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GENTE > PÁG. 7 Projeto Afeto na Lata engaja comunidades pelo Brasil EDUCAÇÃO > PÁG. 12 Conhecimento e tradição marcam os 70 anos da ETPC MATÉRIA-PRIMA Nº27 | ANO 4 | MAIO/ JUNHO 2014 | WWW.CSN.COM.BR NEGÓCIO USINA DE NOVIDADES Nova fábrica de aços longos da CSN inicia a produção com foco no mercado de construção civil > PÁG. 4 JORNAL DA CSN EDITORIAL FAZEDORES DO AMANHÃ O caminho do desenvolvimento para o Brasil passa necessariamente pelo fortalecimento do setor industrial, mola propulsora da economia. Do lado do governo é imprescindível criar as estruturas que permitam a chegada dos investimentos privados. E do lado do empresariado é preciso convicção de que investir agora no País é apostar no nosso próprio futuro. Vetor da industrialização brasileira, a CSN continua fazendo sua parte. A nova fábrica de aços longos, em Volta Redonda, é um marco na nossa história de 73 anos. Essa planta consolida a Companhia como um importante player no setor de construção civil, no qual já somos reconhecidos por causa do nosso cimento e do aço plano distribuído em diversas regiões do País. Dessa planta sairão vergalhões e fio-máquina, diversificando ainda mais nosso portfólio e fortalecendo nossa produção de longos – setor no qual começamos a operar em 2011, com a aquisição da Stahlwerk Thüringen, na Alemanha. A nova fábrica simboliza a crença que temos no País. Já foram criados 400 empregos em Volta Redonda e outros 250 virão nos próximos meses. Isso sem falar dos postos de trabalho indiretos que a unidade está gerando. Estamos olhando para frente com confiança, sempre apostando no Brasil, com a certeza de que o futuro reconhecerá os que assim se posicionam. Benjamin Steinbruch Diretor-Presidente da CSN EXPEDIENTE SUMÁRIO RH Escola de Líderes apresenta novos módulos .................... 3 CONHECIMENTO Colaboradores da CSN retomam os estudos ........................ 10 CAPA.................... 4 MINERAÇÃO Casa de Pedra investe no crescimento da produção ....... 11 EDUCAÇÃO ETPC completa 70 anos de ensino técnico de excelência ........... 12 MEIO AMBIENTE Reuso de água na UPV chega a 90% ............................ 14 POR DENTRO DA OPERAÇÃO GENTE.................. 7 2 MAIO / junho 2014 Veja quem opera os gigantes forade-estrada ....................... 15 DIRETOR-PRESIDENTE Benjamim Steinbruch DIRETORES-EXECUTIVOS David Salama, Enéas Garcia Diniz, Gustavo Sousa, Luis Fernando Martinez MATÉRIA-PRIMA DIREÇÃO EDITORIAL: Luiz Paulo Barreto e Fabio Schivartche EDITOR: Rodrigo Uchoa [email protected] COORDENAÇÃO EDITORIAL: Bárbara Veríssimo EDITORA ADJUNTA: Ana Bárbara Elias PROJETO GRÁFICO: Maria Clara Stoqui DIREÇÃO DE ARTE: Maria Clara Stoqui REPORTAGEM: Renata Cavalcante REVISÃO: Luiz Fukushiro CONSELHO EDITORIAL: Adriana Costa, Alexandre Campbell, Carlos Lima, Eglantine Cavalcante Pearce, Flávia Rodrigues, Graciela Wang, Helton Fraga, Márcio Lins, Marx Fernandes, Paulo Milleu, Raphael Koch Turri, Rafael Lara, Roberto Germano, Rosana Lovato. JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rodrigo Uchoa (MTB 65370) PREPARAÇÃO E IMPRESSÃO: Ipsis TIRAGENS DESTA EDIÇÃO: 25.000 exemplares FALE COM A REDAÇÃO [email protected] ESTE JORNAL É PRODUZIDO POR: Você já pode ler o jornal Matéria-Prima no computador, em versão PDF na home da intranet ou também através do nosso site www.csn.com.br em Destaques de Matéria-Prima. Ilustração: Lita Hayata RH GESTORES CAPAZES Programa Escola de Líderes quer repetir em 2014 o sucesso do ano passado O programa Escola de Líderes terá novos módulos neste ano, que pretendem trabalhar o estímulo de colaboração e a condução de processos de mudança. Um sucesso de participação desde que foi criado, em 2011, o programa vem se tornando uma ferramenta importante para a formação de líderes na CSN. Cerca de 2.330 colaboradores, entre diretores, gerentes-gerais, gerentes, coordenadores e supervisores, passaram pela Escola em 2013, quando foram realizados os módulos “Gestor Líder” e “Gestor Coach”. Os dois módulos previstos para 2014, um por semestre, são o de Gestor Administrador e o de Gestão de Mudança. O primeiro busca reforçar o comportamento de colaboração na liderança da CSN. Entre os objetivos está a diminuição dos conflitos e o aumento da sinergia, tanto dentro quanto fora da área de atuação, além da melhora na capacidade de gestão. Para tanto, serão aplicadas técnicas de administração do tempo e de condução de reuniões eficazes. No segundo semestre, o módulo Gestão da Mudança focará análise e condução de processos de mudança, alinhando a cultura e a orientação estratégica da CSN. O projeto atendeu a três objetivos principais no ano passado: desenvolver a postura de líder coach, com a melhora na capacidade de dar feedback e promover conversas de desenvolvimento profissional e pessoal com a equipe de trabalho; aumentar a capacidade dos líderes na escolha de seus estilos de liderança, considerando o contexto do negócio; e aprofundar o autoconhecimento e seus impactos na liderança. “Com a Escola de Líderes, nossos gestores estão mais alinhados ao seu papel e empenhados em desenvolver a equipe para uma gestão mais eficaz, como líderes de pessoas, com sinergia em busca dos resultados”, afirma Rosana Lovato, gerente de RH Corporativo. O programa trabalhou a questão do autoconhecimento dos gestores para facilitar a liderança e ofereceu um instrumento para realizar essa avaliação de si mesmo. “O autoconhecimento facilita o tarefa de lidar com o outro. Além disso, direciona a atuação do líder frente a diferentes empregados”, explica Rosana. Os primeiros módulos começaram em 2011 e já é possível observar avanços. “Com a continuidade dos módulos, o programa estimulou as lideranças a se desenvolverem nos temas propostos, criando um estímulo maior de aprendizagem”, ressalta. Como atua com os gestores, indiretamente o projeto atinge todos os empregados e funções da empresa, pois os instrumentos de gestão aprendidos são aplicados às equipes da Companhia. Uma das principais preocupações é o foco nas pessoas. Em função disso, o desafio é criar ações que façam sentido no cotidiano do trabalho e fornecer ferramentas que possam ser aplicadas de forma prática. “Também temos um programa alinhado com os negócios e suas estratégias, focando nas pessoas para a obtenção dos resultados”, complementa. MAIO / junho 2014 3 UMA NOVA HISTÓRIA CSN começa a produzir aços longos e fortalece sua participação no aquecido mercado brasileiro de construção civil Ana Paula Oliveira em frente à aciaria da planta de aços longos CAPA “Tenho orgulho de participar desse momento”, comemora a engenheira Aline Miranda, 34 anos, que começou a escrever o seu nome na história dos aços longos da CSN em 10 de janeiro de 2008, ao trocar o emprego numa siderúrgica em Santa Cruz, no Rio, pelo desafio de longos na Usina Presidente Vargas. “Ganhamos o primeiro jogo, mas o campeonato é longo”, diz Aline, para ilustrar o desafio de conquistar espaço num mercado tão disputado, que cresce ao ritmo de 7% ao ano, com um consumo per capita de 133 kg por habitante, abaixo da média dos países desenvolvidos. Com o início da operação da aciaria em 30 de novembro do ano passado, começou a virar realidade a estratégia planejada de fincar ainda mais as iniciais da CSN no aquecido setor de construção civil brasileira, do qual a empresa já participa desde 2009 com cimentos. A etapa seguinte foi o início da operação do laminador, em 10 de dezembro. Vencida essa fase, entrou em atividade, também de forma assistida, o laminador de rolos, em 24 de março deste ano. “ já temos um feedback positivo dos nossos clientes. weber reis “ S aiu com destino ao interior de São Paulo o primeiro lote de vergalhões “made in Volta Redonda” produzido pela fábrica de aços longos, na Usina Presidente Vargas. Esse primeiro faturamento, em maio deste ano, é um grande marco: oficializa a entrada da CSN no segmento de vergalhão e fio-máquina, depois de 30 meses de obras e investimentos de R$ 1,6 bilhão na construção de uma moderna planta capaz de produzir 500 mil toneladas por ano. Nesse processo de partida, ajustes foram necessários, mas não faltou disposição para produzir, vocação natural da empresa. Tanto que nas primeiras semanas do ano saíram da linha de produção quase 6 mil toneladas de vergalhões. A curva de produtividade vai continuar subindo nos próximos meses. A previsão é chegar a dezembro deste ano com a produção de 150 mil tonela- das. “E em 18 meses teremos atingido a nossa capacidade nominal”, prevê o gerente-geral Fernando Cândido. Leiase: 400 mil toneladas de vergalhão e 100 mil toneladas de fio-máquina. A esses produtos somam-se os feitos na unidade da CSN na Alemanha, que completam o amplo portfólio para a construção civil, entre outros. Por tudo o que já foi feito, as perspectivas são as melhores. Onde há seis anos existiam galpões desativados carregados de história da pioneira fundição, hoje funcionam a aciaria e os laminadores, sob o controle de profissionais intensamente treinados para participar de uma nova etapa da CSN. São 400 colaboradores que, em média, tiveram quase 70 horas de preparação no Brasil, no Chile e na Alemanha. “Foram mais de 24 mil horas de qualificação”, contabiliza Cândido. “Agora, vamos em busca da conquista do mercado.” Weber de Oliveira Reis, gerente comercial de aços longos, mostra-se otimista e diz que essa “conquista” já começou: “Mesmo em tão pouco tempo, já temos um feedback muito positivo dos nossos clientes.” TECNOLOGIA DE PONTA A CSN Aços Longos conta com inéditos sistemas de isolamento acústico, nos quais são usados produtos como lã de rocha entre as paredes dos galpões, e modernos processos de tratamento e reaproveitamento de 97% da água. A fábrica, que no total tem 46 mil m2, é a única planta de longos do Brasil dotada de isolamento termoacústico na área do forno elétrico a arco, um gigante enclausurado por um equipamento chamado ‘dog house’. As técnicas de construção da planta também foram destaque. Nos três anos de obra, que chegou nos momentos de pico a empregar 5 mil pessoas, nenhum acidente grave foi registrado. MAIO / junho 2014 5 CAPA Para se destacar num setor em que determinados competidores estão há mais de um século, a CSN aposta na tradição da qualidade no setor de planos, na localização privilegiada da planta localizada em Volta Redonda, próxima aos principais mercados consumidores, e, acima de tudo, na sinergia com a produção de cimentos, área em que a empresa atua há cinco anos. “Temos uma configuração que nos ajuda a obter maior flexibilidade na linha de produtos”, diz o diretor executivo de Produção, Enéas Diniz. “Sem falar que podemos atingir padrões de qualidade distintos, pelo uso de matéria-prima produzida na aciaria de aços planos da Usina Presidente Vargas.” A disposição da empresa para conquistar espaço no mercado de aços longos é estratégica por causa do crescimento da demanda na ordem de 7% por ano, segundo dados do governo. “O Brasil consome hoje 12 milhões de toneladas de longos”, diz Fernando Cândido, que também cita o ainda limitado consumo de 133 quilos por habitante no país como um diferencial para as oportunidades de crescimento. “Temos mercado para conquistar.” UM NOVO DESAFIO PARA ANA PAULA E JAGGER LENNON Numa cabine a 20 metros de altura, Ana Paula Oliveira, 42 anos, opera a ponte rolante de carga líquida no lingotamento contínuo de aços longos. Transporta para lá e para cá panelas com capacidade de 50 toneladas de aço líquido. Ao mesmo tempo em que tem uma visão privilegiada da fábrica, rememora o crescimento profissional proporcionado pela nova planta da CSN. Nove anos atrás, ela trabalhava numa empresa terceirizada no setor de limpeza da UPV. Foi contratada em planos, aprendeu a operar o equipamento e, três anos atrás, passou no recrutamento interno para aços longos. “Pra quem começou limpando sala, chegar aqui é um sonho”, diz a pernambucana que mora há 20 anos em Volta Redonda. “ PARTICiPAR DESSA HISTÓRIA me enche de orgulho. “ APOSTA NA TRADIÇÃO DE PLANOS E NA SINERGIA COM CIMENTOS Jagger Lennon amaral Quem também estufa o peito para falar do desafio de trabalhar na nova fábrica é o operador Jagger Lennon Amaral, 34 anos, dez deles na CSN. Até 2011, trabalhou na logística. Resolveu participar de uma seleção interna para trabalhar na nova planta. Passou. “Fui para a Gerência Geral de Metalurgia do Aço, onde fiquei em treinamento”, lembra. Depois, participou do time de colaboradores que ficaram 60 dias em treinamento na Alemanha. “Eu queria crescer profissionalmente”, diz o operador com nome formado por sobrenome de dois astros do rock inglês. “Participar dessa história me enche de orgulho.” De cima para baixo, entre imagens da planta de aços longos, Ana Paula Oliveira operando a ponte rolante de carga líquida, Jagger Lennon Amaral na linha de produção e a engenheira Aline Miranda no estoque de vergalhões: gente que trabalha e acredita na nova fábrica 6 MAIO / junho 2014 A VITRINE DOS NOSSOS TALENTOS GENTE COMPARTILHANDO AFETO Projeto do supervisor cultural da Fundação CSN divulga arte pelo país Helder Oliveira (à dir.): “Há pessoas de 5 a 80 anos que interagem com a gente” GENTE EMOÇÃO EM GRAFITE É Iniciativa ganha espaços públicos pelo Brasil possível embalar afeto e espalhá-lo país afora? O artista plástico e supervisor cultural da Fundação CSN, Helder Oliveira, acredita que sim. Ele criou o Projeto Afeto na Lata, em novembro de 2013, que tem distribuído mensagens com conteúdo artístico em latas de aço por diversos lugares do Brasil e até no exterior. A página criada no Facebook para divulgar a iniciativa já conta com mais de 2 mil fãs (veja mais no MP online e nas redes sociais da CSN). Oliveira conta que praticava a ideia de forma descompromissada. O mote para transformá-la num projeto surgiu depois de presentear um amigo, que lhe agradeceu pelo afeto na lata. “Comecei a deixar as latas em lugares públicos, registrar e postar em rede social”, conta, lembrando que a repercussão foi imediata. “Eu sempre quis retribuir o que a vida me possibilita.” Quem também se encantou com o projeto foi a administradora de empresas Iaslin Franklin, moradora de Volta Redonda (RJ). “As simples latinhas sem cor se tornaram peças de arte e conseguem arrancar sorrisos e reações boas de qualquer um que passe perto delas”, diz Iaslin. “Dá vontade de ter uma coleção de latinhas, uma em cada canto. Que atitudes assim só aumentem por aí.” Helder deixando uma de suas latas. Na pág. ao lado, seu trabalho em diversos pontos do Brasil “ helder oliveira AFETO NÃO SE VENDE Há quem queira comprar as latas, mas Helder logo avisa que afeto não se vende. O projeto tem ajudado também a divulgar o trabalho de novos artistas, que mandam sugestões de frases. “O Tokinho, um poeta de Poços de Caldas (MG), enviou uma frase e a usei numa lata, que teve mais de 2 mil visualizações. É uma forma de dar oportunidade para esses artistas divulgarem seus trabalhos”, explica. Como Supervisor Cultural da Fundação CSN, Helder compartilhou com os meninos do Projeto Garoto Cidadão as experiências do Afeto na Lata, principalmente na área de grafite. “As crianças também se conectam com essa poesia e com essas palavras boas”, diz. “Em Congonhas (MG), deixei uma na escadaria da igreja, e a repercussão foi grande.” 08 MAIO / juNho 2014 Fotos: Fabio Silvestre A professora universitária Pryscilla Joca, moradora de Fortaleza (CE), descobriu o projeto na internet e se encantou. “A ideia em si de fazer arte na lata com um misto de figuras e frases é fantástica”, diz Pryscilla. “Daí a ideia não cabe em si e se resolve com a vontade de espalhar as latas em forma de arte pelo mundo afora.” EU SEMPRE QUIS RETRIBUIR O QUE A VIDA ME POSSIBILITA. “ Nas latas deixadas por Helder há o endereço da página Afeto na Lata no Facebook e o convite para quem quiser compartilhar sua experiência. “Temos fãs com idades de 5 a 80 anos, que interagem muito conosco”, diz. “Há pouco tempo reconheci na rua, em São Paulo, uma menina que acessou a nossa página. Ela disse que adorava as latas. Saquei uma e lhe dei”, comenta. MAIO / junho 2014 9 CONHECIMENTO Sempre é tempo de unca desistir de aprender e de se aprimorar. Esse é o lema adotado por muitos colaboradores da CSN que retomaram os estudos depois de anos parados. Essas pessoas determinadas foram em busca de crescimento pessoal e profissional e hoje são reconhecidas como exemplos para os mais jovens. A CSN também reconhece esses esforços e oferece bolsas. Só em Minas Gerais, por exemplo, foram 79 bolsas de estudo para colaboradores que quiserem voltar a estudar, sendo 50 em Casa de Pedra e 29 na Namisa. Kledson Luiz de Souza, 45 anos, quase 25 deles na CSN, é um dos que voltaram à sala de aula. Ele conta como foi motivado a cursar a faculdade de engenharia de produção. “Em primeiro lugar, por desejo e satisfação pessoal e, depois, por perceber as boas perspectivas que estariam por vir, nas expansões da unidade da Bocaina, em Arcos, onde trabalho”, afirma. Kledson hoje já evoluiu e trabalha como analista de processo pleno. Colaboradores voltam à sala de aula depois de anos longe dos estudos Em Casa de Pedra, o coordenador de manutenção Rubens Labiapari, 49 anos, diz que viu oportunidades dentro da empresa, já que há um grande projeto de expansão em andamento. Longe da sala de aula por 19 anos, o principal desafio foi conciliar o ritmo de vida. “Minha família, a empresa e os colegas de trabalho me deram todo apoio”. Hoje, Rubens é formado em engenharia mecânica e diz que valeu o esforço. Outro exemplo de força de vontade é Euler Tomaíno, de 51 anos, que trabalha como supervisor de PCP (programação e controle de produção) na Namisa Pires, em Ouro Preto, desde 2007. Técnico em mineração, ele sempre teve o desejo de cursar engenharia de minas. Ele viu que poderia conciliar o horário de trabalho com os estudos. Voltou às aulas 26 anos depois de ter parado. “Era a oportunidade que precisava, voltei a estudar e conclui o curso em 2011”, conta. “Jamais deixem de perseguir seus objetivos. Para conquistar algo é preciso estabelecer metas.” Rubens Labiapari: 19 anos depois, de volta à sala de aula 10 MAIO / junho 2014 A aposta na educação como transformação de sua vida explica também o esforço de Aldair Ferreira da Silva, que em 28 anos avançou de servente a analista pleno na CSN em Volta Redonda. Nessas quase três décadas, ele deixou para trás a vida de sitiante em Rio Claro, formou-se técnico na Escola Técnica Pandiá Calógeras (ETPC), tirou diploma em administração de empresas e, há dois anos, concluiu MBA em gestão empresarial, dois anos atrás. “Os livros me abriram as portas”, diz Silva, 49 anos. “ minha família, a empresa e os colegas de trabalho me deram todo o apoio. “ N aprender rubens labiapari Aldair Ferreira da Silva: “Os livros me abriram as portas” MINERAÇÃO INVESTIR PARA CRESCER Novos equipamentos se somam aos já em uso: investimento na expansão da mina chegará a R$ 1,5 bilhão neste ano Expansão elevará a produção de Casa de Pedra para 40 milhões de toneladas por ano O s novos caminhões fora-de-estrada, gigantes de 240 toneladas, já chegaram em Casa de Pedra. As escavadeiras e os tratores também. Eles fazem parte do lote de novos equipamentos que estão sendo adquiridos pela CSN dentro do plano de expansão da mina – que levará a produção para 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, consolidando a Companhia como uma das maiores do setor na América Latina. Ao todo, está sendo investido somente neste ano cerca de R$ 1,5 bilhão. Além das novas máquinas, a expansão conta com obras de ampliação do beneficiamento de minério e do pátio ferroviário e com novas frentes de lavra. A barragem para disposição de rejeitos já foi ampliada. “Os equipamentos agilizam os processos internos do trabalho na mineração com a melho- ra no transporte”, explica Geraldo Pimentel Mármore Sobrinho, gerente de Engenharia de Manutenção e responsável pela seleção dos equipamentos. Ele orientou a escolha a partir de critérios técnicos para aperfeiçoar a produção, buscando também a melhor opção de custos por tonelada movimentada. “Foi feito um dimensionamento pelo planejamento de lavra de longo prazo, baseado na demanda de movimentação da mina”, comenta. cluindo a ampliação da capacidade de produção da mineração. “Os investimentos em aumento de frota da mina geram o aumento da movimentação total, fundamental para as expansões mas também uma maior flexibilidade operacional, pois permite a abertura de novas frentes de lavra. Isso possibilita maior assertividade na qualidade do minério alimentado na planta e, por consequência, na qualidade final do produto, fundamental para o atendimento aos nossos clientes”, explica Eduardo Orban. As máquinas têm alta capacidade operacional: as carregadeiras suportam 35 toneladas e os caminhões podem levar 235 toneladas por viagem. Além disso, o aumento no número de tratores torna o transporte mais rápido. As obras civis que estão sendo realizadas em Casa de Pedra visam melhorar os processos internos, in- A CSN também investiu nos últimos anos no aumento de sua capacidade portuária no Tecar (em Itaguaí, RJ), que passou para 44 milhões de toneladas por ano. É por lá que a Companhia exporta o minério de ferro produzido em Casa de Pedra. As exportações são direcionadas principalmente para países asiáticos. MAIO / junho 2014 11 EDUCAÇÃO AOS 70 ANOS, ETPC PREPARA ALUNOS PARA O “MUNDO” Ex-alunos da escola são destaques em instituições do Brasil e do Exterior Lucas de Oliveira Pires, vencedor do concurso para o novo slogan da ETPC A Escola Técnica Pandiá Calógeras (ETPC), em Volta Redonda, completou 70 anos e está comemorando em eventos por todo o ano de 2014. É uma trajetória intimamente ligada à da CSN, mas que ao mesmo tempo ultrapassa as fronteiras da Companhia. Hoje, sete décadas depois de ter sido criada para formar profissionais para a recém-inaugurada Usina Presidente Vargas, a ETPC já preparou milhares de colaboradores para a CSN, muitos em posições de destaque na Companhia. Mas também viu sair de suas salas alunos que se destacam em diversas empresas e instituições no Brasil e no exterior. João Porto de Albuquerque é um exemplo. Aluno do curso técnico em processamento de dados entre 1993 e 1996, hoje ele é professor doutor do Departamento de Sistemas de Computação do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/ USP) e professor visitante na Universität Heidelberg (Alemanha). Porto diz que sua passagem pela ETPC teve um papel decisivo na sua formação profissional e acadêmica. A base sólida em disciplinas como física e matemática permitiu, segundo ele, a aprovação em um dos vestibulares mais concorridos no país (ciência da computação, na Unicamp). “Os conhecimentos técnicos profissionalizantes adquiridos na ETPC e no estágio que fiz na CSN na área de informática me auxiliaram não apenas nas próprias disciplinas do curso superior de computação como também em estágios que realizei durante a graduação. E eles marcam a minha atuação profissional na computação até hoje.” Porto afirma ter um carinho ainda mais especial pela escola, pois lá estudaram também o seu pai e seu avô. Diretora do Departamento de Sistemas de Informação da UERJ, Angélica Ribeiro também construiu uma carreira profissional e acadêmica a partir de sua experiência na ETPC. Aluna da primeira turma (1989-1992) do curso de processamento de dados, ela diz que foi lá que teve a base acadêmica para que fosse aprovada no Concurso de Sargento da Marinha e, posteriormente, no ensino superior. Angélica se recorda também de passagens importantes na escola, como os churrascos, viagens e os “excelentes professores”. Gerente de Estratégias de Plataforma na Microsoft, Alessandro Januzzi é outro ex-aluno da ETPC que se destaca no mercado de trabalho. Depois de quase 17 anos de experiência na CSN, ele se transferiu ano passado para uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. “Na ETPC tive contato com fundamentos teóricos de processamento de dados que me auxiliam na vida profissional até hoje. A qualidade do curso foi impressionante e comparável a cursos de especialização de alta qualidade”, afirmou Januzzi, que estudou processamento de dados de 1993 a 1996. Ex-alunos da ETPC também são destaques no setor público. Jessé de Hollanda Júnior, depois de trabalhar durante 12 anos na CSN e de ser reitor de um Centro Universitário em Volta Redonda, é atualmente Secretário de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Volta Redonda. A escola, inclusive, o fez mudar de carreira. Ele já cursava engenharia metalúrgica na Universidade Federal Fluminense (UFF) quando decidiu estudar processamento de dados na ETPC. O curso, segundo ele, moderno, completo, com professores do mercado e com a credibilidade e a marca ETPC, o fez mudar de área. Todos esses casos _ e tantos outros de gente que fez carreira e sucesso dentro da CSN _ foram o exemplo para o aluno Lucas de Oliveira Pires, de 15 anos, do primeiro ano do curso de eletromecânica. Lucas foi o vencedor do concurso para escolher o novo slogan da ETPC: “Passado e Futuro num só Presente”. “Eu queria que as pessoas vissem a partir desse slogan o que o colégio é pra mim: uma escola de 70 anos e que nos ajuda a conquistar o futuro”, disse o garoto, que é bolsista integral. Cenas da ETPC. A escola que foi fundada para formar mão-de-obra qualificada para a CSN comemora 70 anos de rica história, com alunos que já ganharam o mundo. Concurso elegeu o novo slogan: “Passado e Futuro num só Presente”. Leia mais no MP Online A ETPC completou 70 anos em abril. Além do concurso de slogan, outros eventos estão previstos. Em 5 de agosto será feita a comemoração oficial dos 70 anos e uma exposição está prevista para o mês de setembro no Centro Cultural da Fundação CSN. Em outubro, acontecerá o já tradicional “Conheça a ETPC”, e, em novembro, o “Fest Music”. A escola formou mais de 20 mil alunos ao longo da história e tem cursos de eletromecânica, ensino médio, eletrônica, informática, mecânica e petróleo e gás. ESCOLHAS Concluí o ensino médio e junto fiz o curso técnico, e agora? Essa indagação coloca o jovem frente ao dilema que o caracteriza: escolhas. São milhares que deixam a educação básica a cada ano em busca de outros horizontes. Alguns optam por prosseguir seus estudos, encarando a corrida universitária. Outros preferem – ou precisam – ingressar no trabalho. Há, ainda, os que optam por continuar seus estudos conciliando-os com o trabalho. Seja qual for o caminho, terá que testar suas habilidades. Esse cenário o remete a diversos momentos vividos desde a infância, passados essencialmente dentro de uma escola. Fatos e situações das múltiplas relações com colegas de turma, professores, equipes pedagógicas e administrativas e, até mesmo, com os espaços físicos se tornam elementos estruturantes de um movimento denominado ensino-aprendizagem. Do que me recordo, o que me possibilita a árdua tarefa das escolhas neste presente? Do que me valem, a ponto de possibilitar definir entre isto ou aquilo? O espaço escolar cumpre esse papel cultural, marcadamente pelo acesso sistemático à produção humana. É através dele que se torna possível inaugurar o novo, superando seu limite a ponto de criar novas formas de fazer e conviver. Um processo evolutivo, acelerado por uma dimensão pedagógica que eleva o sujeito do caótico à síntese, através do pensamento reflexivo. Mas todas as escolas possuem metodologias correspondentes a esse importante processo? As habilidades requeridas a cada momento histórico lançam desafios à educação. Atualmente, inovação e criatividade geram diversos debates. Sua história demonstra o esforço contínuo por prover o sujeito de conhecimento e de ferramentas necessárias ao sucesso e autorrealização. Nosso slogan para os 70 anos da ETPC: “Passado e Futuro num só Presente”, aponta para essa necessidade de garantir a formação num mundo em constante transformação. Monica Fogazza Presidente da Fundação CSN MAIO / junho 2014 13 MEIO AMBIENTE DESCARTE Recirculação de água usada na produção de aço na UPV atinge a marca de 90% N um momento em que se discute tanto a falta de água, a Usina Presidente Vargas (UPV), em Volta Redonda, tornou-se exemplo de manejo sustentável de recursos hídricos. A UPV reaproveita 90% da água usada nas várias etapas da produção do aço. Isso tem impacto direto no meio ambiente e, principalmente, na preservação do rio Paraíba do Sul. “A reutilização vem aumentando ano a ano com a modernização dos processos ou a implantação de novos equipamentos”, diz o gerente-geral de Energéticos, André Luiz Barroso. Os processos de reutilização de água têm um histórico de constante aprimoramento na UPV. Em 2010, por exemplo, foi implantada uma torre de refrigeração de água para o motossoprador, equipamento em operação há mais de 30 anos. Assim, foi possível reutilizar até 600m³/h de água (equivalente a oito piscinas olímpicas por dia), volume que até então era descartado. Além disso, outras 20 unidades de tratamento de efluentes 14 MAIO / junho 2014 operam recirculando cerca de 144 mil m³/h (equivalente ao consumo de uma cidade com 13 milhões de habitantes). “O maior benefício é a redução do volume captado no Paraíba do Sul e a devolução ao rio desse volume em melhores condições do que quando retirado”, diz Barroso. Claudio Graffunder, gerente-geral de Meio Ambiente em Volta Redonda, avalia que é possível avançar ainda mais implantando circuitos capazes de tratar e reutilizar a água. As áreas de Utilidades e Energéticos e de Engenharia buscam tecnologias que possam reduzir a captação de água do Paraíba do Sul. “Isso envolve estudos de engenharia que vão desde a manutenção da garantia da água para o reuso até a instalação de novas estações de tratamento de efluentes e sistemas de resfriamento e recirculação”, diz. Os usos da água na siderurgia são variados (industrial, para resfriamento, vapor para cogeração de energia elétrica, irrigação de áreas verdes, água potável, en- tre outros). Além dos benefícios para o meio ambiente, o crescimento da taxa de reuso é fundamental para a empresa. “A água para a UPV tem tanta importância quanto qualquer outra matéria-prima do processo siderúrgico, pois sem ela não há aço”, afirma o gerente-geral de Meio Ambiente. “Quando trabalhamos no sentido de reutilizá-la, preservamos a própria existência da UPV.” O objetivo na UPV é ambicioso. “Queremos chegar o mais perto possível do descarte zero de água na Usina”, comenta Graffunder. “Dando um passo de cada vez e unindo forças com todas as áreas, seguimos em frente com o trabalho de preservar a água, que já é considerada o ‘ouro do milênio’ devido à sua importância e escassez em grande parte do planeta.” A mesma preocupação também está presente nas duas novas unidades de produção de cimentos e aços longos, que foram concebidas para reutilizar 100% de toda água empregada em seus processos produtivos. Ilustração: Lita Hayata ZERO É A META POR DENTRO DA OPERAÇÃO CONHEÇA AS ATIVIDADES EXTRAORDINÁRIAS EXERCIDAS PELA NOSSA GENTE PROFISSÃO: OPERADOR DE FORA-DE-ESTRADA A primeira experiência do Antônio Lúcio da Silva com o Caterpillar 793 foi quase um choque. “A sensação é ótima. Lá de cima, a uma altura de um prédio de três andares, tudo fica pequenininho.” Silva, 41 anos, que está há quase quatro anos e meio na CSN, hoje ele opera um dos caminhões foras-de-estrada mais modernos da mina Casa de Pedra, o Caterpillar 793. É um gigante de oito metros e meio de largura, com capacidade de transportar 240 toneladas e dotado de 2.500 cavalos de força – o equivalente a quase 40 Fiat Uno, ou seja, num único motor há uma frota inteira de carros populares. Ele só começou a “pilotar” o Cat 793 depois de um extenso treinamento: “Foram duas semanas só de aulas teóricas e mais 45 dias de prática, muitos deles acompanhando os operadores mais experientes”. Em casa, Silva tem de usar toda a sua expertise também para explicar aos filhos, um garoto de 15 anos e uma menina de 10, o que faz no dia a dia. “Eles são muito curiosos em relação ao fora-de-estrada. Operar um deles é o sonho de todo menino, não é?” MAIO / junho 2014 15 Mais dinâmica e interativa A nova TV CSN chega acompanhada de muitas novidades no visual e no conteúdo. Agora você pode enviar dicas de entretenimento, esportes, segurança, saúde e outros assuntos para o email [email protected] Participe e acompanhe as novidades sobre as empresas e sua região.