A Consciência é mais do que ela diz
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A Consciência é mais do que ela diz
Ficha Catalográfica PREFÁCIO NIAC e a audácia de pensar. No final da década de 1980, fundei um curso pré-vestibular em Salvador que causou verdadeiro espanto. Nesse curso havia uma biblioteca com cerca de 2.000 títulos, um clube de cinema, uma oficina de dança moderna e um fórum permanente de debates, com grandes nomes do pensamento nacional, intitulado “Aprendendo a Pensar”. Para os padrões de um cursinho – que prima pelo massificação dos conteúdos e pela “decoreba” de fórmulas – foi uma verdadeira revolução. “Aprender a Pensar” sempre foi uma expressão-conceito que ocupou minha cabeça a vida toda. Aliás, dos quatro pilares da educação propugnados pela UNESCO – aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser – só se chega ao último, que é a culminância de todos os antecedentes, quando se aprende a pensar, a refletir sobre o conhecer, o fazer e o conviver. Aí se completa a essência humana, a finalidade da viagem de nossa alma.E isso – aprender a pensar, infelizmente é, hoje, mercadoria escassa no mundo. Se avaliamos o mar de material didático exposto e difundido em nosso país, constataremos, de pronto, que a grossa maioria contenta-se apenas com ”aprender a memorizar ou decorar” Nada que provoque ou estimule um quantum de inteligência que seja para que atinjamos apenas o primeiro pilar: aprender a conhecer.Quase todos eles ainda tributários de uma didática mecanicista ensinam geralmente o “QUÊ” das coisas; raramente o “POR QUÊ”; dificilmente, o “COMO” , e quase nunca o “PARA QUÊ”. Não é de se admirar o nível de leitura de mundo que possuem nossos jovens estudantes e a distância que procuram manter da escola como centro de crescimento pessoal. Lendo agora esse material pedagógico do NIAC, “A Consciência é mais do que ela diz” experimento um desatado prazer em ver aqui o que sempre sonhei para um suporte didático. Os movimentos sociais-revolucionários apresentados em textos claros e, em seguida, a provocação intelectual ao jovem leitor, convidando-o a protagonizar, do seu modo, aqueles momentos históricos e, posteriormente, levando-o à reflexão como ato absoluto da Consciência. Simples, direto, genial. Duvido que algum estudante permaneça inerte ante um convite tão sedutor. Quando se firma um consenso de que só o ensino de qualidade pode dar sustentabilidade ao futuro deste país, as ideias do NIAC têm muito o que ensinar à nossa perplexa rede de educação.E que isso aconteça logo. Jorge Portugal Educador e membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais. APRESENTAÇÃO “Se quisermos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.” “O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente.” “Temos de nos tornar na mudança que queremos ver.” Mahatma Gandhi “Uma boa cabeça e um bom coração formam sempre uma combinação formidável.” Devemos promover a coragem onde há medo , promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero.” “A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo.” Nelson Mandela “Revolução pode ser feita, também, com o bélico ou com as palavras; mas a revolução ideal se faz com o autoconhecimento” “A única revolução indispensável é a religiosa, ou seja, a espiritual, portanto, aquela que se realiza no interior do Ser Humano.” “Uma pessoa é uma multidão; duas é uma conspiração; e três uma revolução “ Jair Tércio Essas são algumas das idéias que embasam mais um dos trabalhos do Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência (NIAC), que objetivam o despertamento, construção e/ou desenvolvimento da Consciência do ser humano. Trata-se de um dos Núcleos do Grupo de Pesquisa em Educação, Cidadania e Desenvolvimento Humano, do Mestrado Multidisciplinar Profissional em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, do Centro de Pós-graduação e Pesquisa Visconde de Cairu, que busca investigar em quantidade relativamente suficiente, mas com qualidade significativa, acerca da potência latente do gênero humano, mais particularmente a Consciência. Tais investigações objetivam despertar, conhecer, desenvolver, manter e usar a Consciência de todos os pesquisadores sensíveis e buscadores de um sentido mais profundo do seu viver, e da sociedade em geral, fruto das realizações do próprio Núcleo. Além disto, as referidas investigações buscam favorecer aos seres humanos a criação lógica, racional, organizada e equilibrada dinamicamente, dos seus pensamentos com o fim de nortear os seus atos, enfim, suas ações, do seu dia a dia de relações, considerando as suas necessárias e/ou desejáveis, realizações, em função da finalidade da vida, bem como da razão de nossa existência. Eis que o NIAC, com tal empreendimento espera contribuir, indubitavelmente, com o que expressa o seu objeto, desde a sua origem, em 20 de outubro de 2004, embasada na crença de que todo trabalho pedagógico deve propor a criação de oportunidades que possibilitem conduzir ao objeto mor da educação: o despertamento, conhecimento e/ou desenvolvimento da Consciência em função da necessária transcendência para autorrealização humana, considerando a razão de sua existência. No que se refere à presente obra, destacamos que é o resultado da pesquisa intitulada: Os Grandes Movimentos Sociais/Revolucionários da Humanidade como Produtos dos seus Ícones, com o objetivo de investigar o impacto dos referidos movimentos sociais/revolucionários da humanidade na sociedade como um todo. Expressa, através de uma linguagem lúdico-pedagógica, as características mais marcantes e significativas do humanismo, renascimento, iluminismo e existencialismo como movimentos que não só mudaram o contexto artístico-científico, mas todo um conjunto de conceitos filosóficos, psicológicos, econômicos, políticos e sociais de gerações, impactando em novas atitudes individuais e coletivas, em cada tempo histórico. Ao longo do livro o leitor terá a oportunidade de relembrar de cada um desses movimentos: o contexto histórico, político, econômico, cultural e social; pilares centrais; impactos na educação; as principais contribuições para o ser humano e para a sociedade, seus principais ícones, bem como as suas possíveis contribuições para a criação de um novo movimento social/ revolucionário a partir da sua própria Consciência. Como participantes do NIAC, oferecemos a você leitor a nossa contribuição para a sociedade: nós criamos o nosso movimento social/ revolucionário para auxiliar na contenção, minimização e/ou extinção dos conflitos que tanto assolam a humanidade. Movimento este intitulado: “Consciencialismo”. Do consciencialismo compartilhamos as suas características gerais, os pilares centrais, tais como: o ser humano e sua estrutura trina (física, psíquica e moral/espiritual); seus níveis de sentir, pensar e agir; as relações entre Deus, Natureza e Ser Humano; suas contribuições para a sociedade, bem como seus ícones principais. Da mesma forma que criamos, acreditamos, principalmente, no seu potencial como jovem para ir além, em função das grandes indagações que permeiam seu viver, sua criatividade e sua força de realização. Este livro, portanto, tem como público alvo estudantes do ensino médio que acreditam na possibilidade da transformação social, a partir de si mesmo. Afinal, nós, o mundo e a humanidade somos um e os fazemos como são e estão. Um novo movimento, neste contexto, pressupõe buscar encontrar o segredo de fazer tudo, e a tudo fazer bem, segundo a união entre o que indicam: a ciência, através do método preciso pela Ordem dos fatos; a filosofia, através do rigor das deduções lógicas e racionais; e a religião, através da noção exata de bom sentimento, aliada a noção exata de moral, ética e estética elevadas, em prol da sua formação integral. Afinal, o Ser Humano integral é aquele que já tem consciência da responsabilidade como dever e da liberdade como direito. Tem consciência de sua utilidade individual e social, e age e interage com base no autoconhecer. Que a Consciência ilumine as criações que estão por vir! Sumário CAPÍTULO I - HUMANISMO ----------------------------------------------------------------12 Contexto Histórico e Social ----------------------------------------------------------------------12 Características do Humanismo -----------------------------------------------------------------15 Ícones do Movimento ------------------------------------------------------------------------------16 Principais Contribuições --------------------------------------------------------------------------19 Quadro de Aprofundamento ----------------------------------------------------------------------21 Referências --------------------- ----------------------------------------------------------------------22 CAPÍTULO II - RENASCENTISMO -------------------------------------------------------26 Contexto Histórico e Social ----------------------------------------------------------------------27 Pilares Centrais -------------------------------------------------------------------------------------29 Principais Contribuições --------------------------------------------------------------------------30 Ícones do Movimento ------------------------------------------------------------------------------33 A educação Renascentista ----------------------------------------------------------------------35 Quadro de Aprofundamento ----------------------------------------------------------------------39 Referências --------------------- ----------------------------------------------------------------------40 CAPÍTULO III - ILUMINISMO -------------------------------------------------------------44 Contexto Histórico e Social ----------------------------------------------------------------------45 Iluminismo e Educação ----------------------------------------------------------------------48 Ideias que Iluminaram -----------------------------------------------------------------------------49 Movimentos revolucionários de ideais Ilumintas -------------------------------------------52 Quadro de Aprofundamento ----------------------------------------------------------------------58 Referências --------------------- ----------------------------------------------------------------------69 CAPÍTULO IV - EXISTENCIALISMO -------------------------------------------------------63 Contexto Histórico e Social ----------------------------------------------------------------------64 Caracteristicas Principais ----------------------------------------------------------------------66 Existencialismo e Educação ----------------------------------------------------------------------66 Ícones do Movimento ------------------------------------------------------------------------------67 Relações ser humano/ser humano; ser humano/natureza; ser humano/Deus -----72 Quadro de Aprofundamento ----------------------------------------------------------------------76 Referências --------------------- ----------------------------------------------------------------------77 CAPÍTULO V - Consciencialismo -------------------------------------------------------81 Novo Movimento Social Revolucionário para Humanidade ------------------------------81 Revolução da Consciência ----------------------------------------------------------------------82 Pilares Centrais -------------------------------------------------------------------------------------88 Ícones do Movimento ------------------------------------------------------------------------------94 Convite ao Consciencialismo ----------------------------------------------------------------------95 Quadro de Aprofundamento ----------------------------------------------------------------------97 Referências --------------------- ----------------------------------------------------------------------98 CAPÍTULO VI - CRIAÇÃO--------------------------------------------------------------102 Novo Movimento Social Revolucionário------------------------------------------------------102 “Na cultura, o homem passa a se encarar como ser humano, e não mais como a imagem de Deus” Gil Vicente (1465-1536) I HUMANISMO João Olá, sou João, tenho 15 anos, gosto muito de estudar e apreciar as coisas belas da vida. Tenho uma proposta para você: Que tal fazermos uma viagem no tempo e redescobrir o Humanismo? Vamos lá? A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo CAPÍTULO I HUMANISMO Vamos falar um pouco desse movimento cultural que germinou na Euro- pa no início do século XIV, bem no final da Idade Média e implantou novas idéias na sociedade de sua época. Você já ouviu falar desse movimento? Conversaremos um pouco sobre isso!!! As Meninas (Diego Velázquez 1599 – 1660) Contexto Histórico e Social Segundo QUEIROZ (2008), o humanismo surgiu na Itália durante o século XV, buscava o renascimento da cultura clássica greco-romana e a formação humana por meio da literatura e das ciências. Ainda de acordo com GAARDER (2005, p.244), “a palavra humanismo deriva de humano. Podemos definir um humanista como que aquele que dá maior importância aos seres humanos, à vida humana e à dignidade humana.” É a abordagem do despertamento do ser humano sobre sua importância no contexto histórico e a prospecção de mudanças sociais e culturais. É o momento de transição, do “abrir os olhos” para valorização de si mesmo, de descoberta das potencialidades do ser humano. Período de efervescência das necessidades humanas e de apresentação da visão centrada no ser humano, em que são valorizadas a inteligência, o conhecimento e o dom artístico. O humanismo buscou resgatar conceitos da Antigüidade Clássica, valorizando e revisando sua produção cultural e principalmente a concepção do “espírito humano”. 12 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo A sociedade da época medieval era dividida da seguinte forma: Para saber mais... Assista o filme O Nome da Rosa para entender um pouco como era a sociedade na Idade Média!!! No entanto, nesse período surge a Burguesia, uma nova classe social composta por mercadores, comerciantes e artesãos que modificará as relações estabelecidas na sociedade. Este nome esta relacionado ao surgimento das cidades, chamadas de burgos, onde a burguesia mantinha sua sustentação no comércio, fato esse, que contribuiu para o declínio do feudalismo. SINOPSE: Estranhas mortes começam a ocorrer num mosteiro beneditino localizado na Itália durante a baixa idade média, onde as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. O mosteiro guarda uma imensa biblioteca, onde poucos monges tem acesso às publicações sacras e profanas. A chegada de um monge franciscano (Sean Conery), incumbido de investigar os casos, irá mostrar o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do tribunal da santa inquisição. O feudalismo... estilo de organização social e político, baseado na relação de servidão, característico na Europa no período na Idade Média. Também nessa época o homem começa buscar novas terras, e têm início as Grandes Navegações. Essa iniciativa proporcionou a troca de informações com culturas completamente diferentes. O olhar humano desviava-se do céu para a terra, ocupando-se mais com as questões do cotidiano. A curiosidade, aguçada para a observação dos fatos, redobrou o interesse pelo corpo e pela natureza circundante. A glorificação do homem, tornando-o o centro de todas as indagações e preocupações. Os Humanistas não mais aceitavam os valores e maneiras de ser e viver da Idade Média. Tenderam a valorizar a produção cultural da Antiguidade GrecoRomana. O Humanismo caracterizou-se como um período de conflitos e mudanças de valores. Aos poucos, o ser humano foi deixando de lado a visão teocêntrica da existência humana, passando a interferir mais objetivamente no mundo em que vivia. Começou a valorizar sua própria capacidade intelectual e artística, tornando-se autor de descobertas científicas e de obras de arte admiráveis. O Humanismo coloca o homem no centro do universo, ou seja, cabe a ele toda a responsabilidade, resultado de suas ações. 13 Assista o filme Lutero e entenda um pouco o que foi contestação dos dogmas católicos! A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo Um dos fatores que contribuiu para a difusão do Humanismo foi o aperfeiçoamento da imprensa, uma vez que possibilitou a impressão dos clássicos gregos e romanos, bem como das obras da época. Esse período também foi marcado por pesquisas e inovações técnicas, investigações científicas, o afloramento da música e literatura. E assim... o humanismo contribuiu para transformações significativas na sociedade de sua época que refletem ainda hoje!!! É importante também, lembrar que esse movimento é o espelho do pensamento de diversos ícones. Vamos conhecer alguns deles!! Ainda, segundo QUEIROZ (2008), em educação o humanismo refere-se aos seguintes princípios: •Todo o conhecimento está subordinado às necessidades fundamentais da natureza humana; •A educação tem como finalidade o desenvolvimento total do ser humano; •A salvação do homem depende apenas das forças humanas, tanto no que se refere à política e a economia, quanto na própria ética. Vamos dar uma parada!! Que tal buscar no caça-palavras termos que você já viu no texto até agora? Vamos lá ! 14 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo Características do Humanismo •Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, a homens medievais; •O antropocentrismo, que projeta o homem como centro do Universo rompendo com a visão medieval teocêntrica que significava Deus como o centro do Universo. •Valorização da capacidade intelectual e artística do ser humano, o que proporcionou diversas descobertas científicas. •O ser humano da época rompe com a visão teocêntrica do mundo determinada pela igreja e vai em busca de si mesmo, de novas descobertas e novos valores. •Ruptura entre Igreja e Ciência, diferenciando assim a visão do homem e sua relação com os demais elementos da natureza. •As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico; •Com o surgimento da burguesia, novas cidades foram aparecendo e muitas famílias que morvam no campo mudaram-se para estas cidades; •Na economia ocorre a substituição da subsistência feudal pelas atividades comerciais. •Nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo). •Enfraquecimento do regime feudal de servidão. você Sabia? Que o Humanismo Secular é apenas uma denominação para uma filosofia que utilizando métodos racionais e científicos lida com assuntos referentes aos seres humanos. 15 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo Ele que defendia que a astrologia deveria ser vista sob a ótica de como aconteciam as relações entre os astros e o que Francesco acontecia na Terra. Sem falar também que Petrarca ele contribuiu para os estudos de Isaac (1304 -1374) Newton na formulação da teoria da gravitaImportante intelectu- ção universal, quando afirmou que os plaal e poeta. É considerado netas se moviam em órbita elíptica e não o inventor do soneto – tipo circular. de poema composto de 14 Paracelso versos. Ficou conhecido (1493-1541) tradicionalmente como pai do humanismo. É o pseudônimo utiSONETO 1 lizado para Phillipus Aureolus Theophrastus BomVós que ouvistes em rimas esparsas o sonho, bastus Von Hohenheim Nos meus juvenis e suspirosos dias, , foi médico, alquimista, Com que eu nutria outrora o coração físico e astrólogo. Ele é Quando aquele que eu fui tinha alguma ilusão; Paracelso considerado o fundador Se conheceis do amor a reflexão, da Bioquímica. Ícones do Movimento Entre fugidias esperanças e o pranto em vão, Piedade eu espero achar, mais que perdão, Para as dores das minhas fantasias. A gora, um momento de reflexão com uma frase bastante profunda de Paracelso. Sugiro que reflitam bastante!! Agora vejo bem, Em mim falou-se, e ria muita gente, E de mim mesmo, às vezes me envergonho. “Se queremos buscar Deus, devemos buscá-lo dentro de nós mesmos, pois fora de nós, não o encontraremos jamais.” E amargo fruto que colhi sonhando, Já sei - me arrependendo e envergonhando, Que a sedução da vida é breve sonho. Olha que lindo esse Soneto de Petrarca! O que acharam? Johannes Kepler (1571-1630) Era astrônomo, estabeleceu as três leis fundamentais da mecânica celeste, conhecidas como leis de Kepler, e também estudou óptica. Johannes Kepler Kepler contribuiu bastante nas temáticas da área da astrologia, ou melhor, que ele definia como ‘cosmologia’. 16 Dante Alighieri (1265-1321) Era escritor, poeta e político italiano. É autor de A Divina Comédia, sendo um dos grandes expoentes da literatura italiana Dante Alighieri A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo Erasmo de Roterdam Gil Vicente (1465-1536) (1466-1536) Seu nome era Desiderius Erasmus Roterodamus. Cursou o monastério e tornou-se monge. Escreveu sobre temas Roterdam relacionados à Literatura e Religião. Seu principal livro foi Elogio da Loucura. Erasmo de Roterdam publicou uma edição crítica do Novo Testamento Grego em 1516, e no ano seguinte surgiu o Protestantismo. Olha que interessante, pode estar aí o surgimento da Reforma Protestante. É considerado o criador do teatro português pela apresentação, em 1502 de seu Monologo do Vaqueiro. O teatro vicentino é basicamente gil vicente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo. “Na cultura, o homem passa a se encarar como ser humano, e não mais como a imagem de Deus” Gil Vicente o achou deste pensamento de gilvicente? Compartilhe suas impressões com seus colegas e familiares! “. . . Deixarás tudo aquilo que te agrada mais profundamente; é esta seta a tal logo no arco do exílio disparada. E provarás como é falto de salo pão d’ outros, e como é dura estradasubir e sair pelas escadas de outros.” O Canto XVII – 55-60 Thomas Morus (1478-1535) Fernão Lopes (1378-1459) O Humanismo é um período muito rico no desenvolvimento da prosa, graças ao trabalho dos cronistas, notadamente fernão lopes de Fernão Lopes, considerado o iniciador da historiografia portuguesa. Suas principais Obras foram, la Crônica del Rei D. Pedro, Crônica del Rei D. Fernando, Crônicas del Rei D. João. Era diplomata, escritor e advogado. Foi canonizado santo na Igreja Católica. É considerado o Thomas Morus patrono dos estadistas e políticos. Algumas de suas obras: Utopia, Epitáfio, A agonia de Cristo, entre outras. Pesquise um pouco sobre essas obras! 17 Sugiro algumas obras de Thomas Morus para você pesquisar e conhecer! Aproveite! •A agonia de Cristo •Um homem só (cartas da torre) •Piedosa instrução •Orações •Súplicas da Alma •Utopia A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo PAUSA LÚDICA! Hum, agora quero saber se você lembra os nomes dos grandes ícones que contribuíram para esse movimento! Vamos lá... procure!! "Criação do Homem" 18 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DO HUMANISMO PARA A SOCIEDADE E então?! Vamos conversar um pouco sobre quais seriam as contribuições do Humanismo para a sociedade. Interessante falar na quebra de paradigma religioso, só em confrontar alguns aspectos dos dogmas religiosos católicos. Imaginem, numa época em que a Igreja dominava. Isso fez com que várias perspectivas da existência humana fossem reavaliados. Que tal!? E nome do movimento?! Já diz muita coisa: HUMANISMO! O homem é colocado no centro, questionado sob sua existência. E vale ressaltar que o Humanismo impulsionou outros movimentos como o Renascimento, Iluminismo. E pode inspirar o seu também! Você também pode ser um transformador da sociedade! Só depende de você! “O que há de mais certo é confiarmos em nós mesmos, para nos tornarmos pessoas de mérito e de valor.” Michelangelo Buonarroti 19 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo Se você fosse participar da criação de um novo movimento social revolucionário, o que aproveitaria do Humanismo? 20 Fonte Adaptada: Arca Sagrada, 2009. I. O centro de onde parte todas as ações 7. Fonte (Qual a Origem?) 21 6. Recursos - Com o que? 5. Método (Como, onde, Quanto, Qunato?) 4. Fundamentos (Quais?) 3. Justificativa (Por que?) 2. Finalidade (Pra que?) II. O Agir III. O objeto que reflete todas as ações 1. Objeto (O que é?) exercite seu saber pensar quanto ao estudo do humanismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo I • Humanismo REFERÊNCIAS AQUINO, Santos Rubim. História das sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais. Ao livro técnico SA, Rio de Janeiro, 1978. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2006. GAARDER, Jostein; HELLEM, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. QUEIROZ, Tânia Dias. Dicionário prático de Pedagogia. 2ª ed. São Paulo: Rideel, 2008 http://www.logdemsn.com/2008/03/16/o-que-e-o-humanismo-quesurgiu-no-renascimento/ http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/Humanismo.html http://www.coladaweb.com/porliteratura/humanismo.htm http://www.consciencia.org/maquiavel_more.shtml http://www.saber.cultural.nom.br/template/pintores/f... http://sol.sapo.pt/.../images/1027372/591x480.aspx 22 "A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação." Leonardo da Vinci (1452-1519) II RENASCENTISMO RENÉ E aí, gostou do Humanismo? Eu também tenho 15 anos, me chamo René e estou aqui para darmos continuidade a nossa viagem no tempo. Adoro as Artes, a Literatura e tenho uma quedinha pelas ciências, por isso mesmo, vamos agora para o Renascimento. Espero que você curta esta encantadora experiência. A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo CAPÍTULO II RENASCENTISMO http://www.easypedia.gr/el/images/shared/2/22/Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg O período renascentista foi marcado por muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências que superaram a herança clássica. Segundo Johnson (2001) em nenhum outro período tantos talentos produziram, ao mesmo tempo, um significativo número de produções. O legado deixado pelo Renascimento, cujos ideais se tornaram imprescindíveis para a evolução do pensamento ocidental, estão refletidos na Ciência, na Filosofia e nas Artes.Uma das repercussões do período renascentista para o Ser Humano e para a sociedade foi a transição da acentuada religiosidade medieval para a racionalidade. Homem Vitruviano (Leonardo Da Vinci) Como podemos compreender melhor essa idéia? Podemos compreender isso analisando o fato de que, até no fim da Idade Média, os questionamentos acerca da religião como única e principal fonte de conhecimento eram transmitidos de maneira enfática. Lembre-se de que, até então, a Igreja Católica detinha o saber e não permitia que o mesmo fosse expandido para fora dos seus muros. Davi (Michelangelo) Mas, a inquietação e o impulso da descoberta sempre fizeram parte das buscas humanas. Alimentado pela vontade de saber um pouco mais, o ser humano - no período Renascentista - descobre que a verdade não se encontrava, apenas, nas quatro paredes das Igrejas. Descobre, ainda, que ela está bem mais perto do que pensava: nele mesmo. Daí surge a idéia do Antropocentrismo e, com ela, o ser humano, passou a ser o centro das atenções, tentando compreender a si mesmo, buscando respostas para as suas indagações sobre seu papel no Universo, da relação com Deus e com o meio do qual fazia parte, sem, no entanto perder a fé Nele. As qualidades mais valorizadas passaram a ser a inteligência, a razão, o conhecimento e o dom artístico. Com isso, os cientistas passam a utilizar métodos experimentais de observação da natureza e do universo. 26 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo CONTEXTO HISTORICO, POLITICO, SOCIAL, CULTURAL DA EPOCA Historicamente o período renascentista é situado entre os séculos XIV e XVI e rendeu ao mundo uma estética inovadora e obras de arte inesquecíveis que marcariam a história da humanidade. Entendemos melhor o contexto histórico, faz-se necessário compreender o período de transição da Idade Média para a Idade Moderna. Conhecida como “Idade das Trevas”, a Idade Média foi marcada por grandes batalhas, problemas políticos e graves surtos de doenças, levando o Continente Europeu do século XV “a vivenciar um colapso, registrando a morte de milhares de pessoas.” (INHAN e FREITAS,2008,p.12). Os autores supracitados, ressaltam ainda que o fim da Idade Média é marcado por grandes transformações nos segmentos social, econômico e político, conforme você já estudou no capítulo anterior, quando tratamos do Humanismo. Esboço de A Virgem e o menino, Santana e João Batista (Leonardo Da Vinci) Pieta é a máxima visão da anatomia humana. Nenhum detalhe nesta escultura fica inacabado (Michelangelo) Para saber mais... Em 1550, cerca de 40 cidades tinham população igual ou superior a 10 mil habitantes. Em Florença, a população chegava a 60 mil em 1530, e em Nápoles, a 210 mil. Com esse panorama, fica evidente a importância dos comerciantes, artesãos e donos de estabelecimentos na construção de uma nova estrutura social, que não podia mais ser dividida como era anteriormente, em clero, nobreza e camponeses. (INHAN e FREITAS, 2008,p.16). 27 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo Muitos autores consideram a Itália como o “berço” do Renascimento. E por que isso ocorre? no decorrer do século XVI a cultura renascentista expandiu-se para outros países da Europa Ocidental e para que isso ocorresse contribuíram as guerras e invasões vividas pela Itália. As ocupações francesa e espanhola determinaram um conhecimento melhor sobre as obras renascentistas e a expansão em direção a outros países, cada um adaptando-o segundo suas peculiaridades, numa época de formação do absolutismo e de início do movimento de Reforma Religiosa. A Itália nos séculos XV e XVI era um dos maiores pólos urbanos da Europa, apresentando grande desenvolvimento do comercio e, com isso, um desenvolvimento econômico, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia também favoreceram a ampliação do comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com a expansão comercial, muitos europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores. Os governantes, os burgueses e o clero passaram a dar proteção e ajudafinanceira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha o intuito de patrocinar as artes. Era muito comum os mecenas encomendarem pinturas, principalmente os retratos e esculturas junto aos artistas. Segundo Recco, Catarin e Bandouk (2000), A Virgem com o Menino e o pequeno João Batista (Rafael Sanzio) Cristo (Rafael) Moises (Micheangelo) 28 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo PILARES CE N TRAIS DO M O V IMENTO elevada dos antigos gregos e romanos, acreditando ser o modelo ideal para as suas obras. De acordo com Recco, Catarin e Já sabemos que o Renascimento influenciou os mais diversos setores da ativi- Bandouk (2000) foi necessário fazer uma dade humana. Foi uma época de transição pequena diferenciação entre a cultura reentre as idades medieval e moderna, onde nascentista - aquela caracterizada por um era comum observar a relação dialógica novo comportamento do homem da cidaentre os princípios e conceitos velhos e no- de, a partir de novas concepções de vida e de mundo - da Produção Renascentista vos. Vamos destacar algumas - que representa as obras de artistas e incaracterísticas desse período? Para telectuais, que retrataram essa nova visão referendar os tópicos a seguir, utiliza- de mundo e são fundamentais para sua diremos os autores INHAN e FREITAS fusão e desenvolvimento. Essa diferenciação é importante para que não julguemos (2008,p.29). o Renascimento como um movimento de Primeiro destacaremos o ANTRO- “alguns grandes homens”, mas como um POCENTRISMO. Como vimos anterior- movimento que representa uma nova somente, o Antropocentrismo ressalta a idéia ciedade urbana caracterizada pelos novos do individuo ser visto como o “centro do valores burgueses e ainda associada aos universo”, valorizado como um ser racio- valores cristãos. nal, capaz de criar e explicar os fenômenos a sua volta. O RACIONALISMO, como a própria palavra sugere, destaca a razão humana como base para toda construção do conhecimento, obtido através da observação e experimentação das Leis Naturais que regem o universo. Outra característica é o HUMANISMO, ou seja, a valorização de um saber crítico, racional e voltado para a busca do conhecimento sobre o ser humano e as suas potencialidades. Nesse contexto os artistas buscavam a sua afirmação enquanto criador e passaram a assinar as suas obras. O INDIVIDUALISMO se faz presente, não no sentido egóico e egoísta, mas sim de afirmação do artista em relação a sua obra. A INSPIRAÇÃO NA ANTUIGUIDADE CLÁSSICA foi importante fonte para os arA Virgem do Rochedos tistas e pensadores do Renascimento, pois (Leonardo Da Vinci) os mesmos procuravam imitar a estética 29 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DO MOVIIMENTO PARA A SOCIEDADE A característica primordial do Renascimento é a liberdade do ser humano em relação à natureza e à sociedade. Nesse contexto, a dignidade humana é restaurada. Ao contrário do que ocorria na Idade Média que o colocava inteiramente submetido à Igreja e ao Império Romano. Como você já estudou tanto o Humanismo , com o Renascimento são considerados dois momentos do mesmo movimento, tendo, basicamente os mesmos princípios, a saber: Dentre as contribuições desse movimento, há um grande desenvolvimento no campo tecnológico, artístico e científico, que serviram de base para a expansão marítima.De acordo com Recco, Catarin e Bandouk (2000), o movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e portanto novas relações sociais em seu cotidiano. A vida urbana passou a implicar um novo comportamento, pois o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo comportamento dos homens. Isso significa que o Renascimento não foi um movimento de alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade, e que será exaltada e difundida nas obras de arte. Afirmação do valor e da dignidade da natureza humana. Fé inabalável na natureza humana levando a crença de que a inteligência e a liberdade são ilimitadas, basta seguir as leis da natureza. Canhão, invenção de Leonardo da Vinci Florença Muito já estudamos até aqui, não é mesmo? Mas, a nossa viagem pelo Renascimento não pára por aqui. Vamos aprofundar um pouco mais os nossos estudos. 30 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo TEXTO COMPLEMENTAR Retirado do site: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=191 A pesar de recuperar os valores da cultura clássica, o Renascimento não foi uma cópia, pois utilizavase dos mesmos conceitos, porém aplicados de uma nova maneira à uma nova realidade. Assim como os gregos, os homens "modernos" valorizaram o antropocentrismo: "O homem é a medida de todas as coisas". Nesse sentido, o entendimento do mundo passava a ser feito a partir da importância do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação, compreendidos como produto da sua ação. Uma outra característica marcante foi o racionalismo, isto é, a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciência, conheceram grande desenvolvimento. O individualismo também foi um dos valores renascentistas e refletiu a emergência da burguesia e de novas relações de trabalho. A idéia de que cada um é responsável pela condução de sua vida, a possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos acentuaram gradualmente o individualismo. É importante percebermos que essa característica não implica o isolamento do homem, que continua a viver em sociedade, em relação direta com outros homens, mas na possibilidade que cada um tem de tomar decisões. Foi acentuada a importância do estudo da natureza; o naturalismo aguçou o espírito de observação do homem. O hedonismo representou o "culto ao prazer", ou seja, a idéia de que o homem pode produzir o belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa lhe proporcionar, rompendo com o pragmatismo. O Universalismo foi uma das principais características do Renascimento e considera que o homem deve desenvolver todas as áreas do saber.O Renascimento Científico representou, sobretudo, o exercício do pensamento crítico e do livre exame de todas as questões, fugindo dos dogmas medievais estabelecidos pela Igreja. No entanto, é incongruente pensar que a busca do cientificismo gerou um afastamento total dos ideais religiosos. O que aconteceu foi a busca de uma melhor compreensão e da crítica dos dogmas impostos pelo catolicismo. O racionalismo e o espírito crítico foram cultuados com o renascimento. A igreja Católica, já em descrédito, se via ameaçada pelos ideais renascentistas. Além das ciências naturais, houve também o desenvolvimento das ciências humanas como a História e a Filosofia. 31 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo PAUSA LÚDICA! Agora que você já se sabe e sente o que o renascimento significou para a humanidade e para a sociedade, encontre palavras referentes às suas ideias centrais. Divirta-se e aprofunde um pouco mais seus conhecimentos. Agora que vocês encontraram as palavras referentes as ideias centrais do Movimento Renascentista, Veremos Agora seus principaios ícones, pois neste período surgiram importantes nomes nos campos da filosofia, da pintura, escultura e das Artes de forma geral. 32 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo trabalharem com maior liberdade de movimento, redescobrindo cada gesto, elegância e serenidade nas figuras retratadas nas suas obras. Ícones do Movimento Leonardo da Vinci (1452-1519) Importante artista e pensador da época. Leonardo ficou conhecido pelos seus dotes em diversas áreas do conhecimento humano. A sua destreza pode ser verificada, não apenas, nas suas obras artísticas mas, também, nos seus projetos arquitetônicos, matemática, ciências na-turais, engenharia, astronomia, anatomia, música. Da Vinci era um contemplador atento da natureza e dos fenômenos que a cercava. De acordo com INHAN e FREITAS (2008,p.82) “as formas das plantas, o movimento dos astros pelo céu e as cores abundantes, exerceram sobre ele uma grande admiração e um sentimento que o instigava a descobrir como retratar cada um daqueles mistérios.” Dante Alighieri (1265-1321) Outro gênio desse período foi o florentino Dante Alighieri, que nasceu em 1265. Dante inventou o italiano como língua literária e a sua obra máxima, A Divina Comédia, está impregnada de influências aristotélicas — pouco difundidas à época por conta de seu viés pagão, uma grave heresia para a Igreja Católica. O Renascimento, de uma forma geral, representou uma volta aos valores clássicos sufocados pelo medievalismo. (JOHNSON, 2001). A influência da antiguidade clássica impulsiona os artistas da época a Michelangelo Buonarotti (1475-1564) Suas esculturas apresentam formas que, até os dias atuais, impressionam pela perfeição de detalhes. Famoso por obras como Pieta, Davi e a pintura da Capela Sistina, que você pode conhecer na visita virtual sugerida no site do Museu do Vaticano. A influência da antiguidade clássica impulsiona os artistas da época a trabalharem com maior liberdade de movimento, redescobrindo cada gesto, elegância e serenidade nas figuras retratadas nas suas obras. N a astronomia, por exemplo, Copérnico derrubou a teoria geocêntrica - que considerava a Terra como centro do Universo, teoria muito difundida na Idade Média - substituindo-a pelo heliocentrismo, afirmando que os planetas giravam em torno do sol. O alemão Kepler aprimorou o trabalho de Copérnico, demonstrando a órbita elíptica das estrelas. Galileu Galilei aperfeiçoou o telescópio e deu significativas contribuições à ciência. A medicina também teve amplo desenvolvimento. André Vessálio, médico de Bruxelas, pesquisou o corpo humano através da prática de dissecação de cadáveres. 33 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo William Shakespeare SONETO XVIII (William Shakespeare) (1564-1616) Poeta,dramaturgo e ator , William Shakespeare, mundialmente conhecido pelas peças que escreveu, como por exemplo, Romeu e Julieta, Macbeth, Rei Lear, Sonho de uma noite de verão, Noite de Reis, dentre ou-tras, ele também escreveu diversos so-netos. Agora apresentaremos um Soneto de Shakespeare - com a tradução de Anna Amélia Carneiro de Mendonça - para que, juntos, possamos perceber a beleza das suas palavras. Enquanto ler o poema, você pode apreciar a bela obra de outro artista do Renascimento: Boticcelli, e também veremos como esse estilo literário influenciou outros poetas em diferentes épocas e países como, por exemplo, os sonetos do brasileiro Carlos Drummond Andrade. E mais uma vez convidarei você a apreciar mais um quadro desse período. Trata-se da Escola de A-tenas, do pintor Rafael. Se te comparo a um dia de verão És por certo mais belo e mais ameno O vento espalha as folhas pelo chão E o tempo do verão é bem pequeno. Às vezes brilha o Sol em demasia Outras vezes desmaia com frieza; O que é belo declina num só dia, Na terna mutação da natureza. Mas em ti o verão será eterno, E a beleza que tens não perderás; Nem chegarás da morte ao triste inverno: Nestas linhas com o tempo crescerás. E enquanto nesta terra houver um ser, Meus versos vivos te farão viver. Escola de Atenas (Rafael) MÃOS DADAS (Carlos Drummond Andrade) Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. O Nascimento de Vênus (Sandro Boticcelli) 34 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo A EDUCAÇÃO RENASCENTISTA Já vimos que uma das características do Renascimento foi a valorização da cultura greco-romana e essa influência estava presente, também, na Educação desse período. Elitista, aristocrata e nutria o individualismo liberal, ela não chegando às classes populares. O seu acesso era restrito a nobreza, ao clero e a emergente burguesia. Mas, apesar disso, a educação renascentista permitia uma maior participação do sujeito na aprendizagem. Como uma conseqüência natural, as Ciências Humanas foram muito valorizadas. Nesse período eram enfatizados, na prática educacional, três campos de interesse: o passado greco-romano, o mundo subjetivo das emoções e o mundo da natureza física. Uma das principais conseqüências disto são: o afastamento dos assuntos divinos e a valorização do próprio ser humano. Lembram que já falamos sobre o Antropocentrismo? Não poderia ser diferente com a Educação, visto que ela é um reflexo direto dos acontecimentos sócio-culturais. Nesse período começam a surgir idéias onde características do aprendiz se tornam mais relevantes. Segundo CAMBI APUD FELTRE (séculos XIV e XV), em sua “Casa Giocosa”, propunha uma educação individualizada, o auto governo dos alunos, a emulação. Preocupava-se, acima de tudo, com a formação integral do homem. “Já aflorava a valorização da aprendizagem, pois assim dizia uma legenda da Casa Giocosa “Vinde ó, meninos aqui se instruem não se atormenta,”, ou seja, aprender deveria ser algo prazeroso e também voltado para a realidade, pois PRINCIPAIS EDUCADORES assim falava:” Quero ensinar aos jovens RENASCENTISTAS a pensar, não a delirar’’. Foi considerado um precursor da Escola Nova. Ainda mais, a indução não possui a força lógica da dedução, o que torna ainda mais fácil a implementação da crítica. Mais um tijolo para a escola dos aprendizes ativos. Na mesma linha, Rabelais (séculos XIV e XV), faz os franceses rirem da educação medieval através do gigante Gargântua. Ressalta a importância da natureza em oposição aos livros. Claramente contra-hegemônico, criticou a escolástica, valorizando a cultura popular em resistência à cultura oficial dominante. .(CABRAL, 2008. Disponível <http://www.webartigos.com/articles/8796/1/A-Educacao-NoRenascimento/pagina1.html#ixzz0tTJDLNLY> Acessado em 12.jul.2010). 35 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo A gora que você pode verificar a influência da literatura do Renascimento na contemporaneidade, vamos fazer um passeio pela internet. Para conhecer um pouco visite os sites abaixo e se surpreenda com as incríveis obras de artes desse que, sem dúvida, foi um movimento social que muito marcou a história da humanidade. Alguns desses sites foram concebidos originalmente nos idiomas inglês e francês. Mas, você ativar a barra de tradução automática disponibilizada no do google.com.br BOA VIAGEM! GALERIA DEGLI UFFIZI http://www.uffizi.com/ MUSEU DO LOUVRE http://www.louvre.fr/llv/commun/home.jsp GALLERIE DELL’ACCADEMIA http://www.gallerieaccademia.org/sito/ ing_museo.html MUSEU DO VATICANO O link dará acesso a uma visita virtual à Capela Sistina, famosa pela grandiosa pintura de Michelangelo. http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html Sessão de Cinema Renascentista A MEGERA DOMADA (1967). Direção: Franco Zeffirelli. SINOPSE: Baseado na peça homônima de Shakespeare sobre os costumes da burguesia italiana emergente. Sinopse: Um cavalheiro do século XVI, que ficou pobre, viaja quilômetros atrás de uma esposa rica. Ele encontra uma mulher não só rica como bonita. Tudo ia bem até que ela veio com umas idéias bastante esquisitas, que séculos mais tarde ficariam conhecidas como feminismo. Demonstra a atualidade das idéias do dramaturgo Shakespeare. ROMEU E JULIETA (1968). Direção: Franco Zeffirelli. SINOPSE: Versão cinematográfica da peça homônima de Shakespeare, na qual dois jovens de famílias rivais se apaixonam. Ambientado na cidade de Verona, tem boa reconstituição histórica da época. Sinopse: Em Verona Romeu (Leonard Whiting), um jovem, fica apaixonado e é correspondido por Julieta (Olivia Hussey), uma donzela que pertence a uma família rival. No entanto este amor profundo terá trágicas conseqüências. AMADEUS (1984). Direção: Milos Forman. SINOPSE: Baseada na peça de Peter Shaffer sobre o grande músico Wolfgang Mozart e a corte de José II da Áustria. Sinopse: Após tentar se suicidar, Salieri (F. Murray Abraham) confessa a um padre que foi o responsável pela morte de Mozart (Tom Hulce) e relata como conheceu, conviveu e passou a odiar Mozart, que era um jovem irreverente mas compunha como se sua música tivesse sido abençoada por Deus. 36 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo SHAKESPEARE APAIXONADO. (EUA/1998) o QUE vIMOS nESTE cAPÍTULO Informações disponíveis em http://www.suapesquisa.com/renascimento Direção:John Madden. Sinopse: Comédia romântica que se passa em 1593, mas com ares dos anos 90. Tudo começa quando o jovem Will Shakespeare (Joseph Fiennes) depara-se com uma provação: o bloqueio da criatividade. Não importa o quanto tente, ele não consegue buscar entusiasmo para escrever uma nova peça teatral. Mas então, num momento extraordinário em que a vida imita a arte, ele apaixona-se por Lady Viola (Gwyneth Paltrow), uma mulher que o faz viver sua própria aventura de amor. HAMLET (EUA/1996) Direção de Kenneth Branagh. SINOPSE: Depois de Muito Barulho por Nada e Othelo , Kenneth Branagh dirige e protagoniza mais um clássico do teatro shakespeareano. Ele vive Hamlet, o príncipe da Dinamarca que, depois de concluir seus estudos fora do país, retorna para o Palácio de Elsinore e encontra seu tio Claudius (Derek Jacobi) casado com Gertrude (Julie Christie), sua mãe. Bernardo (Ian McElhinney), Horatio (Nicholas Farrell) e Marcellus (Jack Lemmon), três amigos de Hamlet, falam a ele sobre um fantasma que parece ser seu falecido pai, que morreu há poucos meses. O fantasma pede vingança a Hamlet pela morte do pai. LEONARDO DA VINCI (DOCUMENTÁRIO BBC MUNDO ESTRANHO) A vida e as invenções do homem mais curioso de todos os tempos. O documentário conta a vida do italiano Leonardo da Vinci, desde o seu nascimento no pequeno vilarejo de Vinci até sua morte. Por meio de reconstituições de época (com atores etc) e entrevistas com alguns dos maiores especialistas na obra, os filmes retratam cada episódio marcante na trajetória daquele que é considerado uma das mentes mais brilhantes da história. E tocam em todos os pontos mais curiosos de Da Vinci. 37 Mona Lisa (também conhecida como La Gioconda) Leonardo da Vinci. - Esse período foi caracterizado pela valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais. - As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico. Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo). - A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo. Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo. Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França e Países Baixos. A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo Se você fosse participar da criação de um novo movimento social revolucionário, o que aproveitaria do Renascentismo? 38 Fonte Adaptada: Arca Sagrada, 2009. I. O centro de onde parte todas as ações 7. Fonte (Qual a Origem?) 39 6. Recursos - Com o que? 5. Método (Como, onde, Quanto, Qunato?) 4. Fundamentos (Quais?) 3. Justificativa (Por que?) 2. Finalidade (Pra que?) II. O Agir III. O objeto que reflete todas as ações 1. Objeto (O que é?) exercite seu saber pensar quanto ao estudo do Renascentismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo II • Renascentismo REFERÊNCIAS CABRAL, Márcia Regina. Uma síntese histórica da educação no Renascimento. Disponível <http://www.webartigos. com/articles/8796/1/A-Educacao-No-Renascimento/pagina1. html#ixzz0tTJDLNLY>Publicado em 22/08/2008. Acessado em 12.jul.2010 BANDOUK,Gabriel Luiz. Renascimento Cultural.2000. Disponível em <http://historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=191 Acessado em 07.mai.2010 INHAN, Luciana. FREITAS,Tiago. Renascimento: uma Europa renovada através das obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Sandro Boticcelli e Rafael Sanzio. Coleção Quero Saber. São Paulo: Editora Escala, 2008. JOHNSON, Paul. O Renascimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. RECCO,Claudio Barbosa. CATARIN, Cristiano Rodrigo. <http://www.suapesquisa.com/renascimento/> 22.abr. 2008 acessado <http://www.historiadaarte.com.br/renascimento.html em 05.mai.2008 < http://culturabrasil.org/arenascenca.htm 05.mai.2008 > em >acessado acessado em < http://www.suapesquisa.com/renascimento/ > acessado em 22.abr.2008 www.googleimagens.com.br www.corbis.com 40 “O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.” Isaac Newton,(1642 – 1727) III ILUMINISMO Luan Oi, pessoal, sou Luan, tenho 14 anos e amei compartilhar com João e René informações sobre o Humanismo e o Renascimento. Vamos agora acender os faróis das nossas ideias? Luz, câmera, ação, Iluminismo em busca da liberdade de pensamento. A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo http://images.zeno.org/Literatur/I/big/jaco1por.jpg CAPÍTULO III ILUMINISMO A busca pelo saber e a liberdade de pensame n to “O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento, mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão!” Immanuel Kant ( 1724 - 1804) Immanuel Kant, 1784 O final do século XVII e o século XVIII foram marcados por grandes transformações científicas e filosóficas, que foram precedidas pelos questionamentos a respeito do absolutismo dos monarcas, a intolerância religiosa e o privilégio que o clero e a nobreza desfrutavam. Este movimento transformador foi denominado “Iluminismo”, e os filósofos, pensadores, cientistas defensores do iluminismo eram denominados de “Iluministas”. O lema do movimento foi: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 44 Cerimônia, no Congresso Americano, para apresentação da Declaração de Independência dos Estados Unidos. Essa carta inspirou o movimento da Inconfidência Mineira. A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo CONTEXTO HISTORICO, POLITICO, SOCIAL, CULTURAL DA EPOCA As origens desse movimento se encontravam em trabalhos e reflexões de filósofos como Renè Descartes (1956 – 1650), que lançou as bases do Racionalismo como única fonte de conheDescartes (1596 – 1650) cimento. Desenvolveu o método da dúvida que consistia em questionar todas as teorias ou ideias pré-existentes. E resumiu assim a única verdade possível: “Penso, logo existo”. Descartes acreditava na existência de Deus, criador do universo e governador das Leis Imutáveis. Não acreditava na interferência divina no universo após sua criação.Confirmando o que disse Descartes, o físico inglês Isaac Newton (1642 – 1727) se referia à interpretação do mundo natural Newton (1642 – 1727) baseada na razão, ele espressava as leis da natureza de forma matemática por meio de experimentos. Influenciado pelo conjunto de idéias de Isaac Newton, o também britânico, John Locke (1632 – 1704), filósofo, escreveu a obra Segundo Tratado sobre Governo Civil, onde defendia a idéia de que os homens tem direito à vida, à liberdade e à propriedade. Por resolução da maioria seria escolhido o governante que receberia autoridade e tinha o dever de garantir os direitos VOCÊ SABIA? que Newton defendia que deveriam haver leis que governassem as relações sociais, a História, a Política e a Economia. de todos os governados. Caso o governo rompesse o “contrato”, utilizando os poderes delegados pela sociedade em benefício próprio perderia o cargo. Assim surgia um princípio revolucionário, rejeitando o absolutismo e o poder divino dos monarcas. Locke (1632 – 1704) Voltaire(1694 – 1778) Atraídos pelas idéias de John Locke, Voltaire (1694 – 1778), escritor francês, por 2 vezes foi preso por criticar o poder dos reis e da igreja, indo se exilar na Inglaterra, onde escreveu Cartas Inglesas, exaltando a liberdade de pensamento e de religião. 45 “Acontece com os livros o mesmo que com os homens, um pequeno grupo, desempenha um grande papel.” Voltaire, 1747 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Considerado o pai do liberalismo burguês, Montesquieu (1689 – 1755) foi escritor, jurista e filósofo. Escreveu Espírito de Deus, onde propunha a divisão do poder em três instâncias: legisMontesquieu (1689 – 1755) lativa (elabora e aprova as leis); executiva (executa as leis e administra o país), e; judiciária (fiscaliza e faz cumprir as leis). Também pregava a necessidade de um conjunto de leis que expressassem os valores de toda a sociedade e que fossem por todos cumpridas, inclusive os governantes: a CONSTITUIÇÃO. Suas idéias influenciaram a organização de quase todos os governos pós-revolução francesa. Diferente de Montesquieu e Voltaire, que defendiam a burguesia, Rousseau (1712 – 1778), filósofo francês, defendeu os interesses das camadas mais simples da população. Suas idéias contrariavam um dos princípios centrais da sociedade burguesa – a propriedade privada. RousRousseau (1712 – 1778) seau foi defensor da democracia e da igualdade entre todos os homens. Além dos filósofos, o iluminismo foi representado pelos economistas que atacaram a intervenção do Estado nos assuntos econômicos, defendendo a liberdade total nas atividades econômicas. Os economistas iluministas mais importantes foram: Gournay (1712 – 1759), que cunhou a expressão “deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si mesmo”;o britânico Adam Smith (1723 – 1790), considerado o pai da economia como ciência, elaborou e demonstrou leis, “São a força e a liberdade que fazem os homens virtuosos. A fraqueza e a escravidão nunca fizeram nada além de pessoas más.” Rousseau Gournay (1712 – 1759) Diderot (1717 – 1783) condenava o mercantilismo, afirmava que o “Trabalho” e não o comércio era fonte de riqueza. Suas idéias caracterizavam o Liberalismo Econômico, verdadeira cartilha do capitalismo liberal, sua mais importante obra foi Riqueza das Nações. Os maiores responsáveis pela divulgação das idéias iluministas foram os os filósofos Diderot (1717 – 1783) e D’Albert (1713 – 1784) que reuniram numa enciclopédia monumental, dividida em 35 volumes, todo o conhecimento humano acumulado até então como os iluministas entendiam. 130 pessoas colaboraram neste trabalho, dentre eles Voltaire, Montesquieu e Rousseau. A obra expressa valores como racionalismo, substituto da fé; o estímulo à ciência; à crença em Deus, força impulsionadora do universo; e a idéia de “contrato” entre governantes e governados. A Enciclopédia foi fundamental como instrumento divulgador dos ideais liberais para a política e a economia. 46 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Para saber mais... RESPEITO A PLURALIDADE CULTURAL Para viver democraticamente em uma socidade plural é preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação. Por isso que o Respeito a Pluralidade Cultural é ponto fundamental para convívio em sociedade. O respeito não é um dever, mas uma obrigação. Fonte: Parâmetros curriculares nacionais / pluralidade cultural - http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pluralidade.pdf PAUSA LÚDICA! Agora o seu desafio é Encontrar no caça-palavras o nome das três instâncias do poder propostas por Montesquieu. L P R I G U A L D A D E A E X E C U T I V O F L J I G R O U S S E A U I U X M I L E S J F V N B D E O M S D O U R O I E I F N A D L C D A L A R C R T C I M A I T T O T 47 I A E O D A E C E A V E A N S N E S D I R I E B R C Q A R R A A B R R E I E U E O I D R I E S L O L E G I S L A T I V O A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo O Iluminismo e a Educação O s princípios básicos do Iluminismo consistiam em acredi- tar na expansão do conhecimento através do ensino educacional para aumentar os multiplicadores do movimento; a primazia da razão; a confiança no processo das ciências; a afirmação da liberdade; o espírito de tolerância; e, a idéia do progresso. Os iluministas acreditavam que Deus estava presente na natureza, portanto no próprio homem, sem que haja necessidade de interferência da religião e que a fé deveria ser racionalizada. Passava-se a acreditar que as doenças endêmicas não eram castigos divinos, mas sim resultados de procedimentos inadequados de governantes e governados. Consideravam, ainda, que os homens eram bons e iguais e que as desigualdades eram provocadas pela forma como a sociedade se comportava. Seria necessário corrigir as distorções dando a todos, indistintamente, proteção contra a escravidão, a injustiça, a opressão e as guerras; liberdade religiosa e de expressão e a livre posse de bens. 48 “Se é a razão que faz o homem, é o sentimento que o conduz. “ Rousseau A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo IDEIAS QUE ILUMINARAM O Iluminismo exerceu vasta influência sobre a vida política, intelectual e econômica da maior parte dos países ocidentais, e foi marcado por transformações políticas consolidando estados-nação, a expansão dos direitos civis, a redução da influência da nobreza e da igreja na vida dos indivíduos.As mais importantes revoluções ocorridas no mundo dentro das idéias iluministas foram a Revolução Francesa, ocorrida em 1789; a Independência dos Estados Unidos, em 1776; a constituição Polaca de 1791; a Revolução Dezembrista da Rússia em 1825; o movimento de independência na Grécia e nos Balcãs; a reforma “Iluminista” do Marquês de Pombal, em Portugal; bem como os diversos movimentos de emancipação nacional ocorridos no continente americano a partir de 1776.O ideal iluminista também repercutiu no Brasil influenciando os idealizadores da Inconfidência Mineira. Como no Brasil-colônia não existia escola Superior, muitos filhos de famílias importantes foram estudar na Europa, eis como tomaram conhecimento e foram influenciados pelos movimentos anti-absolutistas, trazendo para a colônia os ideiais libertários e a vontade de viver num país livre, mais justo e íntegro. Também são considerados iluministas diversos intelectuais que participaram de revoltas anticoloniais no final do século XVIII, tais como Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga. Mesmo não sendo teórico destacado, Tiradentes, o líder e mártir do movimento mineiro, andava pelas livrarias do Rio de Janeiro à procura de livros que tratassem da Independência das 13 colônias inglesas, livros de autores franceses que tratavam dos ideais liberais, girando em torno de uma idéia-chave: a República de governo, popular e livre. Muitos autores associam ao ideário iluminista o surgimento das principais correntes de pensamento que marcariam os séculos XIX e XX, como liberalismo, socialismo e social-democracia. 49 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Estou aqui para propor um desafio para vocês. Vamos lá! A partir do texto, faça uma lista com as personalidades que se tornaram ícones do movimento iluminista. Lista de Ícones do Iluminismo Aprofunde e vá além! Para refletir e discutir em equipes! A Lei Natural é uma norma geral e irrestrita, exigida pela necessidade, justificada pela razão, ditada pela autoridade competente e dotada de sanção. Arca, II.1:64 A Lei é diretamente proporcional, no mínimo, à razão. Contudo, ao contrário da segundo, a primeira é irretocável. Arca, II. 1:154 A Lei Natural é a ação da razão, bom senso e boa intenção indicando rumos, ditando normas e norteando as ações humanas para o conhecimento, autoconhecimento e a autorrealizacão. Arca, II.1:252 50 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Maria Antonieta (2006). Sessão de Cinema Iluminista Ventos da Liberdade (1998). Direção: Ken Loach SINOPSE: Na Irlanda, em 1920, trabalhadores das cidades e do campo se unem à guerrilha para combater tropa que quer impedir a independência irlandesa. O filme acompanha, especificamente, o drama de dois irmãos que entram em combate: Damien (Cillian Murphy ), que abandona uma promissora carreira como médico, e Teddy (Padraic Delaney), um violento guerrilheiro. Tiradentes (1998). Direção: Oswaldo Caldeira SINOPSE: A trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Humberto Martins), líder da Inconfidência Mineira, um movimento surgido em Vila Rica (Ouro Preto) em 1789. Tiradentes sonhou junto com amigos e intelectuais ver o Brasil independente do domínio português, mas esbarrou na traição de Joaquim Silvério dos Reis (Rodolfo Bottino). Jefferson Em Paris (1995). Direção: James Ivory SINOPSE: conta um escândalo da vida pessoal de Thomas Jefferson (Nick Nolte), o mais famoso estadista da América que chegou a ser presidente dos Estados Unidos - na época em que foi embaixador dos EUA na França revolucionária. Ele apaixona-se por uma bela mundana Dama da Corte (Greta Scacchi), mas está dividido entre sua paixão por ela e o desejo secreto por uma escrava da casa. Pego num complexo triângulo amoroso e com a revolução francesa estourando, Jefferson precisa tomar uma das decisões mais importantes de sua vida. Direção: Sofia Coppola SINOPSE: vida da lendária Rainha adolescente da França MARIA ANTONIETA. Prometida ao Rei Luis XVI ( Jason Schwartzman ) aos quatorze anos de idade, a ingênua Maria Antonieta ( Kirsten Dunst ), é lançada na opulenta corte francesa que é cheia de intrigas e escândalos. Sozinha, sem orientação e perdida em um mundo perigoso, a jovem Maria Antonieta se rebela contra a atmosfera isolada de Versalhes, e no processo, ela se torna a monarca mais incompreendida da França. Morte ao Rei (2003) Direção: Mike Barker SINOPSE: Inglaterra, 1645. A nação está em ruínas. A guerra civil que dividia o país terminou. Os Puritanos derrubaram o Rei Charles I (Rupert Everett), ganhando assim a batalha contra a corrupção. Surgem dois heróis pós-guerra: Lorde General Thomas Fairfax (Dougray Scott) e o General Oliver Cromwell (Tim Roth). A missão de ambos é unir e reformar o país. Fairfax, membro da aristocracia, quer uma reforma moderada enquanto Cromwell exige a execução do Rei. O rei deposto acredita que o seu reinado foi roubado por Fairfax e está determinado a reconquistá-lo. Encontra em Lady Anne Fairfax (Olivia Williams), uma simpatizante que se mantém fiel à monarquia. Fairfax se encontra cada vez mais dividido entre a fidelidade à esposa, Lady Anne, preservando sua classe social, e à causa revolucionária de seu companheiro. Cromwell age de forma cada vez mais agressiva e brutal e Fairfax percebe que precisa detê-lo, iniciando-se assim uma batalha onde a traição e a conspiração são as principais armas dos dois homens mais poderoso do pais. ►Catarina, Amor e Poder, com Catherine Zeta-Jones. ►O Pacto dos Lobos. ►Danton, o Processo da Revolução, de Andrzej Wajda ►A Inglesa e o Duque, de Eric Rohmer (2001). Com Alain Libolt e Caroline Morin ►Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade ►Tiradentes, o Mártir da Independência, de Geraldo Vietri 51 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Movimentos revolucionários de ideais Iluministas Independência dos Estados Unidos da America A partir do século XVII os ingleses começaram a colonizar a região onde iniciou a formação dos Estados Unidos da América. A colonização aconteceu de duas formas diferentes: (1) Colônias do Norte – foram formadas pelos protestantes ingleses que fugiam das perseguições religiosas, chegaram com a finalidade de transformar a região num lugar próspero para habitar com suas famílias, com mãode-obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e abasteciam o consumo interno. (2) Colônias do Sul – eram explorados pela Inglaterra. Eram baseadas no latifúndio, mão-de-obra escrava, a produção era exportada para a metrópole e agricultura era basicamente de monocultura. Com a deflagração da “Guerra dos sete anos” (1756 1763) entre Inglaterra e França pela posse dos territórios norte-americanos, a Inglaterra resolveu cobrar o prejuízo das batalhas entre os colonos. Para isso resolveu aumentar impostos e taxas, além de criar novas leis que atrapalhavam a vida dos colonos: •Lei do açúcar – novas taxas alfandegárias para açúcar que não fosse comprado das Antilhas Inglesas. •Lei do selo – obrigava a utilização de selo em qualquer documento, jornais, contratos e até em baralhos. •Lei do chá – garantia o monopólio do comércio de chá para a Companhia das Índias Orientais, da qual muitas personalidades inglesas possuíam ações. •Lei do aquartelamento – exigia dos colonos que contribuíssem com alojamento, comida e transportes para as tropas inglesas enviadas para as colônias. George Washington •Lei da moeda – proibia emissão de dinheiro nas colônias. A mudança da política colonial inglesa após a “Guerra dos sete anos” e os ideais iluministas propagados na Europa influenciaram os colonos na preparação do movimento emancipacionista das 13 colônias americanas. Em várias cidades formavam comitês pró-independência que realizavam a propaganda da emancipação política e ao mesmo tempo armazenavam armas e munições, caso houvesse conflito. Os representantes dos colonos se reuniram no 1º Congresso Continental de Filadélfia onde decidiram boicotar os produtos ingleses e elaboraram uma Declaração de Direitos e Agravos. Revogação das Leis Intoleráveis.Após um ano da realização do 1º Congresso foi organizado o 2º Congresso Continental da 52 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Filadélfia (1775) com o objetivo de tornar as colônias independentes.Os colonos tinham certeza que somente com o apoio de alguma potência européia teriam forças para enfrentar os ingleses. A França sentiu que seria vantajoso para ela apoiar os norte-americanos, pois seria uma forma de enfraquecer a Inglaterra, grande inimiga dos franceses. A França enviou 7.500 soldados e no ano seguinte a Espanha também participou da luta contra a Inglaterra. Em 1781 as tropas coloniais, liderados por George Washington, e franceses derrotaram os ingleses na Batalha Yorktown. A Inglaterra sem ter outra saída teve de reconhecer a “Independência das 13 colônias”, com o nome de Estados Unidos da América, pelo Tratado de Versalhes. Em 1787, foi proclamada a Constituição norte-americana, baseada nos ideais do Iluminismo, definindo o Estao como República Federativa Presidencialista, estabelecendo a existência de 03 poderes: executivo, legislativo e judiciário.Apesar de grande significado, a Declaração manteve a escravidão no país.A Independência Norte-americana influenciou a Revolução Francesa, a Inconfidência Mineira e tantos outros movimentos libertários em várias partes do mundo.A Independência dos Estados Unidos da América foi promulgada em 04 de julho de 1776. Filmes relacionados com a independência dos EUA: •O veleiro da aventura (de Clarence Brown) •O patriota (com Mel Gibson) •Revolução (de Hugh Hudson) Revolução Françesa A revolução francesa (1789 a 1799) foi influenciada pelos ideais iluministas e da Independência Americana (1776). É uma das maiores revoluções acontecidas no mundo. Deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a escravidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais: liberdade, igualdade e fraternidade, frase de autoria do iluminista Jean Jacques Rousseau. A França no século XVIII era governada por um Rei absoluto, que detinha poder supremo e era dividida em 3 castas: Clero ou Primeiro Estado; Nobreza ou Segundo Estado e Povo ou Terceiro Estado.A França passava por um período de crise financeira em decorrência dos elevados custos da corte de Luís XVI, participação na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América. Para tentar resolver a crise financeira, o rei Luís VXI convida o Conde Turgot para gerir a crise como ministro e implementar profundas reformas sociais e econômicas: o Clero (Primeiro Estado, a No 53 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo breza (Segundo Estado) oprimiu o Terceiro Estado e não acei-tavam as reformas, pois tinham isenção tributária e usufruíam do tesouro real por meiode pensões e cargos públicos. O Clero e a Nobreza se sentiram pressionados a contribuir no pagamento de impostos, pediram ajuda a burguesia para lutar contra o poder real. Eles iniciaram a revolta ao exigir a convocação dos Estados Gerais para votar o projeto de reformas. Como o rei não aceitou a limitação do poder real, tentou dissolver os Estados Gerais.Os representantes do Terceiro Estado rebelaram-se e transformaram-se na Assembléia Nacional Constituinte onde foi aprovada a legislação abolindo o regime feudal e senhorial e suprimindo o dízimo. Uma intensa mobilização nacional destronou o rei, e depois de elaborar a Carta Magna Francesa a Assembléia Nacional Constituinte dissolveu-se. Em 14 de julho culmina o movimento com a tomada da prisão da Bastilha, símbolo do poder real. Pouco depois, aprova-se a solene “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. Entra o período da Assembléia Legislativa: motins de Paris provocados pela fome; a França declara guerra à Austria; dá-se o ataque ao Palácio das Tulheiras; a família real é presa. No período da Convenção Nacional fica dominada pelos Jacobinos (partido da pequena e média burguesia, liderado por Robespierre). A monarquia é abolida e a família de Luís XVI é guilhotinada em 1793. Segue-se o período do Diretório, um golpe de Estado armado desencadeado pela alta burguesia (girondinos) marca o fim de qualquer participação popular no movimento revolucionário.O golpe em 9 de novembro de 1799 põe fim ao Diretório, iniciando-se a Era Napoleônica sob a forma do Consulado, a que se segue a Ditadura e o Império. O poder concentrou-se nas mãos de Napoleão, que ajudou a consolidar as conquistas burguesas da Revolução. A França precisou de um século para encontrar outro regime que fosse aceito pela grande maioria da nação e assim fazer valer a Bandeira Francesa nas cores branca, azul e vermelho: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Filmes sobre Revolução Francesa: •Danton, o processo da Revolução da Andrzey Wayda •Calvário de uma rainha (de Jean Delanoy) •Morte ao Rei de 2003 •A inglesa e o duque de Eric Rohmer (2001) •Maria Antonieta 54 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Inconfidência Mineira Dentre os movimentos que eclodiram no ocidente influenciados pelo Iluminismo está a Inconfidência Mineira, um dos mais importantes movimentos sociais da nossa história. Ocorreu em Minas Gerais no ano 1789. Contemporânea da Revolução Francesa. Durante o século XVIII a nação portuguesa sofreu uma grave crise econômica e para tentar resolver a crise utilizou uma nova forma de organizaçãodo próprio estado, influenciado pelo avanço das idéias iluministas implementadas pelo administrador do reino, Marques de Pombal; abreviou e simplificou os estudos científicos, desvinculando o estado da igreja; apoio total aos trabalhos desenvolvidos na Academia Real de História e na Academia Real de Ciência; o ensino passou a ser público, organizado e financiado pelo Estado e fora da influência da igreja.A política pombalina para o Brasil, representou na prática uma exploração mais racional, com a Organização das Companhias de Comércio Monopolistas que atuaram com mais rigor em Minas Gerais que se constituía na mais importante região mineradora. Com o agravamento da crise econômica de Portugal a exploração das colônias se fez mais forte e rigorosa, com a cobrança de altas taxas e aumento abusivo do imposto sobre a exploração do ouro que passou de “um quinto” para a cota fixa de 100 arrobas por ano (1500kg). Como a produção do ouro caiu muito, não era possível o pagamento total do tributo, ocasionando o endividamento da colônia. A coroa portuguesa resolveu instituir a “derrama”, isto é a cobrança dos impostos atrasados por meios violentos e obrigando a todos o pagamento da dívida. Além dos tributos altos era proibidos a existência de manufaturas no Brasil, dificultando muito a vida da população de modo geral e privilegiando os produtos manufaturados vindos da Inglaterra. Nesse período era comum à elite colonial enviar filhos para estudar na Europa onde tomaram contato com as idéias Iluministas de Locke, Voltaire, Rousseu, entre outros. Ao retornarem da Europa encontrando o Brasil super explorado pela coroa portuguesa e ainda influenciados pela Independência das 13 colonias inglesas na América do Norte , começaram a se reunir com o objetivo de seperar definitivamente o Brasil de Portugal. Fazem parte do grupo: Tomás Antonio Gonzaga (magistrado e poeta), Claudio Manoel da Costa (poeta e advogado), Alvarenga Peixoto (fazendeiro e poeta), o cônego Luiz Vieira da Silva, os padres Carlos Correia de Toledo e Melo e José da Silva Oliveira Rolim, Tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, o comandante da Cavalaria São João D’El Rei Luiz Vaz de Toledo Piza, a esposa de Alvarenga,a poetisa Bárbara Heliadora Guilhermina Silveira; ainda fazia parte o mais exaltado e considerado brilhante, curioso pelos conhecimentos, que se tornou líder do movimento: José Joaquim da Silva Xavier – o Tiradentes. 55 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo O movimento chegou até mesmo a desenhar a bandeira – um retângulo branco com um triângulo vermelho e a inscrição LIBERTAS QUAE SERA TAMEN a inscrição significa liberdade ainda que tardia em latim, atualmente esta é a bandeira de Minas Gerais. O Movimento seria deflagrado quando o Visconde de Barbacena, governador da capitania de Minas Gerais executasse a “derrama”.Um dos mineradores, devedor de impostos e participante do movimento conspiratório, Joaquim Silvério dos Reis, resolveu delatar por escrito ao governador. Com o apoio das autoridades portuguesas sediadas no Rio de Janeiro iniciou-se as prisões, sendo Tiradentes um dos primeiros a ser feito prisioneiro, na capital, onde se encontrava em busca de apoio ao movimento. Logo outros inconfidentes foram presos em Minas Gerais e foi promovida uma grande devassa para apurar os delitos. Tiradentes, quando foi preso, negou a existência da conspiração, porém vários participantes presos passaram a confessar o envolvimento, descrevendo as reuniões, os planos e os nomes dos demais conspiradores. A partir dessas notícias, Tiradentes não só admitiu a existência do movimento como sua posição de líder. A devassa promoveu a acusação de várias pessoas que alguns anos mais tarde tiveram suas sentenças definidas. A justiça da rainha D. Maria I, a louca, não perdoou ninguém. Cada revolucionário teve seu castigo, de acordo com o seu papel. Onze foram condenados à morte, outros a exílio perpétuo na África e outros a exílio temporário também na África. Portugal comutou as penas e somente Tiradentes morreria enforcado em praça pública (Campo São Domingos, Rio de Janeiro). Foi esquartejado, degolado, sendo a cabeça exposta em Vila Rica (atual Ouro Preto). A casa salgada, a família declarada infame até a quarta geração. Embora a Inconfidência Mineira não tenha logrado êxito, transformou-se num símbolo de resistência, um exemplo de luta dos brasileiros pela independência, liberdade e contra um governo injusto, violento, ganancioso e autoritário.O Brasil como um Estado Republicano e Democrático de Direito, possui, hoje, uma constituição baseada em princípios iluministas, ressaltando a igualdade, a liberdade e a fraternidade; a segurança e a vida, todos estes princípios iluministas e inerentes à pessoa humana. Ainda influenciada desde os primórdios da república pela ideia iluminista, nossa constituição está alicerçada na divisão de três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. 56 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo Se você fosse participar da criação de um novo movimento social revolucionário, o que aproveitaria do Iluminista? 57 Fonte Adaptada: Arca Sagrada, 2009. I. O centro de onde parte todas as ações 7. Fonte (Qual a Origem?) 58 6. Recursos - Com o que? 5. Método (Como, onde, Quanto, Qunato?) 4. Fundamentos (Quais?) 3. Justificativa (Por que?) 2. Finalidade (Pra que?) II. O Agir III. O objeto que reflete todas as ações 1. Objeto (O que é?) exercite seu saber pensar quanto ao estudo do iluminismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo III • Humanismo REFERÊNCIAS AQUINO, Rubim Santos Leão de; BELLO, Marco Antônio Bueno; DOMINGUES, Gilson Magalhães. Um sonho de liberdade: a conjuração de Minas. São Paulo: Editora Moderna, 1998. BLUCHE, Frederic; RIALS, Stephane; TULARD, Jean. Revolução Francesa. Coleção L&pm Pocket Encyclopaedia. Porto Alegre/RS: L&PM, 2009. CHARTIER, Roger. Origens Culturais da Revolução Francesa. São Paulo: Unesp, 2009. CHIAVENATO, Júlio José. As várias faces da Inconfidência Mineira. São Paulo: Contexto, 1989. JARDIM, Márcio. A Inconfidência Mineira: uma síntese factual. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1989. JUNIOR, Manoel Pio Corrêa. Primórdios da Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2002. MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005. MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira: Brasil-Portugal - 1750-1808. São Paulo: Paz e Terra, 1985. 318p. mapas, tabelas. Tiradentes: a sentença. Rio de Janeiro: ALERJ, 1992. Tiradentes: os caminhos do ouro. Brasília: Imprensa Nacional, 1992. HOBSBAWM , Eric J.. A Revolução Francesa. São Paulo: Paz e Terra, 2000. 59 "O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define(...) se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer." Sartre,1973 IV EXISTENCIALISMO TINNA Olá, meu nome é Tinna, tenho 16 anos e amo a vida, vou à escola, curto sair com meus amigos, ouvir uma boa música e gosto muito de filosofar. Por isso mesmo estou aqui para viajarmos pelo mundo interior da existência humana. Apresento a você o Existencialismo. Mas quero fazer uma pergunta: E você ama a vida? A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo A e x i s tênc ia p re cede a essê nc ia CAPÍTULO 4 “(...) Assim, pois, ainda aí, a essência do homem precede sua existência histórica que encontramos na natureza. (...)”. O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele, que se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido em qualquer preceito, e que este ser é o homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. Que significará aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana visto que não há Deus para conceber. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama de subjetividade, e o que nos censuram sobre este mesmo nome. Mas, que queremos dizer nós com isso, se não que o homem tenha uma dignidade maior que uma pedra ou uma mesa? Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de mais nada, é o que se lança para o futuro e o que é consciente de se projetar para o futuro. (...) Mas, se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens . SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo, Col. Os pensadores, São Paulo, Abril Cultural, 1973. p.11-12. 63 EXISTENCIALISMO E. Delacroix, A liberdade guiando o povo (1830), detalhe, óleo sobre tela, Museu do Louvre “O primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. “ Sartre,1973 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo Para saber mais... Contexto Histórico e Social O caminho da tragédia ao bem estar O inicio da Primeira Guerra Mundial deu-se com a rivlidade entre as nações imperalistas. Os USA sairam como a maior potência econômica do mundo. Foi a pior guerra que o mundo conhecera, com nove milhoes de mortos e seis milhões de mutilados. Apesar da tragédia, houve o onicio de um novo tempo. No lugar de príncipes havia presidentes da república. Em vez de carruagens, automóveis; em lugar da ópera e valsa, o jazz, discos, rádio, cinema. M. C. Escher (1898 - 1970) “Mão com esfera reflexiva” a partir da autenticidade, em liberdade diante de quaisquer expectativas, na verdade, é apenas uma filosofia que não faz concessões: coloca sobre o ser humano toda a responsabilidade por suas ações. O Existencialismo difundiu-se como o pensamento mais radical a respeito do homem na época contemporânea, no fim do século XIX, alcançando seu auge nas primeiras décadas do século XX, onde o mundo passava por várias transformações, principalmente relacionado às grandes guerras e exorbitantes crises políticas, sócias, ideológicas e filosóficas. Embora não seja possível dar uma definição precisa do existencialismo - pois não existe um existencialismo único - ainda assim há uma série de traços que ajudam a descrever a índole e o espírito desse movimento filosófico. Denomina-se Existencialmo uma série de doutrinas filosóficas que, mesmo diferindo radicalmente em muitos pontos, coincidem na idéia de que é a existência do ser humano, como ser livre, que define sua essência, e não a essência ou natureza humana que determina sua existência. E tem como tema central a análise do ser Humano e sua relação com o mundo, existindo uma preocupação com o sentido e o objetivo de sua vida. O ser humano, na ótica existencialista, é visto como aquele que age Cartaz de Propaganda da 10 Guerra Mundial Fonte: www.firstworldwar.com/photos “ O Existencialismo é assim caracterizado, em primeiro lugar, pelo facto de pôr em questão o modo de ser do homem; e, dado que entende este modo de ser como modo de ser no mundo, caracteriza-se em segundo lugar pelo facto de pôr em questão o próprio “mundo”, sem pressupor o ‘ser como já dado ou constituído. “ (ABBAGNANO, 1970 p.179) 64 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo E mbora represente uma corrente específica do pensamento moderno, o existencialismo não deixa de ser uma tendência que se faz sentir ao longo de toda a história da filosofia. Assim sucede, por exemplo, com o imperativo socrático “conhece-te a ti mesmo”.O dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1855), profundamente religioso e considerado o pai do existencialismo, interpreta a existência em termos de possibilidade. A existência humana é, para todas as formas de existencialismo, a projeção do futuro sobrea base das possibilidades que o constituem. [...] Sócrates (470 a.C.-399 a.C) [...] Outros, enfim, como o italiano Nicola Abbagnano (1901-1990) e o francês Maurice Merleau-Ponty (1908- 1961), consideram que as possibilidades existenciais são limitadas pelas circunstâncias, mas nem determinam a escolha nem fazem com que ela seja indiferente. Sejam quais forem suas posições particulares, todos os existencialistas afirmam, porém, que a escolha entre as diferentes possibilidades implica riscos, renúncia Kierkegaard (1813-1855) e limitação, salvo o francês Gabriel Marcel (1889-1973), principal representante do existencialismo cristão, que acha possível a transcendência do homem mediante seu encontro com Deus na fé. “O que diferencia o homem e os animais é que só o homem é livre. Se o homem existe, ele é “para si”, isto é, é consciente, autoreflexivo.” SARTRE, 1973 PENSE NISSO! O que é Existência pra Você? Reflexão Para melhor compreender o significado dela, (a existência) é preciso rever o que quer dizer essência. A essência é o que faz com que uma coisa seja o que é, e não outra coisa [...], o homem tal como define o existencialista, se não é definível, é por que primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim não há natureza humana [...] O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência [...](ARANHA e MARTINS, 1993, p.306) 65 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo PRINCIPAIS CARACTERISTICAS DO EXISTENCIALISMO - O modo de ser do homem é um modo de ser no mundo em determinada situação. - O homem nunca é, e nunca encerra em si uma totalidade infinita. EXISTENCIALISMO E EDUCAÇÃO P - Existir significa relacionar-se com o mundo, com as coisas, com os outros homens. ara o existencialista, a educação verdadeira é aquela que possibilita o homem a construção de - Não há no ser humano uma alma ou espírito já incorporado. Esta essência será adquirida através da existência, pois o homem define a sua realidade. sua essência a partir da liberdade, mostrando ao Ser humano que a sua liberdade está estritamente vinculada - O homem está entregue determinismo no mundo. ao à responsabilidade, pois o ato responsável do homem também é o ato res- - A liberdade do homem é condicionada, finita e obstada por muitas limitações. ponsável por toda a humanidade. A educação deverá libertar o homem das - Ignora a noção de progresso porque não pode entrever nenhuma garantia dele. amarras, sem que seja condicionado por forças que lhe vendam os olhos e - Reconhece sem pudores a importância que tem para o homem, a exterioridade, a materialidade. que lhe impeça de construir sua exis- - Afirma o primado da existência sobre a essência. Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem. ma não serve para o existencialismo. tência/essência e como impositora de normas para a reprodução do siste- Texto Adaptado do site: http://www.cefetsp.br/ edu/eso/filosofia/existencialismoeducacao.html 66 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo PRINCIPAIS ÍCONES DO EXISTENCIALISMO Martin Heidegger (1889-1976) •Martin Heidegger nasceu a 26 de setembro de 1889 em Messkirch, na Schwarzwald (Floresta Negra), Alemanha, e faleceu em 26 de maio de 1976, na mesma Messkirch, então parte da Alemanha Ocidental. •Pensador de maior destaque; •Filósofo e Professor de filosofia; •Discutiu e elaborou a teoria do ser, a que denominava de Dasein1, O homem é um ser no mundo. “A angústia é a disposição fundamental que nos coloca ante o nada.” 1. Expressão alemã que significa o “ser-ai” (ARANHA e MARTINS, 1993, p.304). Karl Jaspers (1883-1969) •Karl Jaspers nasceu em 23 de Fevereiro de 1883 em Olddenburg (Alemanha); •Médico, professor de psicologia e de filosofia; •Tinha elevada sensibilidade moral; •Opositor do nazismo, defendendo a tese que “não há filosofia sem pensamento político; •Critica a ciência, julgando-a incapaz de fundamentar os valores estáveis. •Destacou-se por falar que o Ser Humano é um sujeito que transcende a si mesmo e que a existência é inobjetiva, não A forte defesa da filosofia sendo objeto de conhecimento; experimenta-se a existência, e da liberdade foi uma das marcas onde o ser humano toma consciência de si mesmo em situado pensamento de Karl Jaspers ções limites, como a luta, a culpa, o sofrimento, a morte. Jean-Paul Sartre (1905-1980) •Jean-Paul Sartre nasceu em Paris, no dia 21 de junho de 1905; •Filósofo, professor e escritor; •Ateu, se concentra no “eu” fora da consciência... No mundo...; •Ganhou sucesso durante a guerra no livro e no teatro; com o Ser e o nada, em 1943, passou para a lista dos grandes filósofos do tempo; •Segundo ele, a “existência precede a essência”, o homem existe independente de qualquer definição pré-estabelecida sobre seu ser, onde o ser humano por si só define sua reali“Nunca se é homem enquanto se não encontra dade. alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer.” 67 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo PAUSA LÚDICA! Para refletir e discutir em equipes! A apartir do que você viu até agora, O que você tem a dizer sobre estas duas charges? Conflitos Existenciais Banda Cachorro Grande / Composição: Marcelo Gross Esta música é uma das minhas preferidas! Leia a letra e Assista o clipe no youtube . Vale a pena! Conflitos existenciais Tomam conta da minha cabeça De onde eu vim, e quem sou? Por que eu estou aqui, pra onde vou Conflitos existenciais Tomam conta de minha cabeça Por que nada é como eu queria que fosse? Isso tudo ao meu redor Quem é que trouxe? Conflitos existenciais Tomam conta da minha conciencia Todos erros que eu cometi Contrariando uma voz que eu não quis ouvir Conflitos existenciais Tomam conta da minha cabeça Por que nada é como eu queria que fosse? Isso tudo ao meu redor Quem é que trouxe? Conflitos existenciais Tomam conta da minha cabeça De onde eu vim, e quem sou? Por que eu estou aqui, pra onde vou Conflitos existenciais Tomam conta de minha cabeça Por que nada é como eu queria que fosse? Isso tudo ao meu redor Quem é que trouxe? 68 A consciência é mais do que ela diz. ENTREVISTA Capítulo IV • Exisntencialismo FILÓSOFO GERD BORNHEIM Existencialismo: uma Presença Extraordinária em Nosso Tempo Jadir Lessa: Como surgiu o seu interesse pelo Existencialismo? Gerd Bornheim: Era a época! Uma época que veio da 2ª Guerra Mundial em que o indivíduo não existia. Conturbada depois por ditaduras de diversas ordens, um totalitarismo político que fez com que os valores do indivíduo fossem ressaltados. Então ele fica mais desperto. Não só o indivíduo em primeiríssimo lugar, mas a situação histórica fantástica que é o individualismo. E nós presenciamos hoje a crise do individualismo, a crise de nós mesmos, em última análise. Este indivíduo tem a presença muito forte, mas de certa maneira crítica; existencialmente crítica. E em segundo lugar exatamente este aspecto é que o indivíduo, por contingências históricas das mais diversas, a começar pela política, se tornou crítico. Ele quer questionar a realidade e não a aceita mais passivamente. Por exemplo: se fala hoje que há uma manipulação muito grande da realidade humana. Manipulação fantástica havia na Idade Média, quando foi disseminado, contra a conquista árabe, o culto à virgem Maria. Isso era feito em nome do absoluto, que na verdade não é absoluto. É autoritário, dogmático. Mas havia aí uma manipulação sobre o conceito mesmo da mulher que era fantástico, extraordinário. Hoje as coisas se tornaram críticas justamente porque a manipulação é questionada. Todo mundo fala que o homem é manipulado e por aí vai. Eu acho que esse pensamento existencial, essa postura mais crítica é que justifica a presença da própria psicologia e principalmente da filosofia nesse tipo de atividade. A consciência crítica leva a questionar o conceito de manipulação. "...Se fala hoje que há uma manipulação muito grande da realidade humana. Manipulação fantástica havia na Idade Média, quando foi disseminado, contra a conquista árabe, o culto à virgem Maria..." JL: Como o senhor vê a situação do Existencialismo hoje no Brasil e no mundo? GB: O Existencialismo é um movimento que atingiu o seu apogeu na metade do século. Os grandes mestres praticamente desapareceram. O problema é que as questões colocadas pelo pensamento existencialista dizem respeito a própria realidade humana em toda a sua extensão. E a partir daí o Existencialismo continua tendo uma repercussão teórica e prática crescente. É impressionante como no campo da Psicologia e da Psicanálise, no Brasil e no mundo, se busca discutir as teses do Existencialismo clássico, que continuam tendo uma vitali-dade muito grande, já que o pensamento subsequente se compraz muito em reduzir tudo à categoria do objeto, ao cientificismo, e tende a esquecer a realidade humana. Quando de fato essa realidade humana é que tem que ser pensada, meditada, questionada. E o Existencialismo é a doutrina que coloca as categorias básicas para se repensar a realidade humana. É como Freud, também do início do século. Mas afinal de contas, o Existencialismo continua tendo uma presença em nosso tempo de fato extraordinária. 69 "...E a partir daí o Existencialismo continua tendo uma repercussão teórica e prática crescente. É impressionante como no campo da Psicologia e da Psicanálise, no Brasil e no mundo, se busca discutir as teses do Existencialismo clássico..." A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo JL: Dentre os temas existencialistas quais aqueles que mais o interessam? GB: Os clássicos são os temas que ficam. Aquilo que Heidegger falava de inquietação, de angústia, existência autêntica e inautêntica, o ser para a morte, bem entendida a coisa toda, evidentemente, a questão da liberdade, da responsabilidade sartreanamente colocadas. São questões que ainda não encontraram um equacionamento muito amplo, porque uma grande lacuna do nosso tempo, que justifica tudo que falamos aqui, é o fato de que ainda não existe uma ética, uma moral adequada a esse mesmo tempo. Então o homem fica um pouco à deriva, instável. Ele não tem normas e não se trata das normas. Ele tem que desenvolver o senso de responsabilidade, de liberdade para chegar de fato a equacionar essas coisas de modo adulto e maduro. E isso se faz em larga medida com a colaboração da psicoterapia. JL: Quantos livros o senhor já publicou e quais são eles? GB: Livros, eu tenho mais ou menos uma dúzia. Agora tenho muita coisa em obras coletivas, como por exemplo a série toda da Companhia das Letras, Ética, Tempo e História, Arte e Pensamento, O Olhar, O Desejo e o último chama-se A Crise da Razão. Os meus livros, eu tenho bastante mas está quase tudo esgotado. Porque eles se esgotam e os editores não se interessam em fazer novas edições, eu não entendo bem porquê. Agora estou preocupado em começar um processo de reeditar meus livros que, modestia à parte, têm um sucesso interessante: oito, doze edições. Acho que esse ostracismo não se justifica. “...As doutrinas filosóficas têm uma atualidade extraordinárias e me pergunto até se certas opiniões são esquecidas, como por exemplo Jaspers, que tem uma ligação com a Psiquiatria tão fundamental...” JL: Gostaria que o senhor falasse sobre a tradução do “Ser e Nada” de Sartre para o português? GB: Ela corre muito bem. A tradução é muito bem feita. Na primeira edição houve uma série de falhas técnicas apontadas pelo próprio tradutor. Falhas das origens das mais diversas que, segundo ele, nas edições subseqüentes seriam sanadas. Mas eu fiquei espantado com o sucesso dessa tradução. Já são diversas edições que se acumulam. É um sucesso, um bestseller no mercado. Acho que o público leitor brasileiro está de parabéns por ter tanto interesse por obra difícil, pensada na base do Sartre. Agora nós temos dois livros fundamentais o “Ser e Tempo”, de Heidegger e o “Ser e Nada”, de Sartre, traduzidos para o português. Isso é um evento da maior significação. *Entrevista extraída do JORNAL EXISTENCIAL feita pelo presidente da SAEP, psicólogo Jadir Lessa, com um dos mais respeitados representantes do Existencialismo no Brasil, o filósofo, professor e doutor Gerd Bornheim. Intitula-se um pesquisador. Ler e escrever são as atividades que mais o agradam. Possui vários livros publicados, quase todos esgotados, além de muitos artigos e capítulos editados em obras coletivas. Leciona regularmente filosofia na UERJ e é muito solicitado para ministrar palestras em congressos e outros eventos no Brasil e no exterior. (Jornal On line Existencial, http://www.existencialismo.org.br/, acesso 03.05.2010 ás 15:55) 70 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo Bicho de 7 Cabeças Sessão de Cinema Existencialista Ah... mais uma coisinha! Esses são alguns filmes que vocês podem assistir, são ótimos!!! Título no Brasil: Bicho de 7 Cabeças Título Original: Bicho de Sete Cabeças Direção: Laís Bodanzky Gênero: Drama Tempo de Duração: 80 minutos Ano de Lançamento: 2000 Sinopse: Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro) possuem um relacionamento difícil, com um vazio entre eles aumentando cada vez mais. Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas. À Espera de um Milagre titulo original: (The Green Mile) lançamento: 1999 direção: Frank Darabont atores: Tom Hanks, James Cromwell, Michael Clarke Duncan, Bonnie Hunt, David Morse duração: 188 min gênero: Drama Sinopse: 1935, no corredor da morte de uma prisão sulista. Paul Edgecomb (Tom Hanks) é o chefe de guarda da prisão, que tem John Coffey (Michael Clarke Duncan) como um de seus prisioneiros. Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso. Pink Floyd: The Wall Direção: Alan Parker / Gerald Scarfe, baseado em argumento de Roger Waters (do album The Wall) Duração: 1 hora e 39 minutos Distribuidor: MGM Home Entertainment Produção: Inglaterra Sinopse: Um roqueiro (Pink) assistindo TV penetra em um outro mundo. Desgastado pelo meio empresarial musical e capaz de cantar nos palcos apenas com a ajuda de drogas Pink regride até a infância, onde é oprimido pela mãe superprotetora. Na escola é reprimido pelos professores por começar a escrever poemas. Então, lentamente, ele começa a construir um muro à sua volta, para se proteger do mundo exterior. O filme mostra isso num clima pesado e sombrio até o último instante, quando ele destrói o muro e se liberta. 71 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo Relações ser humano/ser humano; ser humano/natureza; ser humano/Deus; O Existencialismo é o movimento contemporâneo que mais está relacionado paralelamente ser humano/ser humano, pois ele preconiza que o homem, é responsável, e não co-responsável por seus atos, ações, atitudes, ou seja, causas e consequêcias. Apesar de partir de uma vertente que ignora a preexistência de algo Divino, Superior, que afirma a precedência da essência à existência, logo se transforma quando, ele o próprio existencialismo se depara com as suas possibilidades. Isso quer dizer que a relação Ser Humano/ Deus, flui através da consciência existente no homem, já que ele é o elemento que designa sua felicidade ou sofrimento, paz ou guerra, harmonia ou agonia, em fim tudo. Ao homem existencialista, está provado que a razão o torna um ser criatura e produtor, predador ou preservador de todas as coisas da natureza. Ao Ser estão, todas as feitorias da criação. “E,quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens (SARTRE, 1973)”, isso define a relação entre Ser Humano e a Natureza. Nesse contexto, é esperado que o homem utilize mais eficazmente a consciência e seja o mais profundo observador de seus pensamentos, sentido o que necessita e agindo de forma coerente com a razão consciente que lhes é pertinente. No tocante, cabe ao existencialista permitir ser mais humano, acolhedor, mais verdadeiro, desprendido de materialismo e de pequenas ambições que o façam provar do sofrimento ao invés do prazer, do bem. O movimento existencialista não deve ser visto nunca de forma negativa, pois é mais um ícone que alerta e desperta ao ser de que somente o Homem é possuidor da razão do direito de liberdade e de expressão e de escolha. O existencialismo enveredou no século XX durante duas grandes guerras, e isso proporcionou que se fizessem reflexões, sobre quem estava no poder, tipo de governo, começaram a buscar, atividades no campo da música, teatro, cinema. Porém, tendo os seus precursores como grandes filósofos, sua grande contribuição foi voltada também para a filosofia. 72 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo Se você fosse participar da criação de um novo movimento social revolucionário, o que aproveitaria do existencialismo? 73 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo TEXTO COMPLEMENTAR Moral da ambigüidade A infelicidade do homem, disse Descartes, deriva d e que ele foi primeiro uma criança. E, com efeito, estas escolhas infelizes que fazem a maior parte dos homens só se podem explicar porque se operaram a partir da infância. O que caracteriza a situação da criança é que ela se encontra jogada num universo que não contribuiu para constituir, que foi moldado sem ela e que lhe aparece como um absoluto ao qual não pode senão submeter - se. Aos seus olhos, as invenções humanas - as palavras, os costumes, os valores - são fatos consumados inelutáveis como o céu e as árvores, ou seja,o mundo em que vive é o mundo do sério, já que o específico do espírito de seriedade é considerar os valores como coisas estabelecidas. (...) O mundo verdadeiro é o dos adultos, onde não lhe é permitido senão respeitar e obedecer. Ingenuamente vítima da miragem do para - outro crê no ser dos seus pais, dos seus professores: considera-os como as divindades que estes procuram vilmente ser e cuja aparência se comprazem em imitar diante de olhos ingênuos. As recompensas, as punições, os prêmios, as palavras de elogio ou de censura insuflam na criança a convicção de que existe um bem, um mal, fins em si, como existe um sol e uma lua. (...) E é nisto que a condição da criança (ainda que possa ser, em outros aspectos, infeliz) é metafisicamente privilegiada: a criança escapa normalmente à angústia da liberdade; pode ser, a depender de sua vontade, indócil, preguiçosa; seus caprichos e suas faltas dizem respeito somente a ela, não pesam sobre a terra, não poderiam perturbar a ordem serena de um mundo queexistia antes dela, sem ela, no qual está em segurança por sua própria insignificância; pode fazer impunemente tudo o que lhe agradar, sabe que nada acontecerá por causa disso, tudo já está dado; seus atos não comprometem nada, nem mesmo a si própria. (...) É muito raro que o mundo infantil se mantenha além da adolescência. Desde a infância, já suas falhas se revelam; no espanto, na revolta, no desrespeito, a criança pouco a pouco se interroga: por que é preciso agir assim? A quem isto é ú til? E, se eu agisse de outra forma, que aconteceria? (...) E quando chega a idade da adolescência, todo seu universo se põe a vacilar, porque percebe as contradições que os adultos opõem uns aos outros, bem como suas hesitações, suas fraquezas. Os homens cessam de lhe aparecer como deuses, e, ao mesmo tempo, o adolescente descobre o caráter humano das realidades que o cercam: a linguagem, os costumes, a moral, os valores, têm sua fonte nessas criaturas incertas; chegou o momento em que será chamado a participar também dessa operação; seus atos pesam sobre a terra tanto quanto os dos outros homens, ser-lhe-á preciso escolher decidir. Compreende-se que tenha dificuldade em viver esse momento de sua história e reside nisso. Sem dúvida, a causa mais profunda da crise da adolescência: é que o indivíduo deve, enfim, assumir a sua subjetividade. De certa forma, o desabamento do mundo sério é uma libertação. Irresponsável, a criança se sentia também sem defesa em face das potências obscuras que dirigiam o curso das coisas. Mas, qualquer que seja a alegria dessa libertação, não é sem uma grande confusão que o adolescente encontra-se jogado num mundo que não é mais completamente feito, mas a fazer, dono de uma liberdade que nada mais prende, abandonado, injustificado. Em face dessa situação nova, que pode ele fazer? É nesse momento que se decide; se a história, que se pode chamar natural, de um indivíduo - sensualidade, 74 A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo seus complexos afetivos etc. - depende sobretudo de sua infância, é a adolescência que surge como o momento da escolha moral: então, a liberdade se revela e é preciso decidir que atitude tomar diante dela. (...) A infelicidade que vem ao homem do fato de ele ter sido uma criança consiste, pois, em que sua liberdade lhe foi inicialmente ocultada e em que ele guardará toda sua vida a nostalgia do tempo em que ignorava as exigências dela. (...) Compreende-se facilmente porque, de todas as atitudes inautênticas, essa é a mais freqüente: é que todo homem foi inicialmente uma criança; depois de ter vivido sob o olhar dos deuses, tendo prometido a si mesmo a divindade, não aceita de bom grado voltar a ser, na inquietude e na dúvida, simplesmente um homem. Que fazer? Em que acreditar’? Freqüentemente, o jovem que, como o sub-homem, não recusou logo a existência de maneira a que essas questões não se colocassem, assusta-se, entretanto, por ter de respondê-las; após uma crise mais ou menos longa, volta-se para o mundo de seus pais e de seus senhores ou então adere a valores novos, mas que parecem também seguros. Em lugar de assumir uma afetividade que o lançaria perigosamente adiante de si mesmo, ele a repele.(...) Ao contrário, o homem que tem os instrumentos necessários para evadir -se desta mentira e que não quer usá-los, esse destrói sua liberdade ao recusá-la; faz de si mesmo sério, dissimula sua subjetividade sob a armadura de direitos que emanam do universo ético reconhecido por ele; não é mais um homem, mas um pai, um chefe, um membro da Igreja Cristã ou do Partido Comunista. Tetxo Adptado de ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS Maria Helena Pires. Filosofando, introdução à Filosofia. 2ª edição rev. e atualizada, São Paulo: Moderna, 1993. pág 309 75 Fonte Adaptada: Arca Sagrada, 2009. I. O centro de onde parte todas as ações 7. Fonte (Qual a Origem?) 76 6. Recursos - Com o que? 5. Método (Como, onde, Quanto, Qunato?) 4. Fundamentos (Quais?) 3. Justificativa (Por que?) 2. Finalidade (Pra que?) II. O Agir III. O objeto que reflete todas as ações 1. Objeto (O que é?) exercite seu saber pensar quanto ao estudo do existencialismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo A consciência é mais do que ela diz. Capítulo IV • Exisntencialismo REFERÊNCIAS A liberdade na filosofia existencial. Site:http://www.philosophy. pro.br/liberdade_existencial_00.htm Acesso em 28. 03.2010 15:28 ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Ed. Martins Fontes, São Paulo; 1998 p.403 __________________. História da Filosofia. Vol.14. Tradução Conceição Jardim, Eduardo Lúcio Nogueira e Nuno Valadas, Lisboa: Presença, 1970 p.179 – 291 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS Maria Helena Pires. Filosofando, introdução à Filosofia. 2ª edição rev. e atualizada, São Paulo: Moderna, 1993. Enciclopédia Simpozio. História da filosofia moderna. http://www. cfh.ufsc.br/~simpozio/novo/2216y744.htm acesso em 29.03.2010 15:45 BERSSA. José. Kierkegaard - vida e obra. Site: http://www.josemarbessa.com/2009/08/kierkegaard-1813-1855-vida-e-obra.html acesso em 29.03.2010 14:38 COBRA, Rubem Q. Existencialismo. Site www.cobra.pages.nom. br, Internet, Brasília, 2001. Acesso em18. 11.2009 14:19 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. 12. São Paulo: Ática, 2002 POKLAKED, Danuta D. Como surgiu o Existencialismo. Site http://www.psicoethos.com.br/si/site/010404, Internet, Santo André - SP, 2004. Acesso em18. 11.2009 14:34 77 Consciência; Sociedade; Revolução. “A verdadeira revolução acontece quando mudam os papéis e não apenas os autores.” (Gilbert Cesbron) V CONSCIENCIALISMO Cainã Oi, gente, sou Cainã, tento 17 anos e acredito que todos os movimentos que até agora estudamos, contribuíram significativamente para o desenvolvimento da consciência humana. Estou aqui e agora para contribuir com novas ideias. Você quer saber mais? Então, continue a leitura, pois apresento um novo movimento e tenho certeza que você vai se identificar: O Consciencialismo. Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. N o v o Movimento Social R e v o l u c i o n ário para Humanidade Iniciamos nossas reflexões com a seguin¬te indagação: O que vem a ser Revolução? De acordo com Ximenes (2000, p. 822) é a ação ou efeito de revolver(-se); transformação ra¬dical na estrutura econômica, política, social, cultural ou cientifica. Há mais de dez décadas a humanidade não vê a expressão de um novo movimento social, cultural, filosófico, revolucio-nário, sendo que os últimos que mudaram os rumos da sociedade, em um contexto mais am¬plo foram o Humanismo, na segunda metade do século XIV, Renascentismo, no fim do sé¬culo XIV até o século XVII aproximadamente, o iluminismo no século XVIII, por fim, e o mais recente, o Existencialismo, meados do século XIX até o século XX, onde cada um destes mo¬vimentos contribuíram para o entendimento do ser humano e suas relações com mundo. Diante dos fatos observados atualmente no planeta: grandes conflitos, desastres natu¬rais, grandes crises econômicos, a falta de mo¬ralidade; nossas relações deverão estar pauta¬das em modos de interdependência, onde cada ser se enxergue como uma peça consistente e flexível, sendo cada vez mais solidário e res¬ponsável, havendo, portanto a necessidade de uma nova revolução, lembrando que uma pes¬soa é uma multidão; duas é uma conspiração; e três uma revolução. Tal revolução demanda, principalmente, a busca de repostas às grandes questões: Qual a razão da nossa existência? Qual é a finali¬dade da Vida e do Princípio Criador? Neste sentido, cabe buscar melhor compreendermos as possíveis relações entre Ser Humano/Deus, Ser Humano/Natureza e Ser Humano/Ser Hu¬mano, a fim de identificarmos o que podemos realizar em prol do todo, a partir de nós mes¬mos, como a primeira e última oportunidade, buscando nos fatos históricos os instrumentos de transformação social e individual e a influ¬ência de uma nova Consciência no favoreci¬mento da evolução abreviada do Ser Humano. 81 CAPÍTULO V Consciencialismo Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. R E V OLU Ç Ã O DA CONSCIÊNCIA Para saber mais... Mahatma Gandhi Inicialmente a palavra revolução pode propor a ideia de rebelião, revolta ou conduta violenta, porque o Ser Humano em sua constante procura por mudanças, muitas vezes se comporta de forma abrupta, radical, ou até mesmo violenta, gerando desde discussões, disputas ou até mesmo guerras. Porém, como dito anteriormente, revolução é a ação ou efeito de revolver(se) Ximenes (2000), ou seja, é um ato de transformação de conceitos e atitudes predominantes em nível individual ou social, que só é possível pelo processo de despertamento, construção e/ou desenvolvimento de uma nova Consciência. A exemplo de Mahatma Gandhi (1869 – 1948), que soube conduzir seu povo a independência sem confrontos armados, mostrando que é possível transformar uma sociedade por meio do desenvolvimento da Consciência, proclamando que a “nãoviolência não quer dizer renúncia a toda forma de luta contra o mal, pelo contrário, a não-violência [...] é uma luta ainda mais ativa e real que a própria Lei do Talião mas em plano moral.”, através de atitudes que respeitem a dignidade da vida. VOCÊ SABIA? Se em algum momento na história da humanidade se pode dizer que uma Nação teve um porta-voz, esta Nação foi a Índia e seu porta-voz consensual na primeira metade do século XX foi Mohandas Karamchand Gandhi – Mahatma, a “Grande Alma”.A complexa Teologia Hindu reza que há um único Deus e este se apresenta em 3 formas: Brahma, o Criador; Shiva, o Destruidor (sempre presente quando a história chega a seu final) e Vishnu, o Equilibrador (a serviço do Dharma). Quando o caos ameaça a humanidade, Vishnu toma a forma humana para recompor a ordem. Segundo o Mahabharata, Vishnu veio ao mundo como Krishna, no alvorecer da civilização indiana. Para seus contemporâneos, Mohandas Gandhi, que repudiava ser chamado assim, constituía a mais recente encarnação da divindade, portanto era chamado de Grande Alma. Devotou a sua vida à causa da Independência da Índia e a encaminhou política e religiosamente em perfeita harmonia com a Tradição de seu povo, daí o estrondoso sucesso obtido. Que Lei do Talião é uma expressão que vem do latim Lex Talionis (lex = “lei” e talis = “tal, de tal tipo”) e consiste na justa reciprocidade do crime e da pena. Esta lei é freqüentemente simbolizada pela expressão “olho por olho, dente por dente”. O Código de Hamurabi, escrito em acádio ou babilônio antigo (1750-1730 a.C.). (MEISTER, M. F. 2007, p.58) 82 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. Vamos consultar o dicionário e descobrir a origem da palavra consciência? Reforçando ainda mais esta máxima Barreto (2006, p.10) a conceitua como “ [...] uma das mais importantes faculdades inatas capitais do Ser Humano que lhe possibilita, além de saber e sentir, suficientemente, acerca da realidade, segundo, não só conhece, mas também se aproxima daquilo que estabelece aquela moralidade universal [...]”. Ao pesquisar etimologicamente a palavra Consciência encontramos em Monteiro (2006) o seguinte significado: “palavra de origem latina (conscientìa,ae) que significa ‘conhecimento de alguma coisa comum a muitas pessoas, conhecimento, senso íntimo’. Segundo o dicionário da língua portuguesa Ximenes (2000, p. 245) “Consciência é a faculdade que permite ao homem o conhecimento e a avaliação do que se passa em si mesmo e à sua volta; a capacidade de julgar os próprios atos, do ponto de vista moral [...]” Para tal, Junior (2007, p. 2) a define como “experiência subjetiva com conteúdo. Ao enfocar a experiência, entendida como o processo pelo qual um ser interage com o seu ambiente “ Edgar Nahoun (que mais tarde adotará o sobrenome “Morin”) nasce em Paris no dia 8 de julho. Mais: http://edgarmorin.sescsp.org.br/ Reforçando ainda mais esta máxima Barreto (2006, p.10) a conceitua como “ [...] uma das mais importantes faculdades inatas capitais do Ser Humano que lhe possibilita, além de saber e sentir, suficientemente, acerca da realidade, segundo, não só conhece, mas também se aproxima daquilo que estabelece aquela moralidade universal [...]”. Morin nos apresenta a consciência em dois sentidos: moral e intelectual. No sentido moral, corrobora com o pensamento de Rabelais que diz: “Ciência sem consciência é apenas ruína da alma”. E no sentido intelectual, relaciona com a aptidão autoreflexiva, considerada como qualidadechave da consciência (BARRETO, 2006). “A única revolução possível é dentro de nós” (Mahatma Gandhi) 83 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. E qual o nosso entendimento acerca da consciência? Percebido que o saber pesar é um impulso constante de inquietação do saber o que é; as sensações provocadas por esta busca sofrida, racional ou intuitiva, possibilitam-nos a evolução e nos leva ao aperfeiçoamento, a construção e desconstrução de pensamentos e/ou ações, levando ao questionamento de valores e provas imutáveis, desvendando um completo estado de libertação de Consciência, um melhoramento das relações do seu ser com o mundo externo, buscando a reflexão no sentido alfa das relações. No nosso entendimento, a Consciência é vista como causa e efeito dos questionamentos mais abstratos e significativos das relações do Ser Humano com sua essência e a ordem natural do Universo. Entretanto, se percebe uma fragmentação no que tange essas relações, devido à preocupação do Ser Humano com experimentações baseadas somente no raciocínio lógico, esquecendo as ações cognitivas em níveis mais abstratos. Essa fragmentação, portanto se dá pela falta do exercício do saber pensar, pois pensar é o ato de refletir, julgar, raciocinar, planejar, preocupar - se ou lembrar de algo ou alguém, e como pensamento, a faculdade de pensar, de fantasiar, imaginar, sonhar uma vez que é um ato do espírito ou operação da inteligência (TORRES, 2006, p. 3). Torres (2006, p. 6) evidencia que a faculdade humana de imaginar, pensar, produzir pensamentos e de inteligir sobre os mesmos são essenciais para a compreensão da vida e de seus ditames. Refletir sobre as expressões do pensar humano é de essencial importância se levarmos em conta o fato de que nossas ações são o resultado do que sentimos e pensamos, quer consciente ou inconscientemente. (TORRES, 2006. p.1) Assim, autoconhecer-se é grande chave para os questionamentos a cerca de uma totalidade em comum e do viver universal, interagindo com o seu eu interior e as forças da universalidade, ou seja, experimentar, desenvolver, transcender a Consciência, esta força vital que promove revolução/evolução, é o elo e o alicerce principal de convergência desse novo movimento, no que tange as leis universais e suas atribuições acerca do viver. Onde o Universo/Planeta/Ser Humano é a tríade que rege esta “orquestra” tão primorosa e delicada, onde nós devemos sim, começar a ser solidários e responsáveis pela sua preservação e não tentar se desvencilhar desta rota 84 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. harmônica, transformando cada dia e / ou momento em um novo desafio, pois, o maior desafio é fazer cada Ser Humano vencer suas próprias limitações. Assumimos então, a Consciência como caminho de transformação da humanidade, pois ela favorece a revolução – evolução de um estado inicial mais superficial para um estado de desenvolvimento humano mais profundo e essencial. Porque a grande necessidade é de enxergar o universo como um sistema complexo e harmônico e (re) descobrir que não somos exclusivamente produto do meio em que vivemos, mas o reflexo de uma força interior que por muitas vezes não nos permitimos conhecer, conforme Barreto (2006, p.2): lhe é Origem Causal; origem esta da qual, tudo tem sido dito, e que todos têm ouvido, embora nada tenha sido falado (BARRETO, 2008, p.3). De acordo com esta concepção, vislumbraremos possibilidades de revoluções significativas, sem brigas, sem guerras, onde o Ser Humano, ciente de seu poder de transformação, será levado a resultados mais duradores. Diante do Exposto, a Consciência, causa e efeito de transformação, é o alicerce do Consciencialismo, onde a finalidade maior é constituir os pilares deste novo movimento social, cultural, filosófico, revolucionário, alertados por um novo posicionamento mais consciente de todos os Seres Humanos perante a Obra Universo, a Obra Planeta e a Obra Ser Humano. O estudo da Consciência nos remete a uma melhor compreensão da vida, a partir da concepção do Ser Humano como uma totalidade. Portanto, um Ser que sente, pensa e age, lembrando que os nossos sentimentos, pensamentos e atos, nada mais são senão expressões de nossa consciência. Onde a mesma nos permite compreender melhor a vida, partido da observação de nós Seres Humanos como uma totalidade, desvendando-nos em um eu mais profundo, a percepção da realidade que nos cerca, pois, A Obra Ser Humano é uma Obra de Arte, do Divino Arquiteto do Universo, firme em vontade própria, nobre em razão, claro em consciência, infinito em qualidades, faculdades, forças em domínio, formas e movimentos, tão criador quanto um Deus e tão ator quanto anjo Jair Tércio [...]esta que é a força do Ser Humano que o permite exilar-se, meditar e silenciar-se, voluntariamente, para ouvir, d’Aquilo que 85 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. EIS QUE IMPORTA APROFUNDARMOS e ir além! E A CONSCIÊNCIA É O GUIA Estes são alguns sites que voçê poderá aprofundar mais sobre o estudo da Consciência Estudos da Consciência http://www.conscienciologia.pro.br Instituto Integral da Consciência http://www.inic.com.br Encontro da Nova Consciência http://novaconsciencia.multiply.com/ E estes são alguns livros que voçê poderá ler e aprofundar mais sobre o estudo da Consciência Título: Da Sociedade do Conhecimento À Sociedade da Consciência - Princípios , Práticas e Paradoxos Autor: Guevara, Aroldo José de Hoyos; Dib, Vitória Catarina Editora: Saraiva Título: Conhecer-se - O Despertar da Consciência Energética Autor: Willecke,elsbeth Editora: Eko 86 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. Título: Um Mundo Novo - O Despertar de uma Nova Consciência Autor: Tolle, Eckhart Editora: Sextante / Gmt Título: O Universo Autoconsciente Autor: Goswami, Amit Editora: Aleph Título: Revolução da Consciência uma Nova Visão de Vida Autor: Isha Editora: Pensamento Título: Nova Consciência Século XXI Autor: Nogueira, Rui Editora: Rui Nogueira 87 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. O S PIL ARES DO C O N S C I E NCIA LISMO COMO U M N O VO MOVIMENTO S O C I AL / REVO LU CIONÁRIO o que está separado e compartimentado, que respeite o diverso, ao mesmo tempo que reconhece o uno, que tente discernir as interdependências. Para isso, o Ser Humano precisa estar consciente de seu movimento em relação a si próprio; ao outro e a natureza; ser ético, socialmente responsável, com posicionamento visionário, sem limites para criatividade, usando o corpo para expressar e canalizar a energia do Universo. Então: Mostramos que a Consciência é a caminho de transformação para um novo Ser Humano, consciente de sua totalidade e unicidade perante o Universo. Neste contexto, as bases de ação humana estarão em seu próprio interior (BARRETO, 2009), constituindo assim os pilares do Consciencialismo em três aspectos: [...] a ação ou o pensamento (que são a mesma “coisa”) brotam de uma parte da nossa consciência. Existe uma certa freqüência ou vibração associada à ação ou pensamento. Quando agimos, endossamos aquela realidade, de modo que nos conectamos ao universo pela freqüência ou vibração associada. Tudo “lá fora” com a mesma freqüência responderá a ela, e será refletido em nossa realidade. [...] tudo em nossas vidas — pessoas, lugares, coisas, tempos e acontecimentos — não são senão reflexos de nossas vibrações pessoais. [...] (ARNTZ et. Al, 2007, p111). O Ser humano é um ser bio-psicosócio-espiritual e refletir sobre as questões humanas é estar ciente da sua estrutura física, psíquica, moral: é permitir que cada Ser Humano tenha consciência de sua condição humana, situandoa em seu mundo físico, em seu mundo biológico, em seu mundo histórico, em seu mundo social, a fim de que tal condição possa ser assumida (MORIN, 2001). Por isso se faz necessária mudança de postura e pensamento. Segundo Morin (2000) há necessidade de um pensamento que ligue Nesta perspectiva, corroborarmos com a idéia de Barreto (2009, p.6) quando afirma que: O desafio é reconhecer o imutável em si mesmo e caminhar em sua direção, o que 88 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. perpassa pela busca não só do conhecer, como também do sentir e do ser, pois quando o Ser Humano aprende e sente, enfim, compreende que sua existência está diretamente relacionada com o Imutável, então seus pensamentos, atos e obras logo se modificam. também, do meio em que vive, bom que seja redito. 3 Portanto, ele não é só produto, mas, também, produtor do meio em que se encontra inserido. 4 Eis que nós, o mundo e a humanidade somos um, e os fazemos como são e estão.5 Portanto, cada um deve fazer a sua parte para que o todo viva em estado efetivo de Harmonia, Amor, Verdade e Justiça. 6 O Ser Humano, essa trindade, não raro, adormecida, composta que é de altura, largura e profundidade. É tão grande quanto compreende a sua altura como sendo a sua elevação para Deus; a sua largura como sendo a sua busca ao bem estar de si mesmo, do seu próximo, e do meio em que vive; Portanto do todo que é e faz parte, e a sua profundidade como sendo a sua busca acerca de si mesmo, portanto, do Princípio Criador, da Finalidade da Vida, bem como da Razão de Nossa Existência. 7 No entanto, não há mistério na altura nem na largura, mas há na profundidade. 8 Enquanto ignoramos, esquecemos e/ou inobservamos, por exemplo, o que indica a noção exata de alma, de consciência e de Lei Natural, para a nossa evolução abreviada consciente, nos tornamos e mantemos densos, ainda que tenhamos pouco volume, pois estaremos baixos na altura, estreitos na largura e rasos na profundidade. 9 Eis que, meus amados, Deus nos quer onde estamos e como somos, sem a menor possibilidade de sermos outra coisa, senão nós mesmos. 10 Portanto, busquem saber, cada vez mais, se integrarem à força para não se entregarem à força, pois o Ser Humano não pode deixar de adquirir a sabedoria, a força e a beleza. No entanto, deve estar bem claro que, senão nada, pouco adianta adquirir a sabedoria e a força, e não se ter beleza em suas ações. Reafirmando a idéia de Barreto (2006), para promover mudança o Ser Humano precisa sim estar consciente e conhecer de fato a sua relação com o mundo físico, psíquico e espiritual em seu constante movimento de procura pelo equilíbrio universal. Quando analisamos o Ser Humano em suas três dimensões: sentir, pensar e agir; buscamos em primeira e última instâncias a razão da nossa existência e a finalidade de nossas vidas, pois a dimensão do pensar é aquela que dá conta do racional, do entendimento de dados e fatos; dimensão do sentir é aquela que dá conta das nossas emoções e valores e a dimensão do agir é aquela ligada às nossas ações e motivações. Para tal, reporto-me a Ocidemnte (2003, p. 29-31), ao expressar: Portanto, o Ser Humano deve ser livre, inteligente e criativo para buscar o equilíbrio entre materialidade e espiritualidade; consciente de sua força para alcançar a sustentabilidade e a religação com o todo. Parafraseando Morin (2000, p.157-158), a relação do homem com a natureza não pode ser concebida de forma redutora nem de forma separada, pois a humanidade é uma entidade planetária e biosférica onde o Ser humano 1 São eleitos de Deus. Os que já concebem, em si mesmos, que importa deveras ao Ser Humano tornar e manter integrados os seus sentimentos, pensamentos e atos, numa ação de integração, em função de suas, essencialmente necessárias e racionalmente justificáveis, realizações, considerando a Finalidade da Vida, bem como a Razão de Nossa Existência. 2 Afinal é fato que, o Ser Humano é um ser que sente, pensa e age. No entanto, ele não é só o produto, do que sente, pensa e faz, mas 89 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. é ao mesmo tempo natural e sobrenatural tendo sua origem na natureza viva e física, emergindo dela e se distinguindo dela pela cultura, pensamento e consciência. Neste sentido, cabe trilharmos o caminho da evolução, mostrando os diferentes estágios do viver e da compreensão do Ser humano a partir de sua constituição física, psíquica, moral e suas tendências sobre o sentir, pensar e agir. Conforme quadro a seguir: RENASCIMENTO (Fim do século XIV até o século XVII aprox.) HUMANISMO (Segunda metade do século XIV) MOVIMENTOS SOCIOCULTURAIS DA HUMANIDADE Física/ Psíquica/ Moral Sentir/ Pensar/Agir Reconhecimento da totalidade como ser formado de alma e corpo destina- Nega a superioridade da vida contemplado a viver no mundo e a dominá-lo. O tiva, sobre a vida ativa. Humanismo reivindica para o homem o valor do prazer, exalta a sua dignidade O Homem é a medida de todas as coisas. e liberdade. Os artistas começam a dar mais valor às Valorização das disciplinas que estu- emoções. dam o ser humano. Renovação moral, intelectual e política decorrente do retorno aos valores da civilização em que o homem teria obtido as suas melhores realizações: a grecoromana. O corpo humano com todos os seus detalhes era exaltado na escultura Desenvolvimento do espírito crítico, rae na pintura. Ideais do Renascimento: cionalista; Formava-se um novo perfil do Antropocentrismo homem das ciências, oposto ao obediente religioso que tudo acreditava em nome da Hedonismo (prazer individual e imediafé. to com supremo bem da vida humana). ILUMINISMO (Século XVIIIII aprox.) • • • Racionalismo Otimismo Individualismo Os princípios religiosos baseados na fé foram substituídos por princípios cien- Respeito aos valores individuais como litíficos baseados na razão. berdade, igualdade, propriedade. O Iluminismo adota a fé cartesiana da Ênfase nas idéias de progresso e perfectirazão, mas também acha que é limitado bilidade humana. o poder da razão. 90 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. (2010... CONSCIENCIALISMO (Meados do século XIX até o século XX.) EXISTENCIALISMO O homem está entregue ao determinismo no mundo. O modo de ser do homem é um modo de ser no mundo em determina situação. A liberdade do homem é condicionada, finita e obstada por muitas limitações. O homem nunca é, e nunca encerra em si uma totalidade infinita. O Existencialismo ignora a noção de progresso porque não pode entrever nenhuma Existir significa relacionar-se com o mun- garantia dele. do, com as coisas, com os outros homens. O Existencialismo reconhece sem pudores Não há no ser humano uma alma ou es- a importância que tem para o homem, a pírito já incorporado. Esta essência será exterioridade, a materialidade. adquirida através da existência, pois o hoAfirma o primado da existência sobre a mem define a sua realidade. essência. Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem. Corpo como canalização e expressão de energia do Universo; consciente de seu movimento em relação a si próprio; ao outro e a natureza; ser ético, socialmente responsável com posicionamento visionário sem limites para criatividade. O Ser Humano inteligente, livre e criativo, em busca do equilíbrio entre materialidade e espiritualidade consciente de sua força ao alcance da sustentabilidade e da religação com o todo. Fonte adaptada: BARRETO, M.; TORRES, R., 2008. a prova sua sobrevivência e a das futuras gerações; e isso ocorre por que todos nós costumamos pensar que tudo o que nos cerca já é algo que existe sem nossa interferência ou escolha. (ARNTZ et. al, 2007, p. 111) A grande questão é entendermos o ciclo da manifestação universal, onde tudo parte de nós e certamente retornará a nós. Segundo Goswami (1998, p.19): Este quadro nos leva observar como o Ser Humano vai desenvolvendo suas consciências paulatinamente, a partir do seu sentir, pensar e agir, mas também através do meio no qual está inserido. O Consciencialismo surge neste contexto para preencher lacunas deixadas por nossos antecessores, afinal, como foi dito no inicio desta construção, o passado guarda a nossa história e indica as perspectivas de novos rumos. É valido considerar que o Ser Um nível crítico de confusão satura o 91 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. somente precisa de um olhar que unifique mente e espírito, mas sim uma visão que contemple natureza, corpo, mente e espirito, pois as relações entre Ser Humano/Natureza; Ser Humano/Ser Humano e Ser Humano/Deus devem estar pautadas no respeito, no amor, no comprometimento e ações de sustentabilidade, onde teremos certeza que estaremos em completo equilibro, contribuindo para o novo sentido de moralidade nessas relações. mundo contemporâneo. Nossa fé nos componentes espirituais da vida—na realidade vital da consciência, dos valores, e de Deus. [...] As tribulações em que vivemos alimentaram a exigência de um novo paradigma— uma visão unificadora do mundo que integre mente e espírito [...] Complementando as palavras de Goswami (1998), o mundo não Vamos dar uma parada!! Que tal buscar algumas palavras que você já viu no texto até agora? PAUSA LÚDICA! 92 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. o BUDA (2006). Direção: Diego Rafecas Sessão de Cinema Consciencialista Anote aí as dicas de filme que abordam a temática da Consciência, separe a pipoca e bom filme! QUEM SOMOS NÓS? (2005). Direção: Betsy Chasse , Mark Vicente , William Arntz SINOPSE: Amanda (Marlee Matlin) está numa fantástica experiência ao estilo “Alice no País das Maravilhas” enquanto seu monótono cotidiano começa a se desmanchar. Esta situação revela o incerto mundo escondido por trás daquilo que se costuma considerar realidade. Amanda mergulha num turbilhão de ocorrências caóticas que revelam um profundo e oculto conhecimento do real. Ela entra em crise e questiona o sentido da existência humana SINOPSE: Jovem vive numa cidade grande e luta para fugir de sua profunda necessidade espiritual: a auto-descoberta. Perdas, desilusões e tragédias o levam a severas práticas espirituais, abandonando completamente sua vida e afetando profundamente o mundo das pessoas que o rodeiam. Seu irmão, professor universitário de Filosofia, e sua noiva, atriz e filha de uma empresária do ramo televisivo, são os interlocutores de sua exótica viagem em busca por seu mestre em um templo zen nas montanhas. mATRIX (1999). Direção: Andy Wachowski / Lana Wachowsk SINOPSE: Neo é um hacker que percebe a estranha força, o Matrix. Ele é levado pela guerreira Trinity para o esconderijo de Morpheus, o único homem a combater essa força. Ele acredita que Neo é um predestinado e que poderá ajudá-lo a vencer a ditadura cibernética. Vencedor de 4 Oscar. O PODER ALÉM DA VIDA K-PAX (2002). Direção: Victor Salva SINOPSE: Dan Millman (Scott Mechlowicz) é um talentoso ginasta adolescente que sonha em participar das Olimpíadas. Ele tem tudo o que um garoto da sua idade pode querer: troféus, amigos, motocicletas e namoradas. Certo dia seu mundo vira de pernas para o ar, quando conhece um misterioso estrangeiro chamado Socrates (Nick Nolte). Depois de sofrer uma séria lesão, Ele descobrirá que ainda tem muito a aprender e que terá de deixar várias coisas para trás a fim de que possa se tornar um guerreiro pacífico e assim encontrar seu destino. Direção: Iain Softley SINOPSE: Em um hospital para pessoas com problemas psicológicos, Prot (Kevin Spacey) é um paciente que afirma ter vindo de um planeta distante, chamado K-Pax. Seu psiquiatra, dr. Mark Powell (Jeff Bridges), percebe que seu comportamento e suas descrições sobre a vida em seu planeta ajudam os outros pacientes a melhorar. Mais do que isso, o médico fica perplexo com a confiança de Prot e começa a duvidar da própria capacidade de diferenciar realidade de ilusão. ►O PONTO DE MUTAÇÃO ►O BURACO BRANCO NO TEMPO ►CONTATO 93 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. Ícones do M ovimento Anna Karitta Adriana Assis Santos Adriana Bitencourt de Souza Adriana Mota Santos Amanda Sabrina Souza Lima Ana Claudia Gomes da Silva Ana Dinamarc dos Santos Bispo Andréa Ribeiro de Oliveira Dionne Barreto Cristiane Santos Ferreira Edvania Carla Pereira Costa Elba Carla Lima Santos Elisabeth da Paixão Neta Elizete Genonadio Silva Neta Fabiana Queiroz Costa Flávia Daniela Miranda de Mattos Geórgia Assis Gomes Jaqueline Alves Reis Jamile de Sousa Macêdo José Roberto Gomes Santana Jussara Santana Tibúrcio Lorena Carla Pinto Freitas Luciano Oliveira Mata Luciene Santos Guimarães Marcele Santos de Sousa Marcone de Mendonça Matos Marise Santana de Andrade Mayana Alcântara V. de Oliveira Nadja da Cruz Silva Niete Almeida Silva Patrícia Porto Medrado Goulart Priscila Lins dos Santos Ranulfo de Magalhães Castro Neto Rosangela Bezerra de Menezes Sheila Nunes Queiroz Silvana Aurora Ghignone Orleans de Assis Taís Silva de Souza Profª Drª Maribel Barreto (Orientadora) NIAC Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência 94 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. Convite ao Consciencialismo Neste constante movimento de busca, convido a todos a colaborarem e serem multiplicadores desta idéia que surgiu com o intuito de levar a Humanidade a criar, despertar, desenvolver um novo Ser Humano; ético, responsável, fraternal, com ações criativas e sustentáveis, a partir do despertar de sua própria Consciência. Eis que se todos nós somos formados pela mesma luz, pela mesma força, pela mesma energia, temos por “obrigação” carregar a bandeira do indivisível, da religação com o todo, pois a primeira e última revoluções começam a partir de nós. Junte-se a nós! Faça Parte deste Movimento! 95 Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. Se você fosse participar da criação de um novo movimento social revolucionário, o que aproveitaria do Consciencialismo? 96 Fonte Adaptada: Arca Sagrada, 2009. I. O centro de onde parte todas as ações 7. Fonte (Qual a Origem?) 97 6. Recursos - Com o que? 5. Método (Como, onde, Quanto, Qunato?) 4. Fundamentos (Quais?) 3. Justificativa (Por que?) 2. Finalidade (Pra que?) II. O Agir III. O objeto que reflete todas as ações 1. Objeto (O que é?) exercite seu saber pensar quanto ao estudo do CONSCIENCIALISMO A consciência é mais do que ela diz. Capítulo V • Consciencialismo Capítulo V • Consciencialismo A consciência é mais do que ela diz. REFERÊNCIAS ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia. Vol.14. Tradução Conceição Jardim, Eduardo Lúcio Nogueira e Nuno Valadas, Lisboa: Presença, 1970 p.179 – 291 ARNTZ, Willian et. al. Quem somos nós?: a descoberta das infinitas possibilidades de alterar a realidade diária. Rio de Janeiro: Prestígio editorial, 2007. p. 107 – 118. ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS Maria Helena Pires. Filosofando, introdução à Filosofia. 2ª edição rev. e atualizada, São Paulo: Moderna, 1993. BARRETO, Maribel Consciência e educação. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONSCIÊNCIA, 1.,2006, Salvador. Anais... Salvador: Fundação Ocidemnte, 2006. 1 CD-ROM. ._______________ O Centro é toda parte – a consciência é prova cabal disto. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONSCIÊNCIA, 1., 2008, Salvador. Anais... Salvador: Fundação Ocidemnte, 2008. 1 CD-ROM. ________________ Consciência Significa sem Significar. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONSCIÊNCIA, 1.,2010, Salvador. Anais... Salvador: Fundação Ocidemnte, 2009. 1 CD-ROM. GOSWAMI, Amit. O universo autoconsciente – como a consciência cria o mundo material. Rio de Janeiro: Record – Rosa dos Tempos, 1998. p. 9 p. 225 – 235; p. 263 – 275; p. 310 – 315 JÚNIOR, Alfredo Pereira. Aspectos conceituais e metodológicos da ciência da consciência. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONSCIÊNCIA, 2., 2007, Salvador. Anais... Salvador: Fundação Ocidemnte, 2007. 1 CD-ROM. MEISTER, M. F. Olho por olho: a lei de talião no contexto bíblico. Disponível em http://www. mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/ revista/VOLUME_XII__2007__1/mauro.pdf acesso em 26.06.2010 as 18:07 MORIN, Edgar. Religação dos Saberes. São Paulo: Bertrand Brasil, 2001. P. 41 – 52 MORIN, Edgar e KERN, Anne Brigitte. Terra Pátria. Porto Alegre: Sulina, 2000. p.45-56; p. 151 - 161 MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio. 1. ed. São Paulo: Moderna, 1997, vol. Único ORGANIZAÇÃO CIENTÍFICA DE ESTUDOS MATERIAIS, NATURAIS E ESPIRITUAIS. O sermão das dunas. 2. ed. Salvador: OCIDEMNTE, 2003. p. 29 – 31. TORRES, Clérisson. Os níveis do pensar e a consciência humana. In:SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONSCIÊNCIA, 1., 2006, Salvador.Anais... Salvador: Fundação Ocidemnte, 2006. 1 CD-ROM. TORRES, Clérisson; TORRES, Renata. O autoconhecimento como método específico na busca de nosso centro. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONSCIÊNCIA, 3., 2008, Salvador. Anais... Salvador: Fundação Ocidemnte, 2008. 1 CD-ROM. VICENTINO, Cláudio. História Geral. Ed. atualiz. ampl. São Paulo: Scipione, 1997. XIMENIS, Sergio. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2ª edição rev. e ampl. São Paulo: Ediouro, 2000. MELLO, Leonel Itaussu A. COSTA, Luís César Amand. História moderna e contemporânea. São Paulo: Scipione, 1999. p. 38 – 55 98 “Imaginar é o princípio da criação. Nós imaginamos o que desejamos, queremos o que imaginamos e, finalmente, criamos aquilo que queremos.” Bernard Shaw (1856-1950) VI Criação Novo Movimento Social Revolucionário BEL Olá amiga e amigo, sou Bel e tenho 17 anos, estou iluminada, com tantas contribuições valorosas. Desde o Humanismo, passando pelo Renascimento, investigando o iluminismo, “mergulhando” no Existencialismo e aterrissando no Consciencialismo. Depois de tantos estudos, convido você a expandir o grau de consciência até então adquirido, criando o novo movimento que contribuirá para a transcendência e autorrealização humana na contemporaneidade. E aí aceita o desafio? Mãos a obra! Capítulo VI • Novo Movimeto Social Revolucinário A consciência é mais do que ela diz. CAPÍTULO VI Nome do Movimento Idéia Central do Movimento Espaço Reservado para colar imagens ou escrever algum texto de introdução (poesia, prosa, musica, etc), que estaja de acordo com a sua criação. 102 Capítulo VI • Novo Movimeto Social Revolucinário A consciência é mais do que ela diz. Contextualização histórica, social, cultural, artística, econômica, psicológica Este espaço é para escrever como você vê o mundo a sua volta. Fique a vontade, coloque figuras, pensamentos, etc. Vamos a Obra! 103 Capítulo VI • Novo Movimeto Social Revolucinário A consciência é mais do que ela diz. Aqui você vai escrever os conceitos que sustentam seu movimento. Pilares Centrais A partir de agora você irá descrever o Ser humano em seu movimento e suas relações Estrutura física, psíquica e moral/espiritual do Ser Humano 104 Capítulo VI • Novo Movimeto Social Revolucinário A consciência é mais do que ela diz. Níveis de sentir, pensar e agir do Ser Humano Relações ser humano/ser humano; ser humano/natureza; ser humano/Deus Pois bem! Agora que já escreveu as características do Ser Humano em seu Movimento, irá apontar as principais contribuições deste movimento para a Sociedade. 105 Capítulo VI • Novo Movimeto Social Revolucinário A consciência é mais do que ela diz. As principais contribuições do movimento para a sociedade Agora você vais listar as personalidades, figuras marcantes do seu movimento. Icones do Movimento 106 Fonte Adaptada: Arca Sagrada, 2009. I. O centro de onde parte todas as ações 7. Fonte (Qual a Origem?) 107 6. Recursos - Com o que? 5. Método (Como, onde, Quanto, Qunato?) 4. Fundamentos (Quais?) 3. Justificativa (Por que?) 2. Finalidade (Pra que?) II. O Agir III. O objeto que reflete todas as ações 1. Objeto (O que é?) exercite seu saber pensar Quanto a criação do seu Movimento Social / revolucionário A consciência é mais do que ela diz. Capítulo VI • Novo Movimeto Social Revolucinário Capítulo VI • Novo Movimeto Social Revolucinário A consciência é mais do que ela diz. REFERÊNCIAS 108 Parabéns!!! Muito caminhamos até aqui. E muito aprendemos, inclusive com as nossas construções.Podemos perceber, através dos nossos estudos, que os grandes movimentos sócios revolucionários que marcaram a história da humanidade contribuíram significativamente para o seu crescimento e desenvolvimento, nas diferentes épocas em que ocorrem. Estudamos, também, que a Consciência é uma das nossas faculdades inatas capitais, que nos faculta aptidões tais como a do discernimento, que nos possibilita compreender absorvendo, em nós mesmos, a verdadeira natureza que reside em todas as coisas. Isso significa que a tomada de Consciência reside no fato de que quando nos colocamos num estado de constante renovação, aprendizado e movimento iremos para além de nós mesmos, no entanto, cada vez mais para dentro de nós, visto que, quanto mais nos afastamos de nossa essência, mais mergulhamos na falta de sentido e nos conflitos, tanto individuais, como sociais. Conflitos este, que se caracterizam pelo alto índice de violência, corrupção, volúpia revelando assim, uma existência sem sentido onde a auto-ilusão e o auto-engano, são vividos de maneira intensa. Claro está que a convivência harmoniosa entre nós seres humanos é proveniente do grau de Consciência que até então adquirimos. Isto exige uma ampla compreensão da realidade e do desenvolvimento dos nossos níveis intelectual, afetivo, emocional e espiritual, e do nosso compromisso com a ética, a responsabilidade social e planetária, numa visão integradora. A nossa caminhada não acaba aqui. Que possamos, agora, caminhar juntos nessa jornada em prol de uma sociedade de paz, harmonia e equilíbrio. Afinal de contas, o todo é sempre maior que a soma de suas partes e que a Consciência é o fio condutor que nos guiará de forma segura na nossa trajetória de vida. QUE A CONSCIÊNCIA NOS ILUMINE! folha reservada para ficha técnica do livro No que se refere à presente obra, destacamos que é o resultado da pesquisa intitulada: Os Grandes Movimentos Sociais/ Revolucionários da Humanidade como Produtos dos seus Ícones, com o objetivo de investigar o impacto dos referidos movimentosque não só mudaram o contexto artístico-científico, mas todo um conjunto de conceitos filosóficos, psicológicos, econômicos, políticos e sociais de gerações, impactando em novas atitudes individuais e coletivas, em cada tempo histórico. Ao longo do livro o leitor terá a oportunidade de relembrar de cada um desses movimentos: o contexto histórico, político, econômico, cultural e social; pilares centrais; impactos na educação; as principais contribuições para o ser humano e para a sociedade, seus principais ícones, bem como as suas possíveis contribuições para a criação de um novo movimento social/revolucionário a partir da sua própria Consciência. NIAC Núcleo de Investigações Avançadas da Consciência