usina de novidades

Transcrição

usina de novidades
GENTE >
PÁG. 7
Projeto Afeto na Lata
engaja comunidades
pelo Brasil
EDUCAÇÃO >
PÁG. 12
Conhecimento e
tradição marcam os
70 anos da ETPC
MATÉRIA-PRIMA
Nº27 | ANO 4 | MAIO/ JUNHO 2014 | WWW.CSN.COM.BR
NEGÓCIO
USINA DE
NOVIDADES
Nova fábrica de aços longos da CSN inicia a produção
com foco no mercado de construção civil > PÁG. 4
JORNAL DA CSN
EDITORIAL
FAZEDORES DO AMANHÃ
O caminho do desenvolvimento para o Brasil passa necessariamente pelo fortalecimento do setor industrial, mola propulsora da economia. Do lado do
governo é imprescindível criar as estruturas que permitam a chegada dos investimentos privados. E do lado do empresariado é preciso convicção de que
investir agora no País é apostar no nosso próprio futuro.
Vetor da industrialização brasileira, a CSN continua fazendo sua parte. A nova
fábrica de aços longos, em Volta Redonda, é um marco na nossa história de
73 anos. Essa planta consolida a Companhia como um importante player no
setor de construção civil, no qual já somos reconhecidos por causa do nosso
cimento e do aço plano distribuído em diversas regiões do País. Dessa planta
sairão vergalhões e fio-máquina, diversificando ainda mais nosso portfólio e
fortalecendo nossa produção de longos – setor no qual começamos a operar
em 2011, com a aquisição da Stahlwerk Thüringen, na Alemanha.
A nova fábrica simboliza a crença que temos no País. Já foram criados 400
empregos em Volta Redonda e outros 250 virão nos próximos meses. Isso sem
falar dos postos de trabalho indiretos que a unidade está gerando. Estamos olhando para frente com confiança, sempre apostando no Brasil, com a certeza de
que o futuro reconhecerá os que assim se posicionam.
Benjamin Steinbruch
Diretor-Presidente da CSN
EXPEDIENTE
SUMÁRIO
RH
Escola de Líderes apresenta
novos módulos .................... 3
CONHECIMENTO
Colaboradores da CSN retomam
os estudos ........................ 10
CAPA.................... 4
MINERAÇÃO
Casa de Pedra investe no
crescimento da produção ....... 11
EDUCAÇÃO
ETPC completa 70 anos de ensino
técnico de excelência ........... 12
MEIO AMBIENTE
Reuso de água na UPV chega
a 90% ............................ 14
POR DENTRO DA OPERAÇÃO
GENTE.................. 7
2
MAIO / junho 2014
Veja quem opera os gigantes forade-estrada ....................... 15
DIRETOR-PRESIDENTE
Benjamim Steinbruch
DIRETORES-EXECUTIVOS
David Salama, Enéas Garcia Diniz,
Gustavo Sousa, Luis Fernando Martinez
MATÉRIA-PRIMA
DIREÇÃO EDITORIAL:
Luiz Paulo Barreto e Fabio Schivartche
EDITOR: Rodrigo Uchoa [email protected]
COORDENAÇÃO EDITORIAL: Bárbara Veríssimo
EDITORA ADJUNTA: Ana Bárbara Elias
PROJETO GRÁFICO: Maria Clara Stoqui
DIREÇÃO DE ARTE: Maria Clara Stoqui
REPORTAGEM: Renata Cavalcante
REVISÃO: Luiz Fukushiro
CONSELHO EDITORIAL: Adriana Costa, Alexandre
Campbell, Carlos Lima, Eglantine Cavalcante Pearce, Flávia
Rodrigues, Graciela Wang, Helton Fraga, Márcio Lins,
Marx Fernandes, Paulo Milleu, Raphael Koch Turri,
Rafael Lara, Roberto Germano, Rosana Lovato.
JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rodrigo Uchoa
(MTB 65370) PREPARAÇÃO E IMPRESSÃO: Ipsis
TIRAGENS DESTA EDIÇÃO: 25.000 exemplares
FALE COM A REDAÇÃO [email protected]
ESTE JORNAL É PRODUZIDO POR:
Você já pode ler o jornal Matéria-Prima no computador, em versão
PDF na home da intranet ou também através do nosso site
www.csn.com.br em Destaques de Matéria-Prima.
Ilustração: Lita Hayata
RH
GESTORES
CAPAZES
Programa Escola de Líderes quer repetir em 2014 o sucesso do ano passado
O
programa Escola de Líderes terá
novos módulos neste ano, que
pretendem trabalhar o estímulo
de colaboração e a condução de processos de mudança. Um sucesso de participação desde que foi criado, em 2011, o
programa vem se tornando uma ferramenta importante para a formação de
líderes na CSN. Cerca de 2.330 colaboradores, entre diretores, gerentes-gerais,
gerentes, coordenadores e supervisores,
passaram pela Escola em 2013, quando
foram realizados os módulos “Gestor
Líder” e “Gestor Coach”.
Os dois módulos previstos para 2014,
um por semestre, são o de Gestor Administrador e o de Gestão de Mudança.
O primeiro busca reforçar o comportamento de colaboração na liderança
da CSN. Entre os objetivos está a diminuição dos conflitos e o aumento da
sinergia, tanto dentro quanto fora da área
de atuação, além da melhora na capacidade de gestão. Para tanto, serão aplicadas técnicas de administração do tempo
e de condução de reuniões eficazes. No
segundo semestre, o módulo Gestão da
Mudança focará análise e condução de
processos de mudança, alinhando a cultura e a orientação estratégica da CSN.
O projeto atendeu a três objetivos principais no ano passado: desenvolver a
postura de líder coach, com a melhora
na capacidade de dar feedback e promover conversas de desenvolvimento
profissional e pessoal com a equipe de
trabalho; aumentar a capacidade dos
líderes na escolha de seus estilos de
liderança, considerando o contexto do
negócio; e aprofundar o autoconhecimento e seus impactos na liderança.
“Com a Escola de Líderes, nossos gestores
estão mais alinhados ao seu papel e empenhados em desenvolver a equipe para
uma gestão mais eficaz, como líderes de
pessoas, com sinergia em busca dos resultados”, afirma Rosana Lovato, gerente
de RH Corporativo. O programa trabalhou a questão do autoconhecimento
dos gestores para facilitar a liderança e
ofereceu um instrumento para realizar
essa avaliação de si mesmo. “O autoconhecimento facilita o tarefa de lidar
com o outro. Além disso, direciona a
atuação do líder frente a diferentes empregados”, explica Rosana.
Os primeiros módulos começaram em
2011 e já é possível observar avanços.
“Com a continuidade dos módulos, o programa estimulou as lideranças a se desenvolverem nos temas propostos, criando um estímulo maior de aprendizagem”,
ressalta. Como atua com os gestores,
indiretamente o projeto atinge todos os
empregados e funções da empresa, pois
os instrumentos de gestão aprendidos
são aplicados às equipes da Companhia.
Uma das principais preocupações é o
foco nas pessoas. Em função disso, o
desafio é criar ações que façam sentido
no cotidiano do trabalho e fornecer ferramentas que possam ser aplicadas de
forma prática. “Também temos um programa alinhado com os negócios e suas
estratégias, focando nas pessoas para a
obtenção dos resultados”, complementa.
MAIO / junho 2014
3
UMA NOVA
HISTÓRIA
CSN começa a produzir aços longos e fortalece sua participação
no aquecido mercado brasileiro de construção civil
Ana Paula Oliveira em frente à aciaria da planta de aços longos
CAPA
“Tenho orgulho de participar desse momento”, comemora a engenheira Aline
Miranda, 34 anos, que começou a escrever o seu nome na história dos aços
longos da CSN em 10 de janeiro de 2008,
ao trocar o emprego numa siderúrgica em Santa Cruz, no Rio, pelo desafio
de longos na Usina Presidente Vargas.
“Ganhamos o primeiro jogo, mas o
campeonato é longo”, diz Aline, para ilustrar o desafio de conquistar espaço num
mercado tão disputado, que cresce ao ritmo de 7% ao ano, com um consumo per
capita de 133 kg por habitante, abaixo da
média dos países desenvolvidos.
Com o início da operação da aciaria
em 30 de novembro do ano passado,
começou a virar realidade a estratégia
planejada de fincar ainda mais as iniciais da CSN no aquecido setor de
construção civil brasileira, do qual a
empresa já participa desde 2009 com
cimentos. A etapa seguinte foi o início
da operação do laminador, em 10 de
dezembro. Vencida essa fase, entrou
em atividade, também de forma assistida, o laminador de rolos, em 24
de março deste ano.
“
já temos
um feedback
positivo
dos nossos
clientes.
weber reis
“
S
aiu com destino ao interior de São
Paulo o primeiro lote de vergalhões
“made in Volta Redonda” produzido pela fábrica de aços longos, na Usina
Presidente Vargas. Esse primeiro faturamento, em maio deste ano, é um grande
marco: oficializa a entrada da CSN no
segmento de vergalhão e fio-máquina,
depois de 30 meses de obras e investimentos de R$ 1,6 bilhão na construção de
uma moderna planta capaz de produzir
500 mil toneladas por ano.
Nesse processo de partida, ajustes
foram necessários, mas não faltou
disposição para produzir, vocação
natural da empresa. Tanto que nas
primeiras semanas do ano saíram
da linha de produção quase 6 mil
toneladas de vergalhões. A curva de produtividade vai continuar
subindo nos próximos meses. A previsão é chegar a dezembro deste ano
com a produção de 150 mil tonela-
das. “E em 18 meses teremos atingido
a nossa capacidade nominal”, prevê o
gerente-geral Fernando Cândido. Leiase: 400 mil toneladas de vergalhão e 100
mil toneladas de fio-máquina. A esses
produtos somam-se os feitos na unidade
da CSN na Alemanha, que completam o
amplo portfólio para a construção civil,
entre outros.
Por tudo o que já foi feito, as perspectivas são as melhores. Onde há seis anos
existiam galpões desativados carregados de história da pioneira fundição,
hoje funcionam a aciaria e os laminadores, sob o controle de profissionais
intensamente treinados para participar
de uma nova etapa da CSN. São 400
colaboradores que, em média, tiveram
quase 70 horas de preparação no Brasil,
no Chile e na Alemanha.
“Foram mais de 24 mil horas de qualificação”, contabiliza Cândido. “Agora, vamos em busca da conquista do mercado.”
Weber de Oliveira Reis, gerente comercial de aços longos, mostra-se otimista
e diz que essa “conquista” já começou:
“Mesmo em tão pouco tempo, já temos
um feedback muito positivo dos nossos clientes.”
TECNOLOGIA
DE PONTA
A CSN Aços Longos conta com inéditos sistemas de isolamento acústico, nos quais são usados produtos
como lã de rocha entre as paredes
dos galpões, e modernos processos
de tratamento e reaproveitamento
de 97% da água. A fábrica, que no
total tem 46 mil m2, é a única planta de longos do Brasil dotada de
isolamento termoacústico na área
do forno elétrico a arco, um gigante
enclausurado por um equipamento
chamado ‘dog house’.
As técnicas de construção da planta também foram destaque. Nos três
anos de obra, que chegou nos momentos de pico a empregar 5 mil pessoas,
nenhum acidente grave foi registrado.
MAIO / junho 2014
5
CAPA
Para se destacar num setor em
que determinados competidores
estão há mais de um século, a CSN
aposta na tradição da qualidade
no setor de planos, na localização
privilegiada da planta localizada
em Volta Redonda, próxima aos
principais mercados consumidores,
e, acima de tudo, na sinergia com
a produção de cimentos, área em
que a empresa atua há cinco anos.
“Temos uma configuração que nos
ajuda a obter maior flexibilidade
na linha de produtos”, diz o diretor executivo de Produção, Enéas
Diniz. “Sem falar que podemos
atingir padrões de qualidade distintos, pelo uso de matéria-prima
produzida na aciaria de aços planos da Usina Presidente Vargas.”
A disposição da empresa para conquistar espaço no mercado de aços
longos é estratégica por causa do
crescimento da demanda na ordem
de 7% por ano, segundo dados do
governo. “O Brasil consome hoje
12 milhões de toneladas de longos”, diz Fernando Cândido, que
também cita o ainda limitado consumo de 133 quilos por habitante
no país como um diferencial para
as oportunidades de crescimento.
“Temos mercado para conquistar.”
UM NOVO DESAFIO
PARA ANA PAULA
E JAGGER LENNON
Numa cabine a 20 metros de
altura, Ana Paula Oliveira, 42
anos, opera a ponte rolante de
carga líquida no lingotamento
contínuo de aços longos. Transporta para lá e para cá panelas com
capacidade de 50 toneladas de aço
líquido. Ao mesmo tempo em que
tem uma visão privilegiada da
fábrica, rememora o crescimento
profissional proporcionado pela
nova planta da CSN. Nove anos
atrás, ela trabalhava numa empresa terceirizada no setor de limpeza
da UPV. Foi contratada em planos,
aprendeu a operar o equipamento
e, três anos atrás, passou no recrutamento interno para aços longos.
“Pra quem começou limpando
sala, chegar aqui é um sonho”, diz
a pernambucana que mora há 20
anos em Volta Redonda.
“
PARTICiPAR
DESSA
HISTÓRIA
me enche
de orgulho.
“
APOSTA NA
TRADIÇÃO DE
PLANOS E NA
SINERGIA COM
CIMENTOS
Jagger Lennon amaral
Quem também estufa o peito para
falar do desafio de trabalhar na
nova fábrica é o operador Jagger
Lennon Amaral, 34 anos, dez deles na CSN. Até 2011, trabalhou
na logística. Resolveu participar
de uma seleção interna para trabalhar na nova planta. Passou.
“Fui para a Gerência Geral de
Metalurgia do Aço, onde fiquei
em treinamento”, lembra. Depois,
participou do time de colaboradores que ficaram 60 dias em
treinamento na Alemanha. “Eu
queria crescer profissionalmente”,
diz o operador com nome formado por sobrenome de dois astros
do rock inglês. “Participar dessa
história me enche de orgulho.”
De cima para baixo, entre imagens da planta de aços longos, Ana Paula Oliveira operando a ponte rolante de carga líquida, Jagger Lennon Amaral na
linha de produção e a engenheira Aline Miranda no estoque de vergalhões: gente que trabalha e acredita na nova fábrica
6
MAIO / junho 2014
A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS
GENTE
COMPARTILHANDO
AFETO
Projeto do supervisor cultural da
Fundação CSN divulga arte pelo país
Helder Oliveira (à dir.):
“Há pessoas de 5 a 80 anos
que interagem com a gente”
GENTE
EMOÇÃO
EM GRAFITE
É
Iniciativa ganha espaços públicos pelo Brasil
possível embalar afeto e espalhá-lo país afora? O artista plástico e supervisor cultural da Fundação CSN, Helder Oliveira, acredita que sim. Ele
criou o Projeto Afeto na Lata, em novembro de 2013, que tem distribuído
mensagens com conteúdo artístico em latas de aço por diversos lugares do Brasil
e até no exterior. A página criada no Facebook para divulgar a iniciativa já conta
com mais de 2 mil fãs (veja mais no MP online e nas redes sociais da CSN).
Oliveira conta que praticava a ideia de forma descompromissada. O mote para
transformá-la num projeto surgiu depois de presentear um amigo, que lhe agradeceu pelo afeto na lata. “Comecei a deixar as latas em lugares públicos, registrar
e postar em rede social”, conta, lembrando que a repercussão foi imediata. “Eu
sempre quis retribuir o que a vida me possibilita.”
Quem também se encantou com o projeto foi a administradora de empresas Iaslin
Franklin, moradora de Volta Redonda (RJ). “As simples latinhas sem cor se tornaram peças de arte e conseguem arrancar sorrisos e reações boas de qualquer
um que passe perto delas”, diz Iaslin. “Dá vontade de ter uma coleção de latinhas,
uma em cada canto. Que atitudes assim só aumentem por aí.”
Helder deixando uma de suas latas. Na pág. ao lado, seu trabalho em diversos pontos do Brasil
“
helder oliveira
AFETO NÃO SE VENDE
Há quem queira comprar as latas,
mas Helder logo avisa que afeto não
se vende. O projeto tem ajudado
também a divulgar o trabalho de novos artistas, que mandam sugestões
de frases. “O Tokinho, um poeta de
Poços de Caldas (MG), enviou uma
frase e a usei numa lata, que teve mais
de 2 mil visualizações. É uma forma de
dar oportunidade para esses artistas
divulgarem seus trabalhos”, explica.
Como Supervisor Cultural da Fundação
CSN, Helder compartilhou com os
meninos do Projeto Garoto Cidadão
as experiências do Afeto na Lata,
principalmente na área de grafite.
“As crianças também se conectam
com essa poesia e com essas palavras
boas”, diz. “Em Congonhas (MG),
deixei uma na escadaria da igreja, e
a repercussão foi grande.”
08 MAIO / juNho 2014
Fotos: Fabio Silvestre
A professora universitária Pryscilla Joca, moradora de Fortaleza (CE), descobriu
o projeto na internet e se encantou. “A ideia em si de fazer arte na lata com um
misto de figuras e frases é fantástica”, diz Pryscilla. “Daí a ideia não cabe em si e se
resolve com a vontade de espalhar as latas em forma de arte pelo mundo afora.”
EU SEMPRE
QUIS RETRIBUIR
O QUE A VIDA
ME POSSIBILITA.
“
Nas latas deixadas por Helder há o endereço da página Afeto na Lata no
Facebook e o convite para quem quiser compartilhar sua experiência. “Temos
fãs com idades de 5 a 80 anos, que interagem muito conosco”, diz. “Há pouco
tempo reconheci na rua, em São Paulo, uma menina que acessou a nossa página.
Ela disse que adorava as latas. Saquei uma e lhe dei”, comenta.
MAIO / junho 2014
9
CONHECIMENTO
Sempre é tempo de
unca desistir de aprender e de
se aprimorar. Esse é o lema
adotado por muitos colaboradores da CSN que retomaram os estudos depois de anos parados. Essas
pessoas determinadas foram em busca de crescimento pessoal e profissional e hoje são reconhecidas como
exemplos para os mais jovens. A CSN
também reconhece esses esforços e
oferece bolsas. Só em Minas Gerais,
por exemplo, foram 79 bolsas de estudo para colaboradores que quiserem
voltar a estudar, sendo 50 em Casa de
Pedra e 29 na Namisa.
Kledson Luiz de Souza, 45 anos, quase
25 deles na CSN, é um dos que voltaram
à sala de aula. Ele conta como foi motivado a cursar a faculdade de engenharia
de produção. “Em primeiro lugar, por
desejo e satisfação pessoal e, depois, por
perceber as boas perspectivas que estariam por vir, nas expansões da unidade da
Bocaina, em Arcos, onde trabalho”, afirma. Kledson hoje já evoluiu e trabalha
como analista de processo pleno.
Colaboradores voltam à sala de aula depois de anos longe dos estudos
Em Casa de Pedra, o coordenador de
manutenção Rubens Labiapari, 49 anos,
diz que viu oportunidades dentro da
empresa, já que há um grande projeto
de expansão em andamento. Longe da
sala de aula por 19 anos, o principal
desafio foi conciliar o ritmo de vida.
“Minha família, a empresa e os colegas de trabalho me deram todo apoio”.
Hoje, Rubens é formado em engenharia
mecânica e diz que valeu o esforço.
Outro exemplo de força de vontade é
Euler Tomaíno, de 51 anos, que trabalha
como supervisor de PCP (programação
e controle de produção) na Namisa Pires,
em Ouro Preto, desde 2007. Técnico em
mineração, ele sempre teve o desejo
de cursar engenharia de minas. Ele viu
que poderia conciliar o horário de trabalho com os estudos. Voltou às aulas
26 anos depois de ter parado. “Era a
oportunidade que precisava, voltei a estudar e conclui o curso em 2011”, conta.
“Jamais deixem de perseguir seus objetivos. Para conquistar algo é preciso
estabelecer metas.”
Rubens Labiapari: 19 anos depois, de volta à sala de aula
10 MAIO / junho 2014
A aposta na educação como transformação de sua vida explica também o
esforço de Aldair Ferreira da Silva, que
em 28 anos avançou de servente a analista pleno na CSN em Volta Redonda.
Nessas quase três décadas, ele deixou
para trás a vida de sitiante em Rio Claro,
formou-se técnico na Escola Técnica
Pandiá Calógeras (ETPC), tirou diploma em administração de empresas e, há
dois anos, concluiu MBA em gestão empresarial, dois anos atrás. “Os livros me
abriram as portas”, diz Silva, 49 anos.
“
minha família,
a empresa e
os colegas
de trabalho
me deram
todo o apoio.
“
N
aprender
rubens labiapari
Aldair Ferreira da Silva: “Os livros me abriram as portas”
MINERAÇÃO
INVESTIR
PARA CRESCER
Novos equipamentos se somam aos já em uso: investimento na expansão da mina chegará a R$ 1,5 bilhão neste ano
Expansão elevará a produção de Casa de Pedra para 40 milhões de toneladas por ano
O
s novos caminhões fora-de-estrada, gigantes de 240 toneladas, já chegaram em Casa
de Pedra. As escavadeiras e os tratores
também. Eles fazem parte do lote de
novos equipamentos que estão sendo
adquiridos pela CSN dentro do plano
de expansão da mina – que levará a produção para 40 milhões de toneladas de
minério de ferro por ano, consolidando
a Companhia como uma das maiores
do setor na América Latina. Ao todo,
está sendo investido somente neste ano
cerca de R$ 1,5 bilhão.
Além das novas máquinas, a expansão
conta com obras de ampliação do
beneficiamento de minério e do pátio ferroviário e com novas frentes de
lavra. A barragem para disposição de
rejeitos já foi ampliada. “Os equipamentos agilizam os processos internos
do trabalho na mineração com a melho-
ra no transporte”, explica Geraldo
Pimentel Mármore Sobrinho, gerente
de Engenharia de Manutenção e
responsável pela seleção dos equipamentos. Ele orientou a escolha
a partir de critérios técnicos para
aperfeiçoar a produção, buscando
também a melhor opção de custos
por tonelada movimentada. “Foi feito um dimensionamento pelo planejamento de lavra de longo prazo,
baseado na demanda de movimentação da mina”, comenta.
cluindo a ampliação da capacidade de
produção da mineração. “Os investimentos em aumento de frota da mina
geram o aumento da movimentação total, fundamental para as expansões mas
também uma maior flexibilidade operacional, pois permite a abertura de novas
frentes de lavra. Isso possibilita maior
assertividade na qualidade do minério
alimentado na planta e, por consequência, na qualidade final do produto, fundamental para o atendimento aos nossos clientes”, explica Eduardo Orban.
As máquinas têm alta capacidade
operacional: as carregadeiras suportam 35 toneladas e os caminhões podem levar 235 toneladas por viagem.
Além disso, o aumento no número
de tratores torna o transporte mais
rápido. As obras civis que estão sendo realizadas em Casa de Pedra visam
melhorar os processos internos, in-
A CSN também investiu nos últimos
anos no aumento de sua capacidade
portuária no Tecar (em Itaguaí, RJ),
que passou para 44 milhões de toneladas por ano. É por lá que a Companhia
exporta o minério de ferro produzido em Casa de Pedra. As exportações
são direcionadas principalmente para
países asiáticos.
MAIO / junho 2014
11
EDUCAÇÃO
AOS 70
ANOS,
ETPC
PREPARA
ALUNOS
PARA O
“MUNDO”
Ex-alunos da escola são
destaques em instituições
do Brasil e do Exterior
Lucas de Oliveira Pires, vencedor do concurso para o novo slogan da ETPC
A
Escola Técnica Pandiá Calógeras
(ETPC), em Volta Redonda, completou 70 anos e está
comemorando em eventos por todo o
ano de 2014. É uma trajetória intimamente ligada à da CSN, mas que ao mesmo tempo ultrapassa as fronteiras da
Companhia. Hoje, sete décadas depois
de ter sido criada para formar profissionais para a recém-inaugurada Usina
Presidente Vargas, a ETPC já preparou
milhares de colaboradores para a CSN,
muitos em posições de destaque na
Companhia. Mas também viu sair de
suas salas alunos que se destacam em diversas empresas e instituições no Brasil e
no exterior.
João Porto de Albuquerque é um exemplo.
Aluno do curso técnico em processamento de dados entre 1993 e 1996, hoje ele é
professor doutor do Departamento de
Sistemas de Computação do Instituto de
Ciências Matemáticas e de Computação
da Universidade de São Paulo (ICMC/
USP) e professor visitante na Universität
Heidelberg (Alemanha). Porto diz que
sua passagem pela ETPC teve um papel
decisivo na sua formação profissional e
acadêmica. A base sólida em disciplinas
como física e matemática permitiu, segundo ele, a aprovação em um dos vestibulares mais concorridos no país (ciência da computação, na Unicamp).
“Os conhecimentos técnicos profissionalizantes adquiridos na ETPC e
no estágio que fiz na CSN na área de
informática me auxiliaram não apenas
nas próprias disciplinas do curso superior de computação como também em
estágios que realizei durante a graduação. E eles marcam a minha atuação
profissional na computação até hoje.”
Porto afirma ter um carinho ainda mais
especial pela escola, pois lá estudaram
também o seu pai e seu avô.
Diretora do Departamento de Sistemas de Informação da UERJ, Angélica
Ribeiro também construiu uma carreira profissional e acadêmica a partir
de sua experiência na ETPC. Aluna da
primeira turma (1989-1992) do curso
de processamento de dados, ela diz que
foi lá que teve a base acadêmica para
que fosse aprovada no Concurso de
Sargento da Marinha e, posteriormente,
no ensino superior. Angélica se recorda
também de passagens importantes na
escola, como os churrascos, viagens e os
“excelentes professores”.
Gerente de Estratégias de Plataforma
na Microsoft, Alessandro Januzzi é
outro ex-aluno da ETPC que se destaca no mercado de trabalho. Depois de
quase 17 anos de experiência na CSN,
ele se transferiu ano passado para uma
das maiores empresas de tecnologia do
mundo. “Na ETPC tive contato com
fundamentos teóricos de processamento de dados que me auxiliam na vida
profissional até hoje. A qualidade do
curso foi impressionante e comparável
a cursos de especialização de alta qualidade”, afirmou Januzzi, que estudou processamento de dados de 1993 a 1996.
Ex-alunos da ETPC também são destaques no setor público. Jessé de Hollanda
Júnior, depois de trabalhar durante 12 anos
na CSN e de ser reitor de um Centro Universitário em Volta Redonda, é atualmente
Secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Volta Redonda.
A escola, inclusive, o fez mudar de carreira. Ele já cursava engenharia metalúrgica na Universidade Federal Fluminense (UFF) quando decidiu estudar
processamento de dados na ETPC. O
curso, segundo ele, moderno, completo,
com professores do mercado e com a
credibilidade e a marca ETPC, o fez
mudar de área.
Todos esses casos _ e tantos outros de
gente que fez carreira e sucesso dentro
da CSN _ foram o exemplo para o aluno
Lucas de Oliveira Pires, de 15 anos, do
primeiro ano do curso de eletromecânica. Lucas foi o vencedor do concurso
para escolher o novo slogan da ETPC:
“Passado e Futuro num só Presente”.
“Eu queria que as pessoas vissem a partir desse slogan o que o colégio é pra
mim: uma escola de 70 anos e que nos
ajuda a conquistar o futuro”, disse o garoto, que é bolsista integral.
Cenas da ETPC. A escola que foi fundada
para formar mão-de-obra qualificada para
a CSN comemora 70 anos de rica história,
com alunos que já ganharam o mundo.
Concurso elegeu o novo slogan: “Passado
e Futuro num só Presente”.
Leia mais no MP Online
A ETPC completou 70 anos em abril.
Além do concurso de slogan, outros
eventos estão previstos. Em 5 de agosto
será feita a comemoração oficial dos 70
anos e uma exposição está prevista para
o mês de setembro no Centro Cultural
da Fundação CSN. Em outubro, acontecerá o já tradicional “Conheça a ETPC”,
e, em novembro, o “Fest Music”.
A escola formou mais de 20 mil alunos
ao longo da história e tem cursos de
eletromecânica, ensino médio, eletrônica,
informática, mecânica e petróleo e gás.
ESCOLHAS
Concluí o ensino médio e junto fiz o
curso técnico, e agora? Essa indagação
coloca o jovem frente ao dilema que o
caracteriza: escolhas. São milhares que
deixam a educação básica a cada ano
em busca de outros horizontes. Alguns
optam por prosseguir seus estudos,
encarando a corrida universitária.
Outros preferem – ou precisam – ingressar no trabalho. Há, ainda, os que optam
por continuar seus estudos conciliando-os
com o trabalho. Seja qual for o caminho,
terá que testar suas habilidades.
Esse cenário o remete a diversos momentos vividos desde a infância, passados essencialmente dentro de uma
escola. Fatos e situações das múltiplas
relações com colegas de turma, professores, equipes pedagógicas e administrativas e, até mesmo, com os espaços
físicos se tornam elementos estruturantes
de um movimento denominado ensino-aprendizagem. Do que me recordo,
o que me possibilita a árdua tarefa das escolhas neste presente? Do
que me valem, a ponto de possibilitar
definir entre isto ou aquilo?
O espaço escolar cumpre esse papel cultural, marcadamente pelo acesso sistemático à produção humana. É através
dele que se torna possível inaugurar o
novo, superando seu limite a ponto de
criar novas formas de fazer e conviver.
Um processo evolutivo, acelerado por
uma dimensão pedagógica que eleva o
sujeito do caótico à síntese, através do
pensamento reflexivo. Mas todas as escolas possuem metodologias correspondentes a esse importante processo?
As habilidades requeridas a cada
momento histórico lançam desafios
à educação. Atualmente, inovação e
criatividade geram diversos debates.
Sua história demonstra o esforço
contínuo por prover o sujeito de conhecimento e de ferramentas necessárias ao sucesso e autorrealização. Nosso
slogan para os 70 anos da ETPC:
“Passado e Futuro num só Presente”,
aponta para essa necessidade de garantir a formação num mundo em
constante transformação.
Monica Fogazza
Presidente da Fundação CSN
MAIO / junho 2014
13
MEIO AMBIENTE
DESCARTE
Recirculação de água usada na produção de aço na UPV atinge a marca de 90%
N
um momento em que se discute tanto a falta de água, a Usina Presidente Vargas (UPV),
em Volta Redonda, tornou-se exemplo de manejo sustentável de recursos
hídricos. A UPV reaproveita 90% da
água usada nas várias etapas da produção do aço. Isso tem impacto direto
no meio ambiente e, principalmente, na
preservação do rio Paraíba do Sul. “A
reutilização vem aumentando ano a ano
com a modernização dos processos ou
a implantação de novos equipamentos”,
diz o gerente-geral de Energéticos, André
Luiz Barroso.
Os processos de reutilização de água têm
um histórico de constante aprimoramento na UPV. Em 2010, por exemplo, foi
implantada uma torre de refrigeração de
água para o motossoprador, equipamento em operação há mais de 30 anos. Assim, foi possível reutilizar até 600m³/h
de água (equivalente a oito piscinas
olímpicas por dia), volume que até então era descartado. Além disso, outras
20 unidades de tratamento de efluentes
14
MAIO / junho 2014
operam recirculando cerca de 144 mil
m³/h (equivalente ao consumo de uma
cidade com 13 milhões de habitantes).
“O maior benefício é a redução do
volume captado no Paraíba do Sul e a
devolução ao rio desse volume em melhores condições do que quando retirado”, diz Barroso.
Claudio Graffunder, gerente-geral de
Meio Ambiente em Volta Redonda,
avalia que é possível avançar ainda mais
implantando circuitos capazes de tratar
e reutilizar a água. As áreas de Utilidades
e Energéticos e de Engenharia buscam
tecnologias que possam reduzir a captação de água do Paraíba do Sul. “Isso
envolve estudos de engenharia que vão
desde a manutenção da garantia da água
para o reuso até a instalação de novas estações de tratamento de efluentes e sistemas de resfriamento e recirculação”, diz.
Os usos da água na siderurgia são variados (industrial, para resfriamento, vapor
para cogeração de energia elétrica, irrigação de áreas verdes, água potável, en-
tre outros). Além dos benefícios para o
meio ambiente, o crescimento da taxa de
reuso é fundamental para a empresa. “A
água para a UPV tem tanta importância
quanto qualquer outra matéria-prima
do processo siderúrgico, pois sem ela
não há aço”, afirma o gerente-geral de
Meio Ambiente. “Quando trabalhamos
no sentido de reutilizá-la, preservamos
a própria existência da UPV.”
O objetivo na UPV é ambicioso. “Queremos chegar o mais perto possível do descarte zero de água na Usina”, comenta
Graffunder. “Dando um passo de cada
vez e unindo forças com todas as áreas,
seguimos em frente com o trabalho de
preservar a água, que já é considerada o
‘ouro do milênio’ devido à sua importância e escassez em grande parte do planeta.”
A mesma preocupação também está
presente nas duas novas unidades de
produção de cimentos e aços longos,
que foram concebidas para reutilizar
100% de toda água empregada em seus
processos produtivos.
Ilustração: Lita Hayata
ZERO É A META
POR DENTRO DA OPERAÇÃO
CONHEÇA AS ATIVIDADES
EXTRAORDINÁRIAS EXERCIDAS
PELA NOSSA GENTE
PROFISSÃO: OPERADOR DE
FORA-DE-ESTRADA
A
primeira experiência do Antônio Lúcio da Silva com o Caterpillar 793 foi quase um choque. “A sensação é ótima. Lá
de cima, a uma altura de um prédio de três andares, tudo fica pequenininho.” Silva, 41 anos, que está há quase quatro
anos e meio na CSN, hoje ele opera um dos caminhões foras-de-estrada mais modernos da mina Casa de Pedra, o
Caterpillar 793. É um gigante de oito metros e meio de largura, com capacidade de transportar 240 toneladas e dotado de 2.500
cavalos de força – o equivalente a quase 40 Fiat Uno, ou seja, num único motor há uma frota inteira de carros populares. Ele só
começou a “pilotar” o Cat 793 depois de um extenso treinamento: “Foram duas semanas só de aulas teóricas e mais 45 dias de
prática, muitos deles acompanhando os operadores mais experientes”. Em casa, Silva tem de usar toda a sua expertise também
para explicar aos filhos, um garoto de 15 anos e uma menina de 10, o que faz no dia a dia. “Eles são muito curiosos em relação
ao fora-de-estrada. Operar um deles é o sonho de todo menino, não é?”
MAIO / junho 2014
15
Mais
dinâmica
e interativa
A nova TV CSN
chega acompanhada
de muitas novidades
no visual e no conteúdo.
Agora você pode enviar dicas de
entretenimento, esportes, segurança,
saúde e outros assuntos para o
email [email protected]
Participe e acompanhe as novidades
sobre as empresas e sua região.

Documentos relacionados