequenos pesquisadores conquistou o destaque no Salão de Iniciação
Científica da UFRGS, em 2013. “Após
essa conquista, vi o quanto é bom
ser pesquisador, com o trabalho e as
descobertas que fizemos. Ver o reconhecimento das pessoas que apren-
deram conosco é um grande incentivo”, completa Isadora.
FaMÍLia da CiÊnCia
É sendo valorizado e incentivado
que Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva, de 14 anos, estudante do
9º ano do Colégio Marista Pio XII, de
Ponta Grossa (PR), sabe a importância de ser pesquisador desde cedo.
O apoio dos pais é fundamental, por
isso Jeremias Borges da Silva, professor de Física na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), pai do
Gabriel, dá todo o suporte. “Não é só
observar a qualidade do ensino que
a escola proporciona, mas também
incentivar, apoiar e educar para que
ele tenha compromisso e responsabilidade para com sua formação”,
explica o professor.
No caso da família Silva, o exemplo extrapola a teoria e Gabriel coloca a mão na massa atuando, por
exemplo, como organizador de
duas feiras de ciências regionais,
tendo contribuição na avaliação do
uso do método científico pelos estudantes no evento. Além disso, já
participou da Olimpíada Brasileira
de Astronomia e Astronáutica, organizada pela Sociedade Astronômica Brasileira, o que lhe rendeu
uma medalha de ouro pelo bom
desempenho na avaliação de inscrição do evento, em 2013.
Saber pesquisar é explorar novos
campos e obter conhecimentos diferenciados: “Por meio das pesquisas, independentemente da facilidade que eu tenha em determinada
área, sempre vou aprender algo a
mais”, explica Gabriel. Por isso, Silva
faz com que o filho se sinta à vontade em pesquisar, incentivando, mas
sem pressão: “Procuro sempre destacar a importância da ciência para
a evolução do ser humano. Acredito
que conhecer a ciência e seus modos de evoluir dará a ele uma probabilidade maior de realização profissional”, completa o pesquisador.
Para que a criança ou o adolescente pegue gosto pelo pesquisar e
aprender, é preciso que o benefício
seja significativo, com orientação de
professores com escutas apuradas e
atentas. "Ao assumir a pesquisa na
escola, assume-se um perfil de estudante diferenciado que observa,
pensa, elabora conceitos e estabelece comparações", explica Lisandra.
A escola é o local no qual a pesquisa
se consolida como oportunidade para
a produção dos saberes. “Ela é fundamental para incentivar, promover
e assumir uma proposta pedagógica
que contemple a pesquisa. Muitas vezes, é o único espaço onde o estudante
tem a oportunidade de experimentar”,
conta Lisandra. Ela também defende
que é missão do professor ser incentivador. “Cabe ao professor desencadear ações problematizadoras, incentivando o conflito cognitivo para, assim,
ocorrer a argumentação, a interpretação, até a resolução do problema".
No fazer pedagógico Marista, os
estudantes são estimulados a realizar
pesquisas, como aponta a coordenadora psicopedagógica Cláudia. “São
criados ambientes de aprendizagem
nos quais o aluno possa se expressar
em diversas linguagens e, para estimular a pesquisa, é preciso construir
O especialista em Metodologia, Jorge
Santos Martins, em seu livro o Trabalho com projetos de pesquisa: do
ensino fundamental ao ensino médio,
define pesquisa como “um instrumento pedagógico destinado a melhorar
a qualidade da aprendizagem [...], a
romper a monotonia do enfadonho
blábláblá diário e a tornar a sala de
aula um espaço dinâmico, no qual os
alunos sejam participantes ativos da
sua própria formação” (2005, p. 75).
um espaço de diversidade favorável
aos modos de pensar, de ser, de conhecer e de se relacionar”.
Dar condições ao professor para
trabalhar é imprescindível, como explica o diretor Cunha. “Sabemos que
é fundamental investir na formação
para a pesquisa no ensino, por isso
oferecemos a eles condições de trabalho adequadas a essa prática”.
A estudante Isadora defende o papel da escola. “É importante que a
escola tenha todos os materiais para
que as crianças aprendam e façam
cada vez mais pesquisas, como salas
de informática equipadas, laboratórios de ciências e uma biblioteca
com livros atualizados”.
é importante que a
escola tenha todos
os materiais para
que as crianças
aprendam e façam
cada vez mais
pesquisas, como
salas de informática
equipadas,
laboratórios de
ciências e uma
biblioteca com livros
atualizados.
Isadora Arlaque Flores, 4º ano, no Colégio
Marista Assunção – Porto Alegre (RS)
veJa aLGUnS ProJeToS
de inCenTivo À PeSQUiSa
ProMovidoS PeLoS CoLéGioS
MariSTaS:
© Foto: Tamíris Domingos
SaLa de aULa: aMBienTe de
inveSTiGaÇÃo
Alunos do Colégio Marista de Criciúma (SC)
presenciando resultados de pesquisa.
O desenvolvimento de ações didáticas
possibilita o contato e a vivência das
crianças com situações que ampliam
seus conhecimentos sobre determinados temas que as rodeiam no dia a dia.
Faz parte de projetos com esse objetivo, por exemplo, o projeto Como nasce
o pinto?, desenvolvido com os alunos
da Educação Infantil do Colégio Marista de Criciúma (SC). O objetivo era
responder ao questionamento que surgiu em sala de aula, em um momento
de contação de histórias. Foi quando
as professoras identificaram a curiosidade, levantaram com as crianças
as hipóteses de resposta ao questionamento e, então, acompanharam o
processo do ovo em laboratório, trabalhando com histórias, viagens de estudos e várias outras ações. Depois de
concluída a pesquisa, além de os alunos descobrirem como se desenvolve e
nasce um pintinho, ainda organizaram
uma exposição para toda a comunidade escolar.
11
capa
acredito que conhecer a ciência
e seus modos de evoluir dará a
ele uma probabilidade maior de
realização profissional.
© Foto: João Borges
Jeremias Borges da Silva, professor de Física na
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), pai de
Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva, estudante do
9º ano do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR)
Com o objetivo de estimular o interesse pela pesquisa, incentivando os jovens a desenvolver projetos com o uso de métodos científicos e oferecer a
possibilidade de integração com colegas de outras
instituições de ensino, de modo a ampliar suas relações e sua visão, o Colégio Marista Pio XII, de Novo
Hamburgo (RS), criou a PioTeC – Mostra de Projetos
de Tecnologia e Ciências. A partir do projeto, os estudantes têm a oportunidade de se familiarizar com os
processos investigativos por meio de categorias de
pesquisa como Ciência da Computação, Matemática,
Física, Ciências Especiais e Terrestres, Engenharia,
Mecânica, Medicina, Meio Ambiente e reciclagem.
E é sabendo da importância para a formação das
crianças e dos jovens que o projeto é voltado para a
difusão e a promoção da investigação e da pesquisa
científica em todos os níveis de ensino.
Alunos do Colégio Marista de Brasília de Ensino
Médio (DF) em debate promovido pelo Programa
Maristão Faz Ciência.
12
Participação dos estudantes do Colégio Marista Pio XII (RS)
na PioTeC – Mostra de Projetos de Tecnologia e Ciências.
© Foto: Acervo Colégio Marista Pio XII (RS)
Fazer iniciação científica ainda na escola é
preparar os estudantes para o Ensino Superior e para o aproveitamento de programas
governamentais de estímulo à pesquisa e
inovação. Por isso, o Programa Maristão
Faz Ciência, do Colégio Marista de Brasília
de Ensino Médio (DF), tem como objetivos
fortalecer o ideal de formação de pesquisadores, estimular e produzir trabalhos científicos compatíveis com as possibilidades
de estudantes do Ensino Médio, por exemplo. O incentivo acontece no âmbito de uma
linha de pesquisa ou de um observatório,
como também nas variadas interfaces,
dependendo do objeto da curiosidade dos
alunos. Entre os 143 estudantes envolvidos, desde quando o projeto foi criado em
2011, surgiram 28 produções acadêmicas e
dez publicações, mostrando o resultado do
projeto de incentivo que pretende ampliar
o interesse pela pesquisa em consonância
com o Projeto Educativo Marista, que enfatiza a pesquisa como um dos pilares de sua
proposta pedagógica.
Quando um aluno levou uma bola para a sala de
aula, começaram a surgir vários questionamentos
sobre sua cor, sua forma, de que material era feita, entre outros. Durante as pesquisas, os alunos
mostraram o interesse pela Copa do Mundo. Foi
quando deram início ao projeto A Copa do Mundo
é Nossa, e uma investigação, com a interação dos
pais, começou no Colégio Marista Pio XII, em Ponta
Grossa (PR). Para enriquecer a pesquisa, os alunos
trouxeram bandeiras, reportagens, fotos, chuteiras,
uniformes da seleção, mapas e objetos de torcida. A
sala de aula já não conseguia conter tanta informação e vontade de descobrir mais.
Os alunos realizaram uma experiência na qual visitaram o estádio da cidade, Germano Kruger, e pôde-se
perceber o quanto o projeto foi significativo, pois os
pequenos demonstraram muita curiosidade durante o
processo. A pesquisa proporcionou aos alunos a oportunidade de serem protagonistas da construção de novos conhecimentos.
© Foto: Acervo Colégio Marista Assunção (RS)
Alunos do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre
(RS), são estimulados a desenvolver pesquisas científicas.
© Foto: Gilberto do Rosário
Com o objetivo de trabalhar com a construção
do conhecimento a partir do questionamento, da argumentação, do aprofundamento de
informações e da coleta de dados, os alunos
do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre
(RS), participaram de um projeto de iniciação
científica. Os estudantes dos anos finais do
Ensino Fundamental e do Ensino Médio foram
divididos em grupos e escolheram as linhas
de pesquisa para realizarem o trabalho. Ética,
consumo, diversidade, qualidade de vida e
movimentos sociais foram algumas das temáticas propostas. Além de três encontros
de orientação e dos plantões de dúvidas ao
longo do 1º e do 2º trimestres, os grupos participaram da banca de defesa do projeto e da
Mostra de Iniciação Científica. Encerrando o
projeto, no 3º trimestre, os jovens elaborarão
o relatório final. Os estudantes ainda terão
a possibilidade de apresentar suas pesquisas
em universidades como PUCRS e UFRGS.
Um dos diferenciais da iniciativa é que cada
grupo tem um professor orientador que
acompanha o trabalho ao longo do ano. A iniciativa não se restringe à área das ciências
da natureza, mas se destaca provocando reflexões atuais e ampliando os conhecimentos
adquiridos em sala de aula.
Alunos do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR),
recebem visita dos jogadores do time da cidade.
Por meio das pesquisas, o jovem se sente
valorizado, pois é um agente indutor dos
estudos, e que contribui de forma expressiva
para seu crescimento e amadurecimento.
Marco Túlio Fauth, bancário, pai de Arthur Gabriel
Fauth, estudante do 2º ano do Ensino Médio no
Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR).
13
© Fotos: Gilberto do Rosário
entrevista
Revolução
do ensino
Com nova plataforma, alunos, pais e professores da Rede de Colégios
Maristas ganham uma nova possibilidade de democratizar os mais
variados conteúdos e levar os debates para fora da sala de aula com a
ajuda da internet
Por Mahani Siqueira
14
Não é segredo para ninguém que
os livros digitais – que podem ser lidos
em smartphones, tablets e computadores – são uma tendência irreversível
do mercado editorial e ganham cada
vez mais adeptos. As páginas em papel continuam insubstituíveis para
muitos leitores, mas a tecnologia é
uma aliada da leitura que não pode
ser ignorada e que, se bem aproveitada, pode ser fundamental para incen-
O que é
exatamente o
iTunes U?
Para quem a
plataforma está
disponível?
tivar o hábito de ler e (por que não?)
auxiliar estudantes de todo o mundo.
Ciente da revolução digital dos
livros, a Rede de Colégios do Grupo
Marista colocou em prática um projeto que já é usado em algumas das
maiores universidades do mundo. O
iTunes U, plataforma virtual criada
pela Apple, disponibiliza na internet
uma variedade imensa de conteúdos
didáticos e oferece uma experiência
Trata-se de uma plataforma criada
pela Apple que disponibiliza recursos
de aprendizagem e é utilizada pelas
maiores instituições de ensino do
mundo, como as universidades de
Harvard, Yale e Stanford, nos Estados Unidos, e Oxford, na Inglaterra.
As instituições distribuem conteúdo
digital em seus canais gratuitamente.
São palestras, vídeos, cursos, artigos,
entre outros. A Apple apoiou o processo de implementação em todos
os momentos, esclarecendo dúvidas
sobre a plataforma.
O iTunes é um aplicativo que pode
ser baixado gratuitamente, em equipamentos com sistema operacional
iOS ou Windows. Qualquer pessoa
que acesse o iTunes pode ir até o canal “Colégios Maristas” e baixar todos
os materiais disponíveis.
O canal exclusivo dos Colégios do
Grupo Marista oferece conteúdo de
qualidade para uso não só dos nossos
alunos, mas de todos. Estão disponíveis cursos completos com e-books,
vídeo-aulas, podcasts, artigos inéditos e aplicativos desenvolvidos para
auxiliar a aprendizagem.
sem precedentes na democratização
de informação para alunos, pais e
educadores.
Em entrevista para a revista Em
Família Marista, a analista educacional do Grupo Marista, Caroline Costa
Serqueira, uma das responsáveis pela
implantação do projeto, falou sobre o
funcionamento do iTunes U e todos
os benefícios que a iniciativa vai garantir aos envolvidos.
Quais os
principais
benefícios que
alunos terão
com o acesso ao
iTunes U?
Qualquer canal que disponibilize
conteúdo aberto é uma vantagem
para todos nós. O iTunes reúne instituições de ensino do mundo todo
que validam os materiais publicados, isso é, o canal passa a ser uma
fonte segura de acesso à informação.
Como é o
processo de
elaboração dos
materiais?
A partir da experiência com os livros de história, em que uma equipe
trabalhou para construir os primeiros
materiais, passamos a ter diversas experiências com livros digitais na rede
de Colégios, sendo que cada unidade
conduz o trabalho do seu jeito: o que
melhor se adequa à sua realidade e
principalmente às suas necessidades.
Os livros estão partindo das necessidades de cada Colégio, que acabam
encontrando uma nova forma de produzir seu próprio material.
O canal exclusivo dos Colégios do
Grupo Marista oferece conteúdo
de qualidade para uso não só dos
nossos alunos, mas de todos.
15
entrevista
Os professores
tiveram formação
para a aplicação
desses livros em
sala de aula?
Estamos em um momento de descobertas e não vemos nos livros digitais uma solução ou sobreposição
de práticas. Isso tem que acontecer
naturalmente e precisa fazer sentido nos contextos, contribuindo para
que os alunos aprendam cada vez
mais e com mais significados. Não
existe fórmula para que isso aconteça. Os professores procuram por
formações e informações e essa escuta é a mais valiosa, pois a partir
dela nasceram as experiências que
estamos vivenciando. As formações
acontecem de acordo com as necessidades.
Os professores procuram por
formações e informações e
essa escuta é a mais valiosa,
pois a partir dela nasceram
as experiências que estamos
vivenciando.
16
Quais foram os
conteúdos mais
acessados e bemsucedidos desde o
início da utilização
da plataforma?
Os primeiros livros, de História,
idealizados por professores do Colégio Marista Arquidiocesano, certamente são os que tiveram mais visibilidade. Esse material teve mais de
22 mil downloads em menos de um
ano, sendo 80% de usuários do Brasil e os outros 20% em outros países,
como EUA, Espanha, Portugal, França e Alemanha
Temos também releituras criadas
pelos próprios alunos, histórias criadas por professores, reunião de materiais sobre algum tema específico,
que não consta em materiais didáticos. As experiências estão acontecendo em todas as esferas.
Qual a
importância
desse tipo de
projeto para o
aprendizado dos
alunos?
Em tempos em que as tecnologias
nos trazem dúvidas e desafios impostos diariamente devido à sua rápida e
constante evolução, sua apropriação
nas escolas e por seus sujeitos passa a
ter importância quando forem compreendidas como meios para um fazer
pedagógico que problematiza, intervém, acompanha e contribui para
mudanças, qualificando a formação
integral.
índice
POR THaSSia PireS e FLÁvia BriTo
30 destaque
Mais do que
medalhas, prêmios
e diplomas de participação,
as olimpíadas científicas
brasileiras proporcionam a
estudantes e professores novas
descobertas e conhecimentos
com a palavra
ed. infantil
ens. fundamental
18 20 Prestar atenção na
curiosidade de cada criança
é a garantia de boas propostas para
os projetos de investigação.
22 Projeto de literatura
trabalhado ao longo de
2013 com os alunos vira pintura nos
muros do Colégio.
ens. médio
diz aí
caleidoscópio
24 O que pensa a
Diretoria-Geral.
Sarau Literário, projeto
ganhou fama no Colégio
e se tornou encontro garantido de
alunos e professores.
26 Pais e filhos dividem o
mesmo espaço nas redes
sociais. Saiba o que seu filho pensa
sobre isso.
28 você sabia?
gente nossa
ser melhor
32 34 36 Nosso técnico completa
uma história de grandes
descobertas, por onde passaram
jogadores que hoje atuam em times
importantes.
Bruno Manoel Socher,
ex-aluno do Colégio e
colaborador do Setor Provincial de
Pastoral, define seu envolvimento
com a Instituição desde 1995.
Relembre os principais
acontecimentos do Colégio.
Conheça algumas ações da
Pastoral.
com a palavra
Inovar sem perder
a identidade
O processo criativo não é apenas ter a ideia; o mais importante é o modo
como essas ideias tomam forma através do processo de inovação
18
com a formação humana em um
ambiente diferenciado.
Este ano, tivemos recorde de rematrícula, 90% só no Ensino Médio,
o que demonstra uma fidelização
acima da média. As famílias estão
apostando na Escola e, agora, o nosso
compromisso é continuar investindo,
inovar a Instituição, atualizar, mas
sem perder essa característica pela
qual ela é reconhecida pelos pais e
pela sociedade.
Nessa perspectiva, reafirmamos
que família e escola são incumbidas
de desenvolver a criança e o adolescente, promovendo o fortalecimento
de seus princípios éticos para uma
convivência social mais justa, participativa, crítica e saudável. Compartilhando dos mesmos objetivos, família
e escola devem falar a mesma língua,
estar em sintonia total nas atitudes
tomadas. Assim, teremos filhos e alunos saudáveis, de princípios sólidos,
bem relacionados e competentes nas
suas responsabilidades acadêmicas,
sociais e familiares.
Esta edição da revista Em família
traz ações e projetos que potencializam os ideais da Educação Marista. É
uma enorme satisfação partilhar com
vocês a educação das crianças e jovens. Afinal, são eles, ao aprender e
conviver diariamente, que vão trilhar
os seus caminhos para um futuro
promissor, construindo hoje um
amanhã melhor.
Colégio Marista Paranaense
As famílias estão
apostando na Escola
e, agora, o nosso
compromisso é
continuar investindo,
inovar a Instituição,
atualizar, mas
sem perder essa
característica
pela qual ela é
reconhecida pelos
pais e pela sociedade.
elemar Menegati
Diretor-Geral
© Foto: Tatiane Pereira
É com essa linha de pensamento do consultor e pesquisador Mark
Johnson que iniciamos o ano letivo,
buscando responder aos novos desafios e às exigências atuais, sem perder
de vista características educacionais
que, ao longo de mais de um século,
conferiram a este Colégio Marista eficiência naquilo que se propõe.
Sabemos que a inovação permite
conceber novas maneiras de crescer.
Ela se transformou no impulsionador do desenvolvimento humano. E
é por isso que estamos focados em
fazer investimentos que repercutam
diretamente na qualidade do ensino,
no bem-estar dos nossos alunos e
colaboradores, na melhoria do atendimento às famílias Maristas, bem
como na viabilidade, sustentabilidade e durabilidade da Instituição.
Acreditamos que a estrutura, como
salas e campos esportivos, constitui
apenas o cenário, ao passo que a essência da Escola está nas pessoas que
a compõem: estudantes, professores,
funcionários e famílias. Todos são
importantes e operosos; todos ensinam e aprendem, em recíproco serviço e dedicação.
É muito gratificante perceber que,
mais que a reconhecida qualidade
do ensino oferecido pelo Colégio
Marista Paranaense, atestada nas
avaliações Institucionais e nos processos seletivos oficiais, cada dia se
torna mais clara a preocupação de
cada família e desta Instituição para
NESTE INVERNO, TEM UM LUGAR
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© Fotos: Dayana Brukoski
ed. infantil
Pequenos investigadores:
fazendo e aprendendo
Prestar atenção na
curiosidade de cada criança
e respeitar o interesse de
todas é garantia de boas
propostas para a realização
dos projetos de investigação
20
Colégio Marista Paranaense
É no processo de construção do conhecimento que as
crianças utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a
capacidade que possuem de ter ideias e hipóteses originais
sobre aquilo que buscam desvendar. Elas constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as
outras pessoas e com o meio em que vivem.
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das
crianças é o fator fundamental para a sua educação. É nessa
perspectiva que os professores da Educação Infantil do Colégio Marista Paranaense realizam os projetos de investigação
que serão trabalhados ao longo do ano. “Esta é uma fase em
que a criança está se desenvolvendo nos aspectos cognitivos,
emocionais, sociais e biológicos. Por isso, a escolha do tema
que vamos trabalhar é importantíssima, ele deve estimular
a interação, a curiosidade e o interesse dos alunos”, afirma a
assistente psicopedagógica da Educação Infantil Dayana Caroline Brukoski.
O projeto de investigação realizado pelo Colégio Marista
Paranaense possibilita efetivamente a construção do conhecimento da criança. A partir dele, os alunos aprendem fazendo, errando, acertando, refletindo, discutindo e pesquisando.
o ProJeTo na PrÁTiCa
O trabalho seguiu a partir da questão a ser investigada. “Fizemos um
levantamento dos conhecimentos
prévios de cada criança. Depois, definimos os possíveis percursos que o
projeto poderia tomar e escolhemos
as ferramentas que nos ajudariam –
entre elas, fazer uma pesquisa com
adultos, assistir a vídeos na internet,
conversar com professor do Laboratório de Ciências e pesquisar na
biblioteca do Colégio”, conta Dayana. Segundo ela, é importante que o
professor verifique constantemente
o interesse da turma, analisando e
planejando os passos do projeto, revendo-o constantemente para manter o foco e o interesse.
“O trabalho em sala de aula foi
bastante significativo, o envolvimento das crianças foi muito intenso. No
projeto de investigação, são fundamentais a inovação e a criatividade,
fazendo com que seu desenvolvimento seja repleto de novidades. A
ideia é proporcionar às crianças momentos de desafios, descobertas e de
novas experiências”, acrescenta.
A assistente psicopedagógica conta que, por meio do projeto, foi possível perceber um grande entendimento das crianças sobre do que é
feita a neve. “Elas aprenderam de
onde ela vem e como se formam os
flocos. Através da vivência, descobrimos que eles são de muitos tipos,
um é diferente do outro. Foram feitas
muitas conversas sobre o que os alunos estavam aprendendo, foi possível perceber a compreensão deles
através da fala e dos registros realizados em sala”, conclui Dayana.
ConvidaMoS aLGUnS
aLUnoS Para ConTar o
QUe eLeS aPrenderaM
do ProJeTo
“A neve é um gelo que derrete
e vira água.”
[Angelina Pisani Almeida]
“A neve não é feita de pedra e
nem de nuvem.”
[Luca Santos Prescinotto]
“Descobrimos que a neve é
feita de água congelada.”
[Giovana Talevi Danski]
“A neve é macia, branca e
gelada.”
[Henrique Vasilakis Favorito]
No desenvolvimento
do projeto, as
crianças produzem
e selecionam
conhecimentos do
campo de experiências,
os quais aplicam
em suas práticas,
gerando, assim, outras
experiências e tantos
outros saberes.
dayana Caroline Brukoski
Assistente psicopedagógica
da Educação Infantil
© Foto: Dayana Brukoski
Assim, o diálogo permanente, o levantamento de hipóteses e a busca
de suas confirmações é que tornam
a aprendizagem mais significativa.
Em outubro e novembro de 2013,
o tema trabalhado com as crianças
foi “Do que é Feita a Neve?”. A assistente psicopedagógica conta que o
projeto surgiu a partir de uma curiosidade dos próprios alunos. “Quando
encerramos o projeto anterior, sobre
os ursos, as crianças questionaram
do que era feita a neve – neve do Polo
Norte, lugar onde o urso polar mora.
Nesse sentido, prestar atenção na
curiosidade de cada criança é a garantia de boas propostas para a realização dos projetos de investigação”,
revela Dayana.
O projeto tinha como objetivo
maior a interação das crianças com
o conhecimento, mediada pela ação
do professor que, ao propor atividades diversificadas, auxiliava as crianças em sua busca pelas respostas.
“No desenvolvimento do projeto,
as crianças produzem e selecionam
conhecimentos do campo de experiências, os quais aplicam em suas
práticas, gerando, assim, outras experiências e tantos outros saberes”,
diz a assistente.
Colégio Marista Paranaense
21
Do papel
para o
muro
© Fotos: Arquivo do Colégio
Projeto de literatura
trabalhado ao longo de 2013
com os alunos do Ensino
Fundamental vira pintura nos
muros do Marista Paranaense
Trabalhar o olhar e o pensar, e fazer uma releitura do
mundo, associando o real ao imaginário. Foi a proposta
que as professoras de Literatura, Artes e Ciências apresentaram aos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental.
“A literatura é um caminho em que os jovens desenvolvem imaginação, emoção e sentimentos de forma
prazerosa e significativa”, afirma a professora Rosane
Decolin. Ao analisá-la como instrumento de desenvolvimento integral do indivíduo, percebe-se a necessidade da aplicação coerente de atividades que despertem
o prazer de ler, e estas precisam estar presentes, diariamente, na vida das pessoas.
Na primeira etapa do projeto, foi realizado um trabalho de ambientação por meio do filme “A Corrente do
Bem”, no qual um professor faz um desafio aos alunos
para que eles desenvolvam um trabalho com o objetivo
de mudar o mundo, instigando uma participação mais
ativa das pessoas na sociedade onde vivem para deixá-la
melhor. Esse filme explora diversos temas como preconceito, fé, esperança e voluntariado, atitudes diferentes e
que contribuem para mudanças. Foi a partir dessa obra
que teve início o projeto no Colégio Marista Paranaense.
Cada etapa, novas descobertas
A etapa seguinte consistiu na leitura do livro “Antes
que o Mundo Acabe”, do escritor Marcelo Carneiro da
Cunha, que utiliza a fotografia para apresentar situações
cotidianas vividas por pessoas de outras culturas. Depois, foi a vez da obra de Gilberto Dimenstein, “Cidadão
de Papel”, considerado o melhor livro de não-ficção pelo
Prêmio Jabuti de 1993. Nesse livro são abordados temas
como cidadania, ética, direitos da criança e do adolescente, meio ambiente, entre outros.
Para concluir as etapas de leitura, foi trabalhado o
livro “A Metamorfose”, uma das importantes obras de
Franz Kafka. O texto apresenta ao leitor o caixeiro-viajante Gregor Samsa, que, ao acordar, se vê transformado em uma barata e, a partir daí, mostra todo o conflito
social, uma vez que o personagem não tolera as regras
e as imposições conferidas a ele no trabalho e pela família. “Nas discussões sobre o conteúdo da obra foram
22
Colégio Marista Paranaense
retomados os assuntos abordados nas
demais obras lidas”, explica Rosane.
Como parte do projeto, a professora de Ciências trabalhou a questão
científica, explicando todo o processo
da metamorfose. Na disciplina de Artes, os alunos realizaram a leitura da
obra de Salvador Dali, conhecido pelo
seu trabalho surrealista. Os quadros
de Dalí chamam a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras,
como nos sonhos. O surrealismo é um
movimento artístico e literário característico nas obras de Kafka.
Nesse trabalho, foi apresentado aos
alunos a função social da literatura,
que vai além da questão cultural e do
aprimoramento pessoal. “A Escola
busca conhecer e desenvolver todas as
competências de seus alunos, influenciando-os de maneira positiva no processo de formação do cidadão”, revela
a professora Rosane.
A literatura é
um caminho em
que os jovens
desenvolvem
imaginação,
emoção e
sentimentos de
forma prazerosa e
significativa.
Rosane Decolin
Professora do Ensino Fundamental
Assim nascem novos artistas
Ao chegar à etapa final do projeto, os alunos contextualizaram tudo o
que aprenderam e fizeram sua própria
releitura. Assim, criaram os desenhos
que chamaram a atenção de todos pela
irreverência, originalidade e criatividade. Com o apoio da direção, alguns
desenhos foram escolhidos para serem
retratados nos muros do Colégio.
Para isso, contou-se com a técnica
do grafiteiro João Paulo Rotava, conhecido como “Bolacha”, que, junto
com os alunos, concretizou essa arte.
Colégio Marista Paranaense
23
Projeto ganhou fama no Marista Paranaense e se
tornou encontro garantido de alunos e professores
Um encontro entre amigos, onde
se ouve música, assiste-se a filmes,
lê-se poesia, trocam-se experiências,
soma-se conhecimento e come-se
pizza. Isso mesmo. É esse o clima do
Sarau Literário, que reúne os alunos
do terceirão do Marista Paranaense.
A professora de Literatura e responsável pelo projeto, Mariah Ceschini,
conta que a ideia surgiu informalmente, com a proposta de fazer um
encontro para revisão, mas com outro formato. “Foi algo muito espontâneo. A intenção era retomar o conteúdo através de uma abordagem
diferenciada, um momento de fazer
descobertas juntos e de vivenciar
novas experiências. Sempre com o
objetivo de descontrair, proporcionando uma aproximação e partilha
de conhecimento”.
Deu tão certo que o encontro, que
acontece durante a noite no Colégio,
ganhou o nome de Sarau Literário.
A palavra “sarau” significa reunião
festiva, que se passa à noite, formado para aqueles que querem expor
seus textos ao público, discutir literatura e conhecer um pouco mais da
história de pessoas e dessa arte que
nos traz tanta emoção e vivacidade.
Antigamente, os saraus eram manifestações artísticas de teatro, dança,
música e poesia apresentadas aos
nobres e reis. Hoje, ganharam versões mais modernas, mas sem perder o intuito de descontração.
“No nosso Sarau, peço para que
os alunos levem instrumentos musicais, poesias, e eu também levo as
minhas. A integração deles é deliciosa. Ao terminarmos a revisão, claro
24
– música, poesia e pizza. É algo bem
informal, para descontrair mesmo.
Difícil é determinar a hora de ir embora. Fica visível o quanto eles curtem. O Sarau é uma forma de tornar
mais leve um ano em que eles têm
pouco tempo para a vida social, além
de ser um período de muito estresse.
Eles enxergam esse momento como
uma oportunidade para descontrair
e não como uma obrigação”, afirma
a professora.
O Sarau do Marista Paranaense já
acontece há três anos. A adesão é de
quase 100% dos alunos e são duas
sextas-feiras por ano para cada turma, para que haja uma aproximação
maior. “A literatura é um canal para
mostrar ao aluno o quanto é importante fazer contato com outras
artes. Nesses 20 anos de Marista, já
inventei muita moda, programando
viagens culturais, levando os alunos
ao teatro e a museus – para ampliar
o olhar deles para a arte. Sempre tive
muito apoio do Colégio para isso. As
atividades não se limitam à sala de
aula. Arranjo pretexto para mostrar
que um livro trabalhado em sala
também pode ser levado para o teatro, por exemplo”, diz Mariah.
Não são apenas os alunos que se
tornaram fãs, os pais também elogiam muito a iniciativa e adoram
contar que os filhos ficam esperando ansiosos pelo Sarau. “Meu trabalho é muito gratificante. Sinto-me à
vontade nesta Instituição, que nos
dá toda a abertura para que possamos executar da melhor maneira
possível o nosso trabalho com os
alunos”, conclui a professora.
Colégio Marista Paranaense
O Sarau na visão deles
“Sempre gostei muito de ler e também
faço teatro. Quando fiquei sabendo do
Sarau, adorei a ideia, seria uma experiência nova, uma oportunidade de compartilhar um pouco do que sei e gosto, e
também de adquirir novos conhecimentos. É um ambiente diferente. Todos estão
sempre muito animados e a professora
Mariah tem um dom incrível. Ela sabe
como manter uma relação muito próxima com os alunos, você pode ficar horas e
horas conversando com ela que o assunto
nunca acaba. O Sarau é para a gente relaxar, trocar experiências, conhecer melhor
as pessoas, ver filmes, cantar, ler poesias,
aprender novas artes e também revisar o
estudo de um jeito mais descontraído e
prazeroso. Nestes 11 anos que estudei no
Marista fiz muitas amizades, lá todos são
muito unidos. Até hoje tenho contato com
meus professores da 3ª série. É uma relação familiar, que só o Marista tem. Cresci
como pessoa e conquistei uma bagagem
de conhecimento muito melhor. ‘Super-recomendo’ o Sarau para os alunos que
estão no terceirão este ano, não tem como
ficar de fora, é muito bom.”
Anne Caroline Luby Hintz, 17 anos, ex-aluna
Marista e aprovada no curso de Engenharia
Elétrica na Universidade Tecnológica Federal
do Paraná (UTFPR)
“A própria professora já é um incentivo
para querer participar do Sarau. É um
momento muito legal, de descontração,
de trocas, de amizade e de ampliar nosso conhecimento. Na minha turma, não
tinha um aluno que ficava de fora. Era
o momento em que contávamos piadas,
comíamos pizza, dávamos boas risadas
e aprendíamos muito. Essa abertura que
o Marista oferece, de dar a liberdade
para que possamos ficar lá até de noite,
para que a gente tenha uma proximidade
maior com os professores e colegas é incrível. Todas as escolas deveriam ver isso
como exemplo. Afinal, o colégio é a nossa
base fundamental, tanto para o caminho
profissional quanto pessoal. O Sarau é
uma oportunidade de o aluno gostar de
estudar, aprender a equilibrar, dosando
as horas de estudos com as horas de diversão. A minha dica para os estudantes
que estão agora no terceirão é que aproveitem tudo o que o Colégio oferece. Assim, terão uma excelente base.”
Diego Gonzalez Tensen, 17 anos, ex-aluno Marista e aprovado em Medicina na Faculdade
Evangélica do Paraná
© Foto: Fernanda Rodrigues
Alunos do terceirão
não perdem o
Sarau Literário
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diz aí
o que você pensa
dos seus pais
{ou parentes mais próximos}
?
© Fotos: Bernardo Furtado
estarem nas redes sociais
GaBrieLa nakano
1ª série do EM
JULia venTUra
1ª série do EM
rHavY SanToS CoSTa
1ª série do EM
“A presença dos meus pais
nas redes sociais não me
incomoda, pois não tenho nada
para esconder deles. Mas há
um limite. Eu não costumo
interagir com eles, porque os
assuntos discutidos por nós são
extremamente diferentes.”
“Eu acho interessante o fato dos
meus pais estarem nas redes
sociais, isso mostra que eles
sabem e acompanham o que está
acontecendo no mundo virtual.
Porém, não interajo muito com
eles. Acho que cada um deve ter
seu espaço e sua privacidade.”
“É importante os meus pais
estarem conectados, pois, assim,
eles se relacionam com seus
amigos. Só que eles gostam de
uma coisa e eu de outra. Também
acho que fica meio estranho nós
conversarmos por uma tela.”
26
Colégio Marista Paranaense
Gabriel Salau Marodin
2ª série do EM
Fernanda Warde
2ª série do EM
Murilo Araújo Marcondes
3ª série do EM
“É interessante ver os meus pais
e outros familiares nas redes
sociais, eu mesmo apresentei e os
ajudei a ingressar no Facebook.
Não costumo manter muito
contato via redes sociais, mas é
bom vê-los interagindo com seus
amigos e ligados no que está
rolando.”
“Apesar de não interagir muito
com meus pais nas redes sociais,
acho muito interessante, pois
facilita minha comunicação com
eles.”
“Eu acho muito importante, pois
meus pais usam para trabalho
e lazer, eles se comunicam com
os familiares, eu também me
comunico muito com eles, tanto
em coisas pessoais, como quando
estou em viagem.”
Opinião da Educadora
Convidamos a assistente psicopedagógica Claudia Martins de Souza para trazer orientações que estimulem a
harmonia e a qualidade do diálogo entre pais e filhos nas mídias sociais – afinal, os jovens criam expectativas
quanto ao uso das redes sociais e à participação de seus pais e responsáveis. Segundo ela, os pais devem participar
da vida tecnológica de seus filhos, criando e respeitando algumas regras. “Estabeleça uma linguagem apropriada
para que ele não se intimide diante de seus comentários e ‘curtidas’, seja presente com olhos, coração e também
com o ‘enter’. Procure compreender a linguagem dele, seus interesses e meios para utilizar a rede como forma de
lazer e aprendizado. Ser bom participante dessa sociedade é ‘clicar’, interconectar-se com o pensamento da juventude, respeitando seus limites e interesses, mas interagindo e lhes permitindo um acesso adequado e responsável. A tecnologia traz caminhos muito interessantes e sedutores, cabe a todos nós criar condições dos melhores
usos para ela”, conclui a psicopedagoga.
Claudia Martins de Souza
Assistente psicopedagógica
Colégio Marista Paranaense
27
caleidoscópio
O evento aconteceu no dia 9 de novembro,
no Colégio Marista Paranaense, e reuniu
escolas particulares, municipais e projetos
de atletismo da Secretaria Municipal de
Esporte e Lazer da Juventude.
ESPORTE
Voltado para crianças que nasceram entre
1999 e 2008, o evento já está inserido no
calendário escolar.
A competição animou os alunos, revelando o lado atleta de
cada um.
Os familiares formaram uma torcida
animada, que não parou nem um minuto
de incentivar os competidores.
28
Colégio Marista Paranaense
© Fotos: Marina Tissot
2014
Uma competição saudável, com foco no bem-estar e na amizade
através do esporte. Foi nesse clima que cerca de 350 crianças
participaram da 5ª edição do Festival Marista de Atletismo.
Os alunos puderam escolher entre as provas de pista e
saltos, de curta e média distância.
O Festival conta com seis categorias masculinas e
femininas.
Todos receberam medalhas de participação.
As meninas também foram grandes destaques da
competição, organizada pelo Núcleo de Atividades
Complementares.
Colégio Marista Paranaense
29
destaque
O gosto pelo desafio
© Foto: Tatiane Pereira
Mais do que medalhas, prêmios e diplomas de participação, as
olimpíadas científicas brasileiras proporcionam a estudantes e
professores novas descobertas e conhecimentos
30
Colégio Marista Paranaense
Um novo desafio instiga, atrai e desperta
a vontade de vencer. É como aquele jogo de
videogame que você jogou inúmeras vezes
tentando passar de uma determinada fase.
Se ele fosse fácil e nem um pouco desafiador,
você não teria gostado tanto e provavelmente sequer se lembraria dele. Na vida, são os
desafios que nos levam além. Cada vez que
conseguimos enfrentar um deles, mesmo
quando perdemos, sempre saímos vencedores. É assim também quando os alunos do
Colégio Marista Paranaense participam das
olimpíadas científicas.
As medalhas ficam em segundo plano nas
competições. O aprendizado adquirido com
os desafios vale o empenho dos estudantes.
As olimpíadas, de forma geral, têm estimulado muitos jovens a descobrir mais sobre as
ciências e as tecnologias. Além disso, alguns
torneios procuram estabelecer um intercâmbio entre escolas e instituições de ensino superior, que também pode ser um estímulo
para a escolha profissional do estudante.
Leonardo Chiquita, 18 anos, ex-aluno
do terceirão do Colégio Marista Paranaense, participou de sete olimpíadas durante o
Ensino Médio: duas de Matemática, duas de
Química e três de Física. O estudante afirma
que sempre foi um enorme prazer disputar
essas competições e que vê nisso um preparo e tanto para garantir uma vaga no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde
pretende estudar Engenharia Aeronáutica.
"Acaba sendo um treinamento intensivo
para o vestibular, pois as provas possuem
nível semelhante, quando não superiores, às
dos principais vestibulares brasileiros. Sempre gostei dessas disciplinas
e, ao participar dessas atividades,
aprofundo ainda mais o meu conhecimento", afirma Leonardo.
Muitas dessas iniciativas são seletivas para eventos semelhantes
internacionais e têm dado ao país a
oportunidade de brilhar com seus
estudantes ao lado de representantes de países desenvolvidos. Bons resultados podem estimular alunos e
professores a contribuir para melhorar o desempenho escolar do país.
As olimpíadas podem ser promovidas pelas sociedades brasileiras de
cada área, por universidades e também com apoio e patrocínio de empresas. Cada uma tem sua particularidade, mas a maioria tem mais de
uma fase. Parte delas é feita na própria escola e outra parte em grandes
eventos com provas teóricas e práticas. As competições brasileiras servem como seletivas para olimpíadas
internacionais.
O coordenador do Ensino Médio
do Colégio Marista Paranaense, Marco Antônio Boin, conta que a Instituição busca estimular constantemente a participação dos alunos. Só em
2013, cerca de 600 estudantes participaram das olimpíadas de Matemática, Física e Química. "O movimento
deve partir da gente. Por isso, levamos a informação até o aluno, estimulando a inscrição. O nosso forte
sempre foi na área de exatas, entretanto, com as novas possibilidades
de olimpíadas nas áreas de História e
Biologia, queremos também os mesmos resultados nesses componentes", destaca o coordenador.
Trilhar esse caminho vai ajudar o
jovem não apenas a ganhar conhecimento, mas vai despertar nele o interesse e orientá-lo melhor na escolha
de sua profissão. Segundo Boin, participar de um desafio como esse traz
muitos benefícios ao aluno, tanto na
sua vida acadêmica quanto pessoal.
De forma geral, estimula os jovens
a descobrir mais sobre as ciências e
as tecnologias, favorecendo o rendimento escolar, a quebra de barreiras,
as amizades e, claro, o currículo. “É
um autodesafio que o participante
vai levar para a vida toda. O objetivo não é competir com o outro e,
sim, consigo mesmo, se superando a
cada competição”, reforça.
Mais do que isso, as olimpíadas
são uma oportunidade de mapear o
ensino das disciplinas no país, podendo, inclusive, gerar material que
pode ser utilizado em pesquisas acadêmicas, tanto nas áreas específicas,
em educação, ou mesmo por entidades governamentais.
Você pode encontrar mais informações sobre as olimpíadas científicas realizadas no Brasil no site do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPQ) – http://www.cnpq.br/web/
guest/saiba-mais.
É um
autodesafio que
o participante
vai levar para
a vida toda. O
objetivo não é
competir com
o outro e, sim,
consigo mesmo,
se superando
a cada
competição.
Por QUe ParTiCiPar
de UMa oLiMPÍada
CienTÍFiCa?
1. São desafiadoras;
2. Oportunidade para se
aprofundar em uma disciplina
específica;
3. Abrem portas. Nessas
competições, os participantes
podem conhecer professores
das principais universidades
do país, destaques em competições internacionais, etc.;
4. Já pensou em estudar em
Harvard? As chances de ser
aceito aumentam muito se o
aluno for premiado em uma
olimpíada internacional;
5. Essas competições melhoram consideravelmente o currículo escolar do participante;
6. Treinamento para o vestibular;
7. Melhora do rendimento
escolar.
Marco antônio Boin
Coordenador do Ensino Médio
Colégio Marista Paranaense
31
você sabia?
34 anos de
Em pleno ano de Copa do
Mundo, nosso técnico completa
uma história de grandes
descobertas, por
onde passaram jogadores
que hoje atuam em times
importantes
vivência Marista
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MY
32
Colégio jogar futebol com o grupo
de amigos. A mais recente revelação é o Luiz Felipe Dorneles, que
estudou no Paranaense há dois
anos e hoje já é profissional no Coritiba. Eles foram para o caminho
do futebol, mas sem esquecer os
estudos”, revela Screminn.
Foram muitas histórias, grandes
momentos e importantes transformações vivenciadas pelo professor ao
longo destes 34 anos no Marista Paranaense. “Acompanhei, em cada ano,
o crescimento constante de alunos.
Na primeira década eram 800 e, nos
últimos dez anos, o Colégio cresceu
muito graças à reformulação na sua
estrutura. Hoje, temos salas espetaculares, laboratórios e um espaço que
permite acomodar cerca de 2.400 alunos. O Colégio não estacionou, ele foi
crescendo por inteiro”, conta.
Ao perguntar qual foi o seu maior
aprendizado, Screminn tem a resposta na ponta da língua. “Aqui aprendi
muito a ter uma disciplina com horários, respeito ao próximo, amizades
duradouras e a me envolver por inteiro naquilo que faço. Ser um professor
Marista é ser modelo, é preciso ter o
domínio do conteúdo, mas também
dar bons exemplos, ser amigo dos
alunos. A relação entre aluno e professor é para sempre”, garante.
Aos 67 anos, ele resolveu diminuir
um pouco o ritmo. No ano passado,
se afastou apenas da sala de aula.
“Hoje, estou só como técnico e com a
escolinha. Enquanto eu conseguir
passar meu conhecimento para os
alunos e eles compreenderem e respeitarem, eu vou continuar traba-
Colégio Marista Paranaense
lhando”, conclui Screminn, que confessa que sua neta já está na lista de
espera para estudar no Colégio.
Ser um professor
Marista é ser modelo,
é preciso ter o
domínio do conteúdo,
mas também dar
bons exemplos, ser
amigo dos alunos.
A relação entre aluno
e professor é para
sempre.
© Foto: Bernardo Furtado
Provavelmente você já deve tê-lo
encontrado nas quadras do Colégio, ou pelo menos ter ouvido falar
do seu nome. Ele não é o técnico da
Seleção Brasileira, isso porque não
quis, pois temos certeza que chegaria lá, mas ele é o responsável pela
nossa seleção de alunos Maristas,
um cargo tão importante para nós
quanto o do Felipão.
A história do professor de Educação Física e técnico de futebol
de campo do Marista Paranaense,
Alfredo Screminn, está intimamente ligada ao futebol. Ele entrou pela
primeira vez no Marista aos 14 anos.
“Tinha dois amigos que eram internos no Colégio e eles me levavam lá
para jogar futebol. Como, na época,
eu não tinha oportunidade de estudar ali, ficou no meu subconsciente
que eu gostaria de fazer parte daquela família Marista de algum jeito”, conta Screminn.
Foi em março de 1980 que ele
ingressou no Marista. “Lembro-me
até hoje do frio na barriga quando
entrei pela primeira vez no Colégio”.
Não demorou muito para o professor conquistar a admiração e o
respeito de todos. Alguns anos mais
tarde, surgiu a oportunidade de
abrir uma escolinha de futebol no
Colégio, pois o espaço e os alunos
estavam lá, mas faltava alguém para
organizar. “Tivemos grandes estudantes que se destacaram: o Gustavo Araújo, que jogou no Chelsea,
da Inglaterra, e agora está na Ponte
Preta; depois veio o Pedro Ken, que
hoje está no Vasco da Gama e, até
hoje, quando vem a Curitiba, vai ao
CY
CMY
K
© Foto: João Borges
gente nossa
Fazendo a diferença
“Colaborar com a
Pastoral faz parte
do meu projeto
de vida“. É assim
que Bruno Manoel
Socher, ex-aluno do
Marista Paranaense
e colaborador do
Setor Provincial de
Pastoral, define seu
envolvimento com a
Instituição desde 1995
No Grupo Marista, Pastoral é o termo
que designa o conjunto de estratégias e
ações de evangelização, desenvolvidas
segundo a especificidade de cada uma
das áreas de atuação: educação, solidariedade, saúde e comunicação. Hoje,
com 25 anos, Bruno Socher conta que
o início da sua atuação pastoral se deu
quando ele participou do Movimento
EDA/Remar (Embarcações da Amizade/Renovação Marista), que, a partir
de 2005, foi reestruturado, passando a
se constituir como PJM (Pastoral Juvenil Marista). “Vejo a Pastoral como uma
formação complementar na vida do ser
humano, além de ser um grande espa-
34
ço de vivência, partilha e crescimento
conjunto com outros jovens”, destaca.
Entre os trabalhos realizados, Socher
destaca dois. O primeiro foi em 2011,
quando foi nomeado para integrar a
Comissão Organizadora do Encontro
Internacional de Jovens Maristas de
2013, no Rio de Janeiro. O encontro tinha como tema CHANGE – Faça a diferença. Depois de quase dois anos de
preparação junto às outras províncias
do Brasil Marista, o encontro reuniu
aproximadamente 350 jovens Maristas
provenientes de 40 países, dos cinco
continentes.
O segundo, mais recente, foi sua
participação na Missão Solidária Marista de 2014. “A experiência deste ano
foi realizada em quatro cidades simultaneamente (Fazenda Rio Grande,
Ponte Serrada, Criciúma e São Paulo).
Tive a responsabilidade, junto com os
colaboradores do Centro Social Marista Irmão Lourenço e alguns jovens da
PJM, de coordenar a experiência na
Vila Progresso, na zona leste de São
Paulo. A presença de mais de 80 jovens
na comunidade, dormindo em casas
de famílias e desenvolvendo atividades
no Centro Social foi muito significativa. Uma experiência de doação mútua
– jovens e comunidade acolhedora visando a educação para a solidariedade”, revela.
Colégio Marista Paranaense
São exemplos como o de Socher que
nos mostram que cada um pode fazer a
sua parte na construção de um mundo
mais justo. “Como trabalhamos com jovens, acredito que somos multiplicadores. A formação baseada nos valores
Maristas, que cultivo no meu dia a dia,
é a maneira que utilizo para colaborar,
mesmo que de maneira simples, para
um mundo melhor”, completa.
A formação
baseada nos
valores Maristas,
que cultivo no
meu dia a dia, é a
maneira que utilizo
para colaborar,
mesmo que de
maneira simples,
para um mundo
melhor.
Bruno Manoel Socher
Ex-aluno do Marista Paranaense e
colaborador do Setor Provincial
de Pastoral
ser melhor
Participar é o verbo
Neste ano, a Pastoral do Marista Paranaense pretende ampliar
ainda mais a participação dos alunos nas ações de solidariedade,
fazendo com que eles possam vivenciar experiências de inserção em
realidades e instituições parceiras
36
a de disponibilidade – somos responsáveis uns pelos outros na medida em
que compartilhamos a mesma dignidade e isso nos leva a assumir como
pessoal a tarefa de trabalhar em prol
do bem do próximo e da sociedade.
“Ser solidário amplia os meus horizontes de compreensão do mundo e
das coisas e me faz participante ativo
da comunidade em que estou inserido”, completa o coordenador.
Tal incentivo tem ocorrido, especialmente, junto aos alunos do Ensino Médio por meio do projeto Gera-
ção de Valores, que será ampliado
neste ano de 2014 e cujo objetivo é
fomentar o protagonismo juvenil e a
prática solidária mediante ações
compartilhadas com instituições
parceiras. “A reflexão e o pensamento críticos são a base para uma ação
solidária efetiva na sociedade, que
busca não apenas saciar a fome do
corpo, mas promover a garantia dos
direitos e o bem comum”, finaliza
Pessotto. O Colégio Marista Paranaense buscará desenvolver iniciativas
como essa durante todo o ano.
C
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CMY
K
© Fotos: Nivaldo Lis Junior
Durante todo o ano letivo, são três
as principais campanhas solidárias
realizadas pela Instituição: Campanha de Páscoa, Projeto Champagnat
e Campanha de Natal. Os estudantes
participam ativa e efetivamente na
realização desses projetos: os jovens
atuam na motivação dos demais
alunos, em parceria com a Pastoral
e os professores, e na organização
das doações junto aos seus colegas
de turma. O retorno obtido pelo Colégio em razão do engajamento dos
jovens e suas famílias tem contribuído enormemente para o auxílio às
pessoas que mais necessitam.
O objetivo, a partir de agora, segundo o coordenador do Núcleo
de Pastoral do Marista Paranaense,
Diogo Marangon Pessotto, é aproximar ainda mais os alunos da realidade das instituições beneficiadas
pelas campanhas. “Entendemos que
a solidariedade vai além da assistência material. Deve ser uma atitude de
troca de experiências e de vivência
comunitária, onde todos ‘oferecem’
e ‘recebem’, pautados no respeito à
dignidade humana e na certeza de
que o encontro com o outro possibilita um crescimento pessoal para
ambos”, ressalta Pessotto.
Como Instituição Marista, embasamos nossa concepção de solidariedade na Doutrina Social da Igreja, que
nos afirma que a solidariedade é “uma
determinação firme e perseverante
de empenho pelo bem comum” (João
Paulo II). Tal concepção implica outras duas: a de corresponsabilidade e
Colégio Marista Paranaense
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essência
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ir. virgílio
Balestro
Irmão Marista
Colégio Marista
Paranaense, de
Curitiba (PR)
O desafio e a provocação
no ensino atual
“A tua convicção é que te impele,
porque escolha prepara escolha”, reitera o filósofo Epicteto (50-130). Se
a falha está na vontade, cabe à inteligência apontar o caminho; quando
é a inteligência que desconhece o caminho, cumpre haver alguma força
externa que aponte a via e a solução.
Zeferino Vaz ceifou o canavial, em
Campinas, e implantou a Unicamp, a
mais austera e competente das nossas universidades. Perguntado sobre
a sua prioridade, respondeu que era o
professor, e o repetiu três vezes. A sua
prioridade constitui o trio do pódio:
primeiro, segundo e terceiro lugares.
Antes, porém, preveniu-se e preveniu as autoridades: se a política entra
pela porta, a ciência foge pela janela.
Há, acima do mestre, o comando, o
diretor, o reitor, o dirigente, o coach.
O comando precisa de liderança, cultura, responsabilidade e proficiência. Precisa de QI, mas nunca QI de
“quem indica”. Mudando o que cumpre mudar, as ideias de Zeferino Vaz
e Epicteto valem tanto para a escola
pública quanto para a escola particular. Por quê?
Justamente porque a corrida e o
jogo substancialmente dependem
38
de criteriosas escolhas sempre, com
o seguinte dramático adendo: os
alunos fazem o principal e o decisivo
em sumo grau, e eles não pertencem
propriamente ao exterior do comando e da escolha. Alunos são pessoas;
são moral e intelectivamente atletas
profissionais. Precisam mais de disciplina que os demais atletas pelo
peso imenso da transformação que
devem produzir em si próprios; na
conta do bom resultado, só aprende
quem quer; todos a todos educam;
todo o bom ensino educa e toda a boa
educação ensina. Se na escola Y nenhum mestre, nenhum funcionário
e nenhum aluno atira papelucho no
chão sagrado da escola e do pátio por
um ano inteiro, o visitante sabe que
aquela escola é excelente. Há países
cujas escolas fazem literalmente isso:
aí as escolas são excelentes e as poucas nações que lograram a proeza estão na primeira fila.
Cumpre responder bem ao desafio
revolucionário: “A quem vamos entregar a inteligência, a mente e o coração
dos 50 milhões de crianças e jovens se
não for aos 2% do melhor alunado em
liderança, notas e habilidades escolares,
tudo criteriosamente comprovado?”,
que Gustavo Ioschpe, que sabe tudo da
educação do Brasil e do mundo, colocou na capa do livro “Que Quer o Brasil
Quando Crescer?”. O leitor sabido percebe que não faltam peritos que conhecem a realidade profunda e apontam a solução. Nenhum deles prioriza
o mero aumento do salário, sempre
importante, mas nunca decisivo. Mais
que profissão, o magistério é missão e
apostolado.
As mudanças
na educação
© Foto: Sxc.hu
Vivemos a pós-modernidade e,
com ela, seus desafios. O fundador
do Instituto Marista, São Marcelino
Champagnat, tinha como um dos
seus lemas que, para bem educarmos
uma criança, é preciso, antes de tudo,
amá-la! Esta máxima faz muito sentido nos dias de hoje. Somente amamos
verdadeiramente aquilo que conhecemos, portanto, o papel de educar é
conhecer o seu interlocutor, seu estudante!
Essa frase nunca me fez tanto sentido como agora que trabalhamos e
convivemos com essas novas gerações.
Para bem educarmos, é preciso conhecer a subjetividade do nosso estudante, sua historicidade e seus anseios e
sonhos, para que, assim, em um processo diário de ambiente escolar, consigamos, apoiados por ferramentas pedagógicas, estimular o conhecimento
das ciências peculiares à educação.
Poderíamos parafrasear esse conceito com o universo tecnológico em
que vivemos, onde nossas crianças
e nossos jovens são nativos digitais
e têm pouco presentes os conceitos
nos quais seus atuais educadores foram educados e ensinados. Todo esse
histórico no universo escolar faz com
que nos adaptemos diariamente ao
novo que chega. Contudo, nós, adultos e educadores, não nos esqueçamos de que nossos estudantes estão
vivenciando um processo educativo,
no qual a escola é um “laboratório”,
permitindo acertos e erros, fazendo
com que os ajudemos a serem melhores quando estiverem no mundo do
trabalho e na vida adulta.
Para reforçar o que temos trabalhado, vou me valer de um dos
grandes pensadores brasileiros da
área educacional, Paulo Freire, que
afirmou: “Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Portanto,
meus caros, para cativar é preciso
conhecer, ir a fundo e ser apaixonado por aquilo que se faz, caso
contrário, se tornaria rotina e uma
mera necessidade.
O educador tem o papel de mediador e estimulador, contudo, o artífice
e o protagonista é o estudante! Içami
Tiba, nos seus vários escritos, nos fala
da parceria que devemos ter entre família e escola, usando a metáfora das
seis mãos: as da família, as do estudante e as da escola. Assim sendo,
faremos um processo de construção
no qual todos compreenderão o que
é educativo e que temos um papel a
cumprir.
Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar
as possibilidades para a
sua própria produção ou
a sua construção.
Paulo Freire
ir. Gérson dresch
Diretor do Colégio
Marista Assunção,
de Porto Alegre (RS)
39
Legado
de uma
missão
Durante uma Missão
Solidária Marista, os papéis
de doador e receptor se
intercalam o tempo todo.
Para a população que
recebe a missão, fica uma
semente de transformação
para ser cuidada e poder
continuar agindo na vida
de cada um
Por Michele Bravos
40
© Fotos: Michele Bravos
solidariedade
No começo deste ano, cinco cidades brasileiras em situação
de vulnerabilidade social receberam a Missão Solidária Marista. O evento é anual e tem como objetivo promover a vivência
de valores e a transformação pessoal de jovens Maristas e dos
cidadãos.
Segundo o Ir. Joaquim Sperandio, superior provincial do Grupo Marista, o Grupo investe nisso porque acredita que os jovens
– Maristas e não – precisam mudar individualmente. “É claro
que vamos contribuir para melhorias físicas na cidade, mas, ao
final de tudo, a transformação deve ser pessoal e interior”.
Durante a MSM, missionários e comunidade local trabalham
juntos o tempo todo. De um lado, os jovens propondo se doar à
cidade, em visitas missionárias, fazendo melhorias concretas,
como pintura de muros, restauração de praças, colônia de férias
para as crianças, entre outras atividades. Do outro, a população
aceitando receber essas ações, acolhendo os jovens missionários
em suas casas, participando de uma procissão pela cidade.
Os jovens Maristas não apenas saem de lá transformados
(confira os depoimentos na pág. 7 desta edição), mas também
deixam um legado para a população. Conheça alguns moradores de Ponte Serrada, uma das cidades que recebeu a MSM
neste ano, e o que a passagem dos jovens por lá significou para
eles.
Eduardo Coppini é prefeito de Ponte Serrada e ex-integrante do
grupo de jovens
Eu me identifico muito com esse evento. Quando mais novo,
eu fiz parte do grupo de jovens de Ponte Serrada, na época, comandado pela D. Maria de Almeida, a Mariazinha. Fazíamos trabalhos próximos a esses que estão sendo realizados aqui no município. Para a nossa cidade, esse é um evento que só tem a somar.
Ele proporciona que os jovens da nossa cidade despertem cada
vez mais para a importância que é de fazer o bem para o próxi-
A escolha das cidades
mo e se envolver com causas sociais.
Um evento como esse provoca até um
despertar para a política. Essa é uma
área que precisa de ideias novas, de
pessoas que tragam consigo, nos seus
corações, valores atrelados à solidariedade, para que se tenham resultados
favoráveis para a população.
Ilma Vicensi, 61 anos, é moradora
da região de São Lourenço e vive da
aposentadoria e da fabricação de
vassouras
Desde que nos mudamos para cá,
já nos envolvemos com a igreja local.
No começo, eu tinha vergonha, insegurança até mesmo de fazer uma
leitura para todos durante a missa.
Não achava que tinha instrução suficiente. Aos poucos, isso foi mudando. Fui me sentindo mais confiante.
Quando o padre disse que nossa comunidade iria receber missionários,
eu fiquei feliz, mas fiquei pensando
se saberia receber alguém na minha
casa. Então, tomei coragem e aceitei
esse desafio. Para mim, receber um
missionário foi um ato de coragem,
que me ajudou a trabalhar questões
pessoais.
Salete Costa, 51 anos, abriu as portas de sua casa para acolher um
missionário
Eu sempre vi a minha mãe recebendo missionários em nossa casa.
Era uma forma que tínhamos de
contribuir para a missão. Para mim,
é uma honra poder receber um jovem na minha casa. A gente cria um
carinho por eles. É uma companhia
diferente naquela semana. É como
um filho. Eu não queria que ele fosse
embora.
João de Almeida, 46 anos, é pai de
Isabela de Almeida, 5 anos, participante da colônia de férias da MSM
no bairro COHAB
Muitas crianças aqui não têm com
o que brincar. Quando tem essas
atividades, elas podem participar e
todo mundo se diverte. Os pais também ficam contentes. É uma alegria
ver os missionários de fora da cidade
trazerem felicidade para os nossos
filhos. Ações assim são muito bonitas. É disso que nossa cidade precisa.
Geverson Dave, 16 anos, é um jovem
de Ponte Serrada e participa da Pastoral da Juventude
Mesmo eu sendo morador de
Ponte Serrada, vi situações na MSM
que nunca tinha visto antes. Em um
dos dias, fizemos uma caminhada
pelo bairro Cohab, onde eu moro.
Fiquei muito chocado quando passamos por uma rua em que as casas
eram apenas uma barraca de lona.
Eu mesmo nunca tinha andando por
essa região do bairro, nem visto essa
realidade. Ao me deparar com essa
situação, eu repensei a forma como
tenho valorizado o que tenho. Às vezes, reclamamos muito e deixamos
de buscar o melhor.
Normalmente, as cidades que recebem
uma Missão Marista possuem algum
vínculo Marista, o que facilita a
organização do evento. Em geral, há
um diálogo entre o Setor de Pastoral
e a Diretoria Executiva de Ação Social
(DEAS). São eles que apontam sugestões
de cidades e decidem os locais, levando
em consideração diversos contextos
sociais (metrópole, médio porte e cidades
de interior) e de diferentes localizações
geográficas.
Esse foi o caso de Ponte Serrada neste
ano. Em 2013, os jovens da Pastoral da
Juventude contaram com um grande
apoio da população para irem à Jornada
Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.
Como forma de retribuição a tudo o que
a população fez por eles, surgiu a ideia
de trazer uma Missão Solidária Marista
para a região. Em contato com o Ir.
Alison Hufu, natural da cidade, mas que
atualmente mora em Dourados (MS), a
missão começou a ser construída.
Susineia Bassani é presidente da
Pastoral da Juventude de Ponte Serrada
No começo, achávamos que não
seríamos capazes de ter uma obra tão
grande, um momento de missão tão
intenso, mas fomos assumindo e dizendo os nossos sins. A intenção de
tudo isso era agradecer a nossa comunidade e tornar o rosto de Deus mais
conhecido ainda. Agradecemos a todos pelo o que vivemos nessa semana.
Momentos de intensa vivência com os
jovens, com as famílias que os receberam – tanto nas visitas missionárias,
quanto nas hospedagens. Nessa semana, uma semente foi plantada em
nossa comunidade. Tanto pelos jovens
daqui como de outras regiões. O desejo
que fica é para que sejamos transformadores da nossa história, protagonistas em nossa essência. Que sejamos
participativos.
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© Foto: Renata Salles
como fazer
acompanhamento
é diferente de
intromissão
As redes sociais já fazem parte da rotina dos adolescentes, mas todo esse universo
de postagens, fotos e muito bate-papo deve ser acompanhado pelos pais.
A tarefa não é fácil, mas a revista Em Família traz algumas dicas para que os pais consigam
monitorar as interações dos filhos sem que pareça intromissão
Por Elizangela Jubanski
As redes sociais tomaram conta da
rotina dos adolescentes. Em casa, no
celular ou na escola, acessar perfis on-line tornou-se “febre” entre esses internautas, que muitas vezes precisam
de certo direcionamento no mundo
virtual. E cabe aos pais executar essa
empreitada com muita conversa e
acompanhamento.
O que deve acontecer – sem medo
de parecer intruso – é um monitoramento mesmo. Ficar atento a postagens do filho, fotos, amizades recentes e até mesmo à superexposição
na rede. Afinal, ninguém conhece
tão bem a rotina desses internautas
quanto os próprios pais.
A advogada e pedagoga Cristina
Sleiman é especialista em Direito Digital e alerta que os pais devem conversar com os filhos sobre a maneira
de se comportar nas redes sociais.
“Essa verificação nos perfis não deve
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ser negligenciada de forma alguma. É
preciso explicar aos filhos que qualquer rede social deve ser entendida
como a extensão da vida presencial,
ou seja, nada de outro mundo ou coisa parecida. Tudo que se faz em uma
rede social deve ser pensado e analisado exatamente como acontece em
uma relação interpessoal na escola,
por exemplo”.
É exatamente assim que a família Magalhães media as publicações
nas redes sociais. A escritora Cláudia
Magalhães, mãe dos adolescentes
João Pedro, 14 anos, 9º ano, e Alice,
12, 7º ano, ambos do Colégio Marista
Paranaense, acredita que confiança
e supervisão são elementos indispensáveis nessa relação. “Nada deve
acontecer de maneira que sufoque a
confiança que a gente deposita neles, mas, mesmo assim, pode ter certa inocência nas postagens e nossa
outra visão é que deve auxiliar nisso”,
garante.
Os irmãos adoram redes sociais.
Embora, para eles, o Facebook já não
seja tão acessado assim, outras redes
como Instagram, Twitter e WhatsApp
continuam fazendo parte das atividades do dia a dia. “Eles levam o celular
para a escola, mas fica desligado: isso é
regra. Em casa, Alice acessa mais pelo
celular, já o João Pedro gosta mais do
computador para jogos online”. Para
as postagens, algumas recomendações da mãe. "A roupa tem que estar
legal, nada muito chamativo, fotos
de viagens só algumas, nada de ficar
postando tudo que faz no dia”, esclarece. Cláudia não tem perfil em rede
social e mesmo assim acompanha as
postagens.
Outra regra – na verdade chamada
de “combinado” na família Magalhães
– é quanto ao horário dedicado na
O pais precisam ficar
atentos com o excesso de
exposição e manter os perfis
dos filhos de um modo
restrito, para que apenas os
conhecidos tenham acesso a
fotos ou informações.
Quem responde?
rede. “Eles já têm horários com aulas
em diversos dias da semana, acaba sobrando pouco tempo para fazer nada,
mas, mesmo assim, hora de rede social
é quando eles já fizeram tudo que tinham para fazer, ou pelo menos parte”,
destaca.
Na visão dos adolescentes, a preocupação é válida. João Pedro conta
que esporadicamente aparecem pessoas de fora para interagir nas redes
sociais. “A gente conversa bastante
sobre isso e até mostro os vídeos que
recebo para minha mãe, mas às vezes
aparecem umas pessoas que eu nunca vi na vida”, reclama. Já Alice diz que
também não se incomodar com as
“investidas” da mãe. “Como eu já sei
que ela gosta de ver e dar uns palpites,
já mostro a foto que quero compartilhar e pronto”, brinca.
Esses “combinados” que acontecem
na família Magalhães são atitudes com
as quais a especialista Cristina concor-
da. “O pais precisam ficar atentos com
o excesso de exposição e manter os
perfis dos filhos de um modo restrito,
para que apenas os conhecidos tenham
acesso a fotos ou informações”, alerta.
O mesmo olhar atento, segundo ela,
deve ser transferido quanto a postagens
de viagens e tudo que possa chamar a
atenção de pessoas que estão fora do
contexto da família ou dos amigos. “A
gente nunca sabe quem está por trás de
um computador vendo fotos da nossa
família”, diz a advogada.
O pai dos adolescentes, o engenheiro José Magalhães, concorda com a especialista e acredita que a internet, assim como as rede sociais, tem muito a
agregar, mas com regras. “A tecnologia
tem que vir a nosso favor. Como tudo
em excesso faz mal, assim é com as redes sociais. Não adianta proibir, principalmente porque, hoje, elas também
são uma boa ferramenta para se informar”, defende.
O que os pais não podem esquecer
é que qualquer postagem que
tenha cunho ofensivo ou que fira
a integridade de alguém pode ser
levada à justiça. “É primordial
entender que as leis regulamentam
nossa conduta independentemente
do meio, portanto, crimes contra a
honra, por exemplo, independem
do meio utilizado para sua
configuração”, explica a advogada
e pedagoga Cristina.
Nesses casos, os adolescentes
(menores de 18 anos) podem
até mesmo cumprir medidas
socioeducativas, enquanto os pais
respondem processo civil. “Cada
caso é analisado de maneira
diferente, mas uma simples
brincadeira, se mal interpretada,
pode causar muita dor de cabeça e
prejuízo financeiro”.
Na prática
Poucas e boas atitudes já
fazem a diferença:
l Monitorar as postagens
(textos, imagens e outros
compartilhamentos).
l Ver de que grupo de conversas o
filho participa.
l Ficar atentos aos horários que ele
está online.
l Estipular períodos de acesso às
redes sociais.
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compartilhar
SeM FronTeiraS
A minha sugestão de programa para alunos do Ensino
Médio, especialmente para o terceirão, é o Sem Fronteiras,
da Globonews. Esse programa traz discussões de temas
polêmicos atuais, nacionais ou internacionais, no qual
alguns especialistas são consultados acerca da temática.
Favorece quem quer ter óticas de análise sobre a conjuntura
atual.
Maria dôres Makowski, professora do Ensino Médio no Colégio
Marista Frei Rogério, em Joaçaba (SC).
PorTaL UniCaMP
Gosto e indico o site http://m3.ime.unicamp.br/portal/ porque
nele há a possibilidade de encontrar vídeos, simuladores e
atividades ligadas à matemática. Os vídeos têm duração média
de 10 minutos e abordam assuntos ligados ao cotidiano sem
perder o foco na parte acadêmica. Vale a pena conferir.
eder Miotto, professor do Ensino Médio no Colégio Marista Santa
Maria, em Curitiba.
QUaL é a TUa oBra?
O livro Qual é a Tua obra? inquietações Propositivas
Sobre Gestão, Liderança e ética, de Mario Sergio
Cortella, apresenta uma convocação a refletirmos
a respeito de nossa verdadeira existência, uma
motivação a compreendermos que nossa obra é muito
maior que qualquer atividade por nós já realizada. Esse
livro é um presente a todos que sentem as inquietações
no processo de formação de liderança e que acreditam
que o seu maior compromisso é a solidariedade e a
alteridade.
Carla klein, professora do Ensino Fundamental no Colégio
Marista Cascavel (PR).
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HiSTÓria diGiTaL
O História Digital foi criado pelo professor Michel Goulart com a intenção de divulgar o
uso das mídias digitais na educação, assim como experiências criativas em sala de aula.
Em pouco tempo, seu conteúdo se tornou referência no aprendizado de história, do Ensino
Fundamental ao pré-vestibular. Considerado o melhor blog de história no país em 2012, o
Guia do Estudante indicou os perfis da página no Twitter e no Facebook entre os melhores
para estudar nas redes sociais. http://www.historiadigital.org
Michel Goulart, professor do Ensino Fundamental e Médio no Colégio Marista Criciúma.
SoBrevivi Para ConTar
© Fotos: Divulgação
O livro trata de um depoimento de Immaculée Ilibagiza durante o genocídio
que destruiu Ruanda em 1994. Ao longo da obra, ela conta como conseguiu
sobreviver emocionalmente ao massacre de sua família e aos momentos
aterrorizantes por que passou. É uma história comovente e que deixa aos
leitores uma mensagem de amor e muita fé à vida.
rute kuhn knaut, professora do Ensino Fundamental no Colégio Marista Pio XII,
de Ponta Grossa
45
diversão
E aí,
o que fazer?
Por Elizangela Jubanski
Com a chegada das férias escolares é preciso progra- desse cronograma tão apertado que os filhos possuem
mação e, acima de tudo, manter os filhos envolvidos e nas horas vagas. Que tal propor alguns passeios além de
ativos. Eles querem ir a todos os lugares possíveis, ex- shoppings e compras?
perimentar um pouco de tudo, e cabe aos pais cuidar
GoiÂnia
Quem passa na Rodovia dos Romeiros fica impressionado
com a grandiosidade dos Painéis da Via Sacra, que
possuem 16 quilômetros de extensão, a maior galeria
a céu aberto do mundo. O artista plástico Omar Souto
buscou retratar os principais momentos da Paixão de
Cristo. Dando continuidade ao passeio, o Museu de Arte
Contemporânea possui um acervo de 500 obras, com
desenhos, gravuras, esculturas, pinturas e reproduções.
E para os mais curiosos, o Museu Estadual Professor
Zoroastro é uma boa pedida. Fundado em 1946, ele
guarda documentos históricos, artefatos indígenas, arte
sacra e popular, objetos da Revolução Industrial, folclore
e muitas outras atrações. Vale a pena tornar as férias um
programa cultural!
Que tal conhecer um pouco mais do lado cultural de
Brasília? A Catedral Metropolitana, na Esplanada dos
Ministérios, foi projetada em 1967 por Oscar Niemeyer e
possui obras de Di Cavalcanti. Além de serem ligados por
pontos claros, os vitrais coloridos mudam conforme a luz
do sol, nos arcos de 18 metros de altura, no Santuário de
Dom Bosco. Outra dica é conhecer o Memorial JK, local
em que está enterrado o corpo do presidente Juscelino
Kubitscheck e onde há uma exposição permanente de
documentos e fotos que contam a história da construção
da capital, além da biblioteca com mais de 3 mil
exemplares. Conhecer o Museu de Valores do Banco
Central é roteiro obrigatório, lá está a maior pepita de
ouro encontrada no Brasil, em Serra Pelada, de 62 Kg,
além de um total de 125 mil peças de moedas e cédulas
nacionais e estrangeiras. Aliada a isso, o local abriga a
maior coleção do mundo das obras de Portinari. Fica a
dica!
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© Fotos: Divulgação
BraSÍLia
SÃO PAULO
São Paulo reserva ótimas atrações para quem quer conhecer um pouco
mais de história e cultura. O Museu de Arte Moderna, um presente
de Oscar Niemeyer para os paulistanos, marcou e agitou a cultura
brasileira e guarda ótimas exposições para quem é apaixonado ou
curioso por arte nacional e internacional, contando no seu acervo com
obras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Portinari, por exemplo.
Que tal conhecer a arquitetura europeia do Museu do Ipiranga? O local
possui um valioso acervo com peças da república e do império, uma
boa aula de história que pode ser completa com uma visita à biblioteca
que tem mais de 100 mil volumes. Para encerrar esse breve roteiro,
a Estação da Luz é perfeita! Construída em 1901, projetada em estilo
vitoriano e com material para sua construção trazido da Inglaterra, o
local encanta até mesmo que mora em Sampa. Que tal essa aula de
história e cultura com os pequenos?
SANTA CATARINA
Santa Catarina também reserva ótimas visitas culturais. O Museu
de Arte de Santa Catarina, fundado em 1949, instalado no Centro
Integrado de Cultura e reserva um acervo que conta, além de outras
coisas, a história do Estado, possui em seu acervo artistas como
Di Cavalcanti, Portinari, Djanira, Emeric Marcier, Volpi, Tarsila do
Amaral e outros, contabilizando aproximadamente 1775 obras. A
Casa da Alfândega é um local que visa resgatar e dar continuidade
ao artesanato do Estado, um recorte de história é guardado no
local. Outra boa pedida é o Museu Nacional do Mar – Embarcações
Brasileiras, onde estão disponíveis para visitação mais de 91 barcos
em tamanho natural, cerca de 150 peças de modelismo e artesanato
naval e a Coleção Alves Câmara, do século XXI. O local reserva, ainda,
muitas outras atrações. Vale a pena a visita durante as férias ou em
um fim de semana em família.
PARANÁ
No estado do Paraná, conhecer o Museu Oscar Niemeyer é uma boa
aula de arte, arquitetura, urbanismo e design. São 17 mil metros de
área expositiva, considerada a maior da América Latina, que, além
de expositora, realiza cursos e oficinas abertos ao público. Para quem
gosta de saber como era o passado, o Museu Histórico Padre Carlos
Weiss, que ocupa o belo prédio da antiga Estação Ferroviária de
Londrina é ideal. Lá estão preservadas as memórias dos bons tempos
da cafeicultura da região. Outra dica é a visita à Catedral de Nossa
Senhora da Glória, em Maringá, que tem 114 metros de altura e tem
um mirante com vista panorâmica. Para os aventureiros que queiram
a experiência, é preciso subir 482 degraus pra chegar lá em cima.
Com toda certeza, as férias deles estão garantidas com essas aulas de
cultura e história!
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© Foto: Estúdio Cafeína
olhar
Você já teve
a minha idade
“Calma, isso vai passar! Já tive sua idade”.
Quem nunca ouviu isso? Não era fácil ouvir,
dava uma sensação de que a gente era incompetente, ingênuo, uma verdadeira “anta”.
Mas o que ninguém dizia era que, exatamente por passar pela situação, nos tornaríamos
mais maduros e experientes. Faz parte do
crescimento. Como diria o Rei Leão, é “o interminável ciclo da vida”.
Na opinião dos nossos filhos adolescentes,
nós somos muito chatos e exigimos demais.
Não compreendemos que é difícil desligar o
celular na hora do jantar, que é quase impossível ir dormir na hora certa e deixar de lado
aquelas conversas superimportantes, que é
uma experiência de quase-morte não poder ir
àquela festa sei lá onde com sei lá quem. Somos realmente insuportáveis. Talvez queiram
nos dizer: “Se você já teve minha idade, por
que não me compreende?”. É verdade. Já fomos adolescentes e já esquecemos as dores de
cabeça que demos aos nossos pais. Só que, aos
olhos maternos e paternos, nenhum dos nossos pecados era tão grande e nossas chatices
eram “normais”, pois a “corujice” só consegue
ver a “maravilha” na qual nos tornamos.
Entretanto, não podemos deixar de lado
nossa “pegação no pé”, pois as intermináveis
orientações e correções de rumo são necessárias. Certa vez, uma adolescente me disse:
“Minha mãe devia me proibir de ir àquela fes-
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ta, pois vou perder aula no dia seguinte e depois vou me ferrar estudando sozinha”. Admirado com a reação, perguntei por que ela iria
à festa mesmo sabendo das consequências. A
resposta me fez lembrar das aulas de psicologia do adolescente: “É que eu não posso dizer
aos meus amigos que eu não vou pra ficar estudando. Você não entende. Eu sei que era isso
que eu deveria fazer, mas eu ia ficar mal com
a galera”. Os amigos são mais importantes
que a escola. Além disso, o futuro profissional
está longe demais para ser alvo de preocupação agora. O tempo corre diferente para eles.
O que fazer? Vamos parar de sofrer com as
inconstâncias e ser totalmente compreensivos? Não. Esse não é o caminho. Temos que
sempre apontar as contradições e tudo aquilo que pode trazer perigo a eles, pois o sentimento de onipotência é próprio da fase.
Afastar as figuras de autoridade, incluindo
pai e mãe, com discussões, teimosia e outras
posturas imaturas é próprio de quem está
descobrindo um jeito particular de ser. Cópias são desnecessárias, cada um tem que assumir seu jeito especial de existir no mundo.
E isso só ocorre com os confrontos entre pais
e filhos. Resumindo tudo na linguagem adolescente: “É melhor ser chato agora e realizado depois, do que ser ‘legalzão’ agora e arrependido depois”.
Marcos Meier é
psicólogo, escritor
e palestrante.
Seu próximo
lançamento,
“Desligue Isso
e Vá Estudar
– Orientações
Práticas para Pais”
traz orientações
preciosas sobre
educação de
crianças e
adolescentes.
Temos que
sempre
apontar as
contradições
e tudo aquilo
que pode
trazer perigo
a eles, pois o
sentimento de
onipotência
é próprio da
fase.
Com crianças e jovens na promoção
de um mundo com direitos.
A Rede Marista de Solidariedade atua na promoção e defesa dos direitos da infância
e juventude nas quatro áreas de atuação do Grupo Marista.
Com esse objetivo, realiza o atendimento contínuo a crianças, jovens e famílias
por meio de projetos socioeducativos; desenvolve estratégias de incidência política
e fomenta ações de educação para a solidariedade em todo o Grupo Marista.
Conheça mais sobre a solidariedade no Grupo Marista.
Acesse solmarista.org.br ou facebook.com/solmarista
antes de tudo, é preciso entender: o que é medo?
Medo significa uma espécie de perturbação diante da ideia de que se
está exposto a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não. Pode-se entender, ainda, o medo enquanto um estado de apreensão, de
atenção, esperando que algo ruim vá acontecer. Ele interfere no modo
de viver, pois causa reações quando estamos em estado de alerta.
e será que ele é de todo ruim?
O medo é uma reação de alerta muito importante para a sobrevivência dos seres humanos, por isso pode ser considerado bom. Em muitos
casos, faz com que as pessoas tenham cautela, pensem antes de agir.
Uma pessoa que não tem medo de nada muitas vezes passa por situações que colocam sua vida em risco. Portanto, sentir medo pode ser
algo positivo, quando gera reflexão, planejamento antes da tomada
de qualquer atitude, protege vidas e evita consequências trágicas.
Já nascemos com medo?
Não necessariamente, mas toda e qualquer emoção ou sentimento
são construídos desde o instante da concepção, então, tudo aquilo
que é vivenciado pela mãe durante a gestação afeta o bebê de algum
modo, mesmo que inconscientemente.
Por que o medo do desconhecido?
Todos os medos e traumas da mãe devem ser levados em consideração, mas lugares, sons e pessoas diferentes podem causar medo à
criança, justamente como uma reação do organismo de alerta a possíveis situações de ameaça. Por isso, é comum a criança pequena ter
medo de pessoas fantasiadas e de lugares barulhentos.
até que momento o medo é saudável?
O medo só pode ser considerado tolerável quando ele não modifica a
rotina do indivíduo. Há situações em que a pessoa, diante daquilo que
a ameaça, paralisa, perde as condições de reagir, por exemplo. Pode-se chamar isso de fobia ou trauma. Nesses casos, a solução é procurar ajuda psicoterapêutica para tratamento, para que a pessoa possa
falar e pensar sobre o assunto, além de, em alguns casos, vivenciar
simulações com o objetivo de aumentar o enfrentamento diante da
dificuldade.
o que fazer ao identificar que a criança ou o jovem tem
determinado medo?
Na família, sempre que a criança sente medo ou está assustada por
alguma razão, é necessário acolher a criança e o seu medo, fazendo
com que ela se sinta segura. Na escola, os professores devem tomar
conhecimento de casos em que a criança tenha medo de algo e tentar
amenizar, pois ele pode gerar insegurança e desestabilizar a criança,
que deixará de ter foco na aprendizagem. Mas o acompanhamento de
um profissional, quando o medo se torna excessivo, é fundamental,
para que, desse modo, se evite que ele se intensifique e evolua para
outros quadros.
Encontre
a MPB
na internet.
Acesse o novo site:
www.lumenfm.com.br
Algumas coisas não têm preço.
A LIBERDADE é uma delas.
O tema da Campanha da
Fraternidade de 2014 é
Fraternidade e Tráfico
Humano. E a FTD entende
que é fundamental ler,
conversar e conscientizar
os alunos sobre este tema
tão importante, que
infelizmente faz parte
da nossa sociedade.
Confira as opções de leitura que oferecemos para você discutir este assunto na escola:
Sumiço no Estádio
Quando jogava bola, Dedê não
prestava atenção em mais nada. Em
uma tarde, enquanto acompanhava
o pai, vendedor de pipocas na porta
de um estádio, o garoto recebe
um convite e... desaparece... O
desfecho você fica sabendo em
Estádio.
Sumiço no Estádio
Recomendado para
o Ensino Fundamental I
0800 772 2300
De Olho no
Tráfico Humano
Ao ler este livro desafiador,
o leitor conhece mais sobre o que
é tráfico humano e por que muitos
jovens, especialmente mulheres,
caem nessa terrível cilada.
Recomendado para
o Ensino Fundamental II
www.ftd.com.br

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