Prêmio Científico Helena Feijó

Transcrição

Prêmio Científico Helena Feijó
Segundo Semestre 2012
Ed. 16 – Ano 7
Edição Eletrônica
Entrevista
Nutricionistas do DF recebem
prêmio por trabalho sobre
cirurgia bariátrica Pág. 06
Notícias dos
Estados
Presidente do CRN-1
visita todos os estados
da 1ª Região Pág. 26
Técnico em
Nutrição
Homenagens e palestras
celebram Dia do TND Pág. 16
Políticas
Públicas
Ações do governo em educação
nutricional Pág. 30
Revista CRN-1
Publicação do Conselho Regional de
Nutricionistas – 1ª Região
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Delegadas nos estados
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Mariana Samiti Hayashi (MT)
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COMISSÕES PERMANENTES
Comissão de Tomada de Contas
Coordenadora Jucinéia Gonçalina Nogueira
Andrea Carneiro Silva Rezende
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Comissão de Formação Profissional
Coordenadora Maria Clara da Silva Goersch
Ana Cassia Lira de Amorim da Silva
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Luzia Helena Moisés
Comissão de Ética
Coordenadora Lorena Gonçalves Chaves
Jucinéia Gonçalina Nogueira
Maria Clara da Silva Goersch
Comissão de Fiscalização
Coordenadora Maria Cristina G. de Souza
Gleiva Cândida Gonçalves
Suzana Ribeiro Gomes P. Furtado
Salete Teresinha Rauber Klein
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Coordenadora Luciane Felix de Souza
Andrielle Haddad R. de Oliveira
Luciane Felix de Souza
Mara Saleti De Boni
Maria Clara da Silva Goersch
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Comissão de Licitação
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(funcionária CRN-1)
Domênico Ramos de Souza
(funcionário CRN-1)
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Jornalista Responsável
Silvia Maria Alves – RP 2030/DF
Redação, Edição e Revisão:
Silvia Maria Alves
Projeto Gráfico e Editoração:
Alex Próspero
Camille Venturelli
Ressaltamos que assumimos como nosso papel prioritário a
orientação do profissional, não apenas nas visitas fiscais, mas
também nos nossos meios de comunicação. Por isso, em todas
as edições da Revista CRN-1 inserimos um artigo da nossa assessoria jurídica com os temas mais questionados pelos profissionais – esta edição tratará da divulgação de informações
sobre alimentação e nutrição nos meios de comunicação.
Editorial
APROXIMAÇÃO
ENTRE O
CONSELHO E OS
PROFISSIONAIS
Uma das principais bandeiras de nossa campanha na
eleição de 2010 foi a aproximação com os profissionais
de todo o Regional. Buscamos, em quase dois anos de
mandato, estar presente em todos os estados, inclusive
firmando parcerias com entidades para discutir nas políticas públicas e garantir o espaço que é devido ao nutricionista e ao técnico em nutrição.
Como presidente, já havia visitado Goiânia e Palmas, mas programamos para o primeiro semestre de 2012 visitas sequenciais
aos três estados para mostrar o papel do CRN-1 e o que temos
feito em quase dois anos de gestão. Nas capitais, e nas cidades
de Araguaína (TO), Rondonópolis (MT) e Rio Verde (GO), reunimos
profissionais, alunos e coordenadores dos cursos de Nutrição
para discutir questões relacionadas ao exercício profissional, a
partir da apresentação de estatísticas da fiscalização do CRN-1
com informações obtidas através de visitas fiscais e de atendimentos a profissionais. Em Araguaína, especificamente, nos reunimos com representantes da Vigilância Sanitária Municipal, da
gerência da Diretoria Regional de Ensino e do Ministério Público.
Com o Ministério Público e a Vigilância Sanitária de Tocantins,
está sendo negociado acordo para visitas de fiscalização conjunta na área da educação (merenda escolar).
Categoria forte é a que tem entidades fortes. Portanto,
em todos os locais que visitamos sempre abordamos a importância do fortalecimento das entidades representativas
dos nutricionistas (Conselho, Sindicato e Associação). Outro
tema recorrente é o compromisso do nutricionista em se
pautar por uma atuação profissional ética e cumprir zelosamente suas atribuições.
Na Revista CRN-1, também buscamos valorizar os profissionais que se destacam em sua área de atuação. Neste número,
entrevistamos Mariana Melendez e Karyne Quirino, nutricionistas premiadas por sua pesquisa (e sua atuação profissional)
com pacientes de cirurgia bariátrica; e publicamos uma matéria
sobre o projeto (também premiado) de Andreia Brasileiro e Fernanda Cirqueira, que inseriu a educação nutricional no currículo
das escolas públicas da cidade de Santo Antônio do Descoberto, no interior de Goiás.
Os técnicos em nutrição e dietética também foram homenageados pelo CRN-1 em sua data comemorativa, 27 de junho.
Realizamos o I Encontro do Técnico em Nutrição do Distrito Federal, em parceria com as escolas técnicas e apoio da Universidade de Brasília (UnB) e do Cozinha Brasil, com um dia inteiro
de homenagens, palestras e oficinas.
No mês de agosto, promovemos o V Simpósio de Nutrição
do Distrito Federal em parceria com a Associação de Nutrição
do DF, com a premiação dos trabalhos vencedores do V Prêmio Científico Helena Feijó. Em Mato Grosso firmamos parceria
com as universidades para a realização da IV Semana de Nutrição e VIII Encontro de Estudantes de Nutrição; e em Goiás, a
data foi marcada pelo 2º Encontro Científico de Goiás, em parceria com o Sindicato de Nutricionistas do estado.
Em 2012, o CRN-1 lançou o Projeto CRN-1 Alimenta Saúde,
que prevê um curso de pós-graduação para os nutricionistas
da área de Alimentação Coletiva, e uma certificação para restaurantes. A primeira turma do curso foi iniciada em fevereiro deste ano, em parceria com a UnB. Para 2013 planejamos
abrir nova turma em Brasília, levar o curso para Goiás e Mato
Grosso e lançar o certificado de segurança alimentar e nutricional para restaurantes.
Lembramos que a partir dessa edição a Revista CRN-1 será
divulgada apenas de forma virtual, no sítio www.crn1.org.br,
com o envio do link para o e-mail dos inscritos no Conselho.
Esperamos continuar recebendo críticas, sugestões e elogios
da revista pelo e-mail [email protected], para podermos aprimorar cada vez mais nosso trabalho e trazer sempre
temas de interesse e novidades da área para os profissionais.
Abraços
Mara Saleti De Boni
Presidente do CRN-1
Índice
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FECHANDO DOIS DEDOS.
06. Entrevista
A Revista CRN-1 destaca o trabalho das nutricionistas
Mariana Melendez e Karyne Quirino, que nesta entrevista
abordam as particularidades do atendimento ao paciente
submetido à cirurgia bariátrica e o trabalho do nutricionista
junto à equipe multidisciplinar.
10. Alimentação Coletiva
Resumo do trabalho vencedor do V Prêmio Científico
Helena Feijó na categoria Alimentação Coletiva,
intitulado “Avaliação do hábito alimentar de um grupo
de idosos após intervenção nutricional”.
14. Nutrição Clínica
Resumo do trabalho vencedor do V Prêmio Científico Helena
Feijó na categoria Nutrição Clínica, intitulado “Perda ponderal
e assiduidade às consultas nutricionais após gastroplastia
redutora com derivação intestinal em Y de Roux”.
16. CRN-1 comemora o Dia do Técnico em
Nutrição
Homenagens, palestras e oficinas marcaram as
comemorações do Dia do TND. No I Encontro do Técnico
em Nutrição do DF, promovido pelo CRN-1 no dia 27
de junho, 200 profissionais puderam atualizar seu
conhecimento com palestras variadas.
19. Assessoria Jurídica
O assessor do CRN-1, Dr. Bruno Vasconcelos, esclarece sobre a divulgação de informações nutricionais nos
meios de comunicação, em especial a internet.
22. Educação Nutricional
O sucesso do projeto das nutricionistas Andreia
Brasileiro e Fernanda Cirqueira, implantado na cidade
de Santo Antônio do Descoberto (interior de Goiás),
tornou a educação nutricional disciplina transversal
no currículo escolar do município.
26. Notícias dos Estados
A presidente do CRN-1, Mara De Boni, a conselheira da comissão
de ética, Jucinéia Nogueira, e a coordenadora da fiscalização do
CRN-1, Janaína Baiocchi, visitaram os estados de Tocantins,
Mato Grosso e Goiás. A finalidade foi reunir-se com os
profissionais, os coordenadores dos cursos e estudantes a fim
de discutir as questões éticas da atuação profissional a partir dos
casos apresentados pela fiscalização do CRN-1.
29. Tocantins
Posicionamento do CRN-1 sobre surto de intoxicação
alimentar em escola de Araguaína.
30. Políticas Públicas
Ações governamentais de educação alimentar e nutricional.
ENTREVISTAS
34. Notas
Lançamento do Projeto CRN-1 “alimenta saúde” teve
início em fevereiro com o curso de pós-graduação para
nutricionistas da área de produção de alimentos.
Entrevista
Atendimento a
pacientes submetidos
à cirurgia bariátrica
demanda conhecimento
especializado
Por Mariana Melendez Araújo
e Karyne Pereira Q. de Sousa
A cirurgia bariátrica vem se
consolidando como novo campo de trabalho para os nutricionistas, mas a avaliação pré
e pós-cirúrgica deve ser realizada por profissionais especializados nessa área, por ter
especificidades muitas vezes
não observadas por um profissional com formação generalista. Para abordar esse tema,
tão atual, convidamos as nutricionistas Mariana Melendez e
Karyne Quirino, que têm larga
experiência na área e tiveram
seu trabalho premiado no XIII
Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica, em 2011. Elas falam sobre a pesquisa as particularidades do atendimento ao
paciente submetido à cirurgia
bariátrica e o trabalho do nutricionista junto à equipe multidisciplinar.
6 Revista CRN-1 nº16 - 2012
1 – O trabalho de vocês foi
premiado no XIII Congresso
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, em Gramado-RS em 2011.
Como surgiu a ideia do tema
“Hiperparatireoidismo
em
Obesos Mórbidos Submetidos
à Cirurgia de Obesidade e sua
Correlação com o Índice de
Massa Corporal e Circunferência Abdominal”?
Em nossa clínica, temos reuniões científicas mensais e, frequentemente, buscamos nos
atualizar realizando revisões
de literatura sobre temas diversos relacionados à cirurgia
bariátrica. No ano passado, foi
realizada uma extensa revisão
sobre deficiência de vitamina D
e Hiperparatireoidismo Secundário em pacientes obesos em
pré e pós-operatório de cirur-
gia de obesidade, e os resultados nos chamaram a atenção. A
maior parte dos estudos aponta
para uma elevada prevalência
de hipovitaminose D e consequente
Hiperparatireoidismo
Secundário nesses pacientes já
previamente à cirurgia. Estes
achados nos instigaram a estudar os nossos pacientes para
investigar a prevalência dessa
deficiência no pré-operatório e
quais fatores poderiam estar
associados. Os resultados encontrados por nós estavam em
acordo com dados da literatura.
2 – Como foi desenvolvida a
pesquisa?
Foi realizado um estudo com
607 pacientes em pré-operatório de Gastroplastia Redutora com Derivação Gastrojejunal em Y-de-Roux, de ambos
os sexos. Foram aferidos
peso e estatura para cálculo
de IMC, realizada aferição da
circunferência abdominal e
dosados níveis séricos de PTH
no período pré-operatório. As
mulheres foram subdivididas em dois grupos: acima e
abaixo de 50 anos. Esta categorização levou em consideração a idade média para
ocorrência de menopausa encontrada em estudo de base
populacional com mulheres
brasileiras. Dentre os principais resultados, encontramos
uma correlação positiva entre
PTH e idade e valor médio de
PTH estatisticamente superior em mulheres acima de 50
anos. Não houve correlação
entre PTH e IMC, entretanto,
verificou-se uma correlação
positiva entre o PTH e a circunferência abdominal. A partir
dos resultados encontrados,
podemos inferir que o avançar
da idade (principalmente em
mulheres) e o acúmulo de gordura abdominal são fatores de
risco para o desenvolvimento
de hiperparatireoidismo em
obesos mórbidos.
3 – A pesquisa de vocês tornouse protocolo na clínica onde
trabalham? Se foi, quais os benefícios alcançados para o paciente com essa normalização?
Após a realização da pesquisa, incluindo a revisão de literatura sobre vitamina D, cálcio e hiperparatireoidismo, a
equipe redefiniu o protocolo
de investigação laboratorial
de deficiência desta vitamina/
mineral e o protocolo de suplementação de cálcio e vitamina
D, inclusive durante o período
pré-operatório. O grande benefício é que, com um diagnóstico
precoce, podemos tratar estas
deficiências já previamente à
cirurgia, minimizando as defi-
Mariana Melendez Araújo
Karyne Pereira Q. de Sousa
Graduada em Nutrição pela Universidade de Brasília (UnB), especialista
em Nutrição Clínica e Esportiva pela
Universidade Católica de Goiás (UCG),
mestre em Nutrição Humana pela
UnB e, atualmente, cursa o MBA Executivo em Saúde na Fundação Getúlio
Vargas. Faz parte do grupo de pesquisa em nutrição e doenças crônicas
da UnB, é nutricionista do ambulatório de cirurgia bariátrica do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e
autora do capítulo “Obesidade e Síndrome Metabólica” do livro Nutrição
e Doenças Crônicas (Lílian Cuppari).
Coordena a equipe de Nutrição da Clínica Dr. Sérgio Arruda, realiza atendimento nutricional individualizado e
participa das atividades de pesquisa
científica.
Graduada em Nutrição pela Universidade de Brasília; especialista em Nutrição Clínica por meio de residência
em Nutrição Clínica no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), da Secretaria
de Estado de Saúde do DF. Atualmente é nutricionista do Hospital das Forças Armadas (HFA), onde faz parte da
Comissão de Cirurgia de Obesidade, e
é nutricionista no Hospital Regional de
Santa Maria, da Secretaria de Estado
de Saúde do DF. Aluna de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional
pela VP Consultoria Nutricional. Participou de cursos e Congressos direcionados à cirurgia de obesidade. Na
Clínica Dr. Sérgio Arruda, realiza atendimento nutricional individualizado e
participa das atividades de pesquisa
científica.
ciências nutricionais no período pós-operatório.
4 – Na clínica onde trabalham
vocês também fazem a avaliação e o laudo dos pacientes
que se propõem a se submeter
à cirurgia ou eles já chegam encaminhados por outros profissionais (nutricionistas ou não)?
Fazemos as duas coisas. Em
nossa clínica, os pacientes
que saem da primeira consulta com o cirurgião passam
pela equipe multidisciplinar
que inclui psicólogo, endocrinologista,
cardiologista,
pneumologista e nutricionista. O acompanhamento nutricional pré-operatório é focado
em “educar” o paciente em relação a cada aspecto nutricional relacionado à alimentação
Revista CRN-1 nº16 - 2012 7
pós-operatória. Considerando a adesão ao tratamento
pré-operatório, é possível
identificar se o paciente
está apto a submeter-se a
cirurgia e, então, emitir um
laudo. Nesse caso, a experiência do nutricionista
é essencial. Considerando
que já fui uma nutricionista “generalista”, creio que
não há como emitir um laudo nutricional dessa espécie se o profissional não é
especialista na área. Diante
disso, recebemos, também,
pacientes
encaminhados
por outros profissionais
nutricionistas, cirurgiões e
clínicos.
8 Revista CRN-1 nº16 - 2012
5 – Quais os critérios usados
para definir se o paciente tem
o perfil para a cirurgia?
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, em consonância com o
Conselho Federal de Medicina, possui, hoje, critérios
bem estabelecidos para indicação da cirurgia bariátrica
(disponibilizados no endereço
www.sbcb.org.br). Independentemente da técnica, estarão indicados nas seguintes situações:
Í Pacientes com índice de
massa corporal (IMC) acima de 40 kg/m², indepen-
dentemente da presença
de comorbidades.
Í Pacientes com IMC entre
35 e 40 kg/m² na presença
de comorbidades.
Í Idade entre 18 e 65 anos,
ou entre 16 e 18 anos somente quando houver indicação e consenso entre
a família e equipe multidisciplinar.
Í História de obesidade há
pelo menos 2 anos e ter
realizado tratamentos convencionais prévios com
insucesso ou recidiva do
peso.
Í Ausência de quadro de transtorno psiquiátrico atual não
controlado, incluindo-se uso
de álcool ou drogas ilícitas.
Í Pacientes dispostos a mudanças de estilo de vida (reeducação alimentar e prática de
atividade física) e que se comprometam a seguir as orientações em pós-operatório, com
acompanhamento constante
Í junto à equipe multidisciplinar.
Í Pacientes
diagnosticados
com risco cirúrgico aceitável.
Esses critérios devem ser respeitados, porém, “nutricionalmente falando”, é preciso ir
muito além. É necessário realizar uma avaliação nutricional
criteriosa e específica, incluindo
avaliação antropométrica (IMC,
percentual de gordura corporal), avaliação clínica (sinais clínicos de distúrbios nutricionais,
função intestinal), avaliação
do consumo e identificação do
padrão alimentar (investigar a
possível presença de desordem
alimentar) e avaliação bioquímica (deficiência de nutrientes
específicos). Em suma, após indicado para cirurgia pelo cirurgião da equipe, o paciente será
submetido a acompanhamento
nutricional pré-operatório e a
nutricionista responsável avaliará a perda ponderal e adesão
às mudanças de hábitos recomendadas para então considerar o paciente apto ou inapto à
cirurgia. Devido à peculiaridade
da avaliação nutricional préoperatória, destaco, novamente,
a necessidade de que o paciente
seja avaliado por um nutricionista especialista na área.
6 – Quanto tempo antes da
cirurgia tem início a intervenção nutricional?
O ideal é que a intervenção
nutricional inicie assim que o
paciente decidir fazer a cirurgia. Em nossa clínica, atualmente, temos, em média, 2
meses para preparar o paciente, período em que, simultaneamente, ele realiza os
exames e busca o laudo dos
outros especialistas. Alguns
pacientes necessitam de uma
intervenção mais duradoura,
pois apresentam deficiências
nutricionais ou alterações no
padrão alimentar que necessitam ser corrigidas antes da
cirurgia. Muitos também necessitam perder peso devido
ao risco que a cirurgia confere.
Não há um tempo preconizado ou considerado ideal para
o preparo do paciente, cabe
ao profissional identificar esse
período individualmente, considerando, logicamente, a opinião de toda equipe multidisciplinar.
“Considerando a adesão ao
tratamento pré-operatório, é
possível identificar se o paciente está apto a submeter-se a
cirurgia e, então, um laudo”.
7 – Existe um protocolo único
para atendimento do paciente durante e após a cirurgia?
Quais procedimentos devem
ser adotados em relação ao
atendimento nutricional?
Não existe, ainda, nenhum protocolo pré ou pós-operatório.
Existem, hoje, recomendações
baseadas em estudos científicos que podem ser seguidas
ou não pelas equipes multidisciplinares. Em meu estudo de
mestrado, tive a oportunidade
de intervir e avaliar a resposta a
dois tipos de acompanhamento nutricional pré-operatório:
um intensivo (com consultas
quinzenais, preenchimento de
registros alimentares, elaboração de plano alimentar individualizado) e uma assistência
padrão (com orientações gerais
e sem agendamento prévio das
consultas). Os dois tipos de
acompanhamento beneficiaram os pacientes em termos
de redução do consumo energético, perda de peso e melhora
da qualidade da alimentação. A
meu ver, o mais importante é
a equipe multidisciplinar estar
“afinada” e bastante atualizada
em relação às novas recomendações de acompanhamento
pré e pós-operatório.
8 – Qual o tempo de acompanhamento do paciente que
se submete à cirurgia?
O paciente que realiza a cirurgia deve acompanhar com o
nutricionista e com toda equipe
multidisciplinar até o fim de sua
vida. A cirurgia bariátrica é uma
forma de controlar a obesidade
que não tem cura. O cirurgião e
sua equipe dão o suporte e todas
as armas para o paciente nunca
mais voltar a ser obeso, além de
controlar as comorbidades associadas, mas só o paciente é
capaz de usufruir desses instrumentos. Pacientes que são assíduos às consultas, às reuniões
dos grupos de apoio, à pratica
de atividades físicas e que, de
fato, incorporam hábitos de vida
saudáveis se mantêm magros e
ficam livres do temido “reganho
de peso”. Em nossa clínica, no
primeiro ano, os pacientes consultam com o nutricionista semanalmente até o primeiro mês
do pós-operatório, mensalmente com 2 meses de operados, e, a
partir de então, trimestralmente. A partir do segundo ano, devem consultam pelo menos uma
vez a cada 6 meses.
Revista CRN-1 nº16 - 2012 9
Prêmio Científico
Helena Feijó
ALIMENTAÇÃO COLETIVA
AVALIAÇÃO DO HÁBITO ALIMENTAR DE UM GRUPO
DE IDOSOS APÓS INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
Por Juliany Moreira Lemos, Thalita Morgana Guimarães Silveira
e Karine Anusca
INTRODUÇÃO
Uma proposta de alimentação saudável, para
prevenção das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) compreende alimentos que estejam ao alcance da sociedade como um todo, e que
tenham um impacto sobre os mais importantes
fatores relacionados às várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras e estimular
o consumo da combinação de arroz e feijão são
exemplos de proposições que preenchem estes
requisitos (SICHIERI et al., 2000). Desta forma,
para que haja melhora da qualidade da alimentação faz-se necessária uma mudança no hábito
alimentar, que pode ser alcançada utilizando-se
a educação alimentar e nutricional (BOOG, 2004).
Diante do exposto, torna-se de fundamental importância estimular as modificações no hábito
alimentar das pessoas, utilizando-se metodologias lúdicas e dinâmicas que compreendam a
educação alimentar e nutricional e visem à promoção da saúde (MARTINS, WALDER, RUBIATTI,
2010).
OBJETIVO
Avaliar o hábito alimentar de um grupo de idosos
que frequentam um Centro de Trabalho Comunitário em Goiânia.
10 Revista CRN-1 nº16 - 2012
METODOLOGIA
Estudo do tipo transversal de base institucional
envolvendo adultos a partir de 40 anos e idosos
do grupo da terceira idade de uma instituição filantrópica em Goiânia. A amostra para o presente estudo foi composta por conveniência. Foram
selecionados 16 adultos a partir de 40 anos e 20
idosos que manifestaram interesse e concordância em participar da pesquisa, após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Aplicou-se o formulário de identificação por meio
da entrevista sociodemográfica. Logo após, os dados antropométricos (peso, altura e circunferência da cintura) foram coletados, segundo técnica
de coleta padronizada (LOHMAN; ROCHE; MARTORELL, 1988). Avaliou-se o hábito alimentar por
meio da aplicação do teste “Como está sua alimentação?” preconizado pelo Ministério da Saúde
(BRASIL, 2009), antes e após a realização do programa de intervenção nutricional. O trabalho seguiu as normas do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da UFG, cujo número protocolo é 222/2011.
A elaboração do banco de dados foi realizada em
EXCEL/2007 e a análise dos dados em SPSS, versão 15.0. Utilizou-se estatística descritiva. Para
avaliar as diferenças entre os resultados utilizouse o Qui-quadrado (Likelihood e teste exato de
Fisher) e nível de significância de p< 0,05.
RESULTADOS
De acordo com a classificação do Índice de Massa
Corporal (IMC), a média foi de 27,05 Kg/m2, o que
caracteriza a amostra estudada com a classificação de sobrepeso. Da mesma forma, no que se
refere à média da circunferência da cintura dos entrevistados observa-se que o valor encontrado de
90,75±10,54cm, coloca o grupo em risco de complicação metabólica associada ao excesso de peso.
A partir da aplicação do teste “Como está sua Alimentação” antes e após a intervenção nutricional
por meio das ações educativas, observou-se que
na aplicação prévia 86,20% dos participantes, apresentaram classificação do hábito alimentar considerada “boa” e na aplicação posterior esse valor
foi de 48,27%, em contrapartida, para a classificação considerada “ótima”, foi de 10,34% (antes) e
de 48,27% (após), ou seja, reduziu-se a classificação
do hábito alimentar “bom” e aumentou o “ótimo”.
Com relação ao consumo diário de frutas, vegetais,
leite/derivados, ingestão de água e prática de atividade física, houve diferença significativa (p<0,05)
ao comparar o consumo antes e após as ações de
educação alimentar e nutricional.
DISCUSSÃO
Em relação ao consumo diário de frutas, observase no presente estudo que apenas 24,14% dos participantes relataram consumir três ou mais porções
de frutas ao dia antes da intervenção educativa, e
após observou-se um aumento para 41,38%, condição superior à encontrada em um inquérito brasileiro que avaliou mais de 5.000 homens e mulheres
com idade maior ou igual a 18 anos, e observou que
dentre os indivíduos com 65 anos ou mais, apenas
35,40% dos idosos consumiam cinco ou mais porções de frutas e hortaliças ao dia (JAIME, MONTEIRO, 2005).
No presente estudo, inicialmente 24,13% dos participantes relataram não consumir nenhum tipo de
fruta e verdura, dado que reduziu para 13,8% após
atividade educativa. Diante disto, estima-se que o
consumo de frutas e hortaliças no Brasil corresponda a menos da metade das recomendações nutricionais (JAIME et al., 2007). Um estudo que avaliou
o consumo de frutas e hortaliças por idosos de baixa
renda, em São Paulo, observou que cerca de 35,00% dos
idosos não consumiam diariamente nenhum tipo de
Revista CRN-1 nº16 - 2012 11
fruta ou hortaliça e apenas 19,80% relataram consumo
diário de cinco ou mais porções de frutas e hortaliças.
Esta inadequação associou-se com condições socioeconômicas desfavoráveis, como a baixa escolaridade e
baixa renda (VIEBIG et al., 2009), corroborando com os
dados do presente estudo.
Antes da intervenção educativa, no presente estudo,
20,68% referiram ingerir menos de quatro copos de
água por dia, dado que se anulou após o programa de
intervenção, visto que a maioria (82,76%) relatou ingerir
seis ou mais copos de água por dia. Condição esta melhor que a encontrada no estudo sobre hábito alimentar de idosos dislipidêmicos, em que 35,00% relataram
ingerir três copos ou menos de água por dia (GONZÁLEZ, CANTÁRIA, MARUCCI, 2010).
No que se refere ao consumo de leite e derivados,
no presente estudo observou-se que antes da intervenção educativa, apenas 13,79% dos participantes
relataram consumir três ou mais porções diárias, número que aumentou significativamente após a intervenção (24,13%). De acordo com a literatura, os indivíduos devem consumir diariamente pelo menos três
porções de leite e produtos lácteos para atender as recomendações mínimas de cálcio (PHILLIPI et al., 1999).
Sobre a prática da atividade física, observa-se no presente estudo, que antes da atividade educativa, 55,17%
dos participantes relataram não praticar atividade física, e após a intervenção reduziu para 27,59%, o que
demonstra que o programa de intervenções educativas foi expressivo para a mudança de hábitos de vida.
Desta forma, destaca-se que é necessário aprofundar a discussão sobre o papel da educação alimentar e nutricional e qual seria a sua real contribuição para as novas demandas apontadas na
promoção das práticas alimentares saudáveis
(SANTOS, 2005). A partir dos resultados pode-se
inferir que o programa cumpriu seus objetivos,
podendo dessa forma, ser aplicado com outros
grupos de indivíduos da terceira idade. Cabe ainda
ressaltar a necessidade da elaboração e aprimoramento de programas educativos voltados para
a aquisição de hábitos alimentares saudáveis pela
população adulta e idosa.
CONCLUSÃO
A partir da aplicação do teste “Como está sua Alimentação” antes e após a intervenção nutricional
por meio das ações educativas, observou-se que se
reduziu a classificação do hábito alimentar “bom”
e aumentou o “ótimo”. Houve um aumento signi12 Revista CRN-1 nº16 - 2012
ficativo no consumo de frutas, vegetais, leite e derivados, ingestão de água e na prática de atividade
física, após a intervenção nutricional.
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43, n. 5, p. 806-813, 2009.
Prêmio Científico
Helena Feijó
Nutrição Clínica
PERDA PONDERAL E ASSIDUIDADE
ÀS CONSULTAS NUTRICIONAIS
APÓS GASTROPLASTIA REDUTORA
COM DERIVAÇÃO INTESTINAL
EM Y DE ROUX
Por Quelen de Sousa Rocha,
Simone Sotero Mendonça e
Renata Costa Fortes
verificou-se o número de consultas com o
profissional nutricionista, sendo exposta ao
final da pesquisa a porcentagem dos pacientes que foram acompanhados pela nutrição
ao longo do 1 ano pós-GRDIYR, assim como
a classificação quanto à assiduidade: baixa
(< 3 consultas), boa (entre 4 e 6 consultas) e
ótima (> 7 consultas).
Para análise estatística foram utilizados: correlação de Pearson e Spearman, testes de
Fisher e Qui-quadrado, e nível de significância de 5% (p-valor < 0,05). As variáveis foram
inseridas no programa estatístico Microsoft® Excel 2003 e analisadas no programa
SPSS para Windows versão 17.0.
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A obesidade é uma doença crônica, de etiologia multifatorial, normalmente associada
a comorbidades (SPEAKMAN, 2004). Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS
(2011), em 2015 haverá 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de,
obesas no mundo.
Pelo fato de o tratamento convencional para
obesidade grave apresentar baixo índice
de sucesso (98% de reincidência), a cirurgia
bariátrica surgiu como o tratamento mais
eficaz para a perda e manutenção do peso
em longo prazo (FOBI, 2005), sendo a gastroplastia redutora com derivação intestinal
em Y de Roux - GRDYR considerada “padrão
ouro” (FARIAS, 2009).
Todavia, a conclusão da cirurgia não finaliza
o tratamento da obesidade, pelo contrário,
é o início de um período de mudanças comportamentais com monitorização regular
de uma equipe multiprofissional, incluindo
o profissional nutricionista que contribuirá
para uma perda de peso adequada e saudável, minimizando sintomas e possíveis deficiências nutricionais (CRUZ, 2004; MONÂCO,
2006).
Correlacionar a perda de peso, um ano após
a GRDIYR, com a assiduidade às consultas
com nutricionista.
Estudo longitudinal retrospectivo analítico,
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde da Secretaria de Estado de
Saúde do Distrito Federal sob o protocolo no
310/2010. Este estudo foi realizado em um
ambulatório de nutrição no período compreendido entre dezembro de 2010 e agosto de
2011.
A amostra foi composta por prontuários de
pacientes submetidos à GRDIYR com 1 ano
de pós-operatório. Foram excluídas gestantes, cirurgias fora do período estabelecido e
prontuários incompletos.
A partir dos dados registrados em prontuários, coletados por nutricionistas devidamente treinadas e seguindo o protocolo
existente na unidade, calculou-se o índice de
massa corporal (IMC) pré e pós-operatório e
a porcentagem da perda do excesso de peso
(%PEP) para a correlação com variáveis independentes.
Para o acompanhamento da assiduidade,
A amostra final foi constituída por 72 participantes com média de idade de 37,66 ±
9,07anos (faixa etária de 21 a 57 anos), sendo 94% do sexo feminino e 6% do sexo masculino. Segundo Diniz et al. (2008) e Pimenta
et al. (2010), o predomínio do sexo feminino
pode demonstrar a procura por tratamento
para o controle do peso a fim de melhorar a
aparência física e a autoestima.
A análise descritiva geral da população estudada está apresentada na Tabela 1. A perda de peso é considerada um dos principais
parâmetros para se definir o sucesso da
cirurgia bariátrica, visto que, após o emagrecimento, ocorre comprovada melhora das
condições clínicas do indivíduo, como aumento da sensibilidade à insulina, redução
da pressão arterial e controle das dislipidemias (RIESS, 2008; HARNISCH, 2008).
Segundo Fobi et al. (2005), para que a técnica
bariátrica seja considerada eficaz para o controle do peso é necessário que esta atenda a
critérios básicos como perda de excesso de
peso de 50% em pelo menos 75% dos pacientes. Resultado superior foi encontrado nesta
pesquisa, visto que ao longo do período de
14 Revista CRN-1 nº16 - 2012
Tabela 1.Variáveis antropométricas de 72 pacientes submetidos à
GRDIYR, no período de novembro de 2008 a abril de 2010.
Nota: Os resultados apresentados
na tabela expressam os valores em
média e desvio padrão. NA: não ava-
Variáveis
Antes GRDIYR
Depois GRDIYR
%PEP (p<0,05)
Idade (anos)
37,66 ± 9,07
NA
p < 0,001
Altura (cm)
163 ± 7,35
NA
-
Peso ideal (kg)
59,67 ± 4,29
NA
-
Peso (kg)
112,74 ± 16,27
78,12 ± 14,10
p < 0,001
IMC (kg/m2)
42,54 ± 4,82
29,46 ± 4,43
p < 0,001
Excesso de peso (kg)
53,07 ± 14,68
18,44 ± 12,91
-
%PEP
-
67,23 ± 17,08
-
liado. IMC: índice de massa corporal;
%PEP: porcentagem da perda do
excesso de peso; DP: desvio padrão;
GRDIYR: gastroplastia redutora com
derivação intestinal em Y de Roux; p:
nível de significância.
superobesidade, comorbidades e mortalidade
hospitalar. Rev Médica de Minas Gerais, v. 18, n. 3,
p. 183-190, 2008.
Í)/Ó0þÛĀaKHĀIoIHLKH
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.
Rev Bras Nutr Clin, v. 24, n. 3, p. 77-82, 2009.
Í )ÔÙÓþ aĀĀØ K HĀ IIL HL IHKIL I
weight control, and the transected banded gastric
bypass. Obesity Surgery, v. 15, p. 114-121, 2005.
seguimento ficou constatado que 83% dos
pacientes apresentaram perda do excesso
de peso maior que 50%.
Utilizando o coeficiente de correlação de
Spearman, não foi observada correlação significativa entre a %PEP e: a escolaridade (coeficiente de correlação de 0,218 e p = 0,117);
a renda familiar (coeficiente de correlação de
0,191 e p = 0,170); o número de consultas
realizadas com cirurgião (coeficiente de correlação de - 0,079 e p = 0,512); e o nutricionista (coeficiente de correlação de 0,069 e p
= 0,563). Todavia, tal fato não indica ausência
de correlação dessas variáveis com a perda
de peso, apenas não foi possível afirmar com
confiança a sua existência.
Entretanto, observou-se que a perda de
peso correlaciona-se significativamente
com a menor idade, bem como com o menor
peso e IMC pré-operatórios.
Empregando-se o critério de avaliação de sucesso da cirurgia pelo IMC, citado por Novais
et al. (2010), no qual o IMC pós-operatório
abaixo de 35 kg/m2 é indicativo de sucesso,
constatou-se, no presente estudo, excelente
resultado, visto que o IMC médio após 1 ano
da GRDIYR foi de 29,46 ± 4,43 kg/m2, embora
ainda indicativo de sobrepeso.
Ao longo do primeiro ano de pós-operatório,
62,5% (n = 45) dos pacientes tiveram assiduidade às consultas com nutricionista
entre boa e excelente. Mônaco et al. (2006)
justificam tal fato à consciência quanto às
consequências da obesidade para a qualidade de vida, devido à alta frequência
de morbidade associada e redução da
expectativa de vida.
Uma limitação do presente estudo foi a
ausência de protocolos que referenciem e/
ou padronizem a quantidade de consultas
mínimas com nutricionista, pois é sabido
que o comparecimento às consultas nutricionais proporciona uma perda de peso
saudável e minimiza possíveis complicações
nutricionais decorrentes da carência de micro e macronutrientes (NISHIYAMA, 2007;
CARLINI, 2001).
Í+/3Ó0+þaĀKHĀÛIHKÝKHL
does not predict failure of weight loss or co-morbidity resolution of laparoscopic roux-en-y gastric
bypass for morbid obesity. Surgery for Obesity and
Related Diseases, v. 4, n. 3, p. 445-450, 2008.
Ía•3ÔÚĀ2KHĀÓHKIHHÜHriátrica “tipo capella modificado” sobre a perda
ponderal em pacientes com obesidade mórbida. Rev Ciênc Méd, Campinas, v. 15, n. 4, p.
289-298, 2006.
Í3Ó0+ÓdaþaĀ)KHĀÝHHªoIIL‰ÝIÿ
nhecimento e aderência da conduta nutricional
CONCLUSÃO
em pacientes submetidos e candidatos à cirurgia
Os pacientes submetidos à GRDIYR neste
estudo apresentaram perda de peso adequada após um ano de cirurgia. Observouse uma assiduidade às consultas com o profissional nutricionista entre boa e excelente,
porém sem associação significativa com a
perda de peso.
Além do comparecimento às consultas,
sugere-se para futuros objetos de pesquisa
a correlação da incidência de deficiências específicas de nutrientes com a perda excessiva de massa magra pós-operatória.
bariátrica. Arq. Ciênc Saúde Unipar, Umuarama, v.
11, n. 2, p. 89-98, 2007.
Í3Ô2Ó0þÛĀ)Ā0KHĀ(ÝIªoIH
HªoI
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Revista CRN-1 nº16 - 2012 15
CRN-1
comemora
Dia do
Técnico em
Nutrição
16 Revista CRN-1 nº16 - 2012
Cerca de 200 técnicos em nutrição e estudantes participaram
do I Encontro do Técnico em Nutrição do Distrito Federal,
promovido pelo CRN-1 no dia 27 de junho. Juntamente com
as escolas técnicas de Nutrição e com o apoio da Universidade
de Brasília e do Sesi, foi realizado um dia de homenagens,
palestras e oficinas para esse profissional.
Na solenidade de abertura, foram homenageados cinco técnicos em nutrição que se destacaram em sua profissão: Lucinalva Rosa da Silva Slavov e Divina Torres Brandão (ambas
funcionárias do Hospital das Forças Armadas – HFA); Lo-Ruama Mendes dos Reis Santos (Secretaria de Saúde - DF); Telma
Paulino dos Santos (empresa Nutrisabor); e Geovânia Lucena
de Oliveira (empresa Sanoli).
Os prêmios foram entregues pelas componentes da mesa de
abertura – Mara De Boni (presidente do CRN-1), Rosane Nascimento (representante do CFN) e Simone Rocha (presidente
da ANDF) –, além da nutricionista da Sanoli, Adauta Sílvia, e da
representante do grupo de trabalho do CRN-1 sobre os técnicos, a nutricionista Camilla Córdova (coordenadora do curso
técnico em nutrição do Senac-DF).
Ainda pela manhã, os participantes puderam ouvir as palestras sobre alimentos funcionais (com a Dra. Simone
Rocha), manual de boas práticas (com a professora Maria
Cláudia Silva, do Uniceub) e relações interpessoais e trabalho em equipe (com a Dra. Iara Ramires, da Fepecs). À tarde,
a Dra. Camilla Córdova apresentou o resultado das discussões do grupo de trabalho do CRN-1 sobre as atribuições
do TND, a Dra. Grazielle Gebrin falou sobre Tecnologia dos
Alimentos e a nutricionista Sandra Linder finalizou com a
palestra sobre a atuação do TND nas unidades de alimentação e nutrição.
O Sesi, por meio do seu projeto “Cozinha Brasil”, ofereceu
três oficinas de culinária para mais de 80 participantes do
evento, que aconteceram paralelamente às palestras.
GRUPO DE TRABALHO PROPÕE
ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO DO TND
(POP’S); seleção de fornecedores; e seleção e compra de equipamentos.
O CRN-1 criou em dezembro de
2010 o grupo de trabalho (GT)
do CRN-1 para discutir as atribuições do Técnico em Nutrição
e Dietética (TND) nas principais
áreas de atuação e elaborar uma
tabela com as propostas de atribuições a serem exercidas por
esses profissionais sob a supervisão do nutricionista. Essas
propostas serão encaminhadas
para a Câmara Técnica do CFN
(composto pelo CRN-1, CRN-3
e CRN-9) como subsídio para a
discussão da reformulação da
Resolução nº 312/2003, que
trata do registro e fiscalização
profissional de TNDs no âmbito
dos Conselhos.
Composto por representantes
do CRN-1 e das escolas técnicas do Distrito Federal, o GT
analisou as atribuições nas
Unidades de Alimentação e
Nutrição (UAN), nas Unidades
de Nutrição e Dietética (UND)
e nas ações em Saúde Coletiva
para verificar se as atribuições
descritas na legislação contemplam e detalham de forma
assertiva as atividades desempenhadas pelos TND. Foi elaborada uma planilha comparativa tendo como referencial as
Resoluções CFN nº 380/2005
e nº 312/2003, assim como
a Classificação Brasileira de
Ocupações.
Logo nas primeiras reuniões
do GT foi detectada a necessidade de discutir não só as
atribuições, mas também
a obrigatoriedade de inscrição no CRN, a abordagem
do Conselho junto às instituições de ensino técnico, a
elaboração de proposta de
parâmetros numéricos mínimos para o TND (a exemplo da Resolução CFN n. 380,
para nutricionistas), e também a criação de um modelo de carta de orientação
às bancas organizadoras de
concursos públicos.
Para as atividades em UAN, o
grupo propõe que o TND possa
fazer (sob a supervisão do nutricionista) o acompanhamento,
execução, orientação, controle,
avaliação e/ou participação de
fichas técnicas; receitas/preparações culinárias; cardápios;
controle de sobras/análise de
desperdício; cálculo de informações nutricionais; cálculo
de rendimento e custo de refeições; substituição de gêneros alimentícios para cardápios;
avaliação de desempenho de
colaboradores;
Procedimentos Operacionais Padronizados
18 Revista CRN-1 nº16 - 2012
A atuação do técnico em UND
foi subdividida em hospitais, clínicas em geral, clínicas em hemodiálises, instituições de longa
permanência para idosos e SPA;
ambulatórios/consultórios;
banco de leite humano (BLH);
lactário/Centrais de Terapia Nutricional. Em cada uma dessas
áreas foram descritas atividades específicas que poderiam
ser executadas pelo TND.
Em saúde coletiva, tais como
programas institucionais e Unidades Básicas de Saúde, o GT
propõe que o técnico possa preencher formulários de consumo
alimentar; alimentar banco de
dados; realizar medidas antropométricas; integrar fóruns
de controle social; distribuir e
aplicar material de orientação
à população; auxiliar em visitas
domiciliares; realizar demonstrações práticas do emprego
e manipulação de alimentos;
confeccionar listas de substituições; elaborar receituário;
integrar equipe de vigilância à
saúde; e participar de programas de educação em saúde.
Além das três áreas definidas inicialmente como alvo de discussão, o GT também propôs uma
lista de atividades em “Desenvolvimento e Comercialização de
Produtos”. Para 2012, a prioridade do grupo é a criação de parâmetros numéricos de referência
para TND, ou seja, definição do
quantitativo de profissionais
que devem ser contratados pela
empresa, a partir do volume de
produção de refeições ou outros
parâmetros a serem acordados.
Assessoria Jurídica
INFORMAÇÕES
NUTRICIONAIS
NOS MEIOS
DE
COMUNICAÇÃO
Dr. Bruno Vasconcelos
– Assessor
jurídico do CRN-1 pela Rodrigues Pinheiro Advocacia.
Na atual conjuntura da sociedade global, a rapidez na obtenção e na circulação de informações
é enorme, onde a cada dia que se passa ficamos
ainda mais dependentes de meios de comunicação ágeis, tais como a própria internet.
Tendo em vista essa necessidade por respostas
rápidas, milhões de pessoas utilizam de forma
simultânea a internet como forma de suprir
suas dúvidas do cotidiano, onde tais questionamentos podem estar ligados ao campo da nutrição e alimentação.
Contudo, ao buscar tais esclarecimentos, as
pessoas acabam se deparando com informações
muitas vezes imprecisas e equivocadas, publicadas por pessoas que não detém o conhecimento
necessário para veicular uma determinada informação ou até mesmo uma orientação.
Infelizmente, no mundo virtual é praticamente
impossível evitar que pessoas que não dominam um determinado tema possam se manifestar a respeito do respectivo assunto, como,
por exemplo, a própria nutrição, podendo levar
a erro as pessoas que leem o que foi escrito na
internet.
Importante lembrar, ainda, que não há legislação
específica que trate sobre o uso da internet e
suas eventuais limitações, apesar de alguns
projetos que tramitam atualmente no Congresso Nacional com esse fim.
Face essa ausência legislativa, impõe-se analisar os princípios que regem a nossa Sociedade
Democrática de Direito (art. 1º da Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988), onde
na Carta Magna a ideia de liberdade de expressão é devidamente garantida, senão vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
A ideia de liberdade de expressão, independentemente de censura ou licença, é algo que merece especial atenção, pois fora conquistada após
anos de repressão e de uma ideia social extremista. Tentar proibir que certas informações, em
particular as que tenham temas relacionados à
nutrição, deixem de ser veiculadas, fere frontalmente os princípios basilares da República Federativa do Brasil.
Apesar dessa ampla liberdade de expressão
e como fartamente sabido pela coletividade, o
nutricionista é o profissional mais qualificado
para realizar prescrições dietéticas, prestar informações, orientar, promover a saúde da sociedade em geral e dentre outras atribuições
inerentes à nutrição e alimentação, conforme
regulamentado pela Lei n. 8.234/1991 e demais
Resoluções editadas pelo Conselho Federal de
Nutricionistas.
Uma pessoa que necessita de cuidados na sua
alimentação obviamente deverá e irá procurar
o nutricionista para atender aos seus anseios
pessoais e até mesmo profissionais, no caso de
um atleta, não se limitando a meras pesquisas
pela rede mundial de computadores.
Assim, este Conselho Regional de Nutricionistas da 1ª Região defende veementemente que
o nutricionista é o profissional que possui o conhecimento técnico suficiente para divulgar informações e realizar orientações sobre nutrição
e alimentação, trabalhando para que onde haja
atividades ligadas à nutrição e alimentação,
também tenha um nutricionista capacitado a
atender as necessidades dos indivíduos, prestando um serviço devidamente qualificado.
Revista CRN-1 nº16 - 2012 19
Prêmio Científico e
Simpósio celebram
a data no Distrito Federal
Cerca de 200 participantes pres-
tigiaram a quinta edição do Simpósio de Nutrição do DF, realizado nos dias 31 de agosto e 1º de
setembro em comemoração ao Dia
do Nutricionista. O evento promovido pelo CRN-1 em parceria com a
Associação de Nutrição do Distrito
Federal (ANDF) e a Nutrir Consultoria (empresa júnior do curso de
Nutrição da UnB), propiciou a confraternização entre os profissionais e estudantes, o aprendizado/
atualização e a troca de experiências.
Durante os dois dias, os participantes assistiram palestras sobre
temas variados: doença celíaca, nutrição e estética, deficiência de Vitamina D, cirurgia bariátrica, gestão de
Unidade de Alimentação e Nutrição,
hortas em pequenos espaços e nutrição em esportes.
20 Revista CRN-1 nº16 - 2012
Na noite do dia 31 de agosto foi realizada a abertura oficial do Simpósio, a
premiação dos trabalhos vencedores
do V Prêmio Científico Helena Feijó,
com a presença das presidentes do
CRN-1 (Mara De Boni), da ANDF (Simone Rocha) e do Sindicato dos Nutricionistas do DF (Elizabeth Caiuby),
assim como da representante do
CFN (Rosemeire Furumoto).
As vencedoras do V Prêmio Científico
Helena Feijó, Quelen Rocha (Nutrição
Clínica) e Karine Anusca (Alimentação Coletiva) foram homenageadas
durante a solenidade de abertura do
Simpósio. A presidente Mara De Boni
também prestou uma homenagem
póstuma à nutricionista Miriam Belchior Paixão, falecida neste ano, por
seu trabalho em defesa da profissão
e por sua excelente atuação como
ex-conselheira tesoureira do CRN-1
no triênio 1995-1998.
Mato Grosso e Goiás
A delegacia do CRN-1 em Mato Grosso participou da organização da VIII
Semana de Nutrição, junto com a
Universidade Federal de Mato Grosso e a Unic. O evento ocorreu de 27 a
31 de agosto de 2012 e buscou a integração de alunos, professores e profissionais da área de alimentação e
nutrição frente aos avanços e descobertas recentes pertinentes às diversas áreas de atuação profissional.
Em Goiás, o CRN-1, o Sindicato de
Nutricionistas e as faculdades promoveram o 2º Encontro Científico no
dia 31 de agosto, em comemoração
ao Dia do Nutricionista. Durante todo
o dia, os inscritos puderam participar
de mesas-redondas sobre sistemas
alimentares, sustentabilidade e segurança alimentar e nutricional; produção de alimentos de forma sustentável; e atenção nutricional da criança.
Entrega do Prêmio às vencedoras da categoria “Alimentação Coletiva”.
Quelen Rocha recebe o Prêmio na categoria “Nutrição Clínica”.
Revista CRN-1 nº16 - 2012 21
Projeto “Nutrindo com a
Educação” é premiado
em evento nacional
Muitas vezes o Programa de
Alimentação Escolar tem se resumido no fornecimento de lanches ou refeições no intervalo
das atividades escolares. Com
a inserção dos nutricionistas e
técnicos na coordenação desse
programa, hoje o próprio Fundo
Nacional de Desenvolvimento
22 Revista CRN-1 nº16 - 2012
da Educação tem expressado
a preocupação em desenvolver
“atividades promotoras de saúde” no ambiente escolar.
Na pequena cidade de Santo
Antônio do Descoberto, interior de Goiás, as nutricionistas
Andreia Viana Brasileiro Tor-
min e Fernanda Marques Cirqueira criaram um projeto de
educação nutricional para as
escolas públicas que trabalha o
tema “alimentação e nutrição”
de forma transversal, perpassando as várias disciplinas
constantes dos currículos escolares.
Andreia Brasileiro e
Fernanda Cirqueira
O projeto “Nutrindo com a Educação” focou
os professores como multiplicadores – foram
selecionados dois convidados de cada escola
para participarem do treinamento ministrado pelas nutricionistas. As aulas constavam
de um mês de teoria, um mês de aplicação do
conteúdo explanado e outro mês de apresentação de seminários e relatórios relativos à
execução dos temas em sala de aula. Todos
os blocos versavam sobre temas relevantes
de nutrição que ajudavam na formação de
crianças e adolescentes sobre hábitos alimentares saudáveis.
Em algumas escolas os professores trabalharam de forma interdisciplinar, envolvendo
e explorando o tema alimentação conforme
cada série escolar. Por exemplo, com os alunos
24 Revista CRN-1 nº16 - 2012
do 1º ano foram desenvolvidos jogos diversos, percepção visual, trava-línguas e outros;
com os alunos do 2º ao 5º ano foram criadas
receitas próprias, construídas tabelas e gráficos, incentivada a pesquisa de alimentos das
diferentes regiões brasileiras e outros; com
os alunos do 6º e 7º ano foram desenvolvidas
montagens de maquetes, produções textuais,
musicas, paródias e outros.
Os resultados apareceram em pouco tempo
e o reconhecimento veio por meio da publicação da Resolução nº 71 de 8 de junho de
2010, do Conselho Municipal de Educação,
que tornou a educação nutricional disciplina transversal no currículo escolar do município. Em maio de 2011, o trabalho foi premiado no Fórum Nacional de Alimentação
Escolar, realizado pela Federação Nacional das Empresas
de Refeição Coletiva (Fenerc),
em São Paulo, onde houve a
apresentação de pôster sobre
as ações do projeto.
Segundo as nutricionistas
Andreia Brasileiro e Fernanda Cirqueira, observou-se que
o projeto alcançou dimensões
além da comunidade escolar
de Santo Antônio do Descoberto, verificadas por meio de
depoimentos de comerciantes locais, que perceberam o
aumento nas vendas de frutas e hortaliças, bem como
do relato de alguns pais que
alegaram mudança em sua
alimentação por causa dos
filhos.
“Constatamos que a mudança
de hábitos alimentares requer
disciplina teórica (ensino) e
prática (dia a dia da comunidade escolar e família). Ao conviver diariamente com o tema,
a alimentação saudável naturalmente fará parte do dia a
dia do aluno; e o melhor é que
o seu referencial, o professor,
torna-se detentor de conhecimento suficiente para que a
alimentação seja encarada com
grande valor”, concluem as nutricionistas.
Por mudanças administrativas, desde o início de 2012 as
nutricionistas Andreia e Fernanda não trabalham no Departamento de Alimentação
Escolar de Santo Antônio do
Descoberto. Apesar disso, demonstram estar satisfeitas
em saber que o seu projeto
de educação nutricional terá
continuidade por causa da resolução do Conselho de Educação, que institucionalizou a
disciplina no currículo das escolas do município.
N O T Í C I A S
DOS ESTADOS
VISITAS INTINERANTES
A presidente do CRN-1 Mara Saleti De Boni visitou
os estados de Goiás, Tocantins e Mato Grosso no
primeiro semestre de 2012. O objetivo foi apresentar
para profissionais, coordenadores de cursos de
nutrição e estudantes questões éticas e a visão
do CRN-1 sobre o desempenho do nutricionista
26 Revista CRN-1 nº16 - 2012
na realização de suas atribuições em cada área
de atuação, a partir dos resultados da pesquisa
realizada pelo setor de fiscalização. Em cada estado,
a presidente foi acompanhada por conselheiras,
delegadas, coordenadora da fiscalização e fiscais,
tanto nas capitais como na interiorização. Nas
notícias de cada estado serão enfocados os locais
visitados e o que foi apresentado.
MATO GROSSO
GOIÁS
Na visita itinerante à Mato Grosso, de 21 a 23 de maio, a
presidente Mara De Boni, a representante da Comissão
de Ética do CRN-1, Jucinéia Nogueira, e a coordenadora da fiscalização Janaína Baiocchi visitaram Cuiabá e
Rondonópolis. Nesses locais, conselheiras, delegadas
e fiscal reuniram-se com os coordenadores dos cursos de graduação e do curso técnico e promoverem
encontros com os nutricionistas e estudantes para
apresentar dados sobre o desempenho do profissional
e discutir questões éticas atuais. Em todas as palestras, a presidente enfatizou os diferentes papeis das
entidades de classe e a importância da existência das
mesmas para o fortalecimento da profissão. No encontro com os nutricionistas de Rondonópolis, também foi
abordada a atuação profissional na visão do CRN-1.
Além da visita itinerante, a delegacia de Mato Grosso
participou, no dia 26 de junho, de audiência pública no
município de Rosário Oeste, organizada pelo Ministério
Público estadual. Na audiência, realizada no plenário da
Câmara Municipal da cidade, a fiscal Ana Luiza Trovo
ministrou palestra sobre os cuidados na preparação
e conservação de alimentos e bebidas em festas populares. Ana Luíza enfatizou os riscos para a saúde da
população advindos da má manipulação dos alimentos
e a responsabilidade dos organizadores em relação à
saúde da população que participa do evento.
Em Goiás, a presidente Mara De Boni foi acompanhada
da vice-presidente Cristina Guedes, da representante da
Comissão de Ética, Lorena Chaves, e da coordenadora da
fiscalização Janaína Baiocchi. Nesta visita, conselheiras
e fiscais reuniram-se com nutricionistas, coordenadores
dos cursos de Nutrição e alunos de Goiânia e Rio Verde
para apresentar as mesmas questões de Mato Grosso,
ou seja, mostrar dados sobre o desempenho do profissional e discutir questões éticas atuais. Além da visita
itinerante, a presidente Mara De Boni, a coordenadora
da fiscalização Janaína Baiocchi e a fiscal de Goiás Gisele Sales reuniram-se com a Vigilância Sanitária (Visa) de
Goiânia e de Anápolis e o Sindicato dos Nutricionistas de
Goiás (Sineg) para debater a responsabilidade técnica
dos nutricionistas nos hospitais públicos e particulares.
A complexidade do tema gerou a formação de um grupo
de trabalho, que tem realizado reuniões mensais para
discutir essas questões e elaborar um projeto de fiscalização conjunta entre o CRN-1, a Visa e o Sineg. Neste
ano, até setembro, a fiscalização em Goiás no interior do
estado visitou empresas nas cidades, Caldas Novas, Rio
Quente, Piracanjuba, Rio Verde, entre outras. Em Caldas
Novas, é o terceiro ano de fiscalizações subsequentes,
que resultou na regularização de vários setores, inclusive com contratação de nutricionistas por hotéis, restaurantes e alimentação escolar.
Revista CRN-1 nº16 - 2012 27
TOCANTINS
A visita da presidente do CRN-1 e da coordenadora da
fiscalização ao estado de Tocantins ocorreu em junho,
em Palmas e Araguaína. Foram realizadas reuniões
com os profissionais e com o colegiado do curso de
Nutrição da Universidade Federal do Tocantins (UFT),
ressaltando a importância da aproximação dos acadêmicos com o Conselho em virtude da formação da primeira turma em 2013. Em Araguaína também foram
promovidas reuniões com a Diretoria Regional de Ensino e com a Promotoria da Infância e da Juventude em
consequência do surto de intoxicação alimentar ocorrido em maio em uma escola estadual local.
Em agosto, em Araguaína, foi assinado o Termo
de Ajuste de Conduta (TAC) redigida pelo Ministério Público Estadual (MPE), juntamente com as
secretarias de saúde e de educação do município
e do estado com o objetivo de encontrar soluções
para os problemas relativos à execução do Pnae,
principalmente quanto à falta do profissional nutricionista. Também foi elaborado Termo de Cooperação entre a Vigilância Sanitária (Visa) municipal e
o CRN-1para fiscalização de pessoas jurídicas na
área de alimentos. Na oportunidade, o CRN-1 apresentou denúncia ao MP – Vara da Saúde sobre a
atual situação do Hospital Regional de Araguaína
(estadual) a fim de sanar as irregularidades detectadas nas visitas de fiscalização do CRN-1, princi28 Revista CRN-1 nº16 - 2012
palmente relacionadas à situação estrutural precária e à falta de nutricionistas naquela e em outras
unidades do estado.
A delegacia de Tocantins também realizou em agosto
um curso de 20 horas sobre alimentação escolar (Pnae),
ministrado pelo Centro Colaborador em Alimentação e
Nutrição do Escolar (Cecane) de Goiás, em parceria com
a Secretaria Estadual de Saúde e o curso de Nutrição da
UFT. Dele participaram nutricionistas que trabalham
na área do Pnae e estudantes de nutrição.
A Delegacia do CRN-1 em Tocantins colaborou na
elaboração dos Planos Estaduais de Controle da
Obesidade e do Controle das Doenças Crônicas Não
Transmissíveis através de oficinas realizadas pelas
áreas técnicas da Secretaria Estadual de Saúde.
O CRN- 1 em Tocantins foi eleito no Fórum de Entidades da Sociedade Civil para a nova gestão do Consea estadual, biênio 2012-2014. Junto com o Consea
e o Comitê Estadual de Luta contra os Agrotóxicos
(do qual também participa), fez parte da organização
e comemoração da Semana Mundial da Alimentação
em outubro, distribuindo folhetos informativos à sociedade em feiras livres, shopping e supermercado,
sobre alimentação saudável e o consumo de agrotóxicos na alimentação.
POSICIONAMENTO DO CRN-1 SOBRE
SURTO DE INTOXICAÇÃO ALIMENTAR EM
ESCOLA DE ARAGUAÍNA
No final de maio ocorreu um surto de intoxicação
pela alimentação escolar em Araguaína, em Tocantins.
O surto vitimou 68 alunos da Escola Estadual Jardim
Paulista, pertencente à jurisdição da Diretoria
Regional de Ensino (DRE) de Araguaína. Os alimentos
envolvidos foram adquiridos de uma panificadora da
cidade, mas foi dito que havia nutricionistas em todas
as DRE’s do estado, associando, portanto, a imagem
do profissional ao episódio.
Por esse motivo, e também pela gravidade do
problema, o CRN-1, por meio de sua Delegacia em
Tocantins, foi a público esclarecer que, das 13 DRE’s
existentes no estado, em 10 não havia nutricionistas
contratadas – inclusive em Araguaína.
Em nota e entrevista à TV Anhanguera (afiliada da
rede Globo), o CRN-1 esclareceu o fato explicando
que vários nutricionistas haviam sido demitidos
no início de 2012, não sendo substituídos e tendo
seus cargos extintos em algumas DRE’s. À época, o
CRN-1 tentou resolver o problema com a Secretaria
Estadual de Educação (Seduc), mas não foi possível.
Após a ocorrência deste surto, entretanto, a
Seduc recebeu o CRN-1 para uma reunião no dia
6 de junho, da qual participaram a conselheira
Salete Klein e a fiscal do CRN-1, representantes
da secretaria na área de alimentação escolar
e o secretário estadual de Educação, Danilo
Souza. Nesta reunião, o secretário apresentou as
dificuldades para contratação de nutricionistas
para as DRE’s por ainda não existir o profissional
no quadro da educação e também da dificuldade
em adequar o perfil profissional às necessidades
do PNAE. Segundo o secretário, os profissionais
permanecem com uma “visão de hospital” que
limita muito sua atuação no cenário da educação.
O CRN-1 reiterou a necessidade de cumprimento
da Lei 11.947/2009 que coloca o nutricionista como
responsável pelo Pnae e descreve suas atribuições,
bem como as resoluções específicas da categoria
que precisam ser atendidas, resguardando gestores
e profissionais de problemas a exemplo do ocorrido.
A reunião teve saldo positivo e nela o secretário
apontou as seguintes ações:
1 - Elaboração de um plano estadual para a melhoria
da alimentação escolar no âmbito das escolas estaduais, a ser elaborado pela equipe de nutricionistas e
técnicos da Seduc. Este plano será enviado ao CRN-1
para dar o devido parecer e contribuições.
2 - Contratação de 13 nutricionistas, no mínimo,
sendo um para cada DRE.
3 - Construção de um perfil profissional adequado
ao exercício profissional no PNAE, em conjunto com
o CRN-1, a ser utilizado inclusive para a contratação
dos profissionais das DRE.
4 - Colaboração do CRN-1 no monitoramento da
situação nutricional dos escolares da rede estadual
bem como da execução do PNAE, no que for possível.
Além dessa proveitosa reunião, o CRN-1 enviou ofício ao Ministério Público de Araguaína esclarecendo-o
sobre o fato de não haver nutricionista no programa
local; à Vigilância Sanitária de Araguaína solicitando
colaboração para investigação da empresa fornecedora dos alimentos envolvidos no surto; elaboração
de documento do Consea estadual, onde o CRN-1 tem
assento, dirigido à Secretaria de Estado de Educação,
solicitando as providências cabíveis e possíveis, incluindo a imediata contratação de nutricionista.
Na visita da presidente Mara Saleti De Boni e
da coordenadora da fiscalização Janaína Baiocchi
à Araguaína, foi realizada nova visita do CRN-1 à
Vigilância Sanitária Municipal (Visa), à Diretoria
Regional de Ensino e ao Ministério Público (MP).
Com a Visa e o MP, foi firmado acordo para visitas
de fiscalização conjuntas.
Após a reunião realizada com o Secretário de
Educação do Tocantins, o CRN-1 recebeu ofício
comunicando a contratação de nutricionistas para
as Diretorias Regionais de Ensino (DRE) de forma
imediata, conforme acordo firmado entre o Secretário
e o Conselho. Este ofício representa uma vitória do
CRN-1 em benefício da categoria e da população.
Salete Klein – Conselheira do CRN-1
Revista CRN-1 nº16 - 2012 29
Políticas Públicas
AÇÕES GOVERNAMENTAIS
DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR
E NUTRICIONAL
A Educação Alimentar e Nutricional
(EAN) tem a intervenção de diferentes setores, públicos e privados, gerando ações distintas, tanto nacional como localmente. Com o objetivo
de promover um campo comum de
reflexão e orientação das práticas de
EAN para a ação pública, o governo
lançou no dia 30 de novembro de
2012 o Marco de Referência de EAN
para as Políticas Públicas. Esse documento guiará as ações de implantação de estratégias nas diferentes
redes em nível local (saúde, educação e assistência social).
Assim, o Marco de Referência pretende apoiar os diferentes setores
de governo em suas ações de EAN
para que, dentro de seus contextos,
mandatos e abrangência, possam
alcançar o máximo de resultados
possíveis. Nesse sentido, a EAN integra as estratégias mais amplas
para o desenvolvimento, contribuindo para melhorar a qualidade
de vida da população.
A construção deste Marco de Referência vem sendo discutida desde o início de 2011, a partir da formação de um grupo de trabalho
composto por diferentes atores
que têm interesse no tema (Ministérios do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome, da Saúde e da
Educação, Associação Brasileira de
Nutrição, Conselho Federal de Nutricionistas, Conselho Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional
e Universidade de Brasília).
O primeiro passo foi a definição de
um conceito de EAN que fosse aprovado por todos os setores envolvi30 Revista CRN-1 nº16 - 2012
dos, resultando no seguinte texto:
“Educação Alimentar e Nutricional,
no contexto da realização do Direito
Humano à Alimentação Adequada
e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um campo de
conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar,
intersetorial e multiprofissional que
visa promover a prática autônoma
e voluntária de hábitos alimentares
saudáveis. A prática da EAN deve
fazer uso de abordagens e recursos
educacionais problematizadores e
ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases
do curso da vida, etapas do sistema
alimentar e as interações e significados que compõem o comportamento alimentar.”
Nestes dois anos, foram desenvolvidas ações para ampliar o debate com os setores envolvidos no
tema, como: Encontro de Educação
Alimentar e Nutricional – Discutindo Diretrizes (outubro de 2011);
oficina na IV Conferência Nacional
de Segurança Alimentar e Nutricional (novembro de 2011); oficina
no Congresso Mundial de Nutrição
em Saúde Pública (abril de 2012);
e Consulta Pública online do Marco de Referência em EAN para as
políticas públicas, disponível para
sugestões entre 5 de junho e 7 de
julho de 2012. Esta consulta pública proporcionou a participação
de todos os setores da sociedade.
O texto-base foi acessado por 979
pessoas, sendo que 111 enviaram
347 sugestões.
O texto pactuado estabelece nove
princípios para as ações em EAN,
quais sejam: 1) sustentabilidade
social, ambiental e econômica; 2)
abordagem do sistema alimentar
na sua integralidade; 3) valorização
da cultura alimentar local e respeito
à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas; 4) comida e alimento como
referências; valorização da culinária
enquanto prática emancipatória;
5) promoção do autocuidado e da
autonomia; 6) educação enquanto
processo permanente e gerador de
autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos; 7) diversidade
nos cenários de prática; 8) intersetorialidade; 9) planejamento, avaliação e monitoramento das ações.
Por fim, o Marco de Referência
apresenta a agenda pública, na qual
estão sistematizadas as ações para
que a EAN consolide-se como uma
ação estratégica para a promoção
e para a garantia da saúde, da SAN
e para a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada
(DHAA), considerando que para isso
é fundamental que a EAN esteja
articulada a ações estruturantes.
De um lado, é imperativa a institucionalização das ações de EAN nas
políticas públicas; os gestores precisam ser sensibilizados e formados
no tema e os profissionais devem
ter autonomia e acesso a processos de educação permanente. Por
outro lado, é necessário que as práticas alimentares saudáveis sejam
consideradas um valor social e que
a sociedade se aproprie e defenda a
agenda da EAN.
A SEGURANÇA ALIMENTAR
E NUTRICIONAL NA VISÃO
DO MDS
Para falar sobre as políticas públicas de Educação
Alimentar e Nutricional promovidas pelo Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS), entrevistamos a nutricionista Patrícia Chaves
Gentil, mestre em Nutrição pela Universidade de
Brasília (UnB) e Coordenadora-Geral de Educação
Alimentar e Nutricional da Secretaria Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional.
1 - O MDS teve grande destaque no governo Lula com o
Programa Fome Zero e agora com o Brasil sem Miséria.
O que avançou nos últimos 10 anos?
Os últimos 10 anos foram marcados por grandes
avanços para a Segurança Alimentar e Nutricional
(SAN). Perpassando os Programas Fome Zero e
Brasil sem Miséria, a temática de SAN tem sido
priorizada na política pública brasileira. Programas
como Bolsa-Família, Programa de Aquisição de
Alimentos, Programa Nacional de Alimentação
Escolar, agricultura familiar, acesso à água, a Política
Nacional de Alimentação e Nutrição do Ministério
da Saúde, a promoção da alimentação adequada e
saudável, educação alimentar e nutricional, além
de outros, vem permanecendo e conquistando os
devidos espaços na agenda pública.
Alguns marcos para institucionalizar a SAN no Brasil
retratam estes avanços: a recriação do Conselho
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(Consea); a realização da II, III e IV Conferência
de SAN; a criação do Sistema de Segurança
Alimentar e Nutricional (Sisan); a criação da Câmara
Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional
(Caisan); a incorporação da alimentação enquanto
direito social na Constituição brasileira; a instituição
da Política Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional; e mais recentemente a publicação do
I Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
– PlanSAN (2012-2015).
2 - Quais as ações adotadas pela CoordenaçãoGeral de Educação Alimentar e Nutricional (CGEAN)
para desenvolver ações que assegurem processos
permanentes de EAN e de promoção da alimentação
adequada e saudável?
Atualmente, a EAN integra o conjunto de estratégias
para a promoção da alimentação adequada e saudável e,
em consonância com as deliberações da 4ª Conferência
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, esta
temática foi incorporada como uma diretriz do PlanSAN.
Isso significa que a EAN é um dos desafios postos para o
planejamento de governo para os próximos quatro anos.
A partir de 2011, a CGEAN passa a desenvolver ações
estruturantes, de forma intersetorial e articulada, que
tenham repercussão em nível nacional e que atendam
aos objetivos traçados pelo Plano Plurianual (PPA 20122015) e pelo PlanSAN 2012-2015.
O MDS tem desenvolvido suas ações pautado
na necessidade de fomentar medidas de
mobilização,
capacitação/formação,
incentivo
ao desenvolvimento de projetos locais pelos
municípios e pesquisas. Como orientador das ações,
pode-se citar o Marco de Referencia de Educação
Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas,
que será lançado ainda este ano em parceria com
os Ministérios da Saúde e da Educação.
Também lançaremos até o final do ano uma rede de
mobilização social, Ideias na Mesa, numa parceria com
o Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e
Nutrição (OPSAN/UnB), cujo objetivo é trocar experiências
de EAN, capacitar profissionais etc. Outras ações:
campanhas; desenvolvimento de materiais voltados para
inserir a EAN nos serviços socioassistenciais (parceria com
a assistência social); financiamento de pesquisas (parceria
com o CNPq); e capacitação de profissionais, entre outros.
3 - Como a coordenação busca envolver o nutricionista
nessas políticas públicas relativas à alimentação e nutrição?
A Educação Alimentar e Nutricional requer uma
abordagem integrada, que reconheça as práticas
alimentares como resultantes da disponibilidade e
acesso aos alimentos, além dos comportamentos,
práticas e atitudes envolvidas nas escolhas, nas
preferências, nas formas de preparação e no
consumo dos alimentos. Entendemos que, apesar
da EAN ser multiprofissional e transdisciplinar, o
nutricionista é o profissional que mais está atento a
isso em nível local.
Do ponto de vista das políticas públicas, cabe
destacar que o profissional nutricionista está
envolvido em todas as etapas do processo, passando
pela formulação, implantação, monitoramento
e avaliação das políticas, seja no âmbito federal,
estadual, municipal, ou ainda, na qualidade de
sociedade civil organizada. A cada dia, o profissional
nutricionista vem ocupando espaços na gestão
pública, nos diferentes setores.
Revista CRN-1 nº16 - 2012 31
Article with Collage #3
A EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
NO ÂMBITO DA
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
A nutricionista Solange Fernandes de Freitas Castro,
coordenadora de Educação e Controle Social do
Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae),
aborda a questão da educação nutricional na
visão do Ministério da Educação. Solange Castro é
especialista em Planejamento Educacional e Gestão
de Políticas Públicas; e especialista em Financiamento
e Execução de Programas e Projetos Educacionais.
Article
with a
photo 2
1 – Quais as principais ações implementadas pelo
governo para se alcançar a Segurança Alimentar
e Nutricional (SAN) e garantir o Direito Humano
à Alimentação Adequada (DHAA), no âmbito da
alimentação escolar?
Na área da educação, com a publicação da Lei
11.947/2009, a qual dispõe sobre o atendimento da
alimentação escolar, houve o fortalecimento do eixo
educativo do Programa de Alimentação Escolar. A
referida lei informa que uma das diretrizes do Pnae
é a inclusão da educação alimentar e nutricional no
processo de ensino e aprendizagem, que perpassa
pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação
e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis
de vida, na perspectiva da SAN. A mesma lei confere
ao Ministério da Educação a competência de propor
as ações educativas e, sendo assim, faz-se necessário
que a gestão central elabore diretrizes e documentos
norteadores e realize formação continuada para
auxiliar os nutricionistas e os profissionais que
executarão essas ações nas escolas.
Especificamente na alimentação escolar, o
nutricionista assume o papel de articulador das
políticas públicas no município e faz-se necessário
que ele esteja atualizado e capacitado para essa
demanda e saber trabalhar de forma intersetorial.
A escola é um espaço privilegiado de aprendizagem
e a EAN deve estar presente na dinâmica da escola,
de forma interdisciplinar e permanente, contribuindo
para a promoção de hábitos alimentares.
4 – Quais as principais parcerias da sua coordenação
na execução de suas políticas de educação alimentar
e nutricional?
A Coordenação de Ações Educativas do PNAE
precisa estar articulada com vários parceiros,
dentre outros, o Ministério da Educação, o Conselho
Nacional de Secretários de Educação (Consed),
a União dos Dirigentes Municipais (Undime),
o Conselho Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (Consea), o Conselho Federal de
Nutricionistas e as universidades. As parcerias serão
firmadas conforme as necessidades e as demandas
prioritárias. O nutricionista tem papel fundamental
nas políticas públicas de EAN, principalmente
pelo perfil epidemiológico existente no Brasil
hoje. Especificamente na alimentação escolar, o
nutricionista assume o papel de articulador das
políticas públicas no município e faz-se necessário
que ele esteja atualizado e capacitado para essa
demanda e saber trabalhar de forma intersetorial.
A escola é um espaço privilegiado de aprendizagem
2 – Quais as políticas adotadas pela sua coordenação e a EAN deve estar presente na dinâmica da escola,
defugit
forma
interdisciplinar
e permanente,
contribuindo
para
de no,
Loremassegurar
ipsum erosprocessos
corrumpit permanentes
ut nam.
01. de
SedEAN
queme eros
atomorum
ut vel legere
iisque. Id tota
mucius ania promoção
hábitos
alimentares.
Promoção
dahinc
Alimentação
e Saudável
Nec diam sint
ex, an esse Adequada
sanctus
no
est. Id his nas
postea para
ancillae
partiendo, de
mal pri. Ea vel prima utinam volutpat.
escolas?
vis.
Pri maiorum insolens id. Hinc tation
id quo numquam oporteat, nec putent
Quo quem velit eu, eripuit scriptorem an
parcerias
da sua
coordenação
A Coordenação
deiracundia
Ações Educativas
do Pnae
scripta
id duo, perpetua
volupdissentiet
id. está 4 – Quais as principais
sed. Laudem
offendit
efficiendi
eam ex.
apoiando
acompanhando
a execução
das metas na execução de suas políticas de educação alimentar
taria vim ex. eExerci
fastidii at his, wisi
fanutricional?
e
iniciativas
Fundo Nacional
para
o eceteros
cete
placerat eapropostas
sed, in dicat pelo
dissentiunt
02. Per inani
nemore
id. Labitur
Et per bonorum fabulas liberavisse, at
A Coordenação
de Ações
Educativas
do denique
PNAE
De-senvolvimento
da Educação
no adPlano
definitionem per. His saepe
numquam (FNDE)
antiopam
mei, laoreet
officiis signiputent
eleifend
usu. Id mea
precisa estar articulada
vários
Nacional
de SAN,
na Diretriz
3, que
eu, verear latine
imperdiet
ad pro. 3, Objetivo
ferumque
antrata
ius.
sensibus, tecom
vocibus
apeirianparceiros,
patrioque
Educação,
o Conselho
da promoção de ações de EAN no ambiente escolar. dentre outros, o Ministério
pro, te pro da
aliquid
pertinax argumentum.
de Secretários
de Educação
(Consed),
Quodsi volutpat interpretaris mel ne. Cu
03. Kasd senserit anNacional
duo. Zzril vidisse
At cum senserit
hendrerit expetendis.
Te
a União dos Dirigentes
(Undime),
3 – Qualcopiosae
a importância
naid,
implantação
tempor
delicata do
his,nutricionista
vel soluta
ius
cu eos omnis menandri.
nam quidam Municipais
volumus. Falli eloquentiam
deprobo
Segurança
Alimentar
das políticas
públicas
relativas
à educação alimentar o Conselho Nacional
pertinacia
forensibus
id, vero
augue tinsit et, alia
intellegam per
et.
e Nutricionalan (Consea), o Conselho Federal de
e nutricional?
cidunt
sea ut. Te qui iusto alienum con04. Tale tamquam conclusionemque
Nutricionistas
universidades.
As parcerias
O nutricionista
temputant.
papel
sulatu.
Quo ut alia ridens
Fallifundamental
nec, qualisquenas
disputationi
voluptatibus e as
At mea
audire laoreet philosophia,
nam
firmadas
as necessidades
e as
políticas
principalmente
cetero id sit.públicas
Elit iriure etdevis, EAN,
id eos desed ex.Oratiopelo
tollit eiserão
duo, eam
ignota conforme
te assum virtute.
Ut vim alia duis constiperfil
epidemiológico existente nopersecuti
Brasilefficiendi
hoje. no.demandas prioritárias.
nique offendit.
tuam, no libris pericula eum, vix an elei-
Second
Style
32
CRN-1 nº16 - 2012
32 Revista
stylus magazine
MINISTÉRIO DA SAÚDE NA
PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
ADEQUADA E SAUDÁVEL
Coordenadora-Geral de Alimentação e Nutrição, desde
março de 2011, a nutricionista Patrícia Constante Jaime fala
sobre as ações do Ministério da Saúde e o Direito Humano à Alimentação Adequada. Com mestrado e doutorado
em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo – USP
(2001), pós-doutorado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde pela USP (2003) e pela
London School of Hygiene and Tropical Medicine no Reino
Unido (2008) e livre docência pela USP (2010). É membro
do Grupo de Trabalho Alimentação e Nutrição em Saúde
Coletiva da Abrasco e atualmente é bolsista produtividade
em Pesquisa do CNPq, nível 2.
1 – Quais as principais ações implementadas pelo governo para se alcançar a Segurança Alimentar e Nutricional
(SAN) e para garantir o Direito Humano à Alimentação
Adequada (DHAA)?
O governo brasileiro desenvolve uma série de ações em
que a EAN é utilizada e aplicada. No setor saúde temos a
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan), que foi
revista e republicada em 2011. Na Pnan, as ações de EAN
estão previstas em todos os níveis de complexidade de
atenção à saúde, perpassando pelas ações de prevenção,
promoção e cuidado. A Saúde tem diversos lócus onde a EAN
pode e deve ser uma ferramenta de trabalho, dentre elas
podemos destacar as equipes de Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (Nasf), que têm na sua composição o nutricionista
como matriciador das ações das equipes de atenção básica,
potencializando as ações de EAN na Atenção Básica à Saúde.
pode ser alcançada um conjunto de estratégias que
perpassem pelas ações de promoção da saúde, garantindo
o autocuidado e práticas que empoderem o indivíduo para
gerar autonomia nas escolhas. O Guia Alimentar para a
População Brasileira é o referencial nacional para a prática de
alimentação saudável e adequada e deve embasar as ações
de EAN nas ações das equipes de saúde. A autonomia do
sujeito pode ser alcançada com mais de 150 mil habitantes.
O Guia Alimentar para a População Brasileira é o referencial
nacional para a prática de alimentação saudável e adequada
e deve embasar as ações de EAN nas ações das equipes
de saúde. A autonomia do sujeito pode ser alcançada com
um conjunto de estratégias que perpassem pelas ações de
promoção da saúde, garantindo o autocuidado e práticas que
empoderem o indivíduo para gerar autonomia nas escolhas.
3 – Como a coordenação busca envolver o nutricionista nessas políticas públicas relativas à alimentação e nutrição?
Hoje, a lógica da atenção básica, onde ocorre a maioria
das ações de EAN, é ter o nutricionista como um apoiador
e matriciador das equipes de atenção básica por meio das
equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf).
Atualmente, cerca de 70% das equipes de Nasf têm o
nutricionista em sua composição, o que garante boa
cobertura dos serviços desse profissional para a população.
A lógica do Nasf é trabalhar junto com as equipes de
Atenção Básica, congregando saberes e aumentando a
resolutividade das ações de alimentação e nutrição no SUS.
Para fortalecer essa atuação, a CGAN desenvolve uma
2 – Quais as políticas adotadas pela Coordenação-Geral de série de estratégias que envolvem o desenvolvimento
Alimentação e Nutrição (CGAN) para assegurar processos de materiais de apoio, oferecimento de cursos a
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33
Revista CRN-1
nº16magazine
- 2012 3331
O Conbran 2012 homenageou o
médico pernambucano Josué de
Castro, precursor da discussão envolvendo a relação alimentos, estado nutricional, fome e condições
de vida. A Tenda Josué de Castro
apresentou um pouco da sua história e do seu trabalho e propiciou
a discussão das situações de insegurança alimentar e nutricional.
Trabalhos
CRN-1 lança
XXII Congresso
vencedores
segunda etapa Brasileiro de
do V Prêmio
Nutrição
do Projeto
Científico
Alimenta Saúde Entre 26 e 29 de setembro, conselheiras e fiscais do CRN-1 esti- Helena Feijó
No primeiro semestre de 2013,
o CRN-1 lançará o Certificado
CRN-1 Alimenta Saúde, que é a
certificação para empresas produtoras de refeições que cumprirem os requisitos de controle
higiênico-sanitário, saúde e gestão ambiental, além de manterem nutricionistas como responsáveis técnicos pela produção.
Esta é a segunda etapa do Projeto
CRN-1 Alimenta Saúde, que teve
início com o curso de pós-graduação
para profissionais de UAN intitulado
“Gestão da Produção de Refeições
Saudáveis”, realizado em Brasilia
em parceria com a Universidade
de Brasília (UnB). Para 2013, está
previstas a abertura de nova turma
pela UnB e o CRN-1 irá buscar novas
parcerias com universidades de
Goiás e Mato Grosso para implantar
o curso naqueles estados.
Inicialmente serão emitidos 40
certificações, tendo prioridade as
empresas que tiverem nutricionistas cursando a pós-graduação e
cumprirem os requisitos definidos
pela Câmara Técnica do CRN-1 e
aprovados pelo plenário.
Os detalhes sobre o Projeto
Alimenta Saúde (certificado e pósgraduação) serão disponibilizados no
sítio do CRN-1 até janeiro de 2013.
34 Revista CRN-1 nº16 - 2012
veram na 22ª edição do Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran
2012), em Recife, Pernambuco.
Nos quatro dias de evento, a participação das representantes do
CRN-1 não se limitou aos cursos,
apresentações de trabalhos científicos e mesas-redondas da programação, mas também as atividades
promovidas pelo Conselho Federal
de Nutricionistas (CFN) e pelas instituições de ensino.
Na véspera da abertura oficial do
congresso, o Conselho participou
da quinta edição do Encontro
Nacional das Entidades de Nutrição
(Enaen), evento que reúne nutricionistas, estudantes e membros
das entidades que representam
a categoria. Durante o evento,
esteve presente no estande do
CFN, com apresentação de material
institucional utilizado em ações de
educação alimentar direcionado à
população.
No último dia do Conbran, compareceu à oficina organizada pelo CFN
sobre “A prática do nutricionista
em restaurantes comerciais”. Nesta atividade, o CRN-1 teve a oportunidade de apresentar o Projeto
Alimenta Saúde, com ênfase no
curso ministrado para nutricionistas de UAN em parceria com a UnB.
Os trabalhos vencedores do V
Prêmio Científico Helena Feijó
foram premiados na solenidade
de abertura do V Simpósio de
Nutrição do DF, no dia 31 de
agosto de 2012. Neste ano, a
Comissão Julgadora selecionou
trabalhos nas áreas de Nutrição
Clínica e Alimentação Coletiva.
Não houve avaliação nas áreas
de Saúde Coletiva e Nutrição
em Esportes por não serem
apresentados trabalhos que
cumprissem todos os requisitos
do regulamento.
Nesta edição, publicamos o resumo
dos seguintes trabalhos vencedores:
ALIMENTAÇÃO COLETIVA
“Avaliação do hábito alimentar
de um grupo de idosos após
intervenção nutricional”.
Autoras: Juliany Moreira Lemos,
Thalita Morgana Guimarães
Silveira e Karine Anusca Martins.
NUTRIÇÃO CLÍNICA
Perda ponderal e assiduidade
às consultas nutricionais após
gastroplastia
redutora
com
derivação intestinal em Y de Roux.
Autora: Quelen de Sousa Rocha
Coautoras: Simone S. Mendonça e Renata C. Fortes.
stylus magazine 34
O CRN-1 deseja a você um Feliz Natal e que as realizações de 2012 sejam
sementes plantadas, que serão colhidas no decorrer do próximo ano.