O setor aeronáutico francês de vento em popa

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O setor aeronáutico francês de vento em popa
MINISTÈRE DES AFFAIRES ÉTRANGÈRES ET EUROPEENNES
N° 20 - junho 2010
O setor aeronáutico francês de vento em popa
Apesar da crise, o ramo aeronáutico
francês está indo bem. O setor, umas das
referências da economia francesa, continua
progredindo, comprovando a solidez de
suas estruturas e o dinamismo de seus
novos projetos.
Falcon 7X
© MAEE / Foto F. de La Mure
Primeira exportadora francesa (com
80% da receita do setor proveniente da
exportação), a indústria aeronáutica e espacial
francesa tem conseguido manter-se estável
apesar das turbulências anunciadas já no início
da crise econômica. É verdade que a indústria
não se limita aos fabricantes, mas apresenta
um amplo leque de atividades e tradições
como fornecedores, defesa, helicópteros.
As empresas francesas, sejam elas fabricantes ou fornecedoras, adquiriram competência
reconhecida e apreciada. A empresa Zodiac, por exemplo, especializou-se no fornecimento de
cozinhas e equipamentos de aeronaves. Providencia a elaboração e fornecimento de material de
segurança de bordo, como correias, cintos ou ainda escorregadores de emergência. Em plena
expansão, a empresa acabou de adquirir a alemã Sell. Foi a terceira aquisição em três meses, quando
Zodiac já vem empregando 20.000 pessoas no mundo todo, com 75% de seu quadro de pessoal no
exterior da França e 93 unidades de produção, sendo 46 na Europa e 39 na América do Norte. Com a
compra da Sell, que tem uma receita de 179 milhões de euros, Zodiac incorpora 1.270 novos
funcionários.
Tradição em tecnologia de ponta
Implantada em Blagnac, na região de Toulouse, Aerolia fabrica em três unidades francesas os
bicos das aeronaves A380. Além de líder francês em estruturas aeronáuticas, o grupo é vice-líder em
projetos e fabricação de subconjuntos dianteiros. Já Aircelle, que emprega 3.000 pessoas na França,
Reino Unido e Marrocos, constrói naceles, carenagens de motores de aeronaves. Essa também é uma
atividade importante do grupo Safran, do qual Aircelle é membro. Safran é um dos líderes na área
aeroespacial, bem como em defesa e segurança. Com seus 55.000 funcionários mundo afora, o grupo
francês também é líder mundial em trens de pouso, rodas e freios de carbono, além de comandos de
voo para helicópteros. Além da tradição e da experiência dessas várias empresas do setor, destaca-se o
DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT
SOUS DIRECTION DE LA COMMUNICATION
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dinamismo, que também permite o crescimento em período de crise. Assim, para Safran, 11% da
receita anual e 20% do pessoal são dedicados exclusivamente ao setor de pesquisa e desenvolvimento,
uma aposta na inovação que possibilitou que grupo registrasse 500 patentes em 2009.
De vento em popa
Apostar no futuro dá retorno. Segundo o Grupo das Indústrias Francesas Aeronáuticas e
Espaciais, desde 2006, o setor inteiro efetivou mais de 38.000 contratações. As encomendas nos
setores espacial, eletrônica para defesa e segurança não param de aumentar. De fato, mesmo sendo
2010 um ano de transição em que o tráfego aéreo retoma paulatinamente o crescimento após ter freado
devido à crise econômica, a generalização dos “low cost” e o desenvolvimento dos países emergentes
permitiram que o setor voltasse a decolar. Dassault Aviation entregou à China, no início de abril, o
primeiro Falcon 7X de uma encomenda de três, e já vendeu esse avião à Índia. LATelec foi a empresa
responsável pelo estudo, fabricação e instalação do cabeamento completo do Falcon 7X. Trata-se de
uma atividade não exaustiva, uma vez que LATelec fornece cabos tanto para a aviação civil (comercial
e jatos) quanto militar. Implantada historicamente no sul da França, essa empresa de alta tecnologia
expandiu-se internacionalmente.
Francês e europeu
Pois as empresas francesas souberam voltar-se para o exterior, principalmente nas fronteiras da
União Europeia, através de alianças com espanhóis e alemães para criar EADS, atualmente o primeiro
grupo na área de defesa na Europa e segundo mundial. A união faz a força, principalmente para
Airbus, filial integral de EADS com sede em Toulouse. Assim, Airbus registrou 130 encomendas
brutas no primeiro trimestre e já realizou 250 entregas. Uma importante encomenda de 32 A380,
estimada em 11 bilhões de dólares, foi feita pela companhia Emirates. A companhia brasileira TAM
encomendou vinte A320 e cinco A350-900, totalizando 2,9 bilhões de dólares. Enquanto Gulf Air
também demonstra interesse no A320, DAE Capital, sediada em Dubai, encomendou 100 Airbus.
Finalmente, a companhia russa Aeroflot acabou de encomendar 11 aeronaves de longo curso, que
serão entregues entre 2011 e 2013. Animada com o ótimo começo de ano, Airbus está participando de
uma licitação da US Air Force para um contrato de cerca de 50 bilhões de dólares para renovar a frota
de aviões de reabastecimento das forças armadas norte-americanas, oferecendo uma aeronave derivada
do A330. Mais um desafio para a companhia europeia, que está elaborando um plano de voo de longo
prazo: Air France-KLM poderia fazer a importante encomenda de uma centena de aeronaves para
renovar sua frota nos próximos anos. As empresas francesas fazem questão de embarcar nesse voo.
Pascale Bernard
DIRECTION DE LA COMMUNICATION ET DU PORTE-PAROLAT
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