- Câmara de Comércio Americana

Transcrição

- Câmara de Comércio Americana
 Especial Porto do Rio - Séc. 21: Um novo ciclo econômico dá fôlego ao potencial logístico
Revista da
Câmara de
Comércio
Americana
para o Brasil
Desde 1921 nº276
jul/ago 2012
Energia: visões
para o futuro
do setor
Por
Manuel Fernandes | Guillermo Quintero | Marcos Sawaya Jank
| José Virgílio Lopes Enei | Rafael Jaen Williamson
Sala de visualização em 3D, no Cenpes/Petrobras
Entrevistas
 O presidente
da BG Brasil,
Nelson Silva, e os
investimentos e
planos para o País
 Dennis Hearne:
a despedida do
cônsul-geral
dos Estados
Unidos no Rio
Conselho editorial
Helio Blak
Henrique Rzezinski
João César Lima
Omar Carneiro da Cunha
Rafael Sampaio da Motta
Roberto Castello Branco
Robson Barreto
Editora-chefe e jornalista responsável
Andréa Blum (MTB 031188RJ)
[email protected]
Colaboraram nesta edição:
Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Areas
(fotos), Luciana Maria Sanches (revisão), Giselle
Saporito e Sol Mendonça (textos)
foto da capa: agência petrobras
Canal do leitor
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Os artigos assinados são de total
responsabilidade dos autores, não representando,
necessariamente, a opinião dos editores e a da
Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro
Publicidade
Liliane Dippolito
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A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares,
é comprovada por Ernst & Young Terco
Impressão: Walprint
Uma publicação da Câmara de Comércio
Americana do Rio de Janeiro
Praça Pio X, 15, 5º andar
20040-020 Rio de Janeiro RJ
Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201
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Projeto do programa Porto do Rio Século XXI, coordenado pela
Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro – SETRANS/RJ
P
assados os Jogos Olímpicos de Londres, todas as atenções se voltam
agora para o Brasil e, mais particularmente, para o Rio de Janeiro. As
expectativas com relação à realização da Copa em 2014 e, mais ainda,
com a Olimpíada em 2016 irão aumentar ainda mais a nossa exposição ao
noticiário mundial.
Os desafios são grandes, e boa parte deles já vem sendo atacada com as
obras de infraestrutura em curso, mas o caminho ainda é longo e o tempo
cada vez mais curto.
Nesse contexto, algumas ações importantes são objeto de atenção dos nossos governantes e da iniciativa privada, visando não só preparar a cidade e o
País para os grandes eventos, mas, principalmente, garantindo que as transformações em curso se reflitam verdadeiramente em melhorias na qualidade
de vida e beneficiem toda a população. Trata-se do tão esperado legado.
Nesta edição procuramos avançar na discussão de alguns dos temas que
mais podem ajudar nessa transformação sob o ângulo da infraestrutura.
Um desses temas é a questão da nossa matriz energética, uma das mais
diversificadas do mundo, mas que ainda hoje se beneficia menos do que poderia em função da sua diversidade.
Buscamos trazer nesta edição matérias e artigos sobre o tema, enfatizando
esse potencial a explorar e cobrindo não só a indústria de óleo e gás como
de outras fontes energéticas.
O tema da infraestrutura portuária também é tratado nesta edição, em
um artigo especial, voltado para as propostas de modernização e ampliação
do Porto do Rio de Janeiro, para o qual já estão aprovados diversos projetos,
que são detalhados no texto fartamente ilustrado.
Em função dos grandes eventos e da tendência de crescimento do comércio exterior fluminense, teremos importações cada vez mais expressivas de
equipamentos e componentes, acarretando um crescimento da movimentação de cargas conteinerizadas. Qualquer atraso nos cronogramas originais
pode acarretar a perda de um market share arduamente conquistado pelos
operadores locais, detentores das concessões licitadas e que já efetuaram
transformações organizacionais significativas.
Temos menos de dois anos até o início da Copa de 2014 e estamos a quatro anos da Olimpíada. Ao mesmo tempo que enormes oportunidades se
abrem, também os desafios são da mesma dimensão e precisam ser superados com muita competência. Queremos contribuir para que o País e o Rio de
Janeiro possam projetar uma imagem positiva sobre a nossa capacidade de
criação e realização.
Esperamos que o setor público e a iniciativa privada assumam essa tarefa
de mãos dadas.
Divulgação/BG Brasil
editorial
artigos relacionados
34 Conteúdo local impulsiona P&D em óleo
e gás no Brasil, por Manuel Fernandes,
sócio-líder da área de Óleo e Gás da KPMG
no Brasil e chairperson do Comitê de
Energia da Amcham Rio
36 Os biocombustíveis, a Rio+40 e os carros
“verdes”, por Marcos Sawaya Jank,
especialista em agronegócio e agroenergia,
ex-presidente da União da Indústria de
Cana-de-açúcar
38 Em busca dos mercados globais para o
etanol, por José Virgílio Lopes Enei,
sócio do escritório Machado, Meyer,
Sendacz e Opice Advogados
40 Entrevista, com Guillermo Quintero,
presidente da BP no Brasil
Henrique Rzezinski,
presidente da Câmara
de Comércio Americana
do Rio de Janeiro
Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira
atualizar seus dados, entre em contato com Terezinha
Marques: (21) 3213-9220 ou [email protected]
42 A guerra por talentos, por Rafael
Jaen Williamson, diretor de Assuntos
Corporativos da Chevron Brasil Petróleo
06
10
14
16
18
22
24
26
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Em Foco
Notícias sobre os acontecimentos recentes e a
agenda de eventos e cursos da Amcham Rio
Entrevista
O presidente da BG Brasil, Nelson Silva, fala sobre
os investimentos e planos de negócios no País
Radar
Carinho e atenção ao cliente: é o que recomenda
às empresas o CEO da Case Benefícios e Seguros,
Rafael Sampaio da Motta
Ponto de Vista
A habilidade de desenvolver competência
e a sobrevivência das empresas, no artigo
da senior consultant da KornFerry International
Mariana Abbud
Entrevista
As memórias e os feitos do cônsul-geral dos
Estados Unidos no Rio, Dennis Hearne, que se
despede do posto, mas não do seu “país do coração”
From the USA
EducationUSA: esta será a maior missão
educacional já enviada pelos EUA ao Brasil – e pela
primeira vez liderada por um subsecretário
do Departamento de Comércio
Ponto de Vista
As novas exigências de prestação de contas do
Siscoserv referente ao comércio exterior, por Marluci
Azevedo Rodrigues, sócia do escritório
de contabilidade Domínio Assessores
Porto do Rio – Séc. 21
O novo projeto de reformulação do Porto do Rio e
o potencial do corredor logístico de cargas, na visão
do presidente do Conselho de Administração da
Multiterminais, Richard Klien
Ponto de Vista
A diretora da ID Projetos Educacionais e doutora
em educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal, mostra
como o caso da Volkswagen desenvolve líderes e
consolida a alta performance
Especial – Energia:
desafios e promessas da
matriz energética brasileira
Ponto de Vista
O diretor-executivo da Amcham Espírito Santo,
Clóvis Abreu Vieira, traça um panorama econômico
das perspectivas para o Brasil
Amcham News
8º Prêmio Brasil Ambiental e os eventos
realizados pela Amcham Rio
CASA DA CRIAÇÃO
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em foco
Brazil Energy & Power 10 debateu em Houston,
no Texas, Estados Unidos, o setor de energia
6_Edição 276_jul/ago 2012
Sócio-líder de Tax Effective
Supply Chain Management
( 11 2573 5259
O sócio da KPMG
Steve Estes
ey.com.br
O capitão
Ed Stanton, da EVP,
O’Brien’s Response
O gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da
Eletrobras/Procel, Fernando Pinto Dias Perrone; o presidente da
Bratecc, Orlando Azevedo; o diretor-executivo da Bratecc, Ricardo
Peduzzi; o representante da Mitsubishi International Corporation
Makoto Fujiwara e o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski
• Auditoria
• Consultoria
• Impostos
• Transações
TM Rio 2016
O diretor-presidente da Cameron do Brasil, Juan Carlos Arango; a
superintendente de Promoção de Licitações da ANP, Claudia Rabelo;
a diretora de Comunicação da BG Brasil, Maria Luiza Soares; e o
coordenador do Comitê de Relações Externas da Comissão para Assuntos
de Regulatórios de Energia e Petróleo do IBP, Flavio Ofugi Rodrigues
Gestão A eficiência tributária
cadeia de suprimentos
estratégica de na
pode trazer mais
impostos em competitividade para
empresa.
supply chain. sua
Fale com Marcelo Lira
O vice-presidente
da CenterPoint
Energy (Houston),
Kenneth Mercado
Trabalhe conosco: ey.com.br
o dia 13 de agosto, representantes do setor público e privado
do Brasil e dos Estados Unidos estiveram reunidos na décima
edição da conferência internacional Brazil Energy and Power (BEP),
em Houston, no Texas (EUA). O encontro é realizado anualmente
pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham
Rio) em parceria com a Brazil-Texas Chamber of Commerce (Bratecc) e, este ano, com o apoio do Brazil-U.S. Business Council.
A superintendente de Promoção de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Claudia
Rabelo, o coordenador do Comitê de Relações Externas da Comissão para Assuntos de Regulatórios de Energia e Petróleo do Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Flavio Ofugi
Rodrigues, e o diretor-presidente da Cameron do Brasil, Juan Carlos
Arango, integraram o primeiro painel do dia, com o debate O Marco Regulatório do Setor de Petróleo e Gás no Brasil, Investimentos
e Desafios Logísticos, moderado pela diretora de Comunicação da
BG Brasil, Maria Luiza Soares.
Em seguida, sob o tema Eficiência Energética: Criando um
Mundo Sustentável Através do Uso Inteligente da Energia Elétrica,
falaram o gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras/Procel, Fernando Pinto Dias Perrone, o vicepresidente da CenterPoint Energy (Houston), Kenneth Mercado, e
o representante da Mitsubishi International Corporation, Makoto
Fujiwara. A moderação do painel foi do presidente da Amcham Rio,
Henrique Rzezinski.
Os atuais destaques na indústria de energia foram foco do terceiro e último painel da conferência, com destaque para a palestra
do capitão Ed Stanton, da EVP, O’Brien’s Response, sobre as consequências em Macondo, e do sócio da KPMG Steve Estes, sobre o
gás de xisto ou shale gas. O objetivo da conferência é identificar as
oportunidades e os desafios do setor no Brasil, fomentando trocas de
experiências e possibilidades de negócios entre os dois países.
© 2012 EYGM Limited. Todos os direitos reservados.
N
em foco
agenda 2012
Amcham Rio
SETEMBRO
A Câmara de Comércio Americana do
Rio de Janeiro (Amcham Rio) retoma,
no mês de agosto, o Amcham Rio Professional Development, projeto de especialização e reciclagem profissional
voltado para associados e não associados. Com uma grade de cursos cuidadosamente selecionada, a proposta é
oferecer treinamentos de alta qualidade
direcionados ao nível gerencial e executivo, sempre alinhados com as necessidades do mercado. Os diversos temas
serão ministrados por professores de
alto nível, utilizando metodologias diversificadas, atuais e apoio tecnológico que
garantem dinamismo e alta performance em sala de aula. Há descontos para
grupos entre 10% e 20%, a depender do
número de participantes. Os cursos vão
acontecer na sede da Amcham Rio, na
Praça Pio X, 15, 5º andar, Centro. Mais
informações com Carla Careys: (21)
3213-9203 e carlacareys@amchamrio.
com. Confira a programação já confirmada na agenda.
Café de Novos Sócios
8_Edição 276_jul/ago 2012
4/9 Seminário Marketing Jurídico:
Desafios e Oportunidades
12/9 Seminário Anticorrupção
13/9 Curso A Liderança do Gestor
Financeiro, com Sérgio Carvalho
12 e 13/9 Evento PI nos Esportes
17 a 20/9 Rio Oil & Gas Expo
25/9 Curso Infrações e
Penalidades Aduaneiras,
com Gláucio Bastos
On the Road
O Centro Latino-americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual, presidido por Steve Solot, organizou um
evento de despedida ao cônsul-geral
dos EUA no Rio, Dennis Hearne, com a
pré-estreia do filme On the Road, sobre
a obra de Jack Kerouac, em parceria
com a Amcham Rio, BG Brasil e Case
Benefícios e Seguros, em 9 de julho, no
Espaço Itaú de Cinema.
OUTUBRO
2/10 Curso Gestão da Inteligência
Competitiva, com Elisabeth Gomes
5/10 Café da Manhã Gestão do
Risco Aduaneiro
18/10 Curso Blindagem de Lucros,
com Sérgio Carvalho
19/10 Seminário Portos do Rio:
Desafios e Perspectivas
27 e 28/10 Curso Matemática
Avançada para Finanças, com
Sérgio Carvalho
Membros das empresas recentemente associadas à Amcham
Rio estiveram reunidos em um café da manhã, no começo de
agosto, oferecido pela instituição em sua sede, para apresentar os planos de trabalho e ouvir os novos membros sobre
suas áreas de negócio e atuação.
Edição 276_Brazilian Business_9
entrevista
Nelson Silva
Presidente da BG Brasil
Com investimentos multibilionários para
o País, a BG Brasil é considerada um dos
principais destaques das operações do
BG Group no mundo. A organização vai
abrigar no Rio de Janeiro o Centro Global
de Tecnologia, com mais de US$ 2 bilhões
destinados somente à pesquisa e ao
desenvolvimento tecnológico até 2025.
“O Brasil passou a ser o centro da
estratégia global de tecnologia do BG
Group”, é o que revela o presidente da
BG Brasil, Nelson Silva, em entrevista
exclusiva à Brazilian Business
Brazilian Business: Qual o balanço desse período
de quase 20 anos de atuação no Brasil?
Nelson Silva: A BG Brasil é parte do BG Group, uma companhia
integrada de gás natural, e está presente no País desde 1994. A
BG Brasil atua na exploração e produção de hidrocarbonetos na
Bacia de Santos como a maior parceira da Petrobras na exploração, no desenvolvimento e na produção de óleo e gás do pré-sal.
Sob a operação da Petrobras, a BG Brasil e seus parceiros têm
uma impressionante taxa de sucesso desde o início do programa
de perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, em 2005.
Também estão reduzindo consideravelmente o número de dias
de perfuração, economizando milhões de dólares com o uso de
tecnologia e processos de ponta. A grande quantidade de descobertas na Bacia de Santos proporciona a oportunidade de desenvolver projetos de longo prazo em exploração e produção no
Brasil. A BG Brasil mantém compromisso de longo prazo com o
País, estando alinhada com as prioridades do Governo Federal
para maximizar o conteúdo local, ampliar a proteção ao meio ambiente e a segurança operacional e promover o desenvolvimento
científico e tecnológico, além do progresso social. Por meio da
Estratégia de Sustentabilidade da BG Brasil, estamos investindo em projetos que contribuem para o desenvolvimento social
e econômico do Brasil. A estratégia tem por base quatro pilares:
pesquisa e desenvolvimento (P&D), investimento social (sobretudo em educação), conteúdo local e meio ambiente e segurança (incluindo biodiversidade). Acreditamos que o investimento
nessas áreas tem potencial para oferecer benefícios permanentes
ao Brasil, bem como apoiar os objetivos corporativos de longo
prazo da BG Brasil.
“A grande quantidade de descobertas na Bacia
de Santos proporciona a oportunidade de
desenvolver projetos de longo prazo
em exploração e produção no Brasil”
10_Edição 276_jul/ago 2012
verno brasileiro, estamos contribuindo
para a inovação no País por meio de uma
série de projetos. O Brasil passou a ser o
centro da estratégia global de tecnologia
do BG Group e, assim, a companhia está
implantando o Centro Global de Tecnologia no Rio de Janeiro. O objetivo é desenvolver tecnologias avançadas para aplicação de inovação tecnológica na promoção
de melhorias na indústria de óleo e gás. A
BG Brasil terá o mais significativo investimento em P&D entre as empresas internacionais de petróleo no Brasil – mais de
US$ 2 bilhões até 2025 – e temos certeza
de que isso trará benefícios em longo prazo tanto para o Brasil quanto para a companhia. A partir desse centro serão coordenados quase todos os projetos de P&D
do BG Group no mundo, trabalhando em
proximidade a universidades brasileiras e
contribuindo para o aumento de conteúdo
local em bases competitivas internacionalmente. Criaremos uma série de parcerias
tecnológicas com universidades, laboratórios e instituições nacionais e internacionais, além do Governo Federal.
BB: Que tipo de parcerias?
NS: A companhia foi, por exemplo, pio-
neira no apoio ao programa Ciência sem
Fronteiras, do Governo Federal, e pretende investir até US$ 100 milhões em bolsas de estudo internacionais a estudantes
e pesquisadores brasileiros, contribuindo
para a integração da indústria com a academia na pesquisa aplicada e fortalecendo
a sociedade do conhecimento. O projeto é
uma parceria com o CNPq e contempla o
intercâmbio para a formação de estudantes brasileiros nas melhores universidades
do mundo, além da formação de parcerias
com os centros de excelência acadêmica
do País, permitindo a transferência de tecnologia visando sua aplicação prática.
Divulgação/BG Brasil
Compromisso
com o Brasil
BB: Como é feito o investimento em
tecnologia da companhia no Brasil?
NS: Alinhados com as prioridades do go-
Edição 276 Brazilian Business_11
entrevista nelson silva
da para programas de monitoramento
nos ambientes marítimos em que nossos
investimentos e operações estão localizados. Tais estudos são importantes para a
compreensão desses locais e permite que
planejemos nossas atividades para minimizar os impactos no meio ambiente. O
monitoramento é realizado em parceria
com outras empresas, governo, universidades e instituições não governamentais.
Por exemplo, a Bacia de Santos, área onde
se encontram campos do pré-sal, será
acompanhada por meio de um sistema
inédito de monitoramento oceânico. As
informações contribuirão para a segurança e eficiência de operação no setor de
óleo e gás e para o melhor conhecimento e
preservação do meio ambiente, entre outras finalidades. A iniciativa foi viabilizada
por um convênio assinado entre a Coppe/
UFRJ, a BG Brasil e a Prooceano. Batizado de Projeto Azul, prevê investimento de
R$ 20 milhões da BG Brasil, e seu banco
de dados poderá ser conectado a sistemas
globais de monitoramento já existentes na
Europa e nos Estados Unidos, ampliando
o uso e a influência das informações. A
BG Brasil também vem apoiando o programa de monitoramento de baleias e
golfinhos realizado pelo Instituto Aqualie
na Bacia de Santos. Além disso, estamos
trabalhando com universidades parceiras
para desenvolver um programa de monitoramento mais amplo na região, uma vez
que esse ambiente é bem menos estudado
que a Bacia de Campos. Já o Projeto Baía
de Guanabara, implantado pela BG Brasil, pelo Instituto Rumo Náutico/Projeto
Grael, pela Prooceano e pelos laboratórios
LAMMA/LAMCE-UFRJ, é dedicado ao
estudo das correntes oceânicas e de vento
na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Também contempla o desenvolvimento
de um modelo matemático pioneiro para
prever correntes, similar aos modelos de
previsão climática, e com acesso gratuito
pela internet. O projeto recebeu investimento de R$ 1,1 milhão da BG Brasil.
12_Edição 276_jul/ago 2012
“A BG Brasil terá o mais
significativo investimento
em P&D entre as empresas
internacionais de petróleo
no Brasil – mais de
US$ 2 bilhões até 2025”
BB: O programa de investimento social da BG Brasil voltado à
educação em ciências é único no País. Como funciona?
NS: O programa de investimento social da BG Brasil visa à geração
de benefícios duradouros para o País por meio de investimentos
na educação em ciências, por intermédio do método STEM (sigla
em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática),
e na capacitação profissional. O programa contribuirá para o desenvolvimento de capital humano, conhecimentos e mão de obra
qualificada, potencializando os benefícios locais gerados pela exploração de recursos naturais, além de desenvolver uma economia
de alta tecnologia. A companhia está apoiando a inovação para o
aprimoramento do ensino de STEM na rede pública de ensino –
assim como a capacitação, sobretudo no ensino profissionalizante.
A BG Brasil atua em parceria e no apoio de instituições brasileiras,
organizações não governamentais e serviços de aprendizagem que
trabalham com ensino e capacitação profissional, em estreita articulação com órgãos públicos em todas as esferas governamentais.
Os investimentos são destinados a toda a rede de ensino, compreendendo a educação infantil e os ensinos fundamental, médio e
profissionalizante. Inicialmente, os investimentos se dirigem a dois
Estados ligados ao desenvolvimento de óleo e gás do pré-sal: Rio
de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os recursos são originários dos
fundos de investimento social voluntário da BG Brasil, separados
da cláusula de P&D. 
Divulgação/BG Brasil
BB: Como a companhia estrutura seus
programas marítimos ambientais?
NS: Atualmente, a BG Brasil está volta-
radar
O
O cliente
precisa de
carinho
escritor russo Anton Tchekhov,
que atingiu seu apogeu no fim do
século 19, tornou-se conhecido
por traduzir a tragédia contida em pequenas coisas da vida. Um de seus contos, “A
Palerma”, um diálogo entre uma governanta
e seu patrão, retrata como o ser humano se
submete facilmente à dominação e se sente
subjugado diante de alguém mais assertivo,
mesmo quando o opressor não tem razão.
Embora a inspiração de Tchekhov tenha
origem na sociedade russa do fim do século 19, a sensação de poder do patrão que se
recusa a pagar o salário da governanta, que,
submissa, não reclama, infelizmente ainda
serve de espelho para muitos empresários
em pleno século 21. Este desrespeito também se estende aos consumidores.
Porém, o mundo mudou muito nos últimos 20 anos. As potências que ditavam as
regras financeiras e comerciais na segunda
metade do século 20, hoje, são obrigadas a
obedecer a uma nova ordem mundial. A ascensão de economias que eram promessas de
futuro no fim do século 20 é uma realidade
no século 21. E, mesmo em países que nasceram sob a forma de colônias, como o Brasil, há uma mudança clara nas relações entre
empregadores e empregados e entre empresários e clientes.
Em um Brasil que ganha espaço no cenário econômico mundial e que assiste à oferta
de crédito, proporcionando a ascensão da
classe C ao consumo, está cada vez mais difícil encontrar profissionais que não hesitem
em trocar empresas em que não são valorizados ou consumidores que não se mantenham
fiéis ao mínimo sinal de desrespeito. A instituição do Código de Defesa do Consumidor
no Brasil, pela Lei 8.078/90, foi um marco,
mas foi preciso mais de três décadas para que
houvesse uma mudança representativa na
forma de o cliente exigir seus direitos.
Por que nunca paramos para
ouvir os principais interlocutores
do nosso negócio: colaboradores
e clientes? Cuide de quem faz a
diferença no seu dia a dia
ilustração pictomonstro
Rafael Sampaio da Motta_CEO
do Grupo Case Benefícios e Seguros
14_Edição 276_jul/ago 2012
Todas essas mudanças, no Brasil e no
mundo, têm obrigado empresários a repensar a forma de desenvolver seus negócios e lutar pela fidelidade de clientes
e colaboradores. Mais do que um serviço
de qualidade, o consumidor quer atenção,
quer se sentir único e ter voz ativa. Mais do
que um bom salário, o colaborador precisa
acreditar que a organização reconhece sua
dedicação sob a forma de atenção quando
ele precisa se ausentar para resolver um
problema pessoal, de saúde ou investir no
seu aprimoramento profissional.
Mesmo com tantas evidências sobre a
mudança de atitude do cliente/consumidor, por que ainda nos deparamos com
situações em que operadoras de telefonia
móvel são impedidas, pela Anatel, de comercializar chips e serviços? Diante de
tristes episódios como este, constatamos
que, apesar de o Brasil despertar orgulho
pelo seu desempenho econômico nos últimos anos e por se tornar sede da Copa do
Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de
2016, ainda temos muita lição de casa para
fazer antes de nos considerar um ambiente
de excelência nas relações com o consumidor. Mas, como já expunha o milenar
I Ching – O Livro das Mutações, em toda
crise, há sempre oportunidade de crescimento, e é possível vislumbrar um seleto
grupo de empresas que já perceberam o
caminho da fidelidade de colaboradores e
clientes: a atenção e o carinho.
O mundo passa por uma reestruturação total de valores, e os conceitos ocidentais, que preconizavam a mais-valia e
a busca desenfreada pelo lucro, dão cada
vez mais lugar aos milenares conselhos
orientais, em que um gesto de carinho e
delicadeza não tem preço. Em tempos de
conexão global, internet 2.0 e sucesso de
empresas que nasceram em um notebook,
na composição do valor de uma ação
de uma companhia entra um elemento
fundamental para o sucesso no século
21: o ativo intangível. Difícil de definir,
o intangível se traduz em colaboradores
comprometidos com a missão e os valores da instituição em que trabalham e em
gestos que não se medem em planilhas de
Excel, mas refletem resultados tangíveis
em caixa, o cuidado em prestar mais do
que um serviço de qualidade, um serviço
capaz de surpreender o cliente quando
ele menos espera.
“Mais do que um bom salário,
o colaborador precisa
acreditar que a organização
reconhece sua dedicação
sob a forma de atenção“
Para exemplificar pontualmente algumas das práticas de negócios que precisam
ser revistas, diria ser necessário pensar no
cliente como prioridade de fato, os planos
de negócios precisam acolher as demandas
dos clientes nos tópicos sobre inovação
e crescimento; entregar realmente o que
promete, é preciso lembrar que a lei está
do lado do consumidor, que, quando desrespeitado, exige seus direitos na Justiça;
saber dimensionar suas necessidades e ter
a estrutura adequada para entregar o produto vendido. Em tempo de redes sociais,
reputação é algo que se perde em menos
de dois cliques; equilibrar a área de vendas
com a área de pós-vendas, só assim você
honrará o que o cliente realmente espera;
valorizar seus colaboradores, pois são ativos fundamentais para o seu sucesso; pensar de forma sustentável e se sentir corresponsável pelo futuro da comunidade, da
cidade, do Estado e do País; ousar, inovar
e colocar boas ideias em prática somente
quando os serviços ofertados estiverem
no ápice do sucesso, ou seja, funcionando
perfeitamente; respeitar o cliente até as últimas consequências e tratar pessoas, colaboradores e consumidores com carinho
e atenção – isso fará a diferença na sua organização e na sua vida.
Se imaginássemos um empreendedor do século 21 subindo uma montanha
para buscar conselhos com um mestre,
certamente, no discurso do mestre, estariam toques que, de tão óbvios, muitos
pensariam por que afinal subiram uma
montanha tão íngreme para ouvi-los. A
resposta é simples: porque nunca pararam
para ouvir os principais interlocutores do
seu negócio, seus colaboradores e clientes.
Cuide de quem faz a diferença no seu dia
a dia.
Edição 276_Brazilian Business_15
ponto de vista
Mariana Abbud
senior consultant da KornFerry International
Identificação e desenvolvimento dos futuros líderes:
tendência ou sobrevivência?
O
tema sucessão e desenvolvimento de lideranças, que vem
ocupando a agenda dos líderes de negócios há alguns
anos, ganha agora atenção especial. Em um mercado cada vez
mais competitivo e carente de profissionais qualificados, a
capacidade de fomentar o desenvolvimento interno de líderes
se torna um importante diferencial competitivo.
Em recente pesquisa realizada com 365 CEOs da América
Latina pela KornFerry International, em 2011 (CEO Vision
Revisited), 68% dos entrevistados declararam que “desenvolver gente e gerenciar talentos” é uma de suas prioridades para
os próximos três anos, superando itens como “melhorar produtividade” e “expandir mercado”. Se, por um lado, a sensação
de urgência parece estar instalada, ainda há dúvidas práticas
sobre como identificar os futuros líderes de forma assertiva,
possibilitar que o desenvolvimento aconteça de forma eficaz
e garantir a continuidade dos negócios sem rupturas causadas
pela ausência de um líder.
Até bem pouco tempo, o critério desempenho na posição
atual (performance passada) era aceito como indicador de
sucesso futuro em funções maiores ou mais complexas e, com
base nessa avaliação, profissionais bem-sucedidos seriam promovidos continuamente até o que o Princípio de Peter chamou de “seu nível de incompetência”. “Em uma estrutura
administrativa hierarquizada, as pessoas tendem a ser promovidas até o seu nível de incompetência” (Dr. Laurence J. Peter,
1960, Business Open Learning Archive). Em outras palavras,
profissionais de sucesso eram reconhecidos por um trabalho
benfeito, tendo como “prêmio” uma promoção, sem necessariamente terem desenvolvido competências e habilidades para
um desempenho satisfatório nessa nova função. Em uma pesquisa de 2005 realizada pelo Corporate Leadership Council
foi observado que, apesar de performance (desempenho consistente) ser um critério presente em 93% dos profissionais
com alto potencial, apenas um terço dos profissionais com
alta performance, de fato, tem potencial para assumir desafios
maiores. Diante dessa realidade e da dificuldade de dimensionar o “potencial futuro”, o conceito de Agilidade de
Aprendizagem traz uma nova dimensão à discussão de potencial: a abertura e capacidade de um profissional de aprender
com suas experiências, incorporando esses aprendizados ao
seu repertório.
16_Edição 276_jul/ago 2012
ATTORNEYS-AT-LAW
www.veirano.com.br
[email protected]
Pessoas com alta Agilidade de
Aprendizagem têm uma verdadeira abertura para aprender sobre si mesmas, sobre
outros e ideias, seja por meio de feedback
(constantemente solicitado) ou por tentativa e erro. São profissionais que refletem e
experimentam, constantemente buscando
novas formas de atuação. Esses profissionais frequentemente provocam mudanças,
questionam o status quo e inspiram outros
a desempenhar além do esperado.
Com a crescente velocidade dos acontecimentos e mudanças, a escassez cada vez
maior de profissionais qualificados e a grande demanda por talentos, os ciclos de carreira têm ficado cada vez mais curtos, com
profissionais assumindo posições mais
complexas precocemente. Frente a esse contexto, a identificação de executivos com alta
Agilidade de Aprendizagem e a capacidade
organizacional de desenvolver e reter tais
talentos serão essenciais para a criação de
uma pipeline de líderes futuros.
Áreas de Prática | Practice Areas
Administrativo
Antitrust and Competition
Aeronáutico
Arbitration and Mediation
Antitruste e Concorrência
Ambiental
Arbitragem e Mediação
Bancário e Financeiro
Comércio Exterior
Capital Markets
Compliance
Consumer Law
Contracts
Corporate
Corporate Immigration
Energia Elétrica
Credit Recovery & Corporate Reorganization
Entretenimento
Energy
Financiamento de Projetos
Entertainment
Fusões e Aquisições
Environmental
Imigração Empresarial
Imobiliário
“Os ciclos de carreira têm ficado cada vez
Infraestrutura
mais curtos, com profissionais assumindo
Mercado de Capitais
Mineração
Naval
Petróleo e Gás
Private Equity
Propriedade Intelectual
Recuperação de Créditos e de Empresas
Seguro e Resseguro
Societário
Tecnologia da Informação
Telecomunicações
Trabalhista e Previdenciário
Tributário
SÃO PAULO
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12.995 / 18º andar
Brooklin – 04578-000 – SP
Tel.: (55 11) 5505-4001
Fax: (55 11) 5505-3990
Banking and Finance
Contencioso
Governança
RIO DE JANEIRO
Av. Presidente Wilson,
231 / 23º andar
Castelo – 20030-021 – RJ
Tel.: (55 21) 3824-4747
Fax: (55 21) 2262-4247
Aviation
Consumidor
Contratos
posições mais complexas precocemente”
Administrative
Aduaneiro
PORTO ALEGRE
Rua Dona Laura,
320 / 13º andar
Rio Branco – 90430-090 – RS
Tel.: (55 51) 2121-7500
Fax: (55 51) 2121-7600
Export / Import and Customs
Information Technology
Infrastructure
Insurance & Reinsurance
Intellectual Property
International Trade
Labor and Social Security
Litigation
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Mining
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10º andar conj 1001 – 70712-900 – DF
Tel.: (55 61) 2106-6600
Fax: (55 61) 2106-6699
entrevista
Brazilian Business: Qual a sua avaliação desse período
de três anos à frente do Consulado dos EUA no Rio?
Dennis Hearne: Quando cheguei, em agosto de 2009, para as-
Dennis Hearne
cônsul-geral dos EUA
no Rio de Janeiro
sumir o posto de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, senti a cidade diferente da que havia conhecido ao longo
de 25 anos de carreira diplomática. Eram palpáveis e nítidos o
dinamismo, o otimismo e o ambiente positivo que preenchiam o
Rio de Janeiro com uma força que eu nunca tinha experimentado. Sabemos que o Rio passou por muitos anos de dificuldades
por diversos motivos; perdeu influência política, relevância econômica, havia uma situação lamentável de segurança pública e a
marginalização das comunidades. Em 2009, parecia ter havido
uma mudança significativa desse cenário. Ao longo desses três
anos de trabalho como cônsul-geral, trabalhamos para apoiar
essa retomada positiva e construir um papel significativo nessas
transformações tão relevantes à cidade.
“O Brasil
é o meu
país do
coração”
Dennis Hearne deixa o
posto de cônsul-geral dos
Estados Unidos no Rio em
agosto, após três anos
de trabalho à frente do
time. Ele fala à Brazilian
Business sobre os
principais marcos de sua
gestão e as oportunidades
para as empresas e o País
com os desafios vindouros
Divulgação/Consulado dos EUA
Por Andréa Blum
18_Edição 276_jul/ago 2012
BB: Quais as principais realizações e projetos
que destacaria desse período?
DH: O que disse ao meu time ao chegar é que tínhamos que ser
uma equipe de transição para acompanhar e contribuir com essas mudanças positivas ao nosso redor. O Rio de Janeiro está cada
vez mais relevante para o País e para a economia brasileira, e este
consulado precisa funcionar como um ponto focal para as relações internacionais e para a diplomacia americana. Sabendo que
a cidade vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016, queríamos fazer
da nossa participação um exemplo para as relações bilaterais entre os dois países, com foco em projetos de educação, culturais e
sociais, além do político-econômico.
Nesse sentido, eu destacaria, na área consular, a expansão da
nossa capacidade para acompanhar o ritmo de viagens dos brasileiros aos EUA, com uma maior agilidade na emissão de vistos
para ajudar este movimento histórico do País. Processamos atualmente, em um dia normal, até 2 mil vistos. Em 2011, emitimos
cerca de 1 milhão de vistos. O brasileiro atendido em nosso consulado do Rio, com agendamento pela internet, geralmente é recebido em até uma semana e, ao chegar ao consulado, se precisar
passar pela entrevista, não leva mais que uma hora no processo.
Temos muito orgulho de ter alcançado esse nível de agilidade e
eficiência no atendimento. É uma das nossas principais conquistas nesses últimos três anos de trabalho.
No envolvimento com a área de segurança pública, queríamos
participar da integração das favelas à cidade, um desafio que parecia impossível para muitos cariocas e uma quebra de paradigma. Mas, convivendo com o secretário [José Mariano] Beltrame,
entendi o que ele falava ao dizer que o policial sozinho não consegue segurar uma transformação perene. É papel de governos,
sociedade civil, ONGs, escolas e empresas contribuir com essa
mudança. Por essa razão, construímos um projeto de educação,
o UP with English, com foco na empregabilidade, para levar às
comunidades pacificadas, e vislumbrando os grandes jogos, o ensino da língua inglesa. Para o programa continuar tendo sucesso,
a colaboração do setor privado é essencial. Nesse sentido, admiro
o compromisso dedicado da Câmara de Comércio Americana
do Rio e o apoio oferecido ao projeto pelas empresas BG Brasil,
Amil, Case e Chevron.
Edição 276 Brazilian Business_19
© 2012 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmasmembro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça.
entrevista dennis hearne
Outra corrente que se evidenciou foi a expansão econômica
da cidade, com o pré-sal e os grandes jogos. Ampliamos nossa capacidade comercial para facilitar visitas e seminários e aproximar
entidades americanas de potenciais parceiros locais. Em termos
de infraestrutura, criamos um crédito preliminar de US$ 1 bilhão
acessível a esses grupos com projetos relacionados com a Copa
do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Tendo em vista
os acordos bilaterais, nós temos promovido também diversos encontros, vislumbrando parcerias entre governos para projetos de
inclusão social. Nesse período, também dobramos o nosso staff,
atualmente com 90 americanos e 200 brasileiros trabalhando somente no Consulado dos EUA no Rio.
BB: Qual a sua perspectiva em relação ao desempenho
do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014
e dos Jogos Olímpicos de 2016?
DH: Tenho certeza de que o Brasil vai se sair muito bem nos
grandes jogos. É sempre difícil essa preparação, com desafios
de infraestrutura, mas temos que perceber as oportunidades de
transformações que se anunciam com um impacto permanente
para a estrutura e os negócios da cidade. Acredito que ficaremos
impressionados com o impacto que essas mudanças vão causar.
BB: O senhor presenciou uma agenda entre os dois países
bastante intensa, inclusive com a visita do presidente Obama
ao Brasil e, recentemente, a da presidente Dilma aos EUA.
Como percebe este momento e os marcos firmados
entre os dois países?
DH: Muitos desses acordos já existiam, mas essas visitas ajudam
a formalizá-los e aumentam a capacidade de eles serem entregues – e mais rapidamente. Há um plano de trabalho bastante
específico e denso que vai facilitar uma diplomacia de objetivos,
voltada para fins práticos em diversos campos, seja energia, acordos comerciais, inclusão social, diálogos sobre assuntos consulares, receita e impostos. Em todas essas áreas há um framework
para trabalhar de uma forma bastante prática e objetiva. Acho
que a diplomacia vai ser, nos próximos anos, muito produtiva, e
dará um retorno perceptível aos cidadãos dos dois países. Nunca
vi um momento tão propício como agora para as relações entre
Brasil e EUA. Sabemos o que precisamos fazer.
“Gostaria de pensar que ajudei a colocar
este consulado no caminho para ser o posto
de trabalho que os EUA precisam no Rio de
Janeiro, e que a cidade merece”
BB: Quais as oportunidades de negócios
para empresas americanas no Brasil?
DH: Mesmo com uma longa tradição da
atividade comercial entre os dois países,
algo que me impressionou muito nesses
últimos três anos foi o interesse das empresas americanas pelo Brasil, com uma
agenda muito dinâmica de visitas, encontros e projetos de intenção para o País. Há
muitas entidades que nunca pensaram em
atividades comerciais, mas agora querem
conhecer Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, Estados de nosso distrito. Estamos acompanhando esse movimento com muito entusiasmo. O desafio é
criar as condições para essas companhias
conhecerem melhor as oportunidades do
País e entender como podem estabelecer
suas operações. Costumamos dizer às
empresas, grandes e pequenas, que vale
a pena se estabelecer no Brasil neste momento dourado da economia brasileira.
BB: Qual foi o grande marco de gestão
como cônsul-geral dos EUA no Rio?
DH: Gostaria de pensar que ajudei a colo-
car este consulado no caminho para ser o
posto de trabalho que os EUA precisam
no Rio de Janeiro, e que a cidade merece;
uma plataforma eficiente para facilitar o
intercâmbio em todos os setores de atividade, com mais impacto e relevância
para o Brasil. Outro legado é o UP with
English, pois acredito que as UPPs são o
modelo mais inspirador que vi nesses últimos três anos, e espero que o programa dê
aos jovens uma perspectiva mais positiva
para a vida.
BB: Vai sentir saudades do Brasil?
DH: Tenho procurado o autor de uma de-
Divulgação/Consulado dos EUA
claração que acho muito pertinente, que
diz o seguinte: “Todo homem merece ter
dois países, o país onde nasceu e o seu país
do coração”. O Brasil é o país do meu coração há 30 anos. 
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O CRESCIMENTO DA SUA EMPRESA
A KPMG no Brasil criou uma nova unidade para atender
especialmente as empresas do mercado empreendedor
que desejam impulsionar seu desenvolvimento.
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oferecer respostas ágeis e claras, simplificando os
complexos desafios enfrentados por esse setor.
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kpmg.com/BR
18_Edição 276_jul/ago 2012
from the usa
Fortalecendo os laços
educacionais bilaterais
O Brasil receberá, em setembro, a maior missão educacional
já enviada pelos Estados Unidos – pela primeira vez liderada
por um subsecretário do Departamento de Comércio
Por Mark A. Pannell_cônsul e diretor da
seção de Imprensa, Educação e Cultura
do Consulado dos Estados Unidos no Rio
“São Paulo, Brasília e
Rio de Janeiro recebem
representantes de 66
universidades dos EUA,
que irão mostrar seus
programas acadêmicos”
22_Edição 276_jul/ago 2012
E
ntre 30 de agosto e 6 de setembro, o subsecretário de Comércio Francisco Sánchez irá liderar uma missão comercial
educacional de 66 universidades dos Estados Unidos para o
Brasil, com estada no Rio de Janeiro entre 4 e 6 de setembro. Mais
de 96 representantes de universidades irão mostrar seus programas
acadêmicos em três feiras da EducationUSA, em São Paulo, Brasília e no Rio. Cerca de 8.700 estudantes universitários brasileiros já
estudam nos EUA, e a missão comercial e as feiras têm por objetivo
levar não apenas alunos, mas profissionais, pesquisadores e executivos para o país.
A EducationUSA, rede de orientação educacional que opera dentro do Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado, irá sediar a décima edição da feira no Rio, na quartafeira, 5 de setembro, no Windsor Atlântica Hotel. A feira de 2012 da
EducationUSA irá fornecer a estudantes, universidades e empresários
brasileiros informações sobre cursos de graduação, pós-graduação,
MBAs, cursos de inglês e outros programas especializados oferecidos
por universidades em todo os EUA. Os visitantes terão a oportunidade de assistir a apresentações e obter informações sobre o sistema
educacional do país, vistos e o novo programa de bolsas Ciência sem
Fronteiras, que pretende enviar 5 mil alunos para os EUA em 2013 (o
prazo para as inscrições se encerra em 14 de setembro de 2012).
Esta será a primeira vez que um subsecretário do Departamento
de Comércio irá liderar uma missão comercial para a feira, a maior
missão comercial educacional que os EUA jamais enviaram ao Brasil.
O subsecretário Sánchez irá acompanhar representantes das universidades americanas em reuniões com entidades dos setores público e
privado, escolas de segundo grau e universidades, com o objetivo de
desenvolver vínculos com instituições do Brasil. Em seu tamanho e
amplitude, a combinação da feira da EducationUSA com a missão comercial demonstra a importância de fortalecer os laços educacionais
entre o Brasil e os EUA.
Por que isso e por que agora?
Os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff compartilham o compromisso de uma parceria inovadora entre
o Brasil e os EUA que contemple as necessidades da força de trabalho no século 21. O objetivo do presidente Obama com o programa 100.000 Forte nas
Américas é aumentar para 100 mil o número de alunos da América Latina e do
Caribe estudando nos EUA e o número
de alunos americanos estudando nessas
regiões, até o ano de 2020. A iniciativa
Ciência sem Fronteiras, da presidente Dilma, tem por objetivo enviar 101
mil estudantes brasileiros das áreas de
ciência e tecnologia para o exterior nos
próximos quatro anos. A missão comercial também apoia a Iniciativa Nacional
de Exportação, do presidente Obama,
cujo objetivo é dobrar as exportações
dos EUA até o fim de 2014, estimulando
assim o crescimento econômico e o aumento do número de empregos. Ambos
os presidentes acreditam que a prosperidade de seu país está intrinsecamente
ligada à educação de seu povo, a qual é
enriquecida por experiências acadêmicas em outros países.
A missão diplomática dos EUA no
Brasil vem trabalhando para alcançar esses
objetivos. Oferecemos imersões em língua
inglesa aos alunos do Ciência sem Fronteiras e pagamos custos de inscrição para que
alunos desfavorecidos ingressem em universidades americanas. A EducationUSA
(EducationUSA.org.br) auxilia estudantes
em todo o Brasil a encontrar universidades que atendam aos seus objetivos acadêmicos. Para os alunos do programa Ciência sem Fronteiras, foi desenvolvido um
blog especial com diversas ferramentas de
pesquisa (educationusa-cienciasemfronteiras.org). Outra prioridade da missão
Feira da EducationUSA
5 de setembro de 2012,
das 15h às 21h
Hotel Windsor Atlântica,
Leme/Copacabana
Agenda das apresentações,
inscrições e mais informações:
www.educationusa.org.br/
novidade.php?id=51
tem sido melhorar os processos consulares.
Hoje, praticamente não há mais tempo de
espera para o agendamento da entrevista
para qualquer categoria de vistos para não
imigrantes. O processo passo a passo para a
solicitação de vistos está detalhado na página da embaixada: portuguese.brazil.usembassy.gov/pt/nonimmigrant-visas.html.
O que há nisso para você?
A necessidade de desenvolver uma
força de trabalho qualificada levou as
companhias a buscar oportunidades para
motivar seus funcionários mais promissores. Um certificado de curto prazo atinge
esses objetivos. Muitas das instituições
presentes na feira oferecem programas de
três a nove meses de duração, que vão desde MBAs executivos até certificados em
negócios, mídia, comunicação, finanças,
turismo etc. Há também oportunidades
oferecidas por escolas de Direito em educação legal avançada e programas de treinamento para engenheiros e técnicos em
energia e outras áreas tecnológicas.
Feira da EducationUSA, realizada em setembro
de 2011, no Hotel Intercontinental, em São Paulo
Marcelo Uchoa / Divulgação Associação Alumni
Os grandes eventos esportivos e a abundância dos depósitos offshore de petróleo
deram origem a um crescimento agudo do
número de multinacionais que chegam ao
Rio em busca de oportunidades de negócios
e investimentos em infraestrutura, energia,
segurança e diversos outros setores. O desenvolvimento de uma força de trabalho que
domine o inglês irá permitir às empresas
capitalizar oportunidades. Muitas instituições educacionais oferecem programas especializados de imersão em inglês, focados
em vocabulário legal, negócios, ciência e tecnologia, entre outros. A página intensiveenglishusa.org lista diversas oportunidades no
campo Inglês para Propósitos Específicos.
A variedade de instituições, de diferentes portes e de todas as regiões dos EUA, de
programas, acadêmicos e profissionais, de
longo e curto prazo, garantem que haverá
uma oferta ampla e de qualidade de oportunidades na Feira da EducationUSA. O
ingresso é gratuito, e nós convidamos você
a se inscrever e descobrir a sua oportunidade de estudar no país.
Edição 276_Brazilian Business_23
ponto de vista
Marluci Azevedo Rodrigues
contabilista, advogada, sócia do escritório
de contabilidade Domínio Assessores
Nova prestação de informação referente
a comércio exterior – Siscoserv
O
Siscoserv é um sistema informatizado, desenvolvido pelo Governo
Federal, e a motivação para sua criação,
segundo vasto trabalho disponível no site
do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC),
intitulado “Panorama Internacional de
Serviços 2012”, é a apresentação histórica
de déficits crescentes na conta de serviços
do balanço de pagamentos.
Entre 2007 e 2011, o déficit cresceu
202% e, diferentemente do comércio exterior de bens e mercadorias, registrados no
Siscomex, caracteriza-se pela carência de
informações detalhadas, o que compromete a visibilidade econômica do setor e
a consecução de políticas públicas efetivas nos campos comercial, tributário,
cambial, de garantias e financiamento.
O público-alvo são os residentes e
domiciliados no Brasil que realizam operações de comercialização de serviços intangíveis e outras operações que produzam
variações no patrimônio das entidades, com
residentes ou domiciliados no exterior.
Foi criado pela Lei 12.546/2011, e a contextualização dos prazos, limites e condições de registro foram instituídos pela
Portaria MDIC 113/12 e IN RFB 1.277/12.
“Não obstante a necessidade
das informações de comércio
exterior de serviços, para
as empresas é efetivamente
mais uma obrigação que pode
trazer pesadas multas”
24_Edição 276_jul/ago 2012
Esse sistema guarda conformidade com as diretrizes do
Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (Gats), da
Organização Mundial do Comércio (OMC), aprovado pelo
Decreto nº 30/1994.
Adicionalmente, foi instituída a NBS-Nomenclatura
Brasileira de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que
Produzam Variação no Patrimônio e suas Notas ExplicativasNEBS, pelo Decreto 7.708/12, que determina que as empresas
deverão analisar o enquadramento dos serviços que compram
ou prestam e os prazos limites para informar.
Não obstante a necessidade das informações de comércio
exterior de serviços, para as empresas é efetivamente mais uma
obrigação que pode trazer pesadas multas. A melhor forma de
prevenção seria realizar uma auditoria prévia na qual seja possível verificar a existência de eventuais problemas com as operações e a criação de procedimentos, tais como:
• Revisão dos contratos de compra e venda de serviços internacionais e enquadramentos específicos na NBS;
• Adoção de procedimentos internos para inclusão das informações diretamente no site da Receita Federal do Brasil, por
meio do uso do certificado digital, com diversos itens,
tais como:
2.1 Nome do vendedor ou comprador;
2.2 Endereço e país;
2.3 Número de Identificação Fiscal;
2.4 Dados do negócio;
2.5 Tipo de moeda;
2.6 Início e fim do serviço;
2.7 Valor total do câmbio.
A execução consciente baseada na legislação criará condições para que o Brasil continue na sua vocação de crescimento, consolidando-se como país moderno e ciente de sua participação nos mercados mundiais.
artigo
Agora é o Porto
do Rio de Janeiro
A cidade do Rio de Janeiro acaba de
receber o título de Patrimônio Mundial
como Paisagem Cultural Urbana da
Humanidade, concedido pela Unesco.
Nessa paisagem se integram a vida
urbana e a riqueza da Baía de Guanabara,
com suas águas abrigadas e canal
de acesso natural
Por Richard Klien_presidente da
Latinports, conselheiro da AEB e da
Abratec, vice-presidente do Conselho de
Administração da Santos Brasil, diretor
da Amcham Rio e presidente do Conselho
de Administração da Multiterminais
A
qui se instalou o Porto do Rio, indutor de atividade econômica nos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e do
intercâmbio com outros povos, cumulando em sucessivos
ciclos do desenvolvimento regional:
 No século 19, a abertura dos portos às nações amigas, em 1808,
com a chegada da corte de Portugal ao Brasil, impulsionou o crescimento com o estabelecimento de indústrias, a construção de estradas, a criação do Banco do Brasil e da Junta do Comércio;
 No século 20, reinaugurado o porto, em 1910, ao tempo do prefeito Pereira Passos, iniciou-se o novo ciclo econômico, acompanhando as obras de modernização, melhorias na integração
porto-cidade, expansão do complexo portuário do Rio de Janeiro,
bases de sustentação da chamada Cidade Maravilhosa;
 Neste começo do século 21, colhendo os frutos da Lei de Modernização dos Portos, editada em 1993, ocorreu a expansão de
atividades mediante as licitações que transferiram as operações
dos terminais portuários à iniciativa privada, com compromissos
de vultosos investimentos em modernos equipamentos, sistemas
e capacitação dos recursos humanos.
26_Edição 276_jul/ago 2012
Projeto de expansão do Porto do
Rio desenvolvido pelo engenheiro
Francisco Bicalho, em 1920
Edição 276_Brazilian Business_27
artigo
Considerado um dos principais
corredores logísticos de cargas do País,
o Estado do Rio de Janeiro se insere na
chamada Rótula Logística Nacional, em
que o Porto do Rio ocupa o quarto lugar
em valor de movimentação de cargas,
com uma participação de mercado de
6,4%, apurada em 2011. A movimentação
do Porto do Rio totalizou 8 milhões de
toneladas, sendo que 65% desse total
corresponderam a cargas conteinerizadas
e veículos. Merece destaque o alto valor
agregado de suas cargas, da ordem de
US$ 2.063/t. Comparativamente, registra-se
Santos com US$ 1.497/t e Paranaguá com
US$ 864/t, sendo a média nacional da
ordem de US$ 593/t.
movimentacão de contêineres
6
500
5
Milhões de contêineres
600
400
300
200
4
3
2
1
0
0
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
100
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
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2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Bilhões de dólares
corrente de comércio exterior
“Em 2015, a cidade do Rio
de Janeiro completará
450 anos de sua fundação
com um porto moderno
e vibrante e o centro
histórico reconstruído”
28_Edição 276_jul/ago 2012
O reconhecimento desse potencial impulsionador do desenvolvimento mobilizou uma grande coalizão pró-porto, desde
a primeira edição, em 2006, do programa
Porto do Rio – Século XXI, até seus desdobramentos, que levaram à versão atual. A
reunião dos stakeholders na elaboração do
masterplan do Porto do Rio foi decisiva. A
Associação Comercial do Rio de Janeiro
(ACRJ), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB),
a Associação Brasileira dos Terminais
Portuários (ABTP), a Comissão Portos, o
Sindicato dos Operadores Portuários (Sindoperj), o Sindicato das Agências de Navegação Marítima (SindaRio), a Fetranscarga
e a Sindicarga, em ação conjunta com o
Governo Federal (representado pela Secretaria de Portos – SEP, da Presidência da
República, e pela Companhia Docas do Rio
de Janeiro – CDRJ), o Governo do Estado e
a Prefeitura do Rio asseguram a exequibilidade do projeto.
Estima-se, ao longo dos próximos cinco
anos, investimentos na logística centrada
no porto no valor de R$ 3 bilhões, que incluirão mais de R$ 1 bilhão de investimentos privados nas instalações portuárias. Os
projetos públicos, com significativo aporte de recursos do Plano de Aceleração do
Crescimento (PAC), promovem a adequação dos acessos marítimos e terrestres (nos
modais rodoviário e ferroviário) ao porto.
Como resultado final, a carga movimentada anualmente deverá dobrar e alcançar
US$ 40 bilhões em cinco anos.
Em decorrência do aumento progressivo
dos navios porta-contêineres, são apurados
continuados ganhos de escala nas operações
marítima e portuária. No caso do Porto do
Rio, a adequação espacial dos terminais de
contêineres repercute também na reestruturação do cais para navios roll-on/roll-off. Os
projetos de expansão desenvolvidos pelos
terminais de contêineres LibraRio e MultiRio, e de veículos MultiCar, no Cais do Caju,
recentemente aprovados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq),
possibilitarão a atracação simultânea de
até quatro navios porta-contêineres Super
Post Panamax. A linha de cais será aumentada para 1.600 metros, com um acréscimo
de 522 metros.
O Cais do Caju será o maior cais contínuo
de grande calado do Brasil, após as obras
que terão início ainda este ano
Foto: Multiterminais
Atendendo à crescente demanda da indústria automobilística,
que conta com novas montadoras instaladas e outras em vias de implantação nos Estados do Rio e de Minas, o terminal roll-on/roll-off
operado pela MultiCar adicionará um segundo berço de atracação
com 180 metros de extensão, duplicando sua capacidade operacional. A estocagem de veículos será ampliada com a construção de
edifícios-garagem, passando a capacidade para 326 mil veículos/ano
e 450 mil veículos/ano em uma segunda etapa.
Com 1.960 metros de extensão reunindo os terminais de contêineres e de veículos, o Cais do Caju, após as obras de expansão que se
iniciarão ainda em 2012, será o maior cais contínuo de grande calado do País, possibilitando a quadruplicação da movimentação atual
de contêineres e a duplicação da movimentação de veículos.
Registre-se, ainda, o aumento expressivo de demanda ao porto
de outros serviços, notadamente atividades de apoio offshore, em
trecho do cais de São Cristóvão, estendendo-se à faixa de cais da
Gamboa até o Armazém 14, em uma extensão de 1.800 metros. O
principal fato gerador dessa demanda é o desenvolvimento das atividades nas plataformas de petróleo da Bacia de Santos, com vista
aos novos potenciais de extração de petróleo identificados com a
descoberta do pré-sal, além dos compromissos já firmados com a
Petrobras para as atividades correntes das plataformas oceânicas.
Na frente de mar do cais da Gamboa correspondente aos
armazéns 7 a 13 estão programadas obras de reforço de cais
para viabilizar os serviços de dragagem até a profundidade de
13 metros. Esta profundidade, garantida até a conexão com
o canal de acesso principal ao porto, manterá as condições
operacionais dos atuais terminais de uso múltiplo, servindo
à movimentação de carga geral não conteinerizada (produtos
siderúrgicos e importação de papel de imprensa, entre outras),
e suprirá a recepção dos navios de importação de trigo, destinados à retroárea do cais de São Cristóvão.
Entre os planos de expansão, destaca-se o Terminal de Passageiros, projeto estratégico para os planos da cidade, atendendo ao crescente fluxo de navios de cruzeiro marítimo e à
Olimpíada de 2016. Para expandir o terminal, será construído
novo píer de atracação, em formato de Y, para atracação adicional e simultânea de até seis navios de grande porte. Prevêse atender a mais que o dobro da quantidade de turistas pelo
Porto do Rio, algo em torno de 1,5 milhão de passageiros/ano,
em comparação com os atuais 650 mil. Na ocasião da Olimpíada, poderão se hospedar no porto, como em hotéis flutuantes, visitantes de todo o mundo, para acompanhar os XXXI
Jogos Olímpicos.
Projeto do programa Porto do Rio Século XXI, coordenado pela
Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro – SETRANS/RJ
Os resultados na modernização dos
portos brasileiros se evidenciaram especialmente na movimentação de contêineres, em
decorrência da tendência mundial de conteinerização de 70% da carga geral transportada globalmente, contrastando com uma
participação de 20% na década de 1970.
Adotando o modelo consagrado de
Portos Públicos com Operação Privada,
os terminais de contêineres geridos por
arrendatários privados em ação conjugada
com as Autoridades Portuárias (no caso do
Rio de Janeiro, a CDRJ-Companhia Docas
do Rio de Janeiro) quintuplicaram a movimentação de contêineres, contribuindo
decisivamente para o deslanche da corrente
de comércio internacional.
Visão em conjunto
das etapas de
dragagem
Edição 276_Brazilian Business_29
Imagem do projeto
para o Porto do
Rio em 2016
O Programa Nacional de Dragagem (dos acessos marítimos)
empreendido pela Secretaria de Portos (SEP), da Presidência da
República, por intermédio da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), é vital para a competitividade do Porto do Rio. As diversas etapas do programa, ao longo do canal de acesso principal e
às diferentes linhas de cais, têm a responsabilidade de assegurar o
desempenho dos terminais especializados, permitindo o acesso dos
meganavios plenamente carregados. O Porto do Rio necessita oferecer a maior profundidade por ser o primeiro grande porto na rota
Norte-Sul e o último no sentido Sul-Norte, após o carregamento no
Porto de Santos, com os navios operando plenamente carregados
com o seu calado máximo.
A visão antecipada do porto revitalizado, como produto dessa
grande mobilização, apresenta o conjunto de todos os terminais em
plena operação, em 2016, após a conclusão das obras de expansão.
Acrescenta-se a essa imagem a reprodução do projeto de expansão
do Porto do Rio desenvolvido pelo engenheiro Francisco Bicalho,
em 1920, 36 anos antes de surgir no mundo o primeiro contêiner
e 60 anos antes da disseminação dos modernos contêineres padrão
ISO, de 20 e 40 pés de comprimento. A percepção visionária do traçado desse projeto, em píeres paralelos ao atual Cais do Caju, indica
a vocação do nosso porto para a missão de integrar o país ao comércio marítimo internacional.
30_Edição 276_jul/ago 2012
“Considerado um dos principais
corredores logísticos de cargas
do País, o Estado do Rio de Janeiro
se insere na chamada Rótula
Logística Nacional, em que o porto
do Rio ocupa o quarto lugar em
valor de movimentação de cargas,
com uma participação de mercado
de 6,4%, apurada em 2011”
Em 2015, a cidade do Rio de Janeiro
completará 450 anos de sua fundação com
um porto moderno e vibrante e o centro
histórico reconstruído. Considerando que
as obras portuárias têm vida útil de mais
de 50 anos, o programa Porto do Rio Século XXI deverá se tornar a fundação para
um novo ciclo de desenvolvimento até
2065, quando a cidade estará comemorando os 500 anos de sua fundação. 
Projeto do programa Porto do Rio Século XXI, coordenado pela Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro – SETRANS/RJ
artigo
ponto de vista
Andrea Ramal
diretora da ID Projetos Educacionais e doutora
em educação pela PUC-Rio
Desenvolvimento dos líderes de célula:
o caso de sucesso da Volkswagen do Brasil
A
escassez de talentos, inclusive no nível de liderança de equipes, gerência e supervisão, é uma preocupação das organizações brasileiras. Mas as empresas de ponta têm um método para enfrentar esse desafio: mapear e desenvolver as competências dos profissionais. É o caso da Volkswagen do Brasil, que, por
intermédio da Escola de Excelência, desenvolve os
líderes de célula e consolida a cultura de alta performance na excelência dos processos, produtos e serviços. A escola é liderada por Raimundo Ramos, gerente-executivo de Recursos Humanos. Venho participando desse processo desde 2010, ao lado da minha
equipe, e compartilho aqui nossa experiência.
O cenário do mercado automobilístico é cada vez mais competitivo e exigente. Isso requer soluções de desenvolvimento de
talentos muito bem planejadas e estruturadas. No caso da
Volkswagen, as células de produção são consideradas estratégicas
e, portanto, também é decisiva a formação de seus líderes.
O projeto começou com o desenho da estrutura curricular, definida a partir de competências organizacionais, técnicas e comportamentais específicas do líder de célula. A partir de entrevistas com
especialistas (gestores de unidades, gerentes de plantas, supervisores,
engenheiros de processo etc.), identificamos os conhecimentos técnicos e comportamentais necessários para o exercício da função, o perfil, a atuação e as competências a serem desenvolvidas.
Desse processo derivou uma estrutura curricular assim definida:
A segunda fase do projeto contou
com a formação de instrutores internos
e o desenvolvimento de materiais para
cada curso.
A formação de instrutores capacitou os
empregados que eram referência em
conhecimento a compartilhá-lo de forma
eficaz, utilizando as melhores práticas da
andragogia e da educação corporativa. Os
treinandos receberam aperfeiçoamento
didático e aprenderam técnicas de redes
colaborativas de aprendizagem.
Na construção dos materiais para os
cursos, tanto presenciais como on-line, os
especialistas participaram desde a definição dos objetivos e da estrutura dos cursos
até as validações técnicas e as aplicações
dos primeiros treinamentos.
“A Volkswagen do Brasil desenvolve os líderes
de célula e consolida a cultura de alta
performance na excelência dos processos,
produtos e serviços”
Finalmente começou a implantação. Na modalidade
presencial, as ações educativas contaram com a participação dos instrutores capacitados e materiais com recursos
instrucionais específicos. Na modalidade on-line, os treinandos aprenderam com o auxílio da tecnologia, visualizando recursos e animações multimídia que possibilitaram
mais interatividade com o conteúdo abordado.
Para avaliar o processo de aprendizagem dos treinandos do Programa de Formação de Líderes de Célula, foram
realizadas avaliações que aferiram a compreensão do conteúdo no processo de ensino-aprendizagem.
Alinhado aos objetivos da área de educação corporativa da Volkswagen do Brasil, o programa enriqueceu o
cotidiano dos líderes de célula por meio de novas trocas
e experiências vivenciadas, proporcionando:
Estrutura curricular
Básico I - 92 horas
Básico II - 84 horas
Desenvolvimento - 50 horas
Habilidades e Atitudes
do Líder de Célula
4h
Introdução à Gestão de Processos
8h
Ética e Responsabilidade Social
Liderança e Comunicação
8h
Ferramentas de Qualidade e Masp
4h
Coaching para Resultado
16h
Concept Car
8h
Motivação e Feedback
16h
Introdução à Qualidade
Ferramentas VW para
Gestão de Pessoas I
6h
12h
Saúde e Segurança
Estratégia, Indicadores e Resultados
Raciocínio Lógico
Profiraum para Líderes de Célula
How to Make a Car
8h
Ferramentas VW para
Gestão de Pessoas II
Introdução à Logística VW
24h
8h
Introdução a Finanças
4h
Custos da Qualidade
8h
Saúde e Segurança
(Reciclagem)
8h
Opcional on-line - 44 horas
Qualidade de Vida
Reuniões Eficazes
Língua Portuguesa
O Líder como Mediador de Conflitos
Módulos Técnicos (previsto 24h)
• Estamparia
• Armação
• Pintura
• Montagem Final
• PTO (transmissão e motores)
Administração do Tempo
Relações Interpessoais na Organização
16h
8h
24h
• Ferramentas de suporte à gestão de pessoas,
de orientação para a inovação tecnológica
e excelência operacional;
• Padronização e excelência na execução das atividades;
• Treinamentos mais focados no negócio da empresa,
alinhados com o conhecimento e a cultura
da organização;
• Fortalecimento da cultura de compartilhamento,
criação, retenção e circulação de conhecimento,
viabilizando a aprendizagem organizacional contínua;
• Aceleração da aprendizagem dos novos empregados
e gestão/retenção do conhecimento na empresa;
• Criação das bases de um crescimento sustentável.
Liderando para Resultados
176 horas
32_Edição 276_jul/ago 2012
Gerenciamento de Projetos
20h
GEP
12h
2h
Empreendedorismo
2h
Trabalho em Equipe
Edição 276_Brazilian Business_33
especial
O
divulgação
Manuel Fernandes_sócio-líder da área
de Óleo e Gás da KPMG no Brasil e chairperson
do Comitê de Energia da Amcham Rio
“A valorização do uso do conteúdo nacional
pode ser o pontapé inicial para a redução
da dependência que o Brasil tem em relação
à compra de equipamentos e aquisição de
expertise e know-how no mercado externo”
34_Edição 276_jul/ago 2012
percentual de conteúdo local a ser aplicado no setor de Óleo
e Gás no Brasil é ao mesmo tempo desafiador e promissor.
Atingir até 68% de participação nacional na composição de todos
os produtos, peças e equipamentos destinados à indústria tem sido
uma das maiores preocupações das empresas que atuam e que desejam atuar neste segmento. Considerada um instrumento impulsionador da cadeia de fornecedores – responsáveis por entregar os
produtos e serviços necessários para o aumento da produção –, a
regra de conteúdo local ainda levanta questões polêmicas, como o
modo de aferir os índices mínimos a serem aplicados e a certificação desse conteúdo exigido pela legislação brasileira.
O Brasil segue os passos de outras nações, como Inglaterra
e Noruega, que adotaram iniciativas que privilegiam o aumento
do índice de nacionalização visando o fortalecimento da cadeia
produtiva e o estímulo do desenvolvimento tecnológico do
setor. E é indiscutível que o pré-sal promoverá a alavancagem da
tecnologia nacional, fortalecendo a indústria local e colocando o
País em uma posição mais competitiva no cenário mundial. Com
isso, o Brasil poderá alcançar um novo nível econômico, social e,
principalmente, tecnológico.
Diante desse cenário promissor, tendo como pano de fundo a
enorme demanda em todos os segmentos da indústria que o présal exigirá nos próximos anos, a valorização do uso do conteúdo
nacional pode ser o pontapé inicial para a redução da dependência
que o Brasil tem em relação à compra de equipamentos e aquisição
de expertise e know-how no mercado externo. Essa exigência faz
com que as empresas e o governo comecem a destinar parte de
seus investimentos para P&D (pesquisa e desenvolvimento), o
que tende a ser a mola propulsora do setor, principalmente para a
cadeia de fornecedores, que se encarregará de atender à demanda
do mercado interno.
Na mesma direção, uma regra da Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determina que 1% da receita
das empresas do segmento seja destinado à P&D. Na corrida contra
o tempo para atender a todas as expectativas da indústria já existe
uma grande movimentação dos setores envolvidos para viabilizar
tecnologias e projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento
ligados ao setor de Óleo e Gás. A norma do governo motivou
algumas das maiores empresas fornecedoras que atuam no
setor a investir no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, no
Rio de Janeiro, onde também funciona o Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes),
focado no desenvolvimento tecnológico de extração de petróleo em
águas profundas. Ali estão gigantes como GE, FMC Technologies,
Schlumberger e BG, que estão investindo na montagem de seus
centros de pesquisa e que, juntas, formam o que poderá ser
considerado um dos mais importantes centros de desenvolvimento
de tecnologia em Óleo e Gás do mundo. No âmbito da União, a Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao
Ministério da Ciência e Tecnologia, oferece
uma linha de crédito destinada à indústria,
considerada estratégica para o órgão, e já
vem realizando chamadas públicas voltadas
especificamente para a área do pré-sal. Com
isso, espera-se alcançar soluções para que
sejam enfrentados os desafios tecnológicos
gerados a partir das descobertas de reservas
em águas profundas e, com essa seleção
de empresas, atender a toda a cadeia
produtiva, priorizando segmentos como o
de válvulas, conexões/flanges, umbilicais
submarinos, caldeiraria, construção naval
e instrumentação/automação. A Finep
ainda tem disponível o Inova Brasil, para
atender empresas pequenas, médias e
grandes e que visa dar um fôlego a mais
aos planos de investimentos estratégicos
em inovação das empresas brasileiras. Na
mesma linha, a Organização Nacional
da Indústria do Petróleo (Onip) lançou
este ano o Programa de Desenvolvimento
de Fornecedores, focado no aumento do
conteúdo local com bases competitivas
e sustentáveis e na geração de projetos
para o desenvolvimento no País de itens
que são majoritariamente importados.
Segundo a Onip, a intenção é identificar
os componentes que são importados por
falta de competitividade da indústria local
e os que não são feitos no Brasil buscando
formas de viabilizá-los.
Os exemplos listados mostram que
este é o momento de governo e empresas
privadas, formadas em grande parte pela
cadeia de fornecedores, selarem parcerias
para que o País se torne competitivamente
forte perante o mercado global e assuma no
cenário mundial o seu papel de potência
energética e industrial. Somando forças
será possível tirar o máximo proveito do
potencial e dos benefícios que a exploração
e produção no pré-sal trarão para o País e
para as gerações futuras. 
agência petrobras
Conteúdo local impulsiona P&D
em óleo e gás no Brasil
Edição 276_Brazilian Business_35
especial
Cortesia UNICA - Foto Niels Andreas
O
Marcos Sawaya Jank_especialista em
agronegócio e agroenergia, ex-presidente da
Unica, a União da Indústria de Cana-de-açúcar
“Quase metade da matriz
brasileira é composta
por fontes renováveis:
hídrica, eólica, solar,
biocombustíveis, biomassa
etc. Nenhum outro país
foi tão longe”
36_Edição 276_jul/ago 2012
maior problema ambiental da humanidade se encontra na
área energética, em função de sua imensa dependência de
um único produto, o petróleo, cada vez mais escasso, poluente e
um dos principais responsáveis pelas emissões que estão causando
o aquecimento do planeta. Apesar de a Rio+20 ter realmente
conseguido reunir uma quantidade e diversidade de pessoas
preocupadas com o futuro do planeta, ainda assistimos a um
desenvolvimento econômico pouco ou nada sustentável, insuficiente
para produzir consensos mais amplos e resultados concretos.
Em meio a tantas profecias e dissensos, pouca gente presente naquela conferência sabia que o país anfitrião foi um dos que
mais contribuiu para solucionar esse problema. Primeiro, porque
nas últimas décadas o Brasil diversificou fortemente a sua matriz
energética, sendo o petróleo hoje responsável por apenas pouco
mais de um terço da energia consumida no País. Segundo, porque graças a decisões sábias do passado, quase metade da matriz
brasileira é composta por fontes renováveis: hídrica, eólica, solar,
biocombustíveis, biomassa etc. Nenhum outro país presente na
conferência foi tão longe.
Saindo de qualquer espaço da conferência, não muito longe
dali, encontraremos vastas plantações com uma fabulosa máquina
de transformação de luz solar, CO2 e água em energia, chamada
cana-de-açúcar, a mais antiga atividade econômica do País, trazida pelos portugueses há quase 500 anos. Não dizemos isso, mas o
Brasil foi pioneiro em transformar essa planta tropical na “canade-energia”, já que, com menos de 2% das terras aráveis, conseguimos substituir quase metade do consumo de gasolina e 9% do
consumo residencial de energia elétrica do País. Ao mesmo tempo,
essa planta é capaz de gerar uma grande quantidade de produtos
de baixo carbono, como a bioeletricidade feita do bagaço da cana,
os bioplásticos, os biocosméticos e até mesmo diesel de cana, biogasolina e bioquerosene de aviação. Nas últimas décadas, o país
anfitrião também conseguiu provar que é, sim, possível produzir
alimentos, bebidas, fibras naturais, papel e agroenergia com alta
tecnologia. E que há, sim, soluções sustentáveis para o mundo póspetróleo, muito além do discurso catastrofista vigente nessas grandes conferências. O bom exemplo estava lá o tempo todo, visível,
comprovado, facilmente disseminável.
Só que o país anfitrião não fez direito sua “lição de casa”. De
um lado, a descoberta de jazidas potenciais de petróleo em mares
profundos “anestesiou” a nação, que passou a ver nessa promessa distante a solução para boa parte de seus problemas atuais. A
sociedade se preocupou mais em “dividir o pirão do que pescar o
peixe”, como disse um ex-presidente.
Mas como solucionar o imbróglio? A resposta é simples: é preciso uma política clara e transparente de estímulo às energias renováveis, frente às alternativas fósseis. No caso do etanol, isso pode se dar
por meio de uma política mais transparente de fixação de preços da
gasolina a longo prazo combinada com uma carga de impostos estaduais e federais que realmente premiem a energia renovável. Todo o
resto (investimentos, empregos, divisas, novas tecnologias etc.) virá
se os sinais de médio e longo prazo das políticas tiverem solidez e
credibilidade.
Minha experiência de 25 anos com commodities agrícolas e
energéticas mostrou que contamos com as melhores condições básicas para produzir mais, com alta tecnologia, geração de empregos
de qualidade e baixo impacto ambiental. Mas sempre pecamos na
questão da organização dos agentes e sua coordenação sistêmica.
Levamos um tempo excessivo criando falsos fantasmas e debatendo
problemas que não deveriam existir. Na hora do aperto, quase sempre chegamos ao óbvio, só que o atraso traz muito desânimo e custos
elevados para a sociedade.
Nas últimas quatro décadas, o setor sucroenergético ajudou o
Brasil a conquistar diversificação energética, menor emissão de gases
de efeito estufa, impactos positivos sobre a saúde pública e interiorização do desenvolvimento. Nos últimos dez anos, o País avançou
ainda mais, com cerca de 100 modelos de carros bicombustíveis feitos por 13 montadoras, o que nos coloca à frente de qualquer outro
país quando se fala de frotas efetivas de veículos de baixo carbono.
Quando fizermos a Rio+40, pergunto se teremos uma cidade cercada de poços de petróleo falando na necessidade de investir em carros
elétricos ou simplesmente o óbvio ululante: carros flex e produção de
biocombustíveis pela fotossíntese das melhores plantas tropicais. 
agência petrobras
Os biocombustíveis, a Rio+40
e os carros “verdes”
Para combater a inflação, o governo conteve artificialmente
os preços nominais do diesel e da gasolina na bomba por mais de
seis anos. Considerando a inflação do período, isso significa uma
redução superior a 30% no valor real da gasolina. Não me recordo de outros produtos que tenham preços fixos no País. Como
aprendemos no passado, congelamentos de preços são fáceis de
entrar, mas difíceis de sair. E quanto mais o tempo passa, mais
complicado fica.
Do outro lado, acreditando no crescimento exponencial do
mercado de etanol, os usineiros dobraram a produção de cana a
partir de 2003, quando surgiram os veículos flex e as margens do
negócio eram positivas. Só que a crise financeira de 2008 atingiu
exatamente as empresas que mais tinham investido, ao mesmo
tempo que os custos de produção subiam fortemente. As margens
do setor se tornaram negativas, empresas em dificuldades mudaram de dono (quase um terço do setor se reestruturou) e, em
consequência, não ocorreram investimentos em novas unidades.
O setor estagnou, com níveis lamentáveis de produtividade após
graves problemas climáticos e dificuldades operacionais. A planta
que ainda apresenta os melhores resultados em termos de produtividade física e de balanço energético e ambiental, a cana-de-açúcar,
cresceu apenas 0,7% ao ano entre 1998 e 2008 – o milho cresceu
1,85% ao ano e a beterraba 2,8% ao ano – e precisa urgentemente
correr atrás do tempo perdido para os concorrentes.
Ao contrário do que pode parecer para muitos, produzir ao
mesmo tempo açúcar, etanol e bioeletricidade é uma das atividades mais complexas e sofisticadas do agronegócio. Ela consome
uma enormidade de capital anos antes de aportar algum resultado,
a cana é perecível e tem baixíssimo valor por tonelada, a gestão
é complicadíssima, a logística dos produtos finais é deficiente e a
regulamentação tem sido incerta e volátil, com a atuação de mais
de dez ministérios e agências reguladoras.
O fato concreto é que o Brasil – país do pré-sal e da cana-deaçúcar – tornou-se importador de gasolina, diesel e etanol. A conta não fecha para a Petrobras, que, em 2011, deparou-se com um
déficit de US$ 10 bilhões na balança comercial de derivados de
petróleo, perdendo muito dinheiro com a importação de gasolina e diesel, mais caros no exterior. E também não fecha para os
usineiros, que viram suas margens desaparecerem frente ao forte
aumento de custos e ao teto imposto pelo preço administrado da
gasolina. Os carros flex estão usando menos etanol e mais gasolina,
boa parte importada. Se o consumo de todos os carros flex fosse
reduzido a um único tanque, este teria passado de 1/3 gasolina, 2/3
etanol, em 2008, para 2/3 gasolina e 1/3 etanol, este ano.
Para combater a desaceleração da economia, o governo recentemente baixou o IPI na compra de automóveis. Atendendo a
uma quase súplica da Petrobras para permitir um aumento de 8%
no preço da gasolina na refinaria, o governo zerou a alíquota da
Cide, eliminando o pequeno diferencial tributário por litro que
ainda existia entre gasolina e etanol. Só que, como o etanol tem
30% menos energia que a gasolina, na maior parte dos Estados
brasileiros hoje se paga mais imposto sobre o combustível renovável do que sobre o fóssil. Trata-se de um imenso contrassenso em tempos da prática global corrente de conceder incentivos
para a energia renovável.
Edição 276_Brazilian Business_37
especial
Em busca dos mercados
globais para o etanol
José Virgílio Lopes Enei_sócio do escritório
Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados
38_Edição 276_jul/ago 2012
mercado de biocombustíveis no Brasil
é amplamente dominado pelo etanol
e seus produtos, com espaço residual para
o biodiesel, que conta com 5% do volume
de produção total de biocombustíveis de
colheitas como soja, pinhão-manso e mamona. Em 2011, a produção total de canade-açúcar atingiu o recorde de 620 milhões
de toneladas no Brasil, resultando em 38
milhões de toneladas de açúcar (com o uso
de 45% da cana-de-açúcar produzida) e 27
bilhões de litros de etanol (com o uso dos
outros 55%).
Os Estados Unidos e o Brasil são os
maiores produtores globais de etanol, responsáveis por 34 bilhões e 27 bilhões de litros
em 2008, respectivamente, seguidos de longe
pela França, com 1,2 bilhão de litros no mesmo ano. A produção de diesel é distribuída
de forma muito mais igualitária: a Alemanha
lidera a produção, com 2,2 bilhões de litros,
seguida de perto por diversos outros países
como França, EUA, Brasil e Argentina.
A produção brasileira de cana-de-açúcar e etanol mais do que dobrou na última década, mas, apesar desse crescimento
substancial, nosso mercado doméstico ainda absorve a maior parte do etanol produzido. Menos de 7,5% (aproximadamente 2
bilhões de litros) do etanol produzido no
Brasil no ano passado foi exportado. Os
principais destinos de exportação são EUA
(141 milhões de litros), Japão (68 milhões
de litros) e Holanda (19 milhões de litros).
O mercado local cresceu principalmente por conta da tecnologia flex, que é aplicada em 15 milhões de automóveis – aproximadamente 50% de todos os carros do País
–, além dos carros movidos exclusivamente
por etanol. A mistura de etanol na gasolina
também foi exigida em níveis cada vez mais
altos pelos regulamentos aplicáveis.
Adicionalmente, novas formas de utilização estão sendo identificadas. A indústria
química verde está sendo desenvolvida para
fabricar plásticos a partir do etanol. Além
disso, o biodiesel também pode ser produzido em larga escala a partir dele.
Obstáculos para a entrada
Embora o etanol brasileiro tenha servido principalmente o mercado doméstico, há um enorme potencial futuro de
exportação, especialmente quando se leva
em consideração a migração dos mercados globais para fontes de combustível
mais limpas e o desejo de redução da sua
dependência do petróleo. O etanol brasileiro é mais competitivo que o biodiesel e
pode satisfazer esses objetivos, mas a demanda por etanol de cana-de-açúcar ainda
é modesta, em decorrência dos subsídios
locais do etanol de milho nos EUA, apesar
do relaxamento das cotas de importação
anteriores e de barreiras não tarifárias na
União Europeia.
Na UE, os biocombustíveis precisam
atender determinados critérios de sustentabilidade, o que inclui o requisito de economia de emissão de gases em, no mínimo,
35% (60% para 2018) e de que esses biocombustíveis não sejam cultivados em terras com grande valor de biodiversidade ou
em terras com grande estoque de carbono,
como florestas e alagados. Não basta que os
biocombustíveis sejam produzidos em terras de pouca biodiversidade se, ao fazer isso,
a produção deslocar outras culturas que depois acabam indo para áreas protegidas.
“O Brasil é capaz de expandir
rapidamente sua produção
de etanol mais do que
qualquer outro país”
Em teoria, o etanol brasileiro pode atender todos os requisitos
de sustentabilidade da UE, por conta da alta eficiência energética do etanol de cana-de-açúcar e do fato de que a produção de
cana-de-açúcar corresponde a somente 1,5% do território brasileiro utilizado ou adequado para propósitos agrícolas. Além disso,
a maioria das instalações de etanol desenvolveu usinas de cogeração alimentadas por bagaço de cana-de-açúcar, fazendo melhor
uso dos recursos da cana. Porém, ainda é muito difícil para os
exportadores brasileiros demonstrar evidências adequadas de sua
conformidade com os requisitos de sustentabilidade e atender aos
requisitos extremamente burocráticos dos procedimentos de certificação e documentação necessários para obter o reconhecimento
de conformidade das autoridades da UE.
O potencial de exportação de etanol também é frustrado, simplesmente pelo receio de certos mercados de se tornarem excessivamente dependentes do Brasil. Países como o Japão têm receio
de que o Brasil não possa ser capaz de oferecer volumes de grande
escala de etanol para exportação a longo prazo, especialmente se o
mercado doméstico brasileiro continuar crescendo. Nesse sentido,
o desenvolvimento do etanol em outros territórios, como América
Central e África, poderia, no fim das contas, ajudar a desenvolver
o mercado global do etanol brasileiro, pois isso aumentaria a confiança do mercado em fontes múltiplas de etanol a longo prazo.
Também é importante prestar atenção nos obstáculos internos.
As recentes restrições impostas sobre a aquisição de terras rurais
por investidores estrangeiros são prejudiciais para o desenvolvimento da indústria e parecem restaurar uma inclinação antiga
contra os players estrangeiros.
De qualquer forma, o Brasil é capaz de expandir rapidamente
sua produção de etanol mais do que qualquer outro país. Primeiramente, os produtores podem escolher qualquer momento para
produzir mais etanol e menos açúcar se o mercado for mais atraente. Além do mais, ainda há abundância de terras agricultáveis
no Brasil para as quais o cultivo de cana-de-açúcar poderia se expandir sem deslocar culturas mais valiosas e há muitos projetos
inovadores sendo desenvolvidos por importantes participantes no
mercado brasileiro. Adicionalmente, o etanol brasileiro se tornará
ainda mais competitivo quando importantes projetos de infraestrutura forem implementados, como o duto de etanol de 1.300 km
que está sendo desenvolvido para transportar o produto de forma
mais eficiente a partir do Centro-Oeste do País para os centros de
distribuição em São Paulo. Finalmente, os ganhos de tecnologia estão sendo consistentemente realizados, resultando em conteúdos
maiores de açúcar e energia a cada colheita de cana-de-açúcar e até
antecipando as perspectivas de um etanol de segunda geração, que
poderá ser produzido a partir da celulose.
Com o apoio de associações da indústria, como a Unica, o governo brasileiro
está se esforçando para superar os obstáculos para os mercados globais. Nesse
sentido, projetos de lei têm sido propostos
no Congresso para criar uma certificação
oficial para o etanol produzido no Brasil,
assim como para proibir o cultivo de canade-açúcar em áreas de biodiversidade rica,
como na Amazônia e no Pantanal. Essas
leis, se aprovadas, poderiam ajudar os exportadores a evidenciar o atendimento aos
critérios de sustentabilidade estabelecidos
pela União Europeia e por outros mercados
internacionais.
Reconhecendo todas as grandes realizações da indústria brasileira de etanol,
parece que esses obstáculos, que impedem
o Brasil de realizar seu potencial pleno
como fornecedor de biocombustíveis para
o mundo inteiro, são importantes, mas são
somente obstáculos residuais.
agência petrobras
divulgação
O
Edição 276_Brazilian Business_39
especial
Entrevista
Guillermo Quintero_presidente da BP no Brasil
Brazilian Business: As empresas do Grupo BP operam no setor
de energia brasileiro há mais de meio século e estão presentes
hoje em 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Quais
foram os investimentos feitos no País no último ano?
Guillermo Quintero: O Brasil se encaixa bem na estratégia do Gru-
po BP, e os investimentos recentes que a companhia fez no País em
uma variedade de negócios no ramo de energia evidenciam isso.
O Grupo BP investiu cerca de US$ 5 bilhões no Brasil em 2011,
incluindo os investimentos realizados nos quatro negócios no País:
BP Energy, BP Biocombustíveis, Air BP e Castrol. Do montante,
cerca de 70% veio da BP Energy, braço da empresa que atua no
setor brasileiro de petróleo e gás. O crescimento que previmos há
pouco mais de um ano, quando a BP voltou a operar no setor brasileiro de exploração e produção, está se concretizando e esperamos
crescer ainda mais. Hoje, a BP tem 14 concessões em terra e mar,
com foco em exploração de petróleo e gás – DNA da BP mundial.
Além disso, a BP possui três usinas de produção de etanol, uma
fábrica de lubrificantes e opera em 18 aeroportos.
BB: Como o Brasil está inserido nos planos globais da BP?
GQ: A estratégia global da BP está baseada em cinco áreas de atua-
ção em que o grupo é um dos líderes mundiais: exploração, águas
profundas, desenvolvimento de campos gigantes, refino e cadeia
produtiva de gás. O Brasil é o lugar certo para se realizar várias dessas atividades. Teremos no Brasil a maior campanha exploratória
da BP no mundo nos próximos três anos, com atividades sísmicas
e de perfuração significativas. O Brasil é, sem dúvida, um dos países prioritários para o grupo BP.
“Teremos no Brasil a maior
campanha exploratória da
BP no mundo nos próximos
três anos, com atividades
sísmicas e de perfuração
significativas. O Brasil
é um dos países prioritários
para o grupo”
40_Edição 276_jul/ago 2012
divulgação
Longe do Brasil durante seis anos, o Grupo BP retomou,
em 2011, seus investimentos no País com a compra da
Devon Energy e promete empenhar esforços para fazer da
operação nacional uma das mais importantes do mundo. É o
que garante o presidente da companhia no Brasil, Guillermo
Quintero, em entrevista exclusiva à Brazilian Business
BB: Como a BP Energy pretende
aumentar sua presença no País?
GQ: A exploração é nossa vocação natural.
Este ano a BP Energy já adquiriu quatro
concessões na margem equatorial brasileira,
tornando-se uma das maiores concessionárias do Brasil. A companhia já confirmou
interesse em participar da próxima rodada
da ANP e continua avaliando outras oportunidades de parcerias. Se um ativo que estiver sendo ofertado for de interesse da BP,
iremos estudar a possibilidade de aquisição,
dentro do plano estratégico da companhia.
Apesar de termos ficado entre 2005 e 2011
sem concessões no Brasil, não deixamos de
estudar o Atlântico Sul. Isso nos permitiu
ter uma resposta rápida quando as oportunidades apareceram, como foi o caso da
aquisição da Devon Energy do Brasil.
BB: Quais são as próximas etapas do
plano de ação da BP Energy?
GQ: Nosso foco está na atividade explorató-
ria. A BP Energy já perfurou quatro poços
em mar desde que adquiriu os ativos da
Devon, em maio do ano passado. Além disso, estamos desenvolvendo uma campanha
exploratória em terra, realizando atividade
sísmica na concessão BT-PN-2, localizada
na Bacia do Parnaíba. Essa operação deve
durar até o fim do ano e vai envolver 11
municípios do Estado do Maranhão. 
especial
A guerra por talentos
divulgação
Q
Rafael Jaen Williamson_
diretor de Assuntos Corporativos
da Chevron Brasil Petróleo
“Uma pesquisa da
Confederação Nacional
da Indústria mostra que
o Brasil vai necessitar de
150 mil novos engenheiros
até o fim de 2012 para
atender os crescentes
investimentos em energia
e infraestrutura”
42_Edição 276_jul/ago 2012
uando se pensa no enorme potencial
que o Brasil tem a desenvolver na indústria do petróleo, a universidade surge
como um dos principais parceiros da iniciativa privada. Sem pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e sem uma formação sólida para os futuros profissionais,
esse potencial parece cada vez mais difícil
de ser atingido. Nós, na Chevron, reconhecemos que a educação é um alicerce fundamental, que contribui para o desenvolvimento econômico e para a prosperidade
sustentável. Participar da construção do futuro dos países em que operamos é um de
nossos valores, e a educação, um caminho
para atingir essa meta.
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada em outubro de 2011, mostra que o Brasil vai necessitar de 150 mil novos engenheiros até
o fim de 2012 para atender os crescentes
investimentos em energia e infraestrutura,
com destaque para a indústria de petróleo
e as descobertas na camada do pré-sal. A
“guerra por talentos” aqui nunca foi tão
acirrada, e o que empresas e países necessitam, cada vez mais, é contar com os melhores profissionais para atingir suas metas.
Em todo o mundo, a Chevron se orgulha de apoiar cerca de 90 instituições
de ensino superior, com foco em carreiras
ligadas a ciências e à engenharia. São parcerias que têm por objetivo incentivar os
estudantes a ingressar no mercado de petróleo e gás, assim como apoiar a formação
de profissionais para atender as demandas
de um mercado de trabalho crescente.
Não poderia ser diferente no Brasil.
Até 2014, a Chevron vai investir cerca de
US$ 20 milhões em diferentes programas
de universidades em quatro regiões do
País. São projetos nas áreas de graduação, pós-graduação e doutorado em engenharia, geologia e meio ambiente nas
universidades federais do Rio de Janeiro,
Fluminense, Rio Grande e do Rio Grande
do Norte, assim como na Universidade de
Brasília (UnB) e na PUC-Rio. Nesta, por
exemplo, os recursos estão sendo empregados na concessão de bolsas de estudo,
na criação de um programa de tutoria e no
incremento das condições de ensaios experimentais em três laboratórios do Centro
Técnico Científico (Mecânica das Rochas,
Petrofísica e Fluidos de Perfuração e de Reservatórios), com o objetivo de dar aos alunos o acesso a equipamentos de alta tecnologia e permitir uma formação acadêmica
consistente e competitiva ao mercado de
trabalho. Na tutoria, além de contar com
o apoio de professores da universidade,
os alunos têm acesso a um funcionário da
Chevron, que atua como mentor, ajudando a aumentar a transferência de conhecimento e experiência dos estudantes.
Outro exemplo bem-sucedido de parceria em andamento é com a Universidade
Federal do Rio Grande (Furg), pela qual a
Chevron patrocina um projeto que monitora a biodiversidade de cetáceos (baleias e
golfinhos) no litoral brasileiro. Essa pesquisa será usada como base para determinar a
localização de unidades marinhas de conservação ambiental. Proteger o meio ambiente é um dos valores da empresa.
A parceria com as universidades passa
também por projetos de pesquisa e desenvolvimento focados em temas que conciliam as necessidades práticas da indústria e
a geração de conhecimento científico. Essa
troca entre a iniciativa privada e a academia
é fundamental para o desenvolvimento de
tecnologia no Brasil, aumentando a base de
conhecimento e, por consequência, a competitividade do País.
O apoio a projetos em universidades,
porém, não é o único investimento em
educação da Chevron no Brasil. A empresa
apoia iniciativas na educação de crianças e
jovens, com foco na empregabilidade, como
o Enter Jovem, uma parceria com o Instituto Empreender e a USAid; o Com.domínio
Digital, também em conjunto com a USAid
e o Instituto Aliança; e o Centro de Aprendizagem, uma parceria com o Discovery
Channel Global Education Partnership.
O Brasil tem, hoje, o potencial de se
tornar uma superpotência energética. E a
Chevron quer contribuir para que esse potencial se concretize. O melhor caminho
para chegar lá é por meio da educação, da
pesquisa e do desenvolvimento. 
A Interfreight, fundada em 1985, possui matriz no Rio de Janeiro e filiais em
São Paulo, Belo Horizonte, além de parceiros em todo o território brasileiro.
A empresa detém “know-how” em logística para indústria petrolífera, legislação
aduaneira específica (Repetro), siderurgia, projetos industriais, cosméticos, etc.
Os primeiros projetos desenvolvidos pela empresa foram de importação destinado às
obras de conversão da FPSO P-34 e da Semi-Sub P-18 da Petrobras.
P r i nc i p a i s a t i vida de s
• Prestação de serviços e gerenciamento de logística integrada;
• Agenciamento de cargas internacional e nacional;
• Apoio geral à atividade OFFSHORE-importação e exportação de plataformas;
• Desembaraço aduaneiro especializado em REPETRO;
• Serviços de apoio geral à atividade (HUSBANDRY);
• Serviço de consultoria - PROCUREMENT;
• Rastreamento de cargas via Internet;
• Assessoria jurídica;
• Agenciamento portuário;
• Movimentação de plataformas.
S e r vi ç o s so b me d ida
*
N
º
1
Líder no rank
nking
de perfomance
logística
• Conhecimento das normas de trabalho da indústria e sua aplicação no
dia-a-dia e dos equipamentos que são submetidos a processos de importação
e exportação;
• Escritórios operando com "hot line" 24h, visando atender com exclusividade
à atividade petrolífera;
*Nº1 com Vesuvius Refratários LTDA e Polar Componentes e Sistemas
Offshore LTDA, sendo líder no ranking de performance logística publicado
pela Infraero mensalmente.
ponto de vista
Clóvis Abreu Vieira
diretor-executivo da Amcham Espírito Santo
e sócio da Vieira & Rosenberg
Consultores Associados
Panorama econômico
P
assada a primeira metade do ano, persiste a espécie de marcha para se afastar da maior crise vivida pelo capitalismo.
Grécia, agora Espanha, e a crise financeira
depende da recuperação da credibilidade
pelos agentes do mercado. E pior, dependendo do agravamento do quadro europeu, taxas negativas de crescimento serão
experimentadas pelos Estados Unidos.
A China mantém um crescimento de
dois dígitos na balança comercial e consegue arrefecer a pressão inflacionária, em um
momento em que o descrédito domina o
sentimento dos investidores. Mas, como em
uma espécie de coordenação entre os bancos centrais, vem reduzindo seus juros.
A economia brasileira se ressente do
refluxo financeiro resultante da crise europeia e da lenta retomada da economia americana, implicando em uma expectativa de
crescimento do PIB para 2012 de apenas
1,7%. Ainda assim, seremos um dos países
menos penalizados pela crise neste ano.
Fica claro que, com resultados líquidos
das exportações desacelerando, o travamento dos investimentos públicos (incluindo o PAC) travados pela burocracia e
investimentos privados à espera de melhores horizontes, não há como acreditar em
otimismo com as perspectivas da atividade
econômica em curto e médio prazos.
“Não há como acreditar em otimismo
com as perspectivas da atividade econômica
em curto e médio prazos”
44_Edição 276_jul/ago 2012
A indústria não apresenta sinais animadores, as vendas de
automóveis apenas serviram para desovar estoques elevados,
restando boas notícias para a agricultura, que terá a melhor
safra de milho de sua história, compensando as perdas dos
demais grãos.
Mesmo com o mercado de trabalho aquecido e as facilidades creditícias dando sustentabilidade ao elevado consumo, há indícios de que este começa a desacelerar. Acontece
que o consumidor, diante do alto endividamento e da elevação da inadimplência, opta pelo pagamento das dívidas em
detrimento do consumo.
Como forma de desonerar o investimento privado industrial, o governo reduziu as alíquotas do imposto de importação sobre bens de capital, informática e telecomunicações
sem produção nacional. A medida está na direção correta, ao
atenuar as perdas do setor doméstico produtor de bens de
capital, que sofre com a queda da demanda externa por nossas exportações e com a concorrência internacional.
Com a inflação próxima da meta, o Banco Central atua
com viés de baixa para os juros, que poderá ser conjugada
com uma redução do compulsório, diante de um visível
empoçamento de liquidez dado o aumento da inadimplência.
Com o câmbio, o piso foi determinado como R$ 1,95/dólar,
podendo, em períodos de desafogo, atingir um patamar levemente acima.
Além da LDO, o Governo Federal enfrenta sérias questões federativas emergenciais como o rateio dos royalties do
pré-sal, a nova divisão do FPE/FPM, a tributação do ICMS
do comércio interestadual e a revisão dos indexadores das
dívidas dos Estados e municípios sem uma liderança para
uma verdadeira negociação.
Resta averiguar a posição relativa do Brasil diante do
resto do mundo, em um momento em que crescem as especulações sobre um possível desinteresse dos investidores
estrangeiros por nosso País. Ainda que o Brasil tenha desgastado a imagem de emergente que cresce, apesar da crise mundial e de uma leve perda de interesse pelos investidores
estrangeiros, não se pode afirmar que tenhamos perdido a
posição de um país interessante para novas oportunidades de
investimento da economia mundial. 
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news
O secretário de
Recursos Hídricos e
Ambiente Urbano do
Ministério do Meio
Ambiente, Pedro
Wilson Guimarães
Amcham Rio entrega o
Fiat Automóveis, Petrobras, Vale, Fundo Vale, Adecova e Construtora Norberto Odebrecht
foram os vencedores. O jornalista da TV Globo André Trigueiro foi homenageado
Por Andréa Blum e Giselle Saporito Fotos Luciana Areas
P
ara reconhecer as melhores práticas ambientais desenvolvidas por companhias com atuação no Brasil, a Câmara de
Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio)
anunciou, em seu evento anual, os vencedores da oitava edição
do Prêmio Brasil Ambiental, em cerimônia no dia 9 de agosto, no
Salão Nobre da Bolsa, no Centro do Rio. Ao todo, 57 projetos concorreram em seis categorias, além da premiação especial, lançada
nesta edição, de reconhecimento ao jornalismo, que homenageou
André Trigueiro, da TV Globo.
Liderado pelo Comitê de Meio Ambiente da instituição, o prêmio considera, em cada edição, um tema de preocupação nacional.
Em 2012, com as mudanças em andamento na legislação, de suma
importância à sociedade e às empresas, a gestão dos resíduos sólidos entrou em evidência e foi debatida em palestra especial do
secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Wilson Guimarães, responsável pelo
Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Ele aproveitou para anunciar
a realização, em 2013, de uma conferência nacional, em Brasília,
em paralelo a uma feira para empresas, governo e universidades
apresentarem projetos e estudos sobre o tema, e de debates ao longo do ano em cada um dos municípios brasileiros. “Atualmente, no
Brasil, mais de 90% do mercado de latas realiza a logística reversa. A porcentagem é de quase 50% no plástico. Dados como esses
mostram que resíduos geram renda e aquecem a economia. Prêmios como o Brasil Ambiental, da Amcham Rio, ajudam a identificar iniciativas bem-sucedidas que agregam valor à sociedade,
que causam um efeito de multiplicação e incentivam o trabalho
coletivo”, enfatizou.
46_Edição 276_jul/ago 2012
O secretário criticou a maneira como a
política do Plano de Resíduos Sólidos está
sendo aplicada nos municípios, porque, segundo ele, são necessários vários mecanismos
para que esse projeto seja colocado em prática, e citou a parceria público-privada como
um dos principais aliados. “Nós no Brasil temos diapasões diferentes. Levamos 20 anos
para desenvolver a Lei de Resíduos Sólidos
e agora queremos que Estados e municípios
a coloquem em prática em quatro anos. Não
há como realizar essa política em 27 Estados
e mais de 5 mil municípios. Por isso estamos
criando os consórcios de aterros sanitários.
Em vez de fazer vários aterros, teremos cinco
ou seis com tecnologia, estudo e cooperação.
Dessa forma, as cidades terão mais verbas
para aplicar na educação”, destacou.
“Vamos refazer o caminho da
lata, do plástico, do papelão
e do papel, transformando
o Brasil de lixões em
centros industriais”
8º Prêmio Brasil Ambiental
Ele chamou a atenção para a criação de cadeias produtivas de
resíduos sólidos. “Vamos refazer o caminho da lata, do plástico, do
papelão e do papel, transformando o Brasil de lixões em centros
industriais.” Ele frisou ser fundamental haver uma política reversa
para a indústria de eletroeletrônicos. “Temos que saber reutilizar
esses produtos”, disse, relembrando o caso do acidente com Césio-137, ocorrido em Goiânia há quase 30 anos.
Para o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak,
“o tema do evento ganhou repercussão entre os comitês de Meio
Ambiente e Tecnologia da Informação e Comunicação da instituição, que, juntos, criaram uma força-tarefa com o objetivo de acompanhar o andamento do Plano Nacional e seus impactos para as
empresas e a sociedade civil. Essa parceria conta ainda com o apoio
de diversos órgãos e entidades”.
Para o jornalista homenageado, André Trigueiro, o trabalho
da imprensa voltado para o meio ambiente incomoda, e deve incomodar, porque o objetivo de uma sociedade que pretende ser
sustentável é se aprimorar, e as empresas devem se esforçar para alcançar os melhores objetivos. “É papel dos jornalistas fiscalizar essas ações que têm impactos importantes sobre a qualidade de vida
das pessoas”, disse. Questionado sobre a abertura de mais espaços
no noticiário da TV Globo para tratar sobre o tema, Trigueiro diz
ser um privilégio trabalhar em uma empresa que dá espaço para
que essa abordagem tenha reconhecimento.
A chairperson do Comitê de Meio Ambiente da Amcham Rio,
Kárim Ozon, ressaltou a importância do prêmio: “Ações de sustentabilidade estão constantemente na rotina das grandes empresas e
já fazem parte do plano estratégico das companhias. A Amcham
Rio serve como palco para fórum de discussões e trocas de experiências para fomentar o mercado”.
O 8º Prêmio Brasil Ambiental teve como patrocinador máster
a empresa Odebrecht Óleo e Gás; patrocinador, BG Brasil; copatrocinador, Chevron Brasil Petróleo; apoiadores, Coca-Cola Brasil,
Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Sheraton Rio Hotel & Resort.
Puderam concorrer ao 8º Prêmio Brasil Ambiental empresas
com projetos já concluídos ou em fase final de implantação, mesmo em parceria com outras companhias, instituições de pesquisa
ou ONGs, em seis categorias: Responsabilidade Socioambiental,
Preservação e Manejo de Ecossistemas, Inovação Ambiental, Uso
Racional de Recursos Hídricos, Inventário de Emissões e Gestão
de Resíduos Sólidos. 
O diretor-superintendente
da Amcham Rio, Helio Blak
Edição 276_Brazilian Business_47
news
Petrobras
Área de atuação: Petróleo e gás
Categoria: Inovação Ambiental
Projeto: Produção de Etanol de
Segunda Geração a Partir do
Bagaço da Cana-de-açúcar
os vencedores
Fiat Automóveis
Área de atuação: Montadora de automóveis
Categoria: Gestão de Resíduos Sólidos
Projeto: Aterro Zero – Nova Visão de Gestão de Resíduos
Sólidos da Fiat Automóveis
O gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho
da Fiat Chrysler – América Latina, Cristiano Félix, afirmou que
eventos como o Prêmio Brasil Ambiental são uma excelente oportunidade para que as empresas mostrem os trabalhos desenvolvidos na área ambiental. “Temos que agradecer à Amcham Rio por
esta oportunidade de mostrar o que a empresa vem desenvolvendo
nas áreas ambiental e de sustentabilidade”, disse Félix, destacando que a montadora vem desenvolvendo esse projeto desde 1997,
quando recebeu o primeiro certificado ISO 14001. “Participar de
um evento como este nos dá a certeza de que algumas ações estão
surtindo efeito, tanto para o time da empresa quanto para a sociedade”, acrescentou. O projeto Aterro Zero começou com a intenção
de reduzir resíduos, seguido pela competência de se dar a destinação correta aos produtos descartados. “Desenvolvemos, na década de 1990, um conceito de consolidação de resíduos industriais
em que todos os descartados sólidos são levados para uma área de
consolidação e, em seguida, de destinação. Tratamos a nossa capacidade de reaproveitar e de reciclar, até culminar no sucesso do tratamento de resíduos. Há um ano não destinamos nenhum resíduo
para aterros. Quando as empresas entenderem quão importante é
reduzir esse passivo ambiental, reaproveitando e fazendo a logística reversa, teremos um país realmente sustentável”, afirmou.
O gerente de Meio Ambiente, Saúde e
Segurança do Trabalho da Fiat Chrysler –
América Latina, Cristiano Félix, recebeu
o troféu do coordenador de Resíduos
Sólidos da Secretaria de Estado do
Ambiente do Rio, Osmar de Oliveira Dias
Filho, um dos jurados do prêmio
48_Edição 276_jul/ago 2012
O gerente de Gestão Tecnológica da Petrobras
Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, e o diretor
do Nima, da PUC-Rio, Luiz Felipe Guanaes
Vale
Área de atuação: Mineração
Categoria: Inventário de Emissões
Projeto: Inventário de Emissões de GEE (Gás do Efeito Estufa)
do Centro de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade do
Quadrilátero Ferrífero (CeBio)
Para o gerente de Biodiversidade e Florestas da Vale, Luiz Felipe Campos, o prêmio é a prova do reconhecimento do trabalho
empenhado pela empresa. “Estamos levantando uma série de iniciativas na área de conservação e biodiversidade, mas só o fato de
conseguirmos inventariar as nossas emissões, de poder sequestrar
essas emissões, é para nós um ganho fabuloso”, disse. Desde 2005,
a Vale calcula seu inventário de emissões de Gás do Efeito Estufa
(GEE). A redução das emissões de CO2, CH4 e o N20 para a atmosfera é uma das estratégias principais, com o objetivo da redução das mudanças climáticas. Outra principal estratégia do estudo
é diminuir a concentração desses gases e incorporá-los na biomassa vegetal da biosfera. Esse processo, denominado de “sequestro de
carbono”, é uma alternativa viável para amenizar o agravamento
do processo de elevação da temperatura global, pelo aumento de
GEE. Sendo o CeBio uma unidade de negócio que atua na produção de mudas florestais e conservação da biodiversidade da flora
da região do Quadrilátero Ferrífero (MG), decidiu-se quantificar
as emissões e absorções de GEE no processo produtivo buscando
vantagem competitiva.
O gerente de
Mudanças
Climáticas e
Desenvolvimento
Sustentável
da Secretaria
Municipal de Meio
Ambiente, Nelson
Moreira Franco,
entrega o troféu
ao gerente de
Biodiversidade e
Florestas da Vale,
Luiz Felipe Campos
O gerente de Gestão Tecnológica da
Petrobras Biocombustível, João Norberto
Noschang Neto, afirmou que a empresa
recebe com muita felicidade e orgulho o
reconhecimento do Prêmio Brasil Ambiental. “Além de explorar, refinar, produzir e comercializar combustíveis, já é
possível produzir o biocombustível com
um olhar voltado às novas energias”, disse. Neto explicou que o projeto utiliza o
bagaço de cana-de-açúcar como fonte.
“Estamos proporcionando mais energia e
mais combustível para um país em forte
desenvolvimento. Com essa tecnologia, va-
mos produzir, a partir de 2015, 40% mais
etanol sem ampliar a quantidade de cana
processada.” O projeto, iniciado em 2004,
desenvolve tecnologia para a produção de
biocombustível com qualidade adequada
aos padrões técnicos exigidos, de forma
confiável, e com preço competitivo, sem
aumento da pressão sobre os recursos naturais. Seu foco é ofertar ao mercado o bioetanol e utilizar a biolignina (excedente da
produção) como combustível para a geração de energia térmica e elétrica. Durante a
fase inicial de demonstração da tecnologia
foram produzidos mais de 80 mil litros de
etanol. O produto foi analisado e aprovado
em laboratórios de pesquisa da Petrobras
e utilizado experimentalmente em 40 minivans durante a realização da conferência
Rio+20. A segunda fase de estudos está na
reta final, e a previsão é que a primeira unidade industrial comece a operar em 2015.
Emílio Eigenheer, Professor
da Universidade Federal
Fluminense – UFF e especialista
em resíduos sólidos;
Geraldo Vitor de Abreu,
Diretor do Departamento de
Cidadania e Responsabilidade
Socioambiental do Ministério do
Meio Ambiente;
Haroldo Mattos, Presidente do
Instituto Brasil Pnuma;
João Alberto de Negri, Diretor
de Inovação da Financiadora de
Estudos e Projetos - Finep;
Luiz Felipe Guanaes, Diretor do
Núcleo Interdisciplinar de Meio
Ambiente da PUC-Rio;
fundo Vale
Área de atuação: Desenvolvimento
socioeconômico das populações locais
por meio de melhorias na infraestrutura
– física e institucional – das regiões
compreendidas pelos projetos da Vale.
O bioma amazônico marca o início das
atividades desenvolvidas
Categoria: Preservação e Manejo de
Ecossistemas
Projeto: Fundo Vale: 3 Anos de Ações
Pela Conservação dos Recursos
Naturais e Desenvolvimento
no Bioma Amazônico
Para a coordenadora de Gestão da Informação do Fundo Vale, Márcia Soares,
receber um prêmio com este é um reconhecimento de que é possível fazer diferença mesmo em um curto espaço de tempo
e mudar a realidade. Márcia explica que o
Fundo foi criado por uma iniciativa da Vale
quando a empresa começou a perceber que
precisava ir além de seu entorno no que
diz respeito à sustentabilidade. “O Fundo
Vale foi criado pensando em apoiar projetos ligados à sustentabilidade, mas que
não tivessem vínculos com sua operação.
Nosso escopo principal foram os biomas
da Amazônia, mas ampliamos a atuação e
hoje já estamos em quase todos os Estados
com o projeto ligado à preservação, à economia verde e à cadeia de valor, em prol do
combate ao desmatamento, em busca de
comissão julgadora
Luiza Cristina Krau de Oliveira,
Presidente do conselho Estadual
de Recursos Hídricos – Cerhi/
RJ;
Marcos Airton de Souza Freitas,
Especialista em Recursos
Hídricos da Agência Nacional de
Águas - ANA;
Mario Cesar Mantovani, Diretor
de Políticas Públicas da SOS
Mata Atlântica;
A coordenadora de Gestão da Informação
do Fundo Vale, Márcia Soares, recebe o
prêmio do especialista em Engenharia de
Meio Ambiente da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), Ricardo Luiz Barros
desenvolver pessoas e no fomento à preservação ambiental.” Márcia deu o exemplo de
atuação do projeto na cidade de Paragominas, no Pará, local que era totalmente dominado por ação de madeireiras e refém do
desmatamento desordenado. “Com a ajuda
do Fundo Vale e com um trabalho de conscientização da sociedade, a cidade virou
um exemplo na Amazônia. Isso mostra que
é possível reverter esse quadro e acho que
o setor privado tem um papel fundamental
nisso”, concluiu
Nelson Moreira Franco, Gerente
de Mudanças Climáticas e
Desenvolvimento Sustentável
da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente;
Osmar de Oliveira Dias Filho,
Coordenador de Resíduos
Sólidos da Secretaria de Estado
do Ambiente RJ;
Ricardo Luiz Barros,
Especialista em Engenharia de
Meio AmbIente da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ;
Volney Zanardi Júnior,
Presidente do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais
Renováveis – Ibama.
Edição 276_Brazilian Business_49
news
Adecova – Tractebel Energia
Área de atuação: Comercialização de energia
Categoria: Responsabilidade Socioambiental
Projeto: Centro de Cultura de Entre Rios do Sul
Para a coordenadora do Centro de Cultura de Entre Rios do Sul,
Chirley Rigon, a premiação mostra que a empresa está no caminho
certo e incentiva o trabalho. “Nosso Centro de Cultura completou
um ano em julho e foi concebido baseado na sustentabilidade não
somente ambiental, mas também social. Hoje nós temos em torno
de 150 crianças fazendo oficinas, saindo das ruas e trabalhando. A
construção do Centro é toda sustentável, com reaproveitamento de
energia, material reciclável, água. Isso tem sido muito bem aceito
pela comunidade”, conta Chirley. Ela destaca que o foco é a preservação da cultura local, que vinha sendo perdida com a saída de muitos
moradores que deixavam o município, localizado no norte do Rio
Grande do Sul, em busca de melhores condições de trabalho. Desde
o início das atividades já passaram pelo local cerca de 13 mil pessoas,
uma média de 1.200 visitantes por mês. Eles agora têm acesso ao
único cineteatro da região, à biblioteca pública, a cursos de capacitação profissional, de oficinas de artes e de inclusão social e digital.
O presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos, entrega
o prêmio à especialista em Comunicação Corporativa da
Tractebel Energia, Luciane Pinheiro; à assistente-administrativa
do Centro de Cultura de Entre Rios do Sul, Fernanda Machado; e
à coordenadora do Centro de Cultura, Chirley Rigon
Jornalista André Trigueiro
TV Globo / GloboNews
Prêmio de homenagem especial ao
jornalismo
Construtora Norberto
Odebrecht
Área de atuação: Construção
civil
Categoria: Uso Racional de
Recursos Hídricos
Projeto: Canteiro
Sustentável: Educação
Ambiental Aplicada nas
Obras de Construção Civil
O projeto da construtora Norberto Odebrecht apresenta medidas sustentáveis adotadas em forma de “canteiro sustentável” no
Terminal Portuário Embraport, em Santos, e visa contribuir com
a educação ambiental de seus funcionários, parceiros e visitantes,
disponibilizando informação sobre soluções sustentáveis aplicáveis
e o desenvolvimento de tecnologia ambiental. Os focos são tratamento do efluente contaminado por metais pesados, dragagem de
canais, redução do consumo da água nobre (potável), reutilizando
o efluente tratado para fins menos nobres, assim como a reciclagem de todo o material sólido. As ações de implantação do sistema
de reaproveitamento de águas, mesmo que não produzam uma
economia significativa, possuem benefícios decorrentes da prática de educação ambiental e incorporam, ainda mais, a proposta
de construção de sociedades sustentáveis e a conscientização dos
integrantes dentro dos canteiros de obra. A parceria com demais
entidades se torna uma grande oportunidade de promover a educação ambiental. Estima-se que houve redução de uso entre 80% a
90% da água nobre potável.
50_Edição 276_jul/ago 2012
O diretor de
Sustentabilidade
da Odebrecht
Óleo e Gás, Marco
Aurélio Fonseca,
representou a
empresa vencedora
do grupo na
homenagem,
entregue pela
chairperson do
Comitê de Meio
Ambiente, Kárim
Ozon (à dir.), e pela
diretora de Vendas
do Sheraton Rio
Hotel & Resort,
Dolores Piñeiro
Para o jornalista André Trigueiro, receber o Prêmio Brasil Ambiental 2012 de
Homenagem Especial é um reconhecimento e uma honra. “Fico lisonjeado com
a escolha do meu nome, embora considere
que jornalismo é um trabalho em equipe e
a gente nunca realiza nada sozinho”, disse.
Segundo ele, é papel dos jornalistas fiscalizar as ações das empresas que têm impactos importantes sobre a qualidade de vida
das pessoas. “Experimentamos uma crise
ambiental sem precedentes na história, que
atinge frontalmente a qualidade de vida, a
saúde e a longevidade das pessoas.”
Um dos diretores da Amcham Rio,
Rafael Motta, e o jornalista
homenageado, André Trigueiro
Todos os dias a Chevron confia em pequenas
empresas do mundo inteiro.
De eletricistas, mecânicos, carpinteiros.
No ano passado, contratamos bens e serviços locais
no valor de bilhões de dólares.
E ajudamos milhares de empreendedores
a obter microfinaciamentos.
Estamos ajudando pequenas empresas a prosperar.
Porque precisamos delas.
Tanto quanto elas precisam de nós.
Saiba mais em chevron.com/weagree
CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC.
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Steve Tomkovicz
Leo Lonergan
Presidente
S&S Supplies and Solutions
Responsável de Compras
Chevron
news
Um marco na defesa da
concorrência no Brasil
Em almoço-palestra, o superintendente-geral do Cade,
Carlos Ragazzo, apontou os avanços e desafios
que o órgão ainda tem pela frente Por Sol Mendonça
A
fotos luciana areas
desburocratização é um dos maiores desafios para a administração
pública brasileira. Prazos longos, exigência de documentação duplicada, desperdício de insumos e perda de tempo são alguns dos obstáculos a
serem superados. Diversas e substanciais mudanças vêm sendo realizadas
à proporção da urgência de uma transição segura dos modelos engessados
para moldes mais fluidos, nos âmbitos das pessoas físicas e jurídicas. Uma
das transformações recentes desmembrou a estrutura do antigo Sistema
Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) e o País se prepara para colher os frutos de uma mudança positiva.
A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham
Rio), por meio do Comitê de Assuntos Jurídicos, realizou, no dia 3 de
agosto de 2012, a palestra Alterações Sobre a Lei do Cade: Reflexos
e Impactos, que discutiu as últimas modificações na Lei do Conselho AdministraEssa nova organização
tivo de Defesa Econômica (Cade) e seus
conseguiu reduzir o prazo
impactos na análise dos casos de concentração (fusões e aquisições). O evento teve
de análise para até 16 dias
patrocínio de Chediak Advogados.
As alterações na Lei 12.529, que entrou
em vigor no último dia 29 de maio, foram defendidas pelo superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo, em palestra que apontou os avanços e os desafios que o órgão tem pela frente. “A nova lei é um marco da
defesa da concorrência no Brasil”, frisou. Desde que entrou em vigor, já
foram recebidas 180 operações para análise, que, segundo informação
do superintendente, devem ser julgadas até o fim de outubro. “Apenas
cinco casos devem ser resolvidos depois deste prazo, em razão da complexidade dos processos”, afirmou.
Ele mostrou como está funcionando a nova estrutura do conselho, o
que ocorre hoje com os atos de concentração de empresas e abordou, sobretudo, os pontos positivos e os desafios. “Nosso maior obstáculo é a falta
de técnicos especializados”, admite. Para reverter esse quadro serão contratados, no próximo ano, por meio de concurso, 50 novos técnicos, mas a lei
prevê ainda outros 150 postos, que serão preenchidos progressivamente.
Para Ragazzo, o Brasil continua recebendo um número expressivo de pedidos de
fusão – 700 solicitações no ano passado –,
ficando atrás somente dos Estados Unidos e
da Alemanha. A grande mudança, apontada
por ele, foi fundamentalmente de gestão.
Um dos primeiros problemas sanados
diz respeito à duplicidade de papéis que
eram exercidos por mais de um órgão, o
que dificultava o andamento dos casos. Na
nova estrutura, a superintendência-geral do
Cade funciona como uma espécie de filtro,
em que se pretende resolver todos os casos
de fusões simples, no qual a aprovação da
análise da documentação de empresas interessadas em fusões e aquisições ocorre sem
restrições. Assim, somente os casos que
apresentam problemas significativos ou de
maior complexidade chegam ao tribunal.
Além disso, foi criado um departamento
para classificar os processos em complexos
e sumários. “Se o caso for sumário, morre
na triagem. Nos casos não sumários, a análise segue adiante”, diz Ragazzo. Essa nova
organização conseguiu reduzir o prazo de
análise para até 16 dias, desafogando o volume dos processos e garantindo ao País
uma boa colocação diante da média mundial, que gira em torno de 30 dias.
Até maio, o Brasil tinha um dos maiores
prazos de análise de atos de concentração,
240 dias + 90 dias, que são hoje, “a exceção
da exceção”, frisa Ragazzo. “Existe um comprometimento de liberar os casos mais simples em menos de 30 dias.” Com exceção de
quatro ou cinco casos mais complexos, Ragazzo diz que espera terminar o estoque recebido em 2012, de cerca de 300 processos,
antes do fim do ano e acrescenta que 141
foram recebidos em apenas duas semanas,
quase o equivalente ao que Portugal e Espanha fazem juntos anualmente.
Da esq. à dir., o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak; o ex-presidente
da instituição Robson Barreto; o superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo;
o chairperson do Comitê de Assuntos Jurídicos, Julian Chediak, de Chediak Advogados
52_Edição 276_jul/ago 2012
ÁREAS DE ATUAÇÃO
PRACTICE AREAS
Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura
Administrative Law
Direito Societário
Corporate Law
Mercado Financeiro e de Capitais
Financial and Capital Markets
Direito da Concorrência
Competition Law
Direito da Energia
Energy Law
Direito Tributário
Tax Law
Contencioso Judicial e Administrativo
Judicial and Administrative Litigation
Arbitragem
Arbitration
Contratos
Contracts
Direito Imobiliário
Real-Estate Law
Direito do Trabalho
Labor Law
Direito Previdenciário
Pension Law
Direito Ambiental
Environmental Law
Direito Eleitoral
Election Law
Propriedade Intelectual
Intellectual Property
Direito Internacional
International Law
Rua Dias Ferreira 190, 7º andar
Rua Sete de Setembro 99, 18º andar
Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar
Leblon – Rio de Janeiro – RJ
Centro – Rio de Janeiro – RJ
Itaim Bibi – São Paulo – SP
22431-050 – Brasil
20050-005 – Brasil
04543-000 – Brasil
T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640
T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640
T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100
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news
Seminário debate
aspectos técnicos e
legais em acidentes
com vazamento de óleo
O evento contou com representantes do IBP,
Ibama e da Marinha, além de especialistas,
para esclarecer aspectos técnicos e jurídicos
que norteiam o debate
Por Giselle Saporito
54_Edição 276_jul/ago 2012
O coordenador de Atendimento a Emergências
Ambientais do Ibama, Marcelo Neiva de Amorim
Fotos Luciana Areas
O
Plano Nacional de Contingência (PNC), as responsabilidades das empresas em casos de acidentes com
vazamento de óleo e o raio de ação das autoridades
competentes envolvidas foram alguns dos assuntos abordados no
seminário Acidentes com Vazamento de Óleo – Aspectos Técnicos
e Legais, promovido no dia 25 de junho, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seus
comitês de Meio Ambiente e Assuntos Jurídicos. Patrocinado pelo
escritório Veirano Advogados, com apoio do Siqueira Castro Advogados, o evento contou com dois painéis para apresentar e esclarecer
aspectos técnicos e jurídicos que envolvem o tema.
O coordenador de Atendimento a Emergências Ambientais
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), Marcelo Neiva de Amorim, detalhou o PNC.
Apesar de ter começado a ser criado em 1998, por questões burocráticas, o plano ainda não entrou em vigor, já que precisa da assinatura
de todos os ministros para seguir para a aprovação da Casa Civil da
Presidência da República.
“O acidente do Golfo do México, em abril de 2010, chamou a
atenção para a necessidade de se colocar o PNC em ação. Foi realizado um novo documento, mas com o vazamento do Campo de Frade,
no ano passado, foi preciso readequá-lo para a realidade brasileira.
Mas o plano já está em processo de finalização das assinaturas, que
devem totalizar 16 nomes”, disse Amorim, ressaltando o bom posicionamento do Brasil com relação a outros países produtores no que
diz respeito a vazamentos de óleo ou substâncias nocivas. Segundo
ele, de 1998 para cá não ocorreu nenhum incidente em que o PNC
tivesse que ser acionado, uma vez que as empresas souberam dar
a resposta ao problema ou tiveram o auxílio de empresas parceiras
para saná-lo.
O gerente de Meio Ambiente do IBP,
Carlos Henrique Abreu Mendes
Ele acrescentou que há como meta a
criação do Sistema de Informações sobre
Incidentes de Poluição por Óleo nas Águas
Jurisdicionais Brasileiras (Sisnoleo), um
histórico de todos os acidentes disponibilizado para a sociedade ter acesso à informação de tudo o que foi realizado no
incidente em questão.
Para o gerente de Meio Ambiente do
Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis (IBP), Carlos Henrique
Abreu Mendes, o instituto vem atuando de
forma a contribuir com a gestão do processo, oferecendo técnicas para aprimorar
a gestão ambiental e as atividades do petróleo e gás no Brasil. O órgão possui um
grupo, com cerca de 20 operadoras, que se
reúne periodicamente, desde o vazamento
do Golfo do México, para montar estratégias para evitar incidentes. “Esperamos
ter até 2013 acesso a esses documentos e
relatórios ambientais para avaliar todos os
blocos ofertados, com consulta pública,
movimento que será liderado pela ANP e
pelo Ibama. Será um planejamento estratégico para evitar os acidentes.” Segundo
ele, o número vem diminuindo gradativamente. “O Brasil tem 18 vezes menos
volume de vazamentos do que a média
mundial, 5% menos que a média da Europa e 10% menos que a média americana”,
disse, citando o vazamento de óleo na Bacia de Frade, em 2011, que, segundo ele,
no que diz respeito ao impacto ambiental
“foi muito pequeno”.
Para o coordenador-geral de Petróleo e Gás do Ibama, Cristiano Vilardo, o
setor de petróleo e gás é privilegiado na
economia brasileira. “Em março de 2006
foi criada a coordenação-geral de licenciamento de petróleo e gás. Hoje, um terço
desses licenciamentos é realizado aqui no
Rio, onde há as coordenações de exploração e de produção. São mais de 70 técnicos
nessa área, dos quais 60% têm qualificação
pós-graduada, além da base em Sergipe
para atender o Nordeste.” Vilardo ressalta
ser fundamental o acompanhamento póslicenciamento, com ampla participação
pública, nos moldes do que já existe na
Bacia de Santos, onde há um crescimento
de agendas técnicas paralelas para a montagem de um cenário com previsão de
impacto e perspectiva de risco ambiental.
“Por isso, a necessidade de se criar mecanismos cada vez mais eficientes”, reforçou.
O sócio do escritório Lobo & Ibeas Advogados e professor da
PUC-Rio e da Fundação Getulio Vargas, Oscar Graça Couto, fez
um panorama das sanções que podem ser aplicadas no caso de
acidentes, mas afirmou que, no âmbito jurídico, a lição maior está
no aspecto preventivo, impedindo que ocorram acidentes, que fazem parte das atividades de risco do setor de petróleo. “Uma vez
ocorrido o incidente, é importante reconhecer que haverá desdobramentos em três áreas do Direito: a obrigação de reparação, as
penas administrativas impostas pelos órgãos ambientais e as implicações de ordem criminal. São questões autônomas, mas comunicantes. Deve-se pensar em uma abordagem que considere essa
interconexão”, disse. Segundo Couto, será necessária uma atuação
ágil e efetiva da empresa, tendo como finalidade minimizar os danos. “Dessa atitude, resultarão consequências ao plano administrativo e criminal. Pode-se afastar a possibilidade do crime em alguns
casos ou minorar a pena conforme
o aspecto administrativo, com apli“O acidente do Golfo do México,
cação de multas, altas ou não. Vai
depender da atuação da empresa no
em abril de 2010, chamou a
sentido de mitigar o dano e, em seatenção para a necessidade de
guida, repará-lo”, analisou.
se colocar o Plano Nacional de
A assessora jurídica da Diretoria
de Portos e Costas da Marinha do
Contingência em ação”
Brasil, a primeiro-tenente Amanda
Dobbin, traçou um panorama dos
procedimentos internos da Marinha. Segundo ela, a missão da Diretoria de Portos e Costas da Marinha é assegurar o tráfego aquaviário, prevenindo a poluição hídrica em áreas interiores brasileiras, e o ensino profissional marítimo. São ao todo 62 organizações
militares fiscalizando toda a costa brasileira no auxílio à Capitania
dos Portos. “A assessoria jurídica e a gerência de meio ambiente
dão apoio técnico para os representantes locais das autoridades
marítimas, que são os responsáveis pela abertura do processo ambiental no caso de acidentes com vazamento de óleo ou substâncias nocivas, elaborando laudos técnicos ambientais em conjunto
com o Ibama, com notificação do infrator. Após a análise, a sanção
é estipulada”, afirmou. 
O sócio do escritório
Lobo & Ibeas
Advogados Oscar
Graça Couto; o
coordenador-geral
de Petróleo e Gás
do Ibama, Cristiano
Vilardo; a chairperson
do Comitê de Meio
Ambiente, Kárim
Ozon; a assessora
jurídica da Diretoria
de Portos e Costas
da Marinha do Brasil,
a primeiro-tenente
Amanda Dobbin; o
diretor da Amcham
Rio, Helio Blak
Edição 276_Brazilian Business_55
news
Parcerias reforçam
chance de sucesso de
projetos de educação
Governo, empresas e ONG demonstram
como a parceria é fundamental para
alavancar projetos de educação
Da esq. à dir., o diretor-executivo
do Cieds, Fabio Müller; o diretor da
Amcham Rio, Helio Blak; a chairperson
do Comitê de Responsabilidade Social
Empresarial, Silvina Ramal;
o gerente-geral de Recursos Humanos
da Dufry do Brasil, Wagner Rezende
Por Giselle Saporito
E
xemplos de sucesso na área de responsabilidade social voltados para a educação foram apresentados no Ideas Exchange
– Parcerias, Investimentos e Casos de Sucesso na Área de Educação, evento realizado no dia 27 de julho, pela Câmara de Comércio
Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seu Comitê de Responsabilidade Social Empresarial, que mostrou também ações de sucesso da Prefeitura do Rio na educação pública.
O evento teve patrocínio da Chevron e do Ibeu e foi mediado pela
chairperson do comitê, Silvina Ramal.
O gerente-geral de Recursos Humanos da Dufry do Brasil,
Wagner Rezende, falou sobre o Centro de Treinamento Administrativo (CTA) da empresa, que há 17 anos ministra cursos profissionalizantes para jovens de comunidades carentes da Ilha do
Governador. “O objetivo da Dufry é qualificar os jovens, garantindo sua empregabilidade e permitindo a inclusão social”, disse
Rezende, explicando que uma das exigências para participar da seleção para o curso é estar estudando. O curso tem duração de cerca
de oito meses e pretende oferecer uma formação complementar
de conhecimentos específicos, como inglês básico, informática,
varejo e administração, possibilitando o ingresso no mercado de
trabalho. “Nós também fazemos todo um trabalho social, já que
são jovens entre 16 e 18 anos que vivem dentro de um contexto de violência. Nosso maior objetivo é que, ao fim do curso, eles
possam ser sujeitos e protagonistas de sua história e carreira. Nós
queremos formar indivíduos que atuem na própria vida, além de
ter sua empregabilidade”, destacou.
56_Edição 276_jul/ago 2012
Rezende contou que é uma difícil tarefa escolher apenas 30 jovens por curso, já que a procura é grande. Segundo ele, são dois
meses de processo seletivo, em que primeiro são aplicadas provas
de português, matemática e ciências, seguidas por uma dinâmica
de grupo que acontece simultaneamente a uma avaliação da família, que deve ser participativa na vida do jovem. As aulas são
dadas por professores voluntários, e muitos são funcionários da
Dufry que, apoiados pela equipe pedagógica, passam aos jovens
sua experiência profissional. “A maioria dos alunos do CTA é aproveitada na empresa. Por isso, focamos muito no treinamento para
o varejo. Mas mesmo os que não ficam conosco têm capacidade de
sobra para entrar no mercado de trabalho”, destacou.
O diretor-executivo do Cieds, Fabio Müller, falou sobre os
projetos realizados pela ONG, que existe desde 1998 e hoje
conta com o apoio de 400 empresas, em mais de 300 projetos
sociais. Segundo ele, a missão do Cieds é a promoção de uma
sociedade sustentável, com base em conhecimento, cooperação
e empoderamento das pessoas, visando uma escola pública de
qualidade, que repensa o modelo de educação integral, ultrapassando os muros da escola, pensando na pessoa como um todo.
“Para isso acontecer é preciso uma ação conjunta, uma soma dos
atores público, social e privado, em que cada um traz o seu potencial e a sua expertise para uma mesma mesa e compartilha,
propiciando que o jovem se torne o protagonista de sua própria
história”, afirmou. A ONG atua em 209 escolas municipais do
Rio de Janeiro, em 50 bairros, nos quais é realizado um trabalho
de valorização dos espaços democráticos, usando a realidade
do local e a história dos lugares, com uma integração com a família. “O conteúdo é trabalhado dentro da realidade do aluno.
O subsecretário de Novas Tecnologias
Educacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro,
Rafael Parente; a gerente de Comunicação
e Relações com a Comunidade da Chevron
Brasil Petróleo, Lia Blower
Não dá para pensar em uma educação sem explicar o porquê
do que está sendo ensinado”, destacou Müller, que acrescentou
que o projeto também repensa o lado da cidadania, utilizando
a cidade como base. “Nós temos uma parceria com o Metrô,
que nos cede passes para que os alunos possam se locomover
e visitar espaços da cidade como centros culturais, museus e
monumentos, dando-lhes a oportunidade de conhecer a cidade
em que moram, usando-a como processo educativo de retorno
para a escola”, afirmou. Müller disse ainda que o maior objetivo
é fazer com que os alunos construam um projeto de vida, com
uma continuidade para o ensino médio, tendo em perspectiva
a carreira e a realização de seus sonhos.
A gerente de Comunicação e Relações com a Comunidade
da Chevron Brasil Petróleo, Lia Blower, contou sobre as parcerias de sucesso que a empresa faz na área de educação, que
têm como foco gerar oportunidade econômica para mulheres
no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. “A mulher tem uma presença muito forte em áreas carentes, sendo muitas vezes a provedora da casa.” Ela explicou que o Enter
Jovem Plus tem como objetivo qualificar,
proporcionando educação profissional e
“O poder público está
inserindo a pessoa no mercado de trabalonge de ter todas
lho. O projeto está presente em 25 escoas
competências, e as
las estaduais, em seis municípios. “Nossa
empresas parceiras e ONGs
preocupação é formar um cidadão que
têm muito a contribuir
tenha capacidade de escolher uma profissão, principalmente permitindo o acesso
com a educação”
à universidade e ao mercado de trabalho”,
disse Lia, que falou também sobre o projeto de empreendedorismo Mão na Massa, que já colocou muitas
mulheres no mercado de trabalho. “Hoje nós temos 385 jovens
capacitados, 216 inseridos no mercado de trabalho, 105 jovens
universitários e 120 educadores capacitados.”
O subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Prefeitura do Rio, Rafael Parente, falou da importância das parcerias
com empresas privadas, ONGs e institutos, que estão contribuindo para melhorar a qualidade da educação na cidade. “O poder
público está longe de ter todas as competências, e as empresas
parceiras e ONGs têm muito a contribuir com a educação, porque têm vários processos e ferramentas inovadores que melhoram a qualidade do ensino”, afirmou. Parente também destacou a
importância da tecnologia como ferramenta de ensino e mostrou
projetos digitais como a Educopédia, o Rio Educa e o Ginásio
Experimental das Novas Tecnologias Educacionais (Gente), que
são fruto de parcerias de sucesso. “Nós temos que parar de achar
que podemos fazer tudo sozinhos. Temos que repensar que, para
dar um salto na qualidade da educação, precisamos de parceiros.
Precisamos também nos beneficiar o máximo possível disso e
fazer com que esses projetos ganhem escala”, afirmou. 
Edição 276_Brazilian Business_57
news
Energias limpas e os Jogos Olímpicos de 2016
Dois painéis debateram as diversas oportunidades para as empresas fazerem negócios
nos próximos anos no Brasil. O evento Procurement: o Caminho Para Fazer Negócios
no Segmento de Energias Limpas e nos Jogos Olímpicos, promovido pela Câmara de
Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) e o Brazil-U.S. Business Council,
no dia 29 de junho, no Centro do Rio, propôs um modelo diferente para aproximar
o público das informações que podem gerar chances para as empresas
O
investimento que vem sendo realizado na área de Energia no País e os
grandes desafios para a utilização de novas fontes renováveis foram os motes da
palestra do consultor de Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Carlos Senna.
Senna destacou que, embora haja uma
proliferação de fontes renováveis de energia, como eólica, solar e de ondas – e capacidade do Brasil para aprimorá-las –, elas
ainda são consideradas caras e em desenvolvimento. “Mesmo que sejam aprimoradas e acessíveis, ainda assim serão sempre
coadjuvantes das usinas hidrelétricas, pela
grande capacidade hídrica do País”, defendeu. Para o especialista, apesar do grande
potencial para a produção de biocombustível e etanol da cana-de-açúcar, estão
previstos investimentos na ordem de US$
500 bilhões na área de energia, dos quais
US$ 340 bilhões na área de petróleo e gás.
“Embora a matriz energética brasileira
seja basicamente hídrica, a movimentação
da carga é toda feita com petróleo, e nós
temos muita reserva, principalmente no
pré-sal, e não podemos desperdiçar isso.
Temos que manejar de maneira a poluir
menos, assim como pode ser realizado nas
térmicas, reduzindo a emissão de poluentes”, acrescentou.
O gerente de Suprimentos do Comitê
Organizador Rio 2016, João Saravia,
mostra as ações que serão preparadas
para a realização dos jogos e que
podem ser oportunidades de geração
de negócios para as empresas
fotos luciana areas
O consultor
de Energia da
Confederação
Nacional da
Indústria (CNI),
Carlos Senna,
traça um
panorama das
oportunidades e
dos desafios do
setor energético
brasileiro
58_Edição 276_jul/ago 2012
O segundo painel do evento abordou
a organização dos Jogos Olímpicos de
2016. O gerente de Suprimentos do Comitê Organizador Rio 2016, João Saravia,
destacou a grandiosidade do evento e alguns pontos que já estão sendo definidos,
como o guia que deve estar pronto em
setembro e que foi elaborado com base
nas duas versões anteriores, distribuídas
respectivamente nos Jogos de Inverno de
Vancouver em 2010 e na Olimpíada de
Londres. “A publicação possui o foco em
três pilares que são as bases da nossa organização: meio ambiente, pessoas (social) e
posteridade (desenvolvimento econômico). O importante é que deixa claro qual o
posicionamento que as empresas parceiras
devem ter com relação a esses três temas.
Queremos deixar um legado que inclua o
social, o econômico e a sustentabilidade”,
explicou o executivo.
Com relação à contratação de empresas
e mão de obra para 2016, segundo Saravia,
o comitê lançou o site rio2016.org, no qual
ficarão – e já estão – disponíveis vagas ao
longo dos próximos anos, que serão alimentadas de acordo com a demanda. Outra novidade é a ferramenta pela qual as
empresas interessadas em participar das
licitações poderão se cadastrar, além de
posteriormente receber qualificação para
chegar a 2016 capazes de desempenhar
seus papéis. “Esse cadastro servirá para
agilizar a escolha dos nossos parceiros e
deve estar definido entre 2013 e o primeiro semestre de 2014, para chegarmos ao
segundo semestre com as licitações e prazos em andamento. Em 2015, iniciamos
os eventos-teste, que são competições realizadas nos equipamentos olímpicos para
definir se estão nos padrões ideais, nos
moldes do que acontece na Copa do Mundo, que tem como essa etapa a realização
da Copa das Confederações”, disse. 
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news
Relação comercial entre Brasil
e Estados Unidos é debatida no
Brazil – U.S. Forum, do Cebri
Debate promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais
(Cebri) e pelo Center for Hemispheric Policy University of Miami critica
política de comércio exterior entre Brasil e EUA Por Giselle Saporito
A
60_Edição 276_jul/ago 2012
O sócio-diretor da MCM Consultores Associados e da Techne, Amaury de Souza, responsável pela mediação do debate,
encerrou o painel com uma referência à apresentação de Welch,
ao afirmar que o Brasil tem nos Estados Unidos um dos grandes
destinos de seus produtos industriais, ao contrário da China, que
só importa produtos agrícolas e minerais. “O ideal para melhorar
esse cenário era não só abrir a economia, mas abrir na direção
correta. Vou ser menos sutil do que o John (Welch) em sua apresentação e digo que o Brasil deveria ter com os Estados Unidos
um tratado de livre comércio”, disse Souza.
Ao ser questionado pela plateia sobre quais seriam as barganhas de troca em um tratado de livre comércio, Welch afirmou
que o Brasil sempre terá queixas dos EUA, citando como exemplo
o caso das exportações de suco de laranja. “Não estou falando em
moeda de troca. A negociação do Mercosul com os EUA é economicamente errada, porque existe essa teoria de que exportação
é bom e importação é ruim. A Argentina está sofrendo com isso.
Acho que há muito mais ganhos do que perdas com a abertura
do mercado”, disse.
fotos Divulgação Cebri
falta de uma política de comércio exterior entre Brasil e Estados Unidos foi o foco das palestras apresentadas no evento Brazil – U.S. Forum, realizado em 29 de junho, pelo Centro
Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pelo Center for
Hemispheric Policy University of Miami, com o apoio da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), no
JW Marriott Hotel, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
No primeiro painel, que abordou o cenário econômico e o
comércio exterior, o professor de pós-graduação em economia
da Fundação Getulio Vargas, Pedro Cavalcanti Ferreira, afirmou
que o protecionismo e as barreiras orçamentárias impostas pelo
governo brasileiro – que recentemente aumentou o IPI para importações – afetam a eficiência da produtividade, dificultando a
aplicação de projetos de infraestrutura. “O Brasil nunca foi friendly do comércio exterior, mas a abertura do comércio na década
de 1990 provocou um impacto importante na produtividade. Porém, de cinco ou seis anos para cá, estamos indo na direção contrária. Houve um aumento da intervenção estatal na economia,
com a escolha de determinados setores para receber investimento dos bancos estatais, um aumento do protecionismo no comércio exterior, uma infraestrutura ineficiente e um aumento da incerteza institucional, o que piora substancialmente o cenário de
negócios e atrofia o crescimento econômico. A minha visão para
o futuro é de um Brasil com juros e inflação baixos, mas também
com um baixo crescimento”, analisou o professor.
O diretor-executivo e principal estrategista para mercados
emergentes da CIBC World Markets do Canadá, John Welch, também acredita que nos últimos seis anos houve um desvio da política brasileira, que a deixou mais intervencionista e com barreiras
a importações. Ele criticou ainda a posição do governo brasileiro
em afirmar que se recuperou bem na crise econômica. “Existe uma
arrogância na afirmação de que o País saiu da crise melhor que os
outros. Ficou em quarto lugar. O melhor foi o Peru. Mesmo o Chile, que foi afetado pelo terremoto, e o México estão crescendo mais
do que o Brasil dada a política de abertura do comércio exterior.
Existe uma sistemática de análise equivocada com uma política
defensiva. Os Estados Unidos estão querendo uma melhora nessa
relação e estamos de portas abertas”, afirmou Welch.
Da esq. à dir., um dos diretores da Eurasia Group e líder para
mercados emergentes na América Latina, Christopher Garman;
a diretora do Center for Hemispheric Policy University de
Miami, Susan Kaufman Purcell, o visitante do Cebri Seth Colby,
mediador do painel; o jornalista especializado em política
externa Carlos Eduardo Lins da Silva
O debate no segundo painel, Cenário Político e Relações entre
Brasil e EUA, foi ainda mais acirrado e contou com a moderação
do visitante do Cebri Seth Colby. Para o jornalista especializado
em política externa Carlos Eduardo Lins da Silva, o Brasil sempre
teve uma boa relação com os Estados Unidos, embora ela não tenha sido muito bem alinhada, segundo ele, em grande parte por
conta das estruturas de governo. “O Brasil pode se beneficiar com
uma relação mais amigável, mas acredito muito mais que isso venha a ocorrer não com a intervenção dos governantes e, sim, com
a sociedade civil”, disse Lins da Silva, citando como exemplo a Cúpula das Américas, da qual quase nada se concretizou.
Ele citou as duas medidas que foram colocadas em prática: a
reabertura de dois consulados, um em Porto Alegre e outro em
Recife, que estavam fechados há anos, e o projeto para agilizar
o pedido de visto para os EUA. “As ações foram realizadas não
porque o presidente dos EUA, Barack Obama, ou a presidente do
Brasil, Dilma Rousseff, quiseram, mas por fortes ações impostas
pela sociedade. O número de turistas brasileiros cresceu tanto
que melhorou a economia de algumas cidades, e a sociedade passou a pressionar o presidente Obama. É dessa maior interação
entre as sociedades que poderia vir uma relação mais confiante
entre os dois países”, disse o jornalista, sugerindo algumas medidas, tais como o fim da bitributação, a eliminação dos entraves
alfandegários dos dois lados e o término da necessidade de vistos
entre os dois países, afirmando que o Brasil poderia fazer um
gesto de unilateralidade para ver se há uma reciprocidade.
Christopher Garman, um dos diretores da Eurasia Group e
líder para mercados emergentes na América Latina, fez sua apresentação com base na relação entre Brasil e Estados Unidos no
contexto global. Segundo ele, apesar de haver na última década
um cenário econômico favorável, com um momento bom para
os mercados emergentes, houve um retrocesso em grande parte
por causa da crise da Europa. “Isso provavelmente vai gerar um
baixo crescimento, não só em países emergentes, mas também
nos desenvolvidos. Defendo ainda a tese de que esse movimento possa gerar uma aproximação entre Brasil e Estados Unidos.
O cenário mostra que, provavelmente, a relação entre Brasil e
China tende a ficar mais tensa por conta do grande desafio da
economia chinesa, que deve voltar sua produção para o setor
doméstico, deixando a exportação em segundo plano. Com isso,
uma relação com os EUA pode ser mais produtiva, por ser mais
diversificada, e não somente com manufaturados, disse Garman,
evidenciando a necessidade da reformulação da política externa
brasileira no contexto internacional.
Da esq. à dir., o professor de pós-graduação em economia da
Fundação Getulio Vargas, Pedro Cavalcanti Ferreira; o sóciodiretor da MCM Consultores Associados e da Techne, Amaury
de Souza, mediador do debate; o diretor-executivo e principal
estrategista para mercados emergentes da CIBC World Markets
do Canadá, John Welch
“Existe uma arrogância
na afirmação de que
o País saiu da crise melhor
que os outros. Ficou
em quarto lugar”
Susan Kaufman Purcell, diretora do Center for Hemispheric Policy University de Miami, que abriu o evento ao lado do
embaixador e vice-chairman do Cebri, José Botafogo Gonçalves,
afirmou que o Brasil está atrasado em política externa até mesmo
dentro do Mercosul e que não é mais um líder dentro do bloco.
“A não ser que o Brasil queira continuar a olhar somente para esses vizinhos ruins. A Argentina está falida, o (Hugo) Chávez, presidente da Venezuela, está morrendo. Ainda há essa situação com
o Paraguai. Não há como crescer dentro do Mercosul porque não
há competitividade”, disse Susan, sugerindo que o Brasil repense
sua política e passe a ser um agente independente dentro do bloco, nos moldes do que acontece no Nafta com Canadá, México
e EUA. Ela comentou ainda sobre o momento eleitoral pelo qual
os EUA estão passando e disse acreditar que a política de Obama
seja mais palatável para mercados emergentes do que a de seu
adversário Mitt Romney. O embaixador José Botafogo Gonçalves
encerrou o evento afirmando que o Brasil tem um enorme dever
de casa a cumprir, principalmente no âmbito das reformas que
afetam o crescimento, a redução da disparidade e a renda. 
Edição 276_Brazilian Business_61
por dentro da câmara
Novos Sócios
MRM Freight Agenciamento
de Cargas Ltda.
Marcos Roberto da Costa Gomes
Diretor
Av. Bruxelas, 185, s/301
Bonsucesso
21041-000, Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 3882-3430
Ogas Soluções e Serviços
do Brasil Ltda. (OGAS Solutions)
Barry Lennart Sjöström
Business Development
Rua Senador Dantas, 19,
s/903 - Centro
20031-202, Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 6910-7956
www.ogassolutions.com
Triunfo Logística Ltda.
Jorge Rodrigues da Silva
Diretor-presidente
Av. Pres. Wilson, 113,
s/ 1201 - Centro
20030-020, Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 2178-8800
Fax: (21) 2178-8827
[email protected]
www.triunfologistica.com.br
Pioneer Viagens e Turismo Ltda.
Valdir Pereira da Silva Junior
Diretor
Rua Sá Ferreira, 38, loja 4
Copacabana
22071-100, Rio de Janeiro, RJ
Tel./Fax: (21) 2227-8300
[email protected]
www.pioneerturismo.com.br
Quatro Seniors Informática Ltda.
Alexandre da Costa Ferreira
Diretor-executivo
Av. Rio Branco, 14/ 12º - Centro
20090-000, Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 2223-1700
www.quatroseniors.com.br
Alteração no Quadro
de associados
Danusa Pereira Fernandes
Associada
Mundie e Advogados
Fernando Mantovani
Diretor-gerente
Robert Half Assessoria em
Recursos Humanos Ltda.
Fernando Queiroga
Diretor Comercial
ThyssenKrupp Companhia
Siderúrgica do Atlântico
Otakar Guilherme Svacina
Gerente de Contas
Avaya Brasil Ltda.
Rosana Okamoto
Gerente-geral
JW Marriott Rio de Janeiro
Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua.
Gestão
contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua.
Accounting and business management based on transparency and mutual trust.
Accounting and business management based on transparency and mutual trust.
solidity partnership
solidity partnership
parceria
parceria
confiança
confiança
reliability
reliability
transparência
transparência
Limine Comércio e Consultoria
de Sistemas de Informática Ltda.
(Limine Solutions)
Daniel Peres de Souza
Diretor-geral
Rua Benedito Pereira Leite,
36, s/3 - Centro
06600-055, Jandira, SP
Tel./Fax: (41) 3224-7604
[email protected]
www.liminesolutions.com
solidez
solidez
KBR BRASIL (KBR Gerenciamento
de Projetos e Serv. de Estudos
Industriais Conceituais, Básicos e
de Detalhamento Ltda.)
Lars Olof Magnusson
Diretor Comercial
Av. Presidente Wilson, 231,
5º Andar - Centro
20030-021, Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 2103-7608
Fax: (21) 2103-7699
[email protected]
www.kbr.com
transparency
transparency
Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade.
Resultado:
parcerias sólidas e excelência em produtividade.
Result: solid partnerships and excellence in productivity.
Result: solid partnerships and excellence in productivity.
Rio de Janeiro
Av. Rio
Rio
deBranco,
Janeiro311, 4º e 10º andares
62_Edição 276_jul/ago 2011
Centro
Rio de 311,
Janeiro
RJ andares
Av.
Rio -Branco,
4º e-10º
CEP: 20.040-903
Centro
- Rio de Janeiro - RJ
Tel. 5521
3231 3700
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20.040-903
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São Paulo
Rua do
Paraíso, 45, 4º andar
São
Paulo
Paraíso
- São Paulo
- SP
Rua
do Paraíso,
45, 4º
andar
CEP 04103-000
Paraíso
- São Paulo - SP
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3330-3330
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04103-000
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www.dpc.com.br
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Macaé
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Rua
Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302
Macaé
Centro
- Macaé
- RJ 989, Sala 302
Rua
Teixeira
de Gouveia,
CEP: 27.910-110
Centro
- Macaé - RJ
Edição
Tel.272_Brazilian
5522
2773 3318Business_63
CEP:
27.910-110
Tel. 5522 2773 3318
expediente
COMITÊ EXECUTIVO
PRESIDENTE
Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos
Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.
1º. VICE-PRESIDENTE
Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do
Brasil Seguros de Vida S.A.
2º. VICE-PRESIDENTE
Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente
de vendas da IBM Brasil
3º. VICE-PRESIDENTE
Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e
Seguros
DIRETOR-SECRETÁRIO
Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin
American Training Center
DIRETOR-TESOUREIRO
Manuel Domingues e Pinho_Presidente,
Domingues e Pinho Contadores
CONSELHEIRO JURÍDICO
Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio,
Chediak Advogados
Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak
Advogados
Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente,
Brookfield Brasil
Manuel Domingues e Pinho_Presidente,
Domingues e Pinho Contadores
Relações Governamentais - João César Lima
Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal
Saúde - Gilberto Ururahy
Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz
Wancelotti
Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG
Tecnologia da Informação e Comunicação Álvaro Cysneiros
Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente,
Bradesco Seguros S.A.
DIRETORES
Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda.
Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de
Negócios e Relações Governamentais, Chevron
Brasil Petróleo Ltda.
Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente
de vendas da IBM Brasil
Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor,
Accenture do Brasil
Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e
Seguros
António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto
Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel
do Brasil S.A.
Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral,
Rede Gazeta
João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente,
Rede Tribuna
Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia –
Sociedade de Advogados
Marcos Guerra_Presidente, Findes
Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e
Indústria Ltda.
Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral
Industrial, Fibria Celulose
Richard Klien_Presidente do Conselho,
Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda.
Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco
Mineração
PRESIDENTES DE HONRA
Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com
Investidores, Vale S.A.
Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio
Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins
Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA
Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil
Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A.
Simone Chieppe Moura_Diretora-geral,
Metropolitana Transportes e Serviços
DIRETORES
Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado
Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor Regional
Rio de Janeiro, TOTVS Rio de Janeiro
Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro
Educacional Leonardo da Vinci
Rogério Rocha Ribeiro_VP Sênior e Diretor de Área
América Latina e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil
Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretorpresidente, Odebrecht Infraestrutura
Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin
American Training Center
Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro
e de Relações com Investidores, Valid
DIRETORES EX-OFÍCIO
EX-PRESIDENTES
João César Lima, Robson Goulart Barreto
e Sidney Levy
Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio
de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia
Nacional de Seguros
Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho,
Embratel
Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de
Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda.
Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles
| Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella
Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de
Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima
| Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz
Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha
| Peter Dirk Siemsen | Raoul Henri Grossmann
| Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo
Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy
David Zylbersztajn_Engenheiro
Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker,
Banco Citibank S.A.
Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do
Brasil Seguros de Vida S.A.
PRESIDENTES DE COMITÊS
Assuntos Jurídicos - Julian Chediak
Propriedade Intelectual - Andreia
de Andrade Gomes
Tax Friday - Richard Edward Dotoli
Fernando José Cunha_Gerente-executivo para
América, África e Eurásia - Diretoria internacional,
Petrobras
Energia – Manuel Fernandes
Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do
Brasil Ltda.
Logística e Infraestrutura - Em definição
Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos
Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.
Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu
64_Edição 276_jul/ago 2012
Entretenimento, Cultura e Turismo - Steve Solot
Marketing - Noel De Simone
Meio Ambiente - Kárim Ozon
Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi
Seja um Associado
Amcham Rio.
Negócios Internacionais
Marcilio Rodrigues Machado
Relações Governamentais
Maria Alice Paoliello Lindenberg
LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO
Diretor-superintendente: Helio Blak
(21) 3213-9205 |[email protected]
Administração e Finanças: Ednei Medeiros
(21) 3213-9208 | [email protected]
Produtos e Serviços: Helen Mazarakis
(21) 3213-9231 | [email protected]
Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 |
[email protected]
Revista Brazilian Business: Andréa Blum
(21) 8105-9338 | [email protected]
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LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES
Diretor-executivo: Clóvis Vieira
(27) 3235-2242 | [email protected]
Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa
(27) 3324-8681 | [email protected]
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www.amchamrio.com
Edição 274_Brazilian Business_65

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