As dívidas e o fator Papai Noel - Economia - Gazeta

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As dívidas e o fator Papai Noel - Economia - Gazeta
As dívidas e o fator Papai Noel - Economia - Gazeta do Povo
ECONOMIA
15/12/10 08:00
Quarta-feira, 15/12/2010
COMPRAS
As dívidas e o fator Papai Noel
Planejamento é a melhor saída para não estourar o cartão de crédito neste fim de ano
Publicado em 03/11/2009 | FRANCO IACOMINI
Um risco estará rondando o consumidor brasileiro nas próximas semanas. Ele pode vir disfarçado de
velhinho, com roupa vermelha, barba e um exótico gorro com pompom na ponta, ou ainda na forma de
belas roupas novas para serem usadas nas festas de fim de ano. Em ambos os casos, ele pode levar o
indivíduo ao poço sem fundo das dívidas.
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Historicamente, o nível de inadimplência das pessoas físicas costuma atingir seus picos no primeiro semestre,
principalmente por causa de dívidas assumidas nos últimos meses do ano. Mas, se o Natal cai todo ano na
mesma data, por que é que tanta gente desarranja as suas finanças por causa dele?
Faça as contas
A forma mais simples de manter-se sem dívidas é manter as despesas em ordem, programando-as com
antecedência. Abaixo, algumas sugestões de economistas para não se descontrolar no fim do ano:
Faça um orçamento
Coloque no papel ou numa planilha eletrônica as despesas previstas para o fim do ano. Mais do que isso: leve a
sério o que foi programado. De nada serve um planejamento se você não for respeitá-lo.
Presentes
Estabeleça um preço médio para os presentes da família – nesse caso, se alguém ganhar um presente mais
caro, outro terá de receber uma lembrancinha. Não esqueça dos amigos secretos. Combine com os
participantes o valor que todos terão de respeitar.
Férias
É um dos pontos mais sensíveis, porque produtos e serviços ligados ao turismo ficam mais caros nessa época
do ano. Para tentar pagar menos é importante reservar ou comprar com antecedência passagens, hotéis ou
aluguel de casa no litoral. O ideal seria entrar em novembro já com essa fase resolvida. Caso contrário, comece
imediatamente.
Festas
Quanto mais sofisticada for a festa, mais importante fica a preparação prévia. Se for comprar uma ceia pronta
(de um restaurante, por exemplo), é melhor reservar logo. Se for fazer uma festa em família, já dá para
combinar quem faz o quê. Mas evite extremos. “Não dá para uma prima levar arroz branco e a outra, peru com
fios de ovos”, explica a professora Ana Paula Mussi Cherobim, da UFPR.
Roupas
As tendências para o fim de ano já estão nas lojas. Então é possível comprar agora as roupas especiais para as
festas, sem engarrafamentos nem filas no provador. Outra vantagem é poder pesquisar preços ou aproveitar
alguma promoção. O cuidado, nesse caso, é não exagerar.
“Pura falta de programação”, diz Samir Bazzi, professor de Administração Financeira do Unifae. “As pessoas
sabem que o fim do ano é uma época difícil para o controle das contas, mas confiam demais que
conseguirão pagar tudo com o décimo terceiro.” Como o dinheiro não se multiplica, acabam fazendo
empréstimos, entrando no limite do cheque especial ou pagando o valor mínimo do cartão. Aí é que as
coisas se complicam.
Bazzi diz que não há segredo para conseguir manter as contas em dia nesse período, basta seguir uma única
regra que deveria valer para o ano todo – planejar, usando um orçamento. “É preciso antecipar as despesas,
em vez de comprar e se preocupar depois em como pagar”, aconselha. Mas há algumas dicas que podem
servir para organizar melhor as despesas. Em todas elas, no entanto, a palavra-chave é a mesma:
planejamento.
A professora Ana Paula Mussi Cherobim, que leciona Economia Doméstica na Universidade Federal do Paraná
(UFPR), divide as despesas de fim de ano em quatro grandes grupos: férias, presentes, festas e roupas
novas. Cada uma delas exige uma postura diferente de enfrentamento.
A mais urgente delas é a das férias. “Programar férias exige antecedência. Quanto mais perto da alta
temporada, mais caro vão custar passagens aéreas, hotéis ou o aluguel de casas na praia”, observa a
professora. “O ideal seria já estar com tudo reservado. Se não estiver, é bom começar imediatamente.”
Os presentes são um dos casos mais delicados. É fácil perder a conta quando se está comprando uma
infinidade de lembrancinhas para irmãos, tios, primos, cunhados... “É bom fazer uma lista de quem vai ser
presenteado, em vez de sair comprando”, aconselha Ana Paula. E comprar aos poucos – assim a despesa
pesa menos e é possível fazer compras sem a agitação de dezembro.
Bazzi sugere ainda estabelecer um preço médio para cada presente. Isso significa que, se alguém ganhar um
presente mais caro, outra pessoa terá de ficar com uma lembrança baratinha. “E procure pagar sempre à
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vista, para escapar dos juros”, diz. Nunca é demais lembrar que os juros estão sempre presentes nas
compras a prazo, mesmo que a loja diga que está vendendo sem acréscimo. “Peça desconto em todas as
compras à vista.”
Ana Paula defende que as compras de roupas também devem começar já. “Dá para escolher com mais
calma, as lojas ainda não estão cheias”, afirma. O cuidado, nesse caso, é para não exagerar. Afinal, festa de
Natal não é desfile de modas.
O professor do Unifae também é adepto das compras antecipadas. “Pode haver uma ou outra promoção,
mas em geral na época natalina os preços costumam subir”, comenta. As compras de última hora ficam só
para os perecíveis que vão compor a ceia ou o almoço especial do Natal. Mas mesmo na ceia há meios de
planejar um pouco. “Dá para programar quem vai fazer o quê nas festas de família”, sugere Ana Paula.
Ambos os economistas acreditam que o fim de ano será agitado. Em 2008 o Natal foi comemorado à sombra
de uma crise, e muitas empresas fizeram demissões em massa em pleno dezembro. Desta vez, o mês deve
ser marcado pela retomada econômica e por uma redução do desemprego. “A sensação de riqueza faz com
que as pessoas se entusiasmem e comprem demais”, descreve a professora Ana Paula. “Pode ser até que
alguns ingredientes ou itens de decoração fiquem em falta por excesso de demanda”, diz.
A possibilidade de descontrole, então, é grande. “Eu acho que vai ser uma farra de consumo”, prevê Samir
Bazzi. “Muitas pessoas vão gastar o que não têm e estourar o cartão de crédito.” Melhor, então, ir com
cautela às compras.
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