37º aniversário

Transcrição

37º aniversário
Revista trimestral • Informação Geral • Distribuição gratuita • maRçO 2013 • Nº29
notícias
Destaque
37º Aniversário
PCA DA Sonangol, Francisco De Lemos José Maria,
faz balanço positivo do desempenho
da Empresa em 2012
oRGULHO
NACIONAL
Nembamba Vita
promovido
a comandante
de navio
PESQUISA
E PRODUÇÃO
Unidade petrolífera
FSO Palanca
em remodelação
em Singapura
DESPORTO
JIU-JITSU
Walter
Faustino,
perfil de um
campeão
da casa
revista disponivel nos voos da:
10
06 NACIONAL
opinião
Breves da Actualidade
cadeia de valor
As empresas e o
objectivo estratégico
da integração vertical.
A análise económica
de um especialista.
18
NACIONAL
Sonangol,
37º aniversário
PCA faz o balanço do ano
passado e lança a ponte
para 2013.
30
SHIPPING
Promovido a comandante
Quadro angolano da Sonangol faz história
na empresa e no país.
DESPORTO
HÓQUEI
39
34 perfil
O campeonato mundial de hóquei
já está a ser preparado. Luanda e Namibe
vão receber a competição.
WALTER FAUSTINO
O engenheiro da Sonangol é também campeão
nacional de jiu-jitsu brasileiro.
Colabore com a Revista Sonangol Notícias, mande os seus textos para [email protected]
Conselho de Administração
• Presidente – Francisco de Lemos José Maria • Administradores Executivos – Anabela Fonseca, Fernando Roberto,
Mateus de Brito, Baptista Muhongo Sumbe, Sebastião Gaspar Martins e Raquel Vunge.
• Administradores Não Executivos – Albina Assis Africano, José Guime, André Lelo e José Paiva
Propriedade
Sonangol, E.P.
• Sede
Rua Rainha Ginga, 29/31
Caixa Postal 1316 Luanda
Tel.: 226 643 342 / 226 643 343
Fax: 226 643 996
www.sonangol.co.ao
Edição
• Gabinete de Comunicação e Imagem – [email protected] • Director – João Rosa Santos • Técnicos
José Mota, Sandra Teixeira, Nadiejda Santos, Lúcio Santos, Sarissari Dinis, Paula Almeida • Assistentes Hélder
Sirgado, Carlos Guerreiro, Kimesso Kissoka, Maria Nestor, Domingos Augusto, Henrique Artur, José Quarenta •
Administrativos Carvalho Neto, Diogo Lino, Daniel Bumba • Interlocutores Andresa Silva, Ângela Feijó, Beatriz
Silva, Lúcia Anapaz, Olga Xavier, Sónia Santos, Marta Sousa, Rosa Menezes, Miguel Mendonça, José Oliveira, Pedro
Lima, Mondlane Boa Morte, Gil Miguens, Tiago Neto, Nelson Silva, Luís Alexandre e Estêvão Félix • Impressão
Damer Gráficas, S. A. • Tiragem 5000 exemplares
• Design Gráfico, Apoio Editorial e Produção –
Nota: Os textos assinados não vinculam necessariamente a Sonangol ou a revista, sendo de inteira responsabilidade dos seus autores.
Opinião
Construir o futuro
palavra dO director
João Rosa Santos
A
Sociedade Nacional de
Combustíveis de Angola – Sonangol, que a
25 de Fevereiro último
apagou mais uma vela,
completando 37 anos de constituição, iniciou o ano de 2013 com a
implementação de dois projectos
de grande impacto social.
O primeiro está relacionado com
um ambicioso programa de Bolsas
de Estudo para jovens angolanos
no exterior, e o segundo ligado à
venda de habitações em várias
centralidades sob responsabilidade da SONIP.
A formação de quadros é um
imperativo que deve merecer a
atenção de todos. Ao mesmo
4
• Março 2013 - Nº29
tempo que a Sonangol cresce, os
seus colaboradores envelhecem
e, como tal, a renovação gradual
e contínua da força de trabalho
deve ser encarada com prioridade.
O programa é tão mais pertinente
e inadiável, em função dos múltiplos e gigantescos desafios da
empresa, consubstanciados num
oportuno e ambicioso programa
de desenvolvimento corporativo e
empresarial que tem nos Recursos
Humanos a sua força motriz.
Por outro lado, na perspectiva
do bem-estar social, onde a habitação é um direito do cidadão,
a SONIP escreve a história em
cada nova centralidade erguida,
o que orgulha toda uma nação.
Estes dois projectos de grande responsabilidade espelham
o engajamento directo e activo
da petrolífera estatal angolana
na solução de alguns dos mais
prementes problemas do país.
Não por mero acaso, a qualidade
que corporiza as suas acções marcadamente eficientes constitui
uma soberana oportunidade de
realização e satisfação do homem
angolano.
As sementes estão lançadas.
Agora é hora de saber cuidar e
preservar o bem que plantámos.
Até breve!
5
Mafumeira Sul em marcha
A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – Sonangol
E.P., e a Cabinda Gulf Oil Company Limited (CABGOC) anunciaram a Decisão Final de Investimento (FID) do Projecto Mafumeira Sul do Bloco 0.
Localizado a 15 milhas (24 Km) ao largo da costa da província de
Cabinda, a uma profundidade de água de 200 pés (60 metros), o
Projecto Mafumeira Sul cujo investimento está avaliado em USD
5,6 mil milhões, constitui a segunda fase de desenvolvimento do
Campo Mafumeira localizado no Bloco 0. O âmbito do projecto
inclui 50 poços, 2 plataformas de cabeça de poços, instalações
de processamento e compressão e aproximadamente 75 milhas
(121 Km) de condutas submarinas.
O início de produção do Mafumeira Sul está previsto para 2015 e
deverá atingir uma produção diária máxima de 110 mil barris de
petróleo por dia e 10 mil barris de gás petróleo liquefeito (LPG)
por dia. O gás natural associado será comercializado através da
fábrica do Angola LNG localizada no município do Soyo.
A Cabinda Gulf Oil Company Limited (CABGOC) é o Operador do
Bloco 0 com uma participação de 39,2%, e tem como parceiros
a Sonangol E.P. (41%), a Total Petroleum Angola Limited (10%)
e a ENI Angola Production B.V., (9,8%).
Angola vai licitar
blocos de petróleo
em onshore
O Ministério dos Petróleos tem o plano de licitar blocos petrolíferos, ao longo deste ano, principalmente em
onshore, afirmou o ministro dos Petróleos, José Maria
Botelho de Vasconcelos. O governante, que falava no final
do encontro que manteve com o ministro dos Negócios
Estrangeiros do Uruguai, Luis Almagro Lemes, referiu que
o interesse do governo do Uruguai em comprar petróleo
em Angola foi registado e quando isso ocorrer as empresas uruguaias serão convidadas para participar. O governante afirmou que a Sonangol e uma empresa uruguaia
estão neste momento a analisar esta intenção, pelo que
cabe apenas ao ministério dar o apoio institucional para
que o mesmo aconteça. Botelho de Vasconcelos informou
que, normalmente, cada carregamento possui entre 900 a
um milhão de barris. Entretanto, o ministro dos Negócios
Estrangeiros do Uruguai, Luis Almagro Lemes, referiu que
o seu país está interessado em cooperar no domínio dos
petróleos, agro-indústria, energia e em diversificar o mercado de importações, acrescentando que o Uruguai está
igualmente interessado em fazer, pelo menos, quatro carregamentos de petróleo por ano, pelo que aguarda pelo
resultado das negociações que decorrem neste momento.
SONUSA celebra 15º aniversário
Sob o lema “O Legado Continua”, a Sonangol USA (SONUSA)
celebrou, no passado dia 12 de Novembro, o seu 15° aniversário, tendo cumprido, a propósito, um programa de actividades que culminou com a realização, naquele país do
continente americano, de um jantar comemorativo do qual
participaram colaboradores, clientes e parceiros da referida
Subsidiária da Sonangol E.P.
O programa, bastante participativo, incluiu ainda um jogo
de Futsal entre mistos da Sonangol USA e da Sonangol
Marine Services.
Ao discursar durante o jantar, a Presidente da SONUSA, Elma
Almeida, enalteceu o empenho de todos os trabalhadores
nas suas actividades e responsabilidades diárias e reforçou
a necessidade de se dar continuidade ao fortalecimento da
presença do Grupo Sonangol no mercado americano.
Promoção do gás e petróleo na agenda política
O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, defendeu que o Executivo continua a promover o desenvolvimento do sector do petróleo
e gás, por se afigurar como catalizador para a diversificação da economia nacional, na perspectiva de contribuir para a redução da pobreza
no país. A aposta no sector prende-se também com a vontade de proporcionar melhor qualidade de vida à população, através do maior
acesso a formas de utilização de energia moderna, mais acessível e
eficiente, disponível em abundância no país. O governante sublinhou
que “O sector do petróleo e gás, no âmbito das suas atribuições emanadas do Executivo, está a desenvolver um conjunto de acções, visando
melhor prestação do serviço público, com total respeito às normas de
funcionamento necessárias ao desempenho das atribuições económicas e sociais de interesse público”. Segundo o governante, o Executivo
Angolano traçou, como objectivos principais a médio prazo, intensificar as actividades de prospecção, pesquisa de petróleo bruto e gás
natural; licitar novas concessões petrolíferas e desenvolver a indústria de gás natural e da petroquímica.
Operação Houston Express completou 12 anos de actividade
A Operação Houston Express, um serviço de transporte
aéreo directo de passageiros e carga entre Luanda e Houston (Estados Unidos da América) e no sentido inverso, oferecido pela SonAir, Subsidiária da Sonangol E.P., completou
no passado dia 06 de Novembro, doze anos de existência.
Na sua primeira década de actividade, a Houston Express
funcionou com uma aeronave do tipo MD11, então operada
pela companhia WorldAirways. Porém, a partir de 2010, o
referido serviço passou a ter como operador a Atlas Air, desta
feita com um Boeing 747-400, facto que fez aumentar significativamente a respectiva taxa de ocupação.
Recorde-se, a esse propósito, que o MD11 tinha uma capaci-
6
• Março 2013 - Nº29
dade para 113 lugares, sendo que o Boeing 747-400 actualmente ao serviço da Houston Express transporta um total
de 189 passageiros, dos quais 10 em 1ª Classe, 108 em Executiva, 35 em Económica Plus e 36 em Classe Económica.
7
MINISTRO DA ASSISTÊNCIA E REINSERÇÃO SOCIAL
VISITA Zona Económica Especial
O ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, acompanhado da Secretária de Estado e de Directores
do referido sector governamental, visitou recentemente a Zona
Económica Especial Luanda-Bengo (ZEE), nomeadamente as
Unidades Industriais VEDATELA, PIPELINE, NINHOFLEX, INDUCABOS, MANGOTAL, PIVANGOLA, INDUTIVE, MATELECTRICA,
ANGOLACABOS, INDUTUBO, TRANSPLAS, TELHAFAL, MT/BT,
BOMBAGUA, INDUPLASTIC, INFER e GALVANOPLASTIA.
A visita teve como objectivo constatar os níveis de produção
das várias unidades industriais localizadas na ZEE e analisar
até que ponto os seus produtos podem satisfazer as necessidades do ministério da Assistência e Reinserção Social, no âmbito
das suas responsabilidades relacionadas com o programa de
investimentos públicos, muito particularmente a construção
de estruturas de carácter social.
O presidente da Associação dos Deficientes de Angola, Silva
Etiambulo, também esteve na ZEE, desta feita para tratar,
com a empresa Sonangol Investimentos Industriais (SIIND),
de questões relacionadas com o cumprimento do Decreto Nº
21/82, de 22 de Abril, que determina medidas para a protecção
dos deficientes.
De acordo com o referido Decreto, todos os organismos do
Estado, empresas estatais, mistas, privadas e cooperativas,
bem como organizações de massas e sociais, devem manter uma reserva de pelo menos 2% dos seus postos de trabalho para pessoas deficientes. Refira-se que a MATELECTRICA
é uma das unidades industriais da ZEE que já emprega portadores de deficiência.
Nova descoberta de petróleo
no Bloco 16
A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – Sonangol E.P., e a Maersk Oil Angola A/S, anunciaram mais uma
descoberta de petróleo no Bloco 16, com perfuração do
poço Caporolo-1, em águas profundas do offshore Angolano.
Trata-se da segunda descoberta feita neste bloco depois do
Chissonga-1. O poço Caporolo-1, foi perfurado numa lâmina
de água de 1 235 metros e atingiu uma profundidade total
de 5 508 metros. Os resultados do teste deste poço indicaram um fluxo máximo de 3.000 barris de petróleo por dia,
através de um estrangulador de fluxo de 36/64 polegadas.
A Sonangol E.P. é a Concessionária Nacional e a Maersk Oil
Angola A/S é o Operador do Bloco16 com 65% de participação, tendo como parceiros a Sonangol P&P (20%) e a Odebrecht Oil & Gas Angola Ltd (15%).
Sonangol ajusta estrutura organizacional
O Presidente do Conselho de Administração da Sonangol
E.P., Francisco de Lemos José Maria, defendeu recentemente que é preciso mudar permanentemente para melhorar a empresa e o desempenho dos colaboradores, sendo
que mudar significa ajustar continuamente a organização, melhorar comportamentos e cumprir e fazer cumprir
as orientações superiormente emanadas pelo executivo
angolano. Recentemente, numa cerimónia, assistida por
membros dos Conselhos de Administração e de Direcção
da Sonangol E.P., foram empossados Josina Marília N’gongo
Mendes Baião Magalhães para o cargo de Presidente da
Comissão Executiva da Sonangol Holdings, Ruben Monteiro da Costa para o cargo de Presidente da Comissão
Executiva da Sonagás, Diogo da Silva Manuel para o cargo
de Presidente da Comissão Executiva da MSTelcom e João
António Ramos para o cargo de Presidente da Comissão
Executiva da SONAREF. Foram igualmente empossados,
Ana Joaquina Van-Dúnem Alves da Costa, nos cargos de
Vogal da SONAREF, Gerente Único e Directora Geral da
SONAREL, Ana Maria dos Reis Fançony, Vogal da Comissão
Executiva da SONAREF, Augusto dos Anjos e Costa Pereira
Bravo, Vogal da Comissão Executiva da SONAREF, Vicente
Sebastião Inácio, Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Holdings, Jacinto Estêvão, Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Holdings, Joaquim da Conceição Mayer,
Vogal da Comissão Executiva da Sonagás, Jaime Campos, Vogal da Comissão Executiva da Sonangol Distribuidora, José Pedro Benge, Vogal da Comissão Executiva da
MSTelcom e Tomás Faria, no cargo de Vogal da Comissão
Executiva da Sonangol Logística.
Tomaram ainda posse Julião Milagre de Assis Bárber no
cargo de Secretário do Conselho de Administração da
Sonangol E.P., Belarmino Emílio Chitangueleca no cargo
de Director de Produção, Jacinto Manuel Veloso no cargo
de Director de Finanças, Natacha Alexandra Ferreira Monteiro Massano no cargo de Directora de Economia de Concessões, Suzel Cardoso Alves Daniel no cargo de Directora
de Negociações, Daniela Baptista Matos no cargo de
Directora do Gabinete de Qualidade, Saúde, Segurança
e Ambiente, André Pitra no cargo de Director do Projecto
Sinco e Rodolfo Aguiar no cargo de Director do Projecto
de Fertilizantes da Sonangol E.P.
Para além destas nomeações, realizou-se no seio da
empresa uma nova distribuição dos pelouros. Assim, em
8
• Março 2013 - Nº29
Despacho datado de 5 de Outubro de 2012, o Presidente do
Conselho de Administração da Sonangol E.P., Francisco de
Lemos José Maria, procedeu a um ajustamento na supervisão das Unidades Organizacionais da Sonangol E.P. e
suas Subsidiárias pelos membros do Conselho de Administração. Consequentemente, a referida supervisão ficou
assim definida: Presidente do Conselho de Administração:
Direcção de Planeamento, Direcção de Auditoria e Controlo Interno, Direcção de Serviços Jurídicos, Gabinete para
as Relações com o Estado e Fiscalidade, SONIP-Sonangol Imobiliária e Propriedade, Sonangol Finance Limited,
Fundo Social, Banco de Poupança e Promoção Habitacional, Projectos Institucionais “Bónus Petrolíferos”, Fundos
de Abandono e Fundo de Pensões da Sonangol. Administradora Anabela Soares de Brito da Fonseca: Direcção
de Tecnologias de Informação, Gabinete de Qualidade,
Saúde, Segurança e Ambiente, Sonangol Pesquisa e Produção, Sonangol Hidrocarbonetos Internacional, SONACI-Sonangol Comercialização Internacional, SSHL-Sonangol
Shipping Holding Limited e SONILS.
Administrador Baptista Muhongo Sumbe: Direcção de
Manutenção e Infraestruturas, Direcção de Serviços Sociais,
Sonangol Distribuidora, Sonagás-Sonangol Gás Natural,
Projecto de Produção de Fertilizantes e Luxerviza-Geração de Energia Eléctrica.
Administrador Fernando Joaquim Roberto: Direcção de
Recursos Humanos, Clínica Girassol, MSTelcom, Puaça-Administração e Gestão, UCS-Universidade Corporativa da
Sonangol e Unidades de Gestão dos Bolseiros da Sonangol.
Administrador Mateus Morais de Brito: Direcção de Segurança Empresarial, Gabinete de Comunicação e Imagem,
Sonangol Logística, SIIND -Sonangol Investimentos Industriais, Comissão de Projectos Sociais do Soyo, Cooperativa Cajueiro e Centro Recreativo Paz Flor.
Administradora Raquel Rute da Costa Vunge: Direcção de
Finanças, Direcção de Gestão de Riscos, Direcção Central
de Compras, Sonangol Holdings, SonAir e Projecto Sinco-Sistema de Informação Corporativa.
Administrador Sebastião Pai Querido Gaspar Martins:
Direcção de Exploração, Direcção de Produção, Direcção
de Negociações, Direcção de Economia de Concessões,
Gabinete de Arquivo e Base de Dados, Laboratório Central, Direcção do Comité de Controlo das Concessões e
SONAREF-Sonangol Refinação.
Visão futurista para
o sector da Energia
NASA ajuda a criar robots
para ajudar na exploração
petrolífera. Está a começar
uma nova era
no sector da energia
e na exploração petrolífera.
A
travessar o planeta vermelho
emitindo informação pelo espaço
pode ter muito em comum com
explorar os lugares mais recônditos da
terra em busca de petróleo e gás natural. Pelo menos assim acredita uma
empresa norueguesa que defende que
a inteligência artificial do veículo explorador de Marte construído pela NASA
– Agência Espacial Norte-Americana - o
“Curiosity”, poderá ajudar a desenvolver
plataformas petrolíferas automatizadas e ajudar a reduzir os riscos para os
trabalhadores da indústria do petróleo.
A Robotic Drilling Systems AS é a empresa norueguesa que está a desenvolver uma plataforma de perfuração
petrolífera capaz de pensar por si mes-
ma. Recentemente, a empresa assinou
um convénio de partilha de informação
com NASA para descobrir o que poderá aprender com o veículo explorador
“Curiosity”.
Recorde-se que o Curiosity é um veículo
explorador existente no interior da sonda espacial Mars Science Laboratory
lançada em 26 de Novembro de 2011.
Os principais objectivos do Curiosity
incluem investigar a possibilidade da
existência de vida em Marte (isto é, sua
habitalidade planetária), estudar o clima
e a geologia, e recolher dados para o
envio de uma futura missão tripulada
a Marte.
A empresa de engenharia da empresa
espera criar plataformas petrolíferas to-
talmente automatizadas que permitam
a exploração de um depósito mediante
a utilização de coordenadas via satélite.
As plataformas automáticas poderiam,
desta forma, levantar por si só reforços
de aço com 14 pisos de altura e perfurar
um poço para logo levantar acampamento e passar ao depósito seguinte.
Esta nova era que está a surgir na indústria já motivou a criação na Universidade
do Texas, em Austin, um novo programa de pós-graduação em Engenharia
focado na perfuração automatizada.
Os especialistas afirmam que a automatização das plataformas petrolíferas
podem reduzir em metade o número
dos seus trabalhadores e ajudar a cobrir
os postos cerca de 25% mais rápido.
curiosidades
9
opinião
10
A CADEIA DE VALOR NA PERSPECTIVA
ESTRATÉGICA DAS EMPRESAS
• Março 2013 - Nº29
11
André Jimbe (Texto)
Editora Visão (Foto)
P
ara superar os limites impostos
ao crescimento da firma no mercado em que actua e, ao mesmo
tempo, garantir financiamento para os
investimentos planejados, as empresas
tem como objectivo estratégico: a integração vertical (que consiste na entrada
em outros segmentos que compõem a
cadeia produtiva), a internacionalização das suas actividades e a diversificação dos seus serviços e produtos (com
a entrada em outros ramos de actividade). Associada a condições macroeconómicas e institucionais favoráveis,
estas estratégias desenvolveram-se
devido à necessidade de alargamento
dos mercados.
Primeiramente, antes de expor as estratégias, definiremos o risco, incerteza,
economia de escala e escopo, que estão
directamente relacionadas com as tácticas empregadas pelas empresas.
O risco é a possibilidade de haver um
custo extra ou imprevisto que acarrete
em prejuízos contra o qual a firma pode
segurar-se. (SALVATORE,1980).
“A incerteza quanto ao futuro da economia, envolvendo os suprimentos, os
padrões e a regularidade do abastecimento, a ocorrência ou não de crises e de
perturbações da ordem político institucional estabelecida”. (ROSSETTI,1988)
A economia de escala também referida
como rendimentos crescentes, caracteriza-se, quando o aumento da escala de
produção gera resultados mais eficientes. Ou seja, na economia de escala, o
dobro de insumos de uma indústria irá
mais que dobrar a produção da mesma.
(KRUGMAN P., OBSTFELD M.,1999).
Considerando que uma fábrica de papel
possui economia de escala, com uma
função de produção F(W,P), onde W
e P são os únicos insumos utilizados
para a produção de papel. Se dobrarmos os insumos desta fábrica a produção irá aumentar mais que o dobro,
assim temos que: F(2W,2P) > 2F(W,P).
A economia de escopo caracteriza-se
quando o aumento do escopo de produção gera resultados mais eficientes.
Onde a produção de dois tipos de produtos numa mesma estrutura será superior
à soma da produção das duas fábricas.
Agora, analisaremos uma fábrica de
papel ofício e de cartolina, ambas possuem economia de escopo. A fábrica de
papel ofício e de cartolina tem respectivamente, as seguintes funções de produção F(A,B) e F(A,C), onde os únicos
insumos utilizados nas fábricas são A,
B e C. Assim, se adaptarmos a fábrica
de papel ofício para produzir cartolina,
a produção será maior do que a soma
do produto das duas fábricas. De forma
que: F(A,B,C) > F(A,B) + F(A,C).
1.1 A Integração Vertical
A integração vertical foi uma táctica predominante, devido às vantagens apresentadas, tais como: ganhos de economia
de escala, e em alguns casos, economia
de escopo. No entanto, há vantagens e
desvantagens no processo de
verticalização de uma indústria. Algumas das vantagens estão associadas
à valorização de recursos excedentes
em mercado específico, apropriação da
renda, a redução dos custos ao longo
da cadeia produtiva, devido ao menor
número de intermediários e a fixação de
contratos entre os agentes. A possibilidade de subsídio cruzado permite que
um sector da cadeia compense um outro
sector, mais ou menos lucrativo, assim
a firma pode auferir um maior potencial
de crescimento e ganhos de economia
de escala e escopo. De modo geral, as
vantagens estão associadas à economia de escala, pois uma empresa verticalizada tem o domínio parcial ou total
do processo produtivo.
Deste modo, é possível aumentar a produção e obter custos decrescentes no
processo, na medida em que há capacidade instalada ociosa, que permite
o aumento da produção com custos
marginais cada vez menores. Onde há
acréscimo na produção em uma unidade diminuímos custos de produção.
Segundo Iootty, através de ganhos
relacionados a economia de escala
é possível reduzir os custos. Como
por exemplo, se duas firmas complementares passarem por um processo
de fusão.
A verticalização poderia ajudar na redução dos custos de produção ao combinar firmas cujos processos produtivos
requerem maior integração, ou ao reduzir a incerteza que envolve estágios
sucessivos de produção.
De acordo com Hay e Morris (1991) as
F&A (Fusões e Aquisições) verticais
poderiam auxiliar na redução de custos
de produção de três formas básicas:
• Reduzindo directamente os custos de
operação, ou custos de transporte,
ao concentrarem uma mesma planta,
dois processos produtivos verticalmente integrados.
• Eliminando sucessivas margens calculadas sobre custos com a integração, quando uma empresa cobra um
preço acima do seu custo marginal.
Logo, reduziria o custo marginal total
de produção, e elevando assim os
lucros reais da firma “combinada”.
opinião
• Evitando a cobrança de um preço
monopolista para o insumo, no caso
da demanda ser maior que a oferta
no mercado. Com isso, reduz o custo
total de produção e eleva os ganhos
reais da firma combinada.
Para esclarecer, retomaremos o exemplo da fábrica de celulose, supondo que
é capaz de produzir duas toneladas de
papel por dia, a empresa não irá produzir somente 0,5 toneladas se houver
demanda no mercado para absorver a
produção. Ou seja, não há interesse em
operar abaixo da capacidade operacional se houver possibilidade de explorar
e obter maiores ganhos.
Considerando que há custos fixos em
capacidade instalada e custos variáveis com mão de obra e insumos. Deste
modo, se a fábrica decidir produzir mais,
poderá vender mais produtos e auferir
uma receita maior, que cobriria não só
12
• Março 2013 - Nº29
os custos, como proporcionaria uma
boa remuneração ao capital investido.
Além disso, a integração vertical facilita
a função do regulador de monitorar o
poder de mercado dessas firmas e reduz
o problema de assimetria de informação.
Tornando a regulação menos complexa,
quando comparada a necessidade de
regular centenas de firmas, onde cada
uma possui características diferentes e
que consequentemente aumentaria as
distorções de informação.
Uma outra estratégia é a integração
“para trás” que consiste no investimento na matéria prima que é utilizada
durante o processo produtivo. Na visão
de Iootty, a integração de uma firma,
com grande market-share, pode criar
um mercado cativo de outro segmento.
Desta forma, aumentaria a competição
entre as empresas que actuam no mercado fornecedor ao mesmo tempo em
que reduziria seu poder de barganha.
Com isto, a empresa garante o suprimento do bem essencial ao processo,
evitando o risco inerente de boicote por
parte dos fornecedores. Pois, no mercado em que o insumo é “monopólio”
de um ou de poucos fornecedores, cria
condições favoráveis à formação de cartéis com o intuito de conseguir maiores
vantagens na negociação do produto.
Além disso, a integração elimina processos intermediários, como transacções
financeiras, negociações, que representam custos para as empresas. Contudo,
são necessários altos investimentos
para se realizar a integração para trás.
Por outro lado, há desvantagens associadas ao processo de verticalização de
uma firma, que estão relacionadas ao funcionamento interno da firma. Na medida
em que a firma incorpora mais etapas
da produção, esta torna-se maior e mais
13
complexa no que tange ao gerenciamento da empresa e consequentemente
a criação de diversos departamentos. A
interacção entre estes departamentos
torna-se essencial para o bom funcionamento da empresa, pois, uma falha
de comunicação pode acarretar em
erros graves na tomada de decisões
da firma. Desta forma, a terceirização
de um serviço torna-se mais vantajoso num ambiente competitivo, que
não seja dominado por poucas empresas deste ramo. Uma vez que, a delegação de responsabilidades reduz o risco
de erros relacionado ao mau gerenciamento dentro da empresa.
I.2 A Internacionalização
A perda de fôlego dos mercados nacionais nas economias amadurecidas, onde
a demanda limita os investimentos,
fez com que as empresas buscassem
novas estratégias, tal como a internacionalização. Este processo é realizado
por meio de fusões e aquisições transfronteiriças, que segundo Iootty(2002),
possibilitariam a redução dos riscos de
investimentos, já que “os retornos dos
investimentos em actividades produtivas localizadas em diferentes mercados
geográficos tendem a ser menos correlacionados do que dentro de um mesmo
país” (Iootty, 2002, pg31). Ou seja, o risco
de investimento realizado em diversos
países é relativamente menor se comparado ao investimento concentrado
em um único país.
Uma vez que ocorra inflação ou distúrbios políticos dentro de um país em que
a empresa possui investimentos, o risco
é relativamente elevado. Assim, se os
investimentos estivessem distribuídos
em diversos países, os riscos poderiam
ser consideravelmente menores.
Estas estratégicas foram impulsionadas
com o processo de desregulamentação, que removeu as barreiras institucionais à entrada e promoveu a abertura
às empresas de energia.
Nos países onde há mercado potencial
e com dotações de recursos promissores de petróleo, como Angola, formaram-se alianças estratégicas entre
as empresas. Isto foi realizado com o
intento de aproveitar a economia de
escala na cadeia produtiva e, consequentemente, minimizar os riscos e custos ligados aos pesados investimentos.
Em alguns casos, também há economia
de escopo, em sectores como o petróleo.
Assim como, a possibilidade de diversificação em outros negócios da cadeia
produtiva. Estas empresas possuem
vantagens competitivas que possibilitam o seu crescimento: seja no que se
refere ao tamanho pertinente ao porte
ou à parcela do mercado dominante,
seja pela base financeira com lucros
estáveis ou maiores quando os investimentos já estão amortizados.
I.3 A Diversificação
O processo de reforma dos sectores
de infra-estrutura de vários países
e a convergência técnica induz a
diversificação com objectivo de: reduzir
os riscos relacionados ao investimento,
aproveitar as economias de escala e
escopo com a possibilidade de subsídio
cruzado. Na visão de Iootty (2002), as
firmas diversificam para aproveitar os
seus recursos excedentes na procura
pela realização do seu potencial de
crescimento. Por outro lado, Penrose
considera que a diversificação, enquanto
política geral de crescimento, ocorre
como uma forma natural de superar o
entrave que os mercados e produtos
existentes definem para a capacidade
de crescimento da firma. Portanto, a
diversificação pode ser empregue para
solucionar problemas específicos, ou
então como uma política deliberada
de crescimento. No primeiro caso a
diversificação seria uma forma de
minimizar riscos e incertezas associadas
a flutuações cíclicas de demanda. No
segundo caso, uma firma em processo
opinião
14
de crescimento sempre encontrará
incentivo para diversificar, quando a sua
capacidade de crescimento é superior
àquela permitida pelo mercado em que
ela opera (Penrose, 1959,p.144).
Da mesma forma, Guimarães (1982)
considera que a diversificação tenderia
a ser o caminho natural adoptado pela
firma que procura superar os limites
impostos pelo ritmo de crescimento
de seu mercado corrente (Guimarães,
1982, pg62).
Para exemplificar, utilizaremos a
empresa de celulose que fabrica papel.
Esta obteria, maior ganho se ampliasse
a oferta de produtos para o mercado, ou
seja, se passasse a produzir não só um
único tipo de papel, mas vários outros.
Como o papel manteiga, sulfite, crepom,
cartolina, dentre outros.
A diversificação dentro de um mesmo
ramo pode gerar economias de escopo, se
o custo com o processo de adequação para
a produção de uma gama de produtos for
menor do que o custo de construir outras
fábricas que somente produzam um tipo
de papel. Neste caso, a aquisição de uma
fábrica de papel crepom, por exemplo,
teria que ser mais caro do que o custo
de diversificação, pois seria necessário
realizar gastos com a contratação de
novos trabalhadores, a compra de novos
equipamentos, o pagamento de aluguer, a
construção de instalações, os dispêndios
com transacções legais, entre outros.
Portanto, a abertura de uma nova
fábrica é um processo muito oneroso,
se comparado com a expansão das
instalações dentro da fábrica existente.
Ademais, a diversificação de uma
determinada empresa não pode ser
interessante se esta não proporciona
bons rendimentos em relação ao capital
empregado.
Portanto, a partir desta análise é
possível analisar que a diversificação
é realizada com objectivos industriais
e financeiros. Os objectivos industriais
estão relacionados a:
- Primeiro: diversificação concêntrica, que
consiste em actuar em mercados com
base técnica semelhante e implementar
a diversificação conglomerada onde os
investimentos sejam promissores. Com
isso, evita-se a redução abrutadas margens de lucro de um sector, que pode ser
compensado pelo aumento em outro,
obtendo um subsídio cruzado. Logo, isto
possibilita a ampliação da base produtiva e dos tipos de consumidores, com a
• Março 2013 - Nº29
oferta de um maior leque de produtos e
serviços diferenciados. No entanto, para
operar com custos competitivos no mercado é imprescindível adoptar uma tecnologia moderna.
- Segundo: objectiva-se ampliar/aumentar a capacidade de atrair os consumidores das firmas existentes através de
promoções ou serviços diferenciados. Ou
seja, a diversificação é uma ferramenta
que possibilita aumentar o market-share
das firmas através de um diferencial em
relação a outras empresas.
- Terceiro: a capacidade de se ajustar ao
padrão de competição prevalecente no
mercado, para ao menos manter a sua
fatia de mercado. Para isto é necessário
acompanhar a demanda e as especificidades do mercado. Tanto na diversificação concêntrica, como na diversificação
via F&A é possível obter ganhos com a
economia de escopo.
ESPECIALIZAÇÃO E NATUREZA DOS RECURSOS
Na visão penrosiana, haveria duas
possíveis direcções para a diver­
sificação da firma. Na primeira, a
diversificação aprofundaria a área
de especialização já exis­t ente,
caracterizando-se, mais especi­
ficamente, pelo movimento da
firma em direcção às industrias no
interior das suas bases tecnológica
e/ou de mercado e na direcção de
indústrias vizinhas do ponto de vista
destas bases de mercado e técnica.
(Guimarães,1982,pg 64).
Diversificação RELACIONADA
Na segunda, a diversificação relacionada
ou concêntrica como denominou Wood
(1971), representaria a diversificação
em direcção ou ao mercado existente
da firma (mercado-concêntrica) ou
ao uso de uma tecnologia similar a
anualmente utilizada (tecnológicaconcêntrica) (Wo­o d, 1971,p 428 e
429). Desta forma, Iootty define que
a diversificação estaria relacionada à
natureza dos recursos existentes e aos
tipos de serviços produtivos que eles
podem gerar.
O processo de diversificação das
actividades produtivas na visão de
Penrose (1959), sedaria em torno
das áreas de especialização da
firma, definidas pela base técnica/
tecnológica utilizada e pelos mercados
para os quais a produção é direccionada.
No caso de algumas empresas a
diversificação é procurada para auferir
economias de escopo. De modo que
a empresa aufira maiores lucros na
diversificação de seus produtos, uma
vez que a firma já se encontra no ramo
e tem conhecimento do seu mercado,
torna-se mais fácil expandir as suas
actividades. Neste caso a empresa
possuiria vantagem na diversificação
de seu produto, produzindo com custos
menores do que outras empresas que
trabalham com um único produto.
O aproveitamento dos mercados
relacionados, em torno dos quais a firma
diversifica, segundo Kay, (1007, p 69)
15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
possibilitaria a exploração de esforços
comuns – entre as actividades de origem
e destino - em termos de propaganda,
pesquisa de mercado, departamento de
marketing e vendas (Iootty,2004).
Diversificação CONGLOMERADA
Diversificação não relacionada ou
conglomerada corresponderia à entrada
em novas áreas de especialização que não
se relacionam com as suas antigas bases
tecnológicas e de mercado. Desta forma,
pode ser realizada com o intuito de reduzir
os riscos operacionais, obter ganhos de
sinergia financeira, derivados da formação
de um “mercado de capitais interno”.
A diversificação conglomerada garantiria
a estabilidade dos ganhos futuros da
firma diversificada, pois os perfis de
retorno das actividades desempenhadas
seriam não correlacionados. Desta forma,
uma eventualidade sobre uma actividade
não necessariamente influenciaria dire­
ctamente a outra. Excepto, é claro, se
ocorrerem eventos externos que afectem
tanto uma actividade como a outra.
Diversificação FINANCEIRA
A diversificação financeira visa minimizar
os riscos de perda do aplicador, realizada
através da diversificação do portfólio de
acções em activos distintos. Com isso,
o agente defende-se das oscilações do
mercado, através de firmas multi-utilites que actuam em diversos sectores
de infra-estrutura.
A separação de linhas produtivas não
relacionadas em diferentes divisões, de
acordo com Iootty (2002), permitem que
sejam acessadas como centro de lucro
individuais possibilitando, desta forma,
a relocação de fluxos de renda de divisões pouco dinâmicas que requerem
investimentos. Deste modo, a forma
multidivisional de organização poderia agir como um “mercado de capitais
interno”. Com isso, o acesso aos recursos advindos de uma unidade adquirida
não ocasionaria elevação dos custos
de transacção e outras consequências
associadas ao pagamento de impostos
sobre dividendos.
Um outro factor teria origem no aproveitamento de recursos e competências
(habilidades) não totalmente utilizados
pela firma em questão como o capital
humano, por exemplo.
Para Iootty (2002), as economias de
escopo obtidas através da diversificação são baseadas no uso do recurso
capital humano (ou no conhecimento,
de modo geral) e, portanto, haveria um
limite decorrente do congestionamento
no acesso a esse recurso produtivo. No
entanto, é possível obter economia de
escopo baseada no compartilhando de
activos físicos indivisíveis.
Desta forma, apresentamos os conceitos fundamentais do valor adicionado e os métodos de mensuração.
Assim como, as estratégias actualmente utilizadas pelas empresas para
expandir seus mercados e auferir maiores ganhos.
• Bejamim C. Moura (2006),
“Logística: conceitos e
tendencies”.
• Bonney, M. C., Zhang, Z., Head, M.
A., Tien, C. C. e Barson, R. J. (1999).
“Are Push and Pull Systems Really
so Diferent?”, International
Journal of Production
Economic, Vol. 59, p. 53-64.
• Christopher, M. (1992) “Logistics
and Supply Chain Management.
Strategies for Reducing Cost
and Improving Services”, Pitman
Publishing, London.
• Christine M Harland, Richard
C. Lamming, (1999), “Developing
the concept of supply strategy”,
International Journal of
Operations & Production
Management, Vol. 19, p. 650-674.
• Douglas Smith L., Steven W.
Moses, (1996), " Strategic
Planning of transportation
services for petroleum products
An application of capacitated
gravity models ", European
Journal of Operational
Research, Vol. 88 p. 215-230.
• Machado, V.C. (1998), “Gestão
de Stocks para Sistemas de
Distribuição de Gases de Petróleo
Liquefeitos”, Dissertação de
Doutoramento em Engenharia
Industrial, Universidade nova de
Lisboa.
• Jimbe, A. (2008), “Gestão da Cadeia
Logística”, Tese de Doutoramento
em Engenharia Industrial,
Universidade Nova de Lisboa.
DESTAQUE
16
sonangol registou
desempenho positivo em 2012
• Março 2013 - Nº29
17
DESTAQUE
Francisco Lemos Maria presidiu à conferência de imprensa alusiva às comemorações dos 37 anos da empresa e com
notícias positivas para o sector. O presidente do conselho de Administração da
Sonangol procedeu ao balanço do ano de
2012 e referiu que a produção petrolífera
do país cresceu a uma taxa de 4,5 por
cento, cifra que elevou a produção interna
em 75 mil barris/dia, registando-se uma
produção média de um milhão e 700 mil
barris por dia. O responsável referiu que
esse progresso vai ter impacto sobre a
taxa de crescimento real do produto interno bruto (PIB). Francisco Lemos Maria
afirmou que o país vai registar taxas de
crescimento real do PIB mais elevadas
para o ano de 2012, período cujas contas
ainda estão em execução.
5 milhões de produtos comercializados
Outra das boas notícias que o PCA apresentou na conferência de imprensa foi
relativa ao aumento da comercialização
de produtos refinados. A Sonangol comercializou, em 2012, cinco milhões e 850
mil toneladas métricas de diversos produtos refinados, número que representa
um aumento de 19% em relação ao ano
anterior (2011). Segundo Francisco Lemos
18
• Março 2013 - Nº29
Maria, os principais produtos refinados
consumidos e de maior crescimento, em
2012, foram o petróleo iluminante, gasóleo e gás butano. O responsável afirmou
que devido à liberalização do mercado
interno de combustíveis, a Sonangol
efectuou vendas a outros distribuidores
no volume de um milhão de toneladas
métricas. Trata-se de diversos produtos,
com destaque para a gasolina e o gasóleo. Durante a conferência, o PCA referiu
ainda que capacidade de armazenamento
de produtos líquidos também aumentou
no período em análise, e como resultado
de um reforço no aumento de stocagem
no mar ascendeu às 729 mil toneladas
métricas.
A produção de refinados do crude na
Refinaria de Luanda representa apenas
20% das necessidades do mercado interno e para cobrir a procura (consumo)
nesse segmento, a Sonangol recorreu, em
2012, a importação de cerca de quatro
milhões de toneladas de produtos refinados diversos. O presidente do Conselho
de Administração da companhia referiu
que o valor representa um aumento de
23% em relação a 2011. Verificou-se um
aumento das importações de gás butano
(44%), gasolina (25%), gasóleo (23%) e
de asfalto (53%).
Na produção da Refinaria de Luanda, o
gestor da Sonangol destacou o aumento
de 15% na produção da gasolina e Jet B
(combustível necessário para a geração
de energia pela ENE). No mesmo período, 2012, a refinaria de Luanda registou
um decréscimo na produção de “Nafta”
e “Fuel oil”, produtos destinados para a
exportação.
Recorde-se que, quando estiverem prontas as duas unidades de refinação projectadas, uma no Soyo (Zaire) e outra no
Lobito (Benguela, que teve o lançamento
da primeira pedra em Dezembro de 2012),
vão poder processar, no conjunto, 400
mil barris/dia.
OBJECTIVOS AMBICIOSOS
Contudo, o presidente do conselho de
administração da Sonangol possui objectivos mais ambiciosos para 2013. O
objectivo é que Angola passe a produzir
dois milhões de barris de petróleo por
dia entre (2013 e 2017). Francisco de Lemos lembrou que o Executivo aprovou,
para o presente ano, uma taxa de crescimento média anual de sete por cento
na produção petrolífera. “Esta meta será
alcançada. Para isso, vamos continuar a
contratar pessoal qualificado e acompa-
19
nhar, através da introdução de outras
regras, os projectos que estão em
curso”, assegurou o gestor máximo
da Sonangol. O presidente do conselho de administração apresentou ainda um vasto programa de prospecção e pesquisa, avaliado em 8.800
milhões de dólares. Para alcançar
as metas pretendidas, Francisco de
Lemos garantiu que a Sonangol vai
impor mais celeridade na identificação de projectos, ao mesmo tempo
que exercerá influência e pressão sobre todas as instalações e estaleiros
do país para o aumento da produção
petrolífera.
Angola LNG avança este ano
Também no dia de aniversário, o administrador executivo da Sonangol Baptista Sumbe confirmou que, logo que
terminem as obras, será comunicada
a data da realização do primeiro carregamento de gás natural liquefeito.
O projecto Angola LNG tem potencial
para produzir mil milhões de pés cú-
bicos de gás limpo por dia, que será
distribuído nos mercados doméstico
e internacional.
A fábrica deverá ser abastecida através das reservas de gás, estimadas
em mais de 10 triliões de pés cúbicos
de gás, que estão disponíveis nos blocos 0,1,2,14,15,17 e 18, localizados na
zona marítima do país.
Baptista Sumbe referiu ainda que, relativamente às subvenções do Estado sobre os preços de combustíveis,
estas podem ser retiradas ainda este
ano. Caso o corte dos subsídios seja
total, o preço do litro de gasolina pode
ser vendido a 150 kwanzas e o de gasóleo a 75, contra os actuais 60 e 40
kwanzas. Os cortes de subsídios dos
combustíveis, referiu Baptista Sumbe,
é uma questão que tem vindo a ser
introduzida nos dossiers da empresa.
Antes da sua concretização, o Executivo, em colaboração com a Sonangol,
vai tomar medidas que permitam a
redução do impacto da subida dos
preços dos combustíveis no orçamento dos consumidores.
DESTAQUE
EXPOSIÇÃO NO EDÍFICIO SEDE
Visita à exposição
Em dia de aniversário, as celebrações tiveram ínicio bem cedo
com a inauguração de uma exposição patente no edíficio sede
da Sonangol. A exibição, relativa à história e às actividades da
companhia petrolífera nacional, teve como convidado de honra
o Presidente do Conselho de Administração. O responsável
máximo da Sonangol participou numa visita guiada a este belo
espaço que documenta as grandes realizações da empresa
ao nível nacional e internacional. Momentos importantes e
significativos que ficam assim em exibição para funcionários,
parceiros e clientes da empresa.
20
• Março 2013 - Nº29
A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
NAS EMPRESAS
Carlos Guerreiro (Texto)
A
s empresas que sabem usar o
recurso da inteligência competitiva destacam-se no mercado, pois conseguem ver as
oportunidades e os perigos no mercado interno e externo mais facilmente.
A inteligência competitiva, como dizem
os grandes experts, é administração
proactiva, que resumidamente podemos traduzir como a capacidade que
as empresas têm de se antecipar às
grandes mudanças e oportunidades
internas e externas.
Cada vez mais as empresas preocupam-se com a qualidade dos seus serviços e produtos, com a valorização
do seu capital humano e é através da
inteligência competitiva que ultrapassam a concorrência e se posicionam no
mercado como grandes fornecedoras.
Hoje, as empresas não devem descurar
o factor competitividade sob pena de
ficarem relegadas para segundo plano.
O nosso posicionamento no mercado
como empresa do topo é e será sempre
uma constante, considerando o compromisso das pessoas com a estraté-
gia da empresa, sendo que deve ser
percebida por todos, independentemente da sua posição na estrutura ou
das suas competências.
Estamos numa fase crucial do desenvolvimento do país e as empresas
nacionais que fornecem produtos e
serviços devem aproveitar as oportunidades oferecidas pelo mercado que,
anteriormente, era parco em unidades
fabris capazes de satisfazer as grandes
necessidades internas. Hoje a situação
é bem diferente, sendo inquestionável
a existência, cada vez mais, de unidades industriais.
Algumas pesquisas confirmam que
não existem empresas excelentes para
sempre, da mesma maneira que não
há sectores excelentes o tempo todo.
Conforme constatamos, no âmbito da
nossa própria trajectória, todos nós,
assim como as empresas, fazemos
coisas inteligentes e não tão inteligentes. Para melhorar a consistência do
nosso sucesso, precisamos de estudar as nossas acções de maneira sistemática. Isso é o que chamamos de
movimentos estratégicos inteligentes,
e certamente que o movimento estratégico mais importante é criar mercados consumidores.
Tudo isto só é possível, quando se respeita a diversidade e, ao mesmo tempo,
se juntam as equipas e os talentos individuais. Uma equipa de verdade começa
a florescer quando as pessoas passam a compreender-se mutuamente e
aprendem a trabalhar produtivamente
em conjunto. As diferenças são a fonte
de inovação, crescemos quando partilhamos percepções divergentes sobre
o mundo e estamos abertos e dispostos a buscar a evolução.
Na sua mensagem de fim de ano, o
PCA Francisco de Lemos José Maria
disse “que as nossas realizações não
escondem as nossas ineficiências. As
responsabilidades são enormes e os
desafios permanentes O CA conta com
todos nós, sem excepção, para continuarmos a corresponder com todas as
necessidades do mercado, dos nossos parceiros, dos nossos clientes e
do nosso accionista”.
OPINIÃO
21
OPINIÃO
SONANGOL - 37 ANOS
a traçar o RUMO CERTO
Miguel Costa Pinto (Texto)
A
Sonangol posicionou-se ao nível
das empresas do ramo cujo desenvolvimento estrutural e diversificação do negócio é hoje digno de nota
a nível mundial.
O processo da sua rápida internacionalização teve como suporte estratégico
a visão dos seus responsáveis, a rigorosa obediência às normas de gestão, a
visão da dinâmica do desenvolvimento
tecnológico, o respeito e observância
das normas ambientais, a seriedade
na execução dos objectivos preconizados visando o desenvolvimento do
sector, o sentido de responsabilidade
social para com o Estado e para com
a comunidade, a valorização dos seus
empregados. Todos estes factores contribuíram para que a Sonangol se tornasse
uma empresa de prestígio nacional e de
renome mundial.
A marca da Sonangol é incontornável no
leque das empresas petrolíferas mais
mediáticas da actualidade mundial, e
capaz de desempenhos muito positivos em termos de desenvolvimento
económico-financeiro.
22
• Março 2013 - Nº29
O projecto Angola-LNG no Soyo, a Nova
Refinaria no Lobito, a Zona Económica
Especial, o Biodiesel, assim como outros,
tornaram-se na pedra de toque do processo de integração multissectorial que
a Sonangol tem sido capaz de assumir
com firmeza.
Ao executar os desígnios estabelecidos,
a Sonangol tem o propósito de, real e
inequívocamente, transformar a vida e
melhorar o bem-estar social de todos
os Angolanos, rumo ao progresso e ao
desenvolvimento, alavancando Angola
para patamares que lhe conferirão o
respeito e a dignidade no conjunto das
nações mundiais.
Como grande corporação que é, a Sonangol reconhece que há ainda muita coisa
por se fazer. Por exemplo, o desenvolvimento do segmento da Indústria Petroquímica é uma prioridade para que,
internamente, se possa suprir carências
de consumos de fertilizantes e insecticidas para o sector da agricultura e para
a agro-indústria, bem como sustentar
a fabricação dos polietilenos e acetilenos para o sector da construção civil
na área das tubagens em PVC e revestimentos, indústria automobilística e
aviação, a médio e longo prazo.
Neste momento, a Sonangol está fortemente engajada através dos seus parceiros na exploração do pré-sal tendo já
sido adjudicados aos diferentes grupos
de empreiteiros alguns blocos cujos testes se mostraram animadores.
A intervenção da empresa na área do
imobiliário veio, de certa forma, insuflar a dinâmica da política habitacional
do Estado na solução dos problemas e
das necessidades dos angolanos nesta
matéria.
A Sonangol vive um ciclo de grande dinamismo, muito embora os desafios que
ainda se impõem.
Mas por isso estamos cá todos nós.
“O Sucesso das Organizações assenta
fundamentalmente na maneira como se
conduzem as pessoas” , disse o Engenheiro Manuel Domingos Vicente, ex-PCA da Sonangol, exaltando, desta
forma, um dos bens mais preciosos de
qualquer empresa no geral e da nossa
em particular: os recursos humanos.
23
OPINIÃO
"A Sonangol
é porque nós Somos”
Joaquim Vicente (Texto)
Editora Visão (Fotos)
D
eixamos para trás mais um ano 2012. Entrámos com ansiedade e
incerteza contínua para os desafios em 2013. Que tenhamos a coragem
de fazermos equipa e assumirmos juntos os riscos, porque é inútil um dente
fora da boca ou um dedo fora da mão.
Que possamos merecer dignamente o
nome de Bravos e Valiosos Colaboradores do Grupo Sonangol, transmitido
em primeira mão, aquando da Mensagem de Fim de Ano, pelo Presidente do
Conselho de Administração da Sonangol
E.P, Drº Francisco de Lemos José Maria.
Se pararmos um momento para analisar a mensagem, podemos encontrar
interessantes ideias, que não só encorajam o futuro, como também enumeram conquistas individuais e colectivas.
Tudo isto, é claro, assenta no compromisso da empresa, para com o estado,
sociedade, parceiros e nós, empregados.
Esperamos ser capazes de partilhar o
sucesso e os insucessos porque o ciclo
da empresa continua além de nós, e
disto depende o desenvolvimento sustentável em prol das gerações vindouras.
As expectativas alarmistas em 21/12/12,
com o proclamado ”Fim do Mundo” passaram despercebidas. Uma vez que não
chegou o fim do mundo, temos mais uma
oportunidade para aproveitar aprimorar o conselho do colega e autor, Mário
C. Bragança, do Livro sobre “Os Segredos da Liderança”, lançado em 2010,
sobre a importância da utilização, quer
a nível pessoal, como das empresas,
de ferramentas como a análise SWOT,
inventada pelo Chines Sun Tsun; principalmente numa altura de balanço. Concentrarmo-nos com alegria nos Pontos
Fortes, reconhecer de cabeça erguida
as Debilidades, estar atento nas Oportunidades, e obviamente, prepararmo-nos diante das constantes Ameaças.
Em 2012, a empresa registou alguns
marcos e manchetes em 2012: a eleição por sufrágio do então, PCA, Eng.º
Manuel Vicente, quadro e senhor e de
elevada competência, para Vice-Presidente de Angola, coadjutor principal
do Titular do Poder Executivo. E ainda
outros: a realização do sonho da casa
própria, actualização das pensões de
reforma, alguns ajustes do salário real
incluído a inflacção.
"As responsabilidades são enormes e os
desafios são permanentes", Francisco
Lemos PCA da Sonangol. Em 2012, ao
nível de sistema SAP, terá sido feito algo
bom, mas, muito está ainda por fazer.
Na minha opinião, é importante termos
infraestruturas robustas e todos os predicados imaginários. Mas é ainda importantíssimo, e aqui é o desafio que nos
espera em 2013, promover acções continuadas de Gestão de Mudança, para
agregar valor ao esforço financeiro até
agora feito pela Sonangol.
Não é brincadeira, nós nos tornámos
totalmente dependentes das TIC, (Tecnologias e Sistemas) seja quais forem,
e isso é positivo desde que aumente a
satisfação dos clientes. Será possível
que as empresas, sejam de downstream,
medstream ou mesmo do upstream,
dinâmicas e com contactos privilegiados com os clientes, poderiam viver
sem sistemas?
Mas não vamos ser alarmistas...
Isso pode ser um grande avanço e, ao
mesmo tempo, um excelente desafio,
para promover a transparência nos actos
de gestão e conduzir a Sonangol, cujo
slogan é "Produzir para Transformar"
para o mundo da Bolsa de Valores e
Mercados de Capitais.
Em relação às propostas de questões
pendentes do SAP, a serem abordados
em conjunto em 2013:
• Melhorias contínuas dos processos
transversais nas empresas do grupo;
• Criação de um fórum “Sonangol RUN
SAP“;
• Aumentar o número de Técnicos certificados em SAP;
• Estudar um modelo único e participativo de Gestão de Mudança;
• Diminuir a presença de consultores
externos.
Assim nos despedimos com um adeus
a 2012 e desejos de oportunidades mil
e muita empatia em 2013.
ANÁLISE
O PORTAL CORPORATIVO
Alfredo Tomás (Texto)
Editora Visão (Foto)
U
m portal na internet é um sítio
que permite ao utilizador do
computador aceder a uma gama
de serviços (notícias, informação
meteorológica ou do funcionamento de
uma organização, compras, entre outros),
e é neste contexto que está enquadrado
o portal da Sonangol.
Com os inúmeros avanços tecnológicos,
muitas instituições sofrem com o excesso
de informação, sendo imprescindível a
aplicação da gestão da informação para
administrar esse caos informacional do
mundo digital.
Muitas vezes, as informações estão armazenadas em equipamentos de informática
de forma não integrada, espalhadas nos
seus bancos de dados, dificultando o seu
acesso e, consequentemente, o desempenho das actividades necessárias ao pleno
funcionamento da instituição.
VISÃO GLOBAL
Devido à proliferação de arquivos electrónicos produzidos individualmente pelos
funcionários, sem o intuito de compartilhamento de informações, e de várias
aplicações de bancos de dados desenvolvidas ao longo do tempo para atender a
demandas específicas, falta, a essas instituições, uma visão global de seus próprios dados e informações.
Embora seja uma tecnologia muito recente,
vários são os benefícios apontados por
fornecedores e consultores de informática, associados aos portais corporativos. Dentre esses benefícios, destaca-se
a facilidade de acesso às informações distribuídas nos diversos sistemas, arquivos
e bases de dados institucionais.
24
• Março 2013 - Nº29
25
Para se conseguir concretizar esse benefício, é fundamental que o projecto do
portal corporativo leve em consideração a interação dos usuários com a sua
interface. A sua capacidade de facilitar
o acesso dos usuários às informações
institucionais está intrinsecamente
relacionada à facilidade de uso, aprendizagem e satisfação do usuário, isto
é, à usabilidade de sua interface web.
Há 14 ou 15 anos, o que hoje é chamado
de portal era conhecido como máquina
de busca, cujo objectivo era facilitar o
acesso às informações contidas em
documentos espalhados pela internet.
Inicialmente, as máquinas de busca
possibilitavam ao usuário da internet
localizar documentos a partir de pesquisas booleanas e navegação associativa entre links. Para reduzir ainda mais
o tempo de busca na internet e auxiliar
os usuários menos experientes, vários
sites de busca incluíram categorias,
isto é, passaram a filtrar sites e documentos em grupos pré-configurados
de acordo com o seu contéudo – desportos, meteorologia, turismo, finanças, notícias, cultura etc.
O passo seguinte foi a integração de
outras funções, como por exemplo, as
comunidades virtuais e suas listas de
discussão, chats em tempo real, possibilidade de personalização dos sites
de busca ( My yahoo!, My Excite, etc. )
e acesso a contéudos especializados
e comerciais. Essa nova concepção de
máquina de busca é que passou a ser
chamada de portal.
EVOLUÇÃO DA INTRANET
O portal corporativo insere-se no
mundo institucional com o propósito de expor e fornecer informa-
ções específicas de negócio, dentro
de determinado contexto ajudando
os usuários de sistemas informatizados corporativos a encontrar as
informações de que precisam para
fazer frente aos concorrentes. O portal corporativo é considerado como
uma evolução do uso das intranets,
incorporando a essa tecnologia, novas
ferramentas que possibilitam a identificação, captura, armazenamento,
recuperação e distribuição de grandes quantidades de informações de
múltiplas fontes internas e externas
para os indivíduos e equipas de uma
instituição. Essa evolução tem uma
relação com o processo de mudança,
pois, à medida que evoluem as T.I.
(Tecnologias de Informação) nas
organizações, aumentam a eficácia
e eficiência na gestão e consequentemente os níveis de produtividade.
Relativamente à Sonangol, é detentora de um portal corporativo e de
informação da indústria petrolífera
em Angola, cujo papel é expor e fornecer informações específicas do
negócio dos petróleos no contexto do
ramo de pesquisa, exploração e produção tendo como destinatários os
técnicos da empresa distribuídos
pelas subsidiárias e a outros funcionários que laboram nas regiões
do interior do país em que se verifica a actividade da Sonangol, bem
como nas suas representações do
estrangeiro.
Do que acima foi exposto, conclui-se que o portal corporativo é de
extrema importância na comunicação efectiva e gestão transparente de todas empresas de grande
dimensão em geral e, em particular,
da Sonangol.
internacional
Unidade petrolífera FSO Palanca
rejuvenesce em Singapura
Está em marcha um projecto de remodelação global do FSO Palanca ao serviço da Sonangol
Pesquisa e Produção. Uma equipa da empresa esteve em Singapura para acompanhar
os trabalhos.
Helder Sirgado (Texto)
José Quarenta (Fotos)
O
FSO (Floating Storage Offloading) Palanca, há cerca de duas
décadas ao serviço da Sonangol Pesquisa e Produção, no
Bloco 3/05 do offshore angolano, está
desde o dia 20 de Outubro de 2012 em
Singapura, no âmbito de um projecto de
remodelação global da referida unidade
petrolífera.
26
• Março 2013 - Nº29
Depois de concluídos os trabalhos de remodelação, quando for entregue à Sonangol
P&P, no dia 25 de Março de 2013, tal como
previsto, o FSO Palanca, que entrou para
o Sembawang Shipyard, um dos mais
conceituados estaleiros marítimos de
Singapura, no dia 9 de Novembro do ano
passado, estará verdadeiramente rejuvenescido e apto para operar durante mais
vinte (20) anos. Refira-se que a viagem de
regresso à Angola do FSO Palanca, que
será feita com o apoio de navios rebocadores, deverá durar cerca de sessenta
(60) dias.
Com o objectivo de se inteirar da evolução
do projecto, uma equipa de trabalho da
Sonangol Pesquisa e Produção, liderada
pela Chefe de Departamento de Instala-
27
ções Petrolíferas da referida Subsidiária
da Sonangol E.P., Divua Caposso, deslocou-se, em meados de Fevereiro de 2013,
àquele país asiático, onde já se encontram, há vários meses, alguns técnicos
da empresa, igualmente envolvidos no
projecto em curso.
Ainda em Singapura, onde esteve também
uma equipa de reportagem do Gabinete
de Comunicação e Imagem da Sonangol
E.P. à convite da P&P, Divua Caposso manifestou-se satisfeita com o empenho que
tem sido demonstrado por todos os intervenientes no projecto e convicta de que a
data acordada para a sua conclusão será
cumprida. A Chefe de Departamento da
P&P realçou ainda que a remodelação do
FSO Palanca obedece à requisitos internacionais para o sector petrolífero.
Por seu lado, o gestor do projecto, Abdur
Rob, natural de Singapura, garantiu que
todo o esforço está a ser feito para que
os compromissos assumidos sejam honrados. “Actualmente estamos a trabalhar
durante vinte e quatro horas por dia, com
cerca de mil homens no período diurno
e trezentos no período da noite”, referiu
Abdur Rob que está envolvido pela primeira vez num projecto da Sonangol,
facto que, confessou, lhe enche de orgulho e de felicidade.
O gestor do projecto falou também de
algumas das inovações a introduzir no
FSO Palanca durante a sua remodelação, com destaque para o aumento e
modernização do helideck, que passará a
ter capacidade para receber helicópteros
Super Puma, a modificação dos oleodutos, o aumento da área de acomodação,
a reestruturação completa das casas das
máquinas, entre tantas outras novidades.
O grande optimismo que se vive na equipa
de trabalho foi igualmente exteriorizado
pelo representante da área de contratos da Sonangol Pesquisa e Produção
no projecto, Nelson Barros, que faz parte
do grupo de técnicos da P&P que está há
vários meses em solo singapuriano. “O trabalho é de grande dimensão e complexidade, mas apesar disso a equipa está à
altura do desafio e confiante no sucesso
do projecto”, afirmou com convicção.
A equipa integra ainda Hélia Cunha, Mário
Costa, Carlos Salvador e Tibúrcio Sabalo,
estes três últimos também há vários meses
em Singapura, cada um assumindo a sua
responsabilidade específica no projecto.
Aliás, uma das particularidades desta
grande empreitada é que embora muito
jovens, os membros da equipa da Sonangol P&P têm demonstrado grande maturidade, abnegação e competência, o que
faz do seu envolvimento no projecto uma
aposta em quadros nacionais inquestionavelmente ganha.
Um outro aspecto que também merece
referência é o facto de a remodelação do
FSO Palanca estar a ser executada com
base nos mais altos padrões de segurança internacionais utilizados na indústria petrolífera.
Quando o projecto terminar, o FSO Palanca,
que tem uma capacidade de armazenagem de cerca de um milhão e oitocentos
mil barris de petróleo, será certificado pelo
Bureau Veritas, o líder mundial em serviços de certificação e avaliação de conformidade.
destaque
Petroleiro “Loengo”
sob as ordens de 1º comandante
de navio formado pela Sonangol
O dia 25 de Janeiro de 2013 ficará marcado na história da Sonangol como o início de uma era
que se deseja consequente e duradoura. É que, nessa data, a Baía de Luanda testemunhou a
promoção à comandante de navio, pela primeira vez, de um quadro formado pela Sonangol.
Nembamba Camilo Miezi Vita, de 36 anos de idade, natural do Namibe, assume assim o
comando do navio petroleiro “Loengo” ao serviço da Sonangol Shipping Angola (Luanda).
Helder Sirgado (Texto)
José Quarenta (Fotos)
A
meio da manhã de um dia cinzento, que entretanto não conseguiu ofuscar o brilho da cerimónia
de promoção do primeiro comandante
de navio formado pela Sonangol, os
rebocadores Kamabanga I e II, verdadeiras coqueluches da Sonangol Shipping Angola (Luanda) e as meninas dos
olhos da Baía de Luanda, partiram da
base da SONILS em direcção ao petroleiro “Loengo”, atracado não muito distante, tendo a viagem demorado pouco
mais de doze (12) minutos.
A bordo dos rebocadores, com coletes
salva-vidas, luvas e outro tipo de equipamento circunstancial, seguiam membros do Conselho de Administração e
de Comissões Executivas de empresas
Subsidiárias da Sonangol E.P., Gestores das mais diversas áreas funcionais
do Grupo Sonangol e convidados que,
minutos antes, ainda na SONILS, tinham
ouvido atentamente explicações relativas aos procedimentos de segurança
marítima.
No “Loengo” estava tudo a postos para
se escrever mais uma “página dourada”
da história da Sonangol. A cerimónia
começou com os votos de Boas Vindas
do Presidente da Comissão Executiva da
Sonangol Shipping Angola (Luanda), Policarpo Júlio Pinto, seguindo-se um breve
discurso da Administradora da Sonan-
28
• Março 2013 - Nº29
gol E.P., Anabela Fonseca, que a nível do
Conselho de Administração da concessionária nacional se fazia acompanhar
dos Administradores Baptista Sumbe,
Fernando Roberto e Raquel Vunge.
Na ocasião, Anabela Fonseca realçou
a importância do acto, não só para a
Sonangol mas também para o país,
tendo-o considerado como mais uma
evidência da atenção que a Sonangol tem prestado à formação dos seus
colaboradores e da aposta da empresa
na angolanização do sector petrolífero.
Posteriormente, o até então comandante
do “Loengo”, Miguel Garcia Gonzalez,
de nacionalidade espanhola, passou o
testemunho a Nembamba Vita, acção
simbolizada com a entrega, ao novo
“líder” do petroleiro da Sonangol Shipping Angola (Luanda), de um sextante
(instrumento utilizado no sector marítimo) e de um mapa. Durante a cerimónia, Nembamba Vita recebeu também,
das mãos do Administrador Baptista
Sumbe, uma maquete de navio que orgulhosamente exibiu aos participantes à
cerimónia da sua promoção.
E porque o Grupo Sonangol tem a segurança no trabalho como uma das suas
principais bandeiras, o acto foi aproveitado para se proceder igualmente
à entrega do “Prémio de Segurança no
Trabalho 2012” conquistado pelo navio
Ngol Chiloango, também pertencente
à frota da Sonangol Shipping Angola
(Luanda).
29
Nembamba Vita relaciona sucesso
individual ao trabalho em equipa
No decorrer do pequeno cocktail oferecido à bordo do navio “Loengo”, o novo
comandante concedeu uma entrevista à
equipa de reportagem da Revista Sonangol Notícias, cujo conteúdo, na íntegra,
apresentamos já a seguir.
Que significado tem para si a sua promoção à comandante de navio?
Significa, acima de tudo, o reconhecimento da parte da empresa de um
trabalho que é de equipa e que muito
me orgulha.
Tenho consciência de que agora as minhas responsabilidades profissionais
serão ainda maiores. Por outro lado, a
minha promoção transmite confiança
a outros colegas que estão a seguir o
mesmo caminho que eu e que certamente acreditam que um dia também
alcançarão este posto de comandante
de navio.
Em sua opinião, quais são os principais
requisitos para se chegar a um patamar
tão alto?
Um dos ingredientes que considero
indispensável é a disciplina. Não me
posso esquecer, evidentemente, da
perseverança, da fé, do querer. É uma
junção de vários factores, todos concorrendo para o mesmo fim: o sucesso.
Eu sempre acreditei que era possível.
Não seria justo se não dissesse também que o apoio dos colegas é muito
importante. Neste aspecto particular
gostaria de endereçar os meus agradecimentos a algumas pessoas a quem
muito devo este momento singular da
minha vida: a minha mãe, como é ló-
gico, o Administrador Baptista Sumbe
que considero um “pai profissional”, e
o “chefe” Baiona que tanto tem feito
pelos nossos cadetes e que também
me incentivou muito a alcançar os
meus objectivos.
A marinha mercante foi uma escolha
sua ou o resultado da influência de alguém da família, algum amigo, enfim?
Eu tive um avô, pai da minha mãe,
que também foi um homem do mar
e que trabalhou no Namibe. Foi um dos
factores que concorreu para a minha
opção. Como vê tenho sangue do mar
nas veias. A própria Sonangol tam-
bém me encorajou muito na escolha
da minha carreira que me tem dado
tantas alegrias.
O comandante afirmou que a sua promoção representa a assumpção de
maiores responsabilidades. A propósito, quantos membros da tripulação
terá sob seu comando?
Terei em média entre 25 a 30 pessoas
sob meu comando; pertencentes às
mais diversas áreas do navio, desde as
máquinas, convés, hotelaria, aspectos
comerciais, etc. Embora esteja no navio “Loengo” apenas desde meados de
Novembro do ano passado, já me sinto
Destaque
muito familiarizado com este petroleiro, incluindo com a sua rota, o que me
permite realizar o meu trabalho muito
à vontade, com eficiência.
deiro, gerido pela empresa V Ships,
entre tantos outros igualmente não
geridos pela Sonangol e onde estive
a título de treino.
Certamente que se recorda de outros
navios pelos quais já passou?!
Eu cresci na frota da Suezmax, em
Houston (Estados Unidos da América),
onde trabalhei durante vários anos.
Antes de chegar ao “Loengo”, também
já passei por muitos navios da nossa
empresa, como por exemplo o Sonangol Kizomba, Sonangol Girassol, Sonangol Kassange, Sonangol Luanda,
Sonangol Huíla, Sonangol Kalandula.
Também trabalhei no navio Imbon-
Depois destes anos todos, que retrato
faz da vida no mar?
É interessante. No princípio pode não
parecer tão atraente devido a alguns
constrangimentos como a ausência
dos nossos familiares, dos amigos,
dos vizinhos, mas quando se apanha
o ritmo profissional as coisas mudam.
Do meu ponto de vista esta carreira
torna-se mais apaixonante porque
ainda não é muito comum entre nós,
angolanos. Sinto-me um privilegiado
pelo facto de ter a oportunidade de divulgá-la para que no futuro possamos
ter mais jovens nacionais a optarem
pela marinha mercante. E repito: temos
de acreditar que é possível chegar lá
Como é que encarou a presença da sua
mãe nesta cerimónia?
Foi um momento muito emocionante
ver pela primeira vez a minha mãe a
bordo deste navio do qual sou agora
comandante. É um acontecimento
ímpar que ficará inquestionavelmente
gravado para sempre na minha memória. Estou muito grato à Sonangol
por me ter proporcionado esta oportunidade tão sublime.
Jacinta Miezi – a felicidade incontida de uma mãe
Ainda a bordo de um dos rebocadores Kabamanga, em direcção ao “Loengo”, já era perfeitamente visível o estado de ansiedade de Jacinta Felício
António Miezi. Ademais, a presença de tão altos responsáveis da Sonangol fazia antever uma cerimónia com pompa e circunstância. Já no interior
do “Loengo”, logo que se deparou com o filho uniformizado à rigor, o seu semblante transformou-se no espelho do orgulho e da felicidade de uma
mãe a viver um dos momentos mais marcantes da sua vida. “Faltam-me palavras para descrever o que sinto. Agradeço a Deus a força que me
deu para criar este filho. É um acontecimento muito importante para mim, para ele, para a minha família, para a Sonangol”, disse quase ofegante
Jacinta Miezi à Revista Sonangol Notícias. Afirmou também que sempre teve convicção de que o filho chegaria tão longe. Até porque, tal como
referiu, Nembamba Vita demonstrou, desde muito cedo, grande apego pelos estudos. Recordou igualmente o seu pai, o avô de Nembamba Vita,
que o contagiou para a vida do mar, hoje já tão familiar ao primeiro comandante de navio formado pela Sonangol.
30
• Março 2013 - Nº29
31
Sonangol Shipping Angola (Luanda)
comemora 5º aniversário
Três dias antes da cerimónia de promoção de Nembamba Vita, ou seja, no
dia 22 de Janeiro, a Sonangol Shipping
Angola (Luanda) assinalou o 5º aniversário da sua constituição, tendo realizado, no dia 25 do mesmo mês, um
almoço comemorativo que decorreu
no Centro Cultural Paz Flor e que serviu igualmente para festejar a promoção do novo comandante do “Loengo”.
A criação da Sonangol Shipping Angola
(Luanda), em 2008, resultou da perspicaz decisão da Sonangol de reestruturar a sua área de transporte marítimo
de combustíveis. A actividade da referida empresa, que tem actualmente
um total de vinte e sete (27) navios, dos
quais dois (2) rebocadores (Kamabangas I e II), abrange o transporte de produtos refinados e de petróleo bruto, não só
para o mercado interno, incluindo crude
para a Refinaria de Luanda, mas também para o externo. A Sonangol Ship-
ping Angola (Luanda) assegura cerca
de 80% da armazenagem de combustíveis nos navios de stockagem flutuante
e é responsável por toda a cabotagem
ao longo da costa marítima angolana,
dados que, de um modo geral, demonstram bem a dimensão e a importância
estratégica desta empresa do sector
marítimo. A actual Comissão Executiva
da Sonangol Shipping Angola (Luanda)
tem como Presidente Policarpo Júlio
Pinto e como Vogais Carlos Alberto Pitra
e Inácio Amaral.
opinião
A força da união
Alfredo Tomás (Texto)
Editora Visão (Fotos)
32
• Março 2013 - Nº29
33
É
consensual afirmar-se que a
união faz a força, e isso é tão
evidente quando nos referimos
à união que existe entre os sectores da economia que fortalecem os
países que tanto podem ser classificados como subdesenvolvidos, em vias
de desenvolvimento ou desenvolvidos.
Já dizia o Doutor António Agostinho Neto
primeiro presidente da então República
Popular de Angola, cito: “A agricultura é
a base e a indústria o factor decisivo”,
fim de citação. Uma análise profunda
desta afirmação, leva-nos a reflectir
que os três sectores da economia estão
interligados ou seja, nenhum dos sectores é bem sucedido sem o concurso
dos demais.
Senão vejamos: o sector primário (actividades dependentes dos recursos
naturais) fornece matérias-primas ao
sector secundário (actividade transformadora) indústria, que por sua vez
fornece os produtos acabados ao sector terciário (actividade de comércio e
prestação de serviços) que os fornece
e vende ao consumidor final.
A união faz a força neste caso, desde
que os três sectores estejam em harmonia, isto tem reflexos positivos no
nível de vida dos cidadãos traduzido
em mais campos agrícolas (cultivo de
cereais, legumes e tubérculos), mais
pescas (maior captura de pescado),
mais indústrias transformadoras (mais
postos de trabalho, mais emprego e
mais produtos para a comercialização)
e mais prestação de serviços elevando
o bem-estar das comunidades, porque
melhora a dieta alimentar, aumentam
os empregos nas fábricas, aumenta
o circuito de comercialização entre o
campo e os grandes centros de consumo (as cidades ), aumenta a prestação de serviços de saúde, educação,
fornecimento de energia eléctrica e
água, saneamento básico, para citar
apenas estes.
Se nos ativermos à afirmação do Doutor
Agostinho Neto “a agricultura é a base
e a indústria o factor decisivo”, dita no
século passado, hoje em pleno século
XXI, tem um eco maior e aglutinador
pois existem, curiosamente os Ministério da Agricultura, Desenvolvimento
Rural e Pescas e Ministério da Geologia e Minas e da Indústria, no leque de
ministérios que compõem o governo de
Angola, e não acreditamos tratar-se de
um mero acaso, mas sim a reafirmação da simbiose entre dois elementos
fundamentais do sector primário por
um lado: agricultura e pescas, e por
outro, o elemento do sector secundário: a indústria.
Vale referir que o sector primário, dada
a especificidade da sua actividade,
emprega trabalhadores não muito qua-
lificados e com salários relativamente
baixos; ao passo que o sector secundário exige trabalhadores mais qualificados o que lhes permite manejar a
tecnologia de ponta instalada nas indústrias siderúrgicas, têxteis e alimentares, enquanto que o sector terciário,
esse sim é mais exigente no tocante
à qualificação profissional e nível de
formação académica não apenas por
estarmos na era da globalização, mas
também pela sensibilidade das áreas
em que actua tais como agências de
seguros, bancos, instituições de investimentos, transportes aéreos, marítimos, rodoviários e ferroviários.
Usando uma analogia, comparamos
a união dos sectores da economia ao
funcionamento do corpo humano, em
que se verifica um completo entrosamento entre todos os membros/elementos que o integram, trabalhando
para um bem comum, a sustentabilidade da pessoa como um todo.
Transportando a importância do tema
para o nosso dia-a-dia, na empresa, na
família ou em qualquer outra organização de que façamos parte, independentemente da “hierarquia” que possa
existir, devemos nos unir sem preconceito do nosso grau “hierárquico” para
desenvolver e alcançar os objectivos
previamente estabelecidos.
PERFIL
Orgulho nacional
walter rubEn faustino
F
az três a quatro horas de treino
por dia. Os seus adversários fazem
o dobro do treino, reconhece o
lutador que divide o dia a dia entre a
actividade profissional e a desportiva
de “alta competição”. Walter Faustino
é campeão mundial de Jiu-Jitsu Brasileiro, ao serviço no clube Z1 Academy
de Luanda, e tem alcançado importantes vitórias nas participações desportivas onde marca presença. O atleta
suporta este sacrifício todos os dias
graças ao apoio que tem tido da sua
família, do mestre e dos colegas da sua
equipa que estão sempre presentes
para darem um apoio adicional que o
permite ultrapassar as adversidades.
Para Walter Faustino, na preparação
não existem diferenças nos treinos
entre ele e os colegas. Mas existe sempre um outro pormenor que diferencia
um campeão mundial dos demais atletas, confessa. Treinam todos ao mesmo
34
• Março 2013 - Nº29
nível, mas para além disso, todos os
dias fazem apontamentos auto-críticos à sua preparação, e com a ajuda
dos colegas e do mestre que o treina,
faz a diferença.
Walter Faustino sagrou-se campeão
mundial de Jiu-Jitsu brasileiro, no campeonato que decorreu em Abril do
ano passado no Dubai (Emirados Árabes Unidos), local onde se disputam
todas as competições mundiais, por
ser onde está localizada a Federação
Internacional da modalidade. A vida
do lutador, pouco ou nada mudou em
termos de rotina. O lutador angolano
vai defender o seu título este ano no
mesmo local onde obteve a sua consagração, em data ainda por determinar.
Desde a sua consagração continua o
mesmo de sempre: humilde e respeitador. Fruto disso, o lutador ganhou o
reconhecimento da sociedade e um
patrocinador oficial.
Faustino conta com o apoio e patrocínio da Sonangol. Para além da carreira desportiva de grande sucesso,
Walter veste a camisola da empresa,
uma vez que o também engenheiro de
mecânica é quadro na Sonangol Investimentos Industriais.
Recorde-se que o campeão mundial
iniciou a sua carreira na “Aliança do
Tatame”, onde fez formação durante os
primeiros três anos, tendo como treinador o mestre Yuri Alexandre e Osvaldo
da Silva como companheiro de luta.
O atleta transferiu-se depois para a
“Z1 Academy” do mestre Sérgio Lopes,
que tem como lema “uma escola de
valores e uma oficina de campeões”.
Um deles é Walter Faustino, que começou no Judo, fez Jiu-Jitsu para complementar a sua formação em lutas,
e acabou por ficar. Hoje é campeão
mundial da modalidade.
35
Perfil
•Nome: Walter Ruben Faustino
•Data de Nascimento: 11/10/87
•Estado Civil: Solteiro
•Naturalidade: Luanda
•Função: Engenheiro
electrotécnico
•Signo: Balança
•Altura: 1,86m
•Bebida: água, sumos
•Desejo: Ser feliz
•Desporto: JIu-Jitsu brasileiro
•Nível académico: Técnico
superior
•Peso: 78 kg
•Prato preferido: Mufete
•Música: Hip Hop underground
•Fuma: Não
•Carro: Não tem
•Hobby: Ouvir música e
actividades físicas
DESPORTO
EQUIPAS NO GIRABOLA
Futebol nacional
já arrancou
Kabuscorp
Interclube
1º de Agosto
Bravos do Maquis
Desportivo da Huíla
Benfica de Luanda
Petro de Luanda
D
epois do final da Taça das
Nações Africanas, viveu-se o
arranque oficial da época desportiva futebolística em Angola.
Por um lado, iniciou-se o campeonato
nacional de futebol, o Girabola 2013,
com a entrada em campo das 16 equipas à procura de se sagrarem campeãs.
À quarta jornada era o Kabuscorp que
liderava destacado a tabela.
No pódio dos três melhores marcadores
da prova estavam Meyong do Kabuscorp,
Moco do Interclub e Yano do Progresso.
Estas são apenas algumas curiosidades
de começo de época porque ainda muita
bola vai rolar nos relvados nacionais.
Sagrada Esperança
1º de Maio
Santos FC
Recreativo da Caála
Progresso
Porcelana
ASA
Recreativo do Libolo
Atlético do Namibe
MELHORES MARCADORES
Meyong
Petro de luanda arrecada super taça
Moco
Por outro lado, aconteceu também a Supertaça em futebol, prova que
marca a abertura da época futebolística 2013 e que foi conquistada
pelo Petro de Luanda que ganhou assim o primeiro troféu da época
2013, ao empatar, no Kwanza Sul, diante do Recreativo do Libolo (1-1)
na segunda mão da competição. Os “petrolíferos” beneficiaram da
vitória (1-0) alcançada no jogo da primeira mão em Luanda. O golo
do Libolo foi apontado por Dário aos 63 minutos, Job empatou aos 87.
Yano
Petro de Luanda, plantel para 2013
Com Flávio como principal referência, o Petro de Luanda apresentou o
plantel para a temporada 2013 no campo do Catetão, em Luanda. Além
do antigo avançado do Lierce da Bélgica, os “petrolíferos” reforçaram-se com Bua (ex-1º de Agosto), Isaac (Progresso do Sambizanga), Nari
(Interclube), Borges (Kabuscorp do Palanca), Benjamin (Ashanti Kotoko
do Ghana). Seis juniores ascenderam ao escalão principal, nomeadamente Lumeca, Abdul, Filhão, Edie, Diógenes e Mig. Durante o ano de
2013, o Petro de Luanda estará em várias frentes, nomeadamente no
Campeonato Nacional (Girabola), na Taça de Angola e na Taça CAF.
36
• Março 2013 - Nº29
Rola Angola 2013
A
ngola irá receber o Mundial de
Hóquei em Patins, que decorre
de 20 a 28 de Setembro, nas
cidades de Luanda e Namibe.
Um evento que promete atrair os olhos
do mundo para o nosso país. Na cerimónia oficial de apresentação do Mundial, que decorreu no mês de Fevereiro,
estiveram presentes os responsáveis do
Comité Internacional de Rink Hockey
(CIRH), membros do Executivo, deputados e dirigentes desportivos.
Gonçalves Muandumba, que é também
coordenador do comité organizador,
disse que Angola tem uma trajectória
de realização de acontecimentos des-
portivos que a todos orgulha. O ministro
da Juventude e Desportos, Gonçalves
Muandumba, garantiu que o Executivo
tudo vai fazer para prestigiar a modalidade, o país e o continente, no Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins.
O comité interministerial de organização e realização do campeonato, criado
por Decreto Presidencial, tem respondido com eficácia às suas competências.
“O Executivo garante as condições organizativas ideais para a realização de um
campeonato de excelência, proporcionando aos participantes infra-estruturas
modernas, transportes, acomodação,
alimentação, segurança e assistên-
cia médica condigna para que seja um
sucesso”, garantiu. Harros Strucksberg,
presidente do Comité Internacional de
Rink Hockey disse que o dia de apresentação do Mundial vai ficar na história, porque marca o lançamento do
primeiro que África vai realizar. Disse
que ficou impressionado com o nível
da organização.
Durante a cerimónia foi igualmente apresentada a mascote da prova, ainda sem
nome. Com o nome por definir em concurso público, a mascote da competição
é de cor amarela com vivos vermelhos,
criada exclusivamente para simbolizar e
divulgar a tradição e cultura nacional.
DESPORTO
37
DESPORTO
Da terra ao mar Sonangol
apoia desporto nacional
O
apoio à actividade desportiva
nacional constitui uma das acções
de grande visibilidade da Sonangol no contexto da sua responsabilidade
social, cujos resultados têm dado muitas alegrias à empresa e aos beneficiários desse investimento, em particular,
e ao país de um modo geral.
E quão gratificante é ver esse esforço
reconhecido, mesmo que através de
gestos simbólicos. É o caso da entrega,
pelo Presidente do Atlético Petróleos de
Luanda, Mateus de Brito, ao Presidente do
Conselho de Administração da Sonangol
E.P., Francisco de Lemos José Maria, da
Taça de Angola (edição 2012) conquistada pela equipa de futebol dos petróleos. Refira-se que o Petro de Luanda é
actualmente a equipa de futebol com
38
• Março 2013 - Nº29
mais Taças de Angola na sua galeria, ou
seja, nove (9).
No decorrer da cerimónia recentemente
realizada em Luanda, Francisco Maria apelou à direcção e aos jogadores do Petro a
darem cada vez mais orgulho à Sonangol, principal patrocinador da formação
petrolífera, tendo manifestado votos de
que a equipa possa ganhar muitos mais
troféus. “Queremos que o Petro continue a proporcionar-nos bastantes alegrias e também qualidade desportiva
em todas as modalidades nas quais o
clube está inserido”, sublinhou o Presidente do Conselho de Administração da
empresa que é a principal patrocinadora
do Petro de Luanda.
Mas o reconhecimento pelo apoio que
a Sonangol tem prestado ao desporto
não veio apenas do futebol, modalidade
praticada em terra. Tal como a sua actividade petrolífera abrange áreas onshore
e offshore, a sua responsabilidade social
também beneficia modalidades desportivas ligadas ao mar. É o caso, por exemplo,
da Pesca Desportiva. E foi nesse âmbito
que no dia 25 de Fevereiro, por ocasião
dos 37 anos da Sonangol, o PCA congratulou-se com a recepção de uma outra
taça, desta feita entregue pelo Presidente da Federação Angolana de Pesca
Desportiva, Fernando Santos.
Em suma, duas taças, dois momentos,
uma só essência: a grande dimensão da
política de responsabilidade social da
Sonangol que continuará a dar, com toda
a certeza, muitas alegrias e, tratando-se
de desporto, também muitos troféus.
39
Cultura
"Os empresário devem
investir na literatura”
A União dos Escritores Angolanos está preocupada
com a falta de interesse das pessoas pelos livros.
Carmo Neto aponta soluções.
Ângela Correia (Texto)
Malocha (Fotos)
A
falta de interesse das pessoas
pelos livros tem causado bastante preocupação ao secretário-geral da União dos Escritores Angolanos
(UEA), Carmo Neto, que disse que uma
das grandes problemáticas da União
é a difusão dos livros em Angola.
Em entrevista prestada à nossa revista o
secretário garantiu que o objectivo principal é continuar a promover e divulgar
a cultura angolana.
"A União dos Escritores Angolanos é
uma associação criada com o propósito de divulgar a cultura angolana e não
só. Queremos dar a conhecer e mostar
o que há de literário no nosso país", destacou.
O secretário explicou que antes do surgimento da União eram jovens que, na
época, formavam grupos de amigos
40
• Março 2013 - Nº29
para falar sobre literatura e daí, surgiu a
necessidade de se criar uma associação,
o que se fez naquela altura". Era um
momento promissor e foi então que fizemos a edição de dez mil exemplares de
livros de poesia. Nesta época éramos nós
a suportar as despesas da União, hoje
temos uma verba pendente do Ministério da Cultura para gerir as suas necessidades”, referiu.
De acordo com Carmo Neto, não basta
apenas a escrita, havendo também a
necessidade do gosto pela leitura. "Se o
livro não é divulgado ou promovido não
há como chegar aos leitores", afirmou.
Aquele responsável disse ainda que os
pais devem incentivar mais os seus filhos
à leitura. “Seria bom se as crianças em
casa, nas escolas ou creches fossem
incentivadas a praticar a leitura porque
quem muito lê, escreve melhor. Hoje
vemos crianças sem nenhum interesse
pela leitura e isso tem nos preocupado
muito. Não bastam apenas campos de
futebol, ainda existem poucas bibliotecas cá em Angola”.
O secretário esclareceu que um dos objectivos da União é internacionalizar os livros
dos seus membros e não membros.
“Temos obras já traduzidas nas principais
línguas do mundo como inglês, árabe,
francês, italiano, japonês e estamos a
negociar em chinês, queremos mostrar
ao mundo que somos capazes de o fazer
e que também temos cultura e literatura
e bons escritores”, afirmou a propósito.
O responsável garantiu que a participação de Angola em vários eventos internacionais ajudou a literatura angolana a
atingir outros patamares.
41
Carmo Neto falou da participação de
Angola em vários eventos internacionais,
como a feira de Havana, em Cuba, a feira
do livro em Jerusalém (Israel). Acrescentou que um dos livros de Manuel Rui está
traduzido em várias línguas, e que estão a
ser criadas condições para que se possa
comemorar condi­gnamente o quinquagésimo aniversário da primeira edição
do livro de Luandino Vieira “Luanda”.
Realçou também que os empresários
angolanos devem investir mais na literatura e não apenas na música ou em
outras áreas. "A leitura é a chave para
qualquer sucesso, o livro é o mestre
mudo, uma sociedade é bem constituída com bons leitores”, argumentou.
De lembrar que a União dos Escritores
Angolanos foi fundada em 1975, um mês
após a independência de Angola, e tem
inscritos 120 escritores.
CULTURA
Zona interdita a pré-conceitos
Seis artistas angolanos partilham com o público português a sua visão sobre a nova vida
de Angola, sem esquecer o passado.
Museu Colecção Berardo (Fotos)
P
aulo Kapela, (o 'kota', nascido em
1947), Kiluanji Kia Henda, Nástio
Mosquito, Edson Chagas, e Yonamine (a nova geração, nascida após a
Independência) são os seis artistas angolanos que integram a exposição "No Fly
Zone. Unlimited Mileage", patente até 31
de Março no Museu Berardo, no Centro
Cultural de Belém, em Lisboa, Portugal. Entre instalação, fotografia e vídeo,
os seis pretendem reflectir, a partir das
suas obras e das memórias pessoais e
colectivas, sobre África e Angola.
A exposição conta com a curadoria de
Fernando Alvim para quem este evento
marca a “desconstrução do preconceito
contra Angola e os angolanos” através da
forma livre e sem preconceitos com que
os jovens artistas retratam a realidade
do país. O conjunto de artistas “aborda
o nosso referencial artístico sem renegar o passado, porque a nova geração
tem grande necessidade de conhecer
a história de Angola”, admite o curador.
Lugar do artista
Actualmente, a braços também com a
terceira Trienal de Luanda 2013, a exposição de Lisboa acaba por funcionar
como uma ante-câmara da mostra que
Fernando Alvim está a coordenar para
acontecer entre Novembro e Dezembro
deste ano, em Luanda.
Esta primeira abordagem pode considerar-se como auspiciosa tendo em
conta o “sucesso mediático e de público”,
segundo a organização, que a exposição tem alcançado junto dos visitantes portugueses.
Para Pedro Lapa, Director Artístico do
Museu Colecção Berardo, a exposição
“ não é só sinal de uma nova vida que
Angola experimenta depois da descolonização e da guerra, como define um
posicionamento num quadro problematizado sobre as heranças culturais
e a sua redefinição, as migrações dos
conflitos e o seu feedback, o lugar do
artista e da sua produção num mundo
que continuamente extravasa os limites do seu conhecimento e reconhecimento e se experimenta, agora por estes
novos protagonistas”.
Assim, “No Fly Zone” aparece como um
espaço aberto à reflexão, sem interdições, pilotado por artistas contemporâneos de uma Angola em expansão e
que, cada vez mais, incita a curiosidade
a norte do Equador.
Dito e escrito na imprensa Estrangeira:
- “No Fly Zone, a espantosa exposição da nova geração angolana no Museu Berardo, em Lisboa, mostra-os a observar
como nós os vemos. Sem paternalismos, de forma acutilante
e com humor. Amigos, mas não como dantes.”, Jornal Sol
- “Seis artistas angolanos tentam evitar 'amnésia coletiva'”,
Diário de Notícias
- “É a primeira vez que uma colectiva de arte contemporânea angolana é exibida em Lisboa. A proposta foi refletir
sobre o pós-colonialismo e as alterações às coordenadas
tradicionais do país onde nasceram os artistas. No Fly Zone
é uma plataforma de diálogo (...) Pretende inverter poderes
e preconceitos”, RTP
- “A visão artística desta nova geração angolana é sempre
apresentada em contraste com o preconceito e a generalização ocidental.”, Jornal i
42
• Março 2013 - Nº29
43
1 2
3
A Sonangol Notícias acompanha os leitores numa visita
guiada à exposição “No Fly Zone” mostrando as obras
em exibição acompanhadas das palavras dos curadores
do certame.
Yonamine remete-nos para a história europeia e mundial: a
partir do indivíduo, o artista trabalha o arquivo da memória,
entendido como um espaço onde a memória é construída
de vivências particulares. (Imagem 1)
Paulo Kapela, reproduz numa espécie de altar, a história
recente angolana, particularmente a da cidade de Luanda,
recorrendo a recortes de jornais, desenhos, objectos encontrados e textos, num processo contínuo de fixação da memória
e de exorcismo do passado. (Imagem 2)
4
Edson Chagas retira do contexto antropológico as máscaras
africanas e atribui-lhes uma identidade actual. (Imagem 3)
Hyrcan, na obra “Thirteen Hours (2011)”, confere às galinhas
características humanas e papéis sociais. (Imagem 4)
Nástio Mosquito, em “My African Mind (2009)”, “desconstrói
o discurso ocidental sobre África, na tentativa de questionar como África é retirada da modernidade, como o negro é
transformado em monstro. (Imagem 5)
5
Kiluanji Kia Henda, na série fotográfica “homem novo”, analisa
a relação de Luanda com o seu passado colonial, através
dos pedestais hoje vazios de estátuas e ocupados por figuras que fazem parte da história contemporânea da cidade.
(Imagem 6)
6
cultura
Moda Angolana
ao mais alto nível
A
moda angolana desfilou em
grande estilo na passadeira vermelha da cerimónia dos Óscares
2013. A estilista angolana Nadir
Tatu foi convidada para vestir a jovem
congolesa democrática Rachel Mwanza.
O vestido, feito durante um fim-de-semana, em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi exibido
para todo o mundo na 85ª edição dos
Óscares.
De acordo com a criadora de moda,
Rachel Mwanza escolheu aquele vestido de dois modelos que Nadir Tati confeccionou para o evento. “Foi a Rachel
quem escolheu. Foram feitos dois e
ela escolheu o vermelho. O vestido foi
44
• Março 2013 - Nº29
feito a pensar no Congo e na idade da
jovem!”. Sobre a ida de Rachel Mwanza,
de 15 anos, aos Óscares, Nadir classifica como “extremamente importante
para o continente africano”. Com efeito,
Rachel Mwanza é a mais nova revelação
do cinema africano. A actriz do filme
“Rebelle (War Witch)”, que retrata a
vida de uma mulher que sobrevive a
um conflito armado, foi descoberta
nas ruas de Kinshasa. Durante anos,
Rachel, que foi abandonada pelos pais,
era uma menina de rua. A sua participação num documentário sobre as
crianças de rua, chamou a atenção do
realizador Kim Nguyen e foi escolhida
para trabalhar como actriz na produção.
O seu desempenho no filme “Rebelle”
permitiu-lhe ser nomeada para Melhor
Actriz em diversos festivais de cinema
como os prestigiados Festivais de Berlim (Alemanha), Tribeca (Estados Unidos) e Vancouver (Canadá).
Quanto à “nossa” Nadir Tati, nasceu a
2 de Setembro de 1974, em Luanda e é
mãe de dois filhos. Foi vencedora três
vezes do Moda Luanda, como melhor
criadora de moda e, por duas vezes,
venceu o Divas Angola, na categoria de
Diva da Moda. Actualmente, é a grande
referência da moda angolana e presença
assídua em semanas de moda internacionais como a da África do Sul, Tânzania, Nigéria e Nova Iorque.
Prémio Sonangol Revelação
A
cerimónia de entrega do Prémio Literário Sonangol Revelação teve lugar no dia 25 de
Fevereiro, durante a conferência de imprensa realizada por ocasião do
37º aniversário da Sonangol .
“Contos do Céu e da Terra” do escritor
Victor Amorim Guerra foi a obra escolhida por unanimidade pelo júri do concurso que decidiu atribuir o prémio a
uma obra de ficção, por se tratar de um
registo ficcional de acontecimentos que
terão eventualmente ocorrido no país.
O autor apontou a vivência do povo angolano como grande inspiração para a produção da obra agora premiada. Victor
Amorim Guerra retratou os aspectos ligados ao conflito militar que o país viveu,
descrevendo as grandes deslocações de
populações de uma cidade para outra,
bem como assuntos ligados à feitiçaria e ao garimpo de diamantes no leste
de Angola.
Segundo a apreciação do júri, o trabalho
de Victor Amorim Guerra “combina com
mestria a dimensão estética e a dimensão sociocultural, ambas bem escritas”.
Muito “satisfeito pela atribuição do prémio”, Victor Amorim Guerra agradeceu à
Sonangol pela realização do concurso.
O autor defendeu ainda que o concurso
é uma mais-valia para que surjam novos
valores no campo literário angolano.
Recorde-se que o prémio, de periodicidade bienal, foi instituído pela Sonnagol
E.P., e contou com o apoio da União dos
Escritores Angolanos (UEA). Trata-se de
um concurso literário exclusivamente
destinado a jovens escritores angolanos,
aplicável a todos os concorrentes nacionais que residam em território angolano
e visa distinguir qualitativamente obras
literárias ou de investigação, de escritores
angolanos sem qualquer obra publicada.
Quanto ao género literário, as obras
submetidas a concurso podem compreender todos os géneros literários,
sendo igualmente considerados todos
os trabalhos científicos ou de ensaios
em língua portuguesa, que se refiram
aos factos e acontecimentos ou per-
sonalidades, ocorridos ou relacionados com Angola. O júri foi composto
por cinco membros, dois nomeados
pela UEA, um nomeado pelo Ministério da Cultura, outro designado pelo
Ministério da Educação e um indicado
pela Sonangol.
Literatura
45
SOCIEDADE
Vaumara Rebelo,
Miss Angola 2013
A jovem Vaumara Rebelo será a representante de Angola na 62ª edição do Concurso Miss Universo
e promete lutar para alcançar um resultado feliz no evento internacional.
N
ascida na província de Luanda
aos 23 de Agosto de 1991, Vaumara Patrícia Carriço Rebelo é
uma jovem estudante que com garra,
dedicação, e disciplina, experimentou a recompensa do trabalho árduo.
A jovem teve a oportunidade de desfilar em grandes eventos internacionais
de moda, o que lhe permitiu ganhar
46
• Março 2013 - Nº29
experiência num mundo muito competitivo. Galardoada Miss Angola USA
2012, Vaumara Rebelo foi a favorita
pelos júris e pela votação pública.
A estudante do terceiro ano de Gestão de Empresas e Economia, no Miami
Dade College, nos Estados Unidos da
América, é a actual Miss Angola 2013.
A jovem prossegue a sua jornada pro-
fissional com dinamismo e pretende
dar "enorme foco na comunicação e
integração juvenil rumo a uma sociedade produtiva e bem sucedida".
Também escritora, Vaumara Rebelo vai
participar na 62ª edição do Concurso
Miss Universo. A jovem promete lutar
para obter mais um grande sucesso na
sua vida. Boa sorte!
47
LEILA LOPES
Leila Lopes é, até ao momento, o nome maior quando falamos no concurso Miss Angola. A jovem de
Benguela atingiu um patamar nunca antes alcançado quando venceu a coroa da mais bela do universo. Em Novembro de 2011 fez uma visita triunfal a Angola, onde desfilou pelas ruas entre o povo, e foi
recebida pelo presidente José Eduardo dos Santos. Em relação ao título e ao seu país, declarou: "Ser
Miss Universo é muito mais do que uma coroa e uma faixa. Para mim, é um orgulho e um compromisso
pessoal de servir o meu país e todas as mulheres como embaixadora no mundo."
Durante o seu reinado e cumprindo suas obrigações de Miss Universo, Leila visitou inúmeros países como
Singapura, Indonésia, África do Sul, onde contactou e prestou solidariedade à instituição de caridade
e amparo a crianças carecidas Thuthuzela Orphanage. Na República Dominicana visitou a Operation
Smile, uma instituição norte-americana sem fins lucrativos dedicada a tratar de crianças pobres com
malformações congénitas. Leila Lopes esteve no Rio de Janeiro, onde participou na Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, na qualidade de Embaixadora da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).
TURISMO E LAZER
No coração do planalto central
A natureza generosa, as lendas dos povos antigos, a história registada nos museus,
ruínas, estátuas e túmulos conferem ao Huambo uma mão cheia de atractivos históricos,
de grande riqueza antropológica e cultural.
48
• Março 2013 - Nº29
49
A
província do Huambo e seus grandiosos planaltos está situada no
centro-sul de Angola. A natureza
foi generosa com esta região repleta de
diversas florestas, montanhas e paisagens que fascinam todos que a visitam. É também aqui, nas terras altas do
planalto central, que nascem a maioria
dos rios de Angola e correm, depois, em
várias direcções diferentes sendo fonte
de vida numa vasta área do continente.
A capital da província, a cidade do
Huambo, destaca-se pelos seus edifícios históricos e jardins, tendo sido
considerada uma das cidades mais
bonitas de Angola. Apesar dos efeitos da guerra ainda serem visíveis na
cidade, tem sido realizada uma notável obra no sentido da reabilitação de
grande parte dos seus edifícios e vias.
São inúmeros os pontos de interesse
histórico para serem visitados com
destaque para o Forte da Quissala e os
museus reestruturados com a recolha de
peças pilhadas durante a guerra. Pode-se também visitar o Campo de Tourada
de Gandavila, um dos poucos sobreviventes da actividade em Angola.
Riqueza cultural
Em termos culturais a província é
também dotada de grande riqueza.
O “Olundongo”, por exemplo, ocupa
lugar de destaque em manifestações
culturais do povo ovimbundo do
planalto central. “Olundongo” é um
ritual que tem sentido cultural e serve
para agradecer a Deus pelos bons
resultados das colheitas agrícolas.
Essas manifestações são realizadas
no tempo seco, depois das colheitas
agrícolas, pois, na época chuvosa, os
membros das comunidades sofrem,
passam fome e têm um trabalho árduo
nas lavouras.
Quando chegam ao cacimbo realizam
“olundongo”. Fazem parte da cerimónia
os membros da comunidade, das
aldeias e bairros vizinhos que, em
pleno dia, festejam a dançar, bebendo
kassongueno (aguardente), kissangua,
vinho e whisky com comidas típicas.
A gastronomia da região também é
merecedora de uma palavra. Entre
os pratos típicos encontra-se o pirão
de milho acompanhado de verduras,
cogumelos frescos e secos e peixes do
rio (cacusso e bagre).
A montanha mais alta
Começámos por enunciar que a natureza
foi generosa com esta província, e de
facto, com 2620 metros de altitude,
o Monte Moco é a montanha mais
alta de Angola e um dos ex-libris
da província. Constituído por vales
escarpados e húmidos, o Monte
Moco é refúgio dos maiores e mais
importantes fragmentos de floresta de
montanha de Angola. Uma caminhada
no Monte Moco oferece ao visitante
vistas espectaculares sobre as pla­
nícies e os maciços de montanhas
mais distantes. É também um óptimo
lugar para avistar aves e fauna muita
diversa.
Se aceitar esta proposta de destino
de viagem para passar alguns dias
na cidade alta, anote na sua agenda
a data em que se celebram as Festas
da cidade: dia 21 de Setembro. Um
pretexto para ir conhecer melhor as
belezas do planalto central.
TURISMO E LAZER
Ekuikui I
A mais recente unidade hoteleira
O vasto potencial turístico da província começa a ser aproveitado e promete proporcionar os melhores momentos
de lazer para todos os gostos. Exemplo disso mesmo é
o recém-inaugurado hotel de quatro estrelas “Ekuikui I”.
Com um elevado nível de qualidade, exclusividade e luxo, este
hotel foi pensado para o turismo de negócios. O moderno
hotel pertence ao grupo Opaia e possui uma vasta gama de
serviços a pensar no bem-estar do consumidor e totalmente
voltado para a sustentabilidade e para a eco-consciência.
Uma unidade que veio, sem dúvida, engrandecer o portfólio
de alojamento de alta qualidade na província do Huambo.
A não perder:
- Admire as inúmeras estátuas que se encontram nas diferentes praças e jardins na capital Huambo.
- Museu Antropológico Municipal, possui um vasto acervo
museológico dividido em secções de etnografia, quadros
e fotografias.
- Museu Regional do Huambo, possui cerca de três mil peças
de artes sacras e botânicas, antropomórficas, zoomórficas,
etnográficas, arqueológicas, foto gravuras e obras de pintura,
das quais algumas estão expostas aos visitantes e outras
em depósito.
- Túmulo do rei Ekuikui, situado no Morro de Santo António
do Bailundo.
- Parque Natural da Estufa-fria, visite a sua rica fauna e exuberante flora.
- Caminhe no Monte Moco, a montanha mais alta de Angola,
e admire a beleza de uma paisagem única.
50
• Março 2013 - Nº29
51

Documentos relacionados