II Encontro Norte Mineiro de Montanhismo

Transcrição

II Encontro Norte Mineiro de Montanhismo
info FEMERJ # 13
Eleita a diretoria para o biênio 2005/2006
Em janeiro deste ano, a Femerj elegeu a nova
diretoria, que irá estar à frente da federação
nos próximos dois anos e está assim composta:
Presidente: Bernardo Collares Arantes (CEC)
Vice-presidentes: Luciano Bender (CEP/CEF) e
Flávio Carneiro (Aguiperj)
Secretaria: Adriana Mello (CERJ)
Tesoureiro: Marcelo Roberto Jimenez (CEC)
Depto Técnico: Júlio Mello (CERJ)
Depto de Competições: Hélio Rodrigues
(FEMERJ)
Depto de Meio Ambiente: Delson de Queiroz
(CEL)
Relações Públicas: Helena Artmann (FEMERJ)
Departamento Jurídico: Daniela Albuquerque
(CEC)
Conselho Fiscal:
Titulares - Maicon Lisboa, Cristiano Requião e
Ricardo Barcellos
Suplentes - Rosane Camargo, Iona Brasil e Alexandre Diniz
Algumas mudanças para este ano que
começa
1. A Femerj continua homologando e certificando cursos de escalada e montanhismo no Estado do Rio de Janeiro. Desta forma, pretendemos cada vez mais ter um aumento na segurança, ser feito um trabalho de mínimo impacto,
valorizando a filiação à federação e que seja
adotado e seguido o currículo mínimo.
2. A Femerj irá abraçar e incentivar o projeto
Adote Uma Montanha, da Femesp. Cada GT será
responsável pelas montanhas de suas áreas,
como Itatiaia, Serra dos Órgãos, Tijuca, Urca
etc.
3. A Femerj já está reforçando o repúdio a vias
como a localizada à esquerda da via M2, no
Babilônia, conquistada fora dos padrões da ética local. Pede-se que não se escale mais esta
via...
4. A recuperação da Trilha da Urca – as obras já
começaram e, quem viu, garante: está ficando
excelente. Pretendemos, com isso, acabar com
a erosão da trilha que leva ao Morro da Urca e a
escaladas famosas como o paredão CEPI e Italianos, ambas no Pão de Açúcar.
5. Certificação de Guias de Montanha – a nova
diretoria está dando continuidade a esta
certificação, que abordará temas como as categorias de guias de montanha, escola técnica
de guias, fiscalização da Femerj etc.
Como se federar?
Toda e qualquer informação pode ser obtida através do site www.femerj.org
Participe você também!
Os interessados em fazer parte da lista da
FEMERJ deverão mandar um email sem título para
o
seguinte
endereço:
[email protected]
II Encontro Norte Mineiro de
Montanhismo
O Clube Excursionista de Montes Claros - CEMC, tendo plena ciência da importância e necessidade de fortalecimento do montanhismo em nosso país, traz esta discussão aos escaladores mineiros, promovendo, o II Encontro Norte Mineiro de Montanhismo, nos dias 26, 27 e 28 de maio
de 2005, com o apoio da Associação Mineira de Escalada (AME) e da Federação de Montanhismo
do Estado de Minas Gerais (FEMEMG).
Nesse ano, contará com a presença de importantes montanhistas mineiros como o Sr. Gustavo
Piancastelli, articulador do projeto “Paredes de Minas”, e o Sr. Eustáquio Melo, autor do guia
“Escaladas de Minas”, com a palestra sobre os dez anos da primeira expedição mineira ao
Aconcágua.
Informações adicionais poderão ser adquiridas com Tereza Cristina: [email protected]
ou (38) 3213 5049
A editora Objetiva acaba de lançar no Brasil o interessante Montanhas da Mente
do inglês Robert Macfarlane, um dos
muitos livros que marcaram o 50° aniversário da conquista do Everest.
Em um impressionante trabalho de pesquisa, o autor conta toda a trajetória conhecida da relação homem-montanha,
para chegar as causas que levaram,
entre outros, Maurice Herzog ao
Annapurna, ou George Mallory ao Everest
- traçando no decorrer da leitura do livro,
a mudança de percepção do ocidente
no que diz respeito as montanhas e seu
meio-ambiente - no início causando
desprezo e aos poucos sendo melhor
entendidos e apreciados.
Em frases como: “... o que denominamos ‘montanha’ é, de fato, uma colaboração entre o mundo físico e a imaginação humana - uma espécie de montanha da mente. E o comportamento das
pessoas em relação às montanhas tem
pouco (ou mesmo nada) a ver com os
próprios acidentes geográficos compostos de rocha e gelo.” o autor tenta explicar os complicados sentimentos e emoções que entrelaçam cultura, memória
e experiência que nos levam a praticar o
montanhismo.
O próprio autor, que vem de uma família
de montanhistas, conta por experiência
adquirida nas montanhas da Escócia, Alpes e Himalaia, as razões que o levaram
a apreciar a vida nos lugares altos, arriscando a vida muitas vezes pelo simples
prazer de chegar ao topo de um pedaço
de pedra.
Informações sobre onde comprar o livro,
no site da editora: www.objetiva.com.br
14
O Espeleo 2005 - 1° Encontro Técnico da Redespeleo Brasil, será um evento entre os
dias 26 a 29 de maio, em Iporanga, SP. Seu formato inovador pretende valorizar as
técnicas essenciais utilizadas no dia-a-dia da espeleologia, como mapeamento, técnicas verticais, técnicas de prospecção e cadastramento, entre outras, mesclando em
uma área cárstica, atividades de campo e apresentações técnicas informais, em
clima de confraternização.
Seguindo um formato mais solto, fugindo do padrão convencional dos encontros
realizados até o momento, as palestras e conferências serão substituídas por treinamentos, cursos rápidos, visitas a cavernas, apresentação de relatos de explorações,
projeção de filmes, vídeos e slides, etc. Um concurso de fotos amadoras também fará
parte do evento, e haverá também uma exposição de topografias, com destaque especial. Participe! Veja maiores informações no site.
Nessa ocasião os trabalhos científicos ficarão guardados na gaveta, aguardando
ansiosos pelo Carste 2006 – II Encontro Brasileiro de Estudos do Carste.
Estamos organizando uma Campanha do Agasalho. A arrecadação será distribuída
em conjunto com a Prefeitura Municipal de Iporanga e o Instituto Pedro Martinelli para
a população carente do município de Iporanga. Colabore!!!
Durante o Espeleo 2005 será lançado o livro “Espeleologia - Noções Básicas” de
autoria de Augusto Auler e Leda Zogbi, o primeiro de uma série de publicações da
Redespeleo Brasil.
Tragam seu equipamento e também muita disposição para aprender e se divertir!
Informações www.redespeleo.org.br/espeleo2005
Contato [email protected] tel · Fax (11) 5549 8302
www.mountainvoices.com.br
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ERICSON C. IGUAL | SP
03
Manutenção básica de equipos
Internacional
Copa do Mundo, Salto Angel, 8c+ à vista...
Existem alguns fatores que são parte fundamental na escalada: o fator psicológico, a técnica e
a segurança. E não é possível falar em segurança sem mencionar os equipamentos que são a base
para qualquer procedimento de segurança em ambiente vertical.
ELISEU FRECHOU | SP
O escalador basco Iker Pou que tem escalado
quase tudo entre V14 e 8c+ francês, se tornou
o terceiro escalador a mandar 8c flash. Pou escalou Alpinismo deportivo na falésia de Cuenca
em sua primeira entrada, com alguns betas da
rota.
O austríaco Kilian Fischhuber foi o primeiro a
mandar uma rota deste grau em flash, em 2004,
quando encadenou Tai Chi na Suíça. O segundo foi o japonês Yuji Hirayama com White
Zombie, em Baltzola na Espanha. A diferença
entre flash e mepa (redpoint) é que ambas as
cadenas são na primeira tentativa, mas no flash,
o escalador recebe alguns betas antes (inclusive pode ter visto alguém tentando a rota).
Iker Pou tem em seu currículo vários oitavos e
foi dele a segunda repetição do primeiro 9a ,
Action Direct, de Wolfgang Gullich.
DIOGO MARASSI E MÔNICA FILIPINI | SP
Cordas, fitas e cordins
Copa do Mundo
A etapa belga da Copa do Mundo de Escalada aconteceu em abril na cidade de Flanders e
teve o seguinte pódium:
Masculino:
1. Ramón J. Puigblanque (ESP)
2. Flavio Crespi (ITA)
3. Alex Chabot (FRA)
4. Cédric Lachat (SUI)
5. Vadim Vinokur (EUA)
Feminino:
1. Angela Eiter (AUS)
2. Sandrine Levet (FRA)
3. Maja Vidmar (ESL)
4. Caroline Ciavaldini (FRA)
5. Muriel Sarkany (BEL)
A Bouldering World Cup em Moscou teve uma
dobradinha francesa no pódium, com Jérôme
Meyer e Sandrine Levet levando as corôas.
Sandrine, que já venceu duas copas do mundo,
venceu por apenas um problema na frente de
Anna Stör da Austria, de apenas 16 anos. A
surpresa da etapa ficou por conta de Olga Bibik
da Russia, segunda no ranking, que ficou em
10° lugar.
No masculino, Meyer que está em terceiro lugar
no ranking deste ano, ganhou também por pouco do italiano Christian Core. Ambos fizeram o
mesmo número de problemas, mas Meyer conseguiu completá-los com duas tentativas a menos no total. Outra surpresa foi o inglês Mark
Croxall, vencedor da primeira etapa em
Birmingham, que ficou no decepcionante 31°
lugar em Moscou.
Já a Copa do Mundo de Velocidade foi dominada literalmente pela Rússia, que ficou com
as três primeiras posições nos pódiuns masculino e feminino. Evgueni Minatchev e Anna
Saoulevitch foram os campeões.
Salto Angel.
life, que ele mesmo estabeleceu nos Grampians,
Austrália. Este “boulder” tem 76 movimentos, e
acabou recebendo um grau de via, sugerido em
5.15a.
Hallucinogen wall
Os americanos Alan Doak e Stefan Griebel fizeram em abril a primeira repetição em um dia da
uma das mais impressionantes rotas do
Colorado, EUA. A dupla mandou a Hallucinogen
wall (VI 5.10 A3+) em 23 horas e 38. A via tem
16 enfiadas, sendo que a estratégia da dupla
foi de Griebel guiar a primeira seção em livre e
Doak as 9 enfiadas superiores em artificial.
A rota, localizada no Black Canyon of Gunnison,
teve uma tentativa de liberação por Ryan Nelson e Jared Ogden, que usaram a técnica dry
tooling (piquetas e grampons) para passar alguns trechos em artificial. Em uma nota após a
escalada, Doak disse que a rota ainda permanece sendo artificial, pois tem diversos trechos
em cliffs, alguns bastante longos, como a décima enfiada, que tem 35 colocações de ganchos.
Mais um V16 para Koyamada
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Hubble tem quinta repetição
A impressionante e explosiva criação do
escalador britânico Ben Moon Hubble, que foi a
primeira proposta de 8c+ mundialç teve sua quinta
ascensão em 15 anos de existência.
O crux da via se dá perto do chão, com uma
seqüência de 8 movimentos , sendo quatro
extremamento difíceis, graduados em 8b e depois mais um esticão de 15 metros e 7b (francês). O lance chave de boulder selecionou os
cinco ascensionistas, todos especialistas em
boulder.
Andrada propõe 9b
Aproveitando os últimos dias de primavera antes do calor chegar ao norte da Espanha, o
escalador Daniel Andrada aproveitou para mandar sua segunda proposta de 5.15 em apenas
um mês. A nova via se chama La novela
enmienda, e tem 52 metros de percurso, emendando uma seqüência de 5.14c e outra de 14b,
na caverna de Santa Linya, Espanha.
Daniel propõe o grau 9a+ /9b (francês) para a
rota.
O japonês Dai Koyamada propõe mais um problema de V16. O escalador adicionou seis movimentos de V12 a um problema já existente
Hydra (V14) em Shiobara, Japão, criando
Hydrangea. O problema completo tem 25 movimentos em 15 metros (sendo 10 em um teto).
Pelo seu tamanho, Hydrangea lembra outro problema de Koyamada, o mega-boulder Wheel of
dos: isto é muito importante, muitos
escaladores se enganam com a aparência de uma corda. De fato, ela é extremamente resistente ao logo de seu eixo longitudinal, mas pode ser cortada muito facilmente ao aplicar uma força transversalmente as fibras;
Evite a Torção: Não armazenar a corda
com nós ou torções. O uso de freios e
outros equipamentos podem produzir torção na corda. A melhor forma de tirar a
torção é deixar a corda pendurada por uma
ponta, assim ela voltará ao normal.
Evitar o atrito de tecido c/ tecido, a alta temperatura pode queimar as fibras e partir o
equipamento.
Peças metálicas
Evitar batê-las umas nas outras desnecessariamente, isso pode danificar peças
mais sensíveis;
Verifique periodicamente em busca de
fissuras ou deformações, principalmente
nos gatilhos dos mosquetões;
Limpe as peças periodicamente em água
morna, colocando se necessário um pouco de lubrificante nas partes móveis.
Não permita o contato com materiais corrosivos.
Lembre-se que o melhor é ler as
especificações dos fabricantes e seguir rigorosamente as suas instruções, isso
além de segurança, também te proporciona um equipamento sempre novinho. Nunca use equipamentos de procedência duvidosa.
Saiba como usar. Quantas vezes já ouvimos escaladores dizendo que este ou
aquele equipamento não presta ou até
mesmo devolvendo equipos simplesmente por mau uso.
Tenha certeza que possui conhecimento
suficiente para o equipamento que vai comprar ou procure saber.
Cordas , mosquetões, caderinhas, fitas,
cordins, móveis, são todos parte de uma
cadeia básica de segurança em ambientes verticais:
Saiba a procedência , não compre equipos
anunciados em qualquer lugar sem saber
seu dono e seu histórico;
Mantenha histórico do seu equipo: inspecione, cuide, armazene e limpe corretamente, não empreste sem saber direito para
quem e onde;
Saiba usar: informe-se de novas
tecnologias, procure conhecer todas as
aplicações para seu material.
Com estas dicas simples, você pode escalar com o seu equipamento por mais
tempo.
Good climbs for all!!!
Salto Angel
Precocidade
O escalador Matt Fultz (foto acima) de apenas
13 anos fez em final de março a mepa da rota
04
Black out (5.13d/14a) em Logan Canyon, Utah.
Matt já havia mandado outro 13d, Monstermagnet
no Leslie Gulch, Oregon e foi a ganhador do
USA Climbing Nationals do ano passado na categoria 12-13 anos.
A mepa de altos graus de dificuldade entre adolescentes está se tornando rotina, sendo o checo Adam Ondra o líder deste “ranking”, tendo
mepado 5.14b antes de completar 12 anos!
Existe hoje no mercado uma infinidade de
novas tecnologias a favor de nossa segurança, muitos itens que antes eram desprezados hoje são valorizados em equipamentos, como peso e tamanho, além
das altíssimas resistências a cargas de
ruptura e de força.
Os equipamentos são testados em diferentes padrões e laboratórios exaustivamente até serem colocados à venda. Disso podemos nos orgulhar; nossos equipamentos são seguros.
Ta legal, mas e daí... Depois do uso, depois que este equipamento sai da loja?
Existe uma questão pouco observada a
respeito dos procedimentos de manutenção, uso e armazenamento de equipos
utilizados para escalar.
Em cada peça de equipo comprada existe um manual dizendo sobre como usar,
guardar e manter esta peça em questão,
mas muitos não lêem. E as cordas? Poucos mantêm registro de uso e número de
quedas, cadeirinhas com fivelas oxidadas, com fitas poídas e entre outras tantas falhas.
Infelizmente vivemos em um país onde
equipamento é caro e são na maioria importados, o tupiniquim rala muito para
manter seu rack de equipos completo e
em dia, mas quais são os cuidados que
devemos ter com os equipamentos?
Segue abaixo algumas dicas simples e
eficientes de como cuidar de seus
equipos.
Prestar atenção a qualquer irregularidade..
Inspeção visual: verificar se a capa está
desgastada até o ponto em que mais do
que a metade dos fios externos pareçam
partidos, se a capa encontra-se acumulada em qualquer uma das pontas ou se a
alma sair da capa;
Cuidados: Manter a corda afastada dos
agentes químicos, eles são os piores inimigos da corda. Pois podem debilitar e
destruir o nylon. Além disso, o concreto
também possui alguns elementos
destrutivos, por isto, a corda não deve ser
armazenada em piso de cimento;
Não pisar em cima nem deixar sobre a
areia, tendo em vista que a poeira pode
danificar a alma das cordas e cordins;
Não armazenar perto de combustíveis e/
ou materiais corrosivos, pois os mesmos
podem deteriorar as fibras do equipamento;
Manter a corda limpa: pequenas partículas de terra podem introduzir-se entre as
fibras e na seqüência, na hora de dar tensão a corda, podem se atritar causando
desgaste na capa e na alma. Pisar na
corda com sapatos sujos acelera e muito
este processo;
Lavar apenas com água e sabão neutro,
pode-se utilizar uma escova com cerdas
macias para as partes mais sujas. Deixar
secar na sombra e guardar em voltas frouxas.
Mantenha a corda longe do sol;
Mantenha a corda longe de cantos afia-
Um time multinacional estabeleceu uma nova rota
no Salto Angel, com 31 enfiadas e nenhum grampo! O time foi formado pelos ingleses John e
Anne Arran, Miles Gibson e Ben Heason, o russo Alex Klenov e os venezuelanos Ivan Calderon
e Alfredo Rangel. Durante 19 dias de escalada
(e 14 noites na parede), as cordadas se sucederam na abertura da rota, que foi feita a vista
em sua maioria, e mepada com pré-equipamento
nas enfiadas mais exigentes de E7 inglês (8c
brasileiro com pouca proteção, ou 9b bem protegido).
Existem outras quatro vias na parede, a maior
delas conquistada pelos espanhóis Jesus
Galvez e Adolfo Mediabetia em 85, que passa
pela parede mais vertical e próxima da maior
cachoeira do mundo. A nova rota usa parte desta via para atingir o topo do Auyan tepuy.
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Pou manda 8c flash
05
internacional + iniciante
CARLOS “CHARLIE” ALVES | SP
É fato que o escalador novato encontra inicialmente dificuldades em relação ao gerenciamento
da exposição à altura, seja ela a altura de uma
parede ou de um “simples” boulder, a poucos
metros do chão. Isso tudo requer um período de
adaptação que varia de pessoa para pessoa,
além disso existe a familiarização com os equipamentos e com seu companheiro de escalada,
tudo isso é muito importante para o escalador
fazer da prática da escalada uma vivência saudável.
Não podemos negar que a prática da escalada
se trata de uma exposição a riscos de acidentes leves e graves além do risco fatal, toda responsabilidade sobre esses riscos cabem ao próprio praticante pela sua espontânea vontade de
escalar e não devemos de forma alguma ignorar
isso. Por mais que um escalador se sinta experiente, ele não deve nunca assumir inteira responsabilidade pela segurança de um parceiro
que não possui instrução de escalada.
Dadas essas condições podemos afirmar que
uma pessoa, quando resolve tornar-se um praticante, deve de antemão assumir o fato de que
sua segurança depende dela mesma.
Observamos que algumas pessoas se comportam de forma mais corajosa que outras, mas
isso tem limite, tanto pode ser bom para a evolução pessoal como também pode tornar essa
pessoa um candidato a defunto precoce.
Escalar é uma capacidade natural do ser humano, ou seja, ela já faz parte da nossa natureza,
como caminhar, correr, saltar...Coisas que fazemos com o nosso movimento no cotidiano, se
observarmos, a escalada faz parte desde nossos primeiros passos ou até antes. Por isso
algumas pessoas possuem uma destreza natural diferente das outras para correr, saltar, etc..
E escalar.
Como lidar com o medo ?
Não é fácil falar sobre isso, mas sobre a questão do medo de altura, podemos dizer que envolve o nosso primitivo instinto de sobrevivência, ou seja, é uma manifestação do corpo e da
mente que alerta para uma situação de perigo.
Cada pessoa assume de uma forma o controle
desse instinto para desenvolver-se bem durante uma escalada. Por este motivo para algumas
pessoas apesar da vontade por práticar a escalada o instinto é mais forte, o que pode tornar
um belo dia de escalada numa luta interna que
pode ser muito desconfortável, resultando por
exemplo em uma baixa na auto-estima, constrangimento social entre outras.
Para que você consiga lidar com esses fatores
nada melhor do que fazer um bom curso de
escalada e gradativamente praticar a escalada
até que o ambiente que inicialmente parecia hostil se torne saudável e prazeroso.
Existem basicamente dois tipos de desafios du-
rante uma escalada: o medo e a dificuldade física e técnica. Para que se possa vencer esses desafios, o treinamento tanto mental como
físico deve ser sempre feito, sendo que o treinamento físico e técnico parece mais fácil que
o mental. Para o segundo treino, cada pessoa
deve aprender a lidar com seus limites e adquirir confiança para ultrapassar as proteções com
segurança e habilidade.
Se a parte física vai bem e o psicológico não,
faça vias mais fáceis para se concentrar no
controle da exposição, pois com um bom controle psicológico, basta ter a concentração para
executar os movimentos sem se preocupar com
o medo.
É claro que existem vias em que o grau de exposição é alto. Para entrar nessas vias o
escalador deve obter o máximo de informações
sobre a via e avaliar se está preparado para
fazê-la, evitando assim uma situação traumática que pode atrapalhar sua evolução.
Outra questão é a colocação de peças móveis
em uma via. Para isso, inicialmente o escalador
deve novamente contar com um bom curso para
entender como funcionam as peças e saber
seus diferentes usos, muitos escaladores têm
pavor de vias em móvel, talvez pela falta de
conhecimento da técnica. Mas quem domina a
técnica de proteção limpa e escala
freqüentemente em móvel sabe o quão
prazeroso é utilizar essas peças. Novamente
aí cabe um treino, até em top rope, em vias
fáceis para ir se adaptando à fazer boas colocações e confiar nelas.
A máxima utilização desse controle do medo,
podemos dizer, que botamos à prova nas escaladas em artificial e nas conquistas onde cabe
ao escalador aplicar-se em pontos de apoio para
vencer uma enfiada de corda. Cada escalador
deve ser ciente de seus limites para se conquistar uma via para que o trabalho seja bem feito e
para que não aconteça, por falta de controle, a
colocação de uma proteção fixa desnecessária
ao lado de uma fenda, por exemplo.
Monolito de Itamonte recebe 4 novas vias em móvel.
FELIPE GUIMARÃES | MG
A Pedra do Picu é o símbolo da cidade de
Itamonte, da qual até o seu nome é baseado no monolito! Em tupi guarani significa
“pedra no monte”, da qual serviu de referência para os desbravadores bandeirantes a tempos atrás e hoje em dia é um dos
atrativos turísticos mais marcantes da cidadezinha fria no lado mineiro da serra,
nas Terras Altas da Mantiqueira.
Recuperando a Confiança
Se o escalador não é tão novato, ou seja, já
escala com certa freqüência de forma independente e em uma ocasião qualquer levar uma grande queda machucando-se, ou até presenciar
um acidente grave, teremos aí uma situação nova
que irá requerer um bom trabalho de
readaptação. Vemos que logo depois, este vai
para uma escalada fácil, para seus limites, e
sente que está sem confiança, não consegue
prosseguir em uma via mesmo com a proteção
logo abaixo de seus pés, não há por que se
preocupar, isso é totalmente normal.
Diante dessa situação este escalador terá que
passar novamente por um período de adaptação, terá que escalar vias fáceis, até que sua
cabeça volte a funcionar como antes. Esse período pode ser muito desgastante para sua autoestima pois, mesmo em vias que ela já não tinha
dificuldade poderá encontrar-se todo atrapalhado e desistindo de completá-la o que é muito
frustrante.
Nesse caso o escalador deve contar com a ajuda de seus companheiros que devem entender
a situação e não forçá-lo a fazer o que está com
medo, pois aí se ocorrer um acidente pode atrapalhar muito sua recuperação. Porém seus companheiros não devem desestimulá-lo a vencer
seus medos, o que requer uma boa sensibilidade para não ultrapassar dos limites.
Últimas Recomendações
Visto tudo isso, podemos concluir que informação nunca é demais, existem muitos fatores influentes na escalada : fatores psicológicos, físicos, mentais, conhecimentos mecânicos e de
física, conhecimentos técnicos sobre os equipamentos e principalmente o autoconhecimento.
Nosso comportamento, seja na escalada ou no
nosso cotidiano, é produto de nossas vivências
e depende de nossas atitudes e ações. É sabido que sofremos reações pelos nossos comportamentos e posturas, reações positivas e
negativas que vão compondo nosso repertório
diário. Seja para dirigir, agir com nossos familiares e amigos, conviver no nosso ambiente de
trabalho e assim o é também na escalada. Por
isso nosso comportamento é que determina quais
serão as experiências que iremos passar e como
vamos superá-las.
Muitas pessoas acreditam no acaso ou na sorte, mas apesar disso devemos assumir nossas
atitudes com responsabilidade para termos uma
vida tranqüila, pois apesar dos acontecimentos
que não temos como controlar, temos o nosso
livre arbítrio para agirmos e compormos nossa
vivência da forma mais positiva possível.
Tendo boas atitudes na escalada é certo que
colheremos bons frutos do nosso contato com
a nossa paixão - a montanha.
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Pedra do Picu
As Terras Altas
A pedra fica a 2.151m de altitude, chegando a medir 150m de rocha. Pode ser vista
de vários locais tanto nas montanhas em
torno como na cidade de Itamonte.
Possui poucas vias de escalada, compa-
rada ao seu imenso potencial. Em média,
demora-se de 20 a 30 minutos para dar
uma volta em sua base. Parece um dedo
no topo da montanha.
Entre os dias 13 a 20 de abril 2005, Felipe
Guimarães e Cléssios Job (Crê), ficaram
acampados na base do Picu, com intuito
de conquistarem uma via de escalada
que saísse da base ao topo da pedra,
mas toda móvel em uma de suas inúmeras fendas. Acabaram conquistando 4
vias, mas somente uma foi até o topo, na
qual gastaram três dias para terminar e
pisar no cume do Picu, às 20:38 da noite
do dia 20 de abril. Ficaram toda a empreitada com a lua clareando de auxilio, daí
colocaram o nome da via de Espírito da
lua, sendo agora a via de
maior dificuldade do local.
A via ficou com 5 enfiadas,
dando um total de 130m na
face que é vista da Fazenda
Velha. Sua graduação foi
sugerida pelos conquistadores de 6ºsup, 8c/A2+, 7c,
6ºsup e 5º. Ela sai de uma
fenda larga e alaranjada, de
fácil visualização, e conta somente com uma chapeleta
na 3º enfiada. No topo se faz
uma ancoragem no grampo
P do cume, equalizado em
uma proteção móvel. O rapel
tem de ser feito na via normal. Não deixe de assinar o
livro de cume!!!
A dupla teve o apoio do Banco do Brasil, Harpia
Adventure, Susani Azevedo e
Pousada Estância Rio Acima, sem contar com o apoio
técnico de Aécio Jr, Amador
e seu cavalo Venâncio, e ao
Paulinho dono da área onde
fica a pedra. Sua localização é em terreno
particular, na zona de
amortecimento do
Parque Nacional do
Itatiaia onde não há nenhum impedimento de
visitação, levando em conta a total preservação da integridade e característica do local!
Felipe na Espírito da lua.
Clésius Job
A prática da escalada, seja ela esportiva, clássica, artificial, tradicional ou em boulder, requer do
praticante um domínio do corpo e da mente, ou seja, além das capacidades e habilidades físicas o
escalador deve possuir um bom controle mental para garantir uma escalada bem sucedida, tanto para questões de segurança quanto para as de rendimento físico.
Itamonte - MG, novas rotas na
Acesso
A pedra tem dois acessos, um pelo
bairro Engenho da Serra, onde se vai
de carro até a boca da trilha, com estrada boa, calçada e asfaltada, com
uma trilha íngreme de 2 horas e meia
morro acima, pesada, no meio da
mata, ideal para quem gosta de caminhadas fortes! O outro acesso é pelo
Bairro da Capelinha, passando no Rio
Acima e subindo pela Fazenda Velha,
onde é bem melhor e mais perto, principalmente para escaladores, dando 50
minutos de caminhada média, de onde
se deixa o carro. A época ideal para se
visitar o local é no inverno, pelo fato das
chuvas! Esse acesso da Fazenda Velha, é
de 9km de estrada de terra, subidão, que
não aconselhamos ir com carro de passeio. Obs: O mais engraçado e interessante
foi que nem olhamos a previsão do tempo,
apenas falamos: Vamos? Então vamo! E o
tempo colaborou até o último instante, e
só choveu na hora de vir embora, quando a
via já tava na cadena... Agradecemos a
Deus por mais esta conquista!
Informações sobre a via ou sobre escaladas em Itamonte e região:
Felipe Guimarães - [email protected]@hotmail.com
cel:(035) 9113 7059
Cléssios Job- [email protected]
cel:(012) 9771 6601
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Controle psicológico e medo
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06
on the rocks
DANIEL JULIANO CASAS | SC
Localizada no litoral norte de Santa Catarina,
a 40 km de Joinville, a ilha de São Chico
encanta por suas belas praias, manguezais,
morros e lagoas.
A ilha inteira é repleta de paredes, boulders e
falésias. Ao longo das praias costões com
blocos de granito bem abrasivo formam vários
setores com escaladas de boulder e falésias com
vias em móvel, os principais setores são os da
Prainha, o da praia da Tartaruga e o paredão
dos Efeitos. No interior da ilha encontra-se um
alinhamento de morros com várias faces rochosas
(granito e gnaisse), propicia muitas vias
esportivas e tradicionais tanto equipadas, como
em móvel. Os mais conhecidos são o Morro da
Cruz, Morro da Palha e Paredão das Lágrimas.
Morro da Cruz.
O primeiro point
O lado B da ilha
Morro da Palha - Paredes levemente negativas, agarras abaloadas, vias curtas e bem
protegidas, além de um fácil acesso, fazem desse setor um dos mais visitados atualmente na ilha.
Vias: Mamão com jiló 7a , Mutle 7c, Palha assada 7b (top rope), Fogo de palha 6+, Por via
das dúvidas 7b, Porvir das críticas 6+, Falunja.com 6+, Sangue de dragão 7a, Hábitos
noturnos 8a, Marssupilami 8c/9a?, Mico de circo 8c
Existe ainda um segundo setor com paredes positivas de aproximadamente 60 metros
com 4 vias em estilo tradicional prevalecendo o uso de móveis e vários boulders ao
longo da trilha com destaque para o Oráculo com 4 lances bem interessantes.
08
on the rocks
Paredão dos Efeitos - Um dos setores a beira mar mais isolados e pouco freqüentado, espremido entre o mar e o Morro
da Enseada destaca-se a falésia. Atualmente o setor conta com 13 vias, algumas guiadas em móvel e outras com corda de
cima, prevalecendo técnicas de fenda desde entalamentos de mão até chaminés e vias em regletes, onde equilíbrio e
posicionamento são fundamentais. A falésia é uma ótima opção para quem deseja evoluir na arte da escalada em móvel.
O grau de dificuldade das vias varia de 4.º a 8c, entre as guiadas em móvel mais freqüentadas estão a Efeito Estufa chaminé
de 5.º, o teto Efeito Retardado 6.ºsup e Efeitopedra 5.º sup. As vias mais exigentes são a Efeito Flic 7c com proteções
delicadas e Prana 8c bastante vertical e exigente do começo ao fim, além da clássica Efeitos Especiais 7c.
Daniel no paredão
dos Efeitos.
www.mountainvoices.com.br
Prainha - Localizado entre a praia Grande e a Prainha este setor foi um dos primeiros a
serem explorados na ilha, as vias em sua maioria são escaladas com corda de cima,
algumas com grampos outras em móveis, ou em solo, a graduação varia de lances
fáceis a 9b, a rocha bastante firme e abrasiva (granito) detonam os dedos mais frágeis
em poucas horas. Este setor é bastante freqüentado principalmente no verão, se você
busca tranqüilidade ao invés do frenesi das baladas praianas este com certeza não é o
local apropriado, porém se o objetivo é outro...
Paredão das Lágrimas - Parede negativa, cortada por fendas possibilita vias protegidas inteiramente em móvel, todas bem
exigentes com aproximadamente 30 metros de altura. Este setor começou a ser explorado em 1998, e hoje conta com 11
vias, variando de 5.º a 8a , seguindo um estilo tradicional, vias esportivas equipadas são exceções, como Cry Baby 7c e
Quase nunca 7b escaladas bem técnicas em regletes, a maioria das vias são em fendas, como a Lacrimogênio 7c e a
Tempestade Cerebral 7c ambas bastante exigentes e comprometidas, para aquecer o corpo e a mente as fendas Entre o
Sonho e a Realidade 6sup ou Babilina 6.º são excelentes opções.
Uma das paredes mais belas da ilha, voltada para oeste possui um visual da baia da Babitonga com a Serra do Mar ao
fundo, longe dos agitos praianos bem no meio da floresta.
Eliseu Frechou
www.mountainvoices.com.br
Morro da Cruz - Se para você escalada é sinônimo de aventura,
com certeza o Morro da Cruz vai lhe agradar, é uma parede provocante e interessante para os candidatos a iniciarem nesse estilo.
Rocha de ótima qualidade, paredes verticais variando entre 60 e 100
metros de altura, fácil acesso, assim como, um belo visual do mar,
praias, manguezais e lagoas da ilha, atualmente com 12 opções de
escaladas, entre vias e variantes, e ainda com algumas linhas a serem descobertas, faz com que seja um dos locais mais significativos
da região.
No verão o melhor horário é a tarde quando a parede se encontra a
sombra e as brisas marinhas mantêm a temperatura agradável, lembre-se de levar repelente e prestar atenção às trovoadas, em outras
épocas escala-se à vontade ao longo de todo o dia.
As vias, todas conquistadas no estilo tradicional, garantem escaladas
cheias de aventuras. Em sua maioria, as escaladas são em agarras
com inclinações próximas a vertical, alguns lances em aderência,
negativos e ainda algumas fendas. Vias como Penélope Charmosa
5.º VIsup E3 e Vó Laudi 5.º VIIb A2 E3, na parte central da parede
estão entre as mais belas e exigentes, ambas com aproximadamente
100 metros de altura, exigem atenção e concentração do guia nos
lances mais expostos. Entre as mais freqüentadas destacam-se
Morceguinho 3.º V E2 (70 m), talvez a escalada menos exigente,
Desempregados 4.º Vsup E3 (80 m) e Dá ou desce 4.º VIsup E2 (100
m), que são ótimas opções para se aclimatar. A via Desbravadores 5.º
VI E2, com aproximadamente 100 m divididos em 3 enfiadas, é uma
excelente opção para acessar o cume e curtir o sol se pondo na serra
do Mar. Estando no cume, para voltar a base da parede, a melhor
opção é descer a trilha do lado sul e virar a esquerda na parte baixa,
a entrada é um pouco escondida, mantendo sempre a esquerda logo
chega-se a base.
Outras opções de escalada tradicional encontra-se no Morro Agudo,
setor com conquistas bem recentes, possui atualmente 2 vias em uma
parede de aproximadamente 100 m e várias outras linhas esperando
sua primeira escalada.
09
Falésia do
Zé
Vermelho
A história desta falésia começa no primeiro semestre de 2002. Os escaladores
locais, Paulo Menezes e Luís Ribeiro,
insatisfeitos com a ausência de áreas
de escalada próximas ao local onde
moravam, passaram muitas tardes procurando novas possíveis áreas na região
entre Pindamonhangaba, Tremembé e
Taubaté.
PAULO MENEZES E
ANTÔNIO BORTOLETO | SP
Novos points de escalada
começam a aparecer no Vale
do Paraíba (SP), onde acreditava-se não haver nada de
interessante. Um destes
novos locais é a Falésia do
Zé Vermelho em
Pindamonhangaba que começou
a ser desenvolvida a três
anos por escaladores de
Taubaté, e hoje conta com
18 vias de excelente qualidade.
Foi assim, então, que acabaram por descobrir a Falésia do Zé Vermelho no Bairro do Piracuama, em Pindamonhangaba.
O nome vem de um antigo morador da
fazenda Santa Emília, que morava em
uma casa próxima à falésia. Após uma
grande jardinagem feita na base da rocha foi uma boa surpresa descobrir que
a parede apresentava várias formações
de agarras com batentes, regletes, abaulados e até mesmo alguns buracos. A
extensão da falésia (+/- 120m) e a sua
variação em partes positivas, verticais e
algumas passagens em tetos, garantiam várias possibilidades de vias. Assim
como em outras áreas do estado e da
região, a rocha é do tipo granítico.
neste setor, isto é, vias longas e bem
diluídas com boas opções de agarras.
Chapeleiro Maluco 6sup, Treta Certa 7a,
Olho de Thundera 6sup e Toca do
Marimba 7a, são também boas pedidas.
A partir do final de 2003, com a participação de Antônio Bortoleto, (e de uma
muito bem vinda furadeira) foram equipadas e liberadas outras vias. Essas
são de estilos variados, mesclando longas buscadas em negativos com passagens técnicas em verticais. As vias
Rock das Aranhas 7b, Buraco da
Bromélia 7b e A Vaca do Zé 7c compartilham diferentes linhas em um teto
largo com passadas explosivas. Num
outro setor mais à direita ficam as vias
Manga Rosa 7b/c, e Crux Credo 7a, que
são um bom quebra cabeça de técnica
e posicionamento.
A falésia tem uma orientação oeste, com
direito a pôr-do-sol, mas apenas as vias
do teto e as vias mais à direita (Manga
Rosa) têm sombra das árvores à tarde.
Na parte de cima da falésia há ainda
bastante vegetação e deve-se ter cuidaCom sua eterna disposição e muito bra- do com grandes bromélias, principalço, Paulo conquistou, na marreta, a pri- mente na hora do rapel.
meira via do local. Uma linha vertical, de
20m, que se torna levemente negativa à Com cerca de 20 vias, variando do 4º
medida que vai chegando ao final, termi- até 7° grau, com uma boa diversidade
nando com um “dominiozinho” técnico. de estilos e técnica, e fácil acesso, a
Sobe, mas não cai, 7a, já é uma das falésia está se tornando berço para toda
preferidas dos freqüentadores. O estilo uma nova geração de escaladores na
da via é similar às demais conquistadas região e das redondezas. Outras áreas
estão em desenvolvimento que contam do trilho), do lado esquerdo da estrada,
(portão baixo, de grade de arame). A parcom algumas vias já equipadas.
tir do portão uma caminhada de 15 min.
Para se chegar ao local deve-se seguir leva até a casa do sr. Gilmar, atual arrenpela Rodovia que liga Taubaté a Campos datário. Seguir em frente 600m, contordo Jordão (saída km 118 Rod. Dutra). nando um morro pela esquerda até um
Nesta, seguir até a saída para portão de arame. Virar à esquerda e sePindamonhangaba (Km 25), um pouco guir até um bambuzal para entrar na triantes do posto policial. Seguindo por esta lha à direita. A trilha aberta também por
estrada, após cruzar o trilho de trem pela Paulo atravessa um trecho de vegetação
primeira vez, o portão da fazenda estará de arbustos passando por um crânio que
na primeira curva para esquerda (a 300m deu nome à via Vaca do Zé.
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1 Orquídeas selvagens 2 É pequeno mas é bom (solo) 3 Calango
4 Projeto 5 Chapeleiro maluco 6 Sobe mas não cai 7 Olho de
Thundera 8 Toca do marimba 9 Rock das aranhas 10 No buraco
da bromélia 11 A vaca do Zé 12 Projeto 13 Bromélia 14 Pão com
mortadela 15 Tá na racha 16 Manga rosa 17 Crux credo 18
Travessia leste-oeste (da via 1 até via 17). Rapel possível de
qualquer parada. Leve 12 costuras.
Paulo Menezes No
buraco da bromélia.
Toca do Marimba.
10
Paulo Menezes (1,2,4,5,6,7,8,9,10,11,13,14,15,16,17,18) Antônio
Bortoleto (2,9,10,11,15,16,17) Regnier (1,10,13,15) Sólon Almeida Jr.
(5,14) Cláudio (8,13) Andersom Milkzuk (3,14) Luis Ribeiro (6) Luis Miné
(18) Jorginho (8) Minotáuro (10) Fauzi (5).
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FALÉSIA DO ZÉ VERMELHO
11
on the rocks
Extremo Sul
Ministério versus
Entidades Nacionais
O primeiro longa metragem brasileiro sobre montanhismo estréia
em junho nos cinemas.O orotagonista Nelson Barretta dá as dicas
sobre como chegar e o que esperar do Monte Sarmiento.
NELSON BARRETTA | SP
São Paulo - Terra do Fogo
Descrever todo o percurso, do Brasil até
as primeiras neves do Monte Sarmiento,
é longo demais se a intenção for publicar.
Além disso, existem diferentes maneiras
de se atravessar a América do Sul em
busca das montanhas da Terra do Fogo,
e deixo isso por conta das possibilidades
de cada um.
CLAUDIO CONSOLO | SP
Incoerente por que imaginar que empresas, longe do universo dos clubes de prática e do meio
esportivo de aventura, poderão atestar se um
esportista está apto para conduzir terceiros,
utilizando técnicas e equipamentos destes esportes, é desconhecer a realidade.
Somente técnicos do governo, dentro de seus
gabinetes e distantes da realidade do meio esportivo de aventura, poderiam imaginar que, por
exemplo, seria possível certificar se um paráquedista está apto para realizar um salto duplo
longe dos clubes de pará-quedismo e da Confederação Brasileira de Pará-quedismo. O mesmo diga-se em relação ao Parapente e a ABP ,
Montanhismo e a CBME e assim por diante esporte por esporte de aventura.
Ao invés do Ministério do Turismo procurar se
aliar às entidades nacionais de administração
dos esportes de aventura e aparelhá-las para
fazerem aquilo que pela lógica e pela legislação
esportiva pertencem a esferas das suas atribuições, optou por criar um sistema de administração paralelo que viola sua autonomia administrativa.
Autonomia esta que foi elevada a categoria de
direito constitucionalmente protegido através
dos dispositivos do artigo 217 da nossa Lei
Maior, que foram disciplinado pela Lei 9615/98.
O turismo de aventura é composto por dois
componentes bem distintos:
a) Componente turístico
b) Componente esportivo
O que o Ministério do Turismo está tentando
fazer é desnaturar o componente esportivo do
turismo de aventura ao afirmar que tudo o que
diz a seu respeito estaria sob sua égide.
Vejamos a diferença entre o antigo conceito de
turismo de aventura que foi produzido pela
Embratur em 2001 e o atual do Ministério do
Turismo:
Embratur 2001
www.mountainvoices.com.br
“Segmento do mercado turístico que promove a
prática de atividades de aventura e esporte
recreacional, em ambientes naturais e espaços
urbanos ao ar livre, que envolvam emoções e
riscos controlados, exigindo o uso de técnicas
e equipamentos específicos, a adoção de
procedimentos para garantir a segurança pessoal e de terceiros e o respeito ao patrimônio
ambiental e sociocultural.”
Ministério do Turismo 2005
“Práticas conduzidas em ambientes naturais e
urbanos que tenham ao mesmo tempo o caráter
recreativo, sejam oferecidas comercialmente e
envolvam riscos avaliados, controlados e assumidos”.
Na vida nada mais impróprio do que tratar questões desiguais sem levar em consideração as
suas desigualdades, mas, quando se trata de
um ato do governo a situação é diferente, pois,
o princípio da legalidade impõe o inverso à administração pública.
O conceito de turismo
responsáveis por mais de 70% da atividade esO atual conceito de turismo de aventura nos portiva do país.
leva a concluir que parques de diversões também oferecem turismo de aventura. Pelo visto, A grande massa de praticantes de esportes
em futuro próximo, seus funcionários também estão nos que não são olímpicos, que além dos
terão que dominar leitura de mapas, uso de GPS de aventura podemos citar o motociclismo,
e demais matérias comuns a todos os conduto- caratê, boliche, futebol de salão e surf entre
res de turismo de aventura que o Ministério do muitos outros.
KIDO “ARANHA” | CE
Turismo está regulamentando.
Uma importante novidade é que incentivos fisA cidade
cearense se
Recentemente a Associação Brasileira de cais estão previstos nesta nova lei e todos os
prepara
Parapente, a Confederação Brasileira de Pará- segmentospara
farão jus aser
ele. um
grandes centros
quedismo e a Confederação Brasileira dos
de
escalada
do é norMontanhismo e Escalada se uniramde
e Mas
o que defendemos
a criação de uma poprotocolaram junto ao Presidente da Comissão
lítica ampla
de Governo edos
que os esportes não
deste.
Vontade
de Turismo e Esporte da Câmara dos DeputaOlímpicos tenham locais
acesso aos fundos de deescaladores
dos, Deputado Antonio Cambraia, um pedido para
de senvolvimento
do esporte senovas
não for possível a
conquistar
sustação do ato normativo do Ministério do Tu- criação de um específico para o segmento.
vias e rocha da merismo que o autorizou a entrar na esfera de
lhor qualidade não
atribuição das entidades nacionais de adminis- A nova lei esportiva é bastante complexa e em
faltam.
tração dos esportes de aventura.
outros textos entraremos com maior profundidade no tema.
Com isso pretende-se que o Ministério do Turismo passe a respeitar a legislação esportiva e o
Campanha
bom senso e se relacione apenas com as enti- Estamos lançando uma campanha para que o
dades nacionais dos esportes de aventura em segmento dos esportes que não são olímpicos
relação ao componente esportivo do turismo de tenham uma política específica, pedimos para
aventura.
você mandar para os deputados abaixo emails
com a seguinte frase:
Outras questões também foram levantadas no
documento, assim como a falta de ética pela “Pela criação de uma política específica para os
utilização de premissas falsas por parte de as- esportes não olímpicos. Chega de discriminasessores do Ministério do Turismo e a substitui- ção!! Os esportes não olímpicos também contrição das entidades de administração dos es- buem para o bem estar dos brasileiros.”
portes de aventura por um grupo de empresários que foi criado por iniciativa do próprio Minis- Mande a mensagem acima para os seguintes
tério do Turismo.
emails de Deputados:
[email protected] ;
O atual processo de certificação no turismo de [email protected];
aventura não será aceito pelas principais enti- [email protected];
dades esportivas do setor e todas as medidas [email protected] ;
que forem necessárias para que o Ministério do [email protected] ;
Turismo reveja a sua posição serão tomadas. [email protected] ;
[email protected];
Esportes não olímpicos
[email protected];
e a nova lei esportiva
[email protected];
O congresso nacional está redigindo uma nova [email protected];
lei esportiva que em breve deverá ser votada. [email protected]
Como presidente da Associação Brasileira de
Parapente tive o prazer de ser convidado pelos
Deputados para fazer os ajustes finais no texto Cláudio Consolo é advogado e presidente da
do Estatuto do Esporte, que é como será cha- Associação Brasileira de Parapente, ex-presidente da Federação Paulista de Vôo Livre e milita
mada esta nova lei.
O que defendi em Brasília foi a necessidade de
se criar uma política específica para as modalidades que não são olímpicas, pois, estas são
em diversas áreas do direito inclusive no
desportivo. Contatos: (11) 36611478 email:
[email protected]
Estreito de Magalhães
Para começar a falar sobre a escalada do
Monte Sarmiento estabeleci aqui a cidade de Punta Arenas, no Chile, como ponto
de partida. Este é o centro urbano mais
próximo e conveniente para dar início à
jornada ao Monte Sarmiento.
Entre estes dois pontos, Punta Arenas e
Monte Sarmiento, são 145 Km de distância. É daí dessa cidade que vai sair toda
a estrutura dos acampamentos e escalada e, ainda que se passe alguns dias
andando pela cidade em busca de provisões e equipamentos, dificilmente se conseguirá enxergar o Monte, pois, sempre
está encoberto pelas nuvens.
Depois de comprar o necessário, embalar tudo, se organizar e dar as despedidas, o próximo passo é navegar parte do
Estreito de Magalhães, local de encontro
dos dois oceanos, Pacífico e Atlântico, até
o local de aceso ao Monte.
Com sorte de uma boa navegação, serão
10 horas consecutivas em linha reta para
o sul durante a noite, mas dependendo
da embarcação e tripulação a viagem
pode durar dois dias.
minhada. Nas vezes seguintes, depois de
conhecê-la melhor, esse tempo poderá ser
deduzido a 2 horas de caminhada para ir do
acampamento base ao acampamento 1.
Independente do tempo, o som ambiente
será sempre o da chuva e a cor predominante, cinza celeste.
Os primeiros 2,5 Km de trilha acompanham
o nível dos diversos rios da região, sempre
no contra fluxo, até o ponto em que começa
a subida. O desnível até aqui não passa de
20 metros e este ponto oferece, também,
poucas opções de trilha sendo que subir a
esquerda é quase natural.
A esquerda entende-se também como norte, por onde se sobem aproximadamente
160 metros de desnível por um caminho
aberto, sem bosque. Voltamos ao rumo leste, seguindo outra vez entre 60º e 75º por 2,5
Km até o local do acampamento 1, localizado a 550 metros sobre o nível do mar.
Acampamento 1
Diferente do local do acampamento base, o
acampamento 1 fica mais próximo de um
rio, sobre pedras e uma fina camada de
vegetação, numa área consideravelmente
menor, com 7 x 2 metros e que oferece proteção ao vento. É preciso estar atento às
raras opções de locais para montagem das
barracas, porque apesar de esta ser uma
área ampla, pouca são as plataformas protegidas dos ventos.
Em comparação com o acampamento base,
este lugar é duro e desconfortável. O piso
desnivelado é formado por grandes pedras
e uma fina camada de vegetação molhada.
As nuvens começam daí para cima deixando uma possível paisagem sempre escondida.
O Acampamento base
Do acampamento 1 em diante aumenta a
Depois de seguir exatamente 180º em verticalidade e agora as roupas, mochilas e
direção ao sul, pode-se optar pelos lados equipamentos devem ser preparadas para
oeste ou leste do Monte e nosso caminho uma escalada.
segue pelo leste de acordo com as explorações de 1998, 2002 e 2003.
Indo para o acampamento 2
Seno Negri ou Seno Magallanes. Este é A descrição a partir do acampamento 1 é
o lugar do campo base do Monte seguir para nordeste a 24º, 400 metros de
Sarmiento que é conhecido por um nome, distância e 90 metros de desnível, mas esou outro, dependendo do mapa que se tes números já não são tão necessários
usa.
uma vez que o acampamento 1 fica ao pé
O lugar reúne os melhores ingredientes da escalada, e a partir daí é possível seguir
que devem fazer parte de um pelo visual e para cima em busca do cume
acampamento base: um local plano, am- leste do Monte Sarmiento.O terreno é preplo, protegido dos ventos para se armar dominantemente gelo e neve, com exceção
barracas, a 100 metros da praia e a 20 dos primeiros metros que consiste em rometros do Rio Lovisato, fonte de água po- chas e vegetação úmidos.
tável.
Até o local do acampamento 2 são 500
metros de desnível distribuídos em menos
Indo para o acampamento 1
de 1000 metros de distância, ou seja, vertiA partir do acampamento base são pou- cal. Para esse trecho é importante fazer uso
cas as opções para onde ir, sendo que ir de grampons, e ao menos uma piqueta, e a
ao local do acampamento 1 é praticamen- direção, para cima. Além disso, a mochila e
te a única alternativa. O acampamento 1 o espírito devem estar prontos para o ambifica distante do acampamento base, apro- ente de montanha e seus imprevistos. Pás,
ximadamente, 6 Km de caminhada com sondas, bips, cordas e conhecimento são
também em torno de 550 metros de des- itens obrigatórios para aqueles que querem
nível, seguindo a leste uma direção entre voltar pra casa.
60º e 75º.
Caso seja optado por montar um
O trajeto é... um desastre natural. Uma acampamento 2, deve-se eleger o local deprova de resistência e paciência compos- pendendo das condições da neve e gelo.
ta por um bosque extremamente úmido Diferente do acampamento 1, não se estacom divertidos obstáculos da natureza, beleceu um ponto específico para este
como chuva, galhos, charcos, pedras es- acampamento e alguns itens são necescorregadias, frio e, dependendo da tem- sários, como: pás, pares de luvas extras de
peratura, neve. A trilha, que acabou se cri- borracha para se montar uma boa cova,
ando por nossa presença no lugar, pode barracas pequenas e técnicas para altituconsumir inicialmente até 4 horas de ca- de.
Ataque ao cume
A partir do acampamento 2 até o topo
do cume leste é só escalada. As condições da neve sempre são uma
surpresa, uma vez que o clima instável proporcionou diferentes condições a cada visita nossa, e para as
expedições que confirmaram outras
condições em seus relatórios.
O ideal pode-se dizer, seria encontrar gelo e neve estáveis, em um
ambiente de baixa temperatura, criando uma condição estável para que
a montanha não desmorone. Deixar
o acampamento cedo, ainda de noite, antes do sol nascer, também seria apropriado, mas para isso devese contar com a sorte de um bom
tempo, normalmente não encontrado nesta montanha.
Duas piquetas são agora necessárias bem
como grampons, alguns grampos de gelo
e principalmente estacas de 60 e 90 cm,
numa proporção de 3 por alpinista. Considere também todo o equipamento pessoal para se escalar, como capacete, cadeirinha, um rack com costuras, fitas, cordins,
mosquetões e o que mais for de seu costume para escalar.
Serão mais de 1000 metros até o cume
leste do Monte Sarmiento com alguns trechos verticais, algumas travessias e muitas partes acima dos 45º de inclinação.
O cume
Como se pode ver nas fotografias de
Stephen Venables, o cume é uma área
ampla que fica a aproximadamente 2.400
metros sobre o nível do mar. Das poucas
publicações encontradas, a maior parte traz
o Monte Sarmiento com uma altura em torno dos 2.400 metros e outras, em menor
quantidade, mostra o Monte Sarmiento
com 2.200 metros.
A descida é também um ponto preocupante
desta montanha. Costumo pensar que o
cume representa a metade da escalada
que termina de fato quando estamos de
volta no acampamento com segurança. No
caso do Monte Sarmiento, onde as condições se transformam com uma velocidade maior do que a média das montanhas,
é preciso estar atento às condições do gelo
e neve no momento da descida para que
se possa eleger a melhor forma e os melhores pontos de ancoragem para as cordas.
Referências
Distâncias:
São Paulo a Punta Arenas via estradas =
7.100 Km
São Paulo a Punta Arenas via aérea = 3.860
Km
Embarcações em Punta Arenas:
Veleiro Chonos
Nautilus Ltda
Rua Boliviana, 803 - Punta Arenas
Site: http://www.nautilus.cl
Cabo Tamar I
Jorge Gonzalez - Alejandro Gonzalez
Rua Saraha Braun, 1396 - Punta Arenas
Fone 56 61 282220
Coordenadas geográficas:
Punta Arenas - S 53º 10.000‘
W 070º
54.000
Acamp. Base - S 54º 28.322 W 070º
56.766‘
Início da subida - S 54º 27.922‘ W 070º
54.532‘
Acampamento 1 - S 54º 27.493‘ W 070º
52.809‘
Acampamento 2 - S 54º 27.213‘ W 070º
52.388‘
Referências bibliográficas:
Esfinges de hielo - Alberto M. De Agostini
Revista Desnível Nº 137 Fevereiro / 1998
Diário de viagem ao Monte Sarmiento e
Antártica - Nelson Barretta
Internet
http://www.extremosul.com
http://www.adventurephilosophy.com
http://www.libreriadesnivel.com
Imagens do Monte Sarmiento:
Extremo Sul, o filme
www.mountainvoices.com.br
O Ministério do Turismo passa por cima da legitimidade das entidades
esportivas nacionais e patrocina um processo de certificação no turismo
de aventura que afeta entre outros, os montanhistas.
O Ministério do Turismo está patrocinando um
processo de certificação no turismo de aventura, que além de ser incoerente, viola a autonomia das entidades nacionais de administração
dos esportes de aventura.
- o lugar
13
12
ecos + especial
Mountain Voices é um informativo bimestral
de circulação dirigida ao excursionismo brasileiro e patrocinado pelos anunciantes. Seu
objetivo é fomentar a pratica deste esporte no
Brasil, em suas várias modalidades:
montanhismo, escalada e espeleologia. Reprodução somente com autorização dos autores, e desde que citada a fonte. Não temos
matérias pagas. Frizamos que o excursionismo
expõe o praticante a riscos, inclusive de morte, que este assume deliberadamente. O uso
de equipamento de segurança, bem como o
acompanhamento de guia especializado, se
faz necessário, porém não elimina totalmente
o risco de acidentes.
Editores: Eliseu Frechou, Elizabeth B.
Frechou, Vítor B. Frechou e Artur B. Frechou.
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Foto da capa: Daniel J. Casas no Paredão dos
efeitos, São Francisco do Sul, SC. Foto: Eliseu
Frechou
Índice dos Números Anteriores
1. Será que o alpinismo já atingiu o seu cume?, O guia de montanha
e a experiência européia, Cuidado com a hipotermia, O que é mesmo
espeleologia?
2. Conjunto Pedra do Baú, Expedição Brasil-Everest 91, Pitons,
Alimentação natural, Meditação na escalada, Cordas e camelos,
Apuane.
3. Urca, Quedas e ejaculação precoce, Solo e sonho, Montanhismo
apolítico, Caparaó, II Sul-americano de escalada, Asas de nylon.
4. Anhangava, Montanhismo e neurolinguística, Escaladores x
meio-ambiente, Lesões nos dedos, Cerro Tolosa, Publicações da
SBE, Caraça.
5. Prateleiras, Porque o montanhismo ainda não se organizou?,
Expresso Paraná, E o vento levou, Ética, Travessia GarrafãoPapagaio.
6. Conjunto Marumbi, Quanto vale o Pão de Açúcar?, Excursionismo
consciente, Bóia-cross, Troglobionts?!, Half Dome clean, Ecologia
e política, Cho-Oyo, Canastra.
7. Serra do Lenheiro, Atalhos, Táticas esportivas, Crianças na trilha,
Peruaçu, Dicas para dias frios, Canoagem, Sua própria aventura.
8. Pico do Jaraguá, O caminho não percorrido, Ecoturismo,
Caminhos da mantiqueira, Agudo do Cotia, Pão de Açúcar face
norte, Mergulho na Santana, Kilimanjaro.
9. Brasília, Guia Ecológico, Ancoragens, Gruta do Janelão,
Congelamento, Caatinga.
10. Rio Grande do Sul, Segurança americana, Vale do Peruaçú,
Branco total, Petrópolis-Teresópolis.
11. Chapada Diamantina, Manual do Montanhista, El Capitan, A
escalada do Lanin, Topografia em cavernas I, Minas Gerais.
12. Dedo de Deus, Associação Carioca de Escaladores, Topografia
II, Duas antenas e uma parede, Europa, Conquista do Annapurna,
Itaimbezinho, Raio na Montanha.
13. Serra da Capivara, Acima da neve, Face norte da Pedra do Baú,
Toca da Boa Vista, Serra Fina.
14. Pico das Agulhas Negras, Carrapato, Alpes, Grampear ou não
grampear, Monte Roraima.
15. Morro de Pedreira, Ibitirati em solo, Pelo mundo afora, Fotografia,
Canoagem, Espectro de Brocken.
16. Bragança Paulista, Cachoeira da Fumaça, Canoagem,
Orientação.
17. Florianópolis, Itararé, Paraglider, Aventura nas veias, Nepal,
Curso UIAA.
18. Pico Paraná, Curso UIAA, I Congresso Brasileiro de
Montanhismo, Nepal.
19. Pão de Açúcar, Alain Renaud, Trango Tower, Treinamento
esportivo I, Serra do Cipó.
20. Visual das Águas, Nas encostas não tão solitárias do Everest,
Treinamento esportivo II, GPS, Proibir ou pagar?
21. Lapinha, Bernd Arnold e Kurt Albert no Brasil, Retrospectiva 93,
Marins-Itaguaré, Dinossauros no Anhangava, Bolívia.
22. Buraco do Padre, Canyoning no Cipó, Bito solitário no Baú, Para
que morrer?, Aventuras no Garrafão, Crazy Muzungus, Pedra Branca
de Pocinhos.
23. Sertão de Pernambuco, Os Descaminhos da escalada no Brasil,
Cipó x 5.13, Salathé free, Pedra Selada de Mauá.
24. Ana Chata, K2, Quedas de guia, Ibitirati, Serra da Bocaina.
25. Bahia, Bolívia, Half Dome, Gullich, Morro da Meia-Lua.
26. Pedralva, El Capitan, Los Gigantes, Criar e reciclar, Itajubá.
27. Pedra do Segredo, Guarujá, Serra da Guarita, Canyoning, Bolts
from the blue, A maior rota de Minas.
28. Itacoatiara, Patagônia, Cerro Torre, Meteorologia, Medo de cair,
Morro do Tira-Chapéu.
29. Pico do Papagaio, Everest pirata, Mal de altitude, Acidentes em
campeonatos, Serra do Caraça.
30. Espirito Santo, Graduação artificial, Normas para equipamentos,
Santa Rita do Jacutinga, Trilha Inca.
31. Guaraiúva, Na linha de fogo, Pequenas notáveis I, Illimani, 6000
metros na Bolívia, Itambé.
32. Arenito gaúcho, Montanhismo e Internet, Estilo alpino no Himalaia,
Pequenas notáveis II.
33. Nova rota no Marumbi, Solução Suicída, Huayna Potosi, Morro da
Formiga, Trekking na Canastra, Monte Verde.
34. Morro do Cuscuzeiro, Torres del Paine, Face sul do Corcovado,
As maiores montanhas do Brasil, Perú.
35. Salinas, Escalando nas cavernas, Solitárias na Pedra do Baú,
Sites de montanhismo na WEB, Tour na Europa, Serra da Cangalha.
36. Santa Catarina, Reformas no Anhangava, Monte Vinson,
Campeonato Panamericano, Guaraú, Carta aos Montanhistas.
37. As agulhas do Espírito Santo, Conquista dos Cinco Pontões, Fator
de Queda, Aventuras no Equador, Agarras e Ética, Rapel - um grande
equívoco.
38. Jardim botânico do Rio, Projeto Sete Cumes, Serra Fina, Bragança
Paulista, Jordânia, Corpo de Socorro em Montanha
39. Pedreira do Dib, Eiger, Ilha Bela, Pedra do Moitão, Guaraiúva,
Campo-escola 2000.
40. Pedra da Divisa, Monte Elbrus, Fator humano, Escaladas em rocha
no Chile, Trekking do Everest, Convite à Aventura.
41. São Luís do Purunã, Bolívia, Sintonizando a cordada, Nosso futuro
comum, Federações?
42. Vista Aérea, Travessia Marins/Itaguaré, Dedo de Deus, Face Sul
do Aconcágua.
43. Pedra do Índio, Trekking no Kilimanjaro, Apagando uma luz falsa,
Realidade Vertical, Espanha, Acidente no Aconcágua.
44. Big Wall na Serra dos Órgãos, Torres del Paine, Rocha e gelo nos
Andes, Pico do Baiano -nova rota de 1000m, Trekking ao Focinho
D’Anta.
45. Calcário em Minas Gerais, Projetos de escalada, Perigos do
Gelo, Terra de Gigantes, Patagônia, Pedralva, Pedra do André,
Corcovado de Ubatuba.
46. Torres de Bonsucesso, Elbsandstein, Illimani, repetição da Ecoxiitas, novos clubes de montanhismo.
47. Falésias do Quilombo, El Capitan, Pico do Cuscuzeiro, Terra
Brasileira (Pedra do Sino), Resgate na Ouro Grosso, Como são as
competições esportivas.
48. Conquista no Corcovado, Cerro Plata, Dedo de Deus, Treinamento
Esportivo, Montanha e mau tempo, As Pedras esquecidas do Rio de
Janeiro, Castleton Tower, Morro do Carmo.
49. Camboriú, Conquistas Brasileiras em Cochamo,Garrafão,
Aconcágua, Pico do Trabijú.
50. Morro do Camelo, Tipos de Mosquetão, Imprudência Rapeleira,
Pico do Baiano, Patagônia, Superagüi.
51. Falésias do Serrano, Avaliação Física, Europa, Íbis em Solitário,
Mont Blanc, Rapel, Chapadão da Babilônia.
52. Anhangava, The Diamond, Blocantes, Guia de Montanha, Caraça,
Marins-Itaguaré.
53. Guaratiba, Mulheres no Marumbí, Nordeste do Itabira, Costa
Rica, Caderno Indoor
54. Rotas Piratas, Pedra da Boca, Baudrier e Loop, Patagônia, Bagé,
Caderno Indoor.
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União, Entalando-se Fácil, Caderno Indoor.
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do Paraíba, Gruta dos Três Lagos, Caderno Indoor.
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Caderno Indoor.
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Indoor.
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Grande do Sul, Anti-inflamatórios, Travessia da Serra Fina,
Internacional, Indoor.
60. São Luis do Purunã, Serra da Capivara - PI, Maria Comprida, Dor
na Escalada, Trekking ao Pico da Neblina - I, Internacional, Indoor.
61. Escalada Tradicional, Os Segundos Sete Cumes, Slack Line, El
Chorro - Espanha, Eclipse Oculto - Pedra do Sino, Trekking ao Pico
da Neblina - II, Internacional, Indoor.
62. Salto Ventoso, Novas rotas na Paraíba, Copa do Mundo de
Escalada, Campos Gerais - PR, Crazy Muzungus, Trekking à Pedra
do Sino, Internacional, Indoor.
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Conquistas na Bahia, Travessia da Serra Fina, Internacional, Indoor.
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Controle mental, Pico da Bandeira-ES, Internacional.
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Internacional.

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