liahona_2009-02 - res.ldschurch.eu

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liahona_2009-02 - res.ldschurch.eu
A Liahona
A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS •
F e v e r e i r o
d e
2 0 0 9
Lições dos Tempos
de Adão para os
Dias de Hoje, p. 10
Como Lidar com a Pressão
dos Amigos, pp. 26, 28
Seis Estratégias das
Famílias Funcionais, p. 36
Leve um Amigo, p. A10
A Liahona, Fevereiro de 2009
adultos
Mensagem da Primeira Presidência
2Frutos Preciosos da Primeira Visão Presidente Dieter F. Uchtdorf
Mensagem das Professoras Visitantes
25Compreender o Papel Divino das Mulheres
ARTIGOS
jovens
ARTIGOS
8Tornar-se Joseph Ricardo Reyes Villalta
O esquete que mudou minha vida.
10O Grande Plano de Nosso Deus Élder L. Tom Perry
16Não é Fácil Kelli Williams
18Ajudar os Recém-Conversos a Ficarem Firmes 28Ninguém Nunca Vai Saber Élder Stanley G. Ellis
Cada dispensação do evangelho tem algo importante
a nos ensinar.
Susan W. Tanner
Reter e reativar outros membros da Igreja é um trabalho de amor que nos traz muita alegria.
22Como Ter Sucesso Como Recém-Converso Gayle S. Iliff
Três coisas que os recém-conversos podem fazer para
ficarem fortes no evangelho.
32Ensinar no Berçário, Ensinar em Casa Margaret S. Lifferth
O novo manual da Primária para o berçário é um
recurso excelente tanto para os professores do berçário
como para os pais.
36A Família Funcional James D. MacArthur
Seis princípios úteis para o bom funcionamento da
família.
Seções
44Vozes da Igreja
Um batismo, uma bênçãos do sacerdócio, uma conversão e uma xícara
de chá.
48Como Utilizar Esta Edição
Idéias para a noite familiar, tópicos
desta edição e uma noite familiar
de sucesso.
Na capa
Primeira capa: Adão e Eva, de Douglas Fryer.
Última capa: O Senhor Aparece a Abraão, de
Keith Larson.
Apesar de ser o único membro da Igreja em minha
família, nunca estou sozinha.
Quando a tentação vier, não caia nessa mentira.
40Gerações Richard M. Romney
A fidelidade ao evangelho preserva as famílias de
geração em geração.
Seções
7O Que o Profeta Joseph Smith Ensinou: União
15Pôster: Só Olhando?
26Perguntas e Respostas
Tenho medo de que alguém venha a me oferecer
álcool ou drogas. Não gosto de dizer “não” às pessoas
nem de deixá-las zangadas comigo. Como posso ter
certeza de não ceder?
Fevereiro de 2009 Vol. 62 Nº 2
A LIAHONA 04282 059
Revista Oficial da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias
A Primeira Presidência: Thomas S. Monson, Henry B. Eyring,
Dieter F. Uchtdorf
O Quórum dos Doze Apóstolos: Boyd K. Packer, L. Tom
Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard,
Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales,
Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook e
D. Todd Christofferson
Editor: Spencer J. Condie
Consultores: Gary J. Coleman, Kenneth Johnson,
Yoshihiko Kikuchi, W. Douglas Shumway
Diretor Gerente: David L. Frischknecht
Diretor Editorial: Victor D. Cave
Editor Sênior: Larry Hiller
Gerente Gráfico: Allan R. Loyborg
Gerente Editorial: R. Val Johnson
Gerente Editorial Assistentes: Jenifer L. Greenwood,
Adam C. Olson
Editores Associado: Ryan Carr
Editora Adjunta: Susan Barrett
Equipe Editorial: David A. Edwards, Matthew D. Flitton,
LaRene Porter Gaunt, Carrie Kasten, Jennifer Maddy,
Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, Judith
M. Paller, Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan Pinborough,
Richard M. Romney, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul
VanDenBerghe, Julie Wardell
Secretária Sênior: Laurel Teuscher
Gerente Gráfico da Revista: M. M. Kawasaki
Diretor de Arte: Scott Van Kampen
Gerente de Produção: Jane Ann Peters
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Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett,
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Kathleen Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Scott M.
Mooy, Ginny J. Nilson
Pré-impressão: Jeff L. Martin
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February 2009 Vol. 62 No. 2. LIAHONA (USPS 311)
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crianças
Vinde ao Profeta Escutar
A2Ajuda para Curar Presidente Thomas S. Monson
O Amigo
ARTIGOS
A8Como Adão e Eva Kimberly Reid
A10Convite para o Dia de Atividade Marianne Dahl Johnson
A14Um Missionário Já Eu Posso Ser Patsy Pehrson
Capa de O Amigo
Ilustração fotográfica:
Laureni Ademar Fochetto.
SEÇÕES
A4Tempo de Compartilhar: Serei um Elo Forte Cheryl Esplin
A6Da Vida do Profeta Joseph
Smith: O Dia do Poder
de Deus
A13Testemunha Especial:
O que é a verdadeira conversão? Élder Richard G. Scott
A16Página para Colorir:
Veja se consegue
achar o anel do
CTR ucraniano
escondido nesta
edição. Escolha a
página certa!
Comentários
Uma Porção Maior do Espírito
Sou mãe de dois filhos maravilhosos e tenho um marido que me apóia.
Neste mundo tão incerto, a ­Liahona
é sem dúvidas a bússola moderna
de nossa família. Ao lermos a Mensagem da Primeira Presidência e outros
artigos inspiradores em nossas noites
familiares, uma porção maior do
Espírito do Senhor entra em nosso
lar. Sentimos o poder da Expiação de
nosso Salvador, Jesus Cristo, e encontramos consolo e paz.
Crisanta Estayo Padilla, Filipinas
Humildade e Perdão no Casamento
O artigo “Colocar Meu Casamento
Antes do Meu Orgulho” (janeiro de
2008) ajudou-me a compreender
mais plenamente a responsabilidade
do convênio matrimonial. Li o artigo
com meu noivo e fizemos metas para
transformar a humildade e o perdão
em princípios importantes em nosso
relacionamento. Pensei em emoldurar
o artigo para pendurar na parede da
casa a fim de sempre recordarmos o
doce espírito que sentimos ao lermos
juntos essa mensagem e fortalecermos
nosso amor.
Clébi Nascimento, Brasil
M e n s a g e m
d a
P r i m e i r a
P r e s i d ê n c i a
Frutos Preciosos
da Primeira Visão
P r e s i d e n t e D i e t e r F. U c h t d o r f
E
Os Desejos de Meu Coração, de Walter Rane, cortesia do Museu de História e Arte da Igreja.
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
m minha infância e adolescência na
Alemanha, freqüentei a Igreja em
muitos lugares e situações diferentes
— em humildes salões nos fundos de uma
casa, em mansões imponentes e em capelas
modernas e funcionais. Todos esses edifícios
tinham um importante fator em comum: o
Espírito de Deus estava presente. Podia-se
sentir o amor do Salvador no ramo ou na ala
quando nos reuníamos como uma grande
família.
A capela de Zwickau tinha um antigo
órgão de tubos. Todos os domingos, um
rapaz era encarregado de elevar e abaixar a
pesada alavanca que movimentava os foles
que faziam o órgão funcionar. Mesmo antes
de eu ser portador do Sacerdócio Aarônico,
tive algumas vezes o grande privilégio de
ajudar nessa importante tarefa.
Enquanto a congregação cantava os nossos amados hinos da Restauração, eu bombeava com toda a força para que o órgão não
parasse. Os olhos do organista indicavam de
modo inconfundível se eu estava fazendo um
bom trabalho ou se precisava com urgência redobrar os esforços. Sempre me senti
honrado com a importância daquele encargo
e pela confiança depositada em mim pelo
organista. Era um sentimento maravilhoso de
realização ter uma responsabilidade e fazer
parte desta grande obra.
Essa designação trazia um benefício adicional: a pessoa que movimentava os foles
se sentava num local com uma visão privilegiada do vitral que embelezava a frente da
capela. Era uma representação da Primeira
Visão, com Joseph Smith ajoelhado no Bosque Sagrado, olhando para o céu e para um
pilar de luz.
Durante os hinos da congregação e até
mesmo durante os discursos e testemunhos
dos membros, eu não me cansava de olhar
aquela ilustração de um dos momentos mais
sagrados da história do mundo. Mentalmente,
via Joseph recebendo conhecimento, testemunho e instruções divinas enquanto se
tornava um instrumento abençoado nas mãos
do Pai Celestial.
Sentia um espírito especial ao contemplar
a bela imagem de um menino de fé, em um
bosque sagrado, que tomou a decisão corajosa de orar sinceramente ao Pai Celestial,
um Pai que o ouviu e respondeu com amor.
Pelo poder universal
do Espírito Santo,
senti no coração e
na mente que era
verdade: Joseph
Smith vira Deus e
Jesus Cristo e ouvira
a voz Deles. Acreditei
no testemunho de
Joseph Smith dessa
experiência no
Bosque Sagrado, e
essa convicção me
acompanha até hoje.
O Testemunho do Espírito
Ali estava eu, um menino na Alemanha logo após a Segunda Guerra Mundial,
morando numa cidade em ruínas, a milhares
A Liahona Fevereiro de 2009
3
É
assim que
a Primeira
Visão de
Joseph Smith
abençoa nossa vida
pessoal, a vida das
famílias e, por fim,
de toda a humanidade: passamos a
acreditar em Jesus
Cristo por meio do
testemunho do Profeta Joseph Smith.
4
de quilômetros de Palmyra, Nova York,
América do Norte, e mais de cem anos
depois do ocorrido. Pelo poder universal do
Espírito Santo, porém, senti no coração e na
mente que era verdade: Joseph Smith vira
Deus e Jesus Cristo e ouvira a voz Deles. O
Espírito de Deus confortou-me a alma em
minha juventude com a certeza da realidade
daquele momento sagrado, que resultou no
início de um movimento mundial destinado
a “[rolar] até encher toda a Terra” (D&C
65:2). Acreditei no testemunho de Joseph
Smith, dessa gloriosa experiência no Bosque
Sagrado, e essa convicção me acompanha até
hoje. Deus falou novamente à humanidade!
Relembrando, sinto-me grato pelos muitos
amigos que me ajudaram em minha juventude a adquirir um testemunho da Igreja
restaurada de Jesus Cristo. Primeiro, exerci fé
simples no testemunho deles e depois recebi
um testemunho divino do Espírito em minha
mente e em meu coração. Considero Joseph
Smith uma das pessoas cujo testemunho de
Cristo me ajudou a desenvolver meu próprio
testemunho do Salvador. Antes de reconhecer a orientação do Espírito testificando para
mim que Joseph Smith foi um profeta de
Deus, meu jovem coração sentiu que ele era
amigo de Deus e que, portanto, de modo
muito natural, também era meu amigo. Eu
sabia que podia confiar em Joseph Smith.
As escrituras nos ensinam que são concedidos dons espirituais aos que pedem a
Deus, que O amam e que guardam Seus
mandamentos (ver D&C 46:9).
“Pois a todos não são dados todos os
dons; pois há muitos dons e a cada homem
é dado um dom pelo Espírito de Deus.
A alguns é dado um, a outros é dado
outro, para que desse modo todos sejam
beneficiados” (D&C 46:11–12).
Hoje sei que meu jovem testemunho foi
imensamente beneficiado pelo testemunho
do Profeta Joseph Smith e de muitos amigos
da Igreja que sabiam “pelo Espírito Santo
(…) que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que
foi crucificado pelos pecados do mundo”
(D&C 46:13). Seu bom exemplo, terno amor
e disposição para ajudar abençoaram-me
para que eu recebesse outro dom especial
do Espírito citado nas escrituras quando eu
ansiava por mais luz e verdade: “A outros
é dado crer nas palavras deles, para que
tenham também vida eterna se permanecerem fiéis” (D&C 46:14). Que dom maravilhoso e precioso!
O Dom da Fé
Quando nos humilhamos verdadeiramente, somos abençoados com esse dom
Ilustrações fotográficas de Matthew Reier; Ressuscitou, de Del Parson
de ter fé e esperança nas coisas que não podemos ver,
mas que são verdadeiras (ver Alma 32:21). À medida que
pusermos à prova as palavras que nos foram dadas nas
escrituras e pelos profetas vivos — mesmo que tenhamos apenas o desejo de acreditar — se não resistirmos
ao Espírito do Senhor nossa alma se dilatará e nosso
entendimento será iluminado (ver Alma
32:26–28).
O próprio Salvador explicou esse
princípio misericordioso de modo bem
claro para o mundo inteiro em Sua
grande oração intercessora, feita não apenas por Seus Apóstolos, mas por todos os
santos, até por nós hoje em dia, onde quer
que nos encontremos. Ele disse:
“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão
de crer em mim;
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai,
o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam
um em nós, para que o mundo creia que tu me
enviaste” ( João 17:20–21; grifo do autor).
É assim que a Primeira Visão de Joseph Smith
abençoa nossa vida pessoal, a vida das famílias e, por
fim, de toda a humanidade: Passamos a acreditar em Jesus
Cristo por meio do testemunho do Profeta Joseph Smith. Os
profetas e apóstolos ao longo da história da humanidade
tiveram manifestações divinas semelhantes às de Joseph.
Moisés viu Deus face a face e aprendeu que era filho de
Deus, “à semelhança de Seu Unigênito” (Moisés 1:6). O
Apóstolo Paulo testificou que o Jesus Cristo ressurreto lhe
apareceu na estrada para Damasco (ver Atos 26:9–23). Essa
experiência levou Paulo a tornar-se um dos grandes missionários do Senhor. Ao ouvir o testemunho de Paulo dessa
visão celeste durante o julgamento em Cesaréia, o poderoso
rei Agripa admitiu: “Por pouco me queres persuadir a que
me faça cristão!” (Atos 26:28).
E houve muitos outros profetas antigos que também
prestaram um testemunho contundente de Cristo. Todas
essas manifestações, antigas e modernas, conduzem os
que crêem à fonte divina de toda retidão e esperança, ou
seja, a Deus, nosso Pai Celestial, e a Seu Filho, Jesus Cristo.
Deus falou a Joseph Smith com o propósito de
abençoar todos os filhos de Deus com Sua misericórdia e
amor, mesmo em épocas de incerteza e insegurança, de
guerras e rumores de guerras, de desastres e calamidades
naturais e pessoais. O Salvador declarou: “Eis que meu
braço de misericórdia está estendido para vós e aquele
que vier, eu o receberei” (3 Néfi 9:14). E todos
os que aceitam esse convite serão “envolvidos
pela incomparável generosidade de seu amor”
(Alma 26:15).
Por meio de nossa fé no testemunho
pessoal do Profeta Joseph e na realidade da
Primeira Visão, por meio do estudo e da
oração fervorosa e sincera
seremos abençoados com uma
fé firme no Salvador do mundo,
que falou a Joseph “na manhã
de um belo e claro dia, no início
da primavera de 1820” ( Joseph
Smith—História 1:14).
A fé em Jesus Cristo e o testemunho Dele e de Sua Expiação
universal não são apenas uma
doutrina de grande valor teológico. Essa fé é um dom universal e
glorioso para todas as regiões culturais desta Terra, independentemente de etnia, cor, idioma, nacionalidade ou
condições socioeconômicas. Os poderes da razão podem
ser usados para tentar entender esse dom, mas aqueles
que sentem seus efeitos de modo mais profundo são os
que estão dispostos a aceitar suas bênçãos, que advêm de
uma vida limpa e pura e de se seguir o caminho do verdadeiro arrependimento e viver os mandamentos de Deus.
Gratidão pelo Profeta
Ao lembrarmos e honrarmos o Profeta Joseph Smith,
meu coração se enche de gratidão a ele. Era um jovem
bom, honesto, humilde, inteligente e corajoso, com um
coração de ouro e uma fé inabalável em Deus. Tinha integridade. Em resposta a sua humilde oração, os céus voltaram a abrir-se. Joseph Smith realmente teve uma visão. Ele
sabia disso, sabia que Deus também o sabia e não podia
negá-lo (ver Joseph Smith—História 1:25).
Graças a seu trabalho e sacrifício, tenho hoje uma
A Liahona Fevereiro de 2009
5
A
fé em Jesus
Cristo e o
testemunho
Dele e de Sua Expiação universal não
são apenas uma
doutrina de grande
valor teológico. Essa
fé é um dom universal e glorioso para
todas as regiões culturais desta Terra,
independentemente de etnia, cor,
idioma, nacionalidade ou condições
socioeconômicas.
verdadeira compreensão do Pai Celestial e
de Seu Filho, nosso Redentor e Salvador,
Jesus Cristo, sinto o poder do Espírito Santo
e conheço o plano do Pai Celestial para nós,
Seus filhos. Para mim, esses são verdadeiramente os frutos da Primeira Visão.
Sinto-me grato por ter sido abençoado
bem cedo na vida com uma fé simples de
que Joseph Smith foi um profeta de Deus,
que viu Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo
numa visão. Joseph Smith traduziu o Livro
Idéias para os Mestres
F am i l i a r e s
D
epois de se preparar em espírito de oração, dê
esta mensagem empregando um método que
incentive a participação daqueles a quem ensinar.
Seguem-se alguns exemplos:
1. Cante o hino “Que Manhã Maravilhosa!”
(Hinos, 12) com a família. Mostre uma gravura
da Primeira Visão. Pergunte à família o que vê na
gravura. Leia a primeira seção do artigo e discuta
o que o Presidente Uchtdorf sentia ao olhar o vitral
da Primeira Visão.
2. Peça à família que identifique as verdades
da Primeira Visão mencionadas pelo Presidente
Uchtdorf ao ler a última seção do artigo com a
6
de Mórmon pelo dom e poder de Deus.
Esse testemunho me foi confirmado repetidas vezes.
Testifico que Jesus Cristo realmente vive e
que é o Messias. Tenho verdadeiramente um
testemunho pessoal de que Ele é o Salvador
e Redentor de toda a humanidade. Recebi
esse conhecimento pela paz inexprimível e
pelo poder do Espírito de Deus. E o desejo
de meu coração e de minha mente é ser puro
e fiel a serviço Dele agora e na eternidade. ◼
família. Pergunte à família quais são, em sua
opinião, os frutos da Primeira Visão. Peça aos
membros da família que externem seus sentimentos sobre Joseph Smith.
3. Em preparação para a visita, leia o relato
de Joseph Smith da Primeira Visão (ver Joseph
Smith—História 1:11–20). Ao contar a história da
Primeira Visão, peça às crianças pequenas que façam
um desenho desse acontecimento. Discuta a seguinte
declaração do Presidente Uchtdorf: “Deus falou a
Joseph Smith com o propósito de abençoar todos os
filhos de Deus com Sua misericórdia e amor”. Peça
às crianças que expliquem o que desenharam.
União
O
Q U E
O
P RO F ET A
J OSE P H
S M ITH
ENSINO U
Joseph Smith compreendia o poder resultante da união.
N
os primeiros tempos da Igreja, o Senhor deu
aos santos dos últimos dias o mandamento de
serem unidos (ver D&C 38:27). Ao longo de
sua vida, o Profeta Joseph Smith organizou e uniu os
santos para que realizassem a obra de Deus. Ensinou-os,
conduziu-os e incentivou-os a sacrificar seu tempo, seus
talentos e seus bens pela causa de Sião. Eis alguns de
seus ensinamentos sobre a união.
A Maneira de Realizar a Obra do Senhor
“Estamos realmente felizes por saber que existe tamanho espírito
de união em todas as igrejas, neste país e no exterior (…) ; porque
por esse princípio e pela concentração de ações poderemos levar a
efeito os propósitos de nosso Deus.”
“União é força. (…) Que os santos do Altíssimo cultivem sempre
esse princípio, e disso resultarão as mais gloriosas bênçãos, não
apenas para eles individualmente, mas para toda a Igreja.”
Joseph Smith Jr., de Brad Teare
Extirpar Sentimentos Egoístas
“Que os santos lembrem que grandes coisas
dependem de seu esforço individual e que eles
foram chamados para trabalhar a nosso lado e com
o Santo Espírito na realização da grande obra
dos últimos dias; e (…) que todo sentimento
egoísta seja não apenas enterrado,
mas aniquilado.”
“Reconheçamos que não
devemos viver para nós
mesmos, mas para Deus;
ao fazê-lo, receberemos as
maiores bênçãos nesta vida e
na eternidade.”
As Bênçãos da União
“Só por uma concentração de ações e uma união de esforços,
poderemos realizar a grande obra dos últimos dias (…), ao passo que
nossos interesses, tanto materiais quanto espirituais e as bênçãos do
céu devem fluir para nós numa corrente ininterrupta.” ◼
Extraído de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith
(Curso de estudo do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de
Socorro, 2008), pp. 287, 289, 290, 291.
8
Tornar-se Joseph
Eu não estava nada entusiasmado com a
idéia de encenar a história de Joseph Smith.
Mas aconteceu algo que mudou minha vida.
R i c a r d o R e y e s V i l l a lt a
Ilustração: John Zamudio
A
história de Joseph Smith foi-me ensinada a vida
inteira. Eu acreditava em sua veracidade por
confiar nas pessoas que me haviam ensinado. Se
alguém falava mal do Profeta Joseph, eu o defendia — não
por possuir testemunho dele, mas por princípio, por saber
que era isso que se esperava de mim.
Tudo mudou quando minha ala recebeu a designação de
fazer um número especial em um evento cultural da Estaca
San Salvador El Salvador Ilopango. Eu e meus amigos achávamos que o melhor seria um esquete humorístico; nosso
presidente dos Rapazes discordou. Sugeriu que encenássemos algumas das experiências do Profeta Joseph Smith.
Não nos empolgamos com a idéia. Eu e meus amigos
sabíamos que todos os outros iam apresentar danças
ou esquetes engraçados, e ficamos com vergonha de
fazer algo diferente. Sabíamos que as pessoas iam rir de
nós quando nos vissem vestidos com trajes de época e
encenando uma peça séria. Eu já vira isso acontecer em
outras ocasiões e tenho de admitir que até fora um dos
escarnecedores no passado. No entanto, nosso presidente
dos Rapazes nos prometeu que, se nos empenhássemos
ao máximo para preparar a história de Joseph Smith, ninguém zombaria.
Assim, nos dois meses que se seguiram, vivemos a
história de Joseph Smith. Vimos o filme da Primeira Visão
inúmeras vezes e memorizamos cada palavra e detalhe.
Pintamos um painel enorme que mostrava o Bosque
Sagrado e o céu aberto. Fizemos uma réplica das placas
de ouro e achamos uma Bíblia enorme e uma cadeira de
balanço para usar no cenário. Um de meus amigos que
tocava piano gravou o hino “Que Manhã Maravilhosa!”
(Hinos, 12). Até gravamos o som de gorjeios de pássaros
no bosque e dos passos de Joseph Smith pisando nas
folhas. Quando sorteamos os papéis, acabei ficando com o
de Joseph Smith.
No dia da apresentação, constatamos que, conforme o
esperado, éramos os únicos a fazer uma peça séria. Assim,
antes de chegar nossa vez, ajoelhamo-nos juntos para orar
a fim de que tudo corresse bem. Então aconteceu algo que
mudou minha vida.
Chegara minha hora de entrar em cena. O painel do
bosque estava em minha frente. Andei em sua direção e
ouvi o hino gravado tocando ao fundo. Ao fazê-lo, senti
um ardor no peito. De alguma forma, soube que o evento
que eu estava encenando verdadeiramente ocorrera,
que um rapaz mais novo que eu de fato vivera aquela
experiência. Quando me ajoelhei na cena da oração, não
consegui abrir os lábios, mas não devido a uma influência maligna. Na verdade, eu sabia que não conseguiria
falar sem chorar. Uma força arrebatadora testificou a meu
coração que a história de Joseph era verdadeira! Senti profunda gratidão ao Senhor por Joseph Smith e nasceu em
mim um grande amor por ele.
Quando abri os olhos, percebi que algumas das pessoas do público também tinham lágrimas nos olhos. Eu
não tinha dúvidas de que o Espírito estava testificando
a elas da veracidade sagrada dos fatos que estávamos
representando.
Posteriormente, quando servi como missionário, continuei a defender a Igreja e o Profeta Joseph Smith, mas
não só por princípio. Prestei testemunho dele porque,
assim como o próprio Profeta dissera: “eu sabia-o e sabia
que Deus o sabia e não podia [negá-lo]” ( Joseph Smith—
História 1:25). ◼
A Liahona Fevereiro de 2009
9
Élder L. Tom Perry
N
Do Quórum dos Doze Apóstolos
Cada dispensação
tem uma lição especial que podemos
incluir em nossos
planos pessoais ao
nos prepararmos
para nosso destino
eterno.
10
o ritmo acelerado do mundo atual,
demasiadas pessoas estão relegando
muitas experiências da vida para
o acaso, sem planejamento e preparação
adequados. Observo que, ao perguntar a
alguns estudantes qual é sua área de concentração, não raro ouço como resposta: “Ainda
não defini. Vou tomar essa decisão depois”.
Vi famílias e pessoas caírem em armadilhas
de endividamento por terem deixado de
fazer um planejamento financeiro sério e
por terem vivido além de sua renda. Outros
assumem um número excessivo de compromissos em atividades, aulas, clubes e esportes. Embora a participação em organizações
dessa natureza possa certamente ser algo
bom, o envolvimento nelas pode se tornar
algo frenético quando não há planejamento.
Ao deixarmos de planejar, perdemos de vista
nosso destino eterno.
Podemos encontrar o exemplo supremo
de planejamento nas escrituras. Em Moisés
1:39, o Senhor declara: “Pois eis que esta é
minha obra e minha glória — Levar a efeito
a imortalidade e vida eterna do homem”.
Seu plano grandioso, que inclui o sacrifício expiatório, é conceder a imortalidade a
toda a humanidade. Pelo dom e poder do
sacerdócio, aqueles que aceitarem e seguirem Seu plano receberão a vida eterna, o
maior dom que Deus tem a oferecer a Seus
filhos (ver D&C 14:7). As escrituras fazem
abundantes referências a esse plano.
Um histórico da observância desse plano
certamente testifica de seu caráter completo
e consistente. O Senhor instruiu Seus filhos
cuidadosamente no tocante ao plano do
evangelho durante períodos chamados de
dispensações, épocas em que “o Senhor tem
pelo menos um servo autorizado na Terra
que possui as chaves do santo sacerdócio. (…) Quando o Senhor organiza uma
dispensação, o evangelho é revelado novamente para que o povo daquela dispensação
não tenha que depender das dispensações
passadas para o conhecimento do plano de
salvação.” 1
Cada dispensação tem uma lição especial
que podemos incluir em nossos planos pessoais ao nos prepararmos para nosso destino
eterno.
A Dispensação de Adão: Tornar-nos Como
Nosso Pai Celestial
Na primeira dispensação, o Senhor criou
Adão e Eva, colocou-os na Terra e deu-lhes
Adão
À direita: A Imagem de Cristo, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison Conroy Co.; abaixo, a partir da esquerda:
Adão e Eva no Jardim, de Lowell Bruce Bennett; A Cidade de Sião Transladada, de Del Parson; Noé Sendo Ridicularizado ao
Pregar, de Harry Anderson
O Grande Plano
de Nosso Deus
Lições das
Dispensações
d o E va n g e l h o
A Dispensação de Adão:
Tornar-nos Como Nosso
Pai Celestial
A Dispensação de Enoque e a de Noé: Escolher a Retidão e Não
a Iniqüidade
A Dispensação de
Abraão: Fazer e
Guardar Convênios
A Dispensação de
Moisés: Seguir os
Profetas do Senhor
O Meridiano dos
Tempos: Deixar
Brilhar Sua Luz
A Dispensação da
Plenitude dos Tempos:
Regozijo na Plenitude
do Evangelho
A dispensação mais grandiosa foi a do meridiano dos tempos, quando o
Salvador veio à Terra. Jesus Cristo é a figura central de nossa doutrina.
Noé
Enoque
a oportunidade de escolher (ver Moisés 3:17). Receberam o mandamento de não comer do fruto da árvore
do conhecimento do bem e do mal, pois lhes foi dito
que se o fizessem seriam expulsos do jardim. Contudo,
comer do fruto lhes concederia a mortalidade. Eles
provaram o fruto.
A Queda não foi um desastre. Não foi um erro nem
um acidente. Foi uma parte deliberada do plano de
salvação do Senhor. Em conseqüência da Queda, estamos sujeitos a tentações e infelicidade como o preço a
ser pago para conhecermos a verdadeira alegria. Sem
provarmos o amargo, nunca conseguiríamos compreender o doce (ver 2 Néfi 2:15). Precisávamos da disciplina e
das provações da mortalidade para o passo seguinte de
nosso desenvolvimento para nos tornarmos mais semelhantes ao Pai.
O que essa primeira dispensação tem a nos ensinar?
Somos literalmente a progênie espiritual de nosso Pai
Celestial. Quando nascemos na mortalidade, recebemos
um corpo físico criado à imagem Dele (ver Gênesis 1:27).
É-nos feita a promessa de que, se recebermos as ordenanças necessárias, guardarmos os convênios e
obedecermos aos mandamentos de Deus,
alcançaremos a exaltação e nos tornaremos
como Ele.
Aprendemos também que, como filhos e
filhas do Pai Eterno, podemos comunicarnos com Ele por meio da oração e receber
respostas por meio da inspiração e revelação. No plano de nossa vida deve ser
incluída a comunicação constante e regular
com o Pai.
Quando veio o dilúvio, somente Noé e sua família se salvaram (ver Gênesis 7:23).
A segunda e a terceira dispensações dão-nos lições
grandiosas sobre o que resulta da escolha do bem e não
do mal. Enoque e todos os que estavam com ele foram
abençoados abundantemente em virtude de sua retidão.
As pessoas que não quiseram seguir Noé aprenderam que
a destruição é o destino do pecador.
Essas duas dispensações nos ensinam a buscar o que é
bom e salutar. Em nosso plano para a vida, nosso objetivo
será certamente absorver o máximo possível do bem que
encontrarmos nesta Terra. Podemos achar boa parte desse
bem examinando as escrituras diariamente. Elas nos conduzirão à vida eterna.
A Dispensação de Enoque e a de Noé: Escolher a Retidão e
teu pai, para uma terra que te mostrarei. (…)
E farei de ti uma grande nação e abençoar-te-ei sobremaneira e engrandecerei o teu nome entre todas as nações;
e serás uma bênção para tua semente depois de ti, para
que em suas mãos levem este ministério e Sacerdócio a
todas as nações;
E abençoá-las-ei por meio de teu nome; pois todos os
que receberem este Evangelho serão chamados segundo o
teu nome e contados como tua semente; e levantar-se-ão e
abençoar-te-ão como seu pai;
Não a Iniqüidade
A segunda dispensação é conhecida como a de Enoque, que “andou (…) com Deus” (Gênesis 5:24). Ele
estabeleceu a cidade de Sião, que se tornou um símbolo
contundente da retidão que se pode alcançar tanto na
Terra como no céu (ver Moisés 7:18–21).
A dispensação seguinte na ordem é a de Noé. Noé
viveu numa época de grande iniqüidade e, embora tenha
conclamado o povo ao arrependimento, não foi ouvido.
12
A Dispensação de Abraão: Fazer e Guardar Convênios
A dispensação seguinte foi a de Abraão. Assim como
Adão, Enoque e Noé, Abraão recebeu uma ordem divina
do Senhor. O Senhor também fez convênios — ou acordos
firmes e sérios — com Abraão:
“Abraão, sai de teu país e de tua parentela e da casa de
Moisés
Abraão
A partir da esquerda: Abraão nos carvalhais de Manre, de Grant Romney Clawson; Moisés Dividindo o
Mar Vermelho, de Robert Barrett; Luz e Verdade, de Simon Dewey; Irmão Joseph, de David Lindsley; Cristo no
Getsêmani, de Heinrich Hofmann, cortesia de C. Harrison Conroy Co.
E abençoarei os que te abençoarem
e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
e em ti (isto é, em teu Sacerdócio) e em
tua semente (isto é, teu Sacerdócio), pois
faço-te a promessa de que este direito
continuará em ti e em tua semente depois
de ti (isto quer dizer a semente literal, ou
seja, a semente do corpo), serão abençoadas todas as famílias da Terra, sim, com as
bênçãos do Evangelho, que são as bênçãos
de salvação, sim, de vida eterna” (Abraão
2:3, 9–11).
Os santos dos últimos dias são um povo
de convênios. Fazemos acordos com o
Senhor nos quais Ele nos promete muitas
bênçãos, contanto que nos com­prometamos
a guardar Suas leis e Seus mandamentos.
Nosso plano para a vida inclui fazer e
guardar convênios. Podemos fazer isso ao
vivermos sempre dignos de ter uma recomendação para o templo válida.
Jesus Cristo
A Dispensação de Moisés: Seguir os Profetas
do Senhor
Moisés foi um dos homens mais valorosos
da história. Ele andava e falava com Deus. Foi
escolhido por Ele para libertar Israel do cativeiro do Egito (ver Êxodo 6:13). Teve o privilégio de receber para a humanidade a grandiosa
lei contida nos Dez Mandamentos (ver Êxodo
19; 20). Por meio dessas e de outras lições do
Senhor, Moisés tornou-se um líder eficaz.
O
Nós também podemos tornar-nos líderes
eficazes. A liderança exige equilíbrio em
nossa vida. O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) fez um apanhado das responsabilidades que devemos ter em mente
ao alocarmos e equilibrarmos nosso tempo
Joseph Smith
para alcançarmos sucesso:
• A responsabilidade por nossa família.
• A responsabilidade por nosso
empregador.
• A responsabilidade pela obra do Senhor.
• A responsabilidade em relação a nós
mesmos. Achei isso particularmente interessante. O Presidente Hinckley observou que
devemos dedicar tempo para o descanso,
a atividade física, a recreação, o estudo, a
Salvador
morreu, foi
sepultado
e ressuscitou no
terceiro dia para
realizar o sacrifício
expiatório por toda
a humanidade, a
fim de que o triunfo
da morte não fosse
permanente. Por
causa desse ato,
todos se regozijariam e desfrutariam
a imortalidade.
E
stamos
vivendo
na notável
época da dispensação da plenitude
dos tempos, quando
o evangelho de
Jesus Cristo foi
restaurado em sua
plenitude.
vejam suas boas obras e sintam o desejo de
aprender mais sobre o plano eterno de Deus.
A Dispensação da Plenitude dos Tempos:
Regozijo na Plenitude do Evangelho
O Meridiano dos Tempos: Deixar Brilhar
Sua Luz
É claro que a dispensação mais grandiosa
foi a do meridiano dos tempos, quando o
Salvador veio à Terra. Jesus Cristo é a figura
central de nossa doutrina. Ele era mais do
que simplesmente imaculado, bom e amoroso. Era mais do que um simples professor.
Ministrou na Terra como homem, embora
fosse o Filho de Deus. Morreu, foi sepultado
e ressuscitou no terceiro dia para realizar o
sacrifício expiatório por toda a humanidade,
a fim de que o triunfo da morte não fosse
permanente. Por causa desse ato, todos se
regozijariam e desfrutariam a imortalidade.
Entre os muitos ensinamentos do Salvador,
um foi de que somos a luz do mundo e que
devemos deixar nossa luz brilhar diante do
próximo (ver Mateus 5:14–16). Fomos abençoados por receber Seu evangelho. Deixem
sua luz resplandecer a fim de que os outros
14
Extraído de um discurso devocional proferido na Universidade Brigham Young em 30 de outubro de 2007.
Notas
1. Guia para Estudo das Escrituras, “Dispensação”;
disponível em www.lds.org, na seção Gospel Library,
“Scriptures”.
2. Ver Gordon B. Hinckley, “Regozijar-nos pelo Privilégio de Servir”, Reunião Mundial de Treinamento de
Liderança, 21 de junho de 2003, pp. 22–23.
Joseph Smith, de Alvin Gittins
meditação e a adoração no templo a fim de
alcançarmos equilíbrio em nossa vida. 2
A dispensação de Moisés nos ensina e nos
prepara para seguirmos a liderança profética
e nos desenvolvermos para nos tornarmos
ferramentas mais eficazes na edificação do
reino do Pai Celestial na Terra.
Estamos vivendo na época notável da dispensação da plenitude dos tempos, quando o
evangelho de Jesus Cristo foi restaurado em
sua plenitude (ver D&C 27:13). Nossa geração
também conta com os benefícios de todas as
dispensações anteriores, sobre as quais podemos edificar nossa vida ao compreendermos
as interações de Deus com Seus filhos.
As palavras do Senhor, conforme nos
foram concedidas ao longo dos séculos por
Seus santos profetas, guiam-nos num plano
que o Senhor estabeleceu para nós. Esse
plano está completo desde o princípio dos
tempos até termos a oportunidade de viver
com Ele nas eternidades vindouras, caso
vivamos dignamente.
Vocês são filhos da promessa. Espero que
não planejem ser apenas pessoas comuns,
mas que busquem a excelência. Não há lugar
neste mundo para a mediocridade; precisamos
esforçar-nos para atingir a perfeição. Podemos
alcançá-la em inúmeras áreas ao trabalharmos
e lutarmos para atingir as metas traçadas.
Vocês possuem um rico legado; não
tenham medo de pensar e agir de acordo
com os princípios do evangelho e de desfrutar suas bênçãos ao cumprirem a medida de
sua criação como filhos de Deus. Que Deus
os abençoe para que tenham o desejo de ir
avante e buscar a salvação sob este plano
grandioso que Ele nos concedeu. ◼
Fotografia da água © Getty Images; fotografia do jacaré © Bigstockphoto.com
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A pornografia TIRA PEDAÇO — SEMPRE.
(Ver Morôni 10:30).
A Liahona Fevereiro de 2009 15
Não é Fácil
Sou o único membro da Igreja em minha família, mas na verdade, não estou sozinha.
F
ui criada na Igreja Metodista. Embora
minha família só costumasse ir à igreja
no Natal e na Páscoa, eu sempre soube
que tinha um Pai Celestial. Eu e meu irmão
costumávamos orar com minha mãe. O que
meus pais me ensinaram quando criança
me preparou para o que eu aprenderia no
futuro.
Na sexta série, soube que meus pais
estavam se divorciando. Fiquei arrasada e
me senti muito sozinha. Minha amiga Courtney podia-se
identificar comigo, pois seus pais tinham-se divorciado
quando era pequena. Tornou-se minha melhor amiga.
Courtney e eu estávamos sentadas em minha cama
conversando quando ela me falou da Igreja pela primeira
vez, mas sem entrar em maiores detalhes. Apenas me perguntou se eu gostaria de ir à igreja com ela no domingo.
Comecei a acompanhá-la de vez em quando e depois passei a freqüentar todos os domingos. Ao completar 12 anos
de idade, comecei até a ir à Mutual. Havia algo especial lá.
Não sabia o que era, mas eu gostava muito.
Na sétima série, Courtney e outra boa amiga, Aubrey,
apresentaram-me aos missionários. Logo compreendi o
que os missionários queriam dizer ao falarem do Espírito.
Após a segunda lição, já sabia que a Igreja era verdadeira.
Apesar de meu testemunho do evangelho, morria de
medo de pedir permissão a meus pais para o batismo.
Continuei a freqüentar a igreja e a ter incríveis experiências que fortaleceram meu testemunho, mas adiei a
“grande pergunta” por dois anos.
No meu penúltimo ano do ensino médio, matriculeime no seminário e até novembro sabia que teria de
fazer o pedido. Conversei com minha mãe. Ela me disse
que a Igreja só fizera mudanças positivas em mim e
que se o batismo era o que eu realmente queria deveria
seguir em frente. Meu primeiro pensamento foi: “Por
que cargas d’água esperei tanto?”
16
Em seguida, telefonei para meu pai, mas
ele não demonstrou muito entusiasmo.
Quando lhe perguntei se poderia ser batizada, a resposta foi negativa. Ele disse que
gostaria que eu visitasse outras igrejas antes.
Assim, fui a algumas outras igrejas e conheci
pessoas excepcionais — pessoas que viviam
em retidão. Mas nada foi capaz de mudar
os sentimentos que eu vivenciava ao entrar
numa capela da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias. Em fevereiro, telefonei para
meu pai e anunciei: “Vou ser batizada no dia 7 de março.
Espero que venha assistir”.
Toda a minha família compareceu, inclusive meu pai.
Contar com a presença de minha família foi extremamente significativo para mim. Foi o dia mais incrível de
minha vida.
Às vezes as pessoas me perguntam: “Como você consegue? Como consegue ficar tão firme na Igreja sozinha?
Você não tem ninguém para acordá-la e fazê-la ir à igreja
ou ao seminário. Está totalmente só”.
A resposta é bastante simples. Não estou sozinha.
Tive algumas dificuldades desde meu batismo: não é
fácil ser o único membro da Igreja na família. Mas o
Senhor prometeu que jamais nos deixará sós (ver João
14:16–18). O Pai Celestial nos ama tanto que mandou
Cristo para morrer por nós. Como Ele poderia esquecerSe de nós?
A vida é dura, e todos passamos por momentos em que
sentimos nossa força se esgotar e nossa fé se enfraquecer.
Contudo, se nos apegarmos Àquele que mais nos ama —
o Pai Celestial — e fortalecermos nossa relação com Ele
por meio do estudo e da oração, superaremos os obstáculos. O Senhor prometeu: “Irei adiante de vós. Estarei
a vossa direita e a vossa esquerda e meu Espírito estará
em vosso coração e meus anjos ao vosso redor para vos
suster” (D&C 84:88). ◼
Detalhe de A Segunda Vinda, de Grant Romney Clawson; ilustração de Daniel Lewis
K elli W illiams
Ajudar os Recém-Conversos a
Su s a n W. T a n n e r
Q
Todos nós estamos
envolvidos no
processo de retenção
dos recém-conversos.
É o processo contínuo
de conversão —
de nos voltarmos
constantemente para
o Senhor.
18
uando visitei o sul do Brasil há alguns
anos, meu marido me acompanhou.
Essa era a área onde ele servira como
missionário. Certa noite, ao chegarmos a uma
reunião, fomos cumprimentados na entrada
por uma jovem mãe que se apresentou como
minha intérprete para a reunião. Com entusiasmo, ela virou-se para meu marido e disse:
“Élder Tanner, foi você que levou o evangelho a minha família há muitos anos. Eu era
criança de colo na época, mas cresci ouvindo
seu nome, que estava ligado aos primeiros
batismos em nossa família”. Depois ela nos
falou da fidelidade de cada membro da família
à Igreja no decorrer dos anos. Que reencontro
emocionante!
Durante a reunião, ao olhar a congregação,
meu marido viu outras pessoas na multidão a
quem ele ensinara o evangelho e que tinham
permanecido fiéis. Ao prestar testemunho, ele
externou alegria devido à fidelidade contínua
daquelas pessoas. Disse que se lembrou da
história do Livro de Mórmon em que Alma
encontrou seus caros amigos, os filhos de
Mosias, durante sua jornada:
“Ora, esses filhos de Mosias estavam com
Alma na ocasião em que o anjo lhe apareceu
pela primeira vez; portanto Alma se regozijou
muito por haver encontrado seus irmãos; e o
que o alegrou ainda mais foi que eles ainda
eram seus irmãos no Senhor” (Alma 17:2;
grifo do autor).
Naquela noite no Brasil, meu marido
também reencontrou amigos queridos do
passado que “ainda eram seus irmãos [e
irmãs] no Senhor”.
Este é o desejo de todo missionário fiel:
que os recém-conversos permaneçam na
Igreja e “[se fortaleçam] no conhecimento da
verdade” (Alma 17:2). Este é o desejo de todo
pai e mãe fiéis: que seus filhos permaneçam
firmes na fé. Esse é também o desejo dos
líderes da Igreja em relação aos membros
sob sua responsabilidade e é o desejo sincero
de nosso Pai Celestial para Seus filhos (ver
Moisés 1:39).
Buscar os Que Se Desencaminharam
Fico tocada ao ver a freqüência com que
o Senhor externa Seu amor por Seu povo,
mesmo quando se desvia — e talvez até mais
quando se desvia. Lembremos as parábolas
do Salvador sobre coisas perdidas: ovelhas,
moedas, o filho pródigo (ver Lucas 15). O
pastor vai atrás da ovelha desgarrada; a
mulher procura cuidadosamente na casa a
moeda de prata; o pai corre ao encontro do
filho rebelde “ainda (…) longe (…) e [lançase-lhe] ao pescoço e o [beija]” (Lucas 15:20).
Da mesma forma, na parábola da oliveira,
temos um vislumbre do amor longânime
Fotografia da irmã Tanner tirada por Busath Photography; ilustração fotográfica de Henrik Als; ilustração de Steve Kropp
Serviu como presidente geral das Moças
de 2002 a 2008
Ficarem Firmes
do Senhor por aqueles que se afastam do
caminho (ver Jacó 5). Repetidas vezes, o
Senhor da vinha lamenta: “Sentiria perder
esta árvore” ( Jacó 5:7, 11, 13, 32). Em diversas passagens do livro de Isaías, o Senhor
tranqüiliza Israel e garante que não pode
esquecê-la: “Eis que nas palmas das minhas
mãos eu te gravei” (Isaías 49:16). No livro de
Ezequiel, o Senhor diz: “A perdida buscarei,
e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada
ligarei” (Ezequiel 34:16).
Quando participamos do trabalho de
retenção e reativação, tornamo-nos agentes
com o Senhor da obra amorosa de resgatar
nossos irmãos que podem ser como a ovelha
desgarrada, a moeda perdida ou o filho
pródigo.
Ingressar num Novo Mundo
O caminho também pode ser perigoso
para os membros novos da Igreja, que tentam adaptar-se a essa enorme mudança em
sua vida. Um recém-converso descreveu essa
difícil transição, dizendo: “Quando nós pesquisadores nos
tornamos membros da Igreja,
ficamos surpresos ao descobrir
que ingressamos
num mundo
totalmente
estranho, um
mundo com
suas próprias
tradições, cultura
e linguagem.
Descobrimos que não há nenhuma pessoa e
nenhum ponto de referência a que possamos
recorrer para receber orientação em nossa
viagem rumo a esse mundo novo”. 1
O Presidente Gordon B. Hinckley
(1910–2008) ensinou várias vezes que tanto
20
nossos membros novos quanto os que se
afastam precisam de nossa ajuda. Precisam de um amigo, uma responsabilidade e
alimento espiritual, conforme ensinado no
livro de Morôni: “E depois de haverem sido
recebidos pelo batismo, (…) eram contados com o povo da igreja de Cristo; e seus
nomes eram registrados, para que fossem
lembrados e nutridos pela boa palavra
de Deus, a fim de mantê-los no caminho
certo” (Morôni 6:4).
Durante essa mesma viagem ao Brasil,
visitei muitas jovens em sua casa, desejosa
de “lembrá-las e nutri-las”. Algumas eram
totalmente valentes em seu testemunho, ao
passo que outras não estavam mais ativas na
Igreja. A cada vez, eu perguntava se podiam
recitar o tema das Moças. Todas conseguiam!
Depois eu perguntava a cada uma delas
qual era o valor das Moças que tinha maior
significado e por quê. À medida que cada
jovem me respondia, eu sentia o Espírito e
detectava ao menos uma centelha de fé ainda
acesa naquelas que não mais freqüentavam
as reuniões da Igreja. Eu sabia que se alguém
se lembrasse de cada uma delas, as amasse
e alimentasse aquela pequenina faísca de
fé, sua luz poderia voltar a brilhar com
esplendor.
Responsabilidade Pessoal
Nutrir pela boa palavra de Deus pressupõe estarmos atentos ao crescimento e
ao bem-estar espiritual do próximo, assim
como nutrimos nosso corpo físico. Embora
os pais, líderes e amigos devam ajudar nesse
processo, os recém-conversos, jovens com
dúvidas e membros com dificuldades têm
também a responsabilidade pessoal de ajudarem a si mesmos. Uma ocasião privilegiada
para isso é o estudo pessoal do evangelho.
Lembro-me bem do verão em que terminei a escola secundária. Foi uma época
Ilustração fotográfica de Steve Bunderson; Trouxeram-me de Volta, de Steve Kropp
O
s recémconversos e
os membros
que se afastam do
caminho precisam
de nossa ajuda.
Eles precisam de um
amigo, de uma responsabilidade e de
alimento espiritual.
turbulenta para mim espiritualmente, uma época em que
eu estava procurando meu caminho no evangelho, como
costuma acontecer com muitos membros novos. Meu
antídoto para esses problemas era a leitura e o estudo
diligentes do Livro de Mórmon todos os dias, muitas vezes
durante longos períodos. Ainda recordo alguns daqueles
momentos cheios do Espírito. Esse período foi fundamental para que meu testemunho fosse nutrido e crescesse.
Além de lembrarmos e nutrirmos aqueles que estejam
perdidos ou distantes, precisamos permitir-lhes a oportunidade de servir. O Salvador admoestou o apóstolo
Pedro: “Quando te converteres, confirma teus irmãos”
(Lucas 22:32). Os chamados na Igreja dão aos membros
a oportunidade de fortalecer o próximo e nesse mesmo
serviço passar por crescimento individual também.
Quando meus filhos eram adolescentes e às vezes não
queriam ir à Mutual ou a outras reuniões, eu lhes falava
de sua responsabilidade. Dizia que nem sempre vamos a
uma reunião para receber algo, mas para doar. Eu costumava dizer: “Vocês precisam da Igreja, e a Igreja precisa
de vocês”. Os recém-conversos e membros menos ativos
precisam sentir-se necessários, pois de fato o são.
Um Trabalho para Todos
Todos nós estamos envolvidos no processo de
retenção. É o processo contínuo de conversão — de
nos voltarmos constantemente para o Senhor. Alma
refere-se a isso como uma “poderosa mudança” (ver
Alma 5:14). A conversão é o trabalho do qual participamos, seja ao lidarmos com pesquisadores, jovens,
membros menos ativos ou até mesmo membros ativos.
Todos nós devemos nos envolver na obra do Senhor
de levar a efeito a imortalidade e a vida eterna de Seus
filhos (ver Moisés 1:39).
Meu marido escreveu em seu diário missionário: “A
conversão é o maior de todos os milagres. É ainda mais
maravilhosa do que a cura de enfermos ou o ato de
levantar mortos. Afinal, enquanto a pessoa que é curada
vai acabar adoecendo de novo e por fim morrendo, o
milagre da conversão pode durar para sempre e afetar a
eternidade do converso e igualmente de sua posteridade.
Gerações inteiras são curadas e redimidas da morte por
meio do milagre da conversão”.
Unamo-nos ao Senhor ao buscarmos o que se perdeu, resgatando o que se distanciou e ligando o que se
quebrou. Assim, no grande Dia do Senhor, poderemos
regozijar-nos como meu marido, ao verificarmos que as
pessoas a quem no passado amamos no evangelho ainda
são nossos irmãos e irmãs no Senhor. ◼
Nota
1. Citado em Gordon B. Hinckley, “Encontrem as Ovelhas e Apascentemnas”, A ­Liahona, julho de 1999, p. 122; E
­ nsign, maio de 1999, p. 108.
A Liahona FEVEREIRO DE 2009 21
Como Ter
Sucesso Como
Recém-Converso
G ay l e S . I l i ff
Ao irmos ao encontro
das pessoas e fazermos
amizades, servirmos
e nos banquetearmos
com as escrituras,
nossa confiança se
fortalecerá.
A
manhã de inverno em que fui pela primeira vez à
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
estava mais luminosa e quente do que o normal.
Ao aproximar-me da capela, nem fazia idéia do quanto a
filiação à Igreja transformaria minha vida. Felizmente, há
coisas que os conversos como eu podem fazer para se fortalecer no evangelho. Precisamos cultivar amizades, servir
na Igreja e nos “[banquetear] com as palavras de Cristo”
(2 Néfi 32:3).
Todos os membros da Igreja, principalmente os recémconversos, precisam de amigos para ajudá-los a progredir.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais o desenvolvimento de amizades pode fazer a diferença.
Os membros podem estender a mão aos conversos.
Antes de meu batismo, uma irmã atenciosa veio da outra
extremidade da capela até mim apenas porque queria me
conhecer. Fiquei comovida por ela ter-se importado em
fazer-me sentir valorizada. Muitos outros agiram de modo
semelhante. Ao perceberem o quanto os membros da
Igreja os amam, os conversos ficam, por sua vez, com o
coração cheio de amor.
Os professores das classes da Igreja também se preocupam conosco. Meu professor de Princípios do Evangelho
foi uma grande fonte de inspiração para mim. Eu sentia
inúmeras vezes que o Salvador estava falando diretamente
comigo nessas aulas, elevando-me e impelindo-me a
seguir em frente.
Da mesma forma, os mestres familiares e professoras
22
Ilustrações fotográficas de Matthew Reier, John Luke e Frank Helmrich
Cultivar Amizades
A Liahona Fevereiro de 2009 23
Cuidar dos
Conversos
“[Todo converso precisa]
de três coisas: fazer
um amigo, ter uma
responsabilidade e ser
[nutrido] ‘pela boa palavra de Deus’”
(Morôni 6:4).
visitantes zelam pelos membros da
reunião de presidência mostravam
Igreja e os abençoam. Dêem-lhes as
que eu estava inspirada. Confusa,
Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008),
boas-vindas em sua casa e externem
respondi: “Estou mesmo?” Com
“Conversos e Rapazes” A ­Liahona, julho de
1997, p. 53.
gratidão a eles e ao Senhor pelo
carinho, ela garantiu-me que eu
serviço que prestam. Como ensinou
estava reagindo ao Espírito. Recoo Élder David B. Haight (1906–2004),
nhecer a mão de Deus guiando o
do Quórum dos Doze Apóstolos, a
trabalho que fazemos não é fácil
“gratidão (…) abençoará nosso corano início, mas ao guardarmos os
ção, nossa mente e nossa alma de modo que desejemos
mandamentos e nos empenharmos ao máximo, reconhecontinuar em frente e fazer tudo o que nos for pedido”. 1
ceremos que Ele magnifica a quem chama.
Os conversos também serão abençoados quando se
aproximarem dos outros por iniciativa própria. Certo dia,
Banquetear-nos com as Palavras de Cristo
comprei um cartão com o desenho de um enorme globo
A melhor maneira de descobrirmos que o Senhor nos
ocular. Dentro do cartão estava escrito: “Obrigado por ficar ama e nos apoiará talvez seja pelo estudo da escrituras. As
de olho em mim!” Enviei o cartão a uma irmã da ala que
escrituras ensinam que o Senhor convida “todos a virem a
sempre fora muita atenciosa comigo. Ao fazer isso, senti
ele e a participarem de sua bondade; e não repudia quem
uma cálida sensação de amor cristão por ela.
quer que o procure” (2 Néfi 26:33).
Por fim, precisamos fortalecer nosso relacionamento
Alguns recém-conversos às vezes ficam maravilhados
com o Pai Celestial e Jesus Cristo. Isso acontecerá quando
com o conhecimento e o testemunho alheios. Mas lembreservirmos ao próximo, externarmos gratidão e orarmos. O
mos que a maneira de ensinar do Senhor é “linha sobre
Espírito confirmará que somos dignos do grandioso sacrifí- linha, preceito sobre preceito” (2 Néfi 28:30). Cada um
cio que o Salvador fez por nós.
de nós precisa aprender ao longo da jornada da vida. Até
mesmo Jesus “a princípio não recebeu da plenitude, mas
continuou de graça em graça, até receber a plenitude; E
Servir na Igreja
assim foi chamado de Filho de Deus, porque não recebeu
Em geral, em algum momento pouco depois do
da plenitude no princípio” (D&C 93:13–14).
batismo, os membros novos serão convidados a desemEsse conhecimento aumentou minha reverência e meu
penhar um papel mais significativo em sua ala ou ramo.
respeito por Ele. Ele conhece verdadeiramente a dor, a
O bispo ou o presidente de ramo fará um chamado. Esse
tentação, a adversidade e a solidão que já vivenciei (ver
pode ser um momento difícil para alguns.
Alma 7:11). Posso recorrer a Ele com total confiança. As
Quando aceitei o primeiro chamado que recebi —
escrituras ensinam que o amor, a compreensão e a comsecretária da Sociedade de Socorro — perguntei a mim
paixão do Salvador por nós, onde quer que estejamos, são
mesma: “Como é que recebi uma responsabilidade tão
perfeitos e ilimitados.
importante?” O Presidente Henry B. Eyring, primeiro
Ao irmos ao encontro das pessoas e fazermos amizades,
conselheiro na Primeira Presidência, deu a explicação:
servirmos e nos banquetearmos com as escrituras, nossa
“Haverá ocasiões em que você se sentirá apreensivo.
confiança se fortalecerá e nos tornaremos os santos dos
Uma das maneiras pelas quais você será atacado será pelo
sentimento de que você não está à altura de seu chamado. últimos dias fiéis que desejamos ser. ◼
(…) No entanto, você tem acesso a bem mais do que suas
Notas
habilidades naturais e não realizará seu trabalho sozinho.” 2 1. David B. Haight, “Não Foram Dez os Limpos?” A L­ iahona e ­Ensign,
novembro de 2002, p. 26.
Algum tempo depois, a presidente da Sociedade de
2. Henry B. Eyring, “Estar à Altura do Chamado”, A L­ iahona e ­Ensign,
novembro de 2002, pp. 76–77.
Socorro comentou que as sugestões que eu fizera numa
24
M e n s a g e m
d a s
P r o f e s s o r a s
V i s i t a n t e s
Compreender o Papel Divino
das Mulheres
Ensine as escrituras e
citações que atendam
às necessidades das
irmãs a quem visitar.
Testifique da doutrina. Convide as
irmãs visitadas a externarem o que
sentiram e aprenderam.
Julie B. Beck, presidente geral da
Ilustração fotográfica de Matthew Reier; fundo: Shannon Gygi Christensen
Sociedade de Socorro:
“Tenho um
testemunho, adquirido por meio
do estudo das escrituras, relativo a
um plano de felicidade que nos foi
concedido pelo Pai Celestial. Esse
plano contém uma parte para Suas
filhas. Cabe-nos essa participação
feminina e, se não desempenharmos nosso papel, ninguém mais o
fará por nós. A metade do plano
de nosso Pai que cria a vida, que
molda a alma dos homens, que promove o crescimento e que influencia todo o restante foi confiada a
nós. Não podemos delegá-la. Não
podemos repassá-la a ninguém. É
nossa. Podemos recusá-la e negá-la,
mas ainda assim essa parte é nossa,
e prestaremos contas dela. Dia virá
em que todas nós nos lembraremos
do que sabíamos antes de nascermos. Recordaremos que lutamos
por esse privilégio num grande
conflito. Como cumprir com tal
responsabilidade? Devemos consagrar diariamente nossas energias
à obra que compete apenas a nós
realizar”.
Élder M. Russell Ballard, do
nenhuma outra forma” (A L­ iahona,
junho de 2006, pp. 51–52; E
­ nsign,
junho de 2006, pp. 83–84).
Silvia H. Allred, primeira con-
selheira na presidência geral da
Sociedade de Socorro:
“O Senhor
Quórum dos Doze Apóstolos: “O pro-
pósito doutrinário básico da criação da
Terra é proporcionar aos filhos espirituais de Deus a continuação do processo
de exaltação e vida eterna. (…) Ainda que simplesmente não
haja uma contribuição mais significativa
que se possa fazer à sociedade, à Igreja
ou ao destino eterno dos filhos de
nosso Pai do que o que vocês fizerem
como pai ou mãe, a maternidade e a
paternidade não são as únicas formas
de atribuir valor a alguém ou receber
aprovação de Deus. (…)
Todas as irmãs da Igreja que fizeram convênios com o Senhor têm o
mandamento divino de salvar almas,
de liderar as mulheres do mundo, de
fortalecer os lares de Sião e de edificar o reino de Deus” (“Mulheres de
Retidão”, A L­ iahona, dezembro
de 2002, pp. 36, 39; ­Ensign, abril
de 2002, pp. 68, 70).
Élder David A. Bednar, do Quórum
dos Doze Apóstolos: “Por desígnio
divino, homens e mulheres devem
progredir juntos rumo à perfeição e
a uma plenitude de glória. Como os
homens e as mulheres diferem em
temperamento e capacidade, eles
devem trazer para o relacionamento
conjugal suas próprias perspectivas e
experiências. O homem e a mulher
contribuem de modo diferente, porém
igual para uma unidade e união
que não podem ser alcançadas de
abençoou as mulheres com os atributos divinos do amor, da compaixão, da bondade e da caridade. Por
meio das visitas mensais que fazemos como professoras visitantes,
temos o poder de abençoar cada
irmã ao lhe abrirmos nossos braços
com amor e bondade e ao lhe ofertarmos os dons da compaixão e da
caridade. Não importa quais sejam
as nossas circunstâncias pessoais,
todas nós temos a oportunidade de
edificar e cuidar de outras pessoas”
(“Apascenta as Minhas Ovelhas”,
A ­Liahona e E
­ nsign, novembro de
2007, p. 113).
Presidente Spencer W. Kimball
(1895–1985): “Ser uma mulher justa
nos momentos finais desta Terra, que
antecedem a Segunda Vinda de nosso
Salvador, é um chamado particularmente nobre. A força e a influência da
mulher justa hoje podem ser dez vezes
maiores do que em épocas mais tranqüilas” (“Privileges and Responsibilities
of Sisters”, ­Ensign, novembro de 1978,
p. 103). ◼
A Liahona Fevereiro de 2009 25
Perguntas e Respostas
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ter certeza
Cumpra Sua Promessa
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etermine com antecedência — agora — que
você dirá “não”. Se você ceder, vai ser muito
mais difícil dizer “não” no futuro. A maioria
das pessoas respeitará você por viver à altura de
seus padrões. E é menos provável que lhe refaçam convites no futuro.
Não se preocupe com o fato de as pessoas
se zangarem com você. Caso o façam, a escolha
é delas. Mas você pode optar por conservar a
companhia do Espírito e por não fazer algo que
lamentarão depois.
Talvez seja mais fácil dizer “não” caso tenha
um amigo a seu lado. O apoio de um amigo pode
ajudar você a fazer frente a um grupo.
Tente igualmente evitar que a situação se
apresente. Escolha amigos que partilhem e respeitem seus padrões. Antes de ir a uma festa, por
exemplo, descubra quem estará presente. Não vá
caso não se sinta à vontade ou se sinta inspirado
a não ir.
Depois de meu batismo, passei a não ir
mais a festas que tivessem bebida alcoólica
e cigarros. Uma de minhas amigas insistiu:
“Ah, vamos. Não vai acontecer nada”. Mas
recusei, pois eu prometera que não tomaria
bebida alcoólica, não fumaria nem usaria drogas. Eles compreenderam, pois sabiam que eu pertencia à Igreja e como
é importante fazer e cumprir uma promessa.
Não devemos procurar agradar nossos amigos, mas ao
Pai Celestial. Se cumprirmos as promessas que fizemos a Ele
quando nos batizamos, seremos abençoados.
Roxana C., 19, Lima, Peru
Assumir o Compromisso
Eu tinha pavor de decepcionar meus amigos. Mas refleti e percebi que, caso cedesse,
a quem mais eu decepcionaria? O que surtiu
melhor efeito para mim foi tomar a decisão
bem antes de a situação se apresentar. Assumi
o compromisso comigo mesmo de dizer “não” às drogas e ao
álcool. Depois de recusar algumas vezes, passei a ser mais
respeitado pela decisão que tomei. Depois de algum tempo,
quando alguém voltava a me perguntar se eu queria beber, um
de meus amigos dizia: “Não, Calder não bebe”. Tudo ficou mais
fácil para mim quando meus amigos perceberam que eu não ia
beber.
Élder Calder, 20, Missão Idaho Pocatello
26
As respostas são auxílios e pontos de vista, não pronunciamentos
de doutrina da Igreja.
Ter Coragem de
Permanecer Fiel
No começo deste
ano, ofereceram-me
drogas. Não quis ofender a pessoa, mas tive
coragem de dizer-lhe que não estava
interessada. Nem tenho palavras para
externar a gratidão que sinto por ter
permanecido fiel a minhas crenças.
Algumas semanas depois, o rapaz
que me ofereceu drogas me disse que
ficou muito impressionado por eu ter
mantido minhas convicções. Disse-me
que nunca conhecera alguém capaz
disso e que foi preciso muita coragem
de minha parte. Mencionou que jamais
esqueceria essa experiência.
Por meio de seu exemplo, você
pode ser uma luz para os outros e uma
influência positiva (ver Mateus 5:16).
Mary T., 16, Arizona, EUA
Permanecer Firme e
Inamovível
Seus amigos respeitarão você caso diga
“não” e mantenha seus
padrões. Cerque-se
de amigos que tenham os mesmos
padrões que você. Eles o apoiarão para
que permaneça firme e inamovível.
Ter Coragem
Também tive uma
experiência assim. Orei
ao Pai Celestial. Li as
escrituras, ponderei
a respeito e tentei
fortalecer meu testemunho. Depois,
quando me deparei com uma situação dessa natureza, disse: “Sinto
muito, mas não bebo. Sou membro
da Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias”. Tentei ajudar as
pessoas a compreenderem meus
padrões. No início, ficava nervosa,
mas hoje já me acostumei a fazê-lo e
continuo a guardar os mandamentos
do Senhor. Venci a provação com
o auxílio do Senhor e também fui
abençoada com confiança, fé, boa
saúde e padrões elevados. Diga
“não” aos amigos com confiança
e coragem. Se não diminuir seus
padrões, brilhará como uma luz
radiante.
Lee, M., 17, Seul, Coréia do Sul
PRÓ X I M A PERG U NT A
“Como posso convencer meus amigos
de que nossos padrões dizem respeito
à liberdade e não a restrições?”
Mande sua resposta até 15 de março
de 2009 para:
­Liahona, Questions & Answers 3/09
50 E. North Temple St., Rm. 2420
Salt Lake City, UT 84150-0024, USA
Ou envie um e-mail para:
[email protected].
O seu e-mail ou a sua carta deve
conter as informações e a permissão
a seguir:
NOME COMPLETO
DATA DE NASCIMENTO
ALA (ou ramo)
ESTACA (ou distrito)
Dou permissão para a publicação da
resposta e da fotografia:
ASSINATURA
ASSINATURA DOS PAIS (para menores de 18 anos)
Lindy S., 15, Utah, EUA
Decida Agora
Se você decidir agora
nunca aceitar drogas nem
bebida alcoólica, depois
vai ser muito mais fácil
cumprir essa resolução.
Não vai ser preciso pensar duas vezes
sobre a resposta. As pessoas tenderão
a respeitar sua escolha e talvez você
tenha uma experiência missionária ao
falar-lhes da Palavra de Sabedoria.
Sejam Fortes
“Vocês enfrentam enormes tentações. Elas chegam a
vocês nos lugares de entretenimento público, pela Internet, nos filmes, pela televisão, na literatura vulgar e de
outras maneiras sutis, sedutoras e difíceis de resistir. A
pressão dos colegas pode ser quase maior do que vocês
podem suportar. Contudo, meus queridos amigos, vocês
não devem ceder. Precisam ser fortes. Precisam ter em vista o seu objetivo
futuro, em vez de sucumbir às tentações sedutoras do presente.”
Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008), “Um Estandarte para as Nações, uma Luz
para o Mundo”, A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2003, p. 83.
Chandler H., 14, Alabama, EUA
A Liahona Fevereiro de 2009 27
28
Ninguém Nunca
Vai Saber
É l d e r S ta n l e y G . E l l i s
Dos Setenta
Ilustrações: Dan Burr
N
asci e cresci em Burley, Idaho, EUA.
Meu pai tinha uma fazenda e uma
granja lá, assim eu passava meu
tempo trabalhando ao ar livre. Minha família
pertencia à Igreja havia várias gerações e
fui criado num lar fiel. Mas enquanto estava
na escola secundária, meu testemunho foi
posto à prova por uma oportunidade que eu
mesmo buscara.
Tomei conhecimento de um aluno de
nossa escola que fizera intercâmbio estudantil. Achei que seria uma experiência interessante e me informei sobre os procedimentos
necessários, cuidei dos preparativos e me
inscrevi. Fui aceito. Na época, tinha 16 anos
de idade. Como estudara alemão durante um
ano, achei, assim como meu consultor, que
seria designado para a Alemanha. O programa de intercâmbio reunia todas as informações dos candidatos, procurava famílias
compatíveis e depois os designava a um país.
Quando fui aceito, fui designado para
o Brasil e concordei. Vivi com uma família
maravilhosa em São Paulo. Eles tinham seis
filhos e uma filha, exatamente como minha
própria família. Felizmente, falavam inglês. A
experiência revelou-se excelente, embora eu
tenha passado apenas um verão lá.
Durante minha estada no Brasil, fiz alguns
amigos que estavam na fase da vida em que
faziam muitas experiências. Começaram
a me convidar para sair com eles para me
divertir com algumas meninas que tinham
conhecido.
Eu estava a milhares de quilômetros de
casa, num país onde ninguém me conhecia,
com exceção de meus anfitriões. Os amigos
que me convidavam para sair sempre diziam:
“Ninguém nunca vai saber”. De certa forma,
era verdade. Com certeza, ninguém de minha
família americana ficaria sabendo. Eu era
adolescente, estava longe de casa, recebera
um convite para fazer algo errado e ninguém
saberia.
Mas eu tinha consciência de que eu
saberia. Eu sabia que o Senhor saberia, assim
recusei os convites e continuei a dizer não.
Eles convidavam repetidamente, convictos
de que me venceriam pelo cansaço. Não foi
um obstáculo único, mas a cada vez que eu
recusava, minha determinação de ficar firme
crescia.
Os amigos que me
convidavam para
sair sempre diziam:
“Ninguém nunca
vai saber”. Mas eu
tinha consciência
de que eu saberia.
E eu sabia que o
Senhor saberia.
A Racionalização de Satanás
“Ninguém nunca vai saber” é uma racionalização que Satanás usa contra nós em
nossa vida. É mentira. Descobri isso por
mim mesmo durante meu verão no Brasil.
Deixar-se iludir pela mentira de Satanás é,
aliás, a maneira como muitos se envolvem
em coisas como a pornografia na Internet.
Acham que podem fazê-lo de uma maneira
que ninguém saberá. Mas em todos os casos,
eles sabem e Deus sabe.
Nunca se deixem enganar por essa
A Liahona Fevereiro de 2009 29
A
prendi que
vamos ser
testados
de todos os lados.
Alguns dos desafios
mais difíceis são
internos, no recôndito de nosso próprio coração e nossa
mente.
30
mentira em nenhum aspecto de sua vida.
Sou grato por ter conseguido detectar esse
raciocínio falacioso e por não ter sucumbido.
O Espírito ajudou-me a sentir a verdade.
Também me apoiei no fato de que, devido
ao que eu aprendera na família, sabia
o que era certo. Meus pais tinham-me
ensinado a verdade. Aprendi a verdade
na Primária, na Escola Dominical, no
Sacerdócio Aarônico e no seminário.
Esse alicerce do evangelho estava em
meu lar, na criação que eu recebera e
nas aulas da Igreja.
Minha experiência com
a tentação
quando
fazia intercâmbio estudantil veio de fora,
de amigos insistentes. Foi uma dificuldade
externa às coisas nas quais eu
acreditava e consegui resistir com firmeza.
Mas à medida que passei por outras experiências, aprendi que vamos ser provados
de todos os lados. Alguns dos desafios mais
difíceis são internos, quando as tentações a
serem combatidas se apresentam no recôndito de nosso próprio coração e nossa mente.
Pôr o Senhor à Prova
Um desses obstáculos surgiu quando
decidi pagar um dízimo honesto quando
estava longe de casa. Todos os anos, meu pai
nos levava ao acerto do dízimo. Ele ajudavanos a calcular nosso dízimo e nós pagávamos. Ao longo de toda a minha infância e
adolescência, desenvolvi o hábito de pagar
o dízimo. Se você tivesse me perguntado
naquela época, eu teria dito que tinha testemunho desse mandamento.
Quando terminei o ensino médio, fora
admitido na Universidade Harvard, assim
trabalhei nas férias de verão e ganhei dinheiro
para arcar com as despesas que não eram
cobertas pela bolsa de estudos. Ao fim do
primeiro semestre, eu gastara levianamente
todo o dinheiro que ganhara para me manter
o ano inteiro.
No início do segundo semestre, consegui
um emprego. Eu não podia trabalhar muito,
pois era estudante em tempo integral, mas
trabalhava algumas horas por semana e
recebi meu primeiro contracheque. Claro
que não era muito, mas era tudo o que
eu tinha para sobreviver até o pagamento
seguinte.
Então me surgiu na mente a pergunta:
“E o dízimo?” Eu tinha o hábito de pagar o
dízimo, mas sempre tivera dinheiro suficiente para fazê-lo. Agora eu estava diante
da seguinte dificuldade: devo pagar meu
dízimo quando nem sei se tenho o bastante
para as necessidades básicas nas duas semanas seguintes?
Ao pensar a respeito, lembrei-me de uma
escritura que se encontra em Malaquias 3:10,
na qual o Senhor promete: “Fazei prova de
mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu
não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não
haja lugar suficiente para a recolherdes”.
Assim percebi que essa era a resposta.
Eu deixaria nas mãos do Senhor. Paguei o
dízimo, sem saber se teria dinheiro para me
manter até o pagamento seguinte. E aconteceu um milagre. Consegui sobreviver naquele
período.
Foi-me confirmado de modo inequívoco
que o Senhor cumpre Sua palavra. O Senhor
agiu como prometera. Tal qual as escrituras nos garantem, se pagarmos o dízimo, o
Senhor nos abençoará. Esse mesmo milagre
se repetiu a cada duas semanas no decorrer
do semestre. Antes, eu achava que tinha um
testemunho do dízimo, mas agora, por causa
P
aguei o dízimo, sem saber se teria
dinheiro para me manter até o
pagamento seguinte. E aconteceu um
milagre. Consegui sobreviver naquelas
duas semanas.
de minha decisão correta, tinha um testemunho inabalável.
O Senhor sempre faz o que diz, assim meu testemunho
continuou a crescer passo a passo.
Crer no Senhor
Incentivo vocês, enquanto estão na adolescência e
ao desenvolverem seu próprio testemunho, a confiarem
na palavra do Senhor. Quando o Senhor promete algo,
podemos confiar. Afinal, como as escrituras nos ensinam,
Deus não pode mentir. O Senhor mantém Sua palavra.
Sempre que o Senhor faz uma promessa, seja por meio de
Seu profeta ou diretamente em Suas escrituras, podemos
confiar.
Nas escrituras recebemos o incentivo de recorrer ao
Senhor. “Portanto, pedi e recebereis; batei e ser-vos-á
aberto; porque aquele que pede, recebe; e ao que bate,
ser-lhe-á aberto” (3 Néfi 27:29).
Aprendi por meio desta e de outras experiências que
essa escritura é verdadeira. O Pai Celestial está sempre a
nosso alcance. Quer nosso desafio seja externo ou interno,
Seu plano, Suas escrituras, Seu amor e Seu dom do
Espírito Santo nos ajudarão a triunfar. ◼
A Liahona Fevereiro de 2009 31
Ensinar no
Berçário,
Ensinar em Casa
M a r g a r e t S . L i ff e r t h
Primeira Conselheira na Presidência Geral
da Primária
C
Muitas coisas tornam
o novo manual do
berçário da Primária
especial, inclusive
as atividades que
ajudam crianças em
idade de berçário a
aprenderem verdades
do evangelho vendo,
ouvindo e agindo.
harlie, de 20 meses de idade, reage
muito bem ao ensino do evangelho
em casa. É capaz de apontar para uma
gravura do Salvador e dizer: “Jesus”. Contudo,
quando vai à classe do berçário na Primária,
onde também aprende sobre Jesus, ainda fica
um pouco tímido.
Sam tem quase três anos e se sente à vontade no berçário. Aprendeu várias músicas
da Primária na classe e gosta de cantá-las
durante a noite familiar. De fato, quando
sua avó cantou com ele, ficou surpresa ao
ver que Sam sabia cantar de cor mais de dez
músicas.
Tanto Charlie quanto Sam estão participando de sua primeira experiência organizada na Igreja: a classe do berçário. Nela, as
crianças de 18 meses a três anos aprofundam
seu aprendizado do evangelho. O novo
manual do berçário da Primária, Olhai para
Vossas Criancinhas, é uma fonte maravilhosa
de recursos tanto para professores do berçário como para os pais em casa ao ensinar as
verdades básicas do evangelho às crianças.
Uma Ferramenta Flexível de Ensino
As crianças dessa idade podem começar
a compreender princípios do evangelho
simples, porém profundos, como a realidade
e o amor do Pai Celestial e de Jesus Cristo,
32
o amor da família, a eficácia da oração, a
veracidade da Primeira Visão e a beleza das
criações de Deus.
Elas são ativas, precisam de amor e de
afeição, tem pouca capacidade de concentração, estão aprendendo a falar e gostam
de várias atividades diferentes. Estão sempre
aprendendo. O Presidente Thomas S. Monson citou uma eminente autoridade médica
que afirmou que “a idade mais receptiva na
vida humana é a de dois ou três anos.” 1
Durante a aula, as crianças gostam de
atividades musicais, de brincadeiras, da hora
do lanche e de uma lição que lhes ensine as
doutrinas básicas do evangelho. As lições do
novo manual do berçário foram preparadas
para serem flexíveis e atenderem às necessidades dessa faixa etária. Cada aula
começa com uma introdução para
o professor, que explica em
poucas palavras a doutrina a
ser ensinada e traz referências das escrituras. Inclui
dicas de ensino a fim de
que os pais e professores saibam o que
esperar das crianças em
idade de berçário e como adaptar a experiência de ensino a fim de atender às necessidades das crianças. As lições também incluem
Moisés
Noé
Adão e Eva
À esquerda: fotografia de Busath Photography; à direita: Contando Histórias na Galiléia, de Del Parson; ilustrações fotográficas de Christina Smith;
desenhos em preto e branco de Beth Whittaker
Cada lição inclui duas
páginas de auxílios
visuais para reforçar
a doutrina ensinada
na lição.
Os professores do berçário e os pais em casa
podem usar Olhai para
Vossas Criancinhas, para
ensinar verdades básicas
do evangelho às crianças.
A Liahona Fevereiro de 2009 33
Histórias de Sucesso
As dicas de ensino ajudam os pais e professores a saberem como adaptar a lição
para atender às necessidades das crianças.
34
Durante a fase de desenvolvimento do
manual do berçário, líderes do berçário da
Primária em todo o mundo testaram as
lições. Ofereceram diversas sugestões
excelentes que foram inseridas no
manual.
Na Estaca Cape Coast Gana, uma
líder do berçário escreveu: “Aprendi
muito sobre o ensino ao testar as lições. As
crianças se interessaram pelas histórias, responderam a perguntas
e coloriram os desenhos.
Ficaram muito felizes”. Uma
líder da Primária de Scranton, Pensilvânia, EUA, escreveu: “Nosso ramo é pequeno e
nem sempre temos professora.
Essas lições podem ser preparadas
em muito pouco tempo e ainda assim surtem efeitos positivos para as crianças”.
Na Estaca Caracas Venezuela Los Teques,
uma líder gostou do fato de as lições deixarem espaço para a professora usá-las conforme a orientação do Espírito.
No alto, à esquerda: ilustração de Jerry Thompson; na extrema direita: Cristo e as Crianças do Livro de Mórmon, de Del Parson
várias atividades de aprendizado que ajudam
as crianças a ouvirem a doutrina, verem algo
relacionado à doutrina, cantarem músicas,
fazerem atividades físicas e dizerem algo
ligado à doutrina.
A líder do berçário ou o pai e a mãe,
conforme guiados pela inspiração, podem
ministrar as lições em qualquer ordem. Para
reforçar o aprendizado, as lições e atividades
podem ser repetidas em semanas consecutivas ou repetidas duas vezes durante uma
aula do berçário, em função das necessidades e interesses das crianças.
As atividades opcionais sugeridas também
podem ser usadas a qualquer momento e
quantas vezes se desejar na aula do berçário. Todos os auxílios e atividades visuais
estão contidos no manual.
“As crianças adoraram os fantoches de
dedo”, escreveu uma líder de West Jordan,
Utah. “Dei às crianças a chance de me contar
uma história usando seus próprios bonecos.
Ficou tão bom que acho que elas poderiam repetir a experiência sozinhas na noite
familiar.” E acrescentou: “As dicas de ensino
também foram de grande valia para mim”.
Para os Pais e Líderes do Berçário
É um privilégio para os pais ou líderes da
Primária receberem a missão de cuidar de
crianças em idade de berçário e ensiná-las.
Essas crianças são capazes e cheias de fé.
São rápidas para crer, ávidas para aprender e felizes em participar de atividades.
Elas se desenvolvem, maravilhosamente,
numa atmosfera cheia de amor e da luz do
evangelho.
O novo manual do berçário da Primária,
quando usado com inspiração e testemunho, ajudará os pais e os líderes da
Primária em todo o mundo a ensinarem às crianças pequenas, como Charlie
e Sam, o evangelho de Jesus Cristo. ◼
As crianças em idade do
berçário se desenvolvem,
maravilhosamente, numa
atmosfera cheia de amor e
da luz do evangelho.
M a nu a l
do
B er ç á rio
Olhai para Vossas
Criancinhas
Nota
1. Glenn J. Doman, citado por Thomas S. Monson
em “Verdades Constantes numa Época de Mudanças”, A ­Liahona e ­Ensign, maio de 2005, p. 19.
Olhai para Vossas
Criancinhas
O
s pais podem comprar o
manual (37108 059) para
usar na noite familiar e aprender mais sobre como ensinar
com maior eficácia as crianças
pequenas.
A Liahona Fevereiro de 2009 35
A Família Funcional
J a m e s D . M a c A r t h u r , P h D
Diretor do Centro Vocacional e de Aconselhamento,
Universidade Brigham Young
L
embro, quando eu era um jovem pai, de ler
Doutrina e Convênios 93:40, em que o Senhor diz:
“Ordenei que criásseis vossos filhos em luz e verdade”. Fiquei a me perguntar: “Como vou fazer isso exatamente?” Eu já ouvira muitas pessoas falarem de famílias
disfuncionais, mas eu queria criar uma família funcional.
Então o que é exatamente uma família funcional?
As pessoas parecem achar que os membros de uma
família funcional se dão perfeitamente bem e resolvem os
problemas juntos com perfeição. É claro que, na realidade,
chamar uma família de “funcional” não quer dizer que ela
seja perfeita. Todas as famílias enfrentam dificuldades ao
lidarem com a personalidade única de cada membro da
36
família. Contudo, numa família bem ajustada, os familiares reconhecem que têm fraquezas e fazem um esforço
conjunto para melhorar os relacionamentos, a despeito de
suas fraquezas. Na verdade, os membros da família sentirão mais felicidade quando se empenharem para aplicar
os princípios do evangelho em sua vida para melhorar os
relacionamentos individuais e familiares.
Ao longo de muitos anos trabalhando com casais e
famílias como conselheiro profissional, aprendi alguns
princípios que creio serem úteis para as famílias funcionarem bem. Este artigo discute apenas alguns deles; pode ser
que lhes ocorram outros. Ao ler os princípios, reservem
alguns momentos para determinar como podem aplicá-los
a sua família.
Na família funcional, os pais concentram as energias no ensino de princípios corretos aos filhos e
permitem que exerçam o livre-arbítrio. Na condição
de pai e avô, reflito bastante e esforço-me para oferecer o
máximo possível de amor, instrução, tempo, cuidado, auxílio, orientação e atenção para ensinar a meus filhos e netos
princípios corretos. Isso inclui ensinar-lhes que as escolhas
têm conseqüências, tanto positivas como negativas.
Às vezes, como pais, cedemos à tentação de assumir o
papel de gerente que tenta controlar os filhos, por esperarmos determinado resultado. O problema com essa atitude
é que os filhos resistem à coerção ou compulsão, principalmente ao ficarem mais velhos. Quanto mais agirmos
como instrutores, consultores e guias e agirmos menos
como gerentes, mais êxito teremos. Isso quer dizer que
ensinamos a nossos filhos princípios corretos, conforme
permitam sua maturidade e experiência, continuamos a
conceder-lhes maior autonomia para fazerem escolhas e
colherem as conseqüências.
Na família funcional, os pais fortalecem intencionalmente a família. Isso quer dizer que é preciso ponderar
um tempo de discussão em família, você e o seu cônjuge
comprometem-se a refletir regularmente sobre as necessidades da família. Vocês também criam tempo para avaliar
as mudanças que vocês e a família podem precisar fazer.
Se você estiver criando seus filhos sozinho, pode marcar
uma hora semanal para meditar e orar sobre sua família.
Concentrar-se intencionalmente na família também
significa pensar no impacto do que vocês dizem ou não
diz aos filhos. Como pais, vocês começam a enviar mensagens sobre seus sentimentos em relação aos filhos a partir
do minuto em que eles nascem. Essas mensagens incluem
suas palavras, atos e atitudes, sejam eles voluntários ou não.
Todas essas mensagens moldam a auto-estima das crianças.
À esquerda: Ilustração fotográfica de Matthew Reier; à direita:
Ilustração fotográfica de Jan Friis, © Henrik Als
O que é uma família funcional? É a família
em que os familiares trabalham em conjunto
para melhorar os relacionamentos ao
enfrentarem problemas.
com regularidade e sigilo as necessidades de cada filho e
avaliá-las à luz das necessidades gerais da família. Muitos de
nós nos encontramos constantemente reagindo aos desafios da vida. Agendas movimentadas e as muitas obrigações
da vida podem dificultar a tentativa de decidirmos como
desejamos viver e atender às necessidades e expectativas da
família. Isso implica que as circunstâncias, outras pessoas ou
velhos hábitos podem acabar por ditar como reagiremos a
determinada situação, em vez de a decisão ser tomada por
nós mesmos quanto ao modo de agir. Nem é preciso dizer
que tais reações costumam levar a situações desagradáveis
em que não estamos à altura de nosso potencial.
Uma das melhores maneiras de os pais fortalecerem a
família é programar um horário específico a cada semana
para discutir como a família está-se saindo. Chamo isso
de “tempo de discussão em família”. Ao estabelecerem
Exemplos de mensagens não intencionais, mas não raro
prejudiciais, incluem ignorar o filho e ser impaciente com
ele. Se você estiver ocupado demais para passar tempo
com um filho, pode ser que esteja enviando a mensagem:
“Você não é importante para mim”. Lembre, contudo, que
às vezes não há como evitar as ocupações, então não
fique paranóico em relação a isso. Lembre apenas que
é importante enviar intencionalmente mensagens positivas para edificar os filhos e avaliar periodicamente quais
mensagens você está transmitindo a fim de adaptá-las
conforme a necessidade.
Que mensagens você gostaria de enviar intencionalmente a seus filhos? Deseja que eles saibam que você
os ama e pensa neles? Caso planeje com antecedência,
poderá enviar mensagens positivas mesmo quando parecer difícil. Por exemplo, suponha que você tenha de sair
A Liahona Fevereiro de 2009 37
para o trabalho todos os dias antes de as crianças acordarem. Pense em como um filho ficaria surpreso e feliz se
fizesse um cartãozinho em papel colorido e o fixasse ao
pé da cama dele, como primeira coisa a ser vista quando
ele acordasse. O cartão poderia dizer algo como: “Olá! O
papai ama você! Até o jantar. Vamos brincar juntos quando
eu voltar para casa!” Esse tipo de mensagem positiva pode
exercer um impacto positivo eficaz e duradouro.
Na família funcional, os relacionamentos são de
fundamental importância. É uma boa idéia examinar
regularmente a condição de cada relacionamento na
família. Nunca se sabe quando poderá haver uma necessidade específica não atendida que, por algum motivo,
seus filhos não lhes tenham contado. Ao ouvir com
cuidado e ser sensível ao Espírito, conseguirão discernir
melhor como seus filhos estão-se saindo e quais são as
necessidades deles.
É claro que isso levanta um questionamento: quando
vocês percebem que alguém em sua família precisa de
ajuda, seja num relacionamento com você ou com outra
pessoa, como pode ajudar a melhorar a situação? Algo
que aprendi é que, via de regra, os relacionamentos não
melhoram acidentalmente; na verdade, melhoram quando
fazemos desse resultado uma prioridade.
Tentem investir tempo no relacionamento lançando mão
de estratégias óbvias. Aqui estão algumas coisas que experimentei e que talvez funcionem também para vocês: conversem; brinquem juntos; passem tempo com um membro
da família de cada vez; mandem cartas, cartões ou bilhetes
externando afeto; façam elogios; façam coisas divertidas e
inesperadas; digam “Eu te amo”; escutem a outra pessoa;
peçam ajuda num projeto; exprimam sentimentos pessoais.
Tudo isso exige que vocês se envolvam pessoalmente em
coisas que a outra pessoa está fazendo. Depois conversem
sobre seu empenho com o cônjuge durante o tempo de
discussão em família. Vocês poderão ficar surpresos com o
enorme alcance de sua influência positiva.
Na família funcional, os pais são professores
ativos. Adão e Eva foram excelentes exemplos de pais
que eram bons professores. Por exemplo, “Adão e Eva
(…) deram a conhecer todas as coisas a seus filhos e suas
filhas” (Moisés 5:12). Ensinaram aos filhos os princípios
do evangelho, como o plano de salvação e a importância
38
das bênçãos decorrentes da obediência aos mandamentos.
Temos a mesma responsabilidade: não só de preparar os
filhos para a vida, mas também de ensinar-lhes o evangelho. Se deixarmos a instrução espiritual de nossos filhos
ao acaso ou a transferirmos a terceiros, corremos o grande
risco de que eles não aprendam as coisas que lhes trarão a
verdadeira felicidade.
Isso significa que precisamos refletir sobre o que
ensinamos e como ensinamos. Por exemplo, no tempo de
discussão em família, podem perguntar: “O que queremos
ensinar em nossa família nos próximos meses?” Como,
quando e onde queremos ensinar?” Se desejar, anotem
as respostas, considerem as metas familiares e deixem-as
expostas num local visível a fim de não as esquecer. Em
seguida, acompanhem de perto essas metas.
O que mais vocês podem ensinar? Qualquer coisa que
acharem que sua família precisa aprender. Alguns tópicos
incluem a cortesia, a honestidade, a oração, o estudo das
escrituras, o desendividamento, o respeito mútuo na família, o uso eficaz do tempo, o controle da raiva, a importância dos estudos e a necessidade de todos os familiares
cumprirem suas obrigações domésticas.
O ensino eficaz também se dá fora de um contexto de
ensino formal ou direto. O ensino indireto ocorre quando
ensinamos sem usar palavras. Aliás, talvez vocês nem
estejam presentes quando ocorrer o “ensino”! Por exemplo, penduro gravuras que representam características
que eu gostaria que meus filhos ponderassem, como uma
gravura dos pioneiros viajando numa tempestade de neve
para representar a perseverança diante das dificuldades.
Também temos 29 fotografias individuais de nossos netos
em cima da lareira, em nossa sala de estar. Embora não
haja palavras escritas com essas fotografias, essa apresentação visual suscita muitos comentários. É impossível deixar
de vê-las. As fotografias transmitem a mensagem de que
nossos netos são uma parte importante de nossa família.
Na família funcional, os pais guiam pelo exemplo.
Os filhos estão sempre nos vigiando e observando nosso
comportamento, quer tenhamos consciência disso ou não.
Em meu papel de pai, regularmente avalio minha conduta
e pergunto a mim mesmo: “Posso recomendar que meus
filhos sigam meu exemplo na esfera pública e privada?” Se
a resposta for negativa, faço as correções necessárias.
Estas são algumas das perguntas que me faço:
• Quero que meus filhos sejam pacientes? Quero, assim
tento ser o mais paciente possível com eles.
• Quero que meus filhos vençam o estresse, divirtam-se
e aprendam a aproveitar a vida? Quero, pois creio que
Por fim, na família funcional, os pais ensinam aos
filhos a fé no Pai Celestial e no Senhor Jesus Cristo.
Essa fé fincará de modo inigualável um alicerce firme e
sólido para a vida familiar. Trata-se também de um mandamento de nosso Pai Celestial. Em relação a nossos deveres
para com os filhos, o rei Benjamin exortou-nos: “Ensinálos-eis, porém, a andarem nos caminhos da verdade e da
sobriedade; ensiná-los-eis a amarem-se uns aos outros e a
servirem-se uns aos outros” (Mosias 4:15).
Talvez a coisa mais importante que faremos na vida
seja ensinar nossos familiares a terem fé em Jesus Cristo e
em Seus ensinamentos e a guardarem os mandamentos.
“A Família: Proclamação ao Mundo” declara: “A felicidade
E
À esquerda: Ilustração fotográfica de Jan Friis, © Henrik Als; à direita:
ilustração fotográfica de Matthew Reier
nsinem aos filhos princípios corretos por preceito, pelo exemplo e pelo Espírito ao prestar-lhes
testemunho.
essas qualidades são vitais para desenvolver relacionamentos salutares e felizes. Tento divertir-me com meus
filhos com a maior freqüência possível.
• Quero que meus filhos leiam as escrituras e livros proveitosos? Quero, assim faço questão de que me vejam
lendo e também leio para eles.
• Quero que meus filhos sejam carinhosos e dedicados
aos relacionamentos familiares? Quero, assim os beijo
e abraço, sorrio para eles, escuto-os, brinco com eles e
conto experiências pessoais para eles.
Lembrem-se de que nossos filhos querem que os pais
dêem o exemplo de alguém que tenha uma linha de ação
clara no tocante a questões pessoais e espirituais. Como
pais, devemos viver dignos da orientação do Espírito Santo
em todos os momentos, principalmente quando surgirem
dificuldades.
na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando
fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo.” 1
Ensinem a seus filhos princípios corretos por preceito,
pelo exemplo e pelo Espírito ao prestar-lhes testemunho.
Lembrem-se de serem pacientes com vocês mesmos e
com os familiares. Os relacionamentos tendem a melhorar
pouco a pouco, e não da noite para o dia. Fortalecê-los
exige tempo e esforço. Contudo, ao empenharem-se para
ter uma família funcional baseada nos ensinamentos do
Pai Celestial e de Jesus Cristo e Seu evangelho restaurado,
vocês darão a seus familiares a melhor oportunidade possível de se aproximarem cada vez mais e de enfrentarem
os desafios com mais harmonia e felicidade. ◼
Nota
1. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A ­Liahona, outubro de 2004, p.
49; E
­ nsign, novembro de 1995, p.102.
A Liahona Fevereiro de 2009 39
Gerações
Quer sejamos membros novos ou nossa
família pertença à Igreja há décadas, os
jovens da Igreja em Guadalupe podem
mostrar-nos que a prática do evangelho nos
fortalece com o passar do tempo.
R i c h a r d M . R o m n e y
Revistas da Igreja
C
oralie “Coco” Gamiette, de 12 anos, tem muitos
lugares prediletos para passear; um deles é uma
cachoeira. Chama-se la Cascade aux Écrevisses. É o
local onde foram batizados muitos dos primeiros membros
da Igreja na ilha caribenha de Guadalupe.
Coco conta que a cascata a faz recordar um local do
Livro de Mórmon, as águas de Mórmon, descritas como
uma “fonte de água pura” com um “bosque de pequenas árvores” por perto. Foi lá que foram batizadas 450
das pessoas que creram nos ensinamentos de Alma (ver
Mosias 18).
É claro que hoje em Guadalupe, como na maioria
dos lugares onde se implantou a Igreja, essa ordenança
é realizada numa pia batismal na capela. Mas para Coco,
“la Cascade” ainda é um local agradável para piqueniques, passeios no riacho e momentos de reflexão na
sombra amena sobre seu legado familiar SUD.
Essa herança está ligada a uma história um tanto complexa iniciada há cerca de 20 anos na Cidade de Angoulême, França. Lá, os missionários de tempo integral foram
guiados até um homem chamado Michel Menardin, que
viera de Guadalupe, um território ultramarino da França,
para prestar o serviço militar. Michel aceitou o evangelho
e foi batizado e confirmado.
No mesmo ano e na mesma cidade, os missionários
deixaram um folheto numa caixa postal. Isso despertou
o interesse de uma mãe solteira, Claudine, que criava
uma filha de 19 anos, Delphine. Ambas adquiriram um
40
Fotografias: Richard M. Romney
Da França, com Amor
testemunho e foram também batizadas e confirmadas.
Michel e Claudine se conheceram na Igreja, perceberam
que tinham sido feitos um para o outro e se casaram. (São
os avós de Coco.) Quando a mãe de Michel, Marthé, foi
assistir ao casamento, passou algum tempo em Angoulême, travou conhecimento com a Igreja e se converteu
também.
Algum tempo depois, Delphine foi chamada para servir
como missionária em Seattle, Washington. Enquanto estava
no campo missionário, seus pais e sua avó se mudaram
de volta para Guadalupe. Depois da missão, Delphine
foi visitá-los e durante a estada em Guadalupe conheceu
Claude Gamiette, que voltara recentemente da Missão
Flórida Jacksonville e estava servindo como conselheiro
do padrasto de Delphine na presidência do ramo. Os dois
ex-missionários namoraram e se casaram pouco tempo
depois. Claude e Delphine são os pais de Coco. Agora,
U m L u g a r Sa g r a d o
A
s Águas de Mórmon eram um lugar sagrado para aqueles
que lá foram ensinados e batizados por Alma. “As paragens
de Mórmon, as águas de Mórmon, o bosque de Mórmon, quão
belos são eles aos olhos dos que ali vieram a ter conhecimento
de seu Redentor; sim, e quão abençoados são eles, porque lhe
cantarão louvores para sempre!” (Mosias 18:30).
Você tem um lugar predileto que o faz recordar um local das
escrituras?
A Liahona Fevereiro de 2009 41
14 anos e cinco filhos depois,
Claude, cuja família é membro
da Igreja há muitos anos, é o
presidente do Distrito BasseTerre Guadalupe.
Com tudo isso, Coco é um
membro da Igreja de quarta
geração. “Cresci na Igreja”,
ressalta. “Aprendi o evangelho
desde a tenra infância, passei
pela Primária, agora freqüento
as Moças e ouvi meus pais, avós
e bisavós prestarem testemunho.
Sempre soube que o evangelho é verdadeiro. Quando leio
em Mosias sobre as promessas
feitas pelos seguidores ao serem
batizados por Alma, reconheço
o que vi e senti minha vida
inteira.”
Coco lembra-se de ouvir
sua bisavó dizer que a família
vai muito além da mãe, do pai
e dos filhos. “Ela afirma que a
família se estende pelas gerações, de eternidade a eternidade”, diz Coco. “É isso que
vejo em minha família.”
Acima, a partir do alto:
Os alunos do seminário Luidgia, Travis,
Eole e Leslie (página
ao lado) gostam de
aprender o evangelho
juntos. Coco (página
anterior) sabe que o
evangelho fortalece
sua família.
42
Pouco a Pouco, Dia Após Dia
Em outra parte da ilha, na
capital de Basse-Terre, a Igreja
está-se tornado um tesouro
de duas gerações para Luidgia
Duflo, de 13 anos, e sua irmã
Stelle, de 17 anos, que entraram
para a Igreja há dois anos ao
mesmo tempo que a irmã mais
velha, o irmão mais novo e os
pais. Dizem que o evangelho
as ensinou a honrar o pai e a
mãe. Elas têm predileção pela
noite familiar, realizada no
apartamento da família, situado em cima da lojinha do
pai. Ele vende utensílios domésticos, açúcar, temperos,
doces e ração para animais. Um de seus locais favoritos
para conversar com o pai é o escritório nos fundos da
loja, com a parede coberta de fotografias de vários templos da Igreja.
“Ele tem a oportunidade de fazer um pouco de trabalho missionário quando as pessoas entram no estabelecimento e perguntam que prédios são esses”, explica Stella.
“Mas acho que isso também o faz recordar diariamente
suas promessas e metas eternas; isso certamente acontece
conosco. Devemos nos preparar para ir ao templo, e ele
sempre chama nossa atenção para isso.”
A família Duflo antevê um futuro brilhante. “A Igreja
continuará a crescer em Guadalupe e há de florescer”,
empolga-se Stella. “Basta fazermos nossa parte, pouco
a pouco, dia após dia, confiando no Senhor para todas
as coisas e proclamando o evangelho sempre que
pudermos.”
O Seminário e Golias
Eole Montredon, de 15 anos de idade, vai ao seminário todas as manhãs durante o ano letivo, embora ainda
não seja membro da Igreja. “De certa forma”, afirma ela,
“é como se eu fosse membro da Igreja a vida inteira, pois
me criei sob a influência da Igreja e conheço de perto o
evangelho.”
Ela diz que adora ir ao seminário porque “é bom para
nós, jovens, lermos as escrituras juntos, mesmo que precisemos nos levantar antes do nascer do sol”. O seminário
começa às 6h, assim ela se levanta às 5h. “Alguns de meus
amigos acham que sou louca, mas quando explico o que
fazemos, compreendem melhor. Além do mais, sinto o
Espírito Santo quando estou lá. É um sentimento bom que
conservo ao longo do dia.”
Uma de suas histórias favoritas da Bíblia é a de Davi e
Golias. Ela conta que esse relato lhe dá coragem e mostra
que o Senhor ajuda os pequenos a superarem grandes
problemas, pois ela enfrenta um desafio que às vezes lhe
parece tão colossal quanto Golias. Seus pais são separados
e, embora a mãe seja membro ativo e adoraria vê-la ser
batizada na Igreja, o pai de Eole insiste que ela deve esperar. Assim, para honrar o pai, está aguardando, vivendo
o evangelho pacientemente e orando para que um dia o
coração dele se abrande.
“Se eu pudesse transmitir uma mensagem aos jovens
da Igreja”, diz Eole, “eu os incentivaria a ir ao seminário
todos os dias da semana e à Igreja todos os domingos,
pois quanto mais o fizerem, mais verão o quanto isso é
bom e o quanto nos fortalece.” Embora Eole não tenha o
privilégio de ter várias gerações na Igreja — por enquanto
— sabe que pode trabalhar hoje para deixar esse legado
para as gerações futuras. “Sei que preciso começar agora”,
garante ela, “e se eu permanecer fiel, coisas boas hão de
acontecer.”
Regeneração Matinal
Numa classe de seminário diário em Abymes, o mesmo
desejo de fortalecimento gradual se faz evidente. Os alunos se apressam para achar referências das escrituras. Vão
ao quadro-negro com entusiasmo para desenhar. A cada
vez que o professor faz uma pergunta, mãos se erguem
sem tardar para responder.
“O seminário nos ajuda a conhecer melhor a Deus”,
explica Travis Devarre, de 14 anos. “Também nos ajuda a
nos prepararmos para fazermos a obra missionária agora
e uma missão de tempo integral no futuro. Aprendemos
ao estudarmos a palavra de Deus e chegamos à escola
totalmente acordados, com a mente repleta de bons pensamentos. Isso nos revigora e nos regenera.”
Um dos significados de regenerar é “renascer
espiritualmente ou converter-se”. Também pode
significar “ser restaurado a um estado melhor, mais
elevado ou mais digno”. Travis afirma que o serviço no sacerdócio também o regenera. “Abençoa
a mim e minha família, pois me permite ajudar as
pessoas a minha volta, inclusive os familiares. Isso
enche meu coração de felicidade.”
“Se tivermos confiança no Pai Celestial, poderemos ser abençoados”, diz Leslie Amoussouga,
de 15 anos. “Sabemos que Ele sempre prepara
o caminho para nós. Se não duvidarmos, se
tivermos fé e guardarmos os mandamentos, Ele
levará a luz do sol para nossa alma.” Em outras
palavras, Ele nos ajudará a nos regenerarmos,
de geração a geração. ◼
P o r q u e L e s l i e Va i a o S e m i n á r i o
G
osto de me levantar bem cedo,
antes mesmo do alvorecer, e
estar com meus amigos”, diz Leslie
Amoussouga, de 15 anos, membro
do Ramo Abymes.
Mas nem tudo se resume a
estar com os amigos. “No seminário estudamos as escrituras com
mais profundidade do que quando
estou em casa sozinha”, compara. “Aprendemos muitas
coisas boas quando estudamos juntos e quando temos um
instrutor com o interesse genuíno de nos ajudar a aprender e a
capacidade de explicar coisas que talvez não compreendamos
totalmente se estivermos sozinhos.
E o seminário me ajuda na escola também, pois me levanto
cedo para freqüentá-lo. Quando chega a hora de ir à escola, já
estou alerta e em atividade, ao passo que alguns colegas ainda
estão sonolentos. O seminário nos ajuda a formar bons hábitos
e nos ensina autodisciplina, tanto no estudo como em coisas
simples como levantar e ir à luta.”
A Liahona Fevereiro de 2009 43
Denise Barfuss
E
u estava servindo como missionária de tempo integral na
Argentina havia apenas dois
meses, quando recebi a notícia de
que minha irmã mais nova (e única)
ficara noiva. Eu e Rebecca éramos
muito chegadas na infância e na adolescência e sempre sonháramos com
o casamento uma da outra, mas agora
eu estaria ausente no dela.
Meus pais me mandaram planos,
fotografias, os cardápios e o programa das festividades, mas ainda
assim me senti excluída, sozinha e
distante. Além disso, o trabalho missionário estava difícil e lento. Comecei a me perguntar o que eu fazia tão
longe de casa e fiquei confusa sobre
o que me cabia realizar.
No entanto, sabia que o Senhor me
chamara para servir e tinha um forte
testemunho da oração e do poder
do sacerdócio. Recebi uma bênção
de consolo que me garantiu que eu
estava onde precisava estar.
Como missionários, citávamos
muito a exortação que se encontra
em Morôni 10:4–5. Eu acreditava
firmemente na promessa contida
nesses versículos: se eu consultasse
a Deus, o Pai Eterno, em nome de
Jesus Cristo, poderia saber a verdade
44
U
m rapaz nos
chamou.
Nós o
ignoramos, mas
quando voltou a
acenar, senti-me
inspirada a
responder.
de todas
as coisas
pelo poder
do Espírito
Santo. Orei
com diligência para saber se tomara a decisão
acertada ao ir para a Argentina em
vez de ficar em casa, onde poderia
ajudar minha irmã com os preparativos do casamento. À medida que
se aproximava a data da cerimônia,
minhas orações se tornavam cada vez
mais fervorosas. Senti a influência
tranqüilizadora do Espírito, mas ainda
esperava receber uma resposta.
Duas semanas antes do casamento,
eu e minha companheira estávamos
caminhando para casa depois de
almoçarmos na casa de membros
do ramo em que servíamos. Essa
unidade ficava numa cidadezinha no
centro da Argentina, onde as pessoas
tinham o costume de fazer a sesta no
início da tarde. Nessa hora do dia, as
ruas costumavam ficar desertas.
Contudo, ao andarmos, um rapaz
nos chamou. Como muitos rapazes
nos importunavam na rua, simplesmente o ignoramos e continuamos a
andar. Quando ele voltou a acenar,
senti-me inspirada a responder.
Seu nome era Horacio e queria
saber se éramos amigas de duas jovens
que vinham lendo o Livro de Mórmon
com seu primo. Contou-nos que sentira algo especial durante a leitura feita
por essas missionárias, que também
serviam em nosso ramo. Queria saber
se poderia visitar nossa igreja.
Ao ensinarmos Horacio com a
ajuda de membros locais, ele logo
adquiriu amor pelo evangelho.
Mudou de vida ao crescer no evangelho, mas sua família se opôs e
seus amigos o rejeitaram. Contudo,
Horacio sentia o amor do Senhor e
o desejo de segui-Lo. Tive algumas
das experiências mais marcantes de
minha missão ao ensinar esse rapaz.
Ilustrações: Robert A. McKay
Meu
Verdadeiro
Propósito
Como
Missionária
V o z e s
Enquanto minha família se reunia
no Templo de Oakland Califórnia
para ver minha irmã realizar uma das
ordenanças que ajudariam a preparála para o reino celestial, eu estava
numa pequena capela em General
Pico, Argentina, esperando Horacio passar por uma entrevista que
lhe permitiria receber sua primeira
ordenança de salvação: o batismo.
Minha irmã conseguira preparar-se
para suas ordenanças sem minha
ajuda, mas Horacio talvez não tivesse
conseguido. Ele precisava de mim e
de minha companheira para aprender o evangelho e eu precisava dele
para recordar-me de meu verdadeiro
propósito como missionária: ajudar a
trazer almas a Cristo.
Ao preparar-me para deixar a
Argentina, ao término de minha missão, Horacio estava preparando-se,
por sua vez, para servir como missionário. Por meio dele, o Pai Celestial
respondera a minhas orações e em
seguida enviou Horacio para responder às orações de outras pessoas. ◼
P
or que eu
fora inspirado de
modo tão forte a
buscar a ajuda
de Stuart, só para
descobrir que não
estava disponível?
d a
I g r e ja
Ele Precisa
Estar Aqui!
Paul Culbert
C
erta manhã de sábado,
recebi um telefonema de
uma amiga, jovem adulta
solteira de nossa ala em Wiltshire,
Inglaterra. Sua madrasta, que vivia
na mesma cidadezinha que eu,
estava acamada. Mal conseguia se
mexer e, embora não fosse membro da Igreja, perguntara se eu
poderia lhe dar uma bênção.
Eu era membro da Igreja havia
apenas alguns meses, mas devido
a um treinamento na reunião do
sacerdócio, sentia-me relativamente
pronto para dar uma bênção, ainda
que estivesse um pouco apreensivo.
Eu disse que acharia um companheiro e a visitaria o mais rápido
possível.
De imediato pensei no élder da
ala que morava mais perto e fui até
a casa dele. A esposa dele me atendeu e lembrou que os irmãos com
investidura da Ala Swindon tinham
ido ao templo naquele dia. Ao
sair de lá, um tanto desalentado, parei o carro pouco
depois e pedi orientação ao
Pai Celestial.
Quando orei, perguntei se
havia um portador do Sacerdócio de Melquisedeque
disponível para acompanhar-me. Sem demora, o
nome de Stuart Ramsey me
veio à mente. Eu não tinha
o número de telefone dele,
mas sabia que morava
com a esposa, Gill, numa
base aérea a cerca de 10
quilômetros de distância.
Ao chegar à casa deles,
bati à porta, cheio de
confiança de que Stuart
poderia acompanhar-me.
“Ele não está”, respondeu
Gill, para minha surpresa.
“Precisou ir à base.”
Sem me deixar abater, perguntei se poderia
entrar em contato com ele.
Ela explicou que Stuart,
que era mecânico, estava
A Liahona Fevereiro de 2009 45
ajudando a consertar o carro de
um amigo numa área privativa da
base. Não seria possível contatá-lo
por telefone e eu seria barrado nos
portões de segurança.
Por que eu fora inspirado de
modo tão forte a buscar a ajuda
de Stuart, só para descobrir que
não estava disponível? Será que eu
interpretara mal a resposta a minha
oração? “Não”, pensei, “ele precisa
estar aqui.”
Naquele exato momento ouvi
uma voz jovial me chamar por
trás. “Paul, o que o traz aqui?” Era
Stuart! Ele estava tentando consertar o carro do amigo, mas sentiu-se
inspirado a voltar para casa. Expliquei minha situação e ele aceitou
prontamente me ajudar a dar a
bênção.
Fiquei grato por contar com
alguém experiente como Stuart. Ele
fez a unção e, quando a selei, fui
inspirado a pronunciar uma bênção
de cura. Ao levar Stuart de volta para
casa, ele se rejubilou por ter sido
guiado pelo Espírito para deixar seus
afazeres de lado e vir ao meu encontro em sua casa.
Fiquei muito feliz na manhã
seguinte ao saber que a madrasta de
minha amiga se sentia bem melhor.
Desde essa época, dei bênçãos em
muitas ocasiões, mas sou grato por
ter aprendido bem cedo que, por
mais inexperientes que sejamos
em nossos deveres do sacerdócio, quando confiamos no Senhor,
guardamos Seus mandamentos e
nos empenhamos ao máximo para
magnificar nossos chamados, Ele
nos guiará no caminho que devemos trilhar. ◼
46
Élderes,
Precisam
de Carona?
Errol Fernando
D
epois de um longo dia
dirigindo meu ônibus em
Victoria, Austrália, estava na
última viagem da noite, a caminho
de casa. Durante o percurso, vi dois
rapazes bem vestidos caminhando.
Decidi parar o veículo e perguntar se
precisavam de carona.
A
o fazer
perguntas
sobre o
trabalho dos
missionários, senti
algo preencher o
ônibus — algo que
mais tarde percebi
ser o Espírito
Santo.
Perguntei por que usavam plaquetas, camisa branca e gravata.
Um deles explicou que eram missionários da Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias. Ao fazer
perguntas sobre o trabalho deles,
senti algo preencher o ônibus —
algo que mais tarde percebi ser o
Espírito Santo. Quando pedi que
me falassem mais sobre Jesus Cristo,
foi inevitável me entusiasmar com
as respostas.
Como infelizmente estava ficando
tarde, deixei-os em Dandenong.
Depois disso, fiquei triste ao perceber que não pedira o número de
telefone deles. Por semanas a fio,
orei para reencontrá-los. Ao fazer
meu itinerário de ônibus, até os procurava. Passaram-se alguns meses
e então aconteceu algo inacreditável em meu aniversário, dia 19 de
agosto de 2002.
Ao almoçar com minha esposa,
Camelia, ouvimos uma batida na
porta. Quando ela atendeu, ouvi
vozes familiares. Eram os missionários que eu conhecera no ônibus! A
surpresa foi de ambas as partes. Eles
estavam fazendo contatos porta a
porta em nossa rua e foram conduzidos a nossa casa. Minhas orações
tinham sido atendidas.
Os Élderes Jason Frandsen e James
Thieler começaram a nos ensinar
imediatamente. O Livro de Mórmon e
o Profeta Joseph Smith eram novidade para nós, mas compreendemos
facilmente o evangelho por termos
formação cristã. Os missionários pediram que orássemos e refletíssemos
sobre o que vínhamos aprendendo.
Ao fazermos isso, sentimos o Espírito
e o desejo de ir à Igreja e ser batizados. Temos sido abençoados desde
aquele momento.
Hoje, vários anos depois, ainda sou
motorista de ônibus e ainda transporto os missionários gratuitamente.
Mas agora os ajudo a realizar a obra
missionária apresentando-lhes pessoas e oferecendo o Livro de Mórmon
e outros materiais da Igreja a meus
passageiros.
As pessoas que entram em meu
ônibus costumam perceber o quanto
sou feliz. Quando perguntam o
motivo, digo simplesmente: “Devo
isso ao Senhor. E Ele também pode
mudar sua vida”. ◼
Tome uma
Xícara
Eleanor F. Williamson
P
ouco tempo depois
de entrarmos
para a Igreja, eu
e meu marido fomos
passar férias nas Bermudas. Durante nossa estada,
participei de uma reunião social
vespertina no hotel. Ao olhar as
deliciosas guloseimas, entrou em
minhas narinas o tentador cheiro de
chá. Foi algo tão convidativo que tive
a impressão de ouvir uma voz na
mente: “Tome uma xícara”.
Eu vinha seguindo fielmente a
Palavra de Sabedoria desde o batismo.
Eu disse mentalmente: “Não, não vou
tomar”.
“Ah, vamos lá”, pareceu responder a
voz sedutora. “Você não conhece ninguém aqui e está bem longe de casa.”
Com ainda mais convicção, respondi mentalmente mais uma vez:
“Não, não vou tomar!”
A voz envolvente e astuta voltou à
carga: “Ninguém jamais vai saber”.
Respondi com firmeza: “Eu vou
saber!”
A essa altura, eu estava ao lado de
um garçom que enchia uma xícara.
Com resolução, passei ao largo. Ao
olhar a mesa, fiquei surpresa ao ouvir
alguém me chamar pelo nome. Para
meu espanto, vi o rosto sorridente de
um ex-chefe que havia muitos anos
eu não via. Ele veio até mim e, ao
andarmos em direção à mesa, comentou: “Ouvi dizer que você entrou para
a Igreja Mórmon. Pode me contar
A
voz envolvente e
astuta
voltou à carga:
“Ninguém jamais
vai saber”.
como foi?”
Foi com
grande prazer que o fiz,
falando sobre
alguns princípios do evangelho, minha
felicidade como
membro da
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias e meu testemunho. Meu
ex-chefe me disse que vinha fazendo
pesquisas sobre seu sobrenome e
que tinha registrado informações
sobre várias gerações de antepassados. Mostrou-se sinceramente interessado pelo que eu tinha a dizer sobre
a Igreja e senti uma grande manifestação do Espírito ao conversarmos.
Durante esse diálogo, ocorreume um pensamento: “Será que essa
conversa teria sido possível se eu
tivesse posto uma xícara de chá na
bandeja?” A resposta era evidente. Se
eu houvesse cedido à tentação, teria
perdido uma experiência espiritual
memorável e uma chance de prestar
testemunho. ◼
A Liahona Fevereiro de 2009 47
C o m o
U t i l i z a r
E s t a
E d i ç ã o
Idéias para a Noite Familiar
Estas idéias podem ajudá-lo a usar
esta edição d’A Liahona para reforçar
o ensino tanto na sala de aula como
em casa. Você pode adaptar estas
idéias a sua família ou classe.
”Não É Fácil”, p. 16:
Peça aos membros de sua
família que escrevam, cada
um em um pedaço de papel,
as maneiras pelas quais
o Senhor os ajudou ou
abençoou. Prepare um
jarro da gratidão e coloque os papéis
nele. Incentive os membros da família
a continuar a colocar papéis no jarro
(ou a escreverem no diário) sempre
que o Senhor os ajudar.
“Como Ter Sucesso Como Recém-
Converso”,
p. 22: Quer você seja
membro novo ou não, é importante
cultivar amizades entre os membros
da Igreja. Em família, conversem
sobre o que poderiam fazer para
estender a mão aos membros da ala
ou do ramo. Diga que estreitar os
laços com essas pessoas pode gerar
amizades duradouras e pode ajudarnos a achegar-nos mais a Cristo por
meio do serviço ao próximo.
”Ninguém jamais vai saber”,
p. 28: O que as pessoas querem dizer
com as palavras “ninguém jamais
vai saber”? Falem de como essa é
uma linha de pensamento errônea
e de como os membros da família
podem resistir à tentação. Faça
uma lista de tentações e peça
aos membros da família que
simulem o que fariam se
essa tentação surgisse.
Leia I Coríntios 10:13.
“Gerações”, p. 40: Contem a
história de como se converteram ou
contem a história de como seus antepassados encontraram o evangelho.
Peça aos membros da família que
falem do que faz com que o evangelho seja importante para eles.
”Convite para o Dia de Ativi-
p. A10, e “Um Missionário
Já Eu Posso Ser”, p. A14: Depois
de ler essas histórias, pensem nas
pessoas que poderiam convidar
para ir a uma reunião ou atividade
da Igreja. Façam uma lista dos
vizinhos, amigos e parentes. Mesmo
que achem que determinada pessoa
não está interessada, coloquem o
dade”,
T ó p i c o s d e s ta E d i ç ã o
Os números representam a primeira página de cada artigo.
A = O Amigo
Adão e Eva, 10, A8
Amigos, A10
Ativação, 18
Bênçãos do sacerdócio,
45, A2, A6
Berçário, 32
Convênios, 10
Conversão, 16, 18, 22, 40,
44, A13
Cura, A2, A6
Dispensações, 10
Dízimo, 28
Ensinar, 32, 36
Família, 16, 36, 40, A4,
A8, A16
Famílias em que nem
todos são membros
da Igreja, 16
Inspiração, 45
Jesus Cristo, 2, 10
Membros novos, 18, 22
Mulheres, 25
Natureza divina, 10,
25, A8
Obediência, 26, 28, 47
Obra missionária, 44, 46,
47, 48, A10, A14
Oração, 44, 45
Ordenanças, 44
Pais, 36
Palavra de Sabedoria,
26, 47
Pornografia, 15
Pressão dos amigos,
26, 28
Primária, 32, A4
Primeira Visão, 2, 8
Professoras visitantes, 25
Profetas, 10
Restauração, 2, 8, 10
Retenção, 18
Smith, Joseph, 2, 7, 8, A6
Tentação, 26, 28, 47
Testemunho, 2, 8
União, 7
nome dela na lista. Nunca se sabe
quem aceitará o convite. Antes da
reunião ou atividade, em espírito de
oração, escolham algumas pessoas
de sua lista e convidem-nas para ir
com vocês. Ofereçam-se para ir a
pé com elas ou, se possível, ofereçam-lhes uma carona. Mesmo que
elas resolvam não ir, continuem a
amizade com elas.
Convite para a Noite Familiar
D
esde meu batismo há 12 anos,
minha vida mudou significativamente. Por esse motivo, eu
e meu marido decidimos partilhar
a luz divina que recebemos com
muitas pessoas diferentes. Começamos a convidar os missionários e
alguns vizinhos para nossa casa para
48
participarem da noite familiar.
Fizemos cartõezinhos de convite
para os vizinhos. Muitos começaram
a vir, interessados em descobrir o que
vinha a ser uma noite familiar. Alguns
se mostravam mais receptivos do que
outros, mas a maioria gostava das atividades e dos comes e bebes. Uma das
famílias convidadas até se batizou!
Ao partilhar minha felicidade
por ser membro da Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias
realizando a noite familiar, minha fé
também cresceu.
Gladys Elena Yepes de Velásquez,
Antioquia, Colômbia
S u a N o i t e Fa m i l i a r P r e d i l e ta
Mande uma descrição de sua noite familiar predileta para [email protected].
O Amigo
P a r a a s C r i a n ç a s • A Ig r e j a d e J e s u s C r i s t o d o s S a n t o s d o s Ú l t i m o s D i a s • F e v e r e i r o d e 2 0 0 9
V i n d e a o P r o f e ta
E s c u ta r
Ajuda para Curar
A2
Fotografia de David Newman; ilustração de Michael T. Malm
D
P r e s i d e n t e T h o m a s S . M o n s o n
urante a Segunda Guerra Mundial, fui
O Presidente
Sob a tênue luz da noite, peguei o Manual
Monson
testifica
ordenado élder — uma semana antes
do Missionário e li o que devia fazer para
que temos direito ao
de partir para servir na marinha. Um
abençoar os enfermos. Sob o olhar curioso
auxílio do Senhor.
membro do bispado de minha ala estava na
de cerca de 120 marinheiros, dei a bênção.
estação ferroviária para despedir-se de mim.
Antes de eu terminar de guardar minhas
Pouco antes do horário de partida, colocoisas, Leland Merrill estava dormindo.
cou um livro em minha mão: o Manual do
Na manhã seguinte, Merrill virou-se
Missionário. Ri e comentei: “Vou para a marisorridente para mim e disse: “Monson,
nha — não para a missão”. Ele respondeu:
fico feliz por você ter o sacerdócio!” Sua
“Leve-o assim mesmo. Pode vir a ser útil”.
alegria só era superada por minha gratiE foi. Durante o treinamento básico, o
dão — gratidão não apenas pelo sacerdócomandante de nossa companhia instruiucio, mas por ter sido digno de receber a
nos sobre a melhor maneira de acondicioajuda que pedi num momento de extrema
nar nossas roupas numa grande sacola de
necessidade.
marinheiro. Depois aconselhou: “Se vocês
Se estamos a serviço do Senhor, temos
tiverem um objeto duro e retangular para
direito à ajuda Dele. Recebi Seu auxílio em
colocar no fundo da sacola, suas roupas ficarão mais
inúmeras ocasiões no decorrer de minha vida. ●
firmes”. Pensei: “Onde vou achar um objeto duro e
Extraído de um discurso da conferência geral de abril de 2007.
retangular?” De repente, lembrei-me do Manual do
Missionário. Essa foi sua utilidade por doze semanas,
Coisas em que Pensar
no fundo da sacola.
1. Inicialmente, o Presidente Monson achou que não
Na noite anterior a nossa folga de Natal, o quartel
estava em silêncio. Percebi subitamente que meu amigo necessitaria do Manual do Missionário por estar indo servir
na marinha, mas descobriu que precisava conhecer o contedo beliche ao lado — Leland Merrill, membro da Igreja
údo dele. De que forma o conhecimento das escrituras pode
— estava gemendo de dor. Perguntei: “Qual é o proajudar você em diferentes momentos e lugares?
blema, Merrill?”
2. Leland Merrill demonstrou fé em Deus e no poder do
Ele respondeu: “Estou passando mal. Muito mal”.
sacerdócio ao pedir uma bênção. Como você pode demonsCom o passar das horas, seus gemidos ficaram mais
trar sua fé?
fortes. Então, em desespero, ele sussurrou: “Monson,
3. A seu ver, como o Presidente Monson se sentiu ao
você não é élder?” Respondi que sim, e ele suplicou:
saber que 120 outros marinheiros estavam observando“Pode me dar uma bênção?”
o ao dar sua primeira bênção do sacerdócio? Como
Dei-me conta de que nunca dera uma bênção
você pode ter coragem para cumprir a vontade do Pai
antes. Minha oração a Deus foi um pedido de ajuda.
Celestial, mesmo quando as pessoas a sua volta não
A resposta não tardou: “Olhe no fundo de sua sacola
compreenderem?
de marinheiro”. Assim, às duas da manhã, esvaziei-a.
A4
Nota: Esta atividade pode ser copiada ou impressa
da Internet em www.lds.org. Para o inglês, clique em
Gospel Library. Para os demais idiomas, clique em
Languages.
T e mp o
d e
C o mpa r t i l h a r
Serei um Elo Forte
“A família foi ordenada por Deus” (“A Família:
Proclamação ao Mundo”).
Cheryl Esplin
Quando o Presidente Gordon B. Hinckley
(1910–2008) era jovem, ele e sua família
moravam numa fazenda durante o verão.
Ele teve a seguinte experiência lá:
“Havia uma árvore morta que eu queria arrancar.
Amarrei a extremidade de uma corrente ao trator e a
outra extremidade à árvore. Quando o trator começou
a se deslocar, a árvore balançou um pouco e depois a
corrente se quebrou.
Olhei o elo quebrado e não sabia como aquilo podia
ter acontecido. Fui a uma loja e comprei um elo para
substituir o avariado. Consertei a corrente, mas o resultado ficou estranho e feio. A corrente nunca mais foi a
mesma.” 1
Pensem em si mesmos como parte de uma corrente:
uma corrente familiar. O Presidente Hinckley disse que
nunca devemos permitir que nos tornemos um elo frágil em nossa corrente familiar.
Adão e Eva constituíram a primeira família da Terra.
Foram eles que começaram a corrente familiar. Deus
lhes deu o mandamento de ter filhos. Quando tiveram
filhos, Adão e Eva lhes ensinaram o evangelho.
Assim como os filhos de Adão e Eva aprenderam
com seus pais e depois ensinaram seus próprios filhos,
o Pai Celestial deseja que vocês aprendam com seus
pais. Depois, quando vocês tiverem filhos, Ele quer que
vocês os ensinem. Vocês podem se espelhar em Adão e
Eva e em outras famílias justas das escrituras e aprender como ajudar sua família a constituir elos fortes na
corrente familiar.
Ilustração: Thomas S. Child
Nota
1. Gordon B. Hinckley, “Keep the Chain Unbroken”, em Brigham Young
University 1999–2000 Speeches (2000), pp. 108–109.
Atividade
Retire a página A4 e cole-a em cartolina. Recorte cada
elo nas linhas pretas cheias. Para recortar a parte interna
dos elos, corte o elo na linha tracejada. Escreva seu
nome em um dos elos e o nome de seus pais, irmãos,
irmãs, avós, tios, primos e outros parentes nos outros
elos. Una os elos. Pendure sua corrente num local em
que ela o ajudará a recordar que você faz parte de uma
família e que pode ser um elo forte. Numa noite familiar, peça aos familiares que escolham um nome num
dos elos e digam uma coisa que aprenderam com essa
pessoa que as ajude a permanecer firmes.
Idéias para o Tempo de Compartilhar
1. Escreva as referências das escrituras a seguir na parte
externa de seis envelopes, com uma referência por envelope: Moisés
3:24; Moisés 5:1; Moisés 5:2; Moisés 5:4; Moisés 5:5; Moisés 5:12.
Prepare seis tiras de papel com as palavras e expressões a seguir:
casamento, trabalhar juntos, ter filhos, orar, guardar os mandamentos, ensinar os filhos. Recorte as letras individualmente, use clipes para agrupar as letras de cada palavra e ponha-as dentro dos
respectivos envelopes. Procure fotografias e gravuras de famílias
que ilustrem cada tira de papel. Mostre a gravura 119 do Pacote
de Gravuras do Evangelho (Adão e Eva Ensinam os Filhos). Conte
em poucas palavras a história de Adão e Eva, salientando que por
meio deles foi estabelecido o modelo de família do Pai Celestial.
Separe as crianças em seis grupos e dê um envelope a cada uma
delas. Peça às crianças que leiam a escritura, desembaralhem as
letras e as unam com fita adesiva ou cola. Começando com Moisés
3:24 e seguindo a ordem, peça a cada grupo que mostre sua tira
de papel e escolha a gravura correspondente. Ponha as gravuras e
fotografias ao redor da gravura de Adão e Eva. Explique às crianças que a família é o melhor lugar para aprendermos e vivermos o
evangelho.
2. Para ensinar que o Pai Celestial abençoa as famílias justas,
faça uma dramatização sobre os filhos de Helamã, que foram
protegidos na batalha. Inclua o papel do narrador, de Helamã e
dos filhos de Helamã (ver Alma 53:10–23; 56; 57). Use crachás ou
fantasias simples, se desejar. Outras famílias justas também foram
abençoadas pelo Pai Celestial. Separe as crianças em dois grupos.
Entregue a cada grupo uma das histórias a seguir: A família
de Néfi (1 Néfi 17:7–13; 18:1–6) e as famílias jareditas (Gênesis
11:1–9; Éter 1:33–43). Peça a cada grupo que leia a história. Aja
como repórter (use um microfone, se possível) e entreviste cada
grupo, fazendo perguntas sobre os detalhes de cada história. Testifique que o Pai Celestial abençoa as famílias justas. ●
O Amigo Fevereiro de 2009
A5
Da V i d a d o P r o f e ta J o s e p h S m i t h
O Dia do Poder de Deus
Logo que os santos dos últimos
dias se instalaram no local que
viria a tornar-se Nauvoo, o terreno era pantanoso e infestado
de mosquitos. Muitos membros
da Igreja adoeceram e morreram.
Joseph e Emma acolheram enfermos
em sua casa de troncos, chegaram a
ceder-lhes a própria cama e foram dormir do lado de fora, numa barraca.
Houve um dia que Wilford
Woodruff, tempos depois, chamou de “dia do poder de Deus”.
Após a oração matinal, Joseph foi
abençoar os doentes.
Brigham, você
tem fé suficiente para
ser curado?
Sim, Joseph,
eu tenho.
Ilustrações: Sal Velluto e Eugenio Mattozzi
Joseph e Brigham foram ver
Elijah Fordham, que estava no
leito de morte. Cada minuto
podia ser o último.
A6
Joseph tomou
Elijah pela mão.
Inicialmente, Elijah
não reagiu, mas todos
ao redor viram o
efeito do Espírito de
Deus que repousou
sobre ele.
Elijah, não me
reconhece?
Acredita que
Jesus é o Cristo?
Acredito,
Irmão Joseph.
Elijah, ordeno,
em nome de Jesus
de Nazaré, que
se levante e fique
curado!
Recon­
heço!
Irmão Fordham,
você me
reconhece?
Essas palavras proferidas
por Joseph soaram como
a voz de Deus. Foi como
se fizessem a casa tremer
e, com elas, Elijah saltou
da cama.
Tem fé para ser
curado?
Acho que é tarde
demais… Se tivesse
vindo antes …
O rosto de Elijah ganhou uma
cor saudável e ele ficou cheio
de vida. Pediu para trocar de
roupa, comeu uma tigela de
pão com leite e pôs o chapéu.
Em seguida, foi com Joseph
abençoar os outros enfermos.
Extraído de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (Curso de estudo do Sacerdócio
de Melquisedeque e da Sociedade de Socorro, 2007), pp. 399–402.
O Amigo Fevereiro de 2009
A7
Como Adão e Eva
K im b erly R eid
Adão era filho de Deus.
Adão honrava Eva.
Adão aprendeu a diferença entre o bem e o mal.
Adão foi honesto ao confessar sua transgressão.
Adão era digno de possuir o sacerdócio.
Adão trabalhou para sustentar sua família.
Adão dava ouvidos ao Senhor e
aprendeu o evangelho.
Adão obedecia aos
mandamentos.
Adão ensinava o evangelho a
sua família.
Adão amava sua
família.
A8
Instruções: Retire estas páginas da revista.
Dobre-as de modo que os pontos azuis se alinhem com os amarelos. Leia como Adão e Eva
Sou filho de Deus.
Posso tratar as mulheres com respeito.
Posso aprender a escolher o que é certo.
Posso ser honesto.
Posso preparar-me para receber o sacerdócio.
Posso trabalhar para ajudar minha família e desenvolver meus talentos.
Posso ouvir os profetas e refletir sobre as escrituras.
Posso obedecer e me arrepender quando precisar.
Posso partilhar o evangelho.
Posso amar minha família e fazer minha parte para
estar com ela por toda a eternidade.
Posso ser como Adão.
Ilustrações: Dilleen Marsh
trabalharam juntos como parceiros iguais enquanto
estavam na Terra. Em seguida, desdobre as páginas
e descubra como pode seguir o exemplo deles.
Sou filha de Deus.
Posso apoiar meus líderes do sacerdócio.
Posso aprender a escolher o que é certo.
Posso ser honesto.
Posso preparar-me para cumprir o plano de Deus para
mim.
Posso trabalhar para ajudar minha família e desenvolver meus talentos.
Posso ouvir os profetas e refletir sobre as escrituras.
Posso obedecer e me arrepender quando precisar.
Posso partilhar o evangelho.
Posso amar minha família e fazer minha parte para
estar com ela por toda a eternidade.
Posso ser como Eva.
Eva era filha de Deus.
Eva honrava Adão, o profeta.
Eva aprendeu a diferença entre o bem e o mal.
Eva foi honesta ao confessar sua transgressão.
Eva tornou-se uma mãe justa.
Eva trabalhava para cuidar da família.
Eva dava ouvidos ao Senhor e aprendeu o evangelho.
Eva obedecia aos mandamentos.
Eva ensinou o evangelho a sua família.
Eva amava sua família.
O Amigo Fevereiro de 2009
A9
e
t
i
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n
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C
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a
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i
v
i
t
A
e
d
a
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D
o
para
Marianne Dahl Johnson
Inspirado numa história verídica
“Para reunir em um corpo os
filhos de Deus” ( João 11:52).
embre que o dia de atividade é depois da escola,
hoje”, disse a mãe durante o
desjejum.
Clarissa suspirou. “Pois é.”
“Algum problema?” perguntou a mãe. “Achei
que você adorava o dia de atividade.”
“Mais ou menos”, disse Clarissa.
“Lembra como você ficou animada para
participar quando fez oito anos?” perguntou
a mãe. “E você gosta da irmã Cobian.”
“Ela é ótima”, confirmou Clarissa. “Só
é um pouco difícil porque eu a Ashley
somos as únicas a irem. Gosto da Ashley,
e ela é sempre simpática comigo. Mas ela
tem quase 12 anos, e acabei de fazer 9.
Nem sei bem o que dizer a ela. Não é
muito divertido.”
A mãe abraçou Clarissa. “Que pena
que às vezes seja difícil. Nossa Primária é pequena e não tem muitas meninas, mas tenho certeza de que você vai
se divertir hoje à tarde.”
Depois das aulas, Clarissa andou um
quarteirão até chegar à capela onde se realizaria
o dia de atividade. A irmã Cobian e Ashley a cumprimentaram com alegria. Depois da oração de abertura,
a irmã Cobian anunciou: “Perguntei à presidente da
L
A10
Primária se havia meninas que estão nas
listas da Primária, mas não vêm ao
dia de atividade nem à Primária no
domingo. Recebi esta listagem com
o nome das meninas e o telefone
delas. Achei que, se telefonássemos para elas antes de cada dia de
atividade, elas talvez viessem”.
“Ótima idéia!” exclamou Clarissa. “Seria ótimo se
mais meninas viessem.”
A irmã Cobian sorriu. “Que bom que gostou da
idéia, pois gostaria que você telefonasse para as
meninas antes do próximo dia de atividade.”
“Eu?” Clarissa engoliu em seco. Ela nem sabia
o que pensar. A irmã Cobian entregou-lhe
a lista. Ela conhecia todas as meninas da
escola e algumas delas iam à Igreja de
vez em quando. Mas talvez ela ficasse
acanhada se precisasse telefonar para
convidá-las.
“Vai fazê-lo?” perguntou a irmã
Cobian.
Clarissa tornou a olhar a lista.
Algumas daquelas meninas eram
da idade dela. O dia de atividade
seria muito mais agradável se elas
também viessem. “Com certeza”,
disse ela.
Antes do dia de atividade seguinte,
Clarissa telefonou para as meninas da lista. Deixou
recados ou conversou com todas elas. Não foi nada
difícil.
No dia seguinte na escola, Olívia, uma das meninas
Ilustrações: Jennifer Tolman
para quem Clarissa telefonara, perguntou se elas
poderiam ir juntas para o dia de atividade. Clarissa
vibrou! Depois da escola, Clarissa e Olívia caminharam juntas até a capela. Quando entraram na
sala da Primária, a irmã Cobian abriu-lhes um largo
sorriso.
Antes do dia de atividade seguinte, Clarissa telefonou de novo para as meninas. Olívia empolgou-se
com a idéia de ir de novo. Chelsea disse que também iria. Na tarde seguinte, Clarissa sentiu enorme
felicidade ao caminhar para a capela com Olívia e
Chelsea.
Naquela noite, Clarissa contou à mãe o quanto o
dia de atividade tinha sido animado com a presença
de mais meninas. “Eu gostaria apenas que a Madison
também fosse”, disse Clarissa. “É minha melhor amiga.”
“E por que ela não iria?” perguntou a mãe.
“Mãe, ela nem está na lista. Não é membro da
Igreja.”
“Não importa”, respondeu a mãe. “Você vai fazer o
trabalho missionário ao convidá-la. Você já está sendo
uma missionária ao incentivar a Olívia e a Chelsea.”
Clarissa pensou a respeito. Ao telefonar de novo para
as meninas no dia de atividade, entrou também em
contato com a Madison. Madison perguntou à mãe se
poderia ir e ela concordou. Clarissa mal podia acreditar em como tinha sido fácil. Nem sabia por que não
convidara Madison meses antes!
O Amigo Fevereiro de 2009 A11
No dia de atividade daquela semana, a irmã Cobian
fez um anúncio empolgante. No dia de atividade
seguinte, contariam com a presença de uma convidada
especial que lhes ensinaria a decorar bolos. Clarissa e
Madison sorriram uma para a outra. Parecia algo divertido! Ao irem embora naquela tarde, Madison disse:
“Obrigada por ter-me convidado. Quero vir na próxima
vez para decorar bolos”.
Já no dia seguinte, Clarissa começou a falar para
todos os amigos da escola sobre a atividade de decoração de bolos. Madison ajudou. Muitas amigas disseram
que gostariam de ir.
“Talvez 15 meninas participem de nosso próximo dia
de atividade”, disse Clarissa à mãe.
“Quinze!” exclamou a mãe. “Onde achou tantas
meninas?”
“Andei convidando todas as meninas de minha
classe”, respondeu Clarissa.
“Que maravilha!” disse a mãe. “Mas é melhor avisar a
irmã Cobian, para que esteja preparada para tanta gente.”
Clarissa telefonou para a irmã Cobian para comunicar
A12
o número previsto de meninas. No dia de atividade, a
sala da Primária ficou lotada de meninas conversando
e rindo ao decorar bolos. A irmã Cobian piscou para
Clarissa e deu-lhe um grande sorriso.
Depois da atividade, Clarissa ajudou a irmã Cobian a
limpar e arrumar tudo. Sua amiga Emily foi se despedir.
“Obrigada”, disse ela timidamente à irmã Cobian. “Posso
convidar minha irmã mais velha e minhas duas primas
na próxima vez?”
A irmã Cobian sorriu. “Seria excelente, Emily”, disse
ela.
Clarissa mal podia esperar o dia de atividade
seguinte! ●
“[Convidemos] nossos amigos e vizinhos para
participar das atividades normais da família
e da Igreja. Quando convidamos nossos amigos a participar dessas atividades conosco,
eles sentem o Espírito.”
Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze
Apóstolos, “Criar um Lar que Transmite o Evangelho”, A L­ iahona
e ­Ensign, maio de 2006, p. 86.
T e s t e mu n h a
Ilustração: Beth M. Whittaker
E
E s p e c i al
O que é a verdadeira
conversão?
m poucas palavras, a verdadeira conversão é o fruto da fé, do arrependimento e da obediência constante.
A fé vem ao se ouvir a palavra de Deus
e atendê-la. Para receber do Espírito Santo
um testemunho que confirme a veracidade
das coisas que aceitamos pela fé , é preciso
praticá-las de bom grado.
Seremos levados a arrepender-nos de
faltas resultantes de más ações praticadas
ou de coisas boas que deixamos de fazer.
Como conseqüência, nossa capacidade de
obedecer de modo constante aumentará.
Esse ciclo de fé, arrependimento e
obediência constante nos levará a uma
maior conversão e às bênçãos que dela
decorrem.
A verdadeira conversão aumenta nossa
capacidade de fazer o que sabemos que
devemos fazer, no momento certo, sejam
quais forem as circunstâncias. ●
O Élder Richard G.
Scott, do Quórum
dos Doze Apóstolos,
faz algumas
reflexões sobre
o assunto.
Extraído de “A Conversão Plena Traz Felicidade”,
A ­Liahona, julho de 2002, p. 27; E
­ nsign, maio de
2002, p. 25.
O Amigo Fevereiro de 2009 A13
Um Missionário
Já Eu Posso Ser
Pat s y P e h r s o n
Inspirado numa
história verídica
“Estarei contigo; e em todo lugar que proclamares meu
nome, uma porta eficaz ser-te-á aberta, para que recebam
minha palavra” (D&C 112:19).
A
noitecia quando Micah se ajoelhou ao lado
da cama com o irmão mais novo, Noah, para
orarem. Ele ainda estava pensando no vizinho,
um senhor idoso chamado Sam. Foi só então que a mãe
apareceu no vão da porta.
“Fico feliz por vocês dois estarem prestes a orar”,
disse ela sorrindo para os dois irmãos.
“Vou falar do Sam em minhas orações hoje”, revelou
Micah. “Vou chamá-lo para ir à igreja conosco domingo
e quero receber a ajuda do Pai Celestial na hora de
fazer o convite.”
“Acha que ele vai conosco à Igreja?” perguntou Noah.
“Nossa professora da Primária nos disse que o Pai
Celestial fica feliz quando convidamos nossos vizinhos
para irem à igreja.”
“Sei que o Pai Celestial vai ajudá-lo a convidar o
Sam”, garantiu a mãe.
Na manhã seguinte, Micah e Noah acordaram
cedo. Estavam entusiasmados com a idéia de
falar com Sam. Sam morava ao lado da família
de Micah e Noah muito antes de Micah e Noah
A14
Ilustrações: Gregg Thorkelson
nascerem. Micah sabia que Sam estava muito solitário
desde a morte da esposa.
Os meninos arrumaram a cama sem precisarem ser
impelidos, comeram rapidamente e vestiram casaco e
luvas antes de se dirigirem à porta.
“Está com medo?” Noah perguntou a Micah.
“Não. Acho que Sam vai aceitar”, respondeu Micah.
“Pensando bem, acho que estou com um pouquinho de
medo”, acrescentou.
Os dois foram correndo para a casa de Sam. Micah
tinha certeza de que Noah estava tão nervoso quanto
ele. E se Sam recusasse o convite? E se Sam deixasse de
ser amigo deles e parasse de levá-los, juntamente com o
pai, para pescar?
Foram em silêncio até a porta da frente de Sam.
Assim que bateram, alguém passou ao lado da casa.
“Olá, meninos!” exclamou ele, aproximando-se. “O que
me contam de novo hoje?” Embora um grande chapéu
de palha escondesse o rosto, os meninos reconheceram
a voz de Sam. E sabiam que estava sorrindo.
“Viemos visitá-lo”, anunciou Micah.
“É mesmo”, confirmou Noah. E acrescentou sem
demora: “Micah tem um convite a fazer”.
O coraçãozinho de Micah batia acelerado. Respirou
fundo e perguntou abruptamente: “Gostaria de ir à igreja
conosco amanhã? Pode ir em nosso carro — temos espaço
de sobra — e pode se sentar em nosso banco na capela”.
“Pois é, vejo sua família ir à igreja todos os domingos, e faz tempo que não vou a uma igreja”, comentou
Sam. “Acho que não há problema. Vou à igreja
com vocês neste domingo.”
“Oba!” exclamaram ambos os meninos
ao mesmo tempo.
Noah disse: “Vamos sair às 9h30
e podemos passar aqui para buscar
o senhor!”
Ao correrem para casa, Micah virouse e acenou para Sam, que ainda estava
sorrindo. “Até amanhã às 9h30!”
Ao entrarem em casa, a mãe e o pai os
aguardavam.
“O que disse o Sam?” indagou o pai. “Vai
à igreja conosco?”
Micah sorriu. “Vai. Eu disse que vamos
pegá-lo às 9h30.”
Naquela noite, ao orarem, Noah e
Micah se lembraram de agradecer ao Pai
Celestial por tê-los ajudado a convidar
Sam a acompanhá-los à igreja.
“Estou sentindo muita felicidade”,
disse Micah.
“Eu também”, respondeu Noah.
Os dois meninos foram
para a cama, e Micah se
lembrou de algo que o
bispo tinha dito na
reunião sacramental
na semana
anterior: “Todo
membro é um
missionário!” ●
“Somos missionários
todos os dias em nossa
família (…) e em
nossa comunidade.
A despeito da nossa
idade, experiência
ou situação na vida, somos todos
missionários.”
Élder David A. Bednar, do Quórum dos
Doze Apóstolos, “Tornar-se um Missionário”, A ­Liahona e ­Ensign, novembro de
2005, p. 44.
O Amigo Fevereiro de 2009 A15
pa r a
C o l o r i r
Vim para a Terra em uma família.
“A família foi ordenada por Deus” (“A Família: Proclamação ao Mundo”).
A16
Ilustração: Apryl Stott
P á g i n a
Filho Meu, de Jon McNaughton
“E [ Jesus] crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria;
e a graça de Deus estava sobre ele” (Lucas 2:40).
A
s palavras do Senhor, conforme nos foram concedidas
ao longo dos séculos por
Seus santos profetas, guiam-nos num
plano que o Senhor estabeleceu para
nós. Esse plano está completo desde
o princípio dos tempos até termos a
oportunidade de viver com Ele nas
eternidades vindouras, caso vivamos
dignamente”. Ver Élder L. Tom Perry,
“O Grande Plano de Nosso Deus”,
página 10.
I n M e m o r i a m : S u p l e m e n t o d e A ­L i a h o n a
Élder Joseph B. Wirthlin
Comprometido com o Reino
Fotografia: Craig Dimond; borda: Pat Gerber
N
parecia um domingo, porque eu
a memorável véspera do
estava a serviço do Senhor”. 4
Natal de 1937, o Élder
Joseph B. Wirthlin, na
época missionário de tempo
Fé e Futebol Americano
integral, foi a pé, com seu compaJoseph Bitner Wirthlin nasceu
nheiro, de Salzburg, Áustria, até o
em Salt Lake City, Utah, em 11
vilarejo de Oberndorf, incrustado
de junho de 1917, o primeiro
nos Alpes Bávaros. Enquanto
dos cinco filhos de Joseph L.
visitavam o local, conhecido por
Wirthlin, que serviu como Bispo
1
ter inspirado o hino “Noite Feliz”,
Presidente, e Madeline Bitner
Wirthlin. O pai de Joseph susteneles pararam em uma igrejinha
tava a família como administrador
para ouvir um coro que entoava
da Wirthlin’s Inc., atacadista e
músicas natalinas.
varejista de alimentos, enquanto
“A clara noite de inverno,
a mãe incentivava os filhos numa
agradavelmente fria e revigorante,
gama enorme de atividades,
abateu-se sobre nós ao iniciarmos
inclusive música e esportes.
a viagem de volta”, lembra o Élder
Joseph e Madeline ensinaram os
Wirthlin. “Caminhamos sob o fir11 de junho de 1917–1º de Dezembro de 2008
filhos a ter humildade, ser honesmamento estrelado, envoltos pela
tos, diligentes, a servir e a ter compaixão e fé.
suave tranqüilidade da neve recém-caída.” 2
O jovem Joseph tinha muitos talentos, mas, por fim,
Enquanto andavam, os jovens missionários falavam
decidiu-se pelos esportes, destacando-se no ensino médio
de suas esperanças, sonhos e metas para o futuro. Nesse
graças ao futebol americano, ao basquete e à corrida.
cenário celestial, o Élder Wirthlin renovou seu comproDepois de jogar como quarterback [capitão do time] na
misso de servir ao Senhor: “Decidi que magnificaria qualEast High School, continuou jogando nessa posição por
quer chamado que recebesse no reino do Senhor.” 3
mais três anos, na Universidade de Utah. 5
O Élder Wirthlin cumpriu esse compromisso por toda
sua vida mortal, que terminou em 1º de dezembro de
No púlpito, o Élder Wirthlin gostava de falar sobre as
2008, quando morreu serenamente aos 91 anos, devido a
lições que aprendeu como jogador de futebol. Uma das
problemas decorrentes da idade.
mais importantes decorreu de ter ficado debaixo de uma
Ele declarou, quanto ao seu serviço como bispo, consepilha de dez jogadores durante um campeonato. Depois
lheiro na presidência da estaca, conselheiro na presidência de tentar marcar o ponto que teria sido o decisivo da
geral da Escola Dominical, Assistente dos Doze e membro
partida, Joseph foi derrubado centímetros antes de atingir
do Primeiro Quórum dos Setenta: “Amei cada uma das
a linha do gol.
designações que recebi no reino”. Quando foi apoiado
“Naquele momento, fiquei tentado a empurrar a bola
como membro do Quórum dos Doze Apóstolos, em 4 de
um pouco mais para frente. (…) Isso teria feito de mim
outubro de 1986, ele explicou: “E nesse serviço, cada dia
um herói”. Mas ele se lembrou do conselho de sua mãe:
A Liahona Fevereiro de 2009
1
“Um Casamento Perfeito”
Por três anos,
Joseph B. Wirthlin
(número 4) jogou
como capitão do time
de futebol da Universidade de Utah, antes
de desistir do esporte
e adiar sua formatura para tornar-se
missionário de tempo
integral (abaixo),
em 1937. À direita:
Joseph B. Wirthlin e
Elisa Young Rogers
Wirthlin, no dia
de seu casamento,
26 de maio de 1941.
2
“Joseph”, dizia
sempre ao filho,
“faça o que é certo,
sem se importar com
as conseqüências”.
Joseph queria ser um herói aos
olhos de sua mãe, muito mais do que aos
olhos dos colegas do time. Ele continua: “Por
isso, deixei a bola onde estava — a cinco
centímetros da linha do gol”. 6
Depois da temporada esportiva de 1936, o
pai de Joseph falou-lhe sobre servir em uma
missão. A guerra fermentava na Europa e, se
Joseph não partisse logo, poderia perder a
chance de servir como missionário.
“Eu desejava continuar vivendo meu sonho
de jogar futebol americano e formar-me na
faculdade”, diz o Élder Wirthlin. “Se aceitasse
o chamado missionário, teria de abrir mão
de tudo. Naquela época, a missão durava 30
meses, e eu sabia que, se partisse, era bem
provável que jamais voltaria a jogar futebol —
talvez nem conseguiria me formar.” 7
Mas Joseph também tinha o sonho de
ser missionário; logo, sabia o que deveria
fazer. Meses mais tarde, estava a caminho da
Europa, onde viria a servir nas Missões Alemanha/Áustria e Suíça/Áustria, de 1937 a 1939.
Nunca mais jogou futebol, mas formouse na universidade, especializando-se em
administração de empresas. “Mesmo assim,
nunca me arrependi de servir como missionário e de comprometer-me com o serviço
ao Senhor”, diz ele. “Ao fazer isso, minha vida
encheu-se de aventuras, experiências espirituais e de uma alegria que transcende todo o
entendimento.” 8
Entre as decisões que o Élder Wirthlin
tomou naquela noite de Natal, em Oberndorf, estava a de que ele se casaria com uma
mulher espiritualmente forte, que vivesse o
evangelho. Ele descreveu suas características
físicas ao companheiro de missão: ela teria
um metro e sessenta, cabelos loiros e olhos
azuis. Dois anos e meio depois da missão,
conheceu Elisa Young Rogers. Ela correspondia perfeitamente à descrição.
“Lembro-me da primeira vez em que a
vi”, disse o Élder Wirthlin durante a conferência em 2006, dois meses depois do falecimento dela. “Como favor para um amigo, fui à
casa dela para dar carona a sua irmã, Frances.
Elisa abriu a porta e, ao menos para mim, foi
amor à primeira vista.
“Creio que ela deve ter sentido algo também,
porque as primeiras palavras que me lembro
que ela disse foram: ‘Eu sabia que era tu’.”
O Élder Wirthlin brincava citando esse erro
gramatical, porque ela era especialista em
inglês. Mas, dizia, “Até hoje ainda considero
aquelas cinco palavras como as mais belas do
mundo”. 9
Eles se casaram no Templo de Salt Lake, em
26 de maio de 1941 e, por 65 anos, viveram o
que o Élder Wirthlin chamava de “casamento
perfeito”. 10 Eles fortaleciam, incentivavam e
apoiavam um ao outro, e ambos se aconselhavam antes de tomar decisões. O Élder Wirthlin
nunca saía de casa sem beijar Elisa e costumava ligar para ela várias vezes por dia para
saber como estava. 11
Fotografias cedidas gentilmente pela família Wirthlin, exceto quando indicado em contrário; à esquerda: fotografia do futebol:
Christina Smith; à direita: fotografia do Élder Wirthlin e Elisa Wirthlin: Michael Lewis, BYU–Idaho, reprodução proibida; pintura: Cloy Kent
O pai do Élder Wirthlin foi chamado para
servir no Bispado Presidente em 1938 e,
assim, o Élder Wirthlin assumiu o negócio da
família quando voltou da missão. Mais tarde,
enquanto ele e Elisa criavam os filhos, ele
passava longas horas atendendo à demanda
do trabalho e das responsabilidades na
Igreja. Elisa, as sete filhas e o filho do casal,
entretanto, continuavam sendo o orgulho e a
alegria do Élder Wirthlin. Ao falecer, ele tinha
59 netos e aproximadamente 100 bisnetos.
Amor ao Próximo
O Élder Wirthlin, a quem o Presidente
Thomas S. Monson chamava de “homem de
grande bondade inata”, 12 foi amado por todos
os que o conheceram. Nesses 33 anos em
que serviu como Autoridade Geral, dos quais
22 anos como Apóstolo, essa bondade se
manifestava ao compartilhar seu testemunho
— tanto em palavras quanto em atos — do
Salvador e de Seu evangelho restaurado.
Com humildade e constante bom humor,
o Élder Wirthlin incentivava os santos dos
últimos dias a tornar a mortalidade algo
extraordinário, imitando o exemplo do Salvador. Para tanto, ensinava ele, concentrem-se,
cultivem a bondade e amem seu próximo.
“Os momentos mais preciosos e sagrados
da nossa vida são os coroados pelo espírito de amor”, costumava ensinar. “Quanto
maior for o nosso amor, maior será nossa
alegria. No final, o florescimento desse amor
será o verdadeiro indicador do sucesso
na vida.” Para aprender realmente a amar,
No alto: A família Wirthlin e seus parentes,
em junho de 1999.
À esquerda: O Élder
Wirthlin e a irmã Elisa
cumprimentam os
membros da Igreja
após o devocional da
Semana de Educação
acrescentava, “basta refletir sobre a vida do
Salvador”.13
“Todos somos muito ocupados”, disse ele
em outra ocasião. “É fácil encontrar desculpas para não estendermos a mão para os
outros, mas imagino que elas soarão tão
esfarrapadas para nosso Pai Celestial quanto
a do menino que levou para a professora um
bilhete, pedindo para ser liberado das aulas
do dia 30 ao dia 34 de março.” 14
O Élder Wirthlin também incentivava os
membros da Igreja a “viver diariamente em
ação de graças”, mesmo durante a adversidade. 15 “Se analisarmos as bênçãos que
temos, esqueceremos algumas preocupações”, ensinava. 16
realizada no Ricks
College (atualmente
Universidade Brigham
Young–Idaho), em
1998. Abaixo: Pintura
de Joseph B. e Elisa
Wirthlin, feita em
1999.
Testemunho de Despedida
“Talvez alguns pensem que as Autoridades Gerais raramente sentem dores,
têm aflições ou passam por dificuldades.
Quem dera isso fosse verdade”, disse o
Élder Wirthlin, durante seu último discurso na conferência geral. “O Senhor
em Sua sabedoria não protege ninguém
das mágoas e da tristeza.” 17
A Liahona Fevereiro de 2009
3
“A maior tristeza” do Élder Wirthlin veio
com o falecimento de sua amada Elisa. Nas
horas solitárias, ele buscava forças nas “consoladoras doutrinas da vida eterna” e em seu
testemunho de que, à terrível sexta-feira em
que o Salvador foi crucificado, seguiu-se o resplandecente domingo de Sua Ressurreição. 18
Por ter um firme testemunho do sacrifício
expiatório do Salvador, o Élder Wirthlin sabia
que a morte não é o fim da existência e que
uma reunião aguarda os fiéis que fizeram
promessas nos santos templos.
“Todos nos ergueremos do sepulcro”,
testificou, em outubro de 2006. “E naquele
dia, meu pai abraçará minha mãe. Naquele
dia, mais uma vez tomarei em meus braços
minha amada Elisa.” 19
E naquele dia, o compromisso assumido
em uma fria noite de inverno, há muito
tempo, terá feito toda a diferença. ◼
Notas
1. “Noite Feliz”, Hinos, nº 126
2. Joseph B. Wirthlin, “As Lições Aprendidas na Jornada
da Vida” A L­ iahona, maio de 2001, p. 34; E
­ nsign,
dezembro de 2000, p. 7.
3. A L­ iahona, maio de 2001, p. 34; E
­ nsign,
dezembro de 2000, p. 7.
4. Joseph B. Wirthlin, “Recolher na Rede do Evangelho”,
­Ensign, janeiro de 1987, p. 60.
5. Ver Don L. Searle, “Elder Joseph B. Wirthlin:
Finding Happiness Serving the Lord” [Encontrar
a Felicidade Servindo ao Senhor], ­Ensign,
dezembro de 1986, p. 10.
6. Joseph B. Wirthlin, “Lições que Aprendi na Vida”,
A L­ iahona e ­Ensign, maio de 2007, p. 45.
7. A ­Liahona, maio de 2001, p. 34; E
­ nsign,
dezembro de 2000, p. 7.
8. A ­Liahona, maio de 2001, p. 34; E
­ nsign,
dezembro de 2000, p. 7.
9. Joseph B. Wirthlin, “O Domingo Virá”, A L­ iahona e
­Ensign, novembro de 2006, p. 28.
10. A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2006, p. 28.
11. Ver ­Ensign, dezembro de 1986, p. 10.
12. Citação na revista E
­ nsign, dezembro de 1986, p. 13.
13. Joseph B. Wirthlin, “O Grande Mandamento”,
A L­ iahona e ­Ensign, novembro de 2007, p. 28.
14. Joseph B. Wirthlin, “Vida em Abundância”, A L­ iahona
e ­Ensign, maio de 2006, p. 99.
15. Joseph B. Wirthlin, “Live in Thanksgiving Daily”
[Viver Diariamente em Ação de Graças], E
­ nsign,
setembro de 2001, p. 13.
16. Joseph B. Wirthlin, “Um Passo de Cada Vez”,
A ­Liahona, janeiro de 2002, p. 27; E
­ nsign,
novembro de 2001, p. 25.
17. Joseph B. Wirthlin, “Aconteça o Que Acontecer, Desfrute”, A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2008, p. 26.
18. Ver A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2006, p. 28.
19. A ­Liahona e ­Ensign, novembro de 2006, p. 28.
4
T r i b u t o s N o F u n e r al
“Eu o amava como a um
irmão. Sinto saudades
dele. Durante muitos anos,
Joseph e eu servimos juntos em muitas designações.
Mas éramos mais do que
colegas: éramos amigos muito
próximos. (…) Não havia frestas
em sua armadura. Não havia malícia
em sua alma. Não havia falha em
seu caráter. O Élder Wirthlin amava
o Senhor de todo o coração e alma,
e O serviu com todo o poder até o
último instante de sua vida mortal.
(…) Joseph conhecia o Senhor, e o
Senhor conhecia Joseph.”
Presidente Thomas S. Monson
Depois de ler um artigo e testemunho
do Élder Wirthlin (ver “Noite Feliz,
Noite de Paz” Church News, 29 de
novembro de 2008, pp. 8–9), o Presidente Packer sugeriu que a família
mandasse “imprimi-lo, de modo que
os membros ainda não nascidos da
família Wirthlin venham a conhecer
o grande homem que foi seu avô e
Apóstolo”.
Presidente Boyd K. Packer,
Presidente do Quórum dos
Doze Apóstolos
“Ele e eu sentávamos lado
a lado no sumo conselho
[da estaca]. (…) Durante
um total de onze anos,
Joseph serviu como meu
conselheiro [na presidência
da estaca e na superintendência geral da Escola Dominical].
Cada designação era realizada
diligentemente. (…) Mal sabíamos
nós, à época, que anos depois nos
sentaríamos juntos novamente no
Quórum dos Doze. (…) Ele nunca
buscou notoriedade. Ele personificava
a declaração do Mestre, que disse: ’O
maior dentre vós será vosso servo’.
Agora, Joseph vai vivenciar outra promessa do Senhor: ‘O que a si mesmo
se humilhar será exaltado’ (Mateus
23:11–12).”
Élder Russell M. Nelson,
do Quórum dos Doze Apóstolos
“Ao contemplar o legado que Papai
deixou para a família e para a Igreja,
sua humildade se destaca. Ele não
se considerava uma pessoa especial.
Ao ordená-lo Apóstolo, o Presidente
Monson declarou, profeticamente:
‘Sua humildade o fará ser amado
pelas pessoas’. E assim foi.”
Joseph B. Wirthlin Jr.

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