LatAm Big Book
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The LatAm Big Book 2016 Introdução Aos nossos clientes, é com grande prazer que apresentamos a quinta edição do Big Book LatAm do Itaú BBA, um compêndio de nossas melhores ideias de investimentos na região, vistas de todas as perspectivas. O Big Book, como é chamado carinhosamente aqui, inclui ponderações e percepções de nossos analistas de Ações e de Crédito, nossos Estrategistas regionais e nossos Economistas Macro. Temos orgulho em lhe oferecer este guia abrangente e all-inclusive para a América Latina. À medida que nos aproximamos do final de 2015 podemos dizer, falando de maneira geral, que a América Latina decepcionou em relação às nossas expectativas de crescimento do PIB neste ano, e o Brasil foi o país que mais divergiu das projeções. Em janeiro passado, estávamos antecipando um desempenho bastante estável do PIB no ano de 2015, porém agora parece que o declínio provavelmente irá se aproximar de 4%. Curiosamente, o único país que irá superar a nossa estimativa original de crescimento para 2015 é a Argentina, país para o qual estávamos esperando um declínio de 2% no PIB, mas onde agora projetamos um crescimento em torno de 0,5%. O desempenho do PIB neste ano no México, Chile, Colômbia e Peru foi positivo, porém em todos estes casos este desempenho veio abaixo das expectativas originais. Para 2016, nossa equipe Macro antevê um cenário que deve replicar amplamente o ano de 2015: o PIB brasileiro caindo para um valor próximo de 3%; um PIB estável na Argentina; e o PIB no Chile, México e Colômbia crescendo 2% a 3%. O Peru é o único país para o qual esperamos que o PIB supere 3% no próximo ano. Embora a aceleração estimada para o crescimento do PIB do México, Colômbia e Peru esteja longe de espetacular, a boa notícia é que temos a expectativa de moedas muito mais estáveis. As exceções a esta regra, entretanto, são o Brasil e a Argentina, para os quais projetamos a mesma fraqueza vigente para o BRL e para o ARS. Nosso Estrategista para a América Latina, Gregório Tomassi, expressa perspectivas consistentes com a abordagem top-down da nossa equipe Macro. Consequentemente, Gregório recomenda uma maior exposição ao Chile e ao México, e uma menor exposição ao Brasil, Colômbia e Peru. No momento, o estrategista não está recomendando uma aposta fora do índice na Argentina. Com relação aos setores, nossas maiores posições overweight estão concentradas no Consumo Discricionário (Alsea, Megacable, Televisa e Tupy) e em TI (Cielo e Sonda). Complementadas pelas abordagens Macro e de Estratégia, o filé do Big Book LatAm são as análises bottom-up fornecidas para os setores e os relatórios das companhias, incluindo a seção do nosso Big Book dedicada à dívida corporativa. Analisamos 205 companhias em toda a América Latina, sendo 125 delas no Brasil, 36 no México, 24 no Chile, 11 na Colômbia, 5 na Argentina, 3 no Peru e 1 no Panamá. Esperamos sinceramente que o Big Book LatAm do Itaú BBA – e por extensão o próprio Itaú BBA – sirvam como um guia para você como investidor, quando você se voltar para a América Latina. Nossas saudações, Joaquín Ley Diretor de Análise Global, Diretor de Análise para o México e Diretor Setorial Para Bens de Consumo e Varejo na América Latina The LatAm Big Book – January 27, 2016 Economics Macro Team Macro View Crescimento global melhor e menor risco de deflação em 2016 Em 2015, os mercados emergentes desaceleraram, afetando o crescimento mundial. O crescimento do PIB da China caiu um pouco, porém a desaceleração foi mais intensa no setor industrial e no investimento agregado, com efeitos sobre a demanda global e os preços das commodities. Em 2016, o crescimento global deve apresentar alguma aceleração, com os países desenvolvidos continuando a recuperação, e os emergentes dando sinais de estabilização. O crescimento dificilmente será significativamente maior, uma vez que os países desenvolvidos já estão crescendo acima da tendência de longo prazo, a China continuará desacelerando e outros mercados emergentes ainda precisam encontrar um modelo de crescimento menos dependente das commodities. Em contrapartida, a recessão profunda em alguns grandes mercados emergentes pode ser atenuada. Esperamos mudança no balanço de riscos para a inflação em 2016 em países desenvolvidos, com aumento dos índices de inflação cheia e contínua aceleração dos núcleos da inflação. Projetamos estabilização nos preços da maioria das commodities e pequena recuperação dos preços do petróleo no segundo semestre. Isso será suficiente para elevar os índices de inflação cheia por causa do efeito de base de comparação. Além disso, a ociosidade no mercado de trabalho continua diminuindo nas economias desenvolvidas, colaborando para um lento avanço dos salários e núcleos da inflação. O cenário global será heterogêneo. Inflação e perspectiva de política monetária continuarão divergentes nos mercados desenvolvidos. O aumento da inflação nos EUA ficará mais claro, o que nos leva a projetar uma alta maior dos juros do que o mercado antecipa. Na Europa, a inflação subirá gradualmente, com a ajuda do BCE. No Japão, os riscos ainda são de baixa, e o desafio de terminar com a deflação continua. Nos mercados emergentes, alguns países seguem em desaceleração, enquanto outros já dão sinais de estabilização. As políticas monetárias também diferem. Na América Latina, onde o crescimento está se estabilizando e os índices de inflação permanecem acima das metas, esperamos estabilidade ou alta de juros. Já na Ásia, a inflação segue contida e ainda há algum espaço para expansão monetária. O dólar provavelmente se fortalecerá um pouco mais em 2016. Prevemos uma valorização de 5% do dólar contra uma cesta de moedas de mercados emergentes. É um movimento pequeno, comparado ao ganho de 38% acumulado desde 2012. Esperamos que o euro se aproxime da paridade com o dólar, à medida que a política monetária continua divergindo da adotada nos EUA, mas sem ficar abaixo do dólar graças ao avanço da recuperação econômica na zona do euro. A China continuará sendo o maior risco para a economia global em 2016. O país ainda tem de reequilibrar sua economia, em meio a níveis elevados de endividamento no setor corporativo e entre os governos locais. Latin America: 2016 com menos turbulência Haverá eventos políticos importantes na região em 2016, especialmente no Brasil. Um processo de impeachment foi iniciado em dezembro, e podemos esperar um período volátil e incerto até que uma decisão final seja tomada. Para que o impeachment seja aprovado, são necessários dois terços dos votos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Ao mesmo tempo, a operação anti-corrupção “Lava Jato” continua, e o ajuste fiscal não está avançando no Congresso. O ano deve ser politicamente volátil novamente. Acordo na Colômbia, eleições no Peru. Um acordo entre as Farc e o governo colombiano está previsto para março, seguido por um referendo sobre o acordo. No Peru, haverá eleições presidenciais em abril. Apesar de os principais candidatos serem percebidos como favoráveis ao mercado, alguma incerteza permanece, já que no passado as pesquisas não conseguiram capturar, nesta época do ano, o resultado das eleições. No Chile, o debate e aprovação das reformas controversas devem continuar. Na Argentina, 2016 começou em 10 de dezembro, quando Mauricio Macri, o candidato de centro-direita que venceu as eleições presidenciais, assumiu o cargo. Os nomes anunciados para a equipe econômica foram muito bem recebidos pelos mercados. Mas há desafios significativos para a próxima administração. Itaú BBA 2 The LatAm Big Book – January 27, 2016 As economias da América Latina devem ter melhor desempenho no próximo ano, em relação a 2015. Para o Brasil, isso ainda significa contração em 2016 (embora menos intensa do que em 2015). No Peru, a recuperação será mais forte à medida que novos projetos de mineração entram em operação, o investimento privado se estabiliza e os gastos de capital público (um grande obstáculo para o crescimento este ano) aceleram. No Chile, a estabilização do investimento também deverá ajudar o crescimento. Na Colômbia, a economia este ano vem sendo sustentada pelo crescimento do crédito e investimento público. Como esses dois fatores não devem ter tanta influência no próximo ano (devido ao aperto das políticas macro), esperamos que a economia desacelere um pouco. No entanto, alguns fatores específicos (a refinaria de Cartagena e o programa de infraestrutura 4G) provavelmente sustentarão o crescimento. O México é o único país onde esperamos crescimento acima da média dos últimos anos. A recuperação da economia dos EUA, combinada ao peso mexicano mais fraco e, em menor medida, à implementação da reforma energética, provavelmente elevarão o crescimento. As taxas de câmbio na América Latina provavelmente terão uma pequena desvalorização em relação ao dólar em 2016. Por um lado, esperamos que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) eleve os juros no próximo ano para um patamar um pouco acima do que o mercado está precificando. Por outro, esperamos alguma recuperação dos preços das commodities. O real provavelmente continuará apresentando desempenho inferior às demais moedas, com a permanência da incerteza sobre a situação política e fiscal. Consistentemente com nosso novo cenário para as commodities, esperamos agora depreciação cambial no Chile (para o final de 2015 e 2016), na Colômbia (2015 e 2016) e no Peru (para 2015 apenas). À medida que a incerteza sobre o cenário externo diminua, esperamos que vários bancos centrais reduzam a intervenção. Esperamos que os déficits em conta corrente da maioria dos países da região caiam em 2016, impulsionados pelo impacto defasado da depreciação cambial. Com a demanda interna estabilizada e as exportações de commodities caindo ainda mais, os déficits em conta corrente de muitos países da América Latina deterioraram no segundo semestre de 2015. No Brasil, onde a economia ainda não parou de contrair, o déficit em conta corrente continua diminuindo. Com as taxas de câmbio depreciando muito menos do que em 2015 e o crescimento ainda fraco, a inflação provavelmente cairá no próximo ano. No entanto, com exceção do México, não esperamos que a inflação atinja os respectivos centros da meta dos bancos centrais em 2016. Com a inflação acima do intervalo da meta por muitos meses em Brasil, Chile, Colômbia e Peru, esperamos uma convergência lenta da inflação para a meta. Considerando que a inflação ainda está pressionada, alguns bancos centrais provavelmente continuarão aumentando as taxas de juros, mas esperamos que o ciclo de aperto termine no curto prazo. Enquanto o crescimento permanece fraco, a taxa de câmbio se estabiliza e a inflação cai gradualmente, é improvável que os bancos centrais aumentem muito mais as taxas de juros. No Brasil, onde a política monetária já está apertada, não esperamos movimentos nos juros: o nível alto da inflação e das expectativas de inflação impedem cortes nos juros, ao mesmo tempo em que a recessão profunda impede aumentos adicionais da taxa básica. Na Colômbia, apesar das expectativas de inflação em alta, o banco central reduziu o ritmo de aumentos da taxa de juros e indicou que dois anos é um horizonte apropriado para trazer a inflação para a meta, então esperamos que o banco central colombiano termine o ciclo com um aumento de 0,25 p.p. na taxa de juros nas duas próximas reuniões. No Chile e no Peru, onde a inflação se estabilizou, o ciclo de aperto tem sido mais gradual. Esperamos apenas um aumento adicional de 0,25 p.p. no Chile e no Peru. Por fim, no México, o Banco Central elevou a taxa de juros logo após a alta de juros nos Estados Unidos, e esperamos que continue aumentando em 2016. Esperamos que a economia argentina contraia 0,5% em 2016. Esperamos que o impacto negativo da desvalorização sobre os salários reais e o aperto das políticas macro deverão mais do que compensar os benefícios do aumento da confiança no curto prazo. No médio prazo, os ajustes devem gerar resultado. Esperamos recuperação da atividade em 2017, com queda da inflação. Itaú BBA 3 The LatAm Big Book – January 27, 2016 LatAm Forecasts Brazil Mexico 2014 2015 2016 2014 2015 2016 GDP - % 0.1 BRL / USD - eop 2.66 Monetary Policy Rate- eop - % 11.75 IPCA - % 6.4 -3.7 4.00 14.25 10.5 -2.8 4.50 14.25 6.8 GDP - % 2.3 MXN / USD - eop 14.72 Monetary Policy Rate- eop - % 3.00 CPI - % 4.1 2.5 17.00 3.00 2.5 2.8 17.50 4.00 3.0 2015 2016 2015 2016 3.0 3100.00 5.75 6.5 2.8 3150.00 6.00 4.0 2.0 700.00 3.25 4.5 2.3 715.00 3.50 3.5 2014 2015 2016 2014 2015 2016 -2.7 8.55 20.38 38.5 0.5 13.00 35.00 28.0 -0.5 17.10 35.00 34.0 2.4 2.98 3.50 3.2 2.8 3.35 3.75 3.9 3.8 3.45 4.00 3.1 Colombia 2014 GDP - % 4.6 COP / USD - eop 2376.51 Monetary Policy Rate- eop - % 4.50 CPI - % 3.7 Chile Peru Argentina GDP - % ARS / USD - eop BADLAR - eop - % CPI - % (Private Estimates) 2014 GDP - % 1.9 CLP / USD - eop 606.00 Monetary Policy Rate- eop - % 3.00 CPI - % 4.6 GDP - % PEN / USD - eop Monetary Policy Rate- eop - % CPI - % Source: Itaú BBA Itaú BBA 4 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Lucas Tambellini CNPI (Brasil) BRASIL Fernando Lutfalla, CNPI (Brasil) Estratégia em Ações Surfando os Ciclos do Ibovespa É uma tarefa difícil prever onde estará o mercado brasileiro de ações daqui a um ano, em virtude do ambiente macroeconômico desafiador. O resultado de determinados fatores vitais para uma recuperação econômica é imprevisível e, portanto, isto restringe a nossa perspectiva para os próximos 12 meses. Acreditamos que o próximo ano será similar a 2015, com a reação nos preços mais correlacionada com o fluxo de notícias do que com os fundamentos propriamente. Dito isto, tentaremos enfrentar a tarefa ainda mais difícil de prever os movimentos iniciais do mercado e para onde este irá a partir daí. Desempenho do Ibovespa no Acumulado do Ano 125 Valor Mercado 2015: US$ 483 bilhões PIB 2015: US$ 1.778 bilhões População 2015: 204,5 milhões Crescimento do PIB 2016: -2,8% Res. Cambiais 2015: US$ 374 bilhões Inflação 2016: 6,8% NTN-B: 6.3% USD/BRL: 3.01 China Stock Exchange rally 115 7/22/15 Petrobras 2014 Audited BS released NTN-B: 6.2% USD/BRL: 3.23 China decelerates further Reduction in 2015 fiscal target to 0.15% from 1.13% of GDP 105 95 6/19/15 NTN-B: 5.9% USD/BRL: 3.09 Peak of Lava Jato newsflow 85 2/01/15 75 14th wave of Lava Jato arrests Marcelo Odebrecht, among others NTN-B: 6.0% USD/BRL: 2.71 QE in Europe Cunha and Renan are elected 3/08/15 NTN-B: 6.5% USD/BRL: 3.12 Rising commodities prices 65 8/29/15 NTN-B: 7.8% USD/BRL: 4.08 Fed may postpone liftoff Levy’s fiscal measures proposals strengthen among congressmen Newsflow favoring impeachment 55 Jan-15 Feb-15 Mar-15 Apr-15 May-15 Ibovespa (in USD) Jun-15 SPX Index Jul-15 Aug-15 Sep-15 Oct-15 CNI Index (in USD) Fonte: Bloomberg e Itaú BBA Infelizmente, Ainda Não é o Momento de Nos Tornarmos Otimistas Questões políticas. O início do processo de impeachment presidencial e as investigações em andamento da operação Lava Jato devem continuar dificultando a aprovação das medidas fiscais necessárias, o que por sua vez deve levar a uma nova contração da atividade em 2016. Além disso, a incerteza quanto ao momento em que irá ocorrer uma estabilização política provavelmente continuará causando volatilidade no mercado no curto prazo. Revisões negativas do PIB. Acreditamos que o mercado irá sofrer incialmente em consequência de uma piora na recessão, podendo possivelmente chegar ao seu ponto de inflexão no 2S16. Ao longo do último ano , a contração trimestral no PIB continuou aumentando de maneira consistente … Itaú BBA 5 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Crescimento Real do PIB (em termos anuais, %) 3.2% 2.4% -0.8% -1.1% -0.7% -0.8% -1.8% -2.0% -3.0% -3.2% -4.5% 4Q13 1Q14 2Q14 3Q14 4Q14 1Q15 2Q15 Actual 3Q15 -5.4% -5.3% 4Q15 1Q16 2Q16 3Q16 4Q16 Expected Fonte: IBGE e Itaú BBA …e, de acordo com a nossa equipe macro, a taxa de contração somente começará a desacelerar no 1T16. As revisões dos resultados devem seguir a mesma tendência de baixa no curto prazo. Gostemos ou não, os resultados de muitas companhias possuem uma estreita correlação com o PIB. Como comentamos anteriormente, acreditamos que ainda há algum caminho a percorrer antes que o Brasil chegue à parte mais baixa de seu ciclo de contração do PIB. Dito isto, ao menos durante os próximos trimestres, temos a expectativa de que os resultados respondam da mesma maneira e, consequentemente, esperamos continuar observando revisões negativas nos lucros das companhias. . Um segundo fator que sustenta esta tese é o fato de que os lucros das empresas surpreenderam as expectativas dos analistas cada vez mais negativamente ao longo dos últimos quatro trimestres. O 3T15 foi o pior trimestre dos últimos doze meses em termos de decepção nos lucros , com 30% dos resultados vindo abaixo das expectativas. Isto deve levar a outra rodada de revisões negativas nos lucros no curto prazo. Lucros do Ibovespa (bilhões de BRL) Resultados Trimestrais dos Lucros 50% 160 140 40% 120 43% 39% 37% 33% 100 30% 30% 18% 80 20% 60 40 10% 20 0 0% 2013 2014 2015 Expected 2016 2017 Positive Actual *Efetivo em 2015 = esperado na situação de dezembro de 2015, *apenas companhias em nosso universo de cobertura 2Q14 Neutral 3Q14 4Q14 1Q15 Negative 2Q15 3Q15 Fonte: Itaú BBA Fonte: Itaú BBA O BRL provavelmente deve continuar apresentando um desempenho fraco. O real brasileiro deve continuar a se desvalorizar, na medida em que persistam as incertezas em torno da situação política do país e das finanças públicas. Temos a expectativa de uma taxa de câmbio de R$ 4,50 / USD ao final de 2016, porém acreditamos que existe o risco de que a maior parte da depreciação possa se materializar no curto prazo, quando a incerteza em torno dos resultados destes fatores provavelmente deve ser maior. Isto provavelmente irá continuar preocupando os investidores estrangeiros que estão considerando a possibilidade de realizar investimentos no país. Valuations ainda não atrativos. O MSCI Brasil está sendo negociado ligeiramente abaixo da sua média histórica, em 10,7x, sugerindo que ainda não estamos em um ponto de entrada atrativo. Itaú BBA 6 The LatAm Big Book – January 27, 2016 P/L do MSCI Brasil – Múltiplo Histórico Assumindo os Pesos Atuais do Índice 15.0 x 14.0 x 13.0 x 12.5 x 12.0 x 11.0 x 10.7 x 10.0 x 10.0 x 9.0 x 8.0 x 7.5 x 7.0 x MSCI Brazil P/E Average Average + 1 STD Aug-15 Dec-14 Apr-14 Aug-13 Dec-12 Apr-12 Aug-11 Dec-10 Apr-10 Aug-09 Dec-08 Apr-08 Aug-07 Dec-06 Apr-06 6.0 x Average - 1 STD Fonte: Bloomberg Vendo Luz no Fim do Túnel Embora alguns ajustes necessários ainda precisem ser realizados, acreditamos que o final do ciclo de baixa não está muito distante. O Brasil conta com um histórico relativamente bom de superação das crises, e provavelmente irá sair da situação atual numa forma muito melhor; falando historicamente, a maior parte das variáveis macroeconômicas se recuperou durante o primeiro ano após uma crise. Por exemplo, após a crise financeira de 2008-09, quando o Brasil registrou uma contração do PIB de 0,2% numa base anual em termos reais, uma forte recuperação foi observada no ano seguinte, com o PIB crescendo 7,6%. Acreditamos que a crise atual irá requerer que as questões que estão impedindo o desenvolvimento econômico do país sejam solucionadas, como a estrutura fiscal e outras reformas, o que provavelmente deve melhorar a produtividade, levando finalmente a uma melhora no ambiente de negócios. Além disso, em vista de seu tamanho e importância na economia mundial, o Brasil continua a atrair investimentos estrangeiros, e o câmbio atual ajudou a economia do país a responder através das exportações. Outro fator importante que deve ser mencionado é o fato de que os níveis atuais de determinadas variáveis cruciais sugerem que o risco de baixa não deve ser significativo. Baixos preços das commodities. Devido à queda sequencial nos preços do petróleo, aço e minério de ferro, o Índice das Commodities já está próximo de sua maior baixa, registrada durante a crise de 2009. Embora isto possa explicar parte do movimento recente dos preços no Brasil, dado que os preços das commodities estão fortemente correlacionados com o desempenho do Ibovespa, nossa equipe macro espera que a maioria dos preços das commodities se estabilize e que os preços do petróleo registrem uma pequena recuperação no 2S16. Baixa exposição na alocação dos fundos. Não podemos deixar de mencionar o fato de que a maioria dos investidores já apresenta baixa exposição ao Brasil. Na realidade, há quase dois anos a alocação dos fundos GEM nas ações brasileiras vem se apresentando abaixo do benchmark, que é o MSCI Emerging Markets, de maneira que o risco de uma revoada de capitais não parece significativo. Itaú BBA 7 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Alocação dos Fundos Ativos GEM no Brasil Versus Peso do Brasil no MSCI EM Correlação Entre o Índice CRY e o Ibovespa 50000 40000 30000 20000 Ibovespa in USD (LHS) Fonte: Bloomberg Jan-15 Jan-12 Jan-09 Jan-06 Jan-03 Jan-00 Jan-97 0 Jan-94 10000 CRY Index (RHS) 500 450 400 350 300 250 200 150 100 1.5% 1.0% 0.5% 0.0% -0.5% -1.0% Jul-09 Jul-10 Jul-11 Jul-12 Jul-13 Jul-14 Jul-15 Fonte: EPFR e Bloomberg Como Se Posicionar Conforme mencionamos acima, continuamos pessimistas em relação ao mercado brasileiro de ações no curto prazo, em vista da ausência de esforços concretos para enfrentar as questões econômicas do país. O cenário político continua sendo o principal obstáculo para o ajuste fiscal e, consequentemente, para uma recuperação econômica. Outros dois fatores que também podem comprometer o desempenho do mercado no curto prazo são o provável aumento da taxa de juros pelo Fed e a persistente desaceleração econômica na China. Como comentamos anteriormente, nossa expectativa e a de que a recuperação no mercado se inicie no 2S16, embora o ambiente imprevisível atual torne difícil estimar esse momento com precisão. Por esta razão, nosso portfólio está posicionado assumindo um cenário turbulento, com alocações em dois agrupamentos principais: i) empresas que se beneficiam da desvalorização cambial, como a Suzano e a WEG; e ii) companhias resilientes que geram um fluxo de caixa forte, como a Ambev, BRF e Telefônica. No entanto, reconhecemos que, caso o cenário econômico se recupere mais rapidamente do que o esperado, poderemos observar uma forte recuperação no Ibovespa. Nesse caso, mudaríamos o nosso portfólio para empresas com beta alto, que iriam se beneficiar de um rali no mercado (como, por exemplo, a Petrobras) e também para companhias com valuations atrativos, como o Banco do Brasil e a Localiza. Itaú BBA 8 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Seleção de Ações ABEV3: OP – YE16 FV R$ 21.0 BBDC4: OP – YE16 FV R$ 31.3 BRFS3: MP – YE16 TP R$ 86.0 A Ambev é uma subsidiária da Anheuser-Busch InBev, a maior cervejaria do mundo. Individualmente, a companhia é a quarta maior cervejaria do mundo , com operações em 16 países. A Ambev possui duas operações principais: i) um segmento de cervejas, que possui uma participação de mercado significativa em importantes países e regiões (incluindo o Brasil, que foi responsável por 55% de seu EBITDA estimado em 2015; Sul da América Latina, 19%; e Canadá, 9%) através de suas poderosas marcas locais e internacionais (Skol, Quilmes, Budweiser e Stella Artois); e ii) um segmento de refrigerantes na América do Sul. A Ambev é a maior engarrafadora da Pepsi fora dos Estados Unidos. Em 2015, a Ambev deve provavelmente vender um total de 171 milhões de hectolitros de bebidas, gerando uma receita líquida de R$ 45 bilhões. O Bradesco é o segundo maior banco do setor privado do Brasil, em termos do total de ativos. A instituição está posicionada como um banco que oferece todos os serviços e como uma companhia de seguros que atende pessoas físicas e companhias através de sua extensa rede de quase 4.600 agências no Brasil, possuindo uma participação de mercado de cerca de 12% em termos do total de ativos. Com mais de 55 milhões de clientes, o Bradesco também é a instituição líder nos segmentos de seguros e pensões. Outra característica importante é a sua forte cultura organizacional e sua abordagem de carreira fechada. O Bradesco anunciou recentemente a aquisição do HSBC Brasil por US$ 5,2 bilhões. A BRF é uma das maiores produtoras mundiais de aves, com operações verticalizadas – do estoque de pintinhos à distribuição própria – possuindo também uma forte presença na indústria de alimentos processados e de marca no Brasil. A companhia opera em dois segmentos: i) doméstico (35% do EBIT estimado para 2015), principalmente em alimentos processados, através de duas das marcas brasileiras mais fortes (Sadia e Perdigão), com uma participação de mercado conjunta superior a 50%; e ii) internacional (65% do EBIT estimado para 2015), em que 78% da receita é proveniente das vendas de carnes de aves e suínas in natura. O modelo de negócios internacional não se baseia apenas nas exportações de carnes frescas: no Oriente Médio, a BRF possui a marca mais forte (Sadia), cerca de 50% de distribuição própria e uma planta de alimentos preparados; na Argentina a companhia opera marcas líderes nos mercados de hambúrgueres, linguiças e margarina, tendo adquirido recentemente plantas de suínos; e no Reino Unido a empresa possui cerca de 1/3 de participação de mercado na distribuição de serviços de alimentação. CIEL3: OP – YE16 FV R$ 40.0 CPFE3: OP – YE16 TP R$ 18.0 RAPT4: OP – YE16 TP R$ 4.5 A Cielo é a maior adquirente de cartões do Brasil. A empresa obtém cerca de 35% de sua receita total através da captura de transações com cartões Visa, MasterCard e Amex, entre outros. As outras fontes mais importantes de receitas da companhia são as tarifas de locação de terminais POS (cerca de 20% da receita) e a antecipação dos pagamentos de recebíveis (prépagamentos) de cartões de crédito (cerca de 15% da receita). O setor de adquirência no Brasil passou por uma transformação significativa devido ao aumento da concorrência após a expiração do acordo de exclusividade da Cielo com a Visa em meados de 2010. A principal concorrente da Cielo é a Rede (anteriormente denominada Redecard), porém outras empresas, como a Elavon e Banricompras também ingressaram nesse mercado e estão realizando movimentos para aumentar a sua participação de mercado. A CPFL Energia é um dos maiores grupos privados de concessionárias de energia no país, com investimentos em todas as frentes: distribuição, geração transmissão, serviços e comercialização. A companhia foi controlada por um conjunto de empresas desde 1997, ano de sua privatização, através de um acordo de acionistas, sendo considerada como uma empresa que conta com uma das melhores administrações do país. A Randon está altamente exposta ao segmento de veículos comerciais, com foco principalmente no mercado doméstico, que responde por cerca de 90% do faturamento. A receita da companhia está dividida quase igualmente entre carretas rodoviárias (segmento no qual a companhia é líder no Brasil) e peças para caminhões. A Randon possui alianças estratégicas com companhias de autopeças como a Arvin Meritor e a Jost, que proporcionam à companhia novas tecnologias e fortalecem seus relacionamentos com as montadoras. A Randon é controlada pela família Randon, que possui 40,6% do capital total da empresa. Itaú BBA 9 The LatAm Big Book – January 27, 2016 SUZB5: OP – YE16 TP R$ 24.0 VIVT4: OP – YE16 FV R$ 53.0 VLID3: OP – YE16 FV R$ 51.5 A Suzano Papel e Celulose é uma das maiores produtoras verticalmente integradas de papel e celulose da América Latina, com uma capacidade de produção anual de 3,4 milhões de toneladas de celulose e 1,3 milhões de toneladas de papel. A companhia possui quatro linhas de produtos: i) celulose de eucalipto; ii) papel não revestido e sem madeira para impressão e escrita; iii) papel revestido e sem madeira para impressão e escrita; e iv) cartão. A Suzano oferece uma ampla gama de produtos de celulose e papel, tanto para o mercado doméstico quanto de exportação, contando com posições de liderança nos principais mercados brasileiros. A Telefônica Brasil é a entidade resultante da incorporação da Vivo pela Telesp em 2011. Trata-se de um ativo singular, combinando uma sólida geração de fluxo de caixa no segmento fixo (41% da receita no 3T15) com um forte crescimento da receita na telecomunicação móvel (59% da receita). A Telefônica é a principal operadora móvel em termos do número de assinantes (participação geral de 29% e de 42% em pós-pagos, de acordo com os números do 3T15), sendo a líder nas adições líquidas de pós-pagos (participação de cerca de 50% nas adições líquidas), devido principalmente à sua reputação de operadora de alta qualidade com uma rede superior. No segmento fixo, a Telefônica fornece serviços de voz sobre fixo, banda larga e TV por assinatura – suas operações no estado de São Paulo foram complementadas pela aquisição da GVT, uma operadora fixa com ampla presença em outros estados. A Valid está posicionada em quatro segmentos de negócios no Brasil: Meios de Pagamentos, Sistemas de Identificação, Telecomunicações e Certificação Digital. Os principais produtos em cada segmento são os cartões de pagamentos, carteiras de motoristas, cartões SIM e certificados digitais. No final de 2012, a Valid adquiriu a VMARK, uma empresa de meios de pagamentos baseada nos Estados Unidos e que agora é denominada Valid USA. A aquisição foi motivada pela esperada migração do mercado norte-americano de cartões magnéticos para cartões com chips, o que já está ocorrendo a toda velocidade. Mais recentemente, a Valid USA tem feito esforços para expandir o portfólio de serviços nos Estados Unidos para incluir cartões SIM e documentos de identificação. Em 2015, a Valid anunciou duas outras importantes aquisições: MSC e Fundamenture, sendo que esta última aumenta fortemente a sua presença geográfica no negócio l de cartões SIM. Além de ser uma consolidadora natural, a Valid está constantemente procurando novas oportunidades de negócios no Brasil, em geral através do desenvolvimento de novos produtos e serviços. WEGE3: MP – YE16 TP R$ 16.0 A WEG é uma das maiores fabricantes mundiais de motores elétricos, com fábricas no Brasil, Argentina, Colômbia, México, Estados Unidos, Áustria, Portugal, Alemanha, África do Sul, Índia e China. A companhia também fabrica geradores transformadores e produtos de automação. Com o passar dos anos, a WEG obteve o reconhecimento dos clientes como fornecedora de soluções de energia com base em seu amplo portfólio de produtos e nas sinergias entre suas divisões. O segmento de Equipamentos Industriais gerou 52,8% da receita total da companhia no 3T15, seguida pela divisão de geração, transmissão e distribuição - GTD (30,3%), Motores para Eletrodomésticos (12,3%), e Tintas e Vernizes (4,4%). O mercado doméstico representou 42,6% do faturamento consolidado no 3T15, com o restante sendo proveniente do mercado externo. Itaú BBA 10 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Antônio Barreto, CFA (Brasil) AGRONEGÓCIOS Visão Geral do Setor As condições estruturais favoráveis persistem, ao menos nas safras para alimentação. A demanda de milho e soja como soft commodities para alimentação animal deve aumentar, segundo as expectativas, em 26% e 20%, respectivamente, até 2023, para atender à demanda de proteína, enquanto a demanda de trigo em grão para consumo humano deve crescer em apenas 12%. Os países desenvolvidos serão responsáveis por 80% da demanda adicional, implicando em um aumento do consumo de 400 milhões de toneladas de grãos / oleaginosas e cerca de 60 milhões de toneladas de carne. Serão necessárias terras adicionais, e outros recursos precisarão ser incorporados à produção (assumindo um crescimento linear do rendimento). Os investimentos futuros na agricultura e a expansão das plantações dependem amplamente do nível de retornos da atividade agrícola, o que nos leva a acreditar que os preços das safras no longo prazo provavelmente devem se aproximar novamente daqueles dos países produtores marginais. O Brasil, em nosso entendimento, continuará sendo uma grande usina de grãos, considerando a sua maior disponibilidade de terras aráveis em comparação com outros países e a esperada melhora na logística através de novos corredores de exportação. Altos estoques em todo o mundo e baixos preços. As provisões mundiais, para a maior parte das commodities agrícolas, melhoraram na safra 2015-16, após colheitas abundantes nos Estados Unidos e no Brasil, trazendo equilíbrio aos mercados e puxando os preços para seu menor nível em anos. A relação estoque / consumo na safra 2015-16 caminha para 31% no caso da soja (em comparação com uma média de cinco anos de 23% e com os 24% de 2014), 20% no milho (em comparação com uma média de cinco anos de 16% e com os 18% de 2014), 27% no trigo (em comparação com os 28% históricos e com os 27% de 2014), e 96% no algodão (em comparação com uma média de cinco anos de 80%). Os estoques mundiais acima da média provavelmente evitarão uma recuperação nos preços da safra por algum tempo. Vemos os preços do milho em 2016 praticamente em linha com os níveis de 2015, em US$ 3,80 / bushel (+0% em termos anuais), porém temos a expectativa de que os preços do trigo e da soja sejam menores, em US$ 4,80 / bushel (-6% em termos anuais) e US$ 8,80 / bushel (-7% em termos anuais), respectivamente. Projetamos panoramas de preços melhores em 2016 para o açúcar, decaindo adicionalmente devido a um déficit entre a oferta e a demanda, e para o etanol, em vista do forte aumento recente (60% desde agosto) e do risco de aumentos adicionais nos preços da gasolina ou de uma elevação no imposto da CIDE. Principais Temas do Setor Preços menores dos grãos em todo o mundo; desvalorização cambial salvando a pele no Brasil e na Argentina. Antevemos uma deterioração nos fundamentos econômicos das atividades agrícolas em 2015 nas economias desenvolvidas, com os preços das colheitas ainda mais fracos em USD. A partir de 2016, provavelmente veremos um descolamento do fluxo de caixa agrícola brasileiro e argentino daquele dos agricultores americanos. No Brasil, a desvalorização cambial média de 27% no 2S15 irá pelo menos manter a geração de fluxo de caixa por hectare em moeda local, apesar dos baixos preços em USD. Na Argentina, a provável desvalorização e a eliminação dos impostos de exportação estão tornando o panorama um pouco menos desanimador. Perspectiva positiva para o açúcar, etanol e fretes. Nossa expectativa é a de que a geração de caixa aumente, na medida em que o déficit mundial de açúcar se acentue nos próximos anos. Após vários anos de baixos investimentos no setor, é improvável que uma indústria alavancada possa fazer frente ao aumento na demanda de 3 milhões de toneladas nos próximos anos. A desvalorização também tornou os custos dos fretes mais competitivos para os exportadores brasileiros. As exportações de milho em 2015 provavelmente devem ultrapassar o recorde de 30 milhões de toneladas, levando a um cenário operacional favorável em termos de volumes e preços dos fretes para a RUMO. Catalisadores (Positivos e Negativos) Desvalorização cambial tanto no Brasil quanto na Argentina sustentando o fluxo de caixa da atividade agrícola. Aumento potencial nos preços do etanol Elevados estoques mundiais de grãos pressionam o USD. O El Niño pode provocar danos adicionais nas safras do Nordeste e reduzir a produção de açúcar na Ásia. (CIDE + gasolina). Itaú BBA 11 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Companhias a Comprar / Evitar A Adecoagro é a nossa companhia preferida no espaço da Agricultura, em virtude da redução gradual nos impostos de exportação na Argentina e da perspectiva positiva para o ciclo do açúcar e do etanol. Além disso, a demanda maior de ativos argentinos pode também ajudar o valuation da ação. Vemos tanto a São Martinho quanto a Ouro Fino como bons carries, mesmo que o potencial de valorização em relação ao nosso preço alvo não seja tão atrativo quanto já foi no passado. No caso da São Martinho, existe um potencial de valorização relativo ao segmento de açúcar e etanol, sendo que a companhia provavelmente deve alcançar um rendimento do FCFE acima de 8% durante os próximos dois anos. A tese da Ouro Fino consiste de mais do mesmo: forte crescimento. A companhia obteve um robusto crescimento, e esperamos uma sólida CAGR dos ganhos de 34% no período de 2015-2017. Evitaríamos a exposição à Heringer, em virtude dos níveis atuais da sua dívida e de sua exposição negativa ao USD. Consumo de Alimentos Crescendo de Maneira Consistente, Porém com Limitações nas Terras Disponíveis 120 0.40 110 0.35 100 0.30 4500 4000 Million persons 0.45 E Uma População Urbana em Crescimento 90 0.25 80 0.20 70 0.15 2500 2000 1500 1000 500 0 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2020 2017 2014 2011 2008 2005 2002 1999 1996 1993 1990 1987 1984 1981 1978 40 1975 50 0.00 1972 0.05 1969 60 1966 0.10 3500 3000 Developed (Urban) Arable Land / capita (ha/capita) Developing (Urban) Food Consumption per Capita (100 basis 2005) Fonte: Itaú BBA A Desvalorização Cambial Impediu as Perdas do Agricultor Brasileiro, Porém Não do Agricultor Americano Soybean - Gross Margin Analysis Output 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 2015/16E 2016/17E Gross Margin Brazil USD/hectare BRL/hectare 268.1 439.5 275.3 503.2 276.0 553.7 214.7 495.2 2.0 6.0 44.7 186.9 95.9 444.9 Gross Margin USA USD/hectare 93.4 301.1 361.0 176.5 0.9 -174.6 -164.0 1.83 2.01 2.31 4.18 4.64 FX BRL/USD 1.64 2.93 Fonte: Itaú BBA Altos Estoques de Grãos – Algodão e Açúcar Já Sendo Ajustados Para Baixo MM t 2011/12A 2012/13A 2013/14 2014/15A 2015/16E USDA USDA USDA USDA USDA SOYBEANS 000 bales 2012/13A 2013/14A 2014/15A 2015/16E USDA USDA USDA USDA USDA* 127 123 120 119 106 9 6 8 7 7 72% 85% 94% 101% 96% 23 15 10 9 -6 COTTON Production 240 269 283 319 321 USA 84 83 91 107 108 Brazil 67 82 87 96 100 Stock/Consum ption (%) Surplus/Deficit Argentina 2011/12A Production Brazil 40 49 54 61 57 Stock/Consum ption (%) 21% 21% 23% 26% 27% Surplus/Deficit -18 7 8 19 9 Production 890 870 991 1008 974 172 177 175 175 169 USA 312 273 351 361 347 Brazil 36 38 38 36 34 Brazil 73 81 80 85 82 India 29 27 27 30 27 Argentina 21 27 26 27 26 Thailand 10 10 11 11 11 15% 15% 19% 22% 22% 22% 25% 26% 25% 23% 22 0 49 47 -1 12 10 7 3 -5 CORN Stock/Consum ption (%) Surplus/Deficit SUGAR Production Stock/Consum ption (%) Surplus/Deficit * Sugar pro ductio n o f 2015/16 IB B A adjusted. 5% decrease versus previo us year fo r B razil, in line with UNICA S data YTD Fonte: Itaú BBA Itaú BBA 12 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Thiago Bovolenta Batista, CFA (Brasil) SERVIÇOS BANCÁRIOS Guilherme Domingues Costa, CNPI Visão Geral do Setor Arturo Langa (México) Acreditamos que os principais temas para os bancos da América Latina em 2016 serão: i) o impacto do modesto crescimento do PIB na América Latina, juntamente com o possível aumento da política monetária nos Estados Unidos; ii) no Brasil, a principal questão é como os resultados dos bancos irão reagir à deterioração na qualidade dos ativos. Projetamos resultados relativamente estáveis para os bancos brasileiros em 2016; iii) no Chile, a lucratividade das margens dos bancos será pressionada pela inflação mais baixa (e por uma maior política monetária) e por taxas corporativas mais elevadas; iv) no México, um aumento na política monetária deve provocar um impacto positivo sobre as tendências operacionais dos bancos, e a recuperação na economia dos Estados Unidos provavelmente levará a um maior crescimento dos empréstimos; v) na Colômbia, os efeitos negativos dos preços menores do petróleo sobre o investimento e sobre a renda provavelmente se traduzirão em uma desvalorização maior da moeda local e em alguma deterioração na qualidade dos ativos; vi) no Peru, apesar da possibilidade de um rebaixamento do MSCI para o status de mercado fronteiriço, o país provavelmente irá apresentar uma das maiores taxas de crescimento do PIB na América Latina em 2016; e vii) na Argentina, o valuation dos bancos em comparação com a expansão potencial do valor contábil dos bancos em USD (estamos céticos quanto à capacidade dos bancos alcançarem um crescimento do valor contábil em termos de USD até o final de 2016). Alexandre Spada, CFA (Brasil) Principais Temas do Setor Levando em consideração os valuations dos bancos, o efeito da redução gradual dos estímulos do Fed nos Estados Unidos, preços menores das commodities e tendências da qualidade dos ativos, nossas empresas preferidas incluem: i) BB Seguridade, com base em sua natureza defensiva, elevado retorno em dividendos, potencial de valorização e potencial de crescimento satisfatório em vista de sua baixa penetração na base de clientes do Banco do Brasil; ii) Bradesco, com base em um bom saldo entre o risco / retorno – embora projetemos LPA estáveis em 2016 (após uma sólida expansão de cerca de 16% em 2016), as ações estão sendo negociadas a 1,1x o P/BV para 2016, o que limita o potencial de baixa, em nossa opinião; e iii) Credicorp, baseado na provável resiliência da economia peruana, juntamente com uma lucratividade satisfatória (cerca de 20%) e um valuation muito baixo, especialmente quando comparado com os bancos mexicanos ou chilenos (os bancos mexicanos apresentam múltiplos P/BV similares, porém com menor lucratividade, enquanto os bancos chilenos possuem praticamente o mesmo nível de lucratividade, porém a um valuation muito caro). As ações dos bancos colombianos (Bancolombia e Davivienda) estão sendo negociados a um valuation realmente muito baixo, porém o seu desempenho está atrelado ao preço do petróleo. Mantemos uma perspectiva neutra em relação aos bancos chilenos, com base principalmente na baixa inflação esperada para 2016 e no aumento da alíquota dos impostos corporativos no país, que irá afetar a lucratividade dos bancos. Embora estejamos observando uma melhora no cenário macro mexicano e nas tendências operacionais dos bancos mexicanos, os valuations do Banorte e do Santander México parecem caros. Catalisadores (Positivos e Negativos) NIMs apresentando tendências diferentes: Custos e eficiência: A eficiência provavelmente deve positivas para os bancos brasileiros (taxa apresentar Selic média mais elevada e aumento nos brasileiros, mexicanos e no Credicorp, enquanto os spreads), bem como nos bancos colombianos bancos chilenos provavelmente irão apresentar e apenas uma pequena melhora na taxa de eficiência, refletindo a receita líquida de juros (NII) menor. mexicanos (maior política monetária), porém negativas para os bancos chilenos (inflação menor). Qualidade dos ativos: Projetamos uma evolução maior nos bancos Penetração do crédito: no geral, temos a expectativa uma de que o Credicorp e os bancos colombianos deterioração média de cerca de 40 pontos- revelem um crescimento maior dos empréstimos, base para os bancos brasileiros de grande enquanto porte em 2016. Acreditamos que a mudança no mix possui o potencial para atenuar a continuarão alcançando um crescimento modesto dos empréstimos. deterioração decorrente da desaceleração Alterações tributárias podem afetar os bancos. econômica. Os bancos peruanos podem Temos a expectativa de um aumento nas alíquotas de impostos no Chile, Colômbia e Brasil. alcançar um bom desempenho após a os bancos brasileiros provavelmente mudança no mix de empréstimos no sentido do segmento corporativo, além de padrões de crédito mais rígidos. Itaú BBA 13 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Companhias a Comprar / Evitar Em nosso universo de cobertura, classificamos a BB Seguridade, Bradesco e Credicorp como nossas escolhas preferenciais (top picks). Após estas companhias, temos o Banco do Brasil, Banrisul, ABC Brasil e os bancos colombianos como nosso segundo nível de empresas preferidas. Embora vejamos um valuation bastante barato para estes bancos, a ausência de triggersprovavelmente deve afetar o desempenho de suas ações. Nossas companhias de menor preferência são os bancos mexicanos e chilenos, juntamente com o Santander Brasil. Empréstimos-Pelo-PIB e Penetração do Crédito ao Consumidor nos Países da América Latina Tendências do ROAE de Cada País 90% 20% 20% 20% 18% 17% 15% 55% 55% 14% 15% 13% 46% 38% 9% 1% 5% Argentina 14% 15% 24% 10% 6% 7% 5% 12% Peru Colombia Consumer Loan to GDP Mortgages 10% 5% Mexico 13% 29% 25% 13% 15% 14% 14% 12% 13% 31% 29% 15% 18% 14% 12% Brazil Chile Brazilian Large- Brazilian Midsize Chilean Banks Cap Banks Banks Other Loans to GDP 2015e Colombian Banks Credicorp 2016e Mexican Banks 2017e Fonte: Bancos Centrais e Itaú BBA Fonte: Bancos e Itaú BBA Evolução da Taxa de Inadimplência* P/BV Estimado para 2016 Versus Spread do ROE e Custo do Capital 5% 2.5 4% Banco de Chile Santander Chile Santander Mexico 2.0 3% Banorte 1.5 P/BV 16e 2% 1% Credicorp BCI Santander Brasil Bradesco 1.0 Bancolombia Banco do Brasil Davivienda 0.5 Mexico Peru Chile Jul-15 Feb-15 Apr-14 Sep-14 Jun-13 Colombia Nov-13 Jan-13 Aug-12 Oct-11 Mar-12 May-11 Jul-10 Dec-10 Feb-10 Apr-09 Sep-09 Jun-08 Nov-08 Jan-08 Aug-07 Oct-06 Brazil Mar-07 Dec-05 May-06 0% ABC Banrisul 0.0 -8.0% -6.0% -4.0% Argentina -2.0% Top Picks (TIER 1) 7.6% *Brasil, México, Chile e Argentina (empréstimos vencidos há 90 dias): Colômbia (empréstimos vencidos há 30 dias); Peru (empréstimos vencidos há 15 dias nos empréstimos para corporações, grandes negócios e negócios médios; 30 dias para pequenas companhias e 90 dias para consumo, financiamento imobiliário e locação) 0.0% 2.0% 4.0% 6.0% 8.0% 10.0% Spread (ROAE - Cost of Equity) Positive View (TIER 2) -5.5% Least Preferred (TIER 3) -6.4% Fonte: Bloomberg e Itaú BBA Fonte: Bancos Centrais e Itaú BBA Itaú BBA 14 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Universo de Cobertura Brazil Bancassurance BB Seguridade Large Cap Banks Banco do Brasil Bradesco Santander Brasil* Midsize Banks Banrisul ABC Brasil Andean Banks Credicorp Davivienda Bancolombia (ADR) Santander Chile (ADR) Banco de Chile (ADR) BCI GF Galícia (ADR) Banco Macro (ADR) Mexican Banks GFBanorte Santander Mexico Rating Fair Value YE 2016 Upside % 2015e P/E 2016e 2015e P/BV 2016e Dividend Currency Yield 2016 Rec. Net Incom e 2015e 2016e ROAE (%) 2015e 2016e OP BRL 35.0 35% 13.1x 11.8x 6.8x 6.1x 6.8% BRL m 3,979 4,405 51.1% 54.4% OP OP MP BRL 26.0 BRL 31.3 BRL 16.1 60% 48% 9% 3.8x 6.0x 10.3x 4.0x 5.9x 9.6x 0.6x 1.2x 1.0x 0.5x 1.0x 0.9x 10.0% 5.1% 5.1% BRL m BRL m BRL m 11,911 17,823 5,244 11,396 17,910 5,638 14.9% 20.9% 9.7% 13.3% 18.7% 9.9% OP OP BRL 9.6 BRL 13.9 76% 51% 3.2x 4.2x 3.3x 4.0x 0.4x 0.6x 0.3x 0.5x 13.7% 6.2% BRL m BRL m 695 352 684 368 11.9% 15.0% 11.0% 13.9% OP OP OP MP MP MP MP MP USD 166.0 COP 29,700 USD 35.0 USD 21.6 USD 66.1 CLP 31,250 USD 23.0 USD 47.0 57% 45% 24% 20% 10% 18% -9% -19% 9.3x 6.3x 8.5x 12.9x 11.5x 8.4x 6.1x 5.3x 8.2x 6.7x 8.2x 11.4x 11.4x 8.1x 6.4x 5.8x 1.8x 1.0x 1.1x 2.2x 2.5x 1.4x 1.9x 1.7x 1.5x 1.0x 1.0x 2.0x 2.3x 1.3x 2.1x 2.0x 2.7% 5.9% 4.1% 4.7% 5.1% 5.9% 0.4% 3.6% PEN m COP bln COP bln CLP bln CLP bln CLP bln USD m USD m 3,047 1,449 2,529 464 594 336 416 513 3,473 1,367 2,626 524 598 350 396 462 20.4% 17.9% 13.7% 16.5% 20.0% 16.8% 32.6% 35.4% 20.1% 15.0% 12.7% 17.6% 18.6% 15.9% 30.8% 31.9% MP MP MXN 101.0 MXN 36.5 13% 13% 14.8x 15.4x 12.0x 13.7x 1.8x 2.0x 1.6x 1.9x 1.7% 3.7% MXN m MXN m 16,738 14,209 20,713 15,996 12.9% 13.2% 14.3% 14.1% *Valor de mercado ajustado ao benefício do abatimento fiscal Fonte: Itaú BBA Itaú BBA 15 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Martha V. Shelton, CFA (México) BEBIDAS Antônio Barreto, CFA CNPI (Brasil) Barbara Angerstein (Chile) Visão Geral do Setor Com a confiança do consumidor se aproximando dos níveis mais baixos já observados no Brasil na situação do final de 2015, temos a expectativa de que as companhias de bebidas com exposição significativa ao Brasil informem um enfraquecimento no volume e mudanças desfavoráveis no mix nesse mercado ao longo de 2016. Se as companhias de bebidas como a Ambev, Coca-Cola FEMSA e Andina podem ou não manter a sua lucratividade nas suas operações brasileiras durante 2016 é algo a ser constatado – acreditamos que a KOF é aquela com maior probabilidade de ser bem-sucedida neste âmbito, em virtude de seus esforços para extrair eficiências de sua operação em maior escala. No México, as engarrafadoras de Coca-Cola demonstraram a sua capacidade e disposição de aumentar os preços acima da inflação em 2015, o que mais do que compensou o crescimento moroso do volume no 1S15. Olhando adiante, esperaríamos um gradual abrandamento dos preços no México, agora que os volumes estão começando a crescer novamente; sendo assim, temos a expectativa de uma precificação real positiva e robusta no 1S16, seguida por preços em linha com a inflação no 2S16. Um crescimento consistente no Chile, Colômbia e Peru contribui com as nossas expectativas de um aumento relativamente moderado do volume em cada um destes mercados. Na Argentina, agora que o ciclo de eleição presidencial foi concluído, esperaríamos observar a muito antecipada desvalorização do câmbio ARS / USD até meados de 2016. A projeção é a de que os volumes aumentem no intervalo de um único dígito baixo a médio, com boas oportunidades de precificação real, tendo em vista o elevado nível de inflação. Principais Temas do Setor O USD mais forte continuará puxando para baixo a lucratividade das companhias de bebidas em 2016, uma vez que uma parcela significativa (isto é, pelo menos 20%) do COGS das companhias de bebidas estão atrelados ao dólar. Em 2015, a força do USD foi compensada em certa medida pelos custos menores das embalagens, em virtude dos preços menores do PET; entretanto, isto torna difícil a comparação em 2016. No ano de 2016, esperaríamos uma pressão na margem bruta decorrente do USD mais forte e da base de comparação desafiadora. Devido à nossa expectativa de pressão na margem bruta, se as margens EBITDA irão se expandir ou não irá depender de como efetivamente a receita e a estratégia de gestão dos preços / mix serão implementadas. Naturalmente, é improvável que até mesmo os esforços mais competentes de gestão das receitas consigam compensar declínios significativos nos volumes, o que constitui uma possibilidade bastante real no Brasil. Catalisadores (Positivos e Negativos) Uma piora do ambiente de consumo já fraco Oscilações favoráveis nos custos das commodities no Brasil pode adicionar um risco de baixa às podem levar a melhoras na margem bruta, apesar da condição desfavorável da moeda. nossas estimativas para a Ambev, KOF e Andina. O enfraquecimento no Brasil pode motivar algumas M&As fora da América Latina (por exemplo, das engarrafadoras independentes de Coca-Cola a nos Estados Unidos ou na Ásia) continuam venderem as suas franquias para a KOF ou para a Andina. sendo potenciais catalisadores engarrafadoras de Coca-Cola. para as Companhias a Comprar / Evitar Nossa escolha preferencial (top pick) no espaço das bebidas é a Coca-Cola FEMSA. Continuamos a acreditar que o mercado puniu injustamente a ação devido à exposição da companhia ao Brasil, que responde por aproximadamente 20% de seu EBITDA. Acreditamos que a administração está posicionando esta plataforma para um aumento da lucratividade nos próximos anos graças a uma estratégia de gestão das receitas que inclui aumentos estratégicos nos preços e mudanças no mix do portfólio, além das eficiências alcançadas através de uma operação em maior escala. O poder de formação de preços da companhia em seu mercado essencial no México é notável, visto que a companhia conseguiu implementar um aumento real de preços de um único dígito baixo em 2015. As aquisições nos parecem menos prováveis neste momento, porém uma aquisição oportunista (particularmente no Brasil) pode agregar um potencial de valorização à Itaú BBA 16 The LatAm Big Book – January 27, 2016 tese. Estamos menos otimistas em relação à Ambev, considerando que a companhia provavelmente continuará a apresentar um crescimento de um único dígito em seu principal mercado – temos a expectativa de uma desaceleração nos ganhos consolidados, devido a uma condição menos favorável relacionada à moeda nas operações internacionais, bem como a um impacto negativo da projetada depreciação do ARS. No Chile, preferimos a vinícola Concha y Toro à CCU e à Andina. A Concha y Toro provavelmente continuará a se beneficiar da depreciação do CLP e de baixos custos de produção, levando vantagem diretamente da desvalorização do ARS. Após uma expansão excepcional do EBITDA no 1S15, a CCU e a Andina devem observar uma desaceleração significativa no crescimento dos ganhos, pressionadas pela depreciação do ARS e pela expansão limitada do volume na maioria de seus mercados. Itaú BBA 17 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Renata Faber, CNPI BENS DE CAPITAL Thais Cascello, CNPI Priscila Bove, CNPI Visão Geral do Setor A indústria automotiva representa 5% do PIB brasileiro e mais de 22% do PIB industrial do país. O segmento de automóveis está altamente correlacionado com a renda pessoal e com o desemprego, enquanto as vendas de caminhões dependem dos níveis de investimentos; as vendas tanto de automóveis quanto de veículos comerciais estão fortemente correlacionadas com os termos dos financiamentos. Vemos uma penetração ainda baixa de carros entre a população brasileira (169 automóveis por 1.000 indivíduos), e acreditamos que a economia do país é altamente dependente do transporte rodoviário (60%), o que requer investimentos em caminhões para o transporte de cargas. Principais Temas do Setor Embora não tenhamos a expectativa de que a economia brasileira se recupere em 2016, esperamos que o próximo ano seja melhor para as companhias de Bens de Capital por quatro razões: i) desvalorização do BRL, ii) estrutura de custos mais enxuta (uma vez que a maioria das empresas ajustou a sua capacidade e força de trabalho durante 2015), iii) melhor panorama competitivo (posto que alguns concorrentes estão enfrentando problemas financeiros e terão que racionalizar as suas operações) e iv) maior produção de caminhões, mesmo em um cenário de demanda mais fraca, tendo em vista que a produção foi afetada pelo queda nos estoques ao longo de 2015. Dentre os quatro pontos mencionados acima, consideramos a desvalorização do BRL como o mais importante. Durante os últimos quatro anos o Brasil perdeu a vantagem competitiva devido aos custos crescentes da mão de obra e dos materiais, juntamente com altos impostos. Em alguns casos, a tecnologia doméstica também representou um problema, uma vez que as companhias brasileiras carecem de escala e de engenheiros para investir no desenvolvimento de novas tecnologias. Com a desvalorização do BRL, esperamos observar as companhias brasileiras procurando novos mercados fora do Brasil, e os consumidores brasileiros favorecendo os produtos fabricados domesticamente. Catalisadores (Positivos e Negativos) A desvalorização do BRL é um fator positivo para o brasileiras setor, tornando mais as companhias competitivas quando exportam e reduzindo a competição com os produtos importados. A recuperação no mercado doméstico depende de maiores investimentos, que por sua vez dependem de uma confiança maior nos negócios. As vendas e a produção de automóveis provavelmente continuarão sofrendo no próximo A produção de caminhões deve aumentar no próximo ano, na medida em que a base de ano, devido às vendas mais fracas e aos estoques ainda elevados. comparação de 2015 é baixa, devido à queda nos estoques. Companhias a Comprar / Evitar Considerando que é improvável uma recuperação econômica no Brasil no próximo ano, as vencedoras no setor de Bens de Capital na América Latina serão companhias geograficamente diversificadas com uma sólida posição financeira e que possam ajustar a sua estrutura de custos para se adaptarem ao cenário mais desafiador em 2016. Nossa escolha preferencial (top pick) no setor é a Tupy, que apresenta, além das três características acima mencionadas, um valuation atrativo. A seguir vem a Nemak, que possui espaço para uma melhora da margem, uma sólida posição financeira e exposição limitada ao Brasil. Por fim, a Randon constitui um bom veículo para participar da recuperação no Brasil e, embora reconheçamos que a companhia carece de catalisadores de curto prazo, a empresa conta com o maior potencial de valorização do setor. A WEG representa, em nossa opinião, um bom carry, tendo em vista que a expectativa é a de que o forte crescimento cause uma rápida contração nos múltiplos da companhia. Quanto à Mahle, o elevado retorno em dividendos limita o risco de baixa, e os resultados provavelmente devem ser resilientes, devido à diversificação geográfica. Itaú BBA 18 The LatAm Big Book – January 27, 2016 A Romi e a Marcopolo representam nossas companhias classificadas como underperform (desempenho abaixo da média do mercado) no setor. O cenário para a Romi provavelmente deve melhorar, em consequência de seus esforços de cortes nos custos e da desvalorização do BRL, porém a expectativa é a de que a companhia continue a enfrentar desafios. O valuation da Marcopolo continua não atrativo, e antecipamos um cenário desafiador adiante, na medida em que a companhia ajuste a sua capacidade no Brasil ao “novo normal” e comece a focar numa melhora dos retornos – embora positivos, estes ajustes provavelmente terão um impacto negativo sobre os resultados em 2016. Caminhões – Estimativas do IBBA Para 2015 (Unidades) 21,284 71,963 (1,353) Sales Imports (15,315) 76,579 Exports Caminhões – Estimativas do IBBA Para 2016 (Unidades) Destocking Production 68,365 Sales 21,284 (2,000) Exports Destocking 86,296 (1,353) Imports Production Fonte: Itaú BBA Fonte: Itaú BBA Automóveis e Veículos Comerciais Leves (LCVs) – Estimativas do IBBA Para 2015 (Unidades) Automóveis e Veículos Comerciais Leves (LCVs) – Estimativas do IBBA Para 2016 (Unidades) 2,450,047 (413,193) 364,433 (85,095) Sales Imports Exports Destocking Fonte: Itaú BBA 2,241,793 (371,874) 382,655 (15,000) 2,237,574 Sales Imports Exports Destocking Production 2,316,192 Production Fonte: Itaú BBA Itaú BBA 19 The LatAm Big Book – January 27, 2016 BENS DE CONSUMO E VAREJO Joaquin Ley (México, Chile Colômbia) Thiago Macruz, CNPI (Brasil) Visão Geral do Setor A dinâmica do setor de Varejo em 2016 irá variar enormemente de um país para outro na região, sem contar com um denominador comum. Para 2016, de uma perspectiva top-down, temos a expectativa de uma repetição do que observamos em 2015, ou seja, um ambiente macroeconômico ainda bastante desafiador no Brasil, um crescimento relativamente consistente no Chile, Colômbia, México e Peru, e atividade estável na Argentina. A partir de nossa abordagem top-down, e dentro do contexto do setor latino-americano de Varejo, classificamos o Chile em primeiro Martha V. Shelton, CFA (México) Felipe Cruz, CNPI (Brasil) Ruben Couto, CNPI (Brasil) Barbara Angerstein (Chile) lugar, uma vez que, apesar a dinâmica macro permanecer distante de espetacular, os valuations das varejistas chilenas que cobrimos apresentam descontos substanciais (mesmo quando ajustadas ao crescimento) em relação àquelas que encontramos no México. Em segundo lugar está o México, onde, embora a dinâmica de consumo permaneça bastante forte, achamos as ações de consumo naquele mercado em geral caras. Em terceiro classificamos o Brasil, onde a dinâmica macro deve permanecer desafiadora e baixos valuations podem não representar nada além de uma miragem neste momento. A Colômbia se classifica em seguida. Certamente sua dinâmica macro para 2016 será muito melhor do que no Brasil, porém questões de governança corporativa que estão afetando a nossa única opção naquele país (Almacenes Éxito) determinam esta classificação. Principais Temas do Setor Como afirmamos acima, é difícil encontrar um termo comum para o setor latino-americano de Varejo em 2016. Se fossemos pressionados, diríamos que os principais vetores para o setor nos diferentes países provavelmente serão determinados pelo ambiente macro. No Chile, estamos esperando um crescimento modesto porém consistente do PIB, na medida em que caminhamos para 2016. As taxas de desemprego permaneceram notavelmente baixas durante os dois últimos meses, apesar da desaceleração no crescimento econômico. É improvável que isto mude drasticamente durante os próximos anos. Mesmo sem nenhuma aceleração significativa no crescimento do PIB, nossa equipe Macro espera que o desemprego flutue em torno de 7% em 2016. Tudo considerado, temos a expectativa de um ambiente de consumo relativamente estável para as varejistas chilenas em 2016, com taxas de crescimento satisfatórias para os LPA e com os valuations no geral apresentando um desconto em relação aos pares latino-americanos, à exceção do Brasil. Quanto ao México, ainda estamos observando tendências de consumo bastante sustentáveis, impulsionadas pelas remessas nas alturas quando medidas em MXN, inflação menor de itens importantes como a gasolina e refrigerantes, uma forte criação de empregos e crédito ao consumidor crescente. Temos a expectativa de alguma desaceleração nas tendências do consumo em 2016, na medida em que sejam perdidas as condições favoráveis proporcionadas pela inflação menor dos refrigerantes e da gasolina. Além disso, no 2S16, temos a expectativa de observar um crescimento mais moderado das remessas devido à esperada estabilização do MXN em relação ao USD. Adicionalmente, os dados informados pelos trabalhadores temporários afiliados ao IMSS (Instituto Nacional de Seguro Social) nos últimos meses podem sugerir uma normalização do crescimento dos empregos à medida que nos deslocamos para 2016. As esperadas tendências mais brandas no consumo e um provável ambiente com taxas de juros mais elevadas nos levaram a acreditar que os atuais valuations futuros elevados observados no espaço mexicano de consumo provavelmente não serão sustentáveis adiante. Por fim, com relação ao Brasil, temos a expectativa de que 2016 continue sendo um ano bastante difícil para as tendências no consumo, com uma contração esperada do PIB de 2,5%, após uma queda projetada de 3,2% em 2015. A inflação alta e o desemprego crescente devem continuar representando a norma em 2016. Embora as nossas estimativas atuais para as companhias brasileiras de consumo possam apresentar baixos valuations em alguns casos, isto pode facilmente se tornar uma armadilha de valuation, uma vez que podemos ainda não ter chegado ao ponto extremo em termos de revisões para baixo nos LPA. Consequentemente, se estivéssemos procurando uma exposição ao mercado brasileiro de Consumo, preferiríamos escolher companhias de alta qualidade, apesar destas apresentarem um valuation premium, do que aquelas que hoje podem parecer relativamente baratas, mas que são passíveis de enfrentar problemas na execução / balanço patrimonial. Itaú BBA 20 The LatAm Big Book – January 27, 2016 , Catalisadores (Positivos e Negativos) México: dinâmica sustentável vigente no consumo e valor da escassez, porém os valuations parecem caros demais. Chile: crescimento econômico distante de espetacular, porém com valuations atrativos e ausência marginais. de potenciais vendedores Brasil: companhias de alta qualidade ainda apresentam bom desempenho, porém o ambiente macro permanece desafiador e as armadilhas de valuation são uma realidade. Colômbia: as tendências macro devem permanecer estáveis, e o crescimento do PIB provavelmente não deve ser menor do que no México ou no Chile, porém a governança corporativa é uma preocupação. Companhias a Comprar / Evitar Para sermos consistentes com a nossa abordagem top-down, nossas escolhas preferenciais (top picks) no setor incluem a Falabella e a Cencosud no Chile, Alsea e Comerci no México e Lojas Renner e Raia Drogasil no Brasil. Itaú BBA 21 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Alexandre Spada, CFA (Brasil) SERVIÇOS FINANCEIROS Barbara Angerstein (Chile) Johanna Castro (Colômbia) Visão Geral do Setor O setor de Serviços Financeiros na América Latina é diversificado, e inclui bolsas, adquirentes de cartões, Thiago Bovolenta Batista, CFA (Brasil) programas de fidelidade, fundos de pensão, companhias de seguros, operadoras de planos de saúde, e Vitor Corona, CNPI (Brasil) até mesmo fabricantes de cartões de pagamentos, cartões SIM e carteiras de motorista. Se tivéssemos que citar denominadores comuns dentro do setor, estes seriam os cartões de pagamentos, os mercados Alejandra Aranda (Argentina) de capitais no Brasil e no México (tanto financiamentos quanto dívidas) e as operadoras de seguro social Ricardo Cavanagh, CFA (Chile) no Chile e na Colômbia. A indústria dos cartões de pagamentos constitui o principal vetor para as receitas da Cielo, Smiles e Multiplus. A Valid fabrica cartões de pagamento no Brasil e nos Estados Unidos, e também se beneficia de uma base crescente de portadores de cartões e da mudança de cartões magnéticos para cartões com chips incorporados. BM&F Bovespa, Bolsa Mexicana de Valores (BMV) e Cetip são todas grandes beneficiárias do desenvolvimento dos mercados de capitais no Brasil e no México, tanto para financiamentos quanto para dívidas. Para a ILC e para o Grupo Sura, os principais vetores são a criação de empregos, formalização da força de trabalho e o crescimento das poupanças da classe média andina e mexicana, que podem ter acesso aos serviços de previdência privada, planos de saúde e seguros através do crescimento dos salários. Principais Temas do Setor No geral, temos a expectativa de um bom ano de 2016 para as companhias do setor de Serviços Financeiros, com muitas delas combinando um crescimento de dois dígitos nos LPA com uma distribuição de dividendos satisfatória, graças à predominância de negócios defensivos e com poucos ativos. Ainda assim, o desafiador ambiente macroeconômico no Brasil provavelmente irá impor seu efeito sobre muitas dessas companhias. A Cielo é um bom exemplo: após anos apresentando um desempenho operacional excepcional, a companhia agora está passando por uma contínua desaceleração no crescimento do volume. Apesar disso, sua melhora gradual no desempenho dos custos e seu processo de redução na alavancagem podem significar um crescimento dos LPA no intervalo dos dois dígitos nos próximos anos. Quanto aos programas de fidelidade, temos a expectativa que a Smiles continue registrando um desempenho operacional melhor em geral do que o da Multiplus, particularmente em virtude de ganhos de participação de mercado. A Smiles é a companhia do setor com as estimativas mais fortes de crescimento dos LPA em 2016 – 31%, em comparação com um número de um único dígito na Multiplus. Por outro lado, quaisquer efeitos secundários negativos na dinâmica observada no setor de companhias aéreas tende a pesar mais na Smiles. Para a Valid, a integração da recentemente adquirida Fundamenture constitui a principal prioridade neste momento, juntamente com a exploração de novas oportunidades de negócios na América do Norte. A BMV terá um ano interessante, combinando o fluxo de notícias sobre a concorrência com o início da compensação (clearing) obrigatória dos derivativos de balcão (OTC). Estamos restritos em relação à BM&F Bovespa e à Cetip. Nos países andinos, os fundos de pensão se encontram numa fase de consolidação do mercado, porém os afiliados e as comissões aumentaram o suficiente para compensar o aperto nas comissões, com as vendas aumentando em torno de 13% em 2015 (SUAM) e perspectivas estáveis para 2016 no que se refere às comissões e prêmios de seguros (Suramericana). Enquanto isso, a geração de ganhos da ILC irá depender cada vez mais dos seguros e dos serviços de saúde, devido à venda de metade da sua participação na AFP Habitat para a Prudential (operação a ser concluída em meados de 2016). Catalisadores (Positivos e Negativos) Para a Cielo, a dinâmica de volume e participação de mercado, A Valid será influenciada pelas iniciativas em concorrência, andamento nos Estados Unidos, pela integração regulamentações e o término dos acordos de da Fundamenture, anúncios de M&A e talvez por exclusividade no setor. novas oportunidades de negócios no Brasil Os programas de fidelidade serão afetados (SICOBE, por exemplo). por uma desaceleração nos volumes do setor A expectativa é a de que a ILC alcance um e pela dinâmica observada nos setores de atrativo retorno em dividendos de 15% em 2016, companhias aéreas e de bancos. em consequência da venda de metade da sua participação na AFP Habitat. Itaú BBA 22 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Para a BMV, os dois catalisadores mais importante são a compensação A Suramericana, do Grupo Sura, irá obter as dos aprovações regulatórias para consolidar a RSA derivativos OTC e o fluxo de notícias LatAm, o que significa que a companhia irá relacionado com a concorrência. enfrentar o desafio de operar em dois novos países, Brasil e Argentina. Companhias a Comprar / Evitar Entre as companhias brasileiras, optaríamos pela SMLE3, VLID3 e CIEL3 para navegar pelo ano de 2016. Todas estas empresas apresentam valuations atrativos e boas perspectivas de crescimento no período. A BOLSAA é outra companhia que decididamente manteríamos, porém estamos menos entusiasmados com relação à MPLU3. Gostamos da ILC, devido à expectativa de um retorno em dividendos de 15% em 2016. Estamos restritos em relação à CTIP3 e à BVMF3. Companhias de Serviços Financeiros – Boas Pagadoras de Dividendos em Geral 24.5000 73% 72% 73% 30% 91% 83% 75% 70% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 44% 30% 19.5000 14.4 60% 60% 15.5 13.0 11.1 14.5000 10.1 8.2 9.5000 4.5 4.9 5.4 (.5000) 1.9 BOLSAA 8.3 6.2 6.0 4.5000 9.8 8.0 5.3 5.7 2.2 CIEL3 VLID3 Dividend Yield 2016e MPLU3 Dividend Yield 2017e SMLE3 Dividend Yield 2018e ILC Payout Ratio Fonte: Itaú BBA Serviços Financeiros – Nosso Universo de Cobertura Com pany Rating Fair Value Total Return YE 2016 % 2016e P/E 2017e 2016e EV/EBITDA 2017e 2016e Divend Yield 2017e 2016e Net Incom e 2017e 2016e EBITDA 2017e Cetip RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE Smiles OP BRL 53.0 48% 9.0x 7.7x na na 11.1% 13.0% 485 571 571 668 Multiplus OP BRL 42.0 11% 12.5x 12.1x na na 8.0% 8.3% 489 507 524 568 Valid OP BRL 51.5 20% 12.0x 10.1x 7.7x 6.8x 6.2% 8.2% 232 275 442 499 Cielo OP BRL 40.0 14% 15.3x 13.2x na na 1.9% 2.2% 4,318 4,994 5,967 6,631 BM&F Bovespa RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE RE BMV OP MXN 31.0 28% 16.3x 14.8x 9.2x 8.4x 4.5% 4.9% 883 997 1,395 1,516 ILC OP CLP 7,900.0 3% 9.0x 9.0x na na 15.4% 5.3% 386,668 85,297 na na GRUPOSURA OP COP 42,437.0 43% na na na na na na na na na na Fonte: Itaú BBA Itaú BBA 23 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Antônio Barreto, CFA (Brasil) ALIMENTOS Martha V. Shelton, CFA (México) Johanna Castro (Colômbia) Visão Geral do Setor A indústria brasileira de alimentos se beneficiou nos últimos anos de níveis de renda mais elevados dos consumidores brasileiros e da maior demanda global de proteínas. O aumento da renda disponível dos consumidores levou à introdução de produtos alimentícios antes ausentes da dieta da população, tais como proteínas e massas. O país comprovou também que é um produtor competitivo, tornando-se líder na exportação de carnes de aves (36% do comércio mundial, com 3,7 milhões de toneladas estimadas para 2015), carnes bovinas (17% do comércio mundial, com 1,6 milhões de toneladas estimadas para 2015) e carnes suínas (8% do comércio mundial, com 565.000 toneladas estimadas para 2015). Embora a desaceleração da economia brasileira sustente as exportações em virtude do BRL desvalorizado, no âmbito doméstico não se pode observar perspectivas otimistas similares. Um cenário de crescimento negativo dos salários reais ameaça paralisar, ou pelo menos diminuir, quaisquer ganhos no consumo doméstico per capita da maioria dos produtos de alimentação. Ricardo Cavanagh, CFA (Chile) Alejandra Aranda (Argentina) O consumo brasileiro de alimentos processados ainda é baixo (cerca de 5 kg anuais por pessoa), ligeiramente abaixo dos níveis observados em outras economias emergentes e representando aproximadamente apenas um terço dos níveis que prevalecem nas economias desenvolvidas (cerca de 14 kg anuais por pessoa nos Estados Unidos). No âmbito internacional, existem ainda mercados importantes a serem desenvolvidos. Para as carnes de aves, o potencial de valorização pode ser proveniente do México e, a médio prazo, do Sul e do Sudeste da Ásia (com a Índia e a Indonésia abrigando as maiores populações muçulmanas mundiais, um total de aproximadamente 1,5 bilhão de indivíduos). Quanto à carne bovina, a provável abertura do mercado norte-americano em 2016 levanta a perspectiva de preços melhores para os cortes de quartos dianteiros, e pode constituir um passo importante no sentido da abertura dos mercados diferenciados do Japão e da Coréia. Uma alocação maior para a China, uma vez que esta gradualmente licencie mais plantas de carnes de aves e bovinas, pode também beneficiar as exportações brasileiras. Principais Temas do Setor Um único setor, dois panoramas distintos. No âmbito doméstico brasileiro, vemos um ambiente desafiador para o crescimento do EBITDA em 2016. As pressões dos custos devidas aos preços mais elevados dos grãos em BRL terão que ser repassadas ao consumidor final, tanto de alimentos preparados quanto de massas e biscoitos. As companhias que têm grãos como insumo primário, como a BRF, JBS Foods, e MDIAS, têm feito uso dos seus estoques. O desafio de repassar os preços mais altos aos consumidores no atual cenário econômico desfavorável pode levar a uma compressão das margens. As exportações de proteínas, contudo, provavelmente devem continuar aumentando, impulsionadas pelo BRL desvalorizado. O fluxo de notícias relativo à abertura de mercados de exportação está sustentando os exportadores de carnes bovinas, enquanto os custos mais baixos do gado, devido às fracas vendas de carnes no mercado doméstico, racionalização da capacidade e a um ciclo mais positivo do gado em 2016, provavelmente ajudarão a sustentar os spreads de exportação. Embora os volumes de exportação de carnes de aves possam permanecer fortes, projetamos alguma compressão da margem em 2016. Temos a expectativa de uma concorrência maior, na medida em que o embargo dos Estados Unidos relativos à gripe aviária seja levantado, bem como custos maiores dos insumos, sendo que existe o risco de um excesso de produção na indústria local. No curto a médio prazo, nossa expectativa é a de que preços baixos dos grãos em USD aliviem a inflação dos custos em termos de BRL. As relações entre estoques e consumo de 2015-16 devem chegar a 27% para a soja (em relação a uma média de cinco anos de 23%) e a 22% para o milho (em relação a uma média de cinco anos de 17%). Catalisadores (Positivos e Negativos) Abertura de novos mercados de exportação; crescimento econômico nos principais destinos (Rússia e Oriente Médio) Desvalorização adicional do BRL. Atividade econômica mais fraca no Brasil. Custos maiores do que o esperado para os grãos, devido a eventos relacionados com o clima, incluindo possíveis efeitos do El Niño na região nordeste. Itaú BBA 24 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Companhias a Comprar / Evitar No Brasil preferimos exposição aos exportadores de carne bovina, no espaço dos Alimentos. A JBS e a Marfrig beneficiam-se não só das condições favoráveis à exportação, mas também das receitas em USD geradas pelos seus ativos no exterior. Tanto a MDIAS Branco quanto a BRF não parecem caras à primeira vista, mas acreditamos que haverá melhores pontos de entrada para estas companhias em 2016. Ambas as empresas podem ver o seu desempenho sofrer em virtude de terem que repassar seus custos mais elevados em um ambiente de consumo enfraquecido. Estamos inclinados favoravelmente para o Grupo Bimbo, em vista das nossas expectativas de um momentum de bons lucros (média de 18% per annum, estimados de 2016 a 2020) – um provável resultado dos investimentos da companhia em infraestrutura nos Estados Unidos, eficiências nas economias de custos em toda a América Latina, sua aquisição da Panrico e uma taxa de juros efetiva mais baixa devido ao refinanciamento de algumas dívidas utilizando uma taxa de juros preferencial oferecida pelo crédito rotativo de US$ 2 bilhões. Embora as ações não sejam baratas, em 25x a nossa estimativa de lucros por ação para 2016, o valuation parece muito mais atrativo quando considerado conjuntamente com a CAGR dos LPA de 18% que projetamos para 2016-2020. Itaú BBA 25 The LatAm Big Book – January 27, 2016 PETRÓLEO, GÁS E PETROQUÍMICOS Diego Mendes, CNPI (Brasil) P Ricardo Cavanagh, CFA (Chile) Pablo Castelo Branco, CNPI (Brasil) Visão Geral do Setor Os preços do petróleo provavelmente permanecerão pressionados, devido à dinâmica global Alejandra Aranda (Argentina) desfavorável entre oferta e demanda, que pode durar até o final de 2016. O crescimento da demanda Pablo Ordóñez, CFA (México) mundial deve ser menor do que a expansão da produção, especialmente entre os membros da OPEP, incluindo o Iraque. Consequentemente, continuarão a ser constituídos estoques de petróleo, pressionanado os preços para baixo. A EIA (Energy Information Administration) estima um preço médio do Brent de US$ 54/bbl em 2015 e de US$ 59/bbl em 2016. A curva futura está apontando para preços de US$ 50/bbl e US$ 55/bbl para 2016 e 2017, respectivamente. O ambiente desafiador para a exploração e produção (E&P) e para a indústria de serviços de petróleo provavelmente será prolongado. Preços de petróleo mais baixos e altamente voláteis neste ano e ao longo de 2016 estão afetando as decisões de investimentos, levando a uma redução das atividades de perfuração. Neste cenário, as companhias precisam se adaptar para enfrentar os novos desafios, concentrando seu foco nas operações principais, enquanto reduzem agressivamente seus custos. As atividades de desenvolvimento foram menos afetadas, considerando que a decisão final de investimento (FID) foi tomada antes da queda nos preço do petróleo, porém as atividades de exploração foram gradualmente sendo reduzidas. Apesar do cenário difícil para as companhias petrolíferas, nossa expectativa é a de que os spreads petroquímicos permaneçam em níveis saudáveis. Os spreads PP-nafta e PE-nafta aumentaram de maneira significativa, e a expectativa é a de que permaneçam altos, devido à limitada adição de capacidade. O aumento do preço do PTA nos Estados Unidos irá sustentar um panorama otimista para as margens do PTA, PET e fibras. Principais Temas do Setor Os investidores permanecerão focados na maneira pela qual a Petrobras administra seu fluxo de caixa, incluindo opções de financiamento e o plano de desinvestimentos em andamento. Embora o volume da derivados de petróleo vá crescermenos do que o habitual, nossa expectativa é a de que as margens continuem em expansão pelo menos em linha com a inflação. Na Colômbia, a Ecopetrol continuará investindo em técnicas avançadas de recuperação de petróleo, e iniciará a operação do campo de Rubiales em meados de 2016. Na Argentina, esperamos que a YPF se beneficie de uma melhora no marco regulatório, desenvolvida para auxiliar os investimentos no setor. A companhia continuará avançando para desenvolver Vaca Muerta e as fechadas formações de gás nas suas proximidades. O panorama petroquímico continuará positivo, devido aos saudáveis spreads petroquímicos globaise a depreciação do BRL, sustentando os resultados operacionais da Braskem. A expectativa é a de que o cenário de preços do açúcar e do etanol melhore, em razão da relação oferta-demanda de açúcar mais favorável, devido aos efeitos do El Niño e aos prováveis aumentos no preço da gasolina, sustentando o desempenho da Cosan. Catalisadores (Positivos e Negativos) O desempenho das ações da EC, GPRK, PRIO e TS dependerá do preço do petróleo. Preços mais altos do petróleo podem impulsionar o comportamento das ações. O desempenho da YPF dependerá do avanço do marco regulatório e do ambiente macro. O desempenho da ação da PBR depende dos resultados efetivos das medidas destinadas a melhorar o fluxo de caixa (aumentos no preço do combustível, cortes nos custos e desinvestimentos) A depreciação do BRL e os spreads petroquímicos continuarão determinando os preços da Braskem. O desempenho da Ultrapar, Mexichem e Alpek depende de uma melhora nos resultados. O desempenho da CSAN provavelmente será determinado pelos preços do açúcar e do etanol, e por possíveis melhoras operacionais na Raízen Energia. Uma acentuada depreciação do BRL que afete negativamente o balanço da PBR, bem como atrasos na produção, novos pagamentos de impostos e as investigações em andamento do Lava Jato. A desaceleração econômica na China impactando a indústria petroquímica. A UGPA se beneficia da depreciação do BRL, melhorando as margens da Oxiteno Uma depreciação maior do que o esperado do ARS pode reduzir os preços internos na Argentina. Itaú BBA 26 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Companhias a Comprar / Evitar A UGPA, BRKM e CSAN são as melhores opções para 2016. Nossa expectativa é a de que a Ultrapar continue apresentando resultados positivos, apesar do fraco ambiente econômico. Embora seja esperado um crescimento menor na Ipiranga, a companhia tirará vantagem da depreciação do BRL na Oxiteno. A BRKM se beneficiará do início das operações do projeto mexicano, dos spreads elevados e da depreciação do BRL. O desempenho da CSAN será baseado nos preços melhores do açúcar e do etanol, sustentando uma geração positiva de caixa. Evitaríamos a PBR, devido ao panorama desfavorável de seu fluxo de caixa e aos riscos envolvidos. Além disso, os perfis de risco da EC e da PRIO aumentam de forma significativa neste cenário de baixos preços de petróleo, e carecem de atratividade. Na Argentina, estamos otimistas quanto às perspectivas da ação para a YPF, que apresentou o pior desempenho no acumulado do ano. Desconto do Diesel e da Gasolina em Relação aos Preços Internacionais USD/bbl WTI Versus Brent 140 80% 120 60% 100 40% 80 20% 60 0% -20% 40 20 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14 WTI Jul-14 Jan-15 Jul-15 -40% Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14 Jul-14 Diesel Brent Fonte: Bloomberg e Itaú BBA Fonte: Bloomberg, ANP e Itaú BBA Produção da PBR PBR – Sensibilidade ao Endividamento Assum ptions Oil (USD/bbl) BRL/USD Domestic Production (kbpd / YoY) 2,500 Kbpd 1,500 1,000 2013 2014 2015 Units installed until 2014 2016 2017 2018 2019 2020 Units installed after 2014 Sim plified cash flow EBITDA Interest Expense Estimated Income tax Δ WK Dividend Payment (25% of prev. Year's Net Inc.) Maturing Debt Cash flow ex investm ents Capex Cash Needs Cash Needs (rolling over debt) Cash Needs Sens +5% Diesel and Gasoline price increase +10% Diesel and Gasoline price increase +15% Diesel and Gasoline price increase Fonte: Petrobras e Itaú BBA Fonte: Petrobras e Itaú BBA Petróleo – Principais Pares Pares da Tenaris P/E EV / EBITDA EV / 1P EV / 1P to to Roce EBITDA / bbl 16E 17E 16E 17E BP 14.9 10.1 4.9 4.1 0.7 0.2 Chevron 22.0 13.2 6.3 4.9 1.5 0.4 Exxon 19.1 14.3 7.8 6.7 0.8 0.3 Shell 11.5 8.5 4.6 4.0 1.0 0.3 Gazprom 2.6 2.4 2.7 2.4 0.1 0.0 Petrochina 27.5 17.7 7.0 6.0 1.4 0.3 Average 16.3 11.1 5.5 4.7 0.9 0.2 Petrobras Adj* 8.8 7.4 6.6 6.2 -1.0 0.1 Premium / (Discount) (46%) (33%) 19% 32% (208%) (63%) Ecopetrol Adj*¹ 12.2 9.7 5.7 5.5 0.4 0.1 Premium / (Discount) (25%) (12%) 3% 18% -55% (56%) Fonte: Bloomberg, Evaluate Energy, Companhias e Itaú BBA Notas: *Reservas da Petrobras ajustadas aos campos de Tupi, Iara, P. das Baleias e Guará: 10,96 bilhões de boe + 5 bilhões de boe da transferência de direitos + 12,5 bilhões da área adicional da transferência de direitos + 3,2 bilhões de Libra/ *¹Reservaas da Ecopetrol ajustadas às novas descobertas para sustentar o crescimento da produção até 2020 – Metade do guidance da EC. Oil Companies Equipm ent Com panies Cameron Dresser-Rand Flow serve Corporation FMC Technologies National Oilw ell Varco Oil States International SBM Technip TMK Vallourec Average Tenaris Premium / (Discount) Jul-15 2016 50 4.27 2,171 Diesel/Gasoline price increase 2,000 Jan-15 Gasoline 2017 55 4.64 2,222 5% 12% BRL m m 90,197 -27,954 -4,116 -2,226 -1,243 -56,215 -1,557 -80,078 -81,635 -25,420 USD m m 21,119 -6,545 -964 -521 -291 -13,163 -365 -18,750 -19,115 -5,952 BRL m m 102,943 -32,983 -5,168 -2,713 -2,854 -52,503 6,723 -69,206 -62,484 -9,981 USD m m 22,208 -7,115 -1,115 -585 -616 -11,327 1,450 -14,930 -13,480 -2,153 -20,879 -16,338 -11,796 -4,889 -3,825 -2,762 -4,872 236 5,344 -1,051 51 1,153 P/E 16E 26.4 n/m 14.4 19.7 n/m n/m 10.4 10.1 5.0 n/m 14.3 38.9 171% 17E 23.8 n/m 12.8 18.9 67.8 67.8 8.7 11.9 3.9 85.7 33.5 21.6 (35%) EV / EBITDA 16E 17E 11.5 10.5 n/m n/m 8.9 8.5 9.2 8.6 12.5 9.3 12.5 9.3 10.1 8.6 3.8 4.3 5.4 4.7 52.7 7.9 14.0 8.0 12.2 9.1 (13%) 14% Fonte: Bloomberg, Companhias e Itaú BBA Itaú BBA 27 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Petrochem ical Com panies Dow Chemical Du Pont (E.I.) De Nemours Eastman Chemical Co Huntsman Corp Westlake Chemical Corp Arkema SA Solvay AG Saudi Basic Industries Corp Sidi Kerir Petrochemicals Co. Yanbu National Petrochemicals Co. Honam Petrochemical Corp. Average Braskem Premium / (Discount) Mexichem Premium / (Discount) Alpek S.A de CV Premium / (Discount) Fonte: Bloomberg, Companhias e Itaú BBA Spreads Petroquímicos P/E 16E 15.1 20.4 9.2 5.4 12.1 12.9 12.0 12.6 6.9 12.3 7.2 10.5 5.4 (49%) 16.5 57% 15.6 49% 17E 13.1 17.7 8.5 4.5 11.7 11.2 10.5 12.2 6.4 12.6 6.7 9.6 4.4 (54%) 14.6 52% 13.0 36% EV / EBITDA 16E 17E 8.5 7.7 11.7 10.8 7.1 6.6 5.4 4.7 5.6 5.1 6.0 5.5 4.1 4.1 6.8 6.5 3.8 3.6 7.6 7.0 4.0 3.6 5.9 5.4 4.7 4.3 (20%) (21%) 6.9 6.0 17% 10% 8.3 7.5 41% 38% 1000 850 700 USD/ton Pares Petroquímicos 550 400 250 100 Apr-12 Oct-12 Apr-13 PVC* Oct-13 Apr-14 PE Oct-14 Apr-15 Oct-15 PP Fonte: Bloomberg, Platts e Itaú BBA Nota: *Ajustado ao conteúdo de etileno Itaú BBA 28 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Thiago Macruz, CNPI (Brasil) SAÚDE E EDUCAÇÃO Ruben Couto, CNPI (Brasil) Visão Geral do Setor Felipe Cruz, CNPI (Brasil) De um ponto de vista top-down, temos uma postura cautelosa em relação aos setores da Educação e da Saúde no Brasil no curto prazo, apesar de reconhecermos a existência de vetores estruturais positivos para ambos no longo prazo. A Educação de nível superior no Brasil ainda se encontra fortemente subdesenvolvida, com uma taxa bruta de matrículas de aproximadamente 27% em 2013, o que mal se compara com diversos outros países no mundo. Entretanto, profundas alterações nos subsídios do governo federal (principalmente no FIES), que impulsionaram o desempenho do setor no passado, levaram-nos a adotar uma perspectiva mais conservadora em relação a este setor. Estamos agora enfrentando o desemprego em um ambiente de recessão, o que adiciona ainda mais incerteza a um setor que é altamente sensível a alterações regulatórias. Em nossa opinião, até que seja possível observar uma estabilização nos âmbitos macro e regulatório, o setor educacional provavelmente apresentará volatilidade nos próximos anos. O desempenho do setor de Saúde está fortemente associado ao mercado de trabalho, uma vez que o emprego formal determina a penetração dos planos privados de saúde e odontológicos, cuja penetração ainda é baixa entre a população total, com 25,9% e 11,3%, respectivamente, de acordo com os dados de setembro de 2015. Tendo isto em mente, o produto oferecido no segmento privado tornou-se aspiracional. Vemos a ineficiência do setor público e uma distribuição maior da riqueza no país, junto com uma expansão consistente dos rendimentos, como estimuladores do setor de Saúde. Entretanto, é provável que o ambiente macro negativo venha a impor uma pressão significativa sobre as empresas do setor de Saúde pelo lado da receita, devido ao desemprego crescente, mas também sobre a lucratividade do setor, uma vez que a inflação na saúde continua a crescer acima da inflação geral. Principais Temas do Setor Para as companhias educacionais, nossa expectativa é a de que o mercado concentre o seu foco sobre quatro métricas operacionais principais ao longo de 2016. Em nossa opinião, essas métricas são: i) crescimento das admissões; ii) evasões e PDDs; iii) evolução do ticket médio; e iv) intensividade de capital (principalmente as demandas de capital de giro). Além disso, observando as companhias, os investidores deveriam estar atentos às potenciais alterações nos programas mais importantes, FIES e PROUNI, bem como ao primeiro conjunto de dados sobre a inadimplência nos contratos do FIES, sobre quais esperamos obter maiores informações ao longo do segundo semestre de 2016. No setor de Saúde, o assunto de maior relevância a ser monitorado é como o desemprego crescente irá afetar a cadeia de valor. Como a desaceleração da economia, com uma menor criação de empregos formais, afeta o crescimento geral do setor, os participantes estão estudando diversas oportunidades para continuar crescendo. Além disso, a inflação no setor de Saúde dever permanecer como um tema crucial a ser monitorado, em virtude de suas ramificações negativas em todas as áreas do setor de Saúde. Catalisadores (Positivos e Negativos) Catalisadores positivos para o setor de As condições desfavoráveis que esperamos para o Educação são o crescimento da base de setor da Educação ainda devem ocorrer na forma de estudantes acima das expectativas e as mudanças fusões e aquisições. As companhias da área companhias do setor de saúde, não podem ser de Saúde devem provavelmente enfrentar ignoradas reações desemprego podendo incluir a obrigatoriedade de reservas crescente não prejudique o crescimento das receitas. adicionais por parte dos pagadores, ou mudanças favoráveis caso o regulatórias potenciais adicionais. alterações Para as regulatórias, mais estruturais, como alterações no processo de reajuste de preços dos planos individuais. Itaú BBA 29 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Companhias a Comprar / Evitar Nossa companhia preferida no espaço da Educação é a Kroton, uma vez que acreditamos que esta companhia possua presença geográfica de ativos melhor e um mix mais diversificado de cursos presenciais e de ensino a distância, juntamente com uma exposição regional atrativa. Temos também recomendações positivas para a Ânima e a para a Estácio mas, em virtude do segmento negativo do mercado em relação a este setor, é bem provável que vejamos estas ações sendo negociadas bem abaixo de seus valores justos pelo FCD durante um longo período. No espaço da Saúde, favorecemos a Qualicorp e o Fleury. Nossa preferência pela Qualicorp se baseia na competitividade do produto da companhia, no crescimento de seu ticket médio acima de 10% e nas oportunidades de obter participação de mercado em novas regiões, o que pode mitigar parcialmente o provável aumento do churn e a diminuição das admissões brutas determinadas pelo desemprego maior. O Fleury nos parece favoravelmente posicionado para enfrentar o ambiente macro negativo, especialmente agora que a empresa está saindo de uma mudança até agora bem sucedida e dirigiu seu foco para um mercado diferenciado (premium), aumentando a lucratividade e a geração de caixa da companhia. A Odontoprev parece estar fazendo avanços significativos na sua rede distribuição de seguros através dos bancos (bancassurance), porém sentimos que a relação risco-retorno neste momento está equilibrada, devido ao valuation atual. Saúde e Educação – Principais Indicadores Associações nos Seguros Médico e Odontológico (em milhões) Penetração do Seguro Saúde na População Brasileira e Criação 85% CAGR 2005-3Q15 2012-3Q15 Healthcare 3.6% 1.1% Dental 13.4% 4.8% 2,137 7.3 6.2 39.3 37.2 35.4 19.0 17.1 14.6 9.2 1,617 1,523 20.2 21.3 21.9 1,254 1,229 2006 2007 42.6 41.5 2008 49.5 48.7 47.0 45.4 50.7 50.3 2009 2010 2011 2012 2013 2014 3Q15 6.4 4.5 4.7 4.9 5.8 6.0 0.4 0.7 3.5 1.8 0.9 3.1 2.1 0.9 3.8 2.4 1.1 3.0 3.3 3.5 3.6 0.3 1.1 1.2 5% 6% 7% 7% 9% 10% 10% 11% 11% Dental USA 2012 Net Job Creation in the Period 1.2 1.2 Novos Estudantes Com Financiamento do FIES (em milhares) 7.8 2001-2014 2010-2014 5.8% 4.5% 8.2% 5.7% 2.8 4% Fonte: ANS, Bureau de Censo dos Estados Unidos e CAGED. Elaboração: Itaú BBA. 0.7 2.7 3% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 3Q15 Dental Matrículas na Educação Superior (em milhões) 4.2 60% 731 26% 26% 24% 24.4% 25.3% 22% 22% 23% 19% 19% 20% 20% Healthcare Fonte: ANS. Elaboração: Itaú BBA. 3.9 868 153 Healthcare CAGR Public Private 995 13.2 11.0 3% 2005 1,566 1,452 1.2 1.3 3.8 0.2 1.4 4.0 6.7 0.8 7.0 7.3 1.2 0.9 1.0 4.2 4.4 4.7 4.2 0.2 0.2 0.2 0.1 1.8 1.8 542 0.2 1.5 1.6 1.7 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Face to Face Public Distance Learning Public Face to Face Private Distance Learning Private Fonte: Inep/MEC. Elaboração: Itaú BBA. 723 361 314 154 77 58 48 32 33 2005 2006 2007 2008 2009 76 2010 2011 2012 2013 2014 2015* Fonte: Inep/MEC; *Assentos oferecidos, não integralmente preenchidos pelas instituições educacionais. Itaú BBA 30 Milhares Líquida de Empregos (em milhares) The LatAm Big Book – January 27, 2016 Distribuição do Mercado de Educação Superior Presencial (2013) Kroton # of Students (thousand) 171.4 Anhanguera 230.8 5.3% 1 Kroton + Anhanguera 402.2 9.2% 2 Estácio 247.6 5.7% 3 UNIP 204.0 4.7% 4 Laureate 192.4 4.4% 5 UNINOVE 119.3 2.7% 6 Anima 107.9 2.5% 7 SER 95.5 2.2% 8 UNIESP 76.3 9 PUC Minas 47.9 10 Cruzeiro do Sul 40.5 0.9% 1,533.5 4,374.4 35.1% 100% Position Player Top 10 Market Fonte: Inep/MEC. Elaboração: Itaú BBA. Market Share (%) 3.9% Comparação dos Valuations Com pany Rating Price TP Upside (Local) (Local) Potential EV/EBITDA (x) 15E 16E P/E (x) 15E 16E Education Estácio OP 13.4 17.0 27.1% 5.5 4.6 8.0 7.4 Kroton OP 9.3 13.2 42.5% 7.7 6.7 8.1 8.0 Anima OP 12.6 20.0 59.4% 5.7 5.3 11.1 8.0 Qualicorp OP 14.8 20.0 35.4% 5.9 5.9 14.8 13.1 1.7% Fleury OP 16.2 19.0 17.2% 8.2 7.1 24.1 16.4 1.1% Odontoprev MP 10.0 9.7 -2.6% 14.9 13.2 23.6 20.2 Healthcare Fonte: Bloomberg e Itaú BBA Itaú BBA 31 The LatAm Big Book – January 27, 2016 CONSTRUÇÃO CIVIL Enrico Trotta, CNPI (Brasil) Ariel Amar, CNPI (México) Visão Geral do Setor Barbara Angerstein (Chile) Construtoras Residenciais brasileiras. Após outro ano difícil para as construtoras residenciais brasileiras, Ricardo Cavanagh, CFA (Chile) durante o qual os lançamentos e as pré-vendas diminuíram 43% e 32%, respectivamente, em relação aos Alejandra Aranda (Argentina) seus níveis de 2014. Temos a expectativa de outro ano não animadir para o setor, essencialmente para as companhias orientadas para as classes de renda média e alta que cobrimos. Provavelmente os lançamentos Alex Kolberg, CNPI (Brasil) continuarão em desaceleração, uma vez que os níveis dos estoques continuam muito altos (duração do estoque de cerca de 17 meses), e não há a expectativa de que a demanda aumente substancialmente, devido aos nível de confiança do consumidor em recorde de baixa e aos requisitos mais restritivos das instituições financeiras nos financiamentos imobiliários. Em consequência, temos uma postura conservadora em relação ao setor, tendo em vista que acreditamos que o momentum de ganhos permanecerá bastante fraco em todos os âmbitos nas companhias que operam com a renda média e alta, e que os ROEs provavelmente continuarão em desaceleração. Para o segmento de baixa renda, ainda divisamos números operacionais resilientes em 2016, sustentados pelo programa Minha Casa Minha Vida, embora reconheçamos que as taxas crescentes de desemprego podem afetar a demanda de unidades destinadas à baixa renda. Shopping centers e propriedades comerciais no Brasil. Nossa expectativa é a de mais um ano desafiador para as companhias brasileiras de shopping centers, uma vez que o panorama macro e a desaceleração das vendas no varejo provavelmente continuarão a puxar para baixo o crescimento das vendas mesmas lojas (SSS) e dos aluguéis mesmas lojas (SSR) nas companhias do nosso universo de cobertura ao longo de 2016. Todavia, acreditamos que o setor continuará a representar um porto seguro para investidores de capital numa base relativa, devido à sua sólida geração de FCF, ao potencial de aumento dos dividendos e aos modelos de negócios resilientes, que combinam contratos de locação corrigidos pela inflação com estruturas de luvas. Pelo lado das propriedades comerciais, o cenário para 2016 permanece não atrativo, considerando que provavelmente as taxas de vacância devem continuar aumentando nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro devido à oferta abundante de propriedades a serem entregues e ao fato de que as taxas de absorção permanecerão bastante fracas no curto prazo. Propriedades mexicanas. O setor mexicano de propriedades ganhou momentum e atenção com a criação do veículo FIBRA – uma REIT mexicana – que ajudou a impulsionar a indústria para um crescimento em alta velocidade. Inicialmente estruturada para os AFOREs, os fundos de pensão mexicanos com administração privada, como um veículo de investimentos de longo prazo e baixo risco há muito necessário, as FIBRAS foram criadas para estimular magnatas imobiliários com mentalidade estratégica e investidores institucionais a desmembrarem seus ativos nos mercados públicos em troca de uma redução nos impostos. Alimentado pelas contínuas ofertas de ações, o setor cresceu exponencialmente, consolidando todos os portfólios disponíveis em sua onda. Fibra UNO, por exemplo, contava inicialmente com um valor de mercado de US$ 500 milhões; em pouco menos de cinco anos, progrediu em tamanho em um assombroso fator de 14 vezes. Mais importante, o setor verificou mais de 10 ofertas iniciais de ações (IPO) na BMV desde 2011. Apesar do extraordinário sucesso do setor, sua curta história não deixou de contar com sua justa parcela de controvérsia e drama. Uma governança corporativa instável e práticas ultrapassadas de remuneração da administração produziram manchetes no mundo dos investimentos e afligiram o valuation do setor desde que a FIBRA foi submetida pela primeira vez a um escrutínio. Entretanto, o futuro parece extremamente promissor para este setor, que oferece uma potencial combinação de crescimento e dividendos que poucas outras atividades podem oferecer. Principais Temas do Setor Construtoras Residenciais brasileiras. Os temas principais para as construtoras residenciais brasileiras em 2016 são: i) o resultado de uma proposta para o reajuste da remuneração dos depósitos do FGTS; ii) definição das regras do novo programa Minha Casa Minha Vida; iii) busca de alternativas de financiamento para os segmentos de renda média e alta, agora que os recursos das cadernetas de poupança estão se tornando escassos; iv) um potencial aumento dos índices de distribuição (payout), considerando que a maioria dos construtores irá trabalhar em escala menor e, portanto, o dinheiro aprisionado no capital de giro pode ser liberado (permitindo dividendos mais elevados ou reduções de capital); e v) descontos nas vendas do estoque de unidades concluídas e o impacto potencial desses descontos sobre as margens brutas. Itaú BBA 32 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Shopping Centers e Propriedades no Brasil. Os temas mais importantes para estes setores em 2016 são: i) o impacto potencial da desaceleração no crescimento das SSS e do panorama macro sobre a expansão do faturamento (descontos nos contratos de locação e períodos de carência maiores para os novos locadores); ii) um aumento potencial nos índices de distribuição de dividendos, tendo em vista que não há a expectativa de inauguração de novos projetos greenfield ou brownfield no curto prazo; iii) atividade de M&A, em virtude da defasagem entre os índices de capitalização nos mercados público e privado; e iv) o impacto do término do abatimento fiscal nos juros sobre o capital próprio. Propriedades mexicanas. Os principais temas para este setor em 2016 são: i) as aquisições provavelmente continuarão sendo anunciadas, e o consequente crescimento dos LPA pode constituir, nesse caso, um importante vetor adiante; ii) emissões de dívidas de longo prazo com retornos competitivos serão tão importantes quanto o desembolso lucrativo dos recursos, especialmente na medida em que as expectativas aumentam; e iii) melhoras na governança corporativa podem representar uma mudança no jogo – por exemplo, embora o momento em potencial ainda seja incerto, uma grande FIBRA internalizando a sua administração pode fazer com que sigam seu exemplo, em busca de melhores valuations. Catalisadores (Positivos e Negativos) Construtoras Residenciais brasileiras (+): i) Construtoras Residenciais brasileiras (-): i) reduções nos cancelamentos de vendas; ii) reajuste da remuneração dos depósitos do FGTS; geração positiva redução da ii) companhias; iii) negativamente as margens; iii) revisões para dividendos extraordinários ou aumentos nas baixo nos indicadores econômicos que apontam taxas de distribuição; iv) reduções nos estoques para a destruição da confiança do consumidor e de unidades concluídas; e v) a divulgação das regras do programa MCMV3. da demanda; e iv) aumento das taxas de juros e alavancagem em de FCF algumas e descontos mais elevados, que afetam redução da proporção dos empréstimos pelo valor (LTV) para os financiamentos imobiliários. Shopping Centers e Propriedades no Brasil (+): i) sustentação de níveis satisfatórios de Propriedades brasileiras (-): i) elevações crescimento das SSS e dos SSR; ii) manutenção adicionais nas taxas de juros reais de longo prazo das taxas de vacância e inadimplência sob do país; ii) desacelerações mais fortes do que o controle; iii) anúncios de novos projetos greenfield esperado nas vendas de varejo; iii) taxas de e brownfield com capitalização absorção inferiores ao esperado para escritórios atrativos; iv) M&A a índices de capitalização atrativos; e v) índices de distribuição maiores. em São Paulo e no Rio de Janeiro; e iv) índices de descontos mais altos e períodos de carência mais prolongados nos contratos de locação. Propriedades mexicanas (+): i) aquisições realizadas a índices de capitalização atrativos; ii) Propriedades mexicanas (-): i) Redução gradual iii) do QE pelo Fed – de longe, a maior preocupação qualquer passo no sentido da internalização para o setor; ii) questões relativas à governança tanto ao nível do COGS quanto das G&A; iv) emissão de dívidas com retornos razoáveis. corporativa e / ou às divulgações, que constituem maiores retornos sobre os dividendos; um risco sempre presente; e iii) follow-ons e riscos de excesso de oferta, devido à dependência dessa indústria em relação ao capital para crescer. Companhias a Comprar / Evitar Construtoras Residenciais brasileiras: Nossas companhias preferidas são a EZTEC e a Even, posto que acreditamos que estas duas ações apresentam as melhores relações risco / retorno no setor. Nossa postura otimista em relação à EZTEC é sustentada pela confortável estrutura de capital da companhia e pelo potencial para reduções significativas de capital adiante, enquanto acreditamos que a nova equipe de administração da Even trará melhoramentos em eficiência ao nível das despesas G&A e um alinhamento melhor entre administradores e acionistas. Por outro lado, evitaríamos a Lopes e a Tecnisa. Nossa perspectiva mais conservadora em relação à Lopes é sustentada pelo seu modelo de negócios operacionalmente alavancado, que continuará vulnerável à desaceleração das vendas em seus mercados primário e secundário. Não projetamos catalisadores positivos para a Tecnisa após a venda de sua participação no projeto JdP, e acreditamos que o desempenho da ação continuará sendo prejudicado pelo difícil momentum de ganhos da companhia. Itaú BBA 33 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Shopping centers e propriedades no Brasil. Nossas escolhas preferenciais (top picks) para 2016 são a Iguatemi e a BR Malls, considerando que acreditamos que ambas as ações apresentam TIRs sobre o capital atrativas em base relativa. Acreditamos que a Iguatemi sustentará números operacionais satisfatórios em 2016, na medida do amadurecimento de seu portfólio de ativos em maturação, sendo que a companhia provavelmente deve manter níveis de alavancagem saudáveis devido à ausência de inaugurações de novos projetos greenfield no curto prazo. A BR Malls parece ser uma alternativa mais arriscada, mas acreditamos que a ação continuará sendo afetada positivamente pelas vendas de ativos, podendo constituir a opção preferida entre os estrangeiros para participar de uma eventual redução das taxas de juros de longo prazo no Brasil. Do lado oposto, continuaríamos a evitar a Aliansce e a São Carlos. Embora vejamos um interessante potencial de valorização em ambas as companhias, o portfólio da Aliansce está mais exposto aos segmentos de renda média ou média-baixa, que estão provavelmente entre os mais duramente afetados num ambiente econômico em desaceleração com taxas de desemprego crescentes, enquanto a São Carlos provavelmente continuará sendo prejudicada pelo excesso de oferta no segmento de escritórios. Propriedades mexicanas. No setor mexicano de propriedades, nossas escolhas preferenciais (top picks) em 2016 são a Fibra UNO e a Terrafina. No curto prazo destacaríamos nossa preferência pela Terrafina, com base em: i) suas operações integralmente dolarizadas, o que provavelmente ajudará a companhia a conservar melhor seu valor quando a redução gradual do Fed ocorrer; e ii) um valuation atrativo aos níveis atuais, com espaço para melhorias, em virtude do momentum positivo atual no segmento de armazéns. No entanto, acreditamos que a Fibra UNO representa a melhor escolha no longo prazo, devido aos seguintes fatores: i) sua grande escala e benefícios a ela associados, de difícil replicação, variando desde um custo menor do capital até uma eficiência operacional melhor; ii) portfólio premium; iii) valuation atrativo; e iv) panorama de crescimento promissor nos próximos anos. Construtoras Residenciais Brasileiras – Lançamentos e Duração dos Estoques 22%22% Launches (BRL bn) Pre-Sales (BRL bn) Inventory duration (in months) 3 3 Fonte: Itaú BBA Rendimento do AFFO em 2016 Versus NTN-B (Brasil) Rendimento do AFFO em 2016 Versus Títulos UDI (México) 6.61% 7.04% 7.36% 6.26% 9.35% 3 Sales speed (%) - Consolidated Fonte: Itaú BBA 7.24% 3 4Q15E 5 3Q15A 4 2Q15A 4 1Q15A 5 4Q14A 7 5 3Q14A 6 2Q14A 5 1Q14A 5 3Q13A 4Q15E 5 2Q13A 3Q15A 5 5 1Q13A 3 8 4Q12A 2 3Q11A 2 3 2Q15A 3Q14A 6 1Q15A 3 4Q14A 4 2Q14A 1Q14A 2Q13A 5 4 4Q13A 5 3Q13A 4 1Q13A 5 7 8 7 4Q12A 4 3Q12A 1Q12A 4Q11A 3Q11A 4 2Q12A 10 8 3Q12A 11 4Q13A 14 2Q12A 13 16 16 16 15 15 14 14 14 4Q11A 12 12 12 20% 18% 17% 17% 17% 17% 17% 16% 15% 15% 15% 13%13% 10%11%10% 17 1Q12A 19 21 18 Construtoras Residenciais Brasileiras – Vendas Contratadas e Velocidade de Vendas 9.16% 5.94% 6.81% 6.27% 5.77% 3.67% 3.11% Aliansce BR Malls AFFO Yield 2016 Fonte: Bloomberg e Itaú BBA Iguatemi Multiplan NTN-B 24 São Carlos NTN-B 50 FUNO FIBRAMQ AFFO Yield 2016 TERRA UDIBONOS 25 VESTA UDIBONOS 40 Fonte: Bloomberg & Itaú BBA Itaú BBA 34 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Construtoras Residenciais – Múltiplos Rating*¹ Last Price* Cyrela UP 7.39 9.40 27.2% 2,799 0.5 0.5 0.5 8.8 7.5 558 467 19.9% MRV MP 8.26 8.00 -3.1% 3,644 0.8 0.7 0.7 7.3 7.0 490 623 13.4% Gafisa MP 2.48 2.80 12.9% 913 0.3 0.3 0.3 9.5 9.3 -62 273 Even OP 4.08 4.80 17.6% 914 0.4 0.4 0.4 6.6 6.0 352 Tecnisa UR 2.59 UR - 465 0.3 UR UR UR UR UR Direcional MP 3.47 5.10 47.0% 513 0.3 0.3 0.3 4.1 4.0 39 51 7.6% EZTEC OP 13.10 17.00 29.8% 2,057 0.8 0.7 0.7 5.7 4.2 279 753 13.6% Com pany YE16 Fair Upside Market Cap P/BV P/BV Value (BRL) (%) (BRL m ) 16 P/BV FCF FCF P/E 16* P/E 17* FCF 16 FCF 17 17 Yield 16 Yield 17 ROE 16 ROE 17 Net debt / Net debt / Net debt / Equity Equity 16 Equity 17 16.7% 5.4% 6.1% 25.8% 14.3% 9.5% 17.1% 10.6% 10.3% 21.1% 8.9% 1.8% -6.8% 29.9% 3.1% 3.1% 51.9% 53.8% 45.9% 375 38.5% 41.0% 6.2% 6.6% 48.9% 30.8% 18.6% UR UR UR UR UR UR UR UR 9.9% 7.3% 7.3% 16.6% 14.9% 14.8% 36.6% 13.4% 17.6% -13.7% -9.7% -30.1% Fonte: Itaú BBA Shopping Centers – Múltiplos Com pany Rating*¹ Last Price (BRL)*² YE16 Fair Upside Market Cap GLA 5Y P/AFFO Value (BRL) (%) (BRL m ) CAGR 16 P/AFFO AFFO 5yr CAGR EV/EBITDA EV/EBITDA Net Debt / 17 (2015-2020) 16 17 EBITDA 16 Net Debt / Im plied Im plied EBITDA 17 Cap Rate 16 Cap Rate 17 BR Malls MP 12.82 15.10 17.8% 5,931 1.1% 15.3 11.8 16% 9.7 9.4 3.9 3.8 11.8% 12.5% 13.3% Multiplan MP 42.60 46.20 8.5% 7,908 4.0% 15.7 13.5 22% 11.0 10.0 1.7 1.4 12.0% 13.1% 12.0% Iguatemi MP 21.65 24.50 13.2% 3,820 2.6% 16.5 13.2 13% 10.2 9.1 2.8 2.3 11.9% 13.2% 12.7% Aliansce MP 11.33 14.60 28.9% 1,836 0.8% 15.1 12.5 21% 8.6 8.0 3.7 3.3 14.0% 15.5% 15.2% IRR (%) Fonte: Itaú BBA Propriedades Comerciais – Múltiplos Company São Carlos Rating*¹ Last Price (BRL)*² MP 21.15 YE16 Fair Upside Market Cap GLA 5Y P/AFFO Value (BRL) (%) (BRL m) CAGR 16 26.50 25.3% 1,189 8.5% P/AFFO AFFO 5yr CAGR EV/EBITDA EV/EBITDA Net Debt / 17 (2015-2020) 16 17 EBITDA 16 14.7 10.9 19% 10.4 8.8 Net Debt / Implied Implied EBITDA 17 Cap Rate 16 Cap Rate 17 4.9 4.0 11.7% 13.8% IRR (%) 14.3% Fonte: Itaú BBA Corretoras Imobiliárias – Múltiplos Com pany Rating*¹ LPS Brasil UP Last Price* YE15 Fair Upside (BRL) Value (BRL) (%) 2.07 3.10 49.8% Num ber Market Cap Earnings Earnings of Shares (BRL m ) 16 17 115 237 4 23 P/E 15 P/E 16 P/E 17 P/BV -7.5 59.0 10.5 0.40 Fonte: Itaú BBA FIBRAs e Companhias Mexicanas de Propriedades – Múltiplos Last Price YE16 Fair Upside Market Cap P/AFFO (MXN)*² Value (MXN) (%) (MXN m ) 16 P/AFFO AFFO 5yr CAGR EV/EBITDA EV/EBITDA Net Debt / 17 (2015-2020) 16 17 EBITDA 16 Net Debt / Im plied Im plied Distribuition Distribuition EBITDA 17 Cap Rate 16 Cap Rate 17 Yield 16 Yield 17 Com pany Rating*¹ Fibra Uno OP 39.13 45.50 16.3% 118,570 17.6 15.2 11% 17.1 15.7 4.6 4.6 5.5% 6.0% 5.6% 6.5% Macquarie OP 21.87 27.20 24.4% 17,745 10.7 10.4 3% 13.6 13.3 6.1 6.1 8.1% 8.3% 8.6% 8.9% Terrafina OP 29.08 38.40 32.0% 17,520 11.0 10.2 10% 14.3 13.6 5.4 5.8 7.0% 7.3% 9.0% 9.6% Vesta OP 25.16 31.60 25.6% 15,879 16.0 15.1 8% 16.8 16.0 3.6 4.4 6.8% 7.1% 6.3% 7.1% Fonte: Itaú BBA Itaú BBA 35 The LatAm Big Book – January 27, 2016 SIDERURGIA E MINERAÇÃO + CELULOSE E PAPEL + CIMENTO Marcos Assumpção, CFA (Brasil) Barbara Angerstein (Chile) Daniel Sasson, CNPI (Brasil) Carlos Eduardo Schmidt, CNPI (Brasil) Visão Geral do Setor No setor de Celulose, nossa expectativa é a de que as companhias brasileiras continuem se beneficiando da moeda local mais fraca (90% de sua receita e apenas 20% de seus custos estão atrelados ao USD), o que provavelmente irá mais do que compensar os preços menores da celulose de fibra curta em termos de USD. No setor de Cimento, esperamos resultados melhores devido a maiores volumes e preços mais estáveis (quando medidos em USD), desde que o movimento da depreciação das moedas locais tenha terminado em sua maior parte, porém favorecemos companhias um risco menor para os ganhos (volume / preço / moeda). No setor de Mineração, continuamos estimando uma dinâmica desafiadora entre a oferta e a demanda para o minério de ferro e para o cobre, comprimindo os preços à vista (que podem estar em um nível médio mais baixo em 2016) e pressionando adicionalmente as margens da companhia. A lucratividade para os produtores globais de aço deve permanecer desafiadora ao longo dos próximos 12 meses, devido principalmente aos preços internacionais mais baixos, determinados pelo menor consumo chinês e pelas exportações consequentemente maiores. Para as companhias brasileiras, o lado positivo reside no BRL mais desvalorizado e nas medidas protecionistas, o que pode aumentar a competitividade dos produtores locais, mas que pode não ser suficiente para compensar a fraca demanda em seu próprio quintal. Principais Temas do Setor No setor de Celulose e Papel, nossa expectativa é a de que as companhias brasileiras se beneficiem do BRL mais fraco, mais do que compensado os preços internacionais mais baixos da celulose (US$ 720 / ton em 2016, em comparação com uma média de US$ 785 / ton em 2015), uma vez que esperamos alguma pressão pelo lado da oferta devido ao início das operações do projeto Puma da Klabin. No segmento de Mineração, temos a expectativa de observar uma pressão sobre os preços do minério de ferro (estimativa da média de 2016 de US$ 40 / ton, em relação aos cerca de US$ 55 / ton em 2015), tendo em vista que o mercado mais uma vez estará diante de um excesso de oferta (aproximadamente 60 milhões de toneladas adicionadas em 2016). Para o cobre, nossa expectativa é a de que os preços diminuam, com uma média de US$ 2,10 / lb em 2016 (devido a uma oferta maior e à fraca demanda chinesa e refletindo a estabilização da curva de custos mundial devido aos preços menores do petróleo). Temos a expectativa de que os preços globais do aço e as margens operacionais da companhia sofram em certa medida, em consequência do excesso de capacidade e das exportações crescentes da China. As companhias siderúrgicas brasileiras terão que contar com a depreciação do BRL e com medidas protecionistas para aumentarem os preços, considerando que a expectativa é a de que a demanda local deve permanecer fraca. O panorama para as companhias de Cimento da América Latina continua misto. Ainda estamos confiantes quanto a um crescimento regional do consumo e ao saudável mercado de cimento nos Estados Unidos (onde as companhias possuem alta alavancagem operacional), porém ressaltamos que as fracas moedas locais podem afetar os resultados das companhias que fazem suas divulgações em USD. Catalisadores (Positivos e Negativos) Para o setor brasileiro de Celulose, os Os produtores de minério de ferro e cobre devem se principais catalisadores em potencial seria uma beneficiar de preços maiores das commodities. Para depreciação adicional do BRL, fechamentos a Vale, cada alteração de US$ 10 / ton nos preços de capacidades que possam sustentar preços médios do minério de ferro implica em uma mudança mais elevados da celulose e atividades de no EBITDA e no FCF estimados da companhia para M&A. Os produtores chilenos de celulose 2016 de US$ 3,4 bilhões. Para a SCCO, cada US$ também uma alteração de 0,1 / lb nos preços médios do cobre depreciação do CLP, embora em menor implica em uma mudança no EBITDA e no FCF medida. Reciprocamente, a valorização das estimados da companhia para 2016 de US$ 180 moedas locais pode deflagrar negativas para baixo no EBITDA. milhões (ou cerca de 8%). Além disso, a concessão devem se beneficiar de revisões das licenças necessárias para o projeto Tia Maria pode constituir um catalisador positivo. Para o setor de Siderurgia, os principais catalisadores seriam um BRL mais fraco e preços maiores para o aço no Brasil Os principais catalisadores para as companhias latinoamericanas de cimento seria a estabilização das Itaú BBA 36 The LatAm Big Book – January 27, 2016 (potencialmente um moedas locais e o aumento dos volumes e preços nos aumento nas tarifas de importação), uma vez Estados Unidos, México, Colômbia e Peru. Uma que as margens estão comprimidas e as concorrência mais intensa e a depreciação do COP companhias estão altamente alavancadas podem impactar os resultados da CX e da CLH, aos aumentos nos preços. Por outro lado, enquanto o fenômeno do El Niño pode afetar os volumes da CPAC. uma se prolongada beneficiando fraqueza de econômica doméstica pode fazer com que os resultados se deteriorem adicionalmente e aumentem as preocupações dos investidores com relação às taxas de alavancagem das companhias. Companhias a Comprar / Evitar Acreditamos que o setor brasileiro de Celulose oferece as opções mais atrativas para 2016 no espaço latinoamericano das commodities, devido à sua menor exposição à fraca economia brasileira, sua alavancagem à depreciação do BRL e sua forte geração de FCF. Embora a CMPC provavelmente também deva se beneficiar deste efeito, um fluxo negativo de notícias relativo ao caso do conluio dos lenços de papel provavelmente continuará comprimindo o preço das ações da CMPC. Também gostamos da exposição das companhias de Cimento da América Latina ao forte mercado de cimento dos Estados Unidos e às seculares histórias de crescimento na Colômbia, Panamá e Peru. Nossa escolha preferencial (top picks) no setor de Celulose são a Fibria e a Suzano. Entre as companhias de Cimento gostamos da CEMEX LatAm e da Cementos Pacasmayo, com a ressalva para a primeira de que um enfraquecimento adicional do COP pode comprimir os resultados em termos de USD. Na Mineração, continuamos a preferir o minério de ferro ao cobre, considerando que observamos mais ajustes da oferta (fechamentos) no setor de minério de ferro do que no setor de cobre, porém ainda estamos cautelosos quanto à geração limitada de fluxo de caixa livre de curto prazo da Vale. Continuamos pessimistas em relação às companhias brasileiras de Siderurgia, com base nos baixos preços globais e em uma fraca demanda doméstica. Dentro do setor de Siderurgia temos uma preferência relativa pela Ternium. Crescimento Estimado da Oferta de Minério de Ferro – 4 Maiores Produtores 1.2 btons 1.1 btons 1.0 btons Preferimos o Minério de Ferro ao Cobre – A Produção de Cobre Está Aumentando 120 100 80 60 40 20 0 2010 2012 Vale 2013 Rio Tinto 2014 BHP 2015 Fortescue 120 100 80 60 40 Jan Feb Mar Apr May Jun 2014a 2015e Fonte: Companhias, World Steel Association e Itaú BBA 2017e BHKP Cooper Jul Aug Sep Oct Nov Dec Iron Ore Sugar Nickel Oil Fonte: World Steel Association e Itaú BBA Itaú BBA 37 The LatAm Big Book – January 27, 2016 m tons As Exportações de Aço Chinês Devem Continuar Pressionando os Preços do Aço 12 Record High Chinese Exports 10 8 Os Preços da Fibra Curta Oferecem Menor Volatilidade e Serão Maiores em BRL 793 2,622 746 1,713 1,756 2013A 2014A 3,074 2015E 2016E USD/ton 35% 35% 34% 4 3,248 700 680 2017E 2018E 720 785 6 3,245 BRL/ton 27% 26% 24% 24% 24% 16% 14% 2 6% Fonte: World Steel Association e Itaú BBA BHKP FX Cattle Ibovesp a LME Metals Iron Ore Soy Copper Nickel Sugar Oil Aug/06 Jan/07 Jun/07 Nov/07 Apr/08 Sep/08 Feb/09 Jul/09 Dec/09 May/10 Oct/10 Mar/11 Aug/11 Jan/12 Jun/12 Nov/12 Apr/13 Sep/13 Feb/14 Jul/14 Dec/14 May/15 Oct/15 0 Fonte: Fibria, FOEX e Itaú BBA Itaú BBA 38 The LatAm Big Book – January 27, 2016 TMT Gregório Tomassi, CFA (México) Susana Salaru, CNPI Visão Geral do Setor Arturo Langa (México) Nossa cobertura do setor de TMT na América Latina compreende aproximadamente US$ 105 bilhões (uma Ricardo Cavanagh, CFA (Chile) baixa em comparação com os US$ 145 bilhões de 2014) em valor de mercado conjunto, distribuído de Alejandra Aranda (Argentina) maneira não uniforme entre os três subsetores: US$ 85,0 bilhões em companhias exclusivamente dedicadas às telecomunicações, US$ 16,5 bilhões em companhias de mídia (combinando produção de conteúdo, difusão e distribuição, e operadores de TV por assinatura), e US$ 3,4 bilhões, principalmente em companhias de TI. As empresas do setor de TMT respondem por um peso combinado de 12,7% (em relação aos 10,8% de 2014) no MSCI LatAm. No espaço das companhias exclusivamente de telecomunicações na América Latina, a escolha de ações acarreta numa escolha entre: i) AMX, uma companhia integrada pan-regional e uma das maiores companhias globais de telecomunicações; ii) duas empresas integradas brasileiras, uma das quais é a Telefônica Brasil; iii) três operadoras focadas em serviços móveis, a TIM Brasil, a Entel no Chile, e a multinacional Nextel International; e iv) duas pequenas operadoras mexicanas de linhas fixas, Axtel e Maxcom. O espaço da mídia é representado por três companhias mexicanas listadas; as empresas de conteúdo equilibradas Televisa e TV Azteca, e a operadora de TV por assinatura Megacable. O subsetor de TI compreende quatro empresas: Totvs, Atento (listada nos Estados Unidos) e Linx no Brasil, e a Sonda, listada no Chile, que é uma provedora de serviços de TI com presença estabelecida no Brasil, México e Colômbia, entre outros mercados latinoamericanos. A média simples de negociação para as operadoras de Telecomunicações que cobrimos (excluindo a Oi e a TEO) é de 12,2x o P/L estimado para 2016, o que implica em um desconto de 6,1% em relação ao Índice MSCI de Serviços de Telecom dos Mercados Emergentes, e à sua média de três anos. A Televisa está sendo negociada a 28,6x o P/L estimado para 2016, o que implica em um prêmio de 46,0% em relação ao Índice MSCI de Mídia dos Mercados Emergentes e sua média de três anos. Por fim, as companhias de TI que cobrimos estão sendo negociados a 15,6x o P/L estimado para 2016, o que implica em um desconto de 13,0% em relação ao Índice MSCI de TI dos Mercados Emergentes. Principais Temas do Setor Pode ainda ocorrer uma baixa nos setores de Telecom, Mídia e Tecnologia, em 2016. O índice MSCI LatAm Telecom caiu 31,0%. A Televisa apresentou um retorno negativo de -15,0% e as ações de TI revelaram retornos mistos, em comparação com o declínio de 26,0% do MSCI LatAm em 2015, todos em USD. A seleção de teses específicas entre as companhias em 2016 provavelmente será a melhor maneira para fugir, através da diversificação, da tendência negativa dos retornos no setor. Seis histórias principais no setor de Telecom irão determinar o desempenho das ações em 2016: i) a implementação de medidas importantes relacionadas com o marco regulatório das teles, que recentemente recebeu profundas reformas no México, e a entrada da AT&T nesse mercado, vindo em busca de, entre outros objetivos, interromper aquela que tem sido uma concentração tradicional do mercado nas mãos da AMX; ii) os efeitos de uma recessão cada vez mais profunda no Brasil, e suas implicações para a expansão do faturamento das operadoras; iii) a consolidação potencial do setor de telefonia móvel no Brasil, passando de quatro para três operadoras; iv) a integração da Telefônica Brasil com a GVT; v) uma maior visibilidade com relação a temas de alto impacto que afetam a operadora chilena Entel, relativos à operação de telefonia móvel no Peru, que consome caixa, tem baixa participação de mercado, e atualmente não é lucrativa; e vi) histórias específicas de consolidação entre pequenos participantes do mercado no México, como se viu na recente fusão entre a Axtel e a Alestra. Com relação ao subsetor de Mídia, quatro temas também devem provavelmente determinar o comportamento das ações da Televisa: i) os primeiros passos da nova estratégia de formação de preços da Televisa na TV aberta, e a sua capacidade de restringir novas quedas da receita nesse segmento; ii) a consolidação do segmento de cabo no México; iii) novos movimentos de consolidação que estão acontecendo no setor de cabo no México, e iv) o lançamento nacional de sua nova marca de cabo IZZI. Por fim, o desempenho das ações das TI continuará sendo determinado principalmente por vetores específicos às companhias, embora a atividade macro geral mais branda tenha pesado sobre estas ações, de modo que qualquer recuperação na atividade pode ajudar. Itaú BBA 39 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Catalisadores (Positivos e Negativos) A materialização de um cenário de consolidação A concorrência no Brasil pode continuar se do setor no Brasil que possa, em última análise, intensificando, reduzir a intensa concorrência no mercado. operadoras introduziu planos que diminuem o Uma revisão das concessões de linhas fixas no depois que a maioria das valor dos dados, sendo que algumas introduziram tarifas iguais on-net e off-net. Brasil, reduzindo os requisitos de cobertura e de Alterações na taxação que incide sobre o setor manutenção da Oi e da Telefônica Brasil) e podem ser uma possibilidade no Brasil, no proporcionando uma definição mais clara dos contexto do ajuste fiscal em andamento. qualidade (o que reduziria o capex ativos reversíveis (o que permitiria uma alocação de capital mais eficiente). O processo regulatório mexicano aumentando a pressão Queda mais rápida do que o esperado nos custos unitários médios dos smartphones, levando a uma aceleração do crescimento nos dados pré-pagos. sobre doméstico, a AMX em seu mercado enquanto uma nova concorrente ingressa nele. Aumento da concorrência no setor, através de investimentos estrangeiros. Recuperação do crescimento, na medida em que o aumento na receita dos serviços de dados e Regulação excessiva favorecendo a concorrência de TV por assinatura compensa o declínio dos pode levar a baixos retornos sobre o capital no serviços tradicionais. longo prazo. TMT no Brasil – Consolidação Progredindo Lentamente, Competição Se Recuperando Nossa expectativa é a de que uma discussão contínua e o progresso no sentido de uma consolidação potencial do mercado móvel representem os principais eventos do ano, juntamente com a conclusão de um passo necessário para abrir caminho para que isto ocorra: a revisão da concessão de linhas fixas, seguida da sua aprovação pelo Congresso. Vemos uma consolidação de 4 para 3 no setor possivelmente evoluindo a partir do processo de negociação exclusivo, recentemente anunciado, que inclui uma injeção de capital por parte da LetterOne na Oi, condicionada a uma fusão com a TIM, e as sinergias em potencial – embora ainda existam vários fatores desconhecidos relativos às implicações potenciais para os acionistas minoritários. Concomitantemente, as substituições de voz por dados no mercado móvel brasileiro e a diminuição da relevância do efeito comunidade tem representado tendências em andamento, que levaram a uma nova dinâmica competitiva. Esses dois vetores do mercado foram intensificados pela desaceleração da economia, que levou a um aumento no uso de dados pelos assinantes para acessar informação e, mais importante, para se comunicar. Este desenvolvimento nas dinâmicas do mercado induziu as companhias a ampliarem suas ofertas focadas em dados, com os serviços de voz se tornando comoditizados enquanto os consumidores concentram cada vez mais sua utilização (e gastos) no cartão SIM de uma única operadora. Ao mesmo tempo, o declínio nas MTRs continua progredindo, como um fator de ordem regulatória. No espaço da tecnologia, a pressão macroeconômica vem afetando a capacidade das companhias de entregar crescimento das receitas e de manter as margens. A recente aquisição da Bematech pela Totvs e a sua migração para um modelo de receitas por assinatura reduz a visibilidade de seus resultados, o que explica a nossa preferência pela Linx nesse segmento. Companhias a Comprar / Evitar Nossas escolhas preferenciais (top picks) neste setor são Entel, Megacable, Sonda e Televisa. Temos uma opinião positiva quanto à Entel, com base em nossa convicção de que a companhia está realizando uma ampla mudança operacional no Peru, em relação à qual o mercado parece ter poucas expectativas. No caso da Televisa, acreditamos que existem chances relativamente boas de que o potencial de valorização das ações venha a mais do que compensar seu custo de capital no horizonte de um ano. O catalisador principal seria representado por quaisquer primeiros sinais de sucesso naquilo que vemos como a nova estratégia da Televisa em corrigir o preço de seus anúncios no México. Quanto à Megacable, nosso potencial de retorno total estimado no final de 2016, de 7,6% é, em termos de pesos mexicanos, ligeiramente inferior ao nosso custo do capital estimado atual, de 9,9%. Isto isoladamente não justificaria uma reclassificação completa da Megacable para outperform. A nova classificação se justifica pela combinação de um valuation razoável Itaú BBA 40 The LatAm Big Book – January 27, 2016 para esta companhia bem capitalizada e com um forte desempenho, com um valor de opcionalidade que, em nossa opinião, se tornou mais concreto. No caso da Sonda, a desaceleração macroeconômica no Brasil e suas possíveis consequências sobre o panorama da Sonda se tornaram, em nossa perspectiva, um tema central na história de investimento desta ação. Concluímos que mesmo no caso de um cenário muito pior do que aquele que estamos precificando (que já é conservador) no Brasil, nosso preço alvo ainda estaria acima do preço de mercado atual em cerca de 5%. Estamos pessimistas em relação à AMX, uma vez que acreditamos que o mercado continua sendo excessivamente complacente quanto à capacidade da empresa de ser bem-sucedida em competir sob a sua qualificação de preponderância no México, num momento em que outras regiões parecem estar desacelerando diante de um panorama de moedas desvalorizadas na América Latina. Universo de Cobertura – Recomendações, Valorizações Estimadas e Múltiplos de Valuation As of 12/1/2015 Estim ated Returns Ticker Rec. AMXL TLEVICPO AXTELCPO MEGACPO UP OP MP OP 13.6 94.4 8.2 64.0 14.5 115.0 8.8 68.0 9.1% 22.2% 7.4% 7.6% 11.9% 6.9% 21.8% 7.4% 6.2% 10.1% 2.2% 0.4% 0.0% 1.3% 1.8% 30.8 23.5 NM 19.8 28.8 Oi OIBR4 MP 1.7 4.0 131.4% 131.2% 0.2% -0.5 -0.7 TIM Part. TIMP3 MP 7.7 8.5 13.1% 10.5% 2.6% 8.0 12.9 Totvs TOTS3 MP 33.8 38.0 12.8% 12.4% 0.4% 16.9 Telefônica Brasil VIVT4 OP 37.0 53.0 6.4% 6.4% 15.1 Totvs TOTS3 MP 33.8 38.0 12.8% 12.4% 0.4% Linx Brasil LINX3 OP 47.5 53.5 -18.8% 10.4% -20.0% 5.4% 1.2% 5.0% Entel ENTEL OP 6,310 7,750 22.8% 22.8% Sonda Chile SONDA OP 1,190 1,300 11.7% 18.2% TEO MP 17.3 21.0 21.2% 21.2% Com pany America Movil Televisa Axtel Megacable Mexico Tel. Argentina Argentina Fair Value Valuation m ultiples P/E FV/EBITDA Curr. Price Total Price Appr. Div. Yield 2015E 2016E 11.7 28.6 NM 17.3 15.4 6.5 11.1 6.6 10.0 7.6 Annual Grow th Rates Net Profits EBITDA 2015E 2016E 2015E 2016E Mkt. Cap. (Mn USD) 5.9 9.8 6.2 8.9 6.8 -36.6% 115.3% NM NM -2.0% 156.6% -17.8% NM NM 115.1% 1.0% 28.6% 6.1% 15.7% 7.2% 4.0% 13.4% 7.8% 10.8% 6.2% 56,042 16,527 712 379 73,660 5.4 5.4 -3578.5% NM 8.5% -1.7% 379 4.0 3.8 50.1% -37.9% -2.8% 6.7% 4,836 14.4 11.5 11.3 21.2% 17.2% 1.1% 0.0% 1,490 12.3 5.9 4.0 -25.4% 22.4% 9.1% 9.3% 15,417 16.9 14.4 11.5 11.3 21.2% 17.2% 1.1% 0.0% 22.3 13.4 17.8 12.4 15.3 5.9 12.3 4.5 33.8% -16.2% 25.3% 16.8% 5.9% 6.4% 20.0% 6.5% 22,122 0.0% NM 12.6 7.9 6.6 -95.0% 4132.6% -3.1% 32.4% 2,121 9.2% 17.2% 2.4% 1.0% 18.9 7.8 17.4 14.6 8.3 8.1 8.0 7.2 15.2% -49.7% 8.9% 2435.6% -2.0% -2.6% 3.1% 20.3% 1,483 3,604 21.2% 21.2% 0.0% 0.0% 13.2 13.2 12.2 12.2 5.4 5.4 5.2 5.2 24.1% 24.1% 41.8% 41.8% 21.4% 21.4% 21.4% 21.4% 3,365 6,969 2015E 2016E Sources: Itaú BBA estimates and company reports NM: Not meaningful Fonte: Relatórios da Companhia e estimativas do Itaú BBA. (1): Valores justos estimados na situação do final de 2016. (2): Preços expressos em moedas locais. Itaú BBA 41 The LatAm Big Book – January 27, 2016 TRANSPORTES E LOGÍSTICA Renata Faber, CNPI Renato Salomone, CNPI Visão Geral do Setor Durante a última década, o investimento do Brasil em infraestrutura representou apenas 2% do PIB. Como a Thais Cascello, CNPI Priscila Bove, CNPI falta de investimentos nos últimos anos ameaça tornar-se um empecilho para o crescimento futuro, existe uma necessidade urgente de investir na infraestrutura do País, particularmente no setor de Logística e Transportes. Temos a expectativa de amplos investimentos nos próximos anos, especialmente por parte de companhias privadas, com o apoio de projetos do governo federal e das administrações estaduais, incluindo projetos de rodovias, aeroportos, portos e linhas de metrô. No México, os gastos públicos em infraestrutura aumentaram de forma consistente nos últimos anos, aumentando de 3,0% do PIB em 2000 para 4,6% em 2012, e o presidente Peña Nieto fez dos investimentos em infraestrutura uma das principais prioridades de sua administração. A América Latina deve ser responsável por aproximadamente 8% do fluxo global de passageiros de companhias aéreas, segundo dados da IATA. Nos 20 próximos anos, a IATA, a Boeing e a Airbus estimam que o tráfego de passageiros na região aumentará nos próximos anos em taxas anuais compostas de 4,7%, 5,2% e 6,0%, respectivamente, com um aumento líquido de aproximadamente 400 milhões de passageiros no período. O Brasil é de longe o maior mercado da região, e o 10º maior mercado mundial, com um total de cerca de 100 milhões de passageiros transportados em 2015. Embora a riqueza per capita em USD - uma variável fundamental por trás dessas projeções – tenha sido impactada negativamente neste ano e não haja nenhuma recuperação à vista, estamos encorajados no longo prazo pelo fato de que a penetração do transporte aéreo na região é muito baixa, e que o setor tem se tornado mais sofisticado, com as companhias aéreas operadas por grupos familiares perdendo espaço para os grupos administrados profissionalmente. Principais Temas do Setor No Brasil, temos a expectativa de que os maiores investimentos em infraestrutura durante os próximos anos ocorram no setor de Logística. Neste momento, acreditamos que o governo finalmente compreendeu que as companhias participariam dos leilões caso os retornos fossem atrativos, e que a concorrência reduziria tais retornos; isto posto, acreditamos que uma vasta sequência de leilões finalmente ganhará momentum ao longo de 2016. Quanto ao México, acreditamos que provavelmente o setor privado irá exercer um papel cada vez mais proeminente na administração Peña Nieto, tendo em vista que o governo precisará empenhar amplos recursos para executar os projetos de transportes de maior risco, tais como ferrovias de alta velocidade. O país possui uma boa infraestrutura de aeroportos, exceto no caso da Cidade do México, onde o aeroporto existente já ultrapassou a sua capacidade, porém a construção de um novo aeroporto já está em andamento. Por último, não nos surpreenderíamos ao constatar leilões de rodovias no México em 2016. . Os laços do México com a economia dos Estados Unidos ajudaram a salvar o seu setor de companhias aéreas da situação sombria em que este se encontra em mercados na América do Sul, para o qual a nossa expectativa é a de que 2016 seja outro ano ainda difícil, na medida em que as companhias ajustem sua capacidade a uma demanda significativamente menor. O setor de companhias aéreas no México melhorou sua lucratividade de forma consistente, alavancando sobre os baixos preços dos combustíveis (o MXN mais resiliente não anulou esta condição favorável, como no caso do Brasil e da Colômbia) e sobre variáveis de consumo saudáveis (tais como o emprego formal, baixa inflação, envio de remessas de dinheiro, crédito ao consumidor). Além disso, as companhias aéreas de custo ultra baixo Volaris e VivaAerobus conseguiram estimular a migração do ônibus para o avião, tendência que esperamos que continue a ganhar momentum em 2016. O anúncio recente da Delta, relativo à sua intenção de elevar para 49% sua participação na Aeroméxico, sustenta não apenas este momentum positivo, mas também as sinergias potenciais que podem ser extraídas no mercado de cruzamento das fronteiras, uma vez que as autoridades mexicanas e norteamericanas avançam no sentido de um acordo de Open Skies, cuja conclusão é esperada para meados de 2016. Itaú BBA 42 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Catalisadores (Positivos e Negativos) No Brasil e no México, um catalisador positivo Acreditamos que o custo dos financiamentos irá seria a realização de leilões de infraestrutura. aumentar no Brasil, uma vez que o ambiente de O acordo de Open Skies entre o México e os crédito é mais desafiador e os bancos públicos Estados Unidos criará oportunidades para as provavelmente serão mais rigorosos. companhias aéreas mexicanas, abrangendo O preços dos combustíveis têm sido de grande ajuda desde direitos a rotas aéreas a laços mais para as companhias aéreas, e uma recuperação nos estreitos com as companhias aéreas norte- preços do petróleo poderia afetar a lucratividade. americanas. Companhias a Comprar / Evitar No setor de Transportes, temos prefêrencia por PINFRA e Volaris. Os resultados da PINFRA continuarão melhorando devido ao ramp-up de novos projetos, e a companhia se encontra bem posicionada para novos investimentos. Quanto à Volaris, nossa expectativa é a de que o momentum positivo de ganhos continuará em 2016. Por outro lado, evitaríamos a Mills, (que precisa reduzir a capacidade), a GOL e a LATAM (em virtude do cenário de fraca demanda aérea no Brasil). Projetos Federais de Infraestrutura – Programa de Investimentos em Logística (PIL) Type Highw ays Details Investm ents 16 new stretches: total of 6,974 km BRL 50.8 billion in 11 highw ays BRL 15.3 billion Contract Amendments 4 international airports (Fortaleza, Salvador, Florianópolis and Porto Alegre) and 7 regional airports 50 new leasing terminals, 63 new private terminals and 24 concession extensions Airports Ports Total BRL 8.5 billion BRL 37.4 billion BRL 112.0 billion Fonte: Itaú BBA Projetos de Infraestrutura no Estado de São Paulo Type Details Investm ents Tender Announcem ent 4 new stretches: total of 2,217 km BRL 10.5 billion April 2016 Airports Bragança, Campinas, Jundiaí, Itanhaém and Ubatuba BRL 91 million March 2016 Subw ay Line 5 and Line 17 BRL 200 million September 2016 5 lines BRL 2.6 billion March 2016 Highw ays Interstate Bus Lines Total BRL 13.4 billion Fonte: Itaú BBA Itaú BBA 43 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Gustavo Fingeret (Chile) SETOR DE ENERGIA Pedro Manfredini, CNPI (Brasil) Pablo Ordóñez, CFA (México) Visão Geral do Setor O setor de Energia Elétrica no Brasil deve navegar suavemente durante os próximos meses. As receitas Raul Cavendish (Brasil) atreladas à inflação proporcionam resiliência aos lucros por ação (LPA) e à geração de fluxo de caixa das companhias, que constitui um arranjo perfeito em tempos de recessão. Estamos otimistas quanto aos níveis dos reservatórios no Brasil e no Chile adiante, com: i) melhores índices pluviométricos; ii) demanda menor; e iii) um incremento significativo na oferta de energia, devido à expansão da capacidade nos próximos dois anos. Embora este cenário possivelmente vá levar a uma queda dos preços à vista (spot) em ambos os países, estimamos um GSF de 0,93x para o Brasil. No caso da Colômbia, o país provavelmente continuará sofrendo com a falta de chuvas, devido ao impacto do El Niño, puxando os preços à vista para níveis mais elevados. Pelo lado regulatório, acreditamos que o Governo Federal brasileiro continuará em sua abordagem mais amigável em relação ao mercado. Parece ser um consenso que melhorar os retornos regulatórios, reduzir a burocracia nos leilões greenfields e adotar um modelo de renovação das concessões que facilite os negócios representam a melhor maneira de conquistar novamente a confiança dos investidores e recolocar o setor em evidência. Isto se deve principalmente à necessidade de novos investimentos em infraestrutura, o que somente será possível com a participação de investidores privados, em vista da situação fiscal restritiva do Governo Federal. O recente leilão de capacidade hidroelétrica com concessões expiradas e a solução das questões relativas à escassez de chuvas (MP 688) são bons exemplos de melhoras regulatórias alcançadas em 2015. Por outro lado, ainda permanecemos cautelosos quanto às companhias de distribuição que estão altamente expostas aos volumes, perdas comerciais e à inadimplência (isto é, que já passaram por revisões tarifárias que consideraram altos volumes esperados mais elevados). Ainda assim, é importante salientar que o setor dispõe de mecanismos (por exemplo, revisões tarifárias) para evitar efeitos negativos, na eventualidade dos volumes em declínio persistirem por mais do que um curto período. No Chile, estimamos que melhoras adicionais na hidrologia e novas depreciações monetárias em 2016 devem provavelmente ajudar as ações chilenas, especialmente aquelas das companhias de geração, a terem outro bom ano como em 2015, considerando que estão integralmente protegidas contra as flutuações cambiais. No México, embora seja verdade que a queda do preço do petróleo pode postergar os investimentos no setor das concessionárias de energia, continuamos otimistas quanto à dinâmica deste setor, considerando que existem ainda mais de US$ 9 bilhões em projetos para o transporte de gás natural a serem leiloados pela CFE ao longo dos próximos anos, e que tais investimentos são muito necessários naquele país. Por fim, na Argentina, temos a expectativa de que o novo governo enfrente a situação tarifária e, portanto, acreditamos que participar do setor de concessões públicas de energia na Argentina em 2016 pode constituir uma escolha bastante lucrativa (embora arriscada). Principais Temas do Setor Apesar de acreditarmos que os fundos brasileiros continuarão a negociar as companhias em resposta ao fluxo de notícias no curto prazo, temos uma perspectiva otimista em relação às concessionárias brasileiras de energia em 2016, devido principalmente à melhora do panorama dos reservatórios, normas regulatórias melhores e oportunidades de crescimento atrativas, combinadas com fluxos de caixa defensivos e receitas atreladas à inflação. Vemos os leilões de transmissão com maiores WACCs regulatórios e normas mais amigáveis em relação ao mercado (diminuição da burocracia), juntamente com um aumento potencial do WACC regulatório das companhias de distribuição nos dois próximos ciclos. Para aqueles que procuram um ambiente de investimento mais estável, as ações chilenas (principalmente de empresas de geração), bem como a IEnova (México) provavelmente continuarão a apresentar um desempenho acima daquele de seus pares brasileiros no curto prazo, uma vez que estão protegidas contra depreciações adicionais no câmbio. Catalisadores (Positivos e Negativos) A força da temporada de chuvas no Brasil, Chile e Colômbia. Necessidades de rolagem da dívida de curto prazo no Brasil. Estimamos um GSF de 0,93x para 2016, em Menores volumes e maior inadimplência nas comparação com os 0,84x de 2015 no Brasil. companhias de distribuição devido desaceleração da economia no Brasil. à Itaú BBA 44 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Um arcabouço regulatório melhor adiante no Brasil e na Colômbia. Restrições no abastecimento de água para as companhias concessionárias de distribuição de água no Brasil. Aceleração dos projetos de transporte de gás natural ainda a serem leiloados pela CFE no México. Situação tarifária na Argentina. Companhias a Comprar / Evitar A CPFL, a ENBR e a TRPL constituem as melhores alternativas para um ano provavelmente difícil no Brasil adiante. Apesar da turbulência no setor, achamos que a CPFL representa uma opção atrativa para investidores de longo prazo dispostos a obter exposição a um portfólio de distribuição de alta qualidade com opcionalidades de crescimento. Pelo lado da geração, a principal fonte de crescimento provavelmente ocorrerá através da sua subsidiária de energias renováveis, a CPFL Renováveis. Quanto ao segmento de distribuição, além da expectativa do potencial de valorização no próximo ciclo de revisão tarifária, esperamos também um crescimento através da aquisição de operadoras ineficientes. No caso da TRPL, temos a expectativa de um catalisador positivo de curto prazo para as ações que pode desbloquear valor para os acionistas, com um risco relativamente baixo. Este catalisador depende da decisão da Aneel com relação ao valor residual dos ativos construídos antes do ano 2000, ao índice e ao período da amortização. A ENBR é um bom nome para aqueles dispostos a obter exposição às opcionalidades de crescimento que estão fundamentadas principalmente no alinhamento melhor de uma nova equipe de administração com os acionistas minoritários, para melhorar as decisões de investimentos da companhia daqui em diante. Além disso, o foco interno na redução do capital de giro e a entrega de projetos antes do previsto podem constituir catalisadores positivos para as ações. A CESP vem por último, sendo uma boa companhia para investidores que procuram fluxos de caixa estáveis a valuations descontados. O novo perfil da companhia, com toda a sua capacidade vendida até o final da concessão, pode constituir um porto seguro para os investidores durante os próximos anos de desaceleração econômica. Vemos a AES Gener como a melhor opção na região andina, uma vez que acreditamos que a companhia constitui uma história de crescimento barato ideal apenas para investidores de longo prazo, baseados em: i) nossa expectativa de que o EBITDA irá apresentar uma CAGR de 8% até 2019, devido principalmente a um aumento de 37% na capacidade instalada atualmente no Chile antes do final de 2018; e ii) nossa convicção de que a ação é barata em comparação com a sua média histórica, com base em nossa expectativa de múltiplos P/L para 2016 e 2017 de 16,6x e 15,8x, respectivamente. Quanto à Ienova, continuamos acreditando que a companhia está bem posicionada para vencer alguns dos US$ 9,8 bilhões em projetos ainda a serem leiloados pela CEF nos próximos anos, entre várias oportunidades de crescimento. Estimamos que o EBITDA da IEnova aumentará numa CAGR de 23% no período 2015-18. A consequência da aquisição dos 50% remanescentes da Gasoductos de Chihuahua (GdC) e a esperada emissão de US$ 1,3 milhões em ações para financiá-la, é que o balanço da companhia contará com poder de fogo (relação dívida líquida / EBITDA de 2,4x em 2016 e de 1,7x em 2017) para prosseguir em busca de novos projetos. No momento, evitaríamos investir na TBLE, SBSP e TAEE, com base principalmente no valuation e na assimetria da relação risco / retorno. Temos uma taxa interna de retorno (TIR) média real de 6,7% para estas empresas, o que significa que estas ações estão sendo negociadas a um prêmio de 330 pontos-base em relação à nossa média. Itaú BBA 45 The LatAm Big Book – January 27, 2016 EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE Itaú BBA é uma marca usada pela Itaú Corretora de Valores S.A. Classificações: Definições, Dispersão e Relações Bancárias Classificações (1) Definição (2) Cobertura (3) Relação Bancária Outperform A expectativa do analista para a ação é de um desempenho acima da média do mercado. 55% 51% Market Perform A expectativa do analista para a ação é de um desempenho em linha com a média do mercado. 33% 31% Underperform A expectativa do analista para a ação é de um desempenho abaixo da média do mercado. 12% 11% (4) 1. As classificações usadas neste documento (Outperform, Market Perform e Underperform) correspondem aproximadamente a Compra, Manutenção e Venda, respectivamente. 2. As classificações refletem a avaliação do analista sobre o desempenho da cotação da ação no médio prazo comparado com a média do mercado. As recomendações continuarão válidas até o analista alterar a classificação, o que poderá acontecer como resultado de novas informações, ou simplesmente devido à alteração na cotação da ação (não existe um período de tempo pré-determinado). As empresas estão agrupadas em setores de acordo com as suas semelhanças. Os setores são: (i) Bancos e Serviços Financeiros; (ii) Bens de Consumo & Varejo + Alimentos e Bebidas (iii) Saúde + Educação; (iv) Siderurgia & Mineração + Papel & Celulose; (v) Petróleo, Gás & Petroquímica + Agronegócio; (vi) Setor Imobiliário & Construção; (vii) Telecomunicações, Mídia e Tecnologia; (viii) Transportes, Indústrias e Logística; (ix) Serviços de Utilidade Pública; (x) Estratégia. 3. Percentual de empresas cobertas pela Itaú Corretora de Valores S.A. nessa categoria de classificação. 4. Percentual de empresas incluídas nessa categoria de classificação, para as quais foram prestados serviços de banco de investimento, pelo Itaú Unibanco S.A. ou por uma de suas empresas coligadas, nos últimos 12 (doze) meses, ou poderão ser prestados nos próximos 3 (três) meses. Informações Relevantes 1. Este relatório foi elaborado pela Itaú Corretora de Valores S.A. ("Itaú BBA"), uma subsidiária do Itaú Unibanco S.A., regulada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e distribuído pelo Itaú BBA ou por uma de suas afiliadas (denominada conjuntamente "Grupo Itaú Unibanco". Itaú BBA é uma marca usada pela Itaú Corretora de Valores S.A., por suas afiliadas e por outras empresas do Grupo Itaú Unibanco. 2. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra ou venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que o relatório foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. O Grupo Itaú Unibanco não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida das estratégias de investimentos, mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do analista responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. Os preços e disponibilidades dos instrumentos financeiros são meramente indicativos e sujeitos a alterações sem aviso prévio. O Grupo Itaú Unibanco não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor, salvo quando do encerramento da cobertura dos emitentes dos títulos mobiliários abordados neste relatório. 3. O analista responsável pela elaboração deste relatório, destacado em negrito, certifica, por meio desta que as opiniões expressas neste relatório refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais a respeito de todos os emitentes ou valores mobiliários analisados, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação ao Itaú BBA, ao Banco Itaú BBA S.A. e demais empresas do Grupo. Uma vez que as opiniões pessoais dos analistas de investimento podem ser divergentes entre si, o Itaú BBA e suas subsidiárias e afiliadas podem ter publicado ou vir a publicar outros relatórios que não apresentem uniformidade e/ou cheguem a conclusões diferentes das informações fornecidas neste relatório. O analista responsável pela elaboração deste relatório não está registrado e/ou não é qualificado como analista de pesquisas junto à NYSE ou à FINRA, tampouco sendo associado à Itaú USA Securities, Inc., portanto, ele pode não estar sujeito às restrições da Norma 2711 sobre comunicações com uma empresa objeto de análise, aparições públicas e transações com valores mobiliários mantidos em uma conta de analista de pesquisas. 4. A remuneração de um analista é determinada com base no total das receitas do Itaú BBA, uma parcela das quais é oriunda da prestação de serviços de banco de investimento. Como todos os funcionários do Itaú BBA e de suas subsidiária e afiliadas, os analistas recebem uma remuneração que está atrelada ao resultado global. Sendo assim, a remuneração de um analista pode ser considerada indiretamente relacionada a este relatório. Entretanto, o analista responsável pelo conteúdo deste relatório certifica, por meio deste, que nenhuma parcela de sua remuneração esteve, está ou estará, direta ou indiretamente, relacionada a quaisquer recomendações ou opiniões específicas contidas neste relatório, ou vinculada à precificação de qualquer um dos valores mobiliários discutidos neste relatório. O Grupo Itaú Unibanco e os fundos, carteiras e clubes de investimentos administrados pelo Grupo Itaú Unibanco podem ter uma participação direta ou indireta equivalente a não mais que 1% (um por cento) do capital social das empresas, e podem ter estado envolvidos na aquisição, venda ou negociação dessas ações no mercado. 5. Os instrumentos financeiros discutidos neste relatório podem não ser adequados para todos os investidores. Este relatório não leva em consideração os objetivos de investimento, a situação financeira ou as necessidades específicas de um determinado investidor. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os títulos mobiliários cobertos neste relatório devem obter documentos pertinentes relativos aos instrumentos financeiros e às bolsas e confirmar o seu conteúdo. Os investidores devem obter orientação financeira independente, com base em suas características pessoais, antes de tomar uma decisão de investimento baseada nas informações contidas neste relatório. A decisão final em relação aos investimentos deve ser tomada por cada investidor, levando em consideração os vários riscos, tarifas e comissões. Caso um instrumento financeiro seja expresso em uma moeda que não a do investidor, uma alteração nas taxas de câmbio pode impactar adversamente seu preço, valor ou rentabilidade, e o leitor deste relatório assume quaisquer riscos de câmbio. Os rendimentos dos instrumentos financeiros podem apresentar variações e, consequentemente, o preço ou valor dos instrumentos financeiros pode aumentar ou diminuir, direta ou indiretamente. Rentabilidade passada não é necessariamente indicativa de resultados futuros, e nenhuma segurança ou garantia, de forma expressa ou implícita, é dada neste relatório em relação a desempenhos futuros. O Grupo Itaú Unibanco se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste relatório ou de seu conteúdo e ao utilizar tal relatório o investidor obriga-se, de forma irrevogável e irretratável, a manter o Grupo Itaú indene em relação a quaisquer pleitos, reclamações e/ou pedidos. 6. Este relatório não pode ser reproduzido ou redistribuído para qualquer outra pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento por escrito do Itaú BBA. Informações adicionais sobre os instrumentos financeiros discutidos neste relatório se encontram disponíveis mediante solicitação. 7. Conforme exigido pelas regras da Comissão de Valores Mobiliários o(s) analista(s) responsável(eis) pela elaboração do presente relatório indica(m) no quadro abaixo "Informações Relevantes" situações de potencial conflito. Itaú BBA 46 The LatAm Big Book – January 27, 2016 Observação Adicional nos relatórios distribuídos no (i) Reino Unido e Europa: : (i) Reino Unido e Europa: Itau BBA International plc: Este material é distribuído e autorizado pelo Itau BBA International plc (Itau BBA UK) em conformidade com o Artigo 21 do Financial Services and Markets Act 2000. O material que descreve os serviços e produtos oferecidos pelo Itaú Unibanco S.A. (Itaú) foi elaborado por aquela entidade. IBBA UK é uma subsidiária do Itaú. Itaú é uma instituição financeira validamente existente sob as leis do Brasil e membro do Grupo Itaú Unibanco. Itaú BBA International plc está sediado em The Broadgate Tower, level 20, 20 Primrose Street, London, United Kingdom, EC2A 2EW e está autorizado pela Prudential Regulation Authority e regulado pela Autoridade de Conduta Financeira e do Prudential Regulation Authority (FRN 575225). Itaú BBA International plc Sucursal Lisboa é regulado pelo Banco de Portugal para a realização de negócios. Itaú BBA International plc tem escritórios de representação na França, Colômbia, Alemanha e Espanha que estão autorizados a realizar atividades limitadas e as atividades de negócios realizados são regulados pelo Banque de France, Superintendencia Financiera de Colombia, Bundesanstalt fur Finanzdienstleistungsaufsicht (BaFin) e Banco de España, respectivamente. Nenhum dos referidos escritórios e subsidiárias lida com clientes de varejo. Para qualquer dúvida entre em contato com o seu gerente de relacionamento. Para mais informações acesse: www.itaubba.co.uk; (ii) EUA: A Itaú BBA USA Securities Inc., uma empresa membro da FINRA/SIPC, está distribuindo este relatório e aceita a responsabilidade pelo conteúdo do mesmo. O investidor americano que receber este relatório e desejar realizar uma operação com um dos valores mobiliários analisados neste relatório, deverá fazê-lo através da Itaú USA Securities Inc., localizada na 767 Fifth Avenue, 50th Floor, New York, NY 10153; (iii) Ásia: Este relatório é distribuído em Hong Kong pela Itaú Asia Securities Limited, autorizada a operar em Hong Kong nas atividades reguladas do Tipo 1 (operações com títulos e valores mobiliários) pela Securities and Futures Commission. A Itaú Asia Securities Limited aceita toda a responsabilidade legal pelo conteúdo deste relatório. Em Hong Kong, um investidor que desejar adquirir ou negociar os valores mobiliários abrangidos por este relatório deverá entrar em contato com a Itaú Asia Securities Limited, no endereço 29th Floor, Two IFC, 8 Finance Street Central, Hong Kong; (iv) Japão: Este relatório é distribuído no Japão pela Itaú Asia Securities Limited - Filial de Tóquio, Número de Registro (FIEO) 2154, regulado por Kanto Local Finance Bureau, Associação: Associação dos Operadores de Títulos Mobiliários do Japão; (v) Oriente Médio: Este relatório foi distribuído pela Itaú Middle East Limited. A Itaú Middle East Limited é regulada pela Dubai Financial Services Authority e é localizada no endereço Al Fattan Currency House, Suite 305, Level 3, Dubai International Financial Centre, PO Box 482034, Dubai, Emirados Árabes Unidos. Esse material é destinado apenas para Clientes Profissionais (conforme definido pelo módulo de Conduta de Negócios da DFSA), outras pessoas não deverão utilizá-lo; (vi) Brasil: A Itaú Corretora de Valores S.A., uma subsidiaria do Itaú Unibanco S.A., autorizada pelo Banco Central do Brasil e aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários brasileira, está distribuindo este relatório. Caso haja necessidade, entre em contato com o Serviço de Atendimento a Clientes, telefones nº. 4004-3131 (capital e áreas metropolitanas) ou 0800-722-3131 (outras localidades) durante o expediente comercial, das 09h00 às 20h00. Se desejar reavaliar a solução apresentada, após a utilização destes canais, ligue para a Ouvidoria Corporativa Itaú, telefone nº. 0800 570 0011 (em dias úteis das 9h00 às 18h00), ou entre em contato por meio da Caixa Postal 67.600, São Paulo-SP, CEP 03162-971. * Custo de uma Chamada Local Informações Relevantes – Analistas Analistas Itens de Divulgação 1 2 3 4 5 X X X Alejandra Aranda Alexandre Spada Antonio Barreto Ariel Amar X Arturo Langa Barbara Angerstein Carlos Eduardo Schmidt X Daniel Sasson Diego Mendes Enrico Trotta Felipe Cruz Gregorio Tomassi Guilherme Domingues Costa X Gustavo Fingeret Joaquin Ley X Johanna Castro Marcos Assumpção Martha Shelton Pablo Castelo Branco Pablo Ordóñez Pedro Manfredini Renata Faber Renato Salomone X Ricardo Cavanagh Ruben Couto Susana Salaru Thais Cascello Thiago Bovolenta Batista X Thiago Macruz Vitor Barata Zicman Corona 1. 2. 3. 4. 5. O(s) analista(s) de investimentos, envolvidos na elaboração deste relatório, tem vínculo com pessoa natural que trabalha para o emissor objeto do relatório de análise. A natureza do vínculo consiste em... O(s) analista(s) de investimentos, seus cônjuges ou companheiros, detêm, direta ou indiretamente, em nome próprio ou de terceiros, ações e/ou outros valores mobiliários de emissão das companhias objeto de sua análise. Os analistas de investimento, seus cônjuges ou companheiros, estão direta ou indiretamente envolvidos na aquisição, alienação ou intermediação dos valores mobiliários objeto deste relatório. Os analistas de investimento, seus cônjuges ou companheiros, possuem, direta ou indiretamente, qualquer interesse financeiro em relação à companhia emissora dos valores mobiliários analisados neste relatório. Os analistas de investimento, seus cônjuges ou companheiros, negociam com cotas de fundos de investimento que concentram seus investimentos na companhia analisada ou em seu setor da economia,ou em cuja administração ou gestão podem influenciar, direta ou indiretamente. Itaú BBA 47