Ter Ideias para mudar o mundo - Agrupamento de Escolas de

Transcrição

Ter Ideias para mudar o mundo - Agrupamento de Escolas de
ter ideias
para mudar
o mundo
Manual para treinar o empreendedorismo
em crianças dos 3 aos 12 anos
Experiência do Centro Educativo Alice Nabeiro
O Centro Educativo Alice Nabeiro nasceu da vontade da Instituição em
fazer algo pelas crianças e assim poder contribuir para a sua formação,
por quanto elas representam o futuro.
Em boa hora foi criado o Centro Educativo, os resultados da sua actividade estão bem patentes nos êxitos alcançados a vários níveis.
O empreendedorismo foi uma das vertentes que os responsáveis pelo
Centro julgaram de muito interessante, como disciplina de aprendizagem
de uma matéria que arrisco a designar de “actual”. Iniciar o treino do
empreendedorismo em crianças dos três aos doze anos é dar às crianças um ensinamento que será muito útil ao longo das suas vidas. É o
estimular de uma aptidão que é “SER EMPREENDEDOR” e que muito os
vai ajudar ao longo da vida, pois estão a adquirir hábitos e a desenvolver
ideias e conceitos que são determinantes na sua formação como pessoas
capazes de pensar, ter ideias e capacidade de projectar e construir, partilhando o conhecimento e trabalhar em equipa.
Entendo que o empreendedorismo é o caminho do futuro, num mundo
cada dia mais competitivo em termos globais, e assim, a inovação será o
contributo fundamental para o desenvolvimento.
O Centro Educativo Alice Nabeiro com os seus técnicos aposta na formação para o futuro das nossas crianças.
Rui Nabeiro
Contextualização
do manual
Áreas de
conhecimento
01
Estímulo das Ideias
16
02
Partilha de Ideias 20
03 O que é que eu quero fazer? 25
11
04 Os nossos estados de espírito 30
05 Aprender a escutar as pessoas
38
06 Aprender a transmitir
o nosso projecto 45
Fichas de
trabalho 07 Aprender a trabalhar
com os colaboradores 50
08 Descubro as necessidades
para fazer ofertas
58
09 Protótipos para partilhar
o nosso projecto
64
10 Redes de Colaboradores 71
11 Ciclos de Trabalho 81
12 Sem liderança não há projecto 88
97
Anexo
fotográfico
173
Contextualização do manual
Do sonho do Homem, nasce a vontade de criar.
Esse sonho cresce e a visão turva fica cada vez mais nítida.
Por um instante… ao longe, no fundo do seu pensamento criativo,
eis que se clarifica a imagem da sua vontade.
A ideia brilha dentro de si, tanto, que já não cabe aqui!
Agora já não consegue parar e uma necessidade de partilhar, de gritar a sua
vontade a todos é mais forte. Procura quem o queira ouvir, utiliza a melhor
forma para comunicar, e tudo, porque acredita na sua visão e luta para a concretizar. Um dia, talvez, o Homem, sinta tranquilamente o sabor do sucesso e ao
olhar em redor, descobre que está rodeado por um mar de gente que ajudou a
realizar o sonho. Assim se constrói o espírito empreendedor.
Este Homem supera o frio do medo, da fraqueza, do desespero e do fracasso,
pois a cada picada gelada esfrega as mãos, levanta a cabeça e segue a sua
procura. Faz da fraqueza, força, da concorrência os aliados e da união o segredo. Cada contributo conta e cada ajuda é como uma coberta quente que nos
conforta na noite gelada dos momentos de desespero. Acreditar, lutar e confiar
na fragilidade do momento em que o seu corpo, de arrepios e calafrios deixou
fugir uma ideia; uma simples e fugaz ideia (mas luminosa). Ser empreendedor é,
na realidade, uma forma de viver, para a qual muitos Homens foram preparados
pela própria vida, mas para a qual muitos outros poderão ser treinados. Ser
empreendedor é ser capaz de acreditar em cada um de nós, confiar nos nossos
colaboradores e resistir ao medo do fracasso, sempre consciente das nossas
limitações.
O Homem é assim, é empreendedor, mas, só tem 4 anos de idade e ainda não
sabe ler nem escrever. No entanto, já sonha e já sentiu o amargo e frio sabor
de um sonho tornado realidade. Esse sonho era “Aprender a andar de bicicleta”!
Só! Diz o leitor.
Mas afinal, isto não é um manual de empreendedorismo?
Pois é! Todos podemos aprender a andar de bicicleta, mas poucos descobriram
o prazer de o fazer tão deliciosamente como aquele que o faz segundo a sua
vontade, o seu momento e à sua maneira. Cada Homem sonha de forma diferente e vive de forma diferente, num processo cumulativo e construtivo do ser. O
nosso amigo criou o seu projecto empreendedor. Deu tombos e fez feridas nos
joelhos. Um dia caiu e bateu com a cabeça numa pedra! Doeu, mas não desistiu.
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contextualização do manual
Levantou-se, deu um pontapé nas rodas de apoio, pediu ajuda ao Avô para segurar no banco e empurrar e, de um suspiro, começou a pedalar com tanta vontade
que os seus medos e fracassos evaporaram. Hoje, passados muitos anos essa
criança é um Homem forte, humilde, mas forte. Todos os dias sonha e todos os
dias acredita que é capaz de concretizar mais uma etapa da sua vida.
Aprendemos muito com este Homem, mas o mais importante é aprender a viver,
a acreditar na vida, na existência Humana e plena, onde só verdadeiramente respira livremente aquele que transpira as suas ideias ao Mundo. Este Homem pode
ser qualquer um de nós, ou qualquer uma das crianças que nos rodeiam. Uma
aposta na formação das gerações futuras e numa lógica de cidadania responsável, de responsabilidade social e de comprometimento com o futuro, não é mais
do que ajudar cada uma delas a descobrir o sabor do sucesso, do fracasso e da
alegria de conseguir conviver com ambas, mas com vontade de fazer sempre
melhor. Podemos faze-lo nas nossas escolas, centros educativos e… Surpresa!
Com crianças dos 3 aos 12 anos de idade. Não serão em adultos, todos empresários, nem é por aí que vamos! Serão, no entanto, cidadãos responsáveis e empreendedores, capazes de fazer valer as suas ideias em prol do desenvolvimento
sustentável do planeta, lutar por elas sem renunciar cada vez que o pé foge do
pedal ou cada vez que encontramos um curva.
Esta é a aposta do Comendador Rui Nabeiro, para promover o caminho do desenvolvimento sustentável, com raízes profundas no seio das comunidades locais. Para esta equipa do CEAN, o Comendador Rui Nabeiro é a “estrela polar”,
um verdadeiro e genuíno espírito empreendedor, que sonha todos os dias. Um
dia sonhou criar o Centro Educativo Alice Nabeiro na sua terra natal (Campo
Maior) e que ele iria contribuir para o desenvolvimento do empreendedorismo
responsável na nossa sociedade totalmente globalizada, onde cada vez mais a
importância das comunidades se tornam o factor de diferenciação para um desenvolvimento integrado e sustentável. Foi em 2007, que este sonho se materializou, com a humildade genuína dos empreendedores, procurou colaboradores,
amigos e juntos subiram paredes, abriram portas e janelas grandes e gritaram
bem alto para todas as crianças ouvirem, que algo diferente tinha nascido. Assim
se faz o primeiro fôlego de uma obra que ainda cresce em movimentos perpétuos, como uma espiral que depois de começar não termina, cresce, cresce e
vai-se replicando, criando sinergias positivas em seu redor.
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12
contextualização do manual
Um ano após, o CEAN lança este manual. É um sinal inovador que humildemente oferece uma visão de como poderemos na nossa comunidade escolar
ou em casa, treinar as crianças contra o conformismo, a apatia e na procura de
uma sociedade apta para os desafios globais do futuro. O livro verde da União
Europeia lança o desafio aos estados membros para criarem sociedades mais
empreendedoras, dizendo:
“Para realizar os objectivos da estratégia de Lisboa, entretanto relançada, a Europa tem de privilegiar o conhecimento e a
inovação. A promoção de uma cultura mais empreendedora, a
inculcar nos jovens desde o ensino escolar, constitui uma parte
significativa deste esforço.” Comissão Europeia, 2005
A união de esforços do Grupo Nabeiro (na pessoa do Senhor Comendador Rui
Nabeiro) é o melhor caldo de cultura para a germinação deste manual. A sua
filosofia empresarial única em termos de responsabilidade social alicerçada em
princípios como o conhecimento, a experiência, a confiança, a ética, o espírito
de missão, a sustentabilidade e a eco eficiência cruzada com uma visão global
de futuro pró activa, convicta de uma sociedade mais justa, caracterizam o seu
ADN e o seu percurso empreendedor.
A parceria entre o GN, com base no CEAN (com valência de Pré escolar e
ATL) com a sua filosofia pedagógica vocacionada para o empreendedorismo e a
Empreendedorex (entidade formadora – Espanha) veio fortalecer e enriquecer
a nossa dinâmica. Após uma formação de 6 meses com os técnicos do CEAN
(equipa multidisciplinar) foram semanalmente aplicadas as áreas do conhecimento empreendedor aos grupos etários de crianças do CEAN. Esta aplicação
baseou-se em três níveis: Grupo 1 - Crianças dos 3 aos 6 anos; Grupo 2 - Crianças dos 7 aos 8 anos; Grupo 3 - Crianças dos 9 aos 12 anos. Para cada grupo
foi criada uma equipa multidisciplinar que se concentrou na adaptação das áreas
do conhecimento empreendedor para a respectiva faixa etária. Desta adaptação
metodológica, validada semanalmente por toda a equipa do CEAN e pela equipa
externa de formadores, nasceram as propostas que se encontram neste manual
e que nos permitem, de forma sequencial, equilibrada e lógica treinar um espírito
empreendedor em qualquer área do saber (segundo as aspirações, vontades e
ideias das crianças).
ter ideias para mudar o mundo
13
contextualização do manual
Cada proposta foi validada, também, com base na aplicação com os grupos,
tendo sido melhoradas com contributos dos mesmos. As crianças dos grupos
do CEAN são fundamentais, o alvo para o sucesso deste documento e para elas
o nosso agradecimento pelo contributo.
Ao longo do treino das crianças em competências empreendedoras, foram também criando os seus projectos, o que permitiu aferir a qualidade desta proposta
metodológica como potenciadora de projectos baseados nas ideias das crianças.
É nesta lógica que este manual surge, agora, disseminado pela comunidade escolar nacional. O CEAN promove, também, trocas de experiências pedagógicas
a este nível com a comunidade escolar da Estremadura Espanhola. Este facto
ajuda a clarificar uma visão Europeísta, onde os seus problemas e realidades
geográficas são similares e os pontos fortes e fracos de ambos os lados podem
servir de guias para um melhor desempenho futuro.
Em suma, este documento reúne, um sonho do Comendador Rui Nabeiro, em
que assentam os pilares do manual e da filosofia empreendedora do CEAN; uma
resposta inovadora aos desafios da nossa sociedade e uma revolução escolar
baseada nos sonhos, ideias e projectos das crianças.
Acreditamos na visão do Homem que quando sonha, o seu corpo transpira de
alegria por saber que mais um desafio se lhe coloca.
Acreditamos que podemos ajudar as crianças a conviver com estas sensações
e a gerir os desafios de forma pró activa.
Acreditamos que podemos contribuir para que o empreendedorismo responsável se enquadre nas nossas comunidades escolares, quer enquanto metodologia
multidisciplinar, quer ao nível da área de projecto ou mesmo nos períodos de
prolongamento de horário definidos pelo Ministério da Educação. A criação de
uma rede de escolas em Portugal e na Estremadura Espanhola será a aposta da
nossa equipa para a disseminação desta prática.
Desta forma, queremos perpetuar, valorizar e melhorar com o contributo de
todos vós esta proposta inicial.
Como diz a Ana Remudas de 9 anos:
“Ser empreendedor é ter ideias para mudar o Mundo”
ter ideias para mudar o mundo
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Áreas de
conhecimento
Área de Conhecimento
01. Estímulo das ideias
Contextualização teórica
da área de conhecimento
O ponto de partida da formação empreendedora para crianças
consiste em estimular a produção de ideias ou projectos empreendedores ainda em fase embrionária. Nesta área, os(as)
educadores(as) são dotados de competências que lhes permitirão
intervir com as criançasno processo de criação de ideias.
Pretende-se que as criançasaprendam a produzir e a visualizar uma ideia ou um projecto que poderão concretizar. Os(as)
educadores(as) devem, ainda, reflectir com as criançassobre a
produção de ideias e o desenvolvimento de determinadas acções
para que estas se materializem.
Quando falamos de ideias, referimo-nos a domínios que são do
interesse das crianças, ideias que se ajustam à sua idade e correspondem aos seus desejos e sonhos. Este processo formativo
pretende estimular a criatividade e a acção: mediante um treino
empreendedor podem-se definir futuros que queremos realizar e
trabalhar empenhadamente para que se tornem realidade.
A declaração de ideias é uma parte vital do processo no qual se
fundamenta o projecto; será a partir da identificação e declaração
de ideias ou projectos - que as crianças desejem realizar - que se
iniciará o trabalho de construção de comunidades de interesses.
Segundo a metodologia de Formação em Capacidades Empreendedoras, um projecto realiza-se quando duas ou mais pessoas
conversam entre si e assumem compromissos verbais em torno
de algo que lhes interessa.
Esta declaração inicial permitirá que se definam grupos de interesse à volta de ideias partilhadas pelos alunos; as comunidades
de interesses são a base para começar a construir projectos partilhados; projectos a partir dos quais as criançasirão desenvolver
competências empreendedoras.
As criançascom ideias semelhantes ficam a pertencer a um Grupo
de Projecto e começam a trabalhar de forma cooperativa.
ter ideias para mudar o mundo
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Objectivos
•Criar um clima de
confiança entre as crianças
para que declarem as
suas ideias, projectos,
interesses e aspirações - instrumento necessário
para articular e
materializar um projecto.
•Identificar os projectos
e ideias que as crianças
desejam pôr em prática.
•Identificar as afinidades
que os projectos
apresentam entre si.
•Agrupar os projectos
em Grupos de Projectos.
•Criar uma prática cultural
e de trabalho entre as
crianças para que estes
avaliem como uma
oportunidade de futuro
a declaração pública e a
partilha de projectos ou
campos de interesse.
Área de Conhecimento O1. Estímulo das ideias
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
10 Minutos
Acção 1
Contar uma história
inventada.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
O(a) educador(a) pede às crianças que se sentem
no chão, em círculo, que façam silêncio e prestem
muita atenção à história que vão ouvir.
O(a) educador(a) conta uma história (inventada)
sobre um menino que gostava muito de fazer
desenhos, que se esforçou e alcançou a sua meta.
Essa meta era expor os seus desenhos na escola
(ver ficha 1).
Com este exercício pretende.-se transmitir às
crianças que devem fazer o que gostam, assim
como tentar concretizar as suas metas.
5 Minutos
Após contar a história, o(a) educador(a) coloca às
Acção 2
Interpretar a história. crianças as seguintes questões:
- “O que é que o menino gosta de fazer?”
- “O que é que ele fez com os seus desenhos?”
- “Quem o ajudou?”
- “Qual era a meta do menino?”
- “O menino conseguiu chegar à meta?”
5 Minutos
Ficha 1
História inventada
“A história do
meu amigo”
Com estas perguntas, o(a) educador(a) identifica
se as crianças compreenderam os conteúdos
essenciais da história.
20 Minutos
Acção 3
Perguntar o que
mais gostam de
fazer e porquê?
O(a) educador(a) questiona as crianças sobre as
suas preferências da seguinte forma:
10 Minutos
-“O menino da história gostava muito de fazer
desenhos, e vocês? Qual é a coisa que vocês
mais gostam de fazer? Porquê?”
O(a) educador(a) coloca estas questões a cada
criança. O que se pretende é obter as ideias
individuais de cada uma delas.
30 Minutos
Acção 4
Registar, por escrito,
as respostas das
crianças.
À medida que cada criança diz o que mais gosta de
fazer e o porquê, o(a) educador(a) regista a
resposta dada na FICHA 2.
10 Minutos
FICHA 2
40 Minutos
Acção 5
Registar as ideias
das crianças através
de um desenho.
Como se trata de crianças que ainda não sabem
escrever, a forma mais indicada para exprimir o
que pensam e o que sentem é o desenho.
Então, o(a) educador(a), pede às crianças que
façam o desenho sobre as suas ideias.
O(a) educador(a) recolhe os desenhos.
10 Minutos
Folhas de papel
Lápis de cores
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Nesta primeira
actividade, as crianças
foram muito receptivas e
compreenderam tudo o
que lhes foi explicado e
proposto.
Todas as crianças
conseguiram transpor
para o papel a sua
ideia, até mesmo as
crianças com 3 anos,
embora a maioria dos
desenhos fossem pouco
perceptíveis, por isso,
foi importante a criança
explicar oa educador(a)
a sua ideia.
A dinâmica da história,
na nossa opinião, foi
adequada ao grupo
de crianças, pois os
resultados obtidos foram
positivos. Não foram
sentidas dificuldades,
a nenhum nível, na
realização desta sessão.
As crianças realizaram
todas as tarefas que
lhes foram propostas
com bastante satisfação.
Em todos os momentos
da sessão tentámos
transmitir que todas as
ideias são importantes
e que não há ideias
melhores e piores,
todas são válidas.
Verificou-se que os
objectivos foram
atingidos quando as
crianças explicaram
a sua ideia, depois de
terem feito o respectivo
desenho.
ter ideias para mudar o mundo
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dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
As crianças ouviram
a história com muita
atenção.
Quando o(a) educador(a)
pediu para pensarem
numa ideia, as crianças
ficaram inquietas e
indecisas sem saberem o
que dizer ou fazer.
O(a) educador(a)
explicou melhor o que se
pretendia, e a actividade
decorreu normalmente,
com muito diálogo e
troca de ideias entre
as crianças. Todos
participaram activamente
e criaram-se grandes
expectativas.
Área de Conhecimento O1. Estímulo das ideias
SOMA
HORÁRIO Acção
40 Minutos
Acção 1
Estimular a
criação de ideias.
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) convida as crianças a
organizarem-se em grande grupo, distribui a
FICHA 3 e pede-lhes que pensem naquilo que mais
gostam de fazer, ou seja, aquilo que, se pudessem,
dedicariam o tempo todo a fazer.
O(a) educador(a) pede-lhes que preencham a
estrela nº1 com aquilo que pensaram (uma palavra
ou expressão). Seguidamente, é-lhes pedido que
pensem na segunda coisa que mais gostam de
fazer e que preencham a estrela nº2. Finalmente,
as criançasdevem pensar na terceira ideia que mais
gostam de fazer e preencher a estrela nº3.
O(a) educador(a) pede-lhes que unam as estrelas
1 e 2 e pensem numa ideia ou num projecto que
pudessem realizar (registar na ficha em “projecto1”).
Depois, unir as estrelas 1 e 3 e pensem novamente
numa ideia ou projecto (registar na ficha em
“projecto2”).
A seguir, unir as estrelas 2 e 3 e pensar noutra
ideia ou projecto (registar na ficha em “projecto3”).
Por último, unir os três rectângulos ou aqueles
que as crianças quiserem unir. Daqui resulta a
ideia ou projecto que irão desenvolver nas sessões
seguintes (preencher FICHA 4).
Com este exercício, pretende-se transmitir às
crianças que devem fazer o que gostam, assim
como tentar concretizar as suas metas.
ter ideias para mudar o mundo
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Duração Recursos
40 Minutos
Ficha 3
Ficha 4
Área de Conhecimento O1. Estímulo das ideias
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Acção 1
Distribuir guião
orientador da
actividade
Divide-se o grande grupo no espaço físico existente
e entrega-se um guião por criança. (ver ficha 5).
15 Minutos
Acção 2
Responder à
questão: o que
mais gostas de
fazer?
Lança-se o desafio às crianças para escreverem
o que mais gostam de fazer no grande círculo
existente no guião, sem intervenção directa do(a)
educador(a).
10 Minutos
Ficha 5
30 Minutos
Acção 3
Criar ideias
Com base na resposta dada na acção anterior,
as crianças devem, agora, criar quatro ideias
relacionadas com aquilo que mais gostam de fazer.
Devem escrever as mesmas nos quatro pequenos
círculos existentes no guião.
O(a) educador(a) não interfere na escolha individual,
deixando que as crianças pensem e criem
livremente.
15 Minutos
Ficha 5
O(a) educador(a) solicita às crianças que analisem
cada uma das ideias e que criem o seu próprio
projecto para, dessa forma, satisfazer os seus
sonhos.
O(a) educador(a) distribui o guião “ O meu Projecto”
(ver FICHAS 5 e 6), no qual devem escrever a sua
ideia, o seu projecto, no interior da estrela.
15 Minutos
O(a) educador(a) propõe às crianças que apresentem
as suas ideias e projectos, com base numa dinâmica
de mímica.
Cada criança deverá, através do gesto, transmitir
a sua ideia e os colegas terão que descobrir. As
crianças, após esta mímica, narram, resumidamente,
o seu projecto. A criança que começa é escolhida
pelo(a) educador(a) e as restantes serão escolhidas
pelos colegas anteriores.
No final, o(a) educador(a) recolhe as FICHAS 5 e 6.
O(a) educador(a) termina a sessão dizendo às
crianças que devem fazer o que gostam, assim como
tentar concretizar as suas metas.
15 Minutos
5 Minutos
45 Minutos
60 Minutos
Acção 4
Criar “a minha ideia,
o meu projecto”.
Acção 5
Apresentar os
projectos e ideias.
5 Minutos
Ficha 5
Ficha 5
Ficha 6
> VARIANTE
A apresentação
dos projectos
pode também
ser feita
recorrendo
a diversos
materiais tais
como: cartolinas,
lápis, canetas,
lápis de cor,
tintas, objectos
recicláveis, etc.
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Esta é a primeira
actividade do ciclo
de acções sobre
empreendedorismo.
Não compete a esta
sessão introduzir
nenhum tema ou
informação, mas sim
o contrário, explorar
o que de melhor cada
criança consegue
idealizar.
A criação de ideias com
base nos gostos de cada
criança é um conceito
que se aprende fazendo.
O segredo do sucesso
desta sessão está em
todo o restante caminho
a percorrer.
Deve, no entanto, ser
muito valorizada, pois
uma má escolha, ou uma
valorização incorrecta,
de uma ideia, poderá
levar ao insucesso e ao
fracasso.
ter ideias para mudar o mundo
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Área de Conhecimento
02. Partilha de ideias
Contextualização teórica
da área de conhecimento
Nesta área estabelece-se a base para que as crianças desenvolvam e apliquem práticas de trabalho colaborativas e cooperativas meio através do qual poderão concretizar as ideias ou os projectos
que definiram inicialmente.
Na área anterior (estímulo de ideias), os(as) educadores(as) tomaram conhecimento do que as criançasdesejam fazer nas suas vidas, quais são as coisas que lhes interessam e quais as ideias e/ou
projectos com os quais estão dispostos a comprometerem-se e a
produzirem acção.
A segunda área é decisiva para a criação de grupos (grupos de
projecto) em torno dos sonhos e projectos partilhados pelos alunos. Assim, nesta fase, as criançasdeverão conversar entre si
para que falem mais aprofundadamente sobre os seus interesses,
sobre as suas ideias e projectos e surjam compromissos verbais
entre eles para que tais projectos se concretizem.
Este processo deverá ser guiado pelos(as) educadores(as) para
que o seu desenvolvimento seja efectivo. Em função das possibilidades de trabalho do Centro Educativo, e depois das criançasterem manifestado as suas ideias e projectos, os(as) educadores(as)
poderão dirigir o processo para chegar a um consenso sobre
que projectos irão ser realizados (o(a) educador(a) deve certificar-se de que nenhum criança fique excluída).
A criação de grupos de projecto realiza-se com os projectos que
as crianças trabalharam na área de estímulo de ideias. Procedese, posteriormente, à classificação dessas ideias em grupos de
projecto, em função da afinidade e temática de cada ideia e/ou
projecto.
O desenvolvimento desta actividade é flexível: pode ser trabalhada
em função da programação do Centro Educativo (possibilidade de
criar grupos de projecto numa mesma sala/ oficina ou com crianças de salas diferentes, trabalhar no seio de projectos e iniciativas
já programadas pelo Centro Educativo, etc.).
ter ideias para mudar o mundo
20
Área de Conhecimento
As ideias ou projectos que as criançasdefiniram na primeira sessão, geralmente, não têm um nível de concretização suficiente;
trata-se, na maioria dos casos, de uma proposta inacabada que
terá de ser revista ao longo de todo o processo. O critério dos(das)
educadores(as) será essencial para a criação de grupo ou grupos
de projecto.
A lógica do processo parte da conversa entre dois ou mais
alunos(as) que queiram realizar a mesma ideia ou projecto - matéria-prima essencial para começar a materializá-lo. Neste momento, temos de identificar as crianças que poderão sentir-se motivados a participar no desenvolvimento de um projecto partilhado,
porque descobrem que querem fazer coisas parecidas, que têm
interesses similares. Este é o processo de engenharia social que
os(as) educadores(as) devem realizar neste momento.
De qualquer forma, a definição de grupos de projecto deverá ser
encarada com a suficiente flexibilidade, para configurar um plano
de trabalho futuro que possa realizar-se em sintonia com o resto
de actividades do Centro Educativo ou, inclusive, integrar-se naquelas actividades previamente definidas. Bons exemplos de projectos para o desenvolvimento do treinamento empreendedor são:
criação de artigos de manualidades e artesanato e alimentos para
exposição e/ou venda, fazer uma exposição, criar uma equipa de
futebol, criar uma comunidade de ajuda, etc.
Tendo em conta as ideias e os projectos de todas as crianças,
os(as) educadores(as) poderão encaminhar o processo em direcção a um ou dois projectos. É preciso ter presente que as crianças
só se comprometem e participam quando se sentem parte importante dum projecto, que leva a sua identidade e conta com os seus
contributos.
Objectivos
•Identificar ideias e
projectos que as crianças
do Centro não
consideravam possíveis
e realizáveis e que, no
momento presente,
pretendem levar a termo.
•Classificar por afinidade
as ideias e os projectos
dos cartões.
•Propor e articular
projectos que respeitem
a sensibilidade e os gostos
das crianças.
•Dar a conhecer as ideias
e os projectos de todas
as crianças.
•Pôr em contacto as
crianças que querem
concretizar projectos
iguais ou semelhantes,
para que entre eles
comecem a surgir
conversas e
compromissos.
ter ideias para mudar o mundo
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dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Nesta sessão, as
crianças estiveram
muito atentas a todas
as explicações dadas
pelo(a) educador(a),
pois tratou-se de uma
actividade que exigiu
muita atenção, visto
que, em muitos
momentos, as crianças
tiveram que se agrupar
em diferentes grupos,
para partilharem ideias.
Tudo isto levou a uma
atenção redobrada por
parte das crianças.
Mostraram-se
interessadas e muito
aplicadas, respeitaram
as ideias propostas pelos
colegas. Verificou-se
que todas as dinâmicas
utilizadas funcionaram
bem no grupo de
crianças. Não houve
dificuldades em realizar
a sessão, pois foram
necessários poucos
recursos, quer humanos
quer materiais.
Em suma, nesta sessão
as crianças aprenderam
a partilhar e respeitar
as ideias dos colegas e
a trabalhar em grupo de
forma divertida e muito
dinâmica.
ter ideias para mudar o mundo
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Área de Conhecimento O2. Partilha de Ideias
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Acção 1
Apresentar o seu
projecto ao grupo.
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) pede às crianças que se sentem no
chão, em círculo, que façam silêncio e prestem muita
atenção. Através de perguntas:
Duração Recursos
10 Minutos
1. O que é que desenhaste?
2. Porque gostas do que desenhaste?
O(a) educador(a) ajuda cada criança, individualmente,
a falar do seu “projecto” aos colegas (este “projecto”
refere-se ao desenho que foi feito na sessão anterior).
As crianças dizem qual é a sua ideia e o porquê da sua
escolha.
20 Minutos
Acção 2
Agrupar os
projectos a partir
de características
idênticas.
O(a) educador(a) pretende que as crianças se agrupem
por projectos, com características semelhantes.
Para facilitar a tarefa, o(a) educador(a) vai atribuir um
autocolante a cada criança.
A cor do autocolante varia em função das
características dos diferentes projectos apresentados.
Ou seja, os projectos com características semelhantes
possuem uma determinada cor que os diferencia dos
outros. Posteriormente, as crianças agrupamse, em
silêncio, consoante a cor que lhes é atribuída.
10 Minutos
Autocolantes
de várias
cores.
30 Minutos
Acção 3
Realizar a
actividade “E Se…”
Depois de se agruparem é pedido a cada elemento
do grupo que contribua com ideias para enriquecer o
projecto do(s) colega(s).
Cabe ao(à) educador(a) registar na FICHA 7 as novas
ideias propostas pelos colegas.
10 Minutos
Ficha 7
40 Minutos
Acção 4
Reformular o seu
projecto.
Com a ajuda do(a) educador(a), cada criança reformula
o seu projecto com base nas ideias registadas
anteriormente.
O(a) educador(a) anota a reformulação na FICHA 7.
10 Minutos
Ficha 7
45 Minutos
Acção 5
Criar um
“Projecto Único”.
O(a) educador(a) pede a cada grupo que junte as ideias
e elaborem um projecto único (onde constem as ideias
de todos os membros do grupo). O(a) educador(a)
regista o projecto de grupo na FICHA 8.
5 Minutos
Ficha 8
55 Minutos
Acção 6
Desenhar o
novo projecto.
Para finalizar a actividade pede-se às crianças que,
em grupo, realizem o desenho do novo projecto.
10 Minutos
Folhas brancas
Lápis de cores.
Área de Conhecimento O2. Partilha de Ideias
SOMA
HORÁRIO Acção
25 Minutos
30 Minutos
50 Minutos
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Acção 1
Apresentar
ideias/projectos
aos colegas.
O(a) educador(a), nesta segunda sessão de
empreendedorismo, recorda a sessão anterior.
Pede, de seguida, que cada criança, a partir dos
materiais disponíveis na sala de aula, crie e exponha
a sua ideia/projecto aos colegas.
25 Minutos
Acção 2
Agrupar as
crianças por
temas.
Depois de cada criança ter exposto a sua ideia,
o(a) educador(a) pede para se agruparem por
afinidades de ideias, isto é, se uma criança der a
ideia de ir apanhar flores, porque gosta imenso,
outra de ir brincar para o campo, porque gosta de
respirar ar puro, outra ir andar de bicicleta, o(a)
educador(a) poderá aconselhar essas crianças a
agruparem-se, uma vez que, todas elas, no fundo,
têm a intenção de realizarem os seus desejos no
campo.
Assim, as crianças irão agrupar-se por temas.
Os subgrupos que daqui resultam, mantêm-se até ao
fim das sessões empreendedoras.
5 Minutos
É na partilha de ideias que as crianças enriquecem
os seus projectos, uma vez que as leva a fazer
algo que não teriam pensado no momento. Assim,
o(a) educador(a) propõe a cada grupo a dinâmica
“E se…”: cada criança contribui com uma ideia para
enriquecer o projecto de cada membro do seu grupo
(ex: projecto no campo e dizer o seguinte:
20 Minutos
Ficha 9
5 Minutos
Ficha 10
Acção 3
Partilhar
ideias: “E se…”
Diversos materiais
(cartolina, canetas,
plasticina, lápis,
tintas, cola, balões,
fita-cola, etc.)
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
A apresentação individual
da ideia ao grupo, foi
uma excelente forma das
crianças se conhecerem
melhor.
A partir daqui, os
grupos facilmente se
organizaram por temas,
e a partilha de ideias
rapidamente fluiu.
Todos os projectos
ficaram mais ricos
com esta partilha.
Ao consolidarem o
projecto de grupo, o(a)
educador(a) pediu que lhe
atribuíssem um nome, foi
com bastante entusiasmo
que aceitaram este novo
desafio.
“E se tu, para além do que estás a pensar
realizar, fizesses também um piquenique?”).
55 Minutos
Acção 4
Inventar um título
para o projecto
de grupo
Depois de mostrarem a sua ideia aos colegas, de
se agruparem por afinidades, de partilharem e
aceitarem as ideias uns dos outros para melhorar
o seu projecto individual, o(a) educador(a) convida,
finalmente, as crianças a criarem um projecto de
grupo, que agrupe as ideias/projectos de todos os
elementos do grupo.
Finalmente, atribuem um título para o projecto de
grupo, que será registado na FICHA 10.
ter ideias para mudar o mundo
23
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
A partilha de ideias
foi, enquanto segunda
sessão, muito curiosa.
Se poderíamos esperar
que as crianças
forçassem a aproximação
aos amigos, isso não
aconteceu.
As crianças escolheram
os projectos que se
relacionavam com o seu,
sem necessidade do(a)
educador(a) interferir.
Em apenas um caso foi
necessário adaptar um
projecto a um grupo,
que acabou por se
revelar uma inovação.
A partilha, em roda,
foi interessante e
os projectos saíram
muito valorizados e
enriquecidos.
Área de Conhecimento O2. Partilha de Ideias
SOMA
HORÁRIO Acção
Acção 1
Apresentar
os projectos
O(a) educador(a) convida as crianças para se
organizarem em círculo. Distribui a FICHA 6
preenchida na sessão anterior por cada aluno(a).
Com uma bola, que irá passar de mão em mão,
as crianças vão apresentando a narrativa da sua
ideia e projecto identificado na sessão anterior.
O(a) educador(a) efectua a gestão do grupo, sem
interferir nas narrativas.
12 Minutos
17 Minutos
Acção 2
Identificar
oportunidades nos
projectos dos colegas
Com base nas narrativas apresentadas, as
crianças deverão (agora) identificar as afinidades
temáticas entre o seu projecto e os dos seus
colegas.
5 Minutos
27 Minutos
Acção 3
Agrupar as crianças
segundo as afinidades
detectadas dos seus
projectos
40 Minutos
60 Minutos
70 Minutos
ter ideias para mudar o mundo
Duração Recursos
12 Minutos
50 Minutos
24
Descrição e metodologia
Acção 4
As sugestões
dos meus colegas.
Acção 5
Redefinir a
ideia e o projecto
Acção 6
Criar projectos
de grupo
Acção 7
Apresentar novos
projectos dos
Subgrupos
Ficha 6
Bola de plástico
10 Minutos
O(a) educador(a), após as crianças terem
identificado as afinidades/oportunidades nos
projectos dos colegas, convida-os a que se
agrupem. Nesta fase, o(a) educador(a) poderá
ajudar a definir dúvidas na constituição dos
subgrupos.
13 Minutos
Ficha 11
10 Minutos
Ficha 11
10 Minutos
Ficha 12
O(a) educador(a) distribui a FICHA 11 por cada
criança, explicando o seu funcionamento.
Primeiramente, explica que deverão escrever a
ideia original no centro do grande círculo e, de
seguida, cada colega irá sugerir uma proposta
de ideia para melhorar a ideia original de cada
colega do grupo. As crianças em subgrupo irão
registando as propostas dos colegas, dentro dos
círculos mais pequenos (quatro propostas “E se…”).
Após o momento de partilha anterior, o(a)
educador(a) explica que deverão criar uma ideia
nova com base nos contributos dos colegas.
O(a) educador(a) convida, finalmente, as crianças
a criarem um projecto de grupo que agrupe
as ideias/projectos de todos os elementos do
grupo. Cada grupo regista o seu projecto de
grupo na FICHA 12.
> VARIANTE
Replicar o número
de partições do
círculo conforme
os participantes do
subgrupo.
10 Minutos
Os subgrupos apresentam criativamente
os projectos ao grande grupo.
Diversos materiais
(cartolinas, tintas,
cola, plasticina,
novas tecnologias)
Área de Conhecimento
03. O que é que eu quero fazer?
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
Formar-se em empreendedorismo é similar a formar-se em
qualquer outro âmbito. É preciso
ajudar as crianças a questionarem-se, a responsabilizarem-se
pela sua própria existência e, em
consequência disso, tomarem a
decisão de abraçar um projecto
significativo para as suas vidas.
Em suma, transmitir competências empreendedoras para que
as crianças que não são empreendedoras aprendam a sê-lo.
Falamos de pessoa empreendedora e não de empresário(a):
empresário(a) é uma forma de
ser empreendedor; pode-se ser
empreendedor em qualquer outra área em que alguém se pretenda realizar. É preciso dar a
conhecer as oportunidades que,
mediante a aquisição de competências empreendedoras, se
abrem para a vida profissional
e pessoal.
É importante descobrir as principais competências da pessoa
empreendedora para que sejam
adquiridas e postas em prática
por qualquer criança.
Conceitos mais relevantes
da área de conhecimento
Empreender é uma forma de fazer as coisas que se aprende,
tal como outra coisa na vida.
Não se nasce empreendedor.
Aprende-se, praticando, a ser empreendedor.
O empreendedor transforma o seu mundo e o dos seus
colaboradores; orienta o seu trabalho para satisfazer
colaboradores, cidadãos, amigos.
As pessoas empreendedoras preocupam-se com aquilo
de que as pessoas à sua volta necessitam (os seus
colaboradores).
Os empreendedores assumem compromissos para satisfazer
as necessidades das pessoas.
Os empreendedores criam narrativas, com o objectivo de
seduzir os seus colaboradores. A linguagem e as conversas
são ferramentas utilizadas pelos empreendedores para partilhar
projectos e produtos com os colaboradores.
Fazer ofertas e escutar pedidos também é prática habitual
dos empreendedores.
Os projectos empreendedores partem da união de pessoas
que trabalham para alcançar um mesmo objectivo. Um projecto
empreendedor consiste em duas ou mais pessoas falarem
sobre interesses e objectivos comuns.
Os empreendedores desejam liderar uma mudança
e comprometem-se a fazê-lo.
ter ideias para mudar o mundo
25
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Nesta sessão, tanto a
dinâmica da história, como
os recursos utilizados
foram bastante funcionais e
úteis. As crianças ficaram
muito atentas durante
a história. Através dela
conheceram, de uma forma
implícita, as características
do “ser empreendedor”.
Ou seja, a história serviu
para introduzir os conceitos
que posteriormente
iriam ser trabalhados.
Utilizando os cartões
individuais mostrámos
as características do
“ser empreendedor”, que
tinham sido identificadas
através da história. As
crianças compreenderam
todas as características e
foram, sempre, dialogando
com o(a) educador(a),
à medida que ouviam
a explicação. Algumas
crianças comentavam: “Eu
sou assim” ou“o meu tio é
assim” - mostrando que
estavam a compreender.
Por último, as crianças não
revelaram dificuldades na
realização da ficha, apenas
as de 3 anos necessitaram
de uma maior atenção e
orientação. Para a maioria
das crianças, as pessoas
que têm características de
um bom empreendedor são
os seus familiares.
A sessão demorou mais
tempo do que estava
previsto, pois as crianças
participaram bastante.
ter ideias para mudar o mundo
26
Área de Conhecimento O3. O que é que eu quero fazer?
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Acção 1
Apresentar
a história
“Os Jardins do
Senhor Tobias”
em PowerPoint.
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) pede às crianças que se sentem no
chão, que façam silêncio e prestem muita atenção à
história que vão ver e ouvir.
A história é contada pelo(a) educador(a) e é projectada
em PowerPoint (ver ficha 13); fala sobre um senhor
que tinha muitas ideias e cujo maior sonho era
transformar um terreno abandonado num lindo jardim.
Quando concretizou esse sonho, pensou logo como
poderia continuar a ajudar as pessoas. Então criou um
projecto que, com colaboradores foi crescendo com
sucesso.
O(a) educador(a) faz as seguintes perguntas:
Duração Recursos
10 Minutos
PowerPoint
Computador
Projector
multimédia
> VARIANTE
O ideal é projectar
o PowerPoint à
medida que se
conta a história.
No caso de não se
dispor de projector
podem-se utilizar
outros recursos
tais como,
fotocópias ou
acetatos.
1. Gostaram da história?
2. Porque estava feliz o Sr. Tobias?
Com estas perguntas pretende-se que as crianças
associem pessoas empreendedoras a pessoas que
realizam projectos: o Sr. Tobias estava feliz porque
tinha realizado o seu sonho e isso é o que fazem as
pessoas empreendedoras.
20 Minutos
Acção 2
Identificar
pessoas
empreendedoras.
Ficha 13
“Os Jardins do
Senhor Tobias”
10 Minutos
Em pequenos grupos, as crianças vão sentar-se em
círculo.
O(a) educador(a) entrega uma cópia da FICHA 14
com características de pessoas empreendedoras: ter
ideias, saber contar e partilhar ideias, ser positivo,
saber escutar os outros, trabalhar em grupo. Tendo
em conta as características empreendedoras que lhes
são transmitidas, cada criança identifica em voz alta
pessoas que considere empreendedoras.
Ficha 14
Imagens de
características
empreendedoras
> VARIANTE
Podem-se utilizar
cartões individuais.
30 Minutos
Acção 3
Identificar,
em si próprio,
características
empreendedoras.
Tendo conhecimento das diversas características
das pessoas empreendedoras, a criança identifica
as características que possui e que a tornam
empreendedora. É distribuída, a cada criança
uma cópia da FICHA 15, onde estão presentes as
características básicas de um empreendedor.
As crianças, individualmente, terão de fazer um círculo
à volta das imagens com as quais se identificam. As
crianças falam das suas características ao grupo.
O(a) educador(a) recolhe as fichas.
10 Minutos
35 Minutos
Acção 4
Conclusões
O(a) educador(a) finaliza a sessão explicando que todos
eles têm capacidades para fazer aquilo que sonham, e
serem, portanto, empreendedores.
5 Minutos
FICHA 15
Imagens de
características
empreendedoras;
Lápis de cor
Área de Conhecimento O3. O que é que eu quero fazer?
SOMA
HORÁRIO Acção
15 Minutos
25 Minutos
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Acção 1
Visualizar
imagens de
pessoas
empreendedoras.
O(a) educador(a) apresenta imagens de algumas pessoas
empreendedoras que sejam reconhecidas pelas crianças
com quem estamos a trabalhar
(ex: Sr. Comendador Rui Nabeiro, Figo, Mariza,
Alice Vieira, etc). As crianças identificam as pessoas.
Através das imagens, pretende-se que as crianças
associem pessoas empreendedoras a pessoas que
realizam projectos.
15 Minutos
Acção 2
Identificar
pessoas
empreendedoras.
Depois de entenderem que pessoas empreendedoras são
aquelas que realizam projectos, o(a) educador(a) convida
as crianças a pensarem numa pessoa que consideram
empreendedora (no próprio meio ou reconhecidas
mundialmente) e que lhe atribuam duas características.
Devem registar numa folha e posteriormente, apresentar
ao grupo.
O(a) educador(a) regista a informação dada pelas
criançasno quadro.
10 Minutos
Imagens
recolhidas
da internet,
revistas,
jornais,
livros, etc
Acção 3
Identificar os
seus próprios
valores.
A abordagem desta
sessão foi bastante
importante, uma
vez que as crianças
interiorizaram o
novo conceito de
empreendedor, não
sendo esta uma visão
comercial.
A dificuldade sentida
foi no amadurecer do
conceito empreendedor
e de lhes clarificar a
razão porque umas
pessoas são “mais
lutadoras” e agem e
outras não dão o passo
seguinte.
VARIANTE*
15 Minutos
Com base na FICHA 16, as crianças devem
identificar as suas próprias características.
Com esta acção pretende-se que as crianças
concluam que têm características empreendedoras.
O(a) educador(a) finaliza a sessão explicando
que todos eles têm capacidades para fazer aquilo que
sonham, e serem, portanto, empreendedores.
Experiência de
implementação
no CEAN
As crianças cooperaram
muito nesta sessão e
identificaram pessoas do
seu redor como sendo
empreendedoras.
A partir dos dados recolhidos, o(a) educador(a) chega às
seguintes definições:
- Não se nasce empreendedor; aprende-se, fazendo;
- As pessoas empreendedoras nunca desistem;
- As pessoas empreendedoras têm uma ideia e
tentam realizá-la;
- Ser empreendedor é ter uma paixão e entusiasmo para
concretizá-la;
- O empreendedor é aquele que tenta modificar as coisas
para poder realizar o seu sonho;
- O empreendedor é aquele que se preocupa em
satisfazer as necessidades daqueles que o rodeiam.
40 Minutos
dos 7 aos 8 anos
Ficha 16
> VARIANTE
ver caixa*
O(a) educador(a) pode
recorrer, por exemplo,
a uma árvore da qual se
servirá da raiz para colocar
os valores com os quais se
identificam; o tronco servirá
para amadurecer a ideia, os
interesses e motivações; os
ramos seriam as expectativas
futuras e, por fim, os frutos,
que se descreveriam na
resposta à pergunta:
“Se este fosse um grande
sonho, se o conseguissem
realizar, como se sentiriam?”
ter ideias para mudar o mundo
27
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O3. O que é que eu quero fazer?
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
O Muro Empreendedor
é um recurso muito
importante para a lógica
do ciclo de sessões.
Ficando exposto, permite
às crianças observar
recorrentemente os
valores de pessoas
empreendedoras.
No CEAN, as crianças,
foram surpreendentes,
pois escolheram pessoas
próximas e não figuras
públicas (distantes) como
ídolos. Em muitos casos,
referiram-se a familiares,
amigos ou conhecidos da
comunidade local.
É, sem dúvida, este o
objectivo desta área
do conhecimento:
descobrir pessoas
empreendedoras, que
nos rodeiam, e perceber
que todos podemos ser
líderes empreendedores.
ter ideias para mudar o mundo
28
Acção 1
O Muro
Empreendedor
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) cria um mural, em papel de cenário,
organizado por áreas, que irá preencher com base nas
respostas das crianças (ver exemplo).
O mural deverá ser colocado num espaço amplo
pois deverá possuir a dimensão de 1,20m por
aproximadamente 3 metros.
A vantagem deste mural é condensar todas as
propostas num documento único que ajude à leitura e
compreensão do que são pessoas empreendedoras.
O(a) educador(a) convida as crianças a organizarem-se em grande grupo, junto ao Muro Empreendedor e
distribui um guião (ver ficha 17) pelas crianças e pede
que, individualmente, o preencham. O intuito é realçar
a opinião individual de cada criança.
Acção 2
Transcrever
as respostas
para o Muro
Empreendedor
Após todo o grupo ter concluído o preenchimento,
o(a) educador(a) recolhe as respostas e pede a um
ajudante que vá registando, no Muro, as respostas
nos locais respectivos.
20 Minutos
Acção 3
Votação com
bolas coloridas
autocolante de
dois valores
que cada um
considera mais
importantes
22 Minutos
Acção 4
Analisar os
resultados da
votação e
transcrever os
10 mais votados
para a coluna
respectiva.
15 Minutos
Duração Recursos
10 Minutos
Ficha 17
“O meu ídolo”
Sala.
Muro
Empreendedor
previamente
desenhado.
5 Minutos
Ficha 17
“O meu ídolo”
Muro
Empreendedor.
Marcador.
O(a) educador(a) lê as respostas escritas no Muro e
distribui a todas as crianças duas bolas autocolantes
coloridas, que deverão colar na tabela dos valores dos
ídolos. Cada criança deverá escolher dois valores da
lista que considere mais importantes.
O(a) educador(a) convida uma criança de cada vez para
a votação, ficando o resto do grupo de costas para o
muro, para que a votação não se torne tendenciosa.
5 Minutos
Ficha 17
“O meu ídolo”
Muro
Empreendedor.
Bolas
autocolantes
coloridas.
No final, o(a) educador(a) passa os dez valores mais
votados para a coluna do Top 10. Estes serão os
valores que as crianças consideram mais importantes
numa pessoa empreendedora. É importante valorizar
as escolhas e explicar que elas (as crianças) possuem
também alguns desses valores e que os outros
podem ser apreendidos para todos podermos ser
empreendedores.
Todos podemos trabalhar os valores e competências.
O(a) educador(a) explica que as pessoas que eles
admiram possuem muitos valores, muitas coisas boas,
mas que o mais importante é a capacidade dessas
pessoas em fazer coisas bem e com prazer. Isto é o
que fazem as pessoas empreendedoras, pois possuem
valores e fazem coisas de que gostam.
2 Minutos
Ficha 17
“O meu ídolo”
Muro
Empreendedor.
Bolas
autocolantes
coloridas.
Marcador.
Área de Conhecimento O3. O que é que eu quero fazer?
SOMA
HORÁRIO Acção
27 Minutos
30 Minutos
40 Minutos
Acção 5
Escrever na parte
de trás da folha
individual, o nome
de pessoas de
Campo Maior,
de Portugal
e do Mundo
que possuam
os valores
seleccionados.
Acção 6
Transcrever
para a coluna
respectiva as
escolhas das
crianças.
Acção 7
Fim da Sessão:
Formar uma
fila e de entre o
Top10 escolher
dois valores que
cada criança
considera possuir.
O muro fica, então,
preenchido.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
5 Minutos
Ficha 17
“O meu ídolo”
Canetas
3 Minutos
Ficha 17
“O meu ídolo”
Muro
Empreendedor
Marcadores
10 Minutos
Ficha 17
“O meu ídolo”
Muro
Empreendedor
Marcadores
Na fase seguinte, o(a) educador(a) pede ao
grupo que, individualmente, e tendo por base os
10 valores escolhidos, escolham uma pessoa na sua
Vila ou Cidade e outra de Portugal ou do Mundo que
considerem possuir todos esses valores.
As crianças devem escrever esses nomes na
parte de trás do guião individual.
Quando finalizado o passo anterior, cada criança, uma
a uma, convidadas pelo(a) educador(a), vão dizendo os
nomes que escreveram e o(a) educador(a) vai registando
no muro, em local definido para o efeito.
Para finalizar, o(a) educador(a) avalia as personalidades
escolhidas e explica que encontramos pessoas
empreendedoras a diversos níveis: na família, no
trabalho, na escola, no desporto, na política, enfim,
em todas as áreas. O(a) educador(a) forma uma fila de
crianças e pede que, uma a uma, as crianças se vão
aproximando do muro e escolham de entre os valores
do Top 10, dois que elas possuam.
No final, o(a) educador(a) apresenta o painel construído
e explica que cada um de nós já é um pouco
empreendedor tendo, no entanto, que aprender a
desenvolver os valores restantes de uma pessoa
empreendedora. Todos podemos treinar para atingir
os nossos objectivos.
O(a) educador(a) finaliza a sessão enfatizando que todos
eles têm capacidades para fazerem aquilo que sonham e
serem, portanto, empreendedores.
dos 9 aos 12 anos
Exemplo
ter ideias para mudar o mundo
29
Área de Conhecimento
04. Os nossos estados de espírito
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
ter ideias para mudar o mundo
30
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
Os estados de espírito ajudamnos a produzir acção; podem
abrir-nos ou fechar-nos oportunidades.
Empreender é, essencialmente,
fazer coisas, estar activo, coordenar acções mediante conversas. Quando estamos propensos a actuar ou a estar activos?
Quando estamos tristes? Quando
estamos alegres? Quando estamos deprimidos? Quando estamos resignados?
Conceitos mais relevantes
da área de conhecimento
Os estados de espírito estão sempre presentes em nós.
Percebemos de imediato os estados de espírito de uma
pessoa, comunidade ou organização.
Inconscientemente, a primeira coisa que identificamos
numa pessoa é o estado de espírito.
Fazemos constantemente juízos de valor.
Os juízos de valor são pensamentos que resultam das
avaliações que fazemos das possibilidades de futuro, mas
que se relaciona com a nossa visão do passado.
Os estados de espírito invadem-nos sem que possamos
escolher o que queremos que aconteça connosco próprios.
Os estados de espírito invadem
a nossa vida; são um fenómeno
emocional que está presente em
todas as pessoas e se transfere
de umas para as outras; contagiam-se com maior rapidez
e virulência que as doenças;
trata-se de uma sensação que
nos invade e condiciona a realização de acções.
Se fazemos juízos de valor positivos acerca de alguma coisa
é porque consideramos que nos vamos beneficiar num futuro.
Mas se o nosso horizonte é escuro, então os nossos juízos de
valor serão negativos.
É fundamental que as crianças – que se transformarão
em pessoas empreendedoras–
– aprendam a identificar, distinguir, controlar, estimular e neutralizar os estados de espírito
negativos.
Os estados de espírito podem dividir-se em dois grandes
grupos: estados de espírito positivos e estados de espírito
negativos. Os estados de espírito positivos activam a pessoa
para a acção. Os estados de espírito negativos bloqueiam a
acção e dificultam a progressão do projecto.
Os empreendedores têm de estar atentos ao seu estado
de espírito e aos da equipa que trabalha com eles.
Os estados de espírito são determinantes para travar
ou estimular a acção.
Área de Conhecimento
Estados de
espírito positivos
Ambição: descubro possibilidades
futuras para mim e estou disposto a
lutar para que elas se tornem realidade.
Estados de
espírito negativos
Resignação: penso que nada se vai
alterar para melhor; sempre foi assim,
sempre será e eu não posso fazer nada
para alterar a situação.
Serenidade: percebo e aceito que
permanentemente se abram e fechem
portas de oportunidades e estou
satisfeito de que a vida seja assim.
Falta de esperança: vejo tudo negativo,
nada posso fazer para mudar a situação.
Confiança: reconheço sinceridade
naquilo que uma pessoa me promete.
Desconfiança: sinto que és uma ameaça
para mim e portanto não estou disposto
a conversar contigo ou com outros para
fundamentar esta opinião.
Confiança em mim mesmo:
reconheço-me como pessoa
competente numa determinada área.
Aceitação: reconheço que há
oportunidades que não estão abertas
para mim e aceito essa circunstância.
Ressentimento: penso que tu és o
responsável por se terem fechado
algumas portas para mim e declaro-te
responsável por isso. Por isso, tomo
a decisão de não voltar a conversar
contigo no futuro.
Deslumbramento: não sei o que está
a acontecer neste momento, mas
desconfio que se abrem novas
oportunidades para mim.
Confusão: Não sei bem o que está
a acontecer mas não gosto. Não vejo
oportunidades para mim, nem sei o
que fazer.
Resolução: tomo decisões que vão
ao encontro dessas oportunidades.
Sufoco: penso que tenho de trabalhar
mais e mais rápido para cumprir com
os meus compromissos e evitar que
se fechem oportunidades no futuro.
Arrogância: penso que sou a pessoa
mais competente ainda que não tenha
razões que o fundamentem. É assim
porque é óbvio.
Os estados de espírito são
inevitáveis. Contudo, é possível
geri-los, introduzindo algumas
técnicas no nosso dia-a-dia:
> Observe os estados de espírito das
pessoas que o rodeiam.
> Pense em duas ou três coisas que
definem a identidade e o estado de espírito
dessas pessoas.
> Analise os estados de espírito positivos
e descreva o que fazem as pessoas que os
possuem.
> No seu projecto ou actividade, o que faz
para cuidar dos estados de espírito e como
ajuda a modificá-los?
> Que estratégias utilizar para estimular a
confiança nas pessoas?
> Pense em estratégias que surpreendam
as pessoas da sua equipa para estimular
estados de espírito, tais como o
deslumbramento e a ambição.
> Pense em estratégias de alerta e acção a
serem utilizadas quando surjam estados de
espírito negativos no grupo.
> Os projectos não são mais que relações
entre pessoas, que partilham objectivos
comuns e que mantêm conversas e
compromissos com o fim de alcançá-los.
> Nestas relações os estados de espírito
jogam um papel crucial, com o que
poderíamos concluir que os projectos são
redes de estados de espírito.
> Temos que aprender a observar os
projectos como redes de estados de espírito.
> Os estados de espírito afectam o ambiente
à volta de um projecto.
ter ideias para mudar o mundo
31
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Observou-se que, mais
uma vez, as crianças
conseguiram adquirir,
com facilidade, todos os
objectivos propostos.
Reconheceram e
compreenderam que
os estados de espírito,
positivos e negativos,
influenciam bastante
um grupo de trabalho
(por exemplo), sendo
necessário saber
gerir esses estados
para que haja um bom
funcionamento desse
grupo de trabalho.
Sentiu-se maior
dificuldade quando foi
pedido a cada criança
que, em frente ao espelho,
mimassem o seu estado
de espírito.
Existem crianças que
têm dificuldades em
exprimir o que estão
a sentir e outras que,
simplesmente, não
gostam de o fazer. Então,
nós educadores(as),
tivemos que respeitar
essas crianças, não os
obrigando a participar
nessa parte da actividade.
Tirando estas excepções,
todas as crianças se
divertiram, fazendo dessa
diversão uma importante
aprendizagem.
Área de Conhecimento O4. Os nossos estados de espírito
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
Acção 1
Representar,
frente ao espelho,
um estado de
espírito.
Individualmente, cada criança coloca-se à frente de
um espelho.
O(a) educador(a) pede-lhe que representem através
da mímica, um estado de espírito (alegre, triste,
zangado) e as outras crianças que o observam,
têm que o imitar.
Posteriormente, pede-se às crianças que
exemplifiquem como se sentem nos diversos
momentos do dia (ao acordar, após o almoço,
ao sair da escola, ao ir deitar-se…).
Após a actividade, o(a) educador(a) explica às
crianças que existem vários estados de espírito
ao longo do dia.
10 Minutos
20 Minutos
Acção 2
Dinâmica:
“Cabeça junto
à Barriga”.
Pede-se às crianças que se sentem em roda
e encostem a cabeça junto à barriga do colega,
que se encontra ao seu lado.
O(a) educador(a) pede a uma das crianças que
comece a rir sem parar, de forma a contagiar
os colegas.
Com esta actividade pretende-se transmitir,
às crianças, que os estados de espírito são
contagiosos.
10 Minutos
35 Minutos
Acção 3
Jogo:
“Os cartões +
(positivos) e
- (negativos)”.
Esta actividade é realizada em dois momentos.
Num primeiro momento, cada criança vai expressar,
com movimentos do corpo, um determinado estado
de espírito.
No segundo momento, o(a) educador(a) entrega a
cada criança um cartão que contém um estado de
espírito (que tanto pode ser positivo como negativo
- ver FICHA 18). Cada criança vai classificar o seu
cartão em estado de espírito positivo ou negativo e
terá de o colocar no cartaz de forma correcta.
Com este cartaz pretende-se que as crianças
classifiquem, correctamente, os estados de espírito e
que compreendam que os positivos levam à Acção e
os negativos levam ao Bloqueio.
15 Minutos
10 Minutos
(continua na página seguinte)
ter ideias para mudar o mundo
32
Duração Recursos
Espelho
> VARIANTE
Colocar duas
crianças de frente
uma para a outra.
Uma delas mima o
estado de espírito
que está a sentir
naquele momento e
a outra criança, que
estará posicionada à
sua frente, tem que
a imitar e identificar
o estado de espírito
que imitou.
FICHA 18
Cartaz do estado
de espírito positivos
e negativos
Cartões de estados
de espírito
Área de Conhecimento O4. Os nossos estados de espíritto
SOMA
HORÁRIO Acção
Continuação
Acção 3
Jogo:
“Os cartões +
(positivos) e
- (negativos)”.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
1º Momento da Actividade:
Colocam-se os cartões (recortar imagens da Ficha18)
alusivos aos estados de espírito positivos (cartões +)
e negativos (cartões -) numa bolsa.
Pede-se às crianças que se sentem em círculo para se
iniciar o jogo. Cada criança retira um cartão da bolsa,
identifica o estado de espírito e representa-o.
O resto do grupo tenta adivinhar o estado de
espírito representado.
Continuação
dos 3 aos 6 anos
Esta sessão teve
que ser feita em dois
espaços diferentes
(casa-de-banho e sala
da actividades), visto
que a sala de actividades
não tem espelho, o
que causou alguma
dispersão/ agitação
das crianças.
2º Momento da Actividade:
Cada criança classifica o seu cartão, utilizado no
1º momento em estado de espírito positivo ou negativo,
e tem de colocá-lo no cartaz de forma correcta.
Com este cartaz pretende-se que as crianças
classifiquem, correctamente, os estados de espírito
e que compreendam que os positivos levam à Acção
e os negativos levam ao Bloqueio.
45 Minutos
Acção 4
Gestão
dos Estados
de Espírito
Negativos.
O(a) educador(a) estabelece um diálogo com as
crianças sobre como se sentem quando estão com um
estado de espírito negativo e qual a(s) estratégia(s) para
melhorar o seu estado de ânimo. Para tal, coloca, às
crianças, as seguintes questões:
10 Minutos
- “Como se sentem quando estão tristes?”
- “E apetece-vos fazer alguma coisa?”
- “O que é que se pode fazer para transformar a
tristeza em alegria?”
O(a) educador(a) regista as estratégias das crianças
para conseguirem transformar os estados de espírito
negativos em positivos.
ter ideias para mudar o mundo
33
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O4. Os nossos estados de espírito
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
Esta sessão foi muito
dinâmica e interessante,
através das imagens as
crianças rapidamente
chegaram aos conceitos.
A aplicação do jogo
“A Risota Colectiva” foi
uma dinâmica bastante
positiva, todas as
crianças participaram
e perceberam que os
estados de espírito
se podem contagiar
de forma positiva ou
negativa.
No final foi entregue
a cada criança um(a)
boneco(a) (Felisberto/a)
como símbolo do estado
de espírito positivo,
para os ajudar a superar
os estados de espírito
negativos. As crianças
ficaram radiantes
com a oferta.
ter ideias para mudar o mundo
O(a) educador(a) desencadeia uma conversação com as
crianças sobre os diferentes estados de espírito que
afectam o seu dia-a-dia:
Duração Recursos
5 Minutos
Como se sentem quando se levantam; quando
chegam à escola? E quando saem da escola?
Quando querem um brinquedo/jogo e os pais não
realizam o pedido?
Com esta acção, pretende-se que as
criançasidentifiquem diferentes estados de espírito
(alegre, feliz, irritado, triste, zangado).
10 Minutos
Acção 2
Chegar, em
conjunto, ao
conceito de
Estados de
Espírito”.
O(a) educador(a), através das opiniões dadas, conduz
as crianças para o conceito de “Estados de Espírito”,
isto é, explica-lhes que se referem àquilo que sentimos
em cada momento.
5 Minutos
20 Minutos
Acção 3
Descrever
diferentes Estados
de Espírito.
O(a) educador(a) arranja uma cartolina, de cor à
escolha, e coloca imagens sobre diferentes estados
de espírito (triste, alegre, irritado, zangado) com base
ficha 19.
O(a) educador(a) apresenta esta cartolina à turma para
que as crianças identifiquem os estados de espírito
representados.
10 Minutos
Acção 4
Estados de
Espírito positivos
e negativos.
O(a) educador(a) amplia e recorta as imagens
da ficha 19 e elabora uma cartolina com base
na ficha 18.
Apresenta cada imagem às criançase pede-lhes
que identifiquem se é positivo ou negativo.
O(a) educador(a) pede a um aluno que o cole
na coluna correspondente. Pretende-se que as
criançasclassifiquem, correctamente, os estados de
espírito
e que compreendam que os positivos levam à Acção
e os negativos levam ao Bloqueio.
10 Minutos
30 Minutos
34
Acção 1
Pedir às crianças
que falem do seu
dia-a-dia e dos
diferentes humores
que têm ao longo
do dia.
Descrição e metodologia
Ficha 19
> VARIANTE
As imagens
que servirão de
exemplo para
esta sessão
dependem do
bom gosto e
criatividade
de cada
educador(a).
Ficha 18
FICHA 19
Área de Conhecimento O4. Os nossos estados de espírito
SOMA
HORÁRIO Acção
35 Minutos
Acção 5
Fazer o jogo
do contágio
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) implementa uma dinâmica muito
agradável, que poderá denominar “A Risota Colectiva”.
O jogo consiste em agrupar as crianças em círculo.
Depois de estarem posicionadas, o(a) educador(a) pede
a todas as crianças que façam silêncio e que encostem
a cabeça à barriga de outro colega. Pede a uma delas
que comece a rir, sem parar (o resultado será que
todas as crianças começarão a rir).
No final, o(a) educador(a), juntamente com as crianças,
chegarão à conclusão de que o riso de uma contagiou
todos os outros.
dos 7 aos 8 anos
Duração Recursos
5 minutos
Com esta dinâmica, pretende-se que as crianças
percebam que o nosso estado de espírito contagia
positivamente ou negativamente os que nos rodeiam.
40 Minutos
Acção 6
Arranjar
estratégias para
superar um
Estado de Espírito
negativo.
O(a) educador(a) comunica às criançasque é
possível alterar os estados de espírito negativos.
Posteriormente, pede-lhes que pensem no que fazem
quando estão tristes para ficarem contentes.
As crianças pensam, individualmente, em estratégias
para superarem Estados de Espírito negativos e
registam numa folha colorida.
O(a) educador(a) termina a sessão dizendo às
criançasque devem recorrer à estratégia que
escolheram, sempre que se sentirem tristes ou
irritados.
5 Minutos
Papel;
Caneta.
ter ideias para mudar o mundo
35
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O4. Os nossos estados de espírito
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Esta sessão foi muito
bem conseguida
aquando da sua
aplicação aos grupos
do Centro Educativo.
As transições de estado
de espírito das crianças
foram muito visíveis.
A interiorização do
conceito foi imediata.
Os vídeos escolhidos
resultaram, podendo o(a)
educador(a) optar sempre
por outras escolhas.
13 Minutos
Acção 1
Distribuir as
crianças pela
sala e explicar
sucintamente
a sequência de
trabalhos da
sessão
Acção 2
Visionar
o Vídeo 1
“Tristeza”
Descrição e metodologia
Duração Recursos
As crianças são distribuídas aleatóriamente pela sala,
garantindo boa localização para observação da tela de
projecção.
O(a) educador(a), de forma clara e cronológica, apresenta a
sequência dos acontecimentos na sessão sem, no entanto,
explicar a temática da mesma.
É apenas necessário esclarecer ao grupo o número de
vídeos que vão observar e pedir atenção para o seu
conteúdo. Cabe ao(à) educador(a) a observação e análise
das mudanças de estado de espírito que
se vão verificar no decorrer da sessão.
No final, efectuarão um resumo do que viram.
10 Minutos
Sala de
informática
ou espaço
multiusos.
O(a) educador(a) pede silêncio e inicia a apresentação do
filme. Este filme transmite uma mensagem de tristeza,
baseado na fome que se faz sentir no
mundo. No entanto, poderá o(a) educador(a) optar por
outro, desde que provoque um estado de espírito negativo
nas crianças.
O(a) educador(a) questiona o grupo:
3 Minutos
Vídeo do
Youtube
(em anexo)
“Fome”
4 Minutos
Vídeo do
Youtube
(em anexo)
“Auto-estima”
Computador
portátil.
Projector
com tela de
projecção.
O que sentiram ao ver estas imagens?
Regista as respostas.
17 Minutos
Acção 3
Visionar o
Vídeo 2
“Auto-estima”
O(a) educador(a) convida o grupo a assistir a um novo
vídeo. Este vídeo tem por base a promoção da auto-estima
estima através de um spot publicitário de uma marca de
desodorizantes para raparigas.
É interessante, uma vez que, ao longo do mesmo,
vemos a mudança do estado de espírito das raparigas
intervenientes.
Como no caso anterior, cabe ao(à) educador(a) escolher o
vídeo que melhor se adapte, podendo sempre recorrer ao
Youtube para outra escolha, relativa a esta temática da
auto – estima. O grupo irá, agora, relaxar um pouco em
relação ao estado de espírito provocado pelo vídeo.
O(a) educador(a) questiona o grupo:
O que sentiram ao ver estas imagens?
E as raparigas do vídeo, como se sentem?
Regista as respostas.
ter ideias para mudar o mundo
36
Área de Conhecimento O4. Os nossos estados de espírito
SOMA
HORÁRIO Acção
21 Minutos
Acção 4
Visionar o Vídeo 3
“Motivação”
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) termina a ronda de intervenções sobre
o vídeo anterior e apresenta a última proposta.
Esta escolha recai sobre um vídeo relacionado com
a motivação e nada melhor do que um exemplo
desportivo. Este filme vai despertar um estado de
espírito positivo, e o grupo irá descontrair e começar
a rir e a ficar mais agitado. As imagens apelam
à acção e mostram alegria, sucesso e superação das
dificuldades.
O(a) educador(a) questiona o grupo:
Duração Recursos
4 Minutos
Vídeo do
Youtube
(em anexo)
“Motivação
desportiva”
O que sentiram ao ver estas imagens?
Regista as respostas.
31 Minutos
35 Minutos
45 Minutos
Acção 5
Cada criança
responde a um
questionário
individual
O(a) educador(a) pede às crianças que, individualmente,
preencham um questionário (ficha 20) que se
distribui por todos. Cada um, em silêncio, deve reflectir
um pouco sobre as imagens que observaram e opinar
sobre os estados de espírito.
10 Minutos
Acção 6
Visionar o Vídeo 4
”Dinâmica do riso”
Com o objectivo de realizar uma total mudança de
estado de espírito e provar que são contagiosos,
o(a) educador(a) apresenta um pequeno filme de risos
de um bebé, muito bem-disposto, que rapidamente
contagia o grupo começando, assim, todas as crianças
a rir. O(a) educador(a) explica o contágio e apela a que,
em momentos menos positivos, nos lembremos de
coisas boas ajudando, assim, a alterar o estado de
espírito negativo. Cada pessoa tem a sua estratégia.
4 Minutos
O(a) educador(a), resumidamente, fala sobre os vídeos
e as flutuações dos estados de espírito do grupo
que foi observando. Na vida real estas situações
acontecem diariamente e devemos conseguir
equilibrar a nossa atitude positiva.
Questiona o grupo:
10 Minutos
Acção 7
Momento de
reflexão, em
grupo, sobre as
alterações dos
estados de espírito
do grupo ao longo
da sessão (1 hora);
Conclusão da
sessão com
Música para
promoção da
auto-estima do
grupo com todos
a cantar.
dos 9 aos 12 anos
FICHA 20
“Diz-me como te
sentes, dir-te-ei
quem és”
Vídeo do
Youtube
(em anexo)
“Rir”
VARIANTE
Propomos, como variante,
a opção de diferentes
filmes ou mesmo temáticas
abordadas nos filmes.
Consideramos que o
objectivo em si não são
as temáticas (desportiva,
pobreza, beleza, entre
outras), mas sim a sua
capacidade de alterar o
estado de espírito do grupo.
Caso pretenda utilizar
outros vídeos será sempre
necessário aferir da sua
capacidade de influência do
estado de espírito imediato.
As opções apresentadas
são meramente indicativas.
No entanto, já foram
aferidas e apresentaram
bons resultados. Os vídeos
utilizados estão em anexo
a este manual, caso não
possua ligação à internet.
1. Como se sentiram depois de ver os vídeos?
2. Depois de terem visto o vídeo, sentiram mais
vontade de fazer coisas?
3. Qual é o vídeo que vos leva a perder a vontade
de fazer coisas?
4. Pensa num projecto ou ideia que queiras
desenvolver e diz qual o estado de espírito que
deves ter.
ter ideias para mudar o mundo
37
Área de Conhecimento
05. Aprender a escutar as pessoas
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
O ser humano empreende e transforma a realidade, através da linguagem.
Esta área de conhecimento evidencia como, mediante a linguagem,
declaramos o desejo de empreender projectos, fazemos com que
outras pessoas se comprometam
com esses projectos e pedimos
que alguém desempenhe determinada tarefa em prol dos mesmos.
Previamente à acção, inventamos,
imaginamos e antecipamos todas
as acções que têm de ocorrer para
que um projecto se concretize.
Para que uma determinada coisa
aconteça, primeiro tem de haver
uma conversa – que é uma manifestação da linguagem e a principal
ferramenta para empreender. Portanto, as crianças que pretendam
formar-se neste âmbito, têm de
trabalhar nesta área de conhecimento.
A escuta activa das necessidades
e preocupações das pessoas que
rodeiam a vida das crianças, também faz parte do desenvolvimento
do processo de aquisição de competências empreendedoras.
ter ideias para mudar o mundo
38
Conceitos mais relevantes
da área de conhecimento
O uso da linguagem é uma competência essencial, no âmbito do
empreendedorismo. A linguagem possibilita que se estabeleça uma
relação entre as pessoas. Isto permite transmitir informação sobre
ideias, emoções, pensamentos e opiniões, etc.
Comunicar para produzir acção: utilizar a comunicação para
coordenar acções e fazer com que uma determinada ideia se concretize.
Concretizamos ideias porque estabelecemos compromissos prévios
com outras pessoas: das conversas surgem planos para levar a bom
termo um projecto.
Através das conversas, comprometemo-nos a realizar determinadas
acções e não executar outras. Propomos várias acções e opomo-nos
à realização de outras.
A escuta activa das necessidades e preocupações dos nossos
colaboradores (pessoas a quem nos dirigimos) é indispensável para
a pessoa empreendedora. A escuta activa permite criar ofertas
sedutoras para eles.
O erro que mais frequentemente se comete é não escutar o que o
colaborador diz; não fazer um esforço para escutar e interpretar o que
nos é comunicado.
Os colaboradores ou pessoas com as quais nos relacionamos (pessoal
ou profissionalmente) têm a sua própria interpretação da realidade; é
essencial escutá-los, para perceber o seu ponto de vista, e perguntar,
quando temos dúvidas sobre o que nos está a ser transmitido.
A escuta activa começa quando nos desligamos daquilo que
pretendíamos comunicar e fazemos um esforço para escutar
e interpretar o que o colaborador nos quer transmitir.
Área de Conhecimento
A escuta activa envolve ouvir o nosso colaborador, sem
a interferência das nossas ideias, opiniões ou interpretações.
Trata-se de escutar e perguntar sobre o que não entendemos.
Escutar enriquece a nossa oferta: descobrimos o que preocupa o
nosso colaborador, o que necessita, o que estaria disposto a comprar.
Quando escutamos, não devemos refutar argumentos, impor as
nossas opiniões. Tentar ficar por cima do nosso colaborador é
improdutivo e impede que caminhemos na mesma direcção.
A escuta activa, bem como a capacidade de mostrar
empatia pelo nosso colaborador, aprende-se a utilizar,
através de algumas técnicas:
Desligar: afastar os nossos pensamentos e opiniões para ficar atento
ao que o colaborador está a transmitir.
Escutar sem interromper: nunca interromper o colaborador quando
nos transmite o que o preocupa ou sobre o que precisa. Se o impulso
é incontrolável podemos utilizar várias estratégias que nos contenham,
como por exemplo, morder a língua.
Pedir para clarificar: solicitar que nos transmita mais informação
e aprofunde determinados aspectos; mostrar interesse pelas opiniões
do colaborador.
Fazer quadros mentais: fazer quadros mentais sobre aquilo que
estamos a ouvir ajuda-nos a encontrar respostas satisfatórias
para nós mesmos e para o nosso colaborador.
Centrarmo-nos no ponto de vista do colaborador: para vendermos
o nosso produto, o que é importante são os pontos de vista do
colaborador e não os nossos.
O que irá acontecer se não escutarmos?
Não haverá futuro: tentámos convencer a outra pessoa dos nossos
pontos de vista,interrompemo-la, tentámos que se contradissesse,
irritamo-la… no fim, cada interlocutor segue o seu caminho sem se
ter enriquecido com a conversa.
O que irá acontecer depois de aplicarmos
a escuta activa?
Conhecemos a visão do colaborador: ao escutar o colaborador,
descobrimos novas oportunidades para materializar, juntamente
com ele, ideias que, provavelmente, nunca teríamos imaginado.
Nasce uma nova oportunidade de acção: ao escutarmos activamente
o colaborador, e começarmos a descobrir uma oportunidade que até
ao momento não contemplávamos, aparece uma nova oportunidade
de acção, um compromisso para produzir algo ou, simplesmente, a
consciência de que se podem abrir oportunidades no futuro com aquela
pessoa.
Conseguimos três coisas: depois da escuta activa, fico com a minha
ideia, com a ideia do colaborador, que eu desconhecia, e uma terceira
ideia que construímos durante a conversa.
Acções que produzimos durante a linguagem?
Declarar: pomos em funcionamento a máquina para que uma nova
ideia aconteça, isto é, declaramos que queremos fazer algo.
Pedir: pedimos a outras pessoas que realizem determinada tarefa, que
produzam acção para que um projecto possa, de facto, concretizar-se.
Prometer: comprometemo-nos a fazer determinada tarefa por alguém.
Afirmar: relatar factos comprováveis.
ter ideias para mudar o mundo
39
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O5. Aprender a escutar as pessoas
SOMA
HORÁRIO Acção
Todas elas conseguiram
formar uma frase
utilizando uma das
funções da linguagem.
As crianças de 3 anos
necessitaram a ajuda
do(a) educador(a).
ter ideias para mudar o mundo
40
Duração Recursos
10 Minutos
Acção 1
Dramatizar a
história com
fantoches:
“A Floresta
da Bicharada”.
O(a) educador(a) pede às crianças que se sentem
no chão em semicírculo, que façam silêncio e prestem
muita atenção à história que vão ouvir.
O(a) educador(a) conta a história inventada (ver Ficha 21)
sobre os animais que moram na floresta e que um dia
se deparam com um problema (que é a falta de alimento)
e que o têm que resolver o mais brevemente possível,
porque está em risco a sua sobrevivência. Este problema
só é resolvido pelo animal que está atento a todas as
necessidades do grupo.
O principal objectivo é transmitir às crianças que é
importante escutar. É através da escuta activa que se
conseguem atingir bons resultados no nosso projecto.
10 Minutos
20 Minutos
Acção 2
Interpretar
a história.
Depois de contar a história, o(a) educador(a) coloca,
às crianças, as seguintes questões:
10 Minutos
Pode-se concluir que
esta actividade foi muito
positiva e muito útil para
o/a educador(a), assim
como para as crianças
porque, ao realizar-se a
actividade, na qual
as crianças tinham
que identificar os vários
sons, houve crianças
que não conseguiram
identificá-los.
Não os reconheceram
porque estavam
completamente
distraídas (e não por
não conhecerem o
som). Portanto, esta
actividade veio reforçar a
ideia/objectivo principal:
é muito importante estar
atento às necessidades
existentes, pois só assim
se consegue elaborar um
projecto com sucesso.
Descrição e metodologia
FICHA 21
História
inventada
“A Floresta
da Bicharada”
- Quem mora na floresta?
- O que aconteceu nessa floresta?
- E agora, o que é que os habitantes da floresta fizeram
para resolver o problema?
- Quem conseguiu resolver totalmente o problema?
- Porque é que esse bichinho conseguiu resolver esse
problema e o outro não?
- Como é que os habitantes da floresta se
compreenderam?
Com estas perguntas, o(a) educador(a) reforça a ideia
que o bicho que resolveu o problema foi o que escutou
activamente todos os animais – esta atitude é mostrada
pela pessoa empreendedora.
30 Minutos
Acção 3
Apresentar,
em PowerPoint,
imagens sobre
as Funções da
Linguagem.
As crianças devem continuar sentadas em semicírculo e
atentas.
Dinâmica geral para cada FUNção (ver ficha 22)
O(a) educador(a), através da utilização do computador, deve
mostrar a imagem referente a cada função/ conceito, com
som, e esperar por possíveis respostas das crianças.
Se estas não conseguirem aproximar-se do que lhes é
pedido, o(a) educador(a) deverá dar exemplos alusivos à
função da linguagem.
10 Minutos
FICHA 22
Imagens com
sons com
as diferentes
funções da
linguagem
Computador
Projector de
vídeo
Área de Conhecimento O5. Aprender a escutar as pessoas
SOMA
HORÁRIO Acção
Continuação
Acção 3
Descrição e metodologia
Duração Recursos
> Prometer: Através da linguagem, podemos prometer
determinadas coisas, por exemplo, podemos prometer que se
vai ajudar a mãe a arrumar o quarto na próxima 4ªfeira.
Continuação
> VARIANTE
O PowerPoint
pode ser
substituído por
outros recursos
tais como,
fotocópias ou
acetatos.
> Comprometer: Através da linguagem, alguém se pode
comprometer a realizar determinadas coisas. Por exemplo,
uma criança pode-se comprometer em ir ao veterinário com o
cão da vizinha.
> Afirmar: Através da linguagem se podem fazer
afirmações, por exemplo: “Afirmo que não fui eu que atirei isto
para o chão.”
dos 3 aos 6 anos
Todas as dinâmicas
implementadas, nesta
sessão, tiveram sucesso.
Todas elas contribuíram
para o sucesso da
sessão.
As crianças ficaram a
saber a importância da
escuta activa e as várias
funções da linguagem.
Reagiram bem a todas as
actividades propostas.
> Declarar: Através da linguagem, se pode declarar.
Por exemplo, quando se assiste a um casamento, o senhor
padre diz: “Eu vos declaro marido e mulher.
40 Minutos
Acção 4
Inventar frases
utilizando as
Funções da
Linguagem.
As crianças devem continuar sentadas em
semicírculo e atentas.
O(a) educador(a), depois de explicar todas as funções da
linguagem, (afirmar, declarar, comprometer e prometer)
pede, a cada criança, que exemplifique uma das funções
da linguagem que assimilaram, inventando uma frase.
O(a) educador(a) recolhe as frases que as crianças lhe
transmitem numa folha.
10 Minutos
Folhas de papel
50 Minutos
Acção 5
Dinâmica
sobre a Escuta
Activa
As crianças devem continuar sentadas em semicírculo e
atentas.
O(a) educador(a) deve colocar-se atrás do fantocheiro (ou
de qualquer objecto, desde que fique todo encoberto) e,
utilizando vários materiais e objectos (ver exemplo nos
recursos) deverá fazer os diversos sons para que as
crianças oiçam e consigam identificá-los correctamente.
Se houver crianças que não consigam identificar os sons
(que são do conhecimento geral de todas as crianças da
sua idade), o(a) educador(a) deverá reforçar a ideia de
que só não conseguiu identificá-los porque não esteve
atenta, e isto acontece também quando os nossos pais, os
nossos(as) educadores(as) e os nossos amigos nos contam
ou pedem coisas e nós não escutamos. As pessoas
empreendedoras são aquelas que escutam activamente.
10 Minutos
Fantocheiro
Vários objectos
e materiais:
papel,
pandeireta,
balões,
sacos de
plástico,
entre outros.
ter ideias para mudar o mundo
41
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O5 Aprender a escutar as pessoas
SOMA
HORÁRIO Acção
Acção 1
Conversar com
as crianças
sobre o
conceito de
linguagem.
O(a) educador(a) inicia a sessão introduzindo o conceito
de linguagem: o meio de comunicação utilizado pelos
humanos e através do qual se constroem novas
realidades.
O(a) educador(a) relembra às criançasque foi através da
linguagem, da conversa que estabeleceram entre si no
“Forum das Ideias” que chegaram a novos projectos, isto
é, novas realidades.
10 Minutos
15 Minutos
Acção 2
Introduzir o
conceito de
Escuta activa.
Dinâmica
“Telefone
Maluco”
O(a) educador(a) introduz uma dinâmica que consiste em
arranjar dois copos de plástico e alguns metros de fio de
coco. Após recolha do material, passa-se à construção
do mesmo: furar o fundo dos copos e introduzir o fio
de coco; dar alguns nós e está pronto a usar. O fio deve
estar inteiramente esticado. A esta dinâmica podemos dar
o nome de “Telefone Maluco”.
Pretende-se com esta dinâmica que as crianças escutem
as necessidades que outros têm e ajam em função da
mesma.
5 Minutos
O(a) educador(a) divide o grande grupo em subgrupos: de
um lado estará o grupo das “Necessidades” e do outro os
que “escutarão e satisfarão as necessidades”.
O(a) educador(a) distribui, ao Grupo das Necessidades, as
mensagens que terão de passar aos outros colegas do
Grupo da Escuta, para que estes oiçam e satisfaçam a
necessidade em causa:
1. “Estou com fome e sede”
2. “Estava a jogar no recreio e caí, fiz uma
ferida no joelho”
3. “Gosto muito dos livros do Harry Potter,
mas não conheço ninguém que me empreste!”
O(a) educador(a) conclui a dinâmica dizendo que as
pessoas empreendedoras escutam as necessidades, os
problemas, as preocupações dos outros e tentam suprilas. A isto chama-se Escuta Activa, a partir da qual os
empreendedores criam novos projectos.
ter ideias para mudar o mundo
42
Duração Recursos
10 Minutos
A Escuta Activa é um
novo conceito aprendido
pelas crianças e que está
a ser constantemente
utilizado no dia a dia.
A ideia principal deste
conceito é o de levar as
crianças a escutar as
necessidades dos outros
e a agir. Foi esta a ideia
chave levada a cabo
nesta sessão.
Descrição e metodologia
Copos de plástico
(ex. iogurte).
Fio de coco.
> VARIANTE
Podem utilizar-se
outras mensagens
mais adequadas
ao contexto das
criançascom
quem estamos a
trabalhar.
Área de Conhecimento O5. Aprender a escutar as pessoas
SOMA
HORÁRIO Acção
20 Minutos
Acção 3
Apresentar
diferentes meios
de comunicação.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
5 minutos
Após terem chegado, em conjunto, ao conceito de
Linguagem e Escuta Activa, o(a) educador(a) faz uma
apresentação de diferentes meios de Escuta Activa
(ex: livros, jornais, revistas, cartas, TV, rádio, etc.).
É importante que o(a) educador(a) explique às
crianças que é através dos sentidos que se escuta as
necessidades dos outros. E, por isso, os diferentes
materiais, anteriormente citados são relevantes,
porque com o ouvido podemos escutar a rádio, TV, as
pessoas, etc; com a vista, visualizamos a TV, livros,
jornais, revistas, etc.… e interiorizamos a mensagem e,
de igual modo, com o resto dos sentidos.
30 Minutos
Acção 4
Escuta Activa
das necessidades
do Centro
dos 7 aos 8 anos
Televisão;
revistas;
rádio;
cartas;
jornais;
desenhos;
livros…
10 Minutos
O(a) educador(a) propõe às crianças que identifiquem
as necessidades existentes no Centro Educativo Alice
Nabeiro que eles possam suprir.
ter ideias para mudar o mundo
43
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O5. Aprender a escutar as pessoas
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Esta actividade
baseia-se na capacidade
de comunicar através
da linguagem e da
capacidade de efectuar
uma escuta activa
adequada, que ajude
a descodificar os
códigos linguísticos.
A linguagem é assim
o objectivo da sessão,
onde todos descodificam
a informação e agem
em função da mesma,
de forma proactiva.
As crianças, tentavam
entender a mensagem,
no entanto a dispersão de
sons era enorme o que
barrava a identificação
de oportunidades.
Foi uma sessão
dinâmica, de simples
abordagem em que as
crianças manifestaram
entender o conceito de
forma clara, aplicando
a outras situações do
quotidiano (as crianças
referem, que muitas
vezes não entendem
a matéria porque não
praticam escuta activa,
o que os impede de tirar
melhores notas nas
provas).
ter ideias para mudar o mundo
44
18 Minutos
28 Minutos
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Acção 1
Distribuir o
grupo
no espaço.
As crianças são dispostas em grupo e o(a) educador(a)
escolhe, aleatoriamente, emissores e receptores.
Entre os dois grupos, distantes cerca de 10 metros
é colocado um outro grupo que irá efectuar ruídos
diversos (com instrumentos músicais) de forma a
bloquear o canal de comunicação.
Este grupo fica em linha de frente para o emissor da
mensagem e de costas para o receptor.
O grupo dos ruídos inicia a actuação primeiro e, ao
sinal do(a) educador(a), o emissor faz a leitura do
comunicado (ficha 23).
O(a) educador(a) alerta os receptores para a
necessidade de estarem atentos e desvendarem a
mensagem, pois é importante para a escola.
10 Minutos
Acção 2
Segunda
tentativa com
directriz do(a)
educador(a)
Após uma primeira tentativa, sem que haja qualquer
directriz do(a) educador(a), repete-se o exercício,
transmitindo no início da sessão a importância da
escuta activa, despertando, desta forma, a atenção do
grupo receptor para tentar descobrir o anúncio.
O emissor repete, sem parar a notícia, a bom som e
de forma audível, até o(a) educador(a) dar ordem para
parar.
8 Minutos
Acção 3
Reflectir sobre
escuta activa
Reflexão em grande grupo sobre a importância de
receber, interpretar e agir perante uma mensagem
transmitida e saber identificar nela uma oportunidade
para o futuro.
O(a) educador(a) explora a notícia que o emissor leu
e explica às crianças que aqueles que não praticam a
escuta activa, perdem a oportunidade de ganhar um
computador portátil e satisfazer uma ideia com a ajuda
do mágico Luis de Matos.
10 Minutos
O(a) educador(a) conclui a sessão dizendo que as
pessoas empreendedoras escutam as necessidades,
os problemas, as preocupações dos outros e tentam
supri-las. A isto chama-se Escuta Activa, a partir
da qual as pessoas empreendedoras criam novos
projectos.
Ficha 23
Instrumentos de
percussão para o
Grupo do ruído.
Ficha 23
Instrumentos de
percussão para o
Grupo do ruído.
> VARIANTE
Como variante desta
dinâmica sugerimos
o jogo do telefone
maluco. É necessário
construir, com dois
copos de plástico
e fio de coco, um
telefone. Duas a
duas, as crianças
terão de passar uma
mensagem entre si.
O fio do telefone,
entre o emissor e
receptor, deverá ter
entre 10 a 15 metros
de comprimento.
Área de Conhecimento
06. Aprender a transmitir o nosso projecto
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
Para que um projecto exista,
primeiro tem de ser imaginado
por alguém e, depois, contado a
outras pessoas - esta é a principal ferramenta para empreender novas acções: a elaboração
de narrativas.
Para fazer algo, primeiro, temos de construir planos, mesmo que sejam elementares. Isto
verifica-se, por exemplo, quando alguém quer construir a sua
casa. Primeiro desenham-se os
planos e, depois, a partir dos
planos começa-se a fazer as
obras.
Temos de transmitir às crianças
que algo similar ocorre quando
empreendemos um projecto: os
alicerces do mesmo constroem-se a partir do momento em
que as crianças inventem um
conto, uma história, uma narrativa que serve para contarem
os seus projectos.
O conto, a história ou a narrativa do projecto (é indiferente o
termo que utilizemos) evolui.
Conceitos mais
relevantes
Todos temos uma história
sobre aquilo que já fizemos na
vida ou sobre o que desejamos
vir a fazer. A isto chamamos
narrativa: a interpretação de
certas experiências que já
vivemos ou pensamos viver.
Podemos contar uma história
que seja clara e transparente
para nós mesmos, mas que
não faça sentido para os que
nos rodeiam.
As histórias realmente
valiosas são aquelas
que correspondem às
preocupações, necessidades
e vivências dos nossos
colaboradores.
A construção de narrativas
valiosas baseia-se na
realização da escuta activa
com os nossos colaboradores.
Competências para
fazer narrativas
influentes:
> Estado de espírito positivo.
> Depois de se pensar
naquilo que se quer
transmitir, elabora-se uma
história com sentido e valor
para nós mesmos e que,
simultaneamente, vai ao
encontro das necessidades,
preocupações e estados de
espírito dos colaboradores.
> Seleccionam-se e
observam-se os colaboradores
a quem vou contar a minha
narrativa.
> Apresento a minha narrativa
ao Colaborador.
As narrativas servem para
convencer outras pessoas
de que o nosso trabalho é
de benefício para ambos.
ter ideias para mudar o mundo
45
Área de Conhecimento O6. Aprender a transmitir o nosso projecto
Como construímos projectos
a partir de narrativas?
Guia para construir
uma narrativa:
> Primeiro, elaborar um plano, tal como
alguém que quer construir uma casa.
Sobre os planos iniciais, as pessoas
começam a visualizar a casa antes de
ela estar finalizada.
Identificar uma oportunidade. Fixe-se
naquilo que está a produzir insatisfação numa
comunidade de colaboradores.
Visionar um futuro possível. Imagine um
mundo ideal que resolva essa insatisfação.
(O quê?)
> Quando as pessoas imaginam a narrativa,
isto é, fazem um quadro mental do projecto
concluído, o cérebro produz imagens com
a mesma intensidade que utiliza quando a
obra está terminada. Isto produz energia,
emoções e um estado de espírito positivo.
Noção de valor e desperdício. Pense sobre
aquilo que é uma oportunidade e sobre do que
deve proteger-se. (Porquê?)
Identificação dos Colaboradores. Descubra
> Antecipar resultados: antecipar um
projecto ajuda-nos a concentrar energia
em torno dos resultados finais. Estas
energias criam um estado de espírito
favorável, que nos ajudará a encarar outras
acções menos gratificantes e que supõe
riscos e esforços, tais como: um crédito,
recorrer à ajuda da família, procurar uma
empresa de construção de confiança,
procurar canalizadores, pintores, escolher
móveis, etc.).
> Quando empreendemos um projecto,
pensamos igualmente numa narrativa que
ainda não existe.
> O conto, a história ou a narrativa do seu
projecto (é indiferente o termo que se utilize)
é a primeira bola de neve que apertamos nas
mãos até fazer uma bola de neve grande.
Sem a primeira não é possível a última.
> É preciso escrever a narrativa.
ter ideias para mudar o mundo
46
Outras considerações
antes de criar narrativas:
Todos somos participantes de histórias
partilhadas.
Antes de começar um projecto, é preciso ter
presente que os seres humanos pertencem
a histórias comuns.
quem são, onde vivem, ao que se dedicam,
o que os preocupa, como tomam decisões,
etc. Em definitivo, em tudo aquilo que lhes
diga “porque nos vão comprar o que lhe
oferecemos?”. (Para quem?)
A Oferta. Como vamos fazer para que a
nossa visão do futuro se materialize? Faremos
promessas de realização no tempo que foi
definido por nós e pelos colaboradores.
(Como?)
Técnicas de gestão. Identifique a maneira
As pessoas agrupam-se em comunidades
que verbalizam um passado comum.
Somos “histórias” que estão unidas às vidas
de outras pessoas, com as quais partilhamos
identidades, medos, desejos, esperanças,
vivências, etc.
É essencial aprender a descobrir os
interesses, os medos, as preocupações, os
desejos e as aspirações dos colaboradores.
como vai trabalhar e como vai administrar
a organização (Com quem?)
Técnicas de avaliação e resolução de
conflitos. Ter um plano de controlo e de
reelaboração da oferta, de modo a, estar
preparados para mudanças e ajustes
solicitados pelos colaboradores. Isto é,
gerir a nossa rede com flexibilidade, tratando
de encarar as ameaças como oportunidades.
(Quando e onde?)
Área de Conhecimento O6. Aprender a transmitir o nosso projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Acção 1
Dramatizar
a história
“A Locomotiva
das Pipocas”.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
O(a) educador(a) pede às crianças que se sentem em
semicírculo, de forma a ficarem de frente para o palco,
sem se prejudicarem umas às outras e de forma a estarem
atentas.
De seguida, o(a) educador(a), com a ajuda dos seus
auxiliares, deve dramatizar a história “A Locomotiva das
pipocas” (ver FICHA 24) onde, através do diálogo que as
personagens estabelecem, se evidência, principalmente,
10 Minutos
As crianças devem continuar sentadas em semicírculo e
atentas para que, de seguida, o(a) educador(a) estabeleça
um diálogo com elas acerca da história. O(a) educador(a)
deve fazer as perguntas necessárias à elaboração de uma
narrativa:
10 Minutos
“O que é o projecto?”, “Porque é que a menina o quer
realizar?”, “Para quem é que o projecto está dirigido?”,
ou seja, quem é o público a atingir; “Como é que
pensa realizar o projecto?”,
“Quem a vai ajudar a concretizá-lo?”,
“Quando é que está previsto a sua realização e onde?”.
20 Minutos
Acção 2
Interpretar
a história.
Ficha 24
Texto para
dramatização
da história
“A Locomotiva
das Pipocas”;
Várias
pessoas para
interpretarem
as diferentes
personagens;
Roupas
para cada
personagem;
O(a) educador(a) pede às crianças que se mantenham
sentadas e fechem o semicírculo, formando, assim, um
círculo. O(a) educador(a) também se deve sentar junto das
crianças e, em grande grupo, devem relembrar qual é o seu
projecto, ou seja, o projecto que as crianças irão realizar.
Devem, em seguida, fazer a narrativa desse projecto, onde
as crianças têm que responder às questões: “O quê?”,
“Porquê?”, “Para quem?”, “Como?”, “Com quem?”,
“Quando” e “Onde?”, para que a sua narrativa fique bem
Na sessão das narrativas,
os objectivos foram
atingidos depois de todas
as actividades realizadas.
Através da dramatização
feita pelos(as)
educadores(as) as
crianças conseguiram
compreender o que é
necessário para se fazer
uma boa narrativa.
Todas as crianças
participaram na
elaboração da narrativa
dos seus projectos.
Assim, as crianças, interiorizam o que é necessário para se
elaborar uma boa narrativa.
Acção 3
Criar a
Narrativa
do seu
projecto.
Experiência de
implementação
no CEAN
Os(as) educadores(as)
acharam que a
dramatização foi a
melhor escolha para
todas elas conseguirem
compreender o que é
uma narrativa, assim
como a sua importância
em qualquer projecto.
- “Qual é o projecto da menina?”;
- “Porque é que ela o quer realizar?”;
- “Para quem se destina o seu projecto?”;
- “Como o vai realizar?”;
- “Com quem o vai realizar e quem a vai ajudar?”;
- “Quando o vai realizar?”;
- “Onde o vai realizar?”.
35 Minutos
dos 3 aos 6 anos
15 Minutos
Folha de
registo
VARIANTE
Poder-se-á utilizar outra
história, mas sem nunca
perder de vista o conceito
de narrativa. Para a
representação da história
podem também participar
os alunos.
fundamentada e estruturada.
O(a) educador(a) deve fazer o registo escrito numa folha
branca sobre a narrativa que as crianças trabalharam.
O(a) educador(a) deverá reforçar a ideia de que a narrativa
que acabaram de construir pode ser utilizada para
contarem os seus projectos a toda a gente.
ter ideias para mudar o mundo
47
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O6. Aprender a transmitir o nosso projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Acção 1
Ler uma
narrativa.
25 Minutos
Depois da leitura do(a) educador(a) e da escuta activa por
Acção 2
Definir o conceito parte das crianças, o(a) educador(a) explica que, quando
se comunica, isto é, quando se transmite uma ideia, estáde Narrativa.
Através desta sessão,
o(a) educador(a) levou as
crianças a entenderem
que para qualquer
actividade/ rotina, no dia
a dia, as crianças devem
usar as narrativas.
Devem saber transmitir,
para cativar os seus
interlocutores. Nesta
sessão, o(a) educador(a)
explicou a forma de
elaborar boas narrativas
no quotidiano das
crianças.
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) convida as crianças a escutarem
atentamente uma história – A Lenda de São Martinho.
O objectivo está em que elas se sirvam da escuta
activa para responderem, correctamente, às questões
que serão, posteriormente, colocadas.
O(a) educador(a) pode, ainda, pedir às crianças que lhe
façam um resumo da história que acabaram de ouvir.
(ver ficha 25)
Duração Recursos
10 Minutos
Ficha 25
15 Minutos
Ficha 25
15 Minutos
Ficha 25
se a recorrer a uma narrativa.
Aquilo que alguém tenta transmitir a outrem, uma
história, um episódio da vida real ou qualquer outro
assunto, dá-se o nome de Narrativa.
O(a) educador(a) comunica às crianças que as pessoas
empreendedoras usam as narrativas para contar os seus
projectos às pessoas e que uma boa narrativa responde
às seguintes perguntas:
VARIANTE
A narrativa utilizada foi a
Lenda de São Martinho,
mas poderá ser substituída
por outra narrativa que
responda às questões-chave.
“O quê?”; “Porquê?”; “Como?”; “Para quem?”;
“Com quem?”; “Quando?”; Onde?”.
O(a) educador(a) coloca estas questões às criançaspara
serem respondidas a partir da história da acção
anterior. Pretende-se com esta actividade que as
criançasinteriorizem o tipo de informação necessária para
construir uma boa narrativa.
40 Minutos
ter ideias para mudar o mundo
48
Acção 3
Construir a
narrativa do
projecto.
O(a) educador(a), depois de interiorizar nas crianças o
conceito de narrativa e responder às perguntas-chave,
pede-lhes, agora, que façam a narrativa dos seus
projectos (respondendo também às perguntas-chave).
O(a) educador(a) deverá reforçar a idéia de que a
narrativa que acabaram de construir pode ser utilizada
para contarem os seus projectos a toda a gente.
Área de Conhecimento O6. Aprender a transmitir o nosso projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
Acção 1
Apresentar um
anúncio publicitário
da Coca-Cola com
base no YouTube
Descrição e metodologia
A sessão inicia com a apresentação de um filme
publicitário, no qual o(a) educador(a) identifica
- num guião a distribuir pelas crianças- as
respostas às perguntas:
Duração Recursos
5 Minutos
Porquê?, Para quem?, Como?,
Com quem?, Quando? e Onde?
Explica, com base no exemplo, que uma boa
narrativa deve responder a estas questões para
ajudar os colaboradores a entenderem a ideia e
o projecto do grupo.
17 Minutos
Acção 2
Construir uma
narrativa para
cada projecto.
Ficha 26
Computador Portátil,
Projector de vídeo,
ou Computador de
Secretária, com
ligação à internet
no sitio Youtube
(http://www.youtube.
com/ watch?v=
z6aCAx505fM)
Após a exploração do filme, o(a) educador(a)
solicita ao grande grupo que se divida nos
sub-grupos de projecto.
Com base no mesmo guião, os grupos irão
responder às questões-chave para chegarem
à narrativa, na coluna “o meu anúncio”, relativo
aos projectos dos grupos.
Para tal, contarão com cerca de 10 minutos.
O(a) educador(a) circula pela sala acompanhando
o desenvolver dos trabalhos, verificando o
envolvimento dos diversos elementos dos
grupos.
12 Minutos
Ficha 26
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Para começar, um
momento divertido
descontrai o ambiente
em sala. As crianças
reagiram de forma
divertida ao vídeo
apresentado e foi
imediata a resposta às
perguntas-chave de uma
boa narrativa.
Os grupos evoluíram
muito desde a primeira
sessão e responderam
sempre na perspectiva
empreendedora.
Nesta fase, já sentimos
uma evolução do
discurso das crianças.
VARIANTE
32 Minutos
Acção 3
Com base na
narrativa elaborada,
os grupos
constroem agora
um cartaz que seja o
resumo da narrativa
Numa folha de papel de cenário, os grupos
irão criar um cartaz de apresentação do seu
projecto, pretendendo-se, com este, responder
às perguntas-chave. Este deve ser apelativo
para o público em geral.
15 Minutos
Ficha 26
Cartolina A2
canetas coloridas
42 Minutos
Acção 4
Apresentar a
narrativa de cada
grupo
Após este período, os grupos terão que, em
apenas 2 minutos, apresentar a sua narrativa
aos colegas, identificando o projecto e
respeitando as bases de uma boa narrativa.
O grupo deve recolher de entre o grande grupo,
alguns interessados em participar no projecto.
Todas as narrativas serão gravadas em DVD e
serão apresentadas como um anúncio do
projecto.
10 Minutos
Câmara de filmar
Poderá optar por outro
qualquer vídeo publicitário
sempre e quando consiga
retirar dele a informação
necessária para responder
às perguntas: Porquê? Para
quem? Como? Com quem?
Quando? Onde?
ter ideias para mudar o mundo
49
Área de Conhecimento
07. Aprender a trabalhar com os colaboradores
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
Esta área aborda o contacto, o
conhecimento e as conversas
que realizamos com as pessoas que nos ajudarão a materializar o nosso projecto.
Damos o nome de “colaboradores” às pessoas que fazem
parte da equipa que levará a
bom termo o nosso projecto,
às que nos fornecem os recursos necessários para o projecto, às que financiam ou contribuem com recursos, às que
recomendam que se compre o
produto e/ou serviço e àquelas
que são da concorrência.
O treino do empreendedorismo,
nesta área, passa por ensinar
as crianças a estarem atentas a
todo este conjunto de colaboradores, a escutarem permanentemente as suas necessidades
e preocupações, a ocuparem-se do seu estado de espírito.
São os colaboradores que dão
sentido aos nossos projectos e
sem eles não existem tais projectos. Temos de aprender a
identificá-los, a reconhecê-los
e a trabalhar com eles.
ter ideias para mudar o mundo
50
Conceitos mais relevantes
da área de conhecimento
A visão actual das sociedades, no que respeita à noção de bom
profissional, está mais associada à forma como essa pessoa se
relaciona com os seus colaboradores do que, propriamente, com
os seus conhecimentos técnicos.
Temos de pôr-nos no lugar do colaborador e tratá-lo com
muita importância.
Temos de saber quem são os nossos colaboradores, para que
o nosso trabalho avance. Depois de identificados, fazemos o que
nos pedem.
A noção de colaborador transcende a mera compra ou
aquisição de uma oferta. Colaborador é qualquer pessoa que
tem uma função no nosso projecto. Colaboradores são todos os
cidadãos do mundo.
Todas as pessoas podem ser colaboradores de um projecto,
independentemente da sua situação profissional e pessoal.
Exigirá esforço e trabalho identificar os nossos colaboradores.
Devemos preparar as reuniões. Fazer um trabalho responsável
sobre o que vamos falar e que oferta vamos fazer.
O mais importante de tudo é adequar a nossa oferta às
necessidades do colaborador e não o inverso.
Área de Conhecimento
Podemos falar de
diferentes tipos de
colaboradores:
> Colaboradores compradores:
São os destinatários que se
beneficiarão com o nosso
produto e/ou serviço, e aos
quais temos de dedicar o
máximo trabalho e esforço
na tarefa de escutar, fazer
ofertas e satisfazer.
> Colaboradores financiadores:
São as pessoas que podem
financiar o nosso projecto e
saem beneficiados (entidades
financeiras, família, amigos,
colaboradores compradores,
colaboradores concorrentes,
colaboradores prescriptores).
> Colaboradores concorrentes:
> Colaboradores fornecedores:
São as pessoas que se
dedicam a fazer o mesmo que
nós para os colaboradores
compradores. Através de
parcerias, podemos inventar,
conjuntamente, novas ofertas
e beneficiarmos ambas
as partes. O colaborador
concorrente não é um inimigo,
é um potencial parceiro com o
qual podemos criar projectos
comuns e um referente para
a elaboração das nossas
ofertas.
São os que nos fornecem os
recursos necessários para
um projecto e beneficiam com
isso.
> Colaboradores prescriptores:
São as pessoas que têm
capacidade de influenciar a
compra dos colaboradores
compradores, e podem
recomendar-lhes que
adquiram o nosso produto
e/ou serviço.
ter ideias para mudar o mundo
51
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento O7. A prender a trabalhar com os colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Relembrar a história
“A locomotiva das
pipocas”, serviu para
se introduzir o tema
desta sessão: “rede
de colaboradores”. A
partir desta dinâmica
conseguiu-se introduzir
os vários tipos de
colaboradores e explicar
a função de cada um. As
crianças assimilaram os
conceitos transmitidos a
partir da história.
Consideramos que a
dinâmica foi bastante
simples, com poucos
recursos utilizados, o que
se torna acessível a todos
os(as) educadores(as).
ter ideias para mudar o mundo
52
O(a) educador(a) volta a contar a história “A Locomotiva
de Pipocas” (ver ficha 24).
O(a) educador(a) comunica que todas as pessoas que, de
uma maneira ou outra, estão relacionadas com o projecto
da Locomotiva de Pipocas são “colaboradores”. E existem
vários tipos de colaboradores (ver ficha 27).
O(a) educador(a) apresenta, até ao final da história, as
várias imagens dos diferentes tipos de colaboradores,
fazendo-lhes uma breve explicação do que significa cada
um:
Duração Recursos
10 Minutos
Em vez de
contar a história,
a abordagem
dos “Tipos de
Colaboradores”
poderá ser feita
através de uma
dramatização,
em que cada
personagem
retrata a função de
cada colaborador
num determinado
projecto.
> é aquele que aconselha/ prescreve o nosso projecto
Colaborador Financiador
> é aquele que financia o nosso projecto
Colaborador Fornecedor
> é aquele que fornece tudo o que é necessário para que
se consiga realizar o nosso projecto
Colaborador Comprador
> é aquele que compra/adquire o nosso projecto
Colaborador Concorrente
> é aquele quefaz concorrência ao nosso projecto.
20 Minutos
Acção 2
Recordar os
vários tipos de
colaboradores.
O(a) educador(a) deve questioná-las sobre os vários tipos
de colaboradores presentes na história. Poderá, ainda,
colocar-lhes as seguintes questões:
Ficha 24
Ficha 27
Imagens
referentes a
cada tipo de
colaborador;
> VARIANTE
Colaborador Prescritor
Nesta sessão as crianças
aprenderam que todos
os projectos têm
colaboradores e que
estes são imprescindíveis
para o sucesso do nosso
projecto. Ficaram a
conhecer os vários tipos
de colaboradores.
As crianças não
mostraram dificuldades
em identificarem os vários
colaboradores do seu
projecto. A actividade
foi bem executada e
participada por todos os
elementos do grupo.
Os objectivos foram
atingidos.
Acção 1
Descrever
os diferentes
colaboradores.
Descrição e metodologia
10 Minutos
Ficha 27
Imagens
referentes a
cada tipo de
colaborador;
15 Minutos
FICHA 28
Folha de registo
- “Quais foram os vários tipos de colaboradores que
vimos nesta história?”
- “O que são os colaboradores de um projecto?”
- “Qual a função de cada colaborador?”
O(a) educador(a) recorre, novamente, às imagens de cada
tipo de colaborador (ver ficha 27) com o objectivo de que
as crianças relembrem e interiorizem os vários tipos de
colaboradores.
35 Minutos
Acção 3
Identificar
os tipos de
colaboradores
presentes
nos seus
projectos.
O(a) educador(a) agrupa as crianças por projectos.
Cada grupo ocupa uma mesa e o(a) educador(a) deve
juntar-se a elas a fim de dialogarem sobre os projectos.
Os grupos identificam os tipos de colaboradores que estão
presentes no projecto que irão desenvolver.
O(a) educador(a) regista (ver ficha 28) os colaboradores
dos seus projectos.
O(a) educador(a) termina a sessão comunicando às
criançasque paraconcretizar um projecto é impresc indível
identificar os colaboradores que nos vão ajudar a realizar o
nosso projecto.
Área de Conhecimento
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
15 Minutos
27 Minutos
Acção 1
Distribuir o
Jornal do
Centro
Educativo.
Acção 2
Definir o
conceito de
“colaborador”
Acção 3
Explorar os
vários tipos de
colaborador
(comprador,
financiador,
fornecedor e
concorrente)
07. Aprender a trabalhar com os colaboradores
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) mostra o jornal do CEAN, “Soletra” e fica
atento(a) às reacções das crianças.
O(a) educador(a) questiona as crianças sobre os conteúdos
do jornal:
Duração Recursos
5 Minutos
Jornal
10 Minutos
Jornal.
Quadro.
12 Minutos
Quadro.
Vários
exemplos
de jornais.
O(a) educador(a) apresenta o conceito de colaborador:
qualquer pessoa que tem uma função no nosso projecto.
Os colaboradores são todos os cidadãos do mundo.
“E se fossem vocês que tivessem de publicar o jornal e
se não tivessem possibilidades de o fazerem sozinhos
(porque isso também depende de alguns gastos
monetários), a quem pediriam ajuda?”.
As respostas das criançassão anotadas no quadro.
O(a) educador(a) explica que as pessoas mencionadas serão
os financiadores, mais precisamente os Colaboradores
Financiadores.
Depois, perguntar-lhes o que será necessário (recursos
materiais e humanos) para a execução do jornal. Após
respostas dadas, o(a) educador(a) encaminha-os para o
conceito de Colaborador Fornecedor.
Experiência de
implementação
no CEAN
A utilização do jornal
“Soletra” foi pertinente
para chegar aos
conceitos propostos
nesta sessão.
1. Gostam do jornal?
2. Conhecem-no?
3. Quais os assuntos abordados?
4. O que é que vos chama mais a atenção?
O(a) educador(a) apresenta os vários tipos de colaboradores
e explica que, aquele que compra, aquele que adquire um
produto/serviço, tem o nome de Colaborador Comprador.
De seguida, o(a) educador(a) pergunta:
dos 7 aos 8 anos
As crianças ao
terem conhecimento
prévio do jornal, foi
fácil responderem
às questões do(a)
educador(a), e
posteriormente,
por si só chegarem
aos conceitos.
Foi uma sessão bastante
dinâmica em que a
participação foi global.
A interiorização dos
conceitos foi bastante
satisfatória.
VARIANTE
Desta vez, utilizou-se o jornal
“Soletra” elaborado pelas
crianças do CEAN.
O(a) educador(a) poderá
recorrer ao jornal da escola
residente ou outros exemplos
mais adequados ao contexto
das criançascom que se está a
trabalhar.
Distribuir, se possível, um jornal de outra escola para que
as crianças possam fazer uma comparação entre os dois
e chegarem à conclusão de que são concorrentes. Isto
é, têm a mesma função, que é dar informação aos seus
leitores, mas são feitos de formas diferentes e por outros
autores. É importante que percebam que este colaborador
não é inimigo! É um potencial parceiro que até se pode
juntar a nós e beneficiarmos ambos. Chega-se, assim, ao
Colaborador Concorrente. continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
53
dos 7 aos 8 anos
Área de Conhecimento 07. Aprender a trabalhar com os colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
40 Minutos
Acção 4
Colaborador
Prescriptor.
Descrição e metodologia
Para terminar, o(a) educador(a), numa pequena encenação,
conta a seguinte história:
Duração Recursos
13 Minutos
“Dois amigos encontram-se num quiosque de jornais e
um deles mostra-se muito indeciso entre dois jornais:
- Olá João, estás bem?
- Sim, estou bem, mas sabes estou muito indeciso
entre estes dois jornais. Não me queres ajudar a
escolher?
- Sim, sim, claro. Este jornal é mais colorido e tem
temas mais interessantes. O outro é mais barato,
mas é mais feio, tem menos qualidade e os temas são
muito chatos, não é para a nossa idade.
-Obrigado pela tua recomendação. Vou escolher este
mesmo.”
Jornal
Quadro
> VARIANTE
A encenação
pode ser feita por
duas crianças
que previamente
leram um guião
dado pelo(a)
educador(a).
Com esta abordagem, o(a) educador(a) transmite o
conceito de Colaborador Prescriptor (aquele que
aconselha, recomenda um produto/serviço).
50 Minutos
ter ideias para mudar o mundo
54
Acção 5
Aplicar os
diferentes
conceitos de
colaboradores,
no projecto de
grupo.
Após terem assimilado os conceitos dos diferentes tipos
de colaboradores, as crianças irão aplicar ao seu projecto
de grupo. (ver Ficha 29).
O(a) educador(a) termina a sessão e comunica às crianças
que para concretizar um projecto é imprescindível
identificar os colaboradores que nos vão ajudar a realizar
o nosso projecto.
10 Minutos
Ficha 29
Área de Conhecimento 07. Aprender a trabalhar com os colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
25 Minutos
35 Minutos
Acção 1
Apresentar
o convidado
no âmbito da
sua rede de
colaboradores
e sua
importância
para o
sucesso.
Acção 2
Apresentar a
sua rede de
colaboradores
e de como ela
é importante
para o sucesso
do projecto.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Organizar o grande grupo no espaço multiusos.
Contar com a presença do Paulo Carrilho, Montanhista
e jovem diabético que subiu, recentemente, a cordilheira
do Atlas em Marrocos, acompanhado de um grupo
de jovens diabéticos Portugueses, para mostrarem
que a doença não é limitativa da prática desportiva
e contactarem com exemplos de colaboradores na
implementação do projecto.
Foi um exemplo de uma pessoa empreendedora que teve
visibilidade nacional, uma vez que apareceu em diversos
programas de televisão e jornais nacionais e que as
crianças reconhecem rapidamente, pois o Paulo nasceu
e vive em Campo Maior.
O(a) educador(a) pode convidar uma personagem da sua
localidade ou mesmo de âmbito Nacional (de uma outra
área profissional) que se disponibilize como referência
para as crianças.
Antes da sessão propriamente dita, é necessário
preparar o Paulo para o discurso, visto que vai abordar
a sua experiência na perspectiva dos diferentes tipos de
colaboradores.
Apresentar um guião onde consta a rede de
colaboradores que o Paulo estabeleceu em relação
ao seu projecto e a rede de colaboradores que eles
teriam de estabelecer para fazerem uma expedição
na Montanha, a que chamámos, ”A conquista do
Sonho”. O projecto do Centro seria da autoria dos(as)
educadores(as) e as crianças seriam os colaboradores
compradores da ideia, podendo participar na expedição.
O(a) educador(a), através, da ficha 30, define cada um
dos tipos de colaboradores de um projecto.
Iniciar a sessão com uma breve apresentação
do Paulo e da sua experiência.
25 Minutos
Apresentar o equipamento da expedição com
referência aos colaboradores.
Depois de uma breve apresentação do Paulo e da sua
rede de colaboradores, apresentar alguns materiais
necessários para uma aventura na montanha e perguntar
às crianças se elas estão preparadas para uma aventura
semelhante.
10 Minutos
Apresentação
em PowerPoint
e vídeo da AJDP
(Associação de
Jovens Diabéticos
de Portugal).
Visita do Paulo
Carrilho (jovem
empreendedor
na área do
Montanhismo,
escalada e
associativismo).
Sala Multiusos
Ficha 30
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Foi, sem dúvida, um
momento marcante para
as crianças do CEAN.
O Paulo ficou
referenciado pelas
crianças como um jovem
empreendedor. A sua
experiência de vida
clarificou a definição de
colaborador.
Partindo sempre do
exemplo prático, foi
fácil para as crianças
identificarem os
diferentes tipos de
colaboradores.
Privilegiámos, neste
caso, a visita de uma
personalidade ao
Centro. Esta estratégia
insere-se na lógica de
multidisciplinaridade
que consideramos
fulcral para a criança
empreender.
Ficha 30
“A conquista
de um sonho”.
- vídeo da
TVI sobre a
expedição.
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
55
dos 9 aos 12 anos
Área de Conhecimento
07. Aprender a trabalhar com os colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
Continuação
Acção 2
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Ficha 30
“A conquista
de um sonho”.
- vídeo da
TVI sobre a
expedição.
Continuação
O Paulo apresenta algumas imagens da TVI sobre o seu
projecto e mostra um exemplo de colaborador
promotor/prescritor. Apresenta a publicidade dos seus
colaboradores fornecedores e mostra os materiais
fornecidos, bem como a publicidade dos colaboradores
financiadores e explica como foram importantes. Dá,
também, um exemplo de um colaborador da concorrência
como sendo um outro grupo que sobe a montanha e que
partilham materiais para superar as dificuldades.
Através do exemplo do Paulo Carrilho pretende-se que as
crianças se apercebam da importância dos colaboradores.
O(a) educador(a) termina a sessão e comunica às
criançasque para concretizar um projecto é imprescindível
identificar os colaboradores que nos vão ajudar a realizar o
nosso projecto.
ter ideias para mudar o mundo
56
45 Minutos
Acção 3
Criar uma
situação fictícia
de definição de
uma rede de
colaboradores
para um
projecto das
crianças.
Colocar, então, a situção figurada de uma viagem ao Atlas,
como a do Paulo, organizada pelos(as) educadores(as).
Questionar o grupo sobre quem seria o seu colaborador
comprador, o seu colaborador financiador, o colaborador
fornecedor, o colaborador da concorrência e o colaborador
prescritor.
O grupo vai respondendo, criando as suas redes de
colaboradores com base nas suas vivências e na
apresentação que o Paulo lhes ofereceu.
10 Minutos
Ficha 31
Material de
montanha
diverso.
55 Minutos
Acção 4
Preencher o
guião com base
nas relações
necessárias
para superar
limitações
- para atingir
o sucesso
- recorrendo a
um colaborador
concorrente.
Preparação de
um exemplo
pelas crianças.
Trabalhar com maior ênfase o colaborador concorrente
dando um exemplo com um guião em anexo. Neste guião
constam três grupos de Atl, que vão fazer a mesma subida,
ao mesmo tempo, mas com materiais e experiências
diferentes.
O Paulo apresentou um exemplo de um colaborador
concorrente na sua aventura e o grupo, com base nessa
lógica, terá de verificar como poderia melhorar o seu
rendimento, estabelecendo colaboração com um dos
colaboradores concorrentes.
10 Minutos
Ficha 31
Material com
publicidade dos
colaboradores
fornecedores e
financiadores
do Paulo.
Explorar as dicas das crianças e apresentar uma tabela
com uma avaliação da experiência e do material dos três
grupos.
continua na página seguinte
Área de Conhecimento 07. Aprender a trabalhar com os colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
60 Minutos
Acção 5
Redefinir o
conceito inicial
de colaborador
e alertar para a
mais-valia que
todos podem
representar
para o nosso
sucesso.
Descrição e metodologia
No final, o(a) educador(a) pede ao grupo para redefinir o
que é um colaborador.
Pretende-se que as crianças, através dos exemplos dados,
entendam que um colaborador é qualquer pessoa que tem
uma função no nosso projecto e que, portanto, nos ajuda
a concretizá-lo.
Clarifica o que deverão fazer nos seus projectos para
estabelecer uma rede de colaboradores e convida os
sub grupos a definir os seus colaboradores com base na
FICHA 32.
dos 9 aos 12 anos
Duração Recursos
5 Minutos
Ficha 32
VARIANTE
Esta dinâmica deverá ser
adaptada aos agentes locais
ou contactos que possam ser
estabelecidos com possíveis
convidados. Existe sempre
um bom exemplo, para as
crianças, de alguém que se
destaca na comunidade, pelo
seu espírito empreendedor.
É sempre positivo que, ao
longo do processo de aplicação
das áreas do conhecimento,
ascrianças contactem
comagentes empreendedores
da comunidade.
O caso apresentado é
meramente um exemplo
(Paulo enquanto representante
da AJDP- Associação
de Jovens Diabéticos de
Portugal).
ter ideias para mudar o mundo
57
Área de Conhecimento
08. Descubro as necessidades para fazer ofertas
Objectivos
Contextualização teórica
da área de conhecimento
•Assimilação de conceitos.
Uma oferta parte de algo tão simples como escutar uma necessidade e inventar uma solução.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
O(a) empreendedor(a) é uma pessoa que faz, permanentemente,
ofertas e cria oportunidades para todos os seus colaboradores. E
estes identificam-no por ter esta qualidade.
•Aplicação em projectos
reais.
Esta é a qualidade mais destacada de uma pessoa empreendedora,
para a qual, até agora, a formação não tem oferecido preparação.
Aprende-se a fazer ofertas, tal como se aprende a cultivar a terra, a
trabalhar o ferro, a trabalhar em contabilidade, a compor música...
Para além de não haver formação, a prática sistemática de fazer
ofertas não está implementada na nossa cultura tradicional. Portanto, não é uma prática social difundida, tal como são a tolerância
ou a solidariedade.
Na vida quotidiana, de forma habitual e, inclusive, inconscientemente, realizamos e recebemos ofertas. Aprender a fazê-lo é algo
que nos ajudará a viver e a desenvolvermo-nos num mundo de
incertezas, onde a única certeza é que tudo muda a ritmo frenético. Onde se produz uma mudança aparece uma oportunidade para
realizar ofertas.
O objectivo nesta área, portanto, é ensinar as crianças
a fazer ofertas a outras pessoas, com base em
competências, tais como, escutar, relacionar-se,
fazer propostas e criar equipas.
ter ideias para mudar o mundo
58
Área de Conhecimento
Conceitos mais
relevantes
Um projecto é uma oferta que
fazemos a um colaborador.
Ninguém nos ensinou a
apresentar as nossas ideias às
pessoas; por isso, talvez não
saibamos fazê-lo. Muitas vezes
chegamos a pensar que está
mal visto, no entanto, as pessoas
que triunfam são aquelas que
estão acostumadas a fazer
ofertas. Fazer ofertas é uma
competência que se adquire.
A prática de fazer ofertas é
típica das pessoas que querem
concretizar projectos em
qualquer âmbito.
A pior oferta do mundo é
aquela que não fazemos. Se
não fazemos ofertas, perdemos
uma grande oportunidade de ter
um colaborador e, inclusive, de
melhorar o nosso produto.
As ofertas que realizamos
criam valor no mundo que
nos rodeia; permitem-nos
alterar aquilo que não funciona
e ajudar-nos a construir um
mundo melhor. Estas ofertas
vão-se alterando para melhor e
adaptando-se às necessidades
de todos.
A oferta é um fenómeno vivo
que vai evoluindo e melhorando
em função dos colaboradores.
É importante que desde o
início nos familiarizemos na
apresentação de ofertas, na
elaboração de protótipos, para
que os nossos colaboradores
e nós mesmos saiamos
beneficiados.
É muito difícil acertar com uma
oferta à primeira tentativa.
As melhores ofertas resultaram
de muitas tentativas falhadas.
Todos somos colaboradores,
pessoas que fazem e aceitam
ofertas.
As ofertas podem adaptar-se
a todas as situações e
circunstâncias. São infinitas
as possibilidades de ofertas.
Diariamente, inventam-se e
renovam-se milhões de ofertas.
As ofertas resultam do trabalho
de muitas pessoas e não,
apenas, de uma. Temos de
olhar de perto para o exemplo
das pessoas que sabem fazer
ofertas e imitá-las.
Épocas de mudança são o
melhor momento para fazer
ofertas. Quando as coisas estão
a mudar, aparecem sempre
novas oportunidades.
Fazer ofertas é um trabalho
que se baseia na conversa,
reflexão e escrita. Isto é,
escutar uma insatisfação,
conversar e reflectir acerca
disso para, posteriormente,
escrevermos a resposta que
damos a essa necessidade
- e o que vamos ganhar com a
referida oferta.
Quando inventamos ofertas,
construímos oportunidades
que antes não existiam. Quando
fazemos ofertas, os outros
encaram-nos como uma
oportunidade.
Quando faço ofertas? Faço
ofertas e, depois, espero que os
colaboradores venham até mim?
Não. É muito mais produtivo o
processo contrário: escuto o
que os colaboradores querem,
e estão dispostos a aceitar, e
depois faço a oferta.
É da máxima importância treinar
a prática da escuta activa. As
conversas sociais são a matéria
essencial para construir ofertas.
Outra técnica essencial é
observar o que funciona como
oferta noutras partes do mundo
e apresentá-la aos nossos
colaboradores.
As ofertas são promessas
futuras que cobrem uma
necessidade.
As ofertas existem porque
alguém as faz (fornecedor) e
alguém as escuta (colaborador).
Não há pedido, nem
promessa, nem oferta se não
estabelecermos o tempo
em que faremos aquilo que
acordarmos com o nosso
colaborador.
A oferta materializa-se no ciclo
de trabalho. Depende de quem
pede, quem realiza (acordo,
compromisso, realização do
trabalho, declaração do trabalho,
comprovação, aceitação,
declinação).
ter ideias para mudar o mundo
59
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Nesta sessão observámos
uma grande satisfação
em todas as crianças,
ficaram muito contentes
quando lhes oferecemos
o copinho com pipocas.
Compreenderam que
aquela oferta não era
equivalente a uma prenda,
e que o que se pretendia
era que as crianças
fizessem uma oferta
aos(às) educadores(as).
Oferta essa que teve
que satisfazer as
necessidades dos(as)
educadores(as).
Através da dinâmica, as
crianças conseguiram
redefinir correctamente
o conceito de oferta.
Realizaram ofertas ao(à)
educador(a), por exemplo
“portarem-se bem”;
“participar muito nas
diferentes actividades”.
Definiram, em grupo, as
ofertas do seu projecto.
Desde o cozinhar das
pipocas até à aplicação
da área de conhecimento
foi uma satisfação
completa, pois, sem
dúvida as crianças
estão muito envolvidas
com as sessões do
empreendedorismo,
o que faz com que,
nós educadores(as),
nos sintamos com
vontade de continuar.
ter ideias para mudar o mundo
60
Área de Conhecimento 08. Descubro as necessidades para fazer ofertas
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
Acção 1
Explorar
imagens dando
um exemplo
de uma oferta
entre duas
pessoas.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
10 Minutos
O(a) educador(a) mostra às criançasa imagem da
FICHA 33 e explica-lhes o exemplo da oferta que aparece
nesta ficha. A partir deste exemplo, o(a) educador(a)
transmite as seguintes definições: as ofertas surgem da
escuta activa das necessidades; todas as pessoas podem
fazer ofertas; aprende-se a fazer ofertas e, por último,
as ofertas só são válidas se ganhar o EU e a OUTRA
PESSOA.
Ficha 33
Imagens das
ofertas;
> VARIANTE
Poder-se-á utilizar
outro exemplo
mais adequado
ao contexto da
criança para
substituir
a FICHA 33.
15 Minutos
Acção 2
O que é
uma oferta?
O(a) educador(a) pede, a cada criança, que diga o que
entende por oferta.
Todas as respostas são válidas e, por isso, devem ser
registadas no quadro para que as crianças tenham
consciência de que o que dizem é valorizado.
5 Minutos
Quadro
25 Minutos
Acção 3
Redefinir o
conceito de
oferta.
Com base nas respostas obtidas na acção anterior,
as crianças (em grande grupo) redefinem o conceito
de oferta como resposta às necessidades dos outros.
10 Minutos
Quadro
30 Minutos
Acção 4
Realizar
ofertas
individuais.
Por fim, o(a) educador(a) pede às criançasque pensem e
digam o que é que eles oferecem aos outros com o seu
projecto (oferta do projecto).
O(a) educador(a) regista na FICHA 34 a oferta de todos os
projectos.
O(a) educador(a) termina a sessão dizendo que todos
podemos fazer ofertas.
5 Minutos
Ficha 34
Área de Conhecimento
SOMA
HORÁRIO Acção
10 Minutos
15 Minutos
25 Minutos
Acção 1
Ofertar Ideias
Acção 2
Conceito
de Oferta.
Acção 3
Criar ofertas
para melhorar
o Jornal
08. Descubro as necessidades para fazer ofertas
Descrição e metodologia
Duração Recursos
10 Minutos
Na sequência da sessão anterior e uma vez que
se introduziu a dinâmica com o jornal “Soletra”,
o(a) educador(a) fala, às crianças, da necessidade
de elaborarem uma 2ª edição.
Para tal, pede às crianças que lhe transmitam
ideias de alguns assuntos que lá poderiam tratar.
O(a) educador(a) recolhe as ideias.
Quadro ou papel e
canetas
> VARIANTE
O(a) educador(a)
poderá utilizar o
mesmo exemplo
da sessão 7, tal
como neste caso,
ou então recorrer
a outros materiais,
sempre e quando o
conceito de “Oferta”
mantenha o significado
que pretendemos
evidenciar.
Depois de todas as ideias recolhidas é necessário
redefinir o conceito de Oferta.
O(a) educador(a) pede às crianças que digam o que
é para eles uma oferta e regista no quadro as suas
respostas.
A partir das respostas dadas, o(a) educador(a)
apresenta as seguintes definições, dando sempre
exemplos oportunos:
> uma oferta é um projecto que apresentamos a
alguém (ex: o projecto de torneio de futebol foi uma
oferta criada por alguns alunos do CEAN ao resto dos
colegas);
> numa oferta tenho de ganhar eu e tem de ganhar o
outro (no projecto de torneio de futebol ganharam as
criançasque fizeram a oferta do torneio e todos aqueles
que participaram);
> temos de estar atentos às necessidades dos outros
para criar ofertas.
5 Minutos
O(a) educador(a) agrupa as crianças em subgrupos e
pede que façam uma oferta ao jornal.
O(a) educador(a) termina a sessão dizendo que todos
podemos fazer ofertas.
10 Minutos
dos 6 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Ao ser redefinido
o conceito de Oferta,
houve uma certa
dificuldade ao tentar
explicar às crianças que
não é presentear alguém
mas sim o de fazer
com que as pessoas
envolvidas na actividade
ou no projecto saiam a
ganhar.
Fazer ofertas é uma
constante nas crianças,
apenas o termo se
apresentou como
novidade. As crianças
adoram fazer ofertas;
gostam sobretudo de
serem gratificados.
Assim, esta actividade
não poderia ter corrido
melhor! Sempre
bem dinamizada e
transmitindo um
excelente Estado
de Espírito (notável
pela satisfação final).
ter ideias para mudar o mundo
61
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Nesta sessão,
conseguimos aquilo
a que chamamos um
“dois em um”, isto é,
sensibilizar as crianças
para o cumprimento de
tarefas e regras no
CEAN e reforçar o
espírito empreendedor
nos grupos.
Perceberam, com
facilidade, que se
cumprirmos as nossas
ofertas todos ganhamos.
Identificam necessidades
com base em informação
disponível, efectuam a
escuta activa e vêem
crescer o seu projecto
ao mesmo tempo que
crescem como pessoas
responsáveis.
Área de Conhecimento 08. Descubro as necessidades para fazer ofertas
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
2 Minutos
Acção 1
Organizar as
crianças em
subgrupos de
projecto.
O(a) educador(a) solicita às crianças que se agrupem
por projecto e resume as áreas do conhecimento já
abordadas, convidando as crianças a participar nesta
síntese. Com base nos projectos dos subgrupos,
o(a) educador(a), recapitula cada uma das áreas do
conhecimento empreendedor de forma a consolidar
e permitir melhor leitura e avanço dos projectos.
2 Minutos
5 Minutos
Acção 2
Ler um estudo
fictício sobre
comportamentos
na escola.
O(a) educador(a) lê uma notícia fictícia (ver FICHA 35),
onde se informa que só uma criança em dez cumpre
com as regras da escola e com as orientações dos seus
funcionários.
O estudo afirma que se as crianças continuarem com
estas atitudes, a escola será fortemente penalizada.
Como? Com material danificado, com lesões ou ferimentos
nas crianças, com gastos desnecessários, etc.
3 Minutos
Ficha 35
15 Minutos
Acção 3
Analisar em
grande grupo
o estudo, no
quadro de papel.
O(a) educador(a), através de um painel em papel, irá
solicitar às crianças que identifiquem os problemas ou
necessidades referidas no texto. Para tal, coloca algumas
questões, como por exemplo:
10 Minutos
Painel de
cartolina;
> Após a leitura da notícia, que necessidades
(problemas) descobres na tua escola?
> Que podes oferecer para o melhor funcionamento
da tua escola?
As respostas serão registadas no painel, numa coluna
sobre Necessidades apresentadas e noutra sobre ofertas
para resolver as necessidades apresentadas.
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
62
Duração Recursos
Área de Conhecimento 08. Descubro as necessidades para fazer ofertas
SOMA
HORÁRIO Acção
25 Minutos
Acção 4
Identificar as
necessidades
para as crianças
e para a escola.
Apresentar
narrativas
positivas com
base num
processo de
resposta às
necessidades
detectadas.
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) analisa as necessidades e as ofertas
e com recurso a uma balança de volumes, as crianças
vão identificar que ambas as partes ganham (as
crianças e a escola).
dos 9 aos 12 anos
Duração Recursos
10 Minutos
Balança;
Bolas;
Painel de cartolina
Analisar as ofertas registadas no guião e no painel,
segundo as propostas das crianças. Depois, para cada
uma delas, colocar uma bola de plástico no prato que
representa a escola e outra no prato que representa
as crianças.
VARIANTE
O exemplo utilizado é bastante
positivo, uma vez que aborda
uma problemática sentida
na generalidade das escolas.
Poder utilizar aspectos do
quotidiano como base de
partida é sempre uma
mais-valia. Poderá, no
entanto, optar por outras
situações caso considere
oportuno.
Servirá este exercício para as crianças visualizarem
que, quando se oferece uma resposta a uma
necessidade todos ganham, uma vez que a balança
ficará equilibrada. Com esta dinâmica pretende-se que
as crianças entendam que numa oferta têm de ganhar
as duas partes (o que faz e o que recebe a oferta).
O caso apresentado é um
exemplo fictício que se poderá
adaptar ou readaptar a cada
caso.
Após esta dinâmica, o(a) educador(a) convida as
crianças, grupo a grupo, a criarem verbalmente novas
notícias, com base numa resposta positiva, e as
necessidades detectadas com recurso a ofertas que
foram cumpridas.
40 Minutos
Acção 5
Aplicar a
metodologia
anterior aos
projectos dos
subgrupos.
50 Minutos
Acção 6
Apresentar as
narrativas das
ofertas de cada
Projecto.
O(a) educador(a) solicita aos grupos que organizem as
suas necessidades e ofertas no guião distribuído.
É nesta fase que as crianças aplicam a área do
conhecimento ao seu projecto, delineando as
necessidades que sentiram quando pensaram na ideia
inicial, as ofertas que idealizaram para responder às
necessidades e um resumo que exemplifique o que
é pretendido, para transmitir aos nossos colaboradores,
de forma clara e coerente.
15 Minutos
Ficha 36
10 Minutos
Ficha 36
Cada grupo apresenta oralmente o seu resumo
com as diversas necessidades e ofertas.
Neste momento, os grupos deverão tentar cativar
os colegas para o seu projecto.
ter ideias para mudar o mundo
63
Área de Conhecimento
09. Protótipos para partilhar o nosso projecto
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
As palavras ajudam a comunicar um projecto, as imagens
impactam e criam emoções.
Damos o nome de “protótipos“
às provas materiais a partir das
quais podemos ver materializado um projecto e a sua utilidade
para resolver problemas.
Conceitos mais relevantes
da área de conhecimento
Um protótipo é um modelo de produto que vamos
apresentar ao colaborador para que visualize a nossa oferta.
Dependendo da natureza do projecto,
podemos escolher as seguintes fórmulas
para definir um protótipo:
1. Protótipo: primeiro exemplar construído destinado a mostrar as
características do produto final ao colaborador.
2. Esboço: primeiros traços de uma obra artística ou singular.
Um protótipo pode criar-se
para qualquer tipo de projecto:
uma marmelada, uma nova peça
de vestuário, um novo estilo
de moda, tipos de pão, bebida,
barbearia, serviço de creche,
um romance, ferramenta para
pintar, loja de artesanato, fabricação de qualquer artigo industrial, modelo de organização de
um partido político novo, forma
de assistência de uma Organização Não Governamental...
Independentemente do que vamos fabricar, oferecer ou criar,
tudo é susceptível de ter um
protótipo que ajude a definir o
projecto.
ter ideias para mudar o mundo
64
3. Maquete: representação em três dimensões o mais fiel possível ao
aspecto e proporções do produto final.
4. Planos: representação de aspectos que evidenciam a oferta final,
projecção horizontal do resultado do trabalho (oferta).
5. Modelo: reprodução em escala reduzida do que pretendemos
oferecer, amostra de um artigo exclusivo e original, reprodução
em escala reduzida de uma estrutura ou mecanismo.
6. Arquétipo: protótipo ideal onde se pode ver o resultado do
projecto; versão última ou definitiva, modelo acabado, modelo
artístico ideal.
A sequência de elaboração de um protótipo: a criação de um
protótipo é um processo que envolve várias fases, a partir do qual
se vai dando forma à oferta. Mostrar aos outros, incorporar as
sugestões dos colaboradores, continuar a experimentar até ter um
protótipo que ajude a vender um produto.
Área de Conhecimento
Atingir um objectivo implica
percorrer um caminho, no
qual iremos tropeçar muitas
vezes. Todavia, com os erros
aperfeiçoamos a oferta até
chegar ao resultado final. O
protótipo de um produto pode
variar, entre uma representação
inicial até um modelo que seja
uma réplica do produto que
vamos vender.
Um protótipo
serve para:
Criar e mostrar um modelo,
antes de vender um produto,
é fundamental para a situação
de venda. Permite que o
colaborador visualize todas as
vantagens e decida comprá-lo
ou não.
> Explicar e comunicar o
projecto.
O protótipo é o aspecto mais
influente na decisão de compra:
as palavras ajudam a vender, as
imagens impressionam e criam
emoções. Um protótipo decide
a compra.
> Que outros vejam
antecipadamente os
resultados do nosso trabalho.
> Que descubram
oportunidades na minha
oferta.
> Melhorar o projecto.
> Criar identidade (que os
outros falem bem da oferta).
> Vender: criar e ampliar a
necessidade que cobre a
oferta.
> Preparar os colaboradores:
que conheçam e aceitem a
oferta.
Pode elaborar-se um
protótipo de qualquer produto
e/ou serviço, ou projectos
que pretendemos vender,
independentemente da sua
natureza.
ter ideias para mudar o mundo
65
Área de Conhecimento O9. Protótipos para partilhar o nosso projecto
Um projecto sem protótipo
carece duma ferramenta para
ser vendido.
Se não mostrarmos coisas
tangíveis, as pessoas não
poderão ver a oferta que
estamos a fazer. O que é óbvio,
e importante para nós, pode não
sê-lo para os outros.
O protótipo ajuda a ligar o
problema à solução.
Um protótipo faz-se em equipa;
não é uma tarefa solitária.
A inovação surge durante o
processo de elaboração de
protótipos.
Melhorar um protótipo é
uma questão de trabalho, de
perseverança, de imaginação;
todavia,emociona quem o
realiza.
A mudança e a criação estão
ao alcance de qualquer um.
O sucesso consiste em
experimentar, em fazer diversas
tentativas; é a experimentar
e a errar que se aprende.
O protótipo modifica-se segundo
as exigências dos diferentes
colaboradores.
Para a elaboração de um
protótipo, procure e convença
pessoas para que o ajudem e
proporcione-lhes momentos
de grande emoção.
Sequência para
elaborar um protótipo:
Primeiramente, descobrir um
problema que afecte muita
gente. Para solucioná-lo, pense
num protótipo para mostrar às
pessoas.
Depois, crie uma equipa que
se encarregue do problema e
elabore o primeiro protótipo.
Invente uma coisa rápida onde
se possa entrever uma solução.
Fazer, fazer, fazer… é
primordial. À medida que
fazemos também inventamos;
logo, podemos melhorar.
Quando já temos uma solução,
o passo seguinte é mostrá-lo.
Já temos o primeiro protótipo,
ponhamo-lo a circular; não
importa que seja muito simples
ou pouco elaborado.
Os colaboradores começarão a
tomá-lo em consideração. Não
há problema se não gostar do
protótipo inicial; está no bom
caminho. Utilize os contributos
dos seus colaboradores.
ter ideias para mudar o mundo
66
É provável que o protótipo final
seja muito diferente do que
pensara anteriormente.
Com um protótipo apresentado,
haverá sempre um colaborador
que veja na nossa oferta uma
oportunidade.
O protótipo modifica os estados
de espírito do colaborador.
Lembre-se:
Independentemente do âmbito
da nossa oferta, é possível
elaborar um protótipo para
vender (um espectáculo,
actividades a realizar
com crianças, uma oferta
comercial…).
Os protótipos podem-se comer
(uma massa, um doce, etc.)
e tocar (novo conceito de
infantário, uma nova actividade
lúdica).
Área de Conhecimento O9. Protótipos para partilhar o nosso projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Acção 1
Recordar
a história
A Locomotiva
das Pipocas.
O(a) educador(a) deve relembrar a história para que as crianças
se contextualizem com o tema (ver ficha 24):
deve dizer que a menina teve uma ideia: ter uma locomotiva de
pipocas, para vender pipocas no jardim. E que a conseguiu pôr
em prática com a ajuda da sua família.
Ao relembrar a história pretende-se que as crianças
compreendam que o projecto da menina das pipocas sofreu
evoluções. O seu protótipo foi-se transformando até se atingir
“o melhor protótipo” (aquele que mais se aproxima do ideal).
O(a) educador(a) deve referir que todos os protótipos anteriores
surgiram da imaginação da menina e foram alterados depois,
de os ter mostrado à sua família.
5 Minutos
20 Minutos
Acção 2
Mostrar
as imagens
dos vários
protótipos.
De seguida, o(a) educador(a) deve ir mostrando as imagens
da evolução do protótipo do projecto: “A Locomotiva de
Pipocas” (ver FICHA 37), fundamentando as alterações que
cada protótipo sofreu (dizer o porquê): explicar que o protótipo
da locomotiva das pipocas sofreu alterações porque a menina e
a sua família não estavam satisfeitos com os protótipos, então
foram-nos alterando até encontrar o que
melhor se adequava a todas as condições do meio.
15 Minutos
Ficha 37
Imagens
dos vários
protótipos;
25 Minutos
Acção 3
Definir o
conceito de
Protótipo.
Depois das crianças terem visualizado as várias imagens
(ver FICHA 37), o(a) educador(a) deve explicar-lhes que, aquelas
imagens são protótipos do projecto “A Locomotiva de Pipocas”.
O(a) educador(a) deve clarificar às crianças o que é um
protótipo, assim como deve explicar a sua importância.
(É importante qualquer projecto ter um protótipo. Pois, por
vezes quando explicamos um projecto a outras pessoas,
oralmente, estas poderão fazer uma imagem mental diferente
da nossa. Assim, tendo um protótipo, torna-se muito mais fácil
explicar e compreender o projecto).
5 Minutos
Ficha 37
Imagens
dos vários
protótipos;
30 Minutos
Acção 4
Definir o
como fazer
o Protótipo
de um
projecto.
O(a) educador(a) declara às crianças que existem diversas
maneiras de se fazer um protótipo. Por exemplo, através de
um desenho ou de uma maqueta, entre outras.
O(a) educador(a) deve questionar as crianças para dizerem
como querem fazer o protótipo do seu projecto:
- Agora que já vos dei algumas ideias de como se pode
5 Minutos
5 Minutos
40 Minutos
Acção 5
Realizar
o Protótipo
do projecto.
Ficha 24
Texto para
dramatização
da história
“A Locomotiva
das Pipocas”;
fazer um protótipo, pensem, e digam-me como vamos
elaborar o nosso protótipo?
As crianças, em conjunto com o(a) educador(a), começam
a fazer o protótipo do projecto (por exemplo, fazem os
desenhos), utilizando os materiais disponíveis.
10 Minutos
Material
diverso para
a elaboração
do protótipo
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Quando mencionámos
às crianças que iríamos
falar, novamente, sobre a
história da Locomotiva de
Pipocas, fez-se silêncio
absoluto porque elas
estão muito interessadas
nas sessões de
empreendedorismo.
À medida que fomos
mostrando as imagens
dos diferentes protótipos,
as crianças foram
intervindo positivamente.
Conseguimos explicar
o conceito de protótipo
e consideramos que a
dinâmica foi boa porque
as crianças estiveram
muito envolvidas nas
actividades. Foi uma
agradável surpresa
quando vimos as
crianças elaborar os
seus protótipos, quase
autonomamente. Todas
elas conseguiram dizer
como o queriam realizar.
Compreenderam os
conceitos transmitidos,
foram participativas
e realizaram bons
protótipos. A história
utilizada tem sido
um meio facilitador
para a aquisição dos
conhecimentos.
A sessão foi realizada
no tempo previsto,
com ajustes no tempo
para a elaboração dos
protótipos.
ter ideias para mudar o mundo
67
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
A única dificuldade
sentida nesta sessão
foi propriamente a de
explicar às crianças o
conceito de protótipo.
Foi uma actividade muito
bem conseguida. Através
dos diferentes modelos
do jornal “Soletra”, as
crianças assimilaram
este conceito e a
necessidade de terem
de adaptar aquilo que
pretendem realizar
às necessidades que
detectaram.
Área de Conhecimento O9. Protótipos para partilhar o nosso projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
ter ideias para mudar o mundo
Duração Recursos
3 Minutos
Acção 1
Rever
conceitos.
O(a) educador(a) toma a liberdade de rever os conceitos
anteriormente abordados, sobretudo os conceitos de
Colaboradores, Ofertas e Estados de Espírito.
3 Minutos
18 Minutos
Acção 2
Conceito de
Protótipo
Através da visualização do primeiro modelo que se fez
para a elaboração da primeira edição do jornal do CEAN,
desenvolver o conceito de protótipo.
Para tal, é necessário apresentar o tal primeiro modelo,
assim como os seguintes, uma vez que o primeiro foi
transformado, até se chegar ao produto final.
Nesta fase do processo é necessário frisar que o nome
específico do produto que se apresenta é “Protótipo”.
(ver FICHA 38).
15 Minutos
Ficha 38
com os
diferentes
modelos, até
ao produto final.
28 Minutos
Acção 3
Modificar/
transformar o
Protótipo.
O(a) educador(a) segue o seu raciocínio explicando que o
protótipo terá de sofrer alterações para ser um modelo fiel
do projecto que se pretende realizar (será a elaboração
do jornal). Também deve o(a) educador(a) referir que é
essencial agradar ao colaborador financiador (neste caso, o
Sr. Rui Nabeiro). Assim, as transformações do jornal, que
apresentará cada vez melhor qualidade até ao produto final,
virão ao encontro das necessidades, do gosto, desse nosso
colaborador financiador, assim como dos outros (fornecedor,
comprador e prescritor).
10 Minutos
Modelos
de jornais
38 Minutos
Acção 4
A importância
da Oferta ser
acompanhada
pelo protótipo.
É importante que as crianças percebam que, quando se
aborda o colaborador com uma oferta, a conversa só por si
não chega, porque o colaborador pode fazer uma ideia muito
diferente do nosso projecto.
Assim, se se conseguir levar um modelo daquilo que se
pretende realizar, o colaborador ficará mais esclarecido e se
for uma boa imagem do produto, o colaborador até pode ficar
satisfeito e querer adquiri-lo.
Se tudo isto for acompanhado de um bom estado de espírito,
de ambas as partes, a aquisição será excelente.
10 Minutos
Modelos de
jornais e o
produto final
50 Minutos
Acção 5
Elaborar o
Protótipo do
projecto.
Através da anterior explicação, as crianças vão passar, de
seguida, à realização do protótipo de grupo (o(a) educador(a)
pode colocar, à disposição das crianças, diferentes materiais
para que façam o seu protótipo, consoante a sua vontade).
12 Minutos
Cartolinas;
Tecidos;
Marcadores;
Material diverso
As crianças reagiram
muito bem e assimilaram
de imediato os
conceitos.-
68
Descrição e metodologia
Área de Conhecimento O9. Protótipos para partilhar o nosso projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
15 Minutos
Acção 1
Pesquisar
através do
motor de
busca, na
internet,
(Google) o
conceito de
“Protótipo”.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
5 Minutos
O(a) educador(a) convida as crianças a organizarem-se por
computadores e por grupos de projecto e pede-lhes que
pesquisem a palavra “protótipo”.
As crianças deverão concluir que se trata de um modelo
que representa o projecto final.
Acção 2
Desenhar no
ArtWeaver
uma descrição
feita pelos(as)
educadores(as).
O(a) educador(a) realiza uma narrativa (oralmente) sobre
o carro para, posteriormente, as crianças desenharem no
Artweaver o protótipo.
De seguida, o(a) educador(a) encaminha-as para o Youtube,
onde poderão descobrir vídeos sobre protótipos de “Citroen
2Cv”.
Pesquisar
através do
“You Tube”
vídeos sobre
“Protótipos”,
identificando
que o mesmo é
mais forte que
as palavras.
O(a) educador(a) questiona as crianças sobre a apresentação
da oferta com e sem protótipo, e qual delas foi mais clara.
Com esta actividade, as crianças deverão concluir que,
quando se aborda o colaborador com uma oferta, a conversa
só por si não chega, porque o colaborador pode fazer uma
ideia muito diferente do nosso projecto.
Assim, se se conseguir levar um modelo daquilo que se
pretende realizar, o colaborador ficará mais esclarecido e
se for um bom protótipo do produto, o colaborador até pode
ficar com um estado de espírito muito positivo e querer
adquirir o nosso projecto.
10 Minutos
Computadores
ligados à
Internet
Computadores
ligados à
Internet,
programa
gratuito
ArtWeaver e
Youtube.
O(a) educador(a) pode ainda apresentar outros tipos de
protótipos, tais como carros miniatura...
25 Minutos
Acção 3
Visualizar o
produto final
dos protótipos
apresentados.
10 Minutos
As crianças deslocar-se-ão ao exterior e o(a) educador(a)
apresenta um Citroen 2Cv para que as crianças melhor
entendam a diferença entre protótipo e produto.
continua na página seguinte
Miniaturas de
Citroen 2Cv
e modelo real
> VARIANTE
ver página seguinte
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Trazer um carro
Citroen 2Cv ao CEAN,
foi uma surpresa grande
para as crianças. Não
percebiam o que tinha
um carro a ver com o
empreendedorismo.
A curiosidade foi
crescendo até ao momento
da sessão.
A articulação das novas
tecnologias, como meio de
comunicar e criar um bom
protótipo, associado ao
conhecimento do primeiro
protótipo do carro, foi
muito interessante. As
crianças divertiram-se,
criaram desenhos digitais
e perceberam o que é
um protótipo e qual a sua
utilidade para uma pessoa
empreendedora. Desde o
primeiro protótipo até aos
nossos dias, o modelo
modificou-se e evoluiu,
o que fez com que ao longo
dos tempos existissem
diversos protótipos das
diversas versões, o que foi
muito importante para que
as crianças percebessem
que um produto é sempre
inacabado na visão da
pessoa empreendedora.
Clarificar as nossas ideias
e transmitir as mesmas
aos nossos colaboradores,
esse é o principal objectivo
de um protótipo e foi com
esta premissa que focámos
a sessão.
ter ideias para mudar o mundo
69
dos 9 aos 12 anos
Área de Conhecimento O9. Protótipos para partilhar o nosso projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
VARIANTE
35 Minutos
Optámos por criar dinâmicas
multidisciplinares ao longo
deste manual. Neste caso
utilizámos a informática
como recurso. Caso não seja
possível, poderá optar por
outra estratégia.
O protótipo explorado foi o
Citroen 2Cv. No entanto, não
será fácil de implementar em
qualquer outro local. Serve
como exemplo, devendo o(a)
educador(a) escolher outro
recurso que satisfaça os
requisitos da dinâmica.
No caso de não poder
utilizar a informática como
suporte, poderá recorrer
ao desenho em papel e a
protótipos físicos (maquetas,
modelos em escala, filmes
em dvd ou cassete de vhs,
fotografias, etc.).
ter ideias para mudar o mundo
70
40 Minutos
Acção 4
Por grupos,
elaborar o
respectivo
protótipo,
desenhando-o
no Artweaver.
Acção 5
Apresentar
os protótipos
desenhados
Descrição e metodologia
Duração Recursos
10 Minutos
Computadores
ArtWeaver
5 Minutos
Computadores
em rede
O(a) educador(a), após as crianças terem identificado o
conceito de protótipo, volta para a sala e agrupa, novamente,
as crianças por projectos, convidando os grupos a criarem o
seu desenho de protótipo do projecto no Artweaver.
O(a) educador(a), através da rede informática, apresenta
a todos os grupos os vários protótipos desenhados,
imprimindo e afixando no cantinho das ideias.
Área de Conhecimento
10. Redes de Colaboradores
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
Os(as) educadores(as) e o restante pessoal do Centro Educativo formam uma rede para
que tudo funcione: para que
as salas estejam limpas, para
que a escola esteja aberta, para
que a comida esteja preparada,
para que, no caso de um(uma)
educador(a) estar doente, as
crianças não fiquem sozinhas...
Conceitos mais relevantes
A rede é uma organização de pessoas que dependem umas das
outras e trabalham na mesma direcção, para conseguir um objectivo
partilhado por cada uma delas.
As pessoas organizam-se em torno das redes de colaboração
e das redes de parceiros.
O empreendedor é aquele que tem uma ideia e, para materializá-la,
convida outros a participar e a partilhar riscos e benefícios.
A rede é indispensável para enfrentarmos um projecto empreendedor.
As redes de colaboradores são
redes de parceiros que se reúnem para a consecução dos
objectivos, da missão que têm
definida, que trabalham em
equipa.
Numa rede, as pessoas dependem umas das outras: a soma
do conjunto dos seus esforços
é muito superior à soma do seu
trabalho individual. A soma do
todo é muito superior à soma
isolada das partes.
A rede fundamenta-se nas relações humanas. Se elas não existem
temos de criá-las. São como um ser vivo (nascem, crescem, reproduzem-se e morrem). Como qualquer ser vivo temos de alimentá-las.
Produzem acção e transformação.
As redes bem trabalhadas produzem identidades e estilos que outras
pessoas gostam de imitar e partilhar.
Uma rede que transforma corresponde a um grupo de pessoas activas
e positivas que avançam, ampliam e aperfeiçoam o seu projecto.
As redes que transformam levam em conta os estados de espírito, o
trabalho com os colaboradores e a realização de ofertas.
A nossa vida gira em torno das redes a que pertencemos.
Nesta área treinar-se-ão as
crianças nestas competências.
Transformar e materializar projectos ambiciosos depende
de um conjunto de pessoas e não de uma só.
Qualquer pessoa está autorizada e legitimada para construir redes
e organizações.
ter ideias para mudar o mundo
71
Área de Conhecimento 10. Redes de colaboradores
Se quisermos fazer um projecto, a primeira coisa a ser feita é criar
uma rede de pessoas que se encarregue de concretizá-lo.
A diversidade das pessoas dentro de uma rede é um factor de riqueza.
Qualquer pessoa da rede pode dar contributos muito valiosos.
A rede é um meio para fazer um projecto e não um fim em si mesma.
Uma rede é um grupo de pessoas que se une por um objectivo comum.
Cada membro da rede dá o seu contributo e a soma de todas
é o objectivo final.
O determinante na rede é produzir acção, transformar.
A rede é a máquina de produzir pedidos e compromissos.
Os indivíduos que pertencem a redes vivas são especialistas na
execução dos ciclos de trabalho.
Todos os membros de uma rede devem conhecer as suas funções
e pô-las em prática. Só deste modo é que o projecto se concretiza.
Uma rede funciona quando os seus membros dividem o trabalho e as
funções; quando gerem e se responsabilizam pelo trabalho que realizam.
As redes preocupam-se com os seus membros.
Uma rede dinâmica permite que cada um dos membros lidere
num determinado âmbito.
As redes constroem-se através de conversas. Para criar redes
precisamos de pessoas que conversam e estabelecem compromissos.
Fazemos, simultaneamente, parte de diversas redes (família, grupo
de amigos, colegas de trabalho, etc).
As redes inventam o futuro.
ter ideias para mudar o mundo
72
Área de Conhecimento 10. Redes de colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
10 Minutos
Acção 1
Relembrar
os Ciclos de
Trabalho.
Acção 2
Definir
Redes de
Colaboradores
Descrição e metodologia
Duração Recursos
5 Minutos
O(a) educador(a) apresenta, novamente, o cartaz sobre os
ciclos de trabalho da menina da locomotiva de pipocas
(ver FICHA 39).
As crianças identificam os seguintes conceitos: quem pede,
quem realiza o pedido, a importância do compromisso, dos
estados de espírito e da avaliação.
A partir da análise da história, as crianças vão ser capazes
de definir o que são redes de colaboradores e para que
servem.
Para tal, o(a) educador(a) vai colocar as seguintes questões:
Ficha 39
Cartaz dos
Ciclos de
Trabalho
> VARIANTE
Pode-se utilizar
outro exemplo
mais próximo
da realidade dos
alunos, mas
sempre
respeitando
os conceitos
utilizados.
5 Minutos
Quadro
- “A menina das pipocas conseguia realizar o seu
projecto sozinha? O produto final seria bom?”
- “Nesta história, como conseguiu a menina das pipocas
realizar o seu projecto?”
- “Quais foram os colaboradores da menina das
pipocas?”
- “Qual foi a participação de cada colaborador no
projecto da menina das pipocas?”
- “Então pode-se dizer que a menina tem uma rede de
colaboradores. Quais os cuidados que a menina deve ter
para manter a sua rede de colaboradores?”.
O(a) educador(a) anota as respostas dadas pelas crianças
no quadro.
15 Minutos
Acção 3
Distinguir
um projecto
executado
sozinho e
um projecto
formado por
uma Rede de
Colaboradores.
O(a) educador(a) pede a opinião das crianças acerca dos
resultados de um projecto realizado sozinho e um projecto
realizado por uma rede de colaboradores.
O(a) educador(a) pergunta:
5 Minutos
Folha de
registo
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Os objectivos propostos
foram atingidos porque,
mais uma vez, as
crianças estiveram
atentas durante toda a
sessão e participativas.
As crianças adquiriram
bem os conhecimentos
transmitidos. Mostraram
uma boa aplicação dos
mesmos no momento
de definir as redes de
colaboradores. Algumas
crianças mostraram
preocupação, no que
respeita à criação de
relações pessoais com os
possíveis colaboradores,
principalmente no
que deveriam apostar
para conquistarem a
confiança do colaborador,
para participar no seu
projecto.
Nesta sessão, através da
visualização do cartaz,
as crianças conseguiram
compreender o que são
rede de colaboradores
e a importância das
mesmas. A sessão
decorreu no tempo
previsto. Não foram
sentidas dificuldades na
realização da sessão.
O que é melhor?
Realizar um projecto sozinho ou com uma rede
de pessoas, isto é, de colaboradores?
O(a) educador(a) recolhe as opiniões numa folha de papel.
(continua na página seguinte)
ter ideias para mudar o mundo
73
dos 3 aos 6 anos
Área de Conhecimento 10. Redes de Colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
ter ideias para mudar o mundo
74
Descrição e metodologia
Duração Recursos
25 Minutos
Acção 4
Interiorizar
definições
sobre Rede de
Colaboradores.
O(a) educador(a) transmite, às crianças, os seguintes
conceitos: a rede de colaboradores surge dos ciclos de
trabalho fechados, pois o compromisso foi cumprido.
As crianças devem compreender que, para existir uma
rede de colaboradores coesa, deve criar-se uma relação
baseada na confiança e no compromisso (ver FICHA 39).
10 Minutos
Ficha 39
Cartaz sobre
a Rede de
Colaboradores
35 Minutos
Acção 5
Compreender as
características
da Rede de
Colaboradores.
As crianças visualizam o cartaz da rede de colaboradores
da menina das pipocas (ve FICHA 39).
No centro do cartaz está a menina das pipocas ligada por
uma seta a cada um dos seus colaboradores.
A seta tem dois sentidos e representa o compromisso,
assim como também a confiança que deve existir
entre a menina e cada colaborador. A confiança é
representada por uma imagem de um abraço e o
compromisso por uma imagem de um aperto de mão.
10 Minutos
Ficha 39
Cartaz sobre
a Rede de
Colaboradores
45 Minutos
Acção 6
Definir a
Rede de
Colaboradores
dos projectos de
grupos.
O(a) educador(a) pede às crianças que se agrupem
por projectos. Cada grupo vai definir a sua rede de
colaboradores, com base nos seus ciclos de trabalho.
O(a) educador(a) termina a sessão declarando que só se
podem concretizar os projectos com a ajuda de uma rede
de colaboradores.
10 Minutos
Ficha 40
Área de Conhecimento 10. Redes de colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
10 Minutos
15 Minutos
Acção 1
Perguntar às
crianças quais
são as pessoas
que elas
necessitam
para realizar
o projecto de
grupo.
Acção 2
As crianças
identificam as
redes às quais
pertencem na
vida quotidiana.
Acção 3
Explorar o
significado
da Rede de
Colaboradores
com três
perguntas
(1)
Descrição e metodologia
Duração Recursos
Relembrando a última sessão de Ciclos de Trabalho,
o(a) educador(a) escolhe um/o projecto de grupo que
sirva de exemplo para introduzir o conceito de Rede de
Colaboradores.
Pede às crianças que identifiquem todas as pessoas
necessárias para a concretização do projecto de grupo.
O(a) educador(a) anota no quadro as respostas obtidas.
O(a) educador(a) pergunta às crianças:
“O que une estas pessoas?”.
Pretende-se que as crianças respondam que o que as une
é todas participarem no mesmo projecto.
O(a) educador(a) explica que aquele conjunto de pessoas
que eles enumeraram forma uma Rede de Colaboradores,
porque todos estão ligados entre si na concretização de um
mesmo objectivo/projecto.
5 Minutos
O(a) educador(a) explica que todos pertencemos a várias
redes na nossa vida, dando exemplos:
rede familiar (eu, pai, mãe, irmãos, mulher, filhos, etc);
rede profissional (patrão, eu, colegas de trabalho, etc);
rede de amigos; rede religiosa; rede desportiva, etc.
O(a) educador(a) pede às crianças que pensem e
identifiquem as redes às quais pertencem e registem
numa folha.
O(a) educador(a) termina a acção dizendo que todos nós
pertencemos a várias redes e que numa rede todos
trabalham para um mesmo objectivo (ex: a rede familiar
tem como objectivo a protecção e o amor; a rede de amigos
serve para nos apoiarem, embora cada um deles tenha uma
função diferente. Há amigos para andar de bicicleta, amigos
para brincar consola, amigos para ir ao campo, etc.)
5 Minutos
Para perceberem o que significa Rede de Colaboradores
o(a) educador(a) começa pro perguntar:
5 Minutos
1. Achas que se conseguem realizar projectos sem rede
de colaboradores? Porquê?
O objectivo das questões servirá para que as crianças
concluam que sem a rede de colaboradores, não é possível
executarem o seu projecto.
Papel e caneta
(para enumerar
as pessoas que
necessitam
para a
concretização
do projecto).
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Esta sessão foi bastante
participativa. As crianças
já anteriormente tinham
abordado o tema
relacionado com as
Redes de Colaboradores,
ou seja, já se tinha
começado a abordar,
embora não directamente
– na sessão 7.
As crianças desde
o início notaram a
necessidade de ter de
recorrer a alguém para
poderem concretizar
as suas ideias. O mais
importante da sessão
foi levar as crianças a
entender que sem os
outros não conseguimos
o nosso objectivo.
Tratou-se, mais uma vez,
de uma sessão muito
agradável e participada.
A implementação
deste novo conceito foi
facilitada, uma vez que
as crianças recorriam,
constantemente, àquilo
que tinham aprendido
em sessões anteriores,
relacionando, até, a
Rede de Colaboradores
com os diferentes tipos
de colaboradores
(sessão 7). Desde logo
se tratou de meio
caminho andado para a
interiorização do novo
conceito.
(continua na página seguinte)
ter ideias para mudar o mundo
75
dos 7 aos 8 anos
Área de Conhecimento 10. Redes de Colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
20 Minutos
25 Minutos
35 Minutos
ter ideias para mudar o mundo
76
Descrição e metodologia
Acção 4
Explorar o
significado
da Rede de
Colaboradores
com três
perguntas
(2)
O(a) educador(a) pergunta:
Acção 5
Explorar o
significado
da Rede de
Colaboradores
com três
perguntas
(3)
O(a) educador(a) pergunta:
Acção 6
Definir as
redes do meu
projecto
O(a) educador(a) pede às crianças que identifiquem a rede
de colaboradores do seu projecto. Será uma tarefa fácil,
uma vez que o(a) educador(a) vem abordando o assunto
desde o início da sessão.
O(a) educador(a) termina a sessão declarando que só se
podem concretizar os projectos com a ajuda de uma rede
de colaboradores.
Duração Recursos
5 Minutos
”Como deverá actuar uma rede de colaboradores?”.
Espera-se que as crianças respondam que deve haver
coesão de grupo, isto é, se houver união entre eles,
o projecto seguirá em frente e com sucesso.
O(a) educador(a) frisa o facto de os estados de espírito
desempenharem um papel fundamental para a realização
do mesmo.
5 Minutos
”Como se constroem as rede de colaboradores?”.
Espera-se que as crianças respondam que as redes se
constroem segundo as necessidades do projecto.
Para completar esta resposta, o(a) educador(a) irá
acrescentar que tanto se pode tratar de/lidar com pessoas
conhecidas como desconhecidas, o importante é procurálas e contactá-las para ajudarem na realização do projecto.
10 Minutos
Área de Conhecimento 10. Redes de colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
2 Minutos
10 Minutos
20 Minutos
30 Minutos
Acção 1
Reunir o
grande grupo
num espaço
polivalente
interior ou
exterior.
Descrição e metodologia
Duração Recursos
2 Minutos
O(a) educador(a) convida as crianças a organizarem-se
em grande grupo.
Numa primeira fase o grupo concentra-se para ouvir
o(a) educador(a) em seu redor.
Experiência de
implementação
no CEAN
A dinâmica das redes foi
diversificada, obrigando
o grupo a trabalhar em
equipa e criar um ambiente
divertido.
Acção 2
Questionar
as crianças:
O que é
uma rede?
Dá exemplos
de redes?
O(a) educador(a), sem dar exemplos, questiona as crianças,
uma a uma, sobre o que é uma rede e pede um exemplo.
Regista as diversas ideias das crianças.
No final, apresenta a diversidade de redes que nos rodeiam
e apoiam, bem como a sua importância para o sucesso dos
nossos projectos. São exemplos de redes, a rede familiar,
a rede escolar, a rede de amigos, a rede desportiva, a rede
informática, entre outras.
8 Minutos
Acção 3
Exemplo de
uma rede.
O(a) educador(a) mostra às crianças um circuito eléctrico
com uma bateria de 6V ligada a uma lâmpada.
Num determinado local, de um dos pólos, o fio está cortado
e descarnado.
O(a) educador(a), exemplifica que se o cabo estiver quebrado,
a rede não se estabelece, o que faz com que o objectivo não
se atinja, ou seja, a lâmpada não liga.
Se unirem os extremos cortados do circuito, a lâmpada
acende. Este é um exemplo de uma rede simples, que
introduz a temática.
O circuito é formado por vários componentes que caso um
deles falhe a rede não se estabelece. Podem ser exemplos,
o interruptor, a lâmpada, os fios ou mesmo a bateria e suas
ligações.
10 Minutos
As crianças são convidadas pelo(a) educador(a) a disporem-se em círculo, em redor de um tubo de plástico, com
cerca de 2 metros.
No cimo do tubo são presas com agrafos (por exemplo)
12 fitas de cores com 3 metros cada (de preferência de
tecido). O(a) educador(a) posiciona-se no centro, segurando
o tubo e entrega uma fita a uma das crianças de forma
aleatória. Pergunta à criança se acha que consegue
segurar sozinha o tubo (representa o projecto) sem
que caia. Depois de ouvir a opinião das crianças, o(a)
educador(a) pede à criança que estique a fita e largue o
tubo. O mesmo cai no chão. continua na página seguinte
10 Minutos
Acção 4
Dinamizar o
grupo:
“A teia do
sucesso”
Espaço
Polivalente.
dos 9 aos 12 anos
Quadro branco
com folha de
papel A2
para registo
das várias
propostas das
crianças.
Circuito
eléctrico
simples.
A sessão resultou
em pleno e os grupos
perceberam a definição
de rede e a importância de
todos cumprirem os seus
ciclos de trabalho.
Com muitos ciclos de
trabalho o sucesso do
projecto e a sua qualidade
são garantidos, sempre e
quando todos cumpram os
pedidos.
VARIANTE
Tubo de
plástico com
2 metros
Fitas de seda
colorida com
3 metros,
Agrafos.
Esta dinâmica poderá ser
implementada somente
com base na acção 3, sem
necessidade de promover
a acção 4. São muito
semelhantes. No entanto,
caso não possua os recursos
necessários ou não tenha o
tempo necessário, opte por
uma delas.
A metodologia apresentada
é muito rica e fortalece a
noção de rede e a dificuldade
em criá-la. Mesmo nesta
perspectiva figurada, o
conceito fica muito bem
explorado.
ter ideias para mudar o mundo
77
dos 9 aos 12 anos
Área de Conhecimento 10. Redes de Colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
Continuação
30 Minutos
Acção 4
Dinamizar
o grupo:
“A teia do
sucesso”
Descrição e metodologia
Continuação
O(a) educador(a) explica que uma pessoa sozinha nunca
consegue concluir um projecto. Questiona as crianças:
E se um outro ciclo de trabalho for acrescentado?
A rede fica mais forte?
Depois de ouvir as opiniões, convida mais uma criança a
segurar outra fita, desta vez é obrigatório segurar no sentido
oposto à primeira criança.
O(a) educador(a) questiona o grupo:
E agora será que o nosso projecto irá cair?
Após as diversas opiniões, o(a) educador(a) informa que vai
largar o tubo.
Com alguma dificuldade o tubo fica na vertical, mas muito
instável. O(a) educador(a) explora o facto informando que, na
vida real, os nossos projectos são mais fortes, tudo depende
dos ciclos de trabalho e colaboradores que tivermos.
Agora já é possível levar o projecto até ao fim, mas a rede
ainda não é suficientemente forte.
O(a) educador(a) convida as crianças a segurarem as
restantes fitas, uma a uma, e vai mostrando que, uma a
uma, a rede vai ficando mais forte e o tubo (projecto) mais
resistente à queda. Caso faltem fitas para o número de
crianças, o(a) educador(a) convida as crianças que faltam a
segurarem a mesma fita (duas a duas).
No final, o(a) educador(a) mostra que do trabalho em rede
e em equipa, com base nos diversos pedidos e ciclos de
trabalho, o nosso projecto fica mais forte e é bem
sucedido.
O(a) educador(a), no final, questiona as crianças:
E se os diversos colaboradores falharem e não
respeitarem o ciclo de trabalho entregando o pedido?
Após ouvir as opiniões, o(a) educador(a) convida as crianças,
uma a uma, a largar a fita.
Pouco tempo depois, chega o momento em que ficam apenas
as últimas 4 crianças. Nesse momento o(a) educador(a)
verifica, tocando, que o tubo (projecto) já está estável, e
questiona as crianças para a importância da confiança nos
nossos colaboradores, para que todos colaborem para o
sucesso do projecto.
Questiona sobre a estabilidade do projecto:
se os ciclos de trabalho forem falhando?
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
78
Duração Recursos
10 Minutos
Área de Conhecimento 10. Redes de colaboradores
SOMA
HORÁRIO Acção
Continuação
30 Minutos
45 Minutos
Descrição e metodologia
Acção 4
Dinamizar
o grupo:
“A teia do
sucesso”
Continuação
Acção 5
Dinamizar
o grupo:
“Uma rede
forte, um
grande
projecto”
O(a) educador(a) convida as crianças para mais um jogo.
Informa que este projecto é agora bem mais difícil e exige uma
rede mais forte. Para o seu sucesso é necessária confiança,
esforço e dedicação de todos, bem como criatividade e liberdade
para não deixarem cair o tubo (projecto).
Com recurso a uma corda grande (mínimo 50 metros de corda)
colocada no chão, em grande círculo, o(a) educador(a) convida as
crianças a inventarem uma forma de, em equipa, não deixarem
cair o tubo.
dos 9 aos 12 anos
Duração Recursos
10 Minutos
O(a) educador(a) exemplifica a instabilidade do projecto, pedindo
a uma criança de cada vez que vá largando a sua fita, até
ficarem apenas duas, em sentidos opostos, mostrando, assim,
que haverá dificuldade em segurar o tubo na vertical.
No fim, o(a) educador(a) solicita a uma delas que largue.
O tubo acabará por cair, o que prova a necessidade de uma
rede forte para o sucesso dos nossos projectos.
15 Minutos
Tubo de
plástico branco
com 2 metros;
Corda com
50 metros.
É obrigatório que todos participem e não é permitido segurar no
tubo após duas crianças estarem a participar.
O(a) educador(a) segura o tubo e deixa que as crianças criem uma
forma de segurar o tubo em equipa com recurso à corda.
Caso passem mais de 5 minutos sem uma solução, o(a)
educador(a) pede a uma das crianças que pegue na corda e passe
a mesma pelo tubo, repetindo o mesmo um a um. As crianças vão
criando uma teia em redor do tubo que vai ganhando estabilidade
na vertical, sempre que as crianças equilibrem a tensão da corda.
O sucesso da dinâmica depende da coordenação entre a equipa.
Este é o objectivo da dinâmica, mesmo que o tubo caia algumas
vezes, o(a) educador(a) não se deve preocupar. O grupo deverá
encontrar entre si o equilíbrio de forças necessário.
No final o tubo ficará na vertical e todos colaboram para o mesmo
fim. O(a) educador(a) explora a dificuldade verificada e explica
que nem todos os projectos apresentam a mesma dificuldade.
Alguns são de mais simples execução (uma rede mais simples)
enquanto outros necessitam de uma forte e confiante rede de
colaboradores.
O(a) educador(a) promove a ideia de que uma rede é formada
pela relação entre diversas pessoas a quem fazemos pedidos e
com quem estabelecemos ciclos de trabalho. O sucesso do nosso
projecto depende da confiança nas redes de colaboradores que
estabelecemos.
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
79
dos 9 aos 12 anos
Área de Conhecimento 10. Redes de Colaboradoreso
SOMA
HORÁRIO Acção
55 Minutos
ter ideias para mudar o mundo
80
Acção 6
Definir
redes de
colaboradores
para os
projectos
dos grupos
Descrição e metodologia
O(a) educador(a) distribui um diagrama de rede
(ver FICHA 41) a todos os grupos para que, agora, criem a
rede para concretizar o seu projecto (um por grupo).
O grande grupo é agora dividido em subgrupos de trabalho,
segundo os projectos para preenchimento do guião.
O(a) educador(a) finaliza dizendo que as pessoas
empreendedoras sabem que não podem realizar nada
sozinhos e que precisam de uma rede forte de colaboração
que os ajude a concretizar os seus sonhos, os seus
projectos.
Duração Recursos
10 Minutos
ficha 41
Cópias do
diagrama
de rede;
Canetas
Área de Conhecimento
11. Ciclos de Trabalho
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
Nesta área de conhecimento é
fundamental aprender as diferentes fases que se produzem
nos ciclos de trabalho.
Aquilo que esteve na origem de
diferentes civilizações e organizações humanas seguiu um
padrão idêntico que se estende
até aos nossos dias. Através da
linguagem, ao serviço dos ciclos
de trabalho, construíram-se os
primeiros e rudimentares artefactos e as mais sofisticadas
naves espaciais, a Torre Eiffel,
as Pirâmides do Egipto, etc....
Para que haja empreendedorismo, precisamos de realizar
correctamente os fluxos de
trabalho que ocorrem a partir
de conversas: declarar que se
quer fazer algo, pedir a outras
pessoas que façam tal coisa,
comprometer a pessoas no
projecto, realizar ofertas, pactuar condições...
Nesta área treinar-se-ão as
crianças nestas competências.
Conceitos mais
relevantes
O trabalho nasce de um
compromisso verbal.
Elementos que intervêm
no ciclo de trabalho:
> Quem pede que determinada
Designamos por ciclo de
trabalho quando se completa,
de maneira satisfatória, um
pedido que um colaborador
faz a um financiador.
tarefa seja feita.
> Quem realiza essa tarefa.
Designamos por ciclo(s) de
trabalho o itinerário que se
segue para completar um
determinado pedido.
> Para que o ciclo continue,
quem pede e quem realiza devem acordar as condições do
pedido (qualidade, quantidade,
tempo de entrega, custos, etc).
> Depois de acordadas as
condições, as partes assumem
um compromisso (fazer e
entregar/pagar).
> Durante o tempo acordado,
quem realiza executa o
trabalho.
> Depois de terminado, quem
realiza entrega a quem pede.
> O colaborador analisa a
entrega e comprova o
cumprimento das condições.
> Se o colaborador aceitar a
entrega o ciclo de trabalho
fecha-se.
> Se o colaborador recusa a
entrega, porque não cumpre
as condições previamente
acordadas, o ciclo reinicia-se.
ter ideias para mudar o mundo
81
Área de Conhecimento 11. Ciclos de trabalho
Questões a levar em conta:
Etapas do ciclo de trabalho:
Seremos avaliados pelos colaboradores não
tanto pela qualidade das nossas promessas,
mas pelo rigor no cumprimento das
mesmas.
> Etapa de preparação da oferta;
> Etapa de negociação;
> Etapa de execução;
> Etapa de avaliação do grau de satisfação.
Erros frequentes na execução
dos ciclos de trabalho
> Falta de sintonia entre quem pede e
quem realiza. Não se escutam.
> As condições não ficam claramente
Estabelecer o tempo de duração de
realização e entrega do pedido.Sem isto,
não há oferta, promessa ou pedido.
definidas. Isto resulta em mal-entendidos e ressentimentos.
> As partes não verbalizam, claramente,
Temos de aprender a realizar pedidos de
forma correcta.
os compromissos de realização e de
pagamento.
Pedimos coisas a outras pessoas e fazemos
outras por terceiros. Tudo o que fazemos
deve passar por todo este processo. Quanto
melhor o controlarmos, mais oportunidades
se abrirão.
> Não fica acordada a data de entrega.
Ter presente que ninguém faz nada de
forma gratuita. Não queremos dizer,
contudo, que o faça só por dinheiro. Muitas
pessoas fazem um determinado pedido por
satisfação.
> Se quem realiza se atrasa por algum
O colaborador reclama porque pensa
que o pedido já devia ter sido entregue.
Mas o que aconteceu foi que a data não
foi definida.
motivo e não comunica nem tenta
renegociar a data de entrega isso
produz ressentimento e desconfiança.
> Quem realiza entrega o pedido e
Devemos descobrir as motivações das
pessoas que vão realizar o nosso pedido.
E quando fazemos algo também devemos
ter presente o valor que isso tem para nós.
Estes exercícios evitam muitos conflitos.
ter ideias para mudar o mundo
82
reclama de imediato o pagamento,
sem solicitar a opinião do colaborador
sobre o cumprimento das condições.
Área de Conhecimento
SOMA
HORÁRIO Acção
5 Minutos
Acção 1
Relembrar
a história da
“Locomotiva
das Pipocas”.
10 Minutos
Acção 2
Relembrar os
vários tipos de
colaboradores.
20 Minutos
Acção 3
Explicar os
vários ciclos
de trabalho
presentes na
história da
“Locomotiva
das Pipocas”.
Definir ciclos
de trabalho.
30 Minutos
45 Minutos
Descrição e metodologia
11. Ciclos de trabalho
Duração Recursos
Em grande grupo, o(a) educador(a) relembra a história da
Locomotiva das Pipocas, onde deverá evidenciar todo o
trabalho que a menina realizou, todo o percurso que fez
para conseguir realizar o seu projecto:
> Conversar com os pais para lhes explicar a sua ideia
(o seu projecto), e aceitarem-na;
> Fazer o protótipo do seu projecto;
> Ver qual a rede de colaboradores: fornecedores,
financiadores, prescriptores, concorrentes;
> Negociar com os diferentes colaboradores.
5 Minutos
Através dos cartazes dos ciclos de trabalho (ver FICHA 42)
o(a) educador(a) e as crianças relembram, novamente, quais
os colaboradores da história da “Locomotiva das Pipocas”,
presentes nos mesmos.
5 Minutos
ficha 42
Cartazes
dos ciclos
de trabalho;
10 Minutos
ficha 42
Cartazes
dos ciclos
de trabalho;
> VARIANTE
Os ciclos de
trabalho podem
ser referentes
a situações
do quotidiano
das crianças e
apresentados
em PowerPoint.
Recorrendo aos vários cartazes dos ciclos de trabalho
(ver FICHA 42), o(a) educador(a) explica os diferentes passos
de cada ciclo.
As crianças irão interagir com o(a) educador(a).
Acção 4
Identificar
ciclos de
trabalho na vida
quotidiana das
crianças.
O(a) educador(a) pergunta a cada criança, um ciclo de
trabalho da sua vida quotidiana. Por exemplo, quando elas
querem fazer um desenho a quem recorrem para pedirem
o material, etc.
Acção 5
Identificar os
pedidos/ ciclos
de trabalho que
terão que fazer
para que o seu
projecto se
realize.
O(a) educador (a) questiona o grupo de crianças para que
estas identifiquem os vários ciclos de trabalho do seu
projecto.
O(a) educador(a) faz o registo de todos os ciclos de trabalho
que elas identificam (ver FICHA 43).
O(a) educador(a) finaliza a sessão dizendo que todas as
acções que se criam na vida fazem-se através dos ciclos
de trabalho.
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
As crianças interagiram,
com o(a) educador(a), de
forma positiva.
Identificaram os vários
colaboradores da
história: “A Locomotiva
das Pipocas” e, através
das imagens que
visualizaram no cartaz,
foram identificando
as diferentes fases
dos ciclos de trabalho
(a importância do
compromisso e da
confiança; a negociação;
a meta atingida,
com satisfação, e
a importância dos
colaboradores estarem
alegres).
10 Minutos
15 Minutos
ficha 43
ter ideias para mudar o mundo
83
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
A ideia de contar as
histórias para explicar
os ciclos de trabalho
foi excelente, as
crianças estiveram
sempre atentas e com
curiosidade para saber
o seu fim.
Para chegar ao
conceito de “ciclos de
trabalho”, as crianças
participaram activamente
e interiorizaram-no
facilmente, o que permite
identificar os ciclos
de trabalho no seu
quotidiano e aplicá-los
ao projecto de grupo.
Consideramos esta
sessão bastante positiva.
Área de Conhecimento 11. Ciclos de Trabalho
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
5 Minutos
Acção 1
Ler uma história
sobre uma
menina que gosta
muito de bonecas
cor-de-rosa.
O(a) educador(a) iniciará a sessão com a leitura de uma
história que evidencia a paixão que uma menina tem por
bonecas cor-de-rosa.
Já tinha uma grande colecção de bonecas, mas nunca
tinha visto uma tão bonita como a que pretendia adquirir
na história. (ver FICHA 44)
5 Minutos
10 Minutos
Acção 2
Perguntas de
interpretação
sobre a história.
O(a) educador(a) faz as seguintes perguntas para se
certificar de que as crianças entenderam a história:
5 Minutos
Acção 3
Componentes
dos Ciclos de
Trabalho:
Quem Pede;
Quem realiza;
Negociação;
Entrega,
Avaliação positiva
do pedido
(feito na hora
de entrega).
O(a) educador(a) prepara uma cartolina como a que
pode observar na FICHA 45 e, através dela, explica o
seguinte processo (as imagens ficam ao critério de cada
educador).
Quem pede: menina.
Quem realiza: senhora da loja.
Negociação: uma boneca cor-de-rosa
Entrega: boneca cor-de-rosa
Avaliação: a menina está satisfeita porque o pedido
foi cumprido, tal como negociado.
25 Minutos
ter ideias para mudar o mundo
Ficha 44
1. Do que trata a história?
2. Quantas personagens há na história? Quem são?
3. Onde se passa a história?
4. Qual é o desejo da menina?
5. Como é que ela vai concretizar esse desejo?
O(a) educador(a) terminará esta apresentação explicando
que aquilo que se acabou de realizar tem o nome de
“Ciclo de Trabalho Fechado”, interpretando o conceito de
“Fechado” pela satisfação do pedido.
continua na página seguinte
84
Duração Recursos
15 Minutos
Ficha 45
Área de Conhecimento 11. Ciclos de Trabalho
SOMA
HORÁRIO Acção
35 Minutos
Acção 4
Componentes
dos Ciclos de
Trabalho:
Quem Pede;
Quem realiza;
Negociação;
Entrega;
Avaliação
negativa do
pedido;
Renegociação;
Entrega;
Avaliação
positiva.
Descrição e metodologia
dos 7 aos 8 anos
Duração Recursos
10 Minutos
Ficha 46
Para esta segunda parte, o(a) educador(a) lê a história em
anexo (FICHA 46) e explica o seguinte processo:
Quem pede: menina.
Quem realiza: senhora da loja.
Negociação: uma boneca cor-de-rosa
Entrega: boneca azul
Avaliação: a menina não está satisfeita porque o pedido
não foi cumprido.
Renegociação: uma boneca cor-de-rosa
Entrega: boneca cor-de-rosa
Avaliação Positiva.
50 Minutos
Acção 5
Aplicar os
ciclos de
trabalho na
vida quotidiana
O(a) educador(a) pergunta a cada criança, um ciclo de
trabalho da sua vida quotidiana. Por exemplo, quando elas
querem fazer um desenho a quem recorrem para pedirem
o material, etc.
15 Minutos
55 Minutos
Acção 6
Aplicação ao
projecto de
grupo.
As crianças identificam os ciclos de trabalho dos seus
projectos de grupo e registam-nos na ficha.
O(a) educador(a) finaliza a sessão dizendo que todas as
acções que se criam na vida fazem-se através dos ciclos
de trabalho.
5 Minutos
Ficha 47
ter ideias para mudar o mundo
85
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Esta área do
conhecimento revelou-se
de grande importância na
definição das tarefas a
realizar para a execução
dos projectos.
A descoberta, com
base em casos práticos,
foi privilegiada como
metodologia de
referência pelo que, mais
uma vez, as crianças
entenderam, com
facilidade, a lógica da
área do conhecimento,
tendo aplicado aos seus
projectos com sucesso.
Referimos, ainda, que
os ciclos de trabalho
são muito relevantes
como elemento de
monitorização da
execução e sucesso do
nosso projecto.
Quanto mais ciclos de
trabalho os projectos
tiverem, mais ricos e
partilhados são.
Área de Conhecimento 11. Ciclos de trabalho
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
5 Minutos
Acção 1
Organizar os
grupos no
refeitório para
se servir o
lanche.
O(a) educador(a) convida as crianças a organizarem-se
por grupos no refeitório, onde o próprio(a) educador(a) e a
auxiliar irão partilhar a tarefa de satisfazer os pedidos das
crianças. É acordado, previamente, entre ambos, que um
deles satisfaz todos os pedidos, enquanto que o outro não
(trocando as ofertas).
5 Minutos
Refeitório
15 Minutos
Acção 2
Distribuir o
lanche com
base nos
pedidos das
crianças e na
oferta existente.
As crianças, uma a uma, efectuam o pedido.
O(a) educador(a) e a auxiliar, um de cada vez, entregam
alternadamente o lanche, mas um satisfaz o pedido e
o outro não, isto é, no acto da entrega das sandes, em
vez de serem satisfeitos os pedidos, estes virão errados
propositadamente (ex: uma criança pede uma sandes de
fiambre e a auxiliar satisfaz o pedido, outra criança pede
uma sandes de queijo e a auxiliar entrega-lhe uma sandes
de fiambre, não satisfazendo o pedido).
10 Minutos
Sandes
de queijo,
fiambre,
manteiga,
fiambre e
manteiga,
leite com
chocolate,
leite branco
e água
30 Minutos
Acção 3
Lanchar e
avaliar a
qualidade
das entregas,
efectuando
novos pedidos.
.
As crianças iniciam o lanche avaliando as entregas
efectuadas pelo(a) educador(a) e pela auxiliar.
O(a) educador(a) aguarda que comecem as reclamações
e as manifestações de insatisfação.
Questiona as crianças:
15 Minutos
Sandes de
queijo, de
fiambre,
de manteiga,
de fiambre e
manteiga,
leite com
chocolate,
leite branco
e água.
Quem está satisfeito? Quem não está?
Quem entregou o pedido, o(a) educador(a) ou a
auxiliar?
Propõem às crianças que digam quem escolheriam para
servir os lanches, segundo a satisfação das entregas.
Assim, as crianças escolherão aquele que entregou
sempre os pedidos correctos, valorizando o papel do
cumpridor, como aquele que tenta nunca falhar na
satisfação dos pedidos dos outros.
Após esta fase, as crianças insatisfeitas são convidadas
a manifestarem a sua insatisfação.
O(a) educador(a) aguarda que as crianças se manifestem e
efectuem novo pedido sem as coagir a tal.
Assim, à medida que vão surgindo as queixas, o(a)
educador(a) vai efectuando novas entregas - agora já
acertadas – fechando, assim, o ciclo de trabalho.
O grupo termina o lanche.
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
86
Duração Recursos
Área de Conhecimento 11. Ciclos de trabalho
SOMA
HORÁRIO Acção
35 Minutos
Acção 4
Apresentar
um acetato
com a definição
de ciclo de
trabalho com
base num
diagrama.
Descrição e metodologia
dos 9 aos 12 anos
Duração Recursos
5 Minutos
O(a) educador(a), após as crianças terem terminado de
lanchar, apresenta um acetato com um diagrama circular
(FICHA 48) que esclarece a dinâmica realizada, clarificando
a importância dos ciclos de trabalho e a sua lógica com
base na experiência do refeitório:
EXEMPLO 1
- Quem pede: aluno(a)
- Quem realiza: auxiliar
- Pedido: uma sandes de fiambre
- Compromisso: o menino pede e a auxiliar aceita
preparar a sandes.
- Entrega: sandes de fiambre
- Avaliação: o aluno comprova e fica satisfeito
com o pedido.
Ficha 48
Acetato com
diagrama
do ciclo de
trabalho
VARIANTE
No caso desta dinâmica,
podemos substituir o lanche
em grupo por um outro
esquema de oferta com base
nas necessidades das crianças,
sempre e quando seja
possível aplicar a lógica dos
ciclos de trabalho fechados
e abertos, isto é, terão de
existir momentos em que
os pedidos das crianças não
são satisfeitos, de forma a
entenderem a importância de
efectuar novos pedidos, para
assim fecharmos os ciclos de
trabalho.
EXEMPLO 2
- Quem pede: aluno(a)
- Quem realiza: auxiliar
- Pedido: uma sandes de fiambre
- Compromisso: o menino pede e a auxiliar
aceita preparar a sandes.
- Entrega: sandes de queijo
- Avaliação: o aluno comprova e fica insatisfeito
com o pedido.
- NOVO PEDIDO = Repetição do ciclo
50 Minutos
Acção 5
Definir ciclos
de trabalho
para os
projectos dos
grupos
O(a) educador(a) distribui outro diagrama a todos os grupos,
igual ao anterior, mas por preencher para que, agora,
criem os diversos ciclos de trabalho necessários para
a concretização dos seus projectos (tantos quantos as
crianças necessitem).
15 Minutos
Ficha 48
Cópias do
diagrama
em branco
O(a) educador(a) finaliza a sessão dizendo que todas as
acções que se criam na vida fazem-se através dos ciclos de
trabalho e que as pessoas empreendedoras caracterizam-se
por cumprir os ciclos de trabalho.
ter ideias para mudar o mundo
87
Área de Conhecimento
12. Sem liderança não há projecto
Objectivos
•Assimilação de conceitos.
•Interiorização de conceitos
na prática através de
dinâmicas.
•Aplicação em projectos
reais.
Contextualização
teórica da área
de conhecimento
Liderança e empreendedorismo são dois fenómenos intimamente unidos, dificilmente separáveis. Por isso, é impossível
imaginar uma formação em liderança sem os fundamentos
empreendedores e vice-versa.
Como características principais da liderança podemos dizer que se aprende a liderar e
que a liderança obedece aos
mesmos fundamentos, independentemente do âmbito em
que se aplique.
Olhamos com frequência para
os líderes de diversos âmbitos (política, economia, cultura,
arte...) e encaramo-los como
seres especiais, aos quais a
natureza dotou de maneira diferente que o resto dos mortais.
Esta área trata de formar o aluno nas práticas e conhecimentos de um líder.
ter ideias para mudar o mundo
88
Conceitos mais relevantes
da área de conhecimento
A essência do espírito de liderar reside naquelas pessoas que
apresentam novas oportunidades à equipa; não é apenas uma
pessoa que toma decisões.
Não basta declarar que se é líder de um grupo.
O líder desenvolve-se a partir do seu compromisso pessoal,
da sua missão e da sua capacidade para unir o grupo em que
trabalha.
A liderança será dada quando o grupo lhe der autoridade para os
liderar em direcção ao êxito da missão.
A autoridade do líder é dada pela instituição na qual participa.
O líder não tem de sobressair em todas as facetas.
O bom líder organiza o grupo para que este tenha êxito.
As competências relacionadas com a liderança são centrais para as
organizações actuais.
As equipas de trabalho constituem-se a partir da declaração dos
compromissos assumidos por um conjunto de pessoas, com uma
missão proposta pelo líder.
O espírito de liderança não é algo genético. É um fenómeno
comunicacional, não uma qualidade essencial de um indivíduo.
Resulta das conversas de equipa.
Área de Conhecimento
Formas de cultivar o
espírito de liderança:
> Cuidar dos estados de espírito
das pessoas.
> Vontade
> Risco
> Estabelecer conversas acerca
do futuro comum do grupo,
e trabalhar no sentido da sua
concretização.
> Assumir compromissos e
fazer pedidos, que abram
novas oportunidades para o
grupo e para o projecto.
> Ambição
> Capacidade para escutar
> Sensibilidade às anomalias
> Inventar ofertas
> Ter empatia
> Gerir as potencialidades de
cada membro da equipa.
> Construir parcerias
> Cumprir estritamente os
compromissos.
> Honestidade
> Seduzir. A sedução surge
quando uma pessoa se
apresenta como uma
oportunidade.
> Confiança. É a base para
todas as organizações de
pessoas.
ter ideias para mudar o mundo
89
dos 3 aos 6 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Área de Conhecimento 12. Sem liderança não há projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
Acção 1
Questionar as
crianças:
Que áreas do
conhecimento
trabalhámos
ao longo das
sessões
de empreendedorismo?
O(a) educador(a) convida as crianças a organizarem-se em
grande grupo.
O(a) educador(a), sem dar exemplos, questiona as crianças
sobre as diversas sessões de empreendedorismo e pede
exemplos. Regista as diversas ideias das crianças num
quadro e reforça, com um breve resumo de cada uma das
áreas do conhecimento abordadas (as ideias, a partilha de
ideias, valores do ser empreendedor, estados de espírito,
escuta activa, narrativas, ofertas, protótipos, colaboradores,
ciclos de trabalho e rede).
10 Minutos
Quadro
24 Minutos
Acção 2
Representar
a história:
“As aventuras
do Joãozinho”.
As crianças são convidadas, pelo(a) educador(a), a
disporem-se em círculo para assistirem a um teatro de
fantoches.
O(a) educador(a) explica a necessidade de estarem
atentos para entenderem a história e transmite que, após
a dramatização irão responder a um guião sobre o que
observaram e retiveram da história (ver FICHA 49).
Colocam-se quatro pessoas por detrás do painel do
fantocheiro e cada um representa uma personagem
(o Joãozinho, a Matilde, o Pedro, o Carlos, o Sebastião e
a mascote Lupi). Cada um dos elementos deve possuir,
na sua frente, a narrativa com as deixas para actuar no
momento certo (ver FICHA 49). É conveniente haver um
ensaio antes da representação, para que tudo corra na
perfeição. Esta história é muito interessante, pois reúne
a totalidade das áreas de conhecimento e explica as
principais características de uma pessoa empreendedora e,
como tal, líder do seu projecto, da sua ideia.
O Joãozinho é um exemplo proactivo de um bom líder.
Distinguir uma pessoa líder de uma que não é líder.
Esta dramatização é uma súmula das várias áreas do
conhecimento que é, por sua vez, a melhor definição para
um líder.
14 Minutos
Fantoches das
personagens
(ver anexo),
Fantocheiro,
5 Pessoas
para papel de
personagens;
Ficha 49
Narrativas
da história
das “As
Aventuras do
Joãozinho”
O(a) educador(a), após a dramatização, solicita às crianças
um resumo da história e a identificação das diversas áreas
do conhecimento empreendedor, presentes na mesma.
O(a) educador(a) faz o registo no quadro.
10 Minutos
A sessão foi realizada
no tempo previsto e com
bastante satisfação.
34 Minutos
Acção 3
Resumir a
história.
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
90
Duração Recursos
10 Minutos
Optámos trabalhar, em
equipa, a mesma história
nos diferentes anos de
escolaridade. Foi, sem
dúvida, uma opção bem
sucedida, pois revelouse uma representação
com os condimentos
necessários.
As crianças gostaram e
interiorizaram, facilmente,
a diferença entre um líder
e uma pessoa carismática.
É, sem dúvida, uma forma
divertida de concluir o
ciclo de acções.
As crianças reagiram
bem à actividade,
compreenderam a
história e identificaram
correctamente as
características de um
bom líder. Verificou-se
que os conceitos foram
adquiridos quando as
crianças desenharam o
líder da história.
Descrição e metodologia
> VARIANTE
Pode-se utilizar
outro exemplo
mais próximo
da realidade
das crianças,
mas sempre
respeitando
os conceitos
trabalhados na
sessão.
Quadro
Área de Conhecimento 12. Sem liderança não há projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
dos 3 aos 6 anos
Duração Recursos
39 Minutos
Acção 4
Distinguir
Líder
Empreendedor
de Líder NãoEmpreendedor
As crianças vão caracterizar as personagens “Joãozinho”
e “Pedro” de forma a distinguir um bom líder de uma pessoa
que não é exemplo de bom líder (pessoa que pensa que faz
tudo bem e que se sente líder de um grupo, mas que, no
entanto, não é visto como tal).
5 Minutos
44 Minutos
Acção 5
Redefinir
o conceito
de Líder
As crianças, com a ajuda do(a) educador(a), deverão redefinir
o conceito de “Líder”. O(a) educador(a) faz o registo no
quadro das respostas obtidas.
5 Minutos
45 Minutos
Acção 6
Consolidar
ideias.
O(a) educador(a) deve transmitir, às crianças, que não se
nasce líder. Aprende-se a ser um bom líder através do
esforço, do trabalho e da prática das áreas do conhecimento
empreendedor. Deve-se, ainda, realçar que a liderança é
atribuída pelo grupo. As crianças têm de compreender que
todas podem ser líderes.
1 Minutos
50 Minutos
Acção 7
Consolidar
ideias.
Seguidamente, o(a) educador(a) deve pedir às crianças que
numa folha de papel A4 desenhem quem acham que, para
elas, é o líder da história.
5 Minutos
Quadro
Folha de papel
Canetas e lápis
de cor
ter ideias para mudar o mundo
91
dos 7 aos 8 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Optámos trabalhar, em
equipa, a mesma história
nos diferentes anos de
escolaridade. Foi, sem
dúvida, uma opção
bem sucedida, pois
revelou-se uma
representação com
os condimentos
necessários.
As crianças gostaram
e interiorizaram,
facilmente, a diferença
entre um líder e uma
pessoa carismática.
Área de Conhecimento 12. Sem liderança não há projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
10 Minutos
Acção 1
Questionar
as crianças:
Que áreas do
conhecimento
trabalhámos
ao longo das
sessões de
empreendedorismo?
O(a) educador(a) convida as crianças a organizarem-se em
grande grupo.
O(a) educador(a), sem dar exemplos, questiona as crianças
sobre as diversas sessões de empreendedorismo e pede
exemplos.
Regista as diversas ideias das crianças num quadro e
reforça, com um breve resumo de cada uma das áreas do
conhecimento abordadas (as ideias, a partilha de ideias,
valores do ser empreendedor, estados de espírito, escuta
activa, narrativas, ofertas, protótipos, colaboradores, ciclos
de trabalho e rede).
10 Minutos
Quadro
24 Minutos
Acção 2
Representar
a história:
“As aventuras
do Joãozinho”
As crianças são convidadas, pelo(a) educador(a), a
disporem-se em círculo para assistirem a um teatro de
fantoches.
O(a) educador(a) explica a necessidade de estarem
atentos para entenderem a história e transmite que, após
a dramatização irão responder a um guião sobre o que
observaram e retiveram da história (ver FICHA 49).
Colocam-se quatro pessoas por detrás do painel do
fantocheiro e cada um representa uma personagem
(o Joãozinho, a Matilde, o Pedro, o Carlos, o Sebastião e
a mascote Lupi). Cada um dos elementos deve possuir,
na sua frente, a narrativa com as deixas para actuar no
momento certo (ver FICHA 49). É conveniente haver um
ensaio antes da representação, para que tudo corra na
perfeição. Esta história é muito interessante, pois reúne
a totalidade das áreas de conhecimento e explica as
principais características de uma pessoa empreendedora e,
como tal, líder do seu projecto, da sua ideia.
O Joãozinho é um exemplo proactivo de um bom líder.
Distinguir uma pessoa líder de uma que não é líder.
Esta dramatização é uma súmula das várias áreas do
conhecimento que é, por sua vez, a melhor definição
para um líder.
14 Minutos
Fantoches das
personagens
(ver anexo),
Fantocheiro,
5 Pessoas
para papel de
personagens;
Ficha 49
Narrativas
da história
das “As
Aventuras do
Joãozinho”
O(a) educador(a), após a dramatização, solicita às crianças
um resumo da história e a identificação das diversas áreas
do conhecimento empreendedor, presentes na mesma.
O(a) educador(a) faz o registo no quadro.
10 Minutos
É, sem dúvida, uma
forma divertida de
concluir o ciclo
de acções. As
crianças reagiram
bem à actividade,
compreenderam a
história e identificaram
correctamente as
características de um
bom líder. Verificou-se
que os conceitos foram
adquiridos quando as
crianças desenharam o
líder da história.
A sessão foi realizada
no tempo previsto e com
bastante satisfação.
34 Minutos
Acção 3
Resumir
a história.
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
92
Duração Recursos
> VARIANTE
Pode-se utilizar
outro exemplo
mais próximo
da realidade
das crianças,
mas sempre
respeitando
os conceitos
trabalhados na
sessão.
Quadro
Área de Conhecimento 12. Sem liderança não há projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
dos 7 aos 8 anos
Duração Recursos
39 Minutos
Acção 4
Distinguir
Líder
Empreendedor
de Líder NãoEmpreendedor
As crianças vão caracterizar as personagens “Joãozinho” e
“Pedro” de forma a distinguir um bom líder de uma pessoa
que não é exemplo de bom líder (pessoa que pensa que faz
tudo bem e que se sente líder de um grupo, mas que, no
entanto, não é visto como tal).
5 Minutos
44 Minutos
Acção 5
Redefinir
o conceito
de Líder
As crianças, com a ajuda do(a) educador(a), deverão
redefinir o conceito de “Líder”.
O(a) educador(a) faz o registo no quadro das respostas
obtidas.
5 Minutos
45 Minutos
Acção 6
Consolidar
ideias.
O(a) educador(a) deve transmitir, crianças, que não se
nasce líder. Aprende-se a ser um bom líder através do
esforço, do trabalho e da prática das áreas do conhecimento
empreendedor. Deve-se, ainda, realçar que a liderança é
atribuída pelo grupo. As crianças têm de compreender que
todas podem ser líderes.
1 Minutos
50 Minutos
Acção 7
Consolidar
ideias.
Seguidamente, o(a) educador(a) deve pedir às crianças que
numa folha de papel A4 desenhem quem acham que, para
elas, é o líder da história.
5 Minutos
Quadro
Folha de papel
Canetas e lápis
de cor
ter ideias para mudar o mundo
93
dos 9 aos 12 anos
Experiência de
implementação
no CEAN
Optámos trabalhar, em
equipa, a mesma história
nos diferentes anos de
escolaridade. Foi, sem
dúvida, uma opção
bem sucedida, pois
revelou-se uma
representação com
os condimentos
necessários.
As crianças gostaram
e interiorizaram,
facilmente, a diferença
entre um líder e uma
pessoa carismática.
Área de Conhecimento 12. Sem liderança não há projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
10 Minutos
Acção 1
Questionar
as crianças:
Que áreas do
conhecimento
trabalhámos
ao longo das
sessões de
empreendedorismo?
O(a) educador(a) convida as crianças a organizarem-se em
grande grupo.
O(a) educador(a), sem dar exemplos, questiona as crianças
sobre as diversas sessões de empreendedorismo e pede
exemplos.
Regista as diversas ideias das crianças num quadro e
reforça, com um breve resumo de cada uma das áreas do
conhecimento abordadas (as ideias, a partilha de ideias,
valores do ser empreendedor, estados de espírito, escuta
activa, narrativas, ofertas, protótipos, colaboradores, ciclos
de trabalho e rede).
10 Minutos
Quadro
24 Minutos
Acção 2
Representar
a história:
“As aventuras
do Joãozinho”
As crianças são convidadas, pelo(a) educador(a), a
disporem-se em círculo para assistirem a um teatro de
fantoches.
O(a) educador(a) explica a necessidade de estarem
atentos para entenderem a história e transmite que, após
a dramatização irão responder a um guião sobre o que
observaram e retiveram da história (ver FICHA 49).
Colocam-se quatro pessoas por detrás do painel do
fantocheiro e cada um representa uma personagem
(o Joãozinho, a Matilde, o Pedro, o Carlos, o Sebastião e
a mascote Lupi). Cada um dos elementos deve possuir,
na sua frente, a narrativa com as deixas para actuar no
momento certo (ver FICHA 49). É conveniente haver um
ensaio antes da representação, para que tudo corra na
perfeição. Esta história é muito interessante, pois reúne
a totalidade das áreas de conhecimento e explica as
principais características de uma pessoa empreendedora e,
como tal, líder do seu projecto, da sua ideia.
O Joãozinho é um exemplo proactivo de um bom líder.
Distinguir uma pessoa líder de uma que não é líder.
Esta dramatização é uma súmula das várias áreas do
conhecimento que é, por sua vez, a melhor definição
para um líder.
14 Minutos
Fantoches das
personagens
(ver anexo),
Fantocheiro,
5 Pessoas
para papel de
personagens;
Ficha 49
Narrativas
da história
das “As
Aventuras do
Joãozinho”
O(a) educador(a), após a dramatização, solicita às crianças
um resumo da história e a identificação das diversas áreas
do conhecimento empreendedor, presentes na mesma.
O(a) educador(a) faz o registo no quadro.
10 Minutos
É, sem dúvida, uma
forma divertida de
concluir o ciclo
de acções. As
crianças reagiram
bem à actividade,
compreenderam a
história e identificaram
correctamente as
características de um
bom líder. Verificou-se
que os conceitos foram
adquiridos quando as
crianças desenharam o
líder da história.
A sessão foi realizada
no tempo previsto e com
bastante satisfação.
34 Minutos
Acção 3
Resumir
a história.
continua na página seguinte
ter ideias para mudar o mundo
94
Duração Recursos
> VARIANTE
Pode-se utilizar
outro exemplo
mais próximo
da realidade
das crianças,
mas sempre
respeitando
os conceitos
trabalhados na
sessão.
Quadro
Área de Conhecimento 12. Sem liderança não há projecto
SOMA
HORÁRIO Acção
Descrição e metodologia
dos 9 aos 12 anos
Duração Recursos
39 Minutos
Acção 4
Distinguir
Líder
Empreendedor
de Líder NãoEmpreendedor
As crianças vão caracterizar as personagens “Joãozinho” e
“Pedro” de forma a distinguir um bom líder de uma pessoa
que não é exemplo de bom líder (pessoa que pensa que faz
tudo bem e que se sente líder de um grupo, mas que, no
entanto, não é visto como tal).
5 Minutos
44 Minutos
Acção 5
Redefinir
o conceito
de Líder
As crianças, com a ajuda do(da) educador(a), deverão
redefinir o conceito de “Líder”.
O(a) educador(a) faz o registo no quadro das respostas
obtidas.
5 Minutos
45 Minutos
Acção 6
Consolidar
ideias.
O(a) educador(a) deve transmitir às crianças, que não se
nasce líder. Aprende-se a ser um bom líder através do
esforço, do trabalho e da prática das áreas do conhecimento
empreendedor. Deve-se, ainda, realçar que a liderança é
atribuída pelo grupo. As crianças têm de compreender que
todas podem ser líderes.
1 Minutos
50 Minutos
Acção 7
Consolidar
ideias.
Seguidamente, o(a) educador(a) deve pedir às crianças que
numa folha de papel A4 desenhem quem acham que, para
elas, é o líder da história.
5 Minutos
Quadro
Folha de papel
Canetas e lápis
de cor
ter ideias para mudar o mundo
95

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