Maio - GEIV

Transcrição

Maio - GEIV
Correio da Fraternidade
ANO 23 – nº 275 Distribuição Gratuita
Maio de 2012
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
A ESCOLA “ANNE SULLIVAN” EM DESFILE
POSSUÍMOS O QUE
DAMOS
HÁ 38 ANOS
Há 38 anos a Escola Anne Sullivan atende aos deficientes da audição. Criada em 23 de Maio de 1974 com o
nome de “Casa da Criança Cega Surda e Muda”, a entidade teve o seu nome mudado alguns meses depois
para “Instituto Terapêutico Anne Sullivan”, por sugestão das profissionais que atuavam na época, em
homenagem a uma famosa professora americana que educou e acompanhou durante toda a sua vida uma
surda-cega, a não menos conhecida, Hellen Keller.
No início, o Instituto atendia a surdos e a cegos, mas, após alguns anos, passou a trabalhar apenas com os
surdos. Os anos se passaram e em 1991 o Instituto tornou-se Escola. E o tempo continuou correndo, os
alunos e o corpo docente se renovaram, a metodologia de trabalho foi revisada e aprimorada, mas uma meta
se mantêm: dispensar aos surdos e às suas famílias o mínimo de atendimento que suas situações exigem1.
E para tal, era preciso capacitar os espíritas desta comunidade, uma vez que hoje ela sustenta todo o
orçamento da Escola e da Casa, através de atividades próprias de seu quadro associativo, para os trabalhos
de apoio que a Escola exige para funcionar, pois, atualmente, a Escola além de oferecer gratuitamente um
atendimento pedagógico especializado que proporciona a alfabetização da criança surda, oferece também
atividades complementares que auxiliam-nas a prepararem-se para a vida.
Mas, em 1974 esta comunidade ainda não estava preparada para tal empreitada, aliás, quase não havia
comunidade... Foi na década de 80 que o trabalho de preparação desta teve início, tendo à sua frente o pulso
firme do Mentor desta Casa.
Tudo começou com a revitalização da biblioteca espírita, com a estruturação da evangelização infantil e com
o estudo sistemático do Livro dos Espíritos, para os adultos, entre outras atividades, que possibilitaram ao
longo dos anos um amadurecimento doutrinário da comunidade espírita que hoje se ombreia,
conscientemente, para a consolidação paulatina da implantação do ideal cristão no cotidiano da Escola; não
através de palavras, mas sim, através de atos e de sentimentos de respeito ao próximo, que envolvem estes
surdos e suas famílias num clima que os consola e estimula, muito mais do que qualquer recurso material.
1
Cibele – Diretora Pedagógica
Ir. Vicente 05/04/97
UM BAZAR DIFERENTE
No dia 21 de maio, uma segunda-feira que deveria ser como uma outra qualquer do mês de maio, as portas da “casinha” do GEIV
não se abriram para as crianças do Anne Sullivan, para as atividades do projeto “Vida Independente”, como de costume. As portas
da casinha – como é conhecida uma casa que antigamente era utilizada para abrigar os caseiros do GEIV – se abriram para receber
os pais, familiares e vizinhos dos alunos. Todos vieram aproveitar um bazar diferente.
Os artigos iam de utensílios de cozinha e itens de decoração até roupas e sapatos para adultos e criança. Isso sem contar os
brinquedos, que, por antigos ou incompletos, entraram na categoria de itens para doação; afinal mantinham suas qualidades
recreativas.
Os preços? Ah, os preços variavam de 5 peças por um real, até cobertores por 2 reais, além de alguns sofás por 20 reais.
E quando cada um dos participantes terminava suas compras, não foram poucos os que, ao observar que a quantia gasta havia sido
menor que a prevista, voltaram para verificar se realmente não havia mais nada de que precisavam ou que lhes poderia ser útil, e
retornavam ao caixa com mais alguns itens. Isso sem contar as compras que foram feitas também para amigos, irmãos, e parentes
que não puderam comparecer.
Para aqueles que participaram do bazar havia até bolo e refrigerante, pois alguns vieram com seus filhos nos transportes de outras
cidades e passaram a manhã toda na Escola. E ainda a postos para ajudar os compradores, havia trabalhadores da Escola
(comunitárias do GEIV) que informavam preço, sugeriam peças a ser adquiridas e davam as indispensáveis opiniões para ajudar na
decisão.
Foi, assim, um bazar em que não se viu disputa ou discussão por este ou aquele item, onde pais e parentes de alunos aproveitaram
o momento para estreitarem-se e se conhecer; para conversarem com a visitadora (comunitária do GEIV) e pedir-lhe que fosse
novamente visitá-los, como quem convida um amigo a tomar uma xícara de café em casa. Foi um encontro de pais, mães, parentes
e vizinhos de alunos, além de comunitários do GEIV, que se assemelhou a um pequeno encontro de família, onde as sacolas saíram
sim abarrotadas de compras, mas que pelas compras ou pelo encontro deixou um gostinho de quero mais, com a pergunta de
muitos ao saírem: Quando será o próximo bazar?
Sheila
Dar uma moeda, um sorriso, uma palavra amiga.
Estender uma mão de apoio, fornecer um ombro
de consolo, perdoar os erros alheios. Tudo isso,
cotidianamente, parecem-nos favores que fizemos
em benefício do próximo. No entanto, atentos que
devemos ser às lições do Evangelho, Emmanuel
nos esclarece passagem de Paulo onde o apóstolo
dos gentios diz:
É mais bem-aventurado dar do que
receber. – PAULO. (Atos, 20:35)
Quando alguém se refere à passagem
evangélica que considera a ação de dar
mais alta bem-aventurança que a ação
de receber, quase todos os aprendizes
da Boa Nova se recordam da palavra
"dinheiro".
Sem dúvida, em nos reportando aos bens
materiais, há sempre mais alegria em
ajudar que em ser ajudado, contudo, é
imperioso não esquecer os bens
espirituais que, irradiados de nós
mesmos, aumentam o teor e a
intensidade da alegria em torno de
nossos passos.
Quem dá recolhe a felicidade de ver a
multiplicação daquilo que deu.
Oferece a gentileza e encorajarás a
plantação da fraternidade.
Estende a bênção do perdão e
fortalecerás a justiça.
Administra a bondade e terás o
crescimento da confiança.
Dá o teu bom exemplo e garantirás a
nobreza do caráter.
Os recursos da Criação são distribuídos
pelo Criador com as Criaturas, a fim de
que em doação permanente se
multipliquem ao Infinito.
Serás ajudado pelo Céu, conforme
estiveres ajudando na Terra.
Possuímos aquilo que damos.
Não te esqueças, pois, de que és
mordomo da vida em que te encontras.
Cede ao próximo algo mais que o
dinheiro de que possas dispor. Dá
também teu interesse afetivo, tua saúde,
tua alegria e teu tempo e, em verdade,
entrarás na posse dos sublimes dons do
amor, do equilíbrio, da felicidade e da
paz, hoje e amanhã, neste mundo e na
vida eterna.
Fonte Viva – Emmanuel - psic. Francisco C. Xavier lição 117 (Compilado por Sheila)
CASOS DE DEMÊNCIA VÃO TRIPLICAR ATÉ 2050, DIZ A OMS
Hoje são 35,6 milhões de pessoas no Mundo que sofrem de demência. Em 2030 chegará a
65,7 milhões e até 2050 pode chegar a 115,4 milhões.
Ver pág. 5
INTERESSANTES FATOS
HISTÓRICOS DA VIDA DE
CHICO
VOLTAIRE VOLTOU!
Há 274 anos, Voltaire, o grande pensador
iluminista francês, um dos homens mais
influentes do século 18, desencarnou.
Ver pág. 8
Dentre tantas homenagens e títulos
recebidos por Chico Xavier, cabe
destacar o de Cidadão Paulistano...
Ver pág. 8
VISÃO INTEGRAL DO SER
OMS define em seu estatuto que “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”.
Ver pág. 3
HÁ 150 ANOS
Entre o outono e inverno francês de 1862, saía o Mestre de Lyon para realizar aquela que
então ficaria conhecida como a Viagem Espírita em 1862.
Ver pág. 7
(continua)
PESSOAS QUERIDAS
Incentivemos os familiares queridos a fazerem o melhor
de si mesmos, sem, no entanto, desconsiderar-lhes a
vocação para as tarefas mais simples.
*
Atendamos ao imperativo do diálogo construtivo em que
as nossas sugestões de melhoria possam ser plenamente
enunciadas.
Calma – Emmanuel – psicografia de Francisco Cândido Xavier – p.40
“QUEM SOMOS?”
“Mas o espírito maligno lhes
respondeu: Conheço a Jesus e
bem sei quem é Paulo; mas vós,
quem sois?” – (Atos, 19:15)
O diálogo supra ocorreu entre os filhos
de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes
e um espírito maligno.
Obviamente através do concurso de um
medianeiro.
Cujas consequências resultaram em
excelente lição para aqueles que ousam
doutrinar espíritos malévolos sem estar
devidamente preparados para tanto.
Pois inadvertidamente empregam, tal
como os filhos de Ceva, frases vazias
sem terem a seu favor a vivência moral
do que pregavam.
O resultado narrado, nos versículos
seguintes, foi que: “Fazendo saltar o
médium que o recebia, o espírito
maligno, assenhoreou-se de dois
encarnados, dos seis irmãos que
ouviam a comunicação, pôde mais do
que eles, de tal sorte que, nus e
feridos, fugiram daquela casa”.
Como se pode depreender de tal
passagem da vida de Paulo, não é de
agora que ocorrem as comunicações
mediúnicas, como também os incautos
não escapam das consequências de tal
imprudência.
Todavia evidencia-se a recomendação
de Kardec em o livro “A Obsessão”, que
é transcrita a seguir, como um alerta
sempre necessário a todos aqueles que
se lançam a tais propósitos.
Ei-la: “... Sabe-se que um perigo
previsto é um perigo meio evitado.
Diremos mais: para quem quer que
esteja bem informado da ciência, tal
perigo não existe; existe apenas para
aqueles que têm a presunção de
saber, isto é, como em todas as
coisas, para aqueles que não
possuem
a
necessária
1
experiência...”.
E dizer-se que, de modo geral,
raramente os espíritas dignam-se à
leitura das chamadas Obras Básicas,
todas de Kardec, em número de seis!
Para não deixar-se de mencionar que
muitos leem, mas delas compreendem
pouco...
Os resultados?... Pode-se imaginar. Pois
as consequências são inevitáveis...
Críticas em jornais, TVs, etc. em
detrimento da Doutrina.
Como se a Doutrina fosse responsável
pelo despreparo de seus praticantes.
Emmanuel ainda sobre esta página de
Paulo, assim comenta: “... Quando vos
2
dispuserdes, portanto, a esse gênero de trabalho, não olvideis vossa
própria identificação, porque, provavelmente, sereis interpelados pelos
representantes do mal, que vos perguntarão sem nenhuma cerimônia: Quem sois?...”
Mais a mais, quanto tempo dispersado pela humanidade, evitando o
intercâmbio com o mundo espiritual, através dos recursos da mediunidade!
Pode-se imaginar quão nefastas foram as diferentes interpretações religiosas
dadas para as lições deixadas por Jesus e seus discípulos!
Tais interpretações sempre insistiram em caracterizar tal procedimento como
coisa diabólica.
A argumentação tendenciosa de alegar que o uso frívolo de tal dom
mediúnico, pelo povo judeu, levou Moisés, a proibi-lo, foi maldosamente
aproveitado como razão para
que
muitas
fogueiras
TRÊS IMPERATIVOS
tivessem
consumido
médiuns, de ambos os sexos, O esforço faz-se imprescindível em todos os momentos para
que se dispõe a seguir o inolvidável Cristo. Nos singelos
que como instrumentos de aquele
verbos pedir, buscar e bater, o Mestre resume de modo bastante
próceres
espirituais,
em profundo, as nossas necessidades ante a trajetória evolutiva.
nome de Jesus, procuraram Compreendamos e meditemos a respeito destes três imperativos ao
aprendiz cristão, através das explicações de Emmanuel:
semear a mensagem de
E eu vos digo a vós: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
amor por Ele deixada a toda
achareis; batei, e abrir-se-vos-á. – JESUS. (Lucas, 11:9.)
a humanidade terrena.
Pedi, buscai, batei...
Quanto atraso!
Quanta esperança e fé na Estes três imperativos da recomendação de Jesus
não foram enunciados sem um sentido especial.
misericórdia da Vida secaram No emaranhado de lutas e débitos da experiência
em corações desesperados terrestre, é imprescindível que o homem aprenda
por desconhecerem que a a pedir caminhos de libertação da antiga cadeia
de convenções sufocantes, preconceitos estéreis,
vida não cessa na sepultura!
Jamais
se
sentiram dedicações vazias e hábitos cristalizados. É
confiantes para, pelo menos, necessário desejar com força e decisão a saída
do escuro cipoal em que a maioria das criaturas
ouvir os apelos dos seus que perdeu a visão dos interesses eternos.
retornaram
primeiro
ao Logo após, é imprescindível buscar.
mundo espiritual.
A procura constitui-se de esforço seletivo, o
Tornaram-se, muitos, em campo jaz repleto de solicitações inferiores,
céticos,
desiludidos, algumas delas recamadas de sugestões
descrentes da mensagem brilhantes. É indispensável localizar a ação digna
e santificadora. Muitos perseguem miragens
fraterna deixada pelo Mestre.
perigosas, à maneira das mariposas que se
Hoje, desencarnados, no apaixonam pela claridade de um incêndio.
mundo espiritual, engrossam Chegam de longe, acercam-se das chamas e
as fileiras de sofredores a consomem a bênção do corpo.
misturarem-se
entre É imperativo aprender a buscar o bem legítimo.
encarnados, inspirando-os, Estabelecido o roteiro edificante, é chegado o
momento de bater à porta da edificação; sem o
por serem estes céticos martelo do esforço metódico e sem o buril da boa
também, à perseguição de vontade, é muito difícil transformar os recursos da
conquistas frívolas, viciosas e vida carnal em obras luminosas de arte divina,
com vistas à felicidade espiritual e ao amor
de muita paixão inferior.
E o cenário contemporâneo eterno.
que se presencia é este Não bastará, portanto, rogar sem rumo, procurar
sem exame e agir sem objetivo elevado.
quadro social de muito Peçamos ao Senhor nossa libertação da
sofrimento e dor...
animalidade
primitivista,
busquemos
a
1
A Obsessão – Allan Kardec - p. 71 –
3ª ed.
O CLARIM
espiritualidade sublime e trabalhemos por nossa
localização dentro dela, a fim de converter-nos em
fiéis instrumentos da Divina Vontade.
Pedi, buscai, batei!... Esta trilogia de Jesus
reveste-se de especial significação para os
aprendizes do Evangelho, em todos os tempos.
Pão Nosso – Emmanuel – psic. Francisco C. Xavier – lição 109
(Compilado por Susan)
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2012
FATOS PITORESCOS DE CHICO XAVIER SE TENS FÉ
OS DOIS LADRÕES
Esclarece-nos o mentor Emmanuel sobre a fé.
O fato aconteceu em Pedro Leopoldo. Chico costumava acompanhar até as pensões ou
hotéis as visitas que ficavam no Centro até o término das reuniões, que se dava por
volta das duas horas da manhã. Certo dia, já de volta ao lar, foi abordado por dois
desconhecidos, que ele sabia não serem da cidade, e um deles foi logo dizendo:
- Passe para cá todo o dinheiro que tiver em seu bolso.
Chico remexeu seus bolsos e, só encontrando cinco cruzeiros, disse aos ladrões:
- Olhem, eu só tenho cinco cruzeiros, mas por favor, não me façam mal. Tenho muitas
crianças para cuidar.
Um dos assaltantes, que parecia ter alguma bondade nos olhos, perguntou:
- Você é casado?
- Não, respondeu Chico.
- Então, que história é essa de crianças?
- São crianças que eu cuido, umas são parentes, outras necessitadas, mas olho-as todas.
Nisso o outro assaltante intervém, dizendo:
- Não falei que não valia a pena assaltá-lo? Veja as roupas remendadas. O sapato, então,
parece a boca aberta de um jacaré. Vamos embora que esse aí está pior que nós.
O outro assaltante então perguntou:
- Você ainda tem aqueles duzentos cruzeiros com você?
- Você não vai fazer o que estou pensando, vai?
- Vamos, passe o dinheiro depressa.
De posse do dinheiro, entregou-o ao Chico e disse:
- Tome, compre leite para as suas crianças.
E, chamando o outro ladrão, foram embora.
Chico, aliviado, escorou-se num poste e disse:
- Muito obrigado, meus irmãos. Que Jesus os abençoe e acompanhe.
O ladrão que havia lhe dado o dinheiro lhe respondeu:
- Você acha que Jesus vai nos abençoar e acompanhar? Nós somos ladrões!
- Como não, meu irmão, disse-lhe Chico. Ele escolheu dois para sair da Terra com Ele.
Cap. XXVII – item 11
Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade
de viver.
Desse modo, não te restrinjas à confiança inerte, porque a existência em toda
parte nos honra, a cada um, com a obrigação de servir.
Se tens fé, não permitirás que os eventos humanos te desmantelem a fortaleza
do coração.
Transitarás no mundo, sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e,
mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e
sangue, não ignoras que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo
adubado para que a vida refloresça e prossiga em triunfo.
Se tens fé não registrarás os golpes da incompreensão alheia, porquanto
identificarás a ignorância por miséria extrema do espírito e educarás
generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja.
Ainda que os mais amados te releguem à solidão, avançarás para a frente,
entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho te envolverá o
sentimento em nova luz de esperança e consolação.
Se tens fé, não te limitarás a dizê-la simplesmente, qual se a oração sem as
boas obras te outorgasse direitos e privilégios inadmissíveis na Justiça de
Deus, mas, sim, caminharás realizando a vontade do Criador, que é sempre o
bem para todas as criaturas.
Se tens fé, sustentarás, sobretudo, o esforço diário do próprio burilamento,
através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como
sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que,
aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para
refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei.
O Espírito da Verdade – Espíritos Diversos - psic. Francisco C. Xavier/Waldo Vieira - lição 29
(Compilado por Cibele)
*
Kardec Prossegue – Adelino da Silveira (Compilado por Sheila)
*
Estudos e dissertações em torno de O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
O MOMENTO ATUAL Diferente dos outros meses o artigo abaixo não se relaciona à coluna Fatos Pitorescos de Chico Xavier. O texto se reporta a estudos, que vêm sendo divulgados através da médica espírita Marlene
Nobre, sobre pesquisas da medicina que vem chegando a fatos, já há muito esclarecidos e elucidados pela Doutrina Espírita.
ESPÍRITO E MATÉRIA
Observa-se com a publicação de livros especializados e de
revistas científicas, que as pesquisas médico-científicas se
aproximam, cada vez mais, da realidade da existência do espírito.
Algumas, poucas, mas já existentes pesquisas, sugerem que o ser
humano, por exemplo, é constituído não só do corpo físico, mas
de elementos imateriais – alma e períspirito, para os estudiosos da
Doutrina Espírita – que emitem e transmitem as vibrações e
informações que têm como fonte o espírito – princípio inteligente
do Universo1. E isto se dá de tal forma que “o espírito encarnado
ou alma concentra todo o poder de comando sobre o organismo
físico”2, e para que possa atuar sobre o corpo físico a alma
utiliza-se do períspirito; tal como o homem utiliza-se de lápis
para escrever, concentrando nele sua força/vontade.
Diz-se daí que da mente humana originam-se, portanto, “as forças
equilibrantes e restauradoras para os trilhões de células do
organismo físico; mas, quando perturbada, emite raios
magnéticos de alto poder destrutivo…”2. Neste ponto, lembre-se
as narrativas de casos de pessoas que são capazes de, só com o
olhar, secar uma planta; ou ainda das pesquisas de doenças ditas
“de fundo nervoso” como a gastrite, síndrome do pânico e outras.
Não seriam estes fatos o reflexo do alto poder destrutivo da
mente humana quando esta se encontra desequilibrada? No caso
destes estudos e pesquisas, entende-se por mente humana
exatamente o espírito, o ser imaterial que comanda o organismo
físico, e não os neurônios, que nada mais são do que receptores e
transmissores das informações provenientes do espírito.
Mas, de que servem aos aprendizes do Evangelho, tais
pesquisas e conhecimentos que a ciência médica está dando os
primeiros passos para adquirir?
Tais informações “apenas” vêm somar-se aos esclarecimentos
trazidos por Allan Kardec e André Luiz sobre a constituição do
ser humano; vêm dar testemunho das palavras de Kardec de que
“o Espiritismo caminha com o progresso, e jamais será
ultrapassado, porque se novas descobertas comprovarem que ele
está errado em um determinado ponto, ele o modificará; se uma
nova verdade se revelar, ele a aceitará”2.
Trazem ainda, ao espírita consciente, o alerta para que não só
acompanhe tais progressos da ciência, buscando compreendêlos à luz do Espiritismo, do Evangelho redivivo, confirmando as
palavras do Mestre de Lyon; mas para que também observe que
“muito raramente as moléstias não se encontram diretamente
relacionadas ao psiquismo como causa terminante ou
concausa*.”2
Portanto, 99% dos desequilíbrios encontrados na matéria, no
corpo humano, provêm de desequilíbrios do espírito, de seus
remorsos e faltas do presente ou de seu passado milenar. Deste
modo, patente torna-se ao aprendiz do Evangelho que para
reparar o seu passado de condutas equivocadas, deve ele
utilizar-se das Lições de Jesus, construindo o progresso
almejado, em harmonia com as Leis da Vida, lutando para, ao
extirpar o próprio egoísmo, manter sua ferramenta de trabalho,
A BIBLIOTECA ESPÍRITA EM DESFILE ABENÇOA SEMPRE
O Monte Fuji (Vulcão localizado no Japão) está a alarmar o meio científico com dados que levam à conclusão de que, no máximo, em 3
anos, promoverá uma grande erupção, de magnitude catastrófica (Fonte: Fukushima Diary).
A Itália perde, em terremotos, cada vez mais frequentes e em áreas que jamais sofreram com esse
problema, parte de seu patrimônio histórico milenar. Isso sem falar dos inimagináveis tremores de terra que
estão atingindo atualmente o norte de Minas Gerais (Brasil). Além dos ciclones, furacões e outros ventos
mais fortes que ficam cada vez mais frequentes em nosso planeta, inclusive no nosso estado.
Uma certa incerteza toma o coração de todos os que se preocupam com a vida, mas o caminho traçado por
Jesus não pôde ser outro.
O que poderíamos dizer, senão abençoa sempre!
Isso é o que aprendemos lendo a obra psicografada por Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos, com o
título sugestivo: Abençoa Sempre. Lendo-a podemos entender melhor as provas nas suas funções de testes
indispensáveis ao exame dos valores que adquirimos. Afinal os tempos são chegados!
Boa leitura!
o corpo físico, em equilíbrio, para dela
utilizar-se incessantemente na sua jornada
de evolução.
Sheila
1
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec - Questão 23
A Alma da Matéria - Marlene Nobre: O Paradigma
Médico-Espírita, Pontos de Intersecção entre Medicina
e Espiritismo
2
*Concausa: Causa que acompanha ou coexiste com
outra para determinado efeito.
VISÃO INTEGRAL DO SER
A Organização Mundial de Saúde – OMS
define em seu estatuto que “saúde é um
estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não simplesmente a
ausência de doença ou enfermidade”1.
Tal definição ultrapassa os limites da
ciência médica materialista que vê no ser
humano uma máquina cuja falha de um
dos sistemas gera a doença ou
enfermidade.
Sobre isto, vide trabalhos da AME Associação Médica Espírita, onde tais
afirmações já são motivo de estudos,
conferências, tratamentos realizados por
seus integrantes, condensados em obras
como Nossa Vida no Além e A Alma da
Matéria.
Os médicos que integram esta Associação,
hoje, se organizam nos estados brasileiros,
formando
AMEs
estaduais,
que
constantemente publicam seus trabalhos
comprovando a definição de saúde dada
pela OMS e, ao mesmo tempo, mostrando
à classe médica materialista que os bons
resultados
obtidos
comprovam
a
necessidade do bem-estar mental e social
de um paciente que se encontra
fisicamente debilitado.
Sheila
Daniel Lona
1
3
www.who.int/hac/about/definitions/en/
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2012
CONCEITOS FILOSÓFICOS REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO
A reencarnação não é um conceito inventado pelo
Espiritismo. Esta ideia remonta às mais antigas
civilizações. Na Grécia, Pitágoras (570-495 a.C.) hauriua nos filósofos indianos e egípcios. Sócrates (474-399
a.C.) e Platão (428-348 a.C.) partilhavam dessa idéia.1
“Mas, seja como for, uma ideia não atravessa as idades e
não é aceita pelas inteligências de escol se não tiver um
lado sério. Sua antiguidade, pois, seria antes uma prova
do que uma objeção.(...) A certas pessoas repugna a ideia
de reencarnação, pelo único motivo de lhes não convir.
Dizem que uma existência é bastante e que não desejam
recomeçar numa outra. Queremos apenas lhes perguntar
se Deus teria tomado o seu conselho ou consultado o seu
gosto antes de criar o Universo. Ora, de duas uma: ou há,
ou não há reencarnação. Se há, ficarão contrariadas, mas
terão que sofrê-la e Deus não lhes pedirá licença. (...)
Vejamos agora o problema sobre outro ponto de vista.
Se não há reencarnação, haverá apenas uma única
existência corporal. Admitindo, segundo a crença vulgar,
que a alma nascesse com o corpo, levantamos as
seguintes questões: Por que mostra a alma aptidões tão
diversas e independentes das ideias adquiridas pela
educação? De onde vem, nas crianças em tenra idade, a
aptidão supranormal para tal arte ou tal ciência, enquanto
outras ficam, por toda a vida, medíocres ou inferiores?
De onde as ideias inatas que uns apresentam e outros
não? De onde, em certas crianças, instintos
menos adiantados, conforme o número de
precoces de vícios ou de virtudes, sentimentos
existências percorridas e conforme se achem
inatos de dignidade ou de baixeza, contrastando
mais ou menos afastados do ponto de
partida.(...) Em sua Justiça, Deus não poderia
com o meio onde nasceram? Por que as
deformidades e idiotias de nascença, etc.?
ter criado umas almas mais perfeitas que
Perguntamos qual a Filosofia que poderá
outras. Entretanto, com a pluralidade das
resolver tais problemas? Ou as almas são iguais
existências, a desigualdade que vemos, nada
mais conterá de contrário à mais rigorosa
ao nascer, ou não são. Se são, por que tão
diversas aptidões e situações? Dir-se-á que isto
equidade. É que vemos o presente e não o
passado. (...) Será racional preferir o que não
depende do organismo. Mas isto será então a
mais monstruosa e a mais imoral das doutrinas.
explica ao que explica?”2
O homem não passaria de uma máquina e de
(Compilado por Pedro Abreu)
um joguete da matéria; não teria a
1
responsabilidade de seus atos; poderia tudo
Revista Espírita set/1858 – Platão e a Doutrina da Escolha das Provas.
2
Revista Espírita nov/1858 – Pluralidade das Existências.
lançar à conta de suas imperfeições físicas. Se
são desiguais, é que Deus assim as criou. Mas,
então, por que essa superioridade
inata concedida a algumas? Será tal
INVERNO
parcialidade conforme a Justiça de
Deus e ao amor igual por Ele
Utilizando-se de um apelo fraterno feito por Paulo a Timóteo,
dedicado a todas as criaturas? (...)
Emmanuel esclarece a necessidade de sempre nos empenharmos por
Admitamos, ao contrário, uma série
estar ligados ao Mestre Jesus, ainda mesmo que em tempos de
de anteriores existências progressivas
relativa tranquilidade.
e tudo ficará explicado. Ao nascer,
"Procura vir antes do inverno." – PAULO. (II Timóteo, 4:21.)
trazem os homens as conquistas
daquilo que adquiriram; são mais ou
Claro que a análise comum deste versículo
ELUCIDAÇÕES DOUTRINÁRIAS PAZ
Quando se busca compreender a paz conforme as
aspirações que cada um traz em seu íntimo, ela
costuma se caracterizar pelo estado em que somos
poupados daquilo que nos causa incômodo extremo.
A paz, para quem não se afeiçoa muito ao trabalho, é a
ausência desse. Para quem gosta de abusar da comida,
é o desaparecimento da gastrite ou de outros “ites”
que, diante de uma mesa farta, a dispensem da
disciplina do comedimento. Entre duas pessoas que
não se afinam de maneira alguma, é possível que a paz
seja verem-se livres da convivência de uma com a
outra.
No entanto, reconhecemos pela observação de fatos
que essa conceituação de paz só pode ser equivocada,
pois não é praticável.
Na vida, não há quem esteja, nem por um único dia,
livre de incômodos.
Não dá para ficar ocioso sem enfrentar as
desagradáveis consequências dessa atitude, nem
abusar do nosso organismo sem se preocupar com
desequilíbrios físicos. Para não dizer de acicates um
tanto mais dolorosos e persistentes. Quem vive com a
surdez e todas as suas implicações, por exemplo, não
tem intervalo e nem remédio que modifique a sua
condição.
Sendo assim, como compreender a paz que, nas
narrativas do Evangelho, Jesus sempre desejava
àqueles a quem se dirigia e que, hoje, os benfeitores
espirituais continuam nos endereçando em suas
mensagens?
A paz a que o Evangelho se refere é fruto de uma
consciência tranquila, pela execução do esforço que
lhe compete para se colocar em harmonia com as Leis
da Vida. Em outras palavras, as Leis da Vida são
aquelas que nos foram exemplificadas pelo Mestre,
resumidas por Ele em “amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo”.
Todo esforço que fazemos para nos aproximar desse
princípio, faz com que experimentemos um bem-estar
difícil de descrever em palavras, mas que está ao
alcance de todos experimentar, ainda
que em coisas pequeninas.
Aproveitando a experiência na Escola
mantida por esta Casa Espírita, podemos
citar como as pessoas que nela
trabalham vão embora felizes, só porque
conseguiram ensinar um aluno a amarrar
o cadarço do sapato ou a entender que
comer alface é muito importante e nem é
tão ruim assim.
Só que essa paz não cai do céu.
Dá trabalho vir disciplinadamente
trabalhar na escola, conviver com os
demais trabalhadores num clima mínimo
de respeito e ter paciência para, por
várias semanas, conquistar o aluno e
convencê-lo a ficar trançando o cadarço
até conseguir amarrá-lo.
Dessa maneira, não fica difícil conceber
a paz, mesmo com as dificuldades que
vivemos cotidianamente, porque ela
depende
unicamente
do
nosso
procedimento.
Mesmo porque a Doutrina Espírita nos
esclarece que as vicissitudes da
existência terrena não são obstáculos e
impedimentos à nossa paz, como
pensamos.
Como aprender a amar ao próximo não é
nada simples, a encarnação reserva para
cada um de nós as condições educativas
mais adequadas às nossas necessidades.
Assim, desde o calo no pé às
preocupações
mais
graves,
as
vicissitudes são as oportunidades de que
precisamos
para
desenvolver
a
paciência, a disciplina, o respeito ao
próximo. Assim, poderemos nos sentir
em paz!
Débora
revelará a prudente recomendação de
Paulo de Tarso para que Timóteo não se
arriscasse a viajar na estação do frio forte.
Na época recuada da epístola, o inverno
não oferecia facilidades à navegação.
É possível, porém, avançar mais longe,
além da letra e acima do problema
circunstancial de lugar e tempo.
Mobilizemos nossa interpretação espiritual.
Quantas almas apenas se recordam da
necessidade
do
encontro
com
os
emissários do Divino Mestre por ocasião do
inverno rigoroso do sofrimento? Quantas se
lembram do Salvador somente em hora de
neblina
espessa,
de
tempestade
ameaçadora, de gelo pesado e compacto
sobre o coração?
Em momentos assim, o barco da esperança
costuma navegar sem rumo, ao sabor das
ondas revoltas.
Os nevoeiros ocultam a meta, e tudo, em
torno do viajante da vida, tende à desordem
ou à desorientação.
É indispensável procurar o Amigo Celeste
ou
aqueles
que
já
se
ligaram,
definitivamente, ao seu amor, antes dos
períodos angustiosos, para que nos
instalemos em refúgios de paz e segurança.
A disciplina, em tempo de fartura e
liberdade, é distinção nas criaturas que a
seguem; mas a contenção que nos é
imposta, na escassez ou na dificuldade,
converte-se em martírio.
O aprendiz leal do Cristo não deve marchar
no mundo ao sabor de caprichos satisfeitos
e, sim, na pauta da temperança e da
compreensão.
O inverno é imprescindível e útil, como
período de prova benéfica e renovação
necessária. Procura, todavia, o encontro de
tua experiência com Jesus, antes dele.
Vinha de Luz – Emmanuel – psic. Francisco C. Xavier – lição 66
(Compilado por Débora)
4
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2012
MENSAGENS SEMPRE PRESENTES DO EVANGELHO DISCERNIR E CORRIGIR
“... com o critério com que julgardes sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” – JESUS. (Mateus, 7:2) Tudo isso, realmente, podes observar e referir. Entra, porém, na esfera do próprio entendimento e capacita-­‐te de que te não é possível a imediata penetração no campo das causas. Ignoramos qual teria sido o nosso comportamento na trilha do companheiro em dificuldade, com a soma dos problemas que lhe pesam no espírito. Não te permitas, assim, pensar ou agir, diante dele, sem que a fraternidade te comande as definições. Ainda mesmo no esclarecimento absoluto que, em casos numerosos, reclama austeridade sobre nós mesmos, é possível propiciar o remédio da fraqueza a doentes da alma pelo veículo da compaixão, como se administra piedosamente a cirurgia aos acidentados. Se conseguimos discernir o bem do mal, é que já conhecemos o mal e o bem, e se o Senhor nos permite identificar as necessidades alheias, é porque, de um modo ou de outro, já podemos auxiliar. Viste o companheiro em necessidade e comentaste-­‐lhe a posição... Possuía ele recursos expressivos e, talvez por imprevidência, caiu em penúria dolorosa... Usufrui conhecimentos superiores e feriu-­‐te a sensibilidade por arrojar-­‐se em terríveis despenhadeiros do coração que, às vezes, os últimos dos menos instruídos conseguem facilmente evitar... Detinha oportunidades de melhoria, com as quais milhares de criaturas sonham debalde e procedeu impensadamente, qual se não retivesse as vantagens que lhe brilham nas mãos... Desfruta ambiente distinto, capaz de guindá-­‐lo às alturas e prefere desconhecer as circunstâncias que o favorecem, mergulhando-­‐se na sombra das atitudes negativas... Mantinha valiosas possibilidades de elevação espiritual, no levantamento de apostolados sublimes, e emaranhou-­‐se em tramas obsessivas que lhe exaurem as forças... Palavras de Vida Eterna – Emmanuel – psicografia de Francisco C. Xavier – lição 179
(Compilado por Delcio)
ASSIM SE EXPRESSOU O LEITOR REFLETINDO
HUMBERTO DE CAMPOS
“Como extirpar-se o ódio...” é o título do editorial do jornal Correio da
Fraternidade do mês de Abril p.p., e que desperta o interesse de todos aqueles
que já se viram envolvidos com esse sentimento, em estudá-lo para saber
como é possível fazê-lo.
O referido editorial deixa claro que não há uma receita pedagógica, ou seja,
um “passo a passo” para alcançá-lo, mas traz esclarecimentos acerca do tema
que possibilitam a compreensão daquelas que foram as orientações já dadas
por Jesus quando de Sua passagem pela Terra há 2000 anos.
O ódio ocorre por razões diversas, mas, com certeza, constitui indício do
estado de atraso que ainda caracteriza os Espíritos encarnados na Terra.
É chamado de inimigo aquele com quem nos desentendemos em algum
momento da vida e pelo qual somos odiados ou odiamos.
O que compete àqueles que já compreendem, um pouco que seja, o Evangelho
de Jesus, abster-se de alimentar esse sentimento, entregando-se ao trabalho em
benefício do próximo e a seu próprio. Trabalho este que tem por finalidade
socorrer sofrimentos “maiores”, que se tornam prioridades, sendo assim
deixado de lado o egoísmo de pensar somente em si e, consequentemente, o
ato de remoer os acontecimentos que sustentam o ódio.
Não se faz necessário da noite para o dia passar a adorar aquele que até ontem
era motivo de repulsa. A orientação é começar por concentrar esforços em não
guardar este ódio, rancor ou desejo de vingança e não opor nenhum obstáculo
à reconciliação com ele. É retribuir o mal com o bem, mesmo que inicialmente
apenas através das boas vibrações decorrentes do ambiente no qual se envolve
o trabalhador que se dedica às obras em favor do próximo.
E para os que ainda não enxergam desta maneira, a orientação é dar tempo ao
tempo, ou seja, esperar para que tenham, a seu tempo, os ensinamentos
assimilados e consolidados sem que isso seja motivo de preocupação, pois a
vida atual não passa de um simples ponto na vida eterna de Espíritos que se é.
Já que é sabido que nada é por acaso e que a cada um é dado segundo suas
obras, o cenário de vida de cada um é exatamente o necessário para melhorarse e progredir. Sendo assim, o ódio será extirpado mais dia ou menos dia,
dependendo do esforço que se empregue para eliminá-lo, partindo da
consciência que se adquire a este respeito.
Foi através do livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” que fiquei sabendo
que foi em virtude da morte de Tiradentes, ordenada pela rainha de Portugal, que esta
enlouqueceu. “Um sulco luminoso desenhou-se nos espaços, à passagem das gloriosas
entidades que vieram acompanhar o espírito iluminado do mártir. Daí a alguns dias, a rainha
de Portugal, D. Maria I enlouquecia, ferida de morte na sua consciência pelos remorsos
pungentes que a dilaceravam e, consoante às profecias de Ismael, daí a alguns anos era o
próprio Portugal que vinha trazer, com D. João VI, a independência do Brasil.” É
emocionante saber, através de um Espírito (Humberto de Campos, psicografado por Chico
Xavier) um pequeno, mas muito importante trecho na história do Brasil.
Sebastião
Natália
5
CASOS DE DEMÊNCIA VÃO TRIPLICAR ATÉ 2050, DIZ A OMS
Em 11 de abril deste ano a OMS – Organização Mundial da Saúde divulgou em Genebra,
Suíça, relatório informando que a continuar a situação atual, os casos de demência vão triplicar
até 2050. Hoje são 35,6 milhões de pessoas no Mundo que sofrem do transtorno. Em 2030
chegará a 65,7 milhões e até 2050 pode chegar a 115,4 milhões. O Brasil ocupa hoje a 9a
posição, com 1 milhão de doentes mentais.
Afirma a OMS que o aumento da demência “é um paradoxo frente ao avanço da Medicina.
Quanto mais se desenvolvem os recursos da Medicina, mais se deve esperar problemas com
demência. Precisamos estar preparados.”1
A esse respeito, a médica brasileira, Dra. Marlene Nobre, Presidente da AME – Brasil
(Associação Médico-Espírita), em entrevista com Chico Xavier em agosto de 1974, perguntoulhe: “A que se deve atribuir na atualidade o crescente aumento das doenças mentais?” E o
Chico respondeu: “Segundo nossos Benfeitores Espirituais, estamos sofrendo na Terra grande
conflito em razão de nossa inadaptação à era tecnológica, que nós mesmos criamos sob a
inspiração da Vida mais Alta.
Avançando a Ciência a passos largos e estando nosso sentimento na retaguarda do progresso
intelectual, somos hoje intimados a trabalho imenso de aprimoramento íntimo para
cogitarmos de manejar o progresso tecnológico, com amor e compreensão de nossas
responsabilidades e no respeito que devemos uns aos outros.”2
Pedro Abreu
1
2
Noticiado por Associated Press, FSP, JB, Agência Brasil, etc.
Lições de Sabedoria - Chico Xavier nos 22 anos da Folha Espírita – Marlene R. S. Nobre - cap. X
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2012
COLUNA DOS JOVENS RECORDANDO A COLUNA DOS JOVENS Estamos apresentando os primeiros ensaios dos próximos futuros
jornalistas, agora petizes.
Quem sabe amanhã se tornarão pessoas interessadas em escrever
assuntos mais sérios.
Por ora, contamos com a colaboração dos senhores.
O FILME
MEUS TRÊS MESES DE TRABALHO
NA CAMPANHA DA PIZZA
Há três meses fui convidada para trabalhar na Campanha da Pizza.
Eu aceitei e gostei muito do convite, mas não sabia o que iria fazer e
as dificuldades que iria encontrar.
A única coisa que eu sabia é que fazemos essa campanha para
arrecadar dinheiro que serve para manter a escola das crianças
surdas funcionando e isto me incentivou a trabalhar.
Durante as três campanhas eu trabalhei carimbando as caixas onde
as pizzas são colocadas.
Quando comecei a trabalhar tive dificuldade, porque, às vezes, eu
carimbava de ponta cabeça, às vezes carimbava nos lugares que não
podia, esquecia de molhar o carimbo na tinta e não saía nada... e, às
vezes, carimbava duas vezes e ficava tudo borrado.
Eu percebi que era importante carimbar a caixa certo, pois as
informações que são carimbadas são importantes, porque informam
a validade e o sabor da pizza, como a pizza deve ser conservada e o
telefone do Grupo.
Fui então perseverante, tive paciência comigo e recebi também a
ajuda das pessoas que trabalharam comigo.
Eu gostei de trabalhar na Campanha da Pizza porque me senti útil, e
descobri que até para carimbar a caixa é preciso ter muita disciplina!
Nicole (8 anos)
O TRABALHO VENCE A PREGUIÇA
Eu gostei de trabalhar na Campanha da Pizza pela confiança que os
coordenadores da Campanha me deram para carimbar as caixas da pizza,
mostrando que eu posso ser útil.
Fiquei triste porque a minha preguiça me atrapalhou, ela me impediu de
trabalhar mais.
Eu gostei de ser útil para o Centro Espírita e principalmente para mim.
Lembrei-me da lição “O Dever Esquecido” da evangelização, porque
percebi que eu fazia como o príncipe: perdia o meu tempo com as coisas
inúteis.
Eu percebi que trabalhar na Campanha da Pizza é aproveitar o meu tempo.
Luís Felipe (8 anos)
- Mãe, posso ir ao cinema com o Joãozinho? – perguntou André logo que chegou da
escola.
- Mas que filme vocês irão assistir, André?
- “Super Mortal Kombat III, a Vingança”. É superjoia! – disse André, fingindo lutar
karatê.
- Não sei não, André! Acho que esse filme não é muito apropriado para se assistir. –
retrucou D. Fátima, pronta para negar o pedido.
- Ah... mas mãe... o que é que tem? Todo mundo vai ver. É igual ao videogame. Deixa,
vai.
D. Fátima pensou um pouco, então disse:
- André, eu vou deixar você ir, mas só desta vez. Depois nós vamos conversar, viu?!
- Tá bom, mãe. Oba!!
Então os dois foram e na volta do cinema...
- E, aí Joãozinho, gostou do filme? – pergunta André.
- Muito! Você viu cada golpe que eles dão? – responde Joãozinho, ambos imitando os
golpes do filme.
- Joãozinho, vamos passar na minha casa porque a minha mãe quer falar comigo.
- Tá bom. – responde Joãozinho.
E os dois foram ao encontro na casa de André.
- Mãe chegamos. – gritou André, fingindo lutar com Joãozinho.
- Olá meninos! Gostaram do filme?
- Sim! Responderam os dois amigos ainda brincando de luta.
- E, aí mãe? O que você queria falar comigo? – perguntou André.
- André, notou que sem perceber você ficou mais agitado agora do que na ida para o
cinema?
- Mãe, mãe... Eu só estou imitando o filme.
- E o que ensina o filme?
- Golpes fantásticos de lutas! – lembra André.
- E para que servem estes golpes de lutas?
- Para nos defendermos...
- Não. Servem para causar atritos entre as pessoas. Você acha que esse filme ensinou
coisas boas?
- Eu não sei...
- Pois saiba que não. Só ensinou coisas ruins, violência, raiva, ódio, vingança. E acho
que tudo isso é dispensável para podermos viver bem! E continuou:
- Esses filmes, filho, só nos fazem ficar agitados, pensar em ódio, luta, e além disso,
deixam o nosso ambiente “pesado”, pois nos fazem vibrar com companhias inferiores
que se afinam com esses pensamentos baixos. Você vê alguma vantagem ou benefício
em ter ido assistir esse filme?
- Não... – responderam os dois meninos ainda muito encabulados.
- E isso aí não existe só em filmes, André. Hoje em dia jogos, desenhos, programas e
novelas, todos estimulam pensamentos inferiores, brigas e não nos ensinam nada de
útil. Por isso, escolha o que você vai assistir para não acabar sendo levado por esses
pensamentos inferiores, e mais para a frente cometer loucuras.
Os dois compreenderam o motivo pelo qual a mãe de André não queria deixar o filho ir
assistir ao filme, e então ficaram mais calmos e procuraram voltar ao normal e mudar o
rumo dos pensamentos.
Ariadne
Jovem que frequentou o GEIV entre meados dos anos 80 a 1998
Publicado no Correio da Fraternidade fev/1996
VOCÊ SABIA?
MAIO NA HISTÓRIA
Entendendo que precisamos nos curvar perante a importância da memória histórica
dos acontecimentos que nos precederam, neste mês perguntamos se os senhores
sabiam que o mês de maio tem sido palco de inúmeros e relevantes fatos para o
Espiritismo?!
Vejamos alguns.
Foi em maio de 1855 que Allan Kardec presenciou pela primeira vez os
fenômenos das "mesas girantes". Fenômeno este que deu início aos estudos que
culminaram na Codificação, por ele, da Doutrina Espírita.
Nove anos depois, portanto há 158 anos, a Igreja Católica consagrou a melhor
propaganda que poderia fazer do Espiritismo. Foi a 1o de maio de 1864, que o
Vaticano colocou as obras espíritas no "Índex Librorum Prohibitorum" (Índice dos
Livros Proibidos). Isso foi 2 dias depois da publicação de O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Se a publicação das obras anteriores – O Livro dos Espíritos (1857) e
O Livro dos Médiuns (1861) – havia ultrajado os interesses religiosos da época,
que promoveram, por exemplo, o Auto de Fé de Barcelona (1861), podemos dizer
que a nova obra fora a gota d’água.
Dizemos que foi uma boa propaganda, pois a repercussão de semelhantes atos
atraiu grande interesse sobre a Doutrina Espírita. Grande parte da população correu
à procura das obras espíritas para saber o motivo de sua proibição.
6
Foi também no mês de maio que, em 1856, Allan Kardec recebeu a
mensagem do Espírito Hahnemann, na residência do Sr. Roustan, em
Paris, França, tendo como médium a Srta. Japhet, confirmando sua
missão de codificar a nova doutrina. Isso foi quatro anos após a
publicação do primeiro jornal espiritualista do mundo, The Spiritual
Telegraph, nos EUA.
Em maio de 1874, é realizada a sessão mediúnica de despedida de
Espírito Katie King que, durante dois anos, em sessões semanais, se
materializou por intermédio da médium Florence Cook, para as
pesquisas do sábio William Crookes.
Em 1883, também em maio, Bezerra de Meneses escreve ao irmão
comunicando ter aderido ao Espiritismo. Já em maio de 1889, ele, o Dr.
Bezerra, realiza a primeira reunião pública de estudo de O Livro dos
Espíritos.
Como podemos ver, o Espiritismo tem sido profícuo em protagonizar
acontecimentos ao longo dos tempos.
Quem sabe nós mesmos não engrossamos esse noticiário espíritacristão?
Daniel Lona
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2012
EFEMÉRIDES ESPÍRITAS O FENÔMENO EUSÁPIA
No século XIX, enquanto a
Doutrina Espírita florescia na
França sob a batuta do atento
Codificador
Allan
Kardec,
paralelamente, e não de modo
fortuito, mas ainda sob o
planejamento da espiritualidade
superior,
inúmeros
estudos
científicos acerca dos fenômenos
espirituais começaram a ganhar
força por toda a Europa. E,
relembrando este período, a
Efemérides deste mês não poderia
deixar de lembrar uma eminente
médium de seu tempo, a primeira a
ser estudada por larga gama de
cientistas e que desencarnou em Maio de 19181. Seu nome é
Eusápia Paladino e sua importância se dá, não somente pelas
manifestações espirituais que protagonizou, mas por ser uma
pessoa de humílima origem, semianalfabeta e com certa limitação
intelectual a servir de medianeira de fenômenos bastante
complexos, não restando espaço para dúvidas quanto à
legitimidade dos mesmos.
Nasceu em pequena vila do sul da Itália, no ano de 1854, tendo
uma infância marcada por muitos sofrimentos. Sua mãe
desencarnou durante o parto, e seu pai foi assassinado, quando
Eusápia contava apenas 10 anos de idade. Foi adotada por distinta
família de Nápoles, mas em breve tempo e, devido a problemas de
relacionamento, foi encaminhada a um amigo de seu falecido pai.
Ainda quando menina sofreu grave queda, o que lhe causou
afundamento do crânio e certa debilidade mental. Enquanto se
encontrava desmaiada, conta-se que o ambiente ao redor ficou
bastante gelado. A partir deste fato, muitos outros fenômenos
passaram a acontecer. Sentia seus cobertores sendo puxados
durante a noite, ouviam-se pancadas sem motivo aparente, objetos
mudavam de lugar e, quando não, via vultos que não eram
percebidos por mais ninguém. Começou então, a ser vista pelos
locais como uma pessoa estranha, vivendo em completa solidão.
Mas, foi justamente por conta destes “estranhos” fatos que, certa
feita, foi chamada para servir de médium numa sessão das
conhecidas mesas girantes. Sem saber exatamente do que se
tratava, Eusápia foi à reunião sendo, inconscientemente,
intermediária para a levitação da mesa. Passou, pois, a ser
presença garantida nas sessões domésticas para simples
entretenimento.
No entanto, sua mediunidade começou a ser orientada devido a um
fato bastante inusitado. Psicografou uma mensagem de seu mentor
espiritual John King e a encaminhou à esposa do estudioso
Damiani, até então desconhecido a ela, para que a auxiliassem. E
assim o casal conheceu aquela mulher iletrada que lhes havia
direcionado uma carta sem ao menos saber seus nomes ou
endereço. Mais reuniões então, agora com sérios intuitos foram
HÁ 150 ANOS
Entre o outono e inverno francês de 1862, saía o Mestre de Lyon, Allan Kardec,
para realizar aquela que então ficaria conhecida como a Viagem Espírita em
1862. Nome este que também intitula sua obra que traz os seus principais
discursos proferidos durante a viagem que durou mais de seis semanas e
percorreu 693 léguas (4.158 km), passando por 20 cidades, nas quais participou
de mais de 50 reuniões.
Segundo o Codificador, o intuito de tal viagem era “dar instruções onde estas
fossem necessárias e, ao mesmo tempo, nos instruirmos”1.
E como diz, em nota de tradução do referido livro, Wallace L. V. Rodrigues, “os
conceitos nele contidos são tão atuais e frescos, tão fundamentais à boa conduta
das entidades espíritas, que poderiam ter sido escritos em 1962”. E
completaríamos nós, que também poderiam ter sido escritos em 2012…
Sheila
1
7
Viagem Espírita em 1862 - Allan Kardec: Impressões Gerais
efetuadas.
Outros
fenômenos
foram
presenciados como:
a transposição de
objetos, o soar de
campainhas
e
instrumentos
musicais. Seu nome
tornou-se popular,
chegando
aos
ouvidos
de
pesquisadores como
Ercole Chiaia que
provocou o eminente
e cético pesquisador
Eusápia faz levitar uma mesa
Cesare Lombroso a
estudá-la igualmente. Contrário à fenomenologia espírita estudou-a, ainda
que com certa resistência, quando de uma viagem, a trabalho, feita a
Nápoles. Logo na primeira sessão viu uma trombeta voar e ser tocada sem
qualquer contato humano. Nas sessões seguintes, outros fenômenos: luzes
rodeavam os circunstantes, uma porção de farinha contida num prato
transformou-se numa espécie de gelatina apenas com o rodopiar do mesmo,
levitação de pesadas mesas (às vezes com pessoas em cima delas), e até
mesmo a levitação de um dinamômetro de 110 kg. Promoveu materialização
de objetos e espíritos desencarnados, incluindo a mãe do emérito pesquisador
Lombroso. A partir de então o comprometimento dele foi tamanho que a
acompanhou por mais de cinco anos, antes de fazer qualquer publicação.
Seus registros foram compilados na obra Hipnotismo e Mediunidade.
Descreve, por exemplo, que nos primeiros anos, as pancadas e levitações de
objetos predominavam durante as sessões. E, com o passar do tempo, os
fenômenos foram se refinando. Puderam presenciar a escrita direta e
materializações inclusive de espíritos ligados aos pesquisadores presentes
nas sessões.
Os fatos eram tão patentes que Lombroso assumiu a veracidades dos
fenômenos espirituais: Estou cheio de confusão e lamento haver combatido,
com tanta persistência, a possibilidade dos fatos chamados espíritas. Tal
afirmação caiu como uma bomba para a comunidade científica. Todos
queriam estudar Eusápia. Ela, que trabalhava com o esposo, deixou suas
atividades para ficar à inteira disposição dos pesquisadores, doando sempre
os valores financeiros que recebia a quem mais necessitasse, vindo a
desencarnar em completa penúria.
Foi estudada por inúmeros grupos de pesquisa e por vários cientistas de
renome, dos quais destacamos: Morselli, Sir Oliver Lodge, Wallace,
Zoellner, Ernesto Bozzano, Carl Du Prel, Sir William Crookes, Alexander
Aksakof e Camille Flammarion. Também foi experimentada pela famosa
Sociedade de Estudos Psíquicos de Londres, comandada, à época, pelo
emérito Charles Richet. Deste modo, viajou a inúmeros países, sendo
analisada e testada das mais distintas maneiras. Ao final de sua encarnação
foi aos Estados Unidos. Porém, bastante desgastada fisicamente e sob um
ambiente psíquico desfavorável, chegou a efetuar fraudes grosseiras,
facilmente detectadas pelos atentos pesquisadores, o que não inviabilizou, no
entanto, os fenômenos mediúnicos verdadeiramente protagonizados no
período e, mais que isso, toda a pesquisa realizada pelos eminentes
estudiosos europeus. Tais fenômenos mediúnicos de levitação, tiptologia,
materialização, voz direta, escrita direta e, mais raramente a psicografia,
ainda são analisados até os dias atuais, o que fazem de Eusápia uma prova
incontestável da manifestação espiritual e das verdades trazidas pelo
Espiritismo. Não é de se admirar que esta grande médium se viu encarnada
no mesmo período da Codificação Espírita, servindo de comprovação às
realidades espirituais que àquele momento estavam sendo resgatadas.
Débora/Susan
1
Há controvérsias entre as datas de natalício e desencarne da médium
Leia mais em:
História do Espiritismo – Arthur Conan Doyle
Hipnotismo e Mediunidade – Cesare Lombroso
Eusapia Palladino: An Autobiographical Essay – Carlos S. Alvarado (Journal of Scientific Exploration,
vol. 25 - 2011)
Personagens do Espiritismo – Antônio de Souza Lucena/Paulo Alves Godoy
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2012
POESIA LIVRO ESPÍRITA – AMIGO SUBLIME MAIS ALÉM
LEITURA PARA ADULTOS
“Todos os livros que nos enobrecem e nos instruem são orientadores sábios,
credores de nosso respeito e de nosso amor, entretanto, muitas vezes, é uma frase
rápida que nos serve de chave para liquidar grandes problemas da vida e do
coração”. Assim prefacia Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, esta bela
obra denominada Momentos de Paz. Através de mensagens curtas, mas que
falam à alma, o mentor espiritual enseja instantes de reflexão e quietude interior.
Eis o convite da Biblioteca Espírita Irmão Clarêncio ao amigo leitor, para que
tenha verdadeiros momentos de paz.
Susan
LIVRO INFANTIL
O homem do mundo hodierno,
Repetindo as escolhas do passado,
Simplesmente tem buscado
O materialismo desmesurado.
Levanta-se a cada alvorecer,
E sem, ao menos, o céu mirar,
Sequer nota a vida em derredor,
Sem ter tempo à Bondade Divina agradecer,
Pela oportunidade educativa
Da disciplina e do trabalho,
Mas não com o efêmero objetivo
Que tanto tem procurado,
Da busca por posses passageiras,
Do poder vazio e ilusório,
Das paixões cegas e sorrateiras,
Do status meramente transitório.
A criançada e até os meninos maiores estão reunidos, cheios de
expectativa.
Sabe por quê?
O Sr. Cipião vai contar-lhes uma história que o Senhor Jesus usou
para conversar com as crianças de Sua época.
Passe pela biblioteca e pegue o livro Os Filhos do Grande Rei, escrito
pela senhora Veneranda, através da psicografia de Francisco Cândido
Xavier.
Depressa! Estão todos esperando por você para a história começar!
Buscando, com efeito, calar
A consciência a lhe perguntar
Sobre o propósito de sua encarnação,
Vivendo, pois, na mais completa ilusão.
Uma vida vazia!
Mesmo que repleta de atividades,
Pois que se limita a efemeridades
E às corporais necessidades.
Débora
VOLTAIRE VOLTOU!
Há 274 anos, Voltaire, o grande pensador iluminista francês, um dos homens mais influentes do século 18, desencarnou. Maio de 1778
estaria marcado, então, como o término da encarnação do homem cujas ideias introduziram importantes reformas na França e cujos
ideais inflamados serviram de inspiração à Revolução Francesa. Porém, sua história não para por aí.
Há exatos 150 anos Voltaire voltou ao prelo através do recurso da mediunidade. No entanto, ao invés dos discursos inflamados, havia
muito remorso pela doutrina utópica que havia pregado com tanto afinco.
Quer saber por quê? Quer compreender o que o levou a mudar seus conceitos e quais seus atuais ideais?
Então reveja os 150 anos desta reveladora comunicação publicada na Revista Espírita de maio de 1862 sob o título Os Dois Voltaires.
Susan
INTERESSANTES FATOS HISTÓRICOS DA VIDA DE CHICO
Dentre tantas homenagens e títulos recebidos por Francisco Candido Xavier durante sua vida, neste mês cabe destacar o título
de “Cidadão Paulistano” recebido por ele em 19 de maio de 1973.
A solenidade ocorreu na cidade de São Paulo e todos os olhares estavam voltados a ele. Apesar de ser o homenageado, foi ele
quem presenteou a todos com interessantes fatos históricos relacionados à cidade de São Paulo e que valem ser recordados
aqui.
Chico contou a história do “nascimento” da cidade de São Paulo reportando, como ele mesmo disse, aos seus fundamentos
místicos.
Narrou então, a visita que o Padre Manuel da Nóbrega recebeu do Apóstolo São Paulo que teve como objetivo pedir-lhe a
fundação de uma cidade em nome de Jesus Cristo, a qual deveria ser estabelecida sobre as quatro colunas básicas do
Cristianismo: amor e fé, trabalho e instrução.
E o pedido foi atendido! No dia 25 de janeiro de 1554 a cidade de São Paulo (e não poderia ter outro nome) foi fundada por
Manuel da Nóbrega.
O dia escolhido por ele não foi por acaso, e sim porque relembrava a data da conversão de Paulo de Tarso às portas de
Damasco.
Estando, assim, muito aquém,
Do esclarecimento amorável,
Do Mestre inolvidável
A sugerir-lhe ver mais além...
Perceber que a encarnação,
Em sua transitoriedade,
Tem importância de experimentação
Para a interior aprendizagem.
Para sair da condição
De animal intelectualizado
E buscar a íntima moralização
De espírito emancipado,
Que a cada dia busca
Ver sempre mais além,
Sair da egoística conduta,
Olhar por outro alguém,
Simplesmente compreendendo
Que seu cenário de luta
É seu agente de remendo,
Modificação de sua conduta.
Para assim ter uma vida repleta!
Que não mais se locupleta
A valorizar efemeridades
Mas buscar valores para a eternidade.
Natália
1
Chico Xavier Mediunidade e Coração – Carlos A. Baccelli, p. 63/68
Susan
PALAVRAS FINAIS
LADO A LADO
Prezado amigo, juntos, lado a lado, estivemos com você até aqui na leitura destas páginas.
Que cada um de nós possa guardar, no imo de nossas almas, as claridades do Evangelho de Jesus que estas notícias e artigos, muito
modestamente, procuraram nos transmitir.
Ficamos por aqui.
A Equipe de Redação
8
CORREIO DA FRATERNIDADE, MAIO, 2012

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