editorial - Paróquia da Maia

Transcrição

editorial - Paróquia da Maia
JULHO / AGOSTO 2011
ANO XXII - Nº 239
BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL
PUBLICAÇÃO MENSAL
Preço avulso: 0,50 €
EDITORIAL
Sai este número do S. Miguel da Maia, no dia da
Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho, dia 10 de
Julho. São coincidências que maravilham todo aquele
e aquela que assume a história como um dom precioso
feito de vitórias e derrotas a qual tem um fio condutor
que entronca num mundo de esperança.
Ao celebrar hoje a Festa estamos a reescrever,
com toda a nossa capacidade, o que de belo e bom
temos.
Este acontecimento comove-me, envolve-me e
faz-me sonhar em algo de novo que o Senhor Jesus,
por Sua Mãe nos oferece.
Gosto de terminar uma Festa e começar, pelo
menos no coração, a preparar a do próximo ano e não
"arrumar os estandartes e os demias objectos" para
voltar a fazer o mesmo, no ano seguinte.
Embora ainda ouça e leia que as festas se transformam em romarias, não no sentido genuíno do termo,
mas em exteriores, que terminam com o som do
último foguete, procuro tudo fazer para que o centro
e sentido seja a Veneração a Nossa Senhora e que Ela
não seja pano de fundo para outras coisas. Sinto-me
contente porque as gentes desta Paróquia comigo
sintonizam, não poderia ser doutra maneira.
Deveremos todos preservar o verdadeiro sentido
desta nossa Festa cristã. Quem vier e, cada vez é maior
o número dos que participam, deverá perceber isto
mesmo.
Os dois grandes momentos são a celebração da
Eucaristia e a Procissão. Nesta, creio que todas as
Paróquias da Maia, irão participar com um andor de
Nossa Senhora, o que a torna esplendorosa e de
verdadeira manifestação de amor e louvor a Nossa
Senhora do Bom Despacho que, em 2003, foi proclamada Padroeira do Concelho da Maia, o que é um
privilégio.
Celebremos a Padroeira.
A todos os que se empenham neste louvor: Câmara Municipal, Autarquia, Presidente e Comissão de
Festas, Comissão Fabriqueira, Grupos de Zeladoras,
Canto, Liturgia e toda a gente que sempre sabe apoiar,
quer no Solar, quer na Tômbola, e em tudo o que tem
a ver com esta Festa os meus Parabéns que o são de
toda a Paróquia.
PDJ
http://www.paroquiadamaia.net
Celebra a Maia , no dia 10, a Festa de
Nossa Senhora do Bom Despacho.
A Procissão será um grande momento
que nos ultrapassa em viveência, pois é também participação de todas as Paróquias da
Maia. É momento único.
Peçamos a Nossa Senhora do Bom Despacho a Bênção para a Paróquia e para todo
o Concelho da Maia.
[email protected]
CONSULTANDO A HISTÓRIA
Conforme podemos ler no Livro de Actas da Junta de
Paróquia da Freguesia de S. Miguel de Barreiros (1896 - 1902),
fl. 18v. e 19r., as contas da Junta de Paróquia de Barreiros
relativas a 1897 são apresentadas na reunião de 10 de Abril
de 1898; por elas ficamos a saber que, nessa época, as
despesas anuais da Junta eram de menos de 400 mil reis, o que
corresponde a 400 escudos, ou seja, cerca de 2 €: "Aberta a
sessão pelo presidente foi por elle dito que estando coordenadas as respectivas contas relativas à gerência d'esta Junta do
anno civil findo em trinta e um de Dezembro de mil oito centos
e noventa e sete, foram as mesmas contas postas em reclamação durante oito dias e com a devida antecipação, conforme
a lei determina, e tendo-se feito publico por meio de editaes
affixados nos logares do estylo, não houve nem foi apresentada reclamação alguma contra as mesmas contas; o qual pelas
normas se vê que a receita cobrada foi na importancia de
720:920 reis e a despeza feita e paga em 327:200 reis,
havendo portanto um saldo de 393:720 reis, não tendo esta
Junta dividas de especie alguma, por isso propunha à
approvação difinitiva das mesmas contas a fim de serem
enviadas a auctoridade competente para a sua completa
approvação; o qual esta Junta unanimamente as approvou.
(…)"
Maria Artur
NOTÍCIAS DA COMUNIDADE
No dia 19 de Junho celebrou-se a FESTA DA EUCARISTIA, onde os catequisandos
do 3º ano receberam o corpo de Jesus pela 1ª vez.Foi uma festa muito bonita e apesar das
crianças estarem ansiosas também estavam bastante entusiasmadas e felizes pela experiência
de sentirem Jesus mais perto dos seus corações e poderem participar mais activamente na
Eucaristia.Todas as crianças estão
de parabéns pelo comportamento
exemplar que demonstraram ao
longo da celebração .
Queremos deixar um agradecimento aos pais e familiares que
se disponibilizaram e aceitaram
participar nesta festa tão especial
para as nossas crianças.
Desejamos boas ferias não esquecendo que nunca devemos tirar ferias de Jesus,Ele está sempre
disponível para nós (Ele nunca
está de ferias ,não precisa!)
Esperamos por vós em Setembro para novo ano de catequese, para uma nova etapa na
nossa vida de Cristãos.
A FESTA DA FÉ
Dia 26 de Junho de 2011, foi um dia especial.
Especial porque pelas 11 horas na Igreja da Nª Sra. da
Maia, 36 meninos e meninas, juntamente com as
catequistas professavam a sua fé.
A igreja estava cheia, para esta Festa da Fé, com os
pais e mães, avós, tios e padrinhos, convidados e quem
quis participar nesta eucaristia celebrada pelo nosso
pároco Padre Domingos Jorge.
Foi um momento muito especial, assumir e afirmar
diante de todos os votos que outrora os pais e padrinhos tinham feito no dia do baptismo. Esta celebração
decorreu muito bem, onde se destaca o "saber estar" de
todos os meninos e meninas, que, para além de terem
um comportamento exemplar, também viveram este
momento com o coração. Jesus estava ali presente em
cada um deles e isso tornou mais alegre e mais vivo cada
momento desta Eucaristia.
Pelas catequistas do 3º ano
Palmira Magalhães
Proprietário e Editor
Paróquia da Maia
Director e
Chefe de Redacção
P. Domingos Jorge
Colaboradores
Ana Maria Ramos
Ângelo Soares
António Matos
Arlindo Cunha
Carlos Gomes
Conceição Dores de Castro
Henrique Carvalho
Higino Costa
Idalina Meireles
Isilda Irene R. Silva Alves
José Carlos Teixeira
José Manuel Dias Cardoso
Luís Clemente Ribeiro
Luís Sá Fardilha
Manuel Machado
Mª Artur C.de Araújo Barros
Mª Fernanda Ol. Ramos
Maria Lúcia Dores deCastro
Mª Luísa C.M. Teixeira
Maria Teresa Almeida
Mário Oliveira
Paula Isabel Garcia Santos
Pedro Antunes
Victor Meireles
Correspondentes
Pelas catequistas do 6º ano
Cristina Oliveira
27 de Julho,às 14h,Santuário de Nossa Senhora
do Bom Despacho.
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 2
S. MIGUEL DA MAIA
Vários (eventuais)
Col. na Composição
João Aido
José Tomé
Tiragem
MOVIMENTO DEMOGRÁFICO
Mês de Junho
BAPTIZADOS
12 - Alexandre Pinto Ferreira Nunes Romão
Maria Francisca Nunes Romão Ferreira Sebastião
18 - Ana Rita Pinto Rebelo
19 - Gonçalo Alexandre Preira Martins
Gonçalo Ferreira Barbosa
Inês Magalhães Oliveira
Inês Nogueira Rebelo
Maria Inês tavares Ferreira
Teresa Eduarda da Rocha Pereira
Tiago de Sousa Martins
24 - Mafalda Lopes Teixeira
25 - Tomé Almeida Ferreira
CASAMENTOS
10 - Pedro Miguel Gonçalves Louro e
Célia Mónica Pires de Araújo
11 - Paulo Miguel Constante Moreira e
Márcia Alexandra Grácio Neto
12 - João Nuno de Sousa Pacheco e
Mafalda Sofia de Sousa Aguiar
18 - António José Cardoso de Oliveira Rebelo e
Maria Odete Marques Pinto Rebelo
ÓBITOS
11 - Maria Emília Ferreira de Oliveira (85 anos)
12 - José Barbosa de Miranda (85 anos)
22 - Palmira Rita de Oliveira (87 anos)
28 - Maria Beatriz Rodrigues dos Santos (81anos)
27/3-Eduardo Osório Branco- fal.Escócia (57anos)
globalização, a política, as redes sociais, o
lazer.
A Eucaristia foi o momento alto desta
Missão J. Rica de simbologia a relembrar os
caminhos já andados em edições anteriores
e o desafio deste encontro, foi tempo forte
po forte de ação de graças pela vida e pela
comunhão e expressão dum compromisso de
concretizar na vida de cada um a missão de
fazer o rosto do Bom Pastor mais presente
no mundo.
Pró - VOCAÇÃO, por vocação
Aproxima-se o final de mais um ano escutista
Entrámos em Julho, mês por excelência de Festas da Santa Padroeira da
Missão J 2011
Maia: Nossa Senhora do Bom Despacho. Como já vem sendo tradição, o
Os jovens questionam-se, sob o olhar atento do Agrupamento 95 vai ter a sua barraquinha junto ao recinto da Feira Municipal.
Bom Pastor
Teremos muitos petiscos e bebidas para apaziguar o calor, entre os dias 7 e 11
Alguns de nós pudemos participar no grande encontro
juvenil e missionário que é a Missão J, feliz iniciativa dos
Missionários Combonianos que congregou cerca de 350 jovens
dispostos a viver um fim de semana diferente e mais próximo de
Deus.
Nesteano,otemadaMissãoJfoi"OrostodoBomPastor",
cujo ícone foi acolhido previamente por vários dos grupos
participantes e que marcou e deu unidade a todo o encontro.
Através dum conjunto variado de atividades de convívio,
partilha, oração, reflexão e celebração, os participantes foram
descobrindo e conhecendo melhor este rosto do Bom Pastor.
Este Missão J realizou-se em regime de acampamento, que
traduz não só a comunhão com a natureza mas também o
sentido de povo em marcha e de disponibilidade para a
conversão e para a missão.
Todo o encontro constituiu uma oportunidade excelente
para uma maior tomada de consciência da vocação cristã e
compromisso missionário, vividos num ambiente ao mesmo
tempo descontraído e profundo, com excelente clima de
amizade. Através de vários workshops, os jovens puderam
aprofundar formas de traduzir a sua vocação de cristãos em
domínios tão variados como a família, a profissão, a
de Julho. Contamos com a vossa presença.
A chegada do verão também anuncia o encerramento de mais um ano
escutista. Nos dias 10 e 11 de Junho, a Alcateia com cerca de 30 Lobitos partiu
à descoberta da cidade do Porto. Numa actividade denominada de "Casas que
Contam e Rezam Histórias", as crianças percorreram as ruas da cidade, de
mochila às costas e mapa na mão. Apreciar a vida própria da Ribeira, subir a
encosta de funicular, "ouvir" o silêncio das Igrejas e descobrir a emoção de andar
de eléctrico foram alguns dos momentos altos da actividade.
No mesmo fim-de-semana prolongado, também os Exploradores partiram
à conquista de S. Jacinto, Aveiro. Para chegar a Tatanka, a Expedição teve de
construir jangadas para atravessar a Ria, um momento emblemático, prova que
o trabalho em conjunto tem resultados positivos. Durante os três dias de
actividade, os
Exploradores
construíram o
campo, cozinharam as suas refeições, partilharam
jogos,
aprenderam a
fazer porta-chaves em corda,
viveram em grupo, em espírito
de partilha. Agora que o ano
escutistaseaproxima do final é hora de guardar as boas memórias deste ano para ganhar forças
para as próximas aventuras…
Teresa Oliveira Santos
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 3
CENTRO SOCIAL
Os nossos idosos sentem-se totalmente desactualizados das novas tecnologias que os
surpreendem, a toda a hora, nas mãos dos filhos e, principalmente dos netos.
Alguém me dizia, há poucos dias, que tem um neto de quatro anos que já domina o telemóvel
com o à vontade de um adulto, mesmo, curiosamente, ainda antes de saber ler.
De facto, as chamadas Redes Sociais Tecnológicas que nos dominam, surgem em
catadupa de modo a, de um dia para outro, desactualizarem completamente as ferramentas
de que dispomos.
Ele é o Facebook, o Twitter, o Vkontakte, o Pandora, o Taobao, o Skype, que nas mãos
de empresas como a Apple, a IBM. a Amazon. a Google, a Zynga, a Groupon e outras do
género, dão a volta à cabeça de qualquer estudioso. O que hoje é uma alta tecnologia,
amanhã já não passaVüma mera vulgaridade.
Daquilo que sabemos, nenhuma época na existência do mundo teve tão rápida
evolução como a nossa. Eu. que fui profissionalmente muito empenhado nas telecomunicações, no tempo dos telefones accionados à manivela, das galenas e dos emissoresreceptores a válvulas que. para atingirem grandes distâncias, só era possível fazê- lo em
grafia e sempre à custa de equipamentos muito volumosos e de enorme consumo, estamos,
agora, perante minúsculos equipamentos, quase sem consumo, a chegar a todos os cantos
do mundo.
Quando em 1957 chegou a Portugal a televisão e. pouco tempo depois, pudemos ver.
através dela, o homem a caminhar na Lua, quase não acreditávamos que era real o que
estávamos a ver. Os mais incrédulos até diziam que tudo era uma farsa, e que as imagens
que recebíamos seriam de uma qualquer ilha. Mas o certo é que era mesmo verdade, e até
já estão a programar viagens turísticas à Lua e a Marte.
Também na medicina tem havido um enorme progresso à base destas tecnologias. A
cura de muitas doenças já se consegue com esta electrónica. Só é pena que ela não tenha
nos comportamentos e nos valores humanos, morais, cívicos, espirituais e éticos, a mesma
eficiência que tem nos equipamentos. Ironicamente, uma presença constante nas redes
sociais torna as pessoas anti-sociais. As amizades na Internet substituem os amigos
verdadeiros. Os viciados não dormem, faltam à escola e ao trabalho e negligenciam as tarefas
domésticas, até a higiene pessoal.
Segundo o psiquiatra Jane Morris, a obsessão com a Internet vai levar a mais
desemprego, obesidade, anorexia e, até, a suicídios.
No passado também havia pessoas estranhas, mas não conseguiam alimentar as suas
bizarrias como se consegue hoje.
Vamos lá a ver até onde vai tudo isto. ainda no nossa tempo. Mas aqui deixo um alerta
á actual geração digital: há dias paguei uma factura no valor de 154,58 com 170,00 euros,
e porque a menina que me atendeu não tinha à mão a máquina de calcular, foi o cabo das
tormentas para ela me dar a demasia certa.
Manuel Machado
AVE MARIA
"Avé Maria
Cheia de graça…"
Da alma ou dos campos,
Cuidadas por nós,
Flores lhe oferecemos…
"O Senhor é convosco,
Bendita sois vós."
Flores para vós
Que sois a mais pura
"Entre as mulheres…"
Flores perfumadas
Plenas de luz…
"Bendito é o fruto
Do vosso ventre, Jesus."
"Santa Maria, Mãe de Deus,
Rogai por nós, pecadores,"
Aceitai nossas flores!
"Agora", flores do campo.
"E na hora da nossa morte"
As flores de nossas almas…
Senhora do Bom Despacho,
Aliviai nossas dores,
Aceitai nossas flores!
Ana Maria Ramos
O Centro Social e Paroquial da Maia (Lar de
Nazaré) para ser levado ao
fim precisa da sua generosidade.
Se tem coração terá generosidade. O que se fizer
pelo bem redunda sempre
em bem para quem o faz.
Ouvir, Falar,Amar
Este livro regista um diálogo muito vivo, muito rico, sob o ponto de vista comunicacional entre Laurinda Alves,
competente jornalista, e Alberto Brito, jesuíta especializado em Relações Humanas e Comunicação Interpessoal.
Ouvir, Falar, Amar é o título que bem resume o conteúdo desta obra, nas palavras da
autora - Ouvir, porque ouvir os outros é a maior escola de vida; Falar, porque é a comunicar
e a dialogar que nos entendemos e que se constroem as relações; Amar, porque é a partir da
aceitação de nós próprios e dos outros que tudo é possível.
Através das perguntas e respostas aqui apresentadas, retiramos importante informação
que nos permitirá certamente crescer como pessoas.
A família, a escola, o convívio e a espiritualidade são apontados como os quatro pilares do
desenvolvimento humano.
A compreensão é a grande força para a mudança. O modo como se trata o outro, a
linguagem não verbal, mais do que as palavras utilizadas, transmitem a nossa capacidade de
aceitação do
outro. E aceitar outra pessoa não significa concordar com ela, mas permitir que seja ela
própria perante mim - diz-nos Alberto Brito. Tal exercício não é nada fácil, exige um grande
trabalho interior, talvez a vida inteira, porque tentar ser para os outros a imagem daquilo que
Deus é para connosco, é o Grande Desafio que nos é proposto pelo Cristianismo!
Maria Fernanda e Maria Teresa
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 4
EQUIPA PAROQUIAL DE PASTORAL FAMILIAR
A Equipa Paroquial de Pastoral familiar preparou e alguns Elementos estiveram presentes no Dia Diocesano da Pastoral familiar celebrado, no dia 19 de Junho, no Pavilhão Polivalente de Espinho.
Prsidiu o Senhor Bispo, D.Manuel Clemente. Vários Casais da nossa Paróquia
foram homenagiados.
www.paroquiadamaia.net - Navegue
[email protected]
E. P.P.F
Maria Luísa e José Carlos Teixeira
Armandina e Jorge Lopes
Lídia Mendes
Fernanda e António Teixeira
Maria Elizabete e Jorge Real
Maria Brízida e José Tomé
P.Domingos Jorge
Contactos:
917373873 - 962384918
966427043 - 229416209 919047039 - 961829756 965450809 - 229448287 917630347 - 229486634 919664994
Voz do Secretariado Diocesano da Pastoral acreditamos. Lembrou ainda que para o cristão a divisa deve
ser “Amo, logo existo”, pois que saindo de nós é que nos
Familiar
A diocese do Porto celebrou uma vez mais o Dia
Diocesano da Família, como habitualmente na Solenidade da
Santíssima Trindade. De facto, na plena comunhão que é o
amor trinitário encontra as suas raízes a comunhão
matrimonial, que participa do amor divino e O testemunha
pela sua forma de viver.
A Alguns Elementos da Equipa Paroquial da Pastoral Femiliar estiveram presentes na Festa Diocesana
da Família que teve lugar no Pavilhão de Espinho/
Anta, no dia 19 de Junho.
dado que o Secretariado Diocesano publicou no
seu site a notícia do acontecimento, resolveu a Equipa
transcrevê-lo, com a devida vénia, juntando fotos
próprias.
A Equipa entrou de ´ferias e o seu plano pastoral
para o novo ano começa a ser gisado. BOAS FÉRIAS.
Neste ano, coube à vigararia de Espinho-Ovar acolher a
celebração deste dia, que teve lugar na excelente nave do
polidesportivo de Anta. Deve realçar-se a ótima colaboração
da Câmara Municipal de Espinho, quer na cedência quer no
arranjo geral do espaço, numa disponibilidade que muito nos
apraz registar e agradecer. As paróquias da vigararia e em
especial as da cidade assumiram com grande dedicação a
preparação e animação da liturgia.
Neste ano, foram quase mil os casais que quiseram
juntar-se como igreja diocesana para celebrar 10, 25, 50 e
60 anos de matrimónio. Deve salientar-se o crescente
empenho das equipas paroquiais na procura dos casais,
convite, realização de encontros específicos de preparação
e acompanhamento no dia da celebração. O Senhor D.
Manuel Clemente presidiu à Eucaristia, acompanhado dos
Senhores Bispos Auxiliares D. Pio Alves e D. João Lavrador,
de algumas dezenas de sacerdotes e de muitos familiares e
amigos dos jubilados.
Na homilia, o Senhor Bispo convidou a, sem dispersarmos
a atenção, centrarmo-nos no encontro de Deus através de
Jesus, Aquele que nos mostra o Pai e por Quem Deus vem ao
nosso encontro. Quando afirmamos “Ele está no meio de
nós”, mais não fazemos do que exprimir aquilo em que
encontramos e nos ganhamos.
D. Manuel reforçou esta ideia lembrando que cada casal
que vive plenamente o seu Matrimónio é testemunha do
amor de Deus – uno, indissolúvel e fecundo – no mundo e por
isso mesmo a resposta às interpelações que o mundo faz à
Igreja, na medida em que é a prova viva de que “Ele está no
meio de nós”. Mesmo que o testemunho do casal plenamente
cristão não faça manchete ou abra telejornais, ele é
plenamente eficaz em fazer Deus presente no meio dos
homens e na reconstrução do mundo à maneira de Deus,
como o comprovou a família de Nazaré e como vemos em
tantos exemplos dos nossos tempos.
Terminou convidando a fazermos Eucaristia, ou seja,
ação de graças a Deus pelo acontecimento que todos
estavam a viver e pela vida matrimonial que testemunha de
forma privilegiada que “o amor é possível!”.
Antes de terminar a celebração, o Senhor Presidente da
Câmara Municipal de Espinho saudou a assembleia, agradeceu
a presença de todos e testemunhou a sua alegria por este
encontro que tão bem exprime os valores em que acredita
e que o norteiam.
No final, todos os casais jubilados receberam, como
habitualmente, o diploma que contém uma saudação e
bênção personalizada do Senhor Bispo – expressão de
congratulação, voto de felicidades e convite à perseverança
no amor e no testemunho.
Fotos de: José Carlos Teixeira
Em 2012, a celebração do Dia Diocesano da
Família terá lugar na vigararia de Gondomar.
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 5
NOAMORTUDO SE SOMA
Ouvi a frase, no amor tudo se soma, mais de uma vez, dita
pela Dra. Teresa Tomé Ribeiro, na conferência que tão amavelmente se dispôs a apresentar no auditório contíguo à Igreja da
Nossa Senhora da Maia, na noite de 17 de Junho passado, a
convite da Equipa Paroquial da Pastoral Familiar.
Já na altura de comentários e perguntas por parte dos
assistentes, alguém evidenciou a sua admiração, perante o
reduzido número de pessoas que se interessou pela oportunidade de ouvir tão rica exposição sobre o tema - sexualidade:
uma visão actual - e em face da apreciação dos elevados
FAZ DA TUA ALMA UM DIAMANTE
conhecimentos e valorosas perspectivas e convicções pessoais demonstrados pela conferencista, disse, que deveria ser
obrigatória e repetida a conferência para muita mais gente.
Obrigatória, eu não a direi porque estas realizações são sempre
colocadas à disposição das pessoas, mas a realidade é que, não
se consegue entender a falta de motivação da sociedade para
aproveitar estas impagáveis oportunidades para viver melhor,
mais esclarecidamente e consequentemente mais feliz.
Eu que já sou avó, mas, precisamente por ter assistido à
conferência, meses antes, na casa Diocesana de Vilar, pensei
que era de imensa riqueza para as famílias da nossa comunidade
poderem ouvir e questionar sobre o tema, alguém tão
competete.
Por isso se decidiu solicitar à Dra. Teresa a sua disponibilidade para benefício das nossas famílias. A sua anuência ao
convite foi imediata, infelizmente não teve igual resposta o
anúncio da conferência, por parte de quem frequenta as
nossas igrejas ou vive na Maia, visto terem sido colocados
cartazes nalguns locais.
O teor do que seria falado destinava-se a todos, desde
adolescentes, jovens, pais a avós.
Quem não vive preocupado ou sensibilizado com a dimensão dos conflitos e problemas insanáveis que a toda a hora
emergem no dia a dia das famílias, nomeadamente nas relações
entre pais e filhos, por dificuldades de diálogo e compreensão
entre gerações, e desconhecimento de como gerir as varias
fases de crescimento, a maturidade e respectivos afectos do
ser humano?
Quantas vezes surgirá a discussão, que se poderia evitar?
Quantas vezes os jovens tomarão atitudes erradas ou
optarão por um mau caminho, porque na altura certa, o pai ou
a mãe não souberam como conduzir o assunto, ou não tiveram
firmeza e conhecimento para esclarecer e fazer ver aos filhos
o que é bom para as suas vidas e seus futuros.
Na abordagem do tema, fomos conduzidos, em tom afável
de um rosto sorridente, através de causas e consequências
que se somam nas etapas da vida de cada pessoa.
Não pode, um adolescente ou um jovem, ter determinados
comportamentos, pensando que quando for adulto na sua vida
nada se reflectirá daquilo que foi nessas idades. Pensa errado.
A pessoa vai sendo estruturada interiormente desde que
nasce. O que se vive não desaparece, soma-se á constituição da
pessoa.
É bom que os pais encaminhem os filhos para assumirem
a responsabilidade das suas escolhas. Que lhes permitam
adquirir comportamentos que os construam como pessoas
que saibam gerir as necessidades, que saibam esperar pela
recompensa, que saibam gerir as frustrações, que saibam olhar,
que saibam pensar, que saibam decidir, que saibam esperar esperar, dá-nos o valor daquilo que estamos à espera, dá-nos
a certeza daquilo que esperamos.
È preciso que os pais ajudem a gerir as emoções e a
identificá-las para saber construir os sentimentos.
Os sentimentos constroem-se com razões.
Aquilo que um filho quer, deve perguntar-se-lhe por que
o quer.
Na educação é muito importante compreender.
A sexualidade é uma dimensão, que constrói a pessoa,
biológica, psicológica, afectiva, social, espiritual, ética, que tudo
soma na construção do projecto de vida.
M. Luísa C. M. Teixeira
Haverá mais iniciativas que a Equipa de
Pastoral Familiar irá propôr a toda a gente,
pois a Família é o cerne de toda a construção
da personalidade humana e da Fé.
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 6
An
Duas ordenações na diocese de
Vannes (França)
Gwenaël Airault, de 35 anos, e
Sébastien Brossard, de 33, foram ordenados sacerdotes em Junho passado na
Catedral de Vannes. Se o evento é importante para a diocese, é excecional na vida
desses dois companheiros de caminhada,
que entraram no seminário em 2005 e
foram ordenados diáconos em 2010 em
Sainte-Anne-d'Auray. Ambos responderam a um chamamento de Deus,
quando a vida lhes parecia ter já um caminho traçado: estudos, carreira...
Gwenaël Airault, depois de estudar comércio, começou a trabalhar no
setor imobiliário. Procurava no seu íntimo um sentido de vida, sem conseguir
encontrar resposta. Até ao dia 3 de Abril de 2005 em que participou numa
vigília de oração pela morte do Papa João Paulo II; aí sentiu um apelo "brilhante, muito forte" para seguir a Cristo. "É relativamente
misterioso", disse ele. "Como uma graça especial, uma força em mim que me determina a seguir este caminho."
Para Sébastien Brossard, já com uma pós-graduação em gestão, o despertar ocorreu no seu local de trabalho, a câmara de
Vannes, onde desempenhou tarefas administrativas durante três anos: "Disse para mim mesmo: não gosto do que faço. Vou
demitir-me e tornar-me sacerdote." Tinha na altura 23 anos. "Foi surpreendente, acrescentou. Tinha havido outros
chamamentos, contra os quais tinha lutado. Aquele foi o momento certo". Ele, que tinha deixado de praticar desde os 18 anos,
foi falar com o pároco e lançou-se numa redescoberta da sua vida com diretores espirituais, durante dois anos.
Os seis anos de seminário em Rennes ajudaram os dois jovens do Morbihan a refletir e amadurecer a sua decisão. Foi uma
caminhada para fundamentar a vocação e criar disponibilidade interior, culminando no momento da ordenação em que, rodeados
por suas famílias e amigos, receberam a imposição das mãos do bispo. "Esta cerimónia é uma festa. É todo o povo de Deus que
celebra as ordenações", disse Gwenaël. "Para nós, é uma grande alegria. A nossa liberdade fica comprometida ao serviço da nossa
felicidade."
Uma vez ordenados sacerdotes e tendo recebido a casula, o cálice e a patena, Sébastien e Gwenaël permanecem nas suas
paróquias de inserção até Setembro. Em seguida, ficarão disponíveis para uma missão nas paróquias que o bispo lhes irá indicar.
Uma grande missão: "chamar a ovelha perdida", alegra-se Sébastien Brossard; "Transmitir a boa nova aos nossos contemporâneos", anuncia Gwenaël Airault. Muito trabalho em perspetiva, num sector que quer recrutar novos trabalhadores!
(Le Télégramme.com - Morbihan)
ANO VOCACIOAL COMBONIANO
Vocação é vida
Quando se fala de vocação, é praticamente impossível
falar de maneira abstracta.
Quando alguém (homem ou mulher, adulto ou jovem)
fala, dialoga, partilha sobre a vocação, acaba sempre por
falar de si mesmo. Porque vocação é vida; a minha, a tua
vida.
A vocação não é um sentimento, muito menos um
capricho ou uma fuga dos problemas; não é a escolha ou o
desempenho de uma profissão, por mais bela e nobre que
ela seja; não é uma predestinação à qual não se pode fugir.
Vocação é a resposta à interrogação: que vou fazer da
minha vida? Visa descobrir o meu lugar na Igreja e no
mundo; Insere-se no movimento de busca de felicidade, de
sentido e de realização humanas.
Vocação é uma livre e corajosa escolha que convoca a
totalidade da pessoa chamada; é resposta de amor Àquele
que nos amou primeiro; é uma escolha radical do absoluto
de Deus como valor e sentido da vida; é viver em chave de
serviço.
Ser cristão afirma-se não por uma decisão ética ou uma
grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento:
a pessoa de Jesus de Nazaré. Por isso a melhor maneira de
discorrer sobre a vocação é viver a própria vocação, com
alegria, entusiasmo honestidade e verdade. No fundo,
viver em discípulo de Jesus Cristo, a razão e a meta da
minha vida.
Ser "vocacionado" é actualizar esse encontro com
Jesus e aquela relação de amizade íntima que esse encontro, e outros, proporcionaram. E cada vez que há encontro
entre uma pessoa e Jesus de Nazaré, há sempre um convite,
que exige uma resposta. Essa resposta é a vocação de cada
um que responde.
Nós somos todos chamados, convidados, desafiados.
Resta saber: 1) se nos damos conta desse convite; 2) se o
compreendemos, ou o procuramos compreender; 3) se
respondemos e de que maneira o fazemos.
Neste ano vocacional que os Missionários
Combonianosestãoapromover,disponibilizemo-nospelo
menos para escutar o convite, aproximando-nos da palavra
de Deus, dos sacramentos, dos outros,… cultivemos hábitos de oração, leitura, convívio. Encorajemos todos aqueles e aquelas que sentem o convite de Jesus e procuram
percebê-lo e responder-lhe afirmativamente e generosamente.
Actividades para jovens:
26-30 Julho - Sempabrir - caminhada jovem a Fátima a
partir de Coimbra.
29 Julho a 7 Agosto - SEM: Semana de Experiência
Missionária. Semana de vida de grupo e serviço a doentes,
idosos e deficientes.
Leonel Claro
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 7
HINO
A NOSSA SENHORA DO BOM
DESPACHO
Senhora do Bom Despacho,
Senhora da nossa terra.
Abençoa as gentes da Maia,
E o Povo que Te venera.
1. Chegamdas terras da Maia,
As gentes agradecidas,
Para cumprir as promessas,
De graças já recebidas.
Também dos lados da serra,
Do campo e da beira mar,
Louvando p'los bens da terra,
P'la faina e por voltar.
2. Alguém no Brasil distante
Sofrendo grave doença
Voltou-se p'ra Ti, Senhora,
Sentiu a Tua presença.
Cumprindo sua promessa,
Após o mal ser curado,
Mandou erguer este Templo
P'ra sempre a Ti dedicado.
3. Minha Mãe, a petição
Aceitai de um pecador
O despacho a teu favor
O ponde por Vossa mão.
Pois tendes, mãe singular,
Para mais glória Vos dar
A tinta p'ra deferir
E pena p'ra despachar.
4. Neste dia de alegria
Cantamos em Teu louvor
Despacha nossas preces
Pedimos-Te, com fervor
Nossa Mãe, nossa Rainha,
Serás sempre celebrada
Neste Templo de oração
Onde fostes coroada.
Letra de Henrique Carvalho
Música de Mário Oliveira
Consultando os Arquivos da Paróquia
O P. Luiz de Oliveira Alvim, Pároco da Igreja de S. Miguel de Barreiros
descreve a Procissão da Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho do dia 12
de Julho de 1733
Obs. Mantem-se o texto original...
" A Igreja ricamente se armou, e se compuseram perfeitamente os Altares
de Damascos. Fez-se à Senhora nove dias com todo o asseio novena de tarde,
com a sua prática, a ladainha, e outras devotas orações... foi orador dos milagres
e prodígios da Divina Senhora o P. Mestre Pregador geral Fr. Francisco Xavier
Gramaxo da escçlarecida ordem do meu Seráfico S. Francisco que pregou
sermão de acção de graças com o seu costumado engenho, e elevada erudição
e de tarde estava preparado para fazer o mesmo, se senão temera o faltar tempo
para se fazer a vistosa, asseada, e custosa procissão que se fez para a qual se
não fez finta aos fregueses ou Irmãos, mas sim só concorrerão os mais devotos
com o seu zelo e desvelo, e não as confrarias.
Constava a dita procissão de nove bem vistosos e compostos andores;
-Era um do Príncipe, e glorioso Arcanjo S. Miguel Padroeiro desta Igreja,
... todo coberto de milania branca em que bem luzia a prata e sobresaía a franja
de ouro que em vasos dourados o compunham, o qual levavam quatro Irmãos
com suas opas brancas e murelas verdes com suas medalhas, e dois com duas
tochas;
Era outro do Glorioso S.Roque todo de clarão encarnado em que bem
brilhavam os ramos de ouro que em cima deles se debuxavam, e outros de
flores que nos cantos o ornavam, que também o levavam outros tantos Irmãos
com suas opas brancas e murelas de cor de fogo , era outro que eu dei do meu
Seráfico S. Francisco de clarão verde em cujo campo verde se ostentavam
flores de ouro, e outros de cambraia a quem a habilidade fez equivocar com
as do campo, as quais cercavam aquele glorios jardim de virtudes, o qual
levavam na mesma forma outras tantas pessoas com as suas opas brancas e
murelas pardas.
Outro era do Invicto Mártir S. Sebastião coberto de vários papéis
dourados com tanta traça ornado... parecia brocado levantado em montes de
ouro, em quye bem se patenteavam aramos de vistosas flores, o qual levavam
outros tantos homens com as suas opas vermelhas; outro era o de santa
Bárbara pintado de clarão encarnado com ramos de ouro e ornado com
perfeitos ramos de diferentes e vistosas do Brasil, nos cantos, o qual levavam
outros tantos homens com opas vermelhas...
O outro era o de Nossa Sen hora do Bom Despacho que deu o Reverendo
Vicente Gramaxo Cavaleiro professo da ordem de Cristo, Juiz da Confraria
da dita Senhora o qual era de todo de talha preciosa dourada, e nela tinha
engastadas várias pedras como esmeraldas, rubis e outras mais vistosas que
ornavam aquele trono de ouro, com prodigiosos e ricos ramos de flores e em
vasos dourados, entre os quais ia brilhante aquela rosa de Jericó, lançando
daquele trono resplendores como outro sol a todos os que assistiam aos seus
obséquios. Levavam o andor quatro Irmãos com suas opas brtancas de seda,
e murelas azuis, e acompanhavam dois com duas tochas, todos estes Santos
eram da Igreja.
De fora era S. Faustino Padroeiro da Igreja e freguesia de Gueifães... andor
todo precioso porque era todo coberto de primavera branca tgrespassada de
ramos de ouro, com quatro pirâmides de prata batida em que nos quatro
cantos se seguravam belos ramos de flores, todo ataviado de topez de
preciosas fitas de ouro, e prata, e guarnecido em volta com várias franjas de
prata, como Menino Jesus de uma parte e de ouytra com Nossa Senhora da
Conceição tudo com tanto asseio ornado que foi para admiração e pasmo,
levava o mesmo andor o mesmo Reverendo Abade e mais três Eclesiásticos
Irmãos bem asseados com as suas estolas de tela e o acompanhavam seis
feregueses com suas opas de seda encarnada e tochas com a sua xcruz de prata,
e manga de rica tela.
Era outro da freguesia de S. Tiago de Custóias o Menino Jesus... o qual era
não menos rico, preciosso e asseado, pois era todo coberto de Damasco
Continua na página 9
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 8
Consultando os Arquivos da Paróquia
Continuação da pág. 8
encarnado e guarnecido por cima com várias joias de esmeraldas, diamantes, cordões de ouro...
Era o outro o Padroeiro de S. Mamede da freguesia da
Ermida da Infesta ...com notável asseio pois era todo um campo
de flora em que admiravam vistosas e admiráveis flores..
Iam dois Anjos diante do andor de Nossa Senhora lançando flores de suas grandes salvas de prata os quais deu António
Costa e Almeida da cidade do
Porto ... pois pareciam com os Serafins do Céu. E mais o
Anjo da Guarda vestido de armas brancas como vai no Corpo
de Deus adiante de S. Miguel com todo o asseio.
Iam mais três figuras, a saber Roma, Barreiros e a Fama cada
uma montada em seu cavalo bizarramente enfeitados e
custosamente agiasados e as figuras ricamente vestidas e
embuçadas à trágica com belos cortes de seda de ouro, e prata,
que eram para admiração e asombro, ou pasmo para a vista,
pelos peitos que tinham vestidos de ouro, prata e pelos
vistosos cucases que de diferentes cores tinah siobre a cabeça
com cabeleiras. Levava Roma num tarjão no braço escritas
induklgências. Levava Barreiros um estandarte aplaudindo-as e
ia a Fama com um clarim publicando-as...
Foi a procissão pelos lugares seguintes: Barreiros Souto,
Vizo, Estrada, Brandinhães, Barroco, Outeiro, Recamunde e
Jarissa ... às suas portas e mais fregueses se esmeraram com
todoo o capricho a guarnecer oito bem feitos arcos e a fazer
oito perfeitos altares com prodigiosas Imagens de Crucifixos e
outras saíam dos seus sítios a festejar e a ver aMaria Santíssima
que por eles passava, nos quais se não vima montes mas sim
voistosas ruas de belos lençóis de custo, Damascos, primaveras, bandeiras e outras admiráveis alfaias tudo alcatifado de
vários cheiros que no desvelo que todos tiveram bem mostra-
do o que são devotos daquela Mãe de Piedade e Senhora dos
Bons Despachos..
Acompanhavam a Procissão indo diante mais de sessenta
insífgnias entre guiões, estandartes e cruzes que não foram
todas as das Igrejas e freguesias deste Couto mas para decorar,
fazer procissão mais sumptuosa e magnífica veio assistir com
a sua pessoa o Muito Reverendo Senhor João de de Faria e
Gouveia digníssimo Abade de S. Romão de Vermoim e mandou
assistir, mandou os Oficiais da sua Igreja com as suas insígnias
das Confrarias.
Como também veio o Muito Reverendíssimo Senhor
Domingos do Rosário digníssimo Abade de S. martinho de
Barca e mandou também as suas Confrarias e o mesmo obséqui
fez o Muito Reverendo Domingos de Figueiredo digníssimo
Abade de S. Tiago de vindo também e Milheirós vindo também
e mandando as suas Confrarias vindo juntamente outros
mais preparos das suas Igrejas e da freguesia de S. Salvador
dse Moreira, o pálio de tela branca tecu«ido de ouro com
as" alanternas" de prata e varas e outros muitos trastes que
tudo foram naquela ocasião realces para mais luzir tão
vistoso e devoto acto, assistido para bem a ornar o Rev.do
Juiz Vicente Gramaxo indo com a sua vara atrás do pálio,
e os Reverendos Eclesiásticos Irmãos que iam acompanhar
a Senhora com suas sobrepelizes e medalhase mais de
cinquenrta irmãos com suas opas brancas, velas, tochas e
coroas nas mãos e além disto um inumerável povo não só
de todo este Couto e ditas freguesias mas de outras partes
como S. João da Foz, Matosinhos, Cidade e outros remotos
lugares pessoas de superior graduação e autoridade que
com a sua assistência então se transformou a freguesia em
cidade e se viram cortes na aldeia... (Continuará)
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 9
NO CÉU NÃO HÁ CUNHAS
Há uns tempos li num capítulo do livro Razões para a
Esperança esta frase: “Há muitos que só amam a Deus na
medida em que lhes garante a sua felicidade pessoal, e não o
amam por Ele ser Deus, mas por ser útil para eles”. O autor
falava da história de uma santa, “que também não funciona”. Em
entrevista a uma das irmãs de Maria Goretti, foi-lhe perguntado
se a canonização da irmã lhe tinha trazido qualquer vantagem
material. Que não, nem sequer lhe facilitou, uma melhor
posição social.
O entrevistador estava à espera, certamente, de
outra resposta. Na nossa sociedade actual vive-se muito de
favores, cunhas, pedidos, influências e, talvez, pouco de incentivos para trabalhar e esforço para as pessoas se tornarem mais
capazes e aptas: estudo para se valorizarem, empenho para
vencer as dificuldades.
O melhor professor de natação não é aquele que passa
o tempo a segurar na água os aprendizes. O melhor pai não é
aquele que vive a impedir os filhos de “nadarem” sozinhos.
Há uma frase, já muito antiga que diz: Dá muito trabalho
ser santo. Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas
veredas, disse Cristo. Não disse encurtai (aplanai) os caminhos, tirai as pedras mas... endireitai-os (com esforço, empenho, trabalho e dedicação) para poderdes chegar mais depressa e em segurança.
Tive alunos, nas aulas de educação física que “morriam
de medo” quando tinham que fazer qualquer coisa diferente do
habitual do dia a dia. Crianças super protegidas, angustiadas
quando tinham que fazer qualquer movimento ou viver uma
situação nova, diferente do dia a dia.
Soube que uma mãe descia do andar, onde vivia, para
ajudar a sua filha de 11/12 anos a atravessar a rua com poucos
metros de largura e escasso movimento de carros. Claro que
a pequenita era absolutamente incapaz de correr, agarrar uma
bola, saltar... participar activamente em qualquer trabalho de
grupo. A mãe não a substituia nas aulas de Educação Física
porque...
Podemos repetir, mecanicamente, muitas orações ou
fórmulas “fechadas” de rezar. Nunca chegaremos, assim, a falar
verdadeiramente com Deus. As crianças quando falam com os
pais, não o fazem como nós falamos com Deus, muitas vezes
através de fórmulas, frases feitas.... Quem tem razão? Perante
Deus, somos sempre pequeninos, crianças recem nascidas, a
precisar de tudo.
Se calha, alguma coisa está errada nas nossas orações
ou no modo como nos relacionamos com Deus. Rezar não
deve ser, apenas, a repetição mecânica de fórmulas de livros
de orações, mas falar com Deus, como falávamos com os
nossos pais em pequeninos.
Não foi por acaso que Cristo dizia: “Deixai vir a mim as
criancinhas porque delas é o Reino dos Céus” ou “ se não vos
tornardes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus”.
Ninguém é santo sem esforço, sem perseverança, sem
determinação e empenho em ser cada vez melhor, sem coragem de enfrentar, muitas vezes, opiniões e até opções de vida
diferentes da sociedade, tenacidade em manter sempre o
mesmo rumo, perseverança em vencer os maus momentos da
vida, capacidade em descobrir o melhor, que pode não ser o
mais fácil.
O caminho tem que ser feito, sempre, por nós.
Porque... no Céu não há “cunhas”!
Mário Oliveira
Uma Feliz Notícia
Ordenações na Sé do Porto - 10 de Julho - 16h
Decorrerá no próximo dia 10 de Julho, às 16h na Sé do Porto a celebração das Ordenações
Presbiterais, onde serão ordenados dois Presbíteros e seis Diáconos.
Receberão a ordenação de Presbíteros os seguintes ordinandos:
João Pedro Lêdo Mateiro Gomes Marques - natural de Penso - Braga, com estágio realizado na Paróquia de Santo Tirso;
Rui Miguel da Mota Alves - natural de Boelhe - Penafiel, tendo realizado estágio na Paróquia de Oliveira do Douro
Marcos Leandro Babo Coelho - Missionário da Consolata
Serão ordenados Diáconos:
André David de Vasconcelos Aguiar Soares - natural de Rôge - Vale de Cambra;
André Fernando Cardoso Machado - natural de Carvalhosa - Marco de Canaveses;
José Ricardo da Rocha Dias - natural de Vandoma - Paredes;
Luís Borges Martins - natural de Portela - Penafiel;
Pedro Miguel Amorim Rodrigues - natural de S. Martinho de Bougado - Santo Tirso;
Sérgio Filipe Pinho Leal - natural de Paço de Sousa - Penafiel;
Frei Abreu Brás - Ordem de S. Bento
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 10
O ORÇAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA PARA 2014-2020
Arlindo Cunha
A União Europeia tem por
princípio rever as suas políticas comuns cada sete anos,
num exercício altamente participado e em simultâneo com
a decisão sobre o orçamento
que durante esse período as
financiará.
Como o actual orçamento foi fixado para o período de
2007-2013, a U.E. terá, antes
do final de 2013, que chegar a
acordo sobre o orçamento
para o período de 2014-2020,
ao mesmo tempo que terá
que rever as políticas comuns
que, em conjunto, absorvem
mais de 80% daquele orçamento: a Política Agrícola Comum (PAC) e a Política de
Desenvolvimento Regional e
Coesão.
A proposta apresentada
pela Comissão Europeia é relativamente conservadora:
1.025 milhares de milhões de
euros, correspondentes a
1,05% do PIB da União e a um
aumento nominal de 5% face
ao período anterior - o que,
considerando a inflação,
corresponde a algo próximo
da estagnação. Não obstante
esterelativoconservadorismo,
países como a Alemanha, Reino Unido, Holanda, Suécia ou
Dinamarca consideram que na
actual conjuntura a U.E. deveria reduzir as suas despesas,
fixando-as num valor próximo de 1% do PIB.
Tal situação impõe três
comentários de imediato.
O primeiro é que estes
países que protestam contra a
proposta da Comissão e defendem um orçamento comum mais reduzido são os
que mais contribuem para o
seu
financiamento.
Consequentemente, quanto
menor for o orçamento da
U.E. menos transferências farão para os cofres comunitários.
O segundo comentário é
que nos tempos de crise em
que vivemos os Estados Membros tendem a reagir no quadro de uma lógica nacionalista
de deve e haver orçamental,
em vez de uma lógica de efeitos positivos induzidos (spill
overs) pelas políticas e financiamentos comuns da União.
O terceiro comentário
visa sublinhar algo que passa
desapercebido para muitos
cidadãos: a pequeníssima ex-
pressão do orçamento comumfaceaodosEstadosMembros,quandomedidosempercentagem do PIB. Na verdade,
enquanto que num Estado
Membro medianamente organizado em termos de finanças públicas, um orçamento
de Estado representa 40 a
50% do PIB desses países, no
caso da U.E. não passa de
1,05%, como agora proposto.
A explicação é simples: enquanto que num Estado Membro normal o orçamento serve para financiar as funções
primária do Estado, incluindo
a educação, saúde e justiça, tal
não acontece no caso da U.E.,
em que o orçamento só é
chamado a financiar acções
comuns nos casos em que os
Estados Membros decidiram
que tais funções seriam melhor desempenhadas a nível
comum do que a nível nacional. Chama-se a isto o princípio da subsidariedade.
Como na caso da U.E. foi
decidido que estas funções a
executar através de políticas
comuns
e,
consequentemente, do orçamento comum, seriam,
designadamente, a PAC e a
Política de Desenvolvimento
Regional, torna-se evidente
que os Países que não
benificiam muito destas duas
políticas não são entusiastas
de um orçamento comunitário elevado.
Estamos, naturalmente,
num jogo de interesses, em
que cada país segue a estratégia que mais lhe convém, até
se chegar a um acordo com
quetodospossamviver…Essa
é a lógica normal de qualquer
negociação. No entanto, impõe-se sublinhar que uma
coisa são estratégias negociais,
em que cada país argumenta
no sentido da defesa dos seus
interesses; e outra, completamente diferente, é defender
os interesses nacionais sem
considerar o interesse comum.
Esperemos que haja
discernimento e que os grandes Estados Membros da U.E.
compreendam que não é possível haver mais Europa por
menos dinheiro!
FESTA DO CORPO DE DEUS
Foto de José Tomé
Foto de José Carlos Teixeira
Estiveram presentes as Paróquia de Gemunde e de Gueifães e as Autoridade do Concelho , da Freguesia,
Rotary Club da Maia, alguns Presidentes de Juntas, PSP, Protecção Civil, Bombeiros de Moreira, Santa Casa
de Misericórdia, Cruz Vermelha da Maia e uma grande multidão.
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 11
RETALHOS
Este texto é tal e qual uma manta de retalhos. Essa mesma
manta pode ser salpicada de mil cores; pode ter pedaços de
tecido grandes ou pedacinhos bem pequeninos; pode ter
retalhos com muitas formas, umas mais alongadas outras mais
alargadas. A costura a unir esses pedaços pode ter vários
pontos, caseado ou em "ziguezague"; pode ser feita de pedacinhos de lã, para o Inverno, ou de pedacitos de chita, para o
Verão; Pode ter flores, quadrados, riscas; pode ter verso e
reverso, para dupla utilização. Pode ser usada com utilidade ou
simplesmente para decorar; pode cobrir um assento, uns
pezitos de criança ou as mãos frias e ternas de uma velhinha.
A manta de retalhos é como a nossa vida. É feita de
pedacitos, uns bonitos outros feios; uns difíceis de arranjar,
que nos podem custar muito suor e lágrimas; outros bem mais
fáceis de conseguir, que nos podem alegrar e dar felicidade.
Podem ser retalhos mais desgastados e rompidos pelo cansaço,
pela doença e pelo desgosto; ou mais novos e sem partes
rompidas pois ainda não viveram senão momentos de alegria
como o nascimento de uma criança, a formatura de um jovem
ou a aquisição de um carro novo.
De retalhos também feito o mês de Maio. Feito de pedacitos
de vários tamanhos e de várias cores. No primeiro dia deste
mês, vivemos vários acontecimentos que nos encheram de
alegria e felicidade. Vivemos e celebramos o Domingo da
Misericórdia. Este domingo encerrou uma semana de novenas
à Divina Misericórdia. Todos os dias da semana precedente,
cadenciadamente e a uma só voz, rezou-se e cantou-se a Jesus
Misericordioso. Não se pode dizer que fossem muitos os
corações reunidos nas duas igrejas mas, unidos faziam valer o
seu amor a Jesus e à sua Misericórdia.
Celebramos também o Dia da Mãe. Sem grandes gastos, ou
com a "prata da casa," até porque o valor da oferta não é o mais
importante, lembramo-nos da mãe de cada um de nós.
Lembrámo-nos das mães ainda presentes, são marco forte, e
das que já partiram, pois estão a velar por nós junto de Deus.
Cada mãe é protagonista na história dos seus filhos. Horas de
aflição gastas entre febres e viroses. Horas de alegria pelas
conquistas feitas na escola, no desporto e, mais importante, no
crescimento e valorização pessoal de cada filho. Cada mãe vive
a canseira diária para que nada lhes falte, nem pão nem criação.
Cada mãe, mesmo mãe, é modelo fiel, amparo, guia, reflexo do
que de bom a vida nos pode dar.
Outro acontecimento que nos encheu o coração de
alegria foi a beatificação do Papa João Paulo II. Um pedacito do
nosso coração foi com o Sr. P.e Domingos nos envelopes que
se prontificou a levar para Roma com os nossos pedidos.
Longe, muito longe estávamos, mas, perto, bem perto estiveram os nossos corações do grande beato dos nossos dias. O
homem que sempre disse "de pé diante dos homens e de
joelhos diante de Deus"; o homem que escreveu pela sua mão
a história e foi ponte entre dois milénios; o homem modelo de
perseverança e serenidade, que abraçou a cruz até ao fim,
"súbito" será santo, para grande alegria nossa.
E, neste mesmo dia primeiro começamos a novena a Maria.
De novo, os nossos passos se dirigiram, ao final de cada dia, para
as nossas duas igrejas. Em uníssono se recitaram as cinquenta
ave-marias. Longe chegava o eco das nossas vozes entrelaçadas
em cânticos de louvor a Nossa Senhora.
No dia doze percorremos as ruas da nossa cidade. De vela
e coração acesos com a nossa fé, fomos cantando e rezando
com Maria, para que as nossas vozes pudessem chegar até
Jesus. Calcorreamos ruas atapetadas, com brio e com jeito,
com flores que iam deixando o seu perfume subir até às nossas
almas. E, percorridos os trinta e um dias deste lindo mês, das
flores, do coração e de Maria, celebramos o seu fim, que se háse prolongar no tempo, como pétala de rosa que perfuma a
página de um livro. Aos pés de Maria deixámos tudo: a
esperança e a alegria nas pétalas de uma flor, as nossas
preocupações e angustias num pedaço de papel e uma doação
material num envelope branco, fruto da nossa partilha.
De retalhos costuramos a manta do mês de Maio. Com
pequenos pedaços, de cores alegres e vivas, salpicados de
bonitas e perfumadas flores…
Conceição Dores de Castro
Chegou oVerão
Chegou o Verão! Com ele o sol e o calor. As pessoas
tiram férias e vão à praia, tomam banhos de sol e de mar.
O verão éum tempo emque se esquece tudoe todaagente
se diverte, tentando fugir do dia a dia. As pessoas andam
mais alegres e com a alegria vêm as festas. Festas essas onde
as pessoas perdem a noção do limite, por consequência
acontecem acidentes. Nem tudo é bom quando o tempo
aquece… Começa a época de incêndios, existem mais
desastres,…
Mais um verão, mais incêndios causados "pelo aumento das temperaturas". Incêndios que destroem brutalmente as florestas portuguesas, habitações e campos agrícolas
sem razão. Incêndios que destroem vidas em segundos…
Também com o verão vêm as festas populares e
religiosas. Logo no inicio do verão ou no final da primavera, celebra-se o Corpo de Deus. Na Maia esta festa
religiosa é celebrada com a missa e com uma procissão.
Este ano, a procissão teve a presença da protecção
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 12
civil, dos bombeiros, da policia, das paróquias de Gemunde
e de Gueifães e das autoridades civis, nomeadamente os
representantes camarários. Para além destas identidades
também participaram os diáconos José Pereira e Jorge
Moreira, os acólitos, os Ministros Extraordinários da Comunhão, as cruzes da Visita Pascal, assim como de toda a
gente que quis celebrar o Diviníssimo Corpus Christi. Este
ano houve menos gente a celebrar o Corpo de Deus, o que
é um pena, pois a procissão foi muito bonita e vivida
interiormente, pois que exteriormente já estávamos a
demonstrá-lo publicamente. A procissão foi muito rica
para quem participou nela. O Sr. P.e Domingos teve a
honra de levar a Santa Eucaristia nas suas próprias mãos.
Muitos parabéns a todos os que participaram e organizaram a procissão. Muitos parabéns, também, ao Sr. P.e
Domingos que presidiu a esta celebração.
Bom Verão!
Maria Lúcia
A conduta de Maria na "crise permanente" da Sua Vida
Leopoldo Abadia, professor em
Navarra, produziu a 2/4 uma conferência sobre a crise actual, e a forma como
encarou a Virgem Santíssima a "crise
permanente" que foi a sua vida. A conclusão deste economista católico é que na
Virgemtemosomodelotambémdocomo
devemos viver o tempo corrente, com as
dificuldades que sentimos.
Abadia começa por contrastar o pânico que temos das criações humanas,
como juros e prestações bancárias, com
o verdadeiro temor que a jovem judia
deve ter tido na aparição do Anjo. "Ela, ao
ouvir estas palavras, perturbou-se, e discorria pensativa que saudação seria esta.
O anjo disse-lhe: "Não temas Maria, pois
achaste Graça diante de Deus!" (Lc 1; 2930) Como não imaginar o temor e surpresa da visitada pelo mensageiro de
Deus, em casa, saudando-a como "cheia
de Graça!"? O anjo sente-o e diz-lhe que
não tenha medo, mas haveria crise mais
violenta? Contudo, a sua reacção é a que
a caracterizará sempre: tudo pensa em
seu coração. Não encontra em si a grandeza da saudação, nem motivo de ser
visitada pelo mensageiro de Deus, porque assim são os humildes de coração.
Essa humildade meditativa de Maria é
uma lição! Ela encara aquela surpresa
com a "inteligência emocional" e a ponderação, que tanta falta nos fazem para
problemas infinitamente menores!
O Anjo segue com o anúncio: Maria
dará à luz um filho a quem será dado o
trono de David e o seu Reino não terá fim
(Lc 1; 33). A resposta da Imaculada é
desarmante! Ao maior, mas também o
mais assustador anúncio que uma mãe
podia receber, Maria revela as virtudes
tão esquecidas da sensatez, da honra e da
decência. A preocupação de Maria é
clara: virgem do templo, esposa de José,
com quem só se podia unir um ano
depois do casamento, pergunta apenas:
"Como se fará isso se eu não conheço
varão?" (Lc 1, 34). Para além da admiração
profunda que temos para com a pureza
que quer preservar, em sua honra, não
cedendo a sensualidades, Maria mostranos tanto do que falha nesta crise: perda
de valores, de decência, escravidão ao
hedonismo e à gratificação sexual, falta de
honra familiar a negocial. Inebriados por
produtos financeiros exóticos, muitos
se esqueceram de pedir o que Abadia,
com humor, chama de "manual de
instruções". Maria, pelo contrário, não
abdica da honra na promessa a José. E
não se coíbe de pedir essa explicação.
Com amor mariano, Abadia, faz a metáfora, "A Nossa Amantíssima Virgem não
"compra" de imediato a conversa do
Anjo, sem garantias!", contrariamente ao
nosso frémito consumista que arruinou
a poupança e gerou as crises da dívida!
Quanto não teríamos a aprender?
O encanto com o "Fiat" de Maria, da
sua adesão à Vontade de Deus, deve pois
ser redobrado: é o Sim! de uma judia
sensata, ponderada, pura, honrada, que
em seu coração recebeu o que o Anjo
lhe disse. E a sensatez que revela mostranos que o Sim! da Virgem Mãe é um sim
consciente de que estava abrir uma crise
incomensurável na Sua Vida: aceita ser a
protagonista sofredora do Evangelho,
cujo Filho será morto; arrisca-se ao repúdio de José, podia ser acusada de adúltera, e apedrejada até à morte! Sabia tudo
isso, por isso este é um momento de
crise profunda! E contudo diz: "Faça-se!"
Que modelo de coragem na adesão ao
Plano de Deus, ainda que lhe acarretasse
sofrimento terreno! E temos nós a ideia
que sofremos? E enfrentamos o sofrimento com os olhos postos no Sim
frontal de Maria ao sofrimento que antecipava?
Quando Maria e José sobem para
Belém, já superou a Virgem outra crise: a
ajuda à sua prima Isabel! Uma ajuda desprendida, uma fraternidade que faz hoje
falta. Pronta! "Maria foi com pressa" ter
com Isabel! (Lc 1, 39). A subida para
Belém, nos momentos finais da gravidez,
é longa e montanhosa. Maria estava prestes a dar à luz e faz esse caminho com
Carlos Santos*
José. Caminho de dificuldade, de crise!
Como é de crise a contingência de que
apenas numa gruta fria, aquecida pelo
sopro da vaca, Maria dê à luz! Jesus nasce
numa situação que hoje diríamos impossível para seus pais, que não tiveram lugar
na estalagem! Improvisaram e entregaram-se à Providência! Quando dizemos
crise, hoje, quantos pensam em inovar,
empreender? Em entregar-se à Providência na busca de solução? Maria e José
não desesperaram!
A uma crise sucede-se outra: dia
depois, Maria ouve a profecia do velho
Simeão: "Uma espada de dor atravessará
a tua alma!" Quantas angústias não lhe
terá gerado? Para pouco depois ter de
partirparaoEgipto,escapandoaHerodes.
Partem nessa noite: o que poderiam levar
com eles? Como sobreviveriam? Não
hesitam! Com Fé, partem e confiam!
Quantos são apanhados no desemprego
e não aceitam oportunidades que lhes
desagradam, ou ofertas que envolvem
uma deslocação um pouco maior? Seguramente seria mais simples que a fuga
para o Egipto! José teve de arranjar uma
nova clientela, como carpinteiro. E dizemos nós que perdemos rendimento?
Poderíamos continuar no regresso,
onde José teve de fazer nova clientela na
Judeia. Ou no desespero de Maria quando Jesus desaparece por 3 dias e surge a
ensinar no templo! Que novas chegariam
a Maria, anos mais tarde, dos milagres e
perseguições, das artimanhas dos
fariseus? Que receios não terá tido?
Contudo, no momento da crise maior,
junto à Cruz, é Maria que está presente.
A angústia e a crise atingem um máximo
e é Ela que surge junto ao filho! Como é
Ela que persuade e lidera os discípulos
dispersos, posteriormente ao Calvário, e
que os mantém no Cenáculo, no Pentecostes.
Pergunto, com L. Abadia, vivemos
realmente em crise? Não devemos pôr
os olhos no Amor Maternal de Maria e
seguir o Seu exemplo? Que pena que
neste tempo de crise para nós não olhemos para as virtudes com que Maria nos
ensinou a viver uma vida de crise permanente! Porque não nos entregamos a Ela,
como crianças, tendo-a como modelo de
ponderação, Fé, adesão incondicional a
Deus, honra, decência, AMOR,
empreendedorismo, sacrifício, trabalho,
inovação, liderança e persuasão? Amar a
nossa Mãe Eterna, é também reconhecer
o seu modelo, na nossa vida neste mundo hoje!
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 13
Prestar atenção
Um dia destes fui presenteada com um marcador de livros.
Eu gosto muito de marcadores de livros. E este em especial
porque traz um poema de Fernando Pessoa que fala daquilo
que considero fundamental e dá sentido à nossa existência: a
lisura e verticalidade das nossas atitudes, as nossas asas de águia
em oposição às nossas patas na lama, a possibilidade de sermos
melhores pessoas e a esperança que isso pode mudar o mundo.
"Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui;
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és, no mínimo que fazes.
Assim, em cada lago a lua toda brilha
porque alta vive." (Fernando Pessoa)
Ser grande pode ter vários sentidos. Nem todos fazem a
mesma leitura do seu significado. Quem é pequeno poderá não
conseguir perceber que ser grande não é ser poderoso,
arrogante ou rico. Ser pequeno e mesquinho dificulta ser
inteiro.
Por isso, ser e pôr quanto somos no mínimo que fazemos
soa a desafio permanente.
Tão constante, permanente e exigente que percebemos
que para brilhar não podemos contar só connosco.
Acredito que o brilho e a força derivam de Cristo. Acredito
que Cristo apelou a uma existência grande e inteira.
Acredito que Cristo fala-nos de muitas e renovadas formas
para nos dar a conhecer e a sentir o calor e a luz do brilho que
emana de nós próprios, que vive também nos outros e que
pode ser contagioso.
Muitos de nós desconhece, ou nunca procurou em si ou
nos outros qualquer sinal da sua lisura e integridade.
Por vezes, exageramos ou escondemos o que somos ou o
que queremos. Não somos humildes.
Não percebemos o que andamos cá a fazer. Não queremos
aceitar a ideia de que existe um plano de vida para cada um de nós.
E assim, podemos viver sem nunca chegar a perceber que
força ou intensidade temos ou transmitimos.
De verdade, não brilhamos para nós em exclusividade. Não
faria muito sentido para quem se identifica como fazendo parte
de um povo de crentes, uma comunidade que não conhece
fronteiras e que vive do Amor proclamado por Deus.
Neste mês, em que celebramos Nossa Senhora do Bom
Despacho, fica a proposta, que espero não ser vista como
arrogante, de descobrirmos o brilho que emana da Mãe. É luz
que guia. Guia para o alto. Guia para Cristo.
Boas férias e até breve!
Estamos num mês em que na nossa cidade se homenageia
o símbolo das mulheres. Nossa Senhora do Bom Despacho.
Vão quase vinte anos, deu-me para descrever a mulher
portuguesa de forma simples e versátil, refletindo os vários
figurinos do feminino em Portugal.
O ser humano na sua essência padroniza a admiração pelo
sexo oposto, criando entre si afetos de admiração profunda,
hoje, idealisticamente, traduzido na palavra "amor" falseando o
seu conteúdo.
Não sei se vou ser bem interpretado, mas porque me
parece chamar a atenção para uma situação que atualmente
escasseia, a paixão, aposto na sua publicação.
Mulher
Gostei de ver-te. Laçarote engalanado
Esvoaçando. Como folhas ao sabor do vento
Cabelo em desalinho. Como o pensamento
Bramindo, trémulo. Cachoeira de vime arcado
Qual rosa! Quando abelha por aí se espraia
Na azáfama. Para que seu néctar extraia.
Anca roliça. Peito farto. Andamento mole
Se passa. Se ajeita. Se com alguém se cruza
Abotoo-a. Aconchega. A gola de blusa.
Que em seu dorso colore franzido fole
Borboleta esvoaçando sobre searas loiras
De trigo. De feno. Colorida a papoilas.
De socas "Rapelhas". Coçadas pelo chão
"Anqueia" as nalgas em firmes passadas
Saiote abrigando as tíbias torneadas
Embalam um sonho que vivo em vão
Imune ao sentir que nutrem por ti
Não me topaste, ao passar por aqui.
"Alouca-me" a mente. Sentir que não sentes
Não sonhas. Não olhas. Não lês no meu peito
Açoita-me um frio na espinha. Sem jeito
Por sermos amantes. De paixões ausentes
Sufoco. Sem palavras. Na vontade de dizer.
Sofro. Porque te amo demais. Mulher!
Rapelhas - Tamancos gastos
Anqueias - Movimento das ancas
Alouca-me - De estar louco
Férias
Em Julho fazemos festa
Em Agosto fazemos férias
Em Setembro regressamos
Tratando de novas matérias…
Paula Issabel
Henrique Antº Carvalho
A PEREGRINAÇÃO DOS FRÁGÉIS
No fim de semana de 25 e 26 de Junho de 2011, houve a Peregrinação
dos Frágeis a Fátima, promovida pela Pastoral da Saúde da Diocese do
Porto.
As Vigararias foram convidadas, mas porque não aconteceu a nossa
Paróquia incorporou o Grupo do Hospital de S. João e foi só no dia 26.
Foram oito os que a fizeram. A carinha da Paróquia fez o transbordo até
ao S. João, por iniciativa do Sr. Machado e anuência do Pároco . Presidiu o
Senhor D. Manuel Clemente. Foi uma bela experiência para os nossos
irmãos que têm os seus limites físicos mas não os espirituais que por vezes
suplantam os que se dizem com toda a saúde.
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 14
IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE
Nª Sª DA MAIA
E OBRAS PAROQUIAIS
MÊS DE JUNHO
Sara Isabel Carvalho Verdelho e João Pedro Vieira .Pinto
Transportar - 35.665,93
NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO
50,00
Junho-1ºDomingo 1.169,00;2º Domingo 536,00;3º Domingo
743,00;4º Domingo 636,00;Oratório Arautos (Beatriz 40,00;
Conceição Romano 41,40)
g. Nª Sªda Maia-Junho:Na Sª da Maia-47,30;Santíssimo Sacr. 14,30
S. Miguel 26,00; Obras-6,50
CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL
LAR DE NAZARÉ
PLANOMAIA
O LAR DE NAZARÉ
O Centro Social e Pastoral (Lar de Nazaré) cresce,
cresce... O crescimento é bem visível e enche o olhar
e o coração. Já são muitos os que me perguntam:
- Quando é que se prevê a conclusão?
Esta pergunta é um bom sinal, pois traduz um
querer positivo de que a Obra apareça a funcionar.
Serão muitas as valências que ela poderá ter: Centro de
Dia, Apoio Domiciliário, Centro de Encontro para
Jovens, Teatro, Dança, Catequese, Pastoral Familiar,
Costura e Culinária, Atendimento ( Tem vários gabinetes).
Todos sabem que há necessidade de colaboração
real. Sabemos todos que a época não é boa.... Mas será
que o dar algum dia teve época boa? Para dar para esta
obra é preciso ter bom coração e sentido de fé.
Deus rcompensa a quem dá a partir do coração. Só
assim é que há generosidade.
Para a história:
Transporte .-----------123.851,30 •
814ª Of.Maria Margarida----------------------- 10,00
815ª Of.Alguém (C.S.T)------------------------------ 250,00
816ª Of.Alguém --------------------------------- 20,00
817ª Of.Fernando Almeida --------------------- 50,00
818ª Of.Rui Jorge Brandão Martins ----------- 20,00
819ª Of.António Oliveira Pereira--------------- 12,85
820ª Of.Maria Alice----------------------------- 20,00
821ª Of.6ª Prestação (Casa Novo Rumo)----- 20,00
822ª Of.Bristol School-Instituto Línguas Maia 1.000,00
823ª Of. Elisa Azevedo------------------------- 25,00
824ª Of. Arminda Caiado Soares Oliva Teles1.000,00
A Transportar ---------------------------2.427,85•
OFERTAS PARA A ESTÁTUA DE JOÃO PAULO II
Saldo anterior - 5.138,00
-Maria Adelaide Moreira dos Santos---------- 25,00
Transportar- 5.263,00
No dia 13 de Julho de 2003 do ano de 2003, Nossa
Senhora do Bom Despacho foi coroada e proclamada
Padroeira do Concelho da Maia, por Sua Ex.a
Reverendíssima, o Senhor Bispo do Porto, Dom
Armindo Lopes Coelho, de feliz memória. Era o dia da
Festa. A Coroa foi oferecida pela Câmara Miunicipal a
que presidie e preside o Sr. Eng. Brgança Fernandes ,
dando cumprimento a um voto do saudoso Presidente
Dr. José Vieira de Carvalho. Uma página de ouro se
escreveu na nossa gloriosa história a que A Senhora do
Bom Despacho preside já desde a alta Idade Média, mas
mais em evidência a partir de 1730.
Na Maia havia, nessa altura, uma Igreja que começou a ser ampliada (26/02/1737) a expensas de Domingos Luís Barreiros Tomé, natural do Lugar de
Recamunde, emigrante na cidade de Baía (Brasil9,
mercê dum milagre "cura dum terrível mal da vista"
que ele obteve pelo pedido que lá fez a Nossa Senhora
do Bom Despacho, para que Ela possa ser mais conhecida, mais venerada e louvada, como o atesta uma
carta manuscrita pelo mesmo e que a Paróquia possui.
A devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho é
muito antiga, pois perde-se no tempo da Idade Média.
A documentação que se possui na Paróquia só nos diz
em 1730 que há mais de 50 anos Ela é aqui venerada.
Foi crescendo e o tempo dos séculos não a retirou
do calendário cristão da Maia e sempre no segundo
domingo de Julho.
Hoje vivemos com a intensidade da nossa fé esta
Festa. A Paróquia também se sente feliz porque esta
riqueza é riqueza de todo o Concelho da Maia que
Nossa senhora do Bom Despacho assumiu como Padroeira pelo Decreto Episcopal em 2003, ratificado a
25 de Março de 2004, Bodas de Prata Episcopais do
Senhor D. Armindo. Estamos gratos.
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 15
Pela Cidade...
UMA NOVA ERA NA EDUCAÇÃO: SERÁ POSSÍVEL?
Com a tomada de posse do governo, parece anunciar-se uma nova era
no que à política educativa diz respeito.
Tendo o Nuno Crato tido a oportunidade de se exprimir abundantemente
sobre as matérias educativas durante
os consulados dos seus antecessores,
criou-se um ambiente de forte expectativa quanto à sua capacidade para
passar à prática as ideias que se lhe
conhecem. Não será uma tarefa fácil a que o espera,
sabendo-se a dimensão e a inércia da máquina administrativa
que durante décadas foi sendo criada para gerir (e controlar) a educação em Portugal. Pelo menos, quem agora
assume as rédeas deste "monstro" estará plenamente consciente do que tem de enfrentar: no debate do programa de
governo prometeu combater a pretensão do seu ministério
para se comportar como "o dono da educação" no nosso
país…
Ainda é muito cedo para podermos prever o desfecho
da luta que se adivinha entre o ministro e os serviços que
vai dirigir. Há, no entanto, que levar em conta que terá de
enfrentar um outro adversário: o tempo. O momento em
que inicia funções coincide com o final do ano lectivo, num
período em que muitas das decisões mais importantes para
o próximo ano já estão tomadas. Não é possível parar por
completo uma máquina tão grande como a do nosso sistema
educativo para a reorientar numa nova direcção. Nos
tempos mais próximos será sempre necessário funcionar
com a mesma estrutura curricular, com os mesmos programas das diferentes disciplinas, com os manuais que estão
disponíveis nas livrarias e que estão a ser escolhidos nas
escolas, com a mesma rede escolar, com as pessoas que
ocupam neste momento os diferentes níveis da administração. A verdade é que não há lugar para sprinters no âmbito
da educação; o trabalho pedagógico é matéria de
maratonistas, gente capaz de suportar o tempo longo em
que se faz a formação das crianças e dos jovens. É um campo
onde se exige resistência e paciência para continuar, mesmo
quando os resultados demoram a aparecer ou até quando
parecem improváveis.
Para chegar a ver os frutos do trabalho pedagógico - ou
duma política educativa - é preciso acreditar no que se está
a fazer, ter convicções firmes para continuar e resistir ao
desânimo e ao cepticismo. Será que estamos perante alguém
que reúna estas condições? Arriscaria a dizer que sim, mas
só o tempo o poderá confirmar. De qualquer modo, há já
alguns sinais de ruptura com o passado mais próximo. A
suspensão do encerramento de mais de 600 escolas básicas
que já tinha sido decidido pela anterior titular do ministério
pode ser um deles. Sem pôr em causa a política de repensar
a rede escolar instalada, pretender-se-á evitar que situações
diferentes tenham a mesma solução, sem a ponderação dos
interesses locais, sejam das autarquias, sejam dos pais e
encarregados de educação. Este gesto pode ser visto como
um sinal de que o ministério não pretende comportar-se
como a única força a decidir nas matérias educativas. Se a
intenção for a de tentar conciliar os diversos interesses em
S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 16
causa, abandonando a atitude centralista e impositiva de
quem não hesita em colocar as comunidades perante factos
consumados que contrariam a sua vontade expressa, pode
ser que esta primeira suspensão tenha um significado que
ultrapassa o seu efeito específico. Poderá o ministro querer
mostrar que, de facto, a educação não pertence em exclusivo ao ministério instalado em Lisboa, mas que é uma tarefa
que exige o envolvimento e a assunção de responsabilidades por parte de outros agentes, como são as famílias e as
forças que representam as comunidades locais.
Outro sinal importante que foi dado no decorrer da
apresentação do programa de governo foi a concentração
do discurso em matérias que se prendem com questões de
pedagogia e didáctica. A referência às deficiências da estrutura curricular; os erros apontados no modo como estão
elaborados os programas das disciplinas; a alusão ao uso de
materiais como as calculadoras nas aulas de matemática do
ensino básico; a necessidade apontada de introduzir mais
exames, mais exigência e mais rigor na avaliação em todos os
patamares do ensino; tudo isto aponta no sentido de alguém
que pretende intervir no que é o mais importante do
trabalho educativo, que é o que se passa na sala de aulas, o
que acontece na relação entre o professor e o aluno. Claro
que, por enquanto, tudo isto não passa de um enunciado de
intenções, a expressão de vontades que terão de ser
concretizadas. A hora da verdade só chegará quando se
passar das intenções aos actos. Se é que vamos chegar lá…
Não é hora para sermos demasiado cépticos ou cínicos.
Não pretendemos augurar desgraças ou submeter-nos ao
peso do inelutável. Isso não impede que vejamos as enormes
dificuldades que uma inversão de rumo nas políticas
educativas que têm sido seguidas nas últimas décadas terá
necessariamente de enfrentar. Seja como for, a prova de
fogo inicial tê-la-á o novo ministro no modo como vier a
resolver o problema da avaliação dos docentes. Se conseguir conquistar um capital de simpatia junto da maioria dos
docentes, poderá ter sucesso. Se não tiver artes de ganhar
o seu apoio, poderá comprometer definitivamente o êxito
dos seus projectos. Não teremos de esperar muito mais
tempo para o sabermos.
Luís Fardilha
S. MIGUEL DA MAIA
BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL
ANO XXII Nº 239
2011
Publicação Mensal
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Director: Padre Domingos Jorge
Chefe de Redacção: Adelino de Lima Martins
Telef: 229448287 / 229414272 / 229418052
Fax: 229442383 [email protected]
Registo na D.G.C.S. nº 116260
Empr. Jorn./Editorial nº 216259
http://www.paroquiadamaia.net
Impresso na Tipografia Lessa
Largo Mogos, 157 - 4470 VERMOIM - MAIA
Telef. 229441603
Tiragem
1.500 exemplares

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