Untitled

Transcrição

Untitled
ENGLISH P. 2
DEUTSCH S. 3
PORTUGUESE P. 4
LYRICS P. 7
Rodrigo Costa Félix is one of the precursors of the new generation of Fado and heir to
the great tradition of male Fado singers in Lisbon.
A professional Fado singer since the age of 17, his versatile career has led him to sing in
Fado houses as well as concerts in Portugal and abroad, participating in TV shows and
documentaries, and in major record projects and main Fado events.
Among these are the tributes to Amália Rodrigues in Lisbon, Porto, Café Luso and
National Pantheon; the show Sol y Luna - Flamenco y Fado by the Compañia de Danza
Siglo XXI with whom he toured Europe in 2000 and 2001; or Mario Pacheco’s show Clube
de Fado - A Música e a Guitarra at Queluz Palace in June 2005, where he shared the stage
with Mariza, Camané, Mísia and Ana Soia Varela, from which a CD/DVD was recorded
and edited worldwide by World Connection – distinguished by Songlines Magazine as
the best of 2005 in World Music. For its international launch, Rodrigo later performed
with Mariza in The Hague.
Rodrigo Costa Félix has a vast concert experience, having performed in Portugal’s main venues (São Carlos Theatre, São João and São Luís theatres,
Lisbon and Porto Coliseums, CCB, Aula Magna, etc) as well as internationally in important markets like the US, England, Canada, France, Spain,
Benelux, Italy, Germany, Poland, Tunisia and China, among others.
Rodrigo was one of the guest singers for the documentary TV series Trovas Antigas, Saudade Louca made by RTP in 2011.
His irst solo album, Fados d’Alma (2008), very well received by the critics and Fado aicionados, was produced by Mario Pacheco and had introductory
notes by Adriana Calcanhotto. There he sang poets like Fernando Pessoa and Vinícius de Moraes, classics such as Vendaval, Guitarra Triste and Minha
Rua or compositions by Mario Pacheco and Fontes Rocha like Soneto da Fidelidade or Balada ao Meu Amor.
His new CD, Fados de Amor, released in Portugal in May 2012, holds several original songs, special collaborations and duets. Rodrigo himself wrote
the lyrics for two songs. The other lyrics are by poets like Tiago Torres da Silva, who wrote two poems for this album speciically, and classics such
as Guerra Junqueiro and Pedro Homem de Melo as well as versions of classics like Max’ Rosinha dos Limões, Manuel de Almeida’s Como te quis e te
quero and Carlos Ramos’s O teu olhar.
Among the several original songs, a special note for the CD’s irst single, Amigo Aprendiz, composed specially for Rodrigo by Tiago Bettencourt,
considered by prestigious American magazine “The Atlantic” as one of the best ballads worldwide of 2012. On the duets side, there is great complicity
with famous Fado singer Kátia Guerreiro in Morena and an exquisite musical warmth with emerging Angolan singer composer Aline Frazão in Fado
Contido, a great theme by Ana Geraldo and Rogério Charraz.
2
In Fados de Amor and in his concerts, Rodrigo Costa Félix is accompanied by Marta Pereira da Costa, the only female professional Portuguese
guitar player in Fado in Portugal.
The tour Fados de Amor began with a sold out CCB (Centro Cultural de Belém), then Rodrigo’s performance at Madrid’s 2nd Fado Festival, followed
by concerts in Oporto, Aveiro, Moledo, Estoril (FIARTIL) and several other private events.
This year Rodrigo has already performed in Madrid, Toronto and Paris. In the following months there will be several other concerts in Portugal, and
also in Brazil and the United States.
Together with his wife Marta, he was chosen by famous Spanish brand Corteiel to be part of their Fall-Winter international collection called
“Talented People”.
In June 2013 Rodrigo and Marta will stage their new concert No Fado e na Vida (In Fado and in Life) at one of Lisbon’s main venues, the Tivoli
theatre.
Rodrigo Costa Félix ist Erbe der großen Tradition männlicher Fado-Sänger in Lissabon und gleichzeitig einer der Vorreiter einer neuen
Generation von Fado.
Er ist seit seinem 17. Lebensjahr professioneller Fado-Sänger. Seine Vielseitigkeit führte ihn auf viele Bühnen in portugiesischen und
ausländischen Fado-Häusern und Konzertsälen; er nahm an Fernsehsendungen und Dokumentarfilmen und an Aufnahmen und großen
Fado-Veranstaltungen teil.
Darunter waren Hommagen an Amália Rodrigues in Lissabon, Porto, Café Luso und im National-Pantheon, die Show Sol y Luna - Flamenco y Fado der
Compañia de Danza Siglo XXI, mit der er 2000 und 2001 ganz Europa bereiste; Mario Pachecos Show Clube de Fado - A Música e a Guitarra (‚FadoClubs - die Musik und die [portugiesische] Gitarre‘) im Queluz Palast, im Juni 2005, wo er die Bühne mit Mariza, Camané, Mísia und Ana Soia Varela
teilte. Davon wurde eine CD/DVD gemacht, die von World Connection weltweit vertrieben wurde und von Songlines als das beste WeltmusikAlbum 2005 bezeichnet wurde. Zur internationalen Veröfentlichung trat Rodrigo mit Mariza in Den Haag auf.
Rodrigo Costa Félix hat große Konzert-Erfahrung, gesammelt auf allen seinen Auftritten in den wichtigsten Häusern Portugals (Teatro São Carlos, São
João- und São Luís-Theater in Lissabon und dem Coliseum in Porto, CCB [Centro Cultural de Belém, Lissabon], Aula Magna, usw.), sowie international
wichtigen Märkten wie den USA, England, Kanada, Frankreich, Spanien, Benelux, Italien, Deutschland, Polen, Tunesien und China, u.a.
Rodrigo war einer der Gast-Sänger in der Dokumentar-Fernsehserie Trovas Antigas, Saudade Louca, die 2011 von RTP (Rundfunk & TV Portugal).
Sein erstes Soloalbum Fados d’Alma (2008, Produzent: Mario Pacheco, Einleitung von Adriana Calcanhotto) kam bei Kritikern und Fans sehr gut an.
Die Liedertexte stammen von Dichtern, wie Fernando Pessoa und Vinícius de Moraes und Fontes Rocha, wie z.B. in Soneto da Fidelidade oder Balad
3
ao Meu Amor.
Seine neue CD Fados de Amor kam im Mai 2012 in Portugal heraus. Sie enthält mehrere Eigenkompositionen, Duette und besondere Kollaborationen.
Rodrigo schrieb zwei der Liedertexte selbst. Andere Texte sind von Poeten, wie Tíago Torres da Silva (der zwei Gedichte speziell für dieses Album
schrieb) und Klassikern, wie Guerra Junqueiro oder Pedro Homem de Melo sowie Versionen von Klassikern, wie Max‘ Rosinha dos Limões, Manuel
de Almeidas Como te quis e te quero und Carlos Ramos’ O teu olhar.
Unter den verschiedenen Eigenkompositionen, eine besondere Notiz zur ersten Single von der CD: Amigo Aprendiz, speziell von Tiago Bettencourt
für Rodrigo komponiert, wurde von dem amerkanischen Magazin ‚The Atlantic‘ als eine der besten Balladen weltweit von 2012 bezeichnet. Von den
Duetten, arbeitete ich sehr gerne mit der berühmten Fado-Sängerin Kátia Guerreiro in Morena und mit ganz besonderer musikalischer Wärme, mit
der aufstrebenden angolanischen Sängerin/Komponistin Aline Frazão in Fado Contido, ein großartiges Lied von Ana Geraldo und Rogério Charraz.
In Fados de Amor und auf seinen Konzerten wird Rodrigo von Marta Pereira da Costa, begleitet, der einzigen weiblichen professionellen Guitarra
Portuguesa-Spielerin im Fado in Portugal.
Die Fados de Amor-Tournee begann mit einem ausverkauften CCB (Centro Cultural de Belém), danach ging es zu Madrids 2. Fado Festival, gefolgt
von Konzerten in Oporto, Aveiro, Moledo, Estoril (FIARTIL) und in verschiedenen privaten Veranstaltungen.
Dieses Jahr trat Rodrigo bereits in Madrid, Toronto und Paris auf. In den folgenden Monaten kommen mehrere Konzerte in Portugal, Brasilien und
in den USA dazu.
Er wurde zusammen mit seiner Frau Marta von der berühmten spanischen Mode-Marke Corteiel ausgewählt, Teil ihrer Herbst/Winter-Kollektion
zu sein, die unter dem Motto „Talentierte Menschen“ steht.
Im Juni 2013 werden Rodrigo und Marta im ‚Tivoli‘ in Lissabon ihr neue Konzertreihe No Fado e na Vida (In Fado und im Leben) starten.
Rodrigo Costa Félix é um dos fadistas precursores da nova geração de fadistas e um dos cantores herdeiros da grande tradição masculina do fado
de Lisboa.
Fadista proissional desde os 17 anos, tem mantido uma carreira artística multifacetada, actuando em casas de fado, concertos em Portugal e no
estrangeiro, participando ainda em programas e documentários, ou em importantes projectos discográicos e grandes eventos do fado.
Dessas colaborações podemos destacar as actuações nos espectáculos de homenagem a Amália em Lisboa, Porto, Café Luso e Panteão Nacional;
o espectáculo Sol y luna – Flamenco y Fado, da Compañia de Danza del Siglo XXI – Madrid, com o qual efectuou digressões pela Europa em 2000 e
2001; ou o espectáculo do guitarrista Mário Pacheco no Palácio de Queluz em junho de 2006, onde cantou ao lado de Mariza, Camané e Ana Soia
Varela, de que resultou a gravação de um CD/DVD editado mundialmente pela World Connection – distinguido pela revista Songlines como o
4
Melhor de 2005 no campo da World Music – tendo actuado em haia e Madrid juntamente com Mariza para o seu lançamento internacional.
Rodrigo Costa Félix possui uma larga experiência de concertos, tendo actuado nas principais salas do país (Teatro de S. Carlos, S. João e S. Luíz,
Coliseus de Lisboa e Porto, CCB, Aula Magna, etc.) e internacionalmente, a solo ou integrado em vários elencos, em importantes mercados como os
Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, França, Espanha, Benelux, Itália, Alemanha, Polónia, Tunísia e China, entre outros.
Rodrigo Costa Félix foi um dos fadistas convidados da série documental sobre fado que a RTP estreou em 2011.
Rodrigo Costa Félix lançou o seu primeiro CD Fados d’Alma em 2008, trabalho muito bem recebido pela crítica e aiccionados do fado, produzido
por Mário Pacheco, com uma dedicatória e nota introdutória de Adriana Calcanhotto, onde canta poetas como Fernando Pessoa ou Vinícius de
Moraes, clássicos como Vendaval, Guitarra triste ou Digam, ou fados originais de Mário Pacheco e Fontes Rocha como Soneto da Fidelidade ou
Balada ao meu amor, entre outros.
O novo CD de fados de Rodrigo Costa Félix, Fados de Amor, editado em maio de 2012, conta com vários temas originais, colaborações especiais
e duetos. Como letristas podemos destacar o próprio Rodrigo que compõem dois fados, Tiago Torres da Silva, autor de dois poemas e da nota
introdutória, e ainda o recurso a poemas de Guerra Junqueiro ou Pedro Homem de Melo entre outros. Nos fados versões conta com novas
interpretações de Rosinha dos limões de Max, Como te quis e te quero de Manuel de Almeida ou O teu olhar de Carlos Ramos.
Entre os vários originais uma menção especial para o primeiro single do CD, Amigo aprendiz de Tiago Bettencourt, reconhecido pela prestigiada
revista americana ‘The Atlantic’ como uma das melhores baladas de 2012 a nível mundial. No capítulo dos duetos existem parcerias com a fadista
Kátia Guerreiro (Morena) e Aline Frazão (Fado contido), a nova e emergente cantautora angolana.
Em Fados de Amor e nos seus concertos, Rodrigo é acompanhado á guitarra portuguesa por Marta Pereira da Costa, a única mulher no fado a
dedicar-se proissionalmente a este difícil instrumento.
A tour Fados de Amor começou com um concerto esgotado no CCB, antecedido pela presença de Rodrigo no segundo Festival de Fado de Madrid,
seguido de concertos no Porto, Aveiro, Moledo, Estoril (FIARTIL) e diversos eventos privados.
Já este ano, Rodrigo actuou em Madrid, Toronto e Paris. Nos próximos meses tem agendados vários concertos em Portugal mas também no Brasil
e Estados Unidos.
Juntamente com a sua mulher Marta, foi escolhido pela prestigiada marca espanhola Corteiel para fazer parte da campanha internacional outonoinverno denominada Pessoas com Talento.
Em junho próximo, Rodrigo e Marta irão apresentar o seu novo espectáculo No Fado e na Vida no famoso Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa.
5
6
I do not want more songs! I want your lips
Open to mine with such magic
That our hearts will become wiser
And kisses will survive poetry
1. Paixões Secretas (Secret Passions)
Tiago Torres da Silva (lyrics) / Casimiro Ramos (music)
Se os versos sobrevivem aos poetas
E às almas que os gritaram como loucas
Porque é que nas paixões, por mais secretas,
Os beijos não sobrevivem às bocas?
2. Fonte (Spring)
Pedro Homem de Melo (lyrics) /
José Joaquim Cavalheiro jr. (music)
Os beijos são os versos que os amantes
Recitam quando as noites são eternas
Palavras sem vogais nem consoantes
Que escorrem no suor das nossas pernas
Meu amor diz-me o teu nome
Nome que desaprendi
Diz-me apenas o teu nome
Nada mais quero de ti
Vou ser poeta, sim!, oh minha musa
Poeta do silêncio e do desejo
E se a eternidade me recusa
Serei eterno em ti em cada beijo
Diz-me apenas se em teus olhos
Minhas lágrimas não vi
Se era noite nos teus olhos
Só porque passei por ti
Não quero mais canções!, quero os teus lábios
Abertos para os meus com tal magia
Que os nossos corações icam mais sábios
E os beijos sobrevivem à poesia
Depois calaram-se os versos
Versos que desaprendi
E nasceram outros versos
Que me afastaram de ti
If verses survive poets
And the souls that cried them as lunatics
Why is it that in passion, even the most furtive
Kisses will not survive mouths?
Meu amor diz-me o teu nome
Alumia o meu ouvido
Antes que eu rasgue estes versos
Como quem rasga um vestido
Kisses are the verses that lovers
Recite when the nights are eternal
Words without vowels or consonants
That drip in the sweat from our legs
My love, tell me your name
The name that I unlearned
Just tell me your name
From you, I want nothing more
Yes, I will be a poet! Oh my muse
Poet of silence and desire
And if the eternity refuses me
I will be eternal in you, in every kiss
Just tell me if in your eyes
I did not see my tears
7
If it was night in your eyes
Only because I let you be
I want to be your friend,
Not too much, not too little,
Not too distant and not too close,
In the most precise measure at my reach
But to love you without measure
And rest in your life
In the discreetest way possible
Without taking your freedom
Without ever smothering you
Without forcing your will
Without speaking when it is time to hold my tongue
Without holding my tongue when the time arises to speak
Neither distant, nor too present
Simply, calmly, to be, to you, peace.
It is wonderful to be a friend
However, I admit, it is hard to learn
And so I beg of you patience
I will ill your face with remembrances
Just give me time to bridge our distances.
And then, the verses were silenced
Verses which I unlearned
And other verses were born
That drove me away from you
My love, tell me your name
Lighten my ear
Before I tear these verses apart
As one tears a dress
3. Amigo Aprendiz (Apprentice Friend)
Pe. Zezinho, scj (lyrics) / Tiago Bettencourt (music)
Quero ser o teu amigo,
nem de mais e nem de menos,
Nem tão longe e nem tão perto,
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida
E icar na tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade,
Sem jamais te sufocar,
Sem forçar tua vontade,
Sem falar quando for hora de calar,
Sem calar quando for hora de falar!
Nem ausente nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo!
Mas, confesso, é tão difícil aprender.
E por isso eu te suplico paciência:
Vou encher esse teu rosto de lembranças…
Dá-me tempo pra acertar nossas distâncias.
4. Fado Contido (Restrained Fado)
Ana Geraldo (lyrics) / Rogério Charraz (music)
O grito que este meu peito
Insiste em guardar sozinho
Desagua no teu leito
Perde força no caminho
Chega a ti feito lamento
Não é mais do que um gemido
Canta a voz do desalento
Parece um fado contido
Em ti esquece que é grito
Transforma-se em canção
8
Desmaia no corpo alito
Ganha força no coração
Grito que este meu peito
Insiste em guardar sozinho
Virou canto do meu jeito
Pra te encontrar no caminho
Não tem a graça, a curva luminosa
Das linhas do teu corpo, amor e ardil.
Chamam-te linda, encantadora ou bela;
Da tua graça é pálida aguarela
Todo o nome que o mundo à graça der.
Pergunto a Deus o nome que hei-de dar-te,
E Deus responde em mim, por toda parte:
Não chames bela – Chama-lhe Mulher!
The cry that this bosom of mine
Insists in holding alone
Flows into your seabed
Losing strength on the way
They call you pretty, they call you fair,
They call you beautiful, they call you kind...
The rose is pretty, it is beautiful, it is graceful,
But your grace is more subtle.
It comes to you as a grief
It is not more than a groan
Sings the voice of dismay
It resembles a restrained fado
The wave that sinuous, in the beach,
The sand embellishes with a thousand charms,
Has not the grace, the luminous curve
Of the lines of your body, love and wiles.
In you it forgets that it is a cry
It changes into song
It collapses in the alicted body
It gains strength in the heart
They call you pretty, enchanting or beautiful;
Of your grace it is a pale watercolour
All the names that the world lends grace.
Cry that this bosom of mine
Insists in holding alone
Turned into a song I fashioned
So I could ind you on the road
I ask God the name that I shall give you,
And God answers in me, everywhere:
Do not call her beautiful – Call her Woman!
5. Mulher (Woman)
Rui de Noronha (lyrics) / Raúl Simões Pereira (music)
6. Rosinha dos Limões (Lemon Rosie)
Artur Ribeiro (lyrics) / Max (music)
Chamam-te linda, chamam-te formosa,
Chamam-te bela, chamam-te gentil...
A rosa é linda, é bela, é graciosa,
Porém a tua graça é mais subtil.
Quando ela passa, franzina, cheia de graça
Há sempre um ar de chalaça
No seu olhar feiticeiro
A onda que na praia, sinuosa,
A areia enfeita com encantos mil,
Lá vai catita, cada dia mais bonita
E o seu vestido de chita
9
Tem sempre um ar domingueiro
When she passes near my window
My eyes follow her
Until I see the end of the street
With a merry look, she walks in a rush
Laughing at everything and nothing
And, sometimes, she smiles at me
Passa ligeira, alegre e namoradeira
A sorrir pra a rua inteira
Vai semeando ilusões
Quando ela passa, vai vender limões à praça
E até lhe chamam por graça
A Rosinha dos limões
When she passes, selling lemons,
Alone, to myself
In my window well
I lay thinking that one of these days, in jest,
I will go to buy lemons to the market
And then I will marry her
Quando ela passa junto da minha janela
Meus olhos vão atrás dela
Até ver da rua o im
Com ar gaiato ela caminha apressada
Rindo por tudo e por nada
E às vezes sorri pra mim
7. Como te quis e te quero
(How I wanted you and want you)
Quando ela passa, apregoando os limões,
A sós com os meus botões
No vão da minha janela
Fico pensando que qualquer dia por graça
Vou comprar limões à praça
E depois caso com ela
Manuel de Almeida (lyrics) / trad.
Amei-te com desespero
Mais do que ninguém te quis
E agora que te não quero
Vejo as iguras que iz
Adorei-te noite e dia
Com toda a força da alma
Ninguém me levava à palma
A querer-te como eu te queria
When she passes, so petite, full of grace
There is always something of scorn
In her bewitching eyes
There she goes so brightly, lovelier each day
And her calico dress
Always looks its Sunday best
A minha vida daria
P’lo teu amor de raiz
Vivi um sonho feliz
Feliz e belo também
Amei-te como a ninguém
Mais do que eu ninguém te quis
She passes lightly, joyful and with lirt
Smiling to the whole street
Sowing illusions
When she passes, to sell lemons in the market
People call her, in jest,
Lemon Rosie
Mas a vida atroz, medonha,
Quis este bem terminar
10
E não chorei com vergonha
Que alguém me visse chorar
About the faith with which I wanted you
Not without reason, the world says
That my love was sincere
And now that no more I want you
I see the spectacle I made
O que eu sofri ao pensar
Na crença com que te quis
Com razão o mundo diz
Que o meu amor foi sincero
E agora que te não quero
Vejo as iguras que iz
I sufered much, I admit,
Now that I lost you
But it I went back to the start
I would love you again
Sofri bastante, confesso,
Agora que te perdi
Mas se voltasse ao começo
Tornava a gostar de ti
8. Canto Breve (Brief Song)
Rodrigo Costa Félix (lyrics) / Pedro Pinhal (music)
Porque canto, porque grito
Porque me sentes tão longe
Quando te tenho tão perto
Porque pedes o ininito
Se o nosso tempo nos foge
Se tudo é vão e incerto
I loved you with despair
More than anyone wanted you
And now that no more I want you
I can see the spectacle I made
Porque me dizes adeus
Porque te escondes fechada
Sem me dizer onte vais
Não vês que os olhos meus
Seguem os teus p’la estrada
E não os deixam jamais
I adored you night and day
With all the might of my soul
No-one surpassed me
In wanting you like I did
For my life I would give
For your blossoming love
I loved a happy dream
Happy and beautiful it was
I loved you like no other
I wanted you like no other
Não entendes quando digo
Que sou teu eternamente
E o mais que o tempo deixar
Tu és meu porto de abrigo
Minha luz do sol poente
Meu horizonte, meu mar
However, life, atrocious and frightening,
Wanted this good to end
And I did not weep for shame
Of letting strangers see my tears
What I sufered, wondering
Que eu não e guardo segredos
Amor, nem mágoas enim
Nem de mentiras me visto
11
Tu já conheces meus medos
Tu já és parte de mim
E eu sem ti não existo
Since I sing, since I scream
Since you feel me so far
When I hold you so near
Since you ask me the ininite
If our time slips through our ingers
If all is vanity and uncertainty
Teus olhos, meninos tontos,
Dentro de mim estão brincando
Se ergo os meus olhos um pouco
Vejo os teus olhos dançando
Eu quis cantar oa teu olhar que me encantou
Pois nele achei, como não sei, inspiração
Foi o calor de um olhar teu que me prendeu
E desde então o teu olhar é a razão desta paixão
Since you bid me farewell
Since you hide, closed
Without telling me where you go
Won’t you see my eyes
Follow yours through the road
Never leaving them alone
Todas as minha canções
Vivem do teu lindo olhar
Se tu não olhas pra mim
Já eu não posso cantar
Teus olhos são dois poetas
De grande imaginação
Foram eles que ditaram
Os versos desta canção
Don’t you grasp when I tell you
That I am yours, for eternity
And all the more that time will allow
That you are my safe haven
My light of the setting sun
My horizon, my sea
Ever since I saw your eyes
I have my fate decided
My fate is your eyes
Your eyes are my fate
That I hold no secrets from you
Love, nor sorrows, in the end,
Nor disguise myself with lies
You already know my fears
You are already a part of me
And without you there is no I.
Your eyes, silly children,
Are playing inside me
If I raise my eyes a little
I see your eyes dancing
9. O teu olhar (Your eyes)
I wanted to sing to your look that enchanted me
For in it I found, I do not know how, inspiration
It was the warmth of one of your looks that restrained me
Carlos Ramos (lyrics) / Carlos Ramos (music)
Desde que vi os teus olhos
Trago o meu fado marcado
Meu fado são os teus olhos
Teus olhos são o meu fado
And ever since then your look is this
passion’s reason
12
You do not know how much desire
And how much wretchedness
Live in my thought
Only a few hours ago
You bid me farewell
And I was left, sad, pondering
Hour to hour, my sorrows
That are growing sadder
For I do not see you come back
All my songs
Live from your beautiful look
If you do not look at me
I can no longer sing
Your eyes are a couple of poets
Of great imagination
They were the ones who dictated to me
The verses for this song
My heart guesses
That you will come here no more
That I will not see you again
That it was my entire fault
In clinging so dearly to you
And for not knowing how to bond you
10. Desde ontem que te não vejo
(I have not seen you since yesterday)
António Calem (lyrics) / Pedro Rodrigues (music)
Desde ontem que te não vejo
E o meu pobre coração
Não descansa um só momento
Sabes lá quanto desejo
E quanta desolação
Vivem no meu pensamento
11. Morena (Brunette)
Guerra Junqueiro (lyrics) / Pedro Pinhal (music)
Não negues, confessa
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.
Há poucas horas apenas
Que de mim te despediste
E eu iquei triste a pensar
Hora a hora as minhas penas
Se vão tornando mais tristes
Pois não te vejo voltar
Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim.
Meu coração adivinha
Que não mais voltas aqui
Que não mais te torno a ver
A culpa foi toda minha
Em me prender tanto a ti
E não te saber prender
Eu não... mas enim
É fraca a razão,
Pois pouco te importa
Que eu goste ou que não.
Mas olha as violetas
Que, sendo umas pretas,
O cheiro que têm!
Vê lá que seria,
I have not seen you since yesterday
And my poor heart
Does not rest for a single moment
13
Se Deus as izesse
Morenas também!
To see your face
The colour of the jasmine.
Tu és a mais rara
De todas as rosas;
E as coisas mais raras
São mais preciosas.
Not I... but alas!
Reason is weak,
Little matters to you
Whether I like it or not.
Há rosas dobradas
E há-as singelas;
Mas são todas elas
Azuis, amarelas,
De cor de açucenas,
De muita outra cor;
Mas rosas morenas,
Só tu, linda lor.
But behold violets
That, being so dark,
How fragrant they are!
How would it be,
If God made them
Brunettes as well!
You are the rarest
Of all the roses;
And what is rare
Is all the more precious.
E olha que foram
Morenas e bem
As moças mais lindas
De Jerusalém.
E a Virgem Maria
Não sei... mas seria
Morena também.
There are folded
And plain roses;
But they are all
Blue, yellow,
The colour of white lilies,
Of many other colours;
But brunette roses,
Only you, fair lower.
Moreno era Cristo.
Vê lá depois disto
Se ainda tens pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena!
Do not deny it, admit it
That you have a certain shame
In hearing other girls
Calling you a brunette.
And think that were
real dark brunettes
The most beautiful girls
In Jerusalem.
And the Virgin Mary
I don’t know... but probably
Was a brunette as well.
For I would not like,
It seems as such to me,
Dark was Christ.
So see if after all
14
That our story was written by us
By our hands, makers of fates
You still have shame
In hearing other girls
Calling you a brunette!
12. De nós (Of Us)
Of us, time will tell that it was too short
For so much more there was to do
And that the world will gaze upon us as lunatics
And say, love, of us, what it pleases.
Ana Vidal (lyrics) / Alfredo Marceneiro (music)
De nós que diga o mar como deixámos
O cais certo do medo, à descoberta
E como nos perdemos e achámos
Em cada atol, cada ilha deserta
13. Nos olhos de alguém (To Someone’s Eyes)
Tiago Torres da Silva (lyrics) / Joaquim Campos (music)
De nós que diga o vento que voámos
Com asas que nasceram da vontade
E conte aos que vierem como ousámos
Desaiar a própria liberdade
Quem disse que o amor é ininito
Não sabe que a razão também se gasta
O nosso amor é tanto e tão bonito
Que ser só ininito não lhe basta
De nós que diga a vida que a vivemos
Sem nos perder em estéreis desatinos
Que a nossa história foi a que escrevemos
Por nossas mãos, obreiras de destinos
Amar é, sem saber, vencer a morte
É ver em cada noite um novo dia
Coitado de quem não teve essa sorte
E amou com paixão mas sem poesia
De nós que diga o tempo que foi pouco
Pra tanto mais que havia por fazer
E o mundo que nos olhe como loucos
E diga, amor, de nós, o que quiser.
Que seja ininito já que é chama
Mas porque é água, terra e ar também
Que vença o tempo, posto que quem ama
Se torna eterno...nos olhos de alguém
Amar é um prazer...não é um vício
Um verso que Deus desenhou em mim
E diz que o nosso amor não teve início
Por isso é que também não terá im
Of us, the sea will say how we left
The certain pier of fear, on the way to discovery
And how we lost and found ourselves
In each atoll, each desert island
Of us, the wind will say that we lew
With wings that were born of will
And tell those who will come how we dared
To challenge freedom itself
Who said that love is ininite
Does not know that reason also wears out
Our love is such, so beautiful,
That in ininity it cannot be contained
Of us, life will say that we lived it
Without losing ourselves in thoughtless pursuits
To love is, without knowing, to beat death
To see, in every night, a new day
15
Wretched the one, who was not as fortunate
And loved with passion but without poetry
And I will take the (crazy) dreams that I will dream
To regain, at last, freedom!
Let it be ininite, since it is lame
But since it is water, earth and also air
May it beat time, since the one who loves
Becomes eternal… to someone’s eyes
Of the earth I take the smell of the sea mist,
The light and vain breeze of Spring;
And take in me sweet poetry
From the arms of the one who sleeps, awaiting me.
To love is a pleasure... not an addiction
A verse that God drew in me
And says that our love had no beginning
And so, it will also have no end.
From my country I take the memory
Of so many who knew how to stand for it!
I take from its poets all the glory
Of those who brandish words… like swords.
14. Partida (Departure)
I will take with me, forever, the sweet song
Of Fado, made of tears and sorrow.
I take all the joy, all the cries,
And I take you, love, in thought.
Rodrigo Costa Félix (lyrics and music)
Da vida levo aquilo que deixarem:
A lua, o mar, o vento, a tempestade.
E levo os sonhos (loucos) que sonharem
Reconquistar, por im, a liberdade!
15. As palavras que eu procuro
(The words I search)
Rodrigo Serrão (lyrics) / Rodrigo Costa Félix, Rodrigo Serrão, Pedro Pinhal,
Marta Pereira da Costa (music)
Da terra levo o cheiro a maresia,
A leve brisa vã da primavera;
E trago em mim a terna poesia
Dos braços de quem dorme à minha espera.
Eu só queria que soubesses
Que pra mim és mais que um fado
Mas a forma de o dizer
Não encontro noutro lado
Do meu país eu levo a memória
De tantos que o souberam defender!
Levo de seus poetas toda a glória
De quem usa a palavra…a combater.
Queria ao menos que estes versos
Te mostrassem a sorrir
A promessa que os teus lábios
Sempre deixam ao abrir
Trarei em mim p’ra sempre o doce canto
Do Fado, feito lágrima e lamento.
Levo toda a alegria, todo o pranto,
E levo-te a ti, amor, no pensamento.
Mas o vento não tem forma
Nem tem forma de ser ver
E as palavras que eu procuro
Não existem pra escrever
Of life I will take what they leave:
The moon, the sea, the wind, the tempest.
Se o que vejo é tão diverso
16
Que não cabe em nenhum lado
Resta então que o mundo saiba
Que eu tentei fazer-te um fado
I only wanted you to know
That to me you are more than a fado.
However, the way to say it
I cannot ind anywhere else
I wanted these verses, at least,
Would show you, smiling,
The promises your lips
Always leave when they open
But the wind has no way
Nor has it shape to be seen
And the words I search
Are not there to be written
If what I see is so diverse
That it is not suitable anywhere
Then what is left, is for the world to know
That I tried to make you a fado
17
Musicians:
Rodrigo Costa Félix - vocals
Marta Pereira da Costa - guitarra portuguesa
Pedro Pinhal - viola de Fado (classical guitar)
Rodrigo Serrão - double bass
Aline Frazão - vocals, guitar (track 4)
Katia Guerreiro - vocals (track 11)
All tracks arranged by Rodrigo Costa Félix / Rodrigo Serrão
/ Mário Pacheco (track 3) / Aline Frazão (track 4)
Produced by Rodrigo Costa Félix / Rodrigo Serrão
Musical director, engineer and mixer: Rodrigo Serrão
Recorded at K Branca Records & Studio
Mastered by Rodrigo Serrão
Final master: Diz Heller
Cover design: Rui Garrido
Photography: Jorge Simão
Liner notes: Rodrigo Costa Felix
German translation: Diz Heller
Typesetting/layout: Sarah Ash
18