um estudo comparado entre a argentina e o brasil nos 20 anos

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um estudo comparado entre a argentina e o brasil nos 20 anos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
CADEIA PRODUTIVA DA SOJA:
Um estudo comparado entre a Argentina e o Brasil nos 20 anos do Mercosul
LUCIANE GISELY BRITOS
Florianópolis, 2013
LUCIANE GISELY BRITOS
CADEIA PRODUTIVA DA SOJA:
Um estudo comparado entre a Argentina e o Brasil nos 20 anos do Mercosul
Monografia apresentada ao curso
de Relações
Internacionais
da
Universidade Federal de Santa
Catarina
como
requisito
obrigatório para a obtenção do
grau de Bacharelado.
Orientador: Prof. Dr. Hoyêdo Nunes Lins
Florianópolis, 2013
Cadeia produtiva da soja:
Um estudo comparado entre a Argentina e o Brasil nos 20 anos do Mercosul
A Banca Examinadora resolveu atribuir a nota 6,0 (seis) à aluna Luciane Gisely Britos
na disciplina CNM 7280 – Monografia, pela apresentação deste trabalho.
Banca Examinadora:
_______________________________
Prof. Dr. Hoyêdo Nunes Lins
_______________________________
Prof. Dr. Helton Ricardo Ouriques
_______________________________
Prof. Dr. Marcelo Arend
RESUMO
A presente monografia tem como propósito analisar as características e o desempenho do
complexo soja na Argentina e no Brasil, enfocando a análise na disputa por mercados
internacionais, especialmente pelo da China, o maior comprador mundial da oleaginosa.
Assim sendo, o estudo tem como norte o processo recente de aproximação entre a Argentina e
o Brasil, que avança sobremaneira durante as décadas de 80 e 90, tendo como marco a
assinatura do Tratado de Assunção e o nascimento do Mercado Comum do Sul. A soja, que
tem origem na Ásia, é um dos principais responsáveis pelo dinamismo das economias
argentina e brasileira, consolidando-se também nos vizinhos Paraguai e Uruguai. Como bloco
econômico, os números do Mercosul são bastante próximos dos Estados Unidos, o maior
produtor e vendedor da leguminosa. Atualmente, a soja, que é em grande parte consumida por
animais ou presente em produtos industrializados (alimentos e bebidas), tornou-se uma
commodity, com futuros negociados na Bolsa de Chicago. A expansão da soja e seu
consequente destaque entre os demais grãos são devidos ao intenso processo científicotecnológico. O singular crescimento da soja foi possível a partir da cultura de organismos
geneticamente modificados. Este texto traça um panorama atual da comercialização da soja,
através da análise da produção mundial, da constatação dos maiores exportadores e
importadores e da descrição da flutuação dos preços internacionais. Da mesma forma, no
âmbito doméstico de cada país, são apresentados aspectos históricos, institucionais, logísticos
e referentes às suas pautas de exportação. O pano de fundo desta análise é o estudo das
complexas interações entre os fenômenos econômicos e os políticos no sistema global, ao que
se denomina Economia Política Internacional. Buscou-se referenciar as disputas por poder e
riqueza num cenário macrorregional. Também é feita uma reflexão sobre o caráter atual dos
sistemas agroalimentares, pretendendo discutir como se configuram algumas mudanças nas
suas estruturas e nas práticas humanas devidas à globalização. Nesse mesmo contexto, de
profunda transformação social e econômica, procurou-se demonstrar qual o papel da soja no
novo perfil da produção de alimentos.
Palavras-chave: Economia da soja. Relação Argentina-Brasil. Mudanças agroalimentares.
RESUMEN
La presente monografía tiene como propósito analizar las características y el desempeño del
complejo soja en la República Argentina y en Brasil, enfocando el análisis en la disputa por
los mercados internacionales, especialmente por el de la República Popular China, el mayor
comprador mundial de la oleaginosa. Así siendo, el estudio tiene como norte el proceso
reciente de aproximación entre ambos países, que avanza aceleradamente durante las décadas
del 80 y 90, teniendo como hito la firma del Tratado de Asunción y el nacimiento del
Mercado Común del Sur. La soja, que tiene origen en Asia, es un de los principales
responsables por el dinamismo de las economías argentina y brasileña, consolidándose
también en los vecinos Paraguay y Uruguay. Como bloque económico, los números de
Mercosur son bastantes próximos de Estados Unidos, el mayor productor y vendedor de la
leguminosa. Actualmente, la soja, que es en gran parte consumida por animales o está
presente en productos industrializados (alimentos y bebidas), se volvió una commodity, siendo
su precio futuro negociado en la Bolsa de Chicago. La expansión de la soja y su consecuente
destaque entre los demás granos se debe al intenso proceso científico-tecnológico. El
extraordinário crecimiento de la soja fue posible desde la cultura de organismos
genéticamente modificados. Este texto plantea un panorama actual de su comercialización, a
través del análisis de la producción mundial, de la constatación de los mayores exportadores e
importadores y de la fluctuación de los precios internacionales. Asimismo, en el ámbito
doméstico de cada país, son presentados aspectos históricos, institucionales, y logísticos
referentes a sus pautas de exportación. El telón de este análisis es el estudio de las complejas
interacciones entre los fenómenos económicos y políticos en el sistema global, a lo que se
denomina Economía Política Internacional. Se buscó referenciar las disputas por poder y
riqueza en un escenario macrorregional. Também se realiza um exámen sobre el carácter
actual de los sistemas agroalimentares, pretendiendo discutir cómo se configuran los cambios
en sus estructuras y en las prácticas humanas debido a la globalización. En ese mismo
contexto, de profunda transformación social y económica, se buscó demostrar cúal es el papel
de la soja en el nuevo perfil de la producción de alimentos.
Palabras-clave: Economia de la soja. Relación Argentina-Brasil. Cambios agroalimentares.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12
1.1 Tema e problema.................................................................................................................12
1.1.1 Tema.................................................................................................................................12
1.1.2 Problema..........................................................................................................................12
1.2 Objetivos.............................................................................................................................13
1.2.1 Objetivo geral...................................................................................................................13
1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................................13
1.3 Justificativa........................................................................................................................14
1.4 Metodologia........................................................................................................................16
1.5 Estrutura do trabalho..........................................................................................................16
2 DEBATES SOBRE ECONOMIA POLÍTICA INTERNACIONAL (EPI)....................17
2.1 Surgimento e consolidação da EPI como campo de estudo acadêmico..............................17
2.2 Longevidade da problemática central da EPI.....................................................................18
2.3 Escolas de pensamento/bases da ação política: nutrientes do debate sobre EPI.................18
2.4 Abordagens da segunda metade do século XX; escola estadunidense x escola britânica..19
2.5 A disputa econômica e política pela liderança macrorregional..........................................22
3 MUDANÇAS E REESTRUTURAÇÃO DOS SISTEMAS AGROALIMENTARES...26
4 ECONOMIAS DA SOJA.....................................................................................................32
4.1 A economia de soja da Argentina.......................................................................................35
4.1.1 Trajetória.........................................................................................................................35
4.1.2 Produção nacional............................................................................................................36
4.1.3 Instituições.......................................................................................................................39
4.1.4 Tecnologias......................................................................................................................39
4.1.5 Pautas de exportação........................................................................................................40
4.1.6 Modais de transporte e portos..........................................................................................41
4.2 A economia de soja do Brasil.............................................................................................42
4.2.1 Trajetória.........................................................................................................................42
4.2.2 Produção nacional............................................................................................................43
4.2.3 Instituições.......................................................................................................................47
4.2.4 Tecnologias......................................................................................................................48
4.2.5 Pautas de exportação........................................................................................................48
4.2.6 Modais de transporte e portos..........................................................................................50
4.3 O papel do Mercado Comum do Sul...................................................................................51
5 DINÂMICA CONTEMPORÂNEA DO MERCADO MUNDIAL DA SOJA................55
5.1 Oscilações de preço.............................................................................................................55
5.2 Reflexos e ações da Argentina e do Brasil..........................................................................56
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................62
BASES DE DADOS................................................................................................................70
ANEXOS..................................................................................................................................71
ANEXO A – Principais mercadorias da pauta de exportação brasileira, de 1821 a 1950........71
ANEXO B – Produção (em toneladas) e área plantada (em hectares), de 1961 a 2010, no
mundo........................................................................................................................................72
ANEXO C – Produção (em toneladas) e área plantada (em hectares), de 1961 a 2010, na
Argentina. .................................................................................................................................74
ANEXO D – Principais plantações de grãos na Argenina para o período 2011-2012, por
produção....................................................................................................................................76
ANEXO E – Principais plantações de grãos na Argenina para o período 2011-2012, por área
plantada.....................................................................................................................................77
ANEXO F – Províncias argentinas: produção de soja............................................................78
ANEXO G – Províncias argentinas: área plantada de soja......................................................79
ANEXO H – Pauta de exportação argentina em 2011.............................................................80
ANEXO I – Produção (em toneladas) e área plantada (em hectares), de 1961 a 2010, no
Brasil.........................................................................................................................................81
ANEXO J – Quantidade produzida, em toneladas, por grão...................................................83
ANEXO K – Área plantada, em hectares, por grão. ..............................................................84
ANEXO L – Área e produção de soja por regiões e UF do Brasil. .........................................85
ANEXO M – Brasil: vendas, em kg, por país. ........................................................................86
ANEXO N – Exportações argentinas por porto e plataforma, acumulado de 2012. ..............89
ANEXO O – Exportações brasileiras por porto em 2012.......................................................90
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Evolução da quantidade produzida e da área plantada de soja no mundo...............32
Gráfico 2. Maiores exportadores de soja em 2011....................................................................34
Gráfico 3. Maiores importadores de soja em 2011...................................................................35
Gráfico 4. Evolução da quantidade produzida e da área plantada de soja................................36
Gráfico 5. Quantidade produzida, em toneladas, por grão........................................................36
Gráfico 6. Área plantada, em hectares, por grão.......................................................................37
Gráfico 7. Quantidade produzida de soja, em toneladas, por província...................................38
Gráfico 8. Área plantada de soja, em hectares, por província...................................................39
Gráfico 9. Evolução da quantidade produzida e da área plantada de soja................................43
Gráfico 10. Quantidade produzida, em toneladas, por grão......................................................44
Gráfico 11. Área plantada, em hectares, por grão.....................................................................44
Gráfico 12. Área e produção de soja por regiões do Brasil......................................................45
Gráfico 13. Quantidade produzida de soja, em toneladas, por UF...........................................46
Gráfico 14. Área plantada de soja, em hectares, por UF..........................................................46
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Mudanças no consumo de alimentos, por grupos de países......................................27
Tabela 2: Mudanças no consumo de carne, por grupos de países.............................................28
Tabela 3: Produção mundial de soja, para duas safras: 2010/2011 e 2011-2012.....................33
Tabela 4: Maiores exportadores de soja em 2011.....................................................................34
Tabela 5: Maiores importadores de soja em 2011....................................................................34
Tabela 6: Produtividade por província......................................................................................38
Tabela 7: Principais exportações da Argentina em 2011..........................................................40
Tabela 8: Maiores compradores de soja da Argentina em 2011...............................................41
Tabela 9: Produtividade por Unidade da Federação.................................................................47
Tabela 10: Principais exportações do Brasil em 2011..............................................................49
Tabela 11: Destinos da soja brasileira em 2011........................................................................50
Tabela 12: Exportações paraguaias...........................................................................................53
Tabela 13: Exportações uruguaias............................................................................................54
Tabela 14. Preços de contratos futuros, por mês de vencimento..............................................54
Tabela 15. Mercados de futuros que cotizam contratos de soja no mundo..............................55
Tabela 16. Exportações argentinas para a China: 1/2007 até 3/2013.......................................57
Tabela 17. Exportações brasileiras para a China: 1/2007 até 4/2013.......................................58
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Cadeia da soja............................................................................................................31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Claspar – Empresa Paranaense de Classificação de Produtos
Conab – Companhia Nacional de Abastecimento
CBOT – Chicago Board of Trade
CNT – Confederação Nacional do Transporte
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
Faostat – Divisão de Estatística da Organização para a Agricultura e a Alimentação
IAC - Instituto Agronômico de Campinas
IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná
IMEA - Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária:
MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Mercosul – Mercado Comum do Sul
ONU – Organização das Nações Unidas
SIIA – Sistema Integrado de Información Agropecuária
UN Comtrade – United Nations Commodity Trade Statistics Database
USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América
1 INTRODUÇÃO
1.1 TEMA E PROBLEMA
1.1.1 Tema
Cadeia produtiva da soja: Um estudo comparado entre a Argentina e o Brasil nos 20
anos do Mercosul.
1.1.2 Problema
As discussões acadêmicas e político-institucionais sobre agricultura, meio rural e,
mais recentemente, agronegócio têm destacado diferentes feições, dinâmicas e mudanças.
Enquanto alguns estudos se reportam a determinadas regiões ou agentes, outros centram-se
em certos produtos ou cadeias produtivas.
Um dos debates que tem permeado os estudos sobre as cadeias produtivas refere-se à
coordenação da “corrente”, ou seja, a identificação do elo responsável por provocar a
dinamização do setor e a sua governança. Alguns autores apontam que os movimentos de
globalização econômica tornaram predominante a direção das cadeias pela demanda, como é
o caso dos produtos hortícolas na troca entre o continente africano e o europeu.
Os argumentos, em geral, voltam-se principalmente para segmento responsável pela
coordenação da cadeia produtiva. O conceito de cadeia produtiva foi desenvolvido como
instrumento de visão sistêmica. Parte da premissa que a produção de bens pode ser
representada como um sistema, onde os diversos atores estão interconectados por fluxos de
materiais, de capital e de informação, objetivando suprir um mercado consumidor final com
os produtos do sistema. Especificamente no caso de produtos de origem vegetal, cadeia
produtiva pode ser visualizada como a ligação e inter-relação de vários elementos segundo
uma lógica para ofertar ao mercado commodities agrícolas in natura ou processadas.
Nesse sentido, as análises englobam um gama de questões, como, por exemplo, o peso
dos compradores, a diferenciação da mercadoria, as exigências de certificação e possibilidade
de rastreabilidade, resquisitos às vezes decisivos para os atores líderes na governança das
cadeias produtivas.
Assim sendo, destacar as feições e dinâmica que definem as cadeias produtivas de soja
da Argentina e do Brasil no panorama mais recente possível é procurar entender, a partir das
diferentes transformações nacionais e internacionais no campo econômico, regulatório,
tecnológico, das políticas públicas e da coordenação dos mercados, o atual desenho do
comércio de cada uma das nações.
13
A soja, não obstante sua recente introdução na agricultura ocidental como cultivo na
produção de grãos, vem ocupando uma posição de destaque e extraordinária expansão entre
os produtos agrícolas que atualmente alimentam o mundo. O grão de soja, segundo a FAO,
possui, em média, 38% de proteína, 18% de gorduras, 31,3% de hidratos de carbono e as
principais vitaminas e sais minerais necessárias à atividade biológica. Devido a tais
qualidades, essa leguminosa tem sido apontada como o alimento básico na luta contra a fome.
Conseqüentemente, o desenvolvimento de novas áreas de produção, a melhoria da
produtividade e a difusão do consumo da soja podem ser fundamentais para o suprimento
alimentar diário da população.
Brasil e EUA disputam a liderança nas exportações mundiais desse produto, seguidos
pela Argentina. À preocupação com a segurança alimentar e energética do mundo, portanto,
soma-se a discussão de concorrência entre Brasil e Argentina, que advogam, no seu acordo
regional, por uma complementaridade do comércio. Nesse sentido, no que se refere à China,
buscar desenhar o perfil de cada um em relação ao gigante asiático é de extrema importância,
tendo em vista as numerosas discussões sobre as vantagens em matéria de qualidade dos
solos, de logística e transporte, bem como de incentivos governamentais.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Realizar um estudo comparativo de caracterização e dinâmica de dois subsistemas
agroalimentares, o da Argentina e o do Brasil, quanto ao chamado “complexo soja”, no
cenário global e especialmente na exportação para a China, o maior importador do produto.
1.2.2 Objetivos específicos
1. Sistematizar literatura relevante sobre economia política internacional, com foco no
tema da disputa de poder entre Estados nacionais, para referenciar analiticamente o estudo
específico;
2. Abordar a importância da soja como elemento de relevo no processo de reestruturação
do sistema agroalimentar contemporâneo, de um modo geral;
3. Descrever as trajetórias brasileira e argentina com relação à cadeia da soja, destacando
inclusive aspectos tecnológicos e institucionais e de competitividade em geral, com reflexos
no desempenho exportador;
14
4. Explorar o problema das relações argentino-brasileiras em torno do setor de soja,
salientando aspectos de rivalidade com respeito à presença em mercados externos e de
possível cooperação e complementaridade no âmbito do Mercosul.
1.3 JUSTIFICATIVA
A história registra que diferentes países de grandes superfícies territoriais e dotados de
solos propícios à agricultura não raro aumentaram sua participação na dinâmica econômica
mundial produzindo alimentos e estruturando o principal de suas pautas exportadoras em
produtos primários, impulsionadores da tão desejada industrialização e, em última instância,
instrumento fundamental para o desenvolvimento.
A Argentina e o Brasil são ótimos exemplos de corrente comercial baseada no setor
agropecuário. De acordo com Petrocelli (2009, cap. 8, seção 3), em 1880, 89,5% das
exportações argentinas se originavam do setor de gado. Tal panorama foi modificado a partir
da década seguinte, conforme Escudé e Cisneros (2000, tomo X, sección I , cap. 48), com a
expansão da produção de cereais, cujo percentual do valor total das exportações saltou de
1,4% em 1880 para 25% em 1890 e 50% em 1900. Já o Anuário Estatístico do Brasil de 1952
evidencia um primado de 6 mercadorias que, desde 1821 a 1950, compunham pelo menos
60% da pauta de vendas internacionais do Brasil, atingindo, em alguns períodos, valor
próximo a 90%, com destaque para o café (anexo A).
Tais setores foram vistos e tratados como estratégicos pelas elites desses países (os
periféricos e semiperiféticos de uma forma geral), nas suas trajetórias de países
independentes. O surgimento de instituições ligadas ao agro, com forte protagonismo
inclusive político, é um aspecto marcante de tal cenário. A soja é um desses alimentos (ou
insumos alimentares) estratégicos. É assim na história recente (últimas 4 décadas) da
Argentina e do Brasil, eixo principal do Mercado Comum do Sul, criado em 1991. O ouro
“verde” tem transformado profundamente ambos países, especialmente com o boom dos
preços das commodities nos mercados internacionais. O modelo do agronegócio
(agribusiness) e uma crescente primarização das economias parecem ter se intensificado.
A expansão da produção agroalimentária dos países em desenvolvimento – tanto no
mercado doméstico como no internacional -, a identificação de pontos críticos no
funcionamento dos sistemas agroalimentares, as condições em que se desenvolvem os
processos de distribuição e logística – que asseguram a qualidade dos alimentos – são fatores
que constituem temas de grande preocupação tanto no âmbito acadêmico como empresarial,
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tendo em vista o importante papel da produção agroalimentar no consumo doméstico e na
geração de divisas dentro da estratégia de desenvolvimento de um país.
Nesse sentido, é necessário gerar informação estratégica sobre as tendências dos
mercados, a dinâmica do comportamento dos sistemas agroalimentares, a caracterização dos
seus principais atores, suas estratégias, formas de coordenação, assim como os desafios e as
oportunidades (tecnológicos, produtivos, organizacionais, regulatórios), da longa corrente de
comércio de um determinado produto, com o intuito de gerar uma maior articulação/sincronia
dos atores públicos e privados dos sistemas nacionais. A cadeia produtiva, em síntese, nos
ajuda a entender toda a história de um produto, desde o momento em que ele era apenas
matéria-prima, passando pelo beneficiamento, intermediários comerciais, até atingir o varejo
ou o mercado externo.
Nos contexto mundial e nacional, a sojicultura está entre as atividades produtivas mais
expressivas economicamente. Os três principais exportadores da oleaginosa são Estados
Unidos, Brasil e Argentina. Disputas entre Brasil e Argentina são históricas; contudo, nos
últimos 20 anos, os dois tem buscado uma maior integração econômica e comercial, tendo a
presidente argentina Cristina Kirchner afirmado que “houve um giro de 180º com o
presidente Lula e agora com a presidente Dilma. Argentina e Brasil deixaram de ser rivais
para se converterem em sócios estratégicos empenhados para o desenvolvimento regional e
em contribuir para a economia global”. Este trabalho buscará, logo, enfocar apenas uma das
relações de comércio dos países.
Sexta maior economia mundial, de país de Terceiro Mundo a potência emergente, o
Brasil tem hoje uma relação diferente com a comunidade internacional, alinhado ao sonoro e
tão comentado BRICS (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O Brasil se
destaca na economia mundial pela grande participação no mercado de commodities, das quais
a soja é um dos principais ativos. A receita com os embarques da soja está entre as primeiras
na pauta de exportação brasileira. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de
Comércio Exterior, as exportações de soja do Brasil atingiram um recorde histórico em maio
de 2013: 7,95 milhões de toneladas, superando o recorde de 7,28 milhões em maio de 2012 e
7,15 milhões registradas em abril de 2013.
Há um século, a Argentina era a quinta maior economia do mundo. Ao longo dos
anos, passou por uma série de dificuldades e crises que afetaram seriamente sua economia.
Atualmente, é considerada também um emergente, alinhado ao G-20 (grupo dos 20). A
produção de alimentos agropecuários é, tradicionalmente, um dos pilares da economia
argentina, principalmente a produção de grãos (cereais e oleaginosas), que constituem a
16
principal atividade de exportação do país. O complexo de soja, juntamente com a cadeia do
petróleo, completam a base exportadora da Argentina.
Projeto criado por Argentina e Brasil, o cenário em que os dois operam e formulam
estratégias é o do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em que são parte expressiva, quase
total, com maior relevânia para o Brasil. Esses dois parceiros, num pêndulo entre cooperação
e rivalidades históricas, iniciaram conversações e assinaram acordos bilaterais, a Declaração
de Iguaçu em 1985 e o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento em 1988
visando incrementar o comércio entre si e criar um mercado maior, aberto aos países que
quisessem dele participar. Intercompetidores no que se refere à exportação da soja (a pauta de
exportação da agroindústria argentino-brasileira é diversificada), os dois buscam inserir-se
num mercado internacional que se encontra em expansão, preocupado com o futuro da oferta
agrícola mundial.
1.4 METODOLOGIA
O presente trabalho usa como método de investigação a pesquisa de caráter
quantitativo, também é descritiva e tem caráter exploratório. As informações utilizadas foram
obtidas principalmente em fontes secundárias tais como documentos, livros, revistas,
periódicos, relatórios e em meio eletrônico, em que foram essenciais sistemas de dados e
informações de órgãos governamentais e internacionais.
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
O texto contém cinco capítulos, além deste primeiro, introdutório, que apresenta o
tema e o problema de pesquisa, além dos objetivos e a metodologia. O capítulo segundo
compreende um recorte sintétitico das principais contribuições da Economia Política
Internacional como marco analítico da disputa de poder entre Estados, pelo esforço de
apreensão da realidade sul-americana. Já o capítulo terceiro concerne as modificações e a
reestruturação dos sistemas agroalimentares e o papel da soja nesse contexto.
O capítulo quarto representa um panorama atual da comercialização da soja, através da
análise da produção mundial e do posicionamento dos maiores exportadores e importadores.
Também será feita um descrição – características nutricionais, histórico, discussões recentes,
importância, etc. – da oleaginosa, bem como um relato do cultivo na Argentina e no Brasil.
No capítulo cinco, pretende-se apresentar o teor da competição entre Argentina e Brasil pelo
mercado chinês, tendo em vista as “amarras” do Mercosul e também os preços de Chicago. O
texto é finalizado com considerações finais e recomendações.
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2 DEBATES SOBRE ECONOMIA POLÍTICA INTERNACIONAL (EPI)
O pensamento acadêmico, em relações internacionais, sempre foi dominado pela ideia
de poder. Tem-se como premissa que a disputa pelo poder, da maneira como se procurou
defini-lo - como força militar, abundância de recursos naturais ou mesmo capacidade de
persuasão/autoridade sobre os pares - é traço essencial do sistema interestatal.
A procura pelo poder em escala regional, tema desta moografia, não foge da
concepção de que a arena internacional é caracterizada como incansável fronte de batalha. No
caso, a hegemonia regional se dá entre países vizinhos ou localizados na mesma região ou
continente. Contudo, as relações nas esferas de influência são análogas.
É importante destacar que todas essas perspectivas são extremamente ricas, sofrendo
revisões e alterações. Busca-se-há aqui traçar os aspectos fundamentais de cada uma.
2.1 SURGIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DA EPI COMO CAMPO DE ESTUDO
ACADÊMICO
Uma extensa literatura busca oferecer explicações, com as mais diversas ênfases, para
o conceito de EPI. Numa primeira e simples significação, poderíamos caracterizar a EPI como
a discussão de acontecimentos internacionais combinando a economia e a política num
mesmo olhar. De acordo com Jackson e Sorensen (2007, p. 243):
Nos anos 1950 e 1960, era fácil ter a impressão de que muitos acadêmicos de Relações
Internacionais cometeram o equívoco de separar a economia e a política. Durante muito tempo
esses dois temas foram considerados nas relações internacionais dois campos totalmente
distintos e, portanto, atividades qualitativamente diferentes estudadas com abordagens
qualitativamente diversas. […] Mas, a partir do início dos anos 1970, essa distinção mais
precisa entre a política e a economia passou a ser cada vez mais questionada.
A EPI é formalizada como disciplina na década de 70. Uma figura importante na
consolidação do estudo da interação recíproca entre o econômico e o politico nas relações
internacionais é Susan Strange. Para esta estudiosa britânica, a EPI não nasceu das idéias,
nasceu dos fatos. A EPI é uma resposta aos desafios analíticos internacionais impostos nas
décadas de 70 e 80, sobretudo na agenda da política externa norte-americana, como, por
exemplo, o fim da conversibilidade direta do dólar em ouro e portanto o colapso do sistema
monetário de Bretton Woods em 71, os dois choques do petróleo, em 73 e 79 e o fim da
Guerra do Vietnã em 75. O campo contemporâneo da EPI surgiu do processo de tentar
abordar analiticamente os assuntos mudiais.
A EPI é, desse modo, um esforço de abordar, a partir de múltiplos ângulos, fenômenos
do sistema mundial que não podem ser resolvidos de maneira satisfatória por análise
18
estritamente econômica ou estritamente política, como vinha sendo feito. Para Leiteriz (p.53),
as interações constantes e as tensões resultantes entre a política e a economia são a essência
da EPI. Nesse sentido, as perguntas levantadas pela EPI são primeiro, qual a relação entre a
economia e a política nos assuntos mundiais? Segundo, como Estados e mercados interagem
no sistema global? Por fim, como se configuram as buscas por poder e riqueza a nível
internacional?
2.2 LONGEVIDADE DA PROBLEMÁTICA CENTRAL DA EPI
As origens dessas indagações parecem recuar há pelo menos 5 séculos. Os
antecedentes intelectuais das abordagens dos últimos 40 anos recuam para os pensadores
mercantilistas do início da Europa moderna e vertentes do pensamento iluminista. Conforme
Jackson e Sorensen (2007, p. 245) são 3 as principais teorias tradicionais da EPI: o
mercantilismo - alguns autores também utilizam o termo nacionalismo econômico, ligado à
teoria realista das RI; o liberalismo econômico e o marxismo[1].
Conforme lembra Fiori (2005, p. 66):
A relação entre o Poder e o Dinheiro, ou entre príncipes e banqueiros, é muito antiga e
remonta às cidades do Norte da Itália, onde nasce o sistema bancário moderno, ligado ao
comércio de longa distância e à administração das dívidas do Vaticano. Daí vêm os primeiros
empréstimos para as guerras travadas pelos donos do poder, como Eduardo II da Inglaterra,
que no século XIV se endividou com a banca de Siena para financiar a tomada do País de
Gales. Saiu vitorioso da guerra mas não pagou sua dívida, o que levou o sistema bancário de
Siena à falência e transferiu para Florença a hegemonia financeira da Itália. Isso se repetiu
muitas vezes, como na relação de Carlos V com os banqueiros alemães que financiaram a
contínua expansão de suas guerras e territórios, até o momento em que ele decretou a
moratória de 1557, responsável pela falência da Casa dos Fugger.
2.3 ESCOLAS DE PENSAMENTO/BASES DA AÇÃO POLÍTICA: NUTRIENTES DO
DEBATE SOBRE EPI
Deyon (1992, p. 11) define o mercantilismo “como o conjunto das teorias e práticas de
intervenção econômica que se desenvolveram na Europa moderna desde a metade do século
XV”. Para além dos pilares de metalismo e de balança comercial favorável, o agente mais
importante no sistema internacional é o Estado, que deve agir de acordo unicamente com seu
interesse. Existe uma relação direta entre busca de poder e riqueza econômica, determinada
pelos resultados de mercado, sob os quais o Estado deve agir. As relações econômicas
internacionais são competitivas: a economia é uma arena de disputa entre os países, em que
necessariamente um ganha enquanto outro perde (jogo de soma zero).
Já o liberalismo econômico, cujas raízes traçam aos séculos XVIII e XIX, defende a
separação das esferas econômica e política. Para os liberais, é vantajoso que os mercados
19
operem livremente. Os Estados nacionais – leia-se os indivíduos e as empresas, racionais no
seu comportamento - devem ser capazes de negociar abertamente um com os outros. Mais
ainda, o papel do Estado em assuntos econômicos deve ser mantido ao seu mínimo. A teoria
liberal está assentada na noção de que “a economia é uma esfera de cooperação entre Estados
[…] voltada para o benefício mútuo” (Jackson e Sorensen, 2007, p. 252) e portanto um jogo
de soma positiva. Em linhas gerais, ao contrário do pensamento realista, os liberais
argumentam que as relações econômicas induzem à paz entre as nações. O aprofundamento
da interdependência das economias diminuiria a hostilidade entre os Estados: quanto maiores
os fluxos comerciais e a correlação entre as economias, menos hostis seriam os países e
menos provável um confrontação bélica.
Por sua vez, o pensamento denominado marxista tem como traço primordial o
contraste com a abordagem liberal (que enfatiza a harmonia de interesses que existe entre os
grupos sociais). Para o marxismo, a sociedade capitalista se define por um conflito de classes,
a burguesia, detentora dos meios de produção, e o proletariado, a mão-de-obra. O Estado está
a serviço dos interesses da classe governante. As contendas e as guerras entre os Estados são
resultado da competição entre as classes burguesas de diferentes países.
Em síntese, a organização econômica condiciona as sociedades e as relações
econômicas entre os Estados no sistema internacional. A distribuição de riqueza e poder, seja
no âmbito doméstico, seja no internacional, está subjacente à estrutura econômica. Neste
modelo, portanto, quem dita a política é a economia (determinismo econômico). A teoria do
imperialismo de Lenin estabelece um paralelo entre a desigualdade de classes e a exploração
do proletariado pela burguesia e a desigualdade entre os países (no termo da época, entre os
Estados capitalistas/metrópoles e suas colônias).
2.4 ABORDAGENS DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX; ESCOLA
ESTADUNIDENSE X ESCOLA BRITÂNICA
No período pós Segunda Guerra Mundial, emergiram outras análises neomarxistas que
devem ser citadas: a teoria do sistema-mundo e a teoria da dependência. A proposta do
sistemas-mundo, formulada principalmente por Wallerstein (“World-system analysis”, 2004),
para além dos Estados, as unidades de análise são os sistemas-mundo, definidos como uma
área geográfica que reúne um determinado processo interno e rede econômica. Num sistemamundo, a economia e a política são dependentes uma da outra. Historicamente, os sistemasmundo ou se apresentavam como um impérios-mundo, em que a economia e a política
20
convergiam para uma unidade, ou economias-mundo, que apresentam uma única divisão do
trabalho, mas nas quais o poder político é fracionado.
Para os dependentistas, como Prebisch (“Dinâmica do desenvolvimento latinoamericano”, 1968), o sistema econômico internacional está estratificado entre países do centro
(industrializados) e os da periferia, uma condição histórica, como caráter de subordinação. O
brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães retoma essa visão em sua obra “Quinhentos anos de
periferia” (1999), em que elenca os objetivos estratégicos dos grandes Estados periféricos
(caracterizados por sua população numerosa e pelo seu território extenso, passível de
exploração econômica, e onde estão constituídas estruturas industriais e mercados internos
significativos): participar das estruturas hegemônicas do poder ou reduzir seu grau de
vulnerabilidade diante da ação dessas estruturas, somadas as atitudes de reduzir suas
disparidades externas, de construir sistemas democráticos e de lutar pela multiculturalidade.
O sustentáculo da estratégia contra a vulnerabilidade externa seria principalmente o
mercado interno. A atenção seria voltada para ele com os fins de aumentar a poupança pública
e privada, buscar a plena utilização dos fatores de produção disponíveis, desenvolver cada vez
mais as ciências e as tecnologias e adotar uma política cambial que fortaleça as exportações.
Depende também de uma cooperação internacional, tanto política e econômica com os
vizinhos e mesmo com seus semelhantes, pois seus interesses seriam comuns e enfrentariam
os mesmos estados das estruturas hegemônicas.
É de extrema importância explicar a teoria da estabilidade hegemônica, procedente do
mercantilismo com um lado liberal. O pressuposto básico da teoria da estabilidade
hegemônica, que durante muito tempo foi a mais proeminente da EPI, primeiro defendida por
Kindleberger (“The World in Depression: 1929-1939”, 1973) e que contou com contribuições
de Gilpin (“The Political Economy of International Relations”, 1987), é de que a “saúde” da
economia global é de alguma forma dependente da existência de uma única potência
dominante. Como Kindleberger coloca, para a economia mundial se equilibrar, tem de haver
um estabilizador – no século XIX a Grã-Bretanha do século XIX e no século XX os Estados
Unidos. Ambas hegemonias serviram para coordenar e disciplinar outros países, de modo que
os demais pudessem sentirem-se seguros suficiente para atuar no cenário internacional. Por
outro lado, a teoria afirmava que a queda de um hegemon tende a ser associada com o
“fechamento” econômico, a instabilidade e a criação de blocos regionais concorrentes.
Como antes mencionado e conforme Cohen (2007, p. 1), a EPI só passa a ser “uma
rede institucionalizada de estudiosos […] uma comunidade de pesquisa distinta, com suas
próprias fronteiras, recompensas e carreiras”, ou seja, um verdadeiro domínio acadêmico, na
21
década de 70. Cohen destaca as visões de mundo contrastantes das escolas americana e
britânica. A escola americana se mostrou mais propensa a seguir uma metodologia centrada
no Estado, considerado como o ator mais importante e racional e mesmo unitário nos assuntos
internacionais. Por seu lado, a escola britânica toma atores não-estatais em consideração,
tendo um escopo de temas mais abrangedor.
Da escola americana, cabe citar Keohane e Nye que, em seu livro “Power and
interdependence” (1977), o termo “interdependência” abrange 2 tipos de dependência mútua.
Os dependentes, que podem ser Estados ou atores em diferentes Estados, além de conectados,
sofrem efeitos recíprocos entre si. A “interdependência em sensibilidade” mede a rapidez e a
importância desses resultados, ou seja, mede o impacto das mudanças e dos custos. Já a
“interdependência em vulnerabilidade” é uma avaliação da capacidade dos dependentes de
modificar suas políticas, com o intuito de se adaptar às novas circunstâncias. Um Estado A
pode ser tão sensível quanto um Estado B, mas muito menos vulnerável, se tem um maior
grau de escolha para agir.
A interdependência complexa é um tipo específico de interdependência, sendo que
Keohane e Nye a definem como um tipo ideal de interdependência. São suas características:
sociedades interligadas por múltiplos canais, recurso da força militar como um tema
importante (e não principal, como na concepção realista) e, por fim, a inexistência de
hierarquia nos assuntos da agenda internacional.
A multiplicidade de canais se dá pela diversidade de atores no cenário internacional.
Nesse ponto, cabe dizer que as organizações internacionais têm um papel muito relevante,
uma vez que são um espaço de reunião das burocracias estatais e de possíveis coalizações.
Além disso, devem ser levados em conta os interesses dos atores transnacionais. Nota-se uma
utilidade cada vez mais decrescente da força, que, no entanto, não é descartada como um meio
de influência política, mas que vai ser utilizada conforme cada situação. Quanto à formação
da agenda internacional, é afetada por mudanças na distribuição de recursos de poder em cada
área temática: Estados considerados fracos podem ser poderosos em determinada área e viceversa.
Essa “complexidade do poder” já tinha sido percebida por Krasner (State Power and
the Structure of International Trade”, 1976), ao definir um regime internacional como o
regulador das relações entre os atores que compreende regras, normas e instituições de uma
determinada matéria. Para Keohane e Nye, existem 4 possíveis explicações de porque esses
regimes mudam, quais sejam: explicações econômicas, explicações baseadas na estrutura de
22
poder, explicações baseadas na estrutura de áreas temáticas e, finalmente, efeitos das
organizações internacionais nos atributos de poder.
As limitações das explicações econômicas, que se fundamentam em mudanças
tecnológicas, nas demandas da sociedade por melhorias e na necessidade de cooperação dos
governos, não consideram os interesses políticos, que podem obstruir a construção dos
regimes. Já as explicações baseadas na estrutura de poder (que pressupõem que os fortes, que
prescrevem as normas, levam vantagens sobre os fracos) não atentam para o fato de que não
necessariamente o dominante em uma área também controla as demais. As explicações
baseadas na estrutura de áreas temáticas ignoram o papel de atores internos e transnacionais,
uma vez que consideram que os recursos de poder numa área perdem parcial ou totalmente
sua eficácia se transmitidos para outra. As restrições dos esclarecimentos apoiados nas
organizações internacionais são: a política de poder nunca pode ser posta à parte e os regimes
internacionais têm uma dinâmica própria.
Para Strange, a principal figura da escola de EPI britânica, em “States and Markets”
(1988), são 4 as dimensões da EPI, todas igualmente importantes e interligadas entre si, que
conferem poder aos Estados e atores no plano internacional. A primeira dimensão é a
produção, definida como a capacidade de decidir o que deve ser produzido, como, por quem,
com que métodos, com que combinação de fatores de produção. A segunda é formada pelas
finanças. O controle do crédito vai determinar em boa parte os três outros recursos estruturais.
Na economia moderna, não dependemos mais da acumulação de lucros para ter recursos
financeiros: os recursos financeiros podem ser criados. Quem tem a capacidade de ganhar a
confiança de outros agentes em sua habilidade de criar crédito controla a economia.
A terceira dimensão é a da segurança: enquanto existir a possibilidade de conflito
violento e de ameaça à segurança pessoal, o ator que oferece segurança ganha poder em
outros assuntos também. Finalmente, o conhecimento: conhecimento é poder, a capacidade de
produzir conhecimento ou controlar o acesso ao conhecimento tem uma enorme influência
sobre as outras estruturas da EPI. Atualmente, o tipo de conhecimento mais requisitado é a
tecnologia. Os centros de tecnologia avançada no mundo são, também, os centros de poder
político e econômico. Assim sendo, Strange entendia o Estado como ator central, entretanto
identificava um papel crescente dos mercados, corporações e inovações tecnológicas no
ambiente mutável em que os Estados operam.
2.5 A DISPUTA ECONÔMICA E POLÍTICA PELA LIDERANÇA MACRORREGIONAL
23
Todas as teorias e denominações até aqui abordadas, colocadas em blocos de
diferentes percepções e definições da EPI, não podem ser vistas como próprias unicamente da
formação e consolidação das potências mundiais. O empenho em identificar hierarquias de
poder no sistema internacional não tem nada de novo, já que a diferença entre potências
grandes, médias e pequenas, bem como a ascensão de novas potências e o declínio de
potências tradicionais são uma constante.
O processo de apoderamento político e militar numa dada região sempre existiu, ainda
que limitado à uma seu perímetro específico; sendo colocado a olhos vistos quando
ameaçador ao núcleo duro de poder. Portanto, disputas em escala regional só são tratadas
quando modificam o funcionamento do sistema interestatal, polarizado e dominado, através
do desejo e da busca de cada Estado periférico alterar sua posição no âmbito do poder e da
riqueza ou mesmo quando formam alianças na demanda por uma ordem internacional mais
justa e coerente.
Os esforços de um determinado “emergente” para consolidar a sua liderança em
relação aos seus vizinhos não são considerados contraditórios à ambição de maior projeção
internacional; muito pelo contrário, podem ser vistos como necessários para atingir esse
objetivo. As interações entre países não pertencentes ao grupo central do sistema interestatal
podem ou a) buscar conjuntamente posições mais benéficas, ou seja, maior mobilidade em um
sistema político e econômico demarcado e robusto ou b) perceber a movimentação do
“emergente” como imposição de sua supremacia.
É o caso, na América Latina, de Brasil e Venezuela (com a chegada ao poder de Luiz
Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, numa disputa política e ideológica pela liderança sulamericana) e Brasil e México (pela proximidade e inclinação com os Estados Unidos deste
último, numa disputa de teor econômico e, mais recentemente, na escolha do diretor-geral da
Organização Mundial do Comércio), numa discussão infinita de a quem cabe o papel
protagônico no subcontinente. A visibilidade internacional é muito flutuante, com momentos
para cada um; contudo, a vontade de ocupar um lugar destacado na política mundial é
evidente.
A projeção e o alcance dos objetivos globais parecem se mostrar estreitamente
conectados ao aumento progressivo da influência nas regiões mais próximas. A Argentina e o
Brasil mantiveram e mantêm disputas dos mais diferentes teores, pese a sintonia dos
governos, pese as aclamadas ações conjuntas, tendo Garschagen (2011) identificando no
embate entre os dois traços de inevitabilidade.
24
Conforme Candeas (2010, p. 122), as rivalidades e as desconfianças entre a Argentina
e o Brasil têm raízes na oposição entre as nações ibéricas legatárias:
Brasil e Argentina incorporaram, em seus respectivos processos de afirmação nacional, a
carga de antagonismos de Portugal e Espanha. Seixas Corrêa sublinha que as relações
bilaterais sempre estiveram influenciadas por uma “carga genética de contraposição”. O
Embaixador sublinha que o elemento característico que conduziu à formação do Brasil foi o
impulso de expansão (desde Tordesilhas), ao passo que a Argentina nasceu sob o signo da
contenção, sintetizado na metáfora de “um muro-de-arrimo erguido para impedir o
deslizamento da expansão luso-brasileira”.
Na sua exposição, o autor considera (p. 122) que o relacionamento entre os vizinhos,
permeado por momentos de avanços e recuos,
se inaugura sob o signo da instabilidade estrutural no século XIX, na qual a rivalidade
predominou sobre a cooperação; ingressa no século XX em uma fase de sete décadas de
instabilidade conjuntural que oscila de forma intermitente entre rivalidade e cooperação; após
o salto qualitativo alcançado com os acordos de Itaipu/Corpus e na área nuclear, ingressa, nos
anos 1980, numa etapa de construção da estabilidade estrutural pela cooperação; e avança, na
década de 1990 e nos primeiros anos no século XXI, na direção de uma estabilidade estrutural
pela integração. [...]
É interessante a descrição que o diplomata (p. 143) acrescenta à descrição da
convivência dos países por período (p. 146), com mudança significativa em 1979:
Uma história comum de etapas quase sincrônicas interliga os dois países no passado e os
projeta para um futuro integrado: países sulamericanos de margem atlântica que compartilham
a Bacia do Prata, colonizados por potências ibéricas; receberam o impacto do ciclo do ouro e
passaram por tensos processos de consolidação nacional; inseriram-se de forma periférica na
divisão internacional de trabalho; lutaram em aliança na Guerra do Paraguai; conformaram
sociedades multiétnicas; foram golpeados pela Grande Depressão; trilharam os caminhos do
nacional-populismo e desenvolvimentismo; sofreram ditaduras militares; redemocratizaram-se
durante a “década perdida”; venceram a duras penas as crises de dívida externa e de
hiperinflação; e são hoje eixo de um processo regional de integração, desenvolvimento
econômico e consolidação democrática.
De fato, uma rápida retrospectiva - as últimas duas décadas - das relações entre a
Argentina e o Brasil nos mostra que a agenda bilateral é composta por projetos de cooperação
em ciência, tecnologia, inovação e sustentabilidade, incluindo iniciativas em energia nuclear,
defesa, empreendimentos hidrelétricos, construção de satélites, indústria naval e educação. A
defesa da integração regional e de seus valores figura entre os objetivos da aliança
estabelecida pelos dois países, com foco nas iniciativas do Mercosul e da Unasul.
O Tratado de Assunção, constitutivo do Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi
firmado em 1991, juntamente com o Paraguai e o Uruguai. O bloco se caracteriza pela livre
circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa
Comum (TEC), da adoção de uma política comerial comum, da coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais e da harmonização de legislações em áreas pertinentes. A
25
Venezuela ingressou em 2012. Somam-se ao Mercosul Estados Associados (Bolívia, Chile,
Peru, Colômbia e Equador).
O tratado constitutivo da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) entrou em vigor
em março de 2011. O objetivo da aliança é “construir, de maneira participativa e consensual,
um espaço de articulação no âmbito cultural, social, econômico e político” entre os povos dos
12 países do subcontinente.
Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, de 2003 a 2012, o
comércio entre Brasil e Argentina quase que quadruplicou, passando de US$ 9,24 bilhões para
mais de US$34,4 bilhões. De 2010 a 2012, os investimentos estrangeiros diretos do Brasil na
Argentina cresceram 16,6%. Em 2012, os investimentos da Argentina no Brasil quase
triplicaram em relação a 2011, alcançando US$ 262 milhões; dobrou o valor total das
exportações argentinas que usaram o sistema de pagamentos em moeda local. A Argentina é o
terceiro maior parceiro comercial do Brasil e o principal destino das exportações nacionais de
manufaturas.
26
3 MUDANÇAS E REESTRUTURAÇÃO DOS SISTEMAS AGROALIMENTARES
Uma das principais ‘inquietudes’ acadêmicas das ciências sociais em geral
corresponde à análise do processo de globalização. Seja considerado, primeiro: em termos de
multiplicação e intensificação dos vínculos comerciais ou, segundo: como a expressão de
novas relações sociais e culturais ou, terceiro: como a tendência de aplicação universal de
práticas econômicas, institucionais, jurídicas e políticas, a preocupação é analisar as formas
concretas que a globalização toma em diferentes espaços. O sistema agroalimentario mundial
não ficou imune a esse fenômeno. Este capítulo busca tratar da reestruturação, com vistas no
processo de globalização, dos sistemas agroalimentares.
A própria caracterização do sistema agroalimentar ou agroindustrial mundial pode ser
enfocado a partir de uma gama de perspectivas. Talvez o mais importante seja que, no cenário
da globalização, o que separa os sistemas agroalimentares das demais indústrias é o fato de
que na industrialização de alimentos persiste a matéria-prima, ou seja, a característica
primeira do produto sendo processado é mantida. Isso não ocorre em nenhum outro setor.
Os estudos de globalização na esfera alimentar são bastante amplos, considerando
globalização, para citar alguns exemplos, quando os gostos dos consumidores de distintas
nações e regiões, assim como as indústrias que as atendem, mostram gradativas similaridades;
quando as externalidades produzidas por questões de saúde e meio ambiente têm repercussões
transnacionais ou mundias; quando as políticas sociais relacionadas à redução da fome e da
pobreza passam a ser mundiais.
Assim sendo, apontar alterações e disposições no sistema alimentar não pode ser
facilmente quantificado, devido à diversidade de processos envolvidos; da mesma forma,
estes processos nem sempre ocorrem simultaneamente ou se movem na mesma direção.
Contudo, é possível apontar para uma série de aspectos; o primeiro a dar vista é o do perfil
populacional. Desde que um economista britânico afirmou, em 1798, que o crescimento da
população seguiria uma progressão geométrica enquanto a capacidade de produzir alimentos
só aumentaria em progressão aritmética, os acadêmicos se dividem no ressoar da teoria
malthusiana, agora que somos pouco mais de 7 bilhões de seres humanos.
As projeções da ONU estimam que a população mundial chegará a 9,6 bilhões de
pessoas em 2050 e 10,9 bilhões de pessoas em 2100. Segundo a entidade, o crescimento
estaria ancorado na alta taxa de natalidade dos países em desenvolvimento. Ao contrário, a
população das regiões mais desenvolvidas do planeta não sofreria muitas alterações. Tais
cálculos levantam a seguinte pergunta: como alimentar esta multidão? A produção alimentar
terá de aumentar para dar conta das pessoas a mais que haverá no planeta?
27
Existe outro aspecto que precisa ser considerado de maneira concomitante quando se
analisa a questão populacional: o padrão de consumo. As tabelas 1 e 2 demonstram o
consumo e as projeções das modificações nas dietas, por grupos de países.
Tabela 1: Mudanças no consumo de alimentos, por grupos de países.
Kg per capita / ano
1964/66
1974/76 1984/86
1997/99
Mundo
Cereais
147
151
168
171
Raízes e tubérculos
83
80
68
69
Açúcar
21
23
24
24
Óleos vegetais, sementes
6
7
9
11
oleaginosas e subprodutos
Leite e derivados, excl.
74
75
79
78
manteiga
Outros alimentos (kcal per
208
217
237
274
capita / dia)
Total de alimentos (kcal per
2358
2435
2655
2803
capita / dia)
Países em desenvolvimento
Cereais
141
150
172
173
Raízes e tubérculos
75
77
62
67
(excl. China)
62
61
57
63
Açúcar
14
16
19
21
Óleos vegetais, sementes
5
5
8
10
oleaginosas e subprodutos
Leite e derivados, excl.
28
30
37
45
manteiga
Outros alimentos (kcal per
122
129
155
224
capita / dia)
Total de alimentos (kcal per
2054
2152
2450
2681
capita / dia)
Países industriais
Cereais
136
136
147
159
Raízes e tubérculos
77
68
69
66
Açúcar
37
39
33
33
Óleos vegetais, sementes
11
15
17
20
oleaginosas e subprodutos
Leite e derivados, excl.
186
192
212
212
manteiga
Outros alimentos (kcal per
461
485
510
516
capita / dia)
Total de alimentos (kcal per
2947
3065
3206
3380
capita / dia)
Países em transição
Cereais
211
191
183
173
2015
2030
171
71
25
14
171
74
26
16
83
90
280
290
2940
3050
173
71
69
23
13
172
75
75
25
15
55
66
240
250
2850
2980
158
63
32
22
159
61
32
23
217
221
540
550
3440
3500
176
173
28
Raízes e tubérculos
Açúcar
Óleos vegetais, sementes
oleaginosas e subprodutos
Leite e derivados, excl.
manteiga
Outros alimentos (kcal per
capita / dia)
Total de alimentos (kcal per
capita / dia)
Fonte: FAO. Adaptado.
148
37
7
132
45
8
114
46
10
104
34
9
102
35
12
100
36
14
157
192
181
159
169
179
288
356
384
306
330
350
3223
3386
3379
2906
3060
3180
Tabela 2: Mudanças no consumo de carne, por grupos de países.
Região/Kg por capita 1964/66 1974/76
1984/86 1994/96
Mundo
24.2
27.4
30.7
34.6
Países em
10.2
11.4
15.5
22.7
desenvolvimento
excl. China
11
12.1
14.5
17.5
excl. China e
10.1
11
13.1
14.9
Brasil
África subsaariana 9.9
9.6
10.2
9.3
Oriente Próximo/
11.9
13.8
20.4
19.7
África do Norte
América Latina e
31.7
35.6
39.7
50.1
Caribe
excl. Brasil
34.1
37.5
39.6
42.4
Sul da Ásia
3.9
3.9
4.4
5.4
Leste Asiático
8.7
10
16.9
31.7
excl. China
9.4
10.9
14.7
21.9
Países industriais
61.5
73.5
80.7
86.2
Países em transição
42.5
60
65.8
50.5
Mundo excl. China
28.5
Mundo excl. China e 26.5
países em transição
Fonte: FAO. Adaptado.
32.6
29
34.3
30.6
34.1
32.4
1997/99
36.4
25.5
2015
41.3
31.6
2030
45.3
36.7
18.2
15.5
22.7
19.8
28
25.1
9.4
21.2
10.9
28.6
13.4
35
53.8
65.3
76.6
45.4
5.3
37.7
22.7
88.2
46.2
56.4
7.6
50
31
95.7
53.8
67.7
11.7
58.5
40.9
100.1
60.7
34.2
33
36.9
35.6
40.3
39
Houve e haverá progressos significativos no aumento do nível do consumo de
alimentos. No caso dos países em desenvolvimento, destacam-se especialmente produtos de
origem animal: carne, leite e ovos. No caso da carne, existe um efeito “China”, e mesmo um
efeito “Brasil”, devido "ao rápido crescimento da China nas duas últimas décadas, mas
29
também por um desempenho semelhante no Brasil". Em menor escala, também os óleos
vegetais, as sementes oleagionosas e seus subprodutos e o açúcar serão mais demandados.
A nova – ou constante – organização do sistema alimentário demonstra alterações nos
hábitos alimentares. À medida que a maioria dos habitantes do mundo se transladam para as
cidades (na sua maioria em países em desenvolvimento) e que os que residem nas zonas rurais
adotam estilo de vidas urbanizados, sentem necessidade de agilizar seu tempo e, com isso,
suas refeições. São inúmeras as opções de fast food, serviços de delivery e de produtos
congelados, para citar alguns exemplos.
No caso dos países desenvolvidos, um novo novo perfil está sendo desenhado levando
em conta as condições de trabalho dos produtores, opções mais saudáveis ou práticas e a
possibilidade de rastreabilidade: um “consumidor vigilante” que almeja compreender a
origem e a maneira como o produto foi fabricado. A União Europeia, no seu Livro Branco
sobre a segurança dos alimentos (2000, p. 10), coloca-se como o maior expoente de tais
exigências:
Uma política alimentar eficaz implica a rastreabilidade dos alimentos para
consumo humano e dos alimentos para animais, bem como dos respectivos
ingredientes. É necessário introduzir procedimentos adequados para facilitar a
rastreabilidade. Entre estes importa referir a obrigação, por parte das empresas do
sector alimentar e da a limentação animal, de dispor de procedimentos adequados
para retirar do mercado os produtos alimentares e os alimentos para animais
sempre que exista um risco para a saúde dos consumidores. Os operadores devem
igualmente manter registos adequados dos fornecedores de matérias-primas e de
ingredientes, para que seja possível identificar a fonte de um eventual problema.
Convém sublinhar, no entanto, que o rastreio inequívoco dos produtos
alimentares e dos alimentos para animais, bem como dos respectivos
ingredientes, é uma questão complexa que deve ter em conta a especificidade dos
diferentes sectores e produtos.
Coletti (2009, p. 29) aponta para uma importante tendência: “no âmbito da
organização das cadeias produtivas, os processos contemporâneos têm levado à concentração
do poder nas mãos de poucos grandes conglomerados econômicos”. Neste caso, sejam
grandes empresas, sejam grandes agentes em um sistema agroalimentar, os conglomerados
despertam uma discussão a respeito das possibilidades do pequeno produtor e da
obrigatoriedade de uma produção voltada para o âmbito doméstico.
Por fim, outro ponto a ser mencionado é a discussão sobre biocombustíveis em
substituição de fontes fósseis de energia , isto é, a agricultura mundial passaria a ter outra
função que a tradicional, de alimentar o mundo. O ex-relator especial da ONU para o Direito
à Alimentação Jean Ziegler (2000-2008) afirmou que a produção em massa de
biocombustíveis representa um "crime contra a humanidade" por seu impacto nos preços
30
mundiais dos alimentos. Isso porque as terras que deveriam ser usadas para a produção de
alimentos serão supostamente destinadas ao plantio das matérias-primas para a fabricação de
etanol. Ziegler chegou mesmo a elaborar um relatório para pedir uma moratória de cinco
anos na produção do etanol.
Como se encaixa a soja na reestruturação, no marco da globalização, dos
sistemas agroalimentares? Antes de mais nada, é necessário mencionar que, antes da Segunda
Guerra Mundial, a soja estava limitada à sua origem, a China. Adaptada aos Estados Unidos, a
produção industrial de carne foi revolucionada com a utilização do grão. Segundo Cromwell:
At the onset of the war, oil supplies to the United States were cut off, so
processors and users had to turn to other sources of oil, mainly soybean oil. Also,
the increased demand for meat and meat products during the war was a
contributing factor to increased use of alternative protein sources in foods and
feeds.
Other factors also contributed to the expansion of soybean usage. Discoveries of
technologies that improved the quality of soybean oil for human use and the
development of solvent processing to more efficiently remove the oil and produce
a higher quality meal with less heat-damaged protein were contributing factors.
Finally, with the discovery in 1948 of vitamin B12, the "animal protein factor"
found in meat scraps, fish meal, and other high-protein meals of animal origin,
production of vitamins allowed the swine and poultry industries to use this
supplement in all-plant, grain-soybean meal diets. All of these discoveries
resulted in an explosive expansion of the soybean industry in the United States.
Quanto ao consumo humano, além do grão como alimento funcional, é possível
encontrar a soja como: farinha, extrato solúvel, proteína texturizada, lecitina (agente
emulsificante - que “liga” a fase aquosa e oleosa dos materiais -, muito usado para se produzir
salsichas, maioneses, sorvetes, achocolatados, barras de cereais e produtos congelados ), tofu,
missô, massas, cereais, bebidas nutritivas, misturas preparadas e alimentos dietéticos. Como
alimento animal, o farelo da soja é utilizado na ração fabricada. Transformada a proteína
vegetal em animal, é consumida indiretamente.
De acordo com Sevim Erhan, do Centro de Alimentação e Óleo Industrial, do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, uma série de fluídos hidráulicos utilizados
pela indústria americana provém da soja: “fluídos para elevadores, fluídos para bombas
estacionárias e fluídos para tratores. Também há produtos usados em metalurgia e para
lubrificação de moldes utilizados na fundição de metais, lubrificação de formas de concreto e
lubrificação de massa asfáltica”.
Outros usos industriais são: cosméticos, veterinária, vernizes tintas, plásticos,
adesivos, nutrientes, adubos, espumas, fibra, revestimento e papel emulsão de água para
tintas. Na indústria farmacêutica, é consumida como composto tocoferol, também
31
denominado vitamina E, responsável pela regeneração de todos os tecidos do corpo,
incluindo o sangue, a pele, os ossos, os músculos e nervos.
A figura 1 apresenta o esquema da decomposição de soja nos diferentes elos:
Figura 1: Cadeia da soja.
Fonte: BNDES.
32
4 ECONOMIAS DA SOJA
A soja é uma planta originária do sudeste da Ásia, datando de milênios o seu cultivo
na China. No entanto, somente no fim do século XV e começo do século XVI suas sementes
foram introduzidas no Ocidente, crescendo em importância no mundo ocidental no início do
século passado. A liderança do comércio mundial da soja foi mantida pela China até o inicio
da Segunda Guerra Mundial. A partir do final daquele conflito e por mais vinte anos, os
Estados Unidos da América dominaram o comércio mundial desse produto. No final da
década de 60 e nos anos subseqüentes, Brasil e Argentina, respectivamente, tornaram-se
importantes exportadores, destruindo a posição quase monopolista dos EUA, com mais de
90% do total comercializado a nível internacional.
A produção mundial de soja subiu de pouco mais de 26 milhões de toneladas em 1961
– ano em que iniciam os registros da Divisão de Estatística da Organização para a Agricultura
e a Alimentação - para aproximadamente 265 milhões de toneladas (t) em 2010; a área
plantada em 1961 estava próxima dos 23 milhões de hectares (ha), avizinhando-se de 102
milhões de ha em 2010 (anexo B). O gráfico 1 relaciona as duas variáveis da oleaginosa nesse
período.
Gráfico 1: Evolução da quantidade produzida e da área plantada de soja no mundo.
Fonte: Faostat. Elaboração própria.
Produção (t)
300,000,000
120,000,000
250,000,000
100,000,000
200,000,000
80,000,000
150,000,000
60,000,000
100,000,000
40,000,000
50,000,000
20,000,000
0
1961
1963
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
0
A produção mundial de soja alcançou, conforme o Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos, na safra 2010-2011, um total de 264.74 milhões de t, sendo 90.61 t da
33
indústria nacional e 174.13 t dos demais países. Quando se considera por região, a tabela 3
demonstra que Brasil e Argentina são o segundo (75.5 milhões de t) e o terceiro (49 milhões
de t) maiores produtores de soja, respectivamente; destacam-se também a China (15.1
milhões de t) e o Paraguai (8.37 milhões de t).
Tabela 3: Produção mundial de soja, para duas safras: 2010/2011 e 2011-2012.
País/Região
Mundo
Estados Unidos da
América
Total dos demais
países
Brasil
Argentina
Paraguai
Bolívia
Uruguai
China
Coreia do Sul
Coreia do Norte
Japão
Índia
Canadá
Ucrânia
Rússia
Indonésia
Vietnã
Tailândia
Myanmar
União Europeia
Itália
França
África do Sul
Nigéria
Uganda
Sérvia
México
Irã
Demais países
2010/11
264.74
90.61
2011/12
236.03
83.17
174.13
152.86
75.5
49
8.37
2.1
1.55
15.1
0.11
0.16
0.22
9.8
4.35
1.68
1.22
0.65
0.25
0.18
0.2
1.29
0.6
0.14
0.71
0.45
0.17
0.35
0.17
0.16
0.6
65.5
41
4
2.2
1.6
13.5
0.13
0.18
0.22
11
4.25
2.2
1.75
0.62
0.3
0.18
0.2
1.2
0.8
0.12
0.71
0.45
0.17
0.42
0.2
0.2
0.61
Fonte: United States Department of Agriculture, Foreign Agriculture Service. Elaboração própria.
34
Com exceção da China, os quatro países aparecem também no topo do ranking de
exportações para o ano de 2011, ao que se soma o Canadá, como mostram a tabela 4, fluxo
em bilhões de dólares, e o gráfico 2, composição em porcentagem de exportações.
Tabela 4: Maiores exportadores de soja em 2011.
País
Estados Unidos
Brasil
Argentina
Paraguai
Canadá
Outros países
Total de exportações
Valor (US$)
$17.563.867.300
$16.327.286.538
$5.457.163.621
$2.294.622.663
$1.444.045.626
$1.714.188.675
$44.801.174.423
Fonte: UN Comtrade. Elaboração própria.
Gráfico 2: Maiores exportadores de soja em 2011.
Fonte: UN Comtrade. Elaboração própria.
Paraguai
5%
Argentina
12%
Canadá
3%
Outros
países
4%
Estados
Unidos
39%
Brasil
37%
Para o mesmo ano de 2011, os principais destinos dessas exportações estão detalhados
na tabela 5 e no gráfico 3. A China responde por 62% das importações de soja, isolada como
maior importador mundial da commodity, ainda que grande produtora.
Tabela 5: Maiores importadores de soja em 2011.
País
China
Japão
México
Alemanha
Países Baixos
Outros países
Total de importações
Fonte: UN Comtrade. Elaboração própria.
Valor
$29.726.066.495
$1.812.430.893
$1.762.083.619
$1.719.743.446
$1.619.115.244
$11.200.022.886
$47.839.462.583
35
Gráfico 3: Maiores importadores de soja em 2011.
Fonte: UN Comtrade. Elaboração própria.
Países
Baixos
3%
Outros
países
23%
Alemanha
4%
México
4%
Japão
4%
China
62%
4.1 A ECONOMIA DE SOJA DA ARGENTINA
4.1.1 Trajetória
Os primeros cultivos de soja na Argentina datam de 1862, contudo naqueles anos não
encontraram eco nos produtores agrícolas. Em 1925, o então ministro da Agricultura, Tomás
Le Bretón, introduziu novas sementes da Europa e procurou difundir seu cultivo. Entretanto,
colheitas de sucesso só se concretizaram a partir da década de 60: a primeira exportação da
soja argentina foi em 62, uma carga de 6 mil t com destino à Alemanha (de uma produção
total de 11.220 t em 9.649 ha plantados). A produção foi incrementada notoriamente nos anos
70 até alcançar a atualidade de mais de 52 milhões de t e área plantada de 18.130.800 ha
(anexo C).
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a
Alimentação, sintetizados no gráfico 4, em 1961, a Argentina produziu apenas 957 t em uma
área de 980 ha. Um grande salto é dado na década de 70: entre 1972 e 1973, quando a
produção passou de 78 mil t para 272 mil t; em 78 já se contabilizavam 2,5 milhões de t.
Contudo é somente em 1990 que se alcançam 10 milhões de t; em 1999 essa produção é
duplicada e em 2010 o patamar se elevou a 50 milhões de t (a área plantada também
aumentou sobremaneira, acompahando a produção).
36
Gráfico 4: Evolução da quantidade produzida e da área plantada de soja.
Fonte: Faostat. Elaboração própria.
4.1.2 Produção nacional
O Sistema Integrado de Información Agropecuária (SIIA) aponta uma produção
nacional – para a safra de 2011-2012 – total de 90.283.024 t de grãos, das quais 40.100.196 t
são computadas à soja, seguida pelo milho (20.955.117 t), pelo trigo (13.782.244 t), pela
cevada cervejeira (4.085.770 t) e pelo sorgo (3.817.210 t) (anexo D). O gráfico 5 contém as
dez maiores produções de grãos na Argentina :
Gráfico 5: Quantidade produzida, em toneladas, por grão.
Fonte: SIIA. Elaboração própria.
Produção (t)
45,000,000
40,000,000
35,000,000
30,000,000
25,000,000
20,000,000
15,000,000
10,000,000
5,000,000
0
37
As estatísticas do SIIA ainda indicam que a soja, na safra 2011/2012, ocupou
18.670.937 ha dos 35.700.349 ha da superfície plantada total de grãos na Argentina. O gráfico
6 circunstancia as outras 10 grandes plantações de grão, como o milho (5.000.330 ha), o trigo
(4.628.800 ha), o girassol (1.851.220 ha) e o sorgo (1.264.304 ha) (anexo E).
Gráfico 6: Área plantada, em hectares, por grão.
Fonte: SIIA. Elaboração própria.
Área plantada (ha)
20,000,000
18,000,000
16,000,000
14,000,000
12,000,000
10,000,000
8,000,000
6,000,000
4,000,000
2,000,000
0
A região argentina com maior quantidade produzida da oleaginosa é a denominada
Pampas, formada pelas províncias de Buenos Aires (15.396.122 t), Córdoba (9.783.899 t),
Santa Fé (8.176.630 t) e La Pampa (1.00.664 t) -, às quais se acrescenta Entre Ríos (3.099.513
t), na chamada região da Mesopotâmia, ao norte de Buenos Aires (anexo F).
No que se refere à superfície plantada, o panorama se modifica da seguinte maneira: a
província de Buenos Aires contabiliza uma área de plantação de 5.969.357 ha, Córdoba
5.015.250 ha, Santa Fé 3.107.800 ha, Entre Ríos 1.331.700 ha, aos quais se soma Santiago del
Estero, na região do Chaco, ao norte da província de Córdoba, com uma área plantada de
1.073.000 ha para uma produção de 873.010 t. Por sua vez, a província de La Pampa conta
como uma superfície plantada de 396.875 ha (anexo G). A tabela 6 contém a produtividade de
cada província; Santa Fé desponta como a maior produtividade, bastante distante das demais.
38
Tabela 6: Produtividade por província.
Província
Volume (t) Área plantada (ha) Produtividade (t/ha)
Santa Fé
8.176.630
Buenos Aires
15.396.122 5.969.357
2,5791927
Entre Ríos
3.099.513
1.331.700
2,32748592
Córdoba
9.783.899
5.015.250
1,950829769
1.073.000
0,81361603
3.107.800
0,331637815
Santiago del Estero 873.010
La Pampa
1.030.664
396.875
20,60253228
Fonte: SIIA. Elaboração própria.
Num total de 23 províncias argentinas, o gráfico 7 esmiuça os 10 maiores produtores e
o gráfico 8 minucia as 10 principais áreas plantadas.
Gráfico 7: Quantidade produzida de soja, em toneladas, por província.
Fonte: SIIA. Elaboração própria.
Produção (t)
18,000,000
16,000,000
14,000,000
12,000,000
10,000,000
8,000,000
6,000,000
4,000,000
2,000,000
0
39
Gráfico 8: Área plantada de soja, em hectares, por província.
Fonte: SIIA. Elaboração própria.
Área plantada (ha)
7,000,000
6,000,000
5,000,000
4,000,000
3,000,000
2,000,000
1,000,000
0
4.1.3 Instituições
A PROSOJA é uma associação civil sem fins lucrativos e pretende ser o núcleo de
produtores e investigadores da soja na Argentina. Criada em 1983 na cidade de Tucumán,
como resultado da V Reunión Nacional de Soja, a entidade conta atualmente com 80
associados, com preponderâcia das Faculdades de Ciências Agrárias, órgãos governamentais e
empresas de sementes entre os agentes relacionados ao cultivo da oleaginosa.
A Asociación de la Cadena de la Soja Argentina (2004) sucedeu a Asociación
Argentina de la Soja, com a visão de que “os setores e componentes da cadeia de soja
consolidaram o setor como o mais importante da economia, projetando um futuro com
sustentabilidade, competitividade e crescimento no valor agregado da produção”. A
organização tem sede em Rosario, Santa Fé e está vinculada à Asociación Argentina de
Productores en Siembra Directa. Tem como um de seus objetivos “propender a la integración
del sector sojero del Mercosur”.
4.1.4 Tecnologias
Aprovada em 1996, a soja tolerante ao herbicida glisofato foi a primeira plantação
transgênica no país. Em 2011 foi autorizada a soja tolerante ao herbicida glufosinato de
amônio e em 2012 a soja resistente a insetos lepidópteros. Outros cultivos de organismos
geneticamente modificados (OGM ) são o do milho e do algodão. De uma superfície total
cultivada de soja, milho e algodão geneticamente modificados de 22.842.000 ha, a soja ocupa
18.700.000 – ou aproximadamente 82%. Por sua vez, de acordo com o Consejo Argentino
40
para la Información y el Desarrollo de la Biotecnología, na totalidade1 do cultivo de soja é
utilizada a modificação genética das sementes.
4.1.5 Pautas de exportação
As exportações argentinas, durante 2011, totalizaram US$ 83.950.205.000 (anexo H).
O complexo da soja é o principal componente das exportações – alcançando US$
20.560.548.000 . A tabela 7 detalha a composição da pauta de exportação argentina: o
segundo conjunto dentro das exportações foi o automotriz, com quase a metade do fluxo do
de soja, US$ 10.627.153. O terceiro colocado foi o complexo de petróleo e gás, que
contabilizou US$ 5.300.000.000 .
Tabela 7: Principais exportações da Argentina em 2011.
Complexo
Complexo soja
Complexo automotriz
Complexo petróleo e gás
Complexo maçã
Complexo trigo
Complexo ouro
Complexo petroquímico
Complexo siderúrgico
Complexo frutícola
Complexo carne
Complexo lácteos
Complexo pesqueiro
Complexo cobre
Complexo girassol
Outras exportações cereais
Total (US$)
20.560.548.000
10.627.153.000
5.300.000.000
4.696.305.000
3.107.647.000
2.327.055.000
2.087.957.000
1.869.388.000
1.610.371.000
1.501.096.000
1.482.394.000
1.480.673.000
1.406.482.000
1.367.207.000
1.264.553.000
Fonte: Instituto Nacional de Estadística y Censos.
O principal destino das exportações argentinas de soja durante o ano de 2011 foi a
China: 7.152.664 t de um total de 8.889.381 t. Como evidencia a tabela 8, o segundo país em
importância como destino do complexo foi o Egito, para onde se dirigiram 523.264 t. O
terceiro destino foi a Tailândia (268.012 t), seguida pelo Irã (178.950 t) e pela Indonésia
(122.900 t).
1
http://www.argenbio.org/index.php?action=cultivos&opt=5
41
Tabela 8: Maiores compradores de soja da Argentina em 2011.
Destinos 2011
China
Egito
Tailândia
Irã
Indonésia
Colômbia
Síria
Turquia
Malásia
Vietnã
Venezuela
Chile
Bangladesh
Tunísia
Malta
Peru
Portugal
Itália
Lituânia
Espanha
Nigéria
Panamá
Toneladas
7.152.664
523.264
268.012
178.950
122.900
119.892
108.289
101.379
76.549
71.724
52.350
38.468
27.389
27.124
23.790
15.604
14.706
14.605
9.951
8.233
3.930
1.260
Fonte: Bolsa de Comercio de Rosario. Elaboração própria.
4.1.6 Modais de transporte e portos
O informativo da Bolsa de Comercio de Rosario de 2011 aponta os percentuais de
partipação de cada modal: rodoviário, 85% (76 milhões de t); ferroviário, 14% (12 milhões de
t e hidroviário com o restante 1% (1 milhão de t).
A BCBR ainda destaca que os grãos e subprodutos da soja são as mercadorias mais
transportadas pelos trens de carga argentinos, com uma fatia de 52,2% do transporte
ferroviário, bastante distante do setor siderúrgico (15,4%), além de outros produtos (13,8%),
materiais de construção (8,3%), petróleo e derivados (4,2%), minérios (4,1%), pedras (1,3%)
e produtos e subprodutos florestais (0,7%).
De acordo con a Dirección de Mercados Agrícolas, os complexos portuários de Bahia
Blanca e Necochea, ambos na província de Buenos Aires, são os dois maiores exportadores da
soja. Também se destacam os portos de Rosario e San Lorenzo, ambos na província de Santa
Fé, vizinha da de Buenos Aires.
42
Ao anexo N, que enumera as plataformas de exportação e as quantidades para o ano de
2012, o informativo (2011, p. 4) ainda acrescenta:
La ventaja comparativa que tiene nuestro país en lo que se refiere a la
producción y comercialización de la soja [es] que la mayor parte de la
producción (48% aproximadamente) se encuentra dentro de un círculo con
centro en la ciudad de Rosario, con un radio de 300 kilómetros y los puertos de
despacho a la vera del río Paraná que tiene una profundidad efectiva, desde
Puerto San Martín, de 34 pies. Esto hace que la mayor parte de la exportación
del complejo soja (alrededor del 70% para el poroto y más del 90% para los
subproductos, aceites y biodiesel) se despache por los puertos situados al norte
y sur de la ciudad de Rosario.
4.2 A ECONOMIA DE SOJA DO BRASIL
4.2.1 Trajetória
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). a soja
chega ao país por volta de 1882. O professor da Escola de Agronomia da Bahia Gustavo
Dutra realizou os primeiros estudos de uma série de culturas trazidas dos Estados Unidos.
dentre elas a oleaginosa. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) realizou experiências
semelhantes em 1891. Datam dos anos de 1900 e 1901 as primeiras distribuições de sementes
pelo IAC para os produtores do estado de São Paulo. Contudo. somente em 1914 é registrado
o primeiro cultivo da soja no Brasil. No Rio Grande do Sul. essa planta encontrou condições
climáticas mais favoráveis.
A Embrapa atribui ao ano de 1941 a inclusão da soja nas estatísticas nacionais: o
Anuário Agrícola do RS registra uma área cultivada de 640 hectares e uma produção de 450
toneladas. Também data de 1941 a instalação da primeira indústria processadora da soja no
Brasil. no município de Santa Rosa - RS. Em 1949. com uma produção de 25 mil toneladas, o
Brasil constou, por primeira vez, como produtor de soja nos relatórios internacionais. Nesse
primeiro momento, entretanto, a utilização da planta se dava somente para a rotação de
culturas e a alimentação de animais.
É a partir da década de 60 que a soja começa sua trajetória de crescimento acentuado
que conduziu o Brasil à vice-liderança atual mundial tanto na produção como na exportação.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.
em 1961, o Brasil produziu 271.488 t em uma área de 240.919 ha. Em 1969. a produção
ultrapassou 1 milhão de t: 1.056.610 t em 906.073 ha e em 1971, já alcançava 2.077.290 t em
quase dois milhões de ha: 1.716.40 ha. O aumento durante a década de 70 atinge seu pico em
1977: 12.513.400 t em 7.070.260 ha. Nas décadas de 80 e 90 repetiu-se a explosão. Em 1989
atingiu-se 24.051.700 t (12.200.600 ha) e em 98. 31.307.400 t (13.303.700 ha). Por fim. é em
43
2003 que se ultrapassam as 50 milhões de t: 51.919.400 t (18.524.800 ha). O gráfico 9 registra
o avanço da soja nas últimas decadas (anexo I).
Gráfico 9: Evolução da quantidade produzida e da área plantada de soja.
Fonte: UN Comtrade. Elaboração própria.
4.2.2 Produção nacional
Segundo o levantamento da safra 2011/2012 da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), a produção de grãos do país alcançou 165.713.700 t, das quais
66.383.000 t são computadas à soja, superada apenas pelo milho (72.570.200 t) e seguida pelo
arroz (11.599.5000 t), pelo trigo (5.788.600 t), pelo caroço de algodão (3.029.300 t) e pelo
feijão (2.898.600 t) (anexo J). O gráfico 10 aponta os 10 principais grãos cultivados no Brasil.
44
Gráfico 10: Quantidade produzida. em toneladas. por grão.
Fonte: UN Comtrade. Elaboração própria.
Produção (t)
80,000,000
70,000,000
60,000,000
50,000,000
40,000,000
30,000,000
20,000,000
10,000,000
0
O mesmo relatório indica uma superfície nacional de 50.849.600 ha do total de grãos.
A soja ocupa metade dessa área plantada: 25.042.200 ha, sendo seguida pelo milho
(15.156.500 ha) e pelo feijão (3.256.700 ha). O gráfico 11, dentre outros grãos, indica o arroz
(2.426.700 ha), o trigo (2.166.200 ha) e o algodão (1.396.400 ha) como grandes superfícies
plantadas (anexo J).
Gráfico 11: Área plantada. em hectares. por grão.
Fonte: UN Comtrade. Elaboração própria.
Área plantada (ha)
30,000,000
25,000,000
20,000,000
15,000,000
10,000,000
5,000,000
0
No gráfico 12 é possível verificar a quantidade produzida e a área plantada por região
do Brasil. A região que mais produz a oleaginosa é a Centro-Oeste, que escalou em
45
importância a partir da década de 80, onde foram produzidas 34.904.800 t em 11.496.200 ha.
Já a região Sul, que concentrou o volume produzido de soja da década de 60 até fins da de 70,
produziu 18.553.400 t em 9.106.100 ha (anexo L).
Gráfico 12: Área e produção de soja por regiões do Brasil.
Fonte: Conab. Elaboração própria.
Produção (t)
40,000,000
14,000,000
35,000,000
12,000,000
30,000,000
10,000,000
25,000,000
20,000,000
15,000,000
8,000,000
6,000,000
10,000,000
4,000,000
5,000,000
2,000,000
0
0
O estado de Mato Grosso liderou a produção nacional: 21.849.000 t e 6.980.500 ha. O
Paraná, o segundo maior estado em volume de produção, contabilizou 10.941.900 t, tendo
sido a superfície plantada de 4.460.600 ha. Outras unidades da federação em destaque são
Goiás (2.644.700 ha e 8.215.500 t), Rio Grande do Sul (4.197.200 ha e 6.526.600 t) e Mato
Grosso do Sul (1.815.000 ha e 4.628.300 t). Sobressai dos dados o estado da Bahia, com
3.182.600 toneladas em 1.112.800 ha – de um total de 6.096.300 t em 2.117.100 ha da região
Nordeste (anexo L).
O gráfico 13 e o gráfico 14 apresentam as 10 unidades da federação por,
respectivamente, quantidade produzida e e área plantada. A única diferença entre os dois
gráficos é nas posições de São Paulo e Maranhão.
46
Gráfico 13: Quantidade produzida de soja. em toneladas. por UF.
Fonte: Conab. Elaboração própria.
Produção (t)
25,000,000
20,000,000
15,000,000
10,000,000
5,000,000
0
MT
PR
GO
RS
MS
BA
MG
MA
SP
TO
Gráfico 14: Área plantada de soja. em hectares. por UF.
Fonte: Conab. Elaboração própria.
Área plantada (ha)
8,000,000
7,000,000
6,000,000
5,000,000
4,000,000
3,000,000
2,000,000
1,000,000
0
MT
PR
RS
GO
MS
BA
MG
SP
MA
TO
A tabela 9 contém a produtividade de cada Estado; Mato Grosso apresenta a maior
produção tonelada por hectare, contudo muito atrás de Santa Fé. As produtividades dos
Estados são muito próximas, variando de 1 tonelada e meia por hectare até 3 toneladas.
47
Tabela 9: Produtividade por Unidade da Federação.
UF
Volume (t) Área plantada (ha) Produtividade (t/ha)
Mato Grosso
21.849.000 6.980.500
3,130005014
Paraná
10.941.900 4.460.600
2,453010806
Rio Grande do Sul
6.526.600
4.197.200
1,55498904
Goiás
8.251.500
2.644.700
3,120013612
Mato Grosso do Sul 4.628.300
1.815.000
2,550027548
Bahia
3.182.600
1.112.800
2,859992811
Minas Gerais
3.058.700
1.024.000
2,987011719
São Paulo
1.597.600
582.200
2,744074201
Maranhão
1.650.600
559.700
2,949079864
Tocantins
1.382.900
451.200
3,064937943
Fonte: Conab. Elaboração própria.
4.2.3 Instituições
Um dos importantes agentes, se não o essencial, do processo de evolução da
sojicultura brasileira foi e continua sendo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), criada em 1973. Atualmente, a Embrapa está vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e conta com 38 unidades de pesquisa; sua missão é
“viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da
agricultura, em benefício da sociedade brasileira”.
As primeiras unidades por produtos foram criadas no ano seguinte: Trigo (no RS).
Arroz e Feijão (em GO). Gado de Corte (no MS) e Seringueira (no AM). A unidade da Soja
foi aberta em 1975. A Embrapa Soja, desde 1989, tem sede própria em Londrina, PR; nos
primeiros anos, contudo, esteve filiada primeiro à Empresa Paranaense de Classificação de
Produtos (Claspar). órgão do governo do Estado do Paraná e depois ao Instituto Agronômico
do Paraná (IAPAR). A fundação em 1975 tinha como objetivo desenvolver técnicas para a
produção da oleaginosa. até então limitada a regiões de climas temperados e sub-tropicais.
48
A Embrapa Soja organiza há seis anos o Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), Na
edição de junho, que teve como co-realizadora a Associação dos Produtores de Soja do Mato
Grosso, o tema central do evento, realizado em Cuiabá, foi “Soja: fator de integração nacional
e desenvolvimento sustentável”, Ainda no Mato Grosso, outra iniciativa de grande destaque é
o Fundo de Apoio à Cultura da Soja (FACS), criado em 2005, cuja missão é “promover a
sustentabilidade da cultura da soja no Estado de Mato Grosso, dentro de padrões tecnológicos
e ambientais de produtividade e qualidade”, com recursos destinados à “projetos de pesquisa e
desenvolvimento; propostas de treinamento e qualificação de técnicos, sojicultores e de
integrantes da cadeia produtiva da soja; palestras, dias de campo, seminários, congressos,
reuniões técnicas, cursos de curta duração, publicações, voltados à cultura da soja; projetos de
fiscalização e defesa sanitária vegetal, bem como gestão ambiental com atividades ligadas à
cultura da soja; projetos sociais; atividade de promoção e marketing da soja do Estado de
Mato Grosso; organização da produção e da representação dos produtores rurais”.
Outra instituição de grande relevância é o Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB),
criado em 2009 e com sede em Goiânia, o CESB é uma entidade sem fins lucrativos, cuja
missão é “desenvolver estratégias para mobilizar os agentes da cadeia produtiva e incrementar
a produtividade com sustentabilidade econômica, social e ambiental da cultura da soja no
Brasil”, A principal iniciativa do CESB é o Desafio Nacional de Produtividade (em janeiro,
foi realizada sua terceira edição), patrocinado por empresas como a BASF e a Syngenta, que
tem por objetivo unir sojicultores e técnicos sob a meta de promover melhores práticas
agrícolas com o objetivo de elevar a média de produtividade da soja no país.
4.2.4 Tecnologias
O desenvolvimento de cultivares tolerantes a herbicidas chega ao Brasil em 1995,
quando o Governo Federal aprova a Lei de Biossegurança, permitindo então o cultivo de
plantas de soja transgênicas em caráter experimental. A lei foi atualizada em 2005,
regulamentando definitivamente o plantio e a comercialização de cultivares transgênicas no
Brasil. Segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia, 82,7%2 do total plantado
com soja em 2011 foi proveniente de variedades geneticamente modificadas. A soja
geneticamente modificada contabilizou 68% da superfície de cultivos GM (20,6 dos 30,3
milhões de ha), cabendo o demais ao milho e ao algodão.
4.2.5 Pautas de exportação
2
http://cib.org.br/biotec-de-a-a-z/perguntas-e-respostas/estatisticas/
49
Os produtos do complexo soja – grão, farelo e óleo – estão entre os principais produtos
de exportações brasileira, atrás apenas de minérios, petróleo e combustíveis e materiais de
transporte e alcançando um percentual de 9,4% da pauta de exportação de 2011, como segue
na tabela 10.
Tabela 10: Principais exportações do Brasil em 2011.
Produto
Minérios
Petróleo e combustíveis
Material de transporte
Complexo soja
Produtos metalúrgicos
Açúcar e etanol
Químicos
Carnes
Máquinas e equipamentos
Café
Papel e celulose
Equipamentos elétricos
Calçados e couro
Têxteis
Metais e pedras preciosas
Total
Valor (milhões de US$)
44,217
31,008
25,120
24,154
17,387
16,432
16,234
15,357
10,457
8,700
7,189
4,811
3,659
3,012
2,961
230,698
Participação (%)
17,3
12,1
9,8
9,4
6,8
6,4
6,3
6
4,1
3,4
2,8
1,9
1,4
1,2
1,2
90,1
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
De um total de vendas globais de 49.069.750,296 t (anexo M), o destaque do
complexo da soja é resultado da venda para a China, para onde se destinaram 22.768.435,657t.
No sudeste asiático, a tabela 11 também indica a Tailândia (2.556.287,648 t), a Coreia do
Sul (1.167.484,411 t) e Taiwan (967.293,710 t) como grandes compradores. Outro principal
destino foi a União Europeia, com evidência para os Países Baixos (5.438.267,716 t),Espanha
(3.001.907,807 t), França (2.366.097,467 t) e Alemanha (1.736.929,138 t).
50
Tabela 11: Destinos da soja brasileira em 2011.
País
China
Países Baixos
Espanha
Tailândia
França
Alemanha
Coreia do Sul
Taiwan
Reino Unido
Vietnã
Japão
Irã
Eslovênia
Romênia
Itália
Noruega
Arábia Saudita
Cuba
Turquia
Indonésia
Rússia
Portugal
Peso (Kg)
22.768.435.657
5.438.267.716
3.001.907.807
2.556.287.648
2.366.097.467
1.736.929.138
1.167.484.411
967.293.710
889.538.960
859.939.289
774.859.825
649.423.575
532.862.197
489.470.195
443.741.653
442.794.616
407.300.076
369.120.420
354.975.741
281.505.093
270.103.780
219.120.818
Fonte: Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro. Elaboração
própria.
4.2.6 Modais de transporte e portos
Segundo a Confederação Nacional do Transporte, em estudo publicado em março de
2013, intitulado: "Transporte e Economia - O Sistema Ferroviário Brasileiro", o principal
modal utilizado para escoamento da soja destinada à exportação é o rodoviário (atuais 53%,
conforme dados de 2011 da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais)
O documento ainda aponta para uma crescente participação das ferrovias (atuais 36%),
devido à “necessidade de rotas alternativas [...] as ferrovias se apresentam como o modal
mais eficiente, por apresentarem ganhos de escala na operação, ou seja, movimentam grandes
tonelagens por longas distâncias a um custo menor que o praticado pelo rodoviário”. Isso é
muito importante porque a distância, por exemplo, de Sorriso, no Mato Grasso, até Santos, em
São Paulo é de 2.241 km.
51
Das cargas transportadas pelo modal, que totalizaram 301,4 bilhões de TKU (tonelada
por quilômetro útil) em 2012, a soja contabilizou 5,18%, atrás do minério de ferro (com
73,9%) e na frente do milho (com 3,79%). As hidrovias são responsáveis por 11% do
transporte da soja.
No que se refere aos portos, a CNT também destaca os portos do Sul e do Sudeste,
apesar da concentração da produção no Estado do Mato Grosso. O Porto de Santos é o
principal terminal escoador do produto, seguido pelo Porto de Paranaguá, no Paraná. O anexo
O detalha as demais principais instalações de desembarque da soja, inclusive portos secos.
4.3 O PAPEL DO MERCADO COMUM DO SUL
Talvez a única iniciativa conjunta seja o Congresso de Soja do Mercosul (Mercosoja),
cujo objetivo principal é oferecer um marco apropriado para a apresentação de trabalhos
científicos aos pesquisadores que trabalham em todas as áreas da cadeia de soja, ainda que
não envolva os governos.
O Mercosoja foi criado em 1999 pela Asociación de Ingenieros Agrónomos de la Zona
Norte de la Provincia de Buenos Aires - AIANBA, o Colegio de Ingenieros Agrónomos de la
Provincia de Santa Fe - CIASFE e a Embrapa. A iniciativa parece pouco consolidada, sem
informações disponíveis para os anos seguintes.
Contudo, do último evento do Mercosoja, realizado em setembro de 2011, resultou um
texto publicado no jornal La Nación, intitulado “El Mercosur produce más del 50% de la soja a
nivel mundial”. A princípio, poderia parecer um relato dos debates e dos encontros, mas
uma menção à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) salta aos olhos, pois a
soja é tratada no âmbito da geopolítica internacional, ainda que tenha se restringido à pauta dos
jornais, com especial relevância para os argentinos.
52
O acumulado de janeiro de 2007 a dezembro de 2012 para o Paraguai mostra a soja
como líder das exportações, como evidencia a tabela 12. Os números uruguaios estão na
tabela 13, para o período de janeiro de 2007 a março de 2013 e a soja aparece na segunda
colocação, atrás apenas de carnes.
Tabela 12: Exportações paraguaias.
US$ FOB
Peso Líquido (kg)
1201 - Soja, mesmo triturada
8.599.708.408
22.135.885.796
0202 - Carnes de animais da espécie bovina, congeladas
2.233.960.083
649.617.325
2304 - Tortas e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja
2.082.445.277
6.283.585.736
1005 – Milho
1.821.056.014
10.428.916.420
0201 - Carnes de animais da espécie bovina, frescas ou refrigeradas
1.629.512.150
343.019.148
1507 - Óleo de soja e respectivas fracções, mesmo refinados, mas não quimicamente
modificados
1.536.727.080
1.549.907.069
1001 - Trigo e mistura de trigo com centeio
1.185.361.181
4.916.955.343
4104 - Couros e peles curtidos ou em crosta, de bovinos (incluindo os búfalos) ou de
equídeos, depilados, mesmo divididos, mas não preparados de outro modo
501.284.170
183.470.357
1207 - Outras sementes e frutos oleaginosos, mesmo triturados
394.887.662
271.458.934
376.809.590
967.589.796
1006 – Arroz
Fonte: Aliceweb Mercosul.
53
Tabela 13: Exportações uruguaias.
US$ FOB
Peso Líquido (kg)
0202 - Carnes de animais da espécie bovina, congeladas
5.253.639.222
1.292.820.411
1201 - Soja, mesmo triturada
3.939.093.994
9.028.901.240
1006 - Arroz
2.691.508.318
5.506.131.812
0201 - Carnes de animais da espécie bovina, frescas ou refrigeradas
1.831.134.938
234.099.628
1001 - Trigo e mistura de trigo com centeio
1.564.075.858
6.015.673.539
0402 - Leite e nata, concentrados ou adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes
1.418.718.411
429.664.530
4403 - Madeira em bruto, mesmo descascada, desalburnada ou esquadriada
1.316.525.382
18.816.633.709
0406 - Queijos e requeijão
1.136.760.700
231.418.572
1107 - Malte, mesmo torrado
1.054.085.107
1.711.743.473
3923 - Artigos de transporte ou de embalagem, de plástico; rolhas, tampas, cápsulas e
outros dispositivos destinados a fechar recipientes, de plástico
988.350.471
461.906.857
Fonte: Aliceweb Mercosul.
Não existem projetos e ações concretas no contexto do bloco econômico, que se limita
a discussões de teor mais técnico e que podem ser contadas nos dedos:
- harmonização de requisistos fitossanitários e organismos nacionais competentes
(resolução Nº 108/96, atualizada pela Nº 23/06) ;
- estabelecimento de níveis de tolerâncias a campo e laboratório harmonizados para as
diferentes categorías na certificação de sementes botânicas de onze espécies (resolução Nº
28/03);
- ditames de classificação tarifária [diretrizes nº 05/03 (mercadoria “Herbicida
apresentado para seu uso no cultivo de soja, à base de sal de monoisopropilamina de glifosato
e contendo Imazetapir como componente complementar”) e Nº 04/06 (“Bebida alimentícia à
base de soja, mesmo adicionada de suco de fruta, de cacau ou aromatizada, acondicionada
para venda a retalho”)].
54
5 DINÂMICA CONTEMPORÂNEA DO MERCADO MUNDIAL DA SOJA
5.1 OSCILAÇÕES DE PREÇO
Em relação aos preços, o que nos interessa é o preço de Chicago, uma vez que os
países importadores e exportadores se baseiam por ele para negociar e fechar os contratos.
Em 1848, em função da necessidade de um mercado central para a negociação
de commodities, foi criada a Chicago Board of Trade (CBOT), por iniciativa de 82
mercadores locais, e que transacionava especialmente milho. Em 1936, a CBOT introduziu à
negociação o primeiro contrato futuro de soja do mundo. No começo da década de 1950,
foram lançados os futuos de óleo e de farelo de soja, completando os produtos do complexo.
A tabela 14 contém os preços para os contratos futuros. É possível perceber uma
queda expressiva nos valores, passando de US$559,62 dólares em julho de 2013 para
US$470,70 para o mesmo mês em 2015, atingindo U$S449,94 em novembro. O quadro de
oferta e demanda é alterado de acordo com a divulgação de dados sobre as safras e qualquer
notícia de seca ou de chuvas excessivas traz reflexos imediatos.
Tabela 14. Preços de contratos futuros, por mês de vencimento.
Contrato de
2013
Julho
Agosto
Setembro
Novembro
2014
Janeiro
Março
Maio
Julho
Agosto
Setembro
Novembro
2015
Julho
Novembro
US$/tonelada
559,62
531,69
497,06
481,63
483,10
482,27
482,55
485,21
481,44
475,56
470,97
470,70
449,94
Fonte: CME Group.
A tabela 15 contém os 10 principais mercados, no mundo, que negociaram contratos
de soja, apresentando o volume negociado em toneladas, para os anos de 2009 e 2010. O
CBOT transacionou pouco mais de 6 bilhões de toneladas, 17 vezes mais que o DCE da
55
China. Mercados menos expressivos são o NCDEX da India, 2 bolsas da Argentina, uma sulafricana e então uma brasileira. Os mercados de Japão, India e Hungria completam o ranking,
com menos de 90 mil toneladas por ano.
É necessário destacar as transações nos mercados argentinos. Tanto a MATba como a
ROFEX negociam, sozinhas, muito mais que a BM&F que, aliás, sofreu uma queda no
volume negociado para os anos disponpíveis.
Tabela 15. Mercados de futuros que cotizam contratos de soja no mundo.
Mercado de futuros
País
Chicago Board of Trade (CBOT)
Dalian Commodity Exchange (DCE)
National Commodity & Derivatives
Exchange (NCDEX)
Mercado a Termino de Buenos Aires
(MATba)
Mercado a Termino de Rosario (ROFEX)
Johannesburg Securities Exchange (JSE)
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)
Kansai Commodities Exchange
Multi Commodity Exchange of India
Budapest Stock Exchange
EUA
China
India
Toneladas em
2009
6.179.011.883
425.070.760
40.514.210
Toneladas em
2010
6.404.204.557
373.936.000
47.505.230
Argentina
13.678.000
15.839.400
Argentina
África do
Sul
Brasil
Japão
India
Hungria
6.386.190
3.086.100
7.723.260
3.861.216
4.727.025
118.160
372.010
2.400
2.585.655
87.660
7.630
0
Fonte: MATba.
5.2 REFLEXOS E AÇÕES DA ARGENTINA E DO BRASIL
O noticiário dá bastante espaço para o agronegócio. Em março de 2013, diversas
publicações brasileiras trataram da suspensão de compras da maior trading chinesa de soja. O
grupo Sunrise cancelou quase 2 milhões de toneladas de soja por causa dos atrasos de
embarques verificado nos principais portos brasileiros, alegando “enorme prejuízo” e
ressaltando que “não adianta nada ter um preço bom se a soja não pode ser entregue. Se a
situação do transporte melhorar, nós podemos reconsiderar e voltar a comprar”. Éimportante
lembrar que o Brasil vende atualmente 22 milhões de toneladas.
Muitos analistas levantaram a hipótese de manipulação de preços, pois avaliavam que
os chineses poderiam estar se aproveitando da situação dos embarques brasileiros. A Sunrise
se defendeu afirmando que a empresa deveria ter recebido seis navios em fevereiro e seis em
março e acrescentou que a chegada de tais carregamentos teria sido adiada para abril, mês em
que planejava fechar contratos com a Argentina.
56
Outra ação importante foi um encontro, em 9 de maio, do ministro da Agricultura
chinês (Han Chengfu) com os ministros do Brasil (Antônio Andrade) e da Argentina
(Norberto Yauhar). Em iniciativa inédita, ambos defenderam um tema de interesse comum
aos dois países sul-americanos: a aprovação de novas sementes geneticamente modificadas.
O objetivo da reunião foi garantir a aprovação da comercialização de novos tipos de
sementes geneticamente modificadas, já liberadas pelas legislações tanto brasileira (agosto de
2010) quanto argentina (agosto de 2012), preocupados com possíveis restrições por parte de
Pequim para o comércio do grão.
A tecnologia Intacta recebeu aval na China pouco depois, em junho de 2013. Lançada
pela Monsanto, “além de elevar a produtividade [5,84 sacas por hectare], a nova tecnologia
permite a redução no uso de inseticidas para controle de lagartas, o que resulta em importante
redução no custo de produção”. Os países do bloco desejam ter uma posição mais unificada
sobre a sojicultura, fortalecendo suas atuações no mercado internacional e evitando a criação
de barreiras ou embargos à produção, mas cada um parece trabalhar por conta própria quando
se refere à comercialização da soja.
O teor da tabela 16 é das exportações da Argentina para a China, para o acumulado
entre janeiro de 2007 e março de 2013. A tabela 17 descreve as exportações brasileiras para a
China, para o acumulado de janeiro de 2007 até abril de 2013.
57
Tabela 16. Exportações argentinas para a China: 1/2007 até 3/2013.
US$ FOB
Peso Líquido (kg)
1201 - Soja, mesmo triturada
18.486.779.959
46.463.053.339
1507 - Óleo de soja e respectivas fracções, mesmo refinados, mas não quimicamente
modificados
6.002.598.461
7.068.370.229
2709 - Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos
3.118.364.178
6.002.923.603
4104 - Couros e peles curtidos ou em crosta, de bovinos (incluindo os búfalos) ou de
equídeos, depilados, mesmo divididos, mas não preparados de outro modo
634.935.190
181.319.165
2401 - Tabaco não manufacturado; desperdícios de tabaco
363.988.232
56.637.040
0207 - Carnes e miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas, das aves da
posição 0105
342.831.068
235.481.499
1512 - Óleos de girassol, de cártamo ou de algodão e respectivas fracções, mesmo
refinados, mas não quimicamente modificados
272.663.031
339.344.243
2603 - Minérios de cobre e seus concentrados
203.058.882
105.093.962
4107 - Couros preparados após curtimenta ou após secagem e couros e peles
apergaminhados, de bovinos (incluindo os búfalos) ou de equídeos, depilados, mesmo
divididos, exceto os da posição 4114
170.547.097
13.907.563
0307 - Moluscos, com ou sem concha, vivos, frescos, refrigerados, congelados, secos,
salgados ou em salmoura; invertebrados aquáticos, exceto crustáceos e moluscos, vivos,
frescos, refrigerados, congelados, secos, salgados ou em salmoura; farinhas, pó e pellets
162.931.477
166.582.659
Fonte: Aliceweb Mercosul.
58
Tabela 17. Exportações brasileiras para a China: 1/2007 até 4/2013.
US$ FOB
Peso Líquido (kg)
2601 - Minérios de ferro e seus concentrados, incluídas as pirites de ferro ustuladas
(cinzas de pirites)
68.950.692.099
900.833.990.867
1201 - Soja, mesmo triturada
49.353.894.958
110.780.013.305
2709 - Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos
18.768.760.649
32.413.643.612
4703 - Pastas químicas de madeira, à soda ou ao sulfato, exceto pastas para dissolução
5.314.443.226
11.067.837.373
1507 - Óleo de soja e respectivas fracções, mesmo refinados, mas não quimicamente
modificados
4.156.577.158
4.146.949.055
1701 - Açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicamente pura, no estado
sólido
3.070.562.796
6.236.852.353
8802 - Outros veículos aéreos (por exemplo: helicópteros, aviões); veículos espaciais
(incluídos os satélites) e seus veículos de lançamento e veículos suborbitais
2.550.165.642
2.110.045
7202 - Ferro-ligas
2.447.208.239
2401 - Tabaco não manufacturado; desperdícios de tabaco
148.223.386
2.208.442.492
327.185.778
4104 - Couros e peles curtidos ou em crosta, de bovinos (incluindo os búfalos) ou de
equídeos, depilados, mesmo divididos, mas não preparados de outro modo
1.673.601.560
798.153.912
Fonte: Aliceweb Mercosul.
O país asiático importa expressivas somas de produtos primário de Argentina e Brasil. Ambos
se beneficiaram da recente demanda da China por commodities, que tem provocado substancial
elevação de seus preços no mercado internacional e tem beneficiado países exportadores desses
rubros.
59
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das culturas mais antigas de que se tem notícia, a soja é plantada pelos chineses
há cerca de 5.000 anos, tendo sido pequena sua produção fora dessa região até o início do
século XX. Dentre os seus numerosos e diversos usos, a importância da soja para a economia
mundial está ligada à produção de óleo e farelo, principais subprodutos do processo de
moagem. O óleo é direcionado ao consumo humano, enquanto o farelo é utilizado como
componente protéico em formulações de rações. O primeiro capítulo desfragmentou a cadeia
da soja não só nos seus mais conhecidos derivados, mas nas mais inusitadas utilizações e
indústrias. A apresentação foi baseada nos efeitos do processo de globalização nos sistemas
agroalimentares.
A história de sucesso da soja é explicada pela adaptação às diversas regiões do globo,
notadamente o território norte-americano e as fronteiras agrícolas sul-americanas, possível
através da biotecnologia. Os Estados Unidos são líderes na produção e exportação da soja,
seguidos pelo Brasil e pela Argentina. A China é de longe o maior consumidor mundial do
produto e o maior comprador dos sul-americanos. Contudo, o Brasil se mostra líder absoluto
em relação à Argentina nesse setor, pelo volume e pelo valor não só de sua produção mas de
suas vendas.
O segundo capítulo referiu-se a um breve debate do campo ao qual pertence esta
análise. A discussão sobre Economia Política Internacional serviu de starting point para a
comparação entre as cadeias produtivas de soja da Argentina e do Brasil. No decurso da
formação da disciplina de EPI e também do campo das relações internacionais, o poder
militar e a riqueza econômica têm sido considerados a forma máxima de poder na política
mundial. Também procurou-se demonstrar que a análise do exercício do poder no contexto
mundial tornou-se mais complexa e demandou novas interpretações capazes de interpretá-lo.
Esta monografia procurou analisar a evolução da produção de soja na Argentina e no
Brasil e a sua participação no comércio mundial, tendo como objetivo específico encaixar as
vendas de soja no panorama de competição do Mercosul e de liderança regional, o que foi
realizado no quarto e no quinto capíulo.
A pesquisa consistia em identificar se os dois países eram competidores ou
colaboradores no comércio internacional da soja. Não existe nenhum projeto consolidado de
cooperação, somente o esquecido Mercosoja e as intenções (em papel) de algumas entidades
em coordenar as produções no bloco. Só houve articulação em um encontro realizado em
60
maio de 2013, em Pequim, Brasil e Argentina pediram agilidade em análise de registros de
sementes geneticamente modificadas.
Um ponto interessante, recorrente nos estudos sobre a soja, refere-se aos custos
logísticos. Muitos trabalhos comparavam Brasil, Argentina e Estados Unidos, tendo em vista
as seguintes perguntas: quanto esses custos correspondem para os produtores? Como são
refletidos na competitividade de cada país? Isso foi tangenciado na discussão do
cancelamento dos pedidos de soja brasileira por parte do Grupo Sunrise, que recorreu aos
fornecimentos argentinos.
Nesse ponto, apesar de o Brasil ser muito superior à Argentina na produção e
exportação da soja, as condições argentinas pareceram ser mais favoráveis, especialmente no
que diz respeito aos transportes: com um território menor e com as plantações próximas dos
pontos de escoamento, a logística seria uma vantagem competitiva para a Argentina. Por parte
do Brasil, o programa de concessão de ferrovias e rodovias e a Medida Provisória 595 – ou
MP dos Portos –, que abre espaço para mais investimentos privados em portos, são respostas
do governo para as dificuldades de escoamento da produção a longo prazo.
A agência governamental que foi essencial para a implementação e consolidação da
soja no Brasil foi a Embrapa. Ademais, durante a pesquisa, percebeu-se a ativa participação
de associações de produtores e de outras organizações – em especial destaque as
univesidades – na busca por dados e informações sobre o produto. No Brasil, devem ser
citados a Aprosoja, o IMEA e a Esalq-USP enquanto na Argentina, ACSOJA, a Bolsa de
Comercio de Rosario e a Facultad de Agronomía da Universidad de Buenos Aires, entidades
referência.
61
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REUTERS. Embarque de soja brasileira deve ser normalizado, diz consultoria
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Grande. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/04/1266970-filas-emsantos-e-paranagua-fazem-soja-ser-escoada-por-rio-grande.shtml>. Acesso em: 22 abr. 2013.
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69
BASES DE DADOS
Asociación de La Cadena de Soja Argentina: http://www.acsoja.org.ar/
Centro de Inteligência da Soja: http://www.cisoja.com.br/
Comitê Estratégico Soja Brasil: http://www.cesbrasil.org.br/
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Soja: http://www.cnpso.embrapa.br/
Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária: http://www.imea.com.br/
Sistema Integrado de Información Agropecuaria: http://www.siia.gov.ar
State Administration of Grain: http://www.chinagrain.gov.cn/english/index.html
Soytats: http://www.soystats.com/
United Nation Commodity Trade Statistics Database: http://comtrade.un.org/
70
ANEXOS
ANEXO A – Principais mercadorias da pauta de exportação brasileira, de 1821 a 1950.
Período
1821/30
1831/40
1841/50
1851/60
1861/70
1871/80
1881/90
1891/00
1901/10
1911/20
1921/30
1931/40
1941/50
Café
18,63%
43,78%
41,29%
48,78%
45,25%
56,44%
61,70%
63,84%
51,46%
52,40%
69,56%
50,03%
46,11%
Açúcar
32,21%
24,02%
26,74%
21,18%
12,04%
11,87%
9,96%
5,66%
1,24%
3,19%
1,44%
0,49%
0,78%
Algodão
19,96%
10,98%
7,47%
6,21%
18,37%
9,51%
4,24%
2,48%
2,12%
1,98%
2,41%
14,28%
11,35%
Peles e Couros
13,77%
7,92%
8,62%
7,24%
6,01%
5,52%
3,19%
2,48%
4,36%
6,41%
4,62%
4,39%
3,26%
Borracha
0,06%
0,35%
0,39%
2,24%
3,18%
5,49%
7,69%
15,83%
27,94%
11,44%
2,50%
1,08%
0,97%
Total
84,63%
87,05%
84,51%
85,65%
84,85%
88,83%
86,78%
90,29%
87,12%
75,42%
80,53%
70,27%
62,47%
71
ANEXO B – Produção (em toneladas) e área plantada (em hectares), de 1961 a 2010, no
mundo.
Ano
Produção (t)
Área plantada (ha)
1961
26.882.808
23.818.820
1962
27.120.140
23.822.275
1963
28.207.071
24.398.949
1964
29.079.547
25.681.026
1965
31.704.923
25.819.966
1966
36.412.918
26.534.256
1967
37.933.351
28.112.303
1968
41.420.505
28.874.362
1969
41.967.358
28.897.081
1970
43.696.935
29.525.483
1971
45.618.800
30.033.813
1972
47.257.242
31.724.299
1973
59.267.849
37.391.214
1974
52.639.871
37.390.149
1975
64.248.515
38.764.922
1976
57.399.195
37.167.566
1977
73.854.760
42.056.710
1978
75.449.969
46.392.207
1979
88.698.331
50.708.192
1980
81.040.360
50.646.935
1981
88.525.073
50.475.794
1982
92.121.633
52.384.039
1983
79.467.014
49.049.868
1984
90.752.923
52.939.186
1985
101.156.856
53.063.612
1986
94.446.393
51.896.347
1987
100.102.502
52.541.958
1988
93.522.000
54.861.113
1989
107.254.285
58.647.514
1990
108.456.438
57.164.708
1991
103.322.973
54.931.301
1992
114.467.362
56.170.559
1993
115.148.239
59.499.303
1994
136.449.396
62.498.607
1995
126.950.300
62.510.299
1996
130.205.643
61.094.357
1997
144.357.944
66.938.147
1998
160.136.453
70.982.805
1999
157.778.553
72.050.410
2000
161.289.911
74.363.900
2001
178.243.896
76.798.296,90
2002
181.676.671
78.956.883,60
72
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
190.650.181
205.512.783
214.483.654
221.918.973
219.676.859
231.212.050
223.289.244
264.991.580,45
83.635.758
91.588.435
92.516.181,60
95.274.725
90.127.528
96.436.606
99.265.776,60
102.556.310,06
73
ANEXO C – Produção (em toneladas) e área plantada (em hectares), de 1961 a 2010, na
Argentina.
Ano
Produção (t) Área plantada (ha)
1961
957
980
1962
11.220
9.649
1963
18.920
19.302
1964
14.000
12.220
1965
17.000
16.422
1966
18.200
15.689
1967
20.500
17.290
1968
22.000
20.200
1969
31.800
28.200
1970
26.800
25.970
1971
59.000
36.330
1972
78.000
68.000
1973
272.000
157.030
1974
496.000
334.440
1975
485.000
355.940
1976
695.000
433.500
1977
1.400.000
660.000
1978
2.500.000
1.150.000
1979
3.700.000
1.600.000
1980
3.500.000
2.030.000
1981
3.770.000
1.880.000
1982
4.150.000
1.985.600
1983
4.000.000
2.280.700
1984
7.000.000
2.910.000
1985
6.500.000
3.269.000
1986
7.100.000
3.316.000
1987
6.700.000
3.532.650
1988
9.900.000
4.373.200
1989
6.500.000
3.931.250
1990
10.700.000
4.961.600
1991
10.862.000
4.774.500
1992
11.310.000
4.935.710
1993
11.045.400
5.116.240
1994
11.719.900
5.748.910
1995
12.133.000
5.934.160
1996
12.448.200
5.913.420
1997
11.004.900
6.393.780
1998
18.732.200
6.954.120
1999
20.000.000
8.180.000
2000
20.135.800
8.637.500
2001
26.880.900
10.400.200
2002
30.000.000
11.405.200
74
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
34.818.600
31.576.800
38.289.700
40.537.400
47.482.800
46.238.100
30.989.500
52.675.500
12.420.000
14.304.500
14.032.200
15.130.000
15.981.300
16.387.400
16.771.000
18.130.800
75
ANEXO D – Principais plantações de grãos na Argenina para o período 2011-2012, por
produção.
Grão
Produção (em toneladas)
40.100.196
Soja
20.955.117
Milho
13.782.244
Trigo
4.085.770
Cevada cervejeira
3.817.210
Sorgo
3.340.520
Girassol
1.567.971
Arroz
708.650
Algodão
685.722
Amendoim
414.990
Aveia
361.153
Feijão
182.958
Trigo-candial
108.250
Cártamo
50.620
Colza
43.110
Centeio
23.280
Alpiste
21.390
Linho
17.414
Milhete
16.459
Cevada forrageira
76
ANEXO E – Principais plantações de grãos na Argenina para o período 2011-2012, por área
plantada.
Grão
Área plantada (em hectares)
18.670.937
Soja
5.000.330
Milho
4.628.800
Trigo
1.851.220
Girassol
1.264.304
Sorgo
1.171.237
Cevada cervejeira
1.056.680
Aveia
622.146
Algodão
337.923
Feijão
307.238
Amendoim
237.052
Arroz
170.942
Cártamo
156.040
Centeio
64.200
Trigo-candial
58.370
Cevada forrageira
41.700
Milhete
30.200
Colza
16.630
Linho
14.400
Alpiste
77
ANEXO F – Províncias argentinas: produção de soja.
Província
Buenos Aires
Córdoba
Santa Fé
Entre Ríos
La Pampa
Santiago del Estero
Salta
Tucumán
San Luis
Chaco
Catamarca
Jujuy
Corrientes
Formosa
Misiones
Produção (em toneladas)
15.396.122
9.783.899
8.176.630
3.099.513
1.030.664
873.010
668.035
342.911
296.890
294.589
70.300
30.670
25.000
11.400
564
78
ANEXO G – Províncias argentinas: área plantada de soja.
Província
Buenos Aires
Córdoba
Santa Fé
Entre Ríos
Santiago del Estero
Chaco
Salta
La Pampa
Tucumán
San Luis
Catamarca
Corrientes
Jujuy
Formosa
Misiones
Área plantada (em hectares)
5.969.357
5.014.250
3.107.800
1.331.700
1.073.000
689.550
600.015
396.875
230.660
170.700
37.000
25.000
12.150
12.000
880
79
ANEXO H – Pauta de exportação argentina em 2011.
Complexo
Total das exportações
Complexo oleaginosas
Complexo soja
Complexo girassol
Complexo demais oleaginosas
Complexo petroleiro-petroquímico
Complexo petroquímico
Complexo petróleo e gás
Complexos cereais
Complexo maçã
Complexo trigo
Complexo arroz
Outras exportaciones cereais
Complexos de origen bovina
Complexo carne
Complexo couro
Complexo lácteos
Complexo automotriz
Complexos frutihortícolas
Complexo frutícola
Complexo hortícola
Complexo pesqueiro
Complexo siderúrgico
Complexos algodoeiros
Complexo azeite de algodão
Complexo algodão têxtil
Complexos de origem florestal
Complexo celulósico papeleiro
Complexo madeirero
Outras exportações florestais
Complexo alumínio
Complexo de origen ovina
Complexo carne
Complexo lã, couros e peles
Complexo tabaco
Complexo cobre
Complexo uva
Complexo ouro
Complexo amendoim
Demais exportações
Total (mil dólares)
83.950.205
22.013.779
20.560.548
1.367.207
86.024
7.387.957
2.087.957
5.300.000
9.425.496
4.696.305
3.107.647
356.991
1.264.553
3.943.512
1.501.096
960.022
1.482.394
10.627.153
2.669.260
1.610.371
1.058.890
1.480.673
1.869.388
364.742
28.148
336.594
1.046.015
651.78
230.918
163.317
844.357
320.287
30.926
289.361
398.961
1.406.482
1.202.347
2.327.055
851.566
15.771.175
80
ANEXO I – Produção (em toneladas) e área plantada (em hectares), de 1961 a 2010, no
Brasil.
Ano
Produção (t)
Área plantada (ha)
1961
271.488
240.919
1962
345.175
313.640
1963
322.915
339.796
1964
304.897
359.622
1965
523.176
431.834
1966
594.975
490.687
1967
715.606
612.115
1968
654.476
721.913
1969
1.056.610
906.073
1970
1.508.540
1.318.810
1971
2.077.290
1.716.420
1972
3.222.630
2.191.460
1973
5.011.610
3.615.060
1974
7.876.530
5.143.370
1975
9.893.010
5.824.490
1976
11.227.100
6.416.370
1977
12.513.400
7.070.260
1978
9.540.580
7.782.190
1979
10.240.300
8.256.100
1980
15.155.800
8.774.020
1981
15.007.400
8.501.170
1982
12.836.000
8.203.280
1983
14.582.300
8.137.110
1984
15.540.800
9.421.200
1985
18.278.600
10.153.400
1986
13.333.400
9.181.590
1987
16.977.200
9.129.800
1988
18.011.700
10.518.400
1989
24.051.700
12.200.600
1990
19.897.800
11.487.300
1991
14.937.800
9.616.650
1992
19.214.700
9.441.390
1993
22.591.000
10.635.300
1994
24.931.800
11.525.400
1995
25.682.600
11.675.000
1996
23.155.300
10.291.500
1997
26.391.400
11.486.500
1998
31.307.400
13.303.700
1999
30.987.500
13.061.400
2000
32.735.000
13.640.000
2001
39.058.000
13.974.300
2002
42.769.000
16.365.400
81
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
51.919.400
49.549.900
51.182.100
52.464.600
57.857.200
59.833.100
57.345.400
68.756.300
18.524.800
21.539.000
22.948.900
22.047.300
20.565.300
21.246.300
21.750.500
23.327.300
82
ANEXO J – Quantidade produzida, em toneladas, por grão.
Grão
Produção (t)
Milho
Soja
Arroz
Trigo
Algodão
Feijão
Sorgo
Aveia
Cevada
Amendoim
Girassol
Triticale
Canola
Mamona
Centeio
72.570.200
66.383.000
11.599.500
5.788.600
4.913.300
2.898.600
2.182.600
353.500
305.100
294.700
116.200
112.200
52.000
24.800
3.500
83
ANEXO K – Área plantada, em hectares, por grão.
Grão
Área plantada (em hectares)
25.042.200
Soja
15.156.500
Milho
3.256.700
Feijão
2.426.700
Arroz
2.166.200
Trigo
1.393.400
Algodão
778.600
Sorgo
153.000
Aveia
128.200
Mamona
93.900
Amendoim
88.400
Cevada
74.200
Girassol
46.900
Triticale
42.400
Canola
2.300
Centeio
84
ANEXO L – Área e produção de soja por regiões e UF do Brasil.
Região/UF
Área (ha)
Produção (t)
717.600
2.172.200
Norte
Roraima
3.700
10.400
Rondônia
143.500
462.200
Pará
119.200
316.700
Tocantins
451.200
1.382.900
2.117.100
6.096.300
Nordeste
Maranhão
559.700
1.650.600
Piauí
444.600
1.263.100
Bahia
1.112.800
3.182.600
11.495.200
34.904.800
Centro-Oeste
Mato Grosso
6.980.500
21.849.000
Mato Grosso do Sul
1.815.000
4.628.300
Goiás
2.644.700
8.251.500
Distrito Federal
55.000
176.000
1.606.200
4.656.300
Sudeste
Minas Gerais
1.024.000
3.058.700
São Paulo
582.200
1.597.600
9.106.100
18.553.400
Sul
Paraná
4.460.600
10.941.900
Santa Catarina
448.300
1.084.900
Rio Grande do Sul
4.197.200
6.526.600
85
ANEXO M – Brasil: vendas, em kg, por país.
País
China
Países Baixos
Espanha
Tailândia
França
Alemanha
Coreia do Sul
Taiwan
Reino Unido
Japão
Irã
Eslovênia
Romênia
Itália
Noruega
Arábia Saudita
Cuba
Turquia
Indonésia
Rússia
Portugal
Bélgica
Dinamarca
Bangladesh
Egito
Colômbia
India
Polônia
Argélia
Israel
Peru
Irlanda
Grécia
Malásia
Equador
Croácia
Georgia
Peso (Kg)
22.768.435.657
5.438.267.716
3.001.907.807
2.556.287.648
2.366.097.467
1.736.929.138
1.167.484.411
967.293.710
889.538.960
774.859.825
649.423.575
532.862.197
489.470.195
443.741.653
442.794.616
407.300.076
369.120.420
354.975.741
281.505.093
270.103.780
219.120.818
166.691.620
166.563.254
158.859.995
151.218.137
146.985.296
141.950.127
140.368.430
129.377.993
110.981.876
109.102.506
90.942.848
65.087.132
62.784.382
54.764.658
51.503.000
47.494.176
86
Emirados Árabes
Unidos
Venezuela
África do Sul
Hong Kong
Nigéria
Moçambique
Tunísia
Uruguai
República
Dominicana
Paquistão
Marrocos
Bolívia
Chipre
Lituânia
Senegal
Maurício
Coreia do Norte
Chile
Austrália
Nova Zelândia
Paraguai
Angola
Suriname
Trinidad e Tobago
Coveite
Cingapura
Omã
Madagascar
Antilhas
Holandesas
Costa do Marfim
Gana
Filipinas
Guiné Equatorial
Ilhas Cayman
Panamá
Guatemala
Turquia
28.066.235
26.733.275
25.279.060
20.151.849
18.913.217
18.342.770
17.750.000
14.186.392
12.777.945
12.485.000
10.000.000
9.243.294
9.103.000
8.091.210
7.000.000
6.500.000
6.000.000
5.608.111
4.998.306
4.934.154
4.396.178
2.861.089
2.030.078
1.567.310
1.521.450
1.509.577
1.500.000
1.300.000
1.000.000
654.400
514.170
391.236
335.921
260.040
219.844
204.000
175.020
87
Sudão
Argentina
Antigua Varbuda
Mianmar
Dominica
México
Libéria
São Vicente
Canadá
Guiana
Nova Caledônia
Nicarágua
Togo
Estados Unidos
São Cristóvão
Camarões
Santa Lúcia
Cabo Verde
Costa Rica
143.163
129.240
106.790
103.875
84.188
81.927
75.116
72.720
50.950
50.078
41.000
20.713
19.954
9.449
8.849
6.660
4.968
750
553
88
ANEXO N – Exportações argentinas por porto e plataforma, acumulado de 2012.
Porto/Plataforma
Toneladas
BAHIA BLANCA
CARGILL
333.217
GLENC.TOEPH.U.T.E.
859.977
PUERTO GALVAN
24.865
TERMINAL
670.005
Total BAHIA BLANCA
1.888.064
NECOCHEA
A.C.A.
659.806
TERMINAL QUEQUEN
1.128.433
Total NECOCHEA
1.788.239
ROSARIO
ARROYO SECO
397.012
GENERAL LAGOS
66.230
PUNTA ALVEAR
7.320
SERVICIOS PORTUARIOS
519.691
UNID.VI-VII
Total ROSARIO
990.253
SAN LORENZO
A.C.A.
194.526
IMSA
7.900
QUEBRACHO
11.797
TIMBUES DREYFUS
5.480
TIMBUES NOBLE
5.500
TRANSITO
17.420
Total SAN LORENZO
242.623
Total geral
4.909.179
89
ANEXO O – Exportações brasileiras por porto em 2012.
US$ FOB
Peso Líquido (kg)
4117 - SANTOS - SP
5.365.387.577
4228 - PORTO DE PARANAGUA - PR
3.592.010.568
4560 - PORTO DE RIO GRANDE - RS
1.950.023.160
2104 - SAO LUIS - PORTO - MA
1.573.271.153
4428 - SAO FRANCISCO DO SUL - SC
1.493.423.646
3428 - VITORIA - PORTO - ES
1.318.405.396
3243 - SALVADOR - PORTO - BA
929.018.492
1320 - MANAUS - PORTO - AM
742.600.744
1514 - SANTAREM - PA
463.504.638
3224 - ILHEUS - BA
21.843.767
4212 - FOZ DO IGUACU - RODOVIA - PR
2.153.227
4240 - SANTA HELENA - PR
1.517.692
5510 - MUNDO NOVO (CORONEL RENATO) - MS
984.96
4596 - URUGUAIANA - RODOVIA - RS
843.546
5512 - PONTA PORA - RODOVIA - MS
67.585
4536 - SANTANA DO LIVRAMENTO - RODOVIA - RS
65.813
9999 - NAO DECLARADO - ND
38.000
3605 - RIO DE JANEIRO - PORTO - RJ
18.991
4102 - CAMPINAS - AEROPORTO - SP
9.421
10.396.325.357
6.954.322.196
3.540.700.025
2.750.687.000
2.880.517.749
2.392.145.920
1.721.014.020
1.364.627.250
873.005.230
37.546.962
2.316.900
1.650.440
988.800
347.055
78.250
72.000
55.000
5.696
3.311
90
4120 - SAO PAULO - AEROPORTO - SP
7.630
4.685

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