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03 E DI TO R I AL N OVO S ART E S ÃO S 04 'N E W YO R K , N E W WO R K E R S ' 30 ‘ART S Y ART I S AN ’ 56 C O N HE Ç A AN N 66 C O N HE Ç A C AMI L L A 76 VI VE R B E M É C O MPART I L HAR M O D ELO S G eo r g ia G r a h a m No el B err y 82 C O N HE Ç A S O P HI E E HAN N AH An n G reen e Kelly Camilla E n g s trö m Soph ie S im m o n s Han na h S immo n s STYLI S T Pedro S a lles AG RAD EC I M E N TOS M AN A Co n tem p o r a r y No r t h B ro o k ly n F a r m s C A N TAO. COM .BR 90 I N N AT U R A D o caos, o desejo de calmaria. Da aceleração, a consciência de que é preciso ir mais devagar. Nossa rotina conturbada em meio à velocidade da era digital pede mais tranquilidade e observação. Pede a busca pela sensibilidade poética, pelas grandiosidades simples da vida. Quanto mais a tecnologia nos cerca, mais precisamos sair em busca do que é autêntico – do que é feito com o coração. Há tempos o Cantão tem vontade de compartilhar essa visão tão atual. Por isso, do nosso desejo de explorar e valorizar os trabalhos artesanais, preparamos a coleção Novos Artesãos. O que você confere nas próximas páginas é esse nosso olhar contemporâneo sob os ofícios tradicionais. Ceramistas, fotógrafas, marceneiras, cozinheiras e floristas nos emprestam referências que valorizam a beleza da originalidade e a simplicidade dos trabalhos feitos à mão. Criar e recriar tudo aquilo que é único, orgânico e autêntico. E o melhor: pensado e feito de maneira colaborativa. Buscamos nesta coleção a conexão entre extremos: a sintonia entre o antigo e o novo; o contraponto entre o individual e o coletivo; o encontro entre o artesanal e a inovação tecnológica. Ares de modernidade, mas sem fugir da tradição do que é manualmente feito com cuidado e afeto. Esta é a essência do movimento slow, que reflete bem o nosso espírito Viver Bem. Para retratar esse tema tão atual e pertinente, não podíamos deixar de usar a multiplicidade urbana e criativa de New York como pano de fundo. A cidade foi o cenário escolhido para a nossa campanha, que foi clicada pelas lentes de Marcelo Gomes. Para falar sobre essa nova geração de criadores, também trazemos um especial com algumas das novas artesãs que nos inspiraram nessa busca. Observamos como a delicadeza, a expressão artística e a investigação estética dessas mulheres nos encantam e despertam aquele desejo de botar a mão na massa. A nossa vontade é de entrar num ateliê (ou numa cozinha), e não sair mais. Estamos muito felizes com a volta da Revista Cantão e todas as pequenas surpresas que ela traz junto. Esperamos que você goste também. ‘NEW YOR K, N E W WO R KE R S’ O urbano e o contemporâneo sempre andaram lado a lado. E nada como as ruas efervescentes de New York para explorar esse viés tão presente na coleção Novos Artesãos. F OTO S PO R MARC ELO GO MES página 5 e 6 514528 camisa voil carimbo xadrez 515046 calça jeans cropped 515230 trio pulseiras pirita 514938 cinto tresset NEW YORK, NEW WORKERS página 8 514912 blusa tricot boho 514608 calça est. marsala 514777 sandália sisal REVISTA C ANTÃO 8 página 9 514756 camisa est. sunset 515177 calça risca de giz 515081 brinco madeira pirita 515230 trio pulseiras pirita 515209 s a n d á l i a f l a t fo r m n o b u c k página 10 514691 macacão est. charlote 515060 colar pedra gold 515326 bolsa lona palha #4 515159 rasteira tresset R EV IS TA C A N TÃO 11 página 12 e 13 514631 camisa jeans sempre 514674 saia est. moma 515230 trio pulseiras pirita 514990 cinto V 515020 sandália wood #4 página 14 514928 macacão jeans flower 515230 trio pulseiras pirita R EV IS TA C A N TÃO 15 página 16 e 17 514983 chemise est. soho 514880 pull mix listras 515060 colar pedra gold 515085 duo anéis gráficos 515107 bolsa couro bidu página 18 514677 blusa est. moma 514629 saia jeans blue 515230 trio pulseiras pirita 515105 bolsa tela cook 515020 sandália wood #4 página 21 514971 vestido est. soho 514950 bolsa franja 515020 sandália wood #4 página 22 e 23 514754 macaquinho est. sunset 514798 maxi cardigan ponto pesado 515083 brinco seta madeira 514780 bota franja sisal REVISTA C ANTÃO 20 NEW YORK, NEW WORKERS R EV IS TA C A N TÃO 23 página 24 514639 blusa renda boho 514685 c a s aq u e to d o u b l e fac e 514670 calça jeans destroyed 515230 trio pulseiras pirita 515339 bota cowboy página 25 514656 blusa jeans bordado richelieu 514683 saia jeans shibori 515083 brinco seta madeira 515000 sandália rasteira bordada página 26 514609 vestido est. marsala 514798 maxi cardigan ponto pesado 515063 c o l a r fe r r a g e n s 514777 sandália sisal página 28 e 29 514835 vestido est. village 515081 brinco madeira pirita R EV IS TA C A N TÃO 27 NEW YORK, NEW WORKERS R EV IS TA C A N TÃO 29 ‘ART SY ART I SAN ’ A arte é, talvez, a maior possibilidade de expressão humana. Por isso, mergulhamos num verdadeiro templo dedicado à inspiração artística: o convidativo MANA Contemporary. Um espaço múltiplo de inovação, que abriga uma das maiores comunidades criativas do mundo. F OTO S PO R MARC ELO GO MES *PEÇ A S E S P E C I AI S , P R E Ç O S S O B C O N S U LTA . página 31 e 32 515224 vestido seda est. berries 515970 pulseira metal e cerâmica 515278 blusa avent al es t. mini vanilla 515277 sweater tricot textura . 515279 calça seda est. vanilla 515964 tênis couro 515271 sweater tricot amarração textura 515272 calça seda est. soho 515815 brinco cerâmica 513877 clutch madeira alça couro 515964 tênis couro ARTSY ARTISAN 515268 túnica tricot textura 515267 bata seda bordada est. soho 515269 calça gorgurão seda 515501 bolsa malote new workers 515964 REVISTA C ANTÃO 38 tênis couro página 41 515265 sweater tricot algodão 515225 chemisier jeans 515266 calça seda est. berries 513877 clutch madeira alça couro 515964 tênis couro página 42 515879 cachecol tricot melange 515170 vestido seda est. nolita 515504 clutch new workers 515964 tênis couro página 43 515167 vestido midi seda est. nolita 515169 maxi cardigan tricot melange 515815 brinco cerâmica 515964 tênis couro REVISTA C ANTÃO 40 43 página 44 515878 cachecol tricot textura 515270 vestido seda bordada est. soho 515504 clutch new workers 515603 s a n d á l i a f l a t fo r m wo r ke r s página 46 515228 vestido est. berries 515964 tênis couro página 47 515264 sweater cropped tricot algodão 515223 saia calça seda est. berries 515964 tênis couro R EV IS TA C A N TÃO 45 ARTSY ARTISAN 515281 chemisier seda est. vanilla 515280 avent al es t. mini vanilla 515603 s a n d á l i a f l a t fo r m wo r ke r s R EV IS TA C A N TÃO 49 página 51 515274 macaquinho gorgurão seda 515275 maxi camisa bordada est. soho 515273 maxi cardigan tricot textura 515964 tênis couro página 52 e 53 515241 sweater melange 515171 colete couro new workers 515242 saia seda est. nolita 515815 brinco cerâmica 515964 tênis couro página 54 e 55 515276 vestido seda est. vanilla 515964 tênis couro CO N H E Ç A AN N Desmontando e montando, a nova-iorquina Ann Kelly gosta de dissecar e esculpir o invisível: a experiência, as sensações e os espaços que objetos e humanos ocupam. A nn Greene Kelly (27) tem traços marcantes e jeito despojado. É quase impossível não relacionar sua personalidade com suas esculturas: elas dividem as mesmas características. Suas peças são rústicas e refletem a beleza da força bruta: não primam pelo acabamento, mas sim pela poesia que carregam em si. De pedras e pinos enferrujados a materiais de construção, Ann mistura diversos objetos sintéticos para associá-los a memórias e sensações físicas: o concreto e a suavidade fria da pedra remetem à lembrança nostálgica de raspar o joelho no asfalto. A história da sua arte é bem emocional: ainda adolescente, ela deu seus primeiros passos artísticos no porão da casa de seus pais, no West Village, em NY. E nunca mais parou. Depois de uma temporada estudando arte em Baltimore (Maryland), Ann retornou à sua cidade natal, e não muito longe dali montou o seu ateliê. Conversamos com ela para saber mais sobre seu processo criativo: F OTO S PO R MARC ELO GO MES COMO VOCÊ SE SENTE CRIANDO UMA ESCULTURA? FALE UM POUCO SOBRE COMO VOCÊ SE INSPIRA PARA CRIAR NOVAS PEÇAS. Eu adoro fazer coisas usando minhas mãos. Eu acho que eu reflito bastante enquanto faço o meu trabalho, porque ele me estimula a entender cada coisa, como cada material funciona. Acho que dar um passo para trás e entender como cada detalhe é feito acaba contribuindo para como eu crio um novo objeto. página 58 e 59 514925 camisa lenço bordado 515329 CONTE MAIS SOBRE A SUA ROTINA: avent al jeans É basicamente tentar entender objetos comuns do dia a dia, imaginar como a escultura seria e depois realmente trabalhar para fazê-la. 515158 sapatilha paez xadrez PARA QUEM VOCÊ CRIA? 514527 Eu crio para todos que estão com vontade de ver! vestido voil carimbo xadrez R EV IS TA C A N TÃO 59 514925 camisa com lenço bordado 514804 calça jeans premium bike 515230 trio pulseiras couro pirita 515158 sapatilha paez xadrez 514884 pull cropped listras 515225 chemisier jeans 514591 calça brooklyn 515209 s a n d á l i a f l a t fo r m n o b u c k R EV IS TA C A N TÃO 63 514620 camisa jeans bordada 515060 colar pedra gold 515230 trio pulseiras couro pirita 514789 short veludo CON H E Ç A C AM I L L A A sueca Camilla Engström é artista plástica e modelo. Ela também assina sua própria marca de roupas, desenhos e objetos – a fun e curiosa Hus Hus. O s trabalhos de Camilla Engström (26) sugerem uma mente muito imaginativa. Nascida em Estocolmo, ela se mudou para NY para perseguir o sonho de se tornar fashion designer. Depois de trabalhar com ilustração de moda em grandes marcas como J. Crew e Calvin Klein, ela decidiu largar tudo para se dedicar às artes plásticas. Multifacetada que só, a artista é mestre em adaptar técnicas tradicionais – ilustrações, bordados, esculturas e pinturas – trazendo-as para o universo contemporâneo. Seu trabalho autoral é artesanal, lúdico e moderno. Fugindo do estereótipo de criar peças que expressam puramente a beleza, Camilla prefere nadar contra a corrente: sua marca registrada é uma figura gorducha e pequena, que sempre se encontra em situações bem humoradas. As suas peças da marca Hus Hus (“hus” significa casa em sueco) refletem bem sua personalidade forte: são únicas, e carregam toda a originalidade que só o handmade é capaz de proporcionar. Visitamos seu estúdio no Brooklyn para saber mais detalhes sobre suas inspirações: F OTO S PO R MARC ELO GO MES 515015 blusa listrada 514701 macacão sarja COMO VOCÊ SE SENTE FAZENDO UM TRABALHO MANUAL TÃO INCRÍVEL? Eu trabalho muito com tecidos e também faço pinturas. Às vezes, até faço pinturas em tecido. Esse processo de slow design me acalma muito. Mas eu também acabo ficando muito empolgada quando trabalho com as minhas mãos. PARA QUEM VOCÊ CRIA? Se eu pudesse adivinhar, a pessoa para quem eu crio é criativa, curiosa, tem uma mentalidade jovem, um pouco infantil, um pouco estranha (risos). Os meus desenhos tendem a ser assim às vezes... meio esquisitinhos! FALE UM POUCO SOBRE A SUA IDENTIDADE ARTÍSTICA E QUAIS SUAS TÉCNICAS FAVORITAS: Eu gosto muito de tecer, e também faço muitos bordados à mão. Às vezes, gosto de misturar tudo numa peça só: a costura, a tecelagem, a pintura e o bordado! ONDE VOCÊ BUSCA INSPIRAÇÃO? Eu me inspiro muito em outras mulheres, na arquitetura, na arte, coisas que eu vejo, conversas e sentimentos. E eu nunca sei o que vai me inspirar depois. No final, eu sei que eu tenho que amar e ficar animada com o que eu faço. 515015 blusa listrada 514690 macaquinho jeans CONHEÇ A C AMILLA página 70 515094 blusa est. watermelon 514644 calça jeans bootcut página 71 515015 blusa listrada 514690 macaquinho jeans REVISTA C ANTÃO 70 514613 camisa bordada boho 515120 casaco debrum couro 514668 calça jeans skinny 514938 cinto tresset 515106 clutch est. city 514766 mocassim franjas CONHEÇ A C AMILLA página 74 514914 vestido midi listras 515081 brinco madeira pirita 514743 bolsa bordada flor página 75 515015 blusa listrada 514701 macacão sarja 514977 sapatilha amarração R EV IS TA C A N TÃO 75 V I V ER B EM É C O M PA RT I L H AR O que é meu é seu: estamos vivendo a era da cultura colaborativa, filosofia que usa a tecnologia para fazer negócios entre pessoas, driblar a crise e promover a sustentabilidade. Q uantas vezes você já se pegou precisando de um utensílio doméstico que não tinha em casa? E pior: depois de comprar, nunca mais usou. Pense naquela furadeira guardada lá no fundo do armário. Faz sentido deixá-la ocupando espaço e juntando pó? Agora pense também naquela época em que você tinha que comprar o DVD do seu filme preferido, ou quando tinha que comprar um CD só pra ouvir uma ou duas músicas que gostava. Em tempos de Netflix e Spotify, essa realidade parece absurda. Então por quê não fazer uma graninha extra alugando itens ociosos, e de quebra, ainda ajudar vizinhos, conhecer pessoas e ter boas histórias pra contar? Por que comprar, se podemos compartilhar? É assim que funciona a nova era da cultura colaborativa: tornar o acesso mais importante que a posse. Afinal, você precisa do furo ou da furadeira? DA GER AÇ ÃO E U À GER AÇ ÃO N ÓS “Um dia olharemos para o século 20 e nos perguntaremos por que possuíamos tantas coisas” – Times Magazine. S eja online ou offline, a sharing economy já está transformando o modo como consumimos e vivemos: além de dar uma força para estreitar as relações sociais, ela nos ajuda a poupar e a construir uma sociedade ainda mais sustentável. A ideia é estimular a troca – de espaços, utensílios, roupas, habilidades ou serviços – aproximando produtores e consumidores, vendedores e compradores, quem empresta e quem pega emprestado. As possibilidades são infinitas: você pode alugar um quarto da sua casa, ensinar inglês em troca de aulas de violão, e até arranjar alguém que fique com o seu pet enquanto viaja. Mas quando este assunto entra em pauta, a primeira reação da maioria das pessoas é uma desconfiança imensa. Ter um desconhecido cuidando do seu cachorro ou um estranho hospedado em sua casa pode parecer loucura. “A chave para ideias como o Airbnb dar certo, por exemplo, não é o dinheiro. É usar o poder da tecnologia para gerar reputação e confiança entre estranhos”, afirma Rachel Botsman e Roo Rogers, no imperdível “O que é meu é seu” (Editora Bookman). Não é à toa que grandes plataformas como a Amazon e o eBay criaram seus próprios mecanismos de confiabilidade baseados na opinião de quem consome seus serviços. Segundo Botsman, a avaliação das experiências em serviços de compartilhamento é tão fundamental para a economia colaborativa que tem o potencial de se tornar uma espécie de nova moeda. Neste livro indispensável, a dupla britânica mostra como estamos economizando dinheiro, tempo e espaço levando as pessoas a construirem relações mais próximas, e assim, passar de consumidores passivos a colaboradores ativos. E esta ascensão do compartilhamento não para por aí. Veja a evolução das comunidades virtuais: diariamente, milhares de novos membros aderem ao Facebook, centenas de tweets são publicados, e a cada minuto, 20 horas de vídeos do YouTube são carregados – o equivalente a Hollywood lançar mais de 90 mil novos filmes por semana. De maneira simples, estamos compartilhando incessantemente com a nossa comunidade – seja o escritório, o bairro, o condomínio, a escola ou até mesmo um post numa rede social. CRIANDO EM CONJUNTO As iniciativas dedicadas à arte e cultura também entram na corrente de resgate do senso de coletividade. Criar em conjunto é melhor do que criar sozinho. No Rio, a antiga fábrica de chocolates Bhering – e hoje espaço múltiplo e colaborativo – abre suas portas para o público conhecer o que seus criadores estão produzindo. Com corredores cheios de antigas máquinas de doce e até o famoso terraço com vista panorâmica da Zona Portuária, o local virou um verdadeiro hub cultural: é repleto de ateliês, oficinas e abriga até uma escola de cerâmica. O prédio, que fica no Santo Cristo, já virou endereço de mais de 80 escultores, pintores, fotógrafos e artesãos. Por lá impera a pluralidade de linguagens e propostas artísticas, que dão origem a produções incríveis e aquecem o cenário das artes da cidade. A fábrica de quase 16 mil metros quadrados é tão interessante que, vez ou outra, também serve de locação pra gravações, eventos culturais e lançamentos. Nesse mesmo sentido, onde costumava funcionar um armazém de tabaco em New Jersey, agora funciona o MANA Contemporary – onde clicamos o nosso editorial “Artsy Artisan”. O MANA não é meramente um museu, mas sim um grande conglomerado dedicado à comunidade criativa. O enorme centro de artes conta com inúmeros ateliês e salas de exibição, permitindo a troca de ideias entre artistas e grandes nomes do mundo das artes – além de promover a experimentação e inspiração mútua. MAIS DEMOCRATIZAÇÃO SIM, POR FAVOR Falando em formas de tornar as comunidades melhores para se viver, não podemos deixar de citar a agricultura urbana como um importante agente transformador. É impressionante a quantidade de pessoas que estão se mobilizando para participar de cooperativas locais e de programas de Agricultura com Suporte Comunitário (CSA). O movimento não é de agora: os clubes de consumidores começaram no 79 Japão, como forma de superar a escassez de alimentos e dificuldades depois da Segunda Guerra Mundial, e agora, se desenvolvem como mais uma maneira de fortalecer a economia compartilhada. Um desses projetos que merece destaque é o North Brooklyn Farms, em Williamsburg (Brooklyn, New York). No lugar de uma refinaria abandonada, Ryan Watson e Henry Sweets decidiram criar um parque que além de ser uma grande horta comunitária, é também um espaço educativo. A iniciativa recruta voluntários para recuperar espaços verdes, conectando pessoas com a natureza e unindo forças para tornar a agricultura acessível de forma sustentável. Aqui no Brasil, a democratização de alimentos orgânicos também está crescendo. Cada vez mais surgem hortas comunitárias, que abrem espaços de convívio social e educação ambiental, no qual os voluntários realizam cultivo de hortaliças e ensinam outros moradores a plantarem também. O Instituto Chão (SP) é um dos projetos que exalta este espírito de cooperativismo. A associação, que é sem fins lucrativos, oferece alimentos orgânicos sem margem de lucro cobrada em cima do preço. Os valores de todos os produtos são equivalentes aos preços que você barganharia com um produtor, como se estivesse indo direto na fonte, sem intermediários. Todos os custos estão claramente expostos. Essa transparência na empresa faz com que as pessoas se sintam mais livres em querer participar fazendo uma contribuição monetária. O lucro não é o foco, mas sim a produção honesta e o consumo local. É assim também que a Junta Local (RJ) forma sua rede de consumo consciente: valorizando pequenos produtores artesanais e agricultores rurais e urbanos empenhados em oferecer uma comida boa e justa pra comunidade local. O objetivo principal é causa nobre: promover a acessibilidade, trabalhar por uma sociedade mais livre, e familiarizar as pessoas com o conceito de igualdade na comunidade. São estas ideias que nos permitem consumir de forma mais inteligente e humana, gerando mais conexões e benefícios. “Dentro da Junta, a colaboração surgiu de forma espontânea e natural, nunca paramos e dissemos ‘vamos fazer algo que envolva o consumo colaborativo’. Como o nosso principal objetivo sempre foi aproximar quem come e quem faz, a ideia é trazer quem consome um pouco mais para dentro da realidade de quem trabalha com a terra ou na cozinha. O maior esclarecimento sobre isso geralmente muda a cabeça das pessoas, as fazem querer participar mais, se envolver e se colocar como um co-produtor ou parte de um movimento. Para mim, tudo começa quando o que motiva as pessoas são valores e não mercadorias, a vontade de estar junto e não apenas comer.” – Thiago Nasser, um dos fundadores da Junta Local. É PRECISO REINVENTAR A MOBILIDADE URBANA É um fato que a nova geração está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem, superando antigos valores e necessidades de consumo que já não convencem e, muito menos, satisfazem. Uma dessas mudanças importantes está no modo como estamos nos relacionando com a mobilidade urbana. Cada vez mais, as pessoas encaram o carro como um mero meio de transporte e estão mais dispostas não só a compartilhá-lo, como também a valorizar alternativas mais limpas e acessíveis – como as bikes, os ônibus e o bom e velho trajeto a pé. É nesse caminho de sucesso que uma série de iniciativas entra em cena com o objetivo de tirar carros da rua e também dar melhor uso à frota existente. Por meio de programas de aluguel de bikes, carona remunerada ou do compartilhamento de veículos (carsharing), aumentamos ainda mais o nosso leque de opções sustentáveis. É só pensar no Uber, um serviço exclusivo para quem quer mais conveniência e privacidade: com apenas um toque no celular, um carro executivo chega até a sua porta em questão de minutos. Ou então a plataforma Fleety, onde você pode ter acesso a um carro simples pra viajar e até uma caminhonete pra fazer sua própria mudança.Você pode ter um carro, sem necessariamente comprar um. Alugando um produto que você precisa usar apenas ocasionalmente, você poupa os recursos naturais que iria utilizar comprando um novo. É substituindo a cultura da posse pelo uso consciente de meios de transporte, que começamos a dar um grande passo para tornar nossas cidades mais verdes e humanizadas. As ciclofaixas, os foodtrucks e os parklets também são parte desta tendência global de ocupação da cidade por seus moradores, e não pelos seus carros. Em espaços públicos em que aparentemente cabe só um veículo, muitas coisas podem ser feitas para despertar a noção de que as ruas podem ser transformadas através da criatividade. Os parklets exemplificam bem isto: são minipraças instaladas no espaço de uma vaga de carro. A iniciativa cria um espaço de lazer e convivência compartilhados por pedestres, moradores da região e funcionários de empresas próximas, que aproveitam a área para conversar, almoçar ou ler. De tanto exercitar esse novo olhar sob a qualidade de vida urbana, o Cantão resolveu aderir a este movimento, inaugurando o primeiro parklet da zona sul do Rio de Janeiro. Ao lado da Satrápia (agência de benfeitorias destinada à inovação social em centros urbanos) revitalizamos um espaço mal utilizado para torná-lo um ponto de encontro real com a cidade. Além de deixar um importante legado para o Rio, esta é uma das formas que buscamos para democratizar o espaço urbano e celebrar a verdadeira essência da convivência. Iniciativas como estas têm o poder de resgatar o senso de comunidade, trazendo mais harmonia na relação entre cidadão e cidade. O INÍCIO DE UMA NOVA ERA No fundo, a cultura colaborativa não é apenas uma redefinição das nossas relações econômicas, políticas e sociais. É sobre permitir que as pessoas tenham poder de escolha e voltem a ser cidadãos ativos. É uma grande oportunidade pra dar chance ao novo, economizar, recuperar a conexão com estranhos, e até mesmo redescobrir aquele senso de comunidade – e humanidade – que, nas últimas décadas, acabou se perdendo. A promessa é de pequenas (ou, quem sabe, grandes) revoluções na nossa sociedade. Por aqui, ficamos de olho e aguardamos ansiosamente pelos próximos passos. A economia colaborativa não é o futuro, ela é o agora. Vamos dividir ao invés de acumular? foto página 76 e 77 Nor th Brooklyn Farms foto página 78 e 79 MANA Contemporary foto página 80 Junta Local CONHEÇ A SO PH I E & H AN N AH Formas, texturas, cores. A culinária é uma forma de arte e todo prato pode ser moldura. Por isso, não há definição melhor do que a de “grandes artistas” para as irmãs Sophie e Hannah Simmons, criadoras da marca de healthy foods ‘Here We Are’. A s canadenses Sophie (24) e Hannah (27) têm uma história e tanto. Praticantes da filosofia da raw food – ou crudivorismo, que prega que os alimentos devem ser ingeridos crus para não perder seus nutrientes – elas adoram se arriscar na cozinha para compartilhar inspirações e a paixão pela natureza. Não é à toa que se formaram em Biologia Marinha e Ciências Ambientais e trabalhavam na área. Ainda assim, as duas sentiam falta de algo a mais na vida em Vancouver. Foi então que em 2014 as duas resolveram largar seus empregos, colocar uma mochila nas costas e passar um período sabático conhecendo a América do Sul. Hannah iniciou a viagem pela Costa Rica e encontrou Sophie no Panamá. As duas atravessaram a Colômbia de barco, conheceram o Peru e fizeram amizades com muita gente, de diferentes lugares. Sabiam que estavam perto de encontrar o que tanto buscavam. Foi nesse meio tempo que conheceram e se encantaram pelo Brasil – mais especificamente pelo Rio de Janeiro. “Nós nos olhamos e dissemos ‘precisamos ficar aqui’. Aqui tem cultura, tem amor, tem muitas ondas e estamos nos sentindo em casa!”, conta Hannah. Para continuarem morando no país, decidiram criar a ‘Here We Are’: uma marca de alimentos orgânicos, artesanais e deliciosamente originais. Elas notaram que a cultura da raw food era quase inexistente por aqui e resolveram explorar o mercado. Para elas, cozinhar é muito mais que uma necessidade, é uma forma de externar sentimentos, não só para as pessoas queridas, mas pra elas mesmas. Os ingredientes secretos? O afeto, e claro, a saúde. Foi aqui que as duas encontraram seu caminho, e continuam indo para onde o coração apontar. Batemos um papo com a dupla para saber mais sobre o que elas estão produzindo: F OTO S PO R T H IAGO S AR AMAGO COMO VOCÊS SE SENTEM QUANDO BOTAM A MÃO NA MASSA? Hannah: Eu adoro cozinhar, por muitas razões. Quando você está criando algo com as suas mãos, fica completamente imersa no momento, fica conectada consigo mesma. Quando estou na cozinha cortando vegetais e combinando ingredientes, é como se estivesse fazendo experimentos! Sophie: Quase nunca seguimos receitas, estamos constantemente inventando. É assim que acabamos criando nossos próprios pratos, cometendo erros e nos arriscando. Curtimos comer com as mãos também, parece mais verdadeiro. É assim que fazem na Ásia e nós adoramos. NA HERE WE ARE, VOCÊS COSTUMAM PRIORIZAR OS PRECEITOS DO SLOW FOOD, PENSANDO EM CADA DETALHE COM MUITO CARINHO E CUIDADO. O QUE ESSE PENSAMENTO SLOW TRAZ PARA A ROTINA DE VOCÊS? Hannah: O trabalho manual me permite exercer toda a minha criatividade. É a minha forma de expressão. A Sophie gosta de cantar e eu me arrisco na cozinha. É o que me acalma e me diverte! Colocar uma musiquinha, fazer um encontro com os amigos, tomar um vinho... toda essa experiência é o que slow food me traz. Sophie: Essa desaceleração me proporciona um momento para juntar amigos, compartilhar com outras pessoas. É um momento de troca e aprendizado. Adoro experimentar a culinária de outras culturas e aprender sobre as diferentes técnicas de preparo. FALANDO NISSO, CONTEM UM POUCO MAIS SOBRE O ESTILO DE CULINÁRIA DE VOCÊS E AS SUAS TÉCNICAS FAVORITAS. Hannah: Nós usamos as mais diferentes técnicas, mas a nossa base é a raw food. Aqui no Brasil não temos todos os aparatos que tínhamos em casa, porque para preparar a “comida viva” você precisa de diferentes utensílios, como uma máquina para desidratar em baixas temperaturas. Quando você coloca uma fruta nesta máquina, em 24h ela fica completamente desidratada! Por aqui, acabo usando todos os dias meu liquidificador de alta velocidade, que eu amo. É quase meu namorado (risos). Passo muito tempo com ele! Sophie: Nossa culinária não é 100% crua, mas usamos muitas técnicas do crudivorismo, como o uso das nuts. Em muitas receitas usamos amêndoas trituradas com tâmaras, por exemplo. Para a sobremesa é ótimo: fica docinho, sem precisar adicionar açúcares ou outros conservantes. A ALIMENTAÇÃO IMPACTA O MUNDO DE DIVERSAS MANEIRAS. POR ISSO, DEVEMOS ESCOLHER BEM O QUE COMEMOS. O QUE VOCÊS ACHAM DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE HOJE EM DIA? nem quanto óleo estão usando... O consumidor acaba ficando cego. Ter consciência e controle sobre o que você está colocando dentro do seu corpo é muito importante. Você é o que você come. Se ingerir besteira, vai se sentir mais indisposto, sem energia, rabugento... Sophie: Quando você começa a se alimentar de forma saudável, seu corpo começa a pedir por isso. Se você não oferece o combustível certo para o seu corpo, ele não responde da maneira que você precisa. É uma equação simples. QUEM INSPIRA VOCÊS? Sophie: Nossa grande inspiração é a nossa mãe. Ela é muito saudável desde sempre, nos criou com lifestyle vegetariano. Nós acordávamos cedo e ela já estava preparando algo na cozinha. Íamos dormir e ela ainda estava lá, lavando louça. A cozinha sempre foi como um templo para ela. Hannah: Ela é uma grande mulher, está à frente do seu tempo. Muito antes desse movimento saudável, ela já levava essa vida. Como ela é instrutora de yoga, começou a estudar tudo o que vem com a vida yogie, e a alimentação com raw food faz parte deste estilo de vida. Ela começou a se educar, fazer cursos sobre esses assuntos e se dedicou ao crudivorismo por mais de 20 anos. Tudo o que ela faz é incrível! PARA QUEM VOCÊS CRIAM? Sophie: Nós cozinhamos para todos que cruzam nosso caminho. Fizemos mochilão por uns 6 meses, e sempre tivemos sorte de conhecer pessoas incríveis que nos acolheram. Quase nunca pagamos por hospedagem, sempre encontrávamos alguém que nos recebia. Cozinhar foi a nossa forma de retribuir para quem abria as portas pra gente. Quando você cozinha com amor, a comida sente isso. Se colocar vibrações positivas em sua comida, todos vão sentir isso! página 83 514925 camisa com lenço bordado 515329 avent al jeans 515081 brinco madeira pirita 514891 vestido bordado mandala Hannah: O carioca tem o costume de sair para comer em restaurantes ou pedir delivery quase sempre, e nós acreditamos que é preciso mudar isso! É importante estimular as pessoas para que elas se conectem com a culinária, com o alimento que consomem, e que desacelerem na hora da refeição. Eu gosto de cozinhar para mim mesma porque só assim sei o que tem no meu prato. Hoje em dia, você vai num restaurante e não sabe se aquele alimento é orgânico ou não, se está fresco ou não, 515329 avent al jeans 515221 lenço fruti 515083 brinco seta madeira CONHEÇ A SOPHIE E HANNAH REVISTA C ANTÃO 86 CONHEÇ A SOPHIE E HANNAH R EV IS TA C A N TÃO 87 página 87 514631 camisa jeans sempre página 88 Hannah 514686 vestido boho colorido 514985 duo pulseiras miçanga 515103 d u o a n é i s fe r r a g e n s 515158 sapatilha paez xadrez Sophie 514631 camisa jeans sempre 514674 saia est. moma 515230 trio pulseiras pirita 514990 cinto V 515000 sandália rasteira bordada R EV IS TA C A N TÃO 89 I N NAT U RA Faz bem pra saúde e pra alma: a raw food é uma prática alimentar que pode te deixar mais leve e feliz. É possível consumir alimentos naturais, crus e orgânicos com muito mais sabor. Sugerimos aqui duas receitas fáceis e deliciosas pra você experimentar e viver bem sempre – inclusive na hora da sobremesa! RAW PIE D E KIWI E MORANG O R E C E I TA S Massa crocante: 1 xíc. de nozes 1 xíc. de tâmara hidratada 1 colher de sopa de mel 2 xícaras de amêndoas cruas ½ xíc. de semente de chia hidratada Recheio: 1 casca de limão 2 xícaras de caju hidratado 2 colheres de sopa de mel 1 colher de sopa de essência de baunilha Frutas: 2 kiwis 10 morangos Co m o f aze r: P a r a a m a s s a c ro c ante , mis t ure tod os os ingre d ie nte s e t r it ure num proc e ssado r. A d i c i o n e m a i s a m ê nd oas s e a mas s a fic ar muito úmid a. D e p o i s d e a s s e n t a r a mas s a numa fôr ma c om f und o f als o, c oloque - a n o c o n g e l ad o r p o r 2 hor as . P a r a o re c h e i o, b a t a tod os os ingre d ie nte s no liquid ific ad or. E l e d eve s e r b e m c re mos o, por is s o, s e fic ar muito s e c o ad ic ione água. Qu a n d o m o n t a r, d e s pe je as c amad as inte rc aland o: uma c amad a d e re c he io, u m a c a m ad a d e f r ut a ( k iwi e mor ango) e uma c amad a d e re c he io. D e p o i s , d e c o re c om f r ut as e f lore s ! R E C E I TA S RAW PIE D E MARACU J Á Massa crocante: 2 xíc. de amêndoas cruas 1 xíc. de tâmaras hidratadas 1 colher de sopa de mel (opcional) ½ xíc. de semente de chia hidratada 1 colher de sopa de essência de baunilha Recheio: 1 maracujá Suco de 1 lima 1 casca de limão 1 colher de sopa de mel 2 xícaras de caju hidratado 20 goji berries hidratadas Fruta: 1 manga Co m o f aze r: P a r a a m a s s a c ro c ante , mis t ure tod os os ingre d ie nte s e t r it ure num proc e ssado r. A d i c i o n e m a i s a m ê nd oas s e a mas s a fic ar muito úmid a. D e p o i s d e a s s e n t a r a mas s a numa fôr ma c om f und o f als o, c oloque - a n o c o n g e l ad o r p o r 2 hor as . P a r a o re c h e i o, b a t a tod os os ingre d ie nte s no liquid ific ad or. E l e d eve s e r b e m c re mos o, por is s o, s e fic ar muito s e c o ad ic ione água. Qu a n d o m o n t a r, d e s pe je as c amad as inte rc aland o: uma c amad a d e re c he io, u m a c a m ad a d e f r u t a ( mang a) e uma c amad a d e re c he io. D e p o i s , d e c o re c om f lore s e be rr ie s ! REVISTA C ANTÃO 94 LOJAS CANTÃO RIO DE JANEIRO Barra Shopping (21) 3411-6785/2411-8850 Shopping Rio Design Barra (21)2431-7075/2487-6321 Búzios (22) 2623-9414 Leblon (21) 3411-5102/3114-5491 Shopping Leblon (21) 3114-5501/ 3114-5896 Norte Shopping (21) 3271-3767/3271-3994 Rio Sul (21) 3820-6015/3820-6101 Shopping da Gávea (21) 2294-8745/2274-8260/2512-0865 Shopping Tijuca (21) 3872-3668/3872-4005 Tijuca (21) 3872-4686/3234-5188 Vertical Shopping (21) 3970-2236/3970-2172 Plaza Shopping Niterói (21) 2618-3353/2618-3383 Icaraí I (21) 2711-1928/2711-1795/2711-1535 Icaraí II (21) 2717-1046/2717-1731 Ilha Plaza Shopping (21) 2465-9823/2465-9859 Shopping Nova América – off (21) 2595-0530/2595-6811 C A N TÃO É V IV ER BEM MACAÉ Shopping Plaza (22) 2757-5762 CAMPOS Shopping Boulevard (22) 2732-6858 CAMPOS II Av. Pelinca 165 (22) 3025-7977 ARACAJU Shopping Riomar (79) 3231-1242 CAMPO GRANDE Shopping Campo GrandE (67) 3028-1033/ 3028-1034 CAMPINAS Galleria Shopping (19) 3207-1959 CURITIBA Shopping Mueller (41) 3076-3526 PORTO ALEGRE Shopping Iguatemi (51) 3029-9644 FORTALEZA Shopping Aldeota (85) 3458-1570 Shopping Iguatemi (85) 3241-2921 Eldorado (11) 5083-4978 GOIÂNIA Goiânia Shopping (62) 3091-1904 BELO HORIZONTE Pátio Savassi (31) 2531-1244 BH Shopping (31) 3228-4119 JUIZ DE FORA Marechal Center (32) 3215-0224 Garden Shopping (32 ) 3217-3186 SALVADOR Shopping Barra (71) 3235-1300 LONDRINA Shopping Catuaí (43) 3321-1900 MARINGÁ Shopping Maringá Park (44) 3366-2083 MURIAÉ Rua Barão do Monte Alto, 67/lj 5 (32) 3721-2610 NATAL Shopping CCAB (84) 3202-7382 Shopping Natal (84) 3322-1707 RECIFE Plaza Shopping (81) 3269-1850 VILA VELHA Shopping Praia da Costa (27) 3320-6275 JUNDIAÍ Jundiaí Shopping (11) 4588-0645 UBERLÂNDIA Uberlândia Shopping (34) 3216-0874 RIBEIRÃO PRETO Ribeirão Shopping (16) 3902-1264 MACEIÓ Av. Dr. Antonio Gomes de Barros, 836/lj 1 (82) 3317-8110 VÍTORIA Shopping Vitória (27) 3215-5289 TERESINA Teresina Shopping (86) 3233-5294 Teresina Rio Poty (86)2106-9019 EM BREVE BELÉM SALVADOR 11 BRASÍLIA RECIFE II LOJA ONLINE www.cantao.com.br CONTATOS ESCRITÓRIO Franquias Cantão (21) 2025-7601 [email protected] Multimarcas (21) 2025-7657 [email protected] International Sales Contact +55 (21) 2025-7657 [email protected] Distribuição Portugal +351 21 483 4218 [email protected] Sac Cantão sac@cantão.com.br FLORIANÓPOLIS Shopping Iguatemi (48) 3238-6435 FACEBOOK.COM/CANTAO BAURU Boulevard Shopping Nações Bauru (14) 3233-7464 SÃO PAULO CAPITAL Mkt Place (11) 5181-3019 Pátio Paulista (11) 3283-4061 Villa Lobos (11) 3021-0867 INSTAGRAM.COM/CANTAO PINTEREST.COM/CANTAOOFICIAL VIMEO.COM/CANTAO BL OG BLOG.CANTAO.COM.BR C ANTAO. C O M. B R