Sindsep/MA e trabalhadores discutem postura da da Ebserh e

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Sindsep/MA e trabalhadores discutem postura da da Ebserh e
Ano XIV Nº 3039
Quarta, 13 de Abril de 2016
Sindsep/MA e trabalhadores discutem postura da da
Ebserh e escolhem delegado para Plenária Nacional
O Sindsep/MA realizou no último
dia 11, uma Assembleia por Local de
Trabalho na Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh), para
discutir e deliberar sobre a Paralização ou não em Defesa de Melhores condições de Trabalho, contra o
Descumprimento do ACT 2015/2016
e Demora a conclusão das Negociações do ACT 2016/2017; Eleição de
Delegados a Plenária Nacional, conforme a convocação da CONDSEF;
Acúmulo de Cargo; Horário Noturno
Reduzido e Outros.
Durante a Assembleia foi feita a
eleição do delegado que vai participar
da Plenária Nacional da Condsef, que
irá acontecer em Brasília, dias 14 e
15. Foi eleita por aclamação para representar a categoria, a trabalhadora
Fabiane Oliveira da Silva. Amadeus
Cajado Gomes (Secretaria de Assuntos Jurídicos e Institucionais do Sindsep/MA), participará da Plenária no
lugar de José Carlos Costa Araújo Júnior (Secretaria de Organização e Política Sindical), que é Delegado Nato,
e por questões pessoais, não poderá
estar presente na atividade.
Durante a reunião, os trabalhadores e o Sindsep/MA resolveram
aguardar as deliberações da Plenária
Nacional, para assim, organizarem as
manifestações no Maranhão. “Se for
necessário iremos realizar uma paralisação de manifestação em repúdio
à postura adotada pela Ebserh. Os
trabalhadores estão fartos desses desencontros nos discursos da Empresa.
Ou a Ebserh senta para negociar, ou
iremos partir para as mobilizações de
paralisações da categoria ”, afirmou
Raimundo Pereira de Souza, presidente do Sindsep/MA.
No último dia 05 de abril, os trabalhadores da Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (EBSERH),
reuniram-se para discutir a construção do Acordo Coletivo de Trabalho
de 2016/2017; as pendências locais; e
a Assembleia para a escolha de delegados à Plenária Nacional da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
Na ocasião já havia sido debatido este tratamento dúbio da empresa
com relação à elaboração do ACT
2016/2017, que está atrasado, visto
que a data-base da categoria é em
março.
Para embaraçar ainda mais a situação, a Empresa resolveu adiar a última reunião de construção do Acordo, marcada para os dia 5, 6, 7 e 8 de
abril. Essa posição causou descontentamento entre os trabalhadores, que
estão estudando um grande processo
de mobilização nacional para pressionar a EBSERH a construir o ACT
2016/2017 de forma mais célere possível.
Plenária Nacional da Condsef
A Plenária Nacional da Confederação vai acontecer amanhã, 14 e
quinta-feira, 15, em Brasília, e terá
como pauta: Informes sobre o ACT
2016/2017; Processo de Negociação
do ACT; Processo de Mobilização
dos Empregados da EBSERH; e encaminhamentos.
A história contada em dias
13 de abril
1919 - Formação do Governo Provisório da República da Coreia; Massacre de
Jallianwala Bagh: tropas britânicas matam cerca de 379 manifestantes desarmados em Amritsar, no norte da Índia;
1 200 ficam feridos;
1941 - Assinado o Pacto de Neutralidade entre a União Soviética e o Japão.
1943 - Segunda Guerra Mundial: é
anunciado a descoberta de valas comuns de prisioneiros de guerra poloneses mortos por forças soviéticas no
Massacre da Floresta de Katyn, resul-
tando em uma crise diplomática entre
o Governo polonês no exílio em Londres e a União Soviética, que nega a
responsabilidade.
1945 - Segunda Guerra Mundial: forças soviéticas e búlgaras capturam
Viena, Áustria.
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13 de Abril de 2016
E o PSDB virou a nova UDN
Por Maurício Moraes (Jornalista)
Nasci nos anos 1980 e cresci em
tempos democráticos. Para minha geração, nunca houve dúvidas de que o
Brasil era uma democracia plena, estável, ainda que adolescente. Golpes
e outras rupturas institucionais eram
temas de aulas de história.
Talvez os mais velhos não estejam
surpresos, mas para minha geração
é espantoso ver tamanha polarização
política. Gente que acreditávamos ser
democrata hoje dispostos a todas as inconsequências para apear do poder um
governo democraticamente eleito.
Dilma Rousseff fez um governo
ruim. Não faltam argumentos para
criticá-la. Por isso quero aqui falar
do papel da oposição, em especial do
PSDB. O atual caos político começou
a ser gestado no dia da reeleição, em
2014, quando no apartamento da irmã
de Aécio Neves, em Belo Horizonte, já
se comemorava a derrota do PT à medida que o candidato tucano se mantinha à frente nas apurações. A virada
nos instantes finais e a vitória de Dilma
por margem estreita fez o PSDB assumir o indigno papel que hoje lhe cabe:
ser a UDN do século 21.
A UDN, União Democrática Nacional, foi o partido da classe média
conservadora fundado nos anos 1940.
Seu líder maior era o jornalista Carlos
Lacerda, um estridente crítico de Getúlio Vargas, então a maior liderança
popular do país. Bom de voto, Getúlio
era o grande mal a ser combatido, o homem que fazia o país afundar no “mar
de lama da corrupção”.
Anticomunista, com discurso liberal e simpática ao capital estrangeiro,
a UDN tentou derrubar Getúlio em
1954. O contragolpe veio com o tiro
no peito dado pelo presidente, que enterrou por ora as pretensões udenistas.
Nos anos seguintes, a UDN cons-
pirou contra Juscelino Kubitschek.Nos
anos 1960, o alvo era Jango. A UDN então convocou uma “marcha da família”
contra a “ameaça vermelha” e apoiou
com entusiasmo o golpe militar para
“limpar o país da corrupção”.
Voltando aos tempos atuais, cinco
dias depois da derrota no segundo turno,
o deputado tucano José Aníbal tuitava
uma declaração de Carlos Lacerda que
resumia a UDN de outrora e o PSDB de
hoje em dia: “Lacerda dizia de Getúlio:
‘Não pode ser candidato. Se for, não pode
ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar’”,
escreveu Aníbal.
Soa familiar e atual?
Em meio a delações da Lava-Jato,
golpes de Eduardo Cunha e todos os capítulos da trama do impeachment, foi o
PSDB que, no dia seguinte ao segundo
turno, já falava em recontar os votos.
Dois meses após a posse de Dilma,
os tucanos já estavam na rua pedindo o
impeachment da presidente, antes mesmo
de ter um fato que motivasse o processo.
Na normalidade, primeiro vem um
crime de responsabilidade e depois um
processo de cassação. No caso de Dilma,
primeiro veio o impeachment e, por mais
de um ano, buscou-se um suposto crime
para derrubá-la.
Aécio e tucanos como o deputado
Carlos Sampaio já não se envergonham
de incorporar o velho espírito udenista. O
PSDB chegou a entrar no TSE para pedir
a extinção do PT. Mais decepcionante é
a velha guarda - como Fernando Henrique, que um dia se acreditou ser estadista
- embarcar na onda.
Pagaria muito para saber o que integrantes da antiga ala do PSDB, como
Franco Montoro ou Mário Covas, falariam do atual momento se estivessem
vivos. Luiz Carlos Bresser-Pereira, que
um dia foi uma das estrelas tucanas,
está hoje ao lado de Dilma e é uma voz
potente contra o impeachment.
Fala-se em declínio do PT, mas
mais flagrante é a decadência do
PSDB. Assim como a velha UDN, os
tucanos partiram para o vale-tudo, sem
pensar no que vem por aí. Se o golpe
contra Dilma se concretizar, o país viverá uma cisão política que levará décadas para ser superada. A imagem do
país será seriamente abalada.O Brasil-país-do-futuro será a sombra de um
passado vergonhoso.
E um impeachment de Dilma poderá causar uma perigosa onda de instabilidade, que será interna (agora pode
derrubar governador que fez pedaladas?), para os próximos governos (Temer acha que conseguirá governar?) e
que poderá afetar toda a América do
Sul (afinal, se no Brasil pode derrubar
governo, pode em qualquer lugar).
Se fosse menos imediatista, menos ressentido e pensasse realmente no
país, o PSDB deveria observar a história, até para salvar a si próprio. Em
1964, a UDN apoiou o golpe militar.
Não demorou muito tempo para os generais colocarem os antigos aliados na
ilegalidade, junto com os comunistas e
todos os outros partidos. Foi o fim.
O PSDB hoje acha que irá faturar
se derrubar Dilma. A realidade é que
os tucanos correm o risco de serem
engolidos pelo PMDB e ganharem as
vaias dos verde-amarelos raivosos que
alimentaram nos últimos tempos.
A julgar pelas pesquisas, podem
ficar até de fora do segundo turno nas
próximas eleições. Mas o pior ainda
está por vir. O partido que um dia quis
representar a modernidade no Brasil
poderá fatalmente passar ao ostracismo da história. E o pior: sob o rótulo
de golpista.
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