Fênix - Planor - Biblioteca Nacional

Transcrição

Fênix - Planor - Biblioteca Nacional
Fênix
:
resgate da memória
em papéis de trapos
Relatório Final
2009 / 2010
Compilação:
Ana Virginia Pinheiro
Bibliotecária
2
Sumário
Projeto Fênix [identificação].........................................................
3
1
OBJETIVOS E METAS DO PROJETO....................................
4
2
RESULTADOS OBTIDOS..........................................................
6
2.1
Em Biblioteconomia de Livros Raros ........................................
8
2.2
Em Conservação ...........................................................................
23
2.3
Em Restauração............................................................................
30
2.4
Em Microfilmagem/Digitalização................................................
35
2.5
Obras restauradas, microfilmadas e digitalizadas ....................
38
2.6
Metas e resultados obtidos ..........................................................
44
3
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA SELETIVA DA
AÇÃO DO PROJETO..................................................................
45
4
DIVULGAÇÃO.............................................................................
97
4.1
Totem ............................................................................................
97
4.2
Banner eletrônico..........................................................................
99
4.3
Banner de fachada........................................................................
100
4.4
Mídia impressa e eletrônica.........................................................
101
4.5
Blogs e assemelhados....................................................................
112
4.6
Outros produtos gerados/provocados pelo Projeto Fênix.........
116
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................
121
REFERÊNCIAS ............................................................................ 123
Capa:
Detalhe da folha de rosto de: ARRIAGA, Rodrigo de, 1592-1667. Disputationes
theologicae inprimam partem D. Thomae: tomi duo. Antuerpiae [Bélgica]: ex
Officina Plantiniana: Balthasaris Moreti, 1643-1644 ( 244,4,10).
Raridade/importância: “Disputationes theologicae” é a obra monumental de
Arriaga, autor considerado um dos maiores representantes da Escolástica Jesuítica.
3
Projeto:
Fênix: resgate da memória em papéis de trapos
Abrangência
Brasil
Patrocinador:
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
(BNDES)
Beneficiária:
FUNDAÇÃO MIGUEL DE CERVANTES DE APOIO À PESQUISA E À
LEITURA DA BIBLIOTECA NACIONAL
End. Av. Rio Branco, 219 Centro
20040-008 Rio de Janeiro-RJ
BRASIL
Interveniente:
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
Muniz Sodré de Araújo Cabral, Dr.
Presidente da Fundação Biblioteca Nacional
Coordenação Técnica:
Ana Virginia Pinheiro ([email protected])
Chefe da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional (Brasil)
4
Fênix: resgate da memória em papéis de trapos
Relatório Final
Período: janeiro 2009/janeiro 2010
1 OBJETIVOS E METAS DO PROJETO
No âmbito de acervos de memória, o projeto teve quatro objetivos e quatro metas fundamentais,
que implicam a preservação condicionada ao acesso, e vice-versa, de obras atualmente “fora de
consulta”:
1 Disponibilizar para consulta, novamente, no original, em microfilme e em objeto
digital, 30.000 folhas de registros do conhecimento, cujo avançado estado de
deterioração física inviabiliza seu manuseio;
2 Facilitar a pesquisa, garantindo o fluxo evolutivo da ciência, pelo acesso material e
intelectual a itens fundamentais do conhecimento registrado e organizado;
3 Promover o acesso eletrônico, local e à distância, através de imagem digital de cerca
de 50 títulos, considerados os mais raros do conjunto;
4 Garantir o acesso à informação registrada e difundida na totalidade do conjunto Fênix
(100.000 folhas), através de microfilmagem continuada.
Para o alcance desses objetivos, as seguintes METAS foram delineadas:
1 Preservar todo o conjunto, a ser identificado como “Coleção Fênix”, através de
procedimentos diferenciados, a saber:
1.1 conservação, item-a-item, da Coleção Fênix : 600.000 folhas (ou 1.200.000 páginas)
 diagnóstico / higienização / desinfestação
5
1.2 restauração: 5.000 folhas (ou 10.000 páginas, 5% da Coleção)  restauro
1.3 microfilmagem: 25.000 folhas (5.000 restauradas-100%+20.000 conservadas-20%)
 microfilme;
1.4 digitalização: 2.500 folhas (dentre as restauradas-50%)  objeto digital;
2 Dar Acesso a todo o conjunto restaurado, microfilmado e digitalizado
2.1 Pesquisa e consulta local e remota: 25.000 folhas (o conjunto microfilmado e
digitalizado),
2.2 Pesquisa, acesso e consulta local (suporte original): 25.000 folhas (o conjunto
restaurado e microfilmado)
3 Promover o Acesso à parte do conjunto conservado: ca. 5.000 folhas;
4 Dar visibilidade a todo o conjunto conservado, divulgando a riqueza de informações
salvaguardadas e a beleza material dos itens resgatados.
6
2 RESULTADOS OBTIDOS
O Projeto Fênix foi segmentado em 14 (quatorze) fases sistêmicas (descritas no Projeto):
Fase 1 – Inventário continuado da coleção Fênix [...];
Fase 2 – Pré-seleção de 90 (noventa) obras “fora de consulta”, em exemplares únicos no acervo da
Biblioteca Nacional [...];
Fase 3 – Pesquisa histórica, fotografia documentária digital (páginas avulsas) e descrição
imagética (materialística) [...], do conjunto de itens selecionados e a serem preservados
[Análise Bibliológica];
Fase 4 – Conservação, mediante higienização (com eventual desinfestação), da coleção Fênix;
Fase 5 – Diagnóstico do estado de conservação dos itens da Coleção [...];
Fase 6 – Restauração de parte da coleção, considerada a mais rara entre os raros [...];
Fase 7 – Preparo e microfilmagem dos itens com unicidade mundial [...];
Fase 8 – Digitalização para Preservação [...] de parte do conjunto salvaguardado;
Fase 9 – Indexação e localização dos arquivos [...];
Fase 10 – Acondicionamento do conjunto preservado (originais), segundo protótipo inovador
proposto, e armazenamento segundo padrão consagrado e praticado na Biblioteca
Nacional [...];
Fase 11 – Atualização da descrição bibliográfica e bibliológica da Coleção;
Fase 12 – Incorporação do acervo digital gerado na Biblioteca Nacional Digital;
Fase 13 – Disponibilidade da Coleção Fênix, preservada;
Fase 14 – Encerramento das atividades [...].
As etapas 1, 2, 3, 11, 13 e 14 foram da competência do quadro de servidores da Divisão de Obras
Raras (Biblioteconomia de Livros Raros).
As etapas 4, 5, 6 e 10 foram da competência da Equipe Técnica de Preservação do Projeto,
envolvendo, também, o quadro de servidores da Coordenação de Preservação.
As etapas 7, 8, 9 e 12 foram da competência da Equipe Técnica de Microrreprodução do Projeto,
envolvendo, também, quadro de servidores, da Coordenação de Microrreprodução.
A etapa 13, da responsabilidade do quadro de servidores da Divisão de Obras Raras
(Biblioteconomia de Livros Raros), ocorreu de modo simultâneo à re-incorporadas das obras
submetidas a tratamento e preservadas ao acervo da Divisão.
7
Cada uma das etapas implicou a formalização de procedimentos de controle, no âmbito da
segurança de trânsito de materiais preciosos, entre a área de guarda e as áreas de trabalho, e a
padronização de procedimentos técnicos.
Tais procedimentos envolveram desde o treinamento de pessoal à formalização de práticas de
Preservação e Acesso, que levaram a resultados inovadores, que se configuram, por sua vez, em
recomendações técnicas, desde já, difundidas pela Fundação Biblioteca Nacional.
Os resultados alcançados podem ser conferidos no relato a seguir, em abordagem objetiva
(descrição resumida) de cada atividade, complementada por documentação imagética (os números
negritados na descrição remetem às imagens). Vale lembrar que várias das atividades descritas
ocorreram simultaneamente e de modo interdisciplinar, envolvendo a organização do conhecimento
em Biblioteconomia de Livros Raros, Conservação, Restauração e Microrreprodução/Digitalização.
8
2.1 Em Biblioteconomia de Livros Raros
A Biblioteconomia de Livros Raros, atividade desenvolvida pela Divisão de Obras Raras da
Coordenação de Acervo Especial do Departamento de Referência e Difusão da Fundação Biblioteca
Nacional, é o conjunto de procedimentos técnicos, alicerçados em conhecimento científico do
universo da História da produção dos registros do conhecimento (História do Livro e das
Bibliotecas).
A ação da Biblioteconomia de Livros Raros, no Projeto Fênix, objetivou resgatar a condição de
nobreza do livro raro, adequando o discurso de salvaguarda disseminado pela Biblioteca à
realidade, a partir dos seguintes procedimentos: 1 Seleção, 2 Análise Bibliológica/Descrição
Bibliográfica, 3 Controle de trânsito de cimélios, e 4 Emissão de recomendações técnicas.
Atividade
Análise
Bibliológica
(obras)*
Controle de
Trânsito
(volumes)**
Marcadores
de Livros ***
Produção
0262
8.561
3.251
Metas
do
Projeto
120
--
--
* Total de obras analisadas no Projeto (restauradas, microfilmadas ou, apenas, conservadas Desse
conjunto, serão selecionadas as mais representativas e preciosas, para compor o catálogo
documentário final).
**Controle administrativo de volumes transportados da Divisão de Obras Raras para o Centro de
Conservação e Encadernação, para os processos de Conservação
***Inserção de padrão de identificação material do item, em substituição à tradicional etiqueta
adesiva, de uso consagrado em bibliotecas e condenado em políticas elementares de
preservação – atividade de rotina da Divisão de Obras Raras
9

Seleção
Os títulos selecionados podem ser conferidos na seção 2.5.
A seleção, atividade desenvolvida pelos Bibliotecários da Divisão de Obras Raras (1), é o processo
analítico de obras, alicerçado na pesquisa bibliográfica, objetivando a identificação de cimélios –
isto é, as obras mais raras entre as raras1. Esta atividade relevou a descrição bibliográfica
(catalogação) pré-existente, atualizando-a, complementando-a.
No contexto do Projeto Fênix, a seleção ficou restrita ao conjunto de obras fora de consulta, desse
modo identificado no momento de sua demanda – aquele momento em que o pesquisador de obras
raras solicita a obra e se vê impedido de manuseá-la, em face de seu estado avançado de
deterioração.
Considerando uma pré-seleção de 90 (noventa) obras, foi alcançado o índice de 99 (noventa e nove)
obras, algumas repetidas (exemplares restaurados) em face de sua raridade ou da história de sua
proveniência (colecionadores de renome e/ou importância histórica).
A conclusão de todos os trabalhos implementados no âmbito do Projeto Fênix é, também, atividade
da equipe de Seleção, que inclui nas catalogações disponíveis no Portal da Fundação Biblioteca
Nacional, de cada uma das 99 obras beneficiadas, a nota especial:
Projeto: Fênix (patrocínio: BNDES, 2009).
1
1
PINHEIRO, Ana Virginia. Que é livro raro? Uma metodologia para o estabelecimento de critérios de raridade bibliográfica. Rio de
Janeiro: Presença; Brasília: INL, 1989.
10

Análise Bibliológica/Descrição Bibliográfica
A análise bibliológica, atividade desenvolvida no contexto da Biblioteconomia de Livros Raros, é o
exame da organização material do item, para descrevê-lo como monumento, a partir de
terminologia específica. Trata-se do colacionamento do item, folha a folha, página por página,
conferindo reclamos e assinaturas, para ressaltar as características materiais que atribuem
importância à edição e às marcas do tempo, personalizando o exemplar (2 e 3). Complementa a
descrição bibliográfica com informações identificadoras do item, subsidiando todos os
procedimentos técnicos que geram registros documentários (microfilmagem, digitalização), que
implicam ações invasivas no documento (restauração), ou que objetivam a geração de instrumentos
de pesquisa especiais.
A análise bibliológica de livros raros e especiais, segundo modelo proposto por Pinheiro (2000)2
obedece às seguintes etapas:
1 conferência dos dados de descrição bibliográfica pré-existente, a partir do catálogo da
Divisão, podendo ou não levar a eventuais correções;
2 Verificação do item, página por página, a partir da observação de seis aspectos: suporte,
capa, texto impresso, ornamentação, marcas intrínsecas e extrínsecas e apresentação física da obra
descrição material do item em mãos, enfatizando ocorrências que personalizem o exemplar em
mãos (encadernação, textos manuscritos etc.);
3 transcrição da folha de rosto, segundo os princípios da Fotobibliografia ou Descrição
Didascálica (STEVENS, 18783), adequados por Pinheiro (2008)4, gerando nota especial;
4 registro de notas relativas aos dados verificados e, quando recuperado na pesquisa
bibliográfica, à raridade/importância da obra ;
5 uso de terminologia consagrada na literatura específica (ROUVEYRE, 18795; HOUAISS, 19836;
PINHEIRO, 19987);
6 atualização das bases bibliográficas de Obras Raras.
2
PINHEIRO, Ana Virginia. O espírito e o corpo do livro: fragmentos de uma teoria para ver e tocar.
Revista Editorial, Niterói . RJ, ano 2, n. 1, p. 25-34, 2000.
3
STEVENS, Henry. Photo-bibliography... London: H. Stevens; New York: S. Welford & Armstrong, 1878.
4
PINHEIRO, Ana Virginia. Metodologia para inventário de acervo antigo. Anais da Biblioteca Nacional, Rio de
Janeiro, v. 123, p. 9-31, 2003 (Rio de Janeiro, 2007). Lançado em maio de 2008.
5
ROUVEYRE, Édouard. Connaissances nécéssaires a un bibliophile. 3. éd. Paris: Lib. Ancienne et Moderne, 1879.
HOUAISS, Antonio. Elementos de bibliologia. São Paulo: HUCITEC; [Brasília]: INL, 1983.
7
PINHEIRO, Ana Virginia. Glossário de Codicologia e Documentação. Anais da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro: Fundação
Biblioteca Nacional, v. 115, p. 123-213, 1995 (1998).
6
11
É importante ressaltar que o propósito da análise bibliológica está em constituir-se como recurso de
segurança, porque, mediante o registro de todas as informações intelectuais e materiais do livro
raro, caracteriza-se a sua individualidade – condição essencial para identificar o exemplar possuído
e garantir sua propriedade. A análise bibliológica se consolida com a pesquisa de raridade
bibliográfica.
2
3
12
Análise da primeira obra restaurada pelo Projeto Fênix:
PACIOLI, Luca. Divina proportione... Venetiis: A. Paganius Paganinus, 1509 (4 e 5).
4
MFN: 1358 DIORA.MST
Localização Fixa: 033A,003,008
Autor: Pacioli, Luca, ca. 1514.
Título principal: Divina proportione : Opera a tutti glingegni perspicaci e curiosi necessaria Oue cia scun
studioso di Philosophia, Prospectiua Pictura Sculptura, Architectura, Musica, e altre Mathematice, sua
uissima, sottile, e ad mirabile doctrina consequira, e de lectarassi cõ varie questione de secretissima scientia /
[Lucas Patiolus]. Imprenta: Venetiis [Itália] : A. Paganius Paganinus..., 1509.
Descrição Física: [6], 35 [i.e.33], 27, [27], LXI [i.e.LIX], [1] f. : il., diagrs. ; 29 cm. (fol.)
Notas Gerais: Diuina // proportione // Opera a tutti glingegnI perspi // caci e curiosi necessaria Oue cia //
scun studioso di Philosophia: // Prospectiua Pictura Sculptu // ra: Architectura: Musica: e // altre
Mathematice: sua // uissima: sottile: e ad // mirabile doctrina // consequira: e de // lectarassi cõ va // rie
questione // de secretissi // ma scien // tia. // M. Antonio Capella eruditiss. recensente: // A. Paganius
Paganinus Characteri // bus elegantissimis accuratissi // me imprimebat.
Caracteres romanos e góticos.
Texto em italiano. Parte do texto em latim e grego.
13
Capitais ornamentadas.
Texto em vermelho e preto (folha de rosto).
Autor retirado do Incipit.
Referência: LC 42, v. 113 p. 77 ; Brit. Museum, v. 40 col. 139.
Colofão: Venetiis Impressum per probum virum Paganinum de paganinis // de Brixia [...] // Anno
Remdemptionis nostre M D IX Rlen Iunii. Leonardo Lauretano. Ve Rem. Pu. Gubernante Pontificatus.
Iulii.ii. Anno.vi.
Erro de paginação: f. 25 (da Pars Prima) numerada como 17; f. 28 (da Pars Prima) como 78; f. 33 (da Pars
Prima) como 35; f.14 (Tractatvs Secvndvs) como 15; f. LIX (das imagens) numerada como LXI.
Capital do título em vermelho.
Notas de fac-símile: OR-00047(01); OR-00503(01)
Notas Locais: Anotações manuscritas (caneta), ao longo das páginas.
Marcação sublinear de leitura (caneta): "Lionardo da vinci" (f. 22r, Tractatvs Tertivs).
Carimbo: “Da Real Bibliotheca”.
Ex dono: “Lc. Brás da Costa...”.
Encadernação: flexível em pergaminho.
Projeto: Fênix (patrocínio: BNDES, 2009).
Raridade/importância: “Volume rare et curieux partagé em deux traités [...]. Ce livre, dans
lequel on remarque plusieurs fig. Gravées d‟aprés les dessins de Leonard de Vinci, a paru sous le
nom de Frate Luca Pacioli [...]” (Brunet, t. 1, pt. 2, col. 116).
Estrutura da obra: folha de rosto; epigrama e sonetto del ductore; licenças; tabela descritiva e numerada das
imagens, em latim e grego; Incipit e sumário; Pars Prima; Tractatvs Primvs (f. 1-8); Tractatvs Secvndvs (f.
9-15, i.e. 14); Tractatvs Tertivs (f. 15-27, i.e. 14-26); imagens (f. [1-27], I-LXI, i.e. LIX); Arbor proportio et
proportionalitas.
Assunto Tópico: Proporção (Arte).
Secundária Nome Pessoal: Capella, Marco Antonio, séc. XV?.
Piero, della Francesca, ca.1412-1492.
Paganini, Paganino, Impressor.
Sigla do Acervo: OR
No.: 98062214162680E20
No. Registro: 815.303 AA 1992
Localização Antiga: V-204,6,8
5
14

Controle de trânsito de cimélios
Trata-se da retirada de obras raras, consideradas as mais raras entre as raras a serem beneficiadas
pelo Projeto Fênix, do armazém da Divisão de Obras Raras e da criação de condições para o
trânsito (saída/retorno) desses cimélios entre as áreas de processamento (Conservação, Restauração
e Microfilmagem/Digitalização) e a própria Divisão.
O trânsito de cimélios obedece ao padrão consagrado de controle de circulação de itens preciosos
fora de sua área de salvaguarda, que exige controle documental apurado, precedido e sucedido por
sessões de conferência, sob a responsabilidade da equipe do Serviço de Referência em Obras Raras
(6 e 7).
Vale, como exemplo, o transporte de obras raras para o Centro de Conservação e Encadernação, que
retirava, levava e devolvia cada conjunto higienizado, recolocando-o nas estantes do armazém de
Obras Raras beneficiado pelo Projeto – cada título em trânsito foi controlado partir dos números de
chamada, em planilha específica (8).
6
15
7
Encaminhamento de Obras para
HIGIENIZAÇÃO / PROJETO FÊNIX
Unidade Remetente
Obras Raras (DIORA)
Unidade Destinatária
Nº
Centro de Conservação
001/2009
Data de entrada no laboratório: ____/____/______
Data de devolução: ____/____/_______
Responsável do Centro de Conservação
Responsável da DIORA
________________________________________
_____________________________________
__
8
16
A retirada, o transporte e a recolocação dos livros raros foram feitos pela Equipe do Projeto
supervisionada pelo Centro Conservação e Encadernação, que também higienizou as estantes da
área de guarda.
O controle dos títulos em trânsito (saída e retorno ao armazém da Divisão de Obras Raras), com o
objetivo de manter a integridade da coleção, foi implementado pelo Serviço de Referência da
Divisão de Obras Raras, por estagiário supervisionado em Biblioteconomia (9 e 10). Esse controle
gerou planilhas, emitidas conforme o número de livros por prateleira higienizada, perfazendo o total
de 108 (cento e oito) planilhas.
9
10
17

Sistema de chamada: marcadores de livros (substituindo as etiquetas)
Após a recolocação dos livros higienizados nas estantes limpas, pela equipe de Conservação,
competiu à Divisão de Obras Raras identificar cada item higienizado com marcador padrão –
utilizado no lugar de etiquetas, retiradas durante o processo de higienização (11). Os marcadores
são emitidos conforme o sistema de localização fixa8, consagrado para bibliotecas de grande
porte.
11
8
PINHEIRO, Ana Virginia. A ordem dos livros na biblioteca. Rio de Janeiro: Interciência; Niterói: Intertexto, 2007.
18

Recomendações técnicas difundidas pela Divisão de Obras Raras: a partir do Projeto Fênix:
Estas recomendações resultaram da consideração das condições de guarda, manuseio e uso de obras raras, na Divisão de Obras Raras,
e de parcerias, para implementação de modelos e procedimentos, com as Coordenações de Preservação e Microrreprodução
1) Toda obra a ser submetida a processos de preservação (restauração, microfilmagem,
digitalização) será analisada preliminarmente sob o ponto de vista da Biblioteconomia de Livros
Raros (análise bibliológica, atualização de catalogação e pesquisa de raridade), mediante a reunião
de todos os exemplares disponíveis – procedimento que permite a verificação de completude dos
exemplares. O exemplar em melhor estado, no caso de obras raras com múltiplos exemplares
disponíveis no acervo, será encaminhado, para os procedimentos de restauração, microfilmagem e
digitalização – em face do alto custo de qualquer desses procedimentos aplicados a um exemplar
muito deteriorado; ou todos os exemplares, no caso de obra raríssima ou difícil de achar, e quando
os exemplares têm valor considerável, notadamente, por sua proveniência;
2) Toda ação de restauro envolverá o máximo aproveitamento dos recursos originais do item, tais
como: encadernações (12), acabamentos, guardas; além de marcas de iter, tais como: anotações
manuscritas (13 – anotação, antes; e 14 – anotação, depois) e marcas de propriedade; exceto se
esses recursos e marcas apresentarem tais condições de deterioração que tornem inviável seu
aproveitamento. Se a encadernação original não for re-aproveitável, será substituída por outra,
conforme o modelo Espinosa, praticado na FBN (15);
12
19
13
14
15
3) O ex libris da FBN, originalmente fixado na contraguarda de livro submetido à restauração e reencadernação, será substituído por novo exemplar impresso e fixado no mesmo local, sem
preenchimento (16). Os dados manuscritos que devem constar do ex libris, para identificação do
livro, serão impostos pela Equipe da Divisão de Obras Raras, ao receber o item preservado para
reincorporá-lo ao acervo;
20
16
4) Os ex libris que identificam coleções incorporadas ao acervo da FBN serão mantidos nos locais
originais de fixação (contraguarda ou folhas preliminares) de obra higienizada ou restaurada, com
aproveitamento da encadernação. Caso ocorra substituição da encadernação original pela flexível
em pergaminho, utilizada pela FBN para obras raras impressas (modelo Espinosa), o ex libris da
FBN será fixado na nova contraguarda e o ex libris da coleção incorporada será fixado no reto da
guarda volante, em oposição ao ex libris da FBN (procedimento firmado entre as chefias de Obras
Raras e do Laboratório de Restauração); ou, se for o caso, mantido no reto ou verso da guarda
preliminar, conforme indicação original (17). Pretende-se, deste modo, evidenciar que houve
substituição da encadernação original;
17
21
5) Nenhuma encadernação de obra rara – original, de época ou em estilo – comportará intervenções,
no âmbito da conservação, a título de “pequenos reparos”. Toda intervenção materialística em uma
obra rara terá caráter de “salvamento definitivo”, sempre à luz das condições de salvaguarda da área
de armazenamento, em prol da longevidade do item;
6) Nenhuma encadernação original, de época, contemporânea, artística ou regular de biblioteca,
pertencente ao acervo da Divisão de Obras Raras, apresentará etiqueta na lombada. A etiqueta autoadesiva, de uso consagrado em bibliotecas e condenado em políticas elementares de preservação,
será retirada e substituída, continuamente, por marcadores em papel acid free, gramatura 120 g/m²,
de dimensão maior que o volume ou em formato que permita a geração de borda com o número de
chamada impresso, visível no corte superior. O marcador deve ser inserido no volume, entre a
contraguarda e a guarda volante, junto ao festo, sendo produzido um marcador para cada volume;
7) todo volume conservado e não restaurado, receberá como procedimento final de preservação um
invólucro de proteção, que permitirá a exposição, apenas, da lombada e do corte lateral, de modo a
permitir a visualização dos materiais utilizados na encadernação, para eventuais e futuros
procedimentos de salvaguarda – o modelo de embalagem foi desenvolvido pela Coordenação de
Preservação, mediante demanda e perspectivas definidas pela Chefia de Obras Raras (18a/b). De
igual modo, todo volume restaurado receberá como procedimento final de preservação uma
embalagem fechada, caixa dura ou flexível (19), conforme demanda da Divisão de Obras Raras,
para preservar a qualidade da intervenção;
8) Todo livro raro, preservado (avulso, em invólucro ou em embalagem fechada) deve ser
armazenado de pé. Caso isto seja inviável, em função do espaço físico e do tamanho do volume,
será admitido o armazenamento horizontal (deitado) do volume ou, em último caso e desde que
temporariamente, pela lombada – o volume não deverá ultrapassar as dimensões da prateleira;
9) Todo volume a ser digitalizado, em face dos procedimentos adotados pela Biblioteca Nacional
Digital deverá apresentar número de registro. Esse número deve ser imposto ao volume, manuscrito
a lápis 6B, em espaço branco, junto ao festo do verso da folha de rosto e na margem interna da
página-segredo. O marca de propriedade aceitável em obras raras é o ex libris da BN, que bem
substituiu o carimbo – desconsiderado nessas circunstâncias;
22
18a
18b
19
10) Todo patrocínio, que beneficie materialmente um item, prolongando seu tempo de vida útil e,
consequentemente, favorecendo ao acesso, será especificada em nota especial da catalogação desse
mesmo item, de modo a manter ativa a difusão do patrocínio que manteve ativa a condição de
acesso. A base bibliográfica de obras raras incluirá nota identificadora do patrocínio.
23
2.2 Em Conservação
A conservação, atividade desenvolvida pelo Centro de Conservação e Encadernação da
Coordenação de Preservação da Fundação Biblioteca Nacional, é o conjunto de medidas aplicáveis
aos suportes e materiais de escrita dos registros do conhecimento em papel, com os objetivos de
prevenção, manutenção e, eventualmente, ações de tratamento de pequeno e médio portes. A ação
de conservação, no Projeto Fênix, objetivou atribuir, novamente, condições de manuseio a livros
que apresentavam alto grau de sujidade; a partir dos seguintes procedimentos técnicos: 1
higienização, 2 diagnóstico, 3 retirada de etiquetas, 4 acondicionamento (produção de embalagens),
5 limpeza das estantes (área de armazenamento) e devolução das obras ao local de origem
(armazenamento).
Atividade
Produção
Metas do
Projeto

Higienização Diagnóstico
(folhas)
(volumes)
894.420
Retirada
de
etiquetas
Acondicionamento
(invólucros)
8.807
5.667
2.676
--
--
--
(8.561 volumes)
600.000
Higienização
Trata-se de procedimento minucioso de limpeza das capas, cortes e folhas de obras raras, feito com
trinchas macias, pelos agentes e técnicos de conservação contratados pelo Projeto Fênix,
supervisionados pela equipe do Centro de Conservação e Encadernação da FBN.
Esta atividade, que envolveu a manipulação de volumes com poeira e sujidades armazenadas há
anos, exigiu a proteção da equipe, que utilizou mesas de higienização e equipamentos de segurança
pessoal, previstos no desenho do Projeto (20 e 21).
24
20
21
25
O objetivo da higienização é reduzir ou eliminar agentes agressores que causam danos aos livros e
documentos. A poeira e outros resíduos, além de comprometerem a conservação dos acervos,
também podem ser prejudiciais à saúde das pessoas que tenham contato com os materiais, seja para
consulta ou execução de tratamentos técnicos. O procedimento de higienização do acervo também
possibilita prevenir, identificar e reduzir problemas potenciais, como por exemplo, o ataque de
agentes biológicos.
Esta etapa foi alicerçada no respeito rigoroso à integridade dos volumes – muitas vezes, frágeis ou
danificados, de modo a inviabilizar intervenções que implicassem, por exemplo, a perda de
segmentos de encadernações soltas ou deterioradas, ou a alteração do aspecto original de um
volume intonso (22).
22

Diagnóstico
O diagnóstico visa à identificação de problemas existentes nos itens que compõem um acervo e se
conclui com o planejamento de conservação – ação estratégica que além favorecer a decisão sobre
ações prioritárias (projetos imediatos), permite o desenvolvimento de ações em continuidade
(projetos de rotina).
26
O registro do diagnóstico (ficha diagnóstico) é um retrato do estado da arte de cada item
(características materiais, estado de conservação e fatores de deterioração) e um documento sobre os
procedimentos a que o item foi submetido (23).
A análise dos dados registrados permite, por exemplo, identificar os diferentes tipos de
revestimento da capa (couro, pergaminho, tecido, papel) e se está em andamento algum processo de
deterioração. O diagnóstico viabiliza, nesse contexto, a decisão entre planejar a limpeza de todas as
capas em pergaminho e/ou hidratar todas as capas em couro.
23

Retirada de etiquetas
As etiquetas fixadas nas lombadas ou em outro segmento externo da encadernação foram retiradas,
a partir do pressuposto de que as encadernações de obras raras constituem itens, por si, preciosos e
que a etiquetagem é ação inconcebível em acervos de memória.
A retirada das etiquetas implicou a colocação de marcadores de identificação manuscritos,
provisórios, até serem substituídos por marcador padronizado, impresso, por técnicos da Divisão de
Obras Raras (24).
27
24

Acondicionamento (Invólucros)
O acondicionamento implicou a substituição de embrulhos, envelopes e pastas antigas por modelo
desenvolvido pela Coordenação de Preservação em parceria com a Divisão de OR, como um
envoltório, que deixa a vista a lombada do item e expõe o corte lateral, para ventilação. Este
mesmo modelo foi utilizado, eventualmente, na falta de embalagens necessárias, como recurso de
contenção para proteger obras danificadas e que não foram submetidas a processo de restauro.
Configurado como um invólucro, o modelo de acondicionamento é uma faixa de cartão duplex 300
g/m², feito sob medida, que envolve o livro pelas laterais, cobrindo a cabeça (corte superior) e o pé
(corte inferior), onde as extremidades do envoltório se encontram e são coladas, deixando a mostra
somente a lombada e o corte lateral. (25 e 26).
28
25
26
29

Limpeza de estantes e devolução das obras ao local de origem
As prateleiras destinadas ao armazenamento das obras beneficiadas pelo Projeto foram limpas, por
agentes de higienização, com uma solução de álcool e lysoform, de rápida secagem em contato com
o ar. As obras foram, então, recolocadas em seus devidos lugares, após conferência de controle de
trânsito. O resultado da ação combinada de Biblioteconomia de Livros Raros e Conservação pode
ser verificado mediante comparação entre uma prateleira antes (27) e outra depois (28) dos
benefícios do Projeto Fênix.
27
28
30
2.3 Em Restauração
Os índices verificados pela ação dessa área podem ser conferidos na seção 2.5.
A Restauração, atividade desenvolvida pelo Laboratório de Restaurada da Coordenação de
Preservação da Fundação Biblioteca Nacional, é o conjunto de medidas aplicáveis quando o suporte
papel atingiu grau de degradação que evidencia comprometimento estrutural do livro. A ação de
restauração, no Projeto Fênix, objetiva atribuir, novamente, condições de manuseio ao livro que se
encontrava fora de consulta, a partir dos seguintes procedimentos técnicos:
1. registro de entrada,
2. registro fotográfico (antes da restauração),
3. pesquisa (29),
4. diagnóstico,
5. desmonte (30),
6. limpeza manual (31),
7. testes, para identificação de tratamento químico apropriado (32),
8. remoção de intervenções anteriores (33),
9. banhos (34),
10. desacidificação,
11. reconstituição do suporte,
12. reencolagem,
13. planificação,
14. remontagem dos cadernos,
15. revisão geral – após este procedimento, o livro é encaminhado, descosturado, para
Microfilmagem/Digitalização,
atividades
desenvolvidas
pela
Coordenação
de
Microrreprodução,
16. encadernação – costura (35) e imposição da capa original ou de segmentos dela, ou, ainda,
confecção de nova capa, flexível e em pergaminho, conforme padrão adotado pela FBN para
acervos bibliográficos preciosos (36) – Modelo Espinosa9,
17. acondicionamento, e
18. registro fotográfico (depois da restauração).
9
Maiores detalhes sobre o modelo Espinosa de encadernação podem ser recuperados no portal da Fundação Biblioteca
Nacional em: <http://www.bn.br/portal/arquivos/pdf/TATIANA.pdf>.
31
29
30
32
31
32
33
33
34
34
35
36
35
2.4 Em Microfilmagem/Digitalização
Os índices verificados pela ação dessa área podem ser conferidos na seção 2.5.
A Microfilmagem e a Digitalização são atividades desenvolvidas pela Coordenação de
Microrreprodução.
A microfilmagem é o conjunto de medidas que subsidiam a política de gerenciamento e preservação
da Fundação Biblioteca Nacional, através da captação, juridicamente amparada, de textos e imagens
de documentos do acervo por processo fotográfico.
A ação de microfilmagem, no Projeto Fênix, consolidou a política do sistema híbrido de
preservação10, implementada desde 2004 na Divisão de Obras Raras, oferecendo em segundo
suporte, uma alternativa de acesso e pesquisa, favorecendo a preservação do original. A
microfilmagem ocorreu no intervalo entre a revisão geral e a encadernação, atividades
implementadas pelo Laboratório de Restauração da Coordenação de Preservação, a partir dos
seguintes procedimentos técnicos:
1. desenvolvimento do projeto micrográfico,
2. preparação e ordenação dos documentos (37 e 38),
3. microfilmagem, propriamente dita (39),
4. processamento (revelação),
5. controle de qualidade,
6. revisão,
7. duplicação, e
8. arquivamento.
10
WILLIS, Don. Uma abordagem de sistemas híbridos para a preservação de materiais impressos.Tradução José Luiz Pedersoli
Júnior, Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva; revisão técnica Mauro Resende de Castro, Ana Virginia Pinheiro, Dely Bezerra de
Miranda Santos. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 200l.
36
37
38
39
37
No contexto do Projeto Fênix, a digitalização configurou-se como atividade não patrocinada,
implementada em face da oportunidade de digitalizar obras raras em intervalos específicos do
processo de microfilmagem, complementando a política de sistema híbrido de preservação. Nesse
contexto, foi priorizada a digitalização das obras de maior demanda e em exemplares únicos, tal
como a primeira obra restaurada pelo Projeto Fênix (40), disponível para cópia e arquivamento no
portal da Fundação Biblioteca Nacional.
40
38
2.5 Obras restauradas, microfilmadas e digitalizadas
Livro Localização
Autor/Título/Local/Impressor
Data
Folhas
Páginas
restauradas
microfilma
-das
1509
0150
0300
1557
0127
0254
em OR
001
002
003
004
005
006
007
008
009
010
011
012
013
014
015
016
033A,003,008
Pacioli, Luca. Divina proportione... Venetiis:
A. Paganius Paganinus
042,005,006
Dürer, Albrecht. Alberti Dureri Clarissimi
Pictoris et Geometrae de Symmetria partium
humanorum corporum... Parisiis: In officina
Caroli Perier
055,003,013
Durer, Albertus. Durerus nurembergensis
pictor.... Lutetiae: apud Chr. Wechelum
057H,002,0017 Possevino, Antonio. Antonii Possevini
n. 1
Societates Iesu Cícero Collalus cum ethnies,
[et] sacris scriptoribus
004A,002,010 Euclides. La perspectiva y especularia de
Euclides. En Madrid: En casa de la vinda de
Alonso Gomez
W001,005,012 Miranda, Afonso de. Dialogo da perfeycam
[et] partes que sam necessárias ao bom
medico... Em Lixboa: Per Ioam Aluarez
118,004,010
Diez Daça, Alonso. Libro de los provechos y
dannos que provienen com la sola beuida del
água: y como se deva escoger la mejor... En
Sevilla: en casa d'Alonso de la Barrera
119,004,009
Benzoni, Girolamo. La historia Del mondo
n. 1
nuovo... Venetia: Appresso Francesco
Rampazetto
119,004,009
Giovio, Paolo. Dell‟ Ambascieria de
n. 2
Moschoviti ... . In Vinegia: per Bartolomeo
detto Imperatore
119,004,009
Zeno, Caterino. De i commentarii del
n. 3
viaggio in Persia... In Venetia: Per Frascesco
Marcolini
227,001,015
Plouius, Nicolaus. Tractavs sacerdotalis de
ecclesiasticis sacramentis... Impressum
Caesaraugustae: in aedibus Bartholomaei de
Nagera
234,004,004
Veneti, Pauli, Tractatus summularum logice.
Impressi Venetiis: Per Joannem Rubeum
Vercellensem
118,005,007
Caccia, Francesco. Oratione... fatta nella
morte della... infante Donna Caterina
D‟Austria... In Milano: per Pandolfo
Malatesta
122,004,010
Pasi, Bartholomeo di. Tariffa de i pesi,e
misure corrispondenti dal Levante al
Ponente... In Vinetia: nelle case di Pietro de
Ni[colini] da Sabbio
199,001,007
Heliodoro. La Historia de los dos leales
amantes Theagenes y Chariclea. En Paris: En
la emprenta de Pedro Le-Mur
199,001,005
Corvinus, Amoldus. Arnoldi Corvini a
Belderen J. C. Jus feudale, per aphorismos
strictim explicatum. Amstelaedami: apud
Henricum Weitstenium
Localização em
microfilme
Objeto
Digital
(páginas)
OR-00475(01)
OR-00503 (01)
OR-00503 (03)
Or815303
(0300)
--
1532
0098
0196
1593
0038
0080
1585
0066
0132
OR-00532(02)
Or815330
(132)
1562
0026
0052
OR-00504(05)
--
1576
0138
0246
OR-00515(02)
Or828878
(0138)
1565
0179
0358
OR-00504(04)
--
1545
0016
0032
OR-00504(02)
--
1558
0058
0116
OR-00504(03)
--
1549
0043
0086
OR-00535(02)
Or227_01
_15
(0086)
1514
0048
0096
OR-00504(01)
--
1598
0030
0060
OR-00515 (03)
Or912112
8
(0060)
1540
0212
0424
OR-00515 (01)
Or288712
11
(0424)
1616
0240
0480
OR-00514 (02)
1691
0084
0168
OR-00516 (04)
Or712020
240
(0480)
--
1.553
3.080
--
1.620
Total parcial (folha 1)
OR-00503(02)
OR-00504(6)
---
39
Livro
Localização
em OR
Autor/Título/Local/Impressor
Folhas
Páginas
restauradas
microfilma
-das
Localização em
microfilme
Objeto
Digital
(páginas)
Lull, Ramon. Arte general para todas las
sciencias.... En Madrid: Por Pedro Madrigal
W001,004BIS, Anania, Giovanni Lorenzo d‟. La vniversa
022
fabrica del mondo. In Napoli: Apresso
Gioseppe Cacchy dell Aquila
120,004,015
Contarini, Francesco. Francisci Contareni...
De rebus in Hetruria a senensibus gestis...
Lugduni: Apud Haeredes Sebast. Gryphii
W001,002BIS, Columella, Lucius Junius Moderatus. De Re
023
rustica:Libri XIII. Lugduni: Apud Seb.
Gryphium
229,001,007
Catulo, Caio Valério. Catullus Tibullus.
Propertitus, his accesservnt, com. Galli
fragmenta. Lugduni: apud Seb. Gryphium
229,001,008
Valerius Maximus De i detti et fatti
memorabili. [Roma: Ant. Blado]
1586
0148
0294
OR-00514 (01)
--
1573
0150
0300
OR-00535(03)
1562
0058
0168
OR-00516 (02)
Or715544
174
(0300)
--
1537
0273
0546
OR-00535 (01)
--
1534
0171
0342
OR-00532(01)
--
1539
0348
0696
OR-00537 (01)
--
023
135,003,007
1622
0177
0354
OR-00516 (03)
--
024
021,004,007
1698
0267
0536
OR-00532 (04)
025
094,002,013
1687
0164
0328
OR-00541 (01)
Or21_4_1
7-267
(0536)
--
026
206,001,014
1542
0396
0792
OR-00543 (02)
--
027
228,003,006
16861688
0112
0224
OR-00532 (03)
--
028
233,004,009
1613
0214
0428
OR-00537 (02)
Or632805
(0428)
029
Z001,002,003
1490
0572
1144
OR-00542
--
030
217,002,019
1675
0009
0019
OR-00537 (03)
--
031
017,006,009
n. 1
1608?
0207
0414
OR-00536 (01)
--
032
017,006,009
n. 2
1609
0188
0376
OR-00536 (02)
--
033
202,004,006
1591
0217
0434
OR-00541 (02)
--
3.671
7.395
--
1.264
017
018
019
020
021
022
W003,001,028
Data
Matos, Vicente da Costa. Breve discurso
contra a herética perfidia do ivdaismo... Em
Lisboa: por Pedro Craesbeeck
Barreira, Isidoro de. Tratado das
significações das plantas, flores, e frutos...
Lisboa: M.L.Ferreyra
Blegny, Monsieur de (Nicolas). Le bon usage
du thé, du caffe et du chocolat… A Lyon:
Chez Thomas Amaulry
Heródoto. Herodoti Halicarnassei
Historiographi Libri VIIII. Lugduni: apud
Seb. Gryphium
Vieira, Antonio. Maria rosa mystica:
excellencias, poderes, e maravilhas do seu
rosario.... Lisboa: Na officina de Miguel
Deslandes: a custa de Antoni Leyte Pereyra
Aranda, Juan de. Lugares comunes de
conceptos, dichos, y sentencias en diversas
materias. En Madrid: por Juan de la Cuesta:
a costa de Antonio Rodriguez mercader de
libros
Agostinho, Santo, Bispo de Hipona.
Augustinus De Civitate Dei. Basilea: Joannis
Amerbacensis
Sá, Antonio de. Sermão da Conceiçam da
Virgem Maria Nossa Senhora... Em
Coimbra: na Officina de Ioseph Ferreyra
Camões, Luís de. Rimas. Lisboa: Por Pedro
Craesbeeck: a custa de Domingos Fernandez
livreyro
Camões, Luís de. Os Lusíadas. Em Lisboa:
Por Pedro Crasbeeck: A custa de Domingos
Fernandez livreyro
Suetônio. C. Suetonii Tranquilli XII Caisares
et in eos Laevini Torrentii commentarius
auctior et emendatior. Antuerpiae: Ex
officina Plantiniana
Total parcial (folha 2)
40
Livro Localização
Autor/Título/Local/Impressor
Localização em
microfilme
Objeto
Digital
(páginas)
0080
OR-00544 (04)
--
0176
0352
OR-00544 (05)
--
1536
0137
0276
OR-00544 (01)
--
1702
0166
0332
OR-00386 (03)
Or13387
(0332)
1794
0038
0076
OR-00130 (01)
Or24947
(0076)
1570
167
0000
*
--
1753
0232
0465
OR-00508 (02)
--
1722
0137
0180
OR-00546 (03)
--
1664
0021
043
OR-00540
(01/02)
--
1678
0321
0645
OR-00540 (02)
--
1678
0321
0645
--
--
1650
0065
0130
OR-00542 (02)
--
1680
0464
0928
OR-00539
--
1631
0267
0534
OR-00561 (03)
--
1571
0130
0260
OR-00546 (1-2)
--
1724
0256
0512
OR-00542 (03)
--
1732
0288
0596
OR-00511 (01)
--
3.226
6.054
--
0408
Data
Folhas
Páginas
restauradas
microfilma
-das
1626
0040
1680
em OR
034
035
036
037
038
039
040
041
042
043
044
045
046
047
048
049
050
003,003,014
Barbuda, Luis Coelho de. Por la fidelidad
lusitana… En Lisboa: Por Jorge Rodriguez
183,005,011
Nicoselli, Anastasio. Vita del Beato Toribio
Alfonso Mogrobesio, arciuvescovo de Lima.
Roma: Nicoló Angelo Tinassi
205,001,006
Brancaleoni, G.Francesco. De balneorum
n. 1
utilitate cum ad sanitatem... Paris: ex officina
Christiani Wecheli
027,003,014
Antonio do Rosário. Frutas do Brasil...
Lisboa: Na Officina de Antonio Pedrozo
Galram
035,000,023
Franco, Francisco de Melo. Medicina
theologica... Lisboa: Na Offi. de Antonio
Rodrigues Galhardo
118,005,003
Palladio, Andréa. I quattro libri
dell'architettura... In Venetia: Apresso
Dominico de'Franceschi
017A,001,030 Brandão, Tomás Pinto. Pinto renascido,
empennado e desempennado: primeiro voo...
Lisboa: na officina de Pedro Ferreira
060,004,007A Figueiredo, Manuel de Andrade. Nova escola
para aprender a ler, escrever & contar...
Lisboa Occidental: na Officina de Bernardo
da Costa Carvalho
214,006,001
Bosse, Abraham. Des ordres de coloñes em
n. 2
l‟architecture et plusieurs aues dependances
d'icelle. A Paris: chez l'edit Bosse
002B,005,008 Andrade, Antonio Galvão de. A arte da
cavallaria de gineta, e estardiota, bom primor
de ferrar, Alueitaria. [Portugal]: Na Officina
de Joan da Costa
218,002,010
Andrade, Antonio Galvão de. A arte da
cavallaria de gineta, e estardiota, bom primor
de ferrar, Alueitaria. [Portugal]: Na Officina
de Joan da Costa
215,004,002
Casanova, José de. Primera parte del arte de
escrivir todas formas de letras. Madrid:
Diego Dias de la Carrera
218,004,003
Ardizzone Spinola, Antonio. Cordel
triplicado de amor... Lisboa: na Impressão de
Antonio Craesbeeck de Mello
134,003,012
Borri, P. Christophorus. Collecta
astronomica... Ulysipone: apud Mathiam
Rodrigues
118,001,016
Grisone, Federico. Ordini di cavalcare et
modi di conoscere le nature de cavalli... In
Venetia: Apresso Gio. Andrea Valvassori
058,006,035
Perier, Alexandre. Desengano dos
peccadores ... Roma: Antonio Roffes
017A,001,029B Brandão, Tomás Pinto. Pinto renascido,
empennado, e desempennado: primeiro vôo.
Lisboa Occidental: na Officina da Musica
Total parcial (folha 3)
*processo de microfilmagem em andamento.
41
Livro Localização
Autor/Título/Local/Impressor
Data
em OR
Páginas
microfilma
-das
Localização em
microfilme
Objeto
Digital
(páginas)
Carpi, Ugo da. Thesauro de scrittori: opera
artificiosa laquale con grandissima arte si per
pratica come per geometrica insegna a
seriviere diverse sorte littere... [Roma?:
s.n.],
017A,001,029C Brandão, Tomás Pinto. Pinto renascido,
empennado, e desempennado: primeiro vôo.
Lisboa Occidental: na Officina da Musica
215,003,020
Iciar, Juan de. Recopilacion subtilissima,
intitulada Orthographia practica... Caragoça:
en casa de Bartholome de Nagera
180,003,017
Gonçalo, Arias. Memorial en defensa de las
mvgeres de España y de los vestidos, y
adornos de que usan. Lisboa: Antonio
Alvarez
097,002,023
Alphabetum armenum cum oratione
n. 1
dominicali.... Romae: Typis. S. Congreg. de
Propaganda Fide
097,002,023
Alphabetum barmanum sev bomanum regni
n. 2
avae finitimarum regionum. Romae: [s.n.]
097,002,023
Alphabetum tangutanum sive, tibetanum.
n. 3
Romae: Typis. Sac. Congreg. de Propag.
Fide
205,001,006
Primasius, bispo de Hadrumetum. Primasii
n. 2
afri episcopi uticensis, vivi suo tempore...
Paris: apud Iohannem Foucherium
205,001,006
Vlierden, Daniel van. Danielis Vlier Deni
n. 3
Bruxellani, Artium ac medicinae. Basileae:
apud Hier. Frobenuim
191,001,001
Custodis, Raphael. Emblemata amoris...
Augustae Vindelecorum: [s.n.]
W003,003,007 Lucas, Francisco. Arte de escrevir. En
Madrid: Em casa de Francisco Sanchez
1535
0048
0098
OR-00543 (01)
--
1732
0288
0596
--
--
1548
0068
0136
OR-00556 (01)
--
1636
0058
0116
OR-00543 (03)
--
1784
0016
0032
OR-00556 (06)
--
1776
0026
0052
OR-00556 (05)
--
1773
0069
0138
OR-00556 (04)
--
1544
0143
0284
OR-00544 (02)
--
1544
0020
0044
OR-00544 (03)
--
1622
0053
0106
OR-00556 (02)
--
1580
0103
0206
OR-00561(02)
--
062
031,003,007A
1701
0142
0284
OR-00556(03)
--
063
118,003,007
1535
0144
0288
OR-00561(01)
--
064
088,005,005
Veen, Otto van. Theatro moral de la vida
humana, en cien emblemas… Amberes: por
Henrico y Cornelio Verdussen
Vegecio. Vegetii Renati viri illustris De re
militari libri quatuor. Parisiis: Sub scuto
Basiliensi ex officina Christiani Wecheli
Thevet, André. La cosmographie
vniverselle... Paris: Chez Pierre L'Huillier
1575
0500
1002
OR-00289 (0102)
065
W001,002BIS,
018
1590
0387
0774
OR-00560 (02)
--
066
206,002,007
1516
0146
0298
OR-00563 (01)
--
067
031,005,008
Diogo do Rosário. Flos sanctorum das vidas
e obras insignes dos santos... Foy impresso
em Lisboa: per Balthesar Ribeiro
Prisciano. Prisciani Cesariensis Institutiones
gra[m]matice... Parisiis]: Vaenundantur ab
Jodoco Badio Ascensio
Vesalio, Andre. Vivae imagines partium
corporis humani aereis formis expressae.
Antuerpiae: ex officina Christophori Plantini
1566
0094
0184
OR-00560 (01)
--
2.305
4.638
--
0000
051
052
053
054
055
056
057
058
059
060
061
0025,002,028
Folhas
restauradas
Total parcial (folha 4)
42
Livro Localização
Autor/Título/Local/Impressor
Localização em
microfilme
Objeto
Digital
(páginas)
0276
OR-00563 (02)
--
0314
0622
OR-00569 (02)
--
1740
0135
0270
OR-00563 (03)
--
1530
0136
0272
OR-00570
--
1530
0099
0196
OR-00570 (01)
--
1615
0383
0756
OR-00580 (01)
--
1684
0380
0760
OR-00575 (02)
--
1645
0172
0344
OR-00569 (01)
--
1594
0154
0307
OR-00570 (03)
--
1643
0346
0692
OR-00571 (01)
--
1645
0105
0210
OR-00571 (02)
--
1794
0150
0300
OR-00581 (04)
--
1651
0205
0410
OR-00582 (02)
--
1532
0016
0032
OR-00570 (0104)
--
1503
0032
0064
OR-00575 (0102)
--
16771678
0465
0930
OR-00590
--
1605
0069
0000
*
--
3.299
6.441
--
0000
Data
Folhas
Páginas
restauradas
microfilma
-das
1586
0138
1658
em OR
068
229,002,007
069
174,005,003
070
012A,004,010
d
071
122,003,002
n. 1
072
122,003,002
n. 2
073
233,005,003
074
224,005,002
075
168,004,014
076
212,001,003
077
168,002,013
078
162,002,014
079
060,002,013
080
213,004,019
081
205,001,010
082
057E,002,016
083
141,003,003
084
003B,006,012
Porta, Giambattista della. Io. Baptistae
Portae ... De humana Physiognomonia... Vici
Aequensis: Apud Iosephum Cacchium
Piso, Willem. De Indiae utriusque re naturali
et medica... Amstelaedami: Apud
Ludovicum et Danielem Elzevirios
Marchand, Prosper. Histoire de l'origine et
des premiers progres de l‟imprimerie. A La
Haye: Ches la veuve le Vier et Pierre Paupie
Platina. Bap. Platinae ... De falso [et] vero
bono dialogi III... Parisiis: excusit M. Petrus
Vidoveus
Platina. Bap. Platinae... De honesta
voluptate; De ratione victus, [et] modo
vivendi; De natura rerum [et] arte coquendi
libri X... Parisiis: In aedibus Joannis Parvi
Correia, Pedro. Conspiração Universal:
combatem os sete vícios matadores com as
sete virtudes contrarias... Lisboa: na Officina
de Pedro Crasbeeck, a custa de Thome do
Valle
Dan, Pierre. Histoire van barbaryen en des
zelfs Zee-Roovers… Tot Amsterdam: by Jan
ten Hoorn
Melo, Francisco Manuel de. Historia de los
movimientos y separacion de Catalvña... En
San Vincente: por Paulo Craesbeeck
Gallonio, Antonio. De SS. martyrum
cruciatibus. Romae: Ex Typographia
Congregationis Oratorij apud S. Mariam in
Vallicella
Scappi, Bartolomeu. M. Bortolomeo Scappi
Dell arte del cvcinare con il mastro di casa e
trinciante... Venetia: Combi
Melo, Francisco Manuel de. Ecco polytico…
En Lisboa: Por Paulo Craesbeeck
Rodrigues, Domingos. Arte de cozinha...
Lisboa: na Offic. de João Antonio Reis
Melo, Francisco Manuel de. Carta de gvia de
casados... Lisboa: Officina Craesbecckiana
Cusanus, Joannes. Argumenta
Singuloru[m]... Antuerpie: per me Ioannem
de Ghelen
Arquimedes. Tetragonismus id est circuli
quadratura... Impressum Venetiis: Per Ioan
Bapti. Sessa
Saavedra Pajardo, Diego de. Obras de don
Diego de Saavedra Faxardo. Amberes: J. B.
Verdussen
Hrabanus, Maurus. Magnentii Rabani Mavri
De Lavdibvs sanctae crvcis... Augustae
Vindelicorum: typographee Praetoriano
Total parcial (folha 5)
* processo de microfilmagem em andamento.
43
Livro
Localização
em OR
085
198,006,001
086
121,001,001
087
030,002,017
088
060,003,034
089
051,003,009
090
060,003,002
091
224,003,013
092
002A,001,009
093
184,004,013
094
033A,004,007
095
033A,004,006
096
057G,002,002
097
227,001,013
n. 1
003A,003,011
n. 1
098
099
003A,003,011
n. 2
100
214,006,001
n. 1
101
214,006,001
n. 3
102
057H,002,017
n. 2
103
227,001,013
n. 2
104
227,001,013
n. 3
Autor/Título/Local/Impressor
Ripa, Cesare. Iconologie... A Paris: Chez
Mathiev Gvillemont
Igreja Católica. Manvale catholicorum
precandi collectvm… Antuerpiae: Ex
Officina Christophori Plantini
San Roman de Ribadeneyra, Antonio de.
Iornada y mverte del rey Don Sebastian de
Portvgal... En Valladolid: Por los herederos
de Iuan Iñiguez de Lequerica
Sacro Bosco, Joannes de. Sphaera... [Paris]:
Apud Gulielmum Cavellat
Pigafetta, Antonio. Primo viaggio intorno al
globo terracqueo… Milano: nella Stamperia
di Giuseppe Galeazzi
Thevet, André. Les singularitez de la France
antarctique... A Paris: chez les heritiers de
Maurice de la Porte
Freire, João Nunes. Anmotaçoens ad
rudimenta grammaticae... Em Coimbra: na
officina de Joseph Ferreyra
Guzman, Francisco. Triunphos morales.
Medina del Campo: casa de Francisco del
Canto
David, Joannes. Duodecim specula Deum
aliqvando videre... Antuerpiae: Ex Officina
Plantiniana apud Ioannem Moretum
Sacro Bosco, Joannes de. Sphaera mundi
compendium... Impressum Venetiis: per
Melchiorem Sessa
Faerno, Gabriello. Fabuale Centrum ex
Antiquis Auctoribus... Romae: Vicentius
Luchinus
Ovídio. Le transformationi… In Venetia:
Appresso Gabriel Giolito de Ferrari e fratel.
Euclides. Euclides Phaenomena... Romae:
Apud Joannem Martinellum
Igreja Católica. Missale Romanum Ex
Decreto Sacrosancti Concilii Tridentini...
Antverpia: ex Architypographia Plantiniana
Igreja Católica. Missae propriae Sanctorum
trium ordinum fratrum minorum...
Antuerpiae: ex Architypographia Plantiniana
Bosse, Abraham. Traité des manières de
dessiner les ordres de l‟architecture antique...
A Paris: Chez L'auteur
Bosse, Abraham. Representations
geometrales de plusieurs de l'architectvre
antiqve ... A Paris: chez l'auteur
Paduani, Giovanni. Ioannis Padovanii... De
singularum humani corporis... Veronae:
Apud Hieronymum Discipulum
Ursus, Nicolaus Raimarus. Nicolai Raimari
Ursi ... De Astronomicis Hypothesibus.
Pragae Bohemorum: apud autorem
Monantheuil, Henri de. Aristotelis
mechanica. Parisiis: Apud Jeremiam Perier
Localização em
microfilme
Objeto
Digital
(páginas)
0000
*
--
0176
0000
*
--
1603
0096
0000
*
--
1557
0103
0000
*
--
[1800]
0195
0000
*
--
1557
0176
0000
*
Or813719
(176)
1673
0022
0000
*
--
1587
0195**
0390
OR-00586(02)
--
1610
0108**
0199
OR-00586 (03)
--
1513
0047**
0094
OR-00585 (01)
--
1565
0104**
0210
OR-00586 (01)
--
1555
0164**
0330
OR-00585 (02)
--
1591
0062**
0124
--
1756
0030**
0060
OR-00585
(03/01)
OR-00584 (02)
1751
0116**
0232
OR-00584 (01)
--
1664
0047
0095
OR-00540
(01/01)
--
1659
0014
0030
OR-00540
(01/03)
--
1589
0033
0070
OR-00504(7)
--
1597
0030**
0060
OR-00585
(03/02)
--
1599
0126**
252
OR-00585
(03/03)
--
2.146
--
0176
Data
Folhas
Páginas
restauradas
microfilma
-das
1644
0217
[1588]
Total parcial (folha 6)
2.061
* processo de microfilmagem em andamento. ** processo de encadernação em conclusão.
--
44
2.6 Metas e resultados obtidos
Livros
Total
Folhas
higienizadas
Total parcial (folha 1)
Total parcial (folha 2)
Total parcial (folha 3)
Total parcial (folha 4)
Total parcial (folha 5)
Total parcial (folha 6)
Folhas
Páginas
restauradas microfilmadas
Objeto Digital
(páginas)
1.553
3.671
3.226
2.305
3.299
2.061
3.080
7.395
6.054
4.638
6.441
2.146
1.620
1.264
0408
0000
0000
0176
Resultados obtidos
(Total geral)
0104
894.420
16.115
29.754
3.468
Metas
0090
600.000
5.000
25.000
2.500
45
3 DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA SELETIVA DA AÇÃO DO
PROJETO (antes & depois)
Os números negritados, após as imagens e entre parênteses, correspondem ao número do livro, na lista de obras restauradas,
microfilmadas e digitalizadas, da seção 2.5.
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(002)
Raridade/Importância: Segunda edição latina de obra de Dürer sobre Proporção, com 148
xilogravuras, impressas a partir das pranchas de madeira originais, utilizadas na primeira
edição alemã de 1528. Uma versão corrigida da biografia de Dürer, redigida por Camerarius,
constitui o prefácio da obra (Adams, D-1053, tradução nossa; Brunet 2, 914).
46
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(007)
Raridade/Importância: Esta obra é uma das mais eruditas e interessantes já escritas sobre o
uso da água como remédio higiênico e terapêutico (Chinchilla, Anastasio. Anales históricos
de la medicina en general. Valencia, 1845, tradução nossa). O exemplar restaurado pertenceu
à Real Bibliotheca.
47
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(008)
Raridade/Importância: Primeira edição de livro polêmico, que trata sobre a questão
indígena no auge do domínio espanhol na América. Os fatos narrados, de caráter bastante
parcial e que fomentam o ódio ao colonizador, registram o testemunho do próprio autor, que
viveu quinze anos na América (The Original Catholic Encyclopedia, tradução nossa). O
exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
48
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(013)
Raridade/Importância: O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
49
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(014)
Raridade/Importância: A obra, um manual sobre pesos e medidas para mercadores do
século XVI, foi impressa, pela primeira vez, em 1503 e teve várias reimpressões (Barker,
Aldus Manutius and the development of Greek script & type..., 1992, p. 79). Uma edição de
1521 é citada por Brunet, como livro curioso e muito raro (Brunet 4-pt.1, 404). A edição da
FBN, também preciosa, é de 1540.
50
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(015)
Raridade/Importância: A novela de aventuras, escrita no século III, pode ser considerada
um modelo por excelência, proveniente do mundo greco-romano.
51
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(016)
Raridade/Importância: O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
52
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(017)
Raridade/Importância: Encerra o método ou sistema de unificação de todos os saberes,
desenvolvido por Ramón Lull, para conversão de fiéis. O método foi uma primeira tentativa
de utilizar meios lógicos para produzir conhecimento que, para o autor, era o encontro da
verdade, o encontro com Deus. O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
53
003
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(018)
Raridade/Importancia: a obra inclui os mais antigos mapas da África. É difícil de encontrar
exemplares completos porque, comumente, os mapas são subtraídos dos exemplares e
negociados avulsos. O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
54
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(020)
Raridade/Importância: “[...]é considerada o reportório mais extenso e documentado sobre
agricultura romana” (Wikipédia). O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
55
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(021)
Raridade/Importância: Edição reunida de três poetas romanos, que se “inspiraram em sua
vida pessoal, em seus próprios amores”: Catulo, “o primeiro grande poeta de amor latino”;
Tibulo, cujas elegias amorosas são marcadas pela ausência da amada e pelo tom melancólico;
e Propércio, que canta o amor romântico e fiel à amada (Silva, Elegia Ovidiana, Soletras, ano
9, n. 17, 2009).
56
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(022)
Raridade/Importância: Primeira edição da tradução toscana para o original latino. Depois
desta, de 1539, a obra foi reimpressa, pelo menos, em 1547, 1561, 1564, 1573, 1586 e 1605
(Ebert 4, 1931)) O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
57
004
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(025)
Raridade/importância: Primeira edição de um dos primeiros livros franceses sobre café, chá
e chocolate, e seus efeitos terapêuticos (Christie‟s). O exemplar restaurado pertenceu à Real
Bibliotheca.
58
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(027)
Raridade/Importância: sermões do padre Vieira dedicados à Virgem Maria e ao seu
Rosário, “em cumprimento de um voto feito, e repetido em grandes perigos da vida, de que
por sua imensa benignidade, e poderosíssima intercessão sempre saiu livre” (transcrito da
obra).
59
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(028)
Raridade/Importância: “Aranda [o Autor] toma cosas sabidas por todo el mundo y puso los
mejores dichos, sentencias, y razones y el conocimiento de éstas en las manos de la gente
letrada, y era especialmente importante porque lo traducía a un idioma vernáculo en una
época dónde todos los libros académicos eran escritos en latín” (Cowling, La gestión del
conocimiento en el mundo barroco. In: XLI Encontro de la Asociación Canadiense de
Hispani, 2005). O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
60
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(031)
Raridade/Importância: Edição de “Rimas”, de Camões, cuja data não se pode precisar,
sendo provavelmente de 1608 ou 1609 (Innocencio 14, 44). “A obra lírica de Camões foi
publicada como Rimas, [...]”, e um dos seus sonetos mais conhecidos é o Amor é fogo que
arde sem se ver (Wkipédia).
61
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(032)
Raridade/Importância: Esta edição de “Os Lusíadas”, de Craesbeeck (1609), assim como as
de Manoel de Lyra (1584) e de Manoel de Faria (1639), são as únicas correctas, e todas as
outras mendosas, ou indignas” (Souza-Botelho, Os Lusíadas: poema épico de Luis de
Camões,1836, p. 389).
62
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Disponível para consulta (depois)
(034)
Raridade/Importância: Primeira edição, publicada em 1626 (WorldCat.org). O exemplar
restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
63
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(036)
Raridade/Importância: Primeira edição, publicada em 1536 (WorldCat.org), de obra
precursora sobre Hidroterapia.
64
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(037)
Raridade/Importância: “Tratado de política e de teologia, dos muitos que se multiplicam
após o Concílio de Trento emque florescem por todo o século XVII, Frutas do Brasil é uma
obra que aproxima a natureza da cultura e que acaba por transformá-la num manancial de
mitos de que se constitui o repertório colonial de nosso país, cujas ressonâncias parecem ainda
fortes” (Lucchesi, Apresentação. In: Antônio do Rosário, Frutas do Brasil, Ed. Fac-similar,
2008). O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
65
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(038)
Raridade/Importância: Primeira edição do primeiro livro em português sobre medicina
psicossomática e uma das mais antigas obras sobre este assunto. O governo português
ordenou sua supressão, por entender que a obra disseminava doutrinas “perigosas”, e
dissolveu a Real Mesa Censória, que tinha aprovado sua publicação. Mello Franco (17571823) nasceu em Minas Gerais e praticava medicina em Lisboa, quando retornou ao Brasil,
por causa dos freqüentes problemas que enfrentava com as autoridades, em decorrência de
seus escritos (ILAB/LILA, tradução nossa).
66
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Disponível para consulta (depois)
(041)
Raridade/Importância: “É obra digna d‟estima” (Innocencio 5, 355); “Trata-se de um texto
de Pedagogia Prática, todavia, poucos sabem que o texto contém importantes idéias
Psicológicas e Pedagógicas, conselhos acerca do comportamento que os mestres devem ter na
escola com seus alunos e normas sugeridas para desenvolver o raciocínio matemático. O autor
acredita firmemente na Educação como meio de modificação da personalidade humana.
Declara-se contrário ao ensino meramente mnemônico, alertando que é preciso levar o aluno a
entender as razões do que aprende” (Psi WebExplorer). Para o historiador da educação
portuguesa Rômulo de Carvalho, Manoel de Andrade de Figueiredo foi “[... ] um mestre
invulgar, competentíssimo mestre de mestres, calígrafo de suprema categoria, e o livro [...] é
uma obra máxima da pedagogia portuguesa. (CARVALHO, 2001, p. 405). O exemplar
restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
67
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Disponível para consulta (depois)
(042)
Raridade/Importância: Reedição das três principais obras teóricas de arquitetura de
Abraham Bosse, inteiramente desenhadas e gravas em talho doce por ele mesmo e impressas
às suas custas (Bibliorare News, 27 nov. 2003, tradução nossa; Brunet 1, 1128).
68
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(046)
Raridade/Importância: "Este livro que não é muito vulgar, foi mandado suprimir, e proibida
sua leitura por edital da Mesa Censoria de 6 de março de 1775..." (Innocencio 1, 90).
69
Fora de consulta (antes)
Disponível para consulta (depois)
(047)
Raridade/Importância: “[O autor] foi alvo de alguma contestação junto dos seus irmãos
jesuítas devido à sua obra Collecta astronomica. Neste tratado, Borri divulgava o telescópio e
as descobertas de Galileu Galilei, tornando-se no pioneiro, em Portugal, na revelação da
descoberta deste novo instrumento. Ao longo da Collecta, Borri defendia a corruptibilidade
dos céus, apoiando-se nos matemáticos modernos e, [...] destruindo, assim, o fundamento da
teoria astronómica aristotélica. Portanto, a Collecta tornou-se numa obra determinante para a
reforma da Astronomia em Portugal. Iniciada ainda em 1623 e finalizada quatro anos mais
tarde, a sua publicação foi constantemente adiada. Foi impressa em 1629 e só dois anos mais
tarde iniciou-se a sua circulação” (Universidade de Lisboa, Cátedra de Estudos Sefarditas, 3
abr. 2010).
70
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Disponível para consulta (depois)
(048)
Raridade/Importância: Obra arrolado no Catalogue of Rare Veterinary Books & Allied
Subjectis in Animal Husbandry in the Michigan State University Library, compilado por
Henry C. Koch.
71
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Disponível para consulta (depois)
(049)
Raridade/Importância: “O italiano Perier, padre jesuíta, cuidou durante vários anos das
missões na Paraíba e Cabo Frio. Seu livro de devoção, Desengano dos peccadores, foi
publicado após seu retorno primeiramente em Roma, no ano de 1724, devendo auxiliar no
trabalho dos missionários. Com fanatismo religioso são descritas as torturas e os
padecimentos que esperam o pecador no inferno, onde os seres humanos são torturados de
diversas maneiras pelos demônios e seus comparsas. Algumas de suas terríveis histórias de
horror se passam no Brasil. Com seus quadros teve tanto sucesso entre os índios que resolveu
aproveitá-los para o seu livro. Só em 1771 o livro foi proibido pela Igreja” (Bosch 184). O
livro é considerado um dos mais curiosos livros devocionais, publicados por Missionários “do
Brasil” (Borba de Moraes).
72
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Disponível para consulta (depois)
(050).
Raridade/Importância: “Tomás Pinto Brandão: Era o coronel, o pontífice dos poetas biltres
do século XVIII. [...] Rivalizou com o brasileiro Gregório de Matos no calão de bordel. As
suas poesias [...] fesceninas avantajam-se em graça às de Bocage” (Camilo Castelo Branco,
in: Projeto Vercial, 1996-2002). O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
73
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(053)
Raridade/Importância: “Todas las obras de este insigne calígrafo son raras [...]. Las poças
que han circulado em comercio se han apresentado incompletas y em mal estado [...]. Primera
edición. Existe em la Biblioteca Nacional de Madrid, y em el Museo Britânico” (Palau 7, 1415). “Obra muy rara y apreciada que contiene uma serie de adornos de buen gusto” (Espasa
28, 841).
74
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(054)
Raridade/Importância: Primeira e única edição desta obra rara que defende os vestidos,
adornos e costumes das mulheres espanholas. Foi escrito em resposta ao livro de Alonso de
Carranza, escrito no mesmo ano, que critica o interesse das mulheres pela moda, associando-o
à luxúria, corrupção moral e depravação. O autor, poeta português, oferece uma rara
abordagem sobre costumes, roupas, adornos e hábitos populares das mulheres de seu tempo
(Women and the Book: exhibition of fine and rare books, manuscripts and prints by and about
women; The Exhibition Room Bernard Quaritch, 2008). . O exemplar restaurado pertenceu à
Real Bibliotheca.
75
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(057)
Raridade/Importância: Esta obra aparece, comumente, reuinida a outras de mesmo tema –
alfabetos estrangeiros, formando coleção bastante preciosa (Brunet 1, 197, tradução nossa).
76
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(060)
Raridade/Importância: A obra apresenta belíssimos emblemas amorosos, gravados por
Raphael Custos, a partir de Amorum Emblemata, de Otto Van Veen (ILAB/LILA).
77
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(062)
Raridade/Importância: “É um dos mais famosos livros de emblemas, de todos os tempos”
(ILAB/LILA, tradução nossa).
78
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(063)
Raridade/Importância: “É o [...] mais célebre tratado de táctica e estratégia do Occidente até
o século XVIII, [...] escrito por Flavius Vegecius Renatus (Vegecio) para o ano 390”
(WikiLingue Beta). Trata-se da segunda edição de Wechel, ilustrada com numerosos
engenhos militares – cópias livres e invertidas das gravuras da edição impressa em Verona,
em 1472 (Continental, Illuminations & MSS in: Mags.com). O exemplar restaurado pertenceu
à Real Bibliotheca.
79
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(064)
Raridade/Importância: “Com um retrato do autor, xilografado, que não consta em todos os
exemplares. Quatro mapas xilográficos em folha dupla da Europa, Ásia, América e África,
assim como 263 (6 são repetições) xilogravuras de formatos diversos no texto. Onze são
assinadas [...]. Primeira edição. [...] É a cosmografia francesa mais ampla do século XVI. [...]
A „Oraison Dominicale em Sauuage‟, publicada à folha 925 desta obra, é o primeiro texto
impresso em tupi-guarani (Bosch 31).
80
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(066)
Raridade/Importância: O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
81
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(067)
Raridade/Importância: O autor, médico belga, é considerado o fundador da anatomia
moderna. Foi "condenado à morte pela Inquisição em 1561, por haver dissecado um corpo
humano. Felipe II conseguiu comutar a pena para uma peregrinação a Jerusalém"
(BIOGRAFIAS: André Vesálio. In: ALGOsobre).
82
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(068)
Raridade/Importância: “Boa edição desta obra singular, com significativo número de
figuras a talho doce (Brunet 4, 825, tradução nossa); “Como pesquisas associadas à medicina
as fisionomias têm em Hipócrates o iniciador, usando pela primeira vez o termo no tratado
acerca das epidemias, no sentido do julgamento de alguém pela aparência física. [...] Por
influência do neoplatonismo e recrudescimento do fundo de tradição mágica, estas artes
ganham novo fôlego a partir do Renascimento. Giambatista della Porta (1541- 1615), [...]
retoma e colige estes estudos no tratado De Humana Physiognomia [...]. O corpo humano é
visto como um livro, passível de ser lido por quem possua a arte dos oráculos (Conta Natura,
7 jan. 2006).
83
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(069)
Raridade/Importância: “Esta obra compõe-se de 14 livros, dos quais 6 são do próprio
[Willem] Piso. Esta edição constitui um dos mais complicados problemas da bibliografia
holandesa no Brasil, pois não se sabe exatamente até que ponto Piso aproveitou-se da
Historiae Rerum Naturalium Brasiliae de [Georg] Marcgrave. A parte médica, de Piso foi
naturalmente aproveitada da sua colaboração na História Naturalis Brasiliae, mas a parte
naturalística foi, segundo alguns, apenas a que Marcgrave escrevera [...]” (Moraes; Berrien 2,
4098).
84
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(070)
Raridade/Importância: Esta obra foi considerada, durante longo tempo, a melhor história da
invenção da Tipografia (Brunet 3-pt. 2, 1398).
85
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(071)
Raridade/Importância: Em De falso et vero bono”, Platina oferece uma reflexão essencial
sobre a ciência, a cultura e o estatuto do homem formado através de estudos humanísticos
(Christin, L‟Humanisme ou la révolution par les lettres, 2006, tradução nossa).
86
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(072)
Raridade/Importância: A segunda obra [do volume] é o mais antigo texto conhecido sobre
gastronomia (BIBLIOGRAPHIE culinaire). O exemplar restaurado pertenceu à Real
Bibliotheca.
87
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(073)
Raridade/Importância: Primeira edição. “Em conceitos, estylo e linguagem Fr. Pedro
Corrêa não desdiz dos bons do seu tempo. Todos os [seus...] livros são hoje pouco vulgares”
(Innocencio 6, 400).
88
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(074)
Raridade/Importância: O autor, Pierre Dan, foi considerado um dos mais notáveis
historiadores dos Trinitários. Sua obra ficou conhecida por sucessivas edições e traduções,
inclusive em flamengo, destacando-se pela riqueza das gravuras de Ian Luyken (Martin, Un
voyage de rédemption dans la Régnece d‟Alger, In: Denooz & Luffin, Autour de la
géographie orientale, p. 156, tradução nossa).
89
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(075)
Raridade/importância: “Sahiu n‟esta primeira edição com o nome supposto de Clemente
Libertino. Apezar do menospreço em que o auctor inculca ter esta sua obra [...] foi tal a estima
que mereceu, que ainda n‟aquelle século obteve duas reimpressões [...], a saber em 1692 e
1696. [...] Ainda hoje é tida como um dos mais bem acabados troços de historia, que os
hespanhoes possuem no seu idioma” (Innocencio 2, 439). “[...] todas as obras mencionadas
d‟este auctor são estimadas, e algumas mais raras que outras, como são das em castelhano
[...]” (P. de Mattos 374). “Livro muito interessante e estimado. Primeira edição. Bastante
rara” (Azevedo-Samodães 1, 2049). Obra curiosa e bem escrita (Brunet 3-pt2, 1592, tradução
nossa).
90
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(076)
Raridade/Importância: primeira edição italiana (a edição princeps é de 1591), ilustrada com
xilogravuras de Antonio Tempesta de Firenze, a partir de desenhos de Giovanni de Guerra, de
Modena, pintor do Papa Sixtus V (AntiQbook, tradução nossa). Com imagens repugnantes e,
ao mesmo tempo, fascinantes sobre as cruéis torturas e os tormentos impostos aos mártires
cristãos, a edição foi autorizada porque o censor considerou o livro necessário para a
edificação da fé. Por causa de sua abordagem sobre diferentes modos de tortura e assassinato,
este livro foi considerado por alguns como obra de interesse intelectual, enquanto que para
outros era, apenas, uma forma de perversão doentia do prazer. O exemplar restaurado
pertenceu à Real Bibliotheca.
91
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(077)
Raridade/Importância: O autor ganhou renome como organizador de um triunfal banquete
em honra de Carlos V, em 1536. Foi cozinheiro do Papa Paulo III (1468-1549), conhecido
como “o Papa do vinho” – que além de ser atendido por um dos maiores cozinheiros de então,
contava com os serviços de um sommelier. A obra, cuja primeira edição é de 1570, é
considerada um dos mais importantes livros de gastronomia, que documenta as práticas
renascentistas de cozinha, com ênfase para seu aspecto científico. O exemplar restaurado
pertenceu à Real Bibliotheca.
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(078)
Raridade/importância: Primeira edição. “Livro muito curioso e estimado. De bastante
raridade” (Azevedo-Samodães 1, 2046).
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(079)
Raridade/Importância: Nesta obra, “cuja primeira edição é de 1680, figura a receita que um
século mais tarde seria apresentada ao mundo pelos ingleses como beefsteak, ou seja, o bife
de carne bovina (WESSEL, Stván. Preferência nacional. Gula, São Paulo, n. 127, maio 2003).
“Dá perfecta ideia do que era a alta culinaria em Portugal no fim do sec. XVIII” (Rodrigues,
J.C. 2, 118).
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(080)
Raridade/Importância: Primeira edição (Innocenco 2, 441; 9, 332; Azevedo-Samodães 1,
2043). “De todas as obras escriptas pelo auctor, e publicadas separadamente, e com o seu
nome, foi a primeira que se imprimiu em portuguez, tendo-o sido todas as outras em
castelhano. Este tractado de philosophia moral, e economia domestica, é das obras do auctor a
mais popular e conhecida em Portugal. Há d‟ella muitas reimpressões [...]” (Innocencio 2,
440-441). “Das obras em portuguez é estimada a Carta de Guia de Casados, raras as primeiras
edições [...]” (P. de Mattos 374).
A Carta de Guia de Casados foi escrita na Torre Velha, em 1650, onde D. Francisco Manuel
de Melo – homem solteiro – cumpria pena de prisão. Não só o tema da obra, tão claramente
contido no próprio título, como o estilo vivo e pitoresco com que o autor o aborda justificam o
grato acolhimento que o público sempre lhe dispensou (Alfarrabista.com). A edição tem
curioso formato estreito, longilíneo, como se fora uma edição de algibeira ou para andar à
mão, como obra de referência continuada (AVP). O exemplar restaurado pertenceu à Real
Bibliotheca.
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(081)
Raridade/Importância: O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
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(082)
Raridade/Importância: O exemplar restaurado pertenceu à Real Bibliotheca.
97
4 DIVULGAÇÃO
4.1 Totem
Totem instalado à entrada da Divisão de Obras Raras, no 3º andar do prédio-sede da Fundação
Biblioteca Nacional
98
FENIX: resgate da memória em papéis de trapos
Objetivos:
1 Disponibilizar para consulta, novamente, as obras cujo avançado estado de deterioração física
inviabiliza seu manuseio (meta: 30.000 folhas restauradas, microfilmadas e digitalizadas – sistema
híbrido de preservação);
2 Facilitar a pesquisa, garantindo o fluxo evolutivo da ciência, pelo acesso material e intelectual a itens
fundamentais do conhecimento registrado e organizado;
3 Promover o acesso eletrônico, local e à distância, através de imagem digital da íntegra dos títulos
mais raros do conjunto;
4 Garantir o direito de acesso à informação registrada e difundida, como recurso de salvaguarda da
memória mundial.
Justificativa:
A pesquisa em obras raras tem ampliado seu escopo, desde o final do século XX, quando estudiosos de
todas as áreas de conhecimento passaram a buscar as fontes primárias de informação, beneficiadas pela
letra impressa desde o século XV – o pesquisador busca, antes de tudo, a citação do original impresso.
No entanto, o crescente assédio a originais impressos de todas as ciências, preponderantemente
“ilustrados”, têm colocado em risco a longevidade de títulos em exemplares únicos e valiosos, sem que
ações a médio ou longo prazo sejam planejadas, no sentido de garantir-lhes manuseabilidade
(conservação e restauração) e de promover a geração de segundo suporte (microfilme e imagem
digital).
Vale ressaltar que as obras consideradas mais raras, pela Fundação Biblioteca Nacional, são
notadamente aquelas impressas nos primórdios da Tipografia mundial, em papel de trapos (entre os
séculos XV a XVIII) e os “incunábulos” da Tipografia nacional (no século XIX). Essas obras, de
impressão artesanal, são monumentos tipográficos onde prepondera a matéria orgânica – como pessoas
humanas, o livro raro acumula as marcas de sua “vida”, “envelhece” e “morre”, naturalmente. Embora
cada título seja integrado ao acervo como se fosse “durar para sempre”, sem “tempo de validade”, não
há como ignorar a fragilidade dos suportes, sob a ação do tempo, do ambiente e da mão humana.
Em 2004, foi identificada no acervo de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional, a Coleção de
itens “fora de consulta”, com 129 (cento e vinte e nove) obras, das quais 89 (oitenta e nove) constituem
exemplares únicos no acervo, perfazendo o total de 30.000 folhas impressas e insubstituíveis.
A coleção foi inventariada por demanda; isto é, arrola itens solicitados pelo leitor e que não foram
examinados, em face de sua deterioração material. Retirar um item da rotina de consulta, sem uma
perspectiva de retorno a essa condição é o mesmo que condená-lo à morte.
Nessas circunstâncias, o Projeto Fênix viabilizará a conservação desses tesouros, garantindo o acesso
a uma parte da Coleção de Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional que, um dia, se
pensou perdida.
Delineamento/Coordenação Técnica do Projeto:
Ana Virginia Pinheiro
Bibliotecária, Chefe da Divisão de Obras Raras
Projetos interligados
Edições
fac-similares
de
raridades
FBN/Coordenação Geral de Pequisa e Editoração
Digitalização/Portal da FBN
Ação interdisciplinar
Divisão de Obras Raras
Coordenação de Preservação
Coordenação de Microrreprodução
Cartaz fixado no totem
FBN/CPT/Coordenação de Informações Bibliográficas
A Divisão de
Obras Raras
está em processo
de renovação...
Patrocínio
Gestor de recursos
99
4.2 Banner eletrônico
Primeiro banner do Projeto no Portal da Fundação Biblioteca Nacional.
Projeto Fênix
A Divisão de Obras Raras está em
processo de renovação...
Banner definitivo do Projeto no Portal da Fundação Biblioteca Nacional – remete ao cartaz (formato
eletrônico), com links para o portal do BNDES, o Ministério da Cultura e a Fundação Miguel de
Cervantes.
100
4.3 Banner de fachada
Banner instalado na fachada principal, segmento central, do prédio-sede da Fundação Biblioteca Nacional,
à Avenida Rio Branco, 219 – Centro, Rio de Janeiro, RJ, medindo 5x 3 m.
101
4.4 Mídia impressa e eletrônica

Revista “Veja”, março de 2009
Home > Revista > Edição nº 120 > Tesouros de papel
25 de Março de 2009
Patrimônio
Tesouros de papel
Biblioteca Nacional restaura livros raros,
como edição ilustrada por Leonardo da Vinci
Carlos Henrique Braz
Selmy Yassuda
Trabalho delicado: a restauradora Liamara Fanaia analisa edição em
latim de Picturae Etruscorum in Vasculis, de Joh. Baptista Passerio,
impressa em Roma em 1767
Muitos deles sobreviveram ao grande terremoto de Lisboa, em 1755, e à umidade nos porões dos
navios que trouxeram a família real portuguesa de Lisboa ao Rio de Janeiro, em 1808. Resistiram
também a duas mudanças de endereço por aqui. Primeiro, do extinto Hospital do Convento da Ordem
Terceira do Carmo, na Rua Primeiro de Março, onde os 60 000 itens da Real Biblioteca
permaneceram por cinquenta anos, para o edifício no qual atualmente funciona a Escola de Música
da UFRJ, na Rua do Passeio. Depois, em definitivo, para a sede na Cinelândia, em 1910. Tanta
movimentação e séculos de ação de fungos e insetos foram inclementes com livros preciosos que
agora começam a ser restaurados pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN).
Trata-se do Projeto Fênix – Resgate da Memória em Papéis de Trapos, nome pomposo do
empreendimento que obteve financiamento de cerca de 375 000 reais do Banco Nacional de
102
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Foi o valor possível de conseguir", explica Ana
Virgínia Pinheiro, chefe da Divisão de Obras Raras e autora do projeto. "Fizemos duas propostas
mais elevadas antes, mas o BNDES não as aprovou." O plano é recuperar entre 120 e 150 volumes
deteriorados – e, por isso, fora de consulta – até fevereiro de 2010. Pode ser pouco diante das
dimensões do acervo, mas sem dúvida trata-se de um primeiro passo. Só a seção de raridades
espalha-se por 2 quilômetros de prateleiras. De acordo com levantamento feito pela Unesco em 1991
– o mais recente –, a biblioteca tem mais de 9 milhões de obras, o que a colocava, à época, em
primeiro lugar na América Latina e na oitava posição do ranking mundial. O projeto prevê também a
microfilmagem das peças reconstituídas e a higienização de cerca de 70 000 publicações.
As primeiras 140 páginas recompostas são de Divina Proportione, ilustrado com xilogravuras de
Leonardo da Vinci, escrito por Luca Pacioli e impresso em Veneza em 1509, pouco mais de meio
século após a invenção da prensa tipográfica de Johann Gutenberg, em 1450. O manuscrito,
concluído em 1498, é considerado pioneiro na definição de proporções para as artes, a arquitetura e
o design. Até hoje é procurado por pesquisadores e doutorandos nessas áreas. "Levamos quatro
meses para terminar o trabalho. Quando soubemos, em setembro, que a verba do projeto seria
liberada, pusemos a mão na massa", diz Ana Virgínia. Outro tesouro que teve suas 150 páginas
recuperadas é Medicina Theologica, publicado em Lisboa em 1794. A biblioteca possui três
exemplares desse tratado sobre doenças psicossomáticas – conhecidas à época como "espirituais" –
de Francisco de Mello Franco (1757-1823), mineiro que clinicava na capital portuguesa. Ele o
escreveu 100 anos antes de Sigmund Freud (1856-1939) teorizar sobre o assunto.
Dependendo do estado de deterioração do livro e da quantidade de folhas, o trabalho de restauro
pode demorar de dois a seis meses. Há páginas tão corroídas por bichos ou pela acidez das tintas de
impressão que chegam a lembrar peneiras, num estado chamado de "rendilhado" pelos técnicos.
Recuperar o texto, em casos assim, é impossível. O que se recompõe é a folha. "Fazemos um
preenchimento com borras de celulose doadas por fabricantes", explica Tatiana Christo, chefe do
Laboratório de Restaurações da FBN. Cada folha é removida dos volumes, reparada, microfilmada,
digitalizada e encadernada novamente. "Oferecemos três alternativas de preservação do livro original:
a consulta em microfilme, a pesquisa digital e a versão fac-similar", resume Ana Virgínia. O projeto
prevê ainda o lançamento de edições em fac-símile, com tiragem de 1 500 exemplares, de Divina
Proportione (preço a definir) e de Medicina Theologica (75 reais), a serem vendidas na Loja do Livro,
que funciona na própria Biblioteca Nacional.
Operação salvamento
Dois exemplares de Medicina Theologica, publicados em Lisboa em 1794.
O primeiro (à esq.) ainda tem danos causados pela acidez das tintas e marcas de restauros
com fita adesiva. O segundo, recuperado, teve os orifícios preenchidos com borra de celulose
e foi reencadernado
Disponível em: < http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/editorial/m1109/tesouros-de-papel>. Último
acesso: 15 julho 2009.
103

Jornal “Gazeta do Povo”, maio de 2009
GAZETA DO POVO
Vida e Cidadania
História
Fotos: Pollianna Milan
A “Carta de guia de casados”, de 1651: mulheres deveriam tomar cuidado com as suas empregadas
Cultura
A casa das obras raras
Seção de raridades da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro é um baú cheio de
preciosidades. São dois quilômetros de livros preciosos
Publicado em 16/05/2009 | Pollianna Milan
A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro recebe – por exigência da Lei de Depósito Legal – pelo
menos um exemplar de tudo o que é publicado no Brasil. Isso dá uma ideia do tamanho do acervo:
uma estimativa de oito anos atrás rondava a casa dos dez milhões de obras. Além de livros sobre
assuntos dos mais variados tipos, jornais e revistas, a biblioteca guarda ainda obras que são
consideradas verdadeiras joias – desde manuscritos até livros que são exemplares únicos no mundo.
As edições especiais são guardadas literalmente a sete chaves – em cofres especiais – e não estão
disponíveis ao público em geral para consultas.
104
Manusear uma edição impressa no século 16, por exemplo, é privilégio para poucos: pesquisadores
começam a pesquisa a partir de microfilmagens ou arquivos digitalizados e apenas no fim podem ter
acesso ao livro original. A restrição acontece porque grande parte das edições está em condições
precárias; e mesmo as que já foram restauradas precisam de cuidado especial na hora do contato
físico. “O projeto Fênix, de recuperação destas obras, está preocupado em fazer com que o livro
possa ser novamente tocado”, explica a chefe de divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional, Ana
Virgínia Pinheiro. “Não é uma questão estética – tentar deixá-lo bonito – mas sim uma forma de tratálo e higienizá-lo para que possa sobreviver por mais tempo”, diz. Pelo menos 129 peças serão
recuperadas no projeto, que tem o patrocínio do BNDES. Com exclusividade, Ana Virgínia contou
para a Gazeta do Povo a história e o conteúdo de algumas delas.
Imagem de Mantua no sistema “vista de pássaro”: livro do século 15 inovou o modo de representar
uma cidade
Reprodução de obras raras garante maior acesso
Uma inciativa do setor de Obras Raras tem tornado acessível os livros antigos ao público em geral:
algumas peças foram reproduzidas como um fac-símile e estão à venda – o custo aproximado é de
R$ 20. O primeiro livro restaurado no projeto Fênix, Divina proporção (1514), do italiano Luca
Pacioli, fala do sistema de partidas dobradas que é usado na contabilidade. O que mais chama a
atenção, porém, é que a obra foi totalmente ilustrada com xilogravuras de Leonardo da Vinci, que
seria amigo próximo de Pacioli.
Há ainda um fac-símile do livro Medicina teológica (1794), de Francisco de Melo Franco, que é
considerado um precursor da psicanálise. Ele descreve o comportamento das pessoas e ensina aos
padres como eles devem proceder diante de uma pessoa que apresenta angústia, já que eram os
sacerdotes que antigamente tinham acesso a informações de foro mais íntimo, por meio do
confessionário.
Os livros proibidos que foram para o “inferno”
Se o setor de Obras Raras da Biblioteca Nacional guarda livros publicados até 1720, por que edições
do século 20 estão armazenadas ali? A chefe do departamento, Ana Virgínia Pinheiro, explica que o
local já foi usado para esconder obras consideradas proibidas em determinadas épocas. “Não
tínhamos a informação de que elas estavam aqui. Quando começamos a catalogar as peças, nos
perguntamos o que aconteceu? Então notamos que elas não passariam despercebidas aos olhos de
um censor, por isso foram escondidas”, conta. São livros escritos por pessoas exiladas durante o
período militar no Brasil. Há ainda obras com forte apelo pornográfico. “Tem um livro que fala de
técnicas de desenho que parece inocentíssimo. Lá pelas tantas, as páginas começam a mostrar
imagens nitidamente homoeróticas”, explica Ana Virgínia.
São cerca de 40 obras que foram retiradas de circulação no passado e que agora serão catalogadas
e receberão a designação “inferno”. (PM)
O setor de Obras Raras tem cerca de dois quilômetros de livros enfileirados: grande parte pertenceu
à Biblioteca Real. Entre as raridades está a Emblemata, publicada em 1624, em Amsterdã, escrita por
Johan de Brune. As emblematas tratavam de orientações mo-rais e ensinavam, por exemplo, como a
pessoa deveria se comportar diante de um amigo. “O livro traz imagens de mães em condição de
105
maternidade, uma coisa inédita no século 17. Não era de praxe retratar a vida cotidiana das pessoas.
O que existia neste período sobre maternidade eram somente imagens da virgem Maria segurando o
menino Jesus. Mas este livro mostra a imagem de uma mulher evidentemente nobre, com roupas de
gola alta e renda, que está trocando a fralda suja de uma criança”, diz Ana Virgínia.
A publicação é considerada rara porque também tem características das edições flamengas, da
região de Flandres, como a impressão em papel de baixíssima qualidade para aumentar as tiragens.
“É um papel áspero e marrom não comum para o período”, conta Ana Virgínia.
Outro tesouro é O Fênix de Minerva: o livro fala de técnicas de memorização e deve ser o primeiro
livro deste gênero publicado em língua espanhola – a edição de 1626 (Madri) está na fila para ser
restaurada pelo projeto Fênix. A obra ensina os estudantes a decorar textos, dados e ainda como
fazer para não esquecê-los.
Manuais
No século 17 já havia a preocupação em se criar manuais para quem fosse casar. A Carta de guia de
casados, de 1651, foi escrita por Francisco Manuel de Melo – ela tem formato estreito, como se fosse
uma edição para se ter sempre à mão – e estabelece regras bastante rígidas para as mulheres. E
outras bem flexíveis para os homens. “A obra alcançou popularidade na época e causou uma certa
indignação, porque as mulheres eram as mais prejudicadas com as tais leis. Imagine que o autor
nunca se casou na vida e escreveu recomendações para um matrimônio porque o amigo dele iria
casar”, diz Ana Virgínia. Uma parte do manual (leia nesta página) sugeria às mulheres tomar cuidado
com as empregadas, porque elas poderiam lhes roubar o marido.
Algumas edições do setor de Obras Raras são pioneiras na utilização de certas técnicas. A
Cosmografia, de Petri Apiani (1551), impressa em Paris (França), traz nas páginas algumas
pequenas peças que se movem – denominadas semoventes. “Os livros infantis atuais, que usam este
recurso, devem ser uma imitação de Apiani”, afirma Ana Virgínia. Outro livro raro é o de Schedel –
escrito na Europa no século 15 –, que foi o primeiro a retratar mapas com a técnica “vista de
pássaro”. É algo semelhante ao que se vê hoje no Google Maps: a imagem das casas aparece em
três dimensões – o teto e pelo menos duas laterais.
Curitiba-PR
Disponível em: <http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=887095>.
Último acesso: 15 julho 2009.
106

“Revista de História da Biblioteca Nacional”, julho de 2009
Principal > Por dentro - da Biblioteca Nacional >
Os trapos estão de volta
01/04/2008
Os trapos estão de volta
Projeto vai recuperar acervo da Biblioteca Real
trazido por D. João
Mariana Benjamin
Parece mágica. Quem vê o resultado da restauração de obras deterioradas pela ação
do tempo fica boquiaberto. A encadernação elegante, o desaparecimento das manchas
amareladas e o papel sem nenhum rasgo contrariam a idéia de que aquele livro pode
Edição nº 46 | Julho de ter alguns séculos de idade.
Parte do acervo da Biblioteca Nacional que hoje está em perigo chegou ao Rio de
2009
Janeiro com a família real portuguesa. Na mudança apressada para o Brasil, a Corte
não teve a preocupação de transportar essas preciosidades com o devido cuidado. O
manuseio e a acomodação inadequados, somados a mudanças climáticas e aos
ataques de insetos, fizeram com que algumas dessas raridades chegassem até nós em
péssimo estado de conservação.
No bicentenário da chegada de D. João, as atenções se voltam para esse tesouro que,
devido ao seu estado físico, está fora do alcance do público. O projeto “Fênix: resgate
da memória em papéis de trapos” pretende recuperar os livros impressos da Biblioteca
Real e devolvê-los à consulta. Com uma novidade do século XXI: o leitor não precisará
mais ir até as prateleiras para conhecer a Biblioteca Real. Bastará acessar o site da
BN, e cerca de cinqüenta títulos, considerados os mais raros da coleção, estarão
digitalizados e disponíveis para leitura.
Obras sobre diferentes assuntos e lugares compõem o acervo a ser recuperado. Nova
escola para aprender a ler, aprender & contar (1722), por exemplo, trata de pedagogia
prática e foi publicado em Lisboa por Manuel de Figueiredo, um dos principais cultores
da escrita e da caligrafia do barroco português. Na lista dos mais valiosos encontra-se
a primeira edição de um livro de Juan de Iciar (1548) sobre ortografia prática, do qual
só existem exemplares em três bibliotecas do mundo: na BN, na de Madri e no Museu
Britânico. E também Des ordres de coloñes en l‟architecture (Paris, 1664), importante
obra sobre arquitetura de Abraham Bosse, e sua raridade se deve ao fato de ser
totalmente gravada em madeira, e não impressa.
O projeto, que visa acelerar a recuperação desse acervo, prevê não só a restauração e
a digitalização dos livros, mas sua conservação adequada na Biblioteca. “A questão do
ambiente é de vital importância para a sobrevivência da obra. Por isso, o projeto
também tem outras preocupações, como prevenir o surgimento de insetos, evitar o
acúmulo de poeira e manter a temperatura aclimatada”, explica Tatiana Ribeiro Christo,
chefe do Departamento de Restauração da Biblioteca Nacional.
Em duzentos anos, aprendemos algumas coisas sobre como conservar preciosidades.
Disponível em: <http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1529>
Último acesso: 15 julho 2009.
107
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Revista “Veja”, setembro de 2009
BORTOLOTI, Marcelo. De volta à vida: um projeto ambicioso de restauração de livros devolve ao público uma parte valiosa
do acervo da Biblioteca Nacional. Veja, São Paulo, ed. 2129, ano 42, n. 36, p.138, 9 set. 2009. Livros.
Observação: apesar do empenho em destacar o patrocínio do BNDES para o Projeto Fênix,
os nomes do patrocinador e do Projeto não constaram da reportagem.
108

Revista da Cultura, edição 27, outubro de 2009
As edições originais das obras do cientista Charles Babbage, reconhecido como o primeiro a estabelecer os
princípios matemáticos de funcionamento de uma máquina analítica, base para a construção dos computadores,
fazem parte do conjunto de 2 milhões de títulos raros da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (BN). Porém, On
the Economy of Machinery and Manufactures, uma edição de 1832, talvez nunca tenha sido consultada, segundo
a chefe da divisão de obras raras, Ana Virgínia Pinheiro. “Isso acontece muito pelo desconhecimento e por conta
de uma noção pré-concebida de que esse tipo de livro não é encontrado no Brasil. Muitos pesquisadores vão, às
vezes, para a Inglaterra atrás de uma edição original sem questionar se ela existe aqui”, afirma a bibliotecária,
que comanda o departamento desde 2004. Além de Babbage, há muitos outros tesouros históricos disponíveis
ao público que não são consultados simplesmente pela falta de conhecimento.
Na Biblioteca Nacional, esta situação é sintomática e até justificada pelo manancial de títulos que reúne. Uma de
suas características, que a difere de todas as outras bibliotecas do mundo, é seu caráter “antropofágico”, como
define Ana Virgínia. É que, ao longo da história, a coleção de títulos foi formada sem nenhuma seleção. “Não
houve nenhum bibliotecário, em sua formação, que dissesse: „isso‟ entra; „isso aqui‟, não. A biblioteca
simplesmente foi absorvendo títulos de outras coleções”, explica. Por isso, é comum encontrar pelo menos três
ou quatro exemplares históricos de um mesmo título que as pessoas nem imaginam existir no país. Faz parte do
acervo, por exemplo, o primeiro livro publicado em português, intitulado Grammaticas da língua portuguesa, do
autor João de Barros, que é datado de 20 de dezembro de 1539 e hoje considerado o único exemplar conhecido
no mundo, segundo Ana. Além dele, há outro livro de um autor chamado Rui Gonçalves que escreveu, em 1557,
o instigante Dos privilégios e prerrogativas que o gênero feminino tem por direito, que dá a real noção de como a
mulher era vista naquela época.
A variedade e a raridade dos títulos é imensa porque, depois do famoso terremoto de Lisboa, em 1755, a
Biblioteca Nacional portuguesa perdeuse. A partir disso, houve a necessidade da construção de uma nova, o que
foi feito com a incorporação “aleatória” de uma série de outras coleções de muitos nobres portugueses da época
e até de colégios jesuítas de países da África, por exemplo. Depois, os livros de Portugal vieram com a corte
portuguesa, em 1808, para formar a BN brasileira em 1810 – que, inclusive, comemora seus 200 anos em 2010.
Assim, a coleção de Dom Pedro II, que é chamada pelo nome de sua esposa, Dona Tereza Cristina Maria, faz
parte do acervo da biblioteca, além de outras de políticos, como Moreira Cabral, Benedito Ottoni, Barão de
Ourém, e intelectuais, como Coelho Neto, Elísio de Carvalho. Com isso, pode-se encontrar facilmente na
instituição um conjunto de obras originais publicadas entre os séculos 15 e 18. Hoje, algumas dessas obras em
estado de decomposição estão sendo recuperadas (ver Boxe).
109
INFERNO
Os títulos quase nunca vistos da Biblioteca Nacional fazem parte da seção conhecida como “Inferno”, um setor
específico que identifica obras um dia consideradas como nefastas. Segundo Ana Virgínia, o setor servia para
esconder os livros que os censores poderiam capturar se estivessem em outras seções da biblioteca. “Os
bibliotecários, naquela época, resgatavam do acervo obras que entravam por depósito ilegal dias antes da
censura e faziam catalogações que apenas eles conheciam para protegê-las.” Assim, há muitos livros perdidos
que são encontrados por acaso nesse setor pela própria equipe de bibliotecários da BN. São títulos que têm
desde um conteúdo político de esquerda até de cunho altamente pornográfico. Por lá, pode ser encontrado o
original de Minha luta (Mein Kampf), de Adolf Hitler, ou Mundo da paz – União Soviética e democracias
populares,
obra
de
Jorge
Amado
editada
em
1951.
Além deles, Virgínia destaca uma coleção de folhetins publicada no final do século 19 no Brasil. Os libretos
trazem ilustrações altamente eróticas: relações heterossexuais e homossexuais. Os títulos, inclusive, eram
banais para driblar a ditadura da época, como Um homem em apuros, que mostra uma mulher sentada em uma
mesa de jantar com os seios à mostra. Ela aparece munida de garfo e faca na mão, pronta para se servir de um
pênis deitado em cima do prato e pertencente a um senhor de paletó, em pé à sua frente, com a braguilha da
calça aberta. “Quer dizer, muito antes de Carlos Zéfiro, já havia um mercado pornográfico bem ativo no Brasil”,
conta Ana, ao se referir ao mais famoso desenhista de quadrinhos pornográficos do Brasil. Há também uma série
de livros sobre “demonologia” que foram escondidos pelos bibliotecários mais antigos. Ana Virgínia deve
encaminhar em breve um novo projeto de exposição dos títulos focado na relação entre Deus e diabo. O objetivo
é dar a essas obras mais movimento. Segundo a bibliotecária, mesmo com ambiente climatizado e proteção
contra a ação de insetos, a BN não tem como impedir a deterioração de certos livros que não são usados. “É
engraçado porque, assim como a obra se perde pelo excesso de uso, também morre se não for usada, ela vira
um só bloco e, às vezes, difícil de ser recuperada”, diz.
BIBLIOTECA NACIONAL RECUPERA OBRAS RARAS
Divina Proportione (Divina Proporção, em português) é um livro do célebre matemático italiano Luca Pacioli,
escrito em 1509, na Itália, e que adquiriu valor histórico inestimável: tem ilustrações produzidas pelo punho de
ninguém menos que Leonardo da Vinci. Uma das suas edições originais, de 1514, faz parte do conjunto de 2
milhões de títulos que a Fundação Biblioteca Nacional (BN) guarda atualmente. Hoje, a obra está disponível para
consulta tanto nos salões da instituição, no Rio de Janeiro, quanto na internet (www.bn.br). Isto porque ela foi a
primeira eleita para ser restaurada como parte do projeto Fênix, iniciado em janeiro deste ano a partir de um
patrocínio de R$ 300 mil oferecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nos
últimos oito meses, foram recuperadas 15 obras raras. A perspectiva é de que outras 42 devam ser recolocadas
para consulta até 2010. Isso significa dizer que edições originais, publicadas entre os séculos 15 e 18 – até
agora impedidas de serem manuseadas por conta de um estágio de decomposição avançado –, voltarão às
prateleiras de consulta da maior das bibliotecas brasileiras. O projeto foi elaborado pela Divisão de Obras Raras
da instituição, chefiado por Ana Virgínia Pinheiro. Quando assumiu a área, em 2004, a bibliotecária deparou com
129 obras da sua coleção “fora de consulta”. Destas, 89 constituíam um grupo de exemplares únicos no acervo,
somando 30 mil páginas de livros classificadas como insubstituíveis pela biblioteca. “O que estamos tentando
fazer neste momento é disponibilizar uma série de obras que estavam em estágio avançado de deterioração”,
afirma Ana Virgínia. É claro que não há recursos suficientes e nem funcionários para dar conta de toda a
demanda de itens que precisam ser recuperados. Segundo Ana Virgínia, a própria seleção de livros que serão
110
“salvos” é uma verdadeira “escolha de Sofia”. “No momento em que determinamos que um livro será salvo,
automaticamente definimos os que serão perdidos”, informa, com certa aflição.
Disponível em: http://www2.livrariacultura.com.br/culturanews/rc27/index2.asp?page=materia1
Acesso em: 14 mar. 2010.
111

Jornal “O Globo”, janeiro de 2010
FRADKIN, Eduardo. Pergaminhos e terabytes: com arquivo repleto de tesouros e uma
imensidão de documentos digitalizados, Biblioteca Nacional completa 200 anos. O Globo,
Rio de Janeiro, 1 jan. 2010. Segundo Caderno, p. 1.
Trechos:
A primeira Bíblia impressa da História foi produzida por Johannes Gutenberg, em 1455. É o
marco inicial do uso de tipos móveis na impressão de documentos, processo que
revolucionou o mercado gráfico, permitiu a confecção de livros em grande escala e deu
origem à imprensa. A Bíblia de Gutenberg não faz parte do acervo da Biblioteca Nacional do
Brasil, sediada na Cinelândia, mas outra da mesma época, feita por dois ex-sócios de
Gutenberg, está lá, em dois volumes. É um dos muitos tesouros da Biblioteca Nacional do
Brasil, que festeja seu bicentenário em 29 de outubro deste ano.
[...] A biblioteca tem o que chama de “cemitério”. Lá jazem livros que não podem ser
consultados pois precisam de restauração urgente. Em janeiro de 2009, a biblioteca deu
partida no Projeto Fênix, patrocinado pelo BNDES, para recuperar essas relíquias. Foi
liberada uma verba de R$ 375 mil, e a meta era salvar 130 livros.
– Passamos da metade dessa meta. Esperamos que o projeto continue, pois ainda há
muito a ser estaurado. Em nosso cemitério temos muito mais que dez vezes esse número
de livros à espera de restauro – calcula Ana [Virginia Pinheiro]. – O primeiro livro salvo pelo
projeto foi “Divina proporção” (1509), de Luca Pacioli, ilustrado com xilogravuras de
Leonardo Da Vinci (que era amigo do autor).
– Os livros atendidos pelo Projeto Fênix são mujito antigos, impressos em papel de trapo e
sem encadernação original. Aqui, eles são tratados e encadernados em pergaminho. São
livros do século XV ao XVII, degradados principalmente pela ação de insetos – diz o
coordenador de Preservação, Jayme Spinelli. [...]
112
4.5 Blogs e assemelhados
 POSSIMETRON, junho de 2009
PROSIMETRON
DAS ARTES E DAS LETRAS,ALGUMA POLÍTICA,E TAMBÉM O QUOTIDIANO
MAIS PROSAICO.
Quinta-feira, 25 de Junho de 2009
Daphnis et Chloe
A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro tem uma Exposição denominada Livro do mês. A actual é sobre o
seguinte livro Longi pastoralium, de Daphnide et Chloe, libri quatuor. Graece et Latine. Lutetiae Pariosiorum
[Paris, França]: In Gratiam Curiosorum, 1754. 175, [1] p., 29 f. de estampas : il. ; 21 cm.
O seu autor, como se pode concluir pelo título é o poeta grego Longus [Λόγγος]
Transcremos o texto de Ana Virginia Pinheiro que acompanha a exposição:
História do Livro: Daphnis e Chloe é um dos mais antigos e conhecidos romances pastorais (amor bucólico)
cuja autoria é atribuída a Longus, escritor grego. O texto foi escrito por volta do ano 200, mas o manuscrito foi
tardiamente descoberto por Paul-Louis Courier, na Biblioteca Laurenziana, em Florença, 1809. A história de
Daphnis e Chloe foi publicada, originalmente, em francês, em 1509 (existem 6 exemplares conhecidos) e em
inglês, em 1587 (apenas, um exemplar conhecido).
O romance de Longus atraiu diversos ilustradores no século XVIII, principalmente artistas franceses que
enfatizaram a sexualidade através de imagens – várias edições, em muitos exemplares, foram publicadas. Ao
longo dos últimos cinco séculos, embora a obra nunca tenha saído de catálogos de impressores artesanais e
editores comerciais, foi raramente valorizada, chegando a ser identificada na História do Livro como “o
bestseller desconhecido” (Whiteman, 2009).
Sobre o exemplar: É único, no acervo da Biblioteca Nacional, proveniente da Real Bibliotheca, trazida para o
Brasil pela corte de D. João em 1808; oriundo de uma tiragem de apenas 125 exemplares, este será conservado
pelo Projeto Fênix*.
Raridade/importância: Bela edição, da qual não foram tirados mais que 125 exemplares, que inclui 29
gravuras de Benoit Audran (1698-1772), vinhetas gravadas por Simone Fokke, a partir de desenhos de Charles
Dominique Joseph Eisen (1720-1778) e A. Cochin (BRUNET, t. 3, pt. 2, col. 1155).
Sobre o romance: Dois adolescentes, Daphnis (o rapaz) e Chloe (a moça) foram abandonados por seus pais e
adotados, ainda bebês, por dois casais – viviam num bosque e eram pastores de cabras e ovelhas. Tiveram uma
infância inocente até a interferência de Eros, que resolveu transformá-los num casal de amantes. Um dia, por
acidente, Daphnis caiu num poço de lama; foi socorrido por Chloe que, ajudando-o a lavar-se, se encantou com
113
seu corpo nu.
Desde então, Chloe não conseguia mais dormir, comer, nem cuidar de seus rebanhos.
Um dia, Daphnis foi beijado por Chloe, depois de vencer um desafio de Dorcon – um boiadeiro apaixonado pela
moça.
Desde então, Daphnis não conseguia mais dormir, comer, nem cuidar de seus rebanhos.
Ficaram, então, envolvidos por esse sentimento inocente, até que um enviado de Eros, Philétas – um velho sábio,
explicou aos jovens que aquela “doença” se chamava Amor e que o único remédio possível era que se beijassem
(como já faziam) e que se deitassem nus – só.
Mas, o remédio de Philétas parecia incompleto, porque a “doença” não apresentava melhora, até que...
Enfim, essa história de amor é entremeada por vários acontecimentos, que incluem seqüestros, outro
personagem feminino (Lycénion), que ensina a Daphnis a arte do Amor, a descoberta dos pais biológicos dos
jovens, até o casamento dos dois apaixonados. A última cena está ambientada no quarto nupcial, onde o casal e
convidados se fartam com frutas que simbolizam o Amor.
* Projeto de salvaguarda que objetiva resgatar à condição de uso as obras deterioradas e fora de consulta, do
acervo da Divisão de Obras Raras, através de ações de conservação, restauração e microfilmagem –
patrocínio: BNDES/2009.
Por ser uma transcrição ficou a nova ortografia do português, séc. XXI...
Para saber mais "clic" aqui.
P U B L I C A D A P O R J A D E M 10:36
E T I Q U E T A S : Daphnis et Chloe, Longus (séc II / III AD)
2 COMENTÁRIOS:
ana disse...
A história de Daphnis e Chloe é uma das histórias mais bonitas de amor.
A gravura que apresenta é lindíssima. Que pena ter ido para o Brasil e não ter voltado quando D. João VI
regressou ao reino!
Este rei...é que convenhamos...não agiu à altura de um rei! Bom mas foi importante porque hoje somos
fruto do seu tempo.
Vou colocar o bailado de Ravel com este tema.
25 de Junho de 2009 10:50
Anónimo disse...
A nova ortografia do português, ainda com uns brasileirismos, como o trema.
Digo já que sou a favor do acordo ortográfico, mas veremos se os brasileiros o vão seguir. Duvido.
M.
25 de Junho de 2009 12:27
Disponível em: < http://prosimetron.blogspot.com/2009/06/daphnis-et-chloe.html>. Acesso em: 15 julho 2009
114

Notícias do MinC, 3 de dezembro de 2009
Ministério da Cultura
Notícias do MinC
03 de dezembro de 2009
Preservação e Digitalização de Acervo
MinC e BNDES estudam parcerias para novos projetos da Fundação
Biblioteca Nacional
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o vicepresidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Armando Mariante Carvalho, foram
recebidos na tarde desta quarta-feira, 2 de dezembro, pelo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz
Sodré.
Com o objetivo de estudar parcerias para novos projetos, eles percorreram as principais instalações do edifíciosede da instituição no Rio de Janeiro: doze andares de estantes e laboratórios de preservação e
microrreprodução.
No ano que vem, a Biblioteca completa 200 anos. A coleção, em torno de 10 milhões de títulos, lhe confere o
posto de oitava maior biblioteca nacional do mundo.
Para o ministro Juca Ferreira, o principal objetivo da visita foi “sentir as necessidades” da instituição vinculada ao
Ministério da Cultura.
Em virtude da Lei do Depósito Legal (Lei nº 10.994/2004), toda publicação brasileira deve ter pelo menos uma
cópia enviada para a Biblioteca Nacional. A consequência é a expansão constante do acervo.
“A Biblioteca vai construir um prédio anexo porque aqui já se esgotou a capacidade de depósito”, disse Juca
Ferreira.
“É uma obrigação do BNDES apoiar não só a preservação, como o aprimoramento da gestão, a capacidade de
receber novas obras”, ressaltou Carvalho.
Atualmente, o Banco patrocina o Projeto Fênix, que recupera 30 mil páginas de obras da Divisão de Obras Raras
da FBN/MinC.
115
Acervos na Internet
Atualmente, grandes coleções da Biblioteca Nacional estão disponíveis na Biblioteca Nacional Digital
(www.bn.br/bndigital), na Biblioteca Digital Mundial (www.wdl.org/pt) e no Portal A França no Brasil
(bndigital.bn.br/francebr).
“Precisamos agilizar o processo de digitalização porque este é um patrimônio que precisa ser disponibilizado”,
salientou o ministro da Cultura.
O vice-presidente do BNDES afirmou serem necessários novos recursos para que a instituição acompanhe o
crescimento do país. Para ele, um aspecto importante é viabilizar o acesso para o público. “Sobretudo aquele
cidadão que tem menos capacidade de acessar patrimônios dessa beleza, dessa magnitude”, disse Carvalho.
Texto: Jean Souza)
(Fotos: Leonardo da Costa e Mauricio Seidl)
(Assessoria de Imprensa, FBN/MinC)


Publicado por Sheila Sterf/Comunicação Social
Categoria(s): Notícias do MinC, O dia-a-dia da Cultura
Disponível em: http://www.cultura.gov.br/site/2009/12/03/preservacao-do-acervo-e-digitalizacao/?pid=1248
Acesso em: 14 mar. 2010
116
 ABER -ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENCADERNAÇÃO E RESTAURO, 25 de
janeiro de 2010
ABER -ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENCADERNAÇÃO E RESTAURO
Notícias
BIBLIOTECA NACIONAL BICENTENÁRIA
Este ano a instituição comemora 200 anos de fundação, com projetos de preservação e digitalização de
acervo
Com o objetivo de estudar parcerias para novos projetos, eles percorreram as principais instalações do
edifício-sede da instituição no Rio de Janeiro: doze andares de estantes e laboratórios de preservação e
microrreprodução.
Este ano, a Biblioteca Nacional completa 200 anos. A coleção, em torno de 10 milhões de títulos, lhe
confere o posto de oitava maior biblioteca nacional do mundo.
Em virtude da Lei do Depósito Legal (Lei nº 10.994/2004), toda publicação brasileira deve ter pelo
menos uma cópia enviada para a Biblioteca Nacional. A consequência é a expansão constante do acervo.
“A Biblioteca vai construir um prédio anexo porque aqui já se esgotou a capacidade de depósito”,
declarou o ministro da Cultura Juca Ferreira, que pretende estudar parcerias com o BNDES para novos
projetos
“É uma obrigação do BNDES apoiar não só a preservação, como o aprimoramento da gestão, a
capacidade de receber novas obras”, ressaltou Armando Marianti Carvalho, vice-presidente do BNDES
Atualmente, o Banco patrocina o Projeto Fênix, que recupera 30 mil páginas de obras da Divisão de
Obras Raras da FBN/MinC.
Acervos na Internet
“Precisamos agilizar o processo de digitalização porque este é um patrimônio que precisa ser
disponibilizado”, salientou o ministro da Cultura. Hoje, grandes coleções da Biblioteca Nacional estão
disponíveis na Biblioteca Nacional Digital (www.bn.br/bndigital), na Biblioteca Digital Mundial
(www.wdl.org/pt) e no Portal A França no Brasil (bndigital.bn.br/francebr).
O vice-presidente do BNDES afirmou serem necessários novos recursos para que a instituição
acompanhe o crescimento do país. Para ele, um aspecto importante é viabilizar o acesso para o público.
“Sobretudo aquele cidadão que tem menos capacidade de acessar patrimônios dessa beleza, dessa
magnitude”, disse Carvalho.
Fonte: Assessoria de Imprensa, FBN/MinC
Publicado em: 25/01/2010
Disponível em: http://www.aber.org.br/v2/noticia.php?IdNoticia=2247
Acesso em: 14 mar. 2010.
117

Blog: Biblioteconomia e Patrimônio, 29 de janeiro de 2010
BLOG: BIBLIOTECONOMI A E PATRI MÔNIO
SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 201 0
Um lugar para a biblioteconomia, a educação patrimonial, o patrimônio cultural, as bibliotecas, a leitura, as obras raras...
BIBLIOTECA NACIONAL: PROJETO FÊNIX
A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro deve receber – por exigência da Lei de Depósito Legal – pelo menos um
exemplar de tudo o que é publicado no Brasil. Isso dá uma ideia do tamanho do acervo: uma estimativa de oito
anos atrás rondava a casa dos dez milhões de obras. Além de livros sobre assuntos dos mais variados tipos,
jornais e revistas, a BN guarda ainda obras que são consideradas verdadeiras joias – desde manuscritos até
livros que são exemplares únicos no mundo. As edições especiais são guardadas em cofres especiais e não
estão disponíveis ao público em geral para consultas.
Manusear uma edição impressa no século 16, por exemplo, é privilégio para poucos: pesquisadores começam a
pesquisa a partir de microfilmagens ou arquivos digitalizados e apenas no fim podem ter acesso ao livro original.
A restrição acontece porque grande parte das edições está em condições precárias; e mesmo as que já foram
restauradas precisam de cuidado especial na hora do contato físico.
Projeto Fênix
“O projeto Fênix, de recuperação destas obras, está preocupado em fazer com que o livro possa ser novamente
tocado”, explica a chefe de divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional, Ana Virgínia Pinheiro.
“Não é uma questão estética – tentar deixá-lo bonito – mas sim uma forma de tratá-lo e higienizá-lo para que
possa sobreviver por mais tempo”, diz.
Pelo menos 129 peças serão recuperadas no projeto, desenvolvido desde fevereiro de 2009 pela Divisão de
Obras Raras com o intuito de restaurar os exemplares de maior valor para a pesquisa e que tem o patrocínio do
BNDES no valor de R$ 374.778,00.
O setor de Obras Raras tem cerca de dois quilômetros de livros enfileirados: grande parte pertenceu à Biblioteca
Real. Essa biblioteca é tratada como um organismo vivo, e seus livros como entidades. E como tudo o que está
vivo, também a biblioteca de obras raras está fadada a lutar contra a morte.
No bojo do Projeto estão os objetivos de "disponibilizar para consulta, novamente, as obras cujo avançado
estado de deterioração física inviabiliza seu manuseio; facilitar a pesquisa, garantindo o fluxo evolutivo da
ciência, pelo acesso material e intelectual a itens fundamentais do conhecimento registrado e organizado;
promover o acesso eletrônico, local e à distância, através de imagem digital da íntegra dos títulos mais raros do
conjunto; garantir o direito de acesso à informação registrada e difundida, como recurso de salvaguarda da
memória mundial".
Entre os livros selecionados, o primeiro a ser restaurado foi o Diuina Proportione (1514), de Luca Pacioli, com
figuras de sólidos geométricos desenhadas por Leonardo da Vinci. O título, assim como os outros 149
congraçados, passou também por um processo de documentação, chamado Sistema Híbrido de Preservação,
em que foi recuperado, microfilmado, digitalizado e disponibilizado ao público via internet. O livro de Luca Pacioli
já está na rede, no site da Biblioteca Nacional Digital (http://bndigital.bn.br/) e, em outra inciativa do setor de
Obras Raras que tem tornado acessível os livros antigos ao público em geral, está entre as peças que foram
reproduzidas como um fac-símile e estão à venda (o custo aproximado é de R$ 20,00).
Exposições
Ana Virgínia Pinheiro afirma que o processo permitiu a redescoberta de belíssimas encadernações de veludo e
couro que serão apresentadas ao público em uma exposição sobre encadernações luxuosas, que revelam o
trabalho artístico do encadernador. As exposições fazem parte de um projeto maior de difusão das obras raras e
estreitamento do contato com o público, principalmente o pesquisador. Nesse sentido, está em fase de
montagem uma exposição sobre esportes, que foi sugerida por um professor de Educação Física da UFRJ.
Inferno
Outro tema que deve merecer curadoria é o Inferno, título que nomeia uma coleção de livros considerados
"malditos" ao longo dos séculos, censurados ou escondidos, e que também está na fila de espera por patrocínio
para o restauro. A coleção tem raridades como Mein Kampf, de autoria de Adolf Hitler; tomos pornográficos de
diversos séculos; além dos censurados pela ditadura militar brasileira.
"Na época da censura no Brasil, bibliotecários transferiram diversos títulos de sua seção original para a Divisão
de Obras Raras com o intuito de salvá-los do desaparecimento", conta Ana Virgínia Pinheiro.
“Não tínhamos a informação de que elas estavam aqui. Quando começamos a catalogar as peças, nos
perguntamos o que aconteceu? Então notamos que elas não passariam despercebidas aos olhos de um censor,
por isso foram escondidas. Tem um livro que fala de técnicas de desenho que parece inocentíssimo. Lá pelas
tantas, as páginas começam a mostrar imagens nitidamente homoeróticas”, completa ela.
Cemitério
Os livros que correram até mesmo o risco de desaparecer no período da repressão – como desapareceram
tantas pessoas que pensavam e agiam diferente das regras impostas – também correm risco de morte. Assim,
118
Cemitério é o nome de outra coleção de destaque, que abriga os exemplares decrépitos, putrefados e que, por
obra do tempo, de materiais frágeis e do mau uso, acabaram "blocados", ou seja, tiveram suas páginas coladas
umas as outras, metamorfoseando-se de tijolo, e que aguardam por um processo de restauro que, espera-se,
deverá surgir no futuro.
Obras Destacadas
Além do Diuina Proportione, entre as raridades do acervo está a Emblemata, publicada em 1624, em Amsterdã,
escrita por Johan de Brune e considerada rara porque também tem características das edições flamengas, da
região de Flandres, como a impressão em papel de baixíssima qualidade, usada para aumentar as tiragens. As
emblematas tratavam de orientações morais e ensinavam, por exemplo, como a pessoa deveria se comportar
diante de um amigo.
“O livro traz imagens de mães em condição de maternidade, uma coisa inédita no século 17. Não era de praxe
retratar a vida cotidiana das pessoas. O que existia neste período sobre maternidade eram somente imagens da
virgem Maria segurando o menino Jesus. Mas este livro mostra a imagem de uma mulher evidentemente nobre,
com roupas de gola alta e renda, que está trocando a fralda suja de uma criança”, diz Ana Virgínia.
Outro tesouro é O Fênix de Minerva: o livro fala de técnicas de memorização e deve ser o primeiro livro deste
gênero publicado em língua espanhola – a edição de 1626 (Madri) está na fila para ser restaurada pelo projeto
Fênix. A obra ensina os estudantes a decorar textos, dados e ainda como fazer para não esquecê-los.
Manuais
No século 17 já havia a preocupação em se criar manuais para quem fosse casar. A Carta de guia de casados,
de 1651, foi escrita por Francisco Manuel de Melo – ela tem formato estreito, como se fosse uma edição para se
ter sempre à mão; estabelece regras bastante rígidas para as mulheres e outras bem flexíveis para os
homens. Uma parte do manual sugeria às mulheres tomar cuidado com as empregadas, porque elas poderiam
lhes roubar o marido (foto abaixo, de Pollianna Milan).
Pioneirismo
Algumas edições do setor de Obras Raras são pioneiras na utilização de certas técnicas. A Cosmografia, de
Petri Apiani (1551), impressa em Paris, traz nas páginas algumas pequenas peças que se movem –
denominadas semoventes. “Os livros infantis atuais, que usam este recurso, devem ser uma imitação de
Apiani”, afirma Ana Virgínia. Outro livro raro é o de Schedel – escrito na Europa no século 15 – que foi o primeiro
a retratar mapas com a técnica “vista de pássaro”. É algo semelhante ao que se vê hoje no Google Maps: a
imagem das casas aparece em três dimensões – o teto e pelo menos duas laterais.
Diante destes exemplos, pode-se considerar que a divisão de raridades da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
é um baú cheio de preciosidades a preservar e descobrir.
Texto compilado de artigos disponíveis em: http://www.blogacesso.com.br/?p=2189 (Blog Acesso) e
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=887095 (texto de Pollianna Milan)
Postado por Karin às 18:23
Marcadores: Biblioteca Nacional, Livros Raros, Projetos
1 comentários:
Kátia disse...
Excelente post, Karin! Parabéns! Quantas curiosidades interessantes a respeito dos livros...
Abraços! Kátia
30 de janeiro de 2010 18:00
Disponível em: http://biblioteconomiaepatrimonio.blogspot.com/2010/01/biblioteca-nacional-projeto-fenix.html. Acesso em:
14 mar. 2010.
119

Blog Acesso, fevereiro de 2010
28
Notícias_01.10
Biblioteca Nacional: 2km de acervo por restaurar
Por Blog Acesso
Imagine um lugar onde os livros mais antigos, impedidos de
falar por velhice, traça, putrefação ou mera inatividade estão
arranjados em armazéns, em prateleiras intermináveis que
chegam a somar 2,1km de extensão. Um lugar em que os
séculos coexistem, lado-a-lado, sem interrogações ou
cobranças por seus atos. Estão lá representados os séculos
15,16,17,18 e 19. Embora pareça, essa não é a fictícia
Biblioteca de Babel de Borges, mas bem poderia ser, dado
seu caráter de baú de tesouros empoeirados, prestes a falar.
O local de que estamos falando trata-se da Divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, onde quatro
armazéns guardam cerca de 9 milhões de itens em estado de total fragilidade. Jogos à parte, essa biblioteca mantém um
vínculo importante com a de Borges: é tratada como um organismo vivo, e seus livros como entidades. E como tudo o que
está vivo, também a biblioteca de obras raras está fadada a lutar contra a morte. Mas aqui, sabemos que o patrocínio funciona
como um elixir poderoso capaz de salvar das cinzas testemunhos importantes da história da humanidade. Prova disso é o
Projeto Fênix, desenvolvido pela Divisão de Obras Raras com o intuito de restaurar os exemplares de seu catálogo de maior
valor para a pesquisa.
No bojo do Projeto estão os objetivos de “disponibilizar para consulta, novamente, as obras cujo avançado estado de
deterioração física inviabiliza seu manuseio; facilitar a pesquisa, garantindo o fluxo evolutivo da ciência, pelo acesso material
e intelectual a itens fundamentais do conhecimento registrado e organizado; promover o acesso eletrônico, local e à distância,
através de imagem digital da íntegra dos títulos mais raros do conjunto; garantir o direito de acesso à informação registrada e
difundida, como recurso de salvaguarda da memória mundial”.
Em atuação desde fevereiro de 2009, o Projeto Fênix, completa um ano de restauro com um patrocínio do BNDES, no valor
de R$ 374.778,00. No entanto, a ação, que tem como meta higienizar um dos armazéns e restaurar 150 obras, não cobre nem
um décimo dos dois quilômetros e cem metros de prateleiras de livros do acervo, que agonizam à espera de ajuda. Entre eles,
exemplares raros dos primórdios das tipografias mundial (séculos 15 a 18) e nacional (século 19).
Na lista dos felizardos, o primeiro a ser restaurado foi o Diuina Proportione (1514), de Luca Pacioli, com figuras de sólidos
geométricos desenhadas por Leonardo da Vinci. O título, assim como os outros 149 congraçados, passou também por um
processo de documentação, chamado Sistema Híbrido de Preservação, em que foi recuperado, microfilmado, digitalizado e
disponibilizado ao público via internet. O livro de Luca Pacioli já está na rede, no site da Biblioteca Nacional Digital.
“Muitos pesquisadores da área não sabiam que a Biblioteca Nacional possuía um exemplar do Diuina Proportione, cujo valor
no mercado é inestimável. Como esta, temos outras preciosidades. Algumas que, inclusive, só estamos descobrindo a
verdadeira face agora com a higienização. O processo permitiu a redescoberta de belíssimas encadernações de veludo e couro
que pretendemos trazer a público com uma exposição sobre encadernações luxuosas, que revelam o trabalho artístico do
encadernador”, explica Ana Virgínia Pinheiro, Bibliotecária Chefe da Divisão de Obras Raras. As exposições fazem parte de
um projeto maior de difusão das obras raras e estreitamento do contato com o público, principalmente o pesquisador. Nesse
sentido, está em fase de montagem uma exposição sobre esportes, que foi sugerida por um professor de Educação Física da
UFRJ.
Outro tema que deve merecer curadoria é o Inferno, título que nomeia uma coleção de livros considerados “malditos” ao
longo dos séculos, censurados ou escondidos, e que também está na fila de espera por patrocínio para o restauro. A coleção
tem raridades como Mein Kampf, de autoria de Adolf Hitler; tomos pornográficos de diversos séculos; além dos censurados
pela ditadura militar brasileira. “Na época da censura no Brasil, bibliotecários transferiram diversos títulos de sua seção
original para a Divisão de Obras Raras com o intuito de salvá-los do desaparecimento”, conta Ana Virgínia Pinheiros.
Tratados como entidades, os livros que correram até mesmo o risco de desaparecer no período da repressão – como
desapareceram tantas pessoas que pensavam e agiam diferente das regras impostas – também correm risco de morte.
Cemitério é o nome de outra coleção de destaque, que abriga os exemplares decrépitos, putrefados e que, por obra do tempo,
de materiais frágeis e do mau uso, acabaram “blocados”, ou seja, tiveram suas páginas coladas umas as outras,
metamorfoseando-se de tijolo. “A deterioração é tamanha que tivemos de alojar estas obras em um cemitério, dando-lhes uma
morte digna, com a expectativa de que o processo de restauro evolua e consiga recuperá-las um dia. Isso pode parecer
estranho, mas os livros restaurados hoje foram condenados há dez anos. E o Brasil só acordou para o processo de restauro em
meados dos anos 90, quando „descobriu‟ o acervo da Biblioteca Nacional ”, afirma a bibliotecária.
“A certeza de que alguma prateleira em algum hexágono encerrava livros preciosos e de que esses livros preciosos eram
inacessíveis, pareceu quase intolerável”. (BORGES, Biblioteca de Babel)
Disponível em: Acesso: o blog da democratização cultural. Disponível em: http://www.blogacesso.com.br/?p=2189. Acesso em: 04 fev. 2010.
120
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VC no G! Globo.com, 23 de fevereiro de 2010
23/02/2010 - 19h07 - Atualizado em 24/02/2010 - 11h31
Projeto pretende recuperar obras da
Biblioteca Nacional
JOSÉ CARLOS PEREIRA DE CARVALHO Internauta, Rio de Janeiro, RJ
As informações desta página foram enviadas por um leitor do G1. Quer participar também?
Clique aqui e saiba como.
Média geral:
Dê sua nota:
Vc no G1
A Biblioteca Nacional pode ser visitada de segunda a sexta-feira. (Foto: José Carlos Pereira de
Carvalho/VC no G1)
Com a criação em 14 de dezembro de 2004 da Lei 10.994, um exemplar de cada uma das publicações
produzidas no Brasil precisa ser enviada à Biblioteca Nacional, com o objetivo de assegurar sua
preservação.
Além de livros que versam sobre os mais variados assuntos, jornais, revistas e outros tipos de publicações
também são enviados para a Biblioteca Nacional.
Objetivando recuperar obras de maior valor, com o patrocínio do BNDES, foi criado o "Projeto Fenix" de
recuperação, orçado em R$ 370 mil, que cuidará para que, pelo menos, 129 peças sejam restauradas, para
que possam ser manuseadas pelos usuários.
Ana Virgínia Pinheiro, chefe da divisão de Obras Raras da Biblioteca Nacional, ressalta que o objetivo do
projeto não é estético, mas uma forma de tratar e higienizar as obras.
Através de uma visita guiada, a arquitetura, acervo e laboratórios da Biblioteca Nacional podem ser
visitados de segunda a sexta-feira, das 11h às 15h e o ingresso custa R$ 2,00.
Leia mais notícias enviadas por internautas
Disponível em: http://g1.globo.com/VCnoG1/0,,MUL1502427-8491,00PROJETO+PRETENDE+RECUPERAR+OBRAS+DA+BIBLIOTECA+NACIONAL.html
Acesso em: 14 mar. 2010
121

VCReporter – Portal Terra, 25 de fevereiro de 2010
Portal Terra
vc repórter: restauro supera metas na Biblioteca Nacional
25 de fevereiro de 2010 • 19h38 • atualizado às 20h01
Comentários
Biblioteca Nacional foi fundada em 1810
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho/vc repórter
A Biblioteca Nacional, localizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ), comemora o êxito do Projeto Fênix, lançado
em novembro de 2008, com o intuito de restaurar obras raras de seu acervo, em sua maioria dos séculos XVII a
XIX, e colocá-las à disposição do público para consulta. A expectativa da instituição, que era de 5 mil folhas
restauradas, chegou a 13.748 em janeiro de 2010, prazo para encerramento da ação.
O projeto, orçado em R$ 374.778,00 e financiado pelo BNDES, foi impulsionado pela lei federal 10.994, de 14 de
dezembro de 2004, que exigência o depósito de um ou mais exemplares de todas as publicações na Biblioteca
Nacional, que completará 200 anos em 2010.
De acordo com a Fundação Biblioteca Nacional, o Projeto Fênix teve resultados acima das expectativas em
todos os quesitos. 13.748 folhas foram restauradas - a previsão era de 5 mil -, 894.420 folhas foram higienizadas
- o esperado era 600 mil - e 25.789 páginas foram microfilmadas, contra 25 mil inicialmente aguardadas.
A previsão da Fundação era de que 30.000 folhas fossem microfilmadas, restauradas e digitalizadas até janeiro
de 2010. O relatório final dos resultados obtidos, porém, vai indicar 42.654 folhas beneficiadas com os três
procedimentos técnicos.
A digitalização do acervo, que não recebeu financiamento, também superou expectativas: de 2.500 folhas
inicialmente esperadas, chegou-se ao número de 3.117. A Biblioteca Nacional possui, atualmente, cerca de nove
milhões de itens, entre livros, revistas e outras publicações.
O internauta José Carlos Pereira de Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), participou do vc repórter, canal de
jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.
Disponível em: http://diversao.terra.com.br/arteecultura/noticias/0,,OI4288479-EI3615,00vc+reporter+restauro+supera+metas+na+Biblioteca+Nacional.html. Acesso em: 14 mar. 2010.
122
4.6 Outros produtos gerados/provocados pelo Projeto Fênix

Edições fac-similares de obras restauradas pelo Projeto Fênix, pela Coordenação de
Pesquisa da Fundação Biblioteca Nacional
Edição Fac-similar 1
Resumo:
Fac-símile de trechos selecionados de um volume pertencente à Divisão
de Obras Raras (Livro 001). "Divina Proportione" é um trabalho sobre a
fusão da arte e da matemática de forma a criar beleza e harmonia. Seu
autor, frei Luca Pacioli, foi amigo de Leonardo da Vinci, que desenhou
algumas das figuras de sólidos geométricos para compor esta obra.
ISBN/ISSN: 978-85-333-0490-1
Autor: Luca Pacioli
Ano de Publicação: 2009
Formato do livro: 16x22,8cm
Número de páginas: 234
Peso: 276 gramas
R$ 18,00
Edição Fac-similar 2
Resumo:
Edição fac-similar do livro de frei Antonio do Rosário, publicado em
1702 (Livro 037). Esta obra é um tratado alegórico e moralizante, no
qual os personagens, instituições e situações do Brasil colonial são
representados por frutas tropicais.
ISBN/ISSN: 978-85-333-0492-5
Autor: Antonio do Rosário
Ano de Publicação: 2009
Formato do livro: 13,9 x 21 cm
Número de páginas: 242
Peso: 345 gramas
R$ 15,00
Edição Fac-similar 3
Resumo:
Publicação fac-similar da polêmica obra de Francisco de Melo Franco
sobre a medicina psicossomática (Livro 038). Nesse livro, cuja primeira
edição é de 1794, Melo Franco estabelece uma relação entre saúde do
corpo e a da alma, abordagem que escandalizou os confessores da
época.
ISBN/ISSN: 978-85-333-0489-5
Autor: Francisco de Melo Franco
Ano de Publicação: 2008 [2009]
Formato do livro: 14x21cm
Número de páginas: 160
Peso: 203 gramas
R$ 15,00
123

Exposição: “Livro do Mês” (MAIO) no salão da Divisão de Obras Raras
Período: 13 maio-01 junho 2009 (prorrogada até 12 junho 2009)
Total de visitantes: 1385 (mil trezentos e oitenta e cinco)
Exposição
LIVRO DO MÊS
13 maio-01 junho 2009
10-16h
Assunto
Local
Divisão de Obras Raras
Maio, Mês das Mães
BRUNE, Johan de, 1588-1658. Emblemata of Zinne-werck. Amsterdam: Ian Evertsen, 1624. [6] f., 360 p. : il. ; 4º
(22 cm).
(OR137,004,008/ MFN27099)
Gravura selecionada: p. 17
Ficha Técnica
Exposição “Livro do Mês”
tema: Maio, Mês das Mães
Pesquisa: Ana Virginia Pinheiro, Bibliotecária
Chefe da Divisão de Obras Raras
[email protected]
Análise Bibliológica: Natália Tortorella, Estagiária em
Biblioteconomia de Livros Raros/UNIRIO
Fontes consultadas:
JOHAN DE BRUNE. In: Wikipédia, 2009;
KONING, Paula. Julius Caesar Scaligers Epidorpides em Emblemata de Johan van de Brune apud Wikipédia,
2009.
JOHANSEN, Brenda. Nit-Picking in the Golden Age of Dutch Art. In: THE DUTCH Republic and Britain: The
Making of Modern Society and a European World Economy, 2007.
Exposição de obra beneficiada pelo Projeto Fênix, divulgada no Portal da Fundação Biblioteca Nacional.
124

Exposição: “Livro do Mês” (JUNHO)no salão da Divisão de Obras Raras
Período: 17 de junho-03 de julho de 2009 (prorrogada até o final de julho, mês de férias)
Total de visitantes: 3.249 (três mil duzentos e quarenta e nove)
Exposição
Local
Divisão de Obras Raras
LIVRO DO MÊS
17 junho-03 julho 2009/04-31 julho 2009
10-16h
Assunto
Junho, Mês dos Namorados
LONGUS. Longi pastoralium, de Daphnide et Chloë, libri quatuor. Graece et Latine. Lutetiae Pariosiorum [Paris,
França]: In Gratiam Curiosorum, 1754. 175, [1] p., 29 f. de estampas : il. ; 21 cm.
OR058,002,020/ MFN15621)
Gravura selecionada: n. XX, p. 87
Ficha Técnica
Exposição “Livro do Mês”
tema: Junho, Mês dos Namorados
Pesquisa: Ana Virginia Pinheiro, Bibliotecária
Chefe da Divisão de Obras Raras
[email protected]
Análise Bibliológica: Natália Tortorella, Estagiária em
Biblioteconomia de Livros Raros/UNIRIO
Apoio: João Cândido (Divisão de Obras Raras)
Altino Carlos Mayrink Ferreira (Coordenação de Reprodução)
Fontes consultadas:
DAPHNIS et Chloé. In: Wikipédia, 2009.
AZEVEDO, Lucia. Daphnis e Chloé. Cogito, Salvador, v. 1, p. 47-51, 1996. Disponível em:
<http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151994791996000100009&lng=en&nrm=#C>. Acesso em: 16 jun. 2009.
WHITEMAN, Bruce. Daphnis & Chloe: Introduction. In: William Andrews Clark Memorial
Library. Los Angeles, CA, 2009. Disponível em:
<http://www.humnet.ucla.edu/humnet/clarklib/Daphnis%20&%20Chloe%20Exhibit%20Intro.htm>
Acesso em: 10 jun. 2009.
Exposição de obra beneficiada pelo Projeto Fênix, divulgada no Portal da Fundação Biblioteca Nacional.
125

Exposição 01 “Antes-Depois do Projeto Fênix” no salão da Divisão de Obras Raras
Período: de 9 de novembro de 2009 a março de 2010
Total de visitantes: 5.354 (cinco mil trezentos e cinquenta e quatro), até 26 fev. 2010
Total de obras expostas: 02 (duas).
Sobre a montagem: duas obras restauradas, de significativo impacto visual, em duas vitrines, com a documentação
fotográfica de suas condições físicas antes do restauro.
001
Casanova - ANTES
Casanova – DEPOIS
CASANOVA, Jose de. Primera parte del arte de escrivir todas formas de letras. Madrid [Espanha], Diego Dias de
la Carrera, 1650. [7], 58 f., il., brasao, 29 cm. (045).
OR215,004,002
Raridade/importância histórica: “Na licença de impressão, expedida pelo Rei, a obra recebe merecidos elogios;
ainda assim, esta notável edição foi censurada pelo célebre escritor Nierenberg, da Companhia de Jesus. Calderón
y Moreto e outros poetas menos célebres, versejaram inspirados na extraordinária habilidade de Casanova. A parte
teórica da obra é muito elementar, mas, suas gravuras são verdadeiramente admiráveis. São 55 imagens, com
exemplos da letra bastarda em vários tamanhos, com profusão de enlaces e cortes de muito bom gosto. A Letra
Casanova é cheia, solta, clara, robusta e formosa. Por tudo isto, é possível afirmar que José de Casanova superou,
na Arte da Caligrafia, todos aqueles que o precederam, e ninguém a ele se igualou na execução da letra grifada”
(Blanco y Sánchez, Arte de la escritura y de la caligrafia, tradução nossa).
Na vitrine:
126
002
ANDRADE, Antonio Galvão de. A arte da cavallaria de gineta, e estardiota, bom primor de ferrar, e
Alueitaria: dividida em tres tratados, que contem varios discursos experiencias novas desta arte. Lisboa
[Portugal]: Na Officina de Joan da Costa, 1678. [16], 605 p., [20] f. de estampas(algumas dobradas) il.,
brasão, ret., 31 cm (043)
OR002B,005,008
Raridade/importância histórica: “É escripta em linguagem correcta e havida por clássica nos termos
relativos às matérias de que tracta” (Innocencio,1:147); "As primeiras regras do verdadeiro toureio a
cavalo seriam escritas por António Galvão de Andrade, estribeiro-mor de D. João IV - Arte da Cavalaria
de Gineta e Estardiota, Bom Primor de Ferrar e Alveitaria – 1º livro que se escreveu sobre a modalidade
até essa data" (Enciclopédia Koogan-Larousse-Selecções; Graesse,1:117; Samodães,1:373).
Carimbo: “Da Real Bibliotheca” ).
Na vitrine:
127

Exposição 02 (final) “Projeto Fênix: Antes &Depois”, no salão da Divisão de Obras Raras
Período: de 5 de abril a 4 de junho de 2010 (sujeita à prorrogação)
Total de visitantes: exposição em andamento
Total de obras expostas: 20 (vinte) em 07 (sete) vitrines.
Sobre a montagem: 02 (duas) vitrines com informação sobre as ações e processos técnicos e
científicos que envolveram a preservação do conjunto beneficiado: Biblioteconomia de
Livros Raros, Higienização, Restauração, Microfilmagem e Digitalização; e 05 (cinco)
vitrines com 20 (vinte) obras restauradas, de significativo impacto visual, em sete vitrines,
com documentação fotográfica de suas condições físicas antes do restauro, informação
bibliográfica e nota de raridade/importância. As vinte obras expostas foram selecionadas
de modo a oferecer ampla visão dos benefícios do Projeto Fênix para a preservação de
registros do conhecimento de diversas áreas.
Obras expostas (os números remetem à lista, da seção 2.5 deste Relatório): 001, 002, 007, 016, 017,
108, 025, 032, 041, 042, 049, 050, 053, 054, 060, 063, 067, 068, 072, 076.
Exemplo: vitrine 2
Foto de obra ainda em processo de restauração. O livro apresentava páginas com “orelhas”, em ondas que
deslocavam a capa, acidez, perdas de suporte, vestígios de restauro anterior e, consequentemente,
impossibilidade de manuseio...
O exemplar está em processo de restauro, viabilizado por resíduo de material do Projeto Fênix.
Descrição:
055,004,018
Léry, Jean de. Histoire d'un voyage faict en la Terre du Bresil autrement dite Amerique.
[Genève]: pour Antonio Cluppin, 1585.
Raridade/Importância: “Este livro alcança notável sucesso editorial a partir de sua primeira
edição, em 1578. O objetivo principal da publicação do relato de Jean de Léry é o de
desmentir „as mentiras e erros‟ contidos no livro do monge cordelier André Thevet [...]”
(Daher, O Brasil francês, 2007). “[É uma] das mais antigas descrições de „música primitiva‟ do
mundo, [...] sobre alguns cantos tupinambá (do atual Rio de Janeiro)” (Bastos; Piedade. Sopros da
Amazônia, 1999).
128
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa em obras raras tem ampliado seu escopo, desde o final do século XX, quando
estudiosos de todas as áreas de conhecimento passaram a buscar as fontes primárias de
informação, beneficiadas pela letra impressa desde o século XV – o pesquisador busca, antes
de tudo, a citação do original impresso.
No entanto, o crescente assédio a originais impressos de todas as
ciências,
preponderantemente “ilustrados”, têm colocado em risco a longevidade de títulos em
exemplares únicos, valiosos e insubstituíveis – como pessoas humanas, o livro raro acumula
as marcas de sua “vida”, “envelhece” e “morre”, naturalmente.
Efetivamente, não houve negligência no cuidado do livro raro da Biblioteca Nacional – esse
livro atravessou o mar, no início do século XIX; ficou em caixotes; mudou três vezes de
endereço, até acomodar-se no atual prédio-sede; passou por muitas mãos de colecionadores
originais e de leitores que se perderam no tempo; suportou o fato de não ser prioridade em
outros Brasis; esse livro foi integrado ao acervo como se fosse “durar para sempre”, sem
“tempo de validade” e sobreviveu. Mas, não houve como ignorar a fragilidade de seus
suportes, sob as intempéries de sua longa vida.
Em 2004, começou a ser arrolada, no acervo de Obras Raras da Fundação Biblioteca
Nacional, a Coleção de livros “fora de consulta”, itens com mais de 300 anos, impressos
artesanalmente, que foram solicitados por leitores deste tempo, que não puderam consultá-los
em face de sua deterioração material. Não havia, então, qualquer perspectiva de retorno
desses livros à condição de manuseio, como se cada um estivesse condenado à morte.
Até que o patrocínio do BNDES colocou a Divisão de Obras Raras em processo de
renovação!
Em um ano (2009/2010), cento e quatro livros, em mais de 16.000 folhas folham restaurados.
Mais de 894.000 páginas foram higienizadas e quase 30.000 foram microfilmadas. Esses
resultados foram alcançados graças ao desvelo de técnicas e metodologias de trabalho que
evoluíram de um projeto centrado em ações de preservação desenvolvidas, em parte, por
equipe terceirizada, sob a coordenação de servidores comprometidos com o resultado.
Diversos funcionários da Fundação Biblioteca Nacional participaram do Projeto, mediante o
exercício de liderança direta de chefes de áreas que garantiram o engajamento de suas
equipes, favorecido por qualificações amealhadas ao longo de anos de capacitação, pesquisa e
desenvolvimento.
129
Nessas circunstâncias, o Projeto Fênix viabilizou a conservação de tesouros, garantindo o
acesso a uma parte da Coleção de Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional
que, um dia, se pensou perdida.
O Projeto Fênix é uma experiência que exemplifica o que é possível bem-fazer com
patrocínio.
Os livros raros restaurados, higienizados, microfilmados e digitalizados – enfim, que
readquiriram sua condição original de manuseabilidade, primada pela ampliação de sua
longevidade, evidenciam que mais que o resgate de memória em papéis de trapos, o que se
obteve, no final, foi a plena noção de pertencimento de um tesouro bibliográfico nacional.
A Divisão de Obras Raras está (agora, é possível dizer) renovada...
Rio de Janeiro, 15 de abril de 2010.
Ana Virginia Pinheiro, Bibliotecária
Chefe da Divisão de Obras Raras
Fundação Biblioteca Nacional (Brasil)
130
BRASIL
Projeto:
Fênix: Resgate de memória em papéis de trapos (2009/2010)
Fundação Biblioteca Nacional (Brasil).
Delineamento/Coordenação Técnica do Projeto:
Ana Virginia Pinheiro
Bibliotecária, Chefe da Divisão de Obras Raras
Ação interdisciplinar
Divisão de Obras Raras (CRD)
Coordenação de Preservação (CPT)
Coordenação de Microrreprodução (CPT)
Projetos interligados
Edições fac-similares de raridades – Coordenação Geral de Pequisa e Editoração
Digitalização/Portal da FBN – CPT/Coordenação de Informações Bibliográficas
Patrocínio
Gestor de recursos

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