o jogador brasileiro capta a atenção do mundo, não só com o seu
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o jogador brasileiro capta a atenção do mundo, não só com o seu
O JOGADOR BRASILEIRO CAPTA A ATENÇÃO DO MUNDO, NÃO SÓ COM O SEU JOGO, MAS POR VIVER A SUA FÉ TODOS OS DIAS. Laurence Griffiths/Getty Images D eitado em uma cama por dois meses por causa de uma fratura no pescoço, Ricardo Izecson dos Santos Leite, 18 anos, fez uma lista de 10 metas pessoais. Não importava se ele não tinha certeza se voltaria a jogar após fraturar a sexta vértebra na parte inferior de um tobogã aquático. E esqueça o otimismo cauteloso. Eram sonhos grandes até mesmo para um garoto criado na mania do futebol do Brasil - especialmente aquele que precisava de um acompanhamento médico para estimular o seu crescimento atrofiado e que ainda estava para entrar no time titular da equipe júnior do São Paulo Futebol Clube. A lista começou com “Retornar ao futebol”, e almejava e terminava com “Competir na Copa do Mundo” e “Transferência para um grande clube da Itália ou da Alemanha”. Em janeiro de 2001, cerca de duas semanas depois de voltar ao futebol, ele foi chamado para a equipe profissional do São Paulo. Em 7 de março, com 10 minutos restantes, entrou em campo para jogar a final do prestigiado Torneio Rio-São Paulo. São Paulo perdia do Botafogo por 1x0 quando o meia recebeu uma passe alto, virou rapidamente, passou por trás das costas de um zagueiro e disparou um chute rasteiro por baixo do goleiro, que mergulhou, mas, não conseguiu impedir o gol. Dois minutos depois, ele mandou um outro foguete para conquistar o campeonato. Os locutores de TV gritaram “Gooooooooooooooool!” Brasil conheceu Kaká. (O apelido veio quando seu irmão mais novo não conseguia pronunciar o nome dele.) Ele confirmou o seu ponto de partida no São Paulo e em dois anos e riscou toda a lista das 10 metas pessoais, incluindo jogar na seleção brasileira, campeã na Copa do Mundo no Japão, em 2002. Em 2007, Kaká 10 Pedro Armestre/Getty Images ficou no topo do futebol mundial, iniciando a coleção de suas maiores honras individuais: melhor jogador do ano - FIFPro, a bola de ouro por ser o melhor no mundo e o jogador do ano - FIFA. “Eu tenho sido muito abençoado com sucesso - a Copa do Mundo em 2002, o prêmio da FIFA, a Bola de Ouro em 2007, muitos campeonatos e honrarias. Pode parecer que eu tenho tudo. Devido a minha riqueza e fama, algumas pessoas perguntam por que, ou se eu ainda preciso de Jesus”, ele comenta. “A resposta é simples: eu preciso de Jesus todos os dias da minha vida. Sua Palavra, a Bíblia, me diz que sem Ele eu não posso fazer nada. Eu realmente acredito nisso. A capacidade que tenho de jogar futebol e tudo que dela resultou são dons de Deus. Ele me deu um talento para usar para ele e eu tento melhorá-lo todos os dias”. “Eu também acredito que Ele é honrado quando eu busco a excelência das habilidades que Ele me dá. Deus não quer que Seus seguidores sejam mornos; Ele quer o nosso melhor. A Bíblia diz: ‘Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra coisa, fazei tudo para glória de Deus.’ (I Coríntios 10:31) - É a minha motivação para vencer as partidas ... tenho crescido ao querer ser excelente para o meu Criador.” “Já foi um sonho para mim apenas jogar no São Paulo e jogar uma vez na seleção brasileira. Mas a Bíblia diz que Deus pode lhe dar mais do que você mesmo pede e é isso que tem acontecido na minha vida”. FÉ E FAMÍLIA A estrela de Kaká disparou para a estratosfera do futebol profissional do Brasil após aquele jogo inesquecível. A imprensa 12 conseguia poucas declarações dele, que era um galã iminente entre as mulheres. Ele já não podia sair em público sem ser assediado. No começo a mãe de Kaká respondia a 50 cartas por dia de admiradoras, mas a enxurrada de correspondências rapidamente tornou-se demais. Depois do choque inicial, Kaká desenvolveu uma relação amigável com a imprensa e os fãs, mas ele evitava tentações das discotecas e cenas para paparazzi. Como antes da fama, a sua família e a fé eram a sua âncora. “Muitas pessoas pensam que eu me tornei um cristão após o acidente, mas isso não é verdade”, diz Kaká. “Meus pais sempre me ensinaram a Bíblia, seus valores, e também a respeito de Jesus Cristo e da fé.” Ser batizado aos 12 anos foi um marco importante para Kaká e teve um efeito profundo em sua jovem vida espiritual. “Pouco a pouco, eu parei de simplesmente ouvir as pessoas falarem sobre o Jesus que meus pais me ensinaram”, disse ele. “Houve um tempo em que eu quis viver minhas próprias experiências com Deus.” EUROPA – O LIMITE Há um ditado comum sobre futebol: “A Inglaterra inventou. Os brasileiros aperfeiçoaram”. O jogo do Brasil é geralmente astuto, rítmico, marcado por dribles habilidosos e inesperados passes. A nação trouxe Jogo Bonito, O belo jogo, para o mundo e detêm mais conquistas da Copa do Mundo, um total de cinco, mais do que qualquer outro país. Mas a Europa é o epicentro do futebol profissional. A grande soma de dinheiro das ligas profissionais de cada país europeu atrai os melhores talentos do mundo e de todo o continente. A liga dos campeões da UEFA é a competição que garante os mais altos prêmios e talentos. Assim, não foi surpresa quando Kaká, com então 21 anos de idade, foi jogar na série A, no time italiano Milan. O futebol europeu é geralmente considerado mais físico e tático do que o jogo sul-americano, mas o forte e alto Kaká adaptou-se instantaneamente. Em sua primeira temporada ele ganhou seu espaço no time, marcou 10 gols e ajudou o Milan a vencer o Scudetto, na série A do campeonato. Ele foi nomeado o jogador do Ano da Liga. “[Kaká] tem a técnica de um brasileiro e as qualidades físicas de um europeu”, disse Vanderlei Luxemburgo, ex-técnico da seleção brasileira, em entrevista ao FIFA.com. “Ele é o porta-estandarte do jogo moderno”. Em 2005, Kaká e Milan chegaram à fi- nal da Liga dos Campeões e desperdiçaram uma vantagem de 3x0 do primeiro tempo, perdendo para o Liverpool da Inglaterra nos pênaltis. Milan retornou em 2007, no entanto, para ganhar a Liga dos Campeões em uma revanche contra o Liverpool. Seguiu-se uma série de prêmios de melhor do mundo para Kaká e ele foi nomeado pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Depois de recusar uma enorme oferta de transferência do Manchester City, da Inglaterra, Kaká e Milan concordaram com uma oferta semelhante com o espanhol Real Madrid. O acordo recorde foi fechado dentro de semanas, quando o Real Madrid assinou com Cristiano Ronaldo. Ultimamente, a equipe gastou quantidades notáveis com a contratação de estrelas internacionais, a fim de recuperar o domínio nacional e europeu. Kaká lutou com algumas lesões e a equipe não jogou imediatamente como o esperado. As expectativas sobre o jogador Los Blancos eram incrivelmente altas e os fãs queriam a demissão do técnico Manuel Pellegrini, quando o Real Madrid perdeu para o Lyon da França na primeira fase eliminatória da Liga dos Campeões. No entanto, a equipe terminou em segundo, perdendo o título espanhol para o Barcelona. RADICAL As realizações de Kaká em campo, obviamente, trouxe a ele notoriedade mundial, mas sua reputação pessoal também tem chamado atenção generalizada entre estrelas do esporte internacional. Escolha um estereótipo do jogador de futebol ou do atleta profissional internacional e Kaká irá contradizer qualquer um deles. Ele é brasileiro, então ele cresceu na pobreza brincando com uma bola de meia? Os pais de Kaká já eram profissionais bem sucedidos e a família morava em uma área nobre de São Paulo. Kaká treinava nas categorias de base futebol do São Paulo FC. Ele joga com muito drible firula e talento característicos do jogador brasileiro? Enquanto suas habilidades fundamentais com a bola são extraordinárias, o estilo de Kaká é forte, mas também elegante e eficiente. “Ele sempre vai tentar ir verticalmente e não horizontalmente,” disse Carlo Ancelotti, técnico do Milan, ao The Observer, um jornal britânico. “Ele nunca vai dar o toque extra, o toque desnecessário.” Mas o que acontece fora do campo? Ele é O desejo de Kaká é viver como um servo, em obediência à Bíblia. Laurence Griffiths/Getty Images outro playboy, como tantas estrelas internacionais? Dificilmente. Kaká e sua esposa, Caroline casaram virgens e falam sobre isso abertamente na imprensa. “Foi um dos maiores desafios da minha vida, porque fizemos uma escolha que não foi fácil”, destacou Kaká. “Passamos muito tempo orando e caminhando perto de Jesus e do Espírito Santo. Foi um grande desafio, mas foi muito bom ter esperado. O sexo é uma grande bênção de Deus para o prazer de ambos, marido e mulher, após o casamento. Não é uma coisa trivial ou informal como tornou-se hoje em dia”. Certamente ele é egoísta e materialista? As doações generosas de Kaká para sua igreja no Brasil são amplamente conhecidas. Ele também atuou como um embaixador das Nações Unidas contra a Fome. “Devo muito ao futebol. Agora eu gostaria de dar algo de volta e trazer esperança para as crianças com fome, menos afortunadas do que eu”, disse ele. “Espero que minha experiência possa inspirar crianças famintas a acreditar que podem superar as adversidades e ter uma vida normal”, Kaká em seu papel nas Nações Unidas falando sobre as crianças com fome. Ele espera ser um pastor depois de se aposentar do futebol. O Movimento esportivo ajuda igrejas a servir os jovens a crescer em suas habilidades esportivas, nas habilidades práticas da vida e no entendimento bíblico. Como Kaká diz: “Sem Jesus, nada podemos fazer”. sua conduta ao jogar. Sua consistência e graciosidade combinado com seu jogo excelente dificulta uma opinião contrária. No entanto, alguns sugerem que o seu estilo de vida é chato. Kaká tem respondido dizendo que é radical seguir a Cristo. Como Kaká continua a perseguir novas metas, ele não deixa dúvidas de que ele é um homem de Jesus. “Hoje, eu tenho o meu ministério por meio do esporte, eu jogo porque eu tenho um dom dado por Deus”, comentou ele. “Eu jogo porque Ele tem aperfeiçoado o dom que Ele me deu. Jesus disse: ‘Sem mim, nada podeis fazer’, e eu acredito nisso.” “Kaká nunca mudou”, diz Marcelo Saragosa, seu melhor amigo de infância e um jogador de futebol profissional. “Ele é a mesma pessoa simples de quando eu o conheci. Isso há 10 ou 12 anos atrás”. A maioria dos meios de comunicação têm mostrado respeito pela fé de Kaká e elogia 13