Nesta corrida todo mundo ganha.

Transcrição

Nesta corrida todo mundo ganha.
ESTADO DE MINAS ●
Q U I N TA - F E I R A , 3 0 D E N O V E M B R O D E 2 0 0 6 ● E D I T O R : J o ã o P a u l o C u n h a ● E D I T O R A - A S S I S T E N T E : Â n g e l a F a r i a ● E - M A I L : c u l t u r a . e m @ u a i . c o m . b r ● T E L E F O N E : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 1 2 6
FESTIVAL DE
BRASÍLIA
EM
Trem das
★
O cineasta Helvécio
Ratton ganhou o
prêmio de melhor
diretor com o filme
‘Batismo de sangue’
PÁGINA 10
PAULO DE ARAÚJO/CB
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MARIA TEREZA CORREIA/EM
CORES
LÔ BORGES LANÇA DISCO DE INÉDITAS CADA VEZ
MAIS PRÓXIMO DA NOVA SONORIDADE DO POP
EDUARDO TRISTÃO GIRÃO
E o trem segue viagem. Só que agora não é somente azul. Traz consigo novos vagões,
de várias cores. O cantor e compositor belo-horiontino Lô Borges está tirando do forno Bhanda, 11º disco de sua trajetória, que chega às lojas no final da semana que vem.
Acompanhado por músicos mais jovens, ele apresenta músicas feitas em parceria
com o irmão Márcio, Chico Amaral e César Maurício, representantes de gerações e
estéticas diferentes. As letras estão mais diretas e o som mais moderno. Além dos
Beatles e da velha-guarda da MPB, Lô anda ouvindo, entre outros, O Rappa, Radiocarreira. Quer se dedicar mais ao trabalho de compositor, lançar mais discos e, acima de tudo, fazer música nova, sem cheiro de mofo.
O
trem estava lento.
Afinal, de 1984
(quando lançou Sonho real) para cá, Lô
Borges lançou apenas três discos de
músicas inéditas
(Meu filme, de 1996, e
Um dia e meio, de
2003, são os outros),
além de um ao vivo
(Solo, de 1987) e outro de regravações
(Feira moderna, de
2001). “A coisa mais correta que fiz foi dar
uma parada depois dos discos do tênis e
Clube da Esquina, em 1972, e só gravar
seis anos depois, pois não tinha maturidade para fazer um disco a cada um ou
dois anos naquele momento. Hoje, minha produção musical aumentou significativamente. Tanto que, além desse novo disco, já estou com oito ou 10 músicas
pré-produzidas. Tenho convicção de que
até 2010 dá para lançar mais dois discos.
Repertório é o que não falta. Atualmente,
o pique de compor é parecido com o dos
anos 70”, garante.
O artista deve parte de seu novo fôlego
à turma que o acompanha em Bhanda.
Do grupo Radar Tantã vieram Barral (baixo e sintetizadores) e Victor Mazarelo (teclado) – o baterista e percussionista Robinson Matos, antes de integrar a atual
banda de Lô Borges, também participou
do Radar Tantã, que atualmente está desativado. Completa o time o guitarrista
Giuliano Fernandes, principal colaborador do álbum anterior, Um dia e meio. César Maurício, vocalista do Radar (e do Virna Lisi também) colabora como compositor em Bhanda, assinando as faixas Bicho
de plástico e Pode esquecer (com Barral).
“É engraçado como a música promove
encontros inusitados. Já li uma declaração
do César em que ele dizia não gostar muito do que o Clube da Esquina fez. Acho
normal. Se um dia ele se manifestou dessa forma, não significa que alguns anos
depois não possa trabalhar com o cara cuja música acho desinteressante um dia.
Teria motivos para não me aproximar dele; no entanto, me aproximei. Pode esque-
cer é um clássico que tem a atmosfera das
bandas de Belo Horizonte que não foram
para frente. Um cenário pré-Clube da Esquina pouquíssimo conhecido. Esse disco soou para mim como algo que eu quisesse fazer há muito tempo”, lembra.
Lô dedica o novo trabalho às bandas
desse período, que permanecem de certa
forma esquecidas graças à magnitude do
movimento que ele e Milton Nascimento
fundaram em 1972, ao lançar o disco Clube da Esquina. Jungle Cats, Wood Faces,
Vox Populi, Les Renards e Brucutus são algumas delas – Beto Guedes, por exemplo,
participou das duas últimas antes de ser
famoso. “Se o Milton não tivesse me abduzido para fazer aquela coisa genial que
a gente fez, talvez tivesse formado uma
banda e seguisse uma carreira”. Se esse
disco poderia ter sido feito antes de Clube
da Esquina? “Teria encaixado perfeitamente nessa história. Mas tem muitos
elementos harmônicos que eu seria muito novo para encontrar. Mas, antes de Clube da Esquina eu sonhei com um som parecido com o desse disco”.
Lô Borges destaca que o processo de
produção mais relaxado foi um dos fatores que mais lhe agradaram em Bhanda – o que, certamente, influiu no resultado sonoro. As músicas foram feitas
em encontros mensais, sem que cada
um dos integrantes precisasse interromper totalmente outras atividades
para se dedicar a Bhanda. “Para conseguir uma unidade nesse trabalho, foi difícil. Talvez se eu fosse iniciante, saísse
um Frankenstein. Mas não é o caso. Estou buscando misturar o conteúdo do
que produzo musicalmente com elementos mais modernos, eletrônicos.
Priorizar um pouco mais os arranjos e
trazer uma coisa um pouco mais pesada e menos intimista, menos soft, com
as coisas mais na cara. Na minha cabeça,
sempre fui um band leader, só que minha banda se chama Lô Borges”, define.
Continuam na geladeira projetos de
discos com Samuel Rosa e com orquestra
de câmara. A turnê de Bhanda deve começar em janeiro, em São Paulo. Belo Horizonte deverá assistir ao novo show de Lô
Borges em abril.
Corrida de rua Pontes do Recife
realizada em 2005.
CYAN MAGENTA AMARELO PRETO
head e Coldplay. Com o novo álbum, ele promete inaugurar uma nova fase em sua
Nesta corrida
todo mundo ganha.
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Ninguém acha que eu sou um autor do Clube da
Esquina. Acham que é coisa do Milton Nascimento e eu
sou um convidado. Menos os gringos, que me dão os
créditos que no Brasil não costumam me dar
Lô Borges
CYAN MAGENTA AMARELO PRETO pg.01
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