PICUM Boletim Julho 2008
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PICUM Boletim Julho 2008 Terminado no dia 2 Julho de 2008 Este boletim debruça-se sobre as notícias e os desenvolvimentos políticos relativos aos direitos sociais fundamentais de imigrantes em situação irregular na Europa. Actualmente está disponível no formato Word e no sítio Internet da PICUM (www.picum.org) nos seguintes idiomas: inglês, alemão, holandês, espanhol, francês, italiano e português. Convidamo-lo a divulgar este boletim a quem possa interessar. Quer contribuir para uma política humana de respeito pelos direitos humanos dos imigrantes em situação irregular? DOE À PICUM! A sua contribuição significa que podemos continuar a lutar contra a marginalização e a exploração dos imigrantes em situação irregular. Convidamo-lo a fazer doações à PICUM por transferência bancária para a conta número 0013666785-67 (Fortisbank, Schepdaal (B), IBAN: BE93 001366678567). Por favor, mencione o seu nome, endereço e referência: “donation”. OBRIGADO! Índice 1. Morte na fronteira 2. Notícias dos Estados Membros da UE + Suíça + E.U.A. 3. Desenvolvimentos na política Europeia 4. Crianças sem papéis 5. Próximos Eventos 6. Publicações 7. Notícias PICUM 8. Vários 1. Morte na fronteira • 40 imigrantes afogaram-se e outros 100 desapareceram na costa da Líbia devido ao naufrágio de um barco que transportava imigrantes indocumentados da Líbia para a Itália. O incidente aconteceu no dia 7 de Junho, logo após a partida do barco do porto libanês de Zouwaira, perto da Tunísia. Os únicos dois sobreviventes são do Bangladesh e do Egipto. O cidadão egípcio declarou que havia 150 pessoas a bordo, a Maioria do Egipto, Marrocos e Bangladesh. http://www.romandie.com/infos/afp/display.asp?id=080616160515.82ih1brt.asp PICUM Boletim Julho 2008 • Um barco partiu-se em dois a 56 milhas a sul de Malta depois de colidir com uma gaiola de pescar atuns de um barco de pescaria no dia 15 de Junho. Seis somalis, entre os quais duas crianças, foram sugados para dentro da gaiola e morreram. Os outros 28 sobreviveram segurando-se às gaiolas e a pequenos barcos que os pescadores atiraram à água. http://ricerca.repubblica.it/repubblica/archivio/repubblica/2008/06/16/215il.html. De acordo com Antonio Sardo, o comandante do barco pesqueiro Gambero, uma mulher que foi resgatada deu à luz uma criança morta durante a viagem pelo oceano. http://fortresseurope.blogspot.com/2006/02/immigrants-dead-at-frontiers-of-europe_16.html • A morte por asfixiamento de um jovem curdo iraquiano dentro de um camião durante uma viagem da Grécia para a Itália, no dia 23 de Junho, reabriu o debate sobre a fronteira italiana. Os outros quatro imigrantes que viajavam com ele declararam que lhe foi recusada a entrada na fronteira italiana na semana anterior sem que lhe tenha sido dada a oportunidade de pedir asilo. Esta parece ser a experiência da Maioria dos imigrantes que chegam às portas da fronteira italiana. Há mais de 1.000 rejeições imediatas todos os anos resultando na expulsão de imigrantes da Itália para a Grécia. http://www.ilmanifesto.it/argomentisettimana/articolo_0e598b683680c84fccb9d553da06b9d4.html 2. Notícias dos Estados Membros da UE + Suíça + E.U.A. França • Um incêndio posto quase destruiu o centro de detenção de Vincennes (Val-de-Marne), um dos Maiores deste tipo, no dia 22 de Junho. 273 migrantes com ordem de expulsão do país estavam presos neste local. Dois incêndios começaram simultaneamente um dia após a morte de um tunisino, danificando seriamente os prédios, mas não houve registo de feridos graves. Vinte pessoas ficaram intoxicadas pela fumaça e tiveram que ser transferidas para um hospital. Catorze pessoas fugiram. Os internos que sobraram foram evacuados e levados para um ginásio da escola de polícia antes de serem transferidos para outros centros de detenção espalhados pela França. Há muita controvérsia sobre a morte do homem da Tunísia, onde polícia e oficiais dizem que o centro não é culpado pelo ataque cardíaco da vítima, no entanto algumas organizações apelaram aos cidadãos para protestarem contra o centro de detenção onde os tratamentos cruéis, brutais e desumamos causaram, de acordo com eles, o sofrimento do imigrante, causando o incidente. http://www.lemonde.fr/societe/article/2008/06/22/un-incendie-detruit-le-centre-de-retention-de-sanspapiers-de-vincennes_1061471_3224.html?xtor=RSS-3208 • O governo francês recusou por vários anos dar um visto a Zakia, uma cidadã marroquina, viúva de um francês e que tem um filho francês de 4 anos. Zakia e seu marido tinham casado em Marrocos em 2003, contudo o consulado francês desconfiou que este casamento era falso. Zakia apenas conseguiu oficializar o seu casamento em Julho de 2006, um ano após a morte do seu marido num acidente de carro. O pedido de residência na França foi recusado a Zakia várias vezes e foi dado como motivo que ela não participa na educação e no crescimento do seu filho. Para saber mais sobre este assunto e assinar a petição, visite <http://placeauxdroits.net/petition/?petition=31>. Também para ler o relatório “Peu meilleur et trop de pire” (Pouco melhor, muito pior) publicado no dia 17 de Abril de 2008, visite <http://www.cimade.org/publications/15>. Este relatório estuda as dificuldades administrativas e dramas familiares de casais mistos na França, publicado pelo movimento “Amoureux au Ban Public”, cujo objectivo principal é de assegurar a protecção colectiva e o direito da vida em família <http://amoureuxauban.net> PICUM Boletim Julho 2008 • Várias greves de imigrantes indocumentados ocorreram nas imediações de Paris desde o dia 15 de Abril em diante, patrocinadas por organizações como a CGT, Droits Devant, a CNT e Solidaires. As greves tinham como intenção chamar a atenção para a exploração de dezenas de milhares de trabalhadores indocumentados. Três mulheres do Mali, Mariam, Fanta e Sali, todas trabalhadoras de limpeza, participaram da greve. O seu objectivo era de se fazer cumprir o artigo 40º da lei de 20 de Novembro de 2007 e a nota de 7 de Janeiro de 2008, que dá a possibilidade de regularização a um empregado nas condições em que o imigrante está a trabalhar num sector com um recrutamento baixo de trabalhadores e está contratado para um mínimo de um ano. Droits Devant demarcou as dificuldades extras que as imigrantes sem documentação do sexo feminino enfrentam quando trabalham, principalmente se elas têm uma família. Gracieuse Lesaffre, desta organização, disse que no mínimo 100 mulheres terão que se mobilizar para poderem obter a regularização, porém somente 10 iniciaram o processo até agora. http://www.lemonde.fr/archives/article/2008/05/28/a-paris-la-fronde-singuliere-de-femmes-sanspapiers_1050650_0.html • Seis organizações da Liga dos Direitos Humanos do Conselho Federativo dos Pais dos Estudantes (FCPE) alertaram para os perigos da proposta dos programas de estudo para o futuro que contém a ideia de que imigrantes indocumentados não podem receber a protecção dos seus direitos fundamentais. O projecto em questão, que está no momento a ser revisto, é para o novo programa curricular das aulas de educação cívica, que é leccionada nas escolas de segundo ano e na sessão de “cidadania e nacionalidade” é mencionado que os direitos civis, económicos e sociais são de direito para todos os habitantes regulamentados no país. De acordo com as organizações que se opõem a este programa, a ideia apoia a noção de que estrangeiros que se instalaram irregularmente no país não têm os mesmos direitos humanos básicos como todos os outros cidadãos, independentemente da sua nacionalidade. A Liga dos Direitos Humanos (LDH), o FCPE, os sindicatos dos trabalhadores Snes, FSU e Ferc-CGT, o Grupo de Informação e Cooperação de Imigrantes (Gisti), e a rede de Educação Sem Fronteiras (RESF) afirmaram isto. Sobre este assunto, veja http://resf86.ouvaton.org/article.php3?id_article=95 e a publicação do Gisti ‘Sem papéis mas não sem direitos’, que pode ser descarregado pelo http://www.gisti.org/IMG/pdf/np_sans-pap-pas-sans-droits_4.pdf Espanha • No dia 11 de Junho, o Congresso espanhol recomendou que o governo assinasse a convenção internacional que proíbe a expulsão de migrantes em massa, quando houver um consenso colectivo sobre o assunto dentro de União Europeia. No dia 11 de Junho, o Comité de Assuntos Externos discutiu a proposta apresentada pela IU-ICV, pedindo que o governo assine a convenção da ONU sobre trabalhadores migrantes, que entrou em vigor em 2003 e que já foi ratificado por 37 Estados, nenhum deles da UE. http://www.europapress.es/epsocial/inmigracion-00329/noticiacongreso-pide-promover-firma-acuerdo-internacional-prohibe-expulsiones-colectivas-inmigrantes20080611122123.html • O governo basco tornou mais rigoroso o projecto de lei do governo sobre os Serviços Sociais para evitar fraude, mas acima de tudo, para impedir que alguns migrantes em situação irregular se registem na Região Basca a fim de exigir serviços ou subsídios, enquanto na realidade residem noutro local. A lei continuará a reconhecer o direito dos migrantes sem documentos aos mesmos serviços sociais oferecidos aos migrantes com documentos. Os novos aspectos introduzidos são algumas das várias condições adicionais impostas às pessoas que querem ter o direito de registo: para obter residência “efectiva” no País Basco, os migrantes devem demonstrar que vêm residindo no país ininterruptamente durante os últimos doze meses. PICUM Boletim Julho 2008 http://www.diariovasco.com/20080612/al-dia-sociedad/gobierno-vasco-endurece-acceso20080612.html Itália • O Primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, voltou atrás em relação a um projecto de lei controverso, que tornaria a imigração irregular um delito, após ser duramente criticado pelas Nações Unidas, o Vaticano e o Parlamento Europeu. Duas semanas depois de assinar o projecto de lei, Berlusconi parece ter reconsiderado e agora diferencía entre a presença irregular de estrangeiros e seu comportamento eventualmente criminoso. Mas o Ministro do Interior italiano, Roberto Maroni, disse que ficou surpreso com a declaração do Primeiro Ministro. "A lei já está em vigor; ela considera a migração ilegal um crime; foi aprovada há duas semanas pelo governo por unanimidade e leva a assinatura de Berlusconi”, disse Maroni. O acto do governo italiano representa uma “lei aplicável com efeito imediato”, que já está em vigor, mas precisa ser endossada pelo Parlamento dentro de 60 dias. http://www.euractiv.com/en/mobility/berlusconibacks-jailing-immigrants/article-173018 • O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados acolheu a aprovação final, pelo Conselho Italiano de Associações de Jornalistas, de um código de conduta para fazer reportagens sobre assuntos ligados ao asilo e à migração. O documento, conhecido como a “Carta de Roma", foi redigido pela Associação de Jornalistas e a Federação Nacional de Imprensa da Itália em colaboração com o ACNUR. A Carta de Roma dará orientações aos jornalistas italianos a fim de assegurar que as informações sobre requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano sejam equilibradas e correctas. A carta também pede que os temas de migração e asilo sejam incluídos nos cursos de jornalismo e estabelece um centro independente de controlo para verificar a cobertura pela comunicação social dos requerentes de asilo, refugiados e migrantes. http://www.unhcr.org/news/NEWS/485250ee2.html Grécia • De acordo com um artigo publicado pelo diário “Kathimerini”, há um número crescente de migrantes sem documentos que vive em condições péssimas de habitação em áreas centrais de Atenas. Os alojamentos são prédios antigos que não obedecem a nenhum padrão de segurança ou higiene. Os migrantes sem documentos pagam um aluguer caro para dividir um quarto com quatro a cinco outros migrantes. Além das condições de habitação péssimas, os migrantes sem documentos reclamam sobre o comportamento violento da polícia. http://news.kathimerini.gr/4dcgi/_w_articles_ell_100039_22/05/2008_270832 • O Ministro do Interior grego, durante seu discurso ao Parlamento, declarou que o governo turco não respeita aos acordos bilaterais dos dois países com relação ao ingresso de migrantes sem documentos na Europa. Ele disse ainda que tem provas de que o governo turco estimula o contrabando de pessoas pelo mar. A Grécia vai dar queixa ao conselho ministerial no Luxemburgo. Ao mesmo tempo reconheceu que ainda é necessário fazer muito mais em termos de criar instalações e serviços para os solicitantes de asilo nas áreas próximas às fronteiras, a fim de salvaguardar os direitos humanos. http://www.tanea.gr/Article.aspx?d=20080611&nid=8818700 Reino Unido • Com início no Outono de 2008, os empregadores terão de provar que os trabalhadores nacionais não são capazes de preencher as vagas antes de as oferecerem a imigrantes. Mantendo-se estas PICUM Boletim Julho 2008 novas regras do sistema de imigração baseadas em pontos, só aos imigrantes com capacidades particularmente necessárias ao Reino Unido lhes será garantida permissão para trabalhar. Os pontos serão dados na base das expectativas salariais, qualificações e idade. Residir e trabalhar no Reino Unido vai ser particularmente dificultado pelo sistema aos migrantes que não pertençam à Área Económica Europeia. Com eventuais efeitos em trabalhadores altamente qualificados, trabalhadores, estudantes, artistas e atletas, o sistema de pontos tem a intenção de criar um regime muito mais apertado para os migrantes não-Europeus, preservando, no entanto, a livre circulação aos residentes da Área Económica Europeia. http://www.guardian.co.uk/politics/2008/may/06/immigrationpolicy.immigration • Organizações para a Igualdade continuam a criticar o Documento Verde do Ministério do Interior (Home Office Green Paper) “O Caminho para a Cidadania” (The Path to Citizenship). Afirma-se que a legislação proposta criará um sistema pelo qual os imigrantes, como cidadãos sob condição, terão de ganhar o direito à cidadania completa. Como cidadãos sob condição, os migrantes enfrentarão grande supervisão e terão de pagar impostos mais altos. Organizações como a Runnymede Trust e Equality and Diversity Forum receiam que a proposta, com este estatuto temporário, conduza à discriminação directa e indirecta de migrantes. http://www.migrantsrights.org.uk/enews/2008/june.htm • Num desenvolvimento recente sobre uma história de Junho 2008 da PICUM Newsletter, foi concedido tratamento médico no Hospital Universitário das West Midlands a um requerente de asilo, da Palestina, cujo pedido foi rejeitado, devido a doença crónica hepática, depois de formalmente ter sido negado com base na sua situação ilegal. As políticas actuais proibem tratamento hospitalar gratuito a imigrantes em situação irregular, apesar de individual GPs terem conseguido garantir cuidados primários gratuitos. Esta excepção, apesar de aguardar decisão de recurso pelo Departamento de Saúde (Department of Health), em Inglaterra, tem sido apoiada pelo Departamento de Saúde Galês (Welsh Department of Health). http://www.migrantsrights.org.uk/enews/2008/june.htm • A Coligação Nacional para campanhas anti-Deportação (The National Coalition of Anti-Deportation Campaigns) concluíu que os incidentes auto- inflingidos graves ocorridos em centros de remoção aumentaram 54% desde o último quartel de 2007 até primeiro quartel de 2008. Aumentos semelhantes ocorreram em incidentes auto-inflingidos com necessidade de tratamento médico e com pessoas consideradas formalmente em risco de se auto-inflingirem. Toda a informação foi obtida em virtude da Lei de Liberdade de Informação (Freedom of Information Act), e a análise foi conduzida pelo “NCADC”. http://www.ncadc.org.uk/resources/self-harm2006.html Irlanda • De acordo com o Conselho para a Imigração Irlandês - Centro de Direito Independente (Immigrant Council of Ireland – Independent Law Centre), a Irlanda enfrenta nova legislação sobre imigração que pode vir a trazer alterações restritivas à política relativa aos migrantes sem documentos. A proposta de lei sobre a imigração, residência e protecção (Immigration, Residence and Protection Bill) pretende que seja permitida a deportação sem aviso prévio de qualquer pessoa que aparente estar ilegalmente presente. A política actual concede 15 dias úteis para apresentar razões que permitam a não aplicação da remoção, enquanto que a nova política não contém semelhante provisão. Apesar do conflito entre a Convenção para a protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais e a Constituição Irlandesa, a proposta pretende limitar o acesso dos migrantes à justiça via revisão judicial de decisões acelerada. A proposta impõe custos aos representantes legais para casos considerados frívolos ou vexatórios, que podem vir a dissuadir os PICUM Boletim Julho 2008 representantes de aceitar os casos dos http://www.immigrantcouncil.ie/images/7670_irpbillanalysisplusamendments.pdf • migrantes. O Supremo Tribunal Irlandês limitou os poderes do Ministro da Justiça sobre a deportação de pais de crianças nascidas na Irlanda. A decisão afecta directamente dois casais, o Sr. e a Sr.ª Oguekwe e o Sr. e a Sr.ª Dumbo. Antes de Janeiro de 2005, a lei da nacionalidade Irlandesa concedia aos pais de crianças nascidas na Irlanda o direito de permanecerem na Irlanda. Em Janeiro de 2005 a lei foi alterada para negar a residência aos pais de crianças nascidas na Irlanda no seguimento de notícias sobre mulheres que iam dos aeroportos Irlandeses directamente para os hospitais para darem à luz. A lei restringiu as qualificações das próprias crianças para se tornarem cidadãs, apesar de nascidas em solo Irlandês. Os dois casais indocumentados em causa têm filhos nascidos na Irlanda, antes de Janeiro de 2005, no entanto, foi-lhes negada a residência. A decisão do Supremo Tribunal garantirá a residência a estes dois casais e poderá ser aplicada a outras famílias em situações similares. (Migration News Sheet, Junho 2008) Bélgica • O governo Belga está dividido sobre a regularização de milhares de migrantes não documentados. Embora uma política comum sobre imigração vá ser introduzida durante a presidência Francesa, trazendo requerimentos mais penosos aos migrantes, a coligação Primeiro-ministro Yves Leterne (Prime Minister Yves Leterme) (Partido Democrático Cristão Flamengo) ainda não está totalmente de acordo com esta ideia. Annemie Turtelboom, a Ministra Liberal Flamenga para a Migração tentou alcançar um acordo sugerindo um sistema de pontos que tenha em consideração a “duração da ancoragem local” dos requerentes de asilo. Ela reconhece três categorias de imigrantes não documentados que podem reclamar a regularização: aqueles que requereram asilo quarto (para famílias com crianças na escola) ou cinco (para requerentes de asilo sozinhos) anos antes sem resposta; aqueles que estão no país desde Março de 2007 e têm autorização de trabalho; e, de forma mais geral, aqueles que possam justificar a supra referida “ancoragem”. Este método de integração será julgado usando vários critérios, incluindo um sistema de pontos, por exemplo, 40 pontos pelo trabalho, 20 pontos por falar uma das línguas nacionais, etc. A direita e a extremadireita acusam o governo de pretender regularizar os menos instruídos, embora o sistema vá introduzir um sistema de imigração de “valor acrescido”. http://www.lemonde.fr/europe/article/2008/06/02/la-regularisation-des-sans-papiers-suscite-destensions-dans-la-coalition-belge_1052625_3214.html • Quarenta organizações e sindicatos de trabalho Belgas reclamaram direitos básicos para os imigrantes sem documentos no Dia Mundial para o Refugiado, 20 de Junho. Pretendiam chamar a atenção para a campanha, “ Sem documentos, sem Direitos?” (Zonder papieren, dus zonder rechten?) Mais informação em http://www.zonderpapieren-zonderrechten.be. • Foi realizada uma manifestação Nacional por imigrantes indocumentados a 29 de Junho. Imigrantes sem documentados residentes na Bélgica estão à espera há mais de dois anos para preencher os critérios para a regularização. No acordo de coligação do governo, os critérios foram prometidos, mas até agora nenhuma circular foi apresentada. Por isso, o conselho flamengo para os refugiados (Vluchtelingenwerk Vlaanderen) e o Fórum Asilo e Migração (Forum Asiel en Migratie) organizaram esta manifestação. http://www.f-a-m.be PICUM Boletim Julho 2008 Países Baixos • A detenção de migrantes na Holanda não se equipara aos padrões internacionais, afirmou a Amnistia Internacional num relatório divulgado dia 27 de Junho. Todos os anos são detidos cerca de 20.000 estrangeiros. Nos Países Baixos a detenção é um fenómeno comum e evidente, enquanto que no direito internacional deveria ser um último recurso. A Amnistia condena a duração e as condições da detenção, bem como a falta de cuidados com pessoas vulneráveis tais como crianças, idosos e vítimas de tráfico humano e tortura. O relatório completo “Os Países Baixos: a Detenção de Migrantes Irregulares e Requerentes de Asilo” pode ser descarregado: http://www.amnesty.nl/documenten/wereldnieuws/rapport_vreemdelingendetentie.pdf • A fim de aumentar o conhecimento sobre requerentes de asilo rejeitados e migrantes sem-abrigo,a IOM Países Baixos publicou um relatório Reaching out to the unknown’ - Native counselling and the decision making process of irregular immigrants and rejected asylum seekers on voluntary return’. O relatório contém sugestões para alcançar esses grupos-alvo através de native counselling. Baseia-se na Iniciativa de Retorno Randstad, um projecto para informar migrantes irregulares http://www.ncadc.org.uk/resources/self-harm2006.html acerca de suas opções de retorno e reintegração no seu país de origem, levado a cabo em Haia, Roterdão, Amesterdão e Utrecht. http://www.iom-nederland.nl/dsresource?objectid=1353&type=org • O financiamento da assistência à saúde para migrantes não documentados está por mudar, decidiu a Câmara Baixa em 22 de Abril. O princípio é que pacientes sem documentação paguem por seu próprio tratamento, e quando não for possível, um fundo cobrirá as despesas. Faz-se uma distinção entre assistência directa e indirecta e entre cuidados emergentes e planeados. Todo centro de assistência deve oferecer cuidados emergentes e a assistência planeada é fica a cargo de instituições contratadas. Os farmacêuticos também são contratados. Assistência nas instituições contratadas e cuidados obstetrícios serão compensados em 100%, outros cuidados 80%. www.lampion.info Suécia • O governo sueco submeteu uma proposta formal de liberalizar o recrutamento de trabalhadores que vêm de fora do Espaço Económico Europeu (EEA). A nova lei permitiria a empregadores individuais recrutar nacionais fora da EEA, desde que os postos tivessem sido previamente oferecidos a nacionais suíços e da EEA. O visto de trabalho torna os migrantes elegíveis para residência permanente se o trabalho for mantido por um período de pelo menos quatro anos. A proposta inclui um dispositivo segundo o qual migrantes sem documentos não estariam obrigados a deixar o país antes de demandar autorização de trabalho, e ser-lhes-ia permitido residir na Suécia durante a tramitação do processo de visto. (Migration News Sheet, Junho de 2008) • O parlamento sueco aprovou uma proposta que nega assistência de saúde subsidiada a migrantes indocumentados, e que entrará em vigor a 1 de Julho. A lei proíbe o acesso a cuidados de emergência a menos que os migrantes possam pagar imediatamente. Tanto o partido verde quanto o partido de Esquerda votaram contra a lei com base em justificações humanitárias, mas a proposta obteve aprovação da grande Maioria com 265-33 votos a favor. O governo planeia criar uma comissão mais tarde este ano para examinar se alguns grupos dentro das categorias de pessoas que não receberão cuidados subsidiados deveriam ter direito a tal. Todos os partidos no parlamento são, por exemplo, favoráveis a dar a crianças em situação irregular o direito a cuidados médicos subsidiados. http://www.thelocal.se/11924/20080522/ PICUM Boletim Julho 2008 Dinamarca • Quatro homens iraquianos com idades entre 28 e 45 anos correm o risco de serem forçosamente repatriados ao Iraque pelo governo dinamarquês, mas não são os únicos. A polícia dinamarquesa relata que oito iraquianos já foram repatriados à força para Bagdad desde o começo de Maio de 2008. Apesar de ser parte de uma lei internacional que proíbe o retorno forçado quando existe uma ameaça credível, o governo dinamarquês pretende enviar 364 requerentes que viram os seus pedidos rejeitados ao Iraque. Em notícias relacionadas, manifestantes protestando contra o retorno forçado de iraquianos foram presos no aeroporto de Copenhaga em 28 de Maio. http://www.amnesty.org/en/library/asset/EUR18/003/2008/en/6149e933-3709-11dd-bf2d0dc52725567a/eur180032008eng.pdf Polónia • Num artigo publicado a 6 de Junho de 2008, o diário polaco Gazeta Wyborcza revelou o polémico emprego de trabalhadores migrantes chineses na indústria de construção na Polónia. Gazeta Wyborcza relatou que condomínios luxuosos em Vistula Spit perto de Stegna, na costa báltica (25 quilómetros a leste de Gdansk) estão a ser construídos por trabalhadores chineses, de quem intermediários levam três quartos do seu ordenado. Os trabalhadores são continuamente seguidos por agentes de segurança chineses, comem no local, dormem em quartos pequenos de dois metros quadrados por pessoa. Segundo Janusz Grzyb, Director do Departamento de Migração do Ministério do Trabalho, 600 trabalhadores chineses foram empregados nestas bases na Polónia no ano passado. Entretanto, fontes da Gazeta citam número dez vezes superiores. Enquanto este tipo de exportação de trabalhadores da China é em teoria legal, na prática trata-se de trabalho escravo. Segundo Adam Koziel, especialista em assuntos relacionados com a China, na Federação de Helsínquia para Direitos Humanos na Polónia, “isto é exploração na sua forma pura”. É assim que as tríades chinesas enviam trabalhadores para os EUA, é assim que trabalhadores polacos são explorados em plantações na Itália. A diferença é que lá é a máfia que beneficia, e aqui é tudo legal. O mais triste é que estas pessoas não se rebelarão. – um trabalhador migrante na China ganha cerca de $100 por mês. Fonte: Piotr Głuchowski, Marcin Kowalski “Escravos Chineses A Construir Casas de Luxo Polacas” (Chinese Slaves Building Polish Luxury Homes) artigo em inglês. Gazeta Wyborcza, http://wyborcza.pl/1,86871,5284636,Chinese_Slaves_Building_Polish_Luxury_Homes.html Suíça • A Swiss League of Human Rights (LSDH) (Liga Suíça dos Direitos Humanos) registou vários problemas no centro de detenção de Frambois, em Genebra, no seu relatório acerca do centro que denuncia o uso de violência e a falta de acesso a cuidados de saúde. As acusações de violência foram confirmadas através de entrevistas a cerca de 50 detidos do centro, sendo que a falta de acesso a cuidados de saúde são um problema tão grave quanto o primeiro, especialmente no que diz respeito a cuidados psicológicos. No seguimento do seu relatório, a LSDH exigiu a presença de observadores neutros no centro, assim como o acesso a ajuda legal e médica. http://www.lsdh.net/spip.php?article76&var_recherche=rapport%20frambois • O Swiss Federal Office of Migration (ODM) (Departamento Federal das Migrações da Suíça) não conseguirá construir um centro de detenção adequado antes de Março de 2009, soube-se recentemente em Genebra. Numa audiência recente com uma comissão parlamentar dois PICUM Boletim Julho 2008 representantes do ODM tiveram conhecimento de que o centro, respeitando todas as normas internacionais, e que deveria estar terminado até ao final de 2008, não abrirá antes de Março de 2009. Desde o dia 1 de Janeiro de 2008, os pedidos de asilo de pessoas que chegam à Suíça têm de ser efectuados exclusivamente nos aeroportos, o que implica que muitas tenham que viver no aeroporto por mais de 60 dias sem a possibilidade de sair. A associação Elisa1 denunciou a situação em Genebra que segundo afirma é alarmante. Os problemas incluem acomodação inadequada, falta de ar fresco e inacessibilidade a meios de comunicação. http://www.lecourrier.ch/index.php?name=NewsPaper&file=article&sid=439766 EUA • Numa visita recente a dois centros de detenção no Texas, a Human Rights First encontrou inúmeros abusos dos direitos de migrantes indocumentados. A organização visitou o Centro de detenção de Willacy, que tem 2,000 presos em estruturas do tipo tenda, e o centro de detenção de Pearson onde se encontram 1,904 presos. O acesso a cuidados médicos e de serviços legais é inexistente nestes centros. Situados a longas distâncias de serviços pro bono estes centros não oferecem recursos ao presos indigentes. Em vez dos tradicionais tribunais estes centros recorrem a câmaras e televisões para os julgamentos. http://www.humanrightsfirst.org/blog/rpp/ • Foram passadas duas leis nos E.U.A que propõem melhorar o acesso a cuidados de saúde física e mental para os emigrantes e requerentes de asilo detidos. O decreto de lei dos cuidados básicos de saúde dos detidos de 2008 (HR 5950), introduzida pela representante Zoe Lofgren (D-CA), e o companion bill, introduzida pelo Senador Robert Menendez (D-NJ), implicam que o departamento de Segurança interna assegure o exame de saúde atempado dos detidos profissionais da saúde. Os decretos implicariam ainda que os centros de detenção reportassem todas as mortes aos Inspectores-gerais dos departamentos de Segurança Interna e do departamento de Justiça. http://www.humanrightsfirst.org/asylum/asylum_03.htm • O Presidente Bush assinou no dia 9 de Junho uma ordem de execução que implicam quer todos os fornecedores do governo federal utilizem o sistema E-Verify. Este sistema liga os números da Segurança Social a uma base de dados de imigração de modo a confirmar a sua veracidade. Organizações de defesa dos direitos humanos e dos imigrantes criticam o programa pelos seus erros, elevados custos (estimados em 838 milhões de dólares de implementação), brechas na privacidade e potencial discriminação pré-laboral. Apesar do uso do programa ser uma exigência legal, falta colaboração das empresas para o colocar em prática. Por exemplo, o dono e o gerente do Agriprocessors, Inc., uma fábrica de embalagem de carne, que viu 389 dos seus trabalhadores serem presos numa rusga do ICE a 12 de Maio, não foram criminalizados, apesar de 306 dos seus trabalhadores indocumentados terem sido. http://www.gao.gov/new.items/d08895t.pdf • Em Junho de 2008 teve lugar em Nova Iorque a primeira conferência nacional de trabalhadores domésticos. A Domestic Workers United (Trabalhadores Domésticos Unidos), a organização anfitriã, apelou aos legisladores estatais que assinem uma Lei dos Direitos dos Trabalhadores domésticos. Esta legislação é a primeira nesta área nos Estados Unidos e implica que os trabalhadores domésticos tenham o mesmo tipo de direitos laborais que os outros trabalhadores, como por exemplo o direito a um dia de descanso semanal e aviso de cessação de contrato atempado. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, haverá cerca de 1,5 milhões de trabalhadores domésticos nos E.U.A. http://www.wtop.com/?nid=104&sid=1415254 PICUM Boletim Julho 2008 3. Políticas Europeias de Desenvolvimento Geral • O governo francês está a pressionar a aprovação de uma proposta controversa, o 'Pacto de Imigração Europeias, durante a presidência francesa da União Europeia, de Julho a Dezembro de 2008. De acordo com a ministra de imigração francesa, Brice Hortefeux, o pacto estaria estruturado em 3 pilares, aplicável a todos os países da UE: "A recusa de regularizações em massa”,"Harmonização de políticas de asilo”, e "Regras para o retorno de imigrantes sem documentos”. Enquanto políticas harmonizadas para asilo e retorno de imigrantes vêm progredindo desde a presidência finlandesa em 1999, o debate sobre a regularização é mais recente. Integração também será uma prioridade para a próxima presidência. A França planeia sugerir o seu modelo de 'Contrato de Integração' como uma solução para toda a UE. Este modelo será incluído na proposta para o Pacto Europeu sobre Imigração e Asilo, que a presidência francesa espera que seja adoptado por todos os países membros durante sua presidência, no sentido de atingir Maior harmonização nesta área na EU. Fontes: http://www.migrantsrights.org.uk/enews/2008/june.htm e http://www.caritaseuropa.org/code/EN/migr.asp?Page=838 • A UE está a pressionar o governo da Turquia para restringir a actividade de imigrantes ilegais, Segundo informou o jornal francês Le Figaro. Bruxelas acredita que a Turquia pode fazer mais para controlar a imigração irregular, mas os turcos necessitam de mais assistência da UE para conter os milhares de imigrantes que passam pelo país fugindo de zonas de guerra como o Irão, Iraque, http://www.lefigaro.fr/international/2008/06/23/01003Palestina e Afeganistão. Fonte: 20080623ARTFIG00340-la-turquie-carrefour-migratoire-vers-l-europe.php • O Presidente Hugo Chavez ameaçou cortar as exportações de petróleo aos países europeus que aplicarem as novas regras de retorno de imigrantes sem documentos. Da mesma forma que a UE pode retornar imigrantes sem documentos a seus países de origem, a América Latina pode decidir “retornar os investimentos europeus”, disse Chavez. Chavez disse ainda que seu governo "reveria os investimentos que eles (europeus) têm no país para ver se é possível aplicar também uma directiva de retorno'. Fonte: http://news.yahoo.com/s/afp/20080619/wl_afp/euimmigrationvenezuela • Durante o encontro de Ministros do Interior europeus, em 12 de Junho em Luxemburgo, fazendo referência à multiplicação de naufrágios de barcos trazendo imigrantes sem documentos entre a Líbia e Malta, o ministro da Justiça de Malta Tonio Borg convidou os países-membros a estudar a distribuição desses imigrantes entre vários países da UE. A recusa pelo governo de Malta, em Valetta, em aceitar os 18 corpos resgatados por uma fragata francesa contribuiu negativamente para a imagem do país. Malta argumentou que, como os corpos foram encontrados na zona que pertence a Líbia, o navio devia se dirigir a Trípoli. Os corpos dos imigrantes foram enterrados em Toulon no dia 7 de Junho. http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/6283736.stm Comissão Europeia (CE) • A Comissão Europeia declarou que está avançando na luta contra a imigração irregular, no dia 5 de Junho, depois de assinar uma “parceria de mobilidade” com Cabo Verde e Moldávia. Cada acordo oferece apoio da CE e de países membro da UE em troca de um compromisso de esforço para controlo da imigração ilegal. O apoio inclui abrir mais oportunidades legais de trabalho para imigrantes desses países, e assistência da Frontex, a agência de fronteiras externas da UE. A Moldávia recebeu oferta de parceria de 15 países da UE, enquanto Cabo Verde recebeu ofertas da PICUM Boletim Julho 2008 Espanha, França, Luxemburgo e Portugal. Essas são as duas parcerias de mobilidade assinadas inicialmente pela UE desde que a CE propôs o conceito em Maio de 2007. http://www.europeanvoice.com/article/2008/06/0208/partnerships-against-illegalimmigration/61092.aspx Parlamento Europeu • O compromisso entre os negociadores do Parlamento e do Conselho Europeu para a directiva de retorno de imigrantes irregulares foi aprovado em primeira leitura no Parlamento, no dia 18 de Junho. O voto abre caminho para um acordo com o Conselho. O esboço da directiva foi adoptado pelo Parlamento num processo de co-decisão por 369 votos a favor e 197 contra, com 106 abstenções. A Casa aprovou as emendas ao compromisso, sugeridas pelo grupo EPP-ED. Outras emendas, propostas pelo PES, Greens/EFA e GUE/NGL, que tentam fazer a legislação mais favorável a indivíduos sujeitos a ordem de expulsão, foram rejeitadas. Também foram rejeitadas propostas de rejeição total da directiva (sugerida pelos dois últimos grupos). O texto aprovado estipula que as pessoas que não cometeram crimes podem ser detidas por 18 meses pendentes de remoção, incluindo crianças e famílias. Restrições de entrada de até 5 anos serão impostas a qualquer indivíduo que não deixe o país dentro de um certo período (que pode ser de até 7 dias) e a qualquer indivíduo detido antes de ser removido. O acordo precisa ainda ser aprovado oficialmente pelos ministros do conselho, num encontro em Julho. Uma vez que a directiva seja adotada, os países membro terão 24 meses para colocá-lo em efeito. Duas outras directivas também estão esperando aprovação pelo parlamento: medidas para promover imigração legal de trabalhadores habilitados (a chamada directiva 'Blue Card') e outra directiva que puniria empregadores de imigrantes sem documentos, para desencorajar trabalho clandestino. Fontes: http://www.europarl.europa.eu/news/expert/infopress_page/018-31787-168-06-25-90220080616IPR31785-16-06-2008-2008-true/default_en.htm e ECRAN Weekly Update 20 de Junho de 2008 http://www.ecre. org/ e http://www.euractiv.com/en/mobility/eu-rules-illegal-migrants-angerhuman-rights-groups/article-173477 • No dia 25 de Junho, uma discussão sobre deportação aconteceu no Parlamento Europeu, coorganizada pela Comissão de Igrejas pelos Imigrantes na Europa (CCME, sigla em inglês), a Igreja Protestante Alemã (EKD, sigla em inglês), Pro Asyl e ECRE. O evento foi organizado também pelo membro do parlamento europeu Manfred Weber (EPP-ED, Alemanha). Fonte: ECRAN Weekly Update 20 de Junho de 2008 http://www.ecre.org • O parlamento europeu aprovou no dia 18 de Junho o novo Comissário de Justiça, Liberdade e Segurança, Jacques Barrot, com 489 votos a favor, 52 contra e 19 abstenções. Barrot, previamente Comissário para o Transporte, foi recolocado depois de Franco Frattini ter pedido a demissão do posto em Maio. Antes da votação, Barrot passou por uma comissão de inquérito organizada pelo Comitê de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos do Interior (LIBE, sigla em inglês). O Comissário definiu nessa oportunidade suas prioridades para imigração: ele declarou ser a favor da integração de imigrantes legais enquanto medidas para contenção de imigração ilegal são fortalecidas juntamente com medidas de controlo de fronteiras. Fontes: ECRAN Weekly Update 20 de Junho 2008 http://www.ecre.org e http://www.europarl.europa.eu/news/expert/infopress_page/019-31445168-06-25-902-20080612IPR31443-16-06-2008-2008-false/default_en.htm • O esboço da directiva “Blue Card”, que tem como objectivo resolver o problema de demanda de mão-de-obra em alguns sectores da economia europeia e atracão de mão-de-obra qualificada foi debatido pelos membros do parlamento europeu e especialistas no assunto, numa sessão do Comité de Liberdades Civis no dia 25 de Junho. Um relatório do Parlamento está a ser compilado e PICUM Boletim Julho 2008 será examinado pelo Comité de Liberdades Civis, no dia 14 e 15 de Julho. Ewa Klamt (EPP-ED, Alemanha), responsável pelo esboço do relatório, acredita que o problema está no fato da EU não ser uma região atractiva para imigrantes qualificados. Fonte: http://www.europarl.europa.eu/news/expert/infopress_page/018-32501-176-06-26-90220080623IPR32500-24-06-2008-2008-false/default_en.htm Conselho da União Europeia • Os ministros da justiça da UE não conseguiram chegar a um acordo quanto às propostas que iriam garantir novos direitos a refugiados de longo – termo. A presidência Eslovena fez grandes esforços para assegurar o acordo do dossier antes da reunião ministerial, que teve lugar em Luxemburgo no dia 5 de Junho. Contudo, tornou-se impossível para o comissário chegar a um acordo devido à posição da Bélgica, Finlândia, Holanda, Luxemburgo e Suécia. Estes países insistiram que os novos direitos não só deveriam cobrir os refugiados e beneficiários de protecção subsidiária – como proposto pela presidência – mas também outros tipos de “permissão de permanência” sob a lei nacional. Jacques Barrot, o comissário Europeu da justiça, liberdade e segurança, disse que a Comissão iria levar a cabo um estudo sobre o assunto e apresentar as suas conclusões em 2009. A França ainda não respondeu se vai continuar a trabalhar no dossier quando tomar posse da presidência da EU no dia 1 de Julho. As propostas estenderam o prazo da existente directiva de residência a longo prazo da EU que protege refugiados e pessoas com protecção subsidiária garantida, um tipo de “permissão de residência”, definida a nível da EU, que é, garantida às pessoas que não preenchem os requisitos para um estatuto completo de refugiado. O estatuto de residência a longo prazo, garante a nacionais de países terceiros direitos como igual acesso a oportunidades de emprego como os cidadãos da UE, e o direito de se deslocar para estadosmembros diferentes por motivos de trabalho, actualmente está apenas disponível aos migrantes que viveram na UE ao longo de um período de cinco anos. Fontes: http://www.europeanvoice.com/article/2008/06/0208/eu-presidency-fails-to-secure-agreement-onasylum-rights/61097.aspx e http://www.consilium.europa.eu/ueDocs/cms_Data/docs/pressData/en/jha/100983.pdf • Os ministros da justiça e de assuntos internos estipularam prazos para a Comissão Europeia dar início a medidas para reforçar o controlo e a vigilância das fronteiras da UE. Na reunião de 5 de Junho, eles convidaram a Comissão para propor um esquema de entrada/saída e um programa de viajante registado para os cidadãos Não – UE no princípio de 2010. Eles também pediram à Comissão para que estudasse a criação de um esquema de autorização electrónica de viagem para as pessoas que queiram visitar a UE, para ser apresentado na primeira metade de 2009. Os Ministros também insistiram para que a Comissão trabalhasse mais no sentido de desenvolver um sistema de vigilância de fronteiras Europeia, e para que fossem informando sobre o progresso primeira metade de 2009. Os prazos são uma resposta ao pacote de gestão de fronteiras apresentado pela Comissão em Fevereiro. Fonte : http://www.europeanvoice.com/article/2008/06/0208/ministers-set-border-managementdeadlines/61090.aspx • No dia 19 e 20 de Junho, os Chefes de Estado e de Governo da UE reuniram-se em Bruxelas para um Conselho Europeu. O Conselho Europeu recebeu particularmente bem a Política de Plano sobre o asilo (“Uma abordagem integrada para a protecção em toda a UE”) e sublinhou a necessidade de progredir no futuro do Sistema de Asilo Europeu Comum com data prevista para a sua realização em 2010. O Conselho também esperou pela proposta prestes a ser divulgada acerca de um “Pacto europeu sobre a imigração e asilo” da futura Presidência Francesa. A França vai tomar posse da Presidência da UE no dia 1 de Julho e anunciou insistir na adopção de um “ Pacto Europeu sobre a Imigração e Asilo”, que será apresentada aos Ministros da Justiça e PICUM Boletim Julho 2008 Assuntos Internos nos dias 6 e 7 de Julho. Os Estados Membro também pediram pelo Maior desenvolvimento de gestão de fronteira integrada, incluindo o melhoramento da partilha dos problemas assim como melhoramento da coordenação operacional dentro da FRONTEX. Fonte: ECRAN Weekly Update 27 Junho 2008 http://www.ecre. org/ and http://www.eu2008.si/en/Meetings_Calendar/Dates/June/0619_EC.html 4. Crianças Sem Documentos • Teve lugar em Junho 2008 a inauguração de um novo centro para menores sem documentos, em Amyglaleza, Grécia. O centro tem a capacidade de oferecer guarida a 54 pessoas. No campo, há facilidades como um campo de desporto, biblioteca, centro de saúde etc. A média varia entre dezassete e vinte dias. Depois deste período os menores sem documentos ou são deportados ou transferidos para outros centros de juventude dirigidos pelas ONGs. Dever-se-à dar-se ênfase ao facto de que esta é a primeira vez que o Ministério dos Assuntos Internos e as ONGs trabalharam juntos no assunto dos migrantes sem documentos para criar facilidades sob responsabilidade partilhada. http://news.kathimerini.gr/4dcgi/_w_articles_ell_2_17/04/2008_266853 • O escritório da ACNUR na Grécia convocou o governo no dia 18 de Junho o governo para melhorar os seu cuidado com relação às crianças desacompanhadas que procuram asilo. Um relatório conduzido em nome da ACNUR na Grécia, que foi lançado no mesmo dia, achou que as autoridades Gregas estão a falhar em cuidar adequadamente dos menores não acompanhados. O relatório, intitulado “Menores desacompanhados que procuram asilo na Grécia” identificou insuficiências sérias quanto ao acesso aos procedimentos de asilo para menores, a duração da examinação dos pedidos de asilo, a qualidade das condições de recepção e o número de facilidades de recepção. http://www.ekathimerini.com/4dcgi/_w_articles_politics_100002_19/06/2008_97804 • France Terre d'Asile convovou os MPEs Franceses para rejeitar a tão chamada “directiva de retorno” em votos no dia 18 de Junho nos campos onde não existiam clausulas de salvaguardas para menores. O seu apelo, feito no dia 11 de Junho, disse que a directiva era a clara regressão com respeito tanto às normas Francesas que actualmente existem, quanto aos standards internacionais, em particular da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (CDC). http://www.newspress.fr/communique_203407_3488.aspx • Os filhos de pais possivelmente envolvidos em crimes de guerra, as chamadas crianças 1F, que vivem na Holanda por mais de 10 anos, estão a ser consideradas para uma autorização de residência. O Ministro da Justiça, Hirsch Ballin e o Secretário de Estado, Albayrak, reconhecem que os interesses das crianças baseados na Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças têm de ser prioridade na ordem dos interesses públicos. Mais informação em: www.defenceforchildren.nl 5. Eventos A ONG Italiana ARCI Nazionale está organizando um encontro, a se realizar a 15 de Julho de 10:00 às 13:00 em Cecina (Livorno, Itália), estabelecido no esquema de actividades do XIV Encontro Internacional Anti-Racista para a Assembleia “Por Uma Campanha Europeia pelo Direito dos Migrantes”. Mais informações podem ser obtidas contactando Filippo Miraglia [email protected] ou Alessandra Capodanno [email protected] ou + 39 06 416 06 217 PICUM Boletim Julho 2008 Os parceiros da ERLAIM e a rede da ERLAI estão hospedando o evento final do Projecto “Autoridades Europeias Local e Regional para a Integração de Migrantes” a 15 de Julho em Bruxelas. Os dois objectivos chave dessa conferência são primeiramente realçar os principais resultados do projecto, uma análise comparativa de vários esquemas legais de trabalho para a integração de migrantes e uma colectânea das estratégias e projectos de integração regional/local, e, em segundo lugar, aperfeiçoar o fluxo de informações a um nível Europeu para o nível de criadores de leis regional e local e profissionais nos desenvolvimentos de politicas sobre migração da UE. Incluirá oradores da Comissão Europeia, dos Comités Regionais e do Comité Social e Económico. O bufê do almoço ao final do evento será uma oportunidade de estabelecer redes e ter discussões informais. Todos os parceiros do projecto ERLAIM também estarão presentes e disponíveis para responder a perguntas. Criadores de leis e profissionais que trabalham com migração em todos os níveis (autoridades regionais/locais, associações, ONGs, etc), bem como representantes das instituições da UE e organizações internacionais estão convidadas. Lugares são limitados e portanto inscrições são à base de quem chegar primeiro. Aqueles interessados em participar da conferência devem preencher o formulário de registro no máximo até 3 de Julho de 2008. http://www.erlaim.eu/wcm/erlaim/notizie/finalevent.htm Dentro do contexto dos encontros anti-racistas da ARCI um encontro aberto será organizado pelo Migreurop sobre o “Observatório de Fronteiras”, a 18 de Julho das 10:00 às 14:00 em Cecina (Itália). O encontro providenciará a oportunidade de apresentar o projecto e de chamar a atenção para várias zonas geográficas com base na publicação anual do “Relatório dos Direitos Humanos nas Fronteiras” http://www.migreurop.org/article1295.html?lang=en O Clube de Madri realizará neste verão um seminário internacional sobre “Globalização, Migração Internacional e Desenvolvimento”, dentro do planeamento dos cursos de verão da Universidad Internacional Menéndez Pelayo (UIMP) em Santander, de 18 a 19 de Agosto. http://database.clubmadrid.org/boletines/VistaPrevia.aspx?idBoletin=44 O Centro de Formação Internacional da Organização Internacional do Trabalho (ILO), em colaboração com o Programa para Migração Internacional da ILO, organizará de 8 a 19 de Setembro de 2008 seu primeiro curso em língua francesa sobre “Migração Internacional da Força de Trabalho” em Turim, na Itália. O principal objectivo dessa formação inter-regional é fortalecer o conhecimento dos principais actores que trabalham na questão da migração (governos, parceiros sociais, sociedade civil), tanto nos países de destino como nos países de origem, a fim de avaliar as oportunidades e desafios, em ambos os níveis nacional e regional, da migração internacional da força de trabalho. Mais informações em http://socialprotection.itcilo.org/index4.php?mod=catalog&act=detail&id=17 6. Publicações “Zonder Papieren: over de positie van irreguliere migranten en de rol van het vreemdelingenbeleid in Belgie” é um livro escrito por Masja van Meeteren, Marion van San e Godfried Engbersen e publicado pela Onderzoeksgroep Armoede, Sociale uitsluiting en de Stad' (Unidade de Pesquisa sobre Pobreza, Exclusão Social e a Cidade). A publicação tem, como tema, a posição dos migrantes indocumentados na Bélgica e as políticas públicas dirigidas à sua condição, além de propostas no sentido de melhorar a assistência providenciada por organizações que trabalham com migrantes.http://www.acco.be/acco_publishing/promotion/promotion_detail.php?qs_promotion_id=1800 6 “Tackling undeclared work in the European Union” (“Lidando com trabalho não declarado na União Europeia”) é um relatório geral publicado pela “European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions” (Fundação Europeia para a Melhoria das Condições Laborais e Vivenciais). O relatório observa especificamente a eficácia das medidas políticas implementadas em cinco países – PICUM Boletim Julho 2008 Bélgica, Dinamarca, Itália, Polónia e o Reino Unido. A conclusão central é a de que países da UE permanecem votados a uma política de desencorajamento, que procura incrementar a possibilidade real ou percebida de detenção e sanções. http://www.eurofound.europa.eu/publications/htmlfiles/ef0813.htm “Irregular Migration from West Africa to the Maghreb and the European Union: An Overview of Recent Trends” (Imigração Irregular da África Ocidental para o Magreb e a União Europeia: Uma perspectiva geral acerca de tendências recentes”) é um estudo que procura obter um conhecimento mais empírica e quantitativamente fundamentado da natureza, escala e evolução recente do movimento migratório da África Ocidental para o Magreb e a Europa. Além disso, o estudo avalia o impacto das políticas públicas que pretendem gerir as migrações transsaharianas e transmediterrânicas nos padrões migratórios.http://www.iom.int/jahia/webdav/site/myjahiasite/shared/shared/mainsite/published_docs/ser ial_publications/MRS-32_EN.pdf Duez Denis, “L'Union européenne et l'immigration clandestine. De la sécurité intérieure à la construction de la communauté politique” (« A União Europeia e a imigração clandestina. Da segurança interna à construção da comunidade política »), Editions de l'Université de Bruxelles, Colecção Etudes européennes. Este relatório questiona a razão pela qual as políticas europeias de imigração, que levam a uma deterioração da segurança dos migrantes, nunca são responsabilizadas; explora, além disso, a ideia de que os controlos de imigração fazem parte de um processo político mais lato, que visa a manutenção do poder governamental pelo fortalecimento da noção de fronteiras e pela criação de uma atmosfera de “inclusão e exclusão”. http://www.decitre.fr/livres/L-Union-europeenne-et-l-immigrationclandestine.aspx/9782800414164 7. Notícias PICUM • A Migrants Rights Network organiza um passeio ao longo do Rio Tamisa, em Londres, de modo a angariar fundos para a PICUM. O passeio terá lugar no sábado, 5 de Julho de 2008. O ponto de partida será Greenwich e o destino será o London Eye.www.migrantsrights.org.uk/enews/2008/june.htm#upcomingevents 8. Vários • O filme “The Class” (título original “Entre les Murs”) foi premiado com a Palma de Ouro na edição de 2008 do Festival de Cannes. O filme foi rodado numa escola dos subúrbios parisienses. Professores e estudantes, entre eles alguns indocumentados, participaram no filme. Laurent Cantet, o realizador, é um membro do movimento RESF que apoia o direito universal à educação para todas as crianças, seja qual for o seu estatuto legal.http://www.festivalcannes.fr/en/archives/ficheFilm/id/10804699.html • Uma estação televisiva italiana produziu um documentário que descreve o fenómeno migratório entre Malta e Lampedusa. O filme conta a história de 27 migrantes, encontrados presos a jaulas para a pesca de atum, que Malta, a Itália e a Líbia recusaram auxiliar. O documentário ilustra a chegada dos migrantes da perspectiva dos próprios (especificamente nos centros de acolhimento malteses ou os portos em Lampedusa), organização de apoio e autoridades locais. Além disso, também ilustra a opinião dos pescadores e ilhéus. http://www.unmondoacolori.rai.it/sito/scheda_puntata.asp?progid=753 PICUM Boletim Julho 2008 Agradecimento especial a Ana Van Meegen, Isabel Allain, Sofia Teles, Tatiana Coutto, Silvia Pinheiro, Alessandra Fontana, Sandra Tavares, Luís Bernardo e Fernanda Martins pela tradução do boletim em português à Sílvia Pinheiro pela revisão. Para assinar o boletim da PICUM, envie um e-mail à [email protected] com “SubscribePortuguese” no título. Para cancelar a assinatura coloque, por favor, “Unsubscribe-Portuguese” no título do e-mail. PICUM Boletim Julho 2008
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