PERFIL GENOTÍPICO DE PACIENTES

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PERFIL GENOTÍPICO DE PACIENTES
PERFIL GENOTÍPICO DE PACIENTES BRASILEIROS COM GALACTOSEMIA CLÁSSICA E ESTUDO DA
RELAÇÃO DO GENÓTIPO COM O FENÓTIPO.
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Autores
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Daniel Garcia , José Simon Camelo Jr , Marlene Turcato , Greice Molfetta , Adriana Marques , Carolina
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Souza , Gilda Porta , Carlos Steiner , Wilson Silva Jr
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Instituição FMRP-USP - Depto de Genética - Faculdade de medicina de RP - USP (Rua Tenente Catão Roxo, 2501
2
- 14051-140, Ribeirão Preto - SP), UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas (Cidade Universitária
3
Zeferino Vaz - Barão Geraldo, Campinas - SP, 13083-970), HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre
4
(R. Ramiro Barcelos, 2350 - Santa Cecilia, Porto Alegre - RS, 90035-903), FMUSP - Hospital das Clinicas
da FMUSP (Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 647, São Paulo - SP, 05403-000)
Resumo
OBJETIVOS
A galactosemia clássica ou tipo I (GC) é um erro inato do metabolismo da galactose, de herança autossômica
recessiva, causada pela deficiência da enzima galactose-1-fosfato uridiltransferase (GALT). É tipicamente
caracterizada pela intolerância neonatal a galactose, com complicações que vão desde icterícia, para os casos mais
leves, à insuficiência hepática nos mais graves, e às complicações tardias, como disfunções motoras e reprodutivas.
A GC também é heterogênea do ponto de vista molecular, com 266 mutações diferentes descritas no gene GALT. O
objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de mutações no gene GALT dos pacientes brasileiros com GC e fazer um
estudo da correlação do genótipo com o fenótipo.
MÉTODOS
Foram incluídos 31 pacientes com o diagnóstico bioquímico de diversas regiões do Brasil, que tiveram seus dados
clínicos obtidos a partir de revisão de prontuários médicos e preenchimento de ficha clínica. Foi realizado o
sequenciamento genético direto bidirecional do gene GALT e também estudos adicionais, como genotipagem do
gene GALK1, estudo de ancestralidade e simulações de patogenicidade in silico.
RESULTADOS
Os principais achados clínicos foram hepatomegalia, icterícia, baixo ganho pondero-estatural, vômito recorrente,
anemia e catarata. As seguintes mutações que causam GC descritas na literatura foram identificadas: p.R33H,
p.N97del, IVS3nt+1G>A, IVS4nt+4A>C, p.S135L, p.F171S, p.G175D, p.Q188R, p.R204X, p.R231H, p.L275Qfs*5,
p.K285N, p.P325L, bem como o alelo Duarte 2 (p.N314D) e seis mutações novas, p.M1T, p.R33S, p.P73S,
IVS3+1G>A, IVS4+4A>C e p.Q169P.
CONCLUSÃO
Os indivíduos homozigotos para a mutação p.Q188R tiveram evolução clínica mais grave que os indivíduos que
tinham pelo menos uma mutação p.S135L. Para os indivíduos com as mutações novas, foi observado um amplo
espectro de fenótipos, desde paciente que foi a óbito por insuficiência hepática e sepse até um caso assintomático.
Este estudo amplia o espectro de mutação no gene GALT descrito na literatura e reforça a importância tanto do
diagnóstico precoce quanto da introdução do tratamento dietético; também acrescenta mais evidências para a
discussão sobre a introdução da galactosemia no programa de triagem neonatal do Brasil, onde a incidência da
doença é estimada em cerca de 1:20.000.
Palavras-chaves: Galactosemia, GALT, Galactose
Agência de Fomento: