Mais luz na co

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Mais luz na co
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Muitas emoções!!!
Carta ao Leitor
A largada da safra 2008/2009 deu-se em clima de fortes
emoções. A agitação dos preços das commodities deixou o
mercado nervoso, o que na opinião do executivo Eduardo Farias
(o entrevistado dessa edição), é sinal de oportunidade. A opinião
é compartilhada por outro executivo, Fernando Perri, Usina
Campestre. “O ano será de oportunidades”, disse-me Perri.
Já o empresário José Pessoa de Queiroz Bisneto, da CBAA,
confidenciou-me que o ano será “engraçado”, traduzindo: o sobe
e desce dos preços fará a alegria de uns e a tristeza de outros.
A CanaMix se propõe a ajudar os executivos do setor a conquistar
um lugar no time dos que ficarão felizes em 2008, pelo menos
já estamos ajudando o pessoal a relaxar, até mesmo quando são
procurados para dar entrevista. O executivo Carlos Liboni, da
Smar, ficou animado quando liguei para falar a respeito de uma de
suas paixões, o futebol. “Quer dizer que não é aquelas perguntas
cansativas sobre o setor?”, admirou-se. “Gostei, é diferente”,
disse Liboni.
O trader Luis Silvestre também ficou espantado quando falei
sobre gastronomia: “Não é pergunta de mercado de açúcar?
Que ótimo”, declarou. A CanaMix já está até mudando a rotina de
Carminha Ruete, nossa colunista de moda. Ela me contou que os
amigos querem saber o que devem fazer para aparecer na lista
dos mais elegantes.
E tem até executivo ligando para a Carminha para saber com que
roupa vai à festa. “Sou muito amigo da Carminha e quando li a
matéria Estilo, onde ela vai falar sobre moda, liguei para brincar
com ela e dar os parabéns. Muito boa à idéia de produzir um
veículo de comunicação mais solto. O setor estava precisando”,
comentou Roberto Malzoni Filho, diretor da Usina Santa Fé.
Se depender da CanaMix o ano terá muitas emoções, mas todas
de excelente qualidade.
Luciana Paiva
editora
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SUMÁRIO
Mercado
3
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O Brasil dá as cartas
Negócio
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A Petrobras quer ser
parceira do setor
Carta ao Leitor
Entrevista: Eduardo Farias - presidente do grupo Antônio Farias
Jogo Rápido: “Araçatuba já é a capital mundial sucroalcooleira”
Investimento: O apetite é o mesmo
Matéria de Capa: Contradição mineira - governador Aécio Neves
Negócio Sustentável: Bem-estar no campo
Economia: As estratégias pernambucanas para continuar no jogo
Gestão Sucroalcooleira: Avanços tecnológicos versus atraso gerencial
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Eventos
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Pré-Show
Tecnologia
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Mais luz na co-geração
Sonho de Consumo: Finos, leves e eficientes
Eventos: A semana da cana em Araçatuba
Eventos: O parque dos CanaSauros
Eventos: Exposição de tecnologia
Exclusiva: Jornalista da CanaMix salva o presidente da Clealco
Estilo: Ternos & Cia - Carminha Ruete
Bom Apetite: Fácil rápido e gostoso
Qualidade de Vida: Barriguinha teimosa
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Eduardo Farias
“Nossa bandeira deve ser
a isonomia tributária”
O CEO do grupo
Antonio Farias
defende a isonomia
tributária para o
álcool, questiona
a não-liberação da
cana transgênica
e gosta de viver
fortes emoções
Luciana Paiva
“O mercado interno é
precioso.
Precisamos cultivá-lo.
Oferecer o atendimento
que se espera de uma
empresa fornecedora”
E
duardo Farias, presidente do grupo
pernambucano Antonio Farias, gosta
de viver fortes emoções. Nas horas de
folga se diverte ao volante de seu kart, tem
até uma equipe, a Ecoçúcar que participa
do campeonato goiano de kartismo. É
lazer, mas também um teste que envolve
estratégia, arrojo, sangue-frio, sagacidade,
sabedoria e decisão, tudo acionado em
segundos, um erro pode custar a vitória ou
até mesmo a continuidade na corrida.
Emoções não muito diferentes das
proporcionadas pelo mundo dos negócios.
“O rally dos preços das commodities nestes
últimos meses está empolgante”, declara
o presidente de um dos grupos nacionais
que apresenta mais fôlego nesta fase de
globalização do setor sucroalcooleiro.
Formado em economia e administração de
empresas, Eduardo está à frente do grupo
há mais de 30 anos. Seu estilo de gestão é
marcado pela diversificação dos negócios:
agropecuária, fruticultura, concessionárias
de veículos, ecoturismo e preservação
ambiental. É também um expansionista, o
grupo possui dez unidades sucroalcooleiras
(quatro em instalação), distribuídas em
cinco estados. A previsão total de moagem
para a safra 2008/09 é de 10,6 milhões de
toneladas de cana, para 2010 são esperados
16 milhões de toneladas.
Gostar de fortes emoções não significa viver
perigosamente, por isso Eduardo mescla
ousadia e planejamento para que o grupo se
adapte à realidade da economia globalizada
e aproveite as oportunidades oferecidas pelo
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mercado. O resultado tem dado certo, tanto
que, neste momento de concentração no
setor o grupo Antonio Farias se apresenta
como um comprador de usinas. Conversei
com Eduardo antes de sua palestra no
evento Sugar and Ethanol Brazil 2008,
promovido pela F.O.Lichts, neste mês de
março em São Paulo, foram apenas alguns
minutos, mas com informações relevantes
e posições inteligentes. Confira:
CanaMix – Como analisa o atual momento
do setor sucroalcooleiro?
Eduardo – Já esperávamos essa queda
de preços vivida atualmente pelo setor.
Os preços das commodities sempre são
cíclicos, apresentam grandes oscilações
e qualquer grupo empresarial deve estar
preparado para mudanças.
É preciso ter poder de análise, não
se deixar levar pela euforia, detectar
circunstâncias e se precaver de períodos
difíceis. Quem consegue minimizar os
danos em épocas de preços baixos pode
até conseguir uma posição vantajosa no
mercado desfavorável. Mercado nervoso
é mercado de oportunidade, é para quem
tem conhecimento. É preciso ficar atento a
tudo, acompanhamos o câmbio e fazemos
projeções da cotação do dólar para o futuro,
travamos o dólar a R$1,78. Começamos o
ano com 60% de nossa produção de açúcar
fixada. E estamos participando desse
rally que o mercado está proporcionando,
quando o açúcar entra em queda, entramos
comprando, quando em alta, vendemos.
CanaMix – E as perspectivas para o ano
de 2008?
Eduardo – O ano não será um mar de
rosas. A oferta está chegando junto com a
demanda. O feeling de nosso grupo é que
haverá uma janela favorável de exportação
para os Estados Unidos, mas o nosso
grande mercado é o interno. Por isso,
precisamos cultivá-lo e cuidar muito bem
dele. Fazer o que se espera de uma empresa
fornecedora. E a nossa grande bandeira
para 2008 deve ser a isonomia tributária.
Cinco governadores, apenas com uma
“canetada” podem aumentar o consumo
de álcool hidratado em 7 bilhões de litros.
Junte o consumo de Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Distrito Federal
e Santa Catarina, basta reduzir a alíquota do
ICMS. Veja a contradição que acontece em
Minas Gerais, o segundo maior produtor
de cana é o último em consumo. Por esse
motivo chamamos Minas, carinhosamente,
por Frankenstein do setor. E o Rio de Janeiro
já tem os royaltees do petróleo, que são
muitos. Se desonerar o álcool deixará o
setor de cana fluminense mais competitivo.
Depois de muita luta conseguimos que
o Distrito Federal sinalize a redução de
alíquota, o que representa muito para os
“Cinco
governadores,
apenas com
uma “canetada”
podem aumentar o
consumo de álcool
hidratado em 7
bilhões de litros”
produtores de álcool de Goiás.
CanaMix – O grupo já conta com seis
unidades em Goiás. E o senhor já está sendo
chamado de o “Rei da Cana” no estado.
Eduardo – Não, nada desse negócio de
rei da cana... (risos). Realmente, fomos os
primeiros a investir em Goiás. Percebemos
as boas chances, muita terra e de boa
qualidade, mercado consumidor, topografia
plana. Vimos que não estávamos errados
e ampliamos os investimentos. Mas com
a expansão e visando o mercado externo
para o álcool, investir em logística será
fundamental para aquela região, construir
estradas, ramais de ferrovias e o alcoolduto.
Este último não é obra do governo, mas
de três grupos privados interessados em
realizar a construção, queremos saber se
a Petrobras vai mesmo fazer isso, caso
contrário, nos informe para que toquemos
as obras.
CanaMix – Por falar em Petrobras, a
empresa anunciou que investirá na produção
de álcool em Pernambuco, o seu estado.
Eduardo – Sim, será na área do Canal
do Sertão. Participei do encontro que
o governador de Pernambuco Eduardo
Campos teve com a Petrobras e o grupo
japonês Toshi para viabilização do projeto. O
Canal do Sertão não é uma invenção, vamos
copiar exatamente o modelo da Agrovale
que irriga sua produção com as águas do
São Francisco. Já nos inscrevemos para
instalar uma unidade na região. Pernambuco
tem uma facilidade logística e portuária
fantástica e vai melhorar, fazemos parte do
consórcio que construirá o terminal híbrido
de açúcar em Suape, tanto para açúcar a
granel como em sacas.
CanaMix – Quais os motivos que o levaram
a investir no estado do Acre?
Eduardo – A Álcool Verde, começa a
moer este ano, a expectativa de moagem
é de 1,5 milhão de toneladas. É a primeira
das três unidades que vamos instalar
no Acre. Quando decidimos incorporar
essa unidade enxergamos o que poucos
viram: uma região escassa de produto, e
por estarmos mais próximos a redução
no frete será de R$0,30 a R$0,32 por
quilômetro. Além disso, futuramente,
vamos utilizar a ligação do Brasil com o
Oceano Pacífico, por meio da rodovia que
vem sendo construída entre o Acre e o Peru
- a Interoceânica Sul -, para exportar álcool
aos países da Ásia, principalmente o Japão.
A rodovia passa na porta de nossa unidade
e ganharemos de 15 a 17 dias no frete em
relação aos concorrentes. Hoje, a logística
de distribuição é um diferencial para se
manter competitivo no mercado. A Álcool
Verde é a maior empregadora da cidade de
Capixaba e desenvolve também seu lado
ambiental, vai co-gerar energia e fornecer
para a região que utiliza diesel para obter
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energia elétrica. Vamos co-gerar o ano
todo, na entressafra utilizaremos as aparas
de madeira, um resíduo que tem provocado
problemas ambientais na região.
CanaMix – Como o senhor olha a entrada
dos Estados Unidos nas pesquisas para o
desenvolvimento do etanol celulósico?
Eduardo – Eles estão certos, é por meio
de investimentos em pesquisa e tecnologia
que aumentamos a competitividade. Estão
investindo US$ 1,5 bilhão ao ano em
pesquisas. Vai ser muito difícil competir.
E as autoridades brasileiras não ajudam,
pois temos cerca de oito cultivares de cana
transgênica, um patrimônio desenvolvido
por nossos cientistas, que vai possibilitar
maior competitividade, produzir mais em
menor área, e o Ministério do Meio Ambiente
não libera. Não sei por que. Já que é para
a produção de álcool combustível, não é
alimento. Outra pesquisa que cinco grupos,
entre eles o nosso, estão interessados em
investir é na tecnologia que permite os
motores ciclo-oto que consomem GNV
ou diesel passarem a utilizar uma mistura
composta de 85% de etanol e 15 de diesel,
com perda de capacidade de 2 a 3% em
eficiência. Essa tecnologia vai atender
as frotas das usinas e representaria um
“Não sei por que
razão o ministério
do Meio Ambiente
não libera
nossos cultivares
de cana
transgênicas”
consumo de 3 bilhões de litros de álcool.
Mais uma opção para equilibrar o mercado
de álcool.
CanaMix – E quais as oportunidades no
mercado externo?
Eduardo – Elogio o trabalho que a Unica e
seu presidente Marcos Jank vêm realizando,
abrindo escritórios de representação
em pontos estratégicos do mundo, e a
interlocução com produtores e governo. O
que pretendemos é que o etanol deixe de
ser visto como uma opção tupiniquim ou
uma coqueluche americana e passe a ser
uma saída de sobrevivência ao petróleo. O
Japão em relação ao álcool é sempre uma
promessa, promessa... Lá há uma briga entre
duas tradings para decidir quem vai dominar
o negócio, devem chegar a uma parceria,
mas a decisão segue a ritmo lento. O que o
Japão faz, a Coréia copia e a China quando
pode faz igual. A Índia é uma incógnita, sua
desorganização afeta a cadeia produtiva do
mundo, mas é concreta a informação de
que vai utilizar etanol. O mercado asiático
virá, mas precisamos respeitar o ritmo dos
orientais. Também devemos estimular a
produção de álcool em outros países. Por
mais dificuldades que tenhamos para abrir
mercado, estamos famintos por eles. Esse
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O Brasil dá as cartas
Executivos internacionais estão
cada vez mais interessados em
informações sobre a indústria
sucroalcooleira brasileira e
o seu mercado doméstico e
internacional
H
á vários anos, a produção de cana no
Brasil e o consumo interno de álcool
coordenam o mercado mundial
de açúcar. Mas, durante a conferência
F.O. Lichts - 4th Sugar and Ethanol Brazil,
realizada no início deste mês de março
na capital paulista, foi possível conferir
também a influência mundial do Brasil em
relação à energia renovável. A presença de
estrangeiros no evento foi quase maioria.
Nervosos com as reviravoltas no mundo
das commodities, os executivos (muitos
eram de tradings e fundo de investidores)
dividiam a atenção entre as palestras
proferidas por especialistas do setor, e as
telas das bolsas de mercadorias exibidas
em seus notebooks. Os temas sobre álcool
de celulose, tecnologia da gaseificação de
bagaço e cultivo transgênico interessavam,
mas a platéia queria mesmo saber sobre
os números da safra brasileira, o ritmo dos
investimentos de novos projetos e como
será o mercado mundial para o etanol.
A projeção segundo a Datagro – a
safra já começou no Centro-Sul, e a Unica
– União da Indústria da Cana-de-Açúcar –
ainda não divulgou sua expectativa. Durante
a conferência da F.O Lichts foi o consultor
Plínio Nastari, presidente da Datagro quem
apresentou suas estimativas. De acordo
com as previsões da Datagro, a colheita
da safra 2008/09 deverá ser de 532,5
milhões de toneladas, um crescimento de
9,7% sobre o ciclo anterior (485,5 milhões
de toneladas). O consultor explicou que
a expansão reflete os investimentos em
novos projetos de usinas no País. Afirma
ainda que a nova safra será alcooleira, o
mix de produção nacional deverá ficar em
55,9% para o álcool, ante os 54% do ciclo
2006/07, e do Centro-Sul, representante de
Cada vez mais os eventos sobre o mercado sucroalcooleio atraem a atenção dos estrangeiros
85% da produção nacional, 57,4% da canade-açúcar se destinará ao etanol e 43,2%
ao açúcar. Nastari comentou que a menor
renda do setor em 2007, e o aumento dos
custos de produção levaram várias unidades
a não renovar os canaviais, porém, a área
reduzida de renovação não tem reflexos na
safra atual, vai impactar a safra de 2009 e
poderá equilibrar o mercado.
O mercado mundial de etanol –
Christopher Berg, diretor da consultoria
alemã F.O.Licht, promotora do evento,
informou que a produção mundial de álcool
nesta próxima safra está prevista entre 70 a
75 bilhões de litros, com um consumo global
de 60 a 62 bilhões de litros. O Brasil deverá
exportar 4 bilhões de litros, alta de 14,2%
sobre o ciclo anterior. Deste total, metade
deverá ser embarcado para os EUA. A União
Européia comprará cerca de 1,2 bilhão de
litros. Para o mercado global de açúcar,
que cresce 3% ao ano, as consultorias
não prevêem surpresas. Atualmente, os
preços estão firmes, impulsionados por
movimentos de fundos nas bolsas.
Mercado interno e janela nos Estados
Unidos – consultores, traders e executivos
sucralcooleiros foram unânimes ao
Nastari:
“as áreas
de não
renovação
vão impactar
a safra
2009”
apontar o mercado interno como o grande
trunfo do setor em 2008, podendo surgir
uma janela no mercado americano. “A
demanda e o consumo de etanol nos
Estados Unidos estão muito próximos,
qualquer problema climático pode reduzir
a produção”, espera Fernando Perri, CEO
da Usina Campestre e um dos palestrantes
da conferência. Enquanto a janela não
se abre nos Estados Unidos, por aqui os
veículos flex vão fazendo a sua parte. A
Petrobras anunciou que neste mês de abril
o consumo de álcool passará o da gasolina
o que não acontece no País desde o auge
do Proálcool. O diretor de Abastecimento
da Petrobras Paulo Roberto Costa disse
que o aumento do consumo do álcool em
razão do incremento nas vendas do carro
flex é inexorável, e sem retorno, frente à
possibilidade de escolha que o consumidor
faz na bomba, a opção é dele. “Isto está
nos levando ao aumento da exportação de
gasolina”. De acordo com informações da
ANP, em janeiro de 2007 foram consumidos
no país 1,5 bilhão de litros de gasolina e
1,1 bilhão de litros de álcool (anidro e
hidratado). Em janeiro último, a diferença
era de apenas 49 milhões. . E a Fenabrave
(Federação Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores) também divulgou
que as vendas de automóveis e veículos
comerciais leves chegaram a 220.991
unidades em março, superando o mês
anterior em 15,65% e o mesmo mês
de 2007 em 20,24%. Os veículos flex
representaram 86,88% desses veículos.
A Fenabrave projeta o emplacamento de
5.063.421 unidades até o final do ano - um
novo recorde do setor.
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“Araçatuba já é a capital mundial
sucroalcooleira”
Maluly Netto, prefeito de
Araçatuba, incentiva a
expansão da agroindústria
na região e diz que o
principal atrativo da cidade
é sua infra-estrutura
J
orge Maluly Neto nasceu na cidade
paulista de Fartura, em 1931. Em
1951, quando ainda cursava medicina
no Rio de Janeiro, sua família atravessava
sérias dificuldades financeiras, e chegou
a interromper a faculdade para voltar ao
trabalho e ajudar nas despesas. A convite
do colega de faculdade, José Carlos
Faria, foi passar uns dias na fazenda dos
seus pais na cidade de Mirandópolis, no
Noroeste Paulista. Ao passar por Araçatuba,
na época com 59 mil habitantes, Maluly
confessa ter tido “uma doce sensação”. Na
fazenda conheceu a irmã de José Carlos,
Therezinha. E também recebeu o conselho
de Oswaldo Brandy de Faria, pai de seu
amigo, para voltar à faculdade, pois era lá
que encontraria a corda para salvar seus
pais e consolidar sua vida. Foi o que fez,
retornou à faculdade, agitou como líder
estudantil e formou-se médico. Em 1957,
voltou a Mirandópolis, assumiu o posto
de cirurgião no hospital da cidade, casouse com Therezinha, entrou para a vida
pública – é o único político do país com
12 mandatos consecutivos – e até foi dono
de usina, a Altamira. Atualmente, exerce
seu segundo mandato como prefeito de
Araçatuba e durante a Feicana recebeu-nos
para esta entrevista.
CanaMix – Quais os motivos que levam o
senhor a ser um incentivador da expansão
canavieira na região de Araçatuba?
Maluly – Desde a época do Proálcool
acreditei se tratar de um produto fantástico.
O ex-presidente norte-americano Bill
Clinton disse ao Fernando Henrique
Cardoso, ‘cuide bem do programa de
álcool, que ele vai salvar o Brasil’. Ele
está certo. A cana-de-açúcar trouxe para
a região desenvolvimento, geração de
renda, melhoria de vida. Há 30 projetos em
execução no Noroeste Paulista. E Araçatuba
é o centro de referência da região. A cana
não traz só as usinas, mas também as
empresas fornecedoras. Já recebemos 40
empresas ligadas ao setor, só em 2007
foram 20 mil novos empregos e R$ 180
milhões em investimentos.
CanaMix – E o que Araçatuba tem feito
para se tornar a nova capital mundial
sucroalcooleira?
Maluly – Se tornar não, já é a capital
mundial sucroalcooleira. A região Noroeste
de São Paulo tem 82 usinas sucroalcooleiras,
fechou 2007 com 125 milhões de toneladas
processadas. E em 2008, 13 novas unidades
devem entrar em operação, ultrapassamos
o Nordeste Paulista. Pratico uma política de
incentivos fiscais, o ISS cobrado é de 2%, e
criamos setores industriais com toda infraestrutura. No entanto, o maior atrativo é a
própria Araçatuba, uma cidade às margens
da rodovia Marechal Rondon, com 100% de
esgoto tratado, água encanada, coleta de
lixo, inclusive, temos usina de reciclagem.
hospital público, postos de saúde, remédio
gratuito, escolas municipais de excelente
nível e várias opções de lazer.
CanaMix – Em Ribeirão Preto o setor sofre
grande rejeição por parte da população,
principalmente quanto à queima da cana,
como é em Araçatuba?
Maluly – Aqui, não temos um Promotor
(Marcelo Goulart) que odeia a cana como
Ribeirão Preto tem.
Então aqui não há rejeição. Mas claro que
trabalhamos em parceria com o setor para
o desenvolvimento de práticas sociais e
ambientais responsáveis, mas tudo por
meio do diálogo, sem radicalismos.
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O apetite é o mesmo
Os investimentos da Clean Energy Brasil
na agroindústria canavieira continuarão em alta em 2008
Os baixos preços dos produtos canavieiros
em 2007 provocaram casos de não renovação
nas áreas de cana, postergação de projetos
de novas unidades e até aborto de outros.
Enquanto isso, a Clean Energy Brasil (CEB)
anunciou em dezembro passado, a captação
de 20,8 milhões de libras esterlinas, por
meio de a emissão de 21,9 milhões de ações
ordinárias na Bolsa de Londres. O montante
representa mais de US$ 40 milhões que
serão integralmente aplicados em usinas
brasileiras. Sinal de que este grupo de
investidores não se deixou levar pelo clima
de pessimismo.
Marcelo Diniz Junqueira, diretor executivo
da CEB, explica que o mercado
sucroalcooleiro tem uma
característica muito
particular, que é ser de longo prazo, já que
uma usina leva no mínimo cinco anos para
operar com capacidade plena de moagem.
Ou seja, qualquer plano de investimento
de novas usinas mira um mercado futuro
e os investidores que decidem apostar
nesse segmento têm isso muito claro. Por
outro lado, existem usinas em operação
plena, mas que muitas vezes estão com
sua produção negociada previamente, o
que reforça essa característica de mercado
futuro. Por conta disso, as decisões de
investimento não estão atreladas a situações
momentâneas, como a queda dos preços de
uma determinada safra, conforme ocorreu em
2007. A redução nos preços, diz Marcelo,
deveu-se em grande parte, da atuação
da Índia que gerou um grande estoque
excedente de açúcar para exportação
decorrente de uma política interna
e pontual de incentivos implantada
pelo governo. “O que importa é a
demanda futura de açúcar, etanol
e a capacidade do Brasil em se
manter como principal exportador
mundial desses dois produtos”,
salienta.
A rejeição mundial ao etanol
é pouco provável – “Fazendo
uma análise fria, o próprio
mercado interno de carros flex
já justifica os investimentos”,
afirma o diretor da CEB. Em
2007, a produção e venda de
Marcelo Junqueira:
“o mercado interno de
carros flex já justifica os
investimentos”
automóveis no Brasil foi recorde segundo a
Anfavea e a Fenabrave. Foram 2,97 milhões
de unidades produzidas, sendo que 86%
desses carros saíram das fábricas aptos a
consumir o etanol como combustível. “Em
suma, se no pior dos cenários as portas do
mercado mundial não se abrirem para o etanol
o mundo continuará consumindo açúcar
e apenas os carros flex do Brasil já serão
responsáveis por absorver a produção de
álcool” analisa Marcelo, ressaltando que essa
rejeição mundial ao etanol é pouco provável,
já que o petróleo é uma fonte esgotável de
energia e extremamente poluente, o que vai
contra todas as tendências de preocupação
com o meio ambiente e sustentabilidade.
Tirando a euforia natural que ocorre em
qualquer mercado com superexposição,
Marcelo acredita sim que os investimentos
vão continuar, mas haverá um filtro entre os
gestores de capital que apresentam planos
consistentes e aqueles que estão seguindo
um modismo sem saber ao certo por que.
O que atrai os investidores – atrair
investidores e com isso, obter capital para
crescer e garantir uma fatia no mercado
de bioenegia tem sido uma das opções
das empresas sucroalcooleiras. Segundo
Junqueira, os principais requisitos que atraem
os investidores certamente é a credibilidade
na gestão profissional do negócio, incluindo
aí transparência, governança corporativa,
processos bem-definidos e metas
estabelecidas a médio e longo prazo para
retorno sobre o investimento. “Obviamente
as vantagens do Brasil neste setor têm atraído
muitos investidores, mas ninguém aportará
capital sem a garantia de que haverá uma
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Luiz Guilherme Zancaner,
presidente da Unialco SA
controladora da holding
Unialco MS: parceria para
crescer mais
boa administração e, consequentemente,
retorno sobre o capital aplicado”.
A morosidade nos investimentos de logística
no País não preocupa a CEB, Marcelo
ressalta que a logística é fundamental para
o sucesso do álcool como combustível
global. Não somente a logística de
exportação, da mesma forma a logística de
distribuição nos países importadores. No
entanto, todo o investimento em logística,
seja ele feito por empresas estatais
tipo a Petrobras ou empresas privadas,
deverá ocorrer no prazo natural que este
tipo de investimento ocorre. “Por ser
um investimento de capital intensivo as
decisões não são tomadas rapidamente.”
A estratégia de parceria continuará – a
CEB vive um momento de estruturação dos
investimentos realizados ao longo do ano. O
mais recente deles foi a aquisição, por US$
64 milhões, de 33% da holding Unialco MS,
que controla a Usina Alcoolvale e um projeto
greenfield, ambos em Mato Grosso do Sul.
No mesmo Estado mantém um investimento
na Usina Pantanal, em Sidrolândia, que deve
entrar em operação na safra 2009/2010
com capacidade de moagem de 2 milhões
de toneladas de cana-de-açúcar. Também
investiu na aquisição de 49% das ações da
Usina Usaciga, de Cidade Gaúcha (PR), e
em outras três unidades situadas em Santa
Mônica (PR), Santa Fé (GO) e Eldorado
(MS), também como acionista minoritário.
Essas usinas já processam juntas, 8 milhões
de toneladas de cana-de-açúcar. Marcelo
afirma que esta estratégia de negócios
continuará sendo mantida. “As principais
usinas de açúcar e etanol pertencem a
famílias tradicionais, que estão neste
segmento há muitas gerações e detém um
profundo conhecimento do negócio. A Clean
Energy Brazil acredita em projetos que têm
potencial de crescimento. Por isso além de
o aporte de capital, fornecem consultoria de
administração e gestão, melhores práticas, e
suporte necessário não só para a produção,
mas também logística e comercialização”,
informa Marcelo concluindo que a
expectativa da CEB é elevar a capacidade de
moagem para 30 milhões até 2017.
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“A Petrobras quer ser parceira do setor”
A estatal reafirma que o negócio dela
é petróleo, que o álcool é um
complemento, e que se dispõe
a ser parceira do setor
na missão de transformar
o álcool em commodity
A novela sobre a participação da
Petrobras no negócio do álcool
começa a ganhar contornos mais
emocionantes. Durante o Simpósio
Internacional Datagro/Udop realizado
em Araçatuba nos dias 25 e 26 de
fevereiro, Luthero Moreira, da gerência
de comercialização de álcool e
oxigenados da Petrobras, afirmou que
“a Petrobras quer ser parceira do setor
na missão de transformar o álcool em
uma commodity”. Luthero lembrou os 35
anos de “casamento” da estatal com o setor
sucroalcooleiro, disse que os momentos
mais conturbados dessa relação deveram-se
muito ao fato de a Petrobras ser uma empresa
de petróleo extremamente conservadora e,
por isso, havia muita restrição de se investir
em combustíveis renováveis. “Em parte
ainda há, mas a realidade mudou, mostra
que a direção não está mais apenas para os
combustíveis fósseis. Empresas de todo o
mundo vem nos procurando para saber mais
sobre o álcool, e isso foi um grande estímulo
para entrarmos no setor. A Petrobras é a
primeira empresa de petróleo no mundo que
tem um foco em biocombustível”, conta. A
procura por informações parte de países que
querem, principalmente, desenvolver sua
zona rural por meio da produção de álcool.
Luthero explica que, são países produtores de
petróleo como a Nigéria ou não-produtores
como é o caso da África do Sul. “Eles se
inteiraram em relação à renda e empregos
gerados no campo pelas empresas da área
“O principal negócio da Petrobras continua sendo o petróleo”, afirma Luthero
canavieira e querem reproduzir o modelo
em seus países.” O executivo revela que a
Petrobras tem sido procurada pelos 30 anos
de experiência em logística de abastecimento
e a estatal reconhece que o álcool é um
sucesso a ser reaplicado em outros países.
Produção de álcool para o mercado
externo – atualmente, em relação ao álcool
o Japão é o grande foco da empresa. Para
isso vem sendo criada uma empresa para
produção e administração do álcool e que
será independente da holding Petrobras.
“Não vamos plantar cana, a estatal não será
um grande grupo sucroalcooleiro, teremos
uma participação acionária minoritária,
em torno de 15% em usinas produtoras
exclusivamente de álcool e para exportação,
nenhuma gota do combustível produzido
será negociada no mercado interno”, ressalta
Luthero. A parceria será com empresários
brasileiros e sócios estrangeiros. Um projeto
da estatal prevê a construção de destilarias,
basicamente em Goiás e Minas Gerais. O
prazo para a formação dessa empresa, que
está sendo apelidada de Biobras, é de no
máximo três meses contados a partir deste
mês de março. Desde o ano passado, a
Petrobras avalia cerca de 40 projetos de
novas usinas nessa região para começar
a produzir etanol visando à exportação, a
princípio para o Japão.
A previsão é de quase 5 bilhões de litros
a partir de 2012 – contra os 500 milhões de
litros previstos para 2008. Juntamente com
os contratos para a construção das unidades
seriam feitos acordos de longo prazo para
compra de combustível no Brasil e a venda
ao exterior. Além de o álcool, as destilarias
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teriam unidades anexas para a produção de
bioeletricidade e biodiesel. Os créditos de
carbono também participam dos planos da
Petrobras. Luthero salientou a importância
de os parceiros terem uma relação aberta
e transparente nas questões ambiental,
social e trabalhista. E que, a estatal pretende
levar desenvolvimento às regiões como
o Vale do Jequitinhonha, interior da Bahia
e Pernambuco. Também deixou claro que
os biocombustíveis são excelentes, mas
complementares. “O principal negócio
da empresa continua sendo o petróleo e
as pessoas não devem se iludir quanto a
isso.”
Petrobras e Mitsui assinam documentos
para constituição de empresa – as
ações voltadas para parcerias no negócio do
álcool, cada vez aumentam mais. Segundo
comunicado da assessoria de imprensa
da empresa, no último dia 12 de março, a
Petrobras e a Mitsui assinaram documentos
constituindo uma empresa no Brasil de
investimentos em projetos de bioenergia,
principalmente o etanol, visando ao mercado
japonês. De acordo com a confirmação da
Petrobras, no dia 13, cada empresa terá uma
fatia de 50% da Participações Nippo Brasileira
em Complexos Bioenergéticos S.A., que
também deverá investir em energia elétrica
a partir do bagaço de cana. “Sua criação
alinha-se ao planejamento estratégico da
Petrobras, que prevê ampliar a atuação
nos mercados de biocombustíveis, como
empresa integrada de energia de referência
mundial”, reforçou o comunicado.
“O alcoolduto terá preços
competitivos”, afirma Carvalho
Imagem dos trajetos dos alcooldutos programados pela Petrobras
Parceria para a construção de
alcooldutos – ainda no Simpósio
Internacional
Datagro/Udop,
Gilberto
Carvalho, gerente de novos negócios de
abastecimento da Petrobras, observou que a
estatal quer definitivamente ampliar a atuação
no negócio de etanol, participando da cadeia
produtiva nacional para o desenvolvimento
de mercados internacionais com foco em
logística e comercialização. “A Petrobras
aprovou a criação de uma empresa tripartite
com os sócios privados Mitsui e a Camargo
Correa, para a execução das fases do projeto
conceitual e básico do alcoolduto a ser
construído entre as cidades de Senador
Canedo, GO, e Paulínia, SP, além de um
segundo trecho interligando a Hidrovia
Tietê-Paraná ao terminal de Paulínia”,
disse Gilberto. A execução deste projeto
ficará sob responsabilidade da Petrobras.
Esse alcoolduto faz parte do corredor de
exportação de etanol que começa no terminal
de Senador Canedo, passa por Uberaba,
MG, pelas cidades paulistas de Ribeirão
Preto, Paulínia e Guararema. Do terminal
de Guararema o alcoolduto segue para o
terminal de São Sebastião e por um ramal é
interligado ao terminal de Ilha D’ Água, RJ,
que passará a ser exclusivo de álcool. No seu
tronco principal, entre Paulínia e Guararema,
o alcoolduto terá a capacidade de escoar até
12 bilhões de litros de etanol por ano, sendo
cerca de quatro bilhões pelo terminal de Ilha
D’ Água, e aproximadamente 8 bilhões litros
no terminal de São Sebastião. A construção
do alcoolduto, em parceria com a japonesa
Mitsui e a empreiteira Camargo Corrêa,
começará em 2009 e o início da operação
será a partir de 2010.
Os alcooldutos à disposição do setor – Gilberto
ressaltou que a Petrobras coloca à disposição
do mercado esse alcoolduto, na forma de
um serviço de transporte, possibilitando
assim, a chegada eficiente do etanol aos
portos de exportação. “A empresa oferece
preços competitivos e eficiência global.
Há necessidade de desenvolver soluções
logísticas modernas e apropriadas. E o
setor pode contar com isso. Se existirem
dúvidas sobre esta parceria, elas podem ser
dissipadas frente ao trabalho desenvolvido
junto aos produtores de álcool em Alagoas,
que utilizam nosso terminal, e é um
exemplo de sucesso, basta perguntar a
eles”, anunciou Gilberto. De acordo com
o executivo, a Petrobras deverá operar em
estreita cooperação com o setor de álcool,
também nas questões de qualificação
de mão-de-obra e no desenvolvimento
tecnológico, como a produção de etanol
pelo processo de lignocelulose, com o
objetivo de que o País cada vez aumente
mais a sua competitividade no mercado de
biocombustíveis.
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Foto: Wellington Pedro/ Imprensa-Mg
Matéria de capa
Contradição Mineira
Minas Gerais caminha
para ser o segundo maior
produtor de cana, no
entanto, figura entre os
últimos em consumo de
álcool. O governador Aécio
Neves não acena reduzir o
ICMS de 25%
Neste mês de abril, o consumo de álcool
no País ultrapassará o da gasolina. Mas
se dependesse de Minas Gerais, isso
não aconteceria. Pois a alta tributação de
25% do ICMS no álcool hidratado reduz
a diferença entre o valor do álcool com a
gasolina. Sem vantagens, o consumidor
opta pela gasolina, e a conseqüência
disso é a posição derradeira que Minas
Gerais apresenta no consumo de álcool
combustível no País.
Por outro lado, o estado mineiro caminha
firme para ocupar a segunda colocação
de maior produtor de cana, só perdendo
para São Paulo. A safra mineira 2007/08
alcançou os 35,571 milhões de toneladas.
Segundo Luís Custódio Cotta Martins,
presidente do Siamg/Sindaçúcar-MG, nos
últimos cinco anos a produção de cana tem
crescido a uma média de 18,9%, superior à
média nacional que nos mesmo cinco anos
alcançou 7,67%.
Cotta Martins é ferrenho defensor da
equalização tributária em todos os estados
para garantir maior competitividade aos
produtos. Diz que Minas Gerais deveria
reduzir a alíquota de ICMS do álcool
hidratado para aproveitar o boom dos
carros flex e garantir o escoamento da
produção. “São Paulo baixou sua alíquota
de 25% para 12% e houve um crescimento
de 50% do consumo em 2006 comparado
a 2005. Goiás reduziu de 25% para 15%
e o consumo cresceu 58%, também
comparando 2005/06. Já Minas, no
mesmo período, apresentou queda de 7%
no consumo”, declara Cotta Martins. Hoje
a região Centro-Sul convive com cerca de
sete diferentes alíquotas de ICMS.
Sem sinal de redução – nossa reportagem
procurou o governo mineiro para saber se
há alguma disposição para essa redução na
bomba. A resposta da Secretaria de Estado
da Fazenda foi que, de acordo com a Lei
nº. 17247, de dezembro de 2007, o ICMS
aplicado sobre o álcool combustível na
operação usina/distribuidor foi reduzido
de 25% para 12%, atendendo antiga
reivindicação do setor produtivo e igualando
o tratamento tributário ao de outros estados.
Já na bomba, para o consumidor final
permanecem os 25%. Para Cotta Martins
a redução do ICMS do álcool na produção
é um passo inicial importante, porque vai
estimular as distribuidoras a comprarem
mais álcool das indústrias mineiras. Mas
o setor continuará solicitando alíquotas
mais baixas em toda a cadeia, para que
haja redução de preços ao consumidor e
aumento do consumo no estado.
Empresários
sucroalcooleiros,
que
preferiram não se identificar, disseram
à nossa reportagem que, em conversas
informais com Aécio Neves, ele disse que
não vai reduzir a alíquota, ‘mesmo com
25% está chovendo pedidos para
novas instalações em Minas, disse
o governador, que depois pediu para
mudar de assunto.
Mas durante sua participação
no Fórum de Desenvolvimento
Sustentável, ocorrido em Nova York,
”São Paulo reduziu a alíquota
de 25% para 12% e teve um
aumento no consumo de
50%, enquanto isso, Minas
teve uma redução de 7%”, diz
Cotta Martins
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Foto: Wellington Pedro/ Imprensa-Mg
Aécio Neves durante
encontro com dirigentes
da empresa Dow Chemical
e da brasileira Crystalsev,
que investem em Minas
Foto: Omar Freire/Imprensa-MG
em 2007, Aécio disse em seu discurso que
Minas Gerais está construindo um centro
de excelência, com a participação do Banco
Interamericano de Desenvolvimento, o BID,
“mas tudo isso será inócuo se não houver por
parte das autoridades americanas a decisão
política de nos permitir, com tarifas mais
realistas, introduzir o etanol definitivamente
na vida dos Estados Unidos”, salientou
o governador de Minas, um sinal de que
reconhece o quanto a redução de tarifas
possibilita o desenvolvimento.
Expansão acelerada em Minas – na safra
de 2007, o estado contou com 25 usinas
em funcionamento, para 2008, a previsão
é que mais quatro iniciem a moagem.
Segundo Cotta Martins, até 2012, 2013,
os investimentos esperados para o estado
somam US$ 3,5 bilhões, com a previsão de
instalar 21 novas unidades e expectativa da
safra de 78 milhões de toneladas de canade-açúcar; 3,9 bilhões de litros de álcool
e 4,3 milhões de toneladas de açúcar,
e a geração de 50 mil novos empregos
somados aos atuais 130 mil.
Em 2007, a área plantada com cana-deaçúcar em Minas Gerais somou 490 mil
hectares, com destaque para a região do
Triângulo Mineiro, que foi responsável
por mais da metade da produção no ano
passado, de acordo com informações
da Secretaria de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Seapa).
O Triângulo Mineiro possui uma produção
consolidada de cana-de-açúcar e ainda
apresenta potencial de crescimento e
condições de abrigar novas usinas. Outra
fronteira que começa a despontar é a
região Noroeste do estado, seguida pela
Central e Vale do Mucuri, também de
grande capacidade, informou a Secretaria
de Estado de Desenvolvimento Econômico
(Sede),
Aécio em visita à Usina
Itaiquara em Passos: o
governo mineiro apóia
a expansão canavieira,
só precisa ajudar a
aumentar o consumo do
álcool
A expansão da cana-de-açúcar, tanto em
área plantada, como em produção, vem
em ritmo crescente desde 1996, conforme
informações da Seapa. Para 2008, a
previsão é avançar 1,6% em relação à área
plantada, chegando ao patamar de 504 mil
ha e uma alta de 1,98% na produção, o que
dá um volume de 39,5 milhões de toneladas
de cana-de-açúcar.
Crescimento sustentável – a difusão
da cana é muito bem-vinda em Minas,
porém, é prioridade do governo que ela
aconteça de forma responsável. Para
isso, desde 2006 a Fundação Estadual do
Meio Ambiente (Feam), órgão vinculado
à Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (Semad),
vem discutindo com os representantes do
setor sucroalcooleiro a possibilidade de
estabelecer novas regras e critérios para
avaliação dos impactos ambientais no
processo de licenciamento dos referidos
empreendimentos. Paralelamente a esse
processo, foi elaborado o Zoneamento
Ecológico Econômico (ZEE).
De acordo com informações da Semad, o
ZEE não é restritivo. Ele orienta as escolhas
dos empreendedores e a aprovação dos
órgãos competentes sobre as melhores
opções para se alcançar o desenvolvimento
sustentável.
Outro zoneamento é o agropedoclimático,
mapeamento preparado pela Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
(Epamig). O trabalho indica as regiões do
estado mais propícias ao cultivo da canade-açúcar levando-se em consideração;
temperatura, qualidade do solo e condição
hídrica. E o Instituto de Desenvolvimento
Integrado (Indi) garante o acompanhamento
técnico do projeto, facilitando a
comunicação com outros órgãos do estado
e auxiliando no trâmite da implantação de
usinas. Desde outubro de 2006, os projetos
do setor sucroalcooleiro passaram a ter
acesso aos recursos de fundos geridos pelo
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
(BDMG). Os financiamentos liberados
para o setor atingiram R$ 70,5 milhões de
2007 a fevereiro de 2008, de acordo com
informações do BDMG.
O Governo de Minas, por meio do Indi,
acompanha o estudo de aproximadamente
20 projetos de cana-de-açúcar, a maioria
voltada para o Triângulo Mineiro, Alto
Paranaíba e região Noroeste.
Construindo estradas – Minas Gerais tem
hoje aproximadamente 200 km de rodovias
pavimentadas ou restauradas e 280 km
de projetos em andamento no Triângulo
Mineiro, feitos em parceria com empresas
do setor sucroalcooleiro, de acordo com
informações da Secretaria de Estado de
Transportes e Obras Públicas (Setop). As
rodovias são construídas pelo Estado com
recursos das usinas, que são reembolsadas,
desde que haja incremento de ICMS,
conforme contratos efetuados regidos pela
Lei das Parcerias (Lei nº 12.276/96).
Cana-de-açúcar no projeto Jaíba –
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Matéria de capa
Foto:Osvaldo Afonso/Imprensa-MG
o Vale do Jequitinhonha, no Norte de Minas,
é a região mais pobre do estado e por isso um
exportador de mão-de-obra. Com o objetivo
de assegurar o assentamento de pequenos
produtores e agricultores empresariais e
promover o desenvolvimento sustentável
da agricultura na região, foi criado na
década de 70, o projeto de agricultura
irrigada, Projeto Jaíba. O Jaíba I e o Jaíba
II incluem uma infra-estrutura pronta para
irrigar 43.950 hectares. Atualmente, estão
irrigando 20 mil hectares. O restante da área
aguarda processo de desmate, montagem
de equipamentos de irrigação, etc.
O Jaíba tem investimentos privados da
ordem de US$ 450 milhões, entre plantios
de cana, frutas, hortaliças, unidades
industriais de álcool. Aproximadamente
23 mil pessoas moram no projeto que
contam com infra-estrutura social e
acesso à educação escolar. No local estão
produzindo 840 mil toneladas de canade-açúcar por ano e 120 mil toneladas de
alimentos. De acordo com a Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Econômico
(Sede), até o momento, foram anunciados
três investimentos do setor sucroalcooleiro
no Projeto Jaíba. O principal deles, do
grupo Sada, possui processamento de
2,4 milhões de toneladas de cana/ano.
Wilson Brumer, secretário de
estado de Desenvolvimento
Econômico, durante
seminário sobre açúcar,
álcool e energia renovável:
O banco de Desenvolvimento
de Minas Gerais financia
projetos do setor
Neste projeto, o grupo investirá US$ 180
milhões. A empresa também está em fase
de conclusão de uma unidade de biodiesel,
que produzirá 70 milhões de litros/ano.
O Grupo IBA está construindo uma unidade
para atingir um milhão de toneladas de canade-açúcar por ano e já tem concluída uma
microdestilaria para fabricar 15 mil litros/
dia de álcool. O projeto deverá demandar em
torno de 30 mil hectares de cana plantada.
Atualmente, de acordo com informações da
Seapa, existem aproximadamente 6,5 mil
hectares de cana plantada. Somente esses
projetos geram aproximadamente seis mil
empregos diretos.
A favor do zoneamento em Minas
– apesar de ter cursado economia e
engenharia mecânica na cidade mineira de
Itajubá, o alagoano Vitor Wanderley Junior,
diretor-gerente do grupo Tércio Wanderley,
conta que foi por acaso que acabaram
investindo em Minas Gerais. “Em 1994,
visitávamos o Paraná em busca de uma
região para instalarmos uma unidade.
Como nada nos interessou, já estávamos
retornando a Alagoas, quando Odécio
Zanca, diretor da Santal, amigo do Hamilton
Balbo, praticamente nos arrastou à Iturama
para conhecer a unidade que o Balbo
estava vendendo. Chegando
lá
vimos uma usinamodelo, com tecnologia e
capacidade superiores à
No projeto Jaíba a
cana-de-açúcar também
ajuda a agricultura
familiar
Foto: Lúcia Sebe – Secom-MG
época. Fechamos o negócio”, relembra
Vitor Júnior.
Segundo o empresário, o grupo foi muito
bem recebido na região e anteviu a
possibilidade de prosperar, e não fez por
menos, em 2000, inaugurou a unidade de
Campo Florido, em 2005 Limeira D´Oeste,
em 2007 Carneirinhos e já anuncia mais
dois projetos; em Prata e novamente, Campo
Florido. Em 2007, no estado, o Grupo moeu
10,3 milhões de toneladas de cana, em
2008 a expectativa é de 13 milhões.
Vitor Wanderley Júnior: “nenhuma
cultura deverá ocupar mais de 30%
da área agricultável de Minas”
Vitor Júnior defende o zoneamento da
cana em Minas. “Em Iturama temos um
plano-diretor estipulando que nenhuma
cultura deverá ocupar mais de 30% da área
agricultável do município. Precisa ser assim
no estado todo”, afirma o empresário. Para
Vitor, Minas comporta de 70 a 80 unidades
e no projeto Jaíba já bastam os três que
estão lá. ”Se o objetivo é não fazer de Minas
um mar de cana, mas sim desenvolver um
segmento sustentado, então precisamos
obedecer estes limites”, diz. A parceria
entre o setor e o governo para melhorias de
infra-estrutura também recebe o apoio do
empresário. “Há 12 anos mantemos uma
parceria com o governo mineiro, só na região
de Iturama já asfaltamos 180 quilômetros de
estrada”.
Minas Gerais caminha para assumir a
segunda colocação em produção de cana,
mas Vitor Júnior comenta que em breve
Goiás vai roubar esse posto, “o potencial do
estado é enorme”. Nos próximos dez anos
os Wanderley estarão prontos para invadir o
Centro-Oeste, mas agora têm muito o que
fazer em Minas.
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CANINDÉ
SÓ A MAIS ALTA TECNOLOGIA
FAZ MELHOR COM MENOS ESPAÇO.
Alcompac é um novo conceito em produção de álcool. Uma
usina compacta e completa, capaz de produzir de 10 a 60
mil litros de álcool por dia em unidades independentes,
mas também em larga escala, em unidades integradas.
A tecnologia Alcompac permite o aproveitamento máximo
da matéria-prima, garantindo maior eficiência energética e
resultados compatíveis com as mais modernas destilarias.
Sua administração também segue um novo modelo: total
automatização e monitoramento à distância. Tudo para
assegurar o sucesso do seu investimento.
Alcompac. A usina compacta para quem pensa grande.
www.alcompac.com.br . (31)REVISTA
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Djorjia Petroski,
diretor do Instituto
Banco Mundial, na
tentativa de ser um
cortador de cana
A
cada nova safra de cana-de-açúcar
é maior a presença de máquinas nos
canaviais do Centro-Sul brasileiro,
mas ainda entra em operação um exército
anônimo de milhares de pessoas. O ser
humano, principalmente, o trabalhador
do campo, ainda é a pedra no sapato
da agroindústria canavieira. Os órgãos
públicos, a mídia e a comunidade, olham
para o corte de cana como uma atividade
penosa, na qual os trabalhadores são
expostos a condições degradantes.
Com o início da safra, também entram
em campo assuntos como a morte de
trabalhadores por exaustão, o aliciamento
de cortadores de cana por “gatos” e os
alojamentos inadequados. Os profissionais
do setor sabem que há inverdades e
muito sensacionalismo nas reportagens
divulgadas. Mas cabe à agroindústria
sucroalcooleira não dar combustível para o
fomento de tais notícias. Para um segmento
econômico que tem como meta oferecer
ao mundo um combustível renovável, se
torna cada dia mais relevante as ações que
promovam o aprimoramento de sua imagem,
pois a ela estão associadas a qualidade de
seus produtos e a confiabilidade de sua
gestão. A construção da boa imagem do
setor é uma tarefa árdua e complexa, pois
não se trata apenas de construir, mas,
primeiramente, demolir a imagem negativa
que a sociedade tem da atividade canavieira.
sta
Bem-e
Unidades
sucroalcooleiras
investem para se
adequar a NR 31 e
oferecer condições
dignas de trabalho aos
rurícolas
rn
o ca
mpo
A Unica – União da Indústria da Cana-deAçúcar – promove cursos, palestras e firma
convênios com institutos especializados
objetivando o desenvolvimento sustentável
da agroindústria canavieira. Uma das
parcerias é com o Instituto Banco Mundial
(WBI), para realizações de ações como o
curso Responsabilidade Social Corporativa
e Competitividade Sustentável, voltado
aos funcionários das usinas e estudantes
universitários. Djorjia Petroski, chefe do
programa de governança corporativa do
WBI, tem visitado unidades do setor para
conhecer melhor o negócio sucroalcooleiro.
Na Usina São Manoel, SP, teve seus cinco
minutos de cortador de cana, ao pedir o facão
a um cortador, colocou os equipamentos de
proteção individual, conferiu como deveria
ser a posição do corte e cortou uma cana.
“Não tenho jeito para o trabalho”, concluiu.
Primeiro passo, cumprir a lei – em
março de 2005 foi publicada a Norma
Regulamentadora 31 (NR31), que trata
da Segurança e Saúde no Trabalho
Djorjia Petroski querendo saber qual a melhor
posição para o corte de cana
22 REVISTA CANAMIX | ABRIL | 2008
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na Agricultura, Pecuária Silvicultura,
Exploração Florestal e Aqüicultura. Segundo
Mário Márcio dos Santos, diretor-presidente
do GSO – Grupo de Saúde Ocupacional
da Agroindústria Sucroalcooleira, após a
publicação da NR31as usinas aumentaram
os investimentos em saúde e segurança
dos trabalhadores. “A obrigatoriedade e
a fiscalização intensa do Ministério do
Trabalho e Emprego e Ministério Público do
Trabalho, estão resultando em melhorias
não só na saúde e segurança do trabalho,
mas também na qualidade de vida”,
declara.
Mário Márcio, presidente do GSO: “com a NR
31 as usinas ampliaram a saúde e segurança
no trabalho”
análise de riscos das atividades a que os
trabalhadores estão envolvidos acontece na
seguinte ordem: antecipação e identificação
dos riscos, compreensão dos efeitos que
estes riscos podem gerar aos trabalhadores,
análise da real necessidade do fornecimento
do EPI, a escolha do melhor EPI possível,
treinamento sobre o uso correto, suas
limitações e a promoção da melhoria
contínua do sistema. O resultado é
apresentado às gerências ou diretoria. “Se
fizermos um trabalho minucioso levando em
consideração a relação custo x benefício,
que este ou aquele EPI pode oferecer, ficará
mais fácil a aprovação da diretoria”, observa
Mário Márcio. O presidente do GSO comenta
que, para o desenvolvimento de produtos
que atendam melhor às necessidades dos
trabalhadores existe troca de informações
entre fabricantes e distribuidores de EPIs e
usinas, mas que essa interação precisa ser
ampliada, principalmente no trabalho de
EPIS – a distribuição gratuita aos
funcionários de equipamentos de proteção
individual (EPIs) é uma das exigências
da Norma, de acordo com empresas
fornecedoras de EPI, as usinas fornecem
os equipamentos, porém existem casos
que privilegiam o preço em detrimento
da qualidade do produto. Mário Márcio,
diz que são casos isolados, pois existem
critérios seguidos pelos profissionais de
Segurança e Saúde no Trabalho – SST. A
O fornecimento gratuito de EPIs é obrigatório
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conscientização dos uso dos EPIs.
Dificuldade no entendimento da lei
– Mário Márcio alerta que existem usinas
que ainda encontram dificuldades no
entendimento de alguns itens da NR 31, por
exemplo, a implementação do Sistema de
Gestão de SST. O GSO promove encontros
técnicos para esclarecer os profissionais
de SST sobre temas complexos. Os
encontros acontecem a cada dois meses.
Mário observa que algumas unidades
sucroalcooleiras estão engajadas em seguir
as diretrizes do Sistema de Gestão de SST,
interessadas na certificação.
Transporte de rurícolas – para a
comunidade, a responsabilidade das
empresas com seus funcionários
ultrapassam as porteiras da usina, por
isso, exemplos de ônibus precários, sem
quaisquer condições de uso, transportando
pessoas, é crime sim, e é a usina quem
deve responder por ele. O Presidente do
GSO concorda que o tema é polêmico e que
há várias recomendações que a unidade
Sanitário químico
Tenda sanitária
deve respeitar para enquadrar-se na lei.
Dentre elas estão: a escolha do ônibus (ano
e suas condições), o motorista deve ter o
curso de transporte coletivo, autorização de
transporte, termo de vistoria, local apropriado
para a guarda de ferramentas cortantes,
compasso, enxadas, enxadões, etc., em
compartimento separado de pessoas;
cumprir as determinações da
Portaria
SUP/DER-11706/12/2007, que dispõe
sobre o transporte de
trabalhadores rurais por
ônibus ou microônibus
através das rodovias
estaduais. “Além disso,
o item 31.16 da NR 31 é
específico sobre o tema
transporte e tudo que está
lá deve ser cumprido. Mas
acredito que as empresas
estão se adequando às
normas citadas”, diz Mário
Márcio.
Sanitários é um dos
principais problemas – o
presidente do GSO afirma
que a NR31 é pertinente e
necessária, porém carece de
regulamentação em alguns
pontos, por exemplo: não
oferece especificações de
como deve ser uma barraca
sanitária na atividade rural sucroalcooleira.
Por falta de um modelo oficial, muitas
unidades adotaram a tenda que está na foto,
no entanto, Mário Márcio acha que a melhor
alternativa é o sanitário químico. Marcelo
Massa, diretor-comercial da PolyJonh,
empresa especializada em sanitário químico
portátil, conta que realizaram uma pesquisa
para atender a normativa 31, que obriga
toda empregadora rural a deixar disponível
pelo menos um sanitário químico para cada
40 trabalhadores (do mesmo sexo).”Nosso
objetivo é oferecer dignidade e higiene ao
trabalhador, e ajudar a empresa a atender
as normas sócioambientais, por isso,
desenvolvemos uma cabine sanitária feita
em plástico, pesa em torno de 75 quilos”,
explica Massa. Trata-se de um sanitário
portátil, com compartimento para os dejetos,
que devem ser sugados e direcionados à
estação de tratamento de esgoto.
No caso das tendas sanitárias é feito
um buraco no chão, sobre ele vai o vaso
sanitário, quando a frente de trabalho
muda de lugar a tenda é retirada e tapase o buraco com terra. Segundo Massa,
essa é uma prática que contamina o solo.
“Nas plantações de frutas na Argentina e
Chile, os importadores exigiram a presença
dos banheiros químicos. Ainda não existe
essa norma aqui no Brasil para a área de
cana, mas a tendência é que venha a ter”,
salienta.
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Carretinha – para facilitar o transporte
dos banheiros para as frentes de trabalho,
a PolyJohn fez uma parceria com a empresa
Ecotec que desenvolveu uma carreta
móvel para locomover os sanitários até as
áreas de colheitas, facilitando a vida dos
empregadores. Com capacidade para dois
sanitários, a carreta ainda conta com uma
pia para higienização das mãos, e devido ao
fato da mesma ser alta, os sanitários ficam
suspensos, sem nenhum contato direto
com o chão.
Roberto Zanaga Zeitlin, diretor-presidente
da Ecotec, explica que o reboque é atrelado
ao ônibus, mas tem um freio hidráulico
independente, minimizando a possibilidade
de acidentes. A carreta também conta
com um nível de pedreiro para auxiliar no
nivelamento do equipamento. O princípio de
higienização é hospitalar – o acionamento
da água na pia é feito por um pedal. Para
eliminação dos odores, Roberto aconselha
o uso de saniante importado à base de
amônia. ”Os nacionais utilizam formol que é
prejudicial à saúde. Também é fundamental
utilizar a quantidade indicada e no período
de tempo certo”, alerta.
Há empresas que estão adaptando banheiro
Carreta com os sanitários químicos portáteis
nos ônibus dos trabalhadores, mas Roberto
chama a atenção de que nesse caso os
dejetos não têm uma destinação final, com
isso, a usina cumpre a exigência social,
mas fere a ambiental.
Os banheiros químicos portáteis estão em
teste em algumas unidades sucroalcooleiras,
segundo Roberto, os profissionais de
recursos humanos aprovaram totalmente o
projeto. “Elogiaram até mesmo o cuidado
que tivemos em colocar a porta do sanitário
masculino virada para o lado oposto do
feminino, para dar maior privacidade”.
Maior comprometimento – Mário Márcio
solicita às entidades oficiais envolvidas na
área de SST que realizem mais pesquisas
de desenvolvimento de tecnologias
voltadas à saúde, segurança e bem-estar
do trabalhador. Para o presidente do GSO
também é fundamental que os profissionais
sejam educados sobre as normas de saúde
e segurança no trabalho, para pelo menos
saberem se proteger. E, por fim, pede maior
comprometimento e envolvimento das
empresas e dos profissionais de SST.
E vale lembrar para as áreas administrativas
das usinas que, cada vez mais, as notícias
(verdadeiras ou não) sobre mortes de
cortadores de cana, condições de trabalho
degradantes e maus tratos, passaram a ter
repercussão mundial. E, provavelmente
custam bem mais caro que a opção por
produtos que apenas quebram o galho.
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Irrigação, co-geração,
variedades de cana,
logística e até a
abertura de um canal
no sertão são as armas
de Pernambuco para
garantir espaço no
mercado mundial de
etanol
As estratégias
pernambucanas para
continuar no jogo
S
egunda economia do Nordeste,
superada apenas pela Bahia,
Pernambuco exibe um PIB da
ordem de R$ 17 bilhões, equivalente ao do
Chile. No estado que já foi o maior produtor
mundial de cana-de-açúcar, a atividade
ainda tem seu peso, representa 40% da
economia pernambucana. “As condições
topográficas e climáticas não favorecem
o desenvolvimento de outras culturas, a
cana-de-açúcar é a que melhor se adaptou
à região”, diz Djalma Eusébio Simões Neto,
coordenador geral da Estação Experimental
de Carpina. Assim, mesmo com a perda da
competitividade diante das empresas do
Centro-Sul, Pernambuco não desiste da
cana, pelo contrário, busca alternativas para
garantir um espaço nesse mercado mundial
do etanol que se vislumbra. As últimas safras
pernambucanas têm sido marcadas pelo
crescimento. “Até 15 de março havíamos
moído 18,5 milhões de toneladas, devemos
fechar esta safra com 19 milhões, um
aumento de 21% em relação à safra anterior
que foi de 15,6 milhões de toneladas”,
informa Renato Cunha, presidente do
Sindicato do Açúcar e do Álcool de
Pernambuco – Sindaçúcar. Revelou Cunha
Se a topografia não ajuda, o jeito é buscar outras saídas
que, o aumento de produção foi resultado,
principalmente, da estabilização climática,
inverno regular em 2007 e verão com boa
precipitação pluviométrica. Para a safra
2008/09 a expectativa é que a moagem
atinja 20 milhões de toneladas. Pernambuco
ocupa a quinta posição no ranking dos
estados produtores de cana-de-açúcar.
Renato Cunha: a boa
produção é ofuscada
pelo aumento dos
custos e queda na
receita
A comemoração pela boa safra é ofuscada
pelo aumento nos custos de produção,
o dólar em baixa e a redução dos preços
dos produtos canavieiros. ”Tivemos um
ganho de produção de 20%, mas houve
um aumento nos custos de 30% na média.
Só os fertilizantes subiram de 80 a 100%,
os produtos químicos 60%, os óleos
lubrificantes 30%, sacarias e pneus 10%.
Para completar, o dólar desvalorizado e
os preços baixos do açúcar e do álcool
representam uma queda de 30% na receita”,
esclarece Renato Cunha.
Estratégias para continuar no jogo – a
área cultivável em Pernambuco está restrita
ao litoral, essencialmente à Zona da Mata,
essa região por apresentar topografia
acidentada impede a mecanização da cultura
e o aumento da produtividade. A recorrente
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falta de chuvas na Mata Norte é mais um
agravante. Para driblar o problema, as
unidades pernambucanas estão investindo
na construção de barragens e irrigação de
salvamento, principalmente por aspersão.
Segundo Djalma Eusébio, dos 400 mil
hectares cultivados com cana no estado,
aproximadamente de 20 a 30% contam
com fertiirrigação/irrigação. A média de
produtividade por hectare nesta safra foi de
67 toneladas, nas áreas dos fornecedores de
cana, que não contam com estes sistemas,
a média foi de 50 toneladas.
Djalma Eusébio exemplifica outros fatores
que também têm ajudado no aumento da
produção, como: o desenvolvimento de
variedades de cana específicas para a
região, melhoria no controle biológico das
pragas, maior controle nos nematóides,
redução no raquitismo de soqueira, e
correção de solos.
cana do Nordeste contém mais fibra que a
do Centro-Sul, uma vantagem se tratando
de co-geração. A Usina JB Açúcar e Álcool
está entre as unidades pernambucanas que
apostaram na co-geração de energia, mas
também inovou ao entrar no mercado de
produção de CO². O produto é obtido durante
o processo de fermentação do caldo da
cana para fazer o álcool. Para retirar o gosto
da cana, a JB adquiriu equipamentos que
captam, lavam e purificam o CO². O gás é
levado através de tubulações para a fábrica,
onde é purificado, pressurizado e depois é
provocada a mudança do produto do estado
gasoso para o líquido, diminuindo o volume
e facilitando o transporte. O produto é
vendido para fábrica de refrigerantes, desde
2004, e a produção é de 1,8 mil toneladas/
mês.
As águas do rio São Francisco levarão
Pernambuco a conquistar um espaço no mercado
mundial de etanol
A irrigação é fundamental para salvar
e aumentar a produção de cana em
Pernambuco
Diversificação
–
as
unidades
pernambucanas estão diversificando
os produtos para se tornarem mais
competitivas. “A bioeletricidade tornou-se
uma alternativa, nesta safra produzimos
80 MW de excedentes”, diz o presidente do
Sindaçúcar. É cada vez maior o número de
empresas do setor que utilizam a biomassa
para a obtenção de energia, com isso
Pernambuco também se tornou um pólo
comprador de caldeiras e geradores mais
modernos a fim de economizar bagaço. A
pele e curativos, mas essa pesquisa é mais
delicada, vai para a produção de artérias”,
adiantou Dutra. O professor não pôde dar
mais detalhes, pois o projeto está em fase
de liberação de patente. Para continuidade
da pesquisa, que já conta com o parecer
da Anvisa, estão montando um laboratório
que segue os padrões de uma sala de UTI.
É questão de tempo para a cana passar a
salvar vidas.
Prótese de cana – Pernambuco também
investe em pesquisa para ampliar os
produtos provenientes da cana. Um estudo
iniciado em 1999 conseguiu identificar na
cana-de-açúcar um agente microbiano
que desenvolve polímeros orgânicos que
permitem a produção de próteses para
cirurgias em humanos. As pesquisas são
conduzidas por Francisco Dutra, técnico
da Estação Experimental de Cana-deAçúcar da UFRPE. “Não é novidade o uso
de polímeros da cana no tratamento de
Crescer para o sertão – nesta safra,
Pernambuco contou 24 usinas em atividade,
não há mais espaço para expansão na Zona
da Mata, mesmo assim, os pernambucanos
não se dão por vencidos. O estado pioneiro
na cana-de-açúcar, com 500 anos de
história, quer marcar presença no futuro,
garantindo seu quinhão no mercado mundial
de álcool. Para isso, é preciso que o projeto
Canal do Sertão vire realidade.
Criado há 14 anos, o projeto pretende
levar as águas do rio São Francisco até a
região do Sertão pernambucano. Além de
abastecer as moradias, matar a sede das
pessoas e do gado, a água seria usada para
atividades agrícolas, entre elas a canavieira.
A cana para se desenvolver precisa de calor
e luminosidade, as duas coisas o Sertão
tem de sobra, com os canais, passará a ter
água também. Segundo Renato Cunha, na
região poderão ser produzidas 10 milhões
de toneladas de cana. O sonho nunca
esteve tão perto de ser realizado. O governo
de Pernambuco, a Petrobras e investidores
japoneses já assinaram o protocolo de
intenções, agora é uma questão de tempo.
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Logística – não há como negar que a
logística é uma das vantagens do setor
nordestino. As unidades pernambucanas
estão em média 100 quilômetros de
distância dos portos, enquanto que a
média das unidades do Centro-Sul é de
500 quilômetros. Além disso, a região está
em um ponto estratégico para facilmente
abastecer o mercado externo.
Para a exportação de álcool, Pernambuco
tem como opção o porto de Suape,
considerado o terceiro melhor porto do
Brasil em infra-estrutura. Entre os públicos,
figura em primeiro lugar.
por isso a opção do açúcar refinado e de
um terminal para o seu embarque”, diz
Cunha. A implantação do terminal oferecerá
condições de agilidade no embarque de
derivados da cana para o mercado europeu
e africano. Hoje, um navio leva de 10 a 15
dias para embarcar uma carga de 14 mil
toneladas. O novo transporte tem condições
de fazer isso em 24 horas.
Áreas de cana que as usinas devolveram para
a natureza: a mata se recupera
A topografia acidentada inviabiliza o corte
mecanizado
Para a exportação de açúcar, conta com o
porto de Recife, porém, talvez já a partir de
2010, o setor também ganhe um terminal
de açúcar em Suape. O Sindaçúcar e
a trading inglesa ED&F Man estão em
negociação para a realização do projeto,
com investimentos de R$ 40 milhões. As
duas partes contrataram a belga Manuport
para produzir o estudo de viabilidade do
projeto, que possuirá capacidade estática
para armazenar 120 mil toneladas, e gerará
70 novos postos de trabalho diretos e mais
de 200 indiretos. O armazém possuirá uma
área externa de 17 mil m².
Renato Cunha explica que será um terminal
híbrido, tanto para açúcar a granel como
em sacas. “Pernambuco é o segundo maior
produtor do Brasil em açúcar refinado.
Investimentos em logística e produtos
com maior valor agregado são alternativas
para nos tornarmos mais competitivos,
Responsabilidade social e ambiental
– para conquistar seu espaço no mercado
internacional o setor pernambucano também
pratica a cultura da responsabilidade social
e ambiental. Renato Cunha destaca que as
unidades desenvolvem projetos em parceria
com universidades, institutos de meio
ambiente e centros de pesquisa, visando a
preservação e recuperação de milhares de
hectares da Mata Atlântica e manguezais.
As unidades colocam em prática projetos
ligados à proteção da criança, saúde,
educação, esportes, lazer e geração de
renda, envolvendo funcionários, familiares
e as comunidades onde as usinas estão
inseridas.
Esforço concentrado contra a MP 413 –
a Medida Provisória 413, que transfere para
os produtores de álcool a parcela de PIS e
Cofins que hoje é paga pelas distribuidoras
de combustíveis, é duramente reprovada
por Renato Cunha. A medida eleva a
alíquota do produtor de 3,65% para até
21%. Atualmente, a cobrança de PIS e
Cofins é compartilhada entre produtores
(3,65%) e distribuidores (8,2%). “Considero
uma medida agressiva, que vai gerar
desequilíbrio, levando à inadimplência e
desemprego. Afetará principalmente, as
unidades que estão produzindo 600 mil
toneladas, que é a maioria em Pernambuco,
elas não terão condições de manter os
empregos na entressafra. O setor precisa
unir suas forças para que a medida não
passe. Nós do Sindaçúcar estamos fazendo
de tudo para que isso não ocorra”, afirma
Cunha. Para ele, a aprovação da MP 413,
será péssimo agravante para um ano em que
o setor encontra-se fragilizado pela queda na
receita, aumento dos custos de produção e,
que deverá ter como sustentação o aumento
dos veículos flex e o lançamento da motoflex
no segundo semestre.
A informática está
entre as disciplinas
fornecidas nos projetos
educacionais das
usinas pernambucanas
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Os fornecedores de cana também buscam alternativas
A cana-de-açúcar tem um papel social
relevante em Pernambuco, o estado
congrega mais de onze mil cultivadores
de cana, 95% são considerados pequenos
e médios produtores. “Se a situação das
usinas pernambucanas está fragilizada, a
do fornecedor está calamitosa”, comenta
Antonio Celso Cavalcanti, presidente da
Federação dos Plantadores de Cana do
Brasil (Feplana).
Antonio Celso: preço da cana abaixo do
custo de produção
Os maiores aumentos no custo de
produção se deram, principalmente nos
produtos agrícolas, atingindo em cheio
os fornecedores. Por outro lado, o preço
da cana despencou em torno de R$
30,00, cerca de 40% inferior ao custo de
produção. Para se ter uma noção disso,
há dois anos era de R$ 55,00.
Mas os fornecedores para se manterem
no negócio também buscam alternativas
práticas, como a manutenção de
laboratórios na produção de fungos e
controle biológico das pragas da cana,
e firmam parcerias para o emprego de
variedades de cana. Recentemente, foi
assinado um acordo de cooperação
técnica com o Centro de Tecnologias
Estratégicas do Nordeste (Cetene/INT)
e o Sindicato dos Cultivadores de Cana
de Pernambuco, para o plantio de mudas
de cana-de-açúcar com alta qualidade
genética e fitossanitária. A intenção do
sindicato é aumentar a produtividade dos
cultivadores, que na sua maioria utiliza
variedades ultrapassadas.
Produtores de biomassa – porém, a
maior oportunidade para os fornecedores
de cana, de acordo com o pesquisador
Francisco Dutra, é se tornarem produtores
de energia. Dutra desenvolveu projetos
de destilarias para moagem de 200 a
500 mil toneladas de cana que além da
produção de álcool poderão atuar como
cooperativas de biomassa, fornecendo
energia ou vendendo bagaço. A primeira
unidade, a Destilaria Governador Miguel
Arraes, como será chamada, já está em
desenvolvimento e receberá a cana dos
produtores da Cooperativa Agroindustrial
da Mata Sul. Veja matéria completa na
próxima edição da CanaMix.
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Avanços tecnológicos
versus atraso gerencial
Shakespeare sabia das coisas!
N
uma batalha em Agincourt, França, em
1415, uma tropa inglesa comandada
pelo Rei Henrique V derrotou um
exército francês oito vezes maior. Costuma ser
chamada de “A Última Batalha dos Cavaleiros”,
por ter marcado o fim das táticas medievais de
luta, com um fracasso retumbante das forças
francesas, lideradas por nobres procurando
o sucesso pessoal acima da vitória de seu
próprio exército. Com quase 50 mil soldados
contra apenas 6 mil, lutando em seu próprio
terreno e contando com cavaleiros experientes,
os franceses eram os claros favoritos. Mas
perderam para a tática e a estratégia brilhantes
do rei da Inglaterra, que liderou suas tropas
pessoalmente. Organizados entre arqueiros
habilidosos e ágeis, vestindo armaduras leves
e protegidos por estacas pontiagudas pregadas
no chão (uma inovação), além de soldados
profissionais, treinados e bem pagos, os ingleses
formavam uma força compacta. Sem liderança,
os soldados rasos do inimigo se renderam aos
milhares. Shakespeare contou esse grande
feito militar na sua peça Henrique V. Esse
episódio encerra algumas lições importantes
para o setor sucroalcooleiro. A primeira, é que
a inovação tecnológica é imprescindível.
Portanto, o aumento dos investimentos em
P&D (pesquisa e tecnologia) sempre trará
resultados animadores. É o que a experiência
dos últimos anos, após a desregulamentação,
vem demonstrando. Melhoramento genético e
desenvolvimento de variedades de cana-deaçúcar, lavoura mecanizada, acompanhamento
do campo via satélite, uso do bagaço para cogeração de energia, melhor nível de extração
do caldo, novas descobertas no tratamento e
fermentação, maximização dos subprodutos
para diversificar a produção e projetos de
construção de alcooldutos são alguns desses
resultados – equivalentes às estacas inglesas
pregadas no chão francês.
A outra lição é que não há garantia de
que a batalha comercial será vencida
Quando aplicado à liderança e
ao gerenciamento de pessoas, o
conhecimento científico pode reduzir
custos, aumentar a produtividade e
competitividade de forma sustentável
permanentemente. O setor sucroalcooleiro
brasileiro é atualmente muito competitivo,
apresentando enorme vantagem comparativa.
Temos um custo de produção da matéria-prima
muito mais baixo, quando comparado com
nosso grande concorrente (EUA) na produção
de etanol. Somos um dos maiores produtores
e exportadores de álcool e açúcar do mundo.
Temos disponíveis os avanços tecnológicos
já citados e uma série de recursos naturais
altamente favoráveis (terra, insolação, água).
Mas, lembremos que no caso de Agincourt,
os franceses tinham 50 mil homens contra 6
mil ingleses, estavam em suas próprias terras
e contavam com cavaleiros experientes. E,
ainda assim, foram literalmente massacrados
porque estavam sendo liderados por nobres
que buscavam seu próprio sucesso pessoal.
Ou seja, tinham uma liderança frágil e uma
estratégia arrogante e inadequada para enfrentar
o adversário. A terceira e última lição é que o
fator decisivo para a vitória é a definição de
uma boa estratégia e o exercício adequado
da liderança. Isso é válido tanto para o setor
como um todo como para grupos empresariais
e unidades produtoras independentes. Nesses
quase 600 anos que nos separam da Batalha de
Agincourt, muito conhecimento foi produzido
pelas ciências do comportamento sobre como
as pessoas funcionam no ambiente de negócios
e em situações de trabalho e qual é a melhor
maneira de comandá-las. Henrique V anteviu e
aplicou aquilo que um sem-número de pesquisas
e experimentos tem demonstrado como válido.
Definiu uma estratégia clara; comandou
pessoalmente seu exército, exortando-o à
vitória; usou uma equipe de especialistas (os
arqueiros – cujo papel nessa batalha mereceria
um capítulo à parte); profissionalizou, treinou
e pagou bem seus soldados. Conseguiu com
isso, formar uma “força compacta”. o setor
sucroalcooleiro, os avanços em P&D geraram
vantagem competitiva, reduziram custos e
aumentaram a produtividade. Portanto, continuar
*Darley Miranda
investindo em P&D é imprescindível, porém
insuficiente. Há uma necessidade premente
de investir pesadamente em treinamento e
desenvolvimento das lideranças para melhorar
e atualizar suas práticas gerenciais, que
permaneceram praticamente inalteradas ao
longo de todos esses anos. Retrógrado, o
modelo de gerenciamento atual, adotado pela
maior parte das usinas e destilarias, compromete
a performance e não consegue formar uma
“força compacta” e nem fazer uso inteligente e
adequado das inovações tecnológicas. Faltam
habilidades de liderança e competências
estratégicas aos gestores de todos os níveis,
que poderiam ser desenvolvidas através de
programas contínuos de desenvolvimento
gerencial. Diretores, gerentes, supervisores e
encarregados continuam comandando suas
equipes de forma ineficaz, desconsiderando as
grandes mudanças ocorridas na sociedade em
geral e no setor em particular. Muitos líderes,
totalmente distantes do modelo de liderança de
Henrique V, agem mais como os nobres franceses
na Batalha de Agicourt, sem estratégia adequada
e procurando o sucesso pessoal acima da vitória
de seu próprio exército. Atualmente no setor
são cerca de dez mil trabalhadores em cargos
de chefia, aplicando técnicas e habilidades
gerenciais sem qualquer fundamento científico,
baseados apenas em ensaio e erro e gerando
perdas dramáticas de recursos e talentos. E é
nas mãos desse enorme contingente de gestores
que está a responsabilidade por ganhar a batalha
contínua no mercado cada vez mais competitivo
de açúcar e álcool.
Darley Miranda
é consultor de empresas
Dirige há 18 anos o
Instituto Holloz
Consultores Associados
www.holloz.com.br e
www.bioenergialimpa.blogspot.com
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FINOS,
LeVES E
EFICIENTES
O
notebook (para os americanos, e
laptop para os ingleses) tornouse uma ferramenta indispensável
aos executivos que se deslocam
constantemente e precisam estar em
contato com sua empresa a todo e
qualquer momento. O principal ponto desse
computador portátil é a sua mobilidade,
afinal ocupa pouco espaço nas bagagens
e praticidade no transporte, podendo ser
levado em mochilas e bolsas projetadas
especialmente para esse fim.
Essas disponibilidades e, essencialmente,
a possibilidade de o executivo poder
carregar um arquivo vivo da sua vida
profissional, uma vez que, ali dentro daquela
pequena-grande máquina ele armazena,
desenvolve e elabora o melhor das suas
idéias e perspectivas. Daí a importância e
o posto subliminar que a tecnologia vem
alcançando dentro de cada usuário. E claro
que, o mercado percebendo essa simbiose
corre a complementar seus produtos com
um grande leque de opções em marcas,
modelos, opcionais e, com preços que
cabem em qualquer orçamento, seja ele
pessoal ou empresarial.
Facilitando a vida na empresa – os
equipamentos podem ser usados por
trabalhadores em todos os setores,
A inovação na área de
notebooks segue a todo
vapor, facilitando a vida
do executivo que vive em
trânsito e necessita de uma
supermáquina para
acompanhar o seu ritmo
A qualquer hora, em qualquer lugar
facilitando a sua vida e evitando
deslocamentos e despesas infrutíferas.
Segundo pesquisas realizadas pela Intel
uma das fabricantes de tecnologia em
informática, o notebook pode ser empregado
nas empresas com o objetivo de flexibilizar
a disponibilidade dos funcionários e
aumentar a produtividade. Ela própria já
adotou essa estratégia ao substituir mais de
80% de todos os PCs por notebooks. Uma
consultoria independente, contratada pela
Intel concluiu sair mais em conta o emprego
de notebooks. Mesmo que, a princípio,
custe mais caro do que o PC comum, o
note na relação custo-benefício traz, pela
mobilidade e praticidade, grande aumento
na produtividade. Estudo realizado na Intel
aponta que, uma recuperação da perda de
produtividade de 1,5h mês/funcionário, já
compensaria a substituição.
Olhando o mundo pela tela – vale lembrar
que o tamanho da tela é fator fundamental
na portabilidade, pois quanto maior a tela,
maior o equipamento e menor a praticidade
no transporte. Um equipamento de tela 11,1’
Conexão sem fio
pesa em torno de 1,2 quilo, no entanto, um
de 17’ ultrapassa os três quilos. É óbvio que,
maior a tela, melhor a visualização. Assim, a
escolha deve acontecer de acordo com suas
necessidades. Se optar por um notebook
para uso doméstico, a fim de economizar
espaço, o ideal é o de tela grande tipo 17’.
Por outro lado, se vai transportá-lo para
vários lugares um de tela menor ocupará
menos espaço na bolsa ou na mala.
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R 220 da LG –
desingn inovador
Quem é quem no mundo dos notes – as
principais fabricantes de computadores
oferecem modelos interessantes de
notebooks. Entre elas, tem-se: HP, IBM/
Lenovo, Dell, Toshiba, Asus, Sony, Apple
e LG. E há também marcas mais novas no
mercado, como Positivo e Amazon PC. Essas
empresas geralmente oferecem máquinas
com recursos bastante satisfatórios. Assim
como existem empresas que montam PCs
comuns, existem companhias que montam
notebooks. Muitas vezes vale a pena comprar
equipamentos delas, mas é necessário ter
cuidado redobrado na escolha.
O Top dos notes – de acordo com
especialistas da área, dentre as marcas
preferidas estão a HP e a Toshiba, porém a
Sony Vaio vem ganhando terreno a passos
largos. Mas a briga promete ser boa, pois
outros concorrentes estão engrossando a
disputa pela preferência do consumidor,
a LG e a Apple vão investir mais no
mercado brasileiro, oferecendo novidades
tecnológicas de última geração, design
ousado e preços atrativos.
Para ajudar nosso leitor na hora da compra
pesquisamos a configuração que está
entre as mais solicitadas pelos homens de
negócios; para começar um bom note tem
que ter tela de LCD que pode ser de 11,1”
a 17”. Se tiver o processador Core ou Duo
estará muito bem servido, especialmente
se a Intel for a empresa da placa mãe ou
do chip set. No entanto, para suportar um
processador desses, a memória tem de ter
pelo menos dois gigas. Já o HD de 120 é
suficiente. Como opcional sugerimos
o gravador de DVD e uma Webcam
já embutida na máquina de 1,3
mega pixels. Para finalizar,
vai bem um mínimouse,
tem os que não gostam
de usar o Touchpad
– dispositivo em que o usuário
movimenta o cursor na tela por meio
da movimentação de seu dedo em um
pequeno painel sensível aos toques. Outra
opção é o Pointing Stick, um pequeno botão
situado entre as teclas do notebook que
flexibiliza e movimenta o cursor de acordo
com a pressão que o usuário aplica com o
seu dedo.
Sony Vaio TZ 35AN – ultraportabilidade
Mais uma senha – o mundo dos notes
também prima pela segurança de seu usuário,
pois por ser fácil transportar, qualquer
um pode ter acesso ao seu conteúdo, e
descobrir senha de entradas no sistema.
Prevendo isso existem alguns modelos
em que a senha não é digitada, mas sim
reconhecida. Sabe como? Gravando a digital
do seu proprietário e, portanto somente com
esse reconhecimento o sistema operacional
se inicia.
Lançamentos – o ritmo das novas
tecnologias na área de informática
impressiona, a maior novidade (pelo
menos até o fechamento desta matéria), é
a substituição do disco rígido pelo disco de
Sony Vaio
VGN-SZ770AN – desempenho
estado sólido, que utiliza memória flash,
apresentando melhor desempenho que
o HD, portanto, menos sujeito às falhas
mecânicas, ao menor consumo de energia
e maior velocidade. A Apple foi a primeira a
lançar no mercado um notebook com essa
tecnologia. A linha Vaio da Sony também
apresenta alguns modelos com o disco de
memória flash. Mas a novidade ainda é
cara, porém a expectativa é que não
vai demorar muito para os preços
caírem e o HD se aposentar.
Mesmo sem o disco sólido há
vários outros lançamentos no
mercado. Confira a seleção de
algumas dessas novas máquinas
do universo note.
LG R200 – A LG lançou em janeiro o
R200, com design inovador e acabamento
em black piano, traz um recurso exclusivo:
o Side Show, um display de 2,5’ na parte
externa do equipamento, que permite
acessar seus contatos, Windows Mail,
ver fotos e ouvir músicas, tudo por
meio de botões sensíveis ao toque, até
mesmo com o computador desligado. O
modelo, top de linha da marca, ainda tem
uma robusta configuração com a mais
moderna tecnologia Intel: Processador
Core 2 Duo T7250, Wireless-N Next Gen
e Chipset Intel 965 Express – Plataforma
Santa Rosa, além de HD de 250 Gb, 2 Gb
memória (expansível a 4 Gb), bluetooth.
Preço médio sugerido: R$6.499,00
Sony Vaio TZ 35AN – ultraportabilidade é
o que o TZ 35AN oferece – tela LCD 11,1”,
HDD de 120GB e memória de 2GB, oferece
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bateria de longa duração - autonomia
estimada: de 4,30h à 8,30h, chassi de fibra
de carbono e leitor biométrico de impressões
digitais. Peso: 1,2 kg com bateria padrão 4.
A série TZ é ideal para executivos, pessoas
que viajam com freqüência e que precisam
manter seus dados protegidos. Preço
sugerido: R$ 9.999,00
Sony Vaio VGN-SZ770AN – o seu forte
é o desempenho – tela LCD de 13,3’, leitor
biométrico, HDD de 200GB, memória RAM
de 2GB.Autonomia de bateria: de 2,30h à 4h
com bateria padrão[4]. Peso: 1,75 kg com
bateria padrão. O modelo SZ 770 oferece
alta performance, design e portabilidade em
um só produto. Com câmera e microfone
integrados, bluetooth, Wi-FI e gabinete
em fibra de carbono. Preço sugerido R$
7.499,00.
Apple – no mês de março, a empresa
colocou à venda no mercado brasileiro
os modelos MacBook, MacBook Pro e
MacBook Air. Com um novo display lustroso
e brilhante de 13 polegadas widescreen e
MacBooks vem com
três modelos
com preços que começam em R$ 3.249,00.
A nova linha de MacBooks vem com três
modelos que incluem processadores mais
rápidos e discos rígidos maiores em todos
os modelos da linha; disponível em dois
modelos na cor branca de 2,1 a 2,4 GHz
com discos rígidos de 120 GB ou 160GB
com 5400 rpm e na cor preta-fosca com
2,4 GHz com disco rígido de 250GB com
5400 rpm. Os modelos de 2,4 GHz vêm
com padrão de 2GB de memória, podendo
ainda ser expandido até 4GB. O MacBook
Pro tem como características o processador
Intel Core 2 Duo com capacidade de
processamento de até 2,5 GHz com 6MB
em cache L2; capacidade de memória
expansível para até 4GB de memória RAM
667 MHz DDR2 SDRAM e até 250 GB de
disco rígido, mais placa de vídeo NVIDIA
O MacBook Pro – teclado com
iluminação interna
GeForce 8600M GT com até 512 MB de
memória de vídeo. Apresenta um teclado
com iluminação interna, o que permite usálo em ambientes escuros como estúdios,
aviões e salas de conferências e também
um sensor de luz ambiente integrado, que
ajusta automaticamente a luminosidade
das teclas e da tela para uma visibilidade
ideal. Preço sugerido: R$ 7.990,00
Apple Mac Booc Air – é considerado o
mais fino computador da história, com
1,94 cm de altura e 1,36 kg. Apresenta
processador 1,6 GHz Intel Core 2 Duo,
2GB 667MHz DDR2 de memória RAM,
HD de 80GB 4200 - rpm, câmera de vídeo
embutida, conexão sem fio, bluetooth e
teclado iluminado. Preço sugerido:
R$ 6.199,00
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A semana da cana em
Araçatuba
Mercado, homenagens,
tecnologia, negócios
e responsabilidade
socioambiental; ingredientes
que fizeram da Feicana Feibio
a sua melhor edição
Luiz Custódio Cotta Martins, presidente do Siamig –
Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado
de Minas Gerais
“Três dias é muito pouco, o negócio
sucroalcooleiro é tão diversificado que
merece pelo menos uma semana”, explicou
Antonio César Salibe, presidente-executivo
da Udop – União dos Produtores de
Bioenergia, sobre a realização da Semana
Feicana Feibio 2008 que aconteceu
na cidade de Araçatuba de 25 a 29 de
fevereiro.
O I Simpósio Internacional Datagro/
Udop abriu a semana na tarde do dia
25 – teve continuidade na manhã do
dia 26 – foram debatidos temas como
zoneamento e expansão sustentada do
setor sucroalcooleiro no Brasil; co-geração
de energia; entrada da Petrobras no negócio
do etanol; construção de alcooldutos;
os novos motivadores de expansão da
demanda de etanol nos Estados Unidos e o
posicionamento estratégico para o setor.
Sobre o tema co-geração o palestrante
Ivan Camargo, da Universidade de Brasília,
salientou que o aumento de consumo de
energia está ligado ao crescimento do país.
Nos últimos 20 anos a energia cresceu na
ordem de 4% em relação ao PIB que foi de
2,4%, e a oferta de energia vem crescendo
menos de 4% ao ano. “Se neste ano o PIB
for de 4%, a energia será de 5%, existe uma
elasticidade de 1,25%, a conta não fecha.
Dizem para reduzir o consumo de energia,
mas o consumo do brasileiro já é muito baixo:
dois mil kw/h, nos países desenvolvidos é
de oito. A previsão de consumo de energia
para o País em 2011 seria entre 60 e 65
MW, já está em 61”, informa Camargo. O
Ivan Camargo :
“o consumo de energia cresce mais
que o PIB”
professor concluiu que é urgente aumentar
a oferta, e como a energia vinda das novas
hidrelétricas só chegará ao mercado daqui
a quatro ou cinco anos, a alternativa seria a
energia proveniente da biomassa da cana.
Uma vez que, está próxima aos centros
consumidores, oferece prazos reduzidos
para a oferta, e sua tecnologia é nacional
e renovável.
Plínio Mário Nastari,
presidente da Datagro
Aumento mundial do consumo de
petróleo – o vice-presidente executivo da
Hart Energy, Frederick Potter, destacou os
motivos que levam os Estados Unidos a
investir na produção de etanol, entre eles, o
aumento mundial do consumo de petróleo,
puxado principalmente pelo crescimento
econômico da Índia e China. Os dois países,
hoje, representam 40% da população
mundial, mas o consumo percapita é de
dois a três barris de petróleo/ano, contra 22
barris na Europa e 27 nos EUA. “O PIB da
China vem avançando na ordem de 10% ao
ano, cada vez mais os chineses têm acesso
a veículo próprio”, comenta Potter.
Atualmente, no mundo consome-se 86
milhões de barril/dia, a previsão para
2020 é de 105 milhões de barril/dia. E a
dependência norte-americana ao petróleo
passará dos atuais 62% para 70% no
período de 2015 a 2020. Para amenizar a
situação, os EUA estão apostando muito na
produção do etanol por meio da celulose,
haja vista os investimentos em pesquisas
para desenvolver a tecnologia que chegam
a US$ 1,5 bilhão ao ano.
Previsões da Datagro – em sua palestra,
Plínio Nastari, presidente da Datagro,
ressaltou a importância da produção de
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Os executivos
sucroalcooleiros
prestigiaram os eventos:
Maurílio Biagi Filho
(Maubisa), Nastari, Luís
Guilherme Zancaner
(Unialco) e Mauro Cagno
(Vertente)
álcool para o País, pois a economia de
divisas proporcionada de 1985 a 2007
representa US$ 180 bilhões, quase o valor
da dívida externa que o Brasil anunciou ter
condições de pagar. Em seguida, o consultor
apresentou estimativas recorde para a safra
2008/09. A produção de cana deverá
alcançar 532,5 milhões de toneladas, um
crescimento de 9,7% sobre a safra anterior
(485,5 milhões/t). Nastari explicou que a
expansão reflete os investimentos em novos
projetos de usinas, e que o mix de produção
aponta 55,9% para o álcool, ante os 54% do
ciclo 2006/07. O Centro-Sul, que representa
85% da produção nacional, destinará 57,4%
ao etanol e 43,2% ao açúcar.
II Workshop Brasil-China de Etanol
– outro evento de mercado que agitou
a Feicana Feibio, foi a visita do cônsul
geral da China, Sun Rongmao e o cônsul
comercial radicado em São Paulo, Lu
Yuzhoug, acompanhados por empresários
chineses. O interesse brasileiro pela China
vai além de a exportação de álcool, pois o
setor está disposto a oferecer tecnologia
para o desenvolvimento e fabricação do
etanol naquele país. Em sua palestra, Sun
Rongmao destacou o potencial chinês
para a produção e consumo de etanol,
e destacou que estão de braços abertos
para junto com os brasileiros participarem
ativamente do mercado de biocombustíveis.
“O Brasil é o terceiro maior parceiro chinês,
e caminha para a possibilidade de se tornar
o segundo. Temos interesses comuns e a
China pretende intensificar essas relações,
principalmente no que diz respeito à
etanol à gasolina é a alternativa”, disse
Trindade, acrescentando que o aumento das
importações de etanol dependerá muito da
velocidade das cobranças ambientais sobre
o país, o que pode vir a acontecer em até
cinco anos. O workshop Sustentabilidade
Ambiental no Setor Sucroalcooleiro encerrou
o ciclo de palestras da Semana e contou
com a ambientalista Malu Ribeiro da SOS
Mata Atlântica, que destacou os avanços
tecnológicos utilizados na agroindústria
para aumentar sua produtividade de forma
sustentável. Segundo Fernando Veiga
da ONG The Nature Conservancy (TNC),
a produção da biomassa como fonte
energética é apontada como a saída para os
problemas que estamos enfrentando. Para
isso, só faltam políticas públicas e parcerias
entre os setores privados e o governo.
Durval Guimarães Filho, diretorpresidente da Decasa Açúcar e
Álcool, estava entre o executivos que
acompanharam o ciclo de palestras
José Carlos Toledo, diretorpresidente da Udop em
conversa reservada com
João Camilo Penna, ministro
da Indústria e Comércio no
governo João Figueiredo.
Penna atuou decisivamente
na implantação do Proálcool,
na ocasião do segundo
choque do petróleo, no final
da década de 1970
agricultura e telecomunicações”, enfatizou.
Cobrança ambiental – Sérgio Trindade,
consultor em energias renováveis,
também palestrou e salientou que China
e Japão devem dominar o consumo de
biocombustíveis, já que apenas na China,
o consumo de gasolina tem uma taxa de
crescimento de 9,2% ao ano. A China é o
terceiro maior produtor de etanol do mundo.
A produção provém do milho, item essencial
na composição de ração para suínos, por
isso, dificilmente mais milho será destinado
a esse fim. “O país precisa reduzir a emissão
de poluentes na atmosfera e a adição do
Luís Fernando Laranja, da WWF-Brasil,
defendeu a criação de parcerias públicoprivadas para direcionar o crescimento
do setor sucroalcooleiro. “Precisamos de
políticas que solucionem os problemas das
tradicionais regiões canavieiras e que ordene
o crescimento das novas fronteiras”.
Em 2009 – A Safra Eventos, organizadora
da Feicana FeiBio, anunciou a realização da
“Semana Feicana FeiBio 2009”, entre os dias
9 e 13 de março. O sucesso obtido em 2008
e mais as comemorações do centenário de
Araçatuba, ampliarão os cronogramas de
simpósios e seminários.
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O Parque dos CanaSauros
Homenagem aos
profissionais com mais
de 30 anos de atuação no
setor da cana reúne velhos
amigos em Araçatuba
O Oeste Paulista, uma das novas fronteiras
da cana, também sabe reverenciar quem
ajudou a fazer a história do setor. Aconteceu,
na noite de 25 de fevereiro, em Araçatuba,
a entrega do Prêmio CanaSauro, uma
homenagem aos profissionais com mais de
30 anos de atuação no setor da bioenergia.
O evento faz parte da Semana Feicana
Feibio. “CanaSauro é um termo carinhoso,
não significa velhice, mas pessoas com
grande experiência no setor e uma visão de
futuro aguçada”, afirma Salibe, um dos 83
CanaSauros laureado.
No palco, 83 homenageados,
“25 séculos de desenvolvimento e inteligência no setor sucroalcooleiro”
que daqui a cinco anos chegaremos a
600 canaSauros”, comenta Salibe. Outro
diferencial da premiação é a abertura a
todos os profissionais da empresa, do chão
da fábrica à presidência.
No parque dos CanaSauros todos são
iguais, presidentes e operários de usinas,
profissionais de empresas prestadoras de
serviços e produtos ao setor, consultores
e até ex-ministros, como o caso de João
Camilo Penna, ministro da Indústria e
Comércio do governo João Figueiredo,
que também foi laureado. Mas entre tantos
canaSauros um deles era Rex, o ex-ministro
da Agricultura, Roberto Rodrigues. “Aqui
Mais canaSauros...
Salibe explica que, o Prêmio não visa lucro,
os premiados não pagam para participar, os
convidados dos premiados pagam apenas
o jantar, a renda gerada foi dividida para
três entidades filantrópicas da cidade.
Também não há disputa, basta comprovar
a atuação de mais de 30 anos no setor e
se inscrever. “A Idéia é formar um grande
clube dos CanaSauros. No próximo ano,
mais profissionais completarão 30 anos
e engrossarão o time, além disso, muitos
outros que não se inscreveram neste
ano, passarão a fazê-lo, a expectativa é
Marcos Jank,
presidente da
Unica, Isa Barbosa,
consultora de
responsabilidade
social da Unica, o
canaSauro Maurílio
Biagi Filho e José
Carlos Toledo,
presidente da Udop
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Convidados atentos
Os profissionais da Coruripe filial
Iturama acompanha o canaSauro Vitor
Wanderley Júnior, diretor-gerente da
empresa
neste palco estão 25 séculos (se somados
os 30 anos de serviço de cada um no
setor) de inteligência e desenvolvimento do
setor sucroalcooleiro”, disse Rodrigues ao
receber o prêmio.
A homenagem é muito válida e a festa foi
muito bonita, porém, já gera polêmica,
quem tem menos de 30 anos também quer
fazer parte dela. Atendendo aos pedidos,
mandamos um recado ao Salibe: bem
que ele poderia criar outra categoria, tipo:
CanaSapiens, para quem tem 15 anos de
setor. Bom, o recado foi dado, e agora,
Salibe?
Outra parcial dos canaSauros
Os canaSauros da Dedini
José Carlos Toledo e Flávio
Nasser, diretor da Safra
Eventos, organizadora da
Feicana, entregam o prêmio
ao CanaSauro Rex Roberto
Rodrigues
Gilmar Messias, diretor da
revista Energia Brasileira,
com Marco Baldan (esquerda)
e Plínio César, diretores da
PC&Baldan, empresa que
edita a revista CanaMix
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Exposição de tecnologia
Nem mesmo o governador
Serra conseguiu ofuscar a
Feicana Feibio
O clima era de festa, afinal se tratava da
abertura da 6ª Feicana Feibio, a feira já era
um sucesso em números: 300 expositores
em área de 41 mil m² e expectativa de
público: 25 mil pessoas e mais R$ 1,5
bilhão em negócios. A expansão do setor
no Oeste Paulista também era motivo de
comemoração, conforme discurso de José
Carlos Toledo, diretor-presidente da Udop
(União dos Produtores de Bioenergia), na
abertura da feira. “Em 2003, durante a 1ª
edição da Feicana, tínhamos na região,
uma safra de 60 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar. Em 2007, produzimos
125 milhões e possivelmente, em 2008
chegaremos à marca de 230 milhões de
toneladas. A Feicana FeiBio alavanca os
negócios e contribui para este crescimento”,
constatou Toledo.
Ainda em seu discurso, o presidente
destacou a criação do CTBio – Centro de
Tecnologia e Excelência em Bioenergia
– projetado pela Udop, previsto para
ser instalado em área de 180 alqueires
entre Araçatuba e Birigui. O centro deve
ser formado por uma universidade e um
núcleo de treinamento agroindustrial, 50
empresas especializadas na produção de
equipamentos para o setor sucroalcooleiro,
centro administrativo, hotel com capacidade
para 400 leitos e área de convenções para
mais de 1,5 mil pessoas. E a previsão do
início das atividades é a partir de 2009.
“Maior apoio é o incentivo fiscal”, afirma Serra
Apoio é o incentivo fiscal – enquanto
Toledo discursava, ao lado de políticos
e dirigentes da região, José Serra, o
governador de São Paulo o ouvia. Toledo
em sua fala pediu o apoio do governador
para o desenvolvimento do CTBio. Pediu
apoio, não dinheiro, mas parece que foi isso
que Serra entendeu, pois disse com todas
as letras que não pretende injetar dinheiro
do estado na implantação do CTBio. “Nós
já estamos construindo Fatecs (Faculdades
de Tecnologia). Não é possível que o setor
não se una para isso”, desafiou Serra. O
governador ressaltou que o maior apoio
que o governo paulista pode dar ao setor,
já é dado, o incentivo fiscal. “São Paulo
já faz o que pode na cobrança de 12% de
alíquota de ICMS (Imposto Sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) para o álcool,
a menor no País, se comparada a outros
estados, onde esse imposto varia de 18%
A Cosan abasteceu os
visitantes com caldo de
cana
Antonio César Salibe, presidenteexecutivo da Udop recebe visita dos
coordenadores do Gerhai – Grupo de
Estudos em Recursos Humanos da
Agroindústria
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a 25%. São Paulo cobra o menor imposto
sobre o álcool do Brasil”, advogou Serra.
“Precisamos de parcerias” – o
governador também reconheceu os
pontos positivos do setor como a adesão
ao Protocolo Agroambiental, no qual os
produtores se comprometeram a antecipar
para 2012 o fim das queimadas nos
canaviais paulistas. “Fui informado pela
Unica de que a área queimada no Estado já
reduziu em 10%”, disse Serra, que deseja
firmar outras parcerias entre o setor e o
governo, principalmente para a qualificação
de mão-de-obra e o desenvolvimento
de pesquisas e tecnologias que visam
ao aumento da produtividade. “Não nos
interessa mais expansão em área, mas sim
em produtividade. Hoje, a cana ocupa 5
dos 25 milhões hectares de terras em São
Paulo. Precisamos de crescimento vertical.
Por isso, vamos investir em pesquisa de
variedades de cana, tecnologia de produção
e logística paulista necessária à recuperação
de 12 mil quilômetros de vicinais para
escoamento da produção”, ressaltou o
Governador que aproveitou e pediu o apoio
(financeiro) do setor para desenvolvê-los.
No final do discurso, Toledo explicou ao
governador não se tratar de apoio financeiro
ao CTBio, Serra compreendeu e tudo ficou
resolvido.
Público prestigia – muitos visitantes da
Profissionais da Sermatec e
Renk Zanini festejam as boas vendas
de caldeiras de alta pressão
impulsionadas pela co-geração
feira nem ouviram o discurso de Serra,
queriam mesmo conferir as novidades
tecnológicas, visitar as empresas e
encontrar os amigos. Apesar dos baixos
preços dos produtos sucroalcooleiros,
o setor continua indo às compras e as
empresas fornecedoras de produtos e
O estande da Usina Campestre foi um
dos mais visitados da feira
serviços enfrentam aquele problema que
todo mercado deseja: a fila de espera para
seus produtos.
Mesmo depois do cenário de preços
desfavoráveis no ano passado, e uma
expectativa duvidosa para 2008, a Safra
Eventos, promotora da feira, informou que
a Feicana Feibio 2008 terminou dentro das
expectativas dos organizadores e atingiu R$
1,5 bilhão de negócios fechados e também
a marca de 25 mil visitantes nos três dias do
evento. Em apenas um dia foram fechados
quatro pacotes na Volkswagen Caminhões
que somaram R$ 26,4 milhões.
A Biopav do Grupo Equipav, comprou 146
caminhões de vários modelos VW, no
valor total de R$ 22 milhões, que serão
utilizados nas áreas de plantio e transportes
da empresa do setor sucroalcooleiro.
A transportadora Ópera, de Andradina,
negociou 15 caminhões, que custaram R$
O canaSauro Salibe era só sorrisos
com o sucesso da Semana Feicana
Feibio e também pelo fato de seus
filhos Jorge e Sílvia já atuarem no
setor sucroalcooleiro: É a família
CanaSauro
2,1 milhões. O Grupo Unialco de Guararapes
fechou 12 unidades por R$ 1,6 milhão. A
ATA Diesel, de Araçatuba comprou sete
caminhões modelo 15180, em negócio de
R$ 840 mil.
O setor mais profissional – os
profissionais de vendas das empresas
fornecedoras admitem que a “bolha” de
expansão que havia tomado conta do
setor deu uma murchada. “Essa redução
de preços dos produtos canavieiros serviu
para mostrar quem é realmente profissional,
a expectativa de lucro fácil atraiu muito
‘pára-quedista’ que entrou no setor apenas
para especular. Agora temos um cenário
mais real, é até melhor para trabalhar”,
diz Hamilton Silveira, gerente regional de
A equipe da revista
CanaMix recebe a visita
do Dr. Maurício de Véras
da Usina Caeté
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vendas da Renner Herrmann. A empresa
de tintas atende o setor de açúcar e álcool
há mais de 30 anos, e desenvolve com os
profissionais um canal de comunicação
para a elaboração de produtos específicos
para o setor.
“a expectativa de lucro fácil atraiu
muito ‘pára-quedista’ ao setor”,
diz Hamilton, gerente de vendas da
Renner
“Investimos aproximadamente R$ 3 milhões
por ano em pesquisa de desenvolvimento de
novos produtos. Essa troca de informação
com o cliente é fundamental, pois ele sabe
de suas necessidades”, comenta Hamilton.
No caso das usinas, os produtos variam de
acordo com o setor onde o produto será
utilizado, os ambientes estão expostos a
altas temperaturas, excesso de umidade,
produtos corrosivos, mas é também uma
fábrica de alimento. Assim, a tinta além
de alta durabilidade, deve proteger o
equipamento, ser atóxica e secar em 24
horas, pois a pintura é a ultima etapa da
manutenção.
As tintas Renner também acompanham as
tendências climáticas das regiões, atesta
Hamilton, por exemplo, no Paraná, por ser
mais úmido utilizam tintas de composições
diferentes das unidades do Centro-Oeste.
Para facilitar o acesso às informações e
esclarecer dúvidas, a empresa disponibiliza
atendimento eletrônico e apresentação de
vários “cases” sucroalcooleiros.
Equipamento
da Civemasa:
investimentos
na área
canavieira
Mecanização na lavoura – os expositores
comemoram o aumento da mecanização
no campo ao apresentarem dados como
a redução nos custos das operações,
melhor desempenho das máquinas e a
falta de mão-de-obra, principalmente
nas novas fronteiras da cana, o que está
impulsionando o setor a adaptar-se. Com
isso, as empresas fornecedoras reforçam
cada vez mais as linhas canavieiras. “Com
certeza, os investimentos são grandes,
todos querem apresentar novidades”,
afirma José Luiz Bortolucci, encarregadoadministrativo de vendas, da Civemasa, a
empresa da cidade de Araras, SP, presente
na Feicana com todos seus equipamentos
canavieiros. Bortolucci aproveitou a visita da
CanaMix para convidar os clientes a visitálos na Agrishow. “Estaremos lá de braços
abertos e sempre com novidades”, conta.
Quem também estava na Feira e aguarda os
clientes na Agrishow é a Ikeda Empresarial.
O pessoal da empresa está animado com a
venda de seus implementos agrícolas para
a agroindústria canavieira, e acredita que
vai melhorar em 2008.
A Rodo Linea Implementos para Transporte
marcou presença com seus reboques para
cana inteira, para cana picada e toda sua
linha de 18 produtos para cana-de-açúcar,
Jefferson Kohler, coordenador de marketing,
avisou que na Agrishow a empresa fará
lançamentos de produtos. Por isso, não
deixem de ir conferir.
Pelo que dá para perceber, nem bem acaba
uma feira e os profissionais já estão com a
cabeça em outra. A agenda sucroalcooleira
está ficando cada vez mais movimentada.
Aproveite e anote aí: a Feicana Feibio 2009
acontecerá de 10 a 12 de março.
Os
profissionais
da Ikeda
animados com
as vendas,
querem mais
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FEICANA FEIBIO 2008
AFC - www.afcbrasil.com.br
Civemasa - www.civemasa.com.br
Dupont - www.dupont.com
Henkel - www.henkel.com.br
Cestari - www.cestari.com.br
Construtec - www.construtec.eng.br
Gascom - www.gascom.com.br
Ikeda - www.ikedamaq.com.br
Chemlub - www.chemlub.com.br
Cosan - www.cosan.com.br
GE - www.ge.com.br
Inlac - www.inlac.com.br
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Inoxforte - www.inoxforte.com.br
Petrobras - www.petrobras.com.br
Nachi - www.nachi.com.br
Renk Zanini - www.renkzanini.com
SEW - www.sew.com.br
PC&Baldan - www.pcebaldan.net
Renner - www.renner.com.br
TGM - www.grupotgm.com.br
Syngenta - www.syngenta.com.br
Valtra - www.valtra.com.br
Zamprogna - www.zamprogna.com.br
WBA - www.wbabrasil.com
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Pré-Show
Muita agitação nos bastidores
da Agrishow 2008
As empresas e suas máquinas
se concentram para surpreender,
e Ribeirão Preto se prepara
para receber as estrelas
A
o completar 15 anos, a Agrishow
2008, que acontece em Ribeirão Preto
no período de 28 de abril a 3 de maio já
prevê a superação da sua mostra anterior.
Superação essa que reflete com nitidez o
desenvolvimento contínuo do agronegócio
brasileiro. A maior mostra da América Latina
vai acolher, inclusive, muitos visitantes
estrangeiros interessados em saber mais
sobre o etanol brasileiro.
Segundo a assessoria da Feira, a edição
2008 da Agrishow deverá atrair grandes
contingentes de compradores de todas
as regiões produtoras de São Paulo e de
estados vizinhos - como Paraná, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais
- e também do Rio Grande do Sul, Goiás,
Tocantins e de produtores de cana, grãos
e frutas do Nordeste. São esperados mais
de 2500 clientes potenciais do exterior,
principalmente da América Latina, Europa,
Estados Unidos e Ásia. A estimativa é
receber acima de 135 mil visitantes. Para
atendê-los, foram reservadas 12500 vagas
de estacionamento. A área de alimentação
comportará atendimento a 8500 pessoas
sentadas. Dos 240 hectares de área da
fazenda onde tradicionalmente realiza-se a
Agrishow, 100 ha se destinarão aos campos
de demonstrações dinâmicas das culturas
de café, cana-de-açúcar, milho, feijão,
soja e forrajeiras. Em 2007, foram 660
expositores, neste ano serão 745empresas
que vão exibir de 2500 a 3000 produtos da
mais avançada tecnologia mundial e uma
gama considerável de serviços ao produtor
rural. Dezenas de expositores da pecuária
ocuparão parte da área
de estandes. Do exterior
virão 45 expositores
que exibirão modernas
e inéditas tecnologias
dentro do segmento.
Estima-se que mais de
Agrishow: lugar para
conferir as tecnologias
que trabalham
a terra
Para 2008,
a expectativa de
público é superior 135 mil visitantes
Precisa de muitos hotéis para
hospedar toda essa gente
5000 pessoas vão trabalhar na montagem
da feira e outros 25000 prestarão serviços
durante a sua realização. O horário de
funcionamento será das 8h às 18h. A
Agrishow é uma realização da Abimaq
- Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos e, a partir da
edição 2008, toda sua operação, promoção,
comercialização, organização e montagem
está sendo realizada pela maior promotora
de feiras do mundo, a Reed Exhibitions
- no Brasil denominada Reed Exhibitions
Alcântara Machado.
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Os profissionais sucroalcooleiros são
presença garantida na Feira: como o
pessoal da Usina Salgado, PE
As máquinas
são de tirar o fôlego
Transporte
para a área de dinâmica: tecnologia e muita poeira
Ribeirão se prepara para o show – na
verdade, a cidade começa a se preparar
para receber a Agrishow um ano antes da
realização do evento, a primeira providência
das empresas é reservar hospedagens para
a próxima edição da feira. Ribeirão conta
com 54 hotéis e um total de seis mil leitos,
mas deixar para reservar um quarto na última
hora é um risco de altíssima periculosidade,
coisa para visitantes de “primeira viagem”.
Se este for o seu caso poderá hospedar-se
em cidades que ficam até 100 quilômetros
de distância. A situação de alguns hotéis
em Ribeirão nos meados do mês de março,
quando realizamos esta reportagem:
Taiwan –, o hotel Taiwan, que conta com
80 apartamentos já estava praticamente
lotado, a maioria das reservas é feita por
empresas com um ano de antecedência.
Os hóspedes são de todos os lugares do
Brasil e também de outros países. O hotel
não oferece serviços diferenciados para o
período da Feira.
Oásis Plaza (Lagoinha) e Oásis
Tower, (Av. Maurílio Biagi) – segundo
Thaís Cristina Consule, funcionária do
departamento comercial, os dois hotéis:
estão praticamente lotados para a Feira. O
total de apartamentos é de 120. A maioria
das reservas é realizada por empresas
nacionais e multinacionais.
Os hotéis não oferecem serviços especiais
para esse período, mas no caso de
transporte para a Agrishow, possuem alguns
“parceiros” que eles costumam ‘indicar’,
como no caso de vans e táxis.
Plaza Inn – Rose Alves, do departamento
de reservas, afirma que o hotel está 100%
ocupado. São 89 aptos duplos. As empresas
respondem por 80% da ocupação, e muitas
reservam assim que acaba a Feira. As vagas
restantes são fechadas logo no começo do
ano.
Íbis – Beatriz Vicentini, coordenadora de
eventos e reservas de grupo, disse que
desde setembro, todos os 144 aptos já
estão confirmados e pagos, para os cinco
dias da Agrishow. “Temos hóspedes fiéis
para esse evento, todos os anos, ficam
conosco”, conta Beatriz, salientando que
procuram não trabalhar com uma tarifa
abusiva, cobrando R$ 169,00 a diária – café
da manhã opcional a R$9 por pessoa, sem
taxa de serviço. Segundo ela, a localização
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do hotel e o preço razoável, acabam sendo
os principais atrativos. “Em São Carlos,
cidade que fica a 100 quilômetros daqui
temos outra unidade do grupo, com 112
apartamentos, e diária a R$ 85,00. Às
vezes até compensa se hospedar em cidade
próxima e vir para a Feira em Ribeirão”, dá
a dica Beatriz. Ah, só que para São Carlos
tem pedágio, R$ 8,30 para ida e o mesmo
para a volta.
Stream Palace e Black Strem – os
dois hotéis oferecem um total de 175
apartamentos,
Rosemeire Zuccolotto,
gerente geral do Stream, declarou que a
lotação já é de quase 100%. “Muitos já
reservam de um ano para o outro, assim que
acaba a mostra e em janeiro, geralmente,
formalizam tudo”, diz Rosemeire. Os dois
hotéis oferecem o café da manhã e o jantar,
já que a maioria dos hóspedes passa o dia
inteiro na Feira e almoça por lá mesmo. No
Stream a tarifa está R$ 380,00 apartamento
e no Black Stream R$ 320,00 para duas
pessoas com café e jantar.
Motéis como opção de hospedagem –
com a falta de vagas em hotéis, os visitantes
recorrem aos melhores motéis da cidade.
Entre eles, o Savana (36 aptos) e o Village
(43 aptos). De acordo com o proprietário
Rafael Pacca, já há cerca de 30 reservas para
os motéis. Pacca admite, que, geralmente,
as reservas acontecem de última hora,
após o visitante não encontrar vagas nos
hotéis. “Mas também temos clientes fiéis,
como alguns mexicanos, que todo ano no
período da Agrishow ficam no Savana”,
conta. Os motéis também funcionam como
RibeirãoShopping: boas compras
e transporte gratuito para a Agrishow
Pingüim: fila de espera
durante a Agrishow
hotéis, com diárias de 24 horas, com
lavanderia, ponto de internet na suíte, sala
exclusiva para uso de computador, cozinha
funcionando 24 horas. No Savana a diária
com café da manhã sai por R$ 220,00, e no
Village R$ 150,00.
A Choperia Pingüim no período da
Agrishow: – segundo Juliana Pagotto
Gasparini, gerente de marketing, o
movimento nas três unidades da choperia
Pingüim em Ribeirão Preto, aumenta
em 30% durante a semana da Agrishow.
Fora do período da feira são consumidas
diariamente no Pingüim do Centro, 3500
tulipas, o equivalente a 1500 litros de
chope. A mesma quantidade da unidade
do Ribeirão Shopping. No Pingüim Santa
Úrsula o consumo diário é de 2000 tulipas.
A choperia comercializa mais de mil itens
de souvenir, como bonés, camisetas,
copos, canecas, cinzeiros, toalhas, shorts,
chaveiros, agendas, entre outros. Os
visitantes da Agrishow freqüentam mais o
Pingüim do Centro da cidade e do Ribeirão
Shopping. A lotação é
total, havendo inclusive,
fila de espera. Brasileiros
e estrangeiros disputam
as mesas. Mas Juliana
salienta que há uns três
anos o movimento era
Cada vez mais os
expositores esticam
o horário da Feira e
oferecem atendimento
vip aos clientes
maior, precisavam até abrir o salão de
festa do Pingüim, para poder receber mais
pessoas. O motivo da queda de público é
em razão de muitas empresas realizarem
confraternizações em seus estandes no
período noturno, tanto que, no ano passado,
empresas como a Valtra e a própria Abimaq
contrataram o serviço “Pingüim Fest” e
serviram o famoso chope da cidade para o
cliente vip.
RibeirãoShopping oferecerá transporte
gratuito para a Agrishow - Entre os dias
28 de abril e 03 de maio, durante todo o
horário de funcionamento da Agrishow, o
RibeirãoShopping disponibilizará transporte
gratuito com vans para os participantes do
evento. O RibeirãoShopping fica a menos de
8 quilômetros do Pólo Regional da Secretaria
de Agricultura e Abastecimento que abriga
a feira. Os veículos levarão os clientes da
Agrishow até a portaria do RibeirãoShopping
e do shopping até a entrada do evento.
Não percam a Agrishow 2008.
Sejam bem-vindos a Ribeirão Preto!
Agrishow 2008
(Feira Internacional da Tecnologia Agrícola
em Ação)
Data: 28 de abril a 3 de maio de 2008
Local: Pólo Regional de
Desenvolvimento Tecnológico dos
Agronegócios do Centro-Leste / Centro
de Cana IAC
Rod. Antonio Duarte Nogueira, Km 321
Ribeirão Preto – SP
Site: www.agrishow.com.br
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Mais luz na co-geração
O cenário mais apertado
na geração de energia fortalece
a opção por fontes alternativas, entre elas
a biomassa da cana-de-açúcar
A
energia gerada por meio da biomassa
é uma das apostas do governo Lula
para evitar nova crise energética no
País. No último mês de janeiro, o governo
anunciou que vai contratar energia de
reserva para dar mais segurança à oferta
de energia elétrica pelo sistema nacional,
para isso, realizará no próximo dia 20 de
maio um leilão de energia direcionado
exclusivamente à biomassa. A expectativa
é que aumente a presença de unidades
sucroalcooleiras dispostas a vender o seu
excedente.
De acordo com a Unica – União da
Indústria de Cana-de-Açúcar, as usinas
devem produzir potência excedente de 1500
megawatts (MW) na safra 2008/09. Na safra
passada, foram cerca de 1000 MW. Aumento
de 50%. Os 1500 MW equivalem a cerca
de 10% do fornecimento da hidrelétrica de
Itaipu. Outros 3000 MW a serem gerados
deverão servir para consumo próprio das
usinas. O total de energia estimado deve
ser produzido por 30 a 40 usinas no país,
70% delas em São Paulo. A previsão é que
o setor fature R$ 900 milhões. A Unica
prevê que a produção deva quadruplicar
em cinco ou seis anos. O próprio Ministério
de Minas e Energia projeta acréscimo de
6.000 MW gerados pelas usinas até 2016.
Segundo Paulo Cunha, presidente da NC
Energia, empresa comercializadora, os
avanços regulatórios estão promovendo o
crescimento das energias alternativas, e a
biomassa da cana está entre as de maior
potencial,
O governo federal pretende adquirir cerca
de dois mil MW neste leilão e para estimular
a participação dos produtores no negócio
de energia, promete facilidades para novos
projetos com linhas de financiamento
Bagaço: de resíduo a produto
altamente competitivo
especiais e a entrada das usinas nos
sistemas de transmissão no leilão de
compra. Segundo o deputado Arnaldo
Jardim, titular da Comissão de Energia do
Congresso Nacional, se o governo federal
quer maior oferta da biomassa no leilão,
deve viabilizar, com máxima urgência,
a regulamentação dos critérios a serem
adotados para a conexão das centrais
“O governo insiste em tapar o sol
com a peneira”, diz o deputado
Arnaldo Jardim
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geradoras nos sistemas elétricos.
Jardim salienta que a conexão e acesso
à rede elétrica têm se constituído em
uma grave restrição para que as usinas
possam exportar energia ao sistema.
“Para tentar solucionar este entrave,
apresentei proposta que responsabiliza as
distribuidoras e transmissoras de energia
a assumirem a execução das conexões de
empreendimentos novos e a expansão de
capacidade instalada daqueles existentes,
conforme regulamentação estabelecida pela
própria Aneel. Estas poderiam ser bancadas
pelo Encargo de Energia de Reserva (EER),
instituído por recente decreto presidencial”,
diz o deputado.
O Brasil está no limite da disponibilidade
de energia – o deputado alerta para o
limite da disponibilidade de energia elétrica
e dificilmente o País conseguirá atender ao
pleito da Argentina, que pretende comprar
1,5 mil megawatts médios entre os meses
de maio a agosto. O deputado disse que em
2007 o Brasil só não enfrentou problemas
de fornecimento de energia por conta do
deslocamento do gás natural destinado às
indústrias e postos de GNV (Gás Natural
Veicular) para as termoelétricas. “O governo
insiste em tapar o sol com a peneira, mas
infelizmente a realidade é esta”, afirma. Para
Jardim, caso o governo brasileiro resolva
atender ao pedido de Buenos Aires, o Brasil
ficará “numa situação absolutamente difícil.
A oferta que já está limitada poderá ficar
pior”, previne.
A opinião dos especialistas – Ivan
Camargo, professor da Universidade
Federal de Brasília admite que a diferença
entre a oferta e a demanda é muito justa,
e para que não haja racionamento, não se
pode contar apenas com maior quantidade
de chuva, até a entrada da energia vinda do
Rio Madeira que chegará daqui a quatro
anos. “Há risco de déficit de energia sim.
Enquanto o PIB do País cresceu 4% o
consumo de energia cresceu 5%. Com a
expectativa de um PIB maior, o consumo de
energia também aumentará. Não podemos
ficar contando com as chuvas e torcendo
para que não haja atraso nos projetos de
hidrelétricas. A alternativa é a biomassa da
cana”, enfatiza o professor.
de fevereiro deste ano, Miroel Wolowski,
diretor de comercialização e negócios da
Tractebel, também destacou que os novos
ares que sopram na agroindústria canavieira
oferecem maior sustentação para o negócio
da bioletricidade. “O cenário anterior era
de produção de commodity, processos
ineficientes, negócio familiar, co-geração
para consumo interno, compras apenas por
companhias distribuidoras locais e pouca
sustentabilidade empresarial a longo prazo”.
Hoje, completa Wolowski, há eficiência
nos processos produtivos, compra de
energia por pool de distribuidoras, e a
venda de energia elétrica está ajudando a
neutralizar o efeito negativo de preços das
commodities.
Sorge, vice-presidente do Grupo Rede:
“Sempre acreditamos que a cogeração poderia ser o terceiro produto
da usina”
José Antonio Sorge, vice-presidente do
Grupo Rede, uma das principais empresas
fornecedoras de energia do Brasil, não
tem dúvidas sobre a importância da
biomassa da cana-de-açúcar. “Desde
as primeiras experiências acreditamos
que a co-geração poderia ser o terceiro
produto da usina”, evidencia Sorge, que
vê um cenário bem mais propício para
o desenvolvimento da co-geração. “A
internacionalização do etanol mudou
completamente o setor, que se apresenta
mais profissional, capitalizado, com a
participação de investidores estrangeiros e
abertura de capital”, comenta. Para Sorge,
o etanol está diretamente impulsionando
a bioeletricidade, pois ninguém investe
em uma planta isolada de co-geração.
As novas unidades são de produção
de etanol, mas tratam a energia como
negócio, investindo em caldeiras de altapressão e toda a tecnologia que envolve
grande quantidade de geração. Durante
o workshop sobre Bioenergia, realizado
pela Amcham (Câmara Americana de
Comércio), em Ribeirão Preto, em 29
Wolowski: “a venda de energia
está ajudando a neutralizar o efeito
negativo de preços das commodities”
Bagaço, pontas e palhas – ainda no
evento da Amcham. Luiz Otávio Koblitz,
presidente da Koblitz, sugeriu que, para
melhor aproveitar o potencial da biomassa
da cana, as unidades precisarão desenvolver
métodos eficientes para a retirada das
palhas e pontas da lavoura, aumentar a
eficiência, a pressão da temperatura das
caldeiras, motorizar todos os acionamentos
da fábrica; implantar turbinas de contrapressão e condensação com aumento de
eficiência, pressão e temperatura. Também
será necessário diminuir e regularizar o
consumo específico de vapor na produção
de açúcar e álcool. “Tudo isso temperado
com muita determinação e coragem”,
comenta o engenheiro que há muitos anos
defende a co-geração de energia.
Koblitz apresentou dois cenários para a
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co-geração na agroindústria canavieira:
Segundo Koblitz, a opção por um dos dois
cenários dependerá da coragem e ousadia
de cada empresa. Ousadia ainda maior se
o setor se empenhar no desenvolvimento
da tecnologia de gaseificação do bagaço,
que permitirá gerar até 300 quilowatts por
tonelada de cana, três vezes mais do que a
geração na tecnologia atual.
Aumenta a venda de caldeiras de alta
potência – com a expansão do negócio de
energia as caldeiras de alta-pressão estão
aposentando as caldeiras de 21 kg/cm³. O
ritmo é acelerado, segundo informações da
assessoria da Dedini, apenas a empresa
comercializou, em 2007, 24 caldeiras –
cada uma com capacidade para produção
de 30 MW/h –, mais que o dobro das dez
unidades de 2006. Para 2008 já há 30
caldeiras encomendadas, sendo cinco
de altíssima potência, vendidas para o
Grupo Cosan. Antes, as caldeiras para cogeração em usinas representavam cerca
de 5% do volume de vendas, em 2007,
chegou a 20%. Quem paga as linhas de
transmissão – as empresas se preparam
para colocar mais energia na rede, porém
não há linhas de transmissão até a conexão
das concessionárias, a maioria já está
tomada. Conforme especialistas o custo
de um quilômetro de linha custa em torno
de R$ 1 mil, no estado de São Paulo a
distância das linhas ficam de cinco a dez
quilômetros, já no Centro-Oeste, chegam a
200 quilômetros. Além da linha, é preciso
construir outros itens como subestações.
500 milhões de TC/safra e o uso do bagaço para energia
500 milhões de TC/safra utilizando bagaço, pontas e palhas
Potência Instalada
Investimentos
Energia gerada
Energia gerada para fabricar açúcar e álcool
Faturamento com energia
Fat. com créd. Carbono
(considerando 61 kg de carbono
aproveitado por MWh –
R$ 40,00 t de carbono)
Faturamento com açúcar
(considerando 5 milhões de tc x
R$ 6000,00/ t de açúcar)
Faturamento com o álcool
(Considerando 4, 25 bilhões de litros X R$0,80)
Total do faturamento
*Incremento no faturamento
Potência Instalada
Investimentos
Energia gerada
Energia gerada para fabricar açúcar e álcool
(3,5% do Brasil)
Faturamento com energia
Fat. com créd. Carbono
(261 kg de carbono aproveitado por MWh –
R$ 40,00/ Tcarbono)
Faturamento com açúcar
(25 milhões de TC x R$ 600,00/ T de açúcar)
Faturamento com o álcool
( 24,25 bilhões de litros x R$ 0,80)
Total do faturamento
*Incremento no faturamento
14.700 MW
R$ 36,7 bilhões
4.886 MW médios
1.500 MW méd. (3,5% do Brasil)
R$ 6,8 bilhões (16,3%)
R$ 0,4 bilhão (1%)
R$ 15 bilhões (36,1%)
R$ 19, 4 bilhões (6,6%)
R$ 41,6 bilhões (100%)
20,9 %
29.900 MW
R$ 74,7 bilhões
11.410 MW med.
1.500 MW med.
R$ 16 bilhões (31,1%)
R$ 1 bilhão ( 2)
R$ 15 bilhões (29,2%)
R$ 19,4 bilhões (37,7%)
R$ 51, 4 bilhões (100%)
49,4%
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Crédito da foto: Banco de imagens Dedini
Caldeira na usina
Cresciumal,
Leme, SP,
fornecida pela
Dedini.
Normalmente o total do investimento sai
por volta de R$ 5 milhões. Paulo Cunha, da
NC Energia, concorda que muitas dessas
conexões de energia por estarem distantes
das estações coletoras oneram o projeto.
Há, inclusive, usinas deixando de fornecer
o excedente por falta de transmissão. O
governo anunciou que até meados de março
teria uma posição definida sobre quem
arcaria com a construção das linhas de
produção; as concessionárias ou as usinas.
Mas isso não ocorreu. ”Ainda não há precisão
sobre quem paga, o governo aconselhou a
realizar negociações individuais”, diz Sorge,
do Grupo Rede.
O preço da energia – os produtores
continuam insatisfeitos com o valor de
R$140,00 oferecido pelo MWh da energia da
Koblitz: “é preciso determinação e
coragem por parte do setor”
biomassa, dizem que não remunera. Mas de
acordo com Sorge, para contratos de longo
prazo é um preço adequado e que deverá ser
seguido no pregão do dia 20 de maio. “Nas
simulações que realizamos, o próximo leilão
apresentará valores próximos aos anteriores,
entre R$ 140 e 150 o MWh”, informa. Alguns
“Muitas das conexões
estão distantes das
estações coletoras”, diz
Paulo Cunha, presidente
da NC Energia
analistas ponderam que mesmo não sendo
o ideal, ainda é um bom negócio para as
usinas, pois ajuda a amortizar o investimento.
Eles também aconselham a firmar contratos
de longo prazo mesmo com valor por volta
de R$ 140,00, pois a partir de 2013, entra
a energia da usina Santo Antonio (primeira
hidrelétrica do Rio Madeira) e o MWh foi
comercializado a R$ 80,00 com o custo de
transmissão incluído. Vender no mercado
spot tem sido uma opção para quem deseja
ganhar mais, porém tem seus riscos, já que
a oscilação de preço é muito grande, já foi
dos R$18,00 até mais de R$ 500,00. Sorge
argumenta que a venda no mercado spot é
uma alternativa para as sobras de energia. A
melhor opção é amarrar a maior quantidade
de energia a um contrato de longo prazo e
negociar uma pequena parte no mercado
livre. Esse tem sido o conselho dos agentes
do setor de energia para o investidor de
fontes alternativas, para os da biomassa da
cana surgiu a opção dos leilões de energia
de reserva, que acontece em 30 de abril.
Mais empresas comercializando –
o produtor de energia também está
bem servido de opções de empresas
compradoras, foi-se o tempo de ficar
restrito às tradicionais distribuidoras. Nos
últimos cinco anos as comercializadoras
de energia conquistaram maior espaço e se
apresentam como boas alternativas para as
usinas de cana. A Tractebel Energia já é a
maior geradora privada do País com 6.094
MW. A geração da empresa está dividida
entre grandes hidrelétricas e térmicas a gás
natural e carvão mineral. Agora, o desafio
é entrar no mercado de fontes alternativas.
A Tractebel se impôs uma meta de ter até o
fim do ano 100 MW em desenvolvimento.
O foco principal será a co-geração com
bagaço de cana-de-açúcar com vistas ao
leilão de reserva. A proposta da empresa
é que as usinas forneçam o bagaço e, ela,
a energia. Segundo Miroel Wolowski, os
contratos têm a duração de 17 anos, a usina
não precisará investir em equipamentos de
co-geração, receberá energia e vapor para seu
processo produtivo e não se preocupará com
a comercialização da energia, concentrandose na produção de cana-de-açúcar, álcool e
açúcar. A NC Energia é outra comercializadora
com repercussão no mercado e 40 usinas na
carteira, Paulo Cunha explica que a função
da empresa não se resume a comercializar,
atua também como consultora, orientando,
analisando, realizando estudos de viabilidade
econômica. Já o Grupo Rede fornece energia
para 30% do território nacional, tem 150
consumidores e 28 usinas produtoras de
energia alternativa entre pchs e biomassa de
cana. “Isso permite oferecer ao consumidor
energia o ano todo, pois justamente no
período de entressafra das usinas é a época
das chuvas, quando as pchs estão em
funcionamento. Resultando em tranqüilidade
de fornecimento ao consumidor e melhores
preços ao vendedor”, declara Sorge. O Grupo
Rede também inicia no negócio de álcool,
para isso instalou duas destilarias no Estado
de Mato Grosso do Sul, cada uma com
capacidade de moagem de cinco milhões
de toneladas e preparadas para co-gerar 100
MWh, cada uma. A Unidade de Sidrolândia
tem previsão para entrar em funcionamento
em 2010 e a de Inhanduí em 2011.
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Informe publicitário
Torres ecológicas
Safra 2008/2009 apresenta inovações
tecnológicas na produção de torres de
resfriamento, praticamente
zerando a emissão de
gases poluentes
Torre de resfriamento de água
para grande capacidade,
produzida pela OMNI: tecnologia que
gera menos resíduos sólidos e
menor emissão de gases
D
urante esta safra, se você for visitar
a usina Santa Isabel, em Mendonça/
SP, aproveite para reparar nas torres de
resfriamento de água dessa unidade. Elas
apresentam inovações tecnológicas que
ajudam as usinas serem ecologicamente
corretas.
As torres são produzidas através de um
sistema menos agressivo ao ambiente, o
RTM Light (Resin Transfer Molding Light:
Transferência de Resina por Injeção para
Molde). Sua taxa de emissão de poluentes
é praticamente zero. João Luis Castropil
Silva, diretor da OMNI Grupo Industrial de
Equipamentos – empresa que produziu estas
torres –, explica que, outras torres existentes
no mercado, utilizam parcialmente esse
sistema, enquanto que as da OMNI são
100% produzidas com o sistema RTM Light.
“Com isso, a emissão de gases e geração
de resíduos sólidos são muito menores do
que as formas artesanais de produção” além
de oferecer vantagens técnicas e estéticas
incomparáveis, salienta João Luís.
Tecnologia exclusiva – Na parte de
enchimento, as torres apresentam uma
tecnologia exclusiva da OMNI. Segundo
João Luís os enchimentos de contato DuraGrade e Dura-Bar e o eliminador de gotas
Dura-Drift, são mais eficientes, robustos
e duráveis. O Dura-Bar, por exemplo, é
recomendado para águas sem tratamento
e/ou contaminadas. Sua configuração não
permite a formação de algas, além de ser
autolimpante e a prova de entupimento. João
Luís ressalta que são diferenciais que geram
ganhos para as empresas, pois não precisam
realizar limpezas freqüentes nas torres,
podendo-se estender significativamente a
periodicidade das intervenções.
Dura-Bar: tecnologia exclusiva
que permite aumentar a periodicidade
das intervenções para limpeza
Ganhos com o resfriamento da vinhaça
– João Luis admite que o mercado
sucroalcooleiro está bastante aquecido, não
só para torres de resfriamento de água, mas
também para vinhaça. “Praticamente, as
torres de resfriamento de vinhaça já fazem
parte da concepção dos projetos das novas
plantas, mas muitas usinas já estabelecidas
passaram a adotar o equipamento, pois
o aumento da capacidade instalada gera
maior quantidade de vinhaça. O resíduo
sai com uma temperatura de até 100 ºC,
com alta corrosividade. As torres resfriam
a vinhaça facilitando seu manuseio. A
menor temperatura torna a vinhaça menos
corrosiva, e o resfriamento reduz o volume
em 8%, ficando mais concentrada”, explica
o diretor-gerente.
Respeito ao cliente – com a expansão
canavieira, a demanda por equipamentos
industriais aqueceu, resultando em prazos
de entrega mais longos. O maior problema
é que muitas empresas ávidas em fechar
negócios prometem mais do que podem,
atrasando a entrega do produto, ou
entregando no prazo, porém com qualidade
comprometida. O resultado pode refletir em
paradas freqüentes do equipamento durante a
safra. “Atuo na área de torres de resfriamento
há 30 anos e sei o quanto custa uma parada
não programada em uma indústria, por isso,
priorizamos valores como cumprimento de
contrato, ética, qualidade e transparência. A
OMNI atua há 20 anos no México. Como é
sua tradição, fez questão de no Brasil montar
uma equipe de profissionais experientes que
apresentam soluções e ganhos
para as empresas. Não só
desenvolvemos tecnologia, mas
atuamos com responsabilidade
social, respeitando o cliente e
a natureza”, conclui João Luís.
João Luis ao lado
das placas de resina
de que são feitas
as torres da OMNI:
processo de produção
ecologicamente correto
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Matéria exclusiva
Jornalista da CanaMix
salva o presidente da Clealco
Durante a programação da Feicana
Feibio, aconteceu uma homenagem aos
empreendedores sucroalcooleiros que
desenvolveram o setor no Oeste Paulista.
Entre os homenageados estava Edson
Pizzo, presidente da Clealco.
Antes da festa, uma forte chuva caiu sobre
o recinto da feira, formando poças de
água pelo chão e, ao caminhar em direção
ao local da homenagem, Edson Pizzo,
percebeu que com a umidade a sola de
um de seus sapatos havia desgrudado,
e conforme andava ela erguia. Tentou
resolver o problema segurando com um
elástico.
M
as não deu certo, andava e o elástico
saía. O pior de tudo foi a descoberta
pelos amigos, que passaram a tirar a “maior
onda”. Disseram até que Pizzo deveria
mostrar ao governador José Serra a real
situação dos usineiros.
Sola segura pelo elástico
A equipe de reportagem da CanaMix flagrou
toda a história, e sensibilizada com o
imprevisto vivido pelo empresário, a nossa
jornalista, Nívea Noriega, lembrou-se de
que uma das expositoras da feira tinha
um produto de colagem rápida. Fomos
até a empresa e pedimos o produto para
colar a sola do tal sapato. No primeiro
momento, o pessoal duvidou, achou que era
pegadinha, tanto que nos acompanharam
na tarefa. Quando se viu que era tudo real,
o representante da empresa assumiu a
operação da colagem
Final da história – o sapato colou, Edson
Pizzo recebeu a homenagem e ao sair
da festa, foi agradecer à jornalista. “Ah,
minha salvadora! Muito obrigado, ficou tão
bom que nem vou mais mandar arrumar o
sapato”, declarou o presidente da Clealco.
O presidente da Clealco
“quebrando o galho” com o
elástico.
Edson Pizzo agradece a jornalista da
CanaMix, Nívea Noriega
Os amigos queriam mostrar
ao governador Serra a real
situação do setor
Operação de colagem
E a CanaMix mostra que veio ao
mundo sucroalcooleiro para fazer
mais do que o “basicão”. E que não
adianta apenas estar no lugar certo,
na hora certa, é preciso profissionais
que façam a diferença.
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Informe publicitário
IBCE e a segurança no setor sucroalcooleiro
Unidade Interlagos, do
Grupo Santa Adélia,
implanta sistema com
tecnologia de ponta na
área de segurança e
automação
A preocupação com a segurança anda em
alta também na agroindústria canavieira. E
a boa notícia é o que setor pode contar com
a IBCE. Fundada em 1982, a empresa se
aprimorou em oferecer os mais modernos
conceitos em produtos e serviços nas
áreas de segurança eletrônica, instalação
de sistemas de alarme e transmissão de
Imagens (CFTV e DVR), monitoramento
24h, automação Predial, telecomunicações,
além de cursos e treinamentos.
A IBCE atende diversos segmentos, como
os de prestação de serviços, industrial,
agrícola, hospitalar, shoppings, residências
e em condomínios. Na área de cana-deaçúcar, o Grupo Santa Adélia, localizado
em Jaboticabal, São Paulo, foi um dos
primeiros a contratar os serviços da IBCE.
O Grupo escolheu o sistema Seventh-DGuard V3 com 32 canais analógicos e
tecnologia IP incorporada, para implantar
em sua unidade Interlagos, que fica na
cidade de Pereira Barreto.
Segundo Silvio Pereira, Coordenador de
Automação e Instrumentação do grupo
Santa Adélia, o sistema consiste de
câmeras de vídeo que captam imagens das
áreas de segurança patrimonial, automação
industrial e agrícola. As imagens são
transmitidas utilizando fibra óptica, até
os servidores localizados na Central de
Operações do Processo Integrado (COPI),
disponibilizando recursos de gravação,
visualização e alarmes das imagens
disponíveis em monitores de LCD.
Para captação das imagens, foram
instaladas 28 câmeras fixas day/night de
alta resolução que funcionam 24 horas
por dia e, quatro câmeras speed domes
“o projeto da IBCE é um dos mais modernos sistemas de visualização, controle e
gravação de imagens existente no mercado”, ressalta Sílvio, da Santa Adélia
rotativas de 360 graus. Para Silvio a opção
pelo projeto da IBCE se deu porque é um dos
mais modernos sistemas de visualização,
controle e gravação de imagens existente no
mercado. Tudo isso graças à alta resolução
de imagens, flexibilidade e modularidade
que permite expansão ao longo do tempo
de acordo com o crescimento do parque
fabril, fácil implantação e suporte técnico
diferenciado.
“Todos os recursos e facilidades permitiram
a integração das áreas de TI, TA, Segurança
Patrimonial e Agrícola, com excelentes
resultados operacionais e integração entre
as áreas citadas”, salienta Sílvio, explicando
que o monitoramento é feito em tempo real,
através de monitores de LCDs instalados
em duas áreas do parque industrial, um
na Segurança Patrimonial e outro no COPI,
com possibilidade de total integração e
troca de informações entre as duas áreas.
Por fazer parte de um grupo, a Interlagos
precisa ter seu sistema de segurança
disponível para ser controlado e acessado
em qualquer distância. Para isso basta
instalar o software no computador do
usuário que irá visualizar e monitorar
as imagens disponibilizadas. É possível
também acessar e controlar as imagens
remotamente em outra unidade produtiva
do grupo.
Além das
tradicionais
aplicações
de Segurança Patrimonial
e Vigilância, o sistema
permite
observar
a
circulação de pessoas e
Foto do sistema em
funcionamento na
Unidade Interlagos
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veículos; movimentação de mercadorias
em áreas industriais, enfim proteção do
patrimônio e monitoramento dos produtos
acabados. Neste projeto, o sistema de
CFTV foi utilizado para monitoração dos
processos produtivos como: visualização
e controle do trafego de caminhões de
cana; visualização de Pressão e Nível
Fabrício Junqueira e o sistema
D-Guard V3 – desenvolvimento
constante
das Caldeiras remotamente; detecção e
registros de vazamento e rupturas. “Isto
serve como ferramenta para tomada de
ações corretivas e/ou preventivas”, salienta
Silvio.
Conhecendo o sistema – Fabrício
Junqueira da divisão de imagens do
Grupo IBCE diz que o sistema usado na
Interlagos, é um dos mais modernos feitos
no Brasil. Sistema D-guard V3 e D-guard
Ip, e o SV Center, um poderoso sistema de
com visualização remota e até mesmo pelo
celular. Flexibilidade no projeto utilizando
plataformas Hibrida, foram à diferença,
conclui Fabrício Junqueira.
Segundo Luís Henrique Teixeira, gerente
de projeto da Microset Tecnologia. Para
elaboração e implantação utilizou-se
o que há de mais atual em tecnologia
de conectividade, como fibra ótica e
equipamentos wireless. “Criamos uma rede
totalmente isolada, que converge para o
servidor de câmeras, distribuindo para as
posições de monitoramento de controle
industrial e patrimonial. E optamos pelo
sistema de redundância dos equipamentos
para que o processo não seja prejudicado
no caso de parada de algum componente”,
conclui Luís Henrique. O grupo IBCE,
atende todo o Brasil e exterior, e mantém
em Ribeirão Preto um centro de treinamento
à disposição de técnicos e operadores 24
horas por dia. Informações, acesse o site
www.grupoibce.com.br ou mande e-mail
para [email protected]
VOCÊ
VAI NA
AGRISHOW?
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Ternos & Cia.
“Se tiver um terno só, opte por azul marinho.
Não invente com sapato de bico quadrado”,
essas são algumas das dicas de nossa
consultora de moda Carminha Ruete de Oliveira
Carminha Ruete de Oliveira:
mercado financeiro e dicas
de moda
Adriana Lopes - gerente da VR no Ribeirão Shopping, “
Quando a cana está em alta as vendas aumentam”
Q
ueridos amigos. Por uns tempos vou estar
aqui com vocês falando sobre o estilo, já que
a nossa poderosa Luciana (aliás, a versão
BRASILEIRA de “O diabo veste Prada”), com seu
jeitinho me fez aceitar essa empreita, e acho que vai
ser divertido!!!
Estilo é o que você é, sua vida, seu trabalho, sua
família, seus amigos, o local que você vive seus
esportes e hobbies, enfim suas paixões.
Pensando nisso o vestir tem que ter tudo a ver com
sua vida. Então, vamos lá.
Primeira dica: lembre-se sempre que, “menos”
significa mais em elegância. Por isso, nada de
exageros.
Se você tiver um terno só, tenha um azul marinho.
Se tiver vários ternos:
Cinza e suas variações chumbo, risca de giz, claro,
príncipe de Gales.
Se quiser mais, volte para o marinho, com listas, ou
tons um pouco mais claro que o marinho.
Se você for supermoderno um terno preto é muito
chique. É para quem se sente seguro e ousado.
Um terno bege é lindo.
Agora o perigo reside no marrom, o terno marrom é
Jefferson Camargo - vendedor
da VR - MensWear seguindo
orientações da Carminha
lindo, mas combinar a camisa, gravata, sapato, cinto
vai dar muito trabalho, melhor ficar no que é fácil e
não tem erro.
Camisas brancas, azul, tipo Oxford, rosa, azul com
listadinhos em azul, brancos listados de azul (a lá
Ralph Lauren).
Sapatos pretos vão bem com o terno preto, com o
azul e com o cinza.
Sapatos marrons combinam com o terno da cor
bege. Mas o sapato deve ser marrom mesmo, nem
pense em tons diferentes do marrom, que pode
complicar. Os modelos devem ser os tradicionais,
não invente os de bicos quadrado!!!
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Mais homens
elegantes
Os Manoeis:
Manoel Felix Cintra Neto,
presidente do Conselho de
Administração da BM&F.
Manoel Pires da Costa, expresidente do Conselho de
Administração da BM&F.
Os Patricks:
Patrick Funaro, do BDF
Patrick Bouvier, da Bunge
Patrick Woodyatt, da trading
Kolmar
Gravatas:
Com terno azul: bordeaux, vermelhas, azul escura, azul mais claro, listados
azul com vermelho, estampas miúdas com as do Ferragamo, Hermès, etc.
Com terno cinza: todas as de cima mais amarela e também rosa e salmão.
Com terno bege: fica lindo com gravata azul mais clara; amarelo com
camisa azul clarinha e camisa branca.
Com terno preto: gravata preta ou vermelha, ou preta com pontinhos
brancos.
Abotoadura, uma de ouro
para a noite e uma de prata para todo dia.
Se não, mais informal as lisas de botão.
Patrick Funaro
Manoel Cintra Neto
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AQUI VOCÊ MOSTRA SUA EMPRESA
NA MELHOR VITRINE DO AGRONEGÓCIO
• Distribuição nacional comprovada com exemplares auditados no primeiro dia da Agrishow
• Caderno inédito sobre mecanização sucroalcooleira com depoimentos de profissionais
especializados
• Editorias - Economia, Mercado, tecnologias: administrativa, agrícola e industrial
• Novas editorias de interesse pessoal dos executivos: fora do trabalho, sonho de consumo,
qualidade de vida, estilo, pé na estrada, etc
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Fácil
rápido
e gostoso
Esta receita de bauru de forno é tão fácil de
fazer que até os mais desqualificados na arte
culinária conseguem
Luciana Paiva
N
Vladimir: o nosso “Mestre Cuca”
a edição passada da CanaMix o
executivo Vladimir Moreto estreou
a editoria Bom Apetite com a
receita – “peixe do Vladimir”. Fez o maior
sucesso. Mas os amigos, que têm o
privilégio de degustar os pratos elaborados
por nosso mestre cuca, disseram que o
peixe é uma delícia, mas o forte mesmo
do Vladimir é a receita do Bauru de Forno.
Uma opção fácil, rápida e gostosa.
Assim, mais um receita de Vladimir ilustra
a editoria Bom Apetite, porém o chef já
avisa: “as minhas especialidades já estão
se esgotando. Boto banca de chef, mas na
verdade só tenho três receitas”, ri Vladimir
com satisfação.
Formado em ciências contábeis
e especialização em finanças e
controladoria, Vladimir atua há 25 anos
no setor sucroalcooleiro, recentemente
passou a integrar o quadro de executivos
do Grupo Unialco. Desejamos sucesso em
sua nova empreita profissional e inspiração
para criar novos pratos, pois com a
publicação do bauru, só vai faltar mais
uma receita.
BAURU DE FORNO
Ingredientes para a massa:
03 ovos
250 ml de leite
125 ml de óleo
04 colheres de chá de queijo ralado
08 colheres de sopa de farinha de trigo
01 colher de sobremesa de sal
01 colher de sopa de fermento em pó
Ingredientes para o recheio:
300 gramas de presunto
300 gramas de mussarela
300 gramas de queijo ralado
04 tomates grandes
Orégano
Azeite
Acender o forno antes de começar a fazer
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Modo de fazer, passo a passo para não ter erro:
1-) Cortar os tomates em rodelas, espessura de 0,5
cm e temperar;
2-) Bater no Liquidificador: todos os ingredientes até
o fermento em pó;
3-) Untar assadeira média (de preferência aquela
redonda com mais ou menos 5 cm de altura;
Cauim Pilsen - a bebida certa para acompanhar o bauru
9-) Despejar a outra METADE da massa;
A bebida certa – para acompanhar este bauru de forno,
uma boa opção é uma bebida também sem complicações:
cerveja. No entanto, o sabor desse prato pede uma cerveja
especial, a dica é a Cauim - Pilsen – Esta Pilsen tradicional
de Ribeirão Preto é feita com água do aqüífero Guarany, e
leva cevada maltada holandesa, lúpulo tcheco, mandioca
e exclusiva levedura de baixa fermentação realizada pela
Cervejaria Colorado. Esse conjunto de itens forjou esta jóia
original, coroada de uma espuma densa e branca como
um colar de pequeníssimas pérolas. Tem teor alcoólico
estimado em 4,5%.
Logo ao primeiro gole sentimos o sabor e o corpo do
malte, a sua doçura discreta e o perfeito casamento com
os aromas e sabores florais do lúpulo. A receita de Pilsen
foi criada pelo grande mestre cervejeiro Carlos Hauser, que
durante várias décadas foi o principal maestro da fábrica
da Antártica de Ribeirão Preto e é hoje uma referência no
mundo micro-cervejeiro. Seu nome Cauim vem do Tupi
e se refere a uma antiga bebida fermentada de cereais e
mandioca, fabricada pelos índios brasileiros.
10-) Salpicar o restante do queijo ralado sobre toda
a forma.
Levar ao forno ALTO por 30 a 40 minutos.
BOM APETITE!!!!!!!
Quem quiser tirar dúvidas sobre a receita ou
trocar idéias sobre gastronomia, pode
entrar em contato com
o Vladimir pelo e-mail:
[email protected]
4-) Despejar na assadeira, METADE da massa do
liquidificador;
5-) Cobrir a massa com uma camada de mussarela e
uma camada de presunto;
6-) Colocar os tomates sobre toda a superfície;
7-) Salpicar com orégano (a gosto)
8-) Cobrir os tomates com uma camada de presunto
e uma camada de mussarela;
E também encaminhe
suas dicas pra gente:
[email protected]
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Barriguinha
teimosa
Tudo bem, não
precisa ter barriga
tanquinho, mas
se ela for mais
enxutinha a saúde
agradece
Este é um belíssimo exemplo de barriga
tanquinho. Mas não se desespere, afinal, o
Cristiano Ronaldo é jogador de futebol e não
executivo
M
esmo quem malha muito reclama
que o mais difícil é reduzir o volume
do abdome. E a medicina alerta que
as pessoas estressadas e com acúmulo de
funções têm dificuldade de perder peso.
Uma agravante para nossos executivos,
que vivem com a agenda apertada. Realizar
atividades físicas é sempre bem-vindo,
pois os exercícios físicos ajudam a perder
peso de duas maneiras: gastam calorias
e relaxam as pessoas, diminuindo assim
a ansiedade e a compulsão por comida.
É claro que, a melhor atividade física é
aquela que a pessoa gosta de fazer, pois o
prazer incentivará a sua continuidade. Mas,
calma, para perder a barriga não precisa se
torturar imaginando-se em intermináveis
sessões abdominais, a abordagem desta
matéria é reduzir a barriga, principalmente,
por meio da alimentação adequada. O que
também não significa que seja moleza. Para
ajudar nessa missão fomos pedir auxílio
à nutricionista Valéria Coury Bosshard,
profissional que conhece bem o pessoal da
cana, pois além de atender o setor, seu pai,
Gil Bosshard (Grupo Cosan), faz parte do
quadro de executivos sucroalcooleiros.
Segundo Valéria, a cada dia, fica mais
difícil ter ou manter a tão cobiçada barriga
tanquinho, a famosa barriga de jacaré,
com músculos abdominais torneados e
gordura zero. “O que se vê, com freqüência,
Abuse das frutas
Chazinho também ajuda
são barrigas parecidas com a de jacarésfêmeas.... grávidas!!!”, nossa, agora a
Valéria pegou pesado. Porém, se serve de
consolo, garante que a nutrição, através
da reeducação alimentar, consegue ajudar
a secar a barriga. E ressalta não se tratar
apenas de estética, mas de saúde. “O
aumento da gordura abdominal eleva
proporcionalmente o risco de doenças
cardiovasculares, tanto em homens como
em mulheres”, adverte.
É necessário que o indivíduo se alimente
mais vezes ao dia, porém em menor
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Natação está entre os
exercícios que ajudam a
diminuir a barriguinha
Exemplo de cardápio diário
quantidade (o ideal é de seis vezes, dividido
em café, lanche da manhã, almoço, lanche
da tarde, jantar e lanche da noite). Isso
também ajuda a evitar picos de hiper e
hipoglicemia, aumentando a concentração e
atenção no trabalho, e, consequentemente,
a produtividade.
Difííícil – a nutricionista previne: os
alimentos gordurosos devem ser restringidos
ao máximo (frituras em geral são os grandes
vilões), além de bebidas gasosas, e consumo
exagerado de doces. As bebidas alcoólicas
podem ser usadas com bom senso e
parcimônia, afinal são bem calóricas. O
correto é uma alimentação equilibrada,
consumindo diariamente com maior
quantidade, frutas, verduras e legumes; já
as proteínas (carnes, ovos, leite, queijos,
leguminosas ) em quantidade moderada,
e os carboidratos (massas, doces, pães) e
gorduras, menos ainda. Optar, sempre que
Almoço:
1 xícara de leite desnatado com café
(com pouco açúcar ou adoçante) ou
1 iogurte com fibras
2 fatias de pão integral com
requeijão light
1 fruta (pode ser inteira) de maçã,
banana, ou porção como ½ mamão
papaia ou 1 fatia de melão, ou ainda,
1 copo de suco de frutas;
1 prato de sobremesa de salada
variada (quanto mais colorido o prato
de saladas, mais vitaminas e sais
minerais estará consumindo),
2 colheres de sopa de arroz (integral
de preferência),
½ concha de feijão,
1 pedaço pequeno de carne grelhada
sem gordura,
2 colheres de sopa de legumes e/ou
verduras cozidas,
1 fruta e 1 copo pequeno de suco.
Lanche da manhã:
Lanche da tarde:
Café da manhã:
1 fruta ou 1 copo de suco de frutas
1 fruta ou 1 copo de suco de frutas.
possível, por carboidratos complexos, os
já conhecidos integrais (ricos em vitaminas
do Complexo B e fibras que ajudam no bom
funcionamento intestinal).
Não tem jeito de fugir – “os exercícios
físicos para a área do abdome, os
famigerados abdominais, odiados por
muitos, apenas tonificam a musculatura da
região”, avisa Valéria. Para diminuir ou evitar
a barriguinha saliente é necessário investir
em exercícios aeróbicos (caminhar, nadar,
pedalar), que queimam os excessos, caso
contrário, os músculos ficarão escondidos
sob a camada de gordura. “E, não esquecer
da importância da hidratação, tomando, no
mínimo, oito copos de água por dia, nos
intervalos das refeições”, indica Valéria que
nos preparou um cardápio. Confira:
Jantar:
idem ao almoço, ou 1 prato de sopa
de legumes com carne.
Lanche da noite:
1 copo de leite desnatado com
achocolatado light.
Seguindo estas dicas não garantimos
que terá o “corpão” do Cristiano
Ronaldo, jogador de futebol do
Manchester United, mas pelo menos
não terá a barriga de jacaré-fêmea
grávida como acentuou a Valéria.
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Emoção e
comprovação
CanaMix convida clientes para conferir com
o auditor a impressão de 10 mil exemplares
de sua edição número 1
Valdenisi Uzuelli, diretora
comercial da São Francisco
Gráfica, Regina Simino,
profissional da São Francisco,
que atende a conta da
CanaMix, Plínio César e o
auditor Fernando, conferindo
a qualidade da impressão
O auditor Fernando, Marco e Plínio
emocionados com a CanaMix
A palavra tiragem significa: número de
exemplares (de livro, periódico ou outro
trabalho) impressos de uma só vez ou em
cada edição. Muitas vezes a quantidade
de exemplares impressos anunciada é
bem menor que a tiragem verdadeira, isso
significa, por exemplo: a empresa anunciou
que imprimiu 7 mil exemplares e na verdade
imprimiu 3 mil. Daí, de tiragem passa a ser
“mentiragem”.
Essa prática é mais comum do que se pensa.
Os mais lesados com a “mentiragem” são
as empresas anunciantes, que acabam
comprando “gato por lebre”, pois, acreditam
que sua marca, seu produto estão sendo
expostos na quantidade de exemplares que
lhes foi informado.
Camilo e Marcos, da empresa
Perticarari Testing, gostaram da
experiência. “Nenhum outro veículo
do setor nos convidou para conferir
a tiragem, ou pelo menos conhecer o
processo de impressão. Muito bom.
A revista é ótima, vai dar caldo”, disse
Marcos
Em respeito aos nossos clientes, a CanaMix
é audita pela BLB Auditores Independentes
para comprovar sua real tiragem e também a
postagem dos exemplares. No nascimento da
primeira edição da CanaMix, Marco Baldan
e Plínio César, diretores da PC & Baldan,
empresa que edita a revista, convidaram
duas empresas clientes – Perticarai Testing
e Ribertec – para irem à São Francisco
Gráfica e Editora acompanhar o auditor
Fernando Leme da Conceição. O pessoal
gostou do que viu e os diretores da CanaMix
informaram que, em outras edições novos
clientes serão convidados para conferir a
impressão e a auditoria da tiragem.
Antonio Ferreira, da Ribertec, disse que
adorou a experiência. “Fiquei surpreso
com a quantidade de exemplares.
Adorei ver a revista nascendo, fico até
emocionado ao segurar o exemplar.
Vocês estão de parabéns”
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