Prova - IPUB

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Prova - IPUB
INSTITUTO DE PSIQUIATRIA-IPUB/UFRJ
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE MENTAL
19 de novembro de 2012
SELEÇÃO 2013
LEIA COM ATENÇÃO AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:
O caderno contém 50 questões e 9 páginas (frente e verso).
O candidato deverá utilizar no cartão de respostas caneta esferográfica de tinta
indelével preta ou azul.
Será eliminado do Processo Seletivo o candidato que:
a) For surpreendido durante o período de realização de sua prova comunicando-se
com outro candidato ou pessoa não autorizada ou utilizando aparelhos
eletrônicos (telefone celular, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor,
gravador, etc.).
b) Não devolver o cartão de respostas da Prova Objetiva.
c) Deixar de assinar a lista de presença.
Será atribuída NOTA ZERO à questão da Prova Objetiva que não corresponder ao
gabarito oficial ou que contiver emenda, rasura, nenhuma ou mais de uma resposta
assinalada.
Por motivo de segurança, os procedimentos a seguir serão adotados:
a) Após ser identificado, nenhum candidato poderá retirar-se da sala de prova sem
autorização e acompanhamento da fiscalização.
a) Não será permitido ao candidato retirar-se da sala antes de decorrida uma hora do
inicio da prova.
b) Os três últimos candidatos só poderão deixar o local de prova juntos.
c) Ao terminar a prova o candidato entregará, obrigatoriamente, ao fiscal de sala, o
cartão de respostas da Prova, solicitando a devolução do seu documento de
identidade.
As provas serão divulgadas em até 48 horas no site www.ipub.ufrj.br e permanecerão no
site até o último dia da validade do concurso.
BOA PROVA!
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QUESTÃO Nº 01
Os processos produtivos em saúde se realizam em ato e nas intercessões do trabalhador e do usuário. Nesse
encontro se dá, em última instância, um dos momentos mais singulares do processo de trabalho em saúde
enquanto produtor de cuidado. Segundo Emerson Elias Merhy esse encontro pode ser olhado sob a noção de
valises que o profissional de saúde utiliza para agir nesse processo. Entre as três valises que o trabalhador de
saúde lança mão para atuar encontra-se aquela que está presente no espaço relacional trabalhador–usuário,
implicada com a produção das relações entre dois sujeitos, que só tem existência em ato, chamada de:
a) tecnologia leve-dura
b) tecnologia leve
c) agenciamento
d) vínculo
QUESTÃO Nº 02
A respeito dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) é correto afirmar:
a) diferem dos ambulatórios porque não levam em conta o diagnóstico dos transtornos mentais
b) só devem atender a pacientes com transtornos mentais severos.
c) devem atender apenas pacientes encaminhados pela atenção primária quando não estão em crise
d) devem atender a situações de maior gravidade e complexidade existentes no território
QUESTÃO Nº 03
Assinale as estratégicas que auxiliam no processo de desinstitucionalização de pacientes mentais de longa
permanência:
a) programa De Volta para Casa e determinação judicial
b) transferência para abrigos da assistência social e inserção em CAPS
c) serviços residenciais terapêuticos e auxílio reabilitação psicossocial
d) iniciativas de geração de renda e interdição civil
QUESTÃO Nº 04
Uma equipe de Saúde deve compor-se de profissionais de formações diferentes, assegurando assim a
diversidade de suas feições e a troca de suas experiências. Naturalmente, as especificidades das diferentes
profissões devem ser respeitadas. Contudo, o que caracteriza realmente o trabalho em equipe é a capacidade de:
a) sustentar um projeto terapêutico singular baseado no trabalho de cada especialidade
b) conhecer o trabalho de cada um da equipe e identificar as especificidades dos saberes e técnicas
c) estabelecer critérios e escolhas para a organização do serviço e construção do caso clínico por meio
das especificidades profissionais
d) participar coletivamente da construção de um projeto comum de trabalho, num processo de
comunicação que propicie as trocas
QUESTÃO Nº 05
É impossível tratar um sujeito como tal, se não o consideramos como um cidadão; igualmente, o reconhecimento
de sua cidadania não pode ser feito quando desconhecemos as questões subjetivas que lhe são próprias. Assim,
a clínica, tal como deve ser concebida, não se desvincula da política, nem tem com ela uma relação apenas
exterior. Nesse sentido é correto afirmar que são aspectos estreitamente ligados:
a) cidadania e loucura
b) política e subjetividade
c) singularidade e sociabilidade
d) clínica e cuidado
QUESTÃO Nº 06
O processo de superação do modelo asilar e de efetivação da reforma psiquiátrica requer a promoção de relações
entre trabalhadores, usuários e familiares pautadas no acolhimento e no vínculo, no sentido de evitar que se
reproduza, dentro dos serviços substitutivos:
a) o atendimento profissional-centrado
b) a lógica do manicômio
c) a racionalidade biológica
d) o elogio a loucura
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QUESTÃO Nº 07
Em relação à interdição civil de pessoas com transtornos mentais, é correto afirmar:
a) a lei 10.216/2001 impede que a justiça estabeleça a curatela de pessoas em função de transtornos
mentais
b) a curatela é o mecanismo jurídico que estabelece que pacientes mentais não são responsáveis por
delitos cometidos
c) a incapacidade para o trabalho não deve ser considerada motivo para a interdição civil do paciente
mental
d) todas as pessoas que são portadoras de transtornos mentais severos devem ser interditadas.
QUESTÃO Nº 08
O aprofundamento do processo de reforma psiquiátrica implica fomentar o aporte financeiro, com metas definidas,
nas três esferas de governo, para o aprimoramento da rede de saúde mental, em especial nas práticas clínicas no
território. Dessa forma, é imprescindível fortalecer as ações de promoção, proteção e cuidado em saúde mental na
atenção primária, por meio de dispositivos intersetoriais que reforcem a territorialização dos equipamentos sociais,
culturais, e de práticas populares de saúde e cuidado. Trata- se, ainda, de:
a) ampliar o apoio na atenção hospitalar e potencializar a missão dos CAPS no território
b) fortalecer as ações e o cuidado no território por meio de espaços centrados nos equipamentos da
assistência social
c) valorizar as potencialidades dos usuários considerando apenas a cultura e a rede assistencial local
d) promover e estimular o trabalho em rede com equipes multiprofissionais e atuação transdisciplinar
QUESTÃO Nº 09
Tendo como base o artigo Saúde Mental e Direitos Humanos: 10 anos da Lei 10.216/2001 (DELGADO, 2011),
sobre a internação psiquiátrica involuntária pode-se afirmar que:
a) deve ser submetida a uma instância de revisão, por meio da comunicação ao Ministério Público
b) só pode ser determinada por um juiz
c) só deve ser indicada quando o transtorno mental estiver associado ao abuso de substâncias
psicoativas
d) é incompatível com a premissa dos direitos humanos da pessoa com transtornos mentais
QUESTÃO Nº 10
A consolidação da reforma psiquiátrica exige a priorização, por parte dos gestores dos níveis federal, estadual e
municipal, da atenção à crise no âmbito da rede substitutiva em saúde mental, considerando sua importância
fundamental na implementação de um processo efetivo que possibilite a extinção dos hospitais psiquiátricos e de
quaisquer outros estabelecimentos em regime fechado. Para isso é imprescindível garantir e ampliar a atenção 24
horas às situações de crise em saúde mental, assegurando o atendimento às emergências psiquiátricas em:
a) unidades de internação noite e CAPS II
b) prontos socorros geral e em CAPS III
c) pronto socorros especializados e CAPS III
d) atenção domiciliar e rede de urgência e emergência
QUESTÃO Nº 11
LIMA, E. M. F. A. (2004) discute formas de se fazer análise de atividade em Terapia Ocupacional. O argumento
que apresenta a reflexão da autora sobre o tema é:
a) deve-se fragmentar as atividades, os agentes e os terapeutas para melhor conhecer e ampliar o olhar
sobre a atividade em análise
b) verifica-se analogia estreita do pensamento discutido por LIMA com a Terapia Ocupacional
Psicodinâmica de orientação psicanalítica
c) este procedimento inclui um olhar para si próprio, para os colegas e para a experiência coletivizada
d) a afirmação de uma perspectiva que deve ser neutra e apoiada sobre conceitos e valorações
QUESTÃO Nº 12
A proposta de construção do olhar do terapeuta ocupacional que se aproxima da perspectiva debatida pela autora
em A análise da atividade e a construção do olhar do terapeuta ocupacional (2004) é a seguinte:
a) o olhar crítico deve se exercitar para ver o visível
b) o olhar envolve, apalpa, cria atmosferas
c) embora a percepção visual não seja somente uma ação fisiológica, sua construção se processa no
isolamento
d) o olhar do terapeuta ocupacional sobre a atividade deve se afinar com sua visão singular de mundo
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QUESTÃO Nº 13
Em Mângia (2002), são discutidas as contribuições acerca da abordagem canadense “Prática de Terapia
Ocupacional Centrada no Cliente” nas ações em saúde mental. Tal abordagem, dentre outras proposições,
reconhece o cliente como sujeito na construção dos projetos terapêuticos. A partir do diálogo com a saúde mental
e dos eixos que a autora destaca enquanto orientadores para a prática da terapia ocupacional, a nova concepção
de projeto terapêutico no qual as ações são descentradas da instituição para o território deve:
a) possibilitar a reapropriação contínua, por parte da pessoa, de sua existência cotidiana e não a
manutenção da tutela
b) evitar a construção de processos que tendam a institucionalizar as necessidades ou a respondê-las a
partir das ofertas institucionais, potencializando recursos presentes no contexto dos sujeitos
c) restabelecer o poder contratual dos sujeitos enquanto cidadãos e produtores de sentido para sua
própria vida e em seu contexto sócio-familiar
d) considerar o contexto especial onde ocorre o encontro entre a demanda colocada pelos usuários e a
capacidade de resposta e articulação dos recursos dos técnicos e do conjunto do aparato institucional
QUESTÃO Nº 14
Marius Romme, psiquiatra holandês-citado por Muñoz et all (2011)-desenvolveu uma tecnologia inovadora de
cuidado em saúde mental, dirigida a pessoas que:
a) apresentam risco de suicídio
b) não possuem apoio familiar
c) estiveram internadas por longos períodos de tempo
d) ouvem vozes
QUESTÃO Nº 15
Desviat (citado por Pande e Amarante, 2011) afirma que, a despeito da mudança na atenção à saúde mental,
onde a cura foi substituída pelo cuidado, “é preciso aceitar a cronicidade e a limitação da eficácia reabilitadora”.
Dentro dessa perspectiva, o autor classifica em 4 categorias a nova cronicidade. Uma delas, nomeada “crônicos
externalizados” abarcaria o seguinte grupo, usuários:
a) adultos que são capazes de viver fora da do hospital psiquiátrico
b) com longas internações em hospitais psiquiátricos que receberam alta devido à política de “redução
de leitos”
c) idosos que são capazes de viver fora do hospital psiquiátrico
d) com longas internações em hospitais psiquiátricos que receberam alta devido à melhora do quadro
psicopatológico
QUESTÃO Nº 16
De acordo com o texto “A palavra negada - sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde mental”
o emprego geral do termo ‘clínica’ comporta, além do diagnóstico:
a) tratamento e prevenção terciária
b) tratamento médico e reabilitação psicossocial
c) tratamento, reabilitação e prevenção secundária
d) tratamento e reabilitação
QUESTÃO Nº 17
No texto de Campos, R.O. “A palavra negada - sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde
mental” a questão de desinstitucionalização é problematizada em função das situações de crise. Seu argumento
sustenta que:
a) as internações rápidas quebram o vínculo do paciente com o serviço de origem fazendo-o perder suas
referências resultando em maior fragilidade e risco de reinternação
b) a partir da desinstitucionalização não faz sentido haver mais internações mesmo em casos de crise
c) em situações de crise o melhor para o paciente é ter internações curtas para protegê-lo de maiores
riscos
d) se houver internação o serviço de origem não deve interferir para não criar dupla vinculação do
paciente durante a crise
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QUESTÃO Nº 18
Campos, R.O. em seu texto “A palavra negada - sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde
mental” propõe uma abordagem das famílias no tratamento dos pacientes psicóticos enfatizando as seguintes
diretrizes:
a) abordagem das famílias em grupos para que possam se conhecer e trocar experiências sobre os
pacientes de modo a se espelharem nesse processo
b) abordagem da complexa relação com os pacientes, trabalhar com cada família a carga de gerações
que o psicótico carrega e preparar a própria equipe nesse processo
c) preparar a equipe para informar aos familiares sobre o adoecimento psíquico dos pacientes de modo a
aparelhá-los a lidar melhor com o paciente
d) preparar a família para receber seu doente em casa e frequentar o serviço regularmente
QUESTÃO Nº 19
No texto: “O atendimento à crise em saúde mental: ampliando conceitos”, os autores Ferigato, Campos e Ballarin
(2007) constatam que dentro do próprio campo da saúde mental não há uma perspectiva uniforme sobre o
conceito de crise, havendo uma variedade de subgrupos e saberes que usam diferentes critérios para determinar
se uma experiência pode ser considerada como crise. Ao proporem uma ampliação do conceito de crise, os
autores afirmam outra posição na qual devemos:
a) avaliar os sinais de agudização da sintomatologia psiquiátrica
b) buscar a homeostase de forma a livrar o sujeito da experiência destrutiva
c) buscar uma significação temporal e singular para o sujeito
d) entender que se trata de uma reação do sujeito frente aos estímulos externos
QUESTÃO Nº 20
De acordo com Figueiredo, A.C. no texto sobre a construção do caso clínico, a autora define a construção do caso
como um trabalho que recolhe:
a) os elementos dados pelo sujeito em sua fala e ações no coletivo da equipe, decanta das narrativas a
estrutura do caso e segue o estilo do sujeito
b) a estrutura do caso a partir das anotações da equipe em prontuário, segue o estilo do sujeito e o
diagnóstico psicopatológico geral
c) os dados da equipe junto ao sujeito seguem seu estilo e constrói a narrativa
d) o estilo do sujeito por meio das falas e ações da equipe e seus elementos
QUESTÃO Nº 21
Sobre os modos de cuidado em saúde os autores Merhry, Feuerwerker e Cerqueira (2010) destacam as práticas
baseadas na repetição e práticas capazes de produzir diferença. Sobre esse texto podemos afirmar que:
a) a produção de um cuidado em saúde mais ampliado e completo está diretamente relacionado aos
avanços em pesquisas e construção de novos saberes científicos nesse campo
b) a produção de ações de cuidado deve ser construída de forma singular, respeitando os sentidos e as
escolhas dos sujeitos responsáveis pelo seu processo de saúde doença
c) o cuidado em saúde deve ser centrado na objetivação do doente e em ações sobre o corpo biológico,
excluindo informações desnecessárias que possam desviar o foco das intervenções
d) a dimensão cuidadora depende de procedimentos especializados, baseados em protocolos
prescritivos que orientam quanto as melhores condutas a serem seguidas em cada doença
QUESTÃO Nº 22
No texto “Desinstitucionalizando a Formação em saúde mental: uma história em dois tempos”, os autores
apresentam o processo de desinstitucionalização do Hospital Estadual Teixeira Brandão e, nos primeiros contatos
com a instituição, se deparam com a apatia dos profissionais, com a rotinização dos procedimentos e a
padronização nos modos de se operar o cuidado que, segundo os autores, favoreciam a banalização do horror e a
impossibilidade de se produzir estranhamentos frente ao vivido. Desta forma, a perda da dimensão cuidadora da
assistência pode ser explicada pela:
a) degradação dos pavilhões e enfermarias sem qualquer condição de higiene, afetando diretamente a
evolução dos quadros clínicos dos pacientes internado
b) crença de que o paciente é objeto das ações de tratamento, o diagnóstico é determinado por um
conjunto de sinais e sintomas e o tratamento é generalizável
c) presença maciça de profissionais em formação, ainda não devidamente capacitados para a atuação
nos serviços públicos de saúde mental.
d) multiplicidade de atores atuando no cenário do hospital, excessivamente afetados pelo encontro com a
instituição, trabalhando de forma transdisciplinar e em múltiplas dimensões
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QUESTÃO Nº 23
A IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial (IV CNSM-I), realizada no ano de 2010, foi a primeira
Conferência do campo da saúde mental a incluir em todas as suas etapas os diferentes setores envolvidos com as
políticas públicas de saúde mental (70% dos delegados e observadores representavam o campo da saúde,
enquanto 30% representavam outros setores). Sobre a questão do trabalho intersetorial, é correto afirmar, a partir
da IV CNSM-I, que:
a) as ações intersetoriais precisam ser incentivadas, devendo cada setor difundir os resultados das
ações realizadas em parceria apenas em suas próprias instituições ou serviços
b) alianças intersetoriais devem ser cuidadas permanentemente para o estabelecimento de diretrizes,
pactuações, planejamento, acompanhamento e avaliação de políticas, como as de saúde mental, com
participação de gestores e lideranças
c) os setores públicos envolvidos na atenção à saúde mental não necessitam de informações
aprofundadas sobre os avanços obtidos no tratamento das pessoas com transtornos mentais severos
e persistentes nas últimas décadas
d) cada setor público envolvido na atenção à saúde mental deve esgotar todos os seus recursos antes
de encaminhar um usuário para outro setor, momento em que perde a responsabilidade sobre o caso
QUESTÃO Nº 24
Segundo Ribeiro (2009) a idéia de referência é enfatizada na clínica do CAPS tomando como paradigma o modo
de funcionamento do acompanhamento terapêutico. Para a autora, por esta lógica, o serviço de saúde mental
torna-se a referência do indivíduo que aí se encontra em tratamento, e aqueles que ali trabalham devem:
a) aguardar por condições e acontecimentos específicos no cotidiano institucional que circunscrevam sua
prática clínica
b) guardar condições para abarcar, em suas funções, bem menos do que o circunscrito pelas habilidades
especificas de sua formação profissional
c) guardar condições para abarcar, em suas funções, muito mais do que o que está circunscrito por suas
formações específicas
d) aguardar as decisões institucionais para, somente a partir destas orientações, acompanhar a
terapêutica idealizada por todos os integrantes do serviço
QUESTÃO Nº 25
Ribeiro (2009) afirma que, a partir dos avanços da Reforma Psiquiátrica, o dispositivo do CAPS se apresenta
como um lugar de referência, no qual a idéia de um cuidado personalizado coloca o paciente, em relação ao seu
tratamento, em uma posição:
a) circular
b) independente
c) reflexiva
d) ativa
QUESTÃO Nº 26
Segundo o reconhecimento de Sampaio e Freitas (2010), muito embora se identifiquem nítidas relações entre os
princípios da Reforma Sanitária e as concepções da Política de Redução de Danos - RD, a execução de ações de
RD no campo prático, junto aos usuários de drogas, só obtiveram êxito ao incorporarem:
a) sanitaristas
b) redutores de danos
c) estratégias de controle
d) recursos medicamentosos
QUESTÃO Nº 27
Segundo Andrade (2011) a prevalência de comorbidades com transtornos mentais, entre o contingente
populacional em situação de uso abusivo de álcool, crack e outras drogas é:
a) pouco significativa
b) elevada
c) quase desconhecida
d) baixa
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QUESTÃO Nº 28
Propondo uma ampliação da discussão acerca da acessibilidade ao tratamento para pessoas que usam álcool e
drogas de forma abusiva, e problematizando relações entre a qualidade da assistência a estas pessoas e sua
possibilidade de inserção social, Andrade (2011) afirma que as condições de vida das pessoas socialmente
excluídas, e entre elas, aquelas que usam drogas, são pouco conhecidas:
a) pela sociologia urbana
b) pela pesquisa médica
c) pelos equipamentos sociais
d) pelos profissionais de saúde
QUESTÃO Nº 29
Em considerações acerca do manejo clinico nas toxicomanias, Rego (2009) discorre sobre as perspectivas que se
abrem a partir de novos posicionamentos e sentidos para o sujeito que se coloca em tratamento, em função da
inclusão de novos elementos, interrogações, fazeres. A autora propõe dois indicadores clínicos que podem definir
critérios de inclusão desses novos elementos; estes indicadores são:
a) o tempo e o espaço
b) o subjetivo e o social
c) o analista e o vínculo
d) o físico e o psíquico
QUESTÃO Nº 30
Sabemos que as práticas de saúde, em qualquer nível de ocorrência, devem considerar a diversidade da
experiência humana. Em relação aos problemas decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas, a
variabilidade de apresentações sintomáticas a partir daí geradas, tanto quanto a resistência dos pacientes,
convocam considerações acerca do manejo clínico com esta clientela. Dessa forma, recomenda-se (Brasil, 2003)
que o acolhimento, enquanto importante estratégia facilitadora de abordagem às propostas de cuidados dirigidos a
este público:
a) deve estar disponível no momento em que sua necessidade se impõe
b) deverá necessariamente incluir exames clínicos de identificação dos níveis de intoxicação
c) deve ser realizado apenas com a presença e participação dos familiares do paciente
d) seguirá igual protocolo em todos os serviços disponíveis a este atendimento
QUESTÃO Nº 31
Robaina(2010) afirma que a atuação do serviço social na área de saúde mental deve orientar-se pelo:
a) serviço social clínico
b) movimento higienista
c) projeto ético-político
d) caso, grupo e comunidade
QUESTÃO Nº 32
Uma leitura do Serviço social influenciada pela lógica liberal compreende a prática profissional como “uma relação
singular entre o assistente social e o usuário de seus serviços”. De acordo com Iamamoto (2007) esta
compreensão é equivocada, visto que desconsidera que a profissão:
a) esta inscrita na ordem fenomenológica-existencial dos seres humanos
b) volta-se prioritariamente para a intervenção nos indivíduos
c) se constitui no âmbito das relações sociais
d) dá ênfase à sua prática de assistência social
QUESTÃO Nº 33
Para Robaina (2010), os temas desafiantes para o serviço social frente às requisições da reforma psiquiátrica são:
a) famílias, território, geração de renda, trabalho e controle social
b) serviços social clínico, subjetividade, família e controle social
c) psicologização da vida, inconsciente, clínica e família
d) caso, grupo, seguridade e território
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QUESTÃO Nº 34
Uma resposta do movimento da reforma psiquiátrica brasileira para a precária condições dos milhares dos internos
moradores dos hospitais psiquiátricos foi formalizada pela portaria 106/200, pelos Serviços de Residenciais
Terapêuticos. Tais dispositivos cumprem:
a) tratamento 24h com objetivo de ocupação do espaço urbano
b) a reinserção dos internos de longa permanência no espaço urbano e na comunidade, com
característica de moradia
c) assistência 24h, com função de inserção social e desospitalizacção dos pacientes de longa
permanência
d) a ocupação do espaço urbano com características de residência e moradias protegidas
QUESTÃO Nº 35
Segundo Juarez Pereira Furtado, no texto Avaliação da Situação atual dos Serviços Residenciais Terapêuticos no
SUS, alguns dos problemas que afetam diretamente a expansão do SRTs no Brasil são:
a) dificuldade com transporte a moradia e baixo envolvimento do gestor local nas ações de
desinstitucionalização
b) baixo envolvimento do gestor local e a lei de responsabilidade fiscal que impede a contratação de
recursos humanos para saúde mental
c) eventualmente, locatários que se recusam alugar o imóvel para egressos de hospital psiquiátrico e
dificuldade com transporte
d) dificuldade com transporte e dificuldade para o paciente se adaptar ao novo lugar no espaço urbano
QUESTÃO Nº 36
No texto, Desafios para Centros Atenção Psicossocial, Barton, Basaglia e Goffman afirmam que o processo de
cronificação:
a) está ligado a tutela e hierarquia dos técnicos, e é a natureza da doença que incide como fator
disruptivo
b) está ligado a institucionalização prolongada, produzindo no afastamento social, pela tutela e
hierarquia dos técnicos
c) está ligada a natureza da doença e não é possível sua remissão sem que seja produzido um cuidado
intensivo
d) não é possível sua remissão pela tutela e hierarquia dos técnicos que trabalham com ações centradas
no procedimento e diagnóstico
QUESTÃO Nº 37
Segundo o texto de Freud de 1912, A Dinâmica da transferência (obras completas, vol.XII), a transferência serve:
a) ao processo onírico
b) à sugestão
c) à resistência
d) à prova de realidade
QUESTÃO Nº 38
Segundo o texto “A perda da Realidade na Neurose e na Psicose” (Freud, 1924), a diferença entre neurose e
psicose é:
a) não há nenhuma perda na neurose, enquanto na psicose há perda da realidade, o ego esta a serviço
do Id
b) na neurose o ego, em sua dependência da realidade, suprime um fragmento do Id, enquanto na
psicose, o ego está a serviço do Id e se afasta de um fragmento da realidade
c) na psicose a fantasia não existe e o recalque atua como disparador da sintomatologia
d) na neurose, diferente da psicose, não há expressão de rebelião por parte do Id contra o mundo
externo e o sintoma vem como resistência
QUESTÃO Nº 39
Sendo o Projeto Terapêutico Singular (PTS) um dispositivo de produção de cuidado em saúde/saúde mental que
contribui para a integralidade das ações, podemos considerar que:
a) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, resultante da discussão entre a
equipe interdisciplinar e matricial se necessário
b) é um processo que se constitui independente da demanda do usuário e que considera a consolidação
das propostas das equipes envolvidas
c) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas desarticuladas, para um sujeito individual ou
coletivo resultante da discussão entre a equipe interdisciplinar e matricial se necessário
d) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou
coletivo resultante da discussão entre a equipe interdisciplinar e matricial se necessário
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QUESTÃO Nº 40
As atividades terapêuticas devem compreender a equipe, com sua experiência clínica, dispositivos de
funcionamento e também a fundamentação teórica que sustente o trabalho dessa equipe, daí a importância de:
a) reuniões de equipe verticalizadas, democráticas e efetivamente interdisciplinares
b) relações de trabalho e reuniões de equipe horizontalizadas, democráticas e efetivamente
interdisciplinares
c) construir o trabalho a partir de reuniões de equipe horizontalizadas, autônomas e efetivamente
interdisciplinares
d) produzir o trabalho a partir de reuniões de equipe horizontalizadas, democráticas e efetivamente
disciplinar
QUESTÃO Nº 41
Os instrumentos de intervenção utilizados pelas enfermeiras há décadas, como o relacionamento interpessoal e a
comunicação terapêutica, com a Reforma Psiquiátrica e o novo paradigma do cuidado, podem ser utilizados com
eficácia se inseridos no projeto terapêutico construído:
a) coletivamente pela equipe e usuário do serviço afinado com as necessidades deste
b) exclusivamente pela equipe e usuário do serviço afinado com as necessidades deste
c) coletivamente pela equipe e familiar do usuário afinado com as necessidades deste
d) individualmente pela equipe e familiar do usuário afinado com as necessidades deste
QUESTÃO Nº 42
Segundo Karl Jaspers são características essenciais do delírio:
a) bizarrice e alucinação
b) conteúdo impossível e início súbito
c) convicção extraordinária e impossibilidade de modificação pela lógica
d) estranheza e sistematização
QUESTÃO Nº 43
Percepção clara de um objeto sem a presença do objeto estimulante real. A definição se refere ao distúrbio
psicopatológico denominado de:
a) ilusão
b) delírio
c) despersonalização
d) alucinação
QUESTÃO Nº 44
Paciente comparece para atendimento com a seguinte queixa: “Não vejo mais graça em nada, perdi
completamente o prazer”. A alteração psicopatológica descrita pelo paciente e a síndrome à qual está
frequentemente associada são denominadas, respectivamente:
a) apatia / delirium
b) anedonia / síndrome depressiva
c) hipotimia / síndrome deficitária
d) embotamento afetivo / síndrome depressiva
QUESTÃO Nº 45
Elação, taquipsiquismo e ideias de grandeza são alterações típicas da seguinte síndrome:
a) depressiva
b) psicótica
c) maníaca
d) neurótica
QUESTÃO Nº 46
A atual Política de Saúde Mental para Crianças e Adolescentes tem como princípios fundamentais as noções de:
a) criança e adolescente como menor a ser protegido, acolhimento universal, encaminhamento
referenciado, rede e território, colaboração saúde-escola
b) criança e adolescente como sujeitos, demanda universal, referência e contra-referência, território,
intersetorialidade
c) criança e adolescente como sujeitos de direitos, acesso e demanda universais, encaminhamento sob
referência e contra-referência, regionalização, colaboração saúde mental-atenção básica
d) criança e adolescente como sujeitos, acolhimento universal, encaminhamento implicado, rede e
território, intersetorialidade
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QUESTÃO Nº 47
A noção de Rede Pública Ampliada de Atenção tem sido utilizada por diferentes autores como noção-síntese para
orientar e desenvolver a construção do sistema de cuidados em saúde mental de crianças e adolescentes no
marco da atenção psicossocial, que fundamenta a atual política pública de saúde mental. A noção de rede pública
ampliada de atenção à saúde mental de crianças e adolescentes se refere a:
a) existência de diferentes dispositivos públicos e privados em um território, organizados de acordo com
suas especialidades e submetidos à protocolos previamente estabelecidos de referência e
contrarreferência
b) tomada de responsabilidade pelos serviços de saúde mental do cuidado de crianças e adolescentes
c) articulação corresponsável de diferentes setores, a partir de uma direção publicamente afirmada, que
se constitua como eixo organizador da intersetorialidade e contribua para qualificar as ações de
cuidado para crianças e adolescentes com necessidades em saúde mental
d) gestão das três esferas do sistema único de saúde - federal, estadual e municipal -, na oferta de
serviços para o atendimento de crianças e adolescentes com transtorno mental
QUESTÃO Nº 48
Os problemas de saúde mental em crianças e adolescentes apenas recentemente passaram a ocupar a agenda
pública da saúde mental, sob o marco do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o documento do
Ministério da Saúde Caminhos para uma Política de Saúde Mental Infanto-Juvenil (2005), ao longo do século XX o
discurso hegemônico sobre a importância da criança na sociedade republicana não correspondeu a real tomada
de responsabilidade pelo Estado das ações a serem dirigidas a seu cuidado e proteção. A lacuna existente
favoreceu a criação de um modelo de assistência, cujos efeitos foram mais segregadores do que inclusivos. O
início do século XXI marca, em relação à saúde mental, o esforço do Estado brasileiro na construção de um novo
patamar de ações para crianças e adolescentes com transtornos mentais. Entre as principais características do
modelo anterior de assistência à infância e adolescência, e que na proposta política atual passaram a constituir os
pontos prioritários de superação encontram-se o modelo:
a) baseado na internação psiquiátrica, delegação ao campo privado, concepção da criança como deficiente
mental
b) asilar, delegação à esfera religiosa, concepção da criança como ser em desenvolvimento
c) baseado na pedagogia, delegação ao campo do direito, concepção da criança como ser do desamparo
d) calcado na lógica higienista, delegação ao campo filantrópico, concepção da criança como deficiente
social, moral e mental
QUESTÃO Nº 49
No atual processo de transformação da política e assistência em saúde mental no Brasil, um dos temas mais
fundamentais para a mudança das práticas psiquiátricas convencionais é o tema dos direitos humanos. Nesse
sentido, a IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial (IV CNSM-I) reafirmou em seu Relatório Final a:
a) necessidade de um marco legal confirmando o valor da psicocirurgia e eletroconvulsoterapia (ECT)
no Sistema Único de Saúde
b) necessidade de aprovação de um marco legal para a abolição das práticas de tratamento cruel ou
degradante, como lobotomia, psicocirurgia, contenções físicas e químicas permanentes, internações
prolongadas e maus tratos físicos contra pessoas em sofrimento psíquico
c) necessidade de revisão da legislação que obriga comunicar ao Ministério Público Estadual ou do
Distrito Federal e Territórios as Internações Psiquiátricas consideradas Involuntárias
d) liberação das equipes dos hospitais da necessidade de esclarecer, com base em critérios clínicos e
em acordo com as possibilidades terapêuticas disponíveis, internações prolongadas de pacientes
psiquiátricos
QUESTÃO Nº 50
A mudança do modelo de atenção às pessoas com transtornos mentais vem exigindo, no campo do direito penal,
o exame crítico de conceitos como os de inimputabilidade e de periculosidade. A IV Conferência Nacional de
Saúde Mental – Intersetorial (IV CNSM-I) colabora com esta discussão:
a) exigindo a expansão de instituições que atendam às especificidades desta clientela, os Hospitais
de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em todos os estados brasileiros, em acordo com a
Lei de Execuções Penais
b) sugerindo a exclusão da noção de “presunção de periculosidade”, atrelada às pessoas com
transtornos mentais, do Código Penal Brasileiro
c) exigindo que as pessoas em privação de liberdade que sejam acometidas de transtornos mentais
durante o cumprimento da pena, sejam consideradas inimputáveis e tenham suas penas
transformadas em medida de segurança, para que possam receber tratamento adequado
d) sugerindo que a aplicação de medida de segurança, no caso de pessoas com transtornos mentais
que cometem crimes, implique também em interdição civil imediata, em beneficio dos direitos do
paciente
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